A Língua de Sinais como Recurso para a Terapia FonoaudiológicaAutora: Fabiane Cristina Zanini dos Santos Porto Alegre, Rio Grande do Sul, dezembro de 1997 "Quero agradecer a ... Língua Oral por me permitir conhecer o seu mundo... Língua Escrita por me desenvolver intelectualmente... Língua de Sinais por me dar a identidade como pessoa surda!" Ana Regina e Souza Campelo SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO 2 DADOS DE INDENTIFICAÇÃO 3 HISTÓRIA CLÍNICA DO PACIENTE 4 AVALIAÇÃO 4.1 Informações da Mãe a Respeito da Paciente 4.2 Observação do Comportamento da Paciente pela Terapeuta 4.3 Avaliação Audiológica 4.4 Avaliação da Linguagem 4.5 Avaliação da Discriminação Auditiva 4.6 Avaliação da Voz 4.7 Avaliação da Expressão Gráfica 4.8 Avaliação Orofacial 4.9 Outras Avaliações 5 DIAGNÓSTICO 6 ETIOLOGIA 7 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA7.1 Perdas Auditivas: Conceitos 7.2 Classificação das Perdas Auditivas 7.2.1 Classificação da Perdas Auditivas Quanto ao Momento que Ocorrem 7.2.2 Classificação da Perdas Auditivas Quanto à Origem do Problema 7.2.3 Classificação da Perdas Auditivas Quanto ao Tipo 7.2.4 Classificação da Perdas Auditivas Quanto ao Grau 7.3 Fatores etiológicos Relacionados ao Caso 7.3.1 Hereditariedade 7.3.2 Malformações Congênitas da Orelha Interna 7.3.2.1 Aplasia de Michael 7.3.2.2 Aplasia de Mondini 7.3.2.3 Aplasia de Sheibe 7.3.2.4 Aplasia de Alexander 7.4 Implicações da Deficiência Auditiva na Linguagem 7.5 Aquisição da Linguagem Oral pela Criança Deficiente Auditiva 7.5.1 Erros Típicos na Produção de Vogais nos Deficientes Auditivos 7.5.2 Erros Típicos na Produção das Consoantes nos Deficientes Auditivos 7.6 Enfoques Metodologicos 7.6.1 Comunicação Total 7.7 Língua de Sinais 8 PLANEJAMENTO TERAPÊUTICO 8.1 Objetivos Gerais 8.2 Objetivos Específicos 9 TRATAMENTO FONOAUDIOLÓGICO 10 EVOLUÇÃO 11 PROGNÓSTICO 12 CONCLUSÃO ANEXOSAnexo 1: Modelo de Consentimento Formal Anexo 2: Avaliação Audiológica Anexo 3: Teste de Aparelhos Auditivos Anexo 4: Catálogo do Aparelho Auditivo Danavox 145 DFS Genius II Anexo 5: Catálogo do Aparelho auditivo Hansaton Diamant 46-HP/PC Anexo 6: Desenho da Figura Humana Realizada pela Paciente Anexo 7: Desenho Livre Realizado pela Paciente Anexo 8: Modelo de Avaliação Orofacial Anexo 9: Exemplo de Atividades Enviadas para a Paciente Realizar em Casa Anexo 10: Exemplo de Atividades com Carimbos Pró-Fono Anexo 11: Fotos da Paciente Realizando Associação da Escrita ao Modo Articulatório e ao Alfabeto Datilológico Anexo 12: Exemplo de Atividade Realizada pela Paciente trabalhando Ritmo e Percepção auditiva Anexo 13: Questionário Respondido pela Mãe da Paciente 1 INTRODUÇÃO Este trabalho refere-se ao estudo de caso realizado no Estágio de Deficiência Auditiva na Clínica de Fonoaudiologia do Instituto Metodista de Educação e Cultura, no período de março à novembro de 1997, sob supervisão da Professora Fonoaudióloga Suzana Campos de Avila e orientação metodológica do Professor Alexandre Ramos Lazzarotto. O trabalho descreve o caso clínico da paciente N.E.M., de 7 anos e 6 meses de idade, portadora de perda auditiva neurossensorial profunda na orelha direita e anacusia na orelha esquerda, que estuda numa escola especial, que utiliza uma metodologia baseada na Comunicação Total, fazendo uso da Língua de Sinais. O interesse neste caso e a escolha do tema central surgiram porque a paciente comunica-se através da Língua de Sinais. Isso nos fez buscar novos conhecimentos e aprendizados em cursos avançados sobre o assunto, e estes foram utilizados como recurso para a terapia fonoaudiológica, nos aproximando da paciente e respeitando sua identidade de pessoa surda. Aprender sua forma de comunicação, facilitou nosso objetivo de desenvolver e aprimorar sua linguagem oral, permitindolhe o acesso ao mundo dos ouvintes, sem abolir sua forma de comunicação anterior, criando um desenvolvimento mais global. Utilizamos para alcançar esses objetivos, um enfoque multissensorial e os fundamentos básicos da Comunicação Total, que consideram válidas todas estratégias que permitam o resgate da comunicação, por exemplo: estimulação auditiva, adaptação de AASI (Aparelho de Amplificação Sonora Individual), leitura labial, Língua de Sinais, oralização, leitura, escrita. Cabe ressaltar que o estudo foi realizado com o consentimento formal da família da paciente, através de uma autorização escrita assinada pela mãe de N.E.M. pósinformação (Anexo 1). 2 DADOS DE IDENTIFICAÇÃO DO PACIENTE Nome: N.E.M Sexo: Feminino Idade: 7 anos e 6 meses Data de nascimento: 31 de maio de 1990 Naturalidade: Cachoeirense Nacionalidade: Brasileira Escolaridade: Pré-alfabetização da Escola Especial Concórdia Filiação: pai: I.P.M. (31 anos, construtor); mãe: A.E.M. (25 anos, do lar) Responsável pelo paciente: A.E.M Grau de parentesco: mãe Data do primeiro atendimento: 18 de março de 1997 3 HISTÓRIA CLÍNICA DO PACIENTE A entrevista com a mãe foi realizada no dia 18 de março de 1997, onde foram colhidas informações complementares a respeito da paciente e sua família, já que N.E.M. encontra-se em atendimento na Clínica de Fonoaudiologia do Instituto Metodista de Educação e Cultura desde 1993. N.E.M é filha única do casal. A mãe relata que a gestação evoluiu bem, sendo que no primeiro trimestre de gestação teve infecção do trato urinário (cistite), sem outras intercorrências. A medicação indicada pela ginecologista obstetra na ocasião, foi Ampicilina, utilizada durante duas semanas. O parto foi normal, à termo, e N.E.M. pesou 2.750 gramas, mediu 48 centímetros e obteve APGAR 9 no primeiro minuto de vida e 10 no quinto minuto. Quanto à alimentação, foi amamentada com leite materno durante os três primeiros meses de vida, passando a seguir, para a amamentação artificial pois a mãe alega que possuia pouco leite materno. Aos 5 meses, começou a ingerir outros alimentos como frutas, sopinhas, feijão e bolacha amassada. Atualmente, N.E.M. se alimenta bem (sic). Em relação ao desenvolvimento psicomotor, N.E.M. firmou a cabeça com 3 meses, sentou sem apoio com 7 meses, engatinhou com 1 ano, e andou sem apoio somente com 2 anos e 6 meses, pois possuia um problema na perna (sic). A mãe relata que a filha tinha uma perna mais curta que a outra e chorava quando a colocavam para caminhar. Foram realizados exames e conforme o pediatra, o problema se normalizaria com o tempo. Por volta dos dois anos de idade, quando N.E.M. iniciou a caminhar, caia muito, até conseguir andar normalmente ( por volta dos dois anos e seis meses). Quanto à linguagem, N.E.M. começou a balbuciar com 8 meses, começou a falar com 1 ano e 2 meses, e emitiu as primeiras frases com 1 ano e 6 meses. Com 2 anos cantava músicas, chamava pelas pessoas e pedia o que queria. Com 2 anos e 6 meses os familiares começaram a notar que ela estava com problemas para ouvir, pois assistia televisão no volume máximo, não respondia quando era chamada, falava menos, gritava muito e tornava-se agressiva quando não era entendida. N.E.M. foi levada ao pediatra e encaminhada para realizar exames audiológicos. A audiometria foi realizada no Hospital São Lucas da Pontifícia Universidade Católica no início de 1993, onde foi constatada uma perda auditiva neurossensorial profunda bilateral mais acentuada à esquerda. A mãe relata desconhecer a causa da surdez de sua filha. Foram indicados os aparelhos de amplificação sonora individual do tipo retroauricular, da marca AM, modelo 500PP na orelha direita e 900PP na orelha esquerda, e foi encaminhada à Clínica de Fonoaudiologia para adaptá-los e iniciar a terapia fonoaudiológica. Cinco meses após a indicação, foram adquiridos os aparelhos e iniciou-se a terapia fonoaudiológica na Clínica de Fonoaudiologia do Instituto Metodista de Educação e Cultura, onde é atendida atualmente. E. exigindo muita atenção dele.E. possui um casal de primos com perda auditiva congênita. percepção auditiva.E. A mãe acompanha N.M. e foram indicados aparelhos de amplificação sonora da marca e modelo Hansaton Diamant 46-HP/PC. e por fim nas leituras técnicas. mas. desenhar e pintar. que não constatou nenhuma doença grave. mas após algum tempo se entrosa e interage.M. panelinhas. embasados nos dados coletados na anamnese. A mãe relata não possuir familiares com algum tipo de problema. ao médico. a avó paterna de N. durante o curso. possui um ótimo relacionamento com os pais. está bem adaptada aos seus aparelhos auditivos. etc.E. que foram regulados e adaptados pela fonoaudióloga da escola onde estuda. A mãe relata que é mais rígida na educação da filha que o pai. que possuem surdez congênita. Quanto às doenças. 4 AVALIAÇÃO A avaliação consta de informações fornecidas pela mãe a respeito de N. Quando ela conhece alguém. Atualmente N. está sempre brincando. Os resultados das avaliações.E.M. Os pais se comunicam com a filha através da Língua de Sinais juntamente com a oralização. foram adquiridos estes aparelhos. apesar de existirem três pessoas com o mesmo sobrenome da família. teve otite com febre de aproximadamente 38° C e foi levada ao pediatra. de exames fonoaudiológicos e mais especificamente da avaliação fonoaudiológica. Possui amigos de várias idades.1 Informações da Mãe a Respeito da Paciente Segundo relato da mãe. gosta de brincar com bonecas. Todos da família conversam com N. a mãe matriculou N.Em 1994. 