Home
Login
Register
Search
Home
Antiguidade Oriental e Clássica
Antiguidade Oriental e Clássica
March 26, 2018 | Author: Victor Amora | Category:
Ancient Egypt
,
Egypt
,
Akhenaten
,
Writing
,
Pharaoh
DOWNLOAD
Share
Report this link
Comments
Description
iz £ õ 8! r* HISTORIA E CONHECIMENTO Apoio técnico: Rosane Gomes Carpanese Normalização e catalogação: Ivani Baptista CRB - 9/331 Revisão Gramatical: Edição, Produção Editorial e Capa: Tânia Braga Guimarães Carlos Alexandre Venancio Júnior Bianchi Eliane Arruda Dodos Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) A629 Antiguidade oriental e clássica: economia, sociedade e cultura / Renata Lopes Biazotto Venturini, organizadora.-- Maringá: Eduem, 2010. 138p.: II. color. fot. (Coleção história e conhecimento; n. 7) ISBN: 978-85-7628-294-5 1. História antiga - Estudo e ensino. 2. Egito antigo. 3. Antiguidade oriental. - Estudo e ensino. 3. Roma antiga. A. Gregos antigos. I. Venturini. Renata Lopes Biazotto, org. CDD 21. ed. 930 - Copyright © 2010 para o autor Todos os direitos reservados. Proibida a reprodução, mesmo parcial, por qualquer processo mecânico, eletrõnico, reprográfico etc., sem a autorização, por escrito, do autor. Todos os direitos reservados desta edição 2010 para Eduem. Endereço para correspondência: Eduem - Editora da Universidade Estadual de Maringá Av. Colombo, 5790 - Bloco 40 - Compus Universitário 87020-900 - Maringá - Paraná Fone: (Oxx441 3011-4103 / Fax: (Oxx44) 3011-1392 http://www.eduem.uem.br /
[email protected]
O historiador grego Heródoto V •de Halicarnasso (484-425 a. Hoje.35).. vamos apresentar a trajetória do Egito faraónico. é bom explicitar nossa abordagem. mais de 8 milhões de turistas estrangeiros visitam o país. Náo se pode conhecer o passado senão a partir de pontos de vista e pressupostos. falarei em detalhe. mesmo que isso fosse possível. Neste capítulo. para. formam-se pesquisadores nas universidades. não podemos perder de vista que os egípcios antigos eram diferentes de nós. No Brasil existem grupos de pesquisa sobre o Egito antigo. aí sim. políticas e sociais. não se pode conhecer o Egito antigo sem irmos às fontes. assim como trataremos. Antes. a atração da antiga cultura egípcia está na sua combinação de coisas exóticas e familiares. como veremos. líder de um grupo de pesquisa sobre o tema. há tantas obras de indescritível grandeza" (Heródoto. ainda que dê forma breve. quase todos atraídos pelos vestígios arqueológicos do período faraónico. Por isso tudo. em todo mundo. nem. . e. e o tema está sempre presente na mídia. não o poderíamos descrever senão com nossos olhos. tal como v a interpretamos. para estudar o passado é necessário um exercício tanto de aproximação quanto de distanciamento. irmos à trajetória histórica. o que caracteriza uma presença egípcia muito variada e dispersa. Para nós. pois em nenhum outro lugar há tantas coisas maravilhosas (pleista thomasia). 2. da presença do Egito em nossos dias. Como enfatiza o egiptólogo britânico lan Shaw. em pleno século XXI. suas principais características culturais. tinham especificidades que apenas podemos tentar entender. assim como sobreviver por tantos milénios. além disso. aos documentos.O Egito Antigo Raquel dos Santos Funarí / Júlio Gralha INTRODUÇÃO O Egito antigo fascina desde a própria Antiguidade. Por um lado.C.) testemunha esse encantamento (tboma. em grego): "no que se refere ao Egito. Não se pode voltar ao passado tal como ele foi. Por isso mesmo. convém deixar claro qual a perspectiva adotada por nós. começamos nosso capítulo com as fontes e com a história do estudo do Egito antigo. Histórias. Por outro lado. Precisamos. como constata a estudiosa gaúcha Margaret Bakos. de uma dose de empatia para que tentemos entender como aquela civilização pôde construir obras tão magníficas. em seguida. mas por muito tempo foram tomadas como indicações seguras.br/imgres?imguri=h mapjpg&imgrefuri=http://www.~ — -- OK_ QUOpRZgM:&tbnh=140&tbnw=99&prev=/images%3Fq%3Dancient%2Begypt%2Bmap%26stnrt%3D21% 26om%3Dl%26hl%3Dpt-BR%26sa%3DN%26riz%3DlT4GGLL_pt-BRBR349BR349%26ndsp%3D21%26tbs %3Disch:l A HISTÓRIA DO ESTUDO DO EGITO FARAÓNICO E AS FONTES O Egito faraónico era conhecido no Ocidente. mas as informações relativas à vida egípcia eram encaradas. SOCIEDADE E CULTURA N LIBYA A SAUOI ARÁBIA Mapa do Egito Antigo Fonte: http://imag^. por duas grandes categorias de fontes: a Bíblia e os textos de autores gregos e latinos.org/egypt/e^^ «TWTUmi_ni-vr. para relatar a sucessão das dinastias egípcias. que dedicou ao Egito todo um livro da sua obra. do ponto de vista religioso. desde o primeiro faraó. até o final do século XVIII.ANTIGUIDADE ORIENTAL E CLÁSSICA: ECONOMIA. As fontes gregas e latinas foram muito utilizadas. ..mfa. a maioria dos egiptóíogos considera que não há qualquer evidência de historicidade nessas referências bíblicas. no século XXI.C. Hoje. com destaque para Heródoto. O historiador Diodoro da Sicília (90-21 . como se fossem relatados fatos históricos. O texto sagrado foi usado para o conhecimento do Egito. como no caso do êxodo dos hebreus. escrito por volta de 430 a.googtexom. cujos volumes saíram entre 1809 e 1829 e hoje podem ser consultados na internet. para mencionar apenas alguns dos quais trataremos mais adiante. Nas últimas décadas. de maneira interna. as descobertas arqueológicas multiplicaram-se. o que permitiu. em particular com a viagem do Imperador francês Napoleão (1769-1821) ao Egito.) descreveram também aspectos históricos. que estuda a cultura material . com uma infinidade de achados. multiplicaram-se também as escavações de assentamentos.24 d. o que tem fornecido dados sobre a vida quotidiana não apenas de faraós e sacerdotes como também das pessoas comuns. cada vez mais bem documentados e estudados. org/).começou a desencavar já a partir década de 1830. ainda que por contraste informem também aspectos muito interessantes. entre 1798 e 1801. no original em francês (http://descegy. quanto aos temas de investigação. produzidas.C. Reproduziram-se trabalhos sobre temas como as mulheres. As pesquisas sobre o Egito faraónico diversificaram-se. a religiosidade. Essa disciplina nascente. as identidades e o corpo. No século XX. mulheres. em grande parte. como as múmias .C. artefatos e vestígios biológicos. as particularidades da cultura egípcia. o acesso a informações de primeira mão. O Egito Antigo . como cidades e aldeias. um dos grandes inovadores na Arqueologia mundial na época. a partir de então. Todos esses autores viveram na fase final do período