Adequacao Cavitaria e Restauracao de Classe III e IV Com Resina Composta

March 21, 2018 | Author: Sergio S Souza | Category: Mouth, Dentistry, Nature, Wellness, Chemicals


Comments



Description

1ADEQUAÇÃO CAVITÁRIA E RESTAURAÇÃO DE CLASSE III e IV COM RESINA COMPOSTA 1- ADEQUAÇÃO CAVITÁRIA De acordo com a classificação de Black, as cavidades de classe III são aquelas localizadas na face proximal de dentes anteriores, sem envolvimento do ângulo incisal. Quando há o envolvimento desse ângulo, definimos como classe IV de Black. Quando os desgastes dentais são realizados visando receber restaurações com amálgama de prata, comumente denominamos a remoção da cárie e a preparação para a restauração como “preparo cavitário”. Isto porque, como o nome sugere, há verdadeiramente uma preparação cavitária que não fica restrita à remoção do tecido cariado. O cirurgião dentista deve ainda, ter preocupação com a forma de contorno, resistência, conveniência e retenção, e com o acabamento ou tratamento das paredes de esmalte, procedimentos que “preparam” a cavidade para receber um material restaurador não adesivo, como é o caso do amálgama. Assim. Polimerizar pequena porção na face vestibular. como a resina se comporta bem como dentina artificial. Luz natural. Com o advento da odontologia adesiva. a principal característica a ser lembrada é a preservação de estrutura dental sadia.   Pasta de pedra pomes e água. . basicamente. além da remoção do tecido cariado. uma vez que não há preocupação com desgastes excessivos que favoreçam a retenção do material às cavidades. Ainda. a remoção do tecido cariado e a realização do bisel cavo-superficial. preservando ainda mais estrutura dental. característica dos preparos clássicos para amálgama. a adequação cavitária para resinas compostas em dentes anteriores envolve. PROFILAXIA  Taça de borracha ou Escova de Robinson. procedimento que será discutido mais a frente. Portanto. adequar a cavidade para receber a resina composta. o termo “preparo cavitário” pode ser substituído por “adequação cavitária”. Obs: Não utilizar pasta fluoretada. as margens de esmalte sem suporte dentinário podem ser mantidas.2 Porém quando realizamos desgastes preparando o dente para receber a resina composta como material restaurador. sendo que o objetivo agora é. Dentes e escala molhados. SELEÇÃO DA COR     Sem isolamento do campo. o princípio do conservadorismo de difundiu ainda mais. Não há preocupação com forma geométrica. acesso às lesões profundas   Isolamento relativo .acesso às lesões rasas e médias Na dúvida quanto à profundidade da lesão. Porém. também de tamanho proporcional à cavidade para evitar a concentração de esforços próximo à polpa. que deverá ser realizado com curetas. As brocas removem a dentina cariada mais endurecida. Alta rotação – refrigeração. inicie o acesso com isolamento absoluto. o isolamento absoluto deve ser instalado ainda para a remoção do restante da cárie.3 ISOLAMENTO ABSOLUTO  Isolamento absoluto . e brocas esféricas carbide em baixa rotação. Ponta diamantada esférica. As curetas removem a camada mais superficial de dentina cariada e amolecida. Obs: Sempre protegendo o dente vizinho com tira matriz de aço REMOÇÃO DO TECIDO CARIADO  A adequação cavitária pode ser concluída sem isolamento absoluto e com ponta diamantada esférica em alta rotação (com refrigeração) se estivermos diante de uma cárie pequena. ACESSO À LESÃO DE CÁRIE     Por lingual. se a cárie se estender pela dentina. É importante . a maior que couber na cavidade. melhora da estética em função de um efeito degrade criado pela área biselada. tem como principal objetivo a melhora da qualidade estética. Diante desse fato. Retenção e vedamento marginal têm conotação secundária em função do estágio atual dos adesivos dentinários. Com o grande avanço dos sistemas adesivos ao longo desses anos. ainda. o bisel cavo-superficial também tem um efeito negativo. havia dois sérios problemas em função da pouca eficiência dos sistemas adesivos: vedamento marginal e retenção. hoje em dia o bisel. pois a quantidade de resina é pequena. BISEL CAVO-SUPERFICIAL No início da década de 70. algo