Andragogia na Educação Universitária

March 25, 2018 | Author: Loureni Reis | Category: Learning, Science, Pedagogy, Psychology & Cognitive Science, Liberty


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44Roberto de Albuquerque Cavalcanti1 Maria Alice Fernandes da Silva Gayo2 1 - Professor adjunto do Depto. de Cirurgia do CCS/UFPB. 2 - Aluna do curso de graduação em Psicologia do Unipê. E-mail: [email protected] Andragogia na educação universitária diretivos – sejam os conselhos escolares locais, sejam as administrações universitárias – tendem a se agarrar tenazmente ao passado, promovendo apenas mudanças simbólicas. É provável que nossas escolas sejam mais prejudiciais que benéficas ao desenvolvimento da personalidade e exerçam uma influência negativa sobre o pensamento criador (ROGERS apud GOULART, 2001, p.82). Nosso sistema acadêmico se desenvolveu numa ordem inversa: assuntos e professores são os pontos de partida, e os alunos são secundários.(...) O aluno é solicitado a se ajustar a um currículo pré-estabelecido. (...) Grande parte do aprendizado consiste na transferência passiva para o estudante da experiência e conhecimento de outrem (...) nós aprendemos aquilo que nós fazemos. A experiência é o livro-texto vivo do adulto aprendiz. (LINDERMAN, 1926., apud CAVALCANTI, 1999, p.01) sta afirmação de Linderman, pesquisador da American Association for Adult Education, expressa sua percepção, no início do século passado, de que o ensino formal utilizado na época, para a maioria das atividades educacionais, fôra concebido sobre princípios inadequados. Linderman não estava sozinho em suas críticas. Assim expressava-se Carl Rogers, em artigo publicado em 1964: Num mundo em rápida mudança, os professores e seus conselhos E No século XXI, é preciso vencer essas resistências e abrir perspectivas, novos paradigmas para a educação. Entre 1993 e 1996, a Comissão Internacional sobre Educação para o Século XXI, da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO), desenvolveu um estudo que culminou na produção do “Relatório Jacques Delors”, publicado no Brasil com o título “Educação – um tesouro a descobrir” em 1998, síntese do pensamento das maiores autoridades mundiais sobre educação no final do século XX, sendo investido, portanto, de importância inquestionável para o planejamento de atividades educacionais atuais e futuras. O documento centra suas conclusões na premissa de que a aprendizagem, neste século, deverá se estender por toda a existência da pessoa, correspondendo à perspectiva da “educação permanente”, “educação continuada” ou “Andragogia”. O termo “Andragogia” já fora sugerido em documento da UNESCO no início da década de 1970, com o mesmo significado. CONCEITOS Julho de 2004 I Julho de 2005 a universidade reconheça uma ciência da educação dos homens. a partir de 1973. em oposição à Pedagogia. Voltou a ser utilizado por Rosenstock (1921).23) definiu Andragogia como a filosofia. A Andragogia deve ser entendida como a filosofia. professor alemão. A palavra Andragogia deriva das palavras gregas andros (homem) + agein (conduzir) + logos (tratado. pois seu objetivo não é mais somente a formação da criança e do adolescente. como um dos mais dedicados autores a estudar o assunto. mais recentemente. métodos e professores especiais necessários à educação de adultos. Iugoslávia (Susan Savecevic) e Holanda para designar a ciência da educação de adultos. 45 . para descrever elementos da Teoria de Educação de Platão. ciência). p. CONCEITOS Julho de 2004 I Julho de 2005 Pierre Furter (1973. sob o nome de “andragogia”. Propomos que. coisa que outras universidades estrangeiras já fizeram primeiro na Iugoslávia. referindo-se à ciência da educação de adultos.Origem da Andragogia O vocábulo “Andragogia” foi inicialmente utilizado por Alexander Kapp (1833). nos Países-Baixos. o termo era comumente empregado na França (Pierre Furter). também derivada dos vocábulos gregos paidós (criança) + agein (conduzir) + logos (tratado ou ciência). mas do homem durante toda a sua vida. Essa ciência deve se chamar andragogia e não mais pedagogia. e. Essa ciência compreenderá tanto o estudo das formas de autodidatismo quanto daquelas em que a intervenção de outrem (individual ou coletiva) aparece como indispensável (grifo nosso). obviamente referindo-se à ciência da educação de crianças. a ciência e a técnica da educação de adultos. O nome de Malcolm Knowles surgiu nos Estados Unidos da América. para significar o conjunto de filosofias. ciência e a técnica da educação