faraónico ou após ele. como observadores externos da cultura egípcia não tinham acesso aos documentos egípcios antigos nem compreendiam.edifícios.a. As escavações com a preocupação em anotar os artefatos encontrados iniciaram-se no final do século XIX e início do XX. O estudioso francês Champollion (1790-1832) foi responsável pela decifração da escrita hieroglífica. e suas informações provinham do contato que puderam ter com os próprios egípcios daquela época. neste capítulo. A moderna pesquisa sobre o Egito tem início com o Iluminismo e com as expedições imperialistas ao Oriente Médio. A obra que inaugura essa moderna egiptologia é a Descrição do Egito. Além dessa limitação. as relações de género (homens. como sobre a mumificação. com pioneiros como Flinders Petrie (1853-1942).C.bibaíex. geográficos e culturais. outras sexualidades). ainda.) e o geógrafo Estrabão (63 a. pela Arqueologia. .com/imagesAWatteau_ Pyramids_Small. adotaremos aqui a proposta recente de lan Shaw: Paleolítico 700. Fonte: htip://images. a Batalha das Pirâmides. Período pré-dinástico 4000-3200 a.C.C.com/page/2/&usg- 6LvOT~GqrflGtJ3 AJA033v^dUE=&h=670&w=830&sz=1002&hl=pt-BR8^art=40&um=l&Hbs=l&tbnid=AhAXHZGVVV5TS DM:&1bnh=116&tbnw=144&prev=/images%3Fq%3Dnapoleon%2Begypt%26start%3D21%26um%3Dl%26 hl%3Dpt-BR%26sa%3DN%26rlz%3DlT4GGLLj3t-BRBR349BR349%26ndsp%3D21%26tbs%3Disch:l A CRONOLOGIA Antes de iniciarmos nossa caminhada.ANTIGUIDADE ORIENTAL E CLÁSSICA: ECONOMIA.C.C. Dinastia O (Naqada III) 3. Epipaleolítico 12.200-3000 a. Período faraónico 3000-332 a.C. Reino médio 2055-1650 a. Proto-dinástico (I e II dinastias) 3000-2686 a. SOCIEDADE E CULTURA Napoleõo no Egrto. quadro de Francois-Louis-Joseph Wortteau. convém apresentar o quadro cronológico que adotamos neste capítulo.wordpress.PNG&imgrefuri=http://powellhistotY.com.C.C.C.br/imgres?imguri=http://wv^v. Primeiro período intermediário 2181-2055 a.google.C.powellhistory. Antigo reino 2686-2181 a.000-9000 a.C.000 a.000-12. Como os estudiosos divergem sobre a cronologia egípcia. Neolítico 5300-4000 a. 500 a.C.C. todo o norte da África. com o que viria a ser o deserto do Saara. o único rio que conseguiu persistir.C. para o Mediterrâneo ou para o vale do Rio Nilo. dinastia 1550-1295 a. Por mais de mil quilómetros não havia outra fonte d'água.C.. Isso devia impressionar os povos que ali viveram.C. \j ' /V*. como veremos. "o grande deserto").C. era uma área fértil e ocupada pelo ser humano. Novo reino 15504069 a.-31Íd.Segundo período intermediário 1650-1550 a. Período ptolomaico 332-31 a. Quando surgiu o Egito faraónico? O mais antigo documento que pode ser chamado de egípcio é a Paleta de Narmer. para usarmos a expressão de Heródoto. Os antigos não sabiam de onde vinham essas águas. mesmo quando seus afluentes deixaram de fluir. O SURGIMENTO DO EGITO FARAÓNICO A civilização egípcia só pode ser compreendida em seu contexto geográfico com base nas transformações ocorridas a partir do final da última glaciação.C.C. datada de cerca de 3000 a.. na medida em que os governantes eram considerados. "Hf. em parte. entre 3200 e 332 a. Conquista muçulmana 642 d. O Egito Antigo Neste capítulo. e marcou os egípcios.C.C. em árabe. no meio de um deserto. e criaria o grande deserto (as sahar ai kubra. Período romano 30a. ainda que nos refiramos à sua continuidade em época helenística e romana. Terceiro período intermediário 1069-664 a. conservada "<N-BA< £ . Período ramessida 1295-1069 a. como faraós. Com isso. que dizia que corria um rio em meio a um imenso deserto. Período romano orientai ou bizantino 311-642 d. Antes disso. nossa atenção estará voltada para o Egito faraónico stricto sensu. vindas da profundidade do continente africano. acarretou mudanças climáticas em todo o planeta. que viria pôr fim às imensas geleiras. só o Nilo. as populações não tiveram como continuar no interior e foram para a floresta equatorial. Isso só foi possível porque o Nilo nasce na África equatorial e suas águas não dependem dos afluentes.C. quer dizer. chamados pelos árabes wadis ("rios"). do Mediterrâneo para o interior. precisamente. O aquecimento global. apenas testemunhavam esse fato admirável. entre 10. Período tardio 664-332 a. que secaram e se transformaram em vales secos.C.C. cujas margens são fertilizadas por cheias anuais.C.000 e 9. O Nilo é um rio. com seis papiros. da parre Meditenânica ou Deita do Nilo. de altura. cativos ou inimigos abatidos. dentre os quais dois ministros. Esteio cte Mormer Fonte: Seria a paleta de Narmer a certidão de nascimento do Egito faraónico? Talvez seja demais dizer isso. Diante do faraó c sobre o ratrra aparece o deus falcão Horas. segurados por'dois homens barbados. até a primeira catarata. SOCIEDADE £ CUITURA hoje no Museu Kgípdo do Cairo. o Nilo atraiu populações africanas que se assentaram e acabaram por produzir . Tíau-se de uma lasca de pedra de 63 cm. publicada pelos escavadores em 1902. Acima aparece ura governante. De um lado estão dois leites de longos pescoços entrelaçados. com ura babco-rdevq-em ambas as faces. que segura outro cativo. dominando um cativo. a unificação do alto e do baixo Egita ou seja. Desde o fim da gía~ dação. Eles representaram. Do outro lado da paleta está uma figura maior de Narmer. O rei participa de «ma procissão com seis pessoas.. Na parte inferior estão do& homens nus. agora com.a coroa branca do alto Egito. com o curso superior do rio Nilo. segundo alguns. referente ao baixo Egiío. Narmer com a coroa vermelha.ANTIGUíOÂDE 0RÍENTAÍ £ CLÁSSÍCâ: ECONOMIA. em revista ao corpo de dez inimigos decapitados. que talvez representem 6 mil prisioneiros. pois os processos históricos são de longo prazo. Meza. ser uma historieta a posteriori. Não importa. um dos deuses egípcios principais. até Qustul e Sayaía. o uso de hieróglifos primitivos e um esquema iconográfico que se repetiria nos milénios seguintes. pela primeira vez. intercaladas por outras cidades e aldeias. plausivelmente..r í ' V ^ r w i i ã . uma arquitetura monumental e um sistema complexo de trocas económicas. Isso pode parecer estranho.'' Vi'. O sistema de anotação escrita.C. durante o quarto milénio a. Os túmulos reais caracterizaram o período. 3. do alto sobre o baixo Egito. já antes dos hieróglifos. O ANTIGO REINO E O PRIMEIRO PERÍODO INTERMEDIÁRIO As duas primeiras dinastias (3000-2686 a. Descobertas arqueológicas recentes mostram que já em 3500 a. e a unificação se consolidou por volta de 3200 a. A paleta de Narmer pode representar. o que produziu a unificação.C. as cidades se desenvolviam.. ligado à realeza e ao céu. portanto. como propõe a egiptóloga Alicia í. na mesma época. a cosmologia e a construção monumental.