A Prática da Escrita no Ambiente Escolar

March 27, 2018 | Author: Marizete Reis | Category: Portuguese Language, Lesson, Schools, Teachers, Pop Culture


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A Prática da Escrita no Ambiente Escolar tamanho da fonte    Imprimir E-mail Seja o primeiro a comentar! Beatriz Brito Carneiro Introdução Este trabalho tem o objetivo de compreender os métodos pelos quais a prática da escrita é ensinada e realizada em um ambiente escolar com turmas do 1º ano do Ensino Médio de uma instituição pública. Para tanto, foram observadas as aulas de Língua Portuguesa de uma professora que leciona para quatro turmas da escola, no período vespertino. Tomou-se como objeto de estudo uma das várias sequências didáticas utilizadas pela docente, que culminou na produção de textos escritos pelos alunos. Essa sequência foi analisada com base no modelo proposto por Dolz, Noverraz e Schneuwly, explicitando como nela são desenvolvidos os objetos de ensino, as práticas de linguagem e os gestos didáticos postos em prática pela professora e também refletidos no aprendizado dos alunos. De modo a ilustrar estas práticas com maior consistência, são descritas, na primeira parte deste artigo, as características da linguagem no ambiente escolar tanto em relação ao espaço físico quanto na documentação e na interação entre os grupos da instituição. Na segunda seção, são postos em voga as diversas práticas de ensino observadas em sala de aula em geral, para que, na terceira parte, a prática da escrita possa ser analisada com mais foco e objetividade. 1. Sobre o contexto escolar 1.1. A escola O Estágio de Observação da matéria de Metodologia do Ensino do Português I foi realizado em uma escola pública da zona sul de São Paulo, no bairro de Santo Amaro. A região não é residencial; ela concentra um intenso comércio e é bastante movimentada. A escolha dessa escola foi motivada principalmente por eu ter concluído os dois últimos anos do Ensino Médio nesta instituição, nos anos de 2003 e 2004. A escola oferece aulas apenas para o Ensino Médio. Assisti às aulas de uma professora de português que trabalha há muitos anos nesta escola e já está prestes a aposentar-se. As aulas acompanhadas eram todas com turmas do primeiro ano, compostas por alunos que vieram de diferentes escolas de Ensino Embu e Itapecerica da Serra. De acordo com o Dicionário Interativo da Educação Brasileira1. perto de uma das lousas. A linguagem no contexto escolar 1. era de se esperar que a sala contivesse uma série de elementos que remetessem à matéria sendo estudada ali. participavam das atividades propostas. os materiais expostos na sala devem contribuir para ilustrar e enriquecer o conhecimento. Normalmente. Gostavam muito de conversar entre eles. Além disso. os alunos não ficavam desamparados no calor com a ajuda de dois ventiladores de teto. encontravam-se alguns mapas enrolados. remanescentes da tentativa frustrada de instalar projetores de vídeo naquele lugar. as salas ambiente têm o objetivo de estimular uma maior interação dos alunos com os recursos e materiais pedagógicos disponibilizados. 1. Ao lado do armário. mas costumavam respeitar a autoridade da professora. Eles têm em média quatorze e quinze anos e.Fundamental da zona sul e de outras cidades adjacentes. Apesar de toda a escola ser pintada de azul e branco. duas vassouras. As duas outras paredes da sala eram cobertas inteiramente por janelas gradeadas. A sala em que assisti às aulas de português era bastante espaçosa. uma das maiores salas de aula da escola. não pode ser o único recurso de aprendizado. No espaço físico O sistema de salas da escola é ambiente. Era uma sala muito bem iluminada. tais como Diadema. Ela era composta por duas lousas que estavam na mesma parede. O quadro-negro. tanto pelas lâmpadas quanto pela luz natural que entrava pelo grupo de quatro janelas extensas. Desse modo. além de uma pá e balde de lixo. Além da iluminação.2. com a finalidade de ampliar suas relações com o que aprendem na escola. no geral. produzido pela Agência Educa Brasil. Desse modo. de frente para a porta da sala. servindo para armazenar livros didáticos e dicionários que os alunos consultavam eventualmente. Elas tinham cortinas brancas e algumas pretas. a sala ambiente de português . A composição das carteiras era tradicional: as cadeiras e mesas brancas com detalhes em verde estavam organizadas em cinco fileiras com uma média de oito carteiras em cada fileira.2. ao término das aulas. no qual o professor mantém-se na mesma sala durante todo o período e são os alunos que devem locomover-se pela escola na troca de aulas. Esta dava acesso a um grande corredor margeado por outras tantas salas e por uma biblioteca na sua extremidade oposta. portanto. as paredes das salas de aula estavam decoradas com um tom claro de bege do meio da parede para baixo e de branco na parte superior. A mesa da professora equivalia a duas mesas de alunos e ficava no canto esquerdo da sala. Havia um armário alto e cinza de duas portas em um dos cantos da sala. a professora organizava as carteiras e recolhia qualquer lixo deixado pelos alunos. esse conceito está estritamente relacionado à distribuição de textos na escola e às diferentes formas de letramento lá estabelecidas.1. Como estamos falando de uma sala ambiente de português. havia três cartazes com trabalhos de alunos do segundo ano do período noturno. fiquem ligados nas notícias sobre o show de talentos!!!”