A tricotomia do homemÀ luz da Bíblia, entendemos que o homem é corpo, alma e espírito O homem é um ser tricótomo (1Ts 5.23; Hb 4.12). O termo tricotomia significa “aquilo que é dividido em três” ou “que se divide em três tomos”. Em relação ao homem, o termo tricotomia refere-se às três partes do seu ser: corpo, alma e espírito. Há divergência neste ponto entre alguns teólogos. Há aqueles que entendem o homem como apenas um ser dicótomo, ou seja, que se divide em duas partes: corpo e alma (ou espírito). Os defensores da dicotomia do homem unem alma e espírito como sendo uma e a mesma coisa. Entretanto, parece-nos mais aceitável o ponto de vista da tricotomia. Esse conceito da tricotomia crê que o homem é uma triunidade composta e inseparável. Só a morte física é capaz de separar as partes: o corpo de sua parte imaterial. a) O corpo: É a parte inferior do homem que se constitui de elementos químicos da terra como oxigênio, carbono, hidrogênio, nitrogênio, cálcio, fósforo, potássio, enxofre, sódio, cloro, iodo, ferro, cobre, zinco e outros elementos em proporções menores. Porém, o corpo com todos esses elementos da terra, sem os elementos divinos, são de ínfimo valor. No hebraico, a palavra corpo é basar. No grego do Novo Testamento, a palavra corpo é somma. Portanto, o corpo é apenas a parte tangível, visível e temporal do homem (Lv 4.11; 1Rs 21.27; Sl 38.4; Pv 4.22; Sl 119.120; Gn 2.24; 1Co 15.47-49; 2Co 4.7). O corpo é a parte que se separa na morte física. b) A alma: É preciso saber que o corpo sem a alma é inerte. A alma precisa do corpo para expressar sua vida funcional e racional. A alma é identificada no hebraico do Velho Testamento por nephesh e no grego do Novo Testamento por psiquê. Esses termos indicam a vida física e racional do homem. Os vários sentidos da palavra alma na Bíblia, como sangue, coração, vida animal, pessoa física; devem ser interpretados segundo o contexto da escritura em que está contida a palavra “alma”. De modo geral, em relação ao homem, a alma é aquele princípio inteligente que anima o corpo e usa os órgãos e seus sentidos físicos como agentes na exploração das coisas materiais, para expressar-se e comunicar-se com o mundo exterior. Nephesh dá o sentido literal de “respiração da vida” (Sl 107.5,9; Gn 35.18; 1Rs 17.21; Dt 12.23; Lv 17.14; Pv 14.10; Jó 16.13; Ap 2.23; Ecl 11.5; Sl 139.13-16). c) O espírito: No hebraico é ruach e no grego, pneuma. O espírito do homem não é simples sopro ou fôlego, é vida imortal (Ec 12.7; Lc 20.37; 1Co 15.53; Dn 12.2). O espírito é o princípio ativo de nossa vida espiritual, religiosa e imortal. É o elemento de comunicação entre Deus e o homem. Certo autor cristão escreveu que “corpo, alma e espírito não são outra coisa que a base real dos três elementos do homem: consciência do mundo externo, consciência própria e consciência de Deus”. especialmente. e o ouvir pela Palavra de Deus” (Rm 10. ou objeto supersticiosamente usado. sentimento caloroso e espontâneo que alguém experimenta em relação a outrem” etc. Precisamos ter o cuidado para não transformarmos os símbolos evangélicos (bíblicos) em artefatos de superstições. especialmente dos Salmos. à primeira vista. É lamentável quando certos movimentos. gotas de azeite. O pior de tudo é a adesão disfarçada de “simpatias” no seio de algumas igrejas. Paulo declarou que “tudo o que não é por fé é pecado” (Rm 14. sangue de animais. palavras e fatos históricos da Bíblia em superstições. tornando Deus um deus pequeno e manipulado pelas suas necessidades e interesses. para prevenir ou curar uma enfermidade ou mal-estar”. inofensivos. Existe uma outra definição mais forte que identifica essa prática supersticiosa como “simpatia como a maneira ritual de forçar poderes ocultos a satisfazerem a nossa vontade”. significando popularmente “ritual posto em prática. A fé cristã não pode ser aviltada.17). para servirem de proteção contra mal-olhado. ao serem utilizados símbolos bíblicos e banalizado-os com práticas inaceitáveis pela Palavra de Deus. especialmente no Antigo Testamento. nessa abordagem que faremos do assunto. Ainda que a Bíblia apresente figuras materiais em