ABORDAGENS DE ENSINO NA EDUCAÇÃO DA PESSOA COM SURDEZRosimar Bortolini Poker Ter conhecimento sobre a história, bem como sobre as filosofias e métodos educacionais criados para os alunos com surdez, permite a compreensão da relação existente entre o comprometimento lingüístico dessa população, a qualidade das suas interações interpessoais e o seu desenvolvimento cognitivo. A história serve de suporte para que seja feita uma análise crítica das conseqüências de cada filosofia ou método de ensino no desenvolvimento destas crianças, contextualizando as práticas vigentes. Inicialmente a sociedade tinha uma idéia muito negativa da surdez, enfatizando sempre os seus aspectos negativos. Segundo Goldfeld (1997), na antiguidade os surdos foram percebidos de diversas formas: com piedade e compaixão, como pessoas castigadas pelos deuses ou como pessoas enfeitiçadas. Por isso mesmo, foram abandonadas ou sacrificadas. Para Goldfeld (1997), a crença de que a pessoa com surdez era uma pessoa primitiva fez com que persistisse até o século quinze a idéia de que ele não poderia ser educado. Sendo assim, tais pessoas viviam totalmente à margem da sociedade e não tinham nenhum direito assegurado. Só a partir do século dezesseis é que se tem notícias dos primeiros educadores de pessoas com surdez. De acordo com Reis (1992), Fornari afirma que "Cardano foi o primeiro a afirmar que o surdo deveria ser educado e instruído, afirmando que era crime não instruir um surdo - mudo". A partir daí, vários educadores se propuseram a criar diferentes metodologias para ensinar as crianças com surdez. Alguns se baseavam apenas na linguagem oral, ou seja, a língua auditiva oral utilizada em seu país. Outros, diferentemente, pesquisaram e defenderam a língua de sinais, que se constitui em uma língua espaço-visual criada através de gerações pelos próprios surdos. Outros ainda criaram alguns códigos visuais com o objetivo de manter a comunicação com seus alunos com surdez. Até hoje existem diversas correntes teóricas a respeito da educação do aluno com surdez. Conforme Goldfeld (1997), no século dezesseis, na Espanha, o monge beneditino Pedro Ponce de Leon (1520 - 1584) desenvolveu uma metodologia de educação para crianças com surdez que incluía datilologia (representação manual das letras do alfabeto), escrita e oralização, e criou uma escola de professores de surdos. Em 1620, Juan Martin Pablo Bonet publicou, também na Espanha, um livro que tratava do alfabeto manual de Ponce de Leon. Em 1750, na França, surge Abade Charles Michel de L'Epée que aprende com as pessoas surdas a língua de sinais criando os "Sinais Metódicos". Teve grande sucesso na educação das pessoas com surdez transformando sua casa em uma escola pública. L'Epée e seu seguidor Sicard defendiam que todos as pessoas com surdez, independentemente de seu nível social, deveriam ter direito à educação pública e gratuita. Na Alemanha, nesta mesma época, com Samuel Heinick, surge a filosofia educacional Oralista que defende que o ensino da língua oral, e a rejeição à língua de sinais, é a melhor forma de educar o aluno com surdez. Heinick funda a primeira escola pública para crianças com surdez baseada no oralismo. Em 1817 Thomas Hopkins Gallaudet, junto com Laurent Clerc, fundou a primeira escola permanente para alunos com surdez nos EUA, que utilizava como forma de comunicação o francês sinalizado, adaptado para o inglês. A partir de 1821, todas as escolas públicas americanas passaram a caminhar na direção da ASL (Língua de Sinais Americana). Em 1864 foi fundada a primeira universidade nacional para surdos, a Universidade Gallaudet. Apesar da disseminação da língua de sinais, a partir de 1860, com os avanços tecnológicos que facilitavam a aprendizagem da fala pelas pessoas com surdez, o método oral ganhou força. Ainda segundo Goldfeld (1997), o mais importante defensor do Oralismo foi Alexander Graham Bell, que exerceu grande influência no resultado da votação do Congresso Internacional de Educadores de Surdos, realizado em Milão no ano de 1880. No Congresso, foi colocado em votação qual método deveria ser utilizado na educação dos surdos. O Oralismo venceu e o uso da língua de sinais foi oficialmente proibido. Ressalta-se que foi negado aos professores surdos o direito de votar. No início do século vinte a maior parte das escolas em todo o mundo deixa de usar a língua de sinais. A oralização passa a ser o principal objetivo da educação das crianças surdas e, para aprenderem a falar, passavam a maior parte do seu tempo nas escolas recebendo treinamento oral. O ensino das disciplinas escolares foi deixado para segundo plano levando a uma queda significativa no nível de escolarização dos alunos com surdez. O Oralismo dominou até a década de sessenta quando William Stokoe publicou um artigo demonstrando que a Língua de Sinais constituía-se em uma língua com as mesmas características das línguas orais. A partir daí, surgiram outras pesquisas demonstrando a importância da língua de sinais na vida da pessoa com surdez bem como revelando a insatisfação por parte das pessoas surdas com a abordagem oral. Em 1968, surge a filosofia da Comunicação Total que utiliza todas as formas de comunicação possíveis na educação dos surdos, acreditando-se que a comunicação e não apenas a língua, deve ser privilegiada. Conforme Goldfield (1997), a partir da década de setenta, percebeu-se que a língua de sinais deveria ser utilizada independentemente da língua oral. Surge assim a filosofia Bilíngue, que desde a década de oitenta vem se disseminando por todos os países do mundo. No Brasil, a educação das pessoas com surdez teve início em 1857, ao ser fundada a primeira escola especial no Rio de Janeiro por um professor surdo francês, Hernest Huet, com o apoio de D. Pedro II, e que hoje tem o nome de Instituto Nacional de Educação de Surdos (INES), que utilizava a língua de sinais. Segundo Goldfield (1997), o INES em 1911, seguindo a tendência mundial, passou a assumir a abordagem oralista, apesar da forte resistência dos alunos que continuavam a utilizar de forma proibida a língua de sinais nos corredores e pátios da escola. A Comunicação Total chega ao Brasil no fim da década de setenta e, na década seguinte começa o Bilinguismo, que surge com as pesquisas da Professora linguista Lucinda Ferreira Brito, sobre a Língua Brasileira de Sinais. Métodos de ensino para alunos com surdez Durante o decorrer dos séculos tem-se proposto uma variedade de abordagens e métodos para a educação dos alunos com surdez. A maioria deles fundamenta-se em substituir a audição perdida por um outro canal sensorial, como a visão, o tato, ou aproveitando os restos da audição existentes. O aspecto dos métodos que tem sido mais problemático é a ausência de trabalhos, ou afirmação de que existe um único método para todas as crianças com surdez. Para aquelas que têm resíduos auditivos, pode ser oferecido um acesso para o código da fala dentro de uma abordagem oral. Diferentemente, para aqueles que não têm razoável resíduo ou mesmo grande dificuldade em desenvolver a oralidade, a Língua de Sinais constitui-se na língua mais adequada para o sujeito interagir com o meio. A querela existente entre os defensores dos diferentes métodos ou abordagens demonstra que há diferentes formas de enfrentar as consequências da surdez respeitando-se cada pessoa e sua família. O professor, junto com os pais, deve explorar e buscar alternativas para cada aluno, no sentido de provocar o desenvolvimento pleno de suas potencialidades. Os métodos de ensino dividem-se em três abordagens principais que produziram muitas formas de se trabalhar com o aluno surdo. São elas: Oralismo, Comunicação Total e Bilinguismo. Oralismo De acordo com Goldfield (1997) o Oralismo ou filosofia oralista visa a integração da criança com surdez na comunidade de ouvintes, dando-lhe condições de desenvolver a língua oral (no caso do Brasil, o português). Para alguns defensores desta filosofia, a linguagem restringe-se à língua oral sendo por isso mesmo esta, a única forma de comunicação dos surdos. Acreditam assim que para a criança surda se comunicar é necessário que ela saiba oralizar. Para Goldfield, o Oralismo concebe a surdez como uma deficiência que deve ser minimizada por meio da estimulação auditiva que possibilitaria a aprendizagem da língua portuguesa e levaria a criança surda a integrar-se na comunidade ouvinte, desenvolvendo sua personalidade como a de alguém que ouve. Isto significa que o objetivo do Oralismo é fazer a reabilitação da criança surda em direção à normalidade. A educação oral requer um esforço total por parte da criança, da família e da escola. De acordo com os seus defensores, para se obter um bom resultado, é necessário: Diferentemente do Oralismo. Gestos. práticas diferentes. em certos aspectos. a Comunicação Total acredita que o aprendizado da língua oral não assegura o pleno desenvolvimento da criança surda. e a surdez como uma marca que repercute nas relações sociais e no desenvolvimento afetivo e cognitivo dessa pessoa. método verbo-tonal. requer a participação ativa da família.Início da reabilitação o mais precocemente possível. método Perdoncini. manuais e orais para assegurar a comunicação eficaz entre as pessoas com surdez. rejeitando qualquer forma de gestualização. . os profissionais que defendem a Comunicação Total concebem o surdo de forma diferente dos oralistas: ele não é visto só como alguém que tem uma patologia que precisa ser eliminada. . enquanto se expressa através da fala. . Segundo Ciccone (1990). ou seja.Envolvimento e dedicação das pessoas que convivem com a criança no trabalho de reabilitação todas as horas do dia e todos os dias do ano. e entre surdos e ouvintes.A educação oral requer equipamentos especializados como o aparelho de amplificação sonora individual. O uso da língua de sinais tornará impossível o desenvolvimento de hábitos orais corretos.Não oferecer qualquer meio de comunicação que não seja a modalidade oral. . Defende assim a utilização de qualquer recurso espaço . Língua de Sinais e alfabeto digital são expressamente proibidos. especialmente a Língua de Sinais.. mas sim como uma pessoa. portanto. Tem como principal preocupação os processos comunicativos entre surdos e surdos. Essas metodologias se baseiam em pressupostos teóricos diferentes e possuem. deve começar quando a criança nasce ou quando se descobre a deficiência. Comunicação Total Define-se como uma filosofia que requer a incorporação de modelos auditivos. emocionais e sociais não devem ser deixados de lado só por causa da aprendizagem da língua oral. entre outros.A educação oral requer participação de profissionais especializados como fonoaudiólogo e pedagogo especializado para atender sistematicamente o aluno e sua família.A educação oral começa no lar e. especialmente da mãe. a filosofia oralista utiliza diversas metodologias de oralização: método acupédico. . mas acredita que os aspectos cognitivos. O que as tornam comum é o fato de defenderem a língua oral como a única forma desejável de comunicação da pessoa surda. Em resumo o Oralismo consiste em fazer com que a criança receba a linguagem oral através da leitura orofacial e amplificação sonora. . Para alcançar os seus objetivos. Esta filosofia se preocupa também com a aprendizagem da língua oral pela criança surda.visual como facilitador da comunicação. No Uruguai e Venezuela verifica-se a presença desta abordagem nas propostas de ensino das instituições públicas. Uma diferença marcante entre a Comunicação Total e as outras abordagens educacionais constitui-se no fato de que a Comunicação Total defende a utilização de qualquer recurso linguístico. seja a língua de sinais. A Comunicação Total valoriza a comunicação e a interação e não apenas a língua. a linguagem oral ou códigos manuais. formando. junto com a criança. conseguiram aprender está língua mas. etc. Sofreu muitas críticas. Nesse sentido a Comunicação Total acredita que esse bimodalismo pode atenuar o bloqueio de comunicação existente entre a criança com surdez e os ouvintes. uma vez que não trouxe os benefícios esperados no âmbito do desempenho acadêmico das crianças com surdez no que se refere ao seu processo de escolarização (leitura e escrita). Tenta evitar que as crianças sofram as consequencias do isolamento. . Tal abordagem compreende. . Outro aspecto a ser salientado é que esta filosofia respeita a família da criança com surdez. que a criança seja exposta: . Seu objetivo maior não se restringe ao aprendizado de uma língua. aparece nas propostas das escolas que trabalham especificamente na educação dos alunos surdos. Acredita que cabe à família o papel de compartilhar valores e significados. sua subjetividade. o português sinalizado. Na Inglaterra existem estudos iniciais e. para propiciar a comunicação com as pessoas com surdez.ao português sinalizado.a amplificação sonora.Ciccone (1990) demonstrou que muitas crianças que foram expostas sistematicamente à modalidade oral de uma língua. não foram bem sucedidas. através da possibilidade da comunicação. . Bilinguismo É uma filosofia que vem ganhando força na última década principalmente no âmbito nacional. social e emocional. na França. Os defensores da filosofia da Comunicação Total recomendam então o uso simultâneo de diferentes códigos como: a Língua de Sinais. Na Suécia já existem trabalhos nesta perspectiva há um bom tempo. não se respeitando a estrutura própria da Língua de Sinais. A abordagem da Comunicação Total chegou ao Brasil na década de setenta e vem sendo adotada em escolas mais recentemente. Os Estados Unidos é o maior representante desta abordagem. então. antes dos três anos de idade.ao alfabeto digital. .a língua de sinais. a datilologia. no desenvolvimento cognitivo. Todos esses códigos manuais são usados obedecendo à estrutura gramatical da língua oral. com cultura e língua próprias. A língua portuguesa é ensinada como segunda língua. separadamente. Segundo Quadros (1997). Outra vertente acredita que se deve oferecer num primeiro momento apenas a língua de sinais e. tem condições de comunicar-se de maneira satisfatória com seu aluno surdo. na modalidade escrita e. num segundo momento. de maneira geral. quando possível. Uma defende que a criança com surdez deve adquirir a língua de sinais e a modalidade oral da língua. A preocupação do bilingüismo é respeitar a autonomia das línguas de sinais organizando-se um plano educacional que respeite a experiência psicossocial e linguística da criança com surdez. Ainda não foi feita uma avaliação crítica pois. só a modalidade escrita da língua. Para os bilinguistas os surdos formam uma comunidade. O aluno surdo para se desenvolver necessita então de professores altamente participativos e motivados para aprender e tornar fluente a linguagem. como tal. “propicia não apenas a comunicação surdo – surdo. o mais precocemente possível. tendo assim. no caso do Brasil. além de desempenhar a importante função de suporte do pensamento e de estimulador do desenvolvimento cognitivo e social”. Existem duas vertentes dentro da filosofia Bilíngüe. é que será possível proporcionar o pleno desenvolvimento emocional e cognitivo e a efetiva inclusão e participação do aluno surdo no meio social. .Configura-se. Só assim. Contrapõe-se às propostas da Comunicação Total uma vez que não privilegia a estrutura da língua oral sobre a Língua de Sinais. Os estudos têm apontado para essa proposta como sendo a mais adequada para o ensino das crianças surdas. Parte do princípio que o surdo deve adquirir como sua primeira língua. De acordo com Brito (1993) no bilingüismo a língua de sinais é considerada uma importante via para o desenvolvimento do surdo. ou seja. em todas as esferas de conhecimento. uma forma peculiar de pensar e agir que devem ser respeitadas. a língua de sinais com a comunidade surda. tendo em vista que considera a língua de sinais como língua natural e parte desse pressuposto para o ensino da língua escrita. A introdução da Língua de Sinais no currículo de escolas para surdos é um indício de respeito a sua diferença. respeitando e considerando às suas necessidades educacionais. a criança deverá ser alfabetizada na língua oficial de seu país. o bilingüismo é uma proposta de ensino usada por escolas que se propõem a tornar acessível à criança duas línguas no contexto escolar. como uma proposta recente defendida por linguistas voltados para o estudo da Língua de Sinais. Aponta o uso autônomo e não simultâneo da Língua de Sinais que deve ser oferecida à criança surda o mais precocemente possível. Isto facilitaria o desenvolvimento de conceitos e sua relação com o mundo. na modalidade oral. não foi efetivamente implantada. Posteriormente. A língua oral neste caso fica descartada. Quando o professor ouvinte conhece e usa a Língua de Sinais. e. É o que caracteriza uma escola inclusiva para esse alunado. M. Educational Audiology for the limited hearing infant. STEWARD. D. . UNESP – Marília. 1997 GUBERINA. . Porto Alegre : Artes Médicas. POLLACK. In W. Rio de Janeiro: Agir.. R. Bragança Paulista. SP: EDUSF. M. A L. A educação de surdos: a aquisição da linguagem. Comunicação Total. Problemas lingüísticos e cognitivos do surdo. Conférence faite au Congrès pour les reeduques sourds. apr. Troca simbólica e desenvolvimento cognitivo em crianças surdas: uma proposta de intervenção educacional. La méthode verbo-tonale et son application dans la reéducation des sourds. 2.Thomas Publisher. Rio de janeiro: aula Ed. 1990. R.P. B. LURIA & Yudovich. D.M. A educação de surdos: a aquisição da linguagem. as políticas e as intevenções necessárias. Dissertação de mestrado. 1999.Bibliografia BRITO. POKER. .QUADROS. 1993 CICCONE. PUC. A Como posso falar: aprendizagem da língua portuguesa pelo deficiente auditivo. Integração social e educação de surdos.F. Rio de Janeiro: Cultura Médica. A criança surda. C. Porto Alegre : Mediação. 