. É importante salientar que muitos dos textos distribuídos nos murais chamavam a atenção para o evento de show de talentos que seria realizado na escola. Abaixo deste estava outro cartaz com oportunidades aos alunos na Associação Largo 13. havia um aviso alertando que o intervalo deveria ser passado somente no pátio e não em outras dependências da escola. direção e alunos. a sala de aula da qual falamos encontrou algumas soluções interessantes para resolver tal problema. eles também seriam expostos em sala de aula. além de avisá-los sobre o que deveriam ou não fazer no ambiente escolar. Ainda sim. A matéria do dia 26 de março falava sobre a história da química e suas curiosidades. Era comum haver cartazes comprometidos em estabelecer uma ponte de comunicação entre os professores. O primeiro que se via da direita para esquerda era uma matéria de jornal da Folhinha. uma vez que os trabalhos estivessem finalizados. Fora da sala de aula. As turmas de primeiro ano do período vespertino que acompanhei com a professora de português estavam desenvolvendo um trabalho de fotojornalismo. outros cartazes com informações encontravam-se principalmente no pátio onde os alunos passavam o intervalo. Ao lado. À esquerda. via-se a seguir uma folha que listava os horários das aulas de educação física no período noturno com o nome dos professores responsáveis e das turmas. que oferece cursos profissionalizantes em diversas áreas. suplemento do jornal Folha de S. Esses textos visavam dar aos alunos a maior quantidade de informações que a escola julgava ser interessante para eles. a sala não possuía uma enorme profusão de cartazes porque os alunos ainda não tinham terminado seus trabalhos. Um pouco mais acima das redações havia um aviso sobre um show de talentos que seria realizado na escola nas semanas seguintes. Ele dizia: “Atenção. quando usar “tem” e “têm” e o verbo “haver”. provavelmente uma homenagem da professora àqueles que se saíram melhor na atividade. no qual eles deveriam tirar uma foto de algo na escola e desenvolver uma matéria a respeito. coordenado pelo CIEE. Em uma das paredes do pátio havia um extenso mural com uma série de cartazes. havia uma folha de sulfite com informações digitadas sobre vagas para o Programa Aprendiz. Esses trabalhos eram redações que versavam sobre o aprendizado de jiu-jítsu em escolas com alto índice de práticas de bullying. Como dito anteriormente. Na parede oposta. talvez pelo fato de que os trabalhos dados às turmas ainda estavam sendo concluídos pelos alunos.apresentava alguns cartazes – não muitos. Desse modo. Logo na entrada do pátio. encontrava-se uma cartolina branca com dizeres coloridos que convidavam todos a participarem de um grupo religioso . Paulo dedicado aos jovens estudantes. bem como as diferenças entre os pares “mau/mal” e “mais/mas”. De acordo com a docente. Acima de uma das lousas havia oito cartazes do tamanho de folhas de sulfite com informações sobre palavras que poderiam causar confusão quando redigidas: o uso de “por que” e seus derivados. Salas ambiente de português podem ter menor apelo imagético que uma sala de ciências e seus microscópios ou uma sala de arte e seus trabalhos coloridos. As redações estavam logo abaixo da palavra “Parabéns”. 2. Na documentação e na interação escolar Além dos textos circulando nos murais e paredes das salas de aula. A partir daí. Havia outro cartaz sobre a “Festa do Bem -vindo”. foi organizada a “Festa do Bem-vindo”. No entanto.). datas das inscrições. De acordo com a . local de vendas e site do evento estava afixado no mural. os textos se repetiam. Esta escola de Ensino Médio tem grandes extensões e centenas de alunos em cada período. víamos três cartazes que tomavam grande parte da última seção do mural. estas apostilas são fracas em relação ao conteúdo e consistência. de modo a promover a integração entre alunos. Os murais estavam cobertos por cartazes. cartões de serviços e as mesas na sala tinham revistas. deveriam cobrir todo o conteúdo do programa curricular oferecido pela escola. o convite para as reuniões do “Cantinho de Jesus”. interpretação. direção e funcionários. materiais e folhetos. Os encontros acontecem pela manhã. A professora promovia várias oportunidades para que os alunos escrevessem redações sobre temas diversos. em comparação com os livros didáticos que normalmente eram usados pelos alunos. todas as segundas e terças-feiras. no entanto. horários. A sala dos professores era outra profusão de práticas de letramentos. O governo disponibilizara apostilas que. tais como formação de grupos. avisos. e os horários das aulas de educação física. 