Antimicrobianos.pdf

May 24, 2018 | Author: Ricardo José Mamani | Category: Microbiology, Biology, Earth & Life Sciences, Medical Specialties, Wellness


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UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE DEPARTAMENTO DE MICROBIOLOGIAAGENTES ANTIMICROBIANOS Texto apresentado como parte integrante da apostila desenvolvida pelo professor Moisés Palaci e colaboradores, na disciplina de Microbiologia B, como parte integrante Do processo de avaliação dos discentes. Bárbara Dan Menezes Bruno Galvani Rosa Ludmylla Hoffman Reis Michele Rodrigues Demuner Veronica Faria Laranja VITÓRIA / 2008 SUMÁRIO 1) INTRODUÇÃO....................................................................................... 5 ANTIBACTERIANOS 1) INTRODUÇÃO...................................................................................... 7 1.1) Conceito............................................................................................... 7 1.2) Histórico............................................................................................... 9 2) A ESTRUTURA DA BACTÉRIA............................................................... 11 3) CARACTERÍSTICAS GERAIS DAS DROGAS ANTIBACTERIANAS.................................................................................... 14 3.1) Características do antibiótico ideal.................................................... 16 3.2) Locais de ação dos antibióticos......................................................... 17 4) CLASSES DE ANTIBIÓTICOS................................................................. 20 4.1) Beta-lactâmicos.................................................................................... 20 Penicilinas..................................................................................... 20 Cefalosporinas.............................................................................. 26 Carbapenemas.............................................................................. 39 Monobactâmicos........................................................................... 41 Inibidores das beta-lactamases................................................... 42 4.2) Quinolonas............................................................................................. 44 4.3) Aminoglicosídeos.................................................................................. 48 4.4) Sulfonamidas......................................................................................... 52 4.5) Cloranfenicol......................................................................................... 54 4.6) Tipos de Tetraciclinas........................................................................... 57 Tetraciclinas................................................................................... 57 Oxitetraciclina................................................................................ 59 Doxiciclina...................................................................................... 63 Minociclina..................................................................................... 64 Tigeciclina ..................................................................................... 66 4.7) Glicopeptideos....................................................................................... 68 Vancomicina................................................................................... 68 2 Teicoplanina................................................................................... 71 4.8 ) Lincosaminas ......................................................................................... 72 Lincomicina.................................................................................... 72 Clindamicina.................................................................................. 74 4.9) Macrolídeos............................................................................................ 76 Eritromicina.................................................................................... 76 Novos macrolídeos........................................................................ 77 4.10) Nitroimidazoícos................................................................................. 79 CASOS CLÍNICOS.......................................................................................... 84 DROGAS ANTIFÚNGICAS 1) 2) 3) 3.1) 3.2) 3.3) 3.4) INTRODUÇÃO........................................................................................ 106 ESTRUTURA DOS FUNGOS................................................................. 107 CLASSES DE ANTIFÚNGICOS............................................................ 108 Poliênicos.......................................................................................... 108 Azólicos e Alaninas........................................................................... 108 Antimetabólicos................................................................................. 109 Inibidores da síntese de glucana..................................................... 109 CASOS CLÍNICOS......................................................................................... 110 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.............................................................. 131 3 4 . Essas drogas são desenvolvidas para serem as mais tóxicas possíveis contra o microrganismo infeccioso e o mais seguro possível para as células humanas. as antivirais e as antifúngicas. pois os vírus perdem sua identidade no interior da célula humana. 5 .INTRODUÇÃO Os medicamentos antiinfecciosos (que combatem as infecções) incluem as drogas antibacterianas. No entanto. A produção de drogas com essas características para combater bactérias é relativamente fácil porque as células bacterianas são muito diferentes das células humanas. Já os fungos são células muito semelhantes ás células humanas (eucariotas. a produção de uma droga que destrua os vírus e fungos sem lesar a célula humana infectada é muito difícil. isto é. reprogramando a célula para produzir partículas virais. com núcleo e organelas muito semelhantes). são feitas para ter uma toxicidade seletiva. ANTIBACTERIANOS 6 . bactérias (polimixina B. Pois. a cada ano. Certamente. será necessário um maior conhecimento acerca dos biofilmes formados naturalmente em nosso organismo. produzidos originalmente pelo metabolismo de certas espécies de fungos (griseofulvina. visto que a multirresistência vem se tornando diariamente mais disseminada nas populações microbianas. sejam patogênicas ou não. INTRODUÇÃO 1. visto que apenas nos Estados Unidos. tendo como propriedade comum a atividade bactericida (inativação de todos microorganismos) ou bacteriostática (controle do crescimento bacteriano) em condições propícias. Embora aproximadamente 8000 substâncias com atividade antimicrobiana sejam conhecidas e. microspora (gentamicina) e streptomices (estreptomicina). para que os antibióticos possam ser empregados de forma mais eficaz. visto que muitas destas não atendem aos requisitos mínimos para seu emprego terapêutico. Paralelamente. bacitracina). Mais recentemente.1. Conceito: Os antibióticos são produtos de enorme importância não apenas na área de saúde. pois o conhecimento sobre a ocorrência de biofilmes microbianos no organismo humano levou a uma quebra do paradigma de tratamento das doenças infecciosas. outro aspecto que vem sendo cada vez mais levado em consideração refere-se à ocorrência dos biofilmes e sua importância na terapêutica antimicrobiana. Este talvez corresponda ao principal desafio dos pesquisadores. os antibióticos podem ser classificados como substâncias muito dessemelhantes entre si quimicamente.000 toneladas são produzidas anualmente. em germes sensíveis. cerca de 100. somente a partir da elucidação da ecologia dos biofilmes naturais do homem. existe maiores chances de tratar de forma adequada as várias doenças infecciosas. Segundo WAKSMAN (1942). não se pode deixar de mencionar o crescente problema em relação ao surgimento de espécies bacterianas resistentes aos diferentes antibióticos. penicilina). pouquíssimas são efetivamente aproveitadas e utilizadas como agentes antimicrobianos. como também na economia. centenas de novas substâncias sejam descobertas.1. 7 . são drogas que apresentam toxidade apenas para o microorganismo invasor. assim como os quimioterápicos que.Waksman São drogas utilizadas no tratamento de doenças infecciosas. resguardando a integridade do paciente. 3) BACTERICIDAS são agentes que destroem as bactérias. denominam-se quimioterápicos. Quando são produzidos de forma sintética. Ehrlich 1) AGENTES ANTIMICROBIANOS são substâncias que inibem o crescimento de microorganismos ou os destroem. Quando estes agentes são originalmente produzidos por espécies de microorganismos. portanto de origem natural. 2) BACTERIOSTÁTICOS são agentes que inibem o crescimento bacteriano. de acordo com EHRLICH (1913). são denominados antibióticos. 8 . 1. CHAIM et cols. FLEMING (1928) contribuiu valorosamente com o primeiro componente através da contaminação acidental de uma colônia de estafilococos que foi lisada pelo Penicilium notatum. iniciaram a utilização experimental desta substância no tratamento de processos infecciosos em seres humanos. Atualmente a maioria dos antibióticos são produzidos sinteticamente. Pasteur 9 . Em 1941. em 1877. parcialmente sintéticos (penicilinas semi sintéticas). das sulfonamidas.2. Histórico: Os primeiros conhecimentos acerca destes produtos devem-se a Pasteur e Jouber. Fleming A era moderna da quimioterapia antimicrobiana inicia-se em 1936 com a introdução. PASTEUR (1877) observou que algumas colônias eram capazes de produzir substâncias antagônicas a outros microorganismos. alguns podem ser totalmente sintéticos (cloranfenicol) enquanto outros. Em 1941 FLOREY. na clínica. a introdução da PENICILINA tornou-se um marco histórico na Medicina por revolucionar os princípios terapêuticos até então usados nas doenças infecciosas. Observe que a antibioticoterapia "profilática" existe somente quando se almeja combater um germe específico empregando-se um antimicrobiano determinado ativo contra este germe em questão. Cada situação é distinta. pois por mais amplo que seja o espectro. a tarefa torna-se mais complexa. Existem "abusos" na antibioticoterapia. muitos apresentavam elevada toxidade relativa ao paciente.Dentre os agentes antimicrobianos (desinfetantes. O microorganismo pode se tornar insensível à droga(s) por diversas razões. isto não nos garante que todas as espécies serão inativadas. assim como sua conduta. Exemplo: Profilaxia antibiótica na prevenção de infecções estreptocócicas: prevenir a febre reumática e de endocardite bacteriana com penicilina G. devido ao uso das drogas ditas de "largo" espectro em detrimento à prática do antibiograma. 10 . Se o que se pretende é combater qualquer germe que possa infectar um paciente. iodados e outros) utilizados nos primórdios da humanidade. isto foi o que motivou os pesquisadores a desenvolverem drogas com propriedades mais seletivas e de menor toxidade ao paciente. Este problema tem se tornado mais evidente com o passar dos anos. compostos fenílicos. ou grupos diversos de antibióticos que sejam eleitos. em 1894. uma bactéria típica.2. utiliza-se o termo "bactéria" para designar também as archaebactérias. Uma exceção é uma bactéria (Epulopiscium fishelsoni) isolada no tubo digestivo de um peixe. com dimensões máximas tipicamente da ordem dos 0. Os plasmídeos têm genes. São microorganismos constituídos por uma célula. A ESTRUTURA DA BACTÉRIA Bactérias são organismos unicelulares.Os plasmídeos circulares são pequenas moléculas de DNA que coexistem com o nucleóide.7 mm. com um comprimento compreendido em 0. 11 . O nucleóide consiste em uma única grande molécula de DNA com proteínas associadas. procariontes. As bactérias são normalmente microscópicas ou submicroscópicas (detectáveis apenas ao microscópio electrônico). As cianobactérias (as "algas azuis") são consideradas dentro do domínio Bactéria.2 e 0. que actualmente constituem um domínio separado.000 proteínas). já que não está delimitado do resto da célula por membrana lipídica própria. O seu tamanho varia de espécie para espécie. São comummente trocadas na reprodução sexuada. 2. Ernst Haeckel incluiu-as no reino Protista e atualmente as bactérias compõem um dos três domínios do sistema de classificação cladístico. que podem ser encontrados na forma isolada ou em colônias e pertencente ao Reino Monera. Estruturas da célula procariota: 1. o genoma tem quase 5 milhões de pares de bases e vários milhares de genes codificando mais de 4000 proteínas (o genoma humano tem 3 mil milhões de pares de bases e cerca de 40. Descobertas por Antoni van Leeuwenhoek em 1683. incluindo frequentemente aqueles que protegem a célula contra os antibióticos.5 a 5 micrómetros. Na Escherichia coli. as bactérias foram inicialmente classificadas entre as plantas. O nucleóide não é um verdadeiro núcleo. Vulgarmente. sem núcleo celular nem organelas membranares. com sais. chamada de cápsula. A parede celular bacteriana é uma estrutura rígida que recobre a membrana citoplasmática e confere forma às bactérias. Ela contém em algumas espécies infecciosas a endotoxina lipopolissacarídeo (LPS) uma substância que leva a reação excessiva do sistema imunitário. É uma estrutura complexa composta por peptidoglicanos. polímeros de carboidratos ligados a proteínas como a mureína. podendo causar morte no hospedeiro devido ao choque séptico. Os ribossomas procariotas são bastante diferentes dos eucariotas (essas diferenças foram usadas para desenvolver antibióticos usados para só afectar os ribossomas das bactérias). e cerca de 20 mil ribossomas. com funções protetoras.3. Os flagelos bacterianos são muito simples e completamente diferentes dos flagelos dos eucariotas (como. os dos espermatozóides). Têm funções de ancoramento da bactéria ao seu meio e são importantes na patogênese. Pili . Algumas espécies de bactérias têm uma camada de polissacarídeos que protege contra desidratação e reconhecimento. Contém também RNA da transcrição gênica. semelhante ao dos eucariotas. 6. (Pilus vem do Latim. A parede celular é o alvo de muitos antibióticos. com proteínas importantes (na permeabilidade a nutrientes e outras substâncias. O flagelo é uma estrutura proteica que roda como uma hélice. 5. de modo a trocarem plasmídeos. A membrana celular é uma dupla camada de fosfolípidos. Muitas espécies de bactérias movem-se com o auxílio de flagelos. 4. e na cadeia respiratória e produção de energia). glicose e outros açúcares. Os pili são microfibrilas proteicas que se estendem da parede celular em muitas espécies Gram-negativas. 12 .Plural. proteínas funcionais e várias outras moleculas orgânicas. defesa. O hialoplasma é um liquido com consistência de gel. no homem. cabelo. Um tipo especial de pilus é o pilus sexual. que significa pêlo. 7. estrutura oca que serve para ligar duas bactérias. Pilus Singular) 8. como os das plantas.9. formando um esporo. 10. Algumas bactérias podem encistar. como açúcares complexos. São antes grânulos de substâncias de reserva. com um invólucro de polissacáridos mais espesso e ficando em estado de vida latente quando as condições ambientais foram desfavoráveis. Os vacúolos não são verdadeiros vacúolos. já que não são delimitados por dupla membrana lipídica. 13 . B) Dose tóxica: concentração a partir da qual é tóxica. 2003) 14 . sem provocar danos ao hospedeiro. (Adaptado de Madigan et al.. atualmente os antibióticos comercializados enquadram-se nas categorias de pequeno e amplo espectro de ação. Geralmente. Esta é expressa em termos do índice terapêutico: relação B/A. No entanto. que atuam especificamente sobre um ou um pequeno número de microorganismos. Brock Biology of Microorganisms. classificadas de acordo com o espectro de ação. os antimicrobianos são de pequeno ou de amplo espectro. Atualmente. onde: A) Dose terapêutica: concentração para tratamento. CARACTERÍSTICAS GERAIS DAS DROGAS ANTIBACTERIANAS  Toxicidade Seletiva: característica que todo antimicrobiano deveria apresentar. pois se reflete na capacidade de atuar seletivamente sobre o microorganismo. uma série de laboratórios vem trabalhando em busca de isolar e purificar antimicrobianos de espectro restrito.  Espectro de ação: Refere-se à diversidade de organismos afetados pelo agente. Drogas que atuam sobre funções microbianas inexistentes em eucariote geralmente têm maior toxicidade seletiva e índice terapêutico (Penicilina). Exemplos de diferentes drogas antimicrobianas.3. geralmente por uma ou poucas bactérias (actinomicetos) e vários tipos de fungos filamentosos. Geralmente correspondem a produtos do metabolismo secundário. tornando-os menos suscetíveis à inativação pelos microorganismos (ampicilina. Trimetoprim. 15 . sendo o inverso falso. modificados pela adição de grupamentos químicos. Isoniazida além de outros antivirais e antiprotozoários. Os bacteriostáticos tem sua ação vinculada à resistência do hospedeiro.são antibióticos naturais. Quanto à síntese: Microbiana.  CMI e CML: dois parâmetros que indicam a eficiência da droga. ou do tipo de organismo. química ou semi-sintética: Microbiana .Sulfonamidas. carbencilina.  Quanto à ação: bacteriostáticos ou bactericidas: Os bactericidas podem ser bacteriostáticos dependendo da concentração. Cloranfenicol. A droga bactericida geralmente elimina o agente em concentrações de 2 a 4 vezes maior que a bacteriostática". meticilina). Química . Semi-sintéticos .  Índice de segurança satisfatório e.    Não desencadear fenômenos de sensibilização alérgica.  Não prejudicar as defesas do organismo (não lesar leucócitos nem tecidos hospedeiros). 3. Não induzir o aparecimento de cepas resistentes. Características do antibiótico ideal  Possuir ação antibacteriana seletiva e potente sobre extensa gama de microorganismos.  Não alterar os mecanismos naturais de defesa do hospedeiro.   Ser eficaz por via oral e parenteral. por longos períodos. Possuir características de absorção. Atingir concentrações efetivas nos tecidos e entrar em contato com o microrganismo. distribuição e excreção que possibilite facilmente obter níveis plasmáticos bactericidas no sangue e tecidos e que estes possam ser mantidos por um tempo necessário. Exercer sua atividade antibacteriana na presença de líquidos ou exudatos corporais.   Ser bactericida. não produzir graves efeitos adversos.1. mesmo em grandes doses. Ser produzido com custo razoável e em grande quantidade. 16 . não sendo degradado por enzimas teciduais até então. 2. pois as células dos mamíferos não possuem parede celular.  