ANTÔNIO OLINTOQuinto ocupante da Cadeira nº 8, eleito em 31 de julho de 1997, na sucessão de Antonio Callado e recebido em 12 de setembro de 1997 pelo acadêmico Geraldo França de Lima. Recebeu o acadêmico Roberto Campos. Cadeira: 8 Posição: 5 Antecedido por: Antonio Callado Sucedido por: Cleonice Berardinelli Data de nascimento: 10 de maio de 1919 Naturalidade: Ubá - MG Brasil Data de eleição: 31 de julho de 1997 Data de posse: 12 de setembro de 1997 Acadêmico que o recebeu: Geraldo França de Lima Data de falecimento: 12 de setembro de 2009 BIOGRAFIA Antonio Olinto (Nome completo: Antonio Olyntho Marques da Rocha) nasceu em Ubá (MG), em 10 de maio de 1919, e faleceu no Rio de Janeiro (RJ), em 12 de setembro de 2009. Filho de José Marques da Rocha e de Áurea Lourdes Rocha. Depois dos estudos primários na cidade natal, ingressou no Seminário Católico de Campos (RJ), onde concluiu o curso secundário. Prosseguiu os estudos no curso de Filosofia do Seminário Maior de Belo Horizonte (MG) e no Seminário Maior de São Paulo. Tendo desistido de ser padre, foi durante dez anos professor de Latim, Português, História da Literatura, Francês, Inglês e História da Civilização, em colégios do Rio de Janeiro. Publicou então seu primeiro livro de poesia, Presença. Foi secretário do Grupo Malraux, tendo organizado a 1.a exposição de poesias, montada na Escola Nacional de Belas Artes do Rio de Janeiro. Juntamente com sua atividade de professor ingressou no setor publicitário e no jornalismo. Seu livro Jornalismo e Literatura foi adotado em cursos de jornalismo em todo o Brasil. Da mesma época é seu livro de ensaios o Diário de André Gide. Foi crítico literário de O Globo ao longo de 25 anos, responsável pela seção “Porta de Livraria”, onde noticiava os principais fatos da vida literária e livreira, e colaborou em jornais de todo o Brasil e de Portugal. Convidado pelo Governo da Suécia para as comemorações do Cinqüentenário do Prêmio Nobel em 1950, fez então conferências nas universidades de Estocolmo e Uppsala e entrevistou William Faulkner, Bertrand Russell e Per Lagerkvist. Em 1952, a convite do Departamento de Estado dos Estados Unidos, percorreu 36 estados norteamericanos fazendo conferências sobre cultura brasileira. Poeta e ensaísta, a sua obra está vinculada, cronologicamente, à Geração de 45. Teve publicados na década de 50 quatro volumes de poesia e dois de crítica literária. Nomeado Diretor do Serviço de Documentação do então Ministério da Viação e Obras Públicas, pelo presidente Café Filho, em setembro de 1954, ali lançou a Coleção Mauá, de livros técnicos, promoveu exposições de pintura dedicadas a obras que privilegiassem ferrovias, estradas e os caminhos do mar – Salão do Automóvel, Salão Ferroviário, Salão da Estrada, Salão do Mar – e dirigiu a revista Brasil Constrói, redigida em quatro idiomas. Data dessa época o lançamento de mais de trinta concursos literários ligados a livros (exemplos: as melhores vitrines com livros, cartilhas, contos esportivos), culminando com o lançamento do Prêmio Nacional Walmap, considerado o pioneiro dos grandes prêmios literários do país. Nomeado Adido Cultural em Lagos, Nigéria, pelo governo parlamentarista de 1962, em quase três anos de atividade fez cerca de 120 conferências na África Ocidental, promoveu uma grande exposição de pintura sobre motivos afro-brasileiros, colaborou em revistas nigerianas, enfronhou-se nos assuntos da nova África independente e, como resultado, escreveu uma trilogia de romances – A Casa da Água, O Rei de Keto e Trono de Vidro – hoje traduzidos para dezenove idiomas (inglês, italiano, francês, polonês, romeno, macedônio, croata, búlgaro, sueco, espanhol, alemão, holandês, ucraniano, japonês, coreano, galego, catalão, húngaro e árabe) e com mais de trinta edições fora do Brasil. Seu livro Brasileiros na África, de pesquisa e análise sobre o regresso dos ex-escravos brasileiros ao continente africano, tem sido, desde sua publicação em 1964, motivo de teses, seminários e debates. De 1965 a 1967 foi Professor Visitante na Universidade de Columbia em Nova York, onde ministrou um curso sobre Ensaística Brasileira. Na mesma ocasião, fez conferências nas Universidades de Yale, Harvard, Howard, Indiana, Palo Alto, UCLA, Louisiana e Miami. Escreveu uma série de artigos sobre a Escandinávia, o Reino Unido e a França. Em 1968 foi nomeado Adido Cultural em Londres, onde desenvolveu uma atividade incessante, através de conferências e um mínimo de cem exposições ao longo de cinco anos. Membro do PEN Clube do Brasil, ajudou a organizar três congressos do PEN Clube Internacional no Brasil: em 1959, 1979 e 1992. Passou a participar também das atividades do PEN Internacional, com sede em Londres, tendo sido eleito, no começo dos 90, para o cargo de Vice-Presidente Internacional. Na qualidade de Visiting Lecturer vem dando cursos de Cultura Brasileira na Universidade de Essex, Inglaterra. Dirigiu e apresentou os primeiros programas literários de televisão no Brasil, na TV Tupi, e em seguida nas TVs Continental e Rio. Fez conferências sobre cultura brasileira em universidades e entidades culturais em Tóquio, Seul, Sidney, Luanda, Maputo, Dacar, Lomé, Porto Novo, Lagos, Ifé, Warri, Abidjan, Tanger, Arzila, Buenos Aires, Lisboa, Coimbra, Porto, Madri, Santiago, Barcelona, Lion, Paris, Marselha, Milão, Pádua, Veneza, Bérgamo, Florença, Roma, Belgrado, Zagreb, Bucareste, Sófia, Varsóvia, Cracóvia, Moscou, Estocolmo, Copenhague, Aarhus, Londres, Manchester, Liverpool, Colchester, Newcastle, Edimburgo, Glasgov, St. Andrews, Oxford, Cambridge, Bristol, Dublin. Conheceu, em 1955, a escritora e jornalista Zora Seljan, com quem se casou. A partir de então, os dois trabalharam juntos em atividades culturais e literárias. Quando Antonio Olinto foi crítico literário de O Globo, Zora Seljan assinava a crítica de teatro no mesmo jornal, sendo que às vezes as duas colunas saíam lado a lado na página. Antes de os dois seguirem para a Nigéria, já Zora havia escrito a maioria de suas peças de teatro afro-brasileiras, das quais, mais tarde, em Londres, uma delas, Exu, Cavaleiro da Encruzilhada, seria levada em inglês por um grupo de atores ingleses e norte-americanos sob a direção de Ray Shell, que participara de produção de Jesus Christ Superstar. Na Nigéria Zora Seljan foi leitora na Universidade de Lagos. De volta da África, Antonio Olinto publicaria um relato de sua missão ali, Brasileiros na África, e Zora Seljan lançaria dois livros: A Educação na Nigéria e No Brasil ainda Tem Gente da Minha Cor?. Em 1973, os dois fundaram um jornal, em Londres e em inglês, The Brazilian Gazette, que vem existindo continuamente até hoje. Antonio Olinto e Zora Seljan foram eleitos para o Conselho Fiscal do Sindicato dos Escritores, em 7 de maio de 1997. Zora Seljan faleceu no Rio de Janeiro em 25 de abril de 2006. Em 31 de julho de 1997 foi eleito para a ABL na Cadeira n.o 8, sucedendo ao escritor Antonio Callado. Foi eleito para o cargo de diretor-tesoureiro nas gestões de 1998-99 e 2000. Nesse período foi também diretor da Comissão de Publicações. Sob a sua direção saíram 24 volumes da Coleção Afrânio Peixoto. Coordenou o seminário Monteiro Lobato: Meio Século Depois (1998) e o ciclo A Língua Portuguesa nos 500 Anos do Brasil (ABL, 1999) e participou do seminário A Língua Portuguesa em Questão (CIEE-São Paulo, 1999) e dos ciclos de conferências sobre Machado de Assis e Rui Barbosa (ABL, 1999). Nos últimos anos proferiu ainda conferências em seminários no Brasil e no exterior. A convite do Governo português, em 2000, participou das Jornadas da Lusofonia realizadas em Lisboa, Estocolmo, Gotemburgo, Lund e Copenhague. Em 1998 voltou a circular o Jornal de Letras (n.o 0 em agosto), sendo Antonio Olinto o editor-chefe desta nova fase. Em setembro, no quadro das comemorações do Sete de setembro, a Embaixada do Brasil na Romênia inaugurou, em Bucareste, a Biblioteca Antonio Olinto. Em 1º de janeiro de 2001 foi nomeado por ato do Prefeito do Rio de Janeiro, Sr. César Maia, para o cargo de Diretor Geral do Departamento de Documentação e Informação Cultural, da Secretaria das Culturas, dirigida pelo Dr. Paulo Alberto Moretzsohn Monteiro de Barros (o Senador Artur da Távola). Encontra-se até os dias de hoje nesse setor, agora com o Secretário das Culturas, Ricardo Macieira, e na sua gestão já inaugurou duas bibliotecas em comunidades carentes, como manteve as 23 bibliotecas municipais em prédios fixos, além de dirigir o Museu da Cidade e o Arquivo Geral da Cidade. Em 2002, foi eleito presidente da Comissão Nacional Organizadora do Centenário de Nascimento de Ary Barroso, que foi celebrado com várias comemorações pelo país e pelo exterior. Para homenagear Ary Barroso, Antonio Olinto lançou o livro Ary Barroso, a História de uma Paixão, que está sendo apresentado em várias capitais e em sua cidade natal, Ubá. No dia 17 do mês de julho de 2003 apresentou seus quadros naives no Shopping Cassino Atlântico, juntamente com o lançamento de seu livro Ary Barroso. Em 2004, ministrou na UniverCidade curso de doze conferências subordinado ao tema “Uma visão literária do Brasil de Anchieta a Rachel de Queiroz”. Por sua iniciativa foi criado o Instituto Antonio Olinto e Zora, que recebeu o patrimônio cultural do casal, de que constam duzentas esculturas de madeira da África, bem como 15 mil volumes da biblioteca de ambos e cerca de 5 mil fotografias ligadas à literatura brasileira. Recebeu o Prêmio Machado de Assis – 1994, pelo conjunto de obras, da Academia Brasileira de Letras, a mais alta láurea literária do Brasil. Em 2000, recebeu o título de Doutor Honoris Causa, da Faculdade de Letras do Conjunto Universitário de Ubá (MG) e o Diploma de Excelência da Universidade Vasile Goldis, de Arad (Romênia), pelo seu trabalho de difusão da cultura brasileira naquele país. Em 2003, inaugurou na Faculdade estradas e os caminhos do mar e dirigiu a revista Brasil Constrói. colaborou em jornais de todo o Brasil e de Portugal. Teve publicados na década de 50 quatro volumes de poesia e dois de crítica literária. percorreu 36 estados norteamericanos fazendo conferências sobre cultura brasileira. seminários e debates. como resultado. Howard. ingressou no setor publicitário e no jornalismo. romance. de livros técnicos. foi durante 10 anos professor de Latim. pelo governo parlamentarista de 1962. a convite do Departamento de Estado dos Estados Unidos. galego. promoveu Salões de pintura dedicados a obras que privilegiassem ferrovias. o Real Gabinete Português de Leitura do Rio de Janeiro outorgou-lhe o Título de Sócio Grande Benemérito. Em 2004. montada na Escola Nacional de Belas Artes do Rio de Janeiro. Palo Alto. fez cerca de 120 conferências na África Ocidental. O Rei de Keto e Trono de Vidro . nasceu em 1919. culminando com o lançamento do Prêmio Nacional Walmap. em quase três anos de atividade. Harvard. considerado o pioneiro dos grandes prêmios literários do país. BIO 2 Antonio Olinto (nome completo: Antonio Olyntho Marques da Rocha. uma biblioteca de 34 mil volumes que recebeu o seu nome. Convidado para as comemorações do Cinqüentenário do Prêmio Nobel em 1950. Presença. croata. japonês. de pesquisa e análise sobre o regresso dos ex-escravos brasileiros ao continente africano. escreveu uma trilogia de romances . Português. História da Literatura. Louisiana e Miami. motivo de teses. contos esportivos). Nigéria. Foi secretário do "Grupo Malraux" tendo organizado a 1a. em Ubá. Em 1952. Nomeado Diretor do Serviço de Documentação do Ministério de Viação e Obras Públicas. francês. exposição de poesias.hoje traduzidos para dezenove idiomas (inglês. Da mesma época é seu livro de ensaios o Diário de André Gide. colaborou em revistas nigerianas. de Ubá. romeno. holandês. ali lançou a Coleção Mauá. catalão. Seu livro Brasileiros na África. Juntamente com sua atividade de professor.A Casa da Água. e foi batizado no Piauí. ensaio. desde sua publicação em 1964. Tendo desistido de ser padre. fez então conferências nas universidades de Estocolmo e Uppsala e entrevistou Willian Faulkner. espanhol. búlgaro. Seu livro Jornalismo e Literatura foi adotado em cursos de jornalismo em todo o Brasil. macedônio. Belo Horizonte e São Paulo. Indiana. em colégios do Rio de Janeiro. UCLA. coreano. Inglês e História da Civilização. Sua obra abrange poesia. Nomeado Adido Cultural em Lagos. . Francês. Publicou então seu primeiro livro de poesia. Bertrand Russell e Per Lagerkvist. Data dessa época o lançamento de mais de trinta concursos literários ligados a livros (exemplos: as melhores vitrines com livros. alemão. De 1965 a 1967 foi Professor Visitante na Universidade de Columbia em Nova York. polonês. crítica literária e análise política. Crítico literário de O Globo ao longo de 25 anos. tem sido. Escreveu uma série de artigos sobre a Escandinávia. húngaro e árabe) e com mais de trinta edições fora do Brasil. o Reino Unido e a França. ucraniano. italiano. fez conferências nas Universidades de Yale.de Letras Ozanan Coelho. redigida em 4 idiomas. promoveu uma grande exposição de pintura brasileira sobre motivos afro-brasileiros. onde ministrou um curso sobre Ensaística Brasileira. cartilhas. Na mesma ocasião. sueco. enfronhou-se nos assuntos da nova África independente e. Minas Gerais) estudou Filosofia e Teologia nos seminários católicos de Campos. já Zora havia escrito a maioria de suas peças de teatro afro-brasileiras. Quando Antonio Olinto foi crítico literário de O Globo. que está sendo apresentado em várias capitais e em sua cidade natal. 