A preparação do cão de desporte

March 27, 2018 | Author: Vladson Menezes | Category: Dogs, Heart, Physics, Physics & Mathematics, Muscle


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A preparação do cão de desportoDesde há alguns milhares de anos que o cão se tornou o companheiro do homem: inicialmente, para ajudá-lo nas suas tarefas diárias, e progressivamente, para contribuir para o seu prazer, antes de começar, no século XIX, a dividir totalmente o seu lazer. Gradualmente, o homem tem-se envolvido, dia após dia, na vida do cão, com a finalidade de o selecionar, educar, treinar e alimentar da melhor forma possível para que haja boas condições de vida para ambos. Foi assim que, de simples caçador, guarda ou animal de carga instintivo, o cão se tornou companheiro do homem, cão de field-trial,de pulka, de ring, de pastoreio ou de trenó. Por ser o que é, o homem criou regras e competições para que o lazer se tornasse desporto e o companheiro, um atleta. Nasceram os desportos caninos. Quatro elementos condicionam o desempenho do desporto canino: a seleção genética, a relação psicológica homem-cão, o treino (baseado no conhecimento das suas características fisiológicas no esforço) e a nutrição, sendo que cada um desses elementos deve ser necessariamente considerado. Fisiologia do esforço físico Tanto no cão como no homem, o trabalho intenso e a competição estão na origem de um stress ao mesmo tempo orgânico e psicológico. Assim sendo, o conhecimento geral das modificações fisiológicas induzidas pelo esforço físico permite ao dono um melhor entendimento do cão. Por este facto, a sua preparação para uma competição será melhor, prevenindo as eventuais afecções patológicas que possam surgir. Adaptações cardiovasculares respiratórias e As adaptações cardiovasculares e respiratórias ao esforço têm a finalidade de, por um lado, garantir o fornecimento de oxigênio e de nutrientes necessários para a atividade muscular e, por outro lado, permitir a eliminação dos resíduos, particularmente do gás carbônico e do calor, produzidos pelo metabolismo muscular. Estas adaptações são indispensáveis, não só para o bom desenvolvimento de uma prova desportiva, mas também para manter o esforço para além dos instantes iniciais. Assim sendo, devem distinguir-se dois tipos de resposta do organismo: - uma resposta imediata adaptada às necessidades instantâneas do organismo, ou seja, concomitante ao esforço; - uma resposta de longo termo, que antecipa as necessidades do organismo e corresponde às adaptações induzidas pelo organismo. Durante o exercício físico O papel essencial das alterações da função circulatória durante o trabalho é o de aumentar o fluxo sanguíneo e, consequentemente, o fornecimento de oxigênio para os tecidos cujo metabolismo aumenta, principalmente os músculos. O organismo realiza esta função aumentando o ritmo cardíaco e redistribuindo a massa sanguínea até locais em atividade, em detrimento dos locais em descanso. Estas modificações são complementadas por um aumento da capacidade do sangue em transportar o oxigênio, graças à contração do baço, que envia um grande número de glóbulos vermelhos até ao sangue aumentando, assim, o hematócrito e a quantidade de hemoglobina. O ritmo cardíaco pode elevar-se consideravelmente e atingir dez vezes o seu nível de descanso; a freqüência dos batimentos cardíacos aumenta de maneira muito sensível: em função da intensidade do esforço, pode chegar a 300 batimentos por minuto no galgo de corrida e 200 no cão de trenó. Ocorre uma intensa vasodilatação nos músculos que trabalham, permitindo um aumento do fluxo interno. Por fim, o fluxo ventilatório evolui em várias fases durante o esforço: - durante os três a quatro primeiros segundos, a ventilação aumenta brutalmente; - após alguns instantes ocorre uma segunda fase de aumento, mais lento; - a seguir, alcança-se um patamar que se mantém até ao final do esforço; - em fase de recuperação, ocorre uma lenta diminuição da freqüência respiratória, que diminui de mais de 200 movimentos por minuto para aproximadamente 30. Sob o efeito do treino Após um treino diário de 4 a 5 semanas, o organismo do cão apresentará alterações significativas no seu sistema cardiovascular e respiratório. Assim, as modificações cardíacas e hemodinâmicas, causadas por um exercício físico repetido, tendem a minimizar a energia necessária para o trabalho cardíaco, bem como a desenvolver as capacidades de bombeamento do coração. Nos cães treinados, o ritmo cardíaco em repouso é inferior ao dos cães sedentários e a arritmia respiratória é mais acentuada. O volume plasmático aumenta, o retorno do sangue venoso melhora e, consequentemente, o fluxo cardíaco global aumenta. Por vezes, um treino intenso conduz a uma hipertrofia cardíaca. No Greyhound, por exemplo, seis meses de treino diário intenso levam a um aumento de 50% da espessura da parede do coração e de 30% do volume da cavidade do ventrículo esquerdo. Da mesma forma, o treino irá conduzir a um aumento do número e da densidade dos vasos sanguíneos capilares do músculo. Por fim, ao contrário do que se acredita, um exercício físico regular no cão com boa saúde gera pouca ou nenhuma alteração no aparelho respiratório; verifica-se, apenas, que a capacidade global do organismo para consumir oxigênio (fala-se em "V02max", consumo máximo de oxigênio) aumenta de maneira considerável com um treino de resistência. Essas modificações só poderão ocorrer de modo ideal nos indivíduos que apresentem um bom estado de saúde geral. Qualquer alteração ou insuficiência dessas funções irá diminuir as possibilidades de adaptação às condições do esforço, e, consequentemente, o desempenho desportivo ou de trabalho. Consequências do stress biológico de esforço taquicardia. sobre o equilíbrio global do organismo. Não raramente. relatadas pelos utilizadores de cães no meio das competições desportivas. não se deve ignorar o fato de que um cão sabe distinguir bastante bem o treino do contexto de uma competição ou de uma intervenção real no plano psicológico. mas. o excesso de treino é uma causa preponderante destas modificações. principalmente. grandemente. digestivas e outras podem. distúrbios digestivos (vômitos. De maneira geral. os comportamentos de angústia ou de grande temor exprimem-se por reações bem conhecidas de eliminação (micções. uma alimentação adaptada serão as chaves da prevenção dos problemas associados ao stress de esforço ou de excesso de treino no cão. modificações neurovegetativas (salivação. diarréias. um grande número dessas manifestações. parece bastante evidente que. principalmente quando aliados a perdas de água e eletrólitos ou à insuficiência de água para beber ou de consumo de alimentos. distúrbios da motivação. mas.). defecações repetidas). No cão. Portanto. úlceras gástricas) e anemia (fala-se até de anemia do desportista). também se repercute. etc. o stress gerado pelo meio ambiente ou pelo esforço físico produz modificações comportamentais (latidos. os distúrbios digestivos estejam entre os mais prejudiciais para a condição física. reações comportamentais. a jaula ou cavar o chão. também. Alterações metabólicas Ao mesmo tempo em que o trabalho muscular influi de modo muito direto sobre a natureza e amplitude da necessidade energética.Nos cães de desporto. que exteriorizam comportamentos característicos da sua espécie. uivos) e outros comportamentos cuja repetição pode gerar verdadeiras estereotipias: morder objetos. . de vocalização (latidos. Um plano de treino correto e inteligente. sem objeção. midríase. Do conjunto das reações. as situações causadoras de stress costumam gerar