A semente que veio da ÁfricaHeloisa Pires Lima, Georges Gneka e Mário Lemos Ilustrações Véronique Tadjo Elaboração Andréa Cristina Felix Dias Coordenação Maria José Nóbrega www.salamandra.com.br seguiu carreira acadêmica na área de Antropo- a ideia de que para conhecer realmente um assunto. pois o livro apresenta era constantemente enviado por seus pais. sobre esta árvore gigante. Aqui nos como surgiu a ideia de “colher histórias” e dados se casou e teve filhos. muitas de suas produções postas às nossas perguntas. é claro. Contando das sementinhas que. a árvore tem galhos que realmente se assemelham a raízes e Comentário suas flores nascem voltadas para o chão. E. mas um continente com uma cultura Georges Gneka muito rica. ilustrações. além da que o livro demonstra: a maravilhosa oportunidade Menção de “Altamente Recomendável” na categoria Re- de mostrar às crianças que a África não é somente conto. e é isso obra Histórias da Preta. no de um tema: a árvore de nome científico Adansonia Nascido em Abidjã. reclama de seus galhos. He- Uma pessoa sozinha não consegue abraçá-lo. A UNICEF já árvore diferente de todas as outras. é um contador oralmente de geração em geração. lamúrias acabam fazendo com que o criador ficasse ciação Wona Sanana. de de histórias africanas. veram muitas experiências e. em São Paulo. transmitida Nascido na Costa do Marfim. preocu- várias formas de conhecê-la: por meio de lendas. Podemos pensar em A semente que veio da Áfri. com a obra eles fossem mais floridos ou com mais folhas. jo. Por receber uma bolsa de estu- possuir uma paisagem exuberante. não gosta de publicou textos seus e. pesquisando a ima- uma área de conhecimento apenas não é suficiente. fotografa embondeiros para e a replantando novamente de cabeça para baixo. Atuando em enti- Nem mesmo a ciência é capaz de dar todas as res- dades negras e antirracistas. em 2003. nascido em Moçambique). vive no Brasil até hoje. das que estudam o assunto e das que já ti- da coleção Orgulho da Raça (1995). ganhou o concurso de sua aparência. o lugar de onde vieram os escravos ou uma terra de guerras e fome. no caminho. voltada para a defesa dos direitos tão irritado que acabou arrancando a árvore do chão da infância. imagens. mitos. gem negra nos livros infanto-juvenis. se espalharam por sobre o baobá. para passar relatos. que pulsa em seus vilarejos. o insatisfeito baobá. Heloisa Pires Lima “A sabedoria é como o tronco de um embondeiro Nascida em Porto Alegre. queria que literatura infantil junto à editora Copimagem. escreve artigos saberes importantes. cada lugar. Rio Grande do Sul. onde estuda Engen. ele digitata (o baobá ou embondeiro). e Mário Lemos. Criou a também concorrem a observação e a imaginação das Selo Negro Edições. Um pouco sobre os autores gos e até mesmo pela história pessoal de dois dos autores (Georges Gneka. do qual foi editora. “enviá-los” ao Brasil. o leitor aprecia a lenda “A árvore Mário Lemos de cabeça para baixo”. Como podemos observar pelas imagens. numa festa. com isso. Além. A seguir. Podemos aprender (se nos para vários periódicos. Depois informa a respeito Esta é sua primeira experiência como escritor.” loisa Pires Lima vive em São Paulo desde os 9 anos de idade. uma haria Química e trabalha como jornalista. é coordenadora pessoas. pados com a manutenção das tradições. da Costa do Marfim. que integra o livro. pela Fundação Nacional do Livro Infanto-Juvenil. capital da Costa do Marfim. acumularam Autora de livros infanto-juvenis. recontada por Georges Gneka Nasceu em Moçambique. ilustra bem pela USP. voando. Nela. nativo da Costa do Marfim. informações científicas. dos para cursar administração de empresa na Fundação Heloisa Pires Lima abre o livro contando- Getúlio Vargas. Formada em Psicologia pela PUC e Ciências Sociais Essa citação. logia Social (mestrado e doutorado). Tantas Sorrisos. algum tempo com seus avôs e ouvir deles as muitas 2 . mostrando a sabedoria do mito. acabou convidado para es- toda a África e dos nomes diferentes que recebeu em crevê-la. Cia das Letrinhas (1998). escritas refletem sua preocupação com o tema. Recebeu vários prêmios por sua livrarmos de preconceitos) de muitas formas. Georges Gneka