Antibióticos que Atuam na Síntese Protéica (transcrição) Para que haja reprodução bacteriana é indispensável que ocorra. ciclosserinas. Podem ser:  Antibióticos inibidores da Síntese da Parede Celular A parede celular é um envoltório de proteção que reveste a membrana celular bacteriana. além de possuir enzimas importantes ao metabolismo celular. Qualquer interrupção destas funções da membrana causará danos à célula. desde a síntese protéica até diretamente na membrana da bactéria. Neste grupo incluem-se as penicilinas e todos os membros do grupo que possuam anel penicilâmico ou núcleos semelhantes a este. vancomicinas. contudo existem exceções.  Antibióticos que atuam sobre a membrana celular bacteriana A membrana tem como funções ser obstáculo à entrada de água. Estes antibióticos intervêm no processo de respiração celular. Os antibióticos que agem sobre a síntese da parede celular atuam produzindo uma parede com defeitos estruturais atuando sobre o processo de replicação celular. em sua maioria. inibindo a fosforilação oxidativa e causam desorganização da membrana celular. As penicilinas e cefalosporinas. pois existem diferenças químicas significativas na composição química da parede celular destas bactérias. Inclui também a vancomicina. a união de aminoácidos que constituirão as inúmeras moléculas de 17 . são mais ativas sobre Gram-negativos que em Gram-positivos. de modo repetitivo. atuam apenas sobre a bactéria e não sobre o hospedeiro. e mostram-se seletivos. Locais de ação dos antibióticos Os antibióticos podem agir em várias partes da estrutura bacteriana. bacitracinas e ristocitina). contém lipídios e proteínas carreadores de substâncias necessárias à célula.3. isto é. como o cefalosporínico (cefalosporinas. inibir a síntese do RNA. em qualquer ponto desta cadeia por bloqueio de alguma função. 18 . interrompe o crescimento da célula bacteriana. ou reduzir a formação de nucleotídeos. Estas proteínas microbianas têm função estrutural e enzimática. Neste grupo incluem-se as quinolonas. macrolídeos (eritromicina. toda a informação genética necessária à produção de enzimas que atuam na síntese de RNA (síntese protéica). inibir o ácido tetrahidrofólico. Incluem: cloranfenicol. no seu cromossomo. A bactéria contém. A interrupção. alterar a estrutura dos ácidos nucléicos parasitários. Podem atuar no DNA bacteriano.  Antibióticos inibidores da replicação cromossômica Algumas drogas atuam inibindo a síntese (metabolismo) dos ácidos nucléicos. tetraciclinas.proteínas microbianas. claritromicina e azitromicina) e clindamicina. 19 . 20 . ao estudar em laboratório de variantes de estafilococos. Em virtude de dificuldades na sua produção e purificação. A descoberta da penicilina é creditada ao Dr. a penicilina passou a ser utilizada no tratamento de diversas infecções. em 1928. que a cultura de um tipo de fungo. Penicillium notatum. Alexander Fleming que. Desde então. quando o Dr. Howard W.4. Esta substância recebeu. Com o decorrer do tempo. CLASSES DE ANTIBIÓTICOS 4. observou. o nome de penicilina. As penicilinas constituem uma das mais importantes classes de antibióticos e são amplamente utilizadas no tratamento clínico de infecções causadas por diversas bactérias.1. a penicilina só foi usada no tratamento de infecções a partir de 1941. Florey e colaboradores a produziram em quantidades suficientes para uso clínico. objetivando o tratamento de infecções estreptocócicas e gonocócicas. em função do microorganismo que lhe deu origem. produzia uma substância que inibia o crescimento bacteriano. Os primeiros ensaios clínico-terapêuticos com o uso desta classe de antibióticos em humanos foram conduzidos com sucesso nos EUA na década de 40. foram necessárias alterações na sua estrutura química inicial diante da emergência de bactérias resistentes e da necessidade de ampliação do seu espectro de ação antibacteriano. Beta-lactâmicos A) Penicilinas Estrutura geral das penicilinas. Amoxacilina: VO 5. Oxacilina Carboxipenicilina: Timetin Ureidopenicilina: Tazocin endovenoso (EV). IM ou VO. 4. Ampicilina: EV. 2.2) NOMES COMERCIAIS Penicilina G cristalina (aquosa): Benzilpenicilina. Penicilina G Potássica Penicilina G procaína: Despacilina. Odontovac. Hiconcil. Polimicil. Ureidopenicilina: EV ou IM. 21 . Oracilin. Wycillin Penicilina G benzatina: Benzetacil. Penicilina G benzatina Penicilina V: Meracilina. Megapen. respectivamente. Binotal. Penicilina V: via oral (VO) 3. Oxacilina: EV.A. procaína e benzatina): intramuscular (IM) e IM. A. Pen-Ve-Oral. Ampicilina Amoxacilina: Amoxil. Novocilin. Benapen. 7.1) NOME FARMACOLÓGICO E VIAS DE ADMINISTRAÇÃO 1. IM ou VO. Carboxipenicilina: EV ou IM. Amplacilina. Cristalpen. Penicilina G (cristalina. Amoxacilina Oxacilina: Staficilin-N. Penicilin. 6. Penicilina V Ampicilina: Ampicil. Penretard. Longacilin. Durante o processo de replicação bacteriana. por sua vez. Estas enzimas (transpeptidase. Assim. impedindo. tem se considerado a ação da 22 . temos diferentes suscetibilidades bacterianas à penicilina. o desenvolvimento da estrutura normal do PG. A ação da penicilina depende da parede celular que contém na sua composição peptidoglicano (PG). carboxipeptidase e endopeptidase) localizam-se logo abaixo da parede celular e são denominadas de “proteínas ligadoras de penicilina" (penicillin-binding proteins – PBPs). portanto. conseqüentemente.A. quanto à permeabilidade de suas paredes celulares ao antibiótico. a penicilina inibe as enzimas que fazem a ligação entre as cadeias peptídicas. a sua atividade bactericida inclui a inibição da síntese da parede celular e a ativação do sistema autolítico endógeno da bactéria. diferem na sua composição quanto ao tipo e à concentração de proteínas ligadoras de penicilina e. Além da ação sobre a parede celular. A habilidade de penetrar na parede celular e o grau de afinidade destas proteínas com a penicilina determinam a sua atividade antibacteriana.3) MECANISMO DE AÇÃO Embora o mecanismo de ação da penicilina ainda não tenha sido completamente determinado. As bactérias. Shigueloses 23 . determinando a sua lise e conseqüente morte. erisipela. celulite) Gonorréia (primeira escolha) Profilaxia de endocardite infecciosa  Penicilina G benzatina Sífilis Profilaxia de febre reumática  Penicilina V Infecções leves de boca e pele  Ampicilina Meningites bacterianas não adquiridas em ambiente hospitalar.4) INDICAÇÃO DE DOENÇAS  Penicilina G cristalina Meningites bacterianas não adquiridas em ambiente hospitalar.penicilina na ativação do sistema autolítico endógeno da bactéria. Endocardites (associar Aminoglicosídeos) Abscessos pulmonares Leptospirose  Penicilina G procaína PAC (pneumonias adquiridas na comunidade) Infecções de pele (impetigo. A. Cobrem os anaeróbios da orofaringe e Staphylococcus sp.PAC (pneumonia adquirida na comunidade)  Amoxacilina Sinusite bacteriana Otite Média Aguda PAC Salmonelose  Oxacilina Endocardites (associar Aminoglicosídeos) Abcessos de pele e pulmonar Pneumonia estafilocóccica  Carboxipenicilina e Ureidopenicilina Abscessos abdominais (associar Ácido Clavulânico) A. Neisseria.  Ampicilina e Amoxacilina 24 .  Penicilina V A maior segurança é contra infecções estreptocóccicas não-hospitalares.5) ESPECTRO DE AÇÃO  Penicilinas G São consideradas as melhores drogas contra Streptococcus. Treponema e Leptospira.  Oxacilina É ótima droga contra. Rim: nefrite intersticial dose-dependente (penicilinas G. 2. ampicilina e amoxacilina) 25 .  Carboxipenicilina e Ureidopenicilina Mais usada contra Gram-negativos (cobre. Pseudomonas) e anaeróbios.Em relação às penicilinas G. principalmente. inclusive. 4. Salmonella e Haemophilus principalmente). A. Trato gastrintestinal: náuseas e vômitos (ampicilina).6) EFEITOS COLATERAIS 1. Hipersensibilidade: desde exantemas (ampicilina) até choque anafilático (penicilina G cristalina). 3. Sistema Nervoso Central: efeitos colaterais dose-dependentes (penicilinas G e carboxipenicilina) 5. são inferiores quanto aos gram positivos e superiores contra gram negativos (Shiguela. alteração na agregação plaquetária levando a hemorragia (carboxipenicilina). Staphylococcus aureus. Hematológico: pancitopenia. 3) MECANISMO DE AÇÃO Desenvolve sua ação preferencialmente sobre germes Gram-positivos e. cujo mecanismo de ação é a lise da parede bacteriana. CEFAZOLINA: EV/ IM B.1. CEFALOTINA: EV 4. CEFADROXILA: VO 3. B.1.2) NOMES COMERCIAIS CEFALEXINA: Keflex. Cefamezin B. Cefaporex CEFADROXILA: Cefamox CEFALOTINA: Keflin. sobre Gram-negativos. com muito menos freqüência.1) 1ª geração B.1) NOME FARMACOLÓGICO E VIAS DE ADMINISTRAÇÃO 1. Cefalotina CEFAZOLINA: Kefazol. CEFALEXINA: VO 2. É um antibiótico betalactâmico.B) Cefalosporinas Estrutura geral das cefalosporinas.1. 26 . otorrinolaringológicas. osso e geniturinário por germes suscetíveis. aureus.5) ESPECTRO DE AÇÃO  CEFALEXINA : No espectro útil.  CEFADROXILA Infecção do trato respiratório e genito-urinário. pneumonia. Proteus mirabilis.1. Klebsiella sp. Escherichia coli.  CEFALOTINA: Profilaxia de infecções perioperatorais. Proteus mirabilis. infecções do trato urinário. infecções da pele e tecidos moles. Staphylococcus aureus. Infecções da pele e tecidos moles produzidas por Escherichia coli. são considerados: Streptococcus bhemolítico.4) INDICAÇÃO DE DOENÇAS  CEFALEXINA Infecções do trato respiratório. Haemophilus influenzae e Moraxella (Branhamella) catarrhalis. Klebsiella. e osteoarticulares. Streptococcus beta-hemolíticos. Proteus mirabilis.B.  CEFALOTINA Profilaxia de infecções perioperatorais.1. beta-hemolíticos. Staphylococcus aureus. de pele e tecidos moles. infecções do trato geniturinário. septicemia bacteriana por Klebsiella pneumoniae. Infecções do trato geniturinário produzidas por Escherichia coli. incluindo cepas produtoras de penicilinase. septicemia bacteriana.  CEFADROXILA: A Neisseria gonorrhoeae é especialmente sensível a esta cefalosporina. Streptococcus pneumoniae. Pneumonia produzida por S. pele. Infecção da pele e de tecidos moles. erisipela. B. 27 . S.  CEFAZOLINA Infecções dos tratos respiratório e geniturinário.. raramente náuseas. CEFADROXILA: Distúrbios gastrintestinais. 3.6) EFEITOS COLATERAIS 1. diarréia grave. 28 . dispepsia. náuseas ou vômitos. angioedema e raramente eritema multiforme. Infecções oportunistas por microrganismos não suscetíveis (cândida. CEFALEXINA : Distúrbios gastrintestinais.1. e osteoarticulares. dor e distensão abdominal.  CEFAZOLINA: Infecções dos tratos respiratório e genito-urinário. mais freqüentemente. náuseas. febre. pseudomonas). gastrite e icterícia. proteinúria e hematúria). prurido. Reações dermatológicas por hipersensibilidade. vômitos e diarréia. artralgias. Infecções do trato urinário produzidas por Escherichia coli. Reações dermatológicas por hipersensibilidade. vermelhidão. B. Erisipela. epidermólise tóxica e anafilaxia. Streptococcus beta-hemolíticos. 4. CEFAZOLINA: Distúrbios gastrintestinais. Infecções oportunistas por microrganismos não suscetíveis (cândida. nefrite intersticial. Reações de hipersensibilidade: erupção cutânea. Klebsiella pneumoniae e Proteus mirabilis. vômitos e diarréia. Proteus mirabilis. vômitos e colite pseudomembranosa. de pele e tecidos moles. cansaço não habitual. urticária. dor abdominal. Hipersensibilidade: exantema. Síndrome de Stevens-Johnson. eosinofilia. náuseas. enjôos. Ocasionalmente: nefrotoxicidade (cilindrúria. otorrinolaringológicas. trombocitopenia e elevação transitória de transaminases. 2. Staphylococcus (produtores e não produtores de penicilinase). CEFALOTINA: Cãibras. edema. diarréia. pseudomonas). polidipsia. cefaléia e alucinações. Outras reações colaterais informadas são: prurido anal e genital. neutropenia.Klebsiella. Infecções de ouvido. pneumonia bacteriana. meningite.2) 2ª geração B. Pode ser associado a antibióticos aminoglicosídeos. sobre Gram-negativos. bronquiectasia infectada. com muito menos freqüência. 29 . nariz e garganta. Infecções de ossos e articulações: osteomielite e artrite séptica. Infecções ginecológicas e obstétricas. Septicemia.2) NOMES COMERCIAIS CEFACLOR: Ceclor CEFUROXIMA: Zinat. CEFPROZIL: VO 4. peritonite.  CEFUROXIMA: Infecções das vias respiratórias: bronquites agudas e crônicas.2. B.3) MECANISMO DE AÇÃO Desenvolve sua ação preferencialmente sobre bactérias Gram-positivos e. Infecções de tecido mole: erisipela e infecções de feridas.2. CEFUROXIMA: IM/ VO/ EV 3.1) NOMES FARMACOLÓGICOS E DE VIAS DE ADMINISTRAÇÃO 1. abcessos pulmonares. CEFOXITINA: EV B. Zinacef CEFPROZIL: Cefzil CEFOXITINA: Mexofin B.2.4) INDICAÇÃO DE DOENÇAS  CEFACLOR: Infecções no trato respiratório e genito-urinário.2. Infecção da pele e tecidos moles. CEFACLOR: VO 2.B. Genito-urinárias: E. Streptococcus pyogenes pneumoniae. Morganella. Clostridium sp. Salmonella spp. Staphylococcus aureus. Klebsiella sp. e estreptococos do grupo B. sinusite. que desenvolve um efeito bactericida de amplo espectro sobre a maioria dos microorganismos aeróbios Gram-positivos. doença inflamatória pélvica. bacilos Gram-positivos (inclui a maioria dos Clostridium). Staphylococcus resistentes à meticilina. Bacteroides sp. bronquite). aureus e Neisseria gonorrhoeae. Ginecológicas: E. Pele: S. Intra-abdominais: E. Providencia sp. Klebsiella sp. Neisseria gonorrhoeae. S. endometrite.. E.  CEFUROXIMA: É ativo contra cepas resistentes à ampicilina e à amoxicilina.. apendicite. aureus. em geral contra Escherichia coli. infecções de pele e tecidos moles. Klebsiella sp.. Klebsiella sp. otite. Klebsiella.. Peritonite. Haemophilus Staphylococcus influenzae. Bacteroides sp. Klebsiella sp. Peptostreptococcus sp. nem Enterococos.. Bacteroides sp. Bordetella pertussis.. cole-cistite. infecções não complicadas do trato urinário. Proteus vulgaris. e epidermidis. CEFPROZIL: Infecções respiratórias altas e baixas (amigdalite. espectro amplo 30 . infecções pediátricas. Neisseria gonorrhoeae (não complicada). coli. Bacteroides sp. pneumoniae. Não são cepas susceptíveis de Pseudomonas. bacilos Gramnegativos. aureus e Helicobacter epidermidis (Campylobacter). Proteus mirabilis. Peptostreptococcus). Gram-negativos e alguns anaeróbios Clostridium (Bacteroides difficile e melaninogenicus. demonstradas por antibiograma. Haemophilus influenzae.. E..  CEFOXITINA: Infecções por cepas susceptíveis. coli. coli.  CEFPROZIL: É uma nova cefalosporina ativa por via oral.. Trato respiratório inferior: Streptococcus pneumoniae. B.5) ESPECTRO DE AÇÃO  CEFACLOR: A Neisseria gonorrhoeae é especialmente sensível à esta cefalosporina. E.2. aureus.. Clostridium sp.. Proteus mirabilis. Peptococcus sp. epidermidis. Osso e articulações: S.. Septicemia: S. Clostridium Seu perfringens. Bacteroides sp. Proteus. coli. S. cocos Gram-positivos e Gram-negativos. aureus. coli. coli. Hipotensão arterial. incremento transitório dos níveis das enzimas hepáticas ALT (SGPT). Em menos de 2% dos pacientes foram relatadas alterações reversíveis dos valores de transaminases fosfatase alcalina e tempo de protrombina. vômitos e diarréia. observa-se tromboflebite após a injeção intravenosa de cefuroxima sódica. Proteus mirabilis. Em algumas ocasiões. 3. distúrbios gastrintestinais (náuseas.6) EFEITOS COLATERAIS 1. inclusive anafilaxia. prurido. Klebsiella pneumoniae. ocasionalmente. eosinofilia. CEFACLOR: Distúrbios gastrintestinais. febre. produtores ou não de betalactamases. Moraxella catarrhalis. náuseas. urticária. nefrite intersticial e edema angioneurótico. síndrome de Stevens-Johnson. 2. Staphylococcus aureus (incluídas cepas produtoras de betalactamases).  CEFOXITINA: É uma cefalosporina injetável de segunda geração com atividade bactericida sobre numerosos microrganismos Gram-positivos e Gram-negativos. doença do soro e anafilaxia. Diarréias. Os efeitos adversos mais comuns têm sido reações locais na região da injeção IV ou IM. Colite pseudomembranosa. Streptococcus pneumoniae. náuseas e 31 . Sua ação antibacteriana é devida à inibição da síntese da parede celular. CEFUROXIMA: Reações por hipersensibilidade. especialmente bactérias anaeróbias Bacteroides. Infecções oportunistas por microrganismos não suscetíveis (cândida. pseudomonas). Reações dermatológicas por hipersensibilidade. AST (SGOT) e LDH. febre e outras reações alérgicas. Eritema multiforme. é resistente a uma grande variedade de beta-lactamases e cefalosporinas B. diarréia) e exantema cutâneo.2. Haemophilus influenzae. prurido. CEFPROZIL: Em alguns pacientes podem surgir. inclusive exantema cutâneo. Raramente foi informada icterícia. 4. CEFOXITINA: Em geral é bem tolerada. Foram observados: erupção cutânea. Prova de Coombs positiva.antibacteriano inclui: Streptococcus pyogenes. Neisseria gonorrhoeae. E. cefaléia. náuseas e vômitos. necrose epidérmica tóxica (necrose exantemática). coli. CEFOTAXIMA: EV 3. CEFPODOXIMA: VO 7. trombocitopenia e depressão da medula óssea.3. anemia (inclusive anemia hemolítica). como também aumentos da creatinina sérica e do nitrogênio uréico sangüíneo. CEFIXIMA: VO 6. B. icterícia. CEFTAZIDIMA: EV B. leucopenia.vômitos. CEFETAMET: VO 5.3. em particular nos que têm hiperazoemia. Em alguns pacientes. Foram observados aumentos passageiros das transaminases glutâmicooxalacético e pirúvica. neutropenia. CEFODIZIMA: IM/ EV 4. eosinofilia.1) NOMES FARMACOLÓGICOS E VIAS DE ADMINISTRAÇÃO 1. CEFOPERAZONA: EV 8.3) 3ª geração B. CEFTRIAXONA: IM/ EV 2. a prova de Coombs direta pode tornar-se positiva durante o tratamento com cefoxitina.2) NOMES COMERCIAIS CEFTRIAXONA: Rocefin CEFOTAXIMA: Claforan CEFODIZIMA: Timecef 32 . da desidrogenase láctica e da fosfatase alcalina no soro. granulocitopenia. localizadas nas membranas citoplasmáticas bacterianas. Kefadim B. com freqüência ocorre a lise e a elongação das bactérias sensíveis. meningite.3. septicemia bacteriana. As cefalosporinas inibem a síntese da parede celular. Infecções respiratórias baixas. infecções ósseas. infecções de pele e tecidos moles.3) MECANISMO DE AÇÃO Sua ação bactericida depende de sua capacidade em alcançar e unir-se às proteínas que ligam penicilina.3.4) INDICAÇÃO DE DOENÇAS  CEFTRIAXONA: Infecções do trato biliar. pneumonia. gonorréia.CEFETAMET: Globocef CEFIXIMA: Plenax CEFPODOXIMA: Orelox CEFOPERAZONA: Cefobid CEFTAZIDIMA: Fortaz. sepse. 33 .  CEFOTAXIMA: Infecções graves produzidas por bactérias patogênicos sensíveis à cefotaxima. bacteremias. Infecções das vias respiratórias incluindo garganta e nariz. Infecções sistêmicas em pacientes imunocomprometidos. pneumonias hospitalares. infecções do trato geniturinário. dos rins e vias urinárias. Infecções hospitalares.  