ANÁLISE MORFO-ANATÔMICA DE Hydrangea macrophyla (THUMB.) SER., HYDRANGEACEAE Dyenefer Pereira Fonseca (UNICENTRO), Ana Gabriela Gauer (UNICENTRO), Andressa Brocco (UNICENTRO), Larize Suelen da Silveira Ienk (UNICENTRO) João Frederico Musial (UNICENTRO), Elisa Perez (Orientador), e-mail:
[email protected]. Universidade Estadual do Centro-Oeste/Setor de Ciências da Saúde. Palavras-chave: planta medicinal, farmacognosia, botânica, hortênsia Resumo: A Hydrangea macrophylla (Thumb.) Ser., (hortênsia) é uma planta ornamental, medindo de 1-2,5 m de altura. Há poucos estudos sobre a espécie - uso ou características morfológicas. Este estudo objetivou realizar uma análise morfo-anatômica, macro e microscópica das folhas de Hydrangea macrophylla. Encontrou-se folhas hipoestomáticas, de mesofilo assimétrico, com cutícula estriada e estômatos anisocíticos e sem tricomas. Introdução Na tentativa da descoberta de novos princípios ativos, as plantas sempre foram alvo de estudos científicos. O relato do uso popular auxiliou em muitas descobertas de novas plantas com propriedades curativas. A resolução RDC n°48 de 16 de março de 2004, emitida pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), classifica o medicamento fitoterápico como aquele que emprega exclusivamente matérias-primas ativas vegetais, não considerando como fitoterápico substâncias ativas isoladas em sua composição, nem associações destas com outros extratos vegetais. Também o caracteriza pelo conhecimento da eficácia e dos riscos de seu uso, sua reprodutibilidade e constância de qualidade. Inclusive, sua eficácia e segurança pode ser validada em levantamentos etnofarmacológicos de utilização, documentações tecnocientíficas em publicações ou ensaios clínicos fase 3.1 A Hydrangea macrophylla, é uma planta nativa japonesa que cresce em jardins domésticos. Essa espécie foi exportada há centenas de anos para a China e se espalhou pela região Central e Sudeste da Ásia. É atualmente conhecida por suas belas flores, comumente plantada em países asiáticos, europeus e americanos2. Também é muito conhecida no Brasil, ornamentando jardins de casas e parques. É uma planta ornamental muito apreciada no Brasil, onde é popularmente conhecida com hortênsia. É um arbusto semi-lenhoso, de 1 a 2,5 m de altura, de folhagem e florescimento decorativos. É cultivada em vasos ou a pleno sol e em solos alcalinos as Anais do 1º Congresso Interdisciplinar em Saúde CONISA 2011 – UNICENTRO 24 a 28 de outubro de 2011 no município de Guarapuava – PR. em Kyoto. todos diafanizados com hipoclorito de sódio diluído a 15%. foi obtida em junho de 2011. e analisadas as características macroscópicas e microscópicas.) Ser. brilhantes e grandes.. Já as inflorescências. Em um estudo realizado em 2008. sendo a microscopia realizada através de cortes paradérmicos abaxial e adaxial e cortes transversais. no Herbário do Museu Botânico Municipal de Curitiba – PR. Materiais e Métodos A espécie Hydrangea macrophyla (Thumb. são compactas com numerosas flores estéreis. através da análise macro e microscópica das folhas. algumas podem ser férteis3. macrophylla. sendo registrada sob o número 371521. caso a mesma venha a compor um fitoterápico. Figura 1 – (A) Inflorescência e (B) Arbusto de H. triglicérides e níveis de ácidos graxos livres após sua administração por 2 semanas a uma dose 200 mg/kg/dia. ácido hidrangeico e glicosídeos cianogênicos. Hydrangeaceae.flores tornam-se róseas. macrophylla. que é de vital importância para o controle de qualidade da droga. coriáceas. em camundongos5. Anais do 1º Congresso Interdisciplinar em Saúde CONISA 2011 – UNICENTRO 24 a 28 de outubro de 2011 . encontrado nas folhas processadas da H. Portanto. sendo alguns deles: hidrangenol. Não possuem odor característico e a maioria é hemafrodita4. A identificação do material botânico foi realizada pelo botânico Osmar dos Santos Ribas. O ácido