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Estão envolvidos fatores genéticos e hereditários.Causas pós-natais: o acometimento do sistema auditivo ocorre após o nascimento. lesões no nervo auditivo. exposição a raio X e consangüinidade. drogas ototóxicas. otites recorrentes e traumatismo crânio-encefálico. traumatismo de parto. caxumba. meningite. toxoplasmose. as causas da deficiência auditiva. Com base nesta definição e em dados de exames audiológicos. baixo peso. . tais como sarampo. 3. prematuridade e pós-maturidade. a estabilidade do limiar e a coexistência de outros fatores.Causas peri-natais: quando a audição é acometida durante o nascimento ou nas primeiras horas de vida. o provável sucesso desta intervenção. as conseqüências destes prejuízos.Quanto à localização da deficiência auditiva: A perda auditiva pode resultar de problemas em qualquer uma das partes do sistema auditivo (OE. é determinado por vários fatores. entre outros. o grau da deficiência auditiva em decibéis (dB). doenças adquiridas pela mãe (rubéola.Quanto às causas da deficiência auditiva: Podem ser divididas de acordo com a época de acometimento do sistema auditivo: . a época de instalação da deficiência auditiva. devido a fatores que afetam o ouvido externo (OE). 2.Causas pré-natais: o distúrbio ocorre antes do nascimento. 1. . fumo e álcool. sífilis. . medicamentos ototóxicos. o tipo de intervenção que é possível e. Pode ocorrer antes do período de aquisição da linguagem oral (pré-lingual) ou após o mesmo (pós-lingual). dentre os quais destacamos a localização da deficiência auditiva.O ALUNO COM SURDEZ Simone Ghedini Costa Milanez A deficiência auditiva é a diminuição da acuidade para ouvir sons. médio (OM) ou interno (OI). Os fatores relacionados são anóxia de parto. ou ainda. ainda na vida intra-uterina. Dentre estas causas destacamos as doenças infecto-contagiosas adquiridas pela criança. . e OI) individualmente ou em combinação.Deficiência auditiva congênita: a criança nasce com a perda de audição em decorrência de fatores pré e peri-natais.Deficiência auditiva adquirida: o indivíduo adquire a perda de audição no transcorrer da vida (causas pós-natais).Quanto à época de instalação da deficiência auditiva: . Percebe todos os sons da fala. . .Dificuldade em perceber a fala em ambientes ruidosos.Quanto ao grau da deficiência auditiva em dB: A deficiência auditiva pode ser classificada de acordo com os limiares tonais obtidos durante a realização da audiometria tonal. . . . indicado pela perda em dB. podemos visualizar a classificação segundo quatro autores. Quadro 1 – Classificação da surdez quanto ao grau de comprometimento. Autores Classificação Normal Prejuízos brandos Leve Moderado Severo Profundo 20-30 Streng (1960) Davis & Silvermam OMS (1980) (1985) 0-25 0-25 Boothroyd (1982) 0-15 30-40 40-60 60-80 Acima de 80 26-40 41-70 71-90 Acima de 90 26-40 41-55 56-90 Acima de 90 15-30 31-60 61-90 Acima de 90 DEFICIÊNCIA AUDITIVA E O DESENVOLVIMENTO DA COMUNICAÇÃO 1Características da comunicação oral na deficiência auditiva leve: . 2.Não percebe todos os sons da fala com mesma clareza.Adquiri a linguagem oral espontaneamente. .Apresenta alterações articulatórias (trocas na fala).4.Geralmente há atraso na aquisição da linguagem oral. . No Quadro 1.Dificilmente é colocado o aparelho de amplificação sonora individual (AASI).Características da comunicação oral na deficiência auditiva moderada: .O problema é tardiamente descoberto. facilitando a audição do surdo. APARELHOS DE AMPLIFICAÇÃO SONORA INDIVIDUAIS O uso do AASI tem como finalidade a amplificação sonora. .Indicação AASI e LIBRAS. 3.Características da comunicação oral na deficiência auditiva profunda: . da forma mais satisfatória e adequada possível.Não detecta os sons da fala o que impede o desenvolvimento da linguagem oral. . 4.Indicação do uso do AASI. São indicados para qualquer grau de perda auditiva. .Dificilmente adquiri fala e linguagem espontaneamente.Indicação de AASI.São crianças desatentas e com dificuldade no aprendizado da leitura e da escrita. .Características da comunicação oral na deficiência auditiva severa: . motores potentes).Utiliza-se da leitura orofacial (LOF).Detecta ruídos muito intensos (bombas. . É o instrumento utilizado para facilitar a educação e o desenvolvimento psico-social e intelectual do aluno surdo. preso ao molde por meio de um tubo plástico.Aparelhos Retroauriculares Todos os seus componentes estão colocados em uma pequena caixa que se adapta atrás do pavilhão auricular.Podem usar gestos indicativos e ou representativos.Pode adquirir vocábulos isolados se a família estiver atenta. .. 1. . . .Usam fala jargonada. .Pode perceber sons fortes. São encontrados em vários tamanhos e cores e possuem espaço suficiente para acomodar vários controles. melhora na leitura orofacial. Os códigos utilizados podem ser fornecidos pelo locutor. Mesmo aumentando a amplificação dos sons. 1997). 2. pela mensagem e pelo meio ambiente (Erber. uma vez que determinadas lesões . meio ambiente. Sua função é levar diretamente ao nervo auditivo a informação sonora previamente transformada em sinais elétricos. fatores de facilitação.Leitura orofacial (LOF) A leitura orofacial é definida como a capacidade de compreender uma mensagem falada por meio de pistas visuais a partir do movimento de lábios e expressão da face (Kozlowski. é que se tornou totalmente aceita a reabilitação auditiva.Desenvolvimento da Função Auditiva Após 1945. depois de confeccionados. pois seu efeito é direcional e a saída do receptor é mais próxima à membrana do tímpano. O som é mais natural. O circuito é montado de acordo com as características da perda auditiva e são esteticamente mais aceitos por serem de menor tamanho. a única possibilidade de a criança surda poder ter acesso à língua oral é por meio da leitura orofacial. Os estudos e atuações práticas têm demonstrado que. no controle da voz e na discriminação verbal. TÉCNICAS E RECURSOS USADOS PARA A COMUNICAÇÃO COM O ALUNO COM SURDEZ 1.Aparelhos Intra-aurais Os componentes estão inseridos na área da concha e meato acústico externo do usuário e. da memória.2. devemos considerar alguns aspectos importantes que podem interferir ou influenciar o processo: percepção visual. IMPLANTE COCLEAR O Implante Coclear (IC) é um dispositivo que proporciona às pessoas com perda auditiva profunda uma audição útil e uma maior habilidade quanto à comunicação. No processo de aprendizagem da leitura orofacial. servem anatomicamente para o usuário. Dependente das capacidades sensoriais. A LOF é difícil e permite apenas uma compreensão limitada da mensagem. quando os aparelhos de amplificação sonora individual foram difundidos. por meio do aparelho de amplificação sonoro individual (AASI). muitas vezes. códigos não-verbais. da capacidade que o indivíduo pode ter para utilizar e associar códigos verbais e não-verbais. a criança ainda ouve um som distorcido. 1974). idade e a motivação. conferindo ao usuário maior consciência sonora. A leitura orofacial é um comportamento que pode ser aprendido. da atenção e de processos lingüísticos. sendo um meio necessário para a expressão oral. consoantes e suas combinações. o sinal auditivo que a criança surda recebe não é suficiente para compreender por completo a recepção lingüística. As emissões orais estão vinculadas a um conjunto de atuações do sistema respiratório e do digestivo. respeitando o seu desenvolvimento e suas necessidades. Em alguns casos. Entretanto. independente do seu grau da perda auditiva. o professor deve adequar a seleção do fonema e da palavra para cada aluno. Adquirir e desenvolver a fala exige. É considerado o principal componente do processo de reabilitação do indivíduo. Em função da dificuldade auditiva. vogais.na cóclea ou vias auditivas comprometem a identificação e discriminação de determinados tipos de sons. principalmente os relacionados com a linguagem oral. 4. Mas é de fundamental importância que esse trabalho deva estar vinculado com as atividades escolares.Treinamento fonoarticulatório A articulação é a parte mecânica da emissão dos sons e palavras. a audição na medida em que os aspectos articulatórios e prosódicos contidos na fala pressupõem a retenção de uma imagem acústica que possibilitará o monitoramento da própria fala. entonação e articulação dos fonemas.Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS) Estudos recentes apontam a Língua Brasileira de Sinais como o principal meio de comunicação da pessoa surda com perda auditiva profunda. Normalmente. visto que. para que desta forma. Em muitos casos. voz. mas aumenta a possibilidade. mas estimular os resíduos auditivos do indivíduo que tenha alguma perda auditiva. o aluno surdo fica impossibilitado de desenvolver padrões adequados. sua aquisição promove o . contribua na melhora dos seus processos comunicativos. Cada aluno surdo pode aproveitar o treinamento auditivo. maiores serão as suas dificuldades para aproveitar a audição residual para se comunicar. como no caso da leitura orofacial. Desta forma. o sucesso do treinamento auditivo só pode ser medido em termos de percepção. principalmente. o treino específico das estruturas fonoarticulatórias deve ser realizado por profissionais da área de fonoaudiologia. 3. quando associada à informação de outros meios sensoriais. possibilitando a articulação dos fonemas com qualidade vocal. se constitui em uma língua visoespacial adquirida naturalmente por essa população. ritmo da fala. Além disso. principalmente. quanto maior a perda auditiva. exigindo para isso um treinamento de fala que envolve componentes essenciais: respiração. O objetivo não é melhorar a audição. desenvolvimento cognitivo – lingüístico – emocional paralelo ao verificado na criança ouvinte. a Língua de Sinais se constitui em um elemento insubstituível ao desenvolvimento da simbolização e da conceitualização. ilógica e. Educação e Surdez. semânticas e pragmáticas. GÓES. 1997. C. demonstraram que toda Língua de Sinais é uma língua completa com características morfológicas. A tecnologia dos sistemas de freqüência modulada como recurso para a inclusão do portador de deficiência auditiva no ensino regular. L. Hearing impairments in children. disponível em http://www. MOURA. H. que poderá usar tal língua como instrumento efetivo de comunicação com os alunos com surdez. O surdo: caminhos para uma nova identidade. FERNANDES. Tecnologia da Informação e Inclusão Digital. São Paulo: Plexus. 2ª ed 1999. bem como a construção de uma auto-imagem positiva do sujeito como indivíduo surdo. O acesso à Língua de Sinais dependerá do envolvimento da família com falantes nativos da Língua de Sinais e. fundamental para o processo de escolarização.. 1975. a Língua de Sinais oferece ao surdo a chance de sentir que pertence a uma comunidade. Entretanto. portanto. Buenos Aires: Panamericana.usp. MARTIN. M. Porto Alegre: Artes Médicas Sul. 2000. A percepção auditiva e visual da fala. 1987. Campinas. M. . 1982. KOZLOWSKI. C. BOOTHROYD. P. sendo assim. 1990. Além disso. Problemas lingüísticos e cognitivos do surdo.2. A. I Seminário ATIID Acessibilidade. J. sintáticas. S. F. Assim. trabalhos lingüísticos iniciados por Stokoe (1960). A. MULLER. Geralmente. M. v.. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BALLANTYNE. 1995. autônoma na sua estrutura. Rio de Janeiro: Renvinter. FROSTIG. E. Aquisição e desenvolvimento da linguagem. Surdez.C. M. Inicialmente a língua de sinais foi considerada como sendo agramatival. MARTIN. inferior à língua oral. Rio de Janeiro: Revinter. M. E. São Paulo: Agir. 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Porto Alegre: Artmed. como conhecida popularmente. não o incomoda e nem é doloroso.com. assim como o conhecido teste do pezinho. ou seja.com.colegiosaofrancisco.html A seguir.aparelhosauditivosecia. http://www. vamos estudar a anatomia da orelha? Com a indicação abaixo. severa ou profunda. um deles é o exame do ouvido. Considero essa página interessante.html . no 2º ou 3º dia de vida do bebê.br/aparelhos-auditivos/modelos-aparelhosauditivos. ou seja a audiometria ou. O exame deve ser feito no berçário. o teste da orelhinha. vejam figuras que mostram as partes da orelha. http://www. Esse teste tem sido feito gratuitamente em postos de saúde de vários municípios. pois existem vários aparelhos que se adequam às diferentes classificações de deficiência auditiva. O exame é simples. leve. moderada.br/cabine_audiometrica.br/alfa/corpo-humano-sistema-sensorial/anatomia-daorelha. em sono natural e preferencialmente. O site é http://www.ANATOMIA DA ORELHA E APARELHOS DE AUDIÇÃO Dentre os exames que cito para diagnosticar a deficiência auditiva.audiometrodigital. indico uma página onde encontram-se várias fotos de aparelhos auditivos.com. E já que estamos falando de cóclea. não acorda o bebê. A triagem auditiva é feita através do exame de emissões otoacústicas que são sons provenientes da cóclea após a apresentação de um estímulo sonoro.php Vocês já viram algum aparelho de audiometria? Acessem abaixo o link que indica fotos de cabine de audiometria e o aparelho que avalia a audição. O intérprete de libras é o profissional que domina a língua de sinais e a língua falada do país e que é qualificado para desempenhar a função de intérprete. semânticas e pragmáticas na língua alvo que devem se aproximar o mais apropriadamente possível da informação dada na língua fonte. Ele processa a informação dada na língua fonte e faz escolhas lexicais. Língua alvo – É a língua na qual será feita a tradução ou interpretação. Realizar a interpretação da língua falada para a língua sinalizada e vice-versa observando os seguintes preceitos éticos: a) Confiabilidade (sigilo profissional). é um processo em que o intérprete estará diante de pessoas que apresentam intenções comunicativas específicas e que utilizam línguas diferentes. Intérprete de língua de sinais – Pessoa que interpreta de uma dada língua de sinais para outro idioma. Ele também pode dominar outras línguas. a área da educação). b) Imparcialidade (o intérprete deve ser neutro e não interferir com opiniões próprias). dos modelos. a partir dela. Portanto. o intérprete deve dominar a língua brasileira de sinais e língua portuguesa. a língua de sinais americana e fazer a interpretação para a língua brasileira de sinais ou vice-versa (por exemplo. ou seja. O intérprete está completamente envolvido na interação comunicativa (social e cultural) com poder completo para influenciar o objeto e o produto da interpretação. Isso significa ter domínio dos processos. o intérprete também precisa ter conhecimento técnico para que suas escolhas sejam apropriadas tecnicamente. como o inglês. O profissional intérprete também deve ter formação específica na área de sua atuação (por exemplo. O que envolve o ato de interpretar? Envolve um ato COGNITIVO-LINGÜÍSTICO. Assim sendo. . o espanhol. Além do domínio das línguas envolvidas no processo de tradução e interpretação. das estratégias e técnicas de tradução e interpretação. o profissional precisa ter qualificação para atuar como tal. fazer a tradução e interpretação para a outra língua (a língua alvo). conferências internacionais). ou deste outro idioma para uma determina língua de sinais. o ato de interpretar envolve processos altamente complexos. Saretto Intérprete – Pessoa que interpreta de uma língua (língua fonte) para outra (língua alvo) o que foi dito. Língua fonte – É a língua que o intérprete ouve ou vê para. No Brasil.INTÉRPRETE E SUA IMPORTÂNCIA Libras II Oficina de Multiplicadores de Interpretação da LIBRAS Tiago M. estruturais. c) Discrição (o intérprete deve estabelecer limites no seu envolvimento durante a atuação); d) Distância profissional (o profissional intérprete e sua vida pessoal são separados); e) Fidelidade (a interpretação deve ser fiel, o intérprete não pode alterar a informação por querer ajudar ou ter opiniões a respeito de algum assunto, o objetivo da interpretação é passar o que realmente foi dito). Sumário Libras I Libras I INTÉRPRETE E SUA IMPORTÂNCIA: Oficina de Multiplicadores de Interpretação da LIBRAS Tiago M. Saretto Intérprete – Pessoa que interpreta de uma língua (língua fonte) para outra (língua alvo) o que foi dito. Língua fonte – É a língua que o intérprete ouve ou vê para, a partir dela, fazer a tradução e interpretação para a outra língua (a língua alvo). Língua alvo – É a língua na qual será feita a tradução ou interpretação. Intérprete de língua de sinais – Pessoa que interpreta de uma dada língua de sinais para outro idioma, ou deste outro idioma para uma determina língua de sinais. O que envolve o ato de interpretar? Envolve um ato COGNITIVO-LINGÜÍSTICO, ou seja, é um processo em que o intérprete estará diante de pessoas que apresentam intenções comunicativas específicas e que utilizam línguas diferentes. O intérprete está completamente envolvido na interação comunicativa (social e cultural) com poder completo para influenciar o objeto e o produto da interpretação. Ele processa a informação dada na língua fonte e faz escolhas lexicais, estruturais, semânticas e pragmáticas na língua alvo que devem se aproximar o mais apropriadamente possível da informação dada na língua fonte. Assim sendo, o intérprete também precisa ter conhecimento técnico para que suas escolhas sejam apropriadas tecnicamente. Portanto, o ato de interpretar envolve processos altamente complexos. O intérprete de libras é o profissional que domina a língua de sinais e a língua falada do país e que é qualificado para desempenhar a função de intérprete. No Brasil, o intérprete deve dominar a língua brasileira de sinais e língua portuguesa. Ele também pode dominar outras línguas, como o inglês, o espanhol, a língua de sinais americana e fazer a interpretação para a língua brasileira de sinais ou vice-versa (por exemplo, conferências internacionais). Além do domínio das línguas envolvidas no processo de tradução e interpretação, o profissional precisa ter qualificação para atuar como tal. Isso significa ter domínio dos processos, dos modelos, das estratégias e técnicas de tradução e interpretação. O