4.E. através do Governo do Estado. e um irmão com deficiência mental. entrando em contato com outras crianças deficientes auditivas. onde estuda atualmente. retirando-os somente para dormir e tomar banho. Na escola..M. indicando a medicação AAS infantil.E.M. além do problema da perna que se normalizou.M passa a maior parte do tempo com sua mãe.(sic) Quanto aos antecedentes familiares. A mãe relata que por volta de dois anos de idade N. pois esta não trabalha fora de casa e atende todas as necessidades da filha. oriundas da mesma cidade. se esta não entende algo.E. N. nos exames complementares. a paciente aprendeu a Língua de Sinais. voz. à fonoterapia. à escola. pergunta à mãe. nos conhecimentos adquiridos durante as supervisões. nas informações de outros profissionais. foram realizados novos testes audiológicos para revisão no Hospital São Lucas da Pontifícia Universidade Católica. miniaturas. tendo um especial apego ao pai. expressão gráfica e avaliação orofacial. Em novembro do mesmo ano. no início é tímida. à passeios. na Escola Especial Concórdia.M.M. 4. serviram como referência para elaboração do planejamento terapêutico. Em março de 1995.M. é uma criança muito ativa. de observações do comportamento da paciente pelo terapeuta. carrinhos. Esta última está dividida em: linguagem. N.E. Na escola tem um bom aproveitamento e se relaciona bem com colegas e professores. N.2 Observação do Comportamento da Paciente pela Terapeuta . cujo grau de parentesco é desconhecido. N. já teve gripes e dermatites. E. Aos poucos sentiu-se à vontade e começou a interagir. interessando-se pelos brinquedos que estavam na sala. Também ajuda a filha nas atividades que são enviadas para casa e se demonstra muito interessada. Nas sessões seguintes. N. na Clínica de Fonoaudiologia do Instituto Metodista de Educação e Cultura. provavelmente incapacitando o indivíduo de acompanhar uma conversação. A mãe colabora muito quando lhe é solicitado. devido a anacusia na orelha esquerda.M. Na primeira sessão a mãe entrou junto na sala. 4. Na audiometria vocal. e constantemente cobra da filha que oralize as palavras que já conhece junto com a Língua de Sinais.M. ser muito prestativa e às vezes teimosa. que gosta de brincar bastante. segundo Redondo e Lopes Filho (1994). JERGER e LEWIS1 apud COSTA.E. tendo como resultado 40%. possui boa atenção e memória. entrou sozinha na sala. observou-se ser uma menina muito ativa. o que é essencial para o desenvolvimento do trabalho fonoaudiológico. o teste de Weber foi indiferente pois. tendo como resultado 90 dB na orelha direita e não detectando o som na intensidade máxima do audiômetro -100 dB. isto por não apresentar respostas por via óssea. N. é muito expressiva.As primeiras sessões de atendimento foram importantes para conhecer a paciente e sua família. o que diminuiu gradualmente com as sessões. desempenha bem as atividades propostas nas sessões. Escutando apenas por via aérea. Na audiometria tonal limiar.E. ainda um pouco tímida. em agosto deste ano.E. sendo compatível com perdas auditivas neurossensoriais severas ou profundas. N. que segundo JERGER.E.E. CRUZ e OLIVEIRA (1994) é considerado como discriminação muito pobre. faz uso da Língua de Sinais e utiliza a oralização quando conhece as palavras. utilizando a Língua de Sinais para se comunicar e brincar com a terapeuta. apresentou ausência de respostas por via óssea na audiometria tonal limiar. confirmando assim sua anacusia. Nos atendimentos. proporcionando um melhor relacionamento entre paciente e terapeuta.M. o que indica de lesões retrococleares. indica Rinne positivo patológico.M.na orelha esquerda.E. para isso. não quis dizer seu nome e demorou para brincar. tendo a terapeuta que buscar sempre recursos criativos e diferentes. sempre questionando o melhor modo de agir com N. N.3 Avaliação Audiológica Este item. Não gosta de repetir atividades. O teste de Rinne apresentou resultado positivo na orelha direita.. .M. realizando-se vínculo com N. apresentou perda auditiva neurossensorial profunda na orelha direita e anacusia na orelha esquerda. A paciente foi encaminhada pela terapeuta para realizar reavaliação audiológica e verificação do desempenho do aparelho auditivo que faz uso. conta histórias sobre a escola e suas atividades. O índice de reconhecimento de fala foi realizado apenas na orelha direita. estava tímida. realizou-se o limiar de detectabilidade da fala em ambas orelhas para confirmação dos limiares tonais.M. pois sua última avaliação audiológica e teste de aparelhos auditivos datavam de mais de dois anos.M. e ausência de sensação auditiva na orelha esquerda. constitui-se de avaliação audiológica (Anexo 2) e de teste de aparelhos auditivos (Anexo 3) realizados em N. Na avaliação acumétrica. vaca. avião. mão.E. O carro faz brrrum. O passarinho faz piu-piu. apesar de algumas terem sido emitidas com articulação inadequada. A testagem de aparelhos auditivos. A vaca faz muuu. avião. Realizou-se a avaliação da linguagem expressiva em níveis de palavras e frases. e também com as novas regulagens do aparelho de que faz uso (Anexo 5). a linguagem expressiva da paciente. O pato faz quá-quá. O navio faz buuu. Os aparelhos selecionados para comparar o ganho funcional do aparelho que a paciente faz uso de marca Hansaton. O melhor desempenho foi constatado com o aparelho de marca Danavox modelo 145 DFS Genius II (Anexo 4). Para a avaliação formal em nível de frases. vaca. com e sem o uso de aparelhos auditivos. pé e nenê. bola. nomeou algumas fichas como: pato. Juntamente com essas avaliações formais. Na avaliação formal em níveis de frases. mamadeira. constam as seguintes frases: O cachorro faz au-au. foi realizada em campo aberto para pesquisa dos limiares tonais e pesquisa do índice de reconhecimento de fala. Além disso. 4. solicitou-se que a paciente emitisse as frases referentes a Unidade II (trabalhadas nos semestres anteriores). utilizando junto com a fala a Língua de Sinais. observou-se no período de avaliação. onde se solicitou que a paciente denominasse fichas referentes a Unidade I da Cartilha da Criança elaborada por Martinez (1996) (trabalhadas nos semestres anteriores). junto com a emissão de algumas palavras de seu conhecimento. apresentam as seguintes figuras: gato. pato. O avião faz vooom. denominou adequadamente os sons onomatopéicos das quinze fichas apresentadas da Unidade I. em todas apresentadas. N. Aplicação da "Avaliação Fonológica da Criança". com reflexos acústicos ausentes em ambas orelhas. bola. pé e mão. trem. As fichas da Unidade I. galinha.M. ovelha. e o próprio aparelho que faz uso. carro. de modo informal. passarinho. solicitou-se a narração de histórias formadas nas seqüências-lógicas. nenê. Além disto. apresentou curvas timpanométricas do tipo A de Jerger (1970). A galinha faz có-có. cachorro. O gato faz miau. a paciente teve dificuldade na estrutura da frase e na articulação de alguns fonemas.Nas Medidas de Imitância Acústica. onde as frases emitidas foram estruturadas de acordo com a Língua de Sinais. Esta avaliação foi aplicada conforme as orientações dos autores. já que a paciente não possui limiar tonal suficiente para desencadear reflexos. porém com novas regulagens.4 Avaliação da Linguagem Realizou-se esta avaliação através de testagens formais e informais da linguagem expressiva e compreensiva. modelo Diamant 46 HP/PC foram o Danavox 145 DFS Genius II. o Phonak Super Front PP-C-L-4. conforme Yavas. Nas fichas da Unidade II. Hernandorena & Lamprecht (1992). . apresentou o seguinte inventário fonético: bilabial lab/dental ling/dent alveolar palatais velares plosiva /p/ /b/ /t/ /d/ fricativa /f/ /v/ /s/ /z/ liquida lat liq. /r/.M. Na avaliação fonológica da criança.Apagamento de líquida final não-lateral Exemplos: /karta/ ® [a-ta] /barko/ ® [ba-o] .Apagamento de líquida intervocálica Exemplos: /tezoura/ ® [tezo-a] /araña/ ® [aãña] Processos de substituição . /j/.E. /c/.E. Os fonemas não produzidos pela paciente foram: /k/. /g/. sendo determinado seu inventário fonético e descritos os principais processos fonológicos ocorridos. /s/.E. N.M.não-lat /l/ nasal /m/ /n/ /ñ/ africada glide /w/ /y/ /w/ Tabela 1: Inventário Fonético de N.A amostra lingüística foi analisada.E. /z/..Dessonorização de obstruinte Exemplos: /bolo/ ® [polo] /b la/ ® [p la] Observou-se outras ocorrências na fala de N.M. /R/. segundo Yavas.Apagamento de velares Exemplos: /k bra/ ® [ ba] /gato/ ® [ato] /R da/ ® [ da] . /l /. não descritas pelos autores.M. como: -Substituição de plosiva por nasal Exemplos: /sabonete/ ® [samone-e] . Hernandorena & Lamprecht (1992): Processos de estrutura silábica . apresentou os seguintes processos fonológicos. N.Redução de encontro consonantal de forma sistemática Exemplos: /trator/ ® [toto] /zebra/ ® [zeba] . /i/. Na avaliação em nível de fonemas foram utilizados os Sons de Ling. /s/ e /s/ que permitem o examinador avaliar a audição em função dos sons da fala. teve um desempenho insatisfatório. conforme observamos na tabela abaixo. a seguir a ficha é substituída. relatando-a com detalhes. onde a terapeuta denomina uma das fichas e a paciente a identifica.E. já que estes fonemas representam freqüências e intensidades diferentes. Primeiramente com o uso exclusivo da linguagem oral relacionando os fatos aos desenhos do livro. utilizando a Língua de Sinais e emitindo algumas palavras que já conhecia.M. N. . uma história contada pela terapeuta. como: /lapis/ ® [lapis] /tapete/ ® [tapete] /fumasa/ ® [fumasa] /sino/ ® [sino] /dedo/ ® [dedo] /antena/ ® [antena] A avaliação da linguagem compreensiva. foi observada durante o período de avaliação. Este teste foi realizado com e sem leitura orofacial. identificou corretamente nove das dez frases com a leitura orofacial. Com a linguagem oral associada à Língua de Sinais. foram aplicados na compreensão de frases.M. identificou corretamente as dez fichas com leitura orofacial e cinco sem a leitura orofacial. realizou-se em níveis de palavras e frases.M. N.E. a mesma história foi contada com linguagem oral associada a Língua de Sinais. N. Segundo Ling & Ling (1985). 