alguns casos para ilustrar a fé.Modismos e desvios modernos Simpatias na igreja. já no Novo Testamento não necessitamos de figuras. Tudo isso faz parte de um folclore popular injetado. porque temos a fé como o instrumento vital para obtermos as bênçãos de Deus. azeite de Israel. a utilização de rituais e objetos é creditada a forças ocultas invocadas para a realização da prática. essa palavra tem sido metaforizada. Coisas como a utilização de textos bíblicos. isto é. contra espíritos maus. unhas e pêlos de animais. pano vermelho representando o sangue de Jesus. flores. os neopentecostais. Na verdade. São velas acesas. esses rituais praticados parecem. No mundo místico das pessoas que acreditam em “simpatias”. Simpatia não se trata aqui. contra azar. e a diferença entre fé e superstição. contra doenças. ou sensibilidade ao sofrimento do outro. posturas físicas e um arsenal de coisas. mas deve ser exercida como elemento espiritual. na maioria. Utiliza-se nos rituais folhas de árvores. é o Diabo quem tira proveito dessa ignorância espiritual e que acaba inspirando pseudo-pastores de igrejas a utilizarem essas práticas. Na verdade. do seu sentido real nos nossos dicionários. mas escondem na ingenuidade das pessoas o perigo da bruxaria e outras formas de ocultismo. O Dicionário Aurélio define simpatia como “participação em. madeira tipificando pedaços da cruz de Cristo etc. pelos cultos afros de ocultismo. fitas coloridas.23). transformam objetos. Fé e Superstição É lamentável que cristãos se utilizem desses meios para alcançar bênçãos em suas vidas. pingos de vela. Porém. . rosa do amor. defumadores. Salmo 91 e o 113. A Bíblia diz que “a fé vem pelo ouvir. do mero significado desse verbete. com pretexto de humildade e culto dos anjos. Porém. mas na verdade orgulhosos e presunçosos. O texto que melhor explica a angelolatria em nossos dias está na Carta de Paulo aos Colossenses 2. por isso.9 e Is 14. Do ponto de vista bíblico. que vive no interior dos crentes. querem dominar as pessoas. defendiam a idéia de que os anjos podiam ser mediadores entre Deus e os homens. especialmente em relação à igreja. Quando Paulo escreveu essa carta. para terem domínio sobre as pessoas. Ora.14) e os que seguiram o caminho da rebelião de Lúcifer (Ez 28. “com pretexto de humildade”. havia uma preocupação do apóstolo acerca de certos mestres falsos. Nenhum anjo de Deus fará qualquer revelação que contrarie o que está revelado nas Escrituras. tem produzido crendices que fogem completamente da doutrina sobre anjos na Bíblia. O “culto dos anjos” aparece nos hinos cantados. aquelas pessoas renegaram a Cristo como “cabeça da Igreja”. por isso. aludiam a si mesmos como portadores de poderes espirituais e manifestavam falsa humildade para impressionarem os incautos. deviam ser adorados. Nenhum anjo de Deus jamais tomará o lugar de Cristo. O papel dos anjos de Deus em relação aos crentes é o de servirem em favor deles. o culto dos anjos é condenado por Deus. que costumava freqüentar o lugar dos deuses tutelares da Frígia para ter comunhão com eles. os quais. uma vez que Deus parecia tão distante e tão ocupado. Paulo começou declarando: “Ninguém vos domine a seu bel-prazer”. Esses mesmos elementos com falsa espiritualidade afirmavam terem contato com anjos e. O serviço dos anjos na Era Neotestamentária difere da Era do Antigo testamento. e nunca o de tomar o lugar do Espírito Santo. . essa idéia desfaz a declaração bíblica de que Cristo é o nosso mediador. induziam as pessoas à adoração de anjos. estando debalde inchado na sua carnal compreensão”. os anjos seriam os melhores mediadores de bênçãos aos crentes.Angelolatria: aberração combatida nos tempos apostólicos e revisitada em nossos dias A ênfase exagerada ao papel dos anjos em relação às suas atividades no tempo presente. Os falsos mestres que se introduziram no meio cristão declaravam que haviam tido contato com anjos e. destacou sua preocupação com a tendência idolátrica resultante do povo daquela região. Baseando-se em visões que não tiveram. mentendo-se em coisas que não viu. Insinuavam que. Paulo condena aqueles que se metem em coisas que não viram. Entretanto. A igreja de Cristo tem sofrido com falsos líderes espirituais que.13. Ap 12.12). v18. ao entrarem por esse caminho dúbio. Os anjos são identificados por duas categorias: os que servem a Deus (Hb 1.18: “Ninguém vos domine a seu bel prazer. em pretensas visões e revelações. Tomam os escritos de Agostinho. o papado. o Concilio de Trento. os quais só apareceram. Desses três ramos. onde se cultua o sacrifício de Cristo como um ato de transubstanciação. na verdade. Quando fazem a missa. 