Análise Funcional
        
        
        
        
        
        Comments
        
     
 
Description
    INTRODUC¸˜ AO   ` A  AN ´ ALISE  FUNCIONAL Marcelo  M.  Cavalcanti   e   Val´eria  N.  Domingos Cavalcanti Universidade  Estadual  de  Maring´a Departamento  de  Matem´atica Maring´a  -  Maio  de  2007 Maring´a 2007 ii   INTRODUC¸  ˜ AO   ` A  AN ´ ALISE  FUNCIONAL Ficha  Catalogr´afica Cavalcanti,  Marcelo  M.  e  Domingos  Cavalcanti,  Val´eria  N. Introdu¸c˜ao `a An´alise Funcional / Marcelo M. Cavalcanti e  Val´eria  Neves  Domingos  Cavalcanti/  Maring´a: UEM/DMA,  2007. iii,  00p.   il. Livro Texto - Universidade Estadual de Maring´a, DMA. 1.   An´alise  Funcional. 2.   Teoria  Espectral. nome  da  se¸c˜ao   iii Ao  Professor  Alv´ercio  Moreira  Gomes. iv   INTRODUC¸  ˜ AO   ` A  AN ´ ALISE  FUNCIONAL Pref´acio Os  autores. Conte´ udo Introdu¸c˜ao   1 1   Os  Teoremas  de  Hahn-Banach  e  a  Teoria  das  Fun¸c˜oes  Convexas  Conju- gadas   3 1.1   Formas  Lineares  .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   4 1.1.1   Dual  Alg´ebrico  de 1  .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   5 1.1.2   Dual  Alg´ebrico  de  E F,  onde  E, F  s˜ao  Espa¸cos  Vetoriais  Reais   .   5 1.1.3   Formas  Lineares  Limitadas   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   7 1.2   Teorema  de  Hahn-Banach   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   14 1.2.1   Prolongamento  de  uma  Forma  Linear   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   14 1.2.2   Um  Repasso  ao  Lema  de  Zorn  .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   14 1.2.3   O  Teorema  de  Hahn-Banach  -  Forma  Anal´ıtica   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   16 1.2.4   Formas  Geom´etricas  do  Teorema  de  Hahn-Banach  .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   22 1.3   Fun¸ c˜oes  Convexas  e  Semicont´ınuas   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   31 2   Os  Teoremas  de  Banach-Steinhaus  e  do  Gr´afico  Fechado   51 2.1   Um  Repasso  ao  Teorema  de  Baire   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   52 2.2   Teorema  de  Banach-Steinhaus  ou  da  Limita¸c˜ao  Uniforme   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   55 2.3   Teorema  da  Aplica¸c˜ao  Aberta  e  do  Gr´afico  Fechado   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   61 2.4   Ortogonalidade   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   67 2.5   Operadores  N˜ao  Limitados   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   72 2.6   Adjunto  de  um  Operador  Linear  N˜ao  Limitado .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   79 v vi   INTRODUC¸  ˜ AO   ` A  AN ´ ALISE  FUNCIONAL 3   Topologias  Fracas  -  Espa¸cos  Reflexivos  e  Separ´aveis   87 3.1   Espa¸cos  Topol´ogicos   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   88 3.1.1   Topologias  Fracas   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   91 3.2   A  Topologia  Fraca  σ(E, E  )   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   99 3.3   Topologia   Fraca,   Conjuntos   Convexos   e   Operadores  Lineares  .   .   108 3.4   A  Topologia  Fraco ∗  σ(E  , E)   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   110 3.5   Espa¸cos  Reflexivos   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   121 3.6   Espa¸cos  Separ´aveis   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   131 3.7   Espa¸cos  Uniformemente  Convexos  .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   141 4   Os  Espa¸cos  de  Hilbert   147 4.1   Defini¸c˜ao,  Propriedades  Elementares.   Proje¸c˜ ao  sobre  um  convexo  fechado  .   148 4.2   Teorema  da  Representa¸c˜ao  de  Riesz-Fr´echet.   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   156 4.3   Os  Teoremas  de  Lions-Stampacchia  e  Lax-Milgram   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   161 4.4   Soma  Hilbertiana.   Base  Hilbertiana  .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   168 5   Teoria  Espectral   175 5.1   Formas  Sesquilineares .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   176 5.2   Formas  Sesquilineares  Limitadas  .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   188 5.3   Operadores  Lineares  Limitados   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   200 5.4   Conjuntos  Ortonormais  Completos   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   207 5.5   Subespa¸cos  Fechados  e  o  Teorema  da  Proje¸c˜ao  .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   215 5.6   Adjunto  de  um  Operador  Linear  Limitado   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   223 5.7   Operadores Compactos - O Teorema Espectral para Operadores Compactos Sim´etricos   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   227 5.8   Alternativa  de  Riesz-Fredholm  .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   246 5.9   Operadores  N˜ao  Limitados   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   269 5.10   Constru¸c˜ ao  de  Operadores  N˜ao  Limitados   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   296 5.11   Extens˜oes  do  operador  A  definido  pela  terna ¦V, H, a(u, v)¦ .   .   .   .   .   .   .   .   .   314 5.12   Conseq¨ uˆencias  da  Alternativa  de  Riesz-Fredholm .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   319 nome  da  se¸c˜ao   vii 5.12.1   O  Resolvente  e  o  Espectro  de  um  Operador   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   319 5.12.2   A  Alternativa  de  Riesz-Fredholm.   Operadores  N˜ao  Limi tados  .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   323 5.13   O  Teorema  Espectral  para  operadores  auto-adjuntos  n˜ao  limitados  .   .   .   .   .   330 5.14   C´alculo  Funcional  -  Raiz  Quadrada   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   .   354 Referˆencias  bibliogr´aficas   364 Introdu¸c˜ao 1 2   INTRODUC¸  ˜ AO   ` A  AN ´ ALISE  FUNCIONAL Cap´ıtulo  1 Os  Teoremas  de  Hahn-Banach  e  a Teoria  das  Fun¸c˜oes  Convexas Conjugadas Figura  1.1:   Hahn-Banach. Hans  Hahn (1879 - 1934), `a esquerda, foi um matem´atico Austr´ıaco que ´e mais lembrado pelo  Teorema  Hahn-Banach.   Ele  tamb´em  realizou  contribui¸c˜ oes  importantes  no  C´alculo das  Varia¸ c˜oes,  desenvolvendo  id´eias  de  Weierstrass. Stefan  Banach  (1892  -  1945),  `a  direita,  foi  um  matem´atico  Polonˆes  que  fundou  a  An´alise Funcional  Moderna  e  fez  maiores  contribui¸ c˜oes  `a  teoria  de  espa¸cos  vetoriais  topol´ogicos. Al´em  disso,  ele  contribuiu  na  teoria  de  medida  e  integra¸c˜ao  e  s´eries  ortogonais. 3 4   INTRODUC¸  ˜ AO   ` A  AN ´ ALISE  FUNCIONAL 1.1   Formas  Lineares Seja  E  um  espa¸co  vetorial.   Dizemos  que  uma  aplica¸c˜ ao  f  :  E → 1  ´e  uma  forma  linear sobre  o  espa¸co  E  se f(x + y) = f(x) + f(y),   para  todo  x, y ∈ E,   (1.1) f(λx) = λf(x),   para  todo  x ∈ E  e  λ ∈ 1.   (1.2) Vejamos alguns exemplos.   Seja C(a, b) o espa¸co das fun¸c˜oes reais e cont´ınuas em [a, b]. Consideremos: f  : C(a, b) →1,   x →f(x),   onde   (1.3) f(x) = _ b a   x(t) dt. δ t 0   : C(a, b) →1,   x →δ t 0 (x),   onde   (1.4) δ t 0 (x) = x(t 0 ),   t 0  ∈ [a, b]. Verifique  que  os  exemplos  acima,   al´em  de  estarem  bem  definidos,   constituem  formas lineares  sobre  C(a, b). Seja  f  :  E → 1  uma  forma  linear  n˜ao  nula  e  consideremos  x ∈  E  tal   que  f(x) ,=  0. Seja,  ainda,  β ∈ 1  e  definamos  λ =   β f(x) .   Ent˜ao, f(λx) = λf(x) =   β f(x) f(x) = β, ou seja, toda forma linear n˜ao nula sobre E  assume todos os valores reais, isto ´e, f(E) = 1. Como  conseq¨ uˆencias,  podemos  escrever  que 1)   Se  f  ´e  uma  forma  linear  sobre  E  e  f(x) > α,  para  todo  x ∈ E,  ent˜ ao a)  α < 0, b)  f(x) = 0,   para  todo  x ∈ E, 2)   Se  f  ´e  uma  forma  linear  sobre  E  e  f(x) < α,  para  todo  x ∈ E,  ent˜ ao a)  α > 0, b)  f(x) = 0,   para  todo  x ∈ E. FORMAS  LINEARES   5 Sendo E  um espa¸co vetorial, designaremos por E ∗  o conjunto das formas lineares sobre E,  munido  das  opera¸c˜oes  definidas  por: (f  + g)(x) = f(x) + g(x),   para  todo  x ∈ E,   (1.5) (λf)(x) = λf(x),   para  todo  x ∈ E  e  λ ∈ 1.   (1.6) Ent˜ao,  E ∗   ´e  um  espa¸co  vetorial  denominado  dual   alg´ebrico  de  E. 1.1.1   Dual  Alg´ebrico  de 1 Sejam  α ∈  1  e  f α   :   1 →  1  definida  por  f α (x)   =  αx,   para  todo  x ∈  1.   ´ E  claro  que f α  ∈ 1 ∗ .   Por  outro  lado,  seja  f ∈ 1 ∗   e  definamos  f(1) = α.   Logo, f(x) = f(x  1) = xf(1) = αx = f α (x), ou  seja,  f  = f α .   Logo, f ∈ 1 ∗  ⇔f(x) = αx,   para  todo  x ∈ 1  (para  algum  α ∈ 1).   (1.7) Definamos, ϕ : 1 →1 ∗ α →f α . ϕ ´e  sobrejetora  pois  dada  f ∈ 1 ∗   existe  α = f(1)  tal  que  f  = f α   = ϕ(α). Al´em  disso,   se   ϕ(α)   =  ϕ(β),   segue   que   f α   =  f β   e   portanto  f α (x)   =  f β (x),   para todo  x ∈  1.   Logo,   αx  =  β x  para  todo  x ∈  1  o  que  implica  que  α  =  β.   Logo,   ϕ  ´e injetiva.   Sendo  ϕ  linear  resulta  que ´e um  isomorfismo  de 1  sobre 1 ∗ .   Representaremos o isomorfismo entre 1 e 1 ∗  (ou entre dois conjuntos quaisquer) atrav´es da seguinte nota¸c˜ ao: 1 ≈ 1 ∗ .   (1.8) 1.1.2   Dual  Alg´ebrico  de  EF,  onde  E, F  s˜ao  Espa¸cos  Vetoriais Reais Definimos E F  = ¦(x, y); x ∈ E,  y ∈ F¦ 6   INTRODUC¸  ˜ AO   ` A  AN ´ ALISE  FUNCIONAL munido  das  opera¸c˜oes: (x 1 , y 1 ) + (x 2 , y 2 ) = (x 1  + x 2 , y 1  + y 2 ),   para  todo  x 1 , x 2  ∈ E  e  para  todo  y 1 , y 2  ∈ F λ(x 1 , y 1 ) = (λx 1 , λy 1 ),   para  todo  x 1  ∈ E, y 1  ∈ F  e  para  todo  λ ∈ 1, que  o  tornam  um  espa¸co  vetorial. Lema  1.1  (E F) ∗  ≈ E ∗ F ∗ . Demonstra¸c˜ao:   Seja  f ∈ (E F) ∗ .   Definamos f E (x) = f(x, 0),   para  todo  x ∈ E  e  f F (y) = f(0, y),   para  todo  y ∈ F. Como  f  : E F →1 ´e  linear  temos  que  f E  ∈ E ∗ ,  f F  ∈ F ∗   e,  al´em  disso, f(x, y) = f((x, 0) + (0, y)) = f(x, 0) + f(0, y) = f E (x) + f F (y).   (1.9) Do  exposto  acima,  definamos ψ  : (E F) ∗  →E ∗ F ∗ f   →  ψ(f) = (f E , f F ). Notemos  que  ψ  ´e  uma  aplica¸c˜ ao  injetiva.   De  fato,   sejam  f, g ∈  (E  F) ∗   tais  que ψ(f)  =  ψ(g).   Ent˜ ao,   da  defini¸c˜ao  de  ψ  vem  que  (f E , f F )  =  (g E , g F ),   ou  seja,   f E   =  g E   e f F   = g F ,  e  consequentemente  de  (1.9)  resulta  que f(x, y) = f E (x) + f F (y) = g E (x) + g F (y) = g(x, y),   para  todo  x ∈ E  e  y ∈ F, o  que  implica  que  f  = g  e  prova  a  injetividade. Provaremos, a seguir, que ψ ´e sobrejetiva.   Com efeito, seja (e, h) ∈ E ∗ F ∗  e definamos g(x, y) = e(x) + h(y).   Ent˜ao,  g ∈ (E  F) ∗   posto  que  e, h  s˜ao  formas  lineares  sobre  E  e F,  respectivamente.   Al´em  disso, ψ(g) = (g E , g F ) = (e, h), posto  que g E (x) = g(x, 0) = e(x) + h(0)  e  g F (y) = g(0, y) = e(0) + h(y) FORMAS  LINEARES   7 e  como  h(0) = e(0) = 0,  uma  vez  que  e  e  h  s˜ao  lineares,  temos  que g E (x) = e(x),   para  todo  x ∈ E  e  g F (y) = h(y),   para  todo  y ∈ F, o  que  prova  a  sobrejetividade. Finalmente, observemos que ψ ´e uma aplica¸c˜ ao linear.   De fato, sejam f, g ∈ (EF) ∗ . Ent˜ ao, ψ(f  + g) = ((f  + g) E , (f  + g) F ) = (f E  + g E , f F   + g F ) = (f E , f F ) + (g E , g F ) = ψ(f) + ψ(g). Analogamente  prova-se  que  ψ(λf)   =  λψ(f)   para  todo  f  ∈  (E  F) ∗   e  para  todo λ ∈ 1.   Logo, ψ ´e um isomorfismo de (EF) ∗  sobre E ∗ F ∗  o que nos permite identificar tais  espa¸cos,   o  que  faremos,   conforme  j´a  mencionado  anteriormente,   atrav´es  da  seguinte nota¸c˜ ao: (E F) ∗  ≈ E ∗ F ∗ 2 Em particular, se E  = F  = 1, ent˜ ao (1 2 ) ∗  ≈ 1 ∗ 1 ∗  ≈ 11 = 1 2 .   Da´ı resulta que se f  ´e uma forma linear sobre o 1 2 , ent˜ ao existem α, β ∈ 1 tais que f(x, y) = αx+βy;   x, y ∈ 1. Se  f  ´e  uma  forma  linear  sobre  E 1,  ent˜ao  existe  g ∈ E ∗   e  α ∈ 1  tais  que  f(x, y) = g(x) + αy,  x ∈ E, y ∈ 1. 1.1.3   Formas  Lineares  Limitadas No  que  segue,   ao  longo  desta  se¸c˜ao,   E  representar´a  um  espa¸co  vetorial   normado  com norma [[  [[ E   e  seja  f ∈ E ∗ .   Se sup ||x|| E ≤1 [f(x)[ < +∞,   (1.10) dizemos  que  f  ´e  limitada. Observa¸c˜ao  1.2  Sendo  f  : E →1  linear,  n˜ao  ´e  necess´ario  considerarmos  na  express˜ao acima  o  m´odulo  de  f,  a  menos  que  estejamos  trabalhando  com  n´ umeros  complexos.   Com efeito,  seja [f(x)[ = _ f(x),   f(x) ≥ 0 −f(x),   f(x) < 0. 8   INTRODUC¸  ˜ AO   ` A  AN ´ ALISE  FUNCIONAL Assim,  se  x ∈ E  temos  que [f(x)[ = f(x)  se  f(x) ≥ 0  e [f(x)[ = −f(x)  se  f(x) < 0. Mas,  pela  linearidade  de  f  temos  que −f(x) = f(−x)  e  portanto [f(x)[ = _ f(x),   f(x) ≥ 0 f(−x),   f(x) < 0, e,  al´em  disso,  se [[x[[ E  ≤ 1,  como [[x[[ E   = [[ −x[[ E  ≤ 1  resulta  que sup ||x|| E ≤1 [f(x)[ =   sup ||x|| E ≤1 f(x). Notemos,  entretanto,  que  se  f  : E →C  o  m´odulo  ´e  fundamental. Definamos no espa¸co das formas lineares e limitadas sobre E, o qual designaremos por /(E, 1),  a  norma [[f[[ L(E,R)   =   sup ||x|| E ≤1 [f(x)[.   (1.11) A  express˜ao  acima  realmente  define  uma  norma  sobre /(E, 1).   De  fato,  verifiquemos primeiramente  a  propriedade (N1)   [[f[[ L(E,R)   = 0 ⇔f  = 0. Se  f  =  0  evidentemente  tem-se [[f[[ L(E,R)   =  0.   Agora  se  sup ||x|| E ≤1 [f(x)[  =  0,   conse- quentemente  f(x)  =  0  para  todo  x ∈  E  tal   que [[x[[ E  ≤  1.   Se  y ∈  E  ´e  tal   que  y ,=  0 ent˜ ao, f(y) = [[y[[ E f(y) ||y|| E = [[y[[ E  f _   y ||y|| E _ = 0 e como f(0) = 0 resulta que f(y) = 0 para todo  y ∈ E. A  seguir,  veriquemos  que  se  cumpre  tamb´em  a  seguinte  propriedade (N2)   [[f  + g[[ L(E,R)  ≤ [[f[[ L(E,R)  +[[g[[ L(E,R) . De  fato,  notemos  que [f(x) + g(x)[ ≤ [f(x)[ +[g(x)[ ≤ [[f[[ L(E,R)  +[[g[[ L(E,R) ,   para  todo  x ∈ E  com [[x[[ E  ≤ 1, o  que  prova  que [[f[[ L(E,R)   + [[g[[ L(E,R)   ´e  uma  cota  superior   para  o  conjunto ¦[f(x) + g(x)[; x ∈ E  tal  que [[x[[ E  ≤ 1¦  e  portanto sup ||x|| E ≤1 [(f  + g)(x)[ = [[f  + g[[ L(E,R)  ≤ [[f[[ L(E,R)  +[[g[[ L(E,R) , FORMAS  LINEARES   9 o  que  prova  o  desjado. Resta-nos  provar  que (N3)   [[λf[[ L(E,R)   = [λ[[[f[[ L(E,R) ,   para  todoλ ∈ 1. Com  efeito,  notemos  inicialmente  que [λf(x)[ = [λ[[f(x)[ ≤ [λ[ [[f[[ L(E,R) ,   para  todo  x ∈ E  com [[x[[ E  ≤ 1, e,  portanto sup ||x|| E ≤1 [λf(x)[ = [[λf[[ L(E,R)  ≤ [λ[ [[f[[ L(E,R) . Por  outro  lado, [λ[ [f(x)[ = [λf(x)[ ≤ [[λf[[ L(E,R)  ⇒[f(x)[ ≤   1 [λ[ [[λf[[ L(E,R)   (  se  λ ,= 0), donde [[f[[ L(E,R)  ≤   1 [λ[ [[λf[[ L(E,R)  ⇒[λ[ [[f[[ L(E,R)  ≤ [[λf[[ L(E,R)   (  se  λ , = 0). Combinando  as  desigualdades  acima  e  notando-se  que  para  λ = 0  a  identidade  segue trivialmente,  tem-se  o  desejado. Lema  1.3  Temos  as  seguintes  igualdades: [[f[[ L(E,R)   =   sup x∈E:||x|| E =1 [f(x)[ =   sup x∈E:x=0 [f(x)[ [[x[[ E Demonstra¸c˜ao:   Provemos  a  primeira  das  igualdades  acima.   Como ¦x ∈ E; [[x[[ E   = 1¦ ⊂ ¦x ∈ E; [[x[[ E  ≤ 1¦, temos  que sup x∈E:||x|| E =1 [f(x)[ ≤   sup x∈E:||x|| E ≤1 [f(x)[, ou  seja, sup x∈E:||x|| E =1 [f(x)[ ≤ [[f[[ L(E,R) .   (1.12) 10   INTRODUC¸  ˜ AO   ` A  AN ´ ALISE  FUNCIONAL Por   outro  lado,   dado  ε   >  0,   existe   y  ∈  E  tal   que [[y[[ E   ≤  1,  y  ,=  0  e [f(y)[   > [[f[[ L(E,R) −ε.   Pondo-se  x =   y ||y|| E ent˜ ao, [[x[[ E   = 1  e,  al´em  disso, [f(x)[ =  [f(y)[ [[y[[ E =   1 [[y[[ E [f(y)[ ≥ [f(y)[  (  j´a  que   1 [[y[[ E ≥ 1). Assim, [f(x)[ ≥ [f(y)[ > [[f[[ L(E,R) −ε ⇒[[f[[ L(E,R) −ε <   sup x∈E:||x|| E =1 [f(x)[. Pela  arbitrariedade  de  ε  vem  que [[f[[ L(E,R)  ≤   sup x∈E:||x|| E =1 [f(x)[.   (1.13) Combinando-se  (1.12)  e  (1.13)  tem-se  a  primeira  das  identidades. A  seguir,   provaremos   a  segunda  das   identidades.   Seja,   ent˜ao,   x ,=  0.   Temos   que ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸   x ||x|| E ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ E = 1  e  portanto [f(x)[ [[x[[ E = ¸ ¸ ¸ ¸ f _   x [[x[[ E _¸ ¸ ¸ ¸ ≤   sup x∈E:||x|| E =1 [f(x)[, donde sup x∈E:x=0 [f(x)[ [[x[[ E ≤   sup x∈E:||x|| E =1 [f(x)[.   (1.14) Por  outro  lado,   dado  ε  >  0,   existe  y ∈  E  tal   que [[y[[ E   =  1  e [f(y)[  > [[f[[ L(E,R)  − ε (note  que [[f[[ L(E,R)   = sup x∈E:||x|| E =1 [f(x)[).   Defindo-se  x = λy,  onde  λ ∈ 1¸¦0¦,  resulta que [[x[[ E   = [λ[ [[y[[ E . ¸¸ . =1 = [λ[.   Logo, [f(x)[ [[x[[ E =  [λ[ [f(y)[ [λ[   = [f(y)[ > [[f[[ L(E,R) −ε, donde  se  conclui [[f[[ L(E,R) −ε ≤   sup x∈E:x=0 [f(x)[ [[x[[ E , e  pela  arbitrariedade  do  ε  resulta  que [[f[[ L(E,R)  ≤   sup x∈E:x=0 [f(x)[ [[x[[ E .   (1.15) FORMAS  LINEARES   11 De  (1.14),   (1.15)  e  da  primeira  identidade  tem-se  a  segunda  identidade.   Isto  encerra a  prova. 2 Do  lema  1.3  decorre  que  se  f  : E →1 ´e  uma  forma  linear  limitada,  ent˜ao [f(x)[ ≤ [[f[[ L(E,R) [[x[[ E ,   para  todo  x ∈ E.   (1.16) Denotaremos, por simplicidade, E  o conjunto /(E, 1) das formas lineares e limitadas sobre E  bem como [[f[[ L(E,R)   simplesmente por [[f[[ E  .   Usualmente as nota¸c˜ oes acima s˜ao usadas  para  formas  lineares  e  cont´ınuas  sobre  E.   Contudo,  a  limita¸c˜ ao  da  forma  implica na  contiuidade  da  mesma  conforme  veremos  na  proposi¸c˜ao  a  seguir. Proposi¸c˜ao  1.4  Seja  f ∈ E ∗ .   As  seguintes  express˜oes  s˜ao  equivalentes: (1)   f  ´e  limitada, (2)   f  ´e  cont´ınua  no  ponto  x = 0, (3)   f  ´e  cont´ınua  em  E. Demonstra¸c˜ao: (1)   ⇒  (2)   Seja   f   limitada.   Ent˜ao,   de   acordo   com  (1.16)   resulta   que [f(x)[   ≤ [[f[[ E  [[x[[ E ,   para  todo  x ∈  E.   Como  f(0)  =  0  ent˜ao  dado  ε  >  0  decorre  imediatamente que  existe  δ  =   ε ||f|| E  tal  que  se [[x[[ E   < δ  ent˜ ao [f(x)[ < ε,  o  que  prova  a  continuidade  de f  em  x = 0. (2) ⇒  (3)  Assumamos  que  f  seja  cont´ınua  em  x  =  0  e  consideremos  x 0  ∈  E.   Ent˜ ao, dado  ε > 0,  existe  δ  > 0  tal  que  se [[x[[ E   < δ  ent˜ao [f(x)[ < ε.   Reulta  da´ı  que  se  x ∈ E ´e  tal  que [[x − x 0 [[ E   <  δ,  ent˜ao,  em  virtude  da  linearidade  de  f  tem-se [f(x) − f(x 0 )[  = [f(x −x 0 )[ < ε,  o  que  prova  a  continuidade  de  f  em  todo  o  espa¸co  E. (3) ⇒  (1)  Suponhamos  que  f   seja  cont´ınua  em  todo  o  espa¸co  E.   Em  particular,   f ´e  cont´ınua  em  x  =  0  e  portanto,   dado  ε  >  0  existe  δ   >  0  tal   que  se [[x[[ E   <  δ  ent˜ao [f(x)[   <  ε.   Consideremos,   ent˜ao,   0   <  µ  <  δ   e   x ∈  E  tal   que [[x[[ E   =  1.   Ent˜ ao, [[µx[[ E   = µ < δ  e  assim [f(µx)[ < ε,  o  que  implica  que sup x∈E:||x|| E =1 [f(µx)[ ≤ ε, 12   INTRODUC¸  ˜ AO   ` A  AN ´ ALISE  FUNCIONAL e,  consequentemente, sup x∈E:||x|| E =1 [f(x)[ ≤   ε µ , o  que  prova  a  limita¸c˜ ao  de  f,  e  encerra  a  prova. 2 Como a soma de fun¸c˜oes cont´ınuas ´e uma fun¸c˜ ao cont´ınua e o produto de uma fun¸c˜ ao cont´ınua  por  um  escalar  ´e  uma  fun¸c˜ao  cont´ınua,   decorre  que  E  ´e  um  espa¸co  vetorial. Designaremos, ent˜ ao, por E  o espa¸co vetorial das formas lineares e limitadas (cont´ınuas) sobre  E  e  o  denominaremos  o  dual   topol´ogico  de  E.   Daqui  pra  frente  E  ser´a  dotado  da norma  dual, [[f[[ E    =   sup x∈E:||x|| E ≤1 [f(x)[, a  menos   que  se  fa¸ca  men¸c˜ ao  ao  contr´ ario.   Quando  n˜ao  houver   ambiguidade  na  inter- preta¸c˜ ao,   designaremos [[f[[ E    simplesmente  por [[f[[  bem  como [[x[[ E   simplesmente  por [[x[[. Evidentemente  E  ⊂  E ∗ .   No  entanto,   E  _  E ∗ ,   ou  seja  existem  formas  lineares  que n˜ao  s˜ao  cont´ınuas.   Como  exemplo,   consideremos  o  espa¸co  das  fun¸c˜ oes  reais  e  cont´ınuas em  [0, 1],  C(0, 1),  munido  da  norma [[f[[ = _ 1 0  [f(t)[ dt. Consideremos  a  aplica¸c˜ao  δ 0   :   C(0, 1) → 1  definida  por  δ 0 (f)  =  f(0).   Observe  que δ 0  ∈  (C(0, 1)) ∗ .   Contudo,   provaremos  que  δ 0   / ∈  (C(0, 1))  .   Com  efeito,   seja ¦f n ¦  uma seq¨ uˆencia  de  fun¸c˜oes  cont´ınuas  dada  por f n (t) = _  −2n 2 t + 2n,   0 ≤ t < 1/n, 0,   1/n ≤ t ≤ 1,  (n ∈ N ∗ ), conforme  figura  abaixo: E T 0 d d d d d d 1/n 2n 1 Figura  1.2:   f n (t) FORMAS  LINEARES   13 Temos: [[f n [[ = _   1 0 [f n (t)[ dt   = _   1/n 0 [ −2n 2 t + 2n[dt = _   1/n 0 (−2n 2 t + 2n) dt = −n 2 t 2 [ 1/n 0   + 2nt[ 1/n 0   = 1,   para  todo  n ∈ N ∗ . Assim, [[δ 0 [[ (C(0,1))    =   sup x∈C(0,1);||x|| C(0,1) =1 [δ 0 (x)[ ≥ sup n [δ 0 (f n )[ = sup n 2n = +∞, o  que  prova  que  δ 0   n˜ao ´e  limitada. No  entanto,   quando  E  tem  dimens˜ao  finita,   temos  que  E ∗   =  E  .   Vejamos  tal   fato. Seja  E  um  espa¸co  vetorial   de  dimens˜ao  n  e  consideremos ¦e 1 ,     , e n ¦  uma  base  para E.   Se  x ∈  E,   ent˜ ao  x  =  x 1 e 1   +    + x n e n .   Consideremos [[  [[   uma  norma  em  E  e consideremos [x[ ∞   = max¦[x 1 [,     , [x n [¦. Logo, [x[ ∞  tamb´em define uma norma em E.   Como em um espa¸co vetorial de dimens˜ao finita  todas  as  normas  s˜ao  equivalentes  (verifique  tal  afirma¸c˜ ao)  temos C 1 [x[ ∞  ≤ [[x[[ ≤ C 2 [x[ ∞ ,   para  todo  x ∈ E, onde  C 1 , C 2   s˜ao  constantes  positivas.   Seja,  ent˜ ao,  g ∈ E ∗ .   Temos g(x) = g(x 1 e 1  +   + x n e n ) = x 1 g(e 1 ) +   + x n g(e n ), e,  portanto, [g(x)[ ≤ [x 1 [ [g(e 1 )[ +   +[x n [ [g(e n )[ ≤ [x[ ∞  ([g(e 1 )[ +   +[g(e n )[) .   ¸¸   . =M ≤   M C 1 [[x[[, de  onde  conclu´ımos,  em  vista  da  proposi¸c˜ ao  1.4,  que  g ∈ E  . Observa¸c˜ao  1.5  No 1 n as  seguintes  normas  s˜ao  equivalentes: [[x[[ 1   = [x 1 [ +   +[x n [,   [[x[[ 2   = _ x 2 1  +   + x 2 n ,   [[x[[ p   =   p _ [x 1 [ p +   +[x n [ p e [[x[[ ∞   = max¦[x 1 [,     , [x n [¦, onde  x =  n i=1 x i e i   e ¦e 1 ,     , e n ¦  ´e  uma  base  para  o 1 n . 14   INTRODUC¸  ˜ AO   ` A  AN ´ ALISE  FUNCIONAL A  nota¸c˜ao [[x[[ ∞   prov´em  do  fato  que lim p→+∞ [[x[[ p   = [[x[[ ∞ . Com  efeito,  notemos  que _ max 1≤i≤n ¦[x i [¦ _ p ≤ [x 1 [ p +   +[x n [ p , donde max 1≤i≤n ¦[x i [¦   ≤   [[x 1 [ p +   +[x n [ p ] 1/p ≤ _ n _ max 1≤i≤n ¦[x i [¦ _ p _ 1/p =   p √ n  max 1≤i≤n ¦[x i [¦. Como  lim p→+∞   p √ n = 1  da  desigualdade  acima  resulta  que lim p→+∞ [[x 1 [ p +   +[x n [ p ] 1/p =  max 1≤i≤n ¦[x i [¦. 1.2   Teorema  de  Hahn-Banach Antes  de  apresentarmos  o  teorema  em  quest˜ao,  fa¸camos  algumas  considera¸c˜ oes  iniciais. 1.2.1   Prolongamento  de  uma  Forma  Linear Defini¸c˜ao  1.6  Seja  E  um  espa¸co  vetorial,   G  um  subespa¸co  de  E  e  g  uma  forma  linear em  G,   isto  ´e,   g ∈  G ∗ .   Dizemos  que  uma  forma  linear  h  ´e  um  prolongamento  de  g  se h(x) = g(x),  para  todo  x ∈ G. Da  defini¸c˜ao  acima  resulta  imediatamente  que  g  ´e  um  prolongamento  de  g.   Quando h  ´e  um  prolongamento  de  g  e  D(h) ,=  G  (aqui  D(h)  designa  o  dom´ınio  de  h),   ent˜ao  h  ´e dito  um  prolongamento  pr´oprio  de  g. Se  h ´e  um  prolongamento  de  g  escrevemos  g ≤ h. 1.2.2   Um  Repasso  ao  Lema  de  Zorn Nesta  se¸c˜ ao,   as   no¸c˜ oes   de   conjunto  ordenado,   limita¸c˜ ao  superior   e   elemento  maximal ser˜ao discutidas.   Todas essas no¸c˜ oes ser˜ao apresentadas juntas para obtermos a no¸c˜ ao de TEOREMA  DE  HAHN-BANACH   15 conjunto  indutivamente  ordenado  e  uma  vez  feito  isto,  estabeleceremos  o  Lema  de  Zorn. Para  nossos  prop´ositos ´e  suficiente  considerarmos  o  Lema  de  Zorn  como  um  axioma. Defini¸c˜ao  1.7  Seja  X  um  conjunto  e 1  uma  rela¸c˜ao  definida  entre  alguns   elementos desse conjunto.   X  ´e dito parcialmente  ordenado sob a rela¸c˜ao 1 se as seguintes condi¸c˜oes s˜ao  satisfeitas  entre  os  elementos  de  X  que  s˜ao  compar´aveis  com  respeito  `a 1: (1)  Seja  a ∈ X.   Ent˜ao  a1a  (reflexividade) (2)  Sejam  a, b, c ∈ X.   Ent˜ao  a1b  e  b1c ⇒  a1c  (transitividade) (3)  Para  a, b ∈ X  se  a1b  e  b1a,  ent˜ao  a = b. Al´em  disso,  se  dado  dois  quaisquer  elementos  de  X  uma  das  rela¸c˜oes a1b   ou   b1a acontece,  ent˜ao  X  ´e  dito  ser  totalmente  ordenado. Exemplo  1:   Seja  X  o  conjunto  dos  n´ umeros  reais  e  seja 1  a  rela¸c˜ ao  dada  por ≤.   ´ E  claro que  para  quaisquer  n´ umeros  reais  a, b  e  c (1)  a ≤ a, (2)  a ≤ b  e  b ≤ c ⇒  a ≤ c, (3)  a ≤ b  e  b ≤ a ⇒  a = b. Al´em  disso,  dados  a, b ∈ 1,  uma  das  rela¸c˜oes  acontece a ≤ b   ou   b ≤ a. Consequentemente  os  n´ umeros  reais  s˜ao  totalmente  ordenados. Exemplo  2:   Seja  X  um  conjunto  arbitr´ario  e  S  qualquer  cole¸c˜ao  de  subconjuntos  de  X. ´ E  claro  que  considerando 1  como  a  inclus˜ao  de  conjuntos (1)  Para  qualquer  A ∈ S  temos  que  A ⊂ A, (2)  Se  A, B, C ∈ S,  A ⊂ B  e  B ⊂ C  ent˜ao  A ⊂ C, (3)  Para  A, B ∈ S  se  A ⊂ B  e  B ⊂ A  ent˜ao  A = B. Conforme  vemos,  a  inclus˜ao  de  conjuntos  constitui  uma  ordem  parcial  sobre  S.   Con- tudo, se dois conjuntos s˜ao disjuntos, por exemplo, eles n˜ao s˜ao compar´aveis com respeito a 1.   Consequentemente  S  n˜ao ´e  totalmente  ordenado. 16   INTRODUC¸  ˜ AO   ` A  AN ´ ALISE  FUNCIONAL Se  um  conjunto  X  ´e  parcialmente  ordenado  sob  a  rela¸c˜ ao 1  ´e  natural   argumentar- mos  sob  que  condi¸c˜ oes  existe  um  ‘maior’   elemento  em  X.   Isto  motiva-nos  as  seguintes defini¸c˜ oes: Defini¸c˜ao  1.8  Seja  X  um  conjunto  parcialmente  ordenado  sob  a  rela¸c˜ao 1  e  considere- mos  A  um  subconjunto  de  X.   O  elemento  a ∈ X  (n˜ao  necessariamente  pertencente  a  A) ´e  dito  uma  limita¸c˜ao  superior  de  A  se  para  todo  y ∈ A, y1a. Conv´em  notar  que  necessitamos  uma  limita¸c˜ ao  superior  para  um  elemento  ser  ‘com- par´avel’  a  todo  membro  do  conjunto. Defini¸c˜ao  1.9  Seja  X  como  na  defini¸c˜ao  anterior.   O  elemento  a ∈  X  ´e  dito  ser  um elemento  maximal   de  X  se  a1y  implica  que  a  deve  ser  igual   a  y. No  exemplo  2  acima,   se  estendermos   a  ordem  parcial   `a  cole¸c˜ ao T(X)   de  todos   os subconjuntos  de  X, ´e  claro  que  o  conjunto  formado  pela  uni˜ao  de  todos  os  conjuntos  em S  ´e  uma  limita¸c˜ ao  superior  para  S  e,  qualquer  outro  subconjunto  de T(X)  contendo  S  ´e tamb´em  uma  limita¸c˜ao  superior  para  S  ou  qualquer  subconjunto  deste.   Essa  uni˜ao  pode n˜ao  ser  um  elemento  maximal  de  S  uma  vez  que  pode  n˜ao  ser  um  membro  de  S Falando-se  claramente,   o  elemento  maximal   ´e  uma  limita¸c˜ao  superior  que  nenhuma outra  supera. Defini¸c˜ao  1.10  Um conjunto X  parcialmente ordenado sob uma rela¸c˜ao 1´e dito indutiva- mente  ordenado  se  qualquer  subconjunto  totalmente  ordenado  de  X  tem  uma  limita¸c˜ao superior. Lema  1.11  (Lema  de  Zorn)   Todo conjunto indutivamente ordenado e n˜ao vazio possui um  elemento  maximal. 1.2.3   O  Teorema  de  Hahn-Banach  -  Forma  Anal´ıtica Comecemos  por  um  lema. TEOREMA  DE  HAHN-BANACH   17 Lema  1.12  Sejam  E  um  espa¸co  vetorial   e  p : E →1  uma  aplica¸c˜ao  tal   que p(λx) = λp(x),   para  todo  x ∈ E  e  λ > 0 p(x + y) ≤ p(x) + p(y),   para  todo  x, y ∈ E, isto  ´e,  p  ´e  um  funcional   positivamente  homogˆeneo  e  subaditivo  em  E. Sejam  G  um  subespa¸co  pr´oprio  de  E  e  g ∈ G ∗   tal   que  g(x) ≤ p(x),  para  todo  x ∈ G. Ent˜ao  existe  um  prolongamento  pr´oprio  h,   de  g,   verificando  h(x) ≤  p(x)  para  todo  x ∈ D(h). Demonstra¸c˜ao:   Seja  x 0  ∈ E  tal  que  x 0   / ∈ G  e  definamos H  = G +1x 0 , ou  seja,  H  ´e  o  subespa¸co  de  E  definido  por H  = ¦x + tx 0 ; x ∈ G  e  t ∈ 1¦. Sejam  x 1 , x 2  ∈ G.   Ent˜ao, g(x 1 ) + g(x 2 ) = g(x 1  +x 2 )   ≤   p(x 1  + x 2 ) =   p(x 1 −x 0  + x 0  + x 2 ) ≤ p(x 1 −x 0 ) + p(x 0  +x 2 ), o  que  implica  que g(x 1 ) −p(x 1 −x 0 ) ≤ p(x 0  + x 2 ) −g(x 2 ),   para  todo  x 1 , x 2  ∈ G. Logo, sup x 1 ∈G ¦g(x 1 ) −p(x 1 −x 0 )¦ ≤  inf x 2 ∈G ¦p(x 0  +x 2 ) −g(x 2 )¦. Seja  α ∈ 1  tal  que sup x 1 ∈G ¦g(x 1 ) −p(x 1 −x 0 )¦ ≤ α ≤  inf x 2 ∈G ¦p(x 0  + x 2 ) −g(x 2 )¦.   (1.17) Definamos h(y) = g(x) + t α,   para  x ∈ G,   t ∈ 1  tal  que  y  = x + t x 0 ,   i.´e.   , y ∈ H. 18   INTRODUC¸  ˜ AO   ` A  AN ´ ALISE  FUNCIONAL Observemos   que   h  est´a  bem  definida,   pois   dado  y  ∈  H  suponhamos   que   existam x 1 , x 2  ∈ G e t 1 , t 2  ∈ 1 tais que y  = x 1 +t 1 x 0  e y  = x 2 +t 2 x 0 .   Ent˜ao, (x 1 −x 2 )+(t 1 −t 2 )x 0   = 0.   Se t 1 −t 2  ,= 0 temos que x 0   =   x 2 −x 1 t 1 −t 2 ∈ G, o que ´e um absurdo!   Logo, t 1   = t 2 , e portanto, x 1  − x 2   =  0,   isto  ´e,   x 1   =  x 2 ,   provando  que  h  est´a  bem  definida.   Al´em  disso,   h  ´e  linear. De  fato,  sejam  y 1 , y 2  ∈ H  e  λ ∈ 1.   Temos: h(y 1  +y 2 )   =   h[(x 1  + t 1 x 0 ) + (x 2  + t 2 x 0 )] = h[(x 1  + x 2 ) + (t 1  + t 2 )x 0 ] =   g(x 1  + x 2 ) + (t 1  + t 2 )α = g(x 1 ) + g(x 2 ) + t 1 α + t 2 α =   h(y 1 ) + h(y 2 ); h(λy 1 )   =   h(λx 1  + (λt 1 )x 0 ) = g(λx 1 ) + (λt 1 )α =   λg(x 1 ) + λ(t 1 α) = λh(y 1 ), o  que  prova  a  linearidade  de  h. Do  que  vimos  acima,   h ∈  H ∗ ,   G _  H  e  g(x)  =  h(x)  para  todo  x ∈  G  (basta  tomar t = 0); ou seja, h ´e um prolongamento pr´oprio de g.   Resta-nos demonstrar que h(y) ≤ p(y) para  todo  y ∈ H,  ou  seja, h(x + t x 0 ) ≤ p(x + t x 0 ), ou  ainda, g(x) + t α ≤ p(x + t x 0 ),   para  todo  x ∈ G  e  t ∈ 1.   (1.18) Seja  t > 0.   Temos  de  (1.17), g(x) + t α   =   t _ g _ x t _ + α _ ≤   t _ g _ x t _ +  inf x 2 ∈G ¦p(x 2  + x 0 ) −g(x 2 )¦ _ ≤   t _ g _ x t _ + p _ x t   + x 0 _ −g _ x t __ (  para  x 2   = x/t) =   t p _ x t   + x 0 _ = p(x + t x 0 ). Seja  t < 0  e  ponhamos  τ  = −t > 0.   Ent˜ao, g(x) + t α   =   τ _ g _ x τ _ −α _ ≤   τ _ g _ x τ _ −  sup x 1 ∈G ¦g(x 1 ) −p(x 1 −x 0 )¦ _ ≤   τ _ g _ x τ _ +p _ x τ  −x 0 _ −g _ x τ __ (  para  x 1   = x/τ) =   τ p _ x τ  −x 0 _ = p(x −τ x 0 ) = p(x +t x 0 ), TEOREMA  DE  HAHN-BANACH   19 o  que  prova  o  desejado  em  (1.18).   Se  t   =  0,   ent˜ ao,   por  hip´otese,   g(x) + t α  =  g(x) ≤ p(x) = p(x + t x 0 ),  o  que  finaliza  a  demonstra¸c˜ao  do  lema. 2 Teorema  1.13  (Hahn-Banach  -  Forma  Anal´ıtica)   Sejam  E  um  espa¸co  vetorial   e  p um funcional positivamente homogˆeneo e subaditivo, definido em E.   Se G ´e um subespa¸co pr´oprio  de  E,  g ∈ G ∗   e  g(x) ≤ p(x),  para  todo  x ∈ G,  ent˜ao  existe  um  prolongamento  h de  g  a  E  tal   que  h(x) ≤ p(x),  para  todo  x ∈ E. Demonstra¸c˜ao:   Seja T  a  fam´ılia  de  todos   os   prolongamentos,   h,   de  g,   tais   que  h ´e   linear   e   h(x)  ≤  p(x),   para  todo  x  ∈  D(h),   onde   D(h)   ´e   um  subespa¸co  vetorial   e ordenemos T  pondo  h 1  ≤ h 2   se,  e  somente  se,  h 2   ´e  um  prolongamento  pr´oprio  de  h 1   (ou seja,  D(h 1 ) _ D(h 2 )). Temos  que T ,= ∅  pois  g ∈ T.   Al´em  disso,   se  Q  ´e  um  subconjunto  de T,   totalmente ordenado,  onde  Q = ¦h i ¦ i∈I ,  I  um  conjunto  de ´ındices,  podemos  definir  h  pondo  D(h) = ∪ i∈I D(h i )  e  h(x)  =  h i (x)  se  x ∈  D(h)  tal  que  x ∈  D(h i ).   Note  que  h  est´a  bem  definida uma vez que Q ´e totalmente ordenado e portanto se i 1 , i 2  ∈ I  uma das duas possibilidades ocorre D(h i 1 ) ⊂ D(h i 2 ) ou D(h i 2 ) ⊂ D(h i 1 ).   No primeiro caso h i 2   ´e um prolongamento de h i 1   e no segundo caso h i 1   ´e um prolongamento de h i 2 , de modo que se x ∈ D(h i 1 ) ∩D(h i 2 ) resulta  que  h i 1 (x)  =  h i 2 (x).   Al´em  disso,   D(h)  = ∪ i∈I D(h i )  ´e  um  espa¸co  vetorial   sendo h  claramente  linear,   uma  vez  que,   cada  h i   o  ´e.   Como  h i  ≤  p  para  todo  i ∈  I,   resulta que  h(x) ≤  p(x),   e,   portanto,   h ∈ T.   Logo, T  ´e  indutivamente  ordenado  (note  que  h  ´e cota superior de Q em T) e pelo lema de Zorn temos que T  possui um elemento maximal f.   Como  f  ∈ T,   temos   que  f  ≤  p.   Resta-nos   verificar   que  D(f)   =  E.   Com  efeito, suponhamos o contr´ ario, ou seja, que D(f) ´e um subespa¸co pr´oprio de E.   Pelo lema 1.12 conclu´ımos  que  existe  um  prolongamento  pr´oprio  h,  de  f,  verificando  h(x) ≤ p(x),  o  que contradiz o fato de f  ser elemento maximal de T.   Logo, D(f) = E, o que finaliza a prova. 2 A  seguir,  apresentaremos  alguns  resultados  decorrentes  do  Teorema  de  Hahn-Banach quando  E  ´e  um  espa¸co  vetorial  normado. Observa¸c˜ao  1.14  Sejam  E  ´e  um  espa¸co  vetorial   normado  e  E  o  seu  dual   topol´ogico. Quando  f ∈ E  e  x ∈ E  escrevemos ¸f, x)  em  lugar  de  f(x).   Ainda,  se  diz  que ¸, )  ´e  o produto  escalar  na  dualidade  E  , E. 20   INTRODUC¸  ˜ AO   ` A  AN ´ ALISE  FUNCIONAL Corol´ario  1.15  Sejam  E  um  espa¸co  vetorial   normado,  G  um  subespa¸co  de  E  e  g ∈ G  . Ent˜ao,  existe  um  prolongamento  f  de  g  tal   que  f ∈ E  e [[f[[ E    = [[g[[ G  . Demonstra¸c˜ao:   Definindo-se p(x) = [[g[[ G  [[x[[,   x ∈ E, temos  que g(x) ≤ [g(x)[ ≤ [[g[[ G    = p(x),   ∀x ∈ G. Assim,  pelo  Teorema  de  Hahn-Banach  existe  um  prolongamento  f  de  g  a  todo  E  tal que f(x) ≤ p(x),   ∀x ∈ E. Contudo,  temos  tamb´em  que −f(x) = f(−x) ≤ p(−x) = [[g[[ G  [[ −x[[ = p(x),   ∀x ∈ E. Consequentemente, [f(x)[ ≤ p(x) = [[g[[ G  [[x[[,   ∀x ∈ E o  que  implica, [[f[[ E    =   sup x∈X,||x||≤1 [f(x)[ ≤ [[g[[ G  , ou  seja, [[f[[ E  ≤ [[g[[ G  . Por  outro  lado,  como  f(x) = g(x)  para  todo  x ∈ G,  temos  que [[f[[ E    =   sup x∈E,||x||≤1 [f(x)[ ≥   sup x∈G,||x||≤1 [g(x)[ = [[g[[ G  . Das  duas  ´ ultimas  desigualdades  acima  conclu´ımos  que [[f[[ E    = [[g[[ G  . 2 Corol´ario  1.16  Seja  E  um  espa¸co  vetorial   normado.   Ent˜ao,   para  cada  x 0  ∈  E,   existe uma  forma  f 0  ∈ E  tal   que [[f 0 [[ E    = [[x 0 [[  e  < f 0 , x 0   >= [[x 0 [[ 2 . TEOREMA  DE  HAHN-BANACH   21 Demonstra¸c˜ao:   Se  x 0   =  0,   temos   que  f 0  ≡  0  satisfaz  o  desejado.   Seja  x 0  ,=  0  e G := 1x 0   = ¦tx 0 ; t ∈ 1¦.   Definimos  g(tx 0 ) = t[[x 0 [[ 2 ,  para  todo  t ∈ 1.   Assim, sup x∈G, ||x||=1 [g(x)[ =   sup t∈R, |t|=   1 ||x 0 || [t[[[x 0 [[ 2 = [[x 0 [[. Sendo  g  claramente  linear,  resulta  que  g ∈  G  e [[g[[ G    = [[x 0 [[.   Pelo  Corol´ario  (1.15) existe  um  prolongamento  f 0   de  g  a  E  tal   que  f 0  ∈  E  e [[f 0 [[ E    = [[g[[ G    = [[x 0 [[.   Al´em disso,  como  x 0  ∈ G,  temos ¸f 0 , x 0 ) = ¸g, x 0 ) = [[x 0 [[ 2 .   2 Seja  E  um  espa¸co  normado.   De  um  modo  geral,   se  designa  para  cada  x 0  ∈  E  o conjunto F(x 0 ) = ¦f 0  ∈ E  ; ¸f 0 , x 0 ) = [[x 0 [[ 2 = [[f 0 [[ 2 ¦,   (1.19) Observa¸c˜ao  1.17  Pelo  Corol´ario  (1.16)  resulta  imediatamente  que  F(x 0 ) ,= ∅  para  todo x 0  ∈  E.   Al´em  disso,   se  E  ´e  estritamente  convexo  (o  que  ´e  sempre  verdade  se  E  ´e  um espa¸co  de  Hilbert,   ou  se  E  =  L p (Ω)  com  1  <  p  <  +∞  e  Ω ⊂ 1 n ,   aberto,   por  exemplo), ent˜ao  F(x 0 )  ´e  um  conjunto  unit´ario.   Os  espa¸cos  estritamente  convexos  ser˜ao  estudados posteriormente. Corol´ario  1.18  Seja  E  um  espa¸co  vetorial   normado.   Ent˜ao,  para  todo  x ∈ E  se  tem [[x[[ =   sup f∈E  ,||f||≤1 [ ¸f, x) [ =   max f∈E  ,||f||≤1 [ ¸f, x) [. Demonstra¸c˜ao:   Se  x  =  0,   o  resultado  segue  trivialmente  posto  que ¸f, x)  =  0,   para todo  f ∈ E  .   Seja,  ent˜ao,  x ,= 0  e  consideremos  f ∈ E  tal  que [[f[[ ≤ 1.   Ent˜ ao, [ ¸f, x) [ ≤ [[f[[ E  [[x[[ ≤ [[x[[ ⇒   sup f∈E  ,||f||≤1 [ ¸f, x) [ ≤ [[x[[.   (1.20) Por  outro  lado,  pelo  corol´ario  1.16,  existe  uma  forma  f 0  ∈ E  tal  que [[f 0 [[ E    = [[x[[  e ¸f 0 , x)  = [[x[[ 2 ,   ou  seja,   f 0  ∈  F(x).   Definamos  f 1   =   f 0 ||x|| .   Ent˜ao, [[f 1 [[ E    =  1  e ¸f 1 , x)  = [[x[[.   Portanto, sup f∈E  ,||f||≤1 [ ¸f, x) [ ≥ [ ¸f 1 , x) [ = [[x[[.   (1.21) Combinando  (1.20)  e  (1.21)  temos  o  desejado. 2 22   INTRODUC¸  ˜ AO   ` A  AN ´ ALISE  FUNCIONAL Observa¸c˜ao  1.19  Observemos  que  no  corol´ario  1.18  temos  estabelecido  que  o  supremo realmente  ´e  atingido  e  consequentemente  o  ‘supremo’   se  transforma  em  ‘m´aximo’.   Com efeito, sup f∈E  ,||f||≤1 [ ¸f, x) [ = [[x[[ = ¸f 1 , x) ,   onde  f 1  ∈ E  e [[f 1 [[ = 1. 1.2.4   Formas  Geom´etricas  do  Teorema  de  Hahn-Banach Dizemos  que  um  conjunto  C  ´e  convexo  se [t x + (1 −t) y] ∈ C,   para  todo  x, y ∈ C  e  para  todo  t ∈ [0, 1].   (1.22) Seja  E  um  espa¸co  vetorial   normado,   C ⊂  E  um  conjunto  aberto  e  convexo  tal   que 0 ∈ C.   Para  cada  x ∈ E,  definimos p(x) = inf¦α > 0;  x α  ∈ C¦.   (1.23) O  funcional   p   :   E  →  1  ´e   denominado   funcional  de  Minkowski  para  o  convexo  C. Notemos   que   o  funcional   de   Minkowski   est´a  bem  definido.   Com  efeito,   seja  x ∈  E. Se  x  =  0  ent˜ao  x ∈  C  (por  hip´otese)  e,   portanto,   o  conjunto ¦α  >  0;   x α  ∈  C¦ ,= ∅.   Se x ,=  0  ent˜ ao [[x[[ ,=  0  e,   como  0 ∈  C  e  C  ´e  aberto,   temos   que  existe  r   >  0  tal   que B r (0) ⊂ C.   Assim,  se  y  =   µx ||x||   com  0 < µ < r  resulta  que [[y[[ = µ < r ⇒y ∈ B r (0) ⊂ C. Desta  forma,   α  =   ||x|| µ   ∈ ¦α  >  0;   x α   ∈  C¦.   Logo,   em  ambos   os   casos,   temos   quje ¦α  >  0;   x α  ∈  C¦ ,= ∅,   qualquer  que  seja  x ∈  E  tendo  sentido  tomarmos  o ´ınfimo  deste conjunto. Propriedades  do  Funcional  p 1)   p(λx) = λp(x),  para  todo  λ ≥ 0  e  para  todo  x ∈ E. 2)   p(x + y) ≤ p(x) + p(y),  para  todo  x, y ∈ E. 3)   Existe  M  > 0  tal  que  p(x) ≤ M[[x[[,  para  todo  x ∈ E. 4)   C  = ¦x ∈ E; p(x) < 1¦. Demonstra¸c˜ao:   Provemos  as  propriedades  acima. TEOREMA  DE  HAHN-BANACH   23 1) Temos que p(λx) = inf¦α > 0;   λx α   ∈ C¦.   Se λ = 0, a identidade segue trivialmente. Agora  se  λ ,= 0,  pondo  β  =   α λ   temos  que  α = λβ  e,  conseq¨ uentemente, p(λx) = inf¦λβ  > 0;  x β  ∈ C¦ = λinf¦β  > 0;  x β  ∈ C¦ = λp(x). 2)  Seja  ε  >  0  e  consideremos  x, y ∈  E.   Ent˜ao,   em  virtude  da  defini¸c˜ ao  do  funcional de  Minkowski,  existem  α, β  > 0  tais  que   x α  ∈ C, y β  ∈ C,  α < p(x) +   ε 2   e  β  < p(y) +   ε 2 . Como  0 <   α α+β   < 1,  0 <   β α+β   < 1  e   α α+β   +   β α+β   = 1,  vem,  pela  convexidade  de  C,  que α α +β x α   +   β α + β y β  ∈ C,   ou  seja  ,   x + y α + β  ∈ C. Logo,  p(x +y) ≤ α + β  < p(x) + p(y) + ε.   Pela  arbitrariedade  de  ε  segue  o  desejado. 3) Como C  ´e aberto e 0 ∈ C  temos que existe r > 0 tal que B r (0) ⊂ C.   Consideremos 0  <  ρ  <  r.   Ent˜ao,   qualquer  que  seja  x ∈  E,   x ,=  0  satisfaz   ρ x ||x||  ∈  B r (0),   uma  vez  que ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ρ x ||x|| ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ = ρ < r.   Assim,   ρ x ||x||  ∈ C  e,  portanto,  p(x) ≤   ||x|| ρ   ,  isto ´e, p(x) ≤ M[[x[[,   onde  M  =   1 ρ . 4)   Seja  x ∈  C.   Se  x  =  0,   temos   que  p(x)   =  0  <  1.   Suponhamos,   ent˜ao,   x ,=  0 e  consideremos  r  >  0  tal   que  B r (x) ⊂  C.   Tomemos  ε  >  0  tal   que  0  <  ε  <   r ||x|| ,   logo [[x + εx −x[[ = ε[[x[[ < r.   Assim,  x + εx ∈ B r (x) ⊂ C,  ou  seja,  (1 + ε)x ∈ C,  ou  ainda, x 1 1+ε ∈ C.   Donde,  p(x) ≤   1 1+ε   < 1.   Conseq¨ uentemente, C ⊂ ¦x ∈ E; p(x) < 1¦. Reciprocamente, seja x ∈ E tal que p(x) < 1.   Ent˜ao, dado ε > 0 suficientemente pequeno, temos que existe α > 0 tal que   x α  ∈ C e p(x) ≤ α < p(x)+ε < 1.   Assim, α x α +(1−α)0 ∈ C, ou  seja,  x ∈ C,  o  que  prova  que ¦x ∈ E; p(x) < 1¦ ⊂ C. 2 Defini¸c˜ao  1.20  Seja E  um espa¸co vetorial real.   Um hiperplano  afim  de  E ´e um conjunto da  forma H  = ¦x ∈ E; f(x) = α¦, onde  α ∈ 1  e  f ∈ E ∗   tal   que  f ,= 0  (ou  seja,  f  n˜ao  identicamente  nula). 24   INTRODUC¸  ˜ AO   ` A  AN ´ ALISE  FUNCIONAL Dizemos  que  H  ´e  um  hiperplano  de  equa¸c˜ao  [f  = α]. Exemplo:   Seja  E  = 1 2 .   Ent˜ao  f(x, y) = ax + by  onde  a, b ∈ 1¸¦0¦.   Temos, H  = ¦(x, y) ∈ 1 2 ; ax + by  = α¦. Analogamente,  se  E  = 1 3 ,  temos  que H  = ¦(x, y, z) ∈ 1 3 ; ax +by + cz  = α¦. Podemos  usar  ainda  a  seguinte  nota¸c˜ao  para  o 1 2 :   f  =  (a, b), X  =  (x, y)  e ¸f, X)  = ¸(a, b), (x, y)) = ax + by. Sejam  H  o  hiperplano  de  E  de  equa¸c˜ ao  [f  = α]  e  a ∈ H.   Ent˜ ao, H −a   ´e  um  subespa¸co  de  E.   (1.24) Com efeito, seja x ∈ H −a.   Ent˜ ao, x = y −a com y ∈ H  donde f(x) = f(y) −f(a) = α−α = 0.   Reciprocamente, seja x ∈ E  tal que f(x) = 0.   Ent˜ao, f(x+a) = f(x)+f(a) = 0 + α = α,  isto ´e,  x + a ∈ H  e  portanto  x ∈ H −a.   Logo, H −a = ¦x ∈ E; f(x) = 0¦ = f −1 (¦0¦) = ker(f)(subespa¸co  de  E), o  que  prova  (1.24).   Temos  ainda  que E  = (H −a) ⊕1x 0 ,   para  algum  x 0  ∈ E.   (1.25) De fato, observemos que H−a ,= E  posto que f ,= 0 (f  n˜ao identicamente nula).   Seja x 0  ∈ E¸(H−a) tal que f(x 0 ) = 1.   Tal x 0  ´e obtido da seguinte forma:   seja x 1  ∈ E¸(H−a) tal  que  f(x 1 ) ,= 0  (lembre  que  toda  forma  linear  n˜ao  nula  assume  todos  os  valores  de 1), isto  ´e,   f(x 1 )  =  α 1  ,=  0.   Assim,   f _ x 1 α 1 _   =  1  e  basta  tomarmos  x 0   =   x 1 α 1 .   Ent˜ao,   sempre podemos   escolher   x 0  ∈  E¸(H − a)   tal   que   f(x 0 )   =  1.   Isto  posto,   H − a  e  1x 0   s˜ao subespa¸cos  de  E  com  (H −a) ∩ 1x 0   = ¦0¦.   Obviamente,  (H −a) ⊕1x 0  ⊂ E.   Resta-nos mostrar  que  E ⊂  (H − a) ⊕ 1x 0 .   Com  efeito,   seja  x ∈  E  e  definamos  y  =  x − f(x) x 0 . Temos f(y) = f(x) −f(x) f(x 0 ) . ¸¸ . =1 = 0, e,  portanto,  y ∈ H −a.   Logo,  x = y + f(x) x 0  ∈ (H −a) ⊕1x 0 ,  o  que  prova  o  desejado em  (1.25). TEOREMA  DE  HAHN-BANACH   25 Proposi¸c˜ao  1.21  O  hiperplano  H  de  equa¸c˜ao  [f  =  α]   ´e  fechado  se,   e  somente  se,   f  ´e cont´ınua. Demonstra¸c˜ao:   Se  f  ´e  cont´ınua  temos,   pelo  fato  de  [f  =  α]  =  f −1 (¦α¦)  e  a  imagem inversa  de  um  conjunto  fechado  ser  fechada,  que  H  = [f  = α] ´e  fechado. Reciprocamente, seja H  fechado.   Como E¸H ,= ∅, posto que f(E) = 1 e f(H) = ¦α¦, resulta  que  existe  x 0  ∈  E  tal   que  x 0   / ∈  H.   Como  E¸H  ´e  aberto,   ent˜ao  existe  r  >  0  tal que  B r (x 0 ) ⊂ E¸H.   Como  x 0  ∈ E¸H  segue  que  f(x 0 ) ,= α  e  consequentemente  podemos supor, sem perda da generalidade que f(x 0 ) < α.   Mostraremos que para todo x ∈ B r (x 0 ) temos que f(x) < α.   Com efeito, suponhamos o contr´ario, que exista x 1  ∈ B r (x 0 ) tal que f(x 1 ) ≥ α.   Como  B r (x 0 ) ´e  um  conjunto  convexo  temos  que t x 1  + (1 −t)x 0  ∈ B r (x 0 ),   para  todo  t ∈ [0, 1], e  pelo  fato  de  B r (x 0 ) ⊂ E¸H  decorre  que f(t x 1  + (1 −t)x 0 ) ,= α,   para  todo  t ∈ [0, 1]. Por  outro  lado,  f(x 1 ) ≥ α  implica  que f(x 1 ) −f(x 0 ) ≥ α −f(x 0 ) ⇒0 <   α −f(x 0 ) f(x 1 ) −f(x 0 )  ≤ 1. Definamos,  em  particular,  t =   α−f(x 0 ) f(x 1 )−f(x 0 ) .   Conseq¨ uentemente, f(t x 1  + (1 −t)x 0 ) = f(t(x 1 −x 0 ) + x 0 )   =   t f(x 1 −x 0 ) + f(x 0 ) =   t[f(x 1 ) −f(x 0 )] + f(x 0 ) =   α −f(x 0 ) + f(x 0 ) = α, o  que  ´e  um  absurdo!   Logo,   para  todo  x ∈  B r (x 0 )  temos  que  f(x)  <  α.   Seja  r 1   >  0  tal que  B r 1 (x 0 ) ⊂ B r (x 0 ).   Note  que  se  x ∈ B r 1 (x 0 )  temos  que  x = x 0  +r 1 z,  onde  z ∈ B 1 (0). Assim, f(x) = f(x 0  + r 1 z) < α ⇒ f(x 0 ) + r 1 f(z) < α, ou  ainda, f(z) <   α −f(x 0 ) r 1 < +∞,   para  todo  z ∈ B 1 (0). Logo,  sup z∈E;||z||≤1 [f(z)[ < +∞,  o que prova que  f  ´e limitada e portanto cont´ınua.   2 26   INTRODUC¸  ˜ AO   ` A  AN ´ ALISE  FUNCIONAL Observa¸c˜ao  1.22  Se tiv´essemos suposto na proposi¸c˜ao anterior que f(x 0 ) > α, mostrar´ıamos que  para  todo  x ∈  B r (x 0 )   ter´ıamos   f(x)   >  α.   Usar´ıamos,   neste  caso,   t   =   f(x 0 )−α f(x 0 )−f(x 1 ) para   gerar   o   absurdo.   Da   mesma   forma,   ent˜ao,   f(x)   =  f(x 0   +  r 1 z)   >  α,   isto   ´e, f(x 0 ) + r 1 f(z) > α  ou  ainda, f(−z) = −f(z) <   f(x 0 ) −α r 1 ,   para  todo  z ∈ B 1 (0) ⇒   sup z∈E;||z||≤1 [f(z)[ < +∞. Defini¸c˜ao  1.23  Seja E  um espa¸co vetorial normado e consideremos A, B ⊂ E.   Dizemos que  o  hiperplano  H  de  equa¸c˜ao  [f  = α]  separa  A  e  B  no  sentido  lato(generalizado)  se f(x) ≤ α,   para  todo  x ∈ A   e   f(y) ≥ α,   para  todo  y ∈ B. Dizemos  que  o  hiperplano  H  separa  A  e  B  no  sentido  estrito  se  existe  ε > 0  tal   que f(x) ≤ α −ε,   para  todo  x ∈ A   e   f(y) ≥ α + ε,   para  todo  y ∈ B. Geometricamente,  a  separa¸c˜ao  significa  que  A  e  B  se  situam  em  lados  opostos  de  H.          A B H Figura  1.3:   H  separa  A  e  B Lema  1.24  Sejam  E  um  espa¸co  normado,   C ⊂  E  um  conjunto  convexo,   aberto  e  n˜ao- vazio  e  x 0  ∈  E  tal   que  x 0   / ∈  C.   Ent˜ao  existe  f ∈  E  tal   que  f(x)  <  f(x 0 ),   para  todo x ∈ C.   Em  particular,  o  hiperplano  de  equa¸c˜ao  [f  = f(x 0 )]   separa ¦x 0 ¦  de  C  no  sentido lato. Demonstra¸c˜ao:   Suponhamos,  sem  perda  da  generalidade,  que  0 ∈ C,  pois  caso  0  / ∈ C, consideramos  o  conjunto  C  =  C − a,  onde  a ∈  C.   Temos  que  C  ,= ∅,  convexo  e  aberto posto  que   C  o  ´e.   Admitindo-se   que   o  resultado  seja  verdadeiro  para  C  ,   isto  ´e,   que exista  f ∈  E  tal   que  f(x)  <  f(x 0 ),   para  todo  x ∈  C  com  x 0   / ∈  C  ,   ent˜ ao  o  mesmo  se verifica  para  C.   De  fato,   seja  x 0  ∈  E  tal   que  x 0   / ∈  C.   Ent˜ ao,   existe  f  ∈  E  tal   que TEOREMA  DE  HAHN-BANACH   27 f(x)   <  f(x 0 −a . ¸¸ . / ∈C  ),   para  todo  x ∈  C  .   Logo,   f(y − a)   <  f(x 0  − a),   para  todo  y ∈  C e,   portanto,   f(y) − f(a)   <  f(x 0 ) − f(a),   para  todo  y ∈  C  donde  f(y)   <  f(x 0 ),   para todo  y ∈  C.   Podemos,   ent˜ao,   supor,   sem  perda  da  generalidade,   que  0 ∈  C  e  mostrar  o desejado. Seja 0 ∈ C  e consideremos p o funcional de Minkowski para o convexo C.   Seja x 0  ∈ E tal  que  x 0   / ∈ C.   Ent˜ao,  p(x 0 ) ≥ 1  posto  que  C  = ¦x ∈ E; p(x) < 1¦.   Ponhamos  G = 1x 0 e  g  : G →1  dada  por  g(t x 0 ) = t.   Temos  que  g ∈ G ∗ .   Al´em  disso, Se  t ≥ 0,   g(t x 0 ) = t   ≤ .¸¸. p(x 0 )≥1 t p(x 0 ) = p(t x 0 ) Se  t < 0,   g(t x 0 ) = t < 0 ≤ p(t x 0 ). Logo,   g(x) ≤  p(x),   para  todo  x ∈  1x 0 .   Como  o  funcional   de  Minkowski   ´e  positi- vamente  homogˆeneo  e  subaditivo  vem  pelo  Teorema  de  Hahn-Banach  (Forma  Anal´ıtica) que  existe  um  prolongamento  f   de  g  a  todo  E  tal   que  f(x) ≤  p(x),   para  todo  x ∈  E. Assim,   f(x) ≤  p(x) ≤  M[[x[[,   para  todo  x ∈  E  (veja  propriedade  3  do  Funcional   de Minkowski)  e,   portanto,   f ∈  E  ,   e  al´em  disso,   f(x) ≤  p(x)  <  1,   para  todo  x ∈  C  com f(x 0 ) = g(x 0 ) = 1.   Conseq¨ uentemente, Existe  f ∈ E  tal  que  f(x) < f(x 0 ),   para  todo  x ∈ C, o  que  finaliza  a  demonstra¸c˜ao. 2 Teorema  1.25  (1 a Forma  Geom´etrica  do  Teorema  de  Hahn-Banach)   Sejam E um espa¸co  vetorial   normado  e  A, B ⊂  E  subconjuntos  convexos,   disjuntos  e  n˜ao  vazios.   Se A  ´e  aberto,  ent˜ao  existe  um  hiperplano  fechado  que  separa  A  e  B  no  sentido  lato. Demonstra¸c˜ao:   Sejam  a ∈  A,   b ∈  B  e  x 0   =  b − a.   Definamos   C  =  A − B  + x 0 . Afirmamos  que 1)  C  ´e  convexo.   (1.26) De  fato,   sejam  w  =  a 1  − b 1   + x 0   e  v  =  a 2  − b 2   + x 0   pontos  de  C  e  t ∈  [0, 1]   com a 1 , a 2  ∈ A  e  b 1 , b 2  ∈ B.   Ent˜ao, t w + (1 −t) v   =   t[a 1 −b 1  + x 0 ] + (1 −t)[a 2 −b 2  + x 0 ] =   [t a 1  + (1 −t)a 2 ] .   ¸¸   . ∈A −[t b 1  + (1 −t)b 2 ] .   ¸¸   . ∈B +x 0  ∈ A −B + x 0   = C, 28   INTRODUC¸  ˜ AO   ` A  AN ´ ALISE  FUNCIONAL o  que  prova  (1.26). A  seguir,  provaremos  que 2)  C  ´e  aberto.   (1.27) Com  efeito,   podemos  escrever  C  = ∪ y∈B ¦A − y  + x 0 ¦  e,   portanto,   C  ´e  a  uni˜ao  de uma fam´ılia de conjuntos abertos, uma vez que A ´e aberto e a transla¸c˜ ao de um conjunto aberto ´e  um  conjunto  aberto,  o  que  prova  (1.27). Finalmente  afirmamos  que x 0   / ∈ C.   (1.28) De fato, suponhamos que x 0  ∈ C.   Ent˜ ao, existem a ∈ A e b ∈ B tais que x 0   = a−b+x 0 , isto ´e,  a = b,  e,  portanto,  A ∩ B ,= ∅,  o  que ´e  um  absurdo,  ficando  provado  (1.28). Logo,   pelo  lema  1.24  existe  f ∈  E  tal   que  f(x)  <  f(x 0 ),   para  todo  x ∈  C,   ou  seja, f(a −b +x 0 ) < f(x 0 ),  para  todo  a ∈ A  e  para  todo  b ∈ B,  isto ´e,  f(a) < f(b),  para  todo a ∈ A  e  para  todo  b ∈ B.   Assim, sup x∈A f(x) ≤  inf y∈B f(y). Seja  α ∈ 1  tal  que sup x∈A f(x) ≤ α ≤  inf y∈B f(y). Ent˜ao,   f(x) ≤  α ≤  f(y),   para  todo  x ∈  A  e  para  todo  y ∈  B.   Como  f ∈  E  segue da  proposi¸c˜ao  1.21  que   o  hiperplano  de   equa¸c˜ ao  [f   =  α]   ´e   fechado  e,   em  virtude   da desigualdade  anterior,  a  prova  est´a  completa.   2 Teorema  1.26  (2 a Forma  Geom´etrica  do  Teorema  de  Hahn-Banach)   Sejam E um espa¸co  vetorial   normado,  A, B ⊂ E  subconjuntos  convexos,  disjuntos  e  n˜ao  vazios.   Se  A for  fechado  e  B  for  um  compacto,  ent˜ao  existe  um  hiperplano  fechado  que  separa  A  e  B no  sentido  estrito. Demonstra¸c˜ao:   Seja  ε  >  0  e  ponhamos  A ε   =  A + B ε (0),   conforme  ilustra  a  figura abaixo. TEOREMA  DE  HAHN-BANACH   29 A A ε ε Figura  1.4:   A ε   = A + B ε (0) Afirmamos  que A ε   ´e  convexo.   (1.29) De  fato,   sejam  w, v ∈  A ε   e  t ∈  [0, 1].   Ent˜ ao,   w  =  a 1   + ε z 1   e  v   =  a 2   + ε z 2   onde a 1 , a 2  ∈ A  e  z 1 , z 2  ∈ B 1 (0).   Temos: t w + (1 −t)v   =   t[a 1  + ε z 1 ] + (1 −t)[a 2  + ε z 2 ] =   [t a 1  + (1 −t)a 2 ] .   ¸¸   . ∈A +ε [t z 1  + (1 −t)z 2 ] .   ¸¸   . ∈B 1 (0) ∈ A ε , o  que  prova  (1.29). Analogamente  prova-se  que B ε   = B + B ε (0) ´e  convexo.   (1.30) Notemos  que A ε   ´e  aberto  pois  A ε   = ∪ x∈A (x +B ε (0)).   (1.31) A  seguir,  provaremos  que A ε ∩ B ε   = ∅  para  algum  ε > 0.   (1.32) De  fato,  suponhamos  o  contr´ ario,  ou  seja,  que  para  todo  ε > 0,  A ε ∩ B ε  ,= ∅.   Ent˜ ao, pondo  ε n   =   1 n ,   temos  que  para  cada  n ∈ N ∗ ,   existem  x n  ∈  A,   y n  ∈  B  e  z 1n , z 2n  ∈  B 1 (0) tais  que x n  + ε n z 1n   = y n  + ε n z 2n . Portanto, [[x n −y n [[ = ε n [[z 2n −z 1n [[ ≤   1 n [[[z 1n [[ +[[z 2n [[] ≤   2 n . 30   INTRODUC¸  ˜ AO   ` A  AN ´ ALISE  FUNCIONAL Como  B  ´e  compacto,  existe ¦y n k ¦ ⊂ ¦y n ¦  tal  que  y n k  → y  em  B  quando  k → +∞. Assim, [[x n k  −y[[ ≤ [[x n k  −y n k [[ +[[y n k  −y[[ → 0,   quando  k →+∞, o  que  implica  que  x n k  → y,  onde,  como  j´a  vimos,  y ∈ B.   Como  A ´e  fechado,  resulta  que y ∈ A  e,  desta  forma,  A ∩ B ,= ∅,  o  que  um  absurdo  j´a  que  tais  conjuntos  s˜ao  disjuntos. Isto prova (1.32) Logo, existe ε 0   > 0 tal que A ε 0 ∩B ε 0   = ∅.   Pela 1 a Forma Geom´etrica do Teorema  de  Hahn-Banach,   existe  um  hiperplano  fechado  de  equa¸c˜ ao  [f  =  α]  que  separa A ε 0   e  B ε 0   no  sentido  lato,  isto ´e, f(x +ε 0 z 1 ) ≤ α ≤ f(y + ε 0 z 2 ),   para  todo  x ∈ A,   y ∈ B  e  z 1 , z 2  ∈ B 1 (0). Em  particular,  se  z 2   = −z 1   resulta  que f(x) + ε 0 f(z 1 ) ≤ α ≤ f(y) −ε 0 f(z 1 ),   para  todo  x ∈ A,   y ∈ B  e  z 1  ∈ B 1 (0).   (1.33) Tomando  o  supremo  em  z 1   na  1 a desigualdade  em  (1.33)  obtemos f(x) + ε 0 [[f[[ ≤ α ⇒f(x) ≤ α −ε 0 [[f[[,   para  todo  x ∈ A. Analogamente  tomando  o  supremo  em  z 1   na  2 a desigualdade  em  (1.33)  vem  que f(y) ≥ α + ε 0 [[f[[,   para  todo  y ∈ B. Combinando  as  duas  ´ ultimas  desigualdades  acima,  fica  provado  o  desejado.   2 Observa¸c˜ao  1.27   ´ E  imprescind´ıvel   no  Teorema  acima  que  B  seja  compacto  pois  se  B fosse  apenas  fechado  nem  sempre  o  Teorema  se  verifica.   Vejamos  o  exemplo  abaixo. Mais  al´em,   se  a  dimens˜ao  de  E  ´e  infinita,   se  constr´oi   um  exemplo  onde  A  e  B  s˜ao dois  conjuntos  convexos,   n˜ao  vazios  e  disjuntos  tais  que  n˜ao  existe  nenhum  hiperplano fechado  que  separa  A  e  B  no  sentido  lato.   Contudo,  se  E  ´e  um  espa¸co  de  dimens˜ao  finita sempre  podem  ser  separados  em  sentido  lato  dois  convexos  A  e  B  n˜ao  vazios  e  disjuntos. Corol´ario  1.28  Sejam  E  um  espa¸co  vetorial   e  F  um  subespa¸co  de  E  tal   que  F  ,=  E. Ent˜ao  existe  f ∈ E  ,  f ,= 0  (n˜ao  identicamente  nula)  tal  que ¸f, x) = 0,  para  todo  x ∈ F. FUNC¸  ˜ OES  CONVEXAS  E  SEMICONT ´ INUAS   31 ¡ ¡ ¡ ¡ ¡ ¡ ¡ ¡ ¡ ¡ ¡ ¡ ¡ ¡ ¡ ¡ ¡ ¡ ¡ ¡ ¡ ¡ ¡ ¡ ¡ ¡ ¡ ¡ ¡ ¡ ¡ ¡ ¡ ¡ ¡ ¡ ¡ ¡ ¡ ¡ ¡ ¡ ¡ ¡ ¡ ¡ ¡ ¡ ¡ ¡ ¡ ¡            ©   hip´erbole B   (fechado) fechado   A Figura  1.5:   A  ´e  um  hiperplano  fechado  e  B  ´e  a  regi˜ao  fechada  de  um  lado  da  hip´erbole que  tem  o  hiperplano  como  ass´ıntota. Demonstra¸c˜ao:   Seja  x 0  ∈  E  talque  x 0   / ∈  F.   Como  F  ´e  subespa¸co  de  E  temos  que  F tamb´em o ´e e, consequentemente ´e convexo.   Logo, F  ´e convexo e fechado; ¦x 0 ¦ ´e convexo e compacto e F ∩¦x 0 ¦ = ∅.   Pela 2 a Forma geom´etrica do teorema de Hahn-Banach, existe um  hiperplano  fechado  que  separa  F  e ¦x 0 ¦  no  sentido  estrito,   isto  ´e,   existem  f ∈  E  ( veja  proposi¸c˜ ao  1.21),  f ,= 0  e  α ∈ 1  tais  que f(x) ≤ α −ε,   para  todo  x ∈ F  e  f(x 0 ) ≥ α + ε,   para  algum  ε > 0. Em  particular, f(x) < α < f(x 0 ),   para  todo  x ∈ F. Considerando  g  =  f[ F ,   conclu´ımos  que  g(x)  <  α  para  todo  x ∈  F  o  que  implica  que g ≡  0  (veja  in´ıcio  da  se¸c˜ ao  1.1),   ou  seja, ¸f, x)  =  0  para  todo  x ∈  F,   o  que  encerra  a prova.   2 Aplica¸c˜ ao  do  Corol´ario  Anterior: O corol´ario acima ´e frequentemente aplicado para demons- trar quando um subespa¸co vetorial F ⊂ E ´e denso em E, ou seja, para mostrar o seguinte resultado: Corol´ario  1.29  Sejam  E  um  espa¸co  vetorial   normado  e  F  um  subespa¸co  vetorial   de  E. Se para toda forma f ∈ E  tal que ¸f, x) = 0, para todo x ∈ F  se tem f ≡ 0  (i.´e. ¸f, x) = 0 para  todo  x ∈ E),  ent˜ao  F  ´e  denso  em  E  (ou  seja,  F  = E). 1.3   Fun¸c˜ oes  Convexas  e  Semicont´ınuas Come¸camos  com  uma  defini¸c˜ ao. Defini¸c˜ao  1.30  Sejam  E  um  conjunto  gen´erico  e  f  : E →] −∞, +∞]  uma  aplica¸c˜ao. 32   INTRODUC¸  ˜ AO   ` A  AN ´ ALISE  FUNCIONAL •   a)  O  dom´ınio  efetivo  de  f  ´e  o  conjunto D e (f) = ¦x ∈ E; f(x) ,= +∞¦. Se  D e (f) ,= ∅  ou,   equivalentemente,   f  ,=  +∞  (f   n˜ao  ´e  identicamente  infinito), dizemos  que  f  ´e  uma  fun¸c˜ao  pr´opria. •   b)  O  epigr´afico  de  f  ´e  o  conjunto epi(f) = ¦(x, λ) ∈ E 1; f(x) ≤ λ¦. •   c)  O  conjunto  de  n´ıvel   λ  de  f  ´e  o  conjunto N(λ, f) = ¦x ∈ E; f(x) ≤ λ¦. Para  fixar  id´eias  consideremos  a  figura  1.5  abaixo. E   E T   T epi(f) E   E 1   1 λ N(λ, f)   Figura  1.6:   Epigr´afico  e  Conjunto  de  N´ıvel. Seja  E  um  espa¸co  topol´ogico  e  f  : E →[−∞, +∞]  uma  fun¸c˜ ao. Dizemos  que  f   ´e  semicont´ınua  inferiormente  (s.c.i.)   no  ponto  x 0  ∈  E  se  para  todo ε > 0  existe  uma  vizinhan¸ca  de  x 0 ,  V (x 0 )  tal  que f(x) > f(x 0 ) −ε,   para  todo  x ∈ V (x 0 ). Dizemos  que  f  ´e  s.c.i.   em  F ⊂ E  se  f  ´e  s.c.i.   em  cada  ponto  de  F. Dizemos  que  f  ´e  semicont´ınua  superiormente  (s.c.s.)   no  ponto  x 0  ∈  E  se  para  todo ε > 0  existe  uma  vizinhan¸ca  de  x 0 ,  V (x 0 ),  tal  que f(x) < f(x 0 ) + ε,   para  todo  x ∈ V (x 0 ). FUNC¸  ˜ OES  CONVEXAS  E  SEMICONT ´ INUAS   33 E   E T   T f   f • ◦ ◦ • x 0 V (x 0 )    x 0 V (x 0 )  1   1 E   E Figura  1.7:   ` A  esquerda  f  ´e  s.c.i.   em  x 0   enquanto  que  `a  direita  f  ´e  s.c.s.   em  x 0 . Dizemos  que  f  ´e  s.c.s.   em  F ⊂ E  se  f  ´e  s.c.s.   em  cada  ponto  de  F. Note  que  se  f  for  s.c.s.   ent˜ ao −f  ser´a  s.c.i. As figuras acima ilustram exemplos de fun¸c˜ oes s.c.i e s.c.s.   x 0 .   Se E  = 1, por exemplo, a s.c.i.   em x 0   seria uma esp´ecie de continuidade  pela  esquerda de x 0 , sendo que os valores de  f(x)  para  x > x 0   devem  se  manter  estritamente  maiores  que  f(x 0 ) −ε,  enquanto  que a  s.c.s.   seria  uma  esp´ecie  de  continuidade  pela  direita,  sendo  que  os  valores  de  f(x)  para x < x 0   devem  se  manter  estritamente  menores  que  f(x 0 ) + ε. Para  facilitar  a  compreens˜ao,   veremos,   a  seguir,   uma  forma  diferente  de  enfocar  os conceitos   acima  quando  E  ´e  um  espa¸co  m´etrico.   Para  isso,   recordemos   o  conceito  de limite  inferior  e  superior  que  passamos  a  definir. Sejam E  um espa¸co m´etrico, f  : E →[−∞, +∞] uma fun¸c˜ ao e x 0  ∈ E.   Denominamos limite  superior  da fun¸c˜ao  f  em  x 0 ,  e  denotamos  por  limsup ε→0 f(x),  `a quantidade (finita ou  infinita) lim ε→0 _   sup x∈Bε(x 0 ) f(x) _ . De maneira an´aloga, denominamos limite  inferior da fun¸c˜ao f  em x 0   e denotamos por liminf ε→0 f(x),  `a  quantidade  (finita  ou  infinita) lim ε→0 _   inf x∈B ε (x 0 ) f(x) _ . Uma  defini¸c˜ ao  equivalente  `a  de  semicontinuidade ´e  a  seguinte: a)  Dizemos  que  f  ´e  semicont´ınua  superiormente  no  ponto  x 0   se limsup x→x 0 f(x) ≤ f(x 0 ). 34   INTRODUC¸  ˜ AO   ` A  AN ´ ALISE  FUNCIONAL b)  Dizemos  que  f  ´e  semicont´ınua  inferiormente  no  ponto  x 0   se liminf x→x 0 f(x) ≥ f(x 0 ). Mostremos a equivalˆencia das defini¸c˜oes para as fun¸c˜ oes s.c.i.   em x 0  , ou seja, provare- mos  que liminf x→x 0 f(x) ≥ f(x 0 ) ⇔∀ε > 0, ∃V (x 0 )  tal  que  f(x) > f(x 0 ) −ε, ∀x ∈ V (x 0 ) ∩ E.(1.34) Demonstra¸c˜ao:   (⇐) Seja ε > 0 dado.   Ent˜ ao, existe V (x 0 ) tal que f(x) > f(x 0 )−ε, para todo  x ∈ V (x 0 ).   Assim,  existe  B r ε (x 0 )  tal  que  f(x) > f(x 0 ) − ε,  para  todo  x ∈ B r ε (x 0 ). Se  r ε  ≥ ε  temos  que  f(x) > f(x 0 ) −ε  para  todo  x ∈ B ε (x 0 )  e,  portanto, inf x∈B ε (x 0 ) f(x) ≥ f(x 0 ) −ε ⇒ lim ε→0 _   inf x∈B ε (x 0 ) f(x) _ ≥ f(x 0 ). Se  r ε   <  ε,   temos  que  f(x)   >  f(x 0 ) − ε,   para  todo  x ∈  B r ε (x 0 )  e  0 ≤  lim ε→0 r ε  ≤ lim ε→0 ε = 0.   Assim, inf x∈Br ε (x 0 ) f(x) ≥ f(x 0 ) −ε ⇒ lim ε→0 _   inf x∈Br ε (x 0 ) f(x) _ ≥ f(x 0 ), o  que  implica  que lim r ε →0 f(x) _   inf x∈Br ε (x 0 ) f(x) _ ≥ f(x 0 ). (⇒) Suponhamos o contr´ario, ou seja, que exista ε 0   > 0 tal que para toda V (x 0 ) exista x ∈  V (x 0 )  tal   que  f(x) ≤  f(x 0 ) − ε 0 .   Em  particular,   se  V (x 0 )  =  B 1/n (x 0 )  temos  que existe  x n  ∈ B 1/n (x 0 )  tal  que  f(x n ) ≤ f(x 0 ) −ε 0 ,  para  todo  n ∈ N ∗ ,  isto ´e, inf x∈B 1/n (x 0 ) f(x) ≤ f(x n ) ≤ f(x 0 ) −ε 0 . Assim, lim n→+∞ _   inf x∈B 1/n (x 0 ) f(x) _ ≤ f(x 0 ) −ε 0   < f(x 0 ), o  que ´e  um  absurdo  (!)   pois,  por  hip´otese, lim ε→0 _   inf x∈B ε (x 0 ) f(x) _ ≥ f(x 0 ), FUNC¸  ˜ OES  CONVEXAS  E  SEMICONT ´ INUAS   35 o  que  prova  a  equivalˆencia  em  (1.34).   2 Exemplos: Consideremos  a  fun¸c˜ ao  f  : 1 →1  dada  por f(x) = _   1,   x > 0, −1,   x ≤ 0 T E ◦ • 1 −1 x 0 Figura  1.8:   f  ´e  s.c.i.   em 1  mas  n˜ao ´e  s.c.s.   em  0. f  ´e s.c.i.   em 1 posto que ´e cont´ınua em 1¸¦0¦ e f(0) = −1 ≤ liminf x→0 f(x).   Por´em, f  n˜ao ´e  s.c.s.   em  x = 0. Analogamente,  a  fun¸c˜ ao  f  : 1 →1  dada  por f(x) = _   1,   x ≥ 0, −1,   x < 0 T E • ◦ 1 −1 x 0 Figura  1.9:   f  ´e  s.c.s.   em 1  mas  n˜ao ´e  s.c.i.   em  0. ´e  s.c.s.   em 1  posto  que ´e  continua  em 1¸¦0¦  e  f(0) = 1 ≥ liminf x→0 f(x).   Por´em,  f n˜ao ´e  s.c.i.   em  x = 0. 36   INTRODUC¸  ˜ AO   ` A  AN ´ ALISE  FUNCIONAL Veremos,  a  seguir,  alguns  resultados  que  nos  ser˜ao  ´ uteis  posteriormente. Lema  1.31  (Resultado  1)   Seja  E  um  conjunto.   f  : E → 1  ´e  cont´ınua  em  x 0  ∈ E  se, e  somente  se,   f  ´e  s.c.i.   e  s.c.s.   em  x 0  ∈  E.   Aqui   estamos  excluindo  f   assumir  +∞  ou −∞. Demonstra¸c˜ao:   Imediata.   2 Lema  1.32  (Resultado  2)   Para  que  f  :  E → 1  seja  s.c.i.   no  ponto  x 0   ´e  necess´ario  e suficiente  que  para  cada  λ ∈ 1  tal  que  λ < f(x 0 ),  exista  uma  vizinhan¸ca  de  x 0 ,  V (x 0 )  tal que  λ < f(x),  para  todo  x ∈ V (x 0 ). Demonstra¸c˜ao:   (⇒) Fa¸camos  ε = f(x 0 ) −λ.   Ent˜ao,  existe  V (x 0 )  tal  que f(x)   >   f(x 0 ) −ε =   f(x 0 ) −f(x 0 ) + λ = λ,   para  todo  x ∈ V (x 0 ). (⇐) Reciprocamente, seja ε > 0 e consideremos λ = f(x 0 )−ε.   Como f(x 0 )−ε < f(x 0 ), isto  ´e,   λ  <  f(x 0 ),   temos  que  existe  uma  vizinhan¸ca  V (x 0 )  tal   que  f(x)  >  λ,   para  todo x ∈ V (x 0 ),  ou  seja,  f(x) > f(x 0 ) −ε,  para  todo  x ∈ V (x 0 ),  o  que  conclui  a  prova.   2 Lema  1.33  (Resultado  3)   Para  que  f  :   E → 1  seja  s.c.i.   em  E  ´e  necess´ario  e  sufi- ciente  que  todos  os  conjuntos  de  n´ıvel   de  f  sejam  fechados. Demonstra¸c˜ao:   Para  provar  este  lema  usaremos  o  Resultado  2. (⇒)  Para  mostrar  que  N(λ, f)  ´e  fechado,   para  todo  λ ∈  1,   basta  mostrarmos  que E¸N(λ, f)   = ¦x ∈  E; f(x)   >  λ¦  ´e  aberto.   Com  efeito,   seja  x o  ∈  E¸N(λ, f).   Ent˜ ao, f(x 0 ) > λ  e  existe  V (x 0 )  tal  que  λ < f(x),  para  todo  x ∈ V (x 0 ),  de  onde  se  conclui  que V (x 0 ) ⊂ E¸N(λ, f)  provando  que  E¸N(λ, f) ´e  aberto. (⇐) Supondo que N(λ, f) fechado, temos que E¸N(λ, f) ´e aberto e conseq¨ untemente dado  x 0  ∈  E¸N(λ, f),   ou  seja,   f(x 0 )  >  λ,   existe  uma  vizinhan¸ca  de  x 0 ,   V (x 0 )  tal   que V (x 0 ) ⊂ E¸N(λ, f),  ou  seja,  f(x) > λ,  para  todo  x ∈ V (x 0 ).   Isto  conclui  a  prova.   2 FUNC¸  ˜ OES  CONVEXAS  E  SEMICONT ´ INUAS   37 Exemplos: a)  A  fun¸c˜ ao  caracter´ıstica  de  um  conjunto  aberto  A ⊂ E,  χ A ,  dada  por χ A (x) = _ 1,   x ∈ A, 0, x  / ∈ A, ´e  s.c.i..   Com  efeito, N(λ, χ A ) = ¦x ∈ E; χ A (x) ≤ λ¦. Se  λ < 0,   N(λ, χ A ) = ¦x ∈ E; χ A (x) ≤ λ¦ = ∅. Se  λ = 0,   N(0, χ A ) = ¦x ∈ E; χ A (x) ≤ 0¦ = E¸A. Se  0 < λ < 1,   N(λ, χ A ) = ¦x ∈ E; χ A (x) ≤ λ¦ = E¸A. Se  λ = 1,   N(1, χ A ) = ¦x ∈ E; χ A (x) ≤ 1¦ = E. Se  λ > 1,   N(λ, χ A ) = ¦x ∈ E; χ A (x) ≤ λ¦ = E. Esses  conjuntos  s˜ao  todos  fechados. b)  A  fun¸c˜ ao  indicatriz  de  um  conjunto  fechado  A,  I A ,  dada  por I A (x) = _ 0,   x ∈ A, +∞, x  / ∈ A, ´e  s.c.i.   Com  efeito Se  λ < 0,   N(λ, I A ) = ¦x ∈ E; I A (x) ≤ λ¦ = ∅. Se  λ = 0,   N(0, I A ) = ¦x ∈ E; I A (x) ≤ 0¦ = A. Se  λ > 0,   N(λ, I A ) = ¦x ∈ E; I A (x) ≤ λ¦ = A. Analogamente  ao  exemplo  anterior  os  conjuntos  acima  s˜ao  todos  fechados. Lema  1.34  (Resultado  4)   Para  que  f  : E →1  seja  s.c.i.   ´e  necess´ario  e  suficiente  que o  epigr´afico  de  f  seja  fechado  em  E 1. Demonstra¸c˜ao:   (⇒)  Seja  f   s.c.i.   e  ent˜ ao  mostraremos  que  (E  1)¸epi(f)  ´e  aberto em  E 1.   Como (E 1)¸epi(f) = ¦(x, λ) ∈ E 1; f(x) > λ¦, 38   INTRODUC¸  ˜ AO   ` A  AN ´ ALISE  FUNCIONAL se   (x 0 , λ 0 ) ∈  (E  1)¸epi(f)   temos   que   f(x 0 )   >  λ 0 .   Pelo  Resultado  2,   decorre   que existe   V (x 0 ),   vizinhan¸ca  de   x 0   em  E,   tal   que   f(x)   >  µ  para  todo  x ∈  V (x 0 ),   onde λ 0   < µ < f(x 0 ).   Afirmamos  que V (x 0 , λ 0 ) = V (x 0 )] −∞, µ[⊂ (E 1)¸epi(f).   (1.35) De  fato,   seja  (x, λ) ∈  V (x 0 , λ 0 ).   Ent˜ ao,   x ∈  V (x 0 )  e −∞  <  λ  <  µ.   Como  f(x)  >  µ, resulta  que  f(x) > λ  e,  portanto,  (x, λ) ∈ (E 1)¸epi(f),  o  que  prova  (1.35)  implicando que  (E 1)¸epi(f) ´e  aberto  conforme  quer´ıamos  provar. (⇐) Reciprocamente se epi(f) ´e fechado, ent˜ao (E1)¸epi(f) ´e aberto e desta forma, se  (x 0 , λ 0 ) ∈ (E 1)¸epi(f),  existe  uma  vizinhan¸ca  V (x 0 , λ 0 ) ⊂ (E 1)¸epi(f),  ou  seja Se  (x 1 , λ 1 ) ∈ V (x 0 , λ 0 )  ent˜ao  f(x 1 ) > λ 1 . Mostraremos  que  f  ´e  s.c.i.   em  E,  utilizando  o  Resultado  2.   Com  efeito,  seja  x 0  ∈  E e  λ ∈  1  tal   que  λ  <  f(x 0 ).   Ent˜ ao,   (x 0 , λ) ∈  (E  1)¸epi(f)  e,   portanto,   existe  uma vizinhan¸ca  V (x 0 , λ)  tal   que  V (x 0 , λ) ⊂  (E  1)¸epi(f).   Seja  π E [B r (x 0 , λ)]   a  proje¸c˜ ao de  B r (x 0 , λ) ⊂  V (x 0 , λ)   sobre  E  e  consideremos   y ∈  π E [B r (x 0 , λ)].   Assim,   f(y)   >  λ, pois   (y, λ) ∈  V (x 0 , λ) ⊂  (E  1)¸epi(f).   Logo,   pondo  V (x 0 )   =  π E [B r (x 0 , λ)]   (veja diagrama¸c˜ ao  abaixo)  segue  do  Resultado  2  o  desejado. T E 1 E   epi(f) (E 1)¸epi(f) x 0 (   ) λ V (x 0 , λ) π E [B r (x 0 , λ)] d ds r Figura  1.10:   diagrama¸c˜ ao 2 Defini¸c˜ao  1.35  Sejam E  um espa¸co topol´ogico e ¦f i ¦ i∈I   uma fam´ılia de fun¸c˜oes f i   : E → [−∞, +∞].   A  fun¸c˜ao  ϕ : E →[−∞, +∞]  definida  por ϕ(x) = sup i∈I ¦f i (x)¦, ´e denominada inv´olucro  superior de ¦f i ¦ i∈I .   Analogamente, a fun¸c˜ao ψ  : E →[−∞, +∞], definida  por ψ(x) = inf i∈I ¦f i (x)¦, FUNC¸  ˜ OES  CONVEXAS  E  SEMICONT ´ INUAS   39 ´e  denominada  inv´olucro  inferior  de ¦f i ¦ i∈I . Lema  1.36  (Resultado  5)   O  inv´olucro  superior  de  uma  fam´ılia ¦f i ¦ i∈I ,  ´e  s.c.i.   ´e  uma fun¸c˜ao  s.c.i.. Demonstra¸c˜ao:   Seja  ϕ(x) = sup i∈I ¦f i (x)¦.   Afirmamos  que epi(ϕ) =  i∈I epi(f i ).   (1.36) Com  efeito,   se  (x, λ) ∈  epi(ϕ),   temos  que  ϕ(x) ≤  λ  e,   conseq¨ uentemente,   f i (x) ≤  λ, para  todo  x ∈  I.   Logo,   (x, λ) ∈  epi(f i ),   para  todo  i ∈  I.   Reciprocamente,   seja  (x, λ) ∈  i∈I  epi(f i ).   Ent˜ ao, f i (x) ≤ λ para todo i ∈ I  donde sup i∈I ¦f i (x)¦ ≤ λ.   Assim, ϕ(x) ≤ λ, e  portanto,   (x, λ) ∈  epi(ϕ),   o  que  prova  (1.36).   Como  cada  epi(f i )  ´e  fechado,   posto  que cada  f i   ´e  s.c.i.   (Resultado  4),   e  a  interse¸ c˜ao  arbitr´aria  de  fechados  ´e  fechada,   vem  que epi(ϕ) ´e  fechado  e  consequentemente  ϕ ´e  s.c.i. 2 A  seguir,  apresentamos  dois  resultados  cujas  demonstra¸c˜oes  s˜ao  imediatas  e  portanto ser˜ao  suprimidas.   S˜ao  eles: Lema  1.37  (Resultado  6)   A  soma  de  duas  fun¸c˜oes  s.c.i.   ´e  s.c.i.. Lema  1.38  (Resultado  7)   O  produto  de  duas  fun¸c˜oes  n˜ao-negativas  s.c.i.   ´e  s.c.i.. Lema  1.39  (Resultado  8)   Se  f  :   E → 1  ´e  uma  aplica¸c˜ao  pr´opria,   s.c.i.   e  E  ´e  com- pacto,  ent˜ao  f  atinge  seu ´ınfimo  em  D(f). Demonstra¸c˜ao:   Definamos m =  inf x∈E f(x). Note que m est´a bem definido, pois como f  ´e pr´opria, f ,= +∞(f  ´e n˜ao identicamente +∞) e, portanto, m < +∞.   Para cada λ > m, temos que N(λ, f) = ¦x ∈ E; f(x) ≤ λ¦ ´e fechado em virtude do Resultado 3 e a fam´ılia N(λ, f) ´e totalmente ordenada por inclus˜ao, ou  seja,   se  λ 1  ≤  λ 2   temos  que  N(λ 1 , f) ⊂  N(λ 2 , f).   Al´em  disso,   pela  propriedade  de ´ınfimo  segue  que  N(λ, f) ,= ∅,   para  todo  λ  >  m  [Note  que  se  existir   λ  >  m  tal   que 40   INTRODUC¸  ˜ AO   ` A  AN ´ ALISE  FUNCIONAL f(x) > λ  para  todo  x ∈ E  temos  que  λ ´e  uma  cota  inferior  maior  que ´ınfimo,  o  que ´e  um absurdo(!)].   Como  cada  N(λ, f) ´e  fechado  em  E,  e  E,  por  sua  vez ´e  compacto,  vem  que N(λ, f)  ´e  compacto  qualquer  que  seja  λ  >  m.   Assim,   temos  uma  cole¸c˜ ao ¦N(λ, f)¦ λ>m de  compactos  tais  que  a  interse¸c˜ ao  de  qualquer  cole¸c˜ ao  finita  ´e  n˜ao  vazia,   o  que  implica que  λ>m N(λ, f) ,= ∅. Mais  al´em,   se  x ∈   λ>m N(λ, f),   ent˜ao  f(x) ≤  λ,   para  todo  λ  >  m.   Desta  forma, considerando ¦λ n ¦ n∈N   tal que λ n   > m e λ n  →m resulta que f(x) ≤ λ n , para todo n ∈ N, e,  conseq¨ uentemente, f(x) ≤ m,   para  todo  x ∈ ∩ λ>m N(λ, f). Por  outro  lado,   como  f(x) ≥  m,   para  todo  x ∈  E,   vem  que  f(x)   =  m,   para  todo x ∈  λ>m N(λ, f).   Assim,  existe  x 0  ∈ E  tal  que  f(x 0 ) = inf x∈E  f(x) = m.   2 Defini¸c˜ao  1.40  Sejam E  um espa¸co vetorial e C  um subconjunto convexo de E.   Dizemos que  ϕ : C →] −∞, +∞]  ´e  uma  fun¸c˜ao  convexa  sobre  C  se ϕ(t x + (1 −t) y) ≤ t ϕ(x) + (1 −t) ϕ(y),   para  todo  x, y ∈ C  e  t ∈ [0, 1]. Exemplos: a)  A  norma [[  [[  em  um  espa¸co  vetorial   normado  E  ´e  uma  fun¸c˜ao  convexa  sobre  E. A  verifica¸c˜ ao  deste  fato  decorre  imediatamente  da  desigualdade  triangular. b)  Toda  fun¸c˜ ao  linear  afim  sobre  E,  isto ´e,  ϕ : E →1  definida  por  ϕ(x) = ¸f, x) +α, para algum α ∈ 1 e f ∈ E ∗ , ´e convexa, o que segue diretamente das propriedades de uma fun¸c˜ ao  linear. Lema  1.41  (Resultado  9)   A fun¸c˜ao ϕ : C →] −∞, +∞], onde C  ´e convexo, ´e convexa, se,  e  somente  se,  o  epi(ϕ)  ´e  convexo. Demonstra¸c˜ao:   (⇒)   Sejam  (x, λ), (y, µ) ∈  epi(ϕ)   e  t ∈  [0, 1].   Ent˜ao,   ϕ(x) ≤  λ  e ϕ(y) ≤ µ.   Logo, ϕ(t x + (1 −t) y) ≤ t ϕ(x) + (1 −t) ϕ(y) ≤ t λ + (1 −t)µ, FUNC¸  ˜ OES  CONVEXAS  E  SEMICONT ´ INUAS   41 donde  (t x + (1 −t) y, t λ + (1 −t) µ) ∈ epi(ϕ),  ou  seja,  t(x, λ) + (1 −t)(y, µ) ∈ epi(ϕ). (⇐)  Reciprocamente,   sejam  x, y ∈  C  e  t ∈  [0, 1].   Como  ϕ(x) ≤  ϕ(x)  e  ϕ(y) ≤  ϕ(y) vem  que  (x, ϕ(x)), (y, ϕ(y)) ∈ epi(ϕ).   Logo, t(x, ϕ(x)) + (1 −t)(y, ϕ(y)) = (t x + (1 −t)y, t ϕ(x) + (1 −t) ϕ(y)) ∈ epi(ϕ), ou  seja,  ϕ(t x + (1 −t)y) ≤ t ϕ(x) + (1 −t) ϕ(y). 2 Lema  1.42  (Resultado  10)   Se  a  fun¸c˜ao  ϕ  :   C →] − ∞, +∞],   onde  C  ´e  convexo,   ´e convexa,  ent˜ao  N(λ, ϕ),  λ ∈ 1,  ´e  um  conjunto  convexo. Demonstra¸c˜ao:   Sejam  λ ∈ 1,  x, y ∈ N(λ, ϕ)  e  t ∈ [0, 1].   Ent˜ ao,  ϕ(x) ≤ λ  e  ϕ(y) ≤ λ. Logo, ϕ(t x + (1 −t)y)   ≤   t ϕ(x) + (1 −t) ϕ(y) ≤   t λ + (1 −t)λ = λ. 2 Observa¸c˜ao  1.43  Notemos  que  a  rec´ıproca  do  resultado  10  n˜ao  ´e  verdadeira.   Consider- emos  a  fun¸c˜ao: ϕ(x) = _ x 2 ,   x ≤ 0, x 2 + 1,   x > 0. T E 1 x ◦ 1 • − √ λ √ λ −1 λ Figura  1.11:   diagrama¸c˜ ao 42   INTRODUC¸  ˜ AO   ` A  AN ´ ALISE  FUNCIONAL Ent˜ao, N(λ, ϕ) = ¦x ∈ 1; ϕ(x) ≤ λ¦. Se  λ < 0,  ¦x ∈ 1; ϕ(x) ≤ λ¦ = ∅. Se  λ = 0,  ¦x ∈ 1; ϕ(x) ≤ 0¦ = ¦0¦. Se  0 < λ < 1,  ¦x ∈ 1; ϕ(x) ≤ λ¦ = [− √ λ, 0]. Se  λ = 1,  ¦x ∈ 1; ϕ(x) ≤ 1¦ = [−1, 0]. Se  λ > 1,  ¦x ∈ 1; ϕ(x) ≤ λ¦ = [− √ λ, 0]∪]0, √ λ −1[= [− √ λ, √ λ −1]. Os   conjuntos  acima  s˜ao  convexos,   mas   ϕ  n˜ao  ´e  convexa.   De  fato,   considere  x  = − 1 2 , y  =   1 2   e  t =   1 4   (1 −t =   3 4 ).   Da´ı,  ϕ(−1/2) = 1/4,  ϕ(1/2) = 5/4,  e t ϕ(x) + (1 −t) ϕ(y) =   1 4 1 4   +   3 4 5 4   =   1 16   +   15 16   = 1. Por  outro  lado, t x + (1 −t)y  =   1 4 _ − 1 2 _ +   3 4 1 2   = − 1 8   +   3 8   =   1 4 , e,  assim, ϕ(t x + (1 −t)y) = ϕ(1/4) =   1 16   + 1 > 1 = t ϕ(x) + (1 −t) ϕ(y), o  que  prova  o  desejado. No  que  segue,  consideraremos  E  um  espa¸co  vetorial  normado. Proposi¸c˜ao  1.44  Seja  ϕ  :   E →] − ∞, +∞]   uma  aplica¸c˜ao  convexa,   s.c.i.   e  pr´opria. Ent˜ao,  existe  uma  reta  afim,  f −β,  onde  f ∈ E  e  β ∈ 1  tal   que  f(x) −β  < ϕ(x),  para todo  x ∈ E. Demonstra¸c˜ao:   Como  ϕ ´e  pr´opria,  existe  x 0  ∈ E  tal  que  x 0  ∈ D e (ϕ),  ou  seja,  ϕ(x 0 ) < +∞.   Seja  λ 0  ∈  1  tal   que  ϕ(x 0 )   >  λ 0 .   Ent˜ ao,   (x 0 , λ 0 )   / ∈  epi(ϕ).   Como  epi(ϕ)  ´e  um conjunto convexo ( Resultado 9), fechado (Resultado 4) e n˜ao vazio (pois ϕ ´e uma fun¸c˜ ao pr´opria) de E1 e ¦(x 0 , λ 0 )¦ ´e um conjunto convexo e compacto de E1 onde epi(ϕ) ∩ ¦(x 0 , λ 0 )¦ = ∅, vem, pela 2 a Forma Geom´etrica do Teorema de Hahn-Banach que existem φ ∈ (E 1)  e  α ∈ 1  tais  que φ(x, λ) ≤ α −ε < α ≤ α + ε ≤ φ(x 0 , λ 0 ),   para  todo  (x, λ) ∈ epi(ϕ). FUNC¸  ˜ OES  CONVEXAS  E  SEMICONT ´ INUAS   43 Como  φ ∈ (E 1)  ,  existem  g ∈ E  e  k ∈ 1  (veja  subse¸c˜ ao  1.1.2)  tais  que φ(x, λ) = ¸g, x) + k λ,   para  todo  x ∈ E  e  λ ∈ 1. Assim, ¸g, x) +k λ ≤ α −ε < α ≤ α + ε ≤ ¸g, x 0 ) + k λ 0 ,   para  todo  (x, λ) ∈ epi(ϕ). Em  particular,  para  (x 0 , ϕ(x 0 )) ∈ epi(ϕ)  resulta  que k ϕ(x 0 ) < α < k λ 0  ⇒k(ϕ(x 0 ) −λ 0 ) < 0. Mas,  como  ϕ(x 0 ) > λ 0 ,  a  desigualdade  acima  implica  que  k  < 0.   Em  particular,  para x ∈ D e (ϕ)  resulta  que  (x, ϕ(x)) ∈ epi(ϕ)  e,  portanto, ¸g, x) + k ϕ(x) < α ≤ ¸g, x 0 ) + k λ 0 , donde _ − g k , x _ −ϕ(x) < − α k . Pondo  f  = − g k   e  β  = − α k ,  obtemos ¸f, x) −ϕ(x) < β ⇒¸f, x) −β  < ϕ(x),   para  todo  x ∈ D e (ϕ). Se  x  / ∈ D e (ϕ)  temos  que  ϕ(x) = +∞  e  a  desigualdade  segue  trivialmente.   Logo, ¸f, x) −β  < ϕ(x),   para  todo  x ∈ E, conforme  quer´ıamos  demonstrar.   2 Observa¸c˜ao  1.45  Da proposi¸c˜ao acima resulta que ¸f, x) −β  < ϕ(x),   para  todo  x ∈ E, e,  portanto, sup x∈E ¦¸f, x) −ϕ(x)¦ ≤ β. Portanto,  definindo-se ϕ ∗   : E  →1;   f →ϕ ∗ (f) = sup x∈E ¦¸f, x) −ϕ(x)¦ ,   (1.37) temos  que  ϕ ∗ (f)  ´e  o  menor  dos  valores  de  β  para  os  quais  f −β  minora  ϕ. 44   INTRODUC¸  ˜ AO   ` A  AN ´ ALISE  FUNCIONAL A  fun¸c˜ ao  ϕ ∗   definida  acima ´e  denominada  conjugada  (ou  polar)  da  ϕ. Vejamos um exemplo:   Seja ϕ : 1 →1 dada por ϕ(x) = x 2 .   Como ϕ est´a nas condi¸c˜ oes da  proposi¸c˜ao  1.44,   existe  f ∈ 1  ≡ 1  e  β ∈ 1  tais  que ¸f, x) − β  <  ϕ(x).   Logo,   existe a ∈ 1  tal  que ¸f, x) = a x  para  todo  x ∈ 1  e,  portanto, a x −β  < ϕ(x),   para  todo  x ∈ 1, ou  ainda, a x −x 2 < β,   para  todo  x ∈ 1. Logo,  pondo (x 2 ) ∗ (a) = sup x∈R ¦a x −x 2 ¦ temos  que  (x 2 ) ∗ (a) =   a 2 4   pois  o  m´aximo ´e  assumido  quando   d dx (a x −x 2 ) = 0,  ou  seja,  em x =   a 2 .   Portanto, (x 2 ) ∗ (a) = sup x∈R (a x −x 2 ) = a  a 2  −   a 2 4   =   a 2 4  . T E 1 1 a 2 a 2 4       ϕ(x) = x 2 y = a x −   a 2 4 Figura  1.12:   diagrama¸c˜ ao Ent˜ao,   a  reta  y  =  a x −   a 2 4   ´e  a  reta  que  minora  ϕ(x)  =  x 2 .   Note  que  realmente  esta reta ´e  tangente  ao  gr´afico  de  ϕ  no  ponto  (a/2, a  2/4). FUNC¸  ˜ OES  CONVEXAS  E  SEMICONT ´ INUAS   45 Proposi¸c˜ao  1.46  A  conjugada  de  uma  fun¸c˜ao  ϕ  :   E →] − ∞, +∞],   ϕ ∗ ,   ´e  convexa  e s.c.i.. Demonstra¸c˜ao:   Para  cada  x ∈  E,   temos  que ¸f, x)  ´e  uma  fun¸c˜ ao  linear  e  cont´ınua sobre E, pois f ∈ E  e ϕ(x) ´e um n´ umero fixo.   Com efeito, definamos, para cada x ∈ E, a fun¸c˜ ao ξ x   : E  →]−∞, +∞] dada por ξ x (f) = ¸f, x)−ϕ(x).   Pelo que vimos anteriormente (veja exemplo (b) na p´agina 39) ξ x  ´e uma fun¸c˜ao linear afim sobre E  e portanto convexa. Al´em  disso,  ξ x   ´e  cont´ınua  em  E  .   De  fato,  seja ¦f n ¦ n∈N   uma  seq¨ uˆencia  de  fun¸c˜ oes  em  E  tal  que  f n  →f  em  E  ,  ou  seja, sup x∈E;||x||≤1 [ ¸f n −f, x) [ → 0,   quando  n →+∞. Da  convergˆencia  acima  resulta  que [ ¸f n , x) −¸f, x) [ → 0   quando  n →+∞,   para  todo  x ∈ E  tal  que [[x[[ ≤ 1. Se  y ∈ E  ´e  tal  que  y ,= 0,  ent˜ao ¸ ¸ ¸ ¸ _ f n ,   y [[y[[ _ − _ f,   y [[y[[ _¸ ¸ ¸ ¸ →0   quando  n → +∞, ou  seja, [ ¸f n , y) −¸f, y) [ → 0   quando  n →+∞,   para  todo  y ∈ E. Da´ı  resulta  que [ξ y (f n ) −ξ y (f)[ = [ ¸f n , y) −ϕ(y) −[¸f, y) −ϕ(y)][ →0  quando  n →+∞,   para  todo  y ∈ E, o  que  prova  a  continuidade  de  ξ x .   Assim,   ξ x (f)   = ¸f, x) − ϕ(x)  ´e,   para  cada,   x ∈  E, convexa  e   s.c.i.   (posto  que  ´e   cont´ınua).   Como  ϕ ∗   ´e   o  inv´ olucro  superior   da  fam´ılia ¦¸f, x) −ϕ(x)¦ x∈E , onde cada elemento ´e s.c.i., temos, em virtude do Resultado 5 que ϕ ∗ ´e  s.c.i..   Al´em  disso,  se  t ∈ [0, 1]  e  f, g ∈ E  ,  resulta  que ¸t f  + (1 −t)g, x) −ϕ(x)   =   t ¦¸f, x) −ϕ(x)¦ + (1 −t) ¦¸g, x) −ϕ(x)¦ ≤   t ϕ ∗ (f) + (1 −t) ϕ ∗ (g), e,  portanto, ϕ ∗ (t f  + (1 −t)g)   =   sup x∈E ¦¸t f  + (1 −t)g, x) −ϕ(x)¦ ≤   t ϕ ∗ (f) + (1 −t) ϕ ∗ (g), 46   INTRODUC¸  ˜ AO   ` A  AN ´ ALISE  FUNCIONAL o  que  prova  que  ϕ ∗   ´e  convexa. 2 Proposi¸c˜ao  1.47  Suponhamos  que  ϕ : E →] − ∞, +∞]  ´e  uma  aplica¸c˜ao  convexa,  s.c.i. e  pr´opria.   Ent˜ao  ϕ ∗   ´e  pr´opria. Demonstra¸c˜ao:   De  acordo  com  a  Proposi¸c˜ ao  1.44,   existe  f ∈  E  e  β ∈  1  tais  que ¸f, x) − β ≤  ϕ(x),   para  todo  x ∈  E.   Logo, ¸f, x) − ϕ(x) ≤  β,   para  todo  x ∈  E,   o  que implica  que ϕ ∗ (f) = sup x∈E ¦¸f, x) −ϕ(x)¦ ≤ β, de  onde  conclu´ımos  que  f ∈ D e (ϕ ∗ ),  o  que  mostra  o  desejado.   2 No que segue, a nota¸c˜ ao E  representar´ a (E  )  , o dual do dual, ou bidual de um espa¸co E. Proposi¸c˜ao  1.48  A  aplica¸c˜ao  J  :   E →  E  definida  por  J x (f)  = ¸f, x),   f ∈  E  ´e  um isomorfismo  isom´etrico  de  E  em  J(E). Demonstra¸c˜ao:   Em  verdade  temos J  : E → E  x →J x , onde  J x   :  E  → 1  ´e  definida  por  J x (f)  = ¸f, x).   A  fun¸c˜ ao  J  est´a  bem  definida  uma  vez que, para cada x ∈ E, fixado, J x   ´e claramente linear e, al´em disso, pelo Corol´ario 1.18 da Forma  Anal´ıtica  do  teorema  de  Hahn-Banach,  temos sup f∈E  ,||f||≤1 [J x (f)[ =   sup f∈E  ,||f||≤1 [ ¸f, x) [ = [[x[[ < +∞,   para  todo  x ∈ E, o  que  resulta  na  limita¸c˜ao,  portanto,  continuidade  de  J x .   Assim, J x  ∈ E  e [[J x [[ E    = [[x[[,   para  todo  x ∈ E. Al´em  disso,  J  ´e  linear  pois J x+y (f) = ¸f, x + y) = ¸f, x) +¸f, y) = J x (f) + J y (f) = (J x  + J y )(f),   para  todo  f ∈ E  , FUNC¸  ˜ OES  CONVEXAS  E  SEMICONT ´ INUAS   47 provando que J x+y   = J x +J y   para todo x, y ∈ E.   Analogamente, prova-se que J λx   = λJ x para  todo  λ ∈ 1  e  x ∈ E. J   ´e,   ent˜ ao,   uma  aplica¸c˜ ao  isomorfa  e   isom´etrica  de   E  em  J(E)  ⊂  E  ,   conforme quer´ıamos  demonstrar.   2 Observa¸c˜ao  1.49  Em virtude do isomorfismo acima, identifica-se E  a J(E) e escreve-se E ⊂  E  .   Quando  J(E)  =  E  ,   ent˜ao  E  =  E  .   Neste  caso,   o  espa¸co  E  ´e  denominado reflexivo.   No  Cap´ıtulo  3,  estudaremos  algumas  propriedades  relacionadas  a  tais  espa¸cos. Teorema  1.50  (Fenchel-Moreau)   Suponhamos que ϕ : E →]−∞, +∞] ´e uma aplica¸c˜ao convexa,  s.c.i.   e  pr´opria.   Ent˜ao,  ϕ ∗∗   = ϕ Demonstra¸c˜ao:   De  acordo  com  as  Proposi¸c˜ oes  1.46  e  1.47,   ϕ ∗   :   E  →  1  ´e  pr´opria, convexa  e  s.c.i.   e  consequentemente  existe  ϕ ∗∗   :   E  →  1.   Desta  forma,   como  provar que  ϕ ∗∗   =  ϕ  em  dom´ınios  diferentes  ?   ´ E  a´ı   que  usamos  fortemente  a  identifica¸c˜ ao  E ≡ J(E) ⊂ E  descrita  na  proposi¸c˜ ao  1.48.   Assim,  ao  inv´es  de  representarmos ϕ ∗∗ (ξ) =  sup f∈E  ¦¸ξ, f) −ϕ ∗ (f)¦ ,   ξ ∈ E  , escrevemos,  via  identifica¸c˜ ao  acima, ϕ ∗∗ (x) =  sup f∈E  ¦¸f, x) −ϕ ∗ (f)¦ ,   x ∈ E, onde  estamos  subentendendo  que  ξ ∈ J(E) ≡ E ⊂ E  . Notemos  que  pelo  fato  de ϕ ∗ (f) = sup x∈E ¦¸f, x) −ϕ(x)¦ , resulta  que ϕ ∗ (f) ≥ ¸f, x) −ϕ(x),   para  todo  x ∈ E  e  f ∈ E  , e,  assim ϕ(x) ≥ ¸f, x) −ϕ ∗ (f),   para  todo  x ∈ E  e  f ∈ E  , o  que  implica  que ϕ(x) ≥  sup f∈E  ¦¸f, x) −ϕ ∗ (f)¦ ,   para  todo  x ∈ E, 48   INTRODUC¸  ˜ AO   ` A  AN ´ ALISE  FUNCIONAL ou  ainda, ϕ(x) ≥ ϕ ∗∗ (x),   para  todo  x ∈ E.   (1.38) O  nosso  intuito  ´e  provar   que  ϕ(x)   =  ϕ ∗∗ (x),   para  todo  x ∈  E.   Suponhamos,   ini- cialmente   que   ϕ  ≥  0   e,   tendo   (1.38)   em  mente,   admitamos   que   que   exista   x 0   ∈  E tal   que  a  igualdade  estrita  ocorra,   ou  seja,   ϕ(x 0 )   >  ϕ ∗∗ (x 0 ).   Chegaremos  a  uma  con- tradi¸c˜ ao,  o  que  nos  garantir´a  a  igualdade  para  fun¸c˜ oes  ϕ  n˜ao  negativas,  em  um  primeiro momento.   Com  efeito,   da  hip´otese  feita,   decorre  que  ϕ ∗∗(x 0 )   <  +∞  (observe  que  ´e poss´ıvel   que  ϕ(x 0 )  =  +∞)  e  (x 0 , ϕ ∗∗ (x 0 ))   / ∈  epi(ϕ).   Logo,   podemos  aplicar  a  2 a Forma Geom´etrica  do  Teorema  de  Hahn-Banach  aos  conjuntos  epi(ϕ)  e ¦(x 0 , ϕ ∗∗ (x 0 )¦,   isto  ´e, existem  φ ∈ (E 1)  ,  α ∈ 1  e  ε > 0,  tais  que φ(x, λ) ≥ α + ε > α > α −ε ≥ φ(x 0 , ϕ ∗∗ (x 0 )),   para  todo  (x, λ) ∈ epi(ϕ), ou  ainda,  existe  f ∈ E  e  k ∈ 1  tais  que ¸f, x) + k λ > α > ¸f, x 0 ) + kϕ ∗∗ (x 0 ),   para  todo  (x, λ) ∈ epi(ϕ).   (1.39) Sejam x ∈ D e (ϕ), λ suficientemente grande e n 0  ∈ N tal que ϕ(x) ≤ λ ≤ n, para todo n ≥ n 0 .   Ent˜ ao,  (x, n) ∈ epi(ϕ),  para  todo  n ≥ n 0   e,  conseq¨ uentemente ¸f, x) + k n > α ⇔ k >   α −¸f, x) n   ,   para  todo  x ∈ D e (ϕ). Logo, tomando o limite quando n →+∞na express˜ao acima resulta que k ≥ 0.   [Note que n˜ao podemos usar o racioc´ınio feito anteriormente para (x 0 , ϕ(x 0 )) pois n˜ao sabemos se x 0  ∈ D e (ϕ) e conseq¨ uentemente n˜ao podemos garantir que (x 0 , ϕ(x 0 )) ∈ epi(ϕ)].   Assim, se  x ∈ D e (ϕ) ¸f, x) + k ϕ(x) > α,   onde  k ≥ 0. Como  ϕ(x) ≥ 0,  segue  que  para  ε > 0  dado ¸f, x) + (k + ε) ϕ(x) > α,   para  todo  x ∈ D e (ϕ), [note que tomamos ε pois o pr´oximo passo seria uma divis˜ao por k  e como k ≥ 0 isto n˜ao poderia  ser  feito],  ou  seja, _ −   f (k + ε) , x _ −ϕ(x) < −   α k + ε ,   para  todo  x ∈ D e (ϕ). FUNC¸  ˜ OES  CONVEXAS  E  SEMICONT ´ INUAS   49 Assim, ϕ ∗ _ −   f k + ε _   =   sup x∈E __ −   f (k + ε) , x _ −ϕ(x) _ =   sup x∈D e (ϕ) __ −   f (k + ε) , x _ −ϕ(x) _ ≤ −   α k + ε , pois  se  ϕ(x) = +∞  ent˜ ao −ϕ(x) = −∞. Logo, ϕ ∗∗ (x 0 )   =   sup g∈E  ¦¸g, x 0 ) −ϕ ∗ (g)¦ ≥ _ −   f (k + ε) , x 0 _ −ϕ ∗ _ −   f k + ε _ ≥ _ −   f (k + ε) , x 0 _ +   α k + ε . Por  conseguinte, ¸f, x 0 ) + (k +ε)ϕ ∗∗ (x 0 ) ≥ α,   para  todo  ε > 0, e,  pela  arbitrariedade  de  ε, ¸f, x 0 ) +kϕ ∗∗ (x 0 ) ≥ α, o  que ´e  um  absurdo  (!)   pois  de  (1.39)  temos  que ¸f, x 0 ) + kϕ ∗∗ (x 0 ) < α. Assim,  se  ϕ ≥ 0,  temos  que  ϕ(x) = ϕ ∗∗ (x),  para  todo  x ∈ E. Consideremos,  agora,  o  caso  geral,  ou  seja,  ϕ  n˜ao  necessariamente  n˜ao  negativa.   Das hip´oteses   feitas   sobre  ϕ,   temos,   pela  proposi¸c˜ ao  1.47  que  ϕ ∗   ´e  pr´opria.   Assim,   existe f 0  ∈ E  tal  que  f 0  ∈ D e (ϕ ∗ ).   Definamos,  ent˜ ao ϕ(x) = ϕ(x) −¸f 0 , x) + ϕ ∗ (f 0 ). Das  propriedades  das  fun¸c˜oes  envolvidas,   resulta  que  ϕ  ´e  convexa,   s.c.i.   e  pr´opria. Al´em  disso,  ϕ(x) ≥ 0,  para  todo  x ∈ E  pois ϕ ∗ (f 0 ) = sup x∈E ¦¸f 0 , x) −ϕ(x)¦ ≥ ¸f 0 , x) −ϕ(x),   para  todo  x ∈ E, 50   INTRODUC¸  ˜ AO   ` A  AN ´ ALISE  FUNCIONAL o  que  implica ϕ ∗ (f 0 ) −¸f 0 , x) + ϕ(x) ≥ 0,   para  todo  x ∈ E. Da  primeira  parte  da  demonstra¸c˜ ao  conclu´ımos  que ϕ ∗∗ (x) = ϕ(x),   para  todo  x ∈ E.   (1.40) Mas, ϕ ∗ (f)   =   sup x∈E ¦¸f, x) −ϕ(x)¦ =   sup x∈E ¦¸f, x) −ϕ(x) +¸f 0 , x) −ϕ ∗ (f 0 )¦ =   sup x∈E ¦¸f  + f 0 , x) −ϕ(x)¦ −ϕ ∗ (f 0 ) =   ϕ ∗ (f  + f 0 ) −ϕ ∗ (f 0 ), e,  portanto, ϕ ∗∗ (x)   =   sup f∈E  ¦¸f, x) −ϕ ∗ (f)¦ =   sup f∈E  ¦¸f, x) −ϕ ∗ (f  + f 0 )¦ + ϕ ∗ (f 0 ) =   sup f∈E  ¦¸f  + f 0 , x) −ϕ ∗ (f  +f 0 )¦ −¸f 0 , x) + ϕ ∗ (f 0 ) =   ϕ ∗∗ (x) −¸f 0 , x) +ϕ ∗ (f 0 ) =   ϕ ∗∗ (x) + ϕ(x) −ϕ(x). Desta  ´ ultima  identidade  e  de  (1.40)  resulta  que  ϕ ∗∗ (x)  =  ϕ(x),   para  todo  x ∈  E,   o que  encerra  a  prova.   2 Observa¸c˜ao  1.51  A  Primeira  Forma  Geom´etrica  do  teorema  de   Hahn-Banach  se   es- tende  aos  espa¸cos  vetoriais  topol´ogicos  gerais  enquanto  que  a  Segunda  Forma  se  estende aos  espa¸cos   localmente  convexos  espa¸cos  extremamente  importantes  na  Teoria  das Distribui¸c˜oes.   ` Aqueles  interessados  em  tal  assunto,  sugerimos  os  cl´assicos  Horv´ath  [12]  e Schwartz  [19]. Cap´ıtulo  2 Os  Teoremas  de  Banach-Steinhaus  e do  Gr´afico  Fechado Figura  2.1:   Steinhaus-Baire. Hugo   Dyonizy   Steinhaus   (1887   -   1972),   `a   esquerda,   foi   um  matem´atico   polonˆes (nasceu  na  antiga  Gal´ıcia,   hoje  Polˆonia)  que  trabalhou  na  teoria  da  medida,   inspirado por  Lebesgue,  e  no  princ´ıpio  da  condensa¸c˜ ao  de  singularidades  juntamente  com  Banach. Ren´e-Louis  Baire   (1874  -  1932),  `a  direita,  foi  um  matem´atico  francˆes  que  trabalhou na  teoria  de  fun¸c˜ oes  e  no  conceito  de  limite. 51 52   INTRODUC¸  ˜ AO   ` A  AN ´ ALISE  FUNCIONAL 2.1   Um  Repasso  ao  Teorema  de  Baire Comecemos  por  uma  defini¸c˜ ao. Defini¸c˜ao  2.1  Seja X  um espa¸co m´etrico e A ⊂ X.   Dizemos que A ´e rarefeito (nowhere dense  -  nunca  denso)  se  intA = ∅. Como exemplos de conjuntos rarefeitos podemos considerar aqueles formados por pon- tos  isolados  de  X. Proposi¸c˜ao  2.2  Seja  X  um  espa¸co  m´etrico.   A ⊂  X  ´e  rarefeito  se,   e  somente  se,   X¸A ´e  denso  em  X. Demonstra¸c˜ao:   (⇒)  Seja  A  rarefeito,  isto  ´e,  tal  que  intA = ∅.   Devemos  mostrar  que X¸A ´e denso em X.   Com efeito, raciocinemos por contradi¸c˜ao, ou seja, que exista x 0  ∈ X e  ε 0   > 0  tal  que  B ε 0 (x 0 ) ∩(X¸A) = ∅.   Assim,  B ε 0 (x 0 ) ⊂ A,  o  que  implica  que  x 0  ∈ intA, o  que ´e  um  absurdo  (!)   pois  intA = ∅. (⇐)  Suponhamos  que  X¸A  =  X  e  que  A  n˜ao  seja  rarefeito,   ou  seja,   que  intA ,= ∅. Ent˜ ao,   existem  x 0   ∈  A  e   r 0   >  0  tais   que   B r 0 (x 0 ) ⊂  intA ⊂  A,   o  que   implica  que B r 0 (x 0 ) ∩(X¸A) = ∅, o que contraria o fato de X¸A ser denso em X.   Logo, intA = ∅.   2 Defini¸c˜ao  2.3  Seja  X  um  espa¸co  m´etrico.   Dizemos  que  A ⊂ X  ´e  de  categoria  I  (ou  de 1 a categoria)   se  A  =  n∈J  A n ,   onde  J  ´e  enumer´avel   e  os  conjuntos  A n   s˜ao  rarefeitos, para  todo  natural   n ∈ J. Os  conjuntos  que  n˜ao  s˜ao  de  categoria  I,   s˜ao  denominados  de  categoria  II  (ou  de  2 a categoria). Os  conjuntos  de  categoria  I  s˜ao  tamb´em  denominados  conjuntos  magros  em  X. Exemplo:   O  conjunto  dos  n´ umeros  racionais ´e  de  1 a categoria  pois ¸ = _ q∈Q ¦q¦   e   int¦q¦ = ∅. Proposi¸c˜ao  2.4  Seja X  um espa¸co m´etrico.   Se A ⊂ X  ´e de 1 a categoria e B ⊂ A, ent˜ao B  ´e  de  1 a categoria  (ou  de  categoria  I). UM  REPASSO  AO  TEOREMA  DE  BAIRE   53 Demonstra¸c˜ao:   Como  A ´e  de  1 a categoria,  temos  que  A =  n∈J  A n   e  intA n   = ∅,  para todo  natural  n ∈ J,  com  J  enumer´ avel.   Assim, B  = A ∩ B  = _ _ n∈J A n _ ∩ B  = _ n∈J (A n ∩ B) = _ n∈J B n , B n   = A n ∩ B  e  intB n  ⊂ intA n ,  o  que  implica  que  intB n   = ∅,  para  todo  n ∈ J. 2 Proposi¸c˜ao  2.5  Seja  X  um  espa¸co  m´etrico.   S˜ao  equivalentes: 1)  Todo  subconjunto  aberto  e  n˜ao-vazio  de  X  ´e  de  categoria  II. 2)  A =  n∈J  A n ;  onde  A n   ´e  fechado  e  intA n   = ∅,  para  todo  n ∈ J  (J  enumer´avel   ) ⇒ intA = ∅. 3)  A  =  n∈J  A n ;   onde  A n   ´e  aberto  e  A n   =  X,   para  todo  n ∈  J  (J  enumer´avel   ) ⇒ A = X. 4)  Se  A  ´e  de  categoria  I,  ent˜ao  X¸A = X. Demonstra¸c˜ao: (1) ⇒ (2) Seja A =  n∈J  A n , onde A n   ´e fechado e intA n   = ∅ para todo n ∈ J.   Ent˜ ao, cada  A n ,   para  n ∈  J  ´e  rarefeito  pois  A n   =  A n   e,   portanto,   A  ´e  de  categoria  I.   Como intA ⊂  A,   temos,   pela  proposi¸c˜ ao  2.4  que  intA  ´e  de  categoria  I.   Como  intA  ´e  aberto  e de categoria I, temos que intA = ∅ pois,  caso contr´ario,  se intA ,= ∅,  ent˜ao,  por hip´otese, intA  seria  de  categoria  II,  o  que ´e  um  absurdo(!). (2) ⇒  (3)  Seja  A =  n∈J  A n ,  onde,  para  cada  n ∈ J,  A n   ´e  aberto  e  A n   = X.   Ent˜ao, X¸A = X¸  n∈J A n   = _ n∈J (X¸A n ), e  X¸A n   ´e  fechado  (pois  A n   ´e  aberto)  e  como  A n   = X,  temos  que  X¸A n   = ∅.   Afirmamos que int(X¸A n ) ⊂ X¸A n ,   para  cada  n ∈ J.   (2.1) De  fato,   para  cada  n ∈  J,   seja  x ∈  int(X¸A n ).   Ent˜ao,   existe  r  >  0  tal  que  B r (x) ⊂ X¸A n   e,   portanto,   B r (x) ∩  A n   = ∅,   donde   x   / ∈  A n ,   isto  ´e   x ∈  X¸A n ,   o  que   prova (2.1).   Logo,   int(X¸A n )  = ∅  e,   por  hip´otese,   temos  que  int(X¸A)  = ∅,   j´a  que  X¸A  = 54   INTRODUC¸  ˜ AO   ` A  AN ´ ALISE  FUNCIONAL  n∈J (X¸A n ).   Resta-nos provar que A = X.   Suponhamos, o contr´ ario, que exista x 0  ∈ X tal que x 0   / ∈ A.   Ent˜ao, existe r 0   > 0 tal que B r 0 (x 0 ) ∩A = ∅ e, portanto, B r 0 (x 0 ) ⊂ X¸A. Logo,  x 0  ∈ int(X¸A),  o  que ´e  um  absurdo  (!)   pois  int(X¸A) = ∅.   Assim,  A = X. (3) ⇒ (4) Seja A ⊂ X  tal que A ´e de categoria I, isto ´e, A = ∪ n∈J A n   onde intA n   = ∅, para  cada  n ∈ J.   Logo,  A ⊂  n∈J  A n ,  e,  portanto,  X¸  n∈J  A n  ⊂ X¸A,  ou  seja,  n∈J X¸A n  ⊂ X¸A. Pondo-se  B  =  n∈J  X¸A n ,   temos  que  X¸A n   ´e  aberto  e  X¸A n   =  X.   [Mostra-se  de maneira  an´aloga  ao ´ıtem  anterior].   Por  hip´otese,   B  =  X.   Como  B ⊂  X¸A,   temos  que X¸A = X. (4) ⇒(1) Seja A ⊂ X  tal que A´e aberto e n˜ao vazio.   Logo, X¸A´e fechado e X¸A ,= X e  portanto  X¸A ,=  X  (note  que  X¸A  =  X¸A).   Por  hip´otese  (contra  -positiva),  A  n˜ao  ´e de  categoria  I  e,  portanto,  A ´e  de  categoria  II.   2 Teorema  2.6  (Teorema  de  Baire)   Todo  subconjunto  aberto  e  n˜ao  vazio  de  um  espa¸co m´etrico  completo  ´e  de  categoria  II. Demonstra¸c˜ao:   De   acordo  com  a  Proposi¸c˜ ao  anterior,   basta  demonstrar   uma  das afirma¸c˜ oes posto que elas s˜ao equivalentes.   Escolhamos ent˜ ao a n´ umero 3, isto ´e, supondo que  A  =  n∈J  A n ,   A n   ´e  aberto  e  A n   =  X,   para  cada  n ∈  J  e  mostraremos  que  A  =  X. Seja,   ent˜ao,   x 0  ∈  X  e  ε 0   >  0.   Devemos   mostrar   que  B ε 0 (x 0 ) ∩ A ,= ∅.   Seja  r 0   >  0 suficientemente pequeno tal que B r 0 (x 0 ) ⊂ B ε 0 (x 0 ).   Como A 1   = X, ent˜ao A 1 ∩B r 0 (x 0 ) ,= ∅ e, pelo fato de A 1 ∩B r 0 (x 0 ) ser aberto, temos que existem x 1  ∈ A 1 ∩B r 0 (x 0 ) e 0 < r 1   <   r 0 2 tal   que  B r 1 (x 1 ) ⊂  A 1  ∩ B r 0 (x 0 ).   Analogamente,   como  A 2   =  X,   ent˜ ao  A 2  ∩ B r 1 (x 1 ) ,= ∅ e   existem  x 2   ∈  A 2  ∩  B r 1 (x 1 )   e   0   <  r 2   <   r 1 2   <   r 0 2 2   tal   que   B r 2 (x 2 ) ⊂  A 2  ∩  B r 1 (x 1 ). Obtemos, por indu¸c˜ ao, a existˆencia de uma seq¨ uˆencia ¦x n ¦ n∈N  com x n+1  ∈ A n+1 ∩B r n (x n ) e  0 < r n+1   <   r 0 2 n+1   tal  que B r n+1 (x n+1 ) ⊂ (A n+1 ∩ B r n (x n )) ,   para  todo  n = 0, 1, 2,     . Assim,  dado  ε > 0,  existe  n 0  ∈ N  tal  que  se  m, n > n 0   temos  que d(x n , x m ) ≤ d(x n , x n 0 ) + d(x m , x n 0 )   <   r n 0  + r n 0 =   2 r n 0   <   2 r 0 2 n 0 =   r 0 2 n 0 −1   < ε, TEOREMA  DE  BANACH-STEINHAUSS  OU  DA  LIMITAC¸  ˜ AO  UNIFORME   55 [Basta  tomarmos  n 0  ∈ N  tal  que  2 n 0 −1 >   r 0 ε   ⇔n 0   > 1 + log 2 _ r 0 ε _ ]. Logo, ¦x n ¦ n∈N   ´e  de  Cauchy  e  como  X  ´e  completo  temos  que  existe  x ∈  X  tal   que x n  →x  em  X,  quando  n →+∞. Por  outro  lado,   seja  n 0  ∈ N  arbitr´ario,   por´em  fixado.   Ent˜ ao,   se  n  >  n 0   temos  que x n  ∈  B r n 0 (x n 0 ) ⊂  B r n 0 (x n 0 )   e  consequentemente  x ∈  B r n 0 (x n 0 )   posto  que  B r n 0 (x n 0 )  ´e fechado.   Pela arbitrariedade de n 0  ∈ N temos que x ∈ B rn (x n ), para todo n ∈ N, ou seja, x ∈   n∈N B r n (x n ).   Como  B r n (x n ) ⊂  A n ,   temos  que  x ∈  A n ,   para  cada  n ∈ N,   ou  seja, x ∈ A.   Al´em  disso, x ∈ B r n 0 (x n 0 ) ⊂ B r 0 (x 0 ) ⊂ B r 0 (x 0 ) ⊂ B ε 0 (x 0 ), donde  x ∈ A ∩ B ε 0 (x 0 ),  o  que  finaliza  a  demonstra¸c˜ao. 2 Defini¸c˜ao  2.7  Um espa¸co topol´ogico ´e dito Espa¸co  de  Baire, se satisfaz a uma das afirma¸c˜oes da  Proposi¸c˜ao  2.5. Observa¸c˜ao  2.8  Do  Teorema  de  Baire  conclu´ımos  que  todo  espa¸co  m´etrico  completo  ´e um  espa¸co  de  Baire. Corol´ario  2.9  Seja  A  um  subconjunto  aberto  e  n˜ao-vazio  de  um  espa¸co  de  Baire  X  tal que  A =  +∞ n=1 A n ,  onde  A n   ´e  fechado  para  n = 1, 2,    .   Ent˜ao,  existe  um ´ındice  n 0  ∈ N para  o  qual   intA n 0  ,= ∅. Demonstra¸c˜ao:   Como  X  ´e  um  espa¸co  de  Baire,  ent˜ao  A ´e,  em  virtude  do  Teorema  de Baire, de categoria II.   Argumentemos por contradi¸c˜ao, ou seja, que intA n   = ∅ para todo n ∈ N.   Ent˜ao,  A ´e,  por  defini¸c˜ao,  de  categoria  I  o  que  uma  contradi¸c˜ ao  (!).   Logo,  existe n 0  ∈ N  tal  que  intA n 0  ,= ∅.   2 2.2   Teorema  de  Banach-Steinhaus   ou  da  Limita¸c˜ao Uniforme Sejam E e F  espa¸cos vetoriais normados.   Denotamos por /(E, F) o espa¸co dos operadores lineares  e  cont´ınuos  de  E  em  F,  munido  da  norma [[T[[ L(E,F)   =   sup x∈E;||x|| E ≤1 [[Tx[[ F . 56   INTRODUC¸  ˜ AO   ` A  AN ´ ALISE  FUNCIONAL Quando  E  = F  escreve-se  simplesmente /(E) = /(E, E). Proposi¸c˜ao  2.10  (Princ´ıpio  da  Limita¸c˜ao  Uniforme)   Sejam  X  um  espa¸co  m´etrico completo  e T  uma  fam´ılia  de  fun¸c˜oes  cont´ınuas  f  :  X → 1  tais  que,   para  cada  x ∈  X, temos sup f∈F [f(x)[ < M x   < +∞. Ent˜ao,  existem  M  > 0  e  G ⊂ X,  aberto,  tais  que [f(x)[ ≤ M,  para  todo  x ∈ G  e  para toda  f ∈ T. Demonstra¸c˜ao:   Definamos X n,f   = ¦x ∈ X; [f(x)[ ≤ n¦ = f −1 ([−n, n]). Como  as  fun¸c˜ oes  f  s˜ao  cont´ınuas,   temos  que  X n,f   ´e  fechado  para  todo  n ∈ N  e  para toda  f ∈ T. Definamos,  agora, X n   =  f∈F X n,f   = ¦x ∈ X; [f(x)[ ≤ n,   para  toda  f ∈ T¦,   para  todo  n ∈ N. Como  os  X n,f   s˜ao  fechados  e  a  interse¸c˜ao  arbitr´aria  de  conjuntos  fechados ´e  um  con- junto  fechado,  resulta  que  cada  X n   ´e  fechado.   Provaremos,  a  seguir,  que X  = _ n∈N X n .   (2.2) A inclus˜ao  n∈N X n  ⊂ X  ´e evidente.   Resta-nos provar que X ⊂  n∈N X n .   Com efeito, seja  x 0  ∈ X.   Temos,  por  hip´otese,  que sup f∈F [f(x 0 )[ < M x 0   < +∞. Assim, existe n 1  ∈ N tal que [f(x 0 )[ ≤ n 1 , para todo f ∈ T, e, portanto, x 0  ∈  n∈N X n , o  que  prova  (2.2). Temos,   ent˜ ao,   que  X  ,= ∅,   X  =  n∈N X n   onde  os   X n   s˜ao  fechados   e  X  ´e  aberto (pois  ´e  o  espa¸co  todo).   Pelo  Corol´ario  2.9  existe  n 0  ∈ N  tal   que  intX n 0  ,= ∅.   Pondo-se G = intX n 0 ,  temos  que [f(x)[ ≤ n 0 ,  para  toda  f ∈ T. 2 TEOREMA  DE  BANACH-STEINHAUSS  OU  DA  LIMITAC¸  ˜ AO  UNIFORME   57 Teorema  2.11  (Banach-Steinhaus)   Sejam  E  e  F  espa¸cos  de  Banach  e ¦T λ ¦ λ∈Λ   uma fam´ılia  de  aplica¸c˜oes  lineares  e  cont´ınuas  de  E  em  F  satifazendo  a  condi¸c˜ao sup λ∈Λ [[T λ x[[ F   < +∞,   para  todo  x ∈ E. Ent˜ao, sup λ∈Λ [[T λ [[ L(E,F)   < +∞, isto  ´e,  existe  C  > 0  tal   que [[T λ x[[ F  ≤ C [[x[[ E ,   para  todo  x ∈ E  e  para  todo  λ ∈ Λ. Demonstra¸c˜ao:   Consideremos  a  seq¨ uˆencia  de  fun¸c˜ oes  f λ   : E →1,  definida  por f λ (x) = [[T λ x[[ F ,   λ ∈ Λ. Temos  que  f λ   ´e  cont´ınua  para  todo  λ ∈ Λ.   De  fato,  sejam  x, x 1  ∈ E.   Ent˜ao, [f λ (x) −f λ (x 1 )[ = [ [[T λ x[[ F  −[[T λ x 1 [[ F  [ ≤ [[T λ (x −x 1 )[[ F  ≤ [[T λ [[ L(E,F) [[x −x 1 [[ E , o  que  prova  a  continuidade  de  f λ   em  x 1 .   Ainda,   para  cada  x ∈  E,   temos,   por  hip´otese, que sup λ∈Λ [f λ (x)[ = sup λ∈Λ [[T λ x[[ F   < +∞. Pelo  Princ´ıpio  da  Limita¸c˜ ao  Uniforme  temos  que  existem  G ⊂  E,   aberto,   e  M  >  0 tais  que [f λ (x)[ = [[T λ x[[ F  ≤ M,   para  todo  x ∈ G  e  para  todo  λ ∈ Λ.   (2.3) Seja  x 0  ∈ G.   Sendo  G  aberto,  existe  r  > 0  suficientemente  pequeno  tal  que  B r (x 0 ) ⊂ G.   Mas,   se  x ∈  B r (x 0 ),   temos  que  x  =  x 0  + r z,   onde  z ∈  B 1 (0)  e,   portanto,   de  (2.3) resulta  que [[T λ (x 0  +r z)[[ F  ≤ M,   para  todo  z ∈ B 1 (0)  e  para  todo  λ ∈ Λ. No  entanto,  se  z ∈ B 1 (0)  vem  que −z ∈ B 1 (0)  e,  por  conseguinte, M ≥ [[T λ (x 0 −r z)[[ F   = [[T λ x 0 −r T λ z[[ F   = [[r T λ z −T λ x 0 [[ F  ≥ r[[T λ z[[ F  −[[T λ x 0 [[ F , 58   INTRODUC¸  ˜ AO   ` A  AN ´ ALISE  FUNCIONAL o  que  implica  que [[T λ z[[ F  ≤   M  +[[T λ x 0 [[ F r   ≤   2M r   ,   posto  que  x 0  ∈ G. Assim, [[T λ z[[ F  ≤   2M r   ,   para  todo  λ ∈ Λ,   e  z ∈ B 1 (0), e,  ent˜ ao, sup z∈E;||z||≤1 [[T λ z[[ F   < +∞,   par  todo  λ ∈ Λ, ou  seja,  existe  C  > 0  que  verifica [[T λ x[[ F  ≤ C [[x[[ E ,   para  todo  x ∈ E  e  para  todo  λ ∈ Λ, o  que  finaliza  a  prova.   2 Corol´ario  2.12  Sejam  E  e  F  espa¸cos  de  Banach  e  consideremos ¦T n ¦ n∈N   uma  sucess˜ao de  aplica¸c˜oes   lineares   e  cont´ınuas   de  E  em  F,   tal   que  para  cada  x ∈  E,   a  seq¨ uˆencia ¦T n x¦ n∈N  converge em F.   Ent˜ao, pondo Tx = lim n→+∞ T n x, temos que T  ´e uma aplica¸c˜ao linear  e  cont´ınua  de  E  em  F.   Mais  al´em, [[T[[ L(E,F)  ≤ liminf n [[T n [[ L(E,F) . Demonstra¸c˜ao:   Notemos  inicialmente  que  T  : E →F  est´a  bem  definida  em  fun¸c˜ ao  da unicidade  do  limite  em  F.   Ainda, T(x +y) =   lim n→+∞ T n (x + y) =   lim n→+∞ T n x +   lim n→+∞ T n y  = Tx +Ty,   para  todo  x, y ∈ E. Analogamente, T(λx) = λTx,   para  todo  x ∈ E  e  para  todo  λ ∈ 1, o  que  implica  a  linearidade  de  T.   Sendo ¦T n x¦ n∈N   convergente,  ent˜ao,  para  cada  x ∈ E, existe  M x   > 0  tal  que [[T n x[[ F  ≤ M x   < +∞,   para  todo  n ∈ N, TEOREMA  DE  BANACH-STEINHAUSS  OU  DA  LIMITAC¸  ˜ AO  UNIFORME   59 donde sup n∈N [[T n x[[ F  ≤ M x  +∞,   para  todo  x ∈ E. Logo,  pelo  Teorema  de  Banach-Steinhaus,  existe  uma  constante  C  > 0  tal  que [[T n x[[ F  ≤ C[[x[[ E ,   para  todo  x ∈ E  e  para  todo  n ∈ N. Assim,  tomando  o  limite  na  desigualdade  acima  resulta  que [[Tx[[ F  ≤ C[[x[[ E ,   para  todo  x ∈ E, o  que  prova  a  continuidade  de  T.   Temos  ainda  que [[T n x[[ F  ≤ [[T n [[ L(E,F) [[x[[ E ,   para  todo  x ∈ E  e  para  todo  n ∈ N, o  que  implica,  tomando-se  o  limite  inferior,  que [[Tx[[ F  ≤ _ liminf n [[T n [[ L(E,F) _ [[x[[ E ,   para  todo  x ∈ E, ou  ainda, [[T[[ L(E,F)  ≤ liminf n [[T n [[ L(E,F) . 2 Corol´ario  2.13  Sejam  G  um  espa¸co  de  Banach  e  B  um  subconjunto  de  G.   Suponhamos que,   para  toda  f  ∈  G  ,   o  conjunto  f(B)   =  x∈B ¸f, x)   ´e  limitado  em  1.   Ent˜ao  B  ´e limitado. Demonstra¸c˜ao:   Para  cada  b ∈ B,  definamos T b (f) = ¸f, b) ,   onde  T b   : G  →1. Por  hip´otese,  temos  que sup b∈B [T b (f)[ < +∞,   para  toda  f ∈ G  . Pelo  Teorema  de  Banach-Steinhaus,  temos  que sup b∈B [[T b [[ L(G  ,R)   < +∞, 60   INTRODUC¸  ˜ AO   ` A  AN ´ ALISE  FUNCIONAL ou  seja,  existe  C  > 0  tal  que [T b (f)[ = [ ¸f, b) [ ≤ C [[f[[ G  ,   para  toda  f ∈ G  e  para  todo  b ∈ B. Assim, ¸ ¸ ¸ ¸ _   f [[f[[ G  , b _¸ ¸ ¸ ¸ ≤ C,   para  toda  f ∈ G  ,   f ,= 0(f  n˜ao  identicamente  nula),   e  para  todo  b ∈ B. Logo,  pelo  Corol´ario  1.18  do  Teorema  de  Hahn-Banach  resulta  que [[b[[ G   =   sup f∈G  ;||f|| G  ≤1 [ ¸f, b) [ ≤ C,   para  todo  b ∈ B. 2 O  pr´oximo  resultado  pode  ser  denominado  ‘resultado  dual’  do  corol´ario  anterior. Corol´ario  2.14  Seja  G  um  espa¸co  de  Banach  e  consideremos  B  ⊂ G  .   Suponhamos  que para  todo  x ∈ G  o  conjunto ¸B  , x) =  f∈B  ¸f, x) ´e  limitado  em 1.   Ent˜ao,  B  ´e  limitado. Demonstra¸c˜ao:   Para  cada  f ∈ B  definamos T f (x) = ¸f, x) ,   para  todo  x ∈ G. Por  hip´otese, sup f∈B  [T f (x)[ =  sup f∈B  [ ¸f, x) [ < +∞,   para  todo  x ∈ G. Pelo  Teorema  de  Banach-Steinhaus  resulta  que sup f∈B  [[T f [[ L(G,R)   < +∞, ou  seja,  existe  C  > 0  tal  que [T f (x)[ ≤ C [[x[[ G ,   para  todo  x ∈ G  e  para  todo  f ∈ B  . Equivalentemente, [ ¸f, x) [ ≤ C [[x[[ G ,   para  todo  x ∈ G  e  para  todo  f ∈ B  , o  que  implica  que [[f[[ G  ≤ C,  para  toda  f ∈ B  . 2 TEOREMA  DA  APLICAC¸  ˜ AO  ABERTA  E  DO  GR ´ AFICO  FECHADO   61 2.3   Teorema da Aplica¸c˜ao Aberta e do Gr´afico Fechado Os  dois  principais  resultados  que  veremos  nesta  se¸c˜ ao  s˜ao  devidos  a  Banach.   Antes  de enunciarmos os Teoremas em quest˜ao, precisamos de alguns lemas t´ecnicos que passamos a  comentar. Lema  2.15  Sejam E  e F  espa¸cos vetoriais, C  um subconjunto convexo de E  e T  : E →F uma  aplica¸c˜ao  linear.   Ent˜ao,  TC  ´e  um  subconjunto  convexo  de  F. Demonstra¸c˜ao:   No lema acima entendemos por TC, a imagem de C  pela aplica¸c˜ ao T, ou  seja, TC  = ¦Tx, x ∈ C¦. Sejam  ent˜ ao,   y, y ∈  TC.   Logo,   existem  x, x ∈  C  tais  que  y  =  Tx  e  y  =  Tx.   Ent˜ ao, para  todo  t ∈ [0, 1]  resulta,  em  virtude  da  convexidade  de  C,  que t y + (1 −t)y   =   t Tx + +(1 −t) Tx =   T(t x) + T((1 −t)x) = T(t x + (1 −t)x .   ¸¸   . ∈C ) ∈ TC, o  que  prova  o  desejado.   2 Lema  2.16  Seja  E  um  espa¸co  de  Banach  e  C  um  subconjunto  convexo  de  E.   Ent˜ao,  C ´e  convexo. Demonstra¸c˜ao:   Sejam  x, y ∈  C.   Ent˜ao,   existe ¦x n ¦, ¦y n ¦ ⊂  C  tais  que  x n  →  x  e y n  →y.   Ent˜ ao  para  todo  t ∈ [0, 1]  e  para  todo  n ∈ N,  temos,  em  virtude  da  convexidade de  C,  que  t x n  + (1 −t)y n  ∈ C.   Resulta  da´ı,  das  convergˆencias  acima  e  do  fato  de  C  ser um conjunto fechado, que o limite t x +(1 −t)y ∈ C, conforme quer´ıamos demonstrar.   2 Lema  2.17  Sejam  E  e  F  espa¸cos  de  Banach  e  T  : E →F  uma  aplica¸c˜ao  linear.   Ent˜ao, T(B 1 (0))  ´e  um  subconjunto  convexo  de  F.   Al´em  disso, T(B 1 (0)) + T(B 1 (0)) = 2T(B 1 (0)). 62   INTRODUC¸  ˜ AO   ` A  AN ´ ALISE  FUNCIONAL Demonstra¸c˜ao:   Sendo B 1 (0) um subconjunto convexo de E, resulta,  em vista do lema 2.15, que T(B 1 (0)) ´e um subconjunto convexo de F.   Do lema 2.16 vem ent˜ao que T(B 1 (0)) ´e  um  subconjunto  convexo  de  F. Seja,  agora,  y ∈ 2T(B 1 (0)).   Ent˜ao,  vem  que  y/2 ∈ T(B 1 (0)),  e  portanto, y  =   y 2   +   y 2  ∈ T(B 1 (0)) + T(B 1 (0)).   (2.4) Reciprocamente, sejamy 1 , y 2  ∈ T(B 1 (0)).   Logo, 2y 1 , 2y 2  ∈ 2T(B 1 (0)).   Como 2T(B 1 (0)) ´e  um  conjunto  convexo,  deduzimos  que y 1  +y 2   =   1 2  2y 1  +   1 2  2y 2  ∈ 2T(B 1 (0)). Logo,  decorre  que T(B 1 (0)) + T(B 1 (0)) ⊂ 2T(B 1 (0)),   (2.5) e  de  (2.4)  e  (2.5)  resulta  o  desejado.   2 Lema  2.18  Sejam  E  e   F   espa¸cos   de   Banach  e   T   :   E  →  F   uma  aplica¸c˜ao  linear   e sobrejetiva.   Ent˜ao,  existe  C  > 0  tal   que  B 3C (0) ⊂ T(B 1 (0)). Demonstra¸c˜ao:   Como E  = +∞ _ n=1 nB 1 (0), ent˜ ao,  resulta  que F  = +∞ _ n=1 nT(B 1 (0)). De  fato,  basta  mostrarmos  que  F ⊂   +∞ n=1 nT(B 1 (0))  uma  vez  que  a  outra  inclus˜ao  ´e ´obvia.   Com  efeito,  seja  y ∈ F.   Como  T  ´e  sobrejetiva,  existe  x ∈ E  tal  que  y  = Tx.   Por outro lado, se x ∈ E, temos, em virtude da primeira identidade acima, que x = n 0 z, para algum  n 0  ∈ N  e  z ∈ B 1 (0).   Logo,  y  = T(n 0 z) = n 0 Tz,  z ∈ B 1 (0)  e  n 0  ∈ N,  o  que  implica que y ∈ +∞ _ n=1 nT(B 1 (0)) ⊂ +∞ _ n=1 nT(B 1 (0)), TEOREMA  DA  APLICAC¸  ˜ AO  ABERTA  E  DO  GR ´ AFICO  FECHADO   63 o que mostra o desejado.   Assim, F  ´e aberto (posto que ´e o espa¸co todo), n˜ao vazio, e pode ser  escrito  como  F  =  +∞ n=1 nT(B 1 (0)),  onde  T(B 1 (0)) ´e,  evidentemente,  um  subconjunto fechado  de  F.   Pelo  corol´ario  2.9,   temos  que  existe  n ∗ 0  ∈ N  tal   que  int(n ∗ 0 T(B 1 (0))) ,= ∅, ou ainda, int(T(B 1 (0))) ,= ∅.   Consideremos, ent˜ ao, y ∈ int(T(B 1 (0))).   Logo, existe r > 0 tal   que  B r (y) ⊂  T(B 1 (0)).   Seja  C ∈ 1,   suficientemente  pequeno  de  modo  que  6C  <  r. Logo, B 6C (y) ⊂ T(B 1 (0)).   (2.6) Al´em  disso,   como  y ∈  T(B 1 (0)),   resulta  que −y ∈  T(B 1 (0)).   Com  efeito,   para  cada ε > 0,  temos  que  B ε (y) ∩ T(B 1 (0)) ,= ∅,  ou  seja,  existe  x ∈ B 1 (0)  tal  que [[Tx −y[[ < ε, e,  portanto, [[Tx −y[[ = [[ −T(−x) −y[[ = [[(−y) −T( −x .¸¸. ∈B 1 (0) )[[ < ε, isto ´e,  T(−x) ∈ B ε (−y),  onde −x ∈ B 1 (0),  o  que  prova  o  desejado.   Resulta  da´ı,  de  (2.6) e  do  lema  2.17  que B 6C (y) −y ⊂ T(B 1 (0)) + T(B 1 (0)) = 2T(B 1 (0)). Contudo,  B 6C (y) − y  = B 6C (0),  posto  que  B 6C (y) = y + B 6C (0).   Assim,  deste  fato  e da  inclus˜ao  acima  segue,  imediatamente,  que B 6C (0) ⊂ 2T(B 1 (0)) ⇒2B 3C (0) ⊂ 2T(B 1 (0)) ⇒B 3C (0) ⊂ T(B 1 (0)), o  que  finaliza  a  prova. 2 Defini¸c˜ao  2.19  Sejam  E  e  F  espa¸cos  topol´ogicos.   Dizemos  que  a  aplica¸c˜ao  f  :  E → F ´e  aberta  quando,  para  todo  aberto  U ⊂ E,  f(U)  ´e  aberto  em  F. Teorema  2.20  (Teorema  da  Aplica¸c˜ao  Aberta)   Sejam  E  e  F  espa¸cos  de  Banach  e T   :   E →  F   uma  aplica¸c˜ao  linear,   cont´ınua  e  sobrejetiva.   Ent˜ao,   T   ´e  uma  aplica¸c˜ao aberta. Demonstra¸c˜ao:   Pelo  lema  2.18,   existe  C  >  0  tal   que  B 3C (0) ⊂  T(B 1 (0)).   Segue  da´ı que  para  todo  r > 0,  tem-se B 3rC (0) ⊂ T(B r (0))   (2.7) 64   INTRODUC¸  ˜ AO   ` A  AN ´ ALISE  FUNCIONAL Logo,  dado  w ∈ B 3rC (0),  temos  que  w ∈ T(B r (0))  e,  portanto,  dado  ε > 0  temos  que B ε (w) ∩ T(B r (0)) ,= ∅,  isto ´e,  para  todo  ε > 0  existe  x ∈ B r (0)  tal  que, [[w −Tx[[ < ε,   com  w ∈ B 3rC (0).   (2.8) Afirmamos  que B C (0) ⊂ T(B 1 (0)).   (2.9) De  fato,  tomemos  y ∈ B C (0).   Devemos  mostrar  que  existe  x ∈ B 1 (0)  tal  que  y  = Tx. Com  efeito,  sejam  ε =   C 3   e  r =   1 3 .   De  (2.8)  resulta  que  existe  z 1  ∈ B 1/3 (0)  tal  que [[y −Tz 1 [[ <   C 3  ,   pois  B C (0) ⊂ T(B 1/3 (0))  e  y ∈ B C (0). Sejam ε =   C 9   e r =   1 9 .   Analogamente, temos para w = y −Tz 1   que existe z 2  ∈ B 1/9 (0) tal  que [[(y −Tz 1 ) −Tz 2 [[ <   C 9  ,   pois  B C/3 (0) ⊂ T(B 1/9 (0))  e  y −Tz 1  ∈ B C/3 (0). Por  recorrˆencia,  obtemos  uma  seq¨ uˆencia ¦z n ¦ n∈N ∗   tal  que  z n  ∈ B 1/3 n(0)  e [[y −T(z 1  +   + z n )[[ <   C 3 n . Como [[z n [[  <   1 3 n   e  ∞ n=1 1 3 n   =   1 2   temos  que  a  s´erie  ∞ n=1 z n   converge  absolutamente. Assim, a seq¨ uˆencia ¦  n k=1 z k ¦ n∈N ∗  converge para x ∈ E, pois E ´e Banach.   Por outro lado, como ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ y −T _   n  k=1 z k _¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ <   C 3 n , tomando  o  limite  quando  n →+∞,  obtemos,  emvirtude  da  continuidade  de  T [[y −Tx[[ = 0 ⇒y  = Tx. Al´em  disso,  x =  +∞ n=1 z n   e  como ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ n  k=1 z k ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ≤ n  k=1 [[z k [[ < n  k=1 1 3 k ,   e +∞  n=1 1 3 n   =   1 2 , resulta  que [[x[[ ≤   1 2   <  1,   ou  seja,   x ∈  B 1 (0).   Logo,   para  y ∈  B C (0)  tomado  arbitraria- mente,  existe  x ∈ B 1 (0)  tal  que  y  = Tx,  o  que  prova  o  desejado  em  (2.9). TEOREMA  DA  APLICAC¸  ˜ AO  ABERTA  E  DO  GR ´ AFICO  FECHADO   65 Consideremos,   ent˜ao,   U ⊂  E,   aberto.   Mostraremos  que  TU  ´e  aberto  em  F.   Com efeito,   seja  y ∈  TU.   Ent˜ ao,   existe  x ∈  U  tal  que  y  =  Tx.   Sendo  U  aberto,   existe  r  >  0 tal  que  B r (x) ⊂ U,  ou  seja,  x + B r (0) ⊂ U.   Logo, Tx + T (B r (0)) ⊂ TU, isto ´e, y + T (B r (0)) ⊂ TU. Mas  de  (2.9),   existe  C  >  0  tal   que  B C (0) ⊂  T (B 1 (0))  e,   por  conseguinte,   B rC (0) ⊂ T (B r (0)).   Logo, y +B rC (0) ⊂ TU ⇒ B rC (y) ⊂ TU, o  que  finaliza  a  prova.   2 Corol´ario  2.21  Sejam  E  e  F   espa¸cos   de  Banach  e  T   :   E →  F   um  operador   linear, cont´ınuo  e  bijetivo.   Ent˜ao, i)   T −1 ´e  um  operador  linear  e  cont´ınuo  de  F  sobre  E. ii)  Existem  m, M  > 0  tais  que  m[[x[[ E  ≤ [[Tx[[ F  ≤ M[[x[[ E ,  para  todo  x ∈ E. Demonstra¸c˜ao: (i)  Como  T  ´e  bijetivo,  ent˜ ao  existe  T −1 : F → E.   Al´em  disso,  T −1 ´e  linear.   De  fato, sejam  y 1 , y 2  ∈ F.   Ent˜ao,  existem  x 1 , x 2  ∈ E  tais  que  y 1   = Tx 1   e  y 2   = Tx 2 .   Logo, T −1 (y 1  + y 2 ) = T −1 (Tx 1  + Tx 2 ) = T −1 (T(x 1  +x 2 )) = x 1  +x 2   = T −1 y 1  + T −1 y 2 . Analogamente,  prova-se  que T −1 (λy) = λT −1 y,   para  todo  y ∈ F  e  para  todo  λ ∈ 1. Tamb´em,   T −1 ´e  cont´ınua.   Com  efeito,   basta  mostrar  que  (T −1 ) −1 U  ´e  aberto,   para todo  U ⊂  E,   aberto.   De  fato,   seja  U  aberto.   Pelo  teorema  da  Aplica¸c˜ ao  Aberta  temos que  TU  ´e  aberto  e  como  (T −1 ) −1 = T,  segue  o  desejado. (ii)  Como  T  e  T −1 s˜ao  cont´ınuos  vem  que  existem  M, C  > 0  tais  que [[Tx[[ F  ≤ M[[x[[ E ,   para  todo  x ∈ E, [[T −1 y[[ E  ≤ C [[y[[ F ,   para  todo  y ∈ F. 66   INTRODUC¸  ˜ AO   ` A  AN ´ ALISE  FUNCIONAL Seja  x ∈  E.   Ent˜ ao,   Tx ∈  F  e  ainda, [[T −1 (Tx)[[ E   = [[x[[ E  ≤  C [[Tx[[ F ,   ou  seja, m[[x[[ E  ≤ [[Tx[[ F ,  onde  m =   1 C .   Isto  encerra  a  prova. 2 Observa¸c˜ao  2.22  Seja  E  um  espa¸co  vetorial   munido  de  duas   normas [[  [[ 1   e [[  [[ 2 . Suponhamos  que  E  munido  de  cada  uma  dessas  normas  ´e  um  espa¸co  de  Banach  e  que existe  C 1   >  0  tal   que [[x[[ 2  ≤  C 1 [[x[[ 1 ,   para  todo  x ∈  E.   Ent˜ao,   existe  C 2   >  0  tal   que [[x[[ 1  ≤ C 2 [[x[[ 2 ,  para  todo  x ∈ E,  ou  seja,  as  normas [[  [[ 1   e [[  [[ 2   s˜ao  ditas  equivalentes. Para  verificar  tal   afirma¸c˜ao,   basta  considerarmos  E  =  (E; [[  [[ 1 )  e  F  =  (E; [[  [[ 2 ) e  T  =  identidade.   Ent˜ao,   T  :   E →  F  ´e  linear,   cont´ınua  e  bijetiva.   Do  corol´ario  2.21 decorre  a  desigualdade  desejada. Defini¸c˜ao  2.23  O gr´afico de uma fun¸c˜ao ϕ : E →F  ´e o conjunto dos pontos (x, ϕ(x)) ∈ E F,  isto  ´e, G(ϕ) = ¦(x, y) ∈ E F; y  = ϕ(x)¦. Defini¸c˜ao  2.24  Sejam  E  e  F  espa¸cos  de  Banach  e  T   :   E →  F  uma  aplica¸c˜ao  linear. Pondo [[x[[ 1   = [[x[[ E  +[[Tx[[ F ,  para  todo  x ∈ E,  temos  que [[  [[ 1   ´e  uma  norma  em  E  e ´e denominada  norma  do  gr´afico. Proposi¸c˜ao  2.25  Sejam  E  e  F  espa¸cos  de  Banach  e  T  :  E →  F  uma  aplica¸c˜ao  linear. Se  o  gr´afico  de  T  ´e  fechado  em  E F,  ent˜ao  E  munido  da  norma  do  gr´afico ´e  um  espa¸co de  Banach. Demonstra¸c˜ao:   Seja ¦x n ¦ n∈N   uma  seq¨ uˆencia  de  Cauchy  em  (E; [[  [[ 1 ),  onde [[  [[ 1   ´e  a norma  do  gr´afico.   Ent˜ ao, [[x n −x m [[ E  →0   e   [[Tx n −Tx m [[ F  → 0,   quando  m, n →+∞, o  que  implica  que  existem  x ∈ E  e  y ∈ F  tais  que  x n  →x  em  E  e  Tx n  → y  em  F. Entretanto, como (x n , Tx n ) ∈ G(T) e G(T) ´e fechado, vem que (x, y) ∈ G(T), ou seja, y  = Tx.   Assim,  x n  →x  em  (E, [[  [[ 1 ).   2 Teorema  2.26  (Teorema  do  Gr´afico  fechado)   Sejam  E  e   F   espa¸cos   de   Banach  e T   :   E →  F   um  operador   linear.   Se  o  gr´afico  de  T   ´e  fechado  em  E  F,   ent˜ao  T   ´e cont´ınuo. ORTOGONALIDADE   67 Demonstra¸c˜ao:   Temos,   em  virtude  da  proposi¸c˜ ao  2.25,   que  E  munido  da  norma  do gr´afico, [[  [[ 1 , ´e um espa¸co de Banach e, al´em disso, [[x[[ E  ≤ [[x[[ 1 , para todo x ∈ E.   Pela observa¸c˜ao  2.22,   temos  que  existe  C  >  0  tal   que [[x[[ 1  ≤  C[[x[[ E ,   para  todo  x ∈  E,   ou seja, [[x[[ E  +[[Tx[[ F  ≤ C[[x[[ E ,   para  todo  x ∈ E. Mas,  evidentemente [[Tx[[ F  ≤ [[x[[ E  +[[Tx[[ F . Combinando-se  as   duas   ´ ultimas   desigualdades   resulta  que [[Tx[[ F   ≤  C [[x[[ E ,   para todo  x ∈ E,  o  que  encerra  a  prova.   2 2.4   Ortogonalidade Comecemos  por  uma  defini¸c˜ ao. Defini¸c˜ao  2.27  Seja  X  um  espa¸co  de  Banach.   Se  M  ⊂  X  ´e  um  subespa¸co  vetorial, ent˜ao  o  conjunto M ⊥   = ¦f ∈ X  ; ¸f, x) = 0,   para  todo  x ∈ M¦, ´e  denominado  ortogonal   de  M. Se  N ⊂ X  ´e  um  subespa¸co  vetorial,  ent˜ao  o  conjunto N ⊥   = ¦x ∈ X; ¸f, x) = 0,   para  todo  f ∈ N¦, ´e  dito  o  ortogonal   de  N. Observa¸c˜ao  2.28  Notemos  que,  por  analogia  `a  defini¸c˜ao  de  M ⊥ ,  acima,  dever´ıamos  ter N ⊥   = ¦ξ ∈ J(X) ⊂ X  ; ¸ξ, f) = 0,   para  todo  f ∈ N¦, onde,   conforme  j´a  vimos  anteriormente,   J  :   X →  X  ´e  a  aplica¸c˜ao  linear  e  isom´etrica dada  por  J x (f)  = ¸f, x),   para  todo  f ∈  X  definida  na  proposi¸c˜ao  1.48.   Entretanto,   se ξ ∈ J(X),  temos  que  existe  x ∈ X  tal   que  ξ  = J x .   Logo, ¸ξ, f) = ¸J x , f) = ¸f, x) . 68   INTRODUC¸  ˜ AO   ` A  AN ´ ALISE  FUNCIONAL Assim,  podemos  escrever N ⊥   = ¦x ∈ X; ¸f, x) = 0,   para  todo  f ∈ N¦, como  acima  definido. Proposi¸c˜ao  2.29 i)  M ⊥   ´e  um  subespa¸co  fechado  de  X  . ii)  N ⊥   ´e  um  subespa¸co  fechado  de  X. Demonstra¸c˜ao:   Verifica-se  facilmente  que  M ⊥   bem  como  N ⊥   s˜ao  subespa¸cos.   Prove- mos  que  s˜ao  fechados. (i)  Para  cada  x ∈ X,  temos  que  J x   : X  → 1  ´e  uma  aplica¸c˜ ao  linear  e  cont´ınua  dada por  J x (f) = ¸f, x).   Assim  o  conjunto ¦f ∈ X  ; J x (f) = 0¦ = J −1 x   (¦0¦), ou  seja, ¦f ∈ X  ; ¸f, x) = 0¦ = J −1 x   (¦0¦), ´e fechado, posto que ´e dado pela imagem inversa de um conjunto fechado, por uma fun¸c˜ao cont´ınua.   Logo,  x∈M J −1 x   (¦0¦) = ¦f ∈ X  ; ¸f, x) = 0,   para  todo  x ∈ M¦ = M ⊥   ´e  fechado. (ii)  Seja  f ∈ N.   Logo,  f  ´e  uma  forma  linear  e  cont´ınua  sobre  X  e,  portanto, ¦x ∈ X; ¸f, x) = 0¦ = f −1 (¦0¦), ´e  fechado,  e,  conseq¨ uentemente  f∈N f −1 (¦0¦) = N ⊥   ´e  fechado. 2 Proposi¸c˜ao  2.30 (i)   (M ⊥ ) ⊥   = M. (ii)   (N ⊥ ) ⊥  ⊃ N. ORTOGONALIDADE   69 Demonstra¸c˜ao:   (i)  Provaremos,  incialmente,  que M ⊂ (M ⊥ ) ⊥ .   (2.10) Com efeito, seja x ∈ M.   Ent˜ ao, existe ¦x n ¦ n∈N  ⊂ M  tal que x n  →x quando n →+∞. Tendo  em  mente  que (M ⊥ ) ⊥   = ¦x ∈ X; ¸f, x) = 0,   para  todo  f ∈ M ⊥ ¦, ent˜ ao,  se  f ∈ M ⊥ ,  resulta  imediatamente  que ¸f, x n ) = 0,  para  todo  n ∈ N  e,  conseq¨ uen- temente ¸f, x) = 0,  o  que  prova  que  x ∈ (M ⊥ ) ⊥   ficando  provado  (2.10). Reciprocamente,  provemos  que (M ⊥ ) ⊥  ⊂ M.   (2.11) Com  efeito,   suponhamos  que  (2.11)  n˜ao  ocorra,   isto  ´e,   suponhamos  que  exista  x 0  ∈ (M ⊥ ) ⊥   tal   que  x 0   / ∈  M.   Como ¦x 0 ¦  ´e  compacto  e  M  ´e  fechado,   e  ambos   convexos  e disjuntos,   vem,   pela  2 a Forma  Geom´etrica  do  Teorema  de  Hahn-Banach,   que  existe  um hiperplano  de  equa¸c˜ ao  [f  = α]  que  separa ¦x 0 ¦  e  M  no  sentido  estrito,  ou  seja, ¸f, x) < α < ¸f, x 0 ) ,   para  todo  x ∈ M. Em particular, ¸f, x) < α, para todo x ∈ M.   Como M  ´e subespa¸co e f  ´e uma aplica¸c˜ ao linear  tal  que ¸f, x) < α,  para  todo  x ∈ M,  vem  que ¸f, x) = 0,   para  todo  x ∈ M. Mas,  0 < α < ¸f, x 0 ),  ou  seja, ¸f, x 0 ) ,= 0. Tamb´em,   f ∈  M ⊥   pois ¸f, x)  =  0,   para  todo  x ∈  M.   Como  f ∈  M ⊥   e  x 0  ∈  (M ⊥ ) ⊥ , resulta  que ¸f, x 0 ) = 0, o  que ´e  uma  contradi¸ c˜ao  (!),  ficando  provado  (2.11). (ii)  A  demonstra¸c˜ ao  desta  inclus˜ao ´e  an´aloga  a  prova  de  (2.10)  e,  portanto,  ser´a  omi- tida. 2 70   INTRODUC¸  ˜ AO   ` A  AN ´ ALISE  FUNCIONAL Observa¸c˜ao  2.31  Se   tentarmos   mostrar   que   (N ⊥ ) ⊥   ⊂  N  usando  a  t´ecnica  anterior, ter´ıamos  f 0  ∈  (N ⊥ ) ⊥   tal   que  f 0   / ∈  N.   Pela  2 a Forma  Geom´etrica  do  Teorema  de  Hahn- Banach,  existe  um  hiperplano  de  equa¸c˜ao  [ϕ = α],  ϕ ∈ X  ,  tal   que ¸ϕ, f) < α < ¸ϕ, f 0 ) ,   para  toda  f ∈ N   (em  particular). Portanto, ¸ϕ, f) = 0,   para  toda  f ∈ N  e ¸ϕ, f 0 ) ,= 0. No  entanto,   isto  n˜ao  implica  que  ϕ ∈  N ⊥   pois  ϕ  pode  n˜ao  pertencer  a  J(X).   Isto ocorre,  entretanto,  quando  X  ´e  reflexivo,  isto  ´e,  quando  J(X) = X  . Proposi¸c˜ao  2.32 i)  Se  M 1  ⊂ M 2  ⇒ M ⊥ 1   ⊃ M ⊥ 2   . ii)  Se  N 1  ⊂ N 2  ⇒N ⊥ 1   ⊃ N ⊥ 2   . Demonstra¸c˜ao:   i)  Seja  f ∈  M ⊥ 2   .   Ent˜ ao, ¸f, x)  =  0,   para  todo  x ∈  M 2 .   Por  hip´otese, ¸f, x) = 0,  para  todo  x ∈ M 1 ,  e,  portanto,  f ∈ M ⊥ 1   . ii)  An´aloga  ao  item  (i). 2 Proposi¸c˜ao  2.33  Sejam  G  e  L  subespa¸cos  fechados  de  X.   Ent˜ao, i)  G∩ L = (G ⊥  + L ⊥ ) ⊥ . ii)  G ⊥ ∩ L ⊥   = (G + L) ⊥ . Demonstra¸c˜ao:   i)  Provaremos  incialmente  que G∩ L ⊃ (G ⊥  + L ⊥ ) ⊥ .   (2.12) De  fato,  temos,  pela  proposi¸c˜oes  2.30  e  2.32,  que G ⊥  ⊂ (G ⊥  +L ⊥ ) L ⊥  ⊂ G ⊥  +L ⊥   ⇒ (G ⊥  + L ⊥ ) ⊥  ⊂ (G ⊥ ) ⊥   = G = G. (G ⊥  + L ⊥ ) ⊥  ⊂ (L ⊥ ) ⊥   = L = L. , o  que  prova  (2.12) ORTOGONALIDADE   71 Reciprocamente,  provaremos  que G∩ L ⊂ (G ⊥  + L ⊥ ) ⊥ .   (2.13) Com  efeito,  notemos  inicialmente  que (G ⊥  + L ⊥ ) ⊥   = ¦x ∈ X; ¸f, x) = 0;   para  todo  f ∈ (G ⊥  + L ⊥ )¦. Al´em disso, observemos que se f ∈ (G ⊥ +L ⊥ ), ent˜ao f  = g +h onde g ∈ G ⊥   e h ∈ L ⊥ . Logo, ¸g, x 1 ) = 0,   para  todo  x 1  ∈ G, ¸h, x 2 ) = 0,   para  todo  x 2  ∈ L. Consideremos,   ent˜ ao,   x ∈  G ∩ L.   devemos   provar   que ¸f, x)   =  0;   para  todo  f  ∈ (G ⊥  + L ⊥ ).   Seja,  ent˜ ao,  f ∈ (G ⊥  + L ⊥ ).   Pelo  que  foi  visto  acima, ¸f, x) = _ g + h,   x .¸¸. ∈G∩L _ = 0, o  que  prova  que  x ∈ (G ⊥  + L ⊥ ) ⊥ ,  e,  portanto  (2.13). (ii)  Provaremos,  inicialmente  que G ⊥ ∩ L ⊥  ⊃ (G +L) ⊥ .   (2.14) De  fato,  temos,  pela  proposi¸c˜ao  2.32,  que G ⊂ G + L L ⊂ G + L ⇒ (G +L) ⊥  ⊂ G ⊥ (G +L) ⊥  ⊂ L ⊥  ⇒(G + L) ⊥  ⊂ G ⊥ ∩ L ⊥ , o  que  prova  (2.14).   Finalmente,  resta-nos  provar  que (G+ L) ⊥  ⊃ G ⊥ ∩ L ⊥ .   (2.15) Com  efeito,   sefa  f  ∈  G ⊥  ∩ L ⊥ .   Ent˜ ao, ¸f, x)   =  0,   para  todo  x ∈  G  e ¸f, y)   =  0, para  todo  y ∈  L,   ou  seja, ¸f, x +y)  =  0,   para  todo  x ∈  G  e  y ∈  L,   o  que  implica  que f ∈ (G+ L) ⊥ ,  provando  (2.15).   2 Corol´ario  2.34  Sejam  G  e  L  subespa¸cos  fechados  de  X.   Ent˜ao, i)  (G∩ L) ⊥  ⊃ G ⊥  + L ⊥ . ii)  (G ⊥ ∩ L ⊥ ) ⊥   = G+ L. 72   INTRODUC¸  ˜ AO   ` A  AN ´ ALISE  FUNCIONAL Demonstra¸c˜ao:   i) Temos,  pela proposi¸c˜ ao 2.33,  que  G∩L = (G ⊥  +L ⊥ ) ⊥ ,  donde,  pela proposi¸c˜ ao  2.30, (G∩ L) ⊥   = _ (G ⊥  + L ⊥ ) ⊥ ¸ ⊥  ⊃ G ⊥  + L ⊥ . ii)  Analogamente,  G ⊥ ∩ L ⊥   = (G +L) ⊥ ,  donde _ G ⊥ ∩ L ⊥ _ ⊥   = _ (G+ L) ⊥ ¸ ⊥   = G + L. 2 2.5   Operadores  N˜ao  Limitados Sejam  E  e  F  espa¸cos  de  Banach.   Denominamos  operador  linear  n˜ao  limitado  de  E  em F,   a  toda  aplica¸c˜ao  linear  A  :   D(A) ⊂  E →  F,   definida  sobre  um  subespa¸co  vetorial D(A) ⊂ E,  com  valores  em  F.   O  subespa¸co  D(A) ´e  dito  o  dom´ınio  de  A. Dizemos  que  A  ´e  limitado  se  existir  uma  constante  C  >  0  tal  que [[Au[[ F  ≤  C [[u[[ E , para  todo  u ∈ D(A). Observa¸c˜ao  2.35  Quando usamos a terminologia n˜ao  limitado, estamos entendendo que o operador A pode ser limitado ou n˜ao.   No caso em que A ´e limitado, ent˜ao, em virtude da proposi¸c˜ao 1.4,  A ´e cont´ınuo em D(A),  com a topologia induzida por E.   Isto significa que se  x n  →x  no  espa¸co  topol´ogico  (D(A), [[  [[ E )  ent˜ao  Ax n  →Ax  em  (F, [[  [[ F ).   Aten¸c˜ao, isto  n˜ao  implica  que  o  gr´afico  G(A)   seja  fechado  em  E  F,   ou  equivalentemente  que D(A)  seja  fechado  em  E.   Observe  que  n˜ao  temos  a  garantia  que  D(A)  seja  um  espa¸co de  Banach  com  a  topologia  induzida  por  E.   Em  outras  palavras,   se  x n  →  x  em  E,   com x n  ∈ D(A),  n˜ao  temos  a  garantia  que  o  limite  x ∈ D(A). Nota¸c˜oes: Gr´afico  de  A = G(A) = ¦(u, Au) ∈ E F; u ∈ D(A)¦, Imagem  de  A = Im(A) = ¦Au ∈ F; u ∈ D(A)¦ N´ ucleo  de  A = N(A) = ¦u ∈ D(A); Au = 0.¦ Defini¸c˜ao  2.36  Dizemos  que  um  operador  A  :   D(A) ⊂  E →  F  ´e  fechado  se  o  gr´afico G(A)  for  fechado  em  E F. OPERADORES  N ˜ AO  LIMITADOS   73 Lema  2.37  Se  A  ´e  fechado,  ent˜ao  N(A)  ´e  fechado. Demonstra¸c˜ao:   De fato, seja x ∈ N(A).   Ent˜ ao, existe uma seq¨ uˆencia ¦x n ¦ n∈N  ⊂ N(A) tal   que  x n  →  x,   quando  n →  +∞.   Como ¦x n ¦ n∈N  ⊂  N(A),   temos  que  Ax n   =  0,   para todo  n ∈ N,  e,  consequentemente,  Ax n  →0.   Logo, (x n , Ax n ) →(x, 0),   com  (x n , Ax n ) ∈ G(A). Como  G(A)  ´e  fechado,  temos  que  (x, 0) ∈ G(A),  ou  seja,  Ax = 0  ,  o  que  implica  que x ∈ N(A).   2 Lema  2.38  Se  D(A) = E  ent˜ao  A  ´e  fechado  se,  e  somente  se,  A  ´e  cont´ınuo. Demonstra¸c˜ao:   Aplica¸c˜ ao  imediata  do  teorema  do  Gr´afico  Fechado.   2 Se  D(A) ,= E,  A  pode  ser  fechado  e  n˜ao  ser  limitado.   Vejamos  um  exemplo. Exemplo:   Sejam  E  =  F   =  C(0, 1)   o  espa¸co  das   fun¸c˜oes   cont´ınuas   em  [0, 1],   ambos, munidos  da  norma  do  supremo.   Seja D(A) = C 1 (0, 1) A : D(A) ⊂ E →F,   f →   df dt . Mostremos,  inicialmente,  que  G(A)  ´e  fechado.   Com  efeito,  seja  (x, y) ∈  G(A).   Logo, existe ¦(x n , Ax n )¦ ⊂ G(A) tal que (x n , Ax n ) →(x, y) em EF.   Como, ¦x n ¦ n∈N  ⊂ D(A) e  Ax n   =   dxn dt   ,  para  cada  n,  temos  que  x n  → x  em  E  e   dxn dt   → y  em  F.   Por  um  resultado bem  conhecido,   em  fun¸c˜ao  das  convergˆencias  serem  uniformes,   (veja,   por  exemplo  [18] Teorema  7.17)  resulta  que  x ´e  deriv´avel  e,  al´em  disso,   dx dt   = y.   Logo,  y  =   dx dt   = Ax,  o  que prova  que  A ´e  fechado. No  entanto,  A  n˜ao ´e  limitado.   De  fato,  seja x n   = sennt,   n ∈ N. Temos  que ¦x n ¦ n∈N  ⊂ D(A)  e,  al´em  disso, d dt (sennt) = ncos nt. 74   INTRODUC¸  ˜ AO   ` A  AN ´ ALISE  FUNCIONAL Notemos  que [[x n [[ E   = [[sennt[[ E   =  sup t∈[0,1] [sennt[ = 1,   n ≥ 2 _   note  que   π 2  ∈ [0, n],   n ≥ 2 _ ,   e [[Ax n [[ F   =  sup t∈[0,1] [ncos nt[ = n,   [  note  que  0 ∈ [0, n],   para  todo  n ≥ 1] . Logo, [[A[[ =   sup x∈D(A);||x||≤1 [[Ax[[ F  ≥ [[Ax n [[ = n,   para  todo  n ∈ N, de  onde  resulta  que  A  n˜ao ´e  limitado. Veremos,   as  seguir,   que  existem  operadores  que  s˜ao  limitados  mas  n˜ao  s˜ao  fechados. Basta, para isso, que o dom´ınio D(A) n˜ao seja fechado em E, conforme mostra a pr´oxima proposi¸c˜ ao. Proposi¸c˜ao  2.39  Sejam  E  e  F  espa¸cos  de  Banach  e  A  :  D(A) ⊂  E →  F  um  operador limitado.   Ent˜ao,  A  ´e  fechado  se,  e  somente  se,  D(A)  ´e  fechado. Demonstra¸c˜ao:   (⇒)  Suponhamos  A  fechado,   isto  ´e,   que  G(A)  ´e  fechado  em  E  F. Seja  x ∈  D(A) E .   Ent˜ ao,   existe ¦x n ¦ n∈N  ⊂  D(A)   tal   que  x n  →  x  em  E.   Como  A  ´e limitado,  temos  que ¦Ax n ¦ n∈N   ´e  uma  seq¨ uˆencia  de  Cauchy  em  F  pois [[Ax n −Ax m [[ F   = [[A(x n −x m )[[ F  ≤ C [[x n −x m [[ E  →0,   quando  m, n → +∞, o  que  implica  que ¦Ax n ¦  ´e  convergente,   pois  F  ´e  um  espa¸co  de  Banach.   Assim,   existe y ∈ F  tal  que  Ax n  →y  em  F.   Logo, ¦(x n , Ax n )¦ n∈N  ⊂ G(A)   e   (x n , Ax n ) →(x, y)  em  E F. Como  o  gr´afico  G(A)  ´e  fechado,   resulta  que  da  convergˆencia  acima  que  x ∈  D(A)  e y  = Ax,  o  que  prova  que  D(A) ´e  fechado. (⇐)   Reciprocamente,   suponhamos   que   D(A)   seja  fechado  e   consideremos   (x, y) ∈ G(A).   Ent˜ao,   existe ¦(x n , Ax n )¦ n∈N  ⊂  G(A)  tal  que  x n  →  x  e  Ax n  →  y.   Como ¦x n ¦ ⊂ D(A), e D(A) ´e fechado, resulta que x ∈ D(A) e, pela limita¸c˜ ao de A vem que Ax n  →Ax, j´a  que [[Ax n −Ax[[ F  ≤ C[[x n −x[[ E  →0,   quando  n → +∞. Pela  unicidade   do  limite   em  F   resulta  que   y   =  Ax,   e,   portanto,   (x, y)  ∈  G(A), provando  que  G(A) = G(A),  ou  seja,  que  A ´e  fechado.   Isto  encerra  a  prova.   2 OPERADORES  N ˜ AO  LIMITADOS   75 Defini¸c˜ao  2.40  Sejam  E  e  F  espa¸cos  de  Banach.   Um  operador  linear  A : D(A) ⊂ E → F  ´e  denominado  fech´avel   se  existir  uma  extens˜ao  linear  fechada  de  A. Exemplo:   Consideremos E  = F  = C(0, 1) o espa¸co das fun¸c˜oes cont´ınuas em [0, 1] munido com  a  norma  do  supremo  e  A : D(A) ⊂ E →F  tal  que D(A) = ¦p ∈ C(0, 1); p ´e  polinˆomio¦,   p →Ap =   dp dt . Seja  B  : D(B) ⊂ E →F  tal  que D(B) = ¦x ∈ C(0, 1); x ´e  deriv´avel  e   dx dt  ∈ C(0, 1)¦,   e  Bx =   dx dt . Temos  que  B  ´e  fechado  pois  se  (x, y) ∈ G(B),  ent˜ ao  existe ¦x n , Bx n ¦ n∈N  ⊂ G(B)  tal que  x n  →  x  em  E  e  Bx n  →  y  em  F.   Como  a  convergˆencia  ´e  uniforme,   temos  que  x  ´e deriv´avel   e  y  =   dx dt .   Al´em  disso,   como ¦x n ¦ ⊂  C 1 (0, 1)  temos  que  x ∈  C 1 (0, 1),   isto  ´e, (x, y) ∈ G(B), o que prova que B  ´e fechado.   Como B  estende A, temos que A ´e fech´ avel. Teorema  2.41  Sejam  E  e  F  espa¸cos  de  Banach  e  A  :   D(A) ⊂  E →  F  um  operador linear.   A ´e fech´avel se, e somente se, a seguinte condi¸c˜ao ´e satisfeita:   se ¦x n ¦ n∈N  ⊂ D(A), x n  →0  em  E  e  Ax n  → y  em  F  quando  n →+∞  ent˜ao  y  = 0. Demonstra¸c˜ao:   (⇒) Como A ´e fech´ avel, existe B, extens˜ao linear e fechada de A, isto ´e,  D(A) ⊂ D(B)  e  Ax = Bx,  para  todo  x ∈ D(A). Seja ¦x n ¦ ⊂  D(A)   tal   que  x n  →  0  e  Ax n  →  y.   Ent˜ ao, ¦x n ¦ ⊂  D(B),   x n  →  0  e Bx n  →y.   Como  B  ´e  linear  e  fechado,  (0, y) ∈ D(B)  e  0 = B0 = y,  ou  seja,  y  = 0. (⇐)  Temos,   por  hip´otese,   que  se ¦x n ¦ ⊂  D(A)  ´e  tal   que  x n  →  0  e  Ax n  →  y,ent˜ao y  = 0.   Queremos  mostrar  que  A ´e  fech´ avel.   Definamos: D(  ˜ A) = ¦x ∈ E;   existe ¦x n ¦ n∈N  ⊂ D(A)  tal  que  x n  → x  e  existe   lim n→+∞ Ax n ¦  e  , ˜ A : D(  ˜ A) ⊂ E →F;   x →   ˜ Ax = lim n→+∞ Ax n . Notemos  inicialmente  que ˜ A  est´a  bem  definido  .   (2.16) Com  efeito,   se  x ∈  D(A),   existe  x n   =  x,   para  todo  n ∈ N,   tal   que  x n  →  x  em  E. Logo,   Ax n   =  Ax  e,   portanto,   Ax n  →  Ax  em  F,   implicando  que  D(A) ⊂  D(  ˜ A).   Sejam, 76   INTRODUC¸  ˜ AO   ` A  AN ´ ALISE  FUNCIONAL agora,  x ∈  D(  ˜ A)  e ¦x n ¦ n∈N , ¦y n ¦ n∈N  ⊂  D(A)  tais  que  x n  →  x  e  y n  →  x  em  E  e  existem os   limites   lim n→+∞ Ax n   e   lim n→+∞ Ay n .   Ent˜ ao, ¦x n  −  y n ¦ n∈N   ⊂  D(A),   pois   D(A)   ´e subespa¸co,  (x n −y n ) →0,  quando  n → +∞  e  existe  o  limite lim n→+∞ A(x n −y n ) =   lim n→+∞ (Ax n −Ay n ) =   lim n→+∞ Ax n −   lim n→+∞ Ay n . Ent˜ao,  por  hip´otese, lim n→+∞ A(x n −y n ) = 0 ⇒   lim n→+∞ Ax n   =   lim n→+∞ Ay n , o  que  prova  (2.16). Observemos  que ´e  imediato  concluir  que ˜ A  ´e  linear  ,   (2.17) em  virtude  das  propriedades  de  limite  e  da  linearidade  de  A. O  ´ ultimo  passo ´e  provar  que ˜ A ´e  fechado.   (2.18) Seja  (x, y) ∈  G(  ˜ A).   Ent˜ao,   existe ¦(x n ,   ˜ Ax n )¦ n∈N  ⊂  G(  ˜ A)  tal   que  x n  →  x  em  E  e ˜ Ax n  →y  em F, quando n →+∞.   Ent˜ ao, para cada n ∈ N, existe ¦x nm ¦ ⊂ D(A) tal que lim m→+∞ x n m   = x n   e   ˜ Ax n   =   lim m→+∞ Ax n m .   (2.19) Seja  ε > 0  dado.   Das  convergˆencias  acima,  existe  n 1  ∈ N  tal  que [[x n −x[[ <   ε 2 ,   para  todo  n ≥ n 1 , e  existe  n 2  ∈ N  tal  que [[ ˜ Ax n −y[[ <   ε 2 ,   para  todo  n ≥ n 2 . Pondo,  n 0   = max¦n 1 , n 2 ¦,  resulta  que [[x n 0  −x[[ <   ε 2   e [[ ˜ Ax n 0  −y[[ <   ε 2 .   (2.20) Por  outro  lado,  de  maneira  an´aloga,  de  (2.19)  existe  m 0   = max¦m 1 , m 2 ¦  tal  que [[x n 0m  −x n 0 [[ <   ε 2   e [[Ax n 0m  −   ˜ Ax n 0 [[ <   ε 2 ,   para  todo  m ≥ m 0 .   (2.21) OPERADORES  N ˜ AO  LIMITADOS   77 Assim,  de  (2.20)  e  (2.21),  obtemos [[x n 0m  −x[[ ≤ [[x n 0m  −x n 0 [[ +[[x n 0  −x[[ < ε,   e [[Ax n 0m  −y[[ ≤ [[Ax n 0m  −   ˜ Ax n 0 [[ +[[ ˜ Ax n 0  −y[[ < ε, para  todo  m ≥ m 0 .   Logo, ¦x n 0m ¦ n∈N  ⊂ D(A)  e ´e  tal  que lim m→+∞ x n 0m   = x   e   lim m→+∞ Ax n 0m   = y, o  que  implica  que  x ∈  D(  ˜ A)  e  y  =   ˜ Ax,   ou  seja,   (x, y) ∈  G(  ˜ A).   Portanto,   ˜ A  ´e  fechado  e como   ˜ A  estende  A  resulta  que  A ´e  fech´ avel,  conforme  quer´ıamos  demonstrar. 2 Exemplo  de  operador  n˜ao  fech´avel:   Seja  A : C(0, 1) →1  definido  por  D(A) = C 1 (0, 1)  e Ax =   dx dt (1/2).   Temos  que  A = δ 1/2 ◦   d dt .   Logo,  A ´e  linear.   Consideremos x n (t) =   1 n sen(4nπt). Temos  que [[x n [[ C(0,1)   =  sup t∈[0,1] [x n (t)[ =   1 n , e,  portanto,  x n  → 0  em  C(0, 1)  quando  n →+∞.   No  entanto, Ax n   =   dx n dt   =   4nπ n   cos _ 4nπ 1 2 _ = 4π cos(2nπ) . ¸¸ . =1 = 4π,   para  todo  n ∈ N. Desta  forma,   Ax n  →  4π  em 1  e,   assim,   Ax n  ÷  0,   quando  n →  +∞.   Pelo  teorema 2.41  segue  que  A  n˜ao ´e  fech´ avel. Teorema  2.42  (Prolongamento  por  Densidade)   Sejam  E  e  F  espa¸cos  de  Banach  e A  :  D(A) ⊂  E →  F  um  operador  linear  e  limitado.   Se  D(A)  for  denso  em  E,   ent˜ao  A admite  um  ´ unico  prolongamento  linear  limitado   ˜ A  a  todo  espa¸co  E.   Al´em  disso, [[A[[ L(D(A),F)   = [[ ˜ A[[ L(E,F) Demonstra¸c˜ao:   Como  D(A)  ´e  denso  em  E,  para  cada  x ∈ E,  existe ¦x n ¦ n∈N  ⊂ D(A) tal  que  x n  →x  em  E.   Definamos: ˜ A : E →F;   x →   ˜ Ax =   lim n→+∞ Ax n .   (2.22) 78   INTRODUC¸  ˜ AO   ` A  AN ´ ALISE  FUNCIONAL Provemos  inicialmente  que   ˜ A  est´a  bem  definido.   De  fato,   seja  x ∈  E  e  consideremos ¦x n ¦ n∈N , ¦y n ¦ n∈N  ⊂ D(A)  tais  que  x n  →x  e  y n  →x  em  E,  quando  n →+∞.   Pondo-se z  =   lim n→+∞ Ax n   e  w =   lim n→+∞ Ay n , ent˜ ao,  em  virtude  da  limita¸c˜ao  de  A,  tem-se [[Ax n −Ay n [[ F  ≤ [[A[[ L(D(A),F) [[x n −y n [[ E  →0,   quando  n → +∞ o que implica que A(x n −y n ) →0 em F, quando n →+∞, resultando, pela unicidade do limite  em  F,   que  z  =  w.   Al´em  disso,   notemos,   ainda,   que  se ¦x n ¦ n∈N  ⊂  D(A)  ´e  tal  que x n  →x  em  E,  quando  n →+∞,  ent˜ ao ¦Ax n ¦ ´e  convergente  em  F  pois [[Ax n −Ax m [[ F  ≤ [[A[[ L(D(A),F) [[x n −x m [[ E  →0   quando  n, m → +∞, e  como  F  ´e  Banach,   resulta  que  existe  y ∈  F  tal  que  y  =  lim n→+∞ Ax n .   Isto  prova  que ˜ A  est´a  bem  definido.   Mais  ainda,   ˜ A  ´e  claramente  linear  em  virtude  da  linearidade  de  A e  das  propriedades  de  limite. Provaremos, a seguir, que   ˜ A ´e limitado.   Com efeito, seja x ∈ E  e ¦x n ¦ n∈N  ⊂ D(A) tal que  x n  →x  em  E,  quando  n →+∞.   Como [[Ax n [[ F  ≤ [[A[[ L(D(A),F) [[x n [[ E ,   para  todo  n ∈ N, ent˜ ao  de  (2.22)  e  da  convergˆencia  x n  →x  em  E,  resulta  que [[ ˜ Ax[[ F  ≤ [[A[[ L(D(A),F) [[x[[ E ,   para  todo  x ∈ E, o  que  prova  a  limita¸c˜ ao  de   ˜ A.   Mais  ainda,  da  desigualdade  acima  conclu´ımos  que [[ ˜ A[[ L(E,F)  ≤ [[A[[ L(D(A),F) .   (2.23) Provaremos,   a  seguir,   que   ˜ A,   de  fato,   estende  A.   De  fato,   seja  x ∈  D(A).   Ent˜ ao  a seq¨ uˆencia ¦x n ¦ n∈N   tal  que  x n   = x,  para  todo  n  satisfaz  x n  →x  em  E  quando  n →+∞  e al´em  disso ˜ Ax =   lim n→+∞ Ax n   = Ax. Assim  D(A) ⊂ D(  ˜ A) = E  e   ˜ Ax = Ax,  para  todo  x ∈ D(A),  o  que  prova  o  desejado. ADJUNTO  DE  UM  OPERADOR  LINEAR  N ˜ AO  LIMITADO   79 Por  outro  lado,  observemos  que [[A[[ L(D(A),F)   =   sup ||x|| E ≤1;   x∈D(A) [[Ax[[ F   =   sup ||x|| E ≤1;   x∈D(A) [[ ˜ Ax[[ F   (2.24) ≤   sup ||x|| E ≤1;   x∈E [[ ˜ Ax[[ F   = [[ ˜ A[[ L(E,F) . De  (2.23)  e  (2.24)  conclu´ımos  que [[ ˜ A[[ L(E,F)   = [[A[[ L(D(A),F) . Para concluir o teorema, provaremos que   ˜ A ´e o  ´ unico prolongamento linear e limitado de  A  a  todo  espa¸co  E.   De  fato,  seja  B  : E → F  um  prolongamento  linear  e  limitado  de A.   Ent˜ao, Bx = Ax =   ˜ Ax,   para  todo  x ∈ D(A). Considermos,  ent˜ ao,  x ∈  E¸D(A).   Logo,  existe ¦x n ¦ n∈N  ⊂  D(A)  tal  que  x n  →  x  em E,   quando  n →  +∞,   e,   pela  continuidade  de  B  resulta  que,   Bx n  →  Bx  em  F,   quando n →  +∞,   ou  seja,   Ax n  →  Bx  em  F,   quando  n →  +∞.   Conseq¨ uentemente,   de  (2.22)  e pela  unicidade  do  limite  em  F  conclu´ımos  que  Bx  =   ˜ Ax,  para  todo  x ∈  E.   Isto  conclui a  demonstra¸c˜ ao. 2 2.6   Adjunto  de  um  Operador  Linear  N˜ao  Limitado Sejam  E  e  F  espa¸cos  de  Banach  e  A : D(A) ⊂ E → F  um  operador  linear  n˜ao  limitado tal  que  D(A) ´e  denso  em  E.   Definamos  o  seguinte  conjunto D(A ∗ ) = ¦v ∈ F  ; v ◦ A ´e  limitada¦.   (2.25) Em  outras  palavras, D(A ∗ ) = ¦v ∈ F  ;   existe  C ≥ 0  tal  que [ ¸v, Au) [ ≤ C [[u[[ E ,   para  todo  u ∈ D(A)¦. Como  v ∈  F  e  A  ´e  linear  temos  que  v ◦ A  ´e  linear  e  limitada,   e,   D(v ◦ A)  =  D(A) ´e  denso  em  E.   Logo,   pelo  Teorema  2.42  temos  que  existe  um  ´ unico  prolongamento  f v   : 80   INTRODUC¸  ˜ AO   ` A  AN ´ ALISE  FUNCIONAL T D(A) E   F   1 A   v Figura  2.2:   Operador  Adjunto E → 1  linear  e  limitado  que  estende  v ◦ A  :   D(A) → 1  a  todo  espa¸co  E.   Al´em  disso, [[f v [[ E    = [[v ◦ A[[ D(A)  .   Definamos: A ∗   : D(A ∗ ) ⊂ F  →E  ,   v →A ∗ v  = f v .   (2.26) Como  f v   estende  v ◦ A,  ent˜ ao  coincidem  em  D(A),  ou  seja f v (u) = (v ◦ A)(u),   para  todo  u ∈ D(A). Resulta  da´ı  e  de  (2.26)  a  seguinte  rela¸c˜ao  de  adjun¸c˜ao: ¸A ∗ v, u) E  ,E   = ¸v, Au) F  ,F  ,   para  todo  u ∈ D(A)   e  para  todo   v ∈ D(A ∗ ).   (2.27) D(A ∗ ) ´e claramente um subespa¸co vetorial.   Mais al´em, A ∗  ´e um operador linear.   Com efeito,  sejam  v 1 , v 2  ∈ D(A ∗ ).   Ent˜ ao,  A ∗ (v 1  + v 2 ) = f v 1 +v 2 ,  onde  f v 1 +v 2   ´e  a  ´ unica  extens˜ao linear  e  limitada  de  (v 1   + v 2 ) ◦ A  a  todo  E.   No  entanto,   f v 1   =  A ∗ v 1   e  f v 2   =  A ∗ v 2   s˜ao tais  que  estendem  v 1 ◦ A  e  v 2 ◦ A  a  E,  respectivamente.   Assim,  A ∗ v 1  + A ∗ v 2   = f v 1   + f v 2 estende (v 1  +v 2 ) ◦ A a todo E.   Pela unicidade da extens˜ao resulta que f v 1 +v 2   = f v 1  +f v 2 , ou  seja,  A ∗ (v 1  + v 2 ) = A ∗ v 1  + A ∗ v 2 ,  o  que  prova  a  linearidade  de  A ∗ . Defini¸c˜ao  2.43  O  operador  linear  A ∗   :   D(A ∗ ) ⊂  F  →  E  acima  referido  se  denomina adjunto  de  A. Observa¸c˜ao  2.44 •   1)  Para  estender  v ◦ A  poder´ıamos  ter  recorrido  `a  Forma  Anal´ıtica  do  Teorema  de Hahn-Banach  (Teorema  1.13). •   2)  Se  A  ´e  limitado,  ent˜ao  v ◦ A  ´e  limitado  para  todo  v ∈ F  .   Logo, D(A ∗ ) = ¦v ∈ F  ;   existe  C ≥ 0  tal   que [ ¸v, Au) [ ≤ C [[u[[ E ,   para  todo  u ∈ D(A)¦ = F  . Al´em  disso,  se  D(A) = E  vem  que  A ∗ v  = v ◦ A  pois  A ∗ v[ D(A)   = v ◦ A. ADJUNTO  DE  UM  OPERADOR  LINEAR  N ˜ AO  LIMITADO   81 Proposi¸c˜ao  2.45  O  adjunto  A ∗   de  A : D(A) ⊂ E →F  ´e  um  operador  fechado. Demonstra¸c˜ao:   Temos  que G(A ∗ ) = ¦(v, A ∗ v); v ∈ D(A ∗ )¦ ⊂ F  E  . Seja  (f, g) ∈ G(A ∗ ).   Ent˜ ao,  existe ¦v n , A ∗ v n ¦ n∈N  ⊂ G(A ∗ )  tal  que (v n , A ∗ v n ) → (f, g)   em  F  E  .   (2.28) Como  A ∗   ´e  o  adjunto  de  A,  temos  que ¸A ∗ v, u) = ¸v, Au) ,   para  todo  v ∈ D(A ∗ )  e  para  todo  u ∈ D(A). Assim  ,  para  todo  u ∈ D(A),  podemos  escrever ¸A ∗ v n , u) = ¸v n , Au) ,   para  todo  n ∈ N. Segue  dessa  ´ ultima  rela¸c˜ ao  e  das  convergˆencias  em  (2.28)  que ¸g, u) = ¸f, Au) ,   para  todo  u ∈ D(A), o  que  implica  que  g[ D(A)   =  f ◦ A  e,   pelo  fato  de  g ∈  E  temos  que  g  ´e  limitado  e,   por conseguinte, f ◦ A ´e limitada.   Agora, como f ∈ F  , segue que f ∈ D(A ∗ ).   Como g  ´e uma extens˜ao  linear  limitada  de  f ◦ A,   que  ´e  ´ unica,   vem  que  g  =  A ∗ f.   Assim,   f ∈  D(A ∗ )  e g  = A ∗ f.   Portanto,  (f, g) ∈ G(A ∗ ),  o  que  encerra  a  prova. 2 Observa¸c˜ao  2.46  Sejam  E  e  F  espa¸cos  de  Banach.   Os  gr´aficos  de  A  e  A ∗   est˜ao  ligados por  uma  rela¸c˜ao  de  ortogonalidade.   Com  efeito,  consideremos  a  aplica¸c˜ao J  : F  E  → E  F  ;   J([v, f]) = [−f, v],   (2.29) e  seja  A : D(A) ⊂ E →F  um  operador  linear  n˜ao  limitado  tal   que  D(A) = E. Ent˜ao,  se  tem J(G(A ∗ )) = G(A) ⊥ .   (2.30) De  fato,  seja  [v, f] ∈ G(A ∗ ).   Ent˜ao, ¸f, u) = ¸v, Au) ,   f  = A ∗ u,   para  todo  u ∈ D(A). 82   INTRODUC¸  ˜ AO   ` A  AN ´ ALISE  FUNCIONAL Da´ı  resulta  que −¸f, u) +¸v, Au) = 0,   para  todo  u ∈ D(A) ⇒¸[−f, v], [u, Au]) = 0,   para  todo  u ∈ D(A), o  que   implica  que   [−f, v]  ∈  G(A) ⊥ ,   isto  ´e,   J([v, f]) ∈  G(A) ⊥ .   Reciprocamente,   seja [f, v] ∈ G(A) ⊥ . Ent˜ao, ¸[f, v], [u, Au]) = 0,   para  todo  u ∈ D(A), o  que  implica  que ¸f, u) +¸v, Au) = 0,   para  todo  u ∈ D(A) ⇒¸−f, u) = ¸v, Au)   para  todo  u ∈ D(A), ou  seja,  v ∈ D(A ∗ )  e  A ∗ v  = −f,  ou  ainda,  [v, −f] ∈ G(A ∗ )  e,  conseq¨ uentemente,  [f, v] = J[v, −f] ∈ J(G(A ∗ )),  o  que  prova  (2.30). Teorema  2.47  Sejam  E  e  F  espa¸cos  de  Banach  e  A  :   D(A) ⊂  E →  F  um  operador linear  e  n˜ao  limitado  tal   que  D(A) = E.   Estabeleceremos,  por  simplicidade,  as  seguintes nota¸c˜ oes:   G = G(A)  e  L = E ¦0¦.   Ent˜ao,  s˜ao  v´alidas: (i)  N(A) ¦0¦ = G∩ L. (ii) ¦0¦ N(A ∗ ) = G ⊥ ∩ L ⊥ . (iii)  E Im(A) = G + L. (iv)  Im(A ∗ ) F  = G ⊥  + L ⊥ . Demonstra¸c˜ao: (i)  Seja  (x, y) ∈  N(A)  ¦0¦.   Ent˜ ao  Ax  =  0  e  y  =  0.   Assim,   y  =  Ax  e,   portanto, (x, y) ∈ G  e  (x, y) ∈ L,  o  que  implica  (x, y) ∈ G ∩ L.   Reciprocamente,  se  (x, y) ∈ G ∩ L temos   que   y   =  Ax  e   y   =  0.   Assim,   Ax   =  0,   e,   ent˜ao,   x  ∈  N(A),   o   que   implica (x, y) ∈ N(A) ¦0¦. (ii)  Seja  (x, y) ∈ ¦0¦ N(A ∗ ).   Ent˜ao,  x = 0  e  A ∗ y  = 0.   Assim,  de  (2.29),  resulta  que (x, y) = (A ∗ y, y) = (−A ∗ y, y) = J([y, A ∗ y]) ∈ J(G(A ∗ )). Al´em  disso,  (x, y) = (0, y)  e  se  (u, v) ∈ L,  ent˜ ao ¸(x, y), (u, v)) = ¸(0, y), (u, 0)) = 0,   para  todo  (u, v) ∈ L. ADJUNTO  DE  UM  OPERADOR  LINEAR  N ˜ AO  LIMITADO   83 Logo,  (x, y) ∈ L ⊥ ,  ou  seja, ¦0¦ N(A ∗ ) ⊂ G ⊥ ∩ L ⊥ . Analogamente,  se  mostra  a  outra  inclus˜ao. (iii)  Seja  (x, y) ∈ E Im(A).   Ent˜ ao,  x ∈ E  e  y  = Az  com  z ∈ D(A).   Assim, (x, y) = (x, Az) = (x −z + z, Az) = (x −z . ¸¸ . ∈E , 0) + (z, Az) ∈ G +L. A  outra  inclus˜ao ´e  imediata. (iv)  Seja  (f, v) ∈  Im(A ∗ )  F  .   Ent˜ ao,   f  =  A ∗ w,   para  algum  w ∈  D(A ∗ )  e  v ∈  F  . Portanto,  de  (2.30), (f, v)   =   (A ∗ w, v) = (A ∗ w, v + w −w) = (A ∗ w, −w) + (0, v + w) =   J([w, A ∗ w]) + (0, v + w) ∈ J(G(A ∗ )) + L ⊥   = G ⊥  +L ⊥ . A  outra  inclus˜ao ´e  imediata. 2 Corol´ario  2.48  Seja  A  :  D(A) ⊂  E →  F  um  operador  linear,   fechado  com  D(A)  =  E. Ent˜ao: (i)  N(A) = [Im(A ∗ )] ⊥ . (ii)  N(A ∗ ) = [Im(A)] ⊥ . (iii)   [N(A)] ⊥  ⊃ Im(A ∗ )  [N(A) ⊥   = Im(A ∗ ),   se  E  ´e  reflexivo]. (iv)   [N(A ∗ )] ⊥   = Im(A). Demonstra¸c˜ao: (i)  Do  Teorema  2.47(iv)  resulta  que [Im(A ∗ )] ⊥ ¦0¦ = (G ⊥  + L ⊥ ) ⊥   =   G∩ L  (em  virtude  da  proposi¸cao  2.33  (i)) =   N(A) ¦0¦(  em  virtude  do  Teorema  2.47  (i)). (ii)  Do  Teorema  2.47  (iii)  resulta  que ¦0¦ [Im(A)] ⊥   = (G + L) ⊥   =   G ⊥ ∩ L ⊥   (devido  a  proposi¸c˜ ao  2.33  (ii)) =   ¦0¦ N(A ∗ )  (  devido  ao  Teorema  2.47  (ii)). 84   INTRODUC¸  ˜ AO   ` A  AN ´ ALISE  FUNCIONAL (iii) e (iv) Utilizar (i) (respectivamente (ii)), passar ao ortogonal, e aplicar a proposi¸c˜ ao 2.30.   2 Teorema  2.49  Sejam  E  e  F  espa¸cos  de  Banach  e  A  :   D(A) ⊂  E →  F  um  operador linear  n˜ao  limitado,  fechado  com  D(A) = E.   As  seguintes  propriedades  s˜ao  equivalentes: (i)  Im(A)   ´e  fechada. (ii)  Im(A ∗ )   ´e  fechada. (iii)  Im(A) = N(A ∗ ) ⊥ . (iv)  Im(A ∗ ) = N(A) ⊥ . Demonstra¸c˜ao: (i) ⇔  G+ L ´e  fechado  em  E F  (conforme  Teorema  2.47  (iii)). (ii) ⇔  G ⊥  +L ⊥   ´e  fechado  em  (E F)  (conforme  Teorema  2.47  (iv)). (iii) ⇔  G+ L = (G ⊥ ∩ L ⊥ ) ⊥   (conforme  Teorema  2.47  (ii)). (iv) ⇔  (G∩ L) ⊥   = G ⊥  + L ⊥   (conforme  Teorema  2.47  (i)  e  (iv)).   2 Teorema  2.50  Sejam  E  e  F  espa¸cos  de  Banach  e  A  :   D(A) ⊂  E →  F  um  operador linear,  fechado  com  D(A) = E.   Ent˜ao, (i)  A   ´e  limitado. (ii)  D(A ∗ ) = F  . (iii)  A ∗   ´e  limitado. Al´em  disso, [[A[[ L(E,F)   = [[A ∗ [[ L(F  ,E  ) . Demonstra¸c˜ao: (i)  Pelo  Teorema  do  Gr´afico  Fechado  segue  o  desejado. (ii)  Lembremos  que D(A ∗ ) = ¦v ∈ F  ; v ◦ A ´e  limitado ¦. Como  A ´e  limitado,  ent˜ao,  para  todo  v ∈ F  ,  v ◦ A ´e  limitado.   Assim,  D(A ∗ ) = F  . ADJUNTO  DE  UM  OPERADOR  LINEAR  N ˜ AO  LIMITADO   85 (iii)  Pela  rela¸c˜ ao  de  adjun¸c˜ ao,  temos ¸A ∗ v, u) = ¸v, Au) ,   para  todo  u ∈ E   e  para  todo  v ∈ F  ,   para  todo  u ∈ E, v ∈ F  . Assim,  da  rela¸c˜ ao  acima  obtemos [ ¸A ∗ v, u) [ ≤ [[v[[ [[Au[[ ≤ [[v[[ [[A[[ [[u[[, ou  seja, [[A ∗ v[[ =   sup u∈E,||u||≤1 [ ¸A ∗ v, u) [ ≤ [[A[[ [[v[[,   para  todo  v ∈ F  , o  que  prova  a  limita¸c˜ ao  de  A ∗ .   Al´em  disso,  da  desigualdade  acima  resulta  que [[A ∗ [[ ≤ [[A[[.   (2.31) Por  outro  lado,  de  (iii)  resulta  que [[Au[[ =   sup v∈F  ,||v||≤1 [ ¸Au, v) [ ≤  sup ||v||≤1 [[A ∗ [[ [v[[ [[u[[ ≤ [[A ∗ [[ [u[[,   para  todo  u ∈ E, o  que  implica  que [[A[[ ≤ [[A ∗ [[.   (2.32) De  (2.31)  e  (2.32)  fica  provado  a  ´ ultima  afirma¸c˜ao.   Isto  encerra  a  prova. 2 86   INTRODUC¸  ˜ AO   ` A  AN ´ ALISE  FUNCIONAL Cap´ıtulo  3 Topologias  Fracas  -  Espa¸cos Reflexivos  e  Separ´aveis Figura  3.1:   Tikhonov-Alaoglu  . Andrei Nikolaevich Tikhonov   (1906-1993), `a esquerda, foi um matem´atico Russo.   Ele trabal- hou em diferentes campos da Matem´atica.   Fez importantes contribui¸ c˜oes em Topologia, An´alise Funcional, F´ısica-Matem´atica, e certas classes de problemas mal postos.   Ele ´e muito conhecido pelo  seu  trabalho  em  Topologia,   incluindo  o  Teorema  de  metriza¸c˜ao.   Em  sua  honra,   espa¸cos topol´ogicos completamente regulares s˜ao tamb´em conhecidos como espa¸cos de Tychonoff. Leonidas Alaoglu (1914 - 1981), `a direira, foi um matem´atico Canadense.   Sua Tese de Dou- tourado ´e uma fonte de resultados largamente citados e um dos mais importantes ´e denominado 87 88   INTRODUC¸  ˜ AO   ` A  AN ´ ALISE  FUNCIONAL o  Teorema  de  Alaoglu  sobre  a  compacidade  fraca  estrela  da  bola  unit´aria  fechada  no  dual  de um  espa¸co  normado,   tamb´em  conhecido  como  Teorema  de  Banach-Alaoglu.   O  Teorema  de Bourbaki-Alaoglu ´e uma generaliza¸c˜ao do resultado de Bourbaki para topologias duais. 