angústia nos animais. no contexto de provas físicas frequentemente muito desgastantes sob o aspecto metabólico. ser consideradas como decorrentes do stress.). Por estas razões. um ambiente psicológico calmo e normal. etc. neurovegetativas. podem ser atribuídas a este tipo de processo fisiopatológico. .Anaerobiose láctica : neste caso. enquanto o animal estiver a correr ou a realizar o seu trabalho. a adenosina trifosfato. o ATP é reconstituído a partir das reservas do músculo em fosfocreatina. presentes numa molécula fundamental. Num primeiro momento. porém. unicamente. Durante o esforço. De maneira muito esquematizada. sem haver necessidade de oxigênio (anaerobiose) e sem produção de ácido láctico (aláctica). ou ATP.Anaerobiose não-láctica : durante um esforço muito breve e muito intenso (alguns segundos). Essa reconstituição faz-se de acordo com três processos cujos respectivos papéis e intensidades dependerão do tipo de esforço exigido do cão: . a energia é reconstituída a partir do glicogênio armazenado no músculo e da glicose sanguínea. ao aparecimento da fadiga muscular e de cãibras. de ligações químicas de "fosfato" ricas em energia. a glicose sanguínea é oxidada. agility. que envolve os esforços intensos com menos de dois minutos de duração (galgos de corrida. .Fontes de energia A energia química utilizada na contração muscular provém. . mas. graças ao oxigênio levado até ao músculo pelos glóbulos vermelhos. com a produção e a acumulação de um resíduo metabólico. é quase sempre a acumulação deste último que leva. as concentrações de ATP da célula serão diminuídas e deverão ser reconstituídas de maneira instantânea. os lípidos irão constituir muito rapidamente a principal fonte de energia do cão. Sem entrar em grandes detalhes sobre aquilo que acabaria por se tornar um tratado de medicina desportiva canina. desta vez. o ácido láctico. o treino e a nutrição serão novamente condicionados pelo conhecimento destes dados metabólicos específicos. ataque lançado). diferentemente do homem. por exemplo. sempre sem consumo de oxigênio. porém duração de alguns minutos até algumas horas).Aerobiose : trata-se de um processo metabólico que supre a necessidade energética do cão assim que o esforço se torna resistência (intensidade menor. da posição socioeconômica do cão ser. os "Working Tests" destinam-se aos Spaniels e Retrievers e permitem avaliar o cão e o seu dono em concursos. Deve-se. também. Não obstante. a classe Novato (para os cães nascidos antes de 01 de Janeiro do ano anterior ao ano em curso e que nunca participaram num field-trial à inglesa) e a classe Open (para os cães que já participaram num field-trial à inglesa). como as outorgadas nos field-trials. que se caracteriza por uma diversidade morfológica. determinadas aptidões físicas ou comportamentais. ao fato. Dominique Lebrun.Para descobrir as qualidades do seu cão de caça: o gundog working test (gwt) Nascidos em Inglaterra. o cão ainda não foi afetado pela revolução dos métodos e técnicas de melhoramento genético. .Juiz Société centrale canine Seleção genética do cão de desporto Ao contrário das outras grandes espécies de animais domésticos. e paralelamente. a seleção tem envolvido. Essa constatação é que tem determinado a principal orientação genética da espécie canina. Foram instituídos três níveis: a classe Puppy (para os cães nascidos após 01 de Janeiro do ano anterior ao ano em curso). fundamentalmente. Estas provas não dão direito a prêmios oficiais. oposta à dos animais chamados "de produção" nas nossas sociedades desenvolvidas. As classificações baseiam-se numa tabela de pontos que evidencia a eficácia de recobro. conduzindo à conhecida divergência genética . procurada e orientada em primeiro lugar por critérios estéticos. o estilo do cão que recobra (em função das diferentes raças) e a conduta do dono. essencialmente. muito empírica. No caso do concurso em ring. A corrida cronometrada do galgo de corrida representa a situação ideal mais favorável.classificação.o tempo médio calculado nessas corridas.classificação conforme escala dos juízes ou outra. Já foram obtidos os primeiros resultados para o Whippet de corrida e para o Pastor Belga Malinois em concurso em . A importância trabalho dos resultados no Atualmente. a escolha dos melhores reprodutores de desporto caninos continua a ser aproximativa e. De fato. . ou. tal como estudada por Jean-François Courreau. testes de desempenho realizados em condições standardizadas. até mesmo. de trabalho e de utilidade. o objetivo é realizar a melhor comparação possível entre os candidatos com potenciais genéticos transmissíveis (valores genéticos aditivos) sob o ponto de vista dos seus desempenhos (fenótipo): tal abordagem só pode ser concebida no contexto de provas desportivas sujeitas a um regulamento preciso.ganhos que refletem o nível da competição e do desempenho (sistema utilizado para o cavalo de desporto). embora durante a corrida possam ser considerados vários parâmetros de seleção: .o melhor tempo realizado nas diferentes corridas de uma competição."beleza/trabalho". quase sempre. obtido a partir de vários desempenhos próprios do cão. Consequentemente. como desde sempre. Podem ser aplicados critérios de seleção indireta (que influem sobre o desempenho). a orientação atual dirige-se para um sistema de índice de seleção genética. especialista em genética do cão de desporto na ENVA. há ainda um longo caminho a percorrer para implementar boas ferramentas de seleção genética no caso do cão de desporto. o primeiro problema que se apresenta para o desempenho desportivo reside na freqüente dificuldade em se medir este último com a precisão (ou objetividade). no estado atual da situação. a escolha do parâmetro torna-se mais ampla: . . . a exatidão e a fidelidade (garantia de repetição) exigidas. o ângulo dos segmentos ósseos durante a prova desportiva. como. Assim. Assim sendo. desde que positivamente correlacionado com a sua velocidade. submetidos a um sofisticado tratamento matemático. que conduziu aos diversos cães de trabalho a partir dos quais surgiram os cães de desporto. os critérios primários de escolha dos reprodutores caninos com vocação desportiva são os seus resultados no trabalho. o comprimento de perna do galgo de corrida. Num esquema de seleção direta (busca da melhoria de um objetivo de trabalho). sem querermos subestimar o valor e a experiência de alguns criadores. Para o geneticista. ainda não é possível efetuar uma classificação dos cães de uma raça com base no seu valor genético. por exemplo. A seguir. cuja morfologia e tamanho se . tecnicamente falando. forçosamente. levava em consideração situações de caça que não eram. necessariamente. quando a sua utilização no campo deixa de estar relacionada. nas raças de caça. é provável que os seus próprios descendentes também façam muitos acasalamentos. o Drahthaar (Braco Alemão de pêlo duro). sob o pretexto de que nada deve ser mudado da morfologia inicial de uma raça. o critério de tamanho. observam-se grandes efeitos de pêndulo na evolução da morfologia das raças.Ring. o respeito intangível e estrito por um determinado tamanho. Em França. Inversamente. talvez haja uma mudança na moda e os cães crescerão. acaba-se por ter. outrora importante. Se ele gerar cães de pequeno tamanho e estiver bastante na moda. antes. É então que o respeito pelo standard permite conservar a morfologia típica de uma raça. porém na medida das suas possibilidades. Não raramente. Tamanho : para todos os gostos O tamanho dos cães varia muito em função de modas e a relação entre qualidade e tamanho está longe de ser evidente. No futuro. bem