4. que relatasse o que havia compreendido. Os mesmos procedimentos descritos acima. através de execução de ordens simples e de explicações sobre as atividades propostas. N. Utilizando somente a linguagem oral.5 Avaliação da Discriminação Auditiva A avaliação foi realizada em níveis de fonemas. compreendeu melhor a história. através de testagens formais. Em um segundo momento. e solicitado novamente que a paciente relatasse o que compreendeu sobre a história.Na amostra lingüística da paciente algumas palavras foram produzidas corretamente. Além dessas avaliações formais.E. e cinco sem leitura orofacial.E. São dispostas sobre a mesa três fichas. os desenhos do livro e a Língua de Sinais. solicitando à paciente. compreende somente com pistas visuais e utilização de gestos para palavras complexas. /u/. palavras e sons de instrumentos musicais.M. são cinco sons: /a/. a compreensão de modo informal. Possui uma boa leitura labial e entende bem quando emitidas palavras do seu conhecimento. referentes a Unidade II (citado anteriormente). usando para relatar a história. onde são utilizadas fichas com figuras referentes a Unidade I (citado anteriormente). Utilizamos também para avaliar a linguagem expressiva e compreensiva. obteve um bom desempenho. e também com a gravação da voz de N.M. demonstrando boa memória e discriminação desses sons. modulação de intensidade e tempo de emissão dos fonemas. Segundo análise perceptual da voz. Observaram-se aspectos como: tipo de voz. já que estávamos avaliando o sentido da audição. Como N. o que significa ausência de audição ou ganho inadequado nas freqüências altas (acima de 2000 Hz) e nas freqüências graves abaixo de 300 Hz. de costas para a terapeuta.. loudness (intensidade vocal). foram oferecidos à paciente três diferentes instrumentos: tambor.E.M.Fonema Freqüência Fundamental Intensidade ANSI 1969 a 1000 Hz 40 dBNA i 3000 Hz 40 dBNA u 275 Hz 55 dBNA s 2500 Hz 50 dBNA s 6000 Hz 22 dBNA Tabela 2: Medida de energia sonora e freqüência dos cinco sons de Ling. realizamos tarefas mais complexas. modulação de intensidade restrita com condições de modular e tempo de emissão de fonemas esperados para a idade (média de sete segundos para todos os fonemas). Não foi permitido o auxílio visual. obteve acerto em todos os instrumentos. pitch (freqüência vocal).M.7 Avaliação da Expressão Gráfica . foram utilizadas fichas da Unidade I (citadas anteriormente). A terapeuta realizava uma seqüência de três sons e após a paciente deveria repetir. estruturando seqüências musicais com sons diversificados.E. Através destes sons. Na avaliação com instrumentos musicais. N.6 Avaliação da Voz Quanto à avaliação da voz da paciente. demostrando um bom domínio do vocabulário utilizado em nível de denominação e compreensão. Quando a paciente escutar o som deve levantar a mão.M. ouviu os sons /a/ e /u/. pitch agudo. apresenta voz soprosa. solicitando-se a paciente que indicasse qual ficha havia sido emitida. Primeiramente foi permitido que a paciente manipulasse os instrumentos. de acordo com HODGSON2 apud RUSSO e SANTOS (1994). loudness aumentado. 89). esta foi feita através de análise psicoacústica pela terapeuta juntamente com a supervisora Suzana Campos de Ávila durante as emissões realizadas no período de avaliação. 4. N.M. A paciente fica de costas para a terapeuta que emite um som de cada vez. pode-se avaliar: a atenção.E. tensa e com nasalidade mista. a paciente deveria identificar o som tocado e denominá-lo quando escutasse. N. indicou corretamente oito das dez figuras solicitadas. 4.E.E. a detecção e a discriminação. p. N. Na avaliação em nível de palavras.M.E. foco vertical de ressonância. ouvindo e conhecendo os sons. foco de ressonância vertical laríngico. apito e pandeiro. Possui também ataque vocal brusco. A seguir. I. postura e propriocepção dos órgãos fonoarticulatórios (lábios. a mastigação. e respiração (Anexo 8). A mandíbula encontra-se com aspecto normal e mobilidade adequada. Analisando o desenho da paciente. constatamos que encontra-se adequado para sua idade. com protrusão da língua. demostrando que N. projeção lingual anterior e ação labial. As bochechas possuem aspecto normal. III. a deglutição. Observação da morfologia. Possui oclusão normal. sucção e deglutição). palato duro. assimétrica para o lado direito.M.Solicitou-se à N.E. observaram-se os seguintes aspectos: a sucção encontrase eficiente. e o segundo desenho livre (Anexo 7). tônus. com dentição mista e mordida normal. língua. tônus. arcada dentária. apresenta uma boa noção de esquema corporal e expressão gráfica. III. mentalis normal e em relação à mobilidade não vibra e não assobia. Sensibilidade A sensibilidade intra e extra oral da paciente encontram-se adequados. freio lingual alongado e em relação à mobilidade não vibra e estala com dificuldade. A arcada dentária apresenta bom aspecto de conservação. com uma tonicidade adequada. postura e propriocepção dos órgãos fonoarticulatórios Os lábios encontram-se com aspecto normal. Respiração A respiração apresenta-se do tipo costal superior e modo misto.E. postura simétrica. postura adequada e na mobilidade não consegue inflar a bochecha esquerda dissociadamente. IV. a observação da morfologia. com falhas dos incisivos centrais superiores (devido a troca de dentição). a presença de reflexos patológicos.9 Outras Avaliações . A língua apresentou-se com aspecto normal. II. Presença de reflexos patológicos Não foi evidenciado a presença de nenhum reflexo patológico. freio labial normal.8 Avaliação Orofacial Através da observação e do toque. (Conforme Moraes (1996)) 4.M dois desenhos: o primeiro contendo desenho de figura humana (Anexo 6). Funções Vegetativas Nas funções vegetativas. palato mole e mandíbula). funções vegetativas (mastigação. 4. foram avaliados os seguintes aspectos: a sensibilidade (extra e intra oral). bochechas. tonicidade adequada. contra os incisivos superiores. atípica com contração do mentalis. como um desvio ou mudança para pior de estruturas ou funções auditivas situando-se fora dos limites da normalidade. Desta forma. apesar de possuir caráter clínico (área da saúde).Além das avaliações citadas acima. Conforme Lopes Filho (1997). ritmo e reconhecimento de cores. constatou-se que a paciente apresenta uma Perda Auditiva Neurossensorial Profunda na orelha direita e Anacusia na orelha esquerda. pois a orelha está lesada apresentando um comprometimento significativo. abolindo a conotação de deficiência (patologia). onde N. que fosse conclusivo para elaboração de hipótese etiológica de sua deficiência auditiva. Lopes Filho (1997). 7. isso demostrado através da Língua de Sinais. Prinz (1989) define a deficiência auditiva. observaram-se informalmente os seguintes aspectos: organização temporal e espacial.M.2 Classificação das Perdas Auditivas .E. supõem-se que entre as possíveis etiopatogenias encontram-se a perda auditiva de origem genética. Para os autores. surdo é aquele que apresenta perda auditiva de 90 dB ou mais em diversas freqüências (250 a 2000 Hz). 7 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 7. e deficiente auditivo é aquele cuja perda auditiva encontra-se até 90 dB. 5 DIAGNÓSTICO Segundo resultados obtidos nas avaliações realizadas.1 Perdas Auditivas: Conceitos Segundo Van Riper e Emerick (1997). apresentou boas respostas. ocasionando dificuldades na linguagem oral. não se pode afirmar qual a etiopatogenia da deficiência auditiva de N. utilizaremos tanto o termo deficiente auditivo quanto surdo. noção de quantidade. sendo diferente de surdez. embora consigam ocasionalmente ouvir alguns sons extremamente intensos.E. Na anacusia não há nenhuma audição. atenção. os surdos. não apresentou em toda sua história. conhecimento de semelhanças e diferenças. vocabulário. considera surdo um termo muito forte e depreciativo sobre a condição do indivíduo. utilizando "Deficiência Auditiva" ao invés de surdez. nenhum fator indicativo. Durante o desenvolvimento deste trabalho. a nível expressivo e compreensivo. Com base nos dados obtidos na anamnese e nas avaliações. onde existem resíduos auditivos. não podem utilizar sua audição para objetivos de comunicação. onde incluem-se a hereditariedade e malformações congênitas da orelha interna. o termo anacusia significa falta de audição.M. porque as pessoas com perda auditiva preferem que as chamem de surda. mas pode-se levantar uma suposição. 