Animales domésticos y electrodomésticos Celso Román

CELSO R O M Á N: Los animales domésticos y electrodomésticos L ^ CARLOS VALENCIA EDITORES i CELSO ROMAN Los animales domésticos y electrodomésticos Ilustraciones de Olga Cuêllar (§ C A R L O S BOGOTÁ V A L E N C Colección i n f a n t i l y j u v e n i l N s 41 Contenido Primera edición: Junio de 1993 Carlos Valencia Editores © Celso Román Derechos reservados sobre esta edición: Carlos Valencia Editores Apartado 22197, Bogotá LOS Q U E HABITAN LA S A L A Y E L C O M E D O R El reloj de la pared Ilustraciones: Olga Cuéllar La grabadora 15 La aspiradora 1g La radio 11 23 I S B N 958-9044-87-5 LOS Q U EHABITAN E L PATIO Y E LC U A R T O D E ROPAS El lavadero 29 La lavadora 33 La máquina de coser La plancha LOS 37 41 Q U EHABITAN La televisión LAALCOBA 47 Las videocaseteras 51 El secador de pelo 55 El calentador de agua LOS Q U EHABITAN El cuchillo eléctrico La licuadora La nevera La batidora Impreso por: PANAMERICANA Formas e Impresos S.A. Impreso en Colombia Printed in Colombia 69 73 La tostadora 77 81 59 LA COCINA 65 Y E L BAÑO A P A T R I C I A , MARÍA Y V A L E N T I N A Q U E S A B E N E S T O S JOSÉ F A B I A , Q U E R E R A N I M A L I T O S Q U E H A B I T A N LA A Q U E A L A S T O D O S T R A B A J A N CASA. M U J E R E S L O S C O N DÍAS E L L O S . El autor LOS QUE H A B I T A N LA SALA Y EL COMEDOR R E L O J D E LA G R A B A D O R A A S P I R A D O R A R A D I O P A R E D . E l Reloj de la Pared sabe que algunas personas lo m i r a n c o m o l o q u é es: c o m o u n simple cangrejo v e n i d o de las p r o f u n d i d a d e s del m a r d e l t i e m p o . para la p o s i b i l i d a d de bellos sueños.El reloj de la pared CUANDO TODOS DUERMEN Y CUANDO TODOS ESTÁN están despiertos. de u n e n c u e n t r o para la felicidad. sabe que l o m i r a n c o n ojos preocupados p o r el t i e m p o i n m e d i a t o de u n a cita de a m o r . piñones y u n a m a ñ o que les daba cuerda). Cuando todos trabajan y cuando todos descansan. que b u r b u j e a m i n u t o s y segundos h o r a tras hora. L e gusta la j u v e n t u d . hay alguien que monta guardia. E l Reloj de la Pared es c o m o sus p r i m o s los crustáceos de los mares profundos. pegado a la p a r e d c o m o u n cangrejo q u e r e m o n t a la playa en la bajamar. Sólo cambia el ritmo de su caminar cuando se acerca una muchacha y le pregunta la hora. y se inspira en la hermosura del m u n d o . con la diferencia de que ha escogido la luz. Suelta segundos. le parecen hermosas todas las j ó v e n e s y sobre t o d o . Y n o p o r q u e sea b o n i t a o fea se e m o c i o n a el Reloj de la Pared. hay alguien que no cesa. el aire. 11 . con ruedas volantes. M a r c h a y m a r c h a c ó m o u n soldadito de c o r a z ó n de cuarzo (antes lo tenían de rubí. suelta m i n u t o s y suelta horas sin descansar. arrastran las chancletas. l o m i r a n de reojo y l o ven c o m o u n t e r r i b l e m o n s t r u o m a r i n o que la m u e r t e h a enviado para marcarles el poco t i e m p o que les q u e d a antes del zarpazo final.EL RELOJ DE LA PARED Otros. El amor ni siquiera lo ve. Se pasean f r e n t e a él. de la tristeza y el fracaso. »3 . Los enamorados. l o ven c o m o u n juguete. mascullan algo entre pocos dientes amarillos. p o r el c o n t r a r i o . en cambio. lo ven con los ojos de la frustración. sobre la o n d u l a d a línea de u n a sonrisa. ¿Dónde n o existe u n cásete ya m u y viejo que conserva. y l o que es más i m p o r t a n t e . p o r q u e c u a n d o alguien ve al ser amado al oír u n a canción. elefantes y otros. ha guardado la esencia de todos. la Grabad o r a se siente a gusto sobre mesitas de c e n t r o o sobre repisas de m u c h o s pisos. ella es la memoria de la casa. frescas.AUNQUE PAREZCA IMPOSIBLE. que se ha vuelto una enamorada total. H a b l a m o s de los enamorados e n general. Se a l i m e n t a c o n p e q u e ñ o s casetes. le p e r m i t e n recordar. C o n su c u e r p o macizo y descomplicado. al l a d o de esos rechonchos elefantes de porcelana esmaltada que campean c o m o reyes entre caballos encabritados y bailarinas de v i d r i o . C o n la música viene la i m a g e n de la persona. claro c o m o la luz de dos estrellas e n el cielo de u n a cara. c o n t o d o y el b r i l l o de los ojos enamorados. la Grabadora viene en su a u x i l i o y es capaz de r e p e t i r l e t o d o el día esa melodía. c o m o flores de u n j a r d í n sin 