Agricultura biodinâmica

March 24, 2018 | Author: matheusrieder2010 | Category: Phenomenology (Philosophy), Science, Edmund Husserl, Spirit, Morality


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AGRICULTURA BIODINÂMICA: ORIGEM, GNOSIOLOGIA, EPISTEMOLOGIA, ÉTICA, ORGANISMO AGRÍCOLA, ADUBAÇÃO, PREPARADOS BIODINÂMICOS E NUTRIÇÃO HUMANA.PARTE 1: APORTE, COMPLEMENTAÇÃO E COMPILAÇÃO. Manfred Klett(1) & Andreas Attila de Wolinsk Miklós(2). (1)Goetheanum, Escola Superior Livre de Ciência Espiritual, Seção de Ciências Naturais, Departamento de Agricultura. Dornach, Suiça. (2)USP, FFLCH, PROCAM, Departamento de Geografia. Av. Prof. Lineu Prestes, 338, 05508-900, Cidade Universitária, São Paulo. “Outrora, estrelas falavam aos homens, O seu calar é destino cósmico; A percepção do seu calar Pode ser sofrimento do homem terrestre, No calado silêncio, porém amadurece O que os homens falavam às estrelas; A percepção do deu falar Poderá tornar-se força do Homem- Espírito.” Rudolf Steiner (1861 - 1925) I. ORIGEM DA AGRICULTURA BIODINÂMICA. A agricultura biodinâmica tem sua origem na antroposofia (VEIGA GREUL, 1994), sob impulso do filósofo austríaco Rudolf Steiner. A fonte antroposófica da agricultura biodinâmica1 materializou-se no curso agrícola “Bases da Ciência Espiritual23 para a 1 De acordo com DEFFUNE (2000), esse termo foi originado da contração de agricultura biológico - dinâmica, criado por Rudolf Steiner no referido curso agrícola. Tal termo engloba conceitos de aplicação de processos, de um lado, processos sobretudo biológicos, e de outro lado, processos dinâmicos (i.e., pela dinamização de energias contidas nas substâncias ao estilo hermético ou homeopático). Digno de nota, haja vista, o que se desenvolveu e desenvolve na UFSM e na FERTIBIO 2000, são as preocupações e esclarecimentos do Dr. Deffune (com. or.) em relação às diferenças conceituais que o termo biodinâmico empregado como adjetivo, possa ter. Aqui acrescento, portanto, a definição de dinâmico, qual seja, adjetivo respeitante ao movimento e às forças, ou ao organismo em atividade. Abre-se assim um leque considerável para a sua utilização, por exemplo: (a) agricultura biodinâmica no estilo original e inédito “steineriano”; (b) biodinâmica do solo, no contexto empregado pelos Professores Arthur e Ana Maria Primavesi, e por MIKLÓS (1992a,b, 1993), e, certamente, muitos outros; (c) preparados biodinâmicos (estilo “steineriano”): que dentre outras coisas que serão vistas mais adiante, devem passar por um processo de “dinamização” e, diferentemente do anterior, (d) preparados biodinâmicos: como suplementos organo-minerais que passaram, tão somente, por um processo biológico e que utilizam, até mesmo, como matéria prima, sais minerais sintéticos de alta solubilidade. Importante seria frisar, então, que os preparados biodinâmicos que aqui se apresentarão mais adiante nada têm haver com os referidos suplementos organo-minerais supracitados. 2 “O ideal científico da antroposofia” (trecho extraído da palestra GA 257 proferida por Steiner em 1923): “Se ascendermos ao pensamento de tal maneira que não haja nada de egoísmo, nada de egocentrismo, nenhum partidarismo para um ou outro julgamento; se conseguirmos nos elevar como seres humanos ao ponto de podermos vivenciar o pensamento em nós na forma em que ele mesmo quer expressar-se; aí, então, não nos sentiremos mais como os produtores do pensamento; ao contrário, nos sentiremos como palco interno através do qual o pensamento se manifesta em nós. [...] Daí, então, nos surpreenderemos: as idéias que assim formamos são dignas para representar o divino. A seguir, descobriremos como os pensamentos que formamos em nosso peito são dignos para representar o divino. Primeiramente, descobriremos o pensamento e a seguir, descobriremos: Mas o pensamento é o logos, o verbo! [...] Aquilo que os orientais vivenciaram como a revelação do pensamento e os gregos como testemunho através do pensamento, isso tudo nós vivenciamos como uma descoberta plena de vida; temos o pensamento e a seguir ele se nos anuncia como apto para a expressão do divino. Esse é o nosso ideal científico.” 3 Digno de nota, ao procurar evitar equívocos: “Contra a opressão da generalidade” (STEINER, 1999): “O erro fundamental Prosperidade da Agricultura4” ministrado em Koberwitz, em 1924, sob a forma de oito conferências (STEINER, 1984b, 1993). Tal curso surgiu em decorrência do questionamento de um grupo de agricultores da Europa Central, preocupados com os problemas ambientais e sociais da agricultura que surgiram após a 1a Guerra Mundial; suscitando, então, junto à Steiner, novas perspectivas para a agricultura no futuro (KLETT, 1999). Segundo o autor, as perguntas que surgiram, por conseguinte, foram, no geral, as seguintes: 1.Como podemos agir contra a perda de durabilidade/persistência das diferentes espécies de plantas cultivadas (redução de espécies5)? Era a questão relativa à manutenção da qualidade das sementes e uma nova forma de cultivar as plantas. 2. Como podemos agir frente ao aumento de doenças nos animais? Essa questão referia-se a novos caminhos de alimentação, manejo e criação. 3. Quais as consequências da adubação mineral, especialmente do nitrogênio sintético, para a fertilidade do solo e a saúde das plantas? Era a questão de uma nova adubação da terra. 4. Podemos comprovar de alguma forma processos e ritmos de vida? Era a questão relativa à essência do ser vivo. 5. De que maneira a forma de vida do produtor rural (considerando seus aspectos sociais e tradicionais) pode transformar-se no futuro? Era a questão de uma ordem social nova na agricultura na época industrial. que está na base disto (por ocasião da fundação de uma “Sociedade para a Cultura Ética”, em Berlim, em 1892) é a crença de uma moralidade humana geral. Da mesma forma que “o homem em geral” não é possível, mas é apenas uma ficção conceitual, da mesma forma é impossível falar-se de uma ética em geral. Todo povo, toda época, sim, no fundo, todo indivíduo, tem sua própria moralidade. O pensador pode procurar pelo comum de todas essas concepções morais, pode pesquisar as forças impulsionadoras que se encontram em todas elas. Mas o resultado conseguido dessa forma só tem um valor teórico. Ele é infinitamente importante para o conhecimento da natureza ética do homem, da sua entidade moral; mas jamais pode ser colocado como o fundamento da conduta na vida. E nada é mais satisfatório do que isto não ser possível. Porque no lugar das expressões individuais das naturezas dos povos e dos seres humanos, das épocas e dos indivíduos, surgiria o agir padronizado de fantoches morais que seriam puxados sempre de novo pelos fios de uma doutrina humana geral. Em nenhuma outra esfera da vida, além da esfera moral, deve imperar o axioma viver e deixar viver. A moralidade especial de uma pessoa ou de uma época é o resultado inconsciente da sua visão do mundo e da vida. O agir obtém uma característica individual, de acordo com uma certa forma do pensar e do sentir; e nunca deve se pensar em um cultivo separado dele. Uma elite de pessoas trabalha hoje numa reformulação da nossa visão de mundo, tanto em relação com a ciência como com a religião e a arte. Cada uma dá sua contribuição. O que daí surja será determinante para o nosso agir. O cultivo do saber, da verdade, das concepções artísticas, pode ser o conteúdo dos nossos impulsos comuns. Esse cultivo terá por si próprio, como conseqüência, uma ética comum para muitas coisas. Que cada um exponha abertamente o que sabe, que coloque publicamente o que consegue realizar; em suma, que se expresse a si próprio em todas as direções: então ele será para a comunidade muito mais do que seria se aparecesse perante ela com a pretensão de dizer como ela deveria se comportar. Muito dos nossos contemporâneos estão fartos do discurso sobre o que devemos fazer e não fazer. Eles querem um conhecimento do funcionamento do mundo. Quando eles o tem, sabem também como tem de se comportar no mundo que eles conhecem. 4 Digno de nota, quanto ao pioneirismo no âmbito científico: “Soil quality and financial performance of biodynamic and conventional farms in New Zealand”. Science, vol. 260, REGANOLD et al. (1993). 5 Cumpre relembrar, neste momento, o editorial de Washington Novaes, do jornal o Estado de S. Paulo de 18/12/98, dando conta do seguinte: “No início da agricultura, conheciam-se umas 80 mil plantas comestíveis. Depois, passou-se a cultivar umas 150. Hoje, dependemos de apenas 8 para prover 75% dos alimentos do mundo. E, o que é mais grave, segundo a Comissão de Recursos Genéticos da FAO, mais de 50% das variedades dos 20 alimentos mais importantes que existiam no início deste século já desapareceram - aí incluídos arroz, milho, trigo, aveia, cevada, feijão, ervilha. Cada uma delas adaptada a um clima, a um tipo de solo, nível de umidade, com textura, paladar e aromas diferenciados. II. DESCRIÇÃO SUMÁRIA DA AGRICULTURA BIODINÂMICA. Descrição sumária com base em KOEPF (1983) e LINDEN et al. (1988): As fazendas biodinâmicas devem ser diversificadas de acordo com as condições locais 6. A relação entre as culturas que melhoram o solo e as que o esgotam deve ser equilibrada. Para recuperação do solo, empregam-se em larga escala as leguminosas. Rotações e culturas consorciadas permitem a ação de delicadas interações ecológicas. Os sistemas de cultivo visam a fertilidade duradoura. Adubar deve consistir em “vitalizar” o solo7. Os adubos são, na maior parte, de produção própria. O programa de adubação se baseia no retorno ao solo do estrume animal e de outros detritos orgânicos devidamente processados através da compostagem. O efeito dos adubos sobre os solos e plantas é aperfeiçoado através dos preparados biodinâmicos. Estes consistem em substâncias vegetais e animais selecionadas, submetidas durante o ano, ou parte de um ano, a um processo fermentativo. Destinam-se a favorecer a “vida do solo” e estimular o aproveitamento da luz pelas plantas. É importante a criação de gado em escala adequada. Atribui-se maior valor a uma boa produção e à saúde do gado, do que atingir produções recordes. As empresas biodinâmicas são organizadas como unidades biológicas equilibradas. As medidas adotadas eliminam por si sós, um bom número de pragas, doenças e outros fatores de enfraquecimento. As fazendas dirigidas conforme este método elevam a qualidade do sistema ecológico do qual fazem parte. A qualidade nutritiva dos produtos é boa, não só devido à eliminação dos produtos sintéticos, cujos resíduos podem causar problema; a qualidade resulta da ótima relação entre fatores de crescimento (solo, biosfera, atmosfera, cosmos). Para tanto, contribuem os preparados biodinâmicos e a observância de influências rítmicas (atmosféricas e cósmicas) - ritmos biocronológicos. Existem fazendas biodinâmicas em muitos países de todos os continentes. É crescente a demanda dos produtos biodinâmicos que levam o selo de garantia “Demeter”. Destacam-se por seu grande valor nutritivo, excelente sabor e boa durabilidade. A agricultura biodinâmica pode ser empregada por qualquer pessoa interessada. Os princípios da agricultura biodinâmica são suficientemente abrangentes para proporcionar sua adequação às mais diferentes situações naturais, econômicas e sociais. E o que mais me chama a atenção na agricultura biodinâmica: “No seu sentido mais amplo, este trabalho descortina ao espírito humano (Eu) novas possibilidades de relação clara e consciente com o mundo dinâmicos dos fenômenos vitais. O trabalho adquire, assim, um sentido e uma finalidade. Contribui-se, deste modo, de forma positiva, para solução de problemas sociais e humanos de nossa época (KOEPF et al., 1983). Antes de adentrar nos próximos tópicos referentes à agricultura biodinâmica e nutrição humana torna-se importante, caracterizar a gnosiologia8, o sujeito e o objeto de estudo 6 Mais adiante, inserir-se-á as noções de individualidade agrícola e organismo agrícola, originais da agricultura biodinâmica. 7 Conceito de fertilidade do solo na agricultura biodinâmica (1924), conforme Schaumann in LINDEN et al (1988): No solo vivo, a planta intervém através de exudatos (açúcares, aminoácidos, ácidos fórmico, oxálico, acético, tartárico, cítrico, málico, lático, etc) sobre o reino mineral, dissolvendo-o ativamente. O excesso destas excreções é absorvido por uma microbiota e fauna riquíssimas, existentes no solo, e reintegrado ao conjunto biológico. É a partir desta inter-relação entre vegetal, mineral e vida do solo (fauna e microbiota) que resulta sua fertilidade. 8 Parte da filosofia que trata dos fundamentos do conhecimento; teoria do conhecimento. Gnose = 1. conhecimento, sabedoria; 2. Hist. Filos. conhecimento esotérico e perfeito da divindade, e que se transmite por tradição e mediante processos de iniciação (do autor: que pressupõe autoconhecimento, autosuperação e autodesenvolvimento). ciência que estuda os fenômenos psíquicos11 e do comportamento do homem. 