1) Fontes de autoridade da Igreja Romana .De acordo com a sua doutrina. a celebração do sacrifício eucarístico. Judite. como se Palavra de Deus fossem. 2) O culto católico .Quando formou-se o Cânon das Escrituras. Sabedoria de Salomão. Mc 7. e em pé de igualdade e importãncia para eles.7-9. Dentro do Cristianismo. ou seja.16. Tomaz de Aquino e outros mais. ao livro de Daniel etc. Os dois outros são o Protestantismo e a Igreja Ortodoxa.2. Ambrosio. os apócrifos. ADICÕES E SUBTRAÇÕES É curto o espaço para discutir e argumentar sobre as doutrinas adotadas pela Igreja Romana. A Tradição se torna paralela às Escrituras Sagradas. se desviou muito do cristianismo bíblico. o ritual da missa. segundo a Igreja Romana. Ap 22. 3) Adição dos Livros Apócrifos ao Cânon das Escrituras . do AT. Em 1546. Daí acreditarem e ensinarem a salvação através do “santíssimo sacramento”. a idolatria e os mediadores. a Bíblia Hebraica não continha esses livros. . os líderes da Igreja Romana entendem que podem repetir o sacrifício singular de Cristo no calvário. posteriormente. o catolicismo romano tem o maior grupo. o qual influenciou fortemente o mundo ocidental.18. um culto que envolve um aparato ritual exagerado com características pagãs. Eclesiástico. O valor da Tradição é inferior à Bíblia. mas destacaremos as principais distorções feitas através dos séculos. a missa é uma tentativa de copiar o aparato ritual do culto judaico. Na verdade. segundo a crença católica. é a palavra de Deus não escrita na Bíblia. além dos decretos papais. especialmente pelos pais da Igreja.6. conhecidas como “bula papal”. resolveu oficializar a inclusão na Bíblia de sete livros e quatro acréscimos aos livros canônicos.Foi a Tradição da Igreja Romana que criou e estabeleceu a missa. e 1 e 2 Macabeus. que tem o valor simbólico e histórico. mas. espúrio. 1Co 11. mas a Palavra de Deus é eterna. mas o culto cristão está livre desse aparato. a Tradição e a Bíblia são as fontes de autoridade doutrinária da Igreja Romana.Os erros do catolicismo romano O status equivocado da tradição. impuro. Tradição. os elementos do pão (hóstia) e do vinho são milagrosamente e literalmente transformados no corpo e no sangue de Jesus. É lamentável que alguns cristãos e teólogos liberais entendam que o catolicismo romano possa ser teologicamente aceitável. porque só a Biblia é a verdadeira revelação da Soberania de Deus ao homem (2Tm 3. tais como Tobias. Baruque. 1Pe 1.17). O valor da Tradição é temporal e sujeita à mudanças. mas transmitida oralmente de boca em boca. Cipriano. A missa é. Tertuliano. É exatamente isso que tem promovido os grandes desvios no romanismo.18. os quais são adições e subtrações à Palavra de Deus (Mt 15. Jerônimo. através dos séculos. A palavra apochriphos significa escondido. Foram feitos vários acréscimos ao livro de Ester.19). A doutrina da missa ou eucaristia é um desvio da doutrina bíblica da Santa Ceia. a Bíblia. João Magno. desde os seus primeiros séculos. que é tratada nas Escrituras como um memorial para edificação espiritual dos crentes. na Septuaginta. a Igreja Católica Romana é um dos três ramos existentes. O vigário de Jesus Cristo na terra é o Espírito Santo (Jo 14.23. que entendeu ser o Filho de Deus. Mt 23.Portanto. foi mulher bem-aventurada. 4.5). As honrarias e títulos dados a Maria tiram o seu privilegio de ser. os regenerados pelo Espírito Santo. incialmente. Os sucessores de Pedro são chamados de Sumo Pontífice ou Papa.12. o que os Pais da Igreja. quando há um só Mediador (1Tm 2. Ele é a ponte ou o caminho entre Deus e os homens (Jo 14. a idolatria a Maria e aos nomes de outros personagens históricos do cristianismo tornou-se parte do desvio das orações feitas a esses santos. progressivamente. se aperfeiçoam na santidade (Jo 1. 