Analise de Teste - Prolec

April 2, 2018 | Author: Luiz Souza | Category: Standard Deviation, Schools, Phonology, Psychology & Cognitive Science, Average


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CENTRO UNIVERSITÁRIO UNAInstituto de Ciências Biológicas e Saúde Curso de Psicologia Turma B - Noite - 5º Período Prof Gustavo Testagem Psicológica Fernanda Cristina Soares Papa Leonardo Eustáquio Assunção Letícia Christine Stafleu Pereira Sheila Cristina Antunes Lima Silvia Letícia Paiva Guedes ANALISE DE TESTE PSICOLOGICO – PROVAS DE AVALIAÇÃO DOS PROCESSOS DE LEITURA - PROLEC BELO HORIZONTE 2014 Por meio do PROLEC. bem como dos mais simples aos mais complexos. A leitura pela rota fonológica depende do conhecimento das regras de conversão entre grafema e fonema para que a construção da pronuncia da palavra possa ser efetuada. e pressupostos teóricos. é possível compreender as dificuldades de leitura. Com estas provas não se obtém somente uma pontuação da capacidade de leitura dos escolares. como ocorre com as baterias clássicas. estando especificamente claros os processos que o compõem. também. os estudos na área da leitura avançaram consideravelmente. bem como ter auxílio na análise do diagnóstico dos transtornos de aprendizagem. permitem melhor compreensão do funcionamento da mente humana e possibilita. São obtidas informações sobre as estratégias que cada escolar utiliza na leitura de um texto. o entendimento sobre o que acontece com o escolar que apresenta dificuldades na leitura. o que é de extrema importância na hora de buscar seu aperfeiçoamento ou recuperação. A principal vantagem destas provas consiste em derivar de um modelo bem fundamentado sobre o funcionamento do sistema de leitura (Dupla Rota). Para explicar o processo de aprendizagem da leitura no PROLEC foi utilizado o modelo da Dupla Rota. dos mais periféricos aos mais centrais. bem como os mecanismos que não estão funcionando adequadamente para que se realize uma boa leitura. . Tal modelo define que a leitura ocorre por meio de um processo que envolve mediação fonológica (rota fonológica) ou pelo processo visual direto (rota lexical). Pesquisas na área da psicologia cognitiva contribuíram para o entendimento dos mecanismos envolvidos no processo de leitura e compreensão de um texto escrito. o que viabiliza a aplicação de técnicas para uma intervenção. A leitura pela rota lexical depende do conhecimento prévio de uma palavra.RESUMO O PROLEC é composto por diferentes tarefas que tratam de explorar todos os processos que interferem na leitura. Fundamentação Teórica Nas últimas décadas. O conhecimento desses mecanismos. O sistema de escrita do português brasileiro. . apresenta base alfabética caracterizada pela transparência e opacidade ortográfica. o instrumento Provas de Avaliação dos Processos de Leitura – PROLEC foi adaptado para a realidade brasileira. As provas são de aplicação individual e elaborada para escolares do segundo ao quinto ano (anterior primeira à quarta série) do ensino fundamental. da recuperação de significado e da pronuncia dessas por meio de endereçamento direto ao léxico. A estrutura de um modelo de dupla rota está representada na Figura 1. No entanto.de memorização no sistema de reconhecimento visual de palavras. com grafemas que correspondem a mais de um fonema e com fonemas que correspondem a vários grafemas. e assim. Procedimento de Aplicação 1. identificar os casos de dificuldades ou transtornos de aprendizagem e quais os processos responsáveis por essas dificuldades. A transparência ortográfica é caracterizada pela regularidade em que um fonema corresponde a um único grafema. pois por meio de uso deste instrumento será possível avaliar os diferentes processos e subprocessos que interferem na leitura. Partindo desse pressuposto. com a intenção de fornecer aos pesquisadores e profissionais da área da saúde e da educação um instrumento de avaliação com base em critérios e normas de desenvolvimento de leitura. enquanto a opacidade ortográfica é caracterizada pela irregularidade. sendo tal pronúncia obtida como um todo. podese começar diretamente pelo bloco correspondente ao processo afetado. uma dos processos léxicos e dois textos do bloco semântico. 2. deve-se interromper a realização da prova e continuar em outro dia. se não se dispõe de muito tempo. estruturas gramaticais. ao menor sintoma de cansaço. em uma sessão. Leitura de pseudopalavras. de maneira que. No entanto. Caso o avaliador queira realizar um estudo completo do escolar. Se todo o conjunto de provas for aplicado. . pode se iniciar pelos blocos sintático ou semântico. é preciso confirmar se estão suficientemente motivados quando estiverem realizando as provas. se nos depararmos com um escolar cujo déficit esteja maio ou menos localizado. Por exemplo. Igual – diferente. 