Faculdades Unidas do Norte de Minas - FUNORTE Internato de Cirurgia do Hospital Dilson de Quadros GodinhoPreceptor: Cláudio Marcelo Acadêmico: Artur Martins Ribeiro Além de causar incômodo. a dor atrasa a recuperação do paciente.Considerações Gerais A dor continua a ser um problema a ser superado no pós-operatório. A dor pós-operatória é aguda e. . não é relacionada com componente depressivo e sim com ansiedade quanto aos resultados da operação e quanto ao controle da própria dor. diferentemente da dor crônica. Protocolos de analgesia podem diminuir as chances de complicações e acelerar a recuperação. Doses individualizadas . Nem toda dor é responsiva a analgésicos 4. Não permitir que o paciente sinta dor 3. A prescrição dos analgésicos deverá ser contínua 8. Acreditar no paciente – ele é quem sofre 5. Planejar analgesia 6. Combinar analgésicos racionalmente 2.Regras para uma boa analgesia perioperatória 1. Analgésicos são apenas parte do tratamento 7. Mensuração da dor . De acordo com sua interação nesses receptores. os opiáceos podem ser classificados como agonistas (morfina. antagonistas (naloxona). .Opiáceos Os analgésicos opiáceos atuam quando ocorre interação deles com receptores endógenos: mu. fentanila). agonista parcial (buprenorfina) e agonista/antagonista (nalorfina). meperidina. kappa e delta. Opiáceos Os opiáceos agonistas podem ser utilizados por via endovenosa ou peridural. na dose de até 2 mg. pode ser usada por via peridural. com bom efeito analgésico. promovendo uma analgesia que pode durar até 36 horas. A morfina. se necessário. O cateter peridural pode ser colocado desde o nível torácico até a região lombar e mantido por até 7 dias no PO. . Opiáceos Os principais efeitos colaterais são vômitos. depressão respiratória. que deve ser usada quando esses efeitos colaterais estiverem presentes acima do nível desejado. retenção urinária. Esses efeitos muitas vezes atrasam a recuperação do paciente. prolongamento do íleo pós-operatória e sedação. prurido. euforia. O principal antagonista da morfina é a naloxona. . Opiáceos . Substâncias antiinflamatórias não esteroidais (AINE).Não-opiáceos Os efeitos colaterais dos opiáceos atrasam a recuperação pós-operatória. . pois impedem a realimentação precoce (N/V e íleo) e podem retardar a retirada de cateter vesical. o paracetamol e a dipirona devem ser preferidas à morfina e outros agonistas opiáceos. ou aumentar as chances de uso desse tipo de cateter. .Não-opiáceos A base racional para isso está em menor sedação do paciente. envolvidos no processo inflamatório e na sensibilização dolorosa central e periférica. bloqueando a conversão da ácido araquidônico em prostaglandinas. diminuição de recuperação mais rápida. prostaciclinas e tromboxanos. náuseas e vômitos e Entre os AINE estão incluídos os fármacos que atuam por meio da inibição da COX. os AINEs que são utilizados EV são cetoprofeno (100 a 300mg/dia diluídos em 100ml de SF). O paracetamol é um excelente analgésico e quase sem efeito antiinflamatório. tenoxicam (20 a 80mg/dia) e cetorolato (15 a 30mg/dia). Já a dipirona é um potente analgésico e antipirético que pode ser usado por via EV no pós-operatório ou por VO no receituário de alta. tendo também efeito antipirético.Não-opiáceos No Brasil. . Dose de 15mg/kg a cada 6 horas. Dose de 12mg/kg a cada 4 a 6 horas. apresentou resultados surpreendentes. A lidocaína em infusão venosa intraoperatória iniciada em bolus de 2mg/kg e em infusão contínua de 2 a 3mg/hora nas cirurgias abdominais. .Fármacos coadjuvantes em anestesia geral A analgesia peridural com anestésicos locais associados a opiáceos continua sendo o padrão-ouro na analgesia. diminuição do tempo de ventilação mecânica e dias em UTI e menor número de complicações tromboembólicas e cardiovasculares. Porém há maior risco de depressão respiratória.Analgesia epidural com catetrer Há evidência em favor do uso de analgesia por cateter no PO de cirurgias abdominais de grande porte. em termo de segurança. rápida resolução do íleo PO. principalmente com o uso de opiáceos. . independentemente da via de administração e da droga.Autocontrole da dor pós-operatória A analgesia controlada pelo paciente (PCA) é uma modalidade de controle de dor que consiste em administração de analgésicos por demanda imediata do paciente em quantidade abundante. . principalmente sedação e depressão respiratória. pois faz-se necessária uma adequada vigilância da qualidade analgésica e dos efeitos colaterais. A utilização da PCA implica uma equipe multiprofissional competente e treinada. Analgesia pós-videolaparoscopia A injeção de anestésicos locais na cavidade peritoneal ou nas pequenas incisões dos trocáteres são opções interessantes para o controle da dor pós-operatória. O uso preventivo de cetorolato (60mg. também é recomendado. tais como cetoprofeno e tenoxicam. EV) ou de diversos AINEs. . Os principais anestésicos locais utilizados são a bupivacaína e a ropivacaína. Escala Analgésica . .Consideração Geral Analgesia eficiente é aquela que elimina a dor do paciente sem sedá-lo e sem provocar efeitos colaterais. Obrigado! .
Report "ANALGESIA NO PÓS-OPERATÓRIO SEGUNDO O PROJETO ACERTO"