mais utilitária. irão permitir adaptar os métodos da genética moderna ao cão de desporto. É verdade que a idéia dos caçadores. Quando um determinado cão está na moda. em função por exemplo de seu êxito nos field-trials. "Trabalho" e "beleza" Quando os cinófilos não conseguem encontrar um ponto de entendimento sobre o ponto anterior. prevalece a teoria do respeito ao standard. Assim. Por esta razão. Diferenças segundo as raças Correr pelas silvas ou por um pinhal impenetrável em busca de coelhos ou galinholas nada tem em comum com o apanhar de uma raposa ou de um cabritomontês ferido e trazê-los de volta. dentro de poucos anos ver-se-á. aliás. Na verdade. por razões que frequentemente nada têm a ver com sua utilização prática. se seguirem a mesma via e se reproduzirem tanto quanto ele. As diferenças de tamanho estavam relacionadas com um trabalho específico e essa noção técnica continua atual. interessantes. obrigatoriamente. com o respeito pelo tamanho inicial. algumas raças criadas com uma determinada finalidade servem agora para outra e. as que conhecemos hoje. pode muito bem deixar de o ser. principalmente entre os caçadores especialistas. Há sempre modas mais ou menos duráveis e. que constitui a base da criação das raças que conhecemos hoje. A natureza é muito variada e existem apaixonados incondicionais por cães de pequeno tamanho. que culminou com os diferentes cães que conhecemos. É verdade que todos os cães são polivalentes. era. ou o contrário. os ingleses criaram o Cocker e os alemães. uma diminuição global da altura média da raça. ele efetuará um grande número de acasalamentos e deixará a sua marca na raça. A seleção inicial. pode ser a causa de uma falta de adaptação que acaba por provocar a extinção da referida raça. dois tipos diferenciados: os cães chamados "de beleza" e os cães "de trabalho". pois há atividades que se adaptam melhor a um tamanho inferior ou superior. sem excesso. entre trabalho e beleza. Uma questão de especialização Dentro de uma mesma raça. novamente. devido a um tamanho pequeno ou grande demais. exatamente 53 cm. existem pequenos e grandes numa mesma raça e essa diferença pode ser um acaso ou o resultado de um efeito de seleção em direção a uma atividade especializada. onde existe apenas um clube responsável por cada raça. prevalece a teoria do "belo e bom".tornam então muito diferentes. a relação entre as qualidades e o tamanho está longe de ser evidente: por exemplo. mesmo que a sua inteligência e as suas qualidades de caça sejam grandes. Será isso um bem ou um mal para a raça em questão? Ninguém sabe. As duas equipas foram escolhidas na mesma ninhada com oito semanas de idade. a manutenção ou. mas sim de especialização. nesse contexto. que veio recentemente escolher um cachorro macho. e também o seu peso. enquanto a segunda. alguns cães fora do standard. É sintomático observar que o tamanho dos segundos. Terá isso alguma influência sobre a eficácia de uns e outros? Talvez. Não é uma questão de moda. sempre tivera bons cães. enquanto que os meus dois cães de parar são um macho grande e uma fêmea com o tamanho mínimo. Sendo impossível fazer prognósticos sobre o futuro de cachorros com dois meses de idade. blue belton. a primeira equipa foi escolhida pela cor da pelagem (limão claro por razões de visibilidade nos bosques). que os pequenos costumam ser os melhores no campo. O treino do cão de desporto Sempre que se fala de desporto canino e de determinados desempenhos que levam os cães a se comportarem como verdadeiros atletas. somos levados a falar do treino do cão de desporto . pode-se dizer então. dependendo do especialista. Ao proceder assim. Um apaixonado por Setters. a melhoria das qualidades de caça. melhor. o que tende a mostrar que as qualidades físicas de caça não exigiam forçosamente centímetros e quilogramas suplementares. assim como nos países anglo-saxônicos. costumam ser inferiores aos dos primeiros. os meus dois melhores Setters para galinholas são um macho pequeno e uma fêmea grande. onde está claro o respeito pelo standard da raça e. Parece evidente que um desportista humano deva passar por um treino físico específico relacionado à atividade . ou seja. há também pequenos e grandes numa mesma ninhada. Talvez estivesse com sorte ou ainda tirasse proveito de uma seleção natural que faz com que o menor de uma ninhada que se impõe entre os mais fortes seja necessariamente inteligente e esperto? Não tentemos fazer mudar de opinião aquele que acredita que o tamanho do cão influi sobre sua eficácia: não está mal começar a vida sob os bons augúrios de um juízo favorável. Assim. semelhante ao da mãe. Mais precisamente ainda. Em França. Caso contrário. Sem sair dos standards. Os campeões de trabalho são mais ágeis do que os campeões de beleza. não poderão reproduzir-se oficialmente. No caso de raças oficialmente diferenciadas. foi pelo seu visual apelativo. observam-se regularmente diferenças de tamanho entre cães de origens diferentes. de acordo com a seleção própria de cada criador e no contexto do respeito pelo standard. mas não é por um cão não corresponder aos tamanhos admitidos pelo clube da sua raça que ele caçará mal. preferiu o mais pequeno. de maneira geral. dentro de uma mesma sessão. descreverse-á uma sequência de exercícios físicos solicitados pelo dono num ambiente que conserve um aspecto lúdico para manter a motivação do cão. são realizados no início do treino. os exercícios de força explosiva. pois. Se quisermos que o cão tenha um bom desempenho. Portanto. intelectual e psicológica do atleta através de exercícios físicos". seguidos pelos exercícios cuja eficácia tem por base uma recuperação incompleta e. Essa carga deve ter uma duração e intensidade suficientes para poder qualificar uma atividade física como sendo um treino. Se um fator solicitar o organismo durante a recuperação de um fator diferente. sem por isso tornar-se extenuante ou penosa para o animal. serão solicitados vários fatores físicos ao cão. durante a recuperação de uma corrida. com um período de recuperação diferente para cada adaptação. Essa carga deve aumentar à medida que o desempenho desejado melhora. que perderia então toda e qualquer motivação. Características da carga de trabalho A carga de trabalho deve ser aplicada de forma gradual. por último. é impossível manter um cão na mesma condição física o ano todo. Para uma mesma atividade. o primeiro não interferirá na recuperação do segundo. . irá potencializá-lo e esse sistema de cargas alternadas permite ganhos em termos de tempo e desempenho. às vezes. A sucessão das cargas de trabalho deve seguir uma ordem precisa. como potência. Noções de carga de trabalho É fundamental a noção de carga de trabalho. principalmente para o cão principiante (para um animal já bastante treinado pode-se. Estes fatores requerem várias adaptações do organismo do cão. resistência e coordenação. A carga de trabalho também deve variar quanto ao seu conteúdo. pelos exercícios de resistência pura. Por exemplo. velocidade e coordenação. de competição e de treino. pode-se exigir do cão um exercício muito diferente. Deve variar com o tempo. tal como um exercício de alongamento muscular. ao contrário.praticada e ao seu nível. a situação é exatamente a mesma para o animal de boa saúde e feliz. Os grandes princípios do treino Treino significa "preparação física. Aplicando-se essa definição ao cão. e de modo contínuo (só a regularidade permitirá a eficácia das várias sessões de treino). acelerar algumas etapas). técnico-táctica. deverá ser feita uma distinção entre períodos de preparação. velocidade. Na prática. física e psicologicamente. sendo