de adultos. Na década de 1970. mas nem por isso limitadas a essa idade. alguns gratificantes outros desagradáveis. CONCEITOS Julho de 2004 I Julho de 2005 . Marcados assim pelas vivências. do fazer. aprendizados. p. ter consciência. ele “se identifica e se afirma como pessoa. A Andragogia é a resposta para esta necessidade educacional.” (Bach. como tal. o enriquecimento amplo de sua vida. mas realiza suas potencialidades somente quando planeja e escolhe conscientemente”. plenos de significado para si. o adulto se percebe como “ser livre. “o homem não cresce como uma árvore. construindo-se e criando-se a si próprios. progressivas. o adulto aprendiz requer uma filosofia educacional específica. p. Durante sua vida. o adulto orienta seus es- forços para atingir objetivos específicos. vivências essas exclusivamente suas. e como criador de si próprio. Finalmente. como portador de direitos e deveres. liberdade e responsabilidade. vivencia fatos. no campo do saber. no sentido de estar sempre buscando a concretização de suas potencialidades. O desenvolvimento psicológico que ocorre no ser humano ao longo de sua vida produz modificações profundas. como indivíduo distinto e diferente dos demais. Jean Jacques Rousseau foi o primeiro a perceber que crianças não são miniaturas de adultos. fazer escolhas. capaz de tomar decisões. acertos.O adulto na ótica existencial-humanista rianças e adultos são criaturas significativamente diferentes. que vão interagir e interferir em todas suas atividades. realizada através de técnicas que utilizem estas peculiaridades para potencializar seu aprendizado. sua personalidade e sua maturidade psicológica. o adulto tem uma tendência a atualização. o que precisa ser considerado na aprendizagem. Nessa busca. erros. Através da consciência. do poder.77). No dizer de Rollo May (1973. que são incorporadas à sua identidade. tanto no sentido de saber como agir e reagir perante os desafios e problemas existenciais. os princípios compreensíveis das condutas humanas adultas se concretizam na razão. que transformam progressivamente a criança no adulto. do sentir-se gratificado por suas conquistas. como no de arcar com as conseqüências de seus atos e decisões. inclusive no aprendizado.A experiência pessoal é outra dimensão psicológica do adulto. os adultos reagem de forma pessoal diferente perante situações idênticas. Sua consciência e liberdade o tornam sujeito de responsabilidade. 1985. autônomo” e. do ter. 46 A subjetivas.76). través da consciência. mais intensas na C adolescência. Sujeito dessas características. direcionar suas ações para perseguir seus objetivos. Através da razão o homem é capaz de conhecer o mundo e a si mesmo e de conhecer que conhece (reflexão). Considerados pela perspectiva da Psicologia Existencial-Humanista. diferentemente.. autônomo. toma a iniciativa. dotado de inteligência.Comparação entre Pedagogia e Andragogia CONCEITOS Julho de 2004 I Julho de 2005 47 .o aluno.). Ele decide o que ensinar (prepara um programa). o professor age. o modelo pedagógico clássico tem como pilar mestre a total responsabilidade do professor sobre o processo educacional. cabe apenas o papel de submissão e obediência. consciência. experiência de vida e moti- vação interna. con- versus PEDAGOGIA C siderado como agente capaz. fala e os alunos. tem o aluno como sujeito do processo de ensino/aprendizagem... a Andragogia. acompanham. responsável. Diante das características psicológicas dos adultos. Ao aprendiz. cumprindo o papel passivo que lhes cabe nesse planejamento. como fazelo (dispõe sobre o método) e como avaliar o progresso do aluno (.. ao termino da disciplina. Durante as atividades didáticas. O quadro a seguir compara as características das duas ciências segundo seis diferentes critérios: Quadro 1.ANDRAGOGIA oncebido no objetivo de educar crianças. será capaz de. Na disposição física. e algumas vezes tomando notas. que os alunos “ouvem”. procura tirar o máximo proveito das características peculiares dos adultos. Ainda inseguros. mais seguros de si e no propósito de defender seus ideais e objetivos. se supõe que o aluno “es- E tuda” o que corresponde em fixar de memória o quanto lhe tem sido. a platéia. serão punidos com faltas. mais imaturos e dependentes. moderar as discussões. conduzir grupos de estudos de modo discreto. uns poucos saberão superar as dificuldades. cinco ou seis anos. suas inteligências são relegadas a segundo plano frente às exigências de memória. o problema vai-se arrastando com grande ansiedade para o aluno. não