í. O desenvolvimento de cada uma dependeu de sua posição em relação a matérias-primas e rotas de comércio. Um ritual real comemorativo. Algumas dessas cidades evoluíram para centros maiores. na Mesopotâmia (atual Iraque). A primeira e a terceira hipóteses partem do pressuposto-de uma unificação de sul a norte. 2.) não são muito bem documentadas. Tal sistema de escrita correspondia àquele usado. assim como o sistema de escrita. Surgia o Egito faraónico. na Núbia. Lá estava Hórus (que não é o Hórus filho de Isis e Osíris). A narrativa da vitória do alto sobre o baixo Egito pode.C. mas não o é se pensarmos que as saias dos escoceses foram inventadas modernamente. se usava a escrita hieroglífica. Uma cerimónia de rememoração de uma vitória efetiva anterior. Cidades pré-dinásticas proliferaram de Buto. A narrativa de uma vitória militar do alto Egito sobre o baixo. Y { • í-. e que havia um sistema administrativo. um relato com características egípcias: as coroas do alto e do baixo Egito. ao menos diante da abundância dos documentos das dinastias seguintes (III a VI. assim como motivos decorativos mesopotâmicos foram comuns tanto no alto quanto no baixo Egito. era usado na maioria das cidades. enquanto a segunda baseia-se no fato de que as narrativas nem sempre têm relação com os acontecimentos. sem base muito efetiva na realidade histórica. no Delta.À ' * l -'-" .C. assim como os bandeirantes foram criados em pleno século XX. atribuída a Imhotepc.C.um reino no'seu vale. Na paleta de Narmer existe.C. o primeiro arquiteto e construtor dessas sepulturas O Egito Antigo •* i v <:•• -". de 2686 a 2181 a. % '* ' '" J -''r 5 í íí . a partir da Pirâmide de Degraus. ao sul. Esse processo foi longo. o que demonstra que comerciavam entre si. Entre 3500 e 3200 a. ao menos uma das três hipóteses seguintes: 1.). ^ à divisão dava-se. faraós cia IV Dinastia (2613-2494 aC. com a indicação. Os templos passaram a ter maior dimensão. Sua pirâmide em Sacara. como testemunha o gradual aumento do número de mastabas particulares. paca o raraó Djoser {t.). . 2640 a.Tais monumentos eram completados por estátuas. grosso modo. mobiliário e vasos com o símbolo da potência centralizado-rio seu auge. o poder das autoridades locais aumentou.ANTIGUIDADE ORIENTAL E CLASSE. Isso muda com as dinastias seguintes (V e VI 2494-2181 a. poder tão bem simbolizado peías pirâmides enortnes. SOCIEDADE E CUÍTURA monumentais. entre o baixo e o médio Egíto. peno do oásis Paium t e os tebanos. com líderes em disputa. As dinastias seguintes (Víl-XI 2181-2055 a. Na morte. semitas. Quéfren e Miqucrinos. na VI dinastia (2345-2181 :tC). mostrando o Faraó como Deus vivo e todopoderoso.) foram caracterizadas como primeiro 'período infômiedíárío. ECONOMIA. Ao norte. assim como com a entrada de líbios. em ííeíiopolis.C.C). o rei brilha com ioda a sua potência. sob controle át governantes de Heradiópolis. como o impressionante templo solar de Nevesere. Pouco s pouco. relemos.Q. em Abo Gurab. segue as construções de mastabas (sepulcros paniculares no formato trapezoidal) e das pirâmides de Quéops. o qual testemunhou 3 fragmentação política. com o crescente predomínio do culto solar ao deus Rát em Heliópolis. ao norte. no alto Egíto. da fragmentação do poder. onde foram construídos obeliscos. com grande desenvolvimento agrícola de Faium. O MÉDIO REINO O novo período iniciou-se com o grande reinado de Mentuhotepe I. não mate. em pleno período intermediário. por parte das elites locais. °Es'rt° Antigo . perto de Mênfis. nesse caso.' ' f " /' *t i ^ " . Os faraós dessa dinastia cuidaram da construção de canais nas cercanias da nova capital. Outra grande obra. Particular atenção foi dada ao domínio do sul profundo. foram adaptadas para uso privado. Mentuhotepe I Nebehepetre (2055-2012) conseguiu reunificar o alto e o baixo Egito. de alguma forma. Ao norte de Abidos. cujos governantes se apresentavam como faraós. que descreve o drama interior de um homem desiludido. não arranque ninguém de seu pai. acomodados. também. incapaz de compreender sua época e as próprias ideias contraditórias. foi Instruções ao filho Meneara. como quando o governo se mudou para el-Líxete. Por isso pensa em suicidar-se. Seu nome revela tanto sua base em Tebas quanto seu domínio sobre todo o território. durante o período daXIÍ dinastia. *<*. à difusão das práticas mortuárias. Algumas passagens demonstram bem essa ética pessoal: "se conduza bem.-. houve maior atenção à parte norte do reino. de modo que as antigas tradições. que afirma que Deus deu as plantas e os animais aos seres humanos. com forte influência de elementos núbios. A vingança é apanágio apenas de Deus".•• „ . como o clássico Diálogo do desesperado com sua alma. Difundiram-se igualmente os escritos particulares e os hieróglifos cursivos. Tebas não foi deixada de lado. e sua alma acaba por duvidar da eficácia dos ritos funerários e o aconselha a fugir dessa falta de esperança e a entregar-se à farra. o predomínio estava com os tebanos. não bata ou prenda ninguém. a terra estará em ordem. não oprima a viúva. mas apenas a partir da XII Dinastia (1985-1795) a estabilidade política foi-se firmando e o poder dos nobres locais foi controlado. voltadas apenas para o Rei. Apresenta-se. em oposição às múltiplas manifestações divinas que sempre dominaram a religiosidade egípcia. Outras cidades do norte foram objeto de atenção. Embora o poder viesse do alto Egito. como Heíiópolis. Iniciava-se um novo período de unidade. T /v'^ • * * j. pois significa "o deus tebano Mentu está satisfeito" e "unificador das duas terras". mas os poderes locais p assaram a ser. Floresceu em Heracliópolis uma literatura mais filosófica e voltada para a ética. e o culto ao deus local Amon foi fortalecido. O crescente poder dos chefes locais levou. restabelecendo-se os contatos com a cidade de Biblos. quanto estiver vivo. Ao poder ultracentralizado no faraó segue-se a apropriação. cidade santa do deus Osíris. -t 4 l '-.começava um processo de retomada do Delta e de revalorização da cidade de Mêníis. Assim. no atual Líbano. a partir de Tebas. Acalme os aflitos. a noção de um Deus pessoal. nos próprios sarcófagos. cie onde preside o desti. ligado à imortalidade da alma. com uma divindade agrícola ligada ao rio Nilo e ao cultivo do cereal. primeira múmia.es e feitorias até acima da ít:rcd. morte e prepara o defumo pari a ressurreição. Osins. Osíris começou a absorver outras