Amazonês - dicionario - sergio freire

March 31, 2018 | Author: irailtonl | Category: Natural Language, Linguistics, Sociology, Portugal, Science


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AmazonêsAmazonês Termos e expressões usadas no Amazonas O AUTOR Sérgio Augusto Freire de Souza é amazonense de Manaus, professor da Universidade Federal do Amazonas (UFAM). Mestre em Letras pela própria UFAM e Doutor em Lingüística pela Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Publicou dois livros. O primeiro, em co-autoria, foi a série Citizen 2000, pela Editora Novo Tempo. A série didática foi utilizada por anos pelos alunos do ensino médio da rede pública do Amazonas, tendo sido reformulada em 2004 e rebatizada de New Citizen. O segundo livro, Conhecendo Análise de Discurso: linguagem, sociedade e ideologia, apresenta uma introdução à área de Análise de Discurso e foi publicado pela Editora Valer. O autor tem publicado artigos em vários periódic os impressos e on-line e apresentado trabalho em encontros e congressos, além de proferir palestras em várias instituições. Suas áreas de interesse na lingüística são a Análise de Discurso, Produção de Mate rial Didático, Aquisição de Linguagem e Informátic a e Ensino de Línguas. Mais recentemente ampliou seu interesse por Gestão da Educação Pública. É casado com Fabiana Eid e pai de Ana Clara e de Marina. Em seu site pessoal (www.sergiofreire.com.br) podem ser encontradas mais informações e outros textos do autor, como suas crônicas, muitas publicadas em jornais locais. Umas palavras iniciais« Este livro é fruto de paixões misturadas: a paixão pela ciência, a paixão pela linguagem e a paixão pelo Amazonas. A paixão pela ciência se manifesta porque é por meio dos trabalhos científicos que descrevemos e explicamos (e, portanto, compreendemos melhor) o mundo em que vivemos. No entanto, fazer ciência em um país como o Brasil não fácil. O fomento é limit ado e as dificuldades tremendas. A despeito dos empecilhos, f azer ciência é uma forma de se eternizar no mundo, de deixar um olhar muito particular sobre determinado objeto. Quando os obstáculos para se concretizar uma pesquisa são superados, há ainda o desafio de tornála pública, pois todo texto surge do social e a ele deve voltar. Nesse particular, alegra -me sobremaneira a acolhida ao trabalho feita pela Editora Valer, grande agente de resgate e perpetuação da memória cultural de Manaus, por meio de suas inúmeras publicações, n as mais variadas área do conhecimento . A paixão pela ciência se manifesta por meio da paixão pela linguagem. Pela linguagem somos. Pela linguagem damos sentido ao m undo. Na linguagem podemos nos ver da forma mais verdadeira: nossas crenças, nossos valores, nosso lugar no mundo, enfim. Somos o que aprendemos a ser durante nossa vida e aprendemos a ser via linguagem, no nosso caso a língua portuguesa. É doce ilusão, no en tanto, acreditar que a língua portuguesa é única e inteligível por todos os seus falantes. Um breve deslocamento basta para ou vir outras línguas portuguesas, com outras palavras, outros cantos, outras identidades. Há o português mineiro, um trem danado de bão; o português gaúcho, tri-diferente ecuiúdo; há o português caipira e seu falar forgado; há o português carioca, do povo do ridijanero, sem falar do português falado pelo maranhense, que ao perguntar qual sua pontuação quer saber o número que você calça. Há vários ³portugueses´ espalhados no Brasil, todos bem diferentes do Português que aqui chegou, supostamente nas naus de Ca bral. Depois que aqui aportou, seria impossível que o português de Portugal não sofresse influência das mais de trezentas línguas indígenas então existentes , bem como das línguas africanas e européias que para cá também vieram, como registram a nossa histó ria e os nossos estudos lingüísticos. A língua portuguesa brasileira possui outra história e outra historicidade, diferentes das que embarcaram nas caravelas no séc. XVI. P or tantas diferenças, alguns lingüistas já ousam chamá -la de língua brasileira. São línguas com materialidades tão distintas que ao instalar um programa no computador, por exemplo, há a opção para ambos os idiomas como se fossem dois, porque de fato o são. Se cada variante do português espalhada por esse país imenso tem sua nuance é porqu e também tem sua história particular. E a variante falada no Amazonas tem a sua. Os termos indígenas na linguagem da região são bem marcantes, como igarapé, igapó e bubuia. A linguagem dos soldados da borracha, nordestinos que para cá migraram no fim do século XIX, deixou sua marca, como catinga, abestado e de lascar. O chiado do português de Portugal se manteve no s final da pronúncia dos amazonenses. Por tudo isso, é bobagem disputar a naturalidade dos termos. O que podemos afirmar é que todos são termo s do português brasileiro que, pelo capricho dos movimentos da história, resolveram aparecer e se fixar aqui ou ali. Assim, o dicionário de Amazonês vai cer tamente trazer marcas, por exemplo, de um cearês por conta do encontro lingüístico dos tempos da bor racha. Essas fronteiras lingüísticas são muito tênues e móveis. Estar neste pequeno dicionário não batiza a palavra como amazonense, mas a naturaliza como cidadã do m aior estado do país porque ela faz sentido na linguagem dessa região. Essa região é a terceira paixão que confluiu para o aparecimento do livro: a paixão pelo Amazonas. Terra abençoada com uma cultura tão rica quanto qualquer cultura e tão peculiar como peculiar é também toda cultura. Como o peixe é o último a perceber a água, é preciso se distanciar para chegar mais perto. O texto acadêmico embrião deste livro surgiu na agradável cidade de Campinas, SP, durante o doutorado na Unicamp. O artigo, requisito para a qualificação de área em Sociolingüística, é apresentado na primeira parte do livro. No texto há algumas reflexões sobre linguagem e discurso que introduzem e ajudam a compreender a segunda e maior parte do livro, o dicionário em si. Por fim, o livro traz ainda uma entrevista sobre o Amazonês feita por Moisés Arruda para seu blog. Peixe fo ra d¶água, Moisés é um amazonense exilado em São Paulo que viu na linguagem da sua terra uma forma de diminuir a saudade. A entrevista é excelente e sintetiza as várias entrevista dadas à imprensa sobre o assunto durante os cinco anos necessários para que o material tomasse a forma final e chegasse às suas mãos. A entrevista feita por Moisés responde as dúvidas mais comuns dos leitores leigos. Pelo distan ciamento da linguagem, aqui vista não como parte naturalizada da vida, mas como objeto teórico, não há c omo não se espantar com o que nos rodeia o tempo todo: a língua que falamos. Ou melhor: a língua que nos fala. Boa leitura. Sérgio Augusto Freire de Souza Verão sem chuva de 2007 Peculiaridades do falar amazonense: um dicionário e algumas reflexões pedagógicas Sérgio Augusto Freire de Souza Doutor em Lingüística ± UNICAMP Introdução Um dos índices de identidade mais forte que conhecemos é a língua. É como diz Labov (1972), ³a questão sociolingüística funda mental vem da necessidade de se compreender por que alguém diz algo´. Dizer algo passa por usar a língua. No entanto, a denominação ³língua´ apaga que dentro de uma língua há várias línguas e variações que por vezes tornam difusas as bordas e fronteiras. ³Qualquer l íngua, falada por qualquer comunidade, exibe sempre variações´ (Alkimim 2001: 33). É nesse pressuposto sociolingüístico que esse trabalho se constrói. O texto que aqui apresentamos é resultado de mais de cinc o anos de análise de situações de linguagem oral em Manaus, no Amazonas. Em nossa coleta de registros, tentamos o máximo fugir do ³Paradoxo do Observador´ (Labov, op.cit.: 181), criando situações que desviavam o foco da fala, permitindo com isso que o falante se expressasse sem saber que era ela, a fala, que estava no centro do estudo. Como produto da análise, buscamos reunir em um dicionário signos do falar que identifica o manauara e que, por outro lado, o desidentifica em relação ao português falado em outras regiões do país. Na costura do trabalho, como dito, enfatizamos o disc urso da oralidade (Gallo 1995) por ser esse discurso menos sujeito às normatividades da língua padrão [1]. Buscamos ainda considerar alguns aspectos na feitura do texto, e deixamos de fora, por uma questão de recorte, o aspecto fonético e sintático, que merecem um estudo à parte, ainda que o reconheçamos necessários dentro da inter -relação constitutiva das partes da linguagem. O trabalho constou das seguintes fases: definição do escopo do trabalho, d efinição do corpus, análise das enunciações, classificação e elaboração do dicionário. 1 O escopo do trabalho, a definição do corpus e as resultantes Como em toda pesquisa, é necessário recortar o objeto para melhor trabalhá -lo teoricamente. Nosso recorte teve uma dupla característica: foi um recorte discursivo e um recorte lingüístico ao mesmo tempo. No aspecto discursivo, privilegiaram -se a oralidade, tomada do ponto de vista da análise de discurso (Gallo op.cit.), e registros dessa oralidade em situações concretas de enunciação, a fim de evitar procedimentos que envolvam dados ³inventados´, como os que normalmente vemos em algumas teorias, notadamente aquelas fundamentadas nos trabalhos da Gramática Gerativa. Esse duplo recorte nos possibilitou coletar da dos nas seis zonas geográficas de Manaus [2], assim determinadas conforme Decreto n.º 2.924 de 07 de agosto de 1996. É interessante notar, e desenvolveremos essa consideração mais à frente nas co nclusões, a predominância dos traços que identificam a linguagem utilizada como ³amazonense´ nas áreas de menor poder aquisitivo e de menor acesso aos bens sociais. Essa forte correlação tem, a nosso ver, uma importância fundamental na compreensão do própr io processo identitário do manauara e de sua relação com a língua trabalhada na escolarização. O tratamento analítico do corpus apresentou duas resultantes: uma referencial e uma pedagógica. A resultante referencial é a compilação de um dicionário básico de regionalismos amazonenses falados na cidade de Manaus. A resultante pedagógica é uma reflexão das implicações desse falar para o ensino de língua portuguesa nas escolas da rede pública da cidade. 2 O tratamento do corpus A língua é uma entidade caleidoscópica que simula para o falante uma falaciosa homogeneidade. Nessa simulação, entram dois níveis: o nível lingüístico e o nível discursivo. No nível lingüístico, o falante vê -se iludido na imagem circulante de que a língua que fala é igual para todos os ou tros falantes. Nessa visão, basta que o processo de comunicação como proposto por Jakobson (1988: 123) se efetive para que haja comunicação: um em issor emite uma mensagem num código inteligível pelo receptor através de um canal limpo. Se o caminho estiver perfeito a compreensão acontece. O esquema proposto por Jakobson, no entanto, desconsidera um aspecto fundamental da linguagem, que é o discurso [3]. No nível discursivo, cada dizer não é dito se m motivação ideológica, revelando processos que localizam o sujeito enunciador em um lugar sócio-histórico que dará sentido ao seu dizer. A teoria do discurso, no entanto, afirma que o sujeito ³esquece´ essa filiação histó ricoideológica, sendo esse esquec imento constitutivo da natureza da linguagem (Pêcheux e Fuchs 1975; Souza 2006). Esse apagamento de são duas as grandes influências que compõe o falar amazonense: a influência nordestina e a influê ncia indígena.filiação discursiva leva o sujeito à idéia de que a língua é transparente. Termos e expressões . Assim. na linguagem padrão. morador da periferia sem acesso aos a parelhos sociais´. no caso a linguagem. como tem sido documentado pelos inúm eros trabalhos sob a influência laboviana. No aspecto discursivo. Na composição dessas relações imaginárias sociais entram como elementos fundamentais a movimentação e a composição do tecido social através das organizaçõe s sócio-geopolíticas. entram nessa equação as relações de classe. essas correlações se dão de forma heterogênea e não são garantias de homogeneid ade discursiva. 2. entendido como uma prática social. se manifesta tanto no registro padrão da língua quanto em um não-padrão. Por outro lado. numa homogeneização que leva aos estereót ipos sociais no imaginário de uma coletividade. o discurso x. 2. Assim. Apesar de fazer uso da linguagem local com mais freqüência. a identificação negativa se mostrou muito m ais comum nos falantes das zonas mais pobres da cidade. essas duas variáveis passaram a desenhar os traços do linguajar amazônico. notadamente Norte e Leste. não há como negar que existem correlações entre as variações lingüísticas e um amplo leque de características sociológicas dos falantes. é: ³não é bom falar como eu falo porque isso lembra que eu sou o que eu sou. queremos de antemão evidenciar que o estudo lingüístico aqui descrito não se inscreve na pressuposição da relaç ão um-para-um língua-grupo social. O recado. bem como as demais línguas das nações indígenas existentes. Quando falamos da dificuldade de definir bordas é exatamente a esses limites opacos que nos referimos. principalmente cearenses. Uma comunidade de fala é extre mamente complexa e heterogênea e é extremamente arriscado definir correlações biunívocas entre fala e comportamento social sem uma análise mais profunda dessa complexidade. Às vezes nós [lingüistas] mal s abemos quão heterogêneas algumas comunidades de fala são´ (p. Até que ponto isso é um termo do falar amazonense e não mais uma herança do falar nordestino incorporada ao patrimônio lingüístico local pela diacroni a lingüística. Por que levantamos essa questão? Porque em nosso trabalho percebemos identidade lingüística onde não havia identidade discursiva e vice-versa. que apagou o traço da história? Na análise de nosso corpus. apresentaremos alguns excertos de nossa pesquisa com respec tivos comentários. Indígenas vêem a presença de seus termos de forma forte no português amazônico. relações de poder (Foucault 1979) se estabelecem j untamente com o estabelecimento de formações imaginárias em relação aos demais grupos que se inter -relacionam. Resumindo: a identidade lingüística não garante a identidade discursiva. Até então a presença lingüística da Língua Geral (Nheengatu) era preponderante. o que há é certa garantia de identidade lingüística. Em sua organização. ou seja. O que estamos querendo dizer é que mesmo reconhecendo as correlações sociais entre a variante utilizada e grupo social que a utiliza. 2. Com o início do Ciclo da Borracha (1879-1912). Por roupagem lingüística referimo -nos ao registro lingüístico utilizado pelo falante.3 O falar caboco: a roupagem O que caracteriza o falar caboco? Qual a margem que o localiza como pertencente a um sujeito diferente? Definir essas margens é um dos grandes desafios dos lingüistas. funciona como uma espécie de marcação de posição quanto ao que não é: a linguagem padrão produto de investimento dos meios de comunicação de massa e da mídia em geral. A identificação com ³o que é nosso´. ser identificado como ³caboco´ [4] traz imediatament e uma sensação de negação identitária. Por agora. ou seja. assim. de que à coisa dita corresponde sempre o significado pretendido. tendo em vista que uma comunidade de fala se define por ser uma en tidade sociolingüística e uma unidade fundamental de análise (Gumperz 1968). a presença de migrantes nordestinos foi acentuada e seu falar passou a compor o cenário lingüístico da região. Segundo Freire (2004). Como criti ca Romaine (1982): ³É preciso reconhecer. pelo exame dessa dupla perspectiva: a da roupagem lingüística e a do caráter discursivo da linguagem. podemos afirmar que existem duas principais atitudes em relação ao falar amazonense: uma atitude de identificação positiva e uma de identificação negativa. Nordestinos reconhecem em termos cabocos sua filiação nordestina. Nossa análise passa. as relações de organização no espaço da cidade e as relações políticas no sentido grego da polis. como se essa identidade ³ruim´ devesse ser apagada ou dissociada de si. normalmente um falar é associado a um comportamento social. No entanto.2 O caráter discursivo da linguagem Todo grupo social que utiliza a linguagem se organiza.1 A roupagem lingüística O discurso não está em correlação direta com a roupagem lingüística. Retomaremos a questão discursiva em nossas conclusões. Os migrantes. Sob a base do português geral. Mais do que identidade discursiva. fugiam da seca e da miséria que avassalava sua região então. 15). da relação de cidadania. Por outro lado. É interessante notar que a identificação positiva aparece muito mais nos falantes localizados em uma faixa econômica mais privilegiada economicamente e que menos está sujeita a marcações da linguagem regiona lizada em sua fala. o Português é língua hegemônica na Amazônia há apenas 150 anos. É preciso um breve histórico dessa influência. utilizando frases como ³quem não lhe conhece não pode inspirar confiança´ e coisas do gênero . para que se evidencie ao aluno o caráter complexo da linguagem. explicamos que a dinâmica da língua nunca garantirá tal propriedade exclusiva. Por um lado. A transposição da o ralidade não-padrão para a escrita padrão. por exemplo. Bentes & Fernandes 2005). Uma vez feito o levantamento do vocabulário. Algumas falas de contra -identificação: ³« é muita caboquice falar assim. como ³Cortar a curica´. Para isso. passamos a ³testar´ suas bordas com pessoas não pertencentes ao universo discursivo amazonense. . mineiros. mimetizando em sua própria auto -imagem da identidade social esse não-valor. como a teoria d o déficit cognitivo. Algumas falas de identificação: ³« é muito bom falar de coisas nossas.comoarrudear. É preciso que não caia em nenhuma das falácias abordadas por Soares (1997). Podem ser bons ou ruins. A nossa linguagem é única e fantástica´. porque a língua é vo látil. muitas frases de identificação vêm de falantes que não utilizam os termos cabocos com freqüência. Se o reconhecimento é um critério de identificação. Marcuschi 2001a. amazonenses. mas a maioria dos termos era desconhecida. empachado. da mesma forma que carapanã. Ainda como exemplo de que a transversalidade valorativa perpassa as várias classes sociais. análise e compilação do dicionário. quando associam o regis tro que usam a uma língua inferior. 