Apostila - 1° ano.docx

March 23, 2018 | Author: Josiany Sotolani | Category: Animal Testing, Marriage, Narration, Information, Science


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Produção TextualGêneros em Foco 1º Ano Ensino Médio Organização: Professoras Celize Calderon e Josiany Sotolani CRITÉRIOS E SIMBOLOGIA UTILIZADOS NA CORREÇÃO DE REDAÇÃO Aspectos ou Convenção da Escrita (2,0 pontos) A = acentuação P = pontuação ORT = ortografia NL = notações léxicas T = translineação RAS = rasura LEG = legibilidade MG = margem lateral MAI = maiúscula OAP/ RAP = repetição ou omissão acidental de palavras. MIN = minúscula Aspectos ou Convenção da Gramática (3,0 pontos) CN = concordância nominal COL = colocação pronominal CSI = coesão sintática FLEXN = flexão nominal FLEXV = flexão verbal FS = falta de sujeito CV = concordância verbal FCO = falta de complemento OST = ordenação sintática dos termos PSI = paralelismo sintático RN = regência nominal RV = regência verbal V = verbo (tempos verbais, correlação temporal) Aspectos Textuais (4,0 pontos) AD = argumentação descontextualizada AE = argumentação extrema AI = argumentação inválida AMB = ambiguidade APG = alínea do parágrafo COR = coerência ICSE = coesão semântica EC = expressão clichê FME = frase mal estruturada CIT = citação DIS = mudança da voz discursiva FT = fuga do tema FP = falta de palavra IDV = ideia vaga II = inadequação às instruções ISC = ideia sem complementação ORAL = oralidade/ coloquialismo/ gíria PG = paragrafação PI = palavra inadequada PSE = paralelismo semântico RI = raciocínio interrompido RIP = repetição de ideias ou palavras TAU = tautologia/ redundância NOTA IMPORTANTE – ORIENTAÇÃO AO ALUNO  Produza sem texto em PROSA;  Em caso de uso de letra de forma, não se esqueça de destacar as iniciais maiúsculas;  Não use corretivo e atente para a legibilidade;  Na folha Redação a limpo, escreva, no espaço adequado, o tema e a proposta escolhidos por você;  Se houver alguma dificuldade na formulação do texto, faça pesquisas sobre o assunto para que as ideias possam ficar melhor explicitadas; após a leitura, isente-se da pesquisa e crie seu texto com base nas informações que obteve, usando suas próprias palavras;  As produções textuais são frutos de um conhecimento prévio adquirido através de pesquisas feitas antecipadamente. Para tal, é necessária a leitura dos textos-base;  Cópias de trechos de pesquisas elaborados por outrem somente dificultarão a assimilação de ideias e a aprendizagem de conteúdos. Dessa forma, não copie nenhum trecho dos textos-base, de pesquisas, entre outros;  Somente use o padrão formal da língua – a menos que se trate de fala real da personagem, no caso do discurso direto e do indireto livre nas narrativas;  Após o recebimento do seu texto corrigido, releia sua produção textual atentando-se para as observações de correção; procure identificar o erro e, caso não o reconheça, procure seu professor e tire suas dúvidas.  Logo abaixo do cabeçalho, há um boxe contendo itens importantes a serem observados numa produção textual. Sempre que necessário, seu(sua) professor(a) apontará aqueles que você deverá dedicar maior atenção em suas próximas redações. Atribuição de Nota  Além dos critérios técnicos, o(a) professor(a) poderá atribuir pontuação para a criatividade/originalidade (até 1 ponto).  O professor também poderá (deverá) atribuir nota para a correção e entrega da redação passada a limpo (final). (Fonte: adaptado de Práticas de Produção Textual. SAS – Sistema Ari de Sá). ÍNDICE 1. GÊNERO EM FOCO - RESUMO .................................................................................................................. 4 2 . GÊNERO EM FOCO – CARTA ARGUMENTATIVA ....................................................................................................... 5 3. GÊNERO EM FOCO - NARRAÇÃO ............................................................................................................. 6 4. GÊNERO EM FOCO – POESIA/PROSA ...................................................................................................... 7 5. GÊNERO EM FOCO - NARRAÇÃO ............................................................................................................. 9 6. GÊNERO EM FOCO – ARTIGO DE OPINIÃO ........................................................................................... 10 7. GÊNERO EM FOCO – NARRAÇÃO (CONTO) .......................................................................................... 12 E SE VOCÊ ACORDASSE E NÃO RECONHECESSE NADA? .......................................................................................... 12 8. GÊNERO EM FOCO – TEXTO OPINATIVO ............................................................................................... 13 9. GÊNERO EM FOCO - NARRAÇÃO ........................................................................................................... 15 10. GÊNERO EM FOCO - CRÔNICA ............................................................................................................. 16 11. GÊNERO EM FOCO - CRÔNICA ARGUMENTATIVA ............................................................................. 17 Viva a lei de Gérson! ..................................................................................................................................... 17 13. GÊNEROEM FOCO - DISSERTAÇÃO ..................................................................................................... 20 14. GÊNERO EM FOCO - DISSERTAÇÃO .................................................................................................... 22 15. GÊNERO EM FOCO – NOTÍCIA .............................................................................................................. 25 16. GÊNERO EM FOCO – DISSERTATIVO-ARGUMENTATIVO ................................................................... 26 19. GÊNERO EM FOCO - DISSERTAÇÃO .................................................................................................... 32 20. GÊNERO EM FOCO – NARRAÇÃO ........................................................................................................ 35 21. GÊNERO EM FOCO – ARTIGO DE OPINIÃO ......................................................................................... 37 22. GÊNERO EM FOCO – DISSERTATIVO-ARGUMENTATIVO ................................................................... 37 23. GÊNERO EM FOCO – DISSERTATIVO-ARGUMENTATIVO ................................................................... 42 24. GÊNERO EM FOCO – DISSERTATIVO-ARGUMENTATIVO ................................................................... 45 25. GÊNERO EM FOCO – CRÔNICA ............................................................................................................ 48 26. GÊNERO EM FOCO – CARTA ................................................................................................................. 50 27. GÊNERO EM FOCO – RESENHA ............................................................................................................ 51 28. GÊNERO EM FOCO - DISSERTAÇÃO .................................................................................................... 52 1. GÊNERO EM FOCO - RESUMO Leia o texto abaixo e depois resuma-o, de acordo com as orientações dadas na sequência. Liberdade às cobaias Robôs alimentados com células humanas podem substituir os animais de laboratório em testes de cosméticos e outros produtos químicos Texto Rafael Tonon Boas novas para os ratinhos brancos, coelhinhos peludos e seus amiguinhos de laboratório: o governo americano está desenvolvendo uma forma de acabar com a crueldade com animais em testes químicos. Para medir a toxicidade de produtos como pesticidas e cosméticos, pesquisadores das agências ambiental e de saúde dos EUA criaram um método em que um robô analisa os efeitos dessas substâncias em células humanas cultivadas em laboratório. Os ativistas engajados na ―promoção do bem-estar animal‖ já começaram a comemorar. O Peta (―Pessoas pelo Tratamento Ético dos Animais‖, na sigla em inglês) afirma que já é possível substituir muitos dos testes que são feitos em animais – e que a pesquisa anunciada pelos americanos é muito mais confiável que muitos testes realizados hoje em dia com cobaias. ―Nesse sentido, muitas experiências ainda podem ser designadas para, juntas, oferecer informações mais precisas que as geradas em testes com animais‖, afirma Catherine Willett, conselheira de políticas científicas da entidade. O problema é que os super-robôs que substituiriam as cobaias ainda estão em fase preliminar de testes: devem demorar pelo menos 5 anos. Além disso, há pesquisadores que sustentam que os estudos efetuados em animais ainda superam os testes in vitro, já que permitem uma observação mais abrangente dos efeitos – que se dão num organismo completo, não só em algumas células. ―É ótimo existir uma possibilidade de substituir os testes em animais, que estão longe de ser ideais e que muitas vezes nos dão respostas erradas‖, afirma Alan Goldberg, diretor do Centro de Alternativas para Testes em Animais da Universidade Johns Hopkins, nos EUA. ―Mas só quando esses robôs estiverem prontos para interpretar os resultados na saúde humana é que vamos poder, de fato, comemorar a substituição completa deles. Até lá ainda temos um longo caminho‖, completa. FONTE: http://super.abril.com.br/historia/liberdade-cobaias-447464.shtml Siga estas orientações: a) Releia integralmente o texto. Durante a leitura, tente responder mentalmente à pergunta: Do que trata o texto? b) Leia o texto mais uma vez, interrompendo a leitura para compreender o significado das palavras que desconhece (e recorrer ao dicionário, se preciso) ou para captar o sentido de frases mais longas ou complexas, que contenham inversões, etc. c) Por meio da sumarização, identifique no texto as ideias ou informações principais. Se quiser, grife os trechos mais importantes. A identificação de elementos de coesão, em geral palavras e expressões como em primeiro lugar, consequentemente, por isso, entretanto, embora, etc., costuma facilitar essa tarefa. d) Com base nas anotações, escreva um resumo em linguagem pessoal, procurando se ater às ideias ou informações centrais do texto. Além de apresentar coerência e coesão, o texto do resumo deve ser compreensível para um leitor que não conheça o texto original. e) Quando terminar seu texto, realize uma revisão cuidadosa. Observe se seu resumo menciona o título e o autor do texto original; se apresenta as ideias ou informações mais importantes do texto resumido; se as relações entre as ideias são explicitadas por conectivos adequados; se o texto pode ser compreendido por alguém que não leu o texto original. f) Se necessário, refaça o texto. Depois leia seu resumo para os colegas e ouça a leitura do resumo deles. 2 . GÊNERO EM FOCO – CARTA ARGUMENTATIVA A carta é uma das modalidades redacionais que podem ser cobradas em vários vestibulares. Nela, podem aparecer outras tipologias textuais como a narração, a descrição e a dissertação. É por isso que ela é chamada de modalidade redacional livre. O que determinará qual desses tipos de texto predominará é o fim a que se destina. Decicido isso, passa-se a pensar na linguagem, por exemplo. Se o destinatário, por exemplo, for uma pessoa pública, uma autoridade, um órgão do governo, ela (a carta) deve observar procedimentos formais como: disposição da data colocação do vocativo (nome, cargo ou título do destinatário); Informações claras sobre o remetente; assinatura. PROPOSTA DE REDAÇÃO – CARTA ARGUMENTATIVA Enunciado da proposta de redação: Suponha que você encontre no arquivo municipal de uma cidade mineira, uma caixa contendo documentos inéditos relacionados com a atividade de uma imprensa clandestina, que teria funcionado entre 1780 e 1789, em oposição a política à metrópole portuguesa no Brasil. Suponha, também, que você se interesse por esses documentos e queira desenvolver uma pesquisa sobre o assunto. Escreva uma carta ao Direto de uma entidade incentivadora de pesquisa, contando sua descoberta, expondo o interesse que ela tem enquanto objeto de estudo, comentando as principais questões a que você procurará responder na sua investigação, se possível, antecipando alguns dos eventuais resultados. Nesse modelo, observe que: 1º parágrafo introduz objetivamente o assunto, esclarecendo a finalidade da carta; 2º parágrafo explica a descoberta; 3º e 4º parágrafos expõem o interesse do achado enquanto objeto de estudo, antecipando eventuais resultados. A conclusão da carta reitera a disposição para pesquisa por parte do emissor. Modelo de carta argumentativa São Paulo, 30 de novembro de 1989. [local e data] Ilmo. Sr. [destinatário] Diretor do Conselho Nacional de Ensino e Pesquisa - CNPq [destinatário] NESTA [destinatário] Prezado Senhor, [Vocativo] Venho solicitar do Conselho Nacional de Ensino e Pesquisa - CNPq - informações referente à concessão de subsídios para desenvolver um projeto de pesquisa sobre o valor histórico de publicações clandestinas do século XVIII, encontradas em Minas Gerais. [Introdução: breve exposição do assunto] Trata-se de uma coletânea de periódicos inéditos que obtive consultando o arquivo municipal de Congonhas do Campo, os quais atestam a existência de uma imprensa marginal cujos panfletos teriam circulado nas cidades de Vila Rica, Mariana, Sabará e São João Del Rei, entre 1780 e 1789. [Relato da descoberta] O Estudo desse material permitirá reconstituir fatos Conjuração Mineira não revelados nos autos da devassa, nem registrados pela historiografia oficial, além de avaliar o caráter emancipacionista que norteou os ideais políticos-libertários do inconfidentes. Caberia também a essa investigação apurar a importância desses documentos usados pelos conjurados para indispor a população das cidades mineiras contra abusos da metrópole portuguesa no Brasil. [Proposta da pesquisa e antecipação do eventuais resultados] Assim, gostaria de inteirar-me sobre o interesse do CNPq em subvencionar esse trabalho, pois tenha a intenção de atuar como pesquisadora. Desde já grata, aguardo oportuna resposta. [fecho] R.O.S [assinatura] 3. GÊNERO EM FOCO - NARRAÇÃO Seria este um bar perfeito? Leia atentamente o seguinte texto. "O Rui Carlos Osterman e a Nilse, eu e a Lúcia quase o descobrimos. Unha uma porta pesada de pub inglês, lá dentro o chão atapetado, as paredes forradas de madeira, iluminação discreta mas não safada, uma escada que levava a um segundo andar com cinco ou seis mesas rodeadas de cadeiras de couro preto, o difícil foi manter a conversa num nível que não destoasse da empáfia do garçom. No fim caímos na risada, de puro prazer. Turista brasileiro não tem jeito. Eu disse "quase" o encontramos porque o bar — não lembro o nome — fica na calle M.T de Alvear, perto do Plaza, em Buenos Aires, e o Bar Perfeito teria que estar, que remédio, em Porto Alegre. É um velho sonho. Uma noite dessas ficamos o Armando Coelho Borges, o José Onofre, o Rui e eu lamentando a falta do Bar Perfeito em nossas vidas. Começamos enumerando todos os requisitos do Bar Perfeito e terminamos, cinco doses de uísque mais tarde, na mais inconsolável fossa. O Bar Perfeito não só não existe como não pode existir, é a nostalgia do que nunca houve. O diabo é que Porto Alegre não tem nem um bar quase- perfeito onde se maldizer a falta do Bar Perfeito. É um deserto de fórmica e azulejos." (extraído de "O Bar Perfeito em A Mesa Voadora, Luís Fernando Veríssimo) Vamos aos exercícios de produção textual. Leia as propostas e escolha uma: PRIMEIRA PROPOSTA Inicie seu texto com: Cometamos enumerando todos os requisitos do Bar Perfeito… Conclua-o com: Terminamos, cinco doses de uísque mais tarde, na mais incontrolável fossa. SEGUNDA PROPOSTA Inicie seu texto com: Cometamos enumerando todos os requisitos do Bar Perfeito… Conclua-o com: Terminamos, cinco doses de uísque mais tarde, na mais incontrolável alegria. Instruções para as duas primeiras propostas: 1. Os requisitos devem conter os traços caracterizadores do (seu) Bar Perfeito. 2. A frase final sugere o clima criado pela descrição. TERCEIRA PROPOSTA O autor conclui o segundo parágrafo, caracterizando Porto Alegre com uma metáfora reveladora da relação afetiva que ele mantém com essa cidade — "É um deserto de fórmica e azulejos." Descreva a cidade de São Paulo ou a sua cidade de origem, concluindo o texto com uma metáfora reveladora de seus sentimentos por ela. Fonte: http://www.propostasderedacao.com.br/ 4. GÊNERO EM FOCO – POESIA/PROSA Transformaremos um texto narrativo em verso num texto narrativo em prosa. Observando as peculiaridades e mantendo o enredo original, desenvolva-o obedecendo às instruções adicionais após a coletânea. Domingo no Parque Composição: Gilberto Gil O rei da brincadeira Ê, José! O rei da confusão Ê, João! Um trabalhava na feira Ê, José! Outro na construção Ê, João!... A semana passada No fim da semana João resolveu não brigar No domingo de tarde Saiu apressado E não foi prá Ribeira jogar Capoeira! Não foi prá lá Pra Ribeira, foi namorar... O José como sempre No fim da semana Guardou a barraca e sumiu Foi fazer no domingo Um passeio no parque Lá perto da Boca do Rio... Foi no parque Que ele avistou Juliana Foi que ele viu Foi que ele viu Juliana na roda com João Uma rosa e um sorvete na mão Juliana seu sonho, uma ilusão Juliana e o amigo João... O espinho da rosa feriu Zé (Feriu Zé!) (Feriu Zé!) E o sorvete gelou seu coração O sorvete e a rosa Ô, José! A rosa e o sorvete Ô, José! Foi dançando no peito Ô, José! Do José brincalhão Ô, José!... O sorvete e a rosa Ô, José! A rosa e o sorvete Ô, José! Oi girando na mente Ô, José! Do José brincalhão Ô, José!... Juliana girando Oi girando! Oi, na roda gigante Oi, girando! Oi, na roda gigante Oi, girando! O amigo João (João)... O sorvete é morango É vermelho! Oi, girando e a rosa É vermelha! Oi girando, girando É vermelha! Oi, girando, girando... Olha a faca! (Olha a faca!) Olha o sangue na mão Ê, José! Juliana no chão Ê, José! Outro corpo caído Ê, José! Seu amigo João Ê, José!... Amanhã não tem feira Ê, José! Não tem mais construção Ê, João! Não tem mais brincadeira Ê, José! Não tem mais confusão Ê, João!... Êh! Êh! Êh Êh Êh Êh! Êh! Êh! Êh Êh Êh Êh! Êh! Êh! Êh Êh Êh Êh! Êh! Êh! Êh Êh Êh Êh! Êh! Êh! Êh Êh Êh Êh!... PROPOSTA DE REDAÇÃO Transforme a música acima num texto em prosa. Observe o enredo e seguindo o modelo feito em classe, destaque os elementos da narrativa. Não se esqueça de que o enredo original não deve ser mudado. Instruções  Siga exatamente o enredo da canção;  Escreva seu texto a tinta;  Faça uma letra legível;  Preencha o cabeçalho por completo. 