1979 e 1992. Em 2003 foi convidado para ser Presidente da Comissão Nacional das Comemorações do Centenário de Ary Barroso. Zora Seljan assinava a crítica de teatro no mesmo jornal. Cracóvia. Warri. Porto Novo. Fez conferências sobre cultura brasileira em universidades e entidades culturais em Tóquio. Maputo. onde desenvolveu uma atividade incessante. Sófia. Antonio Olinto lançou com grande estrondo na ABL o livro Ary Barroso. Moscou. Dacar. Edimburgo. Dirigiu e apresentou os primeiros programas literários de televisão no Brasil na TV Tupi. Seul. Antes de os dois seguirem para a Nigéria. Liverpool. tendo sido eleito. Sr. Newcastle. Cambridge. por conjunto de obras. com quem se casou. Estocolmo. como manteve as 23 bibliotecas municipais em prédios fixos. Londres. Andrews. César Maia. Glasgov. sendo que às vezes as duas colunas saiam lado a lado na página. Madri. Encontra-se até os dias de hoje nesse setor. mais tarde. Recebeu em 1994 o "Prêmio Machado de Assis". Lomé. Foi eleito para o cargo de Tesoureiro nas gestões de 1998. Marselha. das quais. os dois trabalharam juntos em atividades culturais e literárias. Tem uma Biblioteca em Bucareste com seu nome: Biblioteca Antonio Olinto. a mais alta laúrea literária do Brasil. Passou a participar também das atividades do PEN Internacional. Bristol. através de conferências e um mínimo de 100 exposições ao longo de cinco anos. seria levada em inglês por um grupo de atores ingleses e americanos. com sede em Londres. a escritora e jornalista Zora Seljan. ajudou a organizar três congressos do PEN Internacional no Brasil: em 1959. Zora Seljan lançaria dois livros: "A Educação da Nigéria" e No Brasil ainda tem gente da minha cor?. Luanda. Ricardo Macieira. Manchester. Belgrado. Santiago. Antonio Olinto e Zora Seljan foram eleitos para o conselho fiscal do Sindicato dos Escritores. Veneza. Lion. e em seguida nas Tvs Continental e Rio. Coimbra. Membro do PEN Clube do Brasil. Florença. Tanger. Ubá. Bucareste. que participara da produção de Jesus Christ Superstar. para o cargo de Diretor Geral do Departamento de Documentação e Informação Cultural. De volta da África. e na sua gestão já inaugurou duas bibliotecas em comunidades carentes. em 7 de maio de 1997. Bérgamo. Para homenagear Ary Barroso. agora com o Secretário das Culturas. Arzila. que foi celebrado com várias comemorações pelo país e pelo exterior. Lagos. The Brazilian Gazette. uma delas. Copenhague. Colchester. Buenos Aires. juntamente com o lançamento de seu livro Ary Barroso.Em 1968 foi nomeado Adido Cultural em Londres. Zagreb. . da Secretaria das Culturas. a história de uma paixão. no começo dos anos 90. Lisboa. Abidjan. Exu. A partir de então. Ifé. Na Nigéria Zora Seljan foi leitora na Universidade de Lagos. Conheceu. Varsóvia. em 1955. Sidney. 1999 e 2000 e também Diretor das Publicações dos mesmos anos. em Londres. Brasileiros na África. sucedendo o escritor Antonio Callado. que vem existindo continuamente desde então. para o cargo de VicePresidente Internacional. Paris. St. Milão. Foi nomeado por ato do Prefeito do Rio de Janeiro. Dublin. Na qualidade de "Visiting-Lecturer" vem dando cursos de Cultura Brasileira na universidade inglesa de Essex. Em 1973. Cavalheiro da Encruzilhada. Aarhus. dirigida pelo Dr. Oxford. da Academia Brasileira de Letras. Barcelona. Em 31 de Julho de 1997. foi eleito para Academia Brasileira de Letras na Cadeira nº 8. Antonio Olinto publicaria um relato de sua missão ali. Porto. Roma. Paulo Alberto Moretzsohn Monteiro de Barros (o Senador Artur da Távola). os dois fundaram um jornal em Londres e em inglês. No dia 17 do mês de julho de 2003 apresentou seus quadros naif no Shopping Cassino Atlântico. Pádua. sob a direção de Ray Shell. crítica literária e análise política e três dos seus livros foram traduzidos para o romeno. o Tempo de verso . MEC.poema. Editora Porta de Livraria. .Livraria São José. o The Day of Wrath .poema. tradução romena de Micaela Ghitescu. o Dois ensaios . o Nagasaki . 2004 Ensaio o Jornalismo e literatura . o O “Journal” de André Gide . 1949. edição Rex Collings. Edições GRD. Liv.ensaio.poesia.tradução inglesa de O Dia da Ira. 1957. 1967. 1974.poesia. 1954. 1997. o Resumo . Londres. 1959. Timpul Paiatelor. por Richard Chappell. Editora Pongetti. o Antologia poética –Editora Leitura. ensaio político. MEC. José Olympio Editora. o 50 Poemas escolhidos pelo autor – poesia.ensaio. ensaio. o As Teorias . José Olympio Editora. novas e antigas . José Olympio Editora. o O Homem do Madrigal . o A Paixão segundo Antonio . 1972. 1994. Editora ALLFA. o Theories and Other Poems . 1992.Sua obra abrange poesia.poesia. o Do objeto como sinal de Deus .ensaio sócio-político. Edição Sinal. o Teorias.poesia. Editora Arca. 1957. Liv. Liv. Editura Univers. 1967. Scurt? Istorie a Literaturii Braziliene (1500-19940).tradução inglesa de As Teorias por Jean McQuillen. 1993. Editora Galo Branco. 1973. 1967. 1964. RIEX. Bucaresti.poema. 1977. o Para onde vai o Brasil?.. 1955. 1955. tradução romena de Micaela Ghitescu. o O Dia da Ira . Embaixada do Brasil em Londres. romance. edição Rex Collings. 1986. 1960. Bibliografia: Poesia o Presença . . Editora Porta de Livraria. José Olympio Editora.poesia.poesia. Liv.Copacabana. 1983.ensaio. tradução romena de Micaela Ghitescu. Editura Univers.ensaio sobre arte africana. o O problema do Índio Brasileiro . o Brasileiros na África . Editora Porta de Livraria. Edições Bloch. Artes Plásticas o African Art Collection. Difel. Liv.romance. 1983 o A Casa da Água .romance.2001. Banco do Brasil. Círculo do Livro. 1997.Literatura Infantil. o O Brasil exporta . 1994.romance. 1970 o The Water House .romance. 1999 o The Water House . o Scurt² Istorie a Literaturii Braziliene (1500-1994). LISA. 1983. o Antonio Olinto apresenta Confúcio e o Caminho do Meio – Rio de Janeiro. o Literatura Brasileira. 1966 o Cadernos de Crítica . 1984. 1975 o A Casa da Água . Thomas . Edição Rex Collings.romance. José Olympio Editora.o On the Objects as a Sign from God . Editora Lisa. 1982. 1988 o A Casa da Água . 1984. 5ª edição. 1979 Romance o A Casa da Água . tradução italiana de Adelina Aletti. 1983 o A verdade da Ficção . Editora Bhum – Ao Livro Técnico. COBRAG. tradução inglesa de Ira Lee. 1988 o A Casa da Água – romance. Londres.tradução inglesa de Dorothy Heapy. o Letteratura Brasiliana -( história da literatura brasileira ). Jaca Book.tradução inglesa de Dorothy Heapy. Crítica Literária o A invenção da Verdade . tradução romena de Micaela Ghitescu. 1958 Literatura Infantil o Ainá no Reino do Baobá .crítica literária.crítica de poesia. Printing and Binding.crítica literária. Círculo do Livro. 1969 o A Casa da Água . RIEX. Nórdica. Nova Fronteira. o Brazil Exports .história da exportação brasileira.tradução inglesa. Banco do Brasil. Editorial Nórdica. Editora ALLFA.tradução inglesa de Ira Lee. 1993. o Os móveis da bailarina .tradução argentina de Santiago Kovadlof.novela.romance. Editorial Nórdica.tradução argentina de Santiago Kovadlof. Editorial Losada. 1975.tradução polonesa de Elizabeth Reis. Macedônia Makepohcka Khnra (km). tradução francesa. .tradução italiana de Bruno Pistocchi.tradução sueca de Marianne Eyre. tradução italiana de Sonia Rodrigues. 1992.tradução francesa de Alice Raillard. o Dom Nad Woda . o Il Re di Keto. 1985. Coleção Lisa Biblioteca da Literatura Brasileira (nº 5).tradução italiana de Sonia Rodrigues. o Bophata Kyka. 1985 o La Maison d’Eau .Nelson and Sons Ltd. Edição Norstedts.romance. ( Dom Nad Woda. 1981. Walton-on-Thames. 1988. 1973 o La Casa del Água . tradução francesa de Geneviève Leibrich. Edição Jaca Book. Skopje.tradução inglesa Richard Chappell. 1982 o The Water House . Edição Nórdica. o Copacabana .tradução inglesa de C.tradução romena de Micaela Ghitescu. LISA. Univers. o Kungen av Ketu . 1975 o Copacabana . edição Braille polonês. 1994. 1973. Londres. o The King of Ketu . o Le Roi de Ketu. LISA. 1984.tradução americana Carrol & Graff. 1985) o Casa dell’Acqua . 1972. 1986.( Macedônio ). 1983. Editora Nórdica. o Les Meubles de la Danseuse. o O Cinema de Ubá .romance. o O Rei de Keto . edição Rex Collings. José Olympio Editora. Polska Braille. 1993. 1983. edição Wydawnictwo Literackie. Liv.romance. o La Casa del Água . 1980. Edição Stock. Edição Jaca Book. Estocolmo. o Copacabana . L`Umana Avventura. Editorial Nórdica. o The Dancer’s Furniture . 1972.romance. 1986. Editorial Losada. Benson. o Copacabana . o I Mobili della Ballerina . 1987. L`Aventure Humaine. 1987. Edição Stock. 2003. 1999. Editorial Nórdica. 1993. tradução alemã. 1993. o The Glass Throne – tradução inglesa de Richard Chappell. Dicionário o Minidicionário poliglota – dicionário. 1997.romance. Mondrian. Bucaresti. Editora Saraiva. 1995. história de uma paixão – romance. o Trono de vidro . o Timpul Paiatelor – tradução romena de Micaela Ghitescu.tradução italiana de Adelina Aletti. Lótus do Saber Editora. Editorial Nórdica. 1994. 1989. o Ary Barroso. o Tempo de palhaço – romance. 2000. o A dor de cada um – 1º romance da “Coleção Anjos de Branco”. Editora Lerlisa. 1987. Editora Saraiva. Editora Moderna. 2000. 2000. 1994. o Minidicionário Antonio Olinto da lingua portuguesa – dicionário. Jaca Book. 2001. Editora Ao Livro Técnico. Conto o O menino e o trem – conto. Gramática o Regras práticas para bem escrever / Laudelino Freire (18731937) – ampliada e atualizada por Antonio Olinto. Sel Press. Editura Univers. Editorial Nórdica. portuguêsespanhol – dicionário. o Minidicionário Antonio Olinto: inglês-português. 2000 Fonte: Academia Brasileira de Letras . o Mobilele Dansatoarei . o Sangue na floresta – romance. portuguêsinglês – dicionário. Editora CEJUP.o Die Möbel der Tänzerin. o Minidicionário Antonio Olinto: espanhol-português. Edição Nórdica. “Humanis”. 1987 o Trono di Vetro . Mondrian. o Alcacer-Kibir – romance histórico.tradução romena de Micaela Ghitescu. as peças nuas. . homens pisaram pedras. Um sangue ungia rodas e trilhos. foi matar a menina de vermelho. pedaço de vestido repousava em dormente. mulheres jogaram noites na pressa. Lanternas acesas na lida em vôo. o freio intacto. Desceu gente de longe. a chaminé parada em pânico. os pais surgiram de súbito. foram examinar a máquina. Bastou um grito para o espanto fixar-se na tarde.Início desta págin a Antonio Olinto O crime da máquina A máquina rodou só nos trilhos limpos. dia. múltiplo. de verso. contaram casos de nascimento. assistiram ao desfile das pausas. deixaram placa de madeira com letras em quase cruz. tomaram café. e meu escudo Novidadeiro. Quando as outras máquinas passam nos trilhos mais longe apitam avisos. A noite amena erguendo-se em poesia. De mucama. rodam mandadas. em rápida apreensão. muda de estudo. destruíram os trilhos de um lado e de outro. os homens trouxeram cadeiras. A manhã parou na máquina. Soneto de natal "Mudaria o Natal ou mudei eu?" Machado de Assis Mudaria o Natal ou mudo iria Mudar sempre o menino o mundo em tudo? Ou fui só quem mudei. Depois. Levaram-na para um desvio. a máquina condenada. o fim miúdo. Em desvio de falas. fundaram cerca de arame ao redor. deram seus votos e fitaram. e molda e afia O instrumento da troca. Mudei eu sempre sem saber que mudo . colheram saudades da menina. plantas agora buscando as fendas da quieta locomotiva. daria Ao mudadiço mito da alegria Em noite tão mutável jeito mudo? O homem é mudador. Porque a muda modula esse desnudo Renascimento em palha. fizeram um círculo de vozes. contemplam a cela tênue. pouso.Rodara só nos trilhos limpos. ergueram pedaços do crime. Jaca Book.a ed. 1957. Do Objeto como Sinal de Deus. 1954. Rio de Janeiro: MEC.a ed. 1964. 