divindades funerárias. e passou a ser o principal deus funerário. Osíris teria.r.no dos humanas.da alia Núbia au Sudão. SOCIEDADE £ OKJURA catarata. cpm a tonsrruçáo de lori. Foi nesse período que o culto w deus Osíris expandiu-se e ioraou~se mais universal Nos séculos anteriores ele tinha posição secundária oo panteão egípcio. "Para sempte belo* é um dos seus epítetos. enquanto Anubis se entrega de pesá-las. juiz dos mortos =1l3&fbnwsiia&pr^^ . corno Socáris de Mênfis e Queniamentiou de Abidos. soluciona o problema da. bem ao sul. Com a assistência de 42 jute divino^ ele preside1 o julgamento das almas. sido a. Como protetor do nono nomo' (divisão adrainistrati?» egípcia). Sen remo está nn necrépoíes.i E CLÁSSICA: ECONOMIA. começaram na década de 1960 e têm produzido novas descobertas a cada ano. voltei a dormir em cama". aos hicsos. uma narrativa de apelo universal que retrata a trajetória do que poderíamos chamar de um filho pródigo. o que testemunha uma maior difusão da prosperidade. A generalização do uso do bronze. como dizem as fontes posteriores. além da azeitona e da romã. até retornar ao Egito e ser reabilitado: "rejuvenesci muitos anos. também foi resultado do domínio hicso. nos traz deleite. Minha pobreza ficou no estrangeiro. Sinuhe. novas espécies de bovinos e de cavalos. embora tenham adotado títulos. alaúde. pude fazer a barba. Final feliz para um romance que. pandeiro). A literatura também se tornou mais popular. levadas adiante pelos austríacos. com três dinastias contemporâneas: XV Dinastia (hicsos) 1650-1550 XVI Dinastia (hicsos menores) 1650-1550 XVII Dinastia (Tebas) 1650-1550 - No Delta reinavam os reis asiáticos denominados hicsos. mas com uma política de submissão. costumes e demais aparatos egípcios. forneceram muitas informações preciosas. como novos métodos de fiação com o uso do tear vertical. Esses povos. os governantes egípcios ao sul. como a descoberta de pinturas murais no estilo usado em Cnossos. vê-se envolvido em uma intriga de palácio e foge para o Líbano. novos instrumentos musicais (lira. Esses povos orientais introduziram uma série de novidades. parecem originar-se de grupos semitas. como no caso da novela História de Sinuhe. fui ungido com azeite fino. Exerciam influência no Sinai e na Palestina e dominavam. até hoje. Avaris (atual TelI el Daba). Ainda mais ao sul. um funcionário real. na forma dos mais antigos documentos cuneiformes encontrados no Egito. vindos do Oriente. As escavações da cidade capital dos hicsos. O SEGUNDO PERÍODO INTERMEDIÁRIO E O NOVO REINO Costuma-se designar como segundo período intermediário (1650-1550) o século que testemunhou a divisão do reino em três. na ilha de Creta. minhas roupas velhas voltaram para os andarilhos do deserto e me vesti com bom' linho. O Egito Antigo . tanto em armas quanto em objetos de uso quotidiano. Essas pesquisas arqueológicas. oboé.Além da ascensão social das classes governantes. Em Tebas seguia uma dinastia egípcia com controle sobre o alto Egito. com o desenvolvimento da ficção. maior ou menor. assim como evidências do contato desses povos com o Oriente. tive meus cabelos penteados. ou "reis pastores". difundiu-se o costume de construir esteias votivas. de forma indireta. onde passa por diversas aventuras. a Núbia e o Sudão estavam sob domínio de um governante autónomo em Cuxe. mas também submetido aos hicsos. chamados de "servidores do lugar de Maat". de modo a garantir a pureza do sangue real. deixou gerações de egiptólogos fascinados por ela. tanto em direção ao sul quanto na Palestina e até mesmo na Síria. mãe ou mesmo avó. seu deus tutelar em Tebas. pastos e gado foram postos à disposição dos templos de Amon. Ahmes-Nefertari (cerca de 1540 a. em português. uma divindade mais abstrata do que a maioria dos deuses egípcios. Amenófis IV introduziu. Ela adotava todos os títulos faraónicos com o uso das terminações no feminino. servos.C. As rainhas passaram a ter prerrogativas de corregência. Uma intensa política de construções também se consolidou. e ocorreu o gigantismo na arquitetura. Multiplicaram-se os monumentos oficiais em que se apresentam o faraó com sua esposa. Instalou também. nesse processo de unificação. Hatexepsute.) recebeu o título de "segundo profeta do deus Amon". meio-irmãos ou outros parentes. a ocidente. na margem esquerda de Tebas. que foi descrita como "pacifista" por uns mas como masculinizada por outros. por volta de 1550. Os monarcas que a sucederam adotaram uma agressiva política de expansão militar. deus que julga os mortos. uma nova forma de inumação real. templos e capelas. . logo no início do seu reinado. Tutmés I (15244518) inaugurou. como a Anatólia (Turquia) e a Mesopotâmia (Iraque).C. Os matrimónios consanguíneos na família real generalizaram-se. quase não se usam alguns termos de poder no feminino.) marcou a iniciação de um tipo de culto a um deus único. uma aldeia de construtores dos hipogeus reais.OCIEDADE E CUtfURA A retomada da centralização deu-se. uma vez mais.C. O reinado de Amenófis IV (1352-1336 a. com a tomada de Avaris por Amósis. resultado da formação de um exército profissional. A ascensão da rainha Hatexepsute (1508-1458 a. peia imposição do culto a Amon. a sudeste. algo pouco comum no mundo antigo.C. assim como as relações diplomáticas com Chipre e demais localidades do Médio Oriente. Restaurou o comércio com Punte. uma das cinco mulheres que reinaram no Egito. que indicava os chefes militares. com formas de animais.sITIGUIDADE ORIENTAL TLÁSSICA: ECONOMIA. na atual Deir el Medineh.). Os sacerdotes do culto de Amon eram os mais fortes aliados do poder real. em contraposição ao patrono dos hicsos.) ao trono demonstra o poder das mulheres egípcias. Construiu monumentos religiosos a Aton em diversos lugares . o deus Set. Mênfis voltou a ser valorizada com uma residência do faraó Tutmés I. como "presidenta" ou "apóstola". Esse pode ser considerado um dos períodos mais discutidos da história egípcia. de sul a norte. com tumbas reais. O poder tebano manifestou-se. ao escavar a primeira tumba no que viria a se tornar o Vale dos Reis. o culto ao disco solar (aton). como em Lúxor. Terras. com o casamento entre irmãos. Estabeleceram-se guarnições egípcias. Aton. civis e sacerdotais. mas a estratégia principal consistia na sua aliança com os régulos locais. a partir da XVJil dinastia (1550-1295 a. o que não é pouco se considerarmos que. A administração do reino estava nas mãos do faraó. com santuários de norte a sul do Eglto. hoje Tell el Arnarna. mas algo bem próximo).e iimdou uma