há lugar especial para o professor. chegando ao término de seus cursos em letárgica mediocridade. Se tiverem dúvidas (e coragem). que marcará de modo indelével a postura dos educandos frente aos desafios da vida cotidiana. considerando que a “instituição deve estar certa e as coisas são assim mesmo”.. profunda. onde o professor ocupa o palco e os alunos. Os resultados de todo o processo são potencializados. ensinado nas aulas. Será um tempo decisivo. em casa. atingindo uma aprendizagem mais fácil. Devem fazer silêncio. Dentre esses. aceitarão passivamente essa realidade. terão “sucesso” na vida escolar. conteúdos selecionados e estabelecidos unilateralmente pelos professores ou pela instituição.230) Nesse ambiente hostil.Pedagogia clássica na Universidade ducandos que chegam à Universidade. p. reprovações. oralmente. de acordo com a índole e o grau de amadurecimento de cada um deles. desestimulados. suspensões. esperando da Universidade o ensino “superior” prometido pelo ordenamento educacional vigente. esboçado pelo professor em linhas genéricas. do ponto de vista andragógico. castrador. é claro. orientar. prêmios acadêmicos. a ocupar o espaço de uma carteira que lhe é destinada como objetos da ação educacional da instituição. “. 1956. que se posta junto com os alunos. Finalmente. O processo é centrado no aluno.. aprofundado. boas notas. em sua maioria. aprovações. Esses estudantes. muitos estudantes promissores sucumbirão ao ambiente inóspito. será discutido. são adolescentes e adultos jovens. não no professor. A atividade escolar consiste em “aulas”. A reação dos alunos a essa situação frustrante será variável. e em exames em que se verificam o que sabem. sentindo-se incapazes por não conseguir a aprendizagem que esperam e de que precisam. geralmente dispostos em círculo numa sala ou em volta de uma mesa de trabalho (circular). Alguns. ele precisa ter habilidade para lidar com pessoas. onde suas liberdades e autonomias não podem ser exercidas. suas experiências e criatividade são solenemente ignoradas e desestimuladas. inclusive. que já se mostram incipientes nos adolescentes.26). entrarão em conflito com a instituição e com professores. evitar desvios CONCEITOS Julho de 2004 I Julho de 2005 . abandono do curso e. e extrair da Universidade. O conflito psicológico resultante pode ser severo. mesmo sem ajuda. Rotulados de indisciplinados. Esta pedagogia podia funcionar perfeitamente numa escola da Idade Média. incentivar. O programa. por iniciativa e persistência. Outros. em ávida busca por suas identidades e pela realização de suas potencialidades. criar empatia. Marcam-se alguns “trabalhos” para casa e. com o máximo de propriedade para não serem ridicularizados por professores ou colegas de classe. p. levando em numerosos casos à depressão. reformulado e finalmente aprovado por todo o grupo de trabalho. são forçados a se ajustarem a essa estrutura rígida. por meio de provas escritas e orais. Daí em diante. discutidas acima. na direção desejada. ( ANÍSIO TEIXEIRA. Mais do que ser um bom orador e conhecer o assunto a ser ensinado. Os professores na Andragogia desempenham um papel diferente daque48 O les do ensino clássico. e eclode alguns períodos adiante através de episódios de depressão ou até idéias e tentativas de suicídio diante das pressões que enfrenta. o exato período onde deverá ocorrer a consolidação de seus desenvolvimentos psicológicos. prestar atenção à “performance” dos professores e memorizar os conteúdos com o objetivo de responder perguntas nos testes de avaliação. Receberão seus diplomas e só então per- ceberão a dura realidade de que não estão preparados para o mundo real. poderão dirigir perguntas ao alto do púlpito docente.” Métodos andragógicos processo de ensino/ aprendizagem. o professor deverá apenas tornar o ambiente propício. No dizer de Hoirisch (1993. se deparam com o mero continuísmo da educação fundamental e média: programas pré-organizados em períodos e disciplinas. ao suicídio. O ambiente de atividades andragógicas é diferente daquele da pedagogia clássica. Alguns outros seguirão a estrutura curricular de forma desinteressada e irresponsável. aquilo que necessitam para realizar seus objetivos. uma vez inseridos no processo. criativa. e sem aceitar abrir mão de um mínimo de amor próprio para se enquadrar às regras vigentes. os estudantes irão viver por quatro. Decorrido o prazo. com dois filhos de sexos diferentes. onde podemos sem dúvida incluir a Psicologia. pensamento. utiliza seus conhecimentos para produzir outras