6 ETIOLOGIA A paciente em estudo. organização.. Em contrapartida. conforme PAPARELLA and CAPPS2 apud JERGER & JERGER (1989). 7. não hereditária. perda auditiva central: atingem a via auditiva central.2.1 Classificação das Perdas Auditivas Quanto ao Momento em que Ocorrem pré-natal: se ocorre durante a vida gestacional. moderada: de 41 a 70 dB. origem do problema.2 Classificação das Perdas Auditivas Quanto à Origem do Problema hereditária.3. como não foi apresentado nenhum dado de influência lesional em sua história gestacional e existe história familiar de . é necessário que exista história familiar de surdez. irreversível. peri-natal: se ocorre durante o nascimento. a porção do nervo coclear e de suas conexões. levando em consideração os seguintes fatores: momento em que ocorrem. pós-natal: se ocorre após o nascimento. No caso da paciente em questão.3 Classificação das Perdas Auditivas Quanto ao Tipo perdas auditivas condutivas: resultam de patologias que atingem a orelha externa e/ou média. bilateral e neurossensorial. 7. onde a perda é profunda. as perdas auditivas podem ser classificadas. 7. O aparecimento da perda auditiva ocorre com mais freqüência em crianças. além da audição.4 Classificação das perdas auditivas quanto ao grau Segundo DAVIS & SILVERMANN1 apud RUSSO e SANTOS (1993). que se encontram entre o núcleo coclear e o córtex do lobo temporal. severa: de 71 a 90 dB.2. conforme Northern e Downs (1989). A perda auditiva ocorre isoladamente sem qualquer anormalidade associada em 2/3 dos indivíduos. a perda é relacionada a genes e algumas vezes constituemse em síndromes com outros comprometimentos. leve: de 26 a 40 dB.1 Hereditariedade Na surdez hereditária. 7. perdas auditivas mistas: aparecem componentes condutivos e neurossensoriais em uma mesma orelha. as perdas auditivas podem ser classificadas quanto ao grau em: normal: de 0 a 25 dB.2. Para que a deficiência auditiva seja de caráter hereditário. tipos de perdas auditivas e classificação quanto ao grau de perda auditiva. profunda: 91 dB em diante. a quantidade de energia sonora a ser transmitida para a orelha interna. 7. ou seja. perdas auditivas neurossensoriais: resultam de distúrbios que comprometem a cóclea ou nervo coclear (VIII par).Segundo Russo e Santos (1993). reduzindo assim.3 Fatores Etiológicos Relacionados ao Caso 7.2. ocorrendo na proporção de 1:2000 a 1:6000 nascidos vivos. a surdez hereditária é uma doença razoavelmente comum. podendo ser de 80-90 dB nas baixas freqüências e cair para um nível profundo de 105 dB ou mais nas freqüências altas. Entretanto. dominante (quando um gene determina a presença da perda auditiva) ou relacionado ao sexo (onde o gene que determina a presença da perda auditiva está localizada no cromossomo X). o grau da mesma é estável. passando despercebida em virtude da condição satisfatória da linguagem durante algum tempo. Essas alterações estruturais da orelha interna podem em algumas situações serem confirmadas através de exames por imagens. Martin e Martin (1995). tendo um início precoce. as perdas auditivas hereditárias de condição dominante. também possa ser associada a transmissão hereditária recessiva. um dos pais traz o gene afetado do tipo dominante. como no caso da paciente em estudo. Segundo PROCTOR e PROCTOR3 apud NORTHERN e DOWS (1989). as curvas audiométricas são simétricas. não pode-se conferir um tipo de curva patognomônico específico. se a perda auditiva desenvolver-se após o nascimento. a paciente em estudo poderia apresentar uma perda auditiva hereditária autossômica dominante. estão freqüentemente associadas à alterações histopatológicas do tipo displasia de Scheibe (alteração do desenvolvimento cocleossacular. como por exemplo: a tomografia computadorizada. Às vezes. não sendo necessário que o pai ou a mãe sejam surdos para a condição ser dominante. Cruz e Oliveira (1994). porém de grau leve à moderado. com queda nas freqüências agudas. pode-se enquadrá-la na surdez de origem hereditária. está relacionada a uma anomalia de transmissão genética. podendo-se incluir também a displasia de Mondini (alteração do desenvolvimento do labirinto ósseo e membranoso). o grau da perda pode progredir severamente com o passar do tempo. Contudo. podendo ser do tipo recessivo (quando são necessários dois genes recessivos para a manifestação da perda auditiva). como no caso de N. Martin e Martin (1995). Pode também ocorrer uma perda uniforme de 70-80 dB na extensão da faixa. simétricas e geralmente aparecem desde o nascimento. conforme Costa. sem nenhuma anormalidade associada. As perdas auditivas neurossensoriais hereditárias dominantes. exclusivamente membranoso). . Conforme Jerger e Jerger (1989). ou ser relativamente leve nas baixas freqüências com um declínio para 80 dB a 1000 Hz e uma perda profunda depois disso. De acordo com essas características. Segundo Portmann e Portmann (1993). representam 10% das deficiências auditivas hereditárias. Segundo Ballantyne. a perda auditiva pode apresentar padrões diferentes.M. Se a perda for congênita. Nesse tipo. Para Ballantyne. isso sugere a deterioração de uma perda que estava presente ao nascimento. Portmann e Portmann (1993) afirmam que as perdas auditivas hereditárias recessivas são bilaterais. a perda auditiva na surdez hereditária de condição dominante. Já as dominantes são progressivas e aparecem após o nascimento. segundo Russo e Santos (1994). a perda auditiva hereditária pode estar presente ao nascimento ou ter um aparecimento tardio. Devido ao caráter da surdez ser genético. embora esta alteração.deficiência auditiva. é progressiva. a maioria dos casos revelam um comprometimento regularmente descendente dos graves para os agudos.. A deficiência auditiva hereditária. pois se a cóclea for representada por uma "cloaca" o paciente apresentará uma perda auditiva progressiva que evolui para a anacusia por volta dos quatro anos de idade. e se as lesões forem parciais a perda auditiva será progressiva e flutuante e a surdez aparecerá na puberdade. Northern e Downs (1989). sendo a tomografia computadorizada de alta resolução. Nestes casos. afirmam que não é incomum o paciente demonstrar um tipo de anomalia de orelha interna em uma orelha e outro tipo na outra. Segundo Costa.M. BLACK. Alexander acrescentou mais detalhes a esse tipo de anomalia. relatam que em 1904.2 Malformações Congênitas da Orelha Interna A aplasia da orelha interna implica incapacidade da orelha alcançar o seu desenvolvimento completo. conforme relatam Northern e Downs (1989).3.2. a mais indicada.3. a Aplasia de Mondini apresenta os mais variados graus. a aplasia da orelha interna sempre é uma malformação congênita. quanto o labirinto membranoso e as anomalias da orelha média podem também estar presentes. a deficiência auditiva ocorreu isolada sem outras anormalidades associadas. Segundo Costa.7.2. que pode se manifestar de forma isolada ou associada a outras anormalidades. eles revelam . com gradativa piora dos limiares auditivos com o tempo. a Aplasia de Scheibe e a Aplasia de Alexander.3. No caso de N. Embora haja uma grande variedade de anomalias anatômicas da orelha interna. a confirmação do diagnóstico é realizada através de exames por imagens. Para Pontes e Weckx (1989). indicando também um envolvimento do nervo auditivo e dos canais vestibulares. o grau ou padrão da perda auditiva podem ser completamente distintos. Cruz e Oliveira (1994). a audição é relativamente melhor nos primeiros meses de vida. e ao perguntar aos pais.2 Aplasia de Mondini Caracteriza-se pelo desenvolvimento incompleto da cóclea. recebendo o nome de síndrome. Cruz e Oliveira (1994). a Aplasia de Michel é considerada como de transmissão dominante autossômica. É uma alteração relativamente rara onde as orelhas externa e média podem estar normalmente formadas e aparentemente capazes de funcionar. SANDO. 7. Conseqüentemente.1 Aplasia de Michel É representada pela ausência completa da orelha interna e do nervo auditivo. a qual consiste de somente um caracol basal. Conforme relatam Northern e Downs (1989). WAGNER et al4 apud NORTHERN e DOWNS (1989). 