5 l . LA GRABADORA TIENE una memoria semejante a la de los enamorados elefantes. t a n nítida c o m o si estuviera ahí. que v i e n e n a ser c o m o las pacas de h e n o y h i e r b a que le sirven de a l i m e n t o . H a h e c h o p r o p i o s los amores de otros. La Grabadora ha repetido y repetido tantas canciones de amor. 17 una . que fácilmente las c o n f u n d e n c o n hembras d e l r e b a ñ o . las voces de alegría de alguna navidad olvidada? L a Grabadora detiene los años e n el o í d o . pues ellos también tienen excelente memoria para el bendito amor. y guarda el a m o r e n su corazón.LA GRABADORA t i e m p o . ¿Han n o t a d o los p e q u e ñ o s radios y las mini- grabadoras que de vez en c u a n d o aparecen e n las casas y n o sabemos quién las trajo? A h o r a p u e d e n estar seguros: son los hijos de las coquetas Grabadoras y los rechonchos elefantes de porcelana. del murmullo y el turbión de los huracanes pleno prisioneros. los t r a s f o n d o s de las alfombras. La Aspiradora tiene el corazón lleno de esa fuerza. los universos de p o l v o . aspira volver a e n c o n t r a r l o . Está exactamente al o t r o lado d e l espejo. las m i g a j a s de p a n . L a g r a n d i f e r e n c i a c o n el ventarrón de l a c o r d i llera estriba en que la A s p i r a d o r a n o está delante. C o n su t r o m p a de ansioso oso h o r m i g u e r o . pasa y repasa soplando de p a r a a d e n tro el m u n d o de la casa que le ha tocado e n s u e r t e . las hendijas de la madera. las esquinas del cieloraso. su retráctil probosis de r e c h o n c h o elefante sin patas. L l a m a el t o r b e l l i n o . e n la f r o n t e r a d e los guardaescobas. las monedas perdidas. l o busca c o n tanta i n s i s t e n c i a que atrae hasta su v i e n t r e las p e q u e ñ a s a r a ñ a s . Ella q u i e r e r e c u p e r a r c o n ansiedad esas c o r r i e n t e s que l a m e n incansables las aristas de las m o n t a ñ a s hasta redondearlas. sino detrás de la corriente. l o l l a m a y l o l l a m a . los o s c u r o s fondos de la i n t i m i d a d de los sillones. la Aspiradora recorre los rincones.La aspiradora LAS ALTAS MONTAÑAS LE REGALARON EL AMOR p o r el v i e n t o que acaricia los helados p á r a m o s y l o s h ú m e d o s c a ñ o n e s p o r d o n d e r u g e n los ríos y c o r r e l a neblina. *9 . los sueños y deseos que se s a l i e r o n d e l bolsillo y cayeron en l o oscuro. LA ASPIRADORA Interroga a todos los que va encontrando. tal vez n o esté lejano. Nada de valor. el cielo azul y u n a n u b e lejana. N o pierde la esperanza de que alguno le traiga noticias de sus páramos y sus riscos. 21 . Busca y busca con su nariz husmeadora. vendrá u n huracán a llevarla a las montañas que ama. llena su vientre u n a y o t r a vez p e r o nadie le trae noticias. De vez en c u a n d o la sacan al patio y en u n a caneca desocupan su vientre abotagado y a h i t o . L a A s p i r a d o r a aprovecha ese instante para m i r a r el sol. Se l l e n a de o p t i m i s m o y sabe que u n día. Sólo a m o n t o n a polvo y basurilla. le da las gracias. L a R a d i o es e n ese instante u n verdadero pájaro de la f a m i l i a de los loros. cantan al amanecer y luego u n p o q u i t o p o r la noche y así pasan la vida. A veces canta desde m u y t e m p r a n o y sueña y dice cosas d u r a n t e t o d o el día. Los hay de varias clases: desde los que permanecen e n su sitio t o d o el día. d e l trapero. El la a c o m p a ñ a mientras llegan los p r i m e r o s sueños. esconde la cabeza debajo de las alas d e l silencio y de la n o c h e . V a al lavadero y canta c o n los pájaros y ella también canta. ya e n t r e d o r m i d a y c o n su cabeza llena de música y noticias. hasta los que se tragan u n par de grandes pilas y c a m i n a n c o n su d u e ñ a mientras ella les conversa y les r e p i t e las canciones al r i t m o de la escoba. y al caer el sol se posa e n la mesita de noche cuando su d u e ñ a va al lecho. E n ese instante el alma de la Radio vuela y se entremezcla c o n los sueños de su d u e ñ a . la a c o m p a ñ a d u r a n t e la cena. vuela y . d e l viejo suéter de b r i l l a r los pisos. Ella. le acaricia e l b o t ó n de apagarlo y le otorga el beneficio d e l silencio. Es como un lorito que dice cosas y su dueña repite lo que él le enseña.La radio £ 5 COMO UN PÁJARO DE MUCHAS VOCES EN LA CASA. que cierra los ojos al apagar sus luces. a u n toque de la m a n o de su d u e ñ a . . despierta al canto de la música. A l llegar el amanecer el alma de la Radio busca su n i d o en el aparato y c o n el p r i m e r rayo de sol.LA RADIO disfruta t o d a la noche p o r e n t r e los árboles que florecieron y f r u c t i f i c a r o n d u r a n t e el día al r i t m o de las canciones y de las buenas noticias. LOS QUE H A B I T A N EL PATIO Y E L CUARTO DE ROPAS E L LA LA LA L A V A D E R O L A V A D O R A M A Q U I N A P L A N C H A D E C O S E R . u n castillo c o n el foso p o r d e n t r o . 