3.1   Espa¸cos  Topol´ogicos Nesta se¸c˜ao faremos uma recorda¸c˜ao de algumas no¸c˜oes b´asicas sobre os espa¸cos topol´ogicos que  ser˜ao  indispens´aveis  no  decorrer  deste  manuscrito. Denominamos espa¸co  topol´ogico a um conjunto X  munido de uma cole¸c˜ ao τ  = ¦G α ¦ α de  subconjuntos  de  X,  satisfazendo  aos  axiomas: (A.1) ∅  e  X  pertencem  `a  τ. (A.2)  A  uni˜ao  arbitr´aria  de  elementos  de  τ  pertence  `a  τ. (A.3)  A  interse¸c˜ ao  de  um  n´ umero  finito  de  elementos  de  τ  pertence  `a  τ. Desta  forma,   o  par  (X, τ)  satisfazendo  `as  condi¸c˜oes  acima  ´e  denominado  um  espa¸co topol´ogico  e  a  cole¸c˜ ao  τ   = ¦G α ¦ α   ´e  denominada  uma  topologia  para  X.   Usualmente, nos  referimos  a  X  como  um  espa¸co  topol´ogico,  ficando  bem  entendido  que  estamos  con- siderando uma topologia fixa τ  para X.   Os elementos de τ, isto ´e, os G α , s˜ao denominados os  abertos  de  X.   Vejamos  alguns  exemplos. Exemplo  1:   Seja  X  um  conjunto  arbitr´ario  e  consideremos  τ   = ¦∅, X¦.   ´ E  evidente  que τ   satisfaz  aos  axiomas  (A.1)-(A.3)  acima,   e  portanto  (X, τ)  ´e  um  espa¸co  topol´ogico.   A topologia  τ  ´e  denominada  topologia  trivial. Exemplo 2:   Seja X  um conjunto arbit´ario e consideremos τ  = T(X) o conjunto das partes de X, isto ´e, a cole¸c˜ ao de todos os subconjuntos de X.   Evidentemente τ  ´e uma topologia para  X  a  qual  ´e  denominada  topologia  discreta,   j´a  que  todo  subconjunto  de  X,   mesmo `aqueles  formados  por  pontos  discretos,  s˜ao  conjuntos  abertos. Exemplo  3:   Seja  (X, d)  um  espa¸co  m´etrico.   Tomemos  τ   como  sendo  a  cole¸c˜ao  de  todos os  subconjuntos  abertos  em  rela¸c˜ ao  `a  m´etrica  d.   τ  ´e  uma  topologia  para  X,  que  o  torna um  espa¸co  topol´ogico.   Esta  topologia ´e  dita  m´etrica. Um  sunconjunto  F  em  um  espa¸co  topol´ogico  (X, τ)  denomina-se  fechado  se  X¸F  ´e aberto,  ou,  dito  de  outra  forma,  se  X¸F ∈ τ. Um  subconjunto  V   ⊂  X  ´e   dito  uma  vizinhan¸ca  de   um  ponto  x ∈  X,   no  espa¸co topol´ogico  (X, τ),  se  existir  A,  aberto  de  X,  isto ´e,  A ∈ τ,  tal  que  x ∈ A ⊂ V . ESPAC¸ OS  TOPOL ´ OGICOS   89 Seja (X, τ) um espa¸co topol´ogico.   Um ponto x ∈ X  ´e dito aderente a um subconjunto E  de  X,  se  todo  aberto  contendo  x  cont´em  um  ponto  de  E.   Denota-se  por  E  o  conjunto de  todos  os  pontos  de  X  aderentes  `a  E.   Tal   conjunto  denomina-se  aderˆencia  ou  fecho de  E  em  X.   Denotando-se  por 1(x),   o  conjunto  de  todas  as  vizinhan¸cas  de  x  resulta imediatamente  que x ∈ E ⇔  Para  todo  V ∈ 1(x),   V ∩ E ,= ∅. Seja  (X, τ)  um  espa¸co  topol´ogico.   Uma  condi¸c˜ao  necess´aria  e  suficiente  para  que  um subconjunto  F  de  X  seja  fechado, ´e  que  F  = F. Sejam  (X 1 , τ 1 )  e  (X 2 , τ 2 )  dois  espa¸cos  topol´ogicos  e  f  :   X 1  →  X 2   uma  aplica¸c˜ao.   A fun¸c˜ ao  f  ´e  dita  cont´ınua  em  um  ponto  x ∈  X 1   se  dada  V ,   vizinhan¸ca  de  f(x)  em  X 2 , existe  uma  vizinhan¸ca  U  de  x  em  X 1   tal   que  f(U) ⊂  V .   Dizemos  que  f  ´e  cont´ınua  em X 1   quando  for  cont´ınua  em  todo  ponto  x ∈ X 1 . Sejam (X 1 , τ 1 ) e (X 2 , τ 2 ) dois espa¸cos topol´ogicos e f  : X 1  →X 2   uma aplica¸c˜ ao.   Uma condi¸c˜ ao  necess´aria  e  suficiente  para  que  f   seja  cont´ınua  em  X 1   ´e  que  dado  G 2  ∈  τ 2 , f −1 (G 2 ) ∈ τ 1 . Seja  (X, τ)  um  espa¸co  topol´ogico  e ¦x n ¦  uma  seq¨ uˆencia  de  elementos  de  X.   Dizemos que ¦x n ¦  converge  para  um  ponto  x ∈  X  e,   denotamos  x n  →  x,   quando  n →  +∞,   se para  qualquer  aberto  G  contendo  x,   existe  n 0  ∈ N  (dependendo  em  geral   de  G)  tal   que x n  ∈ G,  para  todo  n ≥ n 0 . ` As vezes, n˜ao ´e necess´ario dar uma cole¸c˜ao inteira τ  de abertos em X  para gerarmos o espa¸co topol´ogico (X, τ).   Na realidade, necessitamos apenas de uma subcole¸c˜ao de τ  para gerarmos  a  mesma  topologia.   A  essa  subcole¸c˜ ao  denominamos  base,  conforme  veremos  a seguir. Seja  (X, τ)  um  espa¸co  topol´ogico.   Uma  cole¸c˜ao  β  de  conjuntos  abertos  tal  que  qual- quer   subconjunto  aberto  de  X  pode  ser   escrito  como  uma  reuni˜ao  de  conjuntos   de  β, ´e  denominada  uma  base  para  X.   Observe  que  uma  base  sempre  existe  pois   podemos considerar,  em  particular,  β  = τ. Sejam  (X 1 , τ 1 )  e  (X 2 , τ 2 )  dois  espa¸cos  topol´ogicos,   f   :   X 1  →  X 2   uma  aplica¸c˜ ao  e  β uma  base  de  X 2 .   Uma  condi¸c˜ao  necess´aria  e  suficiente  para  que  f  seja  cont´ınua  em  X 1   ´e que  f −1 (B)  seja  aberto  em  X 1 ,  (ou  seja,  perten¸ca  `a  τ 1 )  para  todo  B ∈ β. Uma  condi¸c˜ ao  necess´aria  e  suficiente  para  que  uma  cole¸c˜ ao  β  = ¦B α ¦ α   de  conjuntos abertos  de  um  espa¸co  topol´ogico  (X, τ)  seja  uma  base  para  X, ´e  que  para  todo  aberto  G 90   INTRODUC¸  ˜ AO   ` A  AN ´ ALISE  FUNCIONAL de  X  e  para  todo  x ∈ G,  exista  B α(x)  ∈ β  tal  que  x ∈ B α(x)  ⊂ G. Sejam  (X, τ)  um  espa¸co  topol´ogico  e  β  uma  base  de  abertos.   Ent˜ ao,   β  satisfaz  `as seguintes  condi¸c˜ oes: (B.1)  Para  cada  x ∈ X,  existe  B x  ∈ β  tal  que  x ∈ B x . (B.2) Dados quaisquer dois conjuntos B 1 , B 2  ∈ β  e x ∈ B 1 ∩B 2 , ent˜ ao existe um outro conjunto  B 3  ∈ β  tal  que  x ∈ B 3  ⊂ B 1 ∩ B 2 . Reciprocamente,   se  X  ´e  um  conjunto  arbitr´ario  e  β  ´e  uma  cole¸c˜ ao  de  subconjuntos abertos  satisfazendo  `as  condi¸c˜ oes  (B.1)  e  (B.2)  acima,   ent˜ao,   uma  topologia  τ   pode  ser induzida  em  X  para  a  qual  β  ´e  uma  base. Dadas  duas  bases  β 1   e  β 2   de  X,  ou  seja,  duas  cole¸c˜ oes  de  subconjuntos  abertos  de  X satisfazendo  ´as  condi¸c˜oes  (B.1)  e  (B.2)  acima,  elas  s˜ao  ditas  equivalentes  se  determinam a mesma topologia em X.   Isto significa dizer que para cada B 1  ∈ β 1   e cada x ∈ B 1 , existe B 2  ∈ β 2   tal  que  x ∈ B 2  ⊂ B 1   e  reciprocamente,  para  cada   ˜ B 2  ∈ β 2   e  cada  y ∈   ˜ B 2 ,  existe ˜ B 1  ∈ β 1   tal  que  y ∈   ˜ B 1  ⊂   ˜ B 2 . Uma  cole¸c˜ ao  β x   de  conjuntos  abertos  de  um  espa¸co  topol´ogico  (X, τ)  ´e  denominada uma  base  no  ponto  x ∈ X  ,   se  para  qualquer  aberto  G  contendo  x,   existe  um  conjunto B ∈ β x   tal  que  x ∈ B ⊂ G. Em um espa¸co m´etrico, a cole¸c˜ao de todas as bolas B ε (x 0 ) onde ε percorre os n´ umeros reais  positivos,  constitui  uma  base  para  o  dado  ponto  x 0 .   Da  mesma  forma,  a  cole¸c˜ao  de todas  as  bolas  B r (x 0 )  onde  r  percorre  os  n´ umeros  racionais  constitui  tamb´em  uma  base para  o  ponto  x 0 ,  s´o  que,  neste  caso,  tal  base  ´e  enumer´ avel.   Isto  nos  conduz  as  seguintes defini¸c˜ oes. Um espa¸co topol´ogico (X, τ) satisfaz ao 1 0 Axioma  da  Enumerabilidade, se existe uma base  enumer´ avel   em  todo  ponto  x ∈  X  e  satisfaz  ao  2 0 Axioma  da  Enumerabilidade  se existe  uma  base  enumer´ avel  de  abertos  para  X.   Claramente  o  2 0 implica  no  1 0 . Seja  (X, τ)   um  espa¸co  topol´ogico  que   satisfaz   ao  2 0 Axioma  da  Enumerabilidade. Ent˜ ao,   existe  nele,   obrigatoriamente  um  conjunto  enumer´avel   e  denso.   Ainda,   de  toda cobertura  aberta  se  pode  extrair  uma  subcobertura  enumer´ avel. Agora, se (X, τ) ´e um espa¸co topol´ogico que satisfaz ao 1 0 Axioma da Enumerabilidade ent˜ ao  a  fam´ılia  das   vizinhan¸cas   da  cada  ponto  de  X,   admite  uma  base ¦B n ¦  tal   que B n+1  ⊂  B n .   Mais  al´em,  se  A ⊂  X,  uma  condi¸c˜ ao  necess´aria  e  suficiente  para  que  x ∈ A ´e  que  exista  uma  seq¨ uˆencia ¦x n ¦ ⊂ A  tal  que  x n  →x. ESPAC¸ OS  TOPOL ´ OGICOS   91 3.1.1   Topologias  Fracas Sejam  (X, τ 1 )   e  (X, τ 2 )   espa¸cos  topol´ogicos.   Se  τ 1  ⊂  τ 2 ,   dizemos  que  a  topologia  τ 1   ´e mais  grossa  que  τ 2   ou  que  τ 2   ´e  mais  fina  que  τ 1 . Se  X  ´e  um  conjunto  arbitr´ario,  ent˜ ao  a  topologia  trivial  ´e  claramente  mais  grossa  do que qualquer outra topologia sobre X  e a topologia discreta ´e a mais fina do que qualquer outra.   No conjunto de todas as topologias sobre X, podemos induzir a rela¸c˜ ao de ordem, a  saber,  ‘  ...   mais  fina  que  ...’ Proposi¸c˜ao  3.1  Seja ¦τ λ ¦ λ   uma  fam´ılia  de  topologias  sobre  X.   Ent˜ao,  τ  =  λ τ λ   ´e  uma topologia  sobre  X. Demonstra¸c˜ao: (i)  Note  que ∅, X ∈ τ λ   para  todo  λ,  o  que  implica  que ∅, X ∈ τ. (ii)  Seja  α G α   uma  uni˜ao  arbitr´aria,  onde  os  G α  ∈  τ,  para  todo  α.   Ent˜ao,  para  cada α,  G α  ∈ τ λ ,  para  todo  λ,  o  que  implica  que  α G α  ∈ τ λ ,  para  todo  λ,  isto ´e,  α G α  ∈ τ. (iii)   Seja  n α=1 G α   uma   interse¸ c˜ao   finita   onde   G α   ∈  τ,   para   todo   α   =  1,     , n. Analogamente, para cada α = 1,     , n, G α  ∈ τ λ , para todo λ, o que implica que  n α=1  ∈ τ. Isto  encerra  a  prova. 2 Segue  da  Proposi¸c˜ao  3.1  que  a  topologia  τ  =  λ τ λ   satisfaz  as  seguintes  propriedades: (1 a )  τ  ´e  mais  grossa  que  qualquer  τ λ ,  j´a  que  τ ⊂ τ λ ,  para  todo  λ. (2 a )  Se  τ  ´e  mais  grossa  que  qualquer  τ λ ,   ent˜ ao,   τ  ´e  mais  grossa  que  τ,   ou,   dito  de outra  forma,  se  existir,  τ  tal  que  τ  ⊂ τ λ ,  para  todo  λ,  ent˜ ao  τ  ⊂ τ. Por  causa  das  propriedades  acima,  a  topologia  τ  =  λ τ λ   ´e  denominada  o ´ınfimo,  (isto ´e,   a  maior  limita¸c˜ ao  inferior)  das  topologias  τ λ .   Apesar  de  τ  =  λ τ λ   ser  mais  grossa  que todas  as  topologias  τ λ ,   temos  tamb´em  que  τ   =  λ τ λ   ´e  mais  fina  que  todas  as  topologias que  s˜ao  mais  grossas  que  as  τ λ . Consideremos,   agora,   uma  cole¸c˜ ao c  arbitr´aria  de  subconjuntos  de  X.   Pelo  exposto acima,   existe  uma  ´ unica  topologia  contendo c  que  ´e  a  mais  grossa  que  todas  as  outras topologias  que  contˆem c.   Essa  topologia  ´e  obtida  tomando-se  a  interse¸c˜ ao  de  todas  as topologias  que  contˆem c.   Notemos  que  existe,   pelo  menos,   uma  topologia  contendo c, 92   INTRODUC¸  ˜ AO   ` A  AN ´ ALISE  FUNCIONAL a saber, a topologia discreta.   Veremos, a seguir, um outro modo de caracterizar essa ´ unica topologia mais grossa contendo c.   Basta considerarmos as   uni˜oes  arbitr´arias  de  interse¸c˜ oes finitas  de  conjuntos  de c.   N˜ao  ´e   dif´ıcil   ver   que   essa  cole¸c˜ ao  de   conjuntos   forma  uma topologia  adotando-se  as   usuais   conven¸c˜ oes   para  interse¸c˜oes   e  uni˜oes   vazias.   A  prova segue diretamente de nossa discuss˜ao na se¸c˜ ao anterior sobre bases, se observarmos que a cole¸c˜ ao  β  de  todas  as  interse¸c˜oes  finitas  de  conjuntos  de c,   juntamente  com  ∅  e  X,   for- mam uma base, ou seja, satisfaz as condi¸c˜ oes (B.1) e (B.2) vistas na se¸c˜ao anterior.   Com efeito, (B.1) ´e satisfeita posto que X ∈ β  e (B.2) tamb´em se verifica pois dados B 1 , B 2  ∈ β e x ∈ B 1 , B 2 , ent˜ ao, tanto B 1   quanto B 2   s˜ao dados por interse¸c˜ oes finitas de conjuntos de c  e  conseq¨ uentemente  B 3   = B 1 ∩ B 2   ´e  dado  por  uma  interse¸c˜ ao  finita  de  conjuntos  de c e  x ∈ B 3  ⊂ B 1 ∩ B 2 . Desta  forma,   uma  topologia  τ ∗   ´e  introduzida  sobre   X  para  a  qual   β  ´e  uma  base. Resta-nos  provar  que  τ ∗   =  τ.   De  fato,   seja ¦τ λ ¦  a  cole¸c˜ ao  de  todas  as  topologias  que contˆem c  e  τ   =  λ τ λ .   Ora,   como c ⊂  τ λ ,   para  todo  λ,   ent˜ao c ⊂  τ   e  pelo  fato  de  τ   ser uma  topologia,  segue  que  β ∈ τ,  ou  seja,  τ  cont´em  as  interse¸c˜ oes  finitas  de  elementos  de c.   Do  mesmo  modo,   vemos  que  τ   cont´em  as  uni˜oes  arbitr´arias  de  elementos  de  β,   isto ´e,  τ ∗  ⊂ τ.   Por  outro  lado,  como  τ ∗   ´e  uma  topologia  que  cont´em c  e  pelo  fato  de  τ   ser  a mais  grossa  das  topologias  que  contˆem c,  ent˜ ao  τ ⊂ τ ∗ .   Logo,  τ  = τ ∗ . Uma cole¸c˜ ao n˜ao vazia c de subconjuntos abertos de um espa¸co topol´ogico X ´e denomi- nada  uma  sub-base  se  a  cole¸c˜ ao  de  todas  as  interse¸c˜ oes  finitas  de  conjuntos  de c  forma uma  base.   Neste  caso,  a  topologia  τ,  obtida  atrav´es  das  uni˜oes  arbitr´arias  de  interse¸c˜ oes finitas  de  elementos  de c  ´e  denominada  topologia  gerada  por c.   A  discuss˜ao  acima  nos leva  a  seguinte  proposi¸c˜ao: Proposi¸c˜ao  3.2  Sejam  X  um  conjunto  arbitr´ario  e c  uma  cole¸c˜ao  de  subconjuntos  de X.   Ent˜ao,  existe  uma  topologia  em  X  para  a  qual c  ´e  uma  sub-base. Seja ¦τ i ¦ i   uma fam´ılia de topologias em X.   De maneira an´aloga, existe uma topologia τ  sobre X,  que ´e a menor limita¸c˜ ao superior,  isto ´e,  o supremo  das topologias  τ i ,  ou seja, a  topologia  que  tem  as  seguintes  propriedades: (1 a )  τ  ´e  mais  fina  que  qualquer  τ i . (2 a )  Se  τ  ´e  mais  fina  que  qualquer  τ i ,  ent˜ao  τ  ´e  mais  fina  que  τ. Com efeito, seja φ a cole¸c˜ ao de todas as topologias que s˜ao mais finas que qualquer τ i . Tal cole¸c˜ ao ´e n˜ao vazia posto que a topologia discreta pertence a ela.   Ent˜ ao, τ  ´e o ´ınfimo, ESPAC¸ OS  TOPOL ´ OGICOS   93 isto ´e,  a  maior  limita¸c˜ ao  inferior  de  φ.   Em  outras  palavras:   τ  ´e  o  menor  elemento  dentre todas  as  topologias  que  s˜ao  mais  finas  que  todas  as  τ i .   Analogamente  e  conforme  vimos anteriormente,   τ,   o ´ınfimo  das  topologias  τ i ,   ´e  o  maior  elemento  da  cole¸c˜ ao  de  todas  as topologias  que  s˜ao  mais  grossas  que  as  τ i . Consideremos, agora, c  =  i τ i  e β a cole¸c˜ao de todas as interse¸ c˜oes finitas de elementos de c.   Provaremos  que  β  ´e  uma  base,   e,   por  conseguinte,   que c  ´e  uma  sub-base  de  X. Com  efeito,   a  condi¸c˜ao  (B.1)   acima  aludida,   ´e  claramente  satisfeita.   Para  provarmos (B.2),  sejam B 1   = n  α=1 _ i(α) τ i(α)   e   B 2   = m  δ=1 _ j(δ) τ j(δ) , elementos  de  β  e  consideremos  x ∈ B 1 ∩ B 2   = B 3 .   Ent˜ ao, x ∈ B 3   = m+n  γ=1 _ i(γ) τ j(γ) , e,  evidentemente,  B 3  ∈ β. Desta forma, uma topologia τ ∗  ´e induzida sobre X  para a qual β ´e uma base.   Provare- mos  que,   na  verdade,   que  τ ∗   =  τ.   De  fato,   como c  =  i τ i  ⊂  τ   e  τ   ´e  uma  topologia, ent˜ ao,  τ  ´e  fechada  para  as  uni˜oes  arbitr´arias  de  interse¸c˜ oes  finitas  de  elementos  de c,  ou seja,   τ ∗  ⊂  τ.   Por  outro  lado,   como  τ i  ⊂  τ ∗ ,   para  todo  i,   e,   pelo  fato  de  τ   ser  o  menor elemento  da  cole¸c˜ ao  de  todas  as  topologias  que  s˜ao  mais  finas  do  que  as  τ i ,   segue  que τ ⊂  τ ∗ .   Portanto,   τ   =  τ ∗ ,   o  que  prova  ser c  =  i τ i   uma  sub-base  para  a  topologia  τ. Logo,  τ  ´e  a  topologia  gerada  por c  =  i τ i . Proposi¸c˜ao  3.3  Sejam  X  um  conjunto  arbitr´ario,  Y   um  espa¸co  topol´ogico  e  ϕ : X →Y uma  aplica¸c˜ao.   Ent˜ao,   a  fam´ılia  de  todos  os  subconjuntos  de  X  da  forma  ϕ −1 (V ),   onde V   ´e  um  aberto  em  Y ,  constitui  uma  topologia  sobre  X. Demonstra¸c˜ao:   Definamos τ  = ¦ϕ −1 (V ); V   ´e  aberto  em  Y ¦. Provaremos  que  τ  ´e  uma  topologia  sobre  X.   De  fato: (i) ∅ ∈ τ  pois  ϕ(∅) = ∅.   Tamb´em,  X ∈ τ,  pois  ϕ −1 (Y ) = X. 94   INTRODUC¸  ˜ AO   ` A  AN ´ ALISE  FUNCIONAL (ii)  Seja  A  =  λ A λ   uma  uni˜ao  arbitr´aria  de  elementos  de  τ.   Provaremos  que  A ∈  τ. Com  efeito,   como  para  cada  λ,   A λ  ∈  τ,,   ent˜ao  temos  que  A λ   =  ϕ −1 (V λ ),   para  algum  V λ aberto  em  Y .   Logo,  pondo-se  V  =  λ V λ ,  obtemos A = _ λ A λ   = _ λ ϕ −1 (V λ ) = ϕ −1 ( _ λ V λ ) = ϕ −1 (V ), e,  pelo  fato  de  V   ser  aberto  em  Y   segue  que  A ∈ τ. (iii)  Seja  A  =  n i=1 A i ,  uma  interse¸ c˜ao  finita  de  elementos  de  τ.   Analogamente,  para cada i = 1,     , n, A i   = ϕ −1 (V i ), onde V i  ´e um aberto em Y .   Assim, pondo-se V  =  n i=1 V i , e  observando  que  V  ´e  um  aberto  em  Y ,  resulta  que A  = n  i=1 A i   = n  i=1 ϕ −1 (V i ) = ϕ −1 ( n  i=1 V i ) = ϕ −1 (V ), o  que  prova  ser  A  ∈ τ.   2 A  topologia  mencionada  na  proposi¸c˜ ao  3.3  ´e  denominada  Topologia  Induzida  em  X por  Y .   Notemos   que  com  essa  topologia  ϕ  ´e  claramente  cont´ınua  e,   al´em  disso,   essa topologia  ´e  a  mais  grossa  (menos  abertos)  para  a  qual  ϕ ´e  cont´ınua.   Com  efeito,   se  por acaso  retirarmos  algum  dos  conjuntos  ϕ −1 (V 0 )  da  topologia  τ,  para  algum  V 0   aberto  em Y ,  isto  acarretar´a  a  n˜ao  continuidade  da  ϕ. Proposi¸c˜ao  3.4  Sejam  X  e  Y   espa¸cos  topol´ogicos  e  ϕ  :   X →  Y   uma  aplica¸c˜ao.   Para que  ϕ  seja  cont´ınua  em  X  ´e  necess´ario  e  suficiente  que  ϕ −1 (V )  perten¸ca  a  topologia  de X,  para  todo  V   pertencente  a  uma  sub-base  da  topologia  de  Y . Demonstra¸c˜ao:   A  necessidade  da  demonstra¸c˜ ao  ´e  imediata  pois,   sendo  ϕ  cont´ınua, ent˜ ao  ϕ −1 (V )  pertence  `a  topologia  de  X,  seja  qual  for  o  V   aberto  em  Y .   Em  particular, ϕ −1 (V )  pertence  `a  topologia  de  X,   para  todo  V   pertencente  a  uma  sub-base  de  Y .   Re- ciprocamente,   para  provarmos  a  suficiˆencia,   consideremos  V   aberto  em  Y ,   e  seja  β  uma sub-base  da  topologia  de  Y .   Ent˜ ao, V  = _ α m(α)  γ(α)=1 G γ(α) , isto  ´e,   V   ´e  dada  pela  uni˜ao  arbitr´aria  de  interse¸c˜ oes   finitas   de  elementos   G γ(α)   de c. Assim, ϕ −1 (V ) = _ α m(α)  γ(α)=1 ϕ −1 (G γ(α) ) ESPAC¸ OS  TOPOL ´ OGICOS   95 e   como  os   ϕ −1 (G γ(α) )   pertencem  `a  topologia  de   X  e   pelo  fato  de   toda  topologia  ser fechada  para  interse¸c˜ oes  finitas  e  uni˜oes  arbitr´arias,  segue  que  ϕ −1 (V )  pertence  tamb´em `a  topologia  de  X,  conforme  quer´ıamos  demonstrar.   2 Consideremos,   agora,   X  um  conjunto  arbitr´ario, ¦Y i , σ i ¦ i∈I   uma  fam´ılia  de  espa¸cos topol´ogicos  e ¦ϕ i ¦ i∈I   uma  fam´ılia  de  aplica¸c˜oes  ϕ i   : X → Y i .   Ora,  cada  i ∈ I,  (conforme proposi¸c˜ ao 3.3) induz uma topologia τ i  sobre X, para a qual ϕ i  ´e cont´ınua.   N˜ao ´e verdade, por´em,   que   uma  vez   fixado  i,   todas   as   ϕ j   sejam  cont´ınuas   sobre   o  espa¸co  topol´ogico (X, τ i ).   Uma  topologia  em  X  para  a  qual  todas  as  ϕ j   sejam  cont´ınuas  deve  conter  todas as   τ i .   Assim,   por   exemplo,   a  topologia  discreta  cont´em  todas   as   τ i   e  desta  forma,   se munirmos X  desta topologia, ent˜ao, cada ϕ i  ´e evidentemente cont´ınua.   Assim, o conjunto φ das topologias sobre X  para as quais todas as aplica¸c˜oes ϕ i   s˜ao cont´ınuas ´e certamente n˜ao  vazio.   Consideremos,   ent˜ ao,   a  mais  grossa  (menos  abertos)  topologia  de  φ,   isto  ´e, aquela  que  possui  menos  abertos  para  a  qual  todas  as  ϕ i   s˜ao  cont´ınuas.   Essa topologia ´e denominada topologia  fraca gerada ou induzida pelas ϕ i .   Em verdade, a topologia fraca ´e o ´ınfimo de φ e,  conforme argumentamos anteriormente, ela ´e gerada pela uni˜ao de todas as topologias τ i , ou, dito de outra forma, o conjunto c  =  i τ i  ´e uma sub-base da topologia fraca. Proposi¸c˜ao  3.5  Sejam  X  um  conjunto  arbitr´ario, ¦(Y i , σ i )¦ i∈I   uma  fam´ılia  de  espa¸cos topol´ogicos  e  ϕ i   : X →Y i   uma  fam´ılia  de  aplica¸c˜oes.   Considere  em  X  a  topologia  fraca  τ induzida  pela  fam´ılia ¦ϕ i ¦ i∈I .   Ent˜ao,  s˜ao  v´alidas: (1)  Se c i ,   i ∈  I,   ´e  uma  sub-base  para  a  topologia  σ i   de  Y i ,   ent˜ao  τ   coincide  com  a topologia  gerada  por c ∗   = _ i ϕ −1 i   (c i ) = _ i ¦ϕ −1 i   (V ); V ∈ c i ¦. (2)  Se  para  todo  x ∈  X,   β ϕ i (x)   ´e  uma  base  para  a  fam´ılia  das  vizinhan¸cas  de  ϕ i (x), ent˜ao,   a  fam´ılia  de  subconjuntos  da  forma  i∈J ϕ −1 i   (V i ),   onde  V i  ∈  β ϕ i (x)   e  J ⊂  I   ´e  um conjunto  finito  de ´ındices,  ´e  uma  base  para  a  fam´ılia  das  vizinhan¸cas  de  x. Demonstra¸c˜ao: (1)  Provaremos  que τ  = _ _ arb. _   finitas de  elementos  de c __ = _ _ arb. _   finitas de  elementos  de c ∗ __ = τ ∗ , 96   INTRODUC¸  ˜ AO   ` A  AN ´ ALISE  FUNCIONAL onde c  =  i τ i   e  τ i   ´e  a  topologia  induzida  por  ϕ i   em  X,  ou  seja, τ i   = _ ϕ −1 i   (V ); V ∈ σ i _ . Primeiramente,  observemos  que  a  topologia  τ ∗   mant´em  as  ϕ i   cont´ınuas.   Com  efeito, seja  i 0  ∈  I,  gen´erico  e  V   um  aberto  em  σ i 0 .   Provaremos  que  ϕ −1 i 0   (V )  ´e  um  aberto  em  X para  a  topologia  τ ∗ .   De  fato,  temos V  = _ λ _  j∈J λ A j,λ _ ,   onde  A j,λ  ∈ c i 0   e  J λ   ´e  um  conjunto  finito  de ´ındices. Logo, ϕ −1 i 0   (V ) = _ λ _  j∈J λ ϕ −1 i 0   (A j,λ ) _ , e  pelo  fato  de ϕ −1 i 0   (A j,λ ) ∈ _ ϕ −1 i 0   (A); A ∈ c i 0 _ ⊂ c ∗ , segue  que  ϕ −1 i 0   (V )  pertence  ao  conjunto  formado  pelas  uni˜oes  arbitr´arias  de  interse¸c˜ oes finitas  de  elementos  de c ∗ ,  ou  seja,  ϕ −1 i 0   (V ) ∈ τ ∗ ,  o  que  prova  o  desejado. Agora,  como  τ  ´e  a  topologia  mais  grossa  para  a  qual  todas  as  ϕ i   s˜ao  cont´ınuas,  ent˜ ao j´a  temos  que  τ ⊂  τ ∗ .   Portanto,   resta-nos  mostrar  a  outra  inclus˜ao,   isto  ´e,   τ ∗  ⊂  τ.   Na verdade, ´e  suficiente  provarmos  que c ∗  ⊂ c.   Com  efeito,  lembremos  que c ∗   = _ i ¦ϕ −1 i   (A); A ∈ c i ¦   e   c  = _ i ¦ϕ −1 i   (A); A ∈ σ i ¦. Contudo,  como c i  ⊂ σ i ,  posto  que c i   ´e  uma  sub-base  de  σ i ,  resulta  que c ∗  ⊂ c  e,  por conseguinte,  τ ∗  ⊂ τ. (2)  Seja  x ∈ X  e  β ϕ i (x)   uma  base  para  a  fam´ılia  de  vizinhan¸cas  de  ϕ i (x).   Provaremos que  a  fam´ılia  de  subconjuntos  de  X  da  forma  i∈J ϕ −1 i   (V i ),  onde  V i  ∈ β ϕ i (x)   e  J ⊂ I,  ´e  um conjunto  finito  de ´ındices,  ´e  uma  base  para  a  fam´ılia  das  vizinhan¸cas  de  x.   De  fato,  seja U  uma  vizinhan¸ca  aberta  de  x.   Ent˜ ao,  U ∈ τ.   Logo, U  = _ λ _  i∈J λ ϕ −1 i   (A λ,i ) _ , onde J λ  ´e um conjunto finito de´ındices e A λ,i  ∈ σ i .   Como x ∈ U, ent˜ ao, x ∈   i∈J λ 0 ϕ −1 i   (A λ 0 ,i ), para algum λ 0 .   Assim, x ∈ ϕ −1 i   (A λ 0 ,i ), para todo i ∈ J λ 0 , o que implica que ϕ i (x) ∈ A λ 0 ,i , ESPAC¸ OS  TOPOL ´ OGICOS   97 para  todo  i ∈  J λ 0 .   Entretanto,   pelo  fato  de  β ϕ i (x)   ser  uma  base  para  as  vizinhan¸cas  de ϕ i (x),  existe,  para  cada  i ∈ J λ 0 ,  V i  ∈ β ϕ i (x) ,  tal  que  ϕ i (x) ∈ V i   e  tal  que  V i  ⊂ A λ 0 ,i .   Logo,  i∈J λ 0 V i  ⊂  i∈J λ 0 A λ 0 ,i , de  onde  conclu´ımos  que ϕ −1 i _ _   i∈J λ 0 V i _ _ ⊂ ϕ −1 i _ _   i∈J λ 0 A λ 0 ,i _ _ =  i∈J λ 0 ϕ −1 i   (A λ 0 ,i ). Assim,  i∈J λ 0 ϕ −1 i   (V i ) ⊂  i∈J λ 0 ϕ −1 i   (A λ 0 ,i ) ⊂ U, e,  evidentemente,  x ∈  i∈J λ 0 ϕ −1 i   (V i ),  o  que  encerra  a  prova.   2 Proposi¸c˜ao  3.6  Sejam  X  um  conjunto  arbitr´ario, ¦(Y i , σ i )¦ i∈I   uma  fam´ılia  de  espa¸cos topol´ogicos  e  ϕ i   :   X →  Y i   uma  fam´ılia  de  aplica¸c˜oes.   Uma  sucess˜ao ¦x n ¦  de  elementos de  X  converge  a  x ∈  X  na  topologia  fraca  induzida  pelas  aplica¸c˜oes  ϕ i   :   X →  Y i ,   se,   e somente  se,  para  cada  i ∈ I,  ϕ i (x n ) →ϕ i (x),  na  topologia  σ i   de  Y i . Demonstra¸c˜ao:   Suponhamos  inicialmente  que  x n  → x  na  topologia  fraca  e  seja  i ∈ I, gen´erico.   Ora,  para  tal  topologia,  sabemos  que  as  ϕ i   s˜ao  cont´ınuas.   Logo,  em  particular, para  a  ϕ i   tomada  arbitrariamente,  por´em  fixada.   Provaremos  que  ϕ i (x n ) → ϕ i (x).   Com efeito,   seja  V   uma  vizinhan¸ca  aberta  de  ϕ i (x)  em  Y i .   Logo,   ϕ −1 i   (V )  ´e  uma  vizinhan¸ca aberta  de  x  em  X.   Desta  forma,   existe  n 0  ∈ N  tal  que  x n  ∈  ϕ −1 i   (V ),   para  todo  n ≥  n 0 , e,  conseq¨ uentemente,  ϕ i (x n ) ∈ V ,  para  todo  n ≥ n 0 ,  o  que  prova  o  desejado. Reciprocamente,   seja  U  uma  vizinhan¸ca  de   x.   Ent˜ ao,   de   acordo  com  o  item  (2) da  proposi¸c˜ ao  3.5,   U  ⊃   i∈J ϕ −1 i   (V i ),   onde  J  ⊂  I   ´e  um  subconjunto  finito  de  ´ındices   e V i  ∈ β ϕ i (x) ,  sendo  β ϕ i (x)   uma  base  para  a  fam´ılia  de  vizinhan¸cas  de  ϕ i (x).   Note  que  as  V i s˜ao  vizinhan¸cas  de  ϕ i (x).   Ent˜ ao,   como  ϕ i (x n ) →  ϕ i (x),   por  hip´otese,   para  cada  i ∈  J, existe  n i   tal  que  ϕ i (x n ) ∈ V i   para  todo  n ≥ n i .   Seja  n 0   = max i∈J ¦n i ¦.   Assim,  ϕ i (x n ) ∈ V i , para  todo  n ≥ n 0   e  para  todo  i ∈ J.   Segue  da´ı  que  x n  ∈ ϕ −1 i   (V i ),  para  todo  i ∈ J  e  para todo  n ≥ n 0 ,  o  que  implica  que x n  ∈  i∈J ϕ −1 i   (V i ) ⊂ U,   para  todo  n ≥ n 0 , 98   INTRODUC¸  ˜ AO   ` A  AN ´ ALISE  FUNCIONAL o  que  encerra  a  prova.   2 Dada  uma  fam´ılia ¦X α ¦ α∈A ,   de  espa¸cos   topol´ogicos,   introduziremos   uma  topologia sobre  o  produto  cartesiano X  =  α∈A X α dos  espa¸cos  X α .   Lembremos  que  o  produto  cartesiano  X  consiste  de  todas  as  fun¸c˜ oes x : A →  α∈A X α α →x(α). Para  cada  α ∈ A,  h´a  uma  fun¸c˜ ao  associada pr α   : X →X α x →pr α (x) = x(α), denominada  proje¸c˜ao  de  X  sobre  X α . Muniremos X  com a topologia fraca induzida pela fam´ılia ¦pr α ¦ α∈A .   Assim, de acordo com  a  proposi¸c˜ ao  3.6  temos x n  →x  em  X  =  α∈A X α  ⇔pr α (x n ) → pr α (x).   (3.1) Esta  topologia  no  produto  cartesiano ´e  frequentemente  denominada  topologia  de  Ty- chonoff. Proposi¸c˜ao  3.7  Sejam X  um conjunto arbitr´ario, (Z, θ) um espa¸co topol´ogico e (Y i , τ i ) i∈I uma  cole¸c˜ao  de  espa¸cos  topol´ogicos.   Consideremos  tamb´em  ψ  : Z → X  uma  aplica¸c˜ao  e ϕ i   : X → Y i   uma  cole¸c˜ao  de  aplica¸c˜oes.   Introduzamos  sobre  X  a  topologia  fraca  induzida pela  fam´ılia ¦ϕ i ¦ i∈I .   Ent˜ao,  ψ  ´e  cont´ınua  se,  e  somente  se,  ϕ i ◦ ψ  ´e  cont´ınua,  para  todo i ∈ I. Demonstra¸c˜ao:   Considere  a  diagrama¸c˜ao  abaixo: Se   ψ  ´e   cont´ınua,   como  as   ϕ i   s˜ao  cont´ınuas,   para  todo  i ∈  I,   segue   que   ϕ i  ◦  ψ  ´e claramente  cont´ınua. Reciprocamente, suponhamos que, para cada i ∈ I, ϕ i ◦ψ ´e cont´ınua.   Provaremos que ψ  ´e  cont´ınua.   De  fato,  seja  U  aberto  em  X.   Ent˜ ao, U  = _ λ _  i∈J λ ϕ −1 i   (B λ,i ) _ , A  TOPOLOGIA  σ(E, E  )   99 (Z, θ)   (X, τ fraca )   (Y i , τ i ) ψ   ϕ i Figura  3.2:   Composi¸c˜ ao onde  B λ,i  ∈ τ i   e  J λ   ´e  um  conjunto  finito  de ´ındices,  para  todo  λ.   Da´ı  vem  que ψ −1 (U)   =   ψ −1 _ _ λ _  i∈J λ ϕ −1 i   (B λ,i ) __ = _ λ _  i∈J λ _ ψ −1 ◦ ϕ −1 i   (B λ,i ) _ _ = _ λ _  i∈J λ _ (ϕ i ◦ ψ) −1 (B λ,i ) _ _ . Como (ϕ i ◦ ψ) ´e cont´ınua, para todo i ∈ I, resulta, em particular, que (ϕ i ◦ ψ) −1 (B λ,i ) s˜ao  abertos  em Z,  para  todo  i ∈ J λ   e  para  todo  λ.   Sendo  θ  uma  topologia,  ela ´e  fechada para  a  uni˜ao  arbitr´aria  de  interse¸c˜ oes  finitas,   o  que  prova  que  ψ −1 (U) ∈  θ,   isto  ´e,  ´e  um aberto  em Z.   Isto  prova  a  continuidade  de  ψ  e  encerra  a  demonstra¸c˜ ao  da  proposi¸c˜ ao. 2 3.2   A  Topologia  Fraca  σ(E, E / ) Seja  E  um  espa¸co  de  Banach  e  consideremos  f ∈  E  .   Designaremos  por  ϕ f   :  E → 1,   a aplica¸c˜ ao  dada  por  ϕ f (x)  = ¸f, x),   para  todo  x ∈  E.   ` A  medida  que  f   percorre  E  ,   se obt´em  uma  fam´ılia ¦ϕ f ¦ f∈E    de  aplica¸c˜oes  de  E  em 1. Defini¸c˜ao  3.8  A  topologia  fraca  σ(E, E  ),   sobre  E,   ´e  a  topologia  menos  fina  (ou  mais grossa)  em  E  para  a  qual   s˜ao  cont´ınuas  todas  as  aplica¸c˜oes  ϕ f ,  f ∈ E  . Proposi¸c˜ao  3.9  Munido  da  topologia  fraca  σ(E, E  ),  E  ´e  um  espa¸co  de  Hausdorff. Demonstra¸c˜ao:   Sejam  x, y ∈  E  tais  que  x ,=  y.   Temos  que  os  conjuntos ¦x¦  e ¦y¦ satisfazem `as hip´oteses da 2 a Forma Geom´etrica do teorema de Hahn-Banach e, portanto, 100   INTRODUC¸  ˜ AO   ` A  AN ´ ALISE  FUNCIONAL existe  um  hiperplano  fechado  de  equa¸c˜ ao  [f  = α],  tal  que ¸f, x) < α < ¸f, y) . Definindo-se U x   =   ¦z ∈ E; ¸f, z) . ¸¸ . =ϕ f (z) < α¦ = f −1 (] −∞, α[) = ϕ −1 f   (] −∞, α[) , U y   =   ¦z ∈ E; ¸f, z) . ¸¸ . =ϕ f (z) > α¦ = f −1 (]α, +∞[) = ϕ −1 f   (]α, +∞[) , ent˜ ao, U x   e U y   s˜ao abertos na topologia σ(E, E  ).   Com efeito, note que ϕ f   ´e um elemento da fam´ılia ¦ϕ f ¦ f∈E  , e, como estamos munindo E  da topologia fraca σ(E, E  ), resulta que ϕ f   ´e  uma  aplica¸c˜ ao  cont´ınua  com  esta  topologia.   Sendo  ] − ∞, α[   (respec.]α, +∞[)  um conjunto  aberto  em 1  resulta  que  ϕ −1 f   (] −∞, α[)  (respec.   ϕ −1 f   (]α, +∞[)) ´e  aberto  em  E na  topologia  σ(E, E  ).   Al´em  disso,  x ∈ U x ,  y ∈ U y   e  U x ∩ U y   = ∅,  o  que  encerra  a  prova. 2 Proposi¸c˜ao  3.10  Seja x 0  ∈ E.   Se obt´em uma base de vizinhan¸cas de x 0   para a topologia σ(E, E  ),  ao  considerarmos  todos  os  conjuntos  da  forma V  = ¦x ∈ E; [¸f i , x −x 0 )[ < ε,   para  todo  i ∈ I¦ , onde  I  ´e  finito,  f i  ∈ E  e  ε > 0. Demonstra¸c˜ao:   Mostraremos   inicialmente   que   o  conjunto  V   acima  definido  ´e   um elemento  da  base  β x 0   de  vizinhan¸cas  de  x 0   na  topologia  fraca  σ(E, E  ).   Com  efeito,  seja I  finito,  ε > 0  e  consideremos  a i   = ¸f i , x 0 ),  i ∈ I.   Ent˜ ao,  sendo  ]a i −ε, a i  + ε[  um  aberto em 1,  resulta  que  ϕ −1 f i (]a i −ε, a i  + ε[) ´e  aberto  em  σ(E, E  ),  e,  conseq¨ uentemente V  =  i∈I ϕ −1 f i (]a i −ε, a i  +ε[) , ´e   aberto   em  σ(E, E  )   (lembre   que   as   topologias   s˜ao   fechadas   para   interse¸ c˜oes   finitas e  uni˜oes   arbitr´arias)   e  cont´em  x 0 .   Reciprocamente,   seja  U  uma  vizinhan¸ca  de  x 0   em σ(E, E  ).   Ent˜ ao,  de  acordo  com  a  proposi¸c˜ao  3.5  (2)  existe  um  aberto  W  que  cont´em  x 0 na  forma W  =  i∈I ϕ −1 f i (W i ),   com  I  finito  e  W i   uma  vizinhan¸ca  de  a i   = ¸f i , x 0 )   em 1, A  TOPOLOGIA  σ(E, E  )   101 e  tal   que  W ⊂  U.   Assim,   existe  ε  >  0  tal   que,   para  cada  i ∈  I,   ]a i  − ε, a i  + ε[⊂  W i ,   e portanto, V  =  i∈I ϕ −1 f i (]a i −ε, a i  + ε[) ⊂ W ⊂ U. 2 Observa¸c˜ao  3.11 Quando  E  possui  dimens˜ao  infinita,  a  topologia  fraca  σ(E, E  )  n˜ao  ´e  metriz´avel,  isto ´e,   n˜ao  existe  uma  m´etrica  definida  em  E  que  induza  sobre  E  a  topologia  σ(E, E  )  pois E  n˜ao  satisfaz  ao  1 0 Axioma  da  Enumerabilidade.   E  todo  espa¸co  m´etrico  satisfaz  ao  1 0 Axioma  da  Enumerabilidade. Dada uma sucess˜ao ¦x n ¦ n∈N  ⊂ E,  se designa por  x n    x a convergˆencia de x n   para x na  topologia  fraca  σ(E, E  ).   Dizemos,  neste  caso,  que  x n   converge  fraco  para  x  em  E. Proposi¸c˜ao  3.12  Seja ¦x n ¦ n∈N ,  uma  sucess˜ao  de  elementos  de  E.   Ent˜ao: (i)  x n    x  em  σ(E, E  )   se,  e  somente  se,  ¸f, x n ) →¸f, x) ,   para  todo  f ∈ E  . (ii)  Se  x n  → x   fortemente  em  E,  ent˜ao  x n    x. (iii)  Se  x n    x   em  σ(E, E  ),  ent˜ao [[x n [[  ´e  limitada  e [[x[[ ≤ liminf [[x n [[ (iv)  Se  x n    x  em  σ(E, E  )  e  se  f n  → f  fortemente  em  E  ,   ent˜ao ¸f n , x n ) →¸f, x)   em 1. Demonstra¸c˜ao:   (i)  Resulta  da  defini¸c˜ao  de  topologia  fraca  σ(E, E  )  e  da  proposi¸c˜ ao 3.6. (ii)  Seja  f ∈ E  .   Ent˜ ao, [¸f, x n ) −¸f, x)[ ≤ [[f[[ E  [[x n −x[[ E  →0,   quando  n →+∞. Assim, ¸f, x n ) →¸f, x) ,   para  todo  f ∈ E  ⇒x n    x,   em  virtude  de  (i). (iii)  Se  x n    x,  ent˜ao, ¸f, x n ) →¸f, x) ,   para  todo  f ∈ E  .   (3.2) 102   INTRODUC¸  ˜ AO   ` A  AN ´ ALISE  FUNCIONAL Logo,  a  seq¨ uˆencia  de  n´ umeros  reais ¦¸f, x n )¦ n∈N   ´e  limitada  e,  conseq¨ uentemente, sup n∈N [¸f, x n )[ < +∞,   para  todo  f ∈ E  .   (3.3) Definamos T n   : E  →1,   f →T n (f) = ¸f, x n ) . Ent˜ ao,  de  (3.3)  e,  pelo  Teorema  de  Banach-Steinhaus  existe  C  > 0  tal  que [T n (f)[ ≤ C [[f[[ E  ,   para  todo  f ∈ E  e  para  todo  n ∈ N, ou  seja, [ ¸f, x n ) [ ≤ C [[f[[ E  ,   para  todo  f ∈ E  e  para  todo  n ∈ N. Desta  ´ ultima  desigualdade  e  do  corol´ario  1.18  resulta  que [[x n [[ E   =   sup f∈E  ;||f|| E  ≤1 [ ¸f, x n ) [ ≤ C,   para  todo  n ∈ N, o  que  prova  a  limita¸c˜ ao  de ¦x n ¦.   Al´em  disso,  como [ ¸f, x n ) [ ≤ [[f[[ E  [[x n [[ E , ent˜ ao,  tomando-se  o  limite  inferior,  de  (3.2)  obtemos [ ¸f, x) [ ≤ [[f[[ E  liminf n [[x n [[ E . Mas, [[x[[ E   =   sup f∈E  ;||f|| E  ≤1 [ ¸f, x) [ ≤ liminf n [[x n [[ E . (iv)  Temos [¸f n , x n ) −¸f, x)[   ≤   [¸f n , x n ) −¸f, x n )[ +[¸f, x n ) −¸f, x)[ ≤   [[f n −f[[ E  .   ¸¸   .  0 [[x n [[ E . ¸¸ . ´e limitada(iii) +[¸f, x n ) −¸f, x)[ .   ¸¸   .  0 →0,   quando  n →+∞. 2 A  TOPOLOGIA  σ(E, E  )   103 Observa¸c˜ao  3.13  Do  item  (iii)  da  proposi¸c˜ao  3.12  conclu´ımos  que  a  norma  ´e  seq¨ uen- cialmente  s.c.i.   na  topologia  fraca.   [Lembre  que  se  X  ´e  um  espa¸co  topol´ogico  que  sa- tisfaz  ao  1 0 Axioma  da  Enumerabilidade  temos  que  a  continuidade  seq¨ uencial   implica  na continuidade.   Contudo  tal   afirma¸c˜ao  nem  sempre  ´e  verdadeira  quando  X  ´e  um  espa¸co topol´ogico  qualquer]. Proposi¸c˜ao  3.14  Seja E  um espa¸co de Banach.   Temos que  x n    x em E  se,  e somente se,  as  seguintes  condi¸c˜oes  forem  satisfeitas: (i)   [[x n [[ E  ≤ M,  para  todo  n ∈ N. (ii)   ¸g, x n ) → ¸g, x),  para  todo  g ∈ B  ,  onde  B  ´e  um  subconjunto  de  E  que  gera  um subespa¸co  denso  em  E  . Demonstra¸c˜ao:   Se  x n     x  temos  que  (i)  e  (ii)  se  verificam  em  virtude  da  proposi¸c˜ ao 3.12. Por outro lado, suponhamos que exista ¦x n ¦ tal que (i) e (ii) se verifique.   Seja f ∈ [B  ], (onde  [B  ]  designa  o  subespa¸co  gerado  por  B  ).   Ent˜ ao,  existem  α i  ∈ 1  e  g i  ∈ B  tais  que f  = m(f)  i=1 α i g i . Resulta  da´ı  e  da  hip´otese  (ii)  que ¸f, x n ) = m(f)  i=1 α i ¸g i , x n ) → m(f)  i=1 α i ¸g i , x) = ¸f, x) ,   quando  n →+∞.   (3.4) Consideremos,   agora,   f ∈  [B  ]  =  E  .   Ent˜ao,   existe ¦f m ¦ ⊂  [B  ]   tal   que  f m  →  f  em E  .   Logo,  dado  ε > 0,  existe  m 0  ∈ N  tal  que [[f m −f[[ E    < L,   para  todo  m ≥ m 0 ,   onde  L   =   min _   ε 3M ,   ε 3[[x[[ _ ,   se  x ,= 0, (3.5) ou   L =   2ε 3M ,   se  x = 0.   (3.6) Por  outro  lado,  em  virtude  da  hip´otese  (ii),  seja  n 0  ∈ N  tal  que [¸f m 0 , x n ) −¸f m 0 , x)[ <   ε 3 ,   para  todo  n ≥ n 0 .   (3.7) 104   INTRODUC¸  ˜ AO   ` A  AN ´ ALISE  FUNCIONAL Assim,  para  todo  n ≥ n 0 ,  resulta  de  (3.5)  e  (3.7)  que [¸f, x n ) −¸f, x)[ ≤ [¸f, x n ) −¸f m 0 , x n )[ +[¸f m 0 , x n ) −¸f m 0 , x)[ +[¸f m 0 , x) −¸f, x)[ ≤ [[f −f m 0 [[ E  [[x n [[ +   ε 3   +[[f m 0  −f[[ E  [[x[[ E < LM  +   ε 3   + L[[x[[ <   ε 3M M  +   ε 3   +   ε 3||x|| [[x[[ = ε, o  que  prova  que ¸f, x n ) →¸f, x) ,   para  todo  f ∈ E  ⇒x n    x. 2 Observa¸c˜ao  3.15  Lembremos   que   σ(E, E  )   ´e   a  topologia  mais   grossa  sobre   E  para  a qual   todas   as   ϕ f , f  ∈  E  s˜ao  cont´ınuas.   Como  as   fun¸c˜oes   da  fam´ılia ¦ϕ f ¦ f∈E    (onde ϕ f   : E →1  ´e  definida  por  ϕ f (x) = ¸f, x))  s˜ao  cont´ınuas  na  topologia  forte,  resulta  que  a topologia  fraca  σ(E, E  )  ´e  mais  grossa  (menos  abertos)  que  a  topologia  forte. Proposi¸c˜ao  3.16  Se E  tem dimens˜ao finita, ent˜ao a topologia fraca coincide com a forte. Em  particular,  uma  sucess˜ao ¦x n ¦  em  E  converge  fracamente  se,  e  somente  se,  converge fortemente. Demonstra¸c˜ao:   J´a  vimos  que  σ(E, E  )  ´e  mais  grossa  que  a  topologia  forte.   Assim, todo  aberto  fraco ´e  um  aberto  forte. Reciprocamente,   temos  que  mostrar  que  todo  aberto  forte  ´e  um  aberto  fraco.   Com efeito, sejam U  um aberto na topologia forte,  x 0  ∈ U  e r > 0 tais que B r (x 0 ) ⊂ U.   Como E  tem  dimens˜ao  finita,   E  admite  uma  base ¦e 1 ,     , e n ¦  tal  que [[e i [[  =  1,   i  =  1,     , n. Ent˜ ao,   dado  qualquer  x ∈  E  podemos  escrever  x  =  n i=1 x i e i .   Devemos  construir  uma vizinhan¸ca  V   de  x 0   na  topologia  fraca  σ(E, E  )  tal  que  V ⊂ U,  ou  seja,  de  acordo  com  a proposi¸c˜ ao  3.10,  devemos  exibir  um  conjunto  finito  de  fun¸c˜ oes ¦f i ¦ i∈I  ⊂ E  (e,  portanto, I  ´e  um  conjunto  finito  de ´ındices)  e  ε > 0  tais  que V  = ¦x ∈ E; [ ¸f i , x −x 0 ) [ < ε,   para  todo  i ∈ I¦ ⊂ U. Consideremos  as  aplica¸c˜ oes f i   : E →1,   x →x i ,   onde  x = n  i=1 x i e i ,   i = 1,     , n. A  TOPOLOGIA  σ(E, E  )   105 O  fato  de ¦e 1 ,     , e n ¦  ser  um  conjunto  l.i.   faz  com  que  as  fun¸c˜ oes  f i   estejam  bem definidas.   De  fato, Se  x = n  i=1 x i e i   = n  i=1 y i e i  ⇒ n  i=1 (x i −y i )e i   = 0 ⇒x i   = y i ,   i = 1,     , n. Al´em  disso,  f i  ∈ E  pois,  para  todo  i = 1,     , n, [ ¸f i , x) [ = [x i [ ≤ ([x 1 [ +   +[x n [) ≤ C [[x[[ E ,   para  algum  C  > 0, onde  a  ´ ultima  desigualdade  vem  do  fato  que  em  um  espa¸co  de  dimens˜ao  finita  todas  as normas  s˜ao  equivalentes. Do  exposto  acima,  definamos,  ent˜ ao,  I  = ¦1,     , n¦,  ε = r/n,  e V  = _ x ∈ E; [ ¸f i , x −x 0 ) [ <   r n ,   para  todo  i = 1,     , n _ . Tome  x ∈ V .   Temos [[x −x 0 [[ = ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ n  i=1 ¸f i , x −x 0 ) e i ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ≤ n  i=1 [ ¸f i , x −x 0 ) [ < n r n   = r, o que implica que x ∈ B r (x 0 ) e, conseq¨ uentemente, V ⊂ B r (x 0 ) ⊂ U, conforme quer´ıamos demonstrar.   2 Vimos na proposi¸c˜ ao anterior que se dimE  < +∞ent˜ao a topologia forte coincide com a topologia fraca.   Contudo, quando dimE  = +∞, a  topologia  fraca  σ(E, E  ) ´e  estritamente menos  fina  do  que  a  topologia  forte,   ou  seja,   existem  abertos  na  topologia  forte  que  n˜ao s˜ao  abertos  na  topologia  fraca.   Consideremos  o  seguinte  resultado. Proposi¸c˜ao  3.17  Se  dimE  =  +∞,   ent˜ao  a  bola  B 1 (0)  n˜ao  ´e  aberta  na  topologia  fraca σ(E, E  ). Demonstra¸c˜ao:   Sejam  x 0  ∈ B 1 (0)  e V  = ¦x ∈ E; [ ¸f i , x −x 0 ) [ < ε,   i = 1,     , n¦   com  f i  ∈ E  e  ε > 0, uma  vizinhan¸ca  arbitr´aria  de  x 0   na  topologia  σ(E, E  ).   Provaremos  que  V  ¿  B 1 (0),   ou seja,  V  n˜ao est´a contido na bola  B 1 (0).   De fato,  seja  y 0  ∈ E  tal que  y 0  ,= 0 e ¸f i , y 0 ) = 0, para  todo  i  =  1,     , n.   Observemos  que  tal   y 0   existe  pois,   caso  contr´ ario,   se  para  todo y 0  ∈ E,  y 0  ,= 0  tiv´essemos ¸f i , y 0 ) ,= 0,  para  algum  i,  a  aplica¸c˜ ao ϕ : E →1 n ,   x →ϕ(x) = (¸f 1 , x) ,     , ¸f n , x)) 106   INTRODUC¸  ˜ AO   ` A  AN ´ ALISE  FUNCIONAL que  ´e  claramente  linear,   seria  injetiva  pois  o  n´ ucleo  de  ϕ,   N(ϕ)  = ¦x ∈  E; ϕ(x)  =  0¦  = ¦0¦, e consequentemente um isomorfismo de E sobre ϕ(E) o que implicaria que dimE ≤ n, o  que ´e  um  absurdo(!),  pois  E  tem  dimens˜ao  infinita,  por  hip´otese. Notemos  que (x 0  +t y 0 ) ∈ V,   para  todo  t ∈ 1,   (3.8) pois [ ¸f i , (x 0  + t y 0 ) −x 0 ) [ = [t[ [ ¸f i , y 0 ) [ = 0 < ε,   para  todo  i = 1,     , n. No  entanto, Existe  t ∈ 1  tal  que  (x 0  + t y 0 )  / ∈ B 1 (0).   (3.9) Com  efeito,  definamos  a  fun¸c˜ ao g  : 1 →1 + ,   t →g(t) = [[x 0  + t y 0 [[. Temos que g  ´e cont´ınua com g(0) = [[x 0 [[ < 1 e   lim t→+∞ g(t) = +∞.   Logo,  pelo Teorema do  Valor  Intermedi´ ario,  existe  t 0  ∈ 1 + ¸¦0¦  tal  que  g(t 0 ) = 1,  ou  seja, [[x 0  + t 0 y 0 [[ = 1  e, assim,  (x 0  + t 0 y 0 )   / ∈ B 1 (0),  o  que  prova  (3.9).   De  (3.8)  e  (3.9)  resulta  que  V  ¿ B 1 (0),  o que  finaliza  a  prova. 2 Observa¸c˜ao  3.18  Da  demonstra¸c˜ao  da  proposi¸c˜ao  anterior   fica  provado  que   em  todo espa¸co  de  dimens˜ao  infinita,   toda  vizinhan¸ca  V   de  x 0  ∈  E  na  topologia  fraca  σ(E, E  ) cont´em  uma  reta  que  passa  por  x 0   (veja  (3.8)). &% '$                  0 • x 0 •                 • y 0 x 0  +ty 0 Figura  3.3:   A  vizinhan¸ca  fraca  do  ponto  x 0   cont´em  a  reta  x 0  +t y 0 TOPOLOGIA  FRACA,  CONJUNTOS  CONVEXOS  E  OPERADORES LINEARES   107 Proposi¸c˜ao  3.19  Se  dimE  =  +∞,   ent˜ao  o  conjunto  S  = ¦x ∈  E; [[x[[   =  1¦  n˜ao  ´e fechado  na  topologia  fraca  σ(E, E  ).   Mais  precisamente,  temos  que S σ(E,E  ) = ¦x ∈ E; [[x[[ ≤ 1¦,   (  isto  ´e  S σ(E,E  ) ,= S). Demonstra¸c˜ao:   Provaremos  inicialmente  que S σ(E,E  ) ⊂ ¦x ∈ E; [[x[[ ≤ 1¦.   (3.10) De  fato,  seja  x ∈  S σ(E,E  ) .   Ent˜ao,  existe ¦x n ¦ ⊂  S  tal  que  x n     x.   Logo,  da  proposi¸c˜ ao 3.12(iii),  temos [[x[[ ≤ liminf n [[x n [[   com  [[x n [[ = 1,   para  todo  n ∈ N, o  que  implica  que [[x[[ ≤ 1  provando  (3.10). Resta-nos  provar  que ¦x ∈ E; [[x[[ ≤ 1¦ ⊂ S σ(E,E  ) .   (3.11) Claramente  S ⊂  S σ(E,E  ) .   Seja,   ent˜ao,   x 0  ∈  E  tal   que [[x 0 [[   <  1.   Provaremos  que x 0  ∈ S σ(E,E  ) , isto ´e, provaremos que dada V , uma vizinhan¸ca de x 0  emσ(E, E  ), V ∩S ,= ∅. Com  efeito,  sempre  podemos  obter,  conforme  proposi¸c˜ ao  3.10,  que V  = ¦x ∈ E; [ ¸f i , x −x 0 ) [ < ε,   i = 1,     , n¦, com  ε   >  0  e   f 1 ,     , f n   ∈  E  .   Fixemos,   como  na  demonstra¸c˜ ao  da  proposi¸c˜ ao  3.17, y 0  ∈  E  tal   que  y 0  ,=  0  e ¸f i , y 0 )  =  0,   para  todo  i   =  1,     , n.   Ent˜ ao,   conforme  vimos anteriormente, (x 0  +t y 0 ) ∈ V,   para  todo  t ∈ 1, e  definindo-se,  como  antes, g  : 1 →1 + ,   t →g(t) = [[x 0  + t y 0 [[, temos   que  g  ´e  cont´ınua  com  g(0)   = [[x 0 [[   <  1  e   lim t→+∞ g(t)   =  +∞.   Novamente,   pelo Teorema  do  Valor  Intermedi´ario,   existe  t 0  ∈ 1 + ¸¦0¦  tal   que [[x 0   + t 0 y 0 [[   =  1.   Assim, (x 0 +t 0 y 0 ) ∈ V ∩S, o que implica que V ∩S ,= ∅, o que prova (3.11).   Combinando (3.10) e  (3.11)  tem-se  o  desejado.   Isto  completa  a  prova.   2 Observa¸c˜ao  3.20  Notemos  que  se  dimE  = +∞,  resulta  da  proposi¸c˜ao  3.19,  que  o  con- junto  S  = ¦x ∈  E; [[x[[  =  1¦  n˜ao  ´e  fechado  na  topologia  fraca  σ(E, E  ),   mas  o  conjunto ¦x ∈ E; [[x[[ ≤ 1¦  ´e  fechado  em  σ(E, E  ). 108   INTRODUC¸  ˜ AO   ` A  AN ´ ALISE  FUNCIONAL 3.3   Topologia   Fraca,   Conjuntos   Convexos e   Operadores  Lineares Vimos que todo conjunto fechado na topologia fraca σ(E, E  ) ´e fechado na topologia forte, uma vez que a topologia fraca σ(E, E  ) ´e mais grossa do que a topologia forte.   No entanto, a  rec´ıproca  n˜ao ´e  verdadeira  em  espa¸cos  de  dimens˜ao  infinita.   Mostraremos,  nesta  se¸c˜ ao, que  em  conjuntos  convexos  essas  no¸c˜ oes  coincidem. Teorema  3.21  Sejam  E  um  espa¸co  de  Banach  e  C ⊂  E  um  conjunto  convexo.   Ent˜ao, C  ´e  fracamente  fechado  em  σ(E, E  )  se,  e  somente  se,  ´e  fortemente  fechado. Demonstra¸c˜ao:   Como todo aberto (fechado) fraco ´e aberto (fechado) forte ´e suficiente provarmos  que  se  C ⊂  E  ´e  convexo  e  fortemente  fechado  ent˜ ao  ´e  fracamente  fechado. Com  efeito,   mostraremos  que  E¸C  ´e  aberto  na  topologia  fraca  σ(E, E  ).   De  fato,   seja x 0  ∈ E¸C.   Como C  ´e fechado e ¦x 0 ¦ ´e compacto na topologia forte, al´em de serem ambos convexos  e  disjuntos,   vem,   pela  2 a Forma  Geom´etrica  do  Teorema  de  Hahn-Banach  que existe  um  hiperplano  fechado  de  equa¸c˜ ao  [f  = α]  tal  que ¸f, x) < α < ¸f, x 0 ) ,   para  todo  x ∈ C  e  f ∈ E  , f ,= 0. Consideremos V  = ¦x ∈ E; ¸f, x) > α¦. Temos  que •  (i)   x 0  ∈ V. •  (ii)   V ∩ C  = ∅,  pois  se  x ∈ C  temos  que ¸f, x) < α,  e,  portanto,  V ⊂ E¸C. •  (iii)   V   ´e  aberto  em  σ(E, E  )  pois  V  =  f −1 (]α, +∞[)  onde  f ∈  E  e  ]α, +∞[  ´e  um aberto  em 1. Logo,   E¸C  ´e   aberto  em  σ(E, E  )   donde   se   conclui   que   C  ´e   fechado  em  σ(E, E  ), conforme  quer´ıamos  demonstrar. 2 TOPOLOGIA  FRACA,  CONJUNTOS  CONVEXOS  E  OPERADORES LINEARES   109 Corol´ario  3.22  Sejam  E  um  espa¸co  de  Banach  e ¦x n ¦ ⊂  E  tal   que  x n     x.   Ent˜ao, existe  uma  seq¨ uˆencia ¦y n ¦  de  combina¸c˜oes  convexas  de ¦x n ¦  tal   que  y n  →x  forte. Demonstra¸c˜ao:   Denotaremos  por conv¦x n ¦ = _   m  i=1 t i x n i ; 0 ≤ t i  ≤ 1, m  i=1 t i   = 1,   x n i  ∈ ¦x n ¦ _ . Temos  que  conv¦x n ¦  ´e  convexo  e  portanto,   conv¦x n ¦  (na  topologia  forte)  tamb´em  o ´e.   Como conv¦x n ¦ ´e fortemente fechado, resulta, pelo teorema anterior, que ´e fracamente fechado e portanto x ∈ conv¦x n ¦ (posto que ¦x n ¦ ⊂ conv¦x n ¦ ⊂ conv¦x n ¦).   Logo, existe ¦y n ¦ ⊂ conv¦x n ¦  tal  que  y n  →x  forte.   2 Corol´ario  3.23  Seja  ϕ  :   E  →] − ∞, +∞]   uma  fun¸c˜ao  convexa  e   s.c.i.   na  topologia forte.   Ent˜ao,  ϕ  ´e  s.c.i.   na  topologia  fraca  σ(E, E  ).   Em  particular,  se  x n    x  temos  que ϕ(x) ≤ liminf n ϕ(x n ). Demonstra¸c˜ao:   Lembremos  que  o  conjunto  de  n´ıvel  λ  de  ϕ ´e  dado  por N(λ, ϕ) = ¦x ∈ E; ϕ(x) ≤ λ¦. Temos   que   N(λ, ϕ)   ´e   convexo,   uma  vez   que   ϕ  ´e   convexa  e,   al´em  disso,   ´e   fechado na  topologia  forte   pois   ϕ  ´e   s.c.i.   na  topologia  forte.   Logo,   de   acordo  com  o  lemma 1.33  (Resultado  3),  N(λ, ϕ) ´e  fechado  na  topologia  forte  e  pelo  teorema  3.21  resulta  que N(λ, ϕ) ´e  fechado  na  topologia  fraca  σ(E, E  ).   2 Observa¸c˜ao  3.24 •  1)   ´ E  fundamental   no  resultado  acima  que  ϕ  seja  convexa  para  que  os  conjuntos  de n´ıvel   N(λ, ϕ)  sejam  convexos. •  2)  A  fun¸c˜ao  ϕ(x)  = [[x[[   ´e  convexa  e  s.c.i.   na  topologia  forte  (pois  ´e  cont´ınua  na topologia  forte).   Logo,  ´e  s.c.i.   na  topologia  fraca  σ(E, E  ).   Em  particular,  como  j´a vimos,  se  x n    x  temos  que [[x[[ ≤ liminf n [[x n [[. Teorema  3.25  Sejam  E  e  F  espa¸cos  de  Banach  e  T  um  operador  linear  e  cont´ınuo  de E  em  F.   Ent˜ao,   T  ´e  cont´ınuo  em  E,   onde  E  est´a  munido  da  topologia  fraca  σ(E, E  ), em  F,  com  F  munido  da  topolia  fraca  σ(F, F  ).   A  rec´ıproca  tamb´em  ´e  verdadeira. 110   INTRODUC¸  ˜ AO   ` A  AN ´ ALISE  FUNCIONAL Demonstra¸c˜ao:   Seja  T  :   E →  F  linear  e  cont´ınuo  quando  E  e  F  est˜ao  munidos  da topologia  forte.   Temos,   de   acordo  com  a  proposi¸c˜ ao  3.7,   que   T   ´e   cont´ınuo  de   E  em F,   com  E  e  F  munidos   da  topologia  fraca  σ(E, E  )   e  σ(F, F  ),   respectivamente,   se,   e somente  se,  f ◦ T  : E →1 ´e  cont´ınuo  em  E  munido  da  topolgia  fraca  σ(E, E  ),  qualquer que  seja  f ∈ F  .   Por´em  a  aplica¸c˜ao  x → ¸f, Tx) ´e  uma  forma  linear  e  cont´ınua  sobre  E, qualquer  que  seja  f ∈ F  .   Assim,  f ◦ T ∈ E  e,  consequentemente,  f ◦ T  ´e  cont´ınua  com E  munido  da  topologia  fraca  σ(E, E  )  (note  que  na  topologia  fraca  todas  as  fun¸c˜oes  de E  s˜ao  cont´ınuas). Reciprocamente,  suponhamos  que  T  : E → F  ´e  linear  e  cont´ınuo  com  ambos,  E  e  F, munidos da topologia fraca.   Ent˜ao,  G(T) ´e fechado em E F  munido da topologia fraca σ(E  F, E  F  ).   Como  o  G(T)  ´e  subespa¸co,   temos  que  G(T)  ´e  convexo  e,   portanto, G(T)  ´e  fechado  na  topologia  forte  (Teorema  3.21).   Pelo  Teorema  do  Gr´afico  Fechado  se conclui que T  ´e cont´ınuo de E  em F  com ambos munidos da topologia forte.   Isto encerra a  prova. 2 3.4   A  Topologia  Fraco ∗  σ(E / , E) Seja  E  um  espa¸co  de  Banach,  consideremos  E  o  seu  dual  dotado  da  norma  dual [[f[[ E    =   sup x∈E;||x||≤1 [ ¸f, x) [, e  seja  E  seu  bidual,  ou  seja,  o  dual  de  E  ,  dotado  da  norma [[ξ[[ E    =   sup f∈E  ;||f||≤1 [ ¸ξ, f) [. Lembremos  da  inje¸c˜ ao  canˆonica  definida  na  proposi¸c˜ao  1.48 J  : E →E  ,   x →J x , ¸J x , f) = ¸f, x) ,   para  todo  f ∈ E  e  para  todo  x ∈ E. Temos  que  J  ´e  linear,  cont´ınua  e  mais  ainda,  J  ´e  uma  isometria  pois [[J x [[ E    =   sup f∈E  ;||f|| E  ≤1 [ ¸J x , f) [ =   sup f∈E  ;||f|| E  ≤1 [ ¸f, x) [ = [[x[[. Logo, J  ´e um isomorfismo de E  sobre o conjunto J(E) ⊂ E  , o que permite identificar J(E) = E. A  TOPOLOGIA  FRACO ∗  σ(E  , E)   111 Sobre  E  podemos  definir  as  seguintes  topologias: (i)  A  topologia  forte,  dada  pela  norma  de  E  . (ii)  A  topologia  fraca  σ(E  , E  ),   que  ´e  a  topologia  mais  grossa  para  a  qual   todas  as ξ ∈ E  s˜ao  cont´ınuas  em  E  . (iii) A topologia fraca σ(E  , J(E)), que ´e a topologia mais grossa para a qual todas as ξ ∈ J(E)  s˜ao  cont´ınuas  em  E  . Como  J   :   E →  E  nos   permite  a  identifica¸c˜ ao  de  E  com  J(E)   e  J x (f)   = ¸f, x), para  toda  f ∈  E  ,   o ´ıtem  (iii)  acima  ´e  equivalente  a  dizer  que  podemos  induzir  em  E  a topologia  fraca  σ(E  , E)  que ´e  a  topologia  mais  grossa  para  a  qual  as  fun¸c˜ oes  J x ,  x ∈ E, s˜ao  cont´ınuas  em  E  .   Temos,  ent˜ ao,  a  seguinte  defini¸c˜ ao. Defini¸c˜ao  3.26  A  topologia  fraco ∗,   designada  por  σ(E  , E),   ´e  a  topologia  mais  grossa sobre  E  para  a  qual   todas  as  fun¸c˜oes  J x ,   x ∈ E,  s˜ao  cont´ınuas. Observa¸c˜ao  3.27  A  terminologia  fraco ∗  nos  lembra  que  estamos  trabalhando  no  espa¸ co dual,  designado  por  E ∗ ,  na  literatura  americana. Como E ⊂ E  , resulta que a topologia σ(E  , E) ´e menos fina que a topologia σ(E  , E  ). Por  sua  vez,  a  topologia  σ(E  , E  ) ´e  menos  fina  do  que  a  topologia  forte  em  E  Proposi¸c˜ao  3.28  Munido  da  topologia  fraco ∗  σ(E  , E),  E  ´e  um  espa¸co  de  Hausdorff. Demonstra¸c˜ao:   Sejamf 1 , f 2  ∈ E  tais que f 1  ,= f 2 .   Ent˜ ao, existe x ∈ E tal que ¸f 1 , x) ,= ¸f 2 , x).   Suponhamos,   sem  perda  da  generalidade,   que ¸f 1 , x)   < ¸f 2 , x)  e  consideremos α ∈ 1  tal  que ¸f 1 , x) < α < ¸f 2 , x).   Definamos: U 1   =   ¦f ∈ E  ; ¸f, x) < α¦ = ¦f ∈ E  ; ¸J x , f) < α¦ = J −1 x   (] −∞, α[) U 2   =   ¦f ∈ E  ; ¸f, x) > α¦ = ¦f ∈ E  ; ¸J x , f) > α¦ = J −1 x   (]α, +∞[) . Como  J x   ´e  cont´ınua  e  ] − ∞, α[   e  ]α, +∞[   s˜ao  abertos  em 1,   temos  que  U 1   e  U 2   s˜ao abertos  em  σ(E  , E),  U 1 ∩ U 2   = ∅  e  f 1  ∈ U 1   e  f 2  ∈ U 2 .   Isto  conclui  a  prova. 2 Proposi¸c˜ao  3.29  Se obt´em uma base de vizinhan¸cas de f 0  ∈ E  para a topologia σ(E  , E) ao  se  considerar  todos  os  conjuntos  da  forma V  = ¦f ∈ E  ; [ ¸f −f 0 , x i ) [ < ε,   para  todo  i ∈ I¦, 112   INTRODUC¸  ˜ AO   ` A  AN ´ ALISE  FUNCIONAL onde  I  ´e  finito,  x i  ∈ E  e  ε > 0. Demonstra¸c˜ao:   A  demonstra¸c˜ ao  ´e  an´aloga  `a  demonstra¸c˜ ao  da  proposi¸c˜ao  3.10  feita para  a  topologia  σ(E, E  ).   2 Nota¸c˜ao:   Dada uma sucess˜ao ¦f n ¦ ⊂ E  ,  se designa por  f n ∗  f  a convergˆencia de  f n   `a f na  topologia  fraco ∗  σ(E  , E). Assim, f n  →f   em  E  ⇔[[f n −f[[ E  →0, f n    f   em  σ(E  , E  ) ⇔¸ξ, f n ) →¸ξ, f) ,   para  todo  ξ ∈ E  , f n ∗  f   em  σ(E  , E) ⇔¸J x , f n ) →¸J x , f) ,   para  todo  x ∈ E. Proposi¸c˜ao  3.30  Seja ¦f n ¦  uma  sucess˜ao  em  E  .   Se  verifica: (i)  f n ∗  f   em  σ(E  , E) ⇔¸f n , x) →¸f, x) ,   para  todo  x ∈ E. (ii)  f n  →f   forte  em  E  ⇒ f n    f   em  σ(E  , E  ). f n    f   em  σ(E  , E  )   ⇒ f n ∗  f   em  σ(E  , E). (iii)  f n ∗  f   em  σ(E  , E),  ⇒[[f n [[ E    ´e  limitada  e [[f[[ E  ≤ liminf n [[f n [[ E  . (iv)  f n ∗  f  em  σ(E  , E)   e  x n  →x   forte  em  E, ⇒¸f n , x n ) →¸f, x) . Demonstra¸c˜ao:   An´aloga  `a  demonstra¸c˜ao  da  proposi¸c˜ao  3.12  feita  para  σ(E, E  ).   2 Observa¸c˜ao  3.31  Quando  E  possui   dimens˜ao  finita,   as  trˆes  topologias  coincidem,   isto ´e,  as  topologias  forte,  σ(E  , E  )  e  σ(E  , E)  coincidem.   Com  efeito,  se  dimE  = n,  temos que  as  aplica¸c˜oes I  : E →1 n ,   x →(x 1 ,     , x n ),   onde  x = n  i=1 x i e i   e, I ∗   : [1 n ] ∗  →E ∗ ,   onde ¸I f , x) = ¸f, (x 1 ,     , x n )) ,   com  x ∈ E tal   que  x = n  i=1 x i e i , s˜ao  isomorfismos.   Al´em  disso,   como  [1 n ] ∗   =  1 n e  E ∗   =  E,   resulta  que  I ∗  ◦ I   ´e  um isomorfismo  de  E  em  E  .   Assim,  dimE  = dimE  = n.   De  maneira  an´aloga,  conclu´ımos A  TOPOLOGIA  FRACO ∗  σ(E  , E)   113 que  dimE  = dimE  = n.   Assim,  dimE  = dimE  = dimE  e,  por  conseguinte,  J(E) = E  ,   ou  seja,   J  :   E →  E  ´e  sobrejetiva  [note  que  pelo  Teorema  do  N´ ucleo  e  da  Imagem dimN(J) + dimIm(J)   =  dimE  =  n.   Como  J(x)   =  0  se,   e  s´o  se,   x  =  0,   pois   J   ´e injetiva,  ent˜ao  dimN(J) = 0,  e,  conseq¨ uentemente,  dimIm(J) = n,  isto  ´e,  J(E) = E  ]. Logo,  σ(E  , E  ) = σ(E  , E)  e,  como j´a  vimos  que  as  topologias  forte  e  fraca  coincidem em espa¸cos  de  dimens˜ao  finita,  segue  o  desejado. Lema  3.32  Sejam  X  um  espa¸co  vetorial   e  ϕ, ϕ 1 ,     , ϕ n   formas   lineares   sobre  X  que verificam  a  condi¸c˜ao ϕ i (x) = 0;   i = 1,     , n ⇒ϕ(x) = 0,   para  todo  x ∈ X.   (3.12) Ent˜ao,  existem  λ ∗ 1 ,     , λ ∗ n  ∈ 1  tais  que  ϕ =  n i=1 λ ∗ i ϕ i . Demonstra¸c˜ao:   Consideremos  a  aplica¸c˜ao  F  : X →1 n+1 dada  por F(x) = (ϕ(x), ϕ 1 (x),     , ϕ n (x)),   x ∈ X. Da  hip´otese  (3.12)  conclu´ımos  que  a = (1, 0,     , 0)   / ∈ Im(F).   Assim,  temos  que ¦a¦ ´e  compacto  e  Im(F)  ´e  fechado,   posto  que  Im(F)  ´e  um  subespa¸co  de 1 n+1 .   Logo,   pela 2 a Forma  Geom´etrica  do  Teorema  de  Hahn-Banach,   existe  um  hiperplano  de 1 n+1 que separa  estritamente ¦a¦  e  Im(F),  ou  seja,  existem  λ, λ 1 ,     , λ n  ∈ 1  e  α ∈ 1  tal  que ¸(λ, λ 1 ,     , λ n ), a) < α < ¸(λ, λ 1 ,     , λ n ), F(x)) ,   para  todo  x ∈ X, isto ´e, λ < α < λϕ(x) + n  i=1 λ i ϕ i (x),   para  todo  x ∈ X. Como G(x) = λϕ(x) +  n i=1 λ i ϕ i (x),  x ∈ X  ´e uma forma linear sobre X  e α < G(x), para  todo  x ∈ X,  segue  que  G(x) = 0,  para  todo  x ∈ X,  bem  como  α  < 0  (veja  o  in´ıcio da  se¸c˜ ao  1).   Assim, λϕ(x) + n  i=1 λ i ϕ i (x) = 0,   para  todo  x ∈ X. Sendo  λ  <  0  (pois  λ  <  α  <  0)   e,   portanto,   λ ,=  0,   da  identidade  acima  podemos escrever  que ϕ(x) = n  i=1 _   λ i −λ _ . ¸¸ . =λ ∗ i ϕ i (x),   para  todo  x ∈ X, 114   INTRODUC¸  ˜ AO   ` A  AN ´ ALISE  FUNCIONAL o  que  conclui  a  prova.   2 Proposi¸c˜ao  3.33  Seja  ϕ  :   E  →  1  uma  aplica¸c˜ao  linear   e  cont´ınua  para  a  topologia σ(E  , E).   Ent˜ao,  existe  x ∈ E  tal   que ϕ(f) = ¸f, x) ,   para  todo  f ∈ E  . Em  outras  palavras,  existe  x ∈ E  tal   que  ϕ = J x ,  isto  ´e,  ϕ ∈ J(E). Demonstra¸c˜ao:   Como  ϕ ´e  cont´ınua  para  a  topologia  σ(E  , E)  ent˜ ao ϕ −1 (] −1, 1[) = ¦f ∈ E  ; ϕ(f) ∈] −1, 1[¦   ´e  aberto  em  σ(E  , E)   que  cont´em  a  origem  0 ∈ E  . Logo, de acordo com a proposi¸c˜ ao 3.29 existe uma vizinhan¸ca V  de 0 (origem) tal que V ⊂ ϕ −1 (] −1, 1[)  e  V   pode  ser  escrita  na  seguinte  forma: V  = ¦f ∈ E  ; [ ¸f, x i ) [ < ε; i = 1,     , n¦,   com  x i  ∈ E  e  ε > 0. Seja  f ∈ E  tal  que ¸f, x i ) . ¸¸ . = ¸ J x i ,f ) = 0,   i = 1,     , n.  Ent˜ao  ϕ(f) = 0.   (3.13) Com  efeito,  suponhamos  o  contr´ ario,  ou  seja,  que  ϕ(f) ,= 0.   Ent˜ao, ¸ ¸ ¸ ¸ _   f ϕ(f) , x i _¸ ¸ ¸ ¸ = [¸f, x i )[   1 [ϕ(f)[   = 0 < ε,   i = 1,     , n. Logo,   f ϕ(f)  ∈ V   e,  al´em  disso, ϕ _   f ϕ(f) _ =   ϕ(f) ϕ(f)   = 1,   o  que ´e  um  absurdo  (!)   pois [ϕ(f)[ < 1,   para  todo  f ∈ V. Logo,   de  (3.13)  e  pelo  lema  3.32  existem  λ 1 ,     , λ n  ∈ 1  tais  que  para  toda  f ∈  E  tem-se ϕ(f) = n  i=1 λ i J x i (f) = n  i=1 λ i ¸f, x i ) = _ f, n  i=1 λ i x i _ = ¸f, x) = ¸J x , f) , o  que  implica  que  ϕ = J x ,  onde  x =  n i=1 λ i x i .   Isto  encerra  a  prova.   2 A  TOPOLOGIA  FRACO ∗  σ(E  , E)   115 Corol´ario  3.34  Seja  H  um  hiperplano  de  E  fechado  na  topologia  σ(E  , E).   Ent˜ao, H  = ¦f ∈ E  ; ¸f, x) = α¦, para  algum  x ∈ E  tal   que  x ,= 0  e  α ∈ 1. Demonstra¸c˜ao:   O  conjunto  H, ´e,  na  realidade,  da  forma H  = ¦f ∈ E  ; ¸ϕ, f) = α¦, onde  ϕ : E  →1 ´e  uma  aplica¸c˜ao  linear,  com  ϕ ,= 0.   Notemos  que  E  ¸H ,= ∅  pois  ϕ ,= 0 e,  portanto,  ϕ(E  ) = 1  e ¸ϕ, f) = α  para  todo  f ∈ H.   Consideremos,  ent˜ ao,  f 0  ∈ E  tal que  f 0   / ∈  H.   Como  H  ´e,   por  hip´otese,   fechado  na  topologia  σ(E  , E)  temos  que  E  ¸H  ´e aberto em σ(E  , E) e, portanto, existe uma vizinhan¸ca V  de f 0   na topologia σ(E  , E), tal que V  = ¦f ∈ E  ; [ ¸f −f 0 , x i ) [ < ε;  i = 1,     , n¦ ⊂ E  ¸H, onde  x i  ∈ E  e  ε > 0.   Resulta  da´ı  que ¸ϕ, f) ,= α,   para  todo  f ∈ V. Afirmamos V   ´e  convexo. Com  efeito,  sejam  f 1 , f 2  ∈ V   e  t ∈ [0, 1].   Ent˜ao, [¸(1 −t)f 1  +t f 2 −f 0 , x i )[   =   [¸(1 −t)f 1  +t f 2 −[(1 −t)f 0  + t f 0 ], x i )[ ≤   (1 −t) [¸f 1 −f 0 , x i )[ +t [¸f 2 −f 0 , x i )[ <   (1 −t)ε + t ε = ε, o  que  prova  a  convexidade  de  V .   Sendo  ϕ : E  →1  linear  vem  que  ϕ(V ) ⊂ 1 ´e  convexo. Logo,  ϕ(V )  ´e  um  intervalo  e  como  qualquer  que  seja  f ∈ V   temos  que ¸ϕ, f) ,= α,  segue que ¸ϕ, f)  >  α,   para  toda  f ∈  V   ou ¸ϕ, f)  <  α,   para  toda  f ∈  V .   Suponhamos,   sem perda  da  generalidade,  que ¸ϕ, f) < α,  para  toda  f ∈ V .   Ent˜ ao, ¸ϕ, f −f 0 ) < α −¸ϕ, f 0 ) ,   para  toda  f ∈ V. 116   INTRODUC¸  ˜ AO   ` A  AN ´ ALISE  FUNCIONAL Pondo  W  = V −f 0 ,  resulta  que ¸ϕ, g) < α −¸ϕ, f 0 ) ,   para  toda  g ∈ W.   (3.14) Observamos  que  se  g ∈ W,  ent˜ ao −g ∈ W.   De  fato,  seja  g ∈ W.   Ent˜ao,  g  = f − f 0 , para  algum  f ∈ V .   Logo, −g  = −(f −f 0 ) = −f  + f 0   = (−f  + 2f 0 ) −f 0   e ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ _ −f  + 2f 0 −f 0 .   ¸¸   . =−g , x i _ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ = [¸f −f 0 , x i )[ < ε,   pois  f ∈ V. Portanto, −g  = −f  + 2f 0 .  ¸¸  . ∈V −f 0 , isto ´e, −g ∈ W.   Por conseguinte, de (3.14) resulta que −¸ϕ, g) < α −¸ϕ, f 0 ) ,   para  toda  g ∈ W,   (3.15) e  de  (3.14)  e  (3.15)  conclu´ımos  que [ ¸ϕ, g) [ < α −ϕ(f 0 ),   para  toda  g ∈ W. Pondo  C  = α −¸ϕ, f 0 ) > 0,  da  desigualdade  acima  inferimos  que [ ¸ϕ, g) [ < C,   para  toda  g ∈ W.   (3.16) Como  W  = V −f 0   e  V  ´e  uma  vizinhan¸ca  de  f 0   na  topologia  σ(E  , E)  resulta  que  W ´e  uma  vizinhan¸ca  de  0  nesta  topologia.   Logo,  de  (3.16)  e  dado  ε  >  0,  existe   ε C W  :=  V 0 , vizinhan¸ca  de  0  na  topologia  σ(E  , E)  tal  que [ ¸ϕ, f) [ = ¸ ¸ ¸ _ ϕ,   ε C g _¸ ¸ ¸ =   ε C [ ¸ϕ, g) [ <   ε C C  = ε,   para  toda  f ∈ V 0 . Assim,   ϕ  ´e  cont´ınua  em  0  na  topologia  σ(E  , E).   Sendo  ϕ  linear   resulta  que   ϕ  ´e cont´ınua em E  na topologia σ(E  , E).   Pela proposi¸c˜ ao 3.33 existe x ∈ E  tal que ¸ϕ, f) = ¸f, x),  para  toda  f ∈ E  e  x ,= 0  pois  ϕ ,= 0.   Conseq¨ uentemente, H  = ¦f ∈ E  ; ¸f, x) = α¦, para  algum  x ∈ E  tal  que  x ,= 0  e  α ∈ 1,  conforme  quer´ıamos  demonstrar.   2 A  TOPOLOGIA  FRACO ∗  σ(E  , E)   117 Observa¸c˜ao  3.35  O  leitor   pode   estar   se   perguntando  o  porque   do  motivo  de   se   ‘em- pobrecer’   as  topologias.   O  motivo  ´e  o  seguinte:   Se  uma  topologia  possui   menos  abertos tamb´em  possui  mais  compactos.   O  teorema  a  seguir  mostra  que  a  bola  unit´aria  de  E  tem a  propriedade  de  ser  compacta  na  topologia  fraco ∗,  σ(E  , E). Teorema  3.36  (Banach-Alaoglu-Bourbaki)   Seja  E  um  espa¸co  de  Banach.   O  con- junto B E    = ¦f ∈ E  ; [[f[[ E  ≤ 1¦ ´e  compacto  na  topologia  fraco ∗  σ(E  , E). Demonstra¸c˜ao:   Consideremos   X  =  x∈E  X x ,   onde   X x   =  1,   para   todo   x  ∈  E. Recordemos  que  os  elementos  do  produto  cartesiano  X  s˜ao  todas  as  fun¸c˜ oes f  : E →1,   x →f x   = ¸f, x) ∈ X x   = 1. Podemos,   ainda,   denotar  X  =  1 E e  f   = ¦f x ¦ x∈E .   Para  cada  f  ∈  X,   definimos  a proje¸c˜ ao  de  f  sobre 1 pr x   : X →1,   f →pr x (f) = f x . Muniremos  X  da  topologia  fraca  induzida  pela  fam´ılia  de  fun¸c˜oes ¦pr x ¦ x∈E ,   isto  ´e, a  topologia  menos  fina  sobre  X  que  faz  cont´ınuas  todas  as  aplica¸c˜ oes  pr x ,   x ∈  E.   Tal topologia  ´e  denominada  topologia  produto  ou  topologia  de  Tychonoff.   Observemos  que E  ⊂ X, e, al´em disso, a restri¸c˜ao desta topologia (produto) `a E  coincide com a topologia fraco ∗  σ(E  , E).   Com  efeito,  notemos  que pr x   : E  →1,   f →pr x (f) = ¸f, x) = J x (f),   isto ´e  , pr x [ E    = J x . Assim,  pr x [ E    ´e  cont´ınua  se,  e  s´o  se,  J x   ´e  cont´ınua.   Desta  forma,  a  topologia  induzida pela  fam´ılia ¦pr x ¦ x∈E   em  E  ´e  equivalente  `a  topologia  induzida  pela  fam´ılia ¦J x ¦ x∈E . Definamos,  para  cada  x ∈ E I x   = [−[[x[[, [[x[[],   para  todo  x ∈ E. Temos  que  I x  ⊂ 1 = X x ,  para  todo  x ∈ E  e,  portanto,  x∈E I x  ⊂ X. 118   INTRODUC¸  ˜ AO   ` A  AN ´ ALISE  FUNCIONAL No que segue, consideraremos o seguinte resultado cl´assico devido a Tychonoff:   ‘O pro- duto cartesiano de uma cole¸c˜ao arbitr´aria de compactos ´e compacto na topologia produto’. Assim  sendo,  como  cada  I x   ´e  compacto  em 1,  temos  que I  =  x∈E I x ´e  compacto  na  topologia  produto.   Afirmamos  que B E    = ¦f ∈ E  ; [[f[[ E  ≤ 1¦ ⊂ I.   (3.17) De  fato,  seja  f ∈ B E  .   Ent˜ao,  f ∈ E  e [[f[[ E  ≤ 1.   Por  outro  lado,  se  x ∈ E,  ent˜ao [pr x (f)[ = [ ¸f, x) [ ≤ [[f[[ E  [[x[[ ≤ [[x[[,   logo [pr x (f)[ ≤ [[x[[, ou  seja, −[[x[[ ≤ pr x (f) ≤ [[x[[.   Por  conseguinte,  pr x (f) ∈ I x ,  isto  ´e,  f x  ∈ I x   e  da´ı  segue que  f ∈ I  o  que  prova  (3.17). Como I  ´e compacto na topologia produto, para mostrarmos que B E    ´e compacto nesta topologia  em  virtude  de  (3.17),   basta  mostrarmos  que  B E    ´e  fechado  nela.   Vamos  ent˜ ao provar  que B E  TP = B E  ,   onde   B E  TP =  fecho  de  B E    na  topologia  produto.   (3.18) Trivialmente  temos  que  B E  ⊂ B E  TP .   Resta-nos  provar  que B E  TP ⊂ B E  .   (3.19) Consideremos  g 0  ∈ B E  TP .   Devemos  mostrar  que: (i)  g 0   : E →1 ´e  linear. (ii)  g 0   ´e  cont´ınua  na  topologia  forte  de  E. (iii) [[g 0 [[ E  ≤ 1. Com  efeito,  como  g 0  ∈ B E  TP resulta  que V ∩ B E  ,= ∅,   para  toda  V,   vizinhan¸ca  de  g 0   na  topologia  produto.   (3.20) Recordemos  que  uma  vizinhan¸ca  de  g 0   na  topologia  produto ´e  dada  por V  = ¦g ∈ X; [pr x i (g) −pr x i (g 0 )[ < ε,   i = 1,     , n¦, A  TOPOLOGIA  FRACO ∗  σ(E  , E)   119 onde  ε > 0  e  x i  ∈ E,  ou  ainda, V  = ¦g ∈ X; [ ¸g −g 0 , x i ) [ < ε,   i = 1,     , n¦. Sejam  x, y ∈ E  e  ε > 0  arbitr´arios  e  consideremos  a  vizinhan¸ca V  = ¦g ∈ X; [ ¸g −g 0 , z) [ <   ε 3 ,   z ∈ ¦x, y, x + y¦¦. Ent˜ao,  de  acordo  com  (3.20)  existe  f ∈ V ∩ B E    com [[f[[ E  ≤ 1  tal  que [ ¸f −g 0 , x) [ <   ε 3 ; [ ¸f −g 0 , y) [ <   ε 3 [; ¸f −g 0 , x + y) [ <   ε 3 , e,  portanto, [g 0 (x) + g 0 (y) −g 0 (x +y)[ ≤ [g 0 (x) −f(x)[ +[g 0 (y) −f(y)[ +[f(x + y) −g 0 (x +y)[ +[ f(x) + f(y) −f(x + y) .   ¸¸   . =0 [ <   ε 3   +   ε 3   +   ε 3   = ε. Pela  arbitrariedade  de  ε  resulta  que g 0 (x) + g 0 (y) = g 0 (x + y).   (3.21) Consideremos,  agora,  x ∈ E,  λ ∈ 1¸¦0¦  e  ε > 0  e  tomemos  a  vizinhan¸ca V  = _ g ∈ X; [ ¸g −g 0 , z) [ < min _ ε 2 ,   ε 2[λ[ _ ,   z ∈ ¦x, λx¦ _ . Analogamente,  de  (3.20)  existe  f ∈ V ∩ B E    com [[f[[ E  ≤ 1  tal  que [ ¸f −g 0 , x) [ <   ε 2[λ[   e   [ ¸f −g 0 , λx) [ <   ε 2 , o  que  implica  que [g 0 (λx) −λg 0 (x)[ ≤ [g 0 (λx) −f(λx)[ +[λf(x) −λg 0 (x)[ +[ f(λx) −λf(x) .   ¸¸   . =0 [ <   ε 2   +[λ[   ε 2[λ[   = ε, e  pela  arbitrariedade  de  ε  obtemos g 0 (λx) = λg 0 (x),   para  todo  x ∈ E  e  para  todo  λ ∈ 1¸¦0¦.   (3.22) 120   INTRODUC¸  ˜ AO   ` A  AN ´ ALISE  FUNCIONAL Se  λ = 0,  basta  elegermos  a  vizinhan¸ca V  = ¦g ∈ X; [ ¸g −g 0 , z) [ < ε,   z ∈ ¦0¦¦. Assim,  existe  f ∈ V ∩ B E  ,  e  portanto, [g 0 (0)[ = [g 0 (0) −f(0) + f(0) .¸¸. =0 [ < ε, e,  novamente  pela  arbitrariedade  de  ε  conclu´ımos  que  g 0 (0) = 0,  o  que  implica  que g 0 (λx) = λg 0 (x),   para  todo  x ∈ E  e  λ = 0.   (3.23) De  (3.21),  (3.22)  e  (3.23)  fica  provado  o  item  (i). Consideremos  x ∈ E,  ε > 0,  a  vizinhan¸ca  de  g 0   dada  por V  = ¦g ∈ X; [ ¸g −g 0 , x) [ < ε¦. e  f ∈ V ∩ B E  .   Ent˜ ao, [ ¸f −g 0 , x) [ < ε ⇒[ ¸g 0 , x) [   <   ε +[ ¸f, x) [ ≤   ε +[[f[[ E  [[x[[ E  ≤ ε +[[x[[ E , e  pela  arbitrariedade  de  ε  conclu´ımos  que [ ¸g 0 , x) [ ≤ [[x[[ E ,   para  todo  x ∈ E,   (3.24) o que implica que g 0  ∈ E  e,  al´em disso, [[g 0 [[ E  ≤ 1, o que prova os itens (ii) e (iii) acima ficando  provado  (3.19). Logo,  B E    ´e compacta  na  topologia  produto.   Como  a  topologia  produto  coincide  com a  topologia  fraco ∗  σ(E  , E)   em  E  ,   decorre  que  B E    ´e  compacto  na  topologia  fraco ∗ σ(E  , E). 2 Observa¸c˜ao  3.37  Provaremos mais adiante que se E  ´e um espa¸co normado de dimens˜ao infinita,   a  bola  unit´aria  nunca  ´e  compacta  na  topologia  forte.   Fica,   agora,   bem  clara  a fundamental   importˆancia  da  topologia  fraco ∗  σ(E  , E)  e,  obviamente  do  teorema  acima. ESPAC¸ OS  REFLEXIVOS   121 3.5   Espa¸cos  Reflexivos Defini¸c˜ao  3.38  Seja  E  um  espa¸co  de  Banach  e  consideremos  J  a  inje¸c˜ao  canˆonica  de E  em  E  ,  definida  por J x (f) = ¸f, x) ,   para  todo  x ∈ E   e  para  toda  f ∈ E  . Dizemos  que  E  ´e  reflexivo  se  J(E) = E  . Quando  E  for  reflexivo  se  identificam  implicitamente  E  e  E  ,  atrav´es  do  isomorfismo J. Uma caracteriza¸c˜ ao dos espa¸cos reflexivos ´e dada a seguir.   Antes, por´em, necessitamos de  dois  lemas. Lema  3.39  (Helly)   Sejam  E  um  espa¸co  de  Banach;  f 1 ,     , f n  ∈ E  e  α 1 ,     , α n  ∈ 1. As  seguintes  propriedades  s˜ao  equivalentes: (i)   Para  todo  ε > 0,   existe  x ε  ∈ E   tal   que [[x ε [[ ≤ 1,   e   [ ¸f i , x ε ) −α i [ < ε,   i = 1,     , n. (ii) ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ n  i=1 β i α i ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ≤ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ n  i=1 β i f i ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ E  ,   para  todo  β 1 ,     , β n  ∈ 1. Demonstra¸c˜ao:   (i) ⇒ (ii) Sejam β 1 ,     , β n  ∈ 1.   Temos, por hip´otese, que dado ε > 0, existe  x ε  ∈ E  tal  que [[x ε [[ E  ≤ 1  e [ ¸f i , x ε ) −α i [ < ε,   i = 1,     , n. Assim,  para  cada  i = 1,     , n,  temos [β i [ [ ¸f i , x ε ) −α i [ < ε [β i [ ⇒ n  i=1 [β i α i −β i ¸f i , x ε )[ ≤ ε n  i=1 [β i [ = ε [[β[[ R n, onde  β  = (β 1 ,     , β n ). Logo, ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ n  i=1 β i α i ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ − ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ n  i=1 β i ¸f i , x ε ) ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ≤ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ n  i=1 (β i α i −β i ¸f i , x ε )) ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ≤ n  i=1 [β i α i −β i ¸f i , x ε )[ ≤ ε[[β[[ R n, 122   INTRODUC¸  ˜ AO   ` A  AN ´ ALISE  FUNCIONAL ou  seja, ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ n  i=1 β i α i ¸ ¸ ¸ ¸ ¸   ≤ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ n  i=1 β i ¸f i , x ε ) ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ +ε[[β[[ R n ≤   [[ n  i=1 β i f i [[ E  [[x ε [[ E  + ε[[β[[ R n ≤   [[ n  i=1 β i f i [[ E   +ε[[β[[ R n. Pela  arbitrariedade  de  ε  segue  o  desejado. (ii) ⇒ (i)  Definamos  α = (α 1 ,     , α n ) ∈ 1 n e  consideremos  a  aplica¸c˜ao  ϕ : E →1 n , definida  por ϕ(x) = (¸f 1 , x) ,     , ¸f n , x)) . Note  que  a  propriedade  (i)  expressa  que  α ∈  ϕ(B E ) R n ,   onde  B E   = ¦x ∈  E; [[x[[ E   < 1¦.   Suponhamos,   ent˜ao  (ii)   verdadeira,   e   raciocinemos   por   contradi¸c˜ao,   ou  seja,   que α   / ∈  ϕ(B E ) R n .   Ent˜ ao,   pela   2 a Forma  Geom´etrica  do  Teorema  de   Hahn-Banach,   ex- iste  um  hiperplano  no 1 n que  separa  estritamente ¦α¦  e  ϕ(B E ) R n ,   ou  seja,   existe  β  = (β 1 ,     , β n ) ∈ 1 n e  γ ∈ 1  tais  que β  ϕ(x) < γ  < β  α,   para  todo  x ∈ B E , ou  ainda, n  i=1 β i ¸f i , x) < γ  < n  i=1 β i α i ,   para  todo  x ∈ B E . Note  que  se  x ∈  B E   temos  que −x ∈  B E   e,   portanto,   da  desigualdade  acima  resulta que − n  i=1 β i ¸f i , x) = n  i=1 β i ¸f i , −x) < γ. Logo, ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ n  i=1 β i ¸f i , x) ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ < γ  < n  i=1 β i α i ,   para  todo  x ∈ B E  ⇒   sup x∈E;||x|| E ≤1 ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ n  i=1 ¸β i f i , x) ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ≤ γ  < n  i=1 β i α i , donde  conclu´ımos  que ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ n  i=1 β i f i ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ E  ≤ γ  < n  i=1 β i α i , ESPAC¸ OS  REFLEXIVOS   123 o  que  contraria  (ii),  ficando  provado  o  lema. 2 Lema  3.40  (Goldstine)   Seja  E  um  espa¸co  de  Banach.   Ent˜ao  J(B E )  ´e  denso  em  B E  para  a  topologia  σ(E  , E  ). Demonstra¸c˜ao:   Observe,   inicialmente,   que  σ(E  , E  )  ´e  a  topologia  fraco ∗  definida sobre  E  ,  onde  considerando  a  aplica¸c˜ ao J  : E  →E  ,   f →J f ,   definida  por J f (ξ) = ¸ξ, f) ,   para  toda  ξ ∈ E  , estamos  identificando  J(E  ) ⊂ E  com  E  ,  isto ´e,  J(E  ) ≡ E  .   Lembremos,  ainda,  que  J ´e  uma  isometria  pois [[J f [[ E    = [[f[[ E  ,   para  toda  f ∈ E  . J   J &% '$ E   E  E  E  B E   J(B E ) &% '$ Figura  3.4:   Inje¸c˜ oes  isom´etricas Notemos  que  J(B E ) ⊂  B E    onde,   J  :   E →  E  ,   x →  J x   tal   que  J x (f)  = ¸f, x)  para toda  f ∈ E  ,  pois  se  x ∈ B E ,  ent˜ ao  sendo  J  isometria  resulta  que [[J x [[ E    = [[x[[ E  ≤ 1,  o que  prova  a  afirma¸c˜ao.   Da´ı  e  do  fato  de  B E    ser  convexo  e  fechado  na  topologia  fraco ∗ σ(E  , E  ),  resulta  que  J(B E ) σ(E  ,E  ) ⊂ B E    = B E  σ(E  ,E  ) .   Mostraremos  que J(B E ) σ(E  ,E  ) ⊃ B E  .   (3.25) Em  outras  palavras,   dada  ξ ∈  B E  ,   provaremos  que  para  toda  uma  vizinhan¸ca  V   de ξ   na  topologia  fraco ∗  σ(E  , E  )  tem-se  que  V ∩ J(B E ) ,= ∅.   Com  efeito,   seja,   ent˜ ao, ξ ∈ B E    e  V   uma  vizinhan¸ca  de  ξ  na  topologia  σ(E  , E  ),  ou  seja, V  = ¦η ∈ E  ; [ ¸η −ξ, f i ) [ < ε,   i = 1,     , n¦, 124   INTRODUC¸  ˜ AO   ` A  AN ´ ALISE  FUNCIONAL onde  f i  ∈ E  e  ε > 0.   Devemos  mostrar  que  existe  x ∈ B E   tal  que  J x  ∈ V ,  isto ´e, [ ¸J x −ξ, f i ) [ < ε,   i = 1,     , n,   ou  seja, [ ¸f i , x) −¸ξ, f i ) [ < ε,   i = 1,     , n,   ou  ainda, [ ¸f i , x) −α i [ < ε,   i = 1,     , n,   onde  α i   = ¸ξ, f i ) . Seja,  ent˜ ao,  β  = (β 1 ,     , β n ) ∈ 1 n .   Ent˜ ao, ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ n  i=1 β i α i ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ = ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ n  i=1 β i  ¸ξ, f i ) ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ = ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ _ ξ, n  i=1 β i f i _¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ≤ [[ξ[[ E  . ¸¸ . ≤1 ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ n  i=1 β i f i ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ E  ≤ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ n  i=1 β i f i ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ E  . Da  desigualdade  acima  resulta,  em  virtude  do  Lema  de  Helly,  que  existe  Jx ∈ B E   tal que  x ∈ J(B E ) ∩ V ,  conforme  quer´ıamos  demonstrar. 2 Teorema  3.41  Seja  E  um  espa¸co  de  Banach.   Ent˜ao,   E  ´e  reflexivo  se,   e  somente  se, B E   = ¦x ∈ E; [[x[[ E  ≤ 1¦  ´e  compacta  na  topologia  fraca  σ(E, E  ). Demonstra¸c˜ao:   (⇒)  Suponhamos  E  reflexivo.   Ent˜ ao  J(E) = E  e,  portanto,  do  fato de [[J x [[ E    = [[x[[ E   resulta  que x ∈ B E  ⇒ J x  ∈ B E  ,   ou  seja  J(B E ) ⊂ B E  . Agora, se y ∈ B E    temos que y  = J x , para algum x ∈ B E , pois 1 ≥ [[y[[ E    = [[J x [[ E    = [[x[[ E ,  o  que  implica  que B E  ⊂ J(B E ). Assim,  a  reflexividade  de  E  implica  que J(B E ) = B E  . Pelo  Teorema  de   Banach-Alaoglu-Bourbaki,   B E    ´e   compacta  na  topologia  fraco ∗ σ(E  , E  ).   Como B E   = J −1 (B E  ), basta mostrar que J −1 : (E  , σ(E  , E  )) →(E, σ(E, E  )) ´e cont´ınua, pois toda fun¸c˜ ao cont´ınua leva conjuntos compactos em conjuntos compactos. De fato, de acordo com a proposi¸c˜ ao 3.7, J −1 : (E  , σ(E  , E  )) →(E, σ(E, E  )) ´e cont´ınua, ESPAC¸ OS  REFLEXIVOS   125 se,   e  somente  se,   f ◦ J −1 :  (E  , σ(E  , E  )) → 1  ´e  cont´ınua,   para  toda  f ∈  E  .   Notemos que (f ◦ J −1 )(ξ) = ¸ f, J −1 (ξ) _ = ¸f, x) = ¸J x , f) = ¸ξ, f) ,   para  toda  ξ ∈ E  . (  observe  que  ξ  = J x ,   x ∈ E   pela  sobrejetividade  da  aplica¸c˜ ao  J  : E →E  ). Al´em  disso,   E  munido   da   topologia   fraco ∗   σ(E  , E  ),   torna   cont´ınua   todas   as aplica¸c˜ oes ¦J f ¦ f∈E  ,  onde J f   : E  →1,   ξ → J f (ξ) = ¸ξ, f) . Do  exposto  acima,   e   como  E  est´a  munido  da  topologia  fraco ∗  σ(E  , E  ),   temos que  a  fun¸c˜ ao  f ◦ J −1 :   (E  , σ(E  , E  )) → 1  ´e  cont´ınua,   o  que  prova  a  continuidade  de J −1 : (E  , σ(E  , E  )) →(E, σ(E, E  )) e, conseq¨ uentemente a compacidade da bola B E   na topologia  fraca  σ(E, E  ). (⇐)  Reciprocamente,  suponhamos  que  B E   ´e  compacta  na  topologia  σ(E, E  ).   Como J  : (E, [[  [[ E ) →(E  , [[  [[ E  ), isomorfismo canˆonico ´e cont´ınuo (J  ´e isometria), vem, pelo teorema  3.25,   que  J  :   (E, σ(E, E  )) →  (E  , σ(E  , E  ))  ´e  cont´ınuo.   Como  σ(E  , E  ) ⊂ σ(E  , E  )   resulta  imediatamente   que   J   :   (E, σ(E, E  ))  →  (E  , σ(E  , E  ))   ´e   tamb´em cont´ınuo.   Como,  por  hip´otese,  B E   ´e  compacta  na  topologia  σ(E, E  ),  resulta  que  J(B E ) ´e  compacta  na  topologia  σ(E  , E  ).   Por  outro  lado,   pelo  lema  de  Goldstine,   temos  que J(B E ) ´e  denso  em  B E    na  topologia  σ(E  , E  ),  ou  seja, J(B E ) σ(E  ,E  ) = B E  . Mas,   como  J(B E )  ´e  fechado,   (posto  que  ´e  compacto)  na  topologia  σ(E  , E  )  resulta que J(B E ) = B E  .   (3.26) Afirmamos  que J(E) = E  .   (3.27) Com  efeito,   seja  ξ ∈  E  ¸¦0¦.   Ent˜ ao,   γ  =   ξ ||ξ|| E  ∈  B E    e  de  (3.26)  existe  x ∈  B E   tal que  γ  =  J x ,   isto  ´e,   J x   =   ξ ||ξ|| E  ,   ou  seja,   J ||ξ|| E  x   =  ξ.   Pondo  y  = [[ξ[[ E  x ∈  E  vem  que ξ  = J y ,  o  que  implica  que  E  ⊂ J(E)  (j´a  que  0 ∈ J(E)).   Como  J(E) ⊂ E  ,  fica  provado (3.27)  e  conseq¨ uentemente  o  teorema. 2 126   INTRODUC¸  ˜ AO   ` A  AN ´ ALISE  FUNCIONAL Observa¸c˜ao  3.42  Evidentemente  os  espa¸cos  de  dimens˜ao  finita  s˜ao  reflexivos. Proposi¸c˜ao  3.43  Sejam  E  um  espa¸co   de   Banach   reflexivo   e   M  ⊂  E  um  subespa¸co vetorial  fechado.   Ent˜ao,  M,  munido  da topologia induzida  por  E, ´e um  espa¸co de  Banach reflexivo. Demonstra¸c˜ao:   Como  M ⊂  E  ´e  fechado,   temos  que  M,   munido  da  norma  induzida por  E  ´e  um  espa¸co  de  Banach.   Resta-nos  mostrar  que  M  ´e  reflexivo,  ou  seja,  de  acordo com  o  Teorema  3.41,  que  B M   = B E  ∩ M  ´e  compacta  na  topologia  σ(M, M  ). Antes,  provaremos  que  as  topologias  σ(M, M  )  (topologia  induzida  pelas  fam´ılia ¦f  : M →  1,   lineares  e  cont´ınuas ¦)  e  σ(E, E  )[ M   =  σ(E, E  ) ∩ M  coincidem.   Com  efeito, seja f ∈ M  .   Pelo corol´ario 1.15 temos que existe g ∈ E  tal que g[ M   = f.   Por outro lado, dado  g ∈ E  ,  ent˜ ao  f  = g[ M  ∈ M  .   Sejam  x 0  ∈ M  e  V ∈ σ(M, M  ),  vizinhan¸ca  de  x 0   na topologia  fraca.   Assim, V   =   ¦x ∈ M; [¸f i , x −x 0 )[ < ε, i = 1,     , n¦  (  onde  f i  ∈ M  e  ε > 0) =   ¦x ∈ M; [¸g i , x −x 0 )[ < ε, i = 1,     , n¦  (  onde  g i  ∈ E  , g i [ M   = f i   e  ε > 0) =   ¦x ∈ E; [¸g i , x −x 0 )[ < ε, i = 1,     , n¦ ∩ M  (  onde  g i  ∈ E  e  ε > 0) =   V 0 ∩ M,   com  V 0  ∈ σ(E, E  ). A rec´ıproca ´e an´aloga, o que prova que as topologias σ(M, M  ) e σ(E, E  ) ∩M  coinci- dem.   Como B M   = B E ∩M  e B E   e M  s˜ao fechados na topologia forte de E  vem que B M   ´e fechada na topologia forte de E.   Al´em disso, como B E   e M  s˜ao convexos, resulta que B M ´e  convexa.   Logo,  em  virtude  do  teorema  3.21  conclu´ımos  que  B M   ´e  fechada  na  topologia fraca  σ(E, E  )  de  E.   Como  B M  ⊂ B E   e  B E   ´e  compacta  na  topologia  fraca  σ(E, E  )(  em virtude da reflexividade de E) e B M   ´e a´ı fechada, resulta que B M   ´e compacta na topologia fraca  σ(E, E  ),  ou  equivalentemente,  que  B M   ´e  compacta  na  topologia  fraca  σ(M, M  ). 2 Corol´ario  3.44  Seja  E  um  espa¸co  de   Banach.   E  ´e   reflexivo  se,   e   somente   se,   E  ´e reflexivo. Demonstra¸c˜ao:   (⇒)  Seja  E  reflexivo.   Basta  mostrar,   em  virtude  do  teorema  3.41, que  B E    ´e  compacta  na  topologia  σ(E  , E  ).   Por  hip´otese,  J(E) = E  e  pelo  Teorema  de ESPAC¸ OS  REFLEXIVOS   127 Alaoglu  temos  que  B E    ´e  compacta  na  topologia  fraco∗  σ(E  , E)  de  E  .   Como,   atrav´es do  isomorfismo  J  :   E →  E  ,   identificamos  E  com  J(E) ≡  E  ,   decorre  que  σ(E  , E) ≡ σ(E  , E  )  e,  portanto,  B E    ´e  compacta  na  topologia  σ(E  , E  ). (⇐)  Consideremos  E  reflexivo.   Pelo  que  acabamos  de  provar  E  ´e  reflexivo.   Afir- mamos  que J(E) ´e  subespa¸co  fechado  de  E  .   (3.28) Com  efeito,   seja  y ∈  J(E) ||·|| E  .   Ent˜ ao,   existe ¦x n ¦ n∈N  ⊂  E  tal   que  Jx n  →  y  em  E  fortemente.   Logo, ¦Jx n ¦ n∈N   ´e  de  Cauchy  em  E  e  como [[Jx[[ E    = [[x[[ E   resulta  que ¦x n ¦ n∈N   ´e  de  Cauchy  em  E.   Sendo  E  Banach,   existe  x ∈  E  tal   que  x n  →  x  fortemente em  E  e,  pela  continuidade  da  aplica¸c˜ao  J,  Jx n  → Jx  fortemente  em  E  .   Pela  unicidade do  limite  conclu´ımos  que  y  = Jx ∈ J(E),  o  que  prova  o  desejado  em  (3.28).   Assim,  pela proposi¸c˜ ao  3.43  deduzimos  que  J(E) ´e  reflexivo.   Como  J(E)  se  identifica  com  E  atrav´es do  isomorfismo  J,  segue  que  E  ´e  reflexivo,  o  que  conclui  a  prova. 2 Corol´ario  3.45  Sejam  E  um  espa¸co  de  Banach  reflexivo  e  K  um  subconjunto  convexo, fechado  e  limitado  de  E.   Ent˜ao  K  ´e  compacto  na  topologia  fraca  σ(E, E  ). Demonstra¸c˜ao:   Sendo E  reflexivo temos, de acordo com o teorema 3.41 que a bola B E ´e  compacta  na  topologia  fraca  σ(E, E  ).   Por  outro  lado,  como  K  ´e  convexo  e  fechado  na topologia  forte  de  E  resulta,   em  virtude  do  teorema  3.21  que  K  ´e  fechado  na  topologia fraca σ(E, E  ).   Como K  ´e limitado, existe m ∈ N tal que K ⊂ mB E .   Sendo K  fechado e mB E   ´e  compacto  na  topologia  fraca  σ(E, E  )  vem  que  K  ´e  compacto  na  topologia  fraca σ(E, E  ).   Isto  encerra  a  prova.   2 Teorema  3.46  Sejam  E  um  espa¸co  de  Banach  reflexivo,   A ⊂  E  um  conjunto  convexo, fechado  e  n˜ao  vazio  e  ϕ  :   A →] − ∞, +∞]   uma  fun¸c˜ao  convexa,   s.c.i.,   ϕ ,=  +∞  (n˜ao identicamente  +∞)  e  tal   que lim ||x||→+∞, x∈A ϕ(x) = +∞  (  se  A  for  limitado  se  omite  tal   hip´otese). Ent˜ao,  ϕ  atinge  seu  m´ınimo  em  A,  ou  seja,  existe  x 0  ∈ A  tal   que  ϕ(x 0 ) = min x∈A ϕ(x). 128   INTRODUC¸  ˜ AO   ` A  AN ´ ALISE  FUNCIONAL Demonstra¸c˜ao:   Pelo  fato  de   ϕ ,=  +∞,   existe   a ∈  A  tal   que   ϕ(a)   =  λ 0   <  +∞. Consideremos  o  conjunto  de  n´ıvel  associado  a  λ 0 ,  isto ´e, N(λ 0 , ϕ) = ¦x ∈ A; ϕ(x) ≤ λ 0 ¦. Como  ϕ  ´e  convexa  e  s.c.i.   temos,   em  virtude  dos  lemas  1.33  e  1.42  que  N(λ 0 , ϕ)  ´e convexo  e  fechado.   A  seguir,  provaremos  que N(λ 0 , ϕ) ´e  limitado.   (3.29) Se  A  for  limitado,  nada  temos  a  provar  posto  que  N(λ 0 , ϕ) ⊂ A.   Se  A  n˜ao  for  limitado, suponhamos,   por  contradi¸ c˜ao,   que  N(λ 0 , ϕ)  n˜ao  seja  limitado.   Ent˜ao,   existe ¦x n ¦ n∈N  ⊂ N(λ 0 , ϕ)  tal  que [[x n [[ →+∞  quando  n →+∞,  ou  seja, Existe ¦x n ¦ n∈N  ⊂ N(λ 0 , ϕ)   tal  que  ϕ(x n ) ≤ λ 0 ,   para  todo  n ∈ N   e [[x n [[ → +∞. Mas,   por   hip´otese,   lim ||x||→+∞, x∈A ϕ(x)   =  +∞,   o  que  ´e   uma  contradi¸c˜ao,   provando  o desejado  em  (3.29). Logo,   N(λ 0 , ϕ)  ´e  um  conjunto  convexo,   fechado  e  limitado  de  E.   Pelo  corol´ario  3.45 resulta  que  N(λ 0 , ϕ) ´e  compacto  na  topologia  fraca  σ(E, E  ).   Resulta  da´ı,  do  fato  que  ϕ ´e  s.c.i.   na  topologia  fraca  σ(E, E  ),  e,  em  virtude  do  lema  1.39,  que  existe  x 0  ∈ N(λ 0 , ϕ) tal  que  ϕ(x 0 ) ≤  ϕ(x),   para  todo  x ∈  N(λ 0 , ϕ).   Al´em  disso,   se  x ∈  A¸N(λ 0 , ϕ)  vem  que ϕ(x) > λ 0  ≥ ϕ(x 0 )   (x 0  ∈ N(λ 0 , ϕ)).   Logo, ϕ(x 0 ) ≤ ϕ(x),   para  todo  x ∈ A. Como  x 0  ∈ A,  resulta  que  ϕ(x 0 ) = min x∈A ϕ(x).   Isto  conclui  a  prova. 2 Antes de enunciarmos o pr´oximo resultado, relembremos o conceito de adjunto de um operador  linear  n˜ao  limitado  introduzido  na  se¸c˜ ao  2.6.   Sejam  E  e  F  espa¸cos  de  Banach e  A  :   D(A) ⊂  E →  F  um  operador  linear  n˜ao  limitado  com  D(A)  =  E.   Consideremos v ∈ F  tal  que  a  composi¸c˜ao  v ◦ A ´e  uma  forma  linear  limitada.   Como  D(v ◦ A) = D(A), temos que v ◦ A ´e uma forma linear limitada com dom´ınio denso em E.   Assim, existe um ´ unico  prolongamento  f v   de  v ◦ A  a  todo  E.   Definamos D(A ∗ ) = ¦v ∈ F  ; v ◦ A  ´e  limitado ¦ , A ∗   : D(A ∗ ) ⊂ F  →E  , v →A ∗ v  = f v . ESPAC¸ OS  REFLEXIVOS   129 Temos,  ainda,  a  rela¸c˜ ao  de  adjun¸c˜ ao ¸A ∗ v, u) = ¸v, Au) ,   para  todo  v ∈ D(A ∗ )  e  u ∈ D(A). Se  D(A ∗ ) = F  ,  podemos  definir  A ∗∗   da  seguinte  forma D(A ∗∗ ) = ¦ξ ∈ E  ; ξ ◦ A ∗   ´e  limitado ¦ , A ∗∗   : D(A ∗∗ ) ⊂ E  → F  , ξ →A ∗∗ ξ  = f ξ . Temos  ainda  que ¸A ∗∗ ξ, v) = ¸ξ, A ∗ v) ,   para  todo  ξ ∈ D(A ∗∗ )  e  v ∈ D(A ∗ ). Teorema  3.47  Sejam  E  e  F  espa¸cos  de  Banach  reflexivos  e  A  :   D(A) ⊂  E →  F  um operador  linear,  n˜ao  limitado,  fechado  e  com  D(A) = E.   Ent˜ao: (i)  D(A ∗ )   ´e  denso  em  F  . (ii)  A ∗∗   = A. Demonstra¸c˜ao:   (i)   Para  mostrar   este  item  usaremos   o  corol´ario  1.29.   Seja,   ent˜ao, ϕ ∈  F  tal   que ¸ϕ, v) F  ,F  =  0,   para  todo  v ∈  D(A ∗ ) ⊂  F  .   Como  F  ´e  reflexivo,   temos que  ϕ  se  identifica  com  um  elemento  de  F  pelo  isomorfismo  J  e,   desta  forma,   podemos ent˜ ao  dizer  que  ϕ ∈ F.   Logo, ¸v, ϕ) F  ,F   = 0,  para  todo  v ∈ D(A ∗ ).   Afirmamos  que ϕ ≡ 0   em  F.   (3.30) De fato, suponhamos, por contradi¸c˜ ao, que ϕ ,= 0 (n˜ao ´e identicamente nula).   Ent˜ ao o ponto (0, ϕ)  / ∈ G(A) pois A0 = 0.   Como G(A) ´e fechado, por hip´otese, e G(A) ´e subspa¸co, (em  virtude  da  linearidade  de  A),   existe,   em  decorrˆencia  da  2 a Forma  Geom´etrica  do Teorema  de  Hahn-Banach,   um  hiperplano  fechado  em  E  F  que  separa  estritamente G(A)  e ¦(0, ϕ)¦,  ou  seja,  existem  (f, v) ∈ E  F  e  α ∈ 1  tais  que ¸f, u) +¸v, Au) < α < ¸v, ϕ) ,   para  todo  u ∈ D(A).   (3.31) Definamos Φ : G(A) ⊂ E F →1 (u, Au) →Φ(u, Au) = ¸f, u) +¸v, Au) . 130   INTRODUC¸  ˜ AO   ` A  AN ´ ALISE  FUNCIONAL Como  Φ  ´e  uma  forma  linear  definida  sobre  G(A),   que  ´e  um  subespa¸co  vetorial,   e  tal que,  em  virtude  de  (3.31),  Φ(u, Au) < α,  ent˜ ao,  Φ ≡ 0  em  G(A).   Resulta  da´ı  que ¸−f, u) = ¸v, Au) ,   para  todo  u ∈ D(A)  e 0 < α < ¸v, ϕ) . Das  rela¸c˜ oes  acima  conclu´ımos  que  v ∈  D(A ∗ ),   A ∗ v  = −f  e ¸v, ϕ) , =  0,   o  que  ´e  uma contradi¸ c˜ao  pois ¸v, ϕ) F  ,F   = 0,  para  todo  v ∈ D(A ∗ ).   Isto  prova  (3.30).   Resulta  da´ı  que ϕ ≡  0  em  F  ,   ou  ainda, ¸ϕ, v) F  ,F  =  0,   para  todo  v ∈  F  ,   o  que  prova  a  densidade  de D(A ∗ )  em  F  . (ii)  Pelo ´ıtem  (i)  faz  sentido  definirmos  A ∗∗   :  D(A ∗∗ ) ⊂  E →  F,   pois,   pela  reflexivi- dade,  E ≡ E  e  F ≡ F  .   Consideremos  a  aplica¸c˜ ao  J  definida  em  (2.29)  dada  por J  : F  E  →E  F  ;   J([v, f]) = [−f, v], e  A : D(A) ⊂ E →F  um  operador  linear  n˜ao  limitado  tal  que  D(A) = E. Ent˜ao, J(G(A ∗ )) = G(A) ⊥ . Analogamente,  em  fun¸c˜ ao  da  reflexividade  E ≡ E  e  F ≡ F  ,  temos J  : E F →F E;   J([v, f]) = [−f, v], e como A ∗   : D(A ∗ ) ⊂ F  →E  ´e um operador linear n˜ao limitado tal D(A ∗ ) = F  podemos escrever J(G(A ∗∗ )) = G(A ∗ ) ⊥ . Al´em  disso, [J(G(A ∗ ))] ⊥   = _ _ _ [x, y] ∈  E F . ¸¸ . ≡E  ×F  ; ¸[−A ∗ v, v], [x, y]) = 0,   para  todo  v ∈ D(A ∗ ) _ _ _ =   ¦[x, y] ∈ E F; ¸A ∗ v, x) = ¸v, y) ,   para  todo  v ∈ D(A ∗ )¦ . Por  outro  lado, G(A ∗ ) ⊥   = ¦[x, y] ∈ F E; ¸[−A ∗ v, v], [x, y]) = 0,   para  todo  v ∈ D(A ∗ )¦ . ESPAC¸ OS  SEPAR ´ AVEIS   131 Assim, [x, y] ∈ [J(G(A ∗ ))] ⊥   ⇔  ¸[−A ∗ v, v], [x, y]) = 0,   para  todo  v ∈ D(A ∗ ) ⇔  ¸−A ∗ v, x) +¸v, y) = 0,   para  todo  v ∈ D(A ∗ ) ⇔  ¸[v, A ∗ v], [y, −x]) = 0,   para  todo  v ∈ D(A ∗ ) ⇔   [y, −x] ∈ G(A ∗ ) ⊥ ⇔   [x, y] ∈ J _ G(A ∗ ) ⊥ _ , o  que  prova  que [J(G(A ∗ ))] ⊥   = J _ G(A ∗ ) ⊥ _ .   (3.32) Por  conseguinte,  como  G(A) ´e  fechado,  e,  portanto G(A) = G(A) = _ G(A) ⊥ ¸ ⊥ , segue  de  (3.32)  e  das  rela¸c˜ oes  acima  que G(A) = _ G(A) ⊥ ¸ ⊥   = [J(G(A ∗ ))] ⊥   = J _ G(A ∗ ) ⊥ _ = J ◦ J . ¸¸ . =−I (G(A ∗∗ )) = −G(A ∗∗ ) = G(A ∗∗ ). Portanto,  D(A) = D(A ∗∗ )  e  A ≡ A ∗∗ ,  o  que  conclui  a  prova. 2 3.6   Espa¸cos  Separ´aveis Defini¸c˜ao  3.48  Dizemos  que  um  espa¸co  topol´ogico  E  ´e  separ´avel  se  existe  um  conjunto D ⊂ E  enumer´avel   e  denso  em  E. Equivalentemente,   dizemos  que  E  ´e  separ´avel   se  existe  uma  seq¨ uˆencia ¦x n ¦ n∈N  ⊂  E tal  que ¦x n ¦ n∈N   = E. S˜ao  exemplos  de  espa¸cos  separ´aveis:   1  ou,   mais  geralmente, 1 n pois ¸ n = 1 n ,   para n  =  1, 2,    .   Um  outro  exemplo  interessante  ´e  o  espa¸co  das  fun¸c˜ oes  cont´ınuas  C(a, b) munido da norma do supremo pois, pelo teorema de Weirstrass, toda fun¸c˜ ao cont´ınua pode ser aproximada por polinˆomios de coeficientes reais e estes por polinˆomios de coeficientes racionais. 132   INTRODUC¸  ˜ AO   ` A  AN ´ ALISE  FUNCIONAL Proposi¸c˜ao  3.49  Todo  espa¸co  topol´ogico  X  que  satisfa¸ca  ao  2 0 Axioma  da  Enumerabi- lidade  ´e  separ´avel. Demonstra¸c˜ao:   Se  X  satisfaz  ao  2 0 Axioma  da  Enumerabilidade,   ent˜ ao  existe  uma base  enumer´ avel ¦A n ¦ n∈N   para  a  topologia  de  X  (reveja  se¸c˜ao  3.1).   Para  cada  n ∈ N, escolhamos  a n  ∈ A n   e  definamos  A = ¦a n ¦ n∈N .   Afirmamos  que X¸A = ∅.   (3.33) De  fato,  suponhamos,  por  contradi¸c˜ao,  que  (3.33)  n˜ao  ocorra.   Como  X¸A ´e  aberto  e por  ser ¦A n ¦  uma  base,  ent˜ao,  para  todo  x ∈ X¸A  existe  A n x  ∈ A n   tal  que x ∈ A nx  ⊂ X¸A.   (3.34) Por  outro  lado,   como  A ⊂  A  e  A ∩ (X¸A)  = ∅,   resulta  que  A ∩ (X¸A)  = ∅.   Logo, a n   / ∈ (X¸A), para todo n ∈ N e, portanto, A n  _ (X¸A), para todo n ∈ N, o que contraria (3.34)  ficando  provado  (3.33).   Resulta  da´ı  que  A = X,  o  que  conclui  a  prova. 2 Proposi¸c˜ao  3.50  Seja  E  um  espa¸co  m´etrico  separ´avel.   Ent˜ao,   E  satisfaz  o  2 0 Axioma da  Enumerabilidade. Demonstra¸c˜ao:   Seja ¦x n ¦ n∈N  ⊂ E um subconjunto enumer´ avel e denso em E.   Provare- mos  que: ¦B rn (x n ); r n   > 0  tais  que  r n  ∈ ¸,   para  todo  n ∈ N¦   (3.35) ´e  uma  base  para  a  fam´ılia  de  abertos  de  E. De  fato,   sejam  U  um  aberto  de  E  e  x ∈  U.   Ent˜ ao,   existe  r  >  0  tal   que  B r (x) ⊂  U. Seja  ρ ∈ ¸  com  0 < ρ < r.   Ent˜ao,  B ρ (x) ⊂ U.   Como ¦x n ¦ n∈N   = E,  existe  n ∈ N  tal  que x n  ∈ B ρ/3 (x).   Assim,  x ∈ B ρ/3 (x n ) ⊂ B 2ρ/3 (x n ).   Afirmamos  que B 2ρ/3 (x n ) ⊂ B ρ (x).   (3.36) Com  efeito,  seja  y ∈ B 2ρ/3 (x n ).   Ent˜ao,  d(y, x n ) <   2ρ 3  ,  o  que  implica  que d(y, x) ≤ d(y, x n ) + d(x, x n ) <   2ρ 3   +   ρ 3   = ρ ⇒y ∈ B ρ (x), o  que  prova  (3.36).   Segue  da´ı  que  x ∈ B 2ρ/3 (x n ) ⊂ B ρ (x) ⊂ U,  onde   2ρ 3   ∈ ¸,  o  que  prova o  desejado  em  (3.35).   2 ESPAC¸ OS  SEPAR ´ AVEIS   133 Observa¸c˜ao  3.51  A  proposi¸c˜ao  acima  n˜ao  ´e  v´alida  para  espa¸cos  topol´ogicos  em  geral, ou  seja,  existem  espa¸cos  topol´ogicos  separ´aveis  que  n˜ao  satisfazem  ao  2 0 Axioma  da  Enu- merabilidade. Proposi¸c˜ao  3.52  Seja  E  um  espa¸co  m´etrico  separ´avel  e  F  um  subconjunto  de  E.   Ent˜ao F  ´e  separ´avel. Demonstra¸c˜ao:   Como  E  ´e  um  espa¸co  m´etrico  separ´avel,   temos,   pela  proposi¸c˜ ao  3.50 que  E  satisfaz  ao  2 0 Axioma  da  Enumerabilidade  e,   portanto,   existe ¦A n ¦ n∈N   uma  base enumer´ avel  de  abertos  de  E.   Afirmamos  que: ¦B n ¦ n∈N ,   onde  B n   = A n ∩ F,   ´e  uma  base  enumer´avel  de  abertos  de  F.   (3.37) De fato, sejam U  aberto de F  e x ∈ U.   Ent˜ao, x ∈ U  = A∩F, onde A ´e aberto de E. Assim,  x ∈ A  e  x ∈ F.   Por  outro  lado,  existe  n ∈ N  tal  que  x ∈ A n  ⊂ A  e,  desta  forma, x ∈ A n ∩ F . ¸¸ . =Bn ⊂ A ∩ F  = U, o  que  prova  (3.37). Assim, F, com a m´etrica induzida de E, ´e um espa¸co m´etrico que satisfaz ao 2 0 Axioma da  Enumerabilidade  e,  por  conseguinte, ´e  separ´avel. 2 Teorema  3.53  Seja  E  um  espa¸co  de  Banach.   Se  E  ´e  separ´avel,  ent˜ao  E  ´e  separ´avel. Demonstra¸c˜ao:   Como  E  ´e  separ´avel,   existe  uma  seq¨ uˆencia ¦f n ¦ n∈N  ⊂  E  tal   que ¦f n ¦ n∈N   = E  .   Tamb´em,  pelo  fato  de [[f n [[ E    =   sup x∈E,||x||=1 [¸f n , x)[ , e pela defini¸c˜ ao de supremo, temos que, para cada n ∈ N, existe x n  ∈ E  tal que [[x n [[ = 1, e  al´em  disso, 1 2 [[f n [[ E    < [¸f n , x n )[ ≤ [[f n [[ E  .   (3.38) 134   INTRODUC¸  ˜ AO   ` A  AN ´ ALISE  FUNCIONAL Seja  L 0   o  espa¸co  vetorial   sobre ¸  gerado  pelos ¦x n ¦ n∈N ,   isto  ´e,   L 0   ´e  o  conjunto  das combina¸ c˜oes lineares finitas, com coeficientes em ¸, de elementos de ¦x n ¦ n∈N .   Afirmamos que: L 0   ´e  enumer´avel.   (3.39) Com  efeito,  seja Λ n   = [x 1 ,     , x n ] o  subespa¸co  gerado  por ¦x 1 ,     , x n ¦  com  coeficientes  em ¸.   Ent˜ ao,  a  aplica¸c˜ ao Φ : Λ n  →¸ n x → (α 1 ,     , α n )  onde  x =  n i=1 α i x i ´e  bijetora,   e  conseq¨ uentemente  Λ n   ´e  enumer´avel.   Al´em  disso,   L 0   =  n∈N Λ n ,   o  que  prova (3.39)  j´a  que  L 0   ´e  dado  pela  uni˜ao  enumer´ avel  de  conjuntos  enumer´ aveis. Consideremos,   agora,   L  o  espa¸co  vetorial   sobre 1  gerado  pelos ¦x n ¦ n∈N .   Afirmamos que L 0   ´e  denso  em  L.   (3.40) De  fato,   seja  y ∈  L.   Devemos  mostrar  que  existe  y 0  ∈  L 0   tal   que [[y − y 0 [[ E   <  ε, para  ε  >  0  dado.   Com  efeito,   como  y ∈  L,   y   =  n i=1 α i x i ,   α i  ∈  1.   Sejam  ε  >  0  e (r 1 ,     , r n ) ∈ ¸ n tais  que [[(r 1 ,     , r n ) −(α 1 ,     , α n )[[ R n  <   ε n , o  que ´e  poss´ıvel  j´a  que ¸ n = 1 n .   Segue  da´ı  que [[y −y 0 [[ E   = ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ n  i=1 (r i −α i )x i ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ≤ n  i=1 [r i −α i [ [[x i [[ E . ¸¸ . =1 < n ε n   = ε, o  que  prova  (3.40). Mostraremos, a seguir, que L ´e denso em E  e, portanto, em virtude de (3.40) teremos que  L 0   ´e  denso  em  E.   Com  efeito,  seja  f ∈ E  tal  que ¸f, x) = 0  para  todo  x ∈ L.   Para concluir  o  desejado  devemos  mostrar,  de  acordo  com  corol´ario  1.29,  que ¸f, x) = 0,  para ESPAC¸ OS  SEPAR ´ AVEIS   135 todo  x ∈ E.   Temos,  de  (3.38)  que 1 2 [[f n [[ E    <   [¸f n , x n )[   (3.41) ≤   [¸f n −f, x n )[ +   [¸f, x n )[ . ¸¸ . =0,pois  x n ∈L ≤   [[f n −f[[ E  [[x n [[ E . ¸¸ . =1 ≤ [[f n −f[[ E  ,   para  todo  n ∈ N. Seja  ε > 0.   Pela  densidade  de ¦f n ¦ n∈N   em  E  ,  existe  n 0  ∈ N  tal  que [[f n 0  −f[[ E    < ε.   (3.42) Logo,  de  (3.41)  e  (3.42)  resulta  que [[f n 0 [[ E    < 2ε,  o  que  implica  que [[f[[ E  ≤ [[f −f n 0 [[ E   +[[f n 0 [[ E    < ε + 2ε = 3ε. Pela  arbitrariedade  de  ε  >  0  segue  que [[f[[ E   ≡  0,   ou  seja,   f   =  0,   o  que  prova  o desejado.   Isto  conclui  a  prova  do  teorema.   2 Observa¸c˜ao  3.54  Notemos que a rec´ıproca do Teorema anterior n˜ao ´e verdadeira, isto ´e, n˜ao ´e  sempre  verdade  que  se  E  ´e  separ´avel  ent˜ao  E  ´e  separ´avel.   Por  exemplo,  considere- mos  os  espa¸cos  L p (Ω),  Ω ⊂ 1 n ,  aberto.   Temos  que  L p (Ω)  ´e  separ´avel   para  1 ≤ p < +∞. Na  demonstra¸c˜ao  utiliza-se  que  C 0 (Ω)  ´e  denso  em  L p (Ω),   1 ≤  p  <  +∞,   onde  C 0 (Ω)  ´e o  espa¸co  das  fun¸c˜oes  cont´ınuas  com  suporte  compacto  contido  em  Ω.   Contudo,   L ∞ (Ω) n˜ao  ´e  separ´avel.   Como  [L 1 (Ω)]  ≡  L ∞ (Ω)   temos   que  L 1 (Ω)   ´e  separ´avel   enquanto  que [L 1 (Ω)]  ≡ L ∞ (Ω)  n˜ao  ´e  separ´avel. Corol´ario  3.55  Seja  E  um  espa¸co  de  Banach.   Ent˜ao,   E  ´e  reflexivo  e  separ´avel   se  e somente  se  E  ´e  reflexivo  e  separ´avel. Demonstra¸c˜ao:   (⇐)  Suponhamos  que  E  ´e  reflexivo  e  separ´avel.   Pelo  corl´ario  3.44  e pelo  teorema  3.53  segue  que  E  ´e  reflexivo  e  separ´avel. (⇒)   Suponhamos,   reciprocamente,   que  E  seja  reflexivo  e  separ´avel.   Pelo  corol´ario 3.44  resulta  que  E  ´e  reflexivo.   Sendo  E  reflexivo,   E ≡  E  e  como  E  ´e  separ´avel   E  tamb´em  o ´e.   Pelo  teorema  3.53  vem  ent˜ao  que  E  ´e  separ´avel,  o  que  conclui  a  prova. 2 136   INTRODUC¸  ˜ AO   ` A  AN ´ ALISE  FUNCIONAL Teorema  3.56  Seja  E  um  espa¸co  de  Banach  separ´avel.   Ent˜ao,  B E    = ¦f ∈ E  ; [[f[[ E  ≤ 1¦ ´e metriz´avel para a topologia fraco∗  σ(E  , E),  isto ´e,  existe uma m´etrica definida sobre B E    tal   que  a  topologia  induzida  pela  m´etrica  coincide  com  a  topologia  fraco∗ σ(E  , E) sobre  B E  .   Reciprocamente,  se  B E    ´e  metriz´avel   para  σ(E  , E),  ent˜ao,  E  ´e  separ´avel. Demonstra¸c˜ao:   (⇒)  Seja ¦x n ¦ n∈N   um  subconjunto  enumer´avel   e  denso  em  B E   (este conjunto  ´e  obtido  interceptando-se  o  conjunto  existente  para  E  com  B E ).   Definimos  a seguinte  aplica¸c˜ ao: d : B E  B E  →1 +   (3.43) (f, g) →d(f, g) = +∞  n=1 1 2 n  [¸f −g, x n )[ . •   d(, )  est´a  bem  definida,  pois [¸f −g, x n )[ ≤ [[f −g[[ E  [[x n [[ E  ≤ [[f −g[[ E  , o  que  implica  que d(f, g) = +∞  n=1 1 2 n  [¸f −g, x n )[ ≤ [[f −g[[ E  +∞  n=1 1 2 n   < +∞. •   d(, )  define  claramente  uma  m´etrica  (verifique  tal  fato). Mostraremos   que   a   m´etrica   acima   induz   em  B E    uma   topologia   coincidente   com σ(E  , E).   Com  efeito, (a) Sejam f 0  ∈ B E    e V  uma vizinhan¸ca de f 0   em B E    na topologia σ(E  , E).   Provare- mos  que  existe  r > 0  tal  que U  = ¦f ∈ B E  ; d(f, f 0 ) < r¦ ⊂ V.   (3.44) Podemos supor, sem perda da generalidade (de acordo com a proposi¸c˜ ao 3.29), que V ´e  da  forma V  = ¦f ∈ B E  ; [ ¸f −f 0 , z i ) [ < ε; i = 1,     , n¦,   onde  z i  ∈ B E   e  ε > 0. Como ¦x n ¦ n∈N   ´e  denso  em  B E ,  para  cada  i ∈ ¦1,     , n¦,  existe  n i  ∈ N  tal  que [[z i −x n i [[ E   <   ε 4 .   (3.45) ESPAC¸ OS  SEPAR ´ AVEIS   137 Seja  r > 0  tal  que  2 n i +1 r <   ε 2 ,  para  todo  i = 1,     , n,  ou  seja, 0 < r <   ε 2 n i +1 ,   para  todo  i = 1,     , n.   (3.46) e  consideremos  f ∈  B E    tal   que  d(f, f 0 )  <  r,   com  r  >  0  acima  definido,   isto  ´e,   f ∈  U. Ent˜ ao, r > d(f, f 0 ) = +∞  n=1 1 2 n  [¸f −f 0 , x n )[ ≥   1 2 n  [¸f −f 0 , x n )[ ,   para  todo  n ∈ N, o  que  implica  que [¸f −f 0 , x n )[ < r2 n ,   para  todo  n ∈ N.   (3.47) Tome  i ∈ ¦1,     , n¦.   Ent˜ ao,  de  (3.45),  (3.46)  e  (3.47)  resulta  que [¸f −f 0 , z i )[   ≤   [¸f −f 0 , z i −x n i )[ +[¸f −f 0 , x n i )[ <   [[f −f 0 [[ E  [[z i −x n i [[ E  + r2 n i ≤   ([[f[[ E   +[[f 0 [[ E  .   ¸¸   . ≤1+1 ) ε 4   +   ε 2 <   ε 2   +   ε 2   = ε, o  que  prova  que  f ∈ V ,  e  consequentemente,  fica  provado  (3.44). (b)   Sejam  f 0  ∈  B E    e  r   >  0.   Demonstraremos   que  existe  uma  vizinhan¸ca  V   uma vizinhan¸ca  de  f 0   em  σ(E  , E),  tal  que V ⊂ U  = ¦f ∈ B E  ; d(f, f 0 ) < r¦.   (3.48) De  fato,  tomemos  V   da  forma V  = ¦f ∈ B E  ; [ ¸f −f 0 , x i ) [ < ε, i = 1,     , k¦, onde  0 < ε <   r 2   e  k ∈ N  suficientemente grande tal  que   1 2 k−1   <   r 2 .   Assim,  se  f ∈ V ,  temos d(f, f 0 )   = k  n=1 1 2 n [ ¸f −f 0 , x n ) [ + +∞  n=k+1 1 2 n [ ¸f −f 0 , x n ) [ <   ε k  n=1 1 2 n   + +∞  n=k+1 1 2 n  [[f −f 0 [[ E  .   ¸¸   . ≤2 [[x n [[ . ¸¸ . ≤1 <   ε +∞  n=1 1 2 n   + +∞  n=k+1 2 2 n ≤   ε + +∞  n=k+1 1 2 n−1   = ε +   1 2 k−1   <   r 2   +   r 2   = r, 138   INTRODUC¸  ˜ AO   ` A  AN ´ ALISE  FUNCIONAL o  que  prova  o  desejado  em  (3.48).   De  (a)  e  (b)  conclu´ımos  que  B E    ´e  metriz´avel. (⇐)  Reciprocamente,  suponhamos  B E    metriz´avel  para  a  topologia  σ(E  , E).   Sejam U n   = ¦f ∈ B E  ; d(f, 0) <   1 n ¦   (3.49) e V n   uma vizinhan¸ca de 0 em σ(E  , E) tal que V n  ⊂ U n , para cada n ∈ N.   Podemos supor ainda,  como  visto  anteriormente,  que,  para  cada  n ∈ N, V n   = ¦f ∈ B E  ; [ ¸f, x) [ < ε n ,   para  todo  x ∈ Φ n ¦,   (3.50) onde  Φ n  ⊂ E  ´e  um  conjunto  finito  e  ε n   > 0.   Observemos  que D = +∞ _ n=1 Φ n ´e  enumer´avel  pois ´e  a  uni˜ao  enumer´avel  de  conjuntos  finitos.   Al´em  disso, +∞  n=1 V n   = ¦0¦.   (3.51) Com  efeito, Como  V n  ⊂ U n ,   ent˜ao +∞  n=1 V n  ⊂ +∞  n=1 U n   = ¦0¦,   pois  de  (3.49),   0 ≤ d(f, 0) <   1 n , ∀n ⇒f ≡ 0, o  que  prova  (3.51). Seja  L 0   o  subespa¸co  gerado  por  D  sobre ¸.   Ent˜ ao,  L 0   =  n∈N L n ,  onde L n   = _   n  i=1 α i x i ; x i  ∈ D  e  α i  ∈ ¸ _ . Como  D  e  ¸  s˜ao  enumer´aveis   vem  que   L n   ´e   enumer´ avel,   seja  qual   for   o  n ∈  N. Portanto,  L 0   ´e  enumer´ avel.   Ainda,  como ¸ ´e  denso  em 1,  segue  que  se  L ´e  o  subespa¸co gerado  por  D  sobre 1,  temos  que L 0   = L.   (3.52) Afirmamos  que L = E.   (3.53) ESPAC¸ OS  SEPAR ´ AVEIS   139 Com  efeito,   basta  mostrarmos  que  se  f ∈  E  ´e  tal   que ¸f, x)  =  0,   para  todo  x ∈  L, ent˜ ao  f ≡  0  em  E.   Consideremos,   ent˜ ao,   f ∈  E  tal   que ¸f, x)  =  0,   para  todo  x ∈  L  e, suponhamos,  por  contradi¸c˜ ao,  que  f  n˜ao  ´e  identicamente  nula  em  E,  ou  seja,  que  existe x 0  ∈ E  tal  que ¸f, x 0 ) ,= 0.   Seja  x ∈ D.   Logo,  x ∈ L  e,  por  hip´otese, ¸f, x) = 0,  ou  seja ¸f, x) = 0,   para  todo  x ∈ D.   (3.54) Por   outro  lado,   como  f   n˜ao  ´e  identicamente  nula  em  E,   temos   que [[f[[ E    ,=  0  e, portanto,  de  (3.54)  resulta  que _   f [[f[[ E  , x _ = 0   para  todo  x ∈ D. Assim,  de  (3.50)  e  (3.51)  obtemos f [[f[[ E  ∈ +∞  n=1 V n   = ¦0¦, o  que  implica  que  f ≡  0  em  E,   o  que  ´e  uma  contradi¸ c˜ao  com  o  fato  de  existe  x 0  ∈  E tal   que ¸f, x 0 ) ,=  0,   ficando  provado  (3.53).   Desta  forma,   de  (3.52)  e  (3.53)  decorre  que L 0   = E,  com  L 0   enumer´ avel.   Assim,  E  ´e  separ´avel,  o  que  conclui  a  prova. 2 Teorema  3.57  Seja   E  um  espa¸co   de   Banach   tal   que   E  ´e   separ´avel.   Ent˜ao,   B E   ´e metriz´avel   na  topologia  fraca  σ(E, E  ). Demonstra¸c˜ao:   E  ´e  separ´avel   implica  que  B E   ´e  metriz´avel   na  topologia  σ(E, E  )  se obt´em utilizando um racioc´ınio an´alogo ao teorema anterior.   A demonstra¸c˜ao da rec´ıproca ´e  muito  mais  delicada  e  foge  ao  contexto  deste  livro.   2 Antes de enunciarmos os pr´oximos resultados, de extrema importˆancia na passagem ao limite no contexto das equa¸c˜ oes diferenciais, relembremos alguns resultados sobre Espa¸cos Topol´ogicos  e  M´etricos,  cujas  demonstra¸c˜ oes  podem  ser  encontradas  em  [12]  e  [18]. Lema  3.58  Sejam  E  um  espa¸co  topol´ogico  e  K ⊂  E  um  compacto.   Ent˜ao  K  tem  pelo menos  um  ponto  de  acumula¸c˜ao. Lema  3.59  Seja  E  um  espa¸co  topol´ogico.   Se  E  satisfaz  ao  1 0 Axioma  da  Enumerabil- idade  e  K ⊂  E  ´e  um  compacto,   ent˜ao  K  ´e  seq¨ uencialmente  compacto,   isto  ´e,   de  toda seq¨ uˆencia  de  pontos  de  K  pode-se  extrair  uma  subseq¨ uˆencia  convergente. 140   INTRODUC¸  ˜ AO   ` A  AN ´ ALISE  FUNCIONAL Lema  3.60  Seja  E  um  espa¸co  m´etrico.   Ent˜ao,   K ⊂  E  ´e  compacto  se,   e  somente  se,  ´e seq¨ uencialmente  compacto. Corol´ario  3.61  Sejam E  um espa¸co de Banach separ´avel e ¦f n ¦ n∈N   uma seq¨ uˆencia limi- tada de E  .   Ent˜ao, existe uma subseq¨ uˆencia ¦f n k ¦ k∈N  de ¦f n ¦ n∈N  que converge na topologia fraco∗   σ(E  , E). Demonstra¸c˜ao:   Seja ¦f n ¦ n∈N   uma  seq¨ uˆencia  limitada  de  E  .   Podemos,   sem  perda  de generalidade, supor que f n  ∈ B E  , para todo n ∈ N.   Com efeito, como por hip´otese, existe M  > 0 tal que [[f n [[ E  ≤ M, para todo n ∈ N, ent˜ ao, [[ fn M [[ E  ≤ 1, para todo n ∈ N.   Desta forma,  basta  considerarmos  a  seq¨ uˆencia _ f n M _ n∈N . Como  E  ´e  separ´avel,   temos,   em  virtude  do  teorema  3.56,   que  B E    ´e  metriz´avel   na topologia  fraco∗   σ(E  , E).   Como  B E    ´e  compacta  (em  virtude  do  Teorema  de  Alaoglu- Bourbaki)  em  σ(E  , E),   tem-se  que  B E    ´e  compacta  na  topologia  dada  por  uma  m´etrica d.   Assim,  munido  desta  m´etrica,  B E    ´e  um  espa¸co  m´etrico.   Segue  do  lema  3.60  que  B E  ´e  seq¨ uencialmente  compacta  e,  portanto,  de ¦f n ¦ n∈N   podemos  extrair  uma  subseq¨ uˆencia ¦f n k ¦ k∈N   convergente  na  topologia  m´etrica  e,  portanto,  na  topologia  fraco∗  σ(E  , E). 2 Observa¸c˜ao  3.62  O  Corol´ario   3.61  ´e   equivalente   ao   seguinte   resultado:   Seja   E  um espa¸co  de  Banach  separ´avel.   Ent˜ao,  a  bola  B E    ´e  seq¨ uencialmente  compacta  na  topologia fraco∗ σ(E  , E). De  fato: Corol´ario  3.61 ⇒  Observa¸c˜ ao  3.62. Se ¦f n ¦ n∈N  ⊂ B E  , ent˜ ao, ¦f n ¦ n∈N  ´e limitada e portanto existe ¦f n k ¦ k∈N  ⊂ ¦f n ¦ n∈N   tal que ¦f n k ¦ k∈N   converge  na  topologia  fraco∗  σ(E  , E). Observa¸c˜ ao  3.62 ⇒  Corol´ario  3.61. Se ¦f n ¦ n∈N   ´e  limitada,   ent˜ ao  existe  M  >  0  tal   que [[f n [[ E   ≤  M,   para  todo  n ∈ N, o  que  implica  que _ f n M _ n∈N  ⊂  B E    e,   por  conseguinte, ¦f n ¦ n∈N  ⊂  M B E  .   Como  B E    ´e seq¨ uencialmente  compacta  na  topologia  σ(E  , E)  vem  que  M B E    tamb´em  o  ´e.   Assim, existem ¦f n k ¦ k∈N  ⊂ ¦f n ¦ n∈N   e  f ∈ E  tais  que  f n k ∗  f.   2 ESPAC¸ OS  UNIFORMEMENTE  CONVEXOS   141 Teorema  3.63  Seja E  um espa¸co de Banach reflexivo.   Seja ¦x n ¦ uma sucess˜ao limitada em E.   Ent˜ao, existe uma subseq¨ uˆencia ¦x n k ¦ k∈N   que converge na topologia fraca σ(E, E  ). Equivalentemente,  B E   ´e  seq¨ uencialmente  compacta  na  topologia  σ(E, E  ). Demonstra¸c˜ao:   Sejam¦x n ¦ n∈N  ⊂ B E  e M 0  o subespa¸co gerado por ¦x n ¦ n∈N .   Definindo- se  M  = M 0 ,  afirmamos  que B M   = B E  ∩ M  ´e  metriz´avel  e  compacta  na  topologia  σ(M, M  ).   (3.55) De fato, temos que M 1   =  n∈N Λ n , onde Λ n   = [x 1 ,     , x n ] sobre ¸, ou seja, o subespa¸co gerado  por ¦x n ¦ n∈N   sobre ¸,   ´e  enumer´avel   e  denso  em  M 0 .   Logo,   ´e  tamb´em  denso  em M  (note  que  M 1   =  M 0   e  M 0   =  M).   Assim,   M  ´e  separ´avel.   Como  M  ´e  um  subespa¸co vetorial fechado de E e E ´e Banach reflexivo, resulta, da proposi¸c˜ao 3.43 que M ´e reflexivo. Portanto,   M  ´e  um  subespa¸co  de  Banach  separ´avel  e  reflexivo  o  que  implica,   em  virtude do  corol´ario  3.55,   que  M  ´e  separ´avel   e  reflexivo.   Pelo  teorema  3.56  (fazendo  E  =  M  ), B M    ´e  metriz´avel  para  a  topologia  σ(M  , M  ).   Resulta  da´ı  e  do  fato  que  M  ´e  reflexivo, ou  seja,  M ≡ M  ,  que  B M   ´e  metriz´avel  na  topologia  σ(M, M  ).   Por  outro  lado,  como  M ´e  reflexivo,   temos,   pelo  teorema  3.41,   que  B M   ´e  compacta  na  topologia  fraca  σ(M, M  ), o  que  prova  (3.55).   Resulta  da´ı   e  do  lema  3.56  que  B M   ´e  seq¨ uencialmente  compacta  na topologia  σ(M, M  ).   Assim,  como ¦x n ¦ n∈N  ⊂ B M ,  pois ¦x n ¦ n∈N  ⊂ M  e [[x n [[ E  ≤ 1,  para todo  n ∈ N,  vem  que  existe ¦x n k ¦ k∈N  ⊂ ¦x n ¦ n∈N   tal  que ¦x n k ¦ k∈N   converge  na  topologia σ(M, M  ) ≡  σ(E, E  )[ M .   Logo, ¦x n k ¦ k∈N   converge  na  topologia  σ(E, E  )  pois  se  f ∈  E  temos  que  f[ M  ∈ M  .   Isto  conclui  a  prova.   2 A  rec´ıproca  da  proposi¸c˜ ao  ´e  verdadeira  mas  a  demonstra¸c˜ao,   por  ser  muito  t´ecnica, ser´a  omitida. Teorema  3.64  (Eberlein- ˘ Smulian)   Seja E  um espa¸co de Banach tal que toda sucess˜ao limitada ¦x n ¦ n∈N  possui uma subsucess˜ao ¦x n k ¦ k∈N  convergente na topologia fraca σ(E, E  ). Ent˜ao,  E  ´e  reflexivo. 3.7   Espa¸cos  Uniformemente  Convexos Defini¸c˜ao  3.65  Dizemos  que  um  espa¸co  de  Banach  E  ´e  uniformemente  convexo  se  dado ε > 0,  existe  δ  > 0  tal   que  se  x, y ∈ B E   e [[x −y[[ E   > ε  ent˜ao ¸ ¸ ¸ ¸ x+y 2 ¸ ¸ ¸ ¸ E   < 1 −δ. 142   INTRODUC¸  ˜ AO   ` A  AN ´ ALISE  FUNCIONAL Exemplo:   Considere  E  = 1 2 .   Com  a  norma [[x[[ 2   =  ([x 1 [ 2 +[x 2 [ 2 ) 1/2 E  ´e  uniforme- mente  convexo  enquanto  que  com  a  norma [[x[[ 1   = [x 1 [ + [x 2 [   E  n˜ao  ´e  uniformemente convexo.   Podemos  nos  convencer  disso  observando  as  figuras  abaixo E T &% '$ E T Figura 3.5:   ` A esquerda bola unit´aria de E para [[  [[ 2  enquanto que `a direita bola unit´aria para a norma [[  [[ 1 . Teorema  3.66  (Milman)   Todo  espa¸co  de  Banach  uniformemente  convexo  ´e  reflexivo. Demonstra¸c˜ao:   Seja E  um espa¸co de Banach uniformemente convexo.   Provaremos que E  ≡ J(E).   Para  isso,  basta  mostrarmos  que B E    = J(B E ),   (3.56) pois,  de  (3.56)  resulta  que  mB E    = J(mB E ),  para  todo  m ∈ N  o  que  implica  o  desejado. Entretanto,   como  J(B E )  ´e  um  subconjunto  fechado  de  E  ,   temos  que  J(B E )  =  J(B E ). Resulta  da´ı  e  de  (3.56)  que ´e  suficiente  provarmos  que J(B E )   ´e  denso  em  B E  ,   (3.57) ou  seja,  dados  ε > 0  e  ξ ∈ E  tal  que [[ξ[[ E  ≤ 1,  existe  x ∈ B E   tal  que [[Jx −ξ[[ E  ≤ ε. Podemos  supor,   sem  perda  da  generalidade  que [[ξ[[ E    =  1,   pois  caso  0  < [[ξ[[ E    <  1 podemos  considerar   ξ ||ξ|| E  e  portanto,  dado  ε > 0,  existe  x ∈ B E   tal  que ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ Jx −   ξ [[ξ[[ E  ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ E  ≤ ε ⇒[[Jx [[ξ[[ E  −ξ[[ E  ≤ ε [[ξ[[ E    < ε. Mas, Jx [[ξ[[ E    = J([[ξ[[ E  x) e como [[x[[ E  ≤ 1, ent˜ ao [[ξ[[ E  [[x[[ E  ≤ [[ξ[[ E    < 1, o que implica  que  x  =  x [[ξ[[ E  ∈  B E    e,   assim,   dado  ε  >  0  e  ξ ∈  B E  ,   existe  x ∈  B E   tal   que [[Jx − ξ[[ E    <  ε,   mostrando  que  J(B E )  =  B E  .   Desta  forma,   provar  (3.57)  ´e  o  mesmo que  provar  que Dados  ε > 0  e  ξ ∈ B E    com [[ξ[[ E    = 1,   existe  x ∈ B E   tal  que [[Jx −ξ[[ E  ≤ ε.  (3.58) ESPAC¸ OS  UNIFORMEMENTE  CONVEXOS   143 De  fato,  sejam  ε > 0  e  ξ ∈ E  tal  que [[ξ[[ E    = 1.   Como  E  ´e  uniformemente  convexo, para  ε > 0  dado,  existe  δ  > 0  tal  que para  todos  x, y ∈ B E   e [[x −y[[ E   > ε  temos  que ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ x + y 2 ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ E < 1 −δ.   (3.59) Por  outro  lado,  como [[ξ[[ E    =   sup f∈E  , ||f|| E  =1 [ ¸ξ, f) [, resulta  que [[ξ[[ E  −   δ 2   < [ ¸ξ, f 0 ) [,   para  algum  f 0  ∈ E  com [[f 0 [[ E    = 1.   (3.60) Seja  V  = V (ξ, δ/2, f 0 )  uma  vizinhan¸ca  fraca  de  ξ  em  σ(E  , E  ),  ou  seja, V  = ¦η ∈ E  ; [ ¸η −ξ, f 0 ) [ < δ/2¦. Recordemos   que   o  lema  de   Goldstine   nos   garante   que   J(B E )   ´e   denso  em  B E    na topologia  σ(E  , E  )  e,   desta  forma,   para  a  vizinhan¸ca  V   acima,   existir´a  x ∈  B E   tal   que Jx ∈ V .   Afirmamos  que [[Jx −ξ[[ ≤ ε, como queremos demonstrar em (3.58).   Suponhamos o contr´ ario, isto ´e, que [[Jx−ξ[[ > ε. Isto implica que ξ  / ∈ B ε (Jx) E  = Jx+εB E    e, conseq¨ uentemente, ξ ∈ [E  ¸(Jx+εB E  )] = W.   Pelo  Teorema  de  Alaoglu  temos  que  B E    ´e  compacta  na  topologia  σ(E  , E  )  o  que implica  que  Jx + εB E    ´e  compacto  na  topologia  σ(E  , E  )  e,   portanto  ´e  fechado  nesta topologia.   Logo,   W  ´e  aberto  na  topologia  σ(E  , E  )  e  obviamente  W  ´e  uma  vizinhan¸ca de  ξ.   Como  ξ ∈  W  e  ξ ∈  V   resulta  que  V ∩ W ,= ∅  al´em  de  V ∩ W  ser  uma  vizinhan¸ca fraca  de  ξ   em  σ(E  , E  ).   Novamente,   pelo  lema  de  Goldstine,   existe  x ∈  B E   tal   que Jx ∈ V ∩ W.   Contudo,  como  Jx, Jx ∈ V ,  resulta  que _ [ ¸Jx, f 0 ) −¸ξ, f 0 ) [ < δ/2 [ ¸Jx, f 0 ) −¸ξ, f 0 ) [ < δ/2 ⇒ _ [ ¸f 0 , x) −¸ξ, f 0 ) [ < δ/2 [ ¸f 0 , x) −¸ξ, f 0 ) [ < δ/2 , e,  conseq¨ uentemente, 2[ ¸ξ, f 0 ) [ < (δ/2 +[ ¸f 0 , x) [) + (δ/2 +[ ¸f 0 , x) [) = δ +[ ¸f 0 , x + x) [. 144   INTRODUC¸  ˜ AO   ` A  AN ´ ALISE  FUNCIONAL Da  desigualdade  acima  obtemos [ ¸ξ, f 0 ) [ <   δ 2   + ¸ ¸ ¸ ¸ _ f 0 ,  x + x 2 _¸ ¸ ¸ ¸ ≤   δ 2   +[[f 0 [[ E  . ¸¸ . =1 ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ x + x 2 ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ E .   (3.61) De  (3.60),  (3.61)  e  tendo  em  mente  que [[ξ[[ E    = 1  podemos  escrever 1 −   δ 2   < ¸ξ, f 0 ) ≤   δ 2   + ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ x + x 2 ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ E ⇒ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ x + x 2 ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ E > 1 −δ. Da  desigualdade  acima  e  do  fato  de  E  ser  uniformemente  convexo  conclu´ımos  que [[x −x[[ E  ≤ ε.   (3.62) Por  outro  lado,  como  J  ´e  uma  isometria,  vem  que [[x −x[[ E   = [[J(x −x)[[ E    = [[Jx −Jx[[ E  . Mas,  como  Jx ∈ W,  ent˜ ao  Jx ∈ E  ¸B ε (Jx) E  ,  o  que  implica  que  Jx  / ∈ B ε (Jx) E  ,  e, conseq¨ uentemente, [[Jx −Jx[[ E    > ε.   Segue  da´ı  e  da  identidade  acima  que [[x −x[[ E   > ε.   (3.63) Logo,   por  (3.62)  e  (3.63)  chegamos  a  uma  contradi¸c˜ ao  ficando  provado  (3.58).   Isto conclui  a  prova  do  teorema. 2 Teorema  3.67  Sejam  E  um  espa¸co  de  Banach  uniformemente  convexo  e ¦x n ¦ n∈N   uma seq¨ uˆencia de elementos de E  tal que x n    x na topologia fraca σ(E, E  ) e limsup n [[x n [[ E  ≤ [[x[[ E .   Ent˜ao  x n  → x  forte. Demonstra¸c˜ao:   Suponhamos  inicialmente  que  x  =  0.   Como  x n     0  (fracamente), ent˜ ao  da  proposi¸c˜ ao  3.12(iii)  resulta  que  existe  C  >  0  tal  que [[x n [[ E  ≤  C  e,   al´em  disso, 0 ≤ liminf n [[x n [[ E .   Resulta  da´ı  e  da  hip´otese  que 0 ≤ liminf n [[x n [[ E  ≤ limsup n [[x n [[ E  ≤ 0, resultando  que  x n  →0  fortemente  em  E. ESPAC¸ OS  UNIFORMEMENTE  CONVEXOS   145 Consideremos,  agora,  x ,= 0  e  definamos,  para  cada  n ∈ N, λ n   =   max¦[[x n [[ E , [[x[[ E ¦.  Evidentemente  λ n   > 0, y n   =   x n λ n e   y  =   x [[x[[ E . Temos  que  λ n  →[[x[[ E   quando  n →+∞.   Afirmamos  que: y n    y   fracamente  quando  n →+∞.   (3.64) Com efeito, como x n    x fracamente, ent˜ ao ¸f, x n ) →¸f, x) para todo f ∈ E  e como λ n  →[[x[[ E   vem  que 1 λ n ¸f, x n ) →   1 [[x[[ E ¸f, x)   para  todo  f ∈ E  , o  que  prova  (3.64).   Definindo  z n   =  y,   para  todo  n ∈ N,   resulta  obviamente  que  z n  →  y quando  n → +∞  e,  portanto, z n    y   fracamente  quando  n →+∞.   (3.65) De  (3.64)  e  (3.65)  resulta  que y n  +z n 2    y   fracamente  quando  n → +∞, o  que  implica,  tendo  em  mente  que [[z n [[ E   = [[y[[ E   para  todo  n ∈ N,  que [[y[[ E  ≤ liminf n ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ y n  + y 2 ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ E . Mas  como [[y[[ E   = ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸   x ||x|| E ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ E = 1,  da  desigualdade  anterior  podemos  escrever 1 ≤ liminf n ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ y n  + y 2 ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ E .   (3.66) Por  outro  lado,  notemos  que ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ y n  + y 2 ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ E ≤   1 2 ([[y n [[ E  +[[y[[ E . ¸¸ . =1 ) =   1 2 _ [[x n [[ E λ n + 1 _ , o  que  implica limsup n ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ y n  + y 2 ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ E ≤   1 2 limsup n _ [[x n [[ E λ n + 1 _ =   1 2 _ limsup n _ [[x n [[ E λ n _ + 1 _ ≤   1 2 (1 + 1) = 1, 146   INTRODUC¸  ˜ AO   ` A  AN ´ ALISE  FUNCIONAL ou  seja, limsup n ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ y n  + y 2 ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ E ≤ 1.   (3.67) De  (3.66)  e  (3.67)  conclu´ımos  que lim n→+∞ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ y n  + y 2 ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ E = 1.   (3.68) Provaremos,  a  seguir,  que [[y n −y[[ E  →0   fortemente  quando  n →+∞,   (3.69) ou  seja,   dado  ε  >  0  devemos  exibir  n 0  ∈ N  tal   que [[y n  − y[[ E   <  ε,   para  todo  n ≥  n 0 . Suponhamos,  por  contradi¸c˜ ao,  que  (3.69)  n˜ao  ocorra.   Ent˜ ao  existir´a  ε 0   > 0  tal  que,  seja qual  for  o  n ∈ N,  teremos [[y n −y[[ E  ≥ ε 0 .   Como  y n , y ∈ B E ,  pela  convexidade  uniforme de  E  resulta  que  existir´a  δ 0   > 0  tal  que ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ y n  + y 2 ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ E < 1 −δ 0 ,   para  todo  n ∈ N, o  que  implica  que lim n→+∞ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ y n  +y 2 ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ E ≤ 1 −δ 0   < 1, o  que  ´e  uma  contradi¸ c˜ao  em  vista  de  (3.68),   ficando  provado  (3.69).   Assim,   de  (3.69)  e do  fato  que  λ n  →[[x[[ E ,  deduzimos  que [[x n −x[[ E   =   [[x[[ E ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ x n [[x[[ E −   x [[x[[ E ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ E ≤   [[x[[ E _¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ x n [[x[[ E −   x n λ n ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ E + ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ x n λ n −   x [[x[[ E ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ E _ ≤   [[x[[ E _ ¸ ¸ ¸ _   [[x n [[ E . ¸¸ . ´e  limitado _ _ _ _ _ 1 [[x[[ E −   1 λ n .   ¸¸   .  0 _ _ _ _ _ +[[y n −y[[ E .   ¸¸   .  0 _ ¸ ¸ ¸ _ →0,   quando  n → +∞. Isto  conclui  a  prova.   2 Cap´ıtulo  4 Os  Espa¸cos  de  Hilbert Figura  4.1:   Hilbert-Lions. David  Hilbert   (1862  -  1943),  `a  esquerda.   O  trabalho  de  Hilbert  em  Geometria  teve  uma das  maiores  influˆencias  na  ´area  depois  de  Euclides.   Um  estudo  sistem´atico  dos  axiomas da  Geometria  Euclidiana  levou  Hilbert   a  propor   21  axiomas   os   quais   ele  analisou  sua significˆancia.   Ele  deixou  contribui¸c˜ oes  em  diversas  ´areas  da  Matem´atica  e  da  F´ısica. Jacques-Louis  Lions   (1928  -   2001),   `a  direita,   foi   um  matem´atico  Francˆes  que  fez  con- tribui¸c˜ oes  importantes  na  teoria  de  equa¸c˜ oes  diferenciais  parciais  e  controle  estoc´astico, al´em  de  outras  ´areas.   Ele  recebeu  o  prˆemio  SIAM’s  John  Von  Neumann  em  1986. 147 148   INTRODUC¸  ˜ AO   ` A  AN ´ ALISE  FUNCIONAL 4.1   Defini¸c˜ao,   Propriedades   Elementares.   Proje¸c˜ao sobre  um  convexo  fechado Defini¸c˜ao  4.1  Seja  H  um  espa¸co  vetorial   real.   Dizemos  que  uma  aplica¸c˜ao  (, )  :  H  H → 1  ´e  um  produto  interno  (ou  produto  escalar),  se,  para  todo  u, v, w ∈ H  e  α, β ∈ 1 valem  as  seguintes  condi¸c˜oes: •   (a)   (αu +βv, w) = α(u, w) + β(v, w), •   (b)  (u, αv + βw) = α(u, v) + β(u, w), •   (c)  (u, u) ≥ 0  e  (u, u) = 0 ⇔ u = 0, •   (d)   (u, v) = (v, u). Dizemos  que  H  = (H, (, ))  ´e  um  espa¸co  com  produto  interno. Proposi¸c˜ao  4.2  Seja  H  um  espa¸co  com  produto  interno.   Ent˜ao: (1)  Para  todo  u, v ∈ H, [(u, u)[ ≤ (u, v) 1/2 (v, v) 1/2 . (2)   A  aplica¸c˜ao  u → [[u[[   =  (u, u) 1/2 define  uma  norma  em  H,   que  ser´a  a  norma induzida  pelo  produto  interno  (, ). (3)  Para  todo  u, v ∈ H,  vale  a  Identidade  do  Paralelogramo: ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ u + v 2 ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ 2 + ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ u −v 2 ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ 2 =   1 2 _ [[u[[ 2 +[[v[[ 2 _ . Demonstra¸c˜ao:   (1)  Sejam  λ ∈ 1  e  u, v ∈ H.   Temos 0 ≤ (λu −v, λu −v)   =   λ 2 (u, u) −2λ(u, v) + (v, v) =   aλ 2 + bλ + c = p(λ), onde  a = (u, u),  b = −2(u, v)  e  c = (v, v).   Logo, p(λ) ≥ 0   ⇔   4(u, v) 2 −4(u, u)(v, u) ≤ 0 ⇔   (u, v) 2 ≤ (u, u)(v, v), e,  portanto [(u, v)[ ≤ (u, u) 1/2 (v, v) 1/2 . PROJEC¸  ˜ AO  SOBRE  UM  CONVEXO  FECHADO   149 (2)  (a)  Sejam  u, v ∈ H.   Temos,  por  (1) [[u + v[[ 2 =   (u + v, u +v) = (u, u) + 2(u, v) + (v, v) ≤   (u, u) + 2[[u[[ [[v[[ + (v, v) =   [[u[[ 2 + 2[[u[[ [[v[[ +[[v[[ 2 =   ([[u[[ +[[v[[) 2 , de  onde  resulta  que [[u + v[[ 2 ≤ ([[u[[ +[[v[[) 2 , o  que  prova  a  desigualdade  triangular. (b)  Seja  v ∈ H,  com  v ,= 0.   Ent˜ao, (v, v) > 0 ⇒[[v[[ > 0. Obviamente.   (v, v) = [[v[[ 2 = 0 ⇔v  = 0 (c)  Sejam  α ∈ 1  e  u ∈ H.   Ent˜ao [[αu[[ 2 = (αu, αu) = α 2 (u, u), e,  conseq¨ uentemente  tem-se [[αu[[ = [α[ [[u[[. (3)  Sejam  u, v ∈ H.   Temos: ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ u +v 2 ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ 2 = _ u +v 2   ,  u + v 2 _ =   1 4  [(u, u) + 2(u, v) + (v, v)] ,   (4.1) ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ u −v 2 ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ 2 = _ u −v 2   ,  u −v 2 _ =   1 4  [(u, u) −2(u, v) + (v, v)] .   (4.2) Somando  (4.1)  e  (4.2)  obt´em-se ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ u + v 2 ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ 2 + ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ u −v 2 ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ 2 =   1 2 _ [[u[[ 2 +[[v[[ 2 _ , o  que  mostra  o  desejado  e  encerra  a  prova.   2 Observa¸c˜ao  4.3  Em (1) obtemos a igualdade quando u = λv, ou quando v  = λu.   Ainda, usando  a  norma  definida  em  (2),  a  desigualdade  dada  em  (1)  pode  ser  escrita  como [(u, v)[ ≤ [[u[[ [[v[[,   para  todo  u, v ∈ H,   (4.3) que  ´e  conhecida  como  Desigualdade  de  Cauchy-Schwarz. 150   INTRODUC¸  ˜ AO   ` A  AN ´ ALISE  FUNCIONAL Defini¸c˜ao  4.4  Um  espa¸co  de  Hilbert  ´e  um  espa¸co  vetorial   H  dotado  de  um  produto  in- terno,  tal   que  H  ´e  Banach  relativamente  `a  norma  induzida  pelo  produto  interno. Exemplo:   O  espa¸co  L 2 (Ω),   onde  Ω  ´e  um  subconjunto  aberto  de 1 n ,   munido  do  produto interno (f, g) L 2 (Ω)   = _ Ω f(x)g(x) dx, ´e  um  espa¸co  de  Hilbert. Proposi¸c˜ao  4.5  Seja  H  um  espa¸co  de  Hilbert   com  produto  interno  (, )   :   H  H  → 1.   Ent˜ao,   H  ´e  uniformemente  convexo  e,   portanto,   em  virtude  do  teorema  de  Milman (teorema  3.66)  ´e  reflexivo. Demonstra¸c˜ao:   Sejam  u, v ∈ H  e  ε > 0  tais  que [[u[[ H  ≤ 1, [[v[[ H  ≤ 1  e [[u −v[[ H   > ε. Pela  identidade  do  paralelogramo  obtida  no  item  (3)  da  proposi¸c˜ ao  4.2,  resulta  que ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ u + v 2 ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ 2 H = 1 − ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ u −v 2 ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ 2 H < 1 −   ε 2 4  . Tomando  δ  = 1 − _ 1 −   ε 2 4 _ 1/2 deduzimos  que ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ u + v 2 ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ H < 1 −δ, mostrando  que  H  ´e  uniformemente  convexo.   2 Teorema  4.6  (Proje¸c˜ao  sobre  um  convexo  fechado)   Seja  K  um  subconjunto  con- vexo,   fechado  e  n˜ao  vazio  de  um  espa¸co  de  Hilbert   (H, (, )).   Ent˜ao,   para  todo  f ∈  H, existe  um  ´ unico  u ∈ K  tal   que (i) [[f −u[[ = min v∈K [[f −v[[,   isto  ´e [[f −u[[ ≤ [[f −v[[,   para  todo  v ∈ K. Al´em  disso,  u  se  caracteriza  por (ii) _ u ∈ K (f −u, v −u) ≤ 0,   para  todo  v ∈ K. denotamos  u = P K f  a  proje¸c˜ao  de  f  sobre  K. PROJEC¸  ˜ AO  SOBRE  UM  CONVEXO  FECHADO   151 Demonstra¸c˜ao:   Dividiremos  a  demonstra¸c˜ao  em  trˆes  partes. (a)  Existˆencia. Faremos  duas  demonstra¸c˜ oes  para  o ´ıtem  (a).   A  primeira  ´e  uma  demonstra¸c˜ ao  mais direta  e  a  segunda  utilizando  os  argumentos  da  An´alise  Funcional  convexa. Demonstra¸c˜ao  1: Se  f ∈  K,   nada  temos  a  fazer.   Suponhamos,   ent˜ ao,   que  f   / ∈  K  e  seja ¦v n ¦ n∈N   uma seq¨ uˆencia  minimizante  para  (i),  isto ´e, d n   = [[f −v n [[ → d =  inf v∈K [[v −f[[, notando  que  o ´ınfimo  existe  pois [[f −v[[ ≥ 0,  para  todo  f ∈ H  e  v ∈ K. Afirmamos  que: ¦v n ¦ n∈N   ´e  uma  seq¨ uˆencia  de  Cauchy  em  H.   (4.4) De  fato,  aplicando  a  identidade  do  paralelogramo  para  f −v n   e  f −v m ,  obtemos ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ (f −v n ) + (f −v m ) 2 ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ 2 + ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ (f −v n ) −(f −v m ) 2 ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ 2 =   1 2 [[f −v n [[ 2 +   1 2 [[f −v m [[ 2 , ou  ainda, ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ f −   v n  + v m 2 ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ 2 + ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ v n −v m 2 ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ 2 =   1 2 (d 2 n  + d 2 m ).   (4.5) Como  K  ´e  convexo  e  v n , v m  ∈ K,  implica  que   v m +v n 2   ∈ K  e,  portanto, ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ f −   v n  + v m 2 ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ 2 ≥ d, e  de  (4.5)  resulta  que ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ v n −v m 2 ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ 2 ≤   1 2 (d 2 n  + d 2 m ) −d 2 → 0,   quando  m, n →+∞, o  que  prova  (4.4).   Sendo  H  um  espa¸co  de  Hilbert  deduzimos  que ¦v n ¦ n∈N   ´e  convergente para  um  elemento  u ∈  H.   Contudo,   sendo  K  fechado,   e  como ¦v n ¦ n∈N  ⊂  K  segue  que v n  →u.   A  continuidade  da  norma  implica  que  d = [[f −v[[. Demonstra¸c˜ao  2: 152   INTRODUC¸  ˜ AO   ` A  AN ´ ALISE  FUNCIONAL Consideremos,  como  antes, ¦v n ¦ n∈N   uma  seq¨ uˆencia  minimizante  para  (i),  isto ´e, d n   = [[f −v n [[ → d =  inf v∈K [[v −f[[. A sucess˜ao ¦v n −f¦ n∈N  ´e limitada, posto que ´e convergente.   Resulta imediatamente que a seq¨ uˆencia ¦v n ¦ n∈N  tamb´em o ´e.   Sendo H  um espa¸co de Hilbert,e portanto reflexivo (veja proposi¸c˜ ao  4.5).   Resulta  da´ı   e  do  teorema  3.63  que  existem  u ∈  H  e  uma  subseq¨ uˆencia de ¦v n ¦ n∈N ,  que  ainda  representaremos  pela  mesma  nota¸c˜ao  tais  que v n    u   fracamente  em  H ⇒ v n −f   u −f   fracamente  em  H. Entretanto,   como ¦v n ¦ n∈N  ⊂  K  e  sendo  K  convexo,   as  topologias  forte  e  fraca  coin- cidem  (veja  teorema  3.21).   Como  K  ´e  fortemente  fechado  ent˜ao  ´e  fracamente  fechado  e conseq¨ uentemente  u ∈ K. Resulta  da  convergˆencia  acima  que  e  da  proposi¸c˜ ao  3.12(iii)  que  existe  u ∈ K  tal  que [[u −f[[ ≤ liminf n∈N   [[v n −f[[ = d =  inf v∈K [[v −f[[ ≤ [[v −f[[,   para  todo  v ∈ K, o  que  prova  o  desejado. Observa¸c˜ao  4.7  Uma  outra  forma  de  demonstrar  a  existˆencia  do  elemento  u ∈ K  veri- ficando  (i)  seria  definirmos  o  seguinte  funcional: ϕ : K →K,   ϕ(v) = [[v −f[[. N˜ao ´e  dif´ıcil  provar  que  ϕ ´e  fortemente  cont´ınuo,  convexo  e  coercivo,  ou  seja,  verifica a  condi¸c˜ao: lim v∈K,||v||→+∞ ϕ(v) = +∞. Quando K  for limitado omite-se a condi¸cao acima.   Ent˜ao aplicando-se o teorema 3.46 tem-se  o  desejado.   Deixamos  ao  leitor  a  verifica¸c˜ao  de  fal   fato. (b)  Equivalˆencia  entre  (i)  e  (ii). (i) ⇒(2). Suponhamos  que  exista  u ∈ K  que  verifica [[f −u[[ ≤ [[f −v[[,   para  todo  v ∈ K. PROJEC¸  ˜ AO  SOBRE  UM  CONVEXO  FECHADO   153 Tomemos  v ∈ K  e  λ ∈ (0, 1].   Logo,  w  = (1 −λ)u + λv ∈ K  e  da  desigualdade  acima resulta  que [[f −u[[   ≤   [[f −[(1 −λ)u +λv][[ =   [[(f −u) −λ(v −u)[[, o  que  implica  que [[f −u[[ 2 ≤   [[(f −u) −λ(v −u)[[ 2 =   [[f −u[[ 2 −2λ(f −u, v −u) + λ 2 [[v −u[[ 2 , ou  seja, 2(f −u, v −u) ≤ λ[[v −u[[ 2 . Fazendo  λ →0  na  desigualdade  acima  obtemos (f −u, v −u) ≤ 0,   para  todo  v ∈ K, obtendo  (ii). (ii) ⇒ (i). Reciprocamente,  suponhamos  que  exista  u ∈ K  tal  que (f −u, v −u) ≤ 0,   para  todo  v ∈ K. Seja  v ∈ K.   Ent˜ao,  da  desigualdade  acima  podemos  escrever 2(f −u, v −u) ≤ 0 ≤ [[v −u[[ 2 ,   para  todo  v ∈ K. Da´ı  resulta  que [[f −u[[ 2 + 2(f −u, v −u) ≤ [[v −u[[ 2 +[[f −u[[ 2 ,   para  todo  v ∈ K, ou  seja, [[f −u[[ 2 ≤ [[(v −u) −(f −u)[[ 2 = [[v −f[[ 2 ,   para  todo  v ∈ K, o  que  mostra  (i). (c)  Unicidade. 154   INTRODUC¸  ˜ AO   ` A  AN ´ ALISE  FUNCIONAL Sejam  u 1 , u 2  ∈ K  verificando  (ii).   Ent˜ ao, (f −u 1 , v −u 1 ) ≤ 0   para  todo  v ∈ K,   (4.6) (f −u 2 , v −u 2 ) ≤ 0   para  todo  v ∈ K.   (4.7) Fazendo  v  = u 2   em  (4.6)  e  v  = u 1   em  (4.7)  obtemos (f −u 1 , u 2 −u 1 ) + (f −u 2 , u 1 −u 1 ) ≤ 0, ou  ainda,  eliminando  os  termos  iguais,  vem  que (u 1 , u 1 −u 2 ) −(u 2 , u 1 −u 2 ) ≤ 0, isto ´e (u 1 −u 2 , u 1 −u 2 ) ≤ 0 ⇒[[u 1 −u 2 [[ 2 ≤ 0, de  onde  resulta  que  u 1   = u 2 ,  o  que  prova  a  unicidade  e  encerra  a  demonstra¸c˜ ao. 2 Proposi¸c˜ao  4.8  Seja  K  um  subconjunto  convexo,  fechado  e  n˜ao  vazio  de  um  espa¸co  de Hilbert  H.   Ent˜ao, [[P K f 1 −P K f 2 [[ ≤ [[f 1 −f 2 [[,   para  todo  f 1 , f 2  ∈ H. Em  outras  palavras,  a  proje¸c˜ao  P K   : H →K  ´e  uniformemente  cont´ınua. Demonstra¸c˜ao:   Vimos,  de acordo com o teorema 4.6,  que para cada  f ∈ H,  existe um ´ unico  u ∈ K  tal  que [[f −u[[ = min v∈K [[f −v[[,   ou  equivalentemente, (f −u, v −u) ≤ 0,   para  todo  v ∈ K, ficando  bem  definida  a  aplica¸c˜ao P K   : H →K f →P K (f) = u. Sejam  f 1 , f 2  ∈ H.   Do  exosto  acima  resulta  que (f 1 −P k f 1 , v −P K f 1 ) ≤ 0,   para  todo  v ∈ K, (f 2 −P k f 2 , v −P K f 2 ) ≤ 0,   para  todo  v ∈ K. PROJEC¸  ˜ AO  SOBRE  UM  CONVEXO  FECHADO   155 Fazendo v  = P K f 2  na primeira desigualdade acima e v  = P K f 1  na segunda, e, somando membro  a  membro,  inferimos (f 1 −P k f 1 , P K f 2 −P K f 1 ) + (f 2 −P K f 2 , P K f 1 −P K f 2 ) ≤ 0,   para  todo  v ∈ K. Desta  ´ ultima  desigualdade  resulta  que (P K f 1 −P K f 2 , P K f 1 −P K f 2 ) ≤ (f 1 −f 2 , P K f 1 −P K f 2 ) , o  que  implica,  em  virtude  da  desigualdade  de  cauchy-Schwarz, [[P K f 1 −P K f 2 [[ 2 ≤ [[f 1 −f 2 [[ [[P K f 1 −P K f 2 [[. Se [[P K f 1 −P K f 2 [[ ,= 0,  ent˜ ao [[P K f 1 −P K f 2 [[ ≤ [[f 1 −f 2 [[. Agora,  se [[P K f 1 − P K f 2 [[ = 0,  a  desigualdade  a  ser  provada  segue  trivialmente.   Isto conclui  a  prova. 2 Corol´ario  4.9  Sejam  M  um  subespa¸co  vetorial   fechado  de  um  espa¸co  de  Hilbert   H  e f ∈ H.   Ent˜ao,  u = P M f  se  caracteriza  por _   Existe  um  ´ unico  u ∈ M  tal   que (f −u, v) = 0,   para  todo  v ∈ M. Al´em  disso,  P M   ´e  um  operador  linear. Demonstra¸c˜ao:   Seja  f ∈ M.   Sabemos  que  existe  um  ´ unico  elemento  u ∈ M  tal  que (f −u, v) ≤ 0,   para  todo  v ∈ M. Sendo  M  subespa¸co,  em  particular,  para −v ∈ M  temos (f −u, −v) ≤ 0 ⇒(f −u, v) ≥ 0,   para  todo  v ∈ M, de  onde  conclu´ımos  que (f −u, v) = 0   para  todo  v ∈ M. 156   INTRODUC¸  ˜ AO   ` A  AN ´ ALISE  FUNCIONAL Resta-nos  provar  que P M   : H →M f →P M (f) = u ´e  linear.   De  fato,  sejam  f 1 , f 2  ∈ M.   Provaremos,  primeiramente  que P M (f 1  + f 2 ) = P M (f 1 ) + P M (f 2 ).   (4.8) Com  efeito,  denotemos  f  = f 1  + f 2 .   Sabemos  que: Existe  um  ´ unico  u 1   = P M (f 1 )  tal  que   (f 1 −u 1 , v) = 0,   para  todo  v ∈ M. (4.9) Existe  um  ´ unico  u 2   = P M (f 2 )  tal  que   (f 2 −u 2 , v) = 0,   para  todo  v ∈ M.(4.10) Existe  um  ´ unico  u = P M (f)  tal  que   (f −u, v) = 0,   para  todo  v ∈ M.   (4.11) De  (4.9)  e  (4.10)  obtemos (f −(u 1  + u 2 ), v) = 0,   para  todo  v ∈ M,   (4.12) e  de  (4.11)  e  (4.12)  resulta  que (u 1  + u 2 , v) = (u, v) ,   para  todo  v ∈ M, ou  seja, (u 1  + u 2 −u, v) = 0,   para  todo  v ∈ M. Tomando  v  =  (u 1  + u 2  − u) ∈  M,   pois  M  ´e  subespa¸co,   da  identidade  acima  resulta que [[u 1  +u 2 −u[[ 2 = 0, o que implica que u = u 1  +u 2 , o que prova (4.8).   Analogamente, dado  f ∈ M  e  λ ∈ 1  prova-se  que P M (λf) = λP M (f). 2 4.2   Teorema  da  Representa¸c˜ao  de  Riesz-Fr´echet. Teorema  4.10  (Teorema  da  Representa¸c˜ao  de  Riesz-Fr´echet)   Seja  H  um  espa¸co de  Hilbert  com  produto  interno  (, )  e  norma [[  [[.   Dado  ϕ ∈ H  ,  existe  um  ´ unico  f ∈ H tal   que ¸ϕ, v) H  ,H   = (f, v),   para  todo  v ∈ H. O  TEOREMA  DA  REPRESENTAC¸  ˜ AO  DE  RIESZ-FR ´ ECHET   157 Al´em  disso, [[f[[ = [[ϕ[[ H  . Demonstra¸c˜ao:   Consideremos  a  seguinte  aplica¸c˜ao T  : H →H  (4.13) f →Tf, definida  por ¸Tf, v) H  ,H   = (f, v),   para  todo  v ∈ H.   (4.14) Tf  : H →1 ´e  claramente  linear  e  cont´ınua  pois  de  (4.14)  obtemos ¸ ¸ ¸¸Tf, v) H  ,H ¸ ¸ ¸ ≤ [[f[[ [[v[[,   para  todo  v ∈ H, o  que  implica  que  Tf ∈ H  .   Assim,  T  : H → H  est´a  bem  definida  e  ´e  linear  pois  dados f, g, v ∈ H  e  α, β ∈ 1,  temos ¸T(αf  +βg), v)   =   (αf  + βg, v) = α(f, v) + β(g, v) =   α¸Tf, v) + β ¸Tg, v) = ¸αTf  +β Tg) , o  que  implica  que  T(αf  + βg)  =  αTf  + β Tg  provando  a  linearidade  de  T.   A  seguir, provaremos  que [[Tf[[ H    = [[f[[,   para  todo  f ∈ H.   (4.15) De  fato,  dados  f, v ∈ H  de  (4.14)  vem  que [ ¸Tf, v) [ ≤ [[f[[ [[v[[ ⇒[[Tf[[ H  ≤ [[f[[.   (4.16) Por  outro  lado,  notemos  que  se  f ,= 0  (´e  n˜ao  identicamente  nula),  ent˜ao [[f[[ 2 =   (f, f) = ¸Tf, f) = _ Tf,   f [[f[[ _ ≤   [[f[[   sup v∈H,||v||≤1 [ ¸Tf, v) [ = [[f[[ [[Tf[[ H  , ou  seja, [[f[[ ≤ [[Tf[[ H  .   (4.17) 158   INTRODUC¸  ˜ AO   ` A  AN ´ ALISE  FUNCIONAL Observe  que  se  f  = 0  a  desigualdade  (4.17)  segue  trivialmente.   Combinando  (4.16)  e (4.17)  obtemos  o  desejado  em  (4.15).   Assim,   a  aplica¸c˜ao  T  :   H →  H  ´e  uma  aplica¸c˜ao linear  isom´etrica,  portanto  injetora.   Resta-nos  provar  que TH  = H  ,   (4.18) isto ´e,  T  ´e  sobrejetora.   Com  efeito,  afirmamos  que TH   ´e  um  subespa¸co  fechado  de  H  ,   (4.19) pois  se ¦Tv ν ¦ ν∈N  ⊂ TH  ´e  tal  que  Tv ν  →w  em  H  ,  ent˜ ao,  pelo  fato  de [[v ν  −v µ [[ = [[Tv ν  −Tv µ [[ H  →0   quando  ν, µ →+∞, segue  que  a  seq¨ uˆencia ¦v ν ¦ ν∈N   ´e  de  Cauchy  em  H  e  portanto  ´e  convergente,   digamos, existe  v ∈  H  tal  que  v ν  →  v  em  H.   Pela  continuidade  da  aplica¸c˜ao  T  :  H →  H  resulta que  Tv ν   →  Tv   em  H  e,   portanto,   face  a  unicidade  do  limite  em  H  conclu´ımos   que w = Tv ∈ TH,  o  que  prova  (4.19).   Logo,  se  mostrarmos  que TH   ´e  denso  em  H  ,   (4.20) ent˜ ao, por (4.19) e (4.20) resulta que TH  = TH  = H  , ou seja, TH  = H  , ficando provado (4.18).   Logo, basta mostrarmos (4.20).   Seja, ent˜ ao, ξ ∈ H  tal que ¸ξ, Tf) H  ,H  = 0, para todo  f ∈  H.   Queremos  provar  que  ξ ≡  0  em  E  .   Com  efeito,   sendo  H  reflexivo  (posto que  ´e  Hilbert)  segue  que  H  ≡  H.   Assim  ξ ∈  H  ≡  H,  o  que  implica  que ¸Tf, ξ) H  ,H   = (f, ξ)  =  0,   para  todo  f ∈  H.   Em  particular,   se  f  =  ξ  obtemos  (ξ, ξ)  = [[ξ[[ 2 =  0,   o  que implica  que  ξ ≡ 0,  o  que  prova  o  desejado. 2 Observa¸c˜ao  4.11  A aplica¸c˜ao T  : H →H  definida em (4.13) nos permite identificar H com  H  .   Esta  identifica¸c˜ao  poder´a  sempre  ser  feita,   a  menos  que  n˜ao  seja  interessante. Descrevamos  uma  situa¸c˜ao  deste  tipo.   Seja  H  um  espa¸co  de  Hilbert  com  norma [  [   e  V um  subespa¸co  vetorial   denso  em  H.   Suponhamos  que  V   dotado  da  norma [[  [[   se  torna um  espa¸co  de  Banach  reflexivo  e  que  V  → H,  ou  seja,  existe  C  > 0  tal   que [v[ ≤ C[[v[[, para  todo  v ∈ V .   Identifiquemos  H  com  H  .   Podemos  sempre  ter  H ⊂ V  ,  basta  para  isso definirmos  a  aplica¸c˜ao  linear T  : H →V  f →Tf, O  TEOREMA  DA  REPRESENTAC¸  ˜ AO  DE  RIESZ-FR ´ ECHET   159 definida  por ¸Tf, v) V   ,V   = (f, v),   para  todo  v ∈ H. Afirmamos  que  que: • [[Tf[[ V   ≤ C[f[  (  ou  seja,  T  ´e  cont´ınua).   (4.21) •  T   ´e  injetora.   (4.22) •  TH  ´e  denso  em  V  .   (4.23) Prova  de  (4.21). De [v[ ≤ C[[v[[,  para  todo  v ∈ V   e  da  desigualdade  de  Cauchy-Scwarz  chegamos  a [[Tf[[ V     =   sup v∈V,||v||=1 [ ¸Tf, v) [ =   sup v∈V,||v||=1 [(f, v)[ ≤ C[f[, o  que  prova  o  desejado. Prova  de  4.22. De  fato,  sejam  f, f ∈ H  e  consideremos  Tf  = Tg.   Logo, ¸Tf, v) = ¸Tg, v) ⇒ (f, v) = (g, v),   para  todo  v ∈ V, o  que  implica  que (f −g, v) = 0,   para  todo  v ∈ V.   (4.24) Por  outro  lado,  seja  h ∈ H.   Como  V   ´e  denso  em  H,  existe ¦h ν ¦ ν∈N  ⊂ V   tal   que h ν  →h   em  H  quando  ν →+∞.   (4.25) Logo,  de  (4.24)  resulta,  em  particular,  que (f −g, h ν ) = 0,   para  todo  ν ∈ N.   (4.26) Entretanto,  da  convergˆencia  forte  em  (4.25)  resulta  a  convergˆencia  fraca,  ou  seja, ¸ϕ, h ν ) H  ,H  →¸ϕ, h) H  ,H  ,   para  todo  ϕ ∈ H  . Como estamos identificando H  com o seu dual H  , ent˜ao, em particu¸car, para ϕ = f−g podemos  escrever (f −g, h ν ) →(f −g, h) ,   para  todo  h ∈ H, 160   INTRODUC¸  ˜ AO   ` A  AN ´ ALISE  FUNCIONAL e  de  (4.26)  resulta  que (f −g, h) = 0,   para  todo  h ∈ H. Em  particular  para  h = f −g  obtemos [f −g[ 2 = 0  o  que  implica  que  f  = g  provando (4.22). Prova  de  (4.23). Com  efeito,  consideremos  ξ ∈ V  ≡ V   (j´a  que  V   ´e  reflexivo)  tal   que ¸Tf, ξ) V   ,V   = 0,   para  todo  f ∈ H.   (4.27) Provaremos  que  ξ ≡  0.   de  fato,   de  (4.27)  e  da  defini¸c˜ao  de  Tf   obtemos  (f, ξ)  =  0, para  todo  f ∈ H  e,  em  particular,  para  f  = ξ  chegamos  a [ξ[ 2 = 0,  ou  seja,  ξ ≡ 0. Do  exposto  acima,   e  com  a  ajuda  da  aplica¸c˜ao  T   :   H  →  V  acima  definida  e  em decorrˆencia  das  propriedades  (4.21),   (4.22)  e  (4.23),   H  submerge-se  em  V  e  tem-se  o seguinte  esquema: V  →H ≡ H  →V  (4.28) onde  as  imers˜oes  s˜ao  cont´ınuas  e  densas.   Neste  caso,   dizemos  que  H  ´e  o  espa¸co  pivˆo. Observemos  que  com  esta  identifica¸c˜ao  podemos  escrever ¸f, v) V   ,V   = (f, v),   para  todo  f ∈ H  e  v ∈ V. Suponhamos, agora, que V  em lugar de ser um espa¸co de banach reflexivo seja tamb´em um  espa¸co  de  Hilbert  com  seu  pr´oprio  produto  interno  ((, )).   Poder´ıamos,   ent˜ao,   iden- tificar   V  e  V   via  produto  escalar   ((, )),   como  fizemos   anteriormente.   Entretanto,   se fizermos   as   duas   identifica¸c˜oes   simultaneamente  ent˜ao  de  (4.28)   vem  que   H  ≡  V  ,   o que  ´e  um  absurdo.   Isto  mostra  que  n˜ao  se  pode  fazer  as  duas  identifica¸c˜oes  simult˜aneas, devendo-se  escolher  apropriadamente  uma  delas. OS  TEOREMAS  DE  LIONS-STAMPACCHIA  E  LAX-MILGRAM   161 4.3   Os Teoremas de Lions-Stampacchia e Lax-Milgram Defini¸c˜ao  4.12  Seja  H  um  espa¸co  vetorial  com  produto  interno  (, )  e  norma [  [.   Dize- mos  que  uma  forma  bilinear  a(u, v) : H H →1  ´e (i)  cont´ınua   se  existe  uma  constante  C  tal   que [a(u, v)[ ≤ C[u[ [v[,   para  todo  u, v ∈ H. (ii)  coerciva   se  existe  uma  constante  α  tal   que a(u, v) ≥ α[v[ 2 ,   para  todo  v ∈ H. Teorema  4.13  (Lions-Stampacchia)   Sejam  H  um  espa¸co  de  Hilbert  com  produto  in- terno  (, )   e  norma [  [   e  a(u, v)   uma  forma  bilinear,   cont´ınua  e  coerciva  em  H.   Seja K ⊂  H  convexo,   fechado  e  n˜ao  vazio.   Ent˜ao,   dado  ϕ ∈  H  ,   existe  um  ´ unico  u ∈  K  tal que a(u, v −u) ≥ ¸ϕ, v −u) H  ,H  ,   para  todo  v ∈ K. Al´em  disso,  se  a(u, v)  ´e  sim´etrica,  ent˜ao  u  se  caracteriza  pela  seguinte  propriedade _ _ _ Existe  um  ´ unico  u ∈ K  tal   que 1 2 a(u, u) −¸ϕ, u) H  ,H   = min v∈K _ 1 2 a(u, v) −¸ϕ, v) H  ,H _ . Demonstra¸c˜ao:   (a)  Seja  ϕ ∈  H  .   Pelo  teorema  da  Representa¸ c˜ao  de  Riesz,  existe  um ´ unico  f ∈ H  tal  que ¸ϕ, v) H  ,H   = (f, v),   para  todo  v ∈ H.   (4.29) Por  outro  lado,  para  cada  u ∈ H,  definamos  a  seguinte  aplica¸c˜ ao ψ u   : H →1   (4.30) v →¸ψ u , v) = a(u, v). A  aplica¸c˜ao  ψ u   est´a  claramente  bem  definida  e,   al´em  disso,   ´e  linear  e  cont´ınua  uma vez que a(u, v) ´e bilinear e cont´ınua.   Assim,  para cada u ∈ H,  temos que ψ u  ∈ H  .   Logo, pelo  Teorema  de  Representa¸c˜ao  de  Riesz,   para  cada  u ∈  H,   existe  um  ´ unico  f u  ∈  H  tal que ¸ψ u , v) H  ,H   = (f u , v),   para  todo  v ∈ H.   (4.31) 162   INTRODUC¸  ˜ AO   ` A  AN ´ ALISE  FUNCIONAL Do  exposto  acima,  podemos  definir  a  seguinte  aplica¸c˜ao: A : H →H u →A(u) = f u ,   onde ¸ψ u , v) H  ,H   = (f u , v),   para  todo  v ∈ H. ou,  equivalentemente,  de  (4.30)  e  (4.31) a(u, v) = (Au, v),   para  todo  u, v ∈ H.   (4.32) Afiramos  que: A  ´e  linear.   (4.33) De  fato,  sejam  u 1 , u 2  ∈ H  e  α, β ∈ 1.   Ent˜ ao,  para  todo  v ∈ H  temos,  de  (4.32) (A(αu 1  + βu 2 ), v)   =   a (αu 1  + βu 2 , v) = αa(u 1 , v) + βa(u 2 , v) =   α(Au 1 , v) + β(Au 2 , v) = (αAu 1  +βAu 2 , v) , o  que  implica  que  A(αu 1  + βu 2 ) = αAu 1  + βAu 2   em  H,  provando  (4.33). A  seguir,  provaremos  que A  ´e  um  operador  linear  coercivo,  ou  seja,  existe  α > 0  tal  que   (4.34) (Au, u) ≥ α[u[ 2 ,   para  todo  u ∈ H. De  fato,  de  (4.32)  e  em  virtude  da  coercividade  de  a(u, v)  obtemos (Au, u) = a(u, u) ≥ α[u[ 2 ,   para  todo  u ∈ H, onde  a  constante  α > 0  provˆem  da  coercividade  de  a(u, v).   Isto  prova  (4.34). Na  seq¨ uˆencia,  mostraremos  que A  ´e  cont´ınua.   (4.35) Com  efeito,  de  (4.32)  e  para  todo  u ∈ H  resulta  que [Au[ 2 = (Au, Au) = a(u, Au) ≤ C[u[ [Au[, onde  C  ´e  uma  constante  positiva  resultante  da  continuidade  da  forma  bilinear   a(u, v). Se  Au ,=  0  segue  que [Au[ ≤  C[u[,   para  todo  u ∈  H.   Se  Au  =  0,   ent˜ao,   em  fun¸c˜ ao  da coercividade  de  A,  resulta  que  u = 0  e  a  desigualdade  segue  trivialmente. OS  TEOREMAS  DE  LIONS-STAMPACCHIA  E  LAX-MILGRAM   163 Do  exposto  acima,  dado  ϕ ∈ H  ,  resolver  o  problema _   Existe  um  ´ unico  u ∈ K  tal  que a(u, v −u) ≥ ¸ϕ, v −u) H  ,H  ,   para  todo  v ∈ K, (4.36) ´e  equivalente  a  resolver  o  problema _   Existe  um  ´ unico  u ∈ K  tal  que (Au, v −u) ≥ ¸ϕ, v −u) H  ,H  ,   para  todo  v ∈ K. (4.37) Contudo,   como   vimos   em  (4.29),   para   ϕ  ∈  H  ,   existe   um  ´ unico   f   ∈  H  tal   que ¸ϕ, v) H  ,H   =  (f, v),   para  todo  v ∈  V .   Resulta  da´ı   e  de  (4.37)   que  basta  resolvermos o  problema  equivalente _   Existe  um  ´ unico  u ∈ K  tal  que (Au, v −u) ≥ (f, v −u),   para  todo  v ∈ K. (4.38) Notemos  que  de  (4.38)  podemos  escrever  que (f −Au, v −u) ≤ 0,   para  todo  v ∈ K. Seja  ρ   >  0  uma  constante   que   ser´a  fixada  mais   adiante.   Da  ´ ultima  desigualdade resulta  que (ρf −ρAu, v −u) ≤ 0,   para  todo  v ∈ K, ou  ainda, (ρf −ρAu + u −u, v −u) ≤ 0,   para  todo  v ∈ K. Decorre  da´ı  e  de  (4.38)  que  basta  provarmos  que _   Existe  um  ´ unico  u ∈ K  tal  que (ρf −ρAu + u −u, v −u) ≥ 0,   para  todo  v ∈ K. (4.39) De  acordo  com  o  teorema  4.6  (Proje¸c˜ao  sobre  um  convexo  fechado),  deduzimos  que  o elemento  u ∈ K  procurado, ´e  a  proje¸c˜ ao  sobre  K  de  (ρf −ρAu + u) ∈ H,  ou  seja, u = P K (ρf −ρAu + u), para  algum  ρ > 0,  a  determinar. 164   INTRODUC¸  ˜ AO   ` A  AN ´ ALISE  FUNCIONAL Definamos,  ent˜ ao,  a  seguinte  aplica¸c˜ ao: S  : K →K   (4.40) v →Sv  = P K (ρf −ρAv + v). Demonstraremos que se ρ > 0 for escolhido adequadamente, ent˜ ao S  ´e uma contra¸ c˜ao estrita,  ou  seja,  existir´a  K  < 1  tal  que [Sv 1 −Sv 2 [ ≤ K[v 1 −v 2 [,   para  todo  v 1 , v 2  ∈ K.   (4.41) Com  efeito,  sejam  v 1 , v 2  ∈ K.   Temos,  em  virtude  da  proposi¸c˜ ao  4.8  que [Sv 1 −Sv 2 [   =   [P K (ρf −ρAv 1  +v 1 ) −P K (ρf −ρAv 2  + v 2 )[ ≤   [ρf −ρAv 1  + v 1 −(ρf −ρAv 2  + v 2 )[ =   [(v 1 −v 2 ) −ρ(Av 1 −Av 2 )[, de  onde  resulta  que,  em  virtude  da  linearidade,  continuidade  e  coercividade  de  A  que [Sv 1 −Sv 2 [ 2 ≤   [(v 1 −v 2 ) −ρ(Av 1 −Av 2 )[ 2 =   [v 1 −v 2 [ 2 −2ρ(v 1 −v 2 , Av 1 −Av 2 ) + ρ 2 [Av 1 −Av 2 [ 2 ≤   [v 1 −v 2 [ 2 −2ρα[v 1 −v 2 [ 2 + C 2 ρ 2 [v 1 −v 2 [ 2 =   (1 −2ρα + C 2 ρ 2 )[v 1 −v 2 [ 2 . Assim,  tomando-se  0 < ρ <   2α C 2   resulta  que  0 < 1 + C 2 ρ 2 −2ρα .   ¸¸   . =K 2 < 1.   Logo,  definindo- se  K  = _ 1 + C 2 ρ 2 −2ρα,  com  0 < ρ <   2α C 2 ,  resulta  o  desejado  em  (4.41).   Logo,  S  ´e  uma contra¸ c˜ao estrita e como K  ´e um subconjunto fechado de um espa¸co de Hilbert, segue que K  ´e  completo  com  a  topologia  induzida  por  H.   Portanto,  pelo  Teorema  do  ponto fixo  de Banach  (ver  Lima  [15]   proposi¸c˜ ao  23,   p´ag.   198  [Teorema  de  Banach  sobre  pontos  fixos de  contra¸c˜ oes])  existe  um  ´ unico  u ∈  K  tal   que  Su  =  u,   ou  seja,   existe  um  ´ unico  u ∈  K tal  que  u =  P K (ρf − ρAu + u)  com  ρ > 0  nas  condi¸c˜oes  acima  mencionadas.   Isto  prova a  primeira  parte  do  teorema. (b)  Suponhamos,  agora,  que  a(u, v)  seja  tamb´em  sim´etrica.   Provaremos  que  os  prob- lemas (1) _   Existe  um  ´ unico  u ∈ K  tal  que a(u, v −u) ≥ ¸ϕ, v −u) H  ,H  ,   para  todo  v ∈ K, OS  TEOREMAS  DE  LIONS-STAMPACCHIA  E  LAX-MILGRAM   165 e (2) _ _ _ Existe  um  ´ unico  u ∈ K  tal  que 1 2 a(u, u) −¸ϕ, u) H  ,H   = min v∈K _ 1 2 a(v, v) −¸ϕ, v) H  ,H _ , s˜ao  equivalentes.   De  fato. (1) ⇒(2) Como  a(u, v)  ´e  sim´etrica  e  estriramente  positiva,   gra¸cas   a  coercividade,   define  um novo produto interno em H  cuja norma associada ´e a(u, u) 1/2 .   Al´em disso, que as normas a(u, u) 1/2 e [u[  s˜ao  equivalentes  em  H  pois α[u[ 2 ≤ .¸¸. coerc. a(u, u)   ≤ .¸¸. cont. C [u[ 2 ⇒ √ α[u[ ≤ a(u, u) 1/2 ≤ √ C[u[,   para  todo  u ∈ H. Logo,   H  tamb´em  ´e  um  espa¸co  de  Hilbert  munido  da  norma  a(u, u) 1/2 .   Feitas  estas considera¸c˜ oes,  seja  ϕ ∈ H  .   Por  hip´otese,  existe  um  ´ unico  u ∈ K  tal  que a(u, v −u) ≥ ¸ϕ, v −u) ,   para  todo  v ∈ K   (4.42) Por outro lado, face ao Teorema da representa¸c˜ ao de Riesz, existe um  ´ unico g ∈ H  tal que ¸ϕ, v) = a(g, v),   para  todo  v ∈ H.   (4.43) Logo,  combinando  (4.42)  e  (4.43)  resulta  que a(u, v −u) ≥ a(g, v −u) ⇒a(g −u, v −u) ≤ 0,   para  todo  v ∈ K. Resulta  da´ı  e  pela  caracteriza¸c˜ao  de  proje¸c˜ao  no  sentido  do  produto  interno  definido por  a(u, u) 1/2 (Teorema  4.6)  que u   =   P K g,   e a(g −u, g −u) 1/2 =   min v∈K a(g −v, g −v) 1/2 . Da´ı, a(g −u, g −u) = min v∈K a(g −v, g −v), e  pelo  fato  de a(g −v, g −v)   =   a(g, g) −2a(g, v) + a(v, v), a(g −u, g −u)   =   a(g, g) −2a(g, u) + a(u, u), 166   INTRODUC¸  ˜ AO   ` A  AN ´ ALISE  FUNCIONAL resulta  que a(u, u) −2a(g, u) = min v∈K ¦a(v, v) −2a(g, v)¦, e  de  (4.43)  conclu´ımos  que  existe  um  ´ unico  u ∈ K  tal  que 1 2 a(u, u) −¸ϕ, u) = min v∈K _ 1 2 a(v, v) −¸ϕ, v) _ . (2) ⇒(1) Para  mostrarmos  esta  implica¸c˜ao,  basta  retrocedermos  com  o  que  fizemos  na  ida,  ou seja,  suponhamos  que  exista  um  ´ unico  u ∈ K  tal  que 1 2 a(u, u) −¸ϕ, u) = min v∈K _ 1 2 a(v, v) −¸ϕ, v) _ . Da´ı  chegamos  a a(u, v −u) ≥ a(g, v −u),   para  todo  v ∈ K. Mas,  como ¸ϕ, v) = a(g, v),  para  todo  v ∈ H  conclu´ımos  que  a(u, v −u) ≥ ¸ϕ, v −u), para  todo  v ∈ K.   Isto  finaliza  a  prova. 2 Observa¸c˜ao  4.14  Sejam  ϕ 1 , ϕ 2  ∈ H  .   Vimos  que _   Existe  um  ´ unico  u 1  ∈ K  tal   que a(u 1 , v −u 1 ) ≥ ¸ϕ 1 , v −u 1 ) H  ,H  ,   para  todo  v ∈ K. e   _   Existe  um  ´ unico  u 2  ∈ K  tal   que a(u 2 , v −u 2 ) ≥ ¸ϕ 2 , v −u 2 ) H  ,H  ,   para  todo  v ∈ K. Da´ı  resulta  tomando  v  = u 2   e  v  = u 1 ,  respectivamente,  que a(u 1 , u 2 −u 1 ) ≥ ¸ϕ 1 , u 2 −u 1 )   e  a(u 2 , u 1 −u 2 ) ≥ ¸ϕ 2 , u 1 −u 2 ) , o  que  implica  que a(u 1 , u 2 −u 1 ) + a(−u 2 , u 2 −u 1 ) ≥ ¸ϕ 1 , u 2 −u 1 ) +¸−ϕ 2 , u 2 −u 1 ) , ou  ainda, a(u 2 −u 1 , u 2 −u 1 ) ≤ ¸ϕ 2 −ϕ 1 , u 2 −u 1 )   (4.44) OS  TEOREMAS  DE  LIONS-STAMPACCHIA  E  LAX-MILGRAM   167 Mas,  pela  coercividade  de  a(u, v)  podemos  escrever a(u 2 −u 1 , u 2 −u 1 ) ≥ α[u 1 −u 2 [ 2 .   (4.45) Combinando (4.44) e (4.45) e fazendo o uso da desigualdade e Cauchy-Schwarz resulta que [u 1 −u 2 [ ≤   1 α [[ϕ 1 −ϕ 2 [[ H  ,   (4.46) provando  que  a  aplica¸c˜ao τ  : H  →K ϕ →u   ´e  Lipschtiziana. Corol´ario  4.15  (Lax-Milgram)   Sejam  H  um  espa¸co  de  Hilbert  e  a(u, v) : HH → R uma forma bilinear, cont´ınua e coerciva.   Ent˜ao, para todo ϕ ∈ H  , existe um ´ unico u ∈ H tal   que a(u, v) = ¸ϕ, v) H  ,H  ,   para  todo  v ∈ H. Al´em  disso,  se  a(u, v)  for  sim´etrica,  ent˜ao  u  se  caracteriza  por: _ _ _ Existe  um  ´ unico  u ∈ H  tal   que 1 2 a(u, u) −¸ϕ, u) H  ,H   = min v∈H _ 1 2 a(v, v) −¸ϕ, v) H  ,H _ . Demonstra¸c˜ao:   Seja  ϕ ∈  H  .   Neste   caso,   K  =  H  e   portanto,   pelo  Teorema  de Lions-Stampacchia  existe  um  ´ unico  u ∈ H  tal  que a(u, v −u) ≥ ¸ϕ, v −u) ,   para  todo  v ∈ H. Tome  w ∈ H  e  fa¸ca  v  = w + u.   Da  desigualdade  acima  decorre  que a(u, w) ≥ ¸ϕ, w) ,   para  todo  w ∈ H. Em  particular  para −w,  temos a(u, w) ≤ ¸ϕ, w) ,   para  todo  w ∈ H, o  que  prova  a  identidade  a(u, w)  = ¸ϕ, w),   para  todo  w ∈  H.   O  resto  da  demonstra¸c˜ao decorre  da  aplica¸c˜ao  imediata  da  segunda  parte  do  teorema  de  Lions-Stampacchia.   2 168   INTRODUC¸  ˜ AO   ` A  AN ´ ALISE  FUNCIONAL Observa¸c˜ao  4.16  Sejam  H  um  espa¸co  de  Hilbert,  a(u, v)  uma  forma  bilinear,  cont´ınua e  coerciva  e  K ⊂ H  um  subconjunto  convexo,  fechado  e  n˜ao  vazio.   Consideremos  L ∈ H  e  definamos  o  seguinte  funcional: J  : K →1 v →J(v) =   1 2 a(v, v) −¸L, v) . Aplicando-se  o  teorema  de  Lions-Stampacchia,  temos  que _   Existe  um  ´ unico  u ∈ K  tal   que a(u, v −u) ≥ ¸L, v −u) ,   para  todo  v ∈ K. Al´em  disso,  se  a(u, v)  for  sim´etrica,  temos J(u) = min v∈K J(v). As vezes, na teoria de equa¸c˜oes el´ıpticas, ´e conveniente expressar o Teorema de Lions- Stampacchia  em  termos  do  funcional   J  acima  definido. 4.4   Soma  Hilbertiana.   Base  Hilbertiana Defini¸c˜ao  4.17  Sejam  H  um  espa¸co  de  Hilbert  com  produto  interno  (, )  e  norma [  [  e ¦E n ¦ n∈N  uma seq¨ uˆencia de subespa¸cos fechados de H.   Dizemos que H ´e uma soma  Hilbertiana dos  E n , (i)  quando  os  E n   s˜ao  dois  a  dois  ortogonais,  ou  seja, (u, v) = 0,   para  todo  u ∈ E n   e  para  todo  v ∈ E m ,   com  n ,= m. (ii)   O  espa¸co  vetorial   gerado  pelos  subespa¸cos  E n ´e  denso  em  H,   ou  seja, o  conjunto  das  combina¸c˜oes  lineares  finitas  de  elementos  de  E n   ´e  denso  em  H. Se  H  ´e  uma  soma  Hilbertiana  dos  E n   denotamos H  = ⊕ n E n . SOMA  HILBERTIANA.  BASE  HILBERTIANA   169 Teorema  4.18  Sejam  H  = ⊕ n E n   e  P E n   :  H →  E n ,   a  proje¸c˜ao  de  H  sobre  E n ,   definida por  P En u = u n .   Ent˜ao, a)   u = +∞  n=1 u n ,   ou  seja,   lim n→+∞ n  k=1 u k   = u,   para  todo  u ∈ H. b)   [u[ 2 = +∞  n=1 [u n [ 2 .(Identidade  de  Bessel-Parseval). Demonstra¸c˜ao:   a)   Inicialmente,   observemos   que,   de   acordo  com  a  proposi¸c˜ ao  4.8, P E n   :   H →  E n  ⊂  H  ´e  um  operador  linear  e  cont´ınuo  de  H  em  H,   para  todo  n ∈  N. Portanto,  segue  que S n   = n  k=1 P E k ,   para  todo  n ∈ N, ´e  um  operador  linear  e  cont´ınuo  de  H  em  H.   Logo,  dado  u ∈ H,  um  elemento  arbitr´ario de  H,  tem-se  que S n u = n  k=1 P E k u = n  k=1 u k , o  que  implica  que [S n u[ 2 = ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ n  k=1 u k ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ 2 = _   n  k=1 u k , n  k=1 u k _ = n  k=1 [u k [ 2 , ou  seja, [S n u[ 2 = n  k=1 [u k [ 2 ,   para  todo  u ∈ H  e  n ∈ N.   (4.47) Por  outro  lado,  pelo  corol´ario  4.9,  temos  que  P En   se  caracteriza  por: _   Dado  f ∈ H,   e  tomando-se  f k   = P E k f,   tem-se f k  ∈ H  e   (f −f k , v) = 0,   para  todo  v ∈ E k . Da  carecteriza¸c˜ ao  acima  e,   em  particular,   para  u ∈  H,   implica  que  u k   =  P E k u,   e, assim, (u −u k , u k ) = 0 ⇒(u, u k ) = (u k , u k ) = [u k [ 2 ,   para  todo  k ∈ N  e  u ∈ H. 170   INTRODUC¸  ˜ AO   ` A  AN ´ ALISE  FUNCIONAL Resulta  da´ı,  somando  de  1  at´e  n,  que n  k=1 (u, u k ) = n  k=1 [u k [ 2 ⇒ _ u, n  k=1 u k _ = n  k=1 [u k [ 2 , ou  seja, (u, S n u) = n  k=1 [u k [ 2 ,   para  todo  n ∈ N  e  u ∈ H.   (4.48) De  (4.47)  e  (4.48)  vem  que [S n u[ 2 = (u, S n u) , e,  em  virtude  da  desigualdade  de  Cauchy-Shwarz  decorre  que [S n u[ ≤ [u[,   para  todo  n ∈ N  e  u ∈ H.   (4.49) Agora,   considerando  que  H  = ⊕ n E n   ,   temos  que  o  espa¸co  gerado  pelos ¦E n ¦ n∈N ,   que designaremos  por  F, ´e  denso  em  E.   Portanto,  dados  ε > 0  e  u ∈ H,  existe  u ∈ F  tal  que [u −u[ <   ε 2 ,   (4.50) o  que  implica  que [S n u −S n u[ = [S n (u −u)[ ≤ [u −u[ <   ε 2 , e,  por  conseguinte, [S n u −u[   ≤   [S n u −S n u[ +[S n u −u[   (4.51) <   ε 2   +[S n u −u[. Mas,   pelo  fato  de  u ∈  F,   ent˜ao  u  ´e  uma  combina¸c˜ao  linear   finita  de  elementos  de ¦E n ¦ n∈N ,  ou  seja u =  j∈J u j   onde  u j  ∈ E j   e  J  ´e  finito. Logo,  existe  n 0  ∈ N,  suficientemente  grande,  tal  que S n u = n  k=1 P E k u = n  k=1 u k   = u,   para  todo  n ≥ n 0 .   (4.52) SOMA  HILBERTIANA.  BASE  HILBERTIANA   171 Portanto,  combinando  (4.50),  (4.51)  e  (4.52)  resulta  que  dados  ε > 0  e  u ∈ H,  existe n 0  ∈ N  tal  que [S n u −u[   <   ε 2   +[S n u −u[ =   [u −u[ <   ε 2   +   ε 2   = ε,   para  todo  n ≥ n 0 , de  onde  resulta  que lim n→+∞ S n u = u ⇒u = +∞  n=1 u n ,   para  todo  u ∈ H. Isto  prova  a  primeira  parte  do  teorema. (b)De  (4.47)  tem-se [S n u[ 2 = n  k=1 [u k [ 2 ,   para  todo  u ∈ H  e  n ∈ N. Tomando-se o limite na identidade acima, obtemos, em fun¸c˜ao da ´ ultima convergˆencia obtida  acima  que [u[ 2 = +∞  k=1 [u k [ 2 . Isto  conclui  a  prova.   2 Defini¸c˜ao  4.19  Sejam  H  um  espa¸co  de  Hilbert  com  produto  interno  (, )  e  norma [  [  e ¦e n ¦ n∈N ,  uma  seq¨ uˆencia  de  elementos  de  H  tal   que •   (i)   [e n [ = 1,  para  todo  n ∈ N. •   (ii)   (e n , e m ) = 0,  para  todo  n ,= m. •   (iii)   O  espa¸co  G  gerado  pelos ¦e n ¦ n∈N   ´e  denso  em  H. Nestas  condi¸c˜oes,  dizemos  que ¦e n ¦ n∈N   ´e  uma  base  Hilbertiana  de  H. Proposi¸c˜ao  4.20  Sejam  H  um  espa¸co  de  Hilbert  e ¦e n ¦ n∈N   uma  base  Hilbertiana  de  H. Ent˜ao, u = +∞  n=1 (u, e n ) e n   e   [u[ 2 = +∞  n=1 [(u, e n )[ 2 . 172   INTRODUC¸  ˜ AO   ` A  AN ´ ALISE  FUNCIONAL Demonstra¸c˜ao:   Consideremos  uma  seq¨ uˆencia  ortogonal ¦E n ¦ n∈N   de  subespa¸cos  fecha- dos  de  H  definida  por E n   = ¦te n ; t ∈ 1¦,   para  todo  n ∈ N. Evidentemente  o  espa¸co  gerado  pelos ¦E n ¦ n∈N   ´e  denso  em  H.   Logo,  H  = ⊕ n E n   e  pelo teorema  4.18  resulta  que u = +∞  n=1 P E n u = +∞  n=1 u n . Mas,  para  cada  n ∈ N,  tem-se  que  u = u n  + w,  onde  u n  ∈ E n   e  w ∈ E ⊥ n  .   Conseq¨ uen- temente, w = +∞  k=1,k=n c k e k   e   u n   = t e n , o  que  nos  leva  a u = t e n  + +∞  k=1,k=n c k e k . Assim,   fazendo  o  produto  interno  na  identidade  acima  com  e k ,   k ,=  n,   obtemos  os valores  de  c k ,  isto ´e, (u, e k ) = c k ,   para  todo  n ∈ N  e  k ,= n.   (4.53) Analogamente, (u, e n ) = t (e n , e n ) = t. Consequentemente, u = (u, e n ) e n  + +∞  k=1,k=n (u, e k ) e k  ⇒u = +∞  k=1 (u, e k ) e k Por  outro  lado,  notemos  que  P E n u = u n   = (u, e n )e n ,  e  portanto, [u n [ 2 = [(u, e n ) e n [ 2 = [(u, e n )[ 2 R [e n [ 2 = [(u, e n )[ 2 R ,   para  todo  n ∈ N. Logo,  em  virtude  do  teorema  4.18  obtemos [u[ 2 = +∞  k=1 [u k [ 2 = +∞  k=1 [(u, e k )[ 2 R   para  todo  u ∈ H. Isto  conclui  a  prova.   2 SOMA  HILBERTIANA.  BASE  HILBERTIANA   173 Teorema  4.21  Todo  espa¸co  de  Hilbert  separ´avel   admite  uma  base  Hilbertiana. Demonstra¸c˜ao:   Seja  H  um  espa¸co  de  Hilbert  separ´avel.   Logo,  existe  um  subconjunto D ⊂ H  denso  e  enumer´avel.   Consideremos D = ¦v 1 , v 2 ,     , v n ,    ¦ e  denotemos  por  E n ,  o  subespa¸co  gerado  pelos  vetores  v 1 , v 2 ,     , v n .   Deste  modo,  temos uma  seq¨ uˆencia ¦E n ¦ n∈N   de  subespa¸cos  de  dimens˜ao  finita  tais  que (i)   E n  ⊂ E n+1 ,   para  todo  n ∈ N. (ii)   D = +∞ _ n=1 E n   ´e  denso  em  H. Seja β 1   uma base ortonormal de E 1 .   Em seguida, considerando que E 1  ⊂ E 2 , comple- tamos β 1   de modo a obter uma base ortonormal β 2   de E 2 .   Repetimos o processo obtendo uma base β 3  ortonormal de E 3  tal que β 2  ⊂ β 3 .   Procedendo desta forma, indefinidamente, teremos  determinado  uma  seq¨ uˆencia ¦β n ¦ n∈N   de  bases  para  os  E s n   tal  que β n   ´e  finito  para  todo  n ∈ N. β n  ⊂ β n+1   para  todo  n ∈ N. Logo,   β  =  +∞ n=1 β n   ´e  um  subconjunto  ortonormal  e  enumer´avel  de  H.   Al´em  disso,   o subespa¸co  gerado  por  β  ´e  denso  em  H.   β  ´e  a  base  Hilbertiana  procurada  de  H. 2 174   INTRODUC¸  ˜ AO   ` A  AN ´ ALISE  FUNCIONAL Cap´ıtulo  5 Teoria  Espectral Figura  5.1:   Riesz-Fredholml. Frigyes  Riesz  (1880  –  1956),   `a  esquerda,   foi   um  matem´atico  nascido  em  Gyor,   ` Austria- Hungria  (agora  Hungria)   e   faleceu  em  Budapest,   Hungria.   Ele   foi   reitor   e   professor da  Universidade  de  Szeged.   Riesz  fez  contribui¸c˜ oes  fundamentais  no  desenvolvimento  da An´alise Funcional e seu trabalho teve um n´ umero de aplica¸c˜ oes importantes em F´ısica.   Seu ntrabalho  foi  constru´ıdo  baseado  em  id´eias  introducidas  por  Fr´echet,  Lebesgue,  Hilbert  e outros.   Ele tamb´em tem algumas contribui¸c˜ oes em outras ´areas incluindo a teoria erg´odica e  ele  deu  uma  prova  elementar  do  principal  teorema  erg´odico. Erik  Ivar  Fredholm  (1866  -  1927),   `a  direita,   foi  um  matem´atico  Sueco  que  estabeleceu  a teoria  moderna  de  equa¸c˜ oes  integrais.   Seu  trabalho  publicado  em  1903  na  revista  Acta Mathematica  ´e  considerado  um  dos   principais   marcos   no  estabelecimento  da  teoria  de operadores. 175 176   INTRODUC¸  ˜ AO   ` A  AN ´ ALISE  FUNCIONAL 5.1   Formas  Sesquilineares At´e   agora  trabalhamos   em  espa¸cos   vetoriais   sobre   o  corpo  dos   n´ umeros   reais.   Daqui por  diante  trabalharemos  em  espa¸cos  vetoriais  complexos.   Alguns  resultados  apresenta- dos  anteriormente  estendem-se  naturalmente  para  o  caso  complexo.   De  qualquer  forma, de  modo  que  o  presente  livro  texto  seja  auto-suficiente,   introduziremos  novos  conceitos bem  como  redemonstraremos  alguns  resultados  que  achamos  convenientes  para  um  bom entendimento  da  teoria  espectral. Defini¸c˜ao  5.1  Seja  E  um  espa¸co  vetorial   complexo.   Uma  forma  sesquilinear  de  E,   ´e uma  aplica¸c˜ao  a : E E →C,  (u, v) →a(u, v),  que  satisfaz  as  seguintes  condi¸c˜oes: (i)   a(u + v, w) = a(u, v) + a(v, w)   para  todo  u, v, w ∈ E. (ii)   a(λu, v) = λa(u, v),   para  todo  u, v ∈ E  e  λ ∈ C. (iii)   a(u, v + w) = a(u, v) + a(u, w),   para  todo  u, v, w ∈ E. (iv)   a(u, λv) = λa(u, v),   para  todo  u, v ∈ E  e  λ ∈ C. Observa¸c˜ao  5.2  No caso em que E ´e um espa¸co vetorial real e a(u, v) satisfaz as condi¸c˜oes acima,  dizemos  que  a(u, v)  ´e  uma  forma  bilinear,  conforme  vimos  anteriormente. Defini¸c˜ao  5.3  Seja  E  um  espa¸co  vetorial  complexo.   Uma  forma  sesquilinear  a(u, v)  que satisfaz  a  condi¸c˜ao: a(u, v) = a(v, u)   para  todo  u, v ∈ E, ´e  denominada  hermitiana. Observa¸c˜ao  5.4  No  caso  em  que  E  ´e  um  espa¸co  vetorial   real   e  a(u, v)   ´e  uma  forma sesquilinear  hermitiana,  dizemos  que  a(u, v) ´e  uma  forma  bilinear  sim´etrica,  conforme  j´a vimos  anteriormente. Conv´em  notar   que   se   a(u, v)   ´e   uma  forma  sesquilinear   que   verifica  a  condi¸c˜ ao  de simetria,   ou  seja,   a(u, v)   =  a(v, u),   para  todo  u, v ∈  E,   ent˜ ao  a(u, v)  ´e  identicamente nula.   De  fato,  dados  u, v ∈ E  e  λ ∈ C,  por  um  lado a(λu, v) = a(v, λu) = λa(v, u) = λa(u, v).   (5.1) FORMAS  SESQUILINEARES   177 Por  outro  lado, a(λu, v) = λa(u, v).   (5.2) Portanto,  de  (5.1)  e  (5.2)  conclu´ımos  que λa(u, v) = λa(u, v) ⇒(λ −λ)a(u, v) = 0,   para  todo  u, v ∈ E  e  λ ∈ C. Segue  da´ı  que  a(u, v)  =  0,   pois,   caso  contr´ario,   λ  =  λ,   para  todo  λ ∈ C,   o  que  ´e  um absurdo. Logo,   a   ´ unica  forma  sesquilinear  sim´etrica ´e  a  identicamente  nula,   isto   ´e,   a   trivial. Como  consequˆencia  disto  n˜ao  sentido  falarmos   em  formas   sesquilineares   sim´etricas   no contexto  das  formas  sesquilineares. Defini¸c˜ao  5.5  A  restri¸c˜ao  de  uma  forma  sesquilinear   a(u, v)   `a  diagonal   de  E  E,   a qual   representaremos  por  a(u),   ou  seja,   a(u)  =  a(u, u),   ´e  denominada  forma  quadr´atica associada  a  a(u, v). Proposi¸c˜ao  5.6  Sejam E  um espa¸co vetorial complexo e a(u, v) uma forma sesquilinear. Ent˜ao,  a(u, v)  ´e  hermitiana  se  e  somente  se  a(u)  ´e  real. Demonstra¸c˜ao:   Suponhamos  a(u, v)  hermitiana.   Ent˜ ao,   a(u, v)  =  a(v, u),   para  todo u, v ∈  E.   Em  particular,   a(u)  =  a(u),   para  todo  u ∈  E,   ou  seja,   a(u) ∈ 1,   para  todo u ∈ E. Reciprocamente,   suponhamos   que  a(u) ∈  1,   para  todo  u ∈  E.   Temos,   para  todo u, v ∈ E a(u + v, u + v) = a(u, u) + a(u, v) + a(v, u) + a(v, v), o  que  implica a(u, v) + a(v, u) = a(u + v, u +v) −a(u, u) −a(v, v) = α ∈ 1.   (5.3) Por  outro  lado,  para  todo  u, v ∈ E,  temos a(i u +v, i u + v)   =   a(i u, i u) + a(i u, v) + a(v, i u) + a(v, v) =   i a(u, i u) + i a(u, v) −i a(v, u) + a(v, v) =   −i 2 a(u, u) + i a(u, v) −i a(v, u) + a(v, v) =   a(u, u) + i a(u, v) −i a(v, u) + a(v, v), 178   INTRODUC¸  ˜ AO   ` A  AN ´ ALISE  FUNCIONAL de  onde  conclu´ımos  que i a(u, v) −i a(v, u) = a(i u + v, i u + v) −a(u, u) −a(v, v) = β ∈ 1.   (5.4) de  (5.3)  e  (5.4)  podemos  escrever _ a(u, v) i + a(v, u) i = αi a(u, v) i −a(v, u) i = β e _  −a(u, v) i −a(v, u) i = −αi a(u, v) i −a(v, u) i = β. Consequentemente, 2a(u, v) i = β + αi   e   −2a(v, u) i = β −αi, e  da´ı  vem  que a(u, v) =   β + αi 2 i   e   a(v, u) =  −β + αi 2 i   .   (5.5) Entretanto, β + αi 2 i   =   −β i −αi 2 −2 i 2   =   α −β i 2   , −β + αi 2 i   =   β i −αi 2 −2 i 2   =   α + β i 2   , e  de  (5.5)  resulta  que a(u, v) =   α −β i 2   e   a(v, u) =   α + β i 2   , o  que  implica  que  a(u, v) = a(v, u),  para  todo  u, v ∈ E,  ou  seja,  a(u, v) ´e  hermitiana. 2 Para  uma  forma  sesquilinear  a(u, v) : E E →C ´e  v´alida  a  seguinte  f´ormula  de  f´acil constata¸c˜ ao: 4a(u, v)   =   a(u + v, u + v) −a(u −v, u −v)   (5.6) +   i a(u +i v, u + i v) −i a(u −  iv, u −  iv),   para  todo  u, v ∈ E. Notemos  que  a  express˜ao  em  (5.6)  permite-nos  conhecer  a(u, v)  em  todo  E E,  bas- tando para isso, conhecermos a(u, v) sobre a diagonal de EE.   Infelizmente, no caso real n˜ao  podemos  obter  uma  f´ormula  semelhante,  a  menos  que  tenhamos  uma  forma  bilinear sim´etrica.   Desta forma,se a(u, v) for uma forma bilinear sim´etrica vale a seguinte f´ormula: 2a(u, v) = a(u + v, u + v) −a(u, u) −a(v, v),   para  todo  u, v ∈ E.   (5.7) FORMAS  SESQUILINEARES   179 Defini¸c˜ao  5.7  Uma forma sesquilinear hermitiana a(u, v) ´e denominada positiva se a(u, u) ≥ 0,  para  todo  u ∈ E  e  estritamente  positiva  se  a(u, u) > 0,  para  todo  u ∈ E  com  u ,= 0. Proposi¸c˜ao  5.8  (Desigualdade  de  Cauchy-Schwarz)   Sejam  E  um  espa¸co   vetorial complexo  e  a(u, v)   uma  forma  sesquilinear  hermitiana  estritamente  positiva  de  E  E. Ent˜ao: [a(u, v)[ 2 ≤ a(u, u) a(v, v),   para  todo  u, v ∈ E.   (5.8) Al´em disso,  se  u e v  forem linearmente dependentes,  ent˜ao d´a-se a igualdade em (5.8) e  se  u  e  v  forem  linearmente  independentes  d´a-se  a  rela¸c˜ao  menor. Demonstra¸c˜ao:   Consideremos  u, v ∈  E  dois  vetores  linearmente  dependentes.   Ent˜ ao, u = αv,  para  algum  α ∈ C.   Temos [a(u, v)[ 2 = [a(αv, v)[ 2 = [αa(v, v)[ 2 = [α[ 2 [a(v, v)[ 2 . Por  outro  lado, a(u, u) = a(αv, αv) = ααa(v, v) = [α[ 2 a(v, v). Combinando as duas rela¸c˜ oes acima, considerando-se a proposi¸c˜ ao 5.6 (note que a(u, v) ´e  hermitiana)  e  sendo  a(u, v)  estritamente  positiva,  resulta  que [a(u, v)[ 2 = [α[ 2 [a(v, v)[ [a(v, v)[ = a(u, u) a(v, v). Suponhamos,  agora,  que  u, v ∈ E  sejam  linearmente independentes.   Ent˜ ao,  u +λv ,= 0,  para  todo  λ ∈ C.   Sendo  a(u, v)  estritamente  positiva,  temos a(u + λv, u + λv) > 0.   (5.9) Por  outro  lado,sendo  a(u, v)  hermitiana,  obtemos a(u + λv, u + λv)   =   a(u, u) + λa(v, u) + λa(v, u) +[λ[ 2 a(v, v) =   a(u, u) + λa(v, u) + λa(v, u) +[λ[ 2 a(v, v) =   a(u, u) + 2Re (λa(v, u)) +[λ[ 2 a(v, v) =   a(u, u) + 2Re _ λa(v, u) _ +[λ[ 2 a(v, v) =   a(u, u) + 2Re _ λa(v, u) _ +[λ[ 2 a(v, v) =   a(u, u) + 2Re _ λa(u, v) _ +[λ[ 2 a(v, v), 180   INTRODUC¸  ˜ AO   ` A  AN ´ ALISE  FUNCIONAL e  de  (5.9)  vem  que a(u + λv, u + λv) = a(u, u) + 2Re _ λa(u, v) _ +[λ[ 2 a(v, v) > 0.   (5.10) Pondo-se p = a(v, v),   r = a(u, u)   e  a(u, v) = q e iθ , onde  q  = [a(u, v)[   e  θ  =  arg(a(u, v)),   ent˜ ao,   escolhendo-se  λ  da  forma  λ  =  t e iθ ,   t ∈ 1, obtemos [λ[ 2 = ¸ ¸ t e iθ ¸ ¸ 2 = t 2 (cos 2 θ + sen 2 θ) .   ¸¸   . =1 = t 2 .   (5.11) Tamb´em, λa(u, v) = t e iθ q e iθ = t q e iθ e iθ = t q ¸ ¸ e iθ ¸ ¸ 2 = t q.   (5.12) Assim,  de  (5.10),  (5.11)  e  (5.12)  conclu´ımos  que f(t) = p t 2 + 2q t +r > 0,   para  todo  t ∈ 1.   (5.13) Se  p  =  a(v, v)  =  0,   ent˜ ao  v  =  0  e,   por  conseguinte,   a  desigualdade  em  (5.8)  segue trivialmente.   Agora,   se  p ,=  0,   ent˜ ao  a  fun¸c˜ ao  quadr´atica  em  (5.13)   n˜ao  possui   ra´ızes reais.   Segue  da´ı  que ∆ = (2q) 2 −4pr < 0, ou  seja,  q 2 < pr,  ou  ainda, [a(u, v)[ ≤ a(u, u) a(v, v), o  que  conclui  a  prova.   2 Proposi¸c˜ao  5.9  (Desigualdade  de  Minkowski)   Sejam  E  um  espa¸co   vetorial   com- plexo  e  a(u, v)  uma  forma  sesquilinear  hermitiana  estritamente  positiva.   Ent˜ao, [a(u + v, u + v)] 1/2 ≤ [a(u, u)] 1/2 + [a(v, v)] 1/2 ,   para  todo  u, v ∈ E. FORMAS  SESQUILINEARES   181 Demonstra¸c˜ao:   Seja  u, v ∈ E.   Temos a(u + v, u + v)   =   a(u, u) + a(u, v) + a(v, u) + a(v, v) =   a(u, u) + a(u, v) + a(u, v) + a(v, v) =   a(u, u) + 2Re (a(u, v)) + a(v, v) ≤   a(u, u) + 2 [a(u, v)[ + a(v, v), e,  da  desigualdade  de  cauchy-Schwarz,  resulta  que a(u + v, u +v)   ≤   a(u, u) + 2 _ a(u, u) 1/2 a(v, v) 1/2 ¸ +a(v, v) = _ a(u, u) 1/2 + a(v, v) 1/2 ¸ 2 . Sendo  a(u, v)  positiva,  da  desigualdade  anterior  em  que [a(u + v, u +v)] 1/2 ≤ _ a(u, u) 1/2 +a(v, v) 1/2 ¸ , o  que  prova  o  desejado.   2 Defini¸c˜ao  5.10  Sejam  E  um  espa¸co  vetorial   complexo  e  a(u, v)  uma  forma  sesquilinear de  E.   a(u, v)  ´e  denominada  um  produto  interno  em  E  se  for  hermitiana  e  estritamente positiva. Um  espa¸co   vetorial   complexo   E  munido   com  um  produto   interno   ´e   denominado espa¸co  com  produto  interno.   Neste  caso,   o  produto  interno  ser´a  denotado  por  (, ).   Em outras  palavras,  um  produto  interno ´e  uma  aplica¸c˜ ao (, ) : E E →C, [u, v] ∈ E E →(u, v), que  satisfaz  as  seguintes  condi¸c˜ oes  para  todo  u, v, w ∈ E  e  λ ∈ C: (P1)   (u, u) ≥ 0   e   (u, u) = 0 ⇔u = 0. (P2)   (λu, v) = λ(u, v). (P3)   (u +v, w) = (u, w) + (v, w) (P4)   (u, v) = (v, u). Observa¸c˜ao  5.11  Note  que  as  condi¸c˜oes  (iii)  e  (iv)  da  defini¸c˜ao  5.1  n˜ao  necessitam  ser englobadas  `as  quatro  condi¸c˜oes  acima,  pois  decorrem  das  mesmas.   Com  efeito,  para  todo u, v, w ∈ E  temos (P5)   (u, v + w) = (u, v) + (u, w), 182   INTRODUC¸  ˜ AO   ` A  AN ´ ALISE  FUNCIONAL pois  de  (P3)  e  (P4)  resulta  que (u, v + w)   =   (v + w, u) = (v, u) + (w, u) =   (v, u) + (w, u) = (u, v) + (u, w). Ainda,  para  todo  u, v ∈ E  e  λ ∈ C,  temos (P6)   (u, λv) = λ(u, v), j´a  que  de  (P2)  e  (P4)  inferimos  que (u, λv) = (λv, u) = λ(v, u) = λ(v, u) = λ(u, v). Defini¸c˜ao  5.12  Um  espa¸co  com  produto  interno  E  ´e  denominado  um  espa¸co  de  Hilbert se  E,  considerado  como  um  espa¸co  normado,  com  norma [[u[[ = (u, u) 1/2 ´e  completo. Nem  toda  norma,   entretanto,   prov´em  de  algum  produto  interno  conforme  mostra  o seguinte  resultado. Teorema  5.13  (M.  Fr´echet-J.  Von  Neumann  -  P.  Jordan)   Seja  E  um  espa¸co  ve- torial  normado,  com  norma [[  [[.   Ent˜ao,  sua  norma  prov´em  de  algum  produto  interno  se e  somente  se  ´e  v´alida  a  identidade  do  paralelogramo: [[u + v[[ 2 +[[u −v[[ 2 = 2 _ [[u[[ 2 +[[v[[ 2 _ ,   para  todo  u, v ∈ E.   (5.14) Demonstra¸c˜ao:   Suponhamos   que   exista   um  produto   interno   (, )   em  E,   tal   que (u, u) 1/2 = [[u[[,  para  todo  u ∈ E.   Logo,  para  todo  u, v ∈ E,  temos [[u + v[[ 2 +[[u −v[[ 2 = (u + v, u +v) + (u −v, u −v) = (u, u) + (u, v) + (v, u) + (v, v) + (u, u) −(u, v) −(v, u) + (v, v) = 2[(u, u) + (v, v)] = 2 _ [[u[[ 2 +[[v[[ 2 ¸ . Reciprocamente,  suponhamos  que  a  identidade  do  paralelogramo  seja  satisfeita  e  de- finamos  a  aplica¸c˜ao: f  : E E →1   (5.15) (u, v) →f(u, v) =   1 4 _ [[u +v[[ 2 −[[u −v[[ 2 _ . FORMAS  SESQUILINEARES   183 Provaremos,  a  seguir,  que  f  satisfaz  as  seguintes  propriedades:   Para  todo  u, v, w ∈ E e  α ∈ 1,  temos (i)   f(u + v, w) = f(u, w) + f(v, w). (ii)   f(αu, v) = αf(u, v). (iii)   f(u, v) = f(v, u). (iv)   f(u, u) = [[u[[ 2 . De  fato,   as  condi¸c˜ oes  (iii)  e  (iv)  s˜ao  satisfeitas  imediatamente.   Mostraremos  que  (i) e  (ii)  tamb´em  se  cumprem. •  Prova  de  (i). Definamos  a  fun¸c˜ ao  auxiliar Φ : E E E →1 (u, v, w) →Φ(u, v, w), definida  por Φ(u, v, w) = 4 [f(u +v, w) −f(u, w) −f(v, w)] . Provaremos  que Φ(u, v, w) = 0,   para  todo  u, v, w ∈ E.   (5.16) Com  efeito,  temos,  de  (5.15),  que f(u + v, w)   =   1 4 _ [[u + v +w[[ 2 −[[u +v −w[[ 2 ¸ , f(u, w)   =   1 4 _ [[u + w[[ 2 −[[u −w[[ 2 ¸ , f(v, w)   =   1 4 _ [[v + w[[ 2 −[[v −w[[ 2 ¸ . Logo, Φ(u, v, w) = [[u + v + w[[ 2 −[[u +v −w[[ 2 −[[u + w[[ 2 +[[u −w[[ 2 −[[v +w[[ 2 +[[v −w[[ 2 , ou  seja, Φ(u, v, w)   =   [[(u +w) + v[[ 2 −[[(u −w) + v[[ 2 (5.17) −   [[u +w[[ 2 +[[u −w[[ 2 −[[v + w[[ 2 +[[v −w[[ 2 . 184   INTRODUC¸  ˜ AO   ` A  AN ´ ALISE  FUNCIONAL Entretanto,  por  hip´otese, [[(u + w) + v[[ 2 +[[(u + w) −v[[ 2 = 2 _ [[u + w[[ 2 +[[v[[ 2 _ [[(u −w) + v[[ 2 +[[(u −w) −v[[ 2 = 2 _ [[u −w[[ 2 +[[v[[ 2 _   (5.18) Assim,  substituindo-se  (5.18)  em  (5.17)  obtemos Φ(u, v, w)   =   2[[u +w[[ 2 + 2[[v[[ 2 −[[u + w −v[[ 2 −2[[u −w[[ 2 −2[[v[[ 2 +   [[u −w −v[[ 2 −[[u + w[[ 2 +[[u −w[[ 2 −[[v + w[[ 2 +[[v −w[[ 2 , ou  seja, Φ(u, v, w)   =   [[u +w[[ 2 −[[u +w −v[[ 2 −[[u −w[[ 2 +[[u −w −v[[ 2 (5.19) −   [[v + w[[ 2 +[[v −w[[ 2 . Somando  (5.17)  e  (5.19),  membro  a  membro,  resulta  que 2Φ(u, v, w)   =   [[u + w + v[[ 2 −[[u −w + v[[ 2 −[[u + w −v[[ 2 +[[u −w −v[[ 2 −   2[[v + w[[ 2 + 2[[v −w[[ 2 = _ [[u + w + v[[ 2 +[[u −w −v[[ 2 ¸ − _ [[u −w + v[[ 2 +[[u + w −v[[ 2 ¸ −   2[[v + w[[ 2 + 2[[v −w[[ 2 , ou  seja, 2Φ(u, v, w)   = _ [[u + (w + v)[[ 2 +[[ −u + (v + w)[[ 2 ¸ − _ [[(v −w) + u[[ 2 +[[(v −w) −u[[ 2 ¸ −   2[[v + w[[ 2 + 2[[v −w[[ 2 .   (5.20) Mas,  por  hip´otese, [[u + (w + v)[[ 2 +[[ −u + (v + w)[[ 2 =   2 _ [[u[[ 2 +[[v + w[[ 2 _ [[(v −w) + u[[ 2 +[[(v −w) −u[[ 2 =   2 _ [[v −w[[ 2 +[[u[[ 2 _   (5.21) Portanto,  substituindo-se  (5.21)  em  (5.20)  obtemos 2Φ(u, v, w)   =   2 _ [[u[[ 2 +[[v + w[[ 2 _ −2 _ [[v −w[[ 2 +[[u[[ 2 _ −2[[v + w[[ 2 + 2[[v −w[[ 2 =   2[[u[[ 2 + 2[[v + w[[ 2 −2[[v −w[[ 2 −2[[u[[ 2 −2[[v + w[[ 2 + 2[[v −w[[ 2 = 0, o  que  prova  (5.16),  e  por  conseguinte  (i). •  Prova  de  (ii). FORMAS  SESQUILINEARES   185 De  maneira  an´aloga,  definamos  a  fun¸c˜ ao  auxiliar ϕ : 1 →1 α → ϕ(α) = f(αu, v) −αf(u, v), para  u, v ∈ E  arbitr´arios  e  fixados.   Provaremos  que ϕ(α) = 0,   para  todo  α ∈ 1.   (5.22) Com  efeito, •   Se  α = 0,  ent˜ ao ϕ(0) = f(0, v) =   1 4 _ [[v[[ 2 −[[ −v[[ 2 ¸ = 0 ⇒ϕ(0) = 0. •   Se  α = −1,  ent˜ ao ϕ(−1)   =   f(−u, v) + f(u, v) =   1 4 _ [[ −u +v[[ 2 −[[ −u −v[[ 2 +[[u + v[[ 2 −[[u −v[[ 2 ¸ = 0 ⇒ϕ(−1) = 0. •   Se  α = 1,  ent˜ ao ϕ(1) = f(u, v) −f(u, v) = 0 ⇒ϕ(1) = 0. Tomemos,  agora,  n ∈ Z ∗ .   Assim,  da  propriedade  (i)  e  do  exposto  acima,  vem  que ϕ(n)   =   f(nu, v) −nf(u, v) =   f(sign(u +   + u .   ¸¸   . n  parcelas ), v) −nf(u, v) =   sign(f(u, v) +   +f(u, v) .   ¸¸   . n  parcelas ) −nf(u, v) =   sign[n[ f(u, v) −nf(u, v) =   nf(u, v) −nf(u, v) = 0, ou  seja, ϕ(n) = 0   para  todo  n ∈ Z.   (5.23) 186   INTRODUC¸  ˜ AO   ` A  AN ´ ALISE  FUNCIONAL Consideremos,  agora,  p, q ∈ Z  e  q ,= 0.   Ent˜ ao,  de  (5.23)  e  da  defini¸c˜ ao  de  ϕ,  obtemos ϕ _ p q _   =   f((p/q) u, v) −   p q f(u, v) =   p f _ 1 q u, v _ −   p q f(u, v) =   p q   q _ 1 q u, v _ −   p q f(u, v) =   p q f(u, v) −   p q f(u, v) = 0, o  que  implica  que ϕ(α) = 0,   para  todo  α ∈ ¸.   (5.24) Resulta  da´ı,   da  densidade  de ¸  em 1  e  da  continuidade  da  fun¸c˜ao  ϕ  o  desejado  em (5.22).   Assim,  a fun¸c˜ ao  f  definida em (5.15) verifica as quatro condi¸c˜oes (i) −(iv) acima mencionadas.   Definamos,  ent˜ao, (, ) : E E →C   (5.25) [u, v] →(u, v) = f(u, v) + i f(u, i v), com  f  definida  em  (5.15).   Provaremos  que  a  aplica¸c˜ ao  (5.25)  define  um  produto  interno em  E,  j´a  que  cumpre  as  condi¸c˜ oes  (P1) −(P4)  da  defini¸c˜ ao  de  produto  interno. Prova  de  (P1). Com  efeito,  notemos  inicialmente  que  da  defini¸c˜ao  de  f,  temos (u, u)   =   f(u, u) + i f(u, i u) =   1 4 _ [[u +u[[ 2 ¸ +   i 4 _ [[u + i u[[ 2 −[[u −i u[[ 2 ¸ =   1 4 [[2u[[ 2 +   i 4 _ [[u(1 + i)[[ 2 −[[u(1 −i)[[ 2 ¸ =   [[u[[ 2 +   i 4 _ [1 + i[ 2 [[u[[ 2 −[1 −i[ 2 [[u[[ 2 ¸ =   [[u[[ 2 +   i 4 [[u[[ 2 [2 −2] = [[u[[ 2 , ou  seja, (u, u) = [[u[[ 2 para  todo  u ∈ E.   (5.26) Segue  de  (5.26)  que  a  condi¸c˜ao  (P1)  da  defini¸c˜ ao  de  produto  interno  se  cumpre  ime- diatamente  posto  que [[  [[ ´e  uma  norma  em  E. FORMAS  SESQUILINEARES   187 Prova  de  (P2). Temos,  da  propriedade  (i)  de  f  e  da  defini¸c˜ao  do  produto  interno  (5.25),  obtemos (u +v, w)   =   f(u +v, w) + i f(u + v, i w) =   f(u, w) + f(v, w) + i f(u, i w) + i f(v, i w) =   [f(u, v) + i f(u, i w)] + [f(v, w) + i f(v, i w)] =   (u, w) + (v, w), ou  seja, (u + v, w) = (u, w) + (v, w),   para  todo  u, v, w ∈ E,   (5.27) o  que  prova  (P2). Prova  de  (P4). Temos,  da  defini¸c˜ao  de  f,  que f(i u, i v)   =   1 4 _ [[i u +i v[[ 2 −[[i u −i v[[ 2 ¸ =   1 4 _ i(u +v)[[ 2 −[[i(u −v)[[ 2 ¸ =   1 4 _ [i[ 2 [[u + v[[ 2 −[i[ 2 [[u −v[[ 2 ¸ =   1 4 _ [[u + v[[ 2 −[[u −v[[ 2 ¸ = f(u, v). Logo, f(i u, i v) = f(u, v),   para  todo  u, v ∈ E. Por  outro  lado,  da  identidade  anterior  e  da  propriedade  (iii)  de  f  podemos  escrever f(v, i u)   =   f(−i i v, i u) = f(i (−i v), i u) = f(−i v, u) =   −f(i v, u) = −f(u, i v), ou  seja, f(v, i u) = −f(u, i v),   para  todo  u, v ∈ E. Da´ı  resulta  da  defini¸c˜ao  de  produto  interno  (5.25)  e  novamente  pela  propriedade  (iii) de  f,  que (v, u)   =   f(v, u) + i f(v, i u) =   f(u, v) −i f(u, i v) = (u, v), 188   INTRODUC¸  ˜ AO   ` A  AN ´ ALISE  FUNCIONAL isto ´e, (v, u) = (u, v),   para  todo  u, v ∈ E,   (5.28) o  que  prova  (P4). Prova  de  (P3). Notemos  incialmente  que  dafini¸c˜ ao  de  produto  interno  dada  em  (5.25),  e  das  rela¸c˜ oes obtidas  na  demonstra¸c˜ao  de  (P4)  chegamos  a (i u, v)   =   f(i u, v) + i f(i u, i v) =   f(v, i u) + i f(u, v) =   i f(u, v) −f(u, i v) =   i f(u, v) + i 2 f(u, i v) =   i [f(u, v) + i f(u, i v)] = i (u, v), ou  seja, (i u, v) = i (u, v),   para  todo  u, v ∈ E. Seja λ = α +i β ∈ C.   Da  ´ ultima identidade, de (5.27) e do fato que (ξ u, v) = ξ (u, v), para  todo  ξ ∈ 1,  resulta  que (λu, v)   =   ((α + i β)u, v) = (αu + β i u, v) =   (αu, v) + (β i u, v) =   α(u, v) + i β (u, v) =   (α +  i β) (u, v) = λ(u, v), ou  seja, (λu, v) = λ(u, v),   para  todo  u, v ∈ E  e  λ ∈ C,   (5.29) o  que  prova  (P3)  e  conclui  a  demonstra¸c˜ao  do  teorema.   2 5.2   Formas  Sesquilineares  Limitadas No que segue nesta se¸c˜ao, H  ser´a um espa¸co de Hilbert com produto interno (, ) e norma [[  [[ = (, ) 1/2 . FORMAS  SESQUILINEARES  LIMITADAS   189 Defini¸c˜ao  5.14  Uma  forma  sesquilinear   de   H  ´e   denominada  limitada,   se   existe   uma constante  C  > 0  tal   que [a(u, v)[ ≤ C [[u[[ [[v[[,   para  todo  u, v ∈ H. Exemplo:   O  produto  interno  definido  em  H  ´e  uma  forma  sequilinear  limitada.   Com efeito,  definamos a : H H →C (u, v) →a(u, v) = (u, v). Obviamente, por ser um produto interno, a(u, v) ´e uma forma sesquilinear hermitiana e estritamente positiva, por defini¸c˜ao.   resta-nos provar que ´e limitada.   Com efeito, temos, em  virtude  da  desigualdade  de  Cauchy-Scwarz, [a(u, v)[ 2 ≤ a(u, u) a(v, v),   para  todo  u, v ∈ H, ou  ainda, [(u, v)[ 2 ≤ (u, u) (v, v) = [[u[[ 2 [[v[[ 2 ⇒[(u, v)[ ≤ [[u[[ [[v[[,   para  todo  u, v ∈ H, o  que  prova  que  o  produto  interno  em  um  espa¸co  de  Hilbert  H  ´e  uma  forma  sesquilinear hermitiana  estritamente  positiva  e  limitada. Nota¸c˜ao:  Seja  a(u, v)  uma  forma  sesquilinear  limitada  de  H.   Denotaremos  por [[a[[  o n´ umero: [[a[[ = sup _  [a(u, v)[ [[u[[, [[v[[ ; u, v ∈ H  e  u, v ,= 0 _ .   (5.30) Note que, em fun¸c˜ ao da defini¸c˜ ao de forma sesqulinear limitada, o supremo do conjunto acima  est´a  bem  definido. Seja  S  o  espa¸co  constitu´ıdo  de  todas  as  formas  sesquilineares  limitadas. Proposi¸c˜ao  5.15  A  aplica¸c˜ao  a ∈  S → [[a[[ ∈ 1  definida  em  (5.30)  define  uma  norma em  S. Demonstra¸c˜ao:   Provaremos  inicialmente  que [[a[[ ≥ 0,   para  todo  a ∈ S  e [[a[[ = 0 ⇔ a ≡ 0.   (5.31) 190   INTRODUC¸  ˜ AO   ` A  AN ´ ALISE  FUNCIONAL Com  efeito,  seja  a ∈ S.   Temos  que   |a(u,v)| ||u|| ||v||  ≥ 0,  para  todo  u, v ∈ H  tal  que  u, v ,= 0  e portanto [[a[[ =   sup u,v∈H;u,v=0 [a(u, v)[ [[u[[ [[v[[  ≥ 0. Al´em  disso,  se [[a[[ = 0,  ent˜ ao, sup u,v∈H;u,v=0 [a(u, v)[ [[u[[ [[v[[   = 0, o  que  implica  que 0 ≤  [a(u, v)[ [[u[[ [[v[[  ≤   sup u,v∈H;u,v=0 [a(u, v)[ [[u[[ [[v[[   = 0 ⇒  [a(u, v)[ [[u[[ [[v[[   = 0   para  todo  u, v ∈ H  tal  que  u, v ,= 0. Resulta  da´ı  que a(u, v) = 0   para  todo  u, v ∈ H  tal  que  u, v ,= 0. Agora  se   u  =  0  ou  v   =  0  ent˜ ao  a(u, v)   =  0  de   onde   conclu´ımos,   em  virtude   da identidade  acima  que  a(u, v) = 0,  para  todo  u, v ∈ E. Por   outro  lado,   se  a ≡  0,   ent˜ ao  resulta  imediatamente  que   |a(u,v)| ||u|| ||v||   =  0,   para  todo u, v ∈ H  com  u, v ,= 0.   Da´ı  vem  que sup u,v∈H;u,v=0 [a(u, v)[ [[u[[ [[v[[   = 0,   ou  seja, [[a[[ = 0, o  que  prova  (5.31). A  seguir,  provaremos  que [[λa[[ = [λ[ [[a[[,   para  todo  a ∈ S  e  λ ∈ C.   (5.32) De  fato,  sejam  a ∈ S  e  λ ∈ C.   Temos [[λa[[   =   sup u,v∈H;u,v=0 [λa(u, v)[ [[u[[ [[v[[   =   sup u,v∈H;u,v=0 [λ[ [a(u, v)[ [[u[[ [[v[[ =   [λ[   sup u,v∈H;u,v=0 [a(u, v)[ [[u[[ [[v[[   = [λ[ [[a[[, o  que  prova  (5.32). Para  finalizar,  provaremos  a  desigualdade  triangular,  ou  seja, [[a + b[[ ≤ [[a[[ +[[b[[,   para  todo  a, b ∈ S.   (5.33) FORMAS  SESQUILINEARES  LIMITADAS   191 Com  efito,  sejam  a, b ∈ S  e  u, v ∈ H  tais  que  u, v ,= 0.   Ent˜ ao, [(a + b) (u, v)[ [[u[[ [[v[[   =   [a(u, v) + b(u, v)[ [[u[[ [[v[[   ≤  [a(u, v)[ [[u[[ [[v[[   +  [b(u, v)[ [[u[[ [[v[[ ≤   sup u,v∈H;u,v=0 [a(u, v)[ [[u[[ [[v[[   +   sup u,v∈H;u,v=0 [b(u, v)[ [[u[[ [[v[[ =   [[a[[ +[[b[[, de  onde  resulta  que sup u,v∈H;u,v=0 [(a + b) (u, v)[ [[u[[ [[v[[   ≤ [[a[[ +[[b[[, o  que  prova  (5.33)  e  encerra  a  demonstra¸c˜ ao. 2 Proposi¸c˜ao  5.16  Sejam  H  um  espa¸co  de  Hilbert  e  a(u, v)  uma  forma  sesquilinear  limi- tada  de  H.   Ent˜ao,  as  seguintes  igualdades  se  verificam: [[a[[   =   sup¦[a(u, v)[; u, v ∈ H  tal   que [[u[[ ≤ 1  e [[v[[ ≤ 1¦ =   inf¦C  > 0; [a(u, v)[ ≤ C [[u[[ [[v[[,   para  todo  u, v ∈ H¦, =   sup¦[a(u, v)[; u, v ∈ H  tal   que [[u[[ = [[v[[ = 1¦, onde [[a[[  foi  definida  em  (5.30). Demonstra¸c˜ao:   Provaremos  primeiramente  que [[a[[ = sup¦[a(u, v)[; u, v ∈ H  tal  que [[u[[ = [[v[[ = 1¦.   (5.34) Sejam  u, v ∈ H  tais  que  u, v ,= 0.   Temos [a(u, v)[ [[u[[ [[v[[   = ¸ ¸ ¸ ¸ a _   u [[u[[ ,   v [[v[ _¸ ¸ ¸ ¸ ≤   sup u,v∈H;||u||=||v||=1 [a(u, v)[, o  que  implica  que [[a[[ ≤   sup u,v∈H;||u||=||v||=1 [a(u, v)[.   (5.35) Por  outro  lado, ¦a(u, v); u, v ∈ H  tal  que [[u[[ = [[v[[ = 1¦ ⊂ ¦a(u, v); u, v ∈ H  tal  que  u ,= 0  e  v ,= 0¦. 192   INTRODUC¸  ˜ AO   ` A  AN ´ ALISE  FUNCIONAL Da´ı, ¦[a(u, v)[; u, v ∈ H  tal  que [[u[[ = [[v[[ = 1¦ ⊂ _ [a(u, v)[ [[u[[ [[v[[ ; u, v ∈ H  e  u ,= 0  e  v ,= 0 _ , o  que  implica  que sup u,v∈H;||u||=||v||=1 [a(u, v)[ ≤ [[a[[.   (5.36) Combinando  (5.35)  e  (5.36)  tem-se  o  desejado  em  (5.34). Provaremos,  a  seguir,  que [[a[[ = inf¦C  > 0; [a(u, v)[ ≤ C [[u[[ [[v[[,   para  todo  u, v ∈ H¦.   (5.37) Se [[a[[ = 0 temos que a ≡ 0 e portanto a igualdade segue trivialmente.   Consideremos [[a[[ ,= 0  e  C  > 0  tal  que [a(u, v)[ ≤ C [[u[[ [[v[[ ⇒  [a(u, v)[ [[u[[ [[v[[  ≤ C,   para  todo  u, v ∈ H,   tal  que  u, v ,= 0, o  que  acarreta  que [[a[[ =   sup u,v∈H;u,v=0 [a(u, v)[ [[u[[ [[v[[  ≤ C. Desta  forma, [[a[[ ≤  C,   para  todo  C  >  0  tal   que [a(u, v)[ ≤  C [[u[[ [[v[[,   para  todo u, v ∈ H.   Assim,  tomando-se  o ´ınfimo  obtemos [[a[[ ≤ inf¦C  > 0; [a(u, v)[ ≤ C [[u[[ [[v[[,   para  todo  u, v ∈ H¦.   (5.38) Por  outro  lado,  notemos  que [a(u, v)[ [[u[[ [[v[[  ≤ [[a[[ ⇒[a(u, v)[ ≤ [[a[[ [[u[[ [[v[[,   para  todo  u, v ∈ H  com  u, v ,= 0. Evidentemente, se u = 0 ou v  = 0 temos imediatamente que [a(u, v)[ = [[a[[ [[u[[ [[v[[ = 0.   Assim,  conclu´ımos  que [a(u, v)[ ≤ [[a[[ [[u[[ [[v[[,   para  todo  u, v ∈ H, o  que  implica  que [[a[[ ∈ ¦C  >  0; [a(u, v)[ ≤  C [[u[[ [[v[[,   para  todo  u, v ∈  H¦.   Conse- quentemente, [[a[[ ≥ inf¦C  > 0; [a(u, v)[ ≤ C [[u[[ [[v[[,   para  todo  u, v ∈ H¦.   (5.39) FORMAS  SESQUILINEARES  LIMITADAS   193 Combinando  (5.38)  e  (5.39)  tem-se  o  desejado  em  (5.37). Finalmente,  provaremos  que [[a[[ = sup¦[a(u, v)[; u, v ∈ H  tal  que [[u[[ ≤ 1  e [[v[[ ≤ 1¦.   (5.40) Contudo,  devido  a  (5.34), ´e  suficiente  provarmos  que sup¦[a(u, v)[; u, v ∈ H  tal  que [[u[[ = [[v[[ = 1¦   (5.41) = sup¦[a(u, v)[; u, v ∈ H  tal  que [[u[[ ≤ 1  e [[v[[ ≤ 1¦. De   fato,   como ¦[a(u, v)[; u, v   ∈   H  tal  que [[u[[   =  [[v[[   =  1¦  ⊂  ¦[a(u, v)[; u, v   ∈ H  tal  que [[u[[ ≤ 1  e [[v[[ ≤ 1¦,  resulta  que sup¦[a(u, v)[; u, v ∈ H  tal  que [[u[[ = [[v[[ = 1¦   (5.42) ≤ sup¦[a(u, v)[; u, v ∈ H  tal  que [[u[[ ≤ 1  e [[v[[ ≤ 1¦. Por   outro  lado,   sejam  u, v  ∈  H  tais   que [[u[[  ≤  1,  [[v[[  ≤  1  e   u, v  ,=  0.   Ent˜ ao, [[u[[ [[v[[ ≤ 1,  e  portanto,  1 ≤   1 ||u|| ||v|| ,  o  que  nos  leva  a [a(u, v)[ ≤  [a(u, v)[ [[u[[ [[v[[  ≤ [[a[[ =   sup u,v∈H;||u||=||v||=1 [a(u, v)[. Se  u = 0  ou  v  = 0  temos  que [a(u, v)[ = 0 ≤ sup u,v∈H;||u||=||v||=1 [a(u, v)[.   Logo, [a(u, v)[ ≤   sup u,v∈H;||u||=||v||=1 [a(u, v)[   para  todo  u, v ∈ H  com [[u[[ ≤ 1  e [[v[[ ≤ 1, o  que  implica  que sup¦[a(u, v)[; u, v ∈ H  tal  que [[u[[ ≤ 1  e [[v[[ ≤ 1¦   (5.43) ≤ sup¦[a(u, v)[; u, v ∈ H  tal  que [[u[[ = [[v[[ = 1¦. Combinando  (5.42)  e  (5.43)  tem-se  o  desejado  em  (5.41),  o  que  conclui  a  prova. 2 Observa¸c˜ao  5.17  De acordo com o que vimos acima, se a(u, v) ´e uma forma sesquilinear limitada,  podemos  escrever [a(u, v)[ ≤ [[a[[ [[u[[ [[v[[,   para  todo  u, v ∈ H. 194   INTRODUC¸  ˜ AO   ` A  AN ´ ALISE  FUNCIONAL Defini¸c˜ao  5.18  Uma  forma  sesquilinear  a(u, v)  de  H  ´e  dita  cont´ınua  em  H  se  ela  for uma  fun¸c˜ao  cont´ınua  de  H H →C. Proposi¸c˜ao  5.19  Sejam  H  um  espa¸co  de   Hilbert   com  produto  interno  (, )   e   norma [[  [[ = (, ) 1/2 e  a : H H → C  uma  forma  sesquilinear  de  H.   As  seguintes  afirma¸c˜oes s˜ao  equivalentes: (i)   a(u, v)   ´e  cont´ınua  em  H H. (ii)   a(u, v)   ´e  cont´ınua  no  ponto  (0, 0) ∈ H H. (iii)   Existe  C  > 0  tal   que [a(u, v)[ ≤ C [[u[[ [[v[[   para  todo  u, v ∈ H (iv)   a(u, v)   ´e  Lipschitziana  em  cada  parte  limitada  de  H H. Demonstra¸c˜ao:   (i) ⇒(ii)  Evidente. (ii) ⇒  (iii)  Suponhamos  que  a(u, v)  ´e  cont´ınua  no  ponto  (0, 0).   Ent˜ ao,   dado  ε  >  0, existe  δ  > 0  tal  que [[(u, v)[[ = [[u[[ +[[v[[ < δ ⇒[a(u, v)[ < ε. Considerando-se  ε = 1,  existira  δ 1   > 0  tal  que [[(u, v)[[ = [[u[[ +[[v[[ < δ 1  ⇒[a(u, v)[ < 1.   (5.44) Seja C  > 0 tal que 0 <   1 C   < δ 1   e sejam u, v ∈ H  com u, v ,= 0.   Logo, _   u 2C ||u|| ,   v 2C ||v|| _ ∈ H H  e,  conseq¨ uentemente, ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ _   u 2C [[u[[ ,   v 2C [[v[[ _¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸   =   [[u[[ 2C [[u[[   +   [[v[[ 2c [[v[[ =   1 2C   +   1 2C   =   1 C   < δ 1 . Resulta  da´ı  e  de  (5.44)  que ¸ ¸ ¸ ¸ a _   u 2C [[u[[ ,   v 2C [[v[[ _¸ ¸ ¸ ¸ < 1, e,   portanto, [a(u, v)[ ≤  4C 2 [[u[[ [[v[[,   para  todo  u, v ,=  0.   Se  u  =  0  ou  v  =  0,   temos  que a(u, v)   =  0  e,   desta  forma,   a  desigualdade  (iii)  se  verifica  trivialmente.   Isto  conclui   a prova. FORMAS  SESQUILINEARES  LIMITADAS   195 (iii) ⇒(iv)  Suponhamos  que  existe  C  > 0  tal  que [a(u, v)[ ≤ C [[u[[ [[v[[,   para  todo  u, v ∈ H.   (5.45) Consideremos,   E  ⊂  H   H  um  conjunto  limitado.   Ent˜ao,   existe   r   >  0  tal   que E ⊂ B r (0) ⊂ E E,  ou  seja,  para  todo  (u, v) ∈ E  temos  que [[(u, v)[[ < r,  ou  seja [[u[[ +[[v[[ < r   para  todo  u, v ∈ E. Provaremos que a(u, v) ´e Lipschitziana em E.   Com efeito, sejam (u 1 , v 1 ), (u 2 , v 2 ) ∈ E. Logo,  da  ultima  desigualdade  e  de  (5.45)  resulta  que [a(u 1 , v 1 ) −a(u 2 , v 2 )[   =   [a(u 1 , v 1 ) −a(u 1 , v 2 ) + a(u 1 , v 2 ) −a(u 2 , v 2 )[ ≤   [a(u 1 , v 1 −v 2 )[ +[a(u 1 −u 2 , v 2 )[ ≤   C r [[[u 1 −u 2 [[ +[[v 1 −v 2 [[] = C r [[(u 1 , v 1 ) −(u 2 , v 2 )[[ H×H , o  que  prova  que  a(u, v) ´e  Lipschitziana  em  E  com  constante  de  Lipschitz  L  igual  a  C r. (iv) ⇒(i) Suponhamos que a(u, v) ´e Lipschitziana em limitados de HH.   Mostraremos que  a(u, v)  ´e  cont´ınua  em  H  H.   De  fato,  sejam  (u 0 , v 0 ) ∈  H  H  e  ε  >  0.   Ent˜ ao,  por hip´otese, a(u, v) ´e Lipschitziana em B r ((u 0 , v 0 )) ⊂ HH, para todo r > 0, com constante de  Lipschitz  dependendo  de  r, ´e  claro,  ou  seja, [a(u 1 , v 1 ) −a(u 0 , v 0 )[ ≤ L[[(u 1 , v 1 ) −(u 0 , v 0 )[[ H×H ,   para  todo  (u 1 , v 1 ) ∈ B r ((u 0 , v 0 )). Em  particular, [a(u, v) −a(u 0 , v 0 )[ ≤ L[[(u −u 0 , v −v 0 )[[ H×H ,   para  todo  (u, v) ∈ B r ((u 0 , v 0 )). Escolhamos  δ  <  min¦ε/L, r¦.   Ent˜ ao,   se [[(u − u 0 , v − v 0 )[[ H×H   <  δ,   da  desigualdade acima  decorre  que [a(u, v) − a(u 0 , v 0 )[   <  ε,   o  que  mostra  a  continuidade  de  a(u, v)  em (u 0 , v 0 ).   Pela  arbitrariedade  de  (u 0 , v 0 )  resulta  que  a(u, v)  ´e  cont´ınua  em  H  H.   Isto conclui  a  prova. 2 Observa¸c˜ao  5.20  Decorre  dos ´ıtens  (i)  e  (iii)  da  Proposi¸c˜ao  acima  que  os  conceitos  de forma  sesquilinear  cont´ınua  e  forma  sesquilinear  limitada  s˜ao  equivalentes. 196   INTRODUC¸  ˜ AO   ` A  AN ´ ALISE  FUNCIONAL Proposi¸c˜ao  5.21  Sejam H  um espa¸ co de Hilbert e a(u, v) uma forma sesquilinear de H. Se  a(u, v)  ´e  limitada  na  diagonal   de  H H,  ent˜ao  a(u, v)  ´e  limitada. Demonstra¸c˜ao:   Sejam  u, v ∈ H.   Da  identidade 4 a(u, v)   =   a(u + v, u + v) −a(u −v, u −v) +   i a(u + i v, u + i v) −i a(u −i v, u −i v), resulta  que [a(u, v)[   ≤   1 4  [[a(u + v, u +v)[ +[a(u −v, u −v)[   (5.46) +   [a(u + i v, u + i v)[ +[a(u −i v, u −i v)[] ≤   C 4 _ [[u + v[[ 2 +[[u −v[[ 2 +[[u + i v[[ 2 +[[u −i v[[ 2 ¸ , onde  C  > 0 ´e  uma  constante  que  prov´em  da  limita¸c˜ ao  de  a(u, v)  na  diagonal. Como H  ´e um espa¸co de Hilbert, temos que ´e v´alida a identidade do paralelogramo e, portanto, [[u + v[[ 2 +[[u −v[[ 2 = 2 _ [[u[[ 2 +[[v[[ 2 _ , [[u + i v[[ 2 +[[u −i v[[ 2 = 2 _ [[u[[ 2 +[[i v[[ 2 _ = 2 _ [[u[[ 2 +[[v[[ 2 _ . Logo,  combinando  as  identidades  acima  com  (5.46)  chegamos  a [a(u, v)[   ≤   C 4 _ 2 _ [[u[[ 2 +[[v[[ 2 _ + 2 _ [[u[[ 2 +[[v[[ 2 _¸ =   C _ [[u[[ 2 +[[v[[ 2 _ ,   para  todo  u, v ∈ H. Em  particular,  se [[u[[ = [[v[[ = 1,  da  desigualdade  acima  resulta  que [a(u, v) ≤ 2C   para  todo  u, v ∈ H  com [[u[[ = [[v[[ = 1.   (5.47) Sejam,  agora,  u, v ∈ H  tais  que  u, v ,= 0.   Ent˜ao,  de  (5.47)  conclu´ımos  que ¸ ¸ ¸ ¸ a _   u [[u[[ ,   v [[v[[ _¸ ¸ ¸ ¸ ≤ 2C ⇒[a(u, v)[ ≤ 2C [[u[[ [[v[[. Se  u  =  0  ou  v  =  0,   a(u, v)  =  0  e,   portanto, [a(u, v)[  =  0  =  2C [[u[[ [[v[[,   o  que  prova que [a(u, v)[ ≤ 2C [[u[[ [[v[[,  para  todo  u, v ∈ H,  e  encerra  a  prova. 2 FORMAS  SESQUILINEARES  LIMITADAS   197 Proposi¸c˜ao  5.22  Sejam H  um espa¸co de Hilbert e a(u, v) uma forma sesquilinear de H. Se  a(u, v)  ´e  limitada  na  diagonal   e,   al´em  disso, [a(u, v)[  = [a(v, u)[   para  todo  u, v ∈  H, ent˜ao, [[a[[ =   sup u∈H;u=0 [a(u, u)[ [[u[[ 2   . Demonstra¸c˜ao:   Consideremos  o  conjunto B  = ¦C  > 0; [a(u, u)[ ≤ C [[u[[ 2 ,   para  todo  u ∈ H¦. Como,   por   h´ıp´otese,   a(u, v)   ´e   limitada  na  diagonal,   temos   que   B  ,= ∅  e   limitado inferiormente  por  0.   Logo,  B  possui ´ınfimo.   Seja  C ∈ B.   Ent˜ ao, [a(u, u)[ [[u[[ 2   ≤ C  para  todo  u ∈ H  com  u ,= 0. Logo, sup u∈H;u=0 [a(u, u)[ [[u[[ 2   ≤ C,   para  todo  C ∈ B, o  que  implica  que sup u∈H;u=0 [a(u, u)[ [[u[[ 2   ≤ inf B, uma  vez  que   sup u∈H;u=0 |a(u,u)| ||u|| 2   ´e  cota  inferior  para  B.   Definamos: α =   sup u∈H;u=0 [a(u, u)[ [[u[[ 2   e  β  = inf B. Ent˜ao,  do  exposto  acima,  temos  que  α ≤ β.   Afirmamos,  em  verdade,  que α = β   (5.48) Com  efeito,   suponhamos,   por  contradi¸c˜ ao  que  α  <  β.   Ent˜ ao,   existe  γ ∈ 1  tal   que α < γ  < β.   Como  α =   sup u∈H;u=0 |a(u,u)| ||u|| 2   ,  temos  que   |a(u,u)| ||u|| 2   < γ  para  todo  u ∈ H,  com  u ,= 0, ou  seja, [a(u, u)[ < γ [[u[[ 2 ,   para  todo  u ∈ H  com  u ,= 0. Se  u = 0,  temos  que [a(u, u)[ = γ[[u[[ 2 = 0  e  portanto [a(u, u)[ ≤ γ [[u[[ 2 ,   para  todo  u ∈ H. 198   INTRODUC¸  ˜ AO   ` A  AN ´ ALISE  FUNCIONAL Al´em disso, temos que γ  > 0 pois γ  > α ≥ 0.   Logo, γ ∈ B.   Ent˜ao, γ ∈ B  e γ  < inf B, o  que ´e  uma  contradi¸ c˜ao,  ficando  provado  a  afirma¸c˜ ao  feita  em  (5.48).   Da´ı  vem  que α =   sup u∈H;u=0 [a(u, u)[ [[u[[ 2   = inf B.   (5.49) Por  outro  lado,  sejam  u, v ∈ H.   Das  rela¸c˜ oes a(u + v, u + v)   =   a(u, u) + a(u, v) + a(v, u) + a(v, v), a(u −v, u −v)   =   a(u, u) −a(u, v) −a(v, u) + a(v, v), resulta  que a(u +v, u + v) −a(u −v, u −v) = 2[a(u, v) + a(v, u), ] ou  seja, a(v, v) + a(v, u) =   1 2  [a(u + v, u + v) −a(u −v, u −v)] . Resulta  da´ı,  do  fato  que  a(u, v)  ´e  limitada  na  diagonal  de  H  H  e  da  identidade  do paralelogramo  que [a(u, v) + a(v, u)[   ≤   1 2  [[a(u + v, u + v)[ +[a(u −v, u −v)[] ≤   C 2 _ [[u + v[[ 2 +[[u −v[[ 2 ¸ =   C 2 _ 2 _ [[u[[ 2 +[[v[[ 2 _¸ , ou  seja, [a(u, v) + a(v, u)[ ≤ C _ [[u[[ 2 +[[v[[ 2 _ ,   para  todo  u, v ∈ H,   (5.50) onde  C  > 0  prov´em  da  limita¸c˜ ao  de  a(u, v)  na  diagonal. Tomemos, em particular, u, v ∈ H  tais que [[u[[ ≤ 1 e [[v[[ ≤ 1 e λ ∈ C tal que [λ[ = 1. Ent˜ ao,  de  (5.50)  resulta  que [a(u, λv) + a(λv, u)[ ≤ C _ [[u[[ 2 +[[λv[[ 2 _ = C _ [[u[[ 2 +[[v[[ 2 _ ≤ 2C. Por outro lado, a(u, λv) = λa(u, v) e a(λv, u) = λa(v, u) e portanto, da desigualdade acima  vem  que [λa(u, v) + λa(v, u)[ ≤ 2C,   para  todo  u, v ∈ H  tais  que   (5.51) [[u[[ ≤ 1  e [[v[[ ≤ 1  e  para  todo  λ ∈ C  com [λ[ = 1. FORMAS  SESQUILINEARES  LIMITADAS   199 Como  a(u, v), a(v, u)  em  (5.51)  s˜ao  complexos,   temos  que  existem  θ, δ ∈  [0, 2π]   tais que  a(u, v)  = [a(u, v)[e i θ e  a(v, u)  = [a(v, u)[e i δ .   Tomemos,   em  particular,   λ  =  e i(θ−δ) 2   . Ent˜ ao, [λ[ = 1  e  de  (5.51)  vem  que ¸ ¸ ¸e i(−θ+δ) 2 [a(u, v)[e i θ +e i(θ−δ) 2 [a(v, u)[e i δ ¸ ¸ ¸ ≤ 2C, ou  ainda, ¸ ¸ ¸e i(θ+δ) 2 [a(u, v)[ + e i(θ+δ) 2 [a(v, u)[ ¸ ¸ ¸ ≤ 2C, e  como,  por  hip´otese, [a(u, v)[ = [a(v, u)[  decorre  que [a(u, v)[2 ¸ ¸ ¸e i(θ+δ) 2 ¸ ¸ ¸ ≤ 2C ⇒[a(u, v)[ ≤ C,   para  todo  u, v ∈ H  com [[u[[ ≤ 1  e [[v[[ ≤ 1. Assim, sup u,v∈H;||u||≤1,||v||≤1 [a(u, v)[ ≤ C, o  que  acarreta  que [[a[[ ≤  C.   Como  C  foi  tomado  arbitrariamente  em  B  temos  que [[a[[ ´e  uma  cota  inferior  para  B  e,  por  conseg¨ uinte, [[a[[ ≤ inf B  = β. Resulta  da´ı  e  de  (5.49)  que [[a[[ ≤   sup u∈H;u=0 [a(u, u)[ [[u[[ 2   (5.52) Agora, como _ |a(u,u)| ||u|| 2   ; u ∈ H  tal  que  u ,= 0 _ ⊂ _ |a(u,v)| ||u|| ||v|| ; u, v ∈ H  tal  que  u, v ,= 0 _ , ent˜ ao sup u∈H;u=0 [a(u, u)[ [[u[[ 2   ≤   sup u,v∈H;u,v=0 [a(u, v)[ [[u[[ [[v[[   = [[a[[.   (5.53) Combinando  (5.52)  e  (5.53)  conclu´ımos  que [[a[[ =   sup u∈H;u=0 [a(u, u)[ [[u[[ 2   , conforme  quer´ıamos  demonstrar. 2 200   INTRODUC¸  ˜ AO   ` A  AN ´ ALISE  FUNCIONAL Observa¸c˜ao  5.23  De  maneira  an´aloga  ao  que  j´a  provamos,   mostra-se  que  se  a(u, v)  ´e limitada  na  diagonal,  ent˜ao: sup u∈H;u=0 [a(u, u)[ [[u[[ 2   =   sup u∈H;||u||≤1 [a(u, v)[ = inf¦C  > 0; [a(u, u)[ ≤ C [[u[[ 2 ,   para  todo  u ∈ H¦. Al´em  disso,   se  a(u, v)   for   limitada  na  diagonal   e  hermitiana,   a  proposi¸c˜ao  5.22  se cumpre  e  ent˜ao  temos [[a[[ =   sup u∈H;u=0 [a(u, u)[ [[u[[ 2   =   sup u∈H;||u||≤1 [a(u, v)[ = inf¦C  > 0; [a(u, u)[ ≤ C [[u[[ 2 ,   para  todo  u ∈ H¦. 5.3   Operadores  Lineares  Limitados Nesta  se¸c˜ao  estenderemos   o  conceito  de  operadores   lineares   limitados   para  espa¸cos   de Hilbert  complexos  e  provaremos  que  existe  um  isomorfismo  isom´etrico  entre  as  formas sesquilineares  limitadas  de  H  e  os  operadores  lineares  limitados  de  H. Defini¸c˜ao  5.24  Sejam  H  um  espa¸co  de   Hilbert   complexo  com  produto  interno  (, )   e norma [[  [[   =  (, ) 1/2 e  A  :   H →  H  um  operador  linear.   Dizemos  que  A  ´e  limitado  se existir  uma  constante  C  > 0  tal   que [[Au[[ ≤ C [[u[[,   para  todo  u ∈ H. Nota¸c˜ao:  O  espa¸co  vetorial  dos  operadores  lineares  A  de  H  em  H,  que  s˜ao  limitados ´e  denotado  por /(H).   Assim /(H) = ¦A : H →H;   A ´e  linear  e  limitado¦.   (5.54) No  espa¸co /(H),  denotaremos  por [[A[[  o  n´ umero [[A[[ =   sup u∈H;u=0 [[Au[[ [[u[[   , cuja aplica¸c˜ ao A ∈ /(H) →[[A[[ define uma norma em /(H).   Analogamente ao que fize- mos para as formas sesquilineares limitadas, fazemos para os operadores lineares limitados de  H  e  obtemos [[A[[ =   sup u∈H;||u||=1 [[Au[[ =   sup u∈H;||u||≤1 [[Au[[ = inf¦C  > 0; [[Au[[ ≤ C [[u[[,   para  todo  u ∈ H¦. (5.55) OPERADORES  LINEARES  LIMITADOS   201 Ent˜ao,  se  A ´e  um  operador  linear  limitado  de  H,  podemos  escrever [[Au[[ ≤ [[A[[ [[u[[,   para  todo  u ∈ H.   (5.56) Obtemos  igualmente  como  no  caso  das  formas  sesquilineares  limitadas  o  seguinte  re- sultado: Proposi¸c˜ao  5.25  Sejam  H  um  espa¸co  de  Hilbert  e  A  :  H →  H  um  operador  linear  de H.   As  seguintes  afirma¸c˜oes  s˜ao  equivalentes: (i)   A  ´e  cont´ınuo  em  H. (ii)   A  ´e  cont´ınua  no  ponto  0 ∈ H. (iii)   A  ´e  limitado  em  H. (iv)   A  ´e  Lipschitziano  em  H. Demonstra¸c˜ao:   (i) ⇒(ii).   Evidente. (ii) ⇒  (iii).   Suponhamos  que  A  ´e  cont´ınuo  no  ponto  0 ∈  H.   Assim,   dado  ε  >  0, existe  δ  > 0  tal  que  se [[u[[ < δ  ent˜ao [[Au[[ < ε.   Tomemos,  em  particular,  ε = 1.   Ent˜ao, por  hip´otese,  existe  δ 1   > 0  tal  que Se [[u[[ < δ 1   ent˜ ao [[Au[[ < 1.   (5.57) Sejam  u ∈ H  tal  que  u ,= 0  e  C ∈ 1  tal  que  0 <   1 C   < δ 1 .   Ent˜ao ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸   u C ||u|| ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ =   1 C   < δ 1   e, portanto,  de  (5.57)  resulta  que ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ A _   u C [[u[[ _¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ < 1 ⇒[[Au[[ ≤ C [[u[[,   para  todo  u ∈ H  com  u ,= 0. Al´em  disso,   se  u  =  0,   temos  que [[Au[[   =  0  =  C[[u[[.   Desta  forma  conclu´ımos  que [[Au[[ ≤ C [[u[[,  para  todo  u ∈ H. (iii) ⇒  (iv).   Suponhamos  A  limitado  em  H,   isto  ´e,   existe  C  >  0  talq  que [[au[[ ≤ C [[u[[,  para  todo  u ∈ H.   Ent˜ ao,  se  u, v ∈ H,  face  a  linearidade  de  A,  resulta  que [[Au −Av[[ = [[A(u −v)[[ ≤ C [[u −v[[, o  que  prova  ser  A  Lipschitziano. (iv) ⇒(i)  Evidente. 202   INTRODUC¸  ˜ AO   ` A  AN ´ ALISE  FUNCIONAL 2 Decorre da Proposi¸c˜ao acima que os conceitos de operadores lineares limitados e ope- radores  lineares  cont´ınuos  s˜ao  equivalentes. A  seguir,   mostraremos  que  existe  uma  rela¸c˜ ao  estreita  entra  as  formas  sesquilineares limitadas  e  os  operadores  lineares  limitados.   Com  efeito, (I)  Seja  A  um  operador  linear  limitado  de  H.   Definamos  a  seguinte  aplica¸c˜ ao: a : H H →C (u, v) →a(u, v),   onde, a(u, v) = (Au, v),   para  todo  u, v ∈ H.   (5.58) Afirmamos   que  a(u, v)   ´e  uma  forma  sesquilinear   de  H.   De  fato,   a(u, v)   est´a  bem definida uma vez que A ´e um operador.   Al´em disso, em virtude da linearidade de A e das propriedades  do  produto  interno  (, )  de  H,  temos  que  para  todo  u, v, w ∈ H  e  λ ∈ C, (i)   a(u +w, v) = (A(u +w), v) = (Au + Aw, v) = (Au, v) + (Aw, v) = a(u, v) + a(w, v). (ii)   a(λu, v) = (A(λu), v) = (λAu, v) = λ(Au, v) = λa(u, v). (iii)   a(u, v + w) = (Au, v + w) = (Au, v) + (Au, w) = a(u, v) + a(u, w). (iv)   a(u, λv) = (Au, λv) = λ(Au, v) = λa(u, v), o  que  prova  ser  A  uma  forma  sesquilinear.   Al´em  disso,   como  o  produto  interno  ´e  uma forma sesquilinear, hermitiana, estritamente positiva, ent˜ ao, pela desigualdade de Cauchy- Schwarz  e  de  (5.56),  obtemos [a(u, v)[ = [(Au, v)[ ≤ [[Au[[ [[v[[ ≤ [[A[[ [[u[[ [[v[[   para  todo  u, v ∈ H,   (5.59) o  que  prova  que  a(u, v) ´e  limitada. Se A ≡ 0, ent˜ao a ≡ 0 e da´ı vem que [[A[[ = [[a[[.   Agora, se A ,= 0 (n˜ao identicamente nulo),  ent˜ ao [[A[[ > 0  e,  de  (5.59)  resulta  que [[A[[ ∈ ¦C  > 0; [a(u, v)[ ≤ C [[u[[ [[v[[,   para  todo  u, v ∈ H¦, o  que  implica  que [[A[[ ≥ inf¦C  > 0; [a(u, v)[ ≤ C [[u[[ [[v[[,   para  todo  u, v ∈ H¦ = [[a[[,   (5.60) OPERADORES  LINEARES  LIMITADOS   203 Por  outro  lado,  lembremos  que [[a[[ =   sup u,v∈H;u,v=0 [a(u, v)[ [[u[[ [[v[[   =   sup u,v∈H;u,v=0 [(Au, v)[ [[u[[ [[v[[ . Como _ [(Au, v)[ [[u[[ [[v[[ ; u, v ∈ H  e  u, v ,= 0 _ ⊃ _ [(Au, Au)[ [[u[[ [[Au[[ ; u ∈ H  e  u, Au ,= 0 _ , vem  que sup u,v∈H;u,v=0 [(Au, v)[ [[u[[ [[v[[  ≥   sup u∈H;u,Au=0 [(Au, Au)[ [[u[[ [[Au[[ , o  que  prova  que [[a[[ ≥   sup u∈H;u,Au=0 [(Au, Au)[ [[u[[ [[Au[[   =   sup u∈H;u,Au=0 [[Au[[ 2 [[u[[ [[Au[[   =   sup u∈H;u,Au=0 [[Au[[ [[u[[   .   (5.61) Como _ [[Au[[ [[u[[   ; u ∈ H  e  u, Au ,= 0 _ ⊂ _ [[Au[[ [[u[[   ; u ∈ H, u ,= 0 _ , resulta  que sup u∈H;u,Au=0 [[Au[[ [[u[[   ≤   sup u∈H;u=0 [[Au[[ [[u[[   .   (5.62) Por  outro  lado  note  que [[Au[[ [[u[[   ≤   sup u∈H;u,Au=0 [[Au[[ [[u[[   ,   para  todo  u ∈ H  tal  que  u, Au ,= 0, e  a  desigualdade  acima  continua  v´alida  mesmo  que  Au = 0  e  u ,= 0.   Logo, [[Au[[ [[u[[   ≤   sup u∈H;u,Au=0 [[Au[[ [[u[[   ,   para  todo  u ∈ H, u ,= 0, e,  consequentemente, sup u∈H;u=0 [[Au[[ [[u[[   ≤   sup u∈H;u,Au=0 [[Au[[ [[u[[   .   (5.63) De  (5.62)  e  (5.63)  obtemos sup u∈H;u,Au=0 [[Au[[ [[u[[   =   sup u∈H;u=0 [[Au[[ [[u[[   = [[A[[.   (5.64) 204   INTRODUC¸  ˜ AO   ` A  AN ´ ALISE  FUNCIONAL Assim,   de  (5.61)  e  (5.64)  resulta  que [[a[[ ≥ [[A[[   e  da´ı   e  de  (5.60)  conclu´ımos  que [[a[[ = [[A[[. (II)  Seja,  agora,  a(u, v)  uma  forma  sesquilinear  limitada  de  H.   Definamos,  para  cada u ∈ H,  u ,= 0,  a  seguinte  aplica¸c˜ao: fu : H →C   (5.65) v →¸fu, v) = a(u, v). Afirmamos   que  fu  ´e  uma  aplica¸c˜ao  linear.   Com  efeito,   se  a ≡  0  ent˜ ao  fu ≡  0  e portanto  nada  temos  a  provar.   Seja,   ent˜ ao,   a ,=  0  (n˜ao  identicamente  nula).   Para  todo u, v, w ∈ H  e  λ ∈ C,  temos (i)   ¸fu, v + w) = a(u, v + w) = a(u, v) + a(u, w) = a(u, v) + a(u, w) = ¸fu, v) +¸fu, w) , (ii)   ¸fu, λv) = a(u, λv) = λa(u, v) = λa(u, v) = λ ¸fu, v) , o  que  prova  a  linearidade  de  fu.   Al´em  disso,  da  observa¸c˜ ao  5.17  decorre  que [¸fu, v)[ = ¸ ¸ ¸a(u, v) ¸ ¸ ¸ ≤ [[a[[ [[u[[ [[v[[,   para  todo  v ∈ H.   (5.66) Pondo-se,   para  u ,=  0,   k  = [[a[[ [[u[[   >  0,   ent˜ao [¸fu, v)[ ≤  k [[v[[,   para  todo  v ∈  H. Desta  forma,   fu,   ´e,   para  u ,=  0,   uma  forma  linear  limitada  de  H.   Se  u  =  0,   fu ≡  0  e ´e  trivialmente  uma  forma  linear  limitada  de  H.   Do  exposto  acima,   e  para  cada  u ∈  H, temos que fu ´e uma forma linear limitada de H.   Pelo Teorema de Representa¸c˜ ao de Riez, para  cada  u ∈ H,  existe  um  ´ unico  w u  ∈ H  tal  que ¸fu, v) = (v, w u ) ,   para  todo  v ∈ H.   (5.67) Estamos,  portanto,  aptos  a  definir  a  seguinte  fun¸c˜ ao: A : H →H   (5.68) u →Au = w u ,   onde  w u   ´e  dado  pelo  teorema  de  Riesz. Provaremos, a seguir, que o operador A definido acima ´e linear e limitado.   Com efeito, notemos  inicialmente  que  A  est´a  bem  definido  pois  se  u 1   =  u 2 ,   ent˜ao  a(u 1 , v)  =  a(u 2 , v) e  portanto,   a(u 1 , v)  =  a(u 2 , v),   para  todo  v ∈  H.   Logo, ¸fu 1 , v)  = ¸fu 2 , v),   para  todo v ∈  H,   ou  ainda,   (v, w u 1 )  =  (v, w u 2 ),   para  todo  v ∈  H,   onde  w u 1   e  w u 2   s˜ao  dados  pelo OPERADORES  LINEARES  LIMITADOS   205 Teorema  de  Riesz.   Resulta  da  ´ ultima  identidade  em  particular  para  v  =  w u 1  − w u 2   que w u 1   = w u 2 ,  o  que  prova  que  Au 1   = Au 2 . Consideremos,  agora,  u, v ∈ H.   Temos,  de  (5.67)  e  (5.68)  que, a(u, v) = ¸fu, v) = (v, w u ) = (v, Au) = (Au, v),   e,  portanto, a(u, v) = (Au, v),   para  todo  u, v ∈ H.   (5.69) Sejam  u 1 , u 2  ∈ H  e  λ ∈ C.   Ent˜ ao,  de  (5.69)  obtemos (i)   (A(u 1  + u 2 ), v) = a(u 1  + u 2 , v) = a(u 1 , v) + a(u 2 , v) = (Au 1 , v) + (Au 2 , v) ,   para  todo  v ∈ H. Ent˜ao,  (A(u 1  + u 2 ) −Au 1 −Au 2 , v) = 0,  para  todo  v ∈ H,  e  conseq¨ uentemente, A(u 1  + u 2 ) = Au 1  + Au 2 . Al´em  disso, (ii)   (A(λu 1 ), v) = a(λu 1 , v) = λa(u 1 , v) = λ  (Au 1 , v) = (λAu 1 , v) ,   para  todo  v ∈ H. Assim,  (A(λu 1 ) −λAu 1 , v) = 0  para  todo  v ∈ H,  o  que  implica  que A(λu 1 ) = λA(u 1 ), o  que  prova  a  linearidade  de  A. Tamb´em,  seja  u ∈ H  tal  que  Au ,= 0  (  e,  portanto  u ,= 0).   Logo, [[Au[[ [[u[[   =   [[Au[[ 2 [[u[[ [[Au[[   =  [(Au, Au)[ [[u[[ [[Au[[  ≤   sup u,v∈H;u,v=0 [a(u, v)[ [[u[[ [[v[[   = [[a[[, o  que   nos   leva  a [[Au[[ ≤ [[a[[ [[u[[,   para  todo  u ∈  H  tal   que   Au ,=  0  e   u ,=  0.   Se u  =  0,   temos  que  Au  =  0  e,   portanto, [[Au[[   = [[a[[ [[u[[   =  0.   Se  Au  =  0  temos  que [[Au[[ = 0 ≤ [[a[[ [[u[[.   Do  exposto  vem  que [[Au[[ ≤ [[a[[ [[u[[,   para  todo  u ∈ H, o que prova ser A limitado.   De modo an´alogo ao que foi feito em (I), temos que [[A[[ = [[a[[. 206   INTRODUC¸  ˜ AO   ` A  AN ´ ALISE  FUNCIONAL Observa¸c˜ao  5.26  Do   que   vimos   acima,   dado   um  operador   linear   A  limitado   de   um espa¸co de Hilbert H, constru´ımos uma forma sesquilinear limitada de H, ou seja, a(u, v) = (Au, v),   para   todo   u, v  ∈  H  tal   que [[a[[   =  [[A[[.   Reciprocamente,   dada   uma   forma sesquilinear   limitada  de  H,   a(u, v),   constru´ımos   um  operador   A  linear   limitado  de  H, dado  por  (Au, v) = a(u, v),  para  todo  u, v ∈ H,  onde [[A[[ = [[a[[. Denotaremos   por o(H)   o  espa¸co  das   formas   sesquilineares   limitadas   de  H  e  como vimos,  por /(H)  o  espa¸co  das  formas  lineares  limitadas  de  H. Proposi¸c˜ao  5.27  Seja H  um espa¸co de Hilbert.   Ent˜ao existe um isomorfismo isom´etrico entre o(H)  e /(H)  dado  pela  seguinte  aplica¸c˜ao: F  : o(H) →/(H) a →F(a) = A,   onde  a(u, v) = (Au, v),   para  todo  u, v ∈ H. Demonstra¸c˜ao: (i)  F  est´a  bem  definida. Seja,  a 1 , a 2  ∈ o(H)  tais  que  a 1   = a 2 .   Ent˜ao,  a 1 (u, v) = a 2 (u, v),  para  todo  u, v ∈ H  e portanto, (F(a 1 )u, v) = (F(a 2 )u, v) ,   para  todo  u, v ∈ H, o  que  implica  que  F(a 1 )u = F(a 2 )u,  para  todo  u ∈ H,  donde  F(a 1 ) = F(a 2 ). (ii)  F  ´e  injetora. Sejam  a 1 , a 2   ∈  o(H)   e   suponhamos   que   F(a 1 )   =  F(a 2 ).   Ent˜ao,   A 1   =  A 2   onde a 1 (u, v) = (A 1 u, v)  e  a 2 (u, v) = (A 2 u, v)  para  todo  u, v ∈ H.   Como  A 1   = A 2 ,  (A 1 u, v) = (A 2 u, v),   para  todo  u, v ∈  H  e,   desta  forma,   a 1 (u, v)  =  a 2 (u, v),   para  todo  u, v ∈  H,   ou seja,  a 1   = a 2 . (iii)  F  ´e  linear. Sejam  a 1 , a 2  ∈ o(H)  e  λ ∈ C. (a)  Temos,  F(a 1  + a 2 )  =  A 3 ,  onde  (a 1  + a 2 )(u, v)  =  (A 3 u, v),  para  todo  u, v ∈  H,  ou seja, (A 3 u, v)   =   (a 1  +a 2 )(u, v) = a 1 (u, v) + a 2 (u, v) =   (A 1 u, v) + (A 2 u, v) = ((A 1  + A 2 )u, v),   para  todo  u, v ∈ H, onde  A 1   = F(a 1 )  e  A 2   = F(a 2 ), CONJUNTOS  ORTONORMAIS  COMPLETOS   207 o  que  implica  que  A 3   = A 1  + A 2 ,  isto ´e,  F(a 1  + a 2 ) = F(a 1 ) + F(a 2 ). (b)  Temos,  F(λa 1 ) = B,  onde  (λa 1 )(u, v) = (Bu, v),  para  todo  u, v ∈ H,  ou  seja, (Bu, v)   =   λa 1 (u, v) = λ(A 1 u, v) =   ((λA 1 )u, v),   para  todo  u, v ∈ H,   onde  A 1   = F(a 1 ), o  que  acarreta  que  B  = λA 1 ,  isto ´e,  F(λa 1 ) = λF(a 1 ). (iv)  A  sobrejetividade ´e  imediata. (v)  F  ´e  isometria. Temos  que [[Fa[[  = [[A[[.   Mas,  pelo  que  j´a  foi  provado  anteriormente, [[A[[  = [[a[[  e, por  conseguinte, [[Fa[[ = [[a[[,  para  todo  a ∈ o(H).   2 5.4   Conjuntos  Ortonormais  Completos Seja  H  um  espa¸co  de  Hilbert  munido  de  um  produto  interno  que  designaremos  por  (, ) e  norma [[  [[   =  (, ) 1/2 .   Dois  vetors  u, v ∈  H  s˜ao  ditos  ortogonais  quando  (u, v)  =  0. Evidentemente o vetor nulo ´e ortogonal a qualquer outro, pela pr´opria defini¸c˜ao.   As vezes denotamos  u ⊥  v  para  indicar  que  u  ´e  ortogonal   a  v.   Um  conjunto  de  vetores  A ⊂  H ´e  dito  ortogonal   quando  (u, v)  =  0,   para  todo  u, v ∈  A  com  u ,=  v.   Um  conjunto  ´e  dito ortonormal  quando  for  ortogonal,  e,  al´em  disso, [[u[[ = 1,  para  todo  u ∈ A. Defini¸c˜ao  5.28  Seja  A  um  conjunto  ortonormal   em  um  espa¸co  de  Hilbert  H.   A  ´e  dito completo  se  n˜ao  existir   outro  conjunto  ortonormal   contendo  A,   ou  seja,   A  deve  ser   o conjunto  ortonormal   maximal. Veremos, a seguir, um crit´erio para a caracteriza¸c˜ao de conjuntos ortonomais completos em  um  espa¸co  de  Hilbert  H. Proposi¸c˜ao  5.29  Um  conjunto  ortonormal   A  ´e  completo  se  e  somente  se  para  todo  u ∈ H  tal   que  u ⊥ A,  ent˜ao  u  deve  ser  o  vetor  nulo. Demonstra¸c˜ao:   Suponhamos  incialmente  que  A  seja  ortonormal  completo  e,  por  con- tradi¸c˜ ao,   que  exista  u ∈  H  tal   que  u ⊥  A  e  u ,=  0.   Ent˜ ao,   u ||u||   ´e  um  vetor  unit´ario  tal que u [[u[[  ⊥ A ⇒ _   u [[u[[ , v _ = 0,   para  todo  v ∈ A.   (5.70) 208   INTRODUC¸  ˜ AO   ` A  AN ´ ALISE  FUNCIONAL Al´em  disso,   u ||u||   / ∈ A,  pois,  caso  contr´ ario,  de  (5.70)  e,  em  particular,  ter´ıamos 0 = _   u [[u[[ ,   u [[u[[ _ = 1, o  que ´e  um  absurdo. Logo,   M  = _   u ||u|| _ ∪ A  ´e  um  conjunto  ortonormal   em  H  contendo  A  estritamente,   o que ´e  uma  contradi¸c˜ ao. Reciprocamente,   suponhamos  que  para  todo  u ∈  H  tal   que  u ⊥  A  tenhamos  u  =  0 e,   por   contradi¸c˜ ao,   suponhamos   que  A  n˜ao  seja  completo.   Ent˜ao,   existe  B,   conjunto ortonormal   em  H,   tal   que  A  est´a  contido  propriamente  em  B.   Logo,   existe  w ∈  B¸A. Ent˜ ao, [[w[[ 2 = (w, w) = 1,   (5.71) pois w ∈ B  e B ´e ortonormal em H.   Al´em disso, como para todo v ∈ A tem-se que w ,= v resulta  que (w, v) = 0,   para  todo  v ∈ A ⇒ w ⊥ A,   (5.72) j´a que B  ´e ortonormal e A ⊂ B.   Segue de (5.72) e,  por hip´otese,  que  w = 0,  o que ´e uma contradi¸ c˜ao  com  (5.71).   Isto  prova  o  crit´erio. 2 Proposi¸c˜ao  5.30  Seja  H  um  espa¸co  de  Hilbert,   n˜ao  trivial.   Ent˜ao,   qualquer  conjunto ortonormal   pode  ser  estendido  a  um  conjunto  ortonormal   completo. Demonstra¸c˜ao:   Incialmente notemos que a existˆencia de um conjunto ortonormal est´a garantida  pois  como  H  ´e  n˜ao  trivial  ent˜ ao  existe  u ∈ H,  u ,= 0  e  portanto  o  conjunto _   u [[u[[ _ , ´e  trivialmente  ortonormal  em  H. Consideremos,  ent˜ ao,  A  um  conjunto  ortonormal  em  H.   Se  A  n˜ao  ´e  completo,  ent˜ao existe   B  ortonormal   em  H  tal   que   A ⊂  B.   Seja  S  a  cole¸c˜ao  de   todos   os   conjuntos ortonormais  que  contˆem  A.   S  ´e  n˜ao  vazio  pois  B ∈  S.   ´ E  claro  que  a  cole¸c˜ao  S  ´e  par- cialmente ordenada pela inclus˜ao de conjuntos.   Mostraremos agora que todo subconjunto CONJUNTOS  ORTONORMAIS  COMPLETOS   209 de  S  totalmente  ordenado  tem  uma  limita¸c˜ ao  superior  em  S,  ou  seja,  S  ´e  indutivamente ordenado.   Poderemos, ent˜ ao, aplicar o Lema de Zorn, que garante que todo conjunto n˜ao vazio  indutivamente  ordenado  tem  um  elemento  maximal,   para  obtermos  um  conjunto ortonormal  maximal.   Consideremos,  ent˜ ao, T  = ¦A α ¦ α∈I , uma  subcole¸c˜ao  de  S  totalmente  ordenada.   ´ E  claro  que A α  ⊂ _ α∈I A α ,   para  todo  α ∈ I,   e  A ⊂ _ α∈I A α. Logo,  α∈I A α   ´e  uma  cota  superior  para  T.   Mostraremos  que  α∈I A α  ∈  S,   ou  seja,   que  α∈I A α   ´e  ortonormal   em  H.   De  fato,   sejam  u, v ∈   α∈I A α .   Isto  implica  que  existem  A α   e A β   tais  que u ∈ A α   e  v ∈ A β . Como  T  ´e  totalmente  ordenado,  ent˜ ao  A α  ⊂ A β   ou  A β  ⊂ A α .   Sem  perda  da  generali- dade  suponhamos  que  a  primeira  das  inclus˜oes  ocorra.   Ent˜ao, u, v ∈ A β . Se  u  =  v,   ent˜ ao [[u[[   = [[v[[   =  1  pois  A β   ´e  ortonormal   em  H.   Agora,   sendo  u ,=  v, ent˜ ao,  pelo  mesmo  motivo (u, v) = 0 ⇒u ⊥ v. Se tiv´essemos suposto que A β  ⊂ A α , concluir´ıamos o mesmo.   Logo,  α∈I A α  ´e ortonormal em  H  e  portanto _ α∈I A α  ∈ S. Logo,   o  conjunto  α∈I A α   ´e  uma  limita¸c˜ao  superior  para  T  em  S.   Pelo  Lema  de  Zorn existe  um  elemento  maximal   A  em  S.   Assim,   A  ´e  ortonormal  e  completo  pois  se  existir B ∈ S  tal  que  A ⊂ B,  ent˜ao,  por  ser  A  maximal,  A = B.   Isto  conclui  a  prova. 2 210   INTRODUC¸  ˜ AO   ` A  AN ´ ALISE  FUNCIONAL Proposi¸c˜ao  5.31  Seja H  um espa¸co de Hilbert.   Suponha que A = ¦v ν ¦ ν∈N  ´e um conjunto ortonormal   em  H  e  consideremos  u ∈ H.   Ent˜ao: (1)   v  = +∞  ν=1 (u, v ν )v ν ,   isto  ´e  s´erie  converge  para  um  vetor  v ∈ H. (2)   O  vetor  v  mencionado  no ´ıtem  (1)  acima  pertence  a  [A]. (3)   u ∈ [A] ⇔u = v. (4)   u −v ⊥ [A]. Demonstra¸c˜ao:   (1)  Definamos: S n   = n  ν=1 (u, v ν )v ν . Temos, das propriedades de produto interno e pelo fato de A = ¦v ν ¦ ν∈N  ser ortonormal, que 0   ≤   [[u −S n [[ 2 = ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ u − n  ν=1 (u, v ν )v ν ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ 2 = _ u − n  ν=1 (u, v ν )v ν , u − n  ν=1 (u, v ν )v ν _ =   (u, u) − _ u, n  ν=1 (u, v ν )v ν _ − _   n  ν=1 (u, v ν )v ν , u _ + _   n  ν=1 (u, v ν )v ν , n  ν=1 (u, v ν )v ν _ =   [[u[[ 2 − _   n  ν=1 (u, v ν )v ν , u _ − _   n  ν=1 (u, v ν )v ν , u _ + n  ν=1 (u, v ν )(u, v ν ) (v ν , v ν ) . ¸¸ . =1 =   [[u[[ 2 − n  ν=1 (u, v ν )(v ν , u) − n  ν=1 (u, v ν )(v ν , u) + n  ν=1 [(u, v ν )[ 2 =   [[u[[ 2 − n  ν=1 (u, v ν )(u, v ν ) − n  ν=1 (u, v ν )(u, v ν ) + n  ν=1 [(u, v ν )[ 2 =   [[u[[ 2 −2 n  ν=1 [(u, v ν )[ 2 + n  ν=1 [(u, v ν )[ 2 =   [[u[[ 2 − n  ν=1 [(u, v ν )[ 2 , o  que  implica  que n  ν=1 [(u, v ν )[ 2 ≤ [[u[[ 2 . CONJUNTOS  ORTONORMAIS  COMPLETOS   211 Resulta  da  desigualdade  acima,  gra¸cas  ao  Teorema  da  Seq¨ uˆencia  Mon´otona,  que ∞  ν=1 [(u, v ν )[ 2 ≤ [[u[[ 2 .   (5.73) A  desigualdade  em  (5.73) ´e  conhecida  como  Desigualdade  de  Bessel.   Portanto,  dados m, n ∈ N,  com  m ≥ n,  temos [[S n −S m [[ 2 = ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ m  ν=n+1 (u, v ν )v ν ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ 2 = _   m  ν=n+1 (u, v ν )v ν , m  ν=n+1 (u, v ν )v ν _ = m  ν=n+1 [(u, v ν )[ 2 →0,   quando  m, n →+∞, o  que  implica  que ¦S n ¦ n∈N   ´e  de  Cauchy,  acarretando  a  convergˆencia  da  s´erie. (2)   ´ E  claro  que S n   = n  ν=1 (u, v ν )v ν  ∈ [A]  para  todo  n ∈ N  e,  por  (1),  existe  v ∈ H  tal  que  S n  →v  em  H. Aqui [A] representa o subespa¸co gerado por A.   Logo, existe ¦S n ¦ n∈N  ⊂ [A] tal que S n  → v em  H  quando  n →+∞.   Isto  significa  que  v ∈ [A]. (4)  Temos,  para  cada  µ ∈ N,  de  acordo  com  o ´ıtem  (1),  que (u −v, v µ )   =   (u, v µ ) −(v, v µ ) =   (u, v µ ) − _   ∞  ν=1 (u, v ν )v ν , v µ _ =   (u, v µ ) −(u, v µ ) = 0, o  que  implica  que  u −v ⊥ A,  e  por  conseguinte,  u −v ⊥ [A]. Agora,   dado  w ∈  [A],   existe ¦w n ¦ n∈N  ⊂  [A]   tal   que  w n  →  w  em  H.   Mas,   para  cada n ∈ N,  resulta  de  (4)  que (u −v, w n ) = 0,   para  todo  n ∈ N. decorre  da´ı,  na  situa¸c˜ao  limite  que (u −v, w) = 0,   para  todo  w ∈ [A], ou  seja,  u −v ⊥ [A]. 212   INTRODUC¸  ˜ AO   ` A  AN ´ ALISE  FUNCIONAL (3)   ´ E  claro  que  se  u  =  v,  ent˜ ao,  em  virtude  de  (2),  u ∈  [A].   Reciprocamente,  supon- hamos  que  u ∈  [A].   Como  de  (2)  temos  que  v ∈  [A],  ent˜ao,  uma  vez  que  [A]  ´e  subspa¸co resulta  que u −v ∈ [A].   (5.74) Por  outro  lado,  do ´ıtem  (4)  vem  que u −v ⊥ [A].   (5.75) Assim,  de  (5.74)  e  (5.75)  resulta  que (u −v, u −v) = 0 ⇒u = v, o  que  encerra  a  prova.   2 Proposi¸c˜ao  5.32  Seja  H  um  espa¸co  de   Hilbert   e   consideremos   A ⊂  H  um  conjunto ortonormal   tal   que  [A] = H.   Ent˜ao,  A  ´e  completo. Demonstra¸c˜ao:   Faremos  a  prova  por  contradi¸c˜ ao.   Com  efeito,  suponhamos  ent˜ ao  que A  ´e  um  conjunto  ortonormal  em  H  tal  que  [A] = H  e,  no  entanto,  A  n˜ao  seja  completo. Ent˜ ao,  de  acordo  com  a  proposi¸c˜ao  5.29  deve  existir  u ∈ H,  u ,= 0  e  tal  que  u ⊥ A.   Isto implica  que u ⊥ [A], e,  que  por  sua  vez,  acarreta  que u ⊥ [A].   (5.76) Como  [A] = H,  por  hip´otese,  resulta  de  (5.76)  que  (u, v) = 0,  para  todo  v ∈ H,  e,  em particular,  que 0 = (u, u) = [[u[[ 2 , o  que  implica  u = 0.   Mas  isto ´e  uma  coontradi¸c˜ ao. 2 CONJUNTOS  ORTONORMAIS  COMPLETOS   213 Proposi¸c˜ao  5.33  Suponhamos que  A = ¦v ν ¦ ν∈N   ´e um  conjunto ortonormal  completo em um  espa¸co  de  Hilbert  H.   Ent˜ao,  [A] = H. Demonstra¸c˜ao:   Faremos  a  demonstra¸c˜ ao  por  contradi¸c˜ ao.   Assumamos,   ent˜ ao,   que  A ´e  um  conjunto  ortonormal  em  H  e  que [A] ,= H. Logo,  existe  u ∈ H,  u ,= 0  e  tal  que  u  / ∈ [A].   Agora,  como  H  ´e  um  espa¸co  de  Hilbert, podemos  aplicar  as  partes  (1)  e  (2)  da  proposi¸c˜ ao  5.31  que  garante  a  existˆencia  de  um vetor  v ∈ H  tal  que ∞  ν=1 (u, v ν )v ν   = v ∈ [A]. Agora,  aplicando-se  a  parte  (4)  da  mesma  proposi¸c˜ ao,  obtemos u −v ⊥ [A], o  que  acarreta  que u −v [[u −v[[  ⊥ [A],   (5.77) j´a que u ,= v, (conforme ´e garantido na parte (3) da proposi¸c˜ ao 5.31) e [A] ´e um subespa¸co de  H.   Segue  de  (5.77),  e,  em  particular,  que u −v [[u −v[[  ⊥ [A].   (5.78) Encontramos, ent˜ ao, um vetor unit´ario, ortonormal `a todo A.   Al´em disso,   u−v ||u−v||   / ∈ A, pois,  caso  contr´ ario,  de  (5.78)  ter´ıamos u −v [[u −v[[   = 0, o  que ´e  um  absurdo.   Em  vista  disso,  podemos  dizer  que  A  n˜ao ´e  completo  pois A _ _   u −v [[u −v[[ _ ∪ A, isto ´e, existe um conjunto ortonormal contendo A estritamente, o que ´e uma contradi¸c˜ ao. 2 214   INTRODUC¸  ˜ AO   ` A  AN ´ ALISE  FUNCIONAL Corol´ario  5.34  Sejam  H  um  espa¸co  de  Hilbert  e  A = ¦v ν ¦ ν∈N   um  conjunto  ortonormal em  H.   Ent˜ao  A  ´e  completo  se  e  somente  se  [A] = H. Demonstra¸c˜ao:   Aplica¸c˜ ao  imediata  das  proposi¸c˜oes  5.32  e  5.33.   2 Proposi¸c˜ao  5.35  Sejam H  um espa¸co de Hilbert e A = ¦v ν ¦ ν∈N   um conjunto ortonormal em  H.   Ent˜ao,  A  ´e  completo  se  e  somente  se,  para  todo  u ∈ H  ´e  v´alida  a  identidade: [[u[[ 2 = ∞  ν=1 [(u, v ν )[ 2 .   (5.79) Demonstra¸c˜ao:   Suponhamos  inicialmente  que  A  seja  completo  e  consideremos  u ∈ H. Pela proposi¸c˜ ao 5.33 decorre que [A] = H.   Logo, u ∈ [A].   Aplicando-se a proposi¸c˜ ao 5.31 ´ıtens  (3)  e  (1)  obtemos u = +∞  ν=1 (u, v ν )v ν .   (5.80) Contudo, ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ n  ν=1 (u, v ν )v ν ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ 2 = _   n  ν=1 (u, v ν )v ν , n  ν=1 (u, v ν )v ν _ = n  ν=1 [(u, v ν )[ 2 , e  de  (5.80),  na  situa¸c˜ao  limite  vem  que [[u[[ 2 = +∞  ν=1 [(u, v ν )[ 2 , o  que  prova  (5.79). Reciprocamente,   suponhamos  que  para  todo  u ∈  H  ´e  v´alida  a  identidade  (5.79)  e, por  contradi¸ c˜ao,  que  A  n˜ao  seja  completo.   Ent˜ao,  conforme  proposi¸c˜ ao  5.29  deve  existir u ∈ H,  u ,= 0,  tal  que u ⊥ A.   (5.81) Segue  de  (5.79)  e  (5.81)  em  particular  para  este  u,  que [[u[[ 2 = +∞  ν=1 [(u, v ν )[ 2 = 0, o  que ´e  uma  contradi¸c˜ao.   Conseq¨ uentemente,  A  deve  ser  completo.   Isto  encerra  a  prova. 2 SUBESPAC¸ OS  FECHADOS  E  O  TEOREMA  DA  PROJEC¸  ˜ AO   215 Observa¸c˜ao  5.36  A identidade dada em (5.79) ´e conhecida como Identidade  de  Parseval. Do  exposto  acima,  enunciaremos  o  principal  resultado  desta  se¸c˜ao. Teorema  5.37  Seja  A = ¦v ν ¦ ν∈N   um  conjunto  ortonormal   em  um  espa¸co  de  Hilbert  H. Ent˜ao,  as  asser¸c˜oes  abaixo  s˜ao  equivalentes (1)   A  ´e  completo. (2)   u ⊥ A ⇒u = 0. (3)   u ∈ H ⇒u = +∞  ν=1 (u, v ν )v ν . (4)   [A] = H. (5)   [[u[[ 2 = +∞  ν=1 [(u, v ν )[ 2 . (6)   Para  todo  u, w ∈ H,   (u, w) = +∞  ν=1 (u, v ν )(w, v ν ). Observa¸c˜ao  5.38  A  proposi¸c˜ao  5.30  nos   garante   que   todo  espa¸co  de   Hilbert   H,   n˜ao trivial, admite um conjunto ortonormal completo, n˜ao necessariamente enumer´avel.   Con- tudo, se tal conjunto for enumer´avel, s˜ao v´alidas as equivalˆencias dadas no Teorema 5.37. Surge  ent˜ao  uma  pergunta  natural:   Quando  ´e  que  um  espa¸co  de  Hilbert  admite  um  con- junto  ortonormal   enumer´avel   e  completo?   Por  exemplo,  quando  H  ´e  separ´avel   pois  todo conjunto  ortonormal ´e  no  m´aximo  enumer´avel  (ver  demonstra¸c˜ao  adiante  no  lema  5.71). Denomina-se  base  Hilbertiana  `a  toda  sucess˜ao ¦v ν ¦ ν∈N   de  elementos  de  H  tais  que (i)   [[v ν [[ = 1   para  todo  ν ∈ N  e  (v ν , v µ ) = 0,   para  todo  ν, µ ∈ N,   ν ,= µ. (ii)   O  espa¸co  vetorial   gerado  pelos ¦v ν ¦ ν∈N   ´e  denso  em  H. Logo,   todo   espa¸co   de   Hilbert   separ´avel   admite   uma   base   Hilbertiana,   conforme   j´a t´ınhamos  provado  no  teorema  4.21  para  espa¸cos  de  Hilbert  reais. 5.5   Subespa¸cos  Fechados  e  o  Teorema  da  Proje¸c˜ao No que segue nesta se¸c˜ao seja H  um espa¸co de Hilbert com produto interno (, ) e norma [[  [[ = (, ) 1/2 . 216   INTRODUC¸  ˜ AO   ` A  AN ´ ALISE  FUNCIONAL Lema  5.39  Sejam  M  um  subespa¸co  fechado  de  um  espa¸co  de  Hilbert  H  e  u ∈ H.   Ent˜ao, se d =  inf v∈M [[u −v[[, existe  v 0  ∈ M  tal   que  d = [[u −v 0 [[. Demonstra¸c˜ao: Definindo-se d =  inf v∈M [[u −v[[, ent˜ ao,  existe ¦v n ¦ n∈N  ⊂ M  tal  que [[u −v n [[ →d   quando  n →+∞.   (5.82) Consideremos,  ent˜ ao,  m, n ∈ N.   Temos: [[v n  + v m −2u[[ 2 +[[v n −v m [[ 2 = [[(v n −u) + (v m −u)[[ 2 +[[(v n −u) −(v m −u)[[ 2 , que  pela  identidade  do  paralelogramo ´e  igual  a 2[[v n −u[[ 2 + 2[[v m −u[[ 2 . Assim,  combinando  as  identidades  acima  resulta  que [[v n −v m [[ 2 =   2[[v n −u[[ 2 + 2[[v m −u[[ 2 −[[v n  + v m −2u[[ 2 (5.83) =   2[[v n −u[[ 2 + 2[[v m −u[[ 2 −4[[ v n  +v m 2   −u[[ 2 . Por  outro  lado,  como   vn+vm 2   ∈ M  resulta  que [[ v n  + v m 2   −u[[ ≥  inf v∈M [[v −u[[ = d, o  que  implica  que −[[ v n  + v m 2   −u[[ 2 ≤ −d 2 .   (5.84) Logo,  combinando  (5.83)  e  (5.84)  obtemos [[v n −v m [[ 2 ≤ 2[[v n −u[[ 2 + 2[[v m −u[[ 2 −4d 2 . SUBESPAC¸ OS  FECHADOS  E  O  TEOREMA  DA  PROJEC¸  ˜ AO   217 Resulta  da  desigualdade  acima  e  da  convergˆencia  (5.82)  que 0 ≤   lim n,m→+∞ [[v n −v m [[ 2 ≤ 2d 2 + 2d 2 −4d 2 = 0, resultando  que [[v n −v m [[ → 0   quando  n, m → +∞, o que acarreta que ¦v n ¦ n∈N  ´e uma seq¨ uˆencia de Cauchy em H,e, portanto, converge.   Sendo M  fechado  e  como ¦v n ¦ n∈N  ⊂ M,  existe  v 0  ∈ M  tal  que  v n  →v 0   quando  n →+∞.   Logo [[u −v n [[ →[[u −v 0 [[,   quando  n →+∞.   (5.85) Das   convergˆencias   (5.82)   e   (5.85)   e   pela  unicidade   do  limite   conclu´ımos   que   d   = [[u −v 0 [[,  com  v 0  ∈ M,  o  que  encerra  a  prova. 2 Proposi¸c˜ao  5.40  Seja  M  um  subespa¸co  fechado  de  um  espa¸co  de  Hilbert  H  e  consider- emos  N  um  subspa¸co  que  cont´em  M  propriamente.   Ent˜ao,   existe  um  vetor  w ∈  N,   n˜ao nulo,  e  tal   que  w ⊥ M. Demonstra¸c˜ao:   Como  a  inclus˜ao  M ⊂ N  ´e  pr´opria,  existe  u ∈ N  e  u  / ∈ M.   Para  esse u  consideremos d = d(u, M) =  inf v∈M [[u −v[[. Aplicando-se  o  lema  precedente,  deve  existir  v ∈ M  tal  que d = [[u −v[[. Consideremos,  ent˜ ao, w = v −u. Claramente  w ,=  0  pois,   caso  contr´ ario,   v  seria  igual   a  u  o  que  ´e  um  absurdo  pois u  / ∈ M  e v ∈ M  (note tamb´em que u = v  = 0 n˜ao pode ocorrer).   Al´em disso,  w ∈ N  pois v ∈ M ⊂ N  e  u ∈ N.   Resta-nos  provar  ent˜ ao  que w ⊥ M.   (5.86) 218   INTRODUC¸  ˜ AO   ` A  AN ´ ALISE  FUNCIONAL Com  efeito,  para  esse  prop´osito,  seja  z ∈ M  e  α ∈ C.   Temos, [[w +αz[[ = [[v −u + αz[[ = [[v + αz −u[[ ≥ d = [[w[[, onde a  ´ ultima desigualdade decorre da defini¸c˜ao de d = d(u, M) e do fato que (v +αz) ∈ M.   Ent˜ ao, [[w + αz[[ 2 ≥ [[w[[ 2 , e,  por  conseguinte, 0   ≤   [[w + αz[[ 2 −[[w[[ 2 =   (w +αz, w + αz) −(w, w)   (5.87) =   α(w, z) + α(z, w) +[α[ 2 [[z[[ 2 . Assumamos, em particular, α = β(w, z) com β ∈ 1.   Logo, α = β (w, z).   Substituindo- se  α  dado  acima  em  (5.87)  obtemos α(w, z) + α(z, w) +[α[ 2 [[z[[ 2 = β (w, z) (w, z) + β (w, z) (z, w) + β 2 [(w, z)[ 2 [[z[[ 2 = β [(w, z)[ 2 + β [(w, z)[ 2 + β 2 [(w, z)[ 2 [[z[[ 2 = 2β [(w, z)[ 2 + β 2 [(w, z)[ 2 [[z[[ 2 , e  portanto,  de  (5.87)  podemos  escrever 2β [(w, z)[ 2 + β 2 [(w, z)[ 2 [[z[[ 2 ≥ 0   para  todo  β ∈ 1  e  z ∈ M.   (5.88) Lembremos  que  queremos  provar  que  (w, z) = 0  para  todo  z ∈ M.   Suponhamos,  por contradi¸ c˜ao,  que  tal  fato  n˜ao  ocorra,  ou  seja,  que  (w, z) ,= 0,  para  algum  z ∈ M.   Ent˜ ao, podemos  escolher  β  de  modo  que 2β [(w, z)[ 2 + β 2 [(w, z)[ 2 [[z[[ 2 < 0.   (5.89) Com  efeito,  como  (w, z) ,= 0,  o  discriminante  ∆  da  fun¸c˜ ao  quadr´atica f(β) = [(w, z)[ 2 [[z[[ 2 β 2 + 2β [(w, z)[ 2 ´e  dado  por  ∆  =  4[(w, z)[ 4 >  0,   o  que  garante  a  exist  encia  de  ra´ızes  reais  distintas  e, conseq¨ uentemente  existe  β  entre  tais  raizes  tal  que  f(β) < 0,  o  que  prova  (5.89),  o  que ´e uma  contradi¸c˜ ao  com  (5.88),  ficando  provado  (5.86).   Isto  termina  a  prova.   2 SUBESPAC¸ OS  FECHADOS  E  O  TEOREMA  DA  PROJEC¸  ˜ AO   219 Defini¸c˜ao  5.41  Sejam  H  um  espa¸co  de  Hilbert  e  S  um  subconjunto  de  H.   A  cole¸c˜ao  de vetores S ⊥   = ¦v ∈ H; (v, u) = 0,   para  todo  u ∈ S¦, ´e  denominada  o  complemento  ortogonal   de  S. Observa¸c˜ao  5.42  Fazendo-se a identifica¸c˜ao de H  com o seu dual, via Teorema de Riez, ent˜ao, o complemento ortogonal M ⊥   de um subespa¸co M ⊂ H, j´a definido anteriormente, ´e  um  subespa¸co  de  H  definido  por M ⊥   = ¦v ∈ H; (v, u) = 0,   para  todo  u ∈ M¦. Desta  forma,  as  defini¸c˜oes  coincidem. Cov´em  observar   que  mesmo  que  S  seja  um  conjunto  gen´erico,   S ⊥   ´e  um  subespa¸co fechado  de  H.   de  fato,   seja ¦v ν ¦ ν∈N  ⊂  S ⊥   tal   que  v ν   →  v  em  H,   quando  ν →  +∞. Temos,  para  cada  ν ∈ N, (v ν , u) = 0,   para  todo  u ∈ S. Na  situa¸c˜ ao  limite,  obtemos (v, u) = 0,   para  todo  u ∈ S, o  que  prova  que  v ∈ S ⊥   o  que  prova  que  S ⊥   ´e  fechado. Proposi¸c˜ao  5.43  Sejam  H  um  espa¸co  de  Hilbert  e  S ⊂ H.   Ent˜ao, (i)   S ∩ S ⊥  ⊂ ¦0¦   e  temos  a  igualdade  se  S  ´e  subespa¸co. (ii)   S ⊂ _ S ⊥ _ ⊥ . Demonstra¸c˜ao:   (i)  Seja  v ∈  S ∩ S ⊥ .   Ent˜ ao,   v ∈  S  e  (v, u)  =  0,   para  todo  u ∈  S. Em  particular,   (v, v)  = [[v[[ 2 =  0,   para  todo  v ∈  S  o  que  implica  que  v  =  0,   ou  seja, S ∩ S ⊥  ⊂ ¦0¦.   Agora,   sendo  S  um  subespa¸co,   evidentemente ¦0¦ ⊂  S ⊥  ⊂ ¦0¦  e  assim temos  a  igualdade. (ii)  Notemos  que _ S ⊥ _ ⊥   = ¦w ∈ H; (w, v) = 0,   para  todo  v ∈ S ⊥ ¦. 220   INTRODUC¸  ˜ AO   ` A  AN ´ ALISE  FUNCIONAL Seja  u ∈ S.   Ent˜ ao,  (u, v) = 0,  para  todo  v ∈ S ⊥   o  que  implica  que  u ∈ _ S ⊥ _ ⊥ ,  o  que conclui  a  prova. 2 Proposi¸c˜ao  5.44  Sejam  H  um  espa¸co  de  Hilbert  e  S 1   e  S 2   subconjuntos  de  H  tais  que S 1  ⊂ S 2 .   Ent˜ao,  S ⊥ 1   ⊃ S ⊥ 2  . Demonstra¸c˜ao:   Seja  u ∈  S ⊥ 2  .   Ent˜ ao,   (u, v)  =  0,   para  todo  v ∈  S 2 .   Como  S 1  ⊂  S 2 , temos,  em  particular,  que  (u, v) = 0,  para  todo  v ∈ S 1 ,  ou  seja,  u ∈ S ⊥ 1  .   2 Proposi¸c˜ao  5.45  Se  M  ´e  um  subespa¸co  fechado  de  um  espa¸co  de  Hilbert  H,  ent˜ao  M  = _ M ⊥ _ ⊥ . Demonstra¸c˜ao:   De  acordo  com  a  proposi¸c˜ ao  5.43(ii),  temos  que  M ⊂ _ M ⊥ _ ⊥ .   Supo- nhamos,   por   contradi¸c˜ao,   que   a  inclus˜ao  seja  pr´opria,   ou  seja,   admitamos   que   M  _ _ M ⊥ _ ⊥ .   Ent˜ao,  pela  proposi¸c˜ao  5.40  existe  w ∈ _ M ⊥ _ ⊥   tal  que  w ,=  0  e  w ⊥  M,  isto  ´e, w ∈ M ⊥ .   Assim,  w ∈ M ⊥ ∩ _ M ⊥ _ ⊥   e  como  M ⊥   ´e  subespa¸co,  da  proposi¸c˜ ao  5.43(i),  que ∈ M ⊥ ∩ _ M ⊥ _ ⊥   = ¦0¦, e, portanto, w = 0, o que gera uma contradi¸c˜ ao.   Logo, a inclus˜ao n˜ao  pode  ser  pr´opria  e  devemos  ter  M  = _ M ⊥ _ ⊥ ,  conforme  quer´ıamos  demonstrar.   2 Corol´ario  5.46  Sejam  H  um  espa¸co  de  Hilbert  e  S ⊂ H.   Ent˜ao,  S ⊥   = _ _ S ⊥ _ ⊥ _ ⊥ . Proposi¸c˜ao  5.47  Sejam  H  um  espa¸co  de  Hilbert  e  S ⊂ H.   Ent˜ao, _ S ⊥ _ ⊥   = [S]. Demonstra¸c˜ao:   De  acordo  com  a  proposi¸c˜ao  5.43(ii), _ S ⊥ _ ⊥   ´e  um  subespa¸co  fechado contendo  S  e,  desta  forma, _ S ⊥ _ ⊥   cont´em  o  menor  subespa¸co  fechado  que  cont´em  S,  ou seja, _ S ⊥ _ ⊥  ⊃ [S]   (5.90) Reciprocamente, ´e  claro  que  S ⊂ [S].   Pela  proposi¸c˜ ao  5.44,  temos S ⊥  ⊃ [S] ⊥ , SUBESPAC¸ OS  FECHADOS  E  O  TEOREMA  DA  PROJEC¸  ˜ AO   221 o  que  implica  que _ S ⊥ _ ⊥  ⊂ _ [S] ⊥ _ ⊥ (5.91) Contudo,   notemos  que  [S]   ´e  um  subespa¸co  fechado  de  H.   Logo,   podemos  aplicar  a proposi¸c˜ ao  5.45  para  concluir  que [S] = _ [S] ⊥ _ ⊥ .   (5.92) Assim,  de  (5.91)  e  (5.92)  conclu´ımos  que _ S ⊥ _ ⊥  ⊂ [S].   (5.93) Combinando  (5.90)  e  (5.93)  conclu´ımos  o  desejado.   2 Sejam  M  e  N  subespa¸cos  de  um  espa¸co  de  Hilbert  H.   Ent˜ao,  o  conjunto M  + N  = ¦u + v; u ∈ M, v ∈ N¦,   (5.94) ´e  claramente  um  subespa¸co  de  H.   Se,  al´em  disso,  tivermos M ⊥ N, ent˜ ao, M ∩ N  = ¦0¦.   (5.95) Com  efeito, ´e  claro  que ¦0¦ ⊂ M ∩ N.   Agora,  se  u ∈ M ∩ N,  ent˜ ao,  u ∈ M  e  u ∈ N. Mas,  pelo  fato  de (v, w) = 0,   para  todo  v ∈ M  e  w ∈ N, resulta que [[u[[ 2 = 0 e portanto u = 0, o que prova que M∩N ⊂ ¦0¦, o que prova (5.95). Neste  caso  a  soma ´e  dita  direta  e  representamos  por  M ⊕N Proposi¸c˜ao  5.48  Sejam  M  e  N  subespa¸cos  fechados  de  um  espa¸co  de  Hilbert  e  supon- hamos  que  M ⊥ N.   Ent˜ao,  M ⊕N  ´e  um  subespa¸co  fechado. Demonstra¸c˜ao:   Seja ¦w ν ¦ ν∈N  ⊂ M +N  tal que w ν  → w  em H  quando ν →+∞.   Ora, para  cada  ν ∈ N,  existem  u ν  ∈ M  e  v ν  ∈ N  tais  que  w ν   = u ν   + v ν .   Temos,  pelo  teorema de  Pit´agoras  que [[w ν  −w µ [[ 2 =   [[(u ν  + v ν ) −(u µ  + v µ )[[ 2 = [[(u ν  −u µ ) + (v ν  −v µ )[[ 2 (5.96) =   [[u ν  −u µ [[ 2 +[[v ν  −v µ [[ 2 , 222   INTRODUC¸  ˜ AO   ` A  AN ´ ALISE  FUNCIONAL j´a  que  (u ν  − u µ ) ⊥  (v ν  − v µ ),   para  todo  ν, µ ∈ N.   Como ¦w ν ¦ ν∈N   ´e  de  Cauchy,   resulta de  (5.96)  na  passagem  ao  limite  que ¦u ν ¦ ν∈N   e ¦v ν ¦ ν∈N   s˜ao  seq¨ uˆencias  de  Cauchy  em  H. Logo,  existem  u, v ∈ H  tais  que u ν  →u  e  v ν  → v  em  H.   (5.97) Contudo, como ¦u ν ¦ ν∈N  ⊂ M  e ¦v ν ¦ ν∈N  ⊂ N  e M  e N  s˜ao fechados, resulta que u ∈ M e  v ∈ N.   Assim,  de  (5.97)  obtemos w ν   = u ν  +v ν  →u + v ∈ M  + N, e  pela  unicidade  do  limite  em  H  conclu´ımos  que  w = u +v,  o  que  prova  que  w ∈ M +N e,  por  conseguinte,  que  M  + N  ´e  fechado.   Isto  conclui  a  prova. 2 Teorema  5.49  Se  M  ´e  um  subespa¸co  fechado  de  um  espa¸co  de  Hilbert  H,  ent˜ao H  = M ⊕M ⊥ . Demonstra¸c˜ao:   Da  proposi¸c˜ ao  5.43(i),  resulta  que  M ∩ M ⊥   = ¦0¦.   Resta-nos  provar que  H  = M  + M ⊥ .   Para  isso,  definamos N  = M  +M ⊥ . De  acordo  com  a  proposi¸c˜ao  5.48  temos  que  N  ´e  um  subespa¸co  fechado  de  H.   Al´em disso,  temos M ⊂ N  e  M ⊥  ⊂ N. Pelasproposi¸c˜oes  5.44  e  5.45  vem  que N ⊥  ⊂ M ⊥   e  N ⊥  ⊂ _ M ⊥ _ ⊥   = M, o  que  implica  que N ⊥  ⊂ M ⊥ ∩ M  = ¦0¦. Portanto, N ⊥   = ¦0¦, e  da  proposi¸c˜ ao  5.45  resulta  que N  = _ N ⊥ _ ⊥   = ¦0¦ ⊥   = H, o  que  completa  a  prova.   2 ADJUNTO  DE  UM  OPERADOR  LINEAR  LIMITADO   223 5.6   Adjunto  de  um  Operador  Linear  Limitado Sejam  H  um  espa¸co  de  Hilbert,   A ∈ /(H)  e  a(u, v)  uma  forma  sesquilinear  associada. Definamos,  para  cada  v ∈ H,  a  seguinte  aplica¸c˜ ao: fv  : H →C u →¸fv, u) = a(u, v). De  maneira  an´aloga  ao  que  j´a  foi   feito  anteriormente,   mostra-se  que  fv ∈ /(H)   e portanto,  pelo  Teorema  de  Representa¸c˜ ao  de  Riesz,  existe  um  ´ unico  w v  ∈ H  tal  que ¸fv, u) = (u, w v ) ,   para  todo  u ∈ H. Definamos  a  seguinte  aplica¸c˜ao: A ∗   : H →H   (5.98) v →A ∗ (v) = w v ,   onde  w v   ´e  dado  acima  . Do  exposto  podemos  escrever a(u, v) = ¸fv, u) = (u, w v ) = (u, A ∗ v) ,   para  todo  u, v ∈ H, ou  seja, a(u, v) = (u, A ∗ v) ,   para  todo  u, v ∈ H, De  modo  an´alogo  ao  que  fizemos  anteriormente  (veja  (5.65)-(5.69)  e  o  procedimento usado  nesta  se¸c˜ ao)  tem-se  que  A ∗  ∈ /(H)  e,  al´em  disso, [[A ∗ [[ = [[a[[.   Logo,  do  exposto, vem  que (Au, v) = a(u, v) = (u, A ∗ v),   para  todo  u, v ∈ H  e [[A ∗ [[ = [[a[[ = [[A[[, ou  seja, (Au, v) = (u, A ∗ v),   para  todo  u, v ∈ H  e [[A ∗ [[ = [[A[[.   (5.99) Defini¸c˜ao  5.50  O  operador  A ∗   definido  acima  ´e  denominado  o  adjunto  de  A  e  ´e  carac- terizado  pela  rela¸c˜ao  dada  em  (5.99).   (rela¸c˜ao  an´aloga  `aquela  obtida  em  (2.27)) 224   INTRODUC¸  ˜ AO   ` A  AN ´ ALISE  FUNCIONAL Observa¸c˜ao  5.51  Notemos que a forma sesqulinear limitada de H, a ∗ (u, v), determinada por  A ∗   ´e: a ∗ (u, v) = a(v, u),   para  todo  u, v ∈ H. De  fato,  sejam  u, v ∈ H.   Temos a ∗ (u, v) = (A ∗ u, v) = (v, A ∗ u) = (Av, u) = a(v, u). A  limita¸c˜ao  de  a ∗   prov´em  do  fato  que  a  ´e  limitada. Proposi¸c˜ao  5.52  Seja  H  um  espa¸co  de  Hilbert.   Consideremos  A ∈ /(H)  e  A ∗   o  seu adjunto.   Ent˜ao, A ∗∗   = (A ∗ ) ∗   = A. Demonstra¸c˜ao:   Como A, A ∗  e A ∗∗  pertencem a /(H), ent˜ ao, existem, respectivamente, a, a ∗   e a ∗∗ , formas sesquilineares limitadas de H  a eles relacionas.   Ainda, pela observa¸c˜ ao anterior, a ∗ (u, v) = a(v, u),   para  todo  u, v ∈ H. e,  portanto, a ∗∗ (u, v) = a ∗ (v, u) = a(u, v) = a(u, v),   para  todo  u, v ∈ H. Assim,  a ∗∗   = a  e,  desta  forma (A ∗∗ u, v) = a ∗∗ (u, v) = a(u, v) = (Au, v),   para  todo  u, v ∈ H. Resulta  da´ı   que  (A ∗∗ u − Au, v)  =  0,   para  todo  u, v ∈  H  e,   portanto,   A ∗∗ u  =  Au,   para todo  u ∈ H,  ou  ainda,  A ∗∗   = A,  o  que  prova  o  desejado. 2 Defini¸c˜ao  5.53  Um operador linear limitado A de um espa¸co de Hilbert H  ´e denominado sim´etrico  se  A ∗   = A,  isto  ´e, (Au, v) = (u, Av),   para  todo  u, v ∈ H. ADJUNTO  DE  UM  OPERADOR  LINEAR  LIMITADO   225 Proposi¸c˜ao  5.54  Seja  H  um  espa¸co  de  Hilbert.   Se  A ∈ /(H)  ´e  sim´etrico,   ent˜ao  sua forma  sesquilinear  limitada  associada  a(u, v)  ´e  hermitiana. Demonstra¸c˜ao:   Sejam  u, v ∈ H.   Ent˜ ao,  em  virtude  da  simetria  e  A,  temos a(u, v) = (Au, v) = (u, Av) = (Av, u) = a(v, u), o  que  prova  o  desejado.   2 Proposi¸c˜ao  5.55  Seja  H  um  espa¸co  de  Hilbert.   Consideremos  A ∈ /(H)  um  operador sim´etrico  e  a(u, v)  sua  forma  sesquilinear  limitada  associada.   Definamos m =   inf u∈H;u=0 (Au, u) [[u[[ 2   e   M  =   sup u∈H;u=0 (Au, u) [[u[[ 2   . Ent˜ao, (i)   m[[u[[ 2 ≤ (Au, u) ≤ M[[u[[ 2 ,   para  todo  u ∈ H. (ii)   [[A[[ = max¦[M[, [m[¦. Demonstra¸c˜ao:   Observemos,   inicialmente,   que  pelas  proposi¸c˜ oes  5.54  e  5.6,   a(u, v)  ´e hermitiana  e  portanto  a(u)  =  a(u, u) ∈ 1.   Como  (Au, u)  =  a(u, u),  ent˜ ao  faz  sentido  as defini¸c˜ oes  de  m  e  M. (i)  Pelas  defini¸c˜ oes  de  m  e  M  resulta  que m ≤   (Au, u) [[u[[ 2   ≤ M,   para  todo  u ∈ H,   u ,= 0. Logo,   m[[u[[ 2 ≤  (Au, u) ≤  M,   para  todo  u ∈  H  com  u ,=  0.   Como  a  desigualdade  ´e trivialmente  verificada  para  u = 0,  temos  o  desejado. (ii)  Temos  que [[A[[ = [[a[[,  e,  portanto, [(Au, u)[ = [a(u, u)[ ≤ [[a[[ [[u[[ 2 = [[A[[ [[u[[  2,   para  todo  u ∈ H. Assim, −[[A[[ [[u[[ 2 ≤ (Au, u) ≤ [[A[[ [[u[[ 2 ,   para  todo  u ∈ H, e,  desta  forma, −[[A[[ ≤   (Au, u) [[u[[ 2   ≤ [[A[[,   para  todo  u ∈ H,   u ,= 0. 226   INTRODUC¸  ˜ AO   ` A  AN ´ ALISE  FUNCIONAL Resulta  da  ´ ultima  desigualdade  que −[[A[[ ≤   inf u∈H;u=0 (Au, u) [[u[[ 2   ≤   sup u∈H;u=0 (Au, u) [[u[[ 2   ≤ [[A[[,   para  todou ∈ H,   u ,= 0, ou  seja, −[[A[[ ≤ m ≤ M ≤ [[A[[, o  que  prova  que [m[ ≤ [[A[[  e [M[ ≤ [[A[[.   Portanto max¦[m[, [M[¦ ≤ [[A[[.   (5.100) Por  outro  lado,  afirmamos  que [[A[[ ≤ max¦[m[, [M[¦.   (5.101) Com  efeito,  temos  dois  casos  a  considerar: (a) [M[ ≥ [m[.   Temos [M[ ≥ M  =   sup u∈H;u=0 (Au, u) [[u[[ 2   ≥   (Au, u) [[u[[ 2   ,   para  todo  u ∈ H,   u ,= 0. Pela  hip´otese [M[ ≥ [m[,  vem  que [M[ ≥ [m[ ≥ −m = −   inf u∈H;u=0 (Au, u) [[u[[ 2   para  todo  u ∈ H,   u ,= 0. Assim, [M[ ≥  [(Au, u)[ [[u[[ 2   ,   para  todo  u ∈ H,   u ,= 0, o  que  implica  que sup u∈H;u=0 [(Au, u)[ [[u[[ 2   ≤ [M[, isto ´e, [[A[[ ≤ [M[ = max¦[M[, [m[¦,  o  que  prova  (5.101). (b) [m[ ≥ [M[.   Temos, [m[ ≥ −m = −   inf u∈H;u=0 (Au, u) [[u[[ 2   ≥ − (Au, u) [[u[[ 2   ,   para  todo  u ∈ H,   u ,= 0. Agora,  da  hip´otese [m[ ≥ [M[  resulta  que [m[ ≥ [M[ ≥ M  =   sup u∈H;u=0 (Au, u) [[u[[ 2   ≥   (Au, u) [[u[[ 2   ,   para  todo  u ∈ H,   u ,= 0. OPERADORES  COMPACTOS  -  O  TEOREMA  ESPECTRAL  PARA OPERADORES  SIM ´ ETRICOS   227 Assim, [m[   ≥  [(Au, u)[ [[u[[ 2   para  todo  u ∈ H,   u ,= 0. Logo, sup u∈H;u=0 [(Au, u)[ [[u[[ 2   ≤ [m[, ou  seja, [[A[[ ≤ [m[   =  max¦[M[, [m[¦,   o  que  prova  o  desejado  em  (5.101).   Assim,   de (5.100)  e  (5.101)  fica  provado  o  desejado.   2 5.7   Operadores   Compactos   -   O  Teorema   Espectral para  Operadores  Compactos  Sim´etricos No  que  segue,  H  representar´ a  um  espa¸co  de  Hilbert  sobre C  munido  do  produto  interno (, )  e  norma [[  [[ = (, ) 1/2 . Defini¸c˜ao  5.56  Um operador A de H ´e denominado compacto, quando para toda sucess˜ao limitada ¦u ν ¦ ν∈N   de vetores de  H,  podemos extrair de ¦Au ν ¦ ν∈N   uma subsucess˜ao conver- gente  em  H.   Em  outras  palavras,  A  leva  conjuntos  limitados  em  conjunto  relativamente compactos. Exemplo:   Seja  A  :   L 2 (a, b) →  L 2 (a, b)  definido  por  Au  =  (u, e)e,   onde  u ∈  L 2 (a, b) e  e  ´e  um  vetor  unit´ario  de  L 2 (a, b).   Mostraremos  que  A  ´e  um  operador  compacto.   De fato,   se ¦u ν ¦ ν∈N   ´e  uma  seq¨ uˆencia  limitada  em  L 2 (a, b),   ent˜ao,   em  virtude  do  teorema 3.63,  existe  ums  subseq¨ uˆencia  u ν    tal  que  u ν     u  fracamente  em  L 2 (a, b)  e,  desta  forma, (u ν  , e) →(u, e)  forte  em C  e,  conseq¨ uentemente,  (u ν  , e)e →(u, e)e  em  L 2 (a, b). Proposi¸c˜ao  5.57  Se  A  ´e  um  operador  compacto  de  H,  ent˜ao  A  ´e  limitado. Demonstra¸c˜ao:   Suponhamos,  por  contradi¸ c˜ao,  que  A  n˜ao  seja  limitado.   Ent˜ ao,  existe uma sucess˜ao ¦u ν ¦ ν∈N  de vetores de H com[[u ν [[ = 1, para todo ν ∈ N, tal que [[Au ν [[ ≥ ν. Logo,   da  sucess˜ao ¦Au ν ¦ ν∈N   n˜ao  podemos  extrair  nenhuma  subsusess˜ao  convergente,   o que  contradiz  o  fato  de  A  ser  compacto.   Assim,  A ´e  limitado.   2 228   INTRODUC¸  ˜ AO   ` A  AN ´ ALISE  FUNCIONAL Teorema  5.58  (Arzel´a-Ascoli)   Sejam K  um espa¸co m´etrico compacto e H um subcon- junto  limitado  de  C(K).   Suponhamos  que H  ´e  uniformemente  equicont´ınua,  isto  ´e,  para todo  ε  >  0,   existe  δ  >  0  tal   que  d(x 1 , x 2 )  <  δ  implica  que [f(x 1 ) − f(x 2 )[  <  ε,   seja  qual for  a  f ∈ H.   Ent˜ao, H  ´e  relativamente  compacto  em  C(K). Demonstra¸c˜ao:   Ver  Yosida  [21]-p´agina  85.   2 Teorema  5.59  Um  operador  A  de  H  ´e  compacto  se,  e  somente  se,  A ∗   ´e  compacto. Demonstra¸c˜ao:   ⇒  Suponhamos   que  A  seja  compacto.   Seja ¦u ν ¦ ν∈N   uma  sucess˜ao limitada em H.   Mostraremos que ¦A ∗ u ν ¦ ν∈N   possui uma subsucess˜ao convergente.   Pode- mos  supor,   sem  perda  da  generalidade,   que [[u ν [[ ≤  1,   para  todo  ν ∈ N.   Consideremos K  = A(B 1 (0)), que ´e um espa¸co m´etrico compacto posto que A ´e um operador compacto, por  hip´otese.   Consideremos H ⊂ C(K)  definido  por H = ¦ϕ ν   : K →C; x ∈ K →(x, u ν ),   ν  = 1, 2,    ¦. Temos: [ϕ ν (x) −ϕ ν (y)[ = [(x, u ν ) −(y, u ν )[ ≤ [[x −y[ [[u ν [[ ≤ [[x −y[[, para  todo  ν ∈ N  e  x, y ∈ K. Assim,  dado  ε > 0,  existe  δ  = ε > 0  tal  que se [[x −y[[ < δ ⇒[ϕ ν (x) −ϕ ν (y)[ < ε,   para  todo  ν ∈ N.   (5.102) Al´em  disso,  sendo  K  limitado  resulta  que [[ϕ ν [[ = sup x∈K [ϕ ν (x)[ = sup x∈K [(x, u ν )[ ≤ sup x∈K [[x[[ [[u ν [[ ≤ C,   para  todo  ν ∈ N,   (5.103) onde  C  ´e  uma  constante  positiva. De (5.102) e (5.103) segue que H´e um subconjunto de C(K) satisfazendo as condi¸c˜ oes do  Teorema  de  Arzel´a-Ascoli  e  portanto, H  ´e  relativamente  compacto  em  C(K).   Assim, podemos  extrair  uma  subsucess˜ao ¦ϕ ν  ¦  que  converge  em  C(K)  para  uma  fun¸c˜ ao  ϕ  em C(K),  j´a  que  C(K) ´e  um  espa¸co  de  Banach,  ou  seja, [[ϕ ν  −ϕ[[ = sup x∈K [(x, u ν  ) −ϕ(x)[ → 0   quando  ν  → +∞. OPERADORES  COMPACTOS  -  O  TEOREMA  ESPECTRAL  PARA OPERADORES  SIM ´ ETRICOS   229 Em  particular, sup u∈H;||u||≤1 [(Au, u ν  ) −ϕ(Au)[ →0   quando  ν  →+∞, ou  seja, sup u∈H;||u||≤1 [(Au, u ν  ) −(Au, u µ  )[ → 0   quando  ν  , µ  →+∞, ou  ainda, sup u∈H;||u||≤1 [(u, A ∗ u ν  ) −(u, A ∗ u µ  )[ → 0   quando  ν  , µ  →+∞, o  que  implica sup u∈H;||u||≤1 [(u, A ∗ (u ν  −u µ  ))[ → 0   quando  ν  , µ  → +∞, e,  portanto, [[A ∗ u ν  −A ∗ u µ  [[ → 0  quando  ν  , µ  →+∞,  o  que  prova  o  desejado. ⇐Se A ∗  ´e compacto ent˜ ao, em virtude das proposi¸c˜oes 5.52 e 5.57 resulta que A ∗∗   = A ´e  compacto.   Isto  encerra  a  prova.   2 Proposi¸c˜ao  5.60 / c (H) = ¦A ∈ /(H); A  ´e  compacto¦ ´e um subespa¸co vetorial de /(H). Na  verdade, / c (H)  ´e  um  subespa¸co  fechado  de /(H). Demonstra¸c˜ao:   Obviamente / c (H) ´e  um  subespa¸co  vetorial.   Mostraremos  que / c (H) ´e  fechado.   Com  efeito,   seja  A n  ∈ / c (H),   para  todo  n ∈ N,   talq  que  A n  →  A  em /(H). Provaremos  que  A ∈ / c (H).   Com  efeito,  seja ¦u n ¦ n∈N   uma  sucesss˜ao  limitada  de  H,  isto ´e,   existe  M  >  0  tal   que [[u n [[ ≤  M,   para  todo  n ∈ N.   Como  A 1   ´e  compacto  podemos extrair  de ¦A 1 u 1,k ¦ k∈N   uma  subsucess˜ao  convergente.   Seja ¦u 1,k ¦ k∈N   uma  subsucess˜ao  de ¦u n ¦ n∈N   tal   que ¦A 1 u 1,k ¦ k∈N   seja  convergente.   De  forma  an´aloga,   podemos   extrair   de ¦u 1,k ¦ k∈N   uma  subsucess˜ao ¦u 2,k ¦ k∈N   tal   que ¦A 2 u 2,k ¦ k∈N   seja  convergente.   Repetindo  o processo  n −1  vezes,  podemos  extrair  de ¦u n−1,k ¦ k∈N   uma  subsucess˜ao ¦u n,k ¦ k∈N   tal  que ¦A n u n,k ¦ k∈N   seja  convergente. Temos: u 1,1   u 1,2   u 1,3      onde ¦A 1 u 1,k ¦ k∈N   converge u 2,1   u 2,2   u 2,3      onde ¦A 2 u 2,k ¦ k∈N , ¦A 1 u 2,k ¦ k∈N   convergem u 3,1   u 3,2   u 3,3      onde ¦A 3 u 3,k ¦ k∈N , ¦A 2 u 3,k ¦ k∈N , ¦A 1 u 3,k ¦ k∈N   convergem . . .   . . .   . . .        . . . u n,1   u n,2   u n,3      onde ¦A n u n,k ¦ k∈N , ¦A n−1 u n,k ¦ k∈N ,     , ¦A 1 u n,k ¦ k∈N   convergem 230   INTRODUC¸  ˜ AO   ` A  AN ´ ALISE  FUNCIONAL Consideremos a sucess˜ao diagonal ¦u 1,1 , u 2,2 ,     , u n,n ,    ¦.   ostraremos que ¦Au k,k ¦ k∈N converge.   Notemos  que ¦A n u k,k ¦ k∈N   ´e  convergente  para  todo  n ∈ N.   Afirmamos  que ¦Au k,k ¦ k∈N   ´e  uma  sucess˜ao  de  Cauchy.   (5.104) Com  efeito,  temos [[Au k,k  −A l,l [[ ≤ [[Au k,k  −A m u k,k [[ +[[A m u k,k  −A m u l,l [[ +[[A m u l,l −Au l,l [[.   (5.105) Como  A n  →A  em /(H),  ent˜ao,  dado  ε > 0,  existe  m 0  ∈ N  tal  que [[A m 0  −A[[ <   ε 3M . Asssim, [[Au k,k  −A m 0 u k,k [[ ≤ [[A −A m 0 [[ [[u k,k [[ ≤ M[[A −A m 0 [[ <   ε 3 , [[Au l,l −A m 0 u l,l [[ ≤ [[A −A m 0 [[ ≤ [[A −A m 0 [[ [[u l,l [[ ≤ M   ε 3M   =   ε 3 . (5.106) Por   outro  lado,   temos  que ¦A m 0 u k,k ¦  ´e  convergente,   e  portanto,   de  Cauchy.   Logo, existe  n 0  ∈ N  tal  que  para  todo  k, l > n 0   resulta  que [[A m 0 u k,k  −A m 0 u l,l [[ <   ε 3 .   (5.107) Portanto,   tomando  m  =  m 0   em  (5.105),   de  (5.106)  e  (5.107)   resulta  que [[Au k,k  − A u l, l[[   <  ε,   se  k, l   >  n 0 ,   o  que  implica  que ¦Au k,k ¦ k∈N   ´e  de  Cauchy  em  H  e  como  H  ´e completo  segue  que ¦Au k,k ¦ k∈N   ´e  convergente,  o  que  encerra  a  prova.   2 Teorema  5.61  Seja  A  um  operador  compacto  e  sim´etrico  de  H,   diferente  do  operador nulo.   Ent˜ao,  A  possui  um  valor  pr´oprio  λ ,= 0,  λ ∈ 1. Demonstra¸c˜ao:   Sendo A compacto, ent˜ ao em virtude da proposi¸c˜ ao 5.57 A ´e cont´ınuo. Al´em disso, por ser sim´etrico, ent˜ao, da proposi¸c˜ ao 5.55 decorre que se [[A[[ =  sup ||u||=1 [(Au, u)[, e  se m =   inf u∈H;||u||=1 (Au, u)   e  M  =   sup u∈H;||u||=1 (Au, u), ent˜ ao [[A[[ = max¦[m[, [M[¦,   onde  m  e  M  s˜ao  reais. OPERADORES  COMPACTOS  -  O  TEOREMA  ESPECTRAL  PARA OPERADORES  SIM ´ ETRICOS   231 Consideremos  λ = m  ou  λ = M  de  modo  que [λ[ = [[A[[.   Mostraremos  que  λ ´e  valor pr´oprio  de  A.   Pelas  defini¸c˜ oes  de  m  e  M  e  λ,  existe  uma  sucess˜ao ¦u ν ¦ ν∈N   de  vetores  de H,  com [[u ν [[ = 1,  e  tal  que (Au ν , u ν ) → λ   quando  ν →+∞.   (5.108) Como  A ´e  compacto,  existe  uma  subsucess˜ao ¦w k ¦  de ¦u k ¦  e  u ∈ H  tais  que Aw k  →u   quando  k →+∞.   (5.109) Temos,  em  virtude  de  A  ser  sim´etrico  e  λ  real  que 0 ≤ [[Aw k  −λw k [[ 2 = [[Aw k [[ 2 −2λ(Aw k , w k ) + λ 2 . Passando o limite na desigualdade acima, resulta, em virtude de (5.108) e (5.109) que 0 ≤   lim k→+∞ [[Aw k  −λw k [[ 2 = [[u[[ 2 −2λ 2 + λ 2 = [[u[[ 2 −λ 2 ,   (5.110) de  onde  segue  que [λ[ ≤ [[u[[.   Como  A ´e  limitado,  resulta  que [[Au k [[ ≤ [[A[[ [[w k [[ = [[A[[ = [λ[. Tomando  o  limite  na  ´ ultima  desigualdade  obtemos  de  (5.109)  que [[u[[ ≤ [λ[.   Das desigualdades  acima  resulta  que [[u[[ = [λ[.   Resulta  da´ı  e  de  (5.110)  que lim k→+∞ [[Aw k  −λw k [[ = 0,   (5.111) e  de  (5.109)  que  acarreta  que λw k  →u,   quando  k →+∞   (5.112) Seja v  =   u λ .   Ent˜ao, [[v[[ = 1 e de (5.112) vem que λw k  → λv.   Sendo A limitado resulta que  A(λw k ) →  A(λv),   de  onde  resulta  que  Aw k  →  Av.   Desta  ´ ultima  convergˆencia,   de (5.111),  (5.112)  e  do  fato  que  u = λv  conclu´ımos  que  Av  = λv,  o  que  encerra  a  prova. 2 Observa¸c˜ao  5.62  Decorre  da  demonstra¸c˜ao  do  teorema  5.61  que  se [M[ ≥ [m[   ent˜ao [[A[[ = [M[  e,  portanto,  M  ´e  um  valor  pr´oprio  de  A  e  se [m[ ≥ [M[,  ent˜ao  m  ´e  um  valor pr´oprio  de  A.   Al´em  disso, [[A[[  ou −[[A[[  s˜ao  valores  pr´oprios  de  A. 232   INTRODUC¸  ˜ AO   ` A  AN ´ ALISE  FUNCIONAL Defini¸c˜ao  5.63  Sejam A um operador de H  e λ ∈ C um valor pr´oprio de A.   A dimens˜ao do  espa¸co  N(A −λI)  ´e  chamado  multiplicidade  do  valor  pr´oprio  de  λ. Proposi¸c˜ao  5.64  A multiplicidade de cada valor pr´oprio λ ,= 0 de um operador compacto A  n˜ao  nulo  de  H  ´e  finita. Demonstra¸c˜ao:   Seja  λ ,= 0  um  valor  pr´oprio  de  A.   Suponhamos,  por  contradi¸ c˜ao,  que o  espa¸co H λ   = ¦u ∈ H; Au = λu¦ n˜ao  possua  dimens˜ao  finita,  isto ´e dim[N(A −λI)] = +∞. Ent˜ao,   podemos  considerar  em  N(A − λI)  uma  sucess˜ao ¦ϕ n ¦ n∈N   de  vetores  linear- mente independentes.   Pelo processo de ortogonaliza¸c˜ao de Gram-Schmit, podemos supor que (ϕ n , ϕ m ) = 0,   para  todo  n, m ∈ N, n ,= m. Dividindo cada elemento ¦ϕ n ¦ n∈N  por sua norma, obtemos finalmente uma subsucess˜ao de  vetores ¦e n ¦ n∈N   tais  que [[e n [[ = 1,   para  todo  n ∈ N, (e n , e m ) = 0,   para  todo  n, m ∈ N, n ,= m. Por  outro  lado, [[Ae n −Ae m [[ 2 = [[A(e n −e m )[[ 2 = [[λ(e n −e m )[[ 2 = [λ[ 2 [[e n −e m [[ 2 . Contudo, [[e n −e m [[ 2 = [[e n [[ 2 . ¸¸ . =1 +[[e m [[ 2 . ¸¸ . =1 −(e n , e m ) . ¸¸ . =0 −(e m , e n ) . ¸¸ . =0 . Logo, [[Ae n −Ae m [[ 2 = 2 λ 2 , OPERADORES  COMPACTOS  -  O  TEOREMA  ESPECTRAL  PARA OPERADORES  SIM ´ ETRICOS   233 o  que  implica  que ¦Ae n ¦ n∈N   n˜ao possui  subsucess˜ao  alguma  convergente,  o  que  contradiz o  fato  que  A ´e  um  operador  compacto.   Assim,  a  multiplicidade  do  valor  pr´oprio  λ ,= 0 ´e finita. 2 Observa¸c˜ao  5.65  Sendo ¦u 1 , u 2 ,     , u n ,    ¦ uma base de vetores de um espa¸co vetorial V ,  ent˜ao,  definindo-se v 1   =   u 1 [[u 1 [[ , v 2   =   u 2 −(u 2 , v 1 )v 1 , v 3   =   u 3 −(u 3 , v 1 )v 1 −(u 3 , v 2 )v 2 , . . . v n   =   u n −(u n , v 1 )v 1 −(u n , v 2 )v 2 −   −(u n , v n−1 )v n−1 , . . . ent˜ao  a  cole¸c˜ao  o  conjunto  de  vetores ¦v 1 , v 2 ,     , v n ,    ¦  ´e  uma  base  ortogonal   de  V . Este  ´e  processo  de  orgotonaliza¸c˜ao  de  Gram-Schmidt. Teorema  5.66  Seja A um operador compacto sim´etrico n˜ao-nulo de  H.   Ent˜ao,  podemos construir  uma  cole¸c˜ao  finita  ou  enumer´avel ¦λ ν ¦  de  valores  pr´oprios  n˜ao-nulos  de  A  e uma  cole¸c˜ao ¦v ν ¦  de  correspondentes  vetores  pr´oprios  tais  que (i)  Se ¦λ ν ¦  ´e  enumer´avel,  ent˜ao [λ ν [ ≥ [λ ν+1 [,   para  todo  ν  e  λ ν  →0. (ii) ¦v ν ¦  ´e  um  sistema  ortonormal   de  H  e  ´e  v´alida  a  representa¸c˜ao Au =  ν (Au, v ν )v ν   =  ν λ ν (u, v ν )v ν ,   para  todo  u ∈ H.   (5.113) (  ν   indica  soma  finita  ou  enumer´avel.) (iii)   Todos   os   valores   pr´oprios   n˜ao-nulos   de   A  est˜ao  na  cole¸c˜ao ¦λ ν ¦,   portanto,   a cole¸c˜ao  de  valores  pr´oprios  n˜ao-nulos  de  A  ´e  no  m´aximo  enumer´avel. Demonstra¸c˜ao:   Faremos  a  demonstra¸c˜ ao  em  trˆes  etapas. Primeira  Etapa:   Constru¸c˜ ao  dos ¦λ ν ¦  e ¦v ν ¦. 234   INTRODUC¸  ˜ AO   ` A  AN ´ ALISE  FUNCIONAL O  teorema  5.61  nos  proporciona  o  primeiro  valor  pr´oprio  λ 1  ,= 0,  com  correspondente valor  pr´oprio  v 1 , [[v 1 [[ = 1.   Seja  H 2   o  complemento  ortogonal  de  v 1 ,  isto ´e, H 2   = ¦u ∈ H; (u, v 1 ) = 0¦  e  definamos  H 1   = H. Sendo  A  sim´etrico,   A  ´e  invariante  por  H 2 ,   ou  seja,   A  :   H 2  →  H 2 .   Com  efeito,   para u ∈ H 2 ,  temos (Au, v 1 ) = (u, Av 1 ) = (u, λv 1 ) = λ(u, v 1 ) = 0, o  que  implica  que  Au ∈ H 2 ,  o  que  prova  a  afirma¸c˜ ao. Seja  A 2   =  A[ H 2 .   Ent˜ao,  admitindo-se  que  A 2  ,=  0  (n˜ao  identicamente  nulo,  obtemos, aplicando o teorema 5.61 a A 2   e H 2 , o segundo valor pr´oprio λ 2   com correspondente vetor pr´oprio  v 2  ∈ H 2 , [[v 2 [[ = 1.   Notemos  que  v 2   ´e  ortogonal  a  v 1   e  sendo [λ 2 [ =   sup u∈H 2 ,||u||=1 [(Au, u)[ ≤   sup u∈H 1 ;||u||=1 [(Au, u)[ = [λ 1 [, resulta  que [λ 1 [ ≥ [λ 2 [. Consideremos,  da  mesma  forma, H 3   = ¦u ∈ H; (u, v 1 ) = (u, v 2 ) = 0¦, isto ´e,  H 3   ´e  o  complemento  ortogonal  de  v 1   e  v 2 .   Se  u ∈ H 3 ,  temos (Au, v 1 ) = (u, Av 1 ) = λ 1  (u, v 1 ) = 0  e  (Au, v 2 ) = (u, Av 2 ) = λ 2  (u, v 2 ) = 0, o  que  acarreta  que  Au ∈  H 3 .   Definamos   A 3   =  A[ H 3 .   Admitindo-se  que  A 3  ,=  0(n˜ao identicamente  nulo),  obtemos  λ 3  ,=  0  e  v 3  ∈  H 3 , [[v 3 [[  =  1,  tais  que [λ 2 [ ≥ [λ 3 [  e  v 3   ´e  or- togonal a v 1  e v 2 .   Admitindo-se que A 2 , A 3 ,     , A ν   s˜ao n˜ao identicamente nulos, obtemos, aplicando-se sucessivamente o racioc´ınio feito acima, os valores pr´oprios λ 1 , λ 2 ,     , λ ν   n˜ao nulos  de  A  com  correspondentes  vetores  pr´oprios  v 1 , v 2 ,     , v ν ,  tais  que [λ 1 [ ≥ [λ 2 [ ≥    ≥ [λ ν [, e ¦v 1 , v 2 ,     , v ν ¦ sendo um conjunto ortonormal de H, v ν  ∈ H ν , onde H ν  ´e o complemento ortogonal   de  v 1 , v 2 ,     , v ν−1 .   Se  todos  os  A ν   s˜ao  n˜ao  nulos,   obtemos  uma  cole¸c˜ ao  enu- mer´avel ¦λ ν ¦  de  valores  pr´oprios  de  A  com  correspondentes  vetores  pr´oprios ¦v ν ¦.   Caso contr´ ario,   paramos  a  constru¸c˜ ao  dos  λ ν   no  momento  que  em  que  A ν  ≡  0.   Mostraremos que  se ¦λ ν ¦  ´e  enumer´avel,   ent˜ao  λ ν  →  0.   Com  efeito,   como ¦λ ν ¦  ´e  limitada  (por [λ 1 [), OPERADORES  COMPACTOS  -  O  TEOREMA  ESPECTRAL  PARA OPERADORES  SIM ´ ETRICOS   235 existe  uma  subsucess˜ao ¦λ ν  ¦  de ¦λ ν ¦  e  a ∈ 1  tais  que   lim ν  →+∞ λ ν    =  a.   Suponhamos,  por contradi¸ c˜ao,   que  a ,=  0.   Ent˜ ao, _ v ν  λ ν  _   ´e  limitada  e,   como  A  ´e  compacto,   existir˜ao  uma subsucess˜ao  da  mesma,   a  qual   continuaremos  denotando  pela  mesma  nota¸c˜ao,   e  v ∈  H tais  que A _ v ν  λ ν  _ = v ν  →v,   quando  ν  →+∞. Mas  a  convergˆencia  acima  n˜ao  pode  ocorrer  uma  vez  que [[v ν  1 −v ν  2 [[ 2 = [[v ν  1 [[ 2 +[[v ν  2 [[ 2 , ou  seja, ¦v ν  ¦  n˜ao ´e  de  Cauchy.   Isto  nos  leva  a  uma  contradi¸c˜ ao  provando  que lim ν  →+∞ λ ν    = 0. Decorre  da  convergˆencia  acima  que lim ν→+∞ [λ ν [ = 0 uma  vez  que ¦[λ ν [¦  ´e  uma  sucess˜ao  decrescente  e  limitada  de  n´ umeros  reais  e  portanto covergir´a  para  o  seu ´ınfimo,  que,  neste  caso, ´e  zero.   Do  exposto  conclu´ımos  que lim ν→+∞ λ ν   = 0 Segunda  Etapa:   A  Representa¸c˜ ao  (5.113) ´e  v´alida Suponhamos  que ¦v ν ¦  seja  um  sistema  enumer´ avel.   Ent˜ ao, ¦λ ν ¦  ´e  enumer´ avel.   Seja u ∈ H  e  definamos,  para  cada  ν ∈ N w ν   = u − ν−1  i=1 (u, v i )v i .   (5.114) O  resultado  seguir´a  se  mostrarmos  que Aw ν  →0   quando  ν →+∞.   (5.115) Com  efeito,  notemos  que  de  (5.114)  temos Aw ν   =   Au − ν−1  i=1 (u, v i )Av i   = Au − ν−1  i=1 λ i (u, v i )v i =   Au − ν−1  i=1 (u, Av i )v i   = Au − ν−1  i=1 (Au, v i )v i . 236   INTRODUC¸  ˜ AO   ` A  AN ´ ALISE  FUNCIONAL Da  ´ ultima  identidade  e  assumindo  a  convergˆencia  em  (5.115)   fica  provado  (5.113). Portanto ´e  suficiente  provarmos  (5.115).   Com  efeito,  temos  de  (5.114)  que (w ν , v j ) = (u, v j ) − ν−1  i=1 (u, v i )(v i , v j ) = 0,   j  = 1, 2,     , ν −1, o  que  implica  que  w ν  ∈ H ν ,  para  todo  ν ∈ N. Pelo  Teorema  de  Pit´agoras  segue  que [[w ν [[ 2 =   (w ν , w ν ) = _ u − ν−1  i=1 (u, v i )v i , u − ν−1  j=1 (u, v j )v j _ =   [[u[[ 2 − ν−1  j=1 (u, v j )(u, v j ) − ν−1  j=1 (u, v i )(v i , u) + _ ν−1  i=1 (u, v i )v i , ν−1  j=1 (u, v j )v j _ , de  onde  vem  que [[w ν [[ 2 = [[u[[ 2 − ν−1  j=1 [(u, v i )[ 2 , o  que  acarreta  que [[w ν [[ ≤ [[u[[,   para  todo  ν ∈ N.   (5.116) Se  w ν 0   = 0,  para  algum  ν 0 ,  temos u = ν 0 −1  i=1 (u, v i )v i , e,  por  conseguinte, (u, v µ ) = _ ν 0 −1  i=1 (u, v i )v i , v µ _ = ν 0 −1  i=1 (u, v i )(v i , v µ ) = 0   se  µ ≥ ν 0 , de  onde  vem  que  (u, v µ )  =  0  para  todo  µ ≥  ν 0   e  a  representa¸ c˜ao  em  (5.113)  segue  de modo  simples. Suponhamos,   ent˜ ao,   que  w ν  ,=  0  para  todo  ν ∈ N  e  definamos  z ν   =   w ν ||w ν || ,   para  todo ν ∈ N.   Ent˜ao,  z ν  ∈ H ν   (posto  que  w ν  ∈ H ν ), [[z ν [[ = 1  e,  al´em  disso, [λ ν [ ≥ [[Az ν [[,   pois   (5.117) [λ ν [ =   sup u∈Hν;||u||=1 [(Au, u)[ =   sup u∈Hν;||u||=1 [[Au[[ ≥ [[Az ν [[. OPERADORES  COMPACTOS  -  O  TEOREMA  ESPECTRAL  PARA OPERADORES  SIM ´ ETRICOS   237 (Note   que   a  identidade   acima  ´e   v´alida  pois   A  ´e   invariante   para  cada  H ν   e   portanto [[Au[[ =   (Au,Au) ||Au||   ≤ _ Au,   Au ||Au|| _ ≤   sup u∈Hν;||u||=1 [(Au, u)[).   Assim, de (5.116) e (5.117) obtemos [[Aw ν [[ = [[w ν [[ [[Az ν [[ ≤ [[u[[ [λ ν [,   para  todo  ν ∈ N. Tomando  o  limite  na  desigualdade  acima  notando  que  λ ν  → 0  segue  que  Aw ν  → 0,  o que  prova  (5.115),  conforme  desejado. Suponhamos que tenhamos apenas um n´ umero finito de vetores pr´oprios v 1 , v 2 ,     , v ν−1 . Seja  w ν   como  em  (5.114).   Ent˜ao,  w ν  ∈ H ν .   Se  Aw ν   fosse  diferente  de  zero,  ter´ıamos  que A ν   =  A[ H ν   seria  diferente  do  operador   nulo  e  ent˜ ao  poder´ıamos   obter   mais   um  vetor pr´oprio  v ν ,  mas  isto  n˜ao  pode  ocorrer.   Assim,  Aw ν   = 0  e  o  resultado  segue. Terceira  Etapa:   Demonstra¸c˜ao  de  (iii) Suponhamos  que  A  tenha  um  valor  pr´oprio  λ ,=  0  com  correspondente  vetor  pr´oprio v,   tal   que  λ  seja  diferente  de  todos  os  λ ν   obtidos  na  primeira  etapa.   Ent˜ao,   por  ser  A sim´etrico,  resulta  que (v, v ν ) = 0,   para  todo  ν ∈ N, pois (Av, v ν ) = (v, Av ν ) = λ ν (v, v ν ) ⇒(λ −λ ν )(v, v ν ) = 0,   para  todo  ν ∈ N, implicando que (v, v ν ) = 0 para todo ν ∈ N, j´a que estamos admitindo que (λ −λ ν ) ,= 0,, para  todo  ν ∈ N.   De  (5.113)  resulta  que Av  =  ν λ ν (v, v ν )v ν   = 0, o  que  ´e  uma  contradi¸c˜ ao  j´a  que  Av  =  λv ,=  0.   Assim,   em ¦λ ν ¦  est˜ao  todos  os  valores pr´oprios  e  n˜ao  nulos  de  A.   Isto  encerra  a  prova  do  teorema.   2 Seja  AH →H  um  operador  linear  de  um  espa¸co  de  Hilbert  H.   O  n´ ucleo  de  A, N(A) = ¦u ∈ H; Au = 0¦, ´e   um  subespa¸co  de   H.   Sendo   A  limitado,   ent˜ ao   N(A)   ´e   fechado.   Com  efeito,   seja ¦u ν ¦ ν∈N   ⊂  N(A)   tal   que   u ν   →  u  em  H.   Ora,   pela  continuidade   de   A,   resulta  que Au ν  →  Au.   Contudo,   como  para  cada  ν ∈ N,   Au ν   =  0,   vemk  que  Au  =  0,   o  que  prova que  u ∈  N(A)  e  portanto  N(A)  ´e  um  subespa¸co  fechado  de  H.   Assim,   de  acordo  com  o teorema  5.49,  sendo  A  limitado,  podemos  escrever  que H  = N(A) ⊕N(A) ⊥ .   (5.118) 238   INTRODUC¸  ˜ AO   ` A  AN ´ ALISE  FUNCIONAL Lema  5.67  Seja  A  um  operador  compacto,  sim´etrico  e  n˜ao  nulo  de  um  espa¸co  de  Hilbert H.   Ent˜ao,  dado  u ∈ H,  existe  um  ´ unico  w ∈ N(A)  tal   que u = w +  ν (u, v ν )v ν ,   (5.119) onde ¦v ν ¦  ´e  o  sistema  ortonormal   de  H  obtido  no  teorema  5.66.   Al´em  disso,   a  repre- senta¸c˜ ao  dada  em  (5.119)  ´e  ´ unica. Demonstra¸c˜ao:   De  acordo  com  a  proposi¸c˜ao  5.31  temos  que  a  s´erie  ν (u, v ν )v ν ´e  convergente  em  H.   Definindo-se w = u −  ν (u, v ν )v ν  ∈ H,   (5.120) ent˜ ao,  pela  linearidade  de  A  obtemos Aw = Au −A _  ν (u, v ν )v ν _ .   (5.121) Por  outro  lado, A _   n  ν (u, v ν )v ν _ = n  ν=1 (u, v ν )Av ν   = n  ν=1 λ ν (u, v ν )v ν , e  do  teorema  5.66(ii)  resulta  que lim n→+∞ A _   n  ν (u, v ν )v ν _ =   lim n→+∞ _   n  ν=1 λ ν (u, v ν )v ν _ = Au.   (5.122) Portanto,  de  (5.121)  e  (5.122)  podemos  escrever  que Aw = Au −Au = 0,   (5.123) o que prova que w ∈ N(A).   Logo, de (5.120) e (5.123) temos a existˆencia de w ∈ N(A) que verifica  (5.119).   Resta-nos  provar  a  unicidade  da  representa¸c˜ ao.   Com  efeito,  provaremos inicialmente  que  para  todo  n ∈ N,  temos ¦v ν ¦ ⊂ N(A) ⊥   = ¦v ∈ H; (v, w) = 0,   para  todo  w ∈ N(A)¦.   (5.124) OPERADORES  COMPACTOS  -  O  TEOREMA  ESPECTRAL  PARA OPERADORES  SIM ´ ETRICOS   239 Para  isso, ´e  suficiente  provarmos  que  para  cada  ν ∈ N  tenhamos (v ν , w) = 0,   para  todo  w ∈ N(A). De  fato,  se  w ∈ N(A)  ent˜ao  Aw = 0  e  da´ı  decorre  que 0 = (v ν , Aw) = (Av ν , w) = λ ν (v ν , w) ⇒(v ν , w) = 0, o  que  prova  o  desejado  em  (5.124).   Assim,  para  cada  ν ∈ N,  tem-se (u, v ν )v ν  ∈ N(A) ⊥ , pois  N(A) ⊥   ´e  um  subespa¸co.   Sendo  o  mesmo  fechado,  resulta  que  ν (u, v ν )v ν  ∈ N(A) ⊥ . Segue da´ı e de (5.118) que a representa¸c˜ ao dada em (5.119) ´e  ´ unica.   Isto encerra a prova. 2 Proposi¸c˜ao  5.68  Seja  A  um  operador  compacto  e  sim´etrico  de  um  espa¸co  de  Hilbert  H. Ent˜ao  o  sistema ¦v ν ¦ ν∈N   de  vetores  pr´oprios  de  A  obtido  no  teorema  5.66  ´e  completo  em N(A) ⊥ . Demonstra¸c˜ao:   Conforme  j´a  demonstrado  no  lema  5.67,  temos  que ¦v ν ¦ ν∈N  ⊂ N(A) ⊥ . Sendo  N(A) ⊥   um  subespa¸co  fechado  de  um  espa¸co  de  Hilbert   segue  que  N(A) ⊥   ´e Hilbert.   Resta-nos  provar  que ¦v ν ¦ ν∈N   ´e  completo  em  N(A) ⊥ .   Usaremos  a  proposi¸c˜ao 5.29.   Consideremos,  ent˜ ao,  u ∈ N(A) ⊥   tal  que  u ⊥ v ν   para  todo  ν ∈ N.   Provaremos  que u = 0.   Com  efeito,  pelo  lema  5.67  existe  um  ´ unico  w ∈ N(A)  que  verifica u = w + +∞  ν=1 (u, v ν )v ν . Mas,   por  hip´otese,   como  u ⊥  v ν ,   para  todo  ν ∈  N  resulta  da  express˜ao  acima  que u = w  e,  conseq¨ uentemente,  que u ∈ N(A) ∩ N(A) ⊥ , ou  seja,  u = 0.   Isto  prova  o  desejado.   2 240   INTRODUC¸  ˜ AO   ` A  AN ´ ALISE  FUNCIONAL Observa¸c˜ao  5.69  Como  conseq¨ uˆencia  da  proposi¸c˜ao  5.68  e  do  fato  que  H  =  N(A) ⊕ N(A) ⊥ ,   vem  que ¦v ν ¦ ν∈N   ´e  completo  em  H  se,   e  somente  se,   A  ´e  injetor.   Com  efeito, se  A  ´e  injetor,   ent˜ao,   N(A)  = ¦0¦,   e,   portanto,   H  =  N(A) ⊥ .   Logo, ¦v ν ¦ ν∈N   ´e  completo em  H.   Reciprocamente,  suponhamos que ¦v ν ¦ ν∈N   ´e completo em  H.   Pela  proposi¸c˜ao 5.33 resulta  que [¦v ν ¦ ν∈N ] = H   e   [¦v ν ¦ ν∈N ] = N(A) ⊥ . Logo,  H  = N(A) ⊥ ,  o  que  implica  que  N(A) = ¦0¦,  ou  seja,  A  ´e  injetor. Observa¸c˜ao  5.70  Se  H  n˜ao  ´e  separ´avel,   ent˜ao  n˜ao  pode  existir  um  operador  compacto e  sim´etrico  de  H  que  seja  injetor. Com efeito, suponhamos, por contradi¸c˜ao, que exista um operador A, compacto, sim´etrico e  injetor.   Ent˜ao,   pela  proposi¸c˜ao  5.68  vem  que ¦v ν ¦ ν∈N   ´e  ortonormal   completo  em  H. Logo, [¦v ν ¦ ν∈N ] = H, ou  seja,  existe  um  subconjunto  enumer´avel   e  denso  em  H,  a  saber,  [¦v ν ¦ ν∈N ].   Mas  isto  ´e uma  contradi¸c˜ao  pois  H  n˜ao  ´e  separ´avel. Lema  5.71  Seja H  um espa¸co de Hilbert separ´avel.   Ent˜ao, todo conjunto ortonormal em H  ´e  enumer´avel   (no  m´aximo). Demonstra¸c˜ao:   Seja  A  um  subconjunto  ortonormal   de  H.   Provaremos  que  A  ´e  enu- mer´avel.   De  fato,  para  todo  x, y ∈ A,  x ,= y,  temos [[x −y[[ 2 = [[x[[ 2 −(x, y) . ¸¸ . =0 −(y, x) . ¸¸ . =0 +[[y[[ 2 = 2, de  onde  vem  que [[x −y[[ = √ 2,   para  todo  x, y ∈ A,   x ,= y. Segue  da´ı  que  se  x, y ∈ A  e  x ,= y,  ent˜ ao B √ 2 2 (x) ∩ B √ 2 2 (y) = ∅   (5.125) e,  al´em  disso,  para  cada  x ∈ A B √ 2 2 (x) ∩ A = ¦x¦. OPERADORES  COMPACTOS  -  O  TEOREMA  ESPECTRAL  PARA OPERADORES  SIM ´ ETRICOS   241 Por  outro  lado,   como  H  ´e  separ´avel,   existe  um  subconjunto  M  de  H,   enumer´ avel   e denso  em  H.   Segue  da´ı  que  para  cada  x ∈  A,  existe  z x  ∈  M ∩ B √ 2 2 (x).   Notemos  que  se x ,=  y,   ent˜ ao  z x  ,=  z y ,   pois,   caso  contr´ ario,   B √ 2 2 (x) ∩ B √ 2 2 (y) ,= ∅,   o  que  contradiz  5.125. Logo,   cada  par  de  bolas  distintas,   possui   elementos  distintos  de  M.   Agora,   para  cada x ∈  A,   escolhamso  um  ´ unico  z x  ∈  M ∩ B √ 2 2 (x)  de  modo  que  fica  definida  uma  bije¸c˜ao τ  : A → N,  x → z x ,  onde  N  ´e  um  subconjunto  enumer´avel  de  M.   Sendo  N  enumer´ avel, existe uma bije¸c˜ ao σ  deste conjunto com um subconjunto P  dos n´ umeros naturais.   Logo, a  composi¸c˜ao  σ ◦ τ  ´e  uma  bije¸c˜ ao  de  A  em  P,  o  que  prova  o  desejado. 2 Proposi¸c˜ao  5.72  Seja  H  um  espa¸co  de  Hilbert   separ´avel   e  A  um  operador  compacto  e sim´etrico  de  H.   Ent˜ao,  existe  um  sistema  ortonormal  e  completo ¦e µ ¦ µ∈N   de  H,  formado por  vetores  pr´oprios  de  A. Demonstra¸c˜ao:   Se  A  ´e  injetor,   ent˜ao  N(A)  = ¦0¦  e,   por  conseguinte,   H  =  N(A) ⊥ . Pela  proposi¸c˜ ao  5.68  existe  um  sistema  ortonormal  completo  em  H  formado  por  vetores pr´oprios  de  A. Agora,   se  A  n˜ao  ´e  injetor,   ent˜ ao  N(A) ,= ¦0¦.   Sendo  N(A)  um  subespa¸co  fechado de H  resulta, conforme proposi¸c˜ ao 5.30,  a existˆencia de um sistema ortonormal completo ¦w α ¦ α   em  N(A).   Sendo  H  separ´avel   e   N(A)   fechado  em  H,   segue   que   N(A)   ´e   um espa¸co  de  Hilbert  separ´avel  (veja  proposi¸c˜ ao  3.52).   Logo,  do  lema  5.71  vem  que ¦w α ¦ α   ´e enumer´ avel.   Sendo ¦v ν ¦ ν   o sistema ortonormal completo em N(A) ⊥   obtido na proposi¸c˜ ao 5.68,  definamos ¦e µ ¦ µ   = ¦w α ¦ α ∪ ¦v ν ¦ ν .   (5.126) ´ E  claro  que ¦e µ ¦ µ   ´e  enumer´avel.   Al´em  disso, w α  ⊥ v ν ,   para  todo  α  e  para  todo  ν,   (5.127) pois  N(A) ⊥ N(A) ⊥ . Provaremos  que  o  sistema  dado  em  (5.126)  ´e  otonormal   completo  em  H.   Com  efito, a  ortogonalidade  vem  garantida  de  (5.127)  e  do  fato  que ¦w α ¦ α   e ¦v ν ¦ ν   s˜ao  ortonormais em  N(A)  e  em  N(A) ⊥ ,  respectivamente.   Al´em  disso,  temos  tamb´em  que [[w α [[ = 1   e   [[v ν [[ = 1,   para  todo  α, ν. 242   INTRODUC¸  ˜ AO   ` A  AN ´ ALISE  FUNCIONAL Resta-nos  provar  que  o  sistema  dado  em  (5.126) ´e  completo.   Com  efeito,  usaremos  a proposi¸c˜ ao  5.29.   Seja,  ent˜ ao,  u ∈ H  tal  que u ⊥ e µ ,   para  todo  µ. Segue  de  (5.126)  que u ⊥ w α   para  todo  α   e   u ⊥ v ν   para  todo  ν.   (5.128) Por  outro  lado,   como  H  =  N(A) ⊕ N(A) ⊥ ,   ent˜ ao,   existe  um  ´ unico  w ∈  N(A)  e  um ´ unico  v ∈ N(A) ⊥   tais  que u = v + w.   (5.129) Logo,  de  (5.128)  e  (5.129)  e  do  fato  que  N(A) ⊥ N(A) ⊥   temos 0 =   (u, w α ) = (v + w, w α ) = (v, w α ) . ¸¸ . =0 +(w, w α ) = (w, w α )   para  todo  α, 0 =   (u, v ν ) = (v + w, v ν ) = (v, v ν ) + (w, v ν ) . ¸¸ . =0 = (v, v ν ),   para  todo  ν. (5.130) Como ¦w α ¦ α   e ¦v ν ¦ ν   s˜ao ortonormais completos em N(A) e N(A) ⊥ , respectivamente, ent˜ ao,  resulta  de  (5.130)  e  da  proposi¸c˜ao  5.29  que  w = 0  e  v  = 0,  ou  seja,  u = 0,  de  onde se  conclui,  aplicando-se  novamente  a  proposi¸c˜ ao  5.29  que ¦e µ ¦ µ   ´e  completo.   Isto  encerra a  prova. 2 Sejam  H  um  espa¸co  de  Hilbert   e  A  um  operador   compacto,   sim´etrico  e  n˜ao-nulo. Temos,  conforme  j´a  vimos  anteriormente,  que H  = N(A) ⊕N(A) ⊥ . Logo,   se  u ∈  H,   existem  ´ unicos  w ∈  N(A)  e  v ∈  N(A) ⊥   tais  que  u  =  w + v.   Em verdade,  temos,  de  acordo  com  (5.119)  que u = w +  ν (u, v ν )v ν ,   w ∈ N(A), onde ¦v ν ¦ ν   ´e  o  sistema  ortonormal  de  H  obtido  no  teorema  5.66.   Consideremos,  ent˜ ao, P 0   : H →N(A) u →P 0 u = w, OPERADORES  COMPACTOS  -  O  TEOREMA  ESPECTRAL  PARA OPERADORES  SIM ´ ETRICOS   243 a proje¸c˜ ao  ortogonal  de  H  sobre  N(A).   (Neste caso colocamos λ 0   = 0).   Agora, para cada ν 0  ∈ N,  temos  tamb´em  que H  = [v ν 0 ] ⊕[v ν 0 ] ⊥ , uma  vez  que  [v ν 0 ]   ´e  um  subespa¸co  fechado  de  H.   Segue  da´ı   que  dado  u ∈  H,   existem ´ unicos  w 1  ∈ [v ν 0 ]  e  z 1  ∈ [v ν 0 ] ⊥   tais  que u = w 1  + z 1 . Tamb´em,  do  exposto  acima,  temos  a  existˆencia  de  um  ´ unico  w ∈ N(A)  tal  que u = w +  ν (u, v ν )v ν , ou  seja, u = (u, v ν 0 )v ν 0  +w +  ν=ν 0 (u, v ν )v ν . Contudo,   (u, v ν 0 )v ν 0   ∈  [v ν 0 ],   w ∈  [v ν 0 ] ⊥   (pois   w ∈  N(A),   N(A) ⊥  N(A) ⊥   e  v ν 0   ∈ N(A) ⊥ ) e  ν=ν 0 (u, v ν )v ν  ∈ [v ν 0 ] ⊥  (pois v ν  ⊥ v ν 0 , para todo ν ,= ν 0  e [v ν 0 ] ⊥  ´e um subespa¸co fechado).   Logo,  pela  unicidade  da  representa¸c˜ao  vem  que (u, v ν 0 )v ν 0   = w 1   e   w +  ν=ν 0 (u, v ν )v ν   = z 1 . Consideremos,  ent˜ ao,  para  cada  ν ≥ 1: P ν   : H →[v ν ] u →P ν u = (u, v ν )v ν , a  proje¸c˜ao  ortogonal  de  H  sobre  o  subespa¸co  gerado  por  v ν .   Ent˜ao: (i)  P ν   e  P µ   s˜ao  ortogonais  entre  si. De  fato,  se  ν ,= µ,  temos,  para  todo  u, v ∈ H, (P ν u, P µ v) = ((u, v ν )v ν , (v, v µ )v µ ) = (u, v ν ) (v, v µ )  (v ν , v µ ) . ¸¸ . =0 = 0, isto ´e, (P ν u, P µ v) = 0,   para  todo  µ ,= ν  e  para  todo  u, v ∈ H. 244   INTRODUC¸  ˜ AO   ` A  AN ´ ALISE  FUNCIONAL (ii)  ν≥0 P ν   = I. Com  efeito,  para  todo  u ∈ H,  de  (5.119)  temos  que u = w +  ν (u, v ν )v ν ,   w ∈ N(A), onde  a  representa¸c˜ao ´e  ´ unica.   Logo, _  ν≥0 P ν _ u = P 0 u +  ν≥1 P ν u = w +  ν≥1 (u, v ν )v ν   = u. (iii)  A =  ν≥0 λ ν P ν . De  fato,  para  todo  u ∈ H  temos,  de  acordo  com  o  teorema  5.66(ii), _  ν≥0 λ ν P ν _ u =  ν≥0 λ ν P ν u = λ 0 P 0 u . ¸¸ . =0 +  ν≥1 λ ν (u, v ν )v ν   = Au. O  resultado  obtido  acima  ´e   conhecido  como  o  Teorema  Espectral  para  Operadores Compactos  Sim´etricos. Veremos,  a  seguir,  uma  esp´ecie  de  rec´ıproca  para  o  teorema  5.66. Observa¸c˜ao  5.73  Seja  A ∈ /(H)  um  operador  tal   que  dim(Im(A)) < +∞.   Ent˜ao  A  ´e compacto. De  fato,   seja  L ⊂  H  um  conjunto  limitado.   Ent˜ao,   existe  M  >  0  tal   que [[x[[ ≤  M, para  todo  x ∈ L.   Sendo  A  limitado  resulta  que [[Ax[[ ≤ [[A[[ [[x[[ ≤ [[A[[ M,   para  todo  x ∈ L. SEgue  da´ı  que  o  conjunto Im(L) = ¦Ax; x ∈ L¦, ´e um subconjunto limitado do espa¸co Im(A) que, por hip´otese, tem dimens˜ao finita.   Logo, Im(L)  ´e  compacto  e  portanto  A  ´e  compacto. Lema  5.74  Seja ¦A n ¦ n∈N   uma  sucess˜ ao  de  operadores  de /(H),   de  imagem  finita  (ou seja,  dim(Im(A n )) < +∞  para  todo  n)  e  consideremos  A ∈ /(H)  tal  que [[A n −A[[ → 0 quando  n →+∞.   Ent˜ao  A  ´e  compacto. OPERADORES  COMPACTOS  -  O  TEOREMA  ESPECTRAL  PARA OPERADORES  SIM ´ ETRICOS   245 Demonstra¸c˜ao:   Como  para  cada  n ∈ N,  dim(Im(A n )) < +∞,  ent˜ao,  pela  observa¸c˜ao 5.73  A n  ∈ / c (H),   sendo  este  um  subespa¸co  fechado  de /(H)  (veja  proposi¸c˜ao  5.60)  e como  A n  →A  em /(H)  resulta  que  A ∈ / c (H).   2 Proposi¸c˜ao  5.75  Seja  A  um  operador  de  um  espa¸co  de  Hilbert  H  que  satisfaz Au = +∞  ν=1 λ ν (u, v ν )v ν ,   para  todo  u ∈ H, onde ¦λ ν ¦ ν∈N   converge  para  zero  e ¦v ν ¦ ν∈N   ´e  um  sistema  ortonormal   de  H.   Ent˜ao,   A  ´e compacto  e  sim´etrico. Demonstra¸c˜ao:   Seja ¦A n ¦ n∈N ,  uma  sucess˜ao  de  operadores  de /(H)  definida  por A n u = n  ν=1 λ ν (u, v ν )v ν ,   u ∈ H. Tem-se  dim(Im(A)) < +∞,  para  todo  n ∈ N.   Pela  observa¸c˜ao  5.73  temos,  para  cada n ∈ N,  que  A n  ∈ / c (H).   Provaremos  que A n  →A  em /(H).   (5.131) Como  λ n  →  0,   ent˜ ao,   dado  ε  >  0,   existe  n 0  ∈ N  tal   que  para  todo  n ≥  n 0   tem-se [λ n [ < ε.   Assim,  para  todo  u ∈ H,  temos [[A n −Au[[ 2 = ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ n  ν=1 λ ν (u, v ν )v ν  − +∞  ν=1 λ ν (u, v ν )v ν ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ 2 (5.132) = ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ +∞  ν=n+1 λ ν (u, v ν )v ν ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ 2 . Contudo,  se  n ≥ n 0   e  m > n + 1,  temos ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ m  ν=n+1 λ ν (u, v ν )v ν ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ 2 = _   m  ν=n+1 λ ν (u, v ν )v ν , m  ν=n+1 λ µ (u, v µ )v µ _ = m  ν=n+1 [λ ν (u, v ν )[ 2 ≤ ε 2 m  ν=n+1 [(u, v ν )[ 2 Logo, para todo n ≥ n 0  e m > n+1 da desigualdade de Bessel (veja 5.73) e na situa¸c˜ ao limite  vem  que ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ +∞  ν=n+1 λ ν (u, v ν )v ν ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ 2 ≤ ε 2 [[u[[ 2 .   (5.133) 246   INTRODUC¸  ˜ AO   ` A  AN ´ ALISE  FUNCIONAL Assim,  de  (5.132)  e  (5.133)  resulta  que [[A n −Au[[ 2 ≤ ε 2 [[u[[ 2 ,   para  todo  n ≥ n 0   e  u ∈ H.   (5.134) Como  A  da  forma  que  foi  definido ´e  linear  e  cont´ınuo  temos  de  (5.134)  que [[A n −A[[ L(H)  ≤ ε,   para  todo  n ≥ n 0 , o  que  prova  (5.131).   Pelo  lema  5.74  segue  que  A  ´e  compacto.   Al´em  disso,  A  ´e  sim´etrico pois  para  todo  u, v ∈ H  resulta  que (Au, v) = _ +∞  ν=1 λ ν (u, v ν )v ν , v _ = +∞  ν=1 λ ν (u, v ν )(v ν , v), (u, Av) = _ u, +∞  ν=1 λ ν (v, v ν )v ν _ = +∞  ν=1 λ ν (v, v ν )(u, v ν ) = +∞  ν=1 λ ν (v ν , v)(u, v ν ), isto ´e,  (Au, v) = (u, Av),  o  que  encerra  a  prova.   2 5.8   Alternativa  de  Riesz-Fredholm Estamos  interessados  em  determinar  solu¸c˜ oes  do  problema u −λAu = v,   (5.135) ou  ainda, (I −λA)u = v, onde  s˜ao  dados  o  operador  compacto  sim´etrico  A  de  H,  v ∈ H  e  λ ∈ C  tal  que  λ ,= 0. Antes   de   enunciarmos   e   demonstrarmos   um  resultado  que   nos   permite   determinar solu¸c˜ oes da equa¸c˜ ao (5.135),  motivaremos o porquˆe da solu¸c˜ ao u ter a forma apresentada no  resultado  correspondente. Suponhamos que u seja uma solu¸c˜ao da equa¸c˜ ao (5.135).   Pelo fato de u, v ∈ H, temos em  virtude  do  lema  5.67,  que u   =   w 1  +  ν (u, v ν )v ν   (5.136) v   =   w 2  +  ν (v, v ν )v ν ,   (5.137) A  ALTERNATIVA  DE  RIEZ-FREDHOLM   247 onde  w 1 , w 2  ∈ N(A).   Al´em  disso,  pela  teorema  5.66,  resulta  que Au =  ν λ ν (u, v ν )v ν .   (5.138) Pelo fato de u ser solu¸c˜ao da equa¸c˜ ao 5.135 obtemos de (5.135), (5.136) e (5.137), que w 2  +  ν (v, v ν )v ν   = _ w 1  +  ν (u, v ν )v ν _ −λ _  ν λ ν (u, v ν )v ν _   (5.139) =   w 1  +  ν (1 −λλ ν )(u, v ν )v ν . Compondo-se  com  v ν   os  dois  lados  da  identidade  acima,  vem  que (w 2 , v ν ) +  µ (v, v µ )(v µ , v ν ) = (w 1 , v ν ) +  µ (1 −λλ µ )(u, v µ )(v µ , v ν ). Como  os ¦v ν ¦ ν∈N   s˜ao  ortonormais  temos  que (v µ , v ν ) = _ 0,   se  µ ,= ν, 1,   se  µ = ν, e  pelo  fato  de  w 1 , w 2  ∈ N(A)  e ¦v ν ¦ ν∈N  ∈ N(A) ⊥   temos  que (w 1 , v ν ) = (w 2 , v ν ) = 0,   para  todo  ν ∈ N. Logo, (v, v ν ) = (1 −λλ ν )(u, v ν ),   para  todo  ν ∈ N.   (5.140) Ainda,  como  H  = N(A) ⊕N(A) ⊥ ,  temos,  aplicando  a  proje¸c˜ao  ortogonal  de  H  sobre N(A)  na  express˜ao  dada  em  (5.136)  que w 1   = w 2 .   (5.141) Temos  dois  casos  a  considerar: •   i)  λ ,=   1 λν ,  para  todo  ν ∈ N. •   ii)  λ =   1 λν 0 ,  para  algum  ν 0  ∈ N. 248   INTRODUC¸  ˜ AO   ` A  AN ´ ALISE  FUNCIONAL (i)  Neste  caso,  de  (5.136),  (5.138)  e  (5.140)  deduzimos  que λAu =  ν λλ ν (u, v ν )v ν   =  ν λλ ν 1 −λλ ν (v, v ν )v ν . Mas  como  λAu = u −v  resulta  que u −v  =  ν λλ ν 1 −λλ ν (v, v ν )v ν , ou  seja, u = v +  ν λλ ν 1 −λλ ν (v, v ν )v ν ,   (5.142) (ii)   Neste  caso,   estamos   considerando  que  λ  =   1 λ ν 0 ,   para  algum  ν 0  ∈  N.   Seja  r   a multiplicidade  (geom´etrica)  de  λ ν 0 ,  isto ´e, dimN(A −λ ν 0 I) = r. Ent˜ao,   pela  proposi¸c˜ ao  5.64,   r  <  +∞.   Como  Av ν 0   =  λ ν 0 v ν 0   temos  que  v ν 0  ∈  N(A − λ ν 0 I) e, portanto, podemos completar o conjunto ¦v ν 0 ¦ de modo a obtermos uma base para N(A−λ ν 0 I) posto que v ν 0  ,= 0.   Tal completamento ser´a feito de modo a obtermos, nessa base,   o  m´aximo  de  elementos  de ¦v ν ¦  poss´ıveis.   Seja ¦v ν 0 , u 1 ,     , u r−1 ¦  tal   base.   Sem perda  de  generalidade,  podemos  supor  tais  vetores  u i   unit´arios  pois  se  eles  n˜ao  o  forem, basta  unitariz´a-los  que  eles  ainda  continuam  formando  uma  base  para  N(A −λ ν 0 I). Provaremos  que u i  ∈ ¦v ν ¦ ν∈N ,   para  todo  i = 1,     , r −1.   (5.143) Com  efeito,   suponhamos,   por   contradi¸c˜ ao,   que   existe   i 0   ∈ ¦1,     , r −  1¦  tal   que u i 0   / ∈ ¦v ν ¦ ν∈N .   Consideremos  a  suces˜ao ¦v ∗ ν ¦ ν∈N   dada  por v ∗ ν   = _ ¸ ¸ _ ¸ ¸ _ v ν ,   ν ≤ ν 0 , u i 0 ,   ν  = ν 0  + 1 v ν−1 ,   ν ≥ ν 0  + 2, cujos  autovalores  de  A  s˜ao  dados  por λ ∗ ν   = _ ¸ ¸ _ ¸ ¸ _ λ ν ,   ν ≤ ν 0 , λ ν 0 ,   ν  = ν 0  + 1 λ ν−1 ,   ν ≥ ν 0  + 2. A  ALTERNATIVA  DE  RIEZ-FREDHOLM   249 Observemos   que  as   seq¨ uˆencias ¦λ ∗ ν ¦ ν∈N   e ¦v ∗ ν ¦ ν∈N   tem  as   mesmas   propriedades   das seq¨ uˆencias ¦λ ν ¦ ν∈N   e ¦v ν ¦ ν∈N .   De  fato, i)  Av ∗ ν   = λ ∗ ν v ∗ ν ,   para  todo  ν ∈ N, ii) [λ ∗ ν [ ≥ [λ ∗ ν+1 [,   para  todo  ν ∈ N   e  λ ∗ ν  →0  quando  ν →+∞, iii) [[v ∗ ν [[ = 1,   para  todo  ν ∈ N, iv)  (v ∗ ν , v ∗ µ ) = 0,   para  todo  ν, µ ∈ N  tais  que  ν ,= µ. Temos   que   (v ν , v µ )   =  0,   para  todo  ν, µ ∈  N,   ν  ,=  µ  pela  pr´opria  constru¸c˜ ao  dos ¦v ν ¦.   Resta-nos  mostrar  que  (v ν , u i 0 )  =  0,   para  todo  n ∈ N.   Se  v ν   fizer  parte  da  base de  N(A − λ 0 I)  temos  que  v ν   e  u i 0   s˜ao  ortogonais  e  portanto  (v ν , u i 0 )   =  0.   Se  v ν   n˜ao fizer  parte  da  base  de  N(A − λ 0 I)  temos  que  λ ν  ,=  λ ν 0   e  pela  simetria  de  A  resulta  que (Au i 0 , v ν )  =  (u i 0 , Av ν ),   isto  ´e,   λ ν 0 (u i 0 , v ν )  =  λ ν (u i 0 , v ν )  posto  que  os  λ ν  ∈ 1,   para  todo ν ∈ N.   Da´ı  conclu´ımos  que  (u i 0 , v ν ) = 0  para  todo  ν ∈ N,  pois,  caso  contr´ario,  λ ν 0   = λ ν , o  que  geraria  uma  contradi¸c˜ ao. v)  Au =  ν λ ∗ ν (u, v ∗ ν )v ∗ ν ,   para  todo  u ∈ H. Seja  u ∈ H  e  definamos w ν   = u − ν−1  i=1 (u, v ∗ i )v ∗ i . O  resultado  seguir´a  se  mostrarmos  que  Aw ν  →0  quando  ν →+∞.   De  fato,  observe- mos  que (w ν , v ∗ i ) = (u, v ∗ i ) −(u, v ∗ i ) = 0,   i = 1, 2,     , ν −1. Portanto, w ν  ∈ H ν   = ¦v ∈ H; (v, v ∗ i ) = 0,   i = 1, 2,     , ν −1¦. 250   INTRODUC¸  ˜ AO   ` A  AN ´ ALISE  FUNCIONAL Por  outro  lado, [[w ν [[ 2 =   (w ν , w ν ) = _ u − ν−1  i=1 (u, v ∗ i v ∗ i , u − ν−1  i=1 (u, v ∗ i v ∗ i _ =   [[u[[ 2 − ν−1  i=1 (u, v ∗ i )(u, v ∗ i ) − ν−1  i=1 (u, v ∗ i ) (v ∗ i , u) . ¸¸ . =(u,v ∗ i  ) + _ ν−1  i=1 (u, v ∗ i )v ∗ i , ν−1  i=1 (u, v ∗ i )v ∗ i _ =   [[u[[ 2 − ν−1  i=1 [(u, v ∗ i )[ 2 − ν−1  i=1 [(u, v ∗ i )[ 2 + ν−1  i=1 [(u, v ∗ i )[ 2 , o  que  implica [[w ν [[ 2 = [[u[[ 2 − ν−1  i=1 [(u, v ∗ i )[ 2 . Assim, [[w ν [[ 2 ≤ [[u[[ 2 ,  ou  seja, [[w ν [[ ≤ [[u[[.   Se  w ν 0   = 0,  para  alguma  ν 0 ,  ent˜ ao u = ν−1  i=1 (u, v ∗ i )v ∗ i , e,  portanto,  (u, v ∗ ν ) = 0,  para  todo  ν ≥ ν 0 .   Logo, Au = ν−1  i=1 λ ∗ i (u, v ∗ i )v ∗ i   =  ν λ ∗ ν (u, v ∗ ν )v ∗ ν , o  que  prova  o  desejado. Suponhamos,  ent˜ ao,  que  w ν  ,=  0  e  definamos  z ν   =   wν ||wν|| .   Ent˜ao,   z ν  ∈  H ν   e [[z ν [[  =  1. Al´em  disso,  como [λ ∗ ν [ =   sup u∈H ν ,||u||=1 [(Au, u)[ = [[A[ H ν [[ =   sup u∈H ν ,||u||=1 [[Au[[, temos  que [λ ∗ ν [ ≥ [[Az ν [[.   Assim, [[Az ν [[ =   ||Aw ν || ||w ν ||   ,  ou  seja, [[Aw ν [[ = [[Az ν [[ [[w ν [[ ≤ [λ ∗ ν [ [[w ν [ ≤ [λ ∗ ν [ [[u[[. Como  λ ν  →  0  quando  ν →  +∞  temos  que [[Aw ν [[ →  0  quando  ν →  +∞  e  desta forma  segue  o  resultado  em  (v). Assim, ¦v ∗ ν ¦ n∈N   ´e  uma  seq¨ uˆencia  nos  moldes  do  Teorema  5.66  e  tal  que ¦v ν ¦ ν∈N  _ ¦v ∗ ν ¦ ν∈N   (5.144) A  ALTERNATIVA  DE  RIEZ-FREDHOLM   251 Mas, da proposi¸c˜ ao 5.68 resulta que ¦v ν ¦ ν∈N   e ¦v ∗ ν ¦ ν∈N   s˜ao completos em N(A) ⊥ .   Pelo fato de ¦v ν ¦ ν∈N   ser ortonormal completo temos, por defini¸c˜ ao, que ¦v ν ¦ ν∈N  ´e maximal em N(A) ⊥   e  de  (5.144)  temos  uma  contradi¸c˜ao  ficando  provado  (5.143).   Portanto, u i  ∈ ¦v ν ¦ ν∈N ,   i = 1, 2,     , r −1. Al´em  disso,   como  Au i   =  λ ν 0 u i ,   para  todo  i   =  1, 2,     , r − 1,   podemos   impor   que v ν 0 +i   =  u + i,   i   =  1,     , r − 1,   sem  que  isso  altere  qualquer  propriedade  da  seq¨ uˆencia ¦v ν ¦ ν∈N .   Assim, ¦v ν ¦ ν∈N   ´e  tal  que  Av ν   = λ 0 v ν   para  todo  ν  = ν 0 ,     , ν 0  + r −1. Suponhamos,   ent˜ ao,   que  u  seja  uma  solu¸c˜ ao  da  equa¸c˜ ao  (5.135).   Por  (5.140)  resulta que (v, v ν ) = (1 −λλ ν )(u, v ν ),   para  todo  ν ∈ N. Como  λ =   1 λ ν 0 e  λ ν   = λ ν 0   para  todo  ν  = ν 0 ,     , ν 0  +r −1,  temos  que (v, v ν ) = 0,   para  todo  ν  = ν 0 ,     , ν 0  + r −1,   (5.145) (u, v ν ) =   (v, v ν ) 1 −λλ ν ,   ν ∈ N  tais  que  ν ,= ν 0 ,     , ν 0  +r −1.   (5.146) Como  u = v + λAu,  para  determinarmos  uma  express˜ao  para  u,  devemos  determinar λAu.   Temos,  pelo  teorema  5.66  que Au   =  ν λ ν (u, v ν )v ν =  ν=ν 0 ,··· ,ν 0 +r−1 λ ν (u, v ν )v ν  + ν 0 +r−1  ν=ν 0 λ ν 0 (u, v ν )v ν . Por  (5.146)  vem  que Au =  ν=ν 0 ,··· ,ν 0 +r−1 λ ν 1 −λλ ν (v, v ν )v ν  + ν 0 +r−1  ν=ν 0 λ ν 0 (u, v ν )v ν . Notemos,   no  entanto,   que   independentemente   do  valor   assumido  por   (u, v ν ),   ν   = ν 0 ,     , ν 0   + r − 1  temos  que  (v, v ν )   =  0  para  todo  ν   =  ν 0 ,     , ν 0   + r − 1.   Portanto, podemos  supor  que  (u, v ν 0 +i ) = a i ,  i = 0,     , r −1  onde  a i  ∈ C ´e  qualquer. Conseq¨ uentemente λAu =  ν=ν 0 ,··· ,ν 0 +r−1 λλ ν 1 −λλ ν (v, v ν )v ν  + λ r−1  i=0 λ ν 0 a i v ν 0 +i . 252   INTRODUC¸  ˜ AO   ` A  AN ´ ALISE  FUNCIONAL Pondo  λ ν 0 a i   = c i   obtemos λAu = λ _    ν=ν 0 ,··· ,ν 0 +r−1 λ ν 1 −λλ ν (v, v ν )v ν  + r−1  i=0 c i v ν 0 +i _ , de  onde  concluimos  que u = v + λ _    ν=ν 0 ,··· ,ν 0 +r−1 λ ν 1 −λλ ν (v, v ν )v ν  + r−1  i=0 c i v ν 0 +i _ ,   c i  ∈ C,   i = 0,     , r −1. Feitas  as  considera¸c˜oes  acima  podemos  enunciar  o  pr´oximo  teorema. Teorema  5.76  Sejam A um operador compacto sim´etrico n˜ao nulo de H, v ∈ H  e λ ∈ C, λ ,= 0.   Ent˜ao,  com  rela¸c˜ao  a  equa¸c˜ao  u −λAu = v,  s˜ao  v´alidas  as  seguintes  afirma¸c˜oes: i)   Se  λ ,=   1 λν ,  para  todo  ν ∈ N  a  equa¸c˜ao  tem  uma  ´ unica  solu¸c˜ao  u  dada  por u = v +  ν λλ ν 1 −λλ ν (v, v ν )v ν .   (5.147) ii)   Se  λ =   1 λ ν 0 ,  para  algum  ν 0  ∈ N,  a  equa¸c˜ao  5.135  tem  pelo  menos  uma  solu¸c˜ao  u se,  e  somente  se,  v  ´e  ortogonal  `a  v ν 0 , v ν 0 +1 ,     , v ν 0 +r−1 ,  onde  r  ´e  a  multiplicidade  de  λ ν 0 . Al´em  disso,  a  equa¸c˜ao  tem  infinitas  solu¸c˜oes  u  e  todas  s˜ao  da  forma u = v + λ _    ν=ν 0 ,··· ,ν 0 +r−1 λ ν 1 −λλ ν (v, v ν )v ν  + r−1  i=0 c i v ν 0 +i _ ,   (5.148) onde  c i  ∈ C,  i = 0, 1,     , r −1. Demonstra¸c˜ao:   i) Suponhamos que λ ,=   1 λν , para todo ν ∈ N.   Mostraremos que u dada em (5.147) ´e solu¸c˜ ao da equa¸c˜ao u−λAu = v.   Com efeito, inicialmente mostraremos que a  s´erie  ν λλ ν 1 −λλ ν (v, v ν )v ν , converge  em  H. Para  tal,  mostraremos  que  a  seq¨ uˆencia  das  somas  parciais  ´e  de  Cauchy.   Temos,  para A  ALTERNATIVA  DE  RIEZ-FREDHOLM   253 ν  > µ, [[S ν  −S µ [[ 2 = ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ν  i=1 λλ i 1 −λλ i (v, v i )v i − µ  i=1 λλ i 1 −λλ i (v, v i )v i ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ 2 = ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ν  i=µ+1 λλ i 1 −λλ i (v, v i )v i ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ 2 = ν  i=µ+1 ¸ ¸ ¸ ¸ λλ i 1 −λλ i ¸ ¸ ¸ ¸ 2 [(v, v i )[ 2 . Como  λ ν  →0  quando  ν → +∞,  temos  que  λλ ν  →0  e  1 −λλ ν  →1  quando  ν → +∞ e,  portanto,   λλ ν 1−λλν → 0  quando  ν →+∞.   desta  forma,  existe  C  > 0  tal  que ¸ ¸ ¸ ¸ λλ ν 1 −λλ ν ¸ ¸ ¸ ¸ ≤ C,   para  todo  ν ∈ N. Asiim, [[S ν  −S µ [[ 2 ≤ C 2 ν  i=µ+1 [(v, v i )[ 2 . Como pela Desigualdade de Bessel,  +∞ i=1  [(v, v ν )[ 2 ≤ [[v[[ 2 < +∞, temos que  ν i=µ+1 [(v, v i )[ 2 → 0  quando  µ, ν →  +∞,   o  que  implica  que [¸ ν  − S µ [[ →  0,   quando  ν, µ →  +∞.   Logo  faz sentido  a  express˜ao  dada  em  (5.147). Consideremos,  ent˜ ao, u = v +  ν λλ ν 1 −λλ ν (v, v ν )v ν .   (5.149) Logo, Au   =   Av + A _   lim ν→+∞ ν  i=1 λλ i 1 −λλ i (v, v i )v i _ =   Av +   lim ν→+∞ ν  i=1 λλ i 1 −λλ i (v, v i )Av i . Por  outro  lado,  pelo  teorema  5.66  podemos  escrever Av  =  ν λ ν (v, v ν )v ν , 254   INTRODUC¸  ˜ AO   ` A  AN ´ ALISE  FUNCIONAL e,  portanto, Au   =  ν λ ν (v, v ν )v ν  +  ν λλ 2 ν 1 −λλ ν (v, v ν )v ν =  ν _ λ ν  +   λλ 2 ν 1 −λλ ν _ (v, v ν )v ν =  ν λ ν 1 −λλ ν (v, v ν )v ν , de  onde  resulta  que λAu =  ν λλ ν 1 −λλ ν (v, v ν )v ν .   (5.150) De  (5.149)  e  (5.150)  resulta  que  u − v  =  λAu  o  que  mostra  que  u  dada  em  (5.147) ´e  solu¸c˜ao  da  equa¸c˜ ao  u − λAu  =  v.   Resta-nos  mostrar  a  unicidade  de  solu¸c˜ ao.   Para  tal suponhamos  que  u 1   e  u 2   sejam  solu¸c˜ oes  da  equa¸c˜ao  u − λAu  =  v.   Ent˜ ao,   (u 1  − u 2 ) − λA(u 1  − u 2 )  =  0,   o  que  implica  que  A(u 1  − u 2 )  =   1 λ (u 1  − u 2 ).   Afirmamos  que  u 1   =  u 2 , pois,   caso  contr´ ario,   u 1  − u 2  ,=  0  e   1 λ   seria  um  valor  pr´oprio  de  A  diferente  de  λ ν ,   o  que contraria  o  teorema  5.66  (iii). ii) Suponhamos que λ =   1 λ ν 0 para alguma ν 0  ∈ N e seja r  a multiplicidade de λ ν 0 .   Pelo que  j´a  vimos  anteriormente  (na  motiva¸c˜ao) λ ν   = λ ν 0 ,   ν  = ν 0 ,     , ν 0  + r −1, λ ν  ,= λ ν 0 ,   ν ,= ν 0 ,     , ν 0  + r −1. Mostraremos  que u ´e  solu¸c˜ ao  (5.135)  se,  e  somente  se,  v  ´e  ortogonal  a  v ν ,   ν  = ν 0 ,     , ν 0  + r −1.(5.151) Ent˜ao,  por  (5.140)  temos (v, v ν ) = (1 −λλ ν )(u, v ν ),   para  todo  ν ∈ N. Como  λ =   1 λ ν 0 e  λ ν   = λ ν 0   para  ν  = ν 0 ,     , ν 0  + r −1,  temos  que (v, v ν ) = 0,   ν  = ν 0 ,     , ν 0  + r −1. Reciprocamente,   suponhamos  que  v  ´e  ortogonal   `a  v ν ,   para  ν  =  ν 0 ,     , ν 0  + r − 1  e consideremos  u  dado  como  em  (5.148).   Temos Au = Av + λ _    ν=ν 0 ,··· ,ν 0 +r−1 λ 2 ν 1 −λλ ν (v, v ν )v ν  + r−1  i=0 λ ν 0 c i v ν 0 +i _ . A  ALTERNATIVA  DE  RIEZ-FREDHOLM   255 Pelo  teorema  5.66(ii)  temos  que Av  =  ν λ ν (v, v ν )v ν , mas  como  (v, v ν ) = 0,   ν  = ν 0 ,     , ν 0  + r −1,  segue  que Av  =  ν=ν 0 ,··· ,ν 0 +r−1 λ ν (v, v ν )v ν . Logo, Au   =  ν=ν 0 ,··· ,ν 0 +r−1 λ ν (v, v ν )v ν  +  ν=ν 0 ,··· ,ν 0 +r−1 λλ 2 ν 1 −λλ ν (v, v ν )v ν  + λλ ν 0 .¸¸. =1 r−1  i=0 c i v ν 0 +i =  ν=ν 0 ,··· ,ν 0 +r−1 _ λ ν  +   λλ 2 ν 1 −λλ ν _ (v, v ν )v ν  + r−1  i=0 c i v ν 0 +i =  ν=ν 0 ,··· ,ν 0 +r−1 λ ν 1 −λλ ν (v, v ν )v ν  + r−1  i=0 c i v ν 0 +i , o  que  implica  que λAu   =   λ _    ν=ν 0 ,··· ,ν 0 +r−1 λ ν 1 −λλ ν (v, v ν )v ν  + r−1  i=0 c i v ν 0 +i _ =   u −v, o  que  prova  que  a  equa¸c˜ao  (5.135)  possui  pelo  menos  uma  solu¸c˜ ao,  quaisquer  que  sejam c i  ∈ C.   Portanto, a equa¸c˜ao (5.135) possui uma infinidade de solu¸c˜ oes.   Resta-nos mostrar que  qualquer  solu¸c˜ ao  de  (5.135) ´e  dada  da  forma  (5.148).   Com  efeito,  seja  u 0   solu¸c˜ ao  de (5.135).   Ent˜ ao,  se  u ´e  dada  na  forma  (5.148)  temos  que A(u 0 −u) −λ ν 0 (u 0 −u) = 0, ou  seja, A(u 0 −u) =   1 λ (u 0 −u) = λ ν 0 (u 0 −u). Logo, A(u 0 −u) −λ ν 0 (u 0 −u) = 0, e,  portanto,  u 0 −u ∈ N(A −λ ν 0 I).   