A influência dos exercícios de Codman na síndrome do impacto no ombro um estudo restropectivo.

March 30, 2018 | Author: Caroline Duarte | Category: Physical Therapy, Muscle, Pain, Flexibility (Anatomy), Musculoskeletal System


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1A influência dos exercícios de Codman na síndrome do impacto no ombro um estudo restropectivo. Emmily Marques Santos1 [email protected] Luís Ferreira Monteiro Neto2 Pós-graduação em Fisioterapia em Traumato-ortopedia com ênfase em Terapia Manual – Faculdade Ávila Resumo O presente artigo procurou, por meio de uma revisão bibliográfica, colocar em evidência a influência dos exercícios de Codman na síndrome do impacto no ombro e de forma sucinta, descrever anatomia do complexo articular do ombro, a complexidade da patologia síndrome do impacto no ombro com sua definição, etiologia, fisiopatologia, quadro clínico e os exercícios de Codman. Foi realizado um restropectivo baseado na literatura, fundamentada em livros, revistas científicas e pesquisa em sites de busca, coletando material bibliográfico compreendido entre os anos de 1995 até 2011, através das palavras chaves: síndrome do impacto, método de Codman, complexo do ombro, biomecânica e fisiologia articular. O método de Codman foi enfatizado nesse artigo como opção de tratamento fisioterapêutico para o alívio do quadro álgico, melhora da amplitude de movimento e ganho de flexibilidade, através de exercícios específicos. Palavras-chave: Complexo do ombro; Síndrome do Impacto; Exercícios de Codman; Fisioterapia. 1. Introdução Assim como a evolução do homem, as articulações passam por adaptações possibilitando um grande grau de liberdade da ação dos membros superiores, especialmente para os movimentos ilimitados das mãos. A estabilidade estática simples, que admitia a ação de dobradiça da articulação glenoumeral, agora está comprometida em auxiliar os movimentos da articulação, possibilitados pelas ações conjuntas e sincrônicas das articulações e músculos que compõem o complexo do ombro, na busca de condições de mobilidade com estabilidade. As ações realizadas pelo ombro são tão complexas que a limitação ou a hipermobilidade de uma de suas articulações compreendem em perda da funcionalidade das estruturas envolvidas. O ombro é considerado uma articulação complexa composta por cinco articulações e vinte músculos que proporcionam maior mobilidade do nosso corpo em relação às demais regiões, sendo a articulação mais móvel do corpo humano e também a mais instável, devido exatamente a este grande grau de mobilidade existente. É neste momento que os músculos passam a ter um papel fundamental de estabilidade, garantindo a integridade da articulação e diminuindo o processo de degeneração. A exposição ao trabalho e desordens do membro superior estão interligadas, pois são questões que pertecem a diversos países. A síndrome do impacto no ombro é uma das causas mais comuns de dor e expressa um grande impacto sócio-econômico devido à sua influência na habilidade de trabalhar. “Impacto” é atribuido à dor na região ântero-superior do ombro. Acredita-se que a dor seja decorrente de uma compressão e abrasão mecânica das estruturas subacromiais contra a superfície anterior do acrômio e o ligamento coracoacromial, principalmente durante a elevação do braço. 1 2 Pós-graduando em Fisioterapia em Traumato-ortopedia com ênfase em Terapia Manual – Faculdade Ávila Mestre em Engenharia Biomédica – Universidade do Vale do Paraíba alteração na cinemática escapular e glenoumeral. Desenvolvimento 2. O ombro tem suporte necessário para elevar o braço comumente em todos os planos relacionados ao tronco. As funções desse complexo estão compreendidas em posicionar a mão no espaço possibilitando ao indivíduo interagir com o seu meio e realizar as atividades motoras finas. Alguns fatores contribuem para o desenvolvimento da síndrome do impacto no ombro. avaliando a articulação minuciosamente e não de maneira isolada. Indivíduos com patologias de ombro devem na sua maioria ser tratados por métodos não cirúrgicos. além de gerar dificuldade nas atividades diárias. Sendo os exercícios de Codman bastante utilizado para o ganho do arco de movimento e minimização do quadro álgico. A mesma trata-se de uma patologia caracterizada principalmente pela dor que pode aumentar com movimentos de acordo com o grau de inflamação. o complexo do ombro é constituído de três ossos (úmero. GOSLING et al. A perda de movimento pode progredir para outras patologias. Sendo as técnicas de mobilização importantes para o reequilíbrio da estabilidade do ombro. alterações acromiais. O resultado de tais funções é um arco de movimento que ultrapassa qualquer outra articulação do corpo humano (HALL et al. permitindo assim que a extremidade superior levante e sustente grandes pesos acima do plano horizontal (FONTANA. Segundo Kapandji (2000).2 A progressão da síndrome do impacto leva à perda de força e movimento. As técnicas de Codman são exercícios que atuam com ajuda da gravidade para ocorrer à separação do úmero da cavidade glenóide durante o movimento. 