2001b). A rede de drogarias Pague Menos chegou a Manaus oferecendo descontos de 60% nos medicamentos por ela vendidos. incluindo a oralidade. baianos. do bodozal¶. ³« triste esse jeito de falar. Expusemos os vocábulos a paul istas. ampliando no aluno a consciência de sua id entidade lingüística e. como é bom falar e ser entendida. já desconstruídas há algum tempo no campo da l ingüística. A repercussão foi extremamente positiva na cidade e o comercial bastante comentado. e fazer a ponte dessa bagagem com a língua padrão. produto e prática social. Odeio quando falo as coisas aqui no Rio e ninguém me entende´. todos os signos são pharmakon. fluminenses e catarinenses. cultural ou lingüístico. ³« é (sic) muito chibata essas expressões´. O que pode esse percurso levantar de questões para o ensino de lí ngua portuguesa na escola? Que reflexões podem ser levantadas para o tratamento sistemático da linguagem em ambiente escolar? Partimos da premissa de que ao aluno deve ser proporcionado o acesso à língua padrão e cabe à escola essa experiência. Com essa premissa definida.4 O falar caboco: o discurso Afinal. o desconhecimento também o é. bucho. Encontramos índices de identificação e de contra identificação (Pêcheux 1988) nas falas analisadas. É. gaúchos. sendo todos os outros registros considerados como sendo português errado ou de pior qualidade. utilizando o slogan ³Amazonense como você´. é bom ou ruim ser caboco? Como nos diz Derrida (1997). cremos que a abordagem à língua padrão pode ser feita de forma mais proveitosa através da exploração de processos de identificação lingüísticos. dependendo da dosagem e do paciente. de vários registros. Vale ressaltar que a atitude positiva veio de um públic o que é cliente de banco e que tem acesso aos meios de comunicação. antes que alguém reclame que determinada palavra não é exclusividade do falar amazonense. já encontra bastante suporte na literatura lingüística ( cf. sem dúvida. é necessário que o professor de língua portuguesa transite por conceitos sociolingüís ticos que lhe permitam um deslocamento do lugar de sujeito normativista. o professor deve levar em conta toda a bagagem lingüística trazida pelo aluno . Sabendo da impossibilidade de um recorte preciso. 3 As implicações pedagógicas à guisa de conclusão Em todo processo de coleta de registros. jururu. Alguns termos foram reconhecidos na acepção utilizada pelo amazonense. não o aceitam como de valor na economia das trocas simbólicas (Bourdieu 1999). É pela língua padrão que ele acessa bens culturais que ampliam seu espaço de cidadania. Só cabocão fala assim«´. como procedimento metodológico. se faz muito forte e marcadamente pela linguagem. essa mesma associação habita o imaginário das classes mais pobres que possuem acesso restrito à língua padrão. a norma de investimento naci onal. O Banco HSBC decidiu fazer propagandas regionalizadas e utilizou várias expressões. ³gente. Algumas frases traduzem o preconceito lingüí stico (Bagno 1999) da associação biunívoca entre norma padrão e língua portuguesa. de ser sujeito no mundo e proporcionará momentos de acesso real do aluno à chamada norma padrão. possibilitando igualmente a inserção desse aluno num universo social cuja barreira. Assim. cearenses. Mesmo utilizando o registro. Assim. citamos dois exemplos recentes. Aqui voltamos à tese de que não há coincidência entre identidade lingüíst ica e identidade discursiva. ³«ouvir essas palavras de novo me faz voltar o que de mais feliz eu tive: a minha infância´. além de econômica. 2. pitiú apontam para uma indigeniedade marcante. mangarataia. um objetivo corolário nos acompanhou. Essa ampliação passa pelo trabal ho com os diversos gêneros orais e escritos ( cf. necessária a ampliação de visão metodológica para o trabalho com a linguagem. Por outro lado. O professor que souber aproveitar a capacidade do aluno de ser poliglota em sua própria língua atingirá dois objetivos desejá veis para a escola de hoje: respeitará a diversidade constitutiva do social. portanto. Não seria diferente com a imagem de ser cab oco. caga-raiva e desconforme trazem uma cor nordestina. tentamos ajustar o máximo possível as fronteiras que definiam o que ficava dentro e fora do dicionário. A escola não deve se furtar a tal tarefa sob pena d e ser uma escola excludente. Os dois grupos que dominam o mercado farmacêutico em Mana us começaram uma propaganda maciça fazendo um chamamento à amazonidade. coisa de gente pobre. ³« é uma pena que muita gente fala esse português errado«´. ± Quanto custa? ³A como tá o tucunaré?´ ³R$ 10 a enfiada´. 2 Mentira. Londrina. Campinas: Editora Unicamp. Bourdieu. Conseguir deslocar imaginário faz parte do compromisso político do pesquisador que se diz educador. C. London: Edward Arnold. id. Jakobson. ³Compra um real de cigarro na venda do Zé. (ed. C. In: Langages. Vol 1. ³Comendo sem gosto« Parece até que está comendo a pulso´. Pecheux. m. Conhecer a historicidade desse dizer nos ajuda a compreender nossa própria identidade e nosso papel na teia social.). Semântica e discurso: uma crítica à afirmação do óbvio. L. com Labov (1972): ³a questão sociolingüística fundament al vem da necessidade de se compreender por que alguém diz algo´. Notas [1] Em seu trabalho. ± Como queira. F. Rio de Janeiro: Graal. [2] São elas: Norte. ³A poesia oral nas periferias do mundo: hip-hop e rap´. mas a relação do enunciador com a institucionalização de seu dizer . 2006. A. New York: Penguin.Esse deslocamento nas posturas teóricas e metodológicas é hoje o maior desafio de todos nós que trabalhamos na formação de professores. F. ABACATADA s. Campinas: Editora da Unicamp. adj. adv. Marcuschi. In: International encyclopedia of social sciences. São Paulo: Ática. Pêcheux. J. ± No varejo. Preconceito lingüístico: o que é. São Paulo: Cortez. J. ³Estou morrendo de fome. 15 ed. V.). cara. A. 1975. 1997. (org). São Paulo: Cortez. A RETALHO loc. 1988. A PULSO loc. Foucault. ideologia. A PRÓPRIA loc. Sul. 2001. 37. (Org. A LA VONTÉ exp. f. Campinas: Editora da Unicamp. a melhor. Terminamos onde começamos. In: O livro didático de português: múltiplos olhares. Rio de Janeiro: Atlântica. A A COMO? loc. M. Discurso da escrita e ensino. M. Neste trabalho nos referimos a discurso sempre dentro do campo teórico da Análise de Discurso oriunda dos trabalhos de Michel Pêcheux. não dos seus produtos. Fuchs. 1979. R. M. sociedade. ± A tal. Ele vende a retalho. ± Vitamina de abacate. S. uma prática social cuja regularidade só pode ser apreendida a partir da análise dos processos de sua produção. adv. _________ ³Oralidade e ensino de língua: uma questão pouco falada´. ³The speech community´. Souza. M. In: Pride. 2005. Derrida. In: Gadet. ± Forçado. [4] Utilizamos o termo ³caboco´ e não ³caboclo´ para diferenciar a identidade do falante urbano manauara da identidade do amazôni da. Microfísica do poder. Freire. que se produz socialmente através de sua materialidade específica (a língua). obrigado. Centro-Oeste. ABACABEIRO s. que entende discurso como seu objeto teórico (objeto histórico -ideológico). 1968. adv. o meio de produção um determinante na caracterização do discurso. n. 2004.com. M. Linguagem e escola: uma perspectiva social. A. 1999. Ele disse que pescou na linha cento e vinte jaraqui numa manhã´. a la vonté! E já vai tarde!´ A PERIGO loc.. & Holmes. pois sociedade e linguagem se constituem mutuamente. S. que eu tô a perigo´. ³The study of language in its social context´. Introdução à lingüística: domínios e fronteiras. In: Fernandes. Hak. Está pegando até velha desdentada´. ³O Amaro está a perigo. Bagno. São Paulo: Loyola. Leste. 2001a. Solange Gallo afirma que o Discurso da Oralidade pode ser tanto falado quanto escrito.. Labov.Sociolinguistics variations in speech communities. São Paulo: Cultrix. 1972. ³Paga o lanche pra mim. que faz da subsistência seu meio de vida no interior do Estado. F. Esse dicionário é uma pequena contribuição para o fascinante mundo da linguagem. ³What is a speech community´. S oares. Oralidade e literatura. ± 1 Sem dinheiro. não sendo. T. W. J. É na conjunção da teoria e da prática que a mudança política se possibilita. F. ± 1 Palmeira que dá frutos oleosos e comestíveis para vinho ou mingau. Conhecendo análise de discurso: linguagem. Bentes. 1999. 1995. Fernandes. A economia das trocas simbólicas. Por uma análise automática do discurso: uma introdução à obra de Michel Pêcheux.. B. 1988. ABACABA s. Romaine. S. como se faz. F. 2 ed. . a boa. Centro-Sul. o que é bom para fumante liso como eu´. Oeste. J. R. São Paulo: Perspectiva. A. Da fala para a escrita: atividades de retextualização. Rio Babel: a história das línguas na Amazônia. ³Se quiser ir embora. 1990. 2001. T. ± Mentiroso. Pega o leite e o abacate que eu vou fazer uma abacatada para mim´. ´Mises au point et perspectives à p ropos de l¶analyse automatique du discours´. Bentes. In: Mussalim. A.. ³A Ana Paula comprou um perfume francês e chegou aqui se sentindo a própria´. In: Romaine. A farmácia de Platão. ³O Paulinho tava lá contando a maior abacaba. 13 ed. S. ³O Dudu é um tremendo abacabeiro! Disse que o pai dele é dono da Microsoft´. Artigo traduzido e publicado: ³A propósito da análise do discurso: atualização e perspectivas´. portanto. New York: McMillan. São Paulo: Editora Iluminuras.br ou participe na comunidade dedicada ao Amazonês no site de relacionamento Orkut. Rio de Janeiro: Lucerna. Gallo. na marra. Manaus: Valer. 2 Muito tempo sem manter relações sexuais. Gumperz. Lingüística e comunicação. 1982. P. adv. J. C (orgs) . Referências Bibliográficas Alkimim. A. f. 1997. Para contribuir com futuras edições mande um e mail para sergio_freire@uol. [3] O termo discurso é um termo portmanteau que agrega vários entendimentos conceituais. ³Sociolingüística´. Sociolinguistics. L. 2. m ± Ato de namorar despudoradamente com carícias corporais. ABRICÓ s. ± Expressão manifestando a opinião de que a pessoa mereceu o que teve. estúpido. ± Sentar.ABAFAR v. ³Ajunta teus brinquedos e bora embora. ± Diferentemente do uso no Sudeste. ³Se é pra alegar. Estão morando juntos´. m. ± Recolher-se sem chance de defesa. não. ± Besteira. baixo. ACHAR GRAÇA loc. pessoa que não entende de nada. não quis comer«´ ALUMIAR v. lembra mesmo os abricós do Oriente. menino´. comp. porém predominando de setembro a janeiro. Raoni´. AFOBADO adj. ³Te juro pela luz que me alumia que não sei de nada´. cheio. ± Apanhar o que está no chão. Sua freqüência no Baixo Amazonas chega a tal ordem que produz populações homogêneas. sabor ácido -adocicado. ACHO É BOM! exp. A maturação de seus frutos verifica -se durante a maior parte do ano. AÇAÍ s. m. avoado. ³Quando chega homem aqui. Ver Comer abiu. Na hora do acontecido eu tava dormindo´. ACONTECIDO s. ALTEAR v. ± Palmeira altamente ornamental. ³Ela estava aqui agorinha. ACUNHAR v. com adição de água. ³O namorado da Alice botou chifre nela. m. homem!´ ABARROTADO adj. não. ³Presta atenção. essas meninas ficam num acesume só´. ± Referente a quem anda ou está nas nuvens. ± Nervoso. ± Pessoa solteira que vive maritalmente com outra. ³Comi tanta macaxeira que fiquei afrontada´. Vai fazer besteira´. ALEGAR v. coisa sem importância. f. m. ± Nojo. mas sumiu´. ± Encobrir namoro de um casal. ± Chateado. ³Espere um pouco que ela já vem. ABUSO s. doutor delegado. em forma de tronco de cone invertido. atiramento. ALCOVITAR v. ABESTALHADO adj. m. menina. médio. ABISCOITAR v. ± Vinho ralo. ALOPRADO adj. Um dia eu me dou bem´. O chefe está me acochando!´ ACOITAR v. ACESUME s. -AÇU el. ± Pelo menos. ± Apalermado. ± Apressado. empanturrado. ³Ele só chega cheio do aço toda noite´. ± Encobrir namoro de um casal. ± 1 Agarrar alguém com intenções sexuais. ³O advogado pilantra abafou a herança do cliente´. Só está amancebada´. AGUAPÉ s. id. afanar. ± Ver Abafar. ³Sei não. ABOBRINHA s. AGORINHA adv. ABIROBADO adj. feita a partir do arroz. Agorinha quer dizer hápouquíssimo tempo atrás. AFRONTADO adj. AGONIADO adj. com maior intensidade nos meses de julho -dezembro. Só de olhar pra ela fico irritado´. ± Sufixo de composição significando Grande. m. Acho é bom! Ela também traiu o ex-marido!´ AÇO s. AJUNTAR-SE v. ACOCHAR v. ± Fruta de origem oriental do tamanho de uma manga grande. AFOLOSADO adj. ± Frouxo. ± Vaso de barro ou de metal. largo. inquieto. ³Ele contou a piada e todo mundo achou graça´. . ALOCÉ adj. ³O Sandro só tem agá. ± Apropriar-se de bens alheios. Ele é muito abestado pro meu gosto´. ALUÁ s. Vê se te informas antes de dizer as coisas´. Floresce quase o ano inteiro. ³Eu não desisto da Rosinha. f. não. viver junto. ³A ex-mulher do Mário se ajuntou com o Walter Papagaio. ³O Júlio está agoniado com tanta dívida´. AJUNTAR v. de múltiplos troncos de até 25 m de altura. imbecil. inclusive armazenagem e na fabricação do tucupi. AMANCEBADO s. ABESTADO adj. é melhor pegar de volta o dinheiro que tu me emprestaste!´ ALGUIDAR s. ³O parafuso não segura porque ele está cuspido e a porca está afolosada´. e com diversos usos domésticos. impaciente. ³Quando chegaram todos para tirar a coisa a limpo. ± Mulher fogosa. referindo-se ao passado e não ao futuro. ³Peguei um abuso da Creuza. ³Não gosto dele. emburrado. empanzinado. falso propósito. Continuo adubando. ALPERCATA s. ³Pára de falar abobrinha. rapaz! Diz que faz e nada!´ AGARRO s. ³Me empresta tua alpercata pra eu ir lá fora. ± Sandália. m. polpa gelatinosa. sorrir. ³Tem que trocar o saco de lixo que esse aqui já tá abarrotado´. Ele é muito abirobado. Rita! Tá toda alocé hoje´. ± Amasiar-se. ± Satisfeito. ± Fato. redondo. ± Enxerimento. ALMENO loc. Fruto arredondado de casca amarela. ± Dar algo a alguém e depois ficar passando na cara. não. ³Altea aí a TV que não está dando pra ouvir nada´. translúcida ou ligeiramente brancacenta. ± Rir. ± Cheio demais. de onde veio no século XVIII.³Quando passei estavam os dois no maior agarro no muro da igreja´. ACREANA s. grande e aloprado´. ABIO/ABIU s. ³Tu tens cinco goiabas aí. ± Iluminar. ³Não confio no Guilherme pra levar os pratos lá. ³Esse menino está aluado hoje. v. m. AGÁ s. ³No lago do Janauacá tem muito jacaré-açu´. m. Sua regeneração é extraordinariamente grande mesmo sendo abatida vorazmente pela indústria de palmito. ALUADO adj. ³O Lanche Filho da Fruta vende sanduíche pequeno. Seus frutos nascem em cachos em número de três a oito por planta. ± Envolver-se amorosamente. m. ³O afobado come cru´.Após comê-lo. m. ³Cadê o trabalho? Não dá mais para enrolar. ele ficou acuado na sala´. Encontrado em grande número em estado silvestre na Amazônia. ACUAR v. ADUBAR v. m. com sabor adocicado e de grande delicadeza. ± Bajular com alguma intenção. ³O Dangliney está acochando a mulher do Walter´. Altamente energético. os lábios ficam grudentos. ± Aumentar. 2 Cobrar. ± Abestalhado. ± Bebida fermentada. idiota. Abanque-se aí no sofá. adv. ³Ela não casou. ± Arranque. ABANCAR-SE v. Me dá almeno uma´. levemente curva e apresentando raízes visíveis na base. Não falou com ninguém. do milho ou do abacaxi. ± Bebida alcoólica. ± Ver Abestado. caule liso. m. ± Exagerado. após cortar. ± Pronúncia herdada dos nordestinos de A gente. ASA DURA s. espírito do mal. ARRANQUE s. ARISCO adj. brigar. ³Eles não casaram. sem saber o que fazer diante de uma situação difícil. ± O mesmo que se amancebar. ARREMEDAR v. APERREADO adj. ATÉ O TUCUPI exp. 2 Coletar o papagaio no ar. ele só anda amuado´. APERREAR v. ³Não perco o festival por nada. ³Cuidado que o Salgadinho se acha o maior arranca-toco da paróquia´. ³Deixa de ser apresentado. ± Muito danado. ³Deixa como tá. ³Não vou nem levar a rede. m. ANHANGÁ s. ASSEAR v. ± Sujeito baixo. tô até o toco de trabalho´. Variações: Até o talo. ATAR v. ³Acho o Manoel um camarada muito enjoado. ³Pedir dinheiro emprestado do Jaime? Coitado« aquele liso é pior do que eu. muito nervoso. Quem quiser entrar em casa vai ter que arrudear´. ARUÁ adj. Nem adianta´. Usada na região de Parintins. f. apesar de morrer de medo´. ANDIROBA s. ± Apressado. levado. ARROMBADO adj. incredulidade. ± Lavar a louça com palha-de-aço. ³Ei. APLUMAR v. ± Apossar-se de algo sem permissão. ³Vamos apofiar uma corrida até a igreja?´ APORRINHAR v. ± Diabo. id. ³Ele soltou papagaio ontem. ± Gogó. metido a besta. ³A pimenta murupi é a mais ardorosa de todas´. ± Avião. Quando não há. ANDAR NA PINDAÍBA loc. m. usa-se areia. Não vem com arrumação que tu vais acabar estragando tudo´. ³Rapaz. Quem te deu o direito de me abraçar?´ APROCHEGAR v. ± Cantador de toada no Boi-Bumbá. ³O pior é que se apoderou da minha camisa e diz que não devolve mais!´ APOFIAR v. forte e maceta. Vou atar a minha rede e tirar um ronco´. Zefa. ³Não assanha o menino senão ele vai querer brincar contigo a tarde toda´. ³Eu acho que essa menina arrasta uma asa pra ti. ³Vou me assear pra dormir´. ARMADOR s. ± Apostar. m. ± Andar liso. ARDOROSO adj. ± Encher o saco. ± Muito bom.