1999). componentes das forças etéricas ou formativas. Parece não ser a toa. Brian Godwin (Especialista na fenomenologia de Goethe). além da matéria.. mesmo esta não contendo mais a substância original). não perceptíveis aos órgãos físicos do sentido. O dualismo homem . com destaque para a expansão do materialismo excludente. Ela aponta.b. por exemplo. Na medicação homeopática (dinamização de diluições em potência centesimal) ou antroposófica (dinamização de diluições em potência decimal) surgem situações onde o princípio ativo físico . para as interdependências entre o sensorial . segundo a psicologia. 1994). Rudolf Steiner apresentou teoria que procura explicar a forma do vivo como algo que envolveria. (1985). inverte seu papel. por decorrência. 1985a. passava para o diluente . só o é o “princípio” subjacente a tudo. sim.espiritual (multidisciplinaridade a ser requerida em prol do avanço da ciência e do desenvolvimento humano). Goethe manifestava sua percepção da seguinte maneira (STEINER. em 1998.princípio ativo continuam a surtirem efeito. portanto. da agricultura biodinâmica. o que dista da visão clássica da ciência comum onde se compreende a forma orgânica viva como expressão do genoma e ambiente adjacente. a ação dessas essências supra-sensíveis. ao que pertence ao âmbito do espírito. STEINER. Ele coincide com a forma atual e dominante de compreender o mundo e pode ser explicado a partir do estudo da evolução da consciência humana (KLETT. 9 Essências supra-sensíveis: realidades não captadas pelos órgãos de percepção sensorial. Fritshoff Kapra (Físico Quântico). voltando-se. como fenômeno psíquico do medo. 1986. mas por uma espécie de anestesia contra o referido sentimento. psique era a personificação da alma. pode ser encontrada. III. BOTT et al. Este item resulta de uma compilação sintética e complementada de parte do trabalho apresentado em MIKLÓS. 1994. para se estar ciente do mundo espiritual. (1998). após as sucessivas diluições. (2000b). da igreja católica: durante os dias úteis e aos sábados. (1984a. O que parece. Para o autor. nos trabalhos de LANZ. GNOSIOLOGIA NA ORIGEM DA AGRICULTURA BIODINÂMICA E DA ANTROPOSOFIA. no atual momento histórico da evolução do homem e da ciência. parece ser o que mais se aprofundou na descrição da essência de tais fenômenos. o praticante vive imbuído tão somente numa realidade material. 11 Ou da alma. propondo um diálogo entre filosofia e catolicismo. a partir de várias obras. mas porque quer preencher sua alma com pensamentos que lhe escondam o receio diante do mundo espiritual (STEINER. . 1995. insira o materialismo. Pertence a ele. dentre outros. como um capítulo da sua área12. A gnosiologia na origem da antroposofia e. o homem precisa primeiro aparelhar-se.natureza ou espírito . 1981). também.físico e o supra-sensível 9 . não o faz por serem tais argumentos concludentes por seu próprio mérito. esta. de até então. Ninguém nega o mundo espiritual ou a possibilidade de conhecê-lo com base em “provas” da sua não-existência. França) publicou tais efeitos referindo-se à “memória da água” (o efeito do princípio ativo da substância original. 1984): não há na experiência.material foi de tal modo diluído que não pode mais ser detectado e.associados.veículo. apresentaram trabalhos que apontam em tal direção: dos “campos morfogenéticos supra-sensíveis”. aos domingos. 10 A exemplo da atitude platônica. Rudolf Steiner. nada de fixo que permita ser considerado como definitivo. estar evoluindo. 2000) e VEIGA GREUEL. no seu detalhe. Ruppert Sheldrake (“Neovitalista”). Benveniste (pesquisador CNRS. a noção e descrição dos quatro éteres (KALICS. conhecida desde a antigüidade. que a psicologia. 12 Steiner descreveu o fenômeno da seguinte maneira: “Quando a alma procura provas e argumentos que refutem o mundo espiritual. sobretudo.matéria que perdura nos vastos domínios da ciência irradia-se em vários outros campos. da filosofia e até mesmo da religião 10. pelo papa João Paulo 2°. haja vista a última encíclica católica “Fides et Ratio” (Fé e Razão) promulgada. os efeitos da substância original . Na mitologia grega. (1998). Platão. com destaque para a educação e dos modos de pensar. foi encarregado. a consciência humana passa definitivamente a se limitar ao mundo sensorial visível. que grandes mudanças culturais ocorrerão. bem como. eles se separam (dissociam) dos fenômenos (consciência objetiva e espectadora) para interpretar uma realidade objetiva. após o esquecimento da epistemologia clássica e o surgimento da época das ciências naturais. ainda. 1999a. na sua exata medida. apontando o dedo para cima queria dizer. 1985a.Segundo PEREIRA. Remeto o leitor às obras de Michel Serres (filósofo francês) que abordam a relação entre as ciências “duras” e as humanas e critica. tal dissociação homem/espírito . Schröer recomendara Rudolf Steiner a Joseph Kürschner que naquela época estava editando as obras de Goethe na “Literatura Nacional Alemã”. a pintura de Rafael (1510) “A Escola de Atenas”. “espírito e matéria juntos.metodológica em relação à agricultura convencional. A antroposofia e a agricultura biodinâmica têm sua base epistemológica relacionada à gnosiologia presente na cosmovisão de Goethe (HEMBELEN. VEIGA GREUL. Segundo HEMLEBEN (1989). da imaginação. foi originalmente sistematizada metodologicamente por Steiner na virada do século (STEINER. provocando amplas transformações no desenvolvimento da ciência. à Franz Brentano. Em 1886. Já Aristóteles. ou ainda. 1994). . Edmund Husserl e. da essência da alma pensante”. antes mesmo de se introduzir na ciência moderna. a dor e o sofrimento que não causaria um tal espelhamento. no âmbito filosófico13. adquirindo uma força anímica interior que se conquista somente mediante preparação (“da confiança no pensar”. “dissociação entre espírito e matéria”. pedagogia. que mostra no detalhe a polaridade Platão – Aristóteles. à fenomenologia de Goethe. ainda. compreendo. b. o homem tem um compreensível receio diante do reconhecimento de seu mundo espiritual ambiente e se apega à ilusão de que este mundo espiritual seja inexistente ou incognoscível. pensada como exterior ao ser humano (“dissociação da idéia em relação ao objeto de estudo”) (KLETT. Posso imaginar. seja diretamente com a percepção sensorial e com o fenômeno. Daí a discrepância teórico . então. quando prognostica. por sua vez. da edição dos escritos científico-naturais de Goethe. em imaginação. sobretudo. com a mão direita voltada para a terra queria dizer. o homem não possui sua “vestimenta exterior aparente” (corpo físico) que engana aquilo que em essência realmente somos. o que precede da seguinte maneira: no mundo espiritual. gnosiologia) surgem formas correspondentes de agricultura. “da meditação”). Remeto o leitor. então. Steiner publica seus próprios pensamentos sobre a “nova orgânica de Goethe” contida na obra “Metamorfose das Plantas”. “enquanto não resolver apropriar-se dessa força anímica interior. a tradição dos estudos clássicos e as chamadas ciências duras”. 13 Trago à memória. que separa as ciências humanas. Segundo ele. 1986c.b). com outras funções da memória. certos dualismos básicos na cultura moderna. etc. Em decorrência de tais formas distintas de pensamento (geração de conhecimento. da própria razão. Em 1891. 1999). material.natureza/matéria parece ter início na antigüidade clássica. Por volta dos séculos XV e XVI. associados”. medicina. então. 1986). da verdadeira essência do ser humano. 1994). Essa ilusão ajuda-o a vencer o receio instintivo de uma diluição ou de uma fusão de seu próprio ser (eu) com um mundo espiritual essencialmente exterior. 1989. Karl J. A gnosiologia presente em Goethe. Os pensamentos passam a se relacionar. 1984a. com vinte e um anos (1882). afresco do Vaticano. da nossa fisionomia moral (alma espírito).” Pessoalmente. com a autoria do livro “Fundamentos de uma gnosiologia da cosmovisão goethiana” (STEINER. principalmente. ainda. em relação às suas conseqüências (MAFRA & MIKLÓS. Steiner. tal como utilizado no método de Goethe (“união em idéia com o objeto de estudo”) ou. do elemento primordial do universo. filósofo e psicólogo alemão. Franz Brentano. o domínio natural (físico material) e o humano (do espírito). . embora matemático. Para Steiner. tão somente. que nossa consciência nos apresenta objetos. etc. contemplativa.1807). estética. ente. ambas amigas de Goethe (1749 . um caminho diverso àquele proposto por Francis Bacon. seu tio e narrador de contos. o pensar é o elo entre o homem e a realidade metafísica. Fenomenologia é o estudo descritivo da sucessão dos fenômenos e/ou de um conjunto de fenômenos. que seguiu. pelo sistema de pensamento de Aristóteles e pelo rigoroso método de conceitualização da escolástica medieval. fenomenológico) o homem aparece em posição de objeto e de sujeito cognoscente (“união em idéia com o objeto de estudo”). Husserl retoma a noção de intencionalidade que ensina que toda consciência é consciência de algo. logos = tratado. filha da escritora Sophie La Roche (1731 . Poderia desvelar um reencontro. e sim de descrever um caminho pelo qual ele pode ser conscientizado”. poeta romântico alemão. de uma análise estrutural da cognição. e não os re-presenta para nós (ABRÃO. berço da liberdade15. 1985b). sistematizado por Steiner. na linha evolutiva da consciência humana. não de uma imagem ou de um signo que lhe seria exterior. Este. Descartes. 1999). do grego: ontos = ser. na realidade. poderia desvelar uma possibilidade de desenvolver um conhecer ampliado dos fenômenos da natureza e do homem. do pensamento ou da idéia). onde. Segundo eles.1832). em tal método (“goetheanístico”. Pode-se dizer que se trata. a partir de 1874. sob total domínio da consciência. muito importante. inspirado pelo romantismo católico familiar. com especial consideração à doutrina científica de Fichte” e que mais tarde (1892) se transforma no livro “Ciência e Verdade” (STEINER. após. “o saber passa a procurar saber de si mesmo”. engrandece-se impregnando-se da concepção científica rigorosa. filósofo contemporâneo sem formação filosófica. construiu sua carreira como filósofo. surge entre os filósofos pré-socráticos que se propunham a elucidar o problema da natureza íntima. em muitos autores é sinônimo de metafísica]. do que foi até então encarado como dois pólos isolados. Para filosofia. ao vivo. Tal método torna-se uma ferramenta indispensável a todas as ciências que se dirigem à natureza. as bases de uma psicologia fundada na fenomenologia. dissociados e até mesmo opostos. Nele se desenvolveu a possibilidade de considerar como uma evidência a existência do mundo espiritual. observar isoladamente todas as partes constituintes (experiência pura do objeto e da percepção. Husserl. Maximiliene Brentano (1757 . pela teologia.1842). a essência (o ser) é aquilo que permite a inteligibilidade de algo (o ente). 1859 . na medida que. A fenomenologia de Husserl é geralmente conhecida como um método de investigação. Husserl tratou de forma mais extensa. Tal “atitude” científica. da ética. entra no terreno da filosofia por influência direta de Franz Brentano. segundo Veiga Greuel (1994) diferente também do método fenomenológico de Edmund Husserl (filósofo e lógico alemão. No método fenomenológico presente em Goethe14. ao ser animado. Steiner publica “A Filosofia da Liberdade” (STEINER. trata-se de um sistema filosófico em que se estudam os fenômenos interiores considerados como ontológicos [Ontologia. acabou tão envolvido que. ao lado da gnosiologia. lança.defende sua tese de doutorado (PhD) intitulada “A questão fundamental da gnosiologia. Kant.1938). “não se trata de inventar uma teoria sobre o conhecimento. é um dos núcleos da filosofia. que dominou na vida intelectual da segunda metade do século XIX. seu mestre. Franz Brentano tem origem na família de Clemens Brentano (1778 . 15 Em 1894. Diga-se de passagem. me parece ser um desafio ainda bastante inédito que merece nossa atenção. Clemens Brentano teve como mãe.1917). 1838 . 2000). De Franz Brentano. Rudolf Steiner (1861 1925) e Edmund Husserl foram alunos de Franz Brentano (padre.1793). Dessa forma é que devemos tentar compreender o ideal científico da antroposofia. da constituição do mundo de nossa vida perceptiva. parte da filosofia que se ocupa do ser. 14 Epistéme pouco conhecida no meio científico. seria a observação e a descrição do que ocorre na transição entre elas. Os instrumentos de conhecimento dessa alma espiritual são o pensar. Por isso surgem cores. logo abaixo. revisado e complementado. Pode se dizer que a luz manifesta sua essência supra-sensível no mundo . do “EU”. Mas o fato de ele aparecer visível em cores não está determinado por essas mesmas leis. A luz em si é supra-sensível e toca de fora o cristal ou a poeira existente no ar. sentir e querer. Assim sendo. que os conhecimentos. A ciência natural usa esses instrumentos. Âmbitos da pesquisa antroposófica: conceitos. No âmbito do reino mineral A existência de um cristal depende de leis baseadas na química e na física. porque ele tem uma alma espiritual. delimitar-se-á da mesma forma um tipo de “natureza inferior”. 