5. GÊNERO EM FOCO - NARRAÇÃO Leia o fragmento abaixo e, obedecendo as instruções, desenvolva seu texto narrativo. "Nas profundezas da África Equatorial o explorador francês Mareei Petre, caçador e homem do mundo, topou com uma tribo de pigmeus de uma pequenez surpreendente. Mais surpreso, pois, ficou ao ser informado de que menor povo ainda existia além de florestas e distâncias. Então mais fundo ele foi. No Congo Central descobriu realmente os menores pigmeus do mundo. E - como uma caixa dentro de uma caixa, dentro de uma caixa - entre os menores pigmeus do mundo estava o menor dos menores pigmeus do mundo, obedecendo talvez à necessidade que às vezes a Natureza tem de exceder a si própria. Entre mosquitos e árvores mornas de umidade, entre folhas ricas do verde mais preguiçoso, Mareei Petre defrontou-se com uma mulher de quarenta e cinco centrímetros (...)" (Clarice Lispector, in Laços de Família, "A menor mulher do Mundo", p. 77). Agora que você leu o trecho acima, faça uma narração que obedeça às seguintes orientações:  Sua história deverá ser a continuação do texto de Clarice Lispector; Portanto, continue narrando em 3ª pessoa;  Não é preciso copiar o texto acima na folha de redação.  Imagine os seguintes personagens que comporão sua história: a) uma mulher, com o jornal aberto ao colo, jornal este que estampa na 1ª página a fotografia em tamanho natural daquele pequeno ser; b) uma menina de cinco anos de idade que vê o retrato e ouve os comentários; c) uma noiva, num êxtase de piedade; d) um menino esperto que teve uma ideia esperta; e) uma velha, com uma fita métrica, que vai medir, na parede, o tamanho da pequena criatura. Leve ainda em conta que: a) a menor mulher do mundo ganha um nome do explorador: Pequena Flor; b) a menor mulher do mundo está grávida; sua barriga é reluzente e ela está prestes a dar à luz um outro ser. Você pode ocupar de 25 a 40 linhas. Não se esqueça de que terá de construir apenas o desenvolvimento narrativo e o desfecho, uma vez que a sequência inicial está dada. Lembre-se de que você já estudou sobre personagem, tempo, espaço e ação e que deve, no transcorrer de seu texto, dar valor adequado a cada um desses componentes textuais. 6. GÊNERO EM FOCO – ARTIGO DE OPINIÃO Leia os fragmentos abaixo, veja a charge e faça, em seguida, o que se pede. Texto 1 Paulistano casa menos e, quando casa, gasta mais Janaína Fidalgo, da Folha Online Em 20 anos, o número de casamentos realizados na cidade de São Paulo caiu quase 28%. Em 1980, aconteceram 66.373 uniões civis, enquanto em 2000, ocorreram 47.932 uniões oficiais, segundo dados da Fundação Seade. Os gastos para quem assume o compromisso, no entanto, são cada vez maiores. As cerimônias religiosas também diminuíram. Em 1997, último ano em que há informações registradas sobre os matrimônios na cidade de São Paulo, aconteceram 13.914 casamentos. Vinte anos antes, em 1977, houve 44.640 celebrações -uma redução de mais de 68%, de acordo com a Arquidiocese paulistana. Se as uniões oficiais diminuíram, o mesmo não se pode dizer dos gastos daqueles que ainda decidem se casar no civil e no religioso. O setor movimenta mais de R$ 2 bilhões por ano no Brasil, levando-se em consideração as despesas com cerimônia, festa para convidados e roupas. "O casamento sempre foi tradicional. Da festa à cerimônia religiosa", diz José Luiz de Carvalho Cesar, que organiza a Expo Noivas & Casais, feira que expõe produtos de setores ligados ao casamento, que acontece anualmente em São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte. A administradora de empresas Paula Santos Mangone, 28, que casou em junho do ano passado na igreja Sagrado Coração de Jesus, avalia em R$ 50 mil as despesas com a cerimônia. "Era um sonho que eu tinha, mas se fosse hoje eu não faria metade do que eu fiz. Faria uma coisa bem mais simples, tanto pelas preocupações que tive quanto pela questão financeira", disse. Mudanças A redução no número de cerimônias religiosas realizadas na Igreja Católica, para a professora de antropologia da PUC (Pontifícia Universidade Católica) Terezinha Bernardo, 55, se deve à crise financeira. "Há um problema de dinheiro. Como casar é caro, o número de cerimônias diminui", disse a antropóloga. Segundo Terezinha, isto acontece mesmo apesar de a cerimônia de casamento da Igreja Católica seja popular e atraia pessoas de outras religiões. "As pessoas vão ao espiritismo, à umbanda e ao candomblé, mas na hora de casar procuram a Igreja Católica", disse. "A Católica tem um ritual público, que tem valor importante para as famílias." A professora aponta uma mudança nos valores sociais do casamento e da família como causa da queda no número de uniões civis. "O casamento não aparece mais como eterno. Se não é mais eterno, fica a pergunta: você vai casar para se divorciar e ter mais trabalho? Hoje uma família composta apenas pela mãe e pelos filhos não é mais motivo de vergonha", afirmou. De acordo com a antropóloga, uma maioria pensa que "a união dura enquanto é boa". Nas camadas média e alta da sociedade, a lei de separação dos bens também influencia na hora de optar pela união civil. "Outro ponto é o grupo ao qual o casal pertence. Para muitos jovens, casar tanto no civil quanto no religioso é careta. Estamos saindo do pensamento religioso e normativo para um pensamento mais progressista e moderno", afirmou a antropóloga. Fonte do texto: Folha Online Texto 2 Legenda: Você não pegou meu e-mail? PROPOSTA DE REDAÇÃO Redija seu texto comentando o seu ponto de vista acerca da temática presente: o casamento no século XXI. Instruções  Seu texto pode ser escrito em primeira pessoa, porém a linguagem não deve ser demasiadamente coloquial;  Procure fundamentar seu texto usando fragmentos da coletânea. Não deixe, no entanto, de evidenciar isso usando aspas;  Escreva entre 25 e 40 linhas. Textos fora desses limites serão anulados;  Escreva com caneta azul escuro ou preta. Não use canetas em cores diferentes dessas; 7. GÊNERO EM FOCO – NARRAÇÃO (CONTO) E SE VOCÊ ACORDASSE E NÃO RECONHECESSE NADA? Esse tema de redação foi usado no vestibular de uma grande universidade pública. Nele, vamos pensar numa situação hipotética. Leia-o e, em seguida, faça aquilo que se pede. Boa produção. Imagine a seguinte situação: um dia você acorda com o habitual ruído do jornal atirado contra a parede. Levanta-se, abre a porta da rua e o apanha. Ao olhar à sua volta, vê que a placa da rua teve o nome mudado de Rua dos Colibris para Rua YN-15. Você entra em pânico - o que aconteceu? Num primeiro momento, tenta convencer-se de que a mudança da placa não deveria ter-lhe causado tal reação. Mais tarde, com uma série de outras descobertas que fará, acaba por compreender que sua reação tinha mesmo razão de ser. PROPOSTA de Produção Redija um conto, narrado em 1ª pessoa, incluindo os elementos apresentados e justificando a razão de ser do pânico com base no que você descobriu. Instruções para proposta da semana Atenção: se você não seguir as instruções relativas ao tema sua redação será anulada.  O narrador é, obrigatoriamente, em 1º pessoa;  Escreva, no máximo, 30 linhas;  Caracterize a personagem bem como os outros que poderão aparecer na narrativa;  Use caneta azul escura ou preta.  Preencha o cabeçalho por completo. 8. GÊNERO EM FOCO – TEXTO OPINATIVO Há um tempo atrás houve uma discussão a respeito dos limites da privacidade. Pense sobre o texto abaixo e, em seguida, escreva uma redação atendendo uma das propostas dadas. Fonte da imagem: Marcos de Mello Famílias gaúchas na fila para receber implante de chip O medo da violência colocou 22 famílias gaúchas na fila para adquirir uma tecnologia de segurança ainda incomum no Brasil: o microchip cutâneo. Atualmente, 42 famílias brasileiras – cerca de 200 pessoas – usam o equipamento no corpo, sob a pele. A base de monitoramento está situada em Miami (EUA). O serviço garante o rastreamento da localização do usuário por meio de satélite Os principais clientes são executivos, empresários e suas famílias, aterrorizados com a ameaça dos seqüestros. O serviço está disponível no Brasil há um ano, mas para adquiri-lo os gaúchos aguardam que uma base de monitoramento seja instalada no país, o que deve baratear o serviço. Outras 2 mil famílias estão pré-cadastradas esperando na fila. Para comprar o chip, o usuário desembolsa US$ 10 mil (R$ 27,3 mil). A manutenção mensal por pessoa varia de US$ 200 (R$ 550) a US$ 1 mil (R$2,7 mil). O chip tem o tamanho de um grão de arroz e é introduzido no corpo por uma injeção ou pistolas semelhantes às usadas para vacinação. Os clientes têm adquirido o equipamento para todos membros da família devido à mudança no foco dos seqüestros. Conforme o engenheiro aeronáutico Ricardo Chilelli, da RCI First Security, que importa o chip, o executivo – dono da empresa e que lida com o dinheiro – não tem sido mais o foco dos ataques. ―O criminoso escolhe os filhos, pois mexe com o lado psicológico, tornando a negociação rápida e os valores mais altos‖ – explica Chilelli, ex-oficial do serviço de inteligência das Forças Armadas do Brasil, com treinamento nos Estados Unidos Rotina controlada por satélite O engenheiro ressalta que o chip é apenas um elemento dentro de um pacote de segurança e de cuidados que as pessoas devem adotar: Há uma neurose, um exagero. Nem 10% das pessoas que estão na fila têm perfil para usar uma tecnologia dessas. Cerca de 85% de criminalidade e violência podem ser evitados por puro comportamento. Os conselhos são três: não se deixe avaliar, sonegue informações e dificulte a ação de outras pessoas. O não se deixar avaliar envolve questões de exposição demasiada do poder aquisitivo. O engenheiro cita um exemplo: a pessoa, além de usar uma caminhonete importada, coloca no vidro um adesivo da escola dos filhos – tradicional e cara – e adesivo de que é criador de uma determinada raça de cavalos ou gado. Isso atrai a atenção do criminoso. A análise sobre a necessidade do uso de uma tecnologia como o microchip cutâneo é feita a partir do estudo do perfil da família: poder aquisitivo, quem são, quanto ganham, quem são os amigos, inimigos, o quanto estão expostos na mídia, onde é a casa, as residências de litoral e campo, os escritórios, enfim, toda a rotina é arquivada sob números e códigos identificadores. Se uma das pessoas monitoradas fugir à rotina sem avisar, um alerta é dado e a busca é iniciada. O alerta pode ser feito por familiares. Chilelli observa que para usar o chip a pessoa tem de estar consciente, não pode ser obrigada, como às vezes ocorre com adolescentes. PROPOSTA DE REDAÇÃO Quais são os limites da exposição e a privacidade? Construa um texto opinativo revelando o que você pensa sobre a notícia acima. Seu texto deverá discutir os limites da privacidade e apresentar outras situações em que ela (a privacidade) foi violada. Instruções para a proposta de redação  Desenvolva um texto dissertativo-argumentativo de, no máximo, 30 linhas;  Use a norma culta em seu texto;  Não rasure. Você tem tempo de fazer um rascunho, por isso a estética será muito cobrada;  Apresente, obrigatoriamente, outros exemplos concretos semelhantes ao do texto. 9. GÊNERO EM FOCO - NARRAÇÃO Essa proposta de redação tratará de uma questão pertinente ao nosso dia-a-dia: Desastres ambientais. A partir da leitura do fragmento retirado da internet, você desenvolverá uma narração segundo as instruções dadas. Há alguns anos, o jornal Correio Popular, de Campinas, SP, publicou a seguinte manchete de primeira página, acompanhada de breve texto: 100 mil ficam sem água em Sumaré Um crime ambiental provocou a suspensão do abastecimento de água de cerca de 100 mil moradores de Sumaré. A medida foi tomada na sexta-feira, quando uma mancha de óleo de aproximadamente 3 quilômetros de extensão surgiu nas águas do rio Atibaia. Anteontem, uma nova mancha apareceu nas proximidades da Estação de Tratamento de Água I, na divisa entre o bairro Nova Veneza e o município de Paulínia. A situação somente será normalizada na quinta-feira. A Cetesb investiga o caso e os técnicos acreditam que o produto (óleo diesel ou gasolina) foi despejado em esgoto doméstico em Paulínia. Você viu que na notícia, os técnicos levantam uma hipótese para a causa do desastre. A partir dos elementos encontrados no texto, escreva uma narração em terceira pessoa, caracterizando adequadamente personagens e ambiente. Crie um detetive ou um repórter investigativo que, quando tenta resolver o ―crime ambiental‖, descobre que o ocorrido é parte de uma conspiração maior. Instruções para proposta de redação dissertativa  Seu texto NÃO deve ter rasuras. Faça um rascunho e depois passe a limpo;  Fundamente seu texto com elementos verossímeis;  Use caneta azul escuro ou preta;  Crie um título coerente;  Preencha o cabeçalho por completo.  Deixar de cumprir qualquer um dos itens pode anular seu texto. 10. GÊNERO EM FOCO - CRÔNICA Leia este texto: Tempos modernos RIO DE JANEIRO - No meio do trânsito, o motorista diminuiu a marcha do carro, que ficou reduzido à velocidade de um pedestre. Estranhei a mudança, ele me apontou um esquisito negócio pendurado no poste mais próximo e informou: ―É o ―Big Brother‘‖. A expressão pegou graças ao famoso romance de George Orwell (―1984″), que virou série em TVs de todo o mundo, representando a perda de privacidade dos cidadãos que ficam dispostos e expostos ao olho implacável de uma câmera ligada ao estado-maior ou ao Grande Irmão que patrulha todas as ações da sociedade. A primeira referência a esse tipo de poder universal não é de George Orwell nem de seu livro, publicado em 1949. Antes dele, em 1935, Charles Chaplin, em ―Tempos Modernos‖, já mostrava a potencialidade da tecnologia na guarda dos valores da classe dominante sobre o resto da manada. O operário Carlitos, estressado na esteira de montagem de uma fábrica monstruosa, onde aperta parafusos alucinadamente, pede ao capataz de seu setor a licença para ir ao banheiro. Mal entra ali, numa imensa tela que ocupa toda a parede, aparece em ―close‖ o dono da fábrica, de cara amarrada, que o recrimina com aspereza, ordenando-lhe que retorne imediatamente ao trabalho: a produção não pode parar. O filme de Chaplin continua sendo a crítica mais contundente aos tempos modernos, mas nada tem de reacionário, pelo contrário: em alguns países, foi proibido por ser propaganda comunista. Embora nunca tenha confessado, esta cena foi o ponto de partida para Orwell criar o Big Brother, cuja amplitude é maior, universal. Na Idade Média, quando a tecnologia da época era bem mais primitiva, os anacoretas e ascetas colocavam em suas tendas ou celas um cartaz com o aviso: ―Deus me vê!‖. Dá mais ou menos no mesmo. Carlos Heitor Cony Inspirando-se nos fatos abordados no texto, escreva uma crônica. Siga as instruções: a) Pense no leitor e no objetivo que você tem em vista. Você quer entreter, divertir o leitor, sensibilizá-lo ou fazer com que ele reflita? b) Planeje o modo de construir a narrativa de sua crônica. Você pode escrever uma história que revele sua visão pessoal do acontecimento ou uma história que mostre o ponto de vista de uma das pessoas envolvidas no episódio: um garoto, os pais dele, um (a) amigo (a) do garoto, um professor de matemática, o repórter, um astrônomo, um músico, uma garota nutricionista, uma pessoa comum, etc. c) Aborde o fato ou a situação escolhida procurando ir além do que aconteceu, narrando com sensibilidade ou, se quiser, com humor. Como sua crônica deverá ser narrativa, lembre-se de mencionar o lugar onde aconteceu o fato e o tempo (se era noite, de manhã, etc.). Faça a apresentação das personagens e, se quiser dar mais dinamismo à narrativa, utilize o discurso direto. Procure contar o fato de uma forma que envolva o leitor, despertando nele o interesse pela narração e a vontade de ler o texto até o final. Se possível guarde uma surpresa para o fim, de modo a fazer o leitor refletir, emocionar-se ou achar graça. Escreva de forma simples e direta, procurando proximidade com o leitor, e empregue em seu texto a variedade padrão informal ou outra, de acordo com as personagens envolvidas. d) Faça um rascunho e, antes de passar seu texto a limpo, realize uma revisão cuidadosa. Refaça seu texto quantas vezes forem necessárias. 11. GÊNERO EM FOCO - CRÔNICA ARGUMENTATIVA Escreva uma crônica argumentativa inspirada no texto de opinião a seguir. Viva a lei de Gérson! Somos mesmo uma nação de egoístas, corruptos e sacanas, que só pensam em si e só querem saber de levar vantagem. Certo? por Helio Gurovitz O meio-campista Gérson ficou célebre não apenas por ter sido uma das maiores estrelas do tricampeonato brasileiro em 1970, mas por ter formulado, na propaganda do cigarro Vila Rica veiculada anos depois, aquela que viria a ser conhecida como lei de Gérson: ―O importante é levar vantagem em tudo, certo?