³Arrente vai lá com ela´. ± Ingênuo. aperrear. blefe. ³Estou com sono que só. ± Invenção desnecessária. Cortou e aparou mais de dez´. Vou até de asa dura se precisar. ³Eu tô muito afim da Luciana. ³Desde que a namorada deixou ele. Com sua polpa amarelada é possível preparar sucos e doces deliciosos. mover-se para o lado para abrir espaço. ARRIAR v. ARRUMAÇÃO s. . destruir. ± Deslocar-se. ARENGAR v. ANGU s. mal-humorado. ³D. adj. maninha! Esse estofado não é só teu!´ ARREGAÇAR v. f. ± Confusão. Bia. ARRASTAR ASA loc. despentear o cabelo. ± Pessoal difícil de envolver nos planos. ³Pegaram o ladrão lá e o povo arregaçou o infeliz´. carma pesado). de aparência frágil. ± Pendurar a rede de dormir no armador. ARIGÓ s. ± 1 Cortar. arrudia´. ± 1 Bagunçar. f. ± Valentão. ANEL DE COURO s. Lá não tem armador. posso entrar pela frente?´ ³Não. AMUADO adj. já aos dois anos.AMARELO EMPOMBADO loc. ARRENTE pron. ATARRANCADO adj. ARREDAR v. ± Paquerar. ± Emburrado. ± O cheiro adocicado característico do araçá -boi agrada logo de primeira. ³Arria as caixas aí mesmo´. ± Limpar. ARMAR v. AMIGAR v. ³Esse menino é atentado!´ ATENTAR v. ± O ânus. ± Imitar jocosamente. Já faz um tempo que eu tento. APARAR v. ± Ver Aporrinhar. nós. Até o tchoco. ± Árvore cuja madeira é resistente e da qual se extrai o óleo (cruz-de-andiroba. ³Apluma a cama que eu vou o bebê pra dormir´. ³Eu saí de lá porque tá o maior angu: todo mundo querendo brigar´. ARRANCA-TOCO adj. ASSANHAR v. As sementes apresentam dormência natural. Só anda na pindaíba´. m. ± Até o máximo possível. ± Comércio de comidas típica s e atividades sócio-culturais para promover um evento ou uma causa. Só se amigaram´. duro. ³A Priscila vem dormir aqui?! Até parece« Ela nunca dorme fora de casa. ³Rapá. f. ± Indivíduo fraco. ³Ninguém entra pela sala. demora ndo várias semanas para germinar. ± Descansar uma carga pesada sobre o solo. ± Dar a volta. APODERAR-SE v. ± Implicar. ³Arreda pra lá. ± Indica dúvida. ± Arrumar. ± Ficar atento à conversa alheia. v. ³Pára de assanhar mais meu cabelo. v. ± Aproximar-se. ± Detonar. ³O Zé só tem arranque. Não. ± Cearense. daí o verbo. tô aperreado com aquele negócio da dívida´. em forma de pirâmide. ³Pára de me aporrinhar e vai dormir!´ APRESENTADO adj. ARAPUCA s. sem dinheiro. m. ± Paquerar. ARIAR v. O araçá-boi é da mesma família da goiaba e frutifica precocemente. ³Hoje tem o arraia de São Judas Tadeu´. m. ± Enxerido. ³Vou aparar meu cabelo hoje´. Até o toco. ± Ardido. Ele já tá todo assanhado!´ 2 Mexer com o que está quieto. ³Hoje eu tô a fim de armar« vou pras barcas!´ ARRAIAL s. ARAÇÁ-BOI s. id. ± Perturbar. ± Gancho para pendurar a rede de dormir. inquieto. ATÉ PARECE« exp. ³Esse som do teu carro é arrombado! Foi caro?´ ARRUDEAR v. m. menino! Pára de atentar o cachorro!´ . Disse que ia me ajudar e na hora vazou da área´. ³Só mesmo uma aruá como a Zefa para emprestar dinheiro para o Zé Calote´. Fica arengando por qualquer coisinha´. dar em cima de. gostosão´. m. ASSUNTAR v. ± Armadilha para caçar feita de madeira. mas ela é muito arisca´. m. AMO-DO-BOI s.´ ATENTADO adj. tomar banho. m. matei muito passarinho com baladeira´. Daqui a pouco está igual a um baiacu´. ± Em busca de. Vai levar um babau por isso!´ Ver Sabacu 2 Prejuízo total. passa a bola sobre o corpo do adversário e pega do outro lado. ah. BALDEAR v. BAIXAR O SARRAFO loc. ³O Sandro pode até nem ser. BARCA s. B BABÃO s. ± Açoitar violentamente. É dinheiro perdido!´ BABITA s. tem!´ BAQUEADO adj. ± O povo. m. com um leve toque. ± Urinol. baderna. que falta com o compromisso assumido. desconcentrado. ³Sumiu dinheiro da bolsa da mamãe e ela tá bala da vida´. f. m. f. ± Pequena onda que se forma nos rios amazônicos por causa do movimento dos barcos semelhante à onda do mar . Dificilmente encontrável in natura fora da região. ± Resto de comida. ³Cheguei tarde. ATULEIMADO adj. m. ± Embarcação de aço que serve para fazer a travessia de um lado a outro do rio. ³Quando eu viajo para Minas. todo mundo. grana.³Corre. recheio de cupuaçu ou castanha. m. f. perda irrecuperável de alguma coisa. ³Deixe de me encher o saco. na cabeça do indivíduo. m. f. Vá pra baixa da égua!´ 2 Lugar distante. m. ³Mexeram com a irmã dele. ± Dividir ao meio. ³Ele tava com tanta raiva que ele bandou o cd que ela tinha dado pra ele´. eu levo bala de cupuaçu pra Zuleica´. BAIÃO-DE-DOIS s. ± Puxa-saco. BAFAFÁ s. ele foi lá e baixou o sarrafo em deus e o mundo´. f. ³O barco tinha que virar: atocharam mais gente do que cabia´. ³Passei a noite toda azarando a Nelma. ± Banho rápido. Só tem babugem na panela´. fora do normal. m. muito chateado. mas encontrável em polpa em conserva para sucos e doçaria. ± Disperso. ³Domingo nós vamos pro banho do Raimundão na rodovia Manaus-Itacoatiara´. 2 Banho com o auxílio de uma cuia feita de cabaça-do-mato (árvore que produz cabaças). ³Ontem eu fui pra bagaceira e cheguei de madrugada´. m. BAGACEIRA s. em que só se lava as partes íntimas. ± Confusão. paquerar. contendo. ± 1 Fruta de polpa branco-amarelada e perfumada que oferece um dos sabo res mais sutis e originais da Amazônia. m. AVALI(E) v. ³Vai a barca pro show do Reginaldo Rossi hoje´. ± Fazer entrar à força. ATOLADO adj. BANHO TECHO s. Três horas de ônibus e mais uma de pernada´. ± Doente. avali(e) menina bonita´. ± 1 Lavar algo usando um balde para transportar a água. ³Hélio. ³Quando eu era pequeno. prep. BALA s. ± Bombom. ± 1 Estilingue feito com forquilhas de goiabeira e tiras de borracha de câmara de ar. ³Fez besteira. AVIAR v. ³Avia! Senão tu vais te atrasar!´ AVOADO adj. ao mesmo tempo. f. Acabou a comida. m. ± 1 Punição que um grupo confere a alguém por um malfeito. ± Balneário. ³Se mimar muito o curumim. ± Variação de Braguilha. ± Metido num atoleiro. f. ³Se o Getúlio namora até mulher feia. ³Ele tentou dar banho no gato. BACABEIRO s. ± Comida feita de arroz e feijão-de-praia que complementa o peixe frito. ± Abestado. é? Aí é babau. m. Mas não rolou. vai baldear o pátio antes que teu pai chegue e te dê uma pisa´ 2 Vomitar. ³Tava a Maria e Marta no maior bate-boca em frente à casa do seu Gumercindo´. que o rapaz tá baldeando toda a recepção´. Guloseima de confeitaria. BACULEJO s. 2 Rede de dormir. ± Dinheiro. ³Esse menino anda tão avoado. ± Noitada. ± Batida policial com revista geral. ± Apressar. ± Ver Abacaba. não. f. BAIXA-DA-ÉGUA s. ± 1 Lugar para onde se mandam pessoas que estão nos chateando. BALA (DA VIDA) adj. ³Já vou que ainda tenho que pegar a balsa das sete´. mano. m. . zíper. situação em que o jogador. BAITOLA adj. em dificuldades. ³Tive muito medo na travessia para Benjamin Con stant. ³Esse Mota é o maior babão que eu conheço!´ BABA-OVO s. doutor. f. ± Canoa. f. ± Ficar. ³Hoje não fui trabalhar porque estou meio baqueado´. ± Furão. ± Arranhar com as unhas. BAR DO BOI s. ³E aí? Pegou a babita lá?´ BABUGEM s. m. ± 1 Gíria futebolística: lençol.ATOCHAR v. AZARAR v. ³Vamos atrás de cerveja que a nossa acabou´. BALADEIRA s. encher demais. ± Ver Babão. mas que ele tem o baque. BABAU s. m. m. ± Homossexual. AZUNHAR v. ³A Wanderléa pegou o marido dela com outra no maior agarro e foi o maior bafafá na rua´. ± Pássaro noturno. em geral de chocolate. namorar. BANHO s. ³Estou atolado de trabalho pra fazer´. ³A PM adora dá um baculejo na galera da Zona Leste´. ± Pessoa gorda. ³Numa bajara dessa cabe até cinco pessoas´. BAIACU adj. Ela é muito arisca´. BACURAU s. BATE-BOCA s. às vezes. f. ± Fulo. BANZEIRO s. f. mano. Acho que tá apaixonado´. BANDAR v. ³Pagou serviço adiantado prum marceneiro? Tu é leso. BARGUILHA s. BAJARA s. ± Jeito. surrar. BACURI s. se abestalhou e o gato fez foi é azunhar ele todo´. ³Pára de comer. BAQUE s. ³Ela mora lá na baixa-da-égua. BALSA s. o banzeiro quase virou a voadeira´. BARRA-BANDEIRA s. ± Festa organizada pelos bumbas em Manaus para arrecadar dinheiro para o Festival de Parintins. BACABA s. BATE-FOFO s. ± Discussão acalorada. v. à procura de. rolo. ATRÁS DE loc. ± Brincadeira infantil em que dois grupos disputam uma bandeira ou outro objeto. BANHO-DE-CUIA s. ± Quanto mais. m. ± Ver Abacabeiro. 2 Porquinho pequeno 3 Menino. m. Todos batem com as mãos. BACIO s. ele vai acabar ficando atuleimado´. BOI s. 3Chateado. m. BIRRENTO adj. f. dá para atar a rede´. ± Catraca de ônibus. perto de. ³Ai. f. f. ± Usado para referir-se ao fato de um papagaio (pipa) enroscar -se em outro. disciplinado. ³A onça é um bicho traiçoeiro´. m. Esperei.BATELÃO s. em tupi. depois da bola. não é?´ BEM-MANDADO adj. m. que acontece no fim de junho. vê essa tua bicheira que não sara´. ³Se não passar a febre desse curumim. ± Penetra. f.. m. do qual emana fosfato de hidrogênio pela decomposição de sub stâncias animais. ± Diz-se da pessoa com um corpo bonito. ³A gente não tem mais nada a fazer aqui. BILORA s. ± Implicante gratuito. f. ± Bobo. ± Bairro pobre. BORDUNA s. ³Demorou porque eu não tenho computador e tive que bater à máquina´. ³Leva ele pra casa que ele bebeu todas e tá muito bodado´. ³Vai no Hospital Tropical. ³Tira aquele berimbelo dali que dá´. ± Festa realizada em Parintins em que se enfrentam dois bois. periferia. BEIRADEIRO s. Já tá é batendo biela´. m. m. m. BATER FOFO loc. ± Usado no sentido de ³Tu não tens vergonha do que tu fizeste. ± Lugar esquisito. ± Peixe cascudo. Entidade escura. ± Mito amazônico cujo nome significa ³coisa de fogo´. ± Amuado. ± Pequena guloseima de consistência firme. f. ³Bora dar uma volta?´ BORA VER« loc. ³Na festa de casamento do Amarildo no Cassam eu entrei de bicão´. esperei. ± Ajudar alguém a conquistar uma pessoa. BICHEIRA s. ± Datilografar. cansado. ³Ô menino birrento esse Douglas! Não faz as coisas só para implicar´. ± Faltar a um encontro. ³Não vai sair e não adianta ficar bicuda aí. ± Vamos embora. bom para caldeirada. BIQUEIRA s. adj. O Boitatá é um gênio protetor dos campos: mata quem os destrói. nos meses que antecedem o Festival. BOLE-BOLE s. filho do Basílio. ³Ele é pequeno. submisso. m. ³Rapaz. ela tá na biqueira de ser demitida´. ³O Zeca é bem-mandado pela mulher dele´. ± Seja o que Deus quiser. Aparece sob a forma de enorme serpente de fogo. BOMBOM s. ± Barco de madeira para transporte de passageiros e cargas. ± Sujeito a bicheiras . m. menino?´ BENZEDURA s. BATER À MÁQUINA loc. de cinema etc. ± 1 Animal em geral. que faz virar as embarcações e engole pessoas. descumprir algum acordo. ou de ingredientes com sabores diversos. m. mal-estar. ± Exaurido. ± 1 Com muito sono. BATER CAIXINHA loc. m. ³Nem vai falar com ele porque ele tá bodado desde ontem´. o Garant ido (Vermelho) e o Caprichoso (Azul). ³Esse ventilador já deu o que tinha que dar. m. BORIMBORA interj. BODÓ s. v. Em Manaus. v. ± Serviço tempor ário informal. ± Baixinho. Fiquei com medo de entrar lá naquela biboca´. ± Coisas penduradas. BOLADA s. é um camarada muito bicheirento. f. tá dando uma bilora em mim«´ BILOTO s. pega a rua do posto´. f. ± Cassetete. verruga. Nunca vi igual«´. BOBÓ s. m. ³ Marquei um encontro com a menina e ela bateu fofo. ± Modo de curar ³quebranto´ ou ³mau-olhados´ através de orações. ± Rotatória. em forma de uma sucuri. ± Bolo feito de mandioca ralada. BERIMBELO s. v. ³Procura por ele lá. ³Essa música é o bicho!´ BICO s. ± Beiradão. ± Carne do pulmão de boi. ± Brinquedo com uma pedra amarrada na extremidade de uma linha. m. f. Dá para passar por baixo da borboleta do ônibus´. de difícil acesso. feita com calda de açúcar aromatizada e acrescida de corantes. ³O Júlio. a gente fez o possível. ³Já pediu a bença da tua vó Helena hoje. BATENDO BIELA loc. zangado. com o qual se disputa com o adversário para ver quem consegue romper a linha do outro. ± Próximo. ³Vai direto e. Gilson. ³Eu voltei do meio do caminho. ± Homossexual masculino. BOIOLA s. ³O André tem um biloto na orelha. eu vou levar na dona Cora pra uma benzedura´. m. Tô bodado!´2 Bêbado. ³Aceita o troco de bombom. ± Biscoito chato. ± Benção. BICHEIRENTO adj. Bora ver«´ BORBOLETA s. m. m. não?´ ³Não mexe aí! Quebrou! Bonito pra tua cara!´ BORA exp. leve e fino feito com a massa da mandioca. BOCÓ s. esperei e nada´. BICHO s. 2 Adj. id. pelo fogo ou pelo medo. BOLO PODRE s. moço?´ BONITO PRA TUA CARA! exp. ± Habitante das margens do rio. ± Ferida causada pelo parasitismo de insetos. f. m. BERADEIRO s. Muito bom. gente do interior. ± Mito amazônico da Cobra Grande. ³Será que tu podes bater uma caixinha pra tua irmã? Estou afinzão dela´. BILHA s. BATORÉ adj. ± 1 Botão. ³Se tirar os biributes dali. ³Deixa de ser bocó e presta mais atenção no que tu tá fazendo!´ BODADO s. O Mauro é um batoré moreno de perna curta´. ou santelmo. Parece o Conde Drácula´. BIRIBUTES s. BEIJU s. BOITATÁ s. BIBOCA s. ± Obediente. v. há os ensaios conhecidos como currais do boi. v. ³A dona Maria faz um bobó delicioso´. ³Lá no bodozal onde ela mora não tem nem água e nem esgoto´. m. ³A Dira é uma caboca bem-feitinha a danada. ± Objeto de barro feito para guardar água. ± Desmaio. vou dormir. BICÃO s. ³De tanta besteira que fez. Eu sou tua mãe e já decidi que vai ser assim´. ± Objeto que não tem nome e que balança. BOIÚNA s. BICUDO adj. BOLA s. na realidade o fogo -fátuo. f. abestado. m. BATER PERNA loc. BODOZAL s. m. m. ± Andar muito. BENÇA s. Borimbora!´ . 2 Saliência carnosa. adj. id ± Vamos. ³Cara. ³Minha sogra adora bater perna no centro´. BEM-FEITA loc. CABROCHA s. m. bebida altamente energ ética. pode ser utilizada para a confecção do ³vinho de buriti´. importuno. C CABA s. ± Ver Ficar de bubuia. ³Alguém soltou uma bufa! Tá podre aqui!´ BUFUNFA s. BREGUEÇO s. ± Pessoa com fome. ± Maçante. ± Valente. ± Desconfiado. m. Marta. ³Mano. dar mancada. CACHOLA s. ± Teimoso. ± Recipiente usado para armazenar ou transportar água. ± Sortudo. em que a água mina de uma fonte próxima. né?´ CAGADO adj. CACOETE s. ³Aí nós fomos pra festa ver se a gente arrumava umas cabocas pra passar a noite´. BROCA s. eu costumava brechar as empregadas lá de casa tomando banho´. Provável corruptela de víbora. dissolvido em vinagre. Com a polpa preparase também sorvetes e doces. ³Brincando com álcool e fogo de novo. ± Cetáceo dos rios amazônicos. ± O hímen. ± Pessoa. CABAÇO s. BRECHEIRO s. ± Mulher de raça cruzada e cabelos lisos. . ± Botijão de gás. tô brocado! Vamos comer um x-caboquinho?´ BRONHA s. ± Grávida. ³Não joga bola aí porque tem uma casa de caba bem nessa árvore´. ± Fazer algo mal feito. m. ± Pum sem ruído. ± Fome. CADUCAR v. estragar tudo. ± Chance. ³É melhor a gente parar porque teu marido já está cabreiro´. ± Virgem. f. ± Peteleco dado com o dedo na orelha de alguém. BURITI s. ± Acariciar criança nova com carinho. Uma planta adulta chega a pro duzir mais de 600 frutos em cada cacho. ± Espécie de vespa cuja ferroada produz dor e febre. estourado. ³A professora explicou pra caramba. CABIDELA s. Aí o Junior gritou e cagou o pau!´ CAGA-RAIVA adj. f. ³Pára de falar alto. sujeito. Voyeur. mas confesso que não entendi bulufas´. ³Aí o caboco chegou lá e falou um monte de coisa´. ³Quebrou o vaso« agora tem que brear antes da mamãe chegar´. ³Quando eu era pequeno. m. de coloração amarela. CABOCÃO s. ³Cara. ± O buritizeiro é uma das mais vistosas e bonitas palmeiras da flora amazônica. ± Masturbação masculina. ± Dinheiro. ³E tu ainda guardas esse bregueço?! Joga fora isso. grana. CACIMBA s. cara. m. mamíferos e répteis. f. menino! O que que tu tens dentro dessa tua cachola. m. f. ± Mania. ³Será que tem brecha de eu entrar na festa?´ BRECHAR v. f. ± Coisa nenhuma. ± Armadilha de pesca. ± Puxar de uma perna. ³Pega a outra botija pra mim que essa aqui acabou´. ³Vamos almoçar que a broca está comendo o próprio estômago´. ± Olhar pela brecha. f. CACARECO s. ³Vai lá. CABEÇA-DURA adj. CABAÇA s. muito forte. f. f. f. BUBUIA s. ± Mulher. m. CACETE (ê) adj. m.BOTAR BANCA Exp. m. ³Esse moleque só vive trancado no banheiro batendo bronha´. que ninguém consegue fazer mudar de opinião. CABREIRO adj. ³É melhor pegar aquela mesa buliada. ± Cozido de galinha feito com o sangue da ave. mano?´ BUCHUDA adj. ± Poço de pouca profundidade. ± Arredondado. CABAÇUDA adj. Liniker! Todo cabocão o cara. ± Troço velho. id. m. ± Neurastênico. ± 1 Víscera de peixe. ³Cadê o pai dela? Tá bem lá caducando com a menina. ± ³Onde está?´ Existe a variação Quede? CADILHO s. CABIMENTO s. Expressão usada quando não se conhece o sujeito de uma ação: ³Foi o boto«´. BREAR v. meu!´ CABOCO s. f. BULUFAS s. menino!´ BRIBA s. Os frutos são colocados de molho por 24 hors pra soltarem a película cor -de-vinho que os envolve e então a polpa. hein!´ CACHULETA s. ³Essa história de viajar sozinha com o namorado não tem cabimento´. ± Quem gosta de brechar. ³Cuidado que a correnteza aqui é braba´. Tadeu!´ CACURI s. m. Toni. BUCHO s. ± Pequena lagartixa caseira. aproveita que ele está distraído e dá uma cachuleta nele!´ Ver Plets. espionar. f. ³Que aluno mais cacete esse. A quadrada é perigosa pros meninos´. colocar alguma coisa a perder. m. CABOCA s. ³Tem de tirar o bucho pra comer o peixe´ 2 Mulher feia. m. ³A Fabi está buchuda de novo. BRINCANTE s. BOTO s. m. ± Sentido. m. ± Se fazer de importante. Conhecido por lendas que diz em ser o ³boto´ o responsável pela gravidez das garotas ribeirinhas. ³Não tem um centavo no bolso e não quer ajuda« vai botar banca assim lá na baixa-da-égua!´ BOTIJA s. f. Tira aqueles cacarecos e joga fora´. m. BROCADO adj. ± Colar. f. ³O cara é cagado! Ganhou duas vezes na loteria!´ CAGAR O PAU exp. ± Alguém que não se comporta direito. ± Tigela que recebe a seiva da seringueira. ³O pai da menina é o maior caga-raiva da paróquia´. ³Cacoete feio esse de falar piscando os dois olhos. ³Tava tudo dando certo. É o sexto«´ BUFA s. id. ± Folião do Boi-bumbá. ± Cabeça. CADÊ adv. f. BRECHA s. ³Estou de olho naquela cabrocha ali´. ± Objeto imprestável ou de uso duvidoso. m. ³Aqui está a farinha. Cadê a bufunfa?´ BULIADO adj. hein!´ CACHINGAR v. ³Vai limpar a dispensa. ³Essa aí tem cara de que já perdeu o cabaço´. BRABO adj. como é que pode?! Tu ficaste com aquele bucho. CAPAR O GATO loc. carro novo« eita que eu vou é cair na buraqueira!