1Tm 2. Instituíram que Pedro foi o primeiro Papa da igreja.3-4. Do ponto de vista da Bíblia. a despeito do valor da sua vida. O chefe da Igreja é unicamente Jesus Cristo. tão somente. a mãe do Cristo que se fez carne e habitou entre nós. Dão a ela papel de mediadora. expiar culpa de pecados. mas sempre cultuou ao Filho. Quando a intitulam como "mãe de Deus". isto é. 1Co 1.6. o Papa toma o lugar do Espírito Santo na vida da Igreja. Atribuem a ela virgindade mesmo depois de ter gerados filhos (Mt 1.31-35). perdoar.4). contrariam a doutrina acerca da divindade. porque entendem que o sucessor de Pedro na terra é o vigário de Jesus Cristo na terra e o chefe visível da Igreja. a mãe do Salvador nada mais. Ao longo da história. Entretanto.25. rejeitaram dos escritos apócrifos. Ef 1. A infalibilidade do Papa é outro absurdo da doutrina da igreja romana. a autoridade espiritual máxima da igreja romana.3. a Igreja Romana se achou no direito de acrescentar à Bíblia e ainda considerar esses escritos não inspirados como Palavra de Deus. são os santos que vivem posicionalmente como santos e. 2) A idolatria a Maria e outros santos . Filho e Espírito Santo.4. pois todo homem é falível (Rm 3. Maria. porque deixou-se ser instrumento de Deus para manifestar o braço de Deus ao mundo. A Bíblia identifica como santos todos aqueles que professam o Senhor Jesus Cristo e vivem de acordo com a sua Palavra.1.24.16-18). Mr 6.9-11). Dão a Maria poderes de salvar. Equivocam-se os católicos quando entendem que os santos são todos aqueles que praticaram boas obras e já estão mortos. o que nunca aconteceu. e não o Papa (Mt 24. OUTROS ACRÉSCIMOS 1) O Papado .20-23).5).A idéia partiu de uma interpretação equivocada do papel do apóstolo Pedro na Igreja Primitiva.Maria. Dão a ela atributos de divindade que só pertencem à Trindade do Pai. o Sumo-Pontifice da Igreja é Jesus Cristo (1Pe 5. Jo 3. .3).2. nunca esperou qualquer culto para si. Na verdade. Os vivos em Cristo. Há o papel desempenhado pela família. que determina sua estratificação social. que nos mostram o quanto nossas famílias têm deixado de trabalhar o respeito . membro aceito pela mesma. o respeito pelo outro e pelas regras sociais estabelecidas. Isto fica evidente quando olhamos para os grandes problemas sociais que enfrentamos hoje. é a família que escolhe – ou em parte seleciona. etc. A criança é muito dependente ao nascer. mesmo que muitas vezes ela não o perceba. moral. a família é que introduz a criança no meio social. maiores ou menores. carentes de afeto e de diálogo. A chamada “educação de berço” continua sendo de suma importância e jamais pode ser conseguida em outros espaços sociais como colégio ou até mesmo igrejas. A primeira vivência do ser humano acontece em família. os problemas sociais serão sempre frutos de uma desestruturação familiar. desde os primeiros sorrisos até regras sociais externas e maios elaboradas. Assim. usos e costumes. dos valores. que lhe concede o biótipo específico de sua raça. Vemos adolescentes mergulhados em drogas ou prostituição. e que o faz sentir. Na esfera psíquica. que costumamos chamar de célula máter da sociedade – o espaço primeiro e mais importante para o estudo e desenvolvimento de sociedades. já é parte de uma família. moldamos nossa personalidade por volta de seis anos de idade. bem como dirige o modo e onde esta relação se dará. a família é o primeiro espaço para a formação psíquica. entre tantos outros aspectos de nossa vida intimista. Dentre todas as espécies é o homem que tem o mais longo período de imaturidade e dependência física. hábitos. das regras morais – que posteriormente serão internalizadas pelos indivíduos como um código pessoal de conduta e ética. independentemente de sua vontade ou da constituição desta. que nasce e vive em sociedade. pensamento religioso e político. social e espiritual da criança. Ele apreende o mundo imitando os outros. a família reflete as transformações culturais dos povos: valores. Portanto. ou não. Cabe