1. por exemplo. A ciência espiritual antroposófica é uma complementação adequada para a ciência natural. a Antroposofia significa um caminho de auto-conhecimento do homem. A Antroposofia pode ser uma grande ajuda para fundamentar uma nova cultura agrícola complementando as bases da ciência natural da agricultura atual. a ciência natural no sentido estrito. Da mesma forma como esta dirige sua visão ao mundo sensorial e aplica um método definido de pesquisa experimental. que o pesquisador espiritual ganha nesse caminho. Ela não é somente tocada por fora pela luz como o cristal. pelo fato de lhe darem uma consciência de sua “humanidade” e sua origem no espírito. a polaridade entre a claridade e a escuridão. ou seja. Significa também. Este item e os próximos correspondem a uma compilação do texto de KLETT (1999). Por isso. mas a luz “desaparece” na planta verde. 2. o âmbito da pesquisa antroposófica e. e surgem processos de vida. a qual se estuda. o seu ponto de partida não é a natureza visível. Ao se delimitar. Antroposofia e agricultura biodinâmica: uma nova cultura agrícola. na alma. que tem consciência de si mesma. a pesquisa espiritual antroposófica dirige seu olhar à origem essencial desses instrumentos no espírito. que surge na matéria. está baseada na luz. o avanço do conhecimento do ser humano para as fontes do espírito permite encontrar (lá também) uma compreensão para as forças e seres atuantes no cosmos e nos reinos da natureza. A causa disso é externa. que busca explicações sobre a sua relação consigo mesmo e com o mundo no âmbito da ciência. na física atômica. serão frutíferos ao longo da vida. etc. a ciência espiritual dirige sua visão ao mundo de fatos supra-sensíveis. SUJEITO E OBJETO DE ESTUDO NA ANTROPOSOFIA. aquilo que se expressa como essência espiritual no sensorial visível e utiliza para isso um método correspondente de pesquisa. O homem faz perguntas e procura respostas. Além do mais. Eles são a projeção do espírito humano. mais adiante. como uma ciência do espírito assim como a ciência natural se entende como uma ciência da natureza. na química estrutural e na biologia molecular. tal fato desvela perante o mundo corpóreo físico um ambiente supra-sensível (“natureza superior”). em direção à luz incidente. No âmbito do reino vegetal A planta cresce contra a força da gravidade.IV. arte e religião (multidisciplinaridade). Na antroposofia. que ilumina a matéria e que pode ser descrita como corpúsculo ou onda. ao mesmo tempo. mas sim o ser humano. O que é Antroposofia e qual é o seu objeto de pesquisa? A Antroposofia se entende como uma ciência espiritual. a espiritualidade em mais alto grau do ambiente supra-sensível penetra no homem como Ser Espiritual Individual. observa-se um espaço interior. esse anseio é dirigido ao mundo supra-sensível. o homem possui uma organização vital. do bando de pássaros ou da colmeia. A mesma essência supra-sensível que toca as forças da planta só por fora. de fatos e seres. então. e que é denominado de natureza superior. Desvela-se. Forma e flor revelam uma regularidade que não faz parte “da vida” 17 e nem à essência vivificadora da luz. A organização do ser humano em “corpos-essências” é. do rebanho dos ruminantes. Dentro do animal achamos principalmente órgãos de metabolismo e fora.grupo dos animais individuais. 17 18 19 . como força de sentimento. Tal anseio. que se manifesta na forma e flor da planta conforme a espécie. como vida16 Mas a planta não cresce interminavelmente. O crescimento encontra sua finalização numa determinada forma e nas flores coloridas e cheirosas. por sua vez. Os três reinos naturais estão representados no humano. Isso o eleva de uma mera existência natural e permite que anseie por algo superior na ciência. revela sua essência no animal como alma. arte e religião 19. “conexão de vida” em decorrência da ação vivificadora da luz. A planta que cresce é tocada “por fora” por tal essência. O ser humano O ser humano reconhece a si próprio e reconhece o mundo. 2000). 3. supra-sensível. Hierarquia das organizações supra-sensíveis. um sensorial e um supra-sensível. Relação entre gnosiologia e a evolução da consciência do homem. na ciência natural. Na Antroposofia. Filosofia da Liberdade (STEINER. das forças de desenvolvimento. a exemplo. que atua a partir do sistema glandular. por exemplo. formam no homem sua organização física. um segundo ambiente supra-sensível. O Eu do homem o transforma num cidadão de dois mundos. o esqueleto. O nível do reino animal está representado no homem a partir da sua organização anímica. e que é pelo seu tipo de essência. A alma grupal de uma espécie animal toca cada animal como que só por fora. definido como natureza. espiritual. pelo seu Eu (indivídualidade). As leis que regem o reino mineral. Da mesma forma que na planta. órgãos sensoriais. é dirigido ao mundo sensorial. cuja base é o sistema nervoso. Com o “Eu” (individualidade humana). trimembrado. Na antroposofia. que se separa do ambiente exterior por uma pele.das plantas como uma ação viva. Reino animal No animal. unida numa totalidade superior sobreposta. o que ocorre nos animais individualmente em relação à totalidade sobreposta desvela um terceiro ambiente supra-sensível. Do processo anterior (das forças formativas). dá origem à alma . Mas também o animal é tocado exteriormente por outra essência ainda mais complexa e superior 18. Esses órgãos sensoriais formam a base física viva para que os animais tenham emoções e sentimentos anímicos. das ciências 16 Das forças formativas. Essa essência. que engendra no sangue e no sistema imunológico sua organização e que se impõe sobre todos os demais corposessências. “dominada” e permeada pelo ser espiritual próprio do homem. Numa terceira etapa. Os seres humanos ainda apresentavam. neste período. apregoados em reminiscências dos antigos vedas hindus. ou porque tal domínio foi banido da ciência e relegado à filosofia. Nesse pano de fundo histórico da consciência humana deve ser vista também a evolução da agricultura. Nesses tempos remotos. Desde então a consciência humana limita-se ao mundo sensorial visível. a aptidão instintiva do supra-sensível em agir de forma transformadora sobre a vida das plantas21 e a alma dos animais. “Não se trata apenas do conhecimento daquilo que jaz no próprio pensamento (do seu valor cognitivo). Consciência imaginativa e contemplativa. A Época das Ciências Naturais começa e com isso também a “consciência objetiva e espectadora”. a “consciência celestial” foi alvorecendo para uma “consciência mitológica”. Evidência disso seria o princípio de desenvolvimento de organismo agrícola. O mundo sensorial físico significava uma mera aparência. A consciência do homem para com esses mundos supra-sensíveis só desapareceu completamente com o começo da época das ciências naturais por volta dos séculos XV e XVI. dos processos alelopáticos. 22 Integração instintiva. Não se fala mais de limites de conhecimento. afirmava que os índios têm uma notável capacidade de domesticar plantas . Ou eles passam. Numa segunda etapa. horticultura e silvicultura. praticado na Europa desde o começo da Idade Média.naturais e da cultura agrícola sob o ponto de vista da antroposofia. a se relacionar diretamente com aquilo que pode ser captado pelos sentidos. fruticultura. nada se conhecia intelectualmente a respeito das interações ecológicas. união do pensar e sentir. Restos dessa consciência ainda foram guardadas nos mitos dos povos. pecuária. cuja qual se ansiava em voltar. uma reprodução. o fenômeno (“união em idéia com o objeto de estudo”) esse é o caminho de pesquisa da “verdadeira23” ciência natural. do papel da biodiversidade na regulação do equilíbrio dos ecossistemas e renovação de elementos essenciais à vida. As pessoas sentiam-se inspiradas em suas ações por inúmeros deuses. Segundo o autor. porque não mais se questiona sobre uma “natureza superior”. a luta conjunta de deuses e homens na Guerra de Tróia.um processo de “co-evolução”. que era sentida20 como a verdadeira pátria espiritual. declarou que o desaparecimento de 95% das aldeias indígenas em 200 anos também causou perda da diversidade gênica nas plantas. A agricultura tradicional e a forma social de vida partiram dessa consciência pictórica. muito mais direta. etc. A partir do Século XV desaparecem os últimos vestígios de uma vida cognitiva impregnada pelo supra-sensível. arte e religião. 1994a. 23 Do que Klett considera como ciência e verdade. Os pensamentos passam a não mais abranger a realidade supra-sensível. o mitológico empalideceu para transformar-se numa “consciência pictórica”. mas da vivência” (STEINER. com integração da agricultura22. Paulo Sodero Martins. então. a contemplação supra- . pesquisador do INPA. professor póstumo da ESALQ. existia uma “consciência celestial”. 21 Charles Clement. Antes do século XVI a humanidade tinha uma relação com a sua origem espiritual muito mais próxima. por exemplo. “maia”. O surgimento das plantas cultivadas e animais domésticos aparece na passagem da primeira à segunda etapa. como desenvolvido por 20 Percepção com o pensar do peito.b). e num passado ainda mais longínquo. que abarcava os três ambientes supra-sensíveis como uma realidade espiritual. As lendas e contos de fadas são as reminiscências. subfísico (natureza inferior). na realidade. ANTROPOSOFIA. 27 Trago a imagem da lemniscata (∞): natureza. Mas o que se pode agradecer à consciência objetiva.Goethe de forma exemplar . 28 Vide efeito das ondas eletro-magnéticas emitidas pelos mais diversos aparatos tecnológicos . 24 Subjacente ao mundo físico-sensorial. Efeito sutil sobre as pessoas que moram próximas a antenas de retransmissão e usinas atômicas. assim como a luz. associativo x dissociativo. sutil 25. Consequentemente. antenas de transmissão . mas sim de uma ciência espiritual. televisão. doenças28 e morte. e a desilusão é grande. No seu manuseio (efeitos) elas se mostram como contrárias à vida. É próprio dos tipos de forças que emanam da natureza inferior. sem o qual o homem não conseguiria se postar à frente da sensível não pressupõe apenas a capacidade de perceber dentro de si um mundo de imagens. outra que prove ser comparada. 25 Radiações eletromagnéticas. calculáveis e assim manuseáveis tecnologicamente. serem isoláveis pelo intelecto humano. radioatividade. tão somente. à natureza. Elas são porém. como ponto de encontro entre os dois pólos opostos: natureza superior x natureza inferior. magnetismo e energia atômica e o limite da natureza foi transposto chegando-se à “natureza inferior”24. V. pertence a um reino subsensível (“natureza inferior”). celulares. uma após a outra. espiritual (natureza superior) e um mundo subsensível. Daí a necessidade de realização de um trabalho interior intensivo pelo pesquisador. Essa essência. arritmia. mas ainda. pensada como exterior ao ser humano. A natureza é o efeito sensível que aparece a partir da interrelação dos dois mundos27. sobre a qual se baseia o caminho da pesquisa científica natural?. também fez surgir uma forma correspondente de agricultura. no mundo sensorial com a leitura.computadores. Essas três formas de energia aparecem na natureza. Foram descobertas. . no ritmo. Os efeitos da natureza inferior aparecem como uma polaridade. Pode-se agradecer o despertar da consciência do Eu ou do Ego. ÉTICA E DESENVOLVIMENTO HUMANO. luz elétrica. Hierarquicamente26 ter-se-ia: a natureza. AGRICULTURA BIODINÂMICA. 26 Hierarquia conceitual. não faz parte de uma ciência natural. O homem é afetado pelas conseqüências desse tipo de conhecimento científico e das tecnologias resultantes. através de seus efeitos. através de pesquisas. E que. Elas se mostram como forças de decomposição. tão pouco tateáveis quanto a luz.e das radiações nucleares. A natureza superior se revela no crescimento. esse pensamento que chega no âmbito dos fenômenos naturais perceptíveis aos sentidos. nas forças curativas e nas forças do desenvolvimento. em relação à sua essência. mas de forma ainda mais oculta. É nesse campo de tensão que o ser humano conhecedor e ativo se encontra. está estendida entre um mundo supra-sensível. em que somente a matemática pode se orientar. três formas de energia: eletricidade.ou eles se separam dos fenômenos e se transformam em “letras abstratas e mortas” usadas para decifrar uma realidade objetiva. com a qual lidamos na agricultura. material. para a antroposofia. hierarquia das organizações. . dos quais o ser humano desceu para alcançar sua autoconsciência e sua liberdade. da ciência. Mas como esse pensamento é avaliado de forma que ele escolha livremente o bem e evite o mau? Todos os parâmetros éticos morais do passado deixaram de ter valor. mas para alguma coisa. assim como se estuda os fatos de uma área da ciência natural. da arte e da religião formam uma unidade lógica. do caminho dos pensamentos. Ela não diz o que é bom. Como os pensamentos não tem mais vida intuitiva própria como em tempos anteriores. frente à realidade planetária que se dissemina sob a forma de um imperialismo cultural e financeiro globalizante à imagem das mais diversas facetas de totalitarismos já conhecidos pelo homem terreno? 