7. a Aplasia de Mondini. os padrões audiométricos mostram ausência de audição pois não existe orelha interna real. Os autores também afirmam que a Aplasia de Mondini envolve tanto a cápsula óssea. Ocorre a ausência total do desenvolvimento do labirinto ósseo e membranoso. determinada por uma falha no desenvolvimento no período embrionário. De acordo com Russo e Santos (1993). existem quatro tipos clássicos que incluem: a Aplasia de Michel. Para Russo e Santos (1993) é uma anomalia do tipo autossômico dominante. predominante nas freqüências médias e agudas. e Aplasia de Scheibe ou Mondini na orelha direita. pensamentos e conhecimentos. causando uma lacuna na sua experiência integral.2. elaborar respostas. Geralmente. Esse tipo de aplasia é o mais comum entre as malformações da orelha interna e de acordo com Northern e Downs (1989) e Russo e Santos (1993). esses casos geralmente mostram uma perda auditiva profunda e com instalação tardia. Quando há a ausência de um dos sentidos. pois o órgão de Corti e as células ganglionares adjacentes da espira basal são as mais afetadas.M. impossibilita o deficiente auditivo de "conhecer" os sons de . através de informações e experiências que são captados pelos sentidos.E. Na ausência da audição.que a criança possuia dificuldades em andar naquele período. É caracterizada por uma cápsula óssea normal com malformação membranosa da cóclea e do mecanismo vestibular.3.2. Para Russo e Santos (1993). 7. Segundo Northern e Downs (1989) e Pontes e Weckx (1989). a histopatologia mostra atrofia da estria vascular. teoricamente é possível para o indivíduo com malformação tipo Mondini possuir restos auditivos e a perda pode ser unilateral. razão pela qual deve-se tentar o uso de aparelhos auditivos. todos os sentidos do homem são importantes. especialmente na volta basal da cóclea. existe a possibilidade de que possa haver alguma audição residual. pois quando entrar em contato com os estímulos que o cercam. já que o maior dano é na volta basal da cóclea 7. já foi encaminhada.4 Aplasia de Alexander É uma malformação do sistema membranoso coclear. tendo isso de ser confirmado pela tomografia computadorizada de orelha interna. Para as autoras a Aplasia de Mondini é transmitida por um gene autossômico dominante.4 Implicações da Deficiência Auditiva na Linguagem Segundo Costa (1994).3 Aplasia de Scheibe É a alteração ou ausência do desenvolvimento cocleossacular ( cóclea e sáculo) da orelha interna. possa apresentar Aplasia de Michel na orelha esquerda. exclusivamente membranoso. possam construir suas discriminações.3. o indivíduo acometido da malformação tipo Scheibe apresenta restos auditivos aos sons graves e médios. De acordo com Northern e Downs (1989). Conforme resultados obtidos nos testes audiológicos e estudos relatados sobre as malformações congênitas. pode-se supor que a paciente N.E. conceitos. a qual N. degeneração do órgão de Corti e enrolamento da membrana tectória.M. 7. mas na outra orelha há sempre algum tipo de alteração. envolvendo especialmente os giros basais. o organismo é privado de um conjunto de informações fundamentais. pois possibilita a organização. Estes elementos vão desde o estímulo auditivo até a necessidade de um sistema nervoso central perfeito e um aparelho fonador sem anomalias. Dependendo do grau da perda auditiva. quando uma criança nasce com deficiência auditiva. 7. Aos poucos. pois na criança. no deficiente auditivo.5 Aquisição da Linguagem Oral pela Criança Deficiente Auditiva O processo de aquisição de linguagem oral pelas crianças deficientes auditivas. a criança poderá adquirir linguagem com comunicação limitada. Portanto. a criança surda fica em desvantagem em relação as demais. É graças a audição que a criança forma seus conceitos. portando é fundamental no processo de comunicação oral. ela apresentará dificuldades para adquirir a linguagem oral. não é um processo espontâneo e natural vividos em situações habituais de comunicação e intercâmbios de informações orais. constituindo ainda a base das relações humanas que aproxima os homens. as palavras incorporam-se ao vocabulário da criança. É por este motivo. através de informações que recebe do meio ambiente. o desenvolvimento e a comunicação do pensamento. assim sendo. É. tenham um desenvolvimento social e intelectual defasado. De acordo com Andrade (1996). sendo muito importante não distanciá-la de um contexto comunicativo e interativo. um aprendizado que deve ser planificado de forma sistemática pelos adultos. especialmente dos sinais representados pelos sons da fala. na verdade. que a criança deficiente auditiva fica impossibilitada de assimilar e desenvolver a linguagem oral normalmente por meios naturais. pois o problema ultrapassa o quadro clínico otológico para penetrar na esfera educacional. ou perde a audição após o nascimento. pois lhe faltam informações auditivas. As diferenças entre as duas ocorrem em nível de estruturação de linguagem. a aquisição da linguagem oral. indispensáveis às ligações condicionadas verbais. podendo não chegar à oralização se a perda auditiva for profunda. dispõem dos mesmos órgãos fonadores e das . As crianças deficientes auditivas profundas enfrentam um difícil e complicado problema de adquirir uma linguagem oral que não podem ouvir. Nessas crianças. em particular os sons da voz humana. que são indispensáveis ao seu completo desenvolvimento. o que faz com que as crianças deficientes auditivas. As crianças com perda auditiva. Nas crianças portadoras de deficiência auditiva surge um problema audiológico diferente daquele que ocorre nos adultos. é diferente das crianças ouvintes. As conseqüências são muito mais graves que no adulto.uma maneira geral. Conforme Andrade (1996). ocasionando problemas de comunicação na linguagem convencional. em seu quadro comparativo entre a criança deficiente auditiva e a criança ouvinte. pode-se tornar escassa ou até mesmo nula a projeção dos estímulos auditivos na área temporal do córtex cerebral. está em jogo a sua linguagem ameaçada pela surdez. A linguagem é o mais eficiente meio de expressão. mas esta só haverá se todos os elementos constitutivos da fala estiverem perfeitos. as crianças surdas seguem a mesma evolução das crianças ouvintes no que se refere ao crescimento físico e desenvolvimento mental. Faltam às crianças deficientes auditivas.mesmas possibilidades corticomotoras para a produção da fala que as crianças ouvintes. que permitem à criança ouvinte a aquisição da linguagem no meio em que vive. apresentase como um dos principais responsáveis pelo processo de desenvolvimento do . os erros com as vogais. acrescentando ainda que isso não deve fazer a criança sentir-se diminuída. representada pelas sensações acústicas do mundo exterior. baseia-se fundamentalmente na substituição da audição por outros canais sensoriais. a substituição da consoante final e grupos consonantais. Assim. não é apenas fazê-lo falar.2 Erros Típicos na Produção das Consoantes nos Deficientes Auditivos HUDGENS6 apud JAKUBOVICZ (1997). vêm geralmente acompanhados de uma aspiração de ar excessiva e uma tonalidade inadequada. 7.5. 7.5. A recuperação e reabilitação do deficiente auditivo. os principais erros que ocorrem na produção de vogais pelos deficientes auditivos são: substituições (de uma vogal por outra). Leibovici (1996) concorda com a autora. mas ver suas potencialidades físicas. tornam difícil a compreensão de seus enunciados. A capacidade de comunicação lingüística. além de restos auditivos. todos esses fatores. mas o mecanismo da fonação não se organiza por se achar ausente a contribuição sensorial. pois haverá sempre outras formas de comunicação para compensar sua deficiência. não conseguem captar todos os fonemas e perceber as estruturas morfossintáticas da linguagem oral. ditongações (alcança a produção de uma vogal por intermédio de outra) e. a sonorização. nasalizações (a consoante oral soa como nasal). destacando-se a visão e o tato. psíquicas e sociais. omissões nos grupos consonantais. nasalizações (o velo não fecha totalmente a passagem de ar para a produção da vogal). O autor destaca ainda.6 Enfoques Metodológicos Segundo Fernandes (1990). os sinais auditivos verbais. a articulação defeituosa. a voz sem entonação e monótona que produzem. neutralizações (uma vogal soa igual a outra). dada a incapacidade funcional do aparelho auditivo. o objetivo da educação do deficiente auditivo. realizou um estudo onde foram caracterizado os seguintes erros na produção das consoantes pelos deficientes auditivos: confusão de surdas e sonoras. que os erros mais observados em crianças com perda auditiva profunda que são: a nasalização.1 Erros Típicos na Produção de Vogais nos Deficientes Auditivos Segundo Jakubovicz (1997). Conforme a autora. Segundo SMITH5 apud JAKUBOVICZ (1997). estão em relação direta com os erros nas consoantes. omissões ou distorções da consoante inicial e final. apesar de vários anos de treino e esforço. substituições de uma consoante por outra. a substituição e a distorção da consoante inicial. Rabelo (1996) nos relata que a grande maioria dos deficientes auditivos. 