perguntas que. de jamais dizer que o aluno está errado. mantendo presentes os objetivos traçados. a avaliação andragógica é contínua. os meios de pesquisa necessários (biblioteca. meras verificações do condicionamento produzido pelo processo pedagógico (. O conteúdo a ser discutido não terá fronteira de disciplinas. visto que cada estudante ou cada grupo toma um caminho diferente. serão necessários os conhecimentos objetivados pelo momento particular da aprendizagem em que o problema é inserido. um consultor especialista para tirar as dúvidas. O grupo recebe um prazo para pesquisar. Métodos envolvendo discussões de grupo.. exercícios de simulação. através de pensamentos e interesses e se expressa independentemente do nível de conhecimento que possui. O construtivismo encontra num grupo andragógico um terreno fértil. segundo suas visões dos problemas e suas experiências anteriores. O professor/tutor deverá ter sensibilidade e argúcia suficientes para perceber o clima de cada grupo. Para essa solução.. discussões de casos são comumente utilizadas para atingir esse objetivo. Julho de 2004 I Julho de 2005 CONCEITOS 49 . quebrar as inibições. através de alguns testes. acesso à Internet. por exemplo. alargando seus horizontes e seus paradigmas. em todos os aspectos envolvidos. responder perguntas). behaviorista. detectar falhas (não compreensão de conceitos. encontrar algo de certo na resposta do aluno e reformular suas perguntas de modo a induzir aproximações sucessivas à resposta correta. de séries ou de períodos. será estudado do ponto de vista fisiológico. nova reunião terá lugar para discussão profunda do problema. também. Isto acontece se ela não for mutilada pelo medo e na medida em que se sente segura o suficiente para a interação. eles próprios. (MASLOW 1972. ferindo sua autoestima. O tutor andragógico raramente responde a perguntas. mas que todas atenderão às necessidades que foram propostas. psicanalítico. Tem o cuidado.1 A aprendizagem baseada em problemas (Problem-Based Learning – PBL) é um método muito utilizado em andragogia e que se aplica particularmente bem aos cursos de graduação profissionalizantes. Os alunos deverão trabalhar. p.o aluno será capaz de. Como bem frisado acima. mas todas serão corretas. humanístico. as respostas. aprendizagem baseada em problemas. a cada momento. emoção e intuição (Carl Jung). Não precisamos dizer que cada arquiteto tomará o material disponível e construirá uma casa diferente das demais. Procura. O método consiste na proposição de tarefas a serem resolvidas ou executadas. etc) de modo que sejam prontamente corrigidas – utilizando-se desde reforço imediato dos con- ! 1 É como solicitar de vários arquitetos a construção de casas para famílias de classe média. A pessoa sadia interage. com garagem e piscina. Consiste na narração ou construção de um problema que será posto para o grupo de estudos solucionar. na construção de soluções adequadas. propor discussões e perguntas pontuais que produzam conflitos intelectuais a serem debatidos com mais vigor e paixão..exagerados. de estruturação pedagógica. com o ambiente. existencial. em vez disso. ao contrário. bem como no fornecimento dos meios para se chegar aos objetivos. espontaneamente. Visa. é essencial tirar o máximo proveito da experiência de vida dos alunos. reprová-lo ou aprová-lo. aprofundamento insuficiente do raciocínio dedutivo ou indutivo na discussão de problemas. Fugindo do lugar comum de premiar ou punir o aluno. Essa fonte de aprendizagem deverá ser explorada exaustivamente através das quatro vias utilizadas pela consciência humana para processar as informações experienciais – sensação. Numa discussão final.. falhas no interesse e participação. levem os estudantes a descobrirem.50-51). todo o grupo reunido terá uma multiplicidade de caminhos para a solução. A avaliação é outro momento especial da andragogia. constante. de modo indutivo.). diagnóstica. Essas soluções nunca serão homogêneas. Um problema psicológico. Nunca pode ser negligenciado o papel da segurança do aluno no processo de aprendizagem. nos moldes concebidos por Carl Rogers. o termo ANDRAGOGIA continua sendo o mais apropriado e expressivo para denominar as novas filosofias e técnicas voltadas para a educação de adultos. continuar construindo o seu saber. opiniões. bem como experiências pessoais como alunos recém-inseridos no contexto do ensino superior. conceitos e análises levantadas dos documentos e fontes pesquisadas. As ciências naturais e aplicadas evoluem exponencialmente. independentes