1949. Ensaio Jornalismo e Literatura. The Day of Wrath. 3. 1973. reimpressão. On the Objects as a Sign from God. Rio de Janeiro: Edições Bloch. The Water House. Nagasaki. Letteratura Brasiliana. Banco do Brasil. Rio de Janeiro: Livraria José Olympio Editora... Rio de Janeiro: Editora Porta de Livraria. 1988. Tradução inglesa de As Teorias. Rio de Janeiro: Editora Bhum – Ao Livro Técnico. Antologia Poética. Rio de Janeiro: MEC. Rio de Janeiro: Editora Arca. por Richard Chappell. por Ira Lee. Rio de Janeiro: Editora LISA. Rio de Janeiro: Livraria José Olympio Editora. O Problema do Índio Brasileiro. 1959. 1999. Tradução italiana de Adelina Aletti. Rio de Janeiro: Editora Pongetti. 1975. Resumo. Rio de Janeiro: Editora Leitura. As Teorias. Tradução romena de Micaela Ghitescu..a ed. Tradução inglesa de O Brasil exporta.a ed. 2001. 4. 1955. O Brasil Exporta. 1988. Editora ALLFA. 1957. 1977. 1967. Rio de Janeiro: Edições GRD.Ou somente o Natal me mudaria? Nova York. Tradução inglesa de O Dia da Ira. 1967. 1967. O Dia da Ira. 1992. 2. Banco do Brasil. Rio de Janeiro: Edição Sinal. 1972. Rio de Janeiro: Editora Porta de Livraria. Londres: Edição Rex Collings. Antonio Olinto apresenta Confúcio e o Caminho do Meio. Rio de Janeiro: Editora Porta de Livraria. Dois Ensaios. por Jean McQuillen. Brazil Exports. Theories and other Poems. 1984. Difel. Rio de Janeiro: Livraria São José. Londres: edição Rex Collings. 1983. Londres: RIEX. 1955. 1983.. Londres: RIEX. Literatura Brasileira. 1986. 1993. 1983. Nórdica. Embaixada do Brasil em Londres. Para onde Vai o Brasil?. 1984. 1960. 1969. Rio de Janeiro: Livraria José Olympio Editora. 1997. Brasileiros na África. Natal de 1965 ("Tempo de Verso" – poesia – 1992) BIBLIOGRAFIA Poesia Presença. O “Journal” de André Gide. 1974. Scurt Istorie a Literaturii Braziliene (1500-1994). Círculo do Livro. Nova Fronteira. Tempo de Verso. A Paixão segundo Antonio. O Homem do Madrigal. 5. Tradução inglesa de A casa da Água. por Dorothy Heapy. 1994. Rio de Janeiro: Livraria José Olympio Editora. Ensaio sobre a arte africana. Londres: edição Rex Collings. Romance A Casa da Água. Tradução inglesa de Do Objeto como Sinal de Deus. História da exportação brasileira. Teorias Novas e Antigas. . História da literatura brasileira. a ed. Tradução inglesa de Os Móveis da Bailarina. Walton-on-Thames. O Rei de Keto. 1986. Il Re di Keto. Tradução italiana. por Elizabeth Reis. Tradução inglesa de Ira Lee. 1993. Humanis. 1988. 1983. Conto O Menino e o Trem. 1973. Tradução francesa de O Rei de Keto.. Rio de Janeiro: Livraria José Olympio Editora. por Santiago Kovadlof. vol. 1985. Tradução inglesa de Trono de Vidro. Carrol & Graff. 1985. Editora CEJUP. por Sonia Rodrigues. por Sonia Rodrigues. 1982. The Glass Throne. Londres: Edição Rex Collings. 1980. 1987. Mobilele Dansatoarei. por Richard Chappell. La Casa del Água. por Alice Raillard. Editorial Losada. 1972. The King of Ketu. Tradução polonesa de A Casa da Água. The Dancer’s Furniture. 2002. Rio de Janeiro: Editora Blhum – Ao Livro Técnico. Rio de Janeiro: Editorial Nórdica. Sangue na Floresta. Tradução americana de A Casa da Água. Edição Stock. Crítica literária . Tradução francesa de Os Móveis da Bailarina. 1987. 1989. Nórdica. por Bruno Pistocchi. por Micaela Ghitescu. Kungen av Ketu. por Marianne Eyre. Trono de Vidro. Tradução romena de Os Móveis da Bailarina. Editorial Nórdica. La Maison d’eau. L’Umana Avventura. Le Roi de Ketu. Tradução francesa de A Casa da Água. Tradução inglesa. 1997. Literatura infantil Ainá no Reino do Baobá. Rio de Janeiro: Editora Mondrian. Nova edição. por C. 1979. Les Meubles de la danseuse. Edição Stock. Timpul Paiatelor. 1986. Polska Braille. 1981. Tradução romena. Londres: Printing and Binding. O Cinema de Ubá. 1995. 1985. Romance histórico. Edição Jaca Book. Macedônia Makepohcka Khnra (km). 5. Rio de Janeiro: Editora Mondrian. 1994. 1975. 2.. Tradução romena de Tempo de Palhaço. 1987. Norstedts. Rio de Janeiro. Os Móveis da Bailarina. Bucareste: Univers. por Geneviève Leibrich. 1982. Rio de Janeiro: LISA. 1993. Estocolmo. por Micaela Ghitescu. A Dor de Cada Um (Coleção Anjos de Branco. 1). Coleção Biblioteca da Literatura Brasileira. 1992. Jaca Book.1970. Thomas Nelson and Sons Ltd. Tradução argentina de A Casa da Água. Tradução italiana de Trono de Vidro. Alcacer-Kibir. Rio de Janeiro: Editora LISA. Trono di Vietro. Rio de Janeiro: Editorial Nórdica. 1994. Tempo de Palhaço. Skopje. Tradução alemã de Os Móveis da Bailarina. 1983. 1993. Edição Wydawnictwo Literackie. por Richard Chappell. 1973. Bophata Kyka (macedônio). A História de uma Paixão. Benson. The Water House. Bucareste: Univers. Copacabana. Edição Jaca Book. Rio de Janeiro: Editorial Nórdica. I Mobili della Ballerina. 1987. Rio de Janeiro: Editorial Nórdica. 2001. Tradução italiana de A Casa da Água. Dom Nad Woda. 1984. por Adelina Aletti. Artes plásticas African Art Collection. L’Aventure Humaine. 1994. por Micaela Ghitescu. Copacabana. Edição em braile polonês. Tradução sueca. Tradução italiana de Os Móveis da Bailarina. Editorial Nórdica. 2000. Casa dell’Acqua. Die Möbel der Tänzerin. Ary Barroso. Sel Press. Editorial Nórdica. 1992. The King of Ketu. A Invenção da Verdade. 1982. Tradução italiana de A Casa da Água. RIEX. por Micaela Ghitescu. Estocolmo: Norstedts. Editora Moderna. Tradução romena. Skopje. Rio de Janeiro: Livraria José Olympio Editora. Casa dell’Acqua.. Tradução italiana de Adelina Aletti. Traduções The Day of Wrath. 1987. Dicionário Minidicionário Poliglota. Edição Stock. Jaca Book. por Alice Raillard. Copacabana. 1966. por Ira Lee. 1999. Londres. por C. Tradução inglesa de Do Objeto como Sinal de Deus. Londres: edição Rex Collings. Tradução inglesa de A Casa da Água. Tradução inglesa de O Brasil Exporta. Sel Press. Tradução francesa de O Rei de Keto. 1987. The Water House. Tradução argentina de A Casa da Água. 1986. Tradução romena de Tempo de Palhaço. 1984. por Marianne Eyre. 1995. Dom Nad Woda. por Sonia Rodrigues. Edição Jaca Book. Mobilele Dansatoarei. 1988. por Micaela Ghitescu. 1983. 1970. 1983. Benson. Nova edição. 1982. Kungen av Ketu. Timpul Paiatelor. por Adelina Aletti. 1994. Banco do Brasil. 1985. Editorial Nórdica. 1994. African Art Collection. por Bruno Pistocchi. Tradução inglesa de Ira Lee. português-inglês. por Geneviève Leibrich. L’Aventure Humaine. Die Möbel der Tänzerin. Editora Saraiva. História da literatura brasileira. Tradução inglesa de O Dia da Ira. por Jean McQuillen. I Mobili della ballerina. Londres: Edição Rex Collings. . Londres: edição Rex Collings. Rio de Janeiro: Lótus do Saber Editora. 1985. Tradução italiana de Os Móveis da Bailarina. por Santiago Kovadlof. Tradução inglesa. Tradução polonesa de A Casa da Água. Univers. 1993. Bucareste. 1994. 1993. Tradução inglesa de Trono de Vidro. On the Objects as a Sign from God. Londres: Printing and Binding. 1984. por Elizabeth Reis. 2000. 1972. Edição em braile polonês. Edição Rex Collings. Edição Wydawnictwo Literackie. Editora Saraiva. por Richard Chappell. The Glass Throne. The Water House. 1993. Tradução inglesa de Os Móveis da Bailarina. Tradução italiana de Trono de Vidro. Il Re di Keto. Macedônia Makepohcka Khnra (km). Minidicionário Antonio Olinto: inglês-português. Polska Braille. Le Roi de Ketu. Tradução alemã de Os Móveis da Bailarina. Letteratura Brasiliana. 2000. 1986. Thomas Nelson and Sons Ltd. Rio de Janeiro: COBRAG. Tradução italiana. por Richard Chappell. Bophata Kyka (macedônio). La Maison d’Eau. Tradução romena de Os Móveis da Bailarina. Minidicionário Antonio Olinto: espanhol-português. Bucareste. por Dorothy Heapy. Editorial Losada. 1986. Rio de Janeiro: Editorial Nórdica. Tradução francesa de A Casa da Água. Editora Lerlisa.Cadernos de Crítica. Minidicionário Antonio Olinto da língua portuguesa. Carrol & Graff. 1983. 1987. Theories and other Poems. Tradução inglesa de As Teorias. Univers. 1973. Trono di Vietro. Les Meubles de la danseuse. Tradução sueca. Jaca Book. por Micaela Ghitescu. 2000. Humanis. The Dancer’s Furniture. 1973. português-espanhol. Walton-on-Thames. Tradução francesa de Os Móveis da Bailarina. A Verdade da Ficção. por Richard Chappell. Tradução americana de A Casa da Água. Londres. 1958. La Casa del Água. 1983. Gramática Regras Práticas para Bem Escrever / Laudelino Freire (1873-1937) – ampliada e atualizada por Antonio Olinto. Edição Jaca Book. por Sonia Rodrigues. L’Umana Avventura. Brazil Exports. Edição Stock. mas o do Imperador e do País independente. A vitória sobre o tempo . lá estão suas memórias de um Brasil do século XIX. os traços geométricos. A memória é o antitempo. no que escrevemos. na sua fauna. Dizia Antônio Vieira: Tudo cura o tempo. na sua largueza física. em todos os gêneros literários em que exerceu denso conhecimento do ser humano e uma compaixão cética pelas suas fraquezas.DISCURSO DE POSSE Chego a vós. talvez até de anteontem e de amanhã. com nossa presença e nossa memória. Cuidai que não justaponho os dois conceitos e as duas palavras por simples malabarismo: é que o espaço a que me refiro é o espaço brasileiro. no entanto. o remédio para as fissuras do tempo.transitória como tudo o que dura . A luz que sobre ela incide é a da vela. A memória brasileira palpita principalmente nos cem anos desta Academia. Poesia ou prosa. Há muito descobrimos que precisamos de ambos. porque a usamos contra o esquecimento. a do holofote. sem perder sua instrumentabilidade impressora. Aqui chego no momento em que o Brasil adota o exercício da memória como instrumento da identidade nacional. mas que as levam com mais rapidez a olhos longínquos. Sabemos. tudo gasta. A memória passou a explodir em rápidas iluminações que em si não superam as de Rimbaud. espaço é tempo transformado em corpo. sou mesmo o primeiro a ter sido eleito e a tomar posse depois das comemorações dos cem anos desta Instituição. pelas mãos de Josué Montello. na grande casa em que o ser brasileiro ganha memória do passado e memória do futuro. A memória do sonho tanto quanto a memória da sombra. Existimos porque temos memória. ficção ou registro histórico. no que fazemos. na sua diversidade. os desenhos. nas suas águas. no seu chão. na sua unidade. Chego à Academia a três anos do fim do século e do milênio. análises críticas ou crônicas do dia-a-dia. no papel. o que não deixa de ajudar na sua criação. o Brasil que sonha e o Brasil que pensa. Num belo trabalho de pesquisa e criação. nos seus frutos e na massa compacta e firme de sua gente. na areia de Iperoig. tudo faz esquecer. de ontem e de hoje. mais do que isto. quando o velho instrumento de Guttenberg penetra em novas dimensões de feitura. tudo digere. É o espaço brasileiro jungido a um tempo brasileiro. Em seus arquivos e na obra de seus membros erguem-se os dois Brasis. Machado de Assis mostra. a do dia nascendo. Nessa união juntam-se verdades do tempo e verdades do espaço. a do dia morrendo. os números. num levantamento analítico a que deu o nome de Memórias Póstumas de Machado de Assis. Estamos. É a memória nua e crua tanto quanto a memória glorificada. que nos previu e entendeu.influi em nossa avaliação de pessoas e acontecimentos. assim. Sem o primeiro não conseguimos pensar grande no planejamento da terra em que nossos descendentes viverão. e só na memória palpita uma possível imortalidade. Espaço é tempo medido em linhas tangíveis e concretas. nas decisões do momento. nos plasmou e nos fez. a da máquina receptora de imagens. nosso companheiro Josué Montello pinçou a memória de Machado. . Qualquer que seja o ângulo em que pensemos Machado. os símbolos. no couro. e ela se imprime na tela. Sem o segundo não saberemos como chegar lá. não mais o do tempo do Rei. A palavra é a semente de tudo. em tempos de mudança. que a memória vence o tempo. sua formatação de superfície lisa sobre a qual se inserem as letras. e nessa união existimos. Chego a vós no início do segundo centenário da Academia Brasileira de Letras. no que pensamos. como informava Manuel Antônio de Almeida. Temos conosco um Brasil criado por Machado de Assis. nas suas flores. tanto do futuro provisório como do que esteja contido em cada ato que hoje façamos. Mas não há tempo sem espaço. o País em si. senhores acadêmicos e meus confrades. Ganhamos velocidade na reprodução dos textos. a memória de um país