Analise Citologica Do Liquido Cefalorraquidiano

March 26, 2018 | Author: Márcia Loureiro | Category: Meningitis, Cerebrospinal Fluid, Blood, Hypertension, Water


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Análise citológica do líquido cefalorraquidiano TÍTULO Citological analysis of cerebroespinal fluidSamuel Ricardo Comar[a] Nicolle de Araújo Machado[b], Ticiana Grando Dozza[c], Patrícia Haas[d] Mestre em Ciências Farmacêuticas (área de concentração: Análises Clínicas) pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), farmacêutico bioquímico da seção de hematologia da Unidade de Apoio Diagnóstico do Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Curitiba, PR - Brasil. [b] Farmacêutica bioquímica, especializada em Citologia Cérvico-Vaginal e Líquidos Corporais, pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Florianópolis, SC - Brasil, e-mail: [email protected] [c] Farmacêutica bioquímica, especializada em Citologia Cérvico-Vaginal e Líquidos Corporais, pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Florianópolis, SC - Brasil. [d] Doutora em Ciência dos Alimentos pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), professora-adjunta III da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Florianópolis, SC - Brasil, e-mail: [email protected] [a] Resumo O líquido cefalorraquidiano é um humor com composição semelhante a um ultrafiltrado de plasma, encontrado nos plexos ventriculares, no canal central da medula e no espaço subaracnoide. Sua homeostasia pode ser danificada na presença de tumores, isquemias, hidrocefalias e infecções, o que pode provocar mudanças na produção e/ou na composição desse fluido. A análise laboratorial do líquor permite a obtenção de informações importantes, para definição de diagnóstico e de conduta terapêutica, e consiste em uma avaliação microbiológica, bioquímica e citológica, a qual engloba desde aspectos físicos da amostra até contagens globais e diferenciais das células presentes. É necessário que todos os profissionais envolvidos tenham conhecimento das técnicas e as executem de forma correta, tanto na coleta como no transporte, no armazenamento e no preparo da amostra e nas análises propriamente ditas, para que possam ser obtidos resultados corretos e confiáveis. Palavras-chave: Líquido cefalorraquidiano. Análise laboratorial. Citologia. [B Abstract The cerebrospinal fluid is an aqueous fluid with similar composition to the ultrafiltered plasma and it is found in ventricular plexus, central marrow and subarachnoid space. Its balance can be damaged by the presence of tumors, Estud Biol. 2009 jan/dez;31(73/74/75)93-102 pinocitose e transporte ativo (3). biochemical and citological evaluation. 7). A primeira consta de uma filtração passiva do sangue pelo endotélio capilar coroidal. a segunda consta de uma secreção ativa pelo epitélio monoestratificado. envolvendo bombas. de 60 a 200 mm H2O após os 8 anos de idade e fica acima de 250 mm H2O em pacientes obesos. assim. que segue do espaço subaracnoide até o espaço subpial de Virchow-Robin. Outra pequena parcela de LCR é produzida por células ependimais. Valores abaixo de 60 mm H2O e acima de 250 mm H2O definem hipotensão e hipertensão intracranial. que cercam nervos cranianos (8). segue até as cisternas basais e. em um adulto. Essa produção ocorre nos ventrículos laterais e no 3º e no 4º ventrículo.31(73/74/75)93-102 . A pressão intracranial é mantida quando existe um equilíbrio entre a formação e a reabsorção do LCR (3). há uma limitada microcirculação. Tanto a produção quanto a composição do LCR podem ser afetadas pela presença de tumores. Pople (18) relata que o volume ventricular normal é de 20 ml e o volume líquórico total. Esse fluxo ocorre dos ventrículos laterais para o 3º e o 4º ventrículo. O líquido retorna. infecções. A pressão normal de abertura do LCR varia de 10 a 100 mm H2O em crianças jovens. proteínas. é de 120 ml a 150 ml. sendo esse um processo submetido à modulação neuroendócrina e hormonal (7). wich can make changes on production or composition of this fluid. wich includes physical aspects and global and differential counting from the present cells. traumas. a remoção de produtos da atividade neuronal do SNC e a proteção mecânica