´ CAIR PRA TRÁS exp. ± Vedar com estopa alcatroada (as junturas. ± 1 Pequeno porco-do-mato. CANGAPÉ s. meu filho!´ CAMBOTA adj. ± Pessoa. m. dependendo do grau de maturação. know-how. CARA DE TACHO loc. ± Mulher feia. é utilizad a como antidesintérico. CANCELA s. ± Camisa de malha. ± Até parece! ³Ele disse que vai me levar com ele?! Capaz!´ CAPINA! LAVA! SACA! interj. O fruto é arredondado. m. ± Lugar distante. ± Mau-humor. m. Seu suco. ± Galo. ± Arbusto de pequeno porte. f. troncho. Polpa aquosa envolvendo a semente de coloração esverdeada. CANHÃO s. ± Cair na gandaia. cor variando do verde ao amarelo. CALDEIRADA s. ± Portão simples. m. CANARANA s. antiescorbútica (que serve para curar a doença escorbuto -carência de vitamina C. protuberância inflamada. VerTaberebá. O Azul. m. caule com casca lisa. ± Ficar perplexo e surpreso. e que se caracteriza pela tendência a hemorragias) e. CAPACHO s. f. CALAFETAR v. com uma das extremidades conformada em roldana de gorne para a passagem da correia ou corda que imprime a rotação. m. m. Acho que vou capar o gato´. id. m. a carambola é considerada uma fruta febrífuga (que serve para combater a febre). m. ± Profissional que veda ou fabrica embarcações de madeira. CAJÁ s. m. ± Boi-bumbá de Parintins. própria para refrescos. ± Fruta tropical. 2 Papagaio penso. ± Peixe intruso que se entranha nos orifícios humanos. m. zanga. CANOA s. legumes. f. ± Bando. é usado para tirar manchas de ferro. erigindo as espinhas nas suas guelras e de lá saindo só após muito esforço ou ação de bisturi. ³Pô! O cara é cheio de caqueado para trocar o pneu´. CANOEIRO s. O coitado ficou com cara de tacho´. aromáticas. ³Não quero mais te ver andando com essa cambada de vagabundo que não quer estudar. CAQUEADO s. ³Chegou com o presente dela do dia do namorado e ela tava beijando outro. CANGOTE s. buracos ou fendas de uma embarcação). ³Eu moro na Av. todo cangulão´. f. ³Essa festa não tá com nada. com a parte inferi or do caule freqüentemente submersa. ³Quebrei a lâmpada e meu pai me deu o maior carão´. rica em sais minerais (cálcio. temperos e condimentos. podendo atingir até três m de altura.CAIR NA BURAQUEIRA exp. ³O irmão dele é uma alto. ³Ganhamos de capote! Querem de novo?´ CAPRICHOSO s. s. confeitaria. de sabor acido -adocicado pronunciado. sendo ainda usada pela medic ina popular no tratamento de afecções renais. f. aromática. CARAMBOLA s. turbinado. CALUNDU s. ± Brinquedo feito com um pedaço de cabo de vassoura e um prego com a cabeça lixada no asfalto na ponta que se joga no barro como um dardo. CAITITU s. cujo poder adstringente pode prender o intestino. Aparece predominantemente ao longo das margens de rios e lagos. por possuir alto teor de tanino. muito suculenta. ³Ele veio pedir meu carro emprestado na maior cara -dura´. ± 1 Desengonçado. ± Caldo feito com farinha branca. m. ervas. CALDO DE CARIDADE s. João Queiroz canto com a Rua H´. ³Vou te contar uma que tu vais cair pra trás: o Zecão é baitola´. de coloração avermelhada quando jovem e roxo-escura quando maduro. geralmente com um pedaço de madeira que sobe e desce. aglomeradas em grupos de três a quatro . 2 Peça principal do aparelho de ralar mandioca: um cilindro de madeira ao longo do qual se adaptam serrilhas metálicas. ovos. id. m. ± Fruta de sabor agridoce. ± Um jeito especial de fazer alguma coisa. estimulador do apetite. ³Babita no bolso. hematoma. ³Para chegar lá temos que pegar três ônibus. v. CARAMINGUÁ s. ± Pessoal servil. ± Embriagado. sair. molecada!´ CAPITÃO s. m. m. f. ± Urubu. Frutifica de novembro a março. ± Capim de beira de rio ou lago. ± Pessoa que tem os pés para dentro ou as pernas arqueadas. Folhas avermelhadas quando jovens e verdes posteriormente. ± Dinheiro miúdo. ± Vencer num jogo com grande margem. Sua casca. Cheguei lá e gritei: Capina! Lava! Lava daqui! Saca. ± Bolinho de comida amassada comido com a mão. ± Parte posterior do pescoço. CAMIRANGA s. ir para a farra. pimenta -do-reino e sal para dar sustança ou tirar ressaca. Flores brancas. fósforo e ferro) e contendo vitaminas A . m. CAMU-CAMU s. m. ralho. CAPOTE s. CARA-DURA adv. ³Será que ela não melhora se der um caldo de caridade?´ CALIBRADO adj. ± Sai fora! ³Quando eu olhei. CAMARADA s. ³Aí o camarada disse que não sabia de nada´. ± Ir embora. ± Na cara-de-pau. caipirinhas. m. . ± Esporro. CAMBADA s. ³Tem uns caraminguás aí pra eu comprar o jornal?´ CARÃO s. ± Esquina. m. ³Hoje a Alice está de calundu´. cara. lisas e brilhantes. CALOMBO s. rodete. m. tinha um monte de moleque roubando goiaba. devido à grande quantidade de ácido oxálico. ± Desapontado. ± Quem faz ou quem comanda a canoa no rio. CAMISA DE MEIA s. C e do complexo B. além de possuir um delicioso sabor. CAIXA-PREGO s. ± Embarcação para transporte nos rios. ³Me dá um cheiro no cangote?´ CANGULA adj. CANTO s. ± Prato regional fei to com peixe. de tintas e ainda limpar metais. f. CANDIRU s. m. m. m. Ela mora lá na caixa-prego´. CAPAZ! interj. CALAFATE s. ± Com tudo. f. COM BORRA (E TUDO) exp. Drible da vaca. ± 1 Mesa escolar. m. Nem a besta-fera consegue comer isso´. ³Aqui tá cheio de carapanã!´ CARITÓ s. CATINGA s. CATAR v. m. peia. é? Parece que comeu coquinho´. id. CASQUETA s. ± Ficar calado quando a situação é inconveniente ou desagradável. cheio de presepada desnecessária.´ CHAGÃO s. ± Fugir. ³Não vou pagar aquela encomenda que ele me trouxe. CEMITÉRIO s. f. v. tá na casa do sem jeito´. CHIRRADO adj. m. meu!´ 2 De porre. ³Pegou fogo na casa da vizinha. ± Forte pancada na cabeça de alguém (quase sempre em crianças). ± Mistura de farinha. ³Ela quis furar a fila. ³Rapá. Tua venta tá cheia de cataraca´. 2Showzinho ridículo em público. ± Exibir-se. ± Jogo de queimada. CEROL s. ³Se o cascalheiro passar. ± Beiju. COCOROTE s. Expressão de exagero e alopro. ³Quando eu vi a freira estava beijando o padre. ³Tu é lesa. ± O olho do furúnculo. CASCUDO s. f. CARNEGÃO s. ± Sujeito afetado. ± Óleo diesel. Como não deixaram. ± Desconfiado. correr. CASCAVIAR v. cipoada. CATARACA s. ± Pó vermelho feito de urucum para dor cor à comida. metido a gostoso. ± Coisa muito boa. m. adv. COLORAU s. água e açúcar. v. f. ± 1 Tirar piolho. CATRAIA s. m. COCORUTO s. m. não. ± Meleca. CASCALHO s. ³Joguei futebol ontem e fiquei com a carne magoada´. m. ± Pequena embarcação usada para fazer travessia em riachos urbanos. ³Vai lá e traz duas carteiras de Carlton pra mim´.³A Luciana estava aprendendo a dirigir. m. m. ± Indecisão. que foi pouco cozido. Chega eu fiquei pasmo!´ CHEIO DE CAQUEADO exp. menino. f. ³Ele fez besteira e a mãe largou a cipoada nele´. ± Acúmulo de sujeira na pele por falta de banho. Tá no caritó´. Tá cheio de cauxi nesse igarapé´. bêbado ou sob o efeito de narcóticos. CHIBATA adj. ± Procurar a fundo. COMER COQUINHO loc. m. ± Cheiro forte. ³Vai tomar banho. ± Feder. ³Vou nadar aqui não. COMBUSTOL s. ³Eu falei o que tinha pra falar. COMER ABIO/ABIU loc. ³Deixa de cerca-lourenço e diz logo o que tu queres comigo´. ³Chegou quatro da manhã. CEROTO s. chama que eu quero cascalho´. ± 1 Com cecê. CATINGAR v. ³Meu filho levou uma pedrada no cocoruto que levou dois pontos´. ³Aline. COMO JÁ ENTÃO?! exp. Aí entrou com borra e tudo na garagem. ± Drible rápido e desconcertante no futebol.´. ± Pequeno papagaio (pipa). vai te sentar na tua carteira para gente começar a prova´ . ± O alto da cabeça. ³A tia Yá disse que a cobrinha lá no hospital tava dobrando o quarteirão´. m. m. CHOVE-NÃO-MOLHA s. ostentando arrogância. ± Bêbado. Foi entrar na garagem e pisou no acelerador ao invés de pisar no freio. CHISPAR v. ela deu um chilique dizendo que era juíza. m. f. filho. sem ir direto ao assunto. m. ± Ficar burro. Armstrong! Não passou desodorante hoje. ³ Tem 40 anos e não casou. CHEGA EU« exp. ³Come direito« depois fica dando chilique aí´. ³Nem vem cartar comigo. no sentido sexual. ³Se tu cascaviar tu achas a prova de que ele está te roubando´. CHEIRO-VERDE s. 2 Maço de cigarros. CISMADO adj. ³É melhor a gente parar de se ver porque minha mulher já tá cismada contigo´. CARREGAR v. m. id. ³Mãe. ³Se fizer isso vai levar uma coça de mim´. CARNE DE TETÉU ± 1 Qualquer alimento não macio. ³Vai ou não vai? Fica aí nesse chove-não-molha que irrita!´ CIPOADA s. Passou o dia jogando bola e tá com dois cordões de ceroto no pescoço. CHECHO s. ± Vidro moído aplicado com cola nas linhas dos papagaios com o intuito de cortar o papagaio advers ário. fama. ± Proveito. f. ± Expressão de espanto. ± Calote. f. arrebentando o carro todo´. f. m. ³Eu nem ligo pro que ela diz. chapadaço´. ³Vai lavar essa cara imunda. m. m. Acha que eu vou dar esse cartaz para ela?´ CARTEIRA s. ³Teu caso. 2 Pessoa difícil. ± Ver Cascudo. ± Chibatada com cipó. comeu abiu e não disse nada´. m. seu nojento. ± Pisa. ³Vamos jogar cemitério?´ CERCA-LOURENÇO s. id. m. ± Conversa mole. CARNE MAGOADA s. CASQUINHA s. m. id. c om o dedo médio dobrado. ³Vou lá pra festa par ver se pelo menos tiro uma casquinha de alguém´. ± Músculo dolorido. ³Daqui a gente sente a catinga do igarapé poluído´. CAUXI s. ³A diretora da escola onde eu estudo é a maior carne de tetéu´. ± Maço de coentro e cebolinha. ± 1 Desmaio. ³Pô. posso fazer chibé pra merendar?´ CHILIQUE s. ± Pernilongo. o filme é chibata! Vou ver de novo!´ CHIBÉ s. COBRINHA s. Vou ver se eu passo o checho nele´. CASA DO SEM JEITO loc. m. ± Roubar. ± Que eu até. ³Colhe rápido antes que a chuva chegue´. ± Recolher a linha quando se está empinando papagaio.³Essa galinha tá mais dura do que carne de tetéu. 2 Movimentar o papagaio para cima e para bai xo até que ele suba até a altura que se deseja. ± Cheio de invenção. que comigo tu danças´. m. CATOMBO s. COLHER (ô) v. ± Caso perdido. Grandes coisa!´ CHINFRA s. Como ele sabia que tava errado. ± Renome. não. ± Planta esponjosa que causa coceira. ³O cara chegou aqui cheio de caqueado dizendo que fazia e acontecia e não fez foi nada´. ³O ladrão entrou aqui e carregou tudo«´ CARTAR v. ³Fui ao médico sarjar o carnegão ontem´. ± Lugar onde ficam as solteironas. não? Tá chapado. COÇA s. CARTAZ s. ³Como já então?! Assim de repente?!´ . ³Viu o chagão que ele levou?! Caiu sentado!´ CHAPADO adj.CARAPANà s . notoriedade. travosa. ± Fila. ± Ver Calombo. Foi um acidente´. em lugar das sementes de cacau. ± Ver Cascudo. que passou a ser cultivada em quase todo o Brasil. mulher?´ CURIBOCA s. ³O braço dele é cotó. id. ± Dim-dim. ³Se não sossegar. exceto nos estados do sul. xeretar. COTÔCO ± s. f.CONTRÁRIO s. por ser dura e embolada. f. CURITE s. ± Faltando um pedaço. o Curupira é descrito como tendo a estatura de um menino. ± Expressão que indica alguma coisa que não se resolve. curumim. nativa da Amazônia. f. CORTAR E APARAR exp. por seu alto teor de gordura. ± Ferida. CURICA s. suas pegadas enganam os caçadores e seringueiros. ± Pessoa que se faz de muito difícil. ± Gesto de xingamento que envolve fechar a mão e esticar o dedo médio. Parte do imaginário do Boi-bumbá de Parintins. ³A polícia descobriu uma cruzeta do governador com a empreiteira´. f. COTÓ adj. cortei e aparei a curica dela´. ± Surrado. menino. D . adaptando um costume indígena. ± Espanar a rosca. os seringueiros e caçadores. ³Eu moro com minha sogra. ± De avançada idade. ± Ventinho forte na madrugada. É comum encontrar o suco e o creme de cupuaçu. f. m. CORTAR A CURICA exp. m. ± Apressar-se. tô com uma curuba coçando pra burro!´ CURUMIM s. ³Tô precisando de umas cruzetas pra guardar essas blusas´. o óleo de copaíba é bastante procurado nos mercados regional. f. ± Buraco feito no chão para que se possa pôr lixo e aterrar. CURERA s. adv. CRUZETA s. f. ³Cheguei lá na festa e tava cheio de curumim«´ CURUPIRA s. ± Árvore da qual se extrai um óleo com propriedades medicinais. Alguns aproveitam para fazer mingau. não foi coada. ± Turma de amigos. ± Mulher. f. Referido desde o séc. CUVITEIRO s. O us o mais comum é o medicinal. CUIDAR v. COPAÍBA s. CURIMATà s. ± Espécie de papagaio (pipa) pequeno e sem tala (palitos da armação). ± 1 Cabide. ³Não adianta que não vai. m. fazem oferendas de pinga e fumo. pedante. viscoso e fluido. CUPUAÇU s. Já disse que depois eu te conto o segredo´. mas eu. COURO QUENTE loc. Pertencente à família das esterculiáceas e ao mesmo gênero do cacau-verdadeiro. acaba e volta. O curupira também faz as pessoas se perderam imitando gritos humanos. de sabor amargo com uma cor entre amarelo até marrom claro dourado. gente besta. volta e acaba´. Pelas propriedades químicas e medicinais. ³Pra resolver as coisas mesmo tem de falar lá com o coronel -debarranco da área´. ± Matar a intenção no nascedouro. prestam-se à fabricação de chocolate e já foram utilizadas para esse fim. 2 Falcatrua. o parafuso. senão a gente vai chegar atrasado´. Essa porca tá cuspida´. menino. ± Peixe que se nutre de vegetais e lodo. CURIAR v. ao sair do espremedor (tipiti). ± Mulher bonita. É imprópria para a fabricação da farinha. ³O noivado desses dois é igual a couro de pica. CURUBA s. ³Pára de me cutucar! Não adianta que a fila não anda!´ CUVÃO s. COURO DE PICA exp. ± Bater. isto é. segundo a crença popular. CRUVIANA s. m. que se perdem nas florestas. nacional e internacional. XVI. Usado na região do Alto Solimões. CORTAR v. O óleo da copaíba é um líquido transparente. que já tá meio coroca´. É o maior cu doce que eu conheço´. COQUE s. ³Pára que eu tenho cosca aqui no sovaco´. As folhas. ma s flexíveis. pele escura e os pés às avessas. mas meu pai cortou e aparou minha curica´. P ara não serem incomodados. Os galhos são longos e grossos. um líquido transparente e tera pêutico. Por esse emprego. id. ± Garota. não ata nem desata. chegam às vezes a cinqüe nta centímetros de comprimento. id. ³O cuirão passou aqui zimpado!´ CUNHà s. f. id ± Humilhar ou diminuir de certa forma. CUIRÃO s. m. f. por exemplo. ± Denominação dada ao boi adversário e a seus torcedores no festival de Parintins. ± Homem que manda na região. m. m. ± Fruta cuja casca dura. ± Ver Alcoviteiro. CURRIOLA s. ± Garoto. ± Menino. CRICRI adj. COSCA s. ± Falar mal de alguém. tocar com a ponta de qualquer objeto. caduco. f. f. m. CUTUCAR v. ³Ela entrou crente que tava abafando com aquele vestido rosa. CUNHANTà s. ³O que tu tá curiando aí. CORONEL-DE-BARRANCO s. como um bom marido que sou. ³Cuida. habita as florestas e é o protetor das plantas e dos animais. m. serve de recipiente para líquidos. ³Quer e diz que não quer. m. muito grandes. m. m. o cupuaçu recebeu no passado nomes como cacau -do-peru e cacau-decaracas. sendo empregado como antiinflamatório natural. também conhecido como papa -terra. ± Pedaço de tecido para fazer roupa. tu vais dormir de couro quente´. o Tacacá. o cupuaçu é uma árvore de porte médio. que é a seiva extraída mediante a aplicação de furos no tronco da árvore até atingir o cerne. ± Ser fantástico que. ³Quem essa é essa cunhantã já?´ CUNHÃ-PORANGA s. ³Queria sair hoje. ± Bisbilhotar. m. COROCA s. ± Expressão que indica que alguém acha que está chamando a atenção e não está. A copaíba fornece o bálsamo ou óleo de copaíba. ³Deixa de ser cricri. CUIA s. Do tupi curóca. Ninguém deu a menor bola pra ela´. ± Mestiço de branco com índio. com os calcanhares para frente. ± A massa de mandioca mole que. ± Cócega. limpa da polpa. ³Quando eu dou as costas. CUSPIR v. CU DOCE s. CRENTE QUE TÁ ABAFANDO exp. ± As sementes de cupuaçu. mesmo em noites quentes. ³Rapá. como. né?´ CORTE s. f. ³Minha mulher queria pular carnaval. vocês ficam aí só me cortando. f. ± Pessoa muito chata. ³Levantei uma curica hoje só pra brincar´. m. id. id. DAR SINAL loc. ± Desvirginar. em excesso. ³Se tu deres trela para o Ariovaldo. ± Expressão que indica intensidade. ± Ato de cutucar o bumbum de alguém com o dedo. f. Égua do menino danado!´ DANÇA DE RATO E SAPATEADO DE CATITAloc. ± Dar corda. id. 2 Pra sempre. ± Indica algo ruim em intensidade. Preciso puxar o dedo´. DESCAIR v. ± O último.DADAU s. ± Apostar. ³Eu dei uma carreira. ³Quando eu olhei. Dá sinal de vida. ³Deixa de dança de rato e sapateado de catita e vai logo tomar banho que é melhor´. ³De primeiro ela falava comigo. DE LASCAR loc. dar o toque final. id. ³Mãe. ± Descontrolado. DAR CORDA exp. DERRADEIRO s. ela já tinha dado no pira´. ³Discai se não ele vai ter cortar na mão. ± 1 Fruta quase madura. o filha da mãe chegou e me deu uma dedada´. DAR A CARA A BOFETEexp. DESCAPELAR v. DAR UM CHAGÃO exp. adv. DAR O MAIOR VALOR exp. id. ³A saia dela tá toda dentro da garagem´. DE PRIMEIRO loc. tu vais te dar mal. semelhante ao cheiro do sangue de origem uterina que ciclicamente a mulher expele. adv. ± Dar confiança. ± Fazer o retorno com o automóvel. de ouvidos bem atentos. É uma menina´. ± Com grande vantagem.´ DE LAVADA loc. Dá até vergonha!´ DESCABAÇAR v. s. exalar um cheiro muito forte. ³Olha lá o Jaime! Tá dando de com força no bolo!´ DAR DE MIL exp. ± Escapamento. m. adv. ³Ele jogou os bombons de piruada´. ³Cuidado com o Jurimar. agora estou descapelando´. ± Ligado na conversa alheia. A associação vem do fato desse caprino. ± Começar a« ³Agora ele deu de sair tarde todo dia´. ³Ele saiu daqui desembestado quando soube que a casa dele tava pegando fogo´. eu vou dar o grau nele´. desconjuntar. ³Todo mês essa mulher diz que está doente. ± Cara-de-pau. ± Fazer bem feito. ³Essa aí adora debochar das desgraças dos outros´. DESCONFORME adj. v. se mandar. ³Fui correr atrás do Rato. ± Cair a pele. dar confiança. ³Ficou de conversa e quando deu fé já era meia-noite´. DAR O BALÃO exp. ³Essa fila tá tão grande que não dá nem para saber quem é o derradeiro´. ³Peguei muito sol. DAR O BIZU exp. ± Faceirice. Alguém deu o bizu pra ele«´ DAR O GRAU exp. m. DENTRO DA GARAGEM loc. malcomportado. ³O fusca dela deu prego de novo´. ³A chuva foi tão forte que água veio de com borra pra cima das casas´. v. de rocha. eu vou dar um pulo aqui na taberna e volto já!