7. acarreta freqüentemente em um desenvolvimento lingüístico limitado. problemas emocionais e outros. serão incorporados ao acervo oral do sujeito. pois aqueles que não puderem ser adquiridos através da comunicação oral. mas existem outras. A restrição ao aprendizado pelos deficientes auditivos de apenas uma língua oral.deficiente auditivo em todas as suas potencialidades. colocam que um aspecto importante da controvérsia entre os métodos. No enfoque multissensorial. Em vários países esses mesmos problemas ocorreram. este aspecto fica prejudicado na medida em que nos primeiros anos de reabilitação. parece que os deficientes auditivos poderão ser melhor trabalhados quanto aos aspectos cognitivos e lingüísticos. lento amadurecimento neurológico. conforme Brito (1993). até mesmo emocional. causa prejuízos ao desenvolvimento cognitivo. um papel social. Com o desenvolvimento do processo de reabilitação. o deficiente auditivo ainda não alcançou um desenvolvimento da linguagem que lhe possibilite a aquisição de conceitos. fator necessário e fundamental para sua verdadeira integração como indivíduo e em suas relações interpessoais. Além desses métodos. que para LOWENBRAUN e SCROGGS8 . relaciona-se ao desenvolvimento cognitivo do deficiente auditivo. pondo em dúvida a eficácia da abordagem unicamente oral na reabilitação dos deficientes auditivos. e SHIFRIN9 apud COSTA (1994) é um procedimento que implica no fato da criança surda ter ao seu alcance todas as formas disponíveis de comunicação para poder desenvolver uma linguagem global. Segundo PERIER7 apud CASANOVA (1992). visual e tátil através do uso de aparelho de amplificação sonora individual. SPINELLI & VIEIRA12 apud RABELO (1996). não admitem porém. Desta forma. social. SANDERS10 e VAN UDEN11 apud RABELO (1996). poderão ser pela linguagem gestual. Nos métodos orais tradicionais. Os autores relatam que muitas crianças têm apresentado bons resultados através dos métodos orais. Dentro dos métodos orais. PAIVA. "Poder-se-ia dizer que um bom método é aquele que é capaz de conseguir os . que por características próprias como perda auditiva muito profunda. é de se esperar que adquira conceitos de forma mais rápida e efetiva. intelectual e. de leitura orofacial e das pistas táteis. Poderá desenvolver-se e desempenhar enfim. Como os deficientes auditivos apresentam um impedimento de ordem sensorial na percepção das distinções fonêmicas da fala. não desenvolvem a comunicação. que por sua vez. que prejudica a compreensão dos significados. às vezes. métodos gestuais e métodos mistos. é possível agrupar as diferentes orientações metodológicas em três grandes grupos: métodos orais. é utilizado a estimulação auditiva. Trabalhando-se com técnicas manuais e orais conjugadas. estes conceitos adquiridos através dos gestos. o uso do alfabeto digital ou a Língua de Sinais. existe ainda uma filosofia educacional chamada Comunicação Total. Muitas são as discussões sobre a melhor orientação metodológica dentro da educação dos deficientes auditivos. existem aqueles que possuem um enfoque unissensorial e outros que possuem um enfoque multissensorial. criou-se a necessidade de uma outra maneira para a realização de suas potencialidades lingüísticas. KENT e SWAIKO13 apud COSTA (1994). o desenvolvimento da linguagem.. leitura labial. a Língua de Sinais tem recebido uma postura de respeito e de aceitação. não abolindo sua comunicação através da Língua de Sinais. p. 1996. e abrangendo tanto os parâmetros de desenvolvimento afetivo e social. Tendo em vista as características e necessidades da paciente N. O objetivo fonoaudiológico para com a criança deficiente auditiva é a aquisição e/ou o aprimoramento da linguagem oral.1 Comunicação Total Segundo Ciccone (1996). mas sim utilizando esta como recurso facilitador no aprimoramento de sua linguagem oral. Um programa de Comunicação Total. permitindo o resgate de comunicações total ou parcialmente bloqueada.M. a Comunicação Total implica numa maneira própria de se entender o deficiente auditivo e. cujos efeitos podem adquirir as características de um fenômeno com significações sociais. leitura. BRILL.E. pela língua de sinais. inclui técnicas e recursos para a estimulação auditiva. ou mesmo por outros que. abrange um processo contínuo que envolve também o silêncio. 1992.94. entende o deficiente auditivo como uma pessoa e a perda auditiva como uma marca. leitura labial e fala e entregamos à criança. que vise programas para seu atendimento e seu processo educacional. possam permitir uma comunicação total. a cada momento. a leitura e a escrita. 7. seu entorno.. a fonoarticulação.195). dentro da filosofia da Comunicação Total. 7.melhores resultados para cada caso concreto. o alfabeto digital. a partir daí. A comunicação humana abrange mais processos do que somente palavras e idéias. p.). Seus programas de ação estarão interessados em aproximar pessoas e permitir contatos. elaborar a na organização de uma metodologia de trabalho.7 Língua de Sinais Segundo Ciccone (1996). Cada uma das crianças surdas abre a mala e pega o que precisa. pela combinação desses modos. tendo como principal objetivo. oralização. a leitura dos movimentos dos lábios. Esta filosofia apoia uma suficiente liberdade na prática de quaisquer estratégias. utilizando para tal o método oral. o ambiente. a pele. desenho. por ser mais uma alternativa facilitadora para o desenvolvimento global da pessoa deficiente auditiva. de alguma forma. escrita. alfabeto digital. utilizando todos esses aspectos ao mesmo tempo. a amplificação sonora. A Comunicação Total. leitura e escrita. DENTON. como os puramente acadêmicos e terapêuticos. quando colocam que a Comunicação Total utiliza a linguagem dos signos. utilizamos o método oral multissensorial juntamente com a Comunicação Total. concordam com Ciccone (1996). . adaptação de aparelhos de amplificação sonora individual." (Juarez.6. "Podemos perceber a Comunicação Total como a mala onde colocamos: estimulação auditiva. seja pela linguagem oral. pela datilologia. respeitando assim sua identidade e limitações de pessoa surda." ( KEMPE14 apud NOGUEIRA. linguagem de sinais. tendo-se em conta suas características pessoais. Os seus usuários. As expressões faciais e corporais. coloca que a Língua de Sinais apresenta palavras que combinadas. Os componentes deste sistema. ainda que restrito. o deficiente auditivo acaba sujeitando-se a uma limitação permanente. não se integrando em nenhuma das duas. determinando qual será sua interpretação. A falta de uma identidade cultural provocará conflitos quanto à sua integração consigo mesmo e. A Língua de Sinais. Há muitas discussões. envolve os elementos paralingüísticos da comunicação. portanto. sendo que uma mesma expressão sinalizada. incorporando a parte expressiva da linguagem.sendo também um processo integral. ao contrário. mas também de instrumento para a estruturação do pensamento. refere que a linguagem expressiva. sendo capaz de expressar idéias sutis. Apresenta uma gramática complexa e cumpre o papel não só de comunicação. a Língua de Sinais é a língua natural dos surdos. expressam infinitas idéias e pensamentos. sendo emitida através de gestos e envolvendo uma estrutura sintática própria. até os mais variados assuntos. O mesmo ocorre com a Língua de Sinais. já que seus instrumentos não requerem qualquer apelo à sua deficiência. . e mais ainda à comunidade ouvinte que a circunda. Como outras línguas. são configurações precisas das mãos e movimentos exatos. aprendendo apenas a língua oral. literatura. citando a entonação e o ritmo como aspectos que podem mudar o significado de uma mesma expressão verbal. a Língua de Sinais aumenta o seu vocabulário com novos sinais introduzidos pela comunidade surda. A Língua de Sinais não está expressa somente nas palavras (sinais). mas num conjunto de fatores que determinam o significado que o emissor intenciona comunicar. no que se refere a permissão ou não da utilização da Língua de Sinais pela pessoa deficiente auditiva. incluindo sentimentos e estímulos internos. defendem a utilização da Língua de Sinais colocando que a mesma desempenha a importante função de suporte do pensamento e de estimulador do desenvolvimento cognitivo e social. são feitas simultaneamente com a expressão sinalizada. a visão ao invés da audição. Autores como Brito (1993) e Fernandes (1995). apresenta diferentes interpretações dependendo das expressões faciais e corporais simultâneas a ela. Quadros (1995). pois dificilmente atingirá o modelo de "ouvinte" que lhe é imposto. EPSTEIN15 apud QUADROS (1995). assim como a língua oral. só pode favorecer a aprendizagem da língua oral. está comprovado cientificamente que a Língua de Sinais é uma língua como qualquer outra e não apenas gestos combinados. a presença de um suporte lingüístico na criança deficiente auditiva adquirida em tempo hábil e a comunicação gratificante dessa criança com um círculo de pessoas. Segundo Fernandes (1995). complexas e abstratas. Além disso. difere-se da língua oral no que diz respeito ao canal comunicativo usado. não irá dificultar o aprendizado da língua oral. A Língua de Sinais como primeira língua dos deficientes auditivos. resultado das mudanças culturais e técnicas. ou seja. política. tornando-a altamente rica. Conforme Campelo (1995). dificultará a sua integração à comunidade surda. completo e multissensorial. podem discutir desde filosofia. /z/. Ampliar vocabulário. /l /. até mesmo a aprendizagem da língua oral. Instalar fonemas /k/. /j/. Estimular a percepção auditiva. Estimular o desenvolvimento da leitura e da escrita. Associar a utilização da Língua de Sinais com a língua oral. /s/.2 Objetivos Específicos Adequar ponto e modo de articulação dos fonemas. desenvolvendo um trabalho paralelo em relação à fonoterapia."Assim. Estimular a percepção visual. Considerar os conceitos da Língua de Sinais no processo de aprimoramento da língua oral. Estimular a interpretação da linguagem oral. 1993. Instalar os fonemas ausentes. /r/.1 Objetivos Gerais Estimular a linguagem compreensiva e expressiva. p. 8 PLANEJAMENTO TERAPÊUTICO O planejamento terapêutico foi elaborado com base nos dados coletados da anamnese e das avaliações realizadas. /R/. Adquirir o uso de vocabulário e de estruturação sintática trabalhadas." (Brito. Orientar e informar os pais. . levando-se em consideração as necessidades e características pessoais da paciente. /c/. Adequar a qualidade vocal. as línguas de sinais são tanto objetivo quanto o meio facilitador do aprendizado em geral. 