à família o cuidado com a saúde e segurança de seus membros. Assistimos crianças abandonadas por pais que não souberam planejar sua família ou administrar os conflitos. o homem só pode conhecer e reconhecer adequadamente o mundo e a si mesmo a partir de suas relações com os demais. mas sempre existentes na vida a dois. ou o uso de armas de fogo por jovens instigados pela violência. como usar adequadamente os talheres à mesa. É a família que lhe dá nome e sobrenome. ou não. a partir de seus próprios referenciais – as pessoas com as quais a criança vai relacionar-se. e é especialmente através de vivências em família que formamos. a capacidade de acreditar em nosso potencial e conhecer nossos defeitos e limitações. À família cabe a formação do caráter. Ao nascer. Sofremos ao assistir fatos como as revoltas em abrigos para menores. seja com o bebê ou com o idoso. Em nossa sociedade. principal meio social humano. a auto estima. Mais do que isto. que é o de educadores. na sua maioria frutos de lares frios.Família: Célula máter da sociedade? O homem é um ser social. o senso de responsabilidade e segurança. Consequentemente. como instituição social. Precisamos nos voltar às famílias. especialmente o versículo 8: Se alguém não cuida de seus parentes. É exatamente isto que Paulo enfatiza quando escreve o capítulo 5 de sua primeira carta a Timóteo. freqüentando templos caríssimos ou simples. portanto possui o poder de formar opiniões. Esta é também um espaço social. onde famílias se reúnem e podem ter seus valores pessoais transformados. A família é a célula máter da sociedade – e saber isto implica entender que famílias abençoadas implicam em igrejas abençoadas. . Não pode haver dúvidas: se queremos mudanças sociais. na sua célula máter. mais do que ir `a igreja. e especialmente dos de sua própria família. É por esta razão que a Igreja começa em casa – cuidar da família é mais importante do que cuidar de não familiares ou da obra de Deus.pelo próximo e a aquisição de padrões morais rígidos para uma boa consciência pessoal e vivência social. num esforço conjunto entre o Estado e a Igreja. negou a fé e é pior que um descrente. Precisamos nos lembrar que. nós somos Igreja. que famílias equilibradas implicam em uma sociedade sadia. devemos começar a investir mais no cerne da sociedade. e estamos Igreja especialmente em nossos lares. onde somos mais íntimos e singulares. Isso pode ser visto no uso recorrente da expressão “Assim diz o Senhor”. A missão do profeta de Deus e o objetivo da profecia A missão do profeta de Deus era. sem dúvida.1.16 e Mateus 11. A mensagem do profeta era plena de autenticidade e autoridade divinas. ao referir-se ao passado.porque o testemunho de Jesus é o espírito da profecia”.7ss) e videntes (1Sm 9. Os profetas bíblicos. Esse texto bíblico é um tanto ambíguo no original.29).9. Quanto ao objetivo da profecia.21). Em Romanos 3.O ensino bíblico sobre a profecia (Parte 1) O ministério profético do Antigo e o do Novo Testamento O escritor da Epístola aos Hebreus começa sua carta falando da revelação de Deus ao homem durante a História. Em Lucas 16. no cântico de Zacarias.1. aos pais. Jesus afirma que a Lei e os profetas se estenderam até o ministério de João Batista. Hb 1.2. isto é. “pela boca dos seus profetas”. seu porta-voz.70. política e social.”. Em terceiro lugar.6. o ministério profético no Antigo Testamento durou pouco mais de 400 anos. desde o princípio.10: “.20 e 2Pd 1. basicamente. os profetas eram homens movidos pelo Espírito Santo (1Sm 10. lemos Deus afirmando que Aarão seria “o profeta” de Moisés. e trazer da parte de Deus as verdades e doutrinas básicas das Escrituras. Paulo afirma que aos judeus foram confiados “os oráculos de Deus”. quase 1/3 da Bíblia.19 e 1Cr 29. o profeta do Senhor era aquele que recebia os oráculos de Deus para o homem. Alguns nomes comuns aos profetas denotam sua função de porta-vozes de Deus. ele afirma que o principal instrumento da revelação divina naqueles tempos eram os profetas: “Havendo Deus antigamente falado muitas vezes. exaltá-lo e revelar sua obra redentora. Durou de cerca de 800aC até 400aC. Portanto. Em