‖ – frase dita num carregado sotaque carioca, forçando os erres até o palato ficar encharcado. Gérson tentou por muito tempo se desvencilhar da fama de patrocinador dos espertalhões, patrono dos corruptos e propagandista dos canalhas, mas não teve jeito. A lei de Gérson pegou. Sociólogos, antropólogos e a nata da intelectualidade brasileira já gastaram horas e mais horas, tinta e mais tinta, neurônios e mais neurônios para condenar nossa brasileira condição gersoniana. Somos mesmo uma nação de egoístas, corruptos e sacanas, que só pensam em si e só querem saber de levar vantagem. Certo? Errado. No fundo, Gérson deveria ter é orgulho. Só a lei de Gérson nos salva nesta era politicamente correta, em que anão virou ―verticalmente prejudicado‖, pobre virou ―excluído social‖, débil mental virou ―diferentemente capacitado‖ e em que nem propaganda de cigarro é mais possível fazer sem pedir desculpas em letras garrafais. O enunciado da lei de Gérson põe a nu a essência do nosso caráter sem pudor: somos um povo que gosta de levar vantagem. E daí? Alguém aí teria orgulho de fazer parte de uma nação de trouxas e otários? Ninguém aqui vai defender um comportamento antiético ou ilegal com base no enunciado da lei de Gérson. Se ela existe, é em primeiro lugar reflexo da nossa realidade. Veja o caso das nossas empresas. Na hora de dar entrevista e aparecer na mídia, todas querem loas a sua responsabilidade social corporativa e boa cidadania. Na hora de declarar imposto, de desempatar alguma pendenga judicial ou de conseguir autorização para obras, estão todas atrás do primeiro Rocha Mattos de plantão para livrar-lhes a cara, já que, em meio à nossa barafunda legal, a propina é questão de sobrevivência e só ela faz a economia andar. Parece que o povo brasileiro vive uma tensão entre duas forças. Por fora, a força da imagem. Em público, todos têm de ser como que sacerdotes, com comportamento impecável, retidão moral absoluta, espinha dorsal inflexível. Os políticos corruptos são condenados com virulência, qualquer deslize de executivos tem de ser punido de forma exemplar, damos a nossos filhos a impressão de que a ira divina se abaterá sobre suas menores falhas. Esse sentimento faz a fortuna e a desgraça de prefeitos, governadores e presidentes. Por dentro, porém, irrompe a força de Gérson. Ninguém agüenta essa pressão hipócrita. Todos querem o melhor para si – e que mal há de haver nisso? De posse da menor fímbria de poder, de uma tênue nesga de oportunidade, não raro transgredimos as mesmíssimas regras cuja transgressão acabamos de condenar nos outros. Julgamos, condenamos, enforcamos e esquartejamos Gérson. Mas Gérson somos nós. Eis nosso dilema. Para que tanta hipocrisia? Nada disso precisa ser assim. A lei de Gérson muito deveria nos honrar. Basta despi-la da hipocrisia para perceber que é a esperteza nacional que faz o Brasil se destacar em meio à mediocridade reinante no planeta politicamente correto, em que tudo tem de ser igual e insosso, em que todos acham que têm direito a tudo, em que a criatividade – e a verdadeira diferença – foram banidas. Na América Latina, os argentinos choram suas tristezas frustradas num tango melancólico, enquanto nós brasileiros damos risadas de nossas sacanagens num alegre sambinha. Qual o problema se podemos ser espertos e felizes? Quem disse que ser esperto é ruim ou necessariamente antiético? Por que ter vergonha disso em vez de usar a esperteza a nosso favor? O empreendedorismo e a criatividade do brasileiro nada mais são que expressões dessa faceta mais nobre da lei de Gérson. Afinal, empreender não é saber aproveitar oportunidades? Criar não é violar regras estabelecidas e preconcebidas? Tudo isso não é, no fundo, saber levar vantagem? Vamos largar a mão de ser bestas e incorporar com orgulho nosso lado Macunaíma. Vamos dar um basta à histeria politicamente correta que infesta a humanidade e usar nosso próprio antídoto: a boa e velha lei de Gérson. Viva Macunaíma! Viva Gérson! Ziriguidum. Telecoteco. Balacobaco, esquindô, esquindô. FONTE: http://super.abril.com.br/esporte/viva-lei-gerson-444339.shtm Ao escrever sua crônica, siga estas instruções: a) Com a orientação do professor, participe de um debate com seus colegas, manifestando-se contra ou a favor do ponto de vista defendido na crônica pelo cronista. b) Se seu ponto de vista sobre o assunto for o mesmo do cronista, retire da crônica uma frase ou ideia que possa servir de tese ou ideia principal para sua crônica argumentativa. Por exemplo: ―... somos um povo que gosta de levar vantagem. [...] Alguém aí teria orgulho de fazer parte de uma nação de trouxas e otários?‖;‖Gérson somos nós. Eis nosso dilema‖;‖Vamos largar mão de ser bestas e incorporar com orgulho nosso lado Macunaíma‖. Se seu ponto de vista for diferente do manifestado pelo cronista, formule uma nova tese ou ideia principal para desenvolver sua crônica. c) Pense no leitor: sua crônica será lida por colegas de sua classe e de outras, por professores e funcionários da escola, familiares e amigos. Pense também em seus objetivos: você quer entreter o leitor, sensibilizá-lo ou fazer com que ele reflita sobre o assunto escolhido? d) Antes de escrever, planeje a apresentação de seu ponto de vista sobre o assunto. Liste argumentos que possibilitem desenvolvê-lo e, para enriquecê-los, exemplifique, cite frases de especialistas no assunto, retiradas da crônica lida ou de outras leituras que tenha feito a respeito do tema. e) Se quiser, inicie sua crônica argumentativa pela ideia principal a ser defendida. Em seguida, acrescente os argumentos e, finalmente, a conclusão. Se possível, dê à crônica um final surpreendente ou que seja uma síntese de sua opinião a respeito do tema abordado. Lembre-se de dar ao assunto um tratamento subjetivo, isto é, de apresentar sua opinião sobre o assunto em discussão. Utilize uma linguagem direta, de acordo com a variedade padrão, mas com certa informalidade, buscando proximidade com o leitor. 12. GENERO EM FOCO - CRÔNICA A crônica a seguir é de autoria do escritor Antonio Prata. Leia-a e depois, à maneira do autor, imagine outras ―técnicas de previsão do futuro, mais de acordo com o mundo contemporâneo‖, e descreva-as. Ou escreva uma crônica com um assunto de sua preferência, explorando ou não o humor, conforme as instruções que você recebeu em outras aulas. Bruxaria Ldta Desde que o homem deixou de ser macaco e passou a escrever cartas de amor, dançar balalaica e usar fio dental, foi acometido por dúvidas terríveis: viverei bastante? Vou me casar com a Gisele Bundchen? Vai chover no próximo domingo? Diante de tantos questionamentos, não é de admirar que todos os povos tenham tido seus gurus e feiticeiros, gente capaz de prever o dia de amanhã, o depois de amanhã e inclusive o depois de depois de amanhã daqui a vinte e sete anos e meio. Cada cultura criou seu método: os negros vindos da África trouxeram os búzios, os judeus estudaram a cabala, os ciganos aprenderam a ler as mãos, os gregos cortavam a barriga de um bezerro e, de acordo com o ―caimento‖ das vísceras, prediziam a sorte de alguém. Chegamos ao século XXI. Temos aviões a jato, computadores, secadores de cabelo que parecem as naves do ―Guerra nas Estrelas‖ e, no entanto, diante de suas angústias existenciais, a humanidade recorre aos velhos métodos de sempre! Proponho novas técnicas de previsão do futuro, mais de acordo com os dias que correm. Leitura de Lego: baseada no ancestral método dos búzios, mas em vez daquelas conchinhas feiosas, peças coloridas e higiênicas. Você deve jogar um punhado delas sobre uma bandeja de aço inox (nada de cercadinho de palha!) e o guru fará as previsões. Leitura de tênis: em seu calçado estão impressas todas as suas características. A parte da frente da sola está mais gasta que a de trás? Pessoa ousada, impulsiva. O dedinho molda a parte externa do tênis, como se quisessem escapar? Sujeito criativo, com pendores artísticos. Por aí vai... Interpretação psicoautomotiva: você é o seu carro. Se o interior for limpo e organizado, você é uma pessoa pragmática e decidida. Se houver quilos de anúncios de prédios, latas de Coca-Cola e recibos de pedágio, você é um caos. Farol queimado? Alguma doença nos olhos ou dificuldade financeira se aproxima... Cerdologia cósmica: a maneira como você escova os dentes reflete sua posição diante da vida e essa posição fica impressa nas cerdas. Observando atentamente cada fiozinho de náilon, seu ―nível de inclinação‖ e o chamado ―teor de gastança‖, pode-se prever o futuro, prevenir doenças e o diabo a quatro. Há ainda muitas ciências ocultas na sociedade tecnológica, como a decifração de mouses, a leitura de bitucas e a escarafunchação mochílica, mas não há espaço para falar de tudo. Resolveremos, enfim, as questões que tanto nos angustiam há milênios? Viverei bastante? Vou me casar com a Gisele Bundchen? Vai chover no próximo domingo? Não sei, mas acabo de jogar um punhado de legos numa bandeja à minha frente e um pai-de-santo clubber, de cabelo moicano, está prestes a me dar as respostas. 13. GÊNEROEM FOCO - DISSERTAÇÃO PROPOSTA DE REDAÇÃO DA FUVEST 2000 Recentemente, o Deputado Federal Aldo Rebelo (PC do B - SP), visando proteger a identidade cultural da língua portuguesa, apresentou um projeto de lei que prevê sanções contra o emprego abusivo de estrangeirismos. Mais que isso, declarou o Deputado, interessa-lhe incentivar a criação de um "Movimento Nacional de Defesa da Língua Portuguesa". Leia alguns dos argumentos que ele apresenta para justificar o projeto, bem como os textos subsequentes, relacionados ao mesmo tema. "A História nos ensina que uma das formas de dominação de um povo sobre outro se dê pela imposição da língua. (...)" "... estamos a assistir a uma verdadeira descaracterização da Língua Portuguesa, tal a invasão indiscriminada e desnecessária de estrangeirismos — como 'holding, 'recall', 'franchise, 'coffee-break!, 'self- service — (...). E isso vem ocorrendo com voracidade e rapidez tão espantosas que não é exagero supor que estamos na iminência de comprometer, quem sabe até truncar, a comunicação oral e escrita com o nosso homem simples do campo, não afeito as palavras e expressões importadas, em geral do inglês norte- americano, que dominam o nosso cotidiano (…)". "Como explicar esse fenômeno indesejável, ameaçador de um dos elementos mais vitais do nosso patrimônio cultural — a língua materna —, que vem ocorrendo com intensidade crescente ao longo dos últimos 10 a 20 anos? (...)" "Parece-me que é chegado o momento de romper com tamanha complacência cultural, e, assim, conscientizar a nação de que e preciso agir em prol da língua pátria, mas sem xenofobismo ou intolerância de nenhuma espécie. (…)" (Dep. Fed. Aldo Rebelo, 1999.) "Na realidade, o problema do empréstimo linguístico não se resolve com atitudes reacionárias, com estabelecer barreiras ou cordões de isolamento a entrada de palavras e expressões de outros idiomas. Resolve-se com o dinamismo cultural, com o gênio inventivo do povo. Povo que não forja cultura dispensa-se de criar palavras com energia irradiadora e tem de conformar-se, queiram ou não queiram os seus gramáticos, a condição de mero usuário de criações alheias" (Celso Cunha,1968.) "Um país como a Alemanha, menos vulnerável a influência da colonização da língua inglesa, discute hoje uma reforma ortográfica para 'germanizar expressões estrangeiras, o que já é regra na França. O risco de se cair no nacionalismo tosco e na xenofobia e evidente. Não é preciso, porém, agir como Policarpo Quaresma, personagem de Lima Barreto, que queria transformar o tupi em língua oficial do Brasil para recuperar o instinto de nacionalidade. No Brasil de hoje já seria um avanço se as pessoas passassem a usar, entre outros exemplos, a palavra 'entrega’ em vez de 'delivery': (Folha de S. Paulo, 20/10/98.) Levando em conta as ideias presentes nos três textos, redija uma DISSERTAÇÃO EM PROSA, Expondo o que você pensa sobre essa iniciativa do Deputado e as questões que ela envolve. Apresente argumentos que deem sustentação ao ponto de vista que você adotou. COMENTÁRIO SOBRE A PROPOSTA DE REDAÇÃO Ideias que podem ser aproveitadas de cada texto: Texto 1  Inegavelmente, uma das formas de dominação de um povo se dá pela imposição da língua. (Fato- exemplo: Roma impõe o latim a todas as possessões conquistadas, no período de expansão do Império Romano; as línguas neolatinas advém desse processo.)  Ocorre, de fato, um processo de descaracterização da Língua Portuguesa pela assimilação de inúmeros termos empregados sobretudo no cotidiano. (É preciso admitir que esse processo e irreversível, pois, num mundo de economia globalizada — com forte imposição econômica e política dos países ricos sobre os países pobres —, a cultura tende a ser globalizada também, abolindo as chamadas fronteiras culturais.) Texto 2  O problema da invasão cultural, especificamente do empréstimo linguístico, não se resolve com atitudes reacionárias, entre elas o xenofobismo.  É preciso fomentar a cultura popular, criar condições para que ela medre. Texto 3  Mesmo correndo o risco de caírem no nacionalismo tosco e na xenofobia, países ricos e com tradição cultural, como Alemanha e França, procuram reagir à influência da colonização da língua inglesa.  Por um lado, seria ingênua a proposta de Policarpo Quaresma — instituir o tupi como língua oficial —; por outro, considerar "avanço" o fato de as pessoas usarem "entrega" em vez de "delivery‖ e pensar em descompasso com a realidade, pois o nosso povo, carecendo, em primeira instância, de uma verdadeira escola, e relegado à força dos meios de comunicação, que reproduzem com insistência as "vozes" que comandam o mundo. Associando as ideias veiculadas pelos três textos, percebe-se que é importante defender a integridade do idioma, como já fazem alguns países da Europa, devendo-se estar sempre atento à falácia representada pelo xenofobismo e a ingenuidade da defesa de posições antiquadas e reacionárias. Enfim, não só é preciso criar algum movimento de defesa da língua nacional no que diz respeito ao empréstimo indiscriminado de termos linguísticos, mas também criar um movimento que dê ao povo acesso à cultura do próprio país, que o leve a ser consciente e participante do universo em que está inserido. 14. GÊNERO EM FOCO - DISSERTAÇÃO PROPOSTA DE REDAÇÃO SOBRE XENOFOBIA Segundo o dicionário Houaiss, XENOFOBIA é a desconfiança, temor ou antipatia por pessoas estranhas ao meio daquele que as ajuíza, ou pelo que é incomum ou vem de fora do país. Nesta semana falaremos sobre isso. Por meio de alguns textos que tratam do tema, você deverá se posicionar observando a proposta dada. Texto 1 Xenofobia aumenta a quantidade de mendigos O caso Polanski e as leis frouxas sobre eutanásia também não ajudaram a melhorar a imagem da Suíça. A falta de integração dos imigrantes à sociedade começa a gerar novos fenômenos, como o surgimento de flanelinhas kosovares e albaneses nos faróis da luxuosa Genebra. Na estação central da cidade, os relógios da Rolex, que marcam com precisão a hora de chegada dos trens, convivem agora com mendigos. Na mesquita de Genebra, a ordem é não provocar os suíços. O minarete não emite convocações para a reza. Quem faz isso é Ahmed, também nascido na Argélia, que convoca os fiéis cantando de dentro da própria mesquita. "Não queremos dar motivo para que eles nos acusem de nada", disse. A reação contra os estrangeiros também é sentida na economia. Uma proposta feita recentemente pelo governo tinha como objetivo aumentar a quantidade de peças feitas no país para que o relógio seja considerado "Made in Switzerland". Uma proposta similar foi apresentada para indústria alimentícia, exigindo que empresas suíças comprem produtos de fazendeiros locais. Enquanto partidos de extrema direita continuam a ganhar terreno, o cenário fica cada vez mais complexo. Os que defendem a integração dos imigrantes usam o exemplo do futebol. Nesse caso, o título mundial sub-17, conquistado no ano passado, na Nigéria, não poderia ter vindo em melhor hora. A seleção local de garotos venceu todos os jogos que disputou. Dos 22 jogadores, 12 nasceram em outros países. No ano passado, o Museu Nacional da Suíça promoveu uma exibição que deu o tom do debate: a história da imigração desde a Idade do Bronze. O nome da exposição era explícito. "Nenhum grupo esteve aqui todo o tempo." Na exposição, os visitantes puderam ver que nem o maior ídolo do país, o tenista Roger Federer, é 100% suíço – seu pai era sul-africano. O momento que vive a Suíça é realmente desastroso. Em setembro, o diretor Roman Polanski foi a Zurique para receber um prêmio do festival de cinema local. Assim que pisou no país, o cineasta franco- polonês foi preso com base em um mandado de prisão emitido em 1977. Nos EUA, ele é acusado de estuprar uma jovem de 13 anos. Na época, Polanski foi demonizado pela mídia. Mais tarde, descobriu-se que a mãe da garota queria um papel para a filha em um filme e praticamente lançou a menina no colo do cineasta. A defesa de Polanski argumenta que o sexo foi consensual- a própria vítima, Samantha Geimer, confirmou e pediu a extinção do processo. A prisão do cineasta, que trabalhou livremente na Europa por mais de 30 anos, revoltou intelectuais e celebridades, que passaram a criticar abertamente a Suíça. No Jim, por mais que o país tivesse razão — afinal o cineasta é réu confesso —, não há relações públicas que recuperem uma imagem quando a nata de Hollywood e da intelectualidade europeia jogam contra. Em 2009, a Suíça foi criticada por causa de sua lei liberal sobre a eutanásia, que permitiu o surgimento de ONGs como a Dignitas e a Exit, especializadas em morte assistida. A Suíça tornou-se o paraíso do que ficou conhecido na Europa como "turismo de suicídio ", que também não ajudou em nada a imagem do país. Jamil Chade. O Estado de S.Paulo, 04 abr. 2010. Texto 2 Arizona assina nova lei polêmica contra cursos sobre minorias A governadora do Arizona, Jan Brewer, que recentemente aprovou uma lei polêmica criminalizando os imigrantes ilegais, deu mais um passo