Análise do filme o corte

March 21, 2018 | Author: Oneide Facundo | Category: Sociology, Capitalism, Max Weber, Multinational Corporation, Economics


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Análise do filme “O corte” de Costa - Gravas baseado no texto “A cultura do novo capitalismo” de Richard Sennett O cenário do filme nossitua em meio à crise do sistema econômico capitalista. O nosso protagonista intitulado Bruno Davert é um chefe de família de meia idade, casado, pai de dois filhos adolescentes, que se encontra em meio à crise econômica que assolou a Europa, no qual ele acaba perdendo o emprego e se tornando mais uma estatística. A trama parece se passar no início da primeira década do século XXI. A temática central é o desemprego decorrente da reestruturação das empresas, as relações sociais decorrentes deste fato, são possíveis realizar através desta obra várias análises, mas tentarei fazer meu enfoquei com base no texto escrito por Richard Sennett, que faz uma nova critica ao capitalismo vigente. O capítulo um da Burocracia nos revela um pensamento do autor, no qual ele crer que a instabilidade poderia ser a única constante possível encontrada no capitalismo. Todas as turbulências de mercado financeiro, investidores, empregados e de ofertas de empregos, citadas por Sennett, poderiam ser elucidadas por uma frase que ele transcreveu do sociólogo Joseph Schumpeter : “ destruição criativa”. Seguindo neste mesmo capítulo, na pagina 24, encontramos um dado que Sennett descreveu sobre um estudo feito pela Organização Internacional do Trabalho (OIT) sobre a desigualdade financeira no qual ele indica que á medida que ocorria um agravamento nos anos 90 do século passado, no que diz respeito ás desigualdade de renda, a perda de riqueza era mais perceptível entre trabalhadores subempregados ou parciais. O aumento da desigualdade também afeta a população mais velha em todo espectro britânico-americano e comparando esses dados com o que vemos no filme, a Europa também estava na mesma situação no inicio do século XXI. Outro nome que encontramos no texto é o do sociólogo Leslie Sklair que aborda a globalização e as corporações multinacionais, que no texto ele exemplifica com sua tese sobre os chineses e a multinacionais americanas, no qual os chineses poderiam tomar o lugar das multinacionais americanas, são citados fatos importantes de muitos críticos sobre o que representaria a página nova. O capitalismo entendido por Marx segundo Sennett era errôneo, pois era um capitalismo “primitivo” em demasia para sobreviver de forma social e política. Vemos que a outro o desaparecimento das carreiras de dedicação exclusiva a instituição e no setor público o caráter mais incerto adquirido pelos programas assistencialistas e previdenciários. A expressão “jaula de ferro” é usada para se referir a passar o tempo numa organização de funções preestabelecidas e fixas. o seu concorrente em questão estava contente e agradecido de ter encontrado alguma ocupação. agora a busca de um novo posto em uma nova empresa. um exemplo dado por ele. O personagem do Bruno Davert se acha superior aos outros para buscar um emprego de nível inferior ao que ele desenvolvia na indústria de papel. já um de seus concorrente. por essa razão ele parecia uma pessoa revoltada.cujo nome no momento infelizmente não me recordo . Isso é visível na História de Bruno que trabalhou por 15 anos em uma empresa e quando estava na idade de começar a alcançar a estabilidade financeira. no caso o que ele pensou em matar .ele deixa de o considerar um concorrente a altura. ele é descartado pela empresa e se encontra em um abismo para recomeçar novamente.porém descreverei o fato: „Bruno o segue e o encontra trabalhando de garçom em um bar‟. Richard Sennett pontua algo que podemos nos remeter a algumas ideias vista no filme sobre a reflexão de que quanto mais pobre seja o trabalhador que sabe que ocupa um bom posto de trabalho. seria sobre o fim do emprego vitalício. Foi utilizada por Weber para falar sobre a racionalização e burocracia na sociedade moderna. . no qual seus atributos profissionais sejam valorizados e que lhe