CEFODIZIMA: Infecções urinárias altas e baixas. infecções do SNC. de órgãos genitais. endocardite. Gonococia. ossos e articulações. da pele e tecidos de partes moles. incluindo a gonorréia. Inibem também a divisão e o crescimento celular. As bactérias que se dividem de forma rápida são as mais sensíveis à ação das cefalosporinas B. por acilação das transpeptidases unidas à membrana. Infecções respiratórias altas (amigdalite. de pele e de tecidos moles.5) ESPECTRO DE AÇÃO  CEFTRIAXONA: Infecções do trato biliar produzidas por Escherichia coli. Staphylococcus aureus. endometrite e outras infecções do aparelho genital feminino. Infecções osteoarticulares. Infecções do SNC por Escherichia coli. Septicemias bacterianas. Otite média causada por Haemophilus influenzae (cadeias betalactamase positivas e negativas). Faringite e tonsilite causadas por Streptococcus pyogenes. Infecções do sistema nervoso central. espécies de Klebsiella. Bronquite aguda e exacerbações agudas das bronquites crônicas causadas por Streptococcus pneumoniae e Haemophilus influenzae (cadeias betalactamase positivas e negativas). Infecções ósseas produzidas por espécies de Enterobacter.  CEFPODOXIMA: Infecções bacterianas sistêmicas provocadas por germes sensíveis. endometrite e outras infecções do aparelho genital feminino e infecções enterocócicas.  CEFOPERAZONA: Infecções dos tratos respiratório e geniturinário. Proteus ou Staphylococcus. Escherichia coli. Infecções enterocócicas. Neisseria meningitidis. CEFETAMET: Infecções produzidas por estreptococos beta-hemolíticos e as infecções complicadas do trato urinário ou infecções mais severas. B. Klebsiella pneumoniae. Proteus mirabilis. na uretite gonocóccica no homem e na cistite não complicada da mulher. infecções bacterianas. osteoarticulares. sinusite) e baixas (bronquite. Klebsiella pneumoniae. Haemophilus influenzae. Streptococcus. doenças inflamatórias pélvica. otorrinolaringológicas. Doença inflamatória pélvica. pneumopatias. Peritonite e outras infecções intra-abdominais. Moraxella (Branhamella) catarrhalis e Streptococcus pyogenes. peritonite e outras infecções intra-abdominais. Infecções do trato urinário não complicadas causadas por Escherichia coli e Proteus mirabilis. septicemias. Infecções do trato geniturinário 34 . Infecções otorrinolaringológicas. broncopneumopatias).  CEFIXIMA: Processos infecciosos por germes sensíveis às cefalosporinas.3. de pele e tecidos moles.  CEFTAZIDIMA: Infecções dos tratos respiratório e geniturinário. Proteus spp. coli. Salmonellas. Streptococcus pneumoniae e Haemophilus influenzae (cadeias betalactamase positivas e negativas).  CEFTAZIDIMA: Desenvolve sua ação em especial sobre germes Grampositivos. Moraxella (Branhamella) catarrhalis e Streptococcus pyogenes. Proteus mirabilis. especialmente nos responsáveis pelas infecções do trato respiratório. Streptococcus pyogenes. moderna. Neisseria spp. Clostridium. Klebsiella. Gram-negativos e pseudomonas.produzidas por espécies de Clostridium. Haemophilus influenzae. Escherichia coli. Haemophilus influenzae (cadeias betalactamase positivas e negativas). 35 . Corynebacterium.e pelas suas concentrações séricas e tissulares atinge níveis superiores à CIM enterobactérias. 90 (<2mg/ml) da maioria das Haemophilus influenzae. E. Atualmente é variável a sensibilidade para os seguintes agentes patogênicos: Streptococcus faecalis. Branhanela catarrhalis. S. Proteus. Haemophilus. Streptococcus pneumoniae. Shigella. pneumonia. pneumoniae resistente à penicilina e Neisseria gonorrhoeae.. Streptococcus pneumoniae. é eficaz contra Staphylococcus. que desenvolve um efeito bactericida potente sobre a maioria dos microrganismos aeróbios Gram-positivos e Gram-negativos. pneumococos. infecções de pele e tecidos moles. Corynebacterium e Streptococcus pyogenes. de terceira geração. gonococos. septicemia bacteriana.  CEFETAMET: Possui um amplo espectro bacteriano sobre a biota aeróbia Gram-positiva e Gram-negativa. Staphylococcus aureus. Streptococcus. Gram-negativos e pseudomonas.  CEFODIZIMA: Entre o grupo sensível figuram estafilococos.  CEFPODOXIMA: É uma cefalosporina oral. como Haemophilus influenzae. epidermidis. Moraxella. espécies de Streptococcus e não estreptococos inclusive S. coli.  CEFIXIMA: Processos infecciosos por germes sensíveis às cefalosporinas: Escherichia coli e Proteus mirabilis. E. ativa por via oral. gonorréia.  CEFOTAXIMA: Em geral.. Pseudomonas aeruginosa e Bacteroides fragilis.  CEFOPERAZONA: Desenvolve sua ação preferencialmente sobre germes Gram-positivos. meningococos. flatulência. dor e distensão abdominal. tendinose. erupção cutânea. Foi reportada colite pseudomembranosa em menos de 1. conjuntivite. náuseas ou vômitos.000 pacientes (1. Observaram-se os seguintes efeitos colaterais com uma incidência menor que 1%. pode aparecer granulocitopenia e mais raramente agranulocitose. Reações locais: irritação inflamatória e dor no local da injeção. náuseas e vômitos. foram reportadas diarréias. acidez gástrica. vômitos. alterações da função hepática: aumento das enzimas hepáticas do soro (TGO/AST. CEFTRIAXONA: São de rara incidência cãibras. reações alérgicas. fosfatase alcalina).6) EFEITOS COLATERAIS 1. erupções cutâneas. febre medicamentosa. TGP/ALT. Reações do sistema nervoso central: debilidade. distúrbios gastrintestinais: náuseas. edema (por hipersensibilidade). Tal quais outros antibióticos betalactâmicos. 2. aumento transitório de plaquetas. Reações hepáticas: aumento da bilirrubina. tonturas. aumento da sede. CEFOTAXIMA: Alteração dos componentes sangüíneos: trombocitopenia. 36 . edema localizado. urticária. febre. púrpura. principalmente se administrado por período prolongado.B. náuseas. prurido. proctite. Outras reações observadas em menos de 1 caso em 1. mal-estar abdominial. urticária. gastralgia. exantema. colite pseudomembranosa. febre. No trato gastrintestinal. aumento da creatinina e uréia plasmáticas. Reações hemáticas: leucopenia ou eosinofilia transitória. aumento transitório de transaminases. 3.000mg 2 vezes por dia). fadiga. diarréia.000: gengivite. Podem surgir reações de hipersensibilidade: urticária. Como com outros antibióticos da mesma classe. eosinofilia. além disso. febre. cefaléia. vômitos. perda de peso não habitual. CEFETAMET: Os efeitos indesejáveis observados foram de severidade média a moderada e de curta duração. vaginite. o tratamento pode induzir a um maior crescimento de Clostridium difficile.3. Outros distúrbios gastrintestinais relatados foram dor abdominal. prurido. diarréia aquosa e grave. leucopenia. CEFODIZIMA: Foram reportados distúrbios gastrintestinais como diarréia. Reações cutâneas: prurido. 4. náuseas. Reações dermatológicas por hipersensibilidade. CEFPODOXIMA: Ocasionalmente e. vertigem e parestesias. Em adultos (por ordem de freqüência): diarréias. em alguns casos. dor abdominal. são leves e transitórias. cefaléia. com o uso prolongado podem surgir neutropenia reversível. foram observados distúrbios diversos. CEFEPIMA: IM/ EV 2. cefaléia. CEFOPERAZONA: Distúrbios gastrintestinais. com o uso prolongado pode aparecer neutropenia reversível. vômitos.1) NOME FARMACOLÓGICO E VIAS DE ADMINISTRAÇÃO 1. 8. 6. B. distúrbios de evacuação. epigastralgia. erupção cutânea. prurido e aumento transitório das enzimas hepáticas (TGO. pseudomonas).4) 4ª geração B. como diarréia. náuseas. dor abdominal. Infecções oportunistas por microrganismos não suscetíveis (candida.5. flatulência. distúrbios de evacuação. Reações dermatológicas por hipersensibilidade. CEFTAZIDIMA: Distúrbios gastrintestinais. náuseas. vômitos e diarréia.4. vômitos. Sintomas derivados do SNC: cefaléias. Tal como outros betalactâmicos. vômitos e diarréia. erupção cutânea. erupção cutânea. Além disso.2) NOMES COMERCIAIS CEFEPIMA: Cefepime.4. A exemplo de outros betalactâmicos. Em crianças (por ordem de freqüência): diarréias. TGP) e fosfatase alcalina. CEFIXIMA: Em geral. CEFPIROMA: IM/ EV B. Maxecef CEFPIROMA: Cefrom 37 . náuseas. vômitos. dispepsia. 7.  CEFPIROMA: É uma nova cefalosporina injetável sintética de quarta geração. obstétricas. com uma notável atividade bactericida sobre numerosos microrganismos Gram-negativos.4. Klebsiella spp. P. ginecológicas.4. Clostridium spp. Gram-negativos e enterobacteriáceas.. uma diferença com outras cefalosporinas é sua maior afinidade pelos PBP2 da parede dos Gram-negativos. além disso. em especial cepas produtoras de betalactamases.. e Gram-negativos de Fusobacterium. coli. resistentes aos antibióticos tradicionais  CEFPIROMA: O espectro in vitro é amplo e bem equilibrado. anaeróbios Gram-positivos como Peptococcus spp. das vias urinárias.4) INDICAÇÃO DE DOENÇAS  CEFEPIMA: Infecções graves por microrganismos sensíveis.5) ESPECTRO DE AÇÃO  CEFPIROMA: Gram-positivos. responsáveis de sepsias graves ou infecções nosocomiais. Enterobacter aerogenes. Serratia. Doença inflamatória pélvica. ou seja. abcessos. 38 . sua atividade antibacteriana pode ser maior porque o sítio de ligação pode ser saturado com menos moléculas. Citrobacter freundii. respiratórias.4. Citrobacter spp. aeruginosa. Serratia spp.3) MECANISMO DE AÇÃO O mecanismo de ação é similar ao das outras cefalosporinas. Proteus spp. Tratamento empírico em pacientes neutropênicos febris. Providencia. septicemias. É menos ativa contra B. Acinetobacter. endometrite. inclusive cepas produtoras de beta-lactamases.. bactérias não fermentadoras. como Enterobacter cloacae. Não obstante. com ação sobre enterobacteriáceas. Morganella etc. pele e tecidos moles. neumonia hospitalar.. fragilis e Bacteroides spp. B. Pseudomonas aeruginosa.. Infecções abdominais. inibe a síntese da parede bacteriana celular à qual se liga pela sua grande afinidade com as PBP3 (proteínas ligadoras de penicilina). B. osteomielite. E..B. Enterobacter spp.. erupção cutânea. cefaléia.6) EFEITOS COLATERAIS 1. da bilirrubina total e eosinofilia. náuseas. C) Carbapenemas Estrutura geral dos carbapenemas. como aumento da uréia ou da creatinina.1) NOME FARMACOLÓGICO E VIAS DE ADMINISTRAÇÃO 1. eosinofilia. podem aparecer náuseas. vômitos. da fosfatase alcalina.4. embora foram informados alguns casos (1% a 3%) de diarréia. A nível humoral observam-se anormalidades transitórias e ocasionais. CEFEPIMA: A tolerância clínica é boa. 2. diarréia. exantema cutâneo. MEROPENEM: EV C. CEFPIROMA: A cefpiroma é bem tolerada clinicamente. Prova de Coombs e glicosúria com resultados falso-positivos. vômitos e urticária. C. dor e inflamação no local onde foi feita a aplicação.2) NOMES COMERCIAIS IMIPENEM: Imipenem MEROPENEM: Meropenem 39 .B. Em certas ocasiões. IMIPENEM: EV 2. 2. Proteus. com as seguintes particularidades: 1) é mais ativo sobre as enterobactérias (2 a 32 vezes). Septicemia. E. Pseudomonas aeruginosa. Infecções intra-abdominais provocadas por S. Escherichia Klebsiellas. Enterobacter.  MEROPENEM: Infecções causadas por microrganismos susceptíveis ao fármaco nas seguintes localizações: infecções do trato respiratório inferior. requer que os microrganismos se encontrem na etapa de crescimento para poder agir. O Meropenem inibe a síntese da parede celular. C. infecções da pele e órgãos anexos. Proteus. sua ação bactericida é produzida por sua união às proteínas que ligam penicilina 1A.C. sobre o Haemophilus influenzae (4 a 8 vezes). Infecções cutâneas e de tecidos moles provocadas por S. 3) 40 . Enterobacter. Escherichia coli. aureus. Streptococcus pneumoniae. o que origina a inibição da síntese da parede da célula bacteriana. estreptococos coli. aureus. Klebsiellas. 1B. sobre Pseudomonas aeruginosa (2 a 4 vezes) e sobre outras Pseudomonas (2 a 4 vezes) . Streptococcus pneumoniae.3) MECANISMO DE AÇÃO O Imipenem pertence aos carbapenêmicos (subclasse dos betalactâmicos). Endocardite bacteriana por Staphylococcus aureus. infecções do trato urinário. 5 e 6 nas membranas citoplasmáticas de Escherichia coli e a PBP 1A. 2) é menos ativo sobre os estafilococos e sobre os enterococos (2 a 4 vezes). C. aureus. 4 e 5 de Pseudomonas aeruginosa. Klebsiellas. Haemophilus vaginalis. infecções intra-abdominais.4) INDICAÇÃO DE DOENÇAS  IMIPENEM: Infecções ósseas provocadas por Staphylococcos aureus. 4. estreptococos do grupo D e Pseudomonas aeruginosa. do grupo D. Meningite. Infecções do trato geniturinário por S. Haemophilus vaginalis. infecções ginecológicas.5) ESPECTRO DE AÇÃO  IMIPENEM: Pseudomonas Staphylococcos aeruginosa. Escherichia coli. 2. 1B. Klebsiellas.  MEROPENEM: O espectro de ação é similar ao do Imipenem. aureus. espécies de Enterobacter. coli. a atividade sobre os anaeróbios é similar em ambos os fármacos. IMIPENEM: São de incidência mais freqüente: erupção cutânea. náuseas. alterações das enzimas hepáticas.Os estafilococos meticilino-resistentes não são afetados pelo Meropenem C. Raramente apresentam-se: tonturas. eosinofilia. prurido. parestesia e cefaléia. náuseas. reações no local de aplicação da injeção.1) NOME FARMACOLÓGICO E VIAS DE ADMINISTRAÇÃO AZTREONAM: EV/ IM D. 2. prurido. MEROPENEM: Diarréia. erupção cutânea. Em raras ocasiões trombocitopenia.2) MECANISMO DE AÇÃO O Aztreonam é o primeiro membro de uma classe de antibióticos classificados como monobactâmicos. Eles têm um núcleo único monocíclico beta-lactâmico. D. flebite.6) EFEITOS COLATERAIS 1. cãibras. A colite pseudomembranosa é um risco a ser considerado na administração prolongada de Meropenem. vômitos. confusão. sibilâncias. A administração de Meropenem pode favorecer a candidíase oral e vaginal. vômitos. 41 . D) Monobactâmicos Estrutura geral dos monobactâmicos. diarréias e cansaço ou debilidade não habituais. urticária. náuseas. D. D. O Aztreonam é um antibiótico bactericida totalmente sintético.3% dos casos e incluem diarréia.1) NOME FARMACOLÓGICO E VIAS DE ADMINISTRAÇÃO 1. D. vômitos e exantema. Septicemias. com atividade contra um amplo espectro de germes patógenos aeróbios Gram-negativos. intra-abdominais e ginecológicas. respectivamente. Estes agentes foram originalmente isolados da Chromobacterium violaceum.que os faz diferentes estruturalmente de outros antibióticos beta-lactâmicos. E) Inibidores das beta-lactamases E. com atividade contra um amplo espectro de germes patógenos aeróbios Gram-negativos.4% dos casos. TICARCICLINA/ ÁCIDO CLAVULÂNICO: EV 4. AMPICILINA/ SULBACTAN: EV 3. PIPERACILINA/ TAZOBACTAN: EV 42 . Infecções de pele e fâneros.3) INDICAÇÃO DE DOENÇAS Infecções complicadas e não complicadas do trato urinário. AMOXICILINA/ ÁCIDO CLAVULÂNICO: VO 2. Infecções das vias respiratórias baixas.9 a 2.4) ESPECTRO DE AÇÃO AZTREONAM: é um antibiótico bactericida totalmente sintético. inclusive pielonefrite e cistite. As reações sistêmicas (consideradas em relação à administração de Aztreonam ou de etiologia incerta) ocorrem como acidente em 1 a 1.5) EFEITOS COLATERAIS As reações locais como a flebite e a tromboflebite após a administração IV e o desconforto e inflamação no local da injeção após a administração IM ocorrem em 1.  AMPICILINA/ SULBACTAN: Este composto apresenta atividade antimicrobiana muito semelhante àquela apresentada pela associação amoxicilina/ ácido clavulânico. S. a atividade antimicrobiana do composto se deve ao sulbactam. ampliando o seu espectro para H.3) INDICAÇÃO DE DOENÇAS  AMOXICILINA/ ÁCIDO CLAVULÂNICO: É empregado em otite média aguda em crianças.4) ESPECTRO DE AÇÃO  AMOXICILINA/ ÁCIDO CLAVULÂNICO: O Clavulin consiste em uma associação com amoxicilina. sinusite. estafilococcia. Excepcionalmente nessa circunstância. influenzae resistentes.  PIPERACILINA/ TAZOBACTAN: Infecções abdominais e Pneumonia adquirida em hopitais. São menos efetivas como inibidores de enzimas tipo cefalosporinases. mordedura de animais com infecção secundária. E. Porém. ampicilina/ sulbactam apresenta excelente atividade in vitro contra Acinetobacter baumannii.2) NOMES COMERCIAIS AMOXICILINA/ ÁCIDO CLAVULÂNICO: Clavulin AMPICILINA/ SULBACTAN: Unasyn TICARCICLINA/ ÁCIDO CLAVULÂNICO: Timetim PIPERACILINA/ TAZOBACTAN: Tazocin E. exacerbação aguda da bronquite crônica. O sulbactam não apresenta atividade antimicrobiana importante contra outras espécies bacterianas. infecções ginecológicas e infecções intra-abdominais. Neisseria sp e anaeróbios. faringite com amigdalite (bacterióides).E.  TICARCICLINA/ ÁCIDO CLAVULÂNICO: Infecções abdominais e Pneumonia adquirida em hopitais.  AMPICILINA/ SULBACTAN: ação contra Acinetocabter baumannii. Da mesma 43 . aureus. infecções de partes moles com tecido necrótico. 6) EFEITOS COLATERAIS Quanto aos efeitos colaterais. estudos clínicos são necessários para estabelecer o papel desse composto ao tratamento de infecções por Acinetobacter baumannii. Anaeróbios.lactamase ( ácido clavulânico e tazobactan) não apresentam atividade antimicrobiana contra Acinetobacter baumannii. São descritas reações de hipersensibilidade como rash cutâneo. Quinolonas Estrutura das Quinolonas. são mais freqüentes os distúrbios gastrointestinais que tendem a desaparecer durante a terapia. Pefloxacina: EV ou VO 44 . Enterococos  PIPERACILINA/ TAZOBACTAN: Pseudomonas. Ciprofloxacina: VO 3. Mesmo amostras resistentes a carbapens. 4. quinolonas e aminoglicosídeos podem ser sensíveis in vitro à ampicilina/ sulbactan. 4. febre e eosinofilia.2.1) NOME FARMACOLÓGICO E VIAS DE ADMINISTRAÇÃO 1.forma. plaquetopenia e aumento de transaminases.  TICARCICLINA/ ÁCIDO CLAVULÂNICO: Pseudomonas.2. neutropenia transitória. Porém. Anaeróbios. Norfloxacina: VO 2. outros inibidores de beta. Enterococos E. inibindo a DNAgirase.2. interferindo na síntese de DNA bacteriano. Trovafloxacina: VO ou EV 4.3) MECANISMO DE AÇÃO São bactericidas.4. enzima bacteriana essencial à sua replicação. Lomefloxacina: VO 6. 45 . Proci Pefloxacina: Peflacin Ofloxacina: Floxtat. Levofloxacina: VO ou EV 7.2. Ofloxacina: VO 5. Floxan Lomefloxacina: Maxaquin Levofloxacina: Tavanic Trovafloxacina: Trovan 4.2) NOMES COMERCIAIS Norfloxacina: Floxacin Ciprofloxacina: Cipro. 2.4) INDICAÇÃO DE DOENÇAS E ESPECTRO DE AÇÃO  Norfloxacina Infecções do trato urinário baixo Gonorréia não-complicada Prostatite bacteriana Descontaminação seletiva do trato gastrintestinal (profilaxia de infecções por Gram-negativos em pacientes granulocitopênicos e profilaxia de peritonite espontânea em hepatopatas crônicos)  Ciprofloxacina.4. Pefloxacina e Ofloxacina Infecções urinárias altas Gonorréia Pneumonias por Gram-negativos 46 . ou fluoroquinolona (ciprofloxacino.2. levofloxacino. infecções respiratórias baixas. Chlamydias.Associado a Aminoglicosídeos na fibrose cística Diarréia do viajante Infecções de pele. tecidos moles e osteomielites  Levofloxacina e Trovafloxacina (apresentam meia-vida longa e outras características farmacocinéticas que permitem a administração a cada 24 horas) Cocos Gram-positivos (Streptococcus pneumoniae) Enterobactérias Bacilos Gram-negativos não-fermentadores 4. como também sobre bactérias atípicas como Mycoplasma. Sintomas gastrintestinais (náuseas.5) EFEITOS COLATERAIS E CONTRA-INDICAÇÕES 1. não só sobre a maioria dos microorganismos Gram-positivos e Gram-negativos. OBSERVAÇÃO: Moxifloxacino Quinolona fluorada. grepafloxacino. Pneumonia da comunidade. Cefaléia. vômitos. diarréia e anorexia) 2. Indicado para infecções respiratórias altas. Legionella. Coxiella. tonturas e anormalidades laboratoriais (leucopenia e alteração de transaminase) 3. ofloxacino) de amplo espectro antimicrobiano. Infecções de pele e tecidos moles. Surtos de reagudização de bronquite crônica. Avalox® é o nome comercial. sinusite. 