Como N(A −λ ν 0 I) = [v ν 0 ,     , v ν 0 +r−1 ]   (feito  na  motiva¸ c˜ao) 256   INTRODUC¸  ˜ AO   ` A  AN ´ ALISE  FUNCIONAL temos  que u 0 −u = k 0 v ν 0  + k 1 v ν 0 +1  +   + k r−1 v ν 0 +r−1 ,   para  k i  ∈ C,   i = 0,     , r −1. Assim, u 0   = u + r−1  i=0 k 0 v ν 0 +i , isto ´e, u 0   = v + λ _    ν=ν 0 ,··· ,ν 0 +r−1 λ ν 1 −λλ ν (v, v ν )v ν  + r−1  i=0 _ c i  +   k i λ _ v ν 0 +i _ . Como  c i  +   k i λ  ∈ c,  resulta  que  a  demonstra¸c˜ao  do  teorema  est´a  conclu´ıda. 2 Antes  de  demostrarmos  o  principal  resultado  deste  par´agrafo,  a  Alternativa  de  Riesz- Fredholm,   provaremos   alguns   resultados   preliminares   necess´arios   na  demonstra¸c˜ao  do mesmo. Lema  5.77  (Lema  de  Riesz)   Sejam E  um espa¸co vetorial normado e M ⊂ E  um sube- spa¸co  fechado  tal   que  M ,= E.   Ent˜ao, Para  todo  ε > 0,   existe  u ∈ E  tal   que [[u[[ = 1  e  d(u, M) ≥ 1 −ε. Demonstra¸c˜ao:   Seja v ∈ E tal que v  / ∈ M.   Como M  ´e fechado, ent˜ao, d = d(v, M) > 0. Seja  ε > 0.   Logo,  1 −ε < 1  e,  portanto,   1 1−ε   > 1.   Assim,  d <   d 1−ε .   Como d =  inf w∈M [[v −w[[, temos  que  existe  w 0  ∈ M  tal  que d ≤ [[v −w 0 [[ ≤   d 1 −ε . definamos u =   v −w 0 [[v −w 0 [[ . A  ALTERNATIVA  DE  RIEZ-FREDHOLM   257 Ent˜ao, [[u[[ = 1  e  se  m ∈ M  temos [[u −m[[   = ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ v −w 0 [[v −w 0 [[  −m ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ =   1 [[v −w 0 [[ [[v −w 0 −m[[v −w 0 [[ [[ ≥   (1 −ε) d   [[v −[w 0  + m[[v −w 0 [[ .   ¸¸   . ∈M ] [[ ≥   (1 −ε) d   d. Logo, [[u − m[[ ≥  1 − ε,   para  todo  m ∈  M  e,   desta  forma,   d(u, M) ≥  1 − ε,   o  que prova  que  u ´e  o  elemento  procurado.   2 Lema  5.78  (Teorema  de  Riesz)   Seja  E  um  espa¸co  vetorial   normado  tal   que   B E   = ¦u ∈ E; [[u[[ E  ≤ 1¦  ´e  compacta.   Ent˜ao  E  ´e  de  dimens˜ao  finita. Demonstra¸c˜ao:   Suponhamos,   por   contradi¸c˜ao,   que   E  n˜ao  possua  dimens˜ao  finita. Ent˜ ao,  existe ¦v n ¦ n∈N  ⊂ E  tal  que ¦v n ¦ n∈N   ´e  uma  base  para  E.   definamos: E n   = [v 1 ,     , v n ] ,   n ∈ N. Ent˜ao,   a  cole¸c˜ ao ¦E n ¦ n∈N   ´e   formada  por   subespa¸cos   de   E  que   possuem  dimens˜ao finita  e  tais  que  E n−1  _  E n ,   para  todo  n ∈ N ∗ .   Em  virtude  do  lema  5.77,   dado  ε  =  1/2 garantimos  a  exist  encia  de  u n  ∈  E n   tal   que [[u n [[   =  1  e  d(u n , E n−1 ) ≥  1/2,   para  todo n ∈ N ∗ .   Em  particular,  se  m < n  temos  que 1 2  ≤ d(u n , E n−1 ) ≤ [[u n −u m [[, posto  que  u m  ∈ E m  ⊂ E n−1 .   Assim, [[u n −u m [[ ≥   1 2 ,   se  m < n;   para  todo  m, n ∈ N. Desta  forma, ¦u n ¦  n˜ao  possui   subseq¨ uˆencia  convergente  pois,   caso  contr´ario,   se  ex- istisse ¦u n k ¦ ⊂ ¦u n ¦,   com ¦u n k ¦  convergente,   ent˜ ao ¦u n k ¦  seria  de  Cauchy  e  portanto existiria  k 0  ∈ N  tal   que [[u n k 1 − u n k 2 [[   <   1 2 ,   para  todo  k 1   >  k 2  ≥  k 0 ,   o  que  geraria  um absurdo.   Logo, ¦u n ¦ ´e  uma  seq¨ uˆencia  limitada  (pois [[u n [[ = 1  para  todo  n ∈ N)  tal  que n˜ao  possui   nenhuma  subseq¨ uˆencia  convergente,   o  que  ´e  um  absurdo  pois,   por  hip´otese, B E   ´e  compacta  na  topolgia  forte.   Conclu´ımos  ent˜ ao  que  E  ´e  de  dimens˜ao  finita. 2 258   INTRODUC¸  ˜ AO   ` A  AN ´ ALISE  FUNCIONAL Observa¸c˜ao  5.79  Resulta  do  lema  acima  que  se  E  ´e  um  espa¸co  vetorial   normado  de dimens˜ao  infinita  a  bola  B E   = ¦x ∈ E; [[x[[ E  ≤ 1¦  nunca  ser´a  compacta. Lema  5.80  Sejam  M  um  subespa¸co  fechado  de  um  espa¸co  de  Hilbert  H  e  u ∈ H.   Ent˜ao, se  d =  inf v∈M [[u −v[[,  existe  v 0  ∈ M  tal   que  d = [[u −v 0 [[. Demonstra¸c˜ao:   Seja  d =  inf v∈M [[u −v[[.   Ent˜ ao,  existe ¦v n ¦ ⊂ M  tal  que [[u −v n [[ → d, quando  n → +∞.   Sejam  m, n ∈ N.   Temos: [[v n  + v m −2u[[ 2 +[[v n −v m [[ 2 = [[(v n −u) + (v m −u)[[ 2 +[[(v n −u) −(v m −u)[[ 2 . Pela  identidade  do  paralelogramo, [[v n  + v m −2u[[ 2 +[[v n −v m [[ 2 = 2[[v n −u[[ 2 + 2[[v m −u[[ 2 . Logo, [[v n −v m [[ 2 =   2[[v n −u[[ 2 + 2[[v m −u[[ 2 −[[v n  + v m −2u[[ 2 =   2[[v n −u[[ 2 + 2[[v m −u[[ 2 −4 ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ v n  +v m 2   −u ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ 2 . Como   v n +v m 2   ∈ M  resulta  que ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ v n  + v m 2   −u ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ≥  inf v∈M [[v −u[[ = d. Assim, − ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ v n  + v m 2   −u ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ 2 ≤ −d 2 . Portanto, [[v n −v m [[ 2 ≤ 2[[v n −u[[ 2 + 2[[v m −u[[ 2 −4d 2 . Observando  que [[v n −u[[ → d  quando  n → +∞  e [[v m −u[[ → d  quando  m → +∞,, obtemos,  da  ´ ultima  desigualdade  que 0 ≤   lim m,n→=∞ [[v n   = v m [[ 2 ≤ 2d 2 + 2d 2 −4d 2 = 0, o  que  implica  que [[v n  − v m [[ →  0  quando  n, m →  +∞,   ou  seja, ¦v n ¦  ´e  de  Cauchy  em H  e  portanto,   converge.   Logo,   existe  v 0  ∈  M  (posto  que  M  ´e  fechado  e ¦v n ¦ ⊂  M)  tal que  v n  →  v 0   quando  n →  +∞.   Pela  unicidade  do  limite  resulta  que  d  = [[u − v 0 [[,   com v 0  ∈ M.   Isto  conclui  a  prova. 2 A  ALTERNATIVA  DE  RIEZ-FREDHOLM   259 Teorema  5.81  (Alternativa  de  Riesz-Fredholm)   Sejam A ∈ / C (H) e λ ∈ C tal que λ ,= 0.   Ent˜ao: a)  N(I −λA)  possui  dimens˜ao  finita. b)  Im(I −λA)  ´e  fechado  e,  mais  ainda,  Im(I −λA) = N(I −λA ∗ ) ⊥ . c)  N(I −λA) = ¦0¦  se,  e  somente  se,  Im(I −λA) = H. d)  dimN(I −λA) = dimN(I −λA ∗ ). Demonstra¸c˜ao: a)  Definamos  E 1   = N(I −λA).   Observemos  que  N(I −λA) ´e  um  subespa¸co  fechado de  H  e  portanto  E 1 ,  munido  da  norma  de  H, ´e  um  espa¸co  de  Hilbert.   Afirmamos  que B E 1  ⊂ λA(B E ) = A(λB E ).   (5.152) Com  efeito,  seja  u ∈ B E 1   = ¦v ∈ E 1 ; [[v[[ ≤ 1¦.   Ent˜ ao,  u ∈ N(I −λA)  e [[u[[ ≤ 1,  ou seja,  u = λA  e [[u[[ ≤ 1.   Como A(λB E ) = ¦y  = λAu; u ∈ E  e [[u[[ ≤ 1¦, temos que u ∈ A(λB E ).   Logo, B E 1  ⊂ A(λB E ) ⊂ A(λB E ), o que prova (5.152).   Mas, pelo fato  de  λB E   ser  limitado  e  A  compacto  resulta  que  A(λB E )  ´e  compacto.   Logo,   B E 1   ´e compacto posto que ´e fechado e est´a contido em um compacto.   Pelo lema 5.78 conclu´ımos que  E 1   ´e  de  dimens˜ao  finita. b)   Seja ¦f n ¦ ⊂  Im(I −  λA)   tal   que   f n   →  f   em  H.   Devemos   mostrar   que   f   ∈ Im(I −λA),  ou  seja,  provaremos  que Existe  u ∈ H  tal  que  f  = u −λAu.   (5.153) Com  efeito,  como ¦f n ¦ ⊂ Im(I −λA)  temos  que,  para  cada  n ∈ N,  f n   = u n −λAu n , onde ¦u n ¦ ⊂ H.   Podemos  supor,  sem  perda  de  generalidade,  que  u n   / ∈ N(I −λA),  para todo  n ∈ N,  pois,  caso  contr´ ario,  temos  duas  possibilidades  a  considerar: (i)  Existe  uma  infinidade  de  n ∈ N  tais  que  u n  ∈ N(I −λA). (ii)  Existe  apenas  um  n´ umero  finito  de  n ∈ N  tais  que  u n  ∈ N(I −λA). Se  (i)  acontece,   garantimos  a  existˆencia  de  uma  subseq¨ uˆencia ¦u n k ¦ ⊂ ¦u n ¦  tal   que ¦u n k ¦ ⊂  N(I − λA),   isto  ´e,   u n k   =  λAu n k .   Desta  forma,   f n k   =  0  para  todo  k ∈ N.   Mas, pelo  fato  de ¦f n k ¦ ⊂ ¦f n ¦  e  f n  →  f   em  H  resulta  que  f n k   →  f   em  H  e,   portanto, f ≡ 0 = 0 + λA0,  ou  seja,  f ∈ Im(I −λA). 260   INTRODUC¸  ˜ AO   ` A  AN ´ ALISE  FUNCIONAL Se  (ii)   ocorre,   existem  n 1 ,     , n k 0   tais   que  u n i   ∈  N(I − λA),   i   =  1,     , k 0 .   Seja n 0   =  max¦n i ; i   =  1,     , k 0 ¦.   Ent˜ao,   a  seq¨ uˆencia  v n   =  u n 0 +n ,   n ∈  N  ´e  tal   que  f n   = v n −λAv n  → f  e  v n   / ∈ N(I −λA),  para  todo  n ∈ N.   Logo,  o  mesmo  procedimento  usado para u n   / ∈ N(I −λA), para todo n ∈ N pode ser usado para v n .   Desta forma, suponhamos, ent˜ ao,   sem  perda  de  generalidade  que  u n   / ∈  N(I − λA),   para  todo  n ∈ N.   Com  isto  em mente,  definamos d n   = d(u n , N(I −λA)),   n ∈ N.   (5.154) Pelo  fato  de ¦u n ¦   / ∈  N(I − λA),   para  todo  n ∈  N  e  N(I − λA)  ser  um  subespa¸co fechado  de  H,  segue  que  d n   > 0,  para  todo  n ∈ N. Por outro lado, como N(I −λA) ´e um subespa¸co fechado de H, temos pelo lema 5.80 que,  para  cada  n ∈ N,  existe  v n  ∈ N(I −λA)  tal  que d n   = [[v n −u n [[ > 0,   para  todo  n ∈ N.   (5.155) Afirmamos  que: Existe  M  > 0  tal  que [[v n −u n [[ ≤ M,   para  todo  n ∈ N.   (5.156) De  fato,   suponhamos,   por  contradi¸c˜ ao,   que ¦[[v n  − u n [[¦  n˜ao  seja  limitada.   Ent˜ ao, existe  uma  subseq¨ uˆencia ¦[[u n k  −v n k [[¦  de ¦[[v n −u n [[¦  tal  que [[u n k  −v n k [[ → +∞,   quando  k →+∞. Definindo-se w n   =   u n −v n [[u n −v n [[ , n ∈ N, resulta  que [[w n [[ = 1,   para  todo  n ∈ N.   (5.157) Por  outro  lado,  notemos  que w n k  −λAw n k   =   u n k  −v n k [[u n k  −v n k [[  −   λA(u n k  −v n k ) [[u n k  −v n k [[ =   1 [[u n k  −v n k [[ ¦u n k  −λAu n k  −[v n k  −λAv n k ]¦ . A  ALTERNATIVA  DE  RIEZ-FREDHOLM   261 Como v n  ∈ N(I −λA), para todo n ∈ N, temos que v n k −λAv n k   = 0, para todo k ∈ N. Resulta  da´ı  e  da  ´ ultima  identidade  que w n k  −λAw n k   =   1 [[u n k  −v n k [[ (u n k  −λAu n k ) . No  entanto,   como  u n k  − λAu n k   →  f   quando  k →  +∞  e   1 ||u n k −v n k ||   →  0,   quando k →+∞,  resulta  que w n k  −λAw n k  →0,   quando  k →+∞.   (5.158) Por  outro  lado  de  (5.157)  e  pelo  fato  de  A  ser  compacto,  existe  uma  subseq¨ uˆencia  de ¦w n k ¦,  que  continuaremos  denotando  por ¦w n k ¦,  tal  que λAw n k  →z,   para  algum  z ∈ H.   (5.159) Como [[w n k  −z[[ ≤ [[w n k  −λAw n k [[ +[[λAw n k  −z[[, temos,  em  virtude  de  (5.158)  e  (5.159)  que w n k  →z,   quando  k →+∞,   (5.160) o  que  implica  que w n k  −λAw n k  → z −λAz,   quando  k →+∞, uma  vez  que  A  ´e  cont´ınuo.   Logo,   de  (5.158)   resulta  que  z − λAz   =  0,   ou  seja,   z ∈ N(I −λA).   No  entanto, d(w n , N(I −λA))   =   inf v∈N(I−λA) [[w n −v[[ =   inf v∈N(I−λA) ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ u n −v n [[u n −v n [[  −v ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ =   inf v∈N(I−λA) 1 [[u n −v n [[ [[u n −(v n  + v[[u n −v n [[ .   ¸¸   . ∈N(A−λI) )[[ =   1 [[u n −v n [[   inf w∈N(I−λA) [[u n −w[[ = .¸¸. (5.154) d n [[u n −v n [[   = 1. 262   INTRODUC¸  ˜ AO   ` A  AN ´ ALISE  FUNCIONAL Assim 1 = d(w n , N(I −λA)) ≤ [[w k  −w[[,   para  todo  n ∈ N  e  para  todo  w ∈ N(I −λA). Em  particular, 1 ≤ [[w n k  −z[[,   para  todo  k ∈ N, o  que ´e  um  absurdo  em  virtude  de  (5.160).   Tal  contradi¸c˜ ao  foi  proveniente  da  suposi¸c˜ao de  que ¦v n  − u n ¦  n˜ao  ´e  limitada,   ficando  provado  (5.156).   Resulta  da´ı   e  pelo  fato  de  A ser  compacto,  que  existe  uma  subseq¨ uˆencia ¦u n k  −v n k ¦ ⊂ ¦u n −v n ¦  tal  que λA(u n k  −v n k ) →l,   quando  k →+∞. Ainda, f n k   = u n k  −λAu n k   =   u n k  −λAu n k  −(v n k  −λAv n k .   ¸¸   . =0 ) =   (u n k  −v n k ) −λA(u n k  −v n k ). Portanto, u n k  −v n k   = f n k   + λA(u n k  −v n k ) →f  + l,   quando  k →+∞. Pondo-se  g  = f  +l,  ent˜ ao,  como  f n k   = (u n k  −v n k ) −λA(u n k  −v n k ),  f n k  →f  quando k →+∞ e u n k −v n k  →g  quando k →+∞, obtemos, tomando o limite quando k →+∞ que  f  =  g − λAg,   posto  que  A  ´e  cont´ınuo.   Logo,   f  =  (I − λA)g,   para  algum  g ∈  H  e, portanto,  f ∈ Im(I −λA),  o  que  prova  (5.153). Al´em  disso,  pelo  corol´ario  2.48(iV)  temos  que Im(I −λA) = Im(I −λA) = N(I −λA ∗ ) ⊥ . c)  Provaremos  que  N(I −λA) = ¦0¦ ⇔ Im(I −λA) = H. (⇒) Suponhamos que N(I −λA) = ¦0¦e, por contradi¸ c˜ao, que E 1   = Im(I −λA) ,= H. Como Im(I−λA) ´e fechado, pelo item (b) resulta que E 1  ´e um espa¸co de Hilbert (pois todo subespa¸co vetorial fechado de um espa¸co completo ´e completo).   Al´em disso, A(E 1 ) ⊂ E 1 . Com  efeito,   seja  u ∈  A(E 1 ).   Ent˜ ao,   u  =  Av,   para  algum  v ∈  Im(I − λA),   ou  seja, A  ALTERNATIVA  DE  RIEZ-FREDHOLM   263 v  = w−λAw, para algum w ∈ H.   Logo, u = A(w−λAw) = Aw−λA(Aw) ∈ E 1 .   Sendo assim,  o  operador A 1   : E 1  →E 1 u → A 1 u = Au, ´e  tal  que  A 1  ∈ / c (E 1 ). Definamos E 2   = Im(I−λA 1 ) = (I−λA)(E 1 ).   Usando o mesmo racioc´ınio desenvolvido no item (b) para o espa¸co de Hilbert E 1   e para o operador A 1 , temos que E 2   ´e subespa¸co fechado  de  E 1 .   Al´em  disso,   E 2  _  E 1   pois  E 2   =  (I − λA)(E 1 ) ⊂  (I − λA)(H)  =  E 1 ,   e, al´em  disso,  se  supusermos  que  E 2   =  E 1 ,  ent˜ao,  dado  u ∈  H  temos  que  u − λAu ∈  E 1   e, portanto,  u −λAu ∈ E 2 ,  ou  seja,  u −λAu = u 1 −λAu 1 ,  para  algum  u 1  ∈ E 2 .   Como,  por hip´otese,  N(I −λA) = ¦0¦  temos  que  (I −λA) ´e  injetivo  e  portanto  u = u 1  ∈ E 2 .   Desta forma,  dado  u ∈ H  temos  que  u ∈ E 2   e,  desta  forma,  H ⊂ E 2  ⊂ E 1  ⊂ H.   Logo,  H  = E 1 , o  que ´e  uma  contradi¸ c˜ao,  provando  realmente  que  E 2  _ E 1 . Assim, (i)  E 1   = (I −λA)(E 0 ) = Im(I −λA 0 ),   onde  E 0   = H  e  A 0   : H →H, u →A 0 u = Au, possui  as  seguintes  propriedades: E 1   ´e  fechado  em  H  e  E 1  _ E 0 . (ii)  E 2   = (I −λA)(E 1 ) = Im(I −λA 1 ),   onde  E 1   = Im(I −λA)  e  A 1   : E 1  →E 1 , u →A 1 u = Au, possui  as  seguintes  propriedades: E 2   ´e  fechado  em  E 1   e  E 2  _ E 1 . De  um  modo  geral,  para  cada  n ∈ N ∗ ,  E n   =  (I − λA)(E n−1 )  =  Im(I − λA n−1 )  onde E 0   = H  e A n−1   : E n−1  →E n−1 u →A n−1 u = Au, possui  as  seguintes  propriedades: E n   ´e  fechado  em  E n−1   e  E n  _ E n−1 . 264   INTRODUC¸  ˜ AO   ` A  AN ´ ALISE  FUNCIONAL Pelo  lema  5.77,   dado  ε  =   1 2 ,   para  cada  n ∈ N,   existe  u n  ∈  E n   tal   que [[u n [[   =  1  e d(u n , E n+1 ) ≥   1 2 .   Temos, λAu n −λAu m   = −(u n −λAu n ) + (u m −λAu m ) + (u n −u m ),   para  todo  n, m ∈ N. Tomemos,  para  fixar  id´eias,  n > m.   Ent˜ao,  E n+1  ⊂ E n  ⊂ E m+1  ⊂ E m .   Al´em  disso, −(u n −λAu n )   =   (I −λA)(−u n .¸¸. ∈E n ) ∈ E n+1  ⊂ E m+1 , u m −λAu m   =   (I −λA)( u m .¸¸. ∈E m ) ∈ E m+1 , u n   ∈   E n  ⊂ E m+1 . Logo, −(u n −λAu n ) + (u m −λAu m ) + u n  ∈ E m+1 . Portanto, 1 2  ≤ d(u m , E m+1 )   ≤   [[ −(u n −λAu n ) + (u m −λAu m ) + (u n −u m )[[ =   [[λAu n −λAu m [[ = [λ[ [[Au n −Au m [[, o  que  implica  que [[Au n −Au m [[ ≥   1 2[λ[ ,   para  todo  n, m ∈ N  tal  que  n > m. Desta  forma,  qualquer  subseq¨ uˆencia ¦u n k ¦  de ¦u n ¦ ´e  tal  que ¦Au n k ¦  n˜ao ´e  de  cauchy e,   portanto,   n˜ao  pode  ser   convergente.   Logo,   existe  uma  seq¨ uˆencia  limitada ¦u n ¦  tal que ¦Au n ¦  n˜ao  possui   subseq¨ uˆencia  convergente,   o  que  ´e  um  absurdo,   uma  vez  que  A  ´e compacto.   Da´ı  conclu´ımos  que  Im(I −λA) = H  o  que  prova  o  desejado. (⇐)  Reciprocamente,   suponhamos  que  Im(I − λA)  =  H.   Ent˜ao,   pelo  corol´ario  2.48 (ii)  resulta  que N(I −λA ∗ ) = [Im(I −λA)] ⊥   = H ⊥   = ¦0¦. Logo, N(I −λA ∗ ) = ¦0¦.   Como A ∗  ∈ / c (H) (teorema 5.59) temos, aplicando o msmo racioc´ınio  anterior  `a  A ∗   que  Im(I − λA ∗ )  =  H.   Lembrando  que  A ∗∗   =  A  (proposi¸c˜ oes 5.52  e  5.57)  temos  novamente  pelo  corol´ario  2.48  (ii)  que N(I −λA) = [Im(I −λA ∗ )] ⊥   = H ⊥   = ¦0¦, A  ALTERNATIVA  DE  RIEZ-FREDHOLM   265 o  que  prova  que  N(I −λA) = ¦0¦,  o  que  prova  o  desejado. d)  Provaremos  que  dimN(I −λA) = dim(I −λA ∗ ).   Temos,  pelo  item  (a)  que  ambas as  dimens˜oes  s˜ao  finitas.   Sejam,  ent˜ao, d = dimN(I −λA)   e   d ∗   = dim(I −λA ∗ ). Afirmamos  que d ∗  ≤ d.   (5.161) Com efeito, suponhamos o contr´ ario, que d < d ∗ .   Temos, em virtude do teorema 5.49, que  H  pode  ser  escrito  como H  = N(I −λA) ⊕[N(I −λA)] ⊥ Seja  P  a  proje¸c˜ ao  cont´ınua  de  H  sobre  N(I −λA),  ou  seja, P  : H →N(I −λA) u →Pu = w,   onde  u = w +v. Como  estamos   supondo  que  d  <  d ∗ ,   existe  uma  aplica¸c˜ ao  Λ  linear,   injetiva  e  n˜ao sobrejetiva  de  N(I − λA)  em  N(I − λA ∗ ).   De  fato,   sejam ¦v 1 ,     , v d ¦  e ¦v ∗ 1 ,     , v d ∗¦, bases  de  N(I −λA)  e  N(I −λA ∗ ),  respectivamente.   Definamos  a  seguinte  aplica¸c˜ao: Λ : N(I −λA) →N(I −λA ∗ ) v →w, onde  se  v  = a 1 v 1  +   + a d v d ,  ent˜ ao,  w = a 1 v ∗ 1  +   + a d v ∗ d  + 0  v ∗ d+1  +   + 0  v ∗ d ∗. Temos  que: •   Λ ´e  linear. Com  efeito, Λ(u 1  + u 2 )   =   Λ((a 1  + b 1 )v 1  +   + (a d  + b d )v d ) =   (a 1  +b 1 )v ∗ 1  +   + (a d  +b d )v ∗ d  + 0  v ∗ d+1  +   + 0  v ∗ d ∗ =   [a 1 v ∗ 1  +   + a d v ∗ d  + 0  v ∗ d+1  +   + 0  v ∗ d ∗] +   [b 1 v ∗ 1  +   + b d v ∗ d  + 0  v ∗ d+1  +   + 0  v ∗ d ∗] =   Λ(u 1 ) + Λ(u 2 ),   para  todo  u 1 , u 2  ∈ N(I −λA). 266   INTRODUC¸  ˜ AO   ` A  AN ´ ALISE  FUNCIONAL Analogamente  prova-se  que Λ(µu) = µΛ(u),   para  todo  u ∈ N(I −λA)  e  µ ∈ C. •   Λ ´e  injetiva. De  fato, Λ(u 1 ) = Λ(u 2 ) ⇒a 1 v ∗ 1  +   + a d v ∗ d   = b 1 v ∗ 1  +   +b d v ∗ d , e,   portanto,   a i   =  b i   para  todo  i  =  1, , d.   Como  u 1   =  d i=1 a i v i   e  u 2   =  d i=1 b i v i , resulta  que  u 1   = u 2 . •   Λ n˜ao ´e sobrejetiva pois dado v ∗ d ∗ ∈ N(I −λA ∗ ), n˜ao existe u ∈ N(I −λA) tal que Λu = v ∗ d ∗,  o  que  prova  o  desejado. Observemos,   ainda,   que  Λ  ´e  cont´ınua  posto  que  as  dimens˜oes  envolvidas  s˜ao  finitas. Assim,  a  aplica¸c˜ao Λ ◦ P  : H →N(I −λA ∗ ), ´e  cont´ınua  e  dimIm(Λ ◦ P)  ´e  finita  de  onde  conclu´ımos,  em  virtude  da  observa¸c˜ ao  5.73, que  Λ ◦ P ∈ / c (H).   Definamos,  a  seguir,  o  seguinte  operador S  = λA + (Λ ◦ P) : H →H. Ent˜ao,  S ∈ / c (H).   Afirmamos  que N(I −S) = ¦0¦. Com efeito, seja u ∈ H  tal que u−Su = 0.   Ent˜ao, 0 = u−Su = u−λAu−(Λ◦P)(u) . Mas, pelo item (b) u−λAu ∈ Im(I −λAu) = N(I −λA ∗ ) ⊥ .   Logo, u−λAu ∈ N(I −λA ∗ ) ⊥ enquanto  que  (Λ ◦ P)u ∈  N(I − λA ∗ )e,   al´em  disso,   0  =  u − λAu − (Λ ◦ P)(u).   Resulta da´ı  que u −λAu = 0   e   (λ ◦ P)u = 0. Portanto,   u ∈  N(I − λA)  =  0  e  pela  injetividade  de  Λ  resulta  que  u  =  0,   de  onde conclu´ımos  que  N(I − S)  = ¦0¦.   Aplicando-se  o  item  (c)  a  este  operador  obtemos  que A  ALTERNATIVA  DE  RIEZ-FREDHOLM   267 Im(I − S)  =  H.   Desta  forma,   dado  v ∗ d ∗ ∈  H,   existe  u ∈  H  tal   que  (I − S)u  =  v ∗ d ∗,   ou seja, v ∗ d ∗  = u −Su = u −λAu + (Λ ◦ P)u. Mas,   pelo  item  (b)  temos  que  Im(I − λA)  =  [N(I − λA ∗ )] ⊥   e,   portanto,   u − λAu ∈ [N(I −λA ∗ )] ⊥ .   Como v ∗ d ∗, (Λ◦P)u ∈ N(I −λA ∗ ) temos que v ∗ d ∗ −(Λ◦P)u ∈ N(I −λA ∗ ). Resulta  da´ı  e  do  fato  que [v ∗ d ∗ −(Λ ◦ P)u] −(u −λAu) = 0, que v ∗ d ∗ −(Λ◦P)u = 0, ou seja, v ∗ d ∗  = (Λ◦P)u, o que ´e um absurdo posto que j´a mostramos que  n˜ao  existe  v ∈  N(I − λA)  tal   que  Λv  =  v ∗ d ∗.   Tal   contradi¸c˜ ao  veio  da  suposi¸c˜ao  que d < d ∗ .   Logo,  d ∗  ≤ d.   Seja,  agora, d ∗∗   = dimN(I −λA ∗∗ ). Usando  o  mesmo  racioc´ınio  anterior  obtemos  que  d ∗∗  ≤  d ∗ .   Por´em,   como  A ∗∗   =  A resulta  que   N(I −  λA ∗∗ )   =  N(I −  λA),   o  que   implica  que   d   =  d ∗∗ .   Logo,   d ≤  d ∗ . Conclu´ımos,  ent˜ao,  que  d = d ∗ ,  o  que  encerra  a  prova.   2 Corol´ario  5.82  Sejam  A ∈ / c (H)  e  λ ∈ C,  λ ,= 0.   Ent˜ao: (i)  Cada  uma  das  equa¸c˜oes (I)  u −λAu   e   (II)  v −λA ∗ v  = z, tem  solu¸c˜oes  ´ unicas  u, v  para  cada  w, z ∈ H,  ou  ambas  as  equa¸ c˜oes (III)   φ −λAφ = 0   e   (IV )  ψ −λA ∗ ψ  = 0, tem  solu¸c˜oes  n˜ao  nulas,  sendo  o  n´ umero  de  solu¸c˜oes  linearmente  independentes,  finito,  e o  mesmo  para  ambas  as  equa¸c˜oes. (ii)   A  equa¸c˜ao  (I)   tem  pelo  menos   uma  solu¸c˜ao  se,   e  somente  se,   w  ´e  ortogonal   a todas  as  solu¸c˜oes  ψ  de  (IV ) (iii)  A  equa¸c˜ao  (II)  tem  pelo  menos  uma  solu¸c˜ao  se,   e  somente  se,   z  ´e  ortogonal   a todas  as  solu¸c˜oes  φ  de  (III). 268   INTRODUC¸  ˜ AO   ` A  AN ´ ALISE  FUNCIONAL Demonstra¸c˜ao:   (i) Suponhamso que (I) e (II) n˜ao tenham solu¸c˜ oes ´ unicas para algum w, z ∈ H.   Ent˜ao,  existem  u 1 , u 2   solu¸c˜ oes  de  (I)  e  v 1 , v 2   solu¸c˜ oes  de  (II)  tais  que  u 1  ,= u 2 e   v 1   ,=  v 2 .   Definamos:   u   =  u 1  −  u 2   e   v   =  v 1  −  v 2 .   Ent˜ao,   u, v  ,=  0  e   u  e   v   s˜ao solu¸c˜ oes  de  (III)  e  (IV ),  respectivamente.   Portanto  (III)  e  (IV )  admitem  solu¸c˜ oes  n˜ao nulas.   Al´em  disso,   pelo  teorema  5.81  (a)  e  (d),   temos  que  N(I − λA)  possui   dimens˜ao finita  e  dim[N(A − λI)]   =  dim[N(I − λA ∗ )].   Logo,   o  n´ umero  de  solu¸c˜ oes  linearmente independentes ´e  finito  e  o  mesmo  para  ambas  as  equa¸c˜oes. (ii)  Pelo  item  (b)  do  teorema  5.81  temos  que  Im(I −λA) ´e  fechado  e  Im(I −λA) = N(I−λA ∗ ) ⊥ .   Assim, a equa¸c˜ ao (I) admite solu¸c˜ ao ⇔w ∈ Im(I−λA) ⇔w ∈ N(I−λA ∗ ) ⊥ ⇔  w ⊥ N(I −λA ∗ ) ⇔  w  ´e  ortogonal  a  toda  solu¸c˜ ao  de  (IV ). (iii)  Lembrando  que  A ∗  ∈ / c (H)  e  A ∗∗   = A,  conclu´ımos,  em  virtude  do  teorema  5.81 (b) que Im(I −λA ∗ ) ´e fechado e Im(I −λA ∗ ) = N(I −λA ∗∗ ) ⊥   = N(I −λA) ⊥ .   Assim,  a equa¸c˜ ao  (II)  admite  solu¸c˜ ao ⇔  v ∈ Im(I − λA) ⊥  ⇔  v ⊥ N(I −λA) ⇔  v  ´e  ortogonal  a toda  solu¸c˜ao  de  (III). 2 Observa¸c˜ao  5.83  No  caso  de  A  ser  um  operador  compacto  e  sim´etrico  e  portanto  A  = A ∗ ,   o  corol´ario  5.82  ´e   uma  conseq¨ uˆencia  do  teorema  5.76.   Com  efeito,   neste   caso  o corol´ario  5.82  fica  assim: Seja  A ∈ / c (H),  sim´etrico  e  λ ∈ C  tal   que  λ ,= 0.   Ent˜ao: (i)   u − λAu  =  v  possui   solu¸c˜ao  ´ unica  para  cada  v ∈  H,   ou  a  equa¸c˜ao  u − λAu  =  0 possui  solu¸c˜ao  n˜ao  nula  e  o  n´ umero  de  solu¸c˜oes  linearmente  independentes  ´e  finito. (ii)  A  equa¸c˜ao  u −λAu = v  possui  solu¸c˜ao  se,  e  somente  se,  v  ´e  ortogonal  a  todas  as solu¸c˜oes  de  u −λAu = 0. Demonstra¸c˜ao: Como  A  ´e  compacto  sim´etrico  temos  pelo  teorema  5.66  que  existe ¦λ ν ¦ ν∈N  ⊂ 1  tal que  tal  seq¨ uˆencia  cont´em  todos  os  auto  valores  de  A. (i)  Se  λ ,=   1 λ ν ,   para  todo  ν ∈ N,   temos,   pelo  teorema  5.76  que  u − λAu  =  v  possui solu¸c˜ ao  ´ unica  para  cada  v ∈  H.   Se  λ  =   1 λν 0 para  algum  ν 0 ,   temos  que  u −   1 λν 0 Au  =  0, para  u  =  v ν 0  ,=  0  e  o  n´ umero  de  solu¸c˜oes  linearmente  independentes  ´e  finito  posto  que dimN(I −   1 λν 0 A) ´e  finito. (ii)   Se  λ  =   1 λν 0 ,   para  algum  ν 0 ,   o  resultado  decorre  do  teorema  5.76.   Se  λ ,=   1 λν , OPERADORES  N ˜ AO  LIMITADOS   269 para  todo  ν ∈  N,   temos   que  u − λAu  =  v  possui   uma  ´ unica  solu¸c˜ao  e  u − λAu  =  0 n˜ao  possui  solu¸c˜ao  diferente  da  trivial,  pois, ¦λ ν ¦ ν∈N   coleciona  todos  os  auto-valores  n˜ao nulos.   Assim,  decorre  trivialmente  o  resultado. 2 Observa¸c˜ao  5.84  Conv´em  observar   que   se   E  e   F   s˜ao   espa¸cos   de   Banach,   ent˜ao   a aplica¸c˜ao ψ  : /(E, F) →/(F  , E  ) A →A ∗ , onde ¸v, Au) F  ,F   = ¸A ∗ v, u) E  ,E  ,   para  todo  u ∈ D(A)  e  v ∈ D(A ∗ ), ´e  linear.   Igualmente,   se  H  ´e  um  espa¸co  de  Hilbert,   e  portanto  um  espa¸co  de  Banach reflexivo,  a  aplica¸c˜ao φ : /(H, H  ) →/(H  , H) A →A ∗ , tamb´em  ´e  linear.   No  entanto,  ao  identificarmos  H  com  o  seu  dual   H  a  aplica¸c˜ao φ : /(H) →/(H) A →A ∗ , passa  a  ser   anti-linear,   posto  que   devido  a  essa  identifica¸c˜ao  temos   que ¸u  , v) H  ,H   = (u, v) H ,   para  todo  u ∈  H  e  v ∈  H,   e  o  produto  interno  ´e  anti-linear  na  segunda  compo- nente.   Desta  forma  ´e  necess´ario  tomarmos  o  cuidado  quando  identificarmos  H  com  H  pois,  neste  caso,  (λA) ∗   = λA ∗ ,  para  todo  λ ∈ C. 5.9   Operadores  N˜ao  Limitados No  que  segue  estaremos  considerando  H  um  espa¸co  de  Hilbert. Defini¸c˜ao  5.85  Diremos  que  uma  aplica¸c˜ao  A  :   H →  H  ´e  um  operador  de  H  se  A  ´e linear  e  A  est´a  definido  num  subespa¸co  vetorial   D(A)  de  H. 270   INTRODUC¸  ˜ AO   ` A  AN ´ ALISE  FUNCIONAL Defini¸c˜ao  5.86  Sejam  A  e  B  dois  operadores  de  H. (i)  Diremos  que  A  ´e  igual   a  B  se  D(A)  =  D(B)  e  Au  =  Bu,   para  todo  u ∈  D(A). Neste  caso  escrevemos  A = B. (ii)  Diremos  que  A  ´e  uma  extens˜ao  de  B  `a  D(A),   e  escrevemos  A ⊇  B,   ou  que  B  ´e uma  restri¸c˜ao  de  A  `a  D(B),   e  escrevemos  B ⊆  A,   se  D(B) ⊂  D(A)  e  Au  =  Bu,   para todo  u ∈ D(B). Observemos  que  se  A  e  B  s˜ao  operadores  de  H,   ent˜ao  (A + B)  e  A ◦ B  tamb´em  s˜ao operadores  de  H  cujos  dom´ınios  s˜ao,  respectivamente D(A + B) = D(A) ∩ D(B)   e   D(A ◦ B) = ¦u ∈ D(B); Bu ∈ D(A)¦, que  s˜ao  subespa¸cos  vetoriais  de  H. Proposi¸c˜ao  5.87  Sejam  E  e  F  espa¸cos  de  Banach,  D(A)  subespa¸co  de  E  e  A : D(A) ⊂ E →F  um  operador  linear  limitado.   Ent˜ao,  existe  um  ´ unico  operador   ˜ A : E →F,  linear e  limitado,  extens˜ao  de  A  `a  D(A),  e  tal   que [[ ˜ A[[ = [[A[[. Demonstra¸c˜ao:   Notemos   que  se  u ∈  D(A),   ent˜ ao  existe ¦u n ¦ n∈N  ⊂  D(A)   tal   que u n  → u  em  E  e,  portanto, ¦u n ¦ n∈N   ´e  de  Cauchy  em  E.   Por  outro  lado,  pela  linearidade e  limita¸c˜ ao  de  A,  temos, [[Au m −Au n [[ F   +[[A(u n −u m )[[ F  ≤ [[A[[ [[u m −u n [[ E  →0,   quando  n, m →+∞. Assim,   pela  completude  de  E,   existe  um  ´ unico  v ∈  F  tal   que  Au n  →  v  em  F.   Com isso  em  mente,  definamos  a  seguinte  aplica¸c˜ ao: ˜ A : D(A) →F u →   ˜ Au = v  =   lim n→+∞ A(u n ),   onde   lim n→+∞ u n   = u. Notemos  que •   ˜ A est´a bem definida pois se ¦u n ¦, ¦v n ¦ ⊂ D(A) s˜ao tais que u n  →u e v n  →v em E, ent˜ao, u n −v n  → 0 e, pela linearidade e limita¸c˜ ao de A, A(u n −v n ) = Au n −Av n  →0 em  F.   Logo,   lim n→+∞ Au n   =   lim n→+∞ Av n . OPERADORES  N ˜ AO  LIMITADOS   271 •   ˜ A ´e  linear  pois  se  λ 1 , λ 2  ∈ C  (corpo  associado  ao  espa¸co  E)  e  u, v ∈ D(A),  ent˜ ao, se  u n  → u  e  v n  →v  em  E  temos  que  λ 1 u n  + λ 2 v n  →λ 1 u +λ 2 v  em  E,  e,  portanto, ˜ A(λ 1 u + λ 2 v)   =   lim n→+∞ A(λ 1 u n  + λ 2 v n ) = λ 1   lim n→+∞ Au n  + λ 2   lim n→+∞ Av n =   λ 1  ˜ Au +λ 2  ˜ Av. •   ˜ A ⊆   ˜ A  pois  D(A) ⊂  D(A)  e,   al´em  disso,   se  u ∈  D(A),   ent˜ao  u n   =  u,   para  todo n ∈ N ´e  tal  que  u n  →u  em  E.   Logo, ˜ Au =   lim n→+∞ Au n   =   lim n→+∞ Au = Au. •   ˜ A  ´e  limitada.   Com  efeito,   seja  u ∈  D(A).   Ent˜ao,   existe ¦u n ¦ ⊂  D(A)  tal   que u n  →u  em  E  e, [[Au n [[ ≤ [[A[[ [[u n [[,   para  todo  n ∈ N.   (5.162) Mas, Au n  →   ˜ Aue, portanto, [[Au n [[ →[[ ˜ Au[[.   Logo, tomando-se o limite em (5.162) quando  n →+∞,  obtemos [[ ˜ Au[[ ≤ [[A[[ [[u[[,   para  todo  u ∈ D(A).   (5.163) Resta-nos  provar  que •   [[ ˜ A[[ = [[A[[.   De  fato,  de  (5.163)  temos  que [[ ˜ A[[ ≤ [[A[[.   Por  outro  lado, [[ ˜ A[[ =   sup u∈D(A),u=0 [[ ˜ Au[[ [[u[[   ≥   sup u∈D(A),u=0 [[ ˜ Au[[ [[u[[   =   sup u∈D(A),u=0 [[Au[[ [[u[[   = [[A[[, ou  seja, [[ ˜ A[[ ≥ [[A[[,  de  onde  conclu´ımos  que [[ ˜ A[[ = [[A[[. Ent˜ao,   ˜ A ´e um operador nas condi¸c˜ oes desejadas.   resta-nos mostrar que ´e ´ unico.   Com efeito,  seja  A 1   um  operador  linear  de  E  em  F,  limitado,  extens˜ao  de  A  `a  D(A)  e  tal  que [[A[[   = [[A 1 [[.   Ent˜ ao,   A 1 u  =  Au,   para  todo  u ∈  D(A)   e,   portanto,   A 1 u  =   ˜ Au,   para todo  u ∈  D(A).   Logo,   se  u ∈  D(A),   existe ¦u n ¦ ⊂  D(A)   tal   que  u n  →  u  em  E,   e, consequentemente, A 1 u = A 1 (   lim n→+∞ u n ) =   lim n→+∞ A 1 u n   =   lim n→+∞ Au n   =   ˜ Au, o  que  prova  que  A 1 u =   ˜ Au,  para  todo  u ∈ D(A). 2 272   INTRODUC¸  ˜ AO   ` A  AN ´ ALISE  FUNCIONAL Proposi¸c˜ao  5.88  Sejam  H  um  espa¸co  de  Hilbert  e  A : D(A) ⊂ H →H  um  operador  de H  limitado.   Ent˜ao  A  possui   uma  extens˜ao   ˆ A  linear  e  limitada,   definida  em  todo  H,   tal que [[ ˆ A[[ = [[A[[. Demonstra¸c˜ao:   Se  D(A) = H,  ent˜ ao  a  conclus˜ao  segue  da  proposi¸c˜ ao  5.87. Se   D(A) ,=  H,   ent˜ ao  D(A) ⊥ ,= ¦0¦  e   como  D(A)   ´e   um  subespa¸co  fechado  de   H podemos  escrever H  = D(A) ⊕[D(A)] ⊥ . Sendo  assim,   cada  u ∈  H  pode  ser  escrito  de  maneira  ´ unica  como  u  =  v + w,   onde v ∈ D(A)  e  w ∈ [D(A)] ⊥ .   Definamos  a  seguinte  aplica¸c˜ ao: ˆ A : H → H u →   ˆ Au =   ˜ Av, onde   ˜ A  ´e  a  extens˜ao  de  A  `a  D(A)  dada  pela  proposi¸c˜ ao  5.87  e  u  =  v  + w,   v ∈  D(A) e   w ∈  [D(A)] ⊥ .   Provaremos,   a  seguir,   que   ˆ A  est´a  bem  definida.   Com  efeito,   sejam u 1 , u 2  ∈  H  com  u 1   =  u 2 .   Ent˜ao,   u 1   =  v 1   + w 1   e  u 2   =  v 2   + w 2 ,   reprenta¸c˜ oes   ´ unicas, e  pelo  fato  que  u 1   =  u 2   resulta  que  v 1   =  v 2   e,   conseq¨ uentemente,   ˜ Av 1   =   ˜ Av 2 ,   o  que prova  que   ˆ A  est´a,   de  fato,   bem  definida.   Provaremos,   agora,   que   ˆ A  ´e  linear.   Para  issso sejam  u 1 , u 2  ∈  H  e  λ 1 , λ 2  ∈ C.   Ent˜ ao,   conforme  viimos  anteriormente  u 1   =  v 1   + w 1   e u 2   = v 2  + w 2 ,  e,  portanto,  λ 1 u 1  + λ 2 u 2   = (λ 1 v 1  + λ 2 v 2 ) + (λ 1 w 1  + λ 2 w 2 ).   Logo, ˆ A(λ 1 u 1  + λ 2 u 2 ) =   ˜ A(λ 1 v 1  + λ 2 v 2 ) = λ 1  ˜ Av 1  + λ 2  ˜ Av 2   = λ 1  ˆ Au 1  + λ 2  ˆ Au 2 , o  que  prova  a  linearidade  de   ˆ A.   Al´em  disso,   notemos  que   ˆ A  ´e  limitado  pois  se  u ∈  H ent˜ ao  podemos  escrever  u = v + w  e [[u[[ 2 = (v + w, v + w) = [[v[[ 2 +[[w[[ 2 ,  ou  seja, [[u[[ = _ [[v[[ 2 +[[w[[ 2 _ 1/2 . Logo, [[ ˆ Au[[   =   [[ ˜ Av[[ ≤ [[ ˜ A[[ [[v[[ = [[ ˜ A[[ [[[v[[ 2 ] 1/2 ≤   [[ ˜ A[[ _ [[v[[ 2 +[[w[[ 2 _ 1/2 = [[ ˜ A[[ [[u[[, ou  seja [[ ˆ Au[[ ≤ [[ ˜ A[[ [[u[[,   (5.164) OPERADORES  N ˜ AO  LIMITADOS   273 o  que  prova  que   ˆ A ´e  limitado.   Finalmente  de  (5.164)  resulta  que [[ ˆ A[[ ≤ [[ ˜ A[[ = [[A[[. Por  outro  lado, [[ ˆ A[[ =   sup u∈H,u=0 [[ ˆ Au[[ [[u[[   ≥   sup u∈D(A),u=0 [[ ˆ Au[[ [[u[[   =   sup u∈D(A),u=0 [[Au[[ [[u[[   = [[A[[, ou  seja, [[ ˆ A[[ ≥ [[A[[,  de  onde  conclu´ımos  que [[ ˆ A[[ = [[A[[,  e  encerra  a  prova. 2 Teorema  5.89  (Hellinger-Toeplitz)   Se  A  ´e  um  operador  de  H  com  D(A) = H  e  A  ´e sim´etrico,  isto  ´e,  (Au, v) = (u, Av),  para  todo  u, v ∈ H,  ent˜ao  A  ´e  limitado. Demonstra¸c˜ao:   Suponhamos,   por  contradi¸c˜ ao,   que  A  n˜ao  seja  limitado,   isto  ´e,   para todo  C  >  0,   existe  u C  ∈  H,   u C  ,=  0  e  tal   que [[Au C [[   >  C [[u C [[,   pois  se  u C   =  0  ent˜ ao Au C   = 0 e,  portanto, [[Au C [[ = C[[u C [[ = 0.   Em particular,  se C  = n,  n ∈ N ∗ ,  temos que existe  u n  ∈ H  tal  que [[A(u n )[[ [[u n [[   > n,   para  todo  n ∈ N ∗ . Definindo-se  v n   =   u n ||un|| ,  para  todo  n ∈ N ∗ ,  ent˜ ao,  do  exposto  acima Existe ¦v n ¦ ⊂ H   tal  que [[v n [[ = 1  e [[Av n [[ > n,   para  todo  n ∈ N ∗ .   (5.165) Definamos,  para  cada  n ∈ N ∗ ,  o  seguinte  funcional f n   : H →C u →f n (u) = (u, Av n ). Temos, [f n (u)[ = [(u, Av n )[ ≤ [[Av n [[ [[u n [[,   para  todo  u ∈ H, o  que  implica  que,   para  cada  n ∈ N ∗ ,   f n   ´e  um  funcional   linear  e  cont´ınuo.   Al´em  disso, pela  simetria  de  A,  obtemos [f n (u)[ = [(u, Av n )[ = [(Au, v n )[ ≤ [[Au[[ [[v n [[ = [[Au[[,   para  todo  u ∈ H, 274   INTRODUC¸  ˜ AO   ` A  AN ´ ALISE  FUNCIONAL ou  seja,   a  seq¨ uˆencia ¦f n ¦  ´e  pontualmente  limitada.   Assim,   pelo  Teorema  de  Banach- Steinhaus  (Teorema  2.11)  existe  C  > 0  tal  que [[f n [[ H  ≤ C,   para  todo  n ∈ N ∗ . Ent˜ao, [[Av n [[ 2 = (Av n , Av n ) = f n (Av n ) ≤ [[f n [[ [[Av n [[ ≤ C [[Av n [[,   para  todo  n ∈ N ∗ , ou  seja, [[Av n [[ ≤ C,   para  todo  n ∈ N ∗   tal  que  Av n  ,= 0. Mas,  se  Av n   = 0  ent˜ ao [[Av n [[ = 0 < C,  e,  desta  forma [[Av n [[ ≤ C,   para  todo  n ∈ N ∗ .   (5.166) De  (5.165)  e  (5.166)  resulta  que n < [[Av n [[ ≤ C,   para  todo  n ∈ N ∗ , isto ´e,  n < C,  para  todo  n ∈ N ∗ ,  o  que ´e  uma  contradi¸c˜ ao.   Isto  encerra  a  prova.   2 Como estamos interessados nos operadores auto-adjuntos (sim´etricos) e n˜ao limitados, que  ´e  o  caso  dos  operadores  diferenciais,   como  conseq¨ uˆencia  do  teorema  5.89  nos  vemos obrigados  a  trabalhar  com  operadores  que  est˜ao  definidos  num  subespa¸co  pr´oprio  de  H. Motivados  pelo  caso  limitado  onde  o  adjunto  satisfaz  a  rela¸c˜ao (Au, v) = (u, A ∗ v),   para  todo  u, v ∈ H, definiremos   o  adjunto  de  um  operador   n˜ao  necessariamente   limitado,   definido  em  um subespa¸co  pr´oprio  de  H. Seja  A  um  operador  de  H  com  dom´ınio  D(A)  denso  em  H.   Denotaremos  por  D(A ∗ ) o  seguinte  conjunto D(A ∗ ) = ¦v ∈ H;   existe  v ∗  ∈ H  tal  que  (Au, v) = (u, v ∗ ),   para  todo  u ∈ D(A)¦.(5.167) Do  fato  de  D(A)  ser  denso  em  H  conclu´ımos  que  para  cada  v ∈  D(A ∗ ),   existe  um ´ unico  v ∗  ∈  H  tal   que  (Au, v)  =  (u, v ∗ ),   para  todo  u ∈  D(A).   Com  efeito,   suponhamos que  existe  v ∈ D(A ∗ )  para  o  qual  existam  v ∗ 1   e  v ∗ 2   pertencentes  a  H  tais  que (Au, v) = (u, v ∗ 1 )   e   (Au, v) = (u, v ∗ 2 ),   para  todo  u ∈ D(A). OPERADORES  N ˜ AO  LIMITADOS   275 Assim,   (u, v ∗ 1 )   =  (u, v ∗ 2 ),   para  todo  u ∈  D(A),   ou  seja,   (u, v ∗ 1  − v ∗ 2 )   =  0,   para  todo u ∈  D(A).   Pela  densidade  de  D(A)  em  H  vem  que  se  u ∈  H,   existe ¦u n ¦ ⊂  D(A)  tal que  u n  →  u  quando  n →  +∞.   Como  (u n , v ∗ 1  − v ∗ 2 )  =  0,   para  todo  n ∈ N,   segue  que, na  situa¸c˜ ao  limite  obtemos  (u, v ∗ 1  − v ∗ 2 )  =  0,   para  todo  u ∈  H.   Em  particular,   tomando u  =  v ∗ 1  − v ∗ 2   resulta  que [[v ∗ 1  − v ∗ 2 [[   =  0  e,   portanto,   v ∗ 1   =  v ∗ 2 .   Sendo  assim,   para  cada v ∈ D(A ∗ )  associamos  um  ´ unico  v ∗  ∈ H  satisfazendo (Au, v) = (u, v ∗ ),   para  todo  u ∈ D(A). Al´em  disso,   D(A ∗ ) ,= ∅  posto  que  0 ∈  D(A ∗ )  pois  (Au, 0)  =  0(u, 0),   para  todo  u ∈ D(A).   Mais al´em, D(A ∗ ) ´e um subespa¸co vetorial de H.   Com efeito, sejam v 1 , v 2  ∈ D(A ∗ ) e  λ 1 , λ 2  ∈ C.   Ent˜ ao,  existem  v ∗ 1 , v ∗ 2  ∈ H  tais  que (Au, v 1 ) = (u, v ∗ 1 )   e   (Au, v 2 ) = (u, v ∗ 2 ),   para  todo  u ∈ D(A). Logo, (Au, λ 1 v 1  +λ 2 v 2 )   =   λ 1 (Au, v 1 ) + λ 2 (Au, v 2 ) =   λ 1 (u, v ∗ 1 ) + λ 2 (u, v ∗ 2 ) =   (u, λ 1 v ∗ 1  + λ 2 v ∗ 2 ),   para  todo  u ∈ D(A). Desta  forma,  para  (λ 1 v 1  + λ 2 v 2 ) ∈ H,  existe  (λ 1 v ∗ 1  + λ 2 v ∗ 2 ) ∈ H  tal  que (Au, λ 1 v 1  +λ 2 v 2 ) = (u, λ 1 v ∗ 1  + λ 2 v ∗ 2 ),   para  todo  u ∈ D(A),   (5.168) o que implica que (λ 1 v 1 +λ 2 v 2 ) ∈ D(A ∗ ), para todo v 1 , v 2  ∈ D(A ∗ ) e para todo λ 1 , λ 2  ∈ C. Do  exposto,  fica  bem  definida  a  seguinte  aplica¸c˜ ao: A ∗   : D(A ∗ ) ⊂ H →H   (5.169) v →A ∗ v  = v ∗ , onde  (Au, v) = (u, v ∗ ),  para  todo  u ∈ D(A),  que ´e  linear  pois,  de  (5.168)  resulta  que A ∗ (λ 1 v 1  +λ 2 v 2 ) = λ 1 v ∗ 1  + λ 2 v ∗ 2 ,   para  todo  v 1 , v 2  ∈ D(A ∗ )  e  λ 1 , λ 2  ∈ C, e  pelo  fato  de  A ∗ v 1   = v 1   e  A ∗ v 2   = v 2   segue  que A ∗ (λ 1 v 1  + λ 2 v 2 ) = λ 1 A ∗ v 1  + λ 2 A ∗ v 2 ,   para  todo  v 1 , v 2  ∈ D(A ∗ )  e  λ 1 , λ 2  ∈ C. O operador A ∗   : D(A ∗ ) ⊂ H →H  definido em (5.169) ´e denominado operador adjunto de  A.   Note  que  se  A ∗   ´e  adjunto  de  A,  ent˜ ao: (Au, v) = (u, A ∗ v),   para  todo  u ∈ D(A)  e  para  todo  v ∈ D(A ∗ ).   (5.170) 276   INTRODUC¸  ˜ AO   ` A  AN ´ ALISE  FUNCIONAL Proposi¸c˜ao  5.90  Sejam  A  e  B  operadores   de  H  densamente  definidos   e  A ∗   e  B ∗   os adjuntos   de  A  e  B,   respectivamente.   Ent˜ao,   as   seguintes  propriedades   s˜ao  verificadas, supondo-se  que  D(A + B)  e  D(AB)  s˜ao  densos  em  H. (i)  (λA) ∗   = λA ∗ ,   para  todo  λ ∈ C. (ii)  A ∗  + B ∗  ⊆ (A +B) ∗ . (iii)  B ∗ A ∗  ⊆ (AB) ∗ . (iv)  Se  A ⊆ B  ent˜ao  B ∗  ⊆ A ∗ . Demonstra¸c˜ao:   (i)  Sejam  λ ∈ C ∗ ,  u ∈ D(A)  e  v ∈ D(A ∗ ).   Ent˜ao, ((λA)u, v)   =   (λAu, v) = λ(Au, v) = λ(u, A ∗ v) =   (u, λA ∗ v) = (u, (λA ∗ v)),   para  todo  u ∈ D(A)  e  v ∈ D(A ∗ ). Por  outro  lado, ((λA)u, v) = (u, (λA ∗ )v),   para  todo  u ∈ D(A)  e  v ∈ D((λA) ∗ ). Mas, D((λA) ∗ )   =   ¦v ∈ H;   existe  v ∗  ∈ H  tal  que  (λAu, v) = (u, v ∗ ),   para  todo  u ∈ D(A)¦ =   ¦v ∈ H;   existe  v ∗  ∈ H  tal  que  (Au, λv) = (u, v ∗ ),   para  todo  u ∈ D(A)¦ =   ¦ z λ ∈ H;   existe  z ∗  ∈ H  tal  que  (Au, z) = (u, v ∗ ),   para  todo  u ∈ D(A)¦ =   1 λ D(A ∗ ) = D(A ∗ ). Desta  forma,  D((λA) ∗ ) = D(A ∗ )  e,  portanto, ((λAu), v)   =   (u, (λA ∗ )v),   para  todo  u ∈ D(A), v ∈ D(A ∗ ), ((λAu), v)   =   (u, (λA) ∗ v),   para  todo  u ∈ D(A), v ∈ D(A ∗ ), Sendo  assim, _ u, [(λA ∗ ) −(λA) ∗ ]v _ = 0,   para  todo  u ∈ D(A), v ∈ D(A ∗ ). Pela  densidade  de  D(A)  em  H  conclu´ımos  que λA ∗ v  = (λA) ∗ v,   para  todo  v ∈ D(A ∗ ), OPERADORES  N ˜ AO  LIMITADOS   277 ou  seja,   λA ∗   =  (λA) ∗ ,   para  todo  λ ,=  0.   Se  λ  =  0  temos   que  λA  =  0  e,   portanto, (λA) ∗   = 0.   Tamb´em  λA ∗   = 0  e  da´ı,  trivialmente,  temos  que  λA ∗   = (λA) ∗ . (ii) D(A ∗  + B ∗ ) = D(A ∗ ) ∩ D(B ∗ ) = ¦v ∈ H;   existem  v ∗ 1 , v ∗ 2  ∈ H  tais  que  (Au, v) = (u, v ∗ 1 ),   para  todo  u ∈ D(A) e  (Bu  , v) = (u  , v ∗ 2 ),   para  todo  u  ∈ D(B)¦. Seja,  ent˜ ao,  v ∈ D(A ∗  + B ∗ ).   Logo,  existem  v ∗ 1 , v ∗ 2  ∈ H  tais  que (Au, v) = (u, v ∗ 1 ),   para  todo  u ∈ D(A), e (Bu, v)(u, v ∗ 2 ),   para  todo  u ∈ D(B). Em  particular,  se  u ∈ D(A) ∩ D(B),  temos  que (Au, v) = (u, v ∗ 1 )   e   (Bu, v) = (u, v ∗ 2 ). Consequentemente, ((A + B)u, v)   =   (Au, v) + (Bu, v) = (u, v ∗ 1 ) + (u, v ∗ 2 ) =   (u, v ∗ 1  + v ∗ 2 ),   para  todo  u ∈ D(A) ∩ D(B), o que implica que v ∈ D((A+B) ∗ ).   Resulta da´ı se v ∈ D(A ∗ +B ∗ ) ent˜ao v ∈ D((A+B) ∗ ), ou  seja,  D(A ∗  +B ∗ ) ⊂ D((A + B) ∗ ).   Al´em  disso,  se  v ∈ D((A +B) ∗ ), ((A + B)u, v)   =   (u, v ∗ 1  + v ∗ 2 ) = (u, A ∗ v + B ∗ v)   (5.171) =   (u, (A ∗  +B ∗ )v),   para  todo  u ∈ D(A + B). Por  outro  lado, ((A + B)u, v) = (u, (A + B) ∗ v),   para  todo  u ∈ D(A + B).   (5.172) Como  existe  (A + B) ∗ ,  temos  que  D(A + B)  ´e  denso  em  H  e,  portanto,  de  (5.171)  e (5.172)  conclu´ımos  que (A + B) ∗ v  = (A ∗  + B ∗ )v,   para  todo  v ∈ D(A ∗  + B ∗ ). Assim, D(A ∗  +B ∗ ) ⊂ D((A + B) ∗ )   e   (A + B) ∗ v  = (A ∗  + B ∗ )v,   para  todo  v ∈ D(A ∗  + B ∗ ), 278   INTRODUC¸  ˜ AO   ` A  AN ´ ALISE  FUNCIONAL de  onde  conclu´ımos  que  A ∗  + B ∗  ⊆ (A + B) ∗ . (iii)  Temos  que D(B ∗ A ∗ )   =   ¦v ∈ D(A ∗ ); A ∗ v ∈ D(B ∗ )¦ =   ¦v ∈ H;   existem  v ∗ A , v ∗ B  ∈ H  tais  que  (Au, v) = (u, v ∗ A ),   para  todo  u ∈ D(A)  e (Bu, A ∗ v) = (u, v ∗ B ),   para  todo  u ∈ D(B)¦. Afirmamos  que D(B ∗ A ∗ ) ⊂ D((AB) ∗ ). Com  efeito,  seja  v ∈ D(B ∗ A ∗ ).   Ent˜ao,  existem  v ∗ A , v ∗ B  ∈ H  tais  que (Au, v) = (u, v ∗ A )  para  todo  u ∈ D(A)   e   (Bu, A ∗ v) = (u, v ∗ B ),   para  todo  u ∈ D(B). Em  particular,  se  u ∈ D(B) ´e  tal  que  Bu ∈ D(A),  temos  que (A(Bu)), v) = (Bu, v ∗ A ) = (Bu, A ∗ v) = (u, v ∗ B ) = (u, B ∗ (A ∗ v)), ou  seja, ((AB)u, v) = (u, (B ∗ A ∗ )v),   para  todo  u ∈ D(B)  tal  que  Bu ∈ D(A).   (5.173) Logo,   se  v ∈  D(B ∗ A ∗ )  ent˜ao  v ∈  D((AB) ∗ ).   Al´em  disso,   se  v ∈  D(B ∗ A ∗ ),   temos  de (5.173)  que ((AB)u, v) = (u, (B ∗ A ∗ )v),   para  todo  u ∈ D(AB).   (5.174) Por  outro  lado, ((AB)u, v) = (u, (AB) ∗ v),   para  todo  u ∈ D(AB).   (5.175) Portanto, de (5.174) e (5.175) e do fato que D(AB) ´e denso em H, pois existe (AB) ∗ , vem  que  (AB) ∗ v  = (B ∗ A ∗ )v,  para  todo  v ∈ D(B ∗ A ∗ ).   Logo, D(B ∗ A ∗ ) ⊂ D((AB) ∗ )   e   (AB) ∗ v  = (B ∗ A ∗ )v,   para  todo  v ∈ D(B ∗ A ∗ ), o  que  prova  que  B ∗ A ∗  ⊆ (AB) ∗ . OPERADORES  N ˜ AO  LIMITADOS   279 (iv) Suponhamos que A ⊆ B, ou seja, D(A) ⊂ D(B) e Bu = Au, para todo u ∈ D(A). Ent˜ ao, D(A ∗ )   =   ¦v ∈ H;   existe  v ∗  ∈ H  tal  que(Au, v) = (u, v ∗ ),   para  todo  u ∈ D(A)¦, D(B ∗ )   =   ¦v ∈ H;   existe  v ∗  ∈ H  tal  que  (Bu, v) = (u, v ∗ ),   para  todo  u ∈ D(B)¦. Seja  v ∈ D(B ∗ ).   Ent˜ ao,  existe  v ∗  ∈ H  tal  que  (Bu, v) = (u, v ∗ ),  para  todo  u ∈ D(B) e,  portanto,  em  particular,  (Bu, v) = (u, v ∗ ),  para  todo  u ∈ D(A).   Como  Bu = Au,  para todo  u ∈ D(A)  temos  que (Au, v) = (u, v ∗ ),   para  todo  u ∈ D(A), isto ´e,  v ∈ D(A ∗ ).   Al´em  disso,  se  v ∈ D(B ∗ ), (Bu, v) = (u, v ∗ ) = (u, B ∗ v),   para  todo  u ∈ D(B), e,  portanto, (Au, v) = (u, B ∗ v),   para  todo  u ∈ D(A).   (5.176) Por  outro  lado, (Au, v) = (u, A ∗ v),   para  todo  u ∈ D(A).   (5.177) De  (5.176)  e  (5.177)  e  do  fato  que  D(A)  ´e  denso  em  H  conclu´ımos  que  A ∗ v  =  B ∗ v, para  todo  v ∈ D(B ∗ ).   Logo, D(B ∗ ) ⊂ D(A ∗ )   e   A ∗ v  = B ∗ v,   para  todo  v ∈ D(B ∗ ), o  que  implica  que  B ∗  ⊆ A ∗ . 2 Defini¸c˜ao  5.91  Dizemos que um operador A de H  ´e fechado se ¦u ν ¦ ν∈N  ⊂ D(A) verifica, para  algum  u, v ∈ H,  as  condi¸c˜oes u ν  →u   e  Au ν  → v  em  H,   ent˜ao  u ∈ D(A)  e  Au = v. Proposi¸c˜ao  5.92  Seja  A  um  operador  de  H  densamente  definido.   Ent˜ao,   A ∗   ´e  um  op- erador  fechado. 280   INTRODUC¸  ˜ AO   ` A  AN ´ ALISE  FUNCIONAL Demonstra¸c˜ao:   Sejam ¦v ν ¦ ⊂ D(A ∗ )  e  v, w ∈ H  tais  que v ν  →v   e   A ∗ v ν  →w  em  H. Provaremos  que  v ∈  D(A ∗ )  e  A ∗ v  =  w.   Com  efeito,   como ¦v ν ¦ ⊂  D(A ∗ )  temos  que, para  cada  ν ∈ N, (Au, v ν ) = (u, A ∗ v ν ),   para  todo  u ∈ D(A).   (5.178) Por  outro  lado,  como  v ν  →v  e  A ∗ v ν  →w  em  H,  conclu´ımos  que (Au, v ν ) →(Au, v)   e   (u, A ∗ v ν ) → (u, w)  em C.   (5.179) De  (5.178)  e  (5.179)  resulta  que  (Au, v)  =  (u, w),   para  todo  u ∈  D(A)  e  A ∗ v  =  w,   o que  encerra  a  prova. 2 Denotaremos por H 2 ao produto cartesiano de H  por H  e por [u, v] os elemtos de H 2 , ou  seja, H 2 = H H  = ¦[u, v]; u, v ∈ H¦. Muniremos  H 2 do  produto  interno ([u 1 , v 1 ], [u 2 , v 2 ]) H 2   = (u 1 , u 2 ) H   + (v 1 , v 2 ) H ;   para  todo  [u 1 , v 1 ], [u 2 , v 2 ] ∈ H. H 2 munido   do   produto   interno   acima  ´e   um  espa¸co   de   Hilbert.   Com  efeito,   seja ¦w n ¦ n∈N  ⊂ H 2 uma  seq¨ uˆencia  de  Cauchy.   Ent˜ao,  w n   = [u n , v n ]  e,  al´em  disso, [[w n −w m [[ 2 H 2   =   ([u n −u m ], [v n −v m ]) H 2 =   [[u n −u m [[ 2 H   +[[v n −v m [[ 2 H . Como [[w n  − w m [[ 2 H 2  →  0  quando  n, m →  +∞,   temos  que [[u n  − u m [[ H  →  0  e [[v n  − v m [[ H  → 0  quando  n, m → +∞.   Logo, ¦u n ¦ n∈N   e ¦v n ¦ n∈N   s˜ao  seq¨ uˆencias  de  Cauchy  em H  e,   portanto,  existem  u, v ∈  H  tais  que  u n  →  u  e  v n  →  v  quando  n →  +∞.   Pondo-se w = [u, v]  conclu´ımos  que  w n  →w  em  H 2 uma  vez  que [[w n −w[[ 2 H 2   =   [[[u n , v n ] −[u, v][[ 2 H 2 =   [[[u n −u, v n −v][[ 2 H 2  = [[u n −u[[ 2 H   +[[v n −v[[ 2 H  →0,   quando  n → +∞. OPERADORES  N ˜ AO  LIMITADOS   281 Proposi¸c˜ao  5.93  G(A)  = ¦[u, Au]; u ∈  D(A)¦  ´e  fechado  em  H 2 se,   e  somente  se,   A  ´e um  operador  fechado. Demonstra¸c˜ao:   Suponhamos,  inicialmente,  que  G(A)  ´e  fechado  em  H 2 e  seja ¦u n ¦ ⊂ D(A)  tal  que  u n  →u  e  Au n  → v  em  H.   Ent˜ao, ([u n , Au n ]) n∈N  ⊂ G(A)   e   [u n , Au n ] →[u, v]  em  H 2 . Pelo  fato  de  G(A)   ser   fechado  conclu´ımos  que  [u, v] ∈  G(A),   ou  seja,   u ∈  D(A)   e Au = v. Reciprocamente, suponhamos que Aseja um operador fechado e consideremos ¦w n ¦ n∈N  ⊂ G(A)  tal  que  w n  →w  em  H 2 .   Logo,  w n   = [u n , Au n ],  onde  u n  ∈ D(A),  para  todo  n ∈ N  e w = [u, v]  com  u n  →u  e  Au n  →v  em  H.   Pelo  fato  e  A  ser  fechado,  u ∈ D(A)  e  v  = Au. Assim,  [u, v] = w ∈ G(A). 2 Defini¸c˜ao  5.94  Seja A um operador injetivo de H  tal que D(A) seja denso em H.   Dize- mos  que  A  ´e  unit´ario  se  A ∗   = A −1 ,  onde  A −1 : Im(A) ⊂ H →H. Proposi¸c˜ao  5.95  Seja  A  um  operador  unit´ario  de  um  espa¸co  de  Hilbert  H.   Ent˜ao  A  ´e uma  isometria,  e  portanto,  limitado. Demonstra¸c˜ao:   Seja u ∈ D(A).   Tendo em mente que Im(A) = D(A −1 ) = D(A ∗ ) (pois A ´e  unit´ario),  resulta  que [[Au[[ 2 = (Au, Au) = (u, A ∗ (Au)) = (u, A −1 (Au)) = (u, u) = [[u[[ 2 ,   para  todo  u ∈ D(A), o  que  conclui  o  desejado.   2 Consideremos  os  operadores: U  : H 2 →H 2 [u, v] →[v, u] e V  : H 2 →H 2 [u, v] →[v, −u] (5.180) Proposi¸c˜ao  5.96  Considere  os  operadores  definidos  em  (5.180).   Ent˜ao: (i)  U  e  V   s˜ao  operadores  unit´arios  de  H 2 . (ii)  UV  = −V U. (iii)  U 2 = I  e  V 2 = −I,   onde  I  ´e  o  operador  identidade  de  H 2 . 282   INTRODUC¸  ˜ AO   ` A  AN ´ ALISE  FUNCIONAL Demonstra¸c˜ao:   (i)  Observemos  que  tanto  U  quanto  V   s˜ao  bijetivos  e,  al´em  disso, U −1 [u, v] = [v, u]   e  V −1 [u, v] = [−v, u],   para  todo  [u, v] ∈ H 2 . Por  outro  lado,  sejam  [u 1 , v 1 ], [u 2 , v 2 ] ∈ H 2 .   Ent˜ ao, (U[u 1 , v 1 ], [u 2 , v 2 ])   =   ([v 1 , u 1 ], [u 2 , v 2 ]) =   (v 1 , u 2 ) + (u 1 , v 2 ) = (u 1 , v 2 ) + (v 1 , u 2 ) =   ([u 1 , v 1 ], [v 2 , u 2 ]) = _ [u 1 , v 1 ], U −1 [u 2 , v 2 ] _ , ou  seja, (U[u 1 , v 1 ], [u 2 , v 2 ]) = _ [u 1 , v 1 ], U −1 [u 2 , v 2 ] _ ,   para  todo  [u 1 , v 1 ], [u 2 , v 2 ] ∈ H 2 , o  que  implica  que D(U ∗ ) = H 2 = D(U −1 )   e  U ∗ [u, v] = U −1 [u, v],   para  todo  [u, v] ∈ H 2 . Analogamente,  sejam  [u 1 , v 1 ], [u 2 , v 2 ] ∈ H 2 .   Temos, (V [u 1 , v 1 ], [u 2 , v 2 ])   =   ([v 1 , −u 1 ], [u 2 , v 2 ]) =   (v 1 , u 2 ) + (−u 1 , v 2 ) = (v 1 , u 2 ) + (u 1 , −v 2 ) = (u 1 , −v 2 ) + (v 1 , u 2 ) =   ([u 1 , v 1 ], [−v 2 , u 2 ]) = _ [u 1 , v 1 ], V −1 [u 2 , v 2 ] _ , isto ´e, (V [u 1 , v 1 ], [u 2 , v 2 ]) = _ [u 1 , v 1 ], V −1 [u 2 , v 2 ] _ ,   para  todo  [u 1 , v 1 ], [u 2 , v 2 ] ∈ H 2 , de  onde  deduzimos  que D(V ∗ ) = H 2 = D(V −1 )   e  V ∗ [u, v] = V −1 [u, v],   para  todo  [u, v] ∈ H 2 . Portanto,  U ∗   = U 1 e  V ∗   = V −1 ,  o  que  prova  o  desejado. (ii)  Seja  [u, v] ∈ H 2 .   Temos (UV )[u, v]   =   U(V ([u, v])) = U[v, −u] = [−u, v], (−V U)[u, v]   =   −V (U[u, v]) = −V [v, u] = −[u, −v] = [−u, v], de  onde  segue  que  UV  = −V U. OPERADORES  N ˜ AO  LIMITADOS   283 (iii)  Temos, U 2 [u, v]   =   U(U[u, v]) = U[v, u] = [u, v],   para  todo  [u, v] ∈ H 2 , V 2 [u, v]   =   V (V [u, v]) = V [v, −u] = [−u, −v] = −[u, v],   para  todo  [u, v] ∈ H 2 , e,  conseq¨ uentemente,  U 2 = I  e  V 2 = −I.   2 Proposi¸c˜ao  5.97  Sejam  A  um  operador  de  H  tal   que  D(A) = H.   Ent˜ao, [V (G(A))] ⊥   = G(A ∗ ), onde  V  : H 2 →H 2 ´e  o  operador  definido  em  (5.180). Demonstra¸c˜ao:   Como  A  ´e  um  operador  de  H  tal   que  D(A)  ´e  denso  em  H  fica  bem definido  o  operador  adjunto,  carcterizado  pela  rela¸c˜ao  de  adjun¸c˜ao (Au, v) = (u, A ∗ v),   para  todo  u ∈ D(A)  e  para  todo  v ∈ D(A ∗ ). Portanto, (Au, v) + (−u, A ∗ v) = 0,   para  todo  u ∈ D(A)  e  para  todo  v ∈ D(A ∗ ), ou  seja, ([Au, −u], [v, A ∗ v]) = 0   para  todo  u ∈ D(A)  e  para  todo  v ∈ D(A ∗ ), ou  ainda,  de  (5.180), (V [u, Au], [v, A ∗ v]) = 0,   para  todo  u ∈ D(A)  e  para  todo  v ∈ D(A ∗ ).   (5.181) De  (5.181)  conclu´ımos  que  V (G(A)) ⊥ G(A ∗ ),  isto ´e, G(A ∗ ) ⊂ [V (G(A))] ⊥ .   (5.182) Por  outro  lado,  se w ∈ [V (G(A))] ⊥   = ¦[v 1 , v 2 ] ∈ H 2 ; ([v 1 , v 2 ], [Au, −u]) = 0,   para  todo  u ∈ D(A)¦, temos  que w = [w 1 , w 2 ]   e   ([w 1 , w 2 ], [Au, −u]) = 0,   para  todo  u ∈ D(A), 284   INTRODUC¸  ˜ AO   ` A  AN ´ ALISE  FUNCIONAL ou  seja, ([Au, −u], [w 1 , w 2 ]) = 0,   para  todo  u ∈ D(A). Da´ı  vem  que ([Au, −u], [w 1 , w 2 ]) = 0   para  todo  u ∈ D(A). Pela  defini¸c˜ ao  de  A ∗   temos  que  w 1  ∈  D(A ∗ )  e,   al´em  disso,   w 2   =  A ∗ w 1 ,   isto  ´e,   w  = [w 1 , w 2 ] ∈ G(A ∗ ).   Assim, [V (G(A))] ⊥  ⊂ G(A ∗ ).   (5.183) De  (5.182)  e  (5.183)  fica  provado  o  desejado.   2 Observa¸c˜ao  5.98  Se  M  ´e  um  subconjunto  de  H  temos  que  M ⊥   = [M] ⊥ . Com  efeito,  seja  u ∈ [M] ⊥ .   Ent˜ao,  (u, v) = 0  para  todo  v ∈ M  e,  portanto,  (u, v) = 0, para  todo  v ∈ M.   Logo,  u ∈ M ⊥ .   Reciprocamente,  se  u ∈ M ⊥ ,  ent˜ao  (u, v) = 0  para  todo v ∈ M.   Seja  w ∈ M.   Logo,  existe ¦v ν ¦ ν∈N  ⊂ M  tal   que  v ν  → w  e  (u, v ν ) = 0,  para  todo ν ∈ N.   Desta  forma,  (u, w) = 0.   Como  w  foi  tomado  arbitrariamente  em  M,  conclu´ımos que  u ∈ [M] ⊥ . Observa¸c˜ao  5.99  Seja  T  uma  isometria  linear  de  H  em  H.   Ent˜ao,  se  M ⊂ H 2 ,  ent˜ao T(M) = T(M). De  fato,   seja  [u, v] ∈  T(M).   Ent˜ao,   existe  [u ν , v ν ] ⊂  M  tal   que  T[u ν , v ν ] →  [u, v]. Mas,  pelo  fato  de  T  ser  uma  isometria  linear  temos  que [[T[u ν , v ν ] −T[u µ , v µ ][[ = [[T ([u ν , v ν ] −[u µ , v µ ])[[ = [[[u ν , v ν ] −[u µ , v µ ][[ , para  todo  ν, µ ∈ N.   Como ¦T[u ν , v ν ]¦ ν∈N   ´e  uma  seq¨ uˆencia  de  cauchy,  temos  tamb´em  que ¦[u ν , v ν ]¦ ν∈N   tamb´em  o  ´e  e,   portanto,   existe  [˜ u, ˜ v] ∈  H 2 tal   que  [u ν , v ν ] →  [˜ u, ˜ v].   Pela continuidade  de  T  resulta  que  T[u ν , v ν ] →  T[˜ u, ˜ v]   e,  pela  unicidade  do  limite  conclu´ımos que  T[˜ u, ˜ v] = [u, v],  onde  [˜ u, ˜ v] ∈ M  posto  que  ´e  limite  de  uma  seq¨ uˆencia  de  elementos  de M.   Logo,  [u, v] ∈ T(M)  e,  portanto,  T(M) ⊂ T(M). Reciprocamente,  seja  [u, v] ∈ T(M).   Assim,  [u, v] = T[˜ u, ˜ v],  onde  [˜ u, ˜ v] ∈ M,  ou  seja, existe ¦[u ν , v ν ]¦ ν∈N  ⊂ M  tal   que  [u ν , v ν ] →[˜ u, ˜ v],  e,  portanto,  T[u ν , v ν ] →T[˜ u, ˜ v] = [u, v]. Como ¦T[u ν , v ν ]¦ ν∈N  ⊂  T(M)   resulta  que  [u, v] ∈  T(M)   e,   por   conseguinte,   T(M) ⊂ T(M). OPERADORES  N ˜ AO  LIMITADOS   285 Pela  proposi¸c˜ ao  5.97  e  pelas  observa¸c˜oes  (5.98)e  (5.99)  conclu´ımos  que _ V (G(A)) _ ⊥ = _ V (G(A)) _ = G(A ∗ ).   (5.184) Como G(A) ´e um subespa¸co de H 2 e V  ´e um operador linear de H 2 temos que V (G(A)) ´e  um  subespa¸co  de  H 2 e,   portanto,   V (G(A))  ´e  um  subespa¸co  fechado  de  H 2 .   Assim, podemos  escrever H 2 = V (G(A)) ⊕ _ V (G(A)) _ ⊥ , ou  ainda,  da  observa¸ c˜ao  5.99  e  de  (5.184)  chegamos  a  seguinte  identidade: H 2 = V (G(A)) ⊕G(A ∗ ).   (5.185) Observa¸c˜ao  5.100  Seja H  um espa¸co de Hilbert e M  e N  subespa¸cos fechados de H  tais que  H  = M ⊕N.   Se  definirmos H ¸M  = ¦P N u; u ∈ H¦,   (5.186) ent˜ao,  N  = H ¸M. Com  efeito,  seja  w ∈ N.   Ent˜ao,  P N w = w  e,  portanto,  w ∈ H ¸M.   Reciprocamente, seja  v ∈ H ¸M.   Logo,  existe  u ∈ H  tal   que  v  = P N u ∈ N. Observa¸c˜ao  5.101  Seja H  um espa¸co de Hilbert e M  e N  subespa¸cos fechados de H  tais que  H  = M ⊕N.   Se  T  ´e  um  isomorfismo  de  H  em  H,  ent˜ao H  = T(M) ⊕T(N). De  fato,  seja  w ∈ T(M) + T(N).   Como  T(M) ⊂ H  e  T(N) ⊂ H  temos  que  T(M) + T(N) ⊂  H  + H  =  H.   Portanto,   w ∈  H,   ou  seja,   T(M) + T(N) ⊂  H.   Por  outro  lado, seja  w ∈  H.   Pela  sobrejetividade  de  T  temos  que  existe  u ∈  H  tal   que  w  =  Tu.   Como H  =  M ⊕ N,   temos   que  u  =  v M   + v N ,   para  v M   ∈  M  e  v N   ∈  N.   Logo,   w  =  Tu  = T(v N   + v M ) = T(v M ) + T(v N ) ⊂ T(M) + T(N).   Ent˜ao,  H ⊂ T(M) + T(N).   Assim, H  = T(M) + T(N). Al´em  disso,  T(M) ∩ T(N) = ¦0¦  pois  como  T(N)  e  T(M)  s˜ao  subespa¸cos  temos  que 0 ∈  T(M) ∩ T(N).   Mais  ainda,   se  u ∈  T(M) ∩ T(N),   ent˜ao  u  =  T(v M )  e  u  =  T(v N ), para  algum  v M  ∈  M  e  v N  ∈  N,   ou  seja,   T(v M )  =  T(v N )  =  u.   Pela  injetividade  de  T temos  que  v M   = v N .   Por´em,  como  M ∩ N  = ¦0¦  resulta  que  v N   = v M   = 0  e  da´ı,  u = 0. Logo  H  = T(M) ⊕T(N). 286   INTRODUC¸  ˜ AO   ` A  AN ´ ALISE  FUNCIONAL Observa¸c˜ao  5.102  Pelas  observa¸c˜oes  5.98  e  (5.99)  temos  que  se  M  e  N  s˜ao  subespa¸cos fechados de H, H  = M⊕M  e V  ´e um isomorfismo de H  em H, ent˜ao T(M) = H¸T(N). Proposi¸c˜ao  5.103  Seja  A  um  operador  injetivo  de  H  tal  que  D(A)  e  Im(A)  s˜ao  densos em  H.   Ent˜ao,  existe  (A ∗ ) −1 e  (A ∗ ) −1 = (A −1 ) ∗ . Demonstra¸c˜ao:   Como  A : D(A) ⊂ H → H  e  A −1 : Im(A) ⊂ H → H  s˜ao  densamente definidos,   ent˜ ao  existem  A ∗   e  (A −1 ) ∗ .   Provaremos  que  existe  (A ∗ ) −1 e,   al´em  disso,   que (A ∗ ) −1 =  (A −1 ) ∗ .   Com  efeito,   sejam  v 1 , v 2  ∈  D(A ∗ )  tais  que  A ∗ v 1   =  A ∗ v 2 .   Logo,   pela defini¸c˜ ao  de  A ∗   temos  que (Au, v 1 ) = (u, A ∗ v 1 )   e   (Au, v 2 ) = (u, A ∗ v 2 ),   para  todo  u ∈ D(A), o  que  implica  que (Au, v 1 ) = (Au, v 2 ),   para  todo  u ∈ D(A), ou  seja,  (Au, v 1 −v 2 ) = 0,  para  todo  u ∈ D(A).   Como  Im(A) ´e  denso  em  H,  temos  que v 1   = v 2 ,  o  que  prova  a  injetividade  de  A ∗ .   Logo,  existe  (A ∗ ) −1 : Im(A) ⊂ H → H.   Al´em disso  de  (5.185)  resulta  que H 2 = V _ G(A −1 ) _ ⊕G _ (A −1 ) ∗ _ .   (5.187) Provaremos  que G(A −1 ) = U(G(A)),   (5.188) onde  U  est´a  definido  em  (5.180).   De  fato,   seja  [u, v] ∈  G(A −1 ).   Ent˜ ao,   u ∈  Im(A)  e v  =  A −1 u ∈  D(A),   isto  ´e,   [u, v]   =  [Av, v],   com  v ∈  D(A),   ou  ainda,   [u, v]   =  U[v, Av] com  v ∈  D(A).   Logo,   [u, v] ∈  U(G(A)).   Por  outro  lado,   seja  [u, v] ∈  U(G(A)).   Ent˜ ao, [u, v]   =  [Aw, w],   para  algum  w ∈  D(A).   Pondo-se  z   =  Aw  resulta  que  z ∈  Im(A)   e w  =  A −1 z.   Assim,   [u, v]   =  [z, A −1 z],   z ∈  Im(A),   e,   portanto,   [u, v] ∈  G(A −1 ),   o  que prova  (5.188).   Resulta  da´ı  que V _ G(A −1 ) _ = V _ UG(A) _ . Pela  observa¸c˜ ao  5.99  vem  que UG(A) = U(G(A)), OPERADORES  N ˜ AO  LIMITADOS   287 e,  portanto, V _ G(A −1 ) _ = V (U(G(A))) = V U(G(A)), e  de  (5.187)  conclu´ımos  que H 2 = UV (G(A)) ⊕G((A −1 ) ∗ ). Da  observa¸c˜ao  5.100  resulta  que G _ (A −1 ) ∗ _ = H 2 ¸UV (G(A)).   (5.189) Mas  por  (5.185),  temos H 2 = V (G(A)) ⊕G(A ∗ ). Como  U  ´e  um  isomorfismo  isom´etrico  de  H 2 em  H 2 temos,  em  virtude  da  observa¸c˜ ao 5.102  que U(G(A ∗ )) = H 2 ¸UV (G(A)).   (5.190) De  (5.189)  e  (5.190)  obtemos G((A −1 ) ∗ ) = UG(A ∗ ). Mas, G((A −1 ) ∗ ) = ¦[A ∗ u, u];   para  todo  u ∈ D(A ∗ )¦ = G((A ∗ ) −1 ), o  que  nos  leva  a G((A −1 ) ∗ ) = G((A ∗ ) −1 ), ou  seja, D((A −1 ) ∗ ) = D((A ∗ ) −1 )   e   (A −1 ) ∗ u = (A ∗ ) −1 u,   para  todo  u ∈ D((A −1 ) ∗ ), ou  seja,  (A ∗ ) −1 = (A −1 ) ∗ ,  o  que  encerra  a  prova.   2 Proposi¸c˜ao  5.104  Seja  A  um  operador  fechado  de  H  com  dom´ınio  D(A)  denso  em  H. Ent˜ao,  D(A ∗ )  ´e  denso  em  H,  portanto  existe  (A ∗ ) ∗   = A ∗∗ ,  e  A ∗∗   = A. 288   INTRODUC¸  ˜ AO   ` A  AN ´ ALISE  FUNCIONAL Demonstra¸c˜ao:   Suponhamos, por contradi¸c˜ ao, que D(A ∗ ) n˜ao seja denso em H.   Ent˜ao D(A ∗ ) ,= H  e  como H  = D(A ∗ ) ⊕[D(A ∗ )] ⊥ , resulta  da´ı   e  da  observa¸c˜ ao  5.98  que  [D(A ∗ )] ⊥  ,= ¦0¦.   Logo,   existe  v ,=  0  tal   que  v ∈ [D(A ∗ )] ⊥ .   Afirmamos  que [0, v] ∈ [V (G(A ∗ ))] ⊥   (5.191) Com  efeito,  seja  [u, v] ∈ V (G(A ∗ )).   Ent˜ao,  [u, v] = [A ∗ z, −z],  para  algum  z ∈ D(A ∗ ). Logo, ([0, v], [u, w]) = ([0, v], [A ∗ z, −z]) = −(v, z) = 0,   pois  z ∈ D(A ∗ )  e  v ∈ [D(A ∗ )] ⊥ . Desta  forma,  [0, v] ⊥ [u, w]  para  todo  [u, w] ∈ V (G(A ∗ ))  o  que  prova  (5.191). Por  (5.185)  temos  que H 2 = V (G(A)) ⊕G(A ∗ ). Mas,  como  A ´e  fechado  temos  que  G(A) = G(A),  e,  portanto H 2 = V (G(A)) ⊕G(A ∗ ). Al´em disso, como V  ´e um isomorfismo isom´etrico de H 2 em H 2 resulta, pela observa¸ c˜ao 5.101,  que H 2 = V 2 (G(A)) ⊕V (G(A ∗ )). Como  V 2 = −I  e  G(A) ´e  um  subespa¸co  de  H 2 segue  que H 2 = G(A) ⊕V (G(A ∗ )).   (5.192) Logo,   pelo  fato  de  [0, v] ∈  H 2 e  [0, v]   / ∈  [V (G(A ∗ ))]   posto  que  [0, v] ∈  [V (G(A ∗ ))] ⊥ , resulta  de  (5.192)  que  [0, v] ∈  G(A),   ou  seja,   0 ∈  D(A)  e  A0  =  v.   Contudo,   como  A  ´e linear temos que A0 = 0 e, portanto, v  = 0, o que ´e um absurdo.   Tal absurdo veio de fato de  supormos  que  D(A ∗ )  n˜ao  ´e  denso  em  H.   Conseq¨ uentemente,   D(A ∗ ).   Sendo  assim, existe  (A ∗ ) ∗   e  denotaremos  tal  operador  por  A ∗∗ .   De  ((5.185))  resulta  que H 2 = V (G(A ∗ )) ⊕G(A ∗∗ ). OPERADORES  N ˜ AO  LIMITADOS   289 Contudo,  como  A ´e  um  operador  fechado,  ent˜ ao  G(A ∗ ) = G(A ∗ )  e,  assim, H 2 = V (G(A ∗ )) ⊕G(A ∗∗ ).   (5.193) De  (5.192),   (5.193)  e  da  observa¸c˜ao  5.100  conclu´ımos  que  G(A)  =  G(A ∗∗ ),   ou  seja, D(A)  =  D(A ∗∗ )  e  A ∗∗ u  =  Au,   para  todo  u ∈  D(A),   o  que  implica  que  A ∗∗   =  A.   Isto conclui  a  prova. 2 Proposi¸c˜ao  5.105  Seja  A  um  operador  limitado  de  H  com  dom´ınio  D(A)  denso  em  H. Ent˜ao,  A ∗   ´e  limitado  e  D(A ∗ ) = H. Demonstra¸c˜ao:   Seja  A  um  operador  limitado  de  H  tal   que  D(A)  =  H.   Ent˜ ao,   pela proposi¸c˜ ao  5.87  existe  um  ´ unico   ˜ A,  operador  limitado  de  H  tal  que  D(  ˜ A) = H  e  A ⊆   ˜ A. Pela  teoria  desenvolvida  na  se¸c˜ao  5.6  para  operadores   limitados   temos   que  (  ˜ A) ∗   ´e  um operador  limitado  de  H  e  D((  ˜ A) ∗ )  =  H.   Al´em  disso,   da  defini¸c˜ ao  de  operador  adjunto vem  que (  ˜ Au, v) = (u, (  ˜ A) ∗ v),   para  todo  u, v ∈ H. Em  particular,  temos  que (Au, v) = (u, (  ˜ A) ∗ v),   para  todo  u ∈ D(A)  e  para  todo  v ∈ H. Assim,  D(A ∗ ) = H  e (u, A ∗ v) = (u, (  ˜ A) ∗ v),   para  todo  u ∈ D(A)  e  para  todo  v ∈ H. Pela  densidade  de  D(A)   em  H  vem  que  A ∗ v   =  (  ˜ A) ∗ v,   para  todo  v ∈  H,   ou  seja, A ∗   = (  ˜ A) ∗ .   Como  (  ˜ A) ∗   ´e  limitado  segue  que  A ∗   tamb´em  o ´e.   2 Mostraremos   na  proposi¸c˜ ao,   a  seguir,   algumas   propriedades   equivalentes   quando  o operador  A ´e  fechado. Proposi¸c˜ao  5.106  Seja  A  um  operador  fechado  de  H  cujo  dom´ınio  D(A)  ´e  denso  em H.   Ent˜ao,  as  seguintes  propriedades  s˜ao  equivalentes: i)  D(A) = H. ii)  A  ´e  limitado. iii)  D(A ∗ ) = H. iv)  A ∗   ´e  limitado. 290   INTRODUC¸  ˜ AO   ` A  AN ´ ALISE  FUNCIONAL Nestas  condi¸c˜oes  se  verifica [[A[[ L(H)   = [[A ∗ [[ L(H) Demonstra¸c˜ao:   i) ⇒ ii).  A  implica¸c˜ ao ´e  verdadeira  pelo  teorema  do  Gr´afico  fechado. ii) ⇒ iii).  A  implica¸c˜ao ´e  verdadeira  pela  proposi¸c˜ ao  5.105. iii) ⇒ iv).  Temos,  pela  proposi¸c˜ ao  5.92  que  A ∗   ´e  fechado.   De  D(A ∗ ) = H  segue  pelo teorema  do  Gr´afico  Fechado  que  A ∗   ´e  limitado. iv) ⇒  i).   Pela  proposi¸c˜ ao  5.104  temos  que  D(A ∗ )  ´e  denso  em  H  e  A ∗∗   =  A.   Al´em disso,  como,  por  hip´otese,  A ∗   ´e  limitado,  temos  pela  proposi¸c˜ ao  5.105  que  A ∗∗   ´e  limitado e  D(A ∗∗ ) = H.   Como  A ∗∗   = A  segue  que  D(A) = H. Nestas  condi¸c˜ oes,  temos  que  A ´e  limitado  e  D(A) = H  e  A ∗   ´e  limitado  e  D(A ∗ ) = H. Ent˜ ao,  pela  teoria  desenvolvida  na  se¸c˜ ao  5.6  resulta  que [[A[[ L(H)   = [[A ∗ [[ L(H) .   2 Proposi¸c˜ao  5.107  Seja  A  :   D(A) ⊂  H →  H  um  operador  de  H  tal   que  D(A) ⊂  H  ´e denso  em  H.   Assim,  A  possui  uma  extens˜ao  linear  fechada  se,  e  somente  se,  D(A ∗ ) ⊂ H ´e  denso  em  H. Demonstra¸c˜ao:   (⇒)  Suponhamos  que  o  operador  A  :  D(A) ⊂  H →  H  de  H  possua uma extens˜ao linear e fechada e denotemos tal extens˜ao por   ˜ A.   Logo, A ⊆   ˜ A implica que D(A) ⊂ D(  ˜ A).   Mas  como  D(A)  ´e  denso  em  H  temos  que  D(  ˜ A)  tamb´em  ´e  denso  em  H. Portanto,  existe  (  ˜ A) ∗   e  (  ˜ A) ∗  ⊆ A ∗ ,  de  onde  resulta  que D((  ˜ A) ∗ ) ⊂ D(A ∗ )   (5.194) Por   outro  lado,   como   ˜ A  :   D(  ˜ A) ⊂  H  →  H  ´e   um  operador   linear   e   fechado  com dom´ınio D(  ˜ A) denso em H, segue pela proposi¸c˜ ao 5.104 que D((  ˜ A) ∗ ) ⊂ H  ´e denso em H. De  (5.194)  segue  que  D(A ∗ ) ´e  denso  em  H. (⇐)   Suponhamos,   agora,   que  o  operador   A  :   D(A) ⊂  H →  H  de  H  seja  tal   que D(A ∗ ) ⊂ H  ´e  denso  em  H.   Logo,  existe  A ∗∗   e (A ∗ u, v) = (u, A ∗∗ v),   para  todo  u ∈ D(A ∗ )  e  para  todo  v ∈ D(A ∗∗ ). Provaremso  que  A ∗∗   ´e  uma  extens˜ao  linear  fechada  de  A.   Com  efeito,   se  v ∈  D(A), ent˜ ao (Av, u) = (v, A ∗ u),   para  todo  u ∈ D(A ∗ ). OPERADORES  N ˜ AO  LIMITADOS   291 ou  seja, (A ∗ u, v) = (u, Av),   para  todo  u ∈ D(A ∗ ). Desta  forma,  dado  v ∈ D(A),  existe  v ∗∗   = Av ∈ H  tal  que (A ∗ u, v) = (u, v ∗∗ ),   para  todo  u ∈ D(A ∗ ). Portanto,   v  ∈  D(A ∗∗ )   e   A ∗∗ v   =  v ∗∗   =  Av.   Isto  mostra  que   D(A)  ⊆  D(A ∗∗ )   e A ∗∗ [ D(A)   =  A.   Conclu´ımos,   ent˜ ao,   que  A ∗∗   ´e  uma  extens˜ao  de  A.   Como  o  adjunto  ´e fechado,  A  possui  uma  extens˜ao  linear  fechada  A ∗∗ . 2 Corol´ario  5.108  Seja A : D(A) ⊂ H → H  um operador linear com dom´ınio D(A) denso em  H  tal   que  A  possui  extens˜ao  linear  fechada.   Ent˜ao  A ∗∗   ´e  a  menor  delas. Demonstra¸c˜ao:   Pela  proposi¸c˜ ao  5.107,  A ∗∗   ´e  uma  extens˜ao  linear  fechada  de  A.   Para provarmos  que  A ∗∗   ´e  a  menor  extens˜ao  linear  fechada  de  A,   tomemos  B  uma  extens˜ao linear fechada de A e provemos que A ∗∗  ⊆ B.   Com efeito, pelo fato de B ser uma extens˜ao de A temos que D(A) ⊂ D(B).   Por outro lado, como D(A) ´e denso em H, D(B) tamb´em o  ´e.   Logo,   B  ´e  um  operador  fechado  de  H  com  dom´ınio  D(B)  denso  em  H.   Logo,   pela proposi¸c˜ ao  5.104  tem-se  que  existe  B ∗∗   e  B ∗∗   =  B.   Al´em  disso,   como  A ⊆  B,   ent˜ ao, B ∗  ⊆  A ∗   (veja  proposi¸c˜ ao  5.90(iv))  o  que  implica  que  A ∗∗  ⊆  B ∗∗   =  B,   o  que  conclui   a prova. 2 Proposi¸c˜ao  5.109  Seja  A  um  operador  de  H  com  D(A)  =  H.   Ent˜ao  A ∗   ´e  limitado  e D(A ∗ )  ´e  fechado  em  H. Demonstra¸c˜ao:   (i)  A ∗   ´e  limitado. Suponhamos,  por  contradi¸c˜ao,  que  A ∗   n˜ao  seja  limitado.   Ent˜ ao,  existe  uma  sucess˜ao ¦v ν ¦ ν∈N   de  vetores  de  D(A ∗ )  tal  que [[v ν [[ = 1  e [[A ∗ v ν [[ > ν,   para  todo  ν ∈ N. 292   INTRODUC¸  ˜ AO   ` A  AN ´ ALISE  FUNCIONAL Para  cada  ν ∈ N,  seja  f ν   : H →C  definida  por ¸f ν , u) = (Au, v ν ),   para  todo  u ∈ H. Temos, enta˜o, uma seq¨ uˆencia ¦f ν ¦ ν∈N   de funcionais de H  tais que dado ν ∈ N, tem-se [¸f ν , u)[ ≤ [[u[[ [[A ∗ v ν [[ = C ν [[u[[,   para  todo  u ∈ H. Assim, [¸f ν , u)[ ≤ C ν [[u[[,   para  todo  u ∈ H, ou  seja,   para  cada  ν ∈ N,   f ν   ´e  uma  forma  linear  limitada  sobre  H  e  da  defini¸c˜ao  de  f ν resulta  que [¸f ν , u)[ ≤ [[Au[[ [[v ν [[ = [[Au[[,   para  todo  u ∈ H  e  para  todo  ν ∈ N. Portanto,  dado  u ∈ H,  existe  uma  constante  K(u)  tal  que [¸f ν , u)[ ≤ K(u),   para  todo  ν ∈ N. Logo,   pelo  Teorema  de  Banach-Steinhaus  temos  que  existe  uma  constante  α  >  0  tal que [¸f ν , u)[ ≤ α,   para  todo  u ∈ H  e  para  todo  ν ∈ N, o  que  implica  que [[f ν [[ L(H)  ≤ α,   para  todo  ν ∈ N. Deste  modo,   como ¸f ν , u)  =  (u, A ∗ v ν ),   para  todo  u ∈  H,   tomando  u  =  A ∗ v ν   resulta que ¸f ν , A ∗ v ν ) = [[A ∗ v ν [[ 2 ,  o  que  implica _ f ν ,   A ∗ v ν [[A ∗ v ν [[ _ = [[A ∗ v ν [[, e,  portanto, [[A ∗ v ν [[ ≤  sup ||u||=1 [¸f ν , u)[ = [[f ν [[ L(H)  ≤ α,   para  todo  ν ∈ N. Da´ı  segue  que ν  < [[A ∗ v ν [[ ≤ α,   para  todo  ν ∈ N, OPERADORES  N ˜ AO  LIMITADOS   293 de  onde  resulta  que N ´e  limitado  o  que ´e  um  absurdo.   Portanto,  A ∗   ´e  limitado. (ii)  D(A ∗ ) ´e  fechado. Com  efeito,   seja ¦v ν ¦ ν∈N   uma  seq¨ uˆencia  de  vetores  de  D(A ∗ )  tal   que  v ν  →  v  em  H. Como  A ∗   ´e  limitado  tem-se [[A ∗ v ν  −A ∗ v µ [[ ≤ [[A ∗ [[ [[v ν  −v µ [[ → 0,   quando  ν, µ →+∞. Portanto, existe w ∈ H  tal que ¦A ∗ v ν ¦ ν∈N  converge para w.   Notando que A ∗  ´e fechado, segue  que  v ∈ D(A ∗ )  e  A ∗ v  = w,  o  que  prova  o  desejado.   2 Defini¸c˜ao  5.110  Dizemos  que  um  operador  A  de  H  ´e  sim´etrico  se  seu  dom´ınio  D(A)  ´e denso  em  H  e  (Au, v) = (u, Av),  para  todo  u, v ∈ D(A). Proposi¸c˜ao  5.111  Seja  A  um  operador  de  H.   Ent˜ao  A  ´e  sim´etrico  se,   e  somente  se, A ⊆ A ∗ . Demonstra¸c˜ao:   (⇒)  Suponhamos  que  A  seja  sim´etrico.   Como  D(A)  =  H,   podemos definir  A ∗   : D(A ∗ ) ⊂ H →H,  onde D(A ∗ ) = ¦v ∈ H;   existe  v ∗  ∈ H  onde  (Au, v) = (u, v ∗ ),   para  todo  u ∈ D(A)¦. Se  v ∈ D(A),  temos  que (Au, v) = (u, Av),   para  todo  u ∈ D(A), pois,  por  hip´otese,  A ´e  sim´etrico.   Da´ı  segue  que  v ∈ D(A ∗ )  e  A ast v  = Av,  ou  seja, D(A) ⊂ D(A ∗ )   e   A ∗ [ D(A)   = A. Isto  prova  que  A ⊆ A ∗ . (⇐)   Reciprocamente,   suponhamos   que   A ⊆  A ∗ .   Logo,   est´a  hip´otese   j´a  admite   a existˆencia  de  A ∗   como  extens˜ao  de  A  bem  como  o  fato  de  D(A)  ser  denso  em  H.   Pela defini¸c˜ ao  de  A ∗   tem-se  que (Au, v) = (u, A ∗ v),   para  todo  u ∈ D(A)  e  para  todo  v ∈ D(A ∗ ). Em  particular,  se  v ∈ D(A) ⊂ D(A ∗ ),  temos  ainda  que (Au, v) = (u, A ∗ v),   para  todo  u ∈ D(A). 294   INTRODUC¸  ˜ AO   ` A  AN ´ ALISE  FUNCIONAL Mas  como  A ∗ [ D(A)   = A,  segue  que (Au, v) = (u, Av),   para  todo  u ∈ D(A), de  onde  conclu´ımos  que  (Au, v) = (u, Av),  para  todo  u, v ∈ D(A),  ou  seja,  A ´e  sim´etrico. Isto  conclui  a  prova. 2 Corol´ario  5.112  Seja  A  :   D(A) ⊂  H →  H  um  operador   de  H.   Se  A  ´e  sim´etrico  e D(A) = H,  ent˜ao  A = A ∗ . Demonstra¸c˜ao:   Como  A  ´e   sim´etrico,   A ⊆  A ∗ .   Mas,   por   hip´otese,   D(A)   =  H  e, conseq¨ uentemente,  D(A ∗ ) = H.   Portanto,  A = A ∗ .   2 Retomemos, agora, o Teorema de Hellinger-Toeplitz e vejamos que neste novo contexto ele  se  torna  trivial. Proposi¸c˜ao  5.113  (Hellinger-Toeplitz)   Se A ´e um operador sim´etrico de H  e D(A) = H,  ent˜ao  A  ´e  limitado. Demonstra¸c˜ao:   Pela  Proposi¸c˜ ao  5.109  segue  que  A ∗   ´e  limitado.   Pelo  corol´ario  5.112, A ∗   = A.   Portanto  A ´e  limitado.   2 Uma  outra  aplica¸c˜ ao ´e  o  teorema  do  Gr´afico  Fechado. Teorema  5.114  (Gr´afico  Fechado)   Seja  A  um  operador  de  H  com  D(A) = H.   Se  A ´e  fechado,  ent˜ao  A  ´e  limitado. Demonstra¸c˜ao:   Como  A  ´e  um  operador  de  H  com  D(A) = H,  pela  Proposi¸c˜ ao  5.109 tem-se  que  A ∗   ´e  limitado  e  D(A ∗ )  ´e  fechado.   Por  outro  lado,   considerando  que  A  ´e  um operador  fechado  com  dom´ınio  D(A)  =  H  denso  em  H,   pela  proposi¸c˜ ao  5.104  vem  que D(A ∗ )  ´e  denso  em  H  e  A ∗∗   =  A.   Assim,   D(A ∗ )  ´e  fechado  e  denso  em  H,   o  que  implica que  D(A ∗ ) = H,  ou  seja,  A ∗   : H → H  ´e  limitado.   Pela  proposi¸c˜ ao  5.109,  A ∗∗   ´e  limitado e  como  A ∗∗   = A  resulta  que  A ´e  limitado. 2 OPERADORES  N ˜ AO  LIMITADOS   295 Proposi¸c˜ao  5.115  Se   A  :   D(A)   ⊂  H  →  H  ´e   sim´etrico,   ent˜ao   A ∗∗   existe   e   A ∗∗   ´e sim´etrico. Demonstra¸c˜ao:   Se  A  ´e  sim´etrico,  ent˜ao  D(A) = H  e  D(A) ⊆ D(A ∗ ) ⊆ H.   Da´ı  segue que D(A ∗ ) ´e denso em H  e, portanto, A ∗∗  existe.   Al´em disso, como A ∗   : D(A ∗ ) ⊂ H →H ´e fechado e D(A ∗ ) = H  temos, pela proposi¸c˜ ao 5.104, que A ∗∗  existe e (A ∗ ) ∗∗   = A ∗∗∗   = A ∗ . Assim,  A ⊆ A ∗ ,  o  que  implica  que  A ∗∗  ⊆ A ∗   e,  portanto,  A ∗∗   ´e  sim´etrico.   2 Defini¸c˜ao  5.116  Um  operador  A  :   D(A) ⊂  H →  H  ´e  dito  auto-adjunto  quando  existe A ∗   e  A ∗   = A. Proposi¸c˜ao  5.117  Se   A  ´e   um  operador   sim´etrico   de   H  e   A  ´e   sobrejetivo,   ou   seja, A(D(A)) = H,  ent˜ao  A  ´e  auto-adjunto. Demonstra¸c˜ao:   Como,   por   hip´otese,   j´a  temos   que  A ⊆  A ∗ ,   resta-nos   mostrar   que D(A ∗ ) ⊂ D(A).   De fato, consideremos v ∈ D(A ∗ ) e A ∗ v  = v ∗  ∈ H.   Como A ´e sobrejetivo, existe  w ∈ D(A)  tal  que  Aw = v ∗ .   Resulta,  para  todo  u ∈ D(A)  que (Au, v) = (u, A ∗ v) = (u, v ∗ ) = (u, Aw) = (Au, w). Portanto,   (Au, v − w)  =  0,   para  todo  u ∈  D(A)  e  como  A(D(A))  =  H  resulta  que (h, v −w) = 0, para todo h ∈ H, o que implica que v −w = 0, e, portanto, v  = w ∈ D(A), de  onde  conclu´ımos  que  D(A ∗ ) ⊆ D(A),  o  que  conclui  a  prova. 2 Proposi¸c˜ao  5.118  Seja A um operador auto-adjunto de H.   Se A ´e invers´ıvel,  ent˜ao sua inversa  A −1 ´e  um  operador  auto-adjunto. Demonstra¸c˜ao:   Mostramos   na  proposi¸c˜ ao  5.103  que  se  existem  A −1 ,   (A −1 ) ∗   ent˜ao existe  (A ∗ ) −1 e  (A ∗ ) −1 =  (A −1 ) ∗ .   Sendo  A  =  A ∗ ,   ser´a  suficiente  mostrarmos  que  existe (A −1 ) ∗ ,   ou  seja,   D(A −1 )  ´e  denso  em  H.   Suponhamos  o  contr´ario,   que  D(A −1 )  n˜ao  seja denso em H.   Ent˜ ao, em virtude do corol´ario 1.29, existe v ,= 0 em H  tal que (Au, v) = 0, para  todo  u ∈ D(A)  (notemos  que  D(A −1 ) = Im(A)).   Mas,  ent˜ao,  (Au, v) = (u, 0),  para todo u ∈ D(A).   Logo, v ∈ D(A ∗ ) e A ∗ v  = Av  = 0, o que acarreta a n˜ao existˆencia de A −1 , 296   INTRODUC¸  ˜ AO   ` A  AN ´ ALISE  FUNCIONAL pois  A  n˜ao  ´e  injetor,   o  que  ´e  um  absurdo  uma  vez  que  A  ´e  invers´ıvel.   Esta  contradi¸c˜ ao veio  do  fato  de  supormos  que  D(A −1 )  n˜ao ´e  denso  em  H.   Assim,  D(A −1 ) ´e  denso  em  H e  portanto  existe  (A −1 ) ∗ ,  o  que  encerra  a  prova. 2 Observa¸c˜ao  5.119  Se  A  ´e  auto-adjunto,  ent˜ao  A  n˜ao  possui  uma  extens˜ao  pr´opria  que seja  auto-adjunta.   De  fato,  se  B  ´e  auto-adjunto  e  A ⊆ B,  ent˜ao  A ∗  ⊇ B ∗ ,  isto ´e,  A ⊇ B, e,  portanto,  A = B. Observa¸c˜ao  5.120  Se  A  ´e  auto-adjunto  e  λ ∈ 1,   ent˜ao  A + λI   ´e  auto-adjunto.   Com efeito,  por  hip´otese,  A = A ∗ .   da´ı  segue  que  se  v ∈ D(A),  ent˜ao, ((A + λI)u, v)   =   (Au, v) + (λ(u, v) = (u, Av) + (u, λv) =   (u, (A + λI)v),   para  todo  u ∈ D(A), o  que  implica  que A +λI  ´e  sim´etrico.   (5.195) Por  outro  lado,  se  v ∈ D((A + λI) ∗ ),  temos ((A + λI)u, v) = (u, (A + λI) ∗ v),   para  todo  u ∈ D(A), o  que  implica (Au, v)   =   (u, (A +λI) ∗ v) −(u, λv) =   (u, (A +λI) ∗ v −λv),   para  todo  u ∈ D(A). Da´ı  segue  que v ∈ D(A) = D(A + λI)   e   Av  = (A + λI) ∗ v −λv ⇒(A −λI)v  = (A + λI) ∗ v.   (5.196) De  (5.195)  e  (5.196)  resulta  que  (A + λI) = (A + λI) ∗ . 5.10   Constru¸c˜ao  de  Operadores  N˜ao  Limitados Sejam  V   e  H  espa¸cos  de  Hilbert  complexos,  cujos  produtos  internos  e  normas  denotare- mos,  respectivamente,  por  ((, )), [[  [[  e  (, ), [  [,  tais  que V  →H,   (5.197) CONSTRUC¸  ˜ AO  DE  OPERADORES  N ˜ AO  LIMITADOS   297 onde  →  designa  a  imers˜ao  cont´ınua  de  um  espa¸co  no  outro.   Suponhamos,  tamb´em  que V  ´e  denso  em  H.   (5.198) Seja a(, ) : V V →C; (u, v) →a(u, v),   uma  forma  sesquilinear  cont´ınua.   (5.199) Definamos: D(A) = ¦u ∈ V ;   a  forma  antilinear  v ∈ V → a(u, v) ´e  cont´ınua   (5.200) com  a  topologia  induzida  por  H¦ . Em  outras  palavras,   estamos  colecionando  em  D(A)  os  elementos  u ∈  V   tais  que  a forma  antilinear g u   : V →C   (5.201) v →g u (v) = a(u, v) ´e  cont´ınua  quando  induzimos  em  V   a  topologia  de  H.   Evidentemente  D(A) ,= ∅  pois 0 ∈ D(A).   Sendo  V   denso  em  H,  podemos  estender  a  aplica¸c˜ao  (5.201)  a  uma  aplica¸c˜ao ˜ g u   : H →C, antilinear  e  cont´ınua  tal  que ˜ g u (v) = g u (v),   para  todo  v ∈ V.   (5.202) Logo,  pelo  Teorema  de  Representa¸c˜ao  de  Riesz,  existe  um  ´ unico  f u  ∈ H  tal  que ˜ g u (v) = (f u , v),   para  todo  v ∈ H.   (5.203) Em  particular,  segue  de  (5.201),  (5.202)  e  (5.203)  que a(u, v) = (f u , v),   para  todo  v ∈ V.   (5.204) Desta  forma,  temos  definida  a  aplica¸c˜ao A : D(A) →H   (5.205) u → Au = f u . 298   INTRODUC¸  ˜ AO   ` A  AN ´ ALISE  FUNCIONAL Conseq¨ uentemente,  chegamos  a  uma  nova  caracteriza¸c˜ao  para  D(A),  a  saber: D(A) = ¦u ∈ V ;   existe  f ∈ H  que  verifica  a(u, v) = (f, v),   para  todo  v ∈ V ¦. (5.206) Com efeito, se u pertence a caracteriza¸c˜ ao dada em (5.200), ent˜ao, pelo que acabamos de  ver,  u  pertence  a  caracteriza¸c˜ao dada  em  (5.206).   Reciprocamente,  seja  u ∈ V  tal  que exista f ∈ H  que verifique a(u, v) = (f, v),  para todo v ∈ V .   Provaremos que a aplica¸c˜ ao dada em (5.201) ´e cont´ınua quando induzimos em V  a topologia de H.   Com efeito, temos [g u (v)[ = [a(u, v)[ = [(f, v)[ ≤ [f[ [v[,   para  todo  v ∈ V, o  que  prova  a  continuidade  de  g u   e  a  equivalˆencia  entre  (5.200)  e  (5.206). Desta  nova  carecteriza¸c˜ao  vem  que  D(A),   em  verdade,   ´e  um  subespa¸co  de  H.   Evi- dentemente  0 ∈ D(A).   Sejam  u 1 , u 2  ∈ D(A)  e  α 1 , α 2  ∈ C.   Ent˜ ao,  existem  f 1 , f 2  ∈ H  tais que  a(u 1 , v) = (f 1 , v)  e  a(u 2 , v) = (f 2 , v),  para  todo  v ∈ V .   Contudo,  (α 1 f 1  + α 2 f 2 ) ∈ H e  como a(α 1 u 1  +α 2 u 2 ) = α 1 a(u 1 , v) + α 2 a(u 2 , v) = (α 1 f 1  +α 2 f 2 , v),   para  todo  v ∈ V, resulta que (α 1 u 1 +α 2 u 2 ) ∈ D(A), o que prova a afirma¸c˜ao.   Conseq¨ uentemente de (5.204) e  (5.205)  e  do  fato  que  D(A) ´e  um  subespa¸co  vetorial  fica  definido  um  operador  linear A : D(A) →H u →Au, onde (Au, v) = a(u, v)   para  todo  u ∈ D(A)  e  para  todo  v ∈ V.   (5.207) Notemos   que   se   H  tem  dimens˜ao  finita,   ent˜ ao  a  condi¸c˜ ao  (5.198)   ´e   satisfeita  se   e somente  se  V   =  H.   Com  efeito,   se  V   =  H  nada  temos   a  provar.   Agora,   se  H  tem dimens˜ao  finita,  ent˜ ao  V   tamb´em  o  tem  e,  neste  caso,  V   ´e  um  subespa¸co  fechado  de  H, pois V  ´e Hilbert e as topologias de V  e H  s˜ao equivalentes.   Sendo V  denso em H  resulta que  V  = H,  o que prova o desejado.   Neste  caso,  A ser´a um  operador linear limitado  pois de  (5.207)  e  do  fato  que  V  →H  vem  que (Au, Au) = a(u, Au) ⇒[Au[ 2 ≤ C 1 [[u[[ [[Au[[ ≤ C 2 [u[ [Au[, ou  seja, [Au[ ≤ C 2 [u[,   para  todo  u ∈ H. CONSTRUC¸  ˜ AO  DE  OPERADORES  N ˜ AO  LIMITADOS   299 Devido  a  este  fato,   j´a  que  estamos  interessados  em  operadores  A  n˜ao  limitados,   no que  segue  nesta  se¸c˜ao,   faremos  a  hip´otese  que  H  ´e  de  dimens˜ao  infinita  e,   portanto,   V tamb´em  o  ser´a,   j´a  que  se  V   tivesse  dimens˜ao  finita  ent˜ ao  V   =  V   (pois  seria  fechado)  e como  V   =  H  ter´ıamos  que  V   =  H,   o  que  ´e  um  absurdo.   Tamb´em,   em  toda  esta  se¸c˜ ao, faremos a hip´otese que V , H  e a(u, v) est˜ao nas condi¸c˜oes (5.197), (5.198) e (5.199).   Neste contexto,   diremos  que  o  operador  A  ´e  definido  pela  terna ¦V, H; a(u, v)¦  e  denotaremos tal  fato  escrevendo: A ←→¦V, H; a(u, v)¦   (5.208) As propriedades interessantes de A aparecem quando a forma sesquilinear a(u, v), al´em da  continuidade  satisfaz  a  condi¸c˜ ao  de  coercividade  dada  por Existe  uma  constante  α > 0  tal  que   (5.209) [a(v, v)[ ≥ α[[v[[ 2 ,   para  todo  v ∈ V. Esta  condi¸c˜ ao  ser´a  fundamental  na  teoria  que  vamos  construir  ao  longo  das  pr´oximas se¸c˜ oes. Teorema  5.121  Sejam  V   e  H  espa¸cos  de  Hilbert   com  V   →  H  sendo  V   denso  em  H. Se  a(u, v)  ´e  uma  forma  sequilinear,   cont´ınua  e  coerciva  em  V ,   ent˜ao,   para  cada  f ∈  H, existe  um  ´ unico  u ∈ D(A)  tal   que  Au = f. Demonstra¸c˜ao: Pela  caracteriza¸c˜ ao  de  D(A)  dada  em  (5.206)  e  do  operador  A  dada  em  (5.207),   os problemas  (A)  e  (B)  abaixo (A) _ Dado  f ∈ H,   existe  u ∈ D(A) tal  que  Au = f, e   (B) _ Dado  f ∈ H,   existe  u ∈ V tal  que  a(u, v) = (f, v),   para  todo  v ∈ V, s˜ao  equivalentes.   Com  efeito: (A) ⇒ (B).  Seja  f ∈ H.   Ent˜ ao  por  (A)  existe  u ∈ D(A) ⊂ V   tal  que  Au = f.   Como u ∈  D(A)   ent˜ao  por   (5.206)   existe  g ∈  H  tal   que  a(u, v)   =  (g, v),   para  todo  v ∈  V . Contudo  de  (5.207)  resulta  que  (Au, v)  =  a(u, v),para  todo  v ∈  V   e,   por  transitividade, vem ent˜ ao que (Au, v) = (g, v), para todo v ∈ V .   Segue da´ı, face a densidade de V  em H que  Au = g.   Logo,  a(u, v) = (f, v),  para  todo  v ∈ V . 300   INTRODUC¸  ˜ AO   ` A  AN ´ ALISE  FUNCIONAL (B) ⇒  (A).   Seja  f ∈  H.   Ent˜ao,   por  (B)  existe  u ∈  V   tal   que  a(u, v)  =  (f, v),   para todo  v ∈  V .   Segue  de  (5.206)   que  u ∈  D(A)   e  de  (5.207)   que  (Au, v)   =  (f, v),   para todo  v ∈  V .   Logo,   pela  densidade  de  V   em  H  conclu´ımos  que  Au  =  f,   o  que  prova  a equivalˆencia  entre  os  problemas  (A)  e  (B). Como a(u, v) ´e uma forma sesquilinear cont´ınua, ent˜ ao, de acordo com a teoria desen- volvidade  nas  se¸c˜oes  5.2  e  5.3,  existe  um  operador / ∈ /(V )  tal  que a(u, v) = ((/u, v)),   para  todo  u, v ∈ V.   (5.210) Por  outro  lado,  para  cada  f ∈ H,  fixado,  a  forma  antilinear g f   : V →C v →g f (v) = (f, v) ´e  cont´ınua  pois   V   →  H.   Pelo  Teorema  de   Representa¸ c˜ao  de   Riesz,   existe   um  ´ unico Tf ∈ V   tal  que g f (v) = ((Tf, v)),   para  todo  v ∈ V, ou  seja, (f, v) = ((Tf, v)),   para  todo  v ∈ V.   (5.211) Segue  imediatamente  de  (5.210)  e  (5.211)  que  os  problemas  (B)  e  (C)  abaixo (B) _ Dado  f ∈ H,   existe  u ∈ V   tal  que a(u, v) = (f, v),   para  todo  v ∈ V e   (C) _ Dado  f ∈ H,   existe  u ∈ V   tal  que ((/u, v)) = ((Tf, v)),   para  todo  v ∈ V, s˜ao equivalentes.   Portanto, basta resolvermos um dos problemas (A), (B) ou (C), acima. Em verdade, resolveremos o problema (C).   Assim, o Teorema resultar´a se provarmos que Dado  f ∈ H,   existe  um  ´ unico  u ∈ V   tal  que /u = Tf,   (5.212) ou,  equivalentemente,  que / ´e  um  isomorfismo.   (5.213) ´ E  o  que  faremos  a  seguir.   Temos  de  (5.210)  que [((/v, v))[ = [a(v, v)[ ≥ α[[v[[ 2 ,   para  todo  v ∈ V,   (5.214) CONSTRUC¸  ˜ AO  DE  OPERADORES  N ˜ AO  LIMITADOS   301 onde  α  >  0  ´e  a  constante  de  coecividade  de  a(u, v).   Logo,   supondo  que /v  =  0  resulta de  (5.214)  que  v  = 0,  o  que  prova  a  injetividade  do  operador /.   Provaremos,  a  seguir,  a sobrejetividade  do  mesmo.   Antes,  por´em,  provaremos  que /V   ´e  fechado.   (5.215) De  fato,  seja ¦v ν ¦ ν∈N   uma  sucess˜ao  de  elementos  de  V   e  w ∈ V   tais  que /v ν  →w   em  V   quando  ν →+∞.   (5.216) Segue  (5.214)  que,  para  todo  ν, µ ∈ N,  temos [((/v ν  −/v µ , v ν  −v µ ))[ ≥ α[[v ν  −v µ [[ 2 , o  que  implica [[/v ν  −/v µ [[ ≥ α[[v ν  −v µ [[.   (5.217) Contudo  de  (5.216)  resulta  que ¦/v ν ¦  ´e  uma  seq¨ uˆencia  de  Cauchy  posto  que  ´e  con- vergente e de (5.217) vem ent˜ ao que ¦v ν ¦ tamb´em ´e de Cauchy em V .   Logo, existe v ∈ V tal  que v ν  → v  em  V   quando  ν →+∞.   (5.218) Pela  continuidade  de /  conclu´ımos  que /v ν  →/v  em  V   quando  ν →+∞.   (5.219) Logo,   de  (5.216)  e  (5.219),   pela  unicidade  do  limite,   resulta  que  w  = /v  e  portanto /V   ´e  fechado,   o  que  prova  (5.215).   Resulta  da´ı   e  sendo  V   um  espa¸co  de  Hilbert  que podemos  escrever V  = /V ⊕/V ⊥ . Para  concluirmos  a  demostra¸c˜ao,  basta  provarmos  que /V ⊥   = ¦0¦.   (5.220) Suponhamos,  por  contradi¸c˜ao,  que  exista  w ∈ /V ⊥   com  w ,= 0.   Ent˜ao, ((/v, w)) = 0,   para  todo  v ∈ V, 302   INTRODUC¸  ˜ AO   ` A  AN ´ ALISE  FUNCIONAL e,  em  particular,  para  v  = /w  resulta  que 0 = ((/w, w)) ≥ α[[w[[ 2 , o  que   implica  que   w  =  0,   o  que  ´e  uma  contradi¸c˜ ao.   Logo,   fica  provada  a  afirma¸c˜ ao em  (5.220),   o  que  prova  que  V   = /V ,   ou  seja, /  ´e  sobrejetor.   Isto  prova  (5.213)   e conseq¨ uentemente  o  teorema.   2 Observa¸c˜ao  5.122  No  decorrer  da  demonstra¸c˜ao  do  teorema  anterior,   definimos  uma aplica¸c˜ao  antilinear  e  cont´ınua g f   : V →C   (5.221) v →g f (v) = (f, v). Pelo  Teorema  de  Riesz  vinha  ent˜ao  a  existˆencia  de  um  ´ unico  Tf ∈ V   tal   que g f (v) = ((Tf, v)),   para  todo  v ∈ V. Mais  al´em,  temos  tamb´em  que [[g f [[ V     = [[Tf[[. Decorre  da´ı  e  de  (5.221)  e  em  virtude  de  V  →H  que [[Tf[[ = [[g f [[ V     =   sup v∈V ;||v||=1 [g f (v)[ =   sup v∈V ;||v||=1 [(f, v)[   (5.222) ≤   sup v∈V ;||v||=1 [f[ [v[ ≤ C   sup v∈V ;||v||=1 [f[ [[v[[ = C [f[. Do  exposto,  fica  definida  uma  aplica¸c˜ao T  : H →V   (5.223) f →Tf, onde ((Tf, v)) = (f, v)),   para  todo  v ∈ V. Observamos  que  T  ´e  claramente  linear  e  de  (5.222)  resulta  que  T  ´e  limitada,   isto  ´e, T ∈ /(H, V ).   Agora de (5.212) resulta que a solu¸c˜ao do problema (A) acima mencionado ´e  da  forma u = / −1 Tf.   (5.224) (vide  esquema  abaixo) CONSTRUC¸  ˜ AO  DE  OPERADORES  N ˜ AO  LIMITADOS   303 H   V   V E   E ' f   Tf  = /u   u = / −1 Tf T   / −1 / Figura  5.2:   Isomorfismo / Corol´ario  5.123  (Lema  de  Lax-Milgram)   Seja L(v) uma forma antilinear e cont´ınua em V  e a(u, v) uma forma sesquilinear cont´ınua e coerciva em  V .   Ent˜ao,  existe um  ´ unico u ∈ V   tal   que  a(u, v) = L(v),  para  todo  v ∈ V . Demonstra¸c˜ao:   Sendo  L(v)   uma  forma  antilinear,   existe,   pelo  Teorema  de   Repre- senta¸ c˜ao  de  Riesz,  w ∈ V   tal  que L(v) = ((w, v)),   para  todo  v ∈ V.. Pondo, u = / −1 w, ent˜ ao, L(v) = ((w, v)) = ((// −1 w, v)) = ((/u, v)) = a(u, v), conforme  quer´ıamos  demonstrar.   2 Proposi¸c˜ao  5.124  Seja A um operador definido pela terna ¦V, H, a(u, v)¦ nas condi¸c˜oes (5.197),  (5.198)  e  (5.199).   Suponhamos  tamb´em  que  a(u, v)  verifica  a  condi¸c˜ao  de  core- cividade  em  (5.209).   Ent˜ao,  D(A)  ´e  denso  em  H  e  A  ´e  um  operador  fechado  de  H. Demonstra¸c˜ao:   Sendo  H  um  espa¸co  de  Hilbert  e  D(A)  um  subespa¸co  de  H,  podemos escrever H  = D(A) ⊕D(A) ⊥ , j´a que D(A) ⊥ = D(A) ⊥ .   Para concluirmos que D(A) ´e denso em H, basta provarmos que D(A) ⊥   = ¦0¦.   (5.225) 304   INTRODUC¸  ˜ AO   ` A  AN ´ ALISE  FUNCIONAL Com  efeito,  seja  f ∈ D(A) ⊥ .   Ent˜ao, (f, u) = 0   para  todo  u ∈ D(A).   (5.226) De acordo com o teorema 5.121, existe u 0  ∈ D(A) tal que Au 0   = f.   Temos, de (5.226) e  de  (5.207)  que 0 = (f, u) = (Au 0 , u) = a(u 0 , u),   para  todo  u ∈ D(A). Em  particular, 0 = a(u 0 , u 0 ) ≥ α[[u 0 [[ 2 , o que implica que u 0   = 0 e conseq¨ uentemente que f  = 0.   Logo, fica provado que D(A) ⊥  ⊂ ¦0¦.   Como  a  outra  inclus˜ao  ´e  verificada  trivialmente  resulta  (5.225)  e,   portanto,   H  = D(A), o que prova a densidade de D(A) em H.   Provaremos, a seguir, que A´e um operador fechado  de  H.   Com  efeito,  seja ¦u ν ¦ ν∈N  ⊂ D(A)  tal  que u ν  →u  em  H   e   Au ν   = f ν  →f  em  H.   (5.227) Segue da observa¸ c˜ao 5.122, pela continuidade da aplica¸c˜ao T  : H →V  dada em (5.223) que Tf ν  →Tf  em  V.   (5.228) Mas,  sendo / : V →V  um isomorfismo cont´ınuo,  resulta,  pelo Teorema da Aplica¸c˜ ao Aberta  que / −1 : V →V  ´e  cont´ınuo.   Da´ı  e  de  (5.228)  vem  que / −1 Tf ν  →/ −1 Tf  em  V, e  novamente  pela  observa¸c˜ ao  5.122  resulta  que / −1 Tf ν   = u ν ,  e,  portanto u ν  →/ −1 Tf  em  V. Mas,  pela  imers˜ao  V  →H,  esta  ´ ultima  convergˆencia ´e  v´alida  em  H,  ou  seja u ν  →/ −1 Tf  em  H.   (5.229) De  (5.227)  e  (5.229)  pela  unicidade  do  limite  conclu´ımos  que u = / −1 Tf, CONSTRUC¸  ˜ AO  DE  OPERADORES  N ˜ AO  LIMITADOS   305 o  que  acarreta,  pela  observa¸c˜ ao  5.122  que u ∈ D(A)   e   Au = f. Assi,  A ´e  um  operador  fechado  de  H  e  a  demonstra¸c˜ ao  fica  conclu´ıda.   2 Denotaremos  por  a ∗ (u, v)  a  forma  sesquilinear  adjunta  de  a(u, v),  isto ´e a ∗ (u, v) = a(v, u).   (5.230) Temos  que  a ∗ (u, v)  ´e  uma  forma  sesquilinear  cont´ınua  de  V  V   e  ´e  tamb´em  coeciva desde  que  a(u, v)  tamb´em  o  seja. Por A ∗  ser´a denotado o operador definido pela terna ¦V, H; a ∗ (u, v)¦, que denotaremos por A ∗  ←→¦V, H; a ∗ (u, v)¦.   (5.231) Conv´em notar que se a(u, v) for coerciva, ent˜ ao A ∗   possuir´a todas as propriedades que foram  obtidas  para  A  no  Teorema  5.121  e  na  proposi¸c˜ao  5.124  .   Em  verdade,   temos  o seguinte  resultado. Proposi¸c˜ao  5.125  O  operador  A ∗   definido  pela  terna ¦V, H; a ∗ (u, v)¦,  com  a(u, v)  coer- civa,  ´e  o  adjunto  de  A  definido  pela  terna ¦V, H, a(u, v)¦. Demonstra¸c˜ao:   Seja  A 1   o  adjunto  de  A,   que  existe  em  virtude  da  proposi¸c˜ ao  5.124. Lembremos  que D(A 1 ) = ¦v ∈ H;   existe  v ∗  ∈ H  que  verifica  A ∗ u = A 1 u   para  todo  u ∈ D(A ∗ )¦. (5.232) Provaremos  que D(A ∗ ) = D(A 1 )   e   A ∗ u = A 1 u,   para  todo  u ∈ D(A ∗ ).   (5.233) Mostraremos,  inicialmente,  que D(A ∗ ) ⊂ D(A 1 ).   (5.234) Com  efeito,  seja  v ∈ D(A ∗ )  e  consideremos  u ∈ D(A).   Temos  de  (5.207)  que (Au, v) = a(u, v) = a ∗ (v, u) = (A ∗ v, u) = (u, A ∗ v).   (5.235) 306   INTRODUC¸  ˜ AO   ` A  AN ´ ALISE  FUNCIONAL Logo, de (5.232) e (5.235) resulta que v ∈ D(A 1 ), o que prova (5.234).   Reciprocamente, provaremos  que D(A 1 ) ⊂ D(A ∗ ).   (5.236) de  fato,   seja  v ∈  D(A 1 ).   Sendo  A ∗   sobrejetor  (c.f.   Teorema  5.121  adaptado)  existe v 0  ∈  D(A ∗ )  tal   que  A ∗ v 0   =  A 1 v.   Temos,   para  todo  u ∈  D(A)  em  virtude  de  A 1   ser  o adjunto  de  A  e  por  (5.235)  que (Au, v) = (u, A 1 v) = (u, A ∗ v 0 ) = (Au, v 0 ),   para  todo  u ∈ D(A), ou  ainda, (Au, v −v 0 ) = 0,   para  todo  u ∈ D(A). Como  A ´e  um  operador  sobrejetor  resulta  que  v  = v 0 ,  o  que  implica  que  v ∈ D(A ∗ )  o que  prova  (5.236),  e,  al´em  disso, A ∗ v  = A 1 v,   para  todo  v ∈ D(A 1 ). Assim,  a  demonstra¸c˜ ao  est´a  conclu´ıda.   2 Observa¸c˜ao  5.126  Como   conseq¨ uˆencia   da   Proposi¸c˜ao   9,   vem  que   A  ´e   auto-adjunto, isto  ´e,   A  =  A ∗ ,   se  a(u, v)  ´e  hermitiana.   Com  efeito,   sendo  a(u, v)   hermitiana,   ent˜ao a(u, v) = a(v, u)  e  portanto a ∗ (u, v) = a(u, v) ⇒ A ∗   = A. Proposi¸c˜ao  5.127  Seja A um operador definido pela terna ¦V, H; a(u, v)¦ nas condi¸c˜oes (5.197),   (5.198)   e  (5.199).   Suponhamos   que  V   est´a  contido  estritamente  em  H  e  que a(u, v)  seja  coerciva.   Ent˜ao,  A  ´e  um  operador  n˜ao  limitado  de  H. Demonstra¸c˜ao:   Suponhamos, por contradi¸c˜ ao, que A seja limitado.   Ent˜ao, existe uma constante  C  >  0  tal   que [Au[ ≤  C [u[,   para  todo  u ∈  D(A).   Temos,   em  virtude  da corcividade  de  a(u, v)  que α[[u[[ 2 ≤ [a(u, u)[ = [(Au, u)[ ≤ [Au[ [u[ ≤ C [u[ 2 ,   para  todo  u ∈ D(A). CONSTRUC¸  ˜ AO  DE  OPERADORES  N ˜ AO  LIMITADOS   307 Da´ı, [[u[[ ≤ C 1 [u[,   para  todo  u ∈ D(A).   (5.237) Agora,   como  V   →  H  resulta  de  (5.237)   que,   em  D(A),   as   normas [[  [[   e [  [   s˜ao equivalentes.   Consideremos,   ent˜ ao,   v ∈  H.   Pela  proposi¸c˜ ao  5.124  temos   que  D(A)  ´e denso  em  H.   Logo,  existe  uma  seq¨ uˆencia ¦v ν ¦ ⊂ D(A)  tal  que v ν  →v  em  H.   (5.238) Resulta  da  convergˆencia  em  (5.238)  e  da  equivalˆencia  das  normas  em  D(A)  que ¦v ν ¦ ´e  uma  suces˜ao  de  Cauchy  com  a  norma [[  [[.   Logo,  existe  w ∈ V   tal  que v ν  →w   em  V,   (5.239) convergˆencia  esta  que  tamb´em ´e  v´alida  em  H.   Portanto,  pela  unicidade  do  limite  em  H, resulta  de  (5.238)  e  (5.239)  que  v  = w,  ou  seja,  V  = H,  o  que ´e  um  absurdo,  o  que  prova que  A ´e  n˜ao  limitado. 2 A seguir, veremos alguns exemplos de operadores A definidos pela terna V, H; a(u, v). Exemplo  1:   Sejam V  = H 1 (1 n ),   H  = L 2 (1 n ), a(u, v) = n  i=1 _ R n ∂u ∂x i ∂v ∂x i dx + _ R n uv dx;   u, v ∈ H 1 (1 n ). Ent˜ao,  V   e  H  satisfazem  as  condi¸c˜ oes  (5.197)  e  (5.198)  e  a(u, v)  satisfaz  as  condi¸c˜ oes (5.199)  e  (5.209)  pois  a(u, v) = ((u, v)).   Denotaremos  por  M  ao  subespa¸co M  := ¦u ∈ H 1 (1 n ); ∆u ∈ L 2 (1 n )¦. Mostraremos  que D(A) = M  e  A = −∆ + I.   (5.240) Com  efeito,   seja  u ∈  D(A).   Ent˜ao,   por  (5.206)  vem  que  u ∈  H 1 (1 n )  e  existe  f ∈ L 2 (1 n )  tal  que n  i=1 _ R n ∂u ∂x i ∂v ∂x i dx + _ R n uv dx = _ R n fv dx,   para  todo  v ∈ H 1 (1 n ). 308   INTRODUC¸  ˜ AO   ` A  AN ´ ALISE  FUNCIONAL Tomando-se  ϕ ∈ C ∞ 0   (1 n )  na  identidade  acima  resulta  que ¸−∆u + u, ϕ) = ¸f, ϕ) ,   para  todo  ϕ ∈ C ∞ 0   (1 n ), isto ´e,  ∆u ∈ L 2 (1 n ).   Logo,  u ∈ M  e,  portanto, D(A) ⊂ M.   (5.241) Reciprocamente,   consideremos  u ∈  M.   Ent˜ao,   u ∈  H 1 (1 n )  e  (−∆u + u) ∈  L 2 (1 n ), donde,  para  todo  ϕ ∈ C ∞ 0   resulta  que (−∆u + u, ϕ) = a(u, ϕ).   (5.242) Agora,  se  v ∈ H 1 (1 n ),  existe ¦ϕ ν ¦ ν∈N  ⊂ C ∞ 0   (1 n )  tal  que ϕ ν  →v   em  H 1 (1 n ),   quando  ν →+∞.   (5.243) Assim,  de  (5.242),  para  todo  ν ∈ N,  obtemos (−∆u + u, ϕ ν ) = a(u, ϕ ν ). Tomando-se  o  limite  na  identidade  acima,  resulta  de  (5.243)  que (−∆u + u, v) = (a(u, v),   para  todo  v ∈ H 1 (1 n ).   (5.244) Assim,  em  virtude  de  (5.206)  e  (5.244)  vem  que  u ∈ D(A)  e,  desta  forma, M ⊂ D(A).   (5.245) As inclus˜oes em (5.241) e (5.245) provam que M  = D(A) e de (5.244) e (5.207) temos tamb´em  que  Au = −∆U  +u,  o  que  prova  (5.240). Da Observa¸c˜ ao 5.126 e da proposi¸c˜ ao 5.127 resulta que A ´e um operador auto-adjunto e  n˜ao  limitado.   Observamos  que  pelo  Teorema  5.121  resolveu-se  o  seguinte  problema: _ Dado  f ∈ L 2 (1 n ),   existe  um  ´ unico  u ∈ H 1 (1 n )  tal  que −∆u + u = f  q.   s.   em 1 n . Provaremos,  a  seguir,  que  na  verdade  H 2 (1 n ) = D(A),  ou  seja, H 2 (1 n ) = ¦u ∈ L 2 (1 n ); ∆u ∈ L 2 (1 n )¦.   (5.246) CONSTRUC¸  ˜ AO  DE  OPERADORES  N ˜ AO  LIMITADOS   309 Evidentemente, ´e  imediato  que H 2 (1 n ) ⊂ ¦u ∈ L 2 (1 n ); ∆u ∈ L 2 (1 n )¦. Reciprocamente,  seja  u ∈ L 2 (1 n )  tal  que  ∆u ∈ L 2 (1 n ).   Temos, ¯ ∂ 2 u ∂x 2 j (ξ) = (2πiξ j ) 2 ˆ u(ξ), o  que  implica  que ´ ∆u(ξ) = ¯n  j=1 ∂ 2 u ∂x 2 j (ξ) = −2π _   n  j=1 ξ 2 j _ 2 ˆ u(ξ) = −2π[[ξ[[ 2 ˆ u(ξ) Segue  desta  ´ ultima  identidade  que [[ξ[[ 2 ˆ u(ξ) ∈ L 2 (1 n ), o  que  implica  que (1 +[[ξ[[ 2 )ˆ u(ξ) ∈ L 2 (1 n ).   (5.247) Contudo,  lembrando  que H 2 (1 n ) = ¦u ∈ o  (1 n ); (1 +[[ξ[[ 2 )ˆ u(ξ) ∈ L 2 (1 n )¦, resulta  de  (5.247)  que  u ∈ H 2 (1 n ),  o  que  prova  (5.246). Exemplo  2:   Ao  contr´ ario  do  exemplo  1  no  qual  primeiro  deu-se  V ,  H  e  a(u, v)  e  depois determinou-se o operador  A e o correspondente problema em  equa¸c˜oes diferenciais parci- ais,   aqui   primeiro  formularemos  o  problema,   conseq¨ uentemente  o  operador  A  e,   depois, para  a  resolu¸c˜ao  do  mesmo,  determinaremos  V,   H  e  a(u, v).   Seja  Ω  um  aberto  limitado de 1 n com  fronteira  Γ  regular.   Consideremos  o  seguinte  problema  de  Dirichlet: _ ¸ ¸ _ ¸ ¸ _ Dado  f  : Ω →C,   existe  uma  ´ unica  u : Ω →C  tal  que −∆u = f   em  Ω, u[ Γ   = 0. (5.248) Usaremos  o  Lema  de  Lax-Milgram  para  resolver  este  problema.   No  que  segue,  proce- dermos  formalmente.   Multipliando-se  a  equa¸c˜ao  (5.248)  por  uma  fun¸c˜ao  v  admiss´ıvel   e integrando-se  em  Ω,  obtemos − _ Ω ∆uv dx = _ Ω fv dx. 310   INTRODUC¸  ˜ AO   ` A  AN ´ ALISE  FUNCIONAL Pela  f´ormula  de  Green,  resulta  da  identidade  acima  que n  i=1 _ Ω ∂u ∂x i ∂v ∂x i dx − _ Γ ∂ ν uv dΓ = _ Ω fv dx. Admitindo-se  que  v  = 0  em  Γ  resulta  que n  i=1 _ Ω ∂u ∂x i ∂v ∂x i dx = _ Ω fv dx. ´ E  natural  ent˜ ao  considerarmos V  = H 1 0 (Ω),   H  = L 2 (Ω)   e  a(u, v) = n  i=1 _ Ω ∂u ∂x i ∂v ∂x i dx,   para  todo  u, v ∈ H 1 0 (Ω). Pela  desigualdade  de  Poincar´e  vem  que  a(u, v) ´e  um  produto  interno  em  H 1 0 (Ω),  por- tanto  uma  forma  sequilinear   hermitiana  estritamente   positiva  e   coreciva.   Tamb´em,   a aplica¸c˜ ao  v →  (f, v)  ´e  uma  forma  antilinear  cont´ınua  em  V .   Assim,   pelo  Lema  de  Lax Milgram,  existe  uma  solu¸c˜ ao  u  do  seguinte  problema _ Dado  f ∈ L 2 (Ω),   existe  um  ´ unico  u ∈ H 1 0 (Ω)  tal  que a(u, v) = (f, v)   para  todo  v ∈ H 1 0 (Ω). (5.249) Tomando-se  v ∈ C ∞ 0   (Ω),  resulta  da  igualdade  em  (5.249)  que −∆u = f  em T  (Ω), e,  portanto,  quase  sempre  em  Ω,  pois  f ∈ l 2 (Ω).   Assim,  temos  determinado  uma  solu¸c˜ao u  do  problema _ Dado  f ∈ L 2 (Ω),   existe  um  ´ unico  u ∈ H 1 0 (Ω)  tal  que −∆u = f   q.s.   em  Ω, (5.250) que  ´e  denominada  uma  solu¸c˜ao  fraca  do  problema  (5.248).   Observamos  que  a  condi¸c˜ ao γ 0 u = u[ Γ   = 0 para a solu¸c˜ao u de (5.250) s´o faz sentido se Ω for bem  regular (ou Γ for de classe C 1 por partes).   Claramente V , H  e a(u, v) satisfazem as condi¸c˜oes (5.197), (5.198), (5.199)  e  (5.209)  e  o  operador  A  determinado  por  esta  terna ´e  caracterizado  por D(A) = ¦u ∈ H 1 0 (Ω); ∆u ∈ L 2 (Ω)¦,   A = −∆.   (5.251) Com efeito, seja u ∈ D(A).   Ent˜ ao, existe f ∈ L 2 (Ω) tal que a(u, v) = (f, v), para todo v ∈ H 1 0 (Ω).   Donde, tomando-se ϕ ∈ C ∞ 0   (Ω), resulta que ¸−∆u, ϕ) = ¸f, ϕ), o que implica CONSTRUC¸  ˜ AO  DE  OPERADORES  N ˜ AO  LIMITADOS   311 que −∆u = f ∈ L 2 (Ω)  e,  portanto,  u ∈ ¦u ∈ H 1 0 (Ω); ∆u ∈ L 2 (Ω)¦.   Reciprocamente,  seja u ∈ H 1 0 (Ω)  tal  que  ∆u ∈ L 2 (Ω).   Assim,  para  toda  ϕ ∈ C ∞ 0   (Ω),  obtemos (−∆u, ϕ) = a(u, ϕ). Agora, se v ∈ H 1 0 (Ω), ent˜ ao existe ¦ϕ ν ¦ ν∈N  ⊂ C ∞ 0   (Ω) tal que ϕ ν  →v em H 1 0 (Ω).   Logo, para  cada  ν ∈ N  tem-se (−∆u, ϕ ν ) = a(u, ϕ ν ), e,  na  situa¸c˜ao  limite  resulta  que (−∆u, v) = a(u, v),   para  todo  v ∈ H 1 0 (Ω), donde  se  conclui  que  u ∈ D(A)  e  Au = −∆u,  o  que  prova  (5.251). Da  observa¸c˜ ao  5.126  e  da  proposi¸c˜ao  5.127  vem  que  A  ´e  um  operador  auto-adjunto n˜ao  limitado  de  L 2 (Ω).   Observamos  que  Ω  for  bem  regular  (ou  C 2 por  partes)  a  solu¸c˜ ao u  de  (5.250)  pertence  a  H 2 (Ω).   Neste  caso, D(A) = H 2 (Ω) ∩ H 1 0 (Ω). Exemplo  3:   Seja  Ω ⊂ 1 n um  aberto  limitado  com  fronteira  bem  regular.   Estudaremos, neste  exemplo,  o  problema  de  Neumann _ ¸ ¸ _ ¸ ¸ _ Dado  f  : Ω →C,   existe  uma  ´ unica  u : Ω →C  tal  que −∆u + u = f   em  Ω, ∂ ν u[ Γ   = 0. (5.252) Procederemos  formalmente  como  no  exemplo  anterior.   Seja  v  uma  fun¸c˜ ao  admiss´ıvel. Multiplicando-se  a  equa¸c˜ao  (5.252)  por  v,  obtemos − _ Ω ∆uv dx + _ Ω uv dx = _ Ω fv dx. Aplicando-se  a  f´ormula  de  Grenn,  resulta  que n  i=1 _ Ω ∂u ∂x i ∂v ∂x i dx + _ Γ ∂ ν uv dΓ + _ Ω uv dx = _ Ω fv dx. Mas,  da  condi¸c˜ ao  de  fronteira  dada  em  (5.252)  obtemos n  i=1 _ Ω ∂u ∂x i ∂v ∂x i dx + _ Ω uv dx = _ Ω fv dx. 312   INTRODUC¸  ˜ AO   ` A  AN ´ ALISE  FUNCIONAL Da  identidade  acima ´e  natural  considerarmos V  = H 1 (Ω),   H  = L 2 (Ω), a(u, v) = n  i=1 _ Ω ∂u ∂x i ∂v ∂x i dx + _ Ω uv dx,   u, v ∈ H 1 (Ω), ou  seja,   a(u, v)  =  ((u, v)).   Pelo  Lema  de  Lax-Milgram  e  face  a  linearidade  do  problema em  quest˜ao,  existe  uma  ´ unica  solu¸c˜ao  do  problema _ Dado  f ∈ L 2 (Ω),   existe  um  ´ unico  u ∈ H 1 (Ω)  tal  que a(u, v) = (f, v)   para  todo  v ∈ H 1 (Ω). (5.253) Fazendo v  percorrer C ∞ 0   (Ω) resulta que −∆u +u = f.   Logo, temos determinado uma solu¸c˜ ao  u  do  problema _ Dado  f ∈ L 2 (Ω),   existe  um  ´ unico  u ∈ H 1 (Ω)  tal  que −∆u +u = f   quase  sempre  em  Ω. (5.254) Claramente  V ,  H  e  a(u, v)  satisfazem  as  condi¸c˜oes  (5.197),  (5.198),  (5.199)  e  (5.209) e  o  operador  A  determinado  por  esta  terna ´e  caracterizado  por D(A) = ¦u ∈ H 1 (Ω); ∆u ∈ L 2 (Ω)¦, A = −∆u + u. De novo, segue da observa¸c˜ao 5.126 e da proposi¸c˜ao 5.127 que A ´e um operador auto- adjunto n˜ao limitado de L 2 (Ω).   Ainda,  como Ω ´e bem regular,  mostra-se que a solu¸c˜ ao  u de  (5.254)  pertence  a  H 2 (Ω).   Logo, γ 1 u ∈ H 1/2 (Γ),   onde   γ 1   ( ´e  tra¸co  de  ordem  1)   (5.255) Pela  f´ormula  de  Green  generalizada  e  para  todo  v ∈ H 1 (Ω)  resulta  de  (5.254)  que _ Ω fv dx = _ Ω (−∆u + u)v dx = a(u, v) −(γ 1 u, γ 0 v) L 2 (Γ) , e  de  (5.253)  vem  que (γ 1 u, γ 0 v) L 2 (Γ)   = 0,   para  todo  v ∈ H 1 (Ω).   (5.256) Identificando-se o L 2 (Γ) com o seu dual (L 2 (Γ))  , via Teorema de Riesz, temos a cadeia de  imers˜oes  cont´ınuas  e  densas H 1/2 (Γ) →L 2 (Γ) → _ L 2 (Γ) _  →H −1/2 (Γ). CONSTRUC¸  ˜ AO  DE  OPERADORES  N ˜ AO  LIMITADOS   313 Resulta  da´ı,  de  (5.255),  (5.256)  e  do  fato  que  γ 0 v ∈ H 1/2 (Γ),  que ¸γ 1 u, γ 0 v) H −1/2 (Γ),H 1/2 (Γ)   = 0,   para  todo  v ∈ H 1 (Ω)   (5.257) e  pela  sobrejetividade  da  aplica¸c˜ao  tra¸co  γ 0 H 1 (Ω) →H 1/2 (Γ)  obtemos  de  (5.257)  que γ 1 u = 0.   (5.258) Assim,  determinou-se  uma  solu¸c˜ao  u  do  problema _ Dado  f ∈ L 2 (Ω),   existe  um  ´ unico  u ∈ H 1 (Ω)  tal  que −∆u + u = f   quase  sempre  em  Ω   e  γ 1 u = 0, que ´e uma solu¸c˜ ao fraca do problema (5.252).   Temos, a partir da´ı, uma nova caracteriza¸c˜ ao de  D(A) D(A) = ¦u ∈ H 2 (Ω); γ 1 u = 0¦,   (5.259) onde  aqui  usamos  o  resultado  de  regularidade  el´ıptica  acima  mencionado. Observa¸c˜ao  5.128  Seja  Ω  um  aberto  limitado  de 1 n com  fronteira  bem  regular.   Con- sideremos  os  operadores  de  L 2 (Ω): A 1   =   −∆ + I,   com  D(A 1 ) = C ∞ 0   (Ω), A 2   =   −∆ + I,   com  D(A 2 ) = H 2 (Ω) ∩ H 1 0 (Ω), A 3   =   −∆ + I,   com  D(A 3 ) = ¦u ∈ H 2 (Ω); γ 1 u = 0¦. Temos  que  A 1   ´e  um  operador  sim´etrico.   Com  efeito,  sabemos  que  C ∞ 0   (Ω)  ´e  denso  em L 2 (Ω).   Agora,  para  todo  u, v ∈ C ∞ 0   (Ω)  temos  que,  em  virtude  da  f´ormula  de  Green  que (A 1 , u, v)   =   (−∆u + u, v) =   − _ Ω ∆uv dx + _ Ω uv dx = n  i=1 _ Ω ∂u ∂x i ∂v ∂x i dx + _ Ω uv dx =   − _ Ω u∆v dx + _ Ω uv dx =   (u, −∆v + v) = (u, A 1 v). 314   INTRODUC¸  ˜ AO   ` A  AN ´ ALISE  FUNCIONAL Segue dos exemplos 2 e 3 que A 2   e A 3   s˜ao extens˜oes auto-adjuntas de A 1 .   Claramente, A 2  ,= A 3 .   Assim,  vemos  que  o  operador  sim´etrico  A 1   possui  mais  de  uma  extens˜ao  auto- adjunta.   Por  outro  lado,  o  operador  determinado  no  exemplo  2,  ou  seja A 1   = −∆  com  D(A 1 ) = H 2 (Ω) ∩ H 1 0 (Ω), ´e  um  operador  n˜ao  limitado  de  L 2 (Ω)  (c.f  proposi¸c˜ao  5.127).   No  entanto,  se  considerar- mos  o  operador A 2   = −∆  com  D(A 2 ) = H 1 0 (Ω), assumindo  valortes  em  h −1 (Ω)  (antidual   de  H 1 0 (Ω),  ou  seja, ¸−∆u, v) H −1 (Ω),H 1 0 (Ω)   = n  i=1 _ Ω ∂u ∂x i ∂v ∂x i dx = a(u, v), ele  ´e  um  operador  limitado.   Disto  decorre  que  a  escolha  do  dom´ınio  de  A  ´e  fundamental para a determina¸c˜ao das propriedades de A.   Qual a rela¸c˜ao que existe entre os operadores A 1   e  A 2   anteriores  ?  Esta  quest˜ao  responderemos  a  seguir. 5.11   Extens˜oes   do   operador   A  definido   pela   terna ¦V, H, a(u, v)¦ Sejam ¦V, H, a(u, v)¦  nas   condi¸c˜ oes   (5.197),   (5.198),   (5.199)   e   (5.209).   Consideremos V  , H  antiduais  de  V   e  H,  respectivamente.   Definamos B  : V →V  (5.260) u →Bu,   onde  Bu : V →C ´e  definido  por ¸Bu, v) V   ,V   = a(u, v). Notemos  que  a  aplica¸c˜ao  acima  est´a  bem  definida.   Com  efeito,   em  virtude  da  con- tinuidade  de  a(u, v),  temos [ ¸Bu, v) [ = [a(u, v)[ ≤ C [[u[[ [[v[[,   onde  C  ´e  uma  constante  positiva  , o  que  prova  que  Bu ∈  V  .   Logo,   B  :  V  →  V  est´a  bem  definida  al´em  de  ser  claramente linear.   Notemos  tamb´em  que [[Bu[[ V     =   sup v∈V ;||v||≤1 [ ¸Bu, v) [ ≤   sup v∈V ;||v||≤1 ¦C [[u[[ [[v[[¦ ≤ C [[u[[. EXTENS ˜ OES  DO  OPERADOR  DEFINIDO  PELA  TERNA ¦V, H, a(u, v)¦   315 Portanto,  B ∈ /(V, V  ).   Identificando-se  H  com  o  seu  antidual  H  ,  temos a  cadeia  de imers˜oes  cont´ınuas  e  densas V  →H  →V  . Logo,  para  todo  u ∈ D(A)  resulta  que ¸Bu, v) V   ,V   = a(u, v) = (Au, v) = ¸Au, v) V   ,V   ,   para  todo  v ∈ V, de  onde  se  conclui  que Bu = Au,   para  todo  u ∈ D(A),   (5.261) ou  seja,  B  ´e  uma  extens˜ao  de  A  a  todo  V .   Conforme  j´a  vimos  anteriormente,  temos [[B[[ L(V,V   )   = [[a[[ L(V ) , onde [[B[[ L(V,V   )   =   inf¦C  > 0; [[Bu[[ V   ≤ C[[u[[,   para  todo  u ∈ V ¦ [[a[[ L(V )   =   inf¦C  > 0; [a(u, v)[ ≤ C [[u[[ [[v[[,   para  todo  u, v ∈ V ¦. No  caso  particular  em  que a(u, v) = ((u, v))   onde   ((, )) ´e  produto  interno  em  V, ent˜ ao,  a  extens˜ao  do  operador  A  dada  em  (5.260) ´e  uma  isometria. Com  efeito,  neste  caso, [ ¸Bu, v) [ = [((u, v))[ ≤ [[u[[ [[v[[,   para  todo  u, v ∈ V, donde  conclu´ımos  que [[Bu[[ V   ≤ [[u[[,   para  todo  u ∈ V.   (5.262) Por  outro  lado,  como [[u[[ 2 = ((u, u)) = [ ¸Bu, u) [ ≤ [[Bu[[ V   [[u[[,   para  todo  u ∈ V, ent˜ ao, [[u[[ ≤ [[Bu[[ V   .   (5.263) 316   INTRODUC¸  ˜ AO   ` A  AN ´ ALISE  FUNCIONAL Logo,  de  (5.262)  e  (5.263)  conclu´ımos  que [[Bu[[ V     = [[u[[,   para  todo  u ∈ V,   (5.264) o  que  prova  a  afirma¸c˜ ao. Se  introduzirmos  em  D(A)  o  produto  interno (u, v) D(A)   = (u, v) + (Au, Av),   para  todo  u, v ∈ D(A),   (5.265) ent˜ ao,  pelo  fato  de  A  ser  fechado,  resulta  que  D(A) ´e  um  espa¸co  de  Hilbert.   Com  efeito, seja ¦u ν ¦ ν∈N   uma  seq¨ uˆencia  de  cauchy  em  D(A).   Temos,  para  todo  ν, µ ∈ N, [[u ν  −u µ [[ 2 D(A)   = [u ν  −u µ [ 2 +[Au ν  −Au µ [ 2 . Como lim ν,µ→+∞ [[u ν  −u µ [[ 2 D(A)   = 0, resulta  que lim ν,µ→+∞ [u ν  −u µ [ = 0   e   lim ν,µ→+∞ [Au ν  −Au µ [   = 0. Logo, ¦u ν ¦  e ¦Au ν ¦  s˜ao  seq¨ uˆencias  de  Cauchy  em  H  e,   portanto,   existem  u, v ∈  H tais  que u ν  →u   e  Au ν  → v  em  H  quando  ν →+∞. Mas,   pelo  fato  de  A  ser  fechado,   vem  que  u ∈  D(A)  e  Au  =  v.   Ent˜ao,   u ν  →  u  em D(A)  o  que  prova  que _ D(A), [[  [[ D(A) _   ´e  um  espa¸co  de  Hilbert.   Provaremos,   a  seguir, que D(A) → V.   (5.266) Com  efeito,  para  todo  u ∈ D(A)  temos,  plea  coercividade  de  a(u, v)  que [[u[[ 2 ≤   1 α [a(u, u)[ =   1 α [(Au, u)[ ≤   1 α [Au[ [u[ ≤   1 2α _ [u[ 2 +[Au[ 2 _ , ou  seja, [[u[[ ≤ C[[u[[ D(A) ,   para  todo  u ∈ D(A), EXTENS ˜ OES  DO  OPERADOR  DEFINIDO  PELA  TERNA ¦V, H, a(u, v)¦   317 o que prova (5.266).   Identificando-se H  com o seu antidual H  resulta a cadeia de imers˜oes cont´ınuas  e  densas. D(A) →V  →H ≡ H  →V  → (D(A))  . Definamos A ∗   : H →(D(A))  (5.267) u → A ∗ u,   onde  A ∗ u : V →C ´e  definido  por ¸A ∗ u, v) (D(A))  ,D(A)   = (u, Av). A  aplica¸c˜ ao  acima  est´a  bem  definida.   Com  efeito,   para  todo  u ∈  H  e   para  todo v ∈ D(A)  temos [ ¸A ∗ u, v) [ = [(u, Au)[ ≤ [u[ [Av[ ≤ [u[ _ [v[ 2 +[Av[ 2 _ 1/2 = [u[ [[v[[ D(A) ,   (5.268) o  que  prova  que  A ∗ u ∈ (D(A))  .   Al´em  disso,  para  todo  u, v ∈ D(A),  supondo  que  a(u, v) seja  hermitiana,  obtemos,  em  virtude  da  observa¸c˜ ao  5.126,  que ¸A ∗ u, v) D(A)  ,D(A)   = (u, Av) = (Au, v) = ¸Au, v) D(A)  ,D(A) ,   para  todo  u, v ∈ D(A), A ∗ u   =  Au,   para  todo  u ∈  D(A),   o  que  prova  que  A ∗   estende  A.   Observamos  que  em D(A)  as  normas [[[u[[[ D(A)   = [Au[   e   [[u[[ D(A) _ [u[ 2 +[Au[ 2 _ 1/2 ,   (5.269) s˜ao equivalentes.   De fato, ´e claro que [[[u[[[ D(A)  ≤ [[u[[ D(A) .   Provaremos a outra inclus˜ao. Temos,  para  todo  u ∈ D(A), [u[ 2 ≤ C 1 [[u[[ 2 ≤   C 1 α  [a(u, u)[ =   C 1 α  [(Au, u)[ ≤ C 2 [Au[ [u[, o  que  implica  que [u[ ≤ C 2 [Au[,  para  todo  u ∈ D(A),  e,  portanto, [[u[[ D(A)   = _ [u[ 2 +[Au[ 2 _ 1/2 ≤ C 4 [Au[, ou  ainda, [[u[[ D(A)  ≤ C[[[u[[[ D(A) ,   (5.270) para  alguma  C  > 0,  o  que  prova  a  equivalˆencia  das  normas  em  (5.269). 318   INTRODUC¸  ˜ AO   ` A  AN ´ ALISE  FUNCIONAL Provaremos, a seguir, que munindo-se D(A) da topologia [[[u[[[ D(A)   = [Au[ resulta que a  extens˜ao  5.267 ´e  uma  isometria.   Com  efeito,  de  (5.268)  temos  que [ ¸A ∗ u, v) [ ≤ [u[ [Av[ = [u[ [[[u[[[ D(A) , donde [[A ∗ u[[ (D(A))  ≤ [u[,   para  todo  u ∈ H.   (5.271) Reciprocamente,  dado  u ∈ H,  existe  v ∈ D(A)  tal  que  Av  = u.   Temos, [u[ 2 ≤ [[A ∗ u[[ D(A)  [Av[ = [[A ∗ u[[ D(A)  [u[, o  que  acarreta  que [u[ ≤ [[A ∗ u[[ D(A)  ,   para  todo  u ∈ H.   (5.272) Assim,  de  (5.271)  e  (5.272)  temos  provado  o  desejado. Observamos, finalmente, que as extens˜oes (5.260) e (5.267) s˜ao, em verdade, bije¸c˜ oes  isom´etricas, respeitando-se as particularidades acima mencionadas.   Com  efeito,  a injetividade resulta imediatamente  do  fato  de  serem  isometrias.   Agora,   a  sobrejetividade  vem  do  Lema  de Lax-Milgram.   de  fato: •   B  ´e  sobrejetiva. Seja  f ∈ V  .   Ent˜ ao,  pelo  Lema  de  Lax-Milgram,  existe  um  ´ unico  u ∈ V   tal  que ¸f, v) V   ,V   = ((u, v)),   para  todo  v ∈ V. Resulta  d´ai  e  de  (5.260)  que ¸Bu, v) V   ,V   = ¸f, v) V   ,V   ,   para  todo  v ∈ V, o  que  implica  que  Bu = f  e  portanto  a  sobrejetividade  de  B. •   A ∗   ´e  sobrejetiva. Seja  f ∈ (D(A))  .   Logo,  por  Lax-Milgram,  existe  um  ´ unico  w ∈ D(A)  tal  que ¸f, v) D(A)  ,D(A)   = (((w, v))) D(A) ,   para  todo  v ∈ D(A). CONSEQU ˆ ENCIAS  DA  ALTERNATIVA  DE  RIEZ-FREDHOLM   319 Contudo,  de  (5.267)  vem  que (((w, v))) D(A)   = (Aw, v) = ¸A ∗ (Aw), v) D(A)  ,D(A) , e pelo fato de A : D(A) →H  ser uma bije¸c˜ao, resulta que existe um ´ unico u ∈ D(A) tal  que  Au = w.   Assim  existe  um  ´ unico  u ∈ D(A)  que  verifica ¸f, v) = ¸a ∗ u, v) ,   para  todo  v ∈ D(A). Segue  da´ı  que  A ∗ u = f,  o  que  prova  a  sobrejetividade  de  A ∗ . 5.12   Conseq¨ uˆencias da Alternativa de Riesz-Fredholm 5.12.1   O  Resolvente  e  o  Espectro  de  um  Operador No que segue, H  ser´a um espa¸co de Hilbert com produto interno (, ).   Seja S um operador fechado de H  com dom´ınio D(S) ⊂ H.   Ent˜ao, conforme vimos anteriormente, munindo-se D(S)  do  produto  interno (u, v) D(S)   = (u, v) + (Su, Sv),   u, v ∈ D(S)   (5.273) tem-se  que  (D(S), [[  [[ D(S) ) ´e  um  espa¸co  de  Hilbert. Seja S  : D(S) ⊂ H → H um operador de H.   Dizemos que λ ∈ C est´a no conjunto  resolvente de  S,  o  qual  ser´a  denotado  por  ρ(S),  se  o  operador R(λ, S) = (S −λI) −1 existe,  est´a  densamente  definido  em  H  e ´e  limitado.   Em  outras  palavras: ρ(S) = ¦λ ∈ C; (S −λI) −1 existe  D((S −λI) −1 ) ´e  denso  em  H  e  (S −λI) −1 ´e  limitado¦ Neste caso, R(λ, S) denomina-se o operador  resolvente de S.   Se λ n˜ao pertence a ρ(S), dizemos  que  λ  pertence  ao  espectro  de  S,  o  qual  ser´a  denotado  por  σ(S).   Assim, σ(S) = C¸ρ(S). Dividiremos  o  espectro  de  S  em  trˆes  partes  disjuntas: (i)  Dizemos  que  λ ∈ σ p   (espectro  puntual)  de  S  se  λ ´e  um  valor  pr´oprio  de  S. 320   INTRODUC¸  ˜ AO   ` A  AN ´ ALISE  FUNCIONAL (ii) Dizemos que λ ∈ σ c   (espectro  cont´ınuo) de S  se o operador (S −λI) −1 existe, est´a densamente  definido  em  H,  por´em  n˜ao ´e  limitado. (iii) Dizemos que λ ∈ σ r   (espectro  residual) de S  se (S −λI) −1 existe, por´em n˜ao est´a densamente  definido  em  H,  podendo  (S −λI) −1 ser  limitado  ou  n˜ao. Observemos  que σ(S) = σ p (S) ∪ σ c (S) ∪ σ r (S)   e  σ p ∩ σ c   = σ p ∩ σ r   = σ c ∩ σ r   = ∅. Tamb´em, C = ρ(S) ∪ σ(S). Sendo  S  fechado,  ent˜ao,  para  todo  λ ∈ ρ(S)  temos  que  R(λ, S) ∈ /(H).   Com  efeito, em  verdade  provaremos  que D(R(λ, S)) = H.   (5.274) De fato, seja y ∈ H.   Sendo D(R(λ, S)) denso emH, existe uma seq¨ uˆencia ¦y n ¦ subsetD(R(λ, S)) tal  que y n  →y   quando  n → +∞.   (5.275) Contudo,  para  cada  n ∈ N,  existe  x n  ∈ D(S −λI) = D(S)  tal  que y n   = (S −λI)x n .   (5.276) Por  outro  lado,  para  todo  x ∈ D(S)  temos,  pela  continuidade  de  R(λ, S)  que [x[ = [R(λ, S)(S −λI)x[ ≤ C 1 [(S −λI)x[,   para  algum  C 1   > 0. Logo, [(S −λI)x[ ≥ C 2 [x[,   para  todo  x ∈ D(S).   (5.277) Em  particular,  para  a  seq¨ uˆencia ¦x n ¦,  resulta  de  (5.277)  que [(S −λI)x n −(S −λI)x m [ ≥ C 2 [x n −x m [,   para  todo  m, n ∈ N, ou  seja, [y n −y m [ ≥ C 2 [x n −x m [,   para  todo  m, n ∈ N,   (5.278) CONSEQU ˆ ENCIAS  DA  ALTERNATIVA  DE  RIEZ-FREDHOLM   321 Assim, de (5.275) e (5.279) resulta que a seq¨ uˆencia ¦x n ¦ ´e de Cauchy em H  e portanto existe  x ∈ H  tal  que x n  →x  em  H  quando  n →+∞.   (5.279) Mas  de  (5.275)  e  (5.276)  resulta  que (S −λI)x n  →y  em  H  quando  n →+∞.   (5.280) Contudo, sendo S  fechado, (S −λI) tamb´em o ´e e de (5.279) e (5.280) conclu´ımos que x ∈ D(S)   e  (S −λI)x = y, ou  seja,   y ∈  Im(S − λI),   o  que  prova  (5.274)  e  conseq¨ uentemente  que  R(λ, S) ∈ /(H). Assim,  sempre  que  S  for  fechado  temos  necessariamente  que R(λ, S) = (S −λI) −1 ∈ /(H),   para  todo  λ ∈ ρ(S). Em  particular,  se  S ∈ /(H),  ent˜ ao,  pelo  Teorema  do  Gr´afico  fechado,  S  ´e  fechado  e, portanto,  R(λ, S) ∈ /(H),  para  todo  ρ ∈ ρ(S). Lema  5.129  Seja  A ∈ /(H).   Ent˜ao: (i)  ρ(A)  ´e  um  conjunto  aberto. (ii)  σ(A)  ´e  um  subconjunto  compacto  e  σ(A) ⊂ ¦λ ∈ C; [λ[ ≤ [[A[[¦. Demonstra¸c˜ao:   (i)  Seja  ρ 0  ∈ ρ(A).   Dados  λ ∈ C  e  f ∈ H  consideremos  a  equa¸c˜ao Au −λu = f,   (5.281) que  pode  ser  reescrita  como Au −λ 0 u = f  + (λ −λ 0 )u, ou  ainda, (A −λ 0 I)u = f  + (λ −λ 0 )u. Pelo  fato  de  (A −λ 0 I)  ser  invers´ıvel,  temos  que u = (A −λ 0 I) −1 [f  + (λ −λ 0 )u]. 322   INTRODUC¸  ˜ AO   ` A  AN ´ ALISE  FUNCIONAL definamos  a  seguinte  aplica¸c˜ao: G : H →H   (5.282) u →G(u) = (A −λ 0 I) −1 [f  + (λ −λ 0 )u]. Notemos  que  G  ´e  uma  aplica¸c˜ ao  cont´ınua  posto  que  (A − λ 0 I) −1 ´e  cont´ınuo.   Al´em disso,  temos,  para  todo  u, v ∈ H,  que [Gu −Gv[   = ¸ ¸ (A −λ 0 I) −1 [f  + (λ −λ 0 )u] −(A −λ 0 I) −1 [f  + (λ −λ 0 )v] ¸ ¸ = ¸ ¸ (A −λ 0 I) −1 [(λ −λ 0 )(u −v)] ¸ ¸ ≤   [[(A −λ 0 I) −1 [[ L(H) [λ −λ 0 [ [u −v[. Considerando  λ ∈ C  tal  que [λ −λ 0 [ <   1 [[(A −λ 0 I) −1 [[ L(H) := r 0 , ent˜ ao, a aplica¸c˜ ao (5.282) ser´a uma contra¸ c˜ao e pelo Teorema do Ponto Fixo, existir´a uma ´ unica  u ∈ H,  solu¸c˜ao  da  equa¸c˜ao  (5.281).   Em  outras  palavras,  o  operador  (A−λI)  se  r´a uma  bije¸c˜ ao  e,  portanto,  admitir´a  uma  inversa  (A −λI) −1 ∈ /(H),  qualquer  que  seja λ ∈ ¦λ ∈ C; [λ −λ 0 [ < r 0 ¦ = B r 0 (λ 0 ), o  que  prova  que  a  bola  aberta  B r 0  ⊂ ρ(A)  e  conseq¨ uentemente  que  A ´e  aberto. (ii)   Segue  de  (i)   imediatamente  que  o  conjunto  σ(A)  ´e  fechado  posto  que  σ(A)   = C¸ρ(A).   Afirmamos  que: σ(A) ⊂ ¦λ ∈ C; [λ[ ≤ [[A[[¦.   (5.283) Com  efeito,  sejam  f ∈ H  e  λ ∈ C  com [λ > [[A[[[  e  consideremos  a  equa¸c˜ao Au −λu = f,   (5.284) ou  equivalentemente u =   1 λ (Au −f). definamos  a  aplica¸c˜ ao F  : H →H u →Fu =   1 λ (Au −f). CONSEQU ˆ ENCIAS  DA  ALTERNATIVA  DE  RIEZ-FREDHOLM   323 F  ´e  claramente  cont´ınua.   Agora,  dados  u, v ∈ H,  temos [Fu −Fv[ =   1 [λ[ (Au −Av) ≤   1 [λ[ [[A[[ [u −v[ < [u −v[. Logo,   F  ´e   uma  contra¸c˜ ao  e   portanto  existe   um  ´ unico  u ∈  H  solu¸c˜ao  da  equa¸c˜ao (5.284).   Isto  significa  que  o  operador  (A − λI)  ´e  uma  bije¸c˜ ao  e  portanto  invers´ıvel   com inversa  (A −λI) −1 ∈ /(H).   Donde ¦λ ∈ C; [λ[ > [[A[[¦ ⊂ ρ(A), o  que  prova  (5.283)  e  encerra  a  demonstra¸c˜ ao.   2 5.12.2   A  Alternativa  de  Riesz-Fredholm.   Operadores  N˜ao  Limi tados Sejam H  e V  espa¸cos de Hilbert com produtos internos e normas dados, respectivamente, por  (, ),   ((, ))  e [  [, [[  [[.   Adimitamos  que  V  → H  e  que  V   seja  denso  em  H. Suponhamos  que  sejam  satisfeitas  as  seguntes  condi¸c˜oes: _ Existem  α 0 , α ∈ 1,   com  α > 0,   tais  que Re [a(v, v) + α 0 (v, v)] ≥ α[[v[[ 2 ,   para  todo  v ∈ V (5.285) onde  a(u, v) ´e  uma  forma  sesquilinear  cont´ınua  em  V V . A  inje¸c˜ ao  de  V   em  H  ´e  compacta  que  denotaremos  escrevendo V   c →H.   (5.286) Nestas  condi¸c˜ oes,  consideremos  os  operadores A ←→¦V, H; a(u, v)¦,   (5.287) B ←→¦V, H; b(u, v)¦,   (5.288) onde b(u, v) = a(u, v) + α 0 (u, v).   (5.289) Provaremos,  a  seguir,  que D(A) = D(B)   e   B  = A + α 0 I.   (5.290) 324   INTRODUC¸  ˜ AO   ` A  AN ´ ALISE  FUNCIONAL Com  efeito,  seja  u ∈ D(B).   Logo, b(u, v) = (Bu, v),   para  todo  v ∈ V,   (5.291) ou  ainda, a(u, v) + α 0 (u, v) = (Bu, v),   para  todo  v ∈ V. Donde, a(u, v) = (Bu −α 0 u, v),   para  todo  v ∈ V, o  que  implica  que  u ∈ D(A)  .   Reciprocamente,  se  u ∈ D(A),  ent˜ao, a(u, v) = (Au, v),   para  todo  v ∈ V, e  da´ı  vem  que b(u, v) = a(u, v) + α 0 (u, v) = (Au + α 0 v, v),   para  todo  v ∈ V.   (5.292) Logo,   u ∈  D(B),   o  que  prova  que  D(A)  =  D(B).   Mais  al´em,   de  (5.291)  e  (5.292) resulta,  pela  densidade  de  V   em  H  que Bu = (A + α 0 I)u,   para  todo  u ∈ D(A) = D(B), o  que  prova  a  afirma¸c˜ ao  em  (5.290). Seja B ∈ /(V )  o  operador  determinado  pela  forma  sesquilinear  b(u, v),  isto ´e, b(u, v) = ((Bu, v)),   para  todo  u, v ∈ V. De  (5.285)   vem  que  b(u, v)  ´e  coerciva  em  V .   Logo,   pelo  teorema  5.121  e  por   (5.290) resulta  que  o  problema _ u ∈ D(A) Au + α 0 u = f, possui  uma  ´ unica  solu¸c˜ao  u,  para  cada  f ∈ H.   Pela  observa¸ c˜ao  5.122  u ´e  da  forma u = B −1 Tf. Assim,  fica  bem  definido  o  operador G(α 0 ) := (A + α 0 I) −1 : H → D(A)   (5.293) CONSEQU ˆ ENCIAS  DA  ALTERNATIVA  DE  RIEZ-FREDHOLM   325 Procedendo  de  modo  an´alogo  ao  que  foi  feito  na  observa¸c˜ ao  5.122  conclu´ımos  uqe B −1 Tf  = B −1 f  = (A + α 0 I) −1 f  = G(α 0 )f,   para  todo  f ∈ H.   (5.294) Como b(u, v) ´e coerciva e B ´e o operador definido pela terna ¦V, H; b(u, v)¦, temos que B(B)  ´e  denso  em  H  e  B  ´e  um  operador  fechado  (  conforme  proposi¸c˜ ao  5.124).   Resulta, portanto,  de  (5.290)  que  D(A)  ´e  igualmente  denso  em  H  e  A  ´e  um  operador  fechado  de H.   Mais al´em, existe tamb´em o adjunto A ∗   de A.   No que segue,  muniremos D(A) com o produto  interno (u, v) D(A)   = (u, v) + (Au, Av).   (5.295) Sendo A fechado, resulta que D(A) munido do produto interno dado em (5.295) ´e um espa¸co  de  Hilbert. Provaremos,   a   seguir,   que   o   operador   G(α 0 )   definido   em  (5.293)   ´e   um  operador compacto  de  H  em  H.   Para  isso,  provaremos  primeiramente  que G(α 0 ) ∈ /(H, D(A)),   (5.296) e  depois  que A  inje¸c˜ ao  de  D(A)  em  V  ´e  cont´ınua.   (5.297) Com  efeito,   seja  f ∈  H  e  u  =  G(α 0 )f.   Ent˜ ao,   u ∈  D(A)  e  de  (5.294),   do  fato  que V  →H,  T ∈ /(H, V )  e B −1 ∈ /(V )  resulta  que [u[ = [G(α 0 )f[ = [B −1 Tf[ ≤ C 1 [[B −1 Tf[[ ≤ C 2 [[Tf[[ ≤ C 3 [f[,   (5.298) e  do  fato  que  Au + α 0 u = f  obtemos [Au[ = [f −α 0 u[ ≤ [f[ +[α 0 [ [u[ ≤ C 4 [f[.   (5.299) Logo,  de  (5.298)  e  (5.299)  conclu´ımos  que [u[ 2 +[Au[ 2 ≤ C[f[ 2 , ou  ainda, [G(α 0 )f[ 2 +[A(G(α 0 )f)[ 2 ≤ C[f[ 2 , 326   INTRODUC¸  ˜ AO   ` A  AN ´ ALISE  FUNCIONAL o  que  implica [[G(α 0 )f[[ D(A)  ≤ C [f[,   para  todo  f ∈ H, e  alguma  C  > 0,  o  que  prova  (5.296). Provaremos,   a  segiur,   a  afirma¸c˜ ao  (5.297).   Consideremos,   ent˜ ao,   u ∈  D(A).   Por (5.285)  e  (5.289)  temos  que α[[u[[ 2 ≤   [b(u, u)[ = [a(u, u) + α 0 (u, u)[ = [(Au, u) + α 0 (u, u)[ ≤   [u[ [[Au[ +[α 0 [[u[] ≤ C 5 [[u[[ [[Au[ +[u[] ≤   C [[u[[ [[u[[ D(A) , onde  C  ´e  uma  constante  positiva,  o  que  implica  que [[u[[ ≤   ˜ C [[u[[ D(A) ,   para  todo  u ∈ D(A), o  que  prova  o  desejado. Temos  de  (5.286),  (5.296)  e  (5.297)  o  seguinte  esquema: H   G(α 0 ) →  D(A)   I 1 →V   I 2 → c H Seja ¦u ν ¦ ν∈N  ⊂  H  tal   que [u ν [ ≤  M,   para  todo  ν ∈  N,   onde  M  ´e  uma  constante positiva.   Como  G(α 0 ) ∈ /(H, D(A))  temos  que [[G(α 0 )u ν [[ D(A)  ≤ C 0 [u ν [ ≤ C 0 M,   para  todo  ν ∈ N,   para  algum  C 0   > 0, e,   portanto, [[G(α 0 )u ν [[ D(A)  ≤  K,   para  alguma  K  >  0  e  para  todo  ν ∈ N.   Agora,   como [[v[[ ≤ C 1 [[v[[ D(A) ,  para  algum  C 1   > 0  e  para  todo  v ∈ D(A)  ent˜ao, [[G(α 0 )u ν [[ V  ≤ C,   para  algum  C  > 0,   e  para  todo  ν ∈ N. Resulta  da  ´ ultima  desigualdade  e  do  fato  que  V   c →  H,   que  existe  uma  subseq¨ uˆencia ¦u µ ¦  de ¦u ν ¦  e  v ∈ H  tais  que G(α 0 )u ν  →v  em  H  quando  µ →+∞, o  que  prova  que G(α 0 ) : H →H   ´e  um  operador  compacto.   (5.300) CONSEQU ˆ ENCIAS  DA  ALTERNATIVA  DE  RIEZ-FREDHOLM   327 Provaremos,  a  seguir,  que D(A ∗ ) = D(B ∗ )   e   B ∗   = A ∗  +α 0 I.   (5.301) De  fato,  seja  v ∈ D(A ∗ ).   Ent˜ao,  existe  v ∗  ∈ H  tal  que (Au, v) = (u, v ∗ ),   para  todo  u ∈ D(A) = D(B). Donde, (Au +α 0 u, v) = (u, v ∗ ) + (u, α 0 v),   para  todo  u ∈ D(A) = D(B), ou  seja, (Bu, v) = (u, v ∗  +α 0 v),   para  todo  u ∈ D(B), o  que  prova  que  D(A ∗ ) ⊂ D(B ∗ )  e,  al´em  diso, (u, B ∗ v) = (u, v ∗  + α 0 v),   para  todo  u ∈ D(B), ou  seja, B ∗ v  = (A ∗  +α 0 I) v,   para  todo  v ∈ D(A ∗ ).   (5.302) Reciprocamente,   suponhamos  que  v ∈  D(B ∗ ).   Ent˜ ao,   existe  v ∗  ∈  H,   v ∗   =  B ∗ v,   tal que (Bu, v) = (u, v ∗ ),   para  todo  u ∈ D(B). Logo, (Au +α 0 u, v) = (u, v ∗ ),   para  todo  u ∈ D(B) = D(A). Donde (Au, v) = (u, v ∗ −α 0 v),   para  todo  u ∈ D(A). Portanto,  v ∈ D(A ∗ ).   Logo,  D(B ∗ ) = D(A ∗ )  e  de  (5.302)  vem  que B ∗ v  = (A ∗  +α 0 I) v,   para  todo  v ∈ D(B ∗ ), o  que  prova  (5.301). 328   INTRODUC¸  ˜ AO   ` A  AN ´ ALISE  FUNCIONAL Por   outro  lado,   como  b(u, v)  ´e  coerciva,   resulta  que  o  operador   B ∗   ´e  definido  pela terna ¦V, H, b ∗ (u, v)¦  onde  b ∗ (u, v)  =  b(u, v).   Sendo  b(u, v)  coerciva,   resulta  que  b ∗ (u, v) tamb´em  o ´e.   Logo,  pelo  teorema  5.121  e  por  (5.301)  resulta  que  o  problema _ v ∈ D(A ∗ ) A ∗ v +α 0 v  = g, (5.303) possui   solu¸c˜ ao  ´ unica  v,   para  cada  v ∈  H.   De  maneira  an´aloga  ao  que  fizemos  para  o operador  G(α 0 )H →D(A)  conclu´ımos  que  o  operador S  := (A ∗  + α 0 I) −1 : H → D(A ∗ ) g → Sg  = (A ∗  + α 0 I) −1 g  = v, onde  v  ´e  a  ´ unica  solu¸c˜ao  de  (5.303),  ´e  um  operador  compacto  de  H.   Para  u  =  G(α 0 ) ∈ D(A),  v  = Sg ∈ D(A ∗ ),  f, g ∈ H,  temos (Au +α 0 u, v) = (u, A ∗ v + α 0 v). Donde, (G(α 0 )f, g)   = _ (A + α 0 I) −1 f, (A ∗  +α 0 I)v _ = (u, A ∗ v + α 0 v) =   (Au + α 0 u, v) = (f, Sg), ou  seja, (G(α 0 )f, g) = (f, Sg),   para  todo  f, g ∈ H,   (5.304) donde  se  conclui  que S  = G ∗ (α 0 ).   (5.305) Do  exposto,  temos  o  seguinte  resultado: Teorema  5.130  Nas  condic˜oes  (5.285)-(5.289)  existe  A ∗   e  para  λ ∈ C,   cada  uma  das equa¸c˜oes (l 1 ) _ u ∈ D(A) Au + λu = f (l 2 ) _ v ∈ D(A ∗ ) A ∗ v + λv  = g tˆem  solu¸c˜oes  ´ unicas  u  e  v  para  cada  f  e  g  em  H,  ou  as  equa¸c˜oes  homogˆeneas (l 3 ) _ ϕ ∈ D(A) Aϕ + λϕ = 0 (l 4 ) _ ψ ∈ D(A ∗ ) A ∗ ψ + λψ  = 0, CONSEQU ˆ ENCIAS  DA  ALTERNATIVA  DE  RIEZ-FREDHOLM   329 tˆem solu¸c˜oes n˜ao nulas e o n´ umero m´aximo de solu¸c˜oes linearmente independentes ´e finito e  o  msmo  para  ambas  as  equa¸c˜oes.   A  equa¸c˜ao  (l 1 )  tem,   pelo  menos,   uma  solu¸c˜ao  se  e somente  se  f  ´e  ortogonal   a  todas  as  solu¸c˜oes  ψ  de  (l 4 )  e  a  equa¸c˜ao  (l 2 )  tem  uma  solu¸c˜ao se  e  somente  se  g  ´e  ortogonal   a  todas  as  solu¸c˜oes  ϕ  de  (l 3 ). Demonstra¸c˜ao:   Se  λ  =  α 0 ,   pelo  exposto  acima,   as  equa¸c˜oes  (l 1 )  e  (l 3 )  tˆem  solu¸c˜ oes ´ unicas  u  e  v  para  cada  f  e  g  em  H  e  as  equa¸c˜oes  (l 3 )  e  (l 4 )  s´o  admitem  solu¸c˜ oes  triviais nulas.   Agora,  se  λ ,= α 0 ,  temos,  para  todo  u ∈ D(A)  e  para  todo  v ∈ D(A ∗ )  que Au + λu = f ⇔Au + α 0 u + λu −α 0 u = f ⇔ (A +α 0 I)u + (λ −α 0 )u = f, A ∗ v + λv  = g ⇔A ∗ v + α 0 v + λv −α o v  = g ⇔(A ∗  + α 0 I)v + (λ −α 0 )v  = g, ou  seja, _ Au + λu = f ⇔ u + (λ −α 0 )G(α 0 )u = G(α 0 )f, A ∗ v + λv  = g ⇔ v + (λ −α 0 )G ∗ (α 0 )v  = G ∗ (α 0 )g. (5.306) Consideremos,  ent˜ ao,  as  equa¸c˜ oes (l  1 )   u −(λ −α 0 )G(α 0 )u = G(α 0 )f   (l  2 )   v −(α 0 −λ)G ∗ (α 0 )v  = G ∗ (α 0 )g, (l  3 )   ϕ −(α 0 −λ)G(α 0 )ϕ = 0   (l  4 )   ψ −(α 0 −λ)G ∗ (α 0 )ψ  = 0. Ent˜ao,   por  (5.306)  resulta  que  as  equa¸c˜ oes  (l j )  e  (l  j ),   j   =  1, 2, 3, 4,   tˆem  as  mesmas solu¸c˜ oes.   Aplicando-se  a  alternativa  de  Riesz-Fredholm  vista  no  par´agrafo  5.8  (Corol´ario 5.82)   ao  operador   G(α 0 ),   a  menos   das   condi¸c˜oes   de   ortogonalidade,   segue   o  teorema. Provaremos,  ent˜ao,  tais  rela¸c˜oes.   De  (l  3 )  e  (l  4 )  temos G(α 0 )ϕ =   ϕ α 0 −λ   e   G ∗ (α 0 )ψ  =   ψ α 0 −λ . Segue  de  (5.304)  que (G(α 0 )f, ψ) = (f, G ∗ (α 0 )ψ) =   1 α 0 −λ (f, ψ), ou  seja, (G(α 0 )f, ψ) =   1 α 0 −λ (f, ψ).   (5.307) Tamb´em (G ∗ (α 0 )g, ϕ) = (g, G(α 0 )ϕ) =   1 α 0 −λ (g, ϕ), 330   INTRODUC¸  ˜ AO   ` A  AN ´ ALISE  FUNCIONAL isto ´e, (G ∗ (α 0 )g, ϕ) =   1 α 0 −λ (g, ϕ).   (5.308) Das  rela¸c˜ oes  (5.307)  e  (5.308)  e  do  corol´ario  5.82  segue  a  parte  que  resta  do  teorema. Em  verdade,  temos  o  seguinte  diagrama: (l 1 )  tem  pelo  menos  uma  solu¸c˜ ao   ⇔   (l  1 )  tem  pelo  menos  uma  solu¸c˜ ao ¸   ¸ f  ´e  ortogonal  a  todas  as  solu¸c˜oes  ψ  de  (l 4 )   ⇔   G(α 0 )f  ´e  ortogonal  a  todas  as  solu¸c˜oes  ψ  de  (l  4 ) (l 2 )  tem  pelo  menos  uma  solu¸c˜ao   ⇔   (l  2 )  tem  pelo  menos  uma  solu¸c˜ ao ¸   ¸ g  ´e  ortogonal  a  todas  as  solu¸c˜oes  ϕ  de  (l 3 )   ⇔   G ∗ (α 0 )g  ´e  ortogonal  a  todas  as  solu¸c˜ oes  ϕ  de  (l  3 ) 2 5.13   O Teorema Espectral para operadores auto-adjuntos n˜ao  limitados Antes  de  enunciarmos  o  principal  resultado  desta  se¸c˜ ao,  necessitamos  definir  conceitos  e demonstrar  alguns  resultados  preliminares. Defini¸c˜ao  5.131  Seja  E  um  espa¸co  de  Banach  e  T ∈ /(E). (i)  Denominamos  conjunto  resolvente  de  T  o  conjunto ρ(T) = ¦λ ∈ C; T −λI   ´e  bijetor¦. (ii)  Denomonamos  espectro  de  T,  e  denotamos  por  σ(T),  o  complementar  de  ρ(T)  em rela¸c˜ao  aos  n´ umeros  complexos,  ou  seja, σ(T) = C¸ρ(T). (iii)  Denominamos  conjunto  de  valores  pr´oprios  de  T  (ou  autovalores  de  T),  e  deno- taremos  por  V P(T),  o  conjunto V P(T) = ¦λ ∈ C; N(T −λI) ,= ¦0¦¦ O  TEOREMA  ESPECTRAL  PARA  OPERADORES  AUTO-ADJUNTOS  N ˜ AO LIMITADOS   331 Observa¸c˜ao  5.132  Notemos   que  V P(T) ⊂  σ(T).   De  fato,   seja  λ ∈  V P(T).   Ent˜ao, λ ∈ C  e  N(T − λI) ,= ¦0¦  e  portanto  T − λI   n˜ao  ´e  injetor.   Logo,   T − λI   n˜ao  pode  ser bijetivo  e  ent˜ao  λ  / ∈  ρ(T).   Como C  =  ρ(T) ∪ σ(T)  temso  que  λ ∈  σ(T).   Em  geral,   tal conclus˜ao  ´e  estrita. Observa¸c˜ao  5.133  Notemos,  tamb´em,  que  a  defini¸c˜ao  5.131(i)  n˜ao  se  op˜oe  `a  defini¸c˜ao dada  anteriormente  (veja  se¸c˜ao  5.12.1)  posto  que,  neste  caso,  se  T −λI  ´e  bijetivo  segue imediatamente  que  existe  (T − λI) −1 e  D((T − λI) −1 )  =  E.   Al´em  disso,   pelo  corol´ario 2.21,  como  T −λI ∈ /(E)  resulta  que  (T −λI) −1 ∈ /(E). Proposi¸c˜ao  5.134  Sejam  H  um  espa¸co  de  Hilbert   de  dimens˜ao  infinita  e  T ∈ / c (H). Ent˜ao: (i)  0 ∈ σ(T). (ii)  σ(T)¸¦0¦ = V P(T)¸¦0¦. Demonstra¸c˜ao:   (i)  Suponhamos,   por  contradi¸c˜ ao,   que  0   / ∈  σ(T).   Logo,   0 ∈  ρ(T)  e portanto  T  ´e  bijetor.   Logo,   existe  T −1 e  T −1 ∈ /(H).   Sendo  assim,   como  T ∈ / c (H)  e T −1  ∈ /(H), temos que T ◦T −1 ∈ / c (H), ou seja, I ∈ / c (H).   Desta forma, a bola unit´aria ´e  compacta.   Com  efeito,   seja  A ⊂  B H   = ¦u ∈  H; [u[ ≤  1¦  um  conjunto  infinit.   Ent˜ao, [v[ ≤  1,   para  todo  v ∈  A  e,   da´ı,   como  I ∈ / c (H)  temos  que  existe ¦v ν ¦ ν∈N  ⊂  A  tal   que Iv ν  →  w,   ou  seja,   v ν  →  w.   Al´em  disso,   como [v ν [ ≤  1,   para  todo  ν ∈ N,   ent˜ ao, [w[ ≤  1 e,  portanto,  v ν  → w  onde  w ∈ B H .   Logo,  todo  conjunto  infinito  de  B H   possui  um  ponto de  acumula¸ c˜ao  em  B H ,  ou  equivalentemente,  B H   ´e  compacto.   Pelo  lema  5.78  conclu´ımos que  a  dimens˜ao  de  H  ´e  finita,  o  que ´e  uma  contradi¸c˜ ao.   Desta  forma,  0 ∈ σ(T). (ii)   Seja  λ ∈  σ(T)¸¦0¦,   isto  ´e,   λ ∈  σ(T)   e  λ ,=  0.   Provaremos   que  λ ∈  V P(T). Com  efeito,   suponhamos,   por  contradi¸c˜ ao,   que  λ  / ∈  V P(T).   Ent˜ ao,   N(T − λI)  = ¦0¦  e portanto N _ I −   1 λ T _ = ¦0¦.   Pelo Teorema 5.81(c) (Alternativa de Riez-Fredholm) temos que  Im _ I −   1 λ T _  = H  e  consequentemente  Im(T −λI) = H.   Logo,  N(T −λI) = ¦0¦  e Im(T − λI)  =  H,   ou  seja,   T − λI  ´e  bijetivo  e  portanto  λ ∈  ρ(T),   o  que  ´e  um  absurdo pois  σ(T) = C¸ρ(T).   Ent˜ao,  λ ∈ V P(T)  e  como  λ ,= 0,  λ ∈ V P(T)¸¦0¦. Por  outro  lado,   seja  λ ∈  V P(T)¸¦0¦,   isto  ´e,   λ ∈  V P(T)  e  λ ,=  0.   Pela  observa¸c˜ao 5.132,  λ ∈ σ(T)  e  λ ,= 0,  ou  seja,  λ ∈ σ(T)¸¦0¦.   2 Lema  5.135  Sejam H  um espa¸co de Hilbert tal que dimH  = ∞ e T ∈ / c (H).   Considere ¦λ ν ¦ ν∈N ∗ ⊂ σ(T)¸¦0¦  tal   que  λ ν  ,= λ µ   se  ν ,= µ  e  λ ν  →λ  em C.   Ent˜ao,  λ = 0. 332   INTRODUC¸  ˜ AO   ` A  AN ´ ALISE  FUNCIONAL Demonstra¸c˜ao:   Seja ¦λ ν ¦ ν∈N ∗ ⊂  σ(T)¸¦0¦  tal   que  λ ν  ,=  λ µ   se  ν ,=  µ  e  λ ν  →  λ  em C.   Pelo  item  (ii)   da  proposi¸c˜ao  5.134  temos  que ¦λ ν ¦ ν∈N ∗ ⊂  V P(T)¸¦0¦  e,   portanto, N(T −λ ν I) ,= ¦0¦,  qualquer  que  seja  o  ν ∈ N ∗ .   Logo,  para  cada  ν ∈ N ∗ ,  existe  u ν  ∈ H, u ν  ,= 0  tal  que  (T −λ ν I)u ν   = 0.   Definamos,  para  cada  ν ∈ N ∗ ,  o  seguinte  conjunto E ν   = [u 1 , u 2 ,     , u ν ] . Claramente,   E ν   ´e  fechado  para  todo  ν ∈  N ∗   e,   al´em  disso,   E ν   _  E ν+1 ,   para  todo ν ∈ N ∗ .   Com  efeito,   se  provarmos  que  o  conjunto ¦u ν ¦ ν∈N ∗   ´e  linearmente  independente teremos  provado  o  desejado  uma  vez  que  ,   assim  sendo,   u ν+1   / ∈  E ν ,   para  todo  ν ∈ N ∗ . Provaremos,   ent˜ ao,   que  os  vetores  u ν ,   ν ∈ N ∗   s˜ao  linearmente  independentes.   Tal  prova ser´a  feita  por  indu¸c˜ao. Se  ν   =  1,   u 1   ´e  linearmente  independente  pois   u 1  ,=  0.   Suponhamos   a  afirama¸c˜ ao verdadeira  para  ν  e  provemos  para  ν  + 1,   ou  seja,   suponhamos  que  u 1 , u 2 , cdots, u ν   s˜ao linearmente  independentes  e  devemos  mostrar  que  u 1 , u 2 , cdots, u ν , u ν+1   s˜ao  linearmente independentes.   Suponhamos,   por  contradi¸ c˜ao,   que  u ν+1   n˜ao  seja  linearmente  indepen- dente  com  u 1 , u 2 , cdots, u ν .   Ent˜ao, u ν+1   = ν  i=1 α i u i ,   (5.309) e,  consequentemente, λ ν+1 u ν+1   = T(u ν+1 ) = ν  i=1 α i T(u i ) = ν  i=1 α i λ i u i , ou  seja, λ ν+1 ν  i=1 α i u i   = ν  i=1 α i λ i u i  ⇔ ν  i=1 α i (λ i −λ ν+1 )u i   = 0. Pela  hip´otese   indutiva  temos   que   u 1 ,     , u ν   s˜ao  linearmente   independentes   e   por, conseguinte, α i (λ i −λ ν+1 ) = 0,   i = 1, 2,     , ν. Como  a  seq¨ uˆencia ¦λ ν ¦ ν∈N ∗  ´e  formada  por  n´ umeros  complexos  distintos,  resulta  que α i   = 0,   i = 1, 2,     , ν.   (5.310) O  TEOREMA  ESPECTRAL  PARA  OPERADORES  AUTO-ADJUNTOS  N ˜ AO LIMITADOS   333 De  (5.309)  e  (5.310)  segue  que  u ν+1   =  0,   o  que  ´e  um  absurdo  pois  u ν  ,=  0  para  todo ν ∈ N ∗ ,  o  que  prova  que  u 1 , u 2 ,     , u ν , u ν+1   s˜ao  linearmentes  independentes.   Portanto, Para  todo  ν ∈ N ∗ ,   temos  que  E ν   s˜ao  subespa¸cos  fechados  de  H   (5.311) tais  que  E ν  _ E ν+1 . Al´em  disso, (T −λ ν I)E ν  ⊂ E ν−1 ,   para  todo  ν ≥ 2.   (5.312) De  fato,  seja  w ∈ E ν .   Ent˜ ao,  w =  ν i=1 α i u i   e,  portanto, (T −λ ν I)w   =   Tw −λ ν w = ν  i=1 α i λ i u i − ν  i=1 λ ν α i u i = ν−1  i=1 α i (λ i −λ ν )u i  + λ ν α ν u ν  −λ ν α ν u ν = ν−1  i=1 α i (λ i −λ ν )u i , ou  seja, (T −λ ν I)w = ν−1  i=1 α i (λ i −λ ν )u i  ∈ E ν−1 . Desta  forma,  observando  (5.311),  vem  do  Lema  de  Riesz  (lema  5.77)  que  dado  ε =   1 2 , para  cada  ν ≥ 2,  existe  w ν  ∈ E ν   tal  que [[w ν [[ = 1  e  d (w ν , E ν−1 ) ≥   1 2 . Por  outro  lado,  seja  ν  > µ ≥ 2.   Temos: ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ T(w ν ) λ ν −   T(w µ ) λ µ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸   = ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ T(w ν ) −λ ν w ν λ ν − _ T(w µ ) −λ µ w µ λ µ _ + w ν  −w µ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸   (5.313) = ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ (T −λ ν I) _ w ν λ ν _ −(T −λ µ I) _ w µ λ µ _ −w µ  + w ν ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ . Pelo  fato  de  2 ≤ µ < ν,  temos  que  1 ≤ µ −1 < µ ≤ ν −1 < ν  e,  ent˜ao, E µ−1  ⊂ E µ  ⊂ E ν−1  ⊂ E ν   (5.314) Como  w ν  ∈ E ν   e  w µ  ∈ E µ ,  segue  que   w ν λν ∈ E ν   e   w µ λµ ∈ E µ   e,  portanto,  de  (5.312)  vem que (T −λ ν I) _ w ν λ ν _ ∈ E ν−1   e   (T −λ µ I) _ w µ λ µ _ ∈ E ν−1 ,   por  (5.314). 334   INTRODUC¸  ˜ AO   ` A  AN ´ ALISE  FUNCIONAL Al´em  disso,  como  w µ  ∈ E µ ,  temos  por  (5.314)  que  w µ  ∈ E ν−1   e  pelo  fato  de  R ν−1   ser um  subespa¸co  vetorial,  segue  que (T −λ ν I) _ w ν λ ν _ −(T −λ µ I) _ w µ λ µ _ −w µ  ∈ E ν−1 .   (5.315) De  (5.313)  e  (5.315)  resulta  que ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ T(w ν ) λ ν −   T(w µ ) λ µ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ≥ d(w ν , E ν−1 ) ≥   1 2 ,   para  todo  ν  > µ ≥ 2.   (5.316) Afirmamos  que  λ = 0.   De  fato,  suponhamos  o  contr´ ario,  que  λ ,= 0.   Ent˜ao   1 λν →   1 λ   e, portanto,  existe  M  > 0  tal  que ¸ ¸ ¸   1 λν ¸ ¸ ¸ ≤ M,  para  todo  ν ∈ N ∗ .   Logo, ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ w ν λ ν ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ = [[w ν [[   1 [λ ν [   =   1 [λ ν [  ≤ M,   para  todo  ν ∈ N ∗ . Como  T ∈ / c (H),  existe  uma  subseq¨ uˆencia _ wµ λ µ _  ⊂ _ w ν λ ν _   tal  que _ T _ wµ λ µ __   ´e  con- vergente em H, o que ´e uma contradi¸c˜ ao com (5.316), pois de (5.316) vem que _ T _ wµ λ µ __ n˜ao possui nenhuma seq¨ uˆencia de Cauchy e portanto n˜ao possui subseq¨ uˆencia convergente. Logo,  λ = 0,  o  que  encerra  a  prova. 2 Corol´ario  5.136  Sejam  H  um  espa¸co  de   Hilbert   tal   que   dimH  = ∞  e   T  ∈ / c (H). Ent˜ao,   os  pontos  de  σ(T)¸¦0¦  s˜ao  isolados,   isto  ´e,   nenhum  ponto  de  σ(T)¸¦0¦  ´e  ponto de  acumula¸c˜ao  de  σ(T)¸¦0¦. Demonstra¸c˜ao:   Pelo  lema  5.135  temos  que  o  ´ unico  ponto  de  acumula¸c˜ ao  de  σ(T)¸¦0¦ ´e  0  e  portanto  nenhum  ponto  de  σ(T)¸¦0¦  ´e  ponto  de  acumula¸c˜ ao  de  σ(T)¸¦0¦.   Logo, todos  os  pontos  de  σ(T)¸¦0¦  s˜ao  isolados.   2 Proposi¸c˜ao  5.137  Sejam  H  um  espa¸co  de  Hilbert   tal   que  dimH  = ∞  e  T  ∈ / c (H). Ent˜ao,  uma  das  seguintes  situa¸c˜oes  se  verifica: Ou   σ(T) = ¦0¦. Ou  σ(T)¸¦0¦   ´e  finito  e  n˜ao  vazio. Ou  σ(T)¸¦0¦ = ¦λ ν ¦ ν∈N   tal   que  λ ν  →,   ν → +∞. O  TEOREMA  ESPECTRAL  PARA  OPERADORES  AUTO-ADJUNTOS  N ˜ AO LIMITADOS   335 Demonstra¸c˜ao:   Temos  dois  casos  a  comsiderar:   σ(T)  finito  ou  σ(T)  infinito. 1 0 Caso:   σ(T)  finito. Se  σ(T)  ´e  finito  e  unit´ario,  temos  pelo ´ıtem  (i)  da  proposi¸c˜ ao  5.134  que  σ(T)  = ¦0¦. Se  σ(T)  n˜ao ´e  unit´ario,  por´em  finito,  temos  que  σ(T)¸¦0¦ ´e  finito  e  n˜ao  vazio. 2 0 Caso:   σ(T)  infinito. Definamos,  para  cada  n ∈ N ∗ ,  o  conjunto E n   = σ(T) ∩ ¦λ ∈ C; [λ[ ≥   1 n ¦. Afirmamos   que  E n   ´e  vazio  ou  finito,   para  todo  n ∈  N ∗ .   Com  efeito,   suponhamos, por   contradi¸c˜ ao,   que  existe  n 0  ∈  N  tal   que  E n 0   ´e  infinito.   Como  E n 0  ⊂  σ(T)   e  σ(T) ´e  compacto  (veja  lema  5.129  (ii))  temos  que  E n 0   possui   um  ponto  de  acumula¸c˜ ao  λ  em σ(T),  ou  seja,  existe ¦λ ν ¦ ν∈N  ⊂ E n 0 ,  λ ν  ,= λ µ   se  ν ,= µ  tal  que  λ ν  →λ.   Al´em  disso,  como ¦λ ν ¦ ⊂ E n 0 , temos que ¦λ ν ¦ ⊂ σ(T)¸¦0¦.   Pelo lemma 5.135 segue que λ = 0, o que ´e um absurdo  posto  que [λ ν [ ≥   1 n ,  para  todo  ν ∈ N  e,  portanto, [λ[ ≥   1 n 0 .   Logo,  E n   ´e  vazio  ou finito,  para  todo  n ∈ N ∗ .   Notemos  ainda  que σ(T)¸¦0¦ = ∪ n∈N ∗E n .   (5.317) De  fato,  como  cada  E n  ⊂ σ(T)¸¦0¦  temos  que ∪ n∈N ∗E n  ⊂ σ(T)¸¦0¦ ⊂ σ(T). Reciprocamente,  seja  λ ∈ σ(T)¸¦0¦.   Ent˜ ao, [λ[ > 0  e  portanto  existe  n ∈ N ∗   tal  que [λ[ ≥   1 n 0 .   Logo, λ ∈ E n 0  ⊂ ∪ n∈N ∗E n , o que prova (5.317).   Como cada E n  ´e finito ou vazio e σ(T)¸¦0¦ ´e infinito segue de (5.317) que σ(T)¸¦0¦ ´e enumer´ avel.   Resta-nos, agora, enumerar σ(T)¸¦0¦ de modo a formar uma seq¨ uˆencia  que  converge  para  zero. Notemos  que: E n  ⊂ E n+1 ,   para  todo  n ∈ N ∗   e   (5.318) Se  λ ∈ E n+1   ´e  tal  que  λ  / ∈ E n ,   ent˜ao [λ[ < [λ ∗ [,   para  todo  λ ∗  ∈ E n . Com  efeito,   seja  λ ∈  E n .   Ent˜ ao,   λ ∈  σ(T)  e [λ[ ≥   1 n .   Como   1 n   >   1 n+1 ,   resulta  que [λ[ >   1 n+1   e,  portanto,  λ ∈ E n+1 .   Seja,  ainda,  λ ∈ E n+1   tal  que  λ  / ∈ E n .   Logo, [λ[ ≥   1 n+1 336   INTRODUC¸  ˜ AO   ` A  AN ´ ALISE  FUNCIONAL e [λ[ <   1 n ,  ou  seja, 1 n + 1  ≤ [λ[ <   1 n  ≤ [λ[ ∗ ,   para  todo  λ ∗  ∈ E n . Assim, [λ[ < [λ ∗ [,  para  todo  λ ∗  ∈ E n ,  o  que  prova  (5.318). A  partir  das  propriedades  dos  conjuntos  E n   dadas  em  (5.318)  enumeremos  σ(T)¸¦0¦ da  seguinte  forma: Como  E 1   ´e  finito  podemos  escrever: E 1   = ¦λ 11 , λ 12 ,     , λ 1m ¦, de  forma  que [λ 11 [ ≥ [λ 12 [ ≥    ≥ [λ 1m [. Come  E 2   ´e  finito,   de  acordo  com  (5.318),   E 1  ⊂  E 2   e [λ[   < [λ 1j [,   j   =  1, 2,     , m  se λ ∈ E 2 ¸E 1 ,  podemos  escrever: E 2   = ¦λ 11 , λ 12 ,     , λ 1m , λ 21 , λ 22 ,     , λ 2k ¦, de  forma  que [λ 21 [ ≥ [λ 22 [ ≥    ≥ [λ 2k [. Procedendo desta forma, conseguimos enumerar σ(T)¸¦0¦ de tal forma que σ(T)¸¦0¦ = ¦λ ν ; ν ∈ N¦ e [λ ν [ ≥ [λ ν+1 [, para todo ν ∈ N ∗ .   Como ¦λ ν ¦ ν∈N ∗ ´e uma seq¨ uˆencia em m´odulo crescente  e  limitada  (posto  que ¦λ ν ¦ ν∈N ∗ ⊂ σ(T)  e  σ(T) ´e  compacto,  resulta  que [λ ν [ →  inf ν∈N [λ ν [.   (5.319) Por  outro  lado,  como ¦λ ν ¦ ν∈N ∗  ´e  um  conjunto  infinito  de  σ(T),  que ´e  por  sua  vez  um conjunto  compacto,  garantimos  a  exist  encia  de  uma  subseq¨ uˆencia ¦λ ν k ¦ ⊂ ¦λ ν ¦  tal  que λ ν k 1 ,= λ ν k 2 se  k 1  ,= k 2   e ¦λ ν k ¦ ⊂ σ(T)¸¦0¦  (  j´a  que ¦λ nu ¦ ⊂ σ(T)¸¦0¦)  tal  que  λ ν k  → λ. Pelo  lema  5.135,  conclu´ımos  que  λ = 0  e,  desta  forma, λ ν k  →0,   (5.320) o  que  implica [λ ν k [ → 0,   (5.321) De  (5.319)  e  (5.321)  conclu´ımos  que inf ν∈N [λ ν [ = 0. O  TEOREMA  ESPECTRAL  PARA  OPERADORES  AUTO-ADJUNTOS  N ˜ AO LIMITADOS   337 Portanto,  de  (5.319)  vem  que [λ ν [ → 0  e,  por  conseguinte,  λ ν  →0.   Assim, σ(T)¸¦0¦ = ¦λ ν ¦ ν∈N ∗,   onde  λ ν  →0, quando  ν → +∞,  o  que  encerra  a  prova. 2 Consideremos: •   V   e  H  espa¸cos  de  Hilbert  tais  que  V   c →H  com  V   denso  em  H  e  dim(H) = +∞. •   a(u, v)  uma  forma  sesquilinear,   cont´ınua  em  V   tal   que  existem  α 0 , α ∈ 1,   com α > 0  satisfazendo Re [a(v, v) + α 0 (v, v)] ≥ α[[v[[ 2 V ,   para  todo  v ∈ V. •   A ´e  o  operador  definido  pela  terna ¦V, H; a(u, v)¦. Conforme  considera¸c˜ oes  estabelecidas  na  se¸c˜ao  5.12.2,  temos  que G(α 0 ) = (A + α 0 I) −1 existe  e   G(α 0 ) ∈ / c (H). Portanto,   de  acordo  com  a  proposi¸c˜ ao  5.137,   temos  que  σ(G(α 0 ))¸¦0¦  ´e  no  m´aximo enumer´ avel   e,   no  caso  de  ser  infinito,   ´e  uma  sequˆencia  que  converge  para  zero.   Por´em, pela  proposi¸ca˜o  5.134(ii),  temos  que σ(G(α 0 ))¸¦0¦ = V P(G(α 0 ))¸¦0¦, e   consequentemente   o  conjunto  de   valores   pr´oprios   de   G(α 0 )   n˜ao  nulos   ´e   no  m´aximo enumer´ avel.   No  entanto,   como  G(α 0 )  ´e  invers´ıvel,   uma  vez  que  [G(α 0 )] −1 =  A + α 0 I, temos  que  G(α 0 ) ´e  injetivo  e,  desta  forma,  λ = 0  n˜ao ´e  um  valor  pr´oprio  de  G(α 0 )  j´a  que N(G(α 0 )) = ¦0¦  e  portanto  G(α 0 )u = 0  se  e  somente  se  u = 0.   Assim, V P(G(α 0 ))¸¦0¦ = V P(G(α 0 )). Conclu´ımos  ent˜ ao  que V P(G(α 0 )) ´e  no  m´aximo  enumer´ avel,  n˜ao  cont´em  λ = 0,   e  no  caso  de   (5.322) ser  infinito  se  V P(G(α 0 )) = ¦β ν ¦ ν∈N ,   temos  que [β ν [ ≥ [β ν+1 [,   para  todo  ν ∈ N, e  β ν  →0. 338   INTRODUC¸  ˜ AO   ` A  AN ´ ALISE  FUNCIONAL Proposi¸c˜ao  5.138  Sejam  V   e  H  espa¸cos  de  Hilbert   tais  V   ´e  denso  em  H,   V   c →  H  e dimH  = +∞.   Considere  a(u, v)  uma  forma  sesquilinear  e  cont´ınua  em  V   e  assuma  que existam  α 0 , α ∈ 1,  com  α > 0  tais  que Re [a(v, v) + α 0 (v, v)] ≥ α[[v[[ 2 V ,   para  todo  v ∈ V. Seja  A  o  operador  definido  pela  terna ¦V, H; a(u, v)¦.   Ent˜ao: (i) Se  λ ∈ C,  temos  que  λ ∈ ρ(A)  ou λ ´e um valor pr´oprio de  A.   Analogamente temos que  se  λ ∈ C,  ou  λ ∈ ρ(A ∗ )  ou  λ  ´e  um  valor  pr´opriode  A ∗ . (ii)   O  conjunto  dos   valores   pr´oprios   de  A  ´e  no  m´aximo  enumer´avel   e  estes   s˜ao  da forma λ ν   =   1 −α 0 β ν β ν , onde β ν   ´e a cole¸c˜ao dos valores pr´oprios de G(α 0 ).   Al´em disso, se β ν   ´e enumer´avel, ent˜ao [λ ν [ → +∞  quando  ν → +∞. (iii) O conjunto dos valores pr´oprios de A ∗   ´e no m´aximo enumer´avel e estes s˜ao dados pelo  conjugado  dos  valores  pr´oprios  de  A. Demonstra¸c˜ao:   (i)  Seja  λ ∈ C.   Se  λ = −α 0 ,  temos  que  λ ∈ ρ(A)  pois (A −(−α 0 )I) −1 = (A + α 0 I) −1 = G(α 0 ), existe,   D(G(α 0 ))  =  H  e  G(α 0 )  ´e  cont´ınuo  conforme  visto  anteriormente.   Se  λ ,= −α 0 , temos  que −λ ,= α 0   e,  portanto,  as  equa¸c˜oes (l 1 ) _ u ∈ D(A) Au −λu = f (l 3 ) _ ϕ ∈ D(A) Aϕ −λϕ = 0 s˜ao,  respectivamente,  equivalentes  as  equa¸c˜ oes (l  1 )   u −(α 0  + λ)G(α 0 )u = G(α 0 )f   (l  3 )   ϕ −(α 0  +λ)G(α 0 )ϕ = 0, de  acordo  com  a  demonstra¸c˜ao  do  teorema  5.130. Suponhamos   que   λ  n˜ao  seja  valor   pr´oprio  do  operador   A.   Devemos   mostrar   que λ ∈ ρ(A).   Com  efeito,  se  λ  / ∈ V P(A),  ent˜ ao  a  equa¸c˜ ao  (l 3 )  n˜ao  posssui  solu¸c˜ao  diferente da  trivial   e,   portanto,   pelo  teorema  5.130  temos  que  (l 1 )  possui,   para  cada  f ∈  H,   uma O  TEOREMA  ESPECTRAL  PARA  OPERADORES  AUTO-ADJUNTOS  N ˜ AO LIMITADOS   339 solu¸c˜ ao  ´ unica  que  denotaremos  por  u.   Pela  equivalˆencia  das  equa¸c˜oes  (l 1 )  e  (l  1 )  temos que,  para  cada  f ∈ H,  existe  um  ´ unico  u ∈ D(A)  tal  que Au −λu = f   (5.323) e u −(α 0  + λ)G(α 0 )u = G(α 0 )f.   (5.324) Logo,  o  operador  (A −λI) ´e  bijetivo  e  portanto G(−λ) = (A −λI) −1 existe  e   D(G(−λ)) = Im(A −λI) = H.   (5.325) Por  outro  lado,   seja  f  =  0.   Como  G(α 0 )f  =  0  e  a  equa¸c˜ao  (l  1 )  s´o  possui   uma  ´ unica solu¸c˜ ao  para  cada  f ∈ H,  temos  que  u = 0 ´e  a  ´ unica  solu¸c˜ao  da  equa¸c˜ao  (l  1 ),  isto ´e, u = 0 ⇔G(α 0 )u =   1 (α 0  + λ) u. Portanto, 1 (α 0  + λ)   n˜ao ´e  valor  pr´oprio  de  G(α 0 ).   (5.326) Como  G(α )  ∈ / c (H)  temos,  pela  proposi¸c˜ ao  5.134(ii)  que V P(G(α 0 ))¸¦0¦ = σ(G(α 0 ))¸¦0¦, e,  desta  forma,  de  (5.326)  e  do  fato  que   1 α 0 +λ  ,= 0  resulta  que 1 α 0  + λ   / ∈ σ(G(α 0 )), ou  ainda, 1 α 0  + λ  ∈ ρ(G(α 0 )).   (5.327) Seja  f  ∈  H.   Ent˜ ao,   existe  um  ´ unico  u ∈  D(A),   solu¸c˜ao  de  (5.323)   e  (5.324).   De (5.323)  resulta  que G(−λ)(A −λI)u = G(−λ)f, ou  ainda,  de  (5.325)  obtemos u = G(−λ)f.   (5.328) 340   INTRODUC¸  ˜ AO   ` A  AN ´ ALISE  FUNCIONAL De  (5.324)  vem  que −1 α 0  +λ  [u −(α 0  + λ)G(α 0 )u] = −   1 α 0  + λ  [G(α 0 )f] , isto ´e, _ G(α 0 ) −   1 (α 0  + λ) I _ u = −   −1 (α 0  +λ) G(α 0 )f.   (5.329) Substituindo  (5.328)  em  (5.329)  obtemos _ G(α 0 ) −   1 (α 0  + λ) I _ (G(−λ)f) = −   −1 (α 0  +λ) G(α 0 )f. Compondo  a  equa¸c˜ ao  acima  com  o  operador _ G(α 0 ) −   1 (α 0 +λ) I _ −1 ,   que   existe   por (5.327),  resulta  que G(−λ)f  = −   1 α 0  + λ _ _ G(α 0 ) −   1 α 0  + λ I _ −1 ◦ G(α 0 ) _ f.   (5.330) Pela  aarbitrariedade  de  f ∈ H,  conclu´ımos  de  (5.330)  que G(−λ) = −   1 α 0  + λ _ _ G(α 0 ) −   1 α 0  + λ I _ −1 ◦ G(α 0 ) _   (5.331) Como  G(α 0 )   ´e   compacto  e _ G(α 0 ) −   1 α 0 +λ I _ −1 ´e   cont´ınuo  (por   (5.327)),   segue   de (5.331)  que G(−λ) ∈ / c (H).   (5.332) Logo, G(−λ) ∈ /(H).   (5.333) De  (5.325)  e  (5.333)  vem  que  λ ∈ ρ(A).   Conclu´ımos  ent˜ao  que  se  λ ∈ C,  ou  λ ∈ ρ(A) ou λ ´e um valor pr´oprio de A.   Observemos, ainda, que nas hip´oteses desta proposi¸c˜ao, A ∗ existe,  existe  (A ∗  +α 0 I) −1 ,  [G(α 0 )] ∗   = (A ∗  +α 0 I) −1 e  [G(α 0 )] ∗  ∈ / c (H),  conforme  vimos na  se¸c˜ ao  5.12.2. Seja  λ ∈ C.   Se  λ  = −α 0 ,   temos  que  λ ∈  ρ(A)  pelo  que  foi   dito  acima.   Se  λ ,= −α 0 , temos  que −λ ,= α 0   e,  portanto,  as  equa¸c˜oes (l 2 ) _ v ∈ D(A ∗ ) A ∗ v −λv  = f (l 4 ) _ ψ ∈ D(A ∗ ) A ∗ ψ −λψ  = 0 O  TEOREMA  ESPECTRAL  PARA  OPERADORES  AUTO-ADJUNTOS  N ˜ AO LIMITADOS   341 s˜ao,  respectivamente,  equivalentes  as  equa¸c˜ oes (l  2 )   v −(α 0  + λ)G ∗ (α 0 )v  = G(α 0 )f   (l  4 )   ψ −(α 0  + λ)G ∗ (α 0 )ψ  = 0, de  acordo  com  a  demonstra¸c˜ao  do  teorema  5.130. Supondo  que  λ  n˜ao  seja  valor  pr´oprio  do  operador  A ∗ ,  mostra-se,  de  maneira  an´aloga a feita para A, que λ ∈ ρ(A ∗ ) e, portanto, conclui-se o mesmo resultado para A ∗ , ou seja, se  λ ∈ C,  ou  λ ∈ ρ(A ∗ )  ou  λ ´e  valor  pr´oprio  de  A ∗ . (ii)   Afirmamos  que: ¦λ ∈ C,   existe  u ,= 0  tal  que  Au = λu¦   (5.334) = _ 1 −α 0 β ν β ν ;   onde  β ν   ´e  a  cole¸c˜ao  dos  autovalores  de  G(α 0 ) _ Com efeito, seja λ ∈ C tal que exista u ,= 0 tal que Au = λu, ou seja, λ ´e valor pr´oprio de  A.   