2 9 .El lavadero A B U E L O DE LA LAVADORA. Su h u m e d a d favorece las plantas y casi siempre a su sombra hay materas de flores. o tarros sembrados c o n m a n z a n i l l a y yerbabuena. u n a fortaleza cúbica y sólida c o n t r a las acechanzas de la suciedad. Una muchacha enamorada le llena el corazón con la miel de sus canciones. Es u n a m o n t a ñ a de agua. E l Lavadero p e r d o n a y p u r i f i c a con su cascarón de c e m e n t o y p i e d r a p ó m e z . Ella canta y la r o p a sucia l l o r a el pecado de la m u g r e . A l lado de tanta agua siempre hay musgo y v i e n e n las palomas y los pájaros a beber c u a n d o el día se d u e r m e en los patios después d e l a l m u e r z o . A las tres de la tarde el Lavadero canta. EL VIEJO LAVADERO f u n c i o n a todavía en muchas casas h u m i l d e s y lo hace con la caricia de las manos y el cariño del agua. L e gustan el r i t m o d e l agua y las canciones de la j o v e n lavandera. el lavadero guarda los secretos de la r o p a . la r e t u e r c e n . N o le gusta estar desocupado. c o n t o d a su experiencia. 3 1 . Por eso le gustan esas manos que enjabonan la r o p a . la acarician y le regal a n sus mejores recuerdos y sus más bellos sueños.EL LAVADERO A m e d i d a que él lava y ella sueña. amores y pasiones. sabe que existe en la vida u n a sed que n o la calma el agua sino el amor. c o m o u n a cueva sin f o n d o y sin sentido. E l viejo Lavadero. pues entonces se siente c o m o e l cráter de u n volcán apagado. conserva recuerdos. la enjuagan. A l salir de la Lavadora. todo. o subir al sol de las azoteas a r e c i b i r el abrazo d e l viento. e n el c o n s u l t o r i o d e l m é d i c o . recuerda su pasado de llanuras infinitas r e m e d a n d o c o n torpeza u n tembloroso y pesado galope en la última parte de su ciclo de lavado. 33 . encarar c o n o p t i m i s m o el trabajo e n el c u e r p o de los obreros. macera las manchas. ESTE ANIMAL electro-doméstico. tiene o r i g e n volcánico. Se le hace la boca agua con las manchas de camisas y pijamas. de pantalones y sábanas. A la ropa. lucirse e n las muchachas enamoradas. L i m p i a y l l e n a de luz se siente o t r a vez nueva y espera c o n ansiedad vestir a los niños. que es el uso. Ruge c o m o el volcán d o n d e nació. todo le gusta y lo disuelve en la espuma de sus jugos gástricos. las d e r r o t a e n el t o r b e l l i n o generado p o r la e r u p c i ó n de su agitado v i e n t r e . blanqueada. T o m a su trabajo en serio. revive su furia geológica y su i r a telúrica cada vez que la aturugan de r o p a sucia. Su alimento es la mugre de la ropa. las deshace. vuelve a empezar la vida de la r o p a . lista para salir al cielo d e l p a t i o . Maciza c o m o u n r i n o c e r o n t e . Su boca es u n a b a r r i g a r e d o n d a que da vueltas y vueltas a la r o p a hasta que la deja c o m o p u r i f i c a d a .COMO SU N O M B R E LO I N D I C A . le gusta esa sensación agradable de vivir. simplemente. en u n a esquina que huele a j a b ó n . sabe que tarde o temprano recibirá en su vientre los viajes de la ropa. Ahora está quieta. N o puede moverse c o m o u n e n o r m e a n i m a l que r a m o n e a y vaga p o r las sabanas. . y en su ciclo de lavado soñará que galopa bajo un cielo infinito. tranquila.LA LAVADORA Mientras tanto. la Lavadora espera con paciencia. La máquina de coser HEREDERA DE LA T R A D I C I Ó N DEL COSTURERO. sobre la r u t a trazada por u n a tiza de b o r d e afilado. A m a la música de los cortes en u n a a m p l i a mesa de m a d e r a brillante. 