das células cerebrais (2). A meningite é uma das patologias que provoca alterações liquóricas e consiste em um processo Estud Biol. hydrocephalus and infections. pela placa cribriforme. storage. O plexo coroide é responsável por dois terços da produção total de LCR. 3. A formação do líquor ocorre em duas etapas. transport.94 Comar SR. fosfato e íons de magnésio. chamados de vilosidades aracnoides. Haas P. porém. à circulação venosa. cálcio. Todo esse trajeto exige aproximadamente 1 hora para ser completado. contém 99% de água e apresenta maior concentração de magnésio e íons clorídricos e menor concentração de glicose. isquemias e hidrocefalias (21. Introdução O líquido cefalorraquidiano (LCR) é um fluido aquoso que circula pelo espaço intracraniano. posteriormente. 17). o fornecimento de nutrientes essenciais ao cérebro. aminoácidos. 14) e ao longo dos nervos espinhais (15). A composição do líquor é semelhante a um ultrafiltrado de plasma. 2009 jan/dez. por sua vez. Cytology. canais iônicos e aquaporinas (6). Dozza TG. A renovação do líquor é diária e sua constante produção atinge em torno de 500 ml/dia (19. Machado NA. representando a maior parte do fluido extracelular do sistema nervoso central (SNC) (1). sample preparation and the analysis itself. 8). 20). Keywords: Cerebrospinal fluid. cotransportadores e antiportadores. Laboratorial analysis. including collection. Alterações severas no fluxo liquórico podem causar distúrbios cognitivos e de função motora. que. as quais se localizam na região ventricular (3. and it consists in microbiological. ácido úrico. It is necessary that all the evolved professionals know and execute the techniques on the right way. entre elas. 12). permite a eliminação de parte do LCR presente no cérebro por vias de drenagem (11. por uma combinação de processos de difusão. A taxa de renovação é diretamente proporcional à taxa de formação e inversamente proporcional ao vo­ lume do LCR (5). Além da macrocirculação através do espaço ventricular subaracnoide. a qual é proporcional ao gradiente da pressão hidrostática entre o sangue e o fluido intersticial coroide. preenchendo o sistema ventricular. A eliminação ou reabsorção liquórica do SNC ocorre por desvios existentes no espaço subaracnoide. o canal central da medula e os espaços subaracnoides craniano e raquiano. Estudos demonstram que um mecanismo homeostático eficiente do LCR é essencial para a atividade neuronal (3-5). The laboratorial analysis allow the attainment of important information to define diagnostic and therapeutic conduct. ischemia. Esse líquido apresenta diversas funções. pelos vasos linfáticos da região cervical (13. 10). O fluxo do LCR é pulsátil e essa pulsação depende da hemodinâmica arterial no plexo (9. aos espaços subaracnoides espinhal e cortical (3). e o fluxo é mais rápido no sentido da gravidade (8). respectivamente (16). A análise laboratorial do LCR permite a obtenção de informações fundamentais para uma conduta clínica eficiente (3). quando comparado a um ultrafiltrado de plasma (3. Entretanto. posteriormente. entretanto. Para a confecção da lâmina. também. para indicar a pressão de abertura. 2. deve ser utilizada a amostra total ou o sedimento obtido por centrifugação em baixa rotação (33. além de haver menor risco de herniação de estruturas do sistema nervoso central. Em casos de pressão de abertura normal. A pressão de abertura normal. Amostras coletadas com qualquer tipo de anticoagulante e sem identificação ou envelhecidas devem ser rejeitadas (33). a amostra de LCR deve ser fresca e centrifugada. a via ventricular. A identificação do material deve. em três tubos ou frascos seguramente estéreis e devidamente identificados com os números 1. essa via tem algumas restrições de indicação. durante 30 dias. em virtude da menor probabilidade de conter material. esse método não deve ser rotineiramente executado. Análise laboratorial do LCR 1. 23) e é considerada um grave problema de saúde pública (24). com o pulso do paciente (16). que podem culminar com danos irreversíveis no SNC ou levar o paciente ao óbito (25). pode-se realizar a fixação da amostra com formalina (1:1). Estud Biol. pois. pois não é descrita a ocorrência de cefaleia pós-punção. em adultos. o número de registro do paciente e a data da coleta (30). 