47 . Contra-indicados em crianças em crescimento e durante a gravidez. sonolência e candidíase vaginal. alteração do paladar).1) NOME FARMACOLÓGICO E VIAS DE ADMINISTRAÇÃO 1.É um antibiótico de amplo espectro. os sinais e os sintomas da doença devem melhorar em um período mínimo de cinco dias de tratamento correto. nervosismo. depressão. Não deve ser administrado a mulheres grávidas ou que estejam amamentando. Desde que adequadamente indicado. dor de cabeça. palpitações. vômito. nas costas ou nas pernas. vertigens. 4. dores musculares e nas articulações. diarréia. EV 48 . mal-estar. Aminoglicosídeos Estrutura da estreptomicina 4. reações de pele. reações alérgicas ou de hipersensibilidade. Gentamicina: IM. ansiedade. sensação de fraqueza. Neomicina: VO 2. dores no peito. náusea. insônia.3. Os comprimidos devem ser tomados com água.3. Avalox® pode provocar reações gastrintestinais (dor abdominal. independentemente das refeições. Sisomicina Netilmicina: Netromicina Espectinomicina: Tobricin 4. Sisomicina: IM. EV 6. ligando-se aos ribossomas 30S. Briclin. EV 4. Amplocilina Tobramicina: Tobramicina Amicacina: Amicacina.3. há uma resistência a esses antibióticos devido ao uso indiscriminado destes medicamentos).3. EV 7. Tobramicina: IM.2) NOMES COMERCIAIS Neomicina: Neomicina Gentamicina: Garamicina. Gentacil. EV 5. 49 . Espectinomicina: IM 4. (Atualmente. levando ao erro na leitura de RNA mensageiro provocando a morte de bactérias.3. Amicacina: IM.3) MECANISMO DE AÇÃO Penetram à parede celular e a membrana. Novamin Sisomicina: Baymicina. Netilmicina: IM. Gentamicina. 50 . 3.4.4) INDICAÇÃO DE DOENÇAS E ESPECTRO DE AÇÃO  Estreptomicina Infecções micobacterianas Infecções incomuns (peste e tularemia) Brucelose (associada com a tetraciclina)  Gentamicina Enterobactérias (Pseudomonas aeruginosa) Associado com beta-lactâmicos ou glicopeptídeos (infecções enterocócicas graves)  Tobramicina Similar à gentamicina (maior atividade contra a P. aeruginosa)  Amicacina Eficaz contra várias enterobactérias resistentes à gentamicina e tobramicina  Neomicina Restrito a infecções superficiais de pele Conjuntivite bacteriana Supressão da flora intestinal em pré-operatório de cirurgias abdominais Insuficiência hepática 51 . 4. 2. Paralisia muscular 4.1) NOME FARMACOLÓGICO E VIAS DE ADMINISTRAÇÃO 1. Espectinomicina Infecções por gonococos produtores de beta-lactamase na falha terapêutica da gonorréia quando utilizada a penicilina 4. Sulfonamidas Estrutura da Sulfonamidas. IM ou VO. 52 . 4.3. Nefrotoxicidade (reversível) 2.4. Co-trimoxazol (Sulfametoxazol + Trimetropin): EV. Sulfassalazina: VO.4. Ototoxicidade auditiva e vestibular (irreversível) 3. Sulfadiazina: VO.5) EFEITOS COLATERAIS E CONTRA-INDICAÇÕES 1. 3. Sulfadozina: VO. 4) INDICAÇÃO DE DOENÇAS E ESPECTRO DE AÇÃO  Co-trimoxazol (Sulfametoxazol + Trimetropin): Pneumocistose ( primeira escolha) Otite Média Crônica PAC Paracoccidiodomicose ITU Febre Tifóide Shiguelose  Sulfadoxina Paracoccidiodomicose Bactrin. Septra Sulfadozina: Fanasulf Sulfadiazina: idem Sulfassalazina: Azulfin. que é um componente essencial da síntese do ácido fólico. 53 .4.4. Espectrin.4.2) NOMES COMERCIAIS Co-trimoxazol (Sulfametoxazol + Trimetropin): Infectrin.3) MECANISMO DE AÇÃO O mecanismo de ação das sulfonamidas se faz pelo antagonismo competitivo do ácido para-amonibenzóico (PABA).4. 4. Salazoprin 4. pórem não tem uso como antibiótico. Também pode ser bactericida em concentrações elevadas ou quando usado contra microrganismos altamente sensíveis.4.5) EFEITOS COLATERAIS E CONTRA-INDICAÇÕES Insuficiência renal 4.Malária (profilaxia) Pneumocistose(profilaxia)  Sulfadiazina Toxoplasmose Nocardiose  Sulfassalazina Pertence à classe farmacológica das sulfonamidas. É usada na terapia da doença de Crohn.5. Cloranfenicol Estrutura do Cloranfenicol É um antibiótico bacteriostático de amplo espectro. 4. na retocolite ulcerativa. na artrite reumatóide e espondilite anquilosante. difunde-se através da 54 . É lipossolúvel. membrana celular bacteriana e se une de forma reversível à subunidade 50 S dos ribossomos bacterianos. as concentrações podem ser de 21 a 50% das séricas. Distribui-se por todo o organismo de forma ampla. porém não uniforme. através de meninges não inflamadas.1) INDICAÇÕES Tratamento de meningite por Haemophilus influenzae. anemia aplástica medular idiossincrática. hipersensibilidade. 4. anemia aplástica (com dependência da dose). Em geral deve ser reservado para infecções graves nas quais outros antibióticos menos tóxicos sejam ineficazes ou contra-indicados. É absorvido com facilidade e por completo no trato gastrintestinal. 4. Atravessa a placenta e as concentrações séricas fetais podem ser de 30 a 80% dos níveis séricos maternos. neurite periférica (intumescimento. Calcula-se que o mecanismo responsável da mielodepressão reversível (dependente da dose). O metabolismo é hepático. infecções por Rickettsia. e de 45 a 89% através de meninges inflamadas. Sua união às proteínas é de baixa a moderada. febre.5. onde evita a transferência de aminoácidos às cadeias peptídicas em formação. Alcança concentrações terapêuticas nos humores aquoso e vítreo do olho. durante sua administração e após esta. cansaço. No líquido cefalorraquidiano. febre tifóidea produzida pela Salmonella typhi. 55 .2) REAÇÕES ADVERSAS Intolerância digestiva. Atinge as concentrações mais altas no fígado e no rim. hemorragias ou hematomas não habituais. formigamento. Não foi estabelecido o mecanismo pelo qual se produz anemia aplástica irreversível. discrasias sangüíneas (pele pálida.5. dor de garganta. se relaciona com a inibição da síntese protéica mitocondrial nas células da medula óssea. septicemias bacterianas. dor intensa e debilidade de mãos e pés). debilidade). 90% conjugados a glicurônido inativo. perda de visão). neurite óptica (dor ocular. síndrome cinza do recém-nascido. visão turva. que aparece normalmente após o término do tratamento. não são úteis para prevenir a anemia aplástica idiossincrática.4. Durante o tratamento devem-se realizar periodicamente contagens sangüíneas completas. Gravidez Lactentes Neonatos 56 . O uso conjunto com anticonvulsivos do grupo das hidantoínas pode aumentar os efeitos tóxicos destes por inibição da atividade enzimática microssômica. Não se recomenda a associação com eritromicina ou lincomicinas. Em pacientes com insuficiência hepática devem-se monitorar os níveis plasmáticos. A administração com hipoglicemiantes orais pode potencializar o efeito destes.5. para detectar depressão da medula óssea reversível relacionada com a dose.4) INTERAÇÕES O uso simultâneo com mielodepressores e radioterapia pode aumentar os efeitos depressores sobre a medula óssea.5. devido a um deslocamento das proteínas séricas.3) PRECAUÇÕES.5) CONTRA-INDICAÇÕES. O cloranfenicol pode aumentar a meia-vida do dicumarol e da fenitoína por inibir as enzimas que degradam estes fármacos.5. 4. 4. porém. tais contagens. porque o cloranfenicol pode deslocar ou evitar sua união às subunidades 50 S dos ribossomos bacterianos e antagonizar deste modo os efeitos destes antibióticos. 1) NOMES COMERCIAIS Tetraciclina:Tetrex A. Distribuem-se com facilidade pela maioria dos líquidos do organismo. A união reversível se produz na subunidade ribossômica 30S dos microrganismos sensíveis. influenzae. otite média aguda e sinusite causada por H. As tetraciclinas são bacteriostáticos de amplo espectro que atuam por inibição da síntese de proteínas. aureus. infecções da pele e tecidos moles causadas por S. ascítico e pleural.2) INDICAÇÕES Actinomicose. Tendem a localizar-se nos ossos. Sua união às proteínas é baixa e moderada. fígado. Não inibem a síntese da parede celular bacteriana. inclusive bile e líquidos sinovial. fecal e também se excretam no leite materno. Tipos de Tetraciclinas A) Tetraciclinas Estrutura da Tetraciclina. uretrite não 57 .6. A. faringite. tumores e dentes. Absorvem-se por via oral entre 75% e 77% da dose. Eliminam-se de forma inalterada por via renal. baço. gonorrhoeae. A meia-vida normal é de 6 a 11 horas e podem levar 2 a 3 dias para alcançar concentrações terapêuticas de tetraciclinas. bloqueando a união de tRNA (RNA de transferência) ao complexo ribossômico de mRNA (RNA mensageiro). sífilis. pneumonia. infecções do trato geniturinário causadas por N.4. Também atravessam a placenta. 58 . A. aumento da fotossensibilidade cutânea. Não se recomenda o uso combinado com penicilina.3) REAÇÕES ADVERSAS Descoloração permanente dos dentes em lactantes ou crianças.6) CONTRA-INDICAÇÕES Gravidez. pois os agentes bacteriostáticos podem interferir no efeito bactericida das penicilinas. A relação risco-benefício deve ser avaliada na presença de diabete insípida. hipoplasia do esmalte e inibição do crescimento ósseo do feto. e não se recomenda seu uso durante a segunda metade da gravidez. Não se recomenda seu uso durante o período de lactação devido às reações adversas que poderão produzir no lactante por se excretarem no leite materno.5) INTERAÇÕES O uso simultâneo com antiácidos pode resultar em uma redução da absorção das tetraciclinas orais. A. inflamação da boca ou língua. disfunção hepática e disfunção renal. cãibras com gastrite. A. pois causam descoloração permanente dos dentes. lactação. A associação com metoxiflurano pode aumentar o potencial de nefrotoxicidade. diarréia. O uso simultâneo com bicarbonato de sódio pode produzir redução da absorção das tetraciclinas orais.4) PRECAUÇÕES As tetraciclinas atravessam a placenta. descoloração ou escurecimento da língua. A.gonocócica. infecções do trato urinário causadas por Klebsiella e Escherichia coli. As tetraciclinas sistêmicas também podem contribuir para o desenvolvimento de candidíases orais. crianças menores de 11 anos. náuseas ou vômitos. é ampla. responsáveis pelas infecções respiratórias. geniturinárias e cutâneo-mucosas. Mycoplasma. Em certas ocasiões atinge a circulação fetal através da placenta e o líquido pleural e cefalorraquidiano. Entre 40% e 70% são eliminados pela urina sem modificações metabólicas através de filtração glomerular.. como os outros derivados. difunde-se pelo sangue e liga-se às proteínas plasmáticas em 10%-40%. detectando-se nas fezes. concentra-se em nível hepático e também é excretada pela bile. Sua absorção digestiva. Seu mecanismo de ação desenvolve-se sobre os ribossomas microbianos onde altera a síntese de proteínas e inibe o desenvolvimento e crescimento (efeito bacteriostático) do microrganismo. embora possam atuar com bactericidas ao alcançar elevadas concentrações em certos tecidos. Sua meia-vida é prolongada (6-10 horas). B. Rickettsia etc.1) Nomes comerciais Oxitetraciclina Terramicina 59 .B) Oxitetraciclina Estrutura da Tetraciclina Extraído do Streptomyces rimosus. Chlamydias. com ações bacteriostáticas-bactericidas sobre numerosos microrganismos Gram-positivos e Gram-negativos. Em caso de doenças venéreas. Esses sinais desapareceram com a descontinuação do fármaco. disfagia. Raramente foram mencionadas esofagite e ulceração esofágica em pacientes que receberam cápsulas ou comprimidos da classe das tetraciclinas. anafilaxia. náuseas. pericardite e exacerbação de lúpus eritematoso sistêmico. Todas as infecções causadas pelo estreptococo beta-hemolítico do grupo A 60 . incluindo estudos hematopoiéticos. Em tratamentos prolongados devem ser realizadas avaliações laboratoriais periódicas. Reações de hipersensibilidade: urticária. B.2) INDICAÇÕES Infecções de diferentes localizações (brônquica.4) PRECAUÇÕES Como outros antibióticos. vômitos. Fotossensibilidade. renais e hepáticos.3) REAÇÕES ADVERSAS Gastrintestinais: anorexia. urinária) provocadas por germes sensíveis às tetraciclinas. pode promover o desenvolvimento de microrganismos resistentes. diarréia. trombocitopenia.B. enterocolite e lesões inflamatórias (com supercrescimento de monílias) na região anogenital. porém não é freqüente. aconselha-se realizar um exame de campo escuro antes de começar o tratamento e a sorologia deve ser repetida mensalmente pelo menos durante quatro meses. Foi relatada dermatite esfoalitiva. púrpura anafilactóide. glossite. Fontanelas salientes em lactentes e hipertensão intracraniana benigna em adultos foram relatadas após uma dose terapêutica completa. quando há suspeita de sífilis coexistente. Caso ocorra uma superinfecção deve-se interromper o antibiótico e administrar um tratamento apropriado. incluindo fungos. Essas reações têm sido causadas tanto pela administração oral quanto parenteral das tetraciclinas. Cutâneas: exantemas maculopapulares e eritematosos. B. neutropenia e eosinofilia. edema angioneurótico. A maioria desses pacientes tomou sua medicação imediatamente antes de deitar-se. Hemáticas: foram relatadas anemia hemolítica. uretral. Toxicidade renal: foi relatado um aumento do nitrogênio uréico sangüíneo aparentemente relacionado com a dose. primeira infância e crianças: o uso de fármacos do grupo das tetraciclinas durante o desenvolvimento dos dentes (metade final da gravidez. A ação antianabólica das tetraciclinas pode causar aumento do nitrogênio uréico sangüíneo. Devido às sérias reações adversas potenciais em crianças durante a lactação. níveis elevados de tetraciclina podem levar à axotemia. Uso em lactantes: as tetraciclinas são excretadas no leite materno. cálcio ou magnésio e preparações contendo ferro. ou seja. A absorção de tetraciclina é diminuída por antiácidos contendo alumínio. Uma vez que os fármacos bacteriostáticos podem interferir com ação bactericida da penicilina. Uso em recém-nascidos. primeira infância e até os 8 anos) pode provocar uma descoloração permanente dos dentes (amarelo. Em alguns indivíduos que tomam tetraciclina foi observado fotossensibilidade. hiperfosfatemia e acidose. Foi relatada toxicidade renal aguda com o uso concomitante de tetraciclinas e metoxifluorano. mesmo as doses orais ou parenterais habituais podem conduzir ao acúmulo sistêmico excessivo do fármaco e a uma possível toxicidade hepática.devem ser tratadas pelo menos durante 10 dias. Embora isso não represente um problema para aqueles com função renal normal. Em tais circunstâncias são indicadas doses menores que as habituais e. Caso haja comprometimento renal. Pessoas que comumente se expõem à luz solar direta ou à luz ultravioleta devem ser prevenidas quanto a essas reações que podem ocorrer com as tetraciclinas. Portanto. na opinião do médico. as tetraciclinas não devem ser utilizadas em pacientes desse grupo etário a menos que outros fármacos não se mostrem eficazes. mas também tem sido observada após repetidos tratamentos de curta duração. contra61 . Interação com o fármaco: como as tetraciclinas têm demonstrado diminuir a atividade da protrombina plasmática. os benefícios potenciais superam os riscos. nos pacientes com função renal significativamente deteriorada. aconselha-se evitar a administração concomitante de tetraciclinas e penicilinas. caso o tratamento seja prolongado. manifestada por uma reação exagerada à exposição solar. pode ser aconselhável a determinação dos níveis séricos do fármaco. os pacientes em tratamento com anticoagulantes podem necessitar de uma redução na dose dos mesmos. as tetraciclinas somente devem ser utilizadas quando. Essa reação adversa é mais comum com o uso dos fármacos a longo prazo. Também foi descrita hipoplasia do esmalte dos dentes. cinza-castanho). indicados. Em prematuros que receberam tetraciclina oral em doses de 25mg/kg a cada 6 horas foi observada uma diminuição do crescimento da fíbula. B. B. a paciente deverá ser alertada quanto ao risco potencial para o feto. Essa reação se mostrou reversível ao suspender o fármaco. O uso concomitante de tetraciclinas e metoxifluorano provoca toxicidade renal aguda. A absorção de tetraciclina é diminuída por antiácidos contendo alumínio. Uma vez que os fármacos bacteriostáticos podem interferir com a ação bactericida da penicilina. os pacientes em tratamento anticoagulante podem requerer diminuição da dose do mesmo. A oxitetraciclina é contra-indicada na gravidez. 62 . cálcio ou magnésio e preparações contendo ferro. apresentam-se nos tecidos fetais e podem ter efeitos tóxicos no desenvolvimento do feto (freqüentemente relacionados com retardo do desenvolvimento do esqueleto).5) INTERAÇÕES Em virtude das tetraciclinas demonstrarem diminuir a atividade da protrombina plasmática. aconselha-se evitar a administração concomitante de tetraciclinas e penicilinas. Detectou-se evidência de embriotoxicidade em animais tratados no início da gravidez. mas se for utilizada. Todas as tetraciclinas formam um complexo estável com cálcio em qualquer tecido ósseo em formação.6) CONTRA-INDICAÇÕES Pessoas com hipersensibilidade às tetraciclinas. Os resultados de estudos em animais com antimicrobianos da família das tetraciclinas indicam que as tetraciclinas atravessam a placenta. A união reversível é produzida na subunidade ribossômica 30S dos organismos sensíveis. É absorvida por via oral. a doxiciclina é uma tetraciclina bacteriostática de amplo espectro. aumento da fotossensibilidade cutânea. náuseas ou vômitos. diarréia. 