37 . Allí a p r e n d i e r o n los niños a leer mientras m a m á cosía y r e m e n d a b a . T o d o ese pasado se c o n c r e t ó e n la m á q u i n a extraña. ejecutado p o r espadas y yataganes de madera. que siguió siendo el mismo cuarto de costura. desde las camisas de cuadros que p e r d i e r o n u n b o t ó n . Allí se habla y se habla m i e n t r a s se trabaja c o n el h i l o y c o n la aguja. e n el c a m i n o i n d i c a d o p o r el m e t r o . armas de las costureras y los sastres. Por la Máquina de Coser pasa la historia de la ropa de la casa. sale y e n t r a h a c i e n d o e n la tela u n c a m i n o de hilo Le gusta trabajar y ama conversar en su palacio. es hija d e l hilvanado a m o r de m u c h o s años de costuras. las canciones se v o l v i e r o n viejas y p o r la ventana pasó el m u n d o sin decírnoslo. patrones de modistería y run-runes de tijeras. de u n solo brazo y u n a cabeza t e r m i n a d a en la m a n d í b u l a que tiene u n d i e n t e de aguja que e n t r a y sale. y sin darse cuenta. r e m i e n d o s . E n ese lugar. hasta las que v o l v i e r o n a u n a p r i m a v e r a efímera c u a n d o ella las rejuveneció volteándoles el cuello y los puños. de cualquier tela que después d e l uso acaba finalmente c o m o trapo d e l p o l v o . lim- piándola o aceitándola y son entonces como el ala de una golondrina que roza una pirámide: sienten la eternidad y después se van para siempre. de u n pantalón. 39 . de u n a camiseta. Ella es casi eterna si se c o m p a r a c o n la duración de unas medias.LA MÁQUINA DE COSER Mientras la Máquina de Coser cura la r o p a vieja. las prendas t i e n e n t i e m p o de contarle sus breves historias. Un día llegan a acariciar la Máquina de Coser. Esos chiros de desempolvar se vuelven unos nómadas que r e c o r r e n la casa c o m o r e c o g i e n d o sus pasos antes d e l último viaje. h a c i e n d o las eras de las líneas de los pantalones. Le gusta empezar c o n la r o p a blanca. c o n la paciencia de u n campesino que recoge su cosecha t e m p r a n o . m e t i e n d o su p i c o aplan a d o y t r i a n g u l a r p o r e n t r e los vericuetos de las costuras. recién lavada. hasta que le llega el m o m e n t o de t o m a r su a l i m e n t o : las arrugas de la r o p a . 4 1 . alisando el r e p o l l o de los bolsillos. L e gusta la r o p a l i m p i a .La plancha A LA PLANCHA L E GUSTA LA BUENA COMPAÑÍA. a p o r c a n d o la raíz de los botones. acabada de secar al sol. c o n la salida del sol. C o m e con calma. e n los altos de u n closet. L a Plancha es silenciosa y calmada. C o m e y c o m e arrugas c o n c u i d a d o . es capaz de esperar o c h o o q u i n c e días e n u n a cajita. Come y come arrugas m i e n t r a s oye música. descansa de vez e n c u a n d o sobre u n a lata de tarro de galletas o u n a r m a z ó n de alambre. LA PLANCHA E l desordenado m o n t ó n de arrugas se vuelve u n a o r d e n a d a m u r a l l a de r o p a planchada. la desenchufa y deja que su t i b i o sueño p o r fin t e r m i n e . L a deja hacer h a m b r e e n la p e n u m b r a del closet. la gente de la casa sigue fabri- cando arrugas para gusto de la Plancha. Afuera. en el mundo. U n a m u j e r descansa. 43 . LOS QUE H A B I T A N LA A L C O B A Y EL BAÑO LA LAS TELEVISIÓN V I D E O C A S E T E R A S E L C A L E N T A D O R E L S E C A D O R D E D E P E L O A G U A . L e h a n colocado u n parapeto. v i n i e r o n a mezclarse con los r e c h o n chos pájaros de la n o c h e .La televisión ES HIJA DE LAS AVES DIURNAS. que pocas veces dice. c u a n d o se sienten solos. c o n sillones. Es pájaro que sabe hechizar con su plumaje. uno no sabe por qué extraños azares de la vida. E l pájaro sabe volverse necesario y canta sueños. trasnochador y escandaloso. A veces hace l l o r a r . insiste tanto e n la m o n o t o n í a . Sin embargo. p r o p o n e i m a g i n a c i o n e s . a la familia le gusta. De semejante cruce n o p o d í a salir o t r a cosa: u n pajarraco d i c h a r a c h e r o . l o apaga. El pajarraco duerme con llamado Televisión también se u n z u m b i d o azul y u n a l l u v i a de vibraciones hasta q u e el último televidente (así se llaman los observadores de estos pájaros) se despierta a m o d o r r a d o . hace reír. da destellos de la f e l i c i d a d . u n a estaca de l o r o que más parece u n altar a la sombra de u n alar e n el i n t e r i o r de la casa. canta o muestra algo que valga la pena. ESCANDALOSAS y de vuelo rastrero que. hechiza a los n i ñ o s c o n sus plumas de luces y colores. cojines y sofá para contemplarlo cómodamente. E n la casa l o m i r a n c u a n d o están tristes. que al fin la gente se queda d o r m i d a . c u a n d o el t i e m p o pesa demasiado. l o c u b r e c o n u n a r u a n a 47 . c o m o cuando u n a d a m a sola c u b r e la j a u l a de los p e r i q u i t o s prisioneros. 