1A IMPORTÂNCIA DO ESTÁGIO SUPERVISIONADO NA FORMAÇÃO PROFISSIONAL DO ASSISTENTE SOCIAL Suênya Thatiane Souza de Almeida1. RESUMO O presente estudo visa fazer uma reflexão crítica sobre os novos desafios impostos à profissão numa perspectiva ampla de atuação e visando uma prática consciente e eficaz, voltada para uma formação qualificada. Pretende-se ainda, fazer um estudo acerca da supervisão acadêmica de estágio, sua real contribuição para a formação profissional do discente e a necessidade da interlocução entre os três sujeitos envolvidos neste processo: aluno/estagiário – supervisor de campo – supervisor acadêmico, uma vez que é no estágio que o perfil profissional do aluno começa a ser formado. Palavras-chave: Serviço Social; Formação Profissional; Estágio Supervisionado; Supervisão Acadêmica. Graduada em Serviço Social Social pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais. Especialista em Intervenção Social junto as Famílias – Faculdade Santo Agostinho de Montes Claros / MG. Mestranda em Serviço Social – UNESP – Franca / SP (Conclusão em Abril/2013). Coordenadora do Curso de Serviço Social da Faculdade Novos Horizontes de BH. Docente do Curso de Serviço Social do Centro Universitário de Formiga / MG. Assistente Social do Núcleo de Práticas Jurídicas do Unifor – Formiga / MG. Membro Grupo de Estudos e Pesquisa de Formação Profissional em Serviço Social - GEFORMSS – UNESP – Franca / SP 1 que em outros termos. desenvolver uma avaliação crítica da realidade profissional do Assistente Social. a inserção do Serviço Social deve ser apreendida dentro dos reais limites em que se encontra circunscrita a prática profissional. Desde seus primórdios aos dias atuais. antagonismo -. revelase nas desigualdades sociais e econômicas. 2009). Segundo IAMAMOTO e CARVALHO (2009). a marca profunda do capitalismo e do conjunto de variáveis que a ele estão subjacentes . repensando sua prática. A profissão vem a surgir num primeiro momento. buscando identificar meios para uma atuação mais qualificada e comprometida com a realidade social. e quais as possibilidades para atender as demandas. onde. 2009. ao desenvolver sua prática. o Assistente Social passa a atuar em meio a uma correlação de forças. a profissão tem se redefinido. para que esta seja mais ativa e. de fato.alienação. entendendo que seu significado social se expressa pela demanda de atuar nas seqüelas da questão social brasileira. Ao conhecer todo o processo de formação e instituição da profissão. E. p. e não como um mecanismo dos setores que o legitima como estratégia do controle social e difusão da ideologia dominante. acredita-se ser possível reconhecer os fatores implícitos de sua herança sócio-histórica. A origem do Serviço Social como profissão tem. uma vez que há um grande número de pessoas acometidas por problemas sociais. como um instrumento do Estado. assuma. . remetendo ao seu processo de formação.2 I – INTRODUÇÃO Ao desenvolver sua prática. para a manutenção da ordem burguesa. considerando sua inserção na realidade social do Brasil. exercendo um papel de mediador diante de interesses divergentes. um caráter transformador e eficaz. pois foi nesse vasto caudal que ele foi engendrado e desenvolvido (MARTINELLI. é preciso reavaliar a atuação do profissional. 66). o profissional do Serviço Social se depara com vários desafios e. pois. que influenciam diretamente no desenvolvimento de sua atuação na atual conjuntura (MARTINELLI. contradição. o presente trabalho visa uma reflexão sobre a formação profissional do assistente social na atualidade. Ainda no ano de 1993 é sancionada a LOAS – Lei Orgânica da Assistência Social. O tema é de suma importância na atualidade.1 Desvelando o Estágio Supervisionado: contribuição para uma formação qualificada. baseado no Código de 1986 que tem como um dos seus princípios a liberdade como valor ético central e a defesa intransigente dos Direitos Humanos. os dilemas e desafios encontrados na atual conjuntura para que o mesmo seja desenvolvido com a sua devida importância e comprometimento. pois. sobretudo. no estágio supervisionado que o discente consegue transpor os conteúdos dados em sala de aula de forma que o mesmo lhe propicie uma aproximação com a prática numa dada realidade. ocorre um processo de dês-responsabilização do Estado. rompendo com a deturpada e estigmatizada visão de que “na prática a teoria é outra”. Os anos 90 é marcado por grandes transformações no contexto social e econômico. trazendo ao futuro profissional uma formação qualificada e competente. que caracteriza a assistência social como direito do cidadão e dever do Estado. As mudanças significativas que ocorreram nos anos 90. p. sua verdadeira contribuição para o discente. transferindo tal . Com isso. o Estado investe o mínimo em Políticas Públicas. 