2. além das medidas gerais e uso de antiinflamatórios. 2009).1 Articulação do ombro O complexo do ombro é um termo utilizado para abranger todas as estruturas envolvidas com o movimento do ombro (LIPPERT. O ombro é um complexo inervado principalmente pelos nervos supraescapular e axial. consiste fundamentalmente no trabalho de ganhar amplitude de movimentos e em readquirir a força e harmonia dos músculos envolvidos nos complexos movimentos das articulações que compõem o ombro. Poucos são os portadores que logo de início recebem indicação de cirurgia. proporcionar fixação suficiente para que ocorra o movimento da extremidade superior. como má postura. encurtamento da cápsula posterior. os mecanismos envolvidos nas suas disfunções e na sua evolução. suspender o membro superior. Tais exercícios promovem o alívio da dor através de movimentos alternados que proporcionam uma mobilidade mais precoce as estruturas articulares. 2006. clavícula e escápula). . 2003). permitindo a restauração dos movimentos acessórios e globais envolvidos na dinâmica articular. todos pertencentes ao tronco superior do plexo braquial e irrigado por ramos articulares das artérias circunflexas anterior e posteriores do úmero e da supraescapular. ou “ouveruse” secundário ao uso repetitivo e sustentado do braço durante atividades acima da cabeça. O tratamento. três articulações sinoviais (esternoclavicular. fraqueza muscular e sobrecarga. instabilidade. 2007). Para que o tratamento fisioterapêutico na síndrome do impacto seja eficaz é necessário que o fisioterapeuta tenha conhecimento sobre o complexo do ombro. acromioclavicular e glenoumeral) e duas articulações funcionais (escapulotorácica e subdeltóidea). 2005). O mesmo acontece com diversos pacientes que não obtiveram sucesso com o tratamento conservador. como o simples ato de vestir-se. auxiliar a elevação do braço – escapulação (DUTTON. protração e retração diante a posição de repouso aproximadamente 30o. que permite movimentos de elevação. coracoclavicular com a sua divisão em: trapezóide e conóide. aproximadamente 55o. Entretanto. pois quando age sozinho provoca compressão nas superfícies da estrutura em ação. é uma articulação sinovial que funciona com três graus de liberdade. 2.1. o rolamento ocorre somente em combinação com os movimentos de deslizamento e rotação. 2. na flexão. podendo ser atingida por fatores não-traumáticos. 2. 2001). abdução e todos movimentos entre esses (ANDREWS et al. rotação de aproximadamente 45o após a flexão ou abdução do ombro a 90o (PACHECO. visto que a inclinação das superfícies articulares varia de pessoa para pessoa. sendo conhecida como regra convexo-côncava. A articulação esternoclavicular permite movimentos de elevação. o costoclavicular e o interclavicular.3 As grandes amplitudes de movimento do ombro ocorrem por ação do manguito rotador e pelos movimentos da artrocinemática. 2010. As facetas articulares dessa articulação são pequenas e possibilitam poucos movimentos. mas são necessários para função articular sem dor (PACHECO. Dentro da artrocinemática também acontecem movimentos acessórios que não podem ser realizados voluntariamente. definidos como deslizamento. A articulação acromioclavicular é incongruente. REGAZZO. depressão.2 Articulação acromioclavicular A porção distal da clavícula é ligada à escápula pela articulação acromioclavicular. 2006). sendo sua função primária manter a relação entre a clavícula e a escápula nos estágios finais de elevação.1 Articulação esternoclavicular A articulação esternoclavicular é a única que liga o complexo do ombro ao tórax. 2000. 2005). a combinação desses movimentos proporciona o grande arco de movimento do ombro. existe um disco entre as duas superfícies ósseas e a cápsula é mais espessa anteriormente que posteriormente (ANDREWS et al. promovem estabilidade a articulação. por esse motivo os estudos são inconsistentes em identificar os movimentos e seus eixos característicos. a qual é considerada uma articulação sinovial plana permitindo o movimento da escápula em três direções. 