49 . Así viven agradecidos. M u c h o s n o consideran la Televisión c o m o u n pájaro hechicero. y les parece encontrar la felicidad. la l l a m a n "la cajita mágica"y se van a d o r m i r s o ñ a n d o los sueños que ella les p r o p o n e .LA TELEVISIÓN vieja y le desea u n a b u e n a n o c h e . Las videocaseteras PARECEN HABER MIGRADO DEL LEJANO NORTE. N a d i e tiene m u y claro c ó m o aparecieron. Así c o m o la G r a b a d o r a se a l i m e n t a de sonidos empacados en casetes. parasitando los n i d o s de las Televisiones. O tal vez llegaron traídas por un huracán perdido. Su e n o r m e a d a p t a b i l i d a d y su p o s i b i l i d a d de satisfacer todos los gustos h a n h e c h o que la familia las 5 1 . obras maestras del Séptimo A r t e y pornografía barata. las Videocaseteras se mantien e n c o n imágenes encapsuladas. un simún. Para comer son p o c o exigentes: p u e d e n p r o b a r de t o d o : clásicos del cine y basura enlatada. sacan cables c o m o tentáculos succionadores y se c o m u n i c a n c o n ellas. A pesar de ser macizas y pequeñas. de la fría E u r o p a y d e l r e m o t o O r i e n t e . casi de la noche a la m a ñ a n a . Tienen ese gusto indelicado y basto que permite sobrevivir a la mayoría de los parásitos. casi n u n c a e n c i m a . un siroco o un monzón extraviados. un tifón desmadrado. las Videocaseteras d o m i n a n . Se les m e t e n a u n lado. Es c o m o si le r o b a r a n la personalidad a la frivola Televisión obligándola a c o n t a r historias de tierras lejanas. p e r o se v o l v i e r o n comunes en las casas. tan diversas que p u e d e n variar desde u n a leyenda de a m o r en Italia hasta u n a guerra interplanetaria o u n d u e l o en el lejano Oeste. casi siempre debajo. de cualquier cosa. A veces los espectadores q u e d a n satisfechos. La familia recibe una pista de lo que puede ser la felicidad. r e n i e g a n d e l i n t r u s o ("se pone uno de bueno a adoptarlo y mire cómo le paga").LAS aprecie y VIDEOCASETERAS h a n c o n t r i b u i d o a aliviar la soledad y a m a n t e n e r l a u n i d a c o n espejismos alquilados. d e l vuelo de u n águila o la aparición de u n h é r o e . c o n el alma l l e n a de o p t i m i s m o y la vida p l e n a de alegría. d e l c l i m a de esta c i u d a d . felices de p o d e r ver u n a película entera sin la t o r t u r a de los comerciales que i n t e r r u m p e n la acción en m e d i o de u n a batalla. A p a g a n el aparato antes de acabar la película ( t a n mala es). d e l destino d e l país. m u c h o m e j o r que esto que nos ha tocado e n suerte. de u n beso. De vez e n c u a n d o la Videocasetera muestra u n a j o y a de la i m a g e n y todos q u e d a n satisfechos. d e l señor presi- dente. Esa n o c h e la f a m i l i a se va a la cama c o n l a triste sensación de haber p e r d i d o el d i n e r o . pues los males siempre asoman cuando la alegría baja la guardia. de que la vida podría ser mejor. 53 . Otras veces o c u r r e l o c o n t r a r i o . e n p e l i g r o de m o r i r de sed. o el viento del desierto EL PLANETA Se acaban SE ESTÁ SECANDO. y que es posible vivir en u n m u n d o sin agua. Sólo le interesa que el erial. Allí amenaza peinillas y peinetas c o n su tufo caliente y su afán de secar hasta e l i m i n a r toda humedad. p e r o n o saben que su cabellera es c o m o u n bosque vivo. E l Secador de Pelo es u n o de esos animales. los bosques.El secador de pelo. e n los tocadores de las damas. que son agradables las altísimas temperaturas. Las señoras e n e l tocador c i e r r a n los ojos y se r e m o n t a n al verano. en los salones de belleza y en las peluquerías. N o sabe hacer o t r a cosa. Empieza c o n el cabello y sopla c o n toda su fuerza. se dan cuenta que están en u n lugar que m o m e n t o a m o m e n t o se hace más y más cálido. C u a n d o los a b r e n . avanza el desierto. Es u n h i j o d e l d e s e q u i l i b r i o y cree que el desierto es b u e n o . c o m o si quisiera tostar el c u e r p o de la señora. C o m o si la bestezuela d e l desierto 55 . sometido al ventarrón d e l verano. Muchas damas creen hermosear su cabello al someterlo a ese soplo caliente. Se ha colado e n los nidos de los cepillos. la erosión y las grietas avancen. y con él las bestezuelas que se han adaptado a vivir en ese ambiente reseco. r e c u e r d a n las vacaciones y el sol abrasador. recién lavado. Algunas incluso han dejado de usar el secador y con el cabello suelto. los alacranes. L a vida será cada vez más difícil y el planeta e n t e r o será para las cucarachas. hermoso y fresco como un bosque después de la lluvia. 