30 Coerência de raciocínio. os pensamentos do âmbito da consciência humana podem iluminar os fatos físicos-sensoriais. A conseqüência dessa impotência / fraqueza é o relativismo nivelador 29 tão difundido hoje em dia. A Antroposofia pode ser frutífera de três formas: 1. 2. da mesma forma como a luz do sol faz com que as pedras brilhem coloridas. Vive-se. e nem ter a possibilidade da liberdade. e isso nos trouxe a insegurança da liberdade de escolha. Ela permite que o espírito pensante do homem decida por si mesmo. por exemplo. que tendo uma consciência da liberdade individual quer empenhar-se por um desenvolvimento no futuro. então essa compreensão impulsiona o querer.natureza como pesquisador. “Contra a Opressão da Generalidade”. para deixar que os seus pensamentos o guiem. Sabe-se de repente com convicção interior. Seria o manifesto de STEINER (1999). Nesse ponto da questão surge a Antroposofia. ainda válido nos dias atuais. fiquem novamente acessíveis à consciência pensante. de idéias. o que é ruim. A força comprovativa desses pensamentos livres de sensações reside por um lado na sua força lógica30. mas representam um mundo material abstrato. e por outro lado. Sabemos que estamos livres de compromissos antigos. Ela apresenta fatos da pesquisa do mundo espiritual numa lógica compreensível pelo pensamento treinado. O que é que dá ao meu pensamento o peso moral. de exercício anímico 29 Massificação de costumes. É um caminho de auto-treinamento gradual. Ele pode escolher livremente. Ao compreender pelo pensamento as relações interiores dos resultados da pesquisa espiritual antroposófica e levar à própria vivência. parecida com a matemática. de como chegar ao conhecimento dos mundos superiores. Pode-se perceber. o que fazer e o que considerar como eticamente desejável para si mesmo. publicado originalmente em 1892. o homem ficou livre. então. que os resultados da pesquisa espiritual considerandose todos os âmbitos da vida. então. na liberdade não de alguma coisa. no fato de que se pode vivenciálos e rever a sua continuação. 3. imperialismo globalizante. tabus. mas ela relata fatos da pesquisa espiritual em formas de idéias.. para que eu por exemplo me decida a praticar a agricultura biodinâmica? O que me dá a segurança na escolha entre a arbitrariedade cega e o individualismo ético verdadeiro?. Estudando estes fatos. A Antroposofia faz com que os três ambientes supra-sensíveis. A Antroposofia mostra o caminho e indica meios. tradições. etc. o parentesco dos reinos naturais e o ser humano em relação à sua origem. mas não sabemos para que estamos livres. da mesma forma como o pesquisador da natureza a descreve no seu campo de pesquisa. Ela é um indicador para o homem. A pesquisa espiritual antroposófica mostra porém. revela-se ao conhecimento intuitivo32. estivesse um mundo do mal. mas sim o seu efeito. VI. EPISTEMOLOGIA E ÉTICA SOB O PONTO DE VISTA DA ANTROPOSOFIA. Ele precisa saber sempre mediante um autoconhecimento. Nesse caminho foi possível isolar as forças do conjunto da natureza e torná-las úteis. O agricultor é ao longo do dia um ser atuante na sua propriedade. uma criação material nova.relacionam-se hoje mais expressamente à natureza inferior. Esses três âmbitos da ciência natural . Para a antroposofia. com o qual se revela o segundo ambiente supra-sensível. a sua mentalidade nobre ou egoísta para o mundo. o mundo espiritual dos seres. a ascensão ao conhecimento da natureza superior. que se demonstra em processos de destruição e morte. O ser humano aspirante à liberdade cria dentro de sua alma primeiro a condição para que surjam o mal. como ser humano atuante. O intelecto humano. a química estrutural e a biologia molecular . está reservada para um desenvolvimento futuro da humanidade. que liga de forma consciente o espiritual que existe no ser humano com o espiritual dos mundos superiores. Física atômica. Ela leva a uma vivificação do pensamento. inspiração e intuição. Livre. 32 33 . química estrutural.a física atômica. A natureza inferior também está a serviço da evolução da Terra e do Ser Humano. à imaginação. um caminho de conhecimento. A alta tecnologia produz com essas forças um mundo virtual.individual. na procura da compreensão dos segredos da matéria. dentre outros. Cada atividade leva a atitude moral do ser humano. do magnetismo e da energia atômica. Não se conhece sua essência. orientou-se pelas leis que se revelam sensorialmente nas forças subsensíveis da eletricidade. Um produto dessa tecnologia é. sua posição em relação a isso. A Antroposofia leva adiante para a conquista do sentir inspirativo31. No caminho do reducionismo chegou-se à regiões. liberta. A terceira região supra-sensível. assim como um longo desenvolvimento no passado precedeu a descida para dentro da consciência objetiva. União do pensar e querer. cujos efeitos se mostram antagônicos à vida. uma natureza inferior à natureza. Frente a decadência dos valores que determinam a formação do juízo/critério moral. A trimembração em natureza superior. 31 União do pensar e sentir. biologia molecular e a agricultura convencional: ciência natural da natureza inferior. natureza e natureza inferior poderia levar à conclusão de que à frente do mundo espiritual supra-sensível da natureza inferior. se esse conhecimento se reconhece na vontade viva33 do ser humano. Essa natureza tem que ser reconhecida nesse significado especialmente em relação à liberdade humana. moralmente fomentável. através do qual se abre ao homem a primeira região do supra-sensível no conhecimento imaginativo. mas não há percepção sensorial direta. ao subsensível. moralmente rejeitável. que não existe o absolutamente mau. o elemento plutônio. ou o bem. a Antroposofia pode ser uma grande ajuda para se trabalhar na agricultura novamente de uma forma que possamos dizer com certeza: estamos a serviço de um desenvolvimento frutífero para o futuro. que se pode compreender através de teorias e modelos matemáticos. pesa e quantifica. ao se abordar a noção de organismo agrícola. Indecisão. A partir da consciência ecológica desperta. Ela lhe ajuda a ter uma autoconsciência. que imobiliza. de forma comparável a uma usina atômica/nuclear. Técnicas genéticas. a agricultura ecológica. Essa ciência não exclui o homem. baseada somente nos métodos correspondentes. 39 A exemplo do conceito Gaia de James Lovelock. Belo e Vero”. A agricultura moderna através da monocultura e do manejo intensivo se separa do conjunto da natureza. Ela lhe dá ainda oportunidades de admiração. Goethe aplicou de maneira exemplar essa ciência. que anestesia. Elas recebem. 34 Analítica. a agricultura ecológica é fundamental para a lida consciente e responsável com a natureza vivificada e intensificada. Em oposição ao reducionismo intelectual. minimizando os agregados / inputs. É a área da ciência natural no verdadeiro sentido. Ciência natural ecológica. que separa e isola. Ela procura trabalhar semelhantemente à natureza. Sistema agrícola convencional. 35 36 37 38 Mais adiante. apoiada pela ciência da ecologia. Pode-se dizer que a agricultura ecológica é o fruto da verdadeira ciência natural. agricultura ecológica: ciência da natureza. de admirar o mundo. adubação com nitrogênio sintético. que suscitam a consciência humana e levantam questões éticas. porém. mostram conseqüências ao longo do tempo. Perde-se progressivamente o discernimento do “Bom. descobre sua transcendência para a função de uma totalidade sobreposta. uma certa renovação direcionando-se à ecologia. cujo objeto é o fenômeno. ressaltar-se-á a diferença conceitual entre organismo agrícola e sistema entrelaçado. dúvida hesitante. A perplexidade36 perante as conseqüências destrutivas. irresolução. transferência de embriões. decorre porque a ciência do subsensível. mas sim o resultado e ao mesmo tempo o cuidado e o estímulo das condições regionais. . o quadro da percepção. o que significa o mesmo que o mal no mundo37. sobretudo. a força aliciante da ciência do subsensível enfraquece a consciência do ser humano da sua verdadeira essência. Ficar inconsciente em relação ao papel da própria intelectualidade e de sua ação reducionista traz as forças da destruição. não apresentam conceitos que possam fundamentar uma consciência ética. que inflama o seu sentimento de responsabilidade com a natureza. O importante não é tanto o sucesso do momento. Sob todos os pontos de vista. uso de mais de 300 substâncias letais em doses mínimas. Além disso. As ciências clássicas desceram à região do subsensível através de um alheamento matemático.A ciência e técnica do “isolamento”34 tornou-se também a base de uma “agricultura de imput”35 presente na época moderna. mas ainda falta-lhe a compreensão do conceito do todo do organismo38 e prefere substitui-lo pelo conceito do sistema entrelaçado39. O que tem sido realizado nessa área nos últimos tempos na teoria e na prática merece muita atenção e reconhecimento. como na indústria agrária. seguindo o sistema de persistência / duração. Um segundo domínio científico é a da natureza em que vivemos e que percebemos em toda a sua extensão com os nossos sentidos. a ecologia dirige o seu olhar para as conexões da vida. surgiu uma segunda forma de agricultura. Mede. etc. é a imagem física sensorial de um desenvolvimento descendente de mundos espirituais supra-sensíveis. o Curso Agrícola de Rudolf Steiner é a fonte antroposófica da agricultura biodinâmica. Nele é esboçado a imagem-guia. O que é que ela oferece para a expansão e o futuro da Agricultura? Rudolf Steiner recomendou aos agricultores que estudassem além do “Curso agrícola”. são o conteúdo da Antroposofia (a obra completa de Rudolf Steiner engloba 351 volumes). nesse ponto central. de que o importante é a transformação de uma empresa agrícola num “organismo agrícola” o mais fechado possível. A Agricultura Biodinâmica é um fruto da Antroposofia. mas sabe-se de repente o que se quer. vegetal e animal. desenvolvendo um tipo de “individualidade agrícola”41. Os reinos mineral. entre outras coisas. A Teosofia descreve o ser do homem. mas também investiga a sua origem e investiga o mundo. o desenvolvimento do homem e da Terra a partir de condições planetárias anteriores. e os superiores que desenvolverá futuramente. os livros “Teosofia” e “Ciência Oculta”. Tais são os fundamentos básicos da agricultura biodinâmica. VII. o desenvolvimento da humanidade diferencia-se de tal forma. ADUBAÇÃO E PREPARADOS BIODINÂMICOS. AGRICULTURA BIODINÂMICA. a evolução do ser vivo mais simples para um mais complexo. Uma enorme quantidade de resultados de pesquisa. cujo trabalho se direciona aos reinos naturais. dentro da concepção antroposófica. É a área da ciência espiritual antroposófica. questiona. No estudo da Ciência Oculta e da Teosofia aprendemos com pensamento livre de sensações a reconhecer conexões de idéias. são descritos como uma separação anterior ao desenvolvimento físico e espiritual da humanidade. ao se inserir a questão da nutrição e desenvolvimento humano. Isso tem grandes conseqüências positivas na reintegração de produtores agrícolas. como o acontecimento do Cristo. Ela descreve ainda o caminho do Eu individual humano através de reencarnações e a lei do destino. Na pesquisa espiritual antroposófica. seus corpos inferiores. ele se mostra como o ponto central do desenvolvimento da Terra e da Humanidade. relativiza-se a dominante motivação primária para o sucesso financeiro40. relacionados a muitas áreas da vida e do trabalho. em si mesmo. Uma terceira área científica é a da pesquisa do supra-sensível. Os dois aspectos se complementam. No sentido mais estrito. . sente e quer. que ao se associar àquele acontecimento historicamente descrito nos evangelhos. Dessa forma. Na “Ciência Oculta” é descrito. com maiores detalhes. que ativam fortemente a sensação ética moral e impulsionam o querer para a ação. Aquilo que a teoria da evolução de Darwin ensina. no manejo de culturas e 40 A performance financeira é consequente (REGANOLD. da natureza superior. a partir da qual não se poderia atribuir ao acaso essa ou aquela situação de vida em que o homem se encontra. pode ser encontrado o germe para um desenvolvimento presente e futuro. Por fim é mostrado o caminho pelo qual se pode chegar a tais conhecimentos supra-sensíveis. aprende-se a trabalhar com a agricultura a partir de um motivo espiritual consciente. Tais idéias não são só para se tomar conhecimento. 41 Tais conceitos serão retomados mais adiante. Para a antroposofia. 1993).Ciência do supra-sensível: natureza superior. que não somente inclui o homem que pensa. A idéia de desenvolvimento contida na Ciência Oculta pode ser libertador e enriquecedor para o agricultor. 