controverso nesta quarta-feira ao assinar outra lei, desta vez proibindo escolas de darem cursos específicos sobre o papel das minorias étnicas na história e cultura dos EUA. A decisão foi tomada horas depois de especialistas em direitos humanos da ONU (Organização das Nações Unidas) condenarem a medida. Folha Online, 02 maio 2010. Texto 3 Maioria dos americanos apoia lei de imigração do Arizona, diz pesquisa 59% dos ouvidos em estudo aprovaram legislação que institui prisão de imigrantes ilegais Uma ampla maioria dos norte-americanos apoia a rígida lei de imigração adotada pelo estado do Arizona, e apenas 25% são partidários das propostas do presidente Barack Obama, que defende a legalização de milhões de imigrantes clandestinos, segundo um estudo divulgado nesta quarta-feira, 12. A polêmica lei sancionada no mês passado no estado do Arizona exige que as autoridades peçam documentos a quem despertar "suspeitas razoáveis" de ser imigrante ilegal, e que prendam quem não conseguir comprovar o seu status legítimo no país. Críticos dizem que isso abre uma brecha para a discriminação racial e que, portanto, a lei é inconstitucional. O estudo do Centro Pew de Pesquisas para o Povo e a Imprensa mostrou que 59% dos adultos ouvidos em uma pesquisa nacional aprovavam a lei em termos gerais. Mais expressiva ainda é a quantidade de pessoas de acordo com itens específicos, como a autorização para as abordagens policiais (73%) e a prisão de imigrantes clandestinos (67%). A nova lei reavivou o debate sobre a imigração nos Estados Unidos, levando o governo e a bancada democrata no Senado a propor uma reforma na lei federal sobre o assunto, embora um tema tão polêmico dificilmente será abordado nos meses que antecedem a eleição parlamentar de novembro. Obama apoia um sistema pelo qual imigrantes clandestinos com boa conduta possam pagar uma multa, aprender inglês e se tornar cidadãos. Ele defende também uma maior vigilância na fronteira e punições a empresas que contratam estrangeiros sem documentos. O Centro Pew ouviu 994 adultos, dos quais 25% apoiam aposição do governo Obama, e 54% discordam. A pesquisa concluiu que há uma divisão entre os democratas a respeito da lei do Arizona, que entra em vigor no fim de julho — 45% aprovam, e 46% rejeitam. A lei sancionada em 23 de abril pela governadora republicana Jan Brewer gerou indignação internacional e levou a contestações judiciais e propostas de boicote econômico ao estado. Na terça-feira, especialistas em direitos humanos da ONU se somaram às críticas, dizendo que a nova lei pode induzir a polícia a perseguir pessoas com base em sua etnia, o que contraria o direito internacional. Reuters in O Estado de São Paulo, 12 maio 201 0. PROPOSTA DE REDAÇÃO Baseado nos textos apresentados e em seus conhecimentos, redija uma dissertação em prosa sobre a xenofobia, analisando o texto abaixo: Folha - A xenofobia se resume apenas a explicações sociológicas e econômicas? MarcJacquemain - De jeito nenhum. O que algumas pessoas chamam de sentimento de "rejeição do outro", do "diferente", é um dado constante da natureza humana. Mas essa rejeição muda em função das circunstâncias. As táticas dos políticos em determinados contextos podem fazer com que a aversão aumente ou seja administrada de forma mais harmoniosa. Na lente criada pelo momento atual, as diferenças tendem a ser mais vistas como ameaça. Marc Jacquemain é sociólogo, especialista em xenofobia. In: Folha de S.Paulo, 16 fev. 2009. Instruções - escreva seu texto a tinta; - faça entre 25 e 30 linhas; - use trechos da coletânea sem, contudo, perder a autoria. 15. GÊNERO EM FOCO – NOTÍCIA Muitas pessoas disseram que com a chegada dos gadgets moderníssimos, os livros estavam fadados a morrer. Não será discutido este aspecto nesta proposta de redação, mas pensaremos numa realidade bastante interessante: a importância da leitura para a ascensão profissional. ―A leitura é algo crucial para a aprendizagem do ser humano, pois é através dela que podemos enriquecer nosso vocabulário, obter conhecimento, dinamizar o raciocínio e a interpretação. Muitas pessoas dizem não ter paciência para ler um livro, no entanto isso acontece por falta de hábito, pois se a leitura fosse um hábito rotineiro as pessoas saberiam apreciar uma boa obra literária, por exemplo.‖ Fundamental para a aquisição do conhecimento, vemos exemplos diários de pessoas que ascenderam profissionalmente devido à importância que davam à leitura. Convidamos vocês, portanto, à leitura de alguns trechos de um artigo interessantíssimo sobre a relação entre leitura e ascensão profissional, publicado do no site Canal PB. “[…] Ler ajuda a aumentar o conhecimento de novos vocabulários, estimula a imaginação e auxilia no aprendizado. Os benefícios da leitura, no entanto, não param por aqui. Uma pesquisa realizada pelo departamento de Sociologia da Universidade de Oxford, nos Estados Unidos, avaliou a relação entre o hábito de ler na adolescência e o sucesso profissional na vida adulta. Os pesquisadores ouviram 17.200 pessoas nascidas em 1970 que contaram detalhes sobre as atividades extra-curriculares praticadas quando tinham 16 anos e compararam com o estágio de sua carreira profissional aos 33. Os dados da pesquisa mostraram que as mulheres que liam na adolescência tinham 39% de chances a mais de conquistarem um cargo elevado. Entre as que não liam, a chance caía para 25%. Já os garotos que liam regularmente, a probabilidade subiu de 48% para 58%. Os pesquisadores constataram que nenhuma outra atividade além da leitura, como ir ao cinema e a galerias ou praticar esportes, demonstrou ter efeitos significativos na carreira. O responsável pela pesquisa, Mark Taylor, sugere que isso se daria pelo fato de a leitura aguçar a mente dos leitores ou pelos empregadores se sentirem mais confortáveis em nomear alguém que teve uma educação similar. É importante ressaltar, no entanto, que foi considerado o hábito de ler por prazer e não a leitura exigida pelas escolas.[…] Instruções para a proposta de redação sobre a importância da leitura O tema da redação é a importância da leitura para a ascensão profissional. Isso já foi tema, inclusive do ENEM. O que pretendemos aqui é saber a sua opinião sobre a importância da leitura para jovens como vocês. PROPOSTA DE REDAÇÃO O mercado de trabalho é competitivo. Ler pode ou não ser um diferencial? Qual a relação entre a leitura e a ascensão no mercado de trabalho. Desenvolva essa questão em forma de notícia, em que fiquem evidentes os posicionamentos de forma fundamentada. 16. GÊNERO EM FOCO – DISSERTATIVO-ARGUMENTATIVO No mundo contemporâneo, cada vez mais a temática da ―intolerância‖ tem assumido notoriedade. Frequentemente, somos abordados por notícias envolvendo alguma prática de intolerância, manifestada sob formas inclusive violentas. Agressões contra minorias sexuais, étnicas ou religiosas, por exemplo, não são raras e nos levam a questionar que rumos a humanidade tem tomado, quando se fala tanto sobre a necessidade de um maior respeito às diferenças individuais e sociais. Leia, atentamente, os textos a seguir. Trata-se de matérias jornalísticas que retratam bem como a intolerância tem se tornado um agravante no nosso cotidiano. TEXTO I: POLÍCIA INVESTIGA AÇÃO DE SKINHEADS CONTRA GAYS NO RIO DE JANEIRO Italo Nogueira Cartazes em defesa do ―orgulho hétero‖ e cartilhas contra o projeto que criminaliza a homofobia foram espalhados pela periferia do Rio por grupos de skinheads. Para a polícia do Rio, essas gangues são responsáveis por uma série de ataques a homossexuais da zona sul do Rio, em Nova Iguaçu, São Gonçalo e Niterói. A polícia diz não saber quantos gays foram vítimas dos skinheads, que se organizam pela web. Mas apura se Alexandre Ivo, 14, torturado e morto há duas semanas em São Gonçalo, foi vítima de ataque homofóbico. Ele e amigos participavam de uma festa quando começou uma discussão com outro grupo. Após a briga, com agressões verbais e físicas, os amigos de Alexandre foram à delegacia registrar queixa e voltaram para a festa. Por volta de 1h30, o menino foi embora sozinho. Não foi mais visto. No dia seguinte, seu corpo foi achado em um terreno baldio. Havia sido asfixiado e tinha lesões no crânio, possivelmente causadas por pedradas e agressões com barras de ferro. A polícia chegou aos suspeitos pelo Disque-Denúncia e apura se o crime foi motivado por homofobia ou pela briga. Para a mãe de Ivo, Angélica Vidal Ivo, 40, ele ―sofreu a agressão por conviver com homossexuais‖. Os três envolvidos, Allan Siqueira de Freitas, 22, André Luiz Maçole, 23, Eric DeBruim, 22, presos preventivamente, negam o crime e ligação com skinheads. A Secretaria Estadual de Direitos Humanos do Rio acompanha as investigações e ONGs organizaram passeata contra o crime. Amigos de Ivo dizem, porém, que foram ameaçados. ―Uma pessoa me ligou e disse que ia me matar se eu viesse‖, disse um rapaz. A Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática diz fazer rondas sistemáticas para tirar do ar sites que defendam a homofobia. ―Conseguimos tirar quando há defesa clara a agressões ou assassinatos, por ser incitação ao crime. Mas uma lei contra a homofobia, como existe contra o racismo, facilitaria nossa ação‖, diz a delegada Helen Sardenberg. (Folha de São Paulo Online. 6 de julho de 2010. Disponível em: http://criasnoticias.wordpress.com/2010/07/07/policia-investiga-acao-de-skinheads-contra-gays-no-rio-de- janeiro/) TEXTO II: MISSÃO DE INVESTIGAÇÃO SOBRE CASOS DE INTOLERÂNCIA RELIGIOSA EM ESCOLAS DO RIO DE JANEIRO Relatoria do Direito Humano à Educação deu início ontem (4/5) à missão de investigação sobre casos de intolerância religiosa em escolas do Rio de Janeiro. Centro de Integração da Cultura Afro-Brasileira A viagem integra a missão nacional ―Educação e Racismo no Brasil‖, a ser realizada em 2010 em vários estados. Além da problemática da intolerância religiosa contra estudantes, famílias e profissionais de educação vinculados ao candomblé, à umbanda e a outras religiões de matriz africana, a missão nacional 2010 abordará outros casos de racismo no cotidiano das unidades educacionais (das creches a universidades) e a situação da educação em áreas remanescentes de quilombos. A missão sobre intolerância religiosa no Rio de Janeiro ocorre até amanhã (6/5) e ouvirá lideranças religiosas, estudantes e familiares, pesquisadores(as) e autoridades do Ministério Público e da Segurança Pública. Ontem, a equipe da Relatoria foi recebida em audiência pela Secretária Estadual de Educação, Teresa Porto, e por sua equipe e visitou terreiros de candomblé na região metropolitana. A missão conta com o apoio da Comissão de Combate à Intolerância Religiosa do Rio de Janeiro. "Submetida a um pacto de silêncio, a discriminação e violência históricas contra pessoas adeptas de religiões de matriz africana sofre de profunda invisibilidade no debate educacional. As denúncias apontam que ela vem aumentando em decorrência do crescimento de determinados grupos neopentecostais nas periferias das cidades e de seu poder midiático; da ambiguidade das políticas educacionais com relação à defesa explícita da laicidade do Estado e do insuficiente investimento na implementação da lei 10.639/2003 que tornou obrigatório o ensino da história e da cultura africana e afro-brasileira em toda a educação básica", afirma Denise Carreira, Relatora Nacional de Educação. Entre as denúncias que chegaram à Relatoria de diversas regiões do país encontram-se casos de violência física (socos e até apedrejamento) contra estudantes; demissão ou afastamento de profissionais de educação adeptos de religiões de matriz africana ou que abordaram conteúdos dessas religiões em classe; proibição de uso de livros e do ensino da capoeira em espaço escolar; desigualdade no acesso a dependências escolares por parte de lideranças religiosas, em prejuízo das vinculadas à matriz africana; omissão diante da discriminação ou abuso de atribuições por parte de professores e diretores etc. Essas situações, muitas vezes, levam estudantes à repetência, evasão ou solicitação de transferência para outras unidades educacionais, comprometem a auto- estima e contribuem para o baixo desempenho escolar. As informações da missão ao Rio de Janeiro e de outros estados farão parte do relatório nacional, que será apresentado pela Relatoria ao Congresso Nacional, ao Conselho Nacional de Educação, ao Ministério Público Federal, às autoridades educacionais, aos organismos das Nações Unidas e às instâncias internacionais de direitos humanos. (Publicado em 5 de maio de 2010. Disponível em: http://portalciafro.org.br/index.php?option=comcontent&task=view&id=432&Itemid=39) Lidos os dois textos, escreva um texto dissertativo-argumentativo em que você exponha as suas reflexões acerca do seguinte tema: AS VÁRIAS FACES DA INTOLERÂNCIA NO MUNDO CONTEMPORÂNEO OBSERVAÇÕES: Seu texto deve ser obrigatoriamente: escrito em linguagem verbal e na modalidade padrão da língua portuguesa. uma dissertação. As narrações e os textos em forma de poema (em versos) serão desconsiderados. ter 15 linhas, no mínimo, e 30 linhas, no máximo. à tinta, azul ou preta. desenvolvido na folha própria do concurso. 17. GÊNERO EM FOCO – DISSERTATIVO-ARGUMENTATIVO A seguir, você lerá dois textos. O primeiro é uma bem humorada letra de canção intitulada ―Eu bebo sim‖. O segundo corresponde a um fragmento de uma matéria da Revista Veja tratando sobre os riscos do consumo de álcool entre jovens. TEXTO I: EU BEBO SIM Eu bebo sim! Eu tô vivendo Tem gente que não bebe E tá morrendo Eu bebo sim! Eu tô vivendo Tem gente que não bebe E tá morrendo Tem gente que já tá com o pé na cova Não bebeu e isso prova Que a bebida não faz mal Uma pro santo, bota o choro, a saidera Desce toda a prateleira Diz que a vida tá legal Eu bebo sim! Eu bebo sim Eu tô vivendo Tem gente que não bebe E tá morrendo Eu bebo sim! Eu tô vivendo Tem gente que não bebe E tá morrendo Tem gente que detesta um pileque Diz que é coisa de moleque Cafajeste ou coisa assim Mas essa gente quando tá com a cara cheia Vira chave de cadeia Esvazia o botequim Eu bebo sim! Eu bebo sim, eu tô vivendo Tem gente que não bebe E tá morrendo Eu bebo sim! Eu tô vivendo Tem gente que não bebe E tá morrendo Bebida! Não faz mal a ninguém Água faz mal à saúde (Luis Antônio / João do Violão. Gravado por Elizeth Cardoso. Compacto: Copacabana, 1973) TEXTO II: DOCES E PERIGOSAS Adriana Dias Lopes e Naiara Magalhães A iniciação ao álcool é cada vez mais precoce. A atual geração de adolescentes começa a beber regularmente aos 14 anos – quase três anos antes da média exibida pelos jovens há cinco anos. Os dados são do I Levantamento Nacional sobre os Padrões de Consumo de Álcool na População Brasileira, de 2007, realizado pela Secretaria Nacional Antidrogas. A mudança preocupa porque, quanto mais cedo uma pessoa começa a beber, maior é a probabilidade de ela vir a ter problemas com o álcool: 9% dos adultos que deram os primeiros goles aos 14 anos passaram depois à categoria de dependentes. Entre os que começaram a beber após os 21 anos, esse índice é de apenas 1%, segundo a publicação Uso e Abuso de Álcool, lançada pela Universidade Harvard em 2008. As meninas é que causam mais preocupação. As adolescentes de hoje compõem a primeira geração de mulheres que se igualam aos homens nos índices de alcoolismo. E essa não é uma tendência exclusivamente brasileira. ―No mundo todo, as moças estão alcançando os rapazes no que se refere aos problemas relacionados ao álcool‖, disse à VEJA o epidemiologista americano James Anthony, professor da Universidade Estadual de Michigan. Entre outros motivos, elas se sentem estimuladas a competir com os garotos, como se a bebida fosse também uma área em que devesse prevalecer equidade entre os sexos. ―Como se um sinal de mulher bem- sucedida fosse beber feito um homem‖, acrescenta o psicoterapeuta Celso Azevedo Augusto. Começar a beber exige persistência dos adolescentes, por causa do gosto forte e amargo do álcool. Mas esse obstáculo foi superado por uma invenção que deveria virar caso de saúde pública: os ices. As misturas docinhas de vodca com suco de fruta ou refrigerante fazem a alegria da moçada. São o combustível das baladas e festinhas caseiras, que invariavelmente terminam em muito vômito. ―Os ices não apenas introduzem os jovens no consumo de álcool como os ajudam a ingerir doses cada vez maiores‖, diz o neurocirurgião Arthur Cukiert, do Hospital Brigadeiro, em São Paulo. Vendidos em todo lugar e vistos pelos pais como ―menos ofensivos‖, podem ser mais devastadores do que outras bebidas. ―Apesar de terem teor alcoólico semelhante ao das cervejas, são consumidos como limonada‖, diz a psicóloga Ilana Pinsky, professora da Unifesp. Um perigo. Mais um. “Tinha de beber para me sentir normal” ―Eu comecei a beber aos 12 anos, com meus amigos. Depois da aula, nós íamos para o centro da cidade e bebíamos vinho, cerveja, vodca... No fim da tarde, voltava para casa, tomava um banho e já saía para beber de novo. Quando estava sóbrio, eu me sentia estranho; tinha de beber para me sentir normal. Aos 15 anos, meus pais me internaram pela primeira vez. Mas, naquela fase, eu não queria me tratar. Só agora tenho vontade de voltar a estudar, começar a trabalhar, melhorar a relação com minha família. Eu já magoei demais minha mãe. Ela ficava desesperada de me ver bebendo tanto. A lembrança do sofrimento de minha mãe é que me dá forças para tentar largar o álcool. Não quero mais fazê-la sofrer.‖ NEWITON DE MOURA SILVA, 20 anos. (Revista VEJA. 9 de setembro, 2009) Analise de forma crítica, clara e coerente a temática proposta pelos textos acima. Posteriormente, produza um texto dissertativo-argumentativo sobre a seguinte proposta: ALCOOLISMO ENTRE JOVENS: QUANDO A DIVERSÃO PODE TORNAR-SE UM CASO DE SAÚDE PÚBLICA OBSERVAÇÕES: Seu texto deve ser obrigatoriamente: - escrito em linguagem verbal e na modalidade padrão da língua portuguesa. - uma dissertação. As narrações e os textos em forma de poema (em versos) serão desconsiderados. - ter 25 linhas, no mínimo, e 35 linhas, no máximo. - à tinta, azul ou preta. 