segundo lugar. o profeta era um porta-voz de Deus para os homens. pelos profetas. mas.7-10 e 2Rs 4. . Quem eram os profetas de Deus. Em Êxodo 7. quando se leva em conta a analogia geral das Escrituras.13. são agrupados em duas categorias: os literários e os não-literários. o seu sentido. duas: expor os padrões da justiça de Deus nas esferas religiosa. Em Lucas 1. este servo de Deus afirma que Deus falou. de que fala o escritor bíblico? Como eram caracterizados? Em primeiro lugar. Cerca de 30% do texto bíblico. é de que o objetivo da profecia bíblica é dar testemunho de Jesus. ele está explícito em Apocalipse 19. Na sua primeira declaração. Eles eram chamados de homens de Deus (1Sm 9.. de forma geral. consiste da profecia proclamativa e/ou preditiva.. 19... 26).7).2. Jeremias (Jr 1. 7. Miquéias (Mq 1. b) Os profetas não-literários anônimos são “um homem profeta” (Jz 6.5).2 e Mt 2.10.3).1. 22. “um homem de Deus” (1Sm 2. filho do sacerdote Joiada (2Cr 24. filho de Baraquias (Zc 1. o tisbita (1Rs 17. Sl 78. Amós (Am 1.17).15).16. Ananias. 13. Débora (Jz 4. Agabo (At 21.1). Naum (Na 1. Enoque.2).4 e Lc 11. 1Cr 9. Ed 6.5. 38.24. a profetisa.2 e 20. Ido (2Cr 13.5.35. filha de Fanuel (Lc. Jd v14-15 e Hb 11.25 e 1Rs 1. filho de Járede (Gn 5.39. Oséias (Os 1. Odede ou Obede (2Cr 28. o silonita (1Rs 11. submissos.1).8).22).20).1 e Jr 26. filho de Num (Js 6. 20.2. 9. Medade (Nm 11. não são conhecidos.1. filho de Azur (Jr 28.1).8).20).22. “um rancho de profetas” ou “um grupo de profetas” (1Sm 10. apesar de certos doutores da Bíblia classificarem-no como profeta não literário (Ex 24.2). filho de Obede (2Cr 15. Habacuque (Hc 1.1). filho de Hanani (1Rs 16. “um dos homens dos filhos dos profetas” (1Rs 20.18. “setenta anciãos do povo” (Nm 11.1 e 6. Natã (2Sm 7.2 e At 2.2. 2) Profetas não-literarios – São aqueles que não deixaram escritos. 4.1. Gade. 18. Mc 12. o vidente (2Cr 16.19). 24.26 e 1Rs 16. Azarias.18-24.1). Eliezer.27).14). esposa do profeta Isaías (Is 8. Escolas de Profetas do Antigo Testamento As Escolas de Profetas do Antigo Testamento eram agremiações destinadas a congregar jovens crentes em torno dos profetas de Deus para treiná-los na lei divina e ensinar-lhes a ficar à disposição do Senhor.1). Samuel (1Sm 3.10-12). “entendido nas visões de Deus” (2Cr 26.14-17).16). 2Rs 14.15-16) e “um homem de Deus” (2Cr 25. profetizar é “anunciar a mensagem de Deus”. 9. Ed 5. Ageu (Ag 1. Aías. Zacarias. Eldade (Nm 11. 2Rs 19.1). Moisés.5).4).10. Abraão (Gn 20.5.1) Profetas literários – São aqueles que deixaram suas mensagens escritas.11). Eles são chamados também de profetas nãocanônicos.7-9).27-36).5.7ss). pai de João Batista (Lc 1.9.2. de Hemã e de Jedutum.1 e At 2. Zacarias. Ezequiel (Ez 1. O termo profecia no Antigo Testamento vem de um verbo hebraico (naba) que significa basicamente anunciar. Daniel (Dn 1.7.5-6.11-12.45). 9.15).1). 2Rs 3.7 e 2Cr 19. Ana.1-3 e 2Cr 35.1.1). Miriã (Ex 15. cantores tão consagrados? (1Cr 26.10-22) e Zacarias. Isaías (Is 1. 2Cr 35.10). João Batista (Lc 1. Arão (Ex 7. o sacerdote. declarar.15). São também chamados profetas canônicos.36). Suas mensagens foram verbais.67). Malaquias (Ml 1. João.18).26).15.20. filho de Dodava (2Cr 20.36).1. Os profetas literários são.8.1) e Zacarias.6 e Mt 24. em ordem alfabética.1.1. Urias. “um profeta” (1Rs 20. os filhos de Asafe.24. ou pelo menos parte delas.14). Semaías (2Cr 12.18. At 3.19 e Jo 1. Joel (Jl 1. 25. Micaías (1Rs 22.34). Se deixaram escritos. Sofonias (Sf 1.20) e foram consolidadas pelos profetas Elias e Eliseu (2Rs 2.5.38. filho de Safate (1Rs 19.9. Hanani.29).25.9.9).3 e Dn 9. Os profetas não-literários são divididos em dois grupos: os nominados e os anônimos. Saul (1Sm 10. Eliseu.22.37). em ordem alfabética. da Corte de Davi (1Sm 22.29).13-15). Dt 31.1. Mt 12.1. mulher de Salum (2Rs 22.19.22). Hulda. Obadias (Ob v1). 12. para o seu serviço. 37.76. Davi (Mt 13.35).20). “Um homem de Deus que veio de Judá” (1Rs 13.2. a) Os profetas não-literários nominados são. Jaaziel (2Cr 20. 19. “um profeta” (2Cr 25.24-29).4.3. cantores da Casa do Senhor – Quando teremos assim. 