que atingia a idade madura. tudo acaba. morto em janeiro último. Era. entre escritores brasileiros mortos. fundado por um grupo de 14 poetas. o romantismo. nascido perto de Mariana. . estudava em Coimbra. mas não conseguira inscrever-se no seminário de Mariana. eram hábeis no canto e na flauta. Raul Pompéia. tal era a admiração do segundo pelo primeiro. que. Ambos poetas. diferente em cada caso. assumira o papel de mecenas na Cidade Eterna. lá estava Cláudio Manuel da Costa. quando em Roma. que. vindo a chegar a Portugal no século seguinte. quisera ser padre. tal como fora a Arcádia grega classificada e como os árcades de Portugal viam sua terra. ó montes. aquietando-se em Vila Rica. Melancólicos e líricos. De volta ao Brasil. nascido no século XIX. mas semelhante no que representava como reação a modismos anteriores: num. Como se sabe. e finalmente Antonio Callado. Essa memória coletiva nos empurra para a frente. passando pelo poeta Alberto de Oliveira. cada fundador desta Academia escolheu. Se é que de compaixão sois animados. um nome para patrocinar sua cadeira. nos salões que a Rainha Christina da Suécia mantinha em Roma. Gregório de Matos. Sentia-se infeliz por não poder transplantar para Minas Gerais as imagens daquele “paraíso de inocência e felicidade”.Chego à Academia Brasileira de Letras com as memórias de Machado de Assis e de todos os que por ela passaram e nela estão. Mas não é somente ela que nos oferece um panorama. pelo pensador social Oliveira Viana. e gira. viveria até o limiar do Estado Novo de Getúlio Vargas em 1937. um retrato deste aís de língua portuguesa e de múltiplas misturas étnicas e pensamentais. jornalista e analista político. Percorrerei uma parte da memória desta Casa ao falar de cada um dos brasileiros que pertenceram à minha Cadeira. como no seu belo soneto que tem estes quatro versos: Para cantar de amor tenros cuidados. assim. Tanto mais de encontrar-te desespera. Minas Gerais. onde continuou fazendo o que mais sabia e queria fazer: poemas. Vereis que uma faixa de nosso pensamento nela se concentra. de saudosa memória. A indicação de Cláudio Manuel da Costa por Alberto de Oliveira surgiu como resultado dessa afinidade. vistos através de uma cadeira desta Casa. com os patronos escolhidos desde o mais antigo. Depois que o movimento arcádico apareceu em 1690. até o que cessara de existir menos de dois anos antes de fundada a Academia Brasileira de Letras.e noutro. Dirigia-se à natureza. são dele alguns dos melhores sonetos da língua portuguesa. registre-se que o nosso Antônio Vieira. A Arcádia fora uma região da Grécia cujos habitantes. Numa evocação à parte. que dirigiu e mudou esta Casa durante quase 34 anos de sua presidência. Ou no soneto de amor que diz: Nize? Nize? Onde estás? Aonde espera Achar-te uma alma que por ti suspira. principalmente o gongorismo espanhol . em geral pastores. Todas as outras 39 cadeiras têm características parecidas. nascido em 1623. pelo jornalista e cronista Austregésilo de Athayde. Cláudio Manuel da Costa mergulhou na poética da moda. o classicismo europeu. natural houvesse uma acentuada afinidade entre o acadêmico e seu patrono. morto em 1895. o instrumento. do poeta Cláudio Manuel da Costa nos tempos da Inconfidência. cujo passamento se deu em 1951. depois de haver sido rainha em sua terra. Tomo entre vós. teatrólogo. Se quanto a vista se dilata. que. a de número 8. o arcadismo logo se expandiu pelos países latinos. ligados por um culto à forma. romancista. No momento em que as arcádias se tornaram realidade em Portugal. esteve e falou no Palácio de Christina. Ouvi pois o meu fúnebre lamento. São mais de duzentos anos de nossa história intelectual e política. passou a ver pastores e deuses gregos nas margens do Mondego. esconsa (inclinada. oblíqua) ou punícea (vermelho. para renovar a expressão literária de seu tempo. um dia. Qualquer haja sido o modo de seu fim. de técnicas antigas que um escritor pega. logo depois. nesse particular. o poeta Paul Eluard. independente e puro. que sofrem “estímulos do fogo”. Alberto de Oliveira viveria em outro tempo. Partícipe do movimento da Conjuração de Vila Rica. Não se duvida haja Alberto de Oliveira atingido um ápice da poética brasileira. de áureos relevos. brilhantes copa. Escolhia a palavra pelo seu peso no verso e por todos os escaninhos sonoros de seu ritmo. poucos poetas nossos tiveram participação tão viva na literatura de um tempo como Alberto de Oliveira. em que todos faziam poesia. trabalhada De divas mãos. em estilo diferente. pode ser posto ao lado da famosa ode à urna grega de Keats cujo verso "A thing of beauty is a joy for ever" virou filosofia de vida. às vezes séculos mais tarde. lisins (veios da pedra). Como neste verso em que aparecem duas dessas palavras: O gotear dos lisins de esconsa pedra.Embora obediente aos cânones arcádicos. fala na “ardente fornalha” e nos “brancos torrões”. e ainda levam. mas Alberto de Oliveira atravessou-as todas com um firme propósito: a determinação de ser poeta. abandonar o espaço pastoril da Europa e mostrar realidades brasileiras como as descrições que faz de um engenho de açúcar e da cata do ouro: Da mole produção da cana loira Verdeja algum terreno. mais parnasiano do que os outros dois líderes da escola. E. revela a permanência. Pode-se dizer que ele só teve uma ideologia: a da forma perfeita. Isto dito por quem era. procurou o poeta. após a suposta morte do parnasianismo. Acentuavam-se as mudanças. Seu soneto “Vaso grego”. outro se doira. Ao entrevistar. confirmando sua adesão às normas parnasianas. Usava termos assim: úsnea (líquen. em Paris. cujas palavras raras. a um novo deus servia. no poema “Vila Rica”. cor de romã). levavam. Pertencente a uma família de 17 irmãos e irmãs. Nasceu quando o Brasil autônomo completava 35 anos. juntamente com Tiradentes. Foi. preso. . muitos leitores ao dicionário. Já de aos deuses servir como cansada. penugem). em 1950. em secretos compartimentos da memória. quase que numa valorização exclusiva do som puro sobre os significados. Olavo Bilac e Raimundo Correia. pode o poeta ser considerado um mártir da nossa Independência. Eis o primeiro quarteto de “Vaso grego”: Essa. Vinda do Olimpo. Em outros versos descreve os serviços que o trabalhador nas minas faz nas serras e morros para a extração do ouro e canta a forma: Com que o sábio mineiro entre o cascalho Busca o loiro metal. suicidou-se ou foi morto. dele ouvi esta definição: Poesia é a linguagem que canta. a do verso de mármore. amigos de Oliveira Viana insistiram em que ele se candidatasse à Academia. cuja formação intelectual se deu em plena República. Jamais ouvida. quanto ao século XIX. certas páginas do Livro de Ema. e nossa. pôde dizer: Quando releio “Por amor de uma lágrima”. É um canto prolongado . o que mais veementemente argumentava em favor dessa candidatura era Alberto de Oliveira. muita coisa mudou. Entre o primeiro pós-guerra de nosso tempo. quando Oliveira Viana escreveu essas palavras. no Segundo Império brasileiro. A “Voz das árvores”. O autor de Instituições Políticas Brasileiras. enfim. de língua portuguesa. como agregado humano independente. ainda não nos demos conta de que a memória vence o tempo. a admirável “Sala de baile”. uma afirmação nativista e um esforço de expansão que levava os colonizadores a esquecer o confinamento ibérico para pensar o novo território em termos de uma expansão maior. Morto este. numa onomatopoética além do signo imediato. que Mário de Andrade chama de “sublime”. de germe ibérico. Zacharias. em nossos dias. e hoje. Sociólogo e pensador político dos mais lúcidos deste País. é este poema de amor à Margarida. percebendo. em suas pesquisas. numa espécie de homenagem ao seu antecessor. tinha Oliveira Viana uma postura sacerdotal.. de língua espanhola . em cada fase do desenvolvimento brasileiro. em música estranha. sabe mais de Disraeli e Gladstone na Inglarerra e das transformações políticas francesas pós-1870 do que sobre os gabinetes Saraiva. porém. mas. Acordo à noite assustado. visível em tudo o que fazia . Sinimbu. aquela sublime “Voz das árvores”. ao longo dos anos de 1920 e 1930.. Mário de Andrade. de que uma boa parte da comunidade cultural brasileira desconhece a histórica do nosso Império e. Somos todos testemunhas. no seu trabalho de escritor. Cito-o: Ainda somos um dos povos que menos estudam a si mesmos: quase tudo ignoramos em relação à nossa terra. cercado de unidades políticas menores. às nossas tradições. Há também nisso um velho patrulhamento da República e dos republicanos brasileiros contra o Império e tudo o que a ele dissesse respeito. bem sei que tenho um poeta junto de mim. decidiu José Francisco inscrever-se na vaga. Quem geme tão tarde? O vento? Não. As árvores. do ponto de vista histórico. ao luar que nasce e as beija. Conseguiram. Em surdina cantando. à nossa raça. viu a terra dele.todos. Ambos fluminenses de Saquarema.no seu estilo de vida. no modo como sentiu e entendeu o Brasil. Constatou Oliveira Viana que nossa elite se preocupava mais com o estudo minucioso da realidade européia do que com a análise de acontecimentos brasileiros. ir além do limite de Tordesilhas e estabelecer as bases de um país de dimensões continentais. nascido no ocaso do Império e um de seus livros mais representativos tem precisamente esse título sucedeu a Alberto de Oliveira na Cadeira número 8. em sua “Carta aberta de Oliveira”. Como um bando De vozes numa igreja: Margarida! Margarida! José Francisco de Oliveira Viana. Ouço lá fora um lamento. como um todo. E um poeta de outra vertente.É como se tentasse mostrar que o som de uma palavra insinua um pouco do que significa.Hino imenso a envolver toda a montanha: São. assim. Entre eles. . à nossa vida. romano-visigótico-árabe. Pensamos bem mais brasileiramente do que então. Ouro Preto. Seu objetivo era definir. é uma transcrição de texto de outro autor. Basta que se atente para o modo como apresentava a evolução de nosso pensamento político e os acontecimentos por ela provocados. do Aleijadinho. O ouro brasileiro enriqueceu setores decisivos da Europa de então e ajudou a financiar a revolução industrial da Inglaterra. Alfredo de Taunay classificou-o como “livro de sociologia aplicada à história”. Antônio Gonzaga. do King's College. o dos poetas Santa Rita Durão. De vez em quando depara-se com um “A” no início e. transformou-se Belarmino Maria Austregésilo de Athayde na figura mais importante da Academia Brasileira de Letras ao longo de mais de três décadas. Sua boa prosa tinha de achar subterfúgios na colocação dos vocábulos a fim de evitar um “A” inicial. Vale a pena mencionar. Neste livro. nossas necessidades absolutas. chamava esse mesmo período de “Idade do Ouro”. no caso de Oliveira Viana. largo panorama de um povo em formação.. com exclusão de tudo o mais. Com a morte de Oliveira Viana.R.isto é. Ninguém se mostrou mais nacionalista nesses estudos do que ele. De outro modo não pensou o professor C. XVIII e XIX. do diamante. o tempo brasileiro. mesmo quando morto. Basílio da Gama. como O Ocaso do Império em vez de “A Queda do Império”. a extraordinária ampliação do seu espaço e o conseqüente poderio material do seu patrimônio . em nossas opções. da Independência. e foi no seu livro O Ocaso do Império que Oliveira Viana analisou esse período. eu procuro de preferência historiar idéias. Às vezes mudava de termo ao começar frase ou título. dando-lhe nova estrutura. marcaria o começo do exercício de uma autonomia difícil. da Universidade de Londres. sua presença arquitetônica no centro do Rio de Janeiro. XVII. . A obra-prima de Oliveira Viana é principalmente Populações Meridionais do Brasil. em nosso povo . Nesse período mudou a Casa de Machado de Assis.por muito que precisemos de referências técnicas. Era mesmo na história que Oliveira Viana se apoiava para suas pesquisas. essa classificação pode ensinar-nos a adotar uma concentração em nossos problemas. Boxer. eleito para sucedê-lo. no escrever. dos imperadores e da República.Quem de fato conhece hoje entre nós a história de nosso parlamentarismo e de que modo influiu ele nas instituições políticas de que dispomos neste final de milênio? A análise que Oliveira Viana fez dos partidos políticos de seu tempo não precisa de acréscimos: continuamos no mesmo ponto em que estávamos quando da queda do Gabinete Zacharias em 1868 . no duplo sentido de ter sido o da grande produção do metal mas também o da importância daquela conjuntura histórica da colônia. talvez