18. GENERO EM FOCO – DISSERTATIVO-ARGUMENTATIVO O advento das tecnologias virtuais proporciona uma aceleração no trânsito de mensagens entre as pessoas e a sensação de que tudo é possível nesse fantástico universo cyber. Entretanto, nem sempre as pessoas param para refletir sobre os efeitos por vezes nefastos dos usos impróprios da comunicação via internet e/ou telefones celulares. Casos de cyberbullying (o assédio moral envolvendo o uso de tecnologias da informação) são muito frequentes atualmente e têm gerado problemas de ordem social e psicológica em suas vítimas. Constrangimentos e ofensas divulgados ora pelas redes sociais da web ora por mensagens de texto sms têm afetado a auto-estima de muitos jovens, que chegam, inclusive, a abandonar suas escolas ou mesmo a cometer suicídio. Reflita sobre essa temática, amparando-se na leitura dos textos que se seguem: TEXTO I: (Ilustração de Michael Meister) TEXTO II: CYBERBULLYING: A VIOLÊNCIA VIRTUAL Beatriz Santomauro Todo mundo que convive com crianças e jovens sabe como eles são capazes de praticar pequenas e grandes perversões. Debocham uns dos outros, criam os apelidos mais estranhos, reparam nas mínimas ―imperfeições‖ – e não perdoam nada. Na escola, isso é bastante comum. Implicância, discriminação e agressões verbais e físicas são muito mais frequentes do que o desejado. Esse comportamento não é novo, mas a maneira como os pesquisadores, médicos e professores o encaram vem mudando. Há cerca de 15 anos, essas provocações passaram a ser vistas como forma de violência e ganharam nome: bullying (palavra do inglês que pode ser traduzida como ―intimidar‖ ou ―amedrontar‖). Sua principal característica é que a agressão (física, moral ou material) é sempre intencional e repetida várias vezes sem uma motivação específica. Mais recentemente, a tecnologia deu nova cara ao problema. E-mails ameaçadores, mensagens negativas em sites de relacionamento e torpedos com fotos e textos constrangedores para a vítima foram batizados de cyberbullying. Aqui, no Brasil, vem aumentando rapidamente o número de casos de violência desse tipo. (...) Mesmo quando a agressão é virtual, o estrago é real O cyberbullying é um problema crescente justamente porque os jovens usam cada vez mais a tecnologia – até para conceder entrevistas, como fez Ana [nome fictício], 13 anos, que contou sua história para esta reportagem via MSN (programa de troca de mensagens instantâneas). Ela já era perseguida na escola – e passou a ser acuada, prisioneira de seus agressores via internet. Hoje, vive com medo e deixou de adicionar ―amigos‖ em seu perfil no Orkut. Além disso, restringiu o acesso ao MSN. Mesmo assim, o tormento continua. As meninas de sua sala enviam mensagens depreciativas, com apelidos maldosos e recados humilhantes, para amigos comuns. Os qualificativos mais leves são ―nojenta, nerd e lésbica‖. Outros textos dizem: ―Você deveria parar de falar com aquela piranha‖ e ―A emo já mudou sua cabeça, hein? Vá pro inferno‖. Ana, é claro, fica arrasada. ―Uso preto, ouço rock e pinto o cabelo. Curto coisas diferentes e falo de outros assuntos. Por isso, não me aceitam.‖ A escola e a família da garota têm se reunido com alunos e pais para tentar resolver a situação – por enquanto, sem sucesso. Pesquisa da Fundação Telefônica no estado de São Paulo em 2008 apontou que 68% dos adolescentes ficam online pelo menos uma hora por dia durante a semana. Outro levantamento, feito pela ComScore este ano, revela que os jovens com mais de 15 anos acessam os blogs e as redes sociais 46,7 vezes ao mês (a média mundial é de 27 vezes por semana). Marcelo Coutinho, especialista no tema e professor da Fundação Getúlio Vargas (FGV), diz que esses estudantes não percebem as armadilhas dos relacionamentos digitais. ―Para eles, é tudo real, como se fosse do jeito tradicional, tanto para fazer amigos como para comprar, aprender ou combinar um passeio.‖ No cinema, essa overdose de tecnologia foi retratada em As melhores Coisas do Mundo, de Laís Bodanzky. A fita conta a história de dois irmãos que passam por mudanças no relacionamento com os pais e colegas. Boa parte da trama ocorre num colégio particular em que os dois adolescentes estudam. O cyberbullying é mostrado de duas formas: uma das personagens mantém um blog com fofocas e há ainda a troca de mensagens comprometedoras pelo celular. A foto de uma aluna numa pose sensual começa a circular sem sua autorização. Na vida real, Antonio [nome fictício], 12 anos, também foi vítima de agressões pelo celular. Há dois meses, ele recebe mensagens de meninas, como ―Ou você fica comigo ou espalho pra todo mundo que você gosta de homem‖. Os amigos o pressionam para ceder ao assédio e, como diz a coordenadora pedagógica, além de lidar com as provocações das meninas, ele tem de se justificar com os outros garotos. (Revista NOVA ESCOLA. Junho/julho, 2010) Redija, agora, um texto dissertativo-argumentativo que reflita criticamente sobre o seguinte tema: CYBERBULLYING E JUVENTUDE: MERA BRINCADEIRA OU PERVERSIDADE OBSERVAÇÕES: Seu texto deve ser obrigatoriamente: escrito em linguagem verbal e na modalidade padrão da língua portuguesa. uma dissertação. As narrações e os textos em forma de poema (em versos) serão desconsiderados. ter 15 linhas, no mínimo, e 30 linhas, no máximo. à tinta, azul ou preta. desenvolvido na folha própria do concurso. 19. GÊNERO EM FOCO - DISSERTAÇÃO Como é a nossa relação com as pessoas mais idosas? Sabemos que a convivência entre pessoas diferentes é, muitas vezes, um problema. Veja um exemplo que retirei do Twitter: Como vimos no exemplo, a dificuldade de conviver com o diferente também ocorre quando a diferença envolve faixa etária, visto que as gerações podem possuir valores e interesses muito distintos. Pense em você e em seus amigos. Muitas vezes, vocês agem de modo inconsequente, imediatista. Desafiam os limites do próprio corpo, as instituições, os pais… Vocês, porém, têm sido os mais adaptados às mudanças tecnológicas, que têm promovido grandes avanços nas relações de trabalho do mundo contemporâneo. Partindo desses dados iniciais, leia a coletânea para desenvolver seu texto dissertativo. Coletânea de textos para a redação dissertativa Texto 1 As relações intergeracionais permitem a transformação e a reconstrução da tradição no espaço dos grupos sociais. A transmissão dos saberes não é linear; ambas as gerações possuem sabedorias que podem ser desconhecidas para a outra geração, e a troca de saberes possibilita vivenciar diversos modos de pensar, de agir e de sentir, e assim, renovar as opiniões e visões acerca do mundo e das pessoas. As gerações se renovam e se transformam reciprocamente, em um movimento constante de construção e desconstrução. [Adaptado de Maria Clotilde B. N. M. de Carvalho, Diálogo intergeracional entre idosos e crianças. Rio de J aneiro. PUC-RJ , 2007, p 52.] Texto 2 Texto 3 Intervalo mais curto Durante muitas décadas, definiu-se geração como sendo aquela que sucedeu a seus pais. Portanto, ―calculava-se como sendo uma geração o tempo de 25 anos‖, diz o educador Mário Sérgio Cortella. ―A questão é que, nos últimos 50 anos, nós tivemos uma aceleração do tempo, do modo de fazer as coisas, do jeito de produzir. A tecnologia é decisiva para criar marcas de tempo‖, completa Cortella. O intervalo entre uma geração e outra ficou mais curto. Hoje, já se pode falar em uma nova geração a cada dez anos. Isso significa que mais pessoas diferentes estão convivendo em casa, na escola, no mercado de trabalho. Para conhecer as gerações que, hoje, são colegas de trabalho, nós agora vamos voltar na linha do tempo. Nos acontecimentos de cada época, está a chave para entender a cabeça de cada geração. Texto 4 Geração "baby boomers" Chegamos à metade dos anos 40. Terminou a Segunda Guerra Mundial, e nasceu uma geração. Nos Estados Unidos, com a volta dos soldados para casa, muitas mulheres engravidaram. Houve um "boom" de bebês. Por isso, a geração que aí começou é chamada de "baby boomers". ―Uma geração que disse ‗eu não quero mais a guerra, eu quero a paz, eu quero o amor‘‖, afirma Eline Kullock, presidente do Grupo Foco. Texto 5 Geração X Regime militar no Brasil. Segunda metade dos anos 60. Década de 70. O Brasil vivia censurado pela Ditadura, mas um pouco depois, na década de 80, eram jovens e assistiam às Diretas Já. É a geração X. Quem é da geração X conheceu a Aids e ficou com medo dela, que levou Cazuza. Pintou a cara para derrubar o presidente. Viu a tecnologia entrar de vez em casa. Pagou com cruzeiro, cruzado, cruzado novo. Texto 6 Geração Y A geração seguinte cresceu num país que já era uma democracia e uma economia aberta. Nos anos 90, o Brasil foi melhorando e sendo respeitado depois do plano Real, e a internet abriu as portas do mundo para a geração Y. ―Esse é um profissional mais voltado para ele, para o prazer. Ele não quer um trabalho sisudo, um trabalho fechado. Ele não quer um chefe que diga para ele somente o que ele deve fazer, ele quer participar‖, diz Eline. [Adaptado de entrevista do educador Mário Sérgio Cortella ao J ornal da Globo] Texto 7 Sinergia A experiência e a possível maturidade dos "mais velhos", somadas ao volume de informações e o expertise dos "mais novos" no manejo das tecnologias dos nativos digitais, têm sido responsáveis por resultados expressivos e pela capacidade de inovação de algumas organizações. Por outro lado, a falta dessa coexistência sinérgica leva a uma perda de energia e de recursos que impacta de forma negativa os resultados... O desafio é entender estes diferentes códigos, buscar os pontos de convergência, trabalhar no sentido da complementaridade entre as diferentes gerações, identificando onde e como cada geração poderá contribuir mais e melhor... Por que tão injusto quanto tratar pessoas iguais de forma diferente será tratar pessoas diferentes de forma igual. As afirmações são de Denize Dutra, Mestre em Administração Pública pela EBAPE - FGV, Psicóloga Organizacional com Pós-Graduação em Gestão Empresarial e Educação, Coordenadora do MBA Gestão de Pessoas e Professora da FGV MANAGEMENT. Texto 8 O mundo é isso mesmo De vinte em vinte anos Aparece no mundo uma nova geração Mas de quarenta em quarenta É que todas as coisas se repetem Por isso não tenha medo Quando sua filha é tão maluca quanto a sua mãe Quem sabe os seus netinhos não vão ser Tão caretas quanto você [...] O mundo é isso mesmo A vida é isso mesmo O dia de anteontem é Igual ao dia de agora É tudo desse jeito E na natureza Nada se cria Tudo se transforma De vinte em vinte anos Aparece no mundo uma ideia nova Mas de quarenta em quarenta É que todas as ideias se repetem [...] [Zé Rodrix - Letra da Música “Gerações”] Proposta de redação dissertativa Tendo como base as ideias apresentadas nos textos acima e sua própria experiência de vida, faça a redação com o tema: “O conflito de gerações e a convivência social” Instruções para a elaboração da propostas de redação dissertativa  Seu texto deve ser escrito na norma culta da língua portuguesa;  Deve ter uma estrutura dissertativa-argumentativa;  A redação deve ter no mínimo 20 e no máximo 30 linhas escritas;  Não deixe de dar um titulo à sua redação.  Faça um rascunho antes de passar a limpo na folha a ser entregue.  Não faça rasuras ou emendas em seu texto. 20. GÊNERO EM FOCO – NARRAÇÃO Na Idade Média, as mulheres eram vistas pela Igreja Católica como seres diabólicos que atraíam o homem para o pecado. Isso levou muitas a serem queimadas em praça pública. Já no Brasil Colônia, elas eram moeda de troca, material usado para arranjos políticos e alianças comerciais. Aqui no Brasil, em 2006, aprovou-se a Lei Maria da Penha, sobre a qual você poderá ler abaixo, e os direitos femininos no Brasil passaram a ser vistos com outros olhos e cuidados. Há, no entanto, muito a ser mudado e melhorado ainda. Vamos pensar sobre isso? Leia a coletânea e as instruções para desenvolver seu texto narrativo. Coletânea de textos Texto 1 A mulher na Idade Média A participação e o lugar da mulher na História foram negligenciados pelos historiadores por muito tempo. Elas ficaram à sombra de um mundo dominado pelo gênero masculino. Ao pensarmos o mundo medieval e o papel desta mulher, esse quadro de exclusão se agrava ainda mais, pois alem do silêncio que encontramos nas fontes, os textos que muito raramente tratam o mundo feminino estão impregnados pela aversão dos religiosos da época por elas. Na Idade Média, a maioria das idéias e de conceitos eram elaborados pelos Escolásticos. Tudo o que sabemos sobre as mulheres deste período saiu das mãos de homens da Igreja, pessoas que deveriam viver completamente longe delas. Muitos clérigos consideravam-nas misteriosas; não compreendiam, por exemplo, como elas geravam a vida e curavam doenças utilizando ervas. A mulher para os clérigos era considerada um ser muito próximo da carne e dos sentidos e, por isso, uma pecadora em potencial. Afinal, todas elas descendiam de Eva, a culpada pela queda do gênero humano. No inicio da Idade Média, a principal preocupação com as mulheres era mantê-las virgens e afastar os clérigos desses seres demoníacos que personificaram a tentação. Dessa forma, a maior parte das autoridades eclesiásticas desse período via a mulher como portadora e disseminadora do mal. Isso a tornava má por natureza e atraída pelo vício. A partir do século XI, com a instituição do casamento pela Igreja, a maternidade e o papel da boa esposa passaram a ser exaltados. Criou-se uma forma de salvação feminina a partir basicamente de três modelos de mulher: Eva (a pecadora), Maria (o modelo de perfeição e santidade) e Maria Madalena (a pecadora arrependida). O matrimonio vinha para saciar e controlar as pulsões femininas. No casamento a mulher estaria restrita a um só parceiro, que tinha a função de dominá-la, de educá-la e de fazer com que tivesse uma vida pura e casta. http://www.brasilescola.com/historia/a-situacao-da-mulher-na-idade-media.htm Texto 2 Para juiz, proteção à mulher é "diabólica" Alegando ver "um conjunto de regras diabólicas" e lembrando que "a desgraça humana começou por causa da mulher", um juiz de Sete Lagoas (MG) considerou inconstitucional a Lei Maria da Penha e rejeitou pedidos de medidas contra homens que agrediram e ameaçaram suas companheiras. A lei é considerada um marco na defesa da mulher contra a violência doméstica. "Ora, a desgraça humana começou no Éden: por causa da mulher, todos nós sabemos, mas também em virtude da ingenuidade, da tolice e da fragilidade emocional do homem (...) O mundo é masculino! A idéia que temos de Deus é masculina! Jesus foi homem!" A Folha teve acesso a uma das sentenças do juiz Edilson Rum-belsperger Rodrigues que chegou ao Conselho Nacional de Justiça. Em 12 de fevereiro, sugeriu que o controle sobre a violência contra a mulher tornará o homem um tolo. PROPOSTA DE REDAÇÃO Você fará um texto narrativo sobre o seguinte tema: "É verdade que a mulher contemporânea alcançou, neste novo milênio, direitos que nunca foram a ela garantidos anteriormente?" Sua personagem viajará no tempo. Em seu enredo, mostre como ela vivia no passado e o estranhamento que viveu quando ao participar de uma experiência, viu-se no futuro, em nossos dias. Instruções a) Tente alcançar um mínimo de 30 linhas; b) Caracterize bem as épocas em que sua personagem está; c) Tome cuidado para não cometer incoerências criando situações que não existiam na época; d) Escolha o foco narrativo no qual se sentir mais confortável; e) Fuja de texto circular, ou seja, nada de repetir-se infinitamente, girando em torno de um mesmo eixo que não se desenvolve. 21. GÊNERO EM FOCO – ARTIGO DE OPINIÃO A produção de artigo de opinião tem sido cobrada em vestibulares recentemente e muitos alunos enfrentam dificuldades em saber que modalidade textual é essa uma vez que eles só sabem ( alguns mal sabem) fazer a famigerada dissertação. Quer aprender a fazer? Leia artigos de opinião de escritores já renomados. Veja o de Gabriel Chalita abaixo, leia Arnaldo Jabor, vá no site da Uol, G1 e procure artigos de opinião.... Você notará que o que diferencia esse texto da dissertação é o uso da primeira pessoa, a presença de uma linguagem menos ( mas sem exagerar) formal . O que importa mesmo é saber que a base de sua produção é a mesma da dissertação: bons argumentos, mas nesse caso não precisa ser de uma fonte, nem de ninguém. Pode ser de você mesmo. Mas quer um conselho? Diga sua opinião sempre com base numa verdade maior que você. Para fazer a proposta primeiro leia a coletânea: O conto de fadas mudou O talento para trabalhar e sofrer de Cinderela dá lugar a mitos que lutam pela própria felicidade. As princesas estão de volta – mas desta vez elas não ficam adormecidas aguardando um beijo. Ao descobrir a demanda das mulheres de hoje por novos modelos de comportamento (heroínas independentes e poderosas), as indústrias de entretenimento e de brinquedos repaginaram as personagens para que deixassem de se parecer com donas de casa. O sucesso foi impressionante. A linha Princesas, da Disney, lançadas em 2001, uniu Cinderela, Branca de Neve, Bela Adormecida, Ariel, Bela e Jasmine na mesma série para movimentar US$ 2 bilhões ao ano. Até Cinderela, ícone infantil de submissão que lavava, passava e cozinhava, empresta seu rosto a produtos como laptops para garotas que brincam de ser executivas. (...) As novas princesas – como a dos filmes Diário de uma Princesa, 1 e 2 – são adolescentes com interesses pop como quaisquer outras e podem até terminar o filme nos braços de um grande amor mas porque o escolheram (e, não raro, o conquistaram). Qualquer semelhança com a vida atual das mulheres reais modernas não é mera coincidência. “A felicidade não é mais delegada a outro. Não é necessário que algo ou alguém as torne especiais”, diz a professora do Instituto de Psicologia da USP, especialista em relaçõe humanas, Sueli Damergian. (Texto adaptado, Revista Época, 29/11/2004) Reportagem do Fantástico "Esta semana, a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo divulgou dados inéditos sobre a violência doméstica que atinge o Estado. Os números assustam: a cada hora, pelo menos oito mulheres são agredidas." - 26/10/2011 - Em SP, uma mulher é agredida a cada 7 minutos "No mundo real, as brasileiras contam com o apoio da Central de Atendimento à Mulher. É só ligar para o número 180. Em cinco anos, o serviço recebeu quase dois milhões de ligações. A maior parte feita por mulheres de São Paulo, Bahia e Minas Gerais." - 27/10/2011 - Reportagem sobre violência congestiona o serviço Ligue 180 "Segundo dados do governo federal, 40% das vítimas que fazem a denúncia convivem com o agressor há mais de dez anos. A atriz Dira Paes, que faz o papel de Celeste, acredita que denunciar o companheiro é mais difícil do que parece. 