3. pode-se iniciar pelo bloco léxico. normalmente. A versão reduzida é formada pelas provas 2. acham atrativos estes testes para os quais devem estar muito motivados. 10. é aconselhável combinar as pertencentes aos diferentes blocos para a aplicação se tornar mais variada e amena (por exemplo. 5. Assim.também podem ser aplicadas em escolares maiores que apresentam problemas de leitura. Cada prova (exceto as provas do processo semântico) começa com exemplos que se encontram separados do resto da prova por uma linha divisória. Ao ser aplicado todo o conjunto da prova. 5. Os escolares. será necessário realiza-la em várias sessões. Se os problemas são somente de compreensão. Porém. porém não apresenta problemas para identificar as letras. Compreensão de textos. devem ser aplicadas todas as tarefas que compõem a bateria. 7. deve-se aplicar a prova de identificação de letras. É preciso que o aplicador certifique-se de que o escolar compreendeu a tarefa antes de começar com os itens. 2. 4. é de conhecimento que quando um escolar lê mal. Para determinados escolares podem ser selecionadas provas concretas. a versão reduzida. 7 e 10. foram escolhidas as tarefas mais significativas). Assim. como será comentado na parte final deste manual. facilitando.5. assinalar um círculo no número 1. será anotada a resposta dada pelo escolar. se a resposta estiver incorreta. É importante conhecer o tipo de itens com os quais o escolar tem mais dificuldade para a elaboração das atividades de recuperação. circular o número 0 e. os elementos de treinamento. Forma de apresentação: o aplicador deverá colocar o caderno de provas na posição adequada. quando estiver dando as instruções. a anotação das respostas no caderno de respostas. quando for requisitado ao escolar que continue sozinho. os itens estão enumerados. decisão léxica. de forma que as páginas que serão apresentadas fiquem de frente para o escolar. deverá assinalar na parte que é apresentada ao escolar. . Quando aos erros. Nesta parte. Depois. onde são apresentados os mesmos elementos mostrados aos escolares. 6. deve-se pedir ao escolar que repita sua resposta até que se tenha certeza sobre esta. assim. de modo que seja possível visualizar os dados da aplicação. nas provas em que isso seja necessário. no espaço correspondente ao item. deve-se seguir o desenvolvimento da prova pela parte que corresponde ao escolar. O caderno de provas dispõe de uma parte que corresponde ao aplicador. tanto da sua parte como do escolar. poderá guiar-se pela parte do aplicador. Nos casos em que o escolar deve dar uma resposta. constituem uma fonte muito valiosa de informação para determinar o tipo de estratégia que o escolar está utilizando. Em caso de dúvida sobre a resposta indicada. estruturas gramaticais e compreensão de orações). É conveniente que o aplicador fique perto do escolar. As anotações das respostas serão realizadas no caderno de respostas do seguinte modo: se a resposta dada pelo escolar estiver correta. a solução aparece indicada na parte correspondente ao aplicador. Naquelas provas em que é pedido ao escolar que indique a resposta no caderno de provas (igual – diferente. 98 do 4º ano e 103 do 5º ano escolar. Esses resultados fornecem evidências de validade com base nas relações com outras variáveis. Participaram 401 escolares (201 meninos e 200 meninas) do 2º ao 5º ano escolar. Precisão do Instrumento Não foi encontrado dados sobre a precisão do Instrumento. parte-se das anotações do caderno de respostas. Normas do Instrumento Aplicável a escolar cursando do 2º ao 5º ano do ensino fundamental. os resultados mostraram que os escolares com bom desempenho acadêmico apresentaram desempenho superior aos escolares com dislexia e distúrbio de aprendizagem e que os escolares com dislexia. segunda. 98 do 3º ano.Amostra do Estudo Os participantes deste estudo foram selecionados dos três principais tipos de escolas existentes no Brasil: escola municipal. (antigas primeira. Para a obtenção da pontuação das provas. escola particular e escola rural. sendo 102 do 2º ano. terceira e quarta séries) do ensino fundamental de uma cidade do interior do estado de são Paulo. Nesse estudo. apresentaram desempenho superior em todas as provas do PROLEC quando comparados aos escolares com distúrbio de aprendizagem. visando obter pontuações de referência que fossem as mais universais possíveis.Características Psicométricas da Adaptação Brasileira Validade . . Correção e Interpretação Normas de Correção 1. ambos os gêneros. o que indica que trata-se de uma tarefa simples inclusive para os escolares do 2º ano. pois