2 e 3. O segundo será utilizado para os exames microbiológicos. diminuição da glicose.31(73/74/75)93-102 . 28). de 10 de outubro de 1996 (26). leucócitos e outros tipos celulares. uma pequena porção do LCR centrifugado deve ser devidamente identificada e armazenada na geladeira. Essa patologia está relacionada a diversas complicações imediatas e/ou tardias. introduzidas acidentalmente no momento da punção (29. uma vez que os parâmetros citológicos e bioquímicos variam de acordo com o local da punção (29). à seção de hematologia e. normalmente. A amostra do primeiro tubo deverá ser usada para a realização das análises bioquímicas e sorológicas. 30. à seção de bacteriologia. e temperaturas mais altas aceleram mecanismos catabólicos. para minimizar danos às células. 3. A temperatura de armazenamento do líquor nativo deve estar entre 5 °C e 12 °C. para a contagem de leucócitos e hemácias em câmaras. e essa pressão pode variar entre 4 e 10 mm H2O. conter o nome. degenerando as células (8). é de 90 mm H2O a 180 mm H2O. para eventual necessidade de se realizar outras dosagens (33). após esse tempo. Eventuais alterações osteoarticulares de coluna cervical interferem muito pouco no ato da punção. O exame do LCR vem sendo usado como diagnóstico desde o final do século XIX. Preparo da amostra: No setor de citologia/hematologia. pelo paciente ou por seu representante legal.Análise citológica do líquido cefalorraquidiano 95 infeccioso ou não das meninges. Após realizadas as análises. e fresca. particularmente células sanguíneas. e o terceiro destina-se às contagens celulares. Caso a amostra tenha sido coletada apenas em um único frasco. Transporte e armazenamento: A amos­­ ­ tra coletada deve chegar ao laboratório o mais rápido possível. 196 do Conselho Nacional de Saúde (CNS). por último. 32). aumento de concentração das proteínas e de bactérias (29. contribuindo significativamente para a confirmação da patologia (24). primeiramente. Temperaturas muito baixas podem conduzir a lise pelo frio. A via suboccipital apresenta algumas vantagens em relação à lombar. o exame de LCR só pode ser realizado após assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). podem ser removidos. A coleta da amostra de líquor é de responsabilidade do médico requisitante e das três vias clássicas para coleta. mesmo em pessoas obesas e/ou idosas. Se isso não for possível. a qual pode ter evolução aguda ou crônica (22. no máximo em 2 horas. 2009 jan/dez. à seção de imunoquímica (29. atualmente tendo como indicação absoluta somente os casos de hipertensão intracraniana ou de infecção dérmica ou epidérmica na região lombar (22. com a respiração. na posição decúbito lateral. ele deve ser enviado. Coleta da amostra: Como o procedimento diagnóstico é invasivo. sendo a lombar a mais utilizada na rotina (27). O LCR deve ser coletado sem anticoagulante. 31). seguida pela suboccipital ou cisternal e. Um manômero é colocado antes da remoção do LCR. sendo ligeiramente mais elevada em pacientes sentados ou obesos. de acordo com a Resolução n. 34). em seguida. É de extrema importância que o local da amostragem esteja registrado nos tubos. para a análise visual. 30). em casos de hipertensão intracraniana não comunicante (26). podem ocorrer degradação e/ou alterações morfológicas de hemácias. até 20 ml de LCR (29). A boa qualidade de qualquer amostra destinada à análise laboratorial garante a confiabilidade dos resultados. não centrifugada e devidamente homogeneizada. e entre 2 e 5 mm H2O. na ordem em que são obtidos (29). Esse coágulo formado pode interferir na exatidão das contagens de células. 5. na superfície da câmara.2 mm. porém. utiliza-se o método visual. como iodo. multiplicando-se o número de leucócitos do sangue (obtido em hemograma) pelo número de hemácias presente no LCR. em solução de diversas concentrações (35. 