permitam manter o mesmo padrão de vida que vinha levando antes. o mesmo estará menos propenso a revoltar-se do que aquele que não possui uma clara noção de sua posição na sociedade. A tese da página nova nos leva a acreditar que a militarização do tempo se desintegra. como assim são postos por Sennett. Seriam estes os fundamentos da política do capitalismo social. Esta tese era fundamentada em fatos institucionais evidentes. Neste capítulo observamos também que é a Max Weber que se deve a análise da militarização da sociedade civil no final do século XIX. ao notar sua aceitação a nova realidade .asseguração da longevidade dos negócios e aumento do número de empregos se deu graças à revolução da aplicação dos modelos militares de organização ao capitalismo. que o sistema gera muito estresse e ansiedade entre os trabalhadores. atualizações constantes e reengenharias. Sennett exemplifica essa nova estrutura comparando-a com um aparelho de MP3. uma narrativa de vida na qual o individuo seja o foco para os outros exige uma instituição que tenha longa duração. Os riscos são sempre grandes. de fazer parte de algo maior. pois eles acabam em uma espécie de competição. pois os antigos colegas de trabalhos se tornaram seus atuais concorrentes. que o emprego para ele faz parte de sua essência. No capitulo intitulado „desenjaulados‟. conversa com o terapeuta de casais pela segunda vez. ela substitui a estrutura tradicional de conformação da pirâmide. A segunda mudança possui ligação com a primeira. o autor do texto nos remete á três mudanças significativas: as “novas páginas” que pareciam indicar que o capitalismo social era apenas uma saudosa lembrança. A terceira mudança está no desenvolvimento de novas tecnologias de comunicação e manufatura. As organizações flexíveis dão ênfase na capacitação em relações humana.As relações sociais levam tempo para progredirem. Surge uma necessidade de permanentes mudanças. Quando o personagem do Bruno. ocorre um momento em que ele acaba desabafando na sessão e conta que não possui mais amigos desde que foi dispensado. As estruturas burocráticas passam uma sensação de estabilidade. Poderia ser atribuída ao aparelho a característica de maleabilidade. Para a obtenção de resultados rápidos e flexíveis. os grupos de trabalho necessitam de certa dose de autonomia. As jaulas de ferro servem para capturar o tempo da convivência com as outras pessoas. As pessoas ansiosas podem dissipar suas vidas em busca de colocações dessa espécie. equivaleria á uma transferência de poder dos grandes burocratas institucionais para os investidores. deu ás pessoas a possiblidade de viverem suas vidas como uma narrativa. poderia ser a preferência pelos resultados em curto prazo. estruturação. nesse mercado a recompensa acaba sendo tudo ou nada. tornando instantâneas as comunicações em escala global. A primeira seria a mudança do poder gerencial paro acionário. . que o sistema mexe com tudo. eficiência e armazenamento de dados. A arquitetura institucional é maquina muito moderna. Sennett nos fala na página 53 do texto em questão. Outro aspecto trabalhado no filme foi a temática do racismo. “O centro governa a periferia de forma específica. No filme O corte. e não obediência forçada como ocorre nos casos de tirania. Na periferia. quando ele cita o tema da arquitetura institucional. e não pelo ordenamento interno da empresa. que serão explanados por Richard Sennett e eu tentarei fazer um comparativo com as situações vividas pela racionalização capitalista que fez .Quando acontece das empresas serem submetidas á algum tipo de reengenharia. Weber já concordava com essa afirmação. pelo terapeuta negro de casais. reestruturação” que são razões bem comuns na Europa para explicar o alto nível de desemprego. Observamos que a crise financeira que vem assolando a Europa e o mundo tornou ainda maior as desigualdades sociais. Para Sennett (2006. isso pode ocorrer devido as novas e modernas formas de reordenamento corporativo que são alavancadas passivamente pelo valor das ações estabelecidas nos mercados financeiros. pois para ele as pessoas que estão em posição inferior acabam contando com