a experiência e a audição do cão os melhores indicadores da eficácia do treino. É o princípio de todos os exercícios de força pura. . para desenvolver essa potência. ou a sucessão de pequenas corridas a velocidade um pouco mais rápida (3 a 5 min. preconiza-se a corrida contínua de longa duração a velocidade moderada. é possível aumentar o trabalho e a força muscular sem aumentar o consumo de oxigênio ou acionar um processo de catabolismo anaeróbio (fermentação láctica). Para isso. seguidas por períodos de exercício leve (caminhada ou trote leve). Este tipo de treino é muito extenuante para o animal. Treino da potência aeróbia A potência aeróbia envolve os esforços longos que requerem uma melhoria do transporte e da utilização do oxigênio. sendo esse o caso numa corrida rápida (Galgos. ataque em ring). sendo o melhor exemplo o "weight pulling" (competição de tração de cargas numa distância curta). alternam-se os exercícios intensos muito curtos (velocidade de 10 segundos a um minuto) e os períodos de recuperação (2 a 4 minutos). Treino da potência anaeróbia A potência anaeróbia permite um trabalho muscular intenso na ausência de oxigênio. A divisão dos diferentes tipos de treino deverá ser feita em função do tipo de atividade praticada.). Só deve ser considerado pouco antes do período de competição.Os métodos de treino Treino da força muscular Durante esforços muito intensos e muito curtos seguidos por períodos breves de recuperação. É o tipo de esforço solicitado aos cães corredores e aos cães de trenós. ao mesmo tempo. Para o cão. este .O treino e a competição O aquecimento Todo atleta faz aquecimento antes de uma competição. o aquecimento pode consistir numa série de alongamentos-flexões musculares. os seus músculos. seguida de uma brincadeira que tem a vantagem de estimular tanto a motivação do cão como. de maneira a acionar uma intensa atividade do seu sistema enzimático e de oxigenação (que entrarão em ação para lhe fornecer a energia de que precisa) e diminuir os tempos de reação da contração muscular. Bem conduzido. tanto no plano físico como psíquico.). garante o êxito das próximas competições. esse período de tempo não for respeitado e um novo esforço for solicitado durante o período de recuperação. O cão sofre uma fadiga muscular e articular bem menor. assim como a atenção e o respeito pelo cão. Destreinar No final da temporada de competição. e garante um ótimo estado fisiológico e psicológico.. dentro do respeito das capacidades do animal. isto é. o seu organismo irá recuperar-se desta fadiga e até a sob recompensará. Uma leve massagem também aumenta a eliminação das toxinas e acalma o animal. é natural que o cão passe por um período de fadiga fisiológica.aquecimento melhora a coordenação neuromuscular do cão. Convém diminuir progressivamente as cargas de trabalho. O animal que interromper o treino irá perder muito rapidamente o benefício adquirido e ficará mentalmente desestabilizado.: .. estará em melhor forma do que antes da competição. Para isso. Uma sequência de exercícios muito leves conserva uma circulação a nível muscular suficiente para a eliminação dos resíduos acumulados durante o esforço (ácido láctico. como é o caso de uma competição. conservando uma melhor forma e moral para as futuras provas. sensibilidade exagerada e grande fadiga. Se esse cão for corretamente alimentado e treinado. durante um curto período após a sua completa recuperação. Recuperação e excesso de treino Após um período de esforço intenso. Se. orientando-se a atividade física para uma atividade cada vez mais lúdica. a interrupção total e brutal do treino é fortemente desaconselhada. o organismo irá exceder os seus limites. A garantia de uma temporada de competição equilibrada depende muito do respeito dos tempos de recuperação do cão e do conhecimento do seu "relógio biológico". Treinar bem o cão é garantir-lhe uma saúde. a experiência e os conselhos dos especialistas. Entre outros. são parâmetros que caracterizam um bom treinador. Esse é o momento ideal para exigir dele um novo esforço intenso. É respeitar o seu trabalho e trabalhar para que ele perdure o maior tempo possível. Obs. toxinas. o arrefecimento é um ponto que não deve ser ignorado. não conseguirá recuperar-se normalmente e irá desenvolver uma síndrome de excesso de treino: perda de apetite e de peso. O arrefecimento Após a competição. no início da competição. ao contrário. evita distensões e contrações. desempenhos e uma moral "de aço" ao longo do ano. Durante essa fase de . Reconhecimento visual da zona de busca. cada indivíduo cumpre uma tarefa complementar. Durante a expedição "Licancabur-Cães dos cumes" que ocorreu no Chile. era o estudo do comportamento dos cães de escombros em alta altitude. Esquemas da sequência de busca de uma vítima em função dos modos relacionais Díades "democráticas" 1. Pesquisador do Laboratório de bio-sociologia animal e humana. Essa rebelião pode conduzir ao aparecimento de comportamentos agressivos para com o dono. Fareja (colecta de informações olfactivas) o local onde estão as vítimas.René Descartes. . entre outros. deve-se proibir o modo relacional "laissez-faire". ao contrário. Explorações da zona e da área circundante. as vítimas são descobertas. que induz a técnica de exploração. Dentro da díade. foi-nos possível comparar a influência dos modos relacionais sobre o comportamento dos cães em situação extrema. são três os modos de relacionamento num grupo restrito: "autoritário".Influência da relação homem-cão sobre o trabalho do cão Esquematicamente. Em ambos os casos. e cujo objectivo. ambas as relações revelam uma eficácia comparável. Em situação de trabalho. O cão está em constante contacto visual com seu dono e a marcação da vítima só ocorre após este tê-la incentivado. pois ele não permite a execução da tarefa. O dono pode chamar o cão de volta sempre que este se afastar do local. parecem aceitar e suportar um sofrimento maior. Portanto. A aceitação da dor pelo cão parece bastante mais forte quando a relação dentro da díade se apoia em trocas mútuas. A marcação de uma vítima resulta de um processo de confrontação entre o cão e o homem.Universidade de Paris V – Sorbonne . Os cães das díades "autoritárias" negam-se a seguir o dono quando aparece um sofrimento que pode comprometer o seu prognóstico vital. sendo este último aquele quem decide sempre. 2. A exploração estende-se à região ao redor. O cão dirige-se imediatamente até uma zona restrita onde estão as vítimas. Os deslocamentos são mais rápidos. Incentivados pelo seu dono. quando os cães experimentam um grande sofrimento fisiológico. Em situações extremas. O cão percorre a zona. portanto. Encontra-se em situação de dominado enquanto o homem tem o estatuto de dominante (estrutura social de tipo alfa-ómega). A relação entre o homem e o cão é determinante para a execução de uma tarefa em situação extrema. Os cães das díades "democráticas" suportam mais um trabalho prolongado e em condições penosas. A escolha do modo relacional entre o homem e o cão deve. Nesse quadro. o cão executa uma tarefa a pedido do seu dono. operar-se entre uma atitude "autoritária" ou "democrática". Jean-Marc Poupard. No caso do modo "democrático". O trabalho de busca efectua-se numa relação de sinergia entre os parceiros. parece interessante orientar a relação para um modo "democrático" e incentivar um processo de decisão colectivo entre os parceiros. A atitude "autoritária" consiste em deixar um grau mínimo de liberdade para os cães. O cão pode ser considerado como o "nariz" do dono. num quadro de trabalho entre homem e cão. "democrático" e "laissez-faire". em