2010). Os ligamentos acromioclavicular. Os ligamentos que constituem essa articulação são: o esternoclavicular anterior e posterior que sustentam a articulação anteriormente. possuindo quatro liberdades de movimento e uma estabilidade óssea suprida por um mecanismo harmônico e preciso de limitadores estáticos e dinâmicos (PACHECO. depressão de aproximadamente 5o. 2010). além de ter uma grande quantidade de diferenças individuais. como artrite degenerativa e artropatia inflamatória (DUTTON.1. que restringem a elevação e a depressão excessiva dos mesmos. 2010). Tal articulação tem tendência a lesões por estresse crônico devido atividades repetitivas. O aumento da sua estabilidade dá-se através da separação entre o esterno e a clavícula pelo disco articular. protração.3 Articulação Glenoumeral A articulação glenoumeral é descrita como sinovial esferóide tipo bola e soquete. formada pela parte inferior da extremidade proximal da clavícula e as partes superior e lateral do manúbrio do osso esterno (WATKINS. 2000). onde a superfície articular que se move influência a direção de deslizamento. MAGEE. .1. Seu funcionamento é do tipo articular esferóide. retração e rotação (PACHECO. que acontece quando o braço é levantado para frente ou para o lado. infra-espinhal e redondo menor) é de grande importância para estabilidade e mobilidade do ombro. 2009). além de realizar rotação interna. É considerada a mais importante das articulações do ombro. A articulação também é composta por uma cápsula articular frouxa permitindo uma separação significativa das faces articulares durante o movimento umeral anterior e inferior. A bolsa escapulotrapezial é encontrada entre as fibras médias e inferiores do trapézio e a escápula súpero-medial. possibilitando 150 a 180 graus de amplitude de movimento no ombro para flexão ou abdução com elevação. 2006). permitindo que a escápula participe de todos os movimentos do membro superior. 2. já a bolsa subescapular é geralmente posicionada entre a área superficial do serrátil anterior e o subescapular. Sendo sua principal função. 2000). deltóide e peitoral considerados motores primários. sendo sua força relacionada inversamente à idade. abdução. O deltóide. 1997. a cada dois graus de movimento glenoumeral ocorre um grau de movimento escapular a partir de 30o de abdução ou flexão do ombro (HALL. A amplitude de movimento total da articulação escapulotorácica é de aproximadamente 60o de movimento para 180o de abdução ou flexão do braço (LIPPERT.4 2007).6 Músculos A força dos músculos do manguito rotador (subescapular. redondo maior. Seu movimento ocorre de acordo com as ações das articulações acromioclavicular e esternoclavicular.1. médio e inferior formando um ”z” sobre a cápsula articular e possibilitando maior estabilidade a mesma (SILVA et al. tendo origem na escápula e na . As mesmas promovem um deslizamento suave das estruturas que a cercam. 2000). 2. encontram-se diversas bolsas na articulação escapulotorácica e ao seu redor. Conforme Dutton (2006). é manter o úmero centralizado na cavidade glenóide e anular as forças de cizalhamento promovidas pelos músculos grande dorsal. constituída pela cabeça do úmero e pela fossa glenóide da escápula que é relativamente rasa e pequena (MALONE.5 Articulação escapulotorácica Apesar de não ser considerada uma articulação anatômica verdadeira. A inflamação de uma dessas bolsas provocam estalidos dolorosos no ângulo súpero-medial da escápula. 2000). A mobilidade varia entre indivíduos normais. 2. geralmente há flexibilidade considerável de tecido mole. a articulação escapulotorácica é necessária para integridade da mobilidade do complexo do ombro. permitindo menos desgaste e fricção (DUTTON.1.1.4 Ritmo escapuloumeral O ritmo escapuloumeral ocorre com o movimento da escápula em harmônia com os movimentos do úmero. 2008). 2003. A compressão do manguito rotador pode ocorrer em atletas de várias áreas e outras atividades que envolvam o uso excessivo do braço no mesmo nível e acima de 90o de abdução do ombro (ANDREWS et al. o coracobraquial. pois não tem características anatômicas de uma articulação sinovial. glenoumerais superior. SMITH et al. supra-espinhal. Suas fibras musculares se encontram em proximidade da articulação e seus tendões se fundem à capsula articular. o redondo maior e os músculos do manguito rotador são denominados como músculos glenoumerais intrínsecos. abdução horizontal e rotação externa. HAMILL et al. pelos ligamentos coracoumeral. O lábio glenóide é um anel de fibrocartilagem que aumenta a estabilidade da articulação glenoumeral proporcionando maior espaço articular. a bolsa escapulotorácica está localizada entre o gradil torácico e a superfície profunda do músculo serrátil anterior. nas quais podemos classificá-las por: lesões decorrentes do esporte. Segundo Weinstein et al (2000). o processo contínuo de passagens do manguito rotador sob o . A síndrome do impacto no ombro é uma das principais patologias que causam dor no ombro. 