16. filho de Semaías (Jr 26. Jéu .10-13).1). As escolas de profetas surgiram com Samuel (1Sm 10.8 e 2Cr 18. 6. na igreja.28). o Evangelista (Ap. Jonas (Jn 1. Elias. .1-17).29-30).1).18. Daí. Josué. Nm 33. podendo ser constituída de casos isolados ou encadeados em conjunto. alguém que fala por outrem (como em Êxodo 7. correção.22. Alerta de Deus quanto aos Seus profetas Salmos 105. advertência. que significa basicamente falar em lugar de ou em nome de (pro = em favor.19). Por outro lado. A profecia preditiva. censura. Como já vimos. O conteúdo da profecia proclamativa pode ser mensagens de exortação. cidade.8. símbolos. locutiva ou não-preditiva. Ne 13.14-15.2.14). Algumas passagens igualmente importantes para reflexão sobre esse assunto são Jeremias 14. aviso. filho de Quenaana (1Rs 22. Alguns dos falsos profetas nominados na Bíblia são Balaão (Nm 22. Gl 2. 1Jo 4. e Ezequiel 3. por sua vez. e outro de cumprimento remoto. especulação e violência à Palavra de Deus. Aplicação da profecia Certas profecias têm duas formas de cumprimento: um imediato. estímulo.16. O mesmo ocorreu com os líderes do povo de Deus no Novo Testamento. pode ser literal ou tipológica.15 e 1 Crônicas 16. ânimo.17 e 33. em lugar de. Os profetas e os líderes do povo de Deus do Antigo Testamento tiveram duras refregas com os falsos profetas (Lc 6.11).11-12) e os 450 profetas de Baal e 400 profetas de Asera (1Rs 18.13.1 e Mt 7. 31. A profecia proclamativa é também chamada declarativa. nação etc) ou pode ser apocalíptica (futurista).4.No Novo Testamento. . infelizmente. Jd v11 e Ap 2. A profecia preditiva pode concernir a casos isolados (pessoa.1.26. Jezabel (Ap 2. promessa. Um exemplo é o capítulo 23 de Leviticos. Barjesus (At 13. phemi = falar). ela utiliza muito tipos.6). sentença.20). julgamento.6.7).26).10) e revelar a vontade de Deus entre os homens. ameaças. para evitar confusão. admoestação. profetizar vem do verbo grego profetéia. O estudante das profecias precisa discernir bem isso. Profeta é. consolo e conforto.21 e Mateus 7.5. Js 13. os dois propósitos da profecia são testificar de Jesus (Ap 19. reprovação. sempre houve e haverá falsos profetas e falsos mestres entre o povo de Deus (2Pd 2. Noadia (mulher) (Ne 6. 23.15). aprovação. As duas categorias gerais da profecia são a proclamativa e a preditiva. É a chamada “dupla perspectiva profética”.22 trazem uma advertência divina quanto ao tratamento dos profetas de Deus: “Não toqueis nos meus ungidos e não maltrateis os meus profetas”. castigo. figuras e alegorias. Zedequias. pois. principalmente Paulo (At 13. Quando a profecia preditiva é tipológica.4). para a época do profeta.1 e Mt 24. para dias e épocas futuras. encorajamento. 2Co 11.22. 17-18. 1Co 12. como aqui abordado. no ministério profético.20). 1Co 12. como já vimos. identificamos no Novo Testamento a profecia como um dom ministerial na Igreja (Ef 4. o dom ministerial tem âmbito geral e itinerante (At 11.31. At 15. ao contrário. vemos ainda no Novo Testamento a profecia como dom espiritual na Igreja. 14.32). “São todos profetas?”.27. Em Éfesios 4. Paulo diz que Deus “deu uns” para profetas. ao passo que a pregação habitual é estudada.Quando estudamos a atividade profética na Bíblia Sagrada. O seu espírito ferve com isso. vemos a profecia como ministério permanente recebido de Deus no Antigo Testamento.19 e Jr 35. Rm 12. em Israel (Hb 1.70. Em primeiro lugar. A Bíblia diz. preparada (1Tm 5. 29-40. que os “profetas exortaram e confirmaram os irmãos com muitas palavras”. 2Pe 1. exercido através de um ministro dado por Deus à Igreja. do povo.28-29 e Ef 2. Não confundir com o dom de profecia. No mestre. em Atos.1 e Lucas 1. A profecia no ministério profético. Em segundo lugar. Precisamos de ambos hoje na Igreja! (Pv 29.17b).1. A unção divina sobre o profeta costuma ser repentina. congregacional. como em Êxodo 7. geme por causa disso. É uma mensagem divina revelada no momento.11. Por fim. Essa é a idéia do ministério profético. encontramo-la manifestando-se em três aspectos distintos. Tratase do ministério profético na Nova Aliança. 3) No dom de profecia. é para todos: “Todos podereis profetizar”. 