42 Maiores detalhes sobre as inconveniências ambientais dos fertilizantes sintéticos de alta solubilidade podem ser observados em coletânea bibliográfica apresentada por MAFRA & MIKLÓS (1999a). Os trabalhos de SCHELLER (1994) e. É a adubação com os “preparados biodinâmicos”. A substituição de fósforo e potássio em regiões pobres nesses elementos é julgada com critérios diferentes. O primeiro tipo ou grau de adubação resulta da transformação de resíduos vegetais em húmus. aquelas forças que criam a vida a partir da primeira região do mundo supra-sensível45. a saber. Na agricultura biodinâmica são diferenciados três tipos ou graus de adubação. que pertencem ao animal e que provém da segunda região supra-sensível46. principalmente. “adubar significa repor as substâncias retiradas do solo”. Suas conseqüências danosas42 têm o caráter de uma tecnologia que valoriza as leis da natureza inferior. São diferenciados dois preparados para aspersão e seis preparados para composto ou adubo. 43 “Vida alimenta vida”. mostrar-se-á alguns pontos de vista importantes. No exemplo da adubação. que ainda não entraram no ciclo da natureza. nos adubos e nas plantas e (e) o significado do metabolismo das proteínas no solo para o crescimento vegetal. Produzi-lo em qualidade e quantidade ótimas é possível através de uma compostagem com perdas reduzidas44 e rotação de culturas num trabalho cuidadoso que valorize o solo. O esterco bovino é imprescindível e sem equivalentes no seu efeito. a composição material e a estrutura carregam. A adubação mineral com nitrogênio fica fora de cogitação. 46 . como na proteína. Scheller questiona as noções de Liebig. (c) disponibilização de nitrogênio para a planta a partir do metabolismo de nitrogênio no solo. da alma. SCHELLER (2000). 45 Das forças formativas. O esterco de animais domésticos provem da natureza animada (que tem alma) e por isso age mais intensivamente e por mais tempo que o adubo vegetal. Húmus é o adubo “da vida para a vida” 43. O segundo tipo ou grau de adubação resulta das eliminações do metabolismo animal. de como a Antroposofia pode promover a agricultura. (b) mobilização ativa de nutrientes através das plantas e dos microorganismos. Retomando conceitos como “adubar significa vivificar o solo” de Rudolf Steiner. no tipo de adubação. 44 Maiores detalhes sobre tal tema podem ser observados em CARPENTER-BOGGS et al. como por exemplo: (a) as bases científicas da adubação na prática da agricultura ecológica. ao mesmo tempo que desenvolve novos paradigmas no âmbito da adubação e nutrição vegetal. forças vitais. CARPENTER-BOGGS & REGANOLD (1999) e MIKLÓS et al. carregadoras de forças que agem diretamente a partir das três regiões supra-sensíveis. Através de seu preparo percebemos que são substâncias novas. principalmente. Das forças de sentimento. A adubação biodinâmica. (d) aminoácidos no solo. O terceiro tipo ou grau da adubação resulta da pesquisa espiritual antroposófica. (2000). A sua composição material e a sua estrutura carregam forças de alta organização. (2000c). retomam as bases para a compreensão da adubação e da vivificação do solo no método biodinâmico. sobretudo. No húmus. “as plantas absorvem apenas os nutrientes solúveis” e “a retirada pelas colheitas necessariamente empobrece o solo”.animais e. A esses quatro estados perceptíveis sensorialmente ligam-se quatro forças do lado supra-sensível. 49 . 18603-970. BOTT et al. (1992b). Esse fato pode ser ilustrado através do que acontece com o uso dos dois preparados de aspersão: esterco em chifre (PB500) e sílica moída em chifre (PB501). mineral. em primeiro plano. Ele forma já a transição/passagem para o mundo imaterial e aparece na matéria como estado calórico físico. RAUPP & KÖNIG (1996). Para o preparo e maiores detalhes de utilização. gasoso e a condição de calor. DEFFUNE (1999). Esses estados correspodem aos quatro elementos: terra. através de um preparo material. conexões de vida. As três forças formativas etéricas. 5 g/ha. Elas fazem parte da primeira região supra-sensível e tem na ligação com os quatro estados (terra. água. líquido. o sólido. vitais. Botucatu . aparece na formação de gorduras e óleos principalmente na região onde aparecem as flores. principalmente nas folhas. MIKLÓS et al. Com tal adubação lida-se.60 litros por hectare). “dinamizados” e pulverizados. Com essas forças vitais constrõe-se a forma visível da planta. O preparado de esterco em chifre é usado na quantidade de 300 g/ha. sendo contrárias a essas. CP 321.SP. O “éter químico ou tonal” age através da água e domina o metabolismo da planta em relação à formação de proteína e os processos de crescimento. com uma mediação de forças diretamente relacionadas com os processos biológicos. (2000). As forças etéricas. o éter químico e o éter vital mostram um parentesco com as três forças subsensíveis. ar e calor) o efeito da vida. Ambos os preparados são misturados previamente com água (40 . a questão inicial da agricultura biodinâmica: será que as forças construtivas e sanantes (supra-sensíveis) da natureza superior. (1992a). (2000). 48 ABD. O efeito do “éter calórico”. o éter de luz. CARPENTER-BOGGS et al. CARPENTERBOGGS & REGANOLD (1999). diferenciamos 4 estados. enquanto 47 Bibliografia complementar: SCHULZ et al. ar e fogo. Na natureza física. não poderiam ser trabalhadas de forma objetiva na natureza. parecido com o elemento calórico. são de origem cósmica. A partir de Francis Bacon o calor não é mais reconhecido como estado próprio. que pela terminologia antroposófica foram denominadas de os quatro tipos de éter ou forças formativas etéricas49.Preparados biodinâmicos47: reguladores de processos biológicos (biotecnologia gratuita). o preparado de sílica. sobretudo. A quantidade de substância ativa então é mínima e corresponde a uma dosagem homeopática. água. as forças subsensíveis são ligadas a matéria. assim como aprendemos a usar as forças desintegradoras da natureza inferior por isolamento e ligação a um condutor metálico? Para responder essa pergunta deve-se esclarecer outros âmbitos da pesquisa antroposófica. Bibliografia complementar: KALICS (1995). O “éter de luz” é relacionado com o elemento aéreo e influencia o metabolismo de carbono na folhas em desenvolvimento. As forças formativas etéricas criam relações. que age principalmente nas raízes e que cria os tecidos firmes de apoio e sustentação até a formação de madeira. (1981). como numa polaridade. MIKLÓS & KARALL (1999). Surge então. pode-se consultar a literatura correspondente (Associação Brasileira de Agricultura Biodinâmica48). SCHULZ et al. O “éter vital” relaciona-se com o sólido na terra e é para a planta uma força formativa. A eletricidade é. partindo da raiz em relação ao solo que a circunda. ao mesmo tempo que para o lado físico-sensorial dos elementos ar e calor. que aumentam o potencial eletromagnético na solução do solo. melhorar a maturação e o sabor e aumentar a duração do aroma dos produtos. As quatro forças formativas etéricas constróem a organização da planta. formar maiores teores de açúcares e proteína. Florida. germinação. poderia influenciar alguns atributos fitotécnicos desejáveis: nodulação bacteriana. Preparado de sílica em chifre (PB501). intensificar a cor e o brilho das plantas.que as forças subsensíveis desintegram. principalmente. Na realidade. perfilhamento. Ele regula a organização vital heliotrópica do vegetal 52 e fortalece. 26-30 de setembro de 1999). A aplicação do PB501 pode favorecer o crescimento longitudinal e a estruturação mais fina dos tecidos. na descrição de Rudolf Steiner. “abrir-se” mais para o lado supra-sensível da luz do sol e das regiões planetárias. compreende-se o magnetismo como o “éter químico coagulado” e a energia atômica como o éter vital “atado/amarrado”. evitando o acamamento. nas folhas. mas também a do éter calórico na região dos brotos. Isso lhes é dificultado. Fort Lauderdale. os sais fisiologicamente relevantes são liberados e absorvidos no momento certo. 51 Naturalmente. No mesmo sentido. ele fortalece a organização da planta em sua orientação geotrópica. soja e óleos essenciais. A utilização do preparado de esterco de chifre (PB500) tem essa finalidade.somente vibração definida. oferece-se à planta a condição de poder explorar os sais minerais do solo51. intensificar a formação da clorofila e a absorção da luz. flexibilidade e resistência dos colmos de cereais. fortalece a função do éter vital principalmente da raiz. 1999). . as pesquisas estão apenas iniciando: o efeito potencial do PB501 e seu baixo custo poderá em breve despertar o interesse de importantes setores agrícolas. a função do éter de luz. Para alcançar essa meta elas precisam reprimir as forças do subsensível. 50 O PB500 ao estimular tais processos (pedobiológicos e vitais). A planta pode. que é aplicado no solo junto com as sementes. desmontam. micorrização. na região das raízes. dessa forma. Trata-se então da questão de como a organização das forças formativas da planta pode ser fortalecida. as raízes finas aumentam e simbioses endógenas e exógenas se formam50. O preparado de sílica no chifre (PB501) é aplicado na parte aérea da planta. adubamos com sais levemente dissociados. assim como partindo do broto em relação ao ar aquecido e iluminado? A efetividade dos dois preparados de aspersão é vista exatamente dessa forma: Preparado de esterco em chifre (PB500) O preparado de esterco em chifre (PB500). com destaque para os setores sucro-alcooleiro. folhas ou frutos. melhorar a capacidade de conservação dos produtos. citrícola. aumentar a elasticidade. intensificar o rendimento quantitativo das culturas em determinadas situações. A sílica foi recomendada na agricultura biodinâmica desde 1924 (MIKLÓS & KARALL. A partir da função dos éteres vital e químico que criam essas interrelações de vida. a qualidade do alimento produzido sempre foi um dos objetivos maiores da agricultura biodinâmica. quando por exemplo. “luz coagulada” . 52 O papel da sílica na agricultura ressurge no meio científico “convencional” recentemente (“Silicon in Agriculture”. Dessa forma. na condição de que o solo seja suficientemente fértil (húmus vegetal e animal). A organização vital da planta se expande para o solo circundante. No Brasil. desenvolvimento radicular. caule. não é ritmo no sentido de repetição de algo parecido. intensificar os depósitos de sílica na raiz. casca de carvalho (Quercus robur). PB506. mesentério-taraxacum. a dezena de milhares de hectares. de camomila (Chamomilla officinalis). Comissão Européia). em área. se mostra mais claramente e mais forte na organização vital (primeira região supra-sensível). dos preparados de Mil-folhas (Achillea millefolium). aquelas relacionadas à elucidação dos processos biológicos e bioquímicos envolvidos na compostagem “dinamizada”. dão conta. As flores de Achillea millefolium. As forças supra-sensíveis da segunda região. respectivamente. Esses resultados se mostram.000. (2000b). Nesse sentido. PB504. principalmente bovinos55. PB507). que compõem as substâncias para uma certa combinação orgânica. em breve chegará nos 3. pioneiro na soja orgânica . nitrogênio e fósforo. no princípio do preparo53 e o significado dos seis preparados biodinâmicos de composto (PB502. Elas são conservadas em determinados invólucros de órgãos animais. As pesquisas supracitadas dirigem-se. Programa ALFA. crânio-casca de carvalho. ao estudo dos efeitos dos preparados biodinâmicos e. Trata-se. sobretudo. também. dos atuais 1. organizam-se mais fortemente para dentro da formação das substâncias. sendo que. com exceção da urtiga e da casca de carvalho. esforços complementares estão sendo desenvolvidos. que tocam a planta só por fora. 54 Estudos preliminares (indicação de tendências) sobre os efeitos dos preparados biodinâmicos na perda de nutrientes em composto sob condições tropicais podem ser observados em MIKLÓS et al. numa planta medicinal. (1999). cítrus. Com algumas poucas indicações entrar-se-á. 38% de Ca e 33% de Mg nas pilhas “dinamizadas” com os preparados biodinâmicos. Os preparados são aplicados em doses semelhantes às homeopáticas no composto e em adubos líquidos. bastante promissores quando se vislumbra no horizonte próximo. Tal é o caso de usinas sucro-alcooleiras. certamente. devem estar ainda muito aquém de um levantamento abrangente de efeitos associados. Além de tais lacunas. etc) que ultrapassarão.000. cálcio. de urtiga (Urtica dioica). certamente.500 ha. Não é a substância que alimenta primariamente. A escolha dos órgãos animais se dá a partir do efeito curativo. No seu preparo. ainda. 