63 . infecções retais não complicadas causadas por Chlamydia trachomatis. cãibras com gastrite. de 90% a 100%. inflamação da boca e glossite. É parcialmente inativada pelo metabolismo hepático. Sua meia-vida normal é de 12 a 22 horas e é eliminada por via renal por filtração glomerular e por via fecal. uretrite causada por C. otite média e faringite bacteriana produzida por Staphylococcus aureus.3) REAÇÕES ADVERSAS Descoloração permanente dos dentes em lactentes e crianças. C. coloração ou escurecimento da língua.C) Doxiciclina Estrutura da doxiciclina Usada como cloridrato.2) INDICAÇÕES Infecções do trato geniturinário causadas por Chlamydia trachomatis. também se excreta no leite materno. que atua por inibição da síntese de proteínas e bloqueia a união do RNA de transferência ao complexo ribossômico do RNA mensageiro.1) NOME COMERCIAL Vibramicina C. Não inibe a síntese da parede celular bacteriana. trachomatis e Ureaplasma urealyticum. C. 4) PRECAUÇÕES As tetraciclinas podem produzir coloração permanente (amarelo. seu uso em lactentes e crianças menores de 8 anos. Posto que as penicilinas podem interferir com o efeito bacteriostático da doxiciclina. O bicarbonato de sódio também pode diminuir a absorção das tetraciclinas. não sendo recomendado. D) Minociclina Estrutura da minociclina 64 . C.C. em menores de 8 anos e nos casos de gravidez e lactação. portanto.5) INTERAÇÕES O uso simultâneo com laxantes ou antiácidos que contenham magnésio pode originar uma diminuição da absorção devida ao aumento do pH intragástrico. cinza ou marrom) dos dentes e hipoplasia do esmalte e diminuição do índice de crescimento linear ósseo em lactentes prematuros. C. é melhor evitar o tratamento combinado. Os barbitúricos.6) CONTRA-INDICAÇÕES A relação risco-benefício deverá ser avaliada em pacientes com disfunção hepática e disfunção renal. fenitoína e carbamazepina podem originar a diminuição das concentrações séricas de doxiciclina. também não se recomenda seu uso durante a segunda metade da gravidez e no período de lactação. Pode contribuir para o desenvolvimento de candidíase oral. 1) NOME COMERCIAL Minomax D. que é justamente a estrutura que. rickettsias e protozoários.3) REAÇÕES ADVERSAS Foram descritos fenômenos gastrintestinais: epigastralgia. Seu mecanismo de ação bacteriostática tem como alvo os ribossomos bacterianos (subunidade 30S). piodermite. A minociclina. ornitose.Usada como cloridrato. ao contrário das tetraciclinas antigas (clortetraciclina. Possui um amplo aspectro antibacteriano que inclui a maioria dos germes Gram-positivos e Gram-negativos. no plasma. desmetilclortetraciclina). náuseas. escurecimento e 65 . É por isso que a dose de minociclina (100-200mg). Devido a sua lipossolubilidade. clamídias. após sua administração oral a minociclina absorve-se de forma quase completa (de 80% a 90%). Psitacose. vaginite). erisipela. rim. e por via fecal. gastrite.2) INDICAÇÕES Infecções geniturinárias (uretrite. gera a resistência às tetraciclinas. com uma estrutura química de quatro anéis e um grupo dietilamino. que têm uma biodisponibilidade apenas discreta e limitada. anorexia. que é muito menor que a dos derivados clássicos. furunculose. ao diminuir sua permeabilidade. a minociclina é uma tetraciclina semi-sintética. espiroquetose. impetigo. glossite. acne. Atravessa a barreira placentária e alcança a circulação fetal. diarréia. actinomicose. micoplasma. brucelose. por filtração glomerular. Infecções da pele e dos tecidos moles. Uretrite não gonocócica. cistite. unese de forma significativa às albuminas (80%) e distribui-se por todos os órgãos (fígado. D. A minociclina atravessa a membrana celular bacteriana. carbúnculo. vômitos. músculo e pulmão) e líquidos corporais (urina). origina rápidos e elevados níveis séricos. inflamação da boca. que são mantidos por um tempo prolongado devido a sua eliminação renal lenta. D. oxitetraciclina. com inibição da síntese protéica. Possui uma longa meia-vida (16 horas) e é eliminada de forma lenta na urina. pneumonia atípica. também não é aconselhável durante a segunda metade da gravidez e no período de lactação. antiácidos gástricos. EUA) é o mais recente antibiótico lançado nos EUA (agosto de 2005). cinza.5) INTERAÇÕES Não foram informadas interações das tetraciclinas com numerosos fármacos como ferro. D. D. a tigeciclina apresenta uma ligação ao ribossomo bacteriano bem mais forte que tetraciclina ou minociclina. e está sendo avaliada para tratamento de infecções intra-abdominais e pulmonares. A tigeciclina foi aprovada para tratamento de infecções de pele e tecidos moles. apresenta mecanismo de ação semelhante à tetraciclina. Em lactentes ou crianças.4) PRECAUÇÕES As tetraciclinas podem produzir coloração permanente (amarelo. com aumento de fotossensibilidade. Porém. Wyeth. D. Gravidez e lactação. Pode contribuir para desenvolvimento de candidíase oral. Erupção cutânea.coloração da língua.6) CONTRA-INDICAÇÕES Insuficiência renal ou hepática. marrom) dos dentes e hipoplasia do esmalte e diminuição do índice de crescimento linear ósseo em lactentes prematuros. hipnóticos e laxantes. Não associar com antibióticos beta-lactâmico (penicilina e cefalosporina) dado que pode afetar sua atividade antimicrobiana. razão pela qual não é recomendável o uso em lactentes e crianças menores de 8 anos. sendo assim ativa contra bactérias resistentes a esses antimicrobianos. Crianças menores de 12 anos. coloração dentária. A tigeciclina é uma glicilciclina derivada da minociclina. Outro importante 66 . E) Tigeciclina A tigeciclina (Tygacil®. Dessa maneira. Os fármacos que aumentam o pH intragástrico podem diminuir a absorção desta tetraciclina. porém. Com relação aos Gram-negativos. apresenta excelente atividade contra a grande maioria das enterobactérias. sendo assim ativa contra estafilococos resistentes à oxacilina. dor abdominal e cefaléia. bacilos Gram-negativos (exceto Pseudomonas aeruginosa e Proteus mirabilis) e a maioria dos anaeróbios de importância clínica.2) INDICAÇÕES A tigeciclina apresenta potente atividade in vitro contra cocos Gram-positivos. aeruginosa. que apresentam freqüência relativamente alta (cerca de 30 e 20%. respectivamente). E. Outros efeitos colaterais incluem diarréia. Sua atividade contra cocos Gram-positivos não é afetada pela resistência aos b-lactâmicos ou glicopeptídeos.1) NOME COMERCIAL Tygacil E. aminoglicosídeos ou tetraciclinas. porém. Vários estudos têm demonstrado que a tigeciclina é ativa contra bactérias resistentes a tetraciclina e minociclina.mecanismo de resistência às tetraciclinas é o efluxo ativo pelas chamadas bombas de efluxo. como produção de b-lactamases de espectro ampliado (ESBL) ou b-lactamases cromossômicas. e Stenotrophomonas maltophilia. Apresenta também excelente atividade contra bactérias anaeróbias. independente do mecanismo de resistência. apresenta baixa atividade contra P. 67 . A tigeciclina apresenta também excelente atividade in vitro contra alguns bacilos Gram-negativos não-fermentadores da glicose.3) REAÇÕES ADVERSAS Os principais efeitos colaterais são náusea e vômitos. exceto P. incluindo o grupo Bacteroides fragilis e o Clostridium difficile. Também não ocorre resistência cruzada com fluoroquinolonas. e sua atividade não é afetada por outros mecanismos de resistência freqüentes nesses patógenos. enterococos resistentes à vancomicina e estreptococos resistentes às penicilinas ou cefalosporinas. as bombas ativas contra as tetraciclinas não reconhecem a tigeciclina como substrato. como Acinetobacter spp. E. mirabilis. 23 e 8mg/l logo após completar 2 horas e 11 horas após a infusão. Em pacientes com função renal normal.E. A tigeciclina é eliminada predominantemente pelo fígado e vias biliares em sua forma ativa. A venóclise de dose múltipla de 500mg durante 30 minutos produz concentrações plasmáticas médias de respectivamente 49mg. a infusão por venóclise de dose múltipla de 1g (15mg/kg) durante 60 minutos produz concentrações plasmáticas médias de respectivamente 63. Estudos em animais (coelhos) demonstraram boa penetração pelas meninges cerebrais. Glicopeptideos A) Vancomicina Estrutura da vancomicina É um glicopeptídeo tricíclico derivado de Streptomyces orientalis. 4. devendo ser aplicada durante 1 hora (tempo de infusão) duas vezes ao dia. sendo que as concentrações mais altas foram encontradas na medula óssea.4) PRECAUÇÕES A tigeciclina tem apenas apresentação para uso endovenoso. glândula salivar. A droga apresenta excelente distribuição tecidual. Somente menos de 30% é eliminada pelos rins.7. tireóide. 19mg e 10mg/l 68 . baço e rim. Foi usada satisfatoriamente junto com rifampicina e com um aminoglicosídeo na endocardite precoce da válvula protésica. Na endocardite estafilocócica. como septicemia. A venóclise rápida pode causar rubor na parte superior do corpo. inclusive hipotensão.1) INDICAÇÕES Infecções graves causadas por cepas sensíveis de estafilococos resistentes à meticilina em pacientes alérgicos à penicilina. Não há resistência cruzada com outros antibióticos. Em raras ocasiões produz nefrotoxicidade devido ao aumento da creatinina sérica. Hipoacusia em pacientes com tratamento concomitante de outro medicamento ototóxico. 75% de uma dose excretam-se por filtração glomerular. infecções ósseas. Não penetra facilmente o LCR através das meninges normais. Nas primeiras 24 horas. A forma parenteral pode ser administrada por via oral no tratamento da colite pseudomembranosa. porém penetra quando existe inflamação meníngea. A. Pode ser indicada sozinha ou em combinação com um aminoglicosídeo (endocardite por enterococos). afeta a permeabilidade da membrana celular bacteriana e inibe a síntese de RNA. A depuração renal e sistêmica total da vancomicina pode estar reduzida em pessoas de idade avançada. identificar e determinar a sensibilidade dos microrganismos causadores. até que se disponha dos resultados dos exames de sensibilidade. É a indicação quando há suspeita de que a infecção é causada por estafilococos resistentes à meticilina. Sua união às proteínas plasmáticas é de 55%. A. Atua fundamentalmente por inibição da biossíntese da parede celular.2) REAÇÕES ADVERSAS Reações anafiláticas. Deverão ser obtidas amostras para cultura bacteriológica a fim de auxiliar. das vias respiratórias inferiores e infecções da pele e partes moles. Muito raramente vertigem enjôos e acúfenos. Foram informados casos raros de nefrite intersticial em pacientes com disfunção renal ou que recebiam aminoglicosídeos simultaneamente. dispnéias. Pode aparecer 69 . A meia-vida da vancomicina é de 4 a 6 horas. sibilância. Em pacientes anéfricos a meia-vida é de 7½ dias.logo após 2 horas e 6 horas após a infusão. sua eficácia foi documentada em outras infecções por estafilococos. urticária e prurido. polimixina-B. o que se evita com o fármaco diluído e administrado lentamente. colistina e cisplatina) requer acompanhamento cuidadoso do paciente.4) INTERAÇÕES A associação da vancomicina com agentes anestésicos tem produzido eritemas e reações histaminóides e anafilactóides. aminoglicosídeos.5) CONTRA-INDICAÇÕES Hipersensibilidade à droga. devem ser realizadas determinações seriadas da função renal e ser seguida de perto a posologia. Pode causar tromboflebite.neutropenia reversível. exantemas e dermatite exfoliativa. deve ser administrado por venóclise firme. Em casos raros: náuseas. Deve ser administrado em solução diluída. para reduzir o risco de nefrotoxicidade. A.3) PRECAUÇÕES O uso prolongado da vancomicina pode produzir o crescimento excessivo de microrganismos não sensíveis. logo após uma ou mais semanas de tratamento com vancomicina. A ototoxicidade se apresenta em pacientes que receberam doses excessivas. bacitracina. Gravidez e lactação. A. calafrios. A. Em pacientes com disfunção renal subjacente ou que recebem tratamento associado com um mesmo glicosídeo. 70 . Ao ser irritante para os tecidos. A posologia deve ser ajustada em pacientes de idade nos quais a diminuição natural da filtração glomerular pode produzir concentrações séricas elevadas do antibiótico. O uso concomitante com outros medicamentos que possam produzir efeitos neurotóxicos ou nefrotóxicos (anfotericina-B. cujo espectro útil é o Staphylococcus aureus meticilino-resistente e o Streptococcus faecalis. e peritonite associada à hemodiálise. respiratórias. Útil especialmente em infecções graves por Staphylococcus aureus resistentes a outros antibióticos.1) INDICAÇÕES Infecções por germes Gram-positivos resistentes ao tratamento com penicilinas ou cefalosporinas. ósseas. traquéia. dor local. mais de 97% da droga são eliminados por via renal sem modificações. reações de anafilaxia. inclusive pele. Não penetra no LCR. Depois da injeção IM. B. Após a administração intravenosa. B. Alergia: erupção cutânea. Infecções na pele e tecidos moles.2) REAÇÕES ADVERSAS Reações locais: eritema. septicemia e endocardite. com uma meia-vida plasmática de eliminação de 70 a 100 horas. tromboflebite. febre broncoespasmo. vômitos. penetra rapidamente nos tecidos. 71 . no trato urinário. Gastrintestinal: náusea. A união às proteínas plasmáticas é de 90 a 95%. A teicoplanina não é removida por hemodiálise. alcançando também altas concentrações no rim. segue um perfil plasmático bifásico. gordura e osso.B) Teicoplanina Estrutura da teicoplanina É um antibiótico bactericida do grupo da vancomicina. pulmão e suprarenais. Em estudos em animais foi observada uma leve interação com diazepam. tiopental. B. neutropenia. leucopenia. halotano e bloqueadores neuromusculares. Sangue: eosinofilia. B. Hipersensibilidade à teicoplanina. Lactação.8. tinnitus e distúrbios vestibulares. Outros: perda transitória da audição.4) INTERAÇÕES Pode agravar a toxicidade e nefrotoxicidade quando administrado com aminoglicosídeos. colistina. ácido etacrínico.5) CONTRA-INDICAÇÕES Gravidez. Lincosaminas A) Lincomicina Estrutura da lincomicina. anfotericina-B. pacientes com insuficiência renal e aqueles em que for requerido o uso concomitante de outros antibióticos neurotóxicos ou nefrotóxicos. trombocitopenia. trombocitose. morfina. furosemida. 72 . 4.3) PRECAUÇÕES Hipersensibilidade cruzada com a vancomicina.diarréia. cisplatina. B. SNC: tonturas e cefaléias. Função hepática: aumento transitório de transaminases ou fosfatase alcalina. Função renal: aumento transitório da creatinina sérica. ciclosporina. obstétricas e ginecológicas. É administrada por via oral ou parenteral. Gravidez e lactação. Não atravessa a barreira meníngea em proporção significativa.1) INDICAÇÕES Infecções por germes Gram-positivos. peritonite. A. Infecções estafilocócicas. A. sepse por microrganismos anaeróbios. infecções pélvicas. a critério médico. Sua meia-vida é prolongada (5 horas) e sua eliminação realiza-se fundamentalmente pela urina e bile. 73 . que desenvolve atividade bacteriostática por bloqueio da síntese protéica bacteriana ao interferir na transpeptidação ao nível da subunidade ribossômica 50S. A. Possui um efeito antimicrobiano similar ao da eritromicina sobre os microorganismos Gram-positivos como estreptococo.3) PRECAUÇÕES A dose deve ser adequada cuidadosamente a cada paciente. náuseas.A lincomicina é um antibiótico lincosânido obtido do Streptomices lincolnensis. alcança uma boa biodisponibilidade no sangue. osteomielite. A. tecidos (ossos) e líquídos biológicos. diarréia. Pneumopatias.4) CONTRA-INDICAÇÕES.2) REAÇÕES ADVERSAS Ocasionalmente. nas alterações dos germes anaeróbios Gram-positivos e no Bacteroides fragilis são lisados com facilidade. colite pseudomembranosa por Clostridium difficile. estafilococo. vômitos. Os bacilos Gram-negativos e enterococos não são afetados pela lincomicina. pneumococo. Metaboliza-se no fígado e alguns metabólitos podem ter atividade antibacteriana. gastrintestinais e pneumonias por anaeróbios. Atravessa com facilidade a placenta. infecções da pele e tecidos moles por germens suscetíveis. exceto no líquido cefalorraquidiano. Geralmente considerada bacteriostática. É absorvida com rapidez no trato gastrintestinal e não é inativada no suco gástrico. septicemias por anaeróbios. 74 . estafilococos e estreptococos. bile e urina.1) INDICAÇÕES Tratamento de infecções ósseas por estafilococos. porém. Excreta-se no leite materno. alcança concentrações elevadas no osso. Seu mecanismo de ação é exercido mediante a inibição da síntese protéica em bactérias sensíveis. ser bactericida quando usada em concentrações elevadas ou frente a microrganismos altamente sensíveis. podendo. B. aumenta a velocidade do metabolismo. É eliminada por via renal. Em crianças. Distribui-se amplamente e com rapidez na maioria dos líquidos e tecidos. infecções geniturinárias. Os alimentos não afetam sua absorção. biliar e intestinal.B) Clindamicina Estrutura da clindamicina Antibiótico sistêmico. Sua união às proteínas é muito elevada. une-se às subunidades 50 S dos ribossomos bacterianos e evita a formação das uniões peptídicas. Pode existir sensibilidade associada com outras lincomicinas. aumento reversível das transaminases hepáticas. B.3) PRECAUÇÕES Deve ser administrada com cuidado em pacientes com doença gastrintestinal. vômitos. In vitro é fisicamente incompatível com a ampicilina. ocasionar debilidade do músculo esquelético e depressão ou paralisia respiratória. A administração junto com antidiarréicos absorventes pode diminuir significativamente a absorção de clindamicina por via oral. Deve ser utilizada com cautela em lactentes menores de um mês e em pacientes atópicos com asma e alergia.2) REAÇÕES ADVERSAS Náuseas. 75 .5) CONTRA-INDICAÇÕES Hipersensibilidade às lincosaminas. enterite regional ou colite associada com antibióticos (pode produzir colite pseudomembranosa). especialmente colite ulcerosa. a aminofilina e o gliconato de cálcio e magnésio. O cloranfenicol e a eritromicina podem desassociar a clindamicina de sua união às subunidades 50S dos ribossomos bacterianos ou impedir essa união e antagonizar desta forma seus efeitos.B. bloqueio neuromuscular. os barbitúricos.4) INTERAÇÕES Deve-se controlar cuidadosamente o paciente quando se usa simultaneamente clindamicina com anestésicos hidrocarbonados por inalação ou bloqueadores neuromusculares. colite pseudomembranosa. B. e na presença de disfunção hepática e disfunção renal grave. dado que se pode potencializar o bloqueio neuromuscular. B. hipersensibilidade. trombocitopenia e granulocitopenia. a fenitoína. A.9. EV 3. Pantomicina Etilsuccinato de eritromicina: Pantomicina gotas Estolato de eritromicina: Eritrex. EV 2. Estearato de eritromicina: VO. Estolato de eritromicina: VO.4. Macrolídeos A) Eritromicina Estrutura da Eritromicina. EV A.3) MECANISMO DE AÇÃO É um bacteriostático.1) NOMES E VIAS DE ADMINISTRAÇÃO 1. ligando-se à subunidade 50S dos ribossomos bacterianos.2) NOMES COMERCIAIS Estearato de eritromicina: Eritromicina. 76 . Eritofar A. suprimindo sua síntese protéica. Etilsuccinato de eritromicina: VO. Ilosone. 2) NOMES COMERCIAIS Roxitromicina: Rulid Miocamicina: Midecamin Azitromicina: Zitromax Claritromicina: Klaricid 77 . Miocamicina: VO 3. Campylobacter. Roxitromicina: VO 2.A. diphteriae. B) Novos macrolídeos B. Claritromicina: VO B. C.1) NOMES e VIAS DE ADMINISTRAÇÃO 1. aureus e difteróides) Pneumonia por Mycoplasma pneumoniae.5) EFEITOS COLATERAIS É um dos antibióticos mais isentos de efeitos colaterais. Corynebacterium diphtheriae. estreptococos do grupo A. devendo ser portanto evitada. S.4) DOENÇAS e ESPECTRO DE AÇÃO Bactérias Gram-positivas (pneumococos. Cerca de 93% dos indivíduos que apresentaram colestase como manifestação tóxica da eritromicina haviam tomado a forma de estolato. Azitromicina: VO 4. Chlamydia trachomatis Infecções por Bordetella pertussis. C. Legionella sp A. Haemolyticum. 4) DOENÇAS e ESPECTRO DE AÇÃO  Roxitromicina Infecções do trato respiratório inferior Pneumococos e estafilococos Pneumonias atípicas  Azitromicina H. pneumoniae 78 .3) MECANISMO DE AÇÃO Atividade semelhante ao dos macrolídeos. gonorrhoeae U. trachomatis N. B.B. mas que inovam na possibilidade de administração única ao dia. parinfluenzae Moraxella catarrhalis Legionella pneumophila C. influenzae H. urealyticum  Claritromicina S. resistência à degradação ácida do estômago. pneumoniae C. redução dos efeitos colaterais gástricos e na ampliação das propriedades terapêuticas. 