8. /g/. em emissões espontâneas. 8. Adequar o sistema sensório motor oral.28). Adequar as funções estomatognáticas. não necessariamente nessa mesma ordem. durante o primeiro semestre. Adequar mobilidade de lábios e língua.E. a adequação da voz.M.. utilizávamos a . Adequar mastigação. Reduzir ataque vocal brusco. Trabalhar as etapas do processamento auditivo central. serão a seguir relatadas levando-se em consideração os objetivos gerais e específicos da terapia.E. Adequar deglutição. Trabalhar ritmo.Estimular a leitura orofacial. As atividades não serão divididas por itens. duas vezes por semana. Esclarecer aos pais os objetivos e procedimentos realizados na fonoterapia. o sistema sensório motor oral e algum outro objetivo complementar. Orientar aos pais quanto as possíveis condutas que contribuirão para o desenvolvimento lingüístico da paciente.M. as atividades que iriam ser realizadas. realizadas uma vez por semana. As atividades realizadas com N.M. utilizando-se todas estratégias possíveis para que houvesse o aprimoramento da sua linguagem oral. Equilibrar a ressonância vocal. iniciou-se em março de 1997. Adequar respiração. Utilizou-se durante o período de terapia. o método oral multissensorial associado aos fundamentos básicos da Comunicação Total. sendo as sessões terapêuticas. Estimular a recepção e a interpretação dos estímulos sonoros através do sentido da audição. e a partir do segundo semestre. foi dividida em quatro momentos. trabalhou-se vários objetivos.E. 9 TRATAMENTO FONOAUDIOLÓGICO O tratamento fonoaudiológico da paciente N. pois em cada atividade. Equilibrar a emissão vocal em relação à altura e intensidade. Cada sessão fonoaudiológica. Para explicarmos à N. Adequar sucção. onde foram trabalhados: a estimulação da linguagem oral. objetos de uso pessoal. recortando encartes e colando as "compras" em uma folha. Nesta história. entre outros. repetíamos o modo correto e caso a paciente persistisse no erro. Utilizamos também o livro "Iniciando a Comunicação Escrita" de Lemes (1994). verduras. Quando a palavra era emitida de forma inadequada.M. figuras. com idades semelhantes. como por exemplo: animais domésticos e selvagens. Nesta atividade. etc) e estórias que elas criavam utilizando a Língua de Sinais e a oralização conciliadas.E. realizando a brincadeira simbólica de "ida ao supermercado". Nessas sessões realizaram-se atividades de teatro. trabalhamos de diversas maneiras. cumprimentar conforme a hora do dia. etc. jogos de memória. a adequação do ponto e modo de articulação de fonemas ausentes. N. onde as três encenavam acontecimentos da vida diária usando somente a linguagem oral (por exemplo: pedir licença. e a seguir mostrávamos como a palavra deveria ser produzida oralmente. em lojas .E. utilizando as fichas da Unidade II (citada na avaliação). seqüência-lógica.Língua de Sinais com a fala para que a paciente compreendesse melhor o que deveria ser feito. e proporcionarmos junto a isso o desenvolvimento de seu aspecto cognitivo. foram trabalhadas atividades em grupo. Com o uso das miniaturas. trabalhamos a ampliação de vocabulário.M. Para ordens simples. a estimulação da leitura orofacial. Além destas. onde existe figuras agrupadas com diferentes classificações. histórias.. também realizamos atividades . mostrávamos primeiramente o gesto da Língua de Sinais correspondente a palavra.E. partes do corpo. repetia as palavras com e sem o auxílio visual (leitura orofacial).E. Durante as atividades trabalhamos a repetição das palavras com e sem uso da leitura orofacial. realizamos atividades utilizando miniaturas variadas. compreensiva e expressiva. onde montávamos um zoológico formando uma história. desculpar-se pelo atraso. com duas colegas de escola de N. além de estimular a linguagem oral. Nas atividades realizadas com figuras. no shopping. indicasse figuras que eram solicitadas oralmente. utilizamos somente a fala. vestuários e calçados.M. podemos citar as brincadeiras com miniaturas de animais. Em algumas sessões. deveria falar o nome dos animais e conversar sobre os mesmos. Como exemplo. Para a compreensão de palavras desconhecidas oralmente pela paciente. íamos à frente do espelho e dávamos pistas táteis e proprioceptivas para a correção do modo articulatório. além de trabalhar a compreensão. onde trabalhou-se diferentes temas como por exemplo: "fazer compras no supermercado. observando também o modelo correto de fala. entre outros objetivos que pudessem ser inseridos nesse contexto. a fim de que a paciente prestasse atenção e fizesse a leitura orofacial. N. fazíamos uma brincadeira simbólica.M. solicitando que N. como por exemplo recortes de figuras de jornais e revistas. frutas. etc. Para estimulação da linguagem oral. o método mastigatório. tivemos também. o método de sons fricativos surdos-sonoros que suavizam o ataque vocal. utilizando-se também a linguagem oral. em um primeiro momento utilizávamos a Língua de Sinais associada a oralização para que houvesse uma melhor compreensão da paciente. abaixo de cada figura. . Em todas as sessões. trazer figuras que iniciassem com determinado fonema para trabalharmos em terapia. à propriocepção e ao alfabeto datilológico (Anexo 11).. com tarefas que deveriam ser realizadas por N. Houve durante todo o período da terapia.E. utilizamos pistas táteis e proprioceptivas. principalmente diminuindo a nasalidade. que equilibra a produção vocal. Para instalar os fonemas ausentes. escrevesse o alfabeto. A seguir. utilizando o alfabeto. utilizamos um caderno. além dos carimbos Pró-Fono das boquinhas. que eram recortados. encartes e rótulos. permitindo a utilização da Língua de Sinais. mostrando-se as figuras da história. com a terapeuta mostrando o modo de articulação e o símbolo de cada letra datilológica (Anexo 12) e a seguir. Como reforço terapêutico.M. eram feitas perguntas sobre a história que eram respondidas por N. Realizamos ainda atividades.M colocasse símbolos embaixo de cada sílaba (círculo grande para sílaba tônica e círculos pequenos para sílabas átonas). Entre esses exercícios podemos citar: o bocejo. cada palavra nova apresentada à paciente era colocada dentro de uma frase. facilitamos a emissão da palavra dando várias pistas visuais. realizando exercícios conforme Behlau e Pontes (1995). Após esse primeiro momento. realizando atividades em frente ao espelho. solicitou-se que N. a preocupação em desenvolver tanto os aspectos semânticos quanto os sintáticos. somente mostrando o modo de articulação. que levava para casa e trazia na próxima sessão. fazendo associações de cada letra ao modo articulatório. etc (Anexo 9). A interpretação por N. era realizada. Dentro das atividades realizadas com figuras. havia sempre um momento em que trabalhamos a adequação da voz. Podemos citar algumas atividades como por exemplo formar frases a partir de figuras.M. colados em cartazes e após oralizado por elas. solicitando que N. Com isso. Em um segundo.E.E. Para isso.E.variadas. entre outros. etc". que reduz ataques bruscos e auxilia na projeção vocal.M. Para isso. o próprio exercício articulatório que reforça a cavidade oral como foco ressonantal. ir à festas diversas.M. o objetivo de estimular o desenvolvimento da leitura e da escrita. que eram colocados embaixo das figuras para mostrar como é a articulação de cada fonema (Anexo 10). Nas atividades em que utilizamos histórias simples. e também para a aquisição de novos conceitos. escrevemos o nome da mesma.. com o uso de revistas. figuras dadas pela terapeuta que deveriam ser coladas no caderno para serem treinadas em casa com o auxílio da mãe.E. momento a mesma história era relatada somente com a linguagem oral. que foi trabalhado em frente ao espelho. A percepção auditiva foi trabalhada. Realizamos atividades. agudo = a uma tira de papel fina. quando for uma batida de tambor e com movimentos em linha reta.M. localizar. estourar os lábios como se fossem a tampa de uma garrafa. realizamos exercícios descritos por Soares e Araújo (1995) e Ferraz (1996). telefone. Para isso. seqüência de instrumentos para a paciente repetir. com uma batida de um instrumento fraco. discriminação auditiva. quando