2008 e 2009. Eles apresentavam os horários de aulas de todas as turmas dos primeiros. corpo docente. havia. os alunos não tinham livro didático. tipos de apresentação (canto. além do aviso que regulava o conteúdo das apresentações: elas não poderiam ter conteúdo preconceituoso e vulgar ou fazer apologia às drogas.organizado por alunos que faz reuniões na escola. horários. poesia. comemoração que seria realizada na escola durante o final de semana. segundos e terceiros anos nos três períodos do dia. logicamente. etc. Na sala de espera que antecede a direção e a sala dos professores encontravam-se quadros com as fotos das turmas de formandos dos anos de 2006. Um grande cartaz com valores de ingresso. tais como a importância da água e o Dia Internacional da Mulher. eram raramente acessadas pelos alunos. o “Cantinho de Jesus”. dança. imitação. Do outro lado. Assim.2. O próximo cartaz chamava os alunos para participarem de um grupo de estudos de teatro em uma biblioteca próxima à escola. Viam-se depois dois grandes cartazes com informações detalhadas sobre o show de talentos. Por fim. as atividades deleitura e escrita praticadas durante as aulas. um cartaz com oferta de cursos técnicos gratuitos pelo SENAI bem como mais um aviso sobre as inscrições no show de talentos poderiam ser vistos. professores responsáveis. Qualquer um que entrasse no pátio também dava de cara com um grande cartaz que tomava a parte superior de uma das paredes. o Programa Aprendiz do CIEE. o grêmio estudantil convidava todos os alunos a participarem do show de talentos e trazerem seus familiares e amigos para o evento. Estas. de acordo com sua intenção. 1. Nele. Grande parte das atividades e dos exercícios era tirada de livros e anotações da professora. mágica. falavam ao celular. que relatou as atividades desenvolvidas nos outros dias da semana. Dentre elas. não havia ordem preestabelecida de conteúdos. acham diversão extra ouvindo música pelos seus fones de ouvido com o celular ou conversando uns com os outros. consegui observar mais alunos lendo diversos livros. A frequência apenas semanal na observação de aulas poderia não possibilitar uma análise global de todos os elementos que promoveram a interação em sala de aula. privilegiando mais detidamente o trabalho docente em relação ao ensino de português em todas elas. 1º M. O estágio foi realizado semanalmente. É necessário ressaltar que os aspectos analisados considerarão as quatro turmas de modo geral. tais como produção de texto. observei apenas quatro deles em contato com leituras diferentes daquelas prescritas pela escola leituras estas que consistiam em revistas ou livros de ficção. quem pensa que as atividades observadas eram homogêneas. a professora e o trabalho docente O Estágio de Observação das aulas de português era centrado em turmas do primeiro ano do Ensino Médio. ela terminaria todas as atividades da apostila muito antes do término do ano letivo. às sextasfeiras. Consequentemente. já que pertencentes a apenas um dia da semana. Engana-se. 2. Durante as primeiras semanas de estágio. O estágio.professora. 1º N e 1º O. Nas semanas seguintes. conversavam em grupos ou praticavam esportes. comentando trabalhos e provas. resolução de exercícios e atividades em grupo. As atividades propostas pela professora ainda seguiam o Plano de Curso estabelecido nos documentos escolares. e também pelos alunos. e a professora que acompanhei lecionava apenas para os primeiros anos do período vespertino. todavia. a turma M tinha aula dupla neste dia. Sobre o ensino de Português 2. A professora relatou que costumava dividir os dias da semana para .1. em geral. dentre tantas outras interações. O estilo da docente era deveras dinâmico e tarefas bem diferentes eram realizadas no mesmo dia. Muitos escutavam música. De fato. fazendo perguntas à professora. mas elas eram desenvolvidas com liberdade por ela. No entanto. principalmente aqueles ligados aos best-sellers atuais (temas vampirescos e adolescentes) e também percebi que muitos deles frequentavam a biblioteca da escola. dentre os cerca de cem alunos que têm aulas naquela sala durante o horário vespertino. Ademais. os alunos não possuíam material didático fixo durante as aulas. que relembraram informações de aulas anteriores para compor suas tarefas. nem todos os alunos conseguiram recebê-las. e contemplou características observadas em um total de quatro turmas: 1º L. algumas das lacunas – principalmente em relação aos resultados de trabalhos e desempenho dos alunos – foram preenchidas por entrevistas feitas com a docente. Os outros. A interatividade oral dos alunos era profícua e eles estavam o tempo todo conversando sobre algo particular de suas vidas. O intervalo era também palco de várias trocas interativas entre eles. uma vez que tinham liberdade de locomoção e relacionamento com os colegas. O objeto principal (por exemplo. Os objetos de ensino e as práticas de