57 .EL SECADOR DE PELO las h u b i e r a h i p n o t i z a d o y las llevara i m p e r c e p t i b l e m e n t e a su g u a r i d a d o n d e las va a devorar asadas. u n día apagarán el secador de pelo y t o d o continuará q u e m á n d o s e . siembran árboles para luchar contra el desierto. los secadores / / de pelo y los demás seres capaces de vivir en u n horn o azotado p o r las tormentas de arena. Muchas damas saben esto. De seguir así. El calentador de agua wr~m LA N A T U R A L E Z A J U E G A CON U N A SOLA BARAJA infinita. 59 . Es m u y r a r o e n c o n t r a r l o e n lugares demasiado cálidos. C o m b i n a y r e c o m b i n a sus hijos y sus circunstancias para crear seres aparentemente imposibles. Uno de esos seres es el Calentador del Agua. el calentador del Agua pelea c o n t r a el frío y l i b e r a para los seres h u m a n o s el líquido calor de su v i e n t r e . inconcebibles. en ambientes urbanos. E l Calentador d e l A g u a hace l o m i s m o ... en casas de familia. son y su árboles pariente. El inmenso el M a c o n d o Baobab africano d e l Caribe. habituándose a c o n t e n e r entre su v i e n t r e grandes cantidades de agua a altas temperaturas. E l g r a n esfuerzo que i m p l i c a calentar el agua exige u n e n o r m e c o n s u m o de energía. e n apartamentos. M i e n t r a s el M a c o n d o y el Baobab l u c h a n c o n t r a el sol y la evaporación. p e r o c o n u n a diferencia f u n d a m e n t a l : habita en climas fríos. de lugares secos y espinosos: ellos h a n a b o m b a d o sus troncos para almacenar agua y sobrevivir a las larguísimas sequías d e l trópico. Pertenece a ese escasísimo p u ñ a d o de seres que se h a n adaptado a vivir e n lugares de aguas termales. y cuando nos bañemos con agua caliente. que depende de los árboles que n o nos ocupamos e n cuidar? Tal vez un día aprendamos a ver la vida en su verdadera esencia.. la lluvia y el mismo arco iris. Es posible que ese día decretemos la libertad para los Calentadores del Agua. 61 .EL CALENTADOR DE AGUA L a e n e r g í a es p r o d u c i d a p o r el agua almacenada en las represas. Es agua traída p o r la lluvia.. cerraremos los ojos y veremos los árboles. ¿Arboles? ¿Quién cuida a los árboles? ¿Acaso los que se bañaron c o n agua caliente saben que el Calentador es c o m o o t r o árbol. c o n ramas de tubos y raíces de cables. Es lluvia atraída p o r los árboles. LOS QUE H A B I T A N LA COCINA • E L C U C H I L L O ELÉCTRICO • L A L I C U A D O • LA N E V E R A • LA B A T I D O R A • LA T O S T A D O R A RA . moderna e integral cocina tiene el extraño Cuchillo Eléctrico. nace la esperanza y el A ñ o N u e v o abre la p u e r t a de los sueños para que t o d o l o b u e n o sea posible. de buenos tiempos con la familia reunida. Por eso disfruta las r e u n i o n e s y los agasajos. c u a n d o los invitados ya h a n t o m a d o algunos tragos y las cosas se hacen más descomplicadas. Es u n a peligrosa bestezuela de l u j o . E n la N a v i d a d se p e r d o n a . que hacen u n gesto y se llevan la m a n o a la boca. c u a n d o debe cortar c o n su m a n díbula retráctil las delgadas lonjas de u n b r i l l a n t e j a m ó n h o r n e a d o o de u n d o r a d o pavo r e l l e n o . también la doméstica. A l C u c h i l l o Eléctrico l o sacan c o n c u i d a d o en las grandes ocasiones. El Cuchillo Eléctrico es parte de la fiesta. sabe que él es una especie de símbolo de la alegría. capaces de causar envidia disfrazada de asco e n las caras de los señores y grititos de m i e d o en las señoras.El cuchillo eléctrico ASÍ COMO LOS AZULES PROFUNDOS. TRANSPA- rentes y soleados mares tropicales t i e n e n al alargado pez-sierra. Es c o m o tener u n a tarántula e n u n a caja de v i d r i o o u n a serpiente e n u n t e r r a r i o . u n a mascota que se muestra en las fiestas c o n u n cierto o r g u l l o m o r b o s o . Justifica su existencia e n los instantes e n que r e i n a la alegría y la gente está feliz. c u m ple su trabajo a cabalidad en los pocos instantes en 65 . se conserva afilado y eficiente. cada vez se le ve menos. El C u c h i l l o Eléctrico vive muchos años. es como' u n ermitaño y sabe que debe vivir intensamente cuando lo sacan a la luz.EL CUCHILLO ELÉCTRICO que tiene la o p o r t u n i d a d de mostrar sus cualidades. 