2000). rombóides. ANDREWS et al. 2002). sendo descrita como uma síndrome dolorosa do ombro. lesões por acidente automobilístico. Existem diversas patologias relacionadas à articulação do ombro. Arnaldo Amado Ferreira Filho a partir de 1986. 2000). atualmente aceita pela maioria dos estudiosos das afecções do ombro (SILVA et al. de natureza micro traumática e degenerativa. pois na maioria das vezes são de formação contínua. 2007). esternoclavicular) provoca sobrecarga nas outras. acompanhada ou não. dentre outras. A síndrome do impacto é a segunda maior incidência de queixa das doenças musculoesqueléticas (SOUZA. situação não incomum na prática de esporte ou nas lesões do tipo overuse (PALASTANGA et al. elevador da escápula e serrátil anterior. Estes desequilíbrios se exacerbam quando o limite fisiológico dos tecidos é ultrapassado. uma é fixada ao músculo deltóide e a outra ao manguito rotador. Os vícios posturais. Uma importante doença que acomete o ombro é a síndrome do impacto. 2006). 2. 2002). Esta dispõe de duas camadas serosas lisas. Atualmente. ao tubérculo maior e ao ligamento coracoacromial.2 Síndrome do Impacto Para Mendonça et al (2005). podendo levar a redução da função desta articulação e da qualidade de vida (MARCONDES et al.5 clavícula. Dr. A tradução “Síndrome do Impacto” foi proposta no Brasil pelo Prof. Somente a boa estabilidade da escápula contra o tronco é que permite a atuação do membro com destreza e força. o grande dorsal e o peitoral maior são os músculos glenoumerais extrínsecos (FLOYD et al. 2011).7 Bolsas subdeltóidea e subacromial As bolsas subdeltóidea e subacromial localizam-se acima da articulação glenoumeral para evitar atrito entre as partes ósseas e os tecidos moles adjacentes (HALL. estando interligada ao acrômio. Os distúrbios causados são raros antes dos 40 anos e aumentam continuamente depois de 50 anos. 2009). a articulação do ombro é uma região que pode ser acometida por uma variedade de lesões com causas diversas. As mesmas também fornecem nutrientes para os músculos do manguito rotador (MAGEE.1. esses músculos estão constantemente se contrapondo à ação da gravidade (PALASTANGA et al. Essas bolsas são importantes no deslizamento dos tendões do músculo supra-espinhal e da cabeça longa do bíceps braquial que ocorrem abaixo do acrômio. pela diminuição da força e caracterizada por tendinite do manguito rotador que dependendo da fase clinica pode haver ruptura parcial ou total de um ou mais tendões (LASMAR. desvios do tronco ou posições inadequadas da escápula podem ocasionar desequilíbrios no espaço subacromial e conseqüências no seu conteúdo (bursas e tendões). 2001). Caso não ocorra movimento em alguma das articulações. mesmo nas menores (acromioclavicular. Na posição ereta. 2000). sendo uma das maiores do corpo humano (DUTTON. podendo ser a origem de lesões degenerativas ou inflamatórias dessas últimas. Neer foi quem individualizou a patologia “Impingement Syndrome” em 1972. A estabilização da mesma depende basicamente da ação muscular do trapézio. 2005. Geralmente são mencionadas como bolsa subacromial. 2. lesões originadas de atividades repetitivas e movimentos exagerados tornaram-se acontecimentos comuns na vida de pessoas que realizam trabalhos que necessitam de tais esforços. na III fase é característico dor constante e perda da força de elevação do membro superior. como indivíduos com o acrômio plano e pouca inclinação.2 Diagnóstico O diagnóstico da síndrome do impacto no ombro é essencialmente fundamentado na tríade anamnese. além de poder lesar a cabeça longa do bíceps e a bursa subacromial favorecendo o surgimentoda síndrome do impacto. 2007). SOUZA et al. pentear os cabelos. Segundo Castro (2009). De acordo com o que já foi exposto. a forma mais prática examinar estes músculos e tendões é conseguir com que o paciente realize uma adução com rotação . sendo observada em indivíduos entre 25 e 40 anos. finalmente. com possível edema e hemorragia ao nível da bolsa e tendões. Há outras diversas formas que levam a síndrome do impacto. com idade inferior a 20 anos. devido fatores biomecânicos segundo o trabalho realizado. sugere acometimento do subescapular.6 arco coracoacromial resultam na irritação progressiva do tendão supraespinhal. devido a lacerações parciais ou totais de um ou mais tendões do manguito rotador ou bíceps braquial. se o mesmo referir dor. 2009). ocorrendo com mais freqüência em indivíduos a partir da 4a década de vida (NEER. 2. As fazes clínicas são descritas frequentemente da seguinte maneira: a fase I é caracterizada por quadro álgico devido esforço prolongado. no