55 Intestino delgado-camomila. de 34% a mais de K2O. utilizando resíduos da indústria sucro-alcooleira.biodinâmica. mas sim as forças que criam relações. WISTINGHAUSEN et al. mostraram que pilhas de composto inoculado com preparados bodinâmicos apresentaram fortes reduções em perdas de nutrientes em relação à pilhas de controle. ao se tentar estudar alguns parâmetros físicoquímicos e radiométricos das substâncias húmicas envolvidas (Projeto “Biovalorização de resíduos”. soja e outras oleaginosas. através de sua organização vital tem a função de “vivificar” uma ou várias substâncias minerais. PB503. os ganhos relativos apresentados em CARPENTER-BOGGS (2000) foram de 65% para o NO3. . o desenvolvimento de organismos agrícolas e agroindustriais ecológicos biodinâmicos (cana. por sua vez. WISTINGHAUSEN et al. torna-se evidente o princípio de como os resultados da pesquisa espiritual se transformam numa “tecnologia do vivo” (biotecnologia gratuita54).O efeito na planta de ambos os preparados de aspersão (PB500 e PB501) pode ser notado porque a sua imagem original ou “tipo”. as flores das plantas medicinais supracitadas. Preparados biodinâmicos de composto. ferro. (2000a). através do qual as plantas dos preparados exercem sua função. em franco processo de manejo orgânico-biodinâmico. então. tais como. portanto. e através deles chegam a ter seu efeito no solo e na planta. inserem-se. PB505. por sua vez. que já a partir de 2001 atingirão a casa dos 10. O princípio 53 Detalhes sobre elaboração e uso: CORREIA-RICKLI (1986). O ponto de partida são. Essa vida organizada faz diferença no sentido verdadeiro da qualidade alimentar-fisiológica do orgão comestível. sílica. Protocolos experimentais com delineamentos estatísticos mais rigorosos. café. MIKLÓS & KARALL (2000). potássio.de dente-de-leão (Taraxacum officinalis) e de valeriana (Valeriana officinalis). em condições tropicais. são envolvidas com bexiga de cervo macho. Cada um desses preparados baseia-se. em doses mínimas. num contexto geral. são expostos. que envolvem a “substância vegetal das ervas medicinais”. No Brasil. estudo crítico dos princípios. Esse é princípio geral subjacente ao modo de elaboração dos preparados biodinâmicos de composto. 57 Epistemologia: Filos. Epistemologia57 comparada: ciência do espírito (natureza superior) x ciência da matéria inorgânica (natureza inferior). ainda. que a aparição dessa matéria radioativa na natureza é um produto do espírito humano e que tem. 58 O preparado de Mil-folhas (PB502) tem relação com o elemento K. pesquisas sobre o comportamento de atributos qualitativos do solo. Surgem. hipóteses e resultados das ciências já constituídas. Tornou-se trivial. tornando-o mais suscetível à ação “organizadora” das essências supra-sensíveis das três regiões da natureza superior e. O preparado de mil-folhas. Os órgãos. num primeiro passo. de que a formação de substâncias ou elementos novos que ainda não existiam na natureza. cada preparado tem na sua elaboração determinada especificidade. em fase inicial (Projeto “Biovalorização de resíduos”. ritmo). Esse é um lado do livre arbítrio do ser humano. que se originam na segunda região supra-sensível (forças de organização. Os preparados biodinâmicos compõem substâncias cujos efeitos. Nessa perspectiva. apenas. é exposto acima da terra ao ar e ao calor. e que visa a determinar os fundamentos lógicos. é exposto à água e à terra. por exemplo. “dinamizam” o solo.do preparado biodinâmico de composto consiste. decorrentes da utilização dos preparados biodinâmicos estão. o valor e o alcance objetivo delas. cujas criações a partir de uma síntese dos três reinos naturais são um produto do espírito humano. relacionados à natureza superior supra-sensível. no verão.. aos elementos físico-sensoriais (terra. Entretanto. etéricas). vegetal e animal) entrem em contato no ritmo de tempo de um ano solar. Retomando a questão da ação do composto biodinâmico no solo deve-se ressaltar os resultados encontrados por REGANOLD et al. Programa ALFA. portanto. urgem. Tornou-se trivial. (1993). vitais. também. sendo enterrado no solo. em seguida. como por exemplo. O homem vive com o fato de que dispõe de um grande potencial destrutivo sobre Humanidade e a Terra. agroecológica. . água. São. a planta. o já mencionado plutônio radioativo. novas substâncias no “vivo”. num sentido mais restrito. na associação da substância vegetal. no inverno. formada a partir da primeira região supra-sensível (forças formativas de desenvolvimento. cooperações pedagógico-científicas nacionais fomentadas pelas agências tradicionais. biodinâmica ou. Comissão Européia). enquanto que. A base científica deste preparo reside na pesquisa das três regiões supra-sensíveis . e não forças subsensíveis eletromagnéticas “destrutivas”. desde o descobrimento da tecnologia atômica. em decorrência. Assim: (a) o preparado de mil-folhas irradia forças supra-sensíveis “vivificadoras”58. ar. substâncias novas. calor) nos ritmos das estações do ano. um efeito mortal sobre toda a vida. Tal “vida” organizada no alimento é que corresponde ao seu diferencial qualitativo no âmbito da nutrição e desenvolvimento humano (“víveres”. seria o conceito de alimento que mais se adequaria à realidade dos fenômenos envolvidos). forma. portanto. seus efeitos de adubação consistem no seguinte conceito: os preparados biodinâmicos “abrem”56 o solo às forças da natureza superior supra-sensível. dessa forma.espirituais. resultam da transformação de uma substância ou elemento pré-existente. (b) os preparados de camomila e de 56 “Os preparados biodinâmicos a partir do composto “dinamizado” “vivificam” o solo. O princípio do preparo consiste em que os três reinos naturais (mineral. com forças formativas conservadoras. invólucros animais. são diametralmente opostos àqueles em relação à natureza inferior. então. 3. então.). ainda em gestação (MIKLÓS. induziriam. (1993) ao estudar a qualidade do solo em fazendas biodinâmicas e convencionais analisou os seguintes parâmetros: textura. água. . Os saprófitas decompositores aí desenvolvem um papel regulador insubstituível: dissociam a matéria orgânica em húmus (reassociação). ritmo). REGANOLD et al. Tirar a energia a. “pontes”. 62 Embotar = 2. crescimento. Os preparados de camomila (PB503) e de casca de carvalho (PB505) têm relação. A ver: indicações e funções prescritas na homeopatia e/ou medicina antroposófica a respeito de medicamentos à base de urtiga regada com soluções ricas em Fe (“Urtiga Ferrum Culta”). espessura do horizonte superficial. 1969 e 1980. da primeira região e forças “organizadoras” da segunda região) descritas no texto e um novo conceito. da “economia da natureza”. O preparado de dente-de-leão tem relação com elemento N. As consequências dessa situação resultariam numa formação excessiva de aminoácidos simples (falta de organização mais complexa: proteína).dissociação). consistência.1873).solar. A nova teoria. defensor do poder fertilizante do húmus. física. CTC. envolveria os conceitos das naturezas e funções das forças supra-sensíveis (forças vitais. 61 “Forças de sensibilização”. afirmava que este possuia uma força vital essencial ao desenvolvimento das plantas.b. juntando água e gás carbônico.casca de carvalho irradiam forças supra-sensíveis “curativas” 59. Pesquisas futuras deverão ser direcionadas no que diz respeito à eventual relação entre tais preparados. O preparado de urtiga (PB504) tem relação com o elemento Fe. a partir da síntese de carbohidratos. os aminoácidos livres na seiva (a maioria das pragas e patógenos são desprovidos de poder proteolítico. poderia residir uma nova teoria em complementação à teoria da trofobiose (CHABOUSSOU. num processo associativo catalizado por elementos minerais (nutrientes). e não forças subsensíveis eletromagnéticas “que façam adoecer”. em decorrência da utilização de certos fertilizantes sintéticos de alta solubilidade e pesticidas. de decomposição. Fig. densidade aparente.a partir da decomposição da biomassa (processo dissociativo parcial). Os saprófitas decompositores (fauna e microbiota) da serapilheira liberam a “energia empacotada” . (d) o preparado de dente-de-leão irradia forças supra-sensíveis que sensibilizam as plantas em relação ao seu ambiente61. enfraquecer. no princípio) para os ciclos seguintes. no princípio . seria a fonte. Fazer perder a sensibilidade. a se reintroduzirem na dinâmica da economia da natureza (associação . etc): uma exacerbação das forças vitais (“supereterificação do vegetal”: exacerbação de forças de desenvolvimento vegetativo) em detrimento das forças organizadoras da segunda região supra-sensível (forças de organização: forma. a partir do seu princípio de atuação (irradiação de forças subsensíveis eletromagnéticas da natureza inferior “que embotam”.1828. “forças construtivas”. 1966. MIKLÓS.Fig. Alguns adubos sintéticos de alta solubilidade. 1999): os vegetais “enfraquecidos” em relação ao balanço da forças supra-sensíveis (de desenvolvimento e de organização) seriam preferencialmente levados. (c) o preparado de urtiga irradia forças suprasensíveis que “criam relações úteis”60 (“sensatas”). gás carbônico. para o ressurgimento de novos ciclos de vida. respectivamente. 2000). para nutrição de todos os ciclos de vida e mecanismos de autocontrole da natureza subsequentes. in EHLERS. com o auxílio de pragas e doenças (que aceleram o processo morte). insensibilizar. a respeito do significado do metabolismo das proteínas no solo para o crescimento vegetal (SCHELLER. savoir-faire”): a biosfera vegetal “empacota luz solar” (energia). como resultado da exacerbação da atuação dos éteres (talvez em especial. e não forças subsensíveis eletromagnéticas que têm um efeito dissociativo. Subliminarmente a estes conceitos francamente em polaridade . de completarem seu ciclo biológico (germinação. florescimento. THAER (1752 . “do “savoir-faire da natureza” (MIKLÓS. estrutura. se incidem as principais propriedades edáficas benéficas ao desenvolvimento da vida vegetal (fertilidade no sentido único. N mineralizável. 60 Forças de ligação. de desenvolvimento. resistência à penetração. com os elementos Ca e Ca e Si. nutrientes e liberam energia (“a luz do sol”. 59 Forças de “estruturação”.. o conceito de Edwin Scheller. No âmbito da vegetação natural tem-se o seguinte (“economia da natureza.a Justus von Liebig (1803 . sobre o qual. e não forças subsensíveis eletromagnéticas que “embotam” (adubação com nitrogênio sintético de alta solubilidade)62 e (e) o preparado de valeriana irradia forças suprasensíveis que “dão à planta um invólucro de calor” 63 e não forças subsensíveis eletromagnéticas que “isolam”. ainda. frutificação e formação de semente). a exemplo dos nitrogenados. a formação de complexos coloidais argilo-húmicos estabelecidos através de ligantes férricos. inédito).. 1995.c. C/N. O húmus formado. 1993a. química e biológica). então. 2000a). e dosagens elementares de nutrientes. respiração.não tenho certeza se fielmente . antes mesmo. Aqui deve ser inserido. que induzem a proteólise (“processo dissociativo”) e inibem a proteosíntese (“processo associativo”). conceito este abandonado após aquilo que veio e que foi reputado . 1996).oposição. A teoria da trofobiose explica a predisponibilização das plantas à ataques de pragas e doenças. aumentando. %C. Na Teoria da Trofobiose de Chaboussou insere-se o conceito de casualidade: vegetal.convencional . (1988). na sua inserção. Alimentos assim produzidos. WOLFF (2000) e serão retomados mais adiante. Essa. faltar-lhe-iam a “vida organizada” que faz a diferença no sentido verdadeiro da qualidade alimentar. Em outro momento. A moldura é formada pelo organismo agrícola que tem de ser analisado com respeito às diversas situações geográficas e climáticas. sugerem que o tratamento com os preparados biodinâmicos leva a uma maior atividade microbiana termofílica e compostagem mais rápida. verificando. Nesta teoria. A pesquisa espiritual antroposófica indica novos caminhos para o cultivo das plantas e a criação de animais. a modalidade perceptiva das pragas insetos também aqui se inseriria. em relação ao funcionamento biodinâmico da paisagem (MIKLÓS.talvez também componha uma imagem relacionada com o que se descreve. trarei a imagem do comportamento da saúva. levaria. KLETT (2000). em tudo aquilo em que se introduz. Em conclusão. mas pertencente a uma ordenação real da “economia da natureza” (“savoir-faire”). de forças supra-sensíveis de organização). pode ser considerada uma resposta para a manipulação de genes. no organismo agrícola realiza-se o cultivo das plantas (plantio. em ciclos subsequentes. ter-se-ia: o princípio do desenvolvimento exacerbado de pragas e doenças . o “processo morte”. torna-se dieta específica que possibilita o amplo desenvolvimento de pragas e doenças. de “Gaia” estaria em relação àquilo que de imperfeito ou unilateral se imporia frente à mãe-natureza (vegetais que irradiam forças supra-sensíveis de desenvolvimento em expansão anormal. adubação e consideração dos ritmos biocronológicos) e a criação de animais (produção de alimento na própria empresa. Assim. e que direciona as metas dos homens principalmente para o lucro inconseqüente. corresponde a uma tecnologia da ciência da natureza inferior forçando o correspondente físico da imagem original da planta (arquétipo).cit. uma maior compreensão da relação da planta com o elemento P. decorrente de insensibilização ou embotamento do vegetal a partir do N sintético. Pode-se tentar procurar. Dentro desse todo. em detrimento. O “sistema agrícola biocida” . op. A tecnologia da manipulação de genes está para a natureza viva (natureza). em princípio. 