oova capitai real. e os seguidores de Atoo parece terem sido recrutados entre a* classes ascendentes. Ô adio a íerou à confiscação de bens dos sacerdotes de Araon. conservado hoje cm Berlim. (|ue logo restaurou os oíÍCí)s traclídonats. Áquetaton ("horteonte de atoo). Tuíancimón). Akencrtèn Fonte: h«p /M^^ O Egíte Ar*g . mais pela Arqueologia moderna1 do que pelos documentos antigos. singular de monoteísmo intradtoÉ&f pelo faraó (para boa parte dos egiptóiogos não seria um monoteísmo. Ifemptos importames de Atoo foram estabelecidos era Mènfis e licitopoii^. A historia de Aquerutton é conhecida. de rara betera. pois seus sucessores restauraram o culto a Amou c aos outros deuses e retiraram m referências à íbrma. Sua esposa Neíeríití foi ímortaíteada por um busto seu. Com a morte do faraó subiu ao trono Tutancaíón (depois. SOCIEDADE NôferfiH fonte Mlp://im<iges4K^^ d%^CK34^^ f^^ 4w^Mna^ flV^7WcZM£4bnhdQMWÍ^^ As duas dinastias seguintes (XIX e XX. que estabeleceu a capital em Pi-Ramsés. o faraó Sefhi l.279-1212 a. no Deita. e após roais de 20 anos de lutas é que foi firmado um. ficando a. tratado de paz. Enfrentou os hrtitas.C.). Ramses l primeiro monarca da dinastia.) ficaram conhecidas como período ramessida. ao que tudo indica seu filho. ficou responsável por legitimar essa dinastia. Palestina sob controle egípcio. Alguns autores consideram que . Amon de lèbas.CLÂSS»CA: ECONOMIA.C.e?seu nome mostra. Como Ramses í reinou apenas um ano. que não possuía uma linhagem real.. Era preciso estabelecer uma ligação forte com os diversos segmentos sacerdotais e as divindades (Ra de Hdtópolfe. além de-seu filho. era oriundo de família humilde do noroeste do Ddíaç. o que Ibi conseguido. entre outros). o grande monarca foi Ranv sés II (1. 1295-1069 a. que o principal deus passava a ser Ra (Sol). Entretanto. além de campanhas militares. Ptah de Menfis. com o exército passando a recrutar mercenários. da XXVI Dinastia (664525 a. com o domínio político de povos estrangeiros que se dirigiram ao vale do rio Nilo.C.C.C. a língua e os costumes milenares egípcios continuaram dominantes. ainda que os imperadores romanos (30 a. ao final do período. As últimas dinastias de faraós egípcios (XXVIII-XXX. como lembra Ciro Flamarion Santana Cardoso: "a verdade. a dinastia nem sempre encontrou apoio entre os nativos egípcios.C.. 404-343 a. a 311 d. Dafne e Náucratis.os 62 anos de reinado de Ramsés II. porém.). até a restauração da unidade.C. em termos culturais.). mas logo os assírios viriam a dominar o vale do Nilo (657-653 a. A última rainha macedônica. A partir da XX dinastia (1186-1069) iniciou-se um processo de encolhimento do império. Cleópatra VII Philopator. da família dos ptolomeus (332-30 a. Para fazer frente aos líbios. o que facilitou o domínio persa (525-404 a. até o século XLX depois de Cristo".). A redação do livro dos Mortos assinalou a passagem para preocupações mais espirituais. tendo fomentado a restauração de templos egípcios. o que permitiu que Ramsés II fosse cultuado em vida.). ou seja. cários e lídios. com a perda das possessões asiáticas e com rebeliões no médio Egito. inaugurando o que ficou conhecido como Renascimento Saíta. O TERCEIRO PERÍODO INTERMEDIÁRIO E A ÉPOCA TARDIA Sucederam-se dinastias paralelas e divisões com o governo de líbios (945-715 a. a religiosidade. no Delta.) também tenham se representado dessa forma. Em seguida. expulsasse os assírios e restabelecesse um reino. estabeleceram um período longo de paz.C.). com a fundação de feitorias em Milésios. pelas pessoas comuns.) e de núbios (747-656 a.C. que assinalaram o ápice do poderio e da cultura egípcios. pelo faraó núbio Shabaka. empregou soldados mercenários gregos: jônios.C. no final do século VIII a. que não dependiam do poder militar. O Egito Antigo .C. Como dependiam dos gregos que trouxeram ao Nilo. Os governantes saítas investiram no comércio. que haviam dominado o trono no norte. Pode-se afirmar que até o triunfo do Cristianismo.). Uma característica importante da história egípcia desde o início do primeiro milénio a.C. foi estabelecido um reino egípcio com governantes macedônicos.C. A vida camponesa foi ainda mais persistente.C. embora houvesse uma divisão entre a administração grega e as seculares instituições egípcias. cujos reis eram considerados como faraós. no século IV d. O domínio etíope estendeu-se até o Delta. é que a existência das comunidades e sua ligação com o controle da irrigação persistiram no Egito tanto quanto o sistema de irrigação por tanques ou bacias. a partir de Saís. foi a existência de um substrato egípcio poderoso. com apoio de parte dos egípcios insatisfeitos com o domínio núbio. pode ser considerada a última governante egípcia apresentada como um faraó. como um grande deus.) foram seguidas de novo domínio persa (343-332 a. Perturbações na Assíria permitiram que o faraó egípcio Psamético I.C. que é africana segundo alguns linguistas. ainda utilizado no Egito.). durante o reinado do faraó Psamético I. no Alto Egito.). que possui caracteres gregos e elementos do demótico. a partir do século IV d. que também é bem antiga e usada com frequência em papiros. Das três formas básicas da língua egípcia. no Norte do Egito). em 1829. cursiva. Não sabemos quando a escrita hieroglífica deixou de ser usada. Tal forma parece ter desaparecido. o conhecimento sobre a escrita egípcia desapareceu após a invasão do Templo de Filae. Jonhson. tumbas e templos. mais provavelmente. O Copta.JTIGUIDADE ORIENTAL LÁSSICA: ECONOMIA. Ao que parece.C. em 1822. Apesar da existência do Hierático e do Demótico.University of Chicago. o demótico. conforme James H. a hieroglífica é a mais antiga.17901832). Nesse momento ocorreu o aparecimento do demótico.C. ou seu uso foi reduzido consideravelmente por volta de 650 a. de modo que o ritmo e a estrutura das frases possam ser em parte mantidos. A forma cursiva da escrita hieroglífica é o hierático. e como sucessora a língua copta. sem que se perca a compreensão imediata". Como lembra a egiptóloga britânica Penélope Wilson. por volta do século V da era cristã. A língua egípcia foi decifrada a partir do copta. graças a uma inscrição em três línguas. . "a habilidade na tradução dos textos egípcios antigos consiste em encontrar um ponto de equilíbrio. O idioma tem parentesco com outras línguas originárias da África. teria origem na parte meridional do deserto do Saara e no norte da floresta tropical. idioma usado ainda hoje na Igreja cristã egípcia.C.. Essa língua/escrita possui como predecessora a língua egípcia