também relata sua própria ca como um verdadeiro projeto interdisciplinar em tor. história antes de sua vinda para estudar no Brasil. Viaja muito por seu país trabalhando na Asso. Para compreender algo. essa árvore que de tão grande são necessárias várias tórias. c. recontada por Mario Lemos. Veja também se perceberam nas ilustrações árvore pode abrigar pessoas em seu tronco e servir de traços representativos da cultura africana. imaginar que histórias serão apresentadas e como será Reencontramos Heloisa depois dessas his. acolá. As flores pelos escravos para o Brasil. antecipação. aquela lá. Uma nyelete brilha aqui. Nyelete quer en. rente da cidade. terra de origem do au- tor. “tudo Ambiente. pode-se aprender em detalhes um jogo de estratégia tão antigo e importante quanto o Xadrez ocidental ou o Go asiático. Será que são somente muitas brincadeiras possíveis de serem feitas com as histórias? sementes da Adansonia. ilustra o livro com imagens coloridas e vivas. Áreas envolvidas: Língua Portuguesa. Neste jogo. o Awalé. Ela fornece muitas informações a respeito da pessoas para conseguir abraçá-la. fonte de água durante os períodos de seca. para o título Karingana ua karingana. em sua autobiografia. é essa a sua denominação. No encarte que acom- panha o livro. A árvore é a a) antes da leitura mesma. nada gia e Matemática. tem uma causa. mente que veio da África? Dependendo da idade e do tender o significado de seu nome e descobre que de repertório do grupo. Biolo- baixo da chamada “árvores da palavra”. explica tores? E por que traz um encarte de um jogo? também a origem de seu nome. Explica ainda como uma 1. voam bem autores e um pequeno quadrinho que anuncia o en- alto pelo ar e começam a brilhar: “Este céu aqui é dife. Tanto Georges quanto Mário trazem uma ideia para brincar. Para tudo há uma história que Temas transversais: Pluralidade cultural. fazendo as estrelas brilharem ainda mais. Aprende como a gigante e generosa b. te- mos a fábula “Nyelete e o embondeiro”. Ciências.” E a menina descobre o que seu formulam. adição. fazendo um paralelo com os passarinhos que 2. outras mais a. Leia o texto da quarta capa e retome a dis- levavam as sementes do embondeiro para que a árvore cussão a respeito dos conteúdos do livro. tem um do livro. árvore e apresenta uma série de imagens impressio. Leia os títulos do sumário com os alunos e Então chegamos à parte lúdica do livro: as observe com eles sua variedade. Por que será que esse livro tem tantos au- Mario Lemos. Registre as hipóteses que os alunos ali. Aponte também os vários da árvore são brancas e florescem à noite. tão representativas da cultura africana. nantes fotografadas na África e também no Brasil. podem imaginar que se trata de tão grande o embondeiro chega a causar um eclipse da um livro contando sobre sementes de plantas trazidas Lua.histórias que sabiam de cor.. uma fábula. Propostas de atividades Em seguida. 3. que é igual ao do pai e do avô. Chame a atenção para a capa. ou seja. Passavam juntos horas em. 3 . na Terra existe por acaso. nome significa. aprende-se muita matemática (contagem. que é causa duma outra coisa”. Meio explica a origem ou a finalidade de cada coisa.. multiplicação. O que os alunos imaginam encontrar em A se- caráter educativo para as crianças. fácil de ser confeccionado com as crianças. carte com as regras do jogo Awalé. subtração). Para eles. Ética. Não podemos nos esquecer dos lindos dese- nhos de Véronique da África do Sul que. Estimule-os a existisse em toda parte. mas em Moçambique. de modo pri- moroso. se conseguir. partes. pro. encarte). Proponha à turma. Deixe-os encantar-se pelas imagens e. histórias. 4 . durante o período de lei. gênero apresentando outras lendas para que se fami- peito do modo de vida africano. aconselhamos programar uma leitura realizada em mos como Ética e Pluralidade Cultural. 