exame físico ocorre primeiramente a palpação do ombro e do tendão da cabeça longa do bíceps braquial no sulco intertubercular do úmero. que através do uso excessivo do membro superior em elevação choca-se contra a parte ântero-inferior do acrômio. LIMA et al. como nos casos de carregamento de carga excessiva. a falta de moderação da atividade do membro em flexão anterior ou abdução predispõe o impacto. Através da anamnese pode ser descoberto normalmente que o intivíduo sente dor no ombro. Esse tipo de atuação produz movimentos de abdução e rotação. exame físico e exames de imagens. vibrações e flexão com abdução dos braços por longos períodos (CAMARGO et al. BROWN et al. presença de esporões na articulação acromioclavicular ou cabeça umeral posicionada mais superiormente. nota-se um processo inflamatório seguido por fibrose e espassamento da bolsa subacromial. reduzindo cada vez mais o espaço comprometido. ruptura parcial ou total dos tendões e bursite subacromial-deltóidea. Contudo. 2001).1 Quadro Clínico O quadro clínico varia conforme a fase de evolução da patologia. 2009). 1995. O quadro álgico pode ser contínuo ou intermitente e diária. sendo a tal reversível através de repouso. além de tendinite no manguito rotador. fraqueza do manguito rotador (HALL.2. 2007. Estas dores estão normalmente relacionadas com tendinite. ligamento coracoacromial e a articulação acromioclavicular. vestir ou retirar camisas. A síndrome somente acomete os jovens quando está relacionada a certas atividades e profissões como atletas e trabalhadores braçais (CASTRO. no esporte ou profissão. geralmente difundida para o trapézio superior e para face lateral do braço acometido. interna e externa do braço. dessa forma podendo acometer indivíduos jovens. ocorrendo principalmente à noite. levando ao aumento da espessura da bursa subacromial por fibrose. sendo a dor e a consequente limitação funcional compreendidas independentes da fase de progressão da doença.2. Logo solicita ao paciente fazer uma abdução ativa do braço. Dessa forma é possível observar a relação entre a compressão e a degeneração do manguito rotador. formas acromiais curvas e ganchosas. 2007. na fase II. 2. ocorre na faixa etária abaixo dos 25 anos. Caso a dor se repita na rotação externa indica lesões dos músculos infraespinhal e redondo menor. Agrava-se por atividades de vida diária como movimentar o membro superior para escovar os dentes. Embora o ultrassom não seja o melhor método para se analisar o osso. A ultrassonografia. Na síndrome do impacto e em diversas patologias. supraespinhal e infraespinhal são lugares geralmente associados à síndrome do impacto no ombro. exercícios pendulares de Codman com bastão ou livre para a melhora do arco de movimento. localizados com precisão e inativados durante a reabilitação. sendo os mais aplicados a patologia. a crioterapia com efeitos analgésicos na região atingida. a fisioterapia é selecionada como a primeira opção de tratamento. seguido por exercícios mecanoterápicos como polia de teto.7 interna e uma abdução com rotação externa do braço. 2. os exames complementares podem fornecer o grau de retração tendínea. compressas quentes e infravermelho). iontoforese. 2. para Ejnismann et al (2008). ondas-curtas. elevar o . galvanização e mobilização com oscilação de pequena amplitude respeitando o quadro de dor do paciente objetivando o alívio da mesma e prevenir a rigidez.3 Exames Complementares Para comprovar os achados alcançados pelo exame físico é essencial realizar os exames complementares. na fase crônica (acima de 3 semanas) pode-se começar o tratamento com aplicação do calor (ulta-som.3 Intervenção Fisioterapêutica De acordo com Souza et al (2006). sendo a medida da distância do deslocamento glenoumeral de grande valia (CASTRO. além de ser de grande importância em virtude do seu baixo custo e da facilidade de acesso. estimulação nervosa elétrica transcutânea. 2009). os recursos utilizados são a crioterapia. de degeneração muscular e lesões associadas. Incluem-se no tratamento fisioterapêutico a estimulação nervosa elétrica transcutânea para combater a dor quando diagnostica. podendo causar dúvida sobre a melhora da síndrome do impacto através do tratamento proposto. Pode-se observar que pontos gatilhos nos músculos trapézio fibras superiores. se a manobra gerar dor. A ressonância nuclear magnética pode ser feita com ou sem contraste sendo o melhor sistema de imagem para averiguar lesões do manguito rotador. revelar ruptura parcial ou total de tendões. são compreendidas medidas eletrotermoterápicas analgésicas como calor superficial. levando a diminuição do quadro álgico e aumentando o arco de movimento. Além disso. consiste em sinal positivo para lesões dos respectivos músculos associados aos movimentos realizados. Na fase subaguda que varia de 1 à 3 semanas. crioterapia entre outros durante 20 à 30 minutos para redução da dor e espasmo. focos de calcificação e osteoartrose. a radiografia e a ultrassonografia do ombro. A radiografia é capaz de mostrar a desmineralização óssea. 