A Transcrição Fonológica

May 15, 2018 | Author: Fabiano | Category: Phoneme, Vowel, Phonology, Portuguese Language, Syllable


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A TRANSCRIÇÃO FONOLÓGICAUm fonema pode variar na sua realização. Aos vários sons que realizam o mesmo fonema damos o nome de variantes ou alofones. “tia ” ['tiɐ] ['tʃiɐ] A análise fonológica consiste em identificar os sons que constituem fonemas e como eles se organizam em um sistema linguístico, para verificar, por exemplo, as posições que os fonemas ocupam, se no início, no meio ou no final da sílaba, com que outros fonemas normalmente se agrupam etc. . pois os sons exercem influência uns sobre os outros. fazendo surgir alterações no sistema fonológico.Diversos processos fonológicos devem ser verificados ao se realizar a transcrição fonológica. teríamos [t] ou [t] diante da vogal [i]. transcrevemos o fonema /t/. . Na transcrição fonológica.Na realização fonética.EXEMPLOS DE TRANSCRIÇÕES FONOLÓGICAS /'tia/ . OS PROCESSOS FONOLÓGICOS Um pouco de prática . NEUTRALIZAÇÃO . pois ao substituirmos um pelo outro não identificamos alteração no plano do significado. . em final de sílaba. e  — /S/ Os fonemas // e //. deixam de fazer oposição. é neutralizado.NEUTRALIZAÇÃO Significa que o traço que diferencia os fonemas. deixa de atuar. . no caso o ponto de articulação (um é alveolar ([s]) e outro palatal ([]). ou seja. no interior da palavra: espadas. são ambientes em que há neutralização entre os fonemas: em final de palavra: luz. em final de sílaba.Em começo de palavra ou entre vogais : sapata / Zapata chá / já assa /asa/acha/aja ARQUIFONEMA /S/ . ou seja. . ás.Sem capacidade para distinguir significado.NEUTRALIZAÇÃO: ARQUIFONEMA / S / FONEMAS DISTINTOS . NEUTRALIZAÇÃO [liv] .[livo] = / livU/ . utiliza-se. na transcrição fonológica. .O CONCEITO DE ARQUIFONEMA Para representar a neutralização de fonemas. um arquifonema. Esse elemento corresponde ao resultado articulatório da neutralização. representando os traços distintivos comuns entre os fonemas. É geralmente representado por uma letra maiúscula. neutralização entre /l/ e /u/.SÍMBOLOS PARA REPRESENTAR ARQUIFONEMAS: /U/ .neutralização entre /n/. /S/ . /N/ .neutralização entre /o/ e /u. /I/ .neutralização entre /i/ e /e/.neutralização entre /s/. /z/. /R/ . que ao acompanhar vogal em sílaba é representado por /w/. . /L/ . /m/.neutralização entre /ɾ/ e /R/. um arquifonema. .POR QUE USAR ARQUIFONEMAS? Para representar a neutralização de fonemas. Esse elemento corresponde ao resultado articulatório da neutralização. representando os traços distintivos comuns entre fonemas. utiliza-se. na transcrição fonológica. OUTROS PROCESSOS FONOLÓGICOS . Essa assimilação pode ser: Parcial . .neste caso. o fonema assimilado se torna idêntico ao assimilador . Total .ASSIMILAÇÃO .um som torna-se semelhante a outro que está próximo a ele.a alteração da vogal temática em falei.perigo > /piigU/. em que o /a/ passa a /e/ por assimilar a característica de vogal fechada da vogal /i/ que lhe é vizinha. .HARMONIZAÇÃO VOCÁLICA . Exemplo: /kostua/ passa a /kustua/.nesse processo fonológico. uma vogal pretônica assimila as características da vogal da sílaba tônica. Exemplos: sogro/sogra.modificação do grau de abertura de uma vogal decorrente da influência da vogal ou semivogal que a seguem.METAFONIA . este/esta. . então. Há casos em que esse acréscimo resulta na formação de um ditongo. temos. digno. Exemplos: boa. pronunciado [d]. mês. pronunciado [me]. . pronunciado [bowa]. o processo de ditongação.acréscimo de fonema no interior da palavra.EPÊNTESE . Exemplos: fósfro (por fósforo). abobra (por