Ent˜ao,   λ ,= −α 0 ,   pois  A + α 0 I  ´e  um  operador  injetivo  e,   desta  forma, −α 0   n˜ao  ´e valor  pr´oprio  de  A.   Logo,  se  u ,= 0 ´e  tal  que  Au = λu,  ent˜ ao,  Au +α 0 u = (λ +α 0 )u,  isto ´e,  (A + α 0 I)u = (λ + α 0 )u.   Como  G(α 0 ) = (A + α 0 I) −1 ,  temos  que  u = (λ + α 0 )G(α 0 )u e  portanto G(α 0 )u =   1 λ + α 0 u.   (5.335) Logo,   1 (λ+α 0 )   ´e  uma  valor  pr´oprio  de  G(α 0 ).   Seja ¦β ν ¦  a  cole¸c˜ ao  dos  autovalores  de G(α 0 ).   Pelo  que  vimos  anteriormente, ¦β ν ¦  ´e  no  m´aximo  enumer´avel,   β ν  ,=  0  e  se ¦β ν ¦ ´e  infinito,   ent˜ ao  β ν  →  0  quando  ν →  +∞.   Como   1 λ+α 0 ´e  um  autovalor  de  G(α 0 ),   temos que  existe  ν ∈ N  tal  que   1 λ+α 0 = β ν ,  ou  seja, 1 β ν = λ +α 0  ⇔λ =   1 −α 0 β ν β ν , e,  assim, λ ∈ _ 1 −α 0 β ν β ν ;   onde  β ν   ´e  a  cole¸c˜ ao  dos  autovalores  de  G(α 0 ) _ .   (5.336) Reciprocamente,   seja  λ  =   1−α 0 βν β ν ,   para  algum  ν ∈  N.   Ent˜ao,   λ + α 0   =   1 β ν ,   isto  ´e, β ν   =   1 λ+α 0 .   Assim,   existe  u ,=  0  tal   que  G(α 0 )u  =   1 (λ+α 0 ) u  pois  β ν   ´e  valor  pr´oprio  de G(α 0 ).   Consequentemente, u = (A + α 0 I)G(α 0 )u =   1 (λ + α 0 ) (A + α 0 I)u, 342   INTRODUC¸  ˜ AO   ` A  AN ´ ALISE  FUNCIONAL ou  seja,   Au + α 0 u  =  λu + α 0 u  se  e  somente  se  Au  =  λu.   Portanto,  existe  u ,=  0  tal  que Au = λu  e,  consequentemente, λ ∈ ¦λ ∈ C,   existe  u ,= 0  tal  que  Au = λu¦ .   (5.337) Combinando  (5.336)  e  (5.337)  fica  provado  (5.334). Logo,  a  cole¸c˜ ao  dos  valores  pr´oprios  de  A ´e  dada  por λ ν   =   1 −α 0 β ν β ν ,   (5.338) e,   por  conseguinte,   a  cole¸c˜ ao  dos  valores  pr´oprios  de  A  ´e  no  m´aximo  enumer´ avel.   Al´em disso,  se ¦β ν ¦ ´e  enumer´ avel  temos  que  β ν  →0  quando  ν →+∞  e  como [λ ν [ = ¸ ¸ ¸ ¸ 1 −α 0 β ν β ν ¸ ¸ ¸ ¸ = ¸ ¸ ¸ ¸ 1 β ν −α 0 ¸ ¸ ¸ ¸ ≥ ¸ ¸ ¸ ¸ 1 β ν ¸ ¸ ¸ ¸ −[α 0 [ =   1 [β ν [  −[α 0 [ → +∞, temos  que [λ ν [ →+∞,   quando  ν → +∞.   (5.339) (iii)  Seja  λ ν   =   1−α 0 βν β ν .   De  acordo  com  o ´ıtem  (ii),   a  equa¸c˜ ao  Au − λ ν u  =  0,   possui, para  cada  ν,   solu¸c˜ ao  n˜ao  nula  e,   portanto,   pelo  Teorema  5.130,   temos   que  a  equa¸c˜ ao A ∗ v −λ ν v  = 0 possui, para cada ν, solu¸c˜ ao n˜ao nula.   Logo, a cole¸c˜ao ¦λ ν ¦ ´e formada por valores pr´oprios de A ∗ .   Al´em disso, como os valores pr´oprios de A s˜ao dados pela cole¸c˜ ao ¦λ ν ¦,   temos  que  os  valores  pr´oprios  de  A ∗   s˜ao  dados  pela  cole¸c˜ ao ¦λ ν ¦.   Com  efeito,   j´a vimos que ¦λ ν ¦ est´a contido no conjunto de valores de A ∗ .   Resta-nos provar que qualquer valor  pr´oprio  de  A ∗   pertence  a ¦λ ν ¦.   Suponhamos,   por  contradi¸c˜ ao,   que  exista  λ ∈ C, valor  pr´oprio  de  A ∗   tal   que  λ ,=  λ ν ,   para  todo  ν.   Ent˜ ao,   a  equa¸c˜ ao  A ∗ u − λu  =  0  n˜ao possui   solu¸c˜ ao  ´ unica  e  pelo  Teorema  5.130  temos  que  Au − λu  =  0  possui   solu¸c˜ ao  n˜ao nula,   ou  seja,   λ  ´e  autovalor  de  A.   Mas,   como  λ ,=  λ ν ,   para  todo  ν,   temos  que  λ ,=  λ ν , para  todo  ν,  o  que ´e  um  absurdo.   Isto  conclui  a  prova.   2 Observa¸c˜ao  5.139  Se  A  ´e  o  operador  definido  pela  terna ¦V, H, a(u, v)¦  de  acordo  com (5.287) temos pela proposi¸c˜ao 5.138 que se λ ∈ C, ent˜ao λ ∈ ρ(A) ou λ ´e valor pr´oprio de A.   Supondo-se,  na demonstra¸c˜ao da referida proposi¸c˜ao,  que λ n˜ao fosse valor pr´oprio de A obt´ınhamos, (conforme (5.332)), que (A−λI) −1 ∈ / c (H).   Analogamente, se λ ∈ ρ(A ∗ ) resulta  que  (A ∗ −λI) −1 ∈ / c (H). O  TEOREMA  ESPECTRAL  PARA  OPERADORES  AUTO-ADJUNTOS  N ˜ AO LIMITADOS   343 Observa¸c˜ao  5.140  Seja  A  o  operador  definido  pela  terna ¦V, H, a(u, v)¦  de  acordo  com (5.287).   Ent˜ao,   novamente,   de   acordo  com  a  proposi¸c˜ao  5.138,   obtemos   os   seguintes resultados: •   De  (i)  vem  que C = ρ(A) ∪V P(A),  onde  V P(A) ´e  o  conjunto  dos  valores  pr´oprios de  A  e  ρ(A) ∩V P(A) = ∅.   Assim,  σ(A) = V P(A)  e,  portanto,  n˜ao  existe  λ ∈ σ(A) tal  que  A−λI  ´e  invers´ıvel.   Logo,  o  espectro  cont´ınuo  de  A  e  o  espectro  residual  de A  s˜ao  vazios. •   De  (ii)  resulta  que  o  espectro  pontual   de  A  (que  ´e  o  conjunto  dos  valores  pr´oprios de  A)  n˜ao  possui  nenhum  ponto  de  acumula¸c˜ao  finito.   Com  efeito,  se  σ(A) ´e  finito, nada  temos   a  provar   posto  que   todos   os   seus   pontos   s˜ao  isolados.   Suponhamos, ent˜ao,   σ(A)  infinito  e  assumamos,   por  contradi¸c˜ao,   que  σ(A)  possua  um  ponto  de acumula¸c˜ao  finito.   Logo,  existe ¦γ m ¦ ⊂  σ(A)  e  γ ∈ C  tais  que  γ m  → γ.   Portanto, existe  M  >  0  tal   que [γ m [ ≤  C,   para  todo  m ∈ N.   Por´em,   como ¦γ m ¦ ⊂  σ(A)  = ¦λ ν ¦ ν∈N ,  temos  que  para  cada  m ∈ N,  γ m   ´e  um  dos  λ ν .   Logo,  existe  uma  infinidade de λ ν   cujos m´odulos s˜ao menores ou iguais a M.   Por outro lado,  como [λ ν [ → +∞, temos  que  existe  ν 0  ∈  N  tal   que [λ ν [   >  M,   para  todo  ν ≥  ν 0   e,   por  conseguinte, apenas  um  n´ umero  finito  de  λ ν   possui   m´odulo  menor  ou  igual   a  M,   o  que  ´e  uma contradi¸c˜ao.   Desta  forma,   σ(A)   n˜ao  possui   ponto  de  acumula¸c˜ao  finito  e  ent˜ao, ´e  formado  apenas   por   pontos   isolados.   Em  outras   palavras,   σ(A)  ´e  um  conjunto discreto. Teorema  5.141  (Teorema  Espectral)   Sejam  (V, [[  [[)   e  (H, [  [)   espa¸cos  de  Hilbert tais  que  V   ´e  denso  em  H,  V   c →H  e  dimH  = +∞.   Seja  a(u, v)  uma  forma  sesquilinear, cont´ınua  e  hermitiana  em  V   tal   que  existem  α 0 , α ∈ 1,  com  α > 0  de  modo  que Re [a(v, v) + α 0 (v, v)] ≥ [[v[[ 2 ,   para  todo  v ∈ V. Considere  A  o  operador  definido  pela  terna ¦V, H; a(u, v)¦.   Ent˜ao: (i)   A ´e auto-adjunto e existe um sistema ortonormal completo de H,  enumer´avel,  que denotaremos  por ¦ω ν ¦ ν∈N ,  constit´ uido  por  vetores  pr´oprios  de  A. (ii)   Se ¦λ ν ¦ ν∈N   s˜ao  os   valores   pr´oprios   de   A  correspondentes   aos ¦ω ν ¦ ν∈N ,   ent˜ao 344   INTRODUC¸  ˜ AO   ` A  AN ´ ALISE  FUNCIONAL λ ν  →+∞, D(A)   = _ u ∈ H; +∞  ν=1 λ 2 ν [(u, ω ν )[ 2 < +∞ _ , Au   = +∞  ν=1 λ ν (u, ω ν )ω ν ,   para  todo  u ∈ D(A). Demonstra¸c˜ao: (i)  Consideremos  o  operador  B  definido  pela  terna  V, H; b(u, v)  onde b(u, v) = a(u, v) + α 0 (u, v),   u, v ∈ V, conforme  (5.288).   Pelo  fato  de  b(u, v)  ser  coercivo  temos  pela  proposi¸c˜ ao  5.124  que D(B) ´e  denso  em  H.   (5.340) Al´em  disso,  pelo  fato  de  a(u, v)  ser  hermitiana,  temos  que  b(u, v)  tamb´em  o ´e,  pois b(u, v)   =   a(u, v) + α 0 (u, v) = a(u, v) + α 0 (u, v) =   a(v, u) + α 0 (v, u) = b(v, u),   para  todo  u, v ∈ V. Logo, (Bu, v) = b(u, v) = b(v, u) = (Bv, u) = (u, Bv),   para  todo  u, v ∈ D(B).   (5.341) De  (5.340)  e  (5.341)  temos  que  B  ´e  sim´etrico.   Tamb´em,   pelo  Teorema  5.121  resulta que  D(D(B)) = H,  ou  seja,  B  ´e  sobrejetor.   Ent˜ao,  pela  proposi¸c˜ ao  5.117  segue  que B  ´e  auto-adjunto  ,  isto ´e,  B  = B ∗ .   (5.342) Por  outro  lado,  por  (5.290)  e  (5.301)  temos  que D(A) = D(B)  e  B  = A + α 0 I,   (5.343) existe  A ∗   e,  al´em  disso, D(A ∗ ) = D(B ∗ )   e   B ∗   = A ∗  +α 0 I.   (5.344) Assim,  de  (5.342),  (5.343)  e  (5.344)  resulta  que A +α 0 I  = B  = B ∗   = A ∗  + α 0 I   e   D(A ∗ ) = D(B ∗ ) = D(B) = D(A), O  TEOREMA  ESPECTRAL  PARA  OPERADORES  AUTO-ADJUNTOS  N ˜ AO LIMITADOS   345 ou  seja, A = A ∗ ,   isto ´e,  A ´e  auto-adjunto.   (5.345) Ademais, de (5.293) e (5.303) temos que o operador G(α 0 ) = (A+α 0 I) −1 ´e compacto e  D(G(α 0 ))  =  H.   Tamb´em,  [G(α 0 )] ∗   =  (A ∗  + α 0 I) −1 com  D([G(α 0 )] ∗ )  =  H.   De  (5.345) resulta que G(α 0 ) = [G(α 0 )] ∗ , ou seja, G(α 0 ) ´e auto-adjunto e portanto sim´etrico.   Donde, G(α 0 ) ´e um operador compacto, sim´etrico e n˜ao nulo de H.   Pelo Teorema 5.66 garantimos a existˆencia de uma cole¸c˜ ao no m´aximo enumer´avel ¦β ν ¦ de valores pr´oprios n˜ao nulos de G(α 0 ),  que  cont´em  todos  os  valores  pr´oprios  de  G(α 0 )  (posto  que  todos  eles  s˜ao  nulos)  e, uma  cole¸c˜ ao ¦ω ν ¦  de  correspondentes  vetores  pr´oprios  tais  que Se ¦β ν ¦   ´e  enumer´avel,  ent˜ ao [β ν [ ≥ [β ν+1 [  e  β ν  →0,   (5.346) ¦ω ν ¦ ´e  um  sistema  ortonormal  completo  de  H,   (5.347) G(α 0 )u =  ν (G(α 0 )u, ω ν ) ω ν   =  ν β ν (u, ω ν )ω ν ,   para  todo  u ∈ H.   (5.348) Observamos  que  pelas  caracter´ısticas  da  cole¸c˜ ao ¦β ν ¦,  ela  satisfaz  (5.322)  e  portanto temos  v´alido  o ´ıtem  (ii)  da  proposi¸c˜ao  5.138,   ou  seja,   os  autovalores  do  operador  A  s˜ao dados  por λ ν   =   1 −α 0 β ν β ν .   (5.349) Afirmamos  que: L A   =   ¦u ∈ H, u ,= 0  tal  que  Au = λ ν u,   para  algum  ν ∈ N¦   (5.350) =   ¦u ∈ H, u ,= 0  tal  que  G(α 0 )u = β ν u,   para  algum  ν ∈ N¦ = L G(α 0 ) . Com  efeito,  seja  u ∈ L A .   Ent˜ ao,  u ,= 0  com  Au = λ ν u,  para  algum  ν.   Logo, (A + α 0 I)u = (λ ν  +α 0 )u, e,  portanto, u = (λ ν  + α 0 )G(α 0 )u,   donde  G(α 0 u) =   1 (λ ν  +α 0 ) u  (λ ν  ,= −α 0 ,   pois  −α 0  ∈ ρ(A)). Desta  forma,  de  (5.349)  temos G(α 0 )u =   1 1−α 0 βν β ν + α 0 u = β ν u,   donde  u ∈ L G(α 0 ) . 346   INTRODUC¸  ˜ AO   ` A  AN ´ ALISE  FUNCIONAL Reciprocamente,   seja  u ∈  L G(α 0 ) .   Ent˜ ao,   u ,=  0  com  G(α 0 )u  =  β ν u,   para  algum  ν. Logo, u = β ν (A +α 0 I)u ⇒u = β ν  [Au + α 0 u] , ou  seja, Au =   (1 −α 0 β ν ) β ν u = λ ν u,   portanto  u ∈ L A , o  que  prova  que  (5.350).   Sendo  assim,  de  (5.347)  e  (5.350)  temos  que ¦ω ν ¦ ´e  um  sistema  ortonormal  completo  de  H  formado  por   (5.351) autovetores  de  A  cujos  autovalores  associados  s˜ao  dados  por  (5.349). Por´em,   do  fato  que  dimH  =  +∞  e  [ω ν ]  =  H,   temos  que  a  cole¸c˜ao ¦ω ν ¦  ´e  infinita  e, portanto,   enumer´ avel   pois,   caso  contr´ario,   se ¦ω ν ¦  fosse  finita  ter´ıamos  [ω 1 ,     , ω m ]   = [ω 1 ,     , ω m ] = H,  o  que  implica  que  dimH  < +∞  o  que ´e  um  absurdo. (ii)  Observemos  que  pelo  fato  de  G(α 0 )  ser  sim´etrico,  temos: β ν (ω ν , ω ν ) = (β ν ω ν , ω ν ) = (G(α 0 )ω ν , ω ν ) = (ω ν , G(α 0 )ω ν ) = β ν (ω ν , ω ν ),   para  todo  ν, e,  portanto, (β ν  −β ν )[ω ν [ 2 = 0,   para  todo  ν. Mas  como [ω ν [ 2 = 1  (por  (5.347))  temos  que β ν   = β ν ,   para  todo  ν,   ou  seja,  β ν  ∈ 1,   para  todo  ν.   (5.352) Como  α 0  ∈ 1,  temos  por  (5.349)  que λ ν  ∈ 1,   para  todo  ν.   (5.353) Al´em  disso,   seja  f ,=  0.   Ent˜ao,   G(α 0 )f ,=  0  e  pondo  G(α 0 )f  =  v,   de  (5.342)  resulta que (G(α 0 )f, f) = (v, (A + α 0 I)v) = (v, Bv) = (Bv, v) = b(u, v) ≥ α[[v[[ 2 > 0, ou  seja, (G(α 0 )f, f) > 0,   para  todo  f ,= 0. O  TEOREMA  ESPECTRAL  PARA  OPERADORES  AUTO-ADJUNTOS  N ˜ AO LIMITADOS   347 Desta  forma, 0 < (G(α 0 )ω ν , ω ν ) = β ν (ω ν , ω ν ) = β ν [ω ν [ 2 ,   para  todo  ν, o  que  implica  que β ν   > 0,   para  todo  ν.   (5.354) Assim,  como  de  (5.349)  λ ν   =   1 β ν −α 0   e  de  (5.346)  e  (5.354),   1 β ν →+∞,  segue  que, λ ν  → +∞  quando  ν →+∞,   (5.355) se ¦β ν ¦  for  uma  cole¸c˜ao  infinita. Provaremos,  a  seguir,  que D(A) = _ u ∈ H;  ν λ 2 ν [(u, ω ν )[ 2 < +∞ _ .   (5.356) De fato, seja u ∈ D(A).   Ent˜ ao, Au ∈ H  e pelo fato de ¦ω ν ¦ ser um sistema ortonormal completo  de  H  temos  pelo  Teorema  5.37(3)  resulta  que Au =  ν (Au, ω ν )ω ν .   (5.357) Pelo fato de A ser auto-adjunto, temos que (Au, ω ν ) = (u, Aω ν ) = λ ν (u, ω ν ) e portanto, substituindo  tal  express˜ao  em  (5.357)  obtemos Au =  ν λ ν (u, ω ν )ω ν .   (5.358) Pelo  Teorema  5.37(5)  vem  ent˜ ao  que [Au[ 2 =  ν λ 2 ν [(u, ω ν )[ 2 , e,  ent˜ ao,  ν λ 2 ν [(u, ω ν )[ 2 < +∞. Por  outro  lado,  assumamos  que u ∈ H  ´e  tal  que  ν λ 2 ν [(u, ω ν )[ 2 < +∞.   (5.359) 348   INTRODUC¸  ˜ AO   ` A  AN ´ ALISE  FUNCIONAL Seja S n   = n  ν=1 λ ν (u, ω ν )ω ν . Ent˜ao,  para  m, n ∈ N  tais  que  m > n,  resulta  que [S n −S m [ 2 = ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ m  ν=n+1 λ ν (u, ω ν )ω ν ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ 2 = m  ν=n+1 λ 2 ν [(u, ω ν )[ 2 →0,   quando  n, m →+∞, uma  vez  que  de  (5.359)  a  s´erie  ´e  convergente.   Logo, ¦S n ¦ n   ´e  de  Cauchy  e,   desta  forma, como  H  ´e  completo,  existe  z ∈ H  tal  que z  =  λν (u, ω ν )ω ν . Pondo  g  = z + α 0 u,  ent˜ao g   =  ν λ ν (u, ω ν )ω ν  +  ν α 0 (u, ω ν )ω ν   (5.360) =  ν (λ ν  + α 0 )(u, ω ν )ω ν . Como  λ ν   =   1−α 0 βν β ν temos  que  λ ν   =   1 β ν −α 0   o  que  implica  λ ν  + α 0   =   1 β ν .   Substituindo esta  ´ ultim  a  express˜ao  em  (5.360)  obtemos g  =  ν 1 β ν (u, ω ν )ω ν , e  pelo  fato  de  G(α 0 )  ser  cont´ınuo  resulta  que G(α 0 )g   =  ν 1 β ν (u, ω ν )G(α 0 )ω ν   =  ν 1 β ν (u, ω ν )β ν ω ν =  ν (u, ω ν )ω ν   = u. Assim,  G(α 0 )g  =  u  e  como  Im(G(α 0 ))  =  D(A)  segue  que  u ∈  D(A).   Al´em  disso,  de (5.358)  resulta  que Au =  ν λ ν (u, ω ν )ω ν ,   para  todo  u ∈ D(A), o  que  prova  (5.356).   Isto  conclui  a  prova. 2 O  TEOREMA  ESPECTRAL  PARA  OPERADORES  AUTO-ADJUNTOS  N ˜ AO LIMITADOS   349 Como consequ encia do ´ıtem (i) do Teorema 5.141 fica resolvido o problema de valores pr´oprios  e  vetores  pr´oprios  para  A: _ ω ∈ D(A) Aω  = λω, (5.361) ou,  equivalentemente,  o  problema  espectral: a(ω, v) = λ(ω, v),   para  todo  v ∈ V.   (5.362) Observa¸c˜ao  5.142 Sejam  (V, [[  [[)  e  (H, [  [)  espa¸cos  de  Hilbert   tais  que  V   ´e  denso  em  H,   V   c →  H  e dimH  = +∞.   Seja  a(u, v)  uma  forma  sesquilinear,  cont´ınua  e  hermitiana  em  V   tal   que existem  α 0 , α ∈ 1,  com  α > 0  de  modo  que Re [a(v, v) + α 0 (v, v)] ≥ [[v[[ 2 ,   para  todo  v ∈ V. Considere  A  o  operador  definido  pela  terna ¦V, H; a(u, v)¦  e  B  o  operador  definido pela  terna ¦V, H; b(u, v)¦,  onde  b(u, v) = a(u, v) + α 0 (u, v). Notemos  que  em  D(B)  os  seguintes  produtos  internos  s˜ao  equivalentes: (u, v) D(B)   =   (u, v) + (Bu, Bv),   (5.363) (u, v) 1   =   (Bu, Bv).   (5.364) Com efeito,  notemos inicialmente,  que munido do produto interno dado em (5.363) D(B) ´e  um  espa¸co  de  Hilbert,   pois  pela  proposi¸c˜ao  5.124  temos  que  B  ´e  um  operador  fechado. Portanto,  se  mostrarmos  que  os  produtos  internos  dados  em  (5.363)  e  (5.364)  s˜ao  equiv- alentes,  ent˜ao  D(B)  ´e  um  espa¸co  de  Hilbert  munido  com  ambos  produtos  internos.   Com efeito,  seja  u ∈ D(B).   Temos [u[ 2 ≤ C 1 [[u[[ 2 ≤ C 1 1 α b(u, u) = C 2 (Bu, u) ≤ C 2 [Bu[ [u[, o  que  implica [u[ ≤ C 2 [Bu[,   para  todo  u ∈ D(B). Portanto, [[u[[ 2 D(B)   = [u[ 2 +[Bu[ 2 ≤ (1 + C 2 2 )[Bu[ 2 , 350   INTRODUC¸  ˜ AO   ` A  AN ´ ALISE  FUNCIONAL donde, [[u[[ D(B)  ≤ _ 1 + C 2 2 _ 1/2 [Bu[ = _ 1 + C 2 2 _ 1/2 [u[ 1 ,   para  todo  u ∈ D(B). Tamb´em, [u[ 1   = [Bu[ ≤ _ [u[ 2 +[Bu[ 2 _ 1/2 = [[u[[ D(B) ,   para  todo  u ∈ D(B), o  que  prova  a  equivalencia  entre  os  produtos  internos  dados  em  (5.363)  e  (5.364). Pelo  ´ıtem  (i)   do  Teorema  5.141  resulta  que   existe   uma  cole¸c˜ao  enumer´avel ¦ω ν ¦ ν , formada  por  autovetores  de  A,   e  portanto  de  B  =  A + α 0 I,   que  constituem  um  sistema ortonormal  completo  de  H.   Denotemos  por ¦τ ν ¦ ν ,  onde  τ ν   = λ ν  +α 0 ,  os  correspondentes autovalores  de  B.   Temos  o  seguinte  resultado: Proposi¸c˜ao  5.143  Nas  condi¸c˜oes  da  observa¸c˜ao  5.142  resulta: (i)   ¦ω ν ¦ ν   ´e  um  sistema  completo  em  V ,   τ ν   =  b(ω ν , ω ν )  >  0   e   τ ν  →  +∞,   quando ν →+∞. (ii) ¦ω ν ¦ ν   ´e  um  sistema  ortogonal   completo  em  D(B),   onde  D(B)  est´a  munido  com qualquer  um  dos  produtos  internos  (5.363)  e  (5.364)  e  τ ν   = [Bω ν [. Demonstra¸c˜ao:   (i) Temos que τ ν   = λ ν +α 0 .   Portanto, se τ ν  ´e infinito, ent˜ao λ ν   tamb´em o ´e e como λ ν  → +∞ (pelo Teorema 5.141) temos que τ ν  → +∞.   Tamb´em, como ω ν  ,= 0, para  todo  ν,  segue  que 0 < α[[ω ν [[ 2 ≤ b(ω ν , ω ν ) = (Bω ν , ω ν ) = τ ν  (ω ν , ω ν ) = τ ν [ω ν [ 2 = τ ν ,   pois [ω ν [ = 1. Assim,   τ ν   =  b(ω ν , ω ν )  >  0  para  todo  ν.   Resta-nos,   portanto,   provar  que ¦ω ν ¦  ´e  um sistema  completo  em  V ,   ou  seja,   as  combina¸c˜ oes  lineares  finitas  dos  ω s ν   ´e  um  conjunto denso  em  V .   Inicialmente,  afirmamos  que: Os  produtos  internos  ((, ))  e  (, ) 2   = b(, )   (5.365) definem  normas  equivalentes  em  V. De  fato,  seja  u ∈ V .   Ent˜ao,  pela  continuidade  da  forma  b(u, v)  resulta  que [[u[[ 2 ≤   1 α b(u, u), O  TEOREMA  ESPECTRAL  PARA  OPERADORES  AUTO-ADJUNTOS  N ˜ AO LIMITADOS   351 ou  seja, [[u[[ ≤ C 0 [u[ 2 ,   C 0   =   1 √ α .   (5.366) Al´em  disso,  sendo  a(u, v)  cont´ınua  em  V   e  pelo  fato  de  V  →H,  obtemos b(u, u) = a(u, u) + α 0 (u, u) ≤ [a(u, u)[ + α 0 [u[ 2 ≤ C 1 [[u[[ 2 + α 0 [u[ 2 ≤ C 2 [[u[[ 2 , onde  C 1   e  C 2   s˜ao  constantes  positivas.   Logo, [u[ 2  ≤ C 3 [[u[[,   C 3   = _ C 2 .   (5.367) Assim,  de  (5.366)  e  (5.367)  existem  α 1 , α 2   > 0  tais  que α 1 [[u[[ ≤ [u[ 2  ≤ α 2 [[u[[,   para  todo  u ∈ V,   (5.368) o  que  prova  a  afirma¸c˜ ao  em  (5.365).   Ent˜ao,   basta  provarmos  que ¦ω ν ¦  ´e  completo  em V   com  V   munido  do  produto  interno  (, ) 2 .   Para  isto,   usaremos  o  crit´erio:   (u, ω ν ) 2   =  0 para todo ν  implica que u = 0.   Suponhamos, ent˜ ao, que (u, ω ν ) = 0 para todo ν, ou seja, b(u, ω ν ) = 0  para  todo  ν.   Como b(u, ω ν ) = (Bu, ω ν ) = (u, Bω ν ) = τ ν (u, ω ν ), temos  que  τ ν (u, ω ν ) = 0,  para  todo  ν.   Sendo  τ  + ν  > 0,  segue  que  (u, ω ν ) = 0  para  todo ν  e  do  fato  de ¦ω ν ¦  ser  completo  em  H  resulta  que  u = 0,  o  que  prova  o  desejado. (ii)   Temos   que  os   produtos   internos   (5.363)   e  (5.364)   s˜ao  equivalentes   em  D(B)   e, portanto,  se ¦ω ν ¦  for  completo  em  V   com  um  dos  produtos  internos  o  ser´a  com  o  outro. Seja,  ent˜ ao,  v ∈ D(B)  tal  que  (ω ν , v) 1   = 0,  para  todo  ν.   Logo, 0 = (Bω ν , Bv) = τ ν (ω ν , Bv) = τ ν (Bω ν , v) = τ 2 ν (ω ν , v),   para  todo  ν. Como ¦ω ν ¦  ´e  completo  em  H  resulta  que  v  =  0,   o  que  mostra  que ¦ω ν ¦  ´e  completo em  D(B)  munido  de  qualquer  um  dos  produtos  internos  (5.363)  e  (5.364).   Al´em  disso, sejam  ν ,= µ.   Temos (ω ν , ω µ ) D(B)   =   (ω ν , ω µ ) + (Bω ν , Bω µ ) =   (ω ν , ω µ ) + τ ν τ µ (ω ν , ω µ ) =   (1 + τ ν τ µ )(ω ν , ω µ ), 352   INTRODUC¸  ˜ AO   ` A  AN ´ ALISE  FUNCIONAL e (ω ν , ω µ ) 1   = (Bω ν , Bω µ ) = τ ν τ µ (ω ν , ω µ ). Como ¦ω ν ¦  ´e  ortogonal   em  H  vem  que  (ω ν , ω µ ) D(B)   =  0  =  (ω ν , ω µ ) 1   e,   desta  forma, ¦ω ν ¦ ´e ortogonal em D(B) munido de qualquer um dos produtos internos (5.363) e (5.364). Tamb´em [Bω ν [ 2 = (Bω ν , Bω ν ) = τ 2 ν (ω ν , ω µ ) = τ 2 ν [ω ν [ 2 = τ 2 ν ,   para  todo  ν, e,  assim,  Bω ν   = τ ν ,  para  todo  ν  (j´a  que  τ ν   > 0).   Isto  completa  a  prova.   2 Observa¸c˜ao  5.144 Se  a(u, v)  =  ((u, v))  e  α 0   =  0,   ent˜ao  B  =  A  e  ((u, v))  =  (Bu, v)  =  (Au, v).   Logo, ¦ω ν ¦  al´em  de  ser  completo  tamb´em  ´e  ortogonal   em  V   pois  se  ν ,= µ  vem  que ((ω ν , ω µ )) = (Bω ν , ω µ ) = (Aω ν , ω µ ) = λ ν (ω ν , ω µ ) = 0, pois ¦ω ν ¦  ´e  ortogonal   em  H.   Ademais, [[ω ν [[ 2 = ((ω ν , ω ν )) = τ ν  (ω ν , ω ν ) . ¸¸ . =1 = λ ν  (ω ν , ω ν ) . ¸¸ . =1 ,   para  todo  ν, ou  seja, [[ω ν [[ 2 = τ ν   = λ ν ,  para  todo  ν. Como  consequˆencia  da  proposi¸c˜ ao  5.143  fica  resolvido  o  problema  de  valores  pr´oprios e  vetores  pr´oprios  de  B: _ w ∈ D(B) Bw = τw, (5.369) ou  equivalentemente,  o  problema  espectral a(w, v) = λ(w, v),   para  todo  v ∈ V.   (5.370) Exemplos: Exemplo  4:   Seja  Ω  um  subconjunto  aberto  limitado  de  1 n cuja  fronteira  deno- taremos  por  Γ.   Consideremos  A  o  operador  definido  pela  terna ¦H 1 0 (Ω), L 2 (Ω), a(u, v)¦ onde a(u, v) := _ Ω ∇u(x)  ∇v(x) dx,   u, v ∈ H 1 0 (Ω).   (5.371) O  TEOREMA  ESPECTRAL  PARA  OPERADORES  AUTO-ADJUNTOS  N ˜ AO LIMITADOS   353 Conforme  visto  no  exemplo  2  da  se¸c˜ao  5.10,  tem-se D(A) = ¦u ∈ H 1 0 (Ω); ∆u ∈ L 2 (Ω)¦   e   A = −∆. Como  H 1 0 (Ω)   c →  L 2 (Ω)   e  a(u, v)   define  um  produto  interno  em  H 1 0 (Ω)   equivalente ao  produto  interno  induzido  por  H 1 (Ω),   vem  do  Teorema  5.141,   proposi¸c˜ ao  5.143  e  da observa¸c˜ao  5.144  que  existe  uma  sequˆencia ¦ω ν ¦ ν∈N   de  autovetores  de −∆  tal  que: ¦ω ν ¦ ν∈N   ´e  um  sistema  ortonormal  completo  em  L 2 (Ω), ¦ω ν ¦ ν∈N   ´e  um  sistema  ortogonal  completo  em  H 1 0 (Ω), ¦ω ν ¦ ν∈N   ´e  um  sistema  ortogonal  completo  em  D(−∆). Al´em  disso,  λ ν   = [[ω ν [[ 2 H 1 0 (Ω)   > 0  e  λ ν  → +∞  quando  ν → +∞.   Assim,  fica  resolvido o  problema  de  valores  e  vetores  pr´oprios _ w ∈ D(−∆) −∆w = λw. Al´em disso, se Ω possuir uma fronteira regular temos que γ 0 w = 0, aqui γ 0   : H 1 (Ω) → H 1/2 (Γ)  ´e  o  operador  tra¸co  de  ordem  zero.   Desta  froma,   fica  resolvido  o  problema  de Dirichlet   _  −∆w = λw w[ Γ   = 0. Notemos  ainda  que [[ω ν [[ D(−∆)   = [ −∆ω ν [ L 2 (Ω)   = λ ν [ω ν [ L 2 (Ω)   = λ ν   o  que  implica ¦ω ν ¦ ν∈N   ´e  um  sistema  ortonormal  completo  em  L 2 (Ω), _   ω ν √ λ ν _ ν∈N ´e  um  sistema  ortonormal  completo  em  H 1 0 (Ω), _ ω ν λ ν _ ν∈N ´e  um  sistema  ortonormal  completo  em  D(−∆). Exemplo 5: Seja Ω um subconjunto aberto limitado bem regular de 1 n e consideremos B o operador definido pela terna ¦H 1 (Ω), L 2 (Ω); b(u, v)¦ onde b(u, v) = a(u, v)+(u, v) L 2 (Ω) e a(u, v) := _ Ω ∇u(x)  ∇v(x) dx,   u, v ∈ H 1 0 (Ω). Conforme  visto  no  exemplo  3  da  se¸c˜ao  5.10,  tem-se: D(B) = ¦u ∈ H 2 (Ω); γ 1 u = 0¦   e   B  = −∆ + I. 354   INTRODUC¸  ˜ AO   ` A  AN ´ ALISE  FUNCIONAL De  (5.287)-(5.290)  resulta  que D(A) = D(B)   e  B  = A + I, e  como  A = −∆,  podemos  escrever D(−∆) = ¦u ∈ H 2 (Ω); γ 1   = 0¦. Tamb´em,   pelo  Teorema  Espectral,   existe  uma  sequˆencia ¦ω ν ¦ ν∈N   de  autovetores  de −∆  que  cosnstituem  um  sistema  ortonormal  completo  em  L 2 (Ω).   Logo, λ ν   = λ ν [ω ν [ 2 L 2 (Ω)   = λ ν (ω ν , ω ν ) L 2 (Ω)   = (λ ν ω ν , ω ν ) L 2 (Ω)   = (Aω ν , ω ν ) L 2 (Ω)   = a(ω ν , ω ν ) ≥ 0. Assim,  fica  resolvido  o  problema  de  vetores  e  valores  pr´oprios: _ w ∈ D(−∆) −∆w = λw, ou  seja,  fica  resolvido  o  problema  de  Neumann _  −∆w = λw ∂ ν w[ Γ   = 0. Observa¸c˜ao  5.145  Se  Ω  tiver  fronteira  bem  regular,  digamos  C ∞ ,  usando  resultados  de regularidade  para  solu¸c˜oes  de  problemas  el´ıpticos  (veja  Br´ezis  [4])  resulta  que  o  sistema completo ¦ω ν ¦  dos  exemplos  acima  ´e  tal   que  ω ν  ∈  H m (Ω),   para  todo  ν ∈ N  e  para  todo m ∈ N.   Resulta  da´ı,  em  virtude  dos  resultados  de  imers˜ao  de  Sobolev  que  ω ν  ∈ C ∞ (Ω). 5.14   C´alculo  Funcional  -  Raiz  Quadrada No  decorrer  desta  se¸c˜ ao  estaremos  supondo  que  V  em  H  s˜ao  espa¸cos  de  Hilbert  munidos com  produtos  internos  ((, ))  e  (, ),  respectivamente.   Al´em  disso, i)  a(u, v) ´e  uma  forma  sesquilinear,  cont´ınua  e  hermitiana  em  V V . ii)  Existem  α 0 , α ∈ 1,  com  α > 0  tais  que Re[a(v, v) + α 0 (v, v)] ≥ α[[v[[ 2 ,   para  todo  v ∈ V. iii)  A  inje¸c˜ ao  de  V   em  H  ´e  compacta  e  V  ´e  denso  em  H. iv)  A ´e  o  operador  definido  pela  terna ¦V, H; a(u, v)¦. C ´ ALCULO  FUNCIONAL  -  RAIZ  QUADRADA   355 v) B  ´e o operador definido pela terna ¦V, H; b(u, v)¦, onde b(u, v) = a(u, v) +α 0 (u, v), para  todo  u, v ∈ V . Satisfeitas  as  condi¸c˜ oes  i),  ii)  iii)  e  iv),  o  Teorema  Espectral  nos  garante  que a) A´e auto-adjunto e existe um sistema ortonormal completo ¦ω ν ¦ ν∈N  de H constitu´ıdo por  vetores  pr´oprios  de  A. b)  Se ¦λ ν ¦ ν∈N   s˜ao  os  valores  pr´oprios  de  A  correspondentes  aos ¦ω ν ¦ ν∈N ,  ent˜ao  λ ν  → +∞, D(A)   = _ u ∈ H; ∞  ν=1 λ 2 ν [(u, ω ν )[ 2 < +∞ _ , Au   = ∞  ν=1 λ ν (u, ω ν )ω ν ,   para  todo  u ∈ D(A). Se B  ´e o operador definido por b(u, v) = a(u, v) +α 0 (u, v), j´a vimos que B  = A+α 0 I. Supondo  que  A  e  B  estejam  nas  condi¸c˜ oes  i)-  v)  acima,   temos,   em  virtude  do  Teorema Espectral  que  a)  se  verifica.   Assim, Aω ν   = λ ν ω ν ,   para  todo  ν ∈ N, o  que  implica Bω ν   = (A + α 0 I)ω ν   = Aω ν  +α 0 ω ν   = λ ν ω ν  + α 0 ω ν   = (λ ν  +α 0 )ω ν ,   para  todo  ν ∈ N. Portanto, ¦ω ν ¦ ν∈N   tamb´em  forma  uma  cole¸c˜ao  de  vetores  pr´oprios  de  B  cujos  valores pr´oprios  s˜ao  τ ν   = λ ν  + α 0 . Proposi¸c˜ao  5.146  Tem-se: D(A m )   = _ u ∈ H; ∞  ν=1 λ 2m ν   [(u, ω ν )[ 2 < +∞ _ , A m u   = ∞  ν=1 λ m ν   (u, ω ν )ω ν ,   para  todo  u ∈ D(A m ), onde  m ∈ N. Demonstra¸c˜ao:   Para  m  =  1,   o  Teorema  Espectral   nos  diz  que  a  proposi¸c˜ ao  ´e  v´alida. Para  cada  m ∈ N,  denotemos: M m   = _ u ∈ H; ∞  ν=1 λ 2m ν   [(u, ω ν )[ 2 < +∞ _ . 356   INTRODUC¸  ˜ AO   ` A  AN ´ ALISE  FUNCIONAL Seja  u ∈ D(A m ),  com  m ≥ 2.   Ent˜ ao, u ∈ D(A), Au ∈ D(A),     , A m−1 u ∈ D(A), A m u ∈ H. Como ¦ω ν ¦ ν∈N   ´e  um  sistema  ortonormal  completo  e  A ´e  auto-dajunto  resulta  que A m u   = ∞  ν=1 (A m u, ω ν )ω ν   = ∞  ν=1 (u, A m ω ν )ω ν   = ∞  ν=1 (u, λ m ν   ω ν )ω ν   (5.372) = ∞  ν=1 λ m ν   (u, ω ν )ω ν ,   para  todo  u ∈ D(A m ). Pela  identidade  de  Parseval  e  por  (5.372)  temos  que [A m u[ 2 = ∞  ν=1 λ 2m ν   [(u, ω ν )[ 2 < +∞,   para  todo  u ∈ D(A m ), o  que  implica  que  u ∈ M m ,  e  consequentemente  fica  provado  que D(A m ) ⊂ M m ,   para  todo  m ∈ N.   (5.373) Mostraremos,  agora,  que  M m  ⊂ D(A m ),  usando  indu¸c˜ ao  sobre  m.   Temos,  em  virtude do  Teorema  Espectral   que  M 1  ⊂  D(A).   Suponhamos  v´alida  a  inclus˜ao  para  m ≥  2  e provemos  que  a  inclus˜ao ´e  v´alida  para  m+ 1,  isto ´e,  M m+1  ⊂ D(A m+1 ).   Com  efeito,  seja u ∈ M m+1 .   Ent˜ao,  por  defini¸c˜ ao,  u ∈ H  e ∞  ν=1 λ 2(m+1) ν   [(u, ω ν )[ 2 < +∞.   (5.374) Temos,  pelo  Teorema  Espectral  que  λ ν  → +∞  quando  ν →+∞,  o  que  implica  que E  = ¦ν ∈ N; 0 ≤ [λ ν [ ≤ 1¦ , ´e   um  conjunto  finito.   Por   outro  lado,   ´e   f´acil   verificar   que   λ 2(m+1) ν   ≤  λ 2m ν   ,   para  todo ν  ∈  N.   Contudo,   para  cada  ν  ∈  N,   existe   C ν   ≥  1  tal   que   λ 2m ν   ≤  C ν λ 2(m+1) ν   .   Seja C  = max¦C ν , ν ∈ E¦.   Ent˜ ao, λ 2m ν   ≤ Cλ 2(m+1) ν   ,   para  todo  ν ∈ E. Mas,   se  ν ,=  E,   temos  que [λ ν [   >  1  e,   portanto,   λ 2m ν   <  Cλ 2(m+1) ν   ,   pois  C ≥  1.   Da´ı resulta  que λ 2m ν   ≤ Cλ 2(m+1) ν   ,   para  todo  ν ∈ N. C ´ ALCULO  FUNCIONAL  -  RAIZ  QUADRADA   357 Assim,  da  desigualdade  acima  e  por  (5.374) ∞  ν=1 λ 2m ν   [(u, ω ν )[ 2 ≤ C ∞  ν=1 λ 2(m+1) ν   [(u, ω ν )[ 2 < +∞, e,   consequentemente,   u ∈  M m .   Pela  hip´otese  indutiva  resulta  ent˜ao  que  u ∈  D(A m ). Resta-nos  provar  que  A m u ∈ D(A),  o  que  implicar´a  que  u ∈ D(A m+1 ).   De  fato,  temos ∞  ν=1 λ m+1 ν   (u, ω ν )ω ν   = ∞  ν=1 λ ν (u, λ m ν   ω ν )ω ν   = ∞  ν=1 λ ν (u, A m ω ν )ω ν   (5.375) = ∞  ν=1 λ ν (A m u, ω ν )ω ν . Como  H  ´e  um  espa¸co  de  Hilbert,   para  se  concluir  que  S n   =  n ν=1 λ m+1 ν   (u, ω ν )ω ν   ´e convergente,  basta  mostrar  que ¦S n ¦ ´e  de  Cauchy.   De  fato,  se  k < n,  ent˜ ao [S n −S k [ 2 = ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ n  ν=K=1 λ m+1 ν   (u, ω ν )ω ν ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ 2 = n  ν=K=1 λ 2(m+1) ν   [(u, ω ν )[ 2 . Por  (5.374)  temos  que n  ν=K=1 λ 2(m+1) ν   [(u, ω ν )[ 2 →0,   quando  k, n → +∞. Portanto, [S n −S m [ → 0  quando  k, n →+∞,  donde ¦S n ¦ ´e  de  Cauchy.   Do  exposto  e de  ()5.374  podemos  concluir  que  ∞ ν=1 λ ν (A m u, ω ν )ω ν   ´e  convergente.   Consequentemente ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ n  ν=k+1 λ ν (A m u, ω ν )ω ν ¸ ¸ ¸ ¸ ¸ 2 = n  ν=K=1 λ 2 ν [(A m u, ω ν ) 2 [ → 0  quando  k, n → +∞, ou  seja, ∞  ν=1 λ 2 ν [(A m u, ω ν )[ 2 < +∞. Pelo ´ıtem  (ii)  do  Teorema  Espectral   temos  que  A m u ∈  D(A),   isto  ´e,   u ∈  D(A m+1 ), da´ı, M m  ⊂ D(A m ),   para  todo  m ∈ N.   (5.376) De  (5.373)  e  (5.376)  vem  que M m   = D(A m ),   para  todo  m ∈ N,   (5.377) e  de  (5.372)  e  (5.377)  segue  a  proposi¸c˜ ao.   2 358   INTRODUC¸  ˜ AO   ` A  AN ´ ALISE  FUNCIONAL Observa¸c˜ao  5.147 Faremos  a  conven¸c˜ao  A 0 = I.   Assim,  D(A 0 ) = H  e A 0 u = ∞  ν=1 (u, ω ν )ω ν ,   pois  A 0 u = u. Note  que  λ ν   pode  ser  zero  e  quando  isto  acontece  n˜ao  est´a  definido  λ 0 ν . Defini¸c˜ao  5.148  Um  operador  R  de  H  ´e  denominado  positivo  se  (Ru, u) ≥ 0,  para  todo u ∈ D(R). Proposi¸c˜ao  5.149  Seja  A  o  operador  definido  na  introdu¸c˜ao  desta  se¸c˜ao.   Ent˜ao,   A  ´e positivo  se,  e  somente  se,  λ ν  ≥ 0,  para  todo  ν ∈ N. Demonstra¸c˜ao:   (⇒)  Suponhamos  que  A  seja  positivo,  ou  seja,  (Au, u) ≥ 0  para  todo u ∈ D(A).   Ent˜ao,  do  fato  que 0 ≤ (Au ν , u ν ) = λ ν (u ν , u ν ) = λ ν [u ν [ 2 .¸¸. =1 , resulta  imediatamente  que  λ ν  ≥ 0  para  todo  ν ∈ N. (⇐)  Reciprocamente,   suponhamos  que  λ ν  ≥  0,   para  todo  ν ∈ N  e  considermos  u ∈ D(A).   Provaremos  que  (Au, u) ≥ 0.   de  fato,  sabemos  que Au = ∞  ν=1 λ ν (u, ω ν )ω ν . Agora,  tomando A n u = n  ν=1 λ ν (u, ω ν )ω ν , obtemos (A n u, u)   = _   n  ν=1 λ ν (u, ω ν )ω ν , u _ = n  ν=1 λ ν (u, ω ν )(ω ν , u) = n  ν=1 λ ν (u, ω ν )(u, ω ν ) = n  ν=1 λ ν (u, ω ν )[(u, ω ν )[ 2 ≥ 0,   pois  λ ν  ≥ 0,   para  todo  ν ∈ N. Consequentemente, lim n→+∞ (A n u, u) ≥ 0, C ´ ALCULO  FUNCIONAL  -  RAIZ  QUADRADA   359 ou  seja,  (Au, u) ≥ 0  posto  que lim n→+∞ (A n u, u) = (Au, u). Com  efeito,  temos [(A n u, u) −(Au, u)[ = [(A n u −Au, u)[ ≤ [A n u −Au[ [u[ → 0  quando  n →+∞, o que prova a convergˆencia acima.   Pela artitrariedade de u ∈ D(A) segue que (Au, u) ≥ 0 para  todo  u ∈ D(A),  ou  seja,  A ´e  positivo. 2 Vamos  dar  um  exemplo  para  motivar  a  defini¸c˜ ao  que  vir´a  a  seguir. Exemplo  1:  Seja  A  um  operador  satisfazendo  i),   ii),   iii)  e  iv)  e  assumamos  que  A  ´e positivo.   Consideremos p : 1 →1 λ →p(λ) = a 0  + a 1 λ +   + a k λ k , coma 0 , a 1 ,     , a k  n´ umeros reais positivos ou nulos, isto ´e, a i  ≥ 0 para todo i ∈ ¦0, 1,     , k¦, a k  ,= 0.   Definamos  o  seguinte  operador: C  = a 0 I + a 1 A +   + a k A k . Afirmamos  que: D(C) = _ u ∈ H; ∞  ν=1 p(λ ν ) 2 [(u, ω ν )[ 2 < +∞ _ .   (5.378) Notemos  que D(C)   =   D(a 0 I +a 1 A +   +a k A k ) = D(a 0 I) ∩ D(a 1 A) ∩    ∩ D(a k A k ) =   D(a 1 A) ∩    ∩ D(a k A k ),   pois  D(a 0 I) = H. Al´em  disso,  observemos  que D(a 1 A) = D(A),     , D(a k A k ) = D(A k ), e,  portanto, D(C)   =   D(A) ∩    ∩ D(A k ) = _ u ∈ H; ∞  ν=1 λ 2 ν [(u, ω ν )[ 2 < +∞,     , ∞  ν=1 λ 2k ν  [(u, ω ν )[ 2 < +∞ _ = _ u ∈ H; ∞  ν=1 λ 2k ν  [(u, ω ν )[ 2 < +∞ _ . 360   INTRODUC¸  ˜ AO   ` A  AN ´ ALISE  FUNCIONAL Por  outro  lado,  notemos  que [p(λ ν )] 2 = _ a 0  +a 1 λ ν  +    , +a k λ k ν ¸ 2 = __ a 0  + a 1 λ ν  +   +a k−1 λ k−1 ν _ + a k λ k ν ¸ 2 = _ a 0  +a 1 λ ν  +   + a k−1 λ k−1 ν ¸ 2 + 2a k _ a 0  +a 1 λ ν  +   + a k−1 λ k−1 ν _ λ k ν  + (a k λ k ν ) 2 ≤   2 _ a 0  + a 1 λ ν  +   + a k−1 λ k−1 ν ¸ 2 + 2(a k λ ν ) 2 ≤   2 2 _ a 0  + a 1 λ ν  +   + a k−2 λ k−2 ν ¸ 2 + 2 2 (a k−1 λ k−1 ν   ) 2 + 2 2 (a k λ k ν ) 2 ≤   2 k _ a 2 0  + a 2 1 λ 2 ν  +   + a 2 k λ 2k ν ¸ . Do  exposto  acima  e  se  u ∈ D(C)  resulta  que ∞  ν=1 [p(λ ν )] 2 [(u, ω ν )[ 2 ≤ 2 k ∞  ν=1 _ a 2 0  +a 2 1 λ 2 ν  +   + a 2 k λ 2k ν ¸ [(u, ω ν )[ 2 = 2 k a 2 0 ∞  ν=1 [(u, ω ν )[ 2 + 2 k a 2 1 ∞  ν=1 [λ 2 ν (u, ω ν )[ 2 +   + a 2 k 2 k ∞  ν=1 [λ 2k ν   (u, ω ν )[ 2 < +∞, o  que  implica  que D(C) ⊂ _ u ∈ H; ∞  ν=1 [p(λ ν )] 2 [(u, ω ν )[ 2 < +∞ _ .   (5.379) Seja,  agora,  u ∈ H  tal  que ∞  ν=1 p(λ ν ) 2 [(u, ω ν )[ 2 < +∞. Ora, p(λ ν ) 2 = _ a 0  + a 1 λ ν  +   + a k λ k ν ¸ 2 ≥ a 2 k λ 2k ν   ,   para  todo  ν ∈ N, pois  λ ν  ≥ 0  e  a k   > 0,  por  hip´otese.   Da´ı  segue  que ∞  ν=1 a 2 k λ 2k ν  [(u, ω ν )[ 2 ≤ ∞  ν=1 p(λ ν ) 2 [(u, ω ν )[ 2 , ou  seja, ∞  ν=1 λ 2k ν  [(u, ω ν )[ 2 < +∞,   pois  a k  ,= 0. C ´ ALCULO  FUNCIONAL  -  RAIZ  QUADRADA   361 Como λ ν  →+∞ quando ν →+∞, existe somente um n´ umero finito de ´ındices ν ∈ N satisfazendo 0 ≤ [λ ν [ ≤ 1.   A partir da´ı, usando o mesmo racioc´ınio aplicado na proposi¸c˜ao 5.146,  mostra-se  que ∞  ν=1 λ 2i ν  [(u, ω ν )[ 2 < +∞,   para  todo  1 < i ≤ k, o  que  implica  que  u ∈ C,  e,  portanto, _ u ∈ H; ∞  ν=1 [p(λ ν )] 2 [(u, ω ν )[ 2 < +∞ _ ⊂ D(C).   (5.380) De  (5.379)  e  (5.380)  resulta  (5.378).   Provaremos,  a  seguir  que Cu = ∞  ν=1 p(λ ν )(u, ω ν )ω ν ,   para  todo  u ∈ D(C).   (5.381) Com  efeito,  pela  proposi¸c˜ ao  5.146  podemos  escrever Cu   = _ a 0 I +a 1 A +   +a k A k _ u = a 0 u + a 1 Au +   + a k A k u =   a 0 ∞  ν=1 (u, ω ν )ω ν  + a 1 ∞  ν=1 λ ν (u, ω ν )ω ν  +   +a k ∞  ν=1 λ k ν (u, ω ν )ω ν = ∞  ν=1 _ a 0  + a 1 λ ν  +   + a k λ k ν _ (u, ω ν )ω ν = ∞  ν=1 p(λ ν )(u, ω ν )ω ν , o  que  prova  (5.381). Defini¸c˜ao  5.150  Seja  h(λ)  uma  fun¸c˜ao  qualquer  de 1  em 1.   Definimos  h(A)  como  o operador  de  H  com  dom´ınio D(h(A))   = _ u ∈ H; ∞  ν=1 [h(λ ν )] 2 [(u, ω ν )[ 2 < +∞ _ , h(A)u   = ∞  ν=1 h(λ ν )(u, ω ν )ω ν ,   para  todo  u ∈ D(h(A)). Proposi¸c˜ao  5.151  h(A)  ´e  um  operador  auto-adjunto  de  H. 362   INTRODUC¸  ˜ AO   ` A  AN ´ ALISE  FUNCIONAL Demonstra¸c˜ao:   Notemos  inicialmente  que  D(h(A))  ´e  um  subespa¸co  linear  de  H.   ´ E f´acil   ver  que  0 ∈  D(h(A)).   Sejam  u, v ∈  D(h(A))  e  α, β ∈  C.   Como  H  ´e  um  espa¸co vetorial,  αu + βv ∈ H.   Logo, ∞  ν=1 [h(λ ν )] 2 [(αu +βv, ω ν )[ 2 = ∞  ν=1 [h(λ ν )] 2 [α(u, ω ν ) + β(v, ω ν )[ 2 ≤ 2[α[ 2 ∞  ν=1 [h(λ ν )] 2 [(u, ω ν )[ 2 + 2[β[ 2 ∞  ν=1 [h(λ ν )] 2 [(v, ω ν )[ 2 < +∞, o  que  implica  que  αu + βv ∈ D(h(A)).   Por  outro  lado,  note  que ω ν  ∈ D(h(A)),   para  todo  ν ∈ N,   (5.382) pois,  para  cada  ν ∈ N  arbitr´ario,  por´em  fixado,  tem-se ∞  n=1 [h(λ n )] 2 [(ω ν , ω n )[ 2 = [h(λ ν )] 2 < +∞. Al´em  disso,   como  D(h(A))  ´e  um  subespa¸co  vetorial,   D(h(A))  cont´em  o  conjunto  W de  todas  as  combina¸c˜ oes  lineares  finitas  dos  ω  s ν  .   Sendo ¦ω ν ¦ ν∈N   completo  em  H  resulta que  W  = H  e,  consequentemente D(h(A))   ´e  denso  em  H.   (5.383) Afirmamos  que h(A)   ´e  um  operador  linear.   (5.384) Com  efeito,  sejam  u, v ∈ D(h(A))  e  α, β ∈ C.   Temos, h(A)(αu + βv)   = ∞  ν=1 h(λ ν )(αu + βv, ω ν )ω ν = ∞  ν=1 h(λ ν ) [α(u, ω ν ) + β(v, ω ν )] ω ν =   α ∞  ν=1 h(λ ν )(u, ω ν )ω ν  + β ∞  ν=1 h(λ ν )(v, ω ν )ω ν   = αh(A)u + βh(A)v, o  que   prova  (5.384).   De   (5.383)   e   (5.384)   tem  sentido  falarmos   no  operador   adjunto [h(A)] ∗ .   Mostraremos  primeiramente  que h(A)   ´e  sim´etrico,   (5.385) C ´ ALCULO  FUNCIONAL  -  RAIZ  QUADRADA   363 ou  seja, D(h(A)) ⊂ D([h(A)] ∗ )   e   h(A)u = [h(A)] ∗ u,   para  todo  u ∈ D(h(A)). Sejam  u, v ∈ D(h(A)).   Temos (h(A)u, v)   = _   ∞  ν=1 h(λ ν )(u, ω ν )ω ν , v _ = ∞  ν=1 h(λ ν )(u, ω ν )(ω ν , v),   (5.386) (u, h(A)v)   = _ u, ∞  ν=1 h(λ ν )(v, ω ν )ω ν _ = ∞  ν=1 h(λ ν )(v, ω ν )(u, ω ν )   (5.387) = ∞  ν=1 h(λ ν )(u, ω ν )(ω ν , v). Comparando  (5.386)  e  (5.388)  conclu´ımos  que (h(A)u, v) = (u, h(A)v),   para  todo  u, v ∈ D(h(A)), o  que  prova  que  h(A) ´e  sim´etrico.   Provaremos,  a  seguir,  que D([h(A)] ∗ ) ⊂ D(h(A)).   (5.388) Se  v ∈ D([h(A)] ∗ ),  pela  defini¸c˜ ao  de  D([h(A)] ∗ ),  existe  v ∗  ∈ H  tal  que (h(A)u, v) = (u, v ∗ ),   para  todo  u ∈ D(h(A)). Logo, _   ∞  ν=1 h(λ ν )(u, ω ν )ω ν , v _   = _   ∞  ν=1 (u, ω ν )ω ν , v ∗ _   para  todo  u ∈ D(h(A)), ∞  ν=1 h(λ ν )(u, ω ν )(ω ν , v)   = ∞  ν=1 (u, ω ν )(ω ν , v ∗ ),   para  todo  u ∈ D(h(A)). Fazendo  u = ω k   nesta  ´ ultima  igualdade,  obtemos h(λ k )(ω k , v) = (ω k , v ∗ ),   para  todo  k ∈ N, ou  ainda, [h(λ k )[ 2 [(v, ω k )[ 2 = [(ω k , v ∗ )[ 2 = [(v ∗ , ω k )[ 2 ,   para  todo  k ∈ N. 364   INTRODUC¸  ˜ AO   ` A  AN ´ ALISE  FUNCIONAL Como  v ∗  ∈ H,  por  Parseval  temos  que [v[ 2 = ∞  ν=1 [(v ∗ , ω ν )[ 2 < +∞, e  da´ı  e  da  identidade  anterior  a  esta  segue  que ∞  ν=1 [h(λ ν )] 2 [(v, ω ν )[ 2 < +∞, o que prova que v ∈ D(h(A)) donde se conclui (5.388).   Do exposto fica provado que h(A) ´e  auto-adjunto,  o  que  finaliza  a  prova.   2 Bibliografia [1]   G.  Backman  and  L.  Narici.   Functional  Analysis.   Academic  Press,  New  York,  1972 [2]   N. Bourbaki. Topologie G´en´erale, Livre III, Ch. 1,2 et 9. Herman, Paris, (1953-1961) [3]   N.  Bourbaki.   Espaces  Vectoriels  Topologiques,  Livre  V,  Ch.  1,2,3,4  et  5.   Herman, Paris,  (1953-1961) [4]   H. Brezis. Analyse fonctionnelle, Th`eorie et applications. Collection Math´ematiques appliqu´ees  pour  la  maˆıtrise,  MASSON,  1987. [5]   M.  M.  cavalcanti  e  V.N.  Domingos  Cavalcanti   Espa¸cos  Localmente  Convexos.   Im- pressos  do  Departamento  de  Matem´atica  -  UEM,  1989  (1-191). [6]   M.   G.   Crandall.   Differential   equations   on  convex  sets.   J.   math.   Soc.   Japan  22 (1970),  396-414. [7]   B.   Dacorogna.   Weak  continuity  and  weak  lower  semicontinuity  of  nonlinear  func- tionals.   Lec.  Notes  in  Math.,  No  992,  Springer-Verlag,  1982. [8]   J.  Dieudonn´e.   Foundations  of  Modern  Analysis.   Academis  Press  (1960). [9]   J. Dieudonn´e. Recent Developments in the Theory of Locally Convex Vector Spaces. Bull.  Amer.  Math.  Soc,  59  (1953),  495-512. [10]   J.   Dieudonn´e  et  L.   Schwartz.   La  Dualit´e  des  Espaces T  et /T.   Ann.   de  L’Inst. Fourier  I  (1949),  61-101. [11]   A.   M.   Gomes.   Semigrupos  N˜ao  Lineares  e  Equa¸c˜ oes  Diferenciais  nos  Espa¸cos  de Banach.   Textos  Matem´aticos  do  IM-UFRJ,  UFRJ,  2003. [12]   J.   Horv´ath.   Topological  Vector  Spaces  and  Distributions,   Vol.  I.   Adilson-Wesley, reading,  Massachusetts  (1966). 365 366   INTRODUC¸  ˜ AO   ` A  AN ´ ALISE  FUNCIONAL [13]   J.U.   Kim.   A  boundary  thin  obstacle  problem  for  a  wave  equation.   Commun.   in Partial   Differential   Equations,  14(8&9),  1011-1026,  1989. [14]   A.N. Kolmogorov e S. V. Fomin. Elementos de la teoria de funcionales y del Analysis Funcional   Editorial  MIR  -  Moscow,  1978. [15]   E.   L.   Lima   Espa¸cos   M´etricos   IMPA,   CNPq,   PROJETO  EUCLIDES  -   Rio  de Janeiro,  1983. [16]   L  Nachbin  Lecture on the Theory of Distributions, Lectures Notes  Rochester (1963) e  Textos  de  Matem´atica,  Recife  (1965). [17]   R. T. Rockafeller. Characterization of the subdifferential of convex functions. Pacific J.  Math.,  17,  pp  497-510,  1966. [18]   W.   Rudin.   Principles   of   Mathematical   Analysis   McGRAW-HILL  International Book  Company,  pp  1-339,  1976. [19]   L.   Schwartz   Th´eorie  das  Distributions,   Tome  I  et  II.   Actualites  Scientifiques  et Industrielles  1091,  Herman,  Paris  (1957). [20]   F.   Treves  e  D.   G.   De  Figueiredo   Espa¸cos  Vetoriais  Topol´ogicos  e  Distribui¸c˜oes. Notas  de  Matem´atica  N 0 41,  Rio  de  Janeiro  (1965). [21]   K.   Yosida   Functional   Analysis,   Die   Grundlehrender   Mathematishen   Wis- senschaften,  Bd.  123,  Springer-Verlag,  Berlin  (1965). ii  ´ INTRODUCAO A ANALISE FUNCIONAL ¸˜ ` Ficha Catalogr´fica a  Cavalcanti, Marcelo M. e Domingos Cavalcanti, Val´ria N. e Introdu¸˜o ` An´lise Funcional / Marcelo M. Cavalcanti ca a a e Val´ria Neves Domingos Cavalcanti/ Maring´: e a UEM/DMA, 2007. iii, 00p. il. Livro Texto - Universidade Estadual de Maring´, DMA. a 1. An´lise Funcional. a 2. Teoria Espectral.  nome da se¸˜o ca  iii  Ao Professor Alv´rcio Moreira Gomes. e  iv  ´ INTRODUCAO A ANALISE FUNCIONAL ¸˜ `  Pref´cio a  Os autores.  Conte´ do u  Introdu¸˜o ca 1 Os Teoremas de Hahn-Banach e a Teoria das Fun¸˜es Convexas Conjuco gadas 1.1 Formas Lineares . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1.1.1 1.1.2 1.1.3 1.2 Dual Alg´brico de R . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . e Dual Alg´brico de E × F , onde E, F s˜o Espa¸os Vetoriais Reais . e a c Formas Lineares Limitadas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .  1  3 4 5 5 7  Teorema de Hahn-Banach . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14 1.2.1 1.2.2 1.2.3 1.2.4 Prolongamento de uma Forma Linear . . . . . . . . . . . . . . . . . 14 Um Repasso ao Lema de Zorn . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14 O Teorema de Hahn-Banach - Forma Anal´ ıtica . . . . . . . . . . . 16 Formas Geom´tricas do Teorema de Hahn-Banach . . . . . . . . . . 22 e  1.3  Fun¸˜es Convexas e Semicont´ co ınuas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31 51  2 Os Teoremas de Banach-Steinhaus e do Gr´fico Fechado a 2.1 2.2 2.3 2.4 2.5 2.6  Um Repasso ao Teorema de Baire . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 52 Teorema de Banach-Steinhaus ou da Limita¸˜o Uniforme . . . . . . . . . . 55 ca Teorema da Aplica¸˜o Aberta e do Gr´fico Fechado . . . . . . . . . . . . . 61 ca a Ortogonalidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 67 Operadores N˜o Limitados . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 72 a Adjunto de um Operador Linear N˜o Limitado . . . . . . . . . . . . . . . . 79 a v  vi  ´ INTRODUCAO A ANALISE FUNCIONAL ¸˜ ` 87  3 Topologias Fracas - Espa¸os Reflexivos e Separ´veis c a 3.1  Espa¸os Topol´gicos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 88 c o 3.1.1 Topologias Fracas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 91  3.2 3.3 3.4 3.5 3.6 3.7  A Topologia Fraca σ(E, E ) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 99 Topologia Fraca, Conjuntos Convexos e Operadores Lineares . . 108  A Topologia Fraco ∗ σ(E , E) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 110 Espa¸os Reflexivos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 121 c Espa¸os Separ´veis . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 131 c a Espa¸os Uniformemente Convexos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 141 c 147  4 Os Espa¸os de Hilbert c 4.1 4.2 4.3 4.4  Defini¸˜o, Propriedades Elementares. Proje¸ao sobre um convexo fechado . 148 ca c˜ Teorema da Representa¸˜o de Riesz-Fr´chet. . . . . . . . . . . . . . . . . . 156 ca e Os Teoremas de Lions-Stampacchia e Lax-Milgram . . . . . . . . . . . . . 161 Soma Hilbertiana. Base Hilbertiana . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 168 175  5 Teoria Espectral 5.1 5.2 5.3 5.4 5.5 5.6 5.7 5.8 5.9  Formas Sesquilineares . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 176 Formas Sesquilineares Limitadas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 188 Operadores Lineares Limitados . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 200 Conjuntos Ortonormais Completos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 207 Subespa¸os Fechados e o Teorema da Proje¸˜o . . . . . . . . . . . . . . . . 215 c ca Adjunto de um Operador Linear Limitado . . . . . . . . . . . . . . . . . . 223 Operadores Compactos - O Teorema Espectral para Operadores Compactos Sim´tricos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 227 e Alternativa de Riesz-Fredholm . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 246 Operadores N˜o Limitados . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 269 a  5.10 Constru¸ao de Operadores N˜o Limitados . . . . . . . . . . . . . . . . . . 296 c˜ a 5.11 Extens˜es do operador A definido pela terna {V, H, a(u, v)} . . . . . . . . . 314 o 5.12 Conseq¨ˆncias da Alternativa de Riesz-Fredholm . . . . . . . . . . . . . . . 319 ue  nome da se¸˜o ca  vii  5.12.1 O Resolvente e o Espectro de um Operador . . . . . . . . . . . . . 319 5.12.2 A Alternativa de Riesz-Fredholm. Operadores N˜o Limi a tados . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 323 5.13 O Teorema Espectral para operadores auto-adjuntos n˜o limitados . . . . . 330 a 5.14 C´lculo Funcional - Raiz Quadrada . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 354 a Referˆncias bibliogr´ficas e a 364  Introdu¸˜o ca  1  . 2  ´ INTRODUCAO A ANALISE FUNCIONAL ¸˜ `  .  ` direita. e ca e  3  .1934). foi um matem´tico Polonˆs que fundou a An´lise a a e a Funcional Moderna e fez maiores contribui¸˜es ` teoria de espa¸os vetoriais topol´gicos. co a c o Al´m disso. Hans Hahn (1879 .Cap´ ıtulo 1 Os Teoremas de Hahn-Banach e a Teoria das Fun¸˜es Convexas co Conjugadas  Figura 1. ele contribuiu na teoria de medida e integra¸˜o e s´ries ortogonais. co e Stefan Banach (1892 .1945). Ele tamb´m realizou contribui¸oes importantes no C´lculo e c˜ a das Varia¸˜es. foi um matem´tico Austr´ a a ıaco que ´ mais lembrado e pelo Teorema Hahn-Banach. ` esquerda. desenvolvendo id´ias de Weierstrass.1: Hahn-Banach. 1  Formas Lineares  Seja E um espa¸o vetorial. para todo x ∈ E. f (x)  f (λx) = λf (x) =  ou seja.  (1. constituem formas e lineares sobre C(a. y ∈ E. x → δt0 (x). isto ´. onde f (x) = b a  (1. b]. podemos escrever que ue 1) Se f ´ uma forma linear sobre E e f (x) > α. b) → R. f (λx) = λf (x).  . b) f (x) = 0.1) (1. Seja C(a.2)  Vejamos alguns exemplos. f (E) = R. ent˜o e a a) α < 0. b]. x → f (x). para todo x ∈ E. para todo x ∈ E. ainda.  δt0 : C(a. ent˜o e a a) α > 0. b) o espa¸o das fun¸˜es reais e cont´ c co ınuas em [a. Seja f : E → R uma forma linear n˜o nula e consideremos x ∈ E tal que f (x) = 0. toda forma linear n˜o nula sobre E assume todos os valores reais. Dizemos que uma aplica¸ao f : E → R ´ uma forma linear c c˜ e sobre o espa¸o E se c f (x + y) = f (x) + f (y). b) → R. b).4  ´ INTRODUCAO A ANALISE FUNCIONAL ¸˜ `  1. a β f (x) = β. al´m de estarem bem definidos. t0 ∈ [a.3)  x(t) dt. (1. a Seja. b) f (x) = 0. para todo x ∈ E. 2) Se f ´ uma forma linear sobre E e f (x) < α. para todo x ∈ E e λ ∈ R. para todo x. β ∈ R e definamos λ = β . Consideremos: f : C(a. onde δt0 (x) = x(t0 ). a e Como conseq¨ˆncias. f (x)  Ent˜o.4)  Verifique que os exemplos acima.  (1. Ent˜o. seja f ∈ R∗ e definamos f (1) = α. Logo. ϕ : R → R∗ α → fα . f ∈ R∗ ⇔ f (x) = α x. f (x) = f (x · 1) = xf (1) = α x = fα (x).8) para todo x ∈ R (para algum α ∈ R). para todo x ∈ E. se ϕ(α) = ϕ(β). (λf )(x) = λf (x). ϕ ´ sobrejetora pois dada f ∈ R∗ existe α = f (1) tal que f = fα = ϕ(α). a e c e (1. Definamos. Logo. designaremos por E ∗ o conjunto das formas lineares sobre c E.2  Dual Alg´brico de E × F .1  Dual Alg´brico de R e  ´ Sejam α ∈ R e fα : R → R definida por fα (x) = αx. x ∈ E.1. (1. E claro que fα ∈ R∗ . y ∈ F }  . segue que fα = fβ e portanto fα (x) = fβ (x). para todo x ∈ E e λ ∈ R. Sendo ϕ linear resulta que ´ um isomorfismo de R sobre R∗ .1. Logo. Logo. onde E. ϕ ´ e injetiva. e Al´m disso. y). E ∗ ´ um espa¸o vetorial denominado dual alg´brico de E.7)  1. ou seja. F s˜o Espa¸os Vetoriais e a c Reais  Definimos E × F = {(x. para todo x ∈ R. para e todo x ∈ R. α x = β x para todo x ∈ R o que implica que α = β. munido das opera¸˜es definidas por: co (f + g)(x) = f (x) + g(x). f = fα .FORMAS LINEARES  5  Sendo E um espa¸o vetorial. Por outro lado. Representaremos o e isomorfismo entre R e R∗ (ou entre dois conjuntos quaisquer) atrav´s da seguinte nota¸ao: e c˜ R ≈ R∗ .6)  1.5) (1.  y) = f ((x. da defini¸˜o de ψ vem que (fE . para todo x ∈ E e fF (y) = f (0. (1. gF ) = (e. y) = e(x) + h(y). definamos ψ : (E × F )∗ → E ∗ × F ∗ f → ψ(f ) = (fE . Provaremos. g ∈ (E × F )∗ tais que e c˜ ψ(f ) = ψ(g). e ψ(g) = (gE . que o tornam um espa¸o vetorial. 0) + f (0.9)  . y). 0). fF ∈ F ∗ e.  ´ INTRODUCAO A ANALISE FUNCIONAL ¸˜ `  para todo x1 . que ψ ´ sobrejetiva. o que implica que f = g e prova a injetividade. fF ). g ∈ (E × F )∗ posto que e. Ent˜o. y).6 munido das opera¸˜es: co (x1 . h).1 (E × F )∗ ≈ E ∗ × F ∗ . 0) = e(x) + h(0) e gF (y) = g(0. x2 ∈ E e para todo y1 . e consequentemente de (1. Ent˜o. h s˜o formas lineares sobre E e a a F . y1 ∈ F e para todo λ ∈ R. ou seja. y2 ∈ F  para todo x1 ∈ E. y) = fE (x) + fF (y) = gE (x) + gF (y) = g(x. fE = gE e a ca fF = gF . h) ∈ E ∗ ×F ∗ e definamos e g(x. Al´m disso. 0) + (0.  Demonstra¸˜o: Seja f ∈ (E × F )∗ . De fato. λy1 ). al´m disso. y1 ) + (x2 . sejam f. gF ). y2 ) = (x1 + x2 . Do exposto acima. seja (e. Notemos que ψ ´ uma aplica¸ao injetiva. y)) = f (x. a seguir. y) = fE (x) + fF (y). para todo y ∈ F.9) resulta que f (x. y1 ) = (λx1 . fF ) = (gE . posto que gE (x) = g(x. e e f (x. λ(x1 . y) = e(0) + h(y) para todo x ∈ E e y ∈ F. Definamos ca fE (x) = f (x. respectivamente. c Lema 1. Com efeito. Como f : E × F → R ´ linear temos que fE ∈ E ∗ . y1 + y2 ).  E representar´ um espa¸o vetorial normado com ca a c norma || · ||E e seja f ∈ E ∗ . y ∈ e a R. se E = F = R. ent˜o existe g ∈ E ∗ e α ∈ R tais que f (x. ent˜o (R2 )∗ ≈ R∗ ×R∗ ≈ R×R = R2 . ||x||E ≤1  (1. β ∈ R tais que f (x. f (x) ≥ 0 − f (x). (f + g)F ) = (fE + gE . Se f ´ uma forma linear sobre E × R. y) = e a g(x) + αy.  1. ψ ´ um isomorfismo de (E × F )∗ sobre E ∗ × F ∗ o que nos permite identificar e tais espa¸os. y) = αx+βy. Analogamente prova-se que ψ(λ f ) = λ ψ(f ) para todo f ∈ (E × F )∗ e para todo λ ∈ R.2 Sendo f : E → R linear.  . e c˜ Ent˜o.FORMAS LINEARES e como h(0) = e(0) = 0. Da´ resulta que se a ı f ´ uma forma linear sobre o R2 . a ψ(f + g) = ((f + g)E . o que prova a sobrejetividade. x.10)  dizemos que f ´ limitada. sejam f. a menos que estejamos trabalhando com n´meros complexos. seja |f (x)| = f (x). gF ) = ψ(f ) + ψ(g). Com o u efeito. n˜o ´ necess´rio considerarmos na express˜o ca a e a a acima o m´dulo de f .3  Formas Lineares Limitadas  No que segue. o que faremos. g ∈ (E × F )∗ . para todo x ∈ E e gF (y) = h(y). y ∈ R. para todo y ∈ F. atrav´s da seguinte c a e nota¸ao: c˜ (E × F )∗ ≈ E ∗ × F ∗ 2 Em particular. temos que a gE (x) = e(x). conforme j´ mencionado anteriormente. x ∈ E. fF + gF ) = (fE . observemos que ψ ´ uma aplica¸ao linear. f (x) < 0. De fato. Logo. fF ) + (gE .  7  Finalmente. ent˜o existem α. ao longo desta se¸˜o. uma vez que e e h s˜o lineares. e Observa¸˜o 1.1. Se sup |f (x)| < +∞. 11)  A express˜o acima realmente define uma norma sobre L(E.  o que prova que ||f ||L(E.R) ≤ ||f ||L(E. se x ∈ E temos que |f (x)| = f (x) se f (x) ≥ 0 e |f (x)| = −f (x) se f (x) < 0.8  ´ INTRODUCAO A ANALISE FUNCIONAL ¸˜ `  Assim. R). ||x||E ≤1  . x ∈ E tal que ||x||E ≤ 1} e portanto sup |(f + g)(x)| = ||f + g||L(E. entretanto. veriquemos que se cumpre tamb´m a seguinte propriedade e (N 2) De fato. Mas. De fato. que se f : E → C o m´dulo ´ fundamental.R) . verifiquemos a primeiramente a propriedade (N 1) ||f ||L(E.R) + ||g||L(E.R) ´ uma cota superior para o conjunto {|f (x) + e g(x)|.R) ≤ ||f ||L(E.R) = 0. se ||x||E ≤ 1.R) . o qual designaremos por c L(E.R) = sup |f (x)|.R) .  e. como ||x||E = || − x||E ≤ 1 resulta que e sup |f (x)| = sup f (x). ||x||E ≤1 ||x||E ≤1  Notemos. notemos que |f (x) + g(x)| ≤ |f (x)| + |g(x)| ≤ ||f ||L(E. pela linearidade de f temos que −f (x) = f (−x) e portanto |f (x)| = f (x). f (y) = ||y||E ||y||E = ||y||E f a y ||y||E  = 0 e como f (0) = 0 resulta que f (y) = 0 para  todo y ∈ E.R) + ||g||L(E. f (x) < 0. para todo x ∈ E com ||x||E ≤ 1. ||x||E ≤1  (1. f (x) ≥ 0 f (−x). A seguir.R) = 0 ⇔ f = 0.R) + ||g||L(E. a norma ||f ||L(E. Agora se sup||x||E ≤1 |f (x)| = 0. consequentemente f (x) = 0 para todo x ∈ E tal que ||x||E ≤ 1. al´m disso. Se y ∈ E ´ tal que y = 0 e f (y) ent˜o.R) + ||g||L(E. R). ||f + g||L(E. o e Definamos no espa¸o das formas lineares e limitadas sobre E.  Se f = 0 evidentemente tem-se ||f ||L(E. R) ( se λ = 0).3 Temos as seguintes igualdades: ||f ||L(E. ||x||E = 1} ⊂ {x ∈ E. Resta-nos provar que (N 3) ||λ f ||L(E.  ou seja.R) ⇒ |λ| ||f ||L(E.R) ≤ 1 ||λ f ||L(E.R) ≤ ||λ f ||L(E.R) ( se λ = 0).R) . temos que sup x∈E:||x||E =1  |f (x)| ≤  sup x∈E:||x||E ≤1  |f (x)|.R) = sup x∈E:||x||E =1  |f (x)| =  |f (x)| x∈E:x=0 ||x||E sup  Demonstra¸˜o: Provemos a primeira das igualdades acima.FORMAS LINEARES o que prova o desjado.R) ⇒ |f (x)| ≤ donde ||f ||L(E. |λ| |f (x)| = |λ f (x)| ≤ ||λ f ||L(E.R) . ||x||E ≤1  para todo x ∈ E com ||x||E ≤ 1. tem-se o desejado.  9  Com efeito. Como ca {x ∈ E. notemos inicialmente que |λf (x)| = |λ||f (x)| ≤ |λ| ||f ||L(E. Lema 1.  (1. sup x∈E:||x||E =1  |f (x)| ≤ ||f ||L(E. ||x||E ≤ 1}.R) = |λ|||f ||L(E.  Por outro lado. e. |λ| 1 ||λ f ||L(E. para todoλ ∈ R. portanto sup |λf (x)| = ||λ f ||L(E.12)  .R) .R) ≤ |λ| ||f ||L(E. |λ|  Combinando as desigualdades acima e notando-se que para λ = 0 a identidade segue trivialmente.R) .  Temos que a x ||x||E E  = 1 e portanto |f (x)| = f ||x||E x ||x||E ≤ sup x∈E:||x||E =1  |f (x)|. al´m disso. ||x||E = 1 e. x = 0.  (1. x∈E:x=0 ||x||E sup  .13) tem-se a primeira das identidades. Defindo-se x = λ y. resulta que ||x||E = |λ| ||y||E = |λ|. onde λ ∈ R\{0}.15) |f (x)| . Pondo-se x = |f (x)| = Assim.R) − ε ≤ e pela arbitrariedade do ε resulta que ||f ||L(E.R) = supx∈E:||x||E =1 |f (x)|). existe y ∈ E tal que ||y||E = 1 e |f (y)| > ||f ||L(E. |f (x)| ≥ |f (y)| > ||f ||L(E.R) ≤ sup x∈E:||x||E =1 y ||y||E  ent˜o. x∈E:x=0 ||x||E x∈E:||x||E =1 sup (1.R) − ε. A seguir. ent˜o.R) − ε ⇒ ||f ||L(E.R) − ε < Pela arbitrariedade de ε vem que ||f ||L(E. ||x||E |λ| donde se conclui ||f ||L(E.R) − ε. y = 0 e |f (y)| > ||f ||L(E. provaremos a segunda das identidades.13)  Combinando-se (1. x∈E:x=0 ||x||E sup (1. =1  |λ| |f (y)| |f (x)| = = |f (y)| > ||f ||L(E.10  ´ INTRODUCAO A ANALISE FUNCIONAL ¸˜ `  Por outro lado. Seja. dado ε > 0.R) − ε (note que ||f ||L(E. dado ε > 0.  donde |f (x)| ≤ sup |f (x)|. ||y||E ||y||E ||y||E  sup x∈E:||x||E =1  |f (x)|.14)  Por outro lado.  |f (x)|. Logo. a e  |f (y)| 1 1 = |f (y)| ≥ |f (y)| ( j´ que a ≥ 1). existe y ∈ E tal que ||y||E ≤ 1.R) ≤ |f (x)| .12) e (1.  Em particular. Ent˜o.16)  Denotaremos. Ent˜o. Consideremos. a a ||µ x||E = µ < δ e assim |f (µ x)| < ε. que existe δ = f em x = 0. c (3) ⇒ (1) Suponhamos que f seja cont´ ınua em todo o espa¸o E. o que prova a continuidade de f em todo o espa¸o E. (1. por simplicidade. (2) ⇒ (3) Assumamos que f seja cont´ ınua em x = 0 e consideremos x0 ∈ E. para todo x ∈ E.15) e da primeira identidade tem-se a segunda identidade. Demonstra¸˜o: ca (1) ⇒ (2) Seja f limitada. R) das formas lineares e limitadas c˜ a sobre E bem como ||f ||L(E. ca Proposi¸˜o 1. para todo x ∈ E. o que prova a continuidade de a  |f (µ x)| ≤ ε. existe δ > 0 tal que se ||x||E < δ ent˜o |f (x)| < ε. a dado ε > 0. f c ´ cont´ e ınua em x = 0 e portanto. Contudo.14).R) simplesmente por ||f ||E . em virtude da linearidade de f tem-se |f (x) − f (x0 )| = e a |f (x − x0 )| < ε. de acordo com (1. Reulta da´ que se x ∈ E a ı ´ tal que ||x − x0 ||E < δ. dado ε > 0 existe δ > 0 tal que se ||x||E < δ ent˜o a |f (x)| < ε. As seguintes express˜es s˜o equivalentes: ca o a (1) f ´ limitada. (1. ent˜o. Como f (0) = 0 ent˜o dado ε > 0 decorre imediatamente a tal que se ||x||E < δ ent˜o |f (x)| < ε. Usualmente as nota¸oes acima s˜o usadas para formas lineares e cont´ ınuas sobre E. Isto encerra a prova. ent˜o e a |f (x)| ≤ ||f ||L(E. e (2) f ´ cont´ e ınua no ponto x = 0.4 Seja f ∈ E ∗ . E o conjunto L(E. a limita¸ao da forma implica c˜ na contiuidade da mesma conforme veremos na proposi¸˜o a seguir. ent˜o. o que implica que sup x∈E:||x||E =1 ε ||f ||E  Ent˜o. (3) f ´ cont´ e ınua em E.FORMAS LINEARES  11  De (1.R) ||x||E .3 decorre que se f : E → R ´ uma forma linear limitada. 2 Do lema 1.16) resulta que |f (x)| ≤ a  ||f ||E ||x||E . 0 < µ < δ e x ∈ E tal que ||x||E = 1.  .  ent˜o. 1). No entanto. 1]. C(0. Evidentemente E ⊂ E ∗ . 1) → R definida por δ0 (f ) = f (0). ||f ||E = sup x∈E:||x||E ≤1  |f (x)|. Quando n˜o houver ambiguidade na interc c˜ a a preta¸ao. e c Designaremos. consideremos o espa¸o das fun¸oes reais e cont´ c c˜ ınuas Consideremos a aplica¸˜o δ0 : C(0. 0 ≤ t < 1/n. sup x∈E:||x||E =1  ´ INTRODUCAO A ANALISE FUNCIONAL ¸˜ `  |f (x)| ≤  ε . c˜ 2 Como a soma de fun¸˜es cont´ co ınuas ´ uma fun¸ao cont´ e c˜ ınua e o produto de uma fun¸ao c˜ cont´ ınua por um escalar ´ uma fun¸˜o cont´ e ca ınua. E em [0. Daqui pra frente E ser´ dotado da o a norma dual. e encerra a prova. Com efeito. decorre que E ´ um espa¸o vetorial. 1)) . munido da norma ||f || = 1 0  E ∗ . T  2n  d d  d  d  d  d  0  1/n  1  E  Figura 1. (n ∈ N∗ ). ou seja existem formas lineares que |f (t)| dt. consequentemente. Observe que ca δ0 ∈ (C(0. Contudo. 1))∗ . Como exemplo.  n˜o s˜o cont´ a a ınuas.12 e.2: fn (t)  . designaremos ||f ||E simplesmente por ||f || bem como ||x||E simplesmente por c˜ ||x||. por E o espa¸o vetorial das formas lineares e limitadas (cont´ a c ınuas) sobre E e o denominaremos o dual topol´gico de E. seja {fn } uma / seq¨ˆncia de fun¸˜es cont´ ue co ınuas dada por fn (t) = conforme figura abaixo: − 2n2 t + 2n. µ  o que prova a limita¸ao de f .  a menos que se fa¸a men¸ao ao contr´rio. 0. provaremos que δ0 ∈ (C(0. 1/n ≤ t ≤ 1.  Vejamos tal fato. temos que E ∗ = E . Logo. Como em um espa¸o vetorial de dimens˜o e c a finita todas as normas s˜o equivalentes (verifique tal afirma¸ao) temos a c˜ C1 |x|∞ ≤ ||x|| ≤ C2 |x|∞ . en } uma base para c a E. · · · . · · · .1)) = sup x∈C(0.  para todo n ∈ N∗ . g ∈ E ∗ .4. portanto.5 No Rn as seguintes normas s˜o equivalentes: ca a ||x||1 = |x1 | + · · · + |xn |. e  . |xn |}. a Seja E um espa¸o vetorial de dimens˜o n e consideremos {e1 . c˜ Observa¸˜o 1. 1 n ||x||p = p  |x1 |p + · · · + |xn |p e  ||x||∞ = max{|x1 |. ||x||2 = x2 + · · · + x2 .||x||C(0. que g ∈ E . · · · . |xn |}. ||δ0 ||(C(0. Seja.  Assim. Consideremos || · || uma norma em E e a consideremos |x|∞ = max{|x1 |. C2 s˜o constantes positivas. ent˜o x = x1 e1 + · · · + xn en . · · · . para todo x ∈ E. n n  o que prova que δ0 n˜o ´ limitada. e. |g(x)| ≤ |x1 | |g(e1 )| + · · · + |xn | |g(en )| ≤ |x|∞ (|g(e1 )| + · · · + |g(en )|) ≤ =M  M ||x||. |x|∞ tamb´m define uma norma em E. Temos a a g(x) = g(x1 e1 + · · · + xn en ) = x1 g(e1 ) + · · · + xn g(en ). onde x = n i=1  xi ei e {e1 . quando E tem dimens˜o finita.  onde C1 . en } ´ uma base para o Rn . a e No entanto. Se x ∈ E. ent˜o.FORMAS LINEARES Temos: 1 1/n  13  ||fn || = 0  |fn (t)| dt = 0 1/n  | − 2n2 t + 2n|dt (−2n2 t + 2n) dt = −n2 t2 |0 1/n  = 0  + 2nt|0  1/n  = 1. em vista da proposi¸ao 1. C1  de onde conclu´ ımos.1).1) =1  |δ0 (x)| ≥ sup |δ0 (fn )| = sup 2n = +∞.  G um subespa¸o de E e g uma forma linear ca c c em G. e  1. notemos que p 1≤i≤n  max {|xi |}  ≤ |x1 |p + · · · + |xn |p . Dizemos que uma forma linear h ´ um prolongamento de g se e e h(x) = g(x).2  Teorema de Hahn-Banach  Antes de apresentarmos o teorema em quest˜o.2. isto ´. limita¸ao superior e elemento maximal c˜ c˜ c˜ ser˜o discutidas. as no¸oes de conjunto ordenado.1  Prolongamento de uma Forma Linear  Defini¸˜o 1.2.  Com efeito.14 A nota¸˜o ||x||∞ prov´m do fato que ca e p→+∞  ´ INTRODUCAO A ANALISE FUNCIONAL ¸˜ `  lim ||x||p = ||x||∞ . Da defini¸˜o acima resulta imediatamente que g ´ um prolongamento de g. Todas essas no¸oes ser˜o apresentadas juntas para obtermos a no¸ao de a c˜ a c˜  . o Se h ´ um prolongamento de g escrevemos g ≤ h.  donde 1≤i≤n  max {|xi |} ≤ [|x1 |p + · · · + |xn |p ]1/p p 1/p  ≤  n max {|xi |} 1≤i≤n √ p = n max {|xi |}. 1≤i≤n  1.2  Um Repasso ao Lema de Zorn  Nesta se¸ao. a c c˜  1. Quando ca e h ´ um prolongamento de g e D(h) = G (aqui D(h) designa o dom´ e ınio de h). 1≤i≤n  Como limp→+∞  √ p  n = 1 da desigualdade acima resulta que p→+∞  lim [|x1 |p + · · · + |xn |p ]1/p = max {|xi |}. ent˜o h ´ a e dito um prolongamento pr´prio de g. fa¸amos algumas considera¸oes iniciais.6 Seja E um espa¸o vetorial. para todo x ∈ G. g ∈ G∗ .  uma das rela¸˜es acontece e co a ≤ b ou b ≤ a. B. b. (2) Se A. E claro u c˜ que para quaisquer n´meros reais a. a inclus˜o de conjuntos constitui uma ordem parcial sobre S. a Conforme vemos. Ent˜o aRa (reflexividade) a (2) Sejam a. a ca ´ E claro que considerando R como a inclus˜o de conjuntos a (1) Para qualquer A ∈ S temos que A ⊂ A. A ⊂ B e B ⊂ C ent˜o A ⊂ C. a e  . por exemplo. ent˜o X ´ dito ser totalmente ordenado. o e Defini¸˜o 1. Ent˜o aRb e bRc ⇒ aRc (transitividade) a (3) Para a. a Al´m disso.7 Seja X um conjunto e R uma rela¸˜o definida entre alguns elementos ca ca desse conjunto. u a Exemplo 2: Seja X um conjunto arbitr´rio e S qualquer cole¸˜o de subconjuntos de X. (3) a ≤ b e b ≤ a ⇒ a = b. Cona tudo. a (3) Para A. a e ´ Exemplo 1: Seja X o conjunto dos n´meros reais e seja R a rela¸ao dada por ≤. estabeleceremos o Lema de Zorn. se dado dois quaisquer elementos de X uma das rela¸˜es e co aRb ou bRa  acontece. b e c u (1) a ≤ a. b ∈ X se aRb e bRa. (2) a ≤ b e b ≤ c ⇒ a ≤ c. C ∈ S. X ´ dito parcialmente ordenado sob a rela¸˜o R se as seguintes condi¸˜es e ca co s˜o satisfeitas entre os elementos de X que s˜o compar´veis com respeito ` R: a a a a (1) Seja a ∈ X. se dois conjuntos s˜o disjuntos. ent˜o a = b. b ∈ R. Al´m disso.TEOREMA DE HAHN-BANACH  15  conjunto indutivamente ordenado e uma vez feito isto. dados a. B ∈ S se A ⊂ B e B ⊂ A ent˜o A = B. Para nossos prop´sitos ´ suficiente considerarmos o Lema de Zorn como um axioma. c ∈ X. eles n˜o s˜o compar´veis com respeito a a a a a R. Consequentemente os n´meros reais s˜o totalmente ordenados. Consequentemente S n˜o ´ totalmente ordenado. Forma Anal´ ıtica  Comecemos por um lema. qualquer outro subconjunto de P(X) contendo S ´ e c˜ e tamb´m uma limita¸˜o superior para S ou qualquer subconjunto deste. ´ claro que o conjunto formado pela uni˜o de todos os conjuntos em e a S ´ uma limita¸ao superior para S e. a Defini¸˜o 1.8 Seja X um conjunto parcialmente ordenado sob a rela¸˜o R e considereca ca mos A um subconjunto de X.16  ´ INTRODUCAO A ANALISE FUNCIONAL ¸˜ `  Se um conjunto X ´ parcialmente ordenado sob a rela¸ao R ´ natural argumentare c˜ e mos sob que condi¸oes existe um ‘maior’ elemento em X. Defini¸˜o 1. Lema 1.2.10 Um conjunto X parcialmente ordenado sob uma rela¸˜o R ´ dito indutivaca ca e mente ordenado se qualquer subconjunto totalmente ordenado de X tem uma limita¸˜o ca superior.  .9 Seja X como na defini¸˜o anterior. Isto motiva-nos as seguintes c˜ defini¸oes: c˜ Defini¸˜o 1.  1. se estendermos a ordem parcial ` cole¸ao P(X) de todos os a c˜ subconjuntos de X. o elemento maximal ´ uma limita¸˜o superior que nenhuma e ca outra supera. Conv´m notar que necessitamos uma limita¸ao superior para um elemento ser ‘come c˜ par´vel’ a todo membro do conjunto. O elemento a ∈ X ´ dito ser um ca ca e elemento maximal de X se aRy implica que a deve ser igual a y.3  O Teorema de Hahn-Banach . e ca yRa. Essa uni˜o pode e ca a n˜o ser um elemento maximal de S uma vez que pode n˜o ser um membro de S a a Falando-se claramente.11 (Lema de Zorn) Todo conjunto indutivamente ordenado e n˜o vazio possui a um elemento maximal. No exemplo 2 acima. O elemento a ∈ X (n˜o necessariamente pertencente a A) a ´ dito uma limita¸˜o superior de A se para todo y ∈ A. TEOREMA DE HAHN-BANACH Lema 1. para todo x ∈ E e λ > 0 p(x + y) ≤ p(x) + p(y). Ent˜o. x2 ∈ G. Demonstra¸˜o: Seja x0 ∈ E tal que x0 ∈ G e definamos ca / H = G + Rx0 . y ∈ H. ou seja. isto ´. c o Ent˜o existe um prolongamento pr´prio h. H ´ o subespa¸o de E definido por e c H = {x + tx0 . para todo x ∈ G.12 Sejam E um espa¸o vetorial e p : E → R uma aplica¸˜o tal que c ca p(λ x) = λ p(x). t ∈ R tal que y = x + t x0 . o que implica que g(x1 ) − p(x1 − x0 ) ≤ p(x0 + x2 ) − g(x2 ). i. e e e  17  Sejam G um subespa¸o pr´prio de E e g ∈ G∗ tal que g(x) ≤ p(x). para todo x. verificando h(x) ≤ p(x) para todo x ∈ a o D(h). . Logo.  x1 ∈G  Seja α ∈ R tal que sup {g(x1 ) − p(x1 − x0 )} ≤ α ≤ inf {p(x0 + x2 ) − g(x2 )}.´. p ´ um funcional positivamente homogˆneo e subaditivo em E. de g. y ∈ E. sup {g(x1 ) − p(x1 − x0 )} ≤ inf {p(x0 + x2 ) − g(x2 )}. x2 ∈G  para todo x1 . x ∈ G e t ∈ R}. x2 ∈ G. Sejam x1 . e  . a g(x1 ) + g(x2 ) = g(x1 + x2 ) ≤ p(x1 + x2 ) = p(x1 − x0 + x0 + x2 ) ≤ p(x1 − x0 ) + p(x0 + x2 ).17)  x1 ∈G  Definamos h(y) = g(x) + t α. x2 ∈G  (1. para x ∈ G.  provando que h est´ bem definida. ou ainda. ou seja. g(x) + t α ≤ p(x + t x0 ). h(x + t x0 ) ≤ p(x + t x0 ). y2 ∈ H e λ ∈ R. sejam y1 . Al´m disso. h ´ um prolongamento pr´prio de g. Resta-nos demonstrar que h(y) ≤ p(y) e o  Seja t < 0 e ponhamos τ = −t > 0. Do que vimos acima. (1. t2 ∈ R tais que y = x1 +t1 x0 e y = x2 +t2 x0 . t1 = t2 . Ent˜o. pois dado y ∈ H suponhamos que existam a x1 . e  x1 − x2 = 0. t para todo x ∈ G e t ∈ R. isto ´. e a e e De fato. h ∈ H ∗ . e portanto. o que prova a linearidade de h. h ´ linear.17). a g(x) + t α = τ g x −α τ x ≤ τ g − sup {g(x1 ) − p(x1 − x0 )} τ x1 ∈G x x x ≤ τ g +p − x0 − g ( para x1 = x/τ ) τ τ τ x = τp − x0 = p(x − τ x0 ) = p(x + t x0 ). Temos: h(y1 + y2 ) = h[(x1 + t1 x0 ) + (x2 + t2 x0 )] = h[(x1 + x2 ) + (t1 + t2 )x0 ] = g(x1 + x2 ) + (t1 + t2 )α = g(x1 ) + g(x2 ) + t1 α + t2 α = h(y1 ) + h(y2 ). Se t1 −t2 = 0 temos que x0 = x2 −x1 t1 −t2  ∈ G. Ent˜o. G para todo y ∈ H. Seja t > 0.18) H e g(x) = h(x) para todo x ∈ G (basta tomar t = 0). τ  . x2 ∈ G e t1 . o que ´ um absurdo! Logo. (x1 −x2 )+(t1 −t2 )x0 = a 0. Temos de (1. x1 = x2 . h(λ y1 ) = h(λ x1 + (λ t1 )x0 ) = g(λ x1 ) + (λ t1 )α = λg(x1 ) + λ(t1 α) = λ h(y1 ). ou seja. g(x) + t α = t g x +α t x ≤ t g + inf {p(x2 + x0 ) − g(x2 )} x2 ∈G t x x x +p ( para x2 = x/t) ≤ t g + x0 − g t t t x = tp + x0 = p(x + t x0 ).18  ´ INTRODUCAO A ANALISE FUNCIONAL ¸˜ `  Observemos que h est´ bem definida.  h. Demonstra¸˜o: ca Seja P a fam´ de todos os prolongamentos. D(h) = ∪i∈I D(hi ) ´ um espa¸o vetorial sendo e e c h claramente linear. de modo que se x ∈ D(hi1 ) ∩ D(hi2 ) e resulta que hi1 (x) = hi2 (x). Se G ´ um subespa¸o e e c pr´prio de E. e c Observa¸˜o 1.Forma Anal´ ıtica) Sejam E um espa¸o vetorial e p c um funcional positivamente homogˆneo e subaditivo. ou seja. tais que h ılia  ´ linear e h(x) ≤ p(x). Logo. i2 ∈ I uma das duas possibilidades e ocorre D(hi1 ) ⊂ D(hi2 ) ou D(hi2 ) ⊂ D(hi1 ). se Q ´ um subconjunto de P. o que o contradiz o fato de f ser elemento maximal de P. P ´ indutivamente ordenado (note que h ´ e e cota superior de Q em P) e pelo lema de Zorn temos que P possui um elemento maximal f . D(h1 ) D(h2 )). x em lugar de f (x). uma vez que. Se t = 0.  . Resta-nos verificar que D(f ) = E. para todo x ∈ E. totalmente e e ordenado. E. se diz que ·. podemos definir h pondo D(h) = ∪i∈I D(hi ) e h(x) = hi (x) se x ∈ D(h) tal que x ∈ D(hi ). No primeiro caso hi2 ´ um prolongamento de e hi1 e no segundo caso hi1 ´ um prolongamento de hi2 . Al´m disso. apresentaremos alguns resultados decorrentes do Teorema de Hahn-Banach quando E ´ um espa¸o vetorial normado. Al´m disso. D(f ) = E. ent˜o existe um prolongamento h o a de g a E tal que h(x) ≤ p(x). · ´ o e produto escalar na dualidade E .14 Sejam E ´ um espa¸o vetorial normado e E o seu dual topol´gico. resulta e que h(x) ≤ p(x). e. Como hi ≤ p para todo i ∈ I.18). onde D(h) ´ um subespa¸o vetorial e e e c ordenemos P pondo h1 ≤ h2 se. o que finaliza a prova. verificando h(x) ≤ p(x). onde Q = {hi }i∈I . que D(f ) ´ um subespa¸o pr´prio de E. Temos que P = ∅ pois g ∈ P.12 a e c o conclu´ ımos que existe um prolongamento pr´prio h.13 (Hahn-Banach . Logo. Pelo lema 1. suponhamos o contr´rio. Note que h est´ bem definida a uma vez que Q ´ totalmente ordenado e portanto se i1 . Ainda. h ∈ P. Como f ∈ P. por hip´tese. ent˜o. cada hi o ´. portanto. para todo x ∈ D(h). ca e c o Quando f ∈ E e x ∈ E escrevemos f. de g. I um conjunto de ´ ındices. de f . g(x) + t α = g(x) ≤ a o p(x) = p(x + t x0 ). ca 2 Teorema 1. para todo x ∈ G. temos que f ≤ p. o que finaliza a demonstra¸˜o do lema. g ∈ G∗ e g(x) ≤ p(x). definido em E.TEOREMA DE HAHN-BANACH  19  o que prova o desejado em (1. h2 ´ um prolongamento pr´prio de h1 (ou e o seja. e somente se. Com efeito. 2 A seguir.  temos tamb´m que e −f (x) = f (−x) ≤ p(−x) = ||g||G || − x|| = p(x). pelo Teorema de Hahn-Banach existe um prolongamento f de g a todo E tal que f (x) ≤ p(x). Por outro lado.  ∀x ∈ E  sup x∈X. existe um prolongamento f de g tal que f ∈ E e ||f ||E = ||g||G . Consequentemente. x0 >= ||x0 ||2 .  Das duas ultimas desigualdades acima conclu´ ´ ımos que ||f ||E = ||g||G . G um subespa¸o de E e g ∈ G . a Demonstra¸˜o: Definindo-se ca p(x) = ||g||G ||x||.||x||≤1  |g(x)| = ||g||G .  |f (x)| ≥  sup x∈G.16 Seja E um espa¸o vetorial normado. o que implica.15 Sejam E um espa¸o vetorial normado. temos que g(x) ≤ |g(x)| ≤ ||g||G = p(x). Contudo. para cada x0 ∈ E. Ent˜o. ∀x ∈ G. |f (x)| ≤ p(x) = ||g||G ||x||.20  ´ INTRODUCAO A ANALISE FUNCIONAL ¸˜ `  Corol´rio 1.||x||≤1  |f (x)| ≤ ||g||G .  . 2  Corol´rio 1. ||f ||E ≤ ||g||G . existe a c a uma forma f0 ∈ E tal que ||f0 ||E = ||x0 || e < f0 . temos que ||f ||E = sup x∈E. como f (x) = g(x) para todo x ∈ G.||x||≤1  ∀x ∈ E.  Assim. ||f ||E = ou seja. x ∈ E. a c c Ent˜o.  ∀x ∈ E. ||f ||≤1  | f. (1. x0 = ||x0 ||2 = ||f0 ||2 }. pelo corol´rio 1. temos que f0 ≡ 0 satisfaz o desejado. para  todo f ∈ E . x = a  | f. x0 = ||x0 ||2 . ent˜o.  Se x = 0. Ent˜o. resulta que g ∈ G e ||g||G = ||x0 ||. c ent˜o F (x0 ) ´ um conjunto unit´rio. sup x∈G. De um modo geral. Corol´rio 1. se designa para cada x0 ∈ E o c conjunto F (x0 ) = {f0 ∈ E . Seja x0 = 0 e  G := Rx0 = {tx0 . x | ≤ ||f ||E ||x|| ≤ ||x|| ⇒ sup f ∈E . x | ≥ | f1 . ||x||=1  |g(x)| =  sup 1 t∈R.18 Seja E um espa¸o vetorial normado. como x0 ∈ G. x = 0. se E ´ estritamente convexo (o que ´ sempre verdade se E ´ um e e e e espa¸o de Hilbert.16) resulta imediatamente que F (x0 ) = ∅ para todo ca a x0 ∈ E. t ∈ R}.||f ||≤1  max  | f. Pelo Corol´rio (1. x0 = g.20)  Por outro lado. |t|= ||x || 0  |t|||x0 ||2 = ||x0 ||. 2  Seja E um espa¸o normado.20) e (1. Al´m disso.||f ||≤1 f0 .15) a existe um prolongamento f0 de g a E tal que f0 ∈ E e ||f0 ||E = ||g||G = ||x0 ||. ou seja. Ent˜o. x |. ||f1 ||E = 1 e f1 . f0 .21)  Combinando (1. aberto. ou se E = Lp (Ω) com 1 < p < +∞ e Ω ⊂ Rn . x | = ||x||. Assim.  (1. x | =  f ∈E . ||x||  Ent˜o. 2  .  (1. a a | f. Seja.||f ||≤1  | f.17 Pelo Corol´rio (1. o resultado segue trivialmente posto que f. para todo x ∈ E se tem a c a ||x|| = Demonstra¸˜o: ca sup f ∈E . f0 ∈ F (x). Al´m e disso.16. Os espa¸os estritamente convexos ser˜o estudados a e a c a posteriormente. por exemplo).TEOREMA DE HAHN-BANACH Demonstra¸˜o: ca  21  Se x0 = 0. x = ||x||2 . x = 0 e consideremos f ∈ E tal que ||f || ≤ 1.  Sendo g claramente linear.19)  Observa¸˜o 1. x | ≤ ||x||. existe uma forma f0 ∈ E tal que ||f0 ||E = ||x|| e a f0 . Portanto. Definimos g(tx0 ) = t||x0 ||2 .21) temos o desejado. para todo t ∈ R. Definamos f1 = ||x||. sup f ∈E . temos f0 .  como 0 ∈ C e C ´ aberto. y ∈ C e para todo t ∈ [0.  1. Com efeito. Demonstra¸˜o: Provemos as propriedades acima. 1]. seja x ∈ E. temos quje  x {α > 0. x ∈ C}. em ambos os casos. qualquer que seja x ∈ E tendo sentido tomarmos o ´ ınfimo deste  . Desta forma. definimos p(x) = inf{α > 0. portanto. 2) p(x + y) ≤ p(x) + p(y). Assim. 4) C = {x ∈ E. x . e Notemos que o funcional de Minkowski est´ bem definido. se y = µx ||x||  com 0 < µ < r resulta que  ||y|| = µ < r ⇒ y ∈ Br (0) ⊂ C. Logo. a x Se x = 0 ent˜o x ∈ C (por hip´tese) e. p(x) < 1}. Para cada x ∈ E.22  ´ INTRODUCAO A ANALISE FUNCIONAL ¸˜ `  Observa¸˜o 1. ca ||x|| µ x ∈ {α > 0. Com e a efeito. α ∈ C} = ∅. x | = ||x|| = f1 .19 Observemos que no corol´rio 1.18 temos estabelecido que o supremo ca a realmente ´ atingido e consequentemente o ‘supremo’ se transforma em ‘m´ximo’.  onde f1 ∈ E e ||f1 || = 1. C ⊂ E um conjunto aberto e convexo tal que c 0 ∈ C. para todo λ ≥ 0 e para todo x ∈ E. 3) Existe M > 0 tal que p(x) ≤ M ||x||.||f ||≤1  | f. (1.4  Formas Geom´tricas do Teorema de Hahn-Banach e  Dizemos que um conjunto C ´ convexo se e [t x + (1 − t) y] ∈ C. α (1. sup f ∈E . o conjunto {α > 0. Se a o  x = 0 ent˜o ||x|| = 0 e. para todo x. α ∈ C}. para todo x.23)  O funcional p : E → R ´ denominado funcional de Minkowski para o convexo C. y ∈ E. α = conjunto. para todo x ∈ E.2. α ∈ C} = ∅. Propriedades do Funcional p 1) p(λ x) = λ p(x).22)  Seja E um espa¸o vetorial normado. temos que existe r > 0 tal que a e Br (0) ⊂ C.  o que prova que {x ∈ E. Tomemos ε > 0 tal que 0 < ε < x r . Ent˜o. p(x) < 1}. e  1 p(x) ≤ M ||x||. Ent˜o. β β y ∈ C.  Reciprocamente. 1 1+ε  ∈ C. dado ε > 0 suficientemente pequeno. a identidade segue trivialmente. p(x) ≤  ||x|| . ent˜o. que  α x β y x+y + ∈ C. vem. x ∈ C. pondo β = α λ  temos que α = λ β e. Assim. ∈ C. Assim.  2) Seja ε > 0 e consideremos x. f n˜o identicamente nula). 2 Defini¸˜o 1. u x x ∈ C} = λ inf{β > 0. Assim. Ent˜o. onde M = . ||x||  logo  ||x + εx − x|| = ε||x|| < r. x = 0 satisfaz a ρx ||x|| ρx ||x||  ∈ Br (0). qualquer que seja x ∈ E. temos que p(x) = 0 < 1. p(x + y) ≤ α + β < p(x) + p(y) + ε. a temos que existe α > 0 tal que x α x ∈ C e p(x) ≤ α < p(x)+ε < 1. pela convexidade de C.  ρx ||x||  ∈ C e. p(x) ≤  1 1+ε  < 1.  ou seja. f (x) = α}. Pela arbitrariedade de ε segue o desejado.TEOREMA DE HAHN-BANACH  23  1) Temos que p(λ x) = inf{α > 0. portanto. Um hiperplano afim de E ´ um conjunto ca c e da forma H = {x ∈ E. Se λ = 0. existem α.20 Seja E um espa¸o vetorial real.  < 1. Consideremos e 0 < ρ < r. ∈ C} = λ p(x). λαx ∈ C}. ou seja. y ∈ E. seja x ∈ E tal que p(x) < 1. u C ⊂ {x ∈ E. 3) Como C ´ aberto e 0 ∈ C temos que existe r > 0 tal que Br (0) ⊂ C. α+βα α+ββ α+β Logo. ou ainda. conseq¨entemente. x = 0 a e consideremos r > 0 tal que Br (x) ⊂ C. β > 0 tais que Como 0 < α α+β x α ε 2 ε e β < p(y) + 2 . x + εx ∈ Br (x) ⊂ C. em virtude da defini¸ao do funcional a c˜ de Minkowski. Se x = 0. β ∈ C. p(x) < 1} ⊂ C. Agora se λ = 0. Suponhamos. ou seja . α < p(x) +  p(λ x) = inf{λ β > 0. a  . 0 <  β α+β  <1e  α α+β  +  β α+β  = 1. Donde. Conseq¨entemente. ρ  isto ´. uma vez que  = ρ < r. (1 + ε)x ∈ C. α α +(1−α)0 ∈ C. ρ 4) Seja x ∈ C. onde α ∈ R e f ∈ E ∗ tal que f = 0 (ou seja.  Analogamente. observemos que H − a = E posto que f = 0 (f n˜o identicamente nula). (H − a) ⊕ Rx0 ⊂ E. x + a ∈ H e portanto x ∈ H − a. b). x = y + f (x) x0 ∈ (H − a) ⊕ Rx0 . isto ´. Tal x0 ´ obtido da seguinte forma: seja x1 ∈ E\(H −a) e tal que f (x1 ) = 0 (lembre que toda forma linear n˜o nula assume todos os valores de R). e c (1. a H = {(x. f (x) = 0} = f −1 ({0}) = ker(f )(subespa¸o de E).25). Reciprocamente. Isto posto. f e x1 α1  = 1 e basta tomarmos x0 =  x1 . b ∈ R\{0}. c˜ a H − a ´ um subespa¸o de E. ax + by = α}.25)  De fato. seja x ∈ H − a. X = (x. b). y) e f. temos que H = {(x. f (x+ a) = f (x)+ f (a) = a 0 + α = α. Logo. Ent˜o. f (x1 ) = α1 = 0. x = y − a com y ∈ H donde f (x) = f (y) − f (a) = a α − α = 0. Resta-nos c mostrar que E ⊂ (H − a) ⊕ Rx0 . Ent˜o f (x.  . (1. y) ∈ R2 . para algum x0 ∈ E. Seja a x0 ∈ E\(H −a) tal que f (x0 ) = 1. y ∈ H − a. ax + by + cz = α}. Obviamente. Temos ainda que E = (H − a) ⊕ Rx0 . e H − a = {x ∈ E. X = ca (a.24). seja x ∈ E tal que f (x) = 0. Ent˜o. Sejam H o hiperplano de E de equa¸ao [f = α] e a ∈ H. Podemos usar ainda a seguinte nota¸˜o para o R2 : f = (a. seja x ∈ E e definamos y = x − f (x) x0 . Com efeito. (x. α1  Ent˜o. H − a e Rx0 s˜o a subespa¸os de E com (H − a) ∩ Rx0 = {0}. y) = ax + by. sempre a  podemos escolher x0 ∈ E\(H − a) tal que f (x0 ) = 1. Logo. Temos. a isto ´. portanto. c o que prova (1.24)  Com efeito. y) = ax + by onde a. Ent˜o.24  ´ INTRODUCAO A ANALISE FUNCIONAL ¸˜ `  Dizemos que H ´ um hiperplano de equa¸˜o [f = α]. e ca Exemplo: Seja E = R2 . y. o que prova o desejado em (1. z) ∈ R3 . Temos f (y) = f (x) − f (x) f (x0 ) = 0. =1  e. Assim. se E = R3 .  sem perda da generalidade que f (x0 ) < α. seja H fechado. suponhamos o contr´rio. e Reciprocamente. Com efeito. pelo fato de [f = α] = f −1 ({α}) e a imagem  inversa de um conjunto fechado ser fechada. r1 para todo z ∈ B1 (0). Como x0 ∈ E\H segue que f (x0 ) = α e consequentemente podemos supor. e pelo fato de Br (x0 ) ⊂ E\H decorre que f (t x1 + (1 − t)x0 ) = α.TEOREMA DE HAHN-BANACH  25  Proposi¸˜o 1. ou ainda. f (x1 ) ≥ α implica que f (x1 ) − f (x0 ) ≥ α − f (x0 ) ⇒ 0 < Definamos. supz∈E. em particular. onde z ∈ B1 (0). Assim.21 O hiperplano H de equa¸˜o [f = α] ´ fechado se. f (z) < α − f (x0 ) < +∞. t = α−f (x0 ) . que exista x1 ∈ Br (x0 ) tal que a f (x1 ) ≥ α. para todo x ∈ Br (x0 ) temos que f (x) < α. o que prova que f ´ limitada e portanto cont´ e ınua. Seja r1 > 0 tal e que Br1 (x0 ) ⊂ Br (x0 ).||z||≤1 |f (z)| < +∞.  Logo. que H = [f = α] ´ fechado. f (x1 ) − f (x0 )  Conseq¨entemente. Note que se x ∈ Br1 (x0 ) temos que x = x0 + r1 z. ent˜o existe r > 0 tal / e a que Br (x0 ) ⊂ E\H. o que ´ um absurdo! Logo. Como Br (x0 ) ´ um conjunto convexo temos que e t x1 + (1 − t)x0 ∈ Br (x0 ).  para todo t ∈ [0. 1]. f ´ ca ca e e cont´nua. u  f (t x1 + (1 − t)x0 ) = f (t(x1 − x0 ) + x0 ) = t f (x1 − x0 ) + f (x0 ) = t[f (x1 ) − f (x0 )] + f (x0 ) = α − f (x0 ) + f (x0 ) = α. 2  . 1]. posto que f (E) = R e f (H) = {α}. resulta que existe x0 ∈ E tal que x0 ∈ H. ı Demonstra¸˜o: ca Se f ´ cont´ e ınua temos. Por outro lado. f (x1 )−f (x0 )  para todo t ∈ [0.  α − f (x0 ) ≤ 1. Como E\H ´ aberto. Como E\H = ∅. f (x) = f (x0 + r1 z) < α ⇒ f (x0 ) + r1 f (z) < α. Mostraremos que para todo x ∈ Br (x0 ) temos que f (x) < α. e somente se. 23 Seja E um espa¸o vetorial normado e consideremos A. que 0 ∈ C. Dizemos que o hiperplano H separa A e B no sentido estrito se existe ε > 0 tal que f (x) ≤ α − ε. Dizemos ca c que o hiperplano H de equa¸˜o [f = α] separa A e B no sentido lato(generalizado) se ca f (x) ≤ α. Demonstra¸˜o: Suponhamos. ent˜o o mesmo se / a verifica para C. neste caso. Temos que C = ∅. C ⊂ E um conjunto convexo.22 Se tiv´ssemos suposto na proposi¸˜o anterior que f (x0 ) > α. t = f (x0 ) + r1 f (z) > α ou ainda.3: H separa A e B  Lema 1. existe f ∈ E tal que / a  . mostrar´ ca e ca ıamos que para todo x ∈ Br (x0 ) ter´amos f (x) > α. isto ´. sem perda da generalidade. ca     H  A                    B  Figura 1. onde a ∈ C. para todo x ∈ C com x0 ∈ C . para todo x ∈ A e f (y) ≥ α. aberto e n˜oc a vazio e x0 ∈ E tal que x0 ∈ C. o hiperplano de equa¸˜o [f = f (x0 )] separa {x0 } de C no sentido ca lato. De fato. f (x) = f (x0 + r1 z) > α. Usar´ ı ıamos.||z||≤1 f (x0 )−α f (x0 )−f (x1 )  para gerar o absurdo. para todo x ∈ A e f (y) ≥ α + ε. f (−z) = −f (z) < f (x0 ) − α . r1 para todo z ∈ B1 (0) ⇒ sup z∈E. B ⊂ E.24 Sejam E um espa¸o normado. convexo e aberto posto que C o ´.26  ´ INTRODUCAO A ANALISE FUNCIONAL ¸˜ `  Observa¸˜o 1.  Defini¸˜o 1. Em particular. Admitindo-se que o resultado seja verdadeiro para C . seja x0 ∈ E tal que x0 ∈ C. isto ´. que e e exista f ∈ E tal que f (x) < f (x0 ). a e  |f (z)| < +∞. para todo y ∈ B. ca / consideramos o conjunto C = C − a. ent˜o. para todo / a x ∈ C. Da mesma forma. Ent˜o existe f ∈ E tal que f (x) < f (x0 ). Ent˜o. pois caso 0 ∈ C. para todo y ∈ B. Geometricamente. a separa¸˜o significa que A e B se situam em lados opostos de H.  portanto. para todo x ∈ Rx0 . f ∈ E . disjuntos e n˜o vazios. 1] com a1 . ent˜o existe um hiperplano fechado que separa A e B no sentido lato. u Existe f ∈ E tal que f (x) < f (x0 ).TEOREMA DE HAHN-BANACH  27  f (x) < f (x0 − a). B ⊂ E subconjuntos convexos. Conseq¨entemente.  De fato. Definamos C = A − B + x0 . p(x0 ) ≥ 1 posto que C = {x ∈ E. Logo. b ∈ B e x0 = b − a. Ent˜o. Assim. supor. g(t x0 ) = t < 0 ≤ p(t x0 ). Se c a A ´ aberto. para todo x ∈ C. Ponhamos G = Rx0 / a e g : G → R dada por g(t x0 ) = t. a t w + (1 − t) v = t[a1 − b1 + x0 ] + (1 − t)[a2 − b2 + x0 ] = [t a1 + (1 − t)a2 ] − [t b1 + (1 − t)b2 ] +x0 ∈ A − B + x0 = C.26) Sejam a ∈ A.25 (1a Forma Geom´trica do Teorema de Hahn-Banach) Sejam E um e espa¸o vetorial normado e A. Ent˜o. o que finaliza a demonstra¸˜o. f (x) ≤ p(x) < 1. para todo y ∈ C donde f (y) < f (x0 ). para todo x ∈ E (veja propriedade 3 do Funcional de Minkowski) e. ent˜o. Podemos. Seja 0 ∈ C e consideremos p o funcional de Minkowski para o convexo C. sem perda da generalidade. g(t x0 ) = t ≤ p(x0 )≥1 ∈C /  t p(x0 ) = p(t x0 )  Se t < 0. e a Demonstra¸˜o: ca Afirmamos que 1) C ´ convexo. f (y) − f (a) < f (x0 ) − f (a). f (x) ≤ p(x) ≤ M ||x||. sejam w = a1 − b1 + x0 e v = a2 − b2 + x0 pontos de C e t ∈ [0. Al´m disso. ∈A ∈B  . ca 2 Teorema 1. Temos que g ∈ G∗ . p(x) < 1}. e (1. Como o funcional de Minkowski ´ positie vamente homogˆneo e subaditivo vem pelo Teorema de Hahn-Banach (Forma Anal´ e ıtica) que existe um prolongamento f de g a todo E tal que f (x) ≤ p(x). e Se t ≥ 0. para todo x ∈ C com e f (x0 ) = g(x0 ) = 1. para todo y ∈ C. g(x) ≤ p(x). f (y − a) < f (x0 − a). para todo x ∈ E. Logo. para todo x ∈ C . portanto. para todo y ∈ C e. b2 ∈ B. Seja x0 ∈ E tal que x0 ∈ C. e al´m disso. que 0 ∈ C e mostrar o a desejado. a2 ∈ A e b1 .  x∈A y∈B  Ent˜o. f (x) ≤ α ≤ f (y). e.28)  De fato. a prova est´ completa. f (a − b + x0 ) < f (x0 ). a isto ´. isto ´.27). ent˜o existe um hiperplano fechado que separa A e B a no sentido estrito. pelo lema 1. para todo e a ∈ A e para todo b ∈ B. suponhamos que x0 ∈ C.24 existe f ∈ E tal que f (x) < f (x0 ). para todo a ∈ A e para todo b ∈ B. o que ´ um absurdo. ou seja. A seguir. A ∩ B = ∅. a 2  Teorema 1. Assim.21 que o hiperplano de equa¸ao [f = α] ´ fechado e. existem a ∈ A e b ∈ B tais que x0 = a−b+x0 . o que prova (1. em virtude da ca c˜ e desigualdade anterior. x∈A y∈B  Seja α ∈ R tal que sup f (x) ≤ α ≤ inf f (y). Ent˜o. e  (1. ficando provado (1. Se A c a for fechado e B for um compacto.27)  Com efeito. f (a) < f (b). sup f (x) ≤ inf f (y). conforme ilustra a figura  . B ⊂ E subconjuntos convexos. Seja ε > 0 e ponhamos Aε = A + Bε (0).28). C ´ a uni˜o de e a uma fam´ de conjuntos abertos. e e Logo. Demonstra¸˜o: ca abaixo. provaremos que  ´ INTRODUCAO A ANALISE FUNCIONAL ¸˜ `  2) C ´ aberto. uma vez que A ´ aberto e a transla¸ao de um conjunto ılia e c˜ aberto ´ um conjunto aberto. portanto. e Finalmente afirmamos que x0 ∈ C. para todo x ∈ C. / (1. para todo x ∈ A e para todo y ∈ B.28 o que prova (1. Como f ∈ E segue a da proposi¸˜o 1. portanto. disjuntos e n˜o vazios. a = b. A.26). podemos escrever C = ∪y∈B {A − y + x0 } e.26 (2a Forma Geom´trica do Teorema de Hahn-Banach) Sejam E um e espa¸o vetorial normado. 31) (1. sejam w.29)  De fato. provaremos que Aε ∩ Bε = ∅ para algum ε > 0. Temos: t w + (1 − t)v = t[a1 + ε z1 ] + (1 − t)[a2 + ε z2 ] = [t a1 + (1 − t)a2 ] +ε [t z1 + (1 − t)z2 ] ∈ Aε . suponhamos o contr´rio. que para todo ε > 0. e (1. Ent˜o. n n  .4: Aε = A + Bε (0) Afirmamos que Aε ´ convexo.32) (1. v ∈ Aε e t ∈ [0. e Notemos que Aε ´ aberto pois Aε = ∪x∈A (x + Bε (0)). a a 1 pondo εn = n . yn ∈ B e z1n .TEOREMA DE HAHN-BANACH Aε A ε  29  Figura 1. ∈A ∈B1 (0)  o que prova (1. w = a1 + ε z1 e v = a2 + ε z2 onde a a1 . ||xn − yn || = εn ||z2n − z1n || ≤ 1 2 [||z1n || + ||z2n ||] ≤ . a2 ∈ A e z1 . (1. Aε ∩ Bε = ∅. e A seguir. z2n ∈ B1 (0)  tais que xn + εn z1n = yn + εn z2n . Portanto. existem xn ∈ A. Ent˜o. 1]. temos que para cada n ∈ N∗ .30)  De fato. z2 ∈ B1 (0). Analogamente prova-se que Bε = B + Bε (0) ´ convexo.29). ou seja.  existe um hiperplano fechado de equa¸ao [f = α] que separa c˜ Aε0 e Bε0 no sentido lato. a c c Ent˜o existe f ∈ E . se a dimens˜o de E ´ infinita.27 E imprescind´vel no Teorema acima que B seja compacto pois se B ca ı fosse apenas fechado nem sempre o Teorema se verifica.33) Tomando o supremo em z1 na 1a desigualdade em (1. n˜o vazios e disjuntos tais que n˜o existe nenhum hiperplano a a fechado que separa A e B no sentido lato. (1. x = 0. a a  . onde. existe {ynk } ⊂ {yn } tal que ynk → y em B quando k → +∞.33) vem que f (y) ≥ α + ε0 ||f ||. Pela 1a Forma Geom´trica do e Teorema de Hahn-Banach. Mais al´m. Em particular. para todo x ∈ A. Como A ´ fechado. quando k → +∞.30  ´ INTRODUCAO A ANALISE FUNCIONAL ¸˜ `  Como B ´ compacto. se z2 = −z1 resulta que f (x) + ε0 f (z1 ) ≤ α ≤ f (y) − ε0 f (z1 ). ´ 2  ´ Observa¸˜o 1. Contudo. a  Corol´rio 1. y ∈ B e z1 ∈ B1 (0).28 Sejam E um espa¸o vetorial e F um subespa¸o de E tal que F = E. o que implica que xnk → y. o que um absurdo j´ que tais conjuntos s˜o disjuntos. ||xnk − y|| ≤ ||xnk − ynk || + ||ynk − y|| → 0. existe ε0 > 0 tal que Aε0 ∩ Bε0 = ∅. resulta que a e y ∈ A e. desta forma. y ∈ B e z1 . isto ´. A ∩ B = ∅. se E ´ um espa¸o de dimens˜o finita e c a sempre podem ser separados em sentido lato dois convexos A e B n˜o vazios e disjuntos.33) obtemos f (x) + ε0 ||f || ≤ α ⇒ f (x) ≤ α − ε0 ||f ||. se constr´i um exemplo onde A e B s˜o e a e o a dois conjuntos convexos. para todo y ∈ B. e f (x + ε0 z1 ) ≤ α ≤ f (y + ε0 z2 ). Combinando as duas ultimas desigualdades acima. e Assim. para todo x ∈ F . fica provado o desejado. para todo x ∈ A. y ∈ B.32) Logo. Vejamos o exemplo abaixo. f = 0 (n˜o identicamente nula) tal que f. para todo x ∈ A. a a Isto prova (1. Analogamente tomando o supremo em z1 na 2a desigualdade em (1. z2 ∈ B1 (0). como j´ vimos.  consequentemente ´ convexo. conclu´ ımos que g(x) < α para todo x ∈ F o que implica que g ≡ 0 (veja in´ da se¸ao 1. para todo x ∈ F. x = 0. f = 0 e α ∈ R tais que c˜ f (x) ≤ α − ε. Demonstra¸˜o: Seja x0 ∈ E talque x0 ∈ F . x = 0 para todo x ∈ F .29 Sejam E um espa¸o vetorial normado e F um subespa¸o vetorial de E. Em particular. ca e ca  . f.21). existem f ∈ E ( e veja proposi¸ao 1.30 Sejam E um conjunto gen´rico e f : E →] − ∞. o que encerra a ıcio c˜ prova. Como F ´ subespa¸o de E temos que F ca / e c tamb´m o ´ e. F = E). +∞] uma aplica¸˜o.5: A ´ um hiperplano fechado e B ´ a regi˜o fechada de um lado da hip´rbole e e a e que tem o hiperplano como ass´ ıntota. {x0 } ´ convexo e e e e e e compacto e F ∩{x0 } = ∅. x = 0 e para todo x ∈ E). a c c Se para toda forma f ∈ E tal que f. f.´. existe e um hiperplano fechado que separa F e {x0 } no sentido estrito.3  Fun¸oes Convexas e Semicont´ c˜ ınuas  Come¸amos com uma defini¸ao. ent˜o F ´ denso em E (ou seja.  Considerando g = f |F . Logo. a e  1. para todo x ∈ F se tem f ≡ 0 (i. para todo x ∈ F e f (x0 ) ≥ α + ε. para mostrar o seguinte c e resultado: Corol´rio 1.FUNCOES CONVEXAS E SEMICONT´ ¸˜ INUAS     ¡¡ B (fechado) ¡ ¡   ¡ ¡¡ ¡¡¡  ¡ ¡ ¡ ¡ ¡  ¡¡ ¡ ¡ ¡ ¡ ¡ ¡¡   ¡¡ ¡ ¡ ¡   ¡ ¡ ¡¡ ¡ ¡ ¡ ¡ ¡ ¡¡   ¡ ¡ ¡ ¡ ¡¡   ¡ ¡ hip´rbole e fechado A ¡¡ ¡      ©  31  Figura 1. isto ´. F ´ convexo e fechado. c c˜ Defini¸˜o 1. 2  Aplica¸ao do Corol´rio Anterior: O corol´rio acima ´ frequentemente aplicado para demonsc˜ a a e trar quando um subespa¸o vetorial F ⊂ E ´ denso em E. f (x) < α < f (x0 ).1). Pela 2a Forma geom´trica do teorema de Hahn-Banach. para algum ε > 0. ou seja. ou seja.  para todo x ∈ V (x0 ).i. e ca o • b) O epigr´fico de f ´ o conjunto a e epi(f ) = {(x.32  ´ INTRODUCAO A ANALISE FUNCIONAL ¸˜ `  • a) O dom´ ınio efetivo de f ´ o conjunto e De (f ) = {x ∈ E. Se De (f ) = ∅ ou. em cada ponto de F . f (x) ≤ λ}. c o c˜ Dizemos que f ´ semicont´ e ınua inferiormente (s.c. a e dizemos que f ´ uma fun¸˜o pr´pria.i. Seja E um espa¸o topol´gico e f : E → [−∞. e e Dizemos que f ´ semicont´ e ınua superiormente (s. f = +∞ (f n˜o ´ identicamente infinito).s.  Dizemos que f ´ s. em F ⊂ E se f ´ s. Para fixar id´ias consideremos a figura 1.c.c. f ) = {x ∈ E.c. f )        E  E  Figura 1.i. V (x0 ) tal que c f (x) > f (x0 ) − ε. • c) O conjunto de n´vel λ de f ´ o conjunto ı e N (λ.) no ponto x0 ∈ E se para todo ε > 0 existe uma vizinhan¸a de x0 . e R T  R T  λ epi(f )  E  E  N (λ. tal que c f (x) < f (x0 ) + ε.) no ponto x0 ∈ E se para todo ε > 0 existe uma vizinhan¸a de x0 . para todo x ∈ V (x0 ).6: Epigr´fico e Conjunto de N´ a ıvel. equivalentemente. V (x0 ).  . f (x) = +∞}. f (x) ≤ λ}.5 abaixo. +∞] uma fun¸ao. λ) ∈ E × R.  Para isso. sendo que os valores de f (x) para e x < x0 devem se manter estritamente menores que f (x0 ) + ε. x0 .s. por exemplo.i.c. x∈Bε (x0 )  ε→0  De maneira an´loga.s.i e s. veremos.c. Se E = R. e denotamos por lim supε→0 f (x). a a As figuras acima ilustram exemplos de fun¸oes s. e e Note que se f for s.i.FUNCOES CONVEXAS E SEMICONT´ ¸˜ INUAS R T  33 R T  f ◦ • E     f • ◦ E  V (x0 )  x0  E  V (x0 )      x0  E  ` Figura 1. e a e Dizemos que f ´ s.  Uma defini¸ao equivalente ` de semicontinuidade ´ a seguinte: c˜ a e a) Dizemos que f ´ semicont´nua superiormente no ponto x0 se e ı lim sup f (x) ≤ f (x0 ). Para facilitar a compreens˜o. uma forma diferente de enfocar os a conceitos acima quando E ´ um espa¸o m´trico.s.s.c.c.c. +∞] uma fun¸ao e x0 ∈ E. em x0 seria uma esp´cie de continuidade pela esquerda de x0 .s. em cada ponto de F . x→x0  . ` quantidade (finita ou infinita) a ε→0  lim  x∈Bε (x0 )  inf  f (x) . em x0 enquanto que ` direita f ´ s.c. em x0 . Denominamos c e c˜ limite superior da fun¸˜o f em x0 .c. seria uma esp´cie de continuidade pela direita. em F ⊂ E se f ´ s. enquanto que a s. recordemos o conceito de e c e limite inferior e superior que passamos a definir. a seguir. ent˜o −f ser´ s.c. denominamos limite inferior da fun¸˜o f em x0 e denotamos por a ca lim inf ε→0 f (x). ` quantidade (finita ca a ou infinita) lim sup f (x) . c˜ a s. sendo que os valores e de f (x) para x > x0 devem se manter estritamente maiores que f (x0 ) − ε. f : E → [−∞.c.s.i.7: A esquerda f ´ s. Sejam E um espa¸o m´trico.c.  para todo x ∈ Brε (x0 ) e 0 ≤ limε→0 rε ≤ limε→0 ε = 0. existe Brε (x0 ) tal que f (x) > f (x0 ) − ε. ou seja. inf f (x) ≥ f (x0 ) − ε ⇒ lim inf f (x) ≥ f (x0 ).(1. isto ´. em x0 .34) x→x0  Demonstra¸˜o: (⇐) Seja ε > 0 dado. Ent˜o. para todo x ∈ Brε (x0 ). para ca a todo x ∈ V (x0 ).  n→+∞  x∈B1/n (x0 )  o que ´ um absurdo (!) pois. existe V (x0 ) tal que f (x) > f (x0 )−ε. ∃V (x0 ) tal que f (x) > f (x0 ) − ε. inf f (x) ≥ f (x0 ) − ε ⇒ lim inf f (x) ≥ f (x0 ).  rε →0  x∈Brε (x0 )  (⇒) Suponhamos o contr´rio. e o lim inf f (x) ≥ f (x0 ). Assim.i.  Assim. e x∈B1/n (x0 )  inf  f (x) ≤ f (xn ) ≤ f (x0 ) − ε0 . se V (x0 ) = B1/n (x0 ) temos que existe xn ∈ B1/n (x0 ) tal que f (xn ) ≤ f (x0 ) − ε0 . temos que f (x) > f (x0 ) − ε.  x∈Bε (x0 )  ε→0  x∈Bε (x0 )  Se rε < ε. ou seja. Se rε ≥ ε temos que f (x) > f (x0 ) − ε para todo x ∈ Bε (x0 ) e. Assim. ∀x ∈ V (x0 ) ∩ E.34  ´ INTRODUCAO A ANALISE FUNCIONAL ¸˜ `  b) Dizemos que f ´ semicont´nua inferiormente no ponto x0 se e ı lim inf f (x) ≥ f (x0 ). x→x0  Mostremos a equivalˆncia das defini¸˜es para as fun¸oes s. provaree co c˜ mos que lim inf f (x) ≥ f (x0 ) ⇔ ∀ε > 0.  ε→0  x∈Bε (x0 )  . portanto.c. por hip´tese. para todo n ∈ N∗ . lim inf f (x) ≤ f (x0 ) − ε0 < f (x0 ). que exista ε0 > 0 tal que para toda V (x0 ) exista a x ∈ V (x0 ) tal que f (x) ≤ f (x0 ) − ε0 . Em particular.  x∈Brε (x0 )  ε→0  x∈Brε (x0 )  o que implica que lim f (x) inf f (x) ≥ f (x0 ).  em 0.c.c.c. em R mas n˜o ´ s. a e Analogamente.i. em R mas n˜o ´ s. em x = 0.9: f ´ s. x ≥ 0. em 0.8: f ´ s. x < 0 T E x  1• 0 ◦ −1 Figura 1.s.34).c. em R posto que ´ continua em R\{0} e f (0) = 1 ≥ lim inf x→0 f (x). e a e f ´ s.c.c. − 1. x ≤ 0 T  35 2  1◦ 0 • −1 Figura 1. Por´m. a e E x  . em R posto que ´ cont´ e e ınua em R\{0} e f (0) = −1 ≤ lim inf x→0 f (x).s. e Exemplos: Consideremos a fun¸ao f : R → R dada por c˜ f (x) = 1. e a e ´ s.s.c.c. x > 0. − 1. e f n˜o ´ s.i. a fun¸ao f : R → R dada por c˜ f (x) = 1.FUNCOES CONVEXAS E SEMICONT´ ¸˜ INUAS o que prova a equivalˆncia em (1. em x = 0.s. Por´m.i.i. f e e e n˜o ´ s.  f ) fechado. f ).  (⇐) Reciprocamente. f ´ s. V (x0 ) tal c que λ < f (x). existe uma vizinhan¸a de x0 . ou seja.32 (Resultado 2) Para que f : E → R seja s. Ent˜o. em E ´ necess´rio e sufie a ciente que todos os conjuntos de n´vel de f sejam fechados. 2  Lema 1. alguns resultados que nos ser˜o uteis posteriormente. para todo λ ∈ R. Com efeito.31 (Resultado 1) Seja E um conjunto. e a f (x0 ) > λ e existe V (x0 ) tal que λ < f (x). a ´ Lema 1.s. f ) provando que E\N (λ. no ponto x0 ´ necess´rio e suficiente que para cada λ ∈ R tal que λ < f (x0 ). temos que existe uma vizinhan¸a V (x0 ) tal que f (x) > λ. para todo e c x ∈ V (x0 ).36  ´ INTRODUCAO A ANALISE FUNCIONAL ¸˜ `  Veremos. ou seja. Demonstra¸˜o: Imediata. f ). f : E → R ´ cont´ e ınua em x0 ∈ E se. e (⇐) Supondo que N (λ. seja xo ∈ E\N (λ. f ) = {x ∈ E. f (x0 ) > λ. f ) ´ fechado. Demonstra¸˜o: (⇒) ca Fa¸amos ε = f (x0 ) − λ. f (x) > λ} ´ aberto. Isto conclui a prova. ca (⇒) Para mostrar que N (λ. f (x) > f (x0 ) − ε.c. f (x) > λ. seja ε > 0 e consideremos λ = f (x0 )−ε. o que conclui a prova. a seguir. para todo x ∈ V (x0 ). para todo x ∈ V (x0 ). para todo x ∈ V (x0 ).i. 2  . λ < f (x0 ). ca 2  e a Lema 1.i. em x0 ∈ E. temos que E\N (λ. de onde se conclui que V (x0 ) ⊂ E\N (λ. para todo x ∈ V (x0 ). ou seja. basta mostrarmos que e E\N (λ. exista uma vizinhan¸a de x0 . Ent˜o.33 (Resultado 3) Para que f : E → R seja s. Aqui estamos excluindo f assumir +∞ ou e −∞.c. isto ´. f ) ´ aberto. f ) ´ aberto e conseq¨ntemente e u dado x0 ∈ E\N (λ. f ). Como f (x0 )−ε < f (x0 ). e somente se. V (x0 ) tal que c V (x0 ) ⊂ E\N (λ. para todo x ∈ V (x0 ).i.c. ı Demonstra¸˜o: Para provar este lema usaremos o Resultado 2.c. existe V (x0 ) tal que c a f (x) > f (x0 ) − ε = f (x0 ) − f (x0 ) + λ = λ. e s.  x ∈ A.c.i.c. Se λ > 0. Se λ = 0. N (λ. Se 0 < λ < 1. χA (x) ≤ 1} = E. Como (E × R)\epi(f ) = {(x. (⇒) Seja f s. χA . N (0. N (λ. Se λ = 0. N (λ. IA (x) ≤ 0} = A. χA (x) ≤ 0} = E\A. dada por c˜ IA (x) = ´ s. χA ) = {x ∈ E. Se λ > 1. e N (λ. Com efeito e Se λ < 0. χA ) = {x ∈ E. e ent˜o mostraremos que (E × R)\epi(f ) ´ aberto a e  . IA . χA (x) ≤ λ} = E..c. N (λ. IA ) = {x ∈ E. N (λ. N (1. x ∈ A. Se λ = 1. IA (x) ≤ λ} = A. IA (x) ≤ λ} = ∅. χA ) = {x ∈ E. χA (x) ≤ λ} = ∅. 0. a 0. IA ) = {x ∈ E. /  37  Lema 1.c. χA ) = {x ∈ E. a b) A fun¸ao indicatriz de um conjunto fechado A. Analogamente ao exemplo anterior os conjuntos acima s˜o todos fechados. χA (x) ≤ λ}. ´ necess´rio e suficiente que e a o epigr´fico de f seja fechado em E × R. χA ) = {x ∈ E.FUNCOES CONVEXAS E SEMICONT´ ¸˜ INUAS Exemplos: a) A fun¸ao caracter´ c˜ ıstica de um conjunto aberto A ⊂ E.i. Com efeito. dada por χA (x) = ´ s. f (x) > λ}.i. N (0. Esses conjuntos s˜o todos fechados. x ∈ A. / 1. χA ) = {x ∈ E.i. IA ) = {x ∈ E. χA (x) ≤ λ} = E\A. + ∞. x ∈ A. a Demonstra¸˜o: ca em E × R.34 (Resultado 4) Para que f : E → R seja s. λ) ∈ E × R. Se λ < 0.  pondo V (x0 ) = πE [Br (x0 . (1. x ∈ V (x0 ) e −∞ < λ < µ. f (y) > λ. a Mostraremos que f ´ s. seja (x. λ)] (veja diagrama¸ao abaixo) segue do Resultado 2 o desejado. decorre que existe V (x0 ). µ[⊂ (E × R)\epi(f ). Seja πE [Br (x0 . onde c λ0 < µ < f (x0 ). λ0 ) = V (x0 )×] − ∞. tal que f (x) > µ para todo x ∈ V (x0 ). λ)] a proje¸ao c c˜ de Br (x0 . ent˜o (E × R)\epi(f ) ´ aberto e desta forma.i. λ) ⊂ V (x0 . seja x0 ∈ E e e λ ∈ R tal que λ < f (x0 ). λ) ∈ V (x0 . λ0 ) ⊂ (E × R)\epi(f ). existe uma a vizinhan¸a V (x0 . λ0 ). λ) ∈ (E × R)\epi(f ). Afirmamos que V (x0 . utilizando o Resultado 2. λ0 ) ∈ (E × R)\epi(f ) temos que f (x0 ) > λ0 . Pelo Resultado 2.35)  De fato. λ) ∈ (E × R)\epi(f ) e.38  ´ INTRODUCAO A ANALISE FUNCIONAL ¸˜ `  se (x0 . e a e se (x0 . portanto. Assim. (x0 . a resulta que f (x) > λ e. λ) ⊂ (E × R)\epi(f ). λ)]. λ0 ) ent˜o f (x1 ) > λ1 . o que prova (1. λ) ∈ V (x0 . c˜ R T epi(f ) λ . Logo. pois (y. Como f (x) > µ. (x. λ0 ) ∈ (E × R)\epi(f ). λ) ⊂ (E × R)\epi(f ). (⇐) Reciprocamente se epi(f ) ´ fechado. vizinhan¸a de x0 em E.35) implicando que (E × R)\epi(f ) ´ aberto conforme quer´ e ıamos provar. λ1 ) ∈ V (x0 . Ent˜o. λ) tal que V (x0 . λ) sobre E e consideremos y ∈ πE [Br (x0 . Ent˜o. portanto. em E. Com efeito. ou seja c Se (x1 . existe uma vizinhan¸a V (x0 .c. 35 Sejam E um espa¸o topol´gico e {fi }i∈I uma fam´ de fun¸˜es fi : E → ca c o ılia co [−∞. +∞]. e o ca definida por ψ(x) = inf {fi (x)}. Analogamente.10: diagrama¸ao c˜ 2 Defini¸˜o 1. +∞]. i∈I  . i∈I  ´ denominada inv´lucro superior de {fi }i∈I . λ) E ( x0) E d s d πE [Br (x0 .  (E × R)\epi(f )  V  (x0 . a fun¸˜o ψ : E → [−∞. λ)]  r  Figura 1. A fun¸˜o ϕ : E → [−∞. +∞] definida por ca ϕ(x) = sup{fi (x)}.  x∈E  Note que m est´ bem definido. co e Lema 1.  (1. ´ s. para todo λ > m [Note que se existir λ > m tal que  .. S˜o eles: a a Lema 1. se (x. co a e Lema 1.i. conseq¨entemente.i. Reciprocamente. a  e portanto. f ) = ∅. portanto. ca Demonstra¸˜o: Seja ϕ(x) = supi∈I {fi (x)}. f = +∞ (f ´ n˜o identicamente a e o e a +∞) e. ´ s. Al´m disso. Assim. Demonstra¸˜o: Definamos ca m = inf f (x).36)  Com efeito. s. posto que e cada fi ´ s. (x.c. (Resultado 4). λ) ∈ i∈I  epi(fi ). pois como f ´ pr´pria. ılia e a ou seja. e a interse¸˜o arbitr´ria de fechados ´ fechada. ´ uma o ılia e e fun¸˜o s. u para todo x ∈ I.39 (Resultado 8) Se f : E → R ´ uma aplica¸˜o pr´pria. vem que e ca a e epi(ϕ) ´ fechado e consequentemente ϕ ´ s.c. temos que N (λ. f ). pela propriedade de e ´ ınfimo segue que N (λ. e E ´ come ca o e pacto.c. apresentamos dois resultados cujas demonstra¸˜es s˜o imediatas e portanto co a ser˜o suprimidas. seja (x. f (x) ≤ λ} ´ e fechado em virtude do Resultado 3 e a fam´ N (λ.i.. fi (x) ≤ λ.i. Para cada λ > m. e o  39  Lema 1.36). e e 2 A seguir. (x. λ) ∈ epi(fi ). f ) ´ totalmente ordenada por inclus˜o.c. Ent˜o. o que prova (1.c. ϕ(x) ≤ λ.38 (Resultado 7) O produto de duas fun¸˜es n˜o-negativas s. ent˜o f atinge seu ´ a ınfimo em D(f ). f ) ⊂ N (λ2 .i.FUNCOES CONVEXAS E SEMICONT´ ¸˜ INUAS ´ denominada inv´lucro inferior de {fi }i∈I .. ´ s.c. f ) = {x ∈ E.c. λ) ∈ epi(ϕ). λ) ∈ epi(ϕ). fi (x) ≤ λ para todo i ∈ I donde supi∈I {fi (x)} ≤ λ.i.c.37 (Resultado 6) A soma de duas fun¸˜es s. m < +∞. para todo i ∈ I.i. Afirmamos que ca epi(ϕ) = i∈I  epi(fi ). Como cada epi(fi ) ´ fechado.i. se λ1 ≤ λ2 temos que N (λ1 . temos que ϕ(x) ≤ λ e. Logo.c.i.36 (Resultado 5) O inv´lucro superior de uma fam´ {fi }i∈I .  f ) = ∅. µ) ∈ epi(ϕ) e t ∈ [0.  . Logo. Assim. ϕ(x) ≤ λ e a para todo x. Ent˜o. ent˜o f (x) ≤ λ. (⇒) Sejam (x. f )}λ>m e c˜ de compactos tais que a interse¸ao de qualquer cole¸ao finita ´ n˜o vazia. ´ convexa. a  considerando {λn }n∈N tal que λn > m e λn → m resulta que f (x) ≤ λn . existe x0 ∈ E tal que f (x0 ) = inf x∈E f (x) = m. onde C ´ convexo. λ>m  Mais al´m.40 Sejam E um espa¸o vetorial e C um subconjunto convexo de E.41 (Resultado 9) A fun¸˜o ϕ : C →]−∞. (y. f ). conseq¨entemente. λ). ca e e se. vem que f (x) = m. y ∈ C e t ∈ [0. +∞] ´ uma fun¸˜o convexa sobre C se e ca ϕ(t x + (1 − t) y) ≤ t ϕ(x) + (1 − t) ϕ(y). para todo x∈ λ>m  N (λ. Desta forma. f ). ϕ(t x + (1 − t) y) ≤ t ϕ(x) + (1 − t) ϕ(y) ≤ t λ + (1 − t)µ.  para todo x ∈ ∩λ>m N (λ. se x ∈ e e. e somente se. e E. ϕ : E → R definida por ϕ(x) = f. ´ convexa. Como cada N (λ. Exemplos: a) A norma || · || em um espa¸o vetorial normado E ´ uma fun¸˜o convexa sobre E.  2  Defini¸˜o 1. isto ´. f ) ´ compacto qualquer que seja λ > m. por sua vez ´ compacto. temos uma cole¸ao {N (λ.  Por outro lado. o que ´ um e absurdo(!)]. para todo λ > m. o epi(ϕ) ´ convexo. Dizemos ca c que ϕ : C →] − ∞. para todo x ∈ E. +∞]. x + α. f ) ´ fechado em E.40  ´ INTRODUCAO A ANALISE FUNCIONAL ¸˜ `  f (x) > λ para todo x ∈ E temos que λ ´ uma cota inferior maior que ´ e ınfimo. c˜ e para algum α ∈ R e f ∈ E ∗ . u  λ>m  N (λ. c e ca A verifica¸ao deste fato decorre imediatamente da desigualdade triangular. c˜ Lema 1.  f (x) ≤ m. para todo n ∈ N. 1]. o que segue diretamente das propriedades de uma e fun¸ao linear. 1]. c˜ b) Toda fun¸ao linear afim sobre E. e Demonstra¸˜o: ca ϕ(y) ≤ µ. f ). Assim. vem que e e N (λ. o que implica c˜ c˜ e a que N (λ. como f (x) ≥ m.  x ≤ 0. (⇐) Reciprocamente. ´ um conjunto convexo.FUNCOES CONVEXAS E SEMICONT´ ¸˜ INUAS  41  donde (t x + (1 − t) y. +∞]. Ent˜o. ´ ca e e convexa. x > 0. ϕ(t x + (1 − t)y) ≤ t ϕ(x) + (1 − t) ϕ(y). x. 1]. 2  ı a e Observa¸˜o 1. a e  Demonstra¸˜o: Sejam λ ∈ R.42 (Resultado 10) Se a fun¸˜o ϕ : C →] − ∞. 2  Lema 1. t(x. ϕ(t x + (1 − t)y) ≤ t ϕ(x) + (1 − t) ϕ(y) ≤ t λ + (1 − t)λ = λ. RT λ  1◦ √ − λ  •  √ λ−1  E  x  Figura 1. ϕ) e t ∈ [0.43 Notemos que a rec´proca do resultado 10 n˜o ´ verdadeira. t(x. t ϕ(x) + (1 − t) ϕ(y)) ∈ epi(ϕ). 1]. sejam x. ϕ(y)) ∈ epi(ϕ). λ) + (1 − t)(y. µ) ∈ epi(ϕ). ou seja. ca a Logo. ent˜o N (λ. y ∈ C e t ∈ [0. ϕ(y)) = (t x + (1 − t)y.11: diagrama¸ao c˜  . λ ∈ R. (y. Como ϕ(x) ≤ ϕ(x) e ϕ(y) ≤ ϕ(y) vem que (x. x2 + 1. Logo. onde C ´ convexo. ϕ(x)) + (1 − t)(y. ϕ(x) ≤ λ e ϕ(y) ≤ λ. Considerca emos a fun¸˜o: ca ϕ(x) = x2 . y ∈ N (λ. ϕ(x)). t λ + (1 − t) µ) ∈ epi(ϕ). ou seja. ϕ).  λ0 ). onde f ∈ E e β ∈ R tal que f (x) − β < ϕ(x). ϕ(x) ≤ λ}. 0]. Se λ = 1. √ √ √ √ Se λ > 1. mas ϕ n˜o ´ convexa. ou seja. No que segue. √ Se 0 < λ < 1. ϕ(t x + (1 − t)y) = ϕ(1/4) = o que prova o desejado.c. ϕ(x) ≤ 1} = [−1. λ − 1[= [− λ. fechado (Resultado 4) e n˜o vazio (pois ϕ ´ uma fun¸ao a e c˜ pr´pria) de E × R e {(x0 . Como epi(ϕ) ´ um a / e conjunto convexo ( Resultado 9).  et=  1 4  (1 − t = 3 ). Se λ < 0. 44 44 16 16  Por outro lado. Demonstra¸˜o: Como ϕ ´ pr´pria. λ0 ) ∈ epi(ϕ). +∞] uma aplica¸˜o convexa. λ0 )} = ∅. λ0 )} ´ um conjunto convexo e compacto de E × R onde epi(ϕ) ∩ o e {(x0 . para a todo x ∈ E. considere x = − 1 . c Proposi¸˜o 1. e pr´pria. ϕ(−1/2) = 1/4. Da´. {x ∈ R.i. Seja λ0 ∈ R tal que ϕ(x0 ) > λ0 . ϕ) = {x ∈ R. (x0 . ϕ(x) ≤ λ} = ∅. ϕ(x) ≤ λ} = [− λ. e ı 4 t ϕ(x) + (1 − t) ϕ(y) = 11 35 1 15 + = + = 1.44 Seja ϕ : E →] − ∞. {x ∈ R. 0].42 Ent˜o. Os conjuntos acima s˜o convexos. pela 2a Forma Geom´trica do Teorema de Hahn-Banach que existem e φ ∈ (E × R) e α ∈ R tais que φ(x. a  ´ INTRODUCAO A ANALISE FUNCIONAL ¸˜ `  N (λ. De fato. ϕ(x0 ) < ca e o +∞. assim. s. ϕ(x) ≤ 0} = {0}. {x ∈ R. Ent˜o. {x ∈ R. λ) ≤ α − ε < α ≤ α + ε ≤ φ(x0 . t x + (1 − t)y = e. consideraremos E um espa¸o vetorial normado. 42 8 8 4  . vem. 0]∪]0. ϕ(1/2) = 5/4. para todo (x. λ − 1]. existe uma reta afim. ca ca o Ent˜o. 16 1 4 − 1 2 + 31 1 3 1 =− + = . a a e 2 y= 1 2  Se λ = 0. {x ∈ R. ϕ(x) ≤ λ} = [− λ. existe x0 ∈ E tal que x0 ∈ De (ϕ). f − β. λ) ∈ epi(ϕ). 1 + 1 > 1 = t ϕ(x) + (1 − t) ϕ(y).  Logo. conforme quer´ ıamos demonstrar. para todo x ∈ E e λ ∈ R. para x ∈ De (ϕ) resulta que (x. para todo x ∈ E. obtemos k  f. x∈E  Portanto. λ) ∈ epi(ϕ). para todo x ∈ E. existem g ∈ E e k ∈ R (veja subse¸ao 1. x − ϕ(x) < − .  43  Mas.45 Da proposi¸˜o acima resulta que f. Se x ∈ De (ϕ) temos que ϕ(x) = +∞ e a desigualdade segue trivialmente. ϕ(x0 )) ∈ epi(ϕ) resulta que k ϕ(x0 ) < α < k λ0 ⇒ k(ϕ(x0 ) − λ0 ) < 0. x + k λ ≤ α − ε < α ≤ α + ε ≤ g.2) tais que c˜ φ(x. a desigualdade acima implica que k < 0. Assim. ϕ(x)) ∈ epi(ϕ) e. definindo-se ϕ∗ : E → R. x − β < ϕ(x).1. para todo (x. ca ca e. (1. x − β < ϕ(x). x − ϕ(x)} ≤ β. k k g Pondo f = − k e β = − α . x + k λ. para (x0 .37)  temos que ϕ∗ (f ) ´ o menor dos valores de β para os quais f − β minora ϕ. como ϕ(x0 ) > λ0 . x0 + k λ0 . portanto. f → ϕ∗ (f ) = supx∈E { f. x + k ϕ(x) < α ≤ g. 2  Observa¸˜o 1. x0 + k λ0 . portanto. x − ϕ(x)} . Em particular. para todo x ∈ De (ϕ). / f. Em particular. x − ϕ(x) < β ⇒ f. x − β < ϕ(x). g. sup { f. e  . g. λ) = g. donde g α − .FUNCOES CONVEXAS E SEMICONT´ ¸˜ INUAS Como φ ∈ (E × R) .  a x − β < ϕ(x). c˜ e Vejamos um exemplo: Seja ϕ : R → R dada por ϕ(x) = x2 . para todo x ∈ R.44  ´ INTRODUCAO A ANALISE FUNCIONAL ¸˜ `  A fun¸ao ϕ∗ definida acima ´ denominada conjugada (ou polar) da ϕ. Como ϕ est´ nas condi¸oes a c˜ da proposi¸˜o 1. Logo. pondo (x2 )∗ (a) = sup{a x − x2 } x∈R  temos que (x2 )∗ (a) = x = a . para todo x ∈ R. x − β < ϕ(x). Logo. 2 4 4  RT  ϕ(x) = x2      y = ax − E  a2 4  a2 4      a 2        R  Figura 1. x = a x para todo x ∈ R e.12: diagrama¸ao c˜ Ent˜o. portanto. ou ainda. a reta y = a x − a a2 4  ´ a reta que minora ϕ(x) = x2 .44. ou seja. existe f ∈ R ≡ R e β ∈ R tais que f. 2  a2 4  pois o m´ximo ´ assumido quando a e  d (a x dx  − x2 ) = 0. em  (x2 )∗ (a) = sup(a x − x2 ) = a x∈R  a a2 a2 − = . a 2/4). a x − x2 < β. e a  . Portanto. existe ca a ∈ R tal que f. Note que realmente esta e  reta ´ tangente ao gr´fico de ϕ no ponto (a/2.  Se y ∈ E ´ tal que y = 0. x | → 0.i. pois f ∈ E e ϕ(x) ´ um n´mero fixo. x − ϕ(x) ´. a e ca Al´m disso. Da´ resulta que ı |ξy (fn ) − ξy (f )| = | fn . y − ϕ(y)]| → 0 quando n → +∞. em virtude do Resultado 5 que ϕ∗ e ´ s. x − f.c.. seja {fn }n∈N uma seq¨ˆncia de fun¸oes em E ue c˜ tal que fn → f em E . portanto. x | → 0 quando n → +∞. | fn . Al´m disso.i. x − ϕ(x)}x∈E . o que prova a continuidade de ξx . e convexa e s. ϕ∗ . definamos. x − ϕ(x)} + (1 − t) { g. x∈E ∗  y ||y||  − f. Demonstra¸˜o: ca Para cada x ∈ E. quando n → +∞. Como ϕ∗ ´ o inv´lucro superior da fam´ e o ılia { f. x ∈ E. De fato. x −ϕ(x). +∞] dada por ξx (f ) = f.46 A conjugada de uma fun¸˜o ϕ : E →] − ∞. para cada. ϕ∗ (t f + (1 − t)g) = sup { t f + (1 − t)g. sup x∈E. g ∈ E . para todo x ∈ E tal que ||x|| ≤ 1.||x||≤1  | fn − f. ou seja. ξx ´ cont´ e e ınua em E . temos que f. y − f. e. para todo y ∈ E.c.c. ξx (f ) = f. Com efeito. ´ convexa e ca ca e s. temos..  y ||y||  → 0 quando n → +∞. x − ϕ(x) = t { f. se t ∈ [0. onde cada elemento ´ s. para todo y ∈ E.c. para cada x ∈ E. 1] e f. ou seja. resulta que e e t f + (1 − t)g.i. (posto que ´ cont´ e ınua). ent˜o e a fn . a e u fun¸ao ξx : E →]−∞.FUNCOES CONVEXAS E SEMICONT´ ¸˜ INUAS  45  Proposi¸˜o 1.  Da convergˆncia acima resulta que e | fn . Pelo que vimos anteriormente c˜ (veja exemplo (b) na p´gina 39) ξx ´ uma fun¸˜o linear afim sobre E e portanto convexa. y − ϕ(y) − [ f.  . x − ϕ(x)} ≤ t ϕ∗ (f ) + (1 − t) ϕ∗ (g). +∞]. y | → 0 quando n → +∞. x ´ uma fun¸ao linear e cont´ e c˜ ınua  sobre E..i. Assim. x − ϕ(x)} ≤ t ϕ (f ) + (1 − t) ϕ∗ (g). 47 Suponhamos que ϕ : E →] − ∞. al´m disso. x + f. J ´ linear pois e e Jx+y (f ) = f. Proposi¸˜o 1. s. temos sup f ∈E . a nota¸ao E representar´ (E ) . A fun¸ao J est´ bem definida uma vez e c˜ a que. x − ϕ(x) ≤ β. o que  de onde conclu´ ımos que f ∈ De (ϕ∗ ). para cada x ∈ E.i. ou bidual de um espa¸o c˜ a c E. x − ϕ(x)} ≤ β. +∞] ´ uma aplica¸˜o convexa. o que mostra o desejado. y = Jx (f ) + Jy (f ) = (Jx + Jy )(f ). Al´m disso.18 da e e a Forma Anal´ ıtica do teorema de Hahn-Banach.||f ||≤1  |Jx (f )| =  sup f ∈E . para todo x ∈ E. pelo Corol´rio 1. para todo f ∈ E . para todo x ∈ E. x + y = f. Ent˜o ϕ∗ ´ pr´pria. Assim. e Demonstra¸˜o: Em verdade temos ca J :E→E x → Jx . x∈E  De acordo com a Proposi¸ao 1.||f ||≤1  | f. Logo. para todo x ∈ E. existe f ∈ E e β ∈ R tais que c˜  f. onde Jx : E → R ´ definida por Jx (f ) = f.46 o que prova que ϕ∗ ´ convexa. Jx ´ claramente linear e. o a e o Demonstra¸˜o: ca implica que ϕ∗ (f ) = sup{ f. portanto. x | = ||x|| < +∞. continuidade de Jx .  . f ∈ E ´ um ca ca e isomorfismo isom´trico de E em J(E). para todo x ∈ E.  o que resulta na limita¸˜o. x . f. e  ´ INTRODUCAO A ANALISE FUNCIONAL ¸˜ `  2 Proposi¸˜o 1. x − β ≤ ϕ(x).44. ca e ca e pr´pria.  2  No que segue. x . o dual do dual. fixado.c. ca Jx ∈ E e ||Jx ||E = ||x||.48 A aplica¸˜o J : E → E definida por Jx (f ) = f.  x − ϕ∗ (f ). c˜ e o  convexa e s. para todo x ∈ E. o espa¸o E ´ denominado a c e reflexivo. f − ϕ∗ (f )} . ϕ∗ : E → R ´ pr´pria.48. assim ϕ(x) ≥ f.50 (Fenchel-Moreau) Suponhamos que ϕ : E →]−∞. ent˜o. +∞] ´ uma aplica¸˜o e ca convexa. uma aplica¸ao isomorfa e isom´trica de E em J(E) ⊂ E . e pr´pria.c.49 Em virtude do isomorfismo acima. s. x ∈ E. identifica-se E a J(E) e escreve-se ca E ⊂ E . Neste caso. c Teorema 1. x − ϕ∗ (f )} . para todo x ∈ E e f ∈ E . e. como provar ´ ı que ϕ∗∗ = ϕ em dom´ ınios diferentes ? E a´ que usamos fortemente a identifica¸ao E ≡ c˜ J(E) ⊂ E descrita na proposi¸ao 1. ent˜o E = E .i. ϕ∗∗ = ϕ o a Demonstra¸˜o: ca De acordo com as Proposi¸oes 1. Assim.c. Ent˜o. para todo x ∈ E e f ∈ E . y ∈ E. Analogamente. J ´. o que implica que ϕ(x) ≥ sup { f. f ∈E  escrevemos. conforme e a c˜ e quer´ ıamos demonstrar. Notemos que pelo fato de ϕ∗ (f ) = sup { f. prova-se que Jλ x = λ Jx para todo λ ∈ R e x ∈ E. e consequentemente existe ϕ∗∗ : E → R. f ∈E  onde estamos subentendendo que ξ ∈ J(E) ≡ E ⊂ E . ao inv´s de representarmos c˜ e ϕ∗∗ (ξ) = sup { ξ.46 e 1. ξ ∈ E .FUNCOES CONVEXAS E SEMICONT´ ¸˜ INUAS  47  provando que Jx+y = Jx + Jy para todo x. Desta forma. No Cap´ ıtulo 3. 2  Observa¸˜o 1. x − ϕ(x)} . Quando J(E) = E . estudaremos algumas propriedades relacionadas a tais espa¸os. via identifica¸ao acima. f ∈E  . x − ϕ(x). c˜ ϕ∗∗ (x) = sup { f.47.i. x − ϕ∗ (f )} . x∈E  resulta que ϕ∗ (f ) ≥ f.  conseq¨entemente a u f. decorre que ϕ ∗∗(x0 ) < +∞ (observe que ´ o e poss´ que ϕ(x0 ) = +∞) e (x0 . λ) ∈ epi(ϕ). x + k n > α ⇔ k > α − f. ϕ(x0 ) > ϕ∗∗ (x0 ). ϕ(x0 )) ∈ epi(ϕ)]. inie cialmente que ϕ ≥ 0 e. ou seja. para todo x ∈ E. x − ϕ(x) < − . n  Logo. (1. Chegaremos a uma contradi¸ao. ϕ∗∗ (x0 )). [Note a que n˜o podemos usar o racioc´ a ınio feito anteriormente para (x0 . existe f ∈ E e k ∈ R tais que f. para todo x ∈ E. da hip´tese feita. n) ∈ epi(ϕ). para todo x ∈ De (ϕ). x + k ϕ(x) > α. α ∈ R e ε > 0. x0 + kϕ∗∗ (x0 ). e e existem φ ∈ (E × R) .  ´ INTRODUCAO A ANALISE FUNCIONAL ¸˜ `  ϕ(x) ≥ ϕ∗∗ (x). para todo x ∈ De (ϕ). o que nos garantir´ a igualdade para fun¸oes ϕ n˜o negativas. (x.48 ou ainda. ou seja. u a se x ∈ De (ϕ) f. Suponhamos. Logo. ϕ∗∗ (x0 )}. (k + ε) k+ε  . λ) ∈ epi(ϕ). Ent˜o. isto ´. para todo x ∈ De (ϕ). em um primeiro c˜ a c˜ a momento. podemos aplicar a 2a Forma ıvel / Geom´trica do Teorema de Hahn-Banach aos conjuntos epi(ϕ) e {(x0 . para todo (x. λ) ≥ α + ε > α > α − ε ≥ φ(x0 . x + (k + ε) ϕ(x) > α. tomando o limite quando n → +∞ na express˜o acima resulta que k ≥ 0. segue que para ε > 0 dado f. ϕ(x0 )) pois n˜o sabemos a se x0 ∈ De (ϕ) e conseq¨entemente n˜o podemos garantir que (x0 . para todo n ≥ n0 e. ϕ∗∗ (x0 )) ∈ epi(ϕ). λ suficientemente grande e n0 ∈ N tal que ϕ(x) ≤ λ ≤ n. tais que φ(x. Assim. para todo n ≥ n0 . x . [note que tomamos ε pois o pr´ximo passo seria uma divis˜o por k e como k ≥ 0 isto n˜o o a a poderia ser feito]. Com efeito.  (1. onde k ≥ 0. − f α . Como ϕ(x) ≥ 0. ou ainda.39)  Sejam x ∈ De (ϕ).38) em mente. tendo (1.38)  O nosso intuito ´ provar que ϕ(x) = ϕ∗∗ (x). x + k λ > α > f. para todo (x. admitamos que que exista x0 ∈ E tal que a igualdade estrita ocorra. c. pela arbitrariedade de ε. x + ϕ∗ (f0 ). ϕ n˜o necessariamente n˜o negativa. ent˜o a ϕ(x) = ϕ(x) − f0 . s. x0 + kϕ∗∗ (x0 ) < α. o caso geral. x − ϕ(x) (k + ε)  ≤−  α . k+ε  pois se ϕ(x) = +∞ ent˜o −ϕ(x) = −∞. x∈E  . para todo x ∈ E pois e ϕ∗ (f0 ) = sup { f0 . pela proposi¸ao 1.39) temos que e f.  f . ϕ(x) ≥ 0. e. x0 − ϕ∗ (g)} g∈E  ≥ ≥ Por conseguinte. para todo x ∈ E. x − ϕ(x) (k + ε) f − .i. x − ϕ(x). x0 + (k + ε)ϕ∗∗ (x0 ) ≥ α. Definamos. agora. temos que ϕ(x) = ϕ∗∗ (x). a Logo. x0 (k + ε) f − .47 que ϕ∗ ´ pr´pria. Das propriedades das fun¸˜es envolvidas. ou seja. ϕ∗ − f k+ε = sup x∈E  49  −  =  sup x∈De (ϕ)  f . co e o Al´m disso. para todo x ∈ E. x − ϕ(x)} ≥ f0 . existe o c˜ e o f0 ∈ E tal que f0 ∈ De (ϕ∗ ). x0 + kϕ∗∗ (x0 ) ≥ α. f. o que ´ um absurdo (!) pois de (1. Assim. temos. x0 (k + ε) −  − ϕ∗ − + α . e pr´pria.FUNCOES CONVEXAS E SEMICONT´ ¸˜ INUAS Assim. k+ε  f k+ε  f. Consideremos. Assim. resulta que ϕ ´ convexa. ϕ∗∗ (x0 ) = sup { g. para todo ε > 0. se ϕ ≥ 0. Das a a hip´teses feitas sobre ϕ.  x + ϕ∗ (f0 ) = ϕ∗∗ (x) + ϕ(x) − ϕ(x). para todo x ∈ E. Mas.40)  = sup { f. o ´ que encerra a prova. sugerimos os cl´ssicos Horv´th [12] e co a a Schwartz [19]. x − ϕ(x)} − ϕ∗ (f0 ) x∈E  = ϕ∗ (f + f0 ) − ϕ∗ (f0 ). x + ϕ(x) ≥ 0. x − ϕ∗ (f + f0 )} − f0 .40) resulta que ϕ∗∗ (x) = ϕ(x).  .51 A Primeira Forma Geom´trica do teorema de Hahn-Banach se esca e tende aos espa¸os vetoriais topol´gicos gerais enquanto que a Segunda Forma se estende c o aos espa¸os localmente convexos espa¸os extremamente importantes na Teoria das c c ` Distribui¸˜es. x − ϕ∗ (f + f0 )} + ϕ∗ (f0 ) f ∈E  = sup { f + f0 . ϕ∗ (f ) = sup { f. x − ϕ∗ (f )} f ∈E  = sup { f. Da primeira parte da demonstra¸ao conclu´ c˜ ımos que ϕ∗∗ (x) = ϕ(x). portanto. Desta ultima identidade e de (1. x + ϕ∗ (f0 ) = ϕ (x) − f0 .50 o que implica  ´ INTRODUCAO A ANALISE FUNCIONAL ¸˜ `  ϕ∗ (f0 ) − f0 . 2 f ∈E ∗∗  Observa¸˜o 1. x − ϕ∗ (f0 )} x∈E  = sup { f + f0 . x − ϕ(x) + f0 . x − ϕ(x)} x∈E  (1. e. para todo x ∈ E. Aqueles interessados em tal assunto. ϕ∗∗ (x) = sup { f. para todo x ∈ E.   Hugo Dyonizy Steinhaus  (1887 . ` esquerda.1932). foi um matem´tico francˆs que trabalhou e a a e na teoria de fun¸oes e no conceito de limite. ` direita.1: Steinhaus-Baire. hoje Polˆnia) que trabalhou na teoria da medida. c˜ 51  . foi um matem´tico polonˆs a a e  (nasceu na antiga Gal´ ıcia. inspirado o por Lebesgue.1972). e no princ´ ıpio da condensa¸ao de singularidades juntamente com Banach. c˜  Ren´-Louis Baire (1874 .Cap´ ıtulo 2 Os Teoremas de Banach-Steinhaus e do Gr´fico Fechado a  Figura 2.  Dizemos que A ´ rarefeito (nowhere ca c e e dense . a e Exemplo: O conjunto dos n´meros racionais ´ de 1a categoria pois u e Q= q∈Q  {q} e int{q} = ∅.2 Seja X um espa¸o m´trico. s˜o denominados de categoria II (ou de 2a a a a categoria). Com efeito. o que contraria o fato de X\A ser denso em X. c˜ Defini¸˜o 2. Dizemos que A ⊂ X ´ de categoria I (ou de ca c e e 1a categoria) se A = n∈J  An . Assim. e a a  para todo natural n ∈ J. tal que intA = ∅. Devemos mostrar que ca e X\A ´ denso em X. Logo. isto ´. raciocinemos por contradi¸˜o. ou seja.1 Seja X um espa¸o m´trico e A ⊂ X. 2  Defini¸˜o 2. Os conjuntos que n˜o s˜o de categoria I. Se A ⊂ X ´ de 1a categoria e B ⊂ A. ent˜o ca c e e a B ´ de 1a categoria (ou de categoria I). A ⊂ X ´ rarefeito se. intA = ∅.4 Seja X um espa¸o m´trico.  Proposi¸˜o 2.nunca denso) se intA = ∅.1  Um Repasso ao Teorema de Baire  Comecemos por uma defini¸ao. que exista x0 ∈ X e ca e ε0 > 0 tal que Bε0 (x0 ) ∩ (X\A) = ∅.52  ´ INTRODUCAO A ANALISE FUNCIONAL ¸˜ `  2. ou seja. e (⇐) Suponhamos que X\A = X e que A n˜o seja rarefeito. Proposi¸˜o 2. o que ´ um absurdo (!) pois intA = ∅. o que implica que x0 ∈ intA. que intA = ∅. e  . a Ent˜o.3 Seja X um espa¸o m´trico. existem x0 ∈ A e r0 > 0 tais que Br0 (x0 ) ⊂ intA ⊂ A. Bε0 (x0 ) ⊂ A. Os conjuntos de categoria I s˜o tamb´m denominados conjuntos magros em X. onde J ´ enumer´vel e os conjuntos An s˜o rarefeitos. Como exemplos de conjuntos rarefeitos podemos considerar aqueles formados por pontos isolados de X. o que implica que a Br0 (x0 ) ∩ (X\A) = ∅. e somente se. e Demonstra¸˜o: (⇒) Seja A rarefeito. X\A ca c e e ´ denso em X.  2 Proposi¸˜o 2. para cada n ∈ J. se intA = ∅. o que implica que intBn = ∅. Como e e intA ⊂ A. ent˜o. A ´ de categoria I. Logo. por hip´tese.1). com J enumer´vel. a B =A∩B = n∈J  53 An e intAn = ∅. isto ´ x ∈ X\An . portanto.  Bn = An ∩ B e intBn ⊂ intAn . ent˜o X\A = X. o que prova / e (2. Br (x) ∩ An = ∅.UM REPASSO AO TEOREMA DE BAIRE Demonstra¸˜o: Como A ´ de 1a categoria. temos que A = ca e todo natural n ∈ J. Ent˜o. a e 2) A = intA = ∅. S˜o equivalentes: ca c e a 1) Todo subconjunto aberto e n˜o-vazio de X ´ de categoria II. Ent˜o.1)  De fato. para cada n ∈ J. 4) Se A ´ de categoria I. para todo n ∈ J (J enumer´vel ) ⇒ e a An . para  n∈J  An  ∩B = n∈J  (An ∩ B) = n∈J  Bn . j´ que X\A = o a  . (2. existe r > 0 tal que Br (x) ⊂ a X\An e. Ent˜o. onde An ´ fechado e intAn = ∅. temos que intA = ∅ pois. pela proposi¸ao 2. e a Demonstra¸˜o: ca (1) ⇒ (2) Seja A = n∈J n∈J n∈J  An . portanto. onde An ´ fechado e intAn = ∅ para todo n ∈ J. onde.  e X\An ´ fechado (pois An ´ aberto) e como An = X. Afirmamos e e que int(X\An ) ⊂ X\An . para todo n ∈ J (J enumer´vel ) ⇒ e a  An . Assim. temos que int(X\A) = ∅. temos.4 que intA ´ de categoria I. o que ´ um absurdo(!). Como intA ´ aberto e c˜ e e de categoria I. para cada n ∈ J. seja x ∈ int(X\An ). a a o intA seria de categoria II. e a An = n∈J n∈J  X\A = X\  (X\An ). onde An ´ aberto e An = X. 3) A = A = X. temos que X\An = ∅. para n ∈ J ´ rarefeito pois An = An e. e a  cada An . para todo n ∈ J. por hip´tese. donde x ∈ An .5 Seja X um espa¸o m´trico. An ´ aberto e An = X. int(X\An ) = ∅ e. e (2) ⇒ (3) Seja A = n∈J  An . caso contr´rio.  Por hip´tese (contra -positiva). temos que o (4) ⇒ (1) Seja A ⊂ X tal que A ´ aberto e n˜o vazio. ou seja. para todo n = 0. Escolhamos ent˜o a n´mero 3. Devemos mostrar que Bε0 (x0 ) ∩ A = ∅. Como A1 = X. A ´ de categoria II. An ´ aberto e An = X. A = X. por indu¸ao. dado ε > 0. x0 ∈ X e ε0 > 0. · · · . n > n0 temos que d(xn . xm ) ≤ d(xn . que exista x0 ∈ X a  tal que x0 ∈ A. como A2 = X.  n∈J  An ⊂ X\A. existe n0 ∈ N tal que se m. X\A ´ fechado e X\A = X e a e e portanto X\A = X (note que X\A = X\A). A ⊂ n∈J  An . supondo c˜ a a u e n∈J  An . Logo.54 n∈J (X\An ). / a Logo. portanto. Analogamente. a existˆncia de uma seq¨ˆncia {xn }n∈N com xn+1 ∈ An+1 ∩Brn (xn ) c˜ e ue tal que  Brn+1 (xn+1 ) ⊂ (An+1 ∩ Brn (xn )) .  n∈J  X\An . Seja r0 > 0 a suficientemente pequeno tal que Br0 (x0 ) ⊂ Bε0 (x0 ). e e para cada n ∈ J. Br0 (x0 ) ⊂ X\A. e  Seja. basta demonstrar uma das c˜  afirma¸oes posto que elas s˜o equivalentes. e e Demonstra¸˜o: ca que A = De acordo com a Proposi¸ao anterior. pelo fato de A1 ∩ Br0 (x0 ) ser aberto. Assim. e 2  Teorema 2. Suponhamos. existe r0 > 0 tal que Br0 (x0 ) ∩ A = ∅ e. Ent˜o. xn0 ) + d(xm . isto ´. Logo. isto ´. x0 ∈ int(X\A).6 (Teorema de Baire) Todo subconjunto aberto e n˜o vazio de um espa¸o a c m´trico completo ´ de categoria II. [Mostra-se de e  maneira an´loga ao ´ a ıtem anterior]. o que ´ um absurdo (!) pois int(X\A) = ∅. 2. A = ∪n∈J An onde intAn = ∅. X\ X\An ⊂ X\A. portanto. para cada n ∈ J e mostraremos que A = X. e. Como B ⊂ X\A. xn0 ) < rn0 + rn0 2 r0 r0 = 2 rn0 < n0 = n0 −1 < ε.  ´ INTRODUCAO A ANALISE FUNCIONAL ¸˜ ` Resta-nos provar que A = X. ent˜o A2 ∩ Br1 (x1 ) = ∅ a < r0 22  tal que Br2 (x2 ) ⊂ A2 ∩ Br1 (x1 ). ent˜o. temos que existem x1 ∈ A1 ∩ Br0 (x0 ) e 0 < r1 < e existem x2 ∈ A2 ∩ Br1 (x1 ) e 0 < r2 < e 0 < rn+1 < r0 2n+1 r1 2 r0 2  tal que Br1 (x1 ) ⊂ A1 ∩ Br0 (x0 ). ent˜o A1 ∩Br0 (x0 ) = ∅ a e. portanto. e (3) ⇒ (4) Seja A ⊂ X tal que A ´ de categoria I. temos que X\An ´ aberto e X\An = X. 1. Por hip´tese. A n˜o ´ o a e de categoria I e.  Obtemos. B = X.  n∈J  Pondo-se B = X\A = X. o contr´rio. 2 2  . Assim.  de categoria I o que uma contradi¸ao (!). 2  2. Denotamos por L(E. Demonstra¸˜o: Como X ´ um espa¸o de Baire. para todo n ∈ N. F ) o espa¸o dos operadores c c lineares e cont´nuos de E em F . onde An ´ fechado para n = 1. por´m fixado. ca 2 Defini¸˜o 2.  Logo. r0 ε  55  ⇔ n0 > 1 + log2  r0 ε  ]. de categoria II.9 Seja A um subconjunto aberto e n˜o-vazio de um espa¸o de Baire X tal a a c que A = +∞ n=1  An . Ent˜o. seja n0 ∈ N arbitr´rio.TEOREMA DE BANACH-STEINHAUSS OU DA LIMITACAO UNIFORME ¸˜ [Basta tomarmos n0 ∈ N tal que 2n0 −1 > xn → x em X.F ) = sup x∈E. 2.7 Um espa¸o topol´gico ´ dito Espa¸o de Baire. se satisfaz a uma das afirma¸˜es ca c o e c co da Proposi¸˜o 2. Como Brn (xn ) ⊂ An . ca ımos que todo espa¸o m´trico completo ´ c e e Observa¸˜o 2. {xn }n∈N ´ de Cauchy e como X ´ completo temos que existe x ∈ X tal que e e Por outro lado. ou seja. x∈ n∈N  Brn (xn ). ent˜o A ´. A ´. existe a e ca c˜ n0 ∈ N tal que intAn0 = ∅. quando n → +∞. em virtude do Teorema de ca e c a e Baire. para cada n ∈ N. donde x ∈ A ∩ Bε0 (x0 ). Pela arbitrariedade de n0 ∈ N temos que x ∈ Brn (xn ).  . munido da norma ı ||T ||L(E. · · · . o que finaliza a demonstra¸˜o. Ent˜o.||x||E ≤1  ||T x||F .5. existe um ´ e a ındice n0 ∈ N  para o qual intAn0 = ∅.  x ∈ A. Ent˜o. temos que x ∈ An . Al´m disso.2  Teorema de Banach-Steinhaus ou da Limita¸˜o ca Uniforme  Sejam E e F espa¸os vetoriais normados. se n > n0 temos que a e a xn ∈ Brn0 (xn0 ) ⊂ Brn0 (xn0 ) e consequentemente x ∈ Brn0 (xn0 ) posto que Brn0 (xn0 ) ´ e fechado. e x ∈ Brn0 (xn0 ) ⊂ Br0 (x0 ) ⊂ Br0 (x0 ) ⊂ Bε0 (x0 ). que intAn = ∅ para todo ca n ∈ N. por defini¸˜o. ou seja. c Corol´rio 2. Argumentemos por contradi¸˜o. Logo. ou seja.8 Do Teorema de Baire conclu´ ca um espa¸o de Baire.  por hip´tese.f = {x ∈ X. e.10 (Princ´ ca ıpio da Limita¸˜o Uniforme) Sejam X um espa¸o m´trico ca c e completo e F uma fam´lia de fun¸˜es cont´ ı co ınuas f : X → R tais que. Temos. |f (x)| ≤ n} = f −1 ([−n. tais que |f (x)| ≤ M .  Xn onde os Xn s˜o fechados e X ´ aberto a e  (pois ´ o espa¸o todo).  Como os Xn. que o sup |f (x0 )| < Mx0 < +∞. Pondo-se e c a G = intXn0 .2) Xn . Provaremos. temos que Xn. que e X= n∈N  Xn . existe n1 ∈ N tal que |f (x0 )| ≤ n1 . Xn = f ∈F  Xn.56  ´ INTRODUCAO A ANALISE FUNCIONAL ¸˜ `  Quando E = F escreve-se simplesmente L(E) = L(E. Pelo Corol´rio 2. para todo n ∈ N. Definamos.  A inclus˜o a  n∈N  Xn ⊂ X ´ evidente. f ∈F  Assim.f ´ fechado para todo n ∈ N e para e toda f ∈ F . Demonstra¸˜o: Definamos ca Xn. existem M > 0 e G ⊂ X. Temos. para cada x ∈ X. n]). temos que |f (x)| ≤ n0 . Com efeito.  (2. aberto. resulta que cada Xn ´ fechado.f = {x ∈ X. temos sup |f (x)| < Mx < +∞.2). Como as fun¸oes f s˜o cont´ c˜ a ınuas.9 existe n0 ∈ N tal que intXn0 = ∅. f ∈F  Ent˜o. para toda f ∈ F}. X = a n∈N  n∈N  Xn . Resta-nos provar que X ⊂ e  n∈N  seja x0 ∈ X. agora. E). para todo f ∈ F. para toda f ∈ F. que X = ∅. 2  . x0 ∈ o que prova (2. Proposi¸˜o 2. a seguir. para todo x ∈ G e para a toda f ∈ F. |f (x)| ≤ n. portanto. ent˜o.f s˜o fechados e a interse¸˜o arbitr´ria de conjuntos fechados ´ um cona ca a e junto fechado.  x1 ∈ E. M ≥ ||Tλ (x0 − r z)||F = ||Tλ x0 − r Tλ z||F = ||r Tλ z − Tλ x0 ||F ≥ r||Tλ z||F − ||Tλ x0 ||F . temos. para cada x ∈ E. Sendo G aberto. por conseguinte. Demonstra¸˜o: Consideremos a seq¨ˆncia de fun¸oes fλ : E → R. e M > 0 c˜ tais que |fλ (x)| = ||Tλ x||F ≤ M. Mas. λ∈Λ  isto ´. se x ∈ Br (x0 ). para todo x ∈ E e para todo λ ∈ Λ. sejam x. onde z ∈ B1 (0) e.11 (Banach-Steinhaus) Sejam E e F espa¸os de Banach e {Tλ }λ∈Λ uma c fam´lia de aplica¸˜es lineares e cont´nuas de E em F satifazendo a condi¸˜o ı co ı ca sup ||Tλ x||F < +∞. portanto.F ) ||x − x1 ||E . se z ∈ B1 (0) vem que −z ∈ B1 (0) e. temos que x = x0 + r z. Ent˜o.  . para todo x ∈ G e para todo λ ∈ Λ. definida por ca ue c˜ fλ (x) = ||Tλ x||F . existe r > 0 suficientemente pequeno tal que Br (x0 ) ⊂ G. No entanto. De fato. a sup ||Tλ ||L(E. aberto. a |fλ (x) − fλ (x1 )| = | ||Tλ x||F − ||Tλ x1 ||F | ≤ ||Tλ (x − x1 )||F ≤ ||Tλ ||L(E. para todo x ∈ E. λ ∈ Λ. por hip´tese.3) resulta que ||Tλ (x0 + r z)||F ≤ M. para todo z ∈ B1 (0) e para todo λ ∈ Λ. λ∈Λ  Ent˜o.F ) < +∞. existe C > 0 tal que e ||Tλ x||F ≤ C ||x||E . Temos que fλ ´ cont´ e ınua para todo λ ∈ Λ. Ainda. de (2. o que prova a continuidade de fλ em x1 . o que sup |fλ (x)| = sup ||Tλ x||F < +∞. (2. λ∈Λ λ∈Λ  Pelo Princ´ ıpio da Limita¸ao Uniforme temos que existem G ⊂ E.TEOREMA DE BANACH-STEINHAUSS OU DA LIMITACAO UNIFORME ¸˜  57  Teorema 2.3)  Seja x0 ∈ G.  a sup z∈E. para todo x. r r  2M . tal que para cada x ∈ E. a existe Mx > 0 tal que ||Tn x||F ≤ Mx < +∞. T (x + y) = lim Tn (x + y) = lim Tn x + lim Tn y = T x + T y. Mais al´m. Ent˜o. ent˜o. ent˜o. par todo λ ∈ Λ. para todo x ∈ E e para todo λ ∈ Λ. pondo T x = limn→+∞ Tn x.  .58 o que implica que ||Tλ z||F ≤ Assim. r  ||Tλ z||F < +∞. posto que x0 ∈ G. para todo n ∈ N. e z ∈ B1 (0). ||Tλ z||F ≤ e. para todo x ∈ E e para todo λ ∈ R. existe C > 0 que verifica ||Tλ x||F ≤ C ||x||E . Sendo {Tn x}n∈N convergente.F ) . Ainda. temos que T ´ uma aplica¸˜o a e ca linear e cont´nua de E em F . a seq¨ˆncia co ı ue {Tn x}n∈N converge em F . para todo λ ∈ Λ. 2  Corol´rio 2. T (λx) = λT x.12 Sejam E e F espa¸os de Banach e consideremos {Tn }n∈N uma sucess˜o a c a de aplica¸˜es lineares e cont´nuas de E em F . o que finaliza a prova. para cada x ∈ E. n  Demonstra¸˜o: Notemos inicialmente que T : E → F est´ bem definida em fun¸ao da ca a c˜ unicidade do limite em F . y ∈ E. o que implica a linearidade de T .  ou seja.||z||≤1  ´ INTRODUCAO A ANALISE FUNCIONAL ¸˜ `  M + ||Tλ x0 ||F 2M ≤ .F ) ≤ lim inf ||Tn ||L(E. ı e ||T ||L(E. n→+∞ n→+∞ n→+∞  Analogamente.  b . para toda f ∈ G .F ) . definamos ca Tb (f ) = f. ||T ||L(E. Temos ainda que ||Tn x||F ≤ ||Tn ||L(E.F ) ||x||E .13 Sejam G um espa¸o de Banach e B um subconjunto de G. para toda f ∈ G . Por hip´tese. x ´ limitado em R. tomando o limite na desigualdade acima resulta que ||T x||F ≤ C||x||E . o que prova a continuidade de T . Ent˜o B ´ e a e  Pelo Teorema de Banach-Steinhaus. n  ou ainda. Suponhamos a c que.F ) ≤ lim inf ||Tn ||L(E. para todo x ∈ E.TEOREMA DE BANACH-STEINHAUSS OU DA LIMITACAO UNIFORME ¸˜ donde sup ||Tn x||F ≤ Mx + ∞. existe uma constante C > 0 tal que ||Tn x||F ≤ C||x||E . para todo x ∈ E. b∈B  . Demonstra¸˜o: Para cada b ∈ B. temos que sup ||Tb ||L(G . b∈B x∈B  f. n∈N  59  Logo. para todo x ∈ E e para todo n ∈ N. Assim. o que implica. tomando-se o limite inferior. para todo x ∈ E e para todo n ∈ N. o conjunto f (B) = limitado. n  2 Corol´rio 2. para todo x ∈ E.F ) ||x||E . temos que o sup |Tb (f )| < +∞. onde Tb : G → R. pelo Teorema de Banach-Steinhaus.R) < +∞. que ||T x||F ≤ lim inf ||Tn ||L(E.  para todo x ∈ G e para todo f ∈ B . para todo x ∈ G. Suponhamos que a c para todo x ∈ G o conjunto B . x ´ limitado em R. x = f ∈B  f. existe C > 0 tal que |Tf (x)| ≤ C ||x||G . a  Logo. b | ≤ C.  ou seja. x | < +∞. existe C > 0 tal que  ´ INTRODUCAO A ANALISE FUNCIONAL ¸˜ `  |Tb (f )| = | f.||f ||G ≤1  | f. b | ≤ C ||f ||G . Assim. o f ∈B  sup |Tf (x)| = sup | f. para todo x ∈ G e para todo f ∈ B . e a e  Demonstra¸˜o: Para cada f ∈ B definamos ca Tf (x) = f. para toda f ∈ G .14 Seja G um espa¸o de Banach e consideremos B ⊂ G . 2  . 2  O pr´ximo resultado pode ser denominado ‘resultado dual’ do corol´rio anterior. x .b ||f ||G ≤ C. Por hip´tese. para todo b ∈ B. pelo Corol´rio 1. f . para todo x ∈ G. x | ≤ C ||x||G . o a Corol´rio 2. para toda f ∈ B . Equivalentemente. o que implica que ||f ||G ≤ C.R) < +∞. f = 0(f n˜o identicamente nula). Ent˜o.60 ou seja. | f. f ∈B  Pelo Teorema de Banach-Steinhaus resulta que f ∈B  sup ||Tf ||L(G. e para todo b ∈ B. para toda f ∈ G e para todo b ∈ B.18 do Teorema de Hahn-Banach resulta que a ||b||G = sup f ∈G . B ´ limitado.  c ca a T (B1 (0)) ´ um subconjunto convexo de F . T C = {T x. y ∈ C. conforme quer´  Lema 2. Sejam ent˜o. que t y + (1 − t)y = t T x + +(1 − t) T x = T (t x) + T ((1 − t)x) = T (t x + (1 − t)x) ∈ T C. e ıamos demonstrar. que t xn + (1 − t)yn ∈ C. y ∈ T C. Antes de c˜ a enunciarmos os Teoremas em quest˜o.  . Logo. ca c˜ ou seja. Al´m disso. e e T (B1 (0)) + T (B1 (0)) = 2T (B1 (0)). x ∈ C tais que y = T x e y = T x. Ent˜o para todo t ∈ [0. Lema 2. em virtude da convexidade de C. existem x. T C ´ um subconjunto convexo de F .  2  Lema 2. e Demonstra¸˜o: ca Sejam x.16 Seja E um espa¸o de Banach e C um subconjunto convexo de E. x ∈ C}. Ent˜o.17 Sejam E e F espa¸os de Banach e T : E → F uma aplica¸˜o linear. Ent˜o. Ent˜o. existe {xn }. 1] e para todo n ∈ N. C um subconjunto convexo de E e T : E → F c uma aplica¸˜o linear. ca a e Demonstra¸˜o: No lema acima entendemos por T C. que o limite t x + (1 − t)y ∈ C. ∈C  o que prova o desejado. Ent˜o. 1] resulta. precisamos de alguns lemas t´cnicos que passamos a e a comentar. a a para todo t ∈ [0.15 Sejam E e F espa¸os vetoriais.3  Teorema da Aplica¸˜o Aberta e do Gr´fico Fechado ca a  Os dois principais resultados que veremos nesta se¸ao s˜o devidos a Banach. em virtude da convexidade a de C. 2 um conjunto fechado. temos. {yn } ⊂ C tais que xn → x e a  yn → y. Resulta da´ das convergˆncias acima e do fato de C ser ı. Ent˜o. a imagem de C pela aplica¸ao T . y. C c a ´ convexo.´ TEOREMA DA APLICACAO ABERTA E DO GRAFICO FECHADO ¸˜  61  2. 4)  Reciprocamente. Como T ´ sobrejetiva.4) e (2. Com efeito. seja y ∈ F . 2y1 . existe x ∈ E tal que y = T x. que x = n0 z. 2 2  Lema 2. Logo. e portanto. 2y2 ∈ 2T (B1 (0)).15. e Seja.  . decorre que T (B1 (0)) + T (B1 (0)) ⊂ 2T (B1 (0)). resulta que a +∞  F = n=1  nT (B1 (0)). em virtude da primeira identidade acima. +∞ n=1  De fato. Logo.  ent˜o. z ∈ B1 (0) e n0 ∈ N. temos. vem que y/2 ∈ T (B1 (0)).16 vem ent˜o que T (B1 (0)) e a ´ um subconjunto convexo de F . y = T (n0 z) = n0 T z. Por o e outro lado. a Demonstra¸˜o: Como ca +∞  E= n=1  nB1 (0). em vista do lema ca 2. para algum n0 ∈ N e z ∈ B1 (0). Do lema 2. y ∈ 2T (B1 (0)).62  ´ INTRODUCAO A ANALISE FUNCIONAL ¸˜ `  Demonstra¸˜o: Sendo B1 (0) um subconjunto convexo de E. se x ∈ E. deduzimos que e y1 + y2 = Logo. y2 ∈ T (B1 (0)). agora.5) resulta o desejado. Como 2T (B1 (0)) ´ um conjunto convexo. 2 (2.5) 1 1 2y1 + 2y2 ∈ 2T (B1 (0)). que T (B1 (0)) ´ um subconjunto convexo de F .18 Sejam E e F espa¸os de Banach e T : E → F uma aplica¸˜o linear e c ca sobrejetiva. resulta. sejam y1 . Ent˜o. basta mostrarmos que F ⊂  nT (B1 (0)) uma vez que a outra inclus˜o ´ a e  ´bvia. o que implica que +∞ +∞  y∈ n=1  nT (B1 (0)) ⊂ n=1  nT (B1 (0)). a y= y y + ∈ T (B1 (0)) + T (B1 (0)). existe C > 0 tal que B3C (0) ⊂ T (B1 (0)). Ent˜o. e de (2. 2 2 (2.  evidentemente. ent˜o. para cada e ε > 0. Pelo corol´rio 2. resulta que −y ∈ T (B1 (0)). Ent˜o. F ´ aberto (posto que ´ o espa¸o todo).20 (Teorema da Aplica¸˜o Aberta) Sejam E e F espa¸os de Banach e ca c T : E → F uma aplica¸˜o linear. B6C (y) − y = B6C (0). e. o que prova o desejado. um subconjunto e  fechado de F . Logo. B6C (y) ⊂ T (B1 (0)). onde −x ∈ B1 (0). Contudo. portanto. existe C > 0 tal que B3C (0) ⊂ T (B1 (0)). suficientemente pequeno de modo que 6C < r. que a B6C (0) ⊂ 2T (B1 (0)) ⇒ 2B3C (0) ⊂ 2T (B1 (0)) ⇒ B3C (0) ⊂ T (B1 (0)). a 0 0 ou ainda. 2 Defini¸˜o 2. temos que existe n∗ ∈ N tal que int(n∗ T (B1 (0))) = ∅. Resulta da´ de (2. Dizemos que a aplica¸˜o f : E → F ca c o ca ´ aberta quando. cont´ ca ınua e sobrejetiva. existe r > 0 a tal que Br (y) ⊂ T (B1 (0)). deste fato e da inclus˜o acima segue. posto que B6C (y) = y + B6C (0). (2. Com efeito.17 que B6C (y) − y ⊂ T (B1 (0)) + T (B1 (0)) = 2T (B1 (0)). imediatamente. T ´ uma aplica¸˜o a e ca aberta. f (U ) ´ aberto em F . Assim.7)  . ∈B1 (0)  isto ´. onde T (B1 (0)) ´.6) e ı. n˜o vazio. Assim. ||T x − y|| = || − T (−x) − y|| = ||(−y) − T ( −x )|| < ε. o que finaliza a prova. Consideremos.19 Sejam E e F espa¸os topol´gicos.9. T (−x) ∈ Bε (−y). e do lema 2. temos que Bε (y) ∩ T (B1 (0)) = ∅. Logo. ou seja. existe x ∈ B1 (0) tal que ||T x − y|| < ε.´ TEOREMA DA APLICACAO ABERTA E DO GRAFICO FECHADO ¸˜  63  o que mostra o desejado. y ∈ int(T (B1 (0))). como y ∈ T (B1 (0)).18. int(T (B1 (0))) = ∅. e pode e e c a ser escrito como F = +∞ n=1  nT (B1 (0)). para todo aberto U ⊂ E.6)  Al´m disso. Demonstra¸˜o: ca Pelo lema 2. e e Teorema 2. tem-se B3rC (0) ⊂ T (Br (0)) (2. Seja C ∈ R. Segue da´ ı  que para todo r > 0.  sejam ε = C 3  e r = 1 . obtemos uma seq¨ˆncia {zn }n∈N∗ tal que zn ∈ B1/3n (0) e e ue ||y − T (z1 + · · · + zn )|| < Como ||zn || < como n 1 3n  C . para y ∈ BC (0) tomado arbitraria-  mente.64  ´ INTRODUCAO A ANALISE FUNCIONAL ¸˜ `  Logo. isto ´. e ||w − T x|| < ε. com w ∈ B3rC (0). Afirmamos que BC (0) ⊂ T (B1 (0)). pois E ´ Banach. Por outro lado. obtemos. e 3k  +∞  n=1  1 1 = . a seq¨ˆncia { ue  n k=1 zk }n∈N∗  converge para x ∈ E. emvirtude da continuidade de T ||y − T x|| = 0 ⇒ y = T x.9). 3  ||y − T z1 || < Sejam ε = tal que ||(y − T z1 ) − T z2 || < C 9  e r = 1 . 3n ∞ n=1 zn  e  ∞ 1 n=1 3n  =  1 2  temos que a s´rie e  converge absolutamente. Al´m disso.  . Analogamente.9) (2. para todo ε > 0 existe x ∈ Br (0) tal que. 9  Por recorrˆncia. Logo. n 3 2  resulta que ||x|| ≤  1 2  < 1. existe x ∈ B1 (0) tal que y = T x. temos que w ∈ T (Br (0)) e. (2. pois BC/3 (0) ⊂ T (B1/9 (0)) e y − T z1 ∈ BC/3 (0). De (2.8)  De fato. tomemos y ∈ BC (0). temos para w = y − T z1 que existe z2 ∈ B1/9 (0) 9 C . o que prova o desejado em (2. portanto. dado w ∈ B3rC (0). 3n  tomando o limite quando n → +∞. Com efeito.8) resulta que existe z1 ∈ B1/3 (0) tal que 3 C . x = e +∞ n=1 zn n  e como n n  zk k=1  ≤ k=1  ||zk || < k=1  1 . x ∈ B1 (0). pois BC (0) ⊂ T (B1/3 (0)) e y ∈ BC (0). dado ε > 0 temos que Bε (w) ∩ T (Br (0)) = ∅. e  y−T k=1  zk  <  C .  Assim. Devemos mostrar que existe x ∈ B1 (0) tal que y = T x. ou seja.  De fato.´ TEOREMA DA APLICACAO ABERTA E DO GRAFICO FECHADO ¸˜  65  Consideremos. Pelo teorema da Aplica¸ao Aberta temos c˜ que T U ´ aberto e como (T −1 )−1 = T . 2  Corol´rio 2. De fato. Mostraremos que T U ´ aberto em F . Ent˜o. a T −1 (y1 + y2 ) = T −1 (T x1 + T x2 ) = T −1 (T (x1 + x2 )) = x1 + x2 = T −1 y1 + T −1 y2 . por conseguinte. ou seja. segue o desejado. Logo. existe x ∈ U tal que y = T x. y2 ∈ F . Logo. Mas de (2. T −1 ´ cont´ e e ınua. isto ´. para todo x ∈ E. ||T −1 y||E ≤ C ||y||F . Tamb´m. seja y ∈ T U . Ent˜o. a c cont´nuo e bijetivo. x2 ∈ E tais que y1 = T x1 e y2 = T x2 . para todo y ∈ F. Ent˜o.  . Com a e efeito. Demonstra¸˜o: ca (i) Como T ´ bijetivo. Analogamente. para todo x ∈ E. Sendo U aberto. aberto. e (ii) Como T e T −1 s˜o cont´ a ınuos vem que existem M. ii) Existem m. prova-se que T −1 (λ y) = λT −1 y.9). seja U aberto. Logo. ent˜o existe T −1 : F → E. e y + T (Br (0)) ⊂ T U. aberto. T −1 ´ linear. existe C > 0 tal que BC (0) ⊂ T (B1 (0)) e. U ⊂ E. ı a i) T −1 ´ um operador linear e cont´ e ınuo de F sobre E. x + Br (0) ⊂ U . ent˜o. para todo y ∈ F e para todo λ ∈ R. y + BrC (0) ⊂ T U ⇒ BrC (y) ⊂ T U. basta mostrar que (T −1 )−1 U ´ aberto. para e todo U ⊂ E. existem x1 . Al´m disso. T x + T (Br (0)) ⊂ T U. BrC (0) ⊂ T (Br (0)). o que finaliza a prova. Com efeito. existe r > 0 a tal que Br (x) ⊂ U .21 Sejam E e F espa¸os de Banach e T : E → F um operador linear. e a e e sejam y1 . C > 0 tais que ||T x||F ≤ M ||x||E . M > 0 tais que m ||x||E ≤ ||T x||F ≤ M ||x||E . 66  ´ INTRODUCAO A ANALISE FUNCIONAL ¸˜ `  Seja x ∈ E. Ent˜o, T x ∈ F e ainda, ||T −1 (T x)||E = ||x||E ≤ C ||T x||F , ou seja, a m ||x||E ≤ ||T x||F , onde m = 1 . C  Isto encerra a prova. 2  c Observa¸˜o 2.22 Seja E um espa¸o vetorial munido de duas normas || · ||1 e || · ||2 . ca Suponhamos que E munido de cada uma dessas normas ´ um espa¸o de Banach e que e c existe C1 > 0 tal que ||x||2 ≤ C1 ||x||1 , para todo x ∈ E. Ent˜o, existe C2 > 0 tal que a ||x||1 ≤ C2 ||x||2 , para todo x ∈ E, ou seja, as normas || · ||1 e || · ||2 s˜o ditas equivalentes. a Para verificar tal afirma¸˜o, basta considerarmos E = (E; || · ||1 ) e F = (E; || · ||2 ) ca e T = identidade. Ent˜o, T : E → F ´ linear, cont´ a e ınua e bijetiva. Do corol´rio 2.21 a decorre a desigualdade desejada. Defini¸˜o 2.23 O gr´fico de uma fun¸˜o ϕ : E → F ´ o conjunto dos pontos (x, ϕ(x)) ∈ ca a ca e E × F , isto ´, e G(ϕ) = {(x, y) ∈ E × F ; y = ϕ(x)}. Defini¸˜o 2.24 Sejam E e F espa¸os de Banach e T : E → F uma aplica¸˜o linear. ca c ca Pondo ||x||1 = ||x||E + ||T x||F , para todo x ∈ E, temos que || · ||1 ´ uma norma em E e ´ e e denominada norma do gr´fico. a Proposi¸˜o 2.25 Sejam E e F espa¸os de Banach e T : E → F uma aplica¸˜o linear. ca c ca Se o gr´fico de T ´ fechado em E × F , ent˜o E munido da norma do gr´fico ´ um espa¸o a e a a e c de Banach. Demonstra¸˜o: Seja {xn }n∈N uma seq¨ˆncia de Cauchy em (E; || · ||1 ), onde || · ||1 ´ a ca ue e norma do gr´fico. Ent˜o, a a ||xn − xm ||E → 0 e ||T xn − T xm ||F → 0, quando m, n → +∞, o que implica que existem x ∈ E e y ∈ F tais que xn → x em E e T xn → y em F . Entretanto, como (xn , T xn ) ∈ G(T ) e G(T ) ´ fechado, vem que (x, y) ∈ G(T ), ou seja, e y = T x. Assim, xn → x em (E, || · ||1 ). 2  Teorema 2.26 (Teorema do Gr´fico fechado) Sejam E e F espa¸os de Banach e a c T : E → F um operador linear. Se o gr´fico de T ´ fechado em E × F , ent˜o T ´ a e a e cont´ ınuo.  ORTOGONALIDADE Demonstra¸˜o: ca  67  Temos, em virtude da proposi¸ao 2.25, que E munido da norma do c˜  gr´fico, || · ||1 , ´ um espa¸o de Banach e, al´m disso, ||x||E ≤ ||x||1 , para todo x ∈ E. Pela a e c e observa¸˜o 2.22, temos que existe C > 0 tal que ||x||1 ≤ C||x||E , para todo x ∈ E, ou ca seja, ||x||E + ||T x||F ≤ C||x||E , para todo x ∈ E. Mas, evidentemente ||T x||F ≤ ||x||E + ||T x||F . Combinando-se as duas ultimas desigualdades resulta que ||T x||F ≤ C ||x||E , para ´ todo x ∈ E, o que encerra a prova. 2  2.4  Ortogonalidade  Comecemos por uma defini¸ao. c˜ Defini¸˜o 2.27 Seja X um espa¸o de Banach. Se M ⊂ X ´ um subespa¸o vetorial, ca c e c ent˜o o conjunto a M ⊥ = {f ∈ X ; f, x = 0, para todo x ∈ M }, ´ denominado ortogonal de M . e Se N ⊂ X ´ um subespa¸o vetorial, ent˜o o conjunto e c a N ⊥ = {x ∈ X; f, x = 0, para todo f ∈ N }, ´ dito o ortogonal de N . e Observa¸˜o 2.28 Notemos que, por analogia ` defini¸˜o de M ⊥ , acima, dever´ ca a ca ıamos ter N ⊥ = {ξ ∈ J(X) ⊂ X ; ξ, f = 0, para todo f ∈ N }, onde, conforme j´ vimos anteriormente, J : X → X ´ a aplica¸˜o linear e isom´trica a e ca e dada por Jx (f ) = f, x , para todo f ∈ X definida na proposi¸˜o 1.48. Entretanto, se ca ξ ∈ J(X), temos que existe x ∈ X tal que ξ = Jx . Logo, ξ, f = Jx , f = f, x .  68 Assim, podemos escrever  ´ INTRODUCAO A ANALISE FUNCIONAL ¸˜ `  N ⊥ = {x ∈ X; f, x = 0, para todo f ∈ N }, como acima definido. Proposi¸˜o 2.29 ca i) M ⊥ ´ um subespa¸o fechado de X . e c ii) N ⊥ ´ um subespa¸o fechado de X. e c Demonstra¸˜o: Verifica-se facilmente que M ⊥ bem como N ⊥ s˜o subespa¸os. Proveca a c mos que s˜o fechados. a (i) Para cada x ∈ X, temos que Jx : X → R ´ uma aplica¸ao linear e cont´ e c˜ ınua dada por Jx (f ) = f, x . Assim o conjunto −1 {f ∈ X ; Jx (f ) = 0} = Jx ({0}),  ou seja, −1 {f ∈ X ; f, x = 0} = Jx ({0}),  ´ fechado, posto que ´ dado pela imagem inversa de um conjunto fechado, por uma fun¸˜o e e ca cont´ ınua. Logo, −1 Jx ({0}) = {f ∈ X ; f, x = 0, para todo x ∈ M } = M ⊥ ´ fechado. e x∈M  (ii) Seja f ∈ N . Logo, f ´ uma forma linear e cont´ e ınua sobre X e, portanto, {x ∈ X; f, x = 0} = f −1 ({0}), ´ fechado, e, conseq¨entemente e u f −1 ({0}) = N ⊥ ´ fechado. e f ∈N  2 Proposi¸˜o 2.30 ca (i) (M ⊥ )⊥ = M . (ii) (N ⊥ )⊥ ⊃ N .  ORTOGONALIDADE Demonstra¸˜o: (i) Provaremos, incialmente, que ca M ⊂ (M ⊥ )⊥ .  69  (2.10)  Com efeito, seja x ∈ M . Ent˜o, existe {xn }n∈N ⊂ M tal que xn → x quando n → +∞. a Tendo em mente que (M ⊥ )⊥ = {x ∈ X; f, x = 0, para todo f ∈ M ⊥ }, ent˜o, se f ∈ M ⊥ , resulta imediatamente que f, xn = 0, para todo n ∈ N e, conseq¨ena u temente f, x = 0, o que prova que x ∈ (M ⊥ )⊥ ficando provado (2.10). Reciprocamente, provemos que (M ⊥ )⊥ ⊂ M . (2.11)  Com efeito, suponhamos que (2.11) n˜o ocorra, isto ´, suponhamos que exista x0 ∈ a e (M ) ⊥ ⊥  tal que x0 ∈ M . Como {x0 } ´ compacto e M ´ fechado, e ambos convexos e / e e  disjuntos, vem, pela 2a Forma Geom´trica do Teorema de Hahn-Banach, que existe um e hiperplano de equa¸ao [f = α] que separa {x0 } e M no sentido estrito, ou seja, c˜ f, x < α < f, x0 , para todo x ∈ M . Em particular, f, x < α, para todo x ∈ M . Como M ´ subespa¸o e f ´ uma aplica¸ao e c e c˜ linear tal que f, x < α, para todo x ∈ M , vem que f, x = 0, para todo x ∈ M. Mas, 0 < α < f, x0 , ou seja, f, x0 = 0. Tamb´m, f ∈ M ⊥ pois f, x = 0, para todo x ∈ M . Como f ∈ M ⊥ e x0 ∈ (M ⊥ )⊥ , e resulta que f, x0 = 0, o que ´ uma contradi¸˜o (!), ficando provado (2.11). e ca (ii) A demonstra¸ao desta inclus˜o ´ an´loga a prova de (2.10) e, portanto, ser´ omic˜ a e a a tida. 2  70  ´ INTRODUCAO A ANALISE FUNCIONAL ¸˜ `  Observa¸˜o 2.31 Se tentarmos mostrar que (N ⊥ )⊥ ⊂ N usando a t´cnica anterior, ca e ter´amos f0 ∈ (N ⊥ )⊥ tal que f0 ∈ N . Pela 2a Forma Geom´trica do Teorema de Hahnı / e Banach, existe um hiperplano de equa¸˜o [ϕ = α], ϕ ∈ X , tal que ca ϕ, f < α < ϕ, f0 , para toda f ∈ N (em particular). Portanto, ϕ, f = 0, para toda f ∈ N e ϕ, f0 = 0. No entanto, isto n˜o implica que ϕ ∈ N ⊥ pois ϕ pode n˜o pertencer a J(X). Isto a a ocorre, entretanto, quando X ´ reflexivo, isto ´, quando J(X) = X . e e Proposi¸˜o 2.32 ca ⊥ ⊥ i) Se M1 ⊂ M2 ⇒ M1 ⊃ M2 . ⊥ ⊥ ii) Se N1 ⊂ N2 ⇒ N1 ⊃ N2 .  ⊥ Demonstra¸˜o: i) Seja f ∈ M2 . Ent˜o, f, x = 0, para todo x ∈ M2 . Por hip´tese, ca a o ⊥ f, x = 0, para todo x ∈ M1 , e, portanto, f ∈ M1 .  ii) An´loga ao item (i). a 2 Proposi¸˜o 2.33 Sejam G e L subespa¸os fechados de X. Ent˜o, ca c a i) G ∩ L = (G⊥ + L⊥ )⊥ . ii) G⊥ ∩ L⊥ = (G + L)⊥ . Demonstra¸˜o: i) Provaremos incialmente que ca G ∩ L ⊃ (G⊥ + L⊥ )⊥ . De fato, temos, pela proposi¸˜es 2.30 e 2.32, que co G⊥ ⊂ (G⊥ + L⊥ ) L⊥ ⊂ G⊥ + L⊥ o que prova (2.12) (G⊥ + L⊥ )⊥ ⊂ (G⊥ )⊥ = G = G. ⇒ , (G⊥ + L⊥ )⊥ ⊂ (L⊥ )⊥ = L = L. (2.12)  ORTOGONALIDADE Reciprocamente, provaremos que G ∩ L ⊂ (G⊥ + L⊥ )⊥ . Com efeito, notemos inicialmente que (G⊥ + L⊥ )⊥ = {x ∈ X; f, x = 0; para todo f ∈ (G⊥ + L⊥ )}.  