profissional intérprete também deve ter formação específica na área de sua atuação (por exemplo, a área da educação). Realizar a interpretação da língua falada para a língua sinalizada e vice-versa observando os seguintes preceitos éticos: a) Confiabilidade (sigilo profissional); b) Imparcialidade (o intérprete deve ser neutro e não interferir com opiniões próprias); c) Discrição (o intérprete deve estabelecer limites no seu envolvimento durante a atuação); d) Distância profissional (o profissional intérprete e sua vida pessoal são separados); e) Fidelidade (a interpretação deve ser fiel, o intérprete não pode alterar a informação por querer ajudar ou ter opiniões a respeito de algum assunto, o objetivo da interpretação é passar o que realmente foi dito). Decreto nº 6.571, de 17 de setembro de 2008. DECRETO Nº 6.571, DE 17 DE SETEMBRO DE 2008. Dispõe sobre o atendimento educacional especializado, regulamenta o parágrafo único do art. 60 da Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996, e acrescenta dispositivo ao Decreto no 6.253, de 13 de novembro de 2007 O PRESIDENTE DA REPÚBLICA , no uso da atribuição que lhe confere o art. 84, inciso IV, e tendo em vista o disposto no art. 208, inciso III, ambos da Constituição, no art. 60, parágrafo único, da Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996, e no art. 9o, § 2o, da Lei no 11.494, de 20 de junho de 2007, DECRETA: Art. 1o A União prestará apoio técnico e financeiro aos sistemas públicos de ensino dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, na forma deste Decreto, com a finalidade de ampliar a oferta do atendimento educacional especializado aos alunos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação, matriculados na rede pública de ensino regular. § 1º Considera-se atendimento educacional especializado o conjunto de atividades, recursos de acessibilidade e pedagógicos organizados institucionalmente, prestado de forma complementar ou suplementar à formação dos alunos no ensino regular. § 2o O atendimento educacional especializado deve integrar a proposta pedagógica da escola, envolver a participação da família e ser realizado em articulação com as demais políticas públicas. Art. 2o São objetivos do atendimento educacional especializado: I - prover condições de acesso, participação e aprendizagem no ensino regular aos alunos referidos no art. 1º; II - garantir a transversalidade das ações da educação especial no ensino regular; III - fomentar o desenvolvimento de recursos didáticos e pedagógicos que eliminem as barreiras no processo de ensino e aprendizagem; e IV - assegurar condições para a continuidade de estudos nos demais níveis de ensino. Art. 3o O Ministério da Educação prestará apoio técnico e financeiro às seguintes ações voltadas à oferta do atendimento educacional especializado, entre outras que atendam aos objetivos previstos neste Decreto: I - implantação de salas de recursos multifuncionais; II - formação continuada de professores para o atendimento educacional especializado; III - formação de gestores, educadores e demais profissionais da escola para a educação inclusiva; IV - adequação arquitetônica de prédios escolares para acessibilidade; V - elaboração, produção e distribuição de recursos educacionais para a acessibilidade; e VI - estruturação de núcleos de acessibilidade nas instituições federais de educação superior. § 1o As salas de recursos multifuncionais são ambientes dotados de equipamentos, mobiliários e materiais didáticos e pedagógicos para a oferta do atendimento educacional especializado. § 2o A produção e distribuição de recursos educacionais para a acessibilidade incluem livros didáticos e paradidáticos em braile, áudio e Língua Brasileira de Sinais LIBRAS, laptops com sintetizador de voz, softwares para comunicação alternativa e outras ajudas técnicas que possibilitam o acesso ao currículo. § 3o Os núcleos de acessibilidade nas instituições federais de educação superior visam eliminar barreiras físicas, de comunicação e de informação que restringem a participação e o desenvolvimento acadêmico e social de alunos com deficiência. Art. 4o O Ministério da Educação disciplinará os requisitos, as condições de participação e os procedimentos para apresentação de demandas para apoio técnico e financeiro direcionado ao atendimento educacional especializado. Art. 5o Sem prejuízo do disposto no art. 3o, o Ministério da Educação realizará o acompanhamento e o monitoramento do acesso à escola por parte dos beneficiários do benefício de prestação continuada, em colaboração com os Ministérios da Saúde e do em função das condições específicas dos alunos. 17 de setembro de 2008. técnicas. para atender as peculiaridades da clientela de educação especial. Parágrafo único. tem início na faixa etária de zero a seis anos. Art.394 de 20 de dezembro de 1996 CAPITULO V DA EDUCAÇÃO ESPECIAL Art. durante a educação infantil. oferecida preferencialmente na rede regular de ensino. 9o-A. passa a vigorar acrescido do seguinte artigo: “ Art.394 de 20 de dezembro de 1996 LEI Nº 9. 58 . §2º O atendimento educacional será feito em classes. recursos educativos e organização específicos. para efeito da distribuição dos recursos do FUNDEB.Desenvolvimento Social e Combate à Fome e com a Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República. para atender às suas necessidades. dever constitucional do Estado. a partir de 1o de janeiro de 2010. o cômputo das matriculas dos alunos da educação regular da rede pública que recebem atendimento educacional especializado. 6o O Decreto no 6. §1º Haverá. Art. 14. quando necessário. serviços de apoio especializado.” (NR) Art. 59 .253. sempre que. para educandos portadores de necessidades especiais. escolas ou serviços especializados. Entende-se por educação especial. sem prejuízo do cômputo dessas matrículas na educação básica regular. a modalidade de educação escolar. Admitir-se-á. Brasília. 8o Este Decreto entra em vigor na data da sua publicação. . na escola regular. 187º da Independência e 120º da República. não for possível a sua integração nas classes comuns do ensino regular. métodos. LUIZ Fernando Haddad INÁCIO LULA DA SILVA LEI Nº 9. para os efeitos desta Lei. 7o As despesas decorrentes da execução das disposições constantes deste Decreto correrão por conta das dotações próprias consignadas ao Ministério da Educação. O atendimento educacional especializado poderá ser oferecido pelos sistemas públicos de ensino ou pelas instituições mencionadas no art. Art. §3º A oferta da educação especial. Os sistemas de ensino assegurarão aos educandos com necessidades especiais: I – currículos. de 13 de novembro de 2007. 436 de 24 de abril de 2002 LEI N. LEI N. O poder Público adotará. Os órgãos normativos dos sistemas de ensino estabelecerão critérios de caracterização das instituições privadas sem fins lucrativos. Art.Libras a forma de comunicação e expressão. Parágrafo único. e aceleração para concluir em menor tempo o programa escolar para os superdotados. III – professores com especialização adequada em nível médio ou superior. especializadas e com atuação exclusiva em educação especial. bem como professores do ensino regular capacitados para a integração desses educandos nas classes comuns. Entende-se como Língua Brasileira de Sinais . para atendimento especializado. .436 de 24 de abril de 2002 Dispõe sobre a Língua Brasileira de Sinais . independentemente do apoio às instituições previstas neste artigo. em virtude de suas deficiências. Parágrafo único. O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: Art. 60 .º 10. IV – educação especial para o trabalho. oriundos de comunidades de pessoas surdas do Brasil. para fins de apoio técnico e financeiro pelo Poder público. intelectual ou psicomotora. inclusive condições adequadas para os que não revelarem capacidade de inserção no trabalho competitivo. como alternativa preferencial. 2º Deve ser garantido. V – acesso igualitário aos benefícios dos programas sociais suplementares disponíveis para o respectivo nível do ensino regular. em que o sistema lingüístico de natureza visual-motora.º 10. mediante articulação com os órgãos oficiais afins. a ampliação do atendimento aos educandos com necessidades especiais na própria rede pública regular de ensino. 1º É reconhecida como meio legal de comunicação e expressão a Língua Brasileira de Sinais . 3º As instituições públicas e empresas concessionárias de serviços públicos de assistência à saúde devem garantir atendimento e tratamento adequado aos portadores de deficiência auditiva. de acordo com as normas legais em vigor.Libras como meio de comunicação objetiva e de utilização corrente das comunidades surdas do Brasil. com estrutura gramatical própria.II – terminalidade específica para aqueles que não puderem atingir o nível exigido para a conclusão do ensino fundamental.Libras e outros recursos de expressão a ela associados. visando a sua efetiva integração na vida em sociedade. bem como para aqueles que apresentam uma habilidade superior nas áreas artística. constituem um sistema lingüístico de transmissão de idéias e fatos.Libras e dá outras providências. por parte do poder público em geral e empresas concessionárias de serviços públicos. Art. Art. formas institucionalizadas de apoiar o uso e difusão da Língua Brasileira de Sinais . da Constituição. manifestando sua cultura principalmente pelo uso da Língua Brasileira de Sinais .436. como parte integrante dos Parâmetros Curriculares Nacionais PCNs. do ensino da Língua Brasileira de Sinais . conforme legislação vigente. de 24 de abril de 2002. Brasília.626.Libras. de 22 de dezembro de 2005. e tendo em vista o disposto na Lei n 10. de 24 de abril de 2002. por ter perda auditiva. FERNANDO Paulo Renato Souza HENRIQUE CARDOSO Decreto nº 5. Art. Art. e no o art. 4º O sistema educacional federal e os sistemas e ducacionais estaduais.Libras não poderá substituir a modalidade escrita da língua portuguesa.098.Libras. de 19 de dezembro de 2000. 24 de abril de 2002.Art. o o o . de 24 de abril de 2002.098. e o art. considera-se pessoa surda aquela que. 5º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. DE 22 DE DEZEMBRO DE 2005. 18 da o Lei n 10. 84. 2 Para os fins deste Decreto. em seus níveis médio e superior. de 19 de dezembro de 2000. o Regulamenta a Lei n 10. 18 da Lei n 10. 1 Este Decreto regulamenta a Lei n 10. compreende e interage com o mundo por meio de experiências visuais. A Língua Brasileira de Sinais .098. 181º da Independência e 114º da República. e o art.626.Libras. de Fonoaudiologia e de Magistério. 18 da Lei n 10. O PRESIDENTE DA REPÚBLICA. Parágrafo único. que dispõe sobre a Língua Brasileira o de Sinais .436. DECRETA: CAPÍTULO I DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES Art. de 19 de dezembro de 2000. municipais e do Distrito Federal devem garantir a inclusão nos cursos de formação de Educação Especial. Presidência da República Casa Civil Subchefia para Assuntos Jurídicos DECRETO Nº 5.436. inciso o IV. no uso das atribuições que lhe confere o art. Parágrafo único. CAPÍTULO III DA FORMAÇÃO DO PROFESSOR DE LIBRAS E DO INSTRUTOR DE LIBRAS Art. de instituições de ensino. a formação ofertada em nível médio na modalidade normal. em curso de graduação de licenciatura plena em Letras: Libras ou em Letras: Libras/Língua Portuguesa como segunda língua. o curso normal superior. Art. 6 A formação de instrutor de Libras.cursos de formação continuada promovidos por instituições de ensino superior. e nos cursos de Fonoaudiologia. § 1 Todos os cursos de licenciatura. 1. viabilizando a formação bilíngüe. parcial ou total. e o o o o o o o o . § 1 Admite-se como formação mínima de docentes para o ensino de Libras na educação infantil e nos anos iniciais do ensino fundamental.000Hz. de quarenta e um decibéis (dB) ou mais. aferida por audiograma nas freqüências de 500Hz. em que Libras e Língua Portuguesa escrita tenham constituído línguas de instrução. do Distrito Federal e dos Municípios. § 2 A Libras constituir-se-á em disciplina curricular optativa nos demais cursos de educação superior e na educação profissional. As pessoas surdas terão prioridade nos cursos de formação previstos no caput. nas diferentes áreas do conhecimento. que viabilizar a formação bilíngüe. do sistema federal de ensino e dos sistemas de ensino dos Estados. II .000Hz. 5 A formação de docentes para o ensino de Libras na educação infantil e nos anos iniciais do ensino fundamental deve ser realizada em curso de Pedagogia ou curso normal superior. em nível médio e superior. 3 A Libras deve ser inserida como disciplina curricular obrigatória nos cursos de formação de professores para o exercício do magistério. 2.000Hz e 3. referida no caput. em nível médio. Art.cursos de educação profissional. Considera-se deficiência auditiva a perda bilateral.Parágrafo único. no ensino médio e na educação superior deve ser realizada em nível superior. o curso normal de nível médio. públicas e privadas. a partir de um ano da publicação deste Decreto. CAPÍTULO II DA INCLUSÃO DA LIBRAS COMO DISCIPLINA CURRICULAR Art. § 2 As pessoas surdas terão prioridade nos cursos de formação previstos no caput. deve ser realizada por meio de: I . o curso de Pedagogia e o curso de Educação Especial são considerados cursos de formação de professores e profissionais da educação para o exercício do magistério. 4 A formação de docentes para o ensino de Libras nas séries finais do ensino fundamental. referido no art.professor ouvinte bilíngüe: Libras . Art. 9 A partir da publicação deste Decreto. 7 Nos próximos dez anos. usuário dessa língua com curso de pós-graduação ou com formação superior e certificado de proficiência em Libras. § 1 Nos casos previstos nos incisos I e II. § 3 O exame de proficiência em Libras deve ser realizado por banca examinadora de amplo conhecimento em Libras. § 2 A partir de um ano da publicação deste Decreto. Art. 8 O exame de proficiência em Libras. deve avaliar a fluência no uso.instrutor de Libras.cursos de formação continuada promovidos por instituições credenciadas por secretarias de educação. Art. a partir da publicação deste Decreto. § 2 A certificação de proficiência em Libras habilitará o instrutor ou o professor para a função docente. os sistemas e as instituições de ensino da educação básica e as de educação superior devem incluir o professor de Libras em seu quadro do magistério. o conhecimento e a competência para o ensino dessa língua. caso não haja docente com título de pós-graduação ou de graduação em Libras para o ensino dessa disciplina em cursos de educação superior. com pós-graduação ou formação superior e com certificado obtido por meio de exame de proficiência em Libras. § 1 O exame de proficiência em Libras deve ser promovido. promovido pelo Ministério da Educação. usuário dessa língua com formação de nível médio e com certificado obtido por meio de exame de proficiência em Libras. pelo Ministério da Educação e instituições de educação superior por ele credenciadas para essa finalidade. constituída por docentes surdos e lingüistas de instituições de educação superior. anualmente. as pessoas surdas terão prioridade para ministrar a disciplina de Libras. § 2 As pessoas surdas terão prioridade nos cursos de formação previstos no caput. ela poderá ser ministrada por profissionais que apresentem pelo menos um dos seguintes perfis: I . promovido pelo Ministério da Educação. 7 . § 1 A formação do instrutor de Libras pode ser realizada também por organizações da sociedade civil representativa da comunidade surda. as instituições de ensino médio que oferecem cursos de formação para o magistério na modalidade normal e as instituições de o o o o o o o o o o o .III .Língua Portuguesa. desde que o certificado seja convalidado por pelo menos uma das instituições referidas nos incisos II e III. II . obtido por meio de exame promovido pelo Ministério da Educação. III .professor de Libras. como segunda língua para pessoas surdas. a partir da publicação deste Decreto. 11.até três anos. Art.educação superior que oferecem cursos de Fonoaudiologia ou de formação de professores devem incluir Libras como disciplina curricular. O processo de inclusão da Libras como disciplina curricular deve iniciarse nos cursos de Educação Especial. 13.Língua Portuguesa. II . como segunda língua para surdos. O ensino da modalidade escrita da Língua Portuguesa. para a educação infantil e anos iniciais do ensino fundamental.para formação de professores surdos e ouvintes. Fonoaudiologia. CAPÍTULO IV DO USO E DA DIFUSÃO DA LIBRAS E DA LÍNGUA PORTUGUESA PARA O . de nível médio e superior.de licenciatura em Letras: Libras ou em Letras: Libras/Língua Portuguesa. que viabilize a educação bilíngüe: Libras . em sessenta por cento dos cursos da instituição. O Ministério da Educação promoverá. em oitenta por cento dos cursos da instituição. em cem por cento dos cursos da instituição. O tema sobre a modalidade escrita da língua portuguesa para surdos deve ser incluído como conteúdo nos cursos de Fonoaudiologia. bem como nos cursos de licenciatura em Letras com habilitação em Língua Portuguesa. Parágrafo único. II . As instituições de educação superior devem incluir a Libras como objeto de ensino. principalmente as que ofertam cursos de Educação Especial. nos seguintes prazos e percentuais mínimos: I . 12. Art. Art.até sete anos. programas específicos para a criação de cursos de graduação: I .Língua Portuguesa como segunda língua. e IV . em vinte por cento dos cursos da instituição.de formação em Tradução e Interpretação de Libras . a partir de um ano da publicação deste Decreto. Pedagogia e Letras.até cinco anos.dez anos. Art. nos cursos de Fonoaudiologia e nos cursos de Tradução e Interpretação de Libras .Língua Portuguesa. III . 