67 . Podrá tener aspecto amenazador. Es c o m o esos animales que desaparecen a m e d i d a que desaparecen los bosques. pues con el creciente a u m e n t o del costo de la vida. Le gusta vivir. a la alegría del trabajo y a las fiestas de la familia. pero le gusta la alegría. d e p e n d e n de los h u m a n o s p a r a sobrevivir y trabajan a gusto si se les trata con cariño. las ha vuelto irascibles. verduras..¿Quién no se vuelve cruel ensangrentándose al menos una vez a la semana con un puñado de moras de Castilla. pulpas y carnes. Como la mayoría de los animales electrodo- mésticos. g a n á n d o s e la maldición de la cocinera. se e n c a b r i t a n y lanzan pedazos de fruta. T a n t o despanzurrar frutas. a veces atacan: la b o c a r r e d o n d a o la bocacuadrada hacen volar la tapa. d e p e n d e la d u l z u r a de los p e r f u m a d o s j u g o s que t o m a n los niños. que las Licuadoras n o son seres apacibles: a veces se salen de casillas. Así c o m o e n los peces existen variedades rayadas o punteadas de u n a misma especie. De ellas y de su b u e n genio. Pero atención.. la L i c u a d o r a prefiere c o m o a l i m e n t o las frutas. e n las Licuadoras se d i s t i n g u e n dos variedades: b o c a r r e d o n d a y bocacuadrada. o los reconfortantes caldos que t o m a n sorbo a sorbo los convalecientes. o desgarrando el blando corazón de una guanábana? Acostumbradas a t r i t u r a r y a desmenuzar con u n r u g i d o .1 La licuadora PERTENECIENTE A LA FAUNA DE LA COCINA. Se diría que hasta crueles. 69 . cae e n la t r a m p a de creer que la L i c u a d o r a está atascada y c o n total i m p r u d e n c i a toca las aspas con u n a cuchara de palo que se r o m p e . Y l o que es peor.. la de su d u e ñ a . saltan chispas. hace p e r d e r el e q u i l i b r i o .. 7i . que u n día con ese afán de "me dieron las doce y esta mugre no quiere funcionar".1 LA LICUADORA Algunas van m u c h o más allá.. cae el vaso. a veces el z u m o de las frutas se mezcla c o n el j u g o de los cuerpos.y después la cocina es c o m o u n campo de batalla c o n los restos de u n ejército en d e r r o t a . son iguales la sangre de las moras y la sangre de las venas. y buscan la otra sangre. a través de la m a l l a q u e l a dejaba respirar. ocupaba el r i n c ó n más fresco de la cocina y allí. día y n o c h e . la antigua despensa. p e r o la bajaron de sus cumbres y la c o n d e n a r o n a la cárcel de u n a caja. E l l a c u m p l e c o n su d e b e r y r o n c a y r o n c a sin p a r a r . Era a m p l i a y ventilada. la e d a d d e l h i e l o . L a Nevera es la cárcel sellada. se colocaban las verduras e n manojos. las frutas e n canastos. E l aire de la despensa era u n a atmósfera de cated r a l p e r f u m a d a p o r hierbas aromáticas. los granos e n tarros y los quesos bajo u n a c ú p u l a de anjeo. L a p u e r t a m o s t r a b a a la c o c i n a . el t r i u n f o de las amenazas e n n o m b r e de la h i g i e n e . La obligaron a ser fría y por eso llora día y noche con un rumor constante y un ronquido interminable de gran animal asmático. m u r m u r a y m u r m u r a su l l a m a d o al frío. la b o n d a d de la a b u n d a n c i a que encerraba e n su v i e n t r e .1 La nevera V E N I D A D E LAS M O N T A Ñ A S MÁS A L T A S . u n a víctima de la m o d e r n i d a d . pues ya quisiera haber sido c o m o su abuela. c o m o en u n altar l l e n o de ofrendas a la vida. SU N O M B R E l o dice t o d o : "neve-era" (nieve-era) allá arriba. 73 . Ella es u n a p r i s i o n e r a de su destino. Ella n o era fría c o m o la Nevera. la c i u d a d . es u n o de los responsables d e l calentamiento d e l Planeta. no son otra cosa que las lágrimas del frío. Cuando le abrimos la puerta y después la portezuela del congelador. u n o de esos.LA NEVERA L a Nevera n o sabe que el gas que le circula p o r e n t r e sus tripas. c u a n d o se l i b e r a . el m u n d o e n t e r o . estuviera c o n v i r t i e n d o en u n h o r n o la casa. Ib . Acaso la nevera sea u n o de los animales electrodomésticos más tristes d e l m u n d o . las estalactitas de hielo y la escarcha que le llena su corazón. Es c o m o si su desmedido afán de e n f r i a r cuanto le p o n e n e n e l vientre.enormes y tristes osos blancos sacados de sus tundras para encerrarlos e n la j a u l a de u n z o o l ó g i c o . u n desarraigado de los páramos. la crema y el azúcar que después el h o r n o transformará e n u n a torta de d o r a d a corteza h u m e a n t e . 