71  (2.13)  Al´m disso, observemos que se f ∈ (G⊥ + L⊥ ), ent˜o f = g + h onde g ∈ G⊥ e h ∈ L⊥ . e a Logo, g, x1 = 0, para todo x1 ∈ G, h, x2 = 0, para todo x2 ∈ L. Consideremos, ent˜o, x ∈ G ∩ L. devemos provar que f, x = 0; para todo f ∈ a (G + L⊥ ). Seja, ent˜o, f ∈ (G⊥ + L⊥ ). Pelo que foi visto acima, a f, x = g + h, x ∈G∩L ⊥  = 0,  o que prova que x ∈ (G⊥ + L⊥ )⊥ , e, portanto (2.13). (ii) Provaremos, inicialmente que G⊥ ∩ L⊥ ⊃ (G + L)⊥ . De fato, temos, pela proposi¸˜o 2.32, que ca G⊂G+L L⊂G+L ⇒ (G + L)⊥ ⊂ G⊥ (G + L) ⊂ L ⊥ ⊥  (2.14)  ⇒ (G + L)⊥ ⊂ G⊥ ∩ L⊥ ,  o que prova (2.14). Finalmente, resta-nos provar que (G + L)⊥ ⊃ G⊥ ∩ L⊥ . (2.15)  Com efeito, sefa f ∈ G⊥ ∩ L⊥ . Ent˜o, f, x = 0, para todo x ∈ G e f, y = 0, a para todo y ∈ L, ou seja, f, x + y = 0, para todo x ∈ G e y ∈ L, o que implica que f ∈ (G + L)⊥ , provando (2.15). Corol´rio 2.34 Sejam G e L subespa¸os fechados de X. Ent˜o, a c a i) (G ∩ L)⊥ ⊃ G⊥ + L⊥ . ii) (G⊥ ∩ L⊥ )⊥ = G + L. 2  72  ´ INTRODUCAO A ANALISE FUNCIONAL ¸˜ `  Demonstra¸˜o: i) Temos, pela proposi¸ao 2.33, que G ∩ L = (G⊥ + L⊥ )⊥ , donde, pela ca c˜ proposi¸ao 2.30, c˜ (G ∩ L)⊥ = (G⊥ + L⊥ )⊥ ⊥  ⊃ G⊥ + L⊥ .  ii) Analogamente, G⊥ ∩ L⊥ = (G + L)⊥ , donde G⊥ ∩ L⊥ ⊥  = (G + L)⊥  ⊥  = G + L. 2  2.5  Operadores N˜o Limitados a  Sejam E e F espa¸os de Banach. Denominamos operador linear n˜o limitado de E em c a F , a toda aplica¸˜o linear A : D(A) ⊂ E → F , definida sobre um subespa¸o vetorial ca c D(A) ⊂ E, com valores em F . O subespa¸o D(A) ´ dito o dom´ c e ınio de A. Dizemos que A ´ limitado se existir uma constante C > 0 tal que ||Au||F ≤ C ||u||E , e para todo u ∈ D(A). Observa¸˜o 2.35 Quando usamos a terminologia n˜o limitado, estamos entendendo que ca a o operador A pode ser limitado ou n˜o. No caso em que A ´ limitado, ent˜o, em virtude da a e a proposi¸˜o 1.4, A ´ cont´nuo em D(A), com a topologia induzida por E. Isto significa que ca e ı se xn → x no espa¸o topol´gico (D(A), || · ||E ) ent˜o Axn → Ax em (F, || · ||F ). Aten¸˜o, c o a ca isto n˜o implica que o gr´fico G(A) seja fechado em E × F , ou equivalentemente que a a D(A) seja fechado em E. Observe que n˜o temos a garantia que D(A) seja um espa¸o a c de Banach com a topologia induzida por E. Em outras palavras, se xn → x em E, com xn ∈ D(A), n˜o temos a garantia que o limite x ∈ D(A). a Nota¸˜es: co Gr´fico de A = G(A) = {(u, Au) ∈ E × F ; u ∈ D(A)}, a Imagem de A = Im(A) = {Au ∈ F ; u ∈ D(A)} N´cleo de A = N (A) = {u ∈ D(A); Au = 0.} u Defini¸˜o 2.36 Dizemos que um operador A : D(A) ⊂ E → F ´ fechado se o gr´fico ca e a G(A) for fechado em E × F .  37 Se A ´ fechado. e a e  73  Demonstra¸˜o: De fato. Como {xn }n∈N ⊂ N (A). Demonstra¸˜o: Aplica¸ao imediata do teorema do Gr´fico Fechado. dt dx dt  = y. Axn ) ∈ G(A). inicialmente. Como. Vejamos um exemplo. 2 ca c˜ a Se D(A) = E.38 Se D(A) = E ent˜o A ´ fechado se. Logo. {xn }n∈N ⊂ D(A) e Axn = dxn . Axn ) → (x. y) ∈ G(A). n ∈ N. e No entanto. Seja D(A) = C 1 (0. temos que Axn = 0. Temos que {xn }n∈N ⊂ D(A) e. seja (x. A ´ cont´ a e e ınuo. Ent˜o. y) em E × F . Axn → 0. al´m disso. Com efeito. existe uma seq¨ˆncia {xn }n∈N ⊂ N (A) ca a ue tal que xn → x. ent˜o N (A) ´ fechado. e a e prova que A ´ fechado. o que  . o que implica que e x ∈ N (A). 2  Lema 2. seja a e xn = sen nt. temos que xn → x em E e  dxn dt  → y em F . que G(A) ´ fechado.˜ OPERADORES NAO LIMITADOS Lema 2. al´m disso. com (xn . Axn )} ⊂ G(A) tal que (xn . seja x ∈ N (A). 1) o espa¸o das fun¸˜es cont´ c co ınuas em [0. em fun¸˜o das convergˆncias serem uniformes. 0). ou seja. quando n → +∞. y =  = Ax. consequentemente. 0) ∈ G(A). para todo n ∈ N. dt  para cada n.17) resulta que x ´ deriv´vel e. (xn . A n˜o ´ limitado. e somente se. e. Ax = 0 . por exemplo [18] ca e Teorema 7. ambos. e existe {(xn . 1) A : D(A) ⊂ E → F. e d (sen nt) = n cos nt. munidos da norma do supremo. a Exemplo: Sejam E = F = C(0. Por um resultado dx dt  bem conhecido. A pode ser fechado e n˜o ser limitado. Axn ) → (x. Como G(A) ´ fechado. f→ df . Logo. 1]. dt  Mostremos. Logo. (veja. temos que (x. De fato.  para todo n ≥ 1] . e c˜ j´ que a ||Axn − Ax||F ≤ C||xn − x||E → 0. Como o gr´fico G(A) ´ fechado.  Logo. Axn ) → (x. a e Veremos. pois F ´ um espa¸o de Banach.1]  [ note que 0 ∈ [0.  de onde resulta que A n˜o ´ limitado. y) ∈ G(A). quando m. que G(A) ´ fechado em E × F . e (⇐) Reciprocamente. y) ∈ G(A). Pela unicidade do limite em F resulta que y = Ax. {(xn . Isto encerra a prova. e. isto ´. provando que G(A) = G(A). o que prova que D(A) ´ fechado. Assim. que existem operadores que s˜o limitados mas n˜o s˜o fechados. existe e e c y ∈ F tal que Axn → y em F . Ent˜o. portanto.74 Notemos que  ´ INTRODUCAO A ANALISE FUNCIONAL ¸˜ `  ||xn ||E = ||sen nt||E = sup |sen nt| = 1. Axn )}n∈N ⊂ G(A) tal que xn → x e Axn → y. (x. conforme mostra a pr´xima ınio a o proposi¸ao. suponhamos que D(A) seja fechado e consideremos (x. para isso. D(A) ´ fechado.  para todo n ∈ N. n]. temos que {Axn }n∈N ´ uma seq¨ˆncia de Cauchy em F pois e ue ||Axn − Axm ||F = ||A(xn − xm )||F ≤ C ||xn − xm ||E → 0. quando n → +∞. n → +∞. t∈[0. que A ´ fechado. existe {xn }n∈N ⊂ D(A) tal que xn → x em E. Ent˜o. Ent˜o. resulta que x ∈ D(A) e. a a a Basta. o que implica que {Axn } ´ convergente. Como {xn } ⊂ a D(A).39 Sejam E e F espa¸os de Banach e A : D(A) ⊂ E → F um operador ca limitado.1]  n≥2  note que  π ∈ [0. as seguir. n ≥ 2 .||x||≤1  ||Ax||F ≥ ||Axn || = n. e e  a e Seja x ∈ D(A) . resulta que da convergˆncia acima que x ∈ D(A) e a e e y = Ax. ou seja. e D(A) ´ fechado. t∈[0. e 2  ||Axn ||F = sup |n cos nt| = n. que o dom´ D(A) n˜o seja fechado em E. y) em E × F. existe {(xn . A ´ fechado se. e somente se. n]. Axn )}n∈N ⊂ G(A) e (xn . c˜ c Proposi¸˜o 2. e 2  . Logo. pela limita¸ao de A vem que Axn → Ax. ||A|| = sup x∈D(A). a e e Demonstra¸˜o: ca E  (⇒) Suponhamos A fechado. Como A ´ limitado.  Bxn }n∈N ⊂ G(B) tal e a que xn → x em E e Bxn → y em F . e a a Exemplo: Consideremos E = F = C(0. 1). portanto. Sejam. extens˜o linear e fechada de A. y) ∈ G(B). existe xn = x. isto ´. ˜ Logo.16) ˜ x → Ax = limn→+∞ Axn . ou seja. xn → 0 e a Bxn → y. tal que xn → x em E. dt  Temos que B ´ fechado pois se (x. Um operador linear A : D(A) ⊂ E → ca c F ´ denominado fech´vel se existir uma extens˜o linear fechada de A. por hip´tese. a Demonstra¸˜o: (⇒) Como A ´ fech´vel. e e  (x.40 Sejam E e F espa¸os de Banach. 1). A ´ fech´vel se.ent˜o o e a y = 0. Ent˜o. temos que x ´ e e e deriv´vel e y = a dx . implicando que D(A) ⊂ D(A). p ´ polinˆmio}. e e a c Teorema 2. a (2. se x ∈ D(A). {xn } ⊂ D(B). 1] munido com a norma do supremo e A : D(A) ⊂ E → F tal que D(A) = {p ∈ C(0. Como B estende A. que se {xn } ⊂ D(A) ´ tal que xn → 0 e Axn → y. y) ∈ D(B) e 0 = B0 = y. a seguinte condi¸˜o ´ satisfeita: se {xn }n∈N ⊂ D(A). e somente se. dt dt p → Ap = dp . como {xn } ⊂ C 1 (0. para todo n ∈ N. Notemos inicialmente que ˜ A est´ bem definido .˜ OPERADORES NAO LIMITADOS  75  Defini¸˜o 2. o que prova que B ´ fechado. temos que A ´ fech´vel. Como B ´ linear e fechado. Definamos: e a ˜ D(A) = {x ∈ E. x ´ deriv´vel e e a dx dx ∈ C(0. y) ∈ G(B). existe {xn }n∈N ⊂ D(A) tal que xn → x e existe limn→+∞ Axn } e . existe B. 1)}. Como a convergˆncia ´ uniforme. y = 0. ˜ ˜ A : D(A) ⊂ E → F . Axn → Ax em F . isto ca e a a ´. para todo x ∈ D(A). 1) temos que x ∈ C 1 (0. (0. Queremos mostrar que A ´ fech´vel.  Com efeito. dt  Al´m disso.  .41 Sejam E e F espa¸os de Banach e A : D(A) ⊂ E → F um operador linear. Axn = Ax e. e a ca e xn → 0 em E e Axn → y em F quando n → +∞ ent˜o y = 0. 1) o espa¸o das fun¸˜es cont´ c co ınuas em [0. e Bx = . D(A) ⊂ D(B) e Ax = Bx. e o Seja B : D(B) ⊂ E → F tal que D(B) = {x ∈ C(0. 1). e (⇐) Temos. ent˜o existe {xn . e Seja {xn } ⊂ D(A) tal que xn → 0 e Axn → y.  para todo n ≥ n1 . 2 Pondo. y) ∈ G(A).17)  ˜ ˜ ˜ Seja (x. Ent˜o. m→+∞  (2. por hip´tese. a o n→+∞  lim A(xn − yn ) = 0 ⇒ lim Axn = lim Ayn .20)  Por outro lado. quando n → +∞ e existe o limite c n→+∞  lim A(xn − yn ) = lim (Axn − Ayn ) = lim Axn − lim Ayn . x ∈ D(A) e {xn }n∈N .21)  .18) (2. n0 = max{n1 . 2 2 (2. pois D(A) ´ a e subespa¸o. 2 e existe n2 ∈ N tal que ε ˜ ||Axn − y|| < . para cada n ∈ N. Ent˜o. Axn )}n∈N ⊂ G(A) tal que xn → x em E e a ˜ Axn → y em F . {xn − yn }n∈N ⊂ D(A).19)  Seja ε > 0 dado. n→+∞ n→+∞ n→+∞  Ent˜o. Das convergˆncias acima. (xn − yn ) → 0.76  ´ INTRODUCAO A ANALISE FUNCIONAL ¸˜ `  ˜ agora. para todo m ≥ m0 . {yn }n∈N ⊂ D(A) tais que xn → x e yn → x em E e existem os limites limn→+∞ Axn e limn→+∞ Ayn .19) existe m0 = max{m1 . n→+∞ n→+∞  o que prova (2. em virtude das propriedades de limite e da linearidade de A. existe {(xn . de maneira an´loga.16). m2 } tal que a ||xn0 m − xn0 || < ε ε ˜ e ||Axn0 m − Axn0 || < . para todo n ≥ n2 . existe n1 ∈ N tal que e ε ||xn − x|| < . O ultimo passo ´ provar que ´ e ˜e A ´ fechado. n2 }. Observemos que ´ imediato concluir que e ˜ e A ´ linear . Ent˜o. de (2. (2. 2 2 (2. existe {xnm } ⊂ D(A) tal que a m→+∞  ˜ lim xnm = xn e Axn = lim Axnm . quando n → +∞. resulta que ||xn0 − x|| < ε ε ˜ e ||Axn0 − y|| < . F ) Demonstra¸˜o: Como D(A) ´ denso em E. Logo.F ) = ||A||L(E. ou seja. n  xn (t) = Temos que  ||xn ||C(0. No entanto.1) = sup |xn (t)| = t∈[0. Axn → 4π em R e.  ˜ ˜ ˜ ˜e o que implica que x ∈ D(A) e y = Ax. para todo m ≥ m0 .˜ OPERADORES NAO LIMITADOS Assim. 1) e a a Ax = dx (1/2). a e a  0. =1  Desta forma. 1) → R definido por D(A) = C 1 (0.1]  1 . quando n → +∞.22)  .42 (Prolongamento por Densidade) Sejam E e F espa¸os de Banach e c A : D(A) ⊂ E → F um operador linear e limitado. 1) quando n → +∞.20) e (2. para todo n ∈ N. Portanto. Consideremos e 1 sen(4nπt). Axn 2. {xn0 m }n∈N ⊂ D(A) e ´ tal que e m→+∞  77  lim xn0 m = x e  m→+∞  lim Axn0 m = y. ˜ x → Ax = lim Axn . 2 Exemplo de operador n˜o fech´vel: Seja A : C(0. A ´ linear. Al´m disso. conforme quer´ e a ıamos demonstrar. Se D(A) for denso em E. e ˜ ˜ ||Axn0 m − y|| ≤ ||Axn0 m − Axn0 || + ||Axn0 − y|| < ε. Pelo teorema  Teorema 2. assim.21). Definamos: ˜ A : E → F. xn → 0 em C(0. obtemos ||xn0 m − x|| ≤ ||xn0 m − xn0 || + ||xn0 − x|| < ε. A ´ fechado e ˜ como A estende A resulta que A ´ fech´vel. ent˜o A a ˜ admite um unico prolongamento linear limitado A a todo espa¸o E. dt  Logo. para cada x ∈ E. y) ∈ G(A). portanto. ´ c e ˜ ||A||L(D(A). (x.41 segue que A n˜o ´ fech´vel. de (2. dt  Temos que A = δ1/2 ◦  d . existe {xn }n∈N ⊂ D(A) ca e tal que xn → x em E. Axn = dxn 4nπ 1 = cos 4nπ dt n 2 = 4π cos(2nπ) = 4π. n  e. n→+∞  (2. F ) ||xn − xm ||E → 0 quando n. e como F ´ Banach. para todo x ∈ E. resultando. que A. seja x ∈ E e consideremos a {xn }n∈N .22) e da convergˆncia xn → x em E. quando n → +∞ o que implica que A(xn − yn ) → 0 em F . a seguir. quando n → +∞. para todo n satisfaz xn → x em E quando n → +∞ e ue al´m disso e ˜ Ax = lim Axn = Ax. ainda. ˜ o que prova a limita¸ao de A. quando n → +∞. que z = w. Ent˜o a a seq¨ˆncia {xn }n∈N tal que xn = x. ˜e Provaremos. da desigualdade acima conclu´ c˜ ımos que ˜ ||A||L(E. m → +∞.78  ´ INTRODUCAO A ANALISE FUNCIONAL ¸˜ `  ˜ Provemos inicialmente que A est´ bem definido. estende A. seja x ∈ D(A). Com efeito. Mais ainda. que A ´ limitado. pela unicidade do limite em F . para todo n ∈ N. em virtude da limita¸˜o de A. que se {xn }n∈N ⊂ D(A) ´ tal que e e xn → x em E. Al´m disso. Mais ainda. De fato.F ) ||xn ||E . n→+∞ n→+∞  ent˜o. (2. tem-se a ca ||Axn − Ayn ||F ≤ ||A||L(D(A). ent˜o de (2.F ) ≤ ||A||L(D(A). {yn }n∈N ⊂ D(A) tais que xn → x e yn → x em E. n→+∞  ˜ ˜ Assim D(A) ⊂ D(A) = E e Ax = Ax.23)  ˜ Provaremos. Isto prova que e ˜ ˜e A est´ bem definido. Pondo-se z = lim Axn e w = lim Ayn .F ) . quando n → +∞. De fato.  . ent˜o {Axn } ´ convergente em F pois a e ||Axn − Axm ||F ≤ ||A||L(D(A).F ) ||x||E . para todo x ∈ D(A). Como ||Axn ||F ≤ ||A||L(D(A). quando n → +∞. A ´ claramente linear em virtude da linearidade de A a e das propriedades de limite. resulta que a e ˜ ||Ax||F ≤ ||A||L(D(A). resulta que existe y ∈ F tal que y = limn→+∞ Axn . seja x ∈ E e {xn }n∈N ⊂ D(A) tal que xn → x em E. o que prova o desejado. notemos. de fato.F ) ||xn − yn ||E → 0. a seguir.  v ◦ A ´ limitada}.F ) .F ) .42 temos que existe um unico prolongamento fv : e ´ (2. pelo Teorema 2.23) e (2. D(v ◦ A) = D(A) e e ´ denso em E. Au | ≤ C ||u||E . c˜ 2  2. Axn → Bx em F . para todo x ∈ E. ent˜o. para todo u ∈ D(A)}. a ˜ Bx = Ax = Ax. quando n → +∞.F ) = ≤ sup ||x||E ≤1. quando n → +∞. ˜e ´ Para concluir o teorema. ou seja. Como v ∈ F e A ´ linear temos que v ◦ A ´ linear e limitada. Logo. x∈E  ˜ ˜ ||Ax||F = ||A||L(E. e. provaremos que A ´ o unico prolongamento linear e limitado de A a todo espa¸o E. De fato. existe C ≥ 0 tal que | v.F ) = ||A||L(D(A). Ent˜o.24)  sup ||x||E ≤1.25)  . Considermos.  De (2. Isto conclui a demonstra¸ao. Logo.˜ ADJUNTO DE UM OPERADOR LINEAR NAO LIMITADO Por outro lado. Bxn → Bx em F . x∈D(A)  ˜ ||Ax||F  (2. quando n → +∞. existe {xn }n∈N ⊂ D(A) tal que xn → x em a E.6  Adjunto de um Operador Linear N˜o Limitado a  Sejam E e F espa¸os de Banach e A : D(A) ⊂ E → F um operador linear n˜o limitado c a tal que D(A) ´ denso em E. D(A∗ ) = {v ∈ F . seja B : E → F um prolongamento linear e limitado de c A.24) conclu´ ımos que ˜ ||A||L(E. x ∈ E\D(A). e Em outras palavras. pela continuidade de B resulta que. Conseq¨entemente. Definamos o seguinte conjunto e D(A∗ ) = {v ∈ F . para todo x ∈ D(A). observemos que ||A||L(D(A). x∈D(A)  79  ||Ax||F =  sup ||x||E ≤1. de (2.22) e u ˜ pela unicidade do limite em F conclu´ ımos que Bx = Ax. e.  para todo u ∈ D(A). A∗ (v1 + v2 ) = fv1 +v2 .E  (2.2: Operador Adjunto E → R linear e limitado que estende v ◦ A : D(A) → R a todo espa¸o E. Resulta da´ e de (2. u E . respectivamente. existe C ≥ 0 tal que | v. o que prova a linearidade de A∗ .80 A E D(A)  ´ INTRODUCAO A ANALISE FUNCIONAL ¸˜ ` v F R T  Figura 2. Com e c e e efeito. Al´m disso. Ent˜o. e a e D(A∗ ) = {v ∈ F . fv1 = A∗ v1 e fv2 = A∗ v2 s˜o a tais que estendem v1 ◦ A e v2 ◦ A a E. No entanto. a ou seja. ent˜o v ◦ A ´ limitado para todo v ∈ F . Assim. Pela unicidade da extens˜o resulta que fv1 +v2 = fv1 + fv2 . v → A∗ v = fv .26)  = v.27)  D(A∗ ) ´ claramente um subespa¸o vetorial. para todo u ∈ D(A)} = F . A∗ (v1 + v2 ) = A∗ v1 + A∗ v2 .F  . Au | ≤ C ||u||E . v2 ∈ D(A∗ ).43 O operador linear A∗ : D(A∗ ) ⊂ F → E acima referido se denomina ca adjunto de A. onde fv1 +v2 ´ a unica extens˜o a e ´ a linear e limitada de (v1 + v2 ) ◦ A a todo E. para todo u ∈ D(A) e para todo v ∈ D(A∗ ). Defini¸˜o 2. • 2) Se A ´ limitado.  (2. Como fv estende v ◦ A. Logo. Al´m disso. Definamos: A∗ : D(A∗ ) ⊂ F → E . Observa¸˜o 2. ent˜o coincidem em D(A). A∗ ´ um operador linear. c e ||fv ||E = ||v ◦ A||D(A) . sejam v1 .44 ca • 1) Para estender v ◦ A poder´amos ter recorrido ` Forma Anal´ ı a ıtica do Teorema de Hahn-Banach (Teorema 1.26) a seguinte rela¸˜o de adjun¸˜o: ı ca ca A∗ v. ou seja a fv (u) = (v ◦ A)(u). e  . Au  F . A∗ v1 + A∗ v2 = fv1 + fv2 estende (v1 + v2 ) ◦ A a todo E.13). Mais al´m. se D(A) = E vem que A∗ v = v ◦ A pois A∗ v|D(A) = v ◦ A.  Au .46 Sejam E e F espa¸os de Banach. para todo u ∈ D(A). g) em F × E . f = A∗ u. Au . v]. A∗ vn }n∈N ⊂ G(A∗ ) tal que a (vn . pelo fato de g ∈ E temos que g ´ limitado e. Ent˜o. como f ∈ F .˜ ADJUNTO DE UM OPERADOR LINEAR NAO LIMITADO Proposi¸˜o 2. o que encerra a prova. f ◦ A ´ limitada. f ] ∈ G(A∗ ). Portanto. temos que e A∗ v. (f. A∗ vn ) → (f. A∗ v).30) (2. g) ∈ G(A∗ ).28) que ´ c˜ e g. u = vn . Au . Como g ´ uma e e extens˜o linear limitada de f ◦ A. Como A∗ ´ o adjunto de A. f ]) = [−f. Os gr´ficos de A e A∗ est˜o ligados ca c a a por uma rela¸˜o de ortogonalidade. J([v. se tem a J(G(A∗ )) = G(A)⊥ . para todo v ∈ D(A∗ ) e para todo u ∈ D(A). ca e Demonstra¸˜o: Temos que ca G(A∗ ) = {(v. Assim. a Ent˜o.28)  o que implica que g|D(A) = f ◦ A e. consideremos a aplica¸˜o ca ca J : F × E → E × F . por e conseguinte. De fato.45 O adjunto A∗ de A : D(A) ⊂ E → F ´ um operador fechado. (2. Seja (f.  81  (2. seja [v. Au . para todo u ∈ D(A). para todo u ∈ D(A). que ´ unica. u = v. Com efeito. vem que g = A∗ f . g) ∈ G(A∗ ). Agora. podemos escrever A∗ vn . e seja A : D(A) ⊂ E → F um operador linear n˜o limitado tal que D(A) = E. Ent˜o. a f. f ∈ D(A∗ ) e a e´ g = A∗ f . Segue dessa ultima rela¸ao e das convergˆncias em (2. existe {vn . 2 Observa¸˜o 2. segue que f ∈ D(A∗ ). v ∈ D(A∗ )} ⊂ F × E . para todo n ∈ N.29)  . Assim . u = v. u = f.  y) e se (u. −f ] ∈ J(G(A∗ )). Ent˜o. se (x. y) = J([y. (x. v] ∈ G(A)⊥ . 0) = 0. Ent˜o. para todo u ∈ D(A) ⇒ −f. Reciprocamente. para todo u ∈ D(A). de (2. y = Ax e. e. Ax = 0.29). (ii) {0} × N (A∗ ) = G⊥ ∩ L⊥ . isto ´. (u. Reciprocamente.82 Da´ resulta que ı  ´ INTRODUCAO A ANALISE FUNCIONAL ¸˜ `  − f. y). para todo (u. [u. seja e [f.30). J([v. o que implica que f. Demonstra¸˜o: ca  (i) Seja (x.  . por simplicidade. s˜o v´lidas: c˜ a a a (i) N (A) × {0} = G ∩ L. (iv) Im(A∗ ) × F = G⊥ + L⊥ . [f. (iii) E × Im(A) = G + L. v) = (0. [u. Assim. o que implica que [−f. conseq¨entemente. o que implica a (x. y) ∈ N (A) × {0}. Al´m disso. v ∈ D(A∗ ) e A∗ v = −f . Au] = 0. a (x. y) ∈ N (A) × {0}. y) = (0. x = 0 e A∗ y = 0. x ∈ N (A). c Teorema 2. o que implica (x. y) = (−A∗ y. Assim. (ii) Seja (x. para todo u ∈ D(A) ⇒ [−f. Estabeleceremos. Ent˜o Ax = 0 e y = 0. para todo u ∈ D(A). y) ∈ {0} × N (A∗ ). [v. y). v) ∈ L. −f ] ∈ G(A∗ ) e. Au = 0. Au para todo u ∈ D(A). Ent˜o. y) ∈ G e (x. y) ∈ G ∩ L temos que y = Ax e y = 0. as seguintes a nota¸oes: G = G(A) e L = E × {0}. v] = u J[v. ent˜o. Assim. y) ∈ G ∩ L. A∗ y]) ∈ J(G(A∗ )). f ]) ∈ G(A)⊥ . u = v. y) = (A∗ y. ou ainda. u + v. resulta que a (x. Au] = 0. Au = 0. v]. v) ∈ L. u + v. v] ∈ G(A)⊥ .  ou seja. (u. ent˜o e a (x. a [f. v]. o que prova (2. y) ∈ L.47 Sejam E e F espa¸os de Banach e A : D(A) ⊂ E → F um operador linear e n˜o limitado tal que D(A) = E. portanto. 48 Seja A : D(A) ⊂ E → F um operador linear.  . (ii) N (A∗ ) = [Im(A)]⊥ .47(iv) resulta que [Im(A∗ )]⊥ × {0} = (G⊥ + L⊥ )⊥ = G ∩ L (em virtude da proposi¸ao 2.˜ ADJUNTO DE UM OPERADOR LINEAR NAO LIMITADO Logo. e (iv) [N (A∗ )]⊥ = Im(A). ∈E  83  A outra inclus˜o ´ imediata. (x. A∗ w]) + (0. a Ent˜o: a (i) N (A) = [Im(A∗ )]⊥ . a (iii) Seja (x. Az) ∈ G + L. a Portanto. v + w − w) = (A∗ w. Assim. de (2. a (x. fechado com D(A) = E. x ∈ E e y = Az com z ∈ D(A). se E ´ reflexivo]. Ent˜o. a e 2 Corol´rio 2.33 (ii)) c˜ = {0} × N (A∗ ) ( devido ao Teorema 2. a e (iv) Seja (f. v + w) = J([w. −w) + (0. v + w) ∈ J(G(A∗ )) + L⊥ = G⊥ + L⊥ . Analogamente. y) ∈ L⊥ .33 (i)) c = N (A) × {0}( em virtude do Teorema 2. ou seja.47 (iii) resulta que {0} × [Im(A)]⊥ = (G + L)⊥ = G⊥ ∩ L⊥ (devido a proposi¸ao 2. Az) = (x − z . {0} × N (A∗ ) ⊂ G⊥ ∩ L⊥ .30). y) ∈ E × Im(A). 0) + (z. se mostra a outra inclus˜o. Az) = (x − z + z. y) = (x. v) ∈ Im(A∗ ) × F . Ent˜o. (iii) [N (A)]⊥ ⊃ Im(A∗ ) [N (A)⊥ = Im(A∗ ). para algum w ∈ D(A∗ ) e v ∈ F . A outra inclus˜o ´ imediata. Demonstra¸˜o: ca (i) Do Teorema 2.47 (ii)).47 (i)). f = A∗ w. (ii) Do Teorema 2. v) = (A∗ w. v) = (A∗ w. (f.  e (ii) Im(A∗ ) ´ fechada. fechado com D(A) = E. (iii) A∗ ´ limitado. a (ii) Lembremos que D(A∗ ) = {v ∈ F .  . v ◦ A ´ limitado }.F ) = ||A∗ ||L(F Demonstra¸˜o: ca (i) Pelo Teorema do Gr´fico Fechado segue o desejado. e ||A||L(E. e a e .47 (iii)). v ◦ A ´ limitado. passar ao ortogonal.49 Sejam E e F espa¸os de Banach e A : D(A) ⊂ E → F um operador c linear n˜o limitado.47 (ii)). 2  Teorema 2. e (iii) ⇔ G + L = (G⊥ ∩ L⊥ )⊥ (conforme Teorema 2.50 Sejam E e F espa¸os de Banach e A : D(A) ⊂ E → F um operador c linear.47 (i) e (iv)). (iv) Im(A∗ ) = N (A)⊥ . 2  Teorema 2. (iv) ⇔ (G ∩ L)⊥ = G⊥ + L⊥ (conforme Teorema 2. e Como A ´ limitado. e aplicar a proposi¸ao c˜ 2. e Al´m disso. e (ii) ⇔ G⊥ + L⊥ ´ fechado em (E × F ) (conforme Teorema 2. e (iii) Im(A) = N (A∗ )⊥ . a (i) A ´ limitado.84  ´ INTRODUCAO A ANALISE FUNCIONAL ¸˜ `  (iii) e (iv) Utilizar (i) (respectivamente (ii)). fechado com D(A) = E.E ) . As seguintes propriedades s˜o equivalentes: a a (i) Im(A) ´ fechada. Demonstra¸˜o: ca (i) ⇔ G + L ´ fechado em E × F (conforme Teorema 2.47 (iv)). Ent˜o. ent˜o. D(A∗ ) = F . Assim. e (ii) D(A∗ ) = F . para todo v ∈ F .30. ˜ ADJUNTO DE UM OPERADOR LINEAR NAO LIMITADO (iii) Pela rela¸ao de adjun¸ao.  o que prova a limita¸ao de A∗ .||v||≤1  (2. u | ≤ ||v|| ||Au|| ≤ ||v|| ||A|| ||u||. ´ ca 2 (2. ou seja.||u||≤1  | A∗ v. da desigualdade acima resulta que c˜ e ||A∗ || ≤ ||A||. Al´m disso. u = v.31)  | Au. para todo v ∈ F . ||A∗ v|| = sup u∈E.32) fica provado a ultima afirma¸˜o.32)  . de (iii) resulta que ||Au|| = sup v∈F . u | ≤ ||A|| ||v||. ||v||≤1  o que implica que ||A|| ≤ ||A∗ ||.31) e (2. para todo u ∈ E.  Assim. Por outro lado. v ∈ F . para todo u ∈ E. Au . v | ≤ sup ||A∗ || |v|| ||u|| ≤ ||A∗ || |u||. De (2.  85  para todo u ∈ E e para todo v ∈ F . Isto encerra a prova. da rela¸ao acima obtemos c˜ | A∗ v. temos c˜ c˜ A∗ v. 86  ´ INTRODUCAO A ANALISE FUNCIONAL ¸˜ `  .  espa¸os ca c topol´gicos completamente regulares s˜o tamb´m conhecidos como espa¸os de Tychonoff.Espa¸os c Reflexivos e Separ´veis a  Figura 3. An´lise a co a Funcional. ` esquerda.1: Tikhonov-Alaoglu . e certas classes de problemas mal postos. foi um matem´tico Canadense. Ele trabala a hou em diferentes campos da Matem´tica. o a e c Leonidas Alaoglu (1914 . incluindo o Teorema de metriza¸˜o. ` direira. F´ ısica-Matem´tica. Em sua honra. Fez importantes contribui¸˜es em Topologia.  Andrei Nikolaevich Tikhonov (1906-1993).Cap´ ıtulo 3 Topologias Fracas .1981). foi um matem´tico Russo. Ele ´ muito conhecido a e pelo seu trabalho em Topologia. Sua Tese de Doua a tourado ´ uma fonte de resultados largamente citados e um dos mais importantes ´ denominado e e  87  . 2) A uni˜o arbitr´ria de elementos de τ pertence ` τ .3) acima. satisfazendo aos axiomas: (A. Esta topologia ´ dita m´trica.1)-(A. A e c o topologia τ ´ denominada topologia trivial. o c˜ e nos referimos a X como um espa¸o topol´gico. os Gα . dito de outra forma. Vejamos alguns exemplos. e Exemplo 2: Seja X um conjunto arbit´rio e consideremos τ = P(X) o conjunto das partes a de X. o e  . isto ´. que o torna c˜ a e e um espa¸o topol´gico. isto ´.88  ´ INTRODUCAO A ANALISE FUNCIONAL ¸˜ `  o Teorema de Alaoglu sobre a compacidade fraca estrela da bola unit´ria fechada no dual de a um espa¸o normado. no espa¸o e c c topol´gico (X. O Teorema de c e Bourbaki-Alaoglu ´ uma generaliza¸˜o do resultado de Bourbaki para topologias duais. Evidentemente τ ´ uma topologia e c˜ e para X a qual ´ denominada topologia discreta. tal que x ∈ A ⊂ V .1) ∅ e X pertencem ` τ . a cole¸ao de todos os subconjuntos de X.1  Espa¸os Topol´gicos c o  Nesta se¸˜o faremos uma recorda¸˜o de algumas no¸˜es b´sicas sobre os espa¸os topol´gicos ca ca co a c o que ser˜o indispens´veis no decorrer deste manuscrito. j´ que todo subconjunto de X. s˜o conjuntos abertos. o par (X. ou. a (A.3) A interse¸ao de um n´mero finito de elementos de τ pertence ` τ . τ ) denomina-se fechado se X\F ´ c o e aberto. isto ´. A ∈ τ . e portanto (X. X}. Um subconjunto V ⊂ X ´ dito uma vizinhan¸a de um ponto x ∈ X. c˜ u a Desta forma. τ ´ uma topologia para X. a a a (A. s˜o denominados e a os abertos de X. c o e e Um sunconjunto F em um espa¸o topol´gico (X. tamb´m conhecido como Teorema de Banach-Alaoglu. Tomemos τ como sendo a cole¸˜o de todos c e ca os subconjuntos abertos em rela¸ao ` m´trica d. d) um espa¸o m´trico. ´ Exemplo 1: Seja X um conjunto arbitr´rio e consideremos τ = {∅. τ ) ´ um espa¸o topol´gico. τ ). ficando bem entendido que estamos conc o siderando uma topologia fixa τ para X. a a Denominamos espa¸o topol´gico a um conjunto X munido de uma cole¸ao τ = {Gα }α c o c˜ de subconjuntos de X. E evidente que a τ satisfaz aos axiomas (A. τ ) satisfazendo `s condi¸˜es acima ´ denominado um espa¸o a co e c topol´gico e a cole¸ao τ = {Gα }α ´ denominada uma topologia para X. se X\F ∈ τ . e ca  3. a a Exemplo 3: Seja (X. Usualmente. Os elementos de τ . se existir A. aberto de X. mesmo e a `queles formados por pontos discretos.  Sejam (X1 . β = τ . para todo n ≥ n0 . Uma c o c˜ condi¸ao necess´ria e suficiente para que f seja cont´ c˜ a ınua em X1 ´ que dado G2 ∈ τ2 . Sejam (X1 . τ ) um espa¸o topol´gico. Uma condi¸˜o necess´ria e suficiente para que um c o ca a subconjunto F de X seja fechado. e Sejam (X1 . se para qualquer aberto G contendo x. Um ponto x ∈ X ´ dito aderente a um subconjunto c o e E de X. existe n0 ∈ N (dependendo em geral de G) tal que xn ∈ G. Uma cole¸˜o β de conjuntos abertos tal que qualc o ca quer subconjunto aberto de X pode ser escrito como uma reuni˜o de conjuntos de β. Dizemos c o ue que {xn } converge para um ponto x ∈ X e. em particular. ´ que para todo aberto G c o e  . τ1 ) e (X2 . vizinhan¸a de f (x) em X2 . Na realidade. A c o ca c fun¸ao f ´ dita cont´ c˜ e ınua em um ponto x ∈ X1 se dada V . τ1 ) e (X2 . Dizemos que f ´ cont´ c e ınua em X1 quando for cont´ ınua em todo ponto x ∈ X1 . ´ que F = F . (ou seja. n˜o ´ necess´rio dar uma cole¸˜o inteira τ de abertos em X para gerarmos o a e a ca espa¸o topol´gico (X. Seja (X. Denota-se por E o conjunto e de todos os pontos de X aderentes ` E. τ1 ) e (X2 . V ∩ E = ∅. Seja (X. e f −1 (G2 ) ∈ τ1 . existe uma vizinhan¸a U de x em X1 tal que f (U ) ⊂ V . Uma condi¸˜o necess´ria e suficiente para que f seja cont´ ca a ınua em X1 ´ e que f −1 (B) seja aberto em X1 . Seja (X. Observe que uma base sempre existe pois podemos e considerar. conforme veremos a c˜ seguir. ` As vezes. τ2 ) dois espa¸os topol´gicos e f : X1 → X2 uma aplica¸ao. c a Uma condi¸ao necess´ria e suficiente para que uma cole¸ao β = {Bα }α de conjuntos c˜ a c˜ abertos de um espa¸o topol´gico (X. denotamos xn → x. f : X1 → X2 uma aplica¸ao e β c o c˜ uma base de X2 . quando n → +∞. τ2 ) dois espa¸os topol´gicos. a ´ denominada uma base para X. τ ) um espa¸o topol´gico e {xn } uma seq¨ˆncia de elementos de X. o conjunto de todas as vizinhan¸as de x resulta c imediatamente que x ∈ E ⇔ Para todo V ∈ V(x). τ2 ) dois espa¸os topol´gicos e f : X1 → X2 uma aplica¸˜o. τ ). τ ) seja uma base para X. τ ) um espa¸o topol´gico. se todo aberto contendo x cont´m um ponto de E. τ ) um espa¸o topol´gico. necessitamos apenas de uma subcole¸˜o de τ para c o ca gerarmos a mesma topologia. A essa subcole¸ao denominamos base. Tal conjunto denomina-se aderˆncia ou fecho a e de E em X. Denotando-se por V(x). perten¸a ` τ1 ) para todo B ∈ β.´ ESPACOS TOPOLOGICOS ¸  89  Seja (X.  ent˜o existe um outro a conjunto B3 ∈ β tal que x ∈ B3 ⊂ B1 ∩ B2 . Sejam (X. se existe uma c o base enumer´vel em todo ponto x ∈ X e satisfaz ao 20 Axioma da Enumerabilidade se a existe uma base enumer´vel de abertos para X. (B. se X ´ um conjunto arbitr´rio e β ´ uma cole¸ao de subconjuntos e a e c˜ abertos satisfazendo `s condi¸oes (B.2) acima. e Dadas duas bases β1 e β2 de X. neste caso. para cada B2 ∈ β2 e cada y ∈ B2 . duas cole¸oes de subconjuntos abertos de X c˜ satisfazendo ´s condi¸˜es (B. Isto significa dizer que para cada B1 ∈ β1 e cada x ∈ B1 . admite uma base {Bn } tal que a ılia c Bn+1 ⊂ Bn . τ ) ´ um espa¸o topol´gico que satisfaz ao 10 Axioma da Enumerabilidade e c o ent˜o a fam´ das vizinhan¸as da cada ponto de X. ent˜o. se (X.1) e (B. τ ) um espa¸o topol´gico que satisfaz ao 20 Axioma da Enumerabilidade.2) Dados quaisquer dois conjuntos B1 . τ ) um espa¸o topol´gico e β uma base de abertos. Isto nos conduz as seguintes o e a defini¸oes. τ ) satisfaz ao 10 Axioma da Enumerabilidade.1) Para cada x ∈ X. a cole¸˜o de ca todas as bolas Br (x0 ) onde r percorre os n´meros racionais constitui tamb´m uma base u e para o ponto x0 . uma topologia τ pode ser a c˜ a induzida em X para a qual β ´ uma base. uma condi¸ao necess´ria e suficiente para que x ∈ A e c˜ a ´ que exista uma seq¨ˆncia {xn } ⊂ A tal que xn → x.1) e (B. Da mesma forma.90  ´ INTRODUCAO A ANALISE FUNCIONAL ¸˜ `  de X e para todo x ∈ G. Uma cole¸ao βx de conjuntos abertos de um espa¸o topol´gico (X. a Seja (X. existe nele. se A ⊂ X.2) acima. c˜ Um espa¸o topol´gico (X. ou seja. Ent˜o. existe Bx ∈ β tal que x ∈ Bx . constitui uma base para o dado ponto x0 . a Agora. Reciprocamente. a cole¸˜o de todas as bolas Bε (x0 ) onde ε percorre os n´meros c e ca u reais positivos. Claramente o 20 implica no 10 . c o Ent˜o. elas s˜o ditas equivalentes se determinam a co a a mesma topologia em X. Ainda. existe ˜ ˜ B2 ∈ β2 tal que x ∈ B2 ⊂ B1 e reciprocamente. s´ que. tal base ´ enumer´vel. obrigatoriamente um conjunto enumer´vel e denso. de toda a a cobertura aberta se pode extrair uma subcobertura enumer´vel. existe ˜ ˜ ˜ B1 ∈ β1 tal que y ∈ B1 ⊂ B2 . existe um conjunto B ∈ βx tal que x ∈ B ⊂ G. Mais al´m. B2 ∈ β e x ∈ B1 ∩ B2 . Em um espa¸o m´trico. β satisfaz `s c o a a seguintes condi¸oes: c˜ (B. τ ) ´ denominada c˜ c o e uma base no ponto x ∈ X . e ue  . exista Bα(x) ∈ β tal que x ∈ Bα(x) ⊂ G. se para qualquer aberto G contendo x.  para todo λ. Apesar de τ = e c˜ todas as topologias τλ .1  Topologias Fracas  Sejam (X.´ ESPACOS TOPOLOGICOS ¸  91  3. pelo menos. Demonstra¸˜o: ca (i) Note que ∅. mais fina que . Essa topologia ´ obtida tomando-se a interse¸ao de todas as e e c˜ topologias que contˆm C. Se τ1 ⊂ τ2 . a λ  τλ ´ mais fina que todas as topologias e  Consideremos. Notemos que existe. No conjunto de todas as topologias sobre X. Gα ∈ τλ . Pelo exposto c˜ a acima.’ Proposi¸˜o 3. podemos induzir a rela¸ao de ordem. X ∈ τλ para todo λ. para todo λ. para todo α = 1. τ = ca ı a topologia sobre X. dito de e a e outra forma. o que implica que (iii) Seja n α=1  Gα ∈ τ .. existe uma unica topologia contendo C que ´ a mais grossa que todas as outras ´ e topologias que contˆm C.. agora.  Analogamente.. ca ∈ τ. a topologia τ = λ  τλ ´ denominada o ´ e ınfimo. para todo λ. τ tal que τ ⊂ τλ . para todo λ. e α α n α=1  α. n. a Por causa das propriedades acima.  Gα uma interse¸˜o finita onde Gα ∈ τ . dizemos que a topologia τ1 ´ c o e mais grossa que τ2 ou que τ2 ´ mais fina que τ1 . ent˜o τ ⊂ τ . τ2 ) espa¸os topol´gicos. temos tamb´m que τ = e que s˜o mais grossas que as τλ . Ent˜o. se existir. ent˜o. e a (2a ) Se τ ´ mais grossa que qualquer τλ . (isto τλ ser mais grossa que λ  ´. τ ´ mais grossa que τ . ent˜o a topologia trivial ´ claramente mais grossa do e a a e que qualquer outra topologia sobre X e a topologia discreta ´ a mais fina do que qualquer e outra. o que implica que ∅. e  . uma topologia contendo C.1 Seja {τλ }λ uma fam´lia de topologias sobre X. uma cole¸ao C arbitr´ria de subconjuntos de X. c˜ a saber. e Se X ´ um conjunto arbitr´rio. 2 Segue da Proposi¸˜o 3. para todo λ. Ent˜o.1 que a topologia τ = ca λ  τλ satisfaz as seguintes propriedades:  (1a ) τ ´ mais grossa que qualquer τλ . (ii) Seja α λ  τλ ´ uma e  Gα uma uni˜o arbitr´ria. · · · . n. onde os Gα ∈ τ . Gα ∈ τλ .. para cada a a a Gα ∈ τλ . para todo α. τ1 ) e (X. a maior limita¸ao inferior) das topologias τλ . o que implica que Isto encerra a prova. · · · . isto ´. j´ que τ ⊂ τλ .1. ou. X ∈ τ . para cada α = 1. ‘ .  seja φ a cole¸ao de todas as topologias que s˜o mais finas que qualquer τi . Ent˜o. como C ⊂ τλ .  . obtida atrav´s das uni˜es arbitr´rias de interse¸oes e o a c˜ finitas de elementos de C ´ denominada topologia gerada por C. e (2a ) Se τ ´ mais fina que qualquer τi . ent˜o. forc˜ co mam uma base. que ´ a menor limita¸ao superior. Por outro lado. τ = τ ∗ . seja {τλ } a cole¸ao de todas as topologias que c˜ contˆm C e τ = e λ  τλ . Do mesmo modo. se observarmos que a a c˜ cole¸ao β de todas as interse¸˜es finitas de conjuntos de C. isto e o a ´. e c˜ e a topologia que tem as seguintes propriedades: (1a ) τ ´ mais fina que qualquer τi . um outro modo de caracterizar essa unica ´ topologia mais grossa contendo C. a e Seja {τi }i uma fam´ de topologias em X. ou seja.1) e (B. a seguir. τ ´ o ´ c˜ e a a e ınfimo. como τ ∗ ´ uma topologia que cont´m C e pelo fato de τ ser a e e e mais grossa das topologias que contˆm C. B2 ∈ β e e e x ∈ B1 . (B. ent˜o τ ´ mais fina que τ . existe uma topologia em X para a qual C ´ uma sub-base. A discuss˜o acima nos e a leva a seguinte proposi¸˜o: ca Proposi¸˜o 3. B2 . ou seja. uma topologia τ ∗ ´ introduzida sobre X para a qual β ´ uma base. a topologia discreta. Com c˜ ca efeito. Neste caso. Ora. a topologia τ . Ent˜o. tanto B1 quanto B2 s˜o dados por interse¸oes finitas de conjuntos de a a c˜ C e conseq¨entemente B3 = B1 ∩ B2 ´ dado por uma interse¸ao finita de conjuntos de C u e c˜ e x ∈ B 3 ⊂ B1 ∩ B2 . ent˜o τ ⊂ τ ∗ . Logo. Veremos. Desta forma. e a Uma cole¸ao n˜o vazia C de subconjuntos abertos de um espa¸o topol´gico X ´ denomic˜ a c o e nada uma sub-base se a cole¸ao de todas as interse¸oes finitas de conjuntos de C forma c˜ c˜ uma base.2) vistas na se¸˜o anterior. vemos que τ cont´m as uni˜es arbitr´rias de elementos de β. existe uma topologia ılia a τ sobre X. Basta considerarmos as uni˜es arbitr´rias de interse¸oes o a c˜ finitas de conjuntos de C. para todo λ.92  ´ INTRODUCAO A ANALISE FUNCIONAL ¸˜ `  a saber. A prova c˜ co o segue diretamente de nossa discuss˜o na se¸ao anterior sobre bases. ent˜o C ⊂ τ e pelo fato de τ ser a  uma topologia. τ ∗ ⊂ τ . e a e Com efeito. ou seja.1) ´ satisfeita posto que X ∈ β e (B. N˜o ´ dif´ ver que essa cole¸ao de conjuntos forma uma a e ıcil c˜ topologia adotando-se as usuais conven¸oes para interse¸˜es e uni˜es vazias. o supremo das topologias τi . De maneira an´loga.2) tamb´m se verifica pois dados B1 . De fato. isto ´. juntamente com ∅ e X. segue que β ∈ τ .2 Sejam X um conjunto arbitr´rio e C uma cole¸˜o de subconjuntos de ca a ca X. e e Resta-nos provar que τ ∗ = τ . τ cont´m as interse¸oes finitas de elementos de e c˜ C. c˜ a Tal cole¸ao ´ n˜o vazia posto que a topologia discreta pertence a ela. satisfaz as condi¸oes (B.  Por outro lado. que τ ∗ = τ .´ ESPACOS TOPOLOGICOS ¸  93  isto ´. De fato: e (i) ∅ ∈ τ pois ϕ(∅) = ∅. ´ claramente satisfeita. para todo i. pois ϕ−1 (Y ) = X. i  τi . como C = i  τi ⊂ τ e τ ´ uma topologia. a Consideremos. De fato. Para provarmos ca e (B.3 Sejam X um conjunto arbitr´rio. X ∈ τ . e  e o a c˜ ent˜o. segue que c˜ a τ ⊂ τ ∗ . pelo fato de τ ser o menor elemento da cole¸ao de todas as topologias que s˜o mais finas do que as τi . Tamb´m. sejam n m  B1 = α=1 i(α)  τi(α) e B2 = δ=1 j(δ)  τj(δ) . uma topologia τ ∗ ´ induzida sobre X para a qual β ´ uma base. C = i  τi e β a cole¸˜o de todas as interse¸˜es finitas de elementos ca co  de C. e.  e. V ´ aberto em Y }. Analogamente e conforme vimos a anteriormente.  Proposi¸˜o 3. Ent˜o. a m+n  x ∈ B3 = γ=1 i(γ)  τj(γ) . ou a seja. Em outras palavras: τ ´ o menor elemento dentre e c˜ e todas as topologias que s˜o mais finas que todas as τi . o ´ ınfimo das topologias τi . na verdade.  elementos de β e consideremos x ∈ B1 ∩ B2 = B3 .1) acima aludida. o que prova ser C = Logo. a maior limita¸ao inferior de φ. evidentemente. e Provaremos que τ ´ uma topologia sobre X. ´ o maior elemento da cole¸ao de todas as e c˜ topologias que s˜o mais grossas que as τi . τ ´ fechada para as uni˜es arbitr´rias de interse¸oes finitas de elementos de C. Provaree e mos que. como τi ⊂ τ ∗ . Ent˜o. τ ∗ ⊂ τ . onde ca a ı V ´ um aberto em Y . agora. B3 ∈ β. por conseguinte. e e Com efeito. que C ´ uma sub-base de X. τ ´ a topologia gerada por C = e i  τi uma sub-base para a topologia τ .2). Y um espa¸o topol´gico e ϕ : X → Y ca a c o uma aplica¸˜o. a condi¸˜o (B. τ . τ = τ ∗ . Provaremos que β ´ uma base. e. a fam´lia de todos os subconjuntos de X da forma ϕ−1 (V ). e  . Desta forma. Portanto. e Demonstra¸˜o: Definamos ca τ = {ϕ−1 (V ). constitui uma topologia sobre X.  n. para algum Vλ a aberto em Y . resulta que e n n n  Vi . Notemos que com essa topologia ϕ ´ claramente cont´ e ınua e.94 (ii) Seja A = λ  ´ INTRODUCAO A ANALISE FUNCIONAL ¸˜ ` Aλ uma uni˜o arbitr´ria de elementos de τ . Com efeito. e e a a c˜ Assim. Provaremos que A ∈ τ . Analogamente. consideremos V aberto em Y . Aλ ∈ τ . · · · .  A = i=1  Ai = i=1  ϕ (Vi ) = ϕ ( i=1  −1  −1  Vi ) = ϕ−1 (V ). sendo ϕ cont´ c˜ e ınua. Em particular. para algum V0 aberto em Y . pelo fato de V ser aberto em Y segue que A ∈ τ . m(α)  ϕ (V ) = α γ(α)=1  −1  ϕ−1 (Gγ(α) )  .  A topologia mencionada na proposi¸ao 3. onde Vi ´ um aberto em Y .  isto ´. e seja β uma e sub-base da topologia de Y .  ent˜o ϕ−1 (V ) pertence ` topologia de X. se por acaso retirarmos algum dos conjuntos ϕ−1 (V0 ) da topologia τ . uma interse¸˜o finita de elementos de τ . a a Vλ . para todo V pertencente a uma sub-base de Y . Para ca c o ca que ϕ seja cont´nua em X ´ necess´rio e suficiente que ϕ−1 (V ) perten¸a a topologia de ı e a c X. (iii) Seja A = n i=1  Ai .4 Sejam X e Y espa¸os topol´gicos e ϕ : X → Y uma aplica¸˜o. 2  o que prova ser A ∈ τ . essa e topologia ´ a mais grossa (menos abertos) para a qual ϕ ´ cont´ e e ınua. V ´ dada pela uni˜o arbitr´ria de interse¸oes finitas de elementos Gγ(α) de C. pondo-se V = A= λ  Aλ = λ  ϕ−1 (Vλ ) = ϕ−1 ( λ  Vλ ) = ϕ−1 (V ). para provarmos a suficiˆncia.3 ´ denominada Topologia Induzida em X c˜ e por Y . isto acarretar´ a n˜o continuidade da ϕ. obtemos λ  Com efeito. Rea ciprocamente. a a ϕ−1 (V ) pertence ` topologia de X. Demonstra¸˜o: ca A necessidade da demonstra¸ao ´ imediata pois. para ca n i=1  cada i = 1. pondo-se V = e e observando que V ´ um aberto em Y .  e. para todo V pertencente a uma sub-base da topologia de Y . ent˜o temos que Aλ = ϕ−1 (Vλ ). a m(α)  V = α γ(α)=1  Gγ(α) . como para cada λ. a a Proposi¸˜o 3. Ent˜o. Ai = ϕ−1 (Vi ). al´m disso. Assim. Logo. seja qual for o V aberto em Y ..  e ılia c Demonstra¸˜o: ca (1) Provaremos que τ= arb. o conjunto C = fraca. a a e aquela que possui menos abertos para a qual todas as ϕi s˜o cont´ a ınuas. 2  Consideremos. {Yi . cada i ∈ I. N˜o ´ verdade. σi )}i∈I uma fam´ de espa¸os ca a ılia c topol´gicos e ϕi : X → Yi uma fam´lia de aplica¸˜es. V ∈ Ci }. Consideremos. {(Yi . Considere em X a topologia fraca τ o ı co induzida pela fam´lia {ϕi }i∈I .  . ent˜o τ coincide com a e a topologia gerada por C∗ = i  ϕ−1 (Ci ) = i i  {ϕ−1 (V ). X um conjunto arbitr´rio. e ılia c ent˜o. Essa topologia ´ e denominada topologia fraca gerada ou induzida pelas ϕi . a topologia discreta cont´m todas as τi e desta forma. s˜o v´lidas: ı a a a (1) Se Ci . f initas  de elementos de C ∗  = τ ∗. Assim. f initas  de elementos de C  = arb. βϕi (x) ´ uma base para a fam´ das vizinhan¸as de ϕi (x). conforme argumentamos anteriormente. i  τi ´ uma sub-base da topologia e  Proposi¸˜o 3. a fam´lia de subconjuntos da forma a ı i∈J  ϕ−1 (Vi ). conforme quer´ a ıamos demonstrar.5 Sejam X um conjunto arbitr´rio. todas as ϕj sejam cont´ e ınuas sobre o espa¸o topol´gico c o (X. σi }i∈I uma fam´ de espa¸os a ılia c topol´gicos e {ϕi }i∈I uma fam´ de aplica¸˜es ϕi : X → Yi . τi ). agora. Assim. Em verdade. ou. i  (2) Se para todo x ∈ X.´ ESPACOS TOPOLOGICOS ¸  95  e como os ϕ−1 (Gγ(α) ) pertencem ` topologia de X e pelo fato de toda topologia ser a fechada para interse¸oes finitas e uni˜es arbitr´rias. ´ uma sub-base para a topologia σi de Yi . Ora. ent˜o. o conjunto φ das topologias sobre X para as quais todas as aplica¸˜es ϕi s˜o cont´ co a ınuas ´ certamente e n˜o vazio. isto ´. ela ´ gerada pela uni˜o de todas e a as topologias τi . que uma vez fixado i. a mais grossa (menos abertos) topologia de φ. (conforme o ılia co proposi¸ao 3. ent˜o. onde Vi ∈ βϕi (x) e J ⊂ I ´ um e i  conjunto finito de ´ ındices.3) induz uma topologia τi sobre X. a topologia fraca ´ e o´ ınfimo de φ e. para a qual ϕi ´ cont´ c˜ e ınua. ´ uma base para a fam´ das vizinhan¸as de x. cada ϕi ´ evidentemente cont´ a e ınua. dito de outra forma. Ent˜o. se e munirmos X desta topologia. Uma topologia em X para a qual todas as ϕj sejam cont´ ınuas deve conter todas as τi . i ∈ I. segue que ϕ−1 (V ) pertence tamb´m c˜ o a e ` topologia de X. a e por´m. por exemplo. i ∈ σi . U ∈ τ . como τ ´ a topologia mais grossa para a qual todas as ϕi s˜o cont´ e a ınuas.λ ) .λ ∈ Ci0 e Jλ ´ um conjunto finito de ´ e ındices. ent˜o. Como x ∈ U .i ). c a U= λ i∈Jλ  ϕ−1 (Aλ. gen´rico e V um aberto em σi0 .  Logo. temos V = λ j∈Jλ  Aj. resulta que C ∗ ⊂ C e. i ϕ−1 (Aλ0 . i0 Agora. A ∈ Ci } e C = i i  {ϕ−1 (A). ´ uma base para a fam´ das vizinhan¸as de x. x ∈ ϕ−1 (Aλ0 . lembremos que e C∗ = i  {ϕ−1 (A). isto ´. V ∈ σi . Com efeito. τ ∗ ⊂ τ . Ent˜o. i i∈Jλ0  para todo i ∈ Jλ0 . seja e ılia c U uma vizinhan¸a aberta de x. como Ci ⊂ σi . seja i0 ∈ I. i0  e pelo fato de ϕ−1 (Aj. ϕ−1 (V ) ∈ τ ∗ .i ) . o que implica que ϕi (x) ∈ Aλ0 . Com efeito. (2) Seja x ∈ X e βϕi (x) uma base para a fam´ de vizinhan¸as de ϕi (x). Portanto.96 onde C = i τi  ´ INTRODUCAO A ANALISE FUNCIONAL ¸˜ ` e τi ´ a topologia induzida por ϕi em X. i0 i0 segue que ϕ−1 (V ) pertence ao conjunto formado pelas uni˜es arbitr´rias de interse¸oes o a c˜ i0 finitas de elementos de C ∗ . A ∈ σi }. ou seja. ent˜o a j´ temos que τ ⊂ τ ∗ . Assim. i  Contudo. i  onde Jλ ´ um conjunto finito de ´ e ındices e Aλ.λ  . De fato. o que prova o desejado. De fato. por e conseguinte. x ∈ a para algum λ0 . e τi = ϕ−1 (V ). onde Aj. ϕ−1 (V ) = i0 λ j∈Jλ  ϕ−1 (Aj.i . resta-nos mostrar a outra inclus˜o. ´ um e i  conjunto finito de ´ ındices. Provaremos ılia c que a fam´ de subconjuntos de X da forma ılia i∈J  ϕ−1 (Vi ). Provaremos que ϕ−1 (V ) ´ um aberto em X e e i0 para a topologia τ ∗ . A ∈ Ci0 ⊂ C ∗ . posto que Ci ´ uma sub-base de σi . Na a a e verdade. observemos que a topologia τ ∗ mant´m as ϕi cont´ e ınuas. τ ∗ ⊂ τ . ou seja.λ ) ∈ ϕ−1 (A). ´ suficiente provarmos que C ∗ ⊂ C.  . onde Vi ∈ βϕi (x) e J ⊂ I.i ). i  Primeiramente. Logo.  Entretanto. Segue da´ que xn ∈ ϕ−1 (Vi ). ϕi (xn ) ∈ V . onde J ⊂ I ´ um subconjunto finito de ´ e ındices e i  Vi ∈ βϕi (x) .i ). ϕi (xn ) ∈ Vi . U ⊃ c˜ i∈J  ϕ−1 (Vi ). se. o que encerra a prova. x ∈  i∈Jλ0  ϕ−1 (Vi ). {(Yi . por´m fixada. por hip´tese. pelo fato de βϕi (x) ser uma base para as vizinhan¸as de c ϕi (x). Logo. para todo n ≥ n0 . para cada i ∈ Jλ0 . Ora. para todo n ≥ n0 e para todo i ∈ J.6 Sejam X um conjunto arbitr´rio. i e. Provaremos que ϕi (xn ) → ϕi (x). Ent˜o. para cada i ∈ J. sabemos que as ϕi s˜o cont´ e a ınuas. i  Proposi¸˜o 3.i  = i∈Jλ0  Vi  ⊂ ϕ−1  i  ϕ−1 (Aλ0 . existe. ϕ−1 (Vi ) ⊂ i i∈Jλ0 i∈Jλ0  ϕ−1 (Aλ0 . Logo. Assim. σi )}i∈I uma fam´ de espa¸os ca a ılia c topol´gicos e ϕi : X → Yi uma fam´lia de aplica¸˜es. Vi ∈ βϕi (x) . i 2  e. Ent˜o. ϕi (xn ) → ϕi (x). para cada i ∈ I.i .5. sendo βϕi (x) uma base para a fam´ de vizinhan¸as de ϕi (x). na topologia σi de Yi .´ ESPACOS TOPOLOGICOS ¸  97  para todo i ∈ Jλ0 . para a ϕi tomada arbitrariamente. ca gen´rico. Vi ⊂ i∈Jλ0 i∈Jλ0  Aλ0 . seja V uma vizinhan¸a aberta de ϕi (x) em Yi . existe n0 ∈ N tal que xn ∈ ϕ−1 (V ). u Reciprocamente. seja U uma vizinhan¸a de x. Uma sucess˜o {xn } de elementos o ı co a de X converge a x ∈ X na topologia fraca induzida pelas aplica¸˜es ϕi : X → Yi . para tal topologia. ϕ−1 (V ) ´ uma vizinhan¸a c e c i aberta de x em X. para todo n ≥ n0 . de acordo com o item (2) c a da proposi¸ao 3. como ϕi (xn ) → ϕi (x). Desta forma. para todo i ∈ J e para ı i todo n ≥ n0 . i  . Logo. em particular.i . Note que as Vi ılia c s˜o vizinhan¸as de ϕi (x). Seja n0 = max{ni }. evidentemente. Com e efeito. o que implica que xn ∈ i∈J i∈J  ϕ−1 (Vi ) ⊂ U.  de onde conclu´ ımos que  ϕ−1  i i∈Jλ0     i∈Jλ0   Aλ0 . e co somente se. o que prova o desejado. Demonstra¸˜o: Suponhamos inicialmente que xn → x na topologia fraca e seja i ∈ I. a c a o existe ni tal que ϕi (xn ) ∈ Vi para todo n ≥ ni . conseq¨entemente. i  Assim.i ) ⊂ U. para todo n ≥ n0 . tal que ϕi (x) ∈ Vi e tal que Vi ⊂ Aλ0 .  de espa¸os topol´gicos. ca Muniremos X com a topologia fraca induzida pela fam´ {prα }α∈A .98 o que encerra a prova. ϕi ◦ ψ ´ cont´ ılia a e ı e ınua. Introduzamos sobre X a topologia fraca induzida ca co pela fam´ {ϕi }i∈I . para todo i ∈ I. Ent˜o.  ´ INTRODUCAO A ANALISE FUNCIONAL ¸˜ ` 2  Dada uma fam´ {Xα }α∈A . introduziremos uma topologia ılia c o sobre o produto cartesiano X= α∈A  Xα  dos espa¸os Xα . denominada proje¸˜o de X sobre Xα . seja U aberto em X. Para cada α ∈ A. suponhamos que. (Z. para todo i ∈ I. Demonstra¸˜o: Considere a diagrama¸˜o abaixo: ca ca Se ψ ´ cont´ e ınua. ψ ´ cont´nua se. e somente se. de acordo ılia com a proposi¸ao 3. Proposi¸˜o 3. como as ϕi s˜o cont´ a ınuas. θ) um espa¸o topol´gico e (Yi .1)  Esta topologia no produto cartesiano ´ frequentemente denominada topologia de Tye chonoff. ϕi ◦ ψ ´ cont´ e ınua.6 temos c˜ xn → x em X = α∈A  Xα ⇔ prα (xn ) → prα (x). para cada i ∈ I. h´ uma fun¸ao associada a c˜ prα : X → Xα x → prα (x) = x(α). i  . Assim. Consideremos tamb´m ψ : Z → X uma aplica¸˜o e ca c o e ca ϕi : X → Yi uma cole¸˜o de aplica¸˜es.i ) . Provaremos que ψ ´ cont´ e ınua. a U= λ i∈Jλ  ϕ−1 (Bλ. De fato. Ent˜o. Lembremos que o produto cartesiano X consiste de todas as fun¸oes c c˜ x:A→ α∈A  Xα  α → x(α). segue que ϕi ◦ ψ ´ e claramente cont´ ınua. Reciprocamente.  (3. τi )i∈I ca a c o uma cole¸˜o de espa¸os topol´gicos.7 Sejam X um conjunto arbitr´rio.  E ). para todo x ∈ E. E ). portanto. c˜ c˜ 2  3. para todo λ.i )  .2  A Topologia Fraca σ(E. ´ a topologia menos fina (ou mais ca grossa) em E para a qual s˜o cont´nuas todas as aplica¸˜es ϕf .i ∈ τi e Jλ ´ um conjunto finito de ´ e ındices. E ) ψ (Z. ca e c Demonstra¸˜o: ca Sejam x. a o e  . e ılia co e Defini¸˜o 3. Isto prova a continuidade de ψ e encerra a demonstra¸ao da proposi¸ao. o que prova que ψ −1 (U ) ∈ θ. Da´ vem que ı ψ −1 (U ) = ψ −1 λ i∈Jλ  ϕ−1 (Bλ. ´ um a a c˜ e e aberto em Z.i ) s˜o abertos em Z. E )  Seja E um espa¸o de Banach e consideremos f ∈ E . ela ´ fechada a e para a uni˜o arbitr´ria de interse¸oes finitas.i ) i ψ −1 ◦ ϕ−1 (Bλ. f ∈ E . que (ϕi ◦ ψ)−1 (Bλ.9 Munido da topologia fraca σ(E. em particular.8 A topologia fraca σ(E. resulta. para todo i ∈ I. A medida que f percorre E . E ´ um espa¸o de Hausdorff. isto ´.A TOPOLOGIA σ(E. Sendo θ uma topologia. para todo i ∈ Jλ e para todo λ. a ı co Proposi¸˜o 3. τi )  Figura 3.i ) i  = λ i∈Jλ  = λ i∈Jλ  (ϕi ◦ ψ)−1 (Bλ. se c˜ obt´m uma fam´ {ϕf }f ∈E de aplica¸˜es de E em R. θ) (X. x . y ∈ E tais que x = y. sobre E. a c ` aplica¸ao dada por ϕf (x) = f.2: Composi¸ao c˜ onde Bλ. Designaremos por ϕf : E → R. Temos que os conjuntos {x} e {y}  satisfazem `s hip´teses da 2a Forma Geom´trica do teorema de Hahn-Banach e.  Como (ϕi ◦ ψ) ´ cont´ e ınua. τf raca )  99 ϕi (Yi .  e Demonstra¸˜o: ca Mostraremos inicialmente que o conjunto V acima definido ´ um e  elemento da base βx0 de vizinhan¸as de x0 na topologia fraca σ(E. resulta que ϕ−1 (]ai − ε. E ). f. de acordo com a proposi¸˜o 3. Se obt´m uma base de vizinhan¸as de x0 para a topologia ca e c σ(E. E ).100  ´ INTRODUCAO A ANALISE FUNCIONAL ¸˜ `  existe um hiperplano fechado de equa¸ao [f = α]. +∞[)) ´ aberto em E e f f na topologia σ(E. como estamos munindo E da topologia fraca σ(E. E ). α[) . +∞[) um conjunto aberto em R resulta que ϕ−1 (] − ∞. x − x0 | < ε. f =ϕf (z)  Uy = {z ∈ E. α[) (respec. Al´m disso. e 2 Proposi¸˜o 3. Reciprocamente. E ) (lembre que as topologias s˜o fechadas para interse¸˜es finitas e a co e uni˜es arbitr´rias) e cont´m x0 . Com efeito. fi  ´ aberto em σ(E. e. ϕ−1 (]α. E ). z > α} = f −1 (]α. sendo ]ai − ε. Ent˜o. resulta que ılia ϕf ´ uma aplica¸ao cont´ e c˜ ınua com esta topologia. Ux e Uy s˜o abertos na topologia σ(E. note que ϕf ´ um elemento a a e da fam´ {ϕf }f ∈E . tal que c˜ f. onde I ´ finito.5 (2) existe um aberto W que cont´m x0 a ca e na forma W = i∈I  ϕ−1 (Wi ). E ). seja c I finito. c fi  . E ). ai + ε[) . +∞[) = ϕ−1 (]α. +∞[) . o que encerra a prova. y . para todo i ∈ I} . x < α < f. ao considerarmos todos os conjuntos da forma V = {x ∈ E. y ∈ Uy e Ux ∩ Uy = ∅. ε > 0 e consideremos ai = fi . ai + ε[ um aberto a em R. x ∈ Ux . Ent˜o. fi ∈ E e ε > 0.]α. Definindo-se Ux = {z ∈ E. x0 em R. Sendo ] − ∞. conseq¨entemente e u fi V = i∈I  ϕ−1 (]ai − ε. x0 . α[ (respec. Com efeito. α[) = ϕ−1 (] − ∞. | fi . z < α} = f −1 (] − ∞. f =ϕf (z)  ent˜o. ai + ε[) ´ aberto em σ(E. i ∈ I. seja U uma vizinhan¸a de x0 em o a e c σ(E. com I finito e Wi uma vizinhan¸a de ai = fi . f. E ). e.10 Seja x0 ∈ E. 12 Seja {xn }n∈N . x em R. quando n → +∞. isto a a e a ´. (ii) Seja f ∈ E . xn → f. se designa por xn a x a convergˆncia de xn para x e  na topologia fraca σ(E. e somente se. ai + ε[) ⊂ W ⊂ U. n˜o existe uma m´trica definida em E que induza sobre E a topologia σ(E.  . neste caso. uma sucess˜o de elementos de E. ]ai − ε. a (i) Resulta da defini¸˜o de topologia fraca σ(E. Dada uma sucess˜o {xn }n∈N ⊂ E. x . ent˜o ||xn || ´ limitada e ||x|| ≤ lim inf ||xn || a e x em σ(E. a topologia fraca σ(E. ent˜o. em virtude de (i). para todo f ∈ E ⇒ xn (iii) Se xn x. Ent˜o: ca a a (i) xn x em σ(E.A TOPOLOGIA σ(E. x . Dizemos. Assim. fi 2  Observa¸˜o 3. Assim. para todo f ∈ E . (3. Ent˜o. x | ≤ ||f ||E ||xn − x||E → 0. x. ai + ε[⊂ Wi . E ) e da proposi¸ao ca c˜  | f. E ). E ). xn − f. ent˜o xn a (iii) Se xn (iv) Se xn Demonstra¸˜o: ca 3. V = i∈I  ϕ−1 (]ai − ε. a  x em σ(E. E ) e se fn → f fortemente em E . e portanto. xn → f.6. f. ent˜o fn . Proposi¸˜o 3. xn → f. E todo espa¸o m´trico satisfaz ao 10 a c e Axioma da Enumerabilidade. existe ε > 0 tal que. que xn converge fraco para x em E. E )  101  e tal que W ⊂ U . a f. f. E ) n˜o ´ metriz´vel. x .  (ii) Se xn → x fortemente em E. xn → f.11 ca Quando E possui dimens˜o infinita. E ) se. para todo f ∈ E .2) x. para cada i ∈ I. E ) pois e a e E n˜o satisfaz ao 10 Axioma da Enumerabilidade.  Desta ultima desigualdade e do corol´rio 1. ||x||E = (iv) Temos | fn . x | ≤ ||f ||E lim inf ||xn ||E .3)  Definamos Tn : E → R. xn }n∈N ´ limitada e. pelo Teorema de Banach-Steinhaus existe C > 0 tal que a |Tn (f )| ≤ C ||f ||E . como c˜ e | f. f → Tn (f ) = f.||f ||E ≤1  | f. ou seja. xn − f. 0  2  . x | ≤ lim inf ||xn ||E . Al´m disso. xn − f.3) e. xn | + | f. tomando-se o limite inferior. xn | ≤ C ||f ||E . x | → 0. x | ≤ ||fn − f ||E 0  sup f ∈E . de (3.102  ´ INTRODUCAO A ANALISE FUNCIONAL ¸˜ `  Logo.18 resulta que ´ a ||xn ||E = sup f ∈E . x | ≤ | fn . xn | ≤ ||f ||E ||xn ||E . para todo n ∈ N. xn . de (3.2) obtemos a | f. xn | ≤ C. xn − f. quando n → +∞.||f ||E ≤1  | f. conseq¨entemente. para todo f ∈ E e para todo n ∈ N. para todo f ∈ E e para todo n ∈ N. n  ||xn ||E ´ limitada(iii) e  + | f. Ent˜o. xn − f. | f. ue u e u sup | f. xn | < +∞. a seq¨ˆncia de n´meros reais { f. n  Mas. para todo f ∈ E .  o que prova a limita¸ao de {xn }. n∈N  (3. ent˜o.  x . para todo m ≥ m0 . dado ε > 0. c x em E se. para todo g ∈ B . Contudo tal afirma¸˜o nem sempre ´ verdadeira quando X ´ um espa¸o ca e e c topol´gico qualquer]. seja n0 ∈ N tal que o ε | fm0 . (ii) g. xn → i=1  αi gi . na topologia fraca.12. x = f. E )  103  Observa¸˜o 3.  (3. (onde [B ] designa o subespa¸o gerado por B ). Ent˜o. (3.c. agora. se x = 0. existe m0 ∈ N tal que ||fm − f ||E < L. Seja f ∈ [B ]. [Lembre que se X ´ um espa¸o topol´gico que sae c o tisfaz ao 10 Axioma da Enumerabilidade temos que a continuidade seq¨encial implica na u continuidade. se x = 0. Ent˜o.A TOPOLOGIA σ(E. f ∈ [B ] = E .  x temos que (i) e (ii) se verificam em virtude da proposi¸ao c˜  Por outro lado. suponhamos que exista {xn } tal que (i) e (ii) se verifique. Temos que xn ca c se. xn = i=1  αi gi . xn − fm0 . para todo n ≥ n0 . xn → g. onde L = min ε ε . (3. para todo n ∈ N.14 Seja E um espa¸o de Banach. Logo.i. x | < .12 conclu´ ca ca ımos que a norma ´ seq¨ene u cialmente s. existem αi ∈ R e gi ∈ B tais que c a m(f )  f= i=1  αi gi . onde B ´ um subconjunto de E que gera um e subespa¸o denso em E . o Proposi¸˜o 3. as seguintes condi¸˜es forem satisfeitas: co (i) ||xn ||E ≤ M . .7)  . e somente  Demonstra¸˜o: Se xn ca 3. x . 3 (3.4)  Consideremos.5) 3M 3||x|| 2ε .13 Do item (iii) da proposi¸˜o 3. existe {fm } ⊂ [B ] tal que fm → f em a E . em virtude da hip´tese (ii). quando n → +∞.6) ou L = 3M  Por outro lado.  Resulta da´ e da hip´tese (ii) que ı o m(f ) m(f )  f.  a Ent˜o. x ) s˜o cont´ e a ınuas na topologia forte. temos que mostrar que todo aberto forte ´ um aberto fraco. · · · . resulta que a topologia fraca σ(E. E admite uma base {e1 . · · · . x | ε ≤ ||f − fm0 ||E ||xn || + 3 + ||fm0 − f ||E ||x||E ε < LM + 3 + L||x|| < ε M 3M ε +3+ ε ||x|| 3||x||  = ε. x → xi .16 Se E tem dimens˜o finita. i = 1. x | + | fm0 . resulta de (3. | fi . converge a fortemente. x | ≤ | f. para todo n ≥ n0 . para todo f ∈ E ⇒ xn x. ent˜o a topologia fraca coincide com a forte.15 Lembremos que σ(E. de acordo com a c proposi¸ao 3. Como E tem dimens˜o finita. · · · . xn − f. devemos exibir um conjunto finito de fun¸oes {fi }i∈I ⊂ E (e.104  ´ INTRODUCAO A ANALISE FUNCIONAL ¸˜ `  Assim. portanto. Consideremos as aplica¸oes c˜ n  fi : E → R. 2 e Observa¸˜o 3. xn | + | fm0 . Como as fun¸˜es da fam´ {ϕf }f ∈E (onde a ı co ılia ϕf : E → R ´ definida por ϕf (x) = f. e somente se. i = 1. xn → f. f ∈ E s˜o cont´nuas. n.5) e (3. x − x0 | < ε. a e  todo aberto fraco ´ um aberto forte. xn − fm0 . Devemos construir uma  vizinhan¸a V de x0 na topologia fraca σ(E. e Reciprocamente.7) que | f. x0 ∈ U e r > 0 tais que Br (x0 ) ⊂ U . n. Assim. x − f. ou seja. onde x = i=1  xi ei .10. uma sucess˜o {xn } em E converge fracamente se. x . c˜ c˜ I ´ um conjunto finito de ´ e ındices) e ε > 0 tais que V = {x ∈ E. E ) ´ mais grossa (menos abertos) que a topologia forte. para todo i ∈ I} ⊂ U. en } tal que ||ei || = 1. Com e efeito. E ) ´ a topologia mais grossa sobre E para a ca qual todas as ϕf .  o que prova que f. ca a a Em particular. E ) tal que V ⊂ U . xn − fm0 .  . dado qualquer x ∈ E podemos escrever x = a n i=1  xi ei . E ) ´ mais grossa que a topologia forte. e Proposi¸˜o 3. Demonstra¸˜o: ca J´ vimos que σ(E. sejam U um aberto na topologia forte.  n  o que implica que x ∈ Br (x0 ) e. E ). · · · .i. n . se para todo a y0 ∈ E. caso contr´rio. ou seja. De fato. n n n  Se x = i=1  xi e i = i=1  yi e i ⇒ i=1  (xi − yi )ei = 0 ⇒ xi = yi . y0 = 0. V n˜o est´ contido na bola B1 (0). y0 = 0. · · · . x | = |xi | ≤ (|x1 | + · · · + |xn |) ≤ C ||x||E . n. e a V = x ∈ E. i = 1. a Do exposto acima. quando dim E = +∞. Provaremos que V c a B1 (0). E )  105  O fato de {e1 . onde a ultima desigualdade vem do fato que em um espa¸o de dimens˜o finita todas as ´ c a normas s˜o equivalentes. conforme quer´ u ıamos demonstrar. definamos. para algum i. n}.A TOPOLOGIA σ(E. n. Demonstra¸˜o: Sejam x0 ∈ B1 (0) e ca V = {x ∈ E. · · · . 2  Vimos na proposi¸ao anterior que se dim E < +∞ ent˜o a topologia forte coincide com c˜ a a topologia fraca. seja y0 ∈ E tal que y0 = 0 e fi . ent˜o. e | fi . existem abertos na topologia forte que n˜o a s˜o abertos na topologia fraca.17 Se dim E = +∞. ent˜o a bola B1 (0) n˜o ´ aberta na topologia fraca ca a a e σ(E. | fi . en } ser um conjunto l. x → ϕ(x) = ( f1 . x . · · · . V ⊂ Br (x0 ) ⊂ U . x − x0 | < ε. Temos n n  r . I = {1. · · · . n. para todo i = 1. fn . a Proposi¸˜o 3. x )  . ou  seja. · · · . Consideremos o seguinte resultado. x − x0 | < n  r = r. conseq¨entemente. | fi . para algum C > 0. x − x0 e i ≤ i=1  | f i . uma vizinhan¸a arbitr´ria de x0 na topologia σ(E. n} com fi ∈ E e ε > 0. E ). De fato. · · · . Observemos que tal y0 existe pois. · · · . Contudo. fi ∈ E pois. n  ||x − x0 || = i=1  f i . ε = r/n. E ) ´ estritamente e menos fina do que a topologia forte. para todo i = 1. i = 1. a topologia fraca σ(E. x − x0 | < Tome x ∈ V .  Al´m disso. a a para todo i = 1. faz com que as fun¸oes fi estejam bem c˜ definidas. a aplica¸ao e c˜ ϕ : E → Rn . y0 = 0 tiv´ssemos fi .  e consequentemente um isomorfismo de E sobre ϕ(E) o que implicaria que dim E ≤ n.8)). e a o Notemos que (x0 + t y0 ) ∈ V. existe t0 ∈ R+ \{0} tal que g(t0 ) = 1. para todo i = 1. toda vizinhan¸a V de x0 ∈ E na topologia fraca σ(E.9)  Observa¸˜o 3. · · · . (x0 + t0 y0 ) ∈ B1 (0). No entanto. De (3. o que ´ um absurdo(!).106  ´ INTRODUCAO A ANALISE FUNCIONAL ¸˜ `  que ´ claramente linear. n.3: A vizinhan¸a fraca do ponto x0 cont´m a reta x0 + t y0 c e  . para todo t ∈ R. ||x0 + t0 y0 || = 1 e. y0 | = 0 < ε. / Com efeito. E ) c a c cont´m uma reta que passa por x0 (veja (3. pelo Teorema do Valor Intermedi´rio.8)  (3.8) e (3. pois E tem dimens˜o infinita. (x0 + t y0 ) − x0 | = |t| | fi .9). o t→+∞  (3. seria injetiva pois o n´cleo de ϕ. ϕ(x) = 0} = e u {0}.9) resulta que V / que finaliza a prova. definamos a fun¸ao c˜ g : R → R+ . Logo. t → g(t) = ||x0 + t y0 ||. N (ϕ) = {x ∈ E. pois | fi . por hip´tese. o que prova (3.18 Da demonstra¸˜o da proposi¸˜o anterior fica provado que em todo ca ca ca espa¸o de dimens˜o infinita. ou seja. 2 B1 (0). a assim. Existe t ∈ R tal que (x0 + t y0 ) ∈ B1 (0). e '$  0 x   •   •     x + ty 0 0  &% 0 •  y0        Figura 3. Temos que g ´ cont´ e ınua com g(0) = ||x0 || < 1 e lim g(t) = +∞.  x0 ∈ E tal que ||x0 || < 1. ent˜o.12(iii).17.  (3. provaremos que dada V . que o conca ca junto S = {x ∈ E. ||x|| ≤ 1} ⊂ S Claramente S ⊂ S x0 ∈ S σ(E. conforme vimos a anteriormente. temos que S σ(E. com ε > 0 e f1 .TOPOLOGIA FRACA. para todo i = 1. seja x ∈ S 3.E ) σ(E. conforme proposi¸ao 3. E ). e definindo-se. n.  Demonstra¸˜o: Provaremos inicialmente que ca S De fato.E )  = {x ∈ E.E ) σ(E. · · · . E ).10. e  . o que implica que V ∩ S = ∅. · · · . temos ||x|| ≤ lim inf ||xn || com ||xn || = 1.E ) σ(E. pelo Teorema do Valor Intermedi´rio. existe {xn } ⊂ S tal que xn a  o que implica que ||x|| ≤ 1 provando (3. y0 = 0. E ). Logo. | fi . ||x|| ≤ 1}.19. · · · . como na demonstra¸ao da proposi¸ao 3.11) tem-se o desejado. como antes. g : R → R+ . ||x|| = 1} n˜o ´ ca a a e fechado na topologia fraca σ(E. ||x|| ≤ 1}. 2 t→+∞  Observa¸˜o 3. Provaremos que a  . Combinando (3. c˜ c˜ y0 ∈ E tal que y0 = 0 e fi . i = 1. da proposi¸ao c˜  . n σ(E.E )  ⊂ {x ∈ E. (x0 + t y0 ) ∈ V. uma vizinhan¸a de x0 em σ(E. a (x0 + t0 y0 ) ∈ V ∩ S. Mais precisamente.10). Assim.20 Notemos que se dim E = +∞.10) e (3. resulta da proposi¸˜o 3.10) x.  (3. Isto completa a prova. ||x|| = 1} n˜o ´ fechado na topologia fraca σ(E. x − x0 | < ε.11)  . t → g(t) = ||x0 + t y0 ||.19 Se dim E = +∞. que c˜ V = {x ∈ E. sempre podemos obter. ( isto ´ S e  = S). ent˜o o conjunto S = {x ∈ E. ||x|| ≤ 1} ´ fechado em σ(E. fn ∈ E . Fixemos. mas o conjunto a e {x ∈ E. V ∩S = ∅. Ent˜o. Seja.E )  . existe t0 ∈ R+ \{0} tal que ||x0 + t0 y0 || = 1.11). o que prova (3. n}. e c  Com efeito. Resta-nos provar que {x ∈ E. CONJUNTOS CONVEXOS E OPERADORES LINEARES  107  Proposi¸˜o 3.E ) σ(E. E ). Novamente. Ent˜o. para todo n ∈ N. temos que g ´ cont´ e ınua com g(0) = ||x0 || < 1 e lim g(t) = +∞. isto ´. para todo t ∈ R.  nesta se¸ao. e a rec´ ıproca n˜o ´ verdadeira em espa¸os de dimens˜o infinita. x0 . • (iii) V ´ aberto em σ(E. C ´ fracamente fechado em σ(E. c˜ c a Teorema 3. al´m de serem ambos e e e convexos e disjuntos.3  Topologia Fraca. • (ii) V ∩ C = ∅. No entanto. Mostraremos. x > α}. Consideremos V = {x ∈ E. vem. f = 0. Ent˜o. E ) ´ fechado na topologia forte. x < α. e uma vez que a topologia fraca σ(E. e a e Com efeito. E ). E ) se. e e Demonstra¸˜o: Como todo aberto (fechado) fraco ´ aberto (fechado) forte ´ suficiente ca e e provarmos que se C ⊂ E ´ convexo e fortemente fechado ent˜o ´ fracamente fechado. 2  . x < α < f. ´ fortemente fechado. mostraremos que E\C ´ aberto na topologia fraca σ(E.21 Sejam E um espa¸o de Banach e C ⊂ E um conjunto convexo. Conjuntos e Operadores Lineares  Convexos  Vimos que todo conjunto fechado na topologia fraca σ(E. +∞[) onde f ∈ E e ]α. portanto. Temos que • (i) x0 ∈ V.108  ´ INTRODUCAO A ANALISE FUNCIONAL ¸˜ `  3. E ) donde se conclui que C ´ fechado em σ(E. a e c a c˜ que em conjuntos convexos essas no¸oes coincidem. Logo. E ). +∞[ ´ um e e aberto em R. seja e x0 ∈ E\C. V ⊂ E\C. Como C ´ fechado e {x0 } ´ compacto na topologia forte. para todo x ∈ C e f ∈ E . pois se x ∈ C temos que f. f. pela 2a Forma Geom´trica do Teorema de Hahn-Banach que e existe um hiperplano fechado de equa¸ao [f = α] tal que c˜ f. e. e somente se. E\C ´ aberto em σ(E. E ) pois V = f −1 (]α. E ) ´ mais grossa do que a topologia forte. e e conforme quer´ ıamos demonstrar. De fato.  e Observa¸˜o 3. existe {yn } ⊂ conv{xn } tal que yn → x forte. onde E est´ munido da topologia fraca σ(E. a  existe uma seq¨ˆncia {yn } de combina¸˜es convexas de {xn } tal que yn → x forte.24 ca ´ • 1) E fundamental no resultado acima que ϕ seja convexa para que os conjuntos de n´vel N (λ. ϕ) ´ convexo.c. ϕ(x) ≤ λ}. E ).c. de acordo com o lemma e 1.23 Seja ϕ : E →] − ∞. ϕ ´ s. ´ fechado e e e e na topologia forte pois ϕ ´ s. na topologia forte. como j´ e a vimos.25 Sejam E e F espa¸os de Banach e T um operador linear e cont´ c ınuo de E em F . com F munido da topolia fraca σ(F. ϕ) = {x ∈ E.  Temos que conv{xn } ´ convexo e portanto. conv{xn } (na topologia forte) tamb´m o e e ´. al´m disso. ı • 2) A fun¸˜o ϕ(x) = ||x|| ´ convexa e s. pelo teorema anterior. na topologia fraca σ(E. N (λ. Como conv{xn } ´ fortemente fechado. Ent˜o. ϕ) ´ fechado na topologia fraca σ(E. na topologia a ca forte. Temos que N (λ. xni ∈ {xn } .c. E ). ´ s. Em particular. Ent˜o. F ).i. e e  .22 Sejam E um espa¸o de Banach e {xn } ⊂ E tal que xn a c  109 x. se xn a e ϕ(x) ≤ lim inf ϕ(xn ).33 (Resultado 3). ϕ) sejam convexos.i. se xn x temos que ||x|| ≤ lim inf ||xn ||. Logo.i.c. Logo. Logo. T ´ cont´nuo em E. n  2  Teorema 3. na topologia forte (pois ´ cont´ ca e e ınua na topologia forte).i. CONJUNTOS CONVEXOS E OPERADORES LINEARES Corol´rio 3. ϕ) ´ fechado na topologia forte e pelo teorema 3. E ).i. Em particular. 2  Corol´rio 3.TOPOLOGIA FRACA. uma vez que ϕ ´ convexa e. Ent˜o. resulta. n  x temos que  Demonstra¸˜o: Lembremos que o conjunto de n´ λ de ϕ ´ dado por ca ıvel e N (λ.21 resulta que e N (λ. ue co Demonstra¸˜o: Denotaremos por ca m m  conv{xn } = i=1  ti xni . na topologia fraca σ(E.c. +∞] uma fun¸˜o convexa e s. A rec´ ıproca tamb´m ´ verdadeira. E ). a e ı a em F . 0 ≤ ti ≤ 1. i=1  ti = 1. que ´ fracamente e e e fechado e portanto x ∈ conv{xn } (posto que {xn } ⊂ conv{xn } ⊂ conv{xn }).   . se. E e F .||f ||≤1  | ξ.7. J ´ uma isometria pois e ||Jx ||E = sup f ∈E . munidos da topologia fraca.48 c˜ o ca J : E → E . respectivamente. x → Jx .||f ||E ≤1  | f. f ◦ T : E → R ´ cont´ e ınuo em E munido da topolgia fraca σ(E.  Logo. o dual de E . consideremos E o seu dual dotado da norma dual c ||f ||E = sup x∈E. J ´ um isomorfismo de E sobre o conjunto J(E) ⊂ E . ou seja. Ent˜o. f ◦ T ´ cont´ e ınua com E munido da topologia fraca σ(E. com E e F munidos da topologia fraca σ(E. T x ´ uma forma linear e cont´ e ca e ınua sobre E. f = f. Como o G(T ) ´ subespa¸o. Reciprocamente. f |. f | =  sup f ∈E . e c e G(T ) ´ fechado na topologia forte (Teorema 3.||x||≤1  | f. Jx . Temos que J ´ linear. Pelo Teorema do Gr´fico Fechado se e a conclui que T ´ cont´ e ınuo de E em F com ambos munidos da topologia forte. o que permite identificar e J(E) = E. E × F ). F ).  Lembremos da inje¸ao canˆnica definida na proposi¸˜o 1. e somente se. 2  3.110 Demonstra¸˜o: ca  ´ INTRODUCAO A ANALISE FUNCIONAL ¸˜ ` Seja T : E → F linear e cont´ ınuo quando E e F est˜o munidos da a  topologia forte. x |. f ◦ T ∈ E e. Por´m a aplica¸˜o x → f. E ) e σ(F.21). temos que G(T ) ´ convexo e. qualquer que seja f ∈ F . dotado da norma ||ξ||E = sup f ∈E . x . E ). Temos.4  A Topologia Fraco ∗ σ(E . consequentemente. Assim. para todo f ∈ E e para todo x ∈ E. E)  Seja E um espa¸o de Banach. qualquer que seja f ∈ F .||f ||E ≤1  | Jx . que T ´ cont´ c˜ e ınuo de E em F . Isto encerra a prova. de acordo com a proposi¸ao 3. x | = ||x||. cont´ e ınua e mais ainda. E ) (note que na topologia fraca todas as fun¸˜es de co E s˜o cont´ a ınuas).  e seja E seu bidual. G(T ) ´ fechado em E × F munido da topologia fraca a e σ(E × F. suponhamos que T : E → F ´ linear e cont´ e ınuo com ambos. portanto.  E) que ´ a topologia mais grossa para a qual as fun¸oes Jx . o ´ ıtem (iii) acima ´ equivalente a dizer que podemos induzir em E a e topologia fraca σ(E . que ´ a topologia mais grossa para a qual todas as e ξ ∈ E s˜o cont´ a ınuas em E .  . dada pela norma de E . s˜o cont´ co a ınuas. f > α} = Jx (]α. a topologia σ(E . x . e Por sua vez. Temos. que ´ a topologia mais grossa para a qual todas as e ξ ∈ J(E) s˜o cont´ a ınuas em E . x . Como E ⊂ E .27 A terminologia fraco ∗ nos lembra que estamos trabalhando no espa¸o ca c dual. x < α} = {f ∈ E . x ∈ E. α[ e ]α. f.29 Se obt´m uma base de vizinhan¸as de f0 ∈ E para a topologia σ(E . | f − f0 . U1 ∩ U2 = ∅ e f1 ∈ U1 e f2 ∈ U2 . E ) ´ menos fina do que a topologia forte em E e Proposi¸˜o 3. Isto conclui a prova.A TOPOLOGIA FRACO ∗ σ(E . Jx . x = ca a f2 . E). para todo i ∈ I}. Observa¸˜o 3. Definamos: −1 U1 = {f ∈ E . existe x ∈ E tal que f1 . x < α < f2 . Ent˜o. x > α} = {f ∈ E . resulta que a topologia σ(E . (iii) A topologia fraca σ(E . Como J : E → E nos permite a identifica¸ao de E com J(E) e Jx (f ) = f. Suponhamos.26 A topologia fraco ∗. a seguinte defini¸ao. sem perda da generalidade. E ). ´ a topologia mais grossa ca e sobre E para a qual todas as fun¸˜es Jx .28 Munido da topologia fraco ∗ σ(E . que f1 . x < f2 . f < α} = Jx (] − ∞. E) Sobre E podemos definir as seguintes topologias: (i) A topologia forte. c˜ para toda f ∈ E . 2 Proposi¸˜o 3. J(E)). x e consideremos α ∈ R tal que f1 . designado por E ∗ .  111  (ii) A topologia fraca σ(E . E) ´ menos fina que a topologia σ(E . E) ca e c ao se considerar todos os conjuntos da forma V = {f ∈ E . E). E). +∞[) . ca e c Demonstra¸˜o: Sejam f1 . E ´ um espa¸o de Hausdorff. temos que U1 e U2 s˜o a a abertos em σ(E . na literatura americana. +∞[ s˜o abertos em R. a c˜ Defini¸˜o 3. x .  Como Jx ´ cont´ e ınua e ] − ∞. xi | < ε. E ). α[) −1 U2 = {f ∈ E . e c˜ s˜o cont´ a ınuas em E . f2 ∈ E tais que f1 = f2 . x ∈ E. Jx . f. designada por σ(E . ent˜o.  · · · . x → f.  I ∗ : [Rn ]∗ → E ∗ . isto ca a e ´. E ) e σ(E . x . E ) ⇔ ξ. conclu´ a ımos  . onde x = i=1  xi ei e. 2  Demonstra¸˜o: An´loga ` demonstra¸˜o da proposi¸˜o 3. ⇒ ||fn ||E ´ limitada e ||f ||E ≤ lim inf ||fn ||E . para todo x ∈ E. E). e Demonstra¸˜o: ca  ´ INTRODUCAO A ANALISE FUNCIONAL ¸˜ `  A demonstra¸ao ´ an´loga ` demonstra¸ao da proposi¸˜o 3. n  f em σ(E . (x1 . Al´m disso. ca a a ca ca  Observa¸˜o 3. resulta que I ∗ ◦ I ´ um a e e isomorfismo de E em E . Assim. para todo x ∈ E. E ). xn ) . f em σ(E .112 onde I ´ finito. E ). E ) ⇒ fn  f em σ(E . ⇒ fn . Assim. fn → Jx . fn → ξ. onde If . as trˆs topologias coincidem. xi ∈ E e ε > 0. · · · . dim E = dim E = n. σ(E .  Proposi¸˜o 3. e f em σ(E .30 Seja {fn } uma sucess˜o em E . De maneira an´loga. fn → f em E ⇔ ||fn − f ||E → 0.  s˜o isomorfismos. temos e que as aplica¸˜es co n  I : E → Rn . Com efeito. se dim E = n. fn fn ∗  f a convergˆncia de fn ` f e a  f em σ(E .10 feita c˜ e a a c˜ ca 2 ∗  para a topologia σ(E. para todo ξ ∈ E . xn → f. E) ⇔ Jx . E) coincidem.31 Quando E possui dimens˜o finita. f em σ(E . E ). f . f . as topologias forte. se designa por fn ca a na topologia fraco ∗ σ(E . xn ). x = f. como [R ] = Rn e E ∗ = E. E) ⇔ fn . x → (x1 . E) e xn → x forte em E.12 feita para σ(E. E). Se verifica: ca a (i) fn ∗  f em σ(E . Nota¸˜o: Dada uma sucess˜o {fn } ⊂ E . com x ∈ E n  tal que x = i=1 n ∗  xi e i . ∗  (ii) fn → f forte em E ⇒ fn fn (iii) fn (iv) fn ∗ ∗  f em σ(E . x . E).  λn ). segue que G(x) = 0. i  Demonstra¸˜o: Consideremos a aplica¸˜o F : X → Rn+1 dada por ca ca F (x) = (ϕ(x). existe um hiperplano de Rn+1 que e separa estritamente {a} e Im(F ). · · · . λ1 . conseq¨entemente. J(E) = E . J : E → E ´ sobrejetiva [note que pelo Teorema do N´cleo e da Imagem e u dim N (J) + dim Im(J) = dim E = n. ou seja. n ⇒ ϕ(x) = 0. a u e Logo. posto que Im(F ) ´ um subespa¸o de Rn+1 . · · · . F (x) . para todo x ∈ X. ϕ1 . Da hip´tese (3. ou seja. E ) = σ(E . bem como α < 0 (veja o in´ ıcio n  λ ϕ(x) + i=1  λi ϕi (x) = 0. · · · . E)  113  que dim E = dim E = n. ϕn formas lineares sobre X que c verificam a condi¸˜o ca ϕi (x) = 0. i = 1. dim Im(J) = n. ϕn (x)). pois J ´ o e injetiva. −λ =λ∗ i  . para todo x ∈ X. dim E = dim E = dim E e. λn ).  Como G(x) = λ ϕ(x) + da se¸ao 1). da identidade acima podemos escrever que n  ϕ(x) = i=1  λi ϕi (x). e  para todo x ∈ X. λ1 .  Sendo λ < 0 (pois λ < α < 0) e. · · · . isto ´. existem λ. pela e e e c 2a Forma Geom´trica do Teorema de Hahn-Banach. Ent˜o. e s´ se. σ(E . λn ∈ R e α ∈ R tal que (λ. existem λ∗ . e n  λ < α < λ ϕ(x) + i=1  λi ϕi (x).12) conclu´ o ımos que a = (1. 0. portanto. Logo. 0) ∈ Im(F ). segue o desejado. como j´ vimos que as topologias forte e fraca coincidem em a espa¸os de dimens˜o finita. a < α < (λ. x = 0. temos que {a} / ´ compacto e Im(F ) ´ fechado. ϕ1 (x).12)  λ∗ ϕi . · · · . para todo x ∈ X. · · · . J(E) = E ]. ent˜o dim N (J) = 0. E) e. · · · . para todo x ∈ X. x ∈ X ´ uma forma linear sobre X e α < G(x). isto ´. Assim. para todo x ∈ X. para todo x ∈ X. Como J(x) = 0 se. λ∗ ∈ R tais que ϕ = a 1 n n i=1  (3. · · · . λ1 . e.A TOPOLOGIA FRACO ∗ σ(E . c˜  n i=1  λi ϕi (x).32 Sejam X um espa¸o vetorial e ϕ. por conseguinte. λ = 0. c a Lema 3. Assim. Assim. x ∈ X.  ϕ(f ) ∈] − 1. i = 1. e e Logo. al´m disso. λn ∈ R tais que para toda f ∈ E tem-se n n n  ϕ(f ) = i=1  λi Jxi (f ) = i=1  λi f. para todo f ∈ E . x . de acordo com a proposi¸ao 3. ou seja. a a f . a = Jxi . de (3. que ϕ(f ) = 0.13)  Com efeito. E).13) e pelo lema 3. xi | < ε. xi = 0. x = Jx . e Demonstra¸˜o: Como ϕ ´ cont´ ca e ınua para a topologia σ(E . Seja f ∈ E tal que f. |ϕ(f )|  ∈ V e. 2  o que implica que ϕ = Jx .33 Seja ϕ : E → R uma aplica¸˜o linear e cont´ ca ca ınua para a topologia σ(E . | f. suponhamos o contr´rio. xi |  1 = 0 < ε. onde x =  λi xi . n. e ϕ(f )  =  Logo.114 o que conclui a prova.f  (3. Isto encerra a prova. E) que cont´m a origem 0 ∈ E . i = 1. 1[) = {f ∈ E . xi = n i=1  f. n. n}. E) ent˜o a ϕ−1 (] − 1. · · · . ϕ f ϕ(f ) f ϕ(f )  = | f. xi ϕ(f ) Logo. i = 1. ϕ ∈ J(E). i=1  λi xi  = f. existe x ∈ E tal que a ϕ(f ) = f. f .29 existe uma vizinhan¸a V de 0 (origem) tal que c˜ c V ⊂ ϕ−1 (] − 1. 1[) e V pode ser escrita na seguinte forma: V = {f ∈ E . e ϕ(f ) = 1. isto ´. com xi ∈ E e ε > 0. para todo f ∈ V. Em outras palavras. existe x ∈ E tal que ϕ = Jx . Ent˜o. · · · . · · · . 1[} ´ aberto em σ(E .  .  ´ INTRODUCAO A ANALISE FUNCIONAL ¸˜ ` 2  Proposi¸˜o 3.32 existem λ1 . Ent˜o ϕ(f ) = 0. · · · . Ent˜o. o que ´ um absurdo (!) pois |ϕ(f )| < 1.  fechado na topologia σ(E . a | (1 − t)f1 + t f2 − f0 . f. com ϕ = 0. xi | = | (1 − t)f1 + t f2 − [(1 − t)f0 + t f0 ]. existe uma vizinhan¸a V de f0 na topologia σ(E . E) e. e Logo. onde ϕ : E → R ´ uma aplica¸˜o linear. da forma ca e H = {f ∈ E . onde xi ∈ E e ε > 0. xi | < (1 − t)ε + t ε = ε. xi | + t | f2 − f0 . Afirmamos V ´ convexo. ϕ(E ) = R e ϕ. f = α para todo f ∈ H. portanto. ´. Notemos que E \H = ∅ pois ϕ = 0 e ca e. Resulta da´ que ı ϕ. para toda f ∈ V .A TOPOLOGIA FRACO ∗ σ(E . por hip´tese. Suponhamos. f0 ∈ E tal a que f0 ∈ H. a a H = {f ∈ E . para toda f ∈ V. f = α}. para toda f ∈ V ou ϕ. x = α}. na realidade. para algum x ∈ E tal que x = 0 e α ∈ R.  . Demonstra¸˜o: O conjunto H. f > α. f − f0 < α − ϕ. n} ⊂ E \H. segue e que ϕ. sejam f1 . Consideremos. Sendo ϕ : E → R linear vem que ϕ(V ) ⊂ R ´ convexo. que ϕ. f < α. f0 . f = α. tal c que V = {f ∈ E . xi | ≤ (1 − t) | f1 − f0 . f = α. | f − f0 . Ent˜o. Ent˜o. E). E) temos que E \H ´ / e o e aberto em σ(E . a ϕ. para todo f ∈ V. ϕ(V ) ´ um intervalo e como qualquer que seja f ∈ V temos que ϕ. E). Como H ´. Ent˜o. f2 ∈ V e t ∈ [0. xi | < ε. portanto. sem perda da generalidade. 1]. f < α. · · · . i = 1. ϕ. para toda f ∈ V . E)  115  Corol´rio 3. e Com efeito. ent˜o.34 Seja H um hiperplano de E fechado na topologia σ(E . o que prova a convexidade de V .  g | < C = ε. de (3. E). ε g C = ε ε | ϕ.15) conclu´ ımos que | ϕ. −g = −(f − f0 ) = −f + f0 = (−f + 2f0 ) − f0 e −f + 2f0 − f0 . f | = ϕ. para toda f ∈ V0 . xi =−g  = | f − f0 . para toda g ∈ W. Conseq¨entemente.14) e (3. x = α}. ent˜o −g ∈ W . Pondo C = α − ϕ. para toda g ∈ W.14) resulta que ∈V  − ϕ.16)  Como W = V − f0 e V ´ uma vizinhan¸a de f0 na topologia σ(E . resulta que  ´ INTRODUCAO A ANALISE FUNCIONAL ¸˜ `  ϕ. ϕ ´ cont´ e ınua em 0 na topologia σ(E . g < α − ϕ.15)  (3. a a para algum f ∈ V . Pela proposi¸ao 3.  Assim.14)  Observamos que se g ∈ W . seja g ∈ W . f = c˜ f. E). existe e c vizinhan¸a de 0 na topologia σ(E .  (3. u H = {f ∈ E .33 existe x ∈ E tal que ϕ. conforme quer´ ıamos demonstrar. Logo. de (3. para toda g ∈ W. isto ´. g = f − f0 . g | < α − ϕ(f0 ). para toda g ∈ W. f0 > 0. −g ∈ W . Logo. pois f ∈ V. E) resulta que W e c ´ uma vizinhan¸a de 0 nesta topologia. f0 . xi | < ε. C C ε W C  := V0 . para toda f ∈ E e x = 0 pois ϕ = 0. g | < C. Por conseguinte.116 Pondo W = V − f0 . para algum x ∈ E tal que x = 0 e α ∈ R. e de (3. De fato. −g = −f + 2f0 −f0 . Sendo ϕ linear resulta que ϕ ´ e cont´ ınua em E na topologia σ(E .  (3. g < α − ϕ. da desigualdade acima inferimos que | ϕ. 2  .  e Portanto. f0 . E) tal que c | ϕ. x . f. Ent˜o.16) e dado ε > 0.  E)  117  Observa¸˜o 3.  x∈E  Recordemos que os elementos do produto cartesiano X s˜o todas as fun¸oes a c˜ f : E → R. isto ´ . e Demonstra¸˜o: ca Consideremos X = Xx . x = Jx (f ). notemos que prx : E → R. definimos a proje¸ao de f sobre R c˜ prx : X → R. Desta forma. O motivo ´ o seguinte: Se uma topologia possui menos abertos e tamb´m possui mais compactos. para todo x ∈ E. Com efeito. Observemos que e E ⊂ X. e s´ se. O conc junto BE = {f ∈ E . ılia e a ılia Definamos. Jx ´ cont´ o e ınua. σ(E . ainda. al´m disso. e Assim. ||x||]. x∈E  . a topologia induzida pela fam´ {prx }x∈E em E ´ equivalente ` topologia induzida pela fam´ {Jx }x∈E . E). E). ılia co e a topologia menos fina sobre X que faz cont´ ınuas todas as aplica¸oes prx . para todo x ∈ E. E). prx |E ´ cont´ e ınua se. ||f ||E ≤ 1} ´ compacto na topologia fraco ∗ σ(E . x ∈ E. a restri¸˜o desta topologia (produto) ` E coincide com a topologia e ca a fraco ∗ σ(E . f → prx (f ) = f. e. Ix ⊂ X. Podemos. Teorema 3. onde Xx = R. x ∈ Xx = R. Muniremos X da topologia fraca induzida pela fam´ de fun¸˜es {prx }x∈E . para todo x ∈ E e. f → prx (f ) = fx . Temos que Ix ⊂ R = Xx . Tal c˜ topologia ´ denominada topologia produto ou topologia de Tychonoff. Para cada f ∈ X. x → fx = f. prx |E = Jx . portanto.36 (Banach-Alaoglu-Bourbaki) Seja E um espa¸o de Banach. O teorema a seguir mostra que a bola unit´ria de E tem e a a propriedade de ser compacta na topologia fraco ∗.A TOPOLOGIA FRACO ∗ σ(E . isto ´. para cada x ∈ E Ix = [−||x||.35 O leitor pode estar se perguntando o porque do motivo de se ‘emca pobrecer’ as topologias. denotar X = RE e f = {fx }x∈E .  fx ∈ Ix e da´ segue e ı que f ∈ I o que prova (3. i = 1. (iii) ||g0 ||E ≤ 1. ca a e Assim sendo.17)  = BE . n}. para mostrarmos que BE ´ compacto nesta e e topologia em virtude de (3. x | ≤ ||f ||E ||x|| ≤ ||x||. Resta-nos provar que ⊂ BE . vizinhan¸a de g0 na topologia produto. TP  (3. para toda V.17). se x ∈ E. Como I ´ compacto na topologia produto. f ∈ E e ||f ||E ≤ 1. onde BE  TP  = fecho de BE na topologia produto. temos que e I= x∈E  Ix  ´ compacto na topologia produto. · · · . ||f ||E ≤ 1} ⊂ I. Ent˜o. Por conseguinte.20)  V ∩ BE = ∅. Vamos ent˜o e a provar que BE TP  (3. consideraremos o seguinte resultado cl´ssico devido a Tychonoff: ‘O proa duto cartesiano de uma cole¸˜o arbitr´ria de compactos ´ compacto na topologia produto’. isto ´. |prxi (g) − prxi (g0 )| < ε. (3.  . como cada Ix ´ compacto em R.19)  BE Consideremos g0 ∈ BE TP  TP  . Afirmamos que e BE = {f ∈ E . ent˜o a a |prx (f )| = | f. ou seja. logo |prx (f )| ≤ ||x||. prx (f ) ∈ Ix . Com efeito.18)  Trivialmente temos que BE ⊂ BE  . c Recordemos que uma vizinhan¸a de g0 na topologia produto ´ dada por c e V = {g ∈ X. De fato. seja f ∈ BE . Devemos mostrar que:  (i) g0 : E → R ´ linear. e (ii) g0 ´ cont´ e ınua na topologia forte de E. Por outro lado. como g0 ∈ BE TP  resulta que (3. −||x|| ≤ prx (f ) ≤ ||x||.118  ´ INTRODUCAO A ANALISE FUNCIONAL ¸˜ `  No que segue. basta mostrarmos que BE ´ fechado nela.17).  z ∈ {x. x ∈ E.A TOPOLOGIA FRACO ∗ σ(E . y ∈ E e ε > 0 arbitr´rios e consideremos a vizinhan¸a a c ε V = {g ∈ X. | g − g0 . E) onde ε > 0 e xi ∈ E. Consideremos. |g0 (x) + g0 (y) − g0 (x + y)|  119  ≤ |g0 (x) − f (x)| + |g0 (y) − f (y)| + |f (x + y) − g0 (x + y)| + | f (x) + f (y) − f (x + y) | ε ε ε < + + = ε. y. i = 1. f − g0 . 3 3 3 Pela arbitrariedade de ε resulta que g0 (x) + g0 (y) = g0 (x + y). z | < . de acordo com (3. V = {g ∈ X. | g − g0 . y | < |. · · · . x | < o que implica que |g0 (λx) − λg0 (x)| ≤ |g0 (λx) − f (λx)| + |λ f (x) − λ g0 (x)| + | f (λx) − λ f (x) | ε ε < + |λ| = ε. λx} . portanto.20) existe f ∈ V ∩ BE com ||f ||E ≤ 1 tal que | f − g0 . (3. λx | < . x + y}}. (3. 2|λ| 2  . | g − g0 . xi | < ε. 2 2|λ| . z ∈ {x.22) =0  ε ε e | f − g0 . | f − g0 . ou ainda. x | < . Sejam x.21) =0  Analogamente. 3 3 3 e. para todo x ∈ E e para todo λ ∈ R\{0}. n}. x + y | < . z | < min ε ε . λ ∈ R\{0} e ε > 0 e tomemos a vizinhan¸a c V = g ∈ X. de (3.20) existe f ∈ V ∩ BE com ||f ||E ≤ 1 tal que a ε ε ε | f − g0 . agora. 3 Ent˜o. 2 2|λ| e pela arbitrariedade de ε obtemos g0 (λx) = λ g0 (x). 21).23)  o que implica que g0 ∈ E e. x | ≤ ||x||E . Ent˜o. obviamente do teorema acima. a | f − g0 . x | < ε + | f. Como a topologia produto coincide com e a topologia fraco ∗ σ(E . e portanto.19). basta elegermos a vizinhan¸a c  ´ INTRODUCAO A ANALISE FUNCIONAL ¸˜ `  V = {g ∈ X. novamente pela arbitrariedade de ε conclu´ ımos que g0 (0) = 0. ||g0 ||E ≤ 1. o que implica que g0 (λ x) = λ g0 (x). Fica. existe f ∈ V ∩ BE . E). | g − g0 . a  . (3.22) e (3. para todo x ∈ E e λ = 0.37 Provaremos mais adiante que se E ´ um espa¸o normado de dimens˜o ca e c a infinita. BE ´ compacta na topologia produto. e f ∈ V ∩ BE .120 Se λ = 0. para todo x ∈ E. x | < ε ⇒ | g0 . x | < ε}. decorre que BE ´ compacto na topologia fraco ∗ e σ(E . Logo. Consideremos x ∈ E. 2  Observa¸˜o 3. =0  e. al´m disso. e pela arbitrariedade de ε conclu´ ımos que | g0 . E) em E . a bola unit´ria nunca ´ compacta na topologia forte. z ∈ {0}}. |g0 (0)| = |g0 (0) − f (0) + f (0) | < ε. agora. x | ≤ ε + ||f ||E ||x||E ≤ ε + ||x||E . De (3.24) (3. z | < ε. | g − g0 . o que prova os itens (ii) e (iii) acima e ficando provado (3. Assim. a vizinhan¸a de g0 dada por c V = {g ∈ X. bem clara a a e fundamental importˆncia da topologia fraco ∗ σ(E . ε > 0.23) fica provado o item (i). (3. E) e.  i=1  ≤  . · · · . ca o existe xε ∈ E tal que ||xε ||E ≤ 1 e | fi . · · · . xε | ≤ ε i=1  |βi | = ε ||β||Rn . x . para todo β1 . n n  βi αi − i=1 n i=1  β i fi . · · · . βn ). n n  (ii) i=1  βi αi ≤ i=1  β i fi E  .5  Espa¸os Reflexivos c  Defini¸˜o 3. f1 . xε − αi | < ε |βi | ⇒ i=1  |βi αi − βi fi .  onde β = (β1 . Temos. Logo. definida por Jx (f ) = f. Lema 3.39 (Helly) Sejam E um espa¸o de Banach. xε | ≤ ε||β||Rn . e | fi . por hip´tese. n.  Demonstra¸˜o: (i) ⇒ (ii) Sejam β1 . xε − αi | < ε. que dado ε > 0. · · · . xε ) |βi αi − βi fi . · · · .38 Seja E um espa¸o de Banach e consideremos J a inje¸˜o canˆnica de ca c ca o E em E . necessitamos c˜ c e e de dois lemas. · · · . Antes. c As seguintes propriedades s˜o equivalentes: a (i) Para todo ε > 0. i = 1. βn ∈ R. βn ∈ R. Assim. xε − αi | < ε. para cada i = 1. por´m. temos n n  |βi | | fi . x ε  ≤ i=1 n  (βi αi − βi fi . fn ∈ E e α1 . αn ∈ R.ESPACOS REFLEXIVOS ¸  121  3. e Quando E for reflexivo se identificam implicitamente E e E . · · · . Dizemos que E ´ reflexivo se J(E) = E . n. atrav´s do isomorfismo e J. i = 1. Uma caracteriza¸ao dos espa¸os reflexivos ´ dada a seguir. existe xε ∈ E tal que ||xε || ≤ 1. para todo x ∈ E e para toda f ∈ E . n. · · · .   Note que se x ∈ BE temos que −x ∈ BE e. x < γ < i=1 i=1  βi αi .  Logo. x ) . pela 2a Forma Geom´trica do Teorema de Hahn-Banach. xε + ε||β||Rn βi fi ||E ||xε ||E + ε||β||Rn i=1 n  ≤ || ≤ || i=1  βi fi ||E + ε||β||Rn . Note que a propriedade (i) expressa que α ∈ ϕ(BE ) . Ent˜o. ent˜o (ii) verdadeira. (ii) ⇒ (i) Definamos α = (α1 . βn ) ∈ Rn e γ ∈ R tais que β · ϕ(x) < γ < β · α. n n  ´ INTRODUCAO A ANALISE FUNCIONAL ¸˜ `  βi αi i=1  ≤ i=1 n  βi fi . ou ainda. fn . x = i=1  βi fi . portanto. e raciocinemos por contradi¸˜o. que a ca α ∈ ϕ(BE ) . · · · . x i=1  <γ< i=1  βi αi . x . −x < γ.  Pela arbitrariedade de ε segue o desejado.  donde conclu´ ımos que n n  β i fi i=1 E  ≤γ< i=1  βi α i . existe β = (β1 . onde BE = {x ∈ E. para todo x ∈ BE . ca definida por ϕ(x) = ( f1 . ex/ a e iste um hiperplano no Rn que separa estritamente {α} e ϕ(BE ) . x  ≤γ< i=1  βi αi . Suponhamos. ||x||E < 1}. n n Rn Rn Rn  βi fi . · · · . ou seja. ou seja.  . para todo x ∈ BE . · · · .||x||E ≤1 i=1  βi fi . n n n n  β i fi . da desigualdade acima resulta que n n  − i=1  βi fi . para todo x ∈ BE ⇒  sup x∈E. αn ) ∈ Rn e consideremos a aplica¸˜o ϕ : E → Rn .122 ou seja.  seja. Lembremos. dada ξ ∈ BE . f → Jf . Da´ e do fato de BE ser convexo e fechado na topologia fraco ∗ ca ı σ(E . inicialmente. que σ(E . a ξ ∈ BE e V uma vizinhan¸a de ξ na topologia σ(E . Mostraremos que (3. provaremos que para toda uma vizinhan¸a V de c ξ na topologia fraco ∗ σ(E . Demonstra¸˜o: ca Observe. definida por Jf (ξ) = ξ.4: Inje¸oes isom´tricas c˜ e Notemos que J(BE ) ⊂ BE onde. o a que prova a afirma¸˜o. Com efeito. E ) tem-se que V ∩ J(BE ) = ∅. x para toda f ∈ E . f . E ) ´ a topologia fraco ∗ definida e  sobre E .E )  ⊂ BE = BE σ(E .  Em outras palavras. J(E ) ≡ E . pois se x ∈ BE . onde considerando a aplica¸ao c˜ J : E → E . ent˜o.  . ainda. i = 1.E )  . isto ´. que J e  E '$  E  BE &%  J(BE ) &%  Figura 3. 2  123  Lema 3. | η − ξ.E )  σ(E . Ent˜o J(BE ) ´ denso em BE c a e para a topologia σ(E . · · · . c V = {η ∈ E . E ). J : E → E . fi | < ε. ficando provado o lema. J E J E '$  com E . resulta que J(BE ) σ(E .ESPACOS REFLEXIVOS ¸ o que contraria (ii). E ). para toda ξ ∈ E . n}.40 (Goldstine) Seja E um espa¸o de Banach. ent˜o sendo J isometria resulta que ||Jx ||E = ||x||E ≤ 1. ou seja. x → Jx tal que Jx (f ) = f. estamos identificando J(E ) ⊂ E ´ uma isometria pois e ||Jf ||E = ||f ||E .25)  J(BE )  ⊃ BE . para toda f ∈ E . E ).  de acordo com a proposi¸ao 3. fi | < ε. conforme quer´ ıamos demonstrar. | fi . fi | < ε. em virtude do Lema de Helly. Ent˜o. n. n. pois 1 ≥ ||y||E = ||Jx ||E = ||x||E . · · · . que existe Jx ∈ BE tal que x ∈ J(BE ) ∩ V . 2  Teorema 3.  Da desigualdade acima resulta. e Demonstra¸˜o: (⇒) Suponhamos E reflexivo. portanto. onde αi = ξ. E )) ´ cont´ e ınua. a reflexividade de E implica que J(BE ) = BE . pois toda fun¸ao cont´ c˜ ınua leva conjuntos compactos em conjuntos compactos. ou seja. Devemos mostrar que existe x ∈ BE tal que Jx ∈ V .124  ´ INTRODUCAO A ANALISE FUNCIONAL ¸˜ `  onde fi ∈ E e ε > 0. ent˜o. ou ainda. | fi . c a e BE = {x ∈ E. ||x||E ≤ 1} ´ compacta na topologia fraca σ(E. Ent˜o. e | Jx − ξ. basta mostrar que J −1 : (E . σ(E. Seja. Pelo Teorema de Banach-Alaoglu-Bourbaki. · · · . E )) ´ cont´ c˜ e ınua.7. β = (β1 .  . n. Como BE = J −1 (BE ). fi  =  ξ. βn ) ∈ Rn . a a n n n n n  βi α i = i=1 i=1  βi ξ. i = 1. se y ∈ BE temos que y = Jx . J −1 : (E . · · · . · · · . E ´ reflexivo se. isto ´. Agora. ou seja J(BE ) ⊂ BE . σ(E . x − ξ. E )) → (E. i=1  βi fi  ≤ ||ξ||E ≤1 i=1  β i fi E  ≤ i=1  β i fi E  . σ(E. E )) → (E. i = 1.41 Seja E um espa¸o de Banach. e somente se. BE ´ compacta na topologia fraco ∗ e σ(E . Assim. E ). do fato ca a de ||Jx ||E = ||x||E resulta que x ∈ BE ⇒ Jx ∈ BE . σ(E . x − αi | < ε. para algum x ∈ BE . i = 1. Ent˜o J(E) = E e. fi . o que implica que BE ⊂ J(BE ). De fato. E ).  E )) → (E. E )) → R ´ cont´ e ınua.27) ∈ BE e de (3. E )) ´ cont´ e ınuo. ou seja.25. vem. pelo lema de Goldstine. J −1 (ξ) = f. E ). Ent˜o. E )) → (E . como J(BE ) ´ fechado. e J(BE ) σ(E . γ = a que γ = Jx . isto ´.26) existe x ∈ BE tal  . Notemos que (f ◦ J −1 )(ξ) = f. pelo e teorema 3. e somente se.ESPACOS REFLEXIVOS ¸  125  se. conseq¨entemente a compacidade da bola BE na u topologia fraca σ(E. temos que e J(BE ) ´ denso em BE na topologia σ(E . E ). x = Jx . σ(E . f = ξ. ou seja.26)  (3. para toda ξ ∈ E . Como e J : (E. (⇐) Reciprocamente. || · ||E ). suponhamos que BE ´ compacta na topologia σ(E. Por outro lado. (posto que ´ compacto) na topologia σ(E . σ(E. u 2  . f . onde c˜ Jf : E → R. c˜ Al´m disso. σ(E. σ(E . E ) resulta e e que J(BE ) = BE . fica provado a (3. E ).  Mas. o que implica que E ⊂ J(E) (j´ que 0 ∈ J(E)). Como σ(E . E ). Com efeito. E ). σ(E . torna cont´ ınua todas as  aplica¸oes {Jf }f ∈E . ( observe que ξ = Jx . f ◦ J −1 : (E . resulta que J(BE ) o e ´ compacta na topologia σ(E . BE ´ compacta na topologia σ(E. E ) resulta imediatamente que J : (E. σ(E . σ(E. o que prova a continuidade de J −1 : (E . Afirmamos que J(E) = E . isomorfismo canˆnico ´ cont´ o e ınuo (J ´ isometria). E )) e. Como. que J : (E. e como E est´ munido da topologia fraco ∗ σ(E . E ) ⊂ σ(E . J||ξ||E  = ξ. σ(E . f . Do exposto acima. x ∈ E pela sobrejetividade da aplica¸ao J : E → E ). E )) → R ´ cont´ c˜ e ınua.E )  = BE . Pondo y = ||ξ||E x ∈ E vem que  ξ = Jy .27) e conseq¨entemente o teorema. || · ||E ) → (E . E )) ´ tamb´m e e cont´ ınuo. E e munido da topologia fraco ∗ σ(E . ξ → Jf (ξ) = ξ. temos a que a fun¸ao f ◦ J −1 : (E . E )) → (E . seja ξ ∈ E \{0}. E ). por hip´tese. para toda f ∈ E . Jx = e ξ ||ξ||E ξ ||ξ||E x  (3. Como J(E) ⊂ E . E ).  a dado g ∈ E . como BE e M s˜o convexos. que BM ´ compacta na topologia fraca σ(M. E ) ∩ M coincidem. · · · . E ). M . em virtude do teorema 3. temos que M . Basta mostrar.126  ´ INTRODUCAO A ANALISE FUNCIONAL ¸˜ `  Observa¸˜o 3. i = 1. Assim.44 Seja E um espa¸o de Banach. e somente se. ´ um espa¸o de Banach a e c reflexivo. | gi . V = {x ∈ M .43 Sejam E um espa¸o de Banach reflexivo e M ⊂ E um subespa¸o ca c c vetorial fechado. Por hip´tese. ent˜o f = g|M ∈ M . n} ( onde fi ∈ M e ε > 0) = {x ∈ M . A rec´ ıproca ´ an´loga. x − x0 | < ε. n} ∩ M ( onde gi ∈ E e ε > 0) = V0 ∩ M. i = 1. x − x0 | < ε. lineares e cont´ ınuas }) e σ(E. x − x0 | < ε. M ). n} ( onde gi ∈ E . que BM = BE ∩ M ´ compacta na topologia σ(M. Resta-nos mostrar que M ´ reflexivo. Como BM ⊂ BE e BE ´ compacta na topologia fraca σ(E. J(E) = E e pelo Teorema de e o  . E )( em e virtude da reflexividade de E) e BM ´ a´ fechada. M ). gi |M = fi e ε > 0) = {x ∈ E. munido da topologia induzida por E.41. E ) ∩ M coincie a dem. i = 1. provaremos que as topologias σ(M. Por outro lado. Sejam x0 ∈ M e V ∈ σ(M. E ). ou seja. vizinhan¸a de x0 na a c topologia fraca.15 temos que existe g ∈ E tal que g|M = f . | fi . munido da norma induzida e  por E ´ um espa¸o de Banach. seja f ∈ M . Ent˜o.42 Evidentemente os espa¸os de dimens˜o finita s˜o reflexivos. M ).21 conclu´ e ımos que BM ´ fechada na topologia e fraca σ(E. resulta que BM ´ compacta na topologia e ı e fraca σ(E. ou equivalentemente. e 2  Corol´rio 3. Logo. Com efeito. E )|M = σ(E.41. em virtude do teorema 3. | gi . o que prova que as topologias σ(M. E ). resulta que BM e a ´ convexa. · · · . Al´m disso. E ) de E. M ) (topologia induzida pelas fam´ {f : ılia M → R. ca c a a Proposi¸˜o 3. com V0 ∈ σ(E. de acordo e c e com o Teorema 3.  que BE ´ compacta na topologia σ(E . E ´ reflexivo se. Demonstra¸˜o: ca Como M ⊂ E ´ fechado. Como BM = BE ∩ M e BE e M s˜o fechados na topologia forte de E vem que BM ´ a e fechada na topologia forte de E. E ´ a c e e reflexivo. Pelo corol´rio 1. Demonstra¸˜o: ca (⇒) Seja E reflexivo. M ) e σ(E. · · · . e Antes.  a e  Demonstra¸˜o: Sendo E reflexivo temos. E ) e. E) ≡ e σ(E . como K ´ convexo e fechado na e e topologia forte de E resulta.46 Sejam E um espa¸o de Banach reflexivo. Como J(E) se identifica com E atrav´s c˜ e e do isomorfismo J. s. e c Com efeito. ou seja. BE ´ compacta na topologia σ(E . (⇐) Consideremos E reflexivo. E ) vem que K ´ compacto na topologia fraca e e σ(E.45 Sejam E um espa¸o de Banach reflexivo e K um subconjunto convexo. x∈A  Ent˜o. pela proposi¸ao 3. pela continuidade da aplica¸˜o J.21 que K ´ fechado na topologia e fraca σ(E. A ⊂ E um conjunto convexo. a c fechado e limitado de E. E ). em virtude do teorema 3. existe x ∈ E tal que xn → x fortemente e em E e. Sendo K fechado e e m BE ´ compacto na topologia fraca σ(E. Jxn → Jx fortemente em E .41 que a bola BE ca ´ compacta na topologia fraca σ(E.28).ESPACOS REFLEXIVOS ¸  127  Alaoglu temos que BE ´ compacta na topologia fraco∗ σ(E . Assim. seja y ∈ J(E) ||·||E  (3. Como. E ). Ent˜o K ´ compacto na topologia fraca σ(E. E ). Pelo que acabamos de provar E ´ reflexivo.  .i.c. atrav´s e e do isomorfismo J : E → E . {Jxn }n∈N ´ de Cauchy em E e como ||Jx||E = ||x||E resulta que e {xn }n∈N ´ de Cauchy em E. e 2  Corol´rio 3. Sendo E Banach. existe m ∈ N tal que K ⊂ m BE . ϕ = +∞ (n˜o a ca a identicamente +∞) e tal que lim ϕ(x) = +∞ ( se A for limitado se omite tal hip´tese). E) de E . identificamos E com J(E) ≡ E .28)  . o que conclui a prova.43 deduzimos que J(E) ´ reflexivo. Ent˜o. E ). de acordo com o teorema 3. portanto. c fechado e n˜o vazio e ϕ : A →] − ∞. Isto encerra a prova. +∞] uma fun¸˜o convexa. segue que E ´ reflexivo. o  ||x||→+∞. Afire mamos que J(E) ´ subespa¸o fechado de E .. Logo. decorre que σ(E . existe x0 ∈ A tal que ϕ(x0 ) = minx∈A ϕ(x). Por outro lado. ϕ atinge seu m´ a ınimo em A. existe {xn }n∈N ⊂ E tal que Jxn → y em E a  fortemente. 2  Teorema 3. E ). Pela unicidade ca do limite conclu´ ımos que y = Jx ∈ J(E). o que prova o desejado em (3. Como K ´ limitado.  Sejam E e F espa¸os de Banach a c˜ c e A : D(A) ⊂ E → F um operador linear n˜o limitado com D(A) = E. Logo. em virtude do lema 1. o desejado em (3. ϕ) n˜o seja limitado. N (λ0 . Logo. Como D(v ◦ A) = D(A). ϕ). por hip´tese. ϕ) ⊂ A. que N (λ0 . em virtude dos lemas 1.i. Assim. isto ´. ıvel e N (λ0 . ϕ) e tal que ϕ(x0 ) ≤ ϕ(x). Como x0 ∈ A. ϕ(x) ≤ λ0 }. Resulta da´ do fato que ϕ e ı. ou seja. ca e temos que v ◦ A ´ uma forma linear limitada com dom´ denso em E.i. ϕ) tal que ||xn || → +∞ quando n → +∞.42 que N (λ0 . e A∗ : D(A∗ ) ⊂ F → E .6.29)  Se A for limitado. ϕ) ´ e e convexo e fechado. ϕ) tal que ϕ(xn ) ≤ λ0 .29). a suponhamos. resulta que ϕ(x0 ) = minϕ(x). o que ´ uma contradi¸˜o.c. existe {xn }n∈N ⊂ ca a a N (λ0 . v ◦ A ´ limitado } . existe a ∈ A tal que ϕ(a) = λ0 < +∞.  . ϕ) = {x ∈ A. E ). ϕ) ´ limitado. para todo x ∈ A. v → A∗ v = fv . ϕ(x0 ) ≤ ϕ(x). para todo x ∈ N (λ0 . ϕ)). e (3. Como ϕ ´ convexa e s. x∈A  lim  ϕ(x) = +∞. Ent˜o. x∈A ||x||→+∞. que existe x0 ∈ N (λ0 .45 e a resulta que N (λ0 . ´ s. provando o e ca  2 Antes de enunciarmos o pr´ximo resultado. Al´m disso. existe um e ınio unico prolongamento fv de v ◦ A a todo E. relembremos o conceito de adjunto de um o operador linear n˜o limitado introduzido na se¸ao 2. Mas. na topologia fraca σ(E. Definamos ´ D(A∗ ) = {v ∈ F . Existe {xn }n∈N ⊂ N (λ0 .128 Demonstra¸˜o: ca  ´ INTRODUCAO A ANALISE FUNCIONAL ¸˜ ` Pelo fato de ϕ = +∞.39. e. Isto conclui a prova. ϕ) ´ um conjunto convexo. ϕ) ´ compacto na topologia fraca σ(E. Se A n˜o for limitado. se x ∈ A\N (λ0 . ϕ) vem que e ϕ(x) > λ0 ≥ ϕ(x0 ) (x0 ∈ N (λ0 . Pelo corol´rio 3. nada temos a provar posto que N (λ0 . fechado e limitado de E. para todo n ∈ N e ||xn || → +∞.33 e 1. temos.c. provaremos que N (λ0 . A seguir. por contradi¸˜o.  Consideremos o conjunto de n´ associado a λ0 . E ). Consideremos a v ∈ F tal que a composi¸˜o v ◦ A ´ uma forma linear limitada.  ϕ)}. temos e = 0. ξ ◦ A∗ ´ limitado } . e (ii) A∗∗ = A. fechado e com D(A) = E. Ent˜o o c˜ a e a ponto (0. u + v. Au) → Φ(u. desta forma. existem (f. n˜o limitado.29. v = ξ. um hiperplano fechado em E × F que separa estritamente G(A) e {(0. ϕ) ∈ G(A) pois A0 = 0. e A∗∗ : D(A∗∗ ) ⊂ E → F .30)  que ϕ se identifica com um elemento de F pelo isomorfismo J e. ou seja. Au) = f. u + v. para todo ξ ∈ D(A∗∗ ) e v ∈ D(A∗ ). a rela¸ao de adjun¸ao c˜ c˜ A∗ v.F  ϕ ∈ F tal que ϕ. / e o e c (em virtude da linearidade de A). podemos definir A∗∗ da seguinte forma D(A∗∗ ) = {ξ ∈ E . que ϕ = 0 (n˜o ´ identicamente nula). A∗ v . existe. Afirmamos que (3. ϕ . para todo v ∈ D(A∗ ). Temos ainda que A∗∗ ξ. Ent˜o: a a (i) D(A∗ ) ´ denso em F . v) ∈ E × F e α ∈ R tais que f. Au . Como G(A) ´ fechado.47 Sejam E e F espa¸os de Banach reflexivos e A : D(A) ⊂ E → F um c operador linear.  De fato. podemos ent˜o dizer que ϕ ∈ F . ϕ a F . a a F . ainda. ent˜o. Seja. v. (3. ξ → A∗∗ ξ = fξ .ESPACOS REFLEXIVOS ¸ Temos. Au < α < v. u = v. e G(A) ´ subspa¸o. Demonstra¸˜o: ca (i) Para mostrar este item usaremos o corol´rio 1. por hip´tese. Como F ´ reflexivo. para todo v ∈ D(A∗ ) ⊂ F . em decorrˆncia da 2a Forma Geom´trica do e e Teorema de Hahn-Banach. Au .31)  . Se D(A∗ ) = F .  129  Teorema 3. Definamos Φ : G(A) ⊂ E × F → R (u.F  ϕ ≡ 0 em F. por contradi¸ao. Logo. v  = 0. suponhamos. para todo u ∈ D(A). para todo v ∈ D(A∗ ) e u ∈ D(A).  Au) < α. que ´ um subespa¸o vetorial. v]. para todo u ∈ D(A) e 0 < α < v. Φ ≡ 0 em G(A).  . Resulta da´ que ı F . (ii) Pelo ´ ıtem (i) faz sentido definirmos A∗∗ : D(A∗∗ ) ⊂ E → F . J([v. a Ent˜o. Das rela¸oes acima conclu´ c˜ ımos que v ∈ D(A∗ ). para todo v ∈ D(A∗ )} . e como A∗ : D(A∗ ) ⊂ F → E ´ um operador linear n˜o limitado tal D(A∗ ) = F podemos e a escrever J(G(A∗∗ )) = G(A∗ )⊥ .29) dada por c˜ J : F × E → E × F . Φ(u. Au . ϕ . J([v.130  ´ INTRODUCAO A ANALISE FUNCIONAL ¸˜ `  Como Φ ´ uma forma linear definida sobre G(A). ϕ ca D(A∗ ) em F . A∗ v. y] ∈ E × F . y] ∈ E × F . em fun¸ao da reflexividade E ≡ E e F ≡ F . ent˜o. A∗ v = −f e v. v]. Al´m disso. G(A∗ )⊥ = {[x. a J(G(A∗ )) = G(A)⊥ . v]. para todo v ∈ D(A∗ ). temos c˜ J : E × F → F × E. o que prova a densidade de  = {[x. ou ainda. em virtude de (3. [−A∗ v. para todo v ∈ D(A∗ )} . [−A∗ v. y] ∈ F × E. Resulta da´ que a ı −f. [x. v  = 0. para todo v ∈ F . e tal e e c que. E ≡ E e F ≡ F . pela reflexividade. [x. y . para todo v ∈ D(A∗ )   ≡E ×F F .F  = 0. ϕ = 0. y] = 0. Isto prova (3. ϕ. v]. pois. e [J(G(A∗ ))]⊥     = [x. o que ´ uma e contradi¸˜o pois v.30). f ]) = [−f.31). Analogamente. Por outro lado. y] = 0. x = v. Consideremos a aplica¸ao J definida em (2.F  ϕ ≡ 0 em F . f ]) = [−f. u = v. e A : D(A) ⊂ E → F um operador linear n˜o limitado tal que D(A) = E.  2  3. [y.48 Dizemos que um espa¸o topol´gico E ´ separ´vel se existe um conjunto ca c o e a D ⊂ E enumer´vel e denso em E.32) e das rela¸oes acima que c˜ G(A) = G(A)⊥ ⊥ ⊥  (3. y = 0. Por conseguinte. v].  = [J(G(A∗ ))]⊥ = J G(A∗ )⊥ = J ◦ J (G(A∗∗ )) = −G(A∗∗ ) = G(A∗∗ ). pelo teorema de Weirstrass. a Equivalentemente. o que prova que [J(G(A∗ ))]⊥ = J G(A∗ )⊥ . como G(A) ´ fechado. [x.6  Espa¸os Separ´veis c a  Defini¸˜o 3. mais geralmente. y] ∈ J G(A∗ )⊥ . D(A) = D(A∗∗ ) e A ≡ A∗∗ . −x] ∈ G(A∗ )⊥ ⇔ [x. portanto e G(A) = G(A) = G(A)⊥ segue de (3. A∗ v].32)  . para todo v ∈ D(A∗ ) [v. b) munido da norma do supremo pois. toda fun¸ao cont´ c˜ ınua pode ser aproximada por polinˆmios de coeficientes reais e estes por polinˆmios de coeficientes o o racionais. y] ∈ [J(G(A∗ ))]⊥ ⇔ ⇔ ⇔ [−A∗ v. e. Rn pois Qn = Rn . para a c a n = 1. dizemos que E ´ separ´vel se existe uma seq¨ˆncia {xn }n∈N ⊂ E e a ue tal que {xn }n∈N = E. para todo v ∈ D(A∗ )  131  ⇔ [y. y] = 0. para todo v ∈ D(A∗ ) −A∗ v. =−I  Portanto. [x.´ ESPACOS SEPARAVEIS ¸ Assim.  . · · · . o que conclui a prova. Um outro exemplo interessante ´ o espa¸o das fun¸oes cont´ e c c˜ ınuas C(a. S˜o exemplos de espa¸os separ´veis: R ou. x + v. −x] = 0. 2.  Assim. Com efeito. an ∈ (X\A). Afirmamos que B2ρ/3 (xn ) ⊂ Bρ (x). xn ) < a d(y. para todo n ∈ N} ´ uma base para a fam´ de abertos de E. onde 2ρ ∈ Q.33). o que conclui a prova. d(y. An / (X\A).36) o que implica que  2ρ ρ + = ρ ⇒ y ∈ Bρ (x). existe n ∈ N tal que a xn ∈ Bρ/3 (x). ent˜o. por contradi¸˜o.33)  De fato. ent˜o existe uma a  base enumer´vel {An }n∈N para a topologia de X (reveja se¸˜o 3. como A ⊂ A e A ∩ (X\A) = ∅. Bρ (x) ⊂ U . o que prova ı 3 o desejado em (3. Afirmamos que X\A = ∅. sejam U um aberto de E e x ∈ U .49 Todo espa¸o topol´gico X que satisfa¸a ao 20 Axioma da Enumerabica c o c lidade ´ separ´vel. Para cada n ∈ N. Ent˜o. resulta que A ∩ (X\A) = ∅. 3  (3. portanto.132  ´ INTRODUCAO A ANALISE FUNCIONAL ¸˜ `  Proposi¸˜o 3. para todo n ∈ N. Ent˜o. Segue da´ que x ∈ B2ρ/3 (xn ) ⊂ Bρ (x) ⊂ U .34) ficando provado (3. suponhamos. para todo n ∈ N e. e a Demonstra¸˜o: ca Se X satisfaz ao 20 Axioma da Enumerabilidade. 2  . Ent˜o. Como X\A ´ aberto e ca a e por ser {An } uma base. (3.1). Como {xn }n∈N = E.35)  (3. para todo x ∈ X\A existe Anx ∈ An tal que a x ∈ Anx ⊂ X\A. existe r > 0 tal que Br (x) ⊂ U . Logo. (3. rn > 0 tais que rn ∈ Q. Ent˜o. Provareca a mos que: {Brn (xn ).35). a ca escolhamos an ∈ An e definamos A = {an }n∈N .50 Seja E um espa¸o m´trico separ´vel. e ılia De fato. a Seja ρ ∈ Q com 0 < ρ < r. ı  (3. Demonstra¸˜o: Seja {xn }n∈N ⊂ E um subconjunto enumer´vel e denso em E. x) ≤ d(y. x ∈ Bρ/3 (xn ) ⊂ B2ρ/3 (xn ).36). E satisfaz o 20 Axioma ca c e a a da Enumerabilidade. o que contraria 2 Proposi¸˜o 3. que (3. 3 3 o que prova (3. xn ) < 2ρ .34)  Por outro lado.33) n˜o ocorra. xn ) + d(x. Resulta da´ que A = X. seja y ∈ B2ρ/3 (xn ).  com a m´trica induzida de E. onde A ´ aberto de E. a e Assim. ´ um espa¸o m´trico que satisfaz ao 20 Axioma e e c e da Enumerabilidade e.38)  .53 Seja E um espa¸o de Banach. Ent˜o. pela proposi¸ao 3. e a (3. ca ca a e a c o ou seja. sejam U aberto de F e x ∈ U . temos que. F . Proposi¸˜o 3. e a  Demonstra¸˜o: Como E ´ um espa¸o m´trico separ´vel. Tamb´m. Afirmamos que: a {Bn }n∈N .50 ca e c e a c˜ que E satisfaz ao 20 Axioma da Enumerabilidade e. onde Bn = An ∩ F. e 1 ||fn ||E < | fn . xn | ≤ ||fn ||E . existe uma seq¨ˆncia {fn }n∈N ⊂ E tal que e a ue  {fn }n∈N = E . ´ separ´vel. por conseguinte. x ∈ An ∩ F ⊂ A ∩ F = U. Ent˜o ca c e a a F ´ separ´vel. c e a a e a  Demonstra¸˜o: ca  Como E ´ separ´vel.51 A proposi¸˜o acima n˜o ´ v´lida para espa¸os topol´gicos em geral. ent˜o E ´ separ´vel.37). Se E ´ separ´vel.52 Seja E um espa¸o m´trico separ´vel e F um subconjunto de E.  e pela defini¸ao de supremo. existe {An }n∈N uma base enumer´vel de abertos de E. ´ uma base enumer´vel de abertos de F. portanto.´ ESPACOS SEPARAVEIS ¸  133  Observa¸˜o 3. Por outro lado. Assim. pelo fato de e ||fn ||E = sup x∈E. e a 2  Teorema 3. existem espa¸os topol´gicos separ´veis que n˜o satisfazem ao 20 Axioma da Enuc o a a merabilidade. c˜ e al´m disso. existe xn ∈ E tal que ||xn || = 1.||x||=1  | fn .37)  De fato. x ∈ A e x ∈ F . para cada n ∈ N. existe n ∈ N tal que x ∈ An ⊂ A e. 2 (3. temos. desta forma. x ∈ U = A ∩ F . x | . =Bn  o que prova (3. 40). de elementos de {xn }n∈N . · · · . com coeficientes em Q. αn )||Rn < o que ´ poss´ j´ que Qn = Rn . que f. Com efeito. L0 = e u e a e  (3. Al´m disso. n  ||y − y0 ||E = i=1  (ri − αi )xi ≤ i=1  |ri − αi | ||xi ||E < n =1  ε = ε. · · · . e (3. isto ´. x = 0. a aplica¸ao c a c˜ Φ : Λ n → Qn x → (α1 .40) teremos e que L0 ´ denso em E. xn } com coeficientes em Q. seja f ∈ E tal que f. Devemos mostrar que existe y0 ∈ L0 tal que ||y − y0 ||E < ε. xn ] o subespa¸o gerado por {x1 . portanto. · · · . Segue da´ que e ıvel a ı n n n i=1  αi xi . Sejam ε > 0 e ε . y = (r1 . e a Com efeito. Afirmamos co que: L0 ´ enumer´vel. Ent˜o.40)  De fato. de acordo com corol´rio 1.134  ´ INTRODUCAO A ANALISE FUNCIONAL ¸˜ `  Seja L0 o espa¸o vetorial sobre Q gerado pelos {xn }n∈N . rn ) ∈ Qn tais que ||(r1 .39)  αi xi Λn . αi ∈ R. e conseq¨entemente Λn ´ enumer´vel. L o espa¸o vetorial sobre R gerado pelos {xn }n∈N . · · · . o que prova n∈N  ´ bijetora. n  o que prova (3. L0 ´ o conjunto das c e e combina¸˜es lineares finitas. para ε > 0 dado. a seguir. que L ´ denso em E e. Mostraremos. Para e concluir o desejado devemos mostrar. · · · . como y ∈ L. para a  . Com efeito. seja Λn = [x1 . Afirmamos c que L0 ´ denso em L. αn ) onde x = n i=1  (3. rn ) − (α1 . a e a a a Consideremos. em virtude de (3. x = 0 para todo x ∈ L. seja y ∈ L. agora. · · · .29.39) j´ que L0 ´ dado pela uni˜o enumer´vel de conjuntos enumer´veis.  reciprocamente. x n | ≤ | fn − f.44 resulta que E ´ reflexivo. Logo. 2 (3. Temos que Lp (Ω) ´ separ´vel para 1 ≤ p < +∞.41) e (3. aberto. 1 ≤ p < +∞. considerea e e a a e a mos os espa¸os Lp (Ω). f = 0. E ´ reflexivo e separ´vel se e a c a e a somente se E ´ reflexivo e separ´vel. Pela arbitrariedade de ε > 0 segue que ||f ||E ≡ 0. existe n0 ∈ N tal que ||fn0 − f ||E < ε. Temos. Contudo. e a Demonstra¸˜o: ca (⇐) Suponhamos que E ´ reflexivo e separ´vel.53 segue que E ´ reflexivo e separ´vel. o que prova o desejado. Isto conclui a prova do teorema. e e a e a 2  . o que conclui a prova.pois xn ∈L  135  (3. a e a Corol´rio 3. ca n˜o ´ sempre verdade que se E ´ separ´vel ent˜o E ´ separ´vel. de (3.38) que 1 ||fn ||E 2 < | fn .53 vem ent˜o que E ´ separ´vel. isto ´.´ ESPACOS SEPARAVEIS ¸ todo x ∈ E.55 Seja E um espa¸o de Banach. E ≡ E e como E ´ separ´vel E e e a tamb´m o ´. que E seja reflexivo e separ´vel. Pelo teorema 3. Por exemplo. de (3. c e a Na demonstra¸˜o utiliza-se que C0 (Ω) ´ denso em Lp (Ω). Pela densidade de {fn }n∈N em E . Pelo corol´rio a a 3. Sendo E reflexivo. Como [L1 (Ω)] ≡ L∞ (Ω) temos que L1 (Ω) ´ separ´vel enquanto que a e a e a [L1 (Ω)] ≡ L∞ (Ω) n˜o ´ separ´vel. o que implica que ||f ||E ≤ ||f − fn0 ||E + ||fn0 ||E < ε + 2ε = 3ε. ou seja. e a (⇒) Suponhamos. L∞ (Ω) c co ı n˜o ´ separ´vel.44 e e a a  pelo teorema 3.42) resulta que ||fn0 ||E < 2ε. Pelo corl´rio 3. para todo n ∈ N.42)  ı a e e Observa¸˜o 3. Ω ⊂ Rn . xn | =0. Ent˜o.41)  ≤ ||fn − f ||E ||xn ||E ≤ ||fn − f ||E . xn | + | f.54 Notemos que a rec´proca do Teorema anterior n˜o ´ verdadeira. onde C0 (Ω) ´ ca e e o espa¸o das fun¸˜es cont´nuas com suporte compacto contido em Ω. =1  Seja ε > 0.  E) sobre BE . E). g) = n=1  1 | f − g. n}. e a a e a Demonstra¸˜o: ca seguinte aplica¸ao: c˜ d : BE × BE → R+ +∞  (⇒) Seja {xn }n∈N um subconjunto enumer´vel e denso em BE (este a  conjunto ´ obtido interceptando-se o conjunto existente para E com BE ). (3. E). Como {xn }n∈N ´ denso em BE . Definimos a e  (3. ·) define claramente uma m´trica (verifique tal fato). para cada i ∈ {1. (a) Sejam f0 ∈ BE e V uma vizinhan¸a de f0 em BE na topologia σ(E . onde zi ∈ BE e ε > 0. 2n  (f. · · · . ·) est´ bem definida. | f − f0 .136  ´ INTRODUCAO A ANALISE FUNCIONAL ¸˜ `  Teorema 3. existe uma m´trica definida sobre e a e e e BE tal que a topologia induzida pela m´trica coincide com a topologia fraco∗ σ(E . g) → d(f. · · · . xn | ≤ ||f − g||E 2n  +∞  n=1  1 < +∞. Com efeito. ||f ||E ≤ c a a 1} ´ metriz´vel para a topologia fraco∗ σ(E .44)  Podemos supor. d(f.43) 1 | f − g. xn | ≤ ||f − g||E ||xn ||E ≤ ||f − g||E . pois a | f − g. zi | < ε. i = 1. f0 ) < r} ⊂ V.56 Seja E um espa¸o de Banach separ´vel. ent˜o. n}. que V c˜ ´ da forma e V = {f ∈ BE . e Mostraremos que a m´trica acima induz em BE uma topologia coincidente com e σ(E . E ´ separ´vel. xn | . isto ´. o que implica que +∞  d(f. existe ni ∈ N tal que e ε ||zi − xni ||E < . sem perda da generalidade (de acordo com a proposi¸ao 3.29).45)  . BE = {f ∈ E . 2n  • d(·. Ent˜o. g) = n=1  • d(·. se BE ´ metriz´vel para σ(E . Provarec mos que existe r > 0 tal que U = {f ∈ BE . E). E). 4 (3. Reciprocamente.  | f − f0 . · · · . para todo n ∈ N. a +∞  r > d(f. n. · · · .47)  (3.48)  e k ∈ N suficientemente grande tal que k +∞  1 2k−1  r < 2 . f0 ) < r. tomemos V da forma V = {f ∈ BE . k}.44). ε 0 < r < ni +1 . (b) Sejam f0 ∈ BE e r > 0. E). ou seja. xi | < ε. (3. x n | + | f − f0 . f ∈ U . De fato. n 2 2  o que implica que | f − f0 . d(f. se f ∈ V . f0 ) = n=1  1 1 | f − f0 . f0 ) < r}. e consequentemente. f0 ) = n=1 k  1 1 | f − f0 . x n i | < ||f − f0 ||E ||zi − xni ||E + r2ni ε ε ≤ (||f ||E + ||f0 ||E ) + 4 2 ε ε < + = ε. Assim. Tome i ∈ {1.45). 2 2 o que prova que f ∈ V . e  Ent˜o. z i − xn i | + | f − f 0 . · · · . n}. z i | ≤ | f − f 0 . Ent˜o. com r > 0 acima definido.46) 2 e consideremos f ∈ BE tal que d(f. temos  d(f. isto ´. Demonstraremos que existe uma vizinhan¸a V uma c vizinhan¸a de f0 em σ(E . para todo i = 1. de (3.47) resulta que a | f − f 0 . · · · . tal que c V ⊂ U = {f ∈ BE .46) e (3. xn | . para todo n ∈ N. 2 2  . fica provado (3. i = 1. n. xn | < r2n .´ ESPACOS SEPARAVEIS ¸  137  ε Seja r > 0 tal que 2ni +1 r < 2 . x n | n 2 2n n=k+1 1 1 + ||f − f0 ||E ||xn || 2n n=k+1 2n ≤2 ≤1 +∞  < ε n=1 +∞  < ε n=1  1 2 + n 2 2n n=k+1 +∞  +∞  ≤ ε+ n=k+1  1 2n−1  =ε+  1 2k−1  <  r r + = r. onde 0 < ε < r 2 ≤1+1  (3. xn | ≥ n | f − f0 . (3. para todo i = 1.  0) <  1 .48).50)  D= n=1  Φn  ´ enumer´vel pois ´ a uni˜o enumer´vel de conjuntos finitos. Observemos que e +∞  (3. E). Sejam a Un = {f ∈ BE . seja qual for o n ∈ N. Podemos supor c ainda. d(f. para todo x ∈ Φn }. Seja L0 o subespa¸o gerado por D sobre Q. onde Φn ⊂ E ´ um conjunto finito e εn > 0. a a e a Portanto. n  o que prova (3. (3. Ent˜o. onde n∈N  Ln = i=1  αi xi .49). para cada n ∈ N. Afirmamos que L = E. segue que se L ´ o subespa¸o e a e e c gerado por D sobre R. e a e a a e +∞  Vn = {0}. suponhamos BE metriz´vel para a topologia σ(E . como Q ´ denso em R.49)  e Vn uma vizinhan¸a de 0 em σ(E . e a (⇐) Reciprocamente.52)  . temos que L0 = L.138  ´ INTRODUCAO A ANALISE FUNCIONAL ¸˜ `  o que prova o desejado em (3.53) (3. xi ∈ D e αi ∈ Q . ent˜o a n=1  Vn ⊂ n=1  Un = {0}. x | < εn . Al´m disso. De (a) e (b) conclu´ ımos que BE ´ metriz´vel. ∀n ⇒ f ≡ 0. como visto anteriormente. pois de (3.51). L0 ´ enumer´vel. | f.51)  Com efeito. 0) < 1 } n (3. L0 = c a n  Ln . n=1  (3. Ainda. Vn = {f ∈ BE . E) tal que Vn ⊂ Un . 0 ≤ d(f. +∞ +∞  Como Vn ⊂ Un . para cada n ∈ N. que.  Como D e Q s˜o enumer´veis vem que Ln ´ enumer´vel.  x ∈ L e. ca Lema 3. o e c˜ c o a Lema 3. ue ue  . Logo. Ent˜o. ou seja o f.x ||f ||E Assim. A demonstra¸˜o da rec´ e ınio a ca ıproca ´ muito mais delicada e foge ao contexto deste livro. a e a 2 c e a a e Teorema 3.53).58 Sejam E um espa¸o topol´gico e K ⊂ E um compacto. Se E satisfaz ao 10 Axioma da Enumerabilc o idade e K ⊂ E ´ um compacto.52) e (3. para todo x ∈ L. BE ´ metriz´vel na topologia fraca σ(E. ||f ||E n=1 o que implica que f ≡ 0 em E. Consideremos. Ent˜o K tem pelo menos um ponto de acumula¸˜o. por hip´tese. f ∈ E tal que f. E ´ separ´vel. com L0 enumer´vel. a Demonstra¸˜o: ca E ´ separ´vel implica que BE ´ metriz´vel na topologia σ(E. de (3. x = 0. ou seja. a a suponhamos. como f n˜o ´ identicamente nula em E.54)  Por outro lado. por contradi¸ao.57 Seja E um espa¸o de Banach tal que E ´ separ´vel. de extrema importˆncia na passagem ao o a limite no contexto das equa¸oes diferenciais.´ ESPACOS SEPARAVEIS ¸  139  Com efeito. relembremos alguns resultados sobre Espa¸os c˜ c Topol´gicos e M´tricos. o que conclui a prova. o que ´ uma contradi¸˜o com o fato de existe x0 ∈ E e ca tal que f. isto ´. basta mostrarmos que se f ∈ E ´ tal que f. Assim. x0 = 0. cujas demonstra¸oes podem ser encontradas em [12] e [18]. de toda e a e u e seq¨ˆncia de pontos de K pode-se extrair uma subseq¨ˆncia convergente.53) decorre que L0 = E. E ). x = 0. ent˜o K ´ seq¨encialmente compacto. x0 = 0. (3. E ) se e a e a 2 +∞  = 0 para todo x ∈ D. e  Antes de enunciarmos os pr´ximos resultados. ficando provado (3.54) resulta que f . ent˜o. temos que ||f ||E = 0 e. que f n˜o ´ identicamente nula em E.51) obtemos f ∈ Vn = {0}. Desta forma. para todo x ∈ D. x = 0. a e portanto.59 Seja E um espa¸o topol´gico. que existe c˜ a e x0 ∈ E tal que f. Seja x ∈ D.  obt´m utilizando um racioc´ an´logo ao teorema anterior. e ent˜o f ≡ 0 em E.50) e (3. f. para todo x ∈ L e. x = 0. de (3. de (3. 62 ⇒ Corol´rio 3. E). e 2  Observa¸˜o 3. em virtude do teorema 3.60 Seja E um espa¸o m´trico.61 ´ equivalente ao seguinte resultado: Seja E um ca a e espa¸o de Banach separ´vel. tem-se que BE ´ compacta na topologia dada por uma m´trica e e d. munido desta m´trica.60 que BE e e c e ´ seq¨encialmente compacta e. de {fn }n∈N podemos extrair uma subseq¨ˆncia e u ue {fnk }k∈N convergente na topologia m´trica e. E) vem que M BE tamb´m o ´. Ent˜o. supor que fn ∈ BE . Podemos. e a o que implica que fn M n∈N  ⊂ BE e. para todo n ∈ N. ent˜o. Segue do lema 3. Assim. E). c˜ a Se {fn }n∈N ´ limitada. ent˜o.61 Sejam E um espa¸o de Banach separ´vel e {fn }n∈N uma seq¨ˆncia limia tada de E . Com efeito. e somente se. u e e existem {fnk }k∈N ⊂ {fn }n∈N e f ∈ E tais que fnk f. na topologia fraco∗ σ(E . portanto.56. BE ´ um espa¸o m´trico. a c˜ Se {fn }n∈N ⊂ BE . para todo n ∈ N.62. que BE ´ metriz´vel na e a e a topologia fraco∗ σ(E . ´ c e a e e seq¨encialmente compacto. por conseguinte. para todo n ∈ N. ent˜o existe M > 0 tal que ||fn ||E ≤ M . portanto. Como BE ´ compacta (em virtude do Teorema de Alaoglue Bourbaki) em σ(E . temos. || fn ||E ≤ 1. Ent˜o. Assim. K ⊂ E ´ compacto se.61. como por hip´tese. existe uma subseq¨ˆncia {fnk }k∈N de {fn }n∈N que converge na topologia a ue fraco∗ σ(E . 2  .  Como E ´ separ´vel. E). u c a ue Corol´rio 3. Desta M forma. Como BE ´ e ∗  seq¨encialmente compacta na topologia σ(E . existe a M > 0 tal que ||fn ||E ≤ M . {fn }n∈N ⊂ M BE . E). a bola BE ´ seq¨encialmente compacta na topologia c a a e u fraco∗ σ(E . Ent˜o. De fato: Corol´rio 3. {fn }n∈N ´ limitada e portanto existe {fnk }k∈N ⊂ {fn }n∈N tal a e que {fnk }k∈N converge na topologia fraco∗ σ(E . Demonstra¸˜o: Seja {fn }n∈N uma seq¨ˆncia limitada de E .140  ´ INTRODUCAO A ANALISE FUNCIONAL ¸˜ `  Lema 3. Observa¸ao 3. sem perda de ca ue o generalidade. E). para todo n ∈ N. E).62 O Corol´rio 3. basta considerarmos a seq¨ˆncia ue fn M n∈N  .61 ⇒ Observa¸ao 3.  que M ´ separ´vel e reflexivo. afirmamos que BM = BE ∩ M ´ metriz´vel e compacta na topologia σ(M.7  Espa¸os Uniformemente Convexos c x+y 2  Defini¸˜o 3. Como M ´ um subespa¸o e a e c vetorial fechado de E e E ´ Banach reflexivo. existe δ > 0 tal que se x. pelo teorema 3. vem que existe {xnk }k∈N ⊂ {xn }n∈N tal que {xnk }k∈N converge na topologia σ(M. M ´ separ´vel. para todo n ∈ N. Isto conclui a prova. onde Λn = [x1 . {xnk }k∈N converge na topologia σ(E. Pelo teorema 3. resulta. xn ] sobre Q. c˜ e ca e ser´ omitida.ESPACOS UNIFORMEMENTE CONVEXOS ¸  141  Teorema 3. a ˘ Teorema 3. a ue Equivalentemente. como M e a ´ reflexivo. Definindoca c se M = M0 . Seja {xn } uma sucess˜o limitada c a em E. Resulta da´ e do lema 3.64 (Eberlein-Smulian) Seja E um espa¸o de Banach tal que toda sucess˜o c a limitada {xn }n∈N possui uma subsucess˜o {xnk }k∈N convergente na topologia fraca σ(E. · · · . Por outro lado. Logo. Ent˜o. a Ent˜o. a e a BM ´ metriz´vel para a topologia σ(M . temos. E ) pois se f ∈ E temos que f |M ∈ M . existe uma subseq¨ˆncia {xnk }k∈N que converge na topologia fraca σ(E.63 Seja E um espa¸o de Banach reflexivo. M ). a e  3. M ´ um subespa¸o de Banach separ´vel e reflexivo o que implica. E ). em virtude e c a do corol´rio 3.43 que M ´ reflexivo. 2  A rec´ ıproca da proposi¸ao ´ verdadeira mas a demonstra¸˜o. M ). M ) ≡ σ(E.41.55). M ).  . que BM ´ compacta na topologia fraca σ(M. o subespa¸o c n∈N  gerado por {xn }n∈N sobre Q. Assim.65 Dizemos que um espa¸o de Banach E ´ uniformemente convexo se dado ca c e ε > 0. que BM ´ metriz´vel na topologia σ(M. da proposi¸˜o 3. ou seja. E ). Logo. como {xn }n∈N ⊂ BM . M ).56 (fazendo E = M ). Assim.55. E )|M . y ∈ BE e ||x − y||E > ε ent˜o a E  < 1 − δ. ´ enumer´vel e denso em M0 . E ´ reflexivo.56 que BM ´ seq¨encialmente compacta na ı e u topologia σ(M. BE ´ seq¨encialmente compacta na topologia σ(E. e a ı e ou seja. temos que M1 = (3. ´ tamb´m denso em e a e e M (note que M1 = M0 e M0 = M ). M ≡ M . Resulta da´ e do fato que M ´ reflexivo. pois {xn }n∈N ⊂ M e ||xn ||E ≤ 1. e ca e Portanto. e a De fato.55)  Λn . por ser muito t´cnica. e e o que prova (3. M ). e u Demonstra¸˜o: Sejam {xn }n∈N ⊂ BE e M0 o subespa¸o gerado por {xn }n∈N . E ). 56) resulta que mBE = J(mBE ). dado ε > 0 e ξ ∈ BE . sem perda da generalidade que ||ξ||E = 1.  Teorema 3. dado ε > 0. provar (3. E  ξ ||ξ||E  Mas. mostrando que J(BE ) = BE . e Resulta da´ e de (3. Podemos supor. de (3. existe x ∈ BE tal que ||Jx − ξ||E ≤ ε. pois caso 0 < ||ξ||E < 1 podemos considerar Jx − ξ ||ξ||E  e portanto. basta mostrarmos que BE = J(BE ). como J(BE ) ´ um subconjunto fechado de E .66 (Milman) Todo espa¸o de Banach uniformemente convexo ´ reflexivo. para todo m ∈ N o que implica o desejado. Entretanto.57) ´ o mesmo e que provar que Dados ε > 0 e ξ ∈ BE com ||ξ||E = 1.56)  pois. e (3.57)  ou seja.5: A esquerda bola unit´ria de E para || · ||2 enquanto que ` direita bola unit´ria para a a a a norma || · ||1 . Para isso. (3. Jx ||ξ||E = J(||ξ||E x) e como ||x||E ≤ 1. Podemos nos convencer disso observando as figuras abaixo  E ´ uniformee  mente convexo enquanto que com a norma ||x||1 = |x1 | + |x2 | E n˜o ´ uniformemente a e  T '$ E &%  T E  ` Figura 3.142  ´ INTRODUCAO A ANALISE FUNCIONAL ¸˜ ` 1/2  Exemplo: Considere E = R2 . Provaremos que ca c E ≡ J(E). c e Demonstra¸˜o: Seja E um espa¸o de Banach uniformemente convexo. ent˜o ||ξ||E ||x||E ≤ ||ξ||E < 1. assim.58)  . temos que J(BE ) = J(BE ). (3. o que a implica que x = x ||ξ||E ∈ BE e. existe x ∈ BE tal que ||Jx − ξ||E ≤ ε. dados ε > 0 e ξ ∈ E tal que ||ξ||E ≤ 1. Com a norma ||x||2 = (|x1 |2 + |x2 |2 ) convexo. existe x ∈ BE tal que ≤ ε ⇒ ||Jx ||ξ||E − ξ||E ≤ ε ||ξ||E < ε. existe x ∈ BE tal que ||Jx − ξ||E < ε.56) que ´ suficiente provarmos que ı e J(BE ) ´ denso em BE . Desta forma.  E ). E  (3. y ∈ BE e ||x − y||E > ε temos que Por outro lado. e para ε > 0 dado. 2 (3. resulta que | Jx. Jx ∈ V . f0 | < δ/2 e. como queremos demonstrar em (3. x |) = δ + | f0 . f0 − ξ. Logo. desta forma. existe δ > 0 tal que para todos x. f0 | < δ/2 | f0 . E ). f0 | < δ/2}. Contudo. E ) e. f |. f0 − ξ. como ||ξ||E = resulta que ||ξ||E − δ < | ξ. isto ´.59)  | ξ. como Jx. portanto ´ fechado nesta e e topologia. E ) o que e implica que Jx + εBE ´ compacto na topologia σ(E . f0 | < δ/2 . para algum f0 ∈ E com ||f0 ||E = 1. conseq¨entemente. sejam ε > 0 e ξ ∈ E tal que ||ξ||E = 1. para a vizinhan¸a V acima.ESPACOS UNIFORMEMENTE CONVEXOS ¸  143  De fato. ξ ∈ [E \(Jx+εBE )] = u  W . u 2| ξ. | η − ξ. x + x |. Suponhamos o contr´rio. Como ξ ∈ W e ξ ∈ V resulta que V ∩ W = ∅ al´m de V ∩ W ser uma vizinhan¸a e c fraca de ξ em σ(E . ou seja. Afirmamos que ||Jx − ξ|| ≤ ε.  Seja V = V (ξ. x |) + (δ/2 + | f0 . Como E ´ uniformemente convexo. f0 | < δ/2 | Jx. x − ξ. ⇒ | f0 .58). pelo lema de Goldstine. a e Isto implica que ξ ∈ Bε (Jx) / E  = Jx+εBE e. E ) e. ||f ||E =1  x+y 2  < 1 − δ. f0 | < (δ/2 + | f0 . Pelo Teorema de Alaoglu temos que BE ´ compacta na topologia σ(E . Recordemos que o lema de Goldstine nos garante que J(BE ) ´ denso em BE na e topologia σ(E . W ´ aberto na topologia σ(E . E ) e obviamente W ´ uma vizinhan¸a e e c de ξ. x − ξ. que ||Jx − ξ|| > ε. existir´ x ∈ BE tal que c a Jx ∈ V . f0 ) uma vizinhan¸a fraca de ξ em σ(E .60) sup f ∈E . conseq¨entemente. f0 |.  . existe x ∈ BE tal que Jx ∈ V ∩ W . δ/2. c V = {η ∈ E . Novamente.  E  (3. a c˜ e 0 ≤ lim inf ||xn ||E . f0 ≤ + 2 2 2 ⇒ E  x+x 2  > 1 − δ.67 Sejam E um espa¸o de Banach uniformemente convexo e {xn }n∈N uma c seq¨ˆncia de elementos de E tal que xn ue ||x||E .12(iii) resulta que existe C > 0 tal que ||xn ||E ≤ C e. ||Jx − Jx||E > ε. Resulta da´ e da hip´tese que ı o n  0 ≤ lim inf ||xn ||E ≤ lim sup||xn ||E ≤ 0. (3.  conseq¨entemente.144 Da desigualdade acima obtemos | ξ. Por outro lado.  ent˜o da proposi¸ao 3. e. n n  resultando que xn → 0 fortemente em E. a Demonstra¸˜o: ca Suponhamos inicialmente que x = 0.61) e tendo em mente que ||ξ||E = 1 podemos escrever 1− δ δ x+x < ξ.60).62)  .  . x+x 2  ´ INTRODUCAO A ANALISE FUNCIONAL ¸˜ `  ≤  δ + ||f0 ||E 2 =1  x+x 2  . como Jx ∈ W . f0 | < δ + 2 f0 . E  Da desigualdade acima e do fato de E ser uniformemente convexo conclu´ ımos que ||x − x||E ≤ ε.62) e (3. por (3.63)  Logo. ent˜o Jx ∈ E \Bε (Jx) a E  (3. 2  Teorema 3. como J ´ uma isometria. Mas.61)  De (3. Isto c˜ conclui a prova do teorema.63) chegamos a uma contradi¸ao ficando provado (3. E ) e lim sup||xn ||E ≤ n  0 (fracamente). Ent˜o xn → x forte. (3. o que implica que Jx ∈ Bε (Jx) /  E  . vem que e ||x − x||E = ||J(x − x)||E = ||Jx − Jx||E . Segue da´ e da identidade acima que u ı ||x − x||E > ε. al´m disso.58). Como xn x na topologia fraca σ(E.  E  1 ≤ lim inf n  (3. x = 0 e definamos. λn ||x||E Temos que λn → ||x||E quando n → +∞.65) resulta que yn + zn 2 y fracamente quando n → +∞. ent˜o f. x para todo f ∈ E . portanto.66)  Por outro lado. λn = max{||xn ||E . ||x||E }.64) e (3. λn ||x||E y fracamente quando n → +∞.65)  De (3. x para todo f ∈ E e como a  o que prova (3. Afirmamos que: yn Com efeito. que ||y||E ≤ lim inf n  yn + y 2  . E  Mas como ||y||E =  x ||x||E  E  = 1. λn  yn + y 2  E  1 ||xn ||E lim sup +1 2 n λn 1 ||xn ||E = +1 lim sup 2 λn n 1 ≤ (1 + 1) = 1. notemos que yn + y 2 o que implica lim sup n  E  1 1 ≤ (||yn ||E + ||y||E ) = 2 2 =1  ||xn ||E +1 .ESPACOS UNIFORMEMENTE CONVEXOS ¸ Consideremos.  145  (3. para todo n ∈ N. (3. 2 ≤  . resulta obviamente que zn → y quando n → +∞ e. zn y fracamente quando n → +∞. tendo em mente que ||zn ||E = ||y||E para todo n ∈ N.64). agora. xn → f. Evidentemente λn > 0. xn → f. para cada n ∈ N.  o que implica. Definindo zn = y.64)  x fracamente. como xn λn → ||x||E vem que 1 1 f. da desigualdade anterior podemos escrever yn + y 2 . xn x yn = e y= . 68)  Provaremos.69) e e ca do fato que λn → ||x||E .68). Ent˜o existir´ ε0 > 0 tal que. que ||yn − y||E → 0 fortemente quando n → +∞. Como yn . Assim. ficando provado (3. dado ε > 0 devemos exibir n0 ∈ N tal que ||yn − y||E < ε.  2  . ≤ ||x||E  ||xn ||E  λn   ||x||E   0 ´ limitado e 0  Isto conclui a prova. y ∈ BE . para todo n ≥ n0 . por contradi¸ao.69)  ou seja.69). teremos ||yn − y||E ≥ ε0 . pela convexidade uniforme de E resulta que existir´ δ0 > 0 tal que a yn + y 2 o que implica que lim yn + y 2 ≤ 1 − δ0 < 1. deduzimos que ||xn − x||E = ||x||E xn x − ||x||E ||x||E E xn x xn xn − − ≤ ||x||E + ||x||E λn E λn ||x||E     E     1   1     −  + ||yn − y||E  → 0.67)  De (3. (3. Suponhamos. lim sup n  ´ INTRODUCAO A ANALISE FUNCIONAL ¸˜ `  yn + y 2  ≤ 1.146 ou seja. que (3. para todo n ∈ N.67) conclu´ ımos que lim yn + y 2 = 1. de (3. a seguir. E  (3. seja c˜ a a a qual for o n ∈ N. E  < 1 − δ0 . E  n→+∞  (3. E  n→+∞  o que ´ uma contradi¸˜o em vista de (3.69) n˜o ocorra. quando n → +∞.66) e (3.  ` esquerda. Ele recebeu o prˆmio SIAM’s John Von Neumann em 1986. foi um matem´tico Francˆs que fez cona a e tribui¸oes importantes na teoria de equa¸oes diferenciais parciais e controle estoc´stico.1943). O trabalho de Hilbert em Geometria teve uma a das maiores influˆncias na ´rea depois de Euclides. Jacques-Louis Lions (1928 . Ele deixou contribui¸oes em diversas ´reas da Matem´tica e da F´ a c˜ a a ısica. David Hilbert (1862 . c˜ c˜ a al´m de outras ´reas. ` direita.1: Hilbert-Lions. e a e  147  .2001). Um estudo sistem´tico dos axiomas e a a da Geometria Euclidiana levou Hilbert a propor 21 axiomas os quais ele analisou sua significˆncia.Cap´ ıtulo 4 Os Espa¸os de Hilbert c  Figura 4.  |(u. para todo u. αv + βw) = α(u. p(λ) ≥ 0 ⇔ 4(u. v)2 ≤ (u. v) + (v. u)1/2 (v. Logo. ·)) ´ um espa¸o com produto interno. (2) A aplica¸˜o u → ||u|| = (u. w). v)| ≤ (u. Temos ca 0 ≤ (λu − v.  . v ∈ H. w ∈ H e α. v) = (v. v)1/2 . λu − v) = λ2 (u. Ent˜o: ca c a (1) Para todo u. v)1/2 . Propriedades Elementares. • (b) (u. Proje¸˜o ca ca sobre um convexo fechado  Defini¸˜o 4. (·. (3) Para todo u. onde a = (u. v). ·). portanto |(u. 2  Demonstra¸˜o: (1) Sejam λ ∈ R e u. w). que ser´ a norma ca a induzida pelo produto interno (·. v) + β(u. u)| ≤ (u. v ∈ H. se. u) − 2λ(u. v. u) = 0 ⇔ u = 0. Dizemos que H = (H.148  ´ INTRODUCAO A ANALISE FUNCIONAL ¸˜ `  4. u)1/2 define uma norma em H. v). e c Proposi¸˜o 4. u) ≥ 0 e (u. u)(v. u). w) + β(v. Dizemos que uma aplica¸˜o (·. v)1/2 (v. • (c) (u. • (d) (u. u)(v. w) = α(u. v) e c = (v. β ∈ R e valem as seguintes condi¸˜es: co • (a) (αu + βv. u) ≤ 0 ⇔ (u. b = −2(u. vale a Identidade do Paralelogramo: u+v 2 2  u−v + 2  2  =  1 ||u||2 + ||v||2 . v)2 − 4(u. e. v ∈ H.1 Seja H um espa¸o vetorial real. v) = aλ2 + bλ + c = p(λ).2 Seja H um espa¸o com produto interno. ·) : H × ca c ca H → R ´ um produto interno (ou produto escalar). u).1  Defini¸˜o. 1) (4. u) + 2(u. (b) Seja v ∈ H. 2 2  = =  1 [(u. Ainda. v ∈ H.2)  =  Somando (4. u) + 2(u. v)] . v) + (v. a desigualdade dada em (1) pode ser escrita como |(u. αu) = α2 (u. v ∈ H. Ent˜o. v) + (v. 2 2 u−v u−v . Temos.PROJECAO SOBRE UM CONVEXO FECHADO ¸˜ (2) (a) Sejam u. u (3) Sejam u. u) + 2||u|| ||v|| + (v. v) + (v. v) ≤ (u.1) e (4. v)| ≤ ||u|| ||v||. que ´ conhecida como Desigualdade de Cauchy-Schwarz. v) > 0 ⇒ ||v|| > 0. e. o que prova a desigualdade triangular. e (4. v) = ||v||2 = 0 ⇔ v = 0 (c) Sejam α ∈ R e u ∈ H. ou quando v = λu. de onde resulta que ||u + v||2 ≤ (||u|| + ||v||)2 . 4  (4. 4 1 [(u. (v. u). para todo u. v) = ||u||2 + 2||u|| ||v|| + ||v||2 = (||u|| + ||v||)2 .2) obt´m-se e u+v 2 2  +  u−v 2  2  =  1 ||u||2 + ||v||2 . Temos: u+v 2 u−v 2 2  149  = 2  u+v u+v .3)  . a (v. ca usando a norma definida em (2). com v = 0. Ent˜o a ||α u||2 = (αu. v)] . Obviamente.  Observa¸˜o 4. conseq¨entemente tem-se ||α u|| = |α| ||u||.3 Em (1) obtemos a igualdade quando u = λv. u) − 2(u. u + v) = (u. 2 2  o que mostra o desejado e encerra a prova. v ∈ H. por (1) ||u + v||2 = (u + v.  v ∈ H e ε > 0 tais que ||u||H ≤ 1. Ent˜o. para todo v ∈ K. ca Pela identidade do paralelogramo obtida no item (3) da proposi¸ao 4.  denotamos u = PK f a proje¸˜o de f sobre K. H ´ uniformemente convexo e. para todo f ∈ H. u se caracteriza por e (ii) u∈K (f − u. Ent˜o. e  2  Teorema 4. ca  . e Demonstra¸˜o: Sejam u.6 (Proje¸˜o sobre um convexo fechado) Seja K um subconjunto conca vexo. portanto.150  ´ INTRODUCAO A ANALISE FUNCIONAL ¸˜ `  Defini¸˜o 4. para todo v ∈ K. ·) : H × H → ca c R. onde Ω ´ um subconjunto aberto de Rn . resulta que c˜ u+v 2 Tomando δ = 1 − 1 − ε2 4 2 2  =1− H 1/2  u−v 2  <1− H  ε2 . fechado e n˜o vazio de um espa¸o de Hilbert (H.4 Um espa¸o de Hilbert ´ um espa¸o vetorial H dotado de um produto inca c e c terno. 4  deduzimos que u+v 2 < 1 − δ. Al´m disso. a c a existe um unico u ∈ K tal que ´ (i) ||f − u|| = min||f − v||. tal que H ´ Banach relativamente ` norma induzida pelo produto interno.2. e a Exemplo: O espa¸o L2 (Ω). em virtude do teorema de Milman a e (teorema 3. H  mostrando que H ´ uniformemente convexo. ||v||H ≤ 1 e ||u − v||H > ε. e c Proposi¸˜o 4. (·. isto ´ e v∈K  ||f − u|| ≤ ||f − v||.  ´ um espa¸o de Hilbert.66) ´ reflexivo. ·)). v − u) ≤ 0. g)L2 (Ω) = Ω  f (x)g(x) dx.5 Seja H um espa¸o de Hilbert com produto interno (·. munido do produto c e interno (f.  Suponhamos.5) resulta que vn − vm 2 2  vm +vn 2  vn + vm 2  2  ≥ d. aplicando a identidade do paralelogramo para f − vn e f − vm . a Demonstra¸˜o 1: ca Se f ∈ K. e  151  Faremos duas demonstra¸oes para o ´ c˜ ıtem (a). e ue (4. isto ´. implica que e f− e de (4. v∈K  notando que o ´ ınfimo existe pois ||f − v|| ≥ 0. obtemos (f − vn ) + (f − vm ) (f − vn ) − (f − vm ) + 2 2 1 1 = ||f − vn ||2 + ||f − vm ||2 . ent˜o.PROJECAO SOBRE UM CONVEXO FECHADO ¸˜ Demonstra¸˜o: Dividiremos a demonstra¸˜o em trˆs partes. sendo K fechado. n → +∞.4)  De fato. Afirmamos que: {vn }n∈N ´ uma seq¨ˆncia de Cauchy em H. e como {vn }n∈N ⊂ K segue que vn → u.  1 ≤ (d2 + d2 ) − d2 → 0.  (4. m 2 n  o que prova (4. 2 2 ou ainda. portanto. quando m.4). que f ∈ K e seja {vn }n∈N uma a / seq¨ˆncia minimizante para (i). Sendo H um espa¸o de Hilbert deduzimos que {vn }n∈N ´ convergente c e para um elemento u ∈ H. m 2 n ∈ K e. vn + vm f− 2 2 2 2  vn − vm + 2  2  1 = (d2 + d2 ). ue e dn = ||f − vn || → d = inf ||v − f ||. A primeira ´ uma demonstra¸ao mais e c˜ direta e a segunda utilizando os argumentos da An´lise Funcional convexa. vm ∈ K. nada temos a fazer. A continuidade da norma implica que d = ||f − v||. Contudo. para todo f ∈ H e v ∈ K. ca ca e (a) Existˆncia. Demonstra¸˜o 2: ca  .5)  Como K ´ convexo e vn .  como antes. {vn }n∈N uma seq¨ˆncia minimizante para (i). isto ´.152  ´ INTRODUCAO A ANALISE FUNCIONAL ¸˜ `  Consideremos. ue e dn = ||f − vn || → d = inf ||v − f ||. Deixamos ao leitor a verifica¸˜o de fal fato.e portanto reflexivo (veja ue e e c proposi¸ao 4.21). que ainda representaremos pela mesma nota¸˜o tais que ca vn u fracamente em H ⇒ vn − f u − f fracamente em H. as topologias forte e fraca coincidem (veja teorema 3. para todo v ∈ K. u Resulta da convergˆncia acima que e da proposi¸ao 3. e (i) ⇒ (2). ϕ(v) = ||v − f ||. Resulta imediatamente que a e e a seq¨ˆncia {vn }n∈N tamb´m o ´. Ent˜o aplicando-se o teorema 3. Sendo H um espa¸o de Hilbert. Como K ´ fortemente fechado ent˜o ´ fracamente fechado e e a e conseq¨entemente u ∈ K. verifica a e ı e ı a condi¸˜o: ca v∈K.||v||→+∞  lim  ϕ(v) = +∞. ca (b) Equivalˆncia entre (i) e (ii). N˜o ´ dif´cil provar que ϕ ´ fortemente cont´nuo.  Quando K for limitado omite-se a condi¸ao acima.  . ou seja.7 Uma outra forma de demonstrar a existˆncia do elemento u ∈ K verica e ficando (i) seria definirmos o seguinte funcional: ϕ : K → K.12(iii) que existe u ∈ K tal que e c˜ ||u − f || ≤ lim inf ||vn − f || = d = inf ||v − f || ≤ ||v − f ||. Suponhamos que exista u ∈ K que verifica ||f − u|| ≤ ||f − v||.5). como {vn }n∈N ⊂ K e sendo K convexo. Observa¸˜o 4.  Entretanto.63 que existem u ∈ H e uma subseq¨ˆncia c˜ ı ue de {vn }n∈N . v∈K  A sucess˜o {vn −f }n∈N ´ limitada. para todo v ∈ K. convexo e coercivo. n∈N v∈K  o que prova o desejado. posto que ´ convergente.46 c a tem-se o desejado. Resulta da´ e do teorema 3.  para todo v ∈ K. ou seja. Reciprocamente. para todo v ∈ K. v − u) ≤ 0. para todo v ∈ K. obtendo (ii). v − u) ≤ λ||v − u||2 . (ii) ⇒ (i). w = (1 − λ)u + λv ∈ K e da desigualdade acima resulta que ||f − u|| ≤ ||f − [(1 − λ)u + λv]|| = ||(f − u) − λ(v − u)||. ||f − u||2 ≤ ||(v − u) − (f − u)||2 = ||v − f ||2 . para todo v ∈ K. Ent˜o. v − u) ≤ 0. ou seja. Da´ resulta que ı ||f − u||2 + 2(f − u. (c) Unicidade. o que mostra (i). v − u) ≤ 0 ≤ ||v − u||2 .  . 2(f − u. o que implica que ||f − u||2 ≤ ||(f − u) − λ(v − u)||2 = ||f − u||2 − 2λ(f − u. v − u) + λ2 ||v − u||2 . para todo v ∈ K. v − u) ≤ ||v − u||2 + ||f − u||2 . da desigualdade acima podemos escrever a 2(f − u. Logo.PROJECAO SOBRE UM CONVEXO FECHADO ¸˜  153  Tomemos v ∈ K e λ ∈ (0. Fazendo λ → 0 na desigualdade acima obtemos (f − u. Seja v ∈ K. 1]. suponhamos que exista u ∈ K tal que (f − u.  v − PK f1 ) ≤ 0.8 Seja K um subconjunto convexo. Sejam f1 . v − u) ≤ 0. u1 − u2 ) − (u2 . vem que (u1 . de onde resulta que u1 = u2 . v∈K  (4. v − u2 ) ≤ 0 para todo v ∈ K. a (f − u1 . f2 ∈ H.7) obtemos (f − u1 . existe um ca unico u ∈ K tal que ´ ||f − u|| = min ||f − v||. u1 − u1 ) ≤ 0. a ||PK f1 − PK f2 || ≤ ||f1 − f2 ||. Fazendo v = u2 em (4.6. Ent˜o. ou ainda. eliminando os termos iguais. u2 ∈ K verificando (ii). f2 ∈ H. v − u1 ) ≤ 0 para todo v ∈ K.7)  (f − u. Demonstra¸˜o: Vimos. Em outras palavras. u2 − u1 ) + (f − u2 . ficando bem definida a aplica¸˜o ca PK : H → K f → PK (f ) = u. fechado e n˜o vazio de um espa¸o de ca a c Hilbert H.6) (4. para todo v ∈ K. u1 − u2 ) ≤ 0. u1 − u2 ) ≤ 0 ⇒ ||u1 − u2 ||2 ≤ 0. para todo v ∈ K. Do exosto acima resulta que (f1 − Pk f1 . o que prova a unicidade e encerra a demonstra¸ao. v − PK f2 ) ≤ 0. Ent˜o. c˜ 2 Proposi¸˜o 4. para todo v ∈ K. que para cada f ∈ H. para todo f1 . a proje¸˜o PK : H → K ´ uniformemente cont´ ca e ınua.  .6) e v = u1 em (4.154  ´ INTRODUCAO A ANALISE FUNCIONAL ¸˜ `  Sejam u1 . ou equivalentemente. de acordo com o teorema 4. (f2 − Pk f2 . isto ´ e (u1 − u2 . (f − u2 .  ||PK f1 − PK f2 ||2 ≤ ||f1 − f2 || ||PK f1 − PK f2 ||. v) = 0. v) ≥ 0. para todo v ∈ K. u = PM f se caracteriza por a Existe um unico u ∈ M tal que ´ (f − u.9 Sejam M um subespa¸o vetorial fechado de um espa¸o de Hilbert H e a c c f ∈ H. e e Demonstra¸˜o: Seja f ∈ M . −v) ≤ 0 ⇒ (f − u. 2 Corol´rio 4. para todo v ∈ M. Sendo M subespa¸o. PK f1 − PK f2 ) . em virtude da desigualdade de cauchy-Schwarz. Ent˜o. Agora. PK f1 − PK f2 ) ≤ 0. em particular. PK f1 − PK f2 ) ≤ (f1 − f2 . a desigualdade a ser provada segue trivialmente. Desta ultima desigualdade resulta que ´ (PK f1 − PK f2 . inferimos (f1 − Pk f1 .  . PM ´ um operador linear. o que implica. Se ||PK f1 − PK f2 || = 0.PROJECAO SOBRE UM CONVEXO FECHADO ¸˜  155  Fazendo v = PK f2 na primeira desigualdade acima e v = PK f1 na segunda. PK f2 − PK f1 ) + (f2 − PK f2 . v) ≤ 0. ent˜o a ||PK f1 − PK f2 || ≤ ||f1 − f2 ||. Sabemos que existe um unico elemento u ∈ M tal que ca ´ (f − u. v) = 0 para todo v ∈ M. somando membro a membro. Al´m disso. de onde conclu´ ımos que (f − u. e. para todo v ∈ M. se ||PK f1 − PK f2 || = 0. Isto conclui a prova. para −v ∈ M temos c (f − u. para todo v ∈ M.  para todo v ∈ M. (4. v) = 0.9) e (4.10 (Teorema da Representa¸˜o de Riesz-Fr´chet) Seja H um espa¸o ca e de Hilbert com produto interno (·. dado f ∈ M e λ ∈ R prova-se que PM (λ f ) = λPM (f ). o que prova (4. o que implica que u = u1 + u2 . f2 ∈ M .(4. Provaremos. e de (4.10) ´ Existe um unico u = PM (f ) tal que (f − u.8). para todo v ∈ H. v). para todo v ∈ M.2  Teorema da Representa¸˜o de Riesz-Fr´chet.11) (4. v H .  . primeiramente que e PM (f1 + f2 ) = PM (f1 ) + PM (f2 ). v) = (u. De fato. Tomando v = (u1 + u2 − u) ∈ M . Sabemos que: Existe um unico u1 = PM (f1 ) tal que (f1 − u1 .11) e (4. v) = 0. para todo v ∈ M.12) (4. para todo v ∈ M. denotemos f = f1 + f2 .12) resulta que (u1 + u2 . v) = 0. Dado ϕ ∈ H . ´ De (4. ou seja.10) obtemos (f − (u1 + u2 ). para todo v ∈ M. (u1 + u2 − u. pois M ´ subespa¸o. Com efeito. ·) e norma || · ||.8)  4. v) = 0. ca e  c Teorema 4. 2 (4. v) .156 Resta-nos provar que  ´ INTRODUCAO A ANALISE FUNCIONAL ¸˜ `  PM : H → M f → PM (f ) = u ´ linear.H  = (f.9) ´ Existe um unico u2 = PM (f2 ) tal que (f2 − u2 . sejam f1 . Analogamente. da identidade acima resulta e c que ||u1 + u2 − u||2 = 0. existe um unico f ∈ H ´ tal que ϕ. v) = 0. para todo v ∈ M. H  157  (4. para todo v ∈ H. T : H → H est´ bem definida e ´ linear pois dados a e f. ||f || ≤ ||T f ||H .14) vem que | T f.||v||≤1  (4.15)  (4. Demonstra¸˜o: Consideremos a seguinte aplica¸˜o ca ca T :H→H f → T f. Assim. para todo f ∈ H. v). (4. v) = α T f. temos T (αf + βg). e ||f || = ||ϕ||H . v H . f = ≤ ||f || ou seja. T f.´ O TEOREMA DA REPRESENTACAO DE RIESZ-FRECHET ¸˜ Al´m disso. provaremos que ||T f ||H = ||f ||. v) = α(f.13)  = (f.  . o que implica que T (αf + βg) = α T f + β T g provando a linearidade de T . v | = ||f || ||T f ||H . notemos que se f = 0 (´ n˜o identicamente nula).14) obtemos T f.H  ≤ ||f || ||v||. v) + β(g. definida por T f. A seguir. f ) = T f.  o que implica que T f ∈ H .17) sup v∈H. v H . g. v + β T g. De fato.16)  f ||f || | T f. v = α T f + β T g . β ∈ R. v ∈ H e α. v | ≤ ||f || ||v|| ⇒ ||T f ||H ≤ ||f ||. para todo v ∈ H. ent˜o e a a ||f ||2 = (f. Por outro lado.  (4. v = (αf + βg. v ∈ H de (4. dados f.14)  T f : H → R ´ claramente linear e cont´ e ınua pois de (4.  ent˜o. basta para isso definirmos a aplica¸˜o linear ca T :H→V f → T f. a aplica¸˜o T : H → H ´ uma aplica¸˜o ca e ca linear isom´trica. e (4.19) e (4. existe C > 0 tal que |v| ≤ C||v||. ou seja.18)  ent˜o. T H = H . o que implica que T f. sendo H reflexivo (posto que ´ Hilbert) segue que H ≡ H. se mostrarmos que T H ´ denso em H . Esta identifica¸˜o poder´ sempre ser feita. o que  . afirmamos que e e T H ´ um subespa¸o fechado de H . basta mostrarmos (4. Queremos provar que ξ ≡ 0 em E . Combinando (4.17) segue trivialmente. para todo f ∈ H. Em particular. portanto injetora.15). T ´ sobrejetora. se f = ξ obtemos (ξ. Resta-nos provar que e TH = H . 2 ca Observa¸˜o 4. digamos.H  (f. Suponhamos que V dotado da norma || · || se torna c um espa¸o de Banach reflexivo e que V → H. isto ´. Seja H um espa¸o de Hilbert com norma | · | e V ca c um subespa¸o vetorial denso em H.18). e c pois se {T vν }ν∈N ⊂ T H ´ tal que T vν → w em H . µ → +∞. Logo. a menos que n˜o seja interessante. segue que a seq¨ˆncia {vν }ν∈N ´ de Cauchy em H e portanto ´ convergente. ξ e implica que ξ ≡ 0.158  ´ INTRODUCAO A ANALISE FUNCIONAL ¸˜ `  Observe que se f = 0 a desigualdade (4. ξ) = ||ξ||2 = 0.16) e (4.H  = 0. T f a H . Assim ξ ∈ H ≡ H. face a unicidade do limite em H conclu´ ımos que w = T v ∈ T H. ficando provado a (4. Assim.19). Identifiquemos H com H .20).11 A aplica¸˜o T : H → H definida em (4. ca a a Descrevamos uma situa¸˜o deste tipo.20) (4. Pela continuidade da aplica¸˜o T : H → H resulta ca que T vν → T v em H e. ξ ∈ H tal que ξ. Com efeito.17) obtemos o desejado em (4.19) (4. ou seja. o que prova o desejado. portanto. c para todo v ∈ V . ξ) = 0.13) nos permite identificar H ca com H . o que prova (4. ent˜o. ue e e existe v ∈ H tal que vν → v em H. Podemos sempre ter H ⊂ V . Seja. pelo fato de e a ||vν − vµ || = ||T vν − T vµ ||H → 0 quando ν. para =  todo f ∈ H. por (4. Com efeito. H .20) resulta que T H = T H = H . Logo.  para todo v ∈ V. v). seja h ∈ H. ou seja.22) (4. (4. Como V ´ denso em H. e e ϕ. T f.25) resulta a convergˆncia fraca. h) . • T ´ injetora. V . hν ) = 0.  (4. para todo h ∈ H.23)  De |v| ≤ C||v||. que (f − g. v Afirmamos que que: • ||T f ||V ≤ C|f | ( ou seja. para todo v ∈ V.26) (4. em particular.24) sup v∈V.´ O TEOREMA DA REPRESENTACAO DE RIESZ-FRECHET ¸˜ definida por T f. v) = (g. em particu¸ar.22.V  159  = (f. v)| ≤ C|f |. para todo v ∈ V e da desigualdade de Cauchy-Scwarz chegamos a ||T f ||V = o que prova o desejado. ent˜o. v | =  sup v∈V. e • T H ´ denso em V . existe {hν }ν∈N ⊂ V tal que e hν → h em H quando ν → +∞. v ⇒ (f.||v||=1  |(f.||v||=1  | T f.H  → ϕ. Prova de 4. sejam f. (4. hν H . f ∈ H e consideremos T f = T g. Logo. para todo ν ∈ N. De fato. v) = 0.  . e Prova de (4. v).21) (4. hν ) → (f − g. para todo v ∈ H.H  .24) resulta. o que implica que (f − g. T ´ cont´ e ınua). da convergˆncia forte em (4.21).  Como estamos identificando H com o seu dual H . h  H .25)  Entretanto. Logo.  Por outro lado. para ϕ = f −g a c podemos escrever (f − g. de (4. para todo ϕ ∈ H . v = T g. 160 e de (4. H submerge-se em V e tem-se o e seguinte esquema:  V →H≡H →V  (4.27) e da defini¸˜o de T f obtemos (f. o a ı e c o Observemos que com esta identifica¸˜o podemos escrever ca  f.  .V  = (f. Com efeito. que V em lugar de ser um espa¸o de banach reflexivo seja tamb´m c e um espa¸o de Hilbert com seu pr´prio produto interno ((·. para todo h ∈ H. v  V . ξ  V .21). de fato. agora. para f = ξ chegamos a |ξ|2 = 0. dizemos que H ´ o espa¸o pivˆ. ent˜o.  Em particular para h = f − g obtemos |f − g|2 = 0 o que implica que f = g provando (4. para todo f ∈ H. se fizermos as duas identifica¸˜es simultaneamente ent˜o de (4. idena tificar V e V via produto escalar ((·. ·)).23). v). Poder´ c o ıamos. Neste caso.27)  Provaremos que ξ ≡ 0.28) vem que H ≡ V . e com a ajuda da aplica¸˜o T : H → V acima definida e em ca decorrˆncia das propriedades (4. (4. Entretanto. ca para todo f ∈ H e. para todo f ∈ H e v ∈ V.  Suponhamos. ou seja. ξ) = 0. ξ ≡ 0.22) e (4.22). de (4.  (4. ·)). consideremos ξ ∈ V ≡ V (j´ que V ´ reflexivo) tal que a e  T f.23). Isto mostra que n˜o se pode fazer as duas identifica¸˜es simult˜neas.28)  onde as imers˜es s˜o cont´nuas e densas. como fizemos anteriormente. e a co a devendo-se escolher apropriadamente uma delas.26) resulta que  ´ INTRODUCAO A ANALISE FUNCIONAL ¸˜ `  (f − g.V  = 0. h) = 0. em particular. o co a que ´ um absurdo. Do exposto acima. Prova de (4.  v∈K 2 2 Demonstra¸˜o: (a) Seja ϕ ∈ H . ·) e norma | · |. v) ´ bilinear e cont´ e ınua. v = a(u.H  . se a(u. ·) e norma | · | e a(u. para todo v ∈ K. v) uma forma bilinear. para cada u ∈ H.H = min a(u. v) ≥ α |v|2 . para todo u.  (4. ´ linear e cont´ ca a e e ınua uma vez que a(u. v). v − u H .OS TEOREMAS DE LIONS-STAMPACCHIA E LAX-MILGRAM  161  4. para todo v ∈ H. ent˜o u se caracteriza pela seguinte propriedade e e e a  ´  Existe um unico u ∈ K tal que 1 1  a(u. fechado e n˜o vazio.3  Os Teoremas de Lions-Stampacchia e Lax-Milgram  Defini¸˜o 4. Teorema 4.13 (Lions-Stampacchia) Sejam H um espa¸o de Hilbert com produto inc terno (·. Ent˜o. (ii) coerciva se existe uma constante α tal que a(u. Seja K ⊂ H convexo. v) ´ sim´trica. al´m disso. cont´ ınua e coerciva em H.31)  . u) − ϕ. para todo v ∈ H. Dizeca c mos que uma forma bilinear a(u. dado ϕ ∈ H . existe um unico fu ∈ H tal ca ´ que ψu . v) : H × H → R ´ e (i) cont´ ınua se existe uma constante C tal que |a(u. v H . Pelo teorema da Representa¸˜o de Riesz. v H . definamos a seguinte aplica¸ao c˜ ψu : H → R v → ψu . v)| ≤ C|u| |v|.H  = (f. para cada u ∈ H. v). para todo v ∈ H. para cada u ∈ H. temos que ψu ∈ H . v H .12 Seja H um espa¸o vetorial com produto interno (·. v ∈ H. existe um ca ca unico f ∈ H tal que ´ ϕ.29)  Por outro lado. existe um unico u ∈ K tal a a ´ que a(u.  (4. Logo. u H . v − u) ≥ ϕ. v). pelo Teorema de Representa¸˜o de Riesz. Assim. A aplica¸˜o ψu est´ claramente bem definida e.H  (4.  Al´m disso.H . v) − ϕ.30)  = (fu .  de (4. provando (4. para todo u. De fato. para todo u ∈ H. u) ≥ α|u|2 . v). onde ψu . Se Au = 0.32) a (A(αu1 + βu2 ). v) = αa(u1 . v) = a (αu1 + βu2 .32) e para todo u ∈ H resulta que |Au|2 = (Au.34) (4. para todo u ∈ H. v). Ent˜o. β ∈ R.30) e (4. v) + β(Au2 . v) obtemos (Au. v) = α(Au1 . para todo v ∈ H. e De fato. v) + βa(u2 . para todo u ∈ H. e Se Au = 0 segue que |Au| ≤ C|u|. Afiramos que: A ´ linear. v). resulta que u = 0 e a desigualdade segue trivialmente. provaremos que A ´ um operador linear coercivo. ou seja. de (4.  ou. u) ≥ α|u|2 . Isto prova (4.162  ´ INTRODUCAO A ANALISE FUNCIONAL ¸˜ `  Do exposto acima. u) = a(u. v) = (αAu1 + βAu2 . v H . Au) ≤ C|u| |Au|. de (4. em fun¸ao da a c˜ coercividade de A. v) = (Au. de (4. v) . onde C ´ uma constante positiva resultante da continuidade da forma bilinear a(u.33). u2 ∈ H e α. ent˜o. para todo v ∈ H temos. v ∈ H. v).35) (4. A seguir. Com efeito. (4.32) e em virtude da coercividade de a(u.33) (4. e Na seq¨ˆncia. existe α > 0 tal que e (Au. Au) = a(u. sejam u1 .31) a(u. equivalentemente.32)  .34). mostraremos que ue A ´ cont´ e ınua. podemos definir a seguinte aplica¸˜o: ca A:H→H u → A(u) = fu .H  = (fu . onde a constante α > 0 provˆm da coercividade de a(u. o que implica que A(αu1 + βu2 ) = αAu1 + βAu2 em H.  ou ainda. v − u) ≤ 0.37) que basta resolvermos ı  o problema equivalente Existe um unico u ∈ K tal que ´ (Au. para todo v ∈ K. para todo v ∈ K. Decorre da´ e de (4. v − u) ≥ ϕ.H . (4. dado ϕ ∈ H . como vimos em (4. Seja ρ > 0 uma constante que ser´ fixada mais adiante. v − u) ≥ (f.OS TEOREMAS DE LIONS-STAMPACCHIA E LAX-MILGRAM Do exposto acima.37)  Contudo. v).  (4. para todo v ∈ K. v − u ´ equivalente a resolver o problema e Existe um unico u ∈ K tal que ´ (Au. para todo v ∈ V . Da ultima desigualdade a ´ resulta que (ρf − ρAu. v − u) ≤ 0. e c˜ u = PK (ρf − ρAu + u). H . v − u) ≥ 0.38) podemos escrever que (f − Au. v H . Resulta da´ e de (4. resolver o problema Existe um unico u ∈ K tal que ´ a(u. para algum ρ > 0. ´ a proje¸ao sobre K de (ρf − ρAu + u) ∈ H. v − u) ≥ ϕ. para todo v ∈ K. v − u) ≤ 0. (ρf − ρAu + u − u. v − u). a determinar.36)  (4.H  = (f.39) (4. para todo v ∈ K. existe um unico f ∈ H tal que ´ ϕ. ou seja. deduzimos que o ca elemento u ∈ K procurado. v − u H . para ϕ ∈ H .6 (Proje¸˜o sobre um convexo fechado).  .29).38) que basta provarmos que ı Existe um unico u ∈ K tal que ´ (ρf − ρAu + u − u.38)  De acordo com o teorema 4. para todo v ∈ K.H  163  . para todo v ∈ K. Notemos que de (4.  