´ DAR UMA CARREIRA exp. que não gosta de banho. ± Deslocar. id. mas está mesmo é de bode!´ DE COCA loc. id. DAR FÉ loc. DE ROCHA loc. ³Tava na fila. ³O São Raimundo ganhou de lavada do Flamengo ontem: 5 x 0!´ DE MALA E CUIA loc. DESCARGA s. Esse cara é pilantra´. id. ³Cuidado para não queimar a perna na descarga da moto´. ± Endiabrado. ³Vou aqui de repente e volto já já´. ± Avisar. ± Ter neném. adv. adv. adv. demais. ³Dou minha cara a bofete se ele trouxer o que ele prometeu´. DEBOCHAR v. ± Menstruada. DESEMBESTADO adj. DESCARADO adj. ³O doido matou a mulher e depois deu cabo do corpo´. ± Dar-se conta. DE COM BORRA loc. adv. m. adv. ± Soltar a linha quando se está empinando papagaio. ± Antigamente. ± Distribuir algu ma coisa jogando para o alto. Gosta de um papo. ³Eu vou aparecer lá. caprichar. né? Ela é muito dada´. ³É bom ficar de mutuca na conversa dessa menina«´ DE PIRUADA loc. O cara dá bolo em catita. v. parir. pode acreditar´. ± Grande. DAR NO PIRA exp. ± Escarnecer. ± Gostar muito. ± Mingau de mamadeira. ± Dar sumiço. enguiçar. v. ± De cócoras. Esse teu cerol é do colhe ou do descai?´ DESCANSAR v. adv. ³A chuva de ontem à noite foi desconforme´. escangalhar. adv. ³Eu gostei da tua mãe. Fica esperto!´ DAR CABO exp. m. v. DAR DE COM FORÇA loc. DAR AS CARAS exp. zombar. . postergar algo. ± Ir rapidinho em um lugar. DAR BOLO EM CATITA exp. DEDADA s. luxar. adj. adv. v. DE COM FORÇA loc. ³O senhor dá o balão depois pega a segunda à direita no sinal´. ³A prova foi de lascar. Agora que ficou famoso nem olha´. DAR UM PULO exp. ± Atacar. indicando que vai fazer a curva 2Mandar notícia. mas consegui pegar o último ônibus´. ³Ele saiu antes dela chegar. ± Ser esperto. DE MUTUCA loc. DAR PREGO loc. ± Aparecer. ³O meu carro dá de mil no teu´. ³Acho que desmenti meu dedo jogando bola ontem. adv. ³Esse menino não sossega. ³A Jaqueline é uma mulher muito desbocada. ± 1 Dar seta no carro. ³O calor tá de lascar´. DAR O PINO loc. ³Boa viagem. ± Transferir-se para outro lugar com todos os pertences. ³Não dá corda porque depois tu vais te arrepender´. cínico. ± Esquivar-se. DE REPENTE loc. ³Antes de vender meu carro. ³Fiquei esperando a noite toda e ela não deu nem as caras´. ³A Rudervânia descansou ontem. DESCULPA ESFARRAPADA loc. id. DE BODE loc. id. ± Correr. arrumar. mas ele me deu um chagão que eu caí de bunda no chão´. id. estilo quem pegar. adv. v. ± Indica um curto espaço de tempo. ± Desculpa mal fundamentada. hein!´ DAR TRELA loc. pegou. ± Quebrar. ± Enrolar. ± Alguém de fácil trato. ³Ela foi de mala e cuia pra casa da mãe. DAR DE« loc. ± Que fala muito palavrão. ± No rego da bunda. id. DE VEZ loc. v. ³Ela foi embora de vez pro Rio de Janeiro´. ± Ir embora. dar atenção. ³Não fala assim manso com ela que ela fica cheia de dengo´. destroncar. Deixou o marido mesmo´. ± Ver De com borra. ± Ser muito superior. DADO adj. DENGO s. DANADO adj. ³Eu dou o maior valor pras músicas da terra´. DESMENTIR v. id. id. ± Com certeza. antes. DESBOCADA adj. ± Sair sem pagar a conta. ± Desatento. ENGANCHAR v. É dos vera´. caroços. ± Atrasar. ± Comilão. caroço! Foi por pouco«´ ÉGUA! interj. ³Vou para de jogar! Estou com dor de veado´. ± De verdade. ± Expressão que indica fim de argumentação. ³Não acredita em mim? Então pronto! Faze r o quê?«´ ENTOJO s. m. ³Os dois irmãos que chegaram são djúco.DESMILINGÜIDO adj. ± Deteriorado. trancado. ao que parece. ± É pouco. DOR DE VEADO loc. 2 Cair o papagaio em parafuso. ± Engatar. ± Pessoa pegajosa. hein!´ DOS VERA loc. ± Ter ânsia de vômito. O homem é uma draga«´ E «É APELIDO exp. o dedo fica todo engilhado´. ³Vamos ver se a gente consegue empinar o papagaio hoje?´ EMPINGE s. ± Atrapalhado. ± Enrugado. DESPLANAVIADO adj. ± Usada quando alguém se safa por pouco de uma situação complicada . Tá coçando demais !´ EMPOLADO adj. ± Cheio. id. Uma situação estapafúrdia? ³ Éééguaa. . id. ENJOADO adj. ± Égua pode ser usado em várias situações. ENFEZADO adj. EMBUÁ s. ± Chateado. ³A tua irmã já fez a comida? Disque já´. ± Muito velho. ³A mulher dele não deixa ele sair sozinho. ³Tem uma casa lá na Cidade Nova. adj. Totó (Coari). ± Sem graça. Possui variações dentro do Estado. ± Ver Empachado. ³Ele ficou enfezado porque não atenderam ele direit o´. desarrumado. ENFIADA s. né?´ ³Grande é apelido. ± Sensível. desajeitado. ³Ela foi pra festa toda emperiquitada´. id. ± Ver Eita porra! EITA PORRA! Interj. mas tá toda distiorada«´ DJÚCU adj. atrevimento. ± De brincadeira. ± Do meu tamanho. CAROÇO! Exp. ± Intromissão. m. ± Fazer subir. É conhecido como Flau (Parintins). ³Putz! µmorcegar¶ é uma palavra do tempo do ronca´. A entonação faz parte do sentido. ± Mais do que« ³Se ela é chata. EMPAIAR v. DRAGA s. rapaz. f. EMBORCAR v. ± Trocar o dinheiro em notas menores. Miau (Itacoatiara) DISQUE ± Contração de diz-se que. ± Caboco. DO TEMPO DO RONCA loc. ³Não vou nem falar com ela que hoje ela está um entojo só´. ³Vai bater! Putz! Ê. da minha altura. f. maninho«´. ³Ainda estou encasquetado como é que ela saiu e eu não vi´. ± Alguém cheio de orgulho. m. ³Quando ela viu o pai atrás dela. não. ³Embioca aí senão ela vai te ver aqui´. ³Ele é um cara louro. DOS BRINCA loc. ± Enfeitado. Comeu muito ontem´. não. ± Enjôo. EITA PAU! Interj. ± Micose. Tomou um susto: ³ égua!´ Alguém faz algo que você não entendeu: ³égua«´. m. ³Eu não estou brincando. sub. ³Ele só faz dois abdominais e olhe olhe´. ENCOSTO s. «E MEIA! exp. que não anda ou não cresce. Cólica no baço. ³Nem fala com ela que hoje ela está do trisca´. nojo. Todos os meus alunos andam tão desplanaviados´. DESTROCAR v. EMBIOCAR v. id. id. Aquilo ali é uma cabeça gigante´. id. DISTIORADO adj. ± Expressão de espanto. ³Cuidado com esse menino que ele é fogo!´. ENCASQUETADO adj. ela se embrenhou no meio da mata e sumiu´. ± Metido onde não é chamado. desmotivado. Consta-se. com a pele irritada. Melhor que qualquer uma´. ENXERIDO adj. ± 1 Descer. ± Com diarréia. m. ENCRUADO adj. ³Aí o barco emborcou com o acidente´. DESONERADO adj. adv. EMPERIQUITADO adj. ³Sai daqui« se eu te pegar eu te como de pancada. ± Pessoa que anda agarrada com outra o tempo todo. ³Tava descendo do ônibus quando minha sandália enganchou na escada´. acabado. ± Impressionado. E EU LÁ SABIA« exp. apostar sem valer. tu és chata e meia´. EMPOMBADO adj. adv. ³Quando a gente fica muito tempo na piscina. ³Quando eu vi o rato morto. ± Travado. ENGÜIAR v. ³O Cara ficou todo desmilingüido quando eu falei que sabia de tudo´. ³Eu não sei mais o que faço. ± Pessoa que atrapalha os planos dos outros. ± Cheio de calombos. adj. ³Tenho que arrumar um remédio pra essa minha empinge. ³Tu tá me empaindo toda. ³E eu lá sabia que essa cerveja era da festa? Bebi sem saber«´ É FOGO! exp. ± Quantidade de peixe vendida junta num fio. djúco´. do meu top´. Ela é fogo. ± Suco congelado no saquinho. adv. EMPINAR v. ³Fui comer muito agora estou empachado´. Não estou dos brinca. ENGILHADO adj. ± Virar de ponta a cabeça. EMPACHADO adj. Ê. ³Eita porra! Pra que tanta farinha no prato?!´ EMBANANADO adj. ³Destroca essa nota de cinqüenta pra mim?´ DIN-DIN s. ENCANGADO adj. gabolic e. EMPATA-FODA s. Vip (Ipixuna). ³Ajuda ele lá que ele tá todo embananado´. EMBRENHAR v. ± Meter-se no meio de. arrumado. DO TRISCA loc. E OLHE OLHE! exp. ± Muito bom ou muito ruim. ³Prova essa pimenta. ± Dor desviada. ³Meu cunhado come demais. ³Eu te perguntei alguma coisa? Então deixa de ser enxerida!´ ENXERIMENTO s. DO MEU TOP loc. m. ± Expressão para eximir-se de culpa. admiração. ³Tu viste a cabeça do Fábio? É grande. ± Piolho-de-cobra. ³O carinha enjoado pra fazer negócio«´ ENTÃO PRONTO! exp. Cuida!´ EMPANZINADO adj. Só vive encangada nele´. ³O Nirou não vai jogar bola hoje porque ele tá desonerado. estufado. ± E olhe lá. eu engüei na hora´. f. ± Metido a besta. ESGALAMIDO adj. ± Raiz da mandioca triturada e secada até fazer grão ou farinha grosseir a. ESCANGALHADO adj. gordura ou. ± Fazer embaixada com a bola. ± Esporro. atrevido. Sou escaldado´. ESCROTO adj. FAROFA-DO-CASCO s. ± Pessoa ruim. ³Olha já este um« Cheio de coisa. f. m. chato. ± Interjeição que antecede algum comunicado. f. FAROFA s. Ela fez foi é jogar no chão´. ESPIAR v. ± Malária muito violenta . se dar mal. às vezes. m. ± 1 Meter-se.´ ESCULACHO s. ESBANDALHAR v. pessoa invasiva. ± Desvirginar uma moça. cara feia. ± Confiado. m. ± Guloso. ele mata!´ FAZER MEUà exp. id. MANINHO! interj. sem jeito. ³Deixei minhas ferramentas com ele e ele esbandalhou tudo!´ ESCABREADO adj. ERAS« interj. id. FANTA adj. ³Eras« deixei meu carro aqui«cadê ele?´ ÉRASTE. . v. fecho Éclair. não. Chega tarde toda noite´. v. ESTAQUEADO adj. Por que que ela contou pra ele?´ FAZER MAL loc. v. f. f. f. m. ³Não vai sujar tua farda. maninha. ± Cabelo repicado. Se come com tudo. malvada ou insensível. F FACADA s. ³Esse filme é muito fanta. FACULTÁRIO adj. ± Estourar. ESCAMBAU s. ³Vou dar um extrato da Avon de presente pra ela´. v.ENXERIR v. ESCULHAMBADO adj. ± Abrir às claras.± Modo de se referir a alguém cujo nome é desconhecido ou que se quer denotar desprezo. pai da Sandy e do Junior. ± Falar sem razão. ESTROMPADO adj. ESPAÇOSO adj. Tem de mandar consertar´. ³Essa televisão está escangalhada. FEZ FOI É exp. ³Contei aquela piada e aí ela se espocou de rir´. a mulher escancarou as falcatruas do chefe´. ³Ele trouxe pra festa a mulher. ³Fiquei todo errado quando ela me pegou com mão na massa´. ESPAGUETE s. Não dá mole´. ± Uniforme escolar. ESTE UM exp. geralmente para intimidar. deixa de ser espora« me empresta tua caneta rapidinho´. ± Olhar. ESTREPAR v. ± Rir até não agüentar. Ela é muito espaçosa pro meu gosto´. ³Aquela professora é muito escrota. ³Tu falas de barriga cheia! Pelo menos tu tens onde dormir e o coitado. ESPIA SÓ« interj. ³O Chico está escabreado com a mulher dele. ralho. ± Passar o tempo. ³Poxa. FALAR DE BARRIGA CHEIA loc. FAZER HORA loc. ³Ele não me engana. m. ± Falar mal de alguém. m. ± Ferir. EXTRATO s. ESCALDADO adj. ³Ele vai no meu lugar um escambau!´ ESCANCARAR v.± Expressão de surpresa. Faz um espaguete que ficar retinha no chão´. Me arrependi de ter vindo´. ³Quando foi demitida. ± Animação. petulante. tem o cabelo estaqueado´. ± Usado para momentos de perplexidade. que perdeu tudo com a enchente´. FACHO s. ³Vamos ver quem faz mais pezinho?´ FECHICLER s. f. Foi de escalado´. o cachorro e o escambau!´ 2 Expressão de indignação. ESTOFADO s. ± Quebrado. ± O que ele/ela fez foi. ³Ele foi pular o muro alto e se estrepou todo´. ESPOCAR v. ± Farinha-d¶água assada no casco da tartaruga após a retirada dos ovos. Depois te pego´. FAROFEIRO s. ³O cara não trabalha e vive de dar facada nos outros´. ³Espia só« eu vou precisar da tua ajuda´. ESTIRÃO s. não´. FARDA s. de elogio. ± Pedido de dinheiro. ³O Xororó. ± Perfume. ³Quem fez mal pra filha do seu Alencar? Se ele pegar. ± Espacato. ³A Ermelinda quer saber de tudo. f. Yara! Tu vais espocar. estalar. ³Ela tem uma flexibilidade.´ ESTICADO adj. ESCALADO s. ± Penetra. 2 Quando falada arrastada. a palavra tem sentido positivo. esculhambação. ± Quebrar. Sempre que puder ela vai fazer a minha caveira´. Usada para chamar a atenção do interlocutor. ³E não adianta fazer meuã pra mim que eu não tenho medo de cara feia´. ± Zíper. ± Contador de histórias. ± Aloprado. f. ³Votou nesse deputado aí? Éraste. ³Ela não gosta de mim. m. ³É melhor sair mais cedo porque daqui até lá é um estirão danado´. ³Vou à livraria fazer hora. comilão. rir muito. ³Não vem se enxerir nisso que não é da tua conta!´2 Aparecer. ± Embaraçado. m. ± Ver Corte. ± Sofá. os filhos. ³Ela não tinha nada que ir lá com o papai fazer inferno. Gilvaney! Só tem essa!´ FARINHA s. ³Ele trabalha de dia e de noite ele é facultário´. ± 1 Malvado. sem funcionamento. vísceras e carne. fraco. ³Vou espiar a Mariazinha tomando banho´. FAZER A CAVEIRA loc. ESPOCAR DE RIR exp. ± Ver Escangalhado. ± Esperto. mulher!´ ESPORA s. arrebentar com ruído. FAZER PEZINHO v. FAZENDA s. FAZER INFERNO v. maninho«´ ERRADO adj. FARINHA-D¶ÁGUA ± Tipo de farinha fina. ± Fazer careta. fuxicar. enxerido. ³Pensei que ela ia gostar das flores. id. ± Ver Espaçoso. ± Farinha preparada com manteiga. de algo ou alguém muito bom. ³Pára de comer. ³Doutora escrooooooota essa aí! Deu remédio certo e curou o menino na hora. ± Fofocar. ³Ele não foi convidado. ± 1 E o resto. m. ± Sem graça. m. FALSIPAR s. ³Ela comprou um carro novo só para se enxerir´. ± Quem faz faculdade. ³Baixa o facho porque a gente não vai poder sair hoje. ± Caminho cumprido. ± Desconfiado. ovos. GARRAFADA s. ³Aí ele sentou a porrada nela´. ± Boi-bumbá de Parintins. m. ± Diz-se do olho puxado. 2 Torcida do Boi-Bumbá de Parintins. ± Mexer. FICAR DE MAL loc. não!´ FOI? interj. ³ A loja fica lá naquele ferro de engomar da rua Silva Ramos canto com Japurá´. m. ³Que diabo que ela não tira a mão dali! Tá com uma fofobira federal!´ FOI MAL! exp. FOLÓ adj. ± Porcaria. só falta matar a gente de rir´. . Denildes. ± Orgulho besta. ³Foi mal. ± Mexer. ele tá ferrado´. meganha. f. ± Fofocar. f. m. em separado. ± Sair para passear. FULEIRAGEM s. Gualter. Não quis ofender. ³Joga fora essa calça furreca e compra outra´. cara. ± Variação de Foló. ± Ordinário. ± Ficar sem falar com alguém. GALALAU s. ± Frouxo. ± Pajelança feita por curandeiros em que se mistura ervas e essências medicinais com o objetivo de curar doenças e descarregar maus fluidos. ± Fofoqueiro. Mas pode ser também pessoa muito irreverente. ³Essa mulher vive futricando a minha vida´. FORROBODÓ s. ³E aí. ± Pessoa bonita. GAGAU s. Quando o sujeito quer ser o último a jogar. FUXICAR v. ± Remendo. GARANTIDO s. ± Encher a paciência. ³Se o pai dele descobrir que ele pegou a moto sem pedir. ± Coisa sem valor. adv. ³O filme é a maior fuleiragem´. Tô só aqui de bubuia um pouquinho´. f. FININHA s. GAMBÃO s. coisa ruim. ± Esganiçado. m. ± Praticar o ato sexual. ± Rosto. FURO s. f. ± 1 Grupo de maus elementos que atacam em bando. FUTRICAR v. m. ± Menino ou rapaz muito alto. encher o saco. investigar. FOLOTE adj. ± Esnobe. ± A mais. ³Aquela mulher é muito feia. ± Diarréia. GALA s. aí. O vermelho. GAMBIARRA s. ³O cara já é um galalau e quer jogar com a gente´. GABOLICE s. FOMINHA adj. m. ³Minha filha se formou ontem´. ± Soldado. militar. brincalhão. v. que quer tudo para si. ± Canoa. ³A voz da minha cunhada Andréa é muito gasguita. Irrita qualquer um!´ GASTURA s. tirar de ordem. ± Enjôo. ± Perna fina. depende do co ntexto. ³O cara é muito fuleiro. f. f. ± Utilizada para pedir desculpa por algo não intencional.FÊMEA s. ± Encontro para dançar. id. Ela é muito grande. GANCHO s. ³Essa menina é muito filé!´ FILHO DE UMA ÉGUA exp. ± Risada. m. FICAR DE BUBUIA exp. m. GAMBITO s. ± Ato de catar o papagaio em linha reta. GALERA s. desejável. m. ± Membro de galera. ³Pode fechar a conta. GATIADO adj. ele grita: ³ Fonas!´ FORA A PARTE loc. ³Vai ter um forrobodó lá na academia do Tom´. ficar flutuando na água. m. ± Cabide. E ela gostou´. ³O parafuso não cabe nessa rosca. ± Mingau de mamadeira. Fica foló´. ³O Gerfran se deu bem em todas as noites do festival. ± Magoar-se. FERRO DE ENGOMAR s. Transitável em época de cheia. FLECHAR v. ± Designação genérica para as mulheres. ele fez lá uma gambiarra pra puxar o carro´. id. ± Xingamento dirigido a alguém que nos irritou. FURUNFAR v. ± Esquina com bifurcação triangular. serviço im provisado. m. m. Divide essa coca-cola com a gente´. GARITÉ s. ³Levou uma bolada na fuça´. especialmente as disponíveis para o sexo. GANHAR O MUNDO v. fazer confusão. FERRADO adj. gatilho. ± Pessoa egoísta. ± Sujeito que se deu ou vai se dar mal de alguma forma. Zé. ³Não precisava gritar com a menina. f. Ela ficou sentida«´ FILÉ adj. ± Utilizada no jogo de bolinha de gude. m. ³Não fresque não que hoje eu não tô pra brincadeira!´ FUÇA s. meu. f. FOFOBIRA s. f. ³Só porque ele passou no vestibular agora virou o diabo das gabolices´. GAITADA s. ³Foi?´ ³Foi. FICAR NA PORRONCA loc. FORMAR v. FRESCAR v. ³Como a corda quebrou. FURRECA adj. ³Ontem saí com uma morena dos olhos gatiados´. G GABOLA adj. ± Coceira na vagina. GASGUITA adj. FONAS! interj. cada noite pegou uma fêmea diferente´. ruim. ± Menstruar pela primeira vez. Olha os gambitinhos dela´. GALEROSO s. v. ± Esperma. m. nadando um pouco?´ ³Não. Mas a coca-cola aqui é fora a parte´. ± Comunicação natural entre dois rios ou um rio e um lago. ³A briga acabou quando chegou um bando de gambão botando moral´. ± Ficar sem fazer nada. FULEIRO adj. FUXIQUEIRO adj. ³Deixa de ser fominha. ³A melhor coisa do mundo é entrar de férias e ficar na porronca«´ FICAR SENTIDO exp. FUÇAR v. ± Ficar sem fazer nada. ± Pergunta que pede confirmação por causa de certa incredulidade. ³Nesse bairro ninguém paga luz. IGARA-MIRIM s. f. ± Dar uma melhorada disfarçando os defeitos de alguma coisa. IGARA-AÇU s. é um balde com água do igarapé. HILÉIA s. m. ± A floresta amazônica. ³Eu nunca namoraria com a Waldemarina. ± Canoa grande e forte. destroçar (um papagaio). GIRAU s. gânglio. m. ± Lapiseira. tédio ou repugnância. ³Demorou muito! Veio no Guaramiranga?´ GUARANÁ s. GAZETAR v.. ± Caroço embaixo do braço que indica que o corpo está sofrendo uma inflamação. naturalista francês. ± Muito semelhante. GUARIBAR v. etc. ± Baixinho. segundo denominação de Alexander von Humboldt (1769 -1859). ± Canoa grande. GRANDES COISA! exp. ± Matar aula. ± O guaraná é um fruto utilizado como estimulante e revigorante. m. H HAVERA v. guenzo desse jeito?!´ GUGUENTO adj. ³Vamos gazetar hoje pra ir pro cinema?´ GIGOLETE s. Além da cafeína. GURUPEMA s. ± destruir. m. GUISAR v. f. Todo mundo puxou um gato´. amarrar uma linha nelas e deixar voar de novo´. m. ³Ele chegou e disse que eu tinha que atendê-lo logo porque ele era advogado. ± Expressão de estranhamento. ± Floresta pantanosa. 