2009 jan/dez. porém. bloqueio espinhal completo (síndrome de Froin) e meningite tuberculosa e supurativa. Os leucócitos. calcula-se a quantidade de leucócitos introduzidos na amostra em virtude do acidente puncional.2 mm³ e é dividida em 16 quadrados. a adesão artificial entre as células é um fenômeno comum e não deve ser erroneamente interpretado como grupamentos de células tumorais ou. pode provocar um erro de diagnóstico. deve ser considerada. Machado NA. nesse caso.0 mm². Para a diferenciação de hemácias. tem tonalidade que varia entre rosa. ocorrer a presença de células teciduais. Os eritrócitos se apresentam com um contorno regular. A formação de coágulo também deve ser registrada e é observada em amostras de pacientes com acidente de punção. o da pressão inicial e a inspeção visual da amostra após centrifugação. outras. pois a amostra torna-se semelhante a uma amostra com hemorragia subaracnoide. Se a amostra apresentar uma elevada celularidade. Entre os procedimentos utilizados para distinguir um acidente de punção de uma hemorragia subaracnoide. assim como as células lisadas (33. microrganismos ou taxas elevadas de proteínas ou lipídeos (38. pode apresentar alteração na coloração. a qual tem altura de 0. caroteno ou melanina. é incolor (como água de rocha). no caso de um monócito cercado por diversos eritrócitos. o qual é feito pela comparação da cor da amostra com padrões de coloração de bicromato de potássio. Em função da metodologia de preparação das lâminas (centrifugação). 4. na rotina. sendo que o procedimento para contagem global de células varia de acordo com a celularidade da amostra (Tabela 1) (33). deve ser realizada a correção da contagem celular. leucócitos e células teciduais durante a contagem na câmara de Fuchs-Rosenthal. em condições normais. 31). porém. O pH elevado e a baixa pressão oncótica fazem com que algumas células inchem. o que ocorre pela presença de hemoglobina (hemólise) ou pelas concentrações elevadas de proteínas ou bilirrubina. em casos de LCR normal ou com celularidade de até 200 leucócitos/µl ou 400 hemácias/µl. por sua vez. tornem-se irreconhecíveis. em condições patológicas. com sobreposição mínima. Projeções finas e pontudas podem aparecer nos casos de eritrócitos crenados. No momento da punção.96 Comar SR. como o estágio inicial da eritrofagocitose (8). ela deve ser diluída em solução salina (NaCl 0. Haas P. também. A coloração deve ser registrada antes e depois do processo de centrifugação (30). cuja sensibilidade é de 47. as quais não devem ser incluídas na contagem. que. área total de 16. de modo que as células da amostra tenham espaço adequado para se espalharem em uma monocamada. em virtude da imaturidade da função hepática. deve-se conhecer as características de cada uma dessas células. principalmente os prematuros. A preparação da lâmina deve ser rápida. Caso tenha ocorrido acidente de punção no momento da coleta. Primeiramente.9 %). que são geralmente grandes e granulares e com contorno irregular. A intensidade da xantocromia pode ser obtida por métodos espectrofotométricos. que são subdividos em 16 quadrados menores cada um (34). utiliza-se a câmara de Fuchs-Rosenthal. se não for analisado cuidadosamente. após centrifugação. volume total de 3. ou como levemente turvo. 36). 34.3%. Dozza TG. A amostra é considerada xantocrômica quando. em virtude da presença de células sanguíneas. amarelo ou laranja. 38). Exame físico: A observação visual da coloração e do aspecto do LCR é a etapa inicial da análise e pode fornecer importantes informações diagnósticas. em virtude de o LCR ser um meio inapropriado para a manutenção da viabilidade das células. dividido pelo número de hemácias presentes no sangue (também obtido em hemograma). torna-se límpida (37-39. 31). A possibilidade de existência de outras substâncias. podem ocorrer traumas que provocam sangramento. por capturarem células inflamatórias (29). apresentam um aspecto granular e são levemente refringentes. Pode. Em recém-nascidos. rotineiramente. O resultado é subtraído do número de leucócitos obtidos na Estud Biol. O aspecto da amostra deve ser observado em local com boa iluminação e pode ser definido como límpido. com halos e centro da célula limpo. a qual é realizada por cálculos. Contagem global de células: A contagem global de leucócitos e hemácias da amostra pode ser realizada em qualquer tipo de câmara de contagem. já que as células se deterioram rapidamente. é comum observar xantocromia. que. algumas lisem e. estão o método dos três tubos. turvo ou turvo-leitoso.31(73/74/75)93-102 . O líquor. de acordo