linguagem Durante uma mesma aula. Do ponto de vista discursivo. de modo geral. objeto discursivo explicitado pela interpretação de textos) era o tema central da aula. já que cada turma apresentava exigências diferentes. tais como exercícios (de natureza gramatical ou ortográfica). sufixal e parassintética). não era muito explícita. alunos/alunos. Muito disso deve-se ao respeito dos alunos à autoridade imposta pela professora em sala de aula. os alunos puderam aprofundar os conhecimentos adquiridos na aula anterior. contagem de fonemas em palavras.literatura. ditongos (crescentes e decrescentes). o objeto ortográfico esteve presente pelo ensino de separação silábica. Durante as aulas acompanhadas. Essa prática acontecia frequentemente. Era muito comum que já tivesse conteúdo a ser copiado no quadro negro antes mesmo que os alunos entrassem em sala de aula. mesmo recebendo o mesmo conteúdo. os mais aplicados já começavam a copiar o que estava no quadro negro. redações (de caráter discursivo). Eles comumente voltavam no dia da aula de literatura com dúvidas sobre a aula de gramática. havia algumas poucas variações nesse padrão. a docente costumava escrever na lousa apenas uma vez e o mesmo conteúdo servia para as turmas seguintes. principalmente. havia uma série de objetos de ensino abordados pela docente. Através de exercícios. No geral. gramática e leitura. Assim. 2. as aulas eram bem tranquilas e os alunos não apresentavam casos graves de indisciplina. Certamente. mesmo que a professora não tivesse avisado oralmente sobre do que se tratava o conteúdo. mas isso confundia os alunos. mas que seguiam uma certa hierarquia. os alunos puderam ter contato com uma variante linguística diferente daquela que aprendem na escola. Em outra ocasião. Mas. hiatos e dígrafos. trabalhos extras (atividade de fotojornalismo) e. era possível dizer que a presentificação da matéria era basicamente realizada por meio do que estava exposto na lousa e. Enquanto os alunos faziam a tarefa central. enquanto a sala inteira copiava a matéria da lousa. Como o sistema de salas era ambiente. a fim de fornecer assessoria e cobrar as atividades a serem entregues. a professora chamava outros alunos. o que estava sendo exercitado no momento. pontuadas por vários momentos de descontração nas interações professora/alunos. Quando os alunos entravam na sala. os objetos de ensino tiveram caráter ortográfico através do ensino de composição e derivação de palavras. os alunos deveriam identificar a existência de um desses fenômenos linguísticos nas palavras listadas no quadro. lições de casa e/ou tarefas atrasadas de alunos faltantes. os alunos trabalharam o texto da letra de música caipira “Chico Mineiro”. Por meio da cópia do texto na lousa. em algumas situações. Essas atividades cobriam objetos de ensino diversos. principalmente quando a docente precisava de tempo para trabalhar outras atividades individualmente com os alunos.2. ela decidiu escolher o conteúdo aleatoriamente. Por meio da análise linguística de palavras em exercícios específicos (exercícios de derivação prefixal. A intenção da docente era fazer com que os alunos distinguissem as diferenças entre a . o que comprometia o andamento da matéria. um por um. um dos alunos perguntou como fazer os exercícios sobre denotação e conotação. mesmo assim. Se havia algum problema mais sério. estava relacionado com as diferenças entre denotação e conotação. Eles deveriam produzir frases de conteúdo denotativo ou conotativo através de uma palavra. a professora acabou explicando rapidamente a todos a matéria. uma vez que tendiam a corrigir palavras como “úrtimo” e “vortemo” para o padrão culto. No entanto. Assim. não foi necessário que a professora tomasse grande parte da aula para explicar a matéria. A presentificação do conteúdo foi feita pela apresentação da definição na lousa. Nesse sentido. ainda na mesma aula.norma culta da língua e a variante caipira demonstrada pela letra da música. Percebendo que os alunos pareciam satisfeitos com a explanação. a professora procurava aprofundar os temas estudados anteriormente através da produção escrita dos alunos. no grupo dos objetos de ensino discursivos. fazia críticas e perguntava se o aluno ficara satisfeito com a sua produção. frequentemente. Enquanto os alunos copiavam esse conteúdo (sem prévia explicação oral da professora). era uma das tarefas que rondavam as interações na sala de aula. os conteúdos dados em sala de aula baseiam-se no currículo estabelecido parte pela escola. ela pedia que o aluno reescrevesse o texto para que ele fosse entregue. Ela dava conselhos. a docente reservava um tempo especial de atenção para o aluno. entre outros). dicas. Apesar de parecer terem entendido a explicação da professora. os alunos deveriam ter o conteúdo estabelecido por aquela apostila. estudada na semana anterior. A prática de linguagem relacionada à denotação e conotação desenvolveu-se por meio da produção escrita dos alunos. A professora constantemente cobrava