tardia (a hieroglífica com mais signos.cidade de Sais. a escrita hieroglífica continuou sendo usada em esteias. como o hebraico e o árabe. O grande desafio moderno tem sido traduzir esses textos. por Thomas Young. é mais recente.C.C. Arqueólogos alemães com pesquisas em Abidos. foi importante para se ter uma certa ideia de como se pronunciar as palavras nos textos hieroglíficos. com a conquista muçulmana (640 d. a Pedra da Roseta. Apenas no século XIX foi possível decifrá-la. OCIEDADE Ê CULTURA A ESCRITA EGÍPCIA A escrita hieroglífica constitui um dos aspectos mais intricados dessa civilização. da 26a dinastia (conhecida como dinastia Saita . podendo ser atestada por volta de 3500 a. mas isso deve ter ocorrido na Antiguidade tardia. do The Oriental Institute . Sua decifração. ou. por cristãos. uma vez que a escrita egípcia não possuía vogais. A língua egípcia. A origem da escrita é ignorada. e parece estar mais próxima da língua falada na época pelos egípcios. por obra e arte do estudioso francês Francois Champollion (. papiros. por Champollion foi seguida do conhecimento de outra escrita egípcia. Foram necessários 13 séculos para que as "pedras" voltassem a "falar". Tal fornia. e a hierática). bem no centro do continente. Alguns autores consideram que ela seria autóctone. outros que derivaria da escrita cuneiforme da Mesopotâmia ou da Sumcria (IV e III milénios a. htm&usg= uw 5sNlqK5V6P5CeqXpDu22uZKRA=&h=576&w=483&sz=:no&hl=pt-BR&start=2&um=l&itbs^1&tt)níd=:5e H2M7E-slgTZM:&tbnh=134&tbnw=112&prev=/images%3Fq%3Drosena%2Bstone%26um%3D1%26hl%3D pt-BR%2ósa%3DN%26rlz%3DlT4GGLL pí-BRBR349BR349%26tbs%3Disch:l O Egfto Antigo . ainda.google. com frequência. milhares de anos depois.C.com/Egypt/rosetta-stone-1ranslation. os quais a chamaram "escrita sagrada" (esse é o sentido de "hieróglifo"). Pedra de Roseta Fonte: http://images.arqueólogo e professor em Yale .earth-history.earth-history. ao mesmo tempo.. corrigida e ampliada pela referência à outra".com.refletía sobre tais questões de maneira muito apropriada: "Os dois tipos de evidência . uma representação artística. pinturas. escrever era.com/Egypt/ images/RosettaStone. Os ideogramas são símbolos usados como representações diretas de algo. que os hieróglifos já estavam em uso por volta de 3500 a. na forma de edifícios. Desde o início dos estudos egiptológicos. Os fonemas representam o som ou a parte de uma palavra pronunciada. Possuía.propuseram. tanto com ideogramas quanto com fonogramas. na década de 1990. um caráter religioso. surgiram discussões sobre a divergência entre os dados provenientes dos textos e as informações fornecidas pela Arqueologia. A interpretação de cada um deles é. sagrado mesmo. como "céu" e "homem". o que de certa forma foi mantido pelos gregos. como se fosse mágica. O egiptóiogo australiano David 0!Connor . Por esse motivo eles chamavam sua escrita âtMedju-Netjer.são complementares. vasos cerâmicos e uma infinidade de objetos. assim como no caso da escrita chinesa.textos e cultura material . a partir da década de 1820.gif &imgrefuri=http://www. ou seja. "Palavra dos deuses". por isso. pois a maioria dos egípcios considerava as palavras como tendo um poder físico real.br/imgres?imguri=http://v«mAV. Os hieróglifos compreendiam ideogramas e sinais fonéticos. O registro arqueológico contém informação histórica apenas indiretamente refletida no registro textual e vice-versa. e com o reconhecimento das prerrogativas femininas quanto ao seu corpo.« 1fíTÉIíi34' r *a*-Ei1* *~í ^-^^ r %• —«•í"" . tendo em vista que homens castrados ou eunucos constituíam uma categoria social.um britânico racista e conservador . assim como temas . Mais do que isso. Ainda que os egípcios. Flinders Petrie (1853-1942) . das relações entre os géneros e da sexualidade. mais particularmente. Já no antigo reino as mulheres ocupavam alguns cargos administrativos.v *=u!^»'> i dades sexuais das mulheres eram um atributo buscado na vida pós-morte. -. Isso não poderia deixar de afetar a egiptologia. Por isso. à história das mulheres. "a sexualidade feminina. muitas vezes passou despercebido que a civilização egípcia tenha se desenvolvido na África e que seu povo falasse uma língua africana. o estudioso Martin Bernal (1937) publicou o livro A Atena Negra. esteve ligado à expansão imperialista ocidental. a entrada de povos da África subsaariana no vale do Nilo. na sua fertilidade (gravidez). explicitou que os "egípcios eram negros". mas falava em uma invasão de uma raça superior vinda. assim como outros povos da Antiguidade. Multiplicaram-se as egiptólogas e novas descobertas foram feitas. está representada nas cenas tumulares. mas não necessariamente negra. como vimos neste capítulo. O estudioso senegalês Cheikh Anta Diop (19231986). No final do século XX. com os movimentos pelos direitos civis e contra o racismo. nunca tenham sido chamados de negros. não cabe dúvida de que sua população era. a partir do final da Segunda Guerra Mundial (1939-1945). não se definissem por critérios de cor da pele e.. com a busca do direito de voto . africana. como propugna a egiptóloga Lynn Meskell (1998). Os movimentos pelos direitos das mulheres vêm desde o século XIX. tanto quanto servidores e comida". Ainda no início do século XX o pioneiro da Arqueologia do Egito Antigo.. só obtido na década de 1930 .ANTIGUIDADE ORIENTAL CLÁSSICA: ECONOMIA. portanto. o que continua sendo um debate no meio académico. MULHERES. em sua maioria. como a grega e a romana. e. desde o início do século XIX. O reconhecimento do caráter africano da civilização egípcia é tanto maior no contexto brasileiro. Também outras sexualidades têm sido estudadas. por intermédio do Egito faraónico. no qual apontou a importância das tradições e dos costumes africanos para as civilizações mediterrâneas posteriores. Tudo isso levou.. tendo em vista que parte da nossa população possui ancestralidade africana e que a cultura brasileira deve muito à herança afra. um dos grandes intelectuais africanos anticolonialistas. e muitas mulheres da família real tiveram proeminência. RELAÇÕES DE GÉNERO E SEXUALIDADE Outro tema que resulta das transformações sociais das últimas décadas refere-se ao papel da mulher e da sexualidade.não admitia que a civilização egípcia fosse autóctone. nas últimas décadas. e as qualiX ' l Xf *V r/ ' ""V .T A. SOCIEDADE E CULTURA UMA CIVILIZAÇÃO AFRICANA Por longa tradição. o estudo do Egito. e houve sempre. da Europa! Isso começou a mudar com o movimento de descolonizacão.no Brasil. e no Egito grecoromano os contratos definem