mania. Alvarenga Peixoto. concentrado no País. o de Tiradentes. uma característica. financeiras e/ou ideológicas de fora. o papel exercido na queda da monarquia pela idéia federativa. manteve-se no cargo até seu passamento. os partidos políticos não eram. sestro. Assim falava em século I para definir o que ocorreu no Brasil entre 1501 e 1600. Havia apenas um tempo. O nosso século IV. de Dom João VI. Os seiscentos seriam o século II. pela idéia republicana.tudo isto devemos à capacidade de direção e de administração de Austregésilo de Athayde. o do ouro. sabedor de que a história é tempo inamovível. Tinha a opinião de que nosso século mais forte e mais significativo fora o século III. há os que historiam factos e os que historiam idéias. publicado 40 anos depois do mais conhecido trabalho de Oliveira Viana. Cláudio Manuel da Costa. Para ele. como ainda não o são. o da conjuração mineira. Escolhido para presidente desta Casa em 1959. vai-se ver. de maneira precisa... Agora que terminamos o nosso século V e nos aproximamos de novo milênio que será o século VI brasileiro. Jamais usava a letra “A” para iniciar frase ou parágrafo.. tendo como lema o que diz no prefácio dessa obra: . O que é hoje a Academia. intérpretes de uma diretriz de governo definida. em 13 de setembro de 1993. que no excelente livro The Golden Age of Brazil. não existiam séculos XVI. Homem de nosso tempo. intransferível quase sempre. Há um tempo definido. Por volta de 1951. Ter entusiasmo é “ter Deus em si”. em 1917.Claro. Situou-se nesse terreno a atividade permanente de Austregésilo de Athayde. Num de seus últimos artigos. onde deixou a assinatura brasileira mais importante do nosso tempo. com novidades mortíferas. mais do que outras. e a matéria deve ocupar um espaço limitado. quarto ocupante da Cadeira número 8. Era entusiasmado no mostrar o que fazemos e por que o fazemos. Desde a I Guerra Mundial a palavra de Austregésilo de Athayde analisava lucidamente o Brasil. Mencionei a palavra e a ação. firmou-se. Relendo o que escreveu e repensando o que fez. de Machado de Assis até hoje. O destino ou Deus (era ex-seminarista e Deus deve ter destacado um anjo-da-guarda lúcido para o acompanhar). Realizou-se na literatura feita para jornal. Entrevistou Einstein nos Estados Unidos e quis saber se. Pois nele preponderava o entusiasmo. foi ele. ao longo de mais de cinco décadas. que vem do grego Theo. ainda acreditava em Deus. Torno a dizer aqui a palavra que a ele sempre vi associada: entusiasmo. repito. Resposta de Albert Einstein: . durante 25 anos – conhecemos a tensão capaz de nos dominar sempre que temos de escrever artigo ou editorial em cima da hora. sentia-se inteiramente identificado com ele. no escrever e no pensar. Do jornal passou ao romance e ao teatro. que escreveu incessantemente no Jornal do Commercio artigos e crônicas. de uma incessante luta em favor do avanço brasileiro. Contudo. A morte não . a crônica de jornal que. ou os dois. Exilado por suas idéias. de assuntos vários.pressão do tempo e pressão do espaço. depois de haver chegado à teoria da relatividade. no espaço hoje ocupado por Carlos Heitor Cony. diante do preconceito então mais forte que hoje . passível de tanta qualidade como qualquer outro gênero literário. O que o distingue de outras formas de escritura é que jornalismo é literatura sob pressão . como ponto de referência inconsútil com a própria cultura brasileira. dentro do qual a obra tem de ser entregue. Sua atividade como repórter colocou-o em contato com homens e acontecimentos em várias partes do mundo. o jornalista brasileiro por excelência. na direção de uma sociedade justa e próspera. Todos os que fazemos ou fizemos jornalismo profissional – no meu caso. “Porta de Livraria”. de tal modo que o espaço do Jornal do Commercio. “Deus”. talvez seja melhor chamá-lo de o brasileiro por excelência. Antonio Callado. Pois Austregésilo de Athayde foi um brasileiro com entusiasmo no entendimento grego da palavra. É que nele as duas se juntavam. e nisto se destaca o gênero brasileiro por excelência. precisa ser enxuta e concreta. Quando nasceu. assinei uma coluna diária. manteve Austregésilo de Athayde uma presença jornalística permanente. em cada atividade impondo uma severa militância de quem não se eximia de suas responsabilidades para com o próximo e para com seu País. Não só a ação política.Seu chão foi o jornalismo. a Casa de Machado. deu um toque especial à nossa literatura. mas a de responsável por jornais e pela condução da mais prestigiosa instituição cultural da nossa gente. um ou outro. Deus é o absoluto. do francês Paul Guth. Não caía. em que assinava seus artigos. Essas duas pressões determinam em geral a feitura da obra que. Era um novo tipo de luta.de que jornalismo era uma forma inferior de escrita. colocados num livro chamado Jornalismo e Literatura. escrevi uma série de artigos que foram. logo depois. Como um Stendhal do jornalismo. o mundo estava em guerra. contudo. tinha-o direto e sem enfeites. Estilo. Jornalista e escritor. Defendi a tese de que jornalismo é literatura. Guardamos dele a lição que nos deixou. no abandono total do adjetivo nem adotava a indiferença fria de quem tudo vê de cima. repetia o que foi o tema de toda a sua vida: só a educação pode salvar uma comunidade. levaram-no à comissão dos direitos humanos da ONU. por mais de 70 anos. guarda a visão aberta e clara que tinha de nosso tempo e de nossos problemas. sobre o livro Carta aos Futuros Analfabetos. A palavra e ação. a poesia integra também o elenco de possibilidades jornalísticas. imutavelmente. a outra luta. nascia no Brasil (em Niterói. Justiça política. as fraquezas e grandezas de nosso tempo. Estado do Rio). camas. A ninguém conheci. logo seguido de outro. nascida em fins do século XIX. O simbólico e o cotidiano se unem. no campo da História. O futuro criador de Nando pertencia. eram interrompidos em sua prosa ou em sua poesia para empunhar instrumentos de destruição. os acontecimentos parecem ter convergido para aquele momento. Jamais abandonou. porém. seria escrita no mesmo ano de A Madona de Cedro. Para isto existia . O que dele primeiro li . porque então o que chamamos de interesse de Antonio Callado no catolicismo parece ser uma. que havia em Antonio Callado. Toda uma geração. que prenunciava tempos difíceis. Agora vinha também do céu. justiça tout court. no Globo. e Londres era a parte do mundo que mais sentia seus efeitos. que é hoje um lugar-comum. várias vezes. Rupert Brooks . como Antonio Callado. Naquele janeiro de 1917. Insisti posteriormente. até certo ponto. dei a um jornal de Luanda. ano conturbado e confuso. A nitidez com que formava seus personagens mostrava que um novo tipo de narrador aparecia na ficção brasileira. isto é. cujo destino seria o de analisar e entender. na Inglaterra. que então alegrava os admiradores de Emily Brontë. setor em que essa liberdade se tornou mais necessária àquilo que podemos chamar de causa pública. de tal maneira. talvez nos dê a chave do enigma. os fatos anteriores . Charles Péguy. ganharam novo tom na Inglaterra. Acima de tudo. quem o ajuda a se erguer. Assunção de Salviano. Muito cedo se iniciou no jornalismo. Depois do volume O Esqueleto da Lagoa Verde. sua força de lutador.e para escrever. que. quando Callado chegava aos 40 anos. Pela primeira vez aviões soltavam bombas sobre civis. justiça imediata.Cabe ao escritor dizer que o rei está nu. do Oeste ou do Leste. perguntaram-me qual era a missão de quem escreve. vasos. E. pratos de comida. jovens e não tanto. na versão de William Wyler. em Angola. Pedro Mico. justiça social. Era sobre o filme O Morro dos Ventos Uivantes. Sua peça mais importante. no meu tempo de vida. sem medo nem remorso. Quando o personagem de nome Delfino sai pelas ruas de Congonhas do Campo carregando a grande cruz de madeira de Feliciano Mendes. com um misto de vigor e compaixão. nesse final do livro. brinquedos de crianças. de onde voltou com o equilíbrio e a tranqüilidade de um gentleman. em 1972. a luta pela justiça. é o Calvário que o romancista encena. Escritores. apaixonada curiosidade pelo fenômeno religioso em geral (como o que. em entrevista que. As qualidades inatas de cavalheirismo.e foram muitos como que existiram apenas para criar aquele caminho de um Gólgota mineiro. é o jornalista. e estranhos carros de combate. Foi então contratado pela BBC de Londres para ali trabalhar. que tentara entrevistar o homem da cruz.e nunca mais me esqueci . Sua preocupação com a justiça levou-o a um interesse no catolicismo de que esse romance é um exemplo maior. publicou um romance.foi uma crônica publicada em seção chamada “Gong”. casas. sem insistir muito no fato. Poucos romances brasileiros atingiram tal beleza no seu clímax. em 1957. Misturando as trivialidades de uma cidade pequena . morria nos campos de batalha. porém. Na França. esmagavam gente. o futuro escritor Antonio Callado. à metade exata de . A Europa se achava de novo em guerra. Numa delas. e com tão intensa emoção. de contida e ao mesmo tempo veemente beleza. nessa tese. Antonio Callado faz sua personagem sofrer três quedas sob a cruz. revela Toynbee). é a via-crúcis que um homem do século XX segue ali.foram alguns dos que não mais pegariam na palavra para exprimir o muitas vezes inexprimível. livro de jornalismo puro. com mais liberdade interior para dizer verdades como essa.com as zombarias dos garotos. que revelavam o alto nível de realização literária que o novo escritor vinha a atingir. A Madona de Cedro. Respondi: .mais surgia apenas do Sul ou do Norte. O trecho final do livro. semelhantes a animais antediluvianos revestidos de metal. como em toda boa história. Em 1941 houve a mudança que marcaria a vida de Antonio Callado. sobre o desaparecimento do Coronel Fawcett na Amazônia. os pontos de referência das casas comerciais e de pessoas nas esquinas -. final dos anos de 1930. Outras narrativas se acrescentariam à sua obra . Força da natureza. A Expedição Montaigne. alguns achando a situação transitória. como diria Teilhard de Chardin. tornado. como a de possível crença matriarcal numa verdadeira matriologia.pouco mais de um século depois de Iracema . fala pelo Brasil. outros opinando que. correto e concreto. além de um policial. surgir o romance que o tornou conhecido além-fronteiras. junto com uma classe média intelectual que. Com ele concordo. Agora a frase é: atrás de todo homem realizado há sempre uma grande mulher . Quarup. pois retém a visão de uma criança. Nele havia também. Quarup invade a literatura brasileira com um vigor e uma violência que nela raramente havíamos tido antes. Concerto Carioca. Quarup. que deverá ser mais agudamente compreendido no decorrer do século VI da nossa era particular. O personagem principal do romance não apenas é um padre católico. não é superada sequer pela divindade. recolheu o indígena brasileiro.e com mais barulho lutamos contra ela. com Ana Arruda Callado. dos muitos que temos tido na literatura brasileira. já depois do movimento de 1964 e da perseguição das forças e homens no poder contra a obra e a pessoa de Callado. um casal de escritores. imerso no combate ao arbítrio. a idéia de que Antonio Callado haja escrito. em Quarup. é com os olhos da criança que percebemos a nudez do rei. Zora Seljan. na certeza de que Maria. e minha.seu tempo de vida. quando personagens citam palavras do pregador a respeito. Pois há 42 anos . Memórias de Alberham House. Panegírico diferente. Esta era também a visão de Antonio Callado. em que. ou pour cause. nela a figura do nosso grande pintor assume o aspecto. hominizar o homem. presença indestrutível em nossa cultura. Não se tenha. uma preeminência mariana sobre qualquer outra figura do calendário hagiológico da Igreja Católica. Seguiu-se um tempo de jornalismo para. romantizado no Segundo Império. Trechos de Antônio Vieira aparecem nas discussões sobre o assunto. um tratado teológico. de que o indígena brasileiro faz parte. nesse . sem luta. em que a geração dele. Retrato de Portinari é uma obra singular. a exemplo de seu equivalente em outros países da América Latina.que é de 1865 -. Creio que. tempestade furiosa. dois anos depois.Sempreviva. A escolha de Portinari para escrever sua única biografia revela o temperamento de um escritor em sua afinidade com um mestre da pintura que dizia: O artista é um homem diferente dos demais. por isso. de Raimundo Magalhães Júnior e Lúcia Benedetti a Jorge Amado e Zélia Gattai. e sabemos que é na infância que sentimos com