a produção dos alunos que ora esqueciam-se de fazer o texto ou tirar a foto (as práticas de linguagem desta atividade poderiam ser definidas como produção textual e fotográfica – apesar desta última não ser muito comum em aulas de português). a docente chamava os alunos para corrigir as redações baseadas em um dos temas identificados na canção “Chico Mineiro” (temais tais como morte. ela disse: “Então já sabem. Alguns alunos acharam curioso uma certa dificuldade que tiveram ao copiar a letra. parte pelo governo. outro objeto de ensino fornecido aos alunos. Regra geral. Vê-se que. Ao clarificar a dúvida do aluno. Enquanto corrigia as composições. a apostila é fraca e deixa de abordar temas caros para o primeiro ano. . Por fim. com grande liberdade da professora em sua aplicação. né? Não precisa explicar ali”. apontado para o texto na lousa. A atividade de fotojornalismo. embora não tenha havido uma explicação formal com presentificação explícita do conteúdo. Essa atividade de fotojornalismo foi tirada da apostila fornecida pelo Governo do Estado para a escola. Em relação à correção das redações. alguns alunos apresentaram dificuldades em criar o sentido conotativo das palavras. por exemplo: “Está chovendo muito hoje” e “Está chovendo menina na horta dele”. viagem. não chegaram apostilas suficientes para todos os alunos e. se possível. alguns grupos não completaram os trabalhos. de acordo com a professora. A professora adiou o prazo de entrega por umas três vezes e. em dois parágrafos. de natureza também discursiva. A institucionalização dos conteúdos era feita discursivamente. A professora utilizava-se de giz (branco e colorido) e lousa. tais como redações e leituras. Atividades e Tarefas Em geral. ela simplesmente colocava a correção na lousa e pedia que os alunos conferissem. ela costumava passar atividades extraclasse para os alunos. livros e revistas guardados no armário da sala de aula. funqueiros e pagodeiros. todos devem submeter-se à uma avaliação que irá checar a leitura do livro escolhido. Ela oferece uma lista de livros dentre os quais eles devem escolher pelo menos um para ler. A professora não deixava escapar uma atividade sequer e mantinha uma lista com os alunos que mostraram a tarefa e os que ainda deveriam fazê-las. Ela relatou que promove essa atividade para que os alunos entrem em contato com alguns clássicos antes do segundo ano. Os gestos e instrumentos didáticos Os dispositivos didáticos empregados pela professora estavam constantemente ligados à memória didática. a regulação também acontecia durante os vários momentos em que a professora corrigia as produções escritas dos alunos. Nesta atividade.4. A docente colocava os exercícios na lousa e avisava rapidamente que eles deviam ser feitos para praticar o que já tinham aprendido. por meio da explicação dos conteúdos pela professora.3. Mais tarde. 2. a memória didática estava presente nos momentos em que a professora cobrava as tarefas. hiatos e dígrafos. a docente aplica uma atividade para promover a expansão e desenvolvimento da leitura dos alunos. Em geral. há que se enfatizar a ocorrência bem clara do gesto de institucionalização quando a professora deu exercícios sobre ditongos. avaliação organizada pela escola e que os alunos teriam na semana seguinte. os alunos se divertiram ao falar sobre as variantes de grupos sociais próximos a sua realidade juvenil. De modo a aprofundar o conhecimento. Em outras situações. Essa prática era mais frequente com exercícios de interpretação.2. já que em muitos casos os alunos estavam fazendo exercícios relacionados a conteúdos já dados em outras aulas. especialmente. Os alunos não tinham material didático fixo. No entanto. Ás vezes. Bimestralmente. Como dito anteriormente. individualmente. como quando da discussão das variantes do texto “Chico Mineiro” e de termos de variantes coloquiais do português. redações e trabalhos dados em outras aulas. A regulação dava-se na correção dos exercícios passados no quadro negro. os alunos faziam exercícios relacionados a conteúdos aprendidos em aulas anteriores. mas poderiam ter acesso a dicionários. ela não era muito explícita. Ela disse que eles faziam parte de uma importante revisão para o Provão. todas as atividades eram passadas na lousa pela professora. Além disto. Os instrumentos didáticos de ordem material eram simples e tradicionais. Em grande parte das aulas. quando já estarão estudando a literatura brasileira . tais como de roqueiros. ela chamava a participação da sala para que eles lessem as perguntas de um dado exercício e discutissem as prováveis respostas. na aula seguinte. quando descrevemos como se dá a interação da professora com os alunos. Quando era necessário avaliar aspectos de caráter mais discursivo e dar conta do processo criativo dos alunos. ela pedia que o aluno reescrevesse o texto. os alunos têm lido muito pouco ou quase não leem. Como dito acima. discutidos e praticados nas criações escritas dos alunos. além de descobrir se ele gostou ou