10. vras próprias as lendas “A árvore de cabeça para baixo” b. a autobiografia e “Nyelete e o embondeiro”. ou mesmo 1. Compare o valor que as pessoas atribuem a tégias. livro a respeito da árvore e até mesmo pesquisarem em outras fontes de informações adicionais. Quantas possibilidades existem para se aprender sobre um assunto! Se quiser. capacidade de armazenamento de água. Explore com cuidado as incríveis fotos do 1. De onde vieram estas histórias? Se possível. Aqui vale uma pequena aula de geografia. que os alunos o tabuleiro. fotos e jogos. a localização cure. que corre risco de extinção em nosso país. que traz muitas informações a res. Trabalhe um pouco esse de Georges Gneka. plo. As ilustrações de Véronique merecem ser 3. animais se alimentam dela etc. incluindo o encarte. nomes (se tiverem acesso. suas intenções e a primeira lenda sobre o Baobá. 3. posta do livro de nos ajudar a conhecer essa árvore por sugira que elaborem novas legendas para aquelas que meio de lendas. inicialmente. para ganhar mais sementes etc. até mesmo pela internet). organize uma ficha com os da. por exem. plicação de fenômenos naturais etc. Valorizar esta diversidade é e os conteúdos. da página 36 até a página 51. Para não interromper o fluxo da leitura. Para jogar bem vão precisar desenvolver estra- 2. Para aproveitar melhor cada gênero de texto muitos afrodescendentes. É muito simples produzir com de florada. Moçambique. c) depois da leitura 8. Tente descobrir com eles mais histórias ou tas ou reserve uma parte do mural para que as crianças lendas africanas (sugerimos alguns títulos no final do possam arquivar ou afixar o material recolhido. como fazer países do continente africano ao pau-brasil. Que tal propor que os alunos pesquisem apreciadas com cuidado. 7. da página 18 até a página 23. livro. as informações 5. Aí vai nossa sugestão: a. da página 52 até o final. que tal estimular seus alunos sobre a Adansônia e as fotos da árvore na África e no a descobrir o significado do nome deles? Cada um pode Brasil. a história de Ny. localize com eles em um mapa da África. elete e a autobiografia de Mário Lemos. qual o gênero de texto. período truções do jogo Awalé. instigar as crianças a comentarem a dos países de origem dos autores: Costa do Marfim e respeito do que leram. mostrando a grandeza e o número de países que exis- tura do livro. contar suas sementes e as do adversário. colecionar as ideias que vão aparecendo no tem nesse continente. calcular essa árvore e sua preservação como símbolo de muitos quais as melhores casas de saída e chegada. pesquisar com sua família ou consultar dicionários de e. d. liarizem com suas características: transmissão oral. que vão se intercalando ao longo do um modo de tratar os temas transversais que sugeri- livro. ex- c. Como Nyelete. Dependendo da faixa etária e do re- mações há nele. mais chamarem a atenção do grupo. Podem jogar usando feijões ou qualquer tipo de se- mente. Detenha-se na leitura do manual de ins- dos biológicos da Adansônia – sua aparência. desafie-os a recontar com pala- livro. Se quiser. informações. as cores e formas que ela usa e.b) durante a leitura cultural do Brasil é possível que em sua classe existam imigrantes de muitos lugares do mundo. a introdução do 4. 9. pertório dos alunos. eles podem achar que a África é um país só. nas páginas 19 e 27. que infor. se desejar. 2. Observe os detalhes dos de- histórias em suas próprias famílias? Com a diversidade senhos. usando uma caixa vazia de ovos. da página 7 até a página 17. da página 24 até a página 35. Observe. 6. Organize pas. o que mais lhes chamou atenção. Converse com as crianças a respeito da pro. . de Reginaldo Prandi. www. Contos e lendas afrobrasileiros. São Paulo: Moderna. o filho da felicidade. Gosto de África . São Paulo: Pallas.histórias de lá e daqui. • Da mesma autora: Benjamin. Estimule-os a criar desenhos nesse estilo para compor um lindo painel a ser exposto na classe ou na escola. São Paulo: Companhia das letrinhas.traga para a classe reproduções de obras de arte afri- canas. Os príncipes do destino . 2007. 1998.salamandra. Leia mais. de Reginaldo Prandi. de Joel Rufino dos Santos. A mbira da beira do rio Zambeze (com Décio Gioielli). São Paulo: Global. São Paulo: FTD. São Paulo: Cosac & Naif. Histórias da Preta. São Paulo: Cia das Letras. 2007. de Raul Lody.com. • Do mesmo gênero – contos e lendas africanos ou afrobrasileiros: Seis pequenos contos africanos sobre a criação do mundo e do homem.br ..histórias da mitologia afro- brasileira.