Abril de 1996. o modo "democrático" parece mostrar a sua superioridade. A busca das vítimas é totalmente guiada pelo dono. a zona de busca era percorrida em separado pelo cão e o dono. Quanto ao trabalho em si. Descoberta da vítima. nas quantidades apropriadas. numa medida que não deve ser desprezada. . O cão volta aos lugares previamente explorados e reconhecidos como sendo um lugar provável de soterramento de uma vítima. . Durante a exploração. O cão segue o seu treinador na zona de busca. Durante esse período. . cão e treinador trabalham juntos. porém qualitativamente fundamental.contribuir para optimizar os resultados de um treino bem conduzido. Tudo acontece como se existisse uma confrontação entre as deduções do cão e as do seu treinador.Tudo ocorre como se o cão esperasse pela autorização do treinador para marcar a vítima. Descoberta da vítima. Contacto visual com o treinador.ter um possível efeito tampão sobre a acidificação metabólica causada pela corrida. . o volume e o peso do bolo intestinal. Alimentação do cão de desporto Esquematicamente. O cão efectua a marcação logo que o dono oincentiva a fazê-lo. ser prevenida pela nutrição. o cão e o seu condutor trabalham de maneira mais ou menos independente. 2. quantitativamente muito variável.o stress. Exploração da zona e da área circundante. 3.fornecer uma fonte de energia de óptima qualidade. é o responsável pela necessidade de adaptações nutricionais. O cão é levado até a zona de busca. O cão efectua a marcação logo que o treinador o incentiva a fazê-lo. 3. o cão imobiliza-se num provável lugar de soterramento de uma vítima. Díades "autoritárias" 1. na medida em que. Fareja. Portanto.exploração. O cão espera que o seu treinador se aproxime e estabelece um contacto visual com ele. ao ser induzido pelo treino e pela competição. tanto quanto possível. ou um cão de busca como se alimenta um cão de trenó torna-se uma aberração para quem espera do seu cão o melhor desempenho possível e uma boa . Para isso.a desidratação. alimentar um galgo de corrida como se fosse um cão de caça.o gasto energético induzido a ser considerado. são três as categorias de factores que têm impacto sobre as necessidades nutricionais do cão de desporto : . Os cães e os treinadores estão relativamente afastados uns dos outros. .minimizar. Fareja com maisinsistência. um alimento adaptado ao cão de desporto deverá: . que pode. O cão caminha junto ao treinador.ajudar a manter um correcto estado de hidratação do animal. colmatar as perdas fisiológicos causadas pelo stress. O cão olha periodicamente para o treinador. O cão está constantemente sob a autoridade do seu treinador. . prevenção Obs. posteriormente. constatei que a alimentação era rica demais em amido e colectei amostras de sangue e de urina. fui até ao local de criação destes cães para uma visita pormenorizada. o simples facto de alterar. e Dominique Grandjean. nascera o conceito da adaptação do teor de gorduras no cão. uma vez que estas gorduras alimentares geram um maior desgaste das protecções antioxidantes do organismo. manter o peso ideal do cão. Nos anos 80. poupando glicogénio quando corre. o objectivo de cada treinador deve ser.. outros problemas musculares (o lado negativo) podem surgir. uma equipa de cães de trenó de competição foi-me enviada para consulta no hospital para pequenos animais da Universidade da Pensilvânia. observara que os teores sanguíneos em vitaminas E e C (antioxidantes) no cão de trenó diminuíam acentuadamente durante o esforço. e os melhores especialistas Médicos da Universidade não encontraram nada de anormal. gado leiteiro. o cão de trenó serviu-me de modelo para os estudos que conduzo há vários anos sobre o cavalo de desporto no Instituto Tecnológico da Virgínia: um cavalo adaptado e que consome gorduras. De qualquer maneira. naquela época. A adaptação às gorduras alimentares. de modo a manter um peso ideal estável. Pessoalmente. os cães que tinham consumido esses frangos gordos corriam mais depressa e durante mais tempo do que os outros. se possível. Diplomado pelas Faculdades Americanas de Nutrição e de Medicina Interna Instituto politécnico da Virgínia. doutor em Ciências. o bom e o mau Em 1970. Blacksburg.Médico Veterinário. tal como o cão. fez desaparecer o problema e. Estados Unidos Especificidades nutricionais Em primeiro lugar. Professor David S. actualmente um certo número de dados científicos permitem precisar a abordagem em determinados casos hipotéticos: assim. a quantidade de energia a ser fornecida a um cão sofre a influência da intensidade e duração do esforço. pelos professores Arleigh Reynolds. porém numa proporção menor de lipídios na sua alimentação. antes de tudo. algumas semanas depois. No entanto. Vi cães a consumirem os seus próprios excrementos. a seguir desenvolvido cientificamente por mim mesmo para o cão de trenó e. há uma menor quantidade de alimentos não digeridos no seu aparelho digestivo). Sendo.: dos problemas médicos ou traumatológicos. especialista em. semanalmente e adaptando as quantidades de alimentos distribuídas diariamente. pesando-o. com a finalidade de determinar os níveis de suplementos nutricionais antioxidantes eficazes. Kronfeld . após poucos quilómetros de corrida. fornecendo-lhes frangos inteiros. tornando-se mais resistente. paradoxalmente. Estes cães cansavam-se precocemente. No entanto. "para ver". enquanto .. para um galgo de corrida. mais leve (na verdade. mas também mais calmo e. De uma maneira global. Assim. Os trabalhos de investigação das equipas já citadas concentram-se agora neste problema. A adaptação do animal ao consumo de gorduras faz desaparecer uma afecção muscular clássica no desportista. nos Estados Unidos. sabe-se que a participação numa corrida provoca um aumento de apenas 5% da necessidade energética em relação à necessidade de manutenção do cão. chamada rabdomiolise de esforço (destruição das fibras musculares relacionada com a acumulação de ácido láctico). a alimentação desses cães. em França. que. As variações da temperatura ambiente também deverão ser levadas em conta: para combater o frio ou o calor em torno da sua "zona de neutralidade térmica" (em torno de 20° C). . o cão precisa de mais energia. um máximo de eficácia e sem risco de bloqueio metabólico. aproximadamente. ácido ascórbico ou vitamina C (que normalmente não é um nutriente essencial no cão). . . uma hora de trabalho leva a um aumento de. Este facto pode ser avaliado de maneira simples. 10% da necessidade energética demanutenção. as trocas de oxigénio e diminuir os fenómenos inflamatórios gerados pelo esforço). o que pode levar a um acréscimo da alimentação diária de 40 a 50% para um "dia" de trabalho ou de desporto .000 kcal por dia (sete vezes a sua necessidade de manutenção!). é. para 35 % para um cão submetido a um esforço de resistência (sendo 20 a 25 % um teor óptimo para um esforço intermédio). um cão de trenó de 20 kg poderá consumir até 12.suplementos nutricionais úteis não presentes no alimento completo utilizado: Lcarnitina (essencial para a boa utilização celular dos ácidos gordos e para a recuperação). sendo que o óptimo valor no cão de desporto situa-se a 45-50 gr de matérias fecais para 100 gr de matéria seca ingerida. e de maneira esquemática. também. probióticos (bactérias lácticas que melhoram a digestão dos alimentos). este tem necessidades nutricionais específicas. conduziu a uma definição dos critérios de uma energia optimizada para o cão de desporto. podemos reter duas considerações de qualidade: . assim.o equilíbrio dos componentes energéticos deve ser tal de modo a que a combustão se realize com um mínimo de resíduos. Como o esforço constitui uma fonte de stress para o organismo.a energia deve estar rápida e facilmente disponível nos locais próprios da sua utilização (a célula muscular). . indispensável utilizar alimentos completos secos especializados e hiperdigeríveis (aqueles que os fabricantes qualificam de "premium" ou "superpremium"). dependendo da intensidade do esforço. selénio) e em ácidos gordos da série ómega 3 (oriundos do peixe e que podem melhorar a fluidez dos glóbulos vermelhos. 