2009). pois quando não são descobertos. já a ultrassonografia torna-se interessante por não ser invasivo e por apresentar lesões incompletas. fortalecimentos musculares e mobilizações articulares propostos de acordo com a fase da síndrome do impacto (GOSLING. devido a melhora do equilíbrio muscular da região. osteófitos podem ser vistos e fraturas podem ser detectadas. a fisioterapia possui diversos recursos eletrotermoterapêuticos e cinesioterapêuticos que reduzem o processo inflamatório. bursite e tenossinovite. Pode ainda ser usado nas lesões que causam instabilidade. exercícios de cadeia cinética fechada e atividades com thera band e halteres que ajudam na recuperação da afecção através do fortalecimento e do ganho de flexibilidade. o ultra-som terapêutico empregado como opção para as desordens musculoesqueléticas dolorosas. durante a fase aguda (0 à 4 dias) da patologia estudada. pode mostrar uma tendinopatia.2. a cinesioterapia abrangendo protocolos de exercícios como alongamentos. Para Silva et al (2009). são considerados o motivo da continuidade do quadro de dor do paciente. roda de ombro e auto alongamentos. Finalizando. A radiografia provê as alterações ósseas. além desses também podem ser feitos movimentos de circundação. 2003. visto que é um processo de levantamento e análise do que já foi publicado sobre o tema de pesquisa escolhido. alcançados com leves movimentos do tronco. dessa forma o braço ficará apoiado para baixo. pode-se introduzir pesos nos punhos para gerar uma força de separação articular (grau III e grau IV). adiciona-se um peso para aumentar a tração articular (KISNER et al. Não existe concordância generalizada para tais informações (HAAR et al apud BATISTA et al. Ele sugeriu um modo especial de mobilização do ombro. Para realização dos movimentos. cirurgia do ombro e conclusões clínicas). como também são conhecidos. através da utilização da gravidade para separar o úmero da cavidade glenóide. sem qualquer contração muscular do ombro. em uma angulação de aproximadamente 90o graus. dor. 2. através do mecanismo de busca com as seguintes palavras-chaves: síndrome do impacto. Wazlawick. A revisão foi feita segundo a análise de livros a partir do ano de 1995 e artigos científicos publicados a partir de 2005. 2009). o melhor modo de efetuar o exercício é em decúbito ventral. Os exercícios de Codman ou exercícios pendulares. são compostos pela automobilização através de movimentos circulares e pendulares com o braço. adução e abdução horizontal. exercícios de .4 Exercícios de Codman Ernest Amory Codman. é a base que ampara qualquer pesquisa científica e contribui para: definição dos objetivos do trabalho. cirurgia de úlcera duodenal. Ela apenas supre as deficiências de conhecimento do pesquisador no tema de pesquisa (Moresi. foi um cirurgião que colaborou para o crescimento das diversas áreas da medicina (anestesiologia. oncologia ortopédica. Esses exercícios promovem o alívio do quadro álgico por meio de movimentos oscilatórios com pouca tração e permitem mobilidade precoce as estruturas articulares e líquido sinovial. 2010). comparações e validação. 2009). É necessário a compreensão de manter o ombro e o braço mais relaxados o possível. Os objetivos dos exercícios de Codman ou exercícios pendulares são de aumentar e manter o arco de movimento do ombro e a flexibilidade dos tecidos moles. ou ainda em decubito ventral com o ombro apoiado na beira da maca. A revisão bibliográfica não produz conhecimento novo. com o membro superior pendendo na lateral da maca (KISNER et al. principalmente após o reparo do manguito rotador. há recomendações seguras de que no tratamento cirúrgico não ocorre mudanças significativas quanto à melhora da funcionalidade e diminuição da dor. quando tolerada. O trabalho apresentado. extensão. Materiais e Métodos O efetivo estudo caracterizou-se como um estudo retrospectivo de revisão bibliográfica. radiologia. sendo estimado um dos pais da medicina baseada em evidências. sugere-se que o paciente execute movimentos de flexão. permitindo efetuar um mapeamento do que já foi escrito e de quem já escreveu algo sobre o tema da pesquisa. construções teóricas. 