'A pergunta que eu mais ouvia nas ruas era: „Quando é que você vai denunciar esse homem? Quando é que você vai parar de apanhar?‟. E eu acho isso incrível, porque é o desejo de todo mundo, mas não é fácil para quem está dentro do furacão', comenta Dira." "Desde 2006, quando a Lei Maria da Penha entrou em vigor, mais de 11 mil homens que agrediram suas companheiras foram parar na cadeia no Brasil." "A juíza Elaine Cavalcante só julga casos envolvendo crimes contra as mulheres na cidade de São Paulo. É em uma sala que ela faz as audiências e fica frente a frente com agressor e vítima. 'Eles raramente chegam a pedir perdão para a mulher. Acho que a maioria nega, poucos acabam admitindo e sentindo arrependimento e vergonha pelo ato cometido', afirma Elaine." PROPOSTA: Pensando no antagonismo dos textos propostos produza um artigo de opinião sobre os desafios e conquistas da mulher no século XXI. 22. GÊNERO EM FOCO – DISSERTATIVO-ARGUMENTATIVO "A Barbie‖ Por Rubem Alves Fiquei comovido quando li que foram encontradas bonecas em túmulos de crianças no Egito, na Grécia e em Roma. Pude imaginar o que os pais deveriam estar sentindo ao colocar aquele brinquedo junto ao corpo da filha morta. Eles o faziam para que ela não partisse sozinha, para que ela não tivesse medo... De fato, uma criança abraçada a uma boneca é uma criança sem medo, uma criança feliz. Os meninos, proibidos de ter bonecas, se abraçam aos seus ursinhos de pelúcia. E nós, adultos, proibidos de ter bonecas e de ter ursinhos de pelúcia, nos abraçamos ao travesseiro... Os objetos são diferentes, mas o seu sentido é o mesmo: o desejo de aconchego e de ternura. Por isso eu acho que o senhor e a senhora fizeram muito bem ao dar uma boneca de presente para a sua filhinha. Com uma exceção, é claro: se a boneca não foi a Barbie. Porque a Barbie não é uma boneca. Falta a ela o poder que têm as outras bonecas, bebezinhos, de afugentar o medo e provocar sentimento maternais de ternura. Não posso imaginar uma menina dormindo abraçada à sua Barbie. Nenhum pai colocaria a Barbie no túmulo da filha morta. A Barbie não é boneca. É uma bruxa. Posso bem imaginar o espanto nos seus olhos. Eu imagino também os seus pensamentos: O Rubem perdeu o juízo. A Barbie é uma boneca de plástico, não mexe, não pensa, não fala. E agora ele diz que ela é uma bruxa... Que as bonecas, ao contrário das aparências, têm uma vida própria, eu aprendi no 2° ano primário. Minha professora me deu um livro sobre bonecas e bonecos: enquanto a gente estava acordado, elas ficavam deitadinhas, olhinhos fechados, fingindo que dormiam. Mas bastava que os vivos dormissem para que elas acordassem e se pusessem a falar coisas. As bonecas foram os primeiros brinquedos inventados pelos homens. E foram também os primeiros instrumentos de magia negra. Um alfinete, aplicado no lugar certo de uma boneca – assim afirmam os entendidos – tem o poder de matar a pessoa que se parece com ela. Pois eu digo que a Barbie é uma bruxa. Bruxa enfeitiça. Enfeitiçada, a pessoa deixa de ter pensamentos próprios. Só pensa o que a bruxa manda. A pessoa enfeitiçada fica possuída pelos pensamentos da feiticeira e só pensa e faz aquilo que ela manda. Se falo é porque vi, com esses olhos que a terra há de comer. Basta que as crianças comecem a brincar com a Barbie, para que fiquem diferentes. O pai manda, a mãe manda, a criança faz birra e não obedece. Não é assim com a Barbie. Basta que a Barbie mande para que elas obedeçam. De novo você vai me contestar, dizendo que a Barbie não fala e não tem vontade. Por isso não pode nem dar ordens nem ser obedecida. Errado. O fantástico é que ela, sem falar e sem ter vontade, tenha mais poder sobre a alma da criança que os pais. Quem me revelou isso foi o futurólogo Alvin Toffler, no seu livro O Choque do Futuro, que li em 1971. O capítulo A Sociedade do Joga-Fora começa com a Barbie. Nascida em 1959, em 1970 mais de 12 milhões já tinham sido vendidas. Um negócio da China. E por quê? Porque a Barbie, diferente das bonecas antigas, bebês que se contentam com uma chupeta e um chocalho, tem uma voracidade insaciável. A Barbie é uma boneca que nunca está contente: ela sempre pede mais. E essa é a grande lição que ela ensina às crianças: Compra, por favor! Para se comprar há as roupas da Barbie, a banheira da Barbie, o secador de cabelo, o jogo de beleza, o guarda-roupa, a cama, a cozinha, o jogo de sala-de-estar, o carro, o jipe, a piscina, o chalé de praia, o cavalo e os maridos, que podem ser escolhidos e alternados entre o loiro e o moreno etc. etc. A Barbie está sempre incompleta. Portanto, com ela vem sempre uma pitada de infelicidade. Aliás, esta é a regra fundamental da sociedade consumista: é preciso que as pessoas se sintam infelizes com o que têm, para que trabalhem e comprem o que não têm. A Barbie tem esse poder: quem a tem está sempre infeliz porque há sempre algo que não se tem, ainda. E os engenheiros da inveja, a serviço das fábricas, se encarregam de estar sempre produzindo esse novo objeto que ainda não foi comprado. Mas é inútil comprar. Porque logo um outro será produzido. É a cenoura na frente do burro... Ela nunca será comida. Quem dá uma Barbie para uma criança põe a criança numa arapuca sem saída. Porque, ao ter uma Barbie, ela ingressa no Clube das Meninas que têm Barbie. E as conversas, nesse clube, são assim: Eu tenho o chalé de praia da Barbie. Você não tem. Ao que a outra retruca: – Não tenho o chalé, mas tenho o marido loiro da Barbie, que você não tem. Essa é a primeira lição que a inofensiva boneca de plástico ensina. Ensina a horrível fala do eu tenho, você não tens. A maldição das comparações. A maldição da inveja. Você deve conhecer alguns adultos que fazem esse jogo. Haverá coisa mais chata, mais burra, mais mesquinha? Ao dar uma Barbie de presente é preciso que você saiba que a menina inevitavelmente aprenderá essa fala. Isso feito, uma segunda fala entra inevitavelmente em cena, impulsionada pelas ilusões da inveja. A menininha pensa: Estou infeliz porque não tenho. Se eu tiver, serei feliz. O jeito de se ter é comprar. – Papai... – Que é, minha filha? – Compra o chalé de praia da Barbie? Eu quero tanto... Filha na arapuca. Pai na arapuca. Mas há uma saída. E, para ela, procuro sócios. Vamos começar a produzir o próximo e definitivo complemento para a bruxa de plástico: urnas funerárias para a Barbie. Por vezes o feitiço só se quebra com o assassinato da feiticeira – por bonitinha que ela seja..." (Grifos meus). Alves, Rubem. Teologia do cotidiano: meditações. Ed. Olho d'água, 1994, p. 21 _ 25. O 'tédio' da criança-adulto na sociedade de consumo Por Teresinha Brandão Assistindo à televisão _ o que muito raramente o faço _, fiquei chocada com uma peça publicitária. Nela, uma criança, com uma determinação de adulto, com um linguajar e um modo de vestir também adultos (tudo isso, a um telespectador atento, tão-só postura aparente), olhava diretamente para mim e me dizia: "Se você está entendiada com as férias porque não tem o que fazer, assine "X", pois você terá acesso à internet livremente". Não é de deixar qualquer adulto indignado...? Não... Muitos adultos sequer notam o paradoxo da cena: a criança fazendo as vezes de adulto, e o adulto tratado como se criança o fosse. Em primeiro lugar, pergunto: a quem é dirigida essa publicidade e quem essa criança "representa"? É porta-voz de quem? Com tanta segurança ao falar _ insisto, aparente! _, pareceu-me estar diante de um adulto. Tudo soava falso: o olhar da criança, seus gestos, suas roupas, sua pergunta. A pergunta, obviamente, ao se reportar o "tédio" das férias escolares, deveria ser dirigida às crianças. No entanto, quem pode "assinar 'X', senão um adulto? Diria que, em tese, a peça publicitária é dirigida às crianças, mas só em tese... Na verdade, eu estava diante de uma criança que, numa postura autoritária em relação aos adultos, ordenava-lhes: "Assinem!". Por que uma criança? Porque elas têm sido o alvo preferido da mídia quando se trata da venda de produtos, de estilos de vida, de valores. Afinal, quem resite ao apelo de uma criança "tão bonitinha... parece um adulto falando!"? Desliguei-me da tevê após brevíssima mas profunda intervenção da tal criança e comecei a rememorar minha infância... Na casa da minha avó portuguesa, Conceição, brincávamos eu, minha irmã Rosane e meus dois primos. Onde brincávamos? No telhado... Sim, no telhado da casa, rsrs!! Adorávamos essa aventura e não reclamávamos de tédio em momento algum. Depois, eu e minha irmã sentávamos em um tapete colocado sobre os degraus de uma longa escadaria e meus dois primos iam descendo à frente puxando o tapete. Invertíamos: eles sentavam e nós os puxávamos. Como sempre alguém balançava, caía ou desistia no meio do caminho, ríamos muito! Mais tarde, conheci a Luciane e, na casa do meu avô Joaquim, eu e ela acordávamos cedinho, pegavámos nossos brinquedos _ lego, bonecas, jogos, bicicleta _ e só os deixávamos de lado na hora de dormir. Era assim nos finais de semana e durante as férias. Brinquei assim até por volta dos doze anos quando, então, comecei a despertar para outros interesses da pré- adolescência (ainda existe essa fase...?). Na pré-adolescência, passava alguns dias das férias na "Colônia de férias do vô Aimoré", como ele chamava o chalé verde com o pátio enorme, a parreira de uvas, o jasmineiro... Quando não estava em nenhum desses lugares, estava em casa: lia, via tevê (havia o Topo Gigio!!!!), brincava com minha irmã, com as/os vizinhas/os, enfim, curtia o "tempo ocioso", para mim, sagrado. Voltando à propaganda da televisão e a um dos questionamentos iniciais _ "Afinal, quem resite ao apelo de uma criança 'tão bonitinha... parece um adulto falando!'?" _ pergunto a vocês, leitores: e se nós resistirmos...? Que tal? Pensem nisso... Publicado originalmente em Tear de Sentidos (aqui). "Eu preciso tanto...” Por Shirley Souza Conversamos um pouquinho com a autora do livro infantil Eu Preciso Tanto, Shirley Souza. Meu Filho _ Como surgiu a ideia de fazer um livro sobre consumismo infantil? Shirley Souza _ Eu já havia escrito o "Eu quero! Eu quero!" para essa mesma coleção da Escala Educacional, que trata o mesmo tema com as crianças menores, que estão na fase da birra, quando defendem aos berros suas vontades. Este livro é muito bem aceito nas escolas e eu achava que precisava aprofundar a reflexão sobre o consumismo com os mais velhos, que já são capazes de entender a diferença entre "querer" e "precisar", mas que continuam usando qualquer recurso para conseguir o que querem. As crianças, cada vez mais, são vistas como consumidoras e formadoras de opinião no núcleo familiar e isso é usado intensamente pelo mercado e pela propaganda. "Consumismo Infantil, um problema de todos Ninguém nasce consumista. O consumismo é uma ideologia, um hábito mental forjado que se tornou umas das características culturais mais marcantes da sociedade atual. Não importa o gênero, a faixa etária, a nacionalidade, a crença ou o poder aquisitivo. Hoje, todos que são impactados pelas mídias de massa são estimulados a consumir de modo inconsequente. As crianças, ainda em pleno desenvolvimento e, portanto, mais vulneráveis que os adultos, não ficam fora dessa lógica e infelizmente sofrem cada vez mais cedo com as graves consequências relacionadas aos excessos do consumismo: obesidade infantil, erotização precoce, consumo precoce de tabaco e álcool, estresse familiar, banalização da agressividade e violência, entre outras. Nesse sentido, o consumismo infantil é uma questão urgente, de extrema importância e interesse geral. De pais e educadores a agentes do mercado global, todos voltam os olhares para a infância − os primeiros preocupados com o futuro das crianças, já os últimos fazem crer que estão preocupados apenas com a ganância de seus negócios. Para o mercado, antes de tudo, a criança é um consumidor em formação e uma poderosa influência nos processos de escolha de produtos ou serviços. As crianças brasileiras influenciam 80% das decisões de compra de uma família (TNS/InterScience, outubro de 2003). Carros, roupas, alimentos, eletrodomésticos, quase tudo dentro de casa tem por trás o palpite de uma criança, salvo decisões relacionadas a planos de seguro, combustível e produtos de limpeza. A publicidade na TV é a principal ferramenta do mercado para a persuasão do público infantil, que cada vez mais cedo é chamado a participar do universo adulto quando é diretamente exposto às complexidades das relações de consumo sem que esteja efetivamente pronto para isso. As crianças são um alvo importante, não apenas porque escolhem o que seus pais compram e são tratadas como consumidores mirins, mas também porque impactadas desde muito jovens tendem a ser mais fiéis a marcas e ao próprio hábito consumista que lhes é praticamente imposto. Nada, no meio publicitário, é deliberado sem um estudo detalhado. Em 2006, os investimentos publicitários destinados à categoria de produtos infantis foram de R$ 209.700.000,00 (IBOPE Monitor, 2005x2006, categorias infantis). No entanto, a publicidade não se dirige às crianças apenas para vender produtos infantis. Elas são assediadas pelo mercado como eficientes promotoras de vendas de produtos direcionados também aos adultos. Em março de 2007, o IBOPE Mídia divulgou os dados de investimento publicitário no Brasil. Segundo o levantamento, esse mercado movimentou cerca de R$ 39 bilhões em 2006. A televisão permanece a principal mídia utilizada pela publicidade. Ao cruzar essa informação com o fato da criança brasileira passar em média quatro horas 50 minutos e 11 segundos por dia assistindo à programação televisiva (Painel Nacional de Televisores, IBOPE 2007) é possível imaginar o impacto da publicidade na infância. No entanto, apesar de toda essa força, a publicidade veiculada na televisão é apenas um dos fatores que contribuem para o consumismo infantil. A TNS, instituto de pesquisa que atua em mais de 70 países, divulgou dados em setembro de 2007 que evidenciaram outros fatores que influenciam as crianças brasileiras nas práticas de consumo. Elas sentem-se mais atraídas por produtos e serviços que sejam associados a personagens famosos, brindes, jogos e embalagens chamativas. A opinião dos amigos também foi identificada como uma forte influência. Não é por acaso que o consumismo está relacionado à ideia de devorar, destruir e extinguir. Se agora, tragédias naturais, como queimadas, furacões, inundações gigantescas, enchentes e períodos prolongados de seca, são muito mais comuns e frequentes, foi porque a exploração irresponsável do meio ambiente prevaleceu ao longo de décadas. Concentrar todos os esforços no consumo é contribuir, dia após dia, para o desequilíbrio global. O consumismo infantil, portanto, é um problema que não está ligado apenas à educação escolar e doméstica. Embora a questão seja tratada quase sempre como algo relacionado à esfera familiar, crianças que aprendem a consumir de forma inconsequente e desenvolvem critérios e valores distorcidos são de fato um problema de ordem ética, econômica e social. O Projeto Criança e Consumo, do Instituto Alana, combate qualquer tipo de comunicação mercadológica dirigida às crianças por entender que os danos causados pela lógica insustentável do consumo irracional podem ser minorados e evitados, se efetivamente a infância for preservada em sua essência como o tempo indispensável e fundamental para a formação da cidadania. Indivíduos conscientes e responsáveis são a base de uma sociedade mais justa e fraterna, que tenha a qualidade de vida não apenas como um conceito a ser perseguido, mas uma prática a ser vivida." (Extraído do site do Instituto Alana) PROPOSTA DE REDAÇÃO Os textos acima, cuja temática centra-se no consumismo infantil, evidenciam uma realidade não só nacional, mas também mundialmente criticada. No entanto, as pesquisas revelam um aumento dos índices de consumo de produtos (e "estilos de vida") voltado às crianças. Além disso, a publicidade direcionada a elas mostra-se cada vez mais agressiva e muitos pais e educadores parecem não saber lidar adequadamente com essa realidade. Vocês concordam com as posições e com os argumentos expressos nesses textos? Fundamentem sua posição em um texto dissertativo-argumentativo, apresentando as principais causas do problema e seus efeitos sobre o público infantil. A julgar pelo momento presente, como vocês acham que os pais e educadores em geral poderiam amenizar essa situação? Vocês poderão utilizar outras informações pertinentes. A redação deverá ter no mínimo 25 linhas e no máximo 30. (Fonte: http://alquimiadaspalavrassm.blogspot.com.br/2010/02/proposta-de-redacao-1-alunos-do-1-ano.html) 