150 km por dia a umatemperatura de – 50° C). A qualidade da energia fornecida ao cão durante o esforço assume uma importância fundamental e. que podem ser esquematizadas da seguinte forma: .aumento da necessidade em proteínas. Além da própria natureza dos nutrientes valorizados. quanto mais longo o esforço. Para tornar a energia facilmente disponível e rapidamente utilizável pelo organismo em situações de esforço. resultando num reduzido volume alimentar e fecal. De forma mais geral. mas também em nutrientes antioxidantes (vitamina E. mais rico em gorduras deverá ser o alimento. comparando-se o volume fecal ao volume ingerido. Assim. as quais deverão representar de 32 a 40 % da matéria seca do alimento. passando de um teor de 16 a 20 % para um cão que pratica esforços curtos. em condições extremas (como é o caso do Iditarod no Alasca. B6 e B12).aumento da necessidade em vitaminas do complexo B (em particular B1. . hiperdigerível. ser . a alimentação do cão de desporto deve: ser ser correctamente nutricionalmente concentrada e distribuída e consumida equilibrada. pelo cão.Alimentação prática Em termos práticos. período de treino: passagem progressiva para um alimento de trabalho (período de uma semana em cada transição). num horário fixo. um quarto da quantidade diária de alimento com bastante água. uma antiga crença sem fundamento. principalmente imediatamente após o esforço. Para isso. portanto. rigorosamente. o stress pode requerer adaptações nutricionais suplementares. um cão de desporto ou de utilidade não deverá trabalhar em jejum. Relativamente às quantidades diárias a administrar. em tal contexto. os quais poderão receber suplementos adaptados às especificidades de cada prática desportiva. Obviamente que.enriquecimento do alimento para corresponder à necessidade energética do esforço (gorduras) e ao stress (proteínas. .período de descanso anual: alimento de manutenção de qualidade excepcional. alimento diário deverá ser adaptado à evolução do peso corporal do animal. e o restante à noite. prejudicial ao desempenho e bem-estar. excluído). ou adição crescente de um suplemento alimentar de trabalho à alimentação de manutenção . Finalmente. à evolução do treino: . apenas os alimentos industriais completos secos poderão ser considerados (sendo que a alimentação caseira torna-se anedótica e o alimento húmido enlatado. pelo menos quatro horas antes de trabalhar.período de competição: acrescido ao trabalho.período de destreino: retoma progressiva ao alimento de manutenção. o fornecimento de água a um cão de desporto deverá ser permanente. deverá receber. . para prevenir os problemas de desidratação. pela manhã. uma vez escolhido o alimento correcto.aumento da densidade do alimento em energia e em nutrientes essenciais. associado a uma redução da quantidade de matérias fecais. . considerar os alimentos para cães de desporto como sendo uma série de adaptações específicas em torno dos três critérios a seguir: cobertura da necessidade de manutenção. . deve-se implementar um plano anual de alimentação. o qual deverá adaptar-se.O dono deve. vitaminas). Quantitativamente. . . com a finalidade de enfrentar os problemas levantados por uma patologia desportiva muito específica. essencial em todo e qualquer cão de desporto ou de trabalho.Elementos canina de medicina desportiva O desenvolvimento incessante dos desportos caninos. onde o claudicar (coxear) é sinónimo de dor e mau desempenho. A integridade do aparelho locomotor é. . mas principalmente do número e do nível das competições. evidentemente. levou ao aparecimento de uma verdadeira medicina desportiva dedicada ao cão. A prevenção dessas afecções.Este pode ser causado. o músculo poderá. tais como tendinites ou miosites. articulares. Neste campo da traumatologia desportiva do cão. é importante considerar a prevenção. Utilizam-se métodos de diagnóstico sofisticados. passando por distensões. de maneira a que o posicionamento das suas patas seja óptimo. mesmo que seja mínima. a fase de reeducação pode tirar proveito dos benefícios dos métodos chamados "fisioterapêuticos". e até mesmo fracturas. em situações de esforço. no cão. Da mesma forma. . que passa obrigatoriamente: . primeiramente. . . o cão de desporto e de trabalho está sujeito a problemas tão clássicos como entorses ou luxações. por uma lesão nas almofadinhas e/ou espaços interdigitais. de uma pomada feita de ácidos gordos hiperoxigenados nos espaços interdigitais (com grandes propriedades anti-inflamatórias). seria possível mencionar as dezenas de afecções traumáticas ósseas.por uma alimentação perfeitamente adaptada. . bem conhecidas pelos caçadores e pelos mushers. também é muito recomendada a utilização de botas protectoras. sofrer incidentes que vão desde a simples contratura ao rompimento. Assim como o homem.por um aquecimento antes de qualquer treino ou competição. tendinosas e ligamentares próprias de determinadas actividades desportivas. ou ainda afecções inflamatórias. . Subindo ao longo dos membros. O cão deve ser acostumado a evoluir em determinado ambiente.por uma ingestão permanente de água que evitará toda e qualquer desidratação prejudicial ao músculo.pela aquisição de uma gestualidade reflexa que corresponda ao esforço solicitado. Nalguns casos (cão de trenó). que leve o cão ao máximo do seu potencial desportivo em período de competição. tais como a ecografia ou termografia (detecção através de uma câmara térmica das zonas de calor ou frio no animal) que permitem a implementação dos tratamentos mais adaptados.por um treino físico bem elaborado. regular. melhor ainda. passa por um endurecimento das almofadinhas através de um spray endurecedor e a aplicação de graxa (mistura de lanolina e alcatrão de pinho da Noruega) ou. qualitativamente ao tipo de esforço fornecido. e uma descontracção muscular durante o período de volta à calma após o esforço. e quantitativamente à manutenção do peso ideal do cão. pelo facto de ser esse o único lugar anatómico através do qual o cão transpira. Assim sendo. as populações de desportistas caninos aumentam. o estatuto de desporto olímpico (sempre que homens e cães partilham o mesmo esforço. em escala internacional. homens e cães do Corpo de Bombeiros de Paris e dos Carabineiros do Chile participaram nessa manobra "natural". em resposta a uma procura real. ou por ocasião de avalanches nas montanhas. a expedição "Cães dos Cumes" tinha como objectivo estudar os efeitos biológicos do trabalho a grande altitude (carência em oxigénio e menor pressão barométrica) no cão de busca de pessoas soterradas. enfim. deu origem.980 metros. os socorristas humanos e caninos não dispõem de nenhuma possibilidade de adaptação progressiva à altitude. Realizada em Abril de 1996 no Norte do Chile. juntamente com a notoriedade de cada uma das actividades e com o profissionalismo – no sentido nobre da palavra . aliás. Os resultados científicos dessa expedição estabeleceram claramente a importância de uma preparação nutricional optimizada. Ásia). enquanto. a medicina desportiva canina está a adquirir progressivamente o seu estatuto de especialidade reconhecida. situadas ao