com o significado clínico Estud Biol. a contagem manual da solução e. deve-se correlacionar o número total de leucócitos encontrados na lâmina com a contagem global (Tabela 2). deve-se preparar uma mistura de 50 µl de sangue total e 4. para hemolisar os eritrócitos. Cobos e Galimany (40) mostraram que contagens de LCR com celularidade igual ou superior a 150/µl. Contar um quadrado maior. que comprometem os resultados. coloca-se essa solução no contador automático. em analisador hematológico Bayer Advia 120. pois. multiplicar por 4 e dividir por 3. O sangue periférico introduzido no LCR após uma punção traumática resulta em um aumento artificial da contagem global de leucócitos. Para aferir a contagem de eritrócitos em câmara. Na sequência. contagem. ela ainda pode ser analisada em um analisador hematológico e comparada com a contagem manual. Conforme for a celularidade da amostra de LCR. multiplicar por 256 e dividir por 3. Aulesa. Contar um quadrado menor. que incluam métodos de análise de amostras de líquido cefalorraquidiano. examinando-os em câmara de contagem com aumento de 40x. A confecção da lâmina deve ser repetida. comparam-se os resultados obtidos. valor obtido em contagem automatizada. Para verificar a qualidade das lâminas confeccionadas.Procedimento de contagem global de cé­ lulas em câmara de Fuchs-Rosenthal. multiplicar por 16 e dividir por 3. Tais resultados devem ser concordantes em cerca de ± 25% com os obtidos na contagem automatizada. Prieto.2. então. haja vista que elas podem sofrer muitas interferências. conforme a linhagem celular predominante nessa contagem. e fazer a contagem manual em câmara de Fuchs-Rosenthal. de acordo com a celularidade presente na amostra Celularidade Baixa Intermediária Alta Altíssima (sobreposição de células) Alta quantidade de hemácias Procedimento de contagem Contar os 16 quadrados maiores e dividir por 3.31(73/74/75)93-102 . é preciso chamar o pessoal da manutenção (33). Semestralmente. assim. Quinzenalmente.000 leucócitos/µl. na proporção de um leucócito para cada 500 a 1000 eritrócitos no LCR. obtiveram boa correlação (r = 0. os laboratórios devem se filiar a programas de controle de qualidade externos. contanto que a contagem de leucócitos oriundos do sangue periférico não seja extremamente baixa ou alta (16). Esse fator de correção é acurado. deve-se verificar se houve contaminação dos diluentes (líquido de Türk e solução salina). de preferência diluindo-se a amostra em líquido de Türk. pode ser feito diluindo-se uma amostra de sangue total pré-selecionada e comparando-se os resultados obtidos manualmente na câmara com os obtidos em analisadores hematológicos automatizados. em câmara de Fuchs-Rosenthal no LCR.2.2. Fazer diluição com salina ou líquido de Türk (para leucócitos) e multiplicar o resultado final pelo fator da diluição. estabelece-se uma conduta terapêutica adequada. deve-se escolher uma amostra com menos de 1. para isso.Análise citológica do líquido cefalorraquidiano Tabela 1 . caso não seja encontrado um número razoável de leucócitos na lâmina. deve-se verificar a velocidade e o tempo de citocentrifugação. os quais são muito numerosos em uma amostra de sangue total. 6. 2009 (33). Contagens espúrias podem ser observadas quando ocorrem erros na diluição da amostra. depois. 97 Fonte: COMAR. Contar 4 quadrados maiores. para se obter a contagem de hemácias. Faz-se. Nesse mesmo trabalho. obtendo-se. Para o controle da contagem de leucócitos. principalmente em amostras com contagens baixas de leucócitos. 2009 jan/dez. A fim de aumentar a qualidade das análises de LCR. 7. os autores também demonstraram que a contagem diferencial de neutrófilos manual e automatizada se correlaciona e pode ser intercambiável. Mainar. O controle de qualidade da contagem global de células. Contagem diferencial de leucócitos: A contagem diferencial de leucócitos é uma etapa fundamental da análise laboratorial. na montagem e no preenchimento da câmara e na observação e identificação das células no microscópio ótico. Os diluentes contaminados com partículas ou fungos devem ser descartados e novas soluções devem ser preparadas.2. o valor corrigido de leucócitos da amostra (30). Controle de qualidade das contagens: É de extrema importância a realização de um controle de qualidade das contagens em câmara. e.958) com a contagem manual em câmara.95 ml de solução salina (1: 100). reações alérgicas.250 250 desse resultado (Tabela 3). tumores meningeais. recém-nascidos e injeções intratecais. Infecções parasitárias. em câmara de Suta ou por citocentrifugação. Meningite bacteriana parcialmente tratada. para uma melhor conduta médica. injeções intratecais.40 20 . 