10. Parágrafo único. ampliando-se progressivamente para as demais licenciaturas. As instituições de educação superior. deve ser incluído como disciplina curricular nos cursos de formação de professores para a educação infantil e para os anos iniciais do ensino fundamental. III . pesquisa e extensão nos cursos de formação de professores para a educação básica. Pedagogia e Letras. devem viabilizar cursos de pós-graduação para a formação de professores para o ensino de Libras e sua interpretação. e c) o ensino da Língua Portuguesa. § 1 Para garantir o atendimento educacional especializado e o acesso previsto no caput. desde a educação infantil. como segunda língua para alunos surdos. b) a tradução e interpretação de Libras . obrigatoriamente.Língua Portuguesa. e d) professor regente de classe com conhecimento acerca da singularidade lingüística manifestada pelos alunos surdos. também. III . inclusive por meio da oferta de cursos. obrigatoriamente. em turno contrário ao da escolarização. nas atividades e nos conteúdos curriculares desenvolvidos em todos os níveis.ofertar.desenvolver e adotar mecanismos alternativos para a avaliação de conhecimentos expressos em Libras. na correção das provas escritas. desde a educação infantil.ACESSO DAS PESSOAS SURDAS À EDUCAÇÃO Art. II .prover as escolas com: a) professor de Libras ou instrutor de Libras. etapas e modalidades de educação. valorizando o aspecto semântico e reconhecendo a singularidade lingüística manifestada no aspecto formal da Língua Portuguesa. 14. em salas de recursos. às pessoas surdas acesso à comunicação. direção da escola e familiares. VI .adotar mecanismos de avaliação coerentes com aprendizado de segunda língua. V . b) tradutor e intérprete de Libras . desde a educação infantil até à superior. o . as instituições federais de ensino devem: I .Língua Portuguesa. o ensino da Libras e também da Língua Portuguesa. como segunda língua para pessoas surdas.apoiar. à informação e à educação nos processos seletivos. o uso e a difusão de Libras entre professores.garantir o atendimento às necessidades educacionais especiais de alunos surdos. na comunidade escolar. alunos. VII . c) professor para o ensino de Língua Portuguesa como segunda língua para pessoas surdas.promover cursos de formação de professores para: a) o ensino e uso da Libras. IV . funcionários. desde que devidamente registrados em vídeo ou em outros meios eletrônicos e tecnológicos. As instituições federais de ensino devem garantir. nas salas de aula e. 17. devem ser ministrados em uma perspectiva dialógica. e II . a partir da publicação deste Decreto. Para complementar o currículo da base nacional comum.LÍNGUA PORTUGUESA Art. A modalidade oral da Língua Portuguesa. acesso às novas tecnologias de informação e comunicação. nos anos finais do ensino fundamental.Língua Portuguesa. 18. § 2 O professor da educação básica. Parágrafo único. no ensino médio e na educação superior. 15. como segunda língua para alunos surdos. o ensino de Libras e o ensino da modalidade escrita da Língua Portuguesa. funcional e instrumental.VIII . bem como recursos didáticos para apoiar a educação de alunos surdos ou com deficiência auditiva. resguardado o direito de opção da família ou do próprio aluno por essa modalidade. cuja função é distinta da função de professor docente.Língua Portuguesa. na educação básica.áreas de conhecimento. por meio de ações integradas entre as áreas da saúde e da educação. bilíngüe.Língua Portuguesa deve efetivarse por meio de curso superior de Tradução e Interpretação. A definição de espaço para o desenvolvimento da modalidade oral da Língua Portuguesa e a definição dos profissionais de Fonoaudiologia para atuação com alunos da educação básica são de competência dos órgãos que possuam estas atribuições nas unidades federadas.cursos de extensão universitária. Art. aprovado em exame de proficiência em tradução e interpretação de Libras . II .atividades ou complementação curricular específica na educação infantil e anos iniciais do ensino fundamental. estadual. Art.cursos de educação profissional. e o o .Língua Portuguesa. preferencialmente em turno distinto ao da escolarização. como disciplinas curriculares. a formação de tradutor e intérprete de Libras . § 3 As instituições privadas e as públicas dos sistemas de ensino federal.Língua Portuguesa. Art. deve ser realizada por meio de: I . Nos próximos dez anos. CAPÍTULO V DA FORMAÇÃO DO TRADUTOR E INTÉRPRETE DE LIBRAS . como: I . pode exercer a função de tradutor e intérprete de Libras . em nível médio. com habilitação em Libras .disponibilizar equipamentos. municipal e do Distrito Federal buscarão implementar as medidas referidas neste artigo como meio de assegurar atendimento educacional especializado aos alunos surdos ou com deficiência auditiva. A formação do tradutor e intérprete de Libras . deve ser ofertada aos alunos surdos ou com deficiência auditiva. 16. Nos próximos dez anos. § 1 O profissional a que se refere o caput atuará: I . Art. promovido pelo Ministério da Educação. à informação e à educação. Parágrafo único.Língua Portuguesa deve ser realizado por banca examinadora de amplo conhecimento dessa função. caso não haja pessoas com a titulação exigida para o exercício da tradução e interpretação de Libras . A partir de um ano da publicação deste Decreto. a partir da publicação deste Decreto.profissional surdo.Língua Portuguesa. Parágrafo único. com competência e fluência em Libras para realizar a interpretação das duas línguas. Art. de maneira simultânea e consecutiva.profissional ouvinte. 21. O exame de proficiência em tradução e interpretação de Libras .Língua Portuguesa. e com aprovação em exame de proficiência. para viabilizar o acesso à comunicação. 20. para atuação no ensino fundamental. o tradutor e intérprete de Libras . 19. à informação e à educação de alunos surdos. Art. anualmente. para atuação em instituições de ensino médio e de educação superior.III . profissionais com o seguinte perfil: I . exame nacional de proficiência em tradução e interpretação de Libras . em seus quadros.profissional ouvinte. de nível médio. em todos os níveis. II . as instituições federais de ensino da educação básica e da educação superior devem incluir. e com aprovação em exame de proficiência. III . de nível superior. promovido pelo Ministério da Educação. o Ministério da Educação ou instituições de ensino superior por ele credenciadas para essa finalidade promoverão. As instituições privadas e as públicas dos sistemas de ensino federal. Nos próximos dez anos. com competência para realizar a interpretação de línguas de sinais de outros países para a Libras. desde que o certificado seja convalidado por uma das instituições referidas no inciso III. A formação de tradutor e intérprete de Libras pode ser realizada por organizações da sociedade civil representativas da comunidade surda.nos processos seletivos para cursos na instituição de ensino. a partir da publicação deste Decreto. estadual. para atuação em cursos e eventos. com competência e fluência em Libras para realizar a interpretação das duas línguas. constituída por docentes surdos. Parágrafo único.Língua Portuguesa. as instituições federais de ensino devem incluir. municipal e do Distrito Federal buscarão implementar as medidas referidas neste artigo como meio de assegurar aos alunos surdos ou com deficiência auditiva o acesso à comunicação. o . de maneira simultânea e consecutiva. lingüistas e tradutores e intérpretes de Libras de instituições de educação superior. etapas e modalidades. em seus quadros.cursos de formação continuada promovidos por instituições de ensino superior e instituições credenciadas por secretarias de educação. escolas e classes de educação bilíngüe. municipal e do Distrito Federal buscarão implementar as medidas referidas neste artigo como meio de assegurar aos alunos surdos ou com deficiência auditiva o acesso à comunicação. o o o o o o o .escolas bilíngües ou escolas comuns da rede regular de ensino. na educação infantil e nos anos iniciais do ensino fundamental. devem proporcionar aos alunos surdos os serviços de tradutor e intérprete de Libras . § 2 Os alunos têm o direito à escolarização em um turno diferenciado ao do atendimento educacional especializado para o desenvolvimento de complementação curricular. pelos pais e pelos próprios alunos. § 4 O disposto no § 2 deste artigo deve ser garantido também para os alunos não usuários da Libras. 22. por meio da organização de: I . § 1 São denominadas escolas ou classes de educação bilíngüe aquelas em que a Libras e a modalidade escrita da Língua Portuguesa sejam línguas de instrução utilizadas no desenvolvimento de todo o processo educativo. com utilização de equipamentos e tecnologias de informação. e III . para os anos finais do ensino fundamental.no apoio à acessibilidade aos serviços e às atividades-fim da instituição de ensino. Art. de educação básica e superior. cientes da singularidade lingüística dos alunos surdos. com professores bilíngües. abertas a alunos surdos e ouvintes. As instituições federais de ensino responsáveis pela educação básica devem garantir a inclusão de alunos surdos ou com deficiência auditiva.Língua Portuguesa em sala de aula e em outros espaços educacionais. ensino médio ou educação profissional.nas salas de aula para viabilizar o acesso dos alunos aos conhecimentos e conteúdos curriculares. em todas as atividades didático-pedagógicas. 23. estadual. § 2 As instituições privadas e as públicas dos sistemas de ensino federal. § 3 As mudanças decorrentes da implementação dos incisos I e II implicam a formalização. II . de sua opção ou preferência pela educação sem o uso de Libras. com docentes das diferentes áreas do conhecimento.II . bem como equipamentos e tecnologias que viabilizem o acesso à comunicação. abertas a alunos surdos e ouvintes. § 1 Deve ser proporcionado aos professores acesso à literatura e informações sobre a especificidade lingüística do aluno surdo. à informação e à educação. CAPÍTULO VI DA GARANTIA DO DIREITO À EDUCAÇÃO DAS PESSOAS SURDAS OU COM DEFICIÊNCIA AUDITIVA Art. As instituições federais de ensino. à informação e à educação. bem como com a presença de tradutores e intérpretes de Libras Língua Portuguesa. conforme prevê o Decreto n 5. adolescentes e jovens matriculados na educação básica. de modo a reproduzir as mensagens o veiculadas às pessoas surdas. prioritariamente aos alunos matriculados nas redes de ensino da educação básica.§ 2 As instituições privadas e as públicas dos sistemas de ensino federal. acesso à Libras e à Língua Portuguesa. respeitando as especificidades de cada caso. de acordo com as necessidades terapêuticas do aluno. VIII . A partir de um ano da publicação deste Decreto. IV . deve dispor de sistemas de acesso à informação como janela com tradutor e intérprete de Libras .realização de diagnóstico. VII . adaptação e fornecimento de prótese auditiva ou aparelho de amplificação sonora.orientações à família sobre as implicações da surdez e sobre a importância para a criança com perda auditiva ter.296. V . desde seu nascimento. à informação e à educação.atendimento às pessoas surdas ou com deficiência auditiva na rede de serviços do SUS e das empresas que detêm concessão ou permissão de serviços públicos de assistência à saúde. na perspectiva da inclusão plena das pessoas surdas ou com deficiência auditiva em todas as esferas da vida social.tratamento clínico e atendimento especializado.acompanhamento médico e fonoaudiológico e terapia fonoaudiológica. devem garantir. por meio de ações integradas com a área da educação.atendimento em reabilitação por equipe multiprofissional. A programação visual dos cursos de nível médio e superior. na modalidade de educação a distância. efetivando: I . CAPÍTULO VII DA GARANTIA DO DIREITO À SAÚDE DAS PESSOAS SURDAS OU COM DEFICIÊNCIA AUDITIVA Art. Art. estadual.Língua Portuguesa e subtitulação por meio do sistema de legenda oculta. atendimento precoce e do encaminhamento para a área de educação. a atenção integral à sua saúde.atendimento fonoaudiológico às crianças. quando indicado. VI .ações de prevenção e desenvolvimento de programas de saúde auditiva. e o . nos diversos níveis de complexidade e especialidades médicas. de 2 de dezembro de 2004. preferencialmente os de formação de professores. 25. IX . 24.seleção. II . III . municipal e do Distrito Federal buscarão implementar as medidas referidas neste artigo como meio de assegurar aos alunos surdos ou com deficiência auditiva o acesso à comunicação. o Sistema Único de Saúde SUS e as empresas que detêm concessão ou permissão de serviços públicos de assistência à saúde. por profissionais capacitados para o uso de Libras ou para sua tradução e interpretação. os órgãos da administração pública estadual. No âmbito da administração pública federal. pelo menos. de 2004. municipal. nos diversos níveis de complexidade e especialidades médicas. aos alunos surdos ou com deficiência auditiva matriculados nas redes de ensino da educação básica. como meio de assegurar. § 1 As instituições de que trata o caput devem dispor de. CAPÍTULO VIII DO PAPEL DO PODER PÚBLICO E DAS EMPRESAS QUE DETÊM CONCESSÃO OU PERMISSÃO DE SERVIÇOS PÚBLICOS.296.apoio à capacitação e formação de profissionais da rede de serviços do SUS para o uso de Libras e sua tradução e interpretação. NO APOIO AO USO E DIFUSÃO DA LIBRAS Art. municipal e do Distrito Federal disciplinar. 26. em regulamento próprio. direta e indireta devem garantir às pessoas surdas o tratamento diferenciado.Língua Portuguesa estão sujeitos a padrões de controle de atendimento e a avaliação da satisfação do usuário dos serviços públicos. bem como das empresas que detêm concessão e permissão de serviços públicos federais. previsto no caput. § 1 O disposto neste artigo deve ser garantido também para os alunos surdos ou com deficiência auditiva não usuários da Libras. direta e indireta. os serviços prestados por servidores e empregados capacitados para utilizar a Libras e realizar a tradução e interpretação de Libras . de 13 de junho de 2000. sob a coordenação da Secretaria de Gestão do Ministério do Planejamento. Parágrafo único. conforme prevê o Decreto n 5. Orçamento e Gestão. do Distrito Federal e as empresas privadas que detêm autorização. funcionários e empregados capacitados para o uso e interpretação da Libras. cinco por cento de servidores.X . de 2002.507. realizados por servidores e empregados capacitados para essa função. municipal e do Distrito Federal. 27. § 2 O Poder Público. em o conformidade com o Decreto n 3. a atenção integral à sua saúde. bem como o acesso às tecnologias de o informação. 3 da Lei o n 10. por meio do uso e difusão de Libras e da tradução e interpretação de Libras . referido no caput. Art. A partir de um ano da publicação deste Decreto.Língua Portuguesa. os padrões de controle do atendimento e avaliação da satisfação do usuário dos serviços públicos. concessão ou permissão de serviços o públicos de assistência à saúde buscarão implementar as medidas referidas no art. as empresas concessionárias de serviços públicos e os órgãos da administração pública federal. § 2 O Poder Público. prioritariamente. os órgãos da administração pública estadual. e as empresas privadas que detêm concessão ou permissão de serviços públicos buscarão implementar as medidas referidas neste artigo como meio de assegurar às pessoas surdas ou com deficiência auditiva o tratamento diferenciado. Caberá à administração pública no âmbito estadual.436. CAPÍTULO IX DAS DISPOSIÇÕES FINAIS o o o o . o Poder Público. Língua Portuguesa. viabilizarão as ações previstas neste Decreto com dotações específicas em seus orçamentos anuais e plurianuais. Eles são portadores de deficiências e sabem o quanto é importante exercer uma profissão. servidores e empregados para o uso e difusão da Libras e à realização da tradução e interpretação de Libras . 30. Segundo o último censo feito em 2000. “Eu já fui procurar emprego em empresas de cadeira de rodas e não consegui. prioritariamente as relativas à formação. 29. a partir de um ano da publicação deste Decreto. diz Margareth Oliveira. 28. ou seja. Brasília. 15% da população. direta e indireta.Art. Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação. servidores e empregados para o uso e difusão da Libras e à realização da tradução e interpretação de Libras . referidos nos dispositivos deste Decreto. Art. pagar minhas dívidas”. Margareth. Os órgãos da administração pública estadual. reclama Carlos Eduardo Corrêa. no Brasil existem cerca de 25 milhões de pessoas com algum tipo de deficiência. 184 da Independência e 117 da República. Institutos oferecem ajuda e capacitação profissional. Conseguir uma vaga no mercado do trabalho nem sempre é fácil. Art. mas a entrada dessas pessoas no mercado de trabalho não tem sido fácil. Art. definirão os instrumentos para a efetiva implantação e o controle do uso e difusão de Libras e de sua tradução e interpretação. poderia causar um acidente”. O que pouca gente sabe é que existe uma lei que estabelece cotas para a contratação de deficientes. Carlos. O Distrito Federal. mas no Rio há apenas 17. no âmbito de suas competências. “É uma forma de eu sustentar minha casa. capacitação e qualificação de professores. a partir de um ano da publicação deste Decreto. capacitação e qualificação de professores. Para quem tem algum tipo de deficiência é uma tarefa mais complicada. . LUIZ Fernando Haddad INÁCIO LULA DA SILVA o o Cotas para Deficientes Portadores de deficiência encontram dificuldades para entrar no mercado Lei estabelece que empresas mantenham cotas. 22 de dezembro de 2005.Língua Portuguesa. Guilherme e Mauricio trabalham na mesma empresa. devem incluir em seus orçamentos anuais e plurianuais dotações destinadas a viabilizar ações previstas neste Decreto. Os órgãos da administração pública federal. No local tinha escada rolante e não queriam parar a escada rolante pra eu subir. no Rio. Uma lei federal aprovada em julho de 1991 estabelece que empresas com até 200 empregados mantenham uma cota de 2% de funcionários com algum tipo de deficiência. 