longo dos poços do vulcão Licancabur. Expedição científica "licancabur-cães de cumes 1996" Objectivo: conhecer as consequências biológicas e nutricionais do trabalho a grande altitude no cão de busca de pessoas soterradas. uma unidade clínica e de investigação da ENVA que dedica as suas actividades ao serviço dos profissionais do cão. à "medicina desportiva canina" e. em 1996. e envolvendo tanto a preparação do cão como as afecções patológicas específicas. Auburn e Universidade da Flórida) dispõe de uma consulta três vezes por semana. mesmo no plano internacional. alguns. Para corresponder a essa evolução é que. Para isso. De disciplina emergente ainda há alguns anos. pois esses casos requerem uma intervenção marcada pela urgência.que delas decorre. aquilo que não era senão um conceito. pouco a pouco. este é frequentemente utilizado para salvar vidas humanas durante terramotos ou deslizamentos de terra em altitude (Cordilheira dos Andes. da criança e do seu cão (as competições de agility comprovam esse facto). ganham. Na sua faceta de Medicina Desportiva. à Unidade de Medicina de Reprodução e do Desporto (UMES).: A medicina desportiva canina Os desportos caninos estão em constante desenvolvimento. pois os seus Médicos Veterinários estão oficialmente presentes em muitos locais de competições desportivas caninas. Com efeito. Para os preparar melhor para o famoso "mal das montanhas" e exercer o seu papel nessas difíceis condições com perfeição. uma estrutura de fisioterapia-reeducação funcional e um laboratório de investigação (Laboratório de fisiopatologia dos lípidos e radicais livres) que estudam as consequências biológicas e celulares do stress de esforço no cão. ou ainda os problemas da luta contra o doping.Obs. no cume do vulcão Licancabur. que culmina a 5. através da brincadeira. com o passar dos anos. A Unidade de Medicina da Reprodução e do Desporto é também uma estrutura de campo. foi organizada na Escola Nacional Veterinária de Alfort (ENVA) a primeira jornada de estudos dedicada. vinda dos criadores. nada mais lógico para a pulka e o trenó). baseada no consumo pelos cães de um alimento completo seco hiper-energético e . resgatando vítimas soterradas em ruínas incas. sem aclimatação prévia. essa unidade inovadora para uma escola de Medicina Veterinária (só existem unidades equivalentes em duas universidades americanas. os mais belos valores ancestrais da mãe Natureza voltam até nós graças aos cães de pastoreio. em 1985. outros tornamse um extraordinário meio de educação. A ISDVMA oferece bolsas de estudos e investigação para vários estudantes veterinários apaixonados por este assunto. por exemplo. Fundada em 1991.hiperprotídico suplementado com vitaminas antioxidantes (vitaminas E e C) e com ácidos gordos essenciais da série ómega 3 (óleos de peixe). a ISDVMA proporciona a formação dos mushers para o conhecimento dos seus cães e fornece. Doutor Fathi Driss . tais como. A ISDVMA organiza um simpósio anual e reuniões no mundo inteiro. Minnesota. publica regularmente uma revista e obras que propiciam trocas e intercâmbios permanentes. veterinários especialistas para acompanhar as mais de 4. também. em colaboração com a Unidade de Medicina de Reprodução e do Desporto da Escola Nacional Veterinária de Alfort e o Centro de Investigação da sociedade Royal Canin.University of Minnesota Saint-Paul. Aproveitando a ocasião.Centro Hospitalar Universitário Paris-Ouest O cão de trenó dispõe de sua própria estrutura veterinária internacional A Associação Internacional de Medicina Veterinária do Cão de Trenó (International Sled Dog Veterinary Medical Association) é uma organização veterinária profissional que reúne mais de 400 membros distribuídos pelos cinco continentes e vindos de países tão diversos como a Nova Zelândia. Assim sendo. A utilização dos métodos científicos de fisioterapia para melhorar os processos de recuperação no atleta canino.500 corridas de cães de trenó organizadas anualmente em todo o mundo. a mobilização passiva de um membro. Professor Jérôme A. Edita também uma base de dados. a ISDVMA tem como objectivos promover activamente e incentivar acções que visem o bem-estar e a boa saúde do cão de trenó e desenvolver investigações científicas que permitam entender melhor esse cão excepcional. Vanek . com a finalidade de apresentar aos Médicos Veterinários as mais recentes descobertas científicas nessa área e. ou num cão que tenha sofrido uma intervenção cirúrgica óssea ou muscular. foi realizado um estudo comparativo semelhante no homem e novas expedições desse tipo serão organizadas no futuro. que é actualizada a cada ano. reunindo todas as publicações científicas ou técnicas dedicadas ao cão de trenó. Enfim. tratamentos térmicos (essencialmente ultra-sons). Os aspectos benéficos da fisioterapia . Estados Unidos Fisioterapia e reeducação funcional A fisioterapia é uma disciplina médica que procura restabelecer a funcionalidade normal de um elemento anatómico. recorrendo a diferentes tratamentos não invasivos. a Groenlândia. a estimulação neuromuscular ou um simples exercício de reeducação. para as federações e organizações internacionais. o Japão ou a África do Sul. a utilização desses métodos para melhorar os processos de recuperação do atleta canino está a dar os seus primeiros passos. foi recém introduzida na Medicina Veterinária e está relacionada com a criação da Unidade de Medicina de Reprodução e do Desporto da Escola Nacional de Veterinária de Alfort. Não sendo esta devida e regularmente acompanhada. no caso de um ferimento nos dedos. Estes efeitos benéficos são os seguintes: .O objectivo da fisioterapia é o retorno a uma função normal do elemento anatómico (ou do animal) afectado. pois o dono torna-se parcialmente responsável pela boa recuperação do cão. para diminuir a sensação de dor e melhorar a circulação do sangue. 5. Assim. quando não há nenhuma lesão muscular. 6. tendinoso ou ligamentoso. 2. . Tratamentos térmicos também podem ser aplicados em ferimentos profundos. utilizando-se aparelhos de ultra-sons.diminuição da sensação de dor. Natação . o tratamento cirúrgico de uma distensão muscular. espasmos musculares). o resultado afectará invariavelmente as capacidades físicas do cão e levará a um desempenho atlético menor. Aumenta a drenagem do sangue e da linfa e previne as lesões musculares e os bloqueios articulares. os aspectos benéficos da fisioterapia para o paciente canino incluem os seguintes elementos: 1. obtida. Os tratamentos térmicos podem ser superficiais (bolsas térmicas. muito difundidos entre os cinesioterapeutas.diminuição da resposta inflamatória (calor. Muito frequentemente. 4. aumento do nível de metabolismo dos tecidos aquecidos. Aumento dos fluxos sanguíneos e linfáticos Regressão precoce dos processos inflamatórios Aumento da produção de tecidos de substituição Prevenção das lesões periarticulares Retorno ao funcionamento normal da articulação afectada Prevenção dos fenómenos de atrofia muscular Um dos aspectos positivos não desprezíveis dos métodos de fisioterapia é que eles envolvem o dono do animal na boa condução do tratamento. Este tratamento deve iniciar-se no mesmo dia da intervenção cirúrgica e prosseguir durante duas a três semanas. dor. inchaço.os tecidos fibrosos cicatriciais tornam-se mais facilmente extensíveis. aumento do fluxo sanguíneo. ou basear-se na "dispersão de calor relativa". hidroterapia). Mobilização passiva e massagens A mobilização passiva é um movimento imposto pelo terapeuta com a finalidade de recuperar uma amplitude articular ou uma perda de flexibilidade e elasticidade das partes moles. lâmpadas de calor. A massagem. ou a estabilização de uma fractura. . por exemplo. não constituem senão a fase inicial da reabilitação do animal. por sua vez. Tratamentos térmicos O calor é o método de utilização mais antigo e costuma revelar-se eficaz. com ultra-sons ou microondas. com efeito. 