as que estão em posição superior a sua. maior é a desigualdade social entre eles. no qual a esposa de Bruno Davert o leva para tentar melhorar a situação matrimonial de ambos. sem muita interação para cima e para baixo na cadeia de comando”. como aconteceu com a antiga empresa em que Bruno trabalhava muitas vezes os empregados não têm noção do que lhes irá acontecer. A reestruturação antes da recolocação era uma frase utilizada pelo personagem central quando questionado por alguém no filme sobre a razão de sua demissão. exemplificada no caso. O termo autoridade pode ser vinculado à obediência voluntária de seus subordinados. como pode ser visto na cena que ele vai em busca do filho preso e tem uma conversa com o inspetor e o mesmo lhe pergunta sobre sua situação e ele da a justificativa de que está buscando emprego. é possível observar em algumas cenas. Quanto maior a distância e menor o vínculo entre operários e empregadores. No texto utilizado como fundamentação teórica para está análise. O próprio já responde meio que retoricamente “corte de gastos. as pessoas estão por conta própria no processo de trabalho. contém uma divisão que aborda três déficits sociais. daí o inspetor pergunta qual a razão de sua demissão.55). p. situações que representavam essa proposição. isso também foi um argumento apresentando por Sennett na página 54 do texto abordado para análise. Seriam os três déficits sociais: a ausência de lealdade e de confiança e a falta de informação para a adaptação. e seu impacto na sociedade. segundo ele a confiança pode ser de duas formas: formal e informal. especialmente em situações de pressão. O segundo déficit social citado por Richard Sennett é a confiança. como as pessoas se veem nos seus empregos e como aquela função reflete na sua autoimagem e no seu lado psicológico . encontramos uma parte intitulada „entender a si‟. A lealdade é um fator necessário para sobreviver no mundo dos negócios. Assim. que nos diz que a identidade de trabalho se encontra nas consequências sociais de suas atividades. tecnologia e cultura. conflitos sociais e psicológicos sobre o que é “certo e o errado” e as mudanças nos campos da economia. O filme aborda de forma muito interessante a crise do capitalismo. a primeira a formal se dar em saber em quem se pode confiar no caso de uma das partes aderirem á um contrato acreditando que a outra honrará com o compromisso firmado entre ambos. a temática do desemprego. na sua obra „O príncipe‟. e em vários outros campos. um recomeço profissional. o desemprego. . que ocorre quando se busca saber em que se pode confiar. Um ponto interessante que foi abordado de forma casual no texto é a ideia de que os fins justificam os meios. A segunda seria a informal. o filme que hoje foi analisado na disciplina de sociologia dois. sociologia e ética .com que o personagem central Bruno Davert perdesse seu emprego e tomasse a decisão de eliminar seus concorrentes em busca de conseguir a vaga que ele almejava na indústria de papel. com sua trama e seus personagens traz ilustrações que suscitam reflexões interessantes sobre a teoria social. para os empregados os déficits de lealdade aumentam o estresse no trabalho. como a psicanálise. O filme “O corte” pode nos fornecer uma noção da questão da identidade do trabalho. ele estaria apenas em busca de uma nova oportunidade. No subtema do capítulo da Burocracia. o capital. uma afirmação defendida por Maquiavel. O terceiro déficit social se remete a debilitação do conhecimento institucional. acredito que o personagem de Davert se utiliza desse lema para justificar os assassinatos visto que no fim ele tentava apenas ajudar a si e a sua própria família. Podemos ver através dele o desafio de ilustrar e compreender as novas formas de organizações do trabalho. CH Curso de Ciências Sociais Bacharelado Disciplinas – Sociologia 2 Professora: Mariana Barreto ANÁLISE DO FILME “O CORTE” BASEADO NO TEXTO DE RICHARD SENNETT Oneide Facundo Vasconcelos de Oliveira Matrícula: 343149 Fortaleza Novembro-2013 .UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE HUMANIDADES.
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