mais veemência a falta de justiça . num regresso ao passado. lança o romancista. Chego à Academia numa data que faz parte da minha memória pessoal. essa transitoriedade poderia tornar-se permanente. Sabe-se hoje que o romance Quarup foi um dos mais contundentes instrumentos dessa oposição. para julgar e enfrentar uma perigosa ameaça à liberdade. de corpo inteiro. Antigo ditado popular parece ter recebido o acréscimo de uma palavra ultimamente. Acima de tudo. Reflexos do Baile. contribuir para.exausta. do artista que vive para cumprir sua missão de pintar e. um estilo revolucionário. apanha-o Antonio Callado numa hora de crise. O romance apresenta. Este: atrás de todo homem realizado há sempre uma grande mulher. o traço de misticismo que despontara em Assunção de Salviano e A Madona de Cedro.em 12 de setembro de 1955 . num momento heróico e de luta em que nossa gente se dividia perante o autoritarismo que nos era imposto. na verdade. em Quarup. pelo menos tão permanente ao ponto de engolir duas ou mais gerações. usa Londres como espaço da história.conheci Zora. a Virgem. Sob esse aspecto. Dos menos citados dos livros de Callado. principalmente por causa da linha poética e do estilo novo com que analisa um tempo e seus desencontros. Formou Antonio Callado. e deixou-o vestido com suas tradições nuas. coisa indomada. resolve intervir na composição dos quadros decisórios de cada um. o romance Bar Dom Juan. mas também interessado em discussões maiores sobre a vida religiosa. lançado em 1967 . Pegado a uma visão total do Brasil. que se tornou minha mulher. É romance de uma perfeita estrutura ficcional. Achava Callado que seu melhor livro era o que veio a publicar em 1976. através dela. o Brasil se levanta. Cassado em 1969. contudo. Ernande Soares. quero dizer que somos uma cultura internacionalizada. Portugal. Veja-se a data: dois dias após o fim da guerra na Europa. transforma-se naquilo que pensa. a dança. há milhões de anos. deu-nos uma linguagem e uma linhagem. parte integrante da cultura brasileira.pesquisando. o equilíbrio entre a meditação e a ação. acabamos por também achar raízes brasileiras na África. em geral curtos. legou-nos aquilo que Lévi-Strauss chama de “pensamento selvagem”. Pensamos selvagemente. Alcacer-Kibir. Num dos nossos aniversários de casamento. Tentava este dissuadir Dom Sebastião de invadir a África e pôr em perigo a segurança de Portugal.somos assim. Tempos de mudança eram aqueles em que a geração a que pertenço começou a escrever e a dizer ao que vinha. fazendo conferências. O pensamento selvagem é. O pensamento selvagem esfacela a dicotomia sujeito-objeto. Conde de Port'Alegre. O desejo de unir a ação à meditação pode ter sido a marca de nosso tempo. Há momentos em que precisamos perguntar: que coisa somos os brasileiros? Antes de tudo. foi fácil verificar a influência brasileira numa série de aspectos. está conosco. um grupo de amigos promoveu jantar ao fim do qual muitos fizeram discursos. onde estivemos de 1962 a 1964. geograficamente. Pois há milhões de anos. O africano. uma exposição de poesia. capital da Nigéria. O segundo elemento constitutivo da cultura brasileira. Somos. pertencemos a húmus de calor idêntico: a África é a outra face geográfica do Brasil. repita-se. Disse: Muito obrigada. Possivelmente a marca de 1945. Nossa raiz-mater. e a dois. passa imediatamente a ser a mesa. na qual encontrei diálogo entre o rei e Dom Álvaro da Silva. a língua. Hélio Justiniano da Rocha e a participação de Levy Meneses. O pensamento selvagem pensa diferente. se nos interessava identificar algumas raízes africanas do Brasil. o folclore. o indígena. O de Zora foi curtíssimo. Quando lá moramos. a alimentação. Terminava também naquele ano o ciclo Getúlio Vargas. André Malraux significava. por me ter feito rir durante 40 anos. com Luciano Maurício.um Grupo Malraux. A partir de Lagos. nossas tarefas foram sempre levadas a efeito com alegria. hábitos. a mandioca. onde se acha uma das matrizes da alma brasileira. a parte saliente do hoje Brasil vivia encravada na reentrância da África Ocidental de agora. para nós. Aldyr Custódio. o mesmo chão. que montou. Paulo Armando e Maria Elvira Pires de Sá . a flauta. assim. antes da separação dos continentes. ritmo de desenvolvimento. fiz extensas pesquisas. as festas. diante do objeto pensado. o rio. nas andanças que empreendemos .particular.Antonio Fraga e eu. Brasil e África. inclusive na crônica “Jornada del-rei Dom Sebastião à África”. como a arquitetura. Indignado. em 10 de maio daquele ano. a religião. o rei exclamou: . encontrando gente -. somos uma cultura mista. iniciado em 1930 e institucionalizado a partir de 1937. Antonio Olinto. A mente que pensa. fundamos . . na história e nas instituições de cada parte separada . no Rio de Janeiro. O mesmo desejo pode ter-me conduzido à África. Chamaram-na de “geração 45”.Que coisa sois os homens? Ao que Dom Álvaro retrucou: . Com isso. Exatamente em 1945. por diferenças que possam existir nas características de raça.Sabe Vossa Majestade que coisa são os homens? É que não há rei sem eles. Zora e eu. Para escrever meu livro mais recente. A nossa geração . Ainda hoje há um grito de guerra em ruas de Lagos quando o bumba-meu-boi sai. com sua quentura. seus cheiros. preso. seus gestos. do século XX para todos e do século V de Oliveira Viana. antes da posse de hoje. Foi o que senti ao ler. de bumbas-meu-boi. É alegria e honra ser por ele recebido em vosso nome. sugere a invenção de um modo de ser brasileiro. uma escritora e um escritor se conheceram no Rio de Janeiro. já marcara seu lugar na lista das obras permanentes da ficção brasileira. As duas experiências. brasileiro está na rua. escritor que.O grande espanto que a Nigéria e o Benin provocam no brasileiro é a existência. seu ritmo. neste final de minha fala. as velas pendiam murchas. reais e imediatas. arpoado. comigo veio a África. com isso. É que. por ter me feito escrever durante 42 anos”. honra e enobrece. depois de ter desejado o sacerdócio. permitido acesso ao que de imortalidade possamos tirar do tempo. dos mais jovens aos menos . dando-me a convicção de que não podemos continuar esmagados pela injustiça e pela discriminação que nos cercam. tentei explicar-lhe por que nem sempre certas benesses me alegravam tanto quanto deviam. intensamente vivida. e desde então dedicaram seus livros um ao outro. não havia vento nem ondas. por isso. Dirijo. do pão à poesia. certa manhã o navio amanheceu parado. estruturados e amados por grande número de descendentes de ex-escravos brasileiros. é o nosso mistério. conservador ou novidadeiro. quatro semanas. que marcava os dias a faca numa pilastra de madeira. com o poder de perdoar pecados. Zora. sou-vos grato pela escolha de meu nome para membro efetivo desta Casa e por me haverdes. os homens se debruçavam sobre a amurada. Conversando certa vez com Alceu Amoroso Lima. em Lagos e em Porto Novo. Para levarmos esse movimento à frente. Essa presença africana. o que me tornou impermeável a muitas vaidades. preparando-me para ser padre. mas pode precisar de novas contribuições e acertos. em amorosa reciprocidade. Diante de vós. Suliman. o mar parecia um pano estendido até lá longe. analisa e impulsiona. Em 12 de setembro de 1955. Chego a este momento pela mão de Geraldo França de Lima. a filha de Dona Júlia riu no seu jeito e disse: . O pensamento múltiplo. para que toda a nossa população possa participar integralmente das produções do País.que nos abrange a todos. Estamos na Casa que norteia e orienta. Senhores acadêmicos. nos anos de 1950. a Zora. é a nossa única vitória contra o tempo. teremos de escrever. juntou-se à minha infância e adolescência passadas em seminário católico. senti-me fisgado. É nosso chamado. discute e concilia. com a certeza de que iria ser intermediário entre Deus e os homens. marcado para o resto da vida. a do seminário e a da África. se completaram. Na África. sua gente. nada se mexia. com gente exclamando: Olá-lá-lá. desde o romance Serras Azuis. TEXTOS ESCOLHIDOS A VIAGEM Já estavam no mar há muito tempo. Mariana saiu para o convés. que já existe. Por onde caminhei depois. tudo o mais parece pequeno. quase uma centena de discursos feitos por acadêmicos de anteontem. suas cores. Neles vibra uma agitação permanente que nos indica mais uma direção do que uma estrada. que esteja conosco. Estamos no fim de um século e de um milênio. de ontem e de agora.terá de usar total determinação no esforço de criar condições. uma frase também curta e simples: “Muito obrigado. diversificado. dizia que eram vinte e oito. talvez se possa imaginar como será o Brasil do futuro. seria presente para Iemanjá?. de manhã quase ninguém saía do lugar. no dia seguinte levou um pedaço de pano para um lugar mais alto. perdeu a fome. encontrou todos os malês curvados no chão. o mar não se moveu. um crioulo forte chamado Rodrigo pegava peixes enormes e um dia descobriu que mariscos se haviam agarrado ao casco do navio imóvel. depois de uma semana de imobilidade o capitão pediu que todos se reunissem no convés. não pensava mais naquilo. coisa podre. o capitão conversava com ela e falava-lhe dos outros planetas. deu-lhe comida à força. perdia-se nele. houve dança no meio do porão. a do momento em que o homem que a levara de canoa de Abeokutá a Lagos apontara para longe e dissera: Olha. O pior que pode acontecer num veleiro é falta de vento. esquecia as coisas. os dois olhos viam o horizonte igual. a cara de Padre José. sentia-se tonta em certos momentos e então voltava a ver o mar. de outros mundos.Estamos numa zona de calmaria. pediu a Epifânia que os fervesse e juntou amigos para partilharem do prato. imóvel num canto da cama. Sulivan ficara mais magro. mais tarde ferveu um pedaço de carne-seca. a avó não abandonava o seu lugar. Epifânia teve de ir buscá-la. levantavam-se de vez em quando. às vezes encolhida. mas não. o mulato pernambucano bateu num atabaque até tarde. o capitão foi vê-lo. ficavam olhando o mar parado. tornavam a se ajoelhar.. nunca vira tantas estrelas. Mariana voltou a subir ao convés. suas roupas davam a impressão de ter crescido. uma noite os tambores soaram com mais força. não agüentava mais aquelas sacudidelas o dia inteiro. O primeiro a ficar doente foi o mulato de Pernambuco. a menina mastigou com cuidado. à noite quase todos bebiam cachaça. Durante vários dias o vento não veio. Suliman olhou para ela sério: . o cheiro lá embaixo começava a ficar forte. apareceu e explicou: . Mariana e o mar. Epifânia tratou de Luzia Borges com todo o cuidado.Não diga o que não sabe. levaram o vaso para o capitão ver. e o que vira fora o conjunto de casas da cidade em que o tio a vendera. fazia a menina tossir. revia a enchente do Piau. apareceram caniços e anzóis. só os homens é que andavam de um lado para o outro. Mariana brincou mais à vontade. Mariana e o mar. durante o dia muita gente pescava. a avó lembrou-se com nitidez de uma velha imagem. um dia Mariana não conseguiu acordar direito. então voltava a aparecer um pouco de alegria. de cometas. Epifânia enxugava o rosto dos de cama. deitou-se e ficou olhando o mar assim. o número de doentes aumentava. apareceram remédios surgidos não se sabia de onde. tudo estava quieto. parecia-lhe que o navio se movimentava. de sóis. vinha numa tina grande que um marinheiro trazia e distribuía para cada um. rezando em direção a Meca. não havia água para lavar as mãos depois da comida. algumas riscavam a noite. Nossa água dá para mais de oito meses e quanto à comida não há problema. limpava a boca de Luzia Borges. o capitão distribuía água e bolachas. Mariana regressava a seu posto e esperava anoitecer. mas foi-se diluindo em pedaços cada vez maiores de silêncio. das estrelas cadentes. A alegria dominou durante outra semana ainda o navio. Maria Gorda jogou uma coisa no mar. estendeu o pano sobre uma tábua. não sabe quanto . cada um trouxe o que podia e o navio tem provisões para muito tempo. muita gente passava a noite no convés. alguns mascavam fumo. A lagoa estava tão quieta como este mar de agora. a menina ouviu a palavra desinteria. marinheiros com facas na cintura ficaram parados vendo os passageiros dançarem. a menina ia ver a mãe e a avó. a farinha com arroz se atulhava na garganta. uma das irmãs Borges em vez de coco fez sangue . perto do leme. era de azedo. depois de alguns minutos a gente se acostumava. Mariana acostumou-se a passar horas olhando o mar. um dia não saiu da cama. Emília e Antonio brincavam menos. Mariana