abóbora). SÍNCOPE .queda de fonema no interior do vocábulo. xicra (por xícara).AFÉRESE . .queda de fonema no início do vocábulo. Exemplo: teve (por esteve). queda de fonema no final do vocábulo. Exemplo: dormi (por dormir). .APÓCOPE . vide as realizações para o vocábulo gramática.NASALIZAÇÃO . palavras como cama e goma têm a vogal da sílaba tônica nasalizada. Assim. essa nasalização é variável. com ou sem nasalização. É processo muito comum em português. Em sílabas pretônicas. .uma vogal oral assimila a característica nasal de um som que lhe contíguo. NASALIDADE ≠ NASALIZAÇÃO NASALIDADE – (puramente fonética) a não articulação da vogal nasal marca a variação dialetal e não causa diferença de significado. Exemplos: j[a]nela – j[ã]nela (nasaladas ou nasalizadas) . bomba/boba. Exemplos: lã/lá. santo. A não articulação da vogal nasal pode causar diferença de significado. . em qualquer dialeto do português. manta/mata.NASALIZAÇÃO – (opõe-se a nasalização – de caráter fonológico). não- A vogal nasal ocorre. obrigatoriamente. Exemplos: ímã. mito/minto. A INTERPRETAÇÃO DAS VOGAIS NASAIS EM PORTUGUÊS . mata/manta seda/senda lida/linda boba/bomba fuga/funga .A interpretação fonológica das vogais nasais em português tem sido sempre objeto de discussão por parte de linguistas. .Em que consiste a oposição entre as formas? PRIMEIRA HIPÓTESE: “As vogais nasais são entendidas como fonemas distintos das respectivas vogais não-nasais.” Interpretação mais difundida: alguns consideram a existência de vogais com característica nasal em oposição às suas correspondentes orais. representado pelo arquifonema /N/. [m]. [n] ou [].” .SEGUNDA HIPÓTESE: “Para Mattoso Câmara. devido às variações determinadas pelo contexto em que ocorrem as vogais. o que temos é a existência de uma vogal oral seguida de um elemento consonântico nasal. Se as vogais nasais têm capacidade distintiva. fonemas vocálicos orais e fonemas vocálicos nasais? . pode-se dizer que há. em português. .A vogal nasal é um fonema em português. 2 Teríamos em português 7 vogais orais e 5 nasais. Vogal nasal é a combinação de elementos: vogal + elemento nasal. Segundo Mattoso Câmara. . Temos. em português. Vogal nasal é formada por um grupo de dois fonemas: vogal oral + elemento consonântico nasal. 7 vogais orais. a vogal nasal não é um fonema em português. [n] nos demais ambientes.     .Quando a consoante nasal estiver travando sílaba e precedido por vogal realiza-se como: [m] diante de consoante bilabial. ['bo] (vogal oral) bon .['bõ] (vogal nasal) bonne . em francês. por exemplo.['bon] (vogal oral + consoante nasal) . em que há 3 diferentes ocorrências foneticamente: beau .Não pode haver vogal nasal porque não há o contraste como. consideraremos a existência de vogais nasais em oposição às vogais orais em português. .Observação: Em nossas transcrições. UM POUCO DE PRÁTICA Qual arquifonema deve ser utilizado para representar o processo fonológicos no par ['bolo] e ['bolu]? . podíamos ter uma pronúncia com o fonema /o/ ou /u/.Neste caso. emprega-se o arquifonema /U/. . Diante da neutralização.UM POUCO DE PRÁTICA Qual arquifonema deve ser utilizado para representar o processo fonológicos no par ['bolo] e ['bolu]? /U/ /'bolU/ . UM POUCO DE PRÁTICA Indique o fenômeno presente no par cantando/cantano. .   Assimilação – é a força que tenta fazer com que dois sons diferentes.UM POUCO DE PRÁTICA Os fonemas /n/ e /d/ são consoantes dentais. mas com algum parentesco. Por serem produzidas no mesmo ponto ou lugar de articulação. semelhantes. . vão sofrer a assimilação. se tornem iguais. .PRÓXIMA AULA Vamos estudar a sílaba.
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