da Universidade. levando-o a buscar atualização de seus conhecimentos através da educação continuada. Então já não haverá tempo hábil para corrigir as distorções. e estudantes entre si. a andragogia.teúdos insatisfatórios. ainda hoje utilizadas em algumas Universidades. estimulando a auto-avaliação. a educação conti50 C nuada. já fora da Universidade. tão valorizadas por Knowles. no futuro. Embora não tenha se firmado ainda como ciência diversa da Pedagogia. tão freqüentes que induziram a Unesco a sugerir a criação de unidades de apoio psicopedagógico em todas as Instituições de Ensino Superior. desestimula a criatividade por absoluta falta de espaço e de incentivo. cresce rapidamente. tornando impossível a inclusão de todo o conhecimento existente em programas educacionais. Serão solicitados a atribuir honestamente notas uns aos outros. condiciona os alunos a repetir o conhecimento existente. Os alunos precisam aprender do modo mais rápido e eficiente. infere-se que a organização e a estrutura pedagógicas clássicas. no aproveitamento das experiências vivenciais dos adultos. precisam aprender a aprender. Um programa construído hoje se encontra incompleto e defasado no próximo semestre. reduzindo as tensões emocionais e evitando os desequilíbrios que levam a estados psicológicos preocupantes. Platão ou Aristóteles. que lhe permitirá perceber de imediato o momento em que seu desempenho se torne insatisfatório. durante toda vida. Os próprios alunos serão envolvidos na avaliação. sobretudo. Por ser direcionada ao aproveitamento das faculdades psicológicas específicas dos adolescentes e adultos. As falhas não devem ser pesquisadas apenas no final de períodos. na educação por toda a vida como preconizado por Furter. Imagine-se o que seria do mundo cultural se nenhum aluno tivesse crescido além de Sócrates. para que possam. quando se encontram acumuladas. Conclusão onsiderando as informações. são inadequadas para a realidade do conhecimento humano atual. O maior inconveniente da pedagogia clássica é limitar os alunos ao tamanho da Instituição ou de seus professores. capacidade importantíssima para o aprendiz. e se manterem atualizados e capazes de desenvolver a contento o seu papel na sociedade. O mundo da cultura – aquele produzido a partir da ação humana –. Sua utilização será importante para uma maior assimilação e disseminação de seus princípios e do “estado da arte” dessa ciência entre estudantes e profissionais envolvidos na Educação Universitária e em outras formas de educação de adultos. Os cursos não podem ser cada vez mais estendidos em duração para comportar os conhecimentos novos. o conhecimento existente duplica a cada 5 anos e tende a crescer em velocidades progressivamente maiores. precisam dominar os conhecimentos básicos ou clássicos a partir dos quais estão se desenvolvendo as pesquisas e a construção de novas informações e. CONCEITOS Julho de 2004 I Julho de 2005 . A solução para a Educação Universitária neste início de século XXI é a educação permanente. A ANDRAGOGIA propõe uma educação baseada na liberdade. chegando até à assistência psicológica individual daqueles que não estejam lidando adequadamente com o desenrolar do processo. ou vão fazê-lo perder todo um período através da reprovação e da repetência. possibilita uma convivência mais harmônica entre estudantes e professores. ajustes na programação e na trajetória para os objetivos. que passarão a compor o patrimônio de experiências do aluno. A pedagogia clássica ofusca a inteligência em favor da memória. 1978. HOIRISCH. 400p. SENADO FEDERAL. Standard Brasileira. Acesso em 20/05/2004. Paulo & GUIMARÃES. Centro Gráfico do Senado. A Psicologia no Contexto Educacional. 1977. Educação Como Prática da Liberdade. Consciência e Identidade. Rio de Janeiro. Liberdade de Aprender: Em nossa Década. Disponível em: <http:// honolulu. v. Ano 16. Principles of Adult Learning. LÉON. Sigmund. 1985.com. Carl. 121p. 2002. n° 27 e 28.Ed. 2. Antoine. Sérgio. 150p. João Pessoa. Rodrigo. Trad. 3. Ed. 1993. Ed. 3. Nacional. Evilásio A.Vozes. Orientação Psicopedagógica no Ensino Superior. Aplicações à Prática Pedagógica. Fortaleza. Vozes Limitada. CONCEITOS Julho de 2004 I Julho de 2005 51 . Rio de Janeiro: Paz e Terra. E. 153p LIEB. 224p.Ed. Vozes.Ed. Disponível em: <http://www. Íris Barbosa. Andragogia: a aprendizagem nos Adultos. Átomo. 334p. Educação Permanente e Desenvolvimento Cultural. CAVALCANTI. Comissão de Educação e Cultura. Tomo I. 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