2) O dom de profecia é uma capacitação sobrenatural do Espírito Santo concedida a uma pessoa da congregação. costuma ser durativa. Deus usa principalmente a mente da pessoa.29.32-34). O forte do profeta como dom ministerial é expor os padrões de justiça divina para o povo. na congregação (At 2. Deus usa principalmente o aparelho fonador da pessoa.11-13. significa literalmente porta-voz. 4) O dom de profecia tem âmbito local. por sua vez.1-4.3 e 15. 1Co 12. 1Co 14.10. não é a pregação comum. Ele foi chamado para isso.6-8). da santidade de Deus e de tudo o que é dEle! . O dom espiritual de profecia. O termo profeta. As diferenças entre o ministério profético (dom ministerial) e o dom de profecia são as seguintes: 1) O ministério profético não é para todos. O profeta é um arauto da santidade de Deus. Profecia no Novo Testamento Falaremos nesse ponto sobre o dom ministerial de profeta no Novo Testamento.1. 13. O ministério profético resultante do respectivo dom ministerial é. para transmitir a mensagem de Deus.18.15). 11-12). e a profecia da Igreja. Não é Deus mesmo quem fala no momento da profecia hoje.A mensagem de Deus sai da mente e da boca do profeta como chamas de fogo santo e divino. Cl 1.12-13).14). O apóstolo Paulo apresenta três grandes conselhos para o exercício dos dons espirituais: 1) “Não sejais meninos”.30.10. Isso tem a ver com o crescimento espiritual. transmitindo a mensagem de Deus (1Co 14.1-2 e 1Jo 2. a mensagem não precisaria ser julgada (1Ts 5. No Antigo Testamento. A finalidade do dom de profecia (1Co 12. O profeta recebe de Deus amplas revelações divinas (Ef 3. agora. o profeta: “Ele era candeia que ardia”.35b). e não apenas como indivíduos (1Co 14.24-25). 3) “Faça-se tudo decentemente e com ordem”. a qual é inerrante (2Pd 1. Paulo apresenta razões pelas quais o dom de profecia é o principal dom espiritual (1Co 13.3 e 1Cr 17. . mas o sacerdote Os dois aspectos da profecia são a profecia das Escrituras. mas quem dirigiu a assembléia foi Tiago. Esta última pode ser julgada (1Co 14.29. parar e considerar o seu mau e tortuoso caminho (At 24.20 e Jo 10.5 e 1 Coríntios 11.10 e 14.5.32). 1Co 14.12-14.31) na congregação é edificar.1 e Pv 14. Se fosse Deus mesmo quem falasse.21. exortar e predizer.1-3. João 5. Isso significa que a maior parte do tempo do culto deve ser para exposição da Palavra de Deus.3. Tito 1. 1Co 14. 1Co 14. onde se lê “veja cada um como edifica”. Ef 4. É o profeta quem fala.2 e 14. ao passo que as línguas são um sinal para os fiéis (1Co 14.20. tendo profetas presentes (At 15.2-5.28b.5). 1Co 13. 2) “Faça-se tudo para edificação”. o pastor (At 15.26.22).15). Vejamos. consolar. A manifestação do dom de profecia (bem como os demais dons) durante o culto deve ter limite: “Falem dois ou três profetas”. e 1 Coríntios 3. 1Co 14. A profecia edifica a congregação como um corpo. O profeta de Deus faz o carnal estremecer.15).1.39).35 diz de João Batista. não era o profeta que dirigia a congregação.18.4). vemos uma assembléia cristã reunida.29). 1Jo4.29). Ela é um meio de expressão dos demais dons (1Tm 4. Vemos a preocupação divina com a decência e a ordem em passagens como Gênesis 1. com maturidade espiritual (Hb 5. A profecia é também um sinal para a Igreja. isso porque o profeta pode vir a falar do seu próprio espírito (Ez 13. Sobre o assunto. onde Cristo diz “edificarei”. um pouco sobre o dom de profecia.2-3. é interessante comparar Mateus 16. A profecia não se destina a dirigir pessoas e congregações.34.11.15. 2Pd 2. 3. Em Atos 15. Edificação não é exatamente o mesmo que simples construção. Os dons devem operar em conjunto na igreja local.10-11 e Is 8.1-8). Os dons espirituais são regulados pela Palavra de Deus (1Co 12-14. . Não há um só dom completo em si mesmo. Ter dons espirituais e exercê-los sem o portador manifestar o fruto do Espírito em sua vida é uma anomalia.20). O dom é concedido. uma contradição. o fruto é produzido dentro de nós.22-23 e 1Co 13. e vem do Alto. É algo antibíblico (Gl 5. 1Pd 4. supersanto ou supersábio. do nosso caráter cristão.Observações finais Dons não transformam o seu portador em um supercrente. pois eles são completivos entre si.