3. Constitui uma importante modalidade pós-traumática de prevenção das aderências tecidulares e de manutenção de uma dinâmica normal da articulação. pode ser útil. por exemplo. Laser de baixa energia Nas afecções musculo-tendinosas também são utilizados lasers suaves e a aplicação de campos electromagnéticos. associados ao repouso forçado ou a uma prolongada imobilização parcial. um plano de reeducação funcional de várias semanas.A natação pode permitir movimentos de extensão articulares e o funcionamento dos músculos. Exemplos de fisioterapia Semanas 1 e 2 : Imobilização com gesso. com bons resultados. Permite também movimentos articulares de grande amplitude e pode ser implementada muito rapidamente após uma intervenção cirúrgica.Médico Veterinário. Electroestimulação Pequenos aparelhos autónomos de electroestimulação neuromuscular podem. fazer com que os principais grupos de músculos se contraiam ritmicamente. Permitem evitar os processos de atrofia muscular.: O laser habitualmente utilizado no cão de desporto Diferentes tipos de laser podem ser utilizados no cão de desporto com a finalidade de ajudar na cura de problemas musculares ou de tendinites. é lógico. Utilizando-se os métodos citados. A sua eficácia. Os efeitos terapêuticos dos lasers permitem combater a inflamação. e aceleram o processo de cicatrização no caso de lesão ou ruptura. torna-se possível implementar. lasers "médios" nas afecções dos músculos ou articulações e lasers "duros" em cirurgias. geralmente. Semanas 3 protocolos de Caso número 1: Greyhound que sofreu uma cirurgia ortopédica reparadora de uma fractura do tarso. e 4 : . Por ser um tratamento não-invasivo promissor para o cão de desporto. depende das suas características técnicas e. o edema e diminuir a intensidade da dor (efeito antálgico). estando estas denominações ligadas à intensidade e à potência do raio laser. Universidade de Viena. Um programa de fisioterapia bem conduzido é um elemento essencial para a boa recuperação do cão. embora o seu custo continue bastante alto. através da pele. o laser faz parte do equipamento do Médico Veterinário especializado. juntamente com o dono do cão. Doutor Petra Horvatic-Peer . em todos os aspectos semelhante ao que é feito para o homem. Estimulação do músculo quadríceps. são utilizados lasers "suaves" em acupunctura do cão. Mobilização passiva da anca e do joelho. Obs. ao que parece. sem que para isso os órgãos fiquem sobrecarregados em termos de peso. Controlo radiológico da fractura. diária. Semana Diatermia Mobilização Electroestimulação. Natação diária (alguns minutos). minuto com três . Caso número 2: Greyhound que sofreu uma fractura fechada do fémur tratada por redução cirúrgica e colocação de uma placa. : muscular. do joelho e da articulação tibio-tarsiana. passiva. Semana Retoma 10 do : treino. passiva. Se necessário. Semana Remoção Mobilização Massagens. com breves caminhadas com trela curta. Semana 1 : Mobilização passiva do jarrete e do anca.Imobilização Mobilização passiva da com anca e do gesso. : liberdade. joelho. Mobilização passiva da anca. Semana 5 : Remoção do gesso. Electroestimulação. prolongada. Imobilização em jaula. diária. Electroestimulação dos músculos da coxa (especialmente o quadríceps). Semana Breves Natação Caminhada 7 corridas lenta em trela : curta. curta. Aplicação de compressas geladas sobre a área cicatricial para prevenir qualquer fenómeno inflamatório ou edematoso. Semanas 8 e 9 : Aumento progressivo da duração e intensidade da caminhada. vezes trela por semana). Natação (um Caminhada 2 das aplicação de 3 compressas : estruturas. Massagens na perna. Estimulação dos músculos gastrocnémio e tibial cranial. para as necessidades fisiológicas. geladas. do trote e da corrida. Semana 6 Caminhadas breves com Natação Mobilização passiva das articulações tarsianas. tais como. existem casos de doping no cão de desporto : . quando o que está em jogo é importante. Europa) e as de pulka e cães de trenó (Estados Unidos. passiva.Semana Diatermia Mobilização Natação (1 Caminhada Semanas Caminhada Natação. O doping não é a preparação fisiológica do atleta. A condução da parte final do tratamento pelo dono só será possível quando os apoios do animal tiverem voltado ao normal. é muito importante efectuar um acompanhamento documentado e semanal dos progressos do animal. vezes 6 por semana). : dono. Austrália. o rendimento numa competição. Europa) aparecem como os precursores. Semanas Condução Caminhadas a 2 5 4: muscular. quando existe alguma aposta em dinheiro (caso do galgo de corrida). . a utilizada para o cão de trenó pela IFSS (International Federation for Sled Dog Sport).doping para perder. artificialmente. Portanto. a passagem para a etapa seguinte só deve ocorrer quando os objectivos da semana anterior tiverem sido alcançados. estão proibidas: . trela. bem como pela ética desportiva. : trela. deve ser considerado como doping a utilização de substâncias e meios destinados a aumentar. neste último caso. há anos. prejudicando a ética desportiva e a integridade física ou psíquica do cão. 8 pelo rampas ou Em todos os casos de utilização de métodos de recuperação por fisioterapia. por disporem. de regulamentos internacionais e de controlos regulares durante as competições. As corridas de galgos (Estados Unidos. minutos cinco com e com e fisioterapia declives. Assim. o respeito pelo animal.doping para vencer. Embora extremamente raros.doping para fazer perder. indo nesse caso mais além do que uma simples fraude! As regulamentações existentes recorrem a listas de produtos proibidos. escadas. 7 da com trela. sendo o objectivo administrar ou fazer consumir ao(s) cão(cães) concorrente(s) uma substância dopante proibida. . Combater o doping Face ao constante desenvolvimento das diferentes actividades de desporto canino e considerando-se a amplitude e a importância de algumas manifestações. esta é essencial e deve ter a supervisão do Médico Veterinário. passa pela necessária implementação de controlos antidoping no cão de desporto. Num plano que compreende várias semanas. por exemplo. até ao laboratório de análises). tranquilizantes. as amostras colectadas poderão ser a saliva. anti-inflamatórios. . o sangue ou a urina do cão. com total segurança. que deverá ser cada vez mais o objecto de uma educação séria e preventiva no mundo do desporto canino. mesmo que se refira a uma ínfima minoria de indivíduos inconscientes. quando utilizados para esse fim. estimulantes.- Substâncias estimulantes Substâncias anti-inflamatórias. Portanto. provocam efeitos colaterais prejudiciais. sem perigo nenhum para o animal e respeitando regras muito restritas (amostras contraditórias são codificadas para garantir o anonimato. seladas antes de serem levadas. o combate ao doping é uma necessidade dissuasiva. do sedativos esteróides substâncias substâncias injecções analgésicas não-esteróides antiprostaglandinas sistema nervoso central antitússicos e anestésicos diuréticos anabolizantes miorelaxantes anticolinérgicas anti-histamínicas de sangue esteróides ou Durante os controlos antidoping. diuréticos ou beta-bloqueadores são medicamentos que. é importante que cada dono se convença do perigo que o doping representa para o cão: anabolizantes. Exceptuando todos estes aspectos regulamentares e de controlo.
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