claramente as cláusulas e penalidades. Já os antigos gregos surpreendiam-se com os deuses. assim como Osíris era o deus da ressurreição.C. Outro aspecto refere-se à associação da religiosidade com o poder. Foi associado à ressurreição e à vida eterna.sobretudo com Áleister Crowley . entre 4500 e 4100 a.. essenciais para a sobrevivência humana. ba e akh. Tudo isso tem renovado o campo dos estudos do Egito Antigo. Nessa ânsia pela vida eterna. " •* -v muito antes. Além disso. Os egípcios não distinguiam. De modo geral. . dois aspectos chamam a atenção: a preocupação tão antiga com a mumificação e a proeminência feminina. nf V - .inspiraram-se no Egito Antigo. o divórcio era algo instituído. tanto antes quanto depois da morte. Sociedades secretas.C. mitos e rituais egípcios. Já mumificado. acreditavam na vida eterna. Algumas divindades representavam o falo. em geral. em Badari c Mostageda. como a Maçonaria. o mundo natural do sobrenatural. A mumificação dos mortos associou-se a Osírís e à sua promessa de vida eterna. Os egípcios.'• ' . na medida em que divindades e humanos interagiam no plano social e físico. numa associação do ' f !. e em pleno século XXI ainda há intenso interesse por esse tipo de religiosidade. e essa admiração se manteve nas percepções posteriores de romanos e dos modernos ocidentais. em Hieracómpolis. tendo surgido ligado à fertilidade. de maneira clara.antes pouco mencionados. a deusa ísis. a Ordem Rosacruz e a Ordo Templí Orientis (OTO) . em clara referência à reprodução. A fertilidade ocupava um lugar de destaque. como a infância. °E9^ Antigo A RELIGIOSIDADE Talvez a religiosidade dos antigos egípcios seja o aspecto de sua cultura cujo interesse tenha sido mais persistente. ele é uma das mais antigas divindades egípcias. com os corpos de três mulheres preservados. tanto nos relatos míticos quanto nas representações e festivais. Outros arqueólogos recuam a mumificação para t'i '«< . '. que poderia ser garantida pela piedade tida pelos deuses. Como quer que seja. Acreditavam em aspectos vitais que mantinham a vida. sacerdotes. as assinaturas nas tumbas dão ênfase à mãe como se fosse algo como: "fulano filho da senhora da casa fulana". Como deus dos mortos e da vida pós-morte. fecundou sua esposa. As mais antigas múmias descobertas pela Arqueologia recuam a 3600 a. A autoridade real sempre esteve fundada na legitimidade sobrenatural. sob os nomes de ka. a divindade Maat representa a verdade ou a harmonia com que a alma deve se deparar após a morte. pela preservação do corpo por meio da mumificação e pela manutenção de um enxoval funerário. t . e isso pode ser verificado no que consideraríamos como sobrenome. O papel da mulher é significativo na perpetuação da linhagem. à agricultura e à inundação anual do rio Nilo. na forma de manifestações da alma. < •f i i. que gerou Hórus. Questões como a sexualidade. e a partir do século XX a indústria cultural. o apoio institucional do Departamento de História da Unicamp. No Império. ao mesmo tempo. Gabriele Cornelli e Lynn Meskell. André Leonardo Chevitarese. CONCLUSÃO: A ATUALIDADE DO EGITO FARAÓNICO E impressionante como o Egito continua a fascinar. Pedro I trouxe para o Museu Nacional objetos arqueológicos do Egito. as relações de género e os usos do passado. e pouco a pouco começaram a surgir mestrados e doutorados dedicados ao Egito Antigo e a suas releituras. aspecto da religiosidade egípcia que persistiu e de alguma forma transmutou-se. Esse fascínio demonstra a imensa riqueza cultural daquela civilização e. em pleno século XXI. livros e outros produtos de alto apelo. um dos grandes tesouros do acervo até os dias de hoje. AGRADECIMENTOS ~. primeiro no Cristianismo e depois no Islamismo que foram instaurados no Egito. Agradecemos a Margareth Marchiori Bakos. com filmes. no entanto. O Egito continua fonte de inspiração e reflexão. Ciro Flamarion Santa Cardoso. desde cedo.assim como a legitimidade do poder. inclusive uma múmia. mais de 5 mil anos depois dos primeiros faraós. O ESTUDO DO EGITO ANTIGO NO BRASIL O Egito Antigo fascina os brasileiros desde o século XDC. à nossa realidade do século XXI. como uma civilização originária da tradição ocidental. Discutiram-se temas económicos . A maçonaria contribuiu para essa popularidade.ANTIGUIDADE ORIENTAL E CLÁSSICA: ECONOMIA. O Egito Antigo esteve presente nos livros didáticos de História. indica como podemos usar essa extraordinária experiência humana para aprimorar o conhecimento da nossa sociedade. ainda. tornou-se objeto tanto de estudos científicos e académicos quanto de reflexões sobre as apropriações e os usos contemporâneos. D. . O próprio faraó podia ser considerado um deus ou como alguém que possuísse atributos divinos. A legitimidade do poder estava atrelada à ligação dos governantes com o sobrenatural. a espiritualidade e as dimensões étnicas relacionam aquela civilização. restringe-se aos autores. tão popular.como o modo de produção asiático . assim como o positivismo. A responsabilidade pelas ideias. A partir da década de 1970 iniciaram-se os estudos universitários especializados. O Egito Antigo. Mencionamos. SOCIEDADE E CULTURA governante com o mundo das forças cósmicas. tão antiga e misteriosa. 1990. 'l&sj-ítçr. v. In: Sociedade e Religião na antiguidade oriental. p. Londres: British Museum Publications. Campinas. Glaydson José da (Org. 2003. v. Relações de género e representações do Feminino. Antiguidade oriental. São Paulo: Contexto. História da tradição clássica no Brasil dos séculos XIX e XX. São Paulo: Brasiliense.".. . p. 2004. Os egípicos. Porto Alegre: Edipucrs. Tradição clássica e o Brasil. 1986. . In: Amor. K. M. .O EgHo Antigo ALDRED. Política e Religião. BAKOS. In: HUMBERT. André Leonardo. . Egiptomania. p.. 1982. S. 2000. 2003.. São Paulo: Contexto. 2008. o Egito no Brasil. FUNARI. C. M. 8-33. A. Senai. São Paulo: Ática. Archai. Fatos e mitos do Antigo Egito.caso do antigo Egito no 2° milénio a. 1. j s í. Jean-Marcel. R. O Egito Antigo. BAKOS. . 1994. 49-94. Clifford (Ed. Maria Aparecida de Oliveira. ed. Egito Antigo no Brasil: egiptologia e egiptomania. Imhotep today: egyptianizing Architecture. "Género e literaturaficcional. 1. Brasília. M. Lisboa: Verbo. p. 1. M.F. Campinas: Editora Unicamp. Londres: UCL Press. (Org. Egyptianizing motifs in Architecture and Art in Brazil. CORNELLI Gabriele. CARDOSO.s 3 & f .). 1986. 231-246. Os festivais divinos no antigo Egito.*^¥ i " » . desejo e poder na Antiguidade. Sociedades do antigo oriente próximo.). PRICE. BAKOS. M. C . M. SILVA. SILVA. 