63 O preparado de valeriana (PB507) tem relação com o elemento fósforo. Isso é cunhado para dentro da formação das sementes também. da “economia da natureza”. do éter químico) que atuariam sem uma contraposição necessária das forças organizadoras da segunda região suprasensível. Essa ação efetiva nas gerações sucessivas de plantas podem ser vislumbradas através de melhorias em atributos fitotécnicos. desequilibrado fisiologicamente. correspondem ao método de cultivo de plantas na agricultura biodinâmica. esses autores ressaltam que os preparados biodinâmicos apresentam efeitos notáveis em parâmetros químicos e microbianos: além da temperatura. Por outro lado. O impulso da agricultura biodinâmica. o cultivo biodinâmico de cereais e verduras e sementes é crescente. durante oito semanas de compostagem. Por isso. temperaturas de 3 a 4°C acima da testemunha.Pode-se entender os preparados biodinâmicos como mediadores biocatalisadores entre a origem espiritual da planta na natureza superior e sua representação físico-sensorial na natureza. também a um “processo morte”. maior relação CO2 produzido / atividade enzimática dehidrogenase e 65% a mais de NO3 no final da compostagem. Os princípios que se inserem na qualidade dos alimentos podem ser observados com maiores detalhes em LINDEN et al. Consequentemente. (2000). todos os preparados de composto são efetivos de forma evolutiva. falta. Eles adubam de forma que ajudam a planta alimentícia a ter uma organização vital consistente em si mesma. Na teoria subjacente às minhas idéias. na homeopatia e/ou medicina antroposófica. que ao contrário do que até agora se expôs. igualmente. nas pilhas biodinâmicas.). 10% a menos de respiração CO2. a destruição do vegetal “enfermo” não seria casual. . a meta de cada empresa biodinâmica sempre deve ser a produção e manutenção de sementes próprias. o genoma.orgãos componentes. Talvez. também. como a tecnologia nuclear está para a natureza inorgânica (natureza inferior). CARPENTER-BOGGS et al. Na Europa Central. Depende de muito mais. Desenvolvimento interior. são de três tipos (KLETT): 1. Se formos praticantes dessa agricultura seremos os portadores do desenvolvimento de uma situação natural para uma situação cultural. Vejo perspectivas de desenvolvimento que vão para o futuro. quanto mais nos tornamos pesquisadores em relação àquilo que fazemos e o que se mostra frutífero na nossa ação. respondem as perguntas feitas no início. responsáveis pelo surgimento de uma fertilidade construtiva. Dizemos. Entraremos com compreensão no mistério da vida. Por exemplo. quanto mais conversamos com outras pessoas sobre isso. que não posso encontrar pela simples observação da natureza. princípios ligados às minhas metas de ser cada vez mais humano. 2000) Proteína não é igual a proteína? A partir da mentalidade materialista conclui-se que “matéria é igual a matéria”. em cultivadores de plantas e criadores de animais. O HOMEM VEM A SER O QUE COME? (KLETT. Onde a agricultura biodinâmica for realizada seriamente. Meu trabalho é permeado pela consciência. permanente do solo. VIII. de que tenho que fazer algo contra a destruição da natureza e contra a mentalidade materialista associada. mas dessa vez plenamente conscientes. encontro nessas perspectivas a minha motivação e desenvolvo um impulso de pesquisa.formação de rebanhos. Os impulsos que recebemos da Antroposofia para o próprio desenvolvimento humano e para o trabalho agrícola. é na prática biodinâmica conseqüente que isto se verifica: quanto mais nos conscientizamos da nossa razão em trabalhar biodinamicamente. Pelas idéias espirituais verdadeiras da pesquisa espiritual foi-me indicada uma direção para o meu trabalho agrícola. ainda. de que eu desenvolva no ambiente natural de uma empresa agrícola. quanto mais aprendo a entender que o meu “ser humano” está baseado no espírito. tanto mais chego às fontes espírituais-morais. para tentar compreender mais a fundo essas idéias através da realização prática. 2. Isto é. o nitrogênio do alface é igual ao nitrogênio do leite ou. O quanto este teorema irrompe do pensar reducionista. tanto mais cresce a coragem de praticar formas sociais novas de trabalho em conjunto dentro da empresa. INDIVIDUALIDADE AGRÍCOLA E NUTRIÇÃO HUMANA. o nitrogênio da uréia sintética é igual ao nitrogênio do húmus. ORGANISMO AGRÍCOLA. Aprendemos a trabalhar cada vez mais intensivamente em nós mesmos 64. autosuperação. autodesenvolvimento. fica 64 Autoconhecimento. Isso consiste não somente em eliminar situações erradas e fazer o ecologicamente correto. Em relação à questão referente aos impulsos de renovação social. 3. Os impulsos que recebemos da antroposofia para o desenvolvimento da agricultura biodinâmica. . a agricultura prosperará e com ela a cultura humana. comportamento adequado de homens e animais e o desenvolvimento de raças adaptadas ao local). as comunidades empresariais mais fundamentadas em interesse espiritual regional são comunidades que têm a capacidade de se comprometerem socialmente. Nos transformaremos novamente. O princípio da perseverança na agricultura biodinâmica está fundamentado nas idéias espirituais que mostram um caminho. a força de vontade para a ação.evidente no exemplo. As plantas alimentícias não contém mais a força que elas devem conter aos homens. a alimentação do complexo corpóreo promover a evolução espiritual-anímica do homem 65? Para tanto. a base física da alma são o homem torácico com a respiração rítmica do pulmão e os ritmos da pulsação cardíaca. a base física do complexo corpóreo são os orgãos metabólicos e os membros. exibemos tão pouca manifestação de vivência espiritual. o qual naturalmente permeia todo o corpo pelas vias nervosas. isto é. Principalmente. corresponde às forças supra-sensíveis que permeam a matéria. A resposta de Steiner: “Esse é um problema nutricional! O modo como o alimento é constituído hoje em dia não fornece mais aos homens a força para manifestar o espiritual dentro do físico.. nessa nutrição do homem membro-metabólico não se trata de “meios materiais”. própria da natureza intrínseca do bovino. A força a que se refere Steiner. Seria diferente do animal o caso do ser humano? Atualmente pode-se observar um aumento vertiginoso das doenças crônicas e das alergias. se tornem tão pouco eficientes em cada um de nós e que. por um avanço do enfraquecimento constitucional do homem e.liberdade . principalmente. proteína animal não é igual a proteína vegetal. A doença da vaca louca surgiu por causa do arraçoamento com farinha de origem animal aos bovinos . de certo. exatamente. os impulsos espirituais.justiça”). Com a irrupção da manipulação transgênica é de se esperar. não consegue mais dominar os processos metabólicos dentro do sistema neuro-sensitivo. respectivamente: fraternidade/solidariedade . todavia. descritas anteriormente. Mas. é necessário partir da efetiva necessidade nutricional do homem. alma e espírito. porém de “meios alimentares”. Na antroposofia se distingue três formas de nutrição: a nutrição através da digestão. A tríplice necessidade nutritiva do homem sob o ponto de vista da antroposofia.metabólico são os alimentos sólidos e líquidos ingeridos nas refeições. apesar dos nossos esforços. à colaboração e execução ativa de intenções espirituais. ter-se-ia. “matéria não é igual a matéria”. apesar da compreensão teórica. a nutrição através da respiração e a nutrição através dos sentidos. como é possóvel que. para a regeneração do sistema neuro-sensitivo.uma alimentação que contraria totalmente a natureza do herbívoro e ruminante. . Esses três membros do complexo corpóreo precisam ser alimentados de maneira diferente. a constituição corpórea fica tão enfraquecida pela forma errada do arraçoamento que a força organizadora (da segunda região supra-sensível). Esses três aspectos da natureza humana haviam sido descritos por Steiner como sendo os principais obstáculos interiores colocados no caminho dos homens (“em oposição a tais aspectos. sem ser desviado do rumo certo por ambições pessoais. as forças supra-sensíveis que 65 Ehrenfried Pfeiffer perguntou a Steiner o seguinte: “Como é possível que. A ponte do querer para o pensar não consegue mais ser estabelecida. No sentido restrito. tais materiais se depositam no homem encefálico. A BSE é uma doença de disposição. Pois. consequentemente. a base física do espírito é o homem encefálico no qual se concentram o sistema nervoso e os orgãos dos sentidos. em especial a senda do aprendizado interior. O que nutre o homem membro-metabólico são. O homem possui complexo corpóreo (corpo físico + corpo vital). segundo sua natureza e atividade diferenciadas. significa. sobretudo. O que nutre o homem mêmbrico . uma generalizada epidemia de enfermidades de difícil diagnose. apesar das amplas e numerosas indicações feitas . para a execução bem sucedida dos impulsos espirituais seja tão fraca?” Importava a Pfeiffer saber como levar à ação. dentre vários outros. da vaca louca (BSE). Os meios materiais têm um significado. Como poderia. Na ciência antroposófica. ilusões e invejas. provavelmente. Buscar a esmo a satisfação do paladar nos desfiladeiros de supermercados. tornar a experiência humana dependente do que se come. Ele refresca o sangue nos pulmões. em liberdade. o sangue flui pelo coração pulsante para os vasos perféricos. o som para dentro do ouvido. De lá. A decrescente qualidade alimentar dos gêneros alimentícios tornaram verdade a inverdade das expressões de Karl Marx: “A existência determina a consciência” ou de Feuerbach: “o homem é aquilo que ele come”. penetra calor. mesmo que inversamente crescente em nossa direção. da nutrição propriamente terrena. Como deve ser constituída tal produção da 66 A digestão sob o ponto de vista da antroposofia difere da visão científica comum. então também deveria haver um caminho no qual. O homem rítmico alimenta-se através da respiração. que é um “fruto” seminal. para o conteúdo da imagem da percepção. pele. A nutrição através da respiração medeia essas forças complementares de nutrição. Dessa forma. também denominada de “nutrição cósmica”. agem forças que configuram os materiais para se tornarem diferentes das do grão cerealífero. Na inspiração admite-se de fora. a nutrição através dos sentidos é polarmente oposta àquela da admissão dos materiais físicos e das forças supra-sensíveis do alimento66. então a alimentação a partir de raízes é particularmente apropriada para isso. Na antroposofia a imagem da digestão é a seguinte: “como um relojoeiro. Tais forças supra-sensíveis. metabolismo x anabolismo”). é eliminado no pulmão pela expiração. assim por diante. O sentir anímico do homem está intimamente ligado a esse processo rítmico. A reconstrução apreendida pelo organismo humano ocorreria levando em conta tudo aquilo que se insere no princípio da construção do alimento. contidas nos alimentos. etc. Uma materialidade imponderável é configurada pela força do calor. que é um “fruto” radicular. a luz flui para dentro do olho. primeiro ele desmonta o relógio para apreender a sua reconstrução”. por exemplo. da luz. a partir das configurações orgânicas. Se o homem tem o poder de desfigurar arbitrariamente o mundo que o alimenta desta forma tríplice. aqui se insere.compõem os materiais pertinentes a cada alimento específico. Como constituir um gênero alimentício para nutrir realmente o homem. ao contrário. que. Na cenoura. etc. o alimento é subdividido em unidades menores que são então absorvidas. do som. ar rico em oxigênio. o dióxido de carbono liberado. ali absorve. a caminho do fluxo sanguíneo venoso. enquanto que as forças configutativas são espelhadas no espírito pensante como conteúdo da imagem dos pensamentos. como musculatura. por exemplo. Para atrelar a vontade mais ao pensar. na cabeça. A terceira forma de nutrição se dá através dos sentidos. no pulmão e coração. o “carater salino” da materialidade é ainda mais preservado. Através da pele. a polaridade dissociação x associação. na qual agem o sentido do tato e do calor. Esse caminho está inseparavelmente ligado à produção de alimentos e à evolução do homem. tornando-se disponíveis para uma reconstrução (“novamente. Tal materialidade mediadora da impressão dos sentidos desemboca no complexo corpóreo através de todos os portais dos sentidos e é condensada como substância do sistema mêmbrico-metabólico. é que ativam a vontade humana.. O ponto de partida de todas as três formas de nutrição é a produção dos gêneros alimentícios. colaboram os frutos seminais. Nas raízes. Com os sentidos o homem percebe o mundo. . a possibilidade de aperfeiçoar a terra e suas criaturas. Nesta. Para o trabalho com os membros. Um sistema é aberto. Um organismo é amplamente fechado. Os princípios de configuração do estabelecimento são derivados do conhecimento do ser humano. dever-se-ia relacionar entre si. segundo que imagem? O princípio para o surgimento de um gênero alimentício verdadeiramente nutritivo. o que confere totalidade a um organismo não é a sua organização física. mas ela emprega também outra essência a mais. Pode a alma humana ser abordada por algo que não proceda do anímico? O gênero alimentício emprega. Dessa maneira. segundo imagens primordiais (arquetípicas) que procedem do mundo anímico (forças supra-sensíveis de organização. deve ser mantido e promovido