10. EV 2. Nitroimidazoícos Estrutura dos nitroimidazoicos. Metronidazol: VO. trachomatis Infecções do trato respiratório.5) EFEITOS COLATERAIS Reduzido efeitos colaterais gástricos. 4.  Miocamicina Legionella sp Várias bactérias anaeróbias Mycoplasma B.10. Tinidazol: VO. Infecções por Mycobacterium avium em pacientes com a síndrome da imunodeficiência adquirida.1) NOMES E VIAS DE ADMINISTRAÇÃO 1. EV 79 .Legionella pneumophila C. 4. 3. Ornidazol: VO, EV 4.10.2) MECANISMO DE AÇÃO Drogas de baixo peso molecular com distribuição em quase todos os tecidos e fluidos do organismo, tendo poder bactericida. 4.10.3) DOENÇAS e ESPECTRO DE AÇÃO Contra protozoários e bactérias anaeróbias como o B. fragilis, Fusobacterium sp, clostrídios, peptococos, peptoestreptococos e outros bacilos Grampositivos. 4.10.4) EFEITOS COLATERAIS Náuseas, dores abdominais, gosto metálico, neutropenia reversível Raramente, neuropatia periférica, convulsões, disfunções cerebrais e reação ao álcool (tipo dissulfiram). 80 DROGA Aminoglicosídeos Amicacina Gentamicina Canamicina Neomicina Estreptomicina Tobramicina Cefalosporinas Cefaclor Cefadroxila Cefazolina Cefixima Cefoperazona Cefotaxima Cefotetano Cefoxitina Ceftazidima Ceftriaxona Cefuroxima Cefalexina Cefalotina Loracarbef Macrolídeos Azitromicina Claritromicina Eritromicina Troleandomicina Penicilinas Amoxicilina Ampicilina Azlocilina Carbenicilina Cloxacilina Mezlocilina Nafcilina Penicilina Piperacilina Ticarcilina USO COMUM Infecções causadas por bactérias Gram-negativas (p.ex., Escherichia coli e Klebsiella) EFEITO COLATERAL • Perda de audição, vertigem e lesão renal • Desconforto gastrointestinal e diarréia Ampla variedade de infecções • Náusea (quando com uso concomitante de álcool) • Reações alérgicas Infecções estreptocócicas, sífilis, infecções respiratórias, infecções por micoplasmas, doença de Lyme • Náusea, vômito e diarréia (especialmente em doses elevadas) • Icterícia • Desconforto Ampla variedade de infecções A penicilina é usada contra infecções estreptocócicas, sífilis e doença de Lyme gastrointestinal e diarréia • Alergia com reações anafiláticas graves • Lesões cerebrais e renais (raras) Infecções do ouvido, olho ou bexiga Polipeptídeos Bacitracina Colistina Polimixina B Normalmente aplicados diretamente no olho ou inalados até os pulmões; raramente administrados por injeção Quinolonas Ciprofloxacina Enoxacina Norfloxacina Ofloxacina Infecções do trato urinário, prostatite bacteriana, diarréia bacteriana, gonorréia • Lesões renais e nervosas (quando administrados sob a forma injetável) • Náusea (rara) • Náusea, vômito e diarréia Sulfonamidas Mafenida Sulfacetamida Sulfametizol Sulfametoxazol Sulfasalazina Sulfisoxazol Trimetoprimsulfametoxazol • Alergia (inclusive erupções Infecções do trato urinário (excetuando-se a sulfacetamida e a mafenida); a mafenida é utilizada sob a forma tópica em queimaduras cutâneas) • Cristais na urina • Insuficiência renal • Diminuição da contagem leucocitária • Sensibilidade à luz solar • Desconforto Sífilis, infecções por clamídias, gastrointestinal • Sensibilidade à luz solar • Pigmentação dos dentes • Toxicidade potencial para a mãe e para o feto durante a gestação Tetraciclinas Doxiciclina Minociclina Tetraciclina doença de Lyme, infecções por micoplasmas, infecções por riquétsias 81 Outros antibióticos Aztreonam Cloranfenicol Infecções causadas por bactérias Gram-negativas Tifo e outras infecções por Salmonella, meningite Infecções estreptocócicas, infecções respiratórias, abcesso pulmonar • Reações alérgicas • Redução intensa da contagem leucocitária (rara) • Diarréia intensa • Lesão ocular (reversível Clindamicina Etambutol Tuberculose quando interrompida precocemente) • Pressão arterial temporariamente baixa, convulsões • Lesão hepática grave mas Imipenemo Gama extremamente ampla de infecções Isoniazida Tuberculose reversível • Alergia Lincomicina Infecções estreptocócicas, infecções respiratórias Vaginite causada pelo Trichomonas • Diarréia intensa • Náusea • Cefaléia • Gosto metálico • Urina escura • Náusea e vômito • Alergia • Concentração sérica alta de ácido úrico • Erupção cutânea • Hepatite Metronidazol ou pela Gardnerella, infecções pélvicas e abdominais Nitrofurantoína Infecções do trato urinário Pirazinamida Tuberculose Outros antibióticos Rifampina Tuberculose e hanseníase • Saliva, suor, lágrimas e urina de cor vermelhoalaranjada • Alergia • Febre • Calafrios e febre (quando administrada por via intravenosa) Espectinomicina Gonorréia Vancomicina Infecções graves resistentes a outros antibióticos 82 Pneumococos Meningococos. E. Meropenem ou Cloranfenicol Ceftriaxone (ou Cefotaxima) Meropenem ou Cloranfenicol > 50 anos Pneuumococos. Meningococos. influenzae Pneumococos.Um exemplo de teste de sensibilidade: Um exemplo de uso de antibióticos no caso de meningites bacterianas agudas Idade <3 meses 3 meses a 18 anos 18-50 anos Agentes Estrepto-B. para tratar Listeria em alérgicos a penicilina usar sulfametoxazoltrim. Listeria. coli. Pneumococos. Listeria. bacilos Gram - Ampicilina + Ceftriaxona Ampicilina + Fluoroquinolona (ciproflaxacina) 83 . influenzae Escolha Ampicilina + Ceftriaxona (ou Cefotaxima) Ceftriaxone (ou Cefotaxima) Esquema Alternativo Cloranfenicol + Gentamicina Comentários Níveis baixos podem ocorrer no LCR de RN de baixo peso Acrescentar Vancomicina em áreas com >2% de pneumococos resistentes Acrescentar Vancomicina em áreas >2% pneumo resitentes Acrescentar Vancomicina em áreas com >2% de pneumococos. H. H. sem presença de vegetações. Paulo Roberto GiublinI I Cirurgião Cardiovascular Médico Intensivista II Paciente masculino. tosse irritativa. longilíneo. Jorge Rafael Ruiz RitaII.CASOS CLÍNICOS Caso 1: Endocardite valvar mitral causada por Chlamydia psittaci: apresentação de um caso raro Rinaldo Luiz WolkerI. parcial de urina. 84 .40 g/dl) e contagem de leucócitos de 11. radiografia de tórax e de seios da face normais. VHS = 35 mm na primeira hora. anticorpo anti-HIV e três hemoculturas foram negativas. com função normal.000/mm³. Pesquisa para salmonella negativa. ventrículo esquerdo dilatado. dor articular e emagrecimento. quando apresentou anemia (hemoglobina = 11. queda do estado geral. emagrecimento e anorexia. Cristiano Gustavo HahnI. Hemograma sem sinais de infecção. apresentou em setembro de 2002. artralgia. Após dez dias. Pesquisa para hematozoários. Pesquisa para toxoplasmose negativa. Piora da anemia (hemoglobina = 11. Solicitado anticorpo para Chlamydia psittaci. Ausculta pulmonar demonstrava estertores crepitantes em base direita e a ausculta cardíaca. Recebeu alta hospitalar com ciprofloxacino 250 mg 12/12 h. com prolapso de cúspide posterior e insuficiência leve a moderada. comerciante de aves.60 g/dl) e contagem de leucócitos de 13. foi hospitalizado por dois dias. sopro sistólico em foco mitral +/6. Ecocardiograma de controle demonstrava átrio esquerdo discretamente aumentado. BAAR no escarro negativo. Iniciada administração de cefalexina via oral. Hemoglobina = 10. iniciada prova terapêutica com tuberculostáticos. VHS = 8 mm na primeira hora.400/mm³. 62 anos. foi novamente hospitalizado. leucócitos de 12. quadro de dor muscular generalizada.6 g/dl. branco. febre (39ºC) e mal estar.800/mm³. Ecocardiograma demonstrava valva mitral espessada. Quinze dias depois. com febre. foi reinternado com mialgia. listeriose. Em janeiro de 2003. No dia 17/01/2003. com insuficiência mitral moderada. 85 . doxiciclina 200 mg via oral ao dia e levofloxacina 500 mg ev/dia.2 x 1. utilizando-se como via de acesso a esternotomia mediana.valva mitral espessada.000 u/dia. normotérmica. com novas hemoculturas negativas. realizando-se a proteção miocárdica com cardioplegia sangüínea anterógrada. o paciente permanecia febril. na face atrial. com cúspide anterior rota e com vegetação de 2 X 2 cm (Figura 1). associada com gentamicina 240 mg ev/dia. identificou-se a valva mitral insuficiente. Após atriotomia esquerda. circulação extracorpórea e hipotermia moderada. cúspide anterior com massa de ecos móveis de 2. prolapso de cúspide posterior. foi realizada a cirurgia. na face ventricular e outra menor. Após dez dias. Canularam-se a aorta ascendente e ambas as veias cavas.7 cm. Novo ecocardiograma demonstrou aumento do refluxo mitral.000. pedunculada. sendo indicado tratamento cirúrgico. repetida a cada vinte minutos. Iniciada administração de penicilina cristalina 18. achados intravacuolares (Figura consistentes com características morfológicas encontradas em casos de infecção por Chlamydia sp. A imunofluorescência indireta foi reagente para psitacose (tit. e a Chlamydia psittaci produz uma variedade de infecções em aves e 86 . quando recebeu alta hospitalar. recebendo alta da UTI no segundo dia. O paciente apresentou boa evolução pós-operatória.Ressecada a valva mitral e implantada prótese porcina. com doxiciclina 200 mg e moxifloxacino 400 mg via oral ao dia.1/80). Após a normalização da temperatura. o Quais fatores predisponentes se relacionam com a infecção por Chlamydia psittaci para esse paciente? O paciente é comerciante de aves (história de exposição a aves). e o exame anatomopatológico multivacuolizados e demonstrou corpúsculos células histiocitárias com citoplasmas 2). interrompeu-se a circulação extracorpórea e retiraram-se as cânulas arterial e venosas. despinçamento da aorta e regularização dos batimentos cardíacos. retirada do ar das cavidades esquerdas. permanecendo afebril e em uso do esquema antibiótico endovenoso por mais treze dias. confirmados por exame imunohistoquímico específico e por avaliação ultra-estrutural por microscopia eletrônica. em humanos. Clementino Fraga Filho . anictérico. que é uma das lesões cardiovasculares mais freqüente em associação à endocardite valvar mitral. Por outro lado. taquicárdico (140 bpm). fluoroquinolonas. Além disso. sonolento. natural da cidade do Rio de Janeiro. taquipneico (32 irpm sem esforço).. negro. presença de sinal de Kernig. 2 anos. outros antibióticos. À noite. acianótico. hidratado.mamíferos inferiores. Pode causar valvulopatias (raramente). Há 2 dias início do quadro com febre não aferida e cefaléia pela manhã. passou a apresentar vômitos tendo feito tratamento sintomático com metoclopramida. como tetraciclina. Transferido para o Hosp. doxaciclina. Caso 2: H.com rigidez de nuca.UFRJ após início de antibioticoterapia (ampicilina+cloranfenicol). Ao exame: Temperatura retal . evoluindo também com sonolência. sem déficit focal de força. Prostrado. o O uso de penicilina contra esse patógeno é correto? A penicilina e outros antibióticos beta-lactâmicos apresentam pouca atividade contra a Chlamydia. apresentou lesões cutâneas que pioraram na manhã do dia seguinte. Hipotenso (75x45mmHg). e. eritromicina e rifampicina são eficazes. D. e os aminoglicosídeos não possuem nenhum efeito terapêutico. À tarde. Univ. usualmente causa pneumonias adquiridas pela inalação de partículas infectadas pela secreção das aves. R. 87 .39ºC Hipocorado+/4+. cloranfenicol. o paciente apresentava prolapso de valva mitral. A Bacterioscopia pode ser vista na lâmina abaixo: Bacterioscopia .783 cel/mm3 PMN 100% Proteinorraquia >1g% Glicose .0mg/dl Latex para Neisseria meningitidis C . Resultados dos exames laboratoriais Hemocultura positiva para Neisseria meningitidis Creatinina -1. principalmente em MMII.Diplococos Gram negativos Resultado do líquor: 9. Restante do exame sem alterações.positivo Após estes resultados manteve-se apenas o esquema antibiótico com ampicilina.1 mg/dL 88 .Presença de lesões petequiais com áreas de confluência. acometendo também tórax e MMSS. Conduta: Foi realizado punção lombar e coleta de líquor cefaloraquidiano para análise. 000/mm3 Leucócitos . Rash Cutâneo . > 30 irpm.Revelada pela rigidez de nuca. temperatura > 38ºC. o Qual é o diagnóstico para o caso? Este paciente apresenta sinais clínicos e laboratoriais bastante característicos. o que nos leva ao diagnóstico de meningococcemia. é bastante característico. o que apesar de não ser patognomônico de infecção pela Neisseria Meningitidis.4% Plaquetas .lesões petequiais com áreas de confluência. Foi utilizada aspirina como antiinflamatório e antitérmico.33. Freq. A família recebeu orientação quanto à profilaxia.5200 (21% seguementados e 47% batões) Evolução Evoluiu com regressão das lesões petequiais (crostosas). Resp. porém houve persistência da febre e da rigidez de nuca. Choque séptico .101. sinal de kernig e sonolência. obtendo-se regressão da febre e da artralgia.Demonstrado pela hipotensão. Recebeu alta após duas semanas de internação sem sequelas neurológicas. mais de 10% de bastões e a evidência através do líquor de infecção. 89 .68 mg/dL Sódio sérico -139 mEq/L Potássio .0 mEq/L Hematócrito .3. Freq. Estes achados são: Meningite . cardíaca > 90bpm. Apresentou artralgia em joelho direito no terceiro dia de internação.Uréia . ainda que lesões petequiais ocorram mais raramente e o paciente encontra-se numa faixa etária naqual este germe é o segundo mais prevalente) e a ampicilina (300-400 mg/Kg/dia) possui ação bactericida bastante eficaz contra Neisseria meningitidis. pericardite. Uma outra opção é a utilização de Ceftriaxone que possui boa ação contra os dois germes mais prevalentes nesta faixa etária. pleurite. peritonite. Posteriormente. A escolha de ampicilina e não de penicilina neste caso ocorreu basicamente pelo fato de que a penicilina provoca flebite em crianças durante a infusão com maior frequência do que a ampicilina. é necessário o início da antibioticoterapia o mais rápido possível para que se diminua a morbi-letalidade. caracterizada por choque séptico fulminante. esta também foi correta. pois pelo fato da meningococemia ser uma emergência infecciosa. miocardite. sendo que uma das suas manifestações pode ser a meningite. endocardite. Sim. mesmo quando não é possível a realização da punção liquórica antes do início do tratamento (ainda que possa diminuir a chance de isolamento do agente etiológico). foi suspenso o cloranfenicol e mantido apenas a ampicilina. pneumonia meningococica. visto que cloranfenicol (100 mg/Kg/dia) é o antibiótico de escolha para meningite por Haemophilus influenzae (a qual pode apresentar manifestações clínicas semelhantes à do caso acima.o Qual é a diferença entre meningite por Neisseria meningitidis e Meningococemia? A meningocemia é a presença de infecção sistêmica (sepse) pela N. que é a principal hipótese etiológica tanto clinicamente. Temos ainda. 90 . menigitidis. púrpura disseminada (purpura fulminante) e insuficiência cardíca congestiva. No que diz respeito à escolha antibiótica. quanto epidemiologicamente. Aproximadamente 10% dos pacientes com meningococemia desenvolvem a síndrome de WaterhouseFriderichsen. e artrite. o A conduta realizada inicialmente é correta? Justifique. com o resultado do látex sendo positivo para Neisseria Meningitidis C. queixa de diarréia líquida L. 44 anos. flácido e difusamente doloroso à palpação. Após 4 dias de internação. mesmo com presença de catéter naso-gástrico (CNG). anorexia e náuseas. e 138. O desconforto respiratório. a ultrassonografia (US) abdominal e tomografia computadorizada (TC) de abdome evidenciaram distensão de alças intestinais. branca. evoluiu com diminuição da peristalse gastrointestinal e episódios de vômitos esverdeados. com dor abdominal difusa. sem presença de pus. Caso 3: L.. foi admitida no serviço de emergência com queixa de diarréia líquida (mais de 20 episódios por dia). com predomínio de fração indireta de 1. A rotina radiológica de abdome agudo. feminino.900 leucócitos) com desvio p/ esquerda (2% metamielócitos e 54% bastões). sangue ou muco associados..000 plaquetas. 44 anos. feminino. Exame abdominal apresentava-se atípico.6 mg/dl). taquicárdica (100 bpm) e normotensa (120 X 80 mmHg).o Que profilaxia se indica para a família do paciente? Para os indivíduos que tem contato direto. após obtenção de fezes e sangue para cultura. Exames complementares demonstravam uma bilirrubina aumentada (1. Ao exame clínico apresentava-se hipo-hidratada (++/4+). associado à desidratação e distúrbios eletrolíticos.A. Aminotransferases dentro da normalidade.9 mg/dl total. febril (38°C). hipocorada (+/4+). recomenda-se rifampicina por via oral por dois dias como profilaxia de escolha. branca. febre. astenia.A. ictérica (+/4+). Ciprofloxacina (IV) foi iniciada. Pulmões limpos e ausculta cardíaca sem alterações. Descreveu-se uma hepatomegalia e piora do quadro de dor abdominal difusa. Leucopenia (3. hematócrito de 33%. com peristalse exacerbada. além da 91 . optou-se por nova troca de acesso. Houve troca de cateter venoso profundo.necessidade de uma melhor monitorização. Abdome ainda apresentava-se muito distendido (Figura 1). NPT foi mantida. No 14o dia de internação. Houve isolamento no sangue de Salmonella sp. além de Tiabendazol. Síndrome do Desconforto Respiratório Agudo (SDRA) foi diagnosticada. Hemoculturas e ponta de cateter venoso evidenciaram Candida tropicalis. plaquetopenia foi acentuada (10 mil). Acrescentou-se Metronidazol à antibioticoterapia. no 4o dia de choque séptico. Em 15/02/2001. sendo também intubada para ventilação mecânica. Foi monitorizada com cateter de Swan-Ganz por veia jugular interna direita (VJId). 