143-152. DF: Fortium. ed. S. 1972. 2003. Egypt after the Pharaos. Amor. BOWMAN.C. 1. Rio de Janeiro: Fábrica de Livros. desejo e poder na Antiguidade.). In: CHEV1TARESE. SP: Campinas: Editora Unicamp. Edusp. MARTINS. New perspectives on the andent world. Unicamp. W. J. 2002. In: . ABAD. . 73-7. (Org. 1972. gregos.). Adilson Luís. BOTTÉRO. O Egito dos faraós e sacerdotes. 2008. M. 95474 . Los Ramésidas. C. In: CASSIN. GRALHA. a História da escrita antiga.. Londres: UCL Press.p-11-27. Imagens do Egito Antigo.). Renata S. LETALIEN. p. São Paulo: Contexto. 167-175. 226-258. M. 2008. JOHNSON. História ilustrada do Egito Antigo. São Paulo: Melhoramentos-. In: FUNARI. In: FUNARI. Oxford: Archaeopress. egyptianizingArchitecture. (Org. Los impérios dei antiguo oriente: II el fin dei segundo milénio. 2009. Rio de Janeiro: Barroso. S. J. C..ANTIGUIDADE ORIENTAL E CLÁSSICA: ECONOMIA. DAVIES. 2006. __. T. 2008. Lendo o passado: do omeiforme ao alfabeto. 93-100. J. O interesse pelo Egito faraónico: uma aproximação inicial. . Pedro Paulo A. FUNARI. São Paulo: Annablume. Jean Vercouirter. 1996. Egypt and Brazil. 2002. Power and solar cult in ancient Egypt. Egípcios.). Rio de Janeiro: Ediouro. Pedro Paulo Â. R. 1550-1070 a. . astecas e outros povos cultuavam seus deuses.-. . SILVA. Fapesp. faraós e o poder: legitimidade e imagem do Deus dinástico e do monarca no Antigo Egito. História Antiga: contribuições brasileiras..6.. HUMBERT. Deuses. Glaydsomjosé da. Bethany (Ed.. As religiões que o mundo esqueceu: como egípcios. Eíena. 2001. São Paulo: Atual. Oxford: Archaeopress. p. Os hieróglifos. 2003. celtas. p. SOCIEDADE E CULTURA CERNY. São Paulo: Annablume. p. Imhotep today. Mercedes. México: Siglo XXI. In: HOOKER. In: FUNARI. Perspectives on the ancient world. . V. Pedro Paulo. P. p.C. GARRAFFONI. PRICE. J. El renacimiento saita: los impérios dei antiguo oriente II I: Ia primera mitad dei primer milénio. In: HOPE. p. Ancient Egypt. 0'CONNOR. 2003MEZA. 1. gender and status in Egyptian iconography. v. 1974. Routlege. 3. 2008. STEER. 6. 1973. n. SILIOTTI. 2004. As primeiras civilizações. Berkeley: University of Califórnia Press. México: Siglo XXI. 15-38. J. v. Londres: Hermes. L Ancient Egypt.. Embodied lives: figuring ancient Maya and egyptian experience. D. p. Political systems and archaeoiogical data in Egypt: 2600-1780 B. Barcelona: Folio. Size matters: sex. Egiptologia. Barcelona: Folio. São Paulo: Briquebooks. (Ed. l June. London. p. LICHTHEIM. J. 175-181. Londres: Routldege. A. 363-379. MESKELL. Canberra: ANU Press Canberra. Intimate archaeologies: the case of Kha and Merit. L. Viajantes e exploradores: a descoberta do Egito. 1973. L. I. São Paulo: Contexto. L. World Archaeology. Redefining Archaeology: feminist perspectives. Pittsburg: Dorranche. . 29. 1993- O Egito Antigo . . Ancient egyptian Literature. GAHLIN. A. D. SHAW. PINSKY. 231-254.C. et ai. 2009VIDAi-MAjNZANARES.KIENITZ. Primeiros descobridores: a descoberta do Egito. p. M.1998K . A. 2007. 2007. 2001. F. Diccionario histórico dei antiguo Egipto Madrid: Alianza. C. World Archaeology: Intimate Relations. 2004. Oxford: Oxford University Press. OAKES. K. n. Ancient Egypt before writing.). 1998a. e nos séculos XX e XXI houve um crescimento acentuado tanto na repercussão popular. e. 193-225. as reflexões da historiografia moderna dos últimos dois séculos. há diferentes tipos de documentos sobre o Egito: os provenientes das pesquisas arqueológicas e os oriundos da tradição textual antiga. 1972. Los impérios dei antiguo oriente: el fin dei segundo milénio. p.ANTIGUIDADE ORIENTAL E CLÁSSICA: ECONOMIA. La XVIII Dinastia. 2002. apresente informações e comentários sobre ambos os aspectos. A partir da leitura do capítulo e de buscas adicionais apresente três exemplos de cada uma das fontes e complemente-os com alguma outra informação. In: CASSIN. quanto nos estudos académicos. México: SigloXXI. Oxford: Oxford University Press. In: . ou egiptomania. . WILSON. Em busca do Egito esquecido. 1) Como podemos conhecer o Egito Antigo? Embora tal conhecimento dependa do nosso acesso a fontes ou a documentos. México: Siglo XXI. El pensamiento prefilosófico em Egipto. Historia de Ia Filosofia. J. A partir das informações do capítulo e de leituras adicionais. São Paulo: Objetiva. ou egiptologia. SOCIEDADE E CULTURA VERCOUTER. J. por fim. Elena. P. hebraica. grega e romana. p. 1976. 2003YOYOTTE. El pensamiento*prefilosófico y oriental. 10-29. 2) Quais as especificidades e qual a relevância do estudo do Egito Antigo no Brasil de hoje? O interesse pelo Egito Antigo no Brasil já se havia destacado no século XIX. Hieroglyphs. Documents Similar To Antiguidade Oriental e ClássicaSkip carouselcarousel previouscarousel nextsequencia mesopotâmiaSimone_Bielesch_Vol.II.pdfResumo de História Da ArteHistória da comunicação human1aAvl Artes 3 Bi 6 Ano 601 602 603 e 604 FinalRanmed Atualizado 3 (1)ARTE EGÍPCIA 2NúbiosAntigo egitoMITOLOGIA EGÍPCIAO Egito Antigo JV001O Erótico e o DivinoArtigo RJHistória da comunicação humanaPeça_Ranmed atualizado 3.docxO Período Patriarcal - Prof. Milton TorresA Historia Do Perfume6576886-MITOS-EGIPCIOSHISTÓRIA GERAL DA ÁFRICAApostila Arte Egipcia_formatadoResoluçao Manual Historia7Leitura Do Texto - Undertanding Early ... RedeEn - Roubado - 02 - Calor RoubadoA Influência Do Latim Sobre a Língua InglesaMelancia - É Hora de Comer Melancia - Alimentos - NutriçãoArquitetura Na AntiguidadeConstitucoes Dos Estados Arabes_HistóriaMitos Egípcios1ArteEgipciaMore From Victor AmoraSkip carouselcarousel previouscarousel next Artefatos LiticosBudismo Tibetano- Primeiros PassosAlterações GenéticasA Fotografia ArtisticaREDAÇÃO MT1Footer MenuBack To TopAboutAbout ScribdPressOur blogJoin our team!Contact UsJoin todayInvite FriendsGiftsLegalTermsPrivacyCopyrightSupportHelp / FAQAccessibilityPurchase helpAdChoicesPublishersSocial MediaCopyright © 2018 Scribd Inc. .Browse Books.Site Directory.Site Language: English中文EspañolالعربيةPortuguês日本語DeutschFrançaisTurkceРусский языкTiếng việtJęzyk polskiBahasa indonesiaSign up to vote on this titleUsefulNot usefulYou're Reading a Free PreviewDownloadClose DialogAre you sure?This action might not be possible to undo. Are you sure you want to continue?CANCELOK
Report "Antiguidade Oriental e Clássica"
×
Please fill this form, we will try to respond as soon as possible.
Your name
Email
Reason
-Select Reason-
Pornographic
Defamatory
Illegal/Unlawful
Spam
Other Terms Of Service Violation
File a copyright complaint
Description
Copyright © 2024 DOKUMEN.SITE Inc.