2009). Inicialmente não é acrescentado peso até que a dor seja reduzida. gerando uma leve tração (grau I e grau II) e à medida do controle do quadro álgico. Alguns cuidados devem ser tomados.8 grau de funcionalidade do membro atingido e contribuir brevemente para a volta à rotina do dia-a-dia. como acontece com a intervenção fisioterapêutica. na coluna na posição inclinada. planejamento da pesquisa. Aliás. 3. O exercício ocorre da seguinte maneira: o paciente deve ficar em pé com o tronco fletido. de acordo com Ribeiro (2007). se o paciente não conseguir segurar o peso sozinho ou sente algum incomodo. através da redução da dor. 13 estudaram a síndrome do impacto no ombro apontando a patologia como uma das principais afecções do ombro e 3 como embasamento de metodologia. artigos diretamente ligados ao tema proposto e finalizando. oferecendo excelentes resultados. halter. laser. Geralmente. existe ativação elétrica da mesma forma. excluindo artigos que não tinham como foco principal do trabalho o tema sugerido. Esta revisão foi realizada da seguinte maneira: pesquisando e selecionando os artigos encontrados com as palavras-chaves e após análise da leitura. precedida apenas pela dor referida na coluna vertebral. 4. além de pesquisa em revistas e sites de busca Scielo. inclusive em pacientes portadores de disfunções crônicas. a crioterapia. em todos os casos foi observado ganhos significativos com a utilização da técnica. o acometimento por afecções como a síndrome do impacto. alongamentos e cinesioterapia convencional (exercícios istotônicos. a dor no ombro é uma das queixas mais comuns e incapacitantes do sistema musculoesquelético na população em geral. Conti (2009).9 codman. fortalecimento. quando deixada de lado leva a longos períodos de dor e limitações funcionais. Os achados também propuseram que a técnica oferece efeitos satisfatórios quer seja associada a recursos eletrotermoterapêuticos (ondas curtas. O motivo mais freqüente do quadro álgico no ombro é a lesão do manguito rotador que pode se manifestar em qualquer idade sendo potencializada com o envelhecimento e a ocupação laboral ou recreativa. Os estudos também mostram que os exercícios pendulares de Codman representam uma ferramenta que deve fazer parte do protocolo de tratamento da Síndrome do Impacto. Foram selecionadas 39 literaturas. como durante a flexão do ombro. mobilização ativa e passiva). Dessa forma tais exercícios promovem um . eletroestimulação transcutânea) ou. complexo do ombro. dessa forma. 12 abordaram os exercícios de Codman como tratamento conservador. Os achados ratificam a utilização da técnica como parte do protocolo de tratamento da síndrome do impacto. A dor no ombro é a segunda causa de queixa de dor no aparelho locomotor. especialmente se associado a outros recursos. devido a contribuição de diversas articulações que o compõem. o músculo deltóide é o que apresenta maior ativação elétrica. predispondo. buscaram-se resultados da influência do método de Codman na síndrome do impacto no ombro através de uma revisão de literatura. a síndrome do impacto é tratada de maneira conservadora por meio de medicamentos e fisioterapia. 14 descreveram sobre o complexo articular do ombro. 5. tendinite e fibrose. oferecendo resultados indiscutíveis no quadro do paciente. Conforme Garzedin et al (2008). Embora os resultados variem conforme o sistema de classificação utilizado. escolhendo dentre o material encontrado. biomecânica e fisiologia articular do ombro. Apresenta prevalência estimada entre 15% a 25% nos pacientes que procuram clínicas ortopédicas e de fisioterapia. Pubmed e Google. Resultados Neste presente estudo. tendo como base livros de acervo particular e do acervo da biblioteca da Universidade Nilton Lins – Manaus. sendo que alguns músculos apresentam maior ativação de acordo com o exercício realizado. relata em um estudo sobre a análise eletromiográfica da ação muscular intríseca do ombro durante a realização dos exercícios de codman que ao fazê-lo com ou sem peso. dentre as quais. Discussão De acordo com Brown et al (2001) a estrutura do ombro possibilita grande amplitude de movimento. Giordano LTDA. Conclusão Os resultados do presente estudo permitem concluir que a síndrome do impacto é uma das mais comuns disfunções do complexo do ombro. recursos eletrotermoterpêuticos. de acordo com a avaliação preliminar da experiência e da disponibilidade de recursos do profissional. A carência de estudos sobre os exercícios pendulares de Codman na síndrome do impacto dificultam a discussão deste trabalho. são beneficiados por meio de um programa de intervenção fisioterapêutica. Porém. sua duração ou o local de aplicação mais apropriados. Mas. Embora o tratamento da síndrome do impacto ainda seja um assunto muito discutido. Çitaker et al (2005). com a associação da técnica à crioterapia. o tratamento de patologias da articulação do ombro pode introduzir várias condutas. a restauração do movimento e melhora da funcionalidade do ombro (GUIMARÃES. 