31. direta e indireta. prioritariamente as relativas à formação.500 deficientes trabalhando com carteira assinada. municipal e do Distrito Federal. os Estados e os Municípios. superintendente do Brasileiro da Pessoa com Deficiência. por diversos motivos. O RJTV acompanhou uma aula de informática.Para empresas de 201 a 500 empregados. "incapazes". Utilizavam-se expressões como "inválidos". "excepcionais" e "pessoas deficientes". Em um instituto. De 501 até mil. a cota fica em 4%. diz Rodolfo Negreiros. por . até que a Constituição de 1988. a cota sobe para 5%. segundo o Instituto Brasileiro da Pessoa com Deficiência. de graça. existem cerca de 17. acredita Teresa Amaral. que vão desde a falta de prédios adaptdados até a falta de profissionais com a qualificação exigida. cursos em várias áreas. né?”. mental ou sensorial assume várias formas ao longo dos anos. a legislação estabeleceu a obrigatoriedade de as empresas com cem (100) ou mais empregados oferecerem uma parcela de suas vagas para pessoas com deficiência através da Lei 8. Sumário Cotas para deficientes Reserva Legal de Cargos ou Lei de Cotas Lei 8.213/91. várias empresas alegam que não conseguem contratar porque muitos deles não têm capacitação profissional. No que diz respeito ao mercado de trabalho. mais conhecida como Lei de Cotas.213/91 ou Lei de Cotas completa 18 anos O Brasil está entre os países que mais legislações possuem em benefício às pessoas com deficiência. Por outro lado. em Duque de Caxias.500 deficientes trabalhando com carteira assinada. porque muitas vezes a empresa não sabe onde procurar”. O último levantamento do Ministério do Trabalho mostra que. Perguntas e Respostas sobre a Lei de Cotas Fonte: site Ministério do Trabalho Por que se adota o termo pessoa portadora de deficiência ou pessoa com deficiência? A denominação utilizada para se referir às pessoas com alguma limitação física. muitas empresas ainda não conseguiram preencher essas vagas. E acima de mil funcionários. portadores de deficiência podem fazer. Rodolfo está empolgado. Este ano ela completa 18 anos e apesar de entrar na "maioridade". “Eu acho que é um papel importante das Ongs e dos centros de profissionalização de um modo geral estarem em contato com as empresas para que possa haver essa ligação. Mas o número poderia ser bem maior. no estado do Rio. a cota passa para 3%. “É sempre bom aprender coisas novas e se aperfeiçoar na informática pra ser um bom profissional. .. p... reabilitação....001 em diante ... Os empregados com deficiência devem ser distribuídos proporcionalmente entre os estabelecimentos da empresa? Não há exigência legal para tal.......... da Instrução Normativa nº 20/01).. a expressão "pessoas com necessidades especiais" ou "pessoa especial".. movimento.... § 1º............ visto que as deficiências não se portam....... a forma "pessoa com deficiência".. 2% II . Romeu Kazumi... sendo esta uma decisão interna da empresa.. Todas elas demonstram uma transformação de tratamento que vai da invalidez e incapacidade à tentativa de nominar a característica peculiar da pessoa.000 .de 1. utiliza-se o número de empregados da empresa ou do estabelecimento? Tanto para verificar se a empresa está obrigada a ter portadores de deficiência no seu quadro. incorporou a expressão "pessoa portadora de deficiência". Entretanto. recomenda-se a distribuição proporcional entre os .. 93 da Lei nº 8....... qualquer situação que implique tratamento diferenciado... 5% A instituição sem fins lucrativos está obrigada a preencher um percentual de seus cargos com pessoas com deficiência? Sim.. que se aplica na legislação ordinária... emprego e terminologia...... conforme estabelece o art...... estão com a pessoa ou na pessoa. ter 100 (cem) ou mais empregados..de 100 a 200 empregados .. enfim.3 -------------------------------------------------------------------------------3 SASSAKI.. também. hoje. sem estigmatizá-la.. conforme se fez ao longo de todo este texto...213/91: I ..... 4% IV . 2003... mais recentemente.. associações... 3% III ..... liderança..... conforme demonstra Romeu Kazumi Sassaki.. as gestantes... mas também acolhe os idosos. isto é. deve ser utilizado o número de empregados da totalidade de estabelecimentos da empresa no Brasil (art... Adota-se. 10..de 201 a 500 ... 2º. § 1º.1 Para cálculo da cota de empregados com deficiência..... 4.. da CLT). sociedades e fundações que admitem trabalhadores como empregados (art... São Paulo: Revista Nacional de Reabilitação....... na seguinte proporção. A expressão "pessoa com necessidades especiais" é um gênero que contém as pessoas com deficiência.... conceito.de 501 a 1. como para fixar o percentual dos cargos a serem preenchidos. Quantas pessoas com deficiência a empresa precisa manter contratadas? A cota depende do número geral de empregados que a empresa tem no seu quadro... Vida independente: história..... com base no respeito às comunidades locais... Esta é a denominação internacionalmente mais freqüente. Igualmente se abandona a expressão "pessoa portadora de deficiência" com uma concordância em nível internacional.. pois essa obrigação atinge a todas as pessoas jurídicas de direito privado como sociedades empresariais.... 1236.influência do Movimento Internacional de Pessoas com Deficiência. o que tem sido motivo para que se use... Como são tratadas as frações no cálculo da cota? As frações de unidade resultante da aplicação do percentual sobre a base de cálculo darão lugar a mais um trabalhador.298/99. amputação ou ausência de membro.296/04. art.perda total das funções motoras em três membros. Paraparesia . I. o número de empregados a serem contratados deve ser arredondado para cima (art. paralisia cerebral. paraparesia. c/c Decreto nº 3.perda total ou parcial de um determinado membro ou segmento de membro. apresentando-se sob a forma de paraplegia.perda parcial das funções motoras em três membros. . qualquer que seja a fração.perda total das funções motoras dos membros inferiores e superiores. §1º. tetraparesia. Paraplegia . Monoparesia . § 4º da Instrução Normativa nº 20/01) Tipos de deficiência Deficiência física É a alteração completa ou parcial de um ou mais segmentos do corpo humano. Para melhor entendimento. monoplegia. 5º. triparesia.perda parcial das funções motoras dos membros inferiores. I). muitas vezes não há empresas locais com 100 (cem) empregados e as filiais de empresas com sedes em outras cidades são as únicas chances de inserção no trabalho das pessoas com deficiência que lá residem (art. membros com deformidade congênita ou adquirida. "a". exceto as deformidades estéticas e as que não produzam dificuldades para o desempenho de funções (Decreto nº 5. Hemiplegia . No interior do País. 10. nanismo. acarretando o comprometimento da função física.perda parcial das funções motoras dos membros inferiores e superiores.perda parcial das funções motoras de um só membro (inferior ou superior). 10.perda parcial das funções motoras de um hemisfério do corpo (direito ou esquerdo). 4º. seguem-se algumas definições: Amputação . Hemiparesia . Monoplegia . ostomia.perda total das funções motoras dos membros inferiores. Triparesia . tetraplegia.perda total das funções motoras de um hemisfério do corpo (direito ou esquerdo). art. hemiparesia. Tetraparesia . triplegia. monoparesia. § 2º da Instrução Normativa nº 20/01).diversos estabelecimentos. Triplegia . hemiplegia.perda total das funções motoras de um só membro (inferior ou superior). ou seja. Tetraplegia . urostomia: desvio urinário).Ostomia .05 no melhor olho. Deficiência mental De acordo com o Decreto nº 3. Paralisia Cerebral . ostio) na parede abdominal para adaptação de bolsa de fezes e/ou urina. §1º. parcial ou total. •Os casos nos quais a somatória da medida do campo visual em ambos os olhos for igual ou menor que 60°. 2. com a melhor correção óptica.296/04.298/99.05 no melhor olho.296/04. I. comunicação. conceitua-se como deficiência mental o funcionamento intelectual significativamente inferior à média. 5º. As pessoas com baixa visão são aquelas que. com a melhor correção óptica. 4º. podendo ou não causar deficiência mental.000Hz. É importante ter em mente que o conceito de deficiência inclui a in capacidade relativa. conceitua-se como deficiência visual: •Cegueira . 1. para o desempenho da atividade dentro do padrão considerado normal para o ser humano. II). mesmo usando óculos comuns.298/99 e o Decreto nº 5. não conseguem ter uma visão nítida. percepção das cores e intolerância à luminosidade. .significa acuidade visual entre 0. Deficiência auditiva É a perda bilateral.na qual a acuidade visual é igual ou menor que 0. cuidado pessoal. c/c Decreto nº 5. •Baixa Visão . Nanismo . art. Deficiência visual De acordo com o Decreto nº 3.298/99.lesão de uma ou mais áreas do sistema nervoso central. As pessoas com baixa visão podem ter sensibilidade ao contraste. processo cirúrgico que visa à construção de um caminho alternativo e novo na eliminação de fezes e urina para o exterior do corpo humano (colostomia: ostoma intestinal. aferida por audiograma nas freqüências de 500Hz. dependendo da patologia causadora da perda visual.intervenção cirúrgica que cria um ostoma (abertura.deficiência acentuada no crescimento. tendo como conseqüência alterações psicomotoras.296/04. Ressaltamos a inclusão das pessoas com baixa visão a partir da edição do Decreto nº 5. "b".3 e 0.000Hz (Decreto nº 5. alterado pelo Decreto nº 5. ou implantes de lentes intraoculares. b. de 41 decibéis (dB) ou mais. parcial ou total. •Ou a ocorrência simultânea de quaisquer das condições anteriores. tais como: a. Esclarecemos que a pessoa com deficiência pode desenvolver atividades laborais desde que tenha condições e apoios adequados às suas características. lentes de contato.000Hz e 3. art.296/04. com manifestação antes dos 18 anos e limitações associadas a duas ou mais áreas de habilidades adaptativas. art. Deficiência múltipla De acordo com o Decreto nº 3. Parte I. art. utilização dos recursos da comunidade.298/99. I). 5º. com as alterações dadas pelo art. f. e h. 70 do Decreto nº 5.c. Para maiores informações acesse a cartilha elaborada pelo ministério do trabalho. saúde e segurança.surdo. lazer.: http://www.296/04. trabalho. e. I.com. atestando enquadramento legal do(a) empregado(a) para integrar a cota. g. 1. arts.pdf Fonte: www.298/99. que pode ser emitido por médico do trabalho da empresa ou outro médico. Certificado de Reabilitação Profissional emitido pelo INSS.br/lei-de-cotas-deficientes. "d". O laudo deverá especificar o tipo de deficiência e ter autorização expressa do(a) empregado(a) para utilização do mesmo pela empresa.br/download/inclusao_pessoas_defi12_07. b. de acordo com as definições estabelecidas na Convenção nº 159 da OIT. 4º. 3º e 4º.surdo. §1º. habilidades acadêmicas.296/04. Laudo médico. conceitua-se como deficiência múltipla a associação de duas ou mais deficiências. Decreto nº 3. tornando pública a sua condição. art. (Decreto nº 5. habilidades sociais.html .298/99. Como é feita a comprovação da deficiência? A condição de pessoa com deficiência pode ser comprovada por meio de: a.com. e Decreto nº 3. d. Para o próximo exercício. Dê leves tapinhas na bola para que o bebê sinta o movimento e relaxe o corpo (braços. Nunca puxe o braço do bebê. passando a mão no próprio corpo ou no seu rosto.Estimulação da Linguagem Como visto no material texto. Com a criança ainda deitada (no colchonete ou na bola de plástico). Comece a acariciar o seu braço desde o ombro até a mão. costas). O primeiro exercício seria para descontrair o corpo. Se possível. O próximo exercício é para trabalhar a abertura da mão. Coloque brinquedos na frente do bebê. Esse exercício tem a finalidade de libertar os braços do bebê. delicadamente. segure seus antebraços ou deixe que ela segure seu dedo polegar. principalmente membros. passando pelos dedos. comecemos então com eles. Esse movimento deve ser bem suave e quando o bebê abrir a mão estimule-o a mantê-la aberta. rolo de espuma ou plástico e uma bola de plástico grande e leve (daquelas de praia ou que se usa em aulas de Pilates). usaremos o rolo de espuma. pernas. começaremos a estudar alguns exercícios de estimulação para serem feitos ainda no berçário. cabeça. cruze os braços de modo que as mãos toquem os ombros opostos. . calmo e bem ventilado. Proteja o chão com o lençol de algodão e deite a criança de bruços com os braços por cima do rolo. O bebê precisa se habituar à bola e com isso trabalhar segurança. lençol de algodão. O exercício a seguir é o cruzamento de braços. protegido pelo lençol de algodão. Estenda os braços da criança para frente e depois os abra. com movimentos delicados. principalmente nos primeiros três meses de vida do bebê. O ambiente deve ser limpo. Segure os antebraços do bebê e. O objetivo desse exercício é a abertura dos braços. a estimulação. É necessário que tenham colchonetes. Os exercícios a seguir deverão ser feitos. coloque uma leve essência no ar para que fique ainda mais agradável e para que o bebê estimule a respiração também. protegido com o lençol de algodão. Descruze os braços e relaxe a criança brincando com ela. Os exercícios mais importantes nessa fase são aqueles em que é trabalhado o reconhecimento do corpo. em cruz. pois caso contrário. é muito importante que o ambiente em que se trabalhará a estimulação com o bebê esteja equipado. e por isso. Segure o bebê pelas coxas e faça movimentos de vaivém. deve ser feita principalmente do zero aos três anos. E como na aquisição da Libras. se possível sem blusa. é necessário uma boa coordenação de mãos e braços. Faça esse exercício com um braço e quando o bebê abrir a mão passe para o outro braço. Deite o bebê de costas no colchonete. Deite a criança de costas no colchonete. o exercício machucará o bebê. O objetivo do exercício é a distensão corporal. Atenção: o rolo não deverá ser muito alto. Antes de começar a descrição. para estimulá-lo a pegar. O movimento é bem simples e bastante conhecido. para ser bem-sucedida. Coloque o bebê com o mínimo de roupa. deitado de costas sobre a bola não muito cheia. Outro exercício que pode seguir a seqüência é o de descontração dos braços. pois na maioria das vezes. a criança precisa ser acariciada. para tonificar os músculos e trabalhar a sensação. ou seja. passando pelos joelhos até chegar aos pés. Deite a criança de costas no chão ou colchonete protegido pelo lençol de algodão e dobre as pernas dela. trabalhada. Espere a criança soltar a respiração e relaxe suas pernas. movimentos. movimentá-las como se o bebê estivesse engatinhando. segue um exercício respiratório. Todos os exercícios descritos acima priorizam os membros superiores. Os relatos de estórias e a produção literária. O mais importante de todos esses exemplos de exercícios é o toque. Repita esse movimento quatro ou cinco vezes. duas mãos com movimentos não simétricos. passar as mãos nas pernas. para que a criança se reconheça. Vocês perceberão que têm crianças que desenvolverão mais rápido que outras. espaço de sinalização. Levar as pernas dobradas de encontro ao abdômen. os membros inferiores devem ser trabalhados. Exercícios na frente do espelho também são bem-vindos. são eles que trabalharão mais tempo com a criança. mas com certeza. duas mãos com diferentes configurações de mãos · . O desenvolvimento é individual! Alfabetização e o Ensino da Língua de Sinais ALFABETIZAÇÃO E O ENSINO DA LÍNGUA DE SINAIS Ronice Müller de Quadros A LSB é uma língua espacial-visual e existem muitas formas criativas de explorá-la. passar algum material macio nos pés do bebê. Movimentos como levantar as pernas. fazendo leve pressão. São exercícios simples e que podem ser feitos em casa ou na escola. respeitem o tempo de cada criança. Dobrar e esticar as pernas.movimentos do próprio sinal e movimentos de relações gramaticais no espaço) utilização de sinais com uma mão. É por esse motivo. A seguir eu listo alguns dos aspectos que precisam ser explorados no processo educacional: · · · estabelecimento do olhar exploração das configurações de mãos exploração dos movimentos dos sinais (movimentos internos e externos. precisa sentir as mãos e o carinho de quem faz os exercícios com ela. classificadores são alguns dos recursos discursivos que tal língua oferece para serem explorados durante o desenvolvimento da criança surda e que devem ser explorados para um processo de alfabetização com êxito.Para finalizar essa seqüência. E para finalizar. bem como a interação espontânea da criança com outras crianças e adultos através da LSB devem incluir os aspectos que fazem parte desse sistema lingüístico. Para ter uma boa consciência corporal. duas mãos com movimentos simétricos. expressões faciais gramaticais. que os professores devem conhecer as diversas formas de estimulação. localizações movimentos do corpo. Algumas investigações realizadas em escolas bilíngües americanas têm evidenciado a importância de explorar tais aspectos observando o nível de desenvolvimento da criança. Configurações de mão. tais como. na semana que vem. ontem. enquanto isto acontece. atras de. no próximo mês. semana passada. passado. mês passado. pessoas e ações e relações entre eles. como por exemplo. o sinal CERTO-CERTO.sj. as formas de objetos. em cima de. o sinal NÃO. dentro de. aquilo está acontecendo. tais como. tais como. morfológicos. agora. se isto então aquilo. etc. bem como.) exploração das mudanças de perspectivas na produção de sinais exploração do alfabeto manual estabelecimento de relações temporais através de marcação de tempo e de advérbios temporais (futuro. bem como o uso de pronominais para retomada de tais referentes de forma consistente exploração da produção artística em sinais usando todos os recursos sintáticos. contra. relações de simultaneidade. amanhã.edu. hoje. os movimentos de cabeça afirmando ou negando) exploração de relações gramaticais mais complexas (relações de comparação. por exemplo. fora de. em. fonológicos e semânticos próprios da LSB. aquele que tem isso. intensidade e repetição (adjetivação. está fazendo aquilo) estabelecimento de referentes presentes e não presentes no discurso. presente. ano passado. topicalização. relações de condição. aspecto e marcação de plural) jogos de perguntas e respostas observando o uso dos itens lexicais e expressões não manuais correspondentes utilização de “feedback” (sinais manuais e não-manuais específicos de confirmação e negação.etc. este igual àquele.