for batidas de pratos) (Anexo 13). visando desenvolver as principais etapas do processamento auditivo central (atenção auditiva. com um sopro de apito breve. com o som de um apito ou flauta. de pés. com os dentes cerrados e lábios entreabertos).onde a paciente. morder de mentirinha o lábio superior e inferior. diferentes e semelhantes.E. dissesse qual a seqüência que foi dita (com e sem leitura orofacial). imitação de seqüências de sons. pudesse também observar a diferença entre breve e longo (duração do tempo). . exercícios de sopro. de porta. etc. As atividades foram realizadas utilizando-se diversos sons como: instrumentos musicais. estirar os lábios com força. instrumentos que eram tocados para N.E. indicava o tipo de som que havia escutado. realizar movimentos determinados para cada tipo de som. de acordo com o número de batidas de um instrumento. sendo que cada passo deveria corresponder as batidas realizadas no tambor (batidas rápidas. inserimos nas atividades de percepção auditiva. movimentos corporais. agudo e grave. Para isso utilizamos instrumentos musicais associados a símbolos (breve = a uma seta curta. sino para serem discriminados. também foi utilizada a fala para a percepção auditiva. Também foram usadas várias figuras em seqüências para que N. com uma batida de um instrumento forte). longo = a uma seta longa. mandar beijo. colocação do mesmo número de objetos dentro de uma cesta. foram realizadas atividades onde N. médias e lentas).E. diferentes sons como chave. onde podemos citar exemplos como: estalar a língua de diferentes formas (com a boca aberta. percorrer um caminho com o lápis em uma folha com um desenho. sons em diferentes partes da sala para N. quando for uma batida de sino.M. Além da utilização destes sons. com uma batida de tambor ou porta. estreitar e alargar a língua fora da boca. indicar. imitar o gatinho bebendo leite. passar a língua nos lábios e comissuras. indicando se as palavras eram diferentes ou iguais.M. de acordo com batidas (por exemplo: o gato deve chegar até o leite com movimentos ondulados do lápis. forte = a um círculo grande. entre outros. fraco = a um círculo pequeno. Para adequar a mobilidade de lábios e língua. batida de palmas.E. com um sopro de apito longo. citando atividades como: a comparação de dois sons ou mais. e ainda foram faladas seqüências de duas palavras ou mais sem auxílio visual para após a paciente repetir. localização e compreensão auditiva). Para trabalharmos o ritmo. Podemos exemplificar esse trabalho. memória auditiva. grave = uma tira de papel grossa. entre outros. após a explicação. e forte e fraco.E. deveria discriminar palavras com sons semelhantes. como: caminhar ao som do tambor.M. com movimentos em ziguezague. sons ambientais. para que N.M. percepção de um som na presença de outro. Além disso. Notou-se que o foco de ressonância laríngico com compensação nasal tornou-se mais equilibrado. isto é. recebeu orientações de como ajudar a filha a realizar as atividades que eram enviadas para casa. Durante todo o processo terapêutico.. pode ser observada pois N. banheiro. que as atividades para cada objetivo. na mobilidade de lábios e língua e nas funções estomatognáticas. sim. conforme exercícios descritos por Augustoni (1989). A evolução. com exceção do fonema /R/ que deve ser automatizado. sucção e mastigação. foram trabalhados vários objetivos dentro de uma mesma sessão.E. Quanto a emissão vocal. A respiração foi trabalhada através de exercícios de relaxamento. no que diz respeito à linguagem oral.M. ampliando consideravelmente seu vocabulário oral. geralmente é em Língua de Sinais porém observa-se a emissão de frases junto com a linguagem oral. Além disso. sopro. ambas encontram-se próximas de um padrão vocal adequado. na emissão vocal.. para que tivéssemos um progresso fonoaudiológico global. e não utilizando mais onomatopéias para denominar certas palavras. Cabe ressaltar.M. .M. apresentou um aproveitamento significativo nas atividades realizadas. apresentando uma melhor emissão e articulação das expressões verbais das palavras conhecidas.E. etc. os fonemas que ela não produzia foram instalados. está utilizando-a na sua fala espontânea para indicar seus desejos (por exemplo: não sei.E. Em relação ao pitch e ao loudness. na percepção auditiva. oi. N. não quero. a mãe de N. e quando necessário. entre outros. boa tarde. 10 EVOLUÇÃO Durante o período de atendimento. Em todos os momentos se mostrou participativa e motivada para o trabalho. conforme comparação psicoacústica realizada com vozes de pares "normais" de mesmo sexo e idade. esteve presente. Observou-se uma melhora na linguagem oral. como estimular a filha na linguagem oral.M. etc). já foi. a Língua de Sinais. tendo um bom vínculo com a terapeuta. está utilizando juntamente com sua língua própria de deficiente auditiva. e os processos fonológicos foram eliminados. no sentido de que o foco baixo foi eliminado e a nasalidade excessiva diminuiu em função do controle consciente desenvolvido durante a terapia com a paciente. pára Fabiane. trabalhamos junto a deglutição. A estrutura sintática das frases.E.A partir desses exercícios. a língua oral para palavras e expressões verbais de seu conhecimento. visando manter sempre o interesse da paciente nas atividades propostas. a paciente reduziu consideravelmente o ataque vocal brusco que apresentava no início dos atendimentos. não. sendo que este aspecto deve continuar sendo estimulado. verificou-se que N. foram trabalhadas de diferentes maneiras. Além disso. além do aprendizado intelectual. por meio de "aulas de fala" com fonoaudióloga da escola dentro da sala de aula e de "laboratório de sons". No que diz respeito à respiração. N. fundamental para a formação profissional completa. Desde o princípio. ouvindo também alguns sons da fala. Sua sucção encontra-se suficiente e sem projeção lingual. Quanto a mobilidade de lábios e língua. A paciente ouve sons de alertas e ruídos ambientais. N. sendo isso demonstrado através do questionário final elaborado pela terapeuta e sua supervisora. mostrando-se satisfeita em relação à fonoterapia realizada durante o decorrer deste ano.E. Cabe ressaltar ainda. é favorável devido a diversos fatores: utilização efetiva de aparelhos de amplificação sonora individual. em buscar novos . e com o trabalho fonoterápico realizado. esta referiu ter notado grandes progressos em relação ao desenvolvimento da linguagem oral de sua filha. 11 PROGNÓSTICO O prognóstico da paciente N. houve preocupação de nossa parte. incentivando a filha a comunicar-se oralmente. a deglutição normal e a mastigação simétrica. a paciente estuda numa escola especial onde há. a paciente teve uma melhora significativa. a realização do estudo deste caso. mas o tipo respiratório ainda deve continuar a ser trabalhado. realizado com o uso da Língua de Sinais. 12 CONCLUSÃO A realização deste trabalho.Na evolução da percepção auditiva..E. a evolução significativa da paciente durante o período de atendimento fonoaudiológico. também há estimulação da linguagem oral. a paciente consegue vibrar e estalar a língua com facilidade. Na mobilidade de língua. sendo esta integração teórico-prática. e participação dos pais em relação a fonoterapia. notou-se que. motivação da paciente para o aprendizado da linguagem oral.E. consegue vibrar os lábios mas ainda não consegue assobiar. Nas funções estomatognáticas.M. e respondido pela mãe (Anexo 14). foi muito importante para a compreensão de vários aspectos relativos ao trabalho com a criança deficiente auditiva.M. responde quando é chamada e diferencia diversos sons. a partir do momento em que modificaram as regulagens de seus aparelhos auditivos. Numa entrevista final realizada com a mãe de N.E. esta encontra-se atualmente de modo nasal.M.M. Além disso. apresentou uma melhora significativa. proporcionou integração entre os conhecimentos teóricos adquiridos ao longo do curso com a prática clínica. Antony.. 8 CICCONE. Integração Social & Educação de Surda. 2 ed. Curso de Fonoaudiologia. Rio de Janeiro: Cultura Médica. 5 BRITO. é aquele capaz de alcançar os melhores resultados para cada caso. Com isso.br 2 AUGUSTONI. 1994. 312p. IN: STROBEL. São Paulo: Looise. et al. Marta. 6 CAMPELO. considerando as características de cada paciente e proporcionando um desenvolvimento mais pleno do indivíduo surdo. ed. C. 52 p. Paulo.com. PONTES. de encontrar o melhor método para ajudar o aprimoramento e o desenvolvimento da linguagem oral da paciente. 87 p. Manual de Fonoaudiologia. 1996. 175 p. é dever do fonoaudiólogo. Concluímos que um bom método. DIAS. MARTIN. John. Orientações para o Ensino da Comunicação e um Procedimento para o Ensino da Leitura e Escrita. P. 88 p. 116 p. 1995. conforme as bases fisiológicas. Porto Alegre: Artes Médicas. Mara. Estratégias a Pessoa Surda. Célia H. Língua de Sinais 5 Língua Oral: Comunicação no dia a dia. pensando sempre no melhor benefício para o paciente. M. Porto Alegre: Artes Médicas. 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Report "A Língua de Sinais como Recurso para a Terapia Fonoaudiológica"