em suas funcões pela alimentação. apresentam-se. Steiner definiu organismo da seguinte maneira: “Um organismo é algo anímico. Ser Espiritual do Homem) em função de sua natureza intrínseca. o físico-mineral. Ela não se torna visível em sua atuação. A vida torna-se aparição quando acolhe em si os materiais físico-minerais da terra. a saber. quando tenta caracterizar o aparente arcabouço de interações de uma comunidade viva de muitos seres isolados. ao sentidos nas formas e feitios das plantas e animais. Esse organismo humano (físico. a fim de poder nutrir o homem? O que é a vida no alimento? As forças do vivo não são apreensíveis pelos sentidos. ritmo: segunda região supra-sensível). as forças supra-sensíveis que se revelam como algo essencialmente anímico. o qual se situa além do espaço e do tempo. o vivo e o anímico. “O ser humano é convertido em fundamento”(R. Noção de organismo. num grau superior ao que confere ao alimento sua mera condição natural. O ser humano possui o organismo mais altamente desenvolvido. deve ser basicamente igual (física. forma. anímico) é vivenciado como uma individualidade (Eu. Totalidade do organismo agrícola. que é exteriormente limitado por um feitio e interiormente articulado por orgãos”. rumo a uma espécie de “individualidade agrícola”67. forças vitais ou forças etéricas: primeira região supra-sensível). . ao seu sítio ou fazenda. O organismo agrícola ou a individualidade agrícola pode ser configurado a partir do ponto vista da tríplice organização do complexo corpóreo do ser humano. nem sua organização vital (âmbito da primeira região supra-sensível). é uma totalidade. vital e aimicamente) ao surgir e prosperar de um organismo. Cada estabelecimento agrícola deveria evoluir rumo a um organismo o mais fechado possível em si. Para a produção de alimentos apropriados ao homem. Pois este. conferem feitio à natureza. é uma pluralidade. para sua atuação e revelação. Mas com que espécie de pensamentos e sentimentos. A vida emprega. O sistema pode ser pensado como aditivamente causal. todos os homens. porém o seu anímico (âmbito da segunda região supra-sensível). Individualidade agrícola. a natureza físicomineral. Steiner). que forma os materiais terrenos como imagem do feitio vegetal. O agricultor. de baixo para cima. o atuante vivo (forças supra-sensíveis de desenvolvimento. na verdade. Verticalmente. Como isto pode ser pensamentalmente entendido? O agricultor coloca-se diante desta tarefa se quiser dar um feitio terreno e humano justificados. Deste conceito é que deriva a configuração empresarial da agricultura biodinâmica (“organismo agrícola”). também. para seu surgimento. vital. ter-se-ia: 67 Não se deve confundir individualidade com individualismo egóico. todavia. porém no que essa atuação fez dos materiais terrestres.terra. A ciência ecológica utiliza o conceito de sistema entrelaçado. • aptidão agrícola natural das terras baseada na sua organização física x complexo corpóreo humano como expressão e instrumento individual da aptidão do homem. É tarefa do agricultor desenvolver um sentido artístico para a totalidade da organização vital da propriedade. quanto 68 Interações ecológicas. formação de solo. terraceamento. O que fazem vermes do solo. Revela-se na natureza vegetal: prados. estabelecem relações68 (fauna do solo. irrigação e drenagem. no geral: humificação.. que foi totalmente absorvida em funções corporais altamente desenvolvidas. parcelas de florestas. Organização anímica do organismo agrícola. ter-se-ia: • Comunidade humana x organização do Eu do organismo agrícola • Reino animal x organização anímica do organismo agrícola • Reino vegetal x organização vital do organismo agrícola • Reino mineral x organização física do organismo agrícola (terra. mediante a mão humana (arte do amanho. solo. até um certo ponto. controle biológico. Os componenetes da organização física do organismo agrícola são os seguintes: substrato geológico. os animais.(sentir) • Camada acima do solo x pólo membro-metabólico (querer) Subsequentemente. lavouras ricamente articuladas (hortas. É exigido do artista plástico contido no homem que leve à mútua interação. A diversidade animal (forma e modo de atuação) contribui para a “inteireza interior”. Revela-se na abundância da fauna. insetos: polinização. sentidos) • organização do Eu (individualidade) x (base funcional orgânica: sangue e sistema imunológico) No organismo agrícola. Cada espécie animal incorpora na especialização ligada ao corpo. A natureza será entretecida com tal atividade criadora de relações. o organismo agrícola pode ser considerado sob o ponto de vista da tetramembração da natureza intrínseca do homem. pastos. . tanto mais. beiradas de lavouras e caminhos. capões de mato. variações térmicas. uma centelha anímica da alma humana. microbiota. dos animais.? Com base na sua especificidade anímica. 1999).• Camada inferior da terra x pólo cabeça (pensar) • Solo fértil (camada superficial) x processos rítmicos (coração. calor) Organização física do organismo agrícola. a fauna. qual seja: • organização física x esqueleto (base funcional física) • organização vital x sistema glandular (base funcional orgânica) • organização anímica x sistema nervoso (base funcional orgânica: nervos.). correntes de ar.. A biodiversidade desempenha um papel regulador insubstituível para manutenção do equilíbrio dos ecossistemas (MIKLÓS. a maior diversidade possivelmente imaginável da natureza vegetal e a acrescente à organização vital do sítio ou fazenda. etc. para a “atmosfera anímica” de um estabelecimento agrícola. precipitação. lençol freático. insetos. pomares. A predisposição natural da organização física do organismo agrícola pode ser modificada. água. pulmão) . Organização vital do organismo agrícola. etc). ar. aves. cercas vivas. maior for a diversidade da fauna. coração pulsante da propriedade. dessa forma. do ponto de vista da capacidade funcional do organismo agrícola? Os ritmos vitais do rebanho fazem dele o órgão doador de ritmo. depois. um forte potencial de forças organizadoras. sais minerais. mais do que qualquer outra espécie animal. a capacidade de nutrir o homem com base no desenvolvimento do seu complexo corpóreo quadrimembrado. centro de sua organização anímica. Em primeira instância. cada qual em uma relação específica. A imagem pensamental que ela forma para si. . em especial o rebanho de vacas. numa composição material. O quarto membro da natureza do organismo agrícola. nos eventos vitais da fazenda. de uma fazenda ou sítio. sob forma de forragem. carbohidratos. Nessa atividade a vaca se fortalece animicamente. Organização do Eu do organismo agrícola. Na digestão ele eleva ambas ao nível da sua organização anímica. lipídeos. Somente o espírito humano implanta na natureza. a organização física e a organização vital da propriedade que ali se configurou nas flores. importam as forças supra-sensíveis que reúnem a matéria. como o homem. como resultado da “análise cósmico-qualitativa”. Essas forças organizadoras (segunda região supra-sensível) conferem ao esterco de vaca a peculiar força de adubação. “Ele come. respectivamente. ela expele o produto de sua elaboração interna. Trata-se muito menos de um material (quilogramas de nutrientes69). une o percebido à sua natureza anímica. para ser ideal. Steiner). anímico. da sua inteireza funcional. Na ruminação a vaca leva o material vital do mundo vegetal a “uma análise cósmico-qualitativa (R. ritmo. organização). em alto grau. Mas ela não consegue fixar os resultados dessa “análise material” por meio de sua atividade interior. Ela seria capaz de fazê-lo se tivesse. A composição material dos alimentos. Ela doa. a organização do Eu do mesmo. A vaca é. etc). um espírito pensante. à sua percepção anímica ligada ao corpóreo. da sua necessária inteireza e do alvo de uma individualidade agrícola em formação. em íntima relação com a inteireza quadrimembrada do homem. é formada pela comunidade humana. brota a verdadeira “capacidade de nutrir” de um gênero alimentício. e transforma dessa maneira a diversidade em inteireza. é convertida pelo seu trabalho. acima de tudo. O que ele faz para dentro. Ele acolhe com os sentidos aquilo que come na ruminação e. por meio de seu adubo. de um adubo de forças (forma. forças anímicas e vitais ao interior do organismo agrícola e cuida. Que faz o rebanho de vacas? Para fora. O produto da excreção contém. o pensamento do organismo e da individualidade. Esse produto é uma excreção do estágio anímico deste animal doméstico altamente desenvolvido. etc) vêm em decorrência. Aspectos quantitativos (proteína. por seu trabalho orientado pelas idéias. Como a vaca permanece no estádio anímico animal (animicamante atada ao corpóreo). cada ano. vital. vitaminas. uma natureza renunciadora. do que. folhas e caules do crescimento vegetal. um Eu. deve ser a expressão das quatro qualidades de forças (da matéria e supra-sensíveis da 1a. O valor nutritivo do gêneros alimentícios. ele está a serviço do homem (leite. uma posição importante deve ser ocupada pelos animais domésticos. na subsequente digestão. isto é. do estabelecimento. espiritual) impregnadas no gênero alimentício a partir dos quatro membros do 69 Isso não quer dizer que não devamos estar atentos ao balanço de elementos nutrientes da propriedade (entradas e saídas). 2a e 3 a região. Nesse sentido. A partir dessa inteireza articulada de forma quádrupla. Os elementos minerais oferecem à planta instrumentos. para poder lidar com essas substâncias a planta necessita. A totalidade nutre. Nos hidratos de carbono que a planta produz. 71 No modo de pensar inculcado nas pessoas hoje em dia. que é o que há de mais universal. então: O que nutre são forças da matéria. É a “palavra” eterna de Deus. tal como a vida. aos quais pode ligar-se. a longo prazo. que aquece Os pobres corações de pastores. Vida. Essa convicção. Algo corresondente vale para o nitrogênio e as proteínas. E a partir das cabeças A uma meta conduzir. Angelus Silesius (1624 . “VÍVERES” 70 = MEIO. por isso a planta não pode retirar “vida” dos elementos potássio. Considerando. a água é um dos principais portadores de vida. Para o vegetal. nesses carboidratos atua agora a vida. o significado de organismo e individualidade agrícola na formação do estabelecimento agrícola e para o valor nutricional dos gêneros alimentares. podem ser víveres. a água foi vivificada. não a singularidade dos componentes materiais. à degradação da Terra e à degeneração do complexo corpóreo do ser humano. e por isso necessita de diferentes portadores. também de fósforo. Enquanto está “verde”. então.Sol Aquece nossos corações.organismo agrícola. Daí o conceito antigo que se utilizava para alimento. Poderia se dizer. disto.” Rudolf Steiner 70 Somente. substâncias que contém “vida empacotada”. Luz divina. A vida origina-se da luz do sol! Vida é luz transformada.a partir do gás carbônico inspirado e da água. Vida é uma força. . a maior parte acredita que o vegetal “vive” de potássio. É a vida e o espírito. A qualidade de um alimento e a sua composição deve ser reconhecida como sendo algo único. fósforo e nitrogênio. fósforo e nitrogênio. A globalização do mercado agrário leva. na formação de uma determinada qualidade de gênero alimentício.1677): “O pão não nos alimenta (a mera materialidade). porém. na inteireza de um organismo agrícola. além de potássio. a agricultura biodinâmica fomenta o desenvolvimento de mercados regionalizados. já que estes elementos são totalmente mortos. Assim. o mais importante é a luz. MEDIADOR DE VIDA. Luz. do mesmo modo que os animais vivem dos vegetais. 2000)71. está baseada num erro de raciocínio: o animal recebe sua vida do vegetal. O vegetal assimila a luz com a ajuda do pigmento verde clorofila. A luz também é uma força. com cuja ajuda ela pode formar vida a partir da luz. A vida.carboidratos . Para que se torne bom O que queremos fundar A partir das corações. do vital ou do vivo. produzindo sua substância corporal (estrutural) . do plantio à colheita. No entanto. e ela está ligada à substância apenas temporariamente. O que no pão nos sustenta. Luz do sol! “Luz. é luz transformada (WOLFF. do anímico e do espiritual que se individualizam. Ilumina nossas cabeças. Cristo . que ilumina As sábias cabeças reais. a planta consegue assimilar diretamente a luz. A. Allelopatic influences of organic and biodynamic treatments on yield and quality of wheat and potates.I. 271p. LINDEN.L. R. A. In: MIKLÓS. W.. 333p. A. KALICS. SMA/CED. São Paulo: Associação Beneficiente Tobias. Os quatro éteres. CORREIA-RICKLI. Introduction a l’étude des forces formatrices.W. Paris. 17. 63p. 1980. I. (Org. São Paulo.L. W. Secretaria do Meio Ambiente. EHLERS. Les quatre éthers.74-76. São Paulo. A. Nouveaux aspects de la phyatrie et de la phytopharmacie. 238p. Parte I e II. Folheto 103. (Org. J. BOTT. 32-62. CHABOUSSOU. Higiene Social. Associação Brasileira de Quirofonética. A. In: MIKLÓS. MAFRA.313-328. Livros da Terra. P.A. Governo do Estado de São Paulo. KLETT. 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