as . Em algumas provas. são apresentadas também escalas de pontuação para cada prova e nível escolar com as quais é possível determinar se há dificuldades me algum dos processos e se estas são pequenas ou grandes. A pontuação direta de cada prova será anotada no espaço correspondente no Caderno de Respostas. Este é um dado interessante. entende-se que um escolar tem problemas em uma determinada tarefa quando o seu resultado está dois pontos ou mais. 4. ponto de partida para a sua recuperação. Para efeitos estatísticos. E que apresenta dificuldade grande quando sua pontuação se distanciar mais de dois pontos abaixo da média. é possível obter dois ou mais tipos de pontuações parciais que podem servir de ajuda na determinação do problema concreto do sujeito. Não são admitidas pontuações decimais. somente será levada em conta a pontuação total. abaixo da média. Nome ou som das letras A pontuação média desta prova é muito alta desde o segundo ano escolar (tendo cerca de 19 acertos. Normalmente. Considera-se que um escolar tem uma execução normal em uma determinada tarefa quando seu resultado for superior à nota de corte equivalente à média normativa menos um ponto. Com as médias. Considera-se que apresenta uma dificuldade quando sua pontuação estiver entre um e dois pontos abaixo da média. Atribui-se um ponto para cada resposta correta. Normas de Interpretação Serão apresentados as pontuações médias e os desvios padrão obtidos por ano escolar e por prova. Para facilitar estas tarefas serão utilizadas três categorias normativas: N: Normal D: Dificuldade DD: Dificuldade grande Os critérios para determinar estas categorias foram estatísticos. sendo 20 o total).2. 3. Decisão lexical Nesta prova. mas é interessante saber também. Esta dificuldade se manifesta com muito mais intensidade nos grafemas com postos de duas letras (ex. Obviamente. baixa pontuação nessa tarefa indica um escasso vocabulário ortográfico. A reeducação consistirá simplesmente em ensinar essas letras juntamente com as que ela encontra dificuldades. As palavras que os escolares mais erram são as que começam por silabas formadas por duas consoantes no começo (CCV. a má execução nesta tarefa indica que o escolar possui baixa capacidade de segmentar as palavras em letras. as palavras que os escolares mais erram são “leço” e “dalé”. O teste fornece a tabela que apresenta as pontuações médias e desvios padrões por ano escolar. com que tipo de silabas ele encontra maiores dificuldades. as pontuações se distanciam do efeito teto. deve ser observada a tabela fornecida. Nesta tarefa não é somente importante saber se o desempenho de um escolar é baixo.teorias maturacionais sustentam que as dificuldades de aprendizagem da leitura são ocasionadas principalmente por problemas perceptivos. O teste fornece a tabela que apresenta as pontuações médias e desvios padrões por ano escolar. “ch”. a má execução nesta tarefa indica que o escolar ainda não reconhece algumas letras.”). Insistir na identificação e separação de cada um dos grafemas eu compõem as palavras e pseudopalavras ajudará a corrigir este problema.. Na tabela de referência são apresentados os valores da média e desvio padrão das pontuações da amostra normativa nessa prova. pois a média em todos os anos (exceto terceiro ano) é de 19 acertos. “gu. o que o impede de utilizar corretamente as regras de conversão grafema-fonema. Palavras como “planta” ou “placa” são as mais difíceis de ler.: “lh”. De fato. . Leitura de palavras As pontuações nesta prova vão aumentando de acordo com o ano escolar. Igual-diferente Nesta prova a porcentagem de erros também é muito baixa. sendo o total de 20. até quase chegar a um efeito teto no quinto ano. CCVC). As dificuldades são produzidas também com as pseudopalavras formada por sílabas com a estrutura CCV e CCVC. O teste fornece a tabela apresentando os valores da médio e desvio padrão da amostra normativa. Um bom desempenho das palavras frequentes comparando-se ao mau desempenho com as palavras não frequentes e pseudopalavras indica o uso predominante da via lexical. A diferença entre as duas tarefas informa como o escolar utiliza as vias lexicais e sublexicais. o número de erro agora é muito maior.terão que ser trabalhadas aquelas estruturas silábicas em que aparecem os problemas. As duas palavras em que os escolares cometeram o maior número de erro foram “planca” e ‘trantito”. Importante comparar a pontuação obtida em cada uma das listas de estímulos. Leitura de pseudopalavras Conquanto as pseudopalavras utilizadas nesta prova terem sido formadas pelas mesmas sílabas que na prova anterior. formando pseudopalavras. Como na prova de leitura de palavras. . mais difícil será a leitura