23. GÊNERO EM FOCO – DISSERTATIVO-ARGUMENTATIVO "O paraíso e o inferno aqui na Terra” Por Domenico di Mais No início do século 20, Freud publicou A Interpretação dos sonhos, Taylor inventou o Scientific Management, Einstein anunciou a Teoria da Relatividade, Picasso expôs Les Demoiselles d'Avignon, Stravinski compôs A Sagração da Primavera. Cada área sofreu uma profunda revolução da qual desabrocharia a sociedade pós-industrial na qual temos agora a sorte de viver. Agora as descobertas surgem como cascata, e não passa ano em que não se realizem grandes progressos. Se pensarmos que a potência dos microprocessadores, que são a base de cada tecnologia, dobra a cada 18 meses... O trabalho é investido por cinco grandes ondas de transformação: o progresso tecnológico, o desenvolvimento organizacional, a globalização, a escolarização e os meios de comunicação. Disso se deduz que todas as nossas atividades se intelectualizam, que desaparecem muitas atribuições cansativas e tediosas, que somos capazes de produzir sempre mais bens e mais serviços com cada vez menos contribuição específica de trabalho humano. Acima de tudo resulta numa dificuldade maior em discernir trabalho, diversão e aprendizado; caem as barreiras entre cansaço e tempo livre; de qualquer maneira o trabalho ocupa apenas um décimo do nosso tempo de vida. Isso significa que, enquanto até agora a família e a escola se preocuparam em preparar os jovens para o trabalho, no futuro, deve¬rão se preocupar em prepará-los para o tempo livre. O lazer é uma profissão e uma arte não menos importante que o trabalho, e a qualidade da nossa vida depende sobretudo da qualidade do nosso lazer. Porém os países anglo-saxões e o Japão, sendo hiperindustrializados economicamente e psicologicamente, aprenderam a organizar e viver o trabalho, mas desaprenderam a organizar e viver o tempo livre. Por outro lado, os países latinos (entre eles o Brasil), não tendo nunca assimilado profundamente o modelo industrial, conservam uma grande vitalidade extratrabalho: sensualidade, comunicabilidade, hospitalidade, convivência. Estão, portanto, mais preparados para viver com alegria a sociedade do tempo livre que nos aguarda. Os três pilares do tempo livre serão a sensualidade, a criatividade e a estética. Os luxos cada vez mais raros e preciosos consistirão no silêncio, no espaço, na privacidade, na segurança, na alegria, na beleza: todos pressupostos imprescindíveis para satisfazer as necessidades de introspecção, amizade, amor, lazer e convivência: isto é, as necessidades emergentes. Em um conto belíssimo, intitulado A Rosa de Paracelso, Borges sustenta que o paraíso existe: é a vida aqui na Terra. Borges acrescentou que existe também o inferno: e consiste em não percebermos que vivemos em um paraíso. Tudo está em compreender a condição feliz à qual fomos destinados, nascendo e tomando consciência de que a felicidade consiste em procurá-la." (Folha de São Paulo, São Paulo, 11 de maio de 2000.Folhaequilíbrio)Domenico di Masi, sociólogo italiano, é autor do livro Desenvolvimento sem Trabalho (Ed. Esfera), entre outros, e assinava uma coluna na Folha toda segunda semana do mês. ―Ócio essencial” Por Ignácio de Loyola Brandão O ócio é essencial ao ser humano. Mas o homem é um tolo e acredita no trabalho, na força do trabalho, no enobrecimento que o trabalho traz. Por isso, o homem inventou o computador, o celular e carros cada vez mais velozes. E o learjet, o helicóptero, e etc. Para correr, correr, correr e fazer reuniões, reuniões. Com o celular e o computador, com os laptops e notebooks, a humanidade está trabalhando como desgraçada cada vez mais. Veja nos aeroportos o número de executivos falando ao celular. Veja o desespero deles quando precisam desligar o telefone no avião. Ficam nervosos, tremem, soluçam, sentem-se desligados do mundo, da terra. Sem celular e computador um homem fica impotente. Um homem ocioso, em lugar de ser considerado um sábio, é visto como marginal, outsider, deslocado, um pária da sociedade, um elemento que não interessa ao capitalismo vigente. Preconceitos. Porque a maior delícia do mundo é o ócio, o não fazer nada, o saber que os outros estão fazendo e você não, você não participa dessa loucura geral que tem provocado úlceras, infartos, câncer, angústias, ansiedades, carradas de toneladas de Prozac. Quem vive no ócio dispensa o Prozac. Por acaso as toneladas de antidepressivos são gratuitas? Não! E mais não escrevo, nem digo, porque vou estragar meu ócio interrompido." (Crônica extraída de O Povo Online) "A diferença entre a obsessão pelo trabalho e a totalidade” Por Osho Perguntaram a Osho: Você poderia falar sobre a diferença entre obsessão pelo trabalho e totalidade no trabalho? A diferença é enorme. O viciado no trabalho não é pleno em seu trabalho. Ele é obcecado pelo trabalho; ele não consegue sentar-se silenciosamente, tem de fazer algo, seja necessário ou não, e essa não é a questão. No Japão, estão colocando mais e mais robôs para trabalhar nas fábricas, porque o robô pode trabalhar vinte e quatro horas por dia, sem greves, sem problemas com os sindicatos, sem pedir aumento de salário constantemente, sem férias. Mas os trabalhadores são absolutamente contra isso, e o governo está pedindo a eles que tirem um dia de folga em sete. No Japão, até aos domingos as pessoas trabalham — não existem feriados. E as pessoas estão se opondo ao governo, existe muito tumulto. Elas não estão prontas para ter um dia de folga por semana. Serão pagas por isso, qual é o problema? Elas estão viciadas. Dizem: "O que vamos fazer em casa? Não, nós não queremos esse tipo de problema. Em casa haverá brigas com a esposa, com as crianças, e nós estamos viciados em trabalho. Abriremos o capô dos carros, embora tudo esteja funcionando, e destruiremos o carro tentando melhorar o motor. Abriremos o aparelho de televisão e o destruiremos. Já fizemos isso! Algumas vezes, quando tivemos um feriado nacional, nós o fizemos — destruímos os velhos relógios de nossos avós, que estavam funcionando perfeitamente bem, mas alguma coisa tinha de ser feita!" Esses são os workaholics, os viciados em trabalho, exatamente como as pessoas viciadas em drogas. O trabalho é sua droga. Ele os mantém ocupados. Ele mantém as pessoas afastadas de suas preocupações, afastadas de suas tensões, exatamente como qualquer droga; ele sufoca suas preocupações, tensões, ansiedades, sofrimentos, cristianismo, Deus, pecado, inferno — tudo é sufocado. Uma pessoa infeliz subitamente começa a rir, a se divertir. Apenas vá a um bar e veja. Um bar é um lugar muito mais alegre que uma igreja. Todos riem, se divertem, brigam, socam o nariz do outro, e quando voltam para casa já é tarde da noite, estão cambaleantes, caindo na rua. Um homem chegou em casa tremendo muito, tão bêbado que não conseguia abrir o cadeado, porque a chave e o cadeado... A chave estava em uma mão, o cadeado em outra, e não havia o encontro, nenhum diálogo! Finalmente, o policial da rua viu o pobre coitado, aproximou-se e perguntou: "Posso ajudá-lo?" O bêbado disse: "Sim, apenas mantenha a casa firme. Parece que está havendo um grande terremoto!" Eles se esqueceram de tudo... do mundo, de seus problemas e da terceira guerra. Mas você pode usar tudo como uma droga, apenas se torne viciado. Algumas pessoas mascam chicletes. Tire os chicletes delas e veja como se tornam infelizes! Imediatamente começam a pensar: "A vida é inútil. Não há sentido na vida. Onde está o meu chiclete?" O chiclete as mantém envolvidas, da mesma forma que os cigarros. E também é por isso que as pessoas bisbilhotam a vida dos outros. Isso as mantém envolvidas. Ninguém se preocupa se é verdadeiro ou falso; essa não é a questão. A questão é: como se manter envolvido e afastado de si mesmo? [...] O viciado em trabalho não pode meditar; não pode sentar-se silenciosamente, nem mesmo por alguns minutos. Ele se inquietará, mudará de posição, fará uma coisa ou outra, olhará dentro desta ou daquela bolsa, mesmo sabendo que não há nada nelas. Ele tirará os óculos, limpará, colocará de lado, mesmo sabendo que estão limpos. Mas o homem que é total em seu trabalho não é viciado. Ele pode ser total — e será total em qualquer coisa. Ele será total enquanto dorme, será total enquanto caminha. Ele será apenas um caminhante, nada mais — nenhum outro pensamento, nenhum outro sonho, nenhuma outra imaginação. Ao dormir, ele simplesmente dormirá; ao comer, simplesmente comerá. Você não faz isso. Você come e sua mente está fazendo centenas de viagens... Eu tenho visto — em cada cama não há apenas duas pessoas, mas uma grande multidão. O marido está fazendo amor com sua esposa, mas pensa em Sophia Loren; a mulher não está fazendo amor com o marido, está fazendo amor com Mohammed Ali. Em cada cama você encontrará uma multidão! Ninguém é total em cada ato, nem mesmo no amor. (Osho. In: Dinheiro, Trabalho, Espiritualidade) "Pelotas, ....... de ....... de .......” Senhor Domenico di Mais Após leitura da matéria de sua autoria, veiculada no jornal Folha de São Paulo, cujo assunto se referia ao possível aumento de tempo destinado ao lazer, julguei-a um tanto utópica à realidade brasileira, por isso, decidi escrever-lhe e expor minhas ideias, que vão de encontro às suas. Manifesto, primeiramente, minha discordância quanto ao fato de o trabalho ocupar apenas um décimo de nosso tempo de vida. Diante de uma crise econômica de dimensões assustadoras, inúmeras pessoas submetem-se a longas jornadas de trabalho e, muitas vezes, possuem mais de um emprego para garantir uma renda mensal digna a si e a seus familiares. Além disso, o trabalho infantil, comum em países mais pobres, consome grande parte do tempo livre de muitas crianças. Estas deveriam utilizar seu tempo livre aproveitando os benefícios proporcionados por uma infância sadia e tornando-as aptas, nas escolas, para desfrutar de um futuro melhor. Contesto, ainda, sua afirmação ao julgar necessário preparar os jovens para o tempo livre, e não mais para o trabalho. Hoje, devido às grandes exigências do mercado profissional, adolescentes procuram qualificar-se sempre mais, por meio de cursos de atualização, estágios e estudos de outras línguas. Porém, mesmo com a intensa dedicação, a garantia de um emprego no futuro é incerta. Assim, espero que reconsidere seu posicionamento e perceba as contrastantes diferenças entre o Brasil e os países ricos, como a Itália. Respeitosamente, Natália Larentis PROPOSTA DE REDAÇÃO Esperava-se que a alta tecnologia, com suas novas formas de mecanização e informatização, proporcionassem, no início do novo milênio, um largo espaço de tempo destinado ao lazer. No entanto, o que se percebe são posições polêmicas quanto às relações de trabalho, na atualidade e no futuro, e à busca por maior tempo livre aos trabalhadores. Baseando-se nas informações acima, bem como no seu conhecimento de mundo, redijam um texto dissertativo-argumentativo no qual expressem seu posicionamento acerca da relação trabalho e lazer em nosso país. Vocês poderão utilizar outras informações que julgarem pertinentes. A redação deverá ter no mínimo 25 linhas e no máximo 35. Lembrem-se: lazer não é necessariamente "preguiça"... Pode ser entendido assim, mas deixem claro na redação o que vocês entendem por "lazer". Alguns questionamentos: como é a "qualidade" do lazer do brasileiro de um modo geral? Nós, brasileiros, na grande maioria, sabemos aproveitar "bem" as nossas horas de lazer? Expliquem de que modo deve ser entendido "bem", ok? Não se esqueçam de, ao caracterizarem o funcionamento do mercado de trabalho na atualidade, para contrapor às horas destinadas ao lazer, levarem em conta a realidade brasileira, mesmo que tracem comparações com outros países. 24. GÊNERO EM FOCO – DISSERTATIVO-ARGUMENTATIVO Canção do exílio Por Fernando Bonassi Minha terra tem campos de futebol onde cadáveres amanhecem emborcados pra atrapalhar os jogos. Tem uma pedrinha cor-de-bile que faz ―ruim‖ na cabeça da gente. Tem também muros de bloco (sem pintura, é claro, que tinta é a maior frescura quando falta mistura), onde pousam cacos de vidro pra espantar malaco. Minha terra tem HK, AR15, M21, 45 e 38 (na minha terra, 32 é uma piada). As sirenes que aqui apitam, apitam de repente e sem hora marcada. Elas não são mais as das fábricas, que fecharam. São mesmo é dos camburões, que vêm fazer aleijados, trazer tranquilidade e aflição." (In: Os cem melhores contos brasileiros do século. Moriconi, Ítalo (org.). Rio de Janeiro: Objetiva, 2001, p. 607). "O Brasil Vai Ensinar O Mundo (Cazuza) No mundo inteiro há tragédias E o planeta tá morrendo O desespero dos africanos A culpa dos americanos O Brasil vai ensinar o mundo A convivência entre as raças Preto, branco, judeu, palestino Porque aqui não tem rancor E há um jeitinho pra tudo E há um jeitinho pra tudo Há um jeitinho pra tudo O Brasil vai ensinar ao mundo A arte de viver sem guerra E, apesar de tudo, ser alegre Respeitar o seu irmão O Brasil tem que aprender com o mundo E o Brasil vai ensinar ao mundo O mundo vai aprender com o Brasil O Brasil tem que aprender com o mundo A ser menos preguiçoso A respeitar as leis Eles têm que aprender a ser alegres E a conversar mais com Deus... No mundo inteiro há tragédias E o planeta tá morrendo O desespero dos africanos A culpa dos americanos O Brasil vai ensinar o mundo A convivência entre as raças Preto, branco, judeu, palestino Porque aqui não tem rancor E há um jeitinho pra tudo E há um jeitinho pra tudo Há um jeitinho pra tudo O Brasil vai ensinar ao mundo A arte de viver sem guerra E, apesar de tudo, ser alegre Respeitar o seu irmão O Brasil tem que aprender com o mundo E o Brasil vai ensinar ao mundo O mundo vai aprender com o Brasil O Brasil tem que aprender com o mundo A ser menos preguiçoso A respeitar as leis Eles têm que aprender a ser alegres E a conversar mais com Deus... "Brasis (Com Seu Jorge) Composição: Seu jorge/Gabriel moura/Jovi joviniano Tem um Brasil que é próspero Outro não muda Um Brasil que investe Outro que suga... Um de sunga Outro de gravata Tem um que faz amor E tem o outro que mata Brasil do ouro Brasil da prata Brasil do balacochê Da mulata... Tem um Brasil que é lindo Outro que fede O Brasil que dá É igualzinho ao que pede... Pede paz, saúde Trabalho e dinheiro Pede pelas crianças Do país inteiro Lararará!... Tem um Brasil que soca Outro que apanha Um Brasil que saca Outro que chuta Perde, ganha Sobe, desce Vai à luta bate bola Porém não vai à escola... Brasil de cobre Brasil de lata É negro, é branco, é nissei É verde, é índio peladão É mameluco, é cafuso É confusão É negro, é branco, é nissei É verde, é índio peladão É mameluco, é cafuso É confusão... Oh pindorama eu quero Seu porto seguro Suas palmeiras Suas feiras, seu café Suas riquezas Praias, cachoeiras Quero ver o seu povo De cabeça em pé... Quero ver o seu povo De cabeça em pé..." Outro dia, ao chegar ao Rio de Janeiro, tomei um táxi. O motorista, jeito carioca, extrovertido, foi logo puxando papo, de olho no retrovisor. - A senhora é de Brasília, não é? - Sim - respondi. - É, eu a reconheci. _ E como é que a senhora aguenta conviver com aqueles ladrões lá do Planalto Central? Não deve ser moleza. O sujeito disparou a falar de políticos, do tanto que eles são asquerosos, corruptos... Desfiou um rosário de adjetivos comuns à politicagem nacional. Brasília é o palco mais visível dessas mazelas e nem poderia deixar de ser. Afinal, o país inteiro olha para lá. O taxista era só mais um crítico, aparentemente atento. Ele sabia dar nomes aos bois que pastavam tranquilamente no orçamento da união, que se espreguiçavam impunemente sob a sombra da imunidade parlamentar ou de leis feitas em benefício próprio. E que, de tempos em tempos,se refrescavam nas águas eleitoreiras. O carro seguia em alta velocidade; a distância parecia esticada. Vi uma bandeira três disparada. Lá pelas tantas, quando já estávamos dentro de um segundo túnel escuro, o condutor falante sugeriu um "dia sem corrupção". - Já pensou - disse ele - se uma vez por ano esses homens não roubassem? - Interessante - a exclamação me escapou aos lábios. - Sim - continuou entusiasmado -, seria uma economia e tanto. Nessa hora me dei conta de que estávamos percorrendo o caminho mais longo para o meu destino. Chegava a ser irracional, a quantidade de voltas para acertar o rumo. Deixei. - Os economistas comentam - tagalerava ele - que somos um país rico. Não deveria existir déficit da previdência, os impostos nem precisariam ser tão altos,o serviço público poderia ser de primeira. O problema é que quanto mais se arrecada, mais escorre pelo ralo, tamanha a roubalheira. Tão observador, será que ainda se lembrava em quem tinha votado para deputado ou senador na última eleição? Fiz a pergunta e, depois de algum silêncio, a resposta foi não. Pena. Caímos num engarrafamento, cenário perfeito para aquele juiz de plantão tecer mais comentários sobre o malfeito. - Veja como são as coisas, os riquinhos ociosos da Zona Sul, que deveriam pensar em quem tem pressa, acham que são donos do pedaço e vão embicando seus carros, furando fila, costurando de uma faixa a outra, querendo levar vantagem. A gente, que é motorista de táxi, tem que ficar atento, porque os guardas estão de olho, qualquer coisinha eles multam. Mas eles fazem vista grossa para as vans que transportam pessoas ilegalmente. Elas param onde querem, estão tomando os nossos passageiros. Como não tem ônibus para todo mundo e táxi fica caro, muita gente prefere ir de van. Por falar em "caro", a interminável corrida já estava me saindo um absurdo... Resolvi pontuaralgumas coisas. - Por que o senhor escolheu o caminho mais longo? Ele tentou justificar: - É que eu estava fugindo do congestionamento. - Mas acabamos caindo no pior deles - retruquei. E por que o senhor está usando bandeira três se não tenho bagagem no porta-malas nem é feriado hoje? - continuei questionando. Ele disse que estava na três para compensar a provável falta de passageiro na volta. Claro que não, eu sabia. Finalmente, consegui chegar ao endereço pretendido. Fiz mais um teste com o "probo" cidadão: paguei com uma nota mais alta e pedi nota fiscal. Ele me devolveu o troco a menos e disse que o seu talão de notas havia acabado. - Veja como são as coisas, seu moço - emendei. O senhor veio de lá aqui destilando a ira de um trabalhador honesto. No entanto, se aproveitou do fato de eu não saber andar na cidade, empurrou uma bandeirada, andou acima da velocidade permitida, furou sinal, deu voltas, fingiu que me deu o troco certo e diz que não tem nota fiscal! O brasileiro esperto quis interromper, mas era a minha vez de falar. - O senhor acha mesmo que os ladrões são aqueles que estão em Brasília? Que diferença há entre o senhor e eles? Eu sabia que estava correndo o risco de uma reação violenta, mas não me contive. Os "homens" do Planalto Central são o extrato fiel da nossa sociedade. Quantos taxistas desse porte vemos dirigindo instituições? Bons de discurso... Na prática... Desembarquei com a lição latejando em mim. Quantas vezes, como fez esse taxista, usamos espelhos apenas com o retrovisor para reter histórias alheias? Nossas caras, tão deformadas, tão retocadas, tão disfarçadas, onde estão? Onde as escondemos que não aparecem no espelho? Sem a verdade que liberta, jamais estaremos livres de nós mesmos. Ainda sonho com um Brasil de cara nova... A começar por minha própria cara." (O texto acima é de autoria da jornalista Delis Ortiz _ Rede Globo _ e foi publicado na Revista Ultimato nº 317, de fevereiro de 2009). PROPOSTA DE REDAÇÃO Com base nos textos acima e no seu conhecimento de mundo, redija um texto dissertativo-argumentativo (mínimo 25 linha e máximo 35) em que você se posicione sobre a seguinte questão: "Qual a imagem que tenho do Brasil?" 