não do que escreveu. gramatical ou ortográfica. A prática da escrita Considerando todas as atividades e tarefas que a docente disponibilizava aos alunos. ela corrigia aspectos mais estruturais como ortografia e pontuação. uma vez que a criação textual deles era muito mais importante. como a presentificação explícita da matéria. Nesse meio tempo. e procurava saber os caminhos percorridos pelo aluno para desenvolver o texto. ela recolhia as redações e as corrigia mais tarde. “A Odisseia”. A importância dada para a prática da escrita subsidia toda a organização das aulas. se o aluno não conseguia terminá-los durante o período escolar. ela comentou sobre o fato de os alunos normalmente acharem que copiar a matéria era o mesmo que cumprir com toda a atividade proposta. que todos os alunos cumpriam as tarefas de casa no tempo estabelecido. nos últimos anos. mas também os detalhes da composição. a professora relatou que pelo menos dez alunos em cada turma não tinham lido nenhum dos livros da lista. direcionadas ao público jovem. ela precisava sacrificar alguns procedimentos comuns em sala de aula. . entre outros.exigida pelo vestibular. Sendo negativa a resposta ou se a composição apresentava algum erro estrutural. Grande parte dos textos era desenvolvido em sala e. No momento da regulação das redações. a professora preferia que. Desse modo. Entre os títulos oferecidos. Sabendo disso. temos “Robinson Crusoé”. ele tinha a chance de trazer a composição pronta no dia seguinte. sejam eles de natureza discursiva. ela conseguia fazer a chamada. “A Ilíada”. Em uma das aulas. os objetos de ensino apresentados. obviamente. Para que isso ocorresse. Depois que a avaliação dessa atividade foi dada. Não podemos supor. 3. atender os alunos e analisar seus textos individualmente. As edições dessas obras eram facilitadas. mesmo a lista de livros sendo divulgada um mês antes da data estabelecida para a prova. cobrando de cada um não só a sua produção. fora do horário de aula. A professora comentava que. Ela reiterou que queria ver as redações prontas antes que qualquer um começasse matéria nova. “Dom Quixote”. o conteúdo do dia era colocado na lousa e os alunos o copiavam. Disse que uma de suas alunas justificou essa situação explicando que livros eram supérfluos e não tinham mais nenhuma utilidade depois de lidos. De fato. o aluno terminasse primeiro a composição e depois fizesse a cópia da matéria na lousa. é possível destacar que a prática da escrita verdadeiramente representa a síntese do projeto didático global das aulas de português. sempre acabavam sendo condensados. Entenderemos mais a frente como esse movimento das matérias ensinadas acaba compondo o corpo geral das composições textuais. ficou claro que ela valorizava a discussão dos textos deles. “O Rei Arthur e os Cavaleiros da Távola Redonda”. Colocou na lousa a letra da música “Chico Mineiro” 2. eles aprenderam como compor as palavras e. É necessário relembrar que esse estágio foi realizado apenas durante às sextas-feiras (com raras exceções em outros dias da semana) e grande parte da análise pauta-se pelas observações desse dia. de maneira sistemática. sua intenção não era somente . Esquema da Sequência Didática. contagem de fonemas. Era muito raro ela se dirigir a toda a sala para explicar a matéria. Para ilustrar essa sequência. 97).De modo a compensar a fraca presentificação da matéria. Depois. A intermitência semanal da observação não impediu que fossem identificadas relações sequenciais na prática docente. o foco esteve presente na desarticulação do léxico. em torno de um gênero textual oral ou escrito” (2004. ditongos. Generalizações quanto à presentificação da matéria são feitas.98). Em nosso caso. não entendiam a atividade ou conteúdo passado na lousa. Em um primeiro momento. a partir delas. tomamos a aula em que a professora passou exercícios sobre composição e derivação de palavras. hiatos e dígrafos). repleta de características textuais pertencentes à oralidade. portanto. Dolz. os alunos foram capazes de refletir sobre a língua de modo analítico. brincavam ou preferiam fazer qualquer outra atividade menos aquela proposta. Se ela percebia que a sala em geral não havia entendido algum ponto. a professora utilizou um objeto mais discursivo para trabalhar com os alunos. bem como as aulas de separação silábica. Na aula da semana seguinte. Isso não significava que ela não arranjasse tempo para cobrar dos que conversavam. era mais comum que explanasse detalhes para aqueles alunos que realmente estavam interessados e empenhados na atividade. aí sim ela procurava fixar a atenção de todos na explicação. p. por Dolz et alii (2004. Noverraz e Schneuwly definem como sequência didática “um conjunto de atividades escolares organizadas. procurando entender como as palavras são compostas (sílabas e fonemas) e classificadas internamente (ditongos. com base nessa prerrogativa. a professora dava assistência aos alunos que. Através de exercícios. Aqui. hiatos e dígrafos dadas nas