dela. para tanto. separados por palavras frequentes. não frequentes e pseudopalavras. porém. Um desempenho similar nas três listas indica que está sendo usada mais a via sublexical. por ano escolar. já que são utilizadas as mesmas silabas. Quanto mais extensa e menos frequente for a palavra. Leitura de palavras e pseudopalavras Nesta prova os resultados dependem fundamentalmente do tipo de estímulo. O teste fornece a tabela descrevendo os valores da média e do desvio padrão da amostra normativa. Comparando os resultados com a prova anterior. Também é importante comparar seu desempenho com a prova seguinte. pode-se determinar o uso que o escolar faz das vias de leitura. diferentes em cada um dos casos. As estratégias de intervenção serão. nessa tarefa é importante determinar o tipo de sílabas com as quais o escolar apresenta maiores dificuldades. o que indica que os escolares desde muito pequenos já fazem uso da informação lexical. separadamente por ano escolar. O teste fornece a tabela apresentando os valores da média e desvio padrão da pontuação da amostra normativa. Existe uma grande variabilidade das pontuações nesta prova. O teste fornece a tabela onde pode-se observar um aumento das pontuações médias e um decréscimo no desvio padrão à medida que se vai avançando nos anos escolares. Sinais de pontuação Nesta prova. sendo as médias somente tomada como indicações aproximadas do que pode ser um desempenho normal. Compreensão de orações As pontuações desta prova são consideravelmente altas desde o segundo ano. especialmente com os escolares do segundo ano. Compreensão de textos Esta prova é a que melhor discrimina os bons e maus leitores por sua complexidade. foram obtidas as pontuações mais baixas de toda bateria. Uma pontuação que . porém observa-se de acordo com a tabela apresentada que conforme o aumento da seriação escolar também há o aumento da média de acerto. O teste fornece a tabela apresentando a distribuição dos valores da média e desvio padrão das pontuações da amostra por ano escolar.Estruturas Gramaticais As porcentagens de erros foram muito altas nesta prova. conforme indicam os desviospadrão altos. especialmente com as orações passivas e de complemento focado. Por fim uma outra tabela apresenta a análise de todas as provas para cada um dos anos escolares do 2º ao 5º ano do ensino fundamental. indicando que os escolares não apresentam dificuldades especiais para compreender orações simples apresentadas de forma escrita. Este tipo de leitura é típico dos escolares nos primeiros anos que se encontram na etapa alfabética. ao ler rapidamente. etc. Outra variável importante a ser considerada é o tempo que o escolar investe em cada estímulo. porém. “grama” por “grana”) e lexicalizações (ex. se lê rapidamente as palavras. . obviamente. (ex. tipo de erro e o tempo investido. Assim. a não ser que haja falhas no sistema de leituras a partir daí sua análise permite obter informações valiosas. identificando cada letra ou sílaba.corresponde a N considera que o escolar está dentro da categoria normal de leitura. e transforma algumas palavras em pseudopalavras (ex “terra” em “tera”). com toda a certeza estará utilizando uma leitura subléxica. se estiver lendo silabado. observa-se que se lê muito rápido e. Se. esta variável pode ser observada se a criança estiver lendo muito lentamente. Se corresponder a D indica uma dificuldade e a DD. ao contrário. isso dificultaria uma prova que pretende ser manejável. por exemplo se um escolar lê muito devagar. Combinando as variáveis. “Balé” em vez de “dalé”)’ indica que era lendo unicamente pela via léxica. Entretanto. Análise qualitativa Junto com os dados quantitativos. Este tipo de leitura é próprio da maior parte dos escolares a partir do quarto ano já entraram na etapa ortográfica. Os erros são produzidos de forma aleatória. é de suma importância considerar os tipos de erros que os escolares cometem. comete erros visuais. pode se obter uma valiosa informação sobre as estratégias que o escolar está utilizando. Seria muito apropriado medir o tempo exato que o escolar leva para ler cada palavra. uma dificuldade grande. O papel do processamento léxico-semântico em modelos de leitura. Acesso em: 23 set. PROLEC – provas de avaliação dos processos de leitura. Alexandre Pontes. Elvira. Jerusa Fumagalli. Arq.bvsalud. psicol. bras.org/scielo. RUANO. Disponível em: <http://pepsic. 2014. Fernando. São Paulo: Casa do Psicólogo. ed. Blanca. 2012.REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS CUETOS. RODRIGUES. 66. .php? script=sci_arttext&pid=S1809-52672014000200010&lng=pt&nrm=iso>. SALLES. NOBRE. 2014. 2.. Rio de Janeiro. n. 2. v.
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