2009 jan/dez. infarto. Significado clínico Meningite viral.150 150 . injeções intratecais e hemorragia subaracnóidea.10 11 .20 20 Fonte: COMAR. Machado NA. deve ser levada em consideração na formulação do diagnóstico e do tratamento (41). Quando o método de escolha é a citocentrífuga.100 60 . leucemia. Ocasionalmente. possivelmente originadas da matriz germinal. meningite tuberculosa. bacteriana. Tumor cerebral primário. leucemia. em meningite bacteriana.98 Comar SR.Significado clínico de acordo com o predomínio celular obtido em contagem diferencial de leucócitos da amostra de LCR Predomínio celular Linfócitos Neutrófilos Reação celular mista (linfócitos. Hemorragia subaracnóidea (2 a 4 semanas). na tentativa de distinguir entre meningite viral. Para melhorar a adesão das células à lâmina e reduzir sua distorção. Esclerose múltipla. Haas P. fase inicial de meningite viral. Punção traumática Punção traumática. Meningite bacteriana.31(73/74/75)93-102 . meningite bacteriana tratada. Número de células que devem estar presentes na lâmina após a citocentrifugação 0 . abscesso cerebral. pode ser adicionado ao sedimento 50 µl de albumina bovina a 22% ou Tabela 3 . KNIGHT. a contagem global e diferencial de leucócitos no LCR não deve ser usada isoladamente. A confecção da lâmina para leitura pode ser feita de diferentes formas: por centrifugação em tubo. Hemorragia subaracnóidea. utiliza-se o líquor puro ou o sedimento obtido após centrifugação. Células linfóides malignas. semelhantes a blastos Fonte: KJELDSBERG. 1992 (38). Tabela 2 . derivação ventricular. fúngica ou tuberculosa.Correlação entre o número de células encontradas na lâmina e a contagem global de leucócitos Número de leucócitos/µl contados na câmara 0 1-5 6 . Meningite crônica. assim como outros parâmetros do LCR. Trauma. Linfoma. cirurgia. meningite fúngica e meningite amebiana. Hemorragia subaracnóidea (2 dias a 2 meses). anoxia e traumatismo craniano. tumor metastático. tuberculosa e fúngica. Linfoma. Dozza TG. tuberculosa e fúngica. meningite bacteriana crônica. Estud Biol. Hemorragia subaracnóidea em prematuros e recém-nascidos. neutrófilos e monócitos) Eosinófilos Macrófagos Macrófago eritrófago (contendo hemácias) Macrófago siderófago (contendo hemossiderina) Macrófago hematoidinófago (contendo cristais de hematoidina) Macrófago lipófago (contendo gordura) Plasmócitos Células linfoides malignas Blastos Outras células malignas Células ependimais e do plexo coroide Condrócitos Células da medula óssea Agrupamentos de células imaturas. derivação ventricular. Necrose cerebral. A condição clínica do paciente. Porém. Hemorragia subaracnóidea (12 horas a 1 semana). 2009 (33). KNIGHT.0 0. concentrando as células presentes na amostra.5 . responsabilidade e compromisso com a adoção de procedimentos que identifiquem precocemente a existência de quaisquer não conformidades.2. no sentido de se evitar o erro laboratorial e o consequente erro de conduta terapêutica. para que elas sejam imediatamente corrigidas.500 500 .2 .3 Fonte: KJELDSBERG. agora.5 ml. a citometria de fluxo e as técnicas imunohistoquímicas estão. nucléolos proeminentes e agrupamentos celulares semelhantes à neoplasia (33). utilizando uma diluição apropriada. concentrando as células.200 200 .1000 > 2000 Volume a ser utilizado na câmara (ml) 1. usualmente a coloração de May Grünwald-Giemsa (33).5 ml para 10. a amplificação do DNA.1. A Tabela 5 descreve os valores de referência da análise laboratorial do líquido cefalorraquidiano. coloca-se na câmara o volume de LCR necessário e espera-se a lâmina secar.1.8 1 . por conseguinte. Porém. coloca-se um papel absorvente. deve-se aguardar a secagem completa da lâmina e. Somente após a secagem. a frequência da retirada do LCR e a rapidez com que as amostras chegam ao laboratório. incluindo o volume de LCR obtido. Detecção de células malignas no LCR: A detecção de células malignas por meio da análise citológica do LCR é uma ferramenta muito importante no diagnóstico de tumores cerebrais. fornece uma lâmina de boa qualidade. Sugere-se que a obtenção da amostra ocorra durante tempos de processamento usuais (41). fendas nucleares.8 0.Análise citológica do líquido cefalorraquidiano 99 mesmo de plasma de uma amostra normal. sendo o mais utilizado o corante May Grünwald-Giemsa (33). 