198 [Teorema de Banach sobre pontos fixos c˜ a de contra¸oes]) existe um unico u ∈ K tal que Su = u.8 que c˜ |Sv1 − Sv2 | = |PK (ρf − ρAv1 + v1 ) − PK (ρf − ρAv2 + v2 )| ≤ |ρf − ρAv1 + v1 − (ρf − ρAv2 + v2 )| = |(v1 − v2 ) − ρ(Av1 − Av2 )|. Demonstraremos que se ρ > 0 for escolhido adequadamente. v − u H . Logo. de onde resulta que.41). continuidade e coercividade de A que |Sv1 − Sv2 |2 ≤ |(v1 − v2 ) − ρ(Av1 − Av2 )|2 = |v1 − v2 |2 − 2ρ(v1 − v2 . Provaremos que os probe e lemas Existe um unico u ∈ K tal que ´ a(u. (b) Suponhamos. Com efeito. S ´ uma e  contra¸˜o estrita e como K ´ um subconjunto fechado de um espa¸o de Hilbert. ou seja. segue que ca e c K ´ completo com a topologia induzida por H. agora. existe um unico u ∈ K c˜ ´ ´ tal que u = PK (ρf − ρAu + u) com ρ > 0 nas condi¸˜es acima mencionadas.40)  v → Sv = PK (ρf − ρAv + v). Av1 − Av2 ) + ρ2 |Av1 − Av2 |2 ≤ |v1 − v2 |2 − 2ρα|v1 − v2 |2 + C 2 ρ2 |v1 − v2 |2 = (1 − 2ρα + C 2 ρ2 )|v1 − v2 |2 . pelo Teorema do ponto fixo de e Banach (ver Lima [15] proposi¸ao 23. definindo=K 2 2α . a seguinte aplica¸ao: a c˜ S:K→K  ´ INTRODUCAO A ANALISE FUNCIONAL ¸˜ `  (4. v) seja tamb´m sim´trica.164 Definamos. tomando-se 0 < ρ < se K = 2α C2  (4. para todo v1 . Isto prova co a primeira parte do teorema. ent˜o.  . v2 ∈ K. em virtude da linearidade. p´g. que a(u. com 0 < ρ <  resulta o desejado em (4.H  (1)  . em virtude da proposi¸ao 4. existir´ K < 1 tal que a |Sv1 − Sv2 | ≤ K|v1 − v2 |. para todo v ∈ K. Logo. ent˜o S ´ uma contra¸˜o a e ca estrita. Portanto. Temos. sejam v1 . v − u) ≥ ϕ. ou seja. v2 ∈ K. Assim.41)  resulta que 0 < 1 + C 2 ρ2 − 2ρα < 1. C2  1 + C 2 ρ2 − 2ρα.  g) − 2a(g. g) − 2a(g.43) resulta que a(u. u H . v). v) ´ sim´trica e estriramente positiva. g − v). a (1) ⇒ (2)  165  H . v − u) ≤ 0. H tamb´m ´ um espa¸o de Hilbert munido da norma a(u. cont. Logo. v∈K  (4. v − u . g − v)1/2 .  .42) e (4. combinando (4. Por hip´tese. e a(g − u. v − u) ≥ a(g. para todo v ∈ H.6) que u = PK g. g − v) = a(g. Resulta da´ e pela caracteriza¸˜o de proje¸˜o no sentido do produto interno definido ı ca ca por a(u. g − u)1/2 = min a(g − v. u)1/2 e |u| s˜o equivalentes em H pois a α|u|2 ≤ a(u. a(g − u.  Como a(u.42)  Por outro lado. a(g − u. v v∈K 2 2 s˜o equivalentes. seja ϕ ∈ H . v∈K  e pelo fato de a(g − v. existe um unico g ∈ H tal c˜ ´ que ϕ. para todo v ∈ K. Al´m disso. para todo u ∈ H. face ao Teorema da representa¸ao de Riesz. v) − ϕ. u).43)  Da´ ı. que as normas e e a(u. u) ≤ C |u|2 ⇒ coerc. v). v − u) ⇒ a(g − u. u)1/2 (Teorema 4. g − u) = min a(g − v. existe um unico u ∈ K tal que c˜ o ´ a(u. u) + a(u. Feitas estas e e c considera¸oes.OS TEOREMAS DE LIONS-STAMPACCHIA E LAX-MILGRAM e  ´  Existe um unico u ∈ K tal que (2) 1 1  a(u. g − u) = a(g.  Logo. para todo v ∈ K (4. v − u) ≥ ϕ. v = a(g. u)1/2 . gra¸as a coercividade. v) + a(v. u)1/2 ≤ √ C|u|. De fato. define um e e c novo produto interno em H cuja norma associada ´ a(u. u) − ϕ.H = min a(v. u)1/2 .H  . √ α|u| ≤ a(u.  respectivamente. v 2  .H  . v) − ϕ. u) − 2a(g. para todo v ∈ K. como ϕ. que ı a(u1 .43) conclu´ ımos que existe um unico u ∈ K tal que ´ 1 a(u. u2 − u1 ) ≥ ϕ1 . v − u2 H . u2 − u1 ) ≥ ϕ1 . v − u1 e H . para todo v ∈ H conclu´ ımos que a(u. v − u . Vimos que ca Existe um unico u1 ∈ K tal que ´ a(u1 . 2 Observa¸˜o 4. v) − 2a(g. u2 − u1 e a(u2 .  Existe um unico u2 ∈ K tal que ´ a(u2 . v − u) ≥ ϕ.44)  . v − u1 ) ≥ ϕ1 . ou ainda. a(u2 − u1 .14 Sejam ϕ1 . o que implica que a(u1 . v∈K  e de (4. u2 − u1 ) ≤ ϕ2 − ϕ1 . suponhamos que exista um unico u ∈ K tal que ´ 1 a(u.  . u2 − u1 .H  1 a(v. u = min v∈K 2 (2) ⇒ (1) Para mostrarmos esta implica¸˜o.  1 a(v. u2 − u1 + −ϕ2 . v)}. u) = min{a(v. basta retrocedermos com o que fizemos na ida. para todo v ∈ K. Mas. ϕ2 ∈ H . v = a(g. v).  Da´ resulta tomando v = u2 e v = u1 . ou ca seja. v − u2 ) ≥ ϕ2 .166 resulta que  ´ INTRODUCAO A ANALISE FUNCIONAL ¸˜ `  a(u. v) − ϕ. u1 − u2 ) ≥ ϕ2 . para todo v ∈ K. Isto finaliza a prova. u = min v∈K 2 Da´ chegamos a ı a(u. v 2  . para todo v ∈ K. v − u). u) − ϕ. u) − ϕ. v − u) ≥ a(g. u2 − u1 ) + a(−u2 . u2 − u1 (4. u1 − u2 .  e c Corol´rio 4.H v∈H 2 2 Demonstra¸˜o: ca  . u) − ϕ. v H . O resto da demonstra¸˜o ca decorre da aplica¸˜o imediata da segunda parte do teorema de Lions-Stampacchia.  Seja ϕ ∈ H .H = min a(v. w) ≤ ϕ. Ent˜o. Em particular para −w. ent˜o u se caracteriza por: e e a  ´  Existe um unico u ∈ H tal que 1 1  a(u. w . w . u2 − u1 ) ≥ α|u1 − u2 |2 . para todo v ∈ H. para todo ϕ ∈ H .45) e fazendo o uso da desigualdade e Cauchy-Schwarz resulta que |u1 − u2 | ≤ provando que a aplica¸˜o ca τ :H →K ϕ → u ´ Lipschtiziana. existe um unico u ∈ H a ´ tal que a(u. w) = ϕ.OS TEOREMAS DE LIONS-STAMPACCHIA E LAX-MILGRAM Mas. v − u . v) : H × H → R a uma forma bilinear. para todo w ∈ H.  167  (4.46)  . ca 2  .  Al´m disso.45)  Combinando (4. Neste caso. v) podemos escrever a(u2 − u1 . cont´ ınua e coerciva.H  1 ||ϕ1 − ϕ2 ||H . v − u) ≥ ϕ. pelo Teorema de  Lions-Stampacchia existe um unico u ∈ H tal que ´ a(u. o que prova a identidade a(u. v H . se a(u. para todo w ∈ H. v) for sim´trica. para todo v ∈ H. Da desigualdade acima decorre que c a(u. w . u H . para todo w ∈ H. v) = ϕ. v) − ϕ. pela coercividade de a(u. α  (4.15 (Lax-Milgram) Sejam H um espa¸o de Hilbert e a(u.44) e (4. Tome w ∈ H e fa¸a v = w + u. w) ≥ ϕ. K = H e portanto. temos a(u.  co e Se H ´ uma soma Hilbertiana dos En denotamos e H = ⊕En . n  .  4.4  Soma Hilbertiana. v) uma forma bilinear. temos que Existe um unico u ∈ K tal que ´ a(u. Al´m disso.  (ii) O espa¸o vetorial gerado pelos subespa¸os En´ denso em H. v − u . a (u. Dizemos que H ´ uma soma Hilbertiana ue c e dos En . v) for sim´trica. temos e e J(u) = min J(v). com n = m. v − u) ≥ L. ou seja. Consideremos L ∈ H a e definamos o seguinte funcional: J :K→R 1 v → J(v) = a(v. ´ conveniente expressar o Teorema de Lionsco ı e Stampacchia em termos do funcional J acima definido. (i) quando os En s˜o dois a dois ortogonais. v) = 0. c c e o conjunto das combina¸˜es lineares finitas de elementos de En ´ denso em H. v) − L. v . v∈K  As vezes. se a(u. ·) e norma | · | e ca c {En }n∈N uma seq¨ˆncia de subespa¸os fechados de H.17 Sejam H um espa¸o de Hilbert com produto interno (·. na teoria de equa¸˜es el´pticas. para todo v ∈ K. ou seja.168  ´ INTRODUCAO A ANALISE FUNCIONAL ¸˜ `  Observa¸˜o 4. fechado e n˜o vazio. para todo u ∈ En e para todo v ∈ Em . cont´ ca c ınua e coerciva e K ⊂ H um subconjunto convexo. 2 Aplicando-se o teorema de Lions-Stampacchia. Base Hilbertiana  Defini¸˜o 4.16 Sejam H um espa¸o de Hilbert. a(u. SOMA HILBERTIANA. Logo. n=1 +∞ n=1  ou seja. c˜  PEn : H → En ⊂ H ´ um operador linear e cont´ e ınuo de H em H. a proje¸˜o de H sobre En . para u ∈ H.8.  ´ um operador linear e cont´ e ınuo de H em H. k=1  |u|2 =  |un |2 .9. observemos que. uk ) = 0 ⇒ (u. em particular.  o que implica que n 2 n n n  |Sn u| = k=1  2  uk  = k=1  uk .(Identidade de Bessel-Parseval). de acordo com a proposi¸ao 4. uk ) = |uk |2 . implica que uk = PEk u. para todo u ∈ H. tem-se que n n  Sn u = k=1  PEk u = k=1  uk . tem-se fk ∈ H e (f − fk . Ent˜o. temos que PEn se caracteriza por: a Dado f ∈ H.  . pelo corol´rio 4. para todo k ∈ N e u ∈ H.18 Sejam H = ⊕En e PEn : H → En . definida ca por PEn u = un . Da carecteriza¸ao acima e. para todo n ∈ N. um elemento arbitr´rio a de H.  Demonstra¸˜o: ca Portanto.  ou seja. n  |Sn u|2 = k=1  |uk |2 . para todo v ∈ Ek .  (4. BASE HILBERTIANA  169  Teorema 4. a +∞ n  n  a) b)  u=  un . e.  n→+∞  lim  uk = u. n  Sn = k=1  PEk . k=1  uk  = k=1  |uk |2 . para todo u ∈ H e n ∈ N. segue que  a) Inicialmente. v) = 0. dado u ∈ H. e tomando-se fk = PEk f.47)  Por outro lado. c˜ assim. uk ) = (uk . (u − uk . para todo n ∈ N.  para todo n ≥ n0 .48)  De (4. ´ denso em E. para todo n ∈ N e u ∈ H.  (4. existe u ∈ F tal que e ε |u − u| < . por conseguinte. ou seja u= j∈J  uj onde uj ∈ Ej e J ´ f inito. (4.51) (4. ent˜o u ´ uma combina¸˜o linear finita de elementos de a e ca {En }n∈N .48) vem que |Sn u|2 = (u. que ı. k=1  uk  = k=1  |uk |2 . que c designaremos por F . temos que o espa¸o gerado pelos {En }n∈N . Sn u) = k=1  |uk |2 .170 Resulta da´ somando de 1 at´ n. em virtude da desigualdade de Cauchy-Shwarz decorre que |Sn u| ≤ |u|. pelo fato de u ∈ F . |Sn u − u| ≤ |Sn u − Sn u| + |Sn u − u| ε < + |Sn u − u|. 2 o que implica que ε |Sn u − Sn u| = |Sn (u − u)| ≤ |u − u| < . 2 e.49)  Agora. Portanto. para todo n ∈ N e u ∈ H.50) n  Mas.  ou seja. dados ε > 0 e u ∈ H. Sn u) .47) e (4. n  (u. e n n  ´ INTRODUCAO A ANALISE FUNCIONAL ¸˜ `  n  n  (u. tal que n n  Sn u = k=1  PEk u = k=1  uk = u. e  Logo. e.  (4.52)  . suficientemente grande. existe n0 ∈ N. considerando que H = ⊕En . uk ) = k=1 k=1  |uk | ⇒  2  u. 2 (4.  combinando (4. co e Proposi¸˜o 4. 2 2  de onde resulta que +∞ n→+∞  lim Sn u = u ⇒ u = n=1  un . existe n0 ∈ N tal que |Sn u − u| < ε + |Sn u − u| 2 ε ε = |u − u| < + = ε. em fun¸˜o da ultima convergˆncia ca ´ e obtida acima que +∞  |u| = k=1  2  |uk |2 . • (ii) (en .  Isto prova a primeira parte do teorema.50).51) e (4.  Tomando-se o limite na identidade acima. dizemos que {en }n∈N ´ uma base Hilbertiana de H. c e Nestas condi¸˜es. (b)De (4. para todo u ∈ H e n ∈ N. para todo u ∈ H. para todo n ≥ n0 .SOMA HILBERTIANA. en ) en e |u| = n=1  2  |(u. obtemos. em ) = 0. • (iii) O espa¸o G gerado pelos {en }n∈N ´ denso em H. (4.  . ·) e norma | · | e ca c {en }n∈N . en )|2 . ca c Ent˜o.  Defini¸˜o 4.52) resulta que dados ε > 0 e u ∈ H. BASE HILBERTIANA  171  Portanto. para todo n = m. 2  Isto conclui a prova. uma seq¨ˆncia de elementos de H tal que ue • (i) |en | = 1.47) tem-se n  |Sn u| = k=1  2  |uk |2 . a +∞ +∞  u= n=1  (u.20 Sejam H um espa¸o de Hilbert e {en }n∈N uma base Hilbertiana de H.19 Sejam H um espa¸o de Hilbert com produto interno (·. para todo n ∈ N.  Analogamente. en )en .  Assim. k = n. |un |2 = |(u. +∞  w= k=1. e portanto. obtemos os valores de ck .k=n  (u. em virtude do teorema 4.18 obtemos +∞ +∞  |u| = k=1  2  |uk | = k=1  2  |(u. Logo. +∞ +∞  (4.  . Consequentemente. fazendo o produto interno na identidade acima com ek . en )|2 |en |2 = |(u. (u. para cada n ∈ N. Evidentemente o espa¸o gerado pelos {En }n∈N ´ denso em H. H = ⊕En e pelo c e teorema 4. en ) = t.  o que nos leva a +∞  u = t en + k=1. ek ) ek ⇒ u = k=1  (u. onde un ∈ En e w ∈ En . isto ´. ek ) = ck . para todo n ∈ N. en )|2 . en ) en + k=1. para todo n ∈ N e k = n. ek )|2 para todo u ∈ H.172  ´ INTRODUCAO A ANALISE FUNCIONAL ¸˜ `  Demonstra¸˜o: Consideremos uma seq¨ˆncia ortogonal {En }n∈N de subespa¸os fechaca ue c dos de H definida por En = {ten .k=n  ck ek e un = t en .k=n  ck ek .  ⊥ Mas. tem-se que u = un + w. R R Logo. e (u. para todo n ∈ N. R 2  Isto conclui a prova. en ) en |2 = |(u. Conseq¨enu  temente. notemos que PEn u = un = (u.18 resulta que +∞ +∞ n  u= n=1  PEn u = n=1  un .53)  u = (u. t ∈ R}. ek ) ek  Por outro lado. en ) = t (en .  · · · . o e a e 2  subespa¸o gerado por β ´ denso em H. vn . · · · } e denotemos por En . e βn ⊂ βn+1 para todo n ∈ N. Repetimos o processo obtendo uma base β3 ortonormal de E3 tal que β2 ⊂ β3 . indefinidamente. existe um subconjunto ca c a D ⊂ H denso e enumer´vel. Logo. c a  173  Demonstra¸˜o: Seja H um espa¸o de Hilbert separ´vel. v2 . β ´ a base Hilbertiana procurada de H. Procedendo desta forma. c e e  . β = +∞ n=1  βn ´ um subconjunto ortonormal e enumer´vel de H. Consideremos a D = {v1 . temos c uma seq¨ˆncia {En }n∈N de subespa¸os de dimens˜o finita tais que ue c a (i) (ii) En ⊂ En+1 . Logo.SOMA HILBERTIANA. Al´m disso. BASE HILBERTIANA Teorema 4. considerando que E1 ⊂ E2 . vn . para todo n ∈ N. Em seguida. · · · . e  Seja β1 uma base ortonormal de E1 . o subespa¸o gerado pelos vetores v1 . completamos β1 de modo a obter uma base ortonormal β2 de E2 . s teremos determinado uma seq¨ˆncia {βn }n∈N de bases para os En tal que ue  βn ´ finito para todo n ∈ N. v2 . Deste modo. +∞  D= n=1  En ´ denso em H.21 Todo espa¸o de Hilbert separ´vel admite uma base Hilbertiana. 174  ´ INTRODUCAO A ANALISE FUNCIONAL ¸˜ `  .  Seu trabalho publicado em 1903 na revista Acta c˜ Mathematica ´ considerado um dos principais marcos no estabelecimento da teoria de e operadores.1: Riesz-Fredholml. 175  . ` Frigyes Riesz (1880 – 1956). o Erik Ivar Fredholm (1866 . ` direita.1927). Hilbert e ıdo e e outros. Lebesgue. ` esquerda.Cap´ ıtulo 5 Teoria Espectral  Figura 5. Austriaa a Hungria (agora Hungria) e faleceu em Budapest. Ele tamb´m tem algumas contribui¸oes em outras ´reas incluindo a teoria erg´dica e c˜ a o e ele deu uma prova elementar do principal teorema erg´dico. Hungria. foi um matem´tico Sueco que estabeleceu a a a teoria moderna de equa¸oes integrais. Ele foi reitor e professor da Universidade de Szeged. Seu ntrabalho foi constru´ baseado em id´ias introducidas por Fr´chet. foi um matem´tico nascido em Gyor. Riesz fez contribui¸oes fundamentais no desenvolvimento da c˜ An´lise Funcional e seu trabalho teve um n´mero de aplica¸oes importantes em F´ a u c˜ ısica.  Alguns resultados apresentac dos anteriormente estendem-se naturalmente para o caso complexo.176  ´ INTRODUCAO A ANALISE FUNCIONAL ¸˜ `  5. v ∈ E e λ ∈ C.4 No caso em que E ´ um espa¸o vetorial real e a(u. dizemos que a(u. v ∈ E. v) ´ uma forma bilinear. u). λu) = λa(v. a(u. v ∈ E. v) = λa(u. a(u. v) ´ identicamente a e nula. introduziremos novos conceitos bem como redemonstraremos alguns resultados que achamos convenientes para um bom entendimento da teoria espectral. Daqui e c u por diante trabalharemos em espa¸os vetoriais complexos. w) = a(u. para todo u. de modo que o presente livro texto seja auto-suficiente. ´ denominada hermitiana. w ∈ E. w ∈ E. v. conforme vimos anteriormente. conforme j´ e e a vimos anteriormente. a(u. De fato. v + w) = a(u.1)  . (5. para todo u. v) + a(v. v). para todo u.1  Formas Sesquilineares  At´ agora trabalhamos em espa¸os vetoriais sobre o corpo dos n´meros reais. v). λv) = λ a(u. v. dados u. w) para todo u. v) satisfaz as condi¸˜es ca e c co acima.  Observa¸˜o 5. e Defini¸˜o 5. Uma forma sesquilinear a(u. v ∈ E e λ ∈ C. ent˜o a(u. ´ ca c e uma aplica¸˜o a : E × E → C. que satisfaz as seguintes condi¸˜es: ca co (i) (ii) (iii) (iv) a(u + v. e Observa¸˜o 5.1 Seja E um espa¸o vetorial complexo. v) ´ uma forma bilinear sim´trica. v) + a(u. w). u) = λ a(u. v) = a(v. v) ´ uma forma ca e c e sesquilinear hermitiana. Uma forma sesquilinear de E.3 Seja E um espa¸o vetorial complexo. v) = a(v. v) que ca c satisfaz a condi¸˜o: ca a(u. dizemos que a(u. v) → a(u. Defini¸˜o 5. ou seja. v) ´ uma forma sesquilinear que verifica a condi¸ao de e e c˜ simetria. u) para todo u. v). v) = a(v. (u. De qualquer forma. por um lado a(λu.2 No caso em que E ´ um espa¸o vetorial real e a(u. Conv´m notar que se a(u. para todo u. a(λu. v ∈ E e λ ∈ C. v).  isto ´. Ent˜o. v) = λ a(u. u) + a(v. a(u.6 Sejam E um espa¸o vetorial complexo e a(u. ou seja. v) ` diagonal de E × E. Portanto. a ca ca a qual representaremos por a(u). ´ e e e Como consequˆncia disto n˜o sentido falarmos em formas sesquilineares sim´tricas no e a e contexto das formas sesquilineares. u) = a(u + v. suponhamos que a(u) ∈ R. v) uma forma sesquilinear. para todo a  u. v). v) hermitiana. u) + i a(u. v) = a(u. a(u) = a(u. u) + a(u. a unica forma sesquilinear sim´trica ´ a identicamente nula. Logo. v ∈ E a(u + v. para todo u ∈ E. Reciprocamente. v). u). u) + a(v. o que ´ um ı a e absurdo. v) = a(v. u) + a(v. v). para todo u ∈ E. v) + a(v. u + v) = a(u. v) ´ hermitiana se e somente se a(u) ´ real. v) − i a(v. para todo λ ∈ C. u) − a(v. Temos. v) + a(v. pois.2) conclu´ ımos que λa(u. v). i u) + a(i u.2)  Segue da´ que a(u. v ∈ E.5 A restri¸˜o de uma forma sesquilinear a(u. Proposi¸˜o 5. a trivial. Em particular. Por outro lado. v) = α ∈ R. v) = i a(u. v ∈ E. a(u. a(λu. Defini¸˜o 5. temos a(i u + v. ca c Ent˜o.3) Suponhamos a(u. a e e Demonstra¸˜o: ca u ∈ E. v) − i a(v. o que implica a(u. v) ⇒ (λ − λ)a(u. a(u) ∈ R. v ∈ E e λ ∈ C. i u + v) = a(i u. u + v) − a(u. i u) + i a(u. i u) + a(v. u) + i a(u. para todo u. v) + a(v. u) + a(v. (5. λ = λ. a(u) = a(u). de (5. para todo u.  177  (5. ou seja. v) = −i2 a(u. v) − i a(v.FORMAS SESQUILINEARES Por outro lado.1) e (5. v) = 0. v) = λ a(u. u). ´ denominada forma quadr´tica e a associada a a(u. v) = 0. para todo u. caso contr´rio. para todo  .  ou seja.  (5. u) i = β. β +αi −β i − α i2 α−βi = = . u) i = β Consequentemente. v) = Entretanto. u + i v) − i a(u − iv.3) e (5. v) i + a(v. v) i − a(v. u) − a(v.6)  . de (5. u + v) − a(u. u) = α+βi . u) = a(i u + v. 2 2i −2 i 2 e de (5.se a(u. basa tando para isso. v). Infelizmente.5) resulta que a(u. u) = −β + α i . u) i = β − α i. 2 2i −2 i 2 −β + α i β i − α i2 α+βi = = . i u + v) − a(u. v ∈ E. v) sobre a diagonal de E ×E. v) ´ hermitiana. Notemos que a express˜o em (5. v) : E × E → C ´ v´lida a seguinte f´rmula de f´cil e a o a constata¸ao: c˜ 4a(u. e − a(u. v) for uma forma bilinear sim´trica vale a seguinte f´rmula: e e o 2a(u. conhecermos a(u. v) = α−βi 2 e a(v.4) podemos escrever a(u. v ∈ E. u). para todo u.6) permite-nos conhecer a(u. u − iv). no caso real n˜o podemos obter uma f´rmula semelhante. v) = a(u + v. para todo u. u − v) + i a(u + i v. v) − i a(v. v) = β ∈ R. a menos que tenhamos uma forma bilinear a o sim´trica. v) i − a(v. para todo u. 2 β +αi 2i e a(v.7) (5. v) = a(u + v. v) = a(v. u) i = −α i a(u. u + v) − a(u − v. u) − a(v. v) i − a(v. v ∈ E.178 de onde conclu´ ımos que  ´ INTRODUCAO A ANALISE FUNCIONAL ¸˜ `  i a(u. Desta forma. v) em todo E × E. 2a(u. a(u.5)  o que implica que a(u. v) i = β + α i e da´ vem que ı a(u. (5. u) i = α i a(u. e 2 Para uma forma sesquilinear a(u.4)  (5. 2i e − 2a(v.  v)|2 ≤ a(u. u)) + |λ|2 a(v. u + λ v) = a(u. v) estritamente positiva. (5. u) a(v. v) hermitiana. v) = a(u. agora. para algum α ∈ C. v)|2 = |α|2 |a(v. v)|2 = |α|2 |a(v. Combinando as duas rela¸oes acima. v) uma forma sesquilinear hermitiana estritamente positiva de E × E. v) = a(u.9)  . ca a u = αv. α v) = α α a(v. u) + 2Re λ a(u. Temos |a(u. v)|2 = |a(α v. v) = a(u. u) a(v. u) = a(α v. Ent˜o. v) = a(u. para todo u. v)|2 = |αa(v. u) + |λ|2 a(v. u + λ v) > 0. para todo λ ∈ C. u) + 2Re λ a(v. v).7 Uma forma sesquilinear hermitiana a(u.sendo a(u. v ∈ E sejam linearmente independentes. v). v ∈ E. Sendo a(u. Ent˜o. v ∈ E dois vetores linearmente dependentes.6 (note que a(u. considerando-se a proposi¸ao 5. a(u. que u. Por outro lado. temos a(u + λ v. u) + |λ|2 a(v. u) + 2Re (λ a(v. u + λ v = a 0. u) + |λ|2 a(v. v). v) + |λ|2 a(v. u) + λ a(v. resulta que e |a(u. para todo u ∈ E e estritamente positiva se a(u. u) + λ a(v. ent˜o d´-se a igualdade em (5. u) > 0. Proposi¸˜o 5. v) = |α|2 a(v. u) + λ a(v. v)|2 . para todo u ∈ E com u = 0. u) + 2Re λ a(v. se u e v forem linearmente dependentes. a ca Demonstra¸˜o: Consideremos u. obtemos a(u + λ v. v)| |a(v. (5. v).8) e a a e se u e v forem linearmente independentes d´-se a rela¸˜o menor.FORMAS SESQUILINEARES  179  Defini¸˜o 5. v) c˜ c˜ ´ hermitiana) e sendo a(u. u) + λ a(v. Por outro lado. v)| = a(u.8)  Al´m disso. v) ´ denominada positiva se a(u. Suponhamos. Ent˜o: a |a(u. v) = a(u. u) ≥ ca e 0. v) estritamente positiva.8 (Desigualdade de Cauchy-Schwarz) Sejam E um espa¸o vetorial ca c complexo e a(u. u) + |λ|2 a(v.  v) = q eiθ . v) = t eiθ q eiθ = t q eiθ eiθ = t q eiθ Assim. v ∈ E. ou ainda. v) uma forma sesquilinear hermitiana estritamente positiva. Pondo-se p = a(v. u) e a(u.12)  Se p = a(v. escolhendo-se λ da forma λ = t eiθ . de (5. u) a(v.9 (Desigualdade de Minkowski) Sejam E um espa¸o vetorial comca c plexo e a(u.  . =1  (5. Segue da´ que ı ∆ = (2q)2 − 4pr < 0. a obtemos |λ|2 = t eiθ 2  = t2 (cos2 θ + sen2 θ) = t2 .10)  onde q = |a(u. ou seja. |a(u. ent˜o a fun¸ao quadr´tica em (5. para todo t ∈ R.13) 2  = t q.  (5.10). v).11)  Tamb´m. v)| e θ = arg(a(u. Agora. u + λ v) = a(u. para todo u.13) n˜o possui ra´ a c˜ a a ızes reais. v)).180 e de (5. 2  Proposi¸˜o 5. u) + 2Re λ a(u. t ∈ R. se p = 0. v) > 0. v) + |λ|2 a(v.12) conclu´ ımos que f (t) = p t2 + 2q t + r > 0. v). por conseguinte. v)| ≤ a(u. v) = 0. r = a(u. o que conclui a prova. ent˜o v = 0 e.  (5. Ent˜o. u + v)]1/2 ≤ [a(u. q 2 < pr.8) segue a trivialmente. (5.11) e (5. e λ a(u. a desigualdade em (5. a [a(u + v. v)]1/2 .9) vem que  ´ INTRODUCAO A ANALISE FUNCIONAL ¸˜ `  a(u + λ v. u)]1/2 + [a(v. ent˜o. (5.  o produto interno ser´ denotado por (·. v + w) = (u. u)1/2 + a(v. u) ≥ 0 e (u. v. w). ·) : E × E → C. v) + a(v. v) = a(u. [u. pois decorrem das mesmas. u) + a(u. v) = (v.1 n˜o necessitam ser ca co ca a englobadas `s quatro condi¸˜es acima. v). resulta que a(u + v.  Observa¸˜o 5. v) uma forma sesquilinear ca c de E. (u + v.  Sendo a(u. u)1/2 + a(v. u) + 2 |a(u. w ∈ E temos (P 5) (u. v ∈ E. v)1/2 + a(v. a(u. e. v).11 Note que as condi¸˜es (iii) e (iv) da defini¸˜o 5. u) + a(u. u) = 0 ⇔ u = 0. o que prova o desejado. v) ≤ a(u. que satisfaz as seguintes condi¸oes para todo u. v) + a(u.  . w ∈ E e λ ∈ C: c˜ (P 1) (P 2) (P 3) (P 4) (u. v] ∈ E × E → (u. v) = a(u. v) + (u. v)| + a(v. v) = a(u. v)) + a(v. v) = λ(u. v). v) ´ denominada um produto interno em E se for hermitiana e estritamente e positiva. u) + 2 a(u. Com efeito. da desigualdade de cauchy-Schwarz. Um espa¸o vetorial complexo E munido com um produto interno ´ denominado c e espa¸o com produto interno. u) + a(v. u + v) = a(u. v)1/2 2  181  . v) + a(v. da desigualdade anterior em que [a(u + v. para todo a co u. Neste caso. w) (u. u) + 2Re (a(u. u + v) ≤ a(u. w) = (u. Em c a outras palavras. Temos ca a(u + v. u)1/2 a(v. um produto interno ´ uma aplica¸ao e c˜ (·. v) positiva. ·).FORMAS SESQUILINEARES Demonstra¸˜o: Seja u. v. u). 2  Defini¸˜o 5. u + v)]1/2 ≤ a(u.10 Sejam E um espa¸o vetorial complexo e a(u. w) + (v. v)1/2 . (λ u.  u) = λ(v.  (5. u + v) + (u − v. u) + (u. v ∈ E e λ ∈ C.P. Fr´chet-J. u) + (v. Teorema 5. Logo. v) + (v. v + w) = (v + w. λ v) = λ(u. v ∈ E. u − v) = (u.182 pois de (P 3) e (P 4) resulta que  ´ INTRODUCAO A ANALISE FUNCIONAL ¸˜ `  (u. u) = (v. v) = 2[(u. u)1/2 ´ completo. para todo u. Ent˜o. v ∈ E.12 Um espa¸o com produto interno E ´ denominado um espa¸o de Hilbert ca c e c se E. temos (P 6) j´ que de (P 2) e (P 4) inferimos que a (u. w). tal que  = ||u||. com norma ||u|| = (u. considerado como um espa¸o normado. com norma || · ||. para todo u ∈ E. Demonstra¸˜o: ca (u. suponhamos que a identidade do paralelogramo seja satisfeita e definamos a aplica¸˜o: ca f :E×E →R (u. ·) em E. u) = (v. u) + (v. v) − (v. Von Neumann .  Reciprocamente. u) = λ (v. v)] = 2 ||u||2 + ||v||2 .14)  Suponhamos que exista um produto interno (·. para todo u. temos ||u + v||2 + ||u − v||2 = (u + v. u) = λ(u. Defini¸˜o 5. λ v) = (λ v. v) + (u. v) + (u. u) + (v. v). u) + (w. entretanto.13 (M. sua norma prov´m de algum produto interno se a e e somente se ´ v´lida a identidade do paralelogramo: e a ||u + v||2 + ||u − v||2 = 2 ||u||2 + ||v||2 . v). u) − (u. prov´m de algum produto interno conforme mostra o e seguinte resultado. u) 1/2  (u. Ainda. c e Nem toda norma. u) = (u.15)  . v) = 1 ||u + v||2 − ||u − v||2 . para todo u. u) + (w. Jordan) Seja E um espa¸o vee c torial normado. 4 (5. v) → f (u.  v) = f (v. para todo u. v) = α f (u. temos (i) (ii) (iii) (iv) f (u + v. (5. u) = ||u||2 . e • Prova de (i). Mostraremos que (i) c˜ a e (ii) tamb´m se cumprem. f (α u. w ∈ E. definida por Φ(u. f (u. Provaremos que Φ(u.  De fato. Definamos a fun¸ao auxiliar c˜ Φ:E×E×E →R (u. w)] . v. Com efeito. v. 4 1 f (u. 4 1 f (v. v. w) = ||u + v + w||2 − ||u + v − w||2 − ||u + w||2 + ||u − w||2 − ||v + w||2 + ||v − w||2 . w) = 0. u). w).17)  . f (u. v. Φ(u. w) + f (v. Φ(u. v.16)  Logo. w) = ||u + w||2 − ||u − w||2 . que f (u + v. w) − f (u. w) = f (u. w) = ||v + w||2 − ||v − w||2 . w) → Φ(u. w) = ||(u + w) + v||2 − ||(u − w) + v||2 − ||u + w||2 + ||u − w||2 − ||v + w||2 + ||v − w||2 . ou seja. w) − f (v. temos. v). v. que f satisfaz as seguintes propriedades: Para todo u. as condi¸oes (iii) e (iv) s˜o satisfeitas imediatamente. w).15). 4 (5. de (5. v. w) = 4 [f (u + v.FORMAS SESQUILINEARES  183  Provaremos. w ∈ E e α ∈ R. a seguir. v. w) = 1 ||u + v + w||2 − ||u + v − w||2 .  w) = ||u + w||2 − ||u + w − v||2 − ||u − w||2 + ||u − w − v||2 − ||v + w||2 + ||v − w||2 . v. membro a membro.20) obtemos 2Φ(u. w) = 2 ||u||2 + ||v + w||2 − 2 ||v − w||2 + ||u||2 − 2||v + w||2 + 2||v − w||2  (5. o  ´ INTRODUCAO A ANALISE FUNCIONAL ¸˜ `  ||(u + w) + v||2 + ||(u + w) − v||2 = 2 ||u + w||2 + ||v||2 ||(u − w) + v||2 + ||(u − w) − v||2 = 2 ||u − w||2 + ||v||2 Assim. Φ(u.21) em (5. v.184 Entretanto.18)  + ||u − w − v||2 − ||u + w||2 + ||u − w||2 − ||v + w||2 + ||v − w||2 .17) e (5. w) = ||u + w + v||2 − ||u − w + v||2 − ||u + w − v||2 + ||u − w − v||2 − 2||v + w||2 + 2||v − w||2 = ||u + w + v||2 + ||u − w − v||2 − ||u − w + v||2 + ||u + w − v||2 − 2||v + w||2 + 2||v − w||2 .19).17) obtemos Φ(u. ou seja. v. por hip´tese. w) = 2||u + w||2 + 2||v||2 − ||u + w − v||2 − 2||u − w||2 − 2||v||2  (5. w) = ||u + (w + v)||2 + || − u + (v + w)||2 − ||(v − w) + u||2 + ||(v − w) − u||2 (5. Somando (5. • Prova de (ii).  .16). por hip´tese.21)  = 2||u||2 + 2||v + w||2 − 2||v − w||2 − 2||u||2 − 2||v + w||2 + 2||v − w||2 = 0. Mas. o ||u + (w + v)||2 + || − u + (v + w)||2 = 2 ||u||2 + ||v + w||2 ||(v − w) + u||2 + ||(v − w) − u||2 = 2 ||v − w||2 + ||u||2 Portanto.19)  − 2||v + w||2 + 2||v − w||2 . resulta que 2Φ(u.18) em (5. ou seja. substituindo-se (5. v.20) (5. v. o que prova (5. substituindo-se (5. e por conseguinte (i). 2Φ(u.  ent˜o a ϕ(0) = f (0. 4 • Se α = 1. vem que ϕ(n) = f (n u. da propriedade (i) e do exposto acima.FORMAS SESQUILINEARES De maneira an´loga. n ∈ Z∗ . 4  185  (5. v) − α f (u. Assim. v) 1 = || − u + v||2 − || − u − v||2 + ||u + v||2 − ||u − v||2 = 0 ⇒ ϕ(−1) = 0. definamos a fun¸ao auxiliar a c˜ ϕ:R→R α → ϕ(α) = f (α u. (5. para todo α ∈ R. ou seja. v) = n f (u. • Se α = 0. v)) − n f (u. v) − n f (u. v) − n f (u. v) + · · · + f (u. v) = f (sign (u + · · · + u). v ∈ E arbitr´rios e fixados. v). Tomemos. v) − n f (u. agora. v) n parcelas  = sign |n| f (u.23)  . para u.22)  ϕ(−1) = f (−u. Provaremos que a ϕ(α) = 0. ϕ(n) = 0 para todo n ∈ Z. Com efeito. v) = • Se α = −1. v) n parcelas  = sign (f (u. v) − f (u. ent˜o a ϕ(1) = f (u. v) = 0 ⇒ ϕ(1) = 0. ent˜o a 1 ||v||2 − || − v||2 = 0 ⇒ ϕ(0) = 0. v) = 0. v) + f (u. v) − n f (u.  obtemos a c˜ ϕ p q p = f ((p/q) u. a (·. u) = f (u. temos ca (u. j´ que cumpre as condi¸oes (P 1) − (P 4) da defini¸ao de produto interno. v) − f (u. (5.23) e da defini¸ao de ϕ. (u.25) define um produto interno c˜ em E. v) + i f (u. Assim. v) q 1 p = pf u.26) (5. de (5. Ent˜o. e  . ca (5. v) − f (u. notemos inicialmente que da defini¸˜o de f .26) que a condi¸˜o (P 1) da defini¸ao de produto interno se cumpre imeca c˜ diatamente posto que || · || ´ uma norma em E. com f definida em (5. ·) : E × E → C [u. (5.24)  Resulta da´ da densidade de Q em R e da continuidade da fun¸˜o ϕ o desejado em ı. agora. Definamos. q ∈ Z e q = 0. v) q q q p p = f (u. v) q q 1 p p = q u.25)  Segue de (5. v) = f (u.15) verifica as quatro condi¸˜es (i) − (iv) acima c˜ co mencionadas.186  ´ INTRODUCAO A ANALISE FUNCIONAL ¸˜ `  Consideremos. v − f (u. p. v − f (u. Com efeito.15). 4 ou seja. Provaremos que a aplica¸ao (5.22). v] → (u. ent˜o. i u) 1 i = ||u + u||2 + ||u + i u||2 − ||u − i u||2 4 4 i 1 2 = ||2u|| + ||u(1 + i)||2 − ||u(1 − i)||2 4 4 i = ||u||2 + |1 + i|2 ||u||2 − |1 − i|2 ||u||2 4 i = ||u||2 + ||u||2 [2 − 2] = ||u||2 . a fun¸ao f definida em (5. u) = ||u||2 para todo u ∈ E. i v). para todo α ∈ Q. u) + i f (u. a c˜ c˜ Prova de (P 1). q q  o que implica que ϕ(α) = 0. v) = 0.  w) = f (u + v. v) − i f (u. w) + (v. u) = −f (u. i u) = f (u. i v). i u) = f (i (−i v). i v). w) + (v. w). w) + i f (v. w) + i f (u. v ∈ E.FORMAS SESQUILINEARES Prova de (P 2). Por outro lado. i w) = f (u. u) = f (v. que ca f (i u. i v) = f (u. v) + i f (u. i u) = −f (u. w) = (u. f (v. i v) = 1 4 1 = 4 1 = 4 1 = 4 ||i u + i v||2 − ||i u − i v||2 i(u + v)||2 − ||i(u − v)||2 |i|2 ||u + v||2 − |i|2 ||u − v||2 ||u + v||2 − ||u − v||2 = f (u. f (i u. w ∈ E. v). o que prova (P 2). w) + f (v. da propriedade (i) de f e da defini¸˜o do produto interno (5. i u) = f (−i v. w). v. u) = −f (i v.25) e novamente pela propriedade (iii) ı ca de f .25). para todo u. w) + i f (u + v.27)  Logo. i w) + i f (v. i w)] + [f (v.  . ou seja. que (v. v). para todo u. da defini¸˜o de f . Da´ resulta da defini¸˜o de produto interno (5. da identidade anterior e da propriedade (iii) de f podemos escrever f (v. i w) = [f (u. i u) = f (−i i v. v ∈ E. (u + v. i v) = (u. obtemos ca (u + v. (5. v). u) + i f (v. ou seja. Prova de (P 4). Temos. para todo u. i w)] = (u.  187  Temos.  v). v). ´ para todo ξ ∈ R. ·) e norma ca a c || · || = (·. v) = (α u + β i u. v ∈ E e λ ∈ C. v). para todo u.28)  Notemos incialmente que dafini¸ao de produto interno dada em (5. para todo u. v). v) − f (u. e das rela¸oes c˜ c˜ obtidas na demonstra¸˜o de (P 4) chegamos a ca (i u. v) = λ (u. (i u. ·)1/2 . v ∈ E. v) = λ (u. e  ´ INTRODUCAO A ANALISE FUNCIONAL ¸˜ `  (v.188 isto ´. v) = (α + i β) (u. ca 2 (5. para todo u. ou seja.29)  5. v) + i β (u. Da ultima identidade. v) = ξ (u. ou seja. v) + i2 f (u. u) = (u. Prova de (P 3). o que prova (P 3) e conclui a demonstra¸˜o do teorema. H ser´ um espa¸o de Hilbert com produto interno (·. v) = i f (u. v) = ((α + i β)u.  (5. Seja λ = α + i β ∈ C. i v) = f (v. v).25). v ∈ E. (λ u. i u) + i f (u. v) = α (u.2  Formas Sesquilineares Limitadas  No que segue nesta se¸˜o. de (5. i v) = i [f (u. v) = i (u. i v) = i f (u. resulta que (λ u. v) + i f (u. v). i v)] = i (u. v) + i f (i u. v) = (α u. o que prova (P 4). v) = f (i u. v) + (β i u.  .27) e do fato que (ξ u. 31)  . v ∈ H e u. Obviamente. v)|2 ≤ (u. definamos a:H ×H →C (u. por ser um produto interno. ca e em virtude da desigualdade de Cauchy-Scwarz. Com e efeito. v ∈ H. u) a(v. ||u||. v ∈ H. v). a Seja S o espa¸o constitu´ de todas as formas sesquilineares limitadas. v ∈ H. para todo a ∈ S e ||a|| = 0 ⇔ a ≡ 0.14 Uma forma sesquilinear de H ´ denominada limitada. se existe uma ca e constante C > 0 tal que |a(u.15 A aplica¸˜o a ∈ S → ||a|| ∈ R definida em (5. v)|2 ≤ a(u. Exemplo: O produto interno definido em H ´ uma forma sequilinear limitada. Nota¸˜o: Seja a(u. resta-nos provar que ´ limitada. a(u. para todo u. u) (v. ou ainda. o supremo do conjunto c˜ c˜ acima est´ bem definido. v) → a(u. ||v|| (5. temos. v) = (u. u. v)| ≤ C ||u|| ||v||. |a(u. v) uma forma sesquilinear limitada de H. Denotaremos por ||a|| o ca n´mero: u ||a|| = sup |a(u. para todo u. v)| . Demonstra¸˜o: Provaremos inicialmente que ca ||a|| ≥ 0. v) = ||u||2 ||v||2 ⇒ |(u.30)  Note que. para todo u. o que prova que o produto interno em um espa¸o de Hilbert H ´ uma forma sesquilinear c e hermitiana estritamente positiva e limitada. Com efeito. v). por defini¸˜o. c ıdo Proposi¸˜o 5. v) ´ uma forma sesquilinear hermitiana e e estritamente positiva.FORMAS SESQUILINEARES LIMITADAS  189  Defini¸˜o 5. (5. v)| ≤ ||u|| ||v||.30) define uma norma ca ca em S. em fun¸ao da defini¸ao de forma sesqulinear limitada. v = 0 . |(u.  (5. provaremos que ||λ a|| = |λ| ||a||. v)| |λ a(u.v=0 ||u|| ||v|| sup  |a(u. em virtude da identidade acima que a(u.u.u.31). para todo a. De fato.u.v)| ||u|| ||v||  ≥ 0. para todo a ∈ S e λ ∈ C.v)| ||u|| ||v||  = 0. b ∈ S. v ∈ H tal que u. v = 0. Da´ vem que ı |a(u. v = 0.v∈H.v=0 ||u|| ||v|| u.v=0 ||u|| ||v|| sup (5. v)| ≤ sup =0⇒ = 0 para todo u. u.v∈H. v)| = sup u. u.v=0 ||u|| ||v|| ||u|| ||v||  Resulta da´ que ı a(u. v) = 0. Agora se u = 0 ou v = 0 ent˜o a(u.u. ou seja. ent˜o. ||a|| = 0. sejam a ∈ S e λ ∈ C.v∈H. se a ≡ 0. provaremos a desigualdade triangular.v∈H. ent˜o resulta imediatamente que a u. v) = 0 de onde conclu´ a ımos.v∈H. para todo u. v = 0 e  |a(u. seja a ∈ S.33)  . Temos que portanto ||a|| = Al´m disso.190 Com efeito. A seguir. v ∈ E. v ∈ H com u. v)| |a(u. u. v ∈ H tal que u. v ∈ H tal que u.v=0 ||u|| ||v|| sup o que implica que 0≤ |a(u. ||a + b|| ≤ ||a|| + ||b||.u. Por outro lado. v)| = |λ| sup = |λ| ||a||. para todo  o que prova (5. v) = 0 para todo u. e a  ´ INTRODUCAO A ANALISE FUNCIONAL ¸˜ ` |a(u. v)| |a(u. Temos ||λ a|| = |λ| |a(u. u.v=0 ||u|| ||v|| |a(u. v)| = 0. v)| ≥ 0.v∈H. v = 0. v)| = 0. ||u|| ||v|| u.32). para todo u.u. Para finalizar.u. ou seja. se ||a|| = 0.v=0 ||u|| ||v|| sup o que prova (5.v∈H.32) |a(u.  u.  (5. u. {a(u. v ∈ H}. v)| |a(u.u. v = 0.v∈H. v).v∈H. Ent˜o. as seguintes igualdades se verificam: a ||a|| = sup{|a(u. v ∈ H tais que u. v). ||u|| ||v|  ≤  sup u. sup u. v)| ≤ sup + sup u. c˜ 2  191  Proposi¸˜o 5. v)|. v)| ≤ C ||u|| ||v||. u.FORMAS SESQUILINEARES LIMITADAS Com efito. Demonstra¸˜o: Provaremos primeiramente que ca ||a|| = sup{|a(u.34)  u v .v=0 ||u|| ||v|| u. v ∈ H tal que ||u|| = ||v|| = 1}. v ∈ H tais que u. v ∈ H tal que u = 0 e v = 0}.v∈H. de onde resulta que |(a + b) (u. a |(a + b) (u. b ∈ S e u.v=0 sup o que prova (5. ||u|| ||v|| u. v)| |b(u. |a(u.33) e encerra a demonstra¸ao. onde ||a|| foi definida em (5. u. v) uma forma sesquilinear limica c tada de H. v = 0.u.  |a(u. v ∈ H tal que ||u|| ≤ 1 e ||v|| ≤ 1} = inf{C > 0. v) + b(u.16 Sejam H um espa¸o de Hilbert e a(u. v)|. v)|. sejam a. Ent˜o. v)| = a ||u|| ||v|| o que implica que ||a|| ≤ Por outro lado.v∈H.||u||=||v||=1  (5.v=0 ||u|| ||v|| = ||a|| + ||b||. v)|. v)|.v∈H.u. Sejam u.30).35)  . v ∈ H tal que ||u|| = ||v|| = 1} ⊂ {a(u. v)| = ≤ + ||u|| ||v|| ||u|| ||v|| ||u|| ||v|| ||u|| ||v|| |a(u. v ∈ H tal que ||u|| = ||v|| = 1}. v)| |a(u. u. v)| ≤ ||a|| + ||b||. para todo u. Temos |a(u. v)| |b(u. = sup{|a(u.||u||=||v||=1  |a(u.  v)| ≤ C ||u|| ||v|| ⇒ o que acarreta que ||a|| = |a(u. v)| ≤ ||a||. que ||a|| = inf{C > 0. |a(u. para todo u. para todo u. a seguir. notemos que |a(u. v = 0.39) (5.37)  Se ||a|| = 0 temos que a ≡ 0 e portanto a igualdade segue trivialmente. v ∈ H}. ||a|| ≥ inf{C > 0. v)| . v ∈ H com u. u. Provaremos.  ´ INTRODUCAO A ANALISE FUNCIONAL ¸˜ `  {|a(u. u. v ∈ H. Consequentemente. o que implica que ||a|| ∈ {C > 0. conclu´ ımos que |a(u. v ∈ H}. ||a|| ≤ C. v)| = ||a|| ||u|| ||v|| = 0.  (5. v ∈ H e u = 0 e v = 0 . v)| ≤ ||a|| ||u|| ||v||. v)| ≤ ||a|| ⇒ |a(u. para todo u.34). ||u|| ||v|| Evidentemente. para todo C > 0 tal que |a(u. para todo u. Consideremos ||a|| = 0 e C > 0 tal que |a(u.v=0 ||u|| ||v|| sup |a(u. tal que u.35) e (5.v∈H. tomando-se o ´ ınfimo obtemos ||a|| ≤ inf{C > 0.||u||=||v||=1  |a(u. |a(u. v ∈ H}. para todo u. Assim.36) tem-se o desejado em (5. v)| ≤ ||a|| ||u|| ||v||.36)  Combinando (5.192 Da´ ı.u.v∈H. v)| ≤ C ||u|| ||v||. v)| ≤ C ||u|| ||v||. v = 0. ||u|| ||v||  |a(u. ||u|| ||v||  Desta forma. v)| ≤ C ||u|| ||v||. para todo u. u.38)  . v)| ≤ C. |a(u. v ∈ H. Assim. v ∈ H. v ∈ H}. (5. se u = 0 ou v = 0 temos imediatamente que |a(u. v)| ≤ C ||u|| ||v||. v)| ≤ C ||u|| ||v||. Por outro lado. para todo u. v ∈ H tal que ||u|| = ||v|| = 1} ⊂ o que implica que sup u. para todo u. |a(u. v)|. v)| ≤ C. (5.  u. 1 ≤ |a(u. o que conclui a prova.43) sup u.43) tem-se o desejado em (5. a ||u|| ||v|| ≤ 1. se a(u. u.  193  (5. para todo u.  . v ∈ H. v)| ≤ o que implica que sup{|a(u. ||v|| ≤ 1 e u.17 De acordo com o que vimos acima. como {|a(u. Logo.34). v)|.40)  (5. v ∈ H tal que ||u|| ≤ 1 e ||v|| ≤ 1} ≤ sup{|a(u. v)|.||u||=||v||=1  |a(u. v)| ≤ ||a|| = sup |a(u. v = 0.41).38) e (5. u. u. v ∈ H tal que ||u|| ≤ 1 e ||v|| ≤ 1}. v ∈ H tal que ||u|| ≤ 1 e ||v|| ≤ 1}. v)|. u. u. u. resulta que sup{|a(u. v) ´ uma forma sesquilinear ca e limitada. v)|. Combinando (5. (5. ´ suficiente provarmos que e sup{|a(u. v ∈ H com ||u|| ≤ 1 e ||v|| ≤ 1.||u||=||v||=1  Se u = 0 ou v = 0 temos que |a(u. v ∈ H tal que ||u|| ≤ 1 e ||v|| ≤ 1}. podemos escrever |a(u. v ∈ H tal que ||u|| = ||v|| = 1} ⊂ {|a(u. v)|. Finalmente. e portanto. v ∈ H tais que ||u|| ≤ 1.39) tem-se o desejado em (5. v)| = 0 ≤ supu. v ∈ H tal que ||u|| ≤ 1 e ||v|| ≤ 1}. ||u|| ||v||  (5.42) e (5.||u||=||v||=1 |a(u. provaremos que ||a|| = sup{|a(u. |a(u. v ∈ H tal que ||u|| = ||v|| = 1}. v)|. v)|. v ∈ H tal que ||u|| = ||v|| = 1} ≤ sup{|a(u.37). v ∈ H tal que ||u|| = ||v|| = 1} = sup{|a(u. v)| ≤ 1 .v∈H. v)|. 2 Observa¸˜o 5.v∈H.FORMAS SESQUILINEARES LIMITADAS Combinando (5. Ent˜o. Por outro lado. u. Contudo.42)  o que nos leva a  |a(u. v)|.41)  De fato. v)| ≤ ||a|| ||u|| ||v||. v)|. v)| para todo u. sejam u.v∈H. v)|. devido a (5. ||u|| ||v|| u. u.  v)| ≤ 4C 2 ||u|| ||v||. v 2C ||u|| 2C ||v||  < δ1 e sejam u. v) ´ cont´nua em H × H.  . a existe δ > 0 tal que ||(u. conseq¨entemente. desta forma.18 Uma forma sesquilinear a(u. v) ´ cont´ e ınua no ponto (0. v ∈ H a(u. Proposi¸˜o 5. As seguintes afirma¸˜es co s˜o equivalentes: a (i) (ii) (iii) (iv) a(u.  ∈  H × H e. 2C ||u|| 2C ||v|| ||v|| ||u|| + 2C ||u|| 2c ||v|| 1 1 1 = + = < δ1 . v) ´ Lipschitziana em cada parte limitada de H × H. portanto. u u v . v = 0. 2C 2C C =  Resulta da´ e de (5. 0). a desigualdade (iii) se verifica trivialmente. Seja C > 0 tal que 0 < 1 C  (5. |a(u. v) ´ cont´nua no ponto (0.194  ´ INTRODUCAO A ANALISE FUNCIONAL ¸˜ `  Defini¸˜o 5.  e. Logo. v) = 0 e.44) que ı a u v . existira δ1 > 0 tal que ||(u. Isto conclui a prova. v)| < ε.44) u .19 Sejam H um espa¸o de Hilbert com produto interno (·. v = 0. v)| ≤ C ||u|| ||v|| para todo u. e  Demonstra¸˜o: (i) ⇒ (ii) Evidente. Se u = 0 ou v = 0. v)|| = ||u|| + ||v|| < δ ⇒ |a(u. ·)1/2 e a : H × H → C uma forma sesquilinear de H. v ∈ H com u. temos que a(u. v) de H ´ dita cont´ ca e ınua em H se ela for uma fun¸˜o cont´ ca ınua de H × H → C. ca (ii) ⇒ (iii) Suponhamos que a(u. e ı Existe C > 0 tal que |a(u. Ent˜o. 0) ∈ H × H. e ı a(u. ·) e norma ca c || · || = (·. v)| < 1. para todo u. Considerando-se ε = 1. v)|| = ||u|| + ||v|| < δ1 ⇒ |a(u. dado ε > 0. 2C ||u|| 2C ||v|| < 1.  para todo r > 0. v0 )| < ε. v ∈ E. Pela arbitrariedade de (u0 . v2 )||H×H . v2 )| ≤ C r [||u1 − u2 || + ||v1 − v2 ||] = C r ||(u1 . v1 ) − (u2 . v) ´ Lipschitziana em Br ((u0 . v2 ) − a(u2 . r}. para todo (u1 . por a hip´tese. v1 ) ∈ Br ((u0 . v) ´ Lipschitziana em E com constante de Lipschitz L igual a C r. a  . o que prova que a(u. v)| ≤ C ||u|| ||v||.45)  Consideremos. v2 )| ≤ |a(u1 . v1 ). Ent˜o. v0 )). Com efeito. v0 )| ≤ L ||(u − u0 . Em particular. v0 ). v) em (u0 . para todo (u. ´ claro. 2  Observa¸˜o 5. E ⊂ H × H um conjunto limitado. da desigualdade a acima decorre que |a(u. v1 ) − a(u0 . v ∈ H. v) ´ cont´ e ınua em H × H. v0 )) ⊂ H ×H. v0 )||H×H . Provaremos que a(u. v) ∈ E temos que ||(u. com constante o e de Lipschitz dependendo de r. v) ´ cont´ e ınua em H × H. v − v0 )||H×H < δ.FORMAS SESQUILINEARES LIMITADAS (iii) ⇒ (iv) Suponhamos que existe C > 0 tal que |a(u. e Logo. v1 ) − a(u2 . Ent˜o. sejam (u0 . Ent˜o. v0 ) resulta que a(u. v) ´ Lipschitziana em E. e (iv) ⇒ (i) Suponhamos que a(u. ou seja ||u|| + ||v|| < r para todo u.20 Decorre dos ´ ca ıtens (i) e (iii) da Proposi¸˜o acima que os conceitos de ca forma sesquilinear cont´ ınua e forma sesquilinear limitada s˜o equivalentes. sejam (u1 . v) − a(u0 . o que mostra a continuidade de a(u. da ultima desigualdade e de (5. v2 ) + a(u1 . existe r > 0 tal que a E ⊂ Br (0) ⊂ E × E. para todo u. v) ∈ Br ((u0 . v1 ) − (u0 . |a(u. Mostraremos e que a(u. v) − a(u0 . para todo (u. Isto conclui a prova. v1 − v2 )| + |a(u1 − u2 . a(u. ou seja. v0 )). v0 )| ≤ L ||(u1 . e |a(u1 . ou seja. (u2 . v − v0 )||H×H .45) resulta que |a(u1 . v1 ) − a(u1 . v0 ) ∈ H × H e ε > 0. Escolhamos δ < min{ε/L. se ||(u − u0 . v) ´ Lipschitziana em limitados de H×H.  195  (5. v)|| < r. v2 )| = |a(u1 . v2 ) ∈ E. De fato.  u − v) + i a(u + i v. para todo u. |a(u. v) na diagonal. a(u. u − i v). e a e Demonstra¸˜o: Sejam u. ||u + v||2 + ||u − v||2 = 2 ||u||2 + ||v||2 . v)| ≤ C 2 ||u||2 + ||v||2 + 2 ||u||2 + ||v||2 4 = C ||u||2 + ||v||2 . Sejam. u + i v) − i a(u − i v. de (5. v)| ≤ 1 [|a(u + v. e c e a portanto. v) = a(u + v. v) ´ limitada. u + v) − a(u − v. v ∈ H com ||u|| = ||v|| = 1. (5. da desigualdade acima resulta que |a(u.47)  Se u = 0 ou v = 0. u − i v)|] C ≤ ||u + v||2 + ||u − v||2 + ||u + i v||2 + ||u − i v||2 . v)| ≤ 2C ||u|| ||v||.196  ´ INTRODUCAO A ANALISE FUNCIONAL ¸˜ `  Proposi¸˜o 5. v ∈ H.46) chegamos a |a(u. o que prova que |a(u. v) uma forma sesquilinear de H. combinando as identidades acima com (5. v)| ≤ 2C ||u|| ||v||. u + v)| + |a(u − v. u. Ent˜o. v = 0. e encerra a prova. Da identidade ca 4 a(u. ent˜o a(u.  Em particular.21 Sejam H um espa¸o de Hilbert e a(u.46)  onde C > 0 ´ uma constante que prov´m da limita¸ao de a(u. agora. ||u + i v||2 + ||u − i v||2 = 2 ||u||2 + ||i v||2 = 2 ||u||2 + ||v||2 . temos que ´ v´lida a identidade do paralelogramo e. ||u|| ||v|| ≤ 2C ⇒ |a(u. 4 (5. v)| = 0 = 2C ||u|| ||v||. u − v)| 4 + |a(u + i v. v) ´ limitada na diagonal de H × H. para todo u. se ||u|| = ||v|| = 1. e e c˜ Como H ´ um espa¸o de Hilbert. v) ≤ 2C para todo u. u + i v)| + |a(u − i v.47) conclu´ a ımos que a u v . v) = 0 e. v ∈ H tais que u. v ∈ H. Logo. portanto. resulta que |a(u. ca c Se a(u. 2  . v ∈ H. u=0 ||u|| sup uma vez que sup u∈H.FORMAS SESQUILINEARES LIMITADAS  197  Proposi¸˜o 5. v ∈ H. a |a(u. Seja C ∈ B. para todo C ∈ B. u)| ≤ C ||u||2 . 2 u∈H. por h´ otese. v) ´ limitada na diagonal.u)| ||u||2  ´ cota inferior para B. Logo. do exposto acima. para todo u ∈ H.u)| . |a(u.u=0 |a(u.u=0 ||u|| sup  α=  Ent˜o. por contradi¸ao que α < β. para todo u ∈ H com u = 0. para todo u ∈ H}. u)| para todo u. |a(u.u)| ||u||2  < γ para todo u ∈ H.  . em verdade. temos que α ≤ β. sup u∈H. B possui ´ ınfimo. u)| < γ ||u||2 . v) ´ limitada na diagonal e. ||u||2 Logo. temos que B = ∅ e limitado ıp´ e inferiormente por 0. u)| ≤ γ ||u||2 . 2 u∈H.u=0 |a(u. a(u. Ent˜o. u)| ≤ C. al´m disso. ||u||2  temos que  |a(u. Como.22 Sejam H um espa¸o de Hilbert e a(u. u)| . com u = 0. v) uma forma sesquilinear de H.  |a(u. existe γ ∈ R tal que c˜ a α < γ < β. Como α = ou seja. u)| = γ||u||2 = 0 e portanto |a(u. v)| = |a(v. u)| e β = inf B. |a(u. 2 u∈H. e e ent˜o. Ent˜o. ca c Se a(u.u=0 ||u|| sup o que implica que |a(u. temos que |a(u.u=0 ||u|| sup  Demonstra¸˜o: Consideremos o conjunto ca B = {C > 0. que a α=β (5. Se u = 0.48)  Com efeito. Definamos: e |a(u. u)| ≤ C para todo u ∈ H com u = 0. 2 u∈H. a ||a|| = |a(u. u)| ≤ inf B. Afirmamos. suponhamos.  2 u∈H. u − v) = 2[a(u. e a o que ´ uma contradi¸˜o. u + v) − a(u − v. v ∈ H. u. Ent˜o. v ∈ H tais que ||u|| ≤ 1 e ||v|| ≤ 1 e λ ∈ C tal que |λ| = 1. u) + a(u. u). λ v) + a(λ v. 2  ou seja. u + v) − a(u − v.48). a(v. u)| = inf B. u + v) = a(u. Da´ vem que e ca c˜ ı α= |a(u. λ v) = λ a(u. v) na diagonal. u) e portanto. em particular. u) + a(v. v) + a(v. v) − a(v. onde C > 0 prov´m da limita¸ao de a(u. u − v)] . Logo. u) = λ a(v. u − v)|] 2 C ||u + v||2 + ||u − v||2 ≤ 2 C = 2 ||u||2 + ||v||2 . v) + a(v. e c˜ Tomemos. v) + a(v.50)  . u) = 1 [a(u + v. |a(u. u)| ≤ C ||u||2 + ||v||2 . a(u. v). u + v)| + |a(u − v. u)| ≤ 2C. resulta que a(u + v. para todo u.u=0 ||u|| sup (5. da desigualdade acima vem que |λ a(u. a(u − v. v) e a(λ v. u − v) = a(u. Ent˜o. v) + a(v. sejam u. u)| ≤ 1 [|a(u + v. Por outro lado. v). v) + a(v.49)  Por outro lado. v ∈ H. de (5. γ ∈ B e γ < inf B. e paralelogramo que |a(u. para todo u. ficando provado a afirma¸ao feita em (5. Das rela¸oes c˜ a(u + v. u)| ≤ C ||u||2 + ||λ v||2 = C ||u||2 + ||v||2 ≤ 2C. u) − a(u.198  ´ INTRODUCAO A ANALISE FUNCIONAL ¸˜ `  Al´m disso.51) (5. v ∈ H tais que ||u|| ≤ 1 e ||v|| ≤ 1 e para todo λ ∈ C com |λ| = 1.50) resulta que a |a(u. v) ´ limitada na diagonal de H × H e da identidade do ı. (5. v) + λ a(v. γ ∈ B. temos que γ > 0 pois γ > α ≥ 0. u) + a(v. 2  Resulta da´ do fato que a(u. ] ou seja.  v)| ≤ C. v)| |a(u.u=0 ||u|| sup |a(u. para todo u. Resulta da´ e de (5.  |a(u.v=0 ||u|| ||v|| u∈H.u. v ∈ H com ||u|| ≤ 1 e ||v|| ≤ 1.  |a(u.u=0 ||u|| sup Combinando (5. por hip´tese. Tomemos. v)|2 e Assim. 2 u. λ = e Ent˜o.||u||≤1. u.53)  |a(u. ent˜o a (5. v). v)| ≤ C.v∈H. Como C foi tomado arbitrariamente em B temos que ||a|| ´ uma cota inferior para B e. v) = |a(u. a(v. u)| 2 u∈H.v)| . u)| ≤ sup = ||a||. u)|ei δ .49) que ı ||a|| ≤ |a(u. v ||u|| ||v||  (5.51) vem que a e ou ainda. v = 0 . v)|ei θ e a(v. v)| + e  i(θ+δ) 2  |a(v. u)| decorre que o |a(u. u)| .52)  Agora.u ||u||2  |a(u. u) em (5.v∈H.u=0 ||u|| sup  . u) = |a(v. δ ∈ [0. 2π] tais a que a(u. |a(u.53) conclu´ ımos que ||a|| = conforme quer´ ıamos demonstrar.||v||≤1 i(θ+δ) 2  ≤ 2C ⇒ |a(u. v)| = |a(v.  |a(u. e u ||a|| ≤ inf B = β. como  ∈ H tal que u = 0 ⊂  ∈ H tal que u.51) s˜o complexos.  o que acarreta que ||a|| ≤ C. 2 |a(u. em particular. v)|ei θ + e  i(θ−δ) 2  |a(v.52) e (5.u)| . |λ| = 1 e de (5. temos que existem θ. por conseg¨inte. e i(θ+δ) 2 i(−θ+δ) 2 i(θ−δ) 2  . 2 u∈H. sup u.  e como. u)|ei δ ≤ 2C. u)| ≤ 2C.FORMAS SESQUILINEARES LIMITADAS  199  Como a(u.  u)| = sup |a(u.||u||≤1  ||Au|| = inf{C > 0. u)| = sup |a(u. (5.23 De maneira an´loga ao que j´ provamos. Defini¸˜o 5.||u||=1  ||Au|| =  sup u∈H. ·) e ca c norma || · || = (·. se a(u. Assim e L(H) = {A : H → H. Analogamente ao que fizec˜ mos para as formas sesquilineares limitadas. u)| ≤ C ||u||2 . ||u||2 u∈H. Nota¸˜o: O espa¸o vetorial dos operadores lineares A de H em H. para todo u ∈ H}.||u||≤1 sup  5. para todo u ∈ H}.u=0 ||u|| u∈H.u=0 ||u|| sup (5. mostra-se que se a(u. ent˜o: a |a(u. u∈H.54)  cuja aplica¸ao A ∈ L(H) → ||A|| define uma norma em L(H). v) ´ ca a a e limitada na diagonal.22 se e ca cumpre e ent˜o temos a ||a|| = |a(u. v)| = inf{C > 0. |a(u.u=0 u∈H. para todo u ∈ H}.55)  . e No espa¸o L(H). |a(u.3  Operadores Lineares Limitados  Nesta se¸˜o estenderemos o conceito de operadores lineares limitados para espa¸os de ca c Hilbert complexos e provaremos que existe um isomorfismo isom´trico entre as formas e sesquilineares limitadas de H e os operadores lineares limitados de H. Dizemos que A ´ limitado se e existir uma constante C > 0 tal que ||Au|| ≤ C ||u||. ·)1/2 e A : H → H um operador linear. v)| = inf{C > 0. ||A u|| ≤ C ||u||. v) for limitada na diagonal e hermitiana.||u||≤1 sup Al´m disso. A ´ linear e limitado}. que s˜o limitados ca c a ´ denotado por L(H). a proposi¸˜o 5.24 Sejam H um espa¸o de Hilbert complexo com produto interno (·. u)| ≤ C ||u||2 . denotaremos por ||A|| o n´mero c u ||A|| = ||A u|| . 2 u∈H. para todo u ∈ H.200  ´ INTRODUCAO A ANALISE FUNCIONAL ¸˜ `  Observa¸˜o 5. fazemos para os operadores lineares limitados de H e obtemos ||A|| = sup u∈H. OPERADORES LINEARES LIMITADOS Ent˜o, se A ´ um operador linear limitado de H, podemos escrever a e ||A u|| ≤ ||A|| ||u||, para todo u ∈ H.  201  (5.56)  Obtemos igualmente como no caso das formas sesquilineares limitadas o seguinte resultado: Proposi¸˜o 5.25 Sejam H um espa¸o de Hilbert e A : H → H um operador linear de ca c H. As seguintes afirma¸˜es s˜o equivalentes: co a (i) (ii) (iii) (iv) A ´ cont´ e ınuo em H. A ´ cont´ e ınua no ponto 0 ∈ H. A ´ limitado em H. e A ´ Lipschitziano em H. e  Demonstra¸˜o: (i) ⇒ (ii). Evidente. ca (ii) ⇒ (iii). Suponhamos que A ´ cont´ e ınuo no ponto 0 ∈ H. Assim, dado ε > 0, existe δ > 0 tal que se ||u|| < δ ent˜o ||A u|| < ε. Tomemos, em particular, ε = 1. Ent˜o, a a por hip´tese, existe δ1 > 0 tal que o Se ||u|| < δ1 ent˜o ||A u|| < 1. a Sejam u ∈ H tal que u = 0 e C ∈ R tal que 0 < portanto, de (5.57) resulta que A u C ||u|| < 1 ⇒ ||A u|| ≤ C ||u||, para todo u ∈ H com u = 0. 1 C  (5.57) u C ||u||  < δ1 . Ent˜o a  =  1 C  < δ1 e,  Al´m disso, se u = 0, temos que ||A u|| = 0 = C||u||. Desta forma conclu´ e ımos que ||Au|| ≤ C ||u||, para todo u ∈ H. (iii) ⇒ (iv). Suponhamos A limitado em H, isto ´, existe C > 0 talq que ||au|| ≤ e C ||u||, para todo u ∈ H. Ent˜o, se u, v ∈ H, face a linearidade de A, resulta que a ||Au − Av|| = ||A(u − v)|| ≤ C ||u − v||, o que prova ser A Lipschitziano. (iv) ⇒ (i) Evidente.  202  ´ INTRODUCAO A ANALISE FUNCIONAL ¸˜ ` 2  Decorre da Proposi¸˜o acima que os conceitos de operadores lineares limitados e opeca radores lineares cont´ ınuos s˜o equivalentes. a A seguir, mostraremos que existe uma rela¸ao estreita entra as formas sesquilineares c˜ limitadas e os operadores lineares limitados. Com efeito, (I) Seja A um operador linear limitado de H. Definamos a seguinte aplica¸ao: c˜ a:H ×H →C (u, v) → a(u, v), onde, a(u, v) = (Au, v), para todo u, v ∈ H. (5.58)  Afirmamos que a(u, v) ´ uma forma sesquilinear de H. De fato, a(u, v) est´ bem e a definida uma vez que A ´ um operador. Al´m disso, em virtude da linearidade de A e das e e propriedades do produto interno (·, ·) de H, temos que para todo u, v, w ∈ H e λ ∈ C, (i) a(u + w, v) = (A(u + w), v) = (Au + Aw, v) = (Au, v) + (Aw, v) = a(u, v) + a(w, v). (ii) (iii) (iv) a(λ u, v) = (A(λ u), v) = (λ Au, v) = λ(Au, v) = λ a(u, v). a(u, v + w) = (Au, v + w) = (Au, v) + (Au, w) = a(u, v) + a(u, w). a(u, λ v) = (Au, λ v) = λ(Au, v) = λ a(u, v),  o que prova ser A uma forma sesquilinear. Al´m disso, como o produto interno ´ uma e e forma sesquilinear, hermitiana, estritamente positiva, ent˜o, pela desigualdade de Cauchya Schwarz e de (5.56), obtemos |a(u, v)| = |(Au, v)| ≤ ||Au|| ||v|| ≤ ||A|| ||u|| ||v|| para todo u, v ∈ H, o que prova que a(u, v) ´ limitada. e Se A ≡ 0, ent˜o a ≡ 0 e da´ vem que ||A|| = ||a||. Agora, se A = 0 (n˜o identicamente a ı a nulo), ent˜o ||A|| > 0 e, de (5.59) resulta que a ||A|| ∈ {C > 0; |a(u, v)| ≤ C ||u|| ||v||, para todo u, v ∈ H}, o que implica que ||A|| ≥ inf{C > 0; |a(u, v)| ≤ C ||u|| ||v||, para todo u, v ∈ H} = ||a||, (5.60) (5.59)  OPERADORES LINEARES LIMITADOS Por outro lado, lembremos que ||a|| = Como |(Au, v)| ; u, v ∈ H e u, v = 0 ||u|| ||v|| vem que |(Au, v)| |(Au, Au)| ≥ sup , u,v∈H;u,v=0 ||u|| ||v|| u∈H;u,Au=0 ||u|| ||Au|| sup o que prova que ||a|| ≥ Como ||Au|| ; u ∈ H e u, Au = 0 ||u|| resulta que ||Au|| ||Au|| ≤ sup . u∈H;u,Au=0 ||u|| u∈H;u=0 ||u|| sup Por outro lado note que ||Au|| ||Au|| ≤ sup , para todo u ∈ H tal que u, Au = 0, ||u|| u∈H;u,Au=0 ||u|| e a desigualdade acima continua v´lida mesmo que Au = 0 e u = 0. Logo, a ||Au|| ||Au|| ≤ sup , para todo u ∈ H, u = 0, ||u|| u∈H;u,Au=0 ||u|| e, consequentemente, ||Au|| ||Au|| ≤ sup . u∈H;u=0 ||u|| u∈H;u,Au=0 ||u|| sup De (5.62) e (5.63) obtemos ||Au|| ||Au|| = sup = ||A||. u∈H;u,Au=0 ||u|| u∈H;u=0 ||u|| sup ⊂ ||Au|| ; u ∈ H, u = 0 , ||u|| ||Au||2 ||Au|| |(Au, Au)| = sup = sup . u∈H;u,Au=0 ||u|| ||Au|| u∈H;u,Au=0 ||u|| ||Au|| u∈H;u,Au=0 ||u|| sup ⊃ |(Au, Au)| ; u ∈ H e u, Au = 0 , ||u|| ||Au|| |a(u, v)| |(Au, v)| = sup . u,v∈H;u,v=0 ||u|| ||v|| u,v∈H;u,v=0 ||u|| ||v|| sup  203  (5.61)  (5.62)  (5.63)  (5.64)  204  ´ INTRODUCAO A ANALISE FUNCIONAL ¸˜ `  Assim, de (5.61) e (5.64) resulta que ||a|| ≥ ||A|| e da´ e de (5.60) conclu´ ı ımos que ||a|| = ||A||. (II) Seja, agora, a(u, v) uma forma sesquilinear limitada de H. Definamos, para cada u ∈ H, u = 0, a seguinte aplica¸˜o: ca fu : H → C v → f u, v = a(u, v). Afirmamos que f u ´ uma aplica¸˜o linear. Com efeito, se a ≡ 0 ent˜o f u ≡ 0 e e ca a portanto nada temos a provar. Seja, ent˜o, a = 0 (n˜o identicamente nula). Para todo a a u, v, w ∈ H e λ ∈ C, temos (i) f u, v + w = a(u, v + w) = a(u, v) + a(u, w) = a(u, v) + a(u, w) = f u, v + f u, w , (ii) f u, λ v = a(u, λ v) = λ a(u, v) = λ a(u, v) = λ f u, v , (5.65)  o que prova a linearidade de f u. Al´m disso, da observa¸ao 5.17 decorre que e c˜ | f u, v | = a(u, v) ≤ ||a|| ||u|| ||v||, para todo v ∈ H. (5.66)  Pondo-se, para u = 0, k = ||a|| ||u|| > 0, ent˜o | f u, v | ≤ k ||v||, para todo v ∈ H. a Desta forma, f u, ´, para u = 0, uma forma linear limitada de H. Se u = 0, f u ≡ 0 e e ´ trivialmente uma forma linear limitada de H. Do exposto acima, e para cada u ∈ H, e temos que f u ´ uma forma linear limitada de H. Pelo Teorema de Representa¸ao de Riez, e c˜ para cada u ∈ H, existe um unico wu ∈ H tal que ´ f u, v = (v, wu ) , para todo v ∈ H. Estamos, portanto, aptos a definir a seguinte fun¸ao: c˜ A:H→H u → Au = wu , onde wu ´ dado pelo teorema de Riesz. e Provaremos, a seguir, que o operador A definido acima ´ linear e limitado. Com efeito, e notemos inicialmente que A est´ bem definido pois se u1 = u2 , ent˜o a(u1 , v) = a(u2 , v) a a e portanto, a(u1 , v) = a(u2 , v), para todo v ∈ H. Logo, f u1 , v = f u2 , v , para todo v ∈ H, ou ainda, (v, wu1 ) = (v, wu2 ), para todo v ∈ H, onde wu1 e wu2 s˜o dados pelo a (5.68) (5.67)  OPERADORES LINEARES LIMITADOS  205  Teorema de Riesz. Resulta da ultima identidade em particular para v = wu1 − wu2 que ´ wu1 = wu2 , o que prova que Au1 = Au2 . Consideremos, agora, u, v ∈ H. Temos, de (5.67) e (5.68) que, a(u, v) = f u, v = (v, wu ) = (v, Au) = (Au, v), e, portanto,  a(u, v) = (Au, v), para todo u, v ∈ H. Sejam u1 , u2 ∈ H e λ ∈ C. Ent˜o, de (5.69) obtemos a (i) (A(u1 + u2 ), v) = a(u1 + u2 , v) = a(u1 , v) + a(u2 , v) = (Au1 , v) + (Au2 , v) , para todo v ∈ H.  (5.69)  Ent˜o, (A(u1 + u2 ) − Au1 − Au2 , v) = 0, para todo v ∈ H, e conseq¨entemente, a u A(u1 + u2 ) = Au1 + Au2 . Al´m disso, e (ii) (A(λu1 ), v) = a(λ u1 , v) = λ a(u1 , v) = λ (Au1 , v) = (λ Au1 , v) , para todo v ∈ H.  Assim, (A(λ u1 ) − λ Au1 , v) = 0 para todo v ∈ H, o que implica que A(λ u1 ) = λ A(u1 ), o que prova a linearidade de A. Tamb´m, seja u ∈ H tal que Au = 0 ( e, portanto u = 0). Logo, e ||Au|| ||Au||2 |(Au, Au)| |a(u, v)| = = ≤ sup = ||a||, ||u|| ||u|| ||Au|| ||u|| ||Au|| u,v∈H;u,v=0 ||u|| ||v|| o que nos leva a ||Au|| ≤ ||a|| ||u||, para todo u ∈ H tal que Au = 0 e u = 0. Se u = 0, temos que Au = 0 e, portanto, ||Au|| = ||a|| ||u|| = 0. Se Au = 0 temos que ||Au|| = 0 ≤ ||a|| ||u||. Do exposto vem que ||Au|| ≤ ||a|| ||u||, para todo u ∈ H, o que prova ser A limitado. De modo an´logo ao que foi feito em (I), temos que ||A|| = ||a||. a  206  ´ INTRODUCAO A ANALISE FUNCIONAL ¸˜ `  Observa¸˜o 5.26 Do que vimos acima, dado um operador linear A limitado de um ca espa¸o de Hilbert H, constru´mos uma forma sesquilinear limitada de H, ou seja, a(u, v) = c ı (Au, v), para todo u, v ∈ H tal que ||a|| = ||A||. Reciprocamente, dada uma forma sesquilinear limitada de H, a(u, v), constru´mos um operador A linear limitado de H, ı dado por (Au, v) = a(u, v), para todo u, v ∈ H, onde ||A|| = ||a||. Denotaremos por S(H) o espa¸o das formas sesquilineares limitadas de H e como c vimos, por L(H) o espa¸o das formas lineares limitadas de H. c Proposi¸˜o 5.27 Seja H um espa¸o de Hilbert. Ent˜o existe um isomorfismo isom´trico ca c a e entre S(H) e L(H) dado pela seguinte aplica¸˜o: ca F : S(H) → L(H) a → F (a) = A, onde a(u, v) = (Au, v), para todo u, v ∈ H. Demonstra¸˜o: ca (i) F est´ bem definida. a Seja, a1 , a2 ∈ S(H) tais que a1 = a2 . Ent˜o, a1 (u, v) = a2 (u, v), para todo u, v ∈ H e a portanto, (F (a1 )u, v) = (F (a2 )u, v) , para todo u, v ∈ H, o que implica que F (a1 )u = F (a2 )u, para todo u ∈ H, donde F (a1 ) = F (a2 ). (ii) F ´ injetora. e Sejam a1 , a2 ∈ S(H) e suponhamos que F (a1 ) = F (a2 ). Ent˜o, A1 = A2 onde a a1 (u, v) = (A1 u, v) e a2 (u, v) = (A2 u, v) para todo u, v ∈ H. Como A1 = A2 , (A1 u, v) = (A2 u, v), para todo u, v ∈ H e, desta forma, a1 (u, v) = a2 (u, v), para todo u, v ∈ H, ou seja, a1 = a2 . (iii) F ´ linear. e Sejam a1 , a2 ∈ S(H) e λ ∈ C. (a) Temos, F (a1 + a2 ) = A3 , onde (a1 + a2 )(u, v) = (A3 u, v), para todo u, v ∈ H, ou seja, (A3 u, v) = (a1 + a2 )(u, v) = a1 (u, v) + a2 (u, v) = (A1 u, v) + (A2 u, v) = ((A1 + A2 )u, v), para todo u, v ∈ H, onde A1 = F (a1 ) e A2 = F (a2 ),  CONJUNTOS ORTONORMAIS COMPLETOS o que implica que A3 = A1 + A2 , isto ´, F (a1 + a2 ) = F (a1 ) + F (a2 ). e  207  (b) Temos, F (λ a1 ) = B, onde (λ a1 )(u, v) = (Bu, v), para todo u, v ∈ H, ou seja, (Bu, v) = λ a1 (u, v) = λ (A1 u, v) = ((λ A1 )u, v), para todo u, v ∈ H, onde A1 = F (a1 ), o que acarreta que B = λ A1 , isto ´, F (λ a1 ) = λ F (a1 ). e (iv) A sobrejetividade ´ imediata. e (v) F ´ isometria. e Temos que ||F a|| = ||A||. Mas, pelo que j´ foi provado anteriormente, ||A|| = ||a|| e, a por conseguinte, ||F a|| = ||a||, para todo a ∈ S(H). 2  5.4  Conjuntos Ortonormais Completos  Seja H um espa¸o de Hilbert munido de um produto interno que designaremos por (·, ·) c e norma || · || = (·, ·)1/2 . Dois vetors u, v ∈ H s˜o ditos ortogonais quando (u, v) = 0. a Evidentemente o vetor nulo ´ ortogonal a qualquer outro, pela pr´pria defini¸˜o. As vezes e o ca denotamos u ⊥ v para indicar que u ´ ortogonal a v. Um conjunto de vetores A ⊂ H e ´ dito ortogonal quando (u, v) = 0, para todo u, v ∈ A com u = v. Um conjunto ´ dito e e ortonormal quando for ortogonal, e, al´m disso, ||u|| = 1, para todo u ∈ A. e Defini¸˜o 5.28 Seja A um conjunto ortonormal em um espa¸o de Hilbert H. A ´ dito ca c e a completo se n˜o existir outro conjunto ortonormal contendo A, ou seja, A deve ser o conjunto ortonormal maximal. Veremos, a seguir, um crit´rio para a caracteriza¸˜o de conjuntos ortonomais completos e ca em um espa¸o de Hilbert H. c Proposi¸˜o 5.29 Um conjunto ortonormal A ´ completo se e somente se para todo u ∈ ca e H tal que u ⊥ A, ent˜o u deve ser o vetor nulo. a Demonstra¸˜o: Suponhamos incialmente que A seja ortonormal completo e, por conca tradi¸ao, que exista u ∈ H tal que u ⊥ A e u = 0. Ent˜o, c˜ a que u ⊥A⇒ ||u|| u ,v ||u|| = 0, para todo v ∈ A. (5.70) u ||u||  ´ um vetor unit´rio tal e a   (5. a Ent˜o. por hip´tese. ent˜o a a e a existe B ortonormal em H tal que A ⊂ B. ca e 2 Proposi¸˜o 5.  o que ´ um absurdo. Ent˜o. Seja S a cole¸˜o de todos os conjuntos ca ´ ortonormais que contˆm A. M = u ||u||  ∪ A ´ um conjunto ortonormal em H contendo A estritamente.  . Logo. A um conjunto ortonormal em H.72) e. existe B. pois. suponhamos que A n˜o seja completo. Se A n˜o ´ completo. o e  que ´ uma contradi¸ao.72)  j´ que B ´ ortonormal e A ⊂ B. ter´ / a ıamos 0= u u . de (5.71)  pois w ∈ B e B ´ ortonormal em H. Segue de (5. suponhamos que para todo u ∈ H tal que u ⊥ A tenhamos u = 0 e. w) = 1. e c˜ Reciprocamente. e u ||u||  ´ INTRODUCAO A ANALISE FUNCIONAL ¸˜ ` ∈ A. por contradi¸ao. S ´ n˜o vazio pois B ∈ S. v) = 0. caso contr´rio. em particular. Mostraremos agora que todo subconjunto a . que w = 0. e Consideremos. (5. existe w ∈ B\A.30 Seja H um espa¸o de Hilbert. Al´m disso. conjunto c˜ a a ortonormal em H. para todo v ∈ A ⇒ w ⊥ A. e Logo.71). Ent˜o.70) e. E claro que a cole¸˜o S ´ pare e a ca e cialmente ordenada pela inclus˜o de conjuntos. a ||w||2 = (w. Demonstra¸˜o: Incialmente notemos que a existˆncia de um conjunto ortonormal est´ ca e a garantida pois como H ´ n˜o trivial ent˜o existe u ∈ H. qualquer conjunto ca c a a ortonormal pode ser estendido a um conjunto ortonormal completo. tal que A est´ contido propriamente em B. como para todo v ∈ A tem-se que w = v e e resulta que (w.208 Al´m disso. u = 0 e portanto o conjunto e a a u ||u|| ´ trivialmente ortonormal em H. o que ´ uma a e o e contradi¸˜o com (5. n˜o trivial. ||u|| ||u|| = 1. Isto prova o crit´rio. ent˜o.  por ser A maximal. A ´ ortonormal e completo pois se existir e B ∈ S tal que A ⊂ B. Sem perda da generalie a dade suponhamos que a primeira das inclus˜es ocorra. o a u. ou seja. ent˜o Aα ⊂ Aβ ou Aβ ⊂ Aα . que garante que todo conjunto n˜o a a vazio indutivamente ordenado tem um elemento maximal. Isto implica que existem Aα e  u ∈ Aα e v ∈ Aβ . que α∈I  Logo. v) = 0 ⇒ u ⊥ v. ent˜o ||u|| = ||v|| = 1 pois Aβ ´ ortonormal em H. ent˜o. ent˜o. o conjunto α∈I  Aα ´ uma limita¸˜o superior para T em S. v ∈ e Aβ tais que  Aα . e A ⊂ α∈I  Aα. Consideremos. Aα ∈ S. α∈I α∈I  Aα ´ uma cota superior para T . a e ent˜o. Mostraremos que e α∈I  Aα ´ ortonormal em H. ent˜o. De fato. ´ uma subcole¸˜o de S totalmente ordenada. sejam u. para obtermos um conjunto ortonormal maximal. aplicar o Lema de Zorn. Isto conclui a prova. E claro que ca Aα ⊂ α∈I  Aα .CONJUNTOS ORTONORMAIS COMPLETOS  209  de S totalmente ordenado tem uma limita¸ao superior em S. concluir´ e ıamos o mesmo. Se u = v. α∈I α∈I  Aα ´ ortonormal e  Logo. Logo. para todo α ∈ I. Se tiv´ssemos suposto que Aβ ⊂ Aα . Pelo Lema de Zorn e ca  existe um elemento maximal A em S. em H e portanto Aα ∈ S. S ´ indutivamente c˜ e ordenado. Como T ´ totalmente ordenado. Agora. Assim. v ∈ Aβ . Ent˜o. ou seja. a 2  . pelo mesmo motivo a (u. sendo u = v. A = B. a T = {Aα }α∈I . Poderemos.  e e  O vetor v mencionado no ´ ıtem (1) acima pertence a [A]. vν )|2  = ||u||2 − 2 ν=1 n  |(u. vν )vν . vν )(u. u  − ν=1 n  (u. vν )vν . vν )vν n  = (u. vν )(u.  Demonstra¸˜o: (1) Definamos: ca n  Sn = ν=1  (u.31 Seja H um espa¸o de Hilbert. u ∈ [A] ⇔ u = v. das propriedades de produto interno e pelo fato de A = {vν }ν∈N ser ortonormal. vν ) (vν . vν )(u. ν=1 n  (u. u − ν=1 n  (u. u) − = ||u||2 −  u. u) − ν=1 n  (u. vν )|2 + ν=1  = ||u||2 − ν=1  |(u. vν )vν . u (u. vν )vν . vν ) =1  ν=1 n  = ||u||2 − ν=1 n  (u. vν ) − ν=1 n  (u.  o que implica que n  |(u. u − v ⊥ [A]. que n 2 n n  0 ≤ ||u − Sn || = u − ν=1 n  2  (u. ν=1  (u. vν )vν . vν )(vν . vν )vν . vν )vν  − n  + ν=1 n  (u. vν ) + |(u. vν )vν (u. u ν=1  + ν=1 n  (u. vν )(vν . vν )vν n  =  u− ν=1  (u.  Temos. vν )|2 . ν=1  .210  ´ INTRODUCAO A ANALISE FUNCIONAL ¸˜ `  Proposi¸˜o 5. Suponha que A = {vν }ν∈N ´ um conjunto ca c e ortonormal em H e consideremos u ∈ H. vν )|2 ν=1  = ||u||2 − ν=1 n  (u. isto ´ s´rie converge para um vetor v ∈ H. u) + ν=1 n  |(u. vν )vν . Ent˜o: a +∞  (1) (2) (3) (4)  v= ν=1  (u. vν )|2 |(u. vν )|2 ≤ ||u||2 .  vν )|2 ≤ ||u||2 . wn ) = 0. resulta de (4) que (u − v. para cada n ∈ N. existe v ∈ H tal que Sn → v em H. ν=n+1  (u. por (1). ou seja. vµ  = (u. u − v ⊥ [A]. vν )vν . e por conseguinte. existe {wn }n∈N ⊂ [A] tal que wn → w em H. que c ue o ∞  |(u. e e e ´ (2) E claro que n  Sn = ν=1  (u. quando m. o que implica que u − v ⊥ A. dados e m. temos m 2 m m  ||Sn − Sm ||  2  = = ν=n+1  (u. para cada µ ∈ N. vµ ) = (u.CONJUNTOS ORTONORMAIS COMPLETOS  211  Resulta da desigualdade acima. vν )vν . que (u − v. Logo. vµ ) − (u. vµ ) − (v. para todo w ∈ [A]. n → +∞. para todo n ∈ N.  o que implica que {Sn }n∈N ´ de Cauchy. existe {Sn }n∈N ⊂ [A] tal que Sn → v c em H quando n → +∞. vν )vν ν=n+1  |(u. (4) Temos. vµ ) − ν=1  (u. n ∈ N. u − v ⊥ [A].  . vν )vν ∈ [A] para todo n ∈ N e. vν )vν ν=n+1 m  =  (u.  Aqui [A] representa o subespa¸o gerado por A. acarretando a convergˆncia da s´rie. dado w ∈ [A]. gra¸as ao Teorema da Seq¨ˆncia Mon´tona. Agora. vµ ) = 0.73)  A desigualdade em (5. de acordo com o ´ ıtem (1). Isto significa que v ∈ [A]. decorre da´ na situa¸˜o limite que ı. vν )|2 → 0. ca (u − v. vµ ) ∞  = (u. Portanto. w) = 0. ν=1  (5.73) ´ conhecida como Desigualdade de Bessel. com m ≥ n. Mas. 76)  Como [A] = H. e a Ent˜o. de acordo com a proposi¸˜o 5. Assim. o que implica u = 0. de (5. Ent˜o. u ∈ [A]. ent˜o. do ´ ıtem (4) vem que u − v ⊥ [A]. para todo v ∈ H. A ´ completo. no entanto. Com efeito. Reciprocamente. u = 0 e tal que u ⊥ A.75) (5. v) = 0.74) e (5.75) resulta que (u − v. Por outro lado.29 deve existir u ∈ H. suponhamos ent˜o que ca c˜ a A ´ um conjunto ortonormal em H tal que [A] = H e. u − v) = 0 ⇒ u = v. em virtude de (2). Mas isto ´ uma coontradi¸ao.74)  Proposi¸˜o 5.76) que (u. 2 (5. resulta de (5. (5. uma vez que [A] ´ subspa¸o a e c resulta que u − v ∈ [A]. acarreta que u ⊥ [A]. e.32 Seja H um espa¸o de Hilbert e consideremos A ⊂ H um conjunto ca c ortonormal tal que [A] = H. que 0 = (u. A n˜o seja completo.212  ´ INTRODUCAO A ANALISE FUNCIONAL ¸˜ `  ´ (3) E claro que se u = v. e c˜ 2  . e. supona hamos que u ∈ [A]. ent˜o. Isto a ca implica que u ⊥ [A]. u) = ||u||2 . a e Demonstra¸˜o: Faremos a prova por contradi¸ao. que por sua vez. por hip´tese. o que encerra a prova. Como de (2) temos que v ∈ [A]. em o particular.  e. ||u − v|| (5.31) e [A] ´ um subespa¸o a e c˜ e c de H. obtemos c˜ u − v ⊥ [A]. ||u − v|| o que ´ um absurdo. existe um conjunto ortonormal contendo A estritamente. em particular. /  isto ´. podemos dizer que A n˜o ´ completo pois e a e A u−v ||u − v|| ∪ A. ortonormal ` todo A. o que acarreta que u−v ⊥ [A]. Ent˜o. [A] = H.78) ter´ a ıamos u−v = 0. vν )vν = v ∈ [A]. aplicando-se a parte (4) da mesma proposi¸ao. c a Demonstra¸˜o: Faremos a demonstra¸ao por contradi¸ao.77)  j´ que u = v. como H ´ um espa¸o de Hilbert. um vetor unit´rio. ν=1  Agora. Assumamos. Em vista disso. u = 0 e tal que u ∈ [A]. (5.33 Suponhamos que A = {vν }ν∈N ´ um conjunto ortonormal completo em ca e um espa¸o de Hilbert H. de (5. Agora. existe u ∈ H.CONJUNTOS ORTONORMAIS COMPLETOS  213  Proposi¸˜o 5. (conforme ´ garantido na parte (3) da proposi¸ao 5. ent˜o. Al´m disso.77). Logo. e e c˜ 2  .78) u−v ||u−v||  ∈ A. Segue de (5. caso contr´rio. / e c podemos aplicar as partes (1) e (2) da proposi¸ao 5. ||u − v|| Encontramos. a a a e pois. que u−v ⊥ [A]. que A ca c˜ c˜ a ´ um conjunto ortonormal em H e que e [A] = H. o que ´ uma contradi¸ao. ent˜o.31 que garante a existˆncia de um c˜ e vetor v ∈ H tal que ∞  (u. 33 decorre que [A] = H.79). vν )|2 .79)  Demonstra¸˜o: Suponhamos inicialmente que A seja completo e consideremos u ∈ H. conforme proposi¸ao 5. A ´ completo se e somente se. e ca u 2  . u = 0.  o que prova (5. Aplicando-se a proposi¸ao 5.  (5. tal que u ⊥ A.79) e (5.214  ´ INTRODUCAO A ANALISE FUNCIONAL ¸˜ `  Corol´rio 5. Conseq¨entemente.29 deve existir ca a a c˜ u ∈ H. A deve ser completo.  o que ´ uma contradi¸˜o. vν )|2 . n 2 n n n  (u. vν )vν  = ν=1  |(u. Reciprocamente. vν )vν .80)  Contudo. ca c˜ Pela proposi¸ao 5.81)  ||u||2 = ν=1  |(u.31 c˜ ´ ıtens (3) e (1) obtemos +∞  u= ν=1  (u. Ent˜o A ´ completo se e somente se [A] = H.  (5. Ent˜o. e a por contradi¸˜o. que A n˜o seja completo. para todo u ∈ H ´ v´lida a identidade: a e e a ∞  ||u|| = ν=1  2  |(u. ν=1  (u. suponhamos que para todo u ∈ H ´ v´lida a identidade (5. vν )vν ν=1  = ν=1  (u.34 Sejam H um espa¸o de Hilbert e A = {vν }ν∈N um conjunto ortonormal a c em H. vν )|2 .33.  e de (5. na situa¸˜o limite vem que ca +∞  ||u|| = ν=1  2  |(u. que +∞  (5. Logo. vν )|2 = 0. u ∈ [A]. ca c˜ co 2  Proposi¸˜o 5. Segue de (5.35 Sejam H um espa¸o de Hilbert e A = {vν }ν∈N um conjunto ortonormal ca c em H. vν )vν . a e Demonstra¸˜o: Aplica¸ao imediata das proposi¸˜es 5.79) e. Ent˜o. Isto encerra a prova.32 e 5.80).81) em particular para este u.  s˜o v´lidas as equivalˆncias dadas no Teorema 5. vν ). ı c  5. µ ∈ N.  [A] = H. quando H ´ separ´vel pois todo a e a conjunto ortonormal ´ no m´ximo enumer´vel (ver demonstra¸˜o adiante no lema 5. a a a e Surge ent˜o uma pergunta natural: Quando ´ que um espa¸o de Hilbert admite um cona e c junto ortonormal enumer´vel e completo? Por exemplo. +∞  ||u|| = ν=1  2  |(u. (u. ·)1/2 . todo espa¸o de Hilbert separ´vel admite uma base Hilbertiana. vν )(w. ν = µ.38 A proposi¸˜o 5. admite um conjunto ortonormal completo. w) = ν=1  (u.30 nos garante que todo espa¸o de Hilbert H. conforme j´ c a a t´nhamos provado no teorema 4. ca e Do exposto acima. +∞  Para todo u.79) ´ conhecida como Identidade de Parseval.36 A identidade dada em (5. e a a ca Denomina-se base Hilbertiana ` toda sucess˜o {vν }ν∈N de elementos de H tais que a a (i) (ii) ||vν || = 1 para todo ν ∈ N e (vν . vν )|2 .37 Seja A = {vν }ν∈N um conjunto ortonormal em um espa¸o de Hilbert H. w ∈ H. O espa¸o vetorial gerado pelos {vν }ν∈N ´ denso em H. Cona a tudo. enunciaremos o principal resultado desta se¸˜o. n˜o ca ca c a trivial. vν )vν .  Observa¸˜o 5. c e  Logo. se tal conjunto for enumer´vel.5  Subespa¸os Fechados e o Teorema da Proje¸˜o c ca  No que segue nesta se¸˜o seja H um espa¸o de Hilbert com produto interno (·. +∞  u∈H⇒u= ν=1  (u. c Ent˜o. as asser¸˜es abaixo s˜o equivalentes a co a (1) (2) (3) (4) (5) (6) A ´ completo.37.71).SUBESPACOS FECHADOS E O TEOREMA DA PROJECAO ¸ ¸˜  215  Observa¸˜o 5.  . e u ⊥ A ⇒ u = 0. n˜o necessariamente enumer´vel. vµ ) = 0. ·) e norma ca c || · || = (·.21 para espa¸os de Hilbert reais. para todo ν. ca Teorema 5.  m. como vn +vm 2  (5. Assim. 2 Por outro lado. Consideremos.83) e (5. v∈M 2 vn + vm − u||2 ≤ −d2 . que pela identidade do paralelogramo ´ igual a e 2||vn − u||2 + 2||vm − u||2 .83)  ∈ M resulta que  || o que implica que  vn + vm − u|| ≥ inf ||v − u|| = d. Ent˜o. ent˜o.  .84) obtemos ||vn − vm ||2 ≤ 2||vn − u||2 + 2||vm − u||2 − 4d2 . combinando (5. Demonstra¸˜o: ca Definindo-se d = inf ||u − v||.39 Sejam M um subespa¸o fechado de um espa¸o de Hilbert H e u ∈ H. c c a se d = inf ||u − v||.216  ´ INTRODUCAO A ANALISE FUNCIONAL ¸˜ `  Lema 5.82)  (5. existe {vn }n∈N ⊂ M tal que a ||u − vn || → d quando n → +∞. Temos: a ||vn + vm − 2u||2 + ||vn − vm ||2 = ||(vn − u) + (vm − u)||2 + ||(vn − u) − (vm − u)||2 .84)  Logo. combinando as identidades acima resulta que ||vn − vm ||2 = 2||vn − u||2 + 2||vm − u||2 − ||vn + vm − 2u||2 vn + vm = 2||vn − u||2 + 2||vm − u||2 − 4|| − u||2 . n ∈ N. v∈M  existe v0 ∈ M tal que d = ||u − v0 ||. v∈M  ent˜o. 2  −||  (5.  Resta-nos provar ent˜o que a w ⊥ M. M ) = inf ||u − v||.40 Seja M um subespa¸o fechado de um espa¸o de Hilbert H e considerca emos N um subspa¸o que cont´m M propriamente. ent˜o.82) e (5. Al´m disso. v seria igual a u o que ´ um absurdo pois a e u ∈ M e v ∈ M (note tamb´m que u = v = 0 n˜o pode ocorrer).86)  . Demonstra¸˜o: Como a inclus˜o M ⊂ N ´ pr´pria. converge.  o que acarreta que {vn }n∈N ´ uma seq¨ˆncia de Cauchy em H. com v0 ∈ M .e. a w = v − u. existe v0 ∈ M tal que vn → v0 quando n → +∞. 2 c c Proposi¸˜o 5. v∈M  Aplicando-se o lema precedente. deve existir v ∈ M tal que d = ||u − v||. Claramente w = 0 pois. existe um vetor w ∈ N . Para esse ca a e o / u consideremos d = d(u. Ent˜o.m→+∞  217  lim  ||vn − vm ||2 ≤ 2d2 + 2d2 − 4d2 = 0. o que encerra a prova. (5.82) que e 0≤ resultando que ||vn − vm || → 0 quando n.85) e pela unicidade do limite conclu´ e ımos que d = ||u − v0 ||.85)  Das convergˆncias (5.SUBESPACOS FECHADOS E O TEOREMA DA PROJECAO ¸ ¸˜ Resulta da desigualdade acima e da convergˆncia (5. existe u ∈ N e u ∈ M . caso contr´rio. Consideremos. n˜o c e a a nulo. e tal que w ⊥ M . Sendo e ue M fechado e como {vn }n∈N ⊂ M . Logo ||u − vn || → ||u − v0 ||. w ∈ N pois / e a e v ∈ M ⊂ N e u ∈ N . portanto. m → +∞. quando n → +∞. n. (5.  α = β (w. z)|2 ||z||2 = 2β |(w. o que prova (5.86). z) (z. que tal fato n˜o ocorra. z)|2 + β 2 |(w. z) com β ∈ R. w) + |α|2 ||z||2 . z) + α(z. z)|2 + β 2 |(w. Logo. por conseguinte.88). Ent˜o.89). z) = 0 para todo z ∈ M . z)|2 ||z||2 < 0. que (w. w + α z) − (w. seja z ∈ M e α ∈ C. w) + β 2 |(w. Ent˜o. como (w. de (5. a ||w + α z||2 ≥ ||w||2 . z)|2 ´ dado por ∆ = 4|(w. e. z)|2 + β 2 |(w. z)|2 ||z||2 . Assumamos.218  ´ INTRODUCAO A ANALISE FUNCIONAL ¸˜ `  Com efeito. o que garante a exist encia de ra´ e ızes reais distintas e. z)|2 ||z||2 β 2 + 2β |(w. ou seja. onde a ultima desigualdade decorre da defini¸˜o de d = d(u. ficando provado (5. z). em particular. z) = 0. c˜ 2 (5. Suponhamos. w) + |α|2 ||z||2 = β (w. α = β(w. w) = α(w. para algum z ∈ M . z) (w. z)|2 + β 2 |(w. (5. o ||w + α z|| = ||v − u + α z|| = ||v + α z − u|| ≥ d = ||w||. M ) e do fato que (v + α z) ∈ ´ ca M .87) obtemos α(w. z)|2 + β |(w. Isto termina a prova.87) podemos escrever 2β |(w. z)|2 ||z||2 ≥ 0 para todo β ∈ R e z ∈ M. o que ´ u e uma contradi¸ao com (5. z) + β (w.89)  . z)|4 > 0. ca a a podemos escolher β de modo que 2β |(w. por contradi¸˜o. Temos. Substituindose α dado acima em (5.87)  Lembremos que queremos provar que (w. z) + α(z. z)|2 ||z||2 = β |(w. para esse prop´sito. o discriminante ∆ da fun¸ao quadr´tica c˜ a f (β) = |(w. Com efeito. e portanto. 0 ≤ ||w + α z||2 − ||w||2 = (w + α z. conseq¨entemente existe β entre tais raizes tal que f (β) < 0. z) = 0.88) (5.  Desta forma. a c a ´ um subespa¸o de H definido por e c M ⊥ = {v ∈ H. Ent˜o. quando ν → +∞. S ⊥ ´ um subespa¸o e e e c fechado de H.  .43 Sejam H um espa¸o de Hilbert e S ⊂ H. e Proposi¸˜o 5. de fato. u) = 0. S ∩ S ⊥ ⊂ {0}. (w. as defini¸˜es coincidem.42 Fazendo-se a identifica¸˜o de H com o seu dual. Na situa¸ao limite. para todo u ∈ S. u) = 0. para todo v ∈ S ⊥ }. u) = 0. para todo u ∈ S. (v. (v.SUBESPACOS FECHADOS E O TEOREMA DA PROJECAO ¸ ¸˜  219  Defini¸˜o 5. Agora. para todo u ∈ S}. u) = 0.41 Sejam H um espa¸o de Hilbert e S um subconjunto de H. j´ definido anteriormente. obtemos c˜ (v. co Cov´m observar que mesmo que S seja um conjunto gen´rico. para todo u ∈ S. a  Em particular. (v. para todo v ∈ S o que implica que v = 0. v) = 0. (vν .  (i) Seja v ∈ S ∩ S ⊥ . via Teorema de Riez. v ∈ S e (v. u) = 0. A cole¸˜o de ca c ca vetores S ⊥ = {v ∈ H. o que prova que v ∈ S ⊥ o que prova que S ⊥ ´ fechado. e Observa¸˜o 5. seja {vν }ν∈N ⊂ S ⊥ tal que vν → v em H. ca ca ent˜o. v) = ||v||2 = 0. Temos. Ent˜o. sendo S um subespa¸o. ´ denominada o complemento ortogonal de S. (ii) Notemos que S⊥ ⊥  = {w ∈ H. evidentemente {0} ⊂ S ⊥ ⊂ {0} e assim c temos a igualdade. e c S ⊂ S⊥ ⊥  . o complemento ortogonal M ⊥ de um subespa¸o M ⊂ H. para cada ν ∈ N. ou seja. ca c a (i) (ii) Demonstra¸˜o: ca S ∩ S ⊥ ⊂ {0} e temos a igualdade se S ´ subespa¸o. para todo u ∈ M }.  Logo. Pela proposi¸ao 5.90)  Reciprocamente. v) = 0.220  ´ INTRODUCAO A ANALISE FUNCIONAL ¸˜ ` ⊥  Seja u ∈ S. ´ claro que S ⊂ [S]. para todo v ∈ S ⊥ o que implica que u ∈ S ⊥ a conclui a prova. pela proposi¸˜o 5. Ent˜o. desta forma. Ent˜o.43(ii).43(i). ca c a S⊥ ⊥  S⊥  ⊥ ⊥  . isto ´. temos que M ⊂ M ⊥ ca c˜ M⊥ ⊥  .44.43(ii). 2  n˜o pode ser pr´pria e devemos ter M = M ⊥ a o  c a Corol´rio 5. admitamos que M ca a o . ent˜o M = ca e c c a M⊥ ⊥  . ⊥  Demonstra¸˜o: De acordo com a proposi¸˜o 5. a inclus˜o c˜ a .  = [S]. para todo v ∈ S2 . 2  Proposi¸˜o 5. a  Demonstra¸˜o: ca  ⊥ a Seja u ∈ S2 . conforme quer´ ıamos demonstrar. Ent˜o. v) = 0. ⊥  . w ∈ M ⊥ ∩ M ∈ M⊥ ∩ M⊥  e como M ⊥ ´ subespa¸o. portanto. S⊥ ⊥ ⊥ ⊥  ´ um subespa¸o fechado e c  cont´m o menor subespa¸o fechado que cont´m S. ou e c e  ⊃ [S]  (5. em particular. w = 0. ou seja.40 existe w ∈ M ⊥ a ca ⊥ ⊥ ⊥ ⊥  tal que w = 0 e w ⊥ M . ou seja. S1 ⊃ S2 . que (u. por contradi¸˜o.46 Sejam H um espa¸o de Hilbert e S ⊂ H. Ent˜o. o que gera uma contradi¸ao. da proposi¸ao 5.47 Sejam H um espa¸o de Hilbert e S ⊂ H. Ent˜o.44 Sejam H um espa¸o de Hilbert e S1 e S2 subconjuntos de H tais que ca c ⊥ ⊥ S1 ⊂ S2 . Assim.  ⊥ temos. para todo v ∈ S1 . e. Ent˜o. Como S1 ⊂ S2 .45 Se M ´ um subespa¸o fechado de um espa¸o de Hilbert H. S ⊥ = a Proposi¸˜o 5. S seja. S ⊥ ca ca contendo S e. temos e c˜ S ⊥ ⊃ [S] . que a inclus˜o seja pr´pria. u ∈ S1 . o que  Proposi¸˜o 5. ⊥  Demonstra¸˜o: De acordo com a proposi¸ao 5. e  w ∈ M ⊥ . (u. v) = 0. 2  . Supo-  nhamos. (u. que e c c˜ ⊥  = {0}.  u ∈ M. resulta que ||u||2 = 0 e portanto u = 0.91) e (5. ent˜o. al´m disso. a e c Demonstra¸˜o: Seja {wν }ν∈N ⊂ M + N tal que wν → w em H quando ν → +∞. M ⊕ N ´ um subespa¸o fechado. podemos aplicar a e c proposi¸ao 5. Ent˜o. (5. ´ claro que {0} ⊂ M ∩ N . Agora. para todo v ∈ M e w ∈ N. tivermos e c e M ⊥ N.95). Neste caso a soma ´ dita direta e representamos por M ⊕ N e Proposi¸˜o 5. Ent˜o. Se.91)  Contudo. notemos que [S] ´ um subespa¸o fechado de H. ´ claramente um subespa¸o de H. a M ∩ N = {0}. o que prova que M ∩ N ⊂ {0}.93) conclu´ ımos o desejado. 2  (5.92) conclu´ ımos que S⊥ ⊥ ⊥ ⊥  . e a Mas. w) = 0.  Sejam M e N subespa¸os de um espa¸o de Hilbert H.95) (5.  (5. u ∈ M e u ∈ N . existem uν ∈ M e vν ∈ N tais que wν = uν + vν .90) e (5.93)  Combinando (5.45 para concluir que c˜ [S] = [S] Assim. Ora. v ∈ N }.48 Sejam M e N subespa¸os fechados de um espa¸o de Hilbert e suponca c c hamos que M ⊥ N .SUBESPACOS FECHADOS E O TEOREMA DA PROJECAO ¸ ¸˜ o que implica que S⊥ ⊥  221  ⊂ [S]  ⊥ ⊥  (5. o conjunto c c a M + N = {u + v. ca para cada ν ∈ N.92)  ⊂ [S]. Temos. se u ∈ M ∩ N . pelo fato de (v. Logo.94)  Com efeito. (5. de (5. o que prova (5. ent˜o. pelo teorema de Pit´goras que a ||wν − wµ ||2 = ||(uν + vν ) − (uµ + vµ )||2 = ||(uν − uµ ) + (vν − vµ )||2 = ||uν − uµ ||2 + ||vν − vµ ||2 .96)  .  e pela unicidade do limite em H conclu´ ımos que w = u + v.48 temos que N ´ um subespa¸o fechado de H. que M + N ´ fechado. existem u. Demonstra¸˜o: Da proposi¸ao 5. Pelasproposi¸˜es 5. e 2 Teorema 5.96) na passagem ao limite que {uν }ν∈N e {vν }ν∈N s˜o seq¨ˆncias de Cauchy em H.97)  Contudo.45 resulta que c˜ N = N⊥ o que completa a prova. Al´m ca e c e disso.45 vem que co N⊥ ⊂ M⊥ e N⊥ ⊂ M⊥ o que implica que N ⊥ ⊂ M ⊥ ∩ M = {0}. ent˜o e c c a H = M ⊕ M ⊥. resulta que u ∈ M a e v ∈ N . como {uν }ν∈N ⊂ M e {vν }ν∈N ⊂ N e M e N s˜o fechados.97) obtemos wν = uν + vν → u + v ∈ M + N. N ⊥ = {0}. v ∈ H tais que uν → u e vν → v em H. µ ∈ N.222  ´ INTRODUCAO A ANALISE FUNCIONAL ¸˜ `  j´ que (uν − uµ ) ⊥ (vν − vµ ). a ue Logo. (5. para todo ν.44 e 5. Como {wν }ν∈N ´ de Cauchy.43(i). Assim.49 Se M ´ um subespa¸o fechado de um espa¸o de Hilbert H. temos M ⊂ N e M ⊥ ⊂ N. e da proposi¸ao 5. por conseguinte. resulta que M ∩ M ⊥ = {0}. Para isso. definamos N = M + M ⊥. De acordo com a proposi¸˜o 5. o que prova que w ∈ M + N e. ⊥ ⊥  = M. 2  . Portanto. de (5. resulta a e de (5. Resta-nos provar ca c˜ que H = M + M ⊥ . Isto conclui a prova.  = {0}⊥ = H.  para todo u. v) = a(u. do exposto. De maneira an´loga ao que j´ foi feito anteriormente.ADJUNTO DE UM OPERADOR LINEAR LIMITADO  223  5. A∗ v). (Au.6  Adjunto de um Operador Linear Limitado  Sejam H um espa¸o de Hilbert. pelo Teorema de Representa¸ao de Riesz. A∗ v).27)) ca ca a a  . para todo u. De modo an´logo ao que fizemos anteriormente (veja (5. v ∈ H e ||A∗ || = ||A||.65)-(5. v) = (u. v ∈ H. v) = (u.69) e o procedimento a usado nesta se¸ao) tem-se que A∗ ∈ L(H) e. existe um unico wv ∈ H tal que c˜ ´ f v. u = (u. a seguinte aplica¸ao: c˜ fv : H → C u → f v. v). para todo u ∈ H. A∗ v) . a(u. c Definamos. para todo u. ou seja. wv ) = (u. u = (u. mostra-se que f v ∈ L(H) e a a portanto. (rela¸˜o an´loga `quela obtida em (2. ||A∗ || = ||a||. c˜ e vem que (Au.98)  Defini¸˜o 5. A ∈ L(H) e a(u. onde wv ´ dado acima . v ∈ H e ||A∗ || = ||a|| = ||A||. u = a(u. v ∈ H. v) = f v. A∗ v) . Logo. para todo u.99) (5. e Do exposto podemos escrever a(u.99). al´m disso. ou seja. v) uma forma sesquilinear associada. (5. para cada v ∈ H.50 O operador A∗ definido acima ´ denominado o adjunto de A e ´ caracca e e terizado pela rela¸˜o dada em (5. v) = (u. wv ) . Definamos a seguinte aplica¸˜o: ca A∗ : H → H v → A∗ (v) = wv .  v) = a(v. v ∈ H. existem. para todo u. para ı todo u ∈ H. a∗∗ (u. ca e e Proposi¸˜o 5. 2 Defini¸˜o 5. u).  . Av).224  ´ INTRODUCAO A ANALISE FUNCIONAL ¸˜ `  Observa¸˜o 5. u) = a(u. v) = a(v. A∗ e A∗∗ pertencem a L(H). isto ´. e e (Au. formas sesquilineares limitadas de H a eles relacionas. e. v). v) = (Au. De fato. A∗ u) = (Av. v ∈ H e. a A∗∗ = (A∗ )∗ = A. v) = 0. v) = (v. v) = (u. v). v). v) = a(u. v ∈ H. a∗ e a∗∗ . v ∈ H. Consideremos A ∈ L(H) e A∗ o seu ca c adjunto. desta forma (A∗∗ u. Resulta da´ que (A∗∗ u − Au.51 Notemos que a forma sesqulinear limitada de H. v) = (A∗ u. para todo u. para todo u. A∗∗ = A. Assim. Temos a∗ (u. ent˜o. a∗∗ = a e. respectivamente. v) = a(u. ou ainda. u).52 Seja H um espa¸o de Hilbert. Ent˜o. portanto. sejam u. para todo u. v) = a∗∗ (u. u). u) = a(v. para todo u. o que prova o desejado. v) = a∗ (v. para todo u. a∗ (u. Demonstra¸˜o: Como A. v ∈ H. pela observa¸ao c˜ anterior. A limita¸˜o de a∗ prov´m do fato que a ´ limitada. Ainda. portanto. ca a a. determinada ca por A∗ ´: e a∗ (u.53 Um operador linear limitado A de um espa¸o de Hilbert H ´ denominado ca c e sim´trico se A∗ = A. A∗∗ u = Au. v ∈ H. a∗ (u. v ∈ H.  e. e Demonstra¸˜o: Sejam u. u) ≤ M . c˜ (i) Pelas defini¸oes de m e M resulta que c˜ m≤ (Au. v) ´ c˜ e  hermitiana e portanto a(u) = a(u. o que prova o desejado.u=0 ||u|| u∈H. Av) = (Av.u=0 ||u|| inf  Observemos. v) = (u. portanto. ||A|| = max{|M |. Ent˜o. Consideremos A ∈ L(H) um operador ca c sim´trico e a(u. desta forma. 2  Proposi¸˜o 5. u) = a(v. u)| = |a(u. |m|}. Definamos e m= Ent˜o. u) ≤ ||A|| ||u||2 . para todo u ∈ H com u = 0.54 e 5. u) e M = sup . a (i) (ii) Demonstra¸˜o: ca m ||u||2 ≤ (Au. u = 0. ||u||2  . inicialmente. u = 0. u)| ≤ ||a|| ||u||2 = ||A|| ||u|| 2. Como (Au. para todo u ∈ H. u) ∈ R. m ||u||2 ≤ (Au. u) = a(u.55 Seja H um espa¸o de Hilbert. e. u) ≤ M. para todo u ∈ H. u) ≤ M ||u||2 . v) = (Au. temos o desejado. ||u||2  Logo. ent˜o faz sentido as a defini¸oes de m e M . −||A|| ≤ (Au. u) ≤ ||A||. a(u. temos ca a a(u. (ii) Temos que ||A|| = ||a||. v) sua forma sesquilinear limitada associada. Se A ∈ L(H) ´ sim´trico. u). para todo u ∈ H. Como a desigualdade ´ e trivialmente verificada para u = 0. que pelas proposi¸oes 5.54 Seja H um espa¸o de Hilbert. em virtude da simetria e A. (Au. para todo u ∈ H. para todo u ∈ H. u) (Au.ADJUNTO DE UM OPERADOR LINEAR LIMITADO  225  Proposi¸˜o 5. |(Au. u).6. Assim. −||A|| ||u||2 ≤ (Au. 2 2 u∈H. v ∈ H. ent˜o sua ca c e e a forma sesquilinear limitada associada a(u. v) ´ hermitiana.  para todo u ∈ H. temos dois casos a considerar: (a) |M | ≥ |m|. u) (Au. Temos |M | ≥ M = (Au.u=0 sup isto ´. para todo u ∈ H. u) (Au. ||u||2 u∈H. para todo u ∈ H. 2 ||u||2 u∈H. |M |} ≤ ||A||.u=0 ||u|| sup (5.u=0 ||u|| sup  .u=0 ||u|| u∈H. u∈H. ||A|| ≤ |M | = max{|M |.101). Por outro lado. afirmamos que ||A|| ≤ max{|m|. o que prova que |m| ≤ ||A|| e |M | ≤ ||A||.  ´ INTRODUCAO A ANALISE FUNCIONAL ¸˜ `  (Au.226 Resulta da ultima desigualdade que ´ −||A|| ≤ ou seja. |M |}. u) (Au. 2 ||u||2 u∈H. u) (Au. u = 0. Com efeito. u = 0. Portanto max{|m|. 2 2 u∈H. 2 u∈H. para todou ∈ H. |m| ≥ −m = − (Au. u = 0. u = 0. u = 0. u) ≥ . e (b) |m| ≥ |M |. da hip´tese |m| ≥ |M | resulta que o |m| ≥ |M | ≥ M = (Au. u) para todo u ∈ H. Temos. u) ≥− . para todo u ∈ H. u)| ≤ |M |. vem que o |M | ≥ |m| ≥ −m = − Assim. ||u||2 (Au. u) ≤ sup ≤ ||A||.100)  Pela hip´tese |M | ≥ |m|. u = 0. |m|}. o que prova (5. |M | ≥ o que implica que |(Au. u)| .u=0 ||u|| inf  −||A|| ≤ m ≤ M ≤ ||A||.u=0 ||u||2 inf  Agora.101) (5.u=0 ||u|| ||u||2 inf |(Au. u) ≥ .  H representar´ um espa¸o de Hilbert sobre C munido do produto interno a c (·. e) → (u.u=0 sup |(Au. de (5. que A n˜o seja limitado. Ent˜o. a Logo. ca Demonstra¸˜o: Suponhamos. b) definido por Au = (u.101) fica provado o desejado. tal que ||Auν || ≥ ν. se {uν }ν∈N ´ uma seq¨ˆncia limitada em L2 (a.O TEOREMA ESPECTRAL PARA ´ OPERADORES SIMETRICOS Assim. b) e e ´ um vetor unit´rio de L2 (a. ||u||2  227  ou seja. existe ums subseq¨ˆncia uν tal que uν ue u fracamente em L2 (a.56 Um operador A de H ´ denominado compacto.63. b) → L2 (a. quando para toda sucess˜o ca e a limitada {uν }ν∈N de vetores de H. ||A|| ≤ |m| = max{|M |. ·)1/2 . existe ca ca a a uma sucess˜o {uν }ν∈N de vetores de H com ||uν || = 1.100) e (5. ent˜o. u = 0. Defini¸˜o 5. Em outras palavras. podemos extrair de {Auν }ν∈N uma subsucess˜o convera gente em H. |m| ≥ Logo. ·) e norma || · || = (·. (uν . conseq¨entemente. A ´ limitado. e 2  . da sucess˜o {Auν }ν∈N n˜o podemos extrair nenhuma subsusess˜o convergente. desta forma. b) e. e)e. b). Mostraremos que A ´ um operador compacto. Exemplo: Seja A : L2 (a. em virtude do teorema e ue a 3. u)| para todo u ∈ H. o que prova o desejado em (5. b).OPERADORES COMPACTOS . Assim.57 Se A ´ um operador compacto de H. De e a e fato. onde u ∈ L2 (a. ent˜o A ´ limitado.O Teorema Espectral para Operadores Compactos Sim´tricos e  No que segue. e)e em L2 (a. |(Au. (uν .101). u)| ≤ |m|. o a a a que contradiz o fato de A ser compacto. e)e → (u. b). e) forte em C e. por contradi¸˜o.7  Operadores Compactos . A leva conjuntos limitados em conjunto relativamente compactos. Assim. ||u||2 u∈H. |m|}. para todo ν ∈ N. 2  5. u e a e Proposi¸˜o 5.  (5. para todo ν ∈ N. ca a 2  Teorema 5. 2. A∗ ´ compacto. a e podemos extrair uma subsucess˜o {ϕν } que converge em C(K) para uma fun¸ao ϕ em a c˜ C(K). uν ). x2 ) < δ implica que |f (x1 ) − f (x2 )| < ε. para todo ν ∈ N. que ||uν || ≤ 1.58 (Arzel´-Ascoli) Sejam K um espa¸o m´trico compacto e H um subcona c e junto limitado de C(K).102)  onde C ´ uma constante positiva. ou seja. uν ) − (y. e e Demonstra¸˜o: ca ⇒ Suponhamos que A seja compacto. sem perda da generalidade. Consideremos H ⊂ C(K) definido por o H = {ϕν : K → C.103) segue que H ´ um subconjunto de C(K) satisfazendo as condi¸oes e c˜ do Teorema de Arzel´-Ascoli e portanto. Seja {uν }ν∈N uma sucess˜o a  limitada em H. · · · }. sendo K limitado resulta que e ||ϕν || = sup |ϕν (x)| = sup |(x. H ´ relativamente compacto em C(K). existe δ > 0 tal que d(x1 . e somente se. uν )| ≤ ||x − y| ||uν || ≤ ||x − y||.102) e (5. j´ que C(K) ´ um espa¸o de Banach. Assim. Mostraremos que {A∗ uν }ν∈N possui uma subsucess˜o convergente.59 Um operador A de H ´ compacto se. Assim. para todo ν ∈ N. e De (5. Ent˜o. Temos: |ϕν (x) − ϕν (y)| = |(x. x∈K  . Al´m disso. y ∈ K. dado ε > 0. ν = 1. uν )| ≤ sup ||x|| ||uν || ≤ C. a e Demonstra¸˜o: Ver Yosida [21]-p´gina 85. existe δ = ε > 0 tal que se ||x − y|| < δ ⇒ |ϕν (x) − ϕν (y)| < ε. seja qual for a f ∈ H. que ´ um espa¸o m´trico compacto posto que A ´ um operador compacto. H ´ relativamente compacto em C(K).228  ´ INTRODUCAO A ANALISE FUNCIONAL ¸˜ `  Teorema 5. isto ´. para todo ν ∈ N e x. Suponhamos que H ´ uniformemente equicont´ e ınua.103) x∈K x∈K x∈K  (5. uν ) − ϕ(x)| → 0 quando ν → +∞. Podea mos supor. x ∈ K → (x. a e c ||ϕν − ϕ|| = sup |(x. para e todo ε > 0. Consideremos e c e e K = A (B1 (0)). por hip´tese. k }k∈N . Repetindo o a processo n − 1 vezes.3 · · · onde {A2 u2. e c Demonstra¸˜o: Obviamente Lc (H) ´ um subespa¸o vetorial. . para todo n ∈ N.O TEOREMA ESPECTRAL PARA ´ OPERADORES SIMETRICOS Em particular.  o que implica sup u∈H. ||A∗ uν − A∗ uµ || → 0 quando ν . µ → +∞. .k }k∈N convergem .k }k∈N converge u2. De forma an´loga.2 u1.||u||≤1  229  |(Au. {A2 u3. Isto encerra a prova.k }k∈N uma subsucess˜o de a a {un }n∈N tal que {A1 u1.OPERADORES COMPACTOS .2 . o que prova o desejado.||u||≤1  |(Au.k }k∈N tal que {A2 u2. uν ) − (Au. Com efeito. .k }k∈N seja convergente. Como A1 ´ compacto podemos e e extrair de {A1 u1. seja An ∈ Lc (H).k }k∈N .||u||≤1  |(u. . µ → +∞. u3. {A1 u2. uµ )| → 0 quando ν . uν ) − ϕ(Au)| → 0 quando ν → +∞. Temos: u1.2 u2. isto a ´. A∗ uν ) − (u. seja {un }n∈N uma sucesss˜o limitada de H. existe M > 0 tal que ||un || ≤ M . talq que An → A em L(H).  e. podemos extrair de a {u1. e Provaremos que A ∈ Lc (H).k }k∈N uma subsucess˜o {un. sup u∈H.k }k∈N . A∗ (uν − uµ ))| → 0 quando ν .3 · · · onde {A1 u1.  ou seja. {A1 un.k }k∈N tal que a {An un.1 u1. A∗ uµ )| → 0 quando ν .2 un.k }k∈N seja convergente. para todo n ∈ N. sup u∈H. .k }k∈N uma subsucess˜o {u2. podemos extrair de {un−1.  ou ainda. {A1 u3.k }k∈N seja convergente. . Lc (H) ´ um subespa¸o fechado de L(H). Seja {u1. sup u∈H.  un.60 Lc (H) = {A ∈ L(H). ⇐ Se A∗ ´ compacto ent˜o. em virtude das proposi¸˜es 5.1 un.1 u2.k }k∈N uma subsucess˜o convergente. Mostraremos que Lc (H) ca e c ´ fechado.k }k∈N . Com efeito.||u||≤1  |(u.1 u3. µ → +∞. A ´ compacto} ´ um subespa¸o vetorial de L(H).k }k∈N . ca e e c Na verdade.k }k∈N convergem  . portanto.57 resulta que A∗∗ = A e a co ´ compacto. .k }k∈N convergem u3. · · · . {An−1 un. .3 · · · onde {A3 u3. µ → +∞.3 · · · onde {An un. e 2  Proposi¸˜o 5.52 e 5. . ··· . 2 . λ ∈ R.k || ≤ M ||A − Am0 || < . Ent˜o. (5. l > n0 . a inf (Au. u)|. u2.k } ´ convergente. e portanto.104)  (5.55 decorre que se ||A|| = sup |(Au.106) e (5. o que implica que {Auk.106)  Por outro lado. ent˜o.k − Am uk. u) e M = sup (Au. l > n0 resulta que ε ||Am0 uk.k || ≤ ||A − Am0 || ||uk. por ser sim´trico.107) resulta que ||Auk. da proposi¸ao 5. onde m e M s˜o reais. Notemos que {An uk. ent˜o.105).l || ≤ ||A − Am0 || ≤ ||A − Am0 || ||ul.57 A ´ cont´ ca a c˜ e ınuo.||u||=1  u∈H. e existe n0 ∈ N tal que para todo k. A possui um valor pr´prio λ = 0. e 2  Teorema 5. e a Com efeito.l || < .107)  Portanto.l − Aul.61 Seja A um operador compacto e sim´trico de H.k − Al. Logo.k }k∈N ´ de Cauchy em H e como H ´ e e completo segue que {Auk.l || + ||Am ul.k − Au l. Al´m disso. · · · . ||u||=1  u∈H.1 . de Cauchy.l − Am0 ul. · · · }. se k.230  ´ INTRODUCAO A ANALISE FUNCIONAL ¸˜ `  Consideremos a sucess˜o diagonal {u1. temos que {Am0 uk.l || ≤ ||Auk. a o Demonstra¸˜o: Sendo A compacto.k }k∈N ´ convergente. u). temos ||Auk. dado ε > 0.l || ≤ M = . Afirmamos que e {Auk. o que encerra a prova. un. ostraremos que {Auk. 3M 3 ε . e e a c˜ e se m= ent˜o a ||A|| = max{|m|.105) Como An → A em L(H). ε ||Auk. de (5.k || + ||Am uk.k − Am0 uk. tomando m = m0 em (5.k − Am0 ul. existe m0 ∈ N tal que ||Am0 − A|| < a Asssim. diferente do operador e nulo.n .||u||=1  . ent˜o em virtude da proposi¸ao 5. |M |}.k }k∈N a converge. 3 (5. 3 ε ε ||Aul.k }k∈N ´ uma sucess˜o de Cauchy.l ||.k }k∈N ´ convergente para todo n ∈ N. 3M  (5.k − Am ul. l|| < ε. 111)  e de (5.110) que ı k→+∞  lim ||Awk − λwk || = 0. wk ) + λ2 . k→+∞  (5. Tomando o limite na ultima desigualdade obtemos de (5. uν ) → λ quando ν → +∞. de ´ e (5. M ´ um valor pr´prio de A e se |m| ≥ |M |. o e a o  . existe uma sucess˜o {uν }ν∈N de vetores de o c˜ a H.108)  (5. Pelas defini¸oes de m e M e λ. 2 Observa¸˜o 5. e tal que (Auν .109) que 0 ≤ lim ||Awk − λ wk ||2 = ||u||2 − 2λ2 + λ2 = ||u||2 − λ2 .112) e do fato que u = λ v conclu´ ımos que Av = λ v.109)  (5. resulta. Al´m disso. quando k → +∞ (5. Mostraremos que λ ´ valor e pr´prio de A. ||A|| ou −||A|| s˜o valores pr´prios de A.112) vem que λ wk → λ v. Desta ultima convergˆncia. Sendo A limitado resulta a  que A(λ wk ) → A(λ v). Temos.O TEOREMA ESPECTRAL PARA ´ OPERADORES SIMETRICOS  231  Consideremos λ = m ou λ = M de modo que |λ| = ||A||. em virtude de (5. Das ´ desigualdades acima resulta que ||u|| = |λ|. (5.112)  u Seja v = λ .110)  de onde segue que |λ| ≤ ||u||.111). ent˜o m ´ um valor e o a e pr´prio de A.OPERADORES COMPACTOS . de onde resulta que Awk → Av. o que encerra a prova. existe uma subsucess˜o {wk } de {uk } e u ∈ H tais que e a Awk → u quando k → +∞. em virtude de A ser sim´trico e λ real que e 0 ≤ ||Awk − λ wk ||2 = ||Awk ||2 − 2λ(Awk .109) que ||u|| ≤ |λ|. com ||uν || = 1. Como A ´ limitado.108) e (5.109) que acarreta que λ wk → u.62 Decorre da demonstra¸˜o do teorema 5. Passando o limite na desigualdade acima.  (5. Resulta da´ e de (5. resulta que e ||Auk || ≤ ||A|| ||wk || = ||A|| = |λ|. ||v|| = 1 e de (5. Como A ´ compacto. Ent˜o.61 que se |M | ≥ |m| ent˜o ca ca a ||A|| = |M | e. portanto.  obtemos finalmente uma subsucess˜o a de vetores {en }n∈N tais que ||en || = 1. por contradi¸˜o. n = m. que ca o ca o espa¸o c Hλ = {u ∈ H. m ∈ N. para todo n ∈ N. ||Aen − Aem ||2 = ||A(en − em )||2 = ||λ(en − em )||2 = |λ|2 ||en − em ||2 . m ∈ N. (en . en ) . ||en − em ||2 = ||en ||2 + ||em ||2 − (en .64 A multiplicidade de cada valor pr´prio λ = 0 de um operador compacto ca o A n˜o nulo de H ´ finita. A dimens˜o ca o a do espa¸o N (A − λ I) ´ chamado multiplicidade do valor pr´prio de λ. =1 =1 =0 =0  Logo. podemos considerar em N (A − λ I) uma sucess˜o {ϕn }n∈N de vetores lineara a mente independentes. em ) = 0.232  ´ INTRODUCAO A ANALISE FUNCIONAL ¸˜ `  Defini¸˜o 5. para todo n. ||Aen − Aem ||2 = 2 λ2 . a e Demonstra¸˜o: Seja λ = 0 um valor pr´prio de A.  . ϕm ) = 0. Contudo. Suponhamos. Au = λu} n˜o possua dimens˜o finita. isto ´ a a e dim[N (A − λ I)] = +∞. para todo n. n = m. podemos supor ca que (ϕn . Por outro lado. em ) − (em . Dividindo cada elemento {ϕn }n∈N por sua norma.63 Sejam A um operador de H e λ ∈ C um valor pr´prio de A. Ent˜o. c e o Proposi¸˜o 5. Pelo processo de ortogonaliza¸˜o de Gram-Schmit.  u2 . . · · · } uma base de vetores de um espa¸o vetorial ca a V . c˜  . portanto.  (5. podemos e a a construir uma cole¸˜o finita ou enumer´vel {λν } de valores pr´prios n˜o-nulos de A e ca a o a uma cole¸˜o {vν } de correspondentes vetores pr´prios tais que ca o (i) Se {λν } ´ enumer´vel. vn−1 )vn−1 . . v1 )v1 . o que contradiz a a o fato que A ´ um operador compacto.  v3 = u3 − (u3 . ca o a e a a Demonstra¸˜o: Faremos a demonstra¸ao em trˆs etapas. · · · } ´ uma base ortogonal de V . para todo ν e λν → 0.) a  (iii) Todos os valores pr´prios n˜o-nulos de A est˜o na cole¸˜o {λν }. 2 c Observa¸˜o 5. Assim. ca c˜ e Primeira Etapa: Constru¸ao dos {λν } e {vν }.65 Sendo {u1 .OPERADORES COMPACTOS . . a o a a ca cole¸˜o de valores pr´prios n˜o-nulos de A ´ no m´ximo enumer´vel. vn . · · · . vν )vν . v1 )v1 − (u3 . vν )vν = ν  λν (u. para todo u ∈ H. a ca e Este ´ processo de orgotonaliza¸˜o de Gram-Schmidt.113)  (  ν  indica soma finita ou enumer´vel. v2 )v2 . vn = un − (un . . un . (ii) {vν } ´ um sistema ortonormal de H e ´ v´lida a representa¸˜o e e a ca Au = ν  (Au. ent˜o a cole¸˜o o conjunto de vetores {v1 . v2 .66 Seja A um operador compacto sim´trico n˜o-nulo de H. . Ent˜o. definindo-se v1 = v2 u1 . a multiplicidade do valor pr´prio λ = 0 ´ e o e finita. ent˜o e a a |λν | ≥ |λν+1 |. v2 )v2 − · · · − (un . e ca Teorema 5. ent˜o.O TEOREMA ESPECTRAL PARA ´ OPERADORES SIMETRICOS  233  o que implica que {Aen }n∈N n˜o possui subsucess˜o alguma convergente. . · · · . v1 )v1 − (un . ||u1 || = u2 − (u2 .  admitindo-se que A2 = 0 (n˜o identicamente nulo. A3 . u)| = |λ1 |.  . ou seja. v2 ) = 0}. u)| ≤  sup u∈H1 . v2 ) = 0. λ2 . v1 ) = (u. v2 . Consideremos. vν−1 . e a a e sup u∈H2 . H3 ´ o complemento ortogonal de v1 e v2 . A ´ invariante por H2 . (u. para e e u ∈ H2 . tais que o |λ1 | ≥ |λ2 | ≥ · · · ≥ |λν |. · · · . · · · . v2 . ent˜o λν → 0. o e H2 = {u ∈ H. como {λν } ´ limitada (por |λ1 |). Mostraremos a c˜ que se {λν } ´ enumer´vel. temos e e (Au. Av1 ) = λ1 (u. obtemos.61 nos proporciona o primeiro valor pr´prio λ1 = 0. o que prova a afirma¸ao. ||v1 || = 1. tais que |λ2 | ≥ |λ3 | e v3 ´ ore togonal a v1 e v2 . vν . os valores pr´prios λ1 . Aν s˜o n˜o identicamente nulos. obtemos uma cole¸ao enua a c˜ mer´vel {λν } de valores pr´prios de A com correspondentes vetores pr´prios {vν }. a a aplicando o teorema 5. v1 ) = 0 e (Au. Com efeito. v2 . obtemos. Notemos que v2 ´ ortogonal a v1 e sendo o e |λ2 | = resulta que |λ1 | ≥ |λ2 |.61 a A2 e H2 . A : H2 → H2 . isto ´. v2 ) = (u. c˜ Seja A2 = A|H2 . Admitindo-se que A2 . temos (Au. Av1 ) = (u. a a aplicando-se sucessivamente o racioc´ feito acima. onde Hν ´ o complemento e ortogonal de v1 . v1 ) = 0} e definamos H1 = H. o segundo valor pr´prio λ2 com correspondente vetor o pr´prio v2 ∈ H2 . Av2 ) = λ2 (u. (u. vν } sendo um conjunto ortonormal de H. Caso a o o contr´rio. Admitindo-se que A3 = 0(n˜o a identicamente nulo). o que acarreta que Au ∈ H3 . com correspondente o valor pr´prio v1 . Se u ∈ H3 . e {v1 .234  ´ INTRODUCAO A ANALISE FUNCIONAL ¸˜ `  O teorema 5. obtemos λ3 = 0 e v3 ∈ H3 . λ v1 ) = λ (u. o que implica que Au ∈ H2 . v1 ) = (u. · · · . v1 ) = (u. paramos a constru¸ao dos λν no momento que em que Aν ≡ 0. isto ´. ||v2 || = 1. Definamos A3 = A|H3 . v1 ) = 0. · · · . · · · . Ent˜o.||u||=1  |(Au. Sendo A sim´trico. da mesma forma. H3 = {u ∈ H. Com efeito. λν n˜o ınio o a nulos de A com correspondentes vetores pr´prios v1 .||u||=1  |(Au. Se todos os Aν s˜o n˜o nulos. Seja H2 o complemento ortogonal de v1 . vν ∈ Hν . ||v3 || = 1. 114)  O resultado seguir´ se mostrarmos que a Awν → 0 quando ν → +∞.115)  Awν = Au − i=1 ν−1  (u. por a ν →+∞  contradi¸˜o. i=1  = Au − i=1  (u. Seja a a e a u ∈ H e definamos.O TEOREMA ESPECTRAL PARA ´ OPERADORES SIMETRICOS  235  existe uma subsucess˜o {λν } de {λν } e a ∈ R tais que lim λν = a. vi )vi . {λν } ´ enumer´vel.114) temos ν−1 ν−1  (5. Avi )vi = Au −  . quando ν → +∞.  Decorre da convergˆncia acima que e ν→+∞  lim |λν | = 0  uma vez que {|λν |} ´ uma sucess˜o decrescente e limitada de n´meros reais e portanto e a u covergir´ para o seu ´ a ınfimo. Com efeito. vi )Avi = Au − i=1 ν−1  λi (u.113) ´ v´lida c˜ e a Suponhamos que {vν } seja um sistema enumer´vel. {vν } n˜o ´ de Cauchy. notemos que de (5. Ent˜o. como A ´ compacto. Do exposto conclu´ e ımos que ν→+∞  lim λν = 0  Segunda Etapa: A Representa¸ao (5.  Mas a convergˆncia acima n˜o pode ocorrer uma vez que e a ||vν1 − vν2 ||2 = ||vν1 ||2 + ||vν2 ||2 . vi )vi (Au. ´ zero. e v ∈ H a ca  = vν → v. ca a tais que A vν λν  vν λν  ´ limitada e. Suponhamos. Isto nos leva a uma contradi¸ao provando que a e c˜ ν →+∞  lim λν = 0. vi )vi . existir˜o uma e e a  subsucess˜o da mesma.  (5. Ent˜o.OPERADORES COMPACTOS . que. a qual continuaremos denotando pela mesma nota¸˜o. que a = 0. para cada ν ∈ N ν−1  wν = u − i=1  (u. ou seja. neste caso.  vj ) = (u. vj )vj  . vi )vi .117) ||Au|| ≥ ||Azν ||. al´m disso. temos de (5.113) segue de ca modo simples. para todo ν ∈ N. j = 1. para todo ν ∈ N. ν0 −1 ν0 −1  (u. vµ  = i=1  (u.115).115) fica provado (5. vi )(vi . a e |λν | ≥ ||Azν ||. vi )(vi .  de onde vem que (u. vi )|2 .  e. · · · . Pelo Teorema de Pit´goras segue que a ν−1 ν−1  ||wν ||2 = (wν . u − j=1 ν−1  (u.  de onde vem que ν−1  ||wν || = ||u|| − j=1  2  2  |(u. vµ ) = 0 se µ ≥ ν0 . para algum ν0 .  |(Au.||u||=1  . Ent˜o. vj )vj ν−1 ν−1  = ||u|| − j=1  2  (u. vj ) − i=1  (u. j=1  (u.  o que acarreta que ||wν || ≤ ||u||. vi )vi . por conseguinte.236  ´ INTRODUCAO A ANALISE FUNCIONAL ¸˜ `  Da ultima identidade e assumindo a convergˆncia em (5. vj )(u.  o que implica que wν ∈ Hν . u)| =  sup u∈Hν . vi )vi . 2.||u||=1 wν . ν − 1. vµ ) = i=1  (u. vj ) − j=1  (u. ||wν ||  para todo  (5.116)  u= i=1  (u. Com efeito. Suponhamos. vµ ) = 0 para todo µ ≥ ν0 e a representa¸˜o em (5. que wν = 0 para todo ν ∈ N e definamos zν = a ν ∈ N. wν ) = ν−1  u− i=1  (u. temos ν0 −1  (5. pois |λν | = sup u∈Hν . vi )vi . vi )(vi . ent˜o.114) que e ν−1  (wν . vj ) = 0. zν ∈ Hν (posto que wν ∈ Hν ). ´ e Portanto ´ suficiente provarmos (5.113). Se wν0 = 0. ||zν || = 1 e. u) + i=1  (u.  o que prova que u ∈ N (A) e portanto N (A) ´ um subespa¸o fechado de H. implicando que (v.115).. vν ) ⇒ (λ − λν )(v. sendo A limitado. Avν ) = λν (v. para todo ν ∈ N. Assim. Contudo. vν ) = 0 para todo ν ∈ N.118)  . j´ que estamos admitindo que (λ − λν ) = 0.117) obtemos  u∈Hν . vemk que Au = 0. a para todo ν ∈ N. de acordo com o e c teorema 5. ter´ a ıamos que Aν = A|Hν seria diferente do operador nulo e ent˜o poder´ a ıamos obter mais um vetor pr´prio vν . vν ) = 0. ent˜o N (A) ´ fechado. ´ um subespa¸o de H.114). mas isto n˜o pode ocorrer. Ent˜o. Se Awν fosse diferente de zero. Isto encerra a prova do teorema.OPERADORES COMPACTOS . o a Terceira Etapa: Demonstra¸˜o de (iii) ca Suponhamos que A tenha um valor pr´prio λ = 0 com correspondente vetor pr´prio o o v. Au = 0}. ||Au|| ≤  sup  |(Au. vν−1 .||u||=1  ||Awν || = ||wν || ||Azν || ≤ ||u|| |λν |. resulta que e (v. para todo ν ∈ N.49. Auν = 0.113) resulta que Av = ν  λν (v.  o que ´ uma contradi¸ao j´ que Av = λ v = 0. para todo ν ∈ N. em {λν } est˜o todos os valores e c˜ a a pr´prios e n˜o nulos de A. u o Seja wν como em (5. O n´cleo de A.O TEOREMA ESPECTRAL PARA ´ OPERADORES SIMETRICOS  237  (Note que a identidade acima ´ v´lida pois A ´ invariante para cada Hν e portanto e a e ||Au|| = (Au. Awν = 0 e o resultado segue. Assim. De (5. Assim. wν ∈ Hν . Ora. Assim. c u N (A) = {u ∈ H. como para cada ν ∈ N. Suponhamos que tenhamos apenas um n´mero finito de vetores pr´prios v1 . Ent˜o.116) e (5. pela continuidade de A. · · · . seja e c a e {uν }ν∈N ⊂ N (A) tal que uν → u em H. podemos escrever que H = N (A) ⊕ N (A)⊥ . o a 2  Seja AH → H um operador linear de um espa¸o de Hilbert H. (5. pois (Av. vν )vν = 0. tal que λ seja diferente de todos os λν obtidos na primeira etapa.Au) ||Au|| Au ≤ Au. v2 . resulta que Auν → Au. conforme desejado. vν ) = 0. de (5. por ser A a sim´trico. Sendo A limitado. vν ) = (v. u)|). Com efeito. o que prova (5. Tomando o limite na desigualdade acima notando que λν → 0 segue que Awν → 0.  Com efeito. temos {vν } ⊂ N (A)⊥ = {v ∈ H. de (5. existe um unico w ∈ N (A) tal que a ´ u=w+ ν  (u. (5.119) ´ unica. provaremos c˜ inicialmente que para todo n ∈ N. Resta-nos provar a unicidade da representa¸ao.124)  .  (5. de (5. Definindo-se e w =u− ν  (u. Ent˜o.121) e (5. c˜ e´ Demonstra¸˜o: De acordo com a proposi¸˜o 5. a repree e senta¸ao dada em (5. w) = 0.122) podemos escrever que Aw = Au − Au = 0.66(ii) resulta que n n→+∞ n  lim A ν  (u.123)  o que prova que w ∈ N (A). vν )Avν = ν=1  λν (u.238  ´ INTRODUCAO A ANALISE FUNCIONAL ¸˜ `  Lema 5. vν )vν  .  (5. vν )vν ν  ´ convergente em H. dado u ∈ H.123) temos a existˆncia de w ∈ N (A) que e verifica (5. vν )vν ∈ H.121)  Por outro lado. pela linearidade de A obtemos a Aw = Au − A ν  (u. vν )vν  = ν=1  (u. Logo.  (5. (v.66. vν )vν ν=1  = Au.119).31 temos que a s´rie ca ca e (u.  (5.  e do teorema 5.120)  ent˜o. (5.119)  onde {vν } ´ o sistema ortonormal de H obtido no teorema 5. vν )vν .122)  Portanto. vν )vν .120) e (5. Al´m disso. vν )vν  = lim  n→+∞  λν (u. sim´trico e n˜o nulo de um espa¸o de Hilbert e a c H. n n n  A ν  (u. para todo w ∈ N (A)}.67 Seja A um operador compacto. 67 existe um unico w ∈ N (A) que verifica ´ +∞  u=w+ ν=1  (u. ou seja.66 ´ completo em a o e N (A)⊥ . como u ⊥ vν . Assim.OPERADORES COMPACTOS . Com efeito. Sendo o mesmo fechado. para todo ν ∈ N resulta da express˜o acima que o a u = w e.29. vν )vν ∈ N (A)⊥ . Demonstra¸˜o: Conforme j´ demonstrado no lema 5. Usaremos a proposi¸˜o e ca 5.119) ´ unica. Provaremos que a u = 0.O TEOREMA ESPECTRAL PARA ´ OPERADORES SIMETRICOS Para isso. pelo lema 5. vν )vν ∈ N (A)⊥ . vν )vν .118) que a representa¸ao dada em (5. Isto encerra a prova. u = 0. Sendo N (A)⊥ um subespa¸o fechado de um espa¸o de Hilbert segue que N (A)⊥ ´ c c e Hilbert. resulta que e c (u. w) = 0. para todo w ∈ N (A). ν  239  Segue da´ e de (5. ı c˜ e´ 2 Proposi¸˜o 5.  Mas. w) ⇒ (vν . Aw) = (Avν . que u u ∈ N (A) ∩ N (A)⊥ . Isto prova o desejado. Resta-nos provar que {vν }ν∈N ´ completo em N (A)⊥ . para cada ν ∈ N. temos que ca a {vν }ν∈N ⊂ N (A)⊥ . w) = 0. tem-se (u.67. o que prova o desejado em (5. De fato. pois N (A)⊥ ´ um subespa¸o. ca e c Ent˜o o sistema {vν }ν∈N de vetores pr´prios de A obtido no teorema 5. ´ suficiente provarmos que para cada ν ∈ N tenhamos e (vν . ent˜o. conseq¨entemente. 2  . u ∈ N (A)⊥ tal que u ⊥ vν para todo ν ∈ N. se w ∈ N (A) ent˜o Aw = 0 e da´ decorre que a ı 0 = (vν . Consideremos.68 Seja A um operador compacto e sim´trico de um espa¸o de Hilbert H.124). por hip´tese. w) = λν (vν .  y ∈ A. para cada x ∈ A e B √2 (x) ∩ A = {x}. Reciprocamente. ent˜o n˜o pode existir um operador compacto ca e sim´trico de H que seja injetor. e e se A ´ injetor. [{vν }ν∈N ]. todo conjunto ortonormal em c a a H ´ enumer´vel (no m´ximo). e Com efeito. N (A) = {0}. existe um subconjunto enumer´vel e denso em H. Ent˜o. compacto.71 Seja H um espa¸o de Hilbert separ´vel. sim´trico ca e e injetor. pela proposi¸˜o 5. 2  . a saber. Provaremos que A ´ enue  mer´vel. ent˜o ı a B √2 (x) ∩ B √2 (y) = ∅ 2 2  (5. e. a ca e Logo. por contradi¸˜o.125)  e.68 e do fato que H = N (A) ⊕ ca ue ca N (A)⊥ . ou seja. [{vν }ν∈N ] = H. y ∈ A e x = y. A ´ injetor. e a a Demonstra¸˜o: ca Seja A um subconjunto ortonormal de H.33 e ca resulta que [{vν }ν∈N ] = H e [{vν }ν∈N ] = N (A)⊥ .70 Se H n˜o ´ separ´vel. suponhamos. {vν }ν∈N ´ completo e a e em H. e a e a a a Observa¸˜o 5. Com efeito. para todo x. x = y. H = N (A)⊥ . y ∈ A.69 Como conseq¨ˆncia da proposi¸˜o 5. suponhamos que {vν }ν∈N ´ completo em H. H = N (A)⊥ . que exista um operador A. ou seja. ent˜o.240  ´ INTRODUCAO A ANALISE FUNCIONAL ¸˜ `  Observa¸˜o 5. para todo x. y) − (y. al´m disso. Pela proposi¸˜o 5. Ent˜o.68 vem que {vν }ν∈N ´ ortonormal completo em H. Mas isto ´ a e uma contradi¸˜o pois H n˜o ´ separ´vel. Logo. x) +||y||2 = 2. portanto. De fato. A ´ injetor. vem que {vν }ν∈N ´ completo em H se. Logo.  Segue da´ que se x. x = y. temos a ||x − y||2 = ||x||2 − (x. =0 =0  de onde vem que ||x − y|| = √ 2. e somente se. o que implica que N (A) = {0}. ca a e a Lema 5.  para todo α e para todo ν. possui elementos distintos de M . cada par de bolas distintas. B √2 (x) ∩ B √2 (y) = ∅. Agora. ent˜o N (A) = {0}. respectivamente. e a 2 2 2 2  Pela proposi¸ao 5.OPERADORES COMPACTOS . escolhamso um unico zx ∈ M ∩ B √2 (x) de modo que fica definida uma bije¸˜o ´ ca τ : A → N .68. ca e c˜ 2 Proposi¸˜o 5. o que prova o desejado. caso contr´rio. pois.126) Se A ´ injetor. e a ortogonalidade vem garantida de (5. se A n˜o ´ injetor. c˜ u a composi¸˜o σ ◦ τ ´ uma bije¸ao de A em P . o que contradiz 5. ´ E claro que {eµ }µ ´ enumer´vel. Al´m disso. a existˆncia de um sistema ortonormal completo c˜ e {wα }α em N (A). por conseguinte. existe zx ∈ M ∩ B √2 (x).126) ´ otonormal completo em H. e a a existe uma bije¸ao σ deste conjunto com um subconjunto P dos n´meros naturais.30.72 Seja H um espa¸o de Hilbert separ´vel e A um operador compacto e ca c a sim´trico de H. Com efito. Notemos que se ı x = y. formado e a por vetores pr´prios de A.52). Logo. a a Logo. para cada x ∈ A. enumer´vel e e a a denso em H. Sendo H separ´vel e N (A) fechado em H.127) (5.125. Ent˜o. e a e wα ⊥ vν . Sendo {vν }ν o sistema ortonormal completo em N (A)⊥ obtido na proposi¸ao a c˜ 5. segue que N (A) ´ um a e espa¸o de Hilbert separ´vel (veja proposi¸ao 3. Logo.68 existe um sistema ortonormal completo em H formado por vetores c˜  .O TEOREMA ESPECTRAL PARA ´ OPERADORES SIMETRICOS  241  Por outro lado. para todo α. H = N (A)⊥ .71 vem que {wα }α ´ c a c˜ e enumer´vel. Sendo N enumer´vel.127) e do fato que {wα }α e {vν }ν s˜o ortonormais a em N (A) e em N (A)⊥ . onde N ´ um subconjunto enumer´vel de M . como H ´ separ´vel. x → zx . definamos {eµ }µ = {wα }α ∪ {vν }ν . o Agora. Sendo N (A) um subespa¸o fechado a e a c de H resulta. Segue da´ que para cada x ∈ A. ent˜o N (A) = {0} e. (5. ν. ent˜o zx = zy . o Demonstra¸˜o: ca pr´prios de A. existe um subconjunto M de H. do lema 5. pois N (A) ⊥ N (A)⊥ . conforme proposi¸ao 5. existe um sistema ortonormal e completo {eµ }µ∈N de H. Provaremos que o sistema dado em (5. temos tamb´m que e e ||wα || = 1 e ||vν || = 1. Al´m disso.  =0  (5. 2 Sejam H um espa¸o de Hilbert e A um operador compacto.129) e do fato que N (A) ⊥ N (A)⊥ temos 0 = (u. que a H = N (A) ⊕ N (A)⊥ . vν )vν . de acordo com (5. temos. sim´trico e n˜o-nulo. ent˜o. vν ) = (v + w.130) e da proposi¸˜o 5. e a P0 : H → N (A) u → P0 u = w. c e a Temos. aplicando-se novamente a proposi¸ao 5. resulta de (5.130)  Como {wα }α e {vν }ν s˜o ortonormais completos em N (A) e N (A)⊥ . (5. a ent˜o. ent˜o.  . existe um unico w ∈ N (A) e um a ´ unico v ∈ N (A)⊥ tais que ´ u = v + w.29 que {eµ }µ ´ completo. conforme j´ vimos anteriormente.242  ´ INTRODUCAO A ANALISE FUNCIONAL ¸˜ `  Resta-nos provar que o sistema dado em (5. wα ) +(w. ou seja. se u ∈ H.126) ´ completo. Segue de (5. Logo. vν ) = (v. Em ´ verdade. wα ) = (w. Consideremos. vν ) + (w.128)  Por outro lado. =0  (5. de (5. de onde a ca se conclui. para todo µ. Logo. Com efeito. ent˜o. wα ) = (v. para todo ν.128) e (5. como H = N (A) ⊕ N (A)⊥ . wα ) = (v + w.  onde {vν }ν ´ o sistema ortonormal de H obtido no teorema 5.66. existem unicos w ∈ N (A) e v ∈ N (A)⊥ tais que u = w + v.29 que w = 0 e v = 0. usaremos a e proposi¸ao 5. vν ).129)  0=  (u. vν ) = (v.29.119) que u=w+ ν  (u.126) que u ⊥ wα para todo α e u ⊥ vν para todo ν. u = 0. wα ) para todo α. u ∈ H tal que c˜ a u ⊥ eµ . Seja. Isto encerra c˜ e a prova. w ∈ N (A). respectivamente.   . v ∈ H. Agora. pela unicidade da representa¸˜o vem que ca (u. Pµ v) = ((u. vν )vν . Logo. (Pν u.  Contudo. Ent˜o: ca c a (i) Pν e Pµ s˜o ortogonais entre si. vµ )vµ ) = (u. uma vez que [vν0 ] ´ um subespa¸o fechado de H. (u. u = (u. temos. a De fato.O TEOREMA ESPECTRAL PARA ´ OPERADORES SIMETRICOS  243  a proje¸ao ortogonal de H sobre N (A). vν0 )vν0 + w + ν=ν0  (u. ent˜o. vµ ) (vν . w ∈ [vν0 ]⊥ (pois w ∈ N (A). v ∈ H. vµ ) = 0. para todo u. do exposto acima.  Consideremos. vν )vν  ∈ [vν0 ]⊥ (pois vν ⊥ vν0 . vν )vν . para todo ν = ν0 e [vν0 ]⊥ ´ um subespa¸o e c  fechado). Segue da´ que dado u ∈ H. vν )vν = z1 . =0  isto ´.OPERADORES COMPACTOS . vν )vν . se ν = µ.  ou seja. temos tamb´m que e H = [vν0 ] ⊕ [vν0 ]⊥ . para cada c˜ ν0 ∈ N. vν )vν . temos a existˆncia de um unico w ∈ N (A) tal que e e ´ u=w+ ν  (u. existem e c ı unicos w1 ∈ [vν0 ] e z1 ∈ [vν0 ]⊥ tais que ´ u = w 1 + z1 . para cada ν ≥ 1: a Pν : H → [vν ] u → Pν u = (u. Pµ v) = 0. Tamb´m. para todo µ = ν e para todo u. e (Pν u. N (A) ⊥ N (A)⊥ e vν0 ∈ N (A)⊥ ) e ν=ν0 (u. (v. vν0 )vν0 ∈ [vν0 ]. (Neste caso colocamos λ0 = 0). vν ) (v. a proje¸˜o ortogonal de H sobre o subespa¸o gerado por vν . vν0 )vν0 = w1 e w + ν=ν0  (u.  De fato. vν )vν . e e Lema 5. a para todo x ∈ L. vν )vν = u.  (iii) A =  ν≥0  λν Pν . para todo x ∈ L. Ent˜o. de imagem finita (ou a seja. x ∈ L}. uma esp´cie de rec´ e ıproca para o teorema 5. para todo u ∈ H temos.66. e Veremos.66(ii). para todo u ∈ H. seja L ⊂ H um conjunto limitado. ´ um subconjunto limitado do espa¸o Im(A) que.244 (ii) Pν = I. e c o a Im(L) ´ compacto e portanto A ´ compacto. Sendo A limitado resulta que ||Ax|| ≤ ||A|| ||x|| ≤ ||A|| M. de acordo com o teorema 5. por hip´tese.  O resultado obtido acima ´ conhecido como o Teorema Espectral para Operadores e Compactos Sim´tricos. Observa¸˜o 5.73 Seja A ∈ L(H) um operador tal que dim(Im(A)) < +∞. Logo. Logo. SEgue da´ que o conjunto ı Im(L) = {Ax. a e  . tem dimens˜o finita. dim(Im(An )) < +∞ para todo n) e consideremos A ∈ L(H) tal que ||An − A|| → 0 quando n → +∞. a seguir.119) temos que u=w+ ν  (u. Ent˜o A ´ ca a e compacto.74 Seja {An }n∈N uma sucess˜o de operadores de L(H). existe M > 0 tal que ||x|| ≤ M . de (5. ca e ´ Pν ν≥0  u = P0 u + ν≥1  Pν u = w + ν≥1  (u. λν Pν ν≥0  u= ν≥0  λν Pν u = λ0 P0 u + =0 ν≥1  λν (u.  ´ INTRODUCAO A ANALISE FUNCIONAL ¸˜ `  ν≥0  Com efeito. w ∈ N (A).  De fato.  onde a representa¸˜o ´ unica. vν )vν = Au. Ent˜o A ´ compacto. 60) e c ca como An → A em L(H) resulta que A ∈ Lc (H). temos m 2 m m  λν (u.OPERADORES COMPACTOS . |λν (u. A ´ e a e compacto e sim´trico. vν )vν − +∞ ν=1 2  λν (u.131)  Como λn → 0. vν )|2  Logo. para cada ca n ∈ N. para todo u ∈ H. para todo u ∈ H. para todo n ∈ N. Pela observa¸˜o 5.73) e na situa¸ao c˜ limite vem que +∞ 2  λν (u. sendo este um subespa¸o fechado de L(H) (veja proposi¸˜o 5.133)  .  (5. vν )vν . vν )vν ν=n+1  = ν=n+1 m  λν (u.73 temos. se n ≥ n0 e m > n + 1. existe n0 ∈ N tal que para todo n ≥ n0 tem-se a |λn | < ε.O TEOREMA ESPECTRAL PARA ´ OPERADORES SIMETRICOS  245  Demonstra¸˜o: Como para cada n ∈ N.75 Seja A um operador de um espa¸o de Hilbert H que satisfaz ca c +∞  Au = ν=1  λν (u. que An ∈ Lc (H). ent˜o. (5. vν )vν . dado ε > 0. vν )vν  Contudo. Provaremos que An → A em L(H). vµ )vµ ν=n+1 m 2 ν=n+1  =  |(u. vν )|2 ≤ ε ν=n+1  λµ (u. 2  Proposi¸˜o 5. para todo n ≥ n0 e m > n+1 da desigualdade de Bessel (veja 5. vν )vν . temos n +∞ 2  ||An − Au||2 = ν=1  λν (u. ent˜o.  onde {λν }ν∈N converge para zero e {vν }ν∈N ´ um sistema ortonormal de H.  Tem-se dim(Im(A)) < +∞. pela observa¸˜o ca a ca 5. Ent˜o. u ∈ H.73 An ∈ Lc (H). dim(Im(An )) < +∞.132)  = ν=n+1  λν (u. e Demonstra¸˜o: Seja {An }n∈N .  (5. Assim. uma sucess˜o de operadores de L(H) definida por ca a n  An u = ν=1  λν (u. vν )vν ν=n+1  ≤ ε2 ||u||2 . vν )vν .  para todo n ≥ n0 . motivaremos o porquˆ da solu¸ao u ter a forma apresentada c˜ c˜ e c˜ no resultado correspondente.74 segue que A ´ compacto. Av). temos ca c˜ em virtude do lema 5. a e Antes de enunciarmos e demonstrarmos um resultado que nos permite determinar solu¸oes da equa¸ao (5.67. vν )vν .134) que ||An − A||L(H) ≤ ε. de (5. vν )vν (v.133) resulta que  ´ INTRODUCAO A ANALISE FUNCIONAL ¸˜ `  ||An − Au||2 ≤ ε2 ||u||2 . 2  isto ´.137)  v = w2 +  . v) = (u. Pelo lema 5. vν )(vν .135). para todo n ≥ n0 e u ∈ H. Av) =  λν (u. vν )vν . A ´ sim´trico e e e e pois para todo u. vν ). v ∈ H. vν )vν  = ν=1  λν (v. vν ) = ν=1  λν (vν . (Au. Al´m disso. ν  (5. Pelo fato de u. que u = w1 + ν  (5.135)  (u. e  5. (I − λA)u = v. ν=1  = ν=1 +∞  λν (u.131). Como A da forma que foi definido ´ linear e cont´ e ınuo temos de (5. v). onde s˜o dados o operador compacto sim´trico A de H. vν )(u. v)(u.132) e (5.246 Assim.136) (5. v) = (u. Suponhamos que u seja uma solu¸˜o da equa¸ao (5.8  Alternativa de Riesz-Fredholm  Estamos interessados em determinar solu¸oes do problema c˜ u − λAu = v. o que encerra a prova. v ∈ H resulta que +∞ +∞  (Au. ou ainda.135). v ν=1 +∞ u.  (5. v ∈ H e λ ∈ C tal que λ = 0.134)  o que prova (5. +∞  λν (v.  λν 0  . Logo. para todo ν ∈ N.  Como os {vν }ν∈N s˜o ortonormais temos que a (vµ . aplicando a proje¸˜o ortogonal de H sobre ca N (A) na express˜o dada em (5. Temos dois casos a considerar: • i) λ = • 1 . resulta que e Au = ν  247  λν (u.  e pelo fato de w1 . vν ) = (1 − λλν )(u. (5. vν ) = 0. vν ) + µ  (1 − λλµ )(u. vµ )(vµ . vµ )(vµ . temos.135 obtemos de (5. (v. w2 ∈ N (A). como H = N (A) ⊕ N (A)⊥ . Al´m disso. vν ) = (w2 . vν ) = 0. vν ) = (w1 .  Compondo-se com vν os dois lados da identidade acima. 1. vem que (w2 .136) e (5. para algum ν0 ∈ N.140)  Ainda. vν )vν . se µ = ν. vν )vν =  w1 + ν  (u.139)  = w1 + ν  (1 − λλν )(u. vν ) + µ  (v. que ca c˜ w2 + ν  (v. w2 ∈ N (A) e {vν }ν∈N ∈ N (A)⊥ temos que (w1 .141)  para todo ν ∈ N.135). (5.137).138)  Pelo fato de u ser solu¸˜o da equa¸ao 5.66. vν )vν − λ ν  λν (u. vν )vν . λν  (5. para todo ν ∈ N.  ii) λ =  1 .  (5. vν ).136) que a w1 = w2 . se µ = ν.A ALTERNATIVA DE RIEZ-FREDHOLM onde w1 . pela teorema 5. vν )vν  (5. vν ).   . u1 . Como Avν0 = λν0 vν0 temos que vν0 ∈ N (A − a c˜ λν0 I) e.   ∗ λν = λν0 . por contradi¸ao. vν )vν . vν )vν . · · · . Sem perda de generalidade.140) deduzimos que λ Au = ν  λλν (u. r − 1} tal que c˜ ∗ ui0 ∈ {vν }ν∈N . ν = ν0 + 1    vν−1 . 1 − λλν  ou seja. pela proposi¸ao 5.142) para algum ν0 ∈ N. portanto. Seja {vν0 . isto ´. suponhamos. Consideremos a suces˜o {vν }ν∈N dada por / a   vν . podemos completar o conjunto {vν0 } de modo a obtermos uma base para N (A − λν0 I) posto que vν0 = 0. u=v+ ν  λλν (v. nessa a base. r − 1. (5.136).   ∗ vν = ui0 . ν ≤ ν0 .  Ent˜o. ν ≤ ν0 . podemos supor tais vetores ui unit´rios pois se eles n˜o o forem. Tal completamento ser´ feito de modo a obtermos.  cujos autovalores de A s˜o dados por a   λν . o m´ximo de elementos de {vν } poss´ a ıveis. · · · . ν ≥ ν0 + 2.143)  Com efeito. a Provaremos que ui ∈ {vν }ν∈N . para todo i = 1. a a basta unitariz´-los que eles ainda continuam formando uma base para N (A − λν0 I). Seja r a  (ii) Neste caso. vν )vν . 1 − λλν 1 . 1 − λλν  Mas como λAu = u − v resulta que u−v = ν  λλν (v. estamos considerando que λ = multiplicidade (geom´trica) de λν0 . vν )vν = ν  λλν (v. · · · . λν0  (5.64. r < +∞. e e dimN (A − λν0 I) = r. ν = ν0 + 1    λν−1 . ur−1 } tal base.138) e (5. de (5. (5.248  ´ INTRODUCAO A ANALISE FUNCIONAL ¸˜ `  (i) Neste caso. ν ≥ ν0 + 2. que existe i0 ∈ {1.  ν = µ pela pr´pria constru¸ao dos o c˜ {vν }. a o que geraria uma contradi¸ao.  Portanto. pois. para todo n ∈ N. ui0 ) = 0. observea mos que ∗ ∗ ∗ (wν . i = 1. vi )vi . vν ) posto que os λν ∈ R. vν ) = (ui0 . Da´ conclu´ ı ımos que (ui0 . λν0 = λν . vµ ) = 0. ν ν+1 ν ∗ iii) ||vν || = 1. Resta-nos mostrar que (vν . 2.A ALTERNATIVA DE RIEZ-FREDHOLM  249  ∗ Observemos que as seq¨ˆncias {λ∗ }ν∈N e {vν }ν∈N tem as mesmas propriedades das ue ν  seq¨ˆncias {λν }ν∈N e {vν }ν∈N . vν )vν . para todo ν. vν ) = 0 para todo ν ∈ N. ∗ ∗ iv) (vν . vi ) = (u. λν0 (ui0 . Avν ). ν − 1. para todo ν. (v. vi ) = 0. De fato. isto ´.  O resultado seguir´ se mostrarmos que Awν → 0 quando ν → +∞. para todo u ∈ H. ν − 1}. 2. ν  ii) |λ∗ | ≥ |λ∗ |. Se vν fizer parte da base de N (A − λ0 I) temos que vν e ui0 s˜o ortogonais e portanto (vν .  . · · · . De fato. vi ) − (u. Se vν n˜o a a fizer parte da base de N (A − λ0 I) temos que λν = λν0 e pela simetria de A resulta que (Aui0 . ue ∗ ∗ i) Avν = λ∗ vν . para todo e ν ∈ N.  Temos que (vν . para todo ν ∈ N. µ ∈ N tais que ν = µ. · · · . ν  Seja u ∈ H e definamos ν−1  wν = u − i=1  ∗ ∗ (u. ui0 ) = 0. vi ) = 0. i = 1. vµ ) = 0. para todo ν ∈ N. c˜  v) Au = ν  ∗ ∗ λ∗ (u. ∗ wν ∈ Hν = {v ∈ H. caso contr´rio. para todo ν ∈ N e λ∗ → 0 quando ν → +∞. vν ) = λν (ui0 . µ ∈ N.  vi )|2  = ||u|| − i=1  2  − i=1  + i=1  ∗ |(u. Assim. ν−1  Au = i=1  ∗ ∗ λ∗ (u. vi )vi = i ν  ∗ ∗ λ∗ (u. ∗ e ue Assim. vi vi . vi )(u. Se wν0 = 0. vν ) = 0. vi )|2 . vi )vi . (u. ou seja. portanto. a  |(Au. vi )  = ||u|| − i=1 ν−1  2  − i=1  ∗ ∗ (u. wν ) = ν−1  u− i=1  − i=1  ∗ ∗ (u. ||wν ||  Ent˜o. u)| = ||A|Hν || = ||Awν || . Suponhamos. como e |λ∗ | = ν sup u∈Hν .  o que implica ν−1  ||wν || = ||u|| − i=1  2  2  ∗ |(u. para todo ν ≥ ν0 .  Assim. ||Azν || = ν  ou seja. i=1 i=1 ∗ ∗ (u. zν ∈ Hν e ||zν || = 1. vi )|2  ν−1 ∗ |(u.144)  . para alguma ν0 . ||wν || ≤ ||u||.||u||=1  ||Au||.||u||=1 wν . que wν = 0 e definamos zν = a Al´m disso. ν−1  ´ INTRODUCAO A ANALISE FUNCIONAL ¸˜ `  ν−1 ∗ ∗ (u.  temos que |λ∗ | ≥ ||Azν ||.  ∗ e. vi )|2 .vi )  ν−1 ∗ |(u.250 Por outro lado. Logo. vν )vν .  ||Awν || = ||Azν || ||wν || ≤ |λ∗ | ||wν | ≤ |λ∗ | ||u||. ν ν Como λν → 0 quando ν → +∞ temos que ||Awν || → 0 quando ν → +∞ e desta forma segue o resultado em (v). ||wν ||  sup u∈Hν . ent˜o a ν−1  u= i=1  ∗ ∗ (u. vi )vi . u  ||wν ||  2  = (wν . ||wν ||2 ≤ ||u||2 . ν  o que prova o desejado.66 e tal que  {vν }ν∈N  ∗ {vν }ν∈N  (5. ent˜o. u) + ∗ =(u. {vν }n∈N ´ uma seq¨ˆncia nos moldes do Teorema 5. vi ) (vi . vi vi ν−1 ν−1 ∗ ∗ (u. vi )vi  ν−1 ∗ ∗ (u. 140) resulta a c˜ c˜ que (v. · · · . para determinarmos uma express˜o para u.135). ν ∈ N tais que ν = ν0 . para todo ν ∈ N. Como λ = 1 λν0  e λν = λν0 para todo ν = ν0 . temos que (v. i = 1. Pelo c˜ a  fato de {vν }ν∈N ser ortonormal completo temos. Al´m disso. · · · .144) temos uma contradi¸˜o ficando provado (5. ν0 + r − 1. · · · .A ALTERNATIVA DE RIEZ-FREDHOLM  251  ∗ Mas. da proposi¸ao 5. sem que isso altere qualquer propriedade da seq¨ˆncia ue {vν }ν∈N . que independentemente do valor assumido por (u.145) (5. no entanto. vν ). ν0 + r − 1 temos que (v. vν )vν + 1 − λλν +r−1  ν0 +r−1  λν0 (u. ent˜o. e Suponhamos. r − 1. {vν }ν∈N ´ tal que Avν = λ0 vν para todo ν = ν0 . vν ). para todo i = 1. Portanto. · · · . ν0 + r − 1. vν )vν + ν=ν0 .ν0  λν0 (u. por defini¸ao. ν0 + r − 1. que u seja uma solu¸ao da equa¸ao (5. ν0 + r − 1. podemos supor que (u. · · · . ν = ν0 . Por (5. como Aui = λν0 ui . vν ) = 0 para todo ν = ν0 . · · · . vν ) = . vν )vν λν (u. (v.146) vem que Au = ν=ν0 . r − 1 onde ai ∈ C ´ qualquer. Portanto.146)  Como u = v + λAu. vν ) = 0. · · · . vν )vν . · · · . i = 0.··· . i = 1. podemos impor que e vν0 +i = u + i. vν0 +i ) = ai .··· . devemos determinar a λAu. vν ) (u. vν )vν .  λν (v. ca ui ∈ {vν }ν∈N .143). pelo teorema 5. vν )vν + λ 1 − λλν +r−1  r−1  λν0 ai vν0 +i . e Conseq¨entemente u λ Au = ν=ν0 .ν0 +r−1 ν=ν0  = Por (5. Assim.ν0  λλν (v.··· . ν=ν0  Notemos. · · · . 1 − λλν (5. que {vν }ν∈N ´ maximal em c˜ e N (A)⊥ e de (5. 2. · · · . ν0 + r − 1.66 que Au = ν ν0 +r−1  λν (u. r − 1. 2. r − 1. Temos. i=0  . vν ) = (1 − λλν )(u. para todo ν = ν0 .68 resulta que {vν }ν∈N e {vν }ν∈N s˜o completos em N (A)⊥ .  Ent˜o. com rela¸˜o a equa¸˜o u − λAu = v.··· .··· .  Demonstra¸˜o: i) Suponhamos que λ = ca a s´rie e  1 . 1. λν  para todo ν ∈ N a equa¸˜o tem uma unica solu¸˜o u dada por ca ´ ca u=v+ ν  λλν (v. inicialmente mostraremos que e c˜ ca  ν  λλν (v. λν  para todo ν ∈ N. a equa¸˜o tem infinitas solu¸˜es u e todas s˜o da forma e ca co a u=v+λ ν=ν0 . · · · . r − 1. Com efeito. e a e Al´m disso. para ue e  . 1 − λλν  (5. vν )vν + 1 − λλν +r−1  r−1  ci vν0 +i . i=0  de onde concluimos que u=v+λ ν=ν0 .147) ´ solu¸ao da equa¸˜o u − λAu = v. mostraremos que a seq¨ˆncia das somas parciais ´ de Cauchy. vν0 +1 . v ´ ortogonal ` vν0 . i=0  (5. e somente se. λν 0  para algum ν0 ∈ N.··· . i = 0. e a λ = 0. r − 1.76 Sejam A um operador compacto sim´trico n˜o nulo de H.ν0  λν (v. i = 0.135 tem pelo menos uma solu¸˜o u ca ca  se. vν0 +r−1 .ν0  ´ INTRODUCAO A ANALISE FUNCIONAL ¸˜ `  λν (v. · · · . ci ∈ C.252 Pondo λν0 ai = ci obtemos λ Au = λ ν=ν0 . v ∈ H e λ ∈ C.148)  onde ci ∈ C. 1 − λλν  converge em H. co o  Teorema 5.ν0  λν (v. Para tal. vν )vν + 1 − λλν +r−1  r−1  ci vν0 +i .147)  ii)  Se λ =  1 . vν )vν . Temos. i=0  Feitas as considera¸˜es acima podemos enunciar o pr´ximo teorema. Mostraremos que u dada  em (5. a equa¸˜o 5. s˜o v´lidas as seguintes afirma¸˜es: a ca ca a a co i) Se λ = 1 . · · · . onde r ´ a multiplicidade de λν0 . vν )vν . vν )vν + 1 − λλν +r−1  r−1  ci vν0 +i .  temos que λλν → 0 e 1 − λλν → 1 quando ν → +∞ e. ν  Au = Av + A  ν→+∞ ν  lim  i=1  λλi (v. desta forma. vi )vi 1 − λλi i=µ+1 ν  i=1 2  λλi (v. vi )vi 1 − λλi  2  i=µ+1  λλi 1 − λλi  2  |(v. ν → +∞. vi )|2 →  0 quando µ. µ → +∞. 1 − λλν  Asiim. vi )|2 . a u=v+ ν  +∞ i=1  |(v. ν  253  ||Sν − Sµ ||  2  = i=1 ν  λλi (v. vi )vi − 1 − λλi  µ  = =  λλi (v. vν )vν . Logo faz  λλν (v. vν )vν .A ALTERNATIVA DE RIEZ-FREDHOLM ν > µ. vi )Avi . a Consideremos. 1 − λλi  Por outro lado.147). 1 − λλν  (5. ν  ||Sν − Sµ || ≤ C  2  2 i=µ+1  |(v. ν i=µ+1  Como pela Desigualdade de Bessel. vν )|2 ≤ ||v||2 < +∞. sentido a express˜o dada em (5.66 podemos escrever Av = ν  λν (v. quando ν. pelo teorema 5. vi )|2 .  Como λν → 0 quando ν → +∞. portanto. para todo ν ∈ N.  . temos que  |(v. λλν 1−λλν  → 0 quando ν → +∞. ent˜o. vi )vi 1 − λλi  = Av + lim  ν→+∞  i=1  λλi (v.149)  Logo. o que implica que |§ν − Sµ || → 0. existe C > 0 tal que λλν ≤ C.  ν = ν0 .135) se. Afirmamos que u1 = u2 . vν )vν + 1 − λλν +r−1  r−1  λν0 ci vν0 +i .  pois.148). ν0 + r − 1. Mostraremos que u ´ solu¸ao (5. o que implica que A(u1 − u2 ) = λ (u1 − u2 ). vν )vν . Ent˜o.  Reciprocamente. por (5. vν )vν  = ν  λν +  λλ2 ν 1 − λλν  = ν  λν (v. · · · .ν0  λ2 ν (v. e somente se. Temos Au = Av + λ ν=ν0 . para todo ν ∈ N. · · · . ν0 + r − 1. Au = ν  ´ INTRODUCAO A ANALISE FUNCIONAL ¸˜ `  λν (v.254 e. Pelo  que j´ vimos anteriormente (na motiva¸˜o) a ca λν = λν0 . · · · . ν0 + r − 1. v ´ ortogonal a vν .147) ´ solu¸˜o da equa¸ao u − λAu = v. vν )vν + ν  λλ2 ν (v.150) resulta que u − v = λAu o que mostra que u dada em (5. (u1 − u2 ) − c˜ ca a 1 λA(u1 − u2 ) = 0. o que o  para alguma ν0 ∈ N e seja r a multiplicidade de λν0 . λν = λν0 . u1 − u2 = 0 e a contraria o teorema 5. · · · . vν ) = 0.(5. vν )vν 1 − λλν (v.151) e c˜ e Ent˜o. · · · . vν ) = (1 − λλν )(u. ii) Suponhamos que λ = 1 λν 0  1 λ  seria um valor pr´prio de A diferente de λν . temos que (v. suponhamos que v ´ ortogonal ` vν .··· . ν0 + r − 1. 1 − λλν λλν (v. para ν = ν0 . i=0  .150)  De (5. · · · . Para tal e ca c˜ c˜ suponhamos que u1 e u2 sejam solu¸oes da equa¸˜o u − λAu = v. Como λ = 1 λν0  e λν = λν0 para ν = ν0 . caso contr´rio. ν = ν0 . ν = ν0 . portanto.149) e (5.140) temos a (v. ν = ν0 .66 (iii). vν )vν . Resta-nos mostrar a unicidade de solu¸ao. ν0 + r − 1. ν0 + r − 1 e e a consideremos u dado como em (5. 1 − λλν  de onde resulta que λAu = ν  (5. vν ).  vν0 +r−1 ] (feito na motiva¸˜o) ca 1 (u0 − u) = λν0 (u0 − u). · · · .A ALTERNATIVA DE RIEZ-FREDHOLM Pelo teorema 5. ν = ν0 .ν0  λν (v. vν )vν . o que prova que a equa¸˜o (5. vν )vν + 1 − λλν +r−1  ci vν0 +i . Com efeito.135) possui pelo menos uma solu¸ao.··· .··· .135).ν0 +r−1  λν (v.ν0 +r−1  λν +  λλ2 ν (v. se u ´ dada na forma (5. vν ) = 0.148) temos que a e A(u0 − u) − λν0 (u0 − u) = 0.··· . segue que Av = ν=ν0 . A(u0 − u) − λν0 (u0 − u) = 0. vν )vν + λλν0 1 − λλν +r−1 =1 r−1  r−1  ci vν0 +i i=0  = ν=ν0 . Ent˜o. quaisquer que sejam ca c˜ ci ∈ C. e. Portanto. A(u0 − u) = Logo.66(ii) temos que Av = ν  255  λν (v. Resta-nos mostrar ca c˜ que qualquer solu¸ao de (5. u0 − u ∈ N (A − λν0 I). vν )vν . vν )vν + ν=ν0 . vν )vν + 1 − λλν r−1  ci vν0 +i i=0  = ν=ν0 .  Logo.··· .ν0 +r−1  λν (v.135) possui uma infinidade de solu¸oes.ν0  λν (v. ν0 + r − 1.135) ´ dada da forma (5. Como N (A − λν0 I) = [vν0 . · · · .  mas como (v. ou seja. vν )vν + 1 − λλν +r−1  r−1  ci vν0 +i i=0  = u − v.148). seja u0 solu¸ao de c˜ e c˜ (5.··· . a equa¸˜o (5. λ  . i=0  o que implica que λAu = λ ν=ν0 .··· . portanto. Au = ν=ν0 .ν0  λλ2 ν (v.  2  Antes de demostrarmos o principal resultado deste par´grafo. Assim. Demonstra¸˜o: Seja v ∈ E tal que v ∈ M . vν )vν + 1 − λλν +r−1  r−1  ci + i=0  ki λ  vν0 +i . 1−ε  Como  d = inf ||v − w||. 1 − ε < 1 e.··· . a Alternativa de Riesza Fredholm. w∈M  temos que existe w0 ∈ M tal que d ≤ ||v − w0 || ≤ definamos u= v − w0 . resulta que a demonstra¸˜o do teorema est´ conclu´ ca a ıda. d = d(v. ent˜o. c a Para todo ε > 0.77 (Lema de Riesz) Sejam E um espa¸o vetorial normado e M ⊂ E um subespa¸o fechado tal que M = E. Assim. existe u ∈ E tal que ||u|| = 1 e d(u.256 temos que  ´ INTRODUCAO A ANALISE FUNCIONAL ¸˜ `  u0 − u = k0 vν0 + k1 vν0 +1 + · · · + kr−1 vν0 +r−1 . M ) ≥ 1 − ε. portanto. ca / e a Seja ε > 0. r−1  u0 = u + i=0  k0 vν0 +i . para ki ∈ C.  Como ci +  ki λ  ∈ C. d <  d . Como M ´ fechado.ν0  λν (v. 1−ε  . provaremos alguns resultados preliminares necess´rios na demonstra¸˜o do a ca mesmo. c Lema 5. Logo. Ent˜o. · · · . e u0 = v + λ ν=ν0 . ||v − w0 || d . i = 0. r − 1. 1 1−ε  > 1. M ) > 0.  isto ´.  · · · . se m < n. para todo m. ||u||E ≤ 1} ´ compacta.77. {un } ´ uma seq¨ˆncia limitada (pois ||un || = 1 para todo n ∈ N) tal que e ue n˜o possui nenhuma subseq¨ˆncia convergente. Em virtude do lema 5. por hip´tese. n ∈ N. com {unk } convergente. para todo k1 > k2 ≥ k0 . se exa ue a a istisse {unk } ⊂ {un }. a ue e o BE ´ compacta na topolgia forte.78 (Teorema de Riesz) Seja E um espa¸o vetorial normado tal que BE = c {u ∈ E. ||u|| = 1 e se m ∈ M temos a ||u − m|| = v − w0 −m ||v − w0 || 1 = ||v − w0 − m||v − w0 || || ||v − w0 || (1 − ε) ||v − [w0 + m ||v − w0 ||] || ≥ d ∈M  257  ≥  (1 − ε) d. e  Lema 5. 2 Desta forma. M ) ≥ 1 − ε. ||u − m|| ≥ 1 − ε. o que prova que u ´ o elemento procurado. Ent˜o E ´ de dimens˜o finita. a cole¸ao {En }n∈N ´ formada por subespa¸os de E que possuem dimens˜o a c˜ e c a finita e tais que En−1 En . se m < n temos que 1 ≤ d(un . o que geraria um 2 absurdo. vn ] . para todo m ∈ M e. Assim. ca a a  Ent˜o. para todo n ∈ N∗ . d 2  Logo. definamos: a e En = [v1 . o que ´ um absurdo pois. ent˜o {unk } seria de Cauchy e portanto existiria k0 ∈ N tal que ||unk1 − unk2 || < 1 . caso contr´rio. En−1 ) ≤ ||un − um ||. Ent˜o. Em particular. e a e a Demonstra¸˜o: ca Suponhamos. para todo n ∈ N∗ . por contradi¸˜o. Conclu´ e ımos ent˜o que E ´ de dimens˜o finita. 2 posto que um ∈ Em ⊂ En−1 .A ALTERNATIVA DE RIEZ-FREDHOLM Ent˜o. desta forma. 1 ||un − um || ≥ . n ∈ N. {un } n˜o possui subseq¨ˆncia convergente pois. que E n˜o possua dimens˜o finita. Logo. a e a 2  . En−1 ) ≥ 1/2. existe {vn }n∈N ⊂ E tal que {vn }n∈N ´ uma base para E. dado ε = 1/2 garantimos a exist encia de un ∈ En tal que ||un || = 1 e d(un . d(u.  ||vn − vm ||2 = 2||vn − u||2 + 2||vm − u||2 − ||vn + vm − 2u||2 vn + vm = 2||vn − u|| + 2||vm − u|| − 4 −u 2 2 2 2 v∈M  . Observando que ||vn − u|| → d quando n → +∞ e ||vm − u|| → d quando m → +∞.  Como  vn +vm 2  ∈ M resulta que vn + vm − u ≥ inf ||v − u|| = d. da ultima desigualdade que ´ 0≤ m.  lim  ||vn = vm ||2 ≤ 2d2 + 2d2 − 4d2 = 0. {vn } ´ de Cauchy em e H e portanto.n→=∞ 2  ≤ −d2 . ca a quando n → +∞. Isto conclui a prova. Pela unicidade do limite resulta que d = ||u − v0 ||. existe v0 ∈ M (posto que M ´ fechado e {vn } ⊂ M ) tal e que vn → v0 quando n → +∞. vn + vm − −u 2 Portanto. Sejam m. v∈M 2  Assim. com v0 ∈ M . m → +∞. n ∈ N. 2  . ||vn − vm ||2 ≤ 2||vn − u||2 + 2||vm − u||2 − 4d2 . Ent˜o. existe v0 ∈ M tal que d = ||u − v0 ||.  o que implica que ||vn − vm || → 0 quando n. ||x||E ≤ 1} nunca ser´ compacta. converge. v∈M  Demonstra¸˜o: Seja d = inf ||u − v||. Pela identidade do paralelogramo. Ent˜o.79 Resulta do lema acima que se E ´ um espa¸o vetorial normado de ca e c dimens˜o infinita a bola BE = {x ∈ E. a a Lema 5..80 Sejam M um subespa¸o fechado de um espa¸o de Hilbert H e u ∈ H. Logo. ||vn + vm − 2u||2 + ||vn − vm ||2 = 2||vn − u||2 + 2||vm − u||2 . Logo. ou seja. c c a se d = inf ||u − v||.258  ´ INTRODUCAO A ANALISE FUNCIONAL ¸˜ `  Observa¸˜o 5. obtemos. existe {vn } ⊂ M tal que ||u − vn || → d. Temos: ||vn + vm − 2u||2 + ||vn − vm ||2 = ||(vn − u) + (vm − u)||2 + ||(vn − u) − (vm − u)||2 .  temos duas possibilidades a considerar: a (i) Existe uma infinidade de n ∈ N tais que un ∈ N (I − λA). para cada n ∈ N. Como A(λBE ) = {y = λAu. Im(I − λA) = N (I − λA∗ )⊥ . munido da norma de H.152). fnk = 0 para todo k ∈ N. sem perda de generalidade. u Se (i) acontece. u = λA e ||u|| ≤ 1.  . provaremos que Existe u ∈ H tal que f = u − λAu. (5. o que prova (5. u ∈ E e ||u|| ≤ 1}. onde {un } ⊂ H. Devemos mostrar que f ∈ Im(I − λA). e somente se. caso contr´rio. ou seja. u ∈ N (I − λA) e ||u|| ≤ 1.78 conclu´ e a ımos que E1 ´ de dimens˜o finita. d) dimN (I − λA) = dimN (I − λA∗ ). pois. Afirmamos que e c BE1 ⊂ λA(BE ) = A(λBE ). Im(I − λA) = H. Logo. como {fn } ⊂ Im(I − λA) temos que. Ent˜o: a a) N (I − λA) possui dimens˜o finita. Podemos supor. Observemos que N (I − λA) ´ um subespa¸o fechado e c de H e portanto E1 .153)  Com efeito. isto ´. e a b) Seja {fn } ⊂ Im(I − λA) tal que fn → f em H. Mas. Mas. garantimos a existˆncia de uma subseq¨ˆncia {unk } ⊂ {un } tal que e ue e {unk } ⊂ N (I − λA). Ent˜o. e c) N (I − λA) = {0} se. f ∈ Im(I − λA). portanto. f ≡ 0 = 0 + λA0. pelo fato de {fnk } ⊂ {fn } e fn → f em H resulta que fnk → f em H e. pelo fato de λBE ser limitado e A compacto resulta que A(λBE ) ´ compacto.152)  Com efeito. (5. ´ um espa¸o de Hilbert. BE1 ⊂ A(λBE ) ⊂ A(λBE ).A ALTERNATIVA DE RIEZ-FREDHOLM  259  Teorema 5. para / todo n ∈ N.81 (Alternativa de Riesz-Fredholm) Sejam A ∈ LC (H) e λ ∈ C tal que λ = 0. unk = λAunk . a b) Im(I − λA) ´ fechado e. (ii) Existe apenas um n´mero finito de n ∈ N tais que un ∈ N (I − λA). Logo. seja u ∈ BE1 = {v ∈ E1 . que un ∈ N (I − λA). temos que u ∈ A(λBE ). ou a seja. Pelo lema 5. Desta forma. mais ainda. Demonstra¸˜o: ca a) Definamos E1 = N (I − λA). fn = un − λAun . ||v|| ≤ 1}. BE1 ´ e e compacto posto que ´ fechado e est´ contido em um compacto. ou seja.  segue que dn > 0. n ∈ N. Seja n0 = max{ni .156) (5. Com isto em a / mente. quando k → +∞. para cada n ∈ N. para todo n ∈ N.80 e c que. a seq¨ˆncia vn = un0 +n . c˜ a a existe uma subseq¨ˆncia {||unk − vnk ||} de {||vn − un ||} tal que ue ||unk − vnk || → +∞. existem n1 . para todo n ∈ N. como N (I − λA) ´ um subespa¸o fechado de H. k0 }.157) un − v n . i = 1. n ∈ N. suponhamos. Logo. (5.154)  Pelo fato de {un } ∈ N (I − λA). · · · . · · · . o mesmo procedimento usado / para un ∈ N (I −λA). para todo n ∈ N. Afirmamos que: Existe M > 0 tal que ||vn − un || ≤ M. temos pelo lema 5. · · · .260  ´ INTRODUCAO A ANALISE FUNCIONAL ¸˜ `  Se (ii) ocorre. n ∈ N ´ tal que fn = a ue e vn − λAvn → f e vn ∈ N (I − λA). que {||vn − un ||} n˜o seja limitada. Por outro lado. para todo n ∈ N. N (I − λA)). para todo n ∈ N. Ent˜o. suponhamos. / ent˜o. nk0 tais que uni ∈ N (I − λA). para todo n ∈ N e N (I − λA) ser um subespa¸o / c fechado de H. para todo n ∈ N pode ser usado para vn . por contradi¸ao. ||un − vn ||  . = ||unk − vnk || (5. i = 1. definamos dn = d(un . notemos que wnk − λ Awnk = λ A(unk − vnk ) un k − v n k − ||unk − vnk || ||unk − vnk || 1 {unk − λA unk − [vnk − λA vnk ]} . Desta forma. existe vn ∈ N (I − λA) tal que dn = ||vn − un || > 0.155)  De fato. Por outro lado. Ent˜o. (5. Definindo-se wn = resulta que ||wn || = 1. k0 . para todo n ∈ N. sem perda de generalidade que un ∈ N (I − λA).  de (5. para algum z ∈ H. ||un − vn ||  .A ALTERNATIVA DE RIEZ-FREDHOLM  261  Como vn ∈ N (I − λA). − vnk || 1 ||unk −vnk ||  No entanto. em virtude de (5.158) e (5. o que implica que wnk − λ Awnk → z − λ Az. Logo. quando k → +∞. para todo n ∈ N. como unk − λA unk → f quando k → +∞ e k → +∞.154) v∈N (I−λA)  (5. tal que λ Awnk → z. d(wn . uma vez que A ´ cont´ e ınuo. Resulta da´ e da ultima identidade que ı ´ wnk − λ Awnk = ||unk 1 (unk − λA unk ) .158)  Por outro lado de (5.157) e pelo fato de A ser compacto.158) resulta que z − λAz = 0. z ∈ N (I − λA). temos que vnk − λAvnk = 0. quando k → +∞. quando k → +∞. para todo k ∈ N.159)  (5. resulta que wnk − λ Awnk → 0. quando  (5.160)  inf  ||wn − v||  un − v n −v v∈N (I−λA) ||un − vn || 1 inf ||un − (vn + v||un − vn ||)|| v∈N (I−λA) ||un − vn || inf ∈N (A−λI)  1 inf ||un − w|| ||un − vn || w∈N (I−λA) dn = 1. que continuaremos denotando por {wnk }. ou seja. Como ||wnk − z|| ≤ ||wnk − λ Awnk || + ||λ Awnk − z||.  → 0. temos. N (I − λA)) = = = = = (5.159) que wnk → z. existe uma subseq¨ˆncia de ue {wnk }. No entanto.  como fnk = (unk − vnk ) − λ A(unk − vnk ). quando k → +∞. fnk → f quando a k → +∞ e unk − vnk → g quando k → +∞. para algum v ∈ Im(I − λA). que existe uma subseq¨ˆncia {unk − vnk } ⊂ {un − vn } tal que ue λ A(unk − vnk ) → l. Portanto. a  . ficando provado (5. para todo n ∈ N e para todo w ∈ N (I − λA). quando k → +∞. u = Av. f ∈ Im(I − λA). para todo k ∈ N. Em particular. que E1 = Im(I −λA) = H. Tal contradi¸ao foi proveniente da suposi¸˜o e c˜ ca de que {vn − un } n˜o ´ limitada. pelo corol´rio 2. Al´m disso. c c e e Com efeito. (⇒) Suponhamos que N (I −λA) = {0}e.153). pelo item (b) resulta que E1 ´ um espa¸o de Hilbert (pois todo e e c subespa¸o vetorial fechado de um espa¸o completo ´ completo). Resulta da´ e pelo fato de A a e ı ser compacto. o que ´ um absurdo em virtude de (5. ou seja. Ainda. N (I − λA)) ≤ ||wk − w||. ent˜o. ca Como Im(I−λA) ´ fechado. 1 ≤ ||wnk − z||. unk − vnk = fnk + λA(unk − vnk ) → f + l.156). para algum g ∈ H e. por contradi¸˜o. o que prova (5. c) Provaremos que N (I − λA) = {0} ⇔ Im(I − λA) = H. Pondo-se g = f + l.160). f = (I − λ A)g.48(iV) temos que e a Im(I − λA) = Im(I − λA) = N (I − λA∗ )⊥ . A(E1 ) ⊂ E1 . obtemos. fnk = unk − λAunk = unk − λAunk − (vnk − λAvnk ) =0  = (unk − vnk ) − λA(unk − vnk ). tomando o limite quando k → +∞ que f = g − λAg. portanto. Ent˜o. Al´m disso.262 Assim  ´ INTRODUCAO A ANALISE FUNCIONAL ¸˜ `  1 = d(wn . Logo. posto que A ´ cont´ e ınuo. seja u ∈ A(E1 ).  u − λAu = u1 − λAu1 . al´m disso. Usando o mesmo racioc´ desenvolvido ınio no item (b) para o espa¸o de Hilbert E1 e para o operador A1 . dado u ∈ H temos que u ∈ E2 e. e Definamos E2 = Im(I−λA1 ) = (I−λA)(E1 ). Logo.  (ii) E2 = (I − λA)(E1 ) = Im(I − λA1 ). Al´m disso. Sendo assim. ent˜o. De um modo geral. temos que E2 ´ subespa¸o c e c fechado de E1 . u → A0 u = Au. provando realmente que E2 e ca Assim. possui as seguintes propriedades: E1 ´ fechado em H e E1 e E0 . para algum w ∈ H. u → A1 u = Au. En = (I − λA)(En−1 ) = Im(I − λAn−1 ) onde  . (i) E1 = (I − λA)(E0 ) = Im(I − λA0 ).A ALTERNATIVA DE RIEZ-FREDHOLM  263  v = w − λAw. u − λAu ∈ E2 . e a portanto. Desta o e forma. o operador A1 : E1 → E1 u → A1 u = Au. E1 . por hip´tese. se supusermos que E2 = E1 . possui as seguintes propriedades: E2 ´ fechado em E1 e E2 e E0 = H e An−1 : En−1 → En−1 u → An−1 u = Au. onde E1 = Im(I − λA) e A1 : E1 → E1 . H = E1 . o que ´ uma contradi¸˜o. ´ tal que A1 ∈ Lc (E1 ). para cada n ∈ N∗ . possui as seguintes propriedades: En ´ fechado em En−1 e En e En−1 . dado u ∈ H temos que u − λAu ∈ E1 e. u = A(w − λAw) = Aw − λA(Aw) ∈ E1 . desta forma. Logo. onde E0 = H e A0 : H → H. ou seja. H ⊂ E2 ⊂ E1 ⊂ H. E1 . N (I − λA) = {0} temos que (I − λA) ´ injetivo e portanto u = u1 ∈ E2 . para algum u1 ∈ E2 . E2 e E1 pois E2 = (I − λA)(E1 ) ⊂ (I − λA)(H) = E1 . Como. e.  Ent˜o. En+1 ⊂ En ⊂ Em+1 ⊂ Em . Logo.  . Portanto. para todo n.77. Como A∗ ∈ Lc (H) (teorema 5. Em+1 ) ≤ || − (un − λAun ) + (um − λAum ) + (un − um )|| 2 = ||λAun − λAum || = |λ| ||Aun − Aum ||. m ∈ N tal que n > m.52 e 5. suponhamos que Im(I − λA) = H. para fixar id´ias.  λAun − λAum = −(un − λAun ) + (um − λAum ) + (un − um ). Al´m disso. o que ´ um absurdo. para cada n ∈ N. e a e −(un − λAun ) = (I − λA)(−un ) ∈ En+1 ⊂ Em+1 . Logo. Ent˜o. Logo. Da´ conclu´ ı ımos que Im(I − λA) = H o que prova o desejado. m ∈ N. uma vez que A ´ a ue e e compacto. o que implica que ||Aun − Aum || ≥ 1 . Tomemos. n˜o pode ser convergente.48 (ii) que a N (I − λA) = [Im(I − λA∗ )]⊥ = H ⊥ = {0}. existe un ∈ En tal que ||un || = 1 e 2 1 d(un . (⇐) Reciprocamente. pelo corol´rio 2. En+1 ) ≥ 2 . aplicando o msmo racioc´ ınio anterior ` A∗ que Im(I − λA∗ ) = H. 2|λ|  Desta forma. dado ε = 1 . ∈En  um − λAum = (I − λA)( um ) ∈ Em+1 .57) temos novamente pelo corol´rio 2. ∈Em  un ∈ En ⊂ Em+1 .264  ´ INTRODUCAO A ANALISE FUNCIONAL ¸˜ `  Pelo lema 5. −(un − λAun ) + (um − λAum ) + un ∈ Em+1 . 1 ≤ d(um . portanto. n > m.59) temos. qualquer subseq¨ˆncia {unk } de {un } ´ tal que {Aunk } n˜o ´ de cauchy ue e a e e. Lembrando que A∗∗ = A (proposi¸oes a c˜ 5. N (I − λA∗ ) = {0}.48 a a (ii) resulta que N (I − λA∗ ) = [Im(I − λA)]⊥ = H ⊥ = {0}. existe uma seq¨ˆncia limitada {un } tal a ue que {Aun } n˜o possui subseq¨ˆncia convergente. para todo n. Temos. A ALTERNATIVA DE RIEZ-FREDHOLM o que prova que N (I − λA) = {0}, o que prova o desejado.  265  d) Provaremos que dim N (I − λA) = dim(I − λA∗ ). Temos, pelo item (a) que ambas as dimens˜es s˜o finitas. Sejam, ent˜o, o a a d = dim N (I − λA) e d∗ = dim(I − λA∗ ). Afirmamos que d∗ ≤ d. (5.161)  Com efeito, suponhamos o contr´rio, que d < d∗ . Temos, em virtude do teorema 5.49, a que H pode ser escrito como H = N (I − λA) ⊕ [N (I − λA)]⊥ Seja P a proje¸ao cont´ c˜ ınua de H sobre N (I − λA), ou seja, P : H → N (I − λA) u → P u = w, onde u = w + v. Como estamos supondo que d < d∗ , existe uma aplica¸ao Λ linear, injetiva e n˜o c˜ a ∗ sobrejetiva de N (I − λA) em N (I − λA∗ ). De fato, sejam {v1 , · · · , vd } e {v1 , · · · , vd∗ },  ca bases de N (I − λA) e N (I − λA∗ ), respectivamente. Definamos a seguinte aplica¸˜o: Λ : N (I − λA) → N (I − λA∗ ) v → w, ∗ ∗ ∗ ∗ onde se v = a1 v1 + · · · + ad vd , ent˜o, w = a1 v1 + · · · + ad vd + 0 · vd+1 + · · · + 0 · vd∗ . a  Temos que: • Λ ´ linear. e Com efeito, Λ(u1 + u2 ) = Λ((a1 + b1 )v1 + · · · + (ad + bd )vd ) ∗ ∗ ∗ ∗ = (a1 + b1 )v1 + · · · + (ad + bd )vd + 0 · vd+1 + · · · + 0 · vd∗ ∗ ∗ ∗ ∗ = [a1 v1 + · · · + ad vd + 0 · vd+1 + · · · + 0 · vd∗ ] ∗ ∗ ∗ ∗ + [b1 v1 + · · · + bd vd + 0 · vd+1 + · · · + 0 · vd∗ ]  = Λ(u1 ) + Λ(u2 ), para todo u1 , u2 ∈ N (I − λA).  266 Analogamente prova-se que  ´ INTRODUCAO A ANALISE FUNCIONAL ¸˜ `  Λ(µu) = µΛ(u), para todo u ∈ N (I − λA) e µ ∈ C. • Λ ´ injetiva. e De fato, ∗ ∗ ∗ ∗ Λ(u1 ) = Λ(u2 ) ⇒ a1 v1 + · · · + ad vd = b1 v1 + · · · + bd vd ,  e, portanto, ai = bi para todo i = 1, ·, d. Como u1 = resulta que u1 = u2 . •  d i=1  ai vi e u2 =  d i=1 bi vi ,  ∗ Λ n˜o ´ sobrejetiva pois dado vd∗ ∈ N (I − λA∗ ), n˜o existe u ∈ N (I − λA) tal que a e a ∗ Λu = vd∗ , o que prova o desejado.  Observemos, ainda, que Λ ´ cont´ e ınua posto que as dimens˜es envolvidas s˜o finitas. o a Assim, a aplica¸˜o ca Λ ◦ P : H → N (I − λA∗ ), ´ cont´ e ınua e dim Im(Λ ◦ P ) ´ finita de onde conclu´ e ımos, em virtude da observa¸ao 5.73, c˜ que Λ ◦ P ∈ Lc (H). Definamos, a seguir, o seguinte operador S = λA + (Λ ◦ P ) : H → H. Ent˜o, S ∈ Lc (H). Afirmamos que a N (I − S) = {0}. Com efeito, seja u ∈ H tal que u−Su = 0. Ent˜o, 0 = u−Su = u−λAu−(Λ◦P )(u) . a Mas, pelo item (b) u−λAu ∈ Im(I −λAu) = N (I −λA∗ )⊥ . Logo, u−λAu ∈ N (I −λA∗ )⊥ enquanto que (Λ ◦ P )u ∈ N (I − λA∗ )e, al´m disso, 0 = u − λAu − (Λ ◦ P )(u). Resulta e da´ que ı u − λAu = 0 e (λ ◦ P )u = 0. Portanto, u ∈ N (I − λA) = 0 e pela injetividade de Λ resulta que u = 0, de onde conclu´ ımos que N (I − S) = {0}. Aplicando-se o item (c) a este operador obtemos que  A ALTERNATIVA DE RIEZ-FREDHOLM  267  ∗ ∗ Im(I − S) = H. Desta forma, dado vd∗ ∈ H, existe u ∈ H tal que (I − S)u = vd∗ , ou  seja, ∗ vd∗ = u − Su = u − λAu + (Λ ◦ P )u.  Mas, pelo item (b) temos que Im(I − λA) = [N (I − λA∗ )]⊥ e, portanto, u − λAu ∈ ∗ ∗ [N (I − λA∗ )]⊥ . Como vd∗ , (Λ ◦ P )u ∈ N (I − λA∗ ) temos que vd∗ − (Λ ◦ P )u ∈ N (I − λA∗ ).  