25. GÊNERO EM FOCO – CRÔNICA Muitas vezes a ganância pode ser considerada com um vício que subverte a ambição, que para muitos é considerada uma virtude do ser humano. TEXTO 1 As mudanças pelas quais passamos durante nossa vida são sempre muito interessantes de muitos pontos de vista como os da idade, experiência, meio em que vivemos e momento de necessidade. Nossa vida tem uma sequência cíclica que nos movimenta em direção àquilo que almejamos e somos influenciados por este movimento. Em determinadas fases, temos os nossos sonhos e objetivos muito bem desenhados à nossa frente, sejam eles materiais ou emocionais e conforme mudamos de fase esses mesmos sonhos vão sendo redesenhados e adaptados à nova realidade, isso se seguimos um sequência normal de fatos que desencadeiam durante nossa vida. Trocando em miúdos temos nossos sonhos de criança, portanto objetivos de criança, mas no meio deles seguem aqueles que duram por toda a vida e da mesma forma os sonhos e objetivos de adolescente onde também alguns deles nos seguem a vida toda e assim também acontece na fase adulta. Quando chegamos à nossa fase chamada de adulta inicial, queremos apenas ocupar nossos espaços em branco para podermos construir os alicerces da nossa vida e um pouco depois começam a aparecer as ambições em busca de objetivos que muitas vezes acaba se transformando no pesadelo da Ganância, porque trocamos a felicidade pelo poder material. É normal que sejamos ambiciosos em busca de varias realizações em todos os campos da nossa vida e assim devemos ser, porém quando essa ambição passa a ser gananciosa, ela acaba destruindo toda a nossa busca e transformando nossa vida futura num pesadelo. A Ganância é o sentimento de busca incondicional e desmedida que uma pessoa propõe a si própria para alcançar sonhos e objetivos, enquanto que a ambição é a razão consciente dessa busca. O Ganancioso pode ganhar muito materialmente falando, mas perde pessoas, perde importantes parcerias e acaba perdendo a essência do seu próprio futuro, que pode ser a felicidade, enquanto que o ambicioso constrói parcerias e desenha em sua vida um futuro de conquistas em todas as áreas que envolvem a solidez de um ser humano. Vemos pelo mundo uma grande quantidade de pessoas que se tornaram gananciosas, pela competitividade que o mundo apresenta e eles sequer sabem que estão agindo com ganância, parece até uma atitude inconsciente, apenas corre atrás das coisas defendendo interesses egocêntricos e mesquinhos, fruto apenas da busca desenfreada da satisfação imediata que as conquistas trazem. Não seria maravilhoso se as pessoas tomassem consciência do quanto estão agindo com ganância e passassem a agir com atos mais humildes em seu dia a dia até nas atitudes mais simples? Por exemplo, uma pessoa ambiciosa quer estacionar seu carro numa vaga próximo a da entrada de um Supermercado e para isso ela aguarda ou procura as vagas que estão dentro do seu objetivo e usa de flexibilidade para ser feliz, já a pessoa gananciosa estaciona na vaga de deficientes, sem se preocupar com as consequências dessa sua atitude e o mais incrível é que essa pessoa se é questionada a respeito, na maioria das vezes não acha que está sem razão, exatamente porque acabou dominada por sua ganância desenfreada. Mas o importante não é questionar esse comportamento e sim, procurá-lo dentro de nós e tentar mudar isso, porque todos nós estamos sujeitos a sermos dominados por sentimentos egocêntricos como a ganância. Pense regularmente em suas atitudes na busca dos seus objetivos, busque dentro de você a verdadeira forma de atingir seus sonhos e objetivos, seja persistente àqueles sonhos que o tornarão felizes a longo prazo e o grande bem quem podemos fazer neste mundo e que está ao alcance de todos é não prejudicar a nenhum dos nossos semelhantes na busca dos nossos sonhos. Pense sempre nisso... FLORES; Antonio de J. Retirado do sítio virtual artigos.com TEXTO 2 "A Terra provê o bastante para satisfazer a necessidade de todos os homens, mas não a ganância de todos os homens." GANDHI TEXTO 3 É muito interessante observar as crianças: já prestou atenção quando elas ganham um brinquedo? Aquele sonho de meses ou até anos, em pouco tempo se desfaz quando elas ganham o tão sonhado presente. A satisfação de ganhar, rapidamente se transforma numa nova insatisfação e, logo, elas almejam um novo objeto. Nesse sentido, filósofos indicam que o homem insatisfeito é aquele que tem a capacidade de provocar mudanças ao seu redor. A insatisfação é uma condição humana que faz parte da evolução do homem. Vale aqui fazer uma distinção entre ambição e ganância, pois muitos podem pensar que querer algo mais se trata de ganância. O ambicioso constrói, ao passo que o ganancioso destrói. A ambição pertence às qualidades do homem; a ganância, a seus defeitos. Imagine um casal, no qual uma das partes, satisfeita com a conquista, se esqueça de cuidar, de amar, de dar atenção: é como se, satisfeitos com aquilo que já têm, não continuem a dar atenção ao relacionamento e, aos poucos, deixem-no morrer. Um homem satisfeito com seu trabalho faz apenas aquilo que lhe é dado e, muitas vezes, não se lança ao novo. Pensando nos jovens, é sadio imaginar que, nessa fase da vida, eles querem mais, querem fazer diferente ou mudar e melhorar aquilo que são. O que não é bom, nesse caso, é um jovem que não tem perspectivas ou que nada quer para sua vida. Devemos ter cuidado com a ansiedade gerada por nossa insatisfação, pois com ela, surgem sentimentos em nós como o autodesprezo, a diminuição de nossas habilidades ou o sofrimento, quando não conquistamos nossos projetos. Quando a ansiedade nos abraça passamos a gerar queixas e mais queixas com o objetivo de abandonar esse sentimento. Essa situação pode ocorrer, mas conforme o tempo passa, chega a frustração, situação que se torna até mais difícil de administrar dentro de nós. Uma forma para observarmos e nos relacionarmos com a insatisfação humana é fazermos uma conta: qual a distância existente entre a ambição e a ganância? Vale lembrar que estar insatisfeito é buscar o diferente, buscar a mudança naquilo com o qual não concordamos ou que poderia ser diferente. Porém, a ambição pode ser considerada um sentimento positivo se pensarmos que ela favorece o crescimento e a superação em todas as dimensões de nossa vida. Percebe como tanto o ganancioso quanto o ambicioso são insatisfeitos? A diferença é a forma como cada um canaliza e trabalha com seus desejos. O ambicioso quer chegar lá para se realizar e compartilhar, enquanto o ganancioso quer chegar primeiro para pegar a parte maior e não ter que repartir. Podemos chegar à conclusão de que ambição faz parte das qualidades do homem, já a ganância pertence aos seus defeitos. Quando não temos o equilíbrio necessário é que nos vemos envolvidos com o sentimento de ganância, ou seja, o querer cada vez mais para nós em detrimento dos outros, o que não é saudável, pois ―anulamos‖ o outro neste nosso desejo que querer sempre mais. E você? Como tem lidado com a insatisfação em sua vida? AUTOR NÃO DECLARADO. Retirado do sítio virtual temasdapsicologia.wordpress.com TEXTO 4 ―A ganância é um bem‖. THATCHER;Margaret PROPOSTA DE REDAÇÃO Para produzir o seu texto, você deve seguir a definição de gênero logo abaixo descrita. CRÔNICA A crônica é um gênero textual que varia entre os discursos narrativo e argumentativo. Isso significa que em grande parte, ela se preocupa em nos contar histórias, no entanto ela também deseja construir argumentações sobre essas mesmas histórias que esta nos contando. Além disso, a crônica é um texto de ambiente misto, o que demonstra tanto o seu caráter literário quanto seu aspecto jornalístico. Baseado nesses conhecimentos, escreva uma crônica em que você discute a diferença entre a ambição e a ganância. Aproveite a discussão sobre essa diferença para explicar o motivo de ser tão difícil, no dia a dia, diferenciar essas duas práticas sociais. Aqui você pode lançar mão de uma história inventada por você que exemplifique o argumento central que deseja defender. Ao invés disso, você pode simplesmente discorrer sobre fatos do cotidiano que todos conheçam e mostrar para seu leitor o que eles significam no que tange ao assunto. A interlocução (diálogo com o leitor) é permitida e até mesmo incentivada. Lembre-se do caráter leve e poético desse texto. A partir das leituras feitas, produza uma crônica com o seguinte tema: “E QUANDO A AMBIÇÃO VIRA GANÂNCIA?” 26. GÊNERO EM FOCO – CARTA TEMA: O BRASIL HOJE Leia o fragmento abaixo e faça o que se pede: "... em tal maneira é graciosa, que querendo-a aproveitar, dar-se-á nela tudo por bem das águas que tem. Porém o melhor fruto que dela se pode tirar me parece que será salvar esta gente." (Pero Vaz de Caminha) Imagine-se na missão de Pero Vaz de Caminha, tendo que escrever ao Rei D. Manuel sobre o Descobrimento do Brasil e construa um texto descrevendo o Brasil de hoje (sua paisagem, o povo, os aspectos socioculturais, políticos e econômicos). Instruções da proposta  Observe as informações relativas à estrutura da carta;  Fundamente concretamente sua descrição de forma concreta. Se possível apresente dados;  Cuidado com a estética de seu texto. Letra legível e ausência de rasuras são obrigações suas;  Procure fazer um texto com começo, meio e fim;  Preencha o cabeçalho com todas as informações necessárias. 27. GÊNERO EM FOCO – RESENHA A REDE IDIOTA De todas as ilusões que a internet alimenta, a que julgo mais grave é a terrível onipotência que seu uso desperta Segundo leio no Google, num site aberto ao acaso, a internet surgiu com objetivos militares, ainda em plena Guerra Fria, como uma forma de as Forças Armadas americanas manterem o controle, caso ataques russos destruíssem seus meios de comunicação ou se infiltrassem nestes e trouxessem a público informações sigilosas. Outro site diz: "Eram apenas quatro computadores ligados em dezembro de 1969, quando a internet começou a existir, ainda com o nome de Arpanet e com o objetivo de garantir que a troca de informações prosseguisse, mesmo que um dos pontos da rede fosse atingido por um bombardeio inimigo." Entre as décadas de 70 e 80, estudantes e professores universitários já trocavam informações e descobertas por meio da rede. Mas foi a partir de 1990 que a internet passou a servir aos simples mortais. Hoje há um bilhão de usuários no mundo todo, afirma outro site. Outro informa que o Brasil é o quinto no ranking dos países com mais usuários na internet, tem hoje cerca de 50 milhões de internautas ativos, atrás apenas de Índia, Japão, Estados Unidos e China, estes últimos com 234 e 285 milhões de usuários, respectivamente, informa ainda outro site. Ilustro com essas informações (suspeitas, como todas que vagam no espaço virtual) a abrangência que tem hoje a internet em todo o mundo, em especial no Brasil. Quase nada acontece hoje sem que passe pela grande rede. Coisas importantes e coisas nem tão importantes assim, como este texto, que não chegaria tão ágil à redação da IstoÉ se não fosse enviado de um computador a outro num piscar de olhos. Não pretendo demonizar a internet, até porque sou bastante dependente dela. De todo modo, é histórico o mau uso que os humanos fazem de meios fantásticos de comunicação, e o rádio e a tevê estão aí e não me deixam mentir. De todas as ilusões que a internet alimenta, a que julgo mais grave é a terrível onipotência que seu uso desperta. Todos se acham capazes de tudo, com direito a tudo, opinar, julgar, sugerir, depreciar, mas sempre à sombra da marquise, no confortável "anonimato público" que o mundo paralelo da rede propicia. Consultam o Google como se consulta um oráculo, como se lá repousasse toda a sabedoria do mundo. Pra que livros, enciclopédias, se há o Google? - perguntam-se. No livro "A Marca Humana", de Philip Roth, um personagem fala: "As pessoas estão cada vez mais idiotas, mas cheias de opinião." Não sei o que vem por aí, é cedo para vaticínios sombrios, mas posso antever um mundo povoado por covardes anônimos e cheios de opiniões. O sujeito se sente participando da "vida coletiva", integrado ao mundo, quando dá sua opinião sobre o que quer que seja: a cantora que errou o "Hino Nacional", o discurso do presidente, a contratação milionária do clube, o novo disco do velho artista, etc. Julga-se um homem de atitude se protesta contra tudo e todos em posts no blog de economia e comentários abaixo do vídeo no YouTube. Faz tudo isso no escuro, protegido por um nickname, um endereço de e-mail, uma máscara. Raivosa, mas covarde. P.S.: A propósito, comunico, a quem interessar possa, que não tenho Twitter. Não me sigam que não sou novela. Professora Wilma Nunes Rangel (Disponível em: http://clicarembomportugues.blogspot.com.br/2011/07/rede-idiota-de-todas-as-ilusoes-que.html) PROPOSTA DE REDAÇÃO Faça uma resenha do texto lido, destacando as principais ideias da autora. Analisando criticamente os argumentos apresentados por ela. Observações:  O seu texto deve ser escrito na modalidade padrão da Língua Portuguesa;  O texto não deve ser escrito em forma de poema (versos) ou narração;  A redação deve ter no mínimo 25 e no máximo 30 linhas escritas;  Não deixe de dar um título a sua redação; 28. GÊNERO EM FOCO - DISSERTAÇÃO Texto I Um cachorro vale mais do que um ser humano? A multimilionária Leona Helmsley, dona de um império imobiliário nos Estados Unidos, morreu em 20 de agosto de 2007 e deixou por testamento US$ 12 milhões para seu cachorrinho. O animal foi favorecido em prejuízo de dois netos de Leona, que foram deserdados. Para muitos, o gesto pode parecer absurdo. Outros talvez o aprovem. Há quem valorize o melhor amigo do homem mais do que o próprio homem. Você acha isso justo? Um cão pode valer tanto ou mais que um ser humano? Sob o ponto de vista da ética, trata-se de uma questão que merece reflexão. Trouble, o cão multimilionário A chamada "rainha da maldade" em suas últimas vontades fez jus ao apelido que ganhou em vida nos tablóides, já que o principal beneficiário de sua fortuna será Trouble, o pequeno maltês branco do qual nunca se separava, segundo o jornal "Daily News". A guarda do cachorrinho mimado ficará a cargo de Alvin Rosenthal, irmão da finada e menos felizardo do que o bichinho, já que só receberá US$ 10 milhões. Para seus netos David e Walter decidiu deixar US$ 5 milhões para cada um. Craig e Meegan, os outros dois netos, ficaram, em compensação, sem nada "por razões por eles conhecidas", ainda de acordo com as últimas vontades de Leona. Quando o cachorrinho Trouble for chamado a se encontrar com sua dona, ficará a seu lado no mausoléu cercado por doze colunas dóricas e ao qual foi destinado um fundo de US$ 3 milhões para que Leona Helmsley possa assim continuar desfrutando do luxo em sua vida além-túmulo. (Adaptado de UOL Notícias, 10/04/12) Texto II "Já faz tempo, mas ninguém esquece. Em 1991, flagrado ao utilizar um carro oficial para levar sua cadela ao veterinário, o então ministro do Trabalho, Antonio Rogério Magri, deu a célebre declaração: 'Cachorro também é ser humano'".(Laura Mattos, "Folha de S. Paulo", 2 de janeiro de 2008) "Rock da Cachorra" Troque seu cachorro Por uma criança pobre Sem parente, sem carinho Sem rango, sem cobre Deixe na história de sua vida Uma notícia nobre... Troque seu cachorro Por uma criança pobre Tem muita gente por aí Que tá querendo levar Uma vida de cão Eu conheço um garotinho Que queria ter nascido Pastor-alemão (Eduardo Dusek) PROPOSTA DE REDAÇÃO Faça uma dissertação sobre a relação entre o ser humano e os cães. Utilize os textos bases para complementar sua produção. Observações:  O seu texto deve ser escrito na modalidade padrão da Língua Portuguesa;  O texto não deve ser escrito em forma de poema (versos) ou narração;  A redação deve ter no mínimo 25 e no máximo 30 linhas escritas;  Não deixe de dar um título a sua redação;
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