· uso de expressões não manuais gramaticalizadas (interrogativas. foco e negação) exploração das diferentes funções do apontar utilização de classificadores com configurações de mãos apropriadas (incluem todas as relações descritivas e preposicionais estabelecidas através de classificadores. duração. ao lado de. tais como.) exploração da orientação da mão especificação do tipo de ação.br/~nepes/docs/midiateca_artigos/educacao_surdos_lingua_ sinais/alfabetizacao-ensino. em frente de. aquele melhor do que este. em baixo de.cefetsc. relações de subordinação. antes. este melhor do que aquele.” · · · · · · · · · · · · http://www. isto e aquilo. depois. isto ou aquilo.pdf A INCLUSÃO ESCOLAR DO DEFICIENTE AUDITIVO: . este com aquele. and over all to search solutions. and its consequences for the education have brought in recent years resulted negative in special for practical the pedagogical one of the education of the pupils with auditory deficiency. called “biologização”. entretanto o processo de transformar questões sociais em biológicas. however the process to transform social matters into biological. Por outro lado a questão da inclusão social abre um significado especial no bojo da educação brasileira. cada vez mais exigente. pelo menos em termos sociolingüísticos que se aceita e defendem. mas que seja valorizada. sufficiently it is known in the history of the humanity. research and development Deficiência auditiva. aceita e que até mesmo busque defende-la. chamadas de “biologização”. educação inclusiva. domina e influência seu meio social. e sobretudo buscar soluções. in the molds of the real necessities of a clientele. as well as to place the citizen inside of the regular pertaining to school context. é bastante conhecido na história da humanidade. com os pressupostos inclusivistas que nos últimos anos estão sendo discutidos por suas características que permeiam a busca de uma sociedade igualitária. é do conhecimento de uma maioria de pesquisadores quanto aos mecanismos de avaliação sobre a surdez. pesquisa e O conceito de Surdez Se o individuo se apropria. e suas conseqüências para a educação têm trazido nos últimos anos resultados negativos em especial para a prática pedagógica do ensino dos alunos com deficiência auditiva. em particular e. keyswords: deficiency. quanto aos seus direitos e seus potenciais de realizações. nos moldes das reais necessidades de uma clientela. it is of the knowledge of a majority of researchers how much to the evaluation mechanisms on the deafness. surdez. with the inclusivistas estimated ones that in recent years are being argued for its characteristics that they job the search of a egalitarian society. como também colocar o sujeito dentro do contexto escolar regular. that are or are inserted inside of the context of sciences clinics-anthropology and point to the different representations on the deafness. On the other hand the question of the social inclusion opens one meaning special in the bulge of the Brazilian education. with the participation of all in search of an education with quality. temos um caso de um grupo socialmente formado. Wederson Honorato Inácio[1] RESUMO Atualmente. inclusive education. that has for purpose if the not only auto search to manage. reciprocamente essa . que estes são ou estão inseridos dentro do contexto das ciências clínicas-antropológicas e apontam às diferentes representações sobres a surdez. Palavras-chaves: desenvolvimento ABSTRATS Currently. deafness. que tem por finalidade a busca não apenas se auto gerir.CONTRIBUIÇÕES PARA O DEBATE EDUCACIONAL. através da linguagem independente de como ela é. com a participação de todos em busca de uma educação com qualidade. how much to its rights and its potentials of accomplishments. each more demanding time. que vão desde perda auditiva suave. ao uso da linguagem. não se tem aqui o pretexto de discutir a formação dos médicos. e quando existem esses grupos temos um contexto social definido. negar ao individuo. a perda do som em seu aspecto natural. moderada e profunda. a surdez é uma identidade múltipla ou multifacetada e. Definir a surdez como um fato concreto leva-nos a repensar a formação do sujeito como um todo. fazer parte de um contexto social diversificado. ocorre quando se percebe que mais nada se pode fazer em termos clínicos. a perda auditiva implica em várias mudanças desde psicológica quanto social e educacional. se negam a afirmar uma doença inexistente. visual e mental. onde não há qualquer forma de comunicação oral. a surdez está localizada dentro do discurso sobre a deficiência. e bem pequeno seu domínio de vocabulário oralista. a surdez é uma experiência visual. Do lado biológico temos visto que. ainda por fim temos aqueles que são tidos como surdos profundos. conhecer a apropriação das potencialidades do sujeito surdo. que chegam a serem em alguns casos desnecessários e até contraditório. As análises mencionadas acima são de suma importância para que se possa compreender a realidade desde a aquisição. quanto a questão de (doença X deficiência X tratamento). esse visual está naquilo que se diz é preciso ver a surdez. pelo menos se tiveram acesso a essa aprendizagem. a medicina tem feito grandes progressos nas curas e descobertas de remédios para várias doenças não só no mundo como também no Brasil.forma de linguagem. voltados para a análise dos discursos acerca da surdez no contexto escolar inclusivistas. Segundo Skliar (1998. . no sentido mais amplo seria necessário em primeiro lugar conhecer que a linguagem utilizada pelo surdo no caso a LIBRAS. com o uso da linguagem de sinais. Entretanto quando o assunto é deficiência auditiva ou surdez. mas sim gestual. que incita-nos a pensar que a questão da surdez tem mais um caráter de déficit de comunicação por falta de instrumentos capazes de suprí-la do que uma deficiência propriamente dita como fator de exclusão. Desta forma estamos buscando e propondo. temos um caso de estudo. Assim como existe grande falta de informação à cerca das deficiências em todos os aspectos desde a física. finalmente. sem entretanto esquivar da importância deste. por sua principal característica a linguagem. e se são capazes de expressar seus anseios e seus desejos em todos os sentidos da liberdade de expressão. existem sujeitos surdos capazes de ouvir e pronunciar palavras de forma quase que totalmente dentro da normalidade da língua falada em outros e quase inexistente a percepção de uma linguagem oral quando ocorre. a auditiva tem em si um caráter mais visual como no dizer de Skliar. quando na verdade após todos os esforços em vão (tratamento). a tendência do médico e que haja a restituição da “normalidade” do sujeito quando da detecção de perda auditiva. como um todo no meio social. p. quotidianamente determinamos a surdez como a perda da capacidade de ouvir. e ela que lhes dão o significado de “ser surdo” do sujeito que utiliza forma diferente de se comunicar.11) a surdez constitui uma diferença a ser politicamente reconhecida. há entretanto uma enorme disparidade quanto às perdas auditivas. e de como ela se perpetua no contexto histórico-social-escolar. incapacidade de compreender a fala humana e portanto de se comunicar através do uso da linguagem oral. mas apenas discordar dessa perpetuação dos profissionais. quando se diz que se há criança não aprende e não desenvolve a linguagem oral. realize estes processos de trocas. nas trocas de informações. Neste contexto social temos a importância que Vygostsky dá as trocas culturais. portanto está fora do sujeito. neste ambiente por não ter uma “interação” de troca. envolvido em especial na comunicação. no ambiente externo propriamente dito. oralizado tem ao longo acesso quase que exclusivamente ao sistema oralista. que configura de uso comum entre determinados grupos sociais temos então que se eles apropriam-se dele para realizar entre si as mais variadas formas de comunicação (no caso a linguagem). perpetuou-se por longos anos no debate educacional brasileiro com grande defesa ao oralismo é o bilingüismo. As implicações da surdez na vida de uma pessoa. além de criar dificuldades no relacionamento pessoal.(SÁ. passam. O sujeito surdo. atribui o exercício da humanidade à possibilidade de o indivíduo estabelecer trocas culturais por meio da linguagem.Acredita-se que a questão fundamental para a compreensão do sujeito surdo está sim focalizada fora dele. em primeiro plano lingüisticamente e em segundo culturalmente.privilegiando as mediações culturais. que afetam profundamente. no processo de aquisição e uso da fala. o sujeito com limitações de comunicação. escrita. Esse negativismo se perpetua no meio social oralista. que caracterizam sua visão do homem enquanto ser social. Dessa forma temos umas séries de razões para defender a tese de que. Vejamos no dizer de Nídia Regina Limeira de Sá: [. de aprendizagem de interação. visto que a surdez.. perda de convívio social. com conseqüências para a sua formação social e educacional. causada por imposição ao ensino oralista ora por falta do domínio de uma linguagem gestual visual como a Libras. A falta de uma linguagem acarreta em especial na criança seu desenvolvimento cognitivo.. acaba por impedir todo o desenvolvimento psicossocial do individuo. Um levantamento breve dos anos 80 sobre o uso da língua brasileira de sinais e outras formas de comunicação. prevaleciam em oposição ao ensino de uma língua sinais. solidão. são estes as principais causas psicológicas. fica claro neste dizer: o sujeito social tem que estar interagindo. Vygostsky.. o sujeito surdo. ressalta-se que se existe um “instrumento”. vive cercado de privações por falta exclusiva da troca de comunicação . do estado físico para o psicológico. p. Partimos então do pressuposto de que a falta de comunicação na vida de uma pessoa traz significado negativo. 1999. para o sujeito surdo. Segundo Sá (1999 apud. evidenciando então que a linguagem é um fator não apenas lingüístico mas também cultural. 47). analisada exclusivamente do ponto de vista do desenvolvimento físico. através do processo fonoarticulatório e vice-versa. 1924). não é uma deficiência grave. temos então que a surdez pode e deve ser superada através da comunicação adotada em especial e em particular por um grupo social. lingüística e cultural. .. mas a ausência da linguagem.] que a dificuldade maior dos surdos está exatamente na aquisição de uma linguagem que subsidie seu desenvolvimento cognitivo. isolamento. e o resultado e o seu afastamento desse ambiente. os estudos que envolvem a condição de pessoa surda são revestidos de fundamental importância e seriedade. forma-se uma grande “lacuna” na comunicação entre o sujeito ouvinte e o sujeito surdo. o sujeito surdo perde. ali é que ocorre todo o processo de desmistificação a cerca de sua capacidade de aprendizagem. pois a surdez é uma questão de linguagem. há portanto dificuldade de ser integrada ao meio social. corporal para que haja um entendimento por parte do sujeito surdo. enfocamos o conceito de leitura labial. A preocupação certamente por parte dos profissionais. sem esforço.e não imposto. processos estes que se perpetuam em nossas escolas.] as crianças surdas geralmente não têm acesso a uma educação especializada e é comum encontrarmos em escolas públicas e até particulares. sem qualquer perda cultural para ambos os sujeitos. como se fosse um sujeito ouvinte. 1999. o inverso desse processo serve pra o ouvinte. seus pontos positivos e negativos seu uso freqüente por parte daqueles que com comprometimento auditivo. logo terá como segunda língua o Português. pois ele teve acesso ao aprendizado e domínio dela. Se o sujeito surdo se comunica bem utilizando a língua de sinais. p. grupos de convivência. é que na maioria dos casos. e que causou um certo mal estar em vários profissionais e sujeitos surdos. A língua natural e aquela que se aprende na troca e na interação da comunicação entre sujeitos surdos. em nossos lares. ressaltase neste sentido que houve uma imposição não explicita para a aprendizagem do surdo no contexto da educação dos ouvintes. a adquire (SÁ. para se ter um bom domínio da língua portuguesa. crianças surdas que estão há anos . gestos das mãos. essa língua é a sua língua natural. entretanto. e imposta de forma não necessariamente natural. Apesar dos prós e contras ao uso da língua de sinais. O processo de aquisição de uma língua se dá quando o sujeito assimila a estrutura. o léxico. dentro dos padrões da língua oralista. sendo um elo entre o mundo ouvinte e o mundo surdo. oferecer aos surdos acessos a língua de sinais. Certamente o que estava ocorrendo o bojo da educação era que: [. ou seja. a pragmática é a semântica da língua de modo natural e espontâneo pelo simples contato com sujeitos proficientes nessa língua.. É de primordial importância que se adquire a linguagem. deve ser uma das principais questões a serem discutidas no nosso dia a dia. foi através do congresso internacional de Milão que o oralismo atingiu sua valorização como forma única.161) Analisando o texto acima temos que se a linguagem é um processo de transmissão natural e espontâneo. o sujeito e imerso num determinado ambiente lingüístico e. suas técnicas. Ter a capacidade de ler os lábios implica uma gama de fatores como: ter que acompanhar os movimentos labiais do interlocutor suas expressões faciais. não se atingi algo em torno de cem por cento de compreensão. Conhecendo o Oralismo Quando iniciamos nossos estudos a cerca do oralismo. pro causa da proibição quanto ao uso da língua de sinais. por causa disso temos milhares de sujeitos surdos incapazes de se comunicar de forma oralmente corretas.. esses fatos trouxeram para a comunidade surda uma perda muito grande em seus processos de domínio e uso de um instrumento capaz de suprir suas reais necessidades de comunicação.aprendeu o conteúdo do oralismo. qualquer que seja pelo processo de interação com outros sujeitos. defensores do oralismo está exclusivamente na possibilidade do sujeito surdo atingir o conhecimento do uso das palavras gramaticais falada e escrita em especial quanto ao uso da segunda afirmativa. desde que sinta vontade de aprender a língua de sinais será um intérprete em algumas situações. associações. sua importância se faz necessária para que o processo de aprendizagem tenha ou venha a ter resultados satisfatórios no processo de aquisição do saber. surdo/surdo. defendem que o sujeito surdo deve ser conhecedor da língua de sinais e em seguida ter o português como forma de expressão com o mundo oralista. Sendo assim Godfeld (2001. que é considerada a língua natural dos surdos. grande preocupações quanto a formação do docente conhecedor da LS. Apesar de vários anos sendo contestada. o sujeito surdo pensa diferentemente do sujeito ouvinte. A falta de oferecer a linguagem de sinais ao sujeito surdo pode ter graves conseqüências para o seu processo de aprendizagem e integração ao meio. no caso do surdo brasileiro. p. Essa questão de uso do bilingüismo está sendo nós últimos anos modelo de transmissão do saber em vários países da América e Europa. suprir-lhes a falta de audição através de métodos que lhes ensinem a ler e escreve e sobretudo falar. 2001. repudiada dentro e fora do contexto escolar a Língua de Sinais brasileira atingiu seus ideais. a LS tem sua base no contexto em especial no INES e Centro de Convivências (Associações) como principais setores institucionais de aprendizagem da LIBRAS. defendem que o uso. . as obras de pesquisas nessa área. certamente que quando o instrumento de linguagem for diferente existirá divergência de compreensão de tal forma que o processo não será harmonioso como um todo. p 34) O Bilingüismo Acredita-se que para o sujeito surdo. pode ser pensada como um processo socioantropológico. alguns estudiosos no assunto defendem que o mesmo deve ter a língua brasileira de sinais como uma primeira língua e o Português como sendo uma segunda. podendo porém ser administrado quando se propõe a conhecer e respeitar as diferenças dos sujeitos surdos/ouvintes. A Língua de Sinais tão importante e sobretudo essencial. apesar da pouco ou quase nula. o uso e o conhecimento da LIBRAS também tem uma conotação importante no contexto social. justamente acompanhada da entrada da comunicação total no Brasil.freqüentando estas escolas e não conseguem adquirir nem a modalidade oral nem a modalidade escrita da língua portuguesa. pois o atendimento ainda é muito precário. (GOLDFELD . fato este visivelmente presente nas leis que regem nossa educação. fará com que haja uma aceitação por parte das comunidade ouvinte em aceitar essa modalidade bilíngual. a forma de comunicação ouvinte/ouvinte e surdo /ouvinte. tem portanto respaldo jurídico para serem aceitas dentro do contexto social. existem duas formas de linguagem: a língua natural aprendida desde o nascimento como sendo a primeira língua e outra como sendo uma segunda língua. existiram e ainda existem. desta forma seria o sujeito surdo possuidor de uma “comunicação total”. com trocas entre os sujeitos envolvidos. ou seja deve adquirir como língua materna a língua de sinais. Fortemente apoiada por setores mais liberal da educação brasileira educadores e pesquisadores. 39) nos brinda com o significado do bilingüismo que tem por pressuposto básico que o surdo deve ser bilíngüe. somente na década de 80. pais ouvintes tendem a criar seus filhos num ambiente ouvinte como forma de integra-los. estaremos enfocando a questão de aprendizagem dentro do contexto educacional. visa antes de tudo: A preocupação defendida no dizer de Quadros. quer afirmar que seja somente na escola que deve ocorrer estas mudanças. 