em torno de 3 a 4 MPa (30 a 40 Kg/cm2). a custa de um desgaste maior de esmalte. pois aumenta o desgaste dental. Nessa época. possibilitando a ocorrência de fraturas nessas áreas. quando realizado. Por outro lado. deslocamento das restaurações com resinas compostas. . Assim. Portanto. a resistência adesiva demonstrada atualmente pode atingir algo em torno de 30MPa em esmalte.4 destacar que as curetas devem ser reutilizadas durante a remoção da cárie com brocas para verificar a textura da dentina remanescente. pode deixar esmalte sem suporte dentinário e determina maior fragilidade em áreas de contato oclusal. a resistência adesiva entre os sistemas resinosos e a estrutura dental era considerada muito fraca. Paralelamente observou-se. com inclinação de 30 a 45°. era muito comum a ocorrência de sensibilidade pósoperatória e. o bisel cavo-superficial foi proposto com forma de aumentar tanto o vedamento marginal quanto a retenção das resinas compostas às cavidades. pode-se utilizar o hidróxido de cálcio.5 Em casos de esmalte sem suporte dentinário. sempre na dependência do estado de vitalidade pulpar e profundidade da cavidade. Recomendamos que os capítulos que tratam da proteção do complexo dentino-pulpar e sistemas adesivos sejam novamente estudados. proteger o dente vizinho com tira matriz de poliéster. Quando existirem duas cavidades a serem restauradas no espaço interproximal . CONDICIONAMENTO ÁCIDO  Quando existir apenas uma cavidade a ser restaurada no espaço interproximal de dentes anteriores. Não abordaremos aqui os cuidados com a escolha do material e técnica de proteção do complexo dentino-pulpar. utilizar o cimento de ionômero de vidro ou a própria resina composta para compensar a perda dentinária e a contração de polimerização da resina composta. De acordo com a filosofia da disciplina. iniciaremos já com a aplicação do condicionamento ácido e sistema adesivo. Como o caso clínico apresentado é de uma cavidade de profundidade média. já com isolamento absoluto. cimento de ionômero de vidro e sistema adesivo. 2. antes de realizá-lo. pode-se iniciar a restauração com resina composta.RESTAURAÇÃO Após a remoção do tecido cariado. . Ponto de contato.6 (envolvimento de dois dentes). “Afastamento dos dentes”.  Aplicar o ácido fosfórico 37% de 15 a 20 segundos em esmalte e 10 a 15 segundos em dentina (quando a técnica com condicionamento ácido total for a escolhida). Lisura superficial. pode-se condicionar as duas cavidades ao mesmo tempo. Aplicação do sistema adesivo em duas camadas.    Lavar e secar sem desidratar. Fotopolimerização (lembrar de remover o excesso de adesivo no espaço interproximal com fita matriz ou fio dental ates de realizar a fotopolimerização). como na seqüência apresentada a seguir. Técnica compressiva. Evitar excesso cervical. ENCUNHAMENTO    Fixar a matriz de poliéster. SISTEMA MATRIZ     Contorno da restauração. Incrementos de ± 2mm. MANOBRAS FINAIS  Remoção de cunha e matriz após a polimerização final. Acabamento e polimento. Tiras abrasivas – remoção dos excessos proximais (não atuar nas áreas de contato) .7 TÉCNICA RESTAURADORA  Inserção incremental para compensar a contração de polimerização. Pontas diamantadas F e FF ou brocas multilaminadas.   Remoção do isolamento absoluto.  Técnica compressiva da última camada – a tração da matriz para incisal ajuda a evitar o extravasamento de excesso na região cervical. dos excessos da ACABAMENTO    Sempre na mesma sessão. Remoção restauração.   Ajuste oclusal. 8 POLIMENTO    Após 24 horas ou mais (hidratação). Kit “ENHANCE”. CASO CLÍNICO – CLASSE IV Início Profilaxia Escolha da cor Remoção da cárie com broca esférica . Pastas de polimento com disco de feltro. 2005. Edição. 1ª. . Conceitos e Prática Clínica – Grupo Brasileiro de Professores de Dentística – Editora Artes Médicas.9 Condicionamento ácido Sistema adesivo Técnica incremental Posicionamento da matriz e cunha Matriz sendo tracionada LEITURA COMPLEMENTAR: Restauração concluída Recomendamos a leitura do capítulo 12 “RESTAURAÇÕES DE CLASSE IV E ATÍPICAS EM DENTES ANTERIORES”. no livro “Dentística: Filosofia.
Copyright © 2024 DOKUMEN.SITE Inc.