semanas seguintes. por ventura. formar outras derivadas. A professora era bastante exigente e enérgica com os alunos nesse sentido. várias atividades foram apresentadas de modo a contribuir para a produção final dos alunos em forma textual. p. trabalhando com as palavras fora do contexto. revelando aí um fenômeno interessante no que se refere à sua escrita: quando devem escrever de acordo com a norma padrão.discutir as variantes da língua portuguesa. ao ensinar a ortografia através da composição. De fato. os alunos escreveram textos de uma página. Muitos tendiam a copiar o texto corrigindo-o para a norma culta. fonemas. enquanto outros preferiram escrever sobre a morte. p. outros sobre viagem. a professora pretendeu criar nos alunos um senso crítico sobre a língua portuguesa. a grande parte dos textos estava escrita em prosa. Tais módulos. Tive acesso a alguns deles e percebi que. prosa. há necessidade de reconhecer a riqueza e diversidade da língua de modo a acolher suas variadas manifestações. principalmente por causa da universalização do acesso à educação pública no Ensino Fundamental na década de 1990. ela instruiu os alunos a lerem atentamente o texto mais uma vez e pensarem em como os temas existentes na letra de música poderiam dar forma a um texto deles mesmos. hiatos e dígrafos e depois partir para a discussão de um texto em que essas normas estão distorcidas. no geral. a professora prestigiou a variante coloquial (que é largamente conhecida pelos alunos em suas interações fora da escola). Para que a discussão sobre a canção “Chico Mineiro” ficasse mais profícua – de fato. diálogo. No entanto. etc). mas também definir como os alunos deveriam ou não escrever suas redações. mas exaltou a fundamental importância de se conhecer e praticar a norma culta da língua portuguesa. também tinham o objetivo de melhorar a produção textual dos alunos. Rojo afirma que tal prática tornou-se mais frequente na escola nos últimos cinquenta anos.106). O texto deveria ser escrito na variante culta da língua e poderia estar em qualquer forma (poesia. mas. é por meio dela que os alunos terão acesso à literatura e serão avaliados pela instituição escolar. De acordo com o relato da professora. Assim. cometem erros de ortografia. quando devem redigir um texto em outra variante. Para tanto. em que misturavam situações que tinham . são inclinados a verterem-no para a variante de maior prestígio no ambiente escolar. e eles se divertiram bastante ao analisar termos comuns aos funqueiros. contemplou sua diversidade. alguns alunos falaram sobre o sertão. com a presença de alguns diálogos e histórias bem diversificadas. pensar nas diferentes possibilidades que a língua oferece pode proporcionar uma abertura maior para a criação textual deles e desenvolver novas habilidades. Percebe-se aqui que. Demonstrando que algumas formas eram adequadas para situações distintas. texto dramático. a professora explorou a fundo o conhecimento dos alunos sobre outras variantes. separação silábica. De fato. essa aula foi uma daquelas em que realmente houve discussão em grupo com os alunos sobre as diferentes formas de falar no português brasileiro – a professora pediu que eles escrevessem uma composição que versasse sobre algum dos temas encontrados na canção. pagodeiros e rappers. Com base nas instruções. Afinal. por exemplo” (2009. trabalhados durante várias semanas. é interessante observar a reação dos alunos quando tiveram que copiar o texto da lousa. derivação. como o rap e o funk. Ela comenta que o “o ingresso de alunado e de professorado das classes populares nas escolas públicas trouxe para os intramuros escolares letramentos locais ou vernaculares antes desconhecidos e ainda hoje ignorados. bem como à variação linguística. É através de seus textos que ela consegue acompanhar o desempenho dos alunos e.vivido (viagens a lugares diferentes. fecundar dentro de alguns deles o desejo de produzir mais textos. organizar os pensamentos e aproveitar as possibilidades que a língua portuguesa pode oferecer. se os alunos realmente alcançaram tal grau de criticidade sobre sua escrita. talvez. Considerações finais . de modo a envolver os alunos em uma rede de referências ortográficas. ou se estavam cientes das intenções da professora ao disponibilizar esses módulos. No entanto. estas foram reações isoladas. gramaticais e discursivas que vão finalmente culminar em sua produção textual. ao certo. fazendo relação com a matéria que haviam aprendido na semana anterior. Para fins de nossa análise sobre a escrita em sala de aula. Não é possível saber. A questão digna de nota sobre a sequência acima descrita refere-se à apresentação da situação (presentificação) que não é muito explícita. Os alunos foram submetidos a um Provão organizado pela escola e as questões de português estavam intimamente relacionadas aos conteúdos de ortografia ensinados. a sequência foi ainda mais longe durante as semanas seguintes. Ainda sim. O texto do Provão que inspirou as questões sobre