Resulta da´ e do fato que ı ∗ [vd∗ − (Λ ◦ P )u] − (u − λAu) = 0, ∗ ∗ e a que vd∗ −(Λ◦P )u = 0, ou seja, vd∗ = (Λ◦P )u, o que ´ um absurdo posto que j´ mostramos ∗ que n˜o existe v ∈ N (I − λA) tal que Λv = vd∗ . Tal contradi¸ao veio da suposi¸˜o que a c˜ ca  d < d∗ . Logo, d∗ ≤ d. Seja, agora, d∗∗ = dim N (I − λA∗∗ ). Usando o mesmo racioc´ ınio anterior obtemos que d∗∗ ≤ d∗ . Por´m, como A∗∗ = A e resulta que N (I − λA∗∗ ) = N (I − λA), o que implica que d = d∗∗ . Logo, d ≤ d∗ . Conclu´ ımos, ent˜o, que d = d∗ , o que encerra a prova. a 2  Corol´rio 5.82 Sejam A ∈ Lc (H) e λ ∈ C, λ = 0. Ent˜o: a a (i) Cada uma das equa¸˜es co (I) u − λAu e (II) v − λA∗ v = z,  tem solu¸˜es unicas u, v para cada w, z ∈ H, ou ambas as equa¸˜es co ´ co (III) φ − λAφ = 0 e (IV ) ψ − λA∗ ψ = 0,  tem solu¸˜es n˜o nulas, sendo o n´mero de solu¸˜es linearmente independentes, finito, e co a u co o mesmo para ambas as equa¸˜es. co (ii) A equa¸˜o (I) tem pelo menos uma solu¸˜o se, e somente se, w ´ ortogonal a ca ca e todas as solu¸˜es ψ de (IV ) co (iii) A equa¸˜o (II) tem pelo menos uma solu¸˜o se, e somente se, z ´ ortogonal a ca ca e todas as solu¸˜es φ de (III). co  268  ´ INTRODUCAO A ANALISE FUNCIONAL ¸˜ `  Demonstra¸˜o: (i) Suponhamso que (I) e (II) n˜o tenham solu¸oes unicas para algum ca a c˜ ´ w, z ∈ H. Ent˜o, existem u1 , u2 solu¸oes de (I) e v1 , v2 solu¸oes de (II) tais que u1 = u2 a c˜ c˜ e v1 = v2 . Definamos: u = u1 − u2 e v = v1 − v2 . Ent˜o, u, v = 0 e u e v s˜o a a solu¸oes de (III) e (IV ), respectivamente. Portanto (III) e (IV ) admitem solu¸oes n˜o c˜ c˜ a nulas. Al´m disso, pelo teorema 5.81 (a) e (d), temos que N (I − λA) possui dimens˜o e a finita e dim[N (A − λI)] = dim[N (I − λA∗ )]. Logo, o n´mero de solu¸oes linearmente u c˜ independentes ´ finito e o mesmo para ambas as equa¸˜es. e co (ii) Pelo item (b) do teorema 5.81 temos que Im(I − λA) ´ fechado e Im(I − λA) = e c˜ c˜ N (I−λA∗ )⊥ . Assim, a equa¸ao (I) admite solu¸ao ⇔ w ∈ Im(I−λA) ⇔ w ∈ N (I−λA∗ )⊥ ⇔ w ⊥ N (I − λA∗ ) ⇔ w ´ ortogonal a toda solu¸ao de (IV ). e c˜ (iii) Lembrando que A∗ ∈ Lc (H) e A∗∗ = A, conclu´ ımos, em virtude do teorema 5.81 e (b) que Im(I − λA∗ ) ´ fechado e Im(I − λA∗ ) = N (I − λA∗∗ )⊥ = N (I − λA)⊥ . Assim, a equa¸ao (II) admite solu¸ao ⇔ v ∈ Im(I − λA)⊥ ⇔ v ⊥ N (I − λA) ⇔ v ´ ortogonal a c˜ c˜ e toda solu¸˜o de (III). ca 2 Observa¸˜o 5.83 No caso de A ser um operador compacto e sim´trico e portanto A = ca e A∗ , o corol´rio 5.82 ´ uma conseq¨ˆncia do teorema 5.76. Com efeito, neste caso o a e ue corol´rio 5.82 fica assim: a Seja A ∈ Lc (H), sim´trico e λ ∈ C tal que λ = 0. Ent˜o: e a (i) u − λAu = v possui solu¸˜o unica para cada v ∈ H, ou a equa¸˜o u − λAu = 0 ca ´ ca possui solu¸˜o n˜o nula e o n´mero de solu¸˜es linearmente independentes ´ finito. ca a u co e (ii) A equa¸˜o u − λAu = v possui solu¸˜o se, e somente se, v ´ ortogonal a todas as ca ca e solu¸˜es de u − λAu = 0. co Demonstra¸˜o: ca Como A ´ compacto sim´trico temos pelo teorema 5.66 que existe {λν }ν∈N ⊂ R tal e e que tal seq¨ˆncia cont´m todos os auto valores de A. ue e (i) Se λ = 1 , λν  para todo ν ∈ N, temos, pelo teorema 5.76 que u − λAu = v possui 1 λν 0  solu¸ao unica para cada v ∈ H. Se λ = c˜ ´ dim N (I − 1 A) λν0  para algum ν0 , temos que u −  1 Au λν0  = 0,  para u = vν0 = 0 e o n´mero de solu¸˜es linearmente independentes ´ finito posto que u co e ´ finito. e para algum ν0 , o resultado decorre do teorema 5.76. Se λ = 1 , λν  (ii) Se λ =  1 , λν 0  ˜ OPERADORES NAO LIMITADOS  269  para todo ν ∈ N, temos que u − λAu = v possui uma unica solu¸˜o e u − λAu = 0 ´ ca n˜o possui solu¸˜o diferente da trivial, pois, {λν }ν∈N coleciona todos os auto-valores n˜o a ca a nulos. Assim, decorre trivialmente o resultado. 2 e a c a Observa¸˜o 5.84 Conv´m observar que se E e F s˜o espa¸os de Banach, ent˜o a ca aplica¸˜o ca ψ : L(E, F ) → L(F , E ) A → A∗ , onde v, Au F ,F  = A∗ v, u  E ,E  , para todo u ∈ D(A) e v ∈ D(A∗ ),  ´ linear. Igualmente, se H ´ um espa¸o de Hilbert, e portanto um espa¸o de Banach e e c c reflexivo, a aplica¸˜o ca φ : L(H, H ) → L(H , H) A → A∗ , tamb´m ´ linear. No entanto, ao identificarmos H com o seu dual H a aplica¸˜o e e ca φ : L(H) → L(H) A → A∗ , passa a ser anti-linear, posto que devido a essa identifica¸˜o temos que u , v ca H ,H  =  (u, v)H , para todo u ∈ H e v ∈ H, e o produto interno ´ anti-linear na segunda compoe nente. Desta forma ´ necess´rio tomarmos o cuidado quando identificarmos H com H e a pois, neste caso, (λA)∗ = λA∗ , para todo λ ∈ C.  5.9  Operadores N˜o Limitados a  No que segue estaremos considerando H um espa¸o de Hilbert. c Defini¸˜o 5.85 Diremos que uma aplica¸˜o A : H → H ´ um operador de H se A ´ ca ca e e linear e A est´ definido num subespa¸o vetorial D(A) de H. a c  270  ´ INTRODUCAO A ANALISE FUNCIONAL ¸˜ `  Defini¸˜o 5.86 Sejam A e B dois operadores de H. ca (i) Diremos que A ´ igual a B se D(A) = D(B) e Au = Bu, para todo u ∈ D(A). e Neste caso escrevemos A = B. (ii) Diremos que A ´ uma extens˜o de B ` D(A), e escrevemos A ⊇ B, ou que B ´ e a a e uma restri¸˜o de A ` D(B), e escrevemos B ⊆ A, se D(B) ⊂ D(A) e Au = Bu, para ca a todo u ∈ D(B). Observemos que se A e B s˜o operadores de H, ent˜o (A + B) e A ◦ B tamb´m s˜o a a e a operadores de H cujos dom´ ınios s˜o, respectivamente a D(A + B) = D(A) ∩ D(B) que s˜o subespa¸os vetoriais de H. a c Proposi¸˜o 5.87 Sejam E e F espa¸os de Banach, D(A) subespa¸o de E e A : D(A) ⊂ ca c c ˜ E → F um operador linear limitado. Ent˜o, existe um unico operador A : E → F , linear a ´ ˜ e limitado, extens˜o de A ` D(A), e tal que ||A|| = ||A||. a a Demonstra¸˜o: ca Notemos que se u ∈ D(A), ent˜o existe {un }n∈N ⊂ D(A) tal que a e D(A ◦ B) = {u ∈ D(B); Bu ∈ D(A)},  un → u em E e, portanto, {un }n∈N ´ de Cauchy em E. Por outro lado, pela linearidade e e limita¸ao de A, temos, c˜ ||Aum − Aun ||F + ||A(un − um )||F ≤ ||A|| ||um − un ||E → 0, quando n, m → +∞. Assim, pela completude de E, existe um unico v ∈ F tal que Aun → v em F . Com ´ isso em mente, definamos a seguinte aplica¸ao: c˜ ˜ A : D(A) → F ˜ u → Au = v = lim A(un ), onde n→+∞ n→+∞  lim un = u.  Notemos que ˜ a • A est´ bem definida pois se {un }, {vn } ⊂ D(A) s˜o tais que un → u e vn → v em E, a ent˜o, un −vn → 0 e, pela linearidade e limita¸ao de A, A(un −vn ) = Aun −Avn → 0 a c˜ em F . Logo, lim Aun = lim Avn . n→+∞ n→+∞  ˜ OPERADORES NAO LIMITADOS •  271  ˜e A ´ linear pois se λ1 , λ2 ∈ C (corpo associado ao espa¸o E) e u, v ∈ D(A), ent˜o, c a se un → u e vn → v em E temos que λ1 un + λ2 vn → λ1 u + λ2 v em E, e, portanto, ˜ A(λ1 u + λ2 v) = n→+∞  lim A(λ1 un + λ2 vn ) = λ1 lim Aun + λ2 lim Avn n→+∞ n→+∞  ˜ ˜ = λ1 Au + λ2 Av. ˜ ˜ • A ⊆ A pois D(A) ⊂ D(A) e, al´m disso, se u ∈ D(A), ent˜o un = u, para todo e a n ∈ N ´ tal que un → u em E. Logo, e ˜ Au = lim Aun = lim Au = Au. n→+∞ n→+∞  ˜ e • A ´ limitada. Com efeito, seja u ∈ D(A). Ent˜o, existe {un } ⊂ D(A) tal que a un → u em E e, ||Aun || ≤ ||A|| ||un ||, para todo n ∈ N. (5.162)  ˜ ˜ Mas, Aun → Aue, portanto, ||Aun || → ||Au||. Logo, tomando-se o limite em (5.162) quando n → +∞, obtemos ˜ ||Au|| ≤ ||A|| ||u||, para todo u ∈ D(A). Resta-nos provar que • ˜ ˜ ||A|| = ||A||. De fato, de (5.163) temos que ||A|| ≤ ||A||. Por outro lado, ˜ ˜ ||Au|| ||Au|| ||Au|| ≥ sup = sup = ||A||, u∈D(A),u=0 ||u|| u∈D(A),u=0 ||u|| u∈D(A),u=0 ||u|| sup (5.163)  ˜ ||A|| =  ˜ ˜ ou seja, ||A|| ≥ ||A||, de onde conclu´ ımos que ||A|| = ||A||. Ent˜o, A ´ um operador nas condi¸oes desejadas. resta-nos mostrar que ´ unico. Com a ˜e c˜ e´ efeito, seja A1 um operador linear de E em F , limitado, extens˜o de A ` D(A) e tal que a a ˜ ||A|| = ||A1 ||. Ent˜o, A1 u = Au, para todo u ∈ D(A) e, portanto, A1 u = Au, para a todo u ∈ D(A). Logo, se u ∈ D(A), existe {un } ⊂ D(A) tal que un → u em E, e, consequentemente, ˜ A1 u = A1 ( lim un ) = lim A1 un = lim Aun = Au, n→+∞ n→+∞ n→+∞  ˜ o que prova que A1 u = Au, para todo u ∈ D(A). 2  272  ´ INTRODUCAO A ANALISE FUNCIONAL ¸˜ `  Proposi¸˜o 5.88 Sejam H um espa¸o de Hilbert e A : D(A) ⊂ H → H um operador de ca c H limitado. Ent˜o A possui uma extens˜o A linear e limitada, definida em todo H, tal a a ˆ ˆ que ||A|| = ||A||. Demonstra¸˜o: Se D(A) = H, ent˜o a conclus˜o segue da proposi¸ao 5.87. ca a a c˜ Se D(A) = H, ent˜o D(A) a podemos escrever H = D(A) ⊕ [D(A)]⊥ . Sendo assim, cada u ∈ H pode ser escrito de maneira unica como u = v + w, onde ´ v ∈ D(A) e w ∈ [D(A)]⊥ . Definamos a seguinte aplica¸ao: c˜ ˆ A:H→H ˆ ˜ u → Au = Av, ˜e onde A ´ a extens˜o de A ` D(A) dada pela proposi¸ao 5.87 e u = v + w, v ∈ D(A) a a c˜ ˆ e w ∈ [D(A)]⊥ . Provaremos, a seguir, que A est´ bem definida. Com efeito, sejam a u1 , u2 ∈ H com u1 = u2 . Ent˜o, u1 = v1 + w1 e u2 = v2 + w2 , reprenta¸oes unicas, a c˜ ´ ˜ ˜ e pelo fato que u1 = u2 resulta que v1 = v2 e, conseq¨entemente, Av1 = Av2 , o que u ˆ ˆe prova que A est´, de fato, bem definida. Provaremos, agora, que A ´ linear. Para issso a sejam u1 , u2 ∈ H e λ1 , λ2 ∈ C. Ent˜o, conforme viimos anteriormente u1 = v1 + w1 e a u2 = v2 + w2 , e, portanto, λ1 u1 + λ2 u2 = (λ1 v1 + λ2 v2 ) + (λ1 w1 + λ2 w2 ). Logo, ˆ ˜ ˜ ˜ ˆ ˆ A(λ1 u1 + λ2 u2 ) = A(λ1 v1 + λ2 v2 ) = λ1 Av1 + λ2 Av2 = λ1 Au1 + λ2 Au2 , ˆ ˆe o que prova a linearidade de A. Al´m disso, notemos que A ´ limitado pois se u ∈ H e ent˜o podemos escrever u = v + w e ||u||2 = (v + w, v + w) = ||v||2 + ||w||2 , ou seja, a ||u|| = ||v||2 + ||w||2 Logo, ˆ ˜ ˜ ˜ ||Au|| = ||Av|| ≤ ||A|| ||v|| = ||A|| [||v||2 ]1/2 ˜ ≤ ||A|| ||v||2 + ||w||2 ou seja ˆ ˜ ||Au|| ≤ ||A|| ||u||, (5.164) 1/2 1/2 ⊥  = {0} e como D(A) ´ um subespa¸o fechado de H e c  .  ˜ = ||A|| ||u||,  ˜ OPERADORES NAO LIMITADOS ˆe o que prova que A ´ limitado. Finalmente de (5.164) resulta que ˆ ˜ ||A|| ≤ ||A|| = ||A||. Por outro lado, ˆ ||A|| = ˆ ˆ ||Au|| ||Au|| ||Au|| ≥ sup = sup = ||A||, u∈H,u=0 ||u|| u∈D(A),u=0 ||u|| u∈D(A),u=0 ||u|| sup  273  ˆ ˆ ou seja, ||A|| ≥ ||A||, de onde conclu´ ımos que ||A|| = ||A||, e encerra a prova. 2 e e Teorema 5.89 (Hellinger-Toeplitz) Se A ´ um operador de H com D(A) = H e A ´ sim´trico, isto ´, (Au, v) = (u, Av), para todo u, v ∈ H, ent˜o A ´ limitado. e e a e Demonstra¸˜o: ca Suponhamos, por contradi¸ao, que A n˜o seja limitado, isto ´, para c˜ a e  todo C > 0, existe uC ∈ H, uC = 0 e tal que ||AuC || > C ||uC ||, pois se uC = 0 ent˜o a AuC = 0 e, portanto, ||AuC || = C||uC || = 0. Em particular, se C = n, n ∈ N∗ , temos que existe un ∈ H tal que ||A(un )|| > n, para todo n ∈ N∗ . ||un || Definindo-se vn = un , ||un ||  para todo n ∈ N∗ , ent˜o, do exposto acima a (5.165)  Existe {vn } ⊂ H tal que ||vn || = 1 e ||Avn || > n, para todo n ∈ N∗ . Definamos, para cada n ∈ N∗ , o seguinte funcional fn : H → C u → fn (u) = (u, Avn ). Temos, |fn (u)| = |(u, Avn )| ≤ ||Avn || ||un ||, para todo u ∈ H,  o que implica que, para cada n ∈ N∗ , fn ´ um funcional linear e cont´ e ınuo. Al´m disso, e pela simetria de A, obtemos |fn (u)| = |(u, Avn )| = |(Au, vn )| ≤ ||Au|| ||vn || = ||Au||, para todo u ∈ H,  274  ´ INTRODUCAO A ANALISE FUNCIONAL ¸˜ `  ou seja, a seq¨ˆncia {fn } ´ pontualmente limitada. Assim, pelo Teorema de Banachue e Steinhaus (Teorema 2.11) existe C > 0 tal que ||fn ||H ≤ C, para todo n ∈ N∗ . Ent˜o, a ||Avn ||2 = (Avn , Avn ) = fn (Avn ) ≤ ||fn || ||Avn || ≤ C ||Avn ||, para todo n ∈ N∗ , ou seja, ||Avn || ≤ C, para todo n ∈ N∗ tal que Avn = 0. Mas, se Avn = 0 ent˜o ||Avn || = 0 < C, e, desta forma a ||Avn || ≤ C, para todo n ∈ N∗ . De (5.165) e (5.166) resulta que n < ||Avn || ≤ C, para todo n ∈ N∗ , isto ´, n < C, para todo n ∈ N∗ , o que ´ uma contradi¸ao. Isto encerra a prova. e e c˜ 2 (5.166)  Como estamos interessados nos operadores auto-adjuntos (sim´tricos) e n˜o limitados, e a que ´ o caso dos operadores diferenciais, como conseq¨ˆncia do teorema 5.89 nos vemos e ue obrigados a trabalhar com operadores que est˜o definidos num subespa¸o pr´prio de H. a c o Motivados pelo caso limitado onde o adjunto satisfaz a rela¸˜o ca (Au, v) = (u, A∗ v), para todo u, v ∈ H, definiremos o adjunto de um operador n˜o necessariamente limitado, definido em um a subespa¸o pr´prio de H. c o Seja A um operador de H com dom´ ınio D(A) denso em H. Denotaremos por D(A∗ ) o seguinte conjunto D(A∗ ) = {v ∈ H; existe v ∗ ∈ H tal que (Au, v) = (u, v ∗ ), para todo u ∈ D(A)}.(5.167) Do fato de D(A) ser denso em H conclu´ ımos que para cada v ∈ D(A∗ ), existe um unico v ∗ ∈ H tal que (Au, v) = (u, v ∗ ), para todo u ∈ D(A). Com efeito, suponhamos ´ ∗ ∗ que existe v ∈ D(A∗ ) para o qual existam v1 e v2 pertencentes a H tais que ∗ (Au, v) = (u, v1 )  e  ∗ (Au, v) = (u, v2 ), para todo u ∈ D(A).  ˜ OPERADORES NAO LIMITADOS  275  ∗ ∗ ∗ ∗ Assim, (u, v1 ) = (u, v2 ), para todo u ∈ D(A), ou seja, (u, v1 − v2 ) = 0, para todo  u ∈ D(A). Pela densidade de D(A) em H vem que se u ∈ H, existe {un } ⊂ D(A) tal ∗ ∗ que un → u quando n → +∞. Como (un , v1 − v2 ) = 0, para todo n ∈ N, segue que, ∗ ∗ na situa¸ao limite obtemos (u, v1 − v2 ) = 0, para todo u ∈ H. Em particular, tomando c˜ ∗ ∗ ∗ ∗ ∗ ∗ u = v1 − v2 resulta que ||v1 − v2 || = 0 e, portanto, v1 = v2 . Sendo assim, para cada  v ∈ D(A∗ ) associamos um unico v ∗ ∈ H satisfazendo ´ (Au, v) = (u, v ∗ ), para todo u ∈ D(A). Al´m disso, D(A∗ ) = ∅ posto que 0 ∈ D(A∗ ) pois (Au, 0) = 0(u, 0), para todo u ∈ e D(A). Mais al´m, D(A∗ ) ´ um subespa¸o vetorial de H. Com efeito, sejam v1 , v2 ∈ D(A∗ ) e e c ∗ ∗ e λ1 , λ2 ∈ C. Ent˜o, existem v1 , v2 ∈ H tais que a ∗ ∗ (Au, v1 ) = (u, v1 ) e (Au, v2 ) = (u, v2 ), para todo u ∈ D(A).  Logo, (Au, λ1 v1 + λ2 v2 ) = λ1 (Au, v1 ) + λ2 (Au, v2 ) ∗ ∗ = λ1 (u, v1 ) + λ2 (u, v2 ) ∗ ∗ = (u, λ1 v1 + λ2 v2 ), para todo u ∈ D(A). ∗ ∗ Desta forma, para (λ1 v1 + λ2 v2 ) ∈ H, existe (λ1 v1 + λ2 v2 ) ∈ H tal que ∗ ∗ (Au, λ1 v1 + λ2 v2 ) = (u, λ1 v1 + λ2 v2 ), para todo u ∈ D(A),  (5.168)  o que implica que (λ1 v1 +λ2 v2 ) ∈ D(A∗ ), para todo v1 , v2 ∈ D(A∗ ) e para todo λ1 , λ2 ∈ C. Do exposto, fica bem definida a seguinte aplica¸ao: c˜ A∗ : D(A∗ ) ⊂ H → H v → A∗ v = v ∗ , onde (Au, v) = (u, v ∗ ), para todo u ∈ D(A), que ´ linear pois, de (5.168) resulta que e ∗ ∗ A∗ (λ1 v1 + λ2 v2 ) = λ1 v1 + λ2 v2 , para todo v1 , v2 ∈ D(A∗ ) e λ1 , λ2 ∈ C,  (5.169)  e pelo fato de A∗ v1 = v1 e A∗ v2 = v2 segue que A∗ (λ1 v1 + λ2 v2 ) = λ1 A∗ v1 + λ2 A∗ v2 , para todo v1 , v2 ∈ D(A∗ ) e λ1 , λ2 ∈ C. O operador A∗ : D(A∗ ) ⊂ H → H definido em (5.169) ´ denominado operador adjunto e de A. Note que se A∗ ´ adjunto de A, ent˜o: e a (Au, v) = (u, A∗ v), para todo u ∈ D(A) e para todo v ∈ D(A∗ ). (5.170)  276  ´ INTRODUCAO A ANALISE FUNCIONAL ¸˜ `  Proposi¸˜o 5.90 Sejam A e B operadores de H densamente definidos e A∗ e B ∗ os ca adjuntos de A e B, respectivamente. Ent˜o, as seguintes propriedades s˜o verificadas, a a supondo-se que D(A + B) e D(AB) s˜o densos em H. a (i) (λA)∗ = λA∗ , para todo λ ∈ C. (ii) A∗ + B ∗ ⊆ (A + B)∗ . (iii) B ∗ A∗ ⊆ (AB)∗ . (iv) Se A ⊆ B ent˜o B ∗ ⊆ A∗ . a Demonstra¸˜o: (i) Sejam λ ∈ C∗ , u ∈ D(A) e v ∈ D(A∗ ). Ent˜o, ca a ((λA)u, v) = (λ Au, v) = λ(Au, v) = λ(u, A∗ v) = (u, λA∗ v) = (u, (λA∗ v)), para todo u ∈ D(A) e v ∈ D(A∗ ). Por outro lado, ((λA)u, v) = (u, (λA∗ )v), para todo u ∈ D(A) e v ∈ D((λA)∗ ). Mas, D((λA)∗ ) = {v ∈ H; existe v ∗ ∈ H tal que (λAu, v) = (u, v ∗ ), para todo u ∈ D(A)} = {v ∈ H; existe v ∗ ∈ H tal que (Au, λv) = (u, v ∗ ), para todo u ∈ D(A)} z = { ∈ H; existe z ∗ ∈ H tal que (Au, z) = (u, v ∗ ), para todo u ∈ D(A)} λ 1 = D(A∗ ) = D(A∗ ). λ Desta forma, D((λA)∗ ) = D(A∗ ) e, portanto, ((λAu), v) = (u, (λA∗ )v), para todo u ∈ D(A), v ∈ D(A∗ ), ((λAu), v) = (u, (λA)∗ v), para todo u ∈ D(A), v ∈ D(A∗ ), Sendo assim, u, [(λA∗ ) − (λA)∗ ]v = 0, para todo u ∈ D(A), v ∈ D(A∗ ). Pela densidade de D(A) em H conclu´ ımos que λA∗ v = (λA)∗ v, para todo v ∈ D(A∗ ),   para todo u ∈ D(B). Resulta da´ se v ∈ D(A∗ +B ∗ ) ent˜o v ∈ D((A+B)∗ ). para todo λ = 0. v2 ). (5. temos que λA∗ = (λA)∗ . v1 + v2 ) = (u.  o que implica que v ∈ D((A+B)∗ ). v1 + v2 ). (A∗ + B ∗ )v). portanto. Se λ = 0 temos que λA = 0 e. v) = (u. D(A∗ + B ∗ ) ⊂ D((A + B)∗ ). existem v1 . portanto. ∗ ∗ ((A + B)u. v) = (Au.  Em particular. v2 ). v2 ). e ∗ ∗ ((A + B)u. v) = (u.  . Assim. v2 ∈ H tais que (Au. para todo u ∈ D(B)}. Al´m disso. v) = (u.171) e e (5. v) = (u .  Consequentemente. Por outro lado. v) = (u. e ∗ (Bu. para todo v ∈ D(A∗ + B ∗ ). v2 ) ∗ ∗ = (u. e ı. v2 ∈ H tais que a ∗ (Au. para todo u ∈ D(A). (λA)∗ = 0. v1 ). v1 ) + (u.˜ OPERADORES NAO LIMITADOS  277  ou seja. v) = (u. λA∗ = (λA)∗ . de (5. v ∈ D(A∗ + B ∗ ). v)(u. v) + (Bu.172)  Como existe (A + B)∗ . A∗ v + B ∗ v)  (5. para todo u ∈ D(A + B). ent˜o. Tamb´m λA∗ = 0 e da´ trivialmente. (A + B)∗ v). temos que D(A + B) ´ denso em H e. para todo v ∈ D(A∗ + B ∗ ). se u ∈ D(A) ∩ D(B). para todo u ∈ D(A) ∩ D(B). v1 ).172) conclu´ ımos que (A + B)∗ v = (A∗ + B ∗ )v. se v ∈ D((A + B)∗ ). ı a ou seja.171)  = (u. ((A + B)u. Logo. temos que ∗ ∗ (Au. v) = (u. v) = (u. v1 ) e (Bu. existem v1 . para todo u ∈ D(A + B). D(A∗ + B ∗ ) ⊂ D((A + B)∗ ) e (A + B)∗ v = (A∗ + B ∗ )v. ∗ ∗ Seja. (ii) D(A∗ + B ∗ ) = D(A∗ ) ∩ D(B ∗ ) ∗ ∗ ∗ = {v ∈ H. para todo u ∈ D(A) ∗ e (Bu .  A∗ v) = (u.  Em particular. (B ∗ A∗ )v). v) = (Bu. vA ) = (Bu.174) e (5. (AB)∗ v). ((AB)u. e vem que (AB)∗ v = (B ∗ A∗ )v. pois existe (AB)∗ . Al´m disso. para todo u ∈ D(B). v) = (u. vB ) = (u. (5. temos de a e (5. para todo u ∈ D(B) tal que Bu ∈ D(A).174)  Portanto. para todo u ∈ D(A) e ∗ (Bu. (iii) Temos que D(B ∗ A∗ ) = {v ∈ D(A∗ ). Ent˜o. vA ).175) e do fato que D(AB) ´ denso em H. se v ∈ D(B ∗ A∗ ) ent˜o v ∈ D((AB)∗ ). vB ∈ H tais que a ∗ ∗ (Au. para todo v ∈ D(B ∗ A∗ ). (5. seja v ∈ D(B ∗ A∗ ). de (5. o que prova que B ∗ A∗ ⊆ (AB)∗ .173) que ((AB)u. v) = (u. vB ).173)  Logo.278  ´ INTRODUCAO A ANALISE FUNCIONAL ¸˜ `  de onde conclu´ ımos que A∗ + B ∗ ⊆ (A + B)∗ . Por outro lado. para todo v ∈ D(B ∗ A∗ ). v) = (u. A∗ v ∈ D(B ∗ )} ∗ ∗ ∗ = {v ∈ H. B ∗ (A∗ v)). existem vA . vB ). se v ∈ D(B ∗ A∗ ). D(B ∗ A∗ ) ⊂ D((AB)∗ ) e (AB)∗ v = (B ∗ A∗ )v.  Afirmamos que D(B ∗ A∗ ) ⊂ D((AB)∗ ). ∗ ∗ Com efeito. vA ) para todo u ∈ D(A) e (Bu. ((AB)u.  .  ou seja. v) = (u. temos que e ∗ ∗ (A(Bu)). (B ∗ A∗ )v). vB ∈ H tais que (Au. Logo. A∗ v) = (u. A∗ v) = (u. para todo u ∈ D(AB). existem vA .175) (5. se u ∈ D(B) ´ tal que Bu ∈ D(A). para todo u ∈ D(AB). para todo u ∈ D(B)}. v) = (u.  v ∗ ). para todo u ∈ D(A) temos que (Au. existe v ∗ ∈ H tal que (Bu. Seja v ∈ D(B ∗ ). em particular.92 Seja A um operador de H densamente definido. ent˜o u ∈ D(A) e Au = v. D(B ∗ ) ⊂ D(A∗ ) e A∗ v = B ∗ v. v ∈ D(A∗ ). Al´m disso. para todo u ∈ D(B)}. para todo v ∈ D(B ∗ ). para todo u ∈ D(A)}. se v ∈ D(B ∗ ).177) e do fato que D(A) ´ denso em H conclu´ e ımos que A∗ v = B ∗ v. 2 Defini¸˜o 5. Ent˜o. B ∗ v). e e (Bu.˜ OPERADORES NAO LIMITADOS  279  (iv) Suponhamos que A ⊆ B.177) (5. Ent˜o. v) = (u. v) = (u. para todo u ∈ D(A). v ∈ H. v ∗ ). (Au. Por outro lado. v) = (u. o que implica que B ∗ ⊆ A∗ . v ∗ ). v) = (u. para todo u ∈ D(A). a Proposi¸˜o 5. Ent˜o. B ∗ v). portanto. as condi¸˜es co uν → u e Auν → v em H. para todo u ∈ D(A). para todo u ∈ D(A). ou seja. existe v ∗ ∈ H tal que(Au. v) = (u. para todo u ∈ D(B) a e. D(B ∗ ) = {v ∈ H.176) e (5.  . v) = (u. v ∗ ) = (u. portanto. isto ´. Logo. a D(A∗ ) = {v ∈ H. D(A) ⊂ D(B) e Bu = Au. A∗ ´ um opca a e erador fechado. (5. (Au. (Bu. v) = (u.176)  De (5. para todo v ∈ D(B ∗ ). v ∗ ). v) = (u. para todo u ∈ D(B). existe v ∗ ∈ H tal que (Bu. Como Bu = Au.91 Dizemos que um operador A de H ´ fechado se {uν }ν∈N ⊂ D(A) verifica. para todo u ∈ D(A). e. A∗ v). ca e para algum u. v ∗ ).  para cada ν ∈ N. v) e (u. como {vν } ⊂ D(A∗ ) temos que. vn ] e. Com efeito. o que encerra a prova. v1 ]. v] os elemtos de H 2 . w ∈ H tais que ca vν → v e A∗ vν → w em H. [vn − vm ])H 2 H = ||un − um ||2 + ||vn − vm ||2 . w). v1 ]. vν ) → (Au. 2 Denotaremos por H 2 ao produto cartesiano de H por H e por [u. existem u.179) (5. portanto. Provaremos que v ∈ D(A∗ ) e A∗ v = w. vν ) = (u.179) resulta que (Au. para todo u ∈ D(A) e A∗ v = w. ue a e ||wn − wm ||2 2 = ([un − um ]. u. Com efeito. para todo u ∈ D(A). [u2 . conclu´ ımos que (Au. v) = (u. temos que ||un − um ||H → 0 e ||vn − H vm ||H → 0 quando n. v2 ])H 2 = (u1 . m → +∞. H H Como ||wn − wm ||2 2 → 0 quando n. v ∈ H}. m → +∞. v]||2 2 H H = ||[un − u. A∗ vν ) → (u. v2 )H . (5. w) em C. vn ] − [u.178) e (5. Ent˜o. ou seja. (Au.280  ´ INTRODUCAO A ANALISE FUNCIONAL ¸˜ `  Demonstra¸˜o: Sejam {vν } ⊂ D(A∗ ) e v. como vν → v e A∗ vν → w em H.178)  De (5. u2 )H + (v1 . Logo. A∗ vν ). vn − v]||2 2 = ||un − u||2 + ||vn − v||2 → 0. H H H  . Por outro lado. H 2 = H × H = {[u. wn = [un . Pondo-se w = [u. para todo [u1 . v ∈ H tais que un → u e vn → v quando n → +∞. [u2 . H 2 munido do produto interno acima ´ um espa¸o de Hilbert. Muniremos H 2 do produto interno ([u1 . v2 ] ∈ H. seja e c {wn }n∈N ⊂ H 2 uma seq¨ˆncia de Cauchy. al´m disso. v] conclu´ ımos que wn → w em H 2 uma vez que ||wn − w||2 2 = ||[un . {un }n∈N e {vn }n∈N s˜o seq¨ˆncias de Cauchy em a ue H e. v]. quando n → +∞.  u ∈ D(A) e Au = v. A−1 (Au)) = (u. Aun ] → [u. v] → [v. Reciprocamente. limitado. Tendo em mente que Im(A) = D(A−1 ) = D(A∗ ) (pois ca A ´ unit´rio). u) = ||u||2 . Ent˜o A ´ ca uma isometria. 2 Defini¸˜o 5. e somente se. wn = [un . [u. Assim. A∗ (Au)) = (u. inicialmente. Demonstra¸˜o: Suponhamos.180) 2  Proposi¸˜o 5. −u] (5. suponhamos que A seja um operador fechado e consideremos {wn }n∈N ⊂ G(A) tal que wn → w em H 2 . a a (ii) U V = −V U. u] e V : H2 → H2 [u.95 Seja A um operador unit´rio de um espa¸o de Hilbert H. resulta que e a ||Au||2 = (Au. onde A−1 : Im(A) ⊂ H → H. Au]. Ent˜o: ca a (i) U e V s˜o operadores unit´rios de H 2 .180). u ∈ D(A)} ´ fechado em H 2 se. a ([un . Dizeca mos que A ´ unit´rio se A∗ = A−1 . para todo u ∈ D(A). Pelo fato e A ser fechado. Pelo fato de G(A) ser fechado conclu´ ımos que [u. Ent˜o. onde un ∈ D(A). u ∈ D(A) e v = Au.93 G(A) = {[u. Logo. onde I ´ o operador identidade de H 2 . v] = w ∈ G(A). que G(A) ´ fechado em H 2 e seja {un } ⊂ ca e D(A) tal que un → u e Aun → v em H. v] → [v. (iii) U 2 = I e V 2 = −I. e portanto. v] ∈ G(A). Aun ].94 Seja A um operador injetivo de H tal que D(A) seja denso em H. Demonstra¸˜o: Seja u ∈ D(A). e  . ou seja.˜ OPERADORES NAO LIMITADOS  281  Proposi¸˜o 5. v] em H 2 . e a a c a e Proposi¸˜o 5. Aun ])n∈N ⊂ G(A) e [un . A ´ ca e e um operador fechado. o que conclui o desejado. para todo n ∈ N e w = [u. Consideremos os operadores: U : H2 → H2 [u. Au) = (u.96 Considere os operadores definidos em (5. v] com un → u e Aun → v em H.  v]. [u2 . [u2 . al´m disso. v] = U −1 [u. v2 ] ∈ H 2 . v] ∈ H 2 . v1 ]. U −1 [u2 . de onde segue que U V = −V U . o que implica que D(U ∗ ) = H 2 = D(U −1 ) e U ∗ [u. v2 ] ∈ H 2 . v2 ] . −v2 ) + (v1 . (−V U )[u. Analogamente. v2 ) = (u1 . v2 ] ∈ H 2 . Ent˜o. para todo [u. v2 ] . V −1 [u2 . (V [u1 . v2 ] ∈ H 2 . [u2 . [u2 . v] = [−v. [u2 . v] = [v. v] ∈ H 2 . v] ∈ H 2 . v] = V −1 [u. u2 ) + (u1 . [u2 . Por outro lado. u] e V −1 [u. u] = −[u. U −1 [u2 . [−v2 . v])) = U [v. u2 ]) = [u1 . u2 ) + (u1 . (ii) Seja [u. [v2 . [u2 . v1 ]. ou seja. o que prova o desejado.282  ´ INTRODUCAO A ANALISE FUNCIONAL ¸˜ `  Demonstra¸˜o: (i) Observemos que tanto U quanto V s˜o bijetivos e. v2 ] . v1 ]. −u1 ]. [u2 . v2 ]) = [u1 . v2 ] . v]. v] = −V (U [u. v2 ) = (v1 . a (U [u1 . u2 ) = ([u1 . u2 ) = ([u1 . v1 ]. v1 ]. u2 ]) = [u1 . v2 ]) = ([v1 . v2 ]) = (v1 . sejam [u1 . isto ´. de onde deduzimos que D(V ∗ ) = H 2 = D(V −1 ) e V ∗ [u. para todo [u1 . −v] = [−u. v2 ]) = (v1 . para todo [u1 . V −1 [u2 . U ∗ = U 1 e V ∗ = V −1 . Portanto. ca a e U −1 [u.  . u1 ]. Temos. Temos (U V )[u. para todo [u. v1 ]. v1 ]. v] ∈ H 2 . v1 ]. −u] = [−u. v1 ]. v1 ]. sejam [u1 . v] = U (V ([u. v1 ]. (U [u1 . v]. v1 ]. u2 ) + (−u1 . [u2 . u]. [u2 . v2 ) + (v1 . v2 ]) = ([v1 . para todo [u. v]. v]) = −V [v. v1 ]. v2 ]) = [u1 . −v2 ) = (u1 . e (V [u1 . v1 ].  Por outro lado.181)  . A∗ v]) = 0. A∗ v]) = 0 para todo u ∈ D(A) e para todo v ∈ D(A∗ ). e G(A∗ ) ⊂ [V (G(A))]⊥ . temos que w = [w1 . para todo u ∈ D(A) e para todo v ∈ D(A∗ ). e. u 2  Proposi¸˜o 5. (V [u. (Au.182) (5. ou ainda. u] = [u. −u]. Ent˜o. ou seja. U 2 = I e V 2 = −I. A∗ v) = 0. conseq¨entemente. v]. v] = V (V [u. −v] = −[u. [v. v] ∈ H 2 . ([v1 . w2 ] e ([w1 . para todo u ∈ D(A) e para todo v ∈ D(A∗ ). −u]) = 0.180). ca a [V (G(A))]⊥ = G(A∗ ).  283  V 2 [u. A∗ v). [Au. ([Au. v) + (−u. v]. onde V : H 2 → H 2 ´ o operador definido em (5. w2 ].97 Sejam A um operador de H tal que D(A) = H. U 2 [u. para todo [u.180). v]) = U [v. [v. para todo u ∈ D(A). para todo u ∈ D(A) e para todo v ∈ D(A∗ ). de (5. v2 ] ∈ H 2 . e Demonstra¸˜o: ca Como A ´ um operador de H tal que D(A) ´ denso em H fica bem e e  definido o operador adjunto. isto ´. Au]. Portanto. [Au.˜ OPERADORES NAO LIMITADOS (iii) Temos. −u] = [−u. v] ∈ H 2 . se w ∈ [V (G(A))]⊥ = {[v1 . v] = U (U [u. (5. v]) = V [v. De (5. v) = (u. v2 ]. para todo u ∈ D(A)}.181) conclu´ ımos que V (G(A)) ⊥ G(A∗ ). para todo [u. carcterizado pela rela¸˜o de adjun¸˜o ca ca (Au. −u]) = 0. 98 Se M ´ um subconjunto de H temos que M ⊥ = [M ]⊥ . w) = 0. (u. vν ] → T [˜. v ] ∈ M . v] ∈ T (M ). ca e Com efeito. v] ∈ T (M ) e. v]. vν ) = 0. Seja w ∈ M . Reciprocamente. al´m disso. Reciprocamente. Desta forma. vν ]}ν∈N ⊂ M tal que [uν . vµ ])|| = ||[uν . portanto. v) = 0 para todo a v ∈ M . pela unicidade do limite conclu´ u ˜ ımos que T [˜. v ] ∈ H 2 tal que [uν . v]. w2 = A∗ w1 . v ]. para todo ν ∈ N. Ent˜o. Da´ vem que ı ([Au. portanto.99 Seja T uma isometria linear de H em H. Assim. vν ]}ν∈N ⊂ T (M ) resulta que [u. a para todo v ∈ M . u ∈ M ⊥ .183)  Observa¸˜o 5. v ]. para todo ν. se M ⊂ H 2 . seja u ∈ [M ]⊥ . vν ]}ν∈N tamb´m o ´ e. Como w foi tomado arbitrariamente em M .  ´ INTRODUCAO A ANALISE FUNCIONAL ¸˜ `  ([Au. vν ]}ν∈N ´ uma seq¨ˆncia de cauchy. vµ ]|| . v ] = [u. [u. existe [˜. T (M ) ⊂ T (M ). Como {T [uν . pelo fato de T ser uma isometria linear temos que ||T [uν . vν ] − [uµ . Logo. vν ] − [uµ . 2 (5. u ˜ u ˜ Como {T [uν . vν ] ⊂ M tal que T [uν . Ent˜o. portanto.284 ou seja. v ] e. vν ] − T [uµ .  . vν ] → T [˜. Logo. u ˜ u ˜ existe {[uν . seja [u. vµ ]|| = ||T ([uν . para todo u ∈ D(A). v ] ∈ M posto que ´ limite de uma seq¨ˆncia de elementos de u ˜ u ˜ e ue M . ou seja. ent˜o ca a a T (M ) = T (M ). w2 ]) = 0. se u ∈ M ⊥ . Assim. De fato.183) fica provado o desejado. w2 ]) = 0 para todo u ∈ D(A). seja [u. existe {vν }ν∈N ⊂ M tal que vν → w e (u. [w1 . [V (G(A))]⊥ ⊂ G(A∗ ). conclu´ ımos que u ∈ [M ]⊥ . portanto. (u. v] = T [˜. w2 ] ∈ G(A∗ ). ent˜o (u. v) = 0. temos tamb´m que e ue e {[uν . onde [˜. Pela defini¸ao de A∗ temos que w1 ∈ D(A∗ ) e. Observa¸˜o 5. [u. [w1 . vν ] → [˜. v]. existe [uν . µ ∈ N. v] ∈ T (M ) e. −u]. e. w = c˜ e e [w1 . vν ] → [u. T (M ) ⊂ T (M ). (u. T [uν . Logo. −u]. v ]. onde [˜.182) e (5. De (5. por conseguinte. isto ´. v) = 0 para todo v ∈ M e. vν ] → [˜. v ] = [u. v] ∈ T (M ). a Mas. Pela e e u ˜ u ˜ continuidade de T resulta que T [uν . Ent˜o.  (5. ent˜o e a H = T (M ) ⊕ T (N ). Se definirmos H ent˜o. w ∈ H. existe u ∈ H tal que v = PN u ∈ N . Al´m disso.  c c Observa¸˜o 5. a H = T (M ) + T (N ).184)  Como G(A) ´ um subespa¸o de H 2 e V ´ um operador linear de H 2 temos que V (G(A)) e c e ´ um subespa¸o de H 2 e. ou seja. w ∈ H a M . Por outro lado. como M ∩ N = {0} resulta que vN = vM = 0 e da´ u = 0. Reciprocamente. u ∈ H}. se u ∈ T (M ) ∩ T (N ). (5. Pela injetividade de T temos que vM = vN . Pela sobrejetividade de T temos que existe u ∈ H tal que w = T u. PN w = w e. portanto. Se T ´ um isomorfismo de H em H. w = T u = T (vN + vM ) = T (vM ) + T (vN ) ⊂ T (M ) + T (N ). M . Logo. Assim. Mais ainda. Ent˜o. seja w ∈ N . a para algum vM ∈ M e vN ∈ N . T (vM ) = T (vN ) = u. e c e c podemos escrever H 2 = V (G(A)) ⊕ V (G(A)) ⊥  . T (M ) ∩ T (N ) = {0} pois como T (N ) e T (M ) s˜o subespa¸os temos que e a c 0 ∈ T (M ) ∩ T (N ). Ent˜o. Como T (M ) ⊂ H e T (N ) ⊂ H temos que T (M ) + T (N ) ⊂ H + H = H. Portanto. seja w ∈ H. H ⊂ T (M ) + T (N ).  (5.99 e de (5.  . Logo.˜ OPERADORES NAO LIMITADOS Pela proposi¸ao 5.98)e (5.184) chegamos a seguinte identidade: ca H 2 = V (G(A)) ⊕ G(A∗ ). da observa¸˜o 5.186)  Com efeito.97 e pelas observa¸˜es (5. Como H = M ⊕ N . portanto. Logo H = T (M ) ⊕ T (N ). ou seja. para vM ∈ M e vN ∈ N . De fato. temos que u = vM + vN . V (G(A)) ´ um subespa¸o fechado de H 2 .185)  Observa¸˜o 5. M = {PN u. Por´m.100 Seja H um espa¸o de Hilbert e M e N subespa¸os fechados de H tais ca c c que H = M ⊕ N . seja w ∈ T (M ) + T (N ). N = H a seja v ∈ H M.  ou ainda.99) conclu´ c˜ co ımos que V (G(A)) ⊥  285  = V (G(A)) = G(A∗ ). e ı. ent˜o u = T (vM ) e u = T (vN ).101 Seja H um espa¸o de Hilbert e M e N subespa¸os fechados de H tais ca que H = M ⊕ N . T (M ) + T (N ) ⊂ H. Assim.  ou ainda. temos que e v1 = v2 . que a e (A∗ )−1 = (A−1 )∗ . v2 ).188). Pondo-se z = Aw resulta que z ∈ Im(A) e w = A−1 z. Pela observa¸ao 5. Ent˜o. (5. Provaremos que G(A−1 ) = U (G(A)). Provaremos que existe (A∗ )−1 e. Logo. v2 ) = (u.  . v] = [Aw. v] = [z. A∗ v1 ) e (Au. seja [u. A−1 z]. v] ∈ U (G(A)). (Au. Logo. Resulta da´ que ı V G(A−1 ) = V U G(A) . [u. v] ∈ G(A−1 ). para algum w ∈ D(A).98 e (5. existe (A∗ )−1 : Im(A) ⊂ H → H. v] ∈ G(A−1 ). Com efeito.187)  onde U est´ definido em (5. w]. v1 ) = (Au. [u. Como Im(A) ´ denso em H. H = M ⊕M e V ´ um isomorfismo de H em H. ou seja. v] = U [v. ent˜o existem A∗ e (A−1 )∗ . seja [u. e. v2 ∈ D(A∗ ) tais que A∗ v1 = A∗ v2 . com v ∈ D(A). sejam v1 .286  ´ INTRODUCAO A ANALISE FUNCIONAL ¸˜ `  Observa¸˜o 5. Ent˜o. para todo u ∈ D(A). v] = [Av. Logo. [u.185) resulta que H 2 = V G(A−1 ) ⊕ G (A−1 )∗ . Av] e com v ∈ D(A).99 vem que c˜ U G(A) = U (G(A)). o que prova a injetividade de A∗ . v1 ) = (u. A∗ v2 ). o que implica que (Au. e a Proposi¸˜o 5. Al´m e disso de (5. o que prova (5. z ∈ Im(A). a Demonstra¸˜o: Como A : D(A) ⊂ H → H e A−1 : Im(A) ⊂ H → H s˜o densamente ca a definidos. a [u. pela defini¸ao de A∗ temos que c˜ (Au. v1 − v2 ) = 0.103 Seja A um operador injetivo de H tal que D(A) e Im(A) s˜o densos ca a em H.99) temos que se M e N s˜o subespa¸os ca co a c fechados de H.180). al´m disso. portanto. [u. v].188) (5. De fato. para todo u ∈ D(A). existe (A∗ )−1 e (A∗ )−1 = (A−1 )∗ . Assim.102 Pelas observa¸˜es 5. v] ∈ U (G(A)). ent˜o T (M ) = H T (N ). [u. Ent˜o. isto ´. para todo u ∈ D(A). Por outro lado. u ∈ Im(A) e a a v = A−1 u ∈ D(A). 100 resulta que ca G (A−1 )∗ = H 2 Mas por (5. e de (5. o que encerra a prova. para todo u ∈ D((A−1 )∗ ). D((A−1 )∗ ) = D((A∗ )−1 ) e (A−1 )∗ u = (A∗ )−1 u.190) obtemos G((A−1 )∗ ) = U G(A∗ ).187) conclu´ ımos que H 2 = U V (G(A)) ⊕ G((A−1 )∗ ). (A∗ )−1 = (A−1 )∗ . a e  .185). ou seja. V G(A−1 ) = V (U (G(A))) = V U (G(A)). 2 U V (G(A)). u]. U V (G(A)). D(A∗ ) ´ denso em H. G((A−1 )∗ ) = {[A∗ u. Mas. para todo u ∈ D(A∗ )} = G((A∗ )−1 ).190)  Proposi¸˜o 5.  287  (5. Ent˜o.˜ OPERADORES NAO LIMITADOS e.102 que U (G(A∗ )) = H 2 De (5. (5.189)  Como U ´ um isomorfismo isom´trico de H 2 em H 2 temos. ou seja. em virtude da observa¸ao e e c˜ 5. Da observa¸˜o 5. temos H 2 = V (G(A)) ⊕ G(A∗ ). o que nos leva a G((A−1 )∗ ) = G((A∗ )−1 ). e A∗∗ = A. portanto existe (A∗ )∗ = A∗∗ .104 Seja A um operador fechado de H com dom´ ca ınio D(A) denso em H.189) e (5. portanto. 101. a Logo. v] ∈ [V (G(A∗ ))] posto que [0. Afirmamos que [0. portanto e H 2 = V (G(A)) ⊕ G(A∗ ). o que ´ um absurdo. Tal absurdo veio de fato e de supormos que D(A∗ ) n˜o ´ denso em H. Sendo assim. seja [u.  . v] ∈ V (G(A∗ )). w] para todo [u. como A ´ fechado temos que G(A) = G(A). w] ∈ V (G(A∗ )) o que prova (5. pois z ∈ D(A∗ ) e v ∈ [D(A∗ )]⊥ . z) = 0.192)  Logo. v] ∈ [V (G(A∗ ))]⊥ . v] ∈ H 2 e [0. Desta forma. Como V 2 = −I e G(A) ´ um subespa¸o de H 2 segue que e c H 2 = G(A) ⊕ V (G(A∗ )).191)  Com efeito. v] = [A∗ z. pela observa¸˜o e e e ca 5. para algum z ∈ D(A∗ ). [A∗ z. Por (5. a e u existe (A∗ )∗ e denotaremos tal operador por A∗∗ . que H 2 = V 2 (G(A)) ⊕ V (G(A∗ )). Conseq¨entemente. Ent˜o ca c˜ a a D(A∗ ) = H e como H = D(A∗ ) ⊕ [D(A∗ )]⊥ .185) temos que H 2 = V (G(A)) ⊕ G(A∗ ). De ((5. ou seja. v] ⊥ [u. v = 0.288  ´ INTRODUCAO A ANALISE FUNCIONAL ¸˜ `  Demonstra¸˜o: Suponhamos. v]. pelo fato de [0. v] ∈ [V (G(A∗ ))]⊥ (5. Al´m disso. portanto. w]) = ([0. 0 ∈ D(A) e A0 = v. v].98 que [D(A∗ )]⊥ = {0}. Mas. por contradi¸ao. ([0. Logo. Contudo. −z]) = −(v. como V ´ um isomorfismo isom´trico de H 2 em H 2 resulta.191). v] ∈ G(A). [u.185)) resulta que H 2 = V (G(A∗ )) ⊕ G(A∗∗ ). como A ´ e linear temos que A0 = 0 e. [u. D(A∗ ). existe v = 0 tal que v ∈ ı c˜ [D(A∗ )]⊥ . Ent˜o.192) que [0. [0. −z]. / resulta de (5. (5. que D(A∗ ) n˜o seja denso em H. resulta da´ e da observa¸ao 5. e.  ˜ Pela densidade de D(A) em H vem que A∗ v = (A)∗ v. a seguir. como A ´ um operador fechado. v) = (u. assim.6 para operadores limitados temos que (A)∗ ´ um ca ˜ operador limitado de H e D((A)∗ ) = H. Em particular. v ∈ H. D(A) = D(A∗∗ ) e A∗∗ u = Au.  289  (5. Ent˜o.100 conclu´ ca ımos que G(A) = G(A∗∗ ). o que implica que A∗∗ = A. da defini¸ao de operador adjunto e c˜ vem que ˜ ˜ (Au.192). para todo v ∈ H. algumas propriedades equivalentes quando o c˜ operador A ´ fechado. ou seja. para todo u ∈ D(A) e para todo v ∈ H. iv) A∗ ´ limitado.193)  De (5. (A)∗ v). ou seja. v) = (u.˜ OPERADORES NAO LIMITADOS Contudo. para todo u. 2 Proposi¸˜o 5. pela a ˜ ˜ ˜ proposi¸ao 5. Como (A)∗ ´ limitado segue que A∗ tamb´m o ´. (A)∗ v). para todo u ∈ D(A) e para todo v ∈ H. a e Demonstra¸˜o: ca Seja A um operador limitado de H tal que D(A) = H. ˜ ˜ e A∗ = (A)∗ . e  .87 existe um unico A. Al´m disso.105 Seja A um operador limitado de H com dom´ ca ınio D(A) denso em H. operador limitado de H tal que D(A) = H e A ⊆ A. Ent˜o. temos que ˜ (Au. ii) A ´ limitado. A∗ v) = (u. Isto conclui a prova. ent˜o G(A∗ ) = G(A∗ ) e. e iii) D(A∗ ) = H. (A)∗ v). c˜ ´ ˜ e Pela teoria desenvolvida na se¸˜o 5. e Proposi¸˜o 5. e a H 2 = V (G(A∗ )) ⊕ G(A∗∗ ). para todo u ∈ D(A).106 Seja A um operador fechado de H cujo dom´ ca ınio D(A) ´ denso em e H.193) e da observa¸˜o 5. D(A∗ ) = H e ˜ (u. e e 2 Mostraremos na proposi¸ao. Assim. A∗ ´ limitado e D(A∗ ) = H. Ent˜o. (5. as seguintes propriedades s˜o equivalentes: a a i) D(A) = H.  Provaremso que A∗∗ ´ uma extens˜o linear fechada de A. De D(A∗ ) = H segue pelo c˜ e teorema do Gr´fico Fechado que A∗ ´ limitado. ca c˜ e a ii) ⇒ iii). como. A possui uma extens˜o linear fechada se. e a ent˜o a (Av. como A : D(A) ⊂ H → H ´ um operador linear e fechado com e ˜ ˜ dom´ D(A) denso em H. segue pela proposi¸ao 5. ca e c˜ iii) ⇒ iv).194) segue que D(A∗ ) ´ denso em H. e somente se. temos que A ´ limitado e D(A) = H e A∗ ´ limitado e D(A∗ ) = H.105. existe A∗∗ e e (A∗ u.104 temos que D(A∗ ) ´ denso em H e A∗∗ = A. agora. Mas como D(A) ´ denso em H temos que D(A) tamb´m ´ denso em H. Logo. Temos. por hip´tese. Pela proposi¸ao 5. e e e ˜ ˜ Portanto. que o operador A : D(A) ⊂ H → H de H seja tal que D(A∗ ) ⊂ H ´ denso em H. Assim. pela proposi¸ao 5. se v ∈ D(A). e (⇐) Suponhamos. e (⇒) Suponhamos que o operador A : D(A) ⊂ H → H de H possua ˜ ˜ uma extens˜o linear e fechada e denotemos tal extens˜o por A. A ⊆ A implica que a a ˜ ˜ D(A) ⊂ D(A). ınio c˜ e De (5. u) = (v. Logo. c˜ e e Ent˜o. temos pela proposi¸ao 5. A∗∗ v). A implica¸ao ´ verdadeira pelo teorema do Gr´fico fechado.92 que A∗ ´ fechado. Al´m c˜ e e disso.107 Seja A : D(A) ⊂ H → H um operador de H tal que D(A) ⊂ H ´ ca denso em H. Com efeito. A∗ u). de onde resulta que ˜ D((A)∗ ) ⊂ D(A∗ ) (5.290  ´ INTRODUCAO A ANALISE FUNCIONAL ¸˜ `  Nestas condi¸˜es se verifica ||A||L(H) = ||A∗ ||L(H) co Demonstra¸˜o: i) ⇒ ii). a e iv) ⇒ i). Como A∗∗ = A segue que D(A) = H. D(A∗ ) ⊂ H a ´ denso em H.105 que A∗∗ ´ limitado o e c˜ e e D(A∗∗ ) = H. A implica¸˜o ´ verdadeira pela proposi¸ao 5.194) Demonstra¸˜o: ca  ˜ ˜ Por outro lado.104 que D((A)∗ ) ⊂ H ´ denso em H. para todo u ∈ D(A∗ ) e para todo v ∈ D(A∗∗ ). A∗ ´ limitado. v) = (u. pela teoria desenvolvida na se¸ao 5.  . Nestas condi¸oes. existe (A)∗ e (A)∗ ⊆ A∗ . a c˜ 2  e Proposi¸˜o 5.6 resulta que ||A||L(H) = ||A∗ ||L(H) . para todo u ∈ D(A∗ ). 107. e Demonstra¸˜o: (i) A∗ ´ limitado. v ∈ D(A∗∗ ) e A∗∗ v = v ∗∗ = Av. a 2  Corol´rio 5. Ent˜o A∗∗ ´ a menor delas. o que conclui a c˜ prova.  291  Portanto.˜ OPERADORES NAO LIMITADOS ou seja. que A∗∗ ´ uma extens˜o de A. tomemos B uma extens˜o e a a linear fechada de A e provemos que A∗∗ ⊆ B. Com efeito. A∗∗ ´ uma extens˜o linear fechada de A. Ent˜o A∗ ´ limitado e ca a e D(A∗ ) ´ fechado em H. Al´m disso. ca e Suponhamos. (A∗ u. por contradi¸˜o.108 Seja A : D(A) ⊂ H → H um operador linear com dom´ a ınio D(A) denso em H tal que A possui extens˜o linear fechada. ent˜o. dado v ∈ D(A). Como o adjunto ´ a e a e fechado. para todo ν ∈ N. Desta forma. existe v ∗∗ = Av ∈ H tal que (A∗ u.104 tem-se que existe B ∗∗ e B ∗∗ = B. pelo fato de B ser uma extens˜o a de A temos que D(A) ⊂ D(B). v ∗∗ ).109 Seja A um operador de H com D(A) = H. que A∗ n˜o seja limitado. B ´ um operador fechado de H com dom´ e e ınio D(B) denso em H. como A ⊆ B. Por outro lado. existe uma sucess˜o ca a a a {vν }ν∈N de vetores de D(A∗ ) tal que ||vν || = 1 e ||A∗ vν || > ν. A possui uma extens˜o linear fechada A∗∗ . c˜ e a B ∗ ⊆ A∗ (veja proposi¸ao 5. Ent˜o. para todo u ∈ D(A∗ ).  . v) = (u. a a e Demonstra¸˜o: Pela proposi¸ao 5. Para ca c˜ e a provarmos que A∗∗ ´ a menor extens˜o linear fechada de A. Isto mostra que D(A) ⊆ D(A∗∗ ) e A∗∗ |D(A) = A. 2  Proposi¸˜o 5. pela proposi¸ao 5. Conclu´ ımos. Logo. Av). para todo u ∈ D(A∗ ). ent˜o. como D(A) ´ denso em H. Logo. v) = (u. D(B) tamb´m e e o ´.90(iv)) o que implica que A∗∗ ⊆ B ∗∗ = B.  ||A∗ vν || ≤ sup | fν . dado u ∈ H. para todo ν ∈ N. para todo u ∈ H. u | ≤ ||Au|| ||vν || = ||Au||. vν ).292  ´ INTRODUCAO A ANALISE FUNCIONAL ¸˜ `  Para cada ν ∈ N. para todo u ∈ H. seja fν : H → C definida por fν . para todo u ∈ H. u | ≤ K(u). u | ≤ ||u|| ||A∗ vν || = Cν ||u||. Assim. ou seja. pelo Teorema de Banach-Steinhaus temos que existe uma constante α > 0 tal que | fν . enta˜. u | = ||fν ||L(H) ≤ α.  . para todo ν ∈ N. u = (u. u | ≤ α. existe uma constante K(u) tal que | fν . Temos. o que implica fν . A∗ vν = ||A∗ vν ||2 . Portanto. Logo. tem-se o ue | fν . para cada ν ∈ N. tomando u = A∗ vν resulta que fν . u | ≤ Cν ||u||. para todo u ∈ H e para todo ν ∈ N. para todo ν ∈ N. para todo u ∈ H e para todo ν ∈ N. uma seq¨ˆncia {fν }ν∈N de funcionais de H tais que dado ν ∈ N. u = (Au. o que implica que ||fν ||L(H) ≤ α. como fν . Deste modo. portanto. ||u||=1  A∗ vν ||A∗ vν ||  = ||A∗ vν ||. fν ´ uma forma linear limitada sobre H e da defini¸˜o de fν e ca resulta que | fν . A∗ vν ). e. para todo u ∈ H.  Da´ segue que ı ν < ||A∗ vν || ≤ α. para todo ν ∈ N. | fν .  e  293  Com efeito. Logo.  . temos que (Au. ou seja. 2  e e ınio D(A) ´ e Defini¸˜o 5. temos ainda que (Au. Isto prova que A ⊆ A∗ . Em particular. existe v ∗ ∈ H onde (Au. Notando que A∗ ´ fechado. podemos e  definir A∗ : D(A∗ ) ⊂ H → H. Demonstra¸˜o: ca (⇒) Suponhamos que A seja sim´trico. Da´ segue que v ∈ D(A∗ ) e Aast v = Av. seja {vν }ν∈N uma seq¨ˆncia de vetores de D(A∗ ) tal que vν → v em H. A∗ v). Portanto. Portanto. µ → +∞. v) = (u. ca a e e A ⊆ A∗ . o que prova o desejado. v) = (u. e e e (ii) D(A∗ ) ´ fechado.˜ OPERADORES NAO LIMITADOS de onde resulta que N ´ limitado o que ´ um absurdo. v) = (u. v) = (u. Ent˜o A ´ sim´trico se. para todo u ∈ D(A). A∗ ´ limitado. Se v ∈ D(A). v ∗ ).110 Dizemos que um operador A de H ´ sim´trico se seu dom´ ca denso em H e (Au. para todo u. para todo u ∈ D(A) e para todo v ∈ D(A∗ ). A ´ sim´trico. est´ hip´tese j´ admite a a o a existˆncia de A∗ como extens˜o de A bem como o fato de D(A) ser denso em H. por hip´tese. (⇐) Reciprocamente. Como D(A) = H. pois. Av). quando ν. se v ∈ D(A) ⊂ D(A∗ ). A∗ v). v ∈ D(A). e segue que v ∈ D(A∗ ) e A∗ v = w.111 Seja A um operador de H. existe w ∈ H tal que {A∗ vν }ν∈N converge para w. e somente se. onde D(A∗ ) = {v ∈ H. para todo u ∈ D(A)}. Pela e a defini¸ao de A∗ tem-se que c˜ (Au. suponhamos que A ⊆ A∗ . para todo u ∈ D(A). Proposi¸˜o 5. v) = (u. o e e ı D(A) ⊂ D(A∗ ) e A∗ |D(A) = A. Av). ue Como A∗ ´ limitado tem-se e ||A∗ vν − A∗ vµ || ≤ ||A∗ || ||vν − vµ || → 0.  D(A∗ ) = H. v) = (u. Pela proposi¸ao 5. o Teorema de Hellinger-Toeplitz e vejamos que neste novo contexto ele se torna trivial.109 segue que A∗ ´ limitado.112. Assim. Por outro lado. Pelo corol´rio 5. considerando que A ´ um e e e operador fechado com dom´ ınio D(A) = H denso em H. e e Proposi¸˜o 5. v ∈ D(A). Portanto. Se A ´ sim´trico e a e e D(A) = H. pela proposi¸ao 5.113 (Hellinger-Toeplitz) Se A ´ um operador sim´trico de H e D(A) = ca H. e 2 2  . de onde conclu´ ımos que (Au. D(A) = H e. Portanto A ´ limitado. A∗ : H → H ´ limitado. e e Isto conclui a prova. Se A a ´ fechado. pela Proposi¸ao 5. o que implica e e que D(A∗ ) = H. e e o 2  conseq¨entemente. Mas.109. A = A∗ . A∗∗ ´ limitado e c˜ e e como A∗∗ = A resulta que A ´ limitado. a Demonstra¸˜o: ca Como A ´ sim´trico. ent˜o A ´ limitado.112 Seja A : D(A) ⊂ H → H um operador de H. v) = (u.104 vem que c˜ D(A∗ ) ´ denso em H e A∗∗ = A. 2  Corol´rio 5.109 ca e c˜ tem-se que A∗ ´ limitado e D(A∗ ) ´ fechado. por hip´tese. D(A∗ ) ´ fechado e denso em H. Av). agora. ca c˜ e a A∗ = A. Av). para todo u. para todo u ∈ D(A).114 (Gr´fico Fechado) Seja A um operador de H com D(A) = H. e Uma outra aplica¸ao ´ o teorema do Gr´fico Fechado. ent˜o A = A∗ . ou seja. u  Retomemos. ent˜o A ´ limitado. segue que  ´ INTRODUCAO A ANALISE FUNCIONAL ¸˜ `  (Au. A ´ sim´trico.294 Mas como A∗ |D(A) = A. e a e Demonstra¸˜o: Como A ´ um operador de H com D(A) = H. ou seja. c˜ e a Teorema 5. a e Demonstra¸˜o: Pela Proposi¸ao 5. A ⊆ A∗ .  De fato. v ∈ D(A∗ ) e A∗ v = Av = 0.˜ OPERADORES NAO LIMITADOS  295  Proposi¸˜o 5. para todo h ∈ H. e Demonstra¸˜o: Se A ´ sim´trico. ent˜o sua a inversa A−1 ´ um operador auto-adjunto. Como A ´ sobrejetivo.116 Um operador A : D(A) ⊂ H → H ´ dito auto-adjunto quando existe ca e A∗ e A∗ = A. v − w) = 0. portanto. (Au. A∗∗ ´ sim´trico. portanto. para a todo u ∈ D(A). para todo u ∈ D(A) que (Au. por hip´tese. existe v = 0 em H tal que (Au. 0). v) = (u. 2 Proposi¸˜o 5. a e  . (Au. consideremos v ∈ D(A∗ ) e A∗ v = v ∗ ∈ H. A∗ v) = (u. e c˜ Assim. v) = 0. Logo. ent˜o A∗∗ existe e A∗∗ ´ ca e e a e sim´trico. que D(A−1 ) n˜o seja e a a denso em H. v − w) = 0. v = w ∈ D(A). Portanto. como A∗ : D(A∗ ) ⊂ H → H e e ´ fechado e D(A∗ ) = H temos. ou seja. (A−1 )∗ ent˜o c˜ a  existe (A∗ )−1 e (A∗ )−1 = (A−1 )∗ . pela proposi¸ao 5. j´ temos que A ⊆ A∗ . Se A ´ invers´ ca e ıvel. Proposi¸˜o 5.117 Se A ´ um operador sim´trico de H e A ´ sobrejetivo.103 que se existem A−1 . ent˜o. que A∗∗ existe e (A∗ )∗∗ = A∗∗∗ = A∗ . Resulta. portanto. Aw) = (Au. o que implica que A∗∗ ⊆ A∗ e. de onde conclu´ ımos que D(A∗ ) ⊆ D(A).29. e Demonstra¸˜o: ca Mostramos na proposi¸ao 5. A ⊆ A∗ . D(A−1 ) ´ denso em H. ser´ suficiente mostrarmos que existe a (A−1 )∗ . o que implica que v − w = 0. Mas.104. v ∗ ) = (u. ent˜o D(A) = H e D(A) ⊆ D(A∗ ) ⊆ H.118 Seja A um operador auto-adjunto de H. o que conclui a prova. para todo u ∈ D(A) e como A(D(A)) = H resulta que (h. e. ent˜o A ´ auto-adjunto. Sendo A = A∗ . Ent˜o. Suponhamos o contr´rio.115 Se A : D(A) ⊂ H → H ´ sim´trico. v) = (u. resta-nos mostrar que o a  D(A∗ ) ⊂ D(A). ca e e e A(D(A)) = H. e existe w ∈ D(A) tal que Aw = v ∗ . a a para todo u ∈ D(A) (notemos que D(A−1 ) = Im(A)). Al´m disso. w). ou seja. A∗∗ existe. Da´ segue ca e e a ı que D(A∗ ) ´ denso em H e. em virtude do corol´rio 1. o que acarreta a n˜o existˆncia de A−1 . a e Demonstra¸˜o: ca Como. e e 2  Defini¸˜o 5.  para todo u ∈ D(A). A = B. o que implica que A + λI ´ sim´trico. e e Por outro lado.195)  5. o que ´ um absurdo uma vez que A ´ invers´ a e e e ıvel. Av) + (u. λv) = (u. o que implica (Au. portanto. ·)). v) = (u. da´ segue que se v ∈ D(A). v) = (u.195) e (5. A = A∗ . ent˜o A + λI ´ auto-adjunto. || · || e (·. (A + λI)v). o ı a ((A + λI)u. λv) = (u. D(A−1 ) ´ denso em H a e e e portanto existe (A−1 )∗ . ·). | · |. temos ((A + λI)u. (5. se B ´ auto-adjunto e A ⊆ B. Esta contradi¸ao c˜ veio do fato de supormos que D(A−1 ) n˜o ´ denso em H. se v ∈ D((A + λI)∗ ). v) = (Au.119 Se A ´ auto-adjunto.196) De (5.120 Se A ´ auto-adjunto e λ ∈ R.296  ´ INTRODUCAO A ANALISE FUNCIONAL ¸˜ `  pois A n˜o ´ injetor. tais que V → H. ent˜o A∗ ⊇ B ∗ . o que encerra a prova. e a e e. ent˜o A n˜o possui uma extens˜o pr´pria que ca e a a a o seja auto-adjunta. para todo u ∈ D(A). cujos produtos internos e normas denotarec mos. v) = (u. para todo u ∈ D(A). 2 Observa¸˜o 5. Observa¸˜o 5. v) + (λ(u. De fato. por hip´tese.10  Constru¸˜o de Operadores N˜o Limitados ca a  Sejam V e H espa¸os de Hilbert complexos.197)  . (A + λI)∗ v − λv).196) resulta que (A + λI) = (A + λI)∗ . A ⊇ B. Assim. (5. (5. (A + λI)∗ v) − (u. ent˜o. por ((·. Com ca e a e efeito. (A + λI)∗ v). respectivamente. Da´ segue que ı v ∈ D(A) = D(A + λI) e Av = (A + λI)∗ v − λv ⇒ (A − λI)v = (A + λI)∗ v. isto ´.  Em outras palavras. Sendo V denso em H.203)  . existe um unico fu ∈ H tal que ca ´ gu (v) = (fu . v).203) que a(u. v) ´ cont´ e ınua com a topologia induzida por H} . para todo v ∈ V. (5. tamb´m que c e V ´ denso em H. (u.201) (5. pelo Teorema de Representa¸˜o de Riesz. v) ´ cont´ e ınua quando induzimos em V a topologia de H. v).˜ CONSTRUCAO DE OPERADORES NAO LIMITADOS ¸˜  297  onde → designa a imers˜o cont´ a ınua de um espa¸o no outro. Definamos: D(A) = {u ∈ V .204) (5.201). e Seja a(·. estamos colecionando em D(A) os elementos u ∈ V tais que a forma antilinear gu : V → C v → gu (v) = a(u. para todo v ∈ H.202) (5.202) e (5. v). uma forma sesquilinear cont´ ınua. a forma antilinear v ∈ V → a(u.201) a uma aplica¸˜o ca ca gu : H → C. ˜ Em particular. v) → a(u. temos definida a aplica¸˜o ca A : D(A) → H u → Au = fu .198)  Logo. ·) : V × V → C. segue de (5. Suponhamos. v) = (fu .199) (5.205) (5. para todo v ∈ V. Evidentemente D(A) = ∅ pois 0 ∈ D(A). podemos estender a aplica¸˜o (5. ˜ antilinear e cont´ ınua tal que gu (v) = gu (v). ˜ (5.200) (5. (5. Desta forma.  em verdade.207)  Notemos que se H tem dimens˜o finita. resulta que (α1 u1 + α2 u2 ) ∈ D(A). v). Ent˜o. v) = (f. v) = (f. existem f1 . o que prova o desejado. v)| ≤ |f | |v|. Reciprocamente. o que prova a afirma¸˜o.298  ´ INTRODUCAO A ANALISE FUNCIONAL ¸˜ `  Conseq¨entemente. (5.206). se H tem dimens˜o finita. existe f ∈ H que verifica a(u.200).200) e (5. v).206) Com efeito. a saber: u ca D(A) = {u ∈ V .198) ´ satisfeita se e a a c˜ e somente se V = H. se V = H nada temos a provar. |Au| ≤ C2 |u|. temos |gu (v)| = |a(u. neste caso. A ser´ um operador linear limitado pois a de (5. Sendo V denso em H resulta e a que V = H. ´ um subespa¸o de H. Conseq¨entemente de (5. v) + α2 a(u2 . ent˜o. f2 ∈ H tais a que a(u1 . Au) = a(u.207) e do fato que V → H vem que (Au. Provaremos que a aplica¸ao c˜ dada em (5. v). Com efeito. a a e e c pois V ´ Hilbert e as topologias de V e H s˜o equivalentes. v) = a(u. v) = (f1 . para todo v ∈ V }. Agora. ou seja. v)| = |(f. u2 ∈ D(A) e α1 . V ´ um subespa¸o fechado de H. α2 ∈ C. se u pertence a caracteriza¸ao dada em (5. (5. seja u ∈ V tal que ca exista f ∈ H que verifique a(u. e Desta nova carecteriza¸˜o vem que D(A). v) = (α1 f1 + α2 f2 . v) e a(u2 . Neste caso. Evica e c dentemente 0 ∈ D(A).201) ´ cont´ e ınua quando induzimos em V a topologia de H. para todo v ∈ V . para todo v ∈ V . v) = (f2 .204) ca u e (5. u pertence a caracteriza¸˜o dada em (5. Com efeito. (α1 f1 + α2 f2 ) ∈ H e como a(α1 u1 + α2 u2 ) = α1 a(u1 . onde (Au.206).205) e do fato que D(A) ´ um subespa¸o vetorial fica definido um operador linear e c A : D(A) → H u → Au. Sejam u1 . v) para todo u ∈ D(A) e para todo v ∈ V. ent˜o a condi¸ao (5.  . para todo v ∈ V. o que prova a continuidade de gu e a equivalˆncia entre (5. chegamos a uma nova caracteriza¸˜o para D(A). para todo u ∈ H. v). ent˜o V tamb´m o tem e. pelo que acabamos c˜ a de ver. Contudo. para todo v ∈ V. Au) ⇒ |Au|2 ≤ C1 ||u|| ||Au|| ≤ C2 |u| |Au|. 206) e do operador A dada em (5. os c˜ problemas (A) e (B) abaixo (A) Dado f ∈ H.198) e (5. Tamb´m. a(u.206) existe g ∈ H tal que a(u. v)} (5. v). Segue da´ face a densidade de V em H a ı. v) = (f. portanto. para cada f ∈ H. v) ´ uma forma sequilinear. Como a u ∈ D(A) ent˜o por (5. (5. v) = (g. c˜ Teorema 5. H e a(u.  . e ı a existe um unico u ∈ D(A) tal que Au = f .199). Seja f ∈ H. e (B) Dado f ∈ H.209)  s˜o equivalentes. Logo. faremos a hip´tese que H ´ de dimens˜o infinita e. existe u ∈ V tal que a(u. ´ Demonstra¸˜o: ca Pela caracteriza¸ao de D(A) dada em (5. para todo v ∈ V.197). para todo v ∈ V. e e c˜ faremos a hip´tese que V . v). v) est˜o nas condi¸˜es (5. H. Ent˜o por (A) existe u ∈ D(A) ⊂ V tal que Au = f . v)} e denotaremos e tal fato escrevendo: A ←→ {V. Com efeito: a (A) ⇒ (B). para todo v ∈ V . v) = (g. V ca o e a tamb´m o ser´. v). v). v).121 Sejam V e H espa¸os de Hilbert com V → H sendo V denso em H. v) = a(u. que Au = g. H.˜ CONSTRUCAO DE OPERADORES NAO LIMITADOS ¸˜  299  Devido a este fato. ent˜o. c Se a(u. existe u ∈ D(A) tal que Au = f. Esta condi¸ao ser´ fundamental na teoria que vamos construir ao longo das pr´ximas c˜ a o se¸oes. Neste o a co contexto. a(u. j´ que se V tivesse dimens˜o finita ent˜o V = V (pois seria fechado) e e a a a a como V = H ter´ ıamos que V = H. para todo v ∈ V . v) = (f. j´ que estamos interessados em operadores A n˜o limitados.207).207) resulta que (Au. a(u. a Contudo de (5. v)| ≥ α||v||2 . v). al´m e da continuidade satisfaz a condi¸ao de coercividade dada por c˜ Existe uma constante α > 0 tal que |a(v. em toda esta se¸ao. no a a que segue nesta se¸˜o. por transitividade. vem ent˜o que (Au. (5. o que ´ um absurdo.para todo v ∈ V e.208)  As propriedades interessantes de A aparecem quando a forma sesquilinear a(u. cont´nua e coerciva em V . diremos que o operador A ´ definido pela terna {V. para todo v ∈ V .  Ent˜o. v) = ((Au. Logo. fixado. para todo v ∈ V e (C) Dado f ∈ H. para todo v ∈ V. para todo v ∈ V. pela densidade de V em H conclu´ ımos que Au = f .2 e 5.210)  s˜o equivalentes. ou seja.214) (5. v) = ((T f. v)). ent˜o. o que prova a equivalˆncia entre os problemas (A) e (B). por (B) existe u ∈ V tal que a(u.210) que |((Av. existe um unico ca ´ T f ∈ V tal que gf (v) = ((T f.211) (5. v))| = |a(v. (5.206) que u ∈ D(A) e de (5. v) ´ uma forma sesquilinear cont´ e ınua. resolveremos o problema (C). Seja f ∈ H. v)) = ((T f. acima. para todo v ∈ V. v)). Por outro lado. para todo u. o Teorema resultar´ se provarmos que a Dado f ∈ H. Segue de (5. v)).3. (f. Temos de (5. v)). para a todo v ∈ V . v). equivalentemente. e Como a(u. para cada f ∈ H. v). v). (5. para todo v ∈ V .212)  . ´ ou. de acordo com a teoria desena volvidade nas se¸˜es 5. Portanto. v) = (f. v ∈ V. a forma antilinear gf : V → C v → gf (v) = (f. que A ´ um isomorfismo. v) = (f. basta resolvermos um dos problemas (A).300  ´ INTRODUCAO A ANALISE FUNCIONAL ¸˜ `  (B) ⇒ (A).211) que os problemas (B) e (C) abaixo (B) Dado f ∈ H. a Em verdade. v) ´ cont´ e ınua pois V → H. Pelo Teorema de Representa¸˜o de Riesz. existe um operador A ∈ L(V ) tal que co a(u.210) e (5. (B) ou (C). v)| ≥ α ||v||2 . existe u ∈ V tal que a(u. Segue imediatamente de (5. e ´ E o que faremos a seguir. para todo v ∈ V.207) que (Au. existe u ∈ V tal que ((Au. v) = (f. Assim.213) (5. existe um unico u ∈ V tal que Au = T f.  basta provarmos que ca AV ⊥ = {0}. Segue (5.218)  Logo. v). seja {vν }ν∈N uma sucess˜o de elementos de V e w ∈ V tais que a Avν → w em V quando ν → +∞. por´m. Para concluirmos a demostra¸˜o.˜ CONSTRUCAO DE OPERADORES NAO LIMITADOS ¸˜  301  onde α > 0 ´ a constante de coecividade de a(u. existe v ∈ V a e e tal que vν → v em V quando ν → +∞. µ ∈ N. ca a ((Av. (5.215)  Contudo de (5. Pela continuidade de A conclu´ ımos que Avν → Av em V quando ν → +∞. (5. o que implica ||Avν − Avµ || ≥ α||vν − vµ ||.215). (5.214) que. o que prova a injetividade do operador A. vν − vµ ))| ≥ α||vν − vµ ||2 .217) (5. por contradi¸˜o. pela unicidade do limite. a seguir.216) resulta que {Avν } ´ uma seq¨ˆncia de Cauchy posto que ´ cone ue e vergente e de (5.219). supondo que Av = 0 resulta e de (5.216) e (5.214) que v = 0. resulta que w = Av e portanto AV ´ fechado.216) (5. w)) = 0. e De fato. de (5.219) (5. Suponhamos.217) vem ent˜o que {vν } tamb´m ´ de Cauchy em V . Antes. que exista w ∈ AV ⊥ com w = 0. Logo. Ent˜o. o que prova (5. para todo ν. provaremos que e AV ´ fechado. temos |((Avν − Avµ . a sobrejetividade do mesmo. Logo. Resulta da´ e sendo V um espa¸o de Hilbert que e ı c podemos escrever V = AV ⊕ AV ⊥ .220)  . Provaremos. para todo v ∈ V. ||v||=1  Do exposto. o que implica que w = 0. definimos uma ca ca aplica¸˜o antilinear e cont´nua ca ı gf : V → C v → gf (v) = (f.220).212) resulta que a solu¸˜o do problema (A) acima mencionado ca ´ da forma e u = A−1 T f. Logo. v)).||v||=1  |(f. w)) ≥ α||w||2 . Agora de (5. Observamos que T ´ claramente linear e de (5. V ). fica provada a afirma¸ao e c˜ c˜ em (5. v).302 e. (vide esquema abaixo) (5. v)| |f | ||v|| = C |f |. para todo v ∈ V. u 2  Observa¸˜o 5.221) e em virtude de V → H que ı ||T f || = ||gf ||V = ≤ sup v∈V . fica definida uma aplica¸˜o ca T :H→V f → T f.||v||=1  sup v∈V .||v||=1  (5. o que prova que V = AV . para todo v ∈ V.213) e e conseq¨entemente o teorema. v)) = (f. Isto prova (5. Mais al´m. em particular.  (5.221)  |gf (v)| = |f | |v| ≤ C  sup v∈V . Decorre da´ e de (5. ou seja. A ´ sobrejetor.222)  sup v∈V . onde ((T f. Pelo Teorema de Riesz vinha ent˜o a existˆncia de um unico T f ∈ V tal que a e ´ gf (v) = ((T f.223)  .222) resulta que T ´ limitada. isto ´. temos tamb´m que e e ||gf ||V = ||T f ||.224) (5. e e e T ∈ L(H.122 No decorrer da demonstra¸˜o do teorema anterior. v)). para v = Aw resulta que  ´ INTRODUCAO A ANALISE FUNCIONAL ¸˜ `  0 = ((Aw. o que ´ uma contradi¸ao.  u = A−1 w. Para concluirmos que D(A) ´ denso em H. podemos ca c c escrever H = D(A) ⊕ D(A)⊥ . v)) = ((Au.209).2: Isomorfismo A Corol´rio 5. para todo v ∈ V . (5. w ∈ V tal que ca L(v) = ((w. v) = L(v). v) uma forma sesquilinear cont´ ınua e coerciva em V . Suponhamos tamb´m que a(u. v)} nas condi¸˜es ca co (5. basta provarmos que a e D(A)⊥ = {0}. a(u.124 Seja A um operador definido pela terna {V. (5. Ent˜o.199).197).123 (Lema de Lax-Milgram) Seja L(v) uma forma antilinear e cont´ a ınua em V e a(u. pelo Teorema de Repre-  senta¸˜o de Riesz.198) e (5. a L(v) = ((w. j´ que D(A) = D(A)⊥ . ent˜o. v)) = ((AA−1 w. D(A) ´ denso em H e A ´ um operador fechado de H. para todo v ∈ V. existe um unico a ´ u ∈ V tal que a(u. v). 2  Proposi¸˜o 5. v)) = a(u. Demonstra¸˜o: ca Sendo L(v) uma forma antilinear. v) verifica a condi¸˜o de coree ca cividade em (5. H.CONSTRUCAO DE OPERADORES T AO LIMITADOS E −1 ¸˜ N˜ A E H f V T f = Au V  303  u = A−1 T f  '  A  Figura 5.. conforme quer´ ıamos demonstrar. Ent˜o. a e e Demonstra¸˜o: Sendo H um espa¸o de Hilbert e D(A) um subespa¸o de H. existe.225) ⊥  . Pondo. v)). 227)  Segue da observa¸˜o 5.229)  . H = a e D(A). u) = a(u0 . Provaremos. a  ´ INTRODUCAO A ANALISE FUNCIONAL ¸˜ `  (f.228)  Mas.304 Com efeito. Em particular.121. sendo A : V → V um isomorfismo cont´ ınuo. o que prova a densidade de D(A) em H.228) vem que ı A−1 T fν → A−1 T f em V. De (5. (5.226)  De acordo com o teorema 5. u) = 0 para todo u ∈ D(A). Temos. seja f ∈ D(A)⊥ . resulta. e. u). (5. que A ´ um operador e fechado de H. (5. seja {uν }ν∈N ⊂ D(A) tal que uν → u em H e Auν = fν → f em H. existe u0 ∈ D(A) tal que Au0 = f . a seguir.223) ca ca que T fν → T f em V.226) e de (5. ou seja a ´ e e a uν → A−1 T f em H.227) e (5.  (5. de (5. Ent˜o. Da´ e de (5. Com efeito.207) que 0 = (f.122 resulta que A−1 T fν = uν . u) = (Au0 . pela continuidade da aplica¸˜o T : H → V dada em (5. Mas. para todo u ∈ D(A). o que implica que u0 = 0 e conseq¨entemente que f = 0. Como a outra inclus˜o ´ verificada trivialmente resulta (5. esta ultima convergˆncia ´ v´lida em H. fica provado que D(A)⊥ ⊂ u {0}. pelo Teorema da Aplica¸ao c˜ Aberta que A−1 : V → V ´ cont´ e ınuo. u0 ) ≥ α||u0 ||2 . pela imers˜o V → H. e novamente pela observa¸ao 5. portanto.122. 0 = a(u0 .225) e. Logo.229) pela unicidade do limite conclu´ ımos que u = A−1 T f. portanto c˜ uν → A−1 T f em V.  u) = (A∗ v. H. v) = a(u. isto ´ e a∗ (u. que existe em virtude da proposi¸ao 5. para todo u ∈ D(A∗ ). com a(u.232) Provaremos que D(A∗ ) = D(A1 ) e A∗ u = A1 u. inicialmente. A∗ v). v)}. H. a∗ (u. v)}.˜ CONSTRUCAO DE OPERADORES NAO LIMITADOS ¸˜ o que acarreta. que D(A∗ ) ⊂ D(A1 ). (5.124. a∗ (u. e Demonstra¸˜o: ca Lembremos que D(A1 ) = {v ∈ H. v) = a(v.231)  Conv´m notar que se a(u. v)}. u) = (u.121 e na proposi¸˜o 5. A ´ um operador fechado de H e a demonstra¸ao fica conclu´ e c˜ ıda. Assi.124 . v) ´ uma forma sesquilinear cont´ e ınua de V × V e ´ tamb´m coeciva e e desde que a(u. pela observa¸ao 5. v) tamb´m o seja.122 que c˜ u ∈ D(A) e Au = f. H.230)  Temos que a∗ (u. v). temos o ca seguinte resultado. H. v) = a∗ (v.233) Seja A1 o adjunto de A. e Por A∗ ser´ denotado o operador definido pela terna {V. a∗ (u. ent˜o A∗ possuir´ todas as propriedades que e a a foram obtidas para A no Teorema 5. c˜  .125 O operador A∗ definido pela terna {V. v) coerca civa. (5. ´ o adjunto de A definido pela terna {V. Temos de (5. Em verdade. v) for coerciva. Proposi¸˜o 5. (5. que denotaremos a por A∗ ←→ {V. existe v ∗ ∈ H que verifica A∗ u = A1 u para todo u ∈ D(A∗ )}. seja v ∈ D(A∗ ) e consideremos u ∈ D(A). Mostraremos.  305  2  Denotaremos por a∗ (u.207) que (Au. (5.234) (5. Com efeito. a(u. v)}. u). v) a forma sesquilinear adjunta de a(u.235) (5.  A∗ v0 ) = (Au. Com efeito. por contradi¸ao. ca isto ´. v) ⇒ A∗ = A. de (5. ou ainda. para todo v ∈ D(A1 ). v) = a(v. Como A ´ um operador sobrejetor resulta que v = v0 .127 Seja A um operador definido pela terna {V. Sendo A∗ sobrejetor (c. v − v0 ) = 0. a(u. u) e portanto a∗ (u. o que prova (5. Temos. v) = a(u.197). a demonstra¸ao est´ conclu´ c˜ a ıda. u)| = |(Au. o que implica que v ∈ D(A∗ ) o e que prova (5.234). que A seja limitado.236)  de fato.  . H. Assim. A = A∗ . Temos. a e a Demonstra¸˜o: Suponhamos. existe uma ca c˜ a constante C > 0 tal que |Au| ≤ C |u|. Proposi¸˜o 5. v) = (u. (Au. provaremos que D(A1 ) ⊂ D(A∗ ). v) seja coerciva. Teorema 5. (5. Ent˜o.235) resulta que v ∈ D(A1 ). u)| ≤ |Au| |u| ≤ C |u|2 . al´m disso. Reciprocamente. v0 ). Suponhamos que V est´ contido estritamente em H e que a a(u.236). v) hermitiana. seja v ∈ D(A1 ). vem que A ´ auto-adjunto. A1 v) = (u. A ´ um operador n˜o limitado de H. e. para todo u ∈ D(A).121 adaptado) existe v0 ∈ D(A∗ ) tal que A∗ v0 = A1 v. v) ´ hermitiana. se a(u. para todo u ∈ D(A). em virtude da corcividade de a(u.232) e (5. Ent˜o.235) que (Au. e A∗ v = A1 v.306  ´ INTRODUCAO A ANALISE FUNCIONAL ¸˜ `  Logo.f. 2  ue ca e Observa¸˜o 5. sendo a(u. para todo u ∈ D(A) em virtude de A1 ser o adjunto de A e por (5. ent˜o e e a a(u.198) e (5.199). (5. para todo u ∈ D(A). v) que α ||u||2 ≤ |a(u. para todo u ∈ D(A). v)} nas condi¸˜es ca co (5.126 Como conseq¨ˆncia da Proposi¸˜o 9.  v) = ((u. v) = i=1 Rn  ∂u ∂v dx + ∂xi ∂xi  uv dx. V = H.206) vem que u ∈ H 1 (Rn ) e existe f ∈ a L2 (Rn ) tal que n Rn  i=1  ∂u ∂v dx + ∂xi ∂xi  uv dx = Rn Rn  f v dx.238)  Resulta da convergˆncia em (5. Pela proposi¸ao 5.238) e (5. (5. para todo v ∈ H1 (Rn ). ∆u ∈ L2 (Rn )}. por (5. Portanto. ou seja.239) que v = w. (5. e a 2 A seguir. seja u ∈ D(A). ||u|| ≤ C1 |u|. as normas || · || e | · | s˜o a equivalentes. Rn  Ent˜o.  307  (5. Logo. v ∈ H. n  a(u. V e H satisfazem as condi¸oes (5. o que prova e que A ´ n˜o limitado. (5.198) e a(u. v). ent˜o. Denotaremos por M ao subespa¸o c M := {u ∈ H 1 (Rn ).˜ CONSTRUCAO DE OPERADORES NAO LIMITADOS ¸˜ Da´ ı.237) que.237)  Agora. em D(A). Ent˜o. existe w ∈ V tal que e a vν → w em V. Logo. Consideremos. como V → H resulta de (5. a(u. v ∈ H 1 (Rn ).199) e (5. o que ´ um absurdo. Mostraremos que D(A) = M e A = −∆ + I. v)).  . H = L2 (Rn ). v) satisfaz as condi¸oes a c˜ c˜ (5. e e e a resulta de (5. veremos alguns exemplos de operadores A definidos pela terna V. Exemplo 1: Sejam V = H 1 (Rn ). pela unicidade do limite em H.209) pois a(u.240)  Com efeito. existe uma seq¨ˆncia {vν } ⊂ D(A) tal que ue vν → v em H. u.238) e da equivalˆncia das normas em D(A) que {vν } e e ´ uma suces˜o de Cauchy com a norma || · ||. para todo u ∈ D(A). H.124 temos que D(A) ´ a c˜ e denso em H.239)  convergˆncia esta que tamb´m ´ v´lida em H.197) e (5. 242).244)  (5.245) provam que M = D(A) e de (5. v). o que prova (5. ϕ). ϕ) = a(u. obtemos (−∆u + u.246)  . para todo v ∈ H 1 (Rn ). se v ∈ H1 (Rn ).242)  ϕν → v em H 1 (Rn ). s. em Rn . ∆u ∈ L2 (Rn )}. de (5. quando ν → +∞. M ⊂ D(A). v) = (a(u. portanto.244) vem que u ∈ D(A) e. Logo. ϕν ).  (5. ou seja. em virtude de (5.206) e (5.308  ´ INTRODUCAO A ANALISE FUNCIONAL ¸˜ `  ∞ Tomando-se ϕ ∈ C0 (Rn ) na identidade acima resulta que ∞ −∆u + u.241) e (5.245)  As inclus˜es em (5.126 e da proposi¸ao 5. e D(A) ⊂ M.207) temos o tamb´m que Au = −∆U + u. Assim. Observamos que pelo Teorema 5. u ∈ M e. a seguir.240). Tomando-se o limite na identidade acima.243)  (5. (5. que na verdade H 2 (Rn ) = D(A). u ∈ H 1 (Rn ) e (−∆u + u) ∈ L2 (Rn ). desta forma.127 resulta que A ´ um operador auto-adjunto c˜ c˜ e e n˜o limitado. H 2 (Rn ) = {u ∈ L2 (Rn ).121 resolveu-se o seguinte problema: a Dado f ∈ L2 (Rn ). ϕν ) = a(u. a ∞ donde. existe um unico u ∈ H 1 (Rn ) tal que ´ − ∆u + u = f q. para todo ϕ ∈ C0 resulta que  (−∆u + u. e Da Observa¸ao 5. Ent˜o.  isto ´. ϕ . ∞ Agora. Assim. existe {ϕν }ν∈N ⊂ C0 (Rn ) tal que  (5. (5. para todo ϕ ∈ C0 (Rn ).241)  Reciprocamente. para todo ν ∈ N. resulta de (5. consideremos u ∈ M . ϕ = f. Provaremos.243) que (−∆u + u.244) e (5. ∆u ∈ L2 (Rn ).  u resulta de (5. (1 + ||ξ||2 )ˆ(ξ) ∈ L2 (Rn )}. seja u ∈ L2 (Rn ) tal que ∆u ∈ L2 (Rn ). H e a(u.248) por uma fun¸˜o v admiss´ e ca ca ıvel integrando-se em Ω. u para a resolu¸˜o do mesmo. ´ imediato que e H 2 (Rn ) ⊂ {u ∈ L2 (Rn ). ∆u ∈ L2 (Rn )}.  . Consideremos o seguinte problema de Dirichlet:  ´  Dado f : Ω → C. Multipliando-se a equa¸˜o (5. (5.˜ CONSTRUCAO DE OPERADORES NAO LIMITADOS ¸˜ Evidentemente.248)  Usaremos o Lema de Lax-Milgram para resolver este problema. depois. Temos. v). No que segue. existe uma unica u : Ω → C tal que   − ∆u = f em Ω. lembrando que H 2 (Rn ) = {u ∈ S (Rn ). Reciprocamente. H e a(u. ˆ o que implica que (1 + ||ξ||2 )ˆ(ξ) ∈ L2 (Rn ). obtemos − Ω  ∆uv dx = Ω  f v dx.247)  (5. u Contudo. ˆ ∂x2 j o que implica que n  309  ∆u(ξ) = j=1  ∂ 2u (ξ) = −2π ∂x2 j  n 2 ξj j=1  2  u(ξ) = −2π||ξ||2 u(ξ) ˆ ˆ  Segue desta ultima identidade que ´ ||ξ||2 u(ξ) ∈ L2 (Rn ). ∂ 2u (ξ) = (2πiξj )2 u(ξ).    u|Γ = 0. procedermos formalmente. conseq¨entemente o operador A e. o que prova (5.246). aqui primeiro formularemos o problema. v) e depois a determinou-se o operador A e o correspondente problema em equa¸˜es diferenciais parcico ais. Exemplo 2: Ao contr´rio do exemplo 1 no qual primeiro deu-se V . Seja Ω um aberto limitado ca de Rn com fronteira Γ regular. determinaremos V.247) que u ∈ H 2 (Rn ).  ϕ = f. v) = i=1 Ω  ∂u ∂v 1 dx. tomando-se ϕ ∈ C0 (Ω). existe f ∈ L2 (Ω) tal que a(u. resulta que −∆u.s. Ω  ´ E natural ent˜o considerarmos a n 1 V = H0 (Ω). co (5.250)  que ´ denominada uma solu¸˜o fraca do problema (5. v) ´ um produto interno em H0 (Ω). H e a(u.209) e o operador A determinado por esta terna ´ caracterizado por e 1 D(A) = {u ∈ H0 (Ω).  (5. Assim. v) = (f. ϕ . para todo a ∞ 1 v ∈ H0 (Ω). existe uma solu¸ao u do seguinte problema c˜ 1 Dado f ∈ L2 (Ω). resulta da igualdade em (5. Donde.197). temos determinado uma solu¸˜o ca u do problema 1 Dado f ∈ L2 (Ω). seja u ∈ D(A). portanto. ∞ Tomando-se v ∈ C0 (Ω). e. quase sempre em Ω. A = −∆.251)  Com efeito. Observamos que a condi¸ao e ca c˜ γ0 u = u|Γ = 0 para a solu¸˜o u de (5.199) e (5. Claramente V . H = L2 (Ω) e a(u. em Ω. ∂xi ∂xi  1 Pela desigualdade de Poincar´ vem que a(u.310  ´ INTRODUCAO A ANALISE FUNCIONAL ¸˜ `  Pela f´rmula de Green.198). Ent˜o. pois f ∈ l2 (Ω). v) para todo v ∈ H0 (Ω). v) satisfazem as condi¸˜es (5.249)  −∆u = f em D (Ω). v) = (f.250) s´ faz sentido se Ω for bem regular (ou Γ for de ca o classe C 1 por partes). v).248). resulta da identidade acima que o n Ω  i=1  ∂u ∂v dx − ∂xi ∂xi  ∂ν uv dΓ = Γ Ω  f v dx. ∆u ∈ L2 (Ω)}. v ∈ H0 (Ω).249) que  (5. a e aplica¸ao v → (f. pore e  tanto uma forma sequilinear hermitiana estritamente positiva e coreciva. para todo u. Tamb´m. Assim. (5. pelo Lema de Lax Milgram. v) ´ uma forma antilinear cont´ c˜ e ınua em V .  Admitindo-se que v = 0 em Γ resulta que n Ω  i=1  ∂u ∂v dx = ∂xi ∂xi  f v dx. existe um unico u ∈ H0 (Ω) tal que ´ 1 a(u.  (5. existe um unico u ∈ H0 (Ω) tal que ´  − ∆u = f q. o que implica  .   . Reciprocamente. neste exemplo. na situa¸˜o limite resulta que ca 1 (−∆u. Assim. Estudaremos. ent˜o existe {ϕν }ν∈N ⊂ C0 (Ω) tal que ϕν → v em H0 (Ω). u ∈ {u ∈ H0 (Ω). para todo v ∈ H0 (Ω).252)  Procederemos formalmente como no exemplo anterior.  Mas. v) = a(u. ϕν ). da condi¸ao de fronteira dada em (5.  donde se conclui que u ∈ D(A) e Au = −∆u. Logo. Seja v uma fun¸ao admiss´ c˜ ıvel. Observamos que Ω for bem regular (ou C 2 por partes) a solu¸ao a c˜ u de (5.˜ CONSTRUCAO DE OPERADORES NAO LIMITADOS ¸˜  311  1 que −∆u = f ∈ L2 (Ω) e. o problema de Neumann  ´  Dado f : Ω → C. obtemos ca − Ω  ∆uv dx + Ω  uv dx = Ω  f v dx. se v ∈ H0 (Ω). e. Da observa¸ao 5. Neste caso. ∆u ∈ L2 (Ω)}. a  para cada ν ∈ N tem-se (−∆u. 1 D(A) = H 2 (Ω) ∩ H0 (Ω). para toda ϕ ∈ C0 (Ω).127 vem que A ´ um operador auto-adjunto c˜ ca e n˜o limitado de L2 (Ω). resulta que o n Ω  i=1  ∂u ∂v dx + ∂xi ∂xi  ∂ν uv dΓ + Γ Ω  uv dx = Ω  f v dx.126 e da proposi¸˜o 5.  Exemplo 3: Seja Ω ⊂ Rn um aberto limitado com fronteira bem regular. existe uma unica u : Ω → C tal que   − ∆u + u = f em Ω. Multiplicando-se a equa¸˜o (5.252) obtemos c˜ n Ω  i=1  ∂u ∂v dx + ∂xi ∂xi  uv dx = Ω Ω  f v dx. ϕν ) = a(u. ϕ) = a(u.  Aplicando-se a f´rmula de Grenn.    ∂ν u|Γ = 0.  (5. v). portanto. ϕ). 1 ∞ 1 Agora. obtemos  (−∆u. seja 1 ∞ u ∈ H0 (Ω) tal que ∆u ∈ L2 (Ω).251).252) por v. o que prova (5.250) pertence a H 2 (Ω).  temos determinado uma  solu¸ao u do problema c˜ Dado f ∈ L2 (Ω). n  a(u. (5. Ainda. segue da observa¸˜o 5.255)  Pela f´rmula de Green generalizada e para todo v ∈ H 1 (Ω) resulta de (5.198).  e de (5. existe um unico u ∈ H 1 (Ω) tal que ´ a(u.126 e da proposi¸˜o 5. (5. v) = i=1 Ω  ∂u ∂v dx + ∂xi ∂xi  uv dx. ∆u ∈ L2 (Ω)}. H e a(u. Logo.197). v) para todo v ∈ H 1 (Ω).209) co e o operador A determinado por esta terna ´ caracterizado por e D(A) = {u ∈ H 1 (Ω). existe um unico u ∈ H 1 (Ω) tal que ´ − ∆u + u = f quase sempre em Ω. Pelo Lema de Lax-Milgram e face a linearidade do problema em quest˜o. temos a cadeia de imers˜es cont´ o ınuas e densas H 1/2 (Γ) → L2 (Γ) → L2 (Γ) → H −1/2 (Γ). γ0 v)L2 (Γ) = 0. via Teorema de Riesz. Logo. (5. para todo v ∈ H 1 (Ω).256)  Identificando-se o L2 (Γ) com o seu dual (L2 (Γ)) .254)  Claramente V . v)).254) pertence a H 2 (Ω). v ∈ H 1 (Ω).312  ´ INTRODUCAO A ANALISE FUNCIONAL ¸˜ `  Da identidade acima ´ natural considerarmos e V = H 1 (Ω). como Ω ´ bem regular. H = L2 (Ω). De novo. a(u. (5. mostra-se que a solu¸ao u a e c˜ de (5.253) vem que (γ1 u.253)  ∞ Fazendo v percorrer C0 (Ω) resulta que −∆u + u = f . γ1 u ∈ H 1/2 (Γ).199) e (5. A = −∆u + u. v) = ((u. u. v) − (γ1 u. existe uma unica solu¸˜o do problema a ´ ca Dado f ∈ L2 (Ω).  . onde γ1 ( ´ tra¸o de ordem 1) e c (5. (5. γ0 v)L2 (Γ) . Ω  ou seja.127 que A ´ um operador autoca ca e adjunto n˜o limitado de L2 (Ω). v) satisfazem as condi¸˜es (5.254) que o f v dx = Ω Ω  (−∆u + u)v dx = a(u. v) = (f.  c˜ de D(A) D(A) = {u ∈ H 2 (Ω).H 1/2 (Γ)  313  = 0. com D(A1 ) = C0 (Ω). γ1 u = 0}. para todo v ∈ H 1 (Ω)  (5. Conca sideremos os operadores de L2 (Ω): ∞ A1 = −∆ + I. que ´ uma solu¸ao fraca do problema (5. sabemos que C0 (Ω) ´ denso em e e e ∞ L2 (Ω). A1 v). existe um unico u ∈ H 1 (Ω) tal que ´ − ∆u + u = f quase sempre em Ω e γ1 u = 0. ∞ Temos que A1 ´ um operador sim´trico.252).255). Agora. Temos. −∆v + v) = (u. Com efeito.257)  e pela sobrejetividade da aplica¸˜o tra¸o γ0 H 1 (Ω) → H 1/2 (Γ) obtemos de (5.128 Seja Ω um aberto limitado de Rn com fronteira bem regular. γ1 u. com D(A3 ) = {u ∈ H 2 (Ω).256) e do fato que γ0 v ∈ H 1/2 (Γ). γ1 u = 0}.257) que ca c γ1 u = 0. Observa¸˜o 5.  . determinou-se uma solu¸˜o u do problema ca Dado f ∈ L2 (Ω).259)  A3 = −∆ + I. onde aqui usamos o resultado de regularidade el´ ıptica acima mencionado. (5. γ0 v H −1/2 (Γ). u. a partir da´ uma nova caracteriza¸ao e c˜ ı.˜ CONSTRUCAO DE OPERADORES NAO LIMITADOS ¸˜ Resulta da´ de (5.  (5. 1 A2 = −∆ + I. Assim. v) = (−∆u + u. v ∈ C0 (Ω) temos que. para todo u. com D(A2 ) = H 2 (Ω) ∩ H0 (Ω). que ı. v) = − Ω n  ∆uv dx + Ω  uv dx uv dx Ω  = i=1 Ω  ∂u ∂v dx + ∂xi ∂xi Ω  = − Ω  u∆v dx +  uv dx  = (u.258)  (5. em virtude da f´rmula de Green que o  (A1 .  a(u.||v||≤1  | Bu.127). e o que prova que Bu ∈ V . v). ou seja 1 A1 = −∆ com D(A1 ) = H 2 (Ω) ∩ H0 (Ω). Claramente.f proposi¸˜o 5. H. Consideremos c˜ V . v)} nas condi¸oes (5. temos | Bu.198). n  −∆u.  v∈V . H antiduais de V e H. v)}  Sejam {V.H0 (Ω)  = i=1 Ω  ∂u ∂v dx = a(u. Com efeito. ∂xi ∂xi  ele ´ um operador limitado. v V . Disto decorre que a escolha do dom´ e ınio de A ´ fundamental e para a determina¸˜o das propriedades de A. (5. v).  Notemos que a aplica¸˜o acima est´ bem definida. respectivamente. (5. Por outro lado. Assim. onde Bu : V → C ´ definido por e Bu. H.197). Logo. v)| ≤ C ||u|| ||v||. v | = |a(u. vemos que o operador sim´trico A1 possui mais de uma extens˜o autoe a adjunta. a(u.209). No entanto.199) e (5.260)  = a(u. a  5. em virtude da conca a tinuidade de a(u. Qual a rela¸˜o que existe entre os operadores ca ca A1 e A2 anteriores ? Esta quest˜o responderemos a seguir. v | ≤  sup  {C ||u|| ||v||} ≤ C ||u||. Notemos tamb´m que e ||Bu||V = sup v∈V . 1 assumindo valortes em h−1 (Ω) (antidual de H0 (Ω). v  1 H −1 (Ω). B : V → V est´ bem definida al´m de ser claramente a e linear. Definamos B:V →V u → Bu.  ´ um operador n˜o limitado de L2 (Ω) (c. o operador determinado no exemplo 2.11  Extens˜es do operador A definido pela terna o {V. a o A2 = A3 .||v||≤1  . onde C ´ uma constante positiva . se considerare a ca mos o operador 1 A2 = −∆ com D(A2 ) = H0 (Ω). v).V  (5. ou seja.314  ´ INTRODUCAO A ANALISE FUNCIONAL ¸˜ `  Segue dos exemplos 2 e 3 que A2 e A3 s˜o extens˜es auto-adjuntas de A1 .  B ´ uma extens˜o de A a todo V . v  V . v)) onde ((·. a extens˜o do operador A dada em (5. a ||u|| ≤ ||Bu||V . para todo u. para todo u ∈ V. (5. v) = ((u. para todo u. v ∈ V }. H. temos e a a ||B||L(V.V )  = inf{C > 0. a(u. para todo v ∈ V. para todo u ∈ V. (5. para todo u ∈ V }  ||a||L(V ) = inf{C > 0. v) = (Au. u)) = | Bu. Logo. para todo u ∈ D(A) resulta que Bu. ent˜o. a a e Com efeito. e ent˜o. v)| ≤ C ||u|| ||v||. neste caso. B ∈ L(V.262)  . No caso particular em que a(u. onde ||B||L(V. Identificando-se H com o seu antidual H . v) = Au. V ). v V . v ∈ V. | Bu. v)}  315  Portanto. u | ≤ ||Bu||V ||u||. donde conclu´ ımos que ||Bu||V ≤ ||u||.260) ´ uma isometria. ||Bu||V ≤ C||u||.˜ EXTENSOES DO OPERADOR DEFINIDO PELA TERNA {V. ·)) ´ produto interno em V.263) (5.V ) = ||a||L(V ) . |a(u.  de onde se conclui que Bu = Au.261)  ou seja. Conforme j´ vimos anteriormente. como ||u||2 = ((u.V  = a(u. temos a cadeia de imers˜es cont´ o ınuas e densas V →H →V . Por outro lado. v | = |((u.V  . para todo u ∈ D(A). v))| ≤ ||u|| ||v||. 266)  . Temos. v)D(A) = (u. a seguir. para todo u ∈ V. vem que u ∈ D(A) e Au = v. para todo u ∈ D(A). existem u.265) (5. resulta que D(A) ´ um espa¸o de Hilbert. pelo fato de A ser fechado. u)| = |(Au. v ∈ D(A). α α α 2α (5.264)  ent˜o. pelo fato de A ser fechado. Com efeito. para todo ν. portanto. u)| ≤ |Au| |u| ≤ |u|2 + |Au|2 . para todo u.  resulta que ν. v ∈ H a ue tais que uν → u e Auν → v em H quando ν → +∞. Mas. a e c seja {uν }ν∈N uma seq¨ˆncia de cauchy em D(A). Av).316  ´ INTRODUCAO A ANALISE FUNCIONAL ¸˜ `  Logo. Ent˜o. uν → u em a D(A) o que prova que D(A). v) + (Au.µ→+∞  lim ||uν − uµ ||2 D(A) = 0. e c que D(A) → V.263) conclu´ ımos que ||Bu||V = ||u||. o que prova a afirma¸ao. µ ∈ N.µ→+∞  lim |uν − uµ | = 0 e  ν. Provaremos. ue 2 2 ||uν − uµ ||2 D(A) = |uν − uµ | + |Auν − Auµ | . plea coercividade de a(u.µ→+∞  lim |Auν − Auµ | = 0. Com efeito. para todo u ∈ D(A) temos. ||u|| ≤ C||u||D(A) . c˜ Se introduzirmos em D(A) o produto interno (u. (5. v) que ||u||2 ≤ ou seja.  Como ν. 1 1 1 1 |a(u. de (5. {uν } e {Auν } s˜o seq¨ˆncias de Cauchy em H e. || · ||D(A) ´ um espa¸o de Hilbert.262) e (5.  Logo.  v  D(A) .267)  = (u. Definamos A∗ : H → (D(A)) u → A∗ u. a e a Temos. u)| ≤ C2 |Au| |u|. onde A∗ u : V → C ´ definido por e A∗ u.D(A)  . para todo u ∈ D(A). a(u. para todo u. para todo u. v | = |(u. para todo u ∈ D(A). ||u||D(A) ≤ C|||u|||D(A) .266). v D(A) .269). Identificando-se H com o seu antidual H resulta a cadeia de imers˜es o cont´ ınuas e densas. em virtude da observa¸ao 5. e (5. o que prova a equivalˆncia das normas em (5. Av).D(A)  (5.  . v)}  317  o que prova (5. Al´m disso. v ∈ D(A).270) 1/2  ≤ C4 |Au|. D(A) → V → H ≡ H → V → (D(A)) .  (5. e. De fato.˜ EXTENSOES DO OPERADOR DEFINIDO PELA TERNA {V. para todo u ∈ D(A). v) = Au. v (D(A)) . o que prova que A∗ estende A.  A∗ u = Au. α α  o que implica que |u| ≤ C2 |Au|. |u|2 ≤ C1 ||u||2 ≤ C1 C1 |a(u.D(A)  = (u.269)  s˜o equivalentes. v ∈ D(A). H. Observamos que em D(A) as normas |||u|||D(A) = |Au| e ||u||D(A) |u|2 + |Au|2 1/2  . ´ claro que |||u|||D(A) ≤ ||u||D(A) .268)  o que prova que A∗ u ∈ (D(A)) . para todo u ∈ H e para todo c˜ a v ∈ D(A) temos | A∗ u. que c˜ A∗ u. u)| = |(Au.126.  A aplica¸ao acima est´ bem definida. para alguma C > 0. portanto. Au)| ≤ |u| |Av| ≤ |u| |v|2 + |Av|2 1/2  = |u| ||v||D(A) . obtemos. supondo que a(u.  (5. v) e seja hermitiana. Provaremos a outra inclus˜o. Com efeito. ||u||D(A) = |u|2 + |Au|2 ou ainda. Av) = (Au.  que munindo-se D(A) da topologia |||u|||D(A) = |Au| resulta que a extens˜o 5. dado u ∈ H.D(A)  = (((w. v V . v)). de (5. Agora.271) e (5.V  . para todo u ∈ H. Com efeito.271)  (5. para todo v ∈ V. a seguir. Observamos. de (5. Reciprocamente. v  V .267) s˜o.  o que implica que Bu = f e portanto a sobrejetividade de B. bije¸oes isom´tricas.267 ´ uma isometria.260) que a Bu. Ent˜o. o a c˜ e respeitando-se as particularidades acima mencionadas. Temos. o que acarreta que |u| ≤ ||A∗ u||D(A) .V  (5. Assim. v)))D(A) .272)  = ((u.V  = f. que as extens˜es (5. de fato: • B ´ sobrejetiva. por Lax-Milgram. v | ≤ |u| |Av| = |u| |||u|||D(A) . existe v ∈ D(A) tal que Av = u. Logo. em verdade.318  ´ INTRODUCAO A ANALISE FUNCIONAL ¸˜ `  Provaremos. |u|2 ≤ ||A∗ u||D(A) |Av| = ||A∗ u||D(A) |u|. existe um unico w ∈ D(A) tal que ´ f. a injetividade resulta imediatamente do fato de serem isometrias. a sobrejetividade vem do Lema de Lax-Milgram. Com efeito. pelo Lema de Lax-Milgram. v D(A) . • A∗ ´ sobrejetiva. e Seja f ∈ (D(A)) . para todo u ∈ H. existe um unico u ∈ V tal que a ´ f.260) e (5. v V . para todo v ∈ V. donde ||A∗ u||(D(A)) ≤ |u|.  .  Resulta d´i e de (5. para todo v ∈ D(A). e Seja f ∈ V .268) temos que a e | A∗ u. finalmente.272) temos provado o desejado.  Se λ n˜o pertence a ρ(S). o qual ser´ denotado por σ(S). Assim existe um unico u ∈ D(A) que verifica ´ f. Sv). v ∈ D(S) tem-se que (D(S). || · ||D(S) ) ´ um espa¸o de Hilbert. H ser´ um espa¸o de Hilbert com produto interno (·. para todo v ∈ D(A).12 5. conforme vimos anteriormente. v)))D(A) = (Aw.267) vem que (((w. u. v D(A) . Em outras palavras: a e ρ(S) = {λ ∈ C. (S − λI)−1 existe D((S − λI)−1 ) ´ denso em H e (S − λI)−1 ´ limitado} e e Neste caso. S) denomina-se o operador resolvente de S. o qual ser´ denotado por ρ(S). resulta que existe um unico u ∈ D(A) ca ´ tal que Au = w.1  Conseq¨ˆncias da Alternativa de Riesz-Fredholm ue O Resolvente e o Espectro de um Operador  No que segue. S) = (S − λI)−1 existe. de (5. munindo-se ınio a D(S) do produto interno (u. v .12. Assim. e o (5. v = a∗ u. ı  5. v) + (Su. Ent˜o. e c Seja S : D(S) ⊂ H → H um operador de H.ˆ CONSEQUENCIAS DA ALTERNATIVA DE RIEZ-FREDHOLM Contudo. v)D(S) = (u. est´ densamente definido em H e ´ limitado.D(A)  319  . Dividiremos o espectro de S em trˆs partes disjuntas: e (i) Dizemos que λ ∈ σp (espectro puntual) de S se λ ´ um valor pr´prio de S. Segue da´ que A∗ u = f . Dizemos que λ ∈ C est´ no conjunto resolvente a de S. ·). R(λ. Seja S um operador a c fechado de H com dom´ D(S) ⊂ H. o que prova a sobrejetividade de A∗ . v) = A∗ (Aw). se o operador a R(λ. a dizemos que λ pertence ao espectro de S.  e pelo fato de A : D(A) → H ser uma bije¸˜o.273)  . a σ(S) = C\ρ(S).  para algum C1 > 0. |(S − λI)x| ≥ C2 |x|. Com efeito. Sendo S fechado. para todo m.277) (5. para todo x ∈ D(S). por´m n˜o ´ limitado.276) (5. S)) = H. e C = ρ(S) ∪ σ(S). Em particular. S)(S − λI)x| ≤ C1 |(S − λI)x|. pela continuidade de R(λ.320  ´ INTRODUCAO A ANALISE FUNCIONAL ¸˜ `  (ii) Dizemos que λ ∈ σc (espectro cont´nuo) de S se o operador (S − λI)−1 existe. ou seja. e a e (iii) Dizemos que λ ∈ σr (espectro residual) de S se (S − λI)−1 existe. para cada n ∈ N. n ∈ N. para todo x ∈ D(S) temos.277) que ue |(S − λI)xn − (S − λI)xm | ≥ C2 |xn − xm |. Logo. existe uma seq¨ˆncia {yn } subsetD(R(λ. (5. para todo m. S)) denso em H. Por outro lado. seja y ∈ H. S) ∈ L(H). para todo λ ∈ ρ(S) temos que R(λ. S)) ue tal que yn → y quando n → +∞. Tamb´m. est´ ı a densamente definido em H. podendo (S − λI)−1 ser limitado ou n˜o. para a seq¨ˆncia {xn }. S) que |x| = |R(λ.275)  .274)  De fato.278) (5. resulta de (5. (5. a Observemos que σ(S) = σp (S) ∪ σc (S) ∪ σr (S) e σp ∩ σc = σp ∩ σr = σc ∩ σr = ∅. Contudo. Sendo D(R(λ. |yn − ym | ≥ C2 |xn − xm |. por´m n˜o est´ e a a densamente definido em H. a em verdade provaremos que D(R(λ. existe xn ∈ D(S − λI) = D(S) tal que yn = (S − λI)xn . n ∈ N. ent˜o.  S ´ fechado e. Dados λ ∈ C e f ∈ H consideremos a equa¸˜o ca ca Au − λu = f.274) e conseq¨entemente que R(λ. u Assim.129 Seja A ∈ L(H). para todo ρ ∈ ρ(S). S) = (S − λI)−1 ∈ L(H). se S ∈ L(H). S) ∈ L(H). temos que u = (A − λ0 I)−1 [f + (λ − λ0 )u]. (S − λI) tamb´m o ´ e de (5. ent˜o. ou ainda. (5.280) conclu´ e e ımos que x ∈ D(S) e (S − λI)x = y.279) resulta que a seq¨ˆncia {xn } ´ de Cauchy em H e portanto ue e existe x ∈ H tal que xn → x em H quando n → +∞.279) e (5.275) e (5. Mas de (5. Em particular.ˆ CONSEQUENCIAS DA ALTERNATIVA DE RIEZ-FREDHOLM  321  Assim.279)  Contudo. R(λ. Ent˜o: (i) ρ(A) ´ um conjunto aberto. Pelo fato de (A − λ0 I) ser invers´ ıvel. que pode ser reescrita como Au − λ0 u = f + (λ − λ0 )u.275) e (5. a Lema 5. para todo λ ∈ ρ(S).281)  . e (ii) σ(A) ´ um subconjunto compacto e σ(A) ⊂ {λ ∈ C. |λ| ≤ ||A||}. (A − λ0 I)u = f + (λ − λ0 )u.276) resulta que (S − λI)xn → y em H quando n → +∞. pelo Teorema do Gr´fico fechado. de (5. o que prova (5.280) (5. ou seja. e Demonstra¸˜o: (i) Seja ρ0 ∈ ρ(A). sempre que S for fechado temos necessariamente que R(λ. y ∈ Im(S − λI). sendo S fechado. (5. a a e portanto. S) ∈ L(H).  u e (ii) Segue de (i) imediatamente que o conjunto σ(A) ´ fechado posto que σ(A) = e C\ρ(A). Notemos que G ´ uma aplica¸ao cont´ e c˜ ınua posto que (A − λ0 I)−1 ´ cont´ e ınuo. admitir´ uma inversa (A − λI)−1 ∈ L(H). solu¸˜o da equa¸˜o (5. Em outras palavras. Afirmamos que: σ(A) ⊂ {λ ∈ C. ||(A − λ0 I)−1 ||L(H)  ent˜o. portanto. para todo u. Al´m e disso.283)  .282)  u → G(u) = (A − λ0 I)−1 [f + (λ − λ0 )u]. v ∈ H. Considerando λ ∈ C tal que |λ − λ0 | < 1 := r0 . a aplica¸ao (5. o operador (A − λI) se r´ ´ ca ca a uma bije¸ao e.281). qualquer que seja c˜ a λ ∈ {λ ∈ C. existir´ uma a c˜ a ca a unica u ∈ H. |λ − λ0 | < r0 } = Br0 (λ0 ). λ 1 (Au − f ). |λ| ≤ ||A||}. ou equivalentemente u= definamos a aplica¸ao c˜ F :H→H u → Fu = 1 (Au − f ).282) ser´ uma contra¸˜o e pelo Teorema do Ponto Fixo.284) (5. Com efeito. λ (5. o que prova que a bola aberta Br0 ⊂ ρ(A) e conseq¨entemente que A ´ aberto. sejam f ∈ H e λ ∈ C com |λ > ||A||| e consideremos a equa¸˜o ca Au − λu = f.322 definamos a seguinte aplica¸˜o: ca G:H→H  ´ INTRODUCAO A ANALISE FUNCIONAL ¸˜ `  (5. que |Gu − Gv| = = (A − λ0 I)−1 [f + (λ − λ0 )u] − (A − λ0 I)−1 [f + (λ − λ0 )v] (A − λ0 I)−1 [(λ − λ0 )(u − v)]  ≤ ||(A − λ0 I)−1 ||L(H) |λ − λ0 | |u − v|. temos.  Operadores N˜o Limi a tados  Sejam H e V espa¸os de Hilbert com produtos internos e normas dados. v)}. Adimitamos que V → H e que V seja denso em H.286)  .284). (5. H. v)] ≥ α ||v||2 . temos |F u − F v| = 1 1 (Au − Av) ≤ ||A|| |u − v| < |u − v|. o que prova (5.290) (5. tais que Re [a(v.287) (5. consideremos os operadores c˜ A ←→ {V. c˜ 2  5.283) e encerra a demonstra¸ao. F ´ uma contra¸ao e portanto existe um unico u ∈ H solu¸˜o da equa¸˜o e c˜ ´ ca ca (5. Provaremos. ((·.288) c  (5. c por (·. B ←→ {V. a(u. com α > 0. onde b(u. b(u.ˆ CONSEQUENCIAS DA ALTERNATIVA DE RIEZ-FREDHOLM F ´ claramente cont´ e ınua.285)  (5. que D(A) = D(B) e B = A + α0 I. v) ´ uma forma sesquilinear cont´ e ınua em V × V . A inje¸ao de V em H ´ compacta que denotaremos escrevendo c˜ e V → H. para todo v ∈ V onde a(u. ·). Suponhamos que sejam satisfeitas as seguntes condi¸˜es: co Existem α0 . a seguir. v ∈ H. H. Isto significa que o operador (A − λI) ´ uma bije¸ao e portanto invers´ com e c˜ ıvel inversa (A − λI)−1 ∈ L(H). α ∈ R. v) + α0 (v. v) + α0 (u. ·)) e | · |. respectivamente. Agora. dados u. v). v) = a(u. |λ| |λ|  323  Logo.2  A Alternativa de Riesz-Fredholm. v)}. |λ| > ||A||} ⊂ ρ(A). || · ||.289) (5. Donde {λ ∈ C.12. Nestas condi¸oes.  pela densidade de V em H que Bu = (A + α0 I)u. ent˜o. para todo v ∈ V. v) = (Bu.  ´ INTRODUCAO A ANALISE FUNCIONAL ¸˜ `  b(u. para todo u. v) = (Bu − α0 u.292) e resulta. fica bem definido o operador G(α0 ) := (A + α0 I)−1 : H → D(A) (5.122 u ´ da forma ´ ca ca e u = B −1 T f. Reciprocamente. pelo teorema 5. u ∈ D(B). v) = a(u.121 e por (5. De (5. v) = (Au.293)  . Donde. v).285) vem que b(u. v ∈ V. o que prova que D(A) = D(B). possui uma unica solu¸˜o u. para todo v ∈ V. para cada f ∈ H. ou ainda. c˜ Seja B ∈ L(V ) o operador determinado pela forma sesquilinear b(u. de (5. a(u. Logo. Pela observa¸˜o 5. para todo v ∈ V. e da´ vem que ı b(u.291)  (5. para todo u ∈ D(A) = D(B). o que prova a afirma¸ao em (5. v). v) = (Bu. v). se u ∈ D(A). v). v). v) = ((Bu.292)  Logo. para todo v ∈ V. v)).290). a(u. v) ´ coerciva em V . v) + α0 (u. Logo.290) e resulta que o problema u ∈ D(A) Au + α0 u = f.291) e (5. a a(u. Mais al´m. e b(u. isto ´. v) = (Au + α0 v. seja u ∈ D(B).  (5. v).324 Com efeito. para todo v ∈ V. Assim. o que implica que u ∈ D(A) . v) + α0 (u.  provaremos primeiramente que G(α0 ) ∈ L(H. v)}. Av). u ∈ D(A) e de (5. de (5.294)  Como b(u. H. temos que e e B(B) ´ denso em H e B ´ um operador fechado ( conforme proposi¸ao 5. do fato que a V → H. (5.298) e (5. v) + (Au.298)  .296)  Com efeito.294). e e c˜ portanto.297) (5.299) conclu´ ımos que |u|2 + |Au|2 ≤ C|f |2 . No que segue.290) que D(A) ´ igualmente denso em H e A ´ um operador fechado de e e H. (5. de (5. ou ainda. Mais al´m. Para isso.124). e do fato que Au + α0 u = f obtemos |Au| = |f − α0 u| ≤ |f | + |α0 | |u| ≤ C4 |f |. Ent˜o. e depois que A inje¸ao de D(A) em V ´ cont´ c˜ e ınua.295) ´ um e espa¸o de Hilbert. c Provaremos. Resulta.293) ´ um operador e compacto de H em H. que o operador G(α0 ) definido em (5. para todo f ∈ H.122 conclu´ a c˜ ımos uqe B −1 T f = B −1 f = (A + α0 I)−1 f = G(α0 )f. v)D(A) = (u. (5. (5.299) (5. T ∈ L(H. a seguir. v) ´ coerciva e B ´ o operador definido pela terna {V. b(u. V ) e B −1 ∈ L(V ) resulta que |u| = |G(α0 )f | = |B −1 T f | ≤ C1 ||B −1 T f || ≤ C2 ||T f || ≤ C3 |f |. resulta que D(A) munido do produto interno dado em (5. existe tamb´m o adjunto A∗ de A. seja f ∈ H e u = G(α0 )f . |G(α0 )f |2 + |A(G(α0 )f )|2 ≤ C|f |2 .ˆ CONSEQUENCIAS DA ALTERNATIVA DE RIEZ-FREDHOLM  325  Procedendo de modo an´logo ao que foi feito na observa¸ao 5. muniremos D(A) com o e e produto interno (u. Logo.295)  Sendo A fechado. D(A)).  para todo f ∈ H. u ∈ D(A).326 o que implica  ´ INTRODUCAO A ANALISE FUNCIONAL ¸˜ `  ||G(α0 )f ||D(A) ≤ C |f |.289) temos que α ||u||2 ≤ |b(u. para todo u ∈ D(A). o que prova o desejado.285) e (5. para algum C > 0.300) c  . e para todo ν ∈ N. onde C ´ uma constante positiva. D(A)) temos que ||G(α0 )uν ||D(A) ≤ C0 |uν | ≤ C0 M. para algum C0 > 0. portanto. o que prova (5. para algum C1 > 0 e para todo v ∈ D(A) ent˜o. a afirma¸ao (5. u)| ≤ |u| [|Au| + |α0 ||u|] ≤ C5 ||u|| [|Au| + |u|] ≤ C ||u|| ||u||D(A) . a ||G(α0 )uν ||V ≤ C.296). Como G(α0 ) ∈ L(H.297). Por c˜ a (5. ent˜o. o que prova que G(α0 ) : H → H ´ um operador compacto. Resulta da ultima desigualdade e do fato que V → H. para todo ν ∈ N. u) + α0 (u. que existe uma subseq¨ˆncia ´ ue {uµ } de {uν } e v ∈ H tais que G(α0 )uν → v em H quando µ → +∞. Consideremos. e alguma C > 0.297) o seguinte esquema: H → D(A) → V → H c G(α0 ) I1 I2  Seja {uν }ν∈N ⊂ H tal que |uν | ≤ M . como ||v|| ≤ C1 ||v||D(A) . Temos de (5. a segiur. u) + α0 (u. (5. e. onde M ´ uma constante e positiva. Provaremos. e (5. u)| = |a(u. para alguma K > 0 e para todo ν ∈ N. para todo ν ∈ N. o que implica que e ˜ ||u|| ≤ C ||u||D(A) .296) e (5.286). u)| = |(Au. Agora. ||G(α0 )uν ||D(A) ≤ K.  (Bu. para todo u ∈ D(A) = D(B). De fato. ou seja. o que prova (5. v) = (u.302) vem que B ∗ v = (A∗ + α0 I) v. Ent˜o. v) = (u. v ∗ ). v) = (u.301). a seguir. existe v ∗ ∈ H tal que a (Au. ou seja. seja v ∈ D(A∗ ). D(B ∗ ) = D(A∗ ) e de (5. para todo u ∈ D(B) = D(A). o que prova que D(A∗ ) ⊂ D(B ∗ ) e. v ∗ = B ∗ v. B ∗ v = (A∗ + α0 I) v. al´m diso. α0 v).302)  Reciprocamente. v ∗ ) + (u.  327  (5. Logo. (Au + α0 u. tal a que (Bu. para todo v ∈ D(B ∗ ). v) = (u. para todo v ∈ D(A∗ ). v ∗ ). Donde. v ∗ + α0 v). e (u.301)  (5. Portanto.ˆ CONSEQUENCIAS DA ALTERNATIVA DE RIEZ-FREDHOLM Provaremos. existe v ∗ ∈ H. para todo u ∈ D(B). (Au + α0 u. para todo u ∈ D(B). v ∗ + α0 v). Ent˜o. v ∈ D(A∗ ). B ∗ v) = (u. v ∗ ). v ∗ − α0 v). para todo u ∈ D(A) = D(B). Logo. que D(A∗ ) = D(B ∗ ) e B ∗ = A∗ + α0 I. v) = (u. para todo u ∈ D(A). para todo u ∈ D(B). v) = (u. Donde (Au. suponhamos que v ∈ D(B ∗ ).  .  temos (Au + α0 u. temos o seguinte resultado: Teorema 5. H. v). (G(α0 )f. v) = b(u. v) = (u.303)  possui solu¸ao unica v. ou as equa¸˜es homogˆneas e co ´ co e (l3 ) ϕ ∈ D(A) Aϕ + λϕ = 0 (l4 )  .289) existe A∗ e para λ ∈ C.130 Nas condic˜es (5.303). para todo f. ´ um operador compacto de H. v) = (f. (G(α0 )f.305) (5. A∗ v + α0 v). (A∗ + α0 I)v = (u. operador G(α0 )H → D(A) conclu´ ımos que o operador S := (A∗ + α0 I)−1 : H → D(A∗ ) g → Sg = (A∗ + α0 I)−1 g = v.304)  tˆm solu¸˜es unicas u e v para cada f e g em H. pelo teorema 5. v) tamb´m o ´. resulta que o operador B ∗ ´ definido pela e e terna {V. b∗ (u. donde se conclui que S = G∗ (α0 ). Sg). onde v ´ a unica solu¸˜o de (5. (5. De maneira an´loga ao que fizemos para o c˜ ´ a  = (Au + α0 u. g) = (A + α0 I)−1 f. Logo. g ∈ H. A∗ v + α0 v) (5. v = Sg ∈ D(A∗ ). Sg). cada uma das o equa¸˜es co (l1 ) u ∈ D(A) Au + λu = f (l2 ) v ∈ D(A∗ ) A∗ v + λv = g ψ ∈ D(A∗ ) A∗ ψ + λψ = 0. g ∈ H.301) resulta que o problema e e v ∈ D(A∗ ) A∗ v + α0 v = g.285)-(5. para cada v ∈ H. Sendo b(u. Do exposto. v)} onde b∗ (u. g) = (f. Para u = G(α0 ) ∈ e ´ ca e D(A). Donde. v) coerciva.328  ´ INTRODUCAO A ANALISE FUNCIONAL ¸˜ `  Por outro lado. v) ´ coerciva. como b(u.121 e por (5. ou seja. f. resulta que b∗ (u.  tˆm as mesmas a c˜ e solu¸oes. Au + λu = f ⇔ u + (λ − α0 )G(α0 )u = G(α0 )f.306) resulta que as equa¸oes (lj ) e (lj ).ˆ CONSEQUENCIAS DA ALTERNATIVA DE RIEZ-FREDHOLM  329  tˆm solu¸˜es n˜o nulas e o n´mero m´ximo de solu¸˜es linearmente independentes ´ finito e co a u a co e e o msmo para ambas as equa¸˜es. tais rela¸˜es.304) que (G(α0 )f.8 (Corol´rio c˜ a a 5. α0 − λ 1 (f. De (l3 ) e (l4 ) temos a co G(α0 )ϕ = Segue de (5. j = 1. uma solu¸˜o se e co ca ca somente se f ´ ortogonal a todas as solu¸˜es ψ de (l4 ) e a equa¸˜o (l2 ) tem uma solu¸˜o e co ca ca se e somente se g ´ ortogonal a todas as solu¸˜es ϕ de (l3 ). G∗ (α0 )ψ) = ou seja. ψ) = Tamb´m e (G∗ (α0 )g. segue o teorema. pelo menos. α0 − λ ψ ϕ . α0 − λ (5. 3. 4. e co Demonstra¸˜o: ca Se λ = α0 . as equa¸˜es (l1 ) e (l3 ) tˆm solu¸oes co e c˜  unicas u e v para cada f e g em H e as equa¸˜es (l3 ) e (l4 ) s´ admitem solu¸oes triviais ´ co o c˜ nulas. A∗ v + λv = g ⇔ A∗ v + α0 v + λv − αo v = g ⇔ (A∗ + α0 I)v + (λ − α0 )v = g. para todo u ∈ D(A) e para todo v ∈ D(A∗ ) que Au + λu = f ⇔ Au + α0 u + λu − α0 u = f ⇔ (A + α0 I)u + (λ − α0 )u = f. as equa¸oes a c˜ (l1 ) u − (λ − α0 )G(α0 )u = G(α0 )f (l3 ) ϕ − (α0 − λ)G(α0 )ϕ = 0 (l2 ) v − (α0 − λ)G∗ (α0 )v = G∗ (α0 )g. 2. ψ). ψ) = (f. pelo exposto acima. G(α0 )ϕ) = 1 (g. se λ = α0 . (l4 ) ψ − (α0 − λ)G∗ (α0 )ψ = 0. Agora. (G(α0 )f.82) ao operador G(α0 ). e G∗ (α0 )ψ = α0 − λ α0 − λ  . por (5. Aplicando-se a alternativa de Riesz-Fredholm vista no par´grafo 5. A∗ v + λv = g ⇔ v + (λ − α0 )G∗ (α0 )v = G∗ (α0 )g. ou seja. (5. A equa¸˜o (l1 ) tem. ϕ) = (g. Consideremos. temos.306)  Ent˜o. ψ). ent˜o. ent˜o. ϕ). co Provaremos.307) 1 (f. a menos das condi¸˜es de ortogonalidade. 82 segue a parte que resta do teorema. α0 − λ  (5. temos o seguinte diagrama: (l1 ) tem pelo menos uma solu¸ao c˜ ⇔ (l1 ) tem pelo menos uma solu¸ao c˜  f ´ ortogonal a todas as solu¸˜es ψ de (l4 ) ⇔ G(α0 )f ´ ortogonal a todas as solu¸˜es ψ de (l4 ) e co e co  (l2 ) tem pelo menos uma solu¸˜o ca  ⇔  c˜ (l2 ) tem pelo menos uma solu¸ao  g ´ ortogonal a todas as solu¸˜es ϕ de (l3 ) ⇔ G∗ (α0 )g ´ ortogonal a todas as solu¸oes ϕ de (l3 ) e co e c˜ 2  5. (iii) Denominamos conjunto de valores pr´prios de T (ou autovalores de T ). e denoo taremos por V P (T ). e denotamos por σ(T ). ca u σ(T ) = C\ρ(T ).330 isto ´. o complementar de ρ(T ) em rela¸˜o aos n´meros complexos. T − λI ´ bijetor}.131 Seja E um espa¸o de Banach e T ∈ L(E).13  O Teorema Espectral para operadores auto-adjuntos n˜o limitados a  Antes de enunciarmos o principal resultado desta se¸ao.308)  Das rela¸oes (5.308) e do corol´rio 5. Defini¸˜o 5. e (G∗ (α0 )g.307) e (5. c˜ a Em verdade. ϕ) =  ´ INTRODUCAO A ANALISE FUNCIONAL ¸˜ `  1 (g. N (T − λI) = {0}}  . necessitamos definir conceitos e c˜ demonstrar alguns resultados preliminares. ou seja. o conjunto V P (T ) = {λ ∈ C. ca c (i) Denominamos conjunto resolvente de T o conjunto ρ(T ) = {λ ∈ C. ϕ). e (ii) Denomonamos espectro de T .  T − λI ´ bijetivo e portanto λ ∈ ρ(T ). I ∈ Lc (H). por contradi¸ao. Desta forma. Como C = ρ(T ) ∪ σ(T ) temso que λ ∈ σ(T ). seja A ⊂ BH = {u ∈ H. isto ´. |u| ≤ 1} um conjunto infinit.132.1) posto que. Com efeito. 2  Lema 5. λ ∈ V P (T ) e como λ = 0. Logo. ca c a Ent˜o: a (i) 0 ∈ σ(T ). Ent˜o. Logo. vν → w. que a defini¸˜o 5. como T − λI ∈ L(E) resulta que (T − λI)−1 ∈ L(E). ou seja. e Com efeito.134 Sejam H um espa¸o de Hilbert de dimens˜o infinita e T ∈ Lc (H). como T ∈ Lc (H) e e T−1 ∈ L(H). Ent˜o. ou equivalentemente. neste caso. Ent˜o. Provaremos que λ ∈ V P (T ). a Por outro lado. existe T −1 e T −1 ∈ L(H).131(i) n˜o se op˜e ` defini¸˜o ca e ca a o a ca dada anteriormente (veja se¸˜o 5.133 Notemos. BH ´ compacto. o que ´ uma contradi¸ao. portanto. tal a / conclus˜o ´ estrita. T − λI n˜o pode ser a e a bijetivo e ent˜o λ ∈ ρ(T ). λ ∈ σ(T )\{0}. a e e c˜ (ii) Seja λ ∈ σ(T )\{0}. Desta forma. Demonstra¸˜o: ca (i) Suponhamos. λ ∈ σ(T ) e λ = 0. suponhamos. isto ´. como |vν | ≤ 1. seja λ ∈ V P (T ). vν → w onde w ∈ BH . pelo corol´rio e a 2.˜ O TEOREMA ESPECTRAL PARA OPERADORES AUTO-ADJUNTOS NAO LIMITADOS 331 Observa¸˜o 5. por contradi¸ao. λ = 0. temos que T ◦T −1 ∈ Lc (H). Em geral. seja λ ∈ V P (T )\{0}. Al´m disso. para todo v ∈ A e. |w| ≤ 1 e a e.81(c) (Alternativa de Riez-Fredholm) temos 1 que Im I − λ T = H e consequentemente Im(T − λI) = H. ent˜o. ou seja. se T − λI ´ bijetivo segue ca e imediatamente que existe (T − λI)−1 e D((T − λI)−1 ) = E.21. todo conjunto infinito de BH possui um ponto de acumula¸˜o em BH . a  . Ivν → w. da´ como I ∈ Lc (H) temos que existe {vν }ν∈N ⊂ A tal que ı. Sendo assim. N (T − λI) = {0} e  Im(T − λI) = H. que 0 ∈ σ(T ). 0 ∈ σ(T ). Al´m disso. ou seja. que λ ∈ V P (T ). λ ∈ σ(T ) e λ = 0. tamb´m. 0 ∈ ρ(T ) e c˜ /  portanto T ´ bijetor.135 Sejam H um espa¸o de Hilbert tal que dimH = ∞ e T ∈ Lc (H). a e Observa¸˜o 5. para todo ν ∈ N. De fato. λ ∈ V P (T ) e λ = 0. Proposi¸˜o 5. λ ∈ V P (T )\{0}. Ent˜o. e a |v| ≤ 1. Ent˜o. N (T − λI) = {0} e c˜ / a 1 portanto N I − λ T = {0}. Pela observa¸˜o e ca 5. Logo. (ii) σ(T )\{0} = V P (T )\{0}. Logo. Pelo Teorema 5.78 conclu´ ca e ımos que a dimens˜o de H ´ finita. Pelo lema 5. ou seja.132 Notemos que V P (T ) ⊂ σ(T ). a bola unit´ria a ´ compacta. o que ´ um absurdo e e pois σ(T ) = C\ρ(T ). Considere c {λν }ν∈N∗ ⊂ σ(T )\{0} tal que λν = λµ se ν = µ e λν → λ em C. ca a λ ∈ C e N (T − λI) = {0} e portanto T − λI n˜o ´ injetor.12. Logo.  uν s˜o linearmente independentes e por. para todo  ν ∈ N∗ . αi (λi − λν+1 ) = 0.310)  . portanto. consequentemente. se provarmos que o conjunto {uν }ν∈N∗ ´ linearmente independente e teremos provado o desejado uma vez que . Pelo item (ii) da proposi¸˜o 5. al´m disso. i = 1. para cada ν ∈ N∗ . / Provaremos. · · · .332 Demonstra¸˜o: ca  ´ INTRODUCAO A ANALISE FUNCIONAL ¸˜ ` Seja {λν }ν∈N∗ ⊂ σ(T )\{0} tal que λν = λµ se ν = µ e λν → λ em  C. ca N (T − λν I) = {0}. uν s˜o a linearmente independentes e devemos mostrar que u1 . u2 . i = 1. Como a seq¨ˆncia {λν }ν∈N∗ ´ formada por n´meros complexos distintos. · · · .  ou seja. cdots. Logo. uν . Eν e e Eν+1 .  (5. que os vetores uν . ou seja. 2. · · · .134 temos que {λν }ν∈N∗ ⊂ V P (T )\{0} e. existe uν ∈ H. ν ν ν  λν+1 i=1  α i ui = i=1  αi λi ui ⇔ i=1  αi (λi − λν+1 )ui = 0. Suponhamos. (5. · · · . a ν  uν+1 = i=1  α i ui . ν.309)  e. que uν+1 n˜o seja linearmente indepenca a dente com u1 . assim sendo. u1 ´ linearmente independente pois u1 = 0. Com efeito. o a conseguinte. para cada ν ∈ N∗ . Tal prova a a ser´ feita por indu¸˜o. ent˜o. Definamos. para todo ν ∈ N∗ . qualquer que seja o ν ∈ N∗ . ν ∈ N∗ s˜o linearmente independentes. Claramente. uν . u2 . cdots. Ent˜o. uν+1 s˜o linearmente a independentes. u2 . a ca Se ν = 1. Eν ´ fechado para todo ν ∈ N∗ e. resulta que ue e u αi = 0. 2. por contradi¸˜o. uν+1 ∈ Eν . uν ] . u2 . Suponhamos a afirama¸ao e c˜ verdadeira para ν e provemos para ν + 1. ν ν  λν+1 uν+1 = T (uν+1 ) = i=1  αi T (ui ) = i=1  αi λi ui . ν. suponhamos que u1 . uν = 0 tal que (T − λν I)uν = 0.  Pela hip´tese indutiva temos que u1 . o seguinte conjunto Eν = [u1 . cdots.  seja ν > µ ≥ 2. observando (5. segue que que (T − λν I) wν λν ∈ Eν−1 e (T − λµ I) wµ λµ ∈ Eν−1 . para todo ν ≥ 2.  (5. i=1  = ou seja. uν+1 s˜o linearmentes independentes.314) ∈ Eµ e. 1 para cada ν ≥ 2.311).314). portanto.310) segue que uν+1 = 0. vem do Lema de Riesz (lema 5.  Por outro lado.  ν−1  (T − λν I)w = i=1  αi (λi − λν )ui ∈ Eν−1 . uν . a Para todo ν ∈ N∗ . por (5. w = a ν i=1  (5. De fato. Eν−1 ) ≥ 2 . Portanto.  1 Desta forma. ν ν  (T − λν I)w = T w − λν w = i=1 ν−1  αi λi ui − i=1  λν αi ui  = i=1 ν−1  αi (λi − λν )ui + λν αν uν − λν αν uν αi (λi − λν )ui . temos que 1 ≤ µ − 1 < µ ≤ ν − 1 < ν e.311)  Eν+1 . Ent˜o. temos que Eν s˜o subespa¸os fechados de H a c tais que Eν Al´m disso. (T − λν I) λν λµ  Pelo fato de 2 ≤ µ < ν. ent˜o.˜ O TEOREMA ESPECTRAL PARA OPERADORES AUTO-ADJUNTOS NAO LIMITADOS 333 De (5. o que prova que u1 . wν λν  (5.309) e (5. o que ´ um absurdo pois uν = 0 para todo e ν ∈ N∗ . de (5. a Eµ−1 ⊂ Eµ ⊂ Eν−1 ⊂ Eν Como wν ∈ Eν e wµ ∈ Eµ . u2 . seja w ∈ Eν . Temos: T (wν ) T (wµ ) − λν λµ = = T (wµ ) − λµ wµ T (wν ) − λν wν − + wν − wµ (5. portanto. existe wν ∈ Eν tal que ||wν || = 1 e d (wν .77) que dado ε = 2 .312)  αi ui e. · · · . e (T − λν I)Eν ⊂ Eν−1 .312) vem  ∈ Eν e  wµ λµ  .313) λν λµ wµ wν − (T − λµ I) − wµ + wν .  isto ´. nenhum ponto de σ(T )\{0} ´ ponto a a e e de acumula¸˜o de σ(T )\{0}. e e c˜ todos os pontos de σ(T )\{0} s˜o isolados.135 temos que o unico ponto de acumula¸ao de σ(T )\{0} ca ´ c˜ ´ 0 e portanto nenhum ponto de σ(T )\{0} ´ ponto de acumula¸ao de σ(T )\{0}.334  ´ INTRODUCAO A ANALISE FUNCIONAL ¸˜ `  Al´m disso.313) e (5. |λν | |λν | wµ λµ  Como T ∈ Lc (H). temos por (5. os pontos de σ(T )\{0} s˜o isolados.136 Sejam H um espa¸o de Hilbert tal que dimH = ∞ e T ∈ Lc (H). para todo ν ∈ N∗ . segue que c (T − λν I) wν λν − (T − λµ I) wµ λµ − wµ ∈ Eν−1 . Ou σ(T )\{0} ´ finito e n˜o vazio. pois de (5. ν → +∞. Logo.315) resulta que T (wν ) T (wµ ) − λν λµ 1 ≥ d(wν . existe uma subseq¨ˆncia ue  ⊂  wν λν  tal que  T  wµ λµ  ´ cone wµ λµ  vergente em H.  . o que encerra a prova. e a Ou σ(T )\{0} = {λν }ν∈N tal que λν →. a ue a ue  c Corol´rio 5.  1 1 = ≤ M. Eν−1 ) ≥ . como wµ ∈ Eµ . a 2  Proposi¸˜o 5. (5.  ≤ M . Logo. λ = 0.316). que λ = 0. De fato. 2  n˜o possui nenhuma seq¨ˆncia de Cauchy e portanto n˜o possui subseq¨ˆncia convergente. a Ent˜o. ca c Ent˜o. existe M > 0 tal que wν λν = ||wν || 1 λν  e. para todo ν > µ ≥ 2. 2 1 λν  (5. Ent˜o a a portanto. ca Demonstra¸˜o: Pelo lema 5.315)  De (5.137 Sejam H um espa¸o de Hilbert tal que dimH = ∞ e T ∈ Lc (H). o que ´ uma contradi¸ao com (5. para todo ν ∈ N∗ . suponhamos o contr´rio.316) → 1 λ  Afirmamos que λ = 0.314) que wµ ∈ Eν−1 e pelo fato de Rν−1 ser e um subespa¸o vetorial.316) vem que T e c˜ Logo. uma das seguintes situa¸˜es se verifica: a co Ou σ(T ) = {0}.  portanto. Al´m disso. para todo λ∗ ∈ En . ainda. En ´ vazio ou e  finito. λ ∈ En0 ⊂ ∪n∈N∗ En . para todo n ∈ N∗ e Se λ ∈ En+1 ´ tal que λ ∈ En . ue Notemos que: En ⊂ En+1 . |λ| ≥ 1 }.317) e e que σ(T )\{0} ´ enumer´vel.˜ O TEOREMA ESPECTRAL PARA OPERADORES AUTO-ADJUNTOS NAO LIMITADOS 335 Demonstra¸˜o: Temos dois casos a comsiderar: σ(T ) finito ou σ(T ) infinito.317). para todo ν ∈ N e. λν = λµ se ν = µ tal que λν → λ. Se σ(T ) ´ finito e unit´rio. Como En0 ⊂ σ(T ) e σ(T ) c˜ e ´ compacto (veja lema 5. De fato. |λ| > 0 e portanto existe n ∈ N∗ tal que a |λ| ≥ 1 . n0  ∗  (5. n+1  resulta que 1 n+1  e. que existe n0 ∈ N tal que En0 ´ infinito. |λ| ≥ 1 . a e a e e a 20 Caso: σ(T ) infinito. ca 10 Caso: σ(T ) finito. Logo. e por contradi¸ao. como cada En ⊂ σ(T )\{0} temos que ∪n∈N∗ En ⊂ σ(T )\{0} ⊂ σ(T ). Ent˜o. suponhamos. e / a Com efeito. n0  Logo.129 (ii)) temos que En0 possui um ponto de acumula¸ao λ em e c˜ σ(T ). Pelo lemma 5.135 segue que λ = 0. temos que σ(T )\{0} ´ finito e n˜o vazio. para todo n ∈ N . seja λ ∈ En . Ent˜o. ent˜o |λ| < |λ∗ |. λ ∈ σ(T ) e |λ| ≥ a |λ| > 1 n+1 1 . c˜ Se σ(T ) n˜o ´ unit´rio. agora. o que ´ um e 1 absurdo posto que |λν | ≥ n . n  Afirmamos que En ´ vazio ou finito.134 que σ(T ) = {0}. por´m finito. n  (5. seja λ ∈ σ(T )\{0}. como e {λν } ⊂ En0 . temos que {λν } ⊂ σ(T )\{0}. λ ∈ En+1 tal que λ ∈ En . para cada n ∈ N∗ . portanto. o conjunto En = σ(T ) ∩ {λ ∈ C.318)  Como  1 n  >  1 . Notemos ainda que σ(T )\{0} = ∪n∈N∗ En . Como cada En ´ finito ou vazio e σ(T )\{0} ´ infinito segue de (5. Seja. λ ∈ En+1 . para todo n ∈ N∗ . Resta-nos. existe {λν }ν∈N ⊂ En0 . Com efeito. Reciprocamente.317)  Logo. enumerar σ(T )\{0} de modo a formar uma e a seq¨ˆncia que converge para zero. Definamos. |λ| ≥ /  . temos pelo ´ e a ıtem (i) da proposi¸ao 5.  o que prova (5. ou seja.  m se e λ ∈ E2 \E1 . de forma que |λ21 | ≥ |λ22 | ≥ · · · ≥ |λ2k |. ν∈N  (5.321) conclu´ ımos que ν∈N  (5. para todo λ∗ ∈ En . ou seja. 2. A partir das propriedades dos conjuntos En dadas em (5. λ22 . desta forma. o que implica |λνk | → 0. a Pelo lema 5. |λ| < |λ∗ |.336 1 e |λ| < n . λνk → 0. Come E2 ´ finito. E1 ⊂ E2 e |λ| < |λ1j |.320)  (5. j = 1. conseguimos enumerar σ(T )\{0} de tal forma que σ(T )\{0} = {λν . que ´ por sua vez um e e conjunto compacto.  ´ INTRODUCAO A ANALISE FUNCIONAL ¸˜ `  1 1 ≤ |λ| < ≤ |λ|∗ .319)  Por outro lado. λ1m . para todo ν ∈ N∗ . de forma que |λ11 | ≥ |λ12 | ≥ · · · ≥ |λ1m |.135.318). λ12 .319) e (5.318). n+1 n Assim. · · · . o que prova (5.  . resulta que e |λν | → inf |λν |. λ1m }. · · · .321)  inf |λν | = 0.318) enumeremos σ(T )\{0} da seguinte forma: Como E1 ´ finito podemos escrever: e E1 = {λ11 . λ21 . de acordo com (5. Procedendo desta forma. · · · . Como {λν }ν∈N∗ ´ uma seq¨ˆncia em m´dulo e ue o crescente e limitada (posto que {λν }ν∈N∗ ⊂ σ(T ) e σ(T ) ´ compacto. λ12 . para todo λ∗ ∈ En . garantimos a exist encia de uma subseq¨ˆncia {λνk } ⊂ {λν } tal que ue λνk1 = λνk2 se k1 = k2 e {λνk } ⊂ σ(T )\{0} ( j´ que {λnu } ⊂ σ(T )\{0}) tal que λνk → λ. ν ∈ N} e |λν | ≥ |λν+1 |. podemos escrever: E2 = {λ11 . como {λν }ν∈N∗ ´ um conjunto infinito de σ(T ). De (5. conclu´ ımos que λ = 0 e. · · · . λ2k }.  c • a(u.319) vem que |λν | → 0 e. o que encerra a prova. σ(T )\{0} = {λν }ν∈N∗ . quando ν → +∞.2. Assim.134(ii). λν → 0. de (5. uma vez que [G(α0 )]−1 = A + α0 I. temos que G(α0 ) ´ injetivo e. V P (G(α0 ))\{0} = V P (G(α0 )). por conseguinte.322) c  ser infinito se V P (G(α0 )) = {βν }ν∈N . Assim.137. para todo ν ∈ N. temos que c˜ ca G(α0 ) = (A + α0 I)−1 existe e G(α0 ) ∈ Lc (H). Portanto.12. e βν → 0. Conclu´ ımos ent˜o que a V P (G(α0 )) ´ no m´ximo enumer´vel. e consequentemente o conjunto de valores pr´prios de G(α0 ) n˜o nulos ´ no m´ximo o a e a enumer´vel. de acordo com a proposi¸ao 5. para todo v ∈ V. a e e e pela proposi¸a˜ 5. n˜o cont´m λ = 0. com α > 0 satisfazendo Re [a(v. a(u. Conforme considera¸oes estabelecidas na se¸˜o 5. V e • A ´ o operador definido pela terna {V. Por´m. cont´ ınua em V tal que existem α0 . temos que c o σ(G(α0 ))\{0} = V P (G(α0 ))\{0}.˜ O TEOREMA ESPECTRAL PARA OPERADORES AUTO-ADJUNTOS NAO LIMITADOS 337 Portanto. α ∈ R. desta forma. no caso de ser infinito. como G(α0 ) ´ invers´ a e ıvel. e no caso de e a a a e (5.  . λ = 0 n˜o ´ um valor pr´prio de G(α0 ) j´ que e a e o a N (G(α0 )) = {0} e portanto G(α0 )u = 0 se e somente se u = 0. 2 Consideremos: • V e H espa¸os de Hilbert tais que V → H com V denso em H e dim(H) = +∞. temos que σ(G(α0 ))\{0} ´ no m´ximo c˜ e a enumer´vel e. v)}. v) uma forma sesquilinear. No entanto. onde λν → 0. ´ uma sequˆncia que converge para zero. temos que |βν | ≥ |βν+1 |. H. v) + α0 (v. v)] ≥ α||v||2 .  com α > 0 tais que Re [a(v. para todo v ∈ V. se λ ∈ V P (A). temos que λ ∈ ρ(A) pois ca (A − (−α0 )I)−1 = (A + α0 I)−1 = G(α0 ). Se λ = −α0 . respectivamente. v) + α0 (v. Al´m disso. α ∈ R.130. V Seja A o operador definido pela terna {V. existe. v)}. e o (ii) O conjunto dos valores pr´prios de A ´ no m´ximo enumer´vel e estes s˜o da o e a a a forma λν = 1 − α0 βν . Analogamente temos e o que se λ ∈ C. temos que −λ = α0 e. se βν ´ enumer´vel. H. as equa¸˜es co (l1 ) u ∈ D(A) Au − λu = f (l3 ) ϕ ∈ D(A) Aϕ − λϕ = 0  s˜o. temos que λ ∈ ρ(A) ou λ ´ um valor pr´prio de A. Ent˜o: a (i) Se λ ∈ C. βν  onde βν ´ a cole¸˜o dos valores pr´prios de G(α0 ). portanto.138 Sejam V e H espa¸os de Hilbert tais V ´ denso em H. ca Suponhamos que λ n˜o seja valor pr´prio do operador A. Considere a(u. v) uma forma sesquilinear e cont´ ınua em V e assuma que existam α0 . para cada f ∈ H.130 temos que (l1 ) possui. ent˜o e ca o e e a a |λν | → +∞ quando ν → +∞. a(u. (iii) O conjunto dos valores pr´prios de A∗ ´ no m´ximo enumer´vel e estes s˜o dados o e a a a pelo conjugado dos valores pr´prios de A. o Demonstra¸˜o: (i) Seja λ ∈ C. D(G(α0 )) = H e G(α0 ) ´ cont´ e ınuo conforme visto anteriormente. ent˜o a equa¸ao (l3 ) n˜o posssui solu¸˜o diferente / a c˜ a ca da trivial e. Com efeito. v)] ≥ α||v||2 . pelo teorema 5. uma (l3 ) ϕ − (α0 + λ)G(α0 )ϕ = 0. portanto. equivalentes as equa¸oes a c˜ (l1 ) u − (α0 + λ)G(α0 )u = G(α0 )f de acordo com a demonstra¸˜o do teorema 5. ou λ ∈ ρ(A∗ ) ou λ ´ um valor pr´priode A∗ . Devemos mostrar que a o λ ∈ ρ(A).  . Se λ = −α0 .338  ´ INTRODUCAO A ANALISE FUNCIONAL ¸˜ ` c  Proposi¸˜o 5. V → H e ca c e dimH = +∞.  (5. de (5. Logo.324). (5. Como G(α0 )f = 0 e a equa¸˜o (l1 ) s´ possui uma unica ca o ´ e solu¸ao para cada f ∈ H.328)  . desta forma. de (5. Pela equivalˆncia das equa¸˜es (l1 ) e (l1 ) temos c˜ ´ e co que.323) e (5.327)  Seja f ∈ H. e. seja f = 0. Ent˜o. / α0 + λ ou ainda. para cada f ∈ H.325) (5. isto ´. De a ´ ca (5. α0 + λ (5. c˜ e ´ ca ca u = 0 ⇔ G(α0 )u = Portanto.134(ii) que c˜ V P (G(α0 ))\{0} = σ(G(α0 ))\{0}.˜ O TEOREMA ESPECTRAL PARA OPERADORES AUTO-ADJUNTOS NAO LIMITADOS 339 solu¸ao unica que denotaremos por u. a e o (α0 + λ) Como G(α) ∈ Lc (H) temos. o operador (A − λI) ´ bijetivo e portanto e G(−λ) = (A − λI)−1 existe e D(G(−λ)) = Im(A − λI) = H. 1 ∈ ρ(G(α0 )). (α0 + λ)  (5.325) obtemos u = G(−λ)f. solu¸˜o de (5. existe um unico u ∈ D(A) tal que ´ Au − λu = f e u − (α0 + λ)G(α0 )u = G(α0 )f. temos que u = 0 ´ a unica solu¸˜o da equa¸˜o (l1 ). ou ainda. pela proposi¸ao 5.323)  Por outro lado.326) e do fato que 1 α0 +λ  1 u. existe um unico u ∈ D(A).323) resulta que G(−λ)(A − λI)u = G(−λ)f.324) (5.326)  = 0 resulta que  1 ∈ σ(G(α0 )). 1 n˜o ´ valor pr´prio de G(α0 ).  (α0 + λ) (α0 + λ) (5. [G(α0 )]∗ = (A∗ + α0 I)−1 e [G(α0 )]∗ ∈ Lc (H). Se λ = −α0 . que existe por  1 I α0 + λ  ◦ G(α0 ) f.330)  Pela aarbitrariedade de f ∈ H. as equa¸˜es co (l2 ) v ∈ D(A∗ ) A∗ v − λv = f (l4 ) ψ ∈ D(A∗ ) A∗ ψ − λψ = 0  . existe (A∗ + α0 I)−1 . c˜ Seja λ ∈ C. resulta que G(−λ)f = − 1 α0 + λ G(α0 ) −  .331)  G(α0 ) −  ´ cont´ e ınuo (por (5. (α0 + λ) (α0 + λ) G(α0 ) − −1 1 I (α0 +λ) −1  Compondo a equa¸ao acima com o operador c˜ (5. A∗ e o o ca existe. temos que λ ∈ ρ(A) pelo que foi dito acima.325) e (5.324) vem que  ´ INTRODUCAO A ANALISE FUNCIONAL ¸˜ `  −1 1 [u − (α0 + λ)G(α0 )u] = − [G(α0 )f ] . segue de  De (5.332) 1 G(α0 ) − I α0 + λ 1 I α0 +λ −1 −1  ◦ G(α0 )  (5.330) que 1 G(−λ) = − α0 + λ Como G(α0 ) ´ compacto e e (5. ainda. e G(α0 ) − 1 −1 I u=− G(α0 )f.12. (5. Se λ = −α0 .327).333) (5. ou λ ∈ ρ(A) a ou λ ´ um valor pr´prio de A. Logo.329)  Substituindo (5. conforme vimos na se¸ao 5.328) em (5.331) que G(−λ) ∈ Lc (H). Conclu´ ımos ent˜o que se λ ∈ C. portanto. que nas hip´teses desta proposi¸˜o.329) obtemos G(α0 ) − 1 −1 I (G(−λ)f ) = − G(α0 )f. conclu´ ımos de (5. temos que −λ = α0 e.  (5.340 De (5.2. G(−λ) ∈ L(H).333) vem que λ ∈ ρ(A).327)). α0 + λ α0 + λ isto ´. Observemos.  seja λ = βν = 1 . Logo. βν βν e. assim. (λ + α0 )  . e c˜ βν 1−α0 βν . βν = 0 e se {βν } e a a ´ infinito. se λ ∈ C. existe u = 0 tal que G(α0 )u =  pois βν ´ valor pr´prio de e o  G(α0 ). (A + α0 I)u = (λ + α0 )u. portanto.  de acordo com a demonstra¸˜o do teorema 5.334)  Com efeito. λ + α0  (5. Como G(α0 ) = (A + α0 I)−1 .˜ O TEOREMA ESPECTRAL PARA OPERADORES AUTO-ADJUNTOS NAO LIMITADOS 341 s˜o. ca Supondo que λ n˜o seja valor pr´prio do operador A∗ . ent˜o. ou seja. conclui-se o mesmo resultado para A∗ . ent˜o βν → 0 quando ν → +∞.130. que λ ∈ ρ(A∗ ) e. pois A + α0 I ´ um operador injetivo e. e  Assim.  1 1 − α0 βν = λ + α0 ⇔ λ = . se u = 0 ´ tal que Au = λu. Seja {βν } a cole¸ao dos autovalores de e o c˜ 1 λ+α0  G(α0 ). λ + α0 = a 1 u (λ+α0 )  isto ´. −α0 n˜o ´ a e a e valor pr´prio de A. e o (ii) Afirmamos que: {λ ∈ C. λ ´ valor pr´prio e o de A. Ent˜o. βν  Reciprocamente. temos e  = βν . βν  (5. u = (A + α0 I)G(α0 )u = 1 (A + α0 I)u. Ent˜o. de maneira an´loga a o a a feita para A. λ = −α0 . Pelo que vimos anteriormente. mostra-se. Au + α0 u = (λ + α0 )u. respectivamente. temos que u = (λ + α0 )G(α0 )u e e portanto G(α0 )u = Logo. ou seja. equivalentes as equa¸oes a c˜ (l2 ) v − (α0 + λ)G∗ (α0 )v = G(α0 )f (l4 ) ψ − (α0 + λ)G∗ (α0 )ψ = 0.335)  ´ uma valor pr´prio de G(α0 ). λ∈ 1 − α0 βν .336) 1 . ou seja. 1 (λ+α0 )  1 u. isto o e a ´. Consequentemente. ou λ ∈ ρ(A∗ ) ou λ ´ valor pr´prio de A∗ . onde βν ´ a cole¸˜o dos autovalores de G(α0 ) e ca = βν (5. λ+α0  para algum ν ∈ N. existe u = 0 tal que Au = λu} 1 − α0 βν . desta forma. seja λ ∈ C tal que exista u = 0 tal que Au = λu. Como e a que existe ν ∈ N tal que 1 λ+α0  ´ um autovalor de G(α0 ). onde βν ´ a cole¸ao dos autovalores de G(α0 ) . {βν } ´ no m´ximo enumer´vel.  o que ´ um absurdo. se {βν } ´ enumer´vel temos que βν → 0 quando ν → +∞ e como e a |λν | = temos que |λν | → +∞. Logo. se λ ∈ ρ(A∗ ) ı resulta que (A∗ − λI)−1 ∈ Lc (H). possui. Supondo-se.337)  e.139 Se A ´ o operador definido pela terna {V. (iii) Seja λν = 1−α0 βν . como os valores pr´prios de A s˜o dados pela cole¸ao o e o a c˜ {λν }.337) fica provado (5. para todo ν.287) temos pela proposi¸˜o 5. temos que os valores pr´prios de A∗ s˜o dados pela cole¸ao {λν }. Au + α0 u = λu + α0 u se e somente se Au = λu. H. e para todo ν. portanto. quando ν → +∞. c˜  para cada ν. solu¸ao n˜o nula e. a cole¸ao dos valores pr´prios de A ´ no m´ximo enumer´vel. para todo ν. o c˜ valor pr´prio de A∗ tal que λ = λν . Ent˜o. existe u = 0 tal que Au = λu e.334). ent˜o λ ∈ ρ(A) ou λ ´ valor pr´prio de ca a e o A.  . a equa¸ao Au − λν u = 0. que (A−λI)−1 ∈ Lc (H). Logo. Al´m c˜ o e a a e disso. βν  1 1 1 − α0 βν 1 = − α0 ≥ − |α0 | = − |α0 | → +∞. por conseguinte. Suponhamos. Al´m disso. λ ∈ {λ ∈ C. Portanto. Mas. temos que λ = λν . consequentemente. existe u = 0 tal que Au = λu} . Isto conclui a prova. j´ o a c˜ a vimos que {λν } est´ contido no conjunto de valores de A∗ . temos que a equa¸ao c˜ a c˜ A∗ v − λν v = 0 possui. que exista λ ∈ C. βν βν βν |βν |  (5. a cole¸˜o {λν } ´ formada por c˜ a ca e valores pr´prios de A∗ .336) e (5. λ ´ autovalor de A. pelo Teorema 5. a cole¸ao dos valores pr´prios de A ´ dada por c˜ o e λν = 1 − α0 βν . a equa¸ao A∗ u − λu = 0 n˜o o a c˜ a possui solu¸ao unica e pelo Teorema 5. na demonstra¸˜o da referida proposi¸˜o.339)  De acordo com o ´ ıtem (ii). βν (5. Analogamente. v)} de acordo com ca e (5. Resta-nos provar que qualquer a valor pr´prio de A∗ pertence a {λν }. solu¸ao n˜o nula.332)). que λ n˜o fosse valor pr´prio de ca ca a o A obt´nhamos. a(u. por contradi¸ao.130 temos que Au − λu = 0 possui solu¸ao n˜o c˜ ´ c˜ a nula. ou seja.342  ´ INTRODUCAO A ANALISE FUNCIONAL ¸˜ `  ou seja. Com efeito. como λ = λν .130.138 que se λ ∈ C. para cada ν. Combinando (5. (conforme (5.338) (5. e 2  Observa¸˜o 5.  o espectro cont´ e ı ınuo de A e o espectro residual de A s˜o vazios. v)}. σ(A) ´ um conjunto e e discreto. a • De (ii) resulta que o espectro pontual de A (que ´ o conjunto dos valores pr´prios e o de A) n˜o possui nenhum ponto de acumula¸˜o finito. com α > 0 de modo que ı Re [a(v. v)} de acordo com ca (5. σ(A) n˜o possui ponto de acumula¸˜o finito e ent˜o. o a temos que existe ν0 ∈ N tal que |λν | > M . σ(A) = V P (A) e. a ent˜o. portanto. temos que para cada m ∈ N. u o (ii) Se {λν }ν∈N s˜o os valores pr´prios de A correspondentes aos {ων }ν∈N . ca existe M > 0 tal que |γm | ≤ C. Seja a(u. ent˜o a o a c  . Suponhamos. apenas um n´mero finito de λν possui m´dulo menor ou igual a M . Logo. que σ(A) possua um ponto de a ca acumula¸˜o finito. n˜o existe λ ∈ σ(A) a tal que A − λI ´ invers´vel. constit´ido por vetores pr´prios de A. existe {γm } ⊂ σ(A) e γ ∈ C tais que γm → γ. v)] ≥ ||v||2 . de acordo com a proposi¸˜o 5. ca a ca a ´ formado apenas por pontos isolados. Considere A o operador definido pela terna {V.138. existe uma infinidade e de λν cujos m´dulos s˜o menores ou iguais a M .˜ O TEOREMA ESPECTRAL PARA OPERADORES AUTO-ADJUNTOS NAO LIMITADOS 343 Observa¸˜o 5.  Teorema 5. | · |) espa¸os de Hilbert c tais que V ´ denso em H. v) + α0 (v. Em outras palavras. α ∈ R. Logo. v) uma forma sesquilinear.287). como |λν | → +∞. || · ||) e (H.141 (Teorema Espectral) Sejam (V. o que ´ uma u o e contradi¸˜o. para todo m ∈ N. V → H e dim H = +∞. novamente. σ(A) infinito e assumamos. Por outro lado. e cont´nua e hermitiana em V tal que existem α0 . Com efeito. para todo v ∈ V. obtemos os seguintes a ca resultados: • De (i) vem que C = ρ(A) ∪ V P (A). onde V P (A) ´ o conjunto dos valores pr´prios e o de A e ρ(A) ∩ V P (A) = ∅. por conseguinte. enumer´vel. Assim. H. se σ(A) ´ finito. Desta forma. a(u. γm ´ um dos λν . Logo. Portanto. Por´m. como {γm } ⊂ σ(A) = e {λν }ν∈N . para todo ν ≥ ν0 e. Ent˜o. que e a denotaremos por {ων }ν∈N .140 Seja A o operador definido pela terna {V. H. a ca e nada temos a provar posto que todos os seus pontos s˜o isolados. Ent˜o: a (i) A ´ auto-adjunto e existe um sistema ortonormal completo de H. por contradi¸˜o. a(u.  ν=1 +∞  λ2 |(u.344) resulta que A + α0 I = B = B ∗ = A∗ + α0 I e D(A∗ ) = D(B ∗ ) = D(B) = D(A).288).121 resulta e e e que D(D(B)) = H. u. pelo fato de a(u. v) = a(u. Ent˜o. B ´ sobrejetor. v).344) (5. ν=1  Demonstra¸˜o: ca (i) Consideremos o operador B definido pela terna V. pois e e e b(u. v ∈ V. H. v) ser coercivo temos pela proposi¸ao 5.340)  Al´m disso. v) = a(u. para todo u. Bv). v) = a(v. ou seja. temos que b(u. v) = b(v. u) = (u. +∞  ´ INTRODUCAO A ANALISE FUNCIONAL ¸˜ `  D(A) = Au =  u ∈ H. al´m disso. (5. v) = a(u. u).301) temos que D(A) = D(B) e B = A + α0 I.342)  . (5. b(u.117 segue que e a c˜ B ´ auto-adjunto .343) (5. v) + α0 (u.342). conforme (5. ων )ων . v) = b(u. e e Por outro lado. v) ser hermitiana. e (5. v) onde b(u. u) = b(v. u) = (Bv.340) e (5. v ∈ D(B). de (5. ων )|2 < +∞ . Assim. isto ´. por (5.343) e (5.341)  De (5. Pelo fato de b(u. pela proposi¸ao 5. (5. para todo u. Tamb´m. v ∈ V. e D(A∗ ) = D(B ∗ ) e B ∗ = A∗ + α0 I. v) + α0 (u. v) + α0 (u.344 λν → +∞. ν  λν (u. u) + α0 (v.341) temos que B ´ sim´trico. B = B ∗ .124 que c˜ D(B) ´ denso em H.290) e (5. para todo u ∈ D(A). v) tamb´m o ´. existe A∗ e. pelo Teorema 5. (Bu. Logo. 303) temos que o operador G(α0 ) = (A + α0 I)−1 ´ compacto e e D(G(α0 )) = H. e e G(α0 ) ´ um operador compacto.345) e resulta que G(α0 ) = [G(α0 )]∗ . Ent˜o. pois − α0 ∈ ρ(A)). βν (5.  . e e (5. para algum ν ∈ N} = LG(α0 ) . para algum ν ∈ N} (5.˜ O TEOREMA ESPECTRAL PARA OPERADORES AUTO-ADJUNTOS NAO LIMITADOS 345 ou seja.322) e portanto c˜ temos v´lido o ´ a ıtem (ii) da proposi¸˜o 5. donde u ∈ LG(α0 ) . [G(α0 )]∗ = (A∗ + α0 I)−1 com D([G(α0 )]∗ ) = H. ων ) ων = ν  βν (u. e o a uma cole¸ao {ων } de correspondentes vetores pr´prios tais que c˜ o Se {βν } ´ enumer´vel. que cont´m todos os valores pr´prios de G(α0 ) (posto que todos eles s˜o nulos) e. ela satisfaz (5. A ´ auto-adjunto. sim´trico e n˜o nulo de H. e. ou seja. Tamb´m. u = (λν + α0 )G(α0 )u. Logo.350) 1 − α0 βν .348)  Observamos que pelas caracter´ ısticas da cole¸ao {βν }. u = 0 tal que G(α0 )u = βν u.349) temos G(α0 )u = 1 1−α0 βν βν  1 u (λν = −α0 . Pelo Teorema 5. (5. De (5.346) (5. seja u ∈ LA . para todo u ∈ H. G(α0 ) ´ auto-adjunto e portanto sim´trico. (λν + α0 )  + α0  u = βν u. e a a {ων } ´ um sistema ortonormal completo de H. u = 0 tal que Au = λν u.345)  Ademais. ent˜o |βν | ≥ |βν+1 | e βν → 0. ou seja.138. a (A + α0 I)u = (λν + α0 )u. A = A∗ . portanto. e G(α0 )u = ν  (5. de (5.66 garantimos e e a a existˆncia de uma cole¸ao no m´ximo enumer´vel {βν } de valores pr´prios n˜o nulos de e c˜ a a o a G(α0 ). Donde. u = 0 com Au = λν u. para algum ν. donde G(α0 u) = Desta forma.347)  (G(α0 )u. de (5. Com efeito. ων )ων . isto ´. os autovalores do operador A s˜o ca a dados por λν = Afirmamos que: LA = {u ∈ H.293) e (5.349)  = {u ∈ H.  ων ) = (G(α0 )ων .342) resulta e a que (G(α0 )f. se {ων } fosse finita ter´ a a ıamos [ω1 .347) e (5.353) (5. f ) = (v. βν  o que prova que (5. u = 0 com G(α0 )u = βν u.347)) temos que βν = βν . Au = (1 − α0 βν ) u = λν u. temos por (5. (5. βν ∈ R. G(α0 )f = 0 e pondo G(α0 )f = v. e.346  ´ INTRODUCAO A ANALISE FUNCIONAL ¸˜ `  Reciprocamente. para algum ν. a Por´m. seja u ∈ LG(α0 ) . v) ≥ α||v||2 > 0. do fato que dimH = +∞ e [ων ] = H. para todo ν.349) que λν ∈ R. ωm ] = H. f ) > 0.349). u = βν (A + α0 I)u ⇒ u = βν [Au + α0 u] . Como α0 ∈ R. (A + α0 I)v) = (v. G(α0 )ων ) = βν (ων . ων ) = (βν ων . caso contr´rio. Sendo assim. e (ii) Observemos que pelo fato de G(α0 ) ser sim´trico. temos: e βν (ων . para todo f = 0. portanto u ∈ LA . para todo ν.352) (5. para todo ν. para todo ν. para todo ν. ou seja. de (5. temos que a cole¸˜o {ων } ´ infinita e. Bv) = (Bv.  .351)  Al´m disso. · · · .350) temos que {ων } ´ um sistema ortonormal completo de H formado por e autovetores de A cujos autovalores associados s˜o dados por (5. e ca e portanto. seja f = 0. ωm ] = [ω1 . portanto. enumer´vel pois. Ent˜o.350). (G(α0 )f. Ent˜o. o que implica que dimH < +∞ o que ´ um absurdo. Mas como |ων |2 = 1 (por (5. ων ). · · · . v) = b(u. ou seja. (βν − βν )|ων |2 = 0. ou seja. de (5. ων ) = (ων . a Logo.  segue que. ν  e. ων )ων . (5. ων )|2 < +∞.  → +∞.37(5) vem ent˜o que a |Au|2 = ν  λ2 |(u. ων ) e portanto. ων ) = βν |ων |2 . Aων ) = λν (u. a λ2 |(u. Ent˜o.357)  Pelo fato de A ser auto-adjunto. assumamos que u ∈ H ´ tal que e ν  λ2 |(u.354). ων )|2 .  (5.354) 1 βν  − α0 e de (5. se {βν } for uma cole¸˜o infinita. ων )|2 < +∞.359)  . Assim. ν  (5. ent˜o.355)  λν → +∞ quando ν → +∞. ων )|2 < +∞ . 0 < (G(α0 )ων . ων )ων . ν  λ2 |(u. ν ν  Por outro lado. como de (5. ων ) = (u. ν  (5. ων ) = βν (ων .˜ O TEOREMA ESPECTRAL PARA OPERADORES AUTO-ADJUNTOS NAO LIMITADOS 347 Desta forma.349) λν = 1 βν  (5. que D(A) = u ∈ H.37(3) resulta que Au = ν  (Au.357) obtemos a Au = ν  λν (u. seja u ∈ D(A). o que implica que βν > 0. substituindo tal express˜o em (5.356)  De fato. ca Provaremos. Au ∈ H e pelo fato de {ων } ser um sistema ortonormal a completo de H temos pelo Teorema 5. para todo ν.358)  Pelo Teorema 5.346) e (5. a seguir. para todo ν.  (5. temos que (Au.  {Sn }n ´ de Cauchy e. resulta que a m 2 m  |Sn − Sm | = ν=n+1  2  λν (u. ων )ων  = ν=n+1  λ2 |(u. para m. ων )ων . de e (5. quando n. G(α0 )g = u e como Im(G(α0 )) = D(A) segue que u ∈ D(A). ων )ων . ων )ων .360)  = ν  (λν + α0 )(u. 1 βν  Como λν =  1−α0 βν βν  temos que λν =  − α0 o que implica λν + α0 =  1 .358) resulta que Au = ν  λν (u.348 Seja n  ´ INTRODUCAO A ANALISE FUNCIONAL ¸˜ `  Sn = ν=1  λν (u. Logo. m → +∞.356). e e e como H ´ completo.360) obtemos ´ a g= ν  1 (u.  Ent˜o. ων )ων  (5. n ∈ N tais que m > n. 2  . ων )ων .  Pondo g = z + α0 u. para todo u ∈ D(A). desta forma. Isto conclui a prova.  ν  1 (u. Al´m disso. βν  Substituindo  esta ultim a express˜o em (5. ent˜o a g = ν  λν (u.359) a s´rie ´ convergente. ων )|2 → 0. existe z ∈ H tal que e z= λν  (u. ων )G(α0 )ων = βν (u. βν  e pelo fato de G(α0 ) ser cont´ ınuo resulta que G(α0 )g = ν  1 (u. ων )ων = u.  o que prova (5. ων )ων + ν  α0 (u. ν  uma vez que de (5. ων )βν ων βν  = ν  Assim. ων )ων . ˜ O TEOREMA ESPECTRAL PARA OPERADORES AUTO-ADJUNTOS NAO LIMITADOS 349 Como consequ encia do ´ ıtem (i) do Teorema 5. v). v). e c ca e Portanto. para todo v ∈ V. H. H. Considere A o operador definido pela terna {V. u) ≤ C2 |Bu| |u|. Temos 1 |u|2 ≤ C1 ||u||2 ≤ C1 b(u. Bv). v) = λ(ω. para todo u ∈ D(B). Notemos que em D(B) os seguintes produtos internos s˜o equivalentes: a (u. equivalentemente. v)D(B) = (u. notemos inicialmente.364) c  (5.142 ca Sejam (V. Portanto.364) s˜o equiva alentes.363) e (5. a(u. V → H e c e dim H = +∞. pois pela proposi¸˜o 5. cont´ ınua e hermitiana em V tal que existem α0 . α ∈ R. v)}. 2 2 2 2 ||u||2 D(B) = |u| + |Bu| ≤ (1 + C2 )|Bu| . (5.141 fica resolvido o problema de valores pr´prios e vetores pr´prios para A: o o ω ∈ D(A) Aω = λω. v) + α0 (v. que munido do produto interno dado em (5. onde b(u. v)] ≥ ||v||2 . Bv). com α > 0 de modo que Re [a(v. α o que implica |u| ≤ C2 |Bu|. Com a e c efeito. u) = C2 (Bu.363) (5. || · ||) e (H.361)  (5. seja u ∈ D(B). se mostrarmos que os produtos internos dados em (5. v)1 = (Bu. o problema espectral: a(ω. Seja a(u. b(u.  . v) + α0 (u. Observa¸˜o 5. v)} e B o operador definido pela terna {V. ou. v) uma forma sesquilinear.124 temos que B ´ um operador fechado.362)  Com efeito. ent˜o D(B) ´ um espa¸o de Hilbert munido com ambos produtos internos. (u.363) D(B) ´ um espa¸o de Hilbert. v) = a(u. para todo v ∈ V. v) + (Bu. | · |) espa¸os de Hilbert tais que V ´ denso em H. 141 resulta que existe uma cole¸˜o enumer´vel {ων }ν . e portanto de B = A + α0 I. ·)2 = b(·. quando e ν → +∞. (ii) {ων }ν ´ um sistema ortogonal completo em D(B). Portanto. ca a formada por autovetores de A. se τν ´ infinito. para todo u ∈ D(B). De fato. como ων = 0. afirmamos que: Os produtos internos ((·. ·)) e (·. ·) definem normas equivalentes em V. Pelo ´ ıtem (i) do Teorema 5.364) e τν = |Bων |. ων ) = τν (ων . 2 ||u||D(B) ≤ 1 + C2 1/2  ´ INTRODUCAO A ANALISE FUNCIONAL ¸˜ `  2 |Bu| = 1 + C2  1/2  |u|1 .363) e (5. pela continuidade da forma b(u. portanto. Denotemos por {τν }ν . Temos o seguinte resultado:  Proposi¸˜o 5. para todo u ∈ D(B). Demonstra¸˜o: (i) Temos que τν = λν +α0 .141) temos que τν → +∞. pois |ων | = 1. ων ) > 0 e τν → +∞. ent˜o λν tamb´m ca e a e o ´ e como λν → +∞ (pelo Teorema 5.350 donde. seja u ∈ V . ων ) = τν |ων |2 = τν . u). τν = b(ων . provar que {ων } ´ um e s e sistema completo em V . e |u|1 = |Bu| ≤ |u|2 + |Bu|2 1/2  = ||u||D(B) . Inicialmente. Assim. ων ) > 0 para todo ν. α (5.363) e (5. v) resulta que a ||u||2 ≤ 1 b(u. τν = b(ων . onde τν = λν + α0 . Tamb´m. os correspondentes autovalores de B. que constituem um sistema ortonormal completo de H.364).143 Nas condi¸˜es da observa¸˜o 5.  o que prova a equivalencia entre os produtos internos dados em (5. ou seja. as combina¸oes lineares finitas dos ων ´ um conjunto c˜  denso em V .365)  . e e para todo ν. ων ) = (Bων . onde D(B) est´ munido com e a qualquer um dos produtos internos (5. segue que 0 < α||ων ||2 ≤ b(ων .142 resulta: ca co ca (i) {ων }ν ´ um sistema completo em V .  Tamb´m. Resta-nos. Ent˜o.  temos que τν (u. ·)2 . ων ) = 0 para todo ν e do fato de {ων } ser completo em H resulta que u = 0. 1 ||u|| ≤ C0 |u|2 . v) = τν (ων .367) (5.366) e (5. v ∈ D(B) tal que (ων . C0 = √ .368)  o que prova a afirma¸ao em (5. a |u|2 ≤ C3 ||u||. a Seja. que (u. ωµ ) + (Bων . Como b(u. ωµ ) = (1 + τν τµ )(ων . C3 = C2 . Sendo τ + ν > 0. ων ) = (Bu. e sejam ν = µ. v). u) + α0 (u. ων ) = 0. ων )2 = 0 e para todo ν implica que u = 0. o que prova o desejado.˜ O TEOREMA ESPECTRAL PARA OPERADORES AUTO-ADJUNTOS NAO LIMITADOS 351 ou seja. (5. u)| + α0 |u|2 ≤ C1 ||u||2 + α0 |u|2 ≤ C2 ||u||2 . de (5. ωµ )D(B) = (ων .364) s˜o equivalentes em D(B) e. ωµ ) + τν τµ (ων . ωµ ). Al´m disso.363) e (5. para todo u ∈ V. v) cont´ e ınua em V e pelo fato de V → H. Logo. o que mostra que {ων } ´ completo e e em D(B) munido de qualquer um dos produtos internos (5. a b(u. (ii) Temos que os produtos internos (5.  Como {ων } ´ completo em H resulta que v = 0. Ent˜o. usaremos o crit´rio: (u. Logo. Para isto. ent˜o.363) e (5. u) ≤ |a(u. para todo ν. (5.366)  Assim. u) = a(u. a portanto. sendo a(u. segue que (u. onde C1 e C2 s˜o constantes positivas. v)1 = 0.364). ων ) = 0 para todo ν. Suponhamos. para todo ν.367) existem α1 . ων ) = 0 para todo ν. ων ) = (u. basta provarmos que {ων } ´ completo em c˜ a e V com V munido do produto interno (·. a 2 0 = (Bων . ων ). Bv) = τν (Bων .365). α2 > 0 tais que α1 ||u|| ≤ |u|2 ≤ α2 ||u||. Temos (ων . para todo ν. Bv) = τν (ων . ent˜o. α Al´m disso. obtemos b(u. se {ων } for completo em V com um dos produtos internos o ser´ com o outro.  . Bωµ ) = (ων . Bων ) = τν (u. ou seja.  v) = λ(w. a {ων } al´m de ser completo tamb´m ´ ortogonal em V pois se ν = µ vem que e e e ((ων . ||ων ||2 = τν = λν . ou equivalentemente.352 e  ´ INTRODUCAO A ANALISE FUNCIONAL ¸˜ `  (ων . para todo ν. desta forma. ωµ ) = λν (ων . e {ων } ´ ortogonal em D(B) munido de qualquer um dos produtos internos (5. ωµ )1 = (Bων .  (5. ωµ ). ωµ ) = (Aων . v) = ((u. v)}  u(x) ·  1 v(x) dx. ωµ )) = (Bων . Bων = τν .370)  Seja Ω um subconjunto aberto limitado de Rn cuja fronteira deno-  1 taremos por Γ. ωµ )1 e. ων )) = τν (ων . Bων ) = τν (ων . v). Ademais. =1 =1  ou seja. para todo ν. ων ).369)  (5. assim. Isto completa a prova. v)) = (Bu. 2 a Observa¸˜o 5.364). v)) e α0 = 0.363) e (5. Como {ων } ´ ortogonal em H vem que (ων . v ∈ H0 (Ω). e Tamb´m e 2 2 2 |Bων |2 = (Bων . Logo. L2 (Ω). ωµ ) = τν |ων |2 = τν . v) := Ω  (5. e ||ων ||2 = ((ων .  e.144 ca Se a(u. para todo ν. ωµ ) = 0. para todo ν (j´ que τν > 0). ent˜o B = A e ((u.143 fica resolvido o problema de valores pr´prios e c˜ o e vetores pr´prios de B: o w ∈ D(B) Bw = τ w. u. Exemplos: Exemplo 4: onde a(u. Bωµ ) = τν τµ (ων . v). ωµ )D(B) = 0 = (ων . ων ) = λν (ων . Como consequˆncia da proposi¸ao 5. a(u.371)  . o problema espectral a(w. Consideremos A o operador definido pela terna {H0 (Ω). para todo v ∈ V. v) = (Au. pois {ων } ´ ortogonal em H.  aqui γ0 : H 1 (Ω) → e H 1/2 (Γ) ´ o operador tra¸o de ordem zero. vem do Teorema 5. e 1 {ων }ν∈N ´ um sistema ortogonal completo em H0 (Ω). v) define um produto interno em H0 (Ω) equivalente c  ao produto interno induzido por H 1 (Ω).144 que existe uma sequˆncia {ων }ν∈N de autovetores de −∆ tal que: ca e {ων }ν∈N ´ um sistema ortonormal completo em L2 (Ω). v ∈ H0 (Ω). u. v) := Ω  u(x) ·  1 v(x) dx. L2 (Ω).143 e da c˜ observa¸˜o 5. proposi¸ao 5. γ1 u = 0} e B = −∆ + I. v)L2 (Ω) e a(u. tem-se: ca D(B) = {u ∈ H 2 (Ω). ∆u ∈ L2 (Ω)} e A = −∆. tem-se ca 1 D(A) = {u ∈ H0 (Ω). se Ω possuir uma fronteira regular temos que γ0 w = 0. v) = a(u. Notemos ainda que ||ων ||D(−∆) = | − ∆ων |L2 (Ω) = λν |ων |L2 (Ω) = λν o que implica {ων }ν∈N ´ um sistema ortonormal completo em L2 (Ω). e ω 1 √ν ´ um sistema ortonormal completo em H0 (Ω). e  {ων }ν∈N ´ um sistema ortogonal completo em D(−∆).141. e λν ν∈N Exemplo 5: Seja Ω um subconjunto aberto limitado bem regular de Rn e consideremos B o operador definido pela terna {H 1 (Ω).10. Al´m disso. b(u.  Conforme visto no exemplo 3 da se¸˜o 5. fica resolvido e H 0  o problema de valores e vetores pr´prios o w ∈ D(−∆) − ∆w = λw. Assim. e Al´m disso. v)+(u.˜ O TEOREMA ESPECTRAL PARA OPERADORES AUTO-ADJUNTOS NAO LIMITADOS 353 Conforme visto no exemplo 2 da se¸˜o 5. v)} onde b(u. Desta froma. 1 1 Como H0 (Ω) → L2 (Ω) e a(u. fica resolvido o problema de e c Dirichlet − ∆w = λw w|Γ = 0. e λν ν∈N ων ´ um sistema ortonormal completo em D(−∆). λν = ||ων ||2 1 (Ω) > 0 e λν → +∞ quando ν → +∞.  .10.  para todo v ∈ V. ou seja. ων )L2 (Ω) = a(ων .Raiz Quadrada a  No decorrer desta se¸ao estaremos supondo que V em H s˜o espa¸os de Hilbert munidos c˜ a c com produtos internos ((·. ·)) e (·. λν = λν |ων |2 2 (Ω) = λν (ων . H. pelo Teorema Espectral. e  . Logo.14  C´lculo Funcional . α ∈ R. v) ´ uma forma sesquilinear. a(u. cont´ e ınua e hermitiana em V × V . e como A = −∆. usando resultados de ca regularidade para solu¸˜es de problemas el´ co ıpticos (veja Br´zis [4]) resulta que o sistema e completo {ων } dos exemplos acima ´ tal que ων ∈ H m (Ω). ii) Existem α0 .290) resulta que  ´ INTRODUCAO A ANALISE FUNCIONAL ¸˜ `  D(A) = D(B) e B = A + I.354 De (5. Al´m disso. Tamb´m.287)-(5. v) + α0 (v.145 Se Ω tiver fronteira bem regular. L Assim. Resulta da´ em virtude dos resultados de imers˜o de Sobolev que ων ∈ C ∞ (Ω). ·). c˜ e e iv) A ´ o operador definido pela terna {V. existe uma sequˆncia {ων }ν∈N de autovetores de e e −∆ que cosnstituem um sistema ortonormal completo em L2 (Ω). digamos C ∞ . Observa¸˜o 5. fica resolvido o problema de Neumann − ∆w = λw ∂ν w|Γ = 0. respectivamente. podemos escrever D(−∆) = {u ∈ H 2 (Ω). ı. v)] ≥ α||v||2 . a  5. fica resolvido o problema de vetores e valores pr´prios: o w ∈ D(−∆) − ∆w = λw. para todo ν ∈ N e para todo e m ∈ N. v)}. ων )L2 (Ω) = (Aων . iii) A inje¸ao de V em H ´ compacta e V ´ denso em H. ων ) ≥ 0. γ1 = 0}. e i) a(u. ων )L2 (Ω) = (λν ων . com α > 0 tais que Re[a(v.  ων )|2 < +∞ . ων )ων . ν  . ii) iii) e iv). ν=1 ∞  λ2m |(u. para todo u ∈ D(A). v)}.´ CALCULO FUNCIONAL . onde b(u. para todo ν ∈ N. Portanto. e para todo u. ν=1 ∞  λ2 |(u.146 Tem-se: ca ∞  D(Am ) = Am u =  u ∈ H.RAIZ QUADRADA  355  v) B ´ o operador definido pela terna {V. e a Supondo que A e B estejam nas condi¸oes i). v) = a(u. {ων }ν∈N tamb´m forma uma cole¸˜o de vetores pr´prios de B cujos valores e ca o pr´prios s˜o τν = λν + α0 . ν  λν (u. b(u. o b) Se {λν }ν∈N s˜o os valores pr´prios de A correspondentes aos {ων }ν∈N . Demonstra¸˜o: Para m = 1. o a Proposi¸˜o 5. ων )|2 < +∞ . denotemos: ∞  Mm =  u ∈ H. ν ν=1  onde m ∈ N. ca c˜ e a Para cada m ∈ N. o Teorema Espectral nos garante que c˜ a) A ´ auto-adjunto e existe um sistema ortonormal completo {ων }ν∈N de H constitu´ e ıdo por vetores pr´prios de A. v) + α0 (u. o que implica Bων = (A + α0 I)ων = Aων + α0 ων = λν ων + α0 ων = (λν + α0 )ων . H.v) acima. ν  λm (u. v) + α0 (u. o Teorema Espectral nos diz que a proposi¸ao ´ v´lida. j´ vimos que B = A + α0 I. para todo u ∈ D(Am ). v). ∞  D(A) = Au =  u ∈ H. ν=1  λ2m |(u. Assim. em virtude do Teorema c˜ Espectral que a) se verifica. ων )|2 < +∞ . v). Satisfeitas as condi¸oes i). Aων = λν ων . temos. v) = a(u. para todo ν ∈ N. ent˜o λν → a o a +∞. v ∈ V . ων )ων . ν=1  Se B ´ o operador definido por b(u.  Temos. pois C ≥ 1. Com efeito. Am u ∈ H. com m ≥ 2. em virtude c˜ do Teorema Espectral que M1 ⊂ D(A). o que implica que E = {ν ∈ N. Suponhamos v´lida a inclus˜o para m ≥ 2 e a a provemos que a inclus˜o ´ v´lida para m + 1. ων )ων = ν=1  m  (u. ν  o que implica que u ∈ Mm . usando indu¸ao sobre m. isto ´. Mm+1 ⊂ D(Am+1 ). para todo ν ∈ E. Am−1 u ∈ D(A). por defini¸ao. Ent˜o.372)  = ν=1  λm (u.356 Seja u ∈ D(Am ). Como {ων }ν∈N ´ um sistema ortonormal completo e A ´ auto-dajunto resulta que e e ∞ ∞ ∞  A u = ν=1 ∞  m  (A u. u ∈ H e a c˜ ∞  λ2(m+1) |(u. λ2m < Cλν ν resulta que λ2m ≤ Cλ2(m+1) . ων )|2 < +∞.372) temos que ∞  |A u| = ν=1  m  2  λ2m |(u. para todo m ∈ N. ων )ων . Por outro lado. ων )|2 < +∞. para todo u ∈ D(Am ).373)  Mostraremos. para todo u ∈ D(Am ). ν  Pela identidade de Parseval e por (5. · · · . ´ um conjunto finito. seja a e a e u ∈ Mm+1 . ν ∈ E}. portanto. ν ν 2(m+1) 2(m+1)  ≤ λ2m . para cada ν ∈ N. se ν = E. a  ´ INTRODUCAO A ANALISE FUNCIONAL ¸˜ `  u ∈ D(A). ´ f´cil verificar que λν e e a C = max{Cν . Da´ ı  . pelo Teorema Espectral que λν → +∞ quando ν → +∞. (5. ν ν Mas. a λ2m ≤ Cλ2(m+1) . Contudo. para todo ν ∈ N. ν ν=1  (5.374)  Temos. 0 ≤ |λν | ≤ 1} . para todo ν 2(m+1)  ν ∈ N. Ent˜o. que Mm ⊂ D(Am ). λm ων )ων ν  (5. temos que |λν | > 1 e. Seja  . A ων )ων = ν=1  m  (u. existe Cν ≥ 1 tal que λ2m ≤ Cν λν ν  . Ent˜o. Au ∈ D(A). e consequentemente fica provado que D(Am ) ⊂ Mm . agora.  temos a ∞ ∞ ∞  λm+1 (u. ων )|2 < +∞.375)  = ν=1  λν (Am u. n → +∞. De fato. e de (5. Consequentemente e  λν (A u.374) temos que n  λ2(m+1) |(u. se k < n.RAIZ QUADRADA Assim.376)  . da desigualdade acima e por (5. ν ν=1  Pelo ´ ıtem (ii) do Teorema Espectral temos que Am u ∈ D(A). Am ων )ων  (5. λm ων )ων ν  = ν=1  λν (u. ων )ων ´ convergente. basta mostrar que {Sn } ´ de Cauchy. u ∈ D(Am+1 ). u ∈ Mm . De (5. ∞  λ2 |(Am u. ων )|2 .374 podemos concluir que n 2 n ∞ ν=1  λν (Am u. ων )ων ν ν=1  = ν=1 ∞  λν (u. para todo m ∈ N.´ CALCULO FUNCIONAL . Mm ⊂ D(Am ).372) e (5. De fato. c˜ 2 (5. ων )ων ´ e ν  convergente. donde {Sn } ´ de Cauchy. ent˜o e a |Sn − Sk | = ν=K=1 2  λm+1 (u. n → +∞. para se concluir que Sn = e c n 2 n  λm+1 (u. ων )ων ν=k+1  m  = ν=K=1  λ2 |(Am u. quando k. para todo m ∈ N. |Sn − Sm | → 0 quando k. n → +∞.374) ∞ ∞  357  λ2m |(u. ων )ων . ων )2 | → 0 quando k. Do exposto e e de ()5.376) vem que Mm = D(Am ). ων )|2 → 0. isto ´.377) (5.377) segue a proposi¸ao. o que implicar´ que u ∈ D(Am+1 ). n ν=1  Como H ´ um espa¸o de Hilbert. ων )|2 ν ν=1  ≤C ν=1  λ2(m+1) |(u. ων )ων ν  = ν=K=1  λ2(m+1) |(u. e da´ ı. consequentemente. ν  e. ων )|2 < +∞. ν  ou seja. ν  Por (5. o a Resta-nos provar que Am u ∈ D(A). Pela hip´tese indutiva resulta ent˜o que u ∈ D(Am ). ν ν=K=1  Portanto.373) e (5.  u) λν (u. tomando n  An u = ν=1  λν (u. ων ) = ν=1  = ν=1 n  λν (u. u) ≥ 0. pois A0 u = u. Assim.  =  ν=1  Consequentemente. uν ) = λν (uν . pois λν ≥ 0. para todo ca e u ∈ D(R). u) ≥ 0 para todo ca u ∈ D(A). (Au. para todo ν ∈ N. n→+∞  lim (An u. Ent˜o. A ´ ca ca ca a e positivo se. do fato que a 0 ≤ (Auν .147 ca  ´ INTRODUCAO A ANALISE FUNCIONAL ¸˜ `  Faremos a conven¸˜o A0 = I. ων )ων . sabemos que ∞  Au = ν=1  λν (u. ων )|2 ≥ 0. e somente se. u) = ν=1 n  λν (u. ou seja. D(A0 ) = H e ca ∞  A0 u = ν=1  (u. (⇐) Reciprocamente. a a ν Defini¸˜o 5.149 Seja A o operador definido na introdu¸˜o desta se¸˜o. suponhamos que λν ≥ 0. Proposi¸˜o 5. =1  resulta imediatamente que λν ≥ 0 para todo ν ∈ N. λν ≥ 0. u λν (u.  Note que λν pode ser zero e quando isto acontece n˜o est´ definido λ0 .  obtemos n n  (An u. ων )ων . u) ≥ 0. ων )ων .148 Um operador R de H ´ denominado positivo se (Ru. Provaremos que (Au.  . ων )ων . ων )(u. Demonstra¸˜o: (⇒) Suponhamos que A seja positivo. ων )|(u. para todo ν ∈ N e considermos u ∈ D(A). u) ≥ 0.358 Observa¸˜o 5. para todo ν ∈ N. de fato.  Agora. uν ) = λν |uν |2 . Ent˜o. ων )(ων .  u). Definamos o seguinte operador: C = a0 I + a1 A + · · · + ak Ak . D(ak Ak ) = D(Ak ). Afirmamos que: ∞  D(C) = Notemos que  u ∈ H. u)| ≤ |An u − Au| |u| → 0 quando n → +∞. Al´m disso. u) = (Au. pois D(a0 I) = H. · · · .  (5. · · · . e 2 Vamos dar um exemplo para motivar a defini¸ao que vir´ a seguir. ν=1 ∞  λ2 |(u. ak n´meros reais positivos ou nulos. e. (Au. isto ´. Pela artitrariedade de u ∈ D(A) segue que (Au. ν=1  p(λν )2 |(u. u) ≥ 0 e para todo u ∈ D(A). k}. ων )|2 < +∞ .´ CALCULO FUNCIONAL . ων )|2 < +∞ . a1 . ων )|2 < +∞ ν  u ∈ H.  Com efeito. temos |(An u. A ´ positivo. u)| = |(An u − Au. ν  .RAIZ QUADRADA ou seja. ων )|2 ν  < +∞. u) − (Au. com a0 . 1. observemos que e D(a1 A) = D(A). ν=1  λ2k |(u. u e ak = 0. Consideremos p:R→R λ → p(λ) = a0 + a1 λ + · · · + ak λk . · · · .378)  D(C) = D(a0 I + a1 A + · · · + ak Ak ) = D(a0 I) ∩ D(a1 A) ∩ · · · ∩ D(ak Ak ) = D(a1 A) ∩ · · · ∩ D(ak Ak ). D(C) = D(A) ∩ · · · ∩ D(Ak ) ∞ ∞  = =  u ∈ H. ai ≥ 0 para todo i ∈ {0. ν=1  λ2k |(u. ii). o que prova a convergˆncia acima. · · · . ou seja. u) ≥ 0 posto que n→+∞  359  lim (An u. c˜ a Exemplo 1: Seja A um operador satisfazendo i). iii) e iv) e assumamos que A ´ e positivo. portanto.  notemos que [p(λν )]2 = = = a0 + a1 λν + · · · . u ∈ H tal que ∞  p(λν )2 |(u. ων )|2 k ν 0 1 ν ∞  =  2k a2 0 ν=1  |(u. ων )|2 ≤ k ν ν=1 ν=1  p(λν )2 |(u. agora. ων )| +  2  ν=1 ∞ k 2 2 a1 ν=1  |λ2 (u. ν=1  [p(λν )]2 |(u.360 Por outro lado. p(λν )2 = a0 + a1 λν + · · · + ak λk ν 2  ≥ a2 λ2k . 0 1 ν k ν  + 22 (ak−1 λk−1 )2 + 22 (ak λk )2 ν ν  Do exposto acima e se u ∈ D(C) resulta que ∞ ∞  [p(λν )] |(u. ν ν=1  . ν=1  Ora. ων )|2 < +∞. +ak λk ν 2  ´ INTRODUCAO A ANALISE FUNCIONAL ¸˜ `  a0 + a1 λν + · · · + ak−1 λk−1 + ak λk ν ν a0 + a1 λν + · · · + ak−1 λk−1 ν 2 2  2  + 2ak a0 + a1 λν + · · · + ak−1 λk−1 λk + (ak λk )2 ν ν ν + 2(ak λν )2 2  ≤ 2 a0 + a1 λν + · · · + ak−1 λk−1 ν ≤ 22 a0 + a1 λν + · · · + ak−2 λk−2 ν ≤ 2k a2 + a2 λ2 + · · · + a2 λ2k . ων )|2 . por hip´tese. ∞  λ2k |(u.  ou seja.379)  Seja. ων )|2 < +∞ .  (5. ων )| ≤ 2 ν=1 ∞  2  2  k  a2 + a2 λ2 + · · · + a2 λ2k |(u. pois ak = 0. ν  o que implica que ∞  D(C) ⊂  u ∈ H. ων )|2 ν  + ··· +  a2 2k k ν=1  |λ2k (u. para todo ν ∈ N. Da´ segue que o ı ∞ ∞  a2 λ2k |(u. ων )|2 < +∞. k ν  pois λν ≥ 0 e ak > 0. ων )|2 < +∞.  ων )ων ν p(λν )(u. e. ν=1  Proposi¸˜o 5. mostra-se que ∞  λ2i |(u.150 Seja h(λ) uma fun¸˜o qualquer de R em R. a seguir que ∞  Cu = ν=1  p(λν )(u. ων )ων ν  = ν=1 ∞  a0 + a1 λν + · · · + ak λk (u. ων )ων + a1 ν=1  λν (u. ν ν=1  o que implica que u ∈ C. Definimos h(A) como o ca ca operador de H com dom´nio ı ∞  D(h(A)) = h(A)u =  u ∈ H. ων )ων + · · · + ak ν=1  λk (u.381). ν=1 ∞  [h(λν )]2 |(u. ων )|2 < +∞  ⊂ D(C). para todo u ∈ D(C).381)  Com efeito. ων )ων . A partir da´ usando o mesmo racioc´ aplicado na proposi¸˜o ı. ων )|2 < +∞. ν=1  = o que prova (5.  h(λν )(u.RAIZ QUADRADA  361  Como λν → +∞ quando ν → +∞.151 h(A) ´ um operador auto-adjunto de H.380)  De (5.146. ων )ων .  Defini¸˜o 5. portanto.379) e (5.  (5. ınio ca 5. ων )ων .  (5. ∞  u ∈ H.´ CALCULO FUNCIONAL . ca e  .146 podemos escrever c˜ Cu = a0 I + a1 A + · · · + ak Ak u = a0 u + a1 Au + · · · + ak Ak u ∞ ∞ ∞  = a0 ν=1 ∞  (u. para todo u ∈ D(h(A)). ων )|2 < +∞ . pela proposi¸ao 5. existe somente um n´mero finito de ´ u ındices ν ∈ N satisfazendo 0 ≤ |λν | ≤ 1. Provaremos.380) resulta (5.378). para todo 1 < i ≤ k. ν=1  [p(λν )]2 |(u.  pois. αu + βv ∈ H.384)  h(A)(αu + βv) = ν=1 ∞  h(λν )(αu + βv.384) tem sentido falarmos no operador adjunto [h(A)]∗ . e Afirmamos que h(A) ´ um operador linear. Como H ´ um espa¸o a e c vetorial. D(h(A)) cont´m o conjunto W e e c e de todas as combina¸oes lineares finitas dos ωνs . note que ων ∈ D(h(A)). ων )ων h(λν ) [α(u. Sejam u. ων ) + β(v. ων )| + 2|β|  2  2  [h(λν )]2 |(v. ων )ων + β ν=1 ν=1  h(λν )(v. ων )] ων ν=1 ∞ ∞  = = α  h(λν )(u. Mostraremos primeiramente que h(A) ´ sim´trico.383) e (5.385)  . ων )|2 < +∞. Por outro lado. por´m fixado. ων ) + β(v. ων )ων = αh(A)u + βh(A)v. n=1  Al´m disso.384).383)  (5. para cada ν ∈ N arbitr´rio.362 Demonstra¸˜o: ca  ´ INTRODUCAO A ANALISE FUNCIONAL ¸˜ ` ´ Notemos inicialmente que D(h(A)) ´ um subespa¸o linear de H.  o que implica que αu + βv ∈ D(h(A)). E e c  f´cil ver que 0 ∈ D(h(A)). ων )| = ν=1 ∞ ν=1  2  2  [h(λν )]2 |α(u. tem-se a e ∞  (5. β ∈ C. ∞  (5. sejam u.  o que prova (5. ων )|2 ∞ 2 ν=1  ≤ 2|α|  2 ν=1  [h(λν )] |(u. ωn )|2 = [h(λν )]2 < +∞. Sendo {ων }ν∈N completo em H resulta c˜ que W = H e. ∞ ∞  [h(λν )] |(αu + βv. e Com efeito. v ∈ D(h(A)) e α. De (5.382)  [h(λn )]2 |(ων . como D(h(A)) ´ um subespa¸o vetorial. Temos. Logo. para todo ν ∈ N. v ∈ D(h(A)) e α. consequentemente D(h(A)) ´ denso em H. β ∈ C. e e (5.  ων )ων  =  h(λν )(u. v ∈ D(h(A)). para todo k ∈ N. v ∈ D(h(A)). v ν=1 ∞  = ν=1 ∞  (u. v ∗ )|2 = |(v ∗ . ωk )|2 = |(ωk . ων )(ων .387)  u. v) = (u.388)  h(λν )(u.RAIZ QUADRADA ou seja. v) = (u. h(A)v) = = ν=1  h(λν )(u. Logo. para todo u.386) e (5. ων )(ων . v) = ν=1 ν=1  (u. Temos ∞ ∞  363  (h(A)u. v) = (ωk . para todo k ∈ N. v ν=1 ∞  = ν=1 ∞  h(λν )(u. para todo u ∈ D(h(A)). pela defini¸ao de D([h(A)]∗ ). ων ) ν=1  (5. v ∗ ). v ∗ ). |h(λk )|2 |(v. ωk )|2 . ων )ων . o que prova que h(A) ´ sim´trico. v ∗ ). v) = (u. ων )(ων . ων )ων . Provaremos. para todo u ∈ D(h(A)). Se v ∈ D([h(A)]∗ ). obtemos ´ h(λk )(ωk . ou ainda.  h(λν )(u. a seguir. v).  . ν=1 ∞  h(λν )(v. h(A)v).  Comparando (5. h(λν )(v. Sejam u.´ CALCULO FUNCIONAL . ων )(u.386) (5. D(h(A)) ⊂ D([h(A)]∗ ) e h(A)u = [h(A)]∗ u.  Fazendo u = ωk nesta ultima igualdade. ων )(ων . para todo u ∈ D(h(A)). v).388) conclu´ ımos que (h(A)u. ων )ων . v ∗  para todo u ∈ D(h(A)). que e e D([h(A)]∗ ) ⊂ D(h(A)). ∞ ∞  (5. existe v ∗ ∈ H tal que c˜ (h(A)u. 364 Como v ∗ ∈ H. e 2  . ν=1  o que prova que v ∈ D(h(A)) donde se conclui (5. o que finaliza a prova. ων )|2 < +∞. Do exposto fica provado que h(A) ´ auto-adjunto. ων )|2 < +∞.  e da´ e da identidade anterior a esta segue que ı ∞  [h(λν )]2 |(v.388). por Parseval temos que ∞  ´ INTRODUCAO A ANALISE FUNCIONAL ¸˜ `  |v| = ν=1  2  |(v ∗ .  1.3. Foundations of Modern Analysis. Topological Vector Spaces and Distributions. reading. Livre V. Differential equations on convex sets. e e Fourier I (1949). 396-414. G. 365  . a a [12] J. cavalcanti e V. Recent Developments in the Theory of Locally Convex Vector Spaces.2 et 9.Bibliografia [1] G. Paris. Academis Press (1960). Crandall. Japan 22 (1970). UFRJ. 1989 (1-191). 1. Textos Matem´ticos do IM-UFRJ. Livre III. Th`orie et applications. [7] B. M.UEM. Massachusetts (1966). Gomes. Topologie G´n´rale. 495-512. Springer-Verlag. J.2. Herman. Math. Notes in Math.4 et 5. [11] A. I. (1953-1961) [4] H. Ch. Imc pressos do Departamento de Matem´tica . No 992. 1987. Soc. [8] J. Schwartz. Domingos Cavalcanti Espa¸os Localmente Convexos. MASSON. Bourbaki. Weak continuity and weak lower semicontinuity of nonlinear functionals. Vol. Backman and L. [10] J. Dieudonn´ et L. La Dualit´ des Espaces F et LF.N. New York. Paris. 2003. Ann. Academic Press. math. [5] M. 61-101. Dieudonn´. Collection Math´matiques e e appliqu´es pour la maˆ e ıtrise. 59 (1953). de L’Inst. Dieudonn´. e Bull. Lec. Adilson-Wesley. 1982. Amer. Dacorogna. Semigrupos N˜o Lineares e Equa¸oes Diferenciais nos Espa¸os de a c˜ c Banach. Soc.. Functional Analysis. Brezis. (1953-1961) e e [3] N. M. 1972 [2] N. Ch. Analyse fonctionnelle. Narici. Horv´th. Espaces Vectoriels Topologiques. Bourbaki. Herman. e [9] J. a [6] M.  G. Die Grundlehrender Mathematishen WisIMPA. Rio de Janeiro (1965). T. c o co Notas de Matem´tica N 0 41. Principles of Mathematical Analysis McGRAW-HILL International Book Company. Commun. 1983. Fomin. Lectures Notes Rochester (1963) e Textos de Matem´tica. Kim. 1011-1026. Springer-Verlag. [14] A. [16] L Nachbin Lecture on the Theory of Distributions.  . in Partial Differential Equations. Schwartz Th´orie das Distributions. Tome I et II. 1989. Herman. Pacific J. 17. [19] L. [18] W. Lima Espa¸os M´tricos c e Janeiro. pp 497-510.N. Rockafeller.. Treves e D. De Figueiredo Espa¸os Vetoriais Topol´gicos e Distribui¸˜es. Rudin. Paris (1957). Recife (1965). [15] E.Moscow. Math. Elementos de la teoria de funcionales y del Analysis Funcional Editorial MIR . a [21] K. Actualites Scientifiques et e Industrielles 1091. Yosida Functional Analysis. A boundary thin obstacle problem for a wave equation. 14(8&9). V.Rio de  senschaften.366  ´ INTRODUCAO A ANALISE FUNCIONAL ¸˜ `  [13] J. PROJETO EUCLIDES . 1978. Characterization of the subdifferential of convex functions.U. Bd. a [17] R. 1976. [20] F. CNPq. Berlin (1965). 1966. Kolmogorov e S. L. 123. pp 1-339. 
    
    
        Copyright © 2025 DOKUMEN.SITE Inc.