92 . Foram colhidas novas hemoculturas. com ponta deste e sangue mandados para cultura. Em 11/02 (22o dia de internação). além de ter sido associado Imipenem à Anfotericina B. paciente estava febril (40oC). com a TC demonstrando distensão de alças de cólon. como paciente ainda persistia febril. porém abdome se distendia com facilidade. sendo realizada a transfusão de 10 unidades de plaquetas. Ampliou-se o esquema antimicrobiano com Vancomicina e Aztreonam. Ecocardiograma transesofágico (ETE) demonstrou imagem compatível com vegetação aderida ao catéter de Swan-Ganz em veia cava superior (VCS) e átrio direito (AD) (Figura 2). Prescreveuse Noradrenalina e Dobutamina. com presença de forame oval patente e shunt direito-esquerdo. Iniciou-se Anfotericina B e. introduzindo-se um cateter central por inserção periférica (PICC) em membro superior esquerdo. com manutenção de esquema antimicrobiano por 14 dias. Puncionou-se a veia subclávia esquerda (VSCe) para terapia nutricional parenteral (NPT) e hidratação venosa. sugerindo endocardite infecciosa. evoluiu com sepse grave e posterior choque séptico. com estabilização no quadro hemodinâmico. mesmo após troca do acesso venoso. foram os responsáveis por sua transferência para o CTI. NPT passou a ser infundida em veia subclávia direita (VSCd). Nutrição por via oral já era iniciada. Fig 1 Fig 2 Em 16/02. com antibioticoterapia ficando com Aztreonam e Anfotericina B lipossomal. resultado de hemoculturas e cultura de aspirado de medula óssea (MO). Fig 3 93 .. demonstraram Klebsiella sp. e Citrobacter sp. Apresentou embolização séptica para pele: púrpura infecciosa (Figura 3). com este sendo iniciado no dia seguinte por surgimento de nova febre. e anisocoria (D>E). porém a análise do hemograma demonstrava melhora evolutiva. Episódios de diarréia (2) foram observados. se no local onde o cateter é rolado aparecerem colônias. a melhora evolutiva dos parâmetros laboratoriais era visível. Após 15 dias em ventilação mecânica. sendo retornada Vancomicina. suspenso o Tiabendazol. Encontrava-se sem utilização de fármacos sedativos há pelo menos 72 horas.. evidenciaram Acinetobacter sp. hemiplégica à esquerda. Foram colhidas novas hemoculturas e cultura da ponta do catéter. diminuiu-se esquema sedativo. Após 5 dias. significa que a superfície do mesmo estava colonizada por 94 . o Qual a importância do envio da ponta do cateter para cultura? Ao fazer a cultura. com características de infecção. retirado o acesso vascular realizado através da dissecção venosa. sensível somente ao Imipenem. com TOT 9. Em 27/02. Naquele momento.A HCT colhida na data da realização do primeiro ETE demonstrou crescimento de Staphylococcus epidermidis. A retirada da Anfotericina B lipossomal também foi efetuada. com discreto estrabismo divergente em olho direito. Níveis plaquetários ascendentes (no momento era de 150 mil). sendo posteriormente correlacionados com a dieta enteral. reativa a estímulos álgicos. A partir deste momento. A suspensão da NPT e progressão da dieta enteral através do catéter nasoentérico (CNE) foi realizada nos dias seguintes. hemiparética à direita. A plaquetopenia persistia. As culturas colhidas em 27/02/2001. Em 21/02 foram retirados acessos vasculares prévios e realizada dissecção da veia basílica à esquerda. comatosa. Ainda apresentava distensão abdominal. terminou o tempo terapêutico do Aztreonam. Em 02/03/2001. a paciente permaneceu somente com acessos venosos periféricos. porém menor e com presença da peristalse gastrointestinal. CestariI. A contagem é semiquantitativa. elas estavam aderidas à sua superfície. Carlos Eduardo LopesIII I Pediatra e médica residente da Unidade de Terapia Intensiva Pediátrica (UTIP) do Hospital de Clínicas (HC) da Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Campinas. Campinas. o Quais dos microorganismos citados no casos estão relacionados ao uso de cateter? Estafilocos coagulase-negativa (Staphylococcus epidermidis). Juliana KunisawaI. médico assistente da UTIP do HC/FCM-Unicamp e mestre em Saúde da Criança e do Adolescente pela FCM-Unicamp. branco.. foi admitido em hospital universitário com febre e feridas na boca há sete dias.. Caso 4: Síndrome hemolítico-urêmica relacionada à infecção invasiva pelo Streptococcus pneumoniae Anna Leticia de O. Acinetobacter spp. e um número igual ou maior que 15 UFC sugere a possibilidade de essas bactérias invadirem a corrente circulatória. Ricardo VilelaII. Brasil II Pediatra. SP. SP. Campinas. Klebsiella spp. SP. Brasil Descrição do caso Paciente do sexo masculino. previamente hígido. o Quando está indicado o uso de anfotericina B lipossomal? A anfotericina B Lipossomal é indicada em pacientes com infecção fúngica grave e insuficiência renal associada. isto é. vale lembrar que esta possui um custo extremamente elevado e seu uso deve ser bastante racionalizado. 95 . Candida spp.bactérias. Brasil III Pediatra e coordenador da UTIP do HC/FCM-Unicamp. 17 meses de idade. apresentou piora do estado geral. anemia. O líquor apresentava-se sem anormalidades. com necessidade de pressões elevadas à assistência ventilatória. O exame radiológico de tórax mostrou extensa opacidade homogênea em hemitórax direito sem sinais de derrame pleural. os quais evidenciaram plaquetopenia. A hemocultura colhida à admissão mostrou crescimento de S. taquicardia. taquipnéia. mucosas secas. hemácias crenadas. Ao exame físico inicial. Recebeu furosemida intravenosa intermitente e contínua sem resposta. uso da musculatura acessória e gemência.além de tosse e dificuldade respiratória há três dias. evoluindo para anúria nas primeiras 24 horas de internação. inapetência. murmúrio vesicular diminuído em hemitórax direito. pressão arterial normal. mesmo após receber solução expansora e dobutamina. pressão arterial e venosa central ascendentes. esquisócitos e 96 . aumento da hepatimetria e piora respiratória. anasarca. com palidez cutânea. Durante o primeiro dia de internação. a criança evoluiu com oligúria. Observou-se também taquicardia. com batimento de aletas nasais. a criança mostrava-se descorada. Um dia antes da internação. Os exames laboratoriais de entrada encontram-se na Tabela 1. Foram repetidos os exames laboratoriais. optou-se por intubação orotraqueal e ventilação mecânica e foi iniciada a antibioticoterapia com ampicilina intravenosa. Devido ao quadro de insuficiência respiratória. pneumoniae sensível à penicilina. desconforto respiratório e anúria durante 14 horas. células em alvo. além de evolução para hiperglicemia refratária. No quinto dia de internação. O paciente foi submetido à diálise peritoneal. No sexto dia de internação. sendo substituída por hemodiafiltração contínua. Houve aumento progressivo das escórias nitrogenadas e coagulopatia de consumo (Tabela 1). que não resultou em melhora da hipervolemia nem impediu o aumento das escórias nitrogenadas. 97 . áreas extensas de necrose cortical e tubular com depósito de fibrina nas arteríolas (Figuras 1 e 2). acidose metabólica grave. com necessidade de drenagem torácica. A necropsia mostrou áreas de necrose em toda superfície renal bilateralmente e. culminando com insuficiência de múltiplos órgãos e óbito no sétimo dia. evoluiu com piora progressiva do quadro respiratório. hipercloremia e deterioração neurológica. Recebeu concentrado de hemácias três vezes durante a internação.esferócitos (Tabela 1). à microscopia. apresentando pneumatocele volumosa em hemitórax direito. mostrava instabilidade hemodinâmica. com queda da pressão arterial e necessidade de vasopressor. o Em que se baseia o tratamento da Síndrome hemolítico-urêmica? O tratamento baseia-se no manuseio da insuficiência renal aguda e dos distúrbios hematológicos. Não há tratamento específico para SHU. Em 75 a 100% dos casos de SHU, há indicação de diálise para manejo da insuficiência renal aguda. Caso 5: Sífilis secundária com acometimento pulmonar Ederson Valei Lopes de OliveiraI; José Alves Rocha-FilhoII; Andreia Américo MonteiroIII; Eurides Maria de Oliveira PozzetiIV; João Roberto AntonioV RELATO DO CASO Paciente de 37 anos, do sexo masculino, branco, casado e atendido na Emergência. Apresentava há 15 dias história de dor em peso no andar superior do abdômen com irradiação para região torácica dorsal. A dor melhorava com a posição ortostática e piorava com decúbito lateral. Há 10 dias surgiram lesões cutâneas, e há sete, picos febris de 38°C sem periodicidade. 98 Ao exame clínico, paciente apresentava-se em regular estado geral, desidratado ++/4+, anictérico, acianótico, taquipnéico, com gânglios palpáveis na cadeia inguinal esquerda, endurecidos e dolorosos, sem outros sinais flogísticos. A ausculta pulmonar estava diminuída bilateralmente, com sibilos em terços superiores e crepitações na base pulmonar esquerda. O exame radiográfico de tórax evidenciou diminuição da transparência no terço inferior do pulmão esquerdo e provável nódulo pulmonar à esquerda (Figura 1). O hemograma completo mostrava discreta neutrofilia, e a bioquímica era normal. Com esse quadro foi internado na enfermaria da pneumologia. Durante a internação, a pesquisa de Baar e fungos no escarro em três amostras foi negativa, e o teste Elisa para HIV mostrou-se não reagente. A tomografia computadorizada de tórax demonstrou múltiplos nódulos pulmonares, sendo dois deles superiores a 2cm, com área de necrose central e continuidade com a pleura, e os demais inferiores a 1cm e com distribuição aleatória (Figura 2). 99 Diante do quadro cutâneo, foi solicitada avaliação especializada, e o exame dermatológico evidenciou lesões papulosas, eritêmato-rosadas, com halo eritematoso na base e distribuição no tórax e abdômen ( Figura 3), e muito bem evidentes na região plantar. Eram ligeiramente pruriginosas, não dolorosas e mediam de 0,5cm a 1cm. Na face havia lesões papulosas e nodulares (Figura 4), sendo algumas delas acneiformes. Acrescenta-se ainda a presença de lesões papulosas, achatadas, um pouco pálidas, localizadas na região anal, sugestivas de condiloma plano. Foram então solicitadas sorologia para sífilis e biópsia de lesão cutânea. 100 O VDRL foi positivo a 1/1024. reagente. e o FTA-abs. 101 . Paciente obteve melhora satisfatória.000UI via intramuscular. via oral. duas horas antes da penicilina. Na derme superior. Presença de infiltrado inflamatório na parede de pequenos vasos exibindo células ativadas. Foi também indicada biópsia pleural. Houve desaparecimento das lesões cutâneas e anais. média e reticular havia infiltrado linfoplasmocitário em torno dos vasos e anexos. Ocorreu negativação do VDRL. porém o material coletado foi insuficiente para análise adequada. Foi administrada prednisona na dose de 40mg. bem como regressão dos 102 .O estudo anatomopatológico da pele mostrou acantose leve e áreas focais de vacuolização da basal. e histopatológico compatível com lues. a fim de se evitar a reação de JarischHexheimer. O paciente foi tratado com duas sessões semanais de penicilina G benzatina 2.400. Pesquisa negativa de Baar e fungos. por vezes com tendência à formação de granulomas (Figura 5). visto que a penicilina é a droga de escolha para o tratamento da sífilis. o Em que se baseia o critério de cura da sífilis: O critério de cura leva em conta a titulação do VDRL nos terceiro. 103 . 12º.achados radiológicos apresentou-se normal. 18º e 24º meses após o tratamento. Deve-se tratar novamente o paciente ou reexaminá-lo quando persistir igual titulação ou houver recorrência clínica. ou choque terapêutico. O líquido cefalorraquidiano também o O tratamento da sífilis com penicilina foi correto: Sim. Ao associar a penilicina G com a prednisona. o objetivo foi evitar a reação de Jarisch-Hexheimer. sexto. (Figura 6). ou ainda se não for observado decréscimo de três a quatro vezes em relação à titulação inicial. 104 . DROGAS ANTIFÚNGICAS 105 . inibidores da síntese de glucan (caspofungina. voriconazol. vagina ou mucosa oral).ex. Geralmente. antimetabólicos (fluocitosina). Elas também são geralmente menos eficazes e. A terapia anti-fúngica comumente dura semanas e deve ser repetida. anfotericina B lipossomal e nistatina lipossomal). e existe a necessidade de novos antifúngicos mais eficazes e menos tóxicos. por essa razão. poliênicos (anfotericina B. anfotericina B dispersão coloidal. A indicação da terapêutica das doenças fúngicas é muitas vezes complexa. as infecções fúngicas são de difícil tratamento e.. azólicos (fluconazol. posaconazol). micafungina e anidulafungina). tornam-se crônicas. INTRODUÇÃO O arsenal terapêutico dos antifúngicos é ainda bastante restrito. 106 . As drogas antifúngicas podem ser aplicadas diretamente na região onde existe uma infecção fúngica cutânea ou de outra superfície (p. freqüentemente. anfotericina B complexo lipídico. cetoconazol. As classes terapêuticas hoje disponíveis resumem se a: alaninas (terbinafina). Os antifúngicos também podem ser utilizados sob a forma oral ou injetável. as drogas antifúngicas causam mais efeitos colaterais que os antibióticos.1. ravuconazol. itraconazol. resultado da polimerização de Nacetilglicosamina (também presente na parade celular das bactérias). membrana citoplasmática e cápsula (característica de poucos fungos). glicanas (polímero de glicose) e mananas (associação de manoses com proteínas). A membrana celular é formada por uma bicamada de fosfolipídios intercaladas com Ergosterol (esterol análogo do colesterol). eles têm parede celular. A síntese do Ergosterol e o alvo das drogas 107 . proteínas. A parede celular é constituída de quitina. ESTRUTURA DOS FUNGOS A estrutura celular dos fungos é muito semelhante a das bactérias.2. O Ergosterol é o alvo mais importante das drogas antifúngicas. 3. assim ao invés de formar Ergosterol a célula fúngica forma apenas Lanosterol (um precursor dele). Anfotericina B dispersão coloidal. Isso altera a função da membrana celular. CLASSES DE ANTIFÚNGICOS 3. rompendo o e formando poros por onde as células fúngicas perdem seus constituintes. Anfotericina B lipossomal e Nistatina lipossomal. 3. 108 .1) Poliênicos Atuam sobre o Ergosterol e alteram as funções da membrana plasmática. São fungicidas e desse grupo destacam se: Anfotericina B.2) Azólicos e Alaninas Inibem a síntese de Ergosterol ao inativarem a enzima Lanosterol dismetilase. Anfotericina B complexo lipídico. Ligam-se a esse esterol. 3. O exemplo é a Fluorocitosina. Terbinafina. uma base nitrogenada alterada que quando incorpora se ao DNA muda sua estrutura e interrompe sua replicação. 3. Exemplos: Cetoconazol.2) Inibidores da síntese de glucana Inibem a síntese da parede celular. o sistema imune do indivíduo torna se capaz de eliminar o fungo parasita. São drogas caras. a célula deixa da se multiplicar. É importante ressaltar que em imunossuprimidos essas drogas são ineficientes e que essas drogas podem desencadear resistência. mas com grande potencial. Seu problema é que existem cândidas naturalmente resistentes a essa droga. Dessa forma.São fungistáticas. 109 . mas não morre. visto que a célula humana não possui parede celular. São drogas novas. ainda pouco usadas. É uma droga fungicida que ainda não existe no Brasil.3) Antimetabólicos Inibem a síntese de ácidos nucléicos. com a interrupção da multiplicação fúngica. exemplo: Caspofungina e Micafungina. Wiliam H.Centro de Medicina Diagnóstica. Sônia M. S.DROGA Anfotericina B USO COMUM Ampla variedade de infecções fúngicas EFEITO COLATERAL • Calafrios. cefaléia e vômito • Concentração sérica baixa de potássio • Lesão renal • Menor toxicidade hepática que o cetoconazol • Lesão da medula óssea e do rim • Erupções cutâneas • Menor toxicidade hepática que o cetoconazol • Bloqueia a produção de testosterona e de cortisol • Toxicidade hepática Fluconazol Candida e outras infecções fúngicas Flucitosina Infecções por Candida e Cryptococcus Griseofulvina Infecções fúngicas de pele. Brasil (HSPE) II Serviço de Neuropediatria do HSPE Serviço de Pediatria do HSPE Serviço de Reumatologia do HSPE III IV V Centro de Investigações em Neurologia. cabelo e unhas Itraconazol Candida e outras infecções fúngicas Cetoconazol Candida e outras infecções fúngicas CASOS CLÍNICOS Caso 1 e 2: Histoplasmose do sistema nervoso central como única manifestação da doença em pacientes imunocompetentes: apresentação de dois casos Guido C. HirschheimerIII. PozziII. São Paulo SP Brasil (Fleury) VI Fleury 110 . D. LeviI. Hélio R. febre. São Paulo SP. Celso GranatoVI I Serviço de Moléstias Infecciosas do Hospital do Servidor Público Estadual "Francisco Morato de Oliveira". Faculdade deMedicina da Universidade de São Paulo e Fleury . ChahadeIV. GomesV. Cristina M. Apresentou melhora clínica sem modificação dos parâmetros liquóricos. Tomografia computadorizada (TC) de crânio teve resultado normal. 111 . a fixação de complemento também foi reagente no LCR. e os de glicose de 23 para 46 mg/dL. e da proteinorraquia. o exame de LCR hiperproteinorraquia moderada. às custas de linfomononucleares.2%). Neurologista solicitou exame do líquido cefalorraquidiano (LCR) que revelou pequeno aumento na celularidade. Hemograma e transaminases estavam normais assim como raio X tórax e TC de abdome. 38 anos. Os exames de LCR efetuados nesse período revelaram pleocitose moderada. foi iniciada terapêutica com fluconazol oral. Todas as pesquisas de agente etiológico foram negativas. vômitos. Após sete meses do início do quadro. com três meses de uso de fluconazol. mas as reações imunológicas para histoplasmose no soro (contraimunoeletroforese) e no LCR (contraimunoeletroforese) revelaram-se positivas. Na ocasião. permanece totalmente assintomática. Foi então iniciado tratamento básico [rifampicina/isoniazida/pirazinamida (RIP)] para tuberculose. diminuição dos teores de glicose (23 mg/dL) e aumento discreto da atividade da adenosina deaminase (ADA) (7 UI/L).5% de gamaglobulinas. No dia seguinte surgiu sonolência. com predomínio linfomonocitário. natural e procedente de Cáceres (Mato Grosso).Caso 1. dores pelo corpo e acentuação de cefaléia que recordou apresentar de forma leve já há algum tempo. os teores de proteínas passaram para 47 mg/dL. Hepatite tóxica levou à troca de terapêutica para esquema de segunda linha. a reação de fixação de complemento mostrou-se reagente e a contraimunoeletroforese apresentava título de 1/8. hiperproteinorraquia também moderada e hipoglicorraquia. Houve melhora rápida da cefaléia e da disposição geral e após dois meses novo exame de LCR mostrou diminuição da celularidade (46 células/mm3). Seu quadro teve início em 5/2/2002. A pesquisa de bactérias e micobactérias foi negativa. Atualmente. aumento moderado do teor de globulina gama (25. com 19. ao qual foi adicionado corticosteróide após mais dois meses sem melhora liquórica. dor occipital. Mulher. Em virtude de habitar longe de São Paulo e da impossibilidade naquele momento de internação para tratamento com anfotericina B. a evolução foi considerada não típica de neurotuberculose. decidindo-se então investigar infecção fúngica. Nesta ocasião. com o aparecimento de calafrios. repetição de palavras e dificuldade em pronunciá-las. proteinorraquia de 37 mg/dL e fixação de complemento para histoplasmose positiva 2U. Ressonância magnética de encéfalo e medula normais. Neurocirurgião solicitou TC de crânio sem contraste que evidenciou leve dilatação tetraventricular e raio X de coluna vertebral que foi normal. controle liquórico mostrou 9 células/mm3. Iniciado esquema tríplice (RIP) para tuberculose e dexametasona. Ao exame neurológico de entrada apresentava-se com fácies de dor. associado a importante dor lombar. Raios-X de tórax sem alterações. Todas as demais pesquisas imunológicas e culturas foram negativas. Hipotrofia muscular global. Após cerca de um mês foi internado devido à piora do quadro. predomínio linfomonocitário (84%) e hiperproteinorraquia de 500 mg/dL. pai portador de diabetes mellitus. em acompanhamento neurológico por crises convulsivas. sendo substituído por anfotericina B após positividade de reação de fixação de complemento para histoplasmose tanto no LCR (32U) como no sangue (1/128). com emagrecimento de 30 quilos em um ano. Com seis meses de uso de fluconazol a contraimunoeletroforese no soro para histoplasmose foi reagente 1/16. com fluconazol (está em uso há oito meses) e exame neurológico normal. natural e procedente de Itapecerica da Serra (São Paulo). leve hipertonia e hiperreflexia profunda nos membros inferiores. adinamia e emagrecimento ao final de janeiro/2002. Epidemiologia para tuberculose era negativa. Rigidez de nuca e sinal de Lasègue presentes. Exame do LCR evidenciou pleocitose moderada com 120 células/mm3. em atitude antálgica com flexão de tronco para frente durante a marcha que se realizava a passos curtos e base pouco alargada. sem realce meníngeo. predomínio linfomonocitário (94%). Relata contato com aves. Criança previamente hígida que apresentou quadro de dificuldade à marcha. Completou 42 dias de anfotericina B e ao final. enzimas hepáticas estavam normais.Caso 2. 