começou a sentir moleza no corpo. arrancou os mariscos. Mariana olhava o céu. desceu até lá numa corda. moça. Epifânia era quem fazia agora toda a comida. a mãe deu-lhe água e biscoitos. os olhos de vidro do carneiro morto. mulheres e crianças deixaram de sair normalmente ao convés. Contudo houve uma alegria geral naqueles primeiros dias. a água tinha hora certa.Já era tempo. Os homens comentavam que não se via mais o Cruzeiro do Sul. e logo havia mais três doentes. fechava os olhos e concentravase na espera. quando seu corpo caiu nas águas um pedaço de pano saiu boiando sobre o liso da superfície. mas o corpo não afundou. e não o encontrou. pedia que a levassem para a cama no momento em que o sol ficava demasiadamente forte. daí a pouco havia peixes que atacavam o cadáver. o convés ficou cheio. a mãe segurou-lhe o rosto um dia. E logo os tambores bateram com violência. uma tarde morreu um dos malês. deixaram o morto escorregar. Depois de três meses sem vento seis pessoas haviam morrido. jogavam água no porão. esfregaram o chão com vassouras. um perto magro. fitando os objetos. Na manhã seguinte o navio andava. doida para brincar de roda. O vento. mastigava bem a farinha e o arroz.tempo esteve ausente da vida no navio. sim. a água se imobilizava iluminada. o capitão mandou que o corpo fosse levado para cima dentro de um lençol. no convés. Sentia-se mais velha. o mar era como se fosse um enorme assoalho brilhante. A primeira morte ocorreu quando a calmaria durava mais de mês. comia com decisão. os marinheiros entraram numa atividade incessante. no fundo do pensamento passara a só ver a chagada a Lagos. ou passava horas sem dizer nada. você está com treze anos. só queria conversar com Abigail. poucos foram os que . A voz de Maria Gorda tinha um tom de susto: . mesmo assim morreram três pessoas numa só tarde. quis achar o Sebastião. tomava sol apoiada pela filha e pelos netos. dava a impressão de que qualquer um podia andar por cima dele. continuaram de olhos na luta sobre o mar. os outros rezaram para o morto. o capitão comandou três homens para limparem tudo. Duas velhas e um velho. amanheceu morto. o capitão andava com um revólver aparecendo e chegou o dia em que morreram duas pessoas de uma vez. envoltos em lençóis foram levados para cima. o axexê dos mortos. Notou que a comida tinha diminuído. desta vez o barulho dos corpos no mar soou nítido no início da noite. Mariana arrastava-se muitas vezes pelo chão. o mar parecia continuar o convés. ficou boiando. um marinheiro rezou um Padre-Nosso e uma Ave-Maria em voz alta. Catarina fazia agora questão de subir de manhã para o convés. quase ninguém comia mais a bordo. Abigail saltou para o meio do porão. Soube que os dois tinham sido atirados ao mar durante a noite. no convés os rostos olhavam para a cara do morto. só que não havia muita coisa pesada a bordo que pudesse ser dispensada. em que Mariana jamais havia reparado. a boca parecia ter sido detida no ato de mastigar. mas de vez em quando corria para perto dos irmãos menores. dançou forte no assoalho velho. Estava. a capitão rezou por eles. que já era moça. não parecia suficiente para empurrar o navio. a avó percebeu que era o toque dos eguns. irmã de Abigail. como viajava sem família ninguém lhe deu atenção. de barbicha.Minha filha. nada mais existia. O ar se agitou ligeiramente por muitos dias. A menina foi ver o lugar em que dormia a família Ribeiro. tinha sido dos mais silenciosos. acharam-no no convés com pedaços de biscoito nas mãos. os rostos . as velas se sacudiam no ar. na amurada. dos eguns passaram os atabaquistas a bater para Iansã. Mariana estava meio dormindo quando ouviu a notícia. o cheiro de fezes se acentuava em certos lugares. tinha chorado muito durante dias seguidos. mas também era um toque de alegria. os homens ficaram olhando o morto ser arrastado pelos peixes. sol e comida. amarraram-lhe os pés. as cordas balançavam de um lado para o outro. depois cada um voltou para sua cama. os homens que seguravam o lençol levaram-no até a borda do navio. o capitão disse que deviam ter amarrado um peso no morto. lembra-se de uma noite de luar. faltava o menino que sempre estivera no grupo. às vezes um orobô. Morreu em seguida a menina Joana. eram importantes. deixara de comer. quando começou a chegar. disse: . agitou as mãos num abandono. foi de um preto de Alagoas. num momento em que as ondas se formavam e o navio começava a jogar. olhou-a espantada. mortes não a tocavam. Mariana seguiu o acompanhamento. Diziam que o navio se movera fora do caminho. uma tarde ficou quieta. então já estava boa. as pessoas. com pedaços de pedra achados no porão. cantou em iorubá. o corpo mergulhou no mar num mergulho sem ruído.Esta noite partiram dois: o Sebastião e o filho do Ribeiro. O segundo morto foi o mulato de Pernambuco. a que Luís de Camões (1525-1578) viria dar. foi a última das mortes na viagem. contribuiu o idioma português para individualizar a nacionalidade portuguesa. os passageiros olhavam sérios para o lençol. partisse da Escola de Sagres onde. ficaram ali de torpor. até então manejadas pelas caravanas árabes no abastecimento dos mercados europeus. conforme diz o historiador marítimo português Almirante Teixeira da Mota. assim. Maria Gorda levou um tombo. vento e chuva não permitiam que a embarcação se detivesse. o Navegante (13941460). mas não conseguira prender Portugal na sua tentativa de unificação política. punham farinha no dendê. a calma da manhã seguinte foi que assustou. iniciado pelos portugueses no Século XV. carecia atirá-lo o mais depressa possível nas águas. Mariana lembrou-se da queda de Susana na ladeira da Bahia. às vezes vento forte. Henrique. " a caravela venceu a caravana". Teixeira da Mota acrescenta: "A rota marítima dos portugueses supera nitidamente a rota transmariana.negros tomavam sol. Suas fronteiras eram todas com a Espanha. poucos podiam atravessar o convés em segurança. Para isto ele e sua equipe desenvolveram um tipo especial de navio. Foi. numa universidade. depois metiam na boca. Parente próximo do galego. "A casa da água" . ao meio-dia a comida foi comida com entusiasmo. num livro. a reunião para jogar o corpo no mar se fez quase com raiva. diziam que o homem passara dias sem tomar conhecimento do mundo. a Oeste e ao Sul ficava o Oceano. reuniu os filhos ao redor de si.1969 SÉCULO XVI Avanços significativos do homem têm começado numa escola. D. Situado no extremo ocidental da Europa. pouco se falava. A nova tecnologia . Vencendo o oceano. as contrário. era a caravana que transportava. da terra basca e da Catalunha aos galegos do Norte. apesar do vento e da animação que voltava a bordo. Para essa avanço rumo ao desconhecido havia Portugal criado um instrumento básico: a língua portuguesa. a prova definitiva de um povo na posse de sua identidade nacional. país heterogêneo que lutava para unir suas diversas nacionalidades. a tempestade que se abateu sobre ele naquela noite não provocou medos. se reuniu a melhor tecnologia de navegação da época. Antes. Mariana encostou-se no corpo da avó depois de comer. através dele. natural que o movimento das Descobertas. Epifânia botou dendê no peixe seco. Todas as mercadorias. com seu poema Os Lusíadas. hoje não achava graça nas coisas.determinou uma profunda mudança no transporte da época. num centro de aprendizado.Romance . O vento já soprava há suas semanas quando morreu um marinheiro. O navio pegou vento durante muitos dias. sem vontade de fazer coisa alguma. cada um voltado para o rosto quase roxo do morto. amassavam tudo até que se formasse um bolo. inclusive ouro e escravos. mas o vento continuava a bater nas velas. A caravela vencia a caravana no domínio dos escravos negros como o estava fazendo no do ouro. Se havia a Espanha a Leste e ao Norte. unia. não tinha Portugal como se expandir. ela rira de não conseguir parar. promovia encontros. Não houvera modificações no campo social mas apenas inovações técnicas e uso de novas rotas. passaram a ser transportadas em caravelas. nas relações com o mundo além da África. Portugal escolheu o Oceano e. investigava de que maneira domar o Atlântico. dispor do cadáver rápido e concentrar a atenção no vento que lavava o navio em subidas e descidas sobre as ondas. as mãos pegavam no peixe. a caravela. sentindo o vento que atravessava o convés.de navio com leme de cadaste e a adoção do pano latino . não limpava as mãos no vestido." (1) . enquanto o faziam era como se soubessem que não haveria outras mortes e tornava-se necessário acabar depressa com aquela. num estudo. mudou as perspectivas do homem europeu e abriu novo horizonte para uma cultura que parecia haver chegado ao ponto da saturação. publicado em 1572. a menina continuava a sentir o corpo mole. Henrique. Mariana. postado no extremo Sul de seu país. sob a direção do Príncipe D. Emílai e Antonio comeram em silêncio. comer chegava a ser esforço. Emília era a mais delicada. e Portugal representava. no centro dessa ideologia. a partir de então. ali ingressou na Companhia de Jesus e. na península ibérica e no Leste bloqueava qualquer expansão européia. na mesma década em que Cervantes e Shakespeare morriam. na sextafeira. As Cruzadas não haviam conseguido romper o cerco muçulmano. Escreveu um tratado de Tupi . durante séculos. Japão. uns trinta e seis anos depois de concluída. Malaca. os jesuítas abriram escolas. A carta de Pero Vaz de Caminha. E é um jesuíta. De então até morrer. Antes da carta de Caminha dispunha Portugal de uma série de narrativas ligadas aos cometimentos de Henrique o Navegante. como a certidão de nascimento do Brasil. Nascido em 1533 em Tenerife. podem ter composto um grupo de quatro portugueses que antes de todos residiram no Brasil. Mostra ela os índios brasileiros em sua nudez e em sua integração com o meio-ambiente. literatura identificada com a religião". a saída era o mar. em latim. a ideologia das Descobertas. onde se achava como refém de uma tribo indígena em revolta contra os brancos. passara a ser português. assumiu papel preponderante a Companhia de Jesus. enquanto dois portugueses. tendo escrito.1583). Portugal. que haviam fugido e não voltaram. Teve começo aí a literatura feita no Brasil para uso de habitantes da terra. Padre José de Anchieta. seria tempo de posse e povoamento. pelos costumes da época e pelo Tratado de Tordesilhas (4). nas Ilhas Canárias. Peregrinação foi o que hoje se chama de best-seller. onde fundeara parte da frota de Cabral. dos bichos e das frutas. ensinaram as primeiras letras e deram ao verbo evangelizar um significado também prático. Depois de se chamar sucessivamente Vera Cruz e Santa Cruz. se possível imediato. ao longo do Norte da África. e pelas suas análises de pessoas e acontecimentos de então. fala das enseadas e das árvores. o escritor por excelência da nascente colônia. tendo encantado a Europa da época pelas suas descrições de viagens por terras da Índia. A "Crônica da Tomada de Ceuta" e a "Crônica da Guiné". com uma simplicidade e direiteza de estilo e consideração de conteúdo humano que vão além de "seu caráter puramente documental. A obra prima da prosa narrativa portuguesa. Uma das naus regressou a Portugal. tendo sido o fundador da hoje cidade de São Paulo e partícipe da fundação do Rio de Janeiro. "literatura para quem não sabia ler. de Gomes Eanes de Azurara. apresenta-se. no dizer de Jaime Cortesão. O resto da frota continuou viagem para a Índia. surgiria no Século XVI (escrita entre 1569 e 1578) e ficaria como documento indispensável ao conhecimento da presença da gente de Portugal no extremo Oriente. onde ganharia acesso às especiarias que tanto valor tinham para o consumidor europeu. escreveu em Tupi autos teatrais e mistérios que encenava com os índios. primeiro dia de maio de 1500. inserida nessa tradição de não deixar acontecimento sem registro. de Fernão Mendes Pinto (1511 ? . (3) O primeiro século de existência daquele território que. uma Europa que fora. escolhidos entre degredados que faziam parte da expedição. Deixou ele ainda. na linha da literatura oral. com a carta de Caminha. No Brasil do Século XVI. Também dois grumetes. Era. de origem espanhola por parte de pai e de mãe nativa das ilhas. Nesse esforço de erguer povoações e expandir a presença lusa na terra a ser conquistada. como bom pedagogo religioso. ergueram igrejas. sufocada pelo cerco do Islã. um poema à Virgem Maria. estava Portugal preparado para romper e cerco muçulmano e tentar a conquista de um caminho independente para a Índia. Peregrinação."(2) Datou-a ele do lugar a que deram o nome de Porto Seguro. ficaram em terra. a maior parte dos versos desse poema na areia da praia de Iperoig. partiu para o Brasil. tomaria a colônia o nome de uma árvore comum na região atingida pelos portugueses: Brasil. jamais deixou a colônia que percorreu em vários sentidos. que historiavam os avanços portugueses mares e terras adentro. estudou em Coimbra. em 1597. se adaptava com facilidade e o talento que pudesse ter. segundo tradição do Brasil da época. aos vinte anos de sua idade. e deixavam por escrito os feitos das navegações na seqüência dos compromissos ideológicos da Descoberta e do caminho para as Índias.Era uma ideologia. como disse José Honório Rodrigues. China . Pela geografia e pelo temperamento afeito a trabalhos duros de seu povo. língua franca dos índios brasileiros. Havendo aprendido o Tupi. a Europa inteira. típica dos povos sem escrita e a que Anchieta. cuja presença predominante na Terra Santa. Sua publicação em volume viria a ocorrer somente em 1614. estavam entre elas. de Pernambuco. Dom Sebastião. a capital. como obra de meados do Século XVI incorporava. em condições diferentes. Enquanto a colônia portuguesa da América do Sul estabelecia seus primeiros centros culturais. e a um espetáculo de teatro sobre a vida do santo. de 66 anos. "pintados de certas cores aprazíveis". à bela e alta maneira antiga. de Cervantes. em 1580. separados de Olinda. em sua engenharia. em ganhar vitórias na luta dos cristãos contra os árabes. Terminava o Século XVI e o Brasil continuava. De 1583 a 1590. Rio de Janeiro e São Vicente (hoje no Estado de São Paulo). jovem rei de Portugal. Porto Seguro. Dom Henrique. O último grande poema-que-conta-história. Ilhéus. preponderante até hoje. Escrito por Diego Hurtado de Mendoza. de Luís de Camões. tal como Dom Quixote. gente que o leitor poderia encontrar com facilidade ao longo dos caminhos da Espanha. merecem atenção os nomes de Fernão Cardim e Gabriel Soares. O embate realiza-se no começo de agosto de 1578. Vida de Lazarillo de Tormes y de Sus Fortunas y Adversidads. dispunha de trinta e seis engenhos. sendo três mil portugueses. padroeiro da cidade. Dele são também cartas e ânuas que contêm preciosas descrições geográficas e informações históricas sobre a colônia portuguesa no Século XVI. ou com mais violenta paixão do que o personagem famoso. daria . teima e desembarca no Marrocos e aguarda no forte de Arzila o momento de dar combate ao chefe marroquino. apareceram com trinta e poucos anos de diferença: Os Lusíadas. um retrato bastante minucioso da colônia.sua independência. cardeal. em geral constituindo-se em povoados à parte. houve outros cronistas que fixaram por escrito aspectos da vida brasileira capazes de fornecer. literárias. Desaconselhado por seu tio. assistiu o cronista às festividades de Natal. e por muitos de seus concidadãos postugueses. hoje. num lugar chamado Alcacer-Kibir. Morto Dom Henrique dois anos depois." No Rio de Janeiro. em 1572. "Breve história da Literatura Brasileira. oito mil índios cristianizados e quatro mil escravo da Guiné. Suas três primeiras edições conhecidas são de 1554. passava a península ibérica por modificações políticas. Já Pernambuco possuía sessenta e seis engenhos de açúcar. em 1606. passando o Brasil também a pertencer à Espanha. o rei Felipe II da Espanha. várias técnicas de narrar que se dirigiam ao grande público e revelavam personagens da rua. sonhou em conquistar terras dos mouros. e o Dom Quixote . e que a exploração e exportação de madeira eram consideráveis. Informa Fernão Cardim: "Vestem-se as mulheres e filhas de toda sorte de veludos e outras sedas e nisto têm grandes excessos.1500/1994" – 1994 SONETO DE NATAL "Mudaria o Natal ou mudei eu?" Machado de Assis Mudaria o Natal ou mudo iria Mudar sempre o menino o mundo em tudo? Ou fui só quem mudei. Huan Ortega ou quem haja sido. sabe-se que a produção de açúcar em Salvador. Bahia. com a derrota completa das forças portuguesas. sua luta para dar forma e linguagem a uma nova terra. com uma dança de meninos índios nus. múltiplo. poderia ter mostrado que o gênero estava próximo. a morte de Dom Sebastião e a subida ao trono de Potugal de outro tio do Rei. intrigas e traições fizeram valer os direitos de Felipe II ao trono de Portugal que perdeu. outra narrativa espanhola. Entre eles.chamado A Arte da Gramática da Língua Mais Usada na Costa do Brasil. e a primeira narrativa em prosa que dava início à arte do romance. a celebração do dia de São Sebastião. No decorrer da vida de Anchieta. com isto. Espírito Santo. econômicas. Outras modificações atingiam mais diretamente o Brasil do que as literárias. então capital do Brasil. e meu escudo Novidadeiro. A população total da Bahia e arredores chegava a quinze mil pessoas. visitou Fernão Cardim as regiões da Bahia. Antes da estruturação do romance moderno em Dom Quixote. Pelo relato que fez dessa viagem. poesia . história da literatura. literatura infantil e dicionários. de verso. francês. com a presença do imortal que.br/artigos?palavras_chave=Antonio%20Olinto Antônio Olinto[1] (Ubá. Desistiu de ser padre. Foi. Porque a muda modula esse desnudo Renascimento em palha. em seu discurso. crítica literária. as homenagens são prestadas . Sua obra abrange poesia. "Geralmente. 12 de setembro de 2009) foi um escritor brasileiro. A noite amena erguendo-se em poesia. muda de estudo. dia. Belo Horizonte e São Paulo. inglêse história da civilização. Índice [esconder] 1Formação 2Grandes paixões 3Academia Brasileira de Letras 4Obras 5Referências Formação[editar | editar código-fonte] Estudou filosofia e teologia nos seminários católicos de Campos. no campus Méier. desde 1998. português. De mucama. o fim miúdo. análise política. ensaio. Em 2004. a Biblioteca Antônio Olinto. Natal de 1965 "Tempo de Verso" . Mudei eu sempre sem saber que mudo Ou somente o Natal me mudaria? Nova York.org. e molda e afia O instrumento da troca.1992 ARTIGOS DA ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS http://www. pouso. 10 de maio de 1919 — Rio de Janeiro. o Reitor Paulo Alonso inaugurou. em colégios do Rio de Janeiro.Ao mudadiço mito da alegria Em noite tão mutável jeito mudo? O homem é mudador. Foi professor durante dez anos de latim. demonstrou o contentamento em estar podendo participar de uma inauguração dessa importância. professor visitante do Curso de Letras da Universidade Centro Universitário da Cidade do Rio de Janeiro. romance.academia. 1967. por Richard Chappell. no candomblé do Ilê Axé Opô Afonjá. Novas e Antigas . Liv.poema. O Journal de André Gide . 1955. O Homem do Madrigal . nossa literatura e nossa gente em todos os cantos do mundo. 1974. .poesia. Liv. acrescentou o Reitor Paulo Alonso.poesia. 1949. 1986. neste dia e neste momento de extrema felicidade. Liv. 1967.tradução inglesa de O Dia da Ira. Daí. Editora Galo Branco. Olinto contribui. Edição Sinal. Antologia Poética . 2004 Jornalismo e Literatura . 1957.poesia. dessa forma.poesia. juntamente com Jorge Amado. José Olympio Editora. edição Rex Collings. dia em que comemora mais um aniversário. Nagasaki . Foi eleito em 31 de julho de 1997. em consequência do Brasil. para ser Obá de Xangô. Grandes paixões[editar | editar código-fonte] Suas grandes paixões são a música africana e a cultura africana. MEC.Editora Leitura. editoras e mídias. 1954. 1955. ter decidido prestar-lhe essa singela e mais do que merecida homenagem".poema. edição Rex Collings. Editora Pongetti. Na Bahia. na sucessão de Antônio Calado e recebido em 12 de setembro de 1997 pelo acadêmico Geraldo França de Lima.em memória. Sua posição contra o comunismo custa-lhe até hoje o pouco reconhecimento por parte de imprensas. neste dia 10 de maio. cujo patrono é o poeta Cláudio Manuel da Costa. MEC.tradução inglesa de As Teorias por Jean McQuillen. O meu amigo Paulo Alonso está me fazendo a grande gentileza de me fazer mais feliz em poder estar aqui com ele e com tantos alunos e professores. Liv. descobriu a cultura negra no Brasil e a presença brasileira na África.poesia. O Dia da Ira . 1957. José Olympio Editora. The Day of Wrath . 1967. Traduzido em mais de 35 idiomas.poesia. 50 Poemas escolhidos pelo autor . Tempo de Verso . Teorias. Obras[editar | editar código-fonte] Presença .poema. foi escolhido. a UniverCidade. A Paixão segundo Antonio ." O acadêmico Antônio Olinto merece todos os nossos aplausos e todas as nossas homenagens. As Teorias .ensaio. 1992. Editora Porta de Livraria. Editora Porta de Livraria. Theories and Other Poems . por ser um dos mais notáveis escritores brasileiros vivos e um dos mais importantes intelectuais. Editora Porta de Livraria. 1959. É para mim uma enorme honra poder batizar essa bem equipada biblioteca com o meu próprio nome. José Olympio Editora. para divulgar nossa cultura.ensaio. José Olympio Editora. Resumo . Academia Brasileira de Letras[editar | editar código-fonte] É o quinto ocupante da cadeira 8 da Academia Brasileira de Letras. 1972.poesia. Londres. Quando na África. 1983 A Verdade da Ficção . Jaca Book. Dois Ensaios . Círculo do Livro. Nórdica. 1983. O Brasil Exporta . tradução italiana de Adelina Aletti. José Olympio Editora. ensaio político.Ao Livro Técnico. 1988.crítica literária. Thomas Nelson and Sons Ltd.tradução italiana de Sonia Rodrigues. 1982. 1969.literatura infantil. Liv. African Art Collection. edição Braille polonês. 1983. Editora Bhum . Dom Nad Woda . Antonio Olinto apresenta Confúcio e o Caminho do Meio .ensaio. Nova Fronteira. O Problema do Índio Brasileiro . 5ª edição.tradução polonesa de Elizabeth Reis. LISA. Editorial Nórdica. Liv. 1984. 1975. 1958 Ainá no Reino do Baobá . Skopje. 1973. 1972. RIEX.romance. A Invenção da Verdade . Banco do Brasil. 1993. tradução inglesa de Dorothy Heapy. 1973 La Casa del Água .crítica de poesia. Editora Arca. Editora ALLFA. edição Wydawnictwo Literackie. Macedônia Makepohcka Khnra (km). Edição Jaca Book. 1997.Rio de Janeiro.ensaio sócio-político.ensaio sobre arte africana. Editorial Losada. Edições GRD. Banco do Brasil. Scurt² Istorie a Literaturii Braziliene (1500-1994). Embaixada do Brasil em Londres.2001. José Olympio Editora. (Dom Nad Woda. Brasileiros na África .romance. Edição Stock. 1982. 1960. Círculo do Livro. .crítica literária. 1983.tradução francesa de Alice Raillard. 1983. tradução romena de Micaela Ghitescu. Difel. Letteratura Brasiliana . COBRAG.tradução argentina de Santiago Kovadlof. 1970. 1964. O Cinema de Ubá . 1987.(Macedônio).Livraria São José.tradução inglesa.tradução inglesa de Ira Lee. 1992. tradução inglesa de Ira Lee. 1985 La Maison d'Eau . Para Onde Vai o Brasil?. RIEX. 1984. Polska Braille. 1977. Do Objeto como Sinal de Deus . Brazil Exports .(história da literatura brasileira). Literatura Brasileira. 1985) Casa dell'Acqua . Londres. 1988. 1972. 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Edição Jaca Book.tradução inglesa de C. 2007. Editorial Nórdica. Lótus do Saber Editora[1].dicionário. Les Meubles de la Danseuse. A dor de cada um . 1989. 1987. história de uma paixão . Lótus do Saber Editora. Die Möbel der Tänzerin. tradução francesa. 1975. Londres.tradução italiana de Bruno Pistocchi.romance. Bucaresti. Edição Stock. Editura Univers. The Glass Throne .traduzido por Antônio Olinto em 2000. Editora Lerlisa. Editora Nórdica.tradução romena de Micaela Ghitescu. Coleção Lisa Biblioteca da Literatura Brasileira LISA. português. Tempo de Palhaço .romance histórico. tradução alemã.novela.romance. Autobiografia de um Iogue [2] / Paramahansa Yogananda (1893-1952) . tradução francesa de Geneviève Leibrich.romance. 1981.contos.tradução inglesa de Richard Chappell. Mobilele Dansatoarei . 2003. Edição Nórdica. 2000 . Editora Saraiva. 1994.romance.dicionário. 1985. Mondrian. Benson. L`Umana Avventura.espanhol . Os Móveis da Bailarina . Edição Norstedts. O Menino e o Trem . Editorial Nórdica.tradução inglesa Richard Chappell. Editora CEJUP. Estocolmo. The Dancer's Furniture . Minidicionário Antonio Olinto: espanhol-português. 1999.primeiro romance da Coleção Anjos de Branco. tradução italiana de Sonia Rodrigues. 1986. Trono di Vetro .romance. 1993. Edição Nórdica. 1993. 2001. Alcacer-Kibir . Minidicionário Poliglota . 1987.2009. 1997. Sangue na Floresta . 1994. 1987. Kungen av Ketu . Jaca Book.romance. Univers. Trono de Vidro . Regras práticas para bem escrever / Laudelino Freire (1873-1937) .tradução romena de Micaela Ghitescu. 2000. Copacabana . 1986. Editora Saraiva. 1995.