39. Niterói: EduFF. vai muito mais além da simples questão de aprender a ler e a escrever. 1999. 2001. . UFSC. Oferecer diversos mecanismos de interação com a linguagem por eles usadas.º 4. p. p. 34. acesso a aprendizagem da linguagem dos surdos em especial a Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS). sintetiza de modo concreto a importância da língua natural sua aquisição e o seu domínio. a estar sempre conscientes sobre. CONSIDERAÇÕES FINAIS Ressalta-se ainda a importância de que se existe uma instituição capaz de reunir estes sujeitos. Situando as Diferenças implicadas na Educação de Surdos: Inclusão/Exclusão. como um instrumento de inclusão. Niterói: EduFF. São Paulo: Plexus. São Paulo: Plexus. A escola deve ser ante de mais nada uma representação do que acontece na vida social do sujeito surdo. 2001. como também é importante saber de qual meio social lhe impuseram o aprendizado da linguagem seja ela oral ou de sinais. Educação de Surdos: a caminho do bilingüismo. estas habilidades podem ser latentes em uns e inexistentes em outros. Nídia R. A criança Surda: Linguagem e Cognição numa perspectiva sóciointeracionista. L. desde que tenha subsídios para que ocorra o desenvolvimento de seus educandos. p.e é claro a importância do seu saber escolar. . os ideais de uma educação especial e inclusivista. p. por outro lado não se deseja. que cabe em especial a “escola”. capacidades de realizarem tarefas que exigem concentração.As realizações do sujeito surdo Existem vários pontos em comum entre os surdos. Educação de Surdos: a caminho do bilingüismo. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA: GOLDFELD. ______. A criança Surda: Linguagem e Cognição numa perspectiva sócio-interacionista. In Revista Ponto de Vista. N. mas estes processos não necessariamente são observados em todos. ______. 1999. QUADROS. oferecer um emaranhado de situações do dia a dia que possam sistematizar todo o processo de ensino-aprendizagem. e o que lhe foram oferecidas pela instituição escolar. Ronice Miller. suas possibilidade. aceitando-os e estimulando-os a serem participativos dentro de suas própria possibilidades. 47. com ênfase sobretudo no oferecimento de uma linguagem que lhe proporcione realizações em todos os aspectos da vida. SÁ. Márcia. que proporcione a todos serem compreendidos pelos seus desejos e anseios. nas associações e grupos de sociais formados pelos sujeitos surdos. mas também e principalmente dentro do seio familiar. 2002-2003. como um processo lento mas gradual. e se no caso não houver oferecer aos seus educadores. buscar apoios em todos os setores sociais e especializados. 48. do modo. O reconhecimento é a valorização do sujeito surdo. 1998. p. . p. Porto Alegre: Dimensão. 1999. Carlos. A surdez: Um olhar sobre as diferenças.11. SKLIAR.______. Educação de Surdos: a caminho do bilingüismo. [1] Pós-graduando em Educação Especial Universidade Federal de Uberlândia Faculdade de Educação / Instituto de Psicologia Surdez Desafios e Possibilidades. Niterói: EduFF. Repensar o Oralismo com o coração . 161. por isso mesmo. a linguagem não . mas também creio que geneticamente trazemos informação sintática em nossa forma de comunicação e. estou de acordo que não se pode fazê-la não somente com os surdos senão com todos os seres humanos.seja um fator único para justificar o nível de linguagem que tenho. a partir das valiosas contribuições da lingüista argentina Patricia Salas. tampouco acredito que mesmo o fato de eu apresentar. não poderia ser levado em consideração. por conseguinte. Conheço muitos surdos pós-linguais que não têm um nível de pensamento e linguagem de forma que os permitam se expressar fluentemente na escrita."As palavras culpam sempre as circunstâncias. sobre a classificação da minha surdez em pré ou pós-lingual. Sobre esta questão da linguagem e pensamento. em nossa linguagem. fundamentalmente.lingual . quaisquer que sejam suas causas. A. (George Bernard Shaw) O que eu penso sobre o oralismo? Com freqüência eu leio comentários alheios acerca da minha condição de surda oralizada como se eu fosse um caso atípico. em que os seguidores do ex-fonoaudiólogo Carlos Skliar "transcenderam" as abordagens de Foucault para a questão dos sujeitos surdos. Com respeito à generalização que as pesquisas na área surdez costumam fazer. estudando as regras do discurso em língua de sinais. baseio minhas influências em L. Luria e. Antes disso. referente às relações entre sujeito e poder. Só triunfa no mundo quem se levanta e procura as circunstâncias e as cria. concordo com a postura vygotskyana de que o uso da linguagem envolve a intermediação dos processos mentais superiores.já era surda antes dos 3 anos de idade. ou seja. paradoxalmente. Neste sentido. Sobre minha linha de pensamento. S. ela própria surda oralizada. embora eu não me contente com a simples postura chomskyana de considerar a linguagem independentemente do seu uso. isolado e que. Por exemplo. se não as encontram". como seriam as relações de sujeito e poder quando essas relações se dão em língua de sinais ? Sobre a natureza da aquisição da linguagem. porque não existe língua alguma se não há o seu uso como processo de aquisição cultural. algumas características da surdez pós-lingual . pelas "regras" da lingüística. Por outro lado. sei que há fatores importantes. Vygotsky (intermediação dos processos mentais superiores através das relações sociais). de certa forma sou adepta da linha que a considera inata. eu seria na verdade surda peri-lingual. portanto. na lingüística que envolve as regras da análise do discurso e o pragmatismo. fazia bastante tempo que tinha iniciado um breve mas sério estudo de alguns dos trabalhos à la Michel Foucault. para justificar a relação de subordinação entre linguagem e pensamento. o que está mais próximo de um pré. mas ainda não definitivamente decisivos. respondem mais do que perguntam. Ademais. Esta palavra. que é a que põe em funcionamento toda a sintaxe que trazemos. Os surdos simplesmente repetiam estruturas memorizadas. sem a capacidade de criar e recriar a linguagem de acordo com os diferentes momentos. muito embora eu seja apenas uma estudante apaixonada por Química e não uma de um curso de Letras ou Lingüística. Os surdos geralmente desenvolvem a capacidade para inferir contextualmente. Mas quando se trata de linguagem pura. muitos surdos desenvolvem com maior facilidade a capacidade de compreensão que de produção. desde o momento em que comecei a me envolver nos estudos e informações sobre o universo da surdez. Ensinam os surdos a falar com a idéia errônea de que quanto mais estruturas sintáticas tiverem. ainda que escutemos pouco ou nada. na realidade. Então. Eis que uma das idéias centrais a que se propõe na intencionalidade de educar a criança surda com responsabilidade no oralismo: a INFERÊNCIA. tem muito a ver com as teorias do discurso. antecipar e. Agora. se é que me ocorrem. o fracasso estava nos surdos aprenderem a falar todas essas estruturas sintáticas. INFERIR. possamos também INFERIR muito. de uma forma geral. melhor falariam. adivinhar. É porque a capacidade de produção requer condutas mais ativas.se adquire. devo à Patrícia Salas. No caso da maioria dos surdos. Isso muitos sabem-no. da lingüística textual e das teorias dos atos de fala. seja oral ou escrita (onde o contexto não ajuda). mas sim se desenvolve por meio das interações entre seres humanos. dentro da concepção do oralismo. em lugar de ensiná-los a falar. Pois bem. Muitos de nós sempre estudamos em escolas regulares. por que há aqueles surdos que. E lamentavelmente. O tema das inferências é pragmático. dependentes. está no fato de que muitos de nós tivemos famílias. principalmente nossas mães. compostas por pessoas ouvintes. no caso da surdez. senão porque acabamos desenvolvendo estratégias compensatórias para podermos nos comunicar. a educação oralista por muito tempo não tem feito nada nesse aspecto. Não é que sejamos excepcionalmente inteligentes como costumam me dizer. esta sintaxe não se realiza de forma natural porque não há interação na língua oral. o que se fazia era ensiná-los a responder perguntas. foram educados com sucesso no oralismo ? Como nós nos safamos de um mau oralismo ? Algumas de minhas idéias para essa pergunta. em geral muitos surdos são passivos. eu sempre achava um paradoxo o fato de eu possuir muitas das minhas inquietudes. dúvidas e idéias tão parecidas com as de Patrícia Salas. tem feito muitos estragos. mas quando deviam usá-las. Aliás. .. entender. com elas tomando formas e é aí que começam as dificuldades. Daí que o nível de produção lingüística tanto oral quanto escrito na maioria dos surdos serem tão deficientes. como eu. aí é quando se juntam as palavras. e essa regra vale tanto para surdos quanto para ouvintes. Psicologicamente. penso que a base da metodologia oralista continua sendo condutivista em muitos lugares do mundo.. Obviamente isso é produto de uma filosofia educativa que. que interagiram conosco lingüisticamente. porque. faziam isso sem espontaneidade alguma. pois para eu me integrar com os outros é necessário que eu tenha qualidades que me permitam interagir. É muito mais do que apenas ver um surdo articular com uma perfeita fonética muitas orações. O Brasil fez opção pela construção de um sistema educacional inclusivo ao concordar com a Declaração Mundial de Educação para Todos. "cada criança tem características. Anahí Guedes de Mello. de ambos os sexos. firmada em Jomtien. educadores. Pois se o que antes entendia-se por falar. propõe-se convidar os surdos. Ilha de Santa Catarina. fez-me uma pessoa ousada. Muitas vezes. não é mais isso o que hoje se entende. capacidades e necessidades de . Desse documento. senão antes o de nos preocuparmos em podermos ver o surdo desenvolver sua capacidade para produzir discursos espontâneos e coerentes. acontecem "situações de nervos" quando um se bloqueia e aí custa-se entender os demais e é aí que se apresenta o problema já que aquela pessoa faz aquilo uma vez que não se integra com os demais. Declaração Mundial de Educação para Todos e Declaração de Salamanca. aponta para a existência de estudos interessantes sobre como funciona a consciência no que fazemos com a aprendizagem e conseqüente superação de traumas que impedem a pessoa de ter uma mente sã e por onde tenha uma melhor predisposição para interagir. Há outro fator que para mim é muitíssimo importante: a inteligência emocional. Para finalizar. no meu caso.áreas das quais não estou bem aprofundada por razões óbvias que fogem ao meu status acadêmico atual. e não a falar e pensar como papagaios. por exemplo. É que a inteligência emocional. não ter fraqueza de dizer que não escuto e por isso pergunto de novo. ressaltamos alguns trechos que criam as justificativas para as linhas de propostas que são apresentadas neste texto2: "todas as crianças. na Tailândia. Salas. interesses. têm direito fundamental à educação e que a ela deva ser dada a oportunidade de obter e manter nível aceitável de conhecimento". 1994) na Conferência Mundial sobre Necessidades Educacionais Especiais: Acesso e Qualidade. Dizer que sou surda e pedir ajuda e não fazer o que muitos fazem quando preferem bloquear-se. e ao mostrar consonância com os postulados produzidos em Salamanca (Espanha. em 1990. teóricos da surdez e demais interessados a um desafio: a de superar o Oralismo enquanto método educativo. abril de 2004. ou quando necessário para o bem estar da criança. a menos que haja razões convincentes para o contrário"..... ". que todas as crianças.. quando necessário.aprendizagem que lhe são próprios". possam aprender juntas. os pais não podem incorrer em lesão ao direito subjetivo à educação obrigatória. ". deverá ser dispensado apoio contínuo.. Toda pessoa com deficiência tem o direito de manifestar seus desejos quanto a sua educação. "adotar com força de lei ou como política. pouco freqüentes.. desde a ajuda mínima nas classes comuns até a aplicação de programas suplementares de apoio pedagógico na escola. Face às necessidades específicas de comunicação de surdos e de surdos-cegos. nos casos excepcionais. as crianças com necessidades educacionais especiais devem receber todo apoio adicional necessário para garantir uma educação eficaz". em que seja necessário escolarizar crianças em . seria mais conveniente que a educação lhes fosse ministrada em escolas especiais ou em classes ou unidades especiais nas escolas comuns". inclusive os que sofrem de deficiências graves. ". ". capaz de educar com sucesso todos os meninos e meninas. nos quais se demonstre que a educação nas classes comuns não pode satisfazer às necessidades educativas ou sociais da criança.. o princípio da educação integrada que permita a matrícula de todas as crianças em escolas comuns. e ser assegurado a todos os surdos acesso ao ensino da língua de sinais de seu país.. por exemplo. Deve ser levada em consideração. Os pais têm o direito inerente de serem consultados sobre a forma de educação que melhor se ajuste às necessidades. independentemente de suas dificuldades e diferenças." ". dá-se um passo muito importante para tentar mudar atitudes de discriminação.. sempre que possível.. com sua criação. A escolarização de crianças em escolas especiais – ou classes especiais na escola regular – deveria ser uma exceção. a importância da língua de sinais como meio de comunicação para os surdos. "... "As políticas educacionais deverão levar em conta as diferenças individuais e as diversas situações... na medida de sua capacidade de estar certa disso. só recomendável naqueles casos. "os sistemas educativos devem ser projetados e os programas aplicados de modo que tenham em vista toda gama dessas diferentes características e necessidades". desenvolver uma pedagogia centralizada na criança. garantido no texto constitucional]. O mérito dessas escolas não está só na capacidade de dispensar educação de qualidade a todas as crianças. por acréscimo nosso. capaz de atender a essas necessidades".".... circunstâncias e aspirações de seus filhos" [Nesse aspecto último. ampliando-os. para receber a ajuda de professores especializados e de pessoal de apoio externo". "as pessoas com necessidades educacionais especiais devem ter acesso às escolas comuns que deverão integrá-las numa pedagogia centralizada na criança. criar comunidades que acolham a todos. "A capacitação de professores especializados deverá ser reexaminada com vista a lhes permitir o trabalho em diferentes contextos e o desempenho de um papel-chave nos programas relativos às necessidades educacionais especiais. pelas escolas. diversificar as opções educativas. estejam voltados para atender às necessidades educacionais especiais nas escolas. de todas as crianças. já que se assume terem eles os mesmos direitos. a remanejar os recursos pedagógicos. num contexto de mudança sistemática. assim como nos programas de formação profissional".. lingüísticas ou outras (necessidades educativas especiais). respeitando tanto a dignidade como as diferenças de todos os alunos". ao invés de seguir um programa de estudos diferente". Sua educação. na medida de suas capacidades".escolas especiais. "uma pedagogia centralizada na criança.". "assegurar que. de adaptar o conteúdo do programa de estudos. "os programas de estudos devem ser adaptados às necessidades das crianças e não o contrário. emocionais. que os demais membros da comunidade. "Deverão ser tomadas as medidas necessárias para conseguir a mesma política integradora de jovens e adultos com necessidades especiais. no ensino secundário e superior. de individualizar os procedimentos pedagógicos para atender a um maior número de aptidões. "o acolhimento. isto é. "Os programas de formação inicial deverão incutir em todos os professores da educação básica uma orientação positiva sobre a deficiência que permita entender o que se pode conseguir nas escolas com serviços locais de apoio. de recorrer à ajuda da tecnologia. sendo que as que apresentarem necessidades educativas especiais devem receber apoio adicional no programa regular de estudos. deverá ser orientada nesse sentido. Seu núcleo comum deve ser um método geral que abranja todos os tipos de deficiências.. não é necessário que sua educação seja completamente isolada". sociais. "uma atenção especial às necessidades de alunos com deficiências graves ou múltiplas. intelectuais. "os administradores locais e os diretores de estabelecimentos escolares devem ser convidados a criar procedimentos mais flexíveis de gestão. estabelecer relações com pais e a . a capacidade de avaliar as necessidades especiais. Atenção especial deverá ser dispensada à preparação de todos os professores para que exerçam sua autonomia e apliquem suas competências na adaptação dos programas de estudos e da pedagogia. assim.. os programas de formação do professorado. antes de se especializar numa ou várias categorias particulares de deficiência".. Os conhecimentos e as aptidões requeridos são basicamente os mesmos de uma boa pedagogia. independentemente de suas condições físicas. de virem a ser adultos que desfrutem de um máximo de independência. tanto inicial como contínua. a fim de atender às necessidades dos alunos e para que colaborem com os especialistas e com os pais". com essa orientação integradora. além disso. este desenvolvimento depende da intervenção de profissionais devidamente preparados. proporcionam uma educação efetiva à maioria das crianças e melhoram a eficiência e. Nesse sentido. e não cada professor. Não tendo acesso ao mundo sonoro. de criar comunidades acolhedoras. exige que a escola regular se organize de forma a oferecer possibilidades objetivas de aprendizagem. construir uma sociedade integradora e dar educação para todos. Inúmeros fatores interferem no desenvolvimento da linguagem e da fala da pessoa com surdez. em classes comuns. "A inclusão de alunos com necessidades educacionais especiais. o que acarreta a dificuldade de se comunicar e de receber informações através da linguagem oral. destacam-se: a época do surgimento da deficiência. representam