112 . proteinorraquia 26 mg/dL e fixação de complemento para histoplasmose reagente 2 U. Menino de oito anos. Musculatura paravertebral tensa e dolorosa à palpação. alcoólatra. Ressonância magnética de encéfalo e coluna tóraco-lombar evidenciou realce meníngeo anormal sugestivo de processo inflamatório / infeccioso. Como antecedente familiar. LCR com 3 células/mm3. Recebeu alta assintomático. 113 . o raio X de tórax evidencia lesões pulmonares difusas sugestivas de histoplasmose. 114 . o Quais foram os testes laboratoriais decisivos para o diagnóstico da doença? As reações imunológicas para histoplasmose no soro (contraimunoeletroforese) e no LCR (contraimunoeletroforese) positivas. o Por que o primeiro tratamento (RIP) não foi eficaz? Porque a suspeita inicial era tuberculose. a fixação de complemento também reagente no LCR. e a paciente foi tratada empiricamente.o Qual o agente etiológico? Histoplasma capsulatum. Nesse caso. o O que existe de peculiar nesses casos? Raio X de tórax normal. há como única manifestação clínica lesão no SNC. Em geral. antes denominada de blastomicose sul-americana. Esta doença sistêmica pode afetar o sistema nervoso central (SNC) em cerca de 10% dos casos. de localização habitualmente supratentorial. com inflamação da leptomeninge. é infecção fúngica causada pelo Paracoccidioides brasiliensis. variando de 1 a 27. únicos ou múltiplos. por que a escolha do fluconazol como terapia? Por que a necessidade de internação para o uso de anfotericina B? Porque o fluconazol atravessa a barreira hemato-encefálica. também conhecida como forma pseudotumoral. e ocorrendo no Brasil o maior número de casos.o Considerando o caso 1. os casos de comprometimento do SNC pela PCM relatados na literatura são sob a forma granulomatosa considerando-se raro o comprometimento meníngeo pelo fungo. Pedro Rippel Salgado4 Relato de caso: A paracoccidioidomicose (PCM). Devido a este fato. Anamaria Mello Miranda Paniago3.27% nas séries brasileiras. Caso 3: Meningite Paracoccidioidomicótica Paulo José Lorenzoni1. necessitando de internação para administração. 2) a forma granulomatosa. A apresentação clínica e anátomopatológica ocorre sob duas formas: 1) a forma meníngea. geralmente associada a comprometimento de outros órgãos. seguido pela Colômbia e Venezuela. apresentamos um caso de meningite paracoccidioidomicótica (MPCM) na qual o diagnóstico 115 . Marilene Rodrigues Chang2. originando uma leptomeningite semelhante àquela da tuberculosa. predominante na base do crânio. Porque a anfotericina B é extremamente nefrotóxica. que se apresenta com granulomas intraparenquimatosos. Na maioria. endêmica entre os países da América Latina. sem alteração neurológica focal. Glasgow 15.etiológico foi obtido através de pesquisa direta e isolamento do fungo em cultura a partir do líquido cefaloraquidiano (LCR). consciente. creatinina 1. monócitos 3%).4g%. bom estado nutricional. pupilas isocóricas e fotorreagentes. natural e procedente de Bonito-MS.6mEq/L.0mg%. orientado. Bioquímica: sódio 138mEq/L. segmentados 71%. rigidez de nuca. 23 anos. leucócitos 8000 (bastões 8%. 116 . Ao exame físico apresentava-se em regular estado geral. de forte intensidade acompanhada de vômitos e febre (não aferida). Com a hipótese diagnóstica de meningite aguda foi realizada punção lombar para exame do LCR e os seguintes exames laboratoriais: . linfócitos 18%. Caso: Paciente masculino. potássio 4.Hemograma: Hb 14. manobra de Kernig positiva. deu entrada no Pronto Socorro do Hospital Universitário da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (HU-UFMS) em 11/outubro/99 com história de início há 7 dias de cefaléia holocraniana. sonolento. glicose 104mg%. uréia 39mg%. Ht 45%. tipo aperto. rigidez de nuca e sem alteração neurológica focal. Em 25/outubro o paciente iniciou quadro de diminuição do nível de consciência. . apresentando-se ao exame físico com Glasgow 8. devido a mudança na citologia diferencial (com predomínio de polimorfonucleares) iniciou-se meropenem pela a suspeita de meningite bacteriana hospitalar.Após análise dos exames laboratoriais que sugeriam meningite de provável etiologia viral.hemograma Hb 12. 117 . sem sinais de impregnação do contraste na meninge ou parede dos ventrículos. A tomografia computadorizada de crânio (TC) (27/outubro) evidenciou dilatação moderada dos ventrículos laterais e terceiro ventrículo. iniciou-se tratamento com corticosteróide. sendo solicitados os seguintes exames: . devido ao fato de o paciente permanecer apresentando cefaléia com diminuição do nível de consciência. normal. . negativo. com discreta melhora clínica do paciente após 7 dias.7g%.radiografia de tórax (PA/Perfil). fez-se a hipótese diagnóstica de meningite tuberculosa e iniciou-se esquema I (rifampicina. O LCR após 7 dias de antibioticoterapia mostrou predomínio de linfócitos e. Ht 39%.anti-HIV (ELISA/elfa). isoniazida e pirazinamida). Foi realizada análise do LCR quando. sem iniciar esquema terapêutico especifico para MPCM. segmentados 80%. Em 29/dezembro foi submetido a nova punção lombar que evidenciou Paracoccidioides brasiliensis na pesquisa direta no LCR. O paciente foi encaminhado ao centro de terapia intensiva. quando iniciou piora do quadro neurológico sendo realizada nova TC (01/dezembro) que evidenciou acentuação dos ventrículos com apagamento dos sulcos corticais. com KOH a 20%. Neste período o paciente evoluiu com melhora do nível de consciência até 23/novembro. negativa. no entanto.leucócitos 6000 (bastões 4%.hemocultura para bactérias aeróbias e anaeróbias. o paciente evoluiu com instabilidade hemodinâmica e piora do quadro neurológico (Glasgow 3). 118 . evoluindo para o óbito em 30/dezembro. . monócitos 1%). linfócitos 15%. Posteriormente, a cultura para fungos das amostras de LCR colhidas em 20/dezembro e 29/dezembro resultaram positivas para Paracoccidioides brasiliensis, que pode ser observado na forma de levedura a 360 C e na forma filamentosa a 250 C, após 20 dias de crescimento. o Qual a característica anatomo-patológica desse caso que dificultou o diagnóstico precoce da meningite paracoccidioidomicótica? Ausência de lesões paracoccidióidicas evidentes em outros órgãos. Esse paciente não apresentava evidências de outra localização da PCM, o que difere da literatura onde cerca de 90% dos pacientes tem concomitância da lesão micótica em outros sistemas. o Como o exame de rotina do LCR foi inespecífico, quais outros exames poderiam ser utilizados para auxiliar no diagnóstico? Frente à baixa sensibilidade da pesquisa direta e cultura do LCR em pacientes com MPCM, outra alternativa consiste no estudo das reações 119 de fixação do complemento, imunodifusão radial dupla e contraimunoeletroforese para PCM no soro e LCR. Caso 4: Uso do fluconazol endovenoso no tratamento da endoftalmite fúngica endógena Patrícia de Freitas DottoI; Luciana Duarte RodriguesII; Maria de Lourdes Brandão FernandesIII; Bettina Barbosa Duque FigueiraIII; Walter Yukihiko TakahashiIV; José Carlos Eudes CaraniIV; Pedro Durães SerracarbassaV I Médica Pós-Graduanda em Oftalmologia pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP). São Paulo (SP) II Médica Pós-Graduanda em Oftalmologia pela Faculdade de Medicina da USP. São Paulo (SP) III Médica do Serviço de Neonatologia do Hospital Municipal Carmito Caricchio Médico Assistente Doutor da Clínica Oftalmológica da Faculdade de Medicina IV da USP. São Paulo (SP) V Doutor em Medicina pela Faculdade de Medicina da USP. São Paulo (SP) Paciente do sexo masculino, branco, prematuro, referido ao Serviço de Oftalmologia do HC-USP aos 42 dias de vida para avaliação oftalmológica devido à infecção fúngica sistêmica, no 28º dia de tratamento com anfotericina B. A idade gestacional conceptual foi 36 semanas e o peso ao nascimento 1.730 g, sendo pequeno para idade gestacional, com apgar:5-8, desconforto respiratório precoce, sepsis neonatal precoce e tardia, anemia, plaquetopenia, meningite, candidíase sistêmica e abscessos em couro cabeludo e no membro superior direito. Permaneceu sob ventilação mecânica por 33 dias, nutrição parenteral prolongada por 27 dias e flebotomia por 16 dias. Recebeu antibioticoterapia sistêmica (penicilina/amicacina; vancomicina/imipenem) nos primeiros trinta dias de vida. A anfotericina B foi associada no 14º dia de vida (dose acumulada de 26,25 mg/kg), após isolamento de Candida albicans na hemocultura e no produto de drenagem dos abscessos cutâneos. As culturas 120 de ponta de cateter da flebotomia, da secreção contida no tubo de ventilação mecânica e da sonda nasogástrica foram negativas. A avaliação oftalmológica foi realizada no 42º dia de vida. No momento da avaliação, o paciente apresentava estado geral regular, mas os sinais sistêmicos demonstravam melhora clínica progressiva desde a instituição da anfotericina B. No exame ocular externo, observou-se hiperemia discreta em AO, com nítido aumento da Po do OD à digitopressão e aumento dos diâmetros corneano e axial. À biomicroscopia, o olho direito apresentava hiperemia conjuntival 2-3+/4+, com injeção ciliar, aumento do diâmetro corneano e edema estromal 2+/4+, flare 2+/4+, seclusão pupilar e opacificação total do cristalino; o olho esquerdo apresentava discreta injeção ciliar, córnea lisa, branca e transparente, ausência de reação de câmara anterior, pupila regular e cristalino transparente. A fundoscopia do olho direito foi impossibilitada pela opacidade de meios e a câmara posterior foi avaliada através da ultra-sonografia. À oftalmoscopia binocular indireta do olho esquerdo observou-se vítreíte 2-3+/4+ e lesão esbranquiçada no pólo posterior, nasal à papila e anteriorizada ao plano retiniano. A ultra-sonografia do olho direito foi compatível com aumento do comprimento axial, turvação vítrea em pólo posterior e aumento da escavação e do olho esquerdo, com presença de debris inflamatórios densos no pólo posterior e discreto espessamento da coróide. Foi instituído fluconazol na dosagem de 7mg/kg/dia e suspensa a anfotericina B. O paciente foi submetido à reavaliação oftalmológica semanal, incluindo a ultra-sonografia em AO. No 7º dia de tratamento com fluconazol, observou-se diminuição da turvação vítrea e floculação no vítreo, sobre a retina, no pólo posterior do olho esquerdo. No 15º dia de tratamento com fluconazol, o olho direito apresentava-se calmo, com regressão do edema corneano, ausência de hiperemia conjuntival e câmara anterior sem reação. A ultra-sonografia apresentava vítreo anecóico e a escavação permanecia aumentada. A oftalmoscopia do olho esquerdo era compatível com a normalidade, com desaparecimento da lesão. 121 122 . como a difusão da antibioticoterapia. A prematuridade de nascimento do paciente e a exposição a vários fatores de risco como cateterização venosa. sondagem gástrica e 123 . por via ascendente ou transvaginal. há alteração da flora intestinal viabilizando a proliferação fúngica e sua disseminação por via hematogênica. uso de cateteres e antibióticos de largo espectro. Nas situações onde a antibioticoterapia sistêmica prolongada é requerida. a cateterização intravenosa. estando presente em 64% dos recém-nascidos prematuros de muito baixo peso após a 4ª semana de vida. o uso de drogas ilícitas e a prematuridade ao nascimento. dificuldade respiratória. albicans é normalmente inibido pelas bactérias presentes no intestino. o emprego da nutrição parenteral prolongada. Apenas 8% chegam a apresentar sepse fúngica e a maioria permanece assintomática. estas crianças são tratadas com nutrição parenteral. o Como a Candida albicans pode ter sido adquirida por esse paciente? A C. distensão abdominal e hipotensão.o Quais fatores atuam no aumento da incidência de endoftalmite fúngica endógena? O aumento da incidência de endoftalmite fúngica endógena sofreu influência de vários fatores. hiperglicemia. como horizontalmente. Os sinais sistêmicos associados a infecções fúngicas disseminadas em prematuros de muito baixo peso incluem temperatura corporal instável. a imunossupressão causada por doença sistêmica ou induzida por terapia imunossupressiva. como no presente caso. o Qual a relação existente entre a antibioticoterapia prolongada e o desenvolvimento de uma infecção sistêmica causada por Candida albicans? Por ser um habitante normal do trato gastrointestinal e regiões mucocutâneas. Freqüentemente. o crescimento da C. albicans pode ser adquirida tanto verticalmente. como é o caso. À laringoscopia indireta visualizou-se sinais de epiglotite com intensa hiperemia. Milton Pamponet da Cunha MouraIII. 76 anos. Apresentava bom estado nutricional. apesar de referir perda de peso devido a odinofagia (não soube especificar quanto). Luiz Ricardo L. Negava qualquer tratamento médico como cirurgias ou internamentos pelo menos nos últimos dez anos. Márcio da Silva CarvalhoV I Mestrando em Otorrinolaringologia pela Santa Casa de Misericórdia de São Paulo II Residente do 2º ano de Otorrinolaringologia do Hospital OTORRINOS Médico Otorrinolaringologista do Hospital OTORRINOS III IV V Residente do 3º ano de Otorrinolaringologia do Hospital OTORRINOS Residente do 3º ano de Otorrinolaringologia do Hospital OTORRINOS Paciente de sexo masculino. L. Tinha história de tabagismo por mais de 50 anos. bem como uso de antibióticos para tratamento de algum processo infeccioso nos últimos seis meses ou corticoesteroides. e não tinha diabetes ou hipertensão arterial. Max Adrian M. realizado videolaringoscopia 124 . Negava sintomas sugestivos de refluxo gastroesofágico. em seguida. MartinII. MeloIV. Foi realizado exame completo de cabeça e pescoço. 3 a 10 cigarros dia. Não havia candidíase em cavidade oral. Caso 5: Candidíase laríngea isolada em paciente imunocompetente: relato de caso e revisão literária pertinente Paulo S. Relatava início da sintomatologia há cerca de um mês e queixava-se de piora progressiva da dor. PerazzoI. procedente de São Gonçalo/BA. Não referia qualquer outro sintoma. procurou o serviço de otorrinolaringologia do Hospital Otorrinos com queixa única de odinofagia intensa.ventilação mecânica propiciaram um ambiente favorável ao desenvolvimento da infecção fúngica. Foi. bem como de cavidade oral sem encontrarmos alterações de significância clínica. Foi programada uma microlaringoscopia. Nova lâmina. de fragmento distinto obtido nesta última biópsia. haja vista a idade do paciente e uso crônico do cigarro (Figura 1).direta para melhor avaliação da doença. Nova biópsia foi então programada com coleta de material em mais de um local da lesão e o mesmo achado histopatológico inespecífico foi revelado. 125 .confirmando as hifas de cândida (Figura 6). O material obtido foi corado com hematoxilina-eosina que mostrou somente hiperplasia com grande reação inflamatória aguda e infiltrado mononuclear (Figura 4). o que fez pensar em processo neoplásico. observando-se lesão deformante em epiglote e envolvimento de região superior laríngea. sob anestesia geral.GSM . para biópsia da lesão. foi também corada com ácido periódico de Schiff e metionamina de prata . Somente quando a lâmina foi corada com ácido periódico de Schiff foi então evidenciado o contorno característico das hifas de cândida (Figura 5). 126 . 127 . pois o mesmo atua como fator predisponente. tendo mostrado regressão completa ao fim do tratamento. inclusive de etiologia viral. o A candidíase laríngea de forma isolada não é patologia tão comum como a forma secundária à doença sistêmica ou com comprometimento pulmonar associado. já que atua como agente lesivo à mucosa.Uma avaliação radiográfica do tórax não mostrou envolvimento pulmonar. Durante o follow-up de seis meses não foi evidenciado retorno da lesão. A regressão da lesão laríngea foi bem documentada (Figura 2 e 3) através de exame de imagem. O tratamento foi mantido por um período de 3 semanas. e nestes casos. A evolução e melhora clínica do paciente foi acompanhada por videolaringoscopia. através de pesquisa sorológica. Iniciou-se esquema terapêutico com fluconazol. especialmente mais raro o registro de casos de infecção isolada em laringe. De posse dessas 128 . Foi investigado imunodeficiência. O paciente foi orientado e estimulado à suspensão do hábito do fumo. O acometimento laríngeo é pouco freqüente em pacientes imunocompetentes. informações. Assim. Qualquer alteração dos mecanismos normais de defesa do organismo favorece o desenvolvimento de infecções. qualquer fator que atue provocando alterações na barreira mucosa ou deprima a resposta imunitária predispõe a infecção por cândida na laringe. que fatores podem explicar o surgimento da doença nesse paciente ? As infecções por estes fungos são normalmente oportunistas porque requerem uma quebra no mecanismo natural de defesa de seus hospedeiros para induzir infecção ativa. 129 . que é imunocompetente. 130 . o Qual a importância do exame de raio X do tórax? O raio X de tórax simples exclui o envolvimento pulmonar associado à candidíase laríngea.No caso desse paciente. Caso haja infecção pulmonar concomitante. há a presença do fator de agressão à barreira mucosa . optou-se pelo uso inicial de terapia sistêmica por tratar-se de paciente idoso e pelo grau de lesão laríngea. apesar de se preconizar o uso de agentes tópicos para pacientes imunocompetentes? No caso do paciente.o hábito do fumo. torna-se obrigatório o uso de anti-fúngicos sistêmicos para o tratamento. o Por que o antifúngico fluconazol foi escolhido. Hill. Microbiologia. 2004.R.sistemanervoso. TORTORA.utmb. G.com http://gsbs. 8ª Edição. 5ª Edição. ROSENTHAL.R.br http://www.utmb. Editora Guanabara Koogan. L. Editora Mc Graw. Artmed. C.htm http://gsbs. http://www. P. 2006. 4ª Edição. KATSUNG.. Farmacologia básica e clínica.S. MURRAY.unb. 2006. CASE.htm Casos clínicos retirados do Scielo Casos clínicos retirados do http://www.revistadelaofil.G.L. 9ª Edição. 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