2009 jan/dez.5 0.1. Essa câmara de sedimentação possui um sistema de filtros de papel que absorve a parte líquida do LCR. Col e Glantz (42) sugeriram que as taxas de resultados falso-negativos diminuíram de 32% para valores próximos de 3%.0 1.100 100 . realizar a coloração com qualquer corante hematológico. o qual deve conter um halo de diâmetro discretamente menor do que o diâmetro do tubo conector da câmara. A quantidade de líquido a ser colocado na câmara para a confecção da lâmina depende da quantidade de leucócitos presentes na amostra (Tabela 4). Glantz. deve-se evitar realizar coletas em fins de semana e em feriados. O líquido sobrenadante é absorvido pelo papel-filtro. então. 1992 (38).0. 8. O tubo conector deve ser rosqueado na base até tocar a lâmina. um aumento na importância clínica do seu correto diagnóstico. Apesar desses avanços.5 .Correlação entre o número de células encontradas na lâmina e a contagem global de leucócitos Contagem global (/μl) 10 . retira-se o tubo conector e o papel absorvente de cima da lâmina e realiza-se a coloração com corante hematológico. Avanços científicos como a imagem de ressonância magnética. de acordo com o manual de instrução da citocentrífuga que será utilizada. as quais podem apresentar formação de vacúolos e projeções citoplasmáticas. Caso a lâmina contenha muita sobreposição de células. Pode ocorrer.50 50 . que pode causar danos severos ao paciente (30). É fundamental que todos os profissionais envolvidos no processo tenham conhecimento técnico. após citocentrifugação. Coloca-se 100 µl da amostra no tubo cônico. Acredita-se que a taxa de detecção de células malignas por análise citológica é influenciada por alguns fatores. Após a confecção e a coloração da lâmina. tem-se verificado uma elevação na incidência de carcinomas leptomeningeais e. confeccionar nova lâmina.2 . distorção nas células. O volume insuficiente é uma possível explicação para análises citológicas falso-negativas. enquanto o volume de amostra aumentou de 2. disponíveis para facilitar o diagnóstico. o método de referência para a detecção desses carcinomas ainda é a identificação citológica de células malignas no LCR (41). sobre ela. os ensaios para marcadores tumorais. porém. A lâmina é introduzida na câmara e. o local da amostragem. Em seguida. deve-se Tabela 4 .8 . Estud Biol. deve-se proceder à contagem diferencial das células em objetiva de imersão (100x). Como ocorre a perda de células em função do tempo após a coleta. Nos últimos 10 anos. respectivamente. Após a citocentrifugação. a refrigeração da amostra é recomendada se um atraso na análise citológica é esperado.0. A confecção da lâmina em câmara de Suta é um processo mais trabalhoso.31(73/74/75)93-102 . Oshio K. 4. Meyer ME.30 mg/dl 50 . Integrated cytology of cerebrospinal fluid. uma única amostragem pode não detectar a malignidade. Consequentemente. Stopa EG.71:1-52. 9. quando for o caso. Stoquart-Elsankari S. Cerebrospinal Fluid Res.60 mg/dl Neonatos: 15 . The cerebrospinal fluid production rate is reduced in dementia of the Alzheimer’s type. Machado NA. Huhn S. 2. Stopa E. Berlin: Springer. Estud Biol. KNIGHT. Reduced cerebrospinal fluid production and intracranial pressure in mice lacking choroid plexus water channel Aquaporin-1. luvas descartáveis. para maior proteção do operador. Multiplicity of cerebrospinal fluid functions: new challenges in health and disease. óculos de proteção. Na literatura.20 mg/dl < 1 ano: 0 . Johanson CE. Redzic ZB. 1. 2007. Sommer C. 2005. Duncan JA. 31:269-293. Haas P.Valores de referência do LCR Referências 1. pipetadores manuais ou automáticos e. J Cereb Blood Flow Metab. Brinker T. 2006. Curr Top Dev Biol. Zheng L. 3. 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