dígrafos. Se levarmos em consideração o esquema da sequência didática proposto por Dolz et alii e mostrado acima. as composições versando sobre os temas na canção “Chico Mineiro” são a produção final. como já pontuamos.3 Esta sequência didática é apenas uma daquelas construídas pela professora durante as aulas da semana. experiência com familiares ou amigos falecidos) com relatos inventados. Houve casos de alunos que perguntaram sobre a quantidade de fonemas/letras existentes em algumas palavras da canção “Chico Mineiro”. fonemas e hiatos está em anexo. podemos adaptá-lo a nossa situação de estudo da seguinte maneira: Esquema adaptado da Sequência Didática. Professora de Inglês. Letramentos(s) – Práticas de letramento em diferentes contextos. R. Letramentos múltiplos. M.. Referências bibliográficas DOLZ. 2009. 106.. infelizmente. Sequências didáticas para o oral e a escrita: apresentação de um procedimento. p.. In: ______.R. 97-98. uma vez que muitos vêm de um Ensino Fundamental falho. B. alcançando uma gama de referências variada. As dificuldades existem e são reais. No contexto escolar analisado. as atividades de redação na escola são a única oportunidade em que realmente podem refletir sobre a linguagem escrita e produzir um texto seu. Gêneros orais e escritos na escola. DOLZ. têm como objetivo desenvolver o interesse pela escrita por jovens que. In: SCHNEUWLY. SCHNEUWLY. ROJO. como compreendem a língua que falam e o mundo ao seu redor através de seus textos. (Orgs. Atividade que exige um forte grau de análise e reflexão. Os mecanismos utilizados pela docente.H. fase em que eles devem preparar-se para o que querem ser quando adultos. gramática e oralidade têm no aprendizado em geral – uma vez que elas estão entrelaçadas e são complementares – julgo ainda mais urgente o ensino da escrita na escola. há uma preocupação pertinente de fazer com que os alunos entendam os elementos que estruturam a língua portuguesa e que sejam capazes de demonstrar. Campinas: Mercado de Letras. NOVERRAZ. São Paulo: Parábola Editorial.). 2008. eles mesmos. Aluna do curso de Licenciatura em Português e Inglês da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo. ela é capaz de fazer com que os alunos estruturem melhor suas ideias e consigam se expressar de um modo não muito comum entre os jovens hoje em dia. Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo. J. p. J. tendem a não dar muito espaço para essa modalidade em seu dia a dia. Inglês para Negócios e Português para Estrangeiros e tradutora. Beatriz Brito Carneiro Bacharel em Letras nas áreas de Português e Inglês pela Faculdade de Filosofia. B. Para muitos alunos. que não proporcionou as bases de conteúdo e práticas necessárias para o Ensino Médio.escola e inclusão social. mesmo que o façam obrigados pelas regulações escolares.Ensinar a prática da escrita para uma geração nascida entre os fios de computadores e fascinada por televisores não é uma tarefa fácil para os professores de português hoje em dia. Apesar de entender a fundamental importância que as modalidades de leitura. . ANEXO I Chico Mineiro Fizemu a úrtima viagi Foi lá pru sertão de Goiais Fui eu i u Chicu Mineru Tamém foi u capatais Viagemu u di ‘interu pra chegá im Oru Finu Aondi nóis passemu a noiti numa festa du Divinu A festa tava tão boa Mais antis num tivesse idu o Chicu foi baliadu pr’um homi discunhicidu larguei di comprá boiada mataru u meu companheiru Acabô-si u som da viola acabô-si u Chicu Mineru Dipois daquela tragédia Fiquei mais aburrecidu Num sabia da nossa amizade pois nóis dois éramus unidu Quanu vi seus documentu mi cortô meu coração vim sabê qui u Chicu Mineru Era meu ligítimu irmão. In: LAJOLO.br/eb/dic/dicionario. Foi um trem doidimais! Quascaí dendapia! . Acesso em: 03 abr.educabrasil. 1978. Quascaí desusto quanduvi um barui vindedenduforno.com. parecenum tidiguerra. Marisa et alii. taveu na cozinha tomano uma picumel e cuzinhano um kidicarne cumastumate pra fazer uma macarronada cum galinhassada. às 17h54. 219. A receita mandopô midipipocadenda galinha prassá. era sessetembro. o mistorô e o fiofó da galinhispludiu! Nossinhora! Fiquei branco quineim um lidileite. São Paulo: Ática. O forno isquentô.asp?id=62. p. Caminhos da linguagem. 2011. ANEXO II Causo de mineirim Sapassado.Dicionário Educativo de Educação Brasileira: Disponível em:http://www. 2 Ver Anexo I.Acesso em: 23 maio 2011.html. Texto “Causo de Minerim”: Disponível em:http://aulasdelinguaportuguesaeliteratura. Oiprocevê quelocura! Grazadeus ninguém semaxucô! Disponível em: http://aulasdelinguaportuguesaeliteratura. Ler 5411 vezes .br/eb/dic/dicionario.com/2011/03/atividade-1variacoes-linguisticas.blogspot. às 17h54.blogspot. Acesso em 23 maio 2011. proncovô.com.asp?id=62. às 14h10.educabrasil. Acesso em: 03 abril 2011.html. às 14h10. oncontô. 3 Ver Anexo II. 1 Definição encontrada em: http://www.com/2011/03/atividade-1variacoes-linguisticas.Fiquei sem sabê dondecovim.
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