o meio mais eficaz de combater atitudes discriminatórias. especialmente àqueles portadores de deficiências". tais dispositivos devem converter-se em um compromisso ético-político de todos. FUNÇÕES COGNITIVAS E LIBRAS Rosimar Bortolini Poker A principal conseqüência da surdez refere-se aos prejuízos na comunicação natural dos sujeitos surdos que atingem vários aspectos de seu desenvolvimento global. "as escolas comuns. deverá partilhar a responsabilidade do ensino ministrado a crianças com necessidades especiais". as solicitações do meio familiar e escolar e as características individuais do aluno (cognitivas. a extensão e a natureza da perda auditiva. a relação custo–benefício de todo o sistema educativo". de modo que se assegure a igualdade de oportunidades e a valorização da diversidade no processo educativo. certamente. a todos os alunos. Dentre eles. Enquanto o desenvolvimento da linguagem ocorre naturalmente em uma criança ouvinte. . as condições do uso do aparelho de amplificação sonora. Funções Cognitivas e Libras SURDEZ. no caso da criança surda. a criança com surdez é extremamente prejudicada no que concerne aos processos de aquisição e desenvolvimento de linguagem e fala. "o corpo docente. nas diferentes esferas de poder. a época do atendimento especializado. emocionais e socioculturais). Esses dispositivos legais e político-filosóficos possibilitam estabelecer o horizonte das políticas educacionais.comunidade". e em responsabilidades bem definidas para sua operacionalização na realidade esc Surdez. levando-o a adquirir uma língua de forma consciente e deliberada. cognitivo e escolar da criança. o tato. ou afirmação de que existe um único método para todas as crianças com surdez. para aqueles que não têm razoável resíduo ou mesmo grande dificuldade em desenvolver a oralidade. no decorrer dos séculos tem-se proposto uma variedade de abordagens e métodos para a educação dos alunos com surdez. Devem ser realizados exames otorrinolaringológicos e audilógicos. propiciando a interação do sujeito com o ambiente social e escolar em que vive. mas sim. criando condições para sua integração social efetiva e o desenvolvimento pleno de suas potencialidades. a Língua de Sinais constitui-se na língua mais adequada para o sujeito interagir com o meio. Vale ressaltar que o trabalho pedagógico a ser realizado com o aluno surdo não deve apoiar-se apenas nos diferentes graus de perda auditiva. São estes aspectos que irão direcionar o trabalho a ser desenvolvido. Surdez. que complementam e auxiliam o seu processo educacional. na funcionalidade da sua audição residual e sua interferência no desenvolvimento da linguagem. . Assim. como a visão. A maioria deles fundamenta-se em substituir a audição perdida por um outro canal sensorial. bem como avaliação pedagógica identificando as competências curriculares do aluno nas diferentes áreas curriculares. e programas de conscientização da comunidade escolar e comunidade em geral. mais fácil será diminuir ou evitar as consequencias no desenvolvimento emocional. Diferentemente. tendo relevância no trabalho com os alunos com surdez apesar das discórdias e conflitos existentes entre os profissionais que as seguem. quanto antes for diagnosticada a surdez. no planejamento e execução de um programa educacional para o aluno com surdez. social.Desta forma. Para aquelas que têm resíduos auditivos. Na atual conjuntura. essas três abordagens convivem no Brasil. Além de um processo de escolarização diferenciado. ou aproveitando os restos da audição existentes. abordagens de ensino e desenvolvimento cognitivo Conforme visto anteriormente. O aspecto dos métodos que tem sido mais problemático é a ausência de trabalhos. pode ser oferecido um acesso para o código da fala dentro de uma abordagem oral. que atende às necessidades do aluno surdo. Os primeiros exames serão realizados em clínicas especializadas ou hospitais e a avaliação pedagógica será feita nas escolas. faz-se necessário um programa de orientação à sua família. estes aspectos precisam ser considerados para que sejam oferecidas as condições necessárias para o aluno desenvolver os meios de comunicação adequados às suas condições pessoais e familiares. Ao valorizar a modalidade oral de língua. é fundamental o acesso à Língua de Sinais o mais precocemente possível pois a dificuldade do surdo em adquirir linguagem oral nos primeiros anos. por fim. assim. o mais precocemente possível para que sejam propiciadas as trocas simbólicas entre o sujeito e os outros. na tentativa de facilitar a comunicação. reduzir as informações. Aponta-se a necessidade do surdo ser “bilíngüe”. que se entenda a linguagem como instrumento efetivo de comunicação e expressão do pensamento. . têm sua auto estima elevada pois valoriza-se a sua língua podendo. restringir fatos a dados concretos. de explicar e de compreender diferentes situações ocorridas no ambiente ao seu redor. que se reconheça o sujeito com surdez como participante ativo do processo educativo. têm a possibilidade de se desenvolver nos campos cognitivo. para enfrentar esta situação. lutar política e socialmente por seus direitos como minoria linguística. os professores e as pessoas. traz consequencias para o seu desenvolvimento mental. a Língua de Sinais no convívio com seus pares. acreditam que estabelece-se uma relação direta entre o desempenho na fala e a cognição. nas interações estabelecidas com os sujeitos com surdez. ou seja. de ter acesso e dominar a sua língua natural (Língua de Sinais). espontaneamente. na modalidade oral (pelo menos. ao adquirir. Segundo Poker (2002). na modalidade escrita e. Poker (2002) em seus estudos constatou que o problema da surdez não se localiza no retardo da linguagem oral em si. os defensores da linguagem gesto visual apontam que a pessoa com surdez. que se proporcione situações constantes e sistemáticas de troca simbólica com o meio e. Segundo Fernandes (1990). quando possível. o uso da Língua de Sinais traz grandes benefícios para a criança com surdez. geralmente. é fundamental oferecer para o sujeito com surdez um instrumento simbólico (língua oral ou gestual). emocional e social. os oralistas acreditam na normalização e. capaz de desenvolver as estruturas cognitivas mais complexas. por isso mesmo.De um lado. a Língua Portuguesa. Só assim a surdez pode deixar de prejudicar as funções cognitivas do aluno. evitam situações de conflito não estimulando a argumentação. que possibilite sua ação não só física. Considera-se que o sujeito que se expressa com maior desenvoltura é mais inteligente pois tem mais acesso à cultura. à compreensão da leitura orofacial integrando-se efetivamente na sociedade. mas no que essa privação linguística provoca: impede o sujeito de se expressar. mas principalmente. Preocupam-se mais com o como se fala do que com o quê se fala. De acordo com Poker. a troca de idéias. omitir informações complexas. È importante que se ofereça à criança surda um ambiente estimulante. sua ação mental. compreendendo-a pela leitura oro-facial). e. costumam simplificar frases. Para os defensores do Bilinguismo. Já. emocional e sua integração social. preconizam a integração e o convívio das pessoas com surdez com os ouvintes por meio da língua oral. da ação mental. aos sentimentos de identificação e à integração social. Concluíram os pesquisadores que é fundamental o papel exercido pelas mães e a seguir pelo professor. possuírem uma noção deficiente de causalidade e raramente introduzirem idéias sobre o futuro. de forma a atingir as noções de tempo e espaço. a falta de audição e a dificuldade da fala. Apontam que a surdez não acarreta. precisa aprender de forma deliberada uma língua. Por isso mesmo. de modo geral. seja ela oral ou gestual. . despertá-lo para a lógica e a causalidade. na interação com a criança surda. para estabelecer tais trocas. ficando próximo do nível perceptivo ou. porque na ausência da linguagem oral. provocando a reflexão sobre o mundo conceitual. que deve ser rico em interação comunicativa e conter indagações. apesar do sujeito com surdez ter possibilidade de compreender e de aplicar os seus princípios lógicos como o sujeito ouvinte. não o faz. capaz de favorecer e propiciar as trocas simbólicas entre o sujeito e o meio físico e social a que pertence. A escola pode e deve constitui-se nesse lugar. que geram conflito cognitivo como: Por que ?. Observaram que é comum crianças com surdez de oito anos apresentarem atraso na compreensão de perguntas. Isto pode acontecer independentemente da utilização da fala ou da Língua de Sinais.Verificou então que o maior problema do surdo não é a surdez em si mas o que essa privação sensorial provoca. é ela que pode promover o desenvolvimento e a autonomia da criança. Morozova. a criança surda. Diante disso. constituindo-se em um espaço privilegiado para o surdo desenvolver-se. ou seja. apresenta dificuldades de estabelecer contatos interpessoais e de interação social. mas ajudam os filhos com surdez a reorganizar este mundo e a raciocinar sobre as suas múltiplas possibilidades. São importantes as perguntas estimulantes. Existem mães que não só descrevem o mundo perceptual. não consegue desenvolver sozinho ou espontaneamente esta capacidade. torna-se imprescindível um ambiente adequado. do contrário. Traz implícitos comprometimentos relacionados à formação de conceitos e à capacidade de abstração. Observa-se que a questão é a efetividade da comunicação e não a forma de comunicação utilizada. nasce em uma família de ouvintes e sem ter a linguagem comum ao meio cultural em que vive. Schlesinger e Meadow (1992) realizaram estudos sobre a interação mãe e filho e entre professor e aluno com surdez. rico em solicitações. crescendo com um a concepção de mundo diferenciada da maioria ouvinte. Pode-se assim optar entre deixar o surdo impossibilitado de questionar e generalizar. a deficiência da experiência no âmbito da representação simbólica. Como ? e E se ? As perguntas ou atividades que envolvem as expressões: O que é isso ? ou mesmo “Faça isso” ou “Pegue isso” não são ricasem estímulo. O importante é a ação comunicativa que se estabelece. Boskis. apenas. Afirmam que. Preocuparam-se como as crianças passam do mundo perceptivo para o mundo conceitual e como isso depende do diálogo. Korsunskaya citados por Luria e Yudovich (1989) realizaram estudos que mostravam as modificações que são produzidas nos processos perceptivos das pessoas com surdez em decorrência do déficit linguístico que apresentam. à personalidade. Para tanto. etc) Promover uma ambiente de jogo em que as crianças possam se expressar com sucesso com o uso da linguagem gestual. mímica. Integração social e educação de surdos. etc). desde quando. Conclui-se assim que a Língua de Sinais constitui-se.F. Os requisitos básicos para se desenvolver bem um trabalho pedagógico com o aluno com surdez são: . . fala. a manifestação de suas opiniões e. figuras. escrita. para quê. 1993 . Engajar o aluno no diálogo e na argumentação com outras pessoas. de quem. em um poderoso instrumento para se garantir a efetiva comunicação professor-aluno. o desenvolvimento do seu pensamento. as interações sociais. O uso da LIBRAS na atual conjuntura educacional. Incitar a participação efetiva dos alunos por meio de questionamentos que levam ao exercício da atividade representativa (por quê. Usar a linguagem para uma variedade de propósitos conforme seu nível de desenvolvimento cognitivo e social.Para amenizar os efeitos devastadores da surdez é fundamental o papel desenvolvido pela escola. no caso de alunos com surdez. como. dramatização. L. gestos. quando. Bibliografia BRITO. em que lugar. Levar o aluno a compreender o significado das sentenças. é condição básica para se possibilitar ao surdo o acesso aos conhecimentos. Oferecer condições para o aluno construir sentenças que exprimam seus próprios pensamentos e desejos.comunicar-se com o aluno surdo por meio do instrumento simbólico que ele domina (LIBRAS. etc) Levar o aluno a se manifestar e conhecer a opinião dos outros provocando nele a descentração. Rio de Janeiro : BABEL Editora. LIBRAS. enfim. Permitir à criança expressar seus pensamentos através de diferentes recursos (desenho.oferecer um modelo de mundo ao aluno vinculado à sua idade cronológica e intelectual. Dissertação de Mestrado. Porto Alegre : Mediação. COUTO.. A L. SKLIAR . Troca simbólica e desenvolvimento cognitivo em crianças surdas: uma proposta de intervenção educacional. (org) Atualidade da educação bilíngue para surdos. uma "turma". 2. SOARES. É à construção deste modelo . C. 1997. R. 1990. M. Porto Alegre : Artes Médicas. FERNANDES. 1988. 1999. Rio de janeiro: aula Ed. Novo Professor e novo aluno Novo professor e novo aluno Uma das maiores dificuldades do ensino virtual está no chamado "isolamento" do estudante. São Paulo: Pexus. Porto Alegre : Artes Médicas. reabilitação ou _______A educação do surdo no Brasil. E. SP : Autores Associados. B. 1990. R. SP: EDUSF. Tese de doutorado. QUADROS. A criança surda. A educação do deficiente auditivo: escolaridade?.CICCONE. Rio de Janeiro: Cultura Médica. M. Na verdade. 1997 POKER. UNESP – Marília. em outras palavras. GOLDFELD. QUADROS. São Paulo. 1990.v. a educação on-line exige o desenvolvimento de um modelo pedagógico específico. M. Bragança Paulista. Problemas lingüísticos e cognitivos do surdo.M. Comunicação Total. aprendendo as mesmas coisas e ajudando-se mutuamente a vencer dificuldades neste aprendizado. Campinas. que não conta com o apoio e o estímulo de um grupo de pessoas que estão nas mesmas condições que ele. 1999. 2002. assim como a Educação a Distância convencional exigiu o desenvolvimento de uma pedagogia específica. Rio de Janeiro: Agir. A educação de surdos: a aquisição da linguagem. R. PUC.M. A Como posso falar: aprendizagem da língua portuguesa pelo deficiente auditivo. A educação de surdos: a aquisição da linguagem. 1997. Em primeiro lugar. Mais do que o sujeito "autônomo". Professor on-line precisa ser antes de mais nada convertido a uma nova pedagogia. de despertar a "alma" da comunidade. 2. "autodidata". mais do que simplesmente laborar. a sociedade hoje requer um sujeito que saiba contribuir para o aprendizado do grupo de pessoas do qual ele faz parte. os papéis de professor e aluno se modificam profundamente. Ser um aluno on-line é mais do que aprender a surfar na Internet ou usar o correio eletrônico. O professor deixa de ser um provedor de informações ou um organizador de atividades para a aprendizagem do aluno. e como trabalhar se torna cada vez mais algo que se faz em equipe. aqui também isto não se confunde com o aprendizado operacional de novas tecnologias. Ainda há muito a se criar. a combinação de competências distribuídas entre seus integrantes.que estamos hoje assistindo. 3. experimentar e corrigir neste campo desafiador de constituição de uma pedagogia on-line. exige o esforço por parte do professor de tornar-se um professor on-line. Co-laborar. periféricos e software não faz de ninguém um professor on-line. o professor com uma função de liderança. respondendo ou perguntando. Em segundo lugar. Como se vê. Assim como aprender a usar o quadro e o giz não faz de ninguém um professor convencional. Aluno e professor passam a ser companheiros de comunidade de aprendizagem. Também dentro deste quadro. que também se animam uns aos outros. Mas hoje há razoável consenso em torno do fato de que esta pedagogia deve estar atenta aos seguintes aspectos: 1. É a inteligência coletiva do grupo que se deseja pôr em funcionamento. por conta própria. Cada vez mais trabalhar e aprender se tornam uma só coisa. Isto não é a mesma coisa que ser um aluno convencional e também não se confunde com o aprendizado operacional de novas tecnologias. O aluno deixa de ser visto como mero receptor de informações ou assimilador de conteúdos a serem reproduzidos em testes ou exercícios. aprender a aprender colaborativamente é mais importante do que aprender a aprender sozinho. quer mobilizando. navegar na web ou usar o e-mail. Dentro deste quadro. mas é . são desafios grandes que exigem um grande esforço. É ser capaz de atender às demandas dos novos ambientes on-line de aprendizagem. mais do que a genialidade de um só. 5. Não se trata apenas de ensinar o professor a "mexer com o computador". Hoje. um grande esforço para aprender a ser um aluno on-line. Mais uma vez. aprender trabalhando se faz cada vez mais em grupo. de "animação" no sentido mais literal da palavra. E nisto é apoiado e acompanhado por seus alunos. cada vez mais são exigidos profissionais e cidadãos capazes de trabalhar em grupo. interagindo em equipes reais ou virtuais. procurando todos o crescimento de todos. aprender a usar computador. é ser capaz de se perceber como parte de uma comunidade virtual de aprendizagem colaborativa e desempenhar o novo papel a ele reservado nesta comunidade. 4. Não é apenas mais um novo meio no qual ele tem que aprender a se movimentar. quer ensinando. com. Precisam ser criados e. aperfeiçoados continuamente nesta nova área de prática educativa. animador comunitário é algo bem diferente do que tem sido sua atividade na educação convencional.escolanet. Este novo aluno e este novo professor ainda não existem.com.uma nova proposta pedagógica que ele tem que ajudar a criar com sua prática educacional. liderança. mas na capacidade de mobilizar a comunidade de aprendizes em torno da sua própria aprendizagem. Assumir o papel de companheiro. Não se faz isto de um dia para o outro. Seu grande talento se deverá concentrar não apenas no domínio de um conteúdo ou de técnicas didáticas. depois de criados. de fomentar o debate. manter o clima para a ajuda mútua. incentivar cada um a se tornar responsável pela motivação de todo o grupo.html na web . Trechos de Panoroma atual da Educação a Distância no Brasil/Wilson Azevedo (Extraído de http://www.br) disponível em: http://www.tvebrasil.br/sala_leitura/novprof_novaluno.
Report "ABORDAGENS DE ENSINO NA EDUCAÇÃO DA PESSOA COM SURDEZ.pdf"