77 .c u a n d o le l l e n a n el vientre c o n claras de huevo que agita y revuelve hasta e l " p u n t o de nieve" que va a c u b r i r c o m o u n nevado de blanca espuma la c o r d i l l e r a de u n p o n q u é de c u m p l e a ñ o s o la c o l i n a de u n postre. L a B a t i d o r a z u m b a c o n a r d o r —y tal vez con una pequeña furia de río revuelto. v i o l e n t a . E l l a ataca unas papas hervidas y las vuelve p u r é como si f u e r a n rocas cretácicas en un sismo primigenio. los dos tenedores de b a t i r las claras de los huevos. una Batidora. las claras y las yemas. L a B a t i d o r a v i n o a desplazar a sus abuelos. Ella se siente telúrica. Ella es u n c o m p l e j o a n i m a l destinado a p r o d u c i r u n r e m o l i n o en miniatura. E n su v i e n t r e o c u r r e el naufragio final de la h a r i n a . y al m o l i n i l l o . allí nace un remolino y con él.DONDEQUIERA Q U E U N R Í O SE E N C A J O N E ENTRE peñascos o que u n a e n o r m e roca l o o b l i g u e súbitamente a u n a forzada vuelta. que se q u e d ó para siempre r e d u c i d o a b a t i r el chocolate. t e r r i b l e m e n t e geológica c u a n d o sus mandíbulas rotatorias r e p r o d u c e n e n p e q u e ñ a escala la t u r b u l e n c i a de los grandes ríos en invierno. Vuelven a salir el m o l i n i l l o . 79 . y a veces la r u e d a de la vida da u n a vuelta c o m p l e t a y parece que el pasado regresara p o r u n instante. para que los olvidados pájaros de la cocina salgan a l u c i r sus p l u m a s al sol. para recordarnos que a veces olvidamos las cosas sencillas y nos dejamos deslumhrar por las fieras míticas de la modernidad. el m o l i n o de m a n o .LA BATIDORA Los tiempos c a m b i a n . la b a t i d o r a se aletarga y se disminuye c o m o u n río apocado p o r el verano. se abriera u n a ventana hacia el pasado. Es c o m o si e n u n a pausa d e l presente. Vuelan para demostrar que siempre e n sus colores h a n guardado l a esperanza. las piedras de m o l e r . E n los tiempos en que escasea la luz eléctrica. el cedazo. b r i l l a n n o se sabe cuáles más. Esa es la razón de ser de la Tostadora.se a b r e n c o m o rojas rosas que h a b l a n d e l a m o r . O TAL VEZ u n a canción: En un corazón de fuego se quema mi amor. Dos cosas i n f l u y e n en su t e m p e r a m e n t o : el estado del t i e m p o y el b u e n o m a l h u m o r de la gente e n el instante e n q u e todos se r e ú n e n .YA LO DIJO A L G U N A VEZ U N POEMA. 81 . el secador de pelo y todos aquellos animales q u e m a n t i e n e n e n su i n t e r i o r la p o s i b i l i d a d d e l fuego c u a n d o los h u m a n o s los despiertan c o n el accionar de u n i n t e r r u p t o r o la c o n e x i ó n a u n a fuente de energía eléctrica. la p l a n cha. las bocas. De la mesa sube el perfumado aroma del pan tibio desde el propio corazón de la tostadora y llena toda la casa convenciéndonos que es verdad aquello de que pan y amor son una sola cosa. hija d e l volcán y h e r m a n a de sangre d e l calentador. Pero de esta inmensa variedad. hay sol tras la ventana y u n a leve brisa mañanera mueve la c o r t i n a c o m o si fuera la falda de u n a m u c h a c h a que baila. A veces amanecen papá y m a m á llenos de a m o r . es la Tostadora la de g e n i o más cambiante. Acaso se d e b a a que a c o m p a ñ a a la f a m i l i a e n la p r i m e r a h o r a d e l día. si los ojos o las sonrisas. Hay gritos. acariciarlos para que f u n c i o n e n con la energía de nuestro corazón. en c a m b i o . parece c o m o si los rincones se llenaran de m o h o y de reptiles. se pone sombría. M a l d i c e n a la p o b r e tostadora p e r o n o es ella. somos los seres h u m a n o s los que p r o p i c i a m o s los cortocircuitos c u a n d o la vida c o t i d i a n a nos pela los cables en el desgaste de la r u t i n a . el sol n o sale. n o p u e d e c o n t r o l a r su fuego interno.LA TOSTADORA Otras veces. se a m o n t o n a la basura. 83 . L a casa se humedece. sin alegría. Quizás llegue ese día maravilloso en que nos reconciliemos c o n nosotros mismos y entonces n o habrá necesidad de e n c h u f a r los animales electrodomésticos: bastará tocarlos c o n u n a m a n o cariñosa. el p a n se m u e r e calcinado e n el corazón de la tostad o r a que. n o hay d i n e r o .