hidrangeico. Entretanto. macrophylla Alguns estudos demonstram a composição química da H. Para a avaliação morfoanatômica foram utilizadas folhas. macrophylla. As folhas em sua morfologia caracterizam-se por serem denteadas. enquanto em solos ácidos as flores tornam-se azuis 4 . são raros os estudos que elucidem a morfo-anatomia das suas folhas. o presente trabalho teve por objetivo estudar a estrutura morfo-anatômica da H. este componente reduziu significativamente a glicemia. demonstra propriedades contra o diabetes. A planta estudada tinha flores de coloração azul.Resultados e Discussão As folhas apresentaram-se verticiladas com pecíolo reto e triangular. sendo suas características não totalmente elucidadas ainda. Figura 2 – (A) Folha de H. Na análise microscópica foram observados nos cortes longitudinais somente estômatos na superfície abaxial com células epiteliais circundando-os de forma anisocítica. macrophylla. não há presença de estômatos (aumento 40X). (C) Corte transversal (aumento 40X). São poucos os trabalhos existentes sobre a H. Já no corte transversal. As flores variam do entre azuis. com presença de estômatos (aumento 40X). no interior nas células da epiderme. nervação peninérvea. (B) Corte abaxial. dependendo na quantidade de alumínio absorvido6. e consistência lisa e coriácea. margem dentada. conforme o local onde é plantada. o mesofilo apresentou-se assimétrico. ovaladas. com base cuneata e ápice agudo. macrophylla. dando um caráter hipoestomática para a folha e também grânulos. não foram encontrados tricomas e na epiderme foi observa da uma cutícula estriada. O uso etnofarmacológico dessa planta na região de Guarapuava faz com que haja a necessidade de mais estudos sobre a mesma. (D) Corte adaxial. vermelhas ou róseas. As características morfoanatômicas apresentada no exposto acima são os primeiros passos Anais do 1º Congresso Interdisciplinar em Saúde CONISA 2011 – UNICENTRO 24 a 28 de outubro de 2011 . a Common Japanese Plant. 1ª Ed. São Paulo: Senac. 2000. com cutícula estriada e estômatos anisocíticos e sem tricomas. et al.. Dallwitz MJ. Cecília. The families of flowering plants: descriptions. Apostila de morfologia externa vegetal. A planta estudada tinha flores de coloração azul. 54 (5):227-232. Matsuoka. Anti-malarial Activity of LeafExtract of Hidrangea macrophylla. 2011. 2009.com/angio/www/hydrange. Brasília.htm>. Anais do 1º Congresso Interdisciplinar em Saúde CONISA 2011 – UNICENTRO 24 a 28 de outubro de 2011 . Uberlândia: Universidade Federal de Uberlândia. et al. Gil. Silva LJ. 606(1-3): 255-61. S.pdf>. e consistência lisa e coriácea. com base cuneata e ápice agudo. Resolução de Diretoria Colegiada (RDC) n° 48. Matsuda H. São necessárias outras análises para melhor compreensão dos riscos ou benefícios de seu uso. identification and information retrieval [Internet]. Conclusões As folhas de Hydrangea macrophyla (Thumb. Hydrangeic acid from the processed leaves of Hydrangea macrophylla var. Diário Oficial da União. 2. Encontrou-se folhas hipoestomáticas. illustrations. Referências 1. Hydrangeaceae apresentaram-se verticiladas com pecíolo reto e triangular. Furuhata. H. p. Acta Medica Okayama. 4 Watson L. [Acesso em: 3 junho 2011] Disponível em: <http://www. 2004. 3 Lima CCA. 6.para a caracterização da planta. p. 352. margem dentada. 44-48. Instituto de Biologia [Apostila].) Ser.. [Acesso em: 20 abril 2011]. Tomasi M. European Journal of Pharmacology. 2006.br/pdf-recursosdidaticos/morfvetallogaINFLORESCENCIA. 4. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Yamashita C. Kamei K.ib. Ministério da Saúde. nervação peninérvea. Disponível em: <http://deltaintkey. Brasil. Venenosas: Plantas que matam também curam. ovaladas.ufu. v. Castro WS. 5 Zhang H. 2009. Tokyo-Japan.anatomiavegetal. thunbergii as a new type of anti-diabetic compound. de mesofilo assimétrico. Felippe. de 16 de março de 2004.