2006). como eletroterapia. no entanto. favorecer o trabalho de propriocepção neuromuscular e estiramento capsular. apesar da inadequada caracterização da mesma empregada em seu estudo não ser consentida para indicações de prática clínica sobre o tipo de mobilização passiva. com diferentes abordagens e metodologias. recomendam um plano de reabilitação que deve respeitar três fases: fase I movimentos passivos. conseguiu excelentes resultados após 18 sessões. sendo a mobilização passiva geralmente a mais aplicada. um tratado com mobilização e outro com facilitação neuromuscular proprioceptiva. Existe bastante polêmica sobre qual seria a melhor intervenção fisioterapêutica para a redução da dor e a melhora da função do ombro em portadores da sindrome do impacto. o grupo que realizou exercícios de mobilização relatou acentuada diminuição da dor em relação ao outro grupo. Um outro estudo realizado pela Clínica de Ortopedia e Fisiatria Dr. utilizando como protocolo além dos exercícios de Codman. como laser. compararam dois grupos portadores desta síndrome. de acordo com seus resultados esse método deverá fazer parte do plano de tratamento de pacientes com síndrome do impacto. exercícios. Os indivíduos portadores da mesma. com dor e limitação funcional. mobilização e manipulação. visando o controle da dor. há quem defenda a cirurgia como melhor alternativa de tratamento uma vez que se trata de uma doença evolutiva. O tratamento utilizado em indivíduos com síndrome de impacto do ombro apresentam diversas técnicas associadas ou isoladas. quando não é possível a reversão do quadro apenas com o tratamento conservador. 6.10 papel importante complementando o tratamento de diversas afecções que comprometem a articulação do ombro. relaxamento muscular. Sugere-se então a continuidade deste trabalho. melhorando a lubrificação intracapsular e aumentando o ganho de mobilidade do membro afetado. justificando a necessidade de um estudo acerca do tema. associados a Fisioterapia convencional vem se mostrando como uma alternativa menos agressiva para minimizar a dor e melhorar a funcionalidade do paciente acometido. ondas curtas e eletroestimulação transcutânea. com a intenção de aumentar o entendimento quanto às . contribuindo para uma evolução mais rápida do tratamento. já nas primeiras sessões é possível observar a melhora do quadro álgico (através da Escala Visual Analógica). a cirurgia é uma alternativa importante e eficaz para os casos crônicos resistentes ao tratamento conservador. Para Santos et al (2011). De acordo com um estudo realizado pelo Centro Universitário Adventista de São Paulo. demonstrando que os exercícios de Codman promovem a diminuição da dor. fase II movimentos ativos e fase III movimentos resistidos. os exercícios de Codman. após 20 sessões. As literaturas que descrevem sobre este tema. verificou-se que os dois tipos de intervenção apresentaram resultados satisfatórios. Sendo aconselhadas atividades que se destacam por promover mobilidade articular. Disponível em: http://www. Bruno. na clínica. Ed. 2.edu. Revista A Clínica da Dor. 2000.com. Porto Alegre: Artmed. Os efeitos dos diferentes recursos fototerapêuticos sobre a dor em indivíduos portadores da síndrome do impacto do ombro. 5. BATISTA. Joseph et al.pdf. 1. 354-8. Bianca Aguiar et al. 2009. Revista Einstein Suplemento. Ed. 2002. Disponível em: http://www. 2007. et al. 2006. p. Exercícios Terapêuticos: na busca da função. 5. Brenno et al. R. Revista Dor. ÇITAKER. Universidade do Extremo Sul Catarinense. Acesso em: 02 de janeiro de 2012. Análise eletromiográfica da ação muscular intríseca do ombro durante a realização dos exercícios de codman. Ed. São Paulo: Manole.11.11 respectivas aplicações funcionais terapêuticas e estabelecer pilares científicos mais fidedígnos acerca deste assunto. Disponível em: http://www. GUIMARÃES. 174-9. Exercícios Terapêuticos – Fundamentos e Técnicas. Lígia. n. T. v. R. Acesso em: 02 de janeiro de 2012. FONTANA. São Paulo: Guanabara Koogan. 2. FLOYD. et al. Segredos em Ortopedia: respostas necessárias ao dia-a-dia em rounds. et al.6. Revista Brasileira de Fisioterapia. Universidade Federal de Minas Gerais. n. Mark. n. Carrie M. David E. Fisioterapia Ortopédica: Exame. P. CASTRO. Síndrome do impacto do ombro.br/portal/artigos/48-art-traumato/996-sindrome-do-impacto-do-ombro-em-atletas-umaintervencao-fisioterapeutica. Faculdade Assis Gurgacz. EJNISMANN. 2001. 2009. 2010.br/biblioteca/1733. 2007. GOSLING. Ed. 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