2 Caruncho de grãos de arroz. f. INVOCADO adj. ± Pessoa feia. ± 1 Pedra pequena de leito de rio. ± Mingau feito com pouca água. garota. GITO adj. ± Tiara. m. IGARITÉ s. resinosas e pépticas. de fazer. f. GUARAMIRANGA s. GOROROBA s. f. IGARAPÉ s. ³ Ele é igualzinho ao pai dele´. ± Ligação clandestina de energia elétrica ou outro serviço pago. ± Barco que nunca chegou. m. etc. ± Pequeno. Dia de esquecer o trabalho e ir pras barcas!´ ITAMARACÁ s. feijão. moça. Tá caindo a maior chuva´. ácidos cafeo -tânico e matérias aromáticas. f. IGAPÓ s. ³Deixa de ser implicante! Tu adoras implicar com tua irmã. mancha no corpo. a semente do Guaraná contém amido. ³Meu irmão gostava de pegar jacintas.GATO s. e Aimé Goujaud Bonpland (1773-1858). ± Peneira. ± Charque. eu fiquei incandiado´. m. m. Aí eu disse: µGrandes coisa ser advogado. m. na maioria dos casos. ± Incitar discussão. né?´ ³Égua! Ele saiu com uma e voltou com outra? Invocado«´ IPADU s. lavar mãos etc. farinha e açúcar ou mel. JACUBA s. riacho. ± Ao lado. ³Vou dar uma guaribada no carro antes de vender´. m. ± Pequeno rio. óleo fixo. ± Ofuscado pelo brilho. ± Libélula. ± Pirão feito com água. ³Ixe!´ J JABÁ s. ³O passeio gorou. f. ± Espécie de macaco. falou?´ GUENZO s. f. ± A zona do baixo meretrício em Manaus. ± Pia rústica e improvisada. GORGULHO s. ± Mulher. ± Quelônio da família das tartarugas. Ela é toda guguenta. ³Me empresta o teu grafite que meu lápis quebrou a ponta´. E eu sou garçonete e daí?´ GUAÍPECA adj. naturalista alemão. id. f. Jaime?´ JACINTA s. ± Desajeitado. ³Vou deixar aquela gueguete em casa depois volto pro futebol. IGUALZINHO adj. GRAFITE s. GUARIBA s. f. GUEGUETE s. ³Não me diz que tu tá saindo com aquele jaburu. ÍNGUA s. ³Esse brinquedo é invocado. ± Expressão de desdém. ³Fica logo ali. f. f. m. .. cheia de espinha´. GORAR v. ³Vai sair assim. I IACÁ s. misturada. INHACA s. nojenta. GORÓ s. m. m. ± Dar errado. Ver Empinge. ± Difícil de entender. IMPLICAR v. f. IR PRAS BARCAS ± exp. ± Comida improvisada. f. ± Cheiro forte e ruim. de óculos´. cheia de marcas na pe le. Contrário de maceta. m. arroio. ³Ele veio aqui dizendo que tu que tinhas mandado« o que que eu havera de dizer´. ± Bebida alcoólica. ³É um professor assim gitinho. JABURU s. encharcada e sombreada pelo mato. ³Vou dá uma porrada no merda que guisou o papagaio do meu irmão´. ± Sair para curtir. ³Eu adoro feijão no pão´. IMPINGE s. ³Hoje é sexta. O Guaraná também é usado como tônico geral e no combate ao estresse. id. ILHARGA s. né?´ INCANDIADO adj. ± Pessoa feridenta. IXE! interj. ± Pira. f. Serve para tratar o peixe. ³Quando aquela menina bonita entrou. ± Haveria. consistente e grosso. ± Canoa pequena. na ilharga da igreja´. Hoje em dia o uso da semente do Guaraná se alastrou como fitoterápico rico em cafeína e estimulante do sistema nervoso central. A fonte de água. gozar um momento de felicidade. pegar no chão. Leseira é um abestal hamento momentâneo que acomete o leso. f. m. LISO adj. ³E aí. imenso. meu!´ LAPISEIRA s. m. ³Decide logo! Fica aí nessa lengalenga«´ LEPROSO s. LAVAR DA ÁREA loc. ³Pede pros meninos entrarem. JIRAU s. ³Mas que lombra é essa agora. fanfarrice. LAMPARINA s. LÁBIA s. LAVAR URUBU exp. Serve Bic´. f. m. O outro mecânico foi mexer sem saber e fez a maior lambança´.. m. ³Por que ela está jururu?´ ³Porque o ex-namorado casou´. ³Ele ganhou na loteria e lavou a burrinha. ± Infeliz. ± Catar. ³Preciso de uma lapiseira pra assinar um cheque. JIQUITAIA s. Se a leseira for uma característica contínua. f. . Faz seis meses que ele tá lavando urubu. id. Tá librinando´. ± Enrolação. LOMBRA s. dizemos que o leso sofre de leseira baré. meu amigo! Calça 45!´ ³Sabe a orelha do Abraão? É uma lapa. JIRIMUM s. f. ± Ir morar juntos. LAVOURA s. MACAXEIRA s. dizem também que o sol também causa nos amazonense o tesão de mormaço. na maioria dos casos. ± Bêbado. ³Preciso de uma liga pra amarrar esse maço de notas de dez´. f. fora de si. LANTERNAGEM s. ± Um lance amoroso. tristonho. ³Prendi meu dedo na porta e ele tá latejando´. ± Mandioca comestível. ± Grande. Dalva. ± Cantor de toada de boi. ³Liga pra essa cara. caboco? Topas dar uma lamparinada?´ LANCHE s. bazófia. ³Junta os brinquedos do chão´. f. ± Pequeno candeeiro feito de lata de cerveja ou leite em pó. com um pavio de algodão embebido em querosene. bônus. JUNTAR OS PANOS exp. Temos ainda as expressões derivadas: ³Deixa de ser leso!´ e ³Pára de leseira!´ Dizem que todos os amazonenses têm três minutos de leseira por dia. JARAQUI s. é um balde com água do igarapé. LAVADA s. ± Chuviscar. KIKÃO s. M MACACA s. indecisão. não. LAMBANÇA s. 2 Coisa indefinida. LAMPARINADA s. ± Urubu. sujeira. Mas como tudo tem seus dois lados. ± Cair. LAMBUJA s. ± Vantagem. f. JERIMUM s. LIGA s. ± Elástico de amarrar dinheiro. ± Amerelinha. vantagem. f. ± 1 Sem dinheiro. f. ± O peixe mais popular de Manaus. f. ³Tive uns ketchbacks com ela no passado´. Dizem que a leseira baré ocorre entre os amazonenses devido ao sol quente na cabeça. que conserta lataria. m. conversa. algum prêmio. id. ³Ele falou que era rico?! Haha« pura lambança«´ 2 Serviço mal realizado. ± 1 Sono de bêbado ou drogado. ± Pia rústica e improvisada. id. ± Pessoa que de alguma forma desagrada . ³A tia Teca escorregou e levou uma queda! Se quebrou toda´. m. ± Caneta esferográfica. ± Funilaria de veículos. f. ³Esse cara só pode tá lombrado pra fazer isso«´ LOROTA s. ± Expressão equivalente a ³lá vem você falar nisso de novo´. ± Estar desempregado. LENGALENGA s. KETCHBACK s. Vou ali ao lanche pegar um x-caboquinho´. ³Ele levou a menina na lábia´. f.JACUMà s. f. ± Leso é alguém que sofre de leseira. v. ± Funileiro de veículos. um aumento na capacidade sexual devido ao sol quente. LEGUELHÉ s. LIBRINAR v. leproso!´ LESO adj. Serviço que é bom: nada´. v. ± Jogar fora. LAZARENTO s. ³Vou ter que pagar pra consertar o carro de novo. ± Papo. ± Direção da canoa com o remo de mão numa das extremidades. m. ± Extra. LESEIRA s. JUNTAR v. Ver Arisco. que produz madeira de lei de cores avermelhado até vermelho escuro. v. ± Lanchonete. LAVAR A ÉGUA ou LAVAR A BURRINHAloc. abatido. m. ± Abóbora. f. f. ³Vamos pular macaca?´ MAÇARANDUBA s. ³Tô brocado. ± Ganhar tudo na bolinha de gude. ³Eu não vou poder ir pro cinema porque hoje eu tô liso´. m. L LÁ VAI! exp. JURURU adj. f. rolo. m. meu irmão?´ LOMBRADO adj. ± 1 Gabolice. ± Cabisbaixo. ± Abóbora. f. É o maior leguelhé´.. LANTERNEIRO s. ± Pequena formiga de picada dolorosa. ± João-ninguém. JOGAR NO MATO loc. m. A fonte de água. ± Uma dose de cachaça. K KAMIRANGA s. LEVANTADOR DE TOADA s. f. ³Vamos jogar? De dou dez pontos de lambuja´. aipim. ± Levar vantagem. Serve para tratar o peixe. ³Nós vamos é no jacumã daqui até lá´. Comprou tudo que tinha direito´. f. v. ganhar com sorte alguma coisa. ³O juiz não marcou esse pênalti! Ah. ± Ir embora de onde se está rapidinho. lavar mãos etc. LAPA s. 2 Escorregadio. f. m. ± Pulsar. desproporcional. levar um tombo. ± Árvore da familia dos ébanos. ± Mentira. ± Cachorro-quente. ³O Ângelo tem uma lapa de pé. que queima alguns neurônios. ³Pois é. LEVAR UMA QUEDA loc. LATEJAR v. m. MEGANHA s. ± Feita com gordura extraída dos ovos da tartaruga. ± Fazer pouco de alguém. f. ± Camburão de polícia. ± Alguma coisa muito pouca. ³ Mana. id. ± Gengibre. ± Entidade mítica que habita os rios. imenso. MASSETA adj. 2 Muito legal. ± Boçal. plantas e pertences dos ribeirinhos. m. MANCHETE s. MARMANJO s. ± Um leso. ± Barranco dos rios com vegetação desenraizada que fica boiando conforme o nível do rio. ³E aí. f. meu grande. maninha. MANGARATAIA s. falou. ³Tem muita mulher aqui?´ ³Mách! Só tem!´ MASSA FINA s. MENINO BARRIGUDO exp. ± Tratamento para desconhecidos. f. ³A gente ia conseguir enganar a Zilma. ³A vizinha meteu o pau na sogra´. durante as enchentes. f. f. ³ Ele é tão fofinho que dá vontade de malinar com ele´. m. vai?´ ³É o que vai mermo«´ ³Não. ³Pára de meter o dedo no bolo. fazer malvadeza gratuita. manja-trepa. m. MERMO adj. Saí fora«´ MÃE-DÁGUA s. de massa fina´. ³Meu filho já tá um marmanjo´. f. MANJA s. ± Espécie de grama que se desenvolve as margens dos igarapés. f. ³Eu disse que ia lá brigar com ele e quando eu olhei o cara era macetão. MASSA GROSSA s. beliscar um bebê porque ele é muito fofo. MALEITA s. ³Que menino maluvido!´ MAMADA s. Há a manja-esconde. f. Meigalinha«´ MEMBECA s. MANGAR v. ± Tratamento carinhoso entre conhecidos ou não. MANEIRO adj. ± Pessoa suspeita ou estranha. ele vai mermo´. ± Falar mal de alguém. fácil de manobrar. ± Brincadeira de criança. ³Olha a Maria do Céu ali! Vou mexer com ela: Cééééééééééu!´ 2 Manter relações sexuais. MALINAR v. MAL-ENCARADO adj. Tudo bom?´ ³Fica de olho aí no meu carro. MANTEIGA DE TARTARUGA s. de fabricação local. como. para deixar a salvo animais domésticos. de proporções anormais. Macaxeira. a quem devora. m. entre outras. ³Ele vai sair hoje. é ele um terrível inimigo do homem. f. MANDUQUINHA s. Seu uso foi estendido a partir do salgadinho da marca Milhitos Jack¶s. ³O salário mínimo desse governo é uma merreca!´ MERUÍM s. ± Habituado a meter-se no mato ou lá passar parte do dia. ± Entidade que habita a floresta com forma de um grande macaco cabeludo com um olho só na testa. ³Esse cara não passa de um meganha!´ MEIGA adj. ³Pode deixar que eu mais o Richardson vamos comprar o gelo´. MANCADA s. Muito usado para fazer perguntas e pedidos. arrumação. feito com troncos ou madeira. Transmite a filariose. mano?´ Variações no diminutivo: maninho. ± Equívoco lamentável. f. ± Jirau elevado. m. ± Aldeamento de índios. Pode ser usado para exprimir dúvida ou confirmação. MAIS conj. ± 1 Leve. f. que só faz besteira. MAIOR PALHA loc. MAS QUANDO?! interj. ³Maior porrada rolando. ± Corruptela de ³mesmo³. f. manja-pega. MILHITO s. ± O mesmo que ³Olha já!´ ³Me empresta teu carro?´ ³Márrapá! Claro que não!´ MARRETEIRO s. METER O PAU loc. Interjeição de ênfase. Pode ser utilizado intercambiavelmente com ³ mano´. ± Pessoa crescida. MERENDAR v. ³Eu estou com mijacão nos pés´. trapaça. ³Não gosto dela não. f.MACETA adj. ± Tapa. sobretudo dinheiro. f. MÃOZADA s. f. ± Pão francês. MANDIOCA s. ± Ver ³Tem mil!´ MAS! interj. . ± Pronuncia-se ³Mách´. mas o Zeca deu mancada e ela percebeu que era mentira´. faz um favor pra mim?´ ³E aí. ³Vem de novo aqui que tu vais levar uma mãozada!´ MAPINGUARI s. ± Forma depreciativa de se referir a um soldado de polícia. É muito metidinha pro meu gosto´. ³Esse cantor é a maior palha´. meu grande?´ MEXER v. MANO voc. ± Reinar. m. agora vai ter de casar´. f. MANTEIGA-DERRETIDA s. ± Mamadeira de leite. ± Vendedor ambulante. f. f. ³O Félix mexeu com a moça. ± Grande. ± Muito ruim. ³A Martinha é meiga. ³Vou bem ali comprar uma merenda que estou brocado´. ± A grossa raiz comestível da maniva. MIJACÃO s. ³Esse barquinho aqui é maneiro´. MALOCA s. ± Pessoa chorona. lagos e rios. MARMOTA s. aí chegou a manduqinha e levou um bocado´. mixaria. adit. MÁRRAPÁ! exp. ³Disfarça e não dá manchete que a gente tá aqui´. ³Eu tenho que preparar a mamada do Clauzionor Junior´. ± Inseto de picada dolorosa. MATUPÁ s. ± Pão de leite. METIDO adj. v. ± Lanche. MERRECA s. ³Eu bati nela porque eu caí e ela ficou mangando de mim´. MALUVIDO s. ± 1 Chamar alguém que vai passando. f. id. ± Ver Maceta. ± Salgadinho de saquinho. ± E. m. malária. f. ± Lanchar. MEU GRANDE voc. m. ± Na vista. adulto. Nelson! Tamanho paideguão e parece um menino barrigudo!´ MERENDA s. ± Invenção. Segundo a lenda. ³Deixa de marmota e te aquieta«´ MAROMBA s. ± Mulher fácil. Mas devora somente a cabeça. m. ³Eu gosto de pão leve. adj. MATEIRO adj. por exemplo. ³Compra dois pães de massa grossa´. ± Febre. tudo bem. ± Bolhas de água. ± Mal comportado. ³Acho que vou ficar. ³Que horas sai o motor pra Coari?´ ³Depende. m. OVADA adj. m. ± 1 Inchação. ³Quando olhei. força. que não oferece resistência. não. Creuza! Tô lá em casa´. NOME FEIO s. ± Ver Nem com nojo! NHACA PURA! exp. ³A filha do Joca tá ovada. ± Na linha dura. ± Uma pessoa que é esperta. ³O filme é paid¶égua´. Esse cara é um maior nó-cego´. . ³O que que esse gato tem? Está tão mofino´. adv. muito legal. marmanjo. finge que faz. m. f. mano?´ OLHA JÁ (ENTÃO)! interj. vai!´ NO TEMPO DO RONCA loc. m. ± Pimenta amarela extremamente forte. f. banana ou farinha de tapioca extraída da macaxeira. tinha uma osga nojenta no teto´. f. ³Tu pensas que não. id. f. id. ± Fedorento. f. id. m. NO MUNDO loc. prenhe. ± Humilhar. mas não faz e sempre se sai bem. ± Barco movido a diesel com grande capacidade de carga. ³O teu pai é um cara paid¶égua!´ PAID¶EGUÃO s. ³Vê se conversa com as pessoas! Parece uma mura!´ MURUPI s. ³Posso sair com o carro. ± Lagartixa branca com os olhos pretos. Nem que a vaca tussa. ± Preparado rico em carboidratos a base de arroz. NÃO VEM QUE NÃO TEM! exp. ³O pai da minha namorada é ciumento. é?´ ³Né não´. f. ± Expressão equivalente ao ³Tem mil!´ ³Vai ali e pega água pra mim´. ± Banana comprida usada para fazer banana frita.MINGAU s.´ NO OLHO loc. Creuza! No olho! Vai fazer pergunta besta de novo. ± Não mesmo.± Expressão utilizada para indicar que alguém recebeu uma resposta certeira. ³Nem com nojo!´ NEM COM O PITIU (DO BODÓ) exp. Tomar café com feijão?!´ NÃO É PÃO! exp. A coitada só vive no cabresto. MOFINO adj.± Interjeição de indignação correspondente a ³Mas que abuso!´ ³E aí. ± ³Nem se empolgue que não tem a menor chance´. f. adv. ³Não cai na do Jorge. ³O Luis nuca perdeu uma queda-de-braço. olha já então esse aí« Te manca!´ OLHOS DE PETECA loc. Manoel?´ ³Não. 2 Natural de Santarém (PA). ± 1 Parasita minúsculo que se alimenta de sangue e que vive no capinzal. m. m. m. MIRATINGA s. mas ele fica ali só de mutuca pra ver se te pega no flagra´. PAGAR SAPO exp. ± Curandeiro que cura tanto com os remédios da terra como com feitiços e benzeduras. f. adv. ³Ainda não lancei as freqüências na pagela nova´. ± Olhos grandes e claros. Tá dando uma mofineza em mim«´. milho. fechada. ± Alucinação. 2 Gente pequena. ³É a Leila ali. sem folga. ± Observação. O Capitão Sérgio Souza ou o Comandante Mauro Drida?´ MUCUIM s. MIOLO-DE-POTE s. ± Espécie de gambá que come frango. m. ³O tanque do meu carro pega 40 litros´. ± Pessoa invocada. MOTOR s. ± Algo ou alguém muito bom. PAGELA s. id. indisposição. adv. NO CABRESTO loc. m. ³Que coisa é esta? Que mondrongo é esse na tua cabeça?´ MONTE adv. ³Ele carregou o bezerro no muque´. ± Peixe gordo. NECA DE PITIBIRIBA exp. m. Te manca!´ PAJELANÇA s. Não dava pra agüentar´. calombo. id. NÉ NÃO! exp. f. PACU s. ± Ver Que só. MUNGUNZÁ s. ± Não é não. NO BALDE. ± Não fazer de jeito nenhum. abilolado. O cara é o bicho!´ O QUE ERA MAIS? exp. De gêmeos´. ± Adulto. s. ³Tu já chegaste. NÓ-CEGO s. id. de boa qualidade. PAID¶ÉGUA adj. ± Claro que sim! ³O barco já chegou?´ ³Massssh« não é pão!´ NÃO FAZER NEM AMARRADO PELO CHINELO PRETO exp. PAGÉ s. id. ± Ser meio leso. ³Mãe! O Chico tá chamando nome feio!´ O O BICHO s. ± Grávida. MUQUE s. ³O chefe entrou aqui e pagou o maior sapo no Walter´. ³Já tem um monte de gente lá na quadra´. gata. ± Há muito tempo. ± Bastante. PAGAR v. ± Expressão usada por vendedores no sentido de ³Mais alguma coisa?´ ³O que era mais. Briba. MUCURA s. ± Mingau de milho. id. ³Rapá. ± Braço. N NÃO BATER BEM exp. MONDRONGO s. m. MOFINEZA s. preso. MUTUCA s. pai?´ ³Neca de pitibiriba!´ NEM COM NOJO! exp. f. que anda pelas paredes da casa e come insetos. a mulher chegou da rua e tava nhaca pura. ± Fraco. ± Conversa fiada. ± Diário de classe. indisposto. ± 1 Desajeitado. id. ³Toma. ± Ação do curandeiro amazônico. me dá um beijo?´ ³Mas. ± Caber. MURA s. ± Árvore cujo ramo tem forma de um pênis. id. MIRAÇÃO s. tumor subcutâneo. Pode ser usado de forma exclamativa precedido de Tamanho. MOCORONGO adj. 2 Alguma protuberância grande e esquisita. mal-estar. ± Palavrão. ³Essa menina não bate bem. f. P PACOVà s. f. id. ³Essa música do Teixeira de Manaus é do tempo do ronca´. ³Fica aí tomando esses chás pra ver se tu não começa a ter miração´. ± Fraqueza. ³Tamanho paid¶eguão brincando no balanço das crianças. ± Algo muito bom. OSGA s. ³O Jones sofreu um acidente e ficou todo pebado´. ³Esta roupa está muito papagaiada!´ PAPAGAIO GUISADO exp. ± Papagaio amassado. PASSAMENTO s. ± Pipa. ± Torto. corri. ³Eu pelejei pra ver se ela voltava atrás e nada´. ± Braço de rio que contorna uma ilha. PÉSSIMO adj. ± Forma de tratamento usado para se falar com alguém. surra. desconfiado. ± Mês (ano) que vem. PARA O MÊS (ANO. f. Já está pedindo penico«´ PEGA. f. 2 Uma decepção. m. m. PANAIR s. v. ³Isso é uma calça ou é uma bermuda? Se for bermuda tá muito longa e se for calça tá pega-marreca´. PELA MADRUGADA! interj. eu não pego em peixe. ± Roupa íntima. f. PAVULAGEM. v. ± 1 A palma das palmeiras. ± Deixar-se influenciar. ± Pessoa pouco confiável. vai!´ PAXIÚBA s. musculoso. PENCA s. f. m. ³Tá na hora de eu pegar o beco. ± Dente que tem um buraco grande. ± Caminhada. orgulho besta. Equivale a Mano. PENSO adj. ³Essa péssima da Maria ainda não cumpriu minha ordem´. usada entre pessoas mais comportadas. cujas folhas servem para cobertura. m. ³Tava todo mundo em paz e de repente só se ouviu o papoco vindo lá da cozinha´. m. f. m. Só caso se for papelim´. f. ³Ah. PEBADO adj. falei. ± Luta. vai tirar meu panelão´. f. f. PARDIOSO adj. ± Palmeira que dá fruto semelhante ao açaí. PASTA s. ³Aquele cara é um pamonha´. PEDI. f. ³Tá a fim de jogar peteca agora?´ . Gíria leve. Tá muito penso´. ± Desistir de alguma coisa por falta de coragem ou força. ± Empáfia. pendendo para o lado. adv. ± Sujeito com características do caboclo do interior. ± Calça curta demais. ferrado. PAMONHA s. que se come como pão. ± Dois pedaços de madeira retangula res (itaúba ou sucupira) usados para marcar o ritmo das toadas de Boi -Bumbá. ± Franja. PAU D¶ÁGUA s. PEGAR CORDA loc. ± Batalhar. Sabe como ele é pardioso«´ PARENTE voc. PEDIR PENICO loc. f. ± Expressão de espanto. PERREXÉ s. m. PÉ-DE-MOLEQUE s. ³Presta atenção. ³Tu tá igual ao Aritana com essa partinha´. falei. PER´AINDA loc. ³Esse papagaio não vai subir não. PEIA s. nó-cego. ³O show foi a maior palha´. ³O teu problema é que tu pega corda. ³Corri. falei e não adiantou nada«´. ± Caxumba. etc. f. Alencar. PENOSO adj. ³Só porque eu cheguei tarde ontem. vou ver se compro uma geladeira nova´. ± Interjeição no sentido de ³pega. PANEMA adj. tentar muito. ± Feira em Manaus. ³Eu sou machão mesmo. Dra. ± Sova. batalha. ³Per´ ainda lá então! Não me apressa!´ PEREBA s. ± Espécie de palmeira. me dá uma ajudinha aqui?´ PARRUDO adj. f. ³Leva esse menino no médico. ³O cara não agüenta mais. m. mal-estar. m. m. PARADA s. ± Alguém ou alguma coisa extravagantemente colorido. v. Eliana. ³Divide os bom-bons com a gente! Deixa de ser penoso!´ PENSEIRA ± Compensador para balancear um papagaio penso. m. PAPAGAIO s. PALMINHA s. ± Confusão. PANELÃO s. ± Ver Pardioso. MOLEQUE! Int. PAPAGAIADO s. PAVOLAGEM. ± Lascado. só na próxima parada´. PELEJA s. PASTORAR v. ³Para o mês. Pode ser acompanhado de ênfase lá então. virgem. ± Ir embora. leso. lembrando um papagaio. PEDI. ± Creme dental. v. ³Acho bom você não desafiar esse cara porque ele é muito parrudo!´ PARTINHA s. abestalhamento. ³Vou sair. ± Ponto de ônibus. muitos. Acredita em tudo que te dizem´. ³Amanhã minha dentista. PAPOCO s. ± Forma sintetizada de ³Espere ainda um pouco´. PAVOLICE ou PAVULICE s. ³Mano. Tá tarde´. ³A Preta tem uma penca de filhos´. minha mãe fez um panuveiro danado´. temperada e assada. PELEJAR v. ³Caboco pávulo! Deixa de pavulagem e ajuda logo. Qualquer verbo. ± Bola de gude.PALHA s. PAPEIRA s. PERNADA s. ³Difícil vai ser convencer ele a mudar de idéia. PETECA s. azarado. ³É naquele bar que se reúnem os péssimos do bairro´. ± Forte. ³Vou pra casa que tenho que passar ferro´. Berna! Tá cheio de pereba na perna´. imprestável normalmente disputado pelas crianças após quedar. mas o ônibus foi embora´. PEDI (repetição) ± Repetição rápida do verbo para enfatizar. f. ± Massa feita com farinha de mandioca. otário!´ PEGA-MARRECA adj. ± Desmaio. m. f. ³Se eu não descer agora. ³Põe uma penseira nesse papagaio que ele sobe´. v. não´. barulho. PATUÁ s. ± Pessoa lesa que todo mundo faz de trouxa. ± Que tem pena do que tem. ± Ferida. seu panema! É tua vez de jogar!´ PANO DE BUNDA s. ficar olhando. ³Parente. ± Mulher que possui hímen. ± Cacho. ± Confusão. dar intensidade. corri. ³Chama o médico que tua irmã está tendo um passamento!´ PASSAR FERRO loc. f. dar ouvido a. PAPELIM adj. rico em óleo vegetal. PEGAR O BECO loc. ± Observar. ± Passar roupa.) loc. Mala-sem-alça. ± Chuva forte. ³Pela Madrugada! Você ainda não fez o que te pedi´. PARANÁ s. ± Infeliz. mas vou deixar a Doralice pastorando os meninos´. PANUVEIRO s. ³Quem não fizer o que eu mando entra na peia´. 2 Clitóris. PICADINHO s. ³Minha tia jogou os bom-bons de piruada na festa´ PISA s. hein!´ PUTIREBA ex. f. PORRETA adj. ³Deixa de presepada e sossega aí´. ± Fruta regional da família do pinhão. ³Cadê a pincha do guaraná? É que eu faço coleção´. ³Olha que eu não acho homem bonito. ³Sossega. PIMBADA s. PROVOCAR v. ± Questiúncula irritante com que se azucrina os outros. m. f. ³Hoje tá quente pra porra!´ PREGUENTO adj. ± Grávida. m. PORRUDO adj. ³Isso é muito pequeno. ³Esse sujeito não dá conta de tanto serviço: é um pomba-lesa´. PIXAIM s. ± Com cheiro de. m. ± Palhaçada. mole. Id ± Puxa-se o dedo quando alguém destronca o próprio. ± Tampinha de refrigerante. ³Ele tem uma pinta no braço. PISSICA s. PURO A adv. m. aproveita que o Onildo está distraído e dá uma cachuleta nele!´ PÕE-MESA s. ³Ela tá com uma pira enorme no braço´. menina! Toda pomba-lesa aí vai acabar quebrando o vaso!´ PORAQUÊ s. ³Dile. f. m. dar uma pimbada. Aglutinação de Piranha (ou Perigosa) comGueguete. que se alimenta de sangue. ³Vai lá. ± Miséria. PLETS s. m. ³Putateba! Deixa eu ver TV em paz!´ PUTATINGA exp. PRESEPADA s. ± Beliscar. ± Ver Chibata e Maceta. ± Pênis de criança. cadê a tesoura?´ ³Não sei. f. PIRUADA s. procurando o local ideal. ± Ato de procurar. ± Opinião não solicitada. mas tenho que reconhecer que o Rodrigo Santoro é presença´. ³Tu tá sentindo um piche de bicho morto?´ PICUINHA s. ± Expressão de indignação. PIMBA s. não. ± O bacalhau amazônico. f. ± Farinha de peixe. f. PIRENTINHA s. ± Cheiro. ± Pênis. ³Menino. PUPUNHA s. f. ± Ferida. PINGUELO s. f. Peixe grande. m. PITIÚ s. f. PIRACUÍ s. m. id. f. PIRARUCU DE CASACA s. ³As piriguetes do trabalho do meu marido ficam dando em cima dele direto´. f. m. ³Sabe aquele ricão lá da rua? Hoje tá na maior pindaíba´. ± Imagine. ± Expressão de insatisfação. ± Peia. Geralmente associado a peixe. m. ± Louva-Deus. m. QUE DIRÁ exp. ³Putitanga! Esqueci minha carteira em casa!´ PUXAR O DEDO exp. id. ± Expressão de insatisfação. ³Tá sentindo um pitiú danando aqui? Tomou banho. ± Mulher fácil. adv. ± Prato regional decorado a rigor. PIROCAR v. ± O mesmo que Pitiú. ± Vômito. ± Melhor dizendo. ± Ver Pissica. PIROCA s. f. ³Menino nasce por onde entra: pelo pinguelo´. que dirá com a injeção´. ³Ele chorou com o colírio. ³Putireba! Acabou a água!´ PUTITANGA exp. f. menino!´ Q QUE DIGA exp. f. PRENHA adj. ± Peixe-elétrico. ± Pênis. casar que é bom nada« estou só nas pirentinhas´. olha o cara aí« pirocou o cabelo todinho´. ³Putatinga! Quem tomou meu leite que tava aqui na geladeira. surra. ± Expressão de insatisfação. PIXÉ s. . ± Lanterna ou lamparina. ³Rapaz.PIAÇAVA s. de escamas. ± Vomitar. hoje raras. ± Ter relações sexuais. PORONGA s. PICHÉ s. ³Faz tempo que eu não dou uma pimbada´. ³Ele casou duas vezes. confusão. ³Hoje a gente vai comer picadinho com batata´. id. m. ± Época de desova dos peixes que sobem o rio. PIPO s. ± Tipo de cabelo enrolado. mau agouro. É de família´. ± Grudento. f. ± Peteleco dado com o dedo na orelha de alguém. feito com farinha e banana. característico do verão. Não larga da gente´. ³Pára de dar pissica nas minhas coisas´. ± Bonito. ± Sinal. PITACO s. PIRIGUETE s. PINICAR v. ± Muito. PROVOCO (ô) s. Deixa de picuinha e vai fazer algo de útil´. ± Perder ou cortar o cabelo. ³Não agüento mais a Débora! Ela é muito preguenta. PRESENÇA adj. ³Essa roupa felpuda tá me pinicando´. lerdo. POMBA-LESA adj. ± 1 Órgão sexual feminino. pobreza. ³Tem de ir ali na dona Cora puxar esse dedo. ± Carne moída. PRA PORRA loc. dar bicadas. PIRARUCU s. PINTA s. PIRACEMA s. ± Chupeta de bebê. ³Vai lavar tua mão que tá puro a peixe´ PUTATEBA exp. cuja língua serve de lixa. ± Mosquito pequeno. com mato. PINCHA s. ± Cheiro ruim. comida cozida. te aquieta! Se não sossegar. f. que diga´. Creuza?´ PIUM s. vou te dar uma pisa´. PINDAÍBA s. ³Rapaz. ± Lento. f. em local pouco habitado. m. id. Usada para correção. Três. f. f. bem apessoado. Mas só as de metal. cheirando a. id. ± Jogar para cima alguma coisa para ser pego pelos demais. POMBA s. ± Fibra da palmeira utilizada em vassoura. m. m. menina. id. arrumação. ± Ver Maceta. f. mas vou fazer uma procuração´. PROCURAÇÃO s. ± Menina com quem só se quer ter envolvimento sexual. ³Traz o pipo que ela tá chorando!´ PIRA s. f. ± Lombada. você é um burro!)´. ± Vocativo. 2 Com hérnia de escroto. ± Mancada. REMOSO adj. REMANSEAR v. silencioso. QUEIXAR v. . ³Quer ir lá com a gente na biblioteca?´ ³Quero não´. (ou seja. ± Jogar mau-olhado. ± Indica intensidade. RABISSACA s. menino. alguém daquela casa morre. ³Hoje está quente que só!´ ³Ela é lesa que só!´ ³A sala estava lotada que só!´ QUEBRA-MOLA s. de pouca potência e fácil manuseio utilizado pelos ribeirinhos. ± 1 Deserto. ± Tocar de leve em outra pessoa. doutor´. O uso da palavra ³querida´ no Amazonas denota certo sarcasmo ou ironia. ± Movimento das águas no rio. ± Secreção ocular. RANCHO s. ± Fazer carinhos apertados. ± Virada de cabeça brusca em desprezo a uma pessoa com quem se cruza. Essa rua é cheia de quebra-molas´. R RABETA s. Imitar jocosamente. m. ³Vai devagar aí senão quebra o carro. ± Cesta básica. m. tio?´ REPIQUETE s. f. QUEBRANTO s. aí morreu. f. REMENDAR v. ± Um súbito aumento no nível das águas no período em que o rio está baixando. ± Falso cognato. redemoinho. m. ± Muito rápido. ± Expressões que garantem acesso à comida que alguém está comendo. QUERO CESSO / NÃO DOU CESSO exp. ³Eu ia fazer uma festa surpresa. id. manifestando clara antipatia. principalmente aquela presente quando acordamos. ± Ato de derrubada do papagaio. ³Acho que alguém pôs quebranto no Rex. ganhar na lábia. f. Mas Rachid. similar a ³Pra caramba´. ³Para levantar esse muro é rapidola´. ³Ontem cheguei tarde e levei o maior ralho da minha mãe´. f. quem está comendo tem de dar. ± Guloseima dura ± daí o nome ± feita com amendoim. ³Vamos tomar cerveja. 2 Tristeza. RABICHO s. ± Pedaço do rio em que a topografia provoca um refluxo fluvial. Se alguém chegar e disser ³quero cesso´. de admiração ou inveja. ³Mãe. ± Ave de mau agouro. ± Mercador ambulante que em barco ou canoa percorre o interior parando de lugar em lugar. ³Não posso sair porque tenho que reparar o bebê´. ³Ela pensa que nem eu´. f. m. ± Ver Reimoso. m. QUEIMAR v. QUEBRA-QUEIXO s. ± Gelo ralado colocado num copo e acrescido de xarope de vários sabores. m. QUEBRANTAR v. ± Motor de popa. QUERO NÃO. efusivos. querido. ± Bronzear-se. Sem chances de beliscar. QUIRIRI adj. ficar com algo de outra pessoa. ± Extensão elétrica. RECREIO s. m. Deu a maior ratada!´ REBARBA s. na maioria das vezes com segundas e sensuais intenções. compras do supermercado. QUEIMOSO adj. ± Mau-olhado. ± Enrolar. Ele tá tão mofino«´. ± Linha com tiras de papel. ³Quando eu dei de cara com elam tu acreditas que ela me deu uma rabissaca?´ RACHID s. ³ Quero um rala-rala de groselha´.³Ela me queixou a minha caneta. f. m. ³Diz a Rádio Cipó que o Gláucio vai ser demitido´. ± Inversão sintática que deixa os interlocutores na dúvida. brigar. ± A boca pequena. RAPIDOLA adj. plástico ou pano que serve para dar estabilidade no papagaio. calmo. REBOLAR NO MATO exp. fazer corpo mole. ³Quando tem churrasco aqui em casa. REMANSO s. ³Não posso sair hoje que estou rendido com uma diarréia´. REBOJO s. Mulher amazonense odeia ser chamada de querida. ³Meu filho levou uma bolada e fixou rendido. RASGA-MORTALHA s. ± Tomar conta. RATADA s. QUERIDA voc. ³Tem que fazer o rancho hoje´. minha querida. f. ³Quanto tá o quebraqueixo. ³O lago hoje tava quiriri: nem peixe nem pássaros´ . ± Esculhambação. Tu acabaste de te operar e pirarucu é reimoso. pisada de bola. ± Barco de recreio. adv. ³Putateba. ± Resto de qualquer coisa. RALHAR v. REPARAR v. ± Com muita pimenta. meio-a-meio na conta«´ RÁDIO CIPÓ s. seu Durval?´ QUEDE«? adv. sermão ou briga de alguém que tem autoridade. ³Fiz besteira aí minha mãe ralhou comigo´. usado para os dois gêneros: ³Calma. Eu sou a mulher dele. RAPAZ voc. ± Jogar fora no lixo. a fofoca. esse tacacá tá queimoso que só´. m. mas o João acabou contando antes. ± Comida que faz mal. m. ³Ela tá á na laje se queimando´. NÉ? ± Usa-se para oferecer algo quando não se quer dar. ± Rachado. Mas se o comedor se antecipar e disser ³Não dou cesso´. ± 1 Impossibilitado de fazer algo por questões de indisposição de saúde. em crianças. diminuindo a correnteza.´ REINAR v. ³Que horas sai o recreio para a Praia da Lua?´ REGATÃO s. m. RELAR v. RABIOLA s. ³Pára de remansear e ajuda a gente a carregar essas caixas lá pra baixo´. ± Esculhambar.QUE NEM ± Expressão de comparação. Diz a lenda que quando passa perto de alguma casa produzindo seu ruído característico de alguma coisa rasgando. ³Escuta aqui. Por quebranto. ± Cadê? Que é de? Onde está? ³Quede a mamãe?´ QUEIDAR v. por linha com cerol. f. REMELA s. Sempre na negativa e com o né no final. ± Rede de pesca. m. ± Ganhar no grito. ³Quer que eu repare o carro. o Rex é que pega a rebarba´. não foi?´ QUER NÃO. RALHO s. ³Pára de ficar me remendando! Parece meu espelho´. REIMOSO/REMOSO adj. vendida na porta das escolas. id. entendeu?´ ³Você não está entendo. f. RALA-RALA s. Rapaz! Que mulher afobada!´ RAPICHÉ s. já posso comer pirarucu?´ ³Tá doido. m. QUE SÓ! loc. RENDIDO adj. ± Rir. ± Vazio. SE ABRIR loc. ± Varejo. RÓSEO adj. ROER UMA PUPUNHA exp. energia. ³Ela comprou uma calça de marca só pra se enxerir´. f. Dá pra comer não´. v. ± Namorar. ³Ela frescou aí eu sapequei a porrada nela!´ SARAMANDAIA s. ficou quebrado. m. além do casal. SALIENTE adj. ³Ela fez um regime e agora tá só o cuí. ± O mesmo que Babau. Meio destruído. vai jogar o saco de lixo fora´. ROLOS s. mete o sarrafo nela!´ SAÚVA s. m. ³Tu viste aquela mulher toda requenguela passando pela praia?´ RESERVA s. ± Tirar fora o tumor. id. bater.Expressão que se ouve quando alguém teima em fazer alguma coisa que o locutor reprova. decadente. f. ³Tu achas que eu vou querer namora contigo?! Se manque!´ SE MENTIR loc. sujo. SARNAMBI s. ± Pessoa gorda. inteligente. ± Sentir muita dor. ± Estar bêbado. ³Não precisa. jeito de besta. ± Meio-fio. v. ± Força. ³De quem é essa camisa rósea aqui?´ ROTA s. ± Se meter onde não é chamada. ficar. id. RUEIRO adj. ± Antigo bordel de Manaus. ± Ver Se enxerir. ³Se ela frescar. ± Passar por dificuldades. m. SERRINHA DE UNHA s. pessoa desembaraçada. SANDUBA s.REQUENGUELO adj. ± Passado. m. m. mô. O saco está seco´. ³Fez besteira! Vai levar sabacu por isso!´ SABIDO adj. intrometida. SACOPEMBA adj. ± Magro de dar dó. ³Ela passou a noite toda se agarrando encostada no muro da igreja´. SE ENXERIR loc. ela se abriu da minha desgraça´. ± Pessoa que não gosta de ficar em casa e arruma motivo para sair. pele e osso´. SOLDADO DA BORRACHA s. ± Lixa de unha. ³Tu viste a mulher do Curica? Tá mesmo que uma sacopemba´. ³O médico sarjou meu tumor ontem´. ± Cor de rosa. m. ± Pessoa enxerida. ± Originalmente pequena sobra de borracha que se forma durante o processo de defumação do látex. v. id. SUA ALMA SUA PALMA SEU CORAÇÃO SUA PINDOBA. ³O Roney é sabido. ao mesmo tempo. sufocando e quebrando os ossos do infeliz para depois engolir a vítima. SUCURI s. f. RUMA s. id. SARRAFO s. ± Enorme cobra sem veneno. SAPECAR v. Cuí é a farinha seca peneirada. na cabeça do coitado. ³Ontem acordei tarde e perdi o rota´. ± Aquele que sabe o que faz e disfarça. SESTA s. ± Pancada. Punição que um grupo confere a alguém por um malfeito. ± Baixar a bola. f. sua alma sua palma seu coração sua pindoba´. SONGA-MONGA adj. v. ± Porto. ± Dar. m. ³Ele tinha um carrinho vermelho. ³Tem que comer farinha desde cedo que é pra pegar sustança´. ± Semáforo. ³Depois que ele se separou da mulher. SINCERA s. SONSO adj. né? Tomou dez cervejas e pagou quatro´. m. T TÁ (DE) PORRE exp. ± Esperto. ³Esse bife tá mais duro que sarnambi. ± Muitos. ± Objeto com muito uso. m. ± Pneu sobressalente. SUREMA adj. . SE MANCAR loc. SAFO adj. principalmente quando há contato físico. ³Respeite o carro novo que o meu amigo aqui comprou!´ RETALHO s. ³Minha filha não vai sair com esse rapaz porque ele é muito saliente!´ SAMBADO adj. SERINGUEIRA s. ± Árvore que fornece o látex do qual se fabrica a borracha. metida a conquistadora . SARJETA s. ³Quando eu contei o caso. Aportuguesamento de roadway. que mata apertando.³Então meu filho. v. estepe. v. ± Sanduíche. malvestido. RESPEITE! ± Expressão de admiração por alguma coisa. ³Claudemir. usado para descrever um bife difícil de cortar. não foi? Olha essa cara de sonso!´ SOSSEGAR O FACHO exp. SE VER DE DOR loc. ± Formiga grande de ferrada dolorida. ± Se tocar. Todos batem com as mãos. Significa que o teimoso está entregue à sua própria sorte. ± Indica grande quantidade. SE AGARRAR loc. f. nem o cachorro quer´. v. ± Ônibus de transporte que faz a condução às empresas do distrito industrial. f. SECO adj. todo requenguelo´. f. ³Meu irmão vai pegar o motor lá no ródo´. se aquietar. ± Moça. ± Disfarçado. ± Repouso após refeição no calor amazônico. Roeu uma pupunha o coitado´. ± Nordestino que durante a II Guerra foi atraído pela propaganda oficial do DIP (Departamento de Imprensa e Propaganda) de Getúlio Vargas para colher látex na Amazônia. ³Leva ele no pronto socorro que ele está se vendo de dor´. ± Ser um terceiro sobrando. ³Pode sossegar o facho que não vai sair hoje não´. SINAL s. f. SEGURAR VELA loc. ³Ela saiu e trouxe rolos de mangas´. ³Leva ele que ele tá (de) porre´. m. ³Ele vende cigarro a retalho?´ RÓDO s. garota. m. SUSTANÇA s. SARJAR v. ³Foi tu que pegaste minha coca-cola. Querer aparecer. f. ³Não é hoje que eu ultrapasso! Essa ruma de carros Não acaba mais de passar!´ S SABACU s. m. ³Esse peixe tá surema. ³Será que aquela sincera ali topa dançar?´ SÓ O CUÍ exp. ± Sujeito esperto. mesmo! ³Vou pegar teu carro esse fim-de-semana. Nakabuda. Mas o japa tira o couro na consulta: 500 paus!´ TIRAR v. ³O galeroso matou o cara lá a terçadada´. ± Órgão sexual masculino.³Tá pra quanto o quilo da goiaba. arremessar. . TIQUIRA s. ³Ei. ó. em geral com asas. ³Ontem fui lá no centro e tirei uma geladeira nova´. m. ± Aguardente feita de mandioca. TIPITI s. menino!´ TE MANDA! interj. m. v. rapaz!´ ³Eu não´. ³O chefe disse pra tu fazeres o relatório sozinho´. feito de palha. camarão e pimenta. ± Mingau quase líquido de goma de tapioca temperado com tucupi. com uma abertura na parte superior e duas alças. f. cheiroso! Esquece!´ TABATINGA s. tolo´. TABEFE s. TÁ. ³O quê? Sozinho? Tem mil pra eu fazer!´ Há a variante ³tem cem!´. f. f. ³Ele deixou o sítio dele pra eu tomar de conta´. TOADA s. ± O ânus. m. cai na real. ± Pequena rede de pescaria. essa tapioca é minha. TERÇADO s. f. ³O Felipe só faz tolice. ³Quando provaram que ele pegou o dinheiro. TAPURU s. f. id. m. TIRAR AS BRONCAS loc. 2 Furar alguém com faca numa briga. TER UM PASSAMENTO loc. TETÉIA s. vê como tu estás sendo abestalhado e abusado. TOMAR TENÊNCIA loc. ³Olha que gata ali do lado daquela tigibu´. ± Bobo. ± Sujeito que não enxerga as coisas. id. f. tolo.³Amazonense é o bicho na cama. ± Ver Cajá. ± Situação em que a pessoa está muito envergonhada e sem saber o que fazer. m. m. ± Expressão que significa indignação.TÁ BESTA! exp. ³Ele disse que faz o serviço. ± Deixa de inventar. v. v. ± Tenha juízo! TONTON s. TOME TENTO! Interj. TOLICE s. v. ± Tomar jeito. ± Relativo a tolo. id. TIRAR A HONRA loc. TEM UM PORÉM Exp. ³Tu já faltaste aula três vezes essa semana! Vê se toma tenência´. ³O que que tu ainda estás fazendo aqui. TAPIRI s. m. ³O melhor médico é o Dr. id. TOBA s. ± Barro usado para artesanato. CHEIROSO! exp. leso. ± Tapa. usada entre os povos indígenas brasileiros para extrair. ± Facão grande de cortar mato. largo e de pouca fundura. TODO ERRADO loc. ± Utensílio que consiste numa espécie de cesto cilíndrico extensível. v. ± Deflorar. ± Desmaiar. TABERNA s. f. fingir que nada aconteceu. TOMA! Int. ³Quero duas tapiocas de coco. TAL DE ± Expressão de desdém usada antes de nome próprio. ± Não. ³Vamos tacar uma pedra no cachorro dele?´ TACHO s. ± Vaso de metal ou de barro. o Wandemberg começou a assoviar pra tirar as brocas´. TIGIBU s. desvirginar. ³Essa carne está estragada. m. id. m. TER/DAR UMA BILORA loc. v. ± Cobrar muito caro. Olha só: tá cheia de tapuru´. ³Menino. v. ³Atravessa aí pela lama. ± Eu acho. ele ficou todo errado´. ³A Terezinha saiu de manhã cedo sem tomar café e teve/deu uma bilora no colégio´. Usada na confecção de papagaios. TENHO PRA MIM Exp. TE MANCA! interj. ± Bolo de fezes. ± Mulher baixinha e gorda. TARRAFA s. ± Virilidade do amazonense causada ao calor. ± Exercício caseiro da escola. mas é tolo. ± Te toca. ± Humilhou! ³Olha o anel de ouro com brilhante dela!´ ³Te mete!´ TÊCA s. ± Vendinha. Tamanho paid¶eguão!´ TOLO adj. m. id. Tá besta!´ TÁ PRA QUANTO? exp. f. ± Tanguinha. TALA s. ³Ih. Só é botar em uso o tesão de mormaço´. ³O Felipe já tem oito anos. ± Cangote. f. ± Iguaria que se faz de mandioca. ± Verme. ± Comprar a prazo. id. adj. m. Mas tem um porém: precisa de ajuda´. ± Tem um detalhe. ³Vem. parente´. f. o ácido da mandi oca brava. TICAR v. deixa de leseira. ± 1 Cortar o peixe para quebrar as espinhas. TOLETE s. TODO MOCINHA! exp. TACAR v. TIRAR O COURO loc. ± Música de Boi-Bumbá. Dá pra cá. todo mocinha´. ± O mesmo que Capina. TAPADO adj. abestalhado. ± Tomar conta. m. TEM MIL! interj. Sobe aqui no tonton do papai´. mais fraquinha. m. filho. f. f. ³Foi embora com uma tal de Marluce´. ³Aí ele levou uma bolada de cheio na têca dele´. TESÃO DE MORMAÇO s. ± Fina varinha da parte externa do tronco das palmeiras. ± Aprende! ³Toma! Vai se meter de novo com gente maior do que tu!´ TOMAR DE CONTA loc. ³Vou tomar um tacacá bem grande hoje´. ± Está com muita raiva de. por pressão. ³Vem que eu te dou uns tabefes que tu vais parar longe!´ TABEREBÁ s. ³Deixa eu dormir na tua casa hoje?´ ³Te manca. ± Jogar. TACANHOBA s. Tô puto com ela´. moço?´ TÁ PUTO COM exp. ³Não quero falar com ela. ± Disfarçar. ± Mulher bonita. engraçadinha. TAREFA s. moleque! Te manda! Cuida!´ TE METE! Exp. ³Depois que soltou um pum no elevador. id. ³Eu tenho pra mim que esse cara é gay´. TAPIOCA s. ± Desmaiar. TACACÁ s. jambu. vai lá na taberna do seu Nóbrega e traz dois pães´. tá bom?´ ³Tá. ³Vou logo fazer a tarefa de matemática pra poder ir jogar bola´. Pode ser de manteiga ou de coco. ± Maneira de perguntar o preço de alguma coisa. ± Casebre coberto com palha. ± Usado pelos homens quando alguém não quer fazer o que é esperado dele. f. URA s. ³O cara anda todo troncho depois da surra que levou!´ TU JURA? exp. ³Meu Deus! Que vasura esse curumim!´ VAZADO adj. TOTÓ s. TORÓ s. normalmente ba nana. VERRUGA s. m. m. ± Acertar duas bolinhas em uma só jogada no jogo de bolinha de gude. TORAR v. . ± Berne. ± Lancha de alumínio com motor de popa. A valência foi que o filho dele chegou e atirou na bicha´. f. 2 Transar com alguém. VIRADO adj. ± Sanduíche de pão com queijo e tucumã. VASURA adj. ± Conversa fiada. ³De repente. ± Olhar atentamente. XIBIU s. UMENO adv. TRANCA s. ³O cara coleciona coruja. f. id. 2 Pessoa difícil. V VAI TE LASCAR! interj. ± Sair do juízo normal. Z ZAGAIA s. ± Pessoa trabalhadora. URUBUSERVAR v. ± Peixe amazônico de águas escuras. ± Preparar o peixe para cozinhar. ± 1 Cortar rente à base. f. VISAGEM s. ³Aquele professor é travoso que só´. ³Se der trela pra ela. levamos uma hora e meia para chegar a Nhamundá de voadeira´. ³Esse cabelo tá muito grande. TROCADOR s. ³Ficou cara a cara coma onça. ± Pedaço de madeira que serve para fechar portas. ± Expressão de indignação. f. f. f. Venha cá conversar comigo´. ³Vai lá e pega umeno uma´. XUMBREGA adj. lança. Acho que vou torar ele´. URUCUM s. azar. fruta regional de carne alaranjada. ela fala a noite inteira´. ³Tô super atrasado. VEXADO adj. Usado na região de Coari. TUXINA s. TUCUNARÉ s. VARIAR v. m. TRAVOSO adj. falta de sorte. ± O que serve para livrar de uma situação adversa. ± Pigmento natural utilizado de várias formas. ³Fique vexado não. vou tomar´. ± Ver Tigibu. Mas eu não sei tratar peixe´. TUCUPI s. TRELA s. ZAMBETA adj. f. f. VOU-TE! exp. TRIBUFU s. m. tá bom. ± Expressão de espanto que se relaciona à Virgem Maria. açúcar e uma(s) fruta(s). s. ± 1 Faminto. ³A Renata é o xodó do patrão. m. TRISCAR v. XODÓ s. TRONCHO adj. flau. m. ³De quem é essa vitaminada aqui na geladeira? Se não tiver dono. ³Eu pesco. tocar. ± Pelo menos. VOADEIRA s. f. m. envergonhado. ± Favorito. f. bastante. TRATAR v. ³Ele rodou tanto que saiu de lá zambeta´. ³Vai casar de novo? Ah. m. alimento preparado no liquidificador com leite. f. igual caju verde. ± Encontrar. ± Sem valor. m. f. ³Tá com febre de 40 graus! E já tá variando: disse que viu a vovó Julia. fantasma. Êta menininha egoísta! Vou -te!´ X X-CABOQUINHO s. ± Dim-dim. mutilado. ± A vagina. f. ± Expressão de raiva ou de decepção. ³Êta caju travoso do cacete´. UMA PORRADA loc. U UARINI s. f.TOPAR v. ± Vitamina. VIXE MARIA! Interj. vai te lascar!´ VALÊNCIA s. ± Tipo de arpão artesanal. ± Tiara de cabelo. TRIPA s. ± Apressado. m. Rapidamente. id. ± Um monte de. ± Pessoa torta do juízo ou fisicamente. deu na veneta cozinhar e ele foi fazer peixe às três da manhã´. ³Tu jura?´ TUCANDEIRA s. TRAVESSA s. ³O almoço não tá pronto e eu tô varado de fome´. ³Não tinha dinheiro. ± Verdade? ³Ela vem pra festa hoje´. Tudo que ela pede ele faz´. ± Sinal que nasceu depois na pessoa. ± Molho feito do líquido extraído da mandioca. ± Mau olhado. dei um queixo no cobrador e passei por baixo da catraca´. Vou ter que sair vazado daqui!´ VENETA s. VARADO (DE FOME) adj. ± Criança graciosa. f. ³Ela é aquela ali de travessa azul´. VITAMINADA s. ± 1 Que tem cica. ³Vamos comer alguma coisa? Tô vazado«´ 2 adv. ³Bora embora que vai cair o maior toró´. que morreu faz cinco anos´. f. ± Farinha amarela de grãos grandes. ± Verme branco que aparece nas fezes e dá uma coceira danada. ³Ele ficou com todos os brindes. ± Alma de outro mundo. ± Formiga gigante que produz ferroadas muito doloridas. ± Chuva forte com pingos grossos. ± Cabeça. ± O mesmo que relar. TURÍTI s. ± Com muita fome. Tem uma porrada lá na casa dele´. assombração. oxiuríase. ± Homem que fica embaixo do boi na festa do Boi-Bumbá. ³Quando menos esperava topei com ela na esquina´. ± Cobrador de ônibus. ± Tonto. ³Sabe quem eu torei ontem? A Sheila´. comum. ³Pára de ficar urubuservando o papo dos outros!´ URUCUBACA s. ³Dizem que a avó da Darle vê visagem´. ³Saindo de lá. doutor em Lingüística pela Unicamp e professor efetivo da Universidade Federal do Amazonas. ³minhoca´ e outras hoje i ncorporadas na nossa língua como nossas. termos vêm e vão. que utiliza o imaginário da cultura local. Afinal. contrariamente. O contato com as línguas indígenas. o ³Dicionário de Amazonês³. terá um tratamento lingüístico. São dialetos geográficos. a escrita acaba sendo arbitrária. uma aglutinação de ³piranha´ com ³gueguete´. O importante. de origem do português europeu. MA ± Quanto à origem das palavras. que significa algo grande. que. de Sérgio Augusto Freire de Souza. acredito. sem esc rita. besta. poderia estimar. fiz dele uma das minhas primeiras postag ens. ³ sucuri´ e ³tatu´. com massa. ZEZÃO adj. Passados dois anos e muitos downloads depois. de termos em desuso? SF ± Como a língua é dinâmica. frutas e animais brasileiros têm origem no tupinambá. mas agora estou zero-bala´. pronto pra outra. Esse é um exemplo. ± Rapidamente. Muita gente nova não entendeu. Acredito que a entrevista a seguir. ³O caminhão de som passou aqui fazendo a maior zoada´. Portanto. A língua é viva e não tem osso. alguém com autoridade no assunto tinha coletado. Portanto. ³vatapá´. tive a honra de um contato direto com o professor Sérgio e não quis perder a chance de tirar dúvidas e conhecer detalhes do seu magn ífico trabalho. ³Tava de porre ontem. no Amazonas. que significa ³frustrar os planos de alguém´. tenho divulgado o Dicionário e. agregou um sem -número de termos ao português. A língua acompanha os movimentos simbólicos e culturais e caminha no tempo. Um desses termos é ³Masseta´. ganhando e perdendo força por meio do uso e desuso. f.ZERO-BALA adj. o percentual de participação européia. ³Quando ele viu o pai da moça atrás dele. inglês para o ensino médio´. A língua é um dos índices mais fortes de identidade. duas filhas. Muitos nomes de plantas. O banco HSBC fez uma propaganda regionalizada e utilizou a expressão. usado para se r eferir a uma moça perigosa no que diz respeito a atacar o marido ou namorado de outra. Há dialetos sociais também. claro. E com a influência dos nordestinos na época da Borracha. sim. não coincidiriam em grande parte com o Dicionário de Amazonês? SF ± Não há monopólio na linguagem. ± Renovado. ³orixá´. Muito provavelmente outras pessoas devam ter compilado termos utilizados aqui na região. O contato cultural enriquece a utilização de novas palavras. semelhantes ao seu? Sérgio Freire ± A linguagem sempre foi objeto de curiosidade. ZIMPADO adv. sociedade e ideologia´ e co-autor de ³New Citizen. como os dos ³mano´ em São Paulo ou o dos ³galerosos´ em Manaus. como ³abacaxi´. casado. ³dendê´. mas a história diferente do país fez daquela língua outra língua. recentemente. MA ± O senhor utiliza o amazonês no seu cotidiano ou ele é apenas seu objeto de est udo? . foi um grande sucesso. forte. Mas o público alvo do banco (as pessoas de trinta para c ima) entendeu. ³site´ e ³blog´ porque a língua portuguesa não nos deu palavras para nos referirmos a esses conceitos. já no século XVII pode-se dizer o brasileiro se fazia notar como uma língua diferente. ³Paraíba´. muito se ganhou de termos daquela região. Acredito que o diferencial do trabalho que desenvolvo é que este dicionário. sim. ele saiu daqui zimpado´. Melhor ainda. MA ± Pode nos dar exemplos no Dicionário de neologismos e. ainda que eu prefira a primeira por q uestões de etimologia. Sérgio Freire é subsecretário municipal de educação de Manaus. Ela se mexe mesmo. que vieram ju nto com a informática. Desde então. os regionalismos são dialetos. O Brasil herdou de Portugal a língua. na Internet. como esperado. por meio do tráfico de escravos. Quando descobri por acaso. grosso modo. ± Barulho. 40 anos. ³buriti´. ± Abobado. Acho até que é inútil. E isso não é problema porque as fronteiras das línguas e dos dialetos são muito difusas e não muito claras. Um termo relativamente novo é ³piriguete´. onde o mundo poderia apreciar. há de haver sobreposições. leso. MA ± Pela similaridade de culturas. Mu itos jovens de hoje não compreendem porque não soltam mais papagaio. MA ± Alguma palavra causou dificuldade na hora de se decidir qual a grafia mais correta? SF ± Como alguns termos são originados de línguas ágrafas. Que orgulho! Não só meu. MA ± Os regionalismos podem ser chamados de dialeto ou subdialeto? SF ± O dialeto é qualquer variedade lingüística coexistente com outra e que não p ode ser considerada uma língua em si própria. área na qual surgiu a expressão. Usamos ³mouse´. adotada na rede estadual de ensino do Amazonas. Um dicionário de ³Amazonês´ não tem a intenção de dizer ³isso é nosso´. Já uma expressão em desuso é ³cortar a curica´. Muita gente escreve ³Maceta´. autor de ³Conhecendo Análise de Discurso: linguagem. curiosa série didática. A influência indígena também acabou propiciando a criação de expressões como ³andar na pindaíba´ e ³estar de tocaia´. Apesar de carregar o mesmo nome. e são basicamente termos oralizados. uma vez que o trabalho do professor tem sido replicado ³até o tchoco´. é um filho pródigo do Amazonas que vive há quase 20 anos na cidade de São Paulo. estudado e organizado a língua da minha terra e até o jeito (e trejeitos) do falar amazonense. A língua acompanha os movimentos econ ômicos também. ´curió´ ³piranha´. ³Manaus´. ZOADA s. indígena e africana? SF ± É muito difícil quantificar a língua. Mas quantificar é quase que impossível. as línguas africanas tro uxeram palavras como ³figa´. Amazonense até o tchoco! Por Moisés Arruda Moisés Arruda. na sua forma final. Cursou Comunicação Social/Jornalismo na Universidade do Amazonas e Jornalismo na Faculdade Cásper Líbero (SP). um possível dicionário paraense ou acreano. fiquei eufórico e orgulhoso. A língua funciona assim. com classificações e terminologias da lexicografia. científico. principalmente o Tupinambá. tinha jogado tudo no ciberespaço. por exemplo. com materi alidade toda própria. Grande parte do vocabulário é. concedida via e-mail. seja a primeira do autor sobre o ³Dicionário de Amazonês´ na internet: Moisés Arruda ± O senhor tem conhecimento de trabalhos anteriores. ³Mogi -Guaçu´. que é um a variável aceitável também. Mas. mas de dizer ³isso é significativo aqui´. É muito comum ver termos indígenas apontados pela toponímia (ciência que estuda a origem dos nomes de lug ares): ³Mogi-Mirim´. é identificar as inf luências e trocas lingüísticas ocorridas. E assim. eliminando os regionalismos? SF ± A língua sabe se defender. Quando ela vai. Isso ajuda a confundir os ouvidos menos apurados. Falar da minha língua é falar de mim. o interior do estado esteja pouco representado no dicionário? SF ± A internet criou um canal de troca muito interessante quanto a isso. Senão fica uma linguagem f orçada. . Assim se dá o banzeiro lingüístico. ³Nem com o pitiú do bodó!´ é o equivalente ao ³nem que a vaca tussa´ em Coari. MA ± Manaus tem recebido muitos imigrantes nos últimos anos. Seu ³Rondel da mandioca´ é muito bom: manimani teu corpo branco esfarelado no caititu chora espremido no tipiti lágrimas vivas de tucupi depois no tacho dança lundus cateretês todo doirado dança emboladas de amido e luz MA ± Os paulistas. tem idéia do porquê do sucesso do dicionário? SF ± Porque se tem uma coisa de que o ser humano gosta é de falar de si e de suas coisas. Não vejo esse perigo. Uma enciclopédia como a Wikipédia. é feita por que m? Na internet os textos tendem a deixar de ter autores e passar a ter ³organizadores´ ou ³disponibilizadores iniciais´. através das novelas. Ela permite entrar o que acha que deve. Como um índice de identidade. por exemplo. É uma questão que me interessa bastante como estudioso de Análise de Discurso. não.blogspot. Nenhum grupo permite isso. ela se movimenta junto. a palavra ³toada´ com a acepção utilizada pelos bois até que circulou. Abrir mão do regionalismo é abrir mão das especificidades identitárias. Minha esposa é de Campinas e ela já aponta os carapanãs massetas no quarto com a boca. Eles mais assimilam ou mais influenciam a fala local? SF ± As duas coisas. Quando essas área s se movimentam. comprometendo a boa literatura. sem verossimilhança. Nos escritores famosos. Há grandes semelhanças? SF ± A grande semelhança é o ³s´ chiado. vai. Mas a língua não existe por si só. MA ± Há alguma palavra ou expressão regional do Amazonas que tenha se difundido pelo país? SF ± Isso é muito sazonal. por exemplo. MA ± Os escritores famosos do estado se utilizam do amazonês em suas obras? SF ± Depende do estilo e do escritor. ela vai acompanhando a cultura ou o econômico. A frase do carioca é mais cantada do que a nossa. por dificuldades óbvias e devido à informalidade da proposta. tipo ³para ser escritor amazonense tem de usar vocabu lário local´. Publicado em http://www. por exemplo. Não acredito que seja uma regra geral. Mas a tendência maior quando se chega a outra comunidade de fala é a assimilação do falar do local.SF ± Má rapá« como um bom amazonense eu uso que só. Na época em que o boi ganhou mídia nacional. MA ± É provável que. Já dizia o poeta: ³minha pátria é minha língua´. Quanto ao uso sem créditos. ³Flau´ é o ³Din -din´ em Parintins. os regionalismos aparecem como devem aparecer: naturalmente. costumam confundir nossa fala com a dos cariocas. é bem diferente. Vendo por um lado positivo.amazonasinsampa. Mas a prosódia. Em Campina s ela utilizaria o dedo para apontar um pernilongo grande. Estou com Fernando Pess oa. Esse conceito tem mudado muito em relação aos meios de circulação tradicionais. Espero ampliar essa participação e conto com a internet para isso.com em 26 de novembro de 2006. Há também a coincidência do uso do ³tu´ como pronome de tratamen to. promoverem a uniformização da língua. MA ± O senhor vê o perigo dos meios de comunicação no Brasil. Mas gosto muito da poesia de Aníbal Beça e de Luiz Bacellar. isso é uma das questões mais atuais sobre a utilização da internet como fonte: a autoria. Qualquer tentativa de regulamentar a língua por decreto é vã. que é o nome bonito que o lingüista dá para o estudo da entoação. a língua traz esse chamariz. MA ± O seu dicionário tem sido utilizado em larga escala na Internet sem os devidos créditos. Recebo e -mails de várias pessoas do interior do Estado sugerindo expressões e palavras particulares à determinada região.
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