Antiquarismo e História Perfeita: relações entre erudição e historiografia modernaEvelyn Morgan Monteiro Paiva* A pesquisa erudita antiga é o antecedente da nossa história cultural e social. O antiquarismo que se expandiu no final do século XVI e início do XVII é denominado por Momigliano como um novo Humanismo1, inspirado na antiguidade e alimentado por amadores, ou seja, homens que se interessavam pelos fatos históricos sem se interessar, necessariamente, pela história. O antigo humanismo se confundia com a concepção clássica de história, mais empírica, com modelos pautados pela razão, como se as experiências do passado oferecessem lições para aqueles que viriam a seguir. Essa visão clássica de história está ligada a política – no estrito senso do termo “o que interessa a pólis” – e tem uma consequencia pública e uma dimensão narrativa.2 A desvalorização do método clássico ocorre, também, porque esse modelo é carregado de valor, difícil de ser aplicado politicamente, já que os vícios de uns são as virtudes de outros. Ademais nem sempre os exemplos históricos eram suficientes para as inquietações do presente. É então que, em fins do século XVI, se expande um novo humanismo, um método de pesquisa que se aproxima da figura do curioso. Esse não tem o título de historiador e, na verdade, era associado a uma forma de loucura e de esquisitisse, a maneira de colecionar objetos de pouco valor. O objetivo dos antiquários era buscar fontes mais confiáveis. Ao investigar vestígios materiais como uma metonímia da história, ou seja, ao utilizar um conjunto sistemático de moedas, vasos, inscrições, monumentos e outros objetos, eles reproduziriam em escala *Doutoranda do Programa de Pós-graduação em História, Política e Bens Culturais do Centro de Pesquisas e Documentação de História Contemporânea do Brasil da Fundação Getúlio Vargas (CPDOC/FGV); Professora do Instituto Federal do Rio de Janeiro, Campus Arraial do Cabo. 1 Momigliano, A. L´histoire ancienne et l´Antiquaire. In: Problèmes d´historiographie ancienne et moderne. Paris: Éditions Gallimard, 1983. p. 244. 2 Koselleck, R. Futuro Passado. Rio de Janeiro: Contraponto, 2006. afinal haviam sobrevivido ao tempo. o diálogo entre dois autores. eram a materialização do passado. O primeiro. oferece um exemplo da influência do antiquarismo na França. na tentativa de recolocá-lo no contexto geral do desenvolvimento da ciência histórica. 88. 2004. Os antiquários eram cristãos. uma “História Perfeita”. como se processaram o seu surgimento e sua aceitação enquanto um método crítico de se pensar a história. “O surgimento da pesquisa antiquária. As raízes clássicas da historiografia moderna. a ciência moderna. a crítica literária. Esses objetos seriam mais garantidos que qualquer relato. A. Essa reforma permitiu que no século XIX. São Paulo: EDUSC. cada vez mais em desuso. Ao trabalhar o conceito de uma nova história. expôs as origens das pesquisas sobre Antiguidade e apontou as razões para que os antiquários ocupassem um grande papel na reforma do método histórico do século XVIII.2 menor a história. As narrativas clássicas continuam sendo frequentadas e utilizadas. portanto. que caminhava paralelo as concepções clássicas. criada para refletir a importância da França. Huppert esclarece como as relações entre erudição e historiografia serviram de base para movimento histórico francês no século XVI. não houvesse mais a distinção entre antiguidades e os estudos históricos em geral. Desejamos com este trabalho proporcionar uma maior compreensão do que significaram as pesquisas antiquárias para a historiografia moderna. 3 . Arnaldo Momigliano e George Huppert. p. paulatinamente.” In: Momigliano. cedendo lugar a abstração. a dedução. Arnaldo. O segundo. Isso implicou em outros gestos na maneira de se comprender a história. em seus ensaios. Breve genealogia No século XVI e início do XVII (re)nasce um espírito de curiosidade universal e uma desconfiança em relação ao dogmatismo3. Propomos. mas Momigliano. o autor relaciona a contribuição do antiquarismo na gênese desse novo ideal de história. contudo há o surgimento desse novo gosto. Seria. Através de fatos individuais colecionados e de um levantamento geral. Dessa maneira a história perdia o caráter estático das narrativas de história política. regiões. cultos.C. a partir do século VII as análises sistemáticas eruditas entram em declínio. que poderia ser de um indivíduo ou de uma nação. por isso se debruçavam exatamente sobre esse tema. santuários. A erudição começou a prosperar exatamente quando a história tucideana entrou em declínio no século III a. . 105. costumes. Idem. diferente do ocorrido no mundo helenístico. “vida”. Entretanto. deuses e instituições específicas. esses eruditos buscaram dar movimento a Antiguidade. a compilação de biografias eruditas e até mesmo a cronologia. 102. p. as biografias tiveram o Egito como centro difusor da pesquisa antiquária. ao se importar com comportamentos – individuais ou coletivos – e não com instituições e costumes. Tais como a edição e comentários dos textos literários. a descrição sistemática de monumentos e cópia de inscrições. Primeiramente ligada à noção de bios.3 acreditavam que a observação empírica era muito mais confiável do que a filosofia dogmática. esses antiquários se consideravam continuadores dos antiquários da Antiguidade. apropriados politicamente pelos imperadores. Aos romanos a erudição revelou costumes e tradições a serem reavivados. a coleção de tradições antigas sobre cidades. p. na época helenística que as pesquisas eruditas se multiplicariam adquirindo adeptos e tendências. a erudição adquiriu uma particularidade ao aproximar-se da política. Examinar os objetos materiais do passado de uma maneira científica. do sistema de leis e finanças. Essa se reportava a eventos de um passado recente e não as tradições de um passado longínquo. e que foram. de forma estratégica. era o objetivo desses. Apesar das perenes pesquisas antiquárias.4. não sendo mais utilizadas com tanta frequência. contudo. É 4 5 Idem. 5 Em Roma. por meio de descrições de instituições. instituições com vistas à reconstrução da vida antiga. A. sendo que seus autores também eram comprometidos. de instituições. faz com que se questionem o valor e a pertinência dos testemunhos. Momigliano.6 Essa era um modelo de arte.4 com Petrarca. Todavia. cit. de fato histórico. O termo “antiquarius” passa a designar um estudioso de objetos antigos. objetos que falavam pelas épocas em que tinham sido fabricados e que eram passíveis de verificação. Esta característica dos eruditos. atento aos detalhes da linguagem e da história. como evidências. pensada através da intima relação com a filologia. de arquitetura. op. que deve manter-se afastado das relações com a política e a religião. das obras literárias operando com uma transformação do conceito de verdade. Os antiquários não se consideravam historiadores. Passa a existir então um anseio pelos materiais que quase não são corrompidos. em seus exames de fontes de literárias. . 6 7 Idem. ao utilizar moedas e outros materiais para corrigir documentos que há uma retomada no pensamento antiquário. A crítica filológica tinha um valor de verdade na ausência de fontes e matérias para comprovar um argumento. de verdade. especialmente pelo fato de não gostarem da forma como esses utilizavam os textos literários com uma autoridade intrínseca. p. do desejo pela objetividade. que não deve ser confundida com a história. seria na Renascença. A desconfiança da tradição literária e da história política fizeram com que os estudos antiquários se voltassem para uma variedade de temas com a aplicação de uma sistematicidade aos materiais utilizados. 257. de leis. pelo experimento e pela busca de uma “neutralidade” religiosa se deu pelo fato de observarem que os historiadores após Heródoto estavam intimamente comprometidos com as controvérsias políticas e religiosas7. que a pesquisa erudita ganha força de uma disciplina autônoma. costumes. A idéia de confiança. p. no século XIV. 106. nos séculos XV e XVI. (1983). . As implicações filosóficas e religiosas da pesquisa antiquária se tornaram muito mais definidas no século XVII. cit. ponto que era fundamental para os eruditos: a valoração da cultura humana. Arnaldo. Além do mais. A querela entre os filósofos e os antiquários Os antiquários também estabeleceram laços com a filosofia. Segundo Momigliano.8 a ordem sistemática. Esses debates contribuíram para o método histórico. veio representar o maior. o tratamento sistemático se torna um ponto fundamental para os antiquários. Introdução. esses 8 Momigliano. abrangia-se todo o tema. a análise era descritiva não cronológica. As controvérsias políticas tiveram um efeito adverso para a história e os historiadores caíram em descrédito. em última análise. É preciso destacar que os antiquários não eram imparciais. Ao optar pela organização sistemática impeliu-se um ritmo mais lento do que o presente na história política proporcionava-se tempo de descrever em vez de narrar. As críticas pirronistas questionavam o comprometimento dos historiadores com as dinastias e reis. o fator tempo tinha uma preponderância menor. sua narrativa era composta de uma sucessão de acontecimentos muito dependente do tempo. pois se insistiu na crítica de textos – fator fundamental para determinar traços específicos para depoimentos verdadeiros – além da produção de uma retórica sobre a arte de escrever história. afinal também usavam fontes literárias e seus materiais poderiam ter sido corrompidos. (2004) op. A história era ordenada cronologicamente.5 Nesse sentido. seção por seção. se não o único critério de distinção entre a história propriamente dita e as outras pesquisas a respeito do passado. Além disso. muitos filósofos utilizavam as pesquisas antiquárias para apoiar sua visão sobre a natureza e a civilização humana. A sistematicidade da filosofia em muito se parecia com a organização sistemática dos mesmos. Dessa forma. Os conflitos entre protestantes e católicos no XVII aqueceram o debate sobre antiquarismo. A busca da erudição para uma História Perfeita . As críticas são da criação de várias histórias diferentes. Por isso a tensão entre história filosófica e erudição. pecava pelo excesso dessas minúcias. por outro lado. Neste contexto de contendas político-religiosas cada um irá servir-se de forma diferente da erudição. pedaços de análises. E é nesse século que as conquistas antiquárias começam a ser reconhecidas pela história. este deveria ser o tema central da história. os filósofos acendem suas hostilidades à erudição. com o esforço de se criar um singular coletivo.6 igualmente se envolviam com política e religião. se apropriavam da crítica aos evangelhos para defender sua posição. pois ainda que esta última tentasse dar conta da autenticidade. muito lentamente alguns historiadores irão usar essas pesquisas. Suas análises eram utilizadas como argumento para a credibilidade das tradições católicas. Os protestantes. Na história filosófica havia o pensamento de uma história totalizante. A querela entre filosofia e antiquarismo se aguça nesse momento e volta para o sentido da história. Voltaire e outros intelectuais estavam preocupados com a noção de civilização. Os enciclopedistas. uma vez que apontavam para documentos de autenticidade irrevogáveis como moedas. pela via da descrição dos detalhes. contudo ficaram a parte dessas críticas. não dando a conhecer o espírito de uma época. elo comum articulando experiências diversas. edifícios. como a pesquisa de suas liturgias e suas relíquias. O método antiquário ganhou prestígio em detrimento as narrativas historiográficas criticadas pelos filósofos. que não necessariamente se preocupavam com o contexto ou processo da história. que se tornaria um hábito até o século XIX. inscrições. estátuas. O sonho destes humanistas franceses era o de se criar uma história perfeita. a mentalidade histórica moderna foi o produto de uma revolução científica e demonstra que a idéia de uma história perfeita nasceu no século XVI.7 Após algumas considerações sobre antiquarismo voltamos nosso olhar para o exame do estudo de George Huppert9. a coleta e a edição de fontes medievais da história das instituições francesas10. Paris: Flamarion Éditeur. segundo a qual. assim como a crítica de textos. uma das contribuições mais originais dos intelectuais para a historiografia são precisamente as pesquisas antiquárias. A proximidade da jurisprudência e das pesquisas antiquárias é notável. Deve-se repelir a noção. 1973. logo a busca e a verificação dos fatos se tornaram indeléveis. 9 HUPPERT. em um círculo de juristas e humanistas franceses. nos salões literários e científicos. uma história na qual o sujeito seria o desenvolvimento mesmo da civilização. 9 11 Idem. e as simpatias protestantes. Foi nesse mundo que os humanistas franceses desenvolveram a erudição histórica. ou seja. o vínculo entre a jurisprudência e a erudição histórica. Ao ponderar sobre as origens da historia moderna o autor discute como essa em algum momento deixa de fazer parte da literatura para ser tratada de maneira científica. disseminado entre os burgueses durante a crise política das guerras civis. No início do século XVI. além das inúmeras traduções de textos da literatura clássica. surgiu na forma de uma curiosidade quase ingênua e aparentemente insaciável em relação ao direito dos Antigos. Idem. Esse gosto pela erudição se disseminou na Corte. Os juristas humanistas foram buscar na Antiguidade as instituições e suas leis. Segundo Huppert. o entusiasmo pela história. se criava a necessidade de utilizar fontes originais e autênticas. p. 10 . Daí a grande contribuição do antiquarismo e da filosofia da história para a conformação da história. George. Cada vez mais se exigia. 22. nos parlamentos. os ataques dos céticos contra o método histórico. Podemos citar: o nacionalismo. nas cátedras universitárias. p.11 Desejavam conhecer cada detalhe de suas forma de vida abrindo espaço para os trabalhos de filologia e antiquarismo. mestra da vida. Estes estudiosos propuseram problemas essenciais com suas linhas de pesquisa. L´idée de l´histoire parfaite. Suas influências trouxeram novas perspectivas sobre a historia da Igreja. as inscrições. 29. que não é ainda a história inteira da França. que não é perfeitamente nova na sua forma. Mas o objetivo desse novo método histórico era o de se repensar a história da França. com importantes contribuições para uma outra forma de se observar o nacionalismo. que definem a “história perfeita como um pequeno trabalho deles. afinal na segunda metade do século XVI a sociedade francesa foi conduzida a uma profunda crise 12 Idem. mas um simples recolhimento em forma de anais. as coleções.” 12 Esses autores reivindicaram a descoberta de um método que deveria dar um senso a história da França. Principalmente sobre a história política. Tal tarefa exigia a explicação de seu desenvolvimento e o apoio das argumentações sobre provas documentais sólidas e irrefutáveis. especialmente importantes em um momento de conflitos religiosos. Huppert cita Vignier e La Popelinière. A fim de verificar às pretensões desses autores é que Huppert estuda as pesquisas de Estienne Pasquier. O desejo era de dar uma verdadeira visão da história da Idade Média. p. sem se limitar as fontes narrativas e literárias. Boudin. La Popelinière. e qualquer outro antes de nós ainda não tinha feito ver.8 Esta “Nouvelle Histoire” proposta pelos franceses. dois autores que fundaram esta concepção. aos monumentos. Tradução livre. e as submeter a uma crítica sistemática. tratava-se de um método consistente ao utilizar todas as provas possíveis. Le Roy Vigner. as narrativas dos homens de letra deveriam ser substituídas pelo trabalho de pesquisa rigoroso dos filólogos e juristas. As fantasias dos cronistas. as moedas. ícones representantes dessa nova forma de história. O antiquariato foi apropriado para clarear as passagens obscuras da história da Antiguidade. . para completar as lacunas das fontes narrativas graças aos documentos jurídicos. Essa é uma questão latente para essa nova história. A tarefa não era simples e exigia um certo nível de especialização e cooperação dos eruditos. nuances do protestantismo. com tudo o que ela implica. Os sábios do XVII. Contudo. requeriu uma reinterpretação do passado.13 Momigliano também fala dessa contribuição da erudição para o nacionalismo. Sem dúvida que certos aspectos dessa nova interpretação estavam já colocados desde os tempos de Petrarca. não possa mais ser considerada como um produto tardio da revolução científica. Mas bem parece que a mentelidade histórica moderna. um e outro. Eles compilaram glossários. ou um narrador. se desinteressaram pelas grandes questões da história geral. Esse alimentou-se da abertura dos eruditos e seu desenvolvimento é colocado as exigências do nacionalismo e do protestantismo que. elas estavam afinadas para fornecer finalmente as bases sobre as quais se construiu a erudição moderna.9 constitucional com a morte de Henrique II. 15. . Uma história da França que esteja à altura da história de Roma. Enfim eles tenderam em direção as pesquisas antiquárias muito mais do que em direção daqueles historiadores clássicos. ajudava as nações a adquirirem autoconfiança ao redescobrir suas antigas tradições. Os franceses falavam de uma história inédita. escreveram a vida dos santos. estudaram as moedas. mas a tentativa de se difundir esta história perfeita fracassou. pois o antiquariato aparece como um renascimento das antigas formas de vida. É no século XVI que é criado o método moderno de explicação do passado. p. Os esforços para provar que o historiador pode ser qualquer coisa a mais que uma testemunha. A reinterpretação da história medieval se fez sentir de maneira aguçada. fundada em fatos. As origens dos franceses foram explicadas se apoiando em fontes mais autorizadas. uma história que pudesse oferecer certezas sem se reduzir aos ataques dos céticos ou da propaganda política. foi somente com o advento de uma nova filosofia da história que os 13 Idem. a pesquisa acerca método histórico foi enriquecida pelos humanistas. Os objetivos e as perspectivas deste movimento acontecido no século XVI se perpetuaram em linha direta. ou um memorialista não foi à frente. com efeito. editaram as fontes para uma história medieval. Mas as técnicas da “Nouvelle Histoire” não caíram jamais em desuso. A era dos antiquários não marcou somente uma revolução nos gostos. Eles significaram um primeiro passo para uma historiografia moderna. A verdade histórica adquire outro sentido. microscópios. algo muito natural hoje. mas não da sua contribuição. pelas pequenas experiências. A erudição desenvolveu questões fundamentais para a história. se tornando mais confiável. A importância da testemunha ocular ganha um deslizamento de sentido. da triagem de documentos. Fixou normas e colocou problemas que não podemos julgar como ultrapassados. fiundou uma crítica histórica. no sentido da obsessão pelos detalhes. Interessante observarmos como a faculdade da visão se torna um ponto particularmente importante.10 pontos de vista desses puderam ser colocados em aberto para servir a interpretação do passado. Ela é cada vez mais milimétrica – visto a criação de telescópios. e fundamental a análise de textos. Considerações finais Não podemos compreender esses eruditos sem os considerar herdeiros de uma tradição já secular. lentes. não só da razão. A busca pela verdade produziu a noção de fato histórico a partir da crítica. A autoridade cada vez maior do número é latente. pode haver um rebaixamento do ponto de vista do fato. Toda pesquisa de história moderna é fundada na separação entre fontes diretas e indiretas nascidas com os eruditos do século XVII. Em questões argumentativas mesmo que um autor se sobreponha ao outro. novas formas de pensá-las. a crítica de documentos e a idéia de fato. lupas. A obsessão com a autenticidade. de uma visão clínica – é essa visão antiquária. O antiquarismo significou um manifesto por novas histórias. . ela marcou também uma revolução do método histórico. garantindo mais autoridade. pois o valor e autenticidade de uma história estava associada a quantidade de documentos oficiais utilizados na pesquisa. da desconfiança. mas também dos sentidos. Bibliografia HUPPERT. A progressiva aproximação com a história. alargando o domínio histórico para o aporte da história econômica. LEFEBVRE. a iconografia começaram a ser apropriadas nesse momento. sua visualidade e a questão do número irão compor um método crítico que até então era só coisa de antiquário. São Paulo: EDUSC. A concretude dessas fontes. Somos herdeiros. Arnaldo.11 O quantitativo operava no sentido de ajudar no tratamento sistemático e a compreender a verdade do fato. As ciências auxiliares da história como a numismática. L´idée de l´histoire parfaite. 2004. social e cultural. George. MOMIGLIANO. Paris: Flamarion Éditeur. . La naissance de l´historiographie moderne. Arnaldo. MOMIGLIANO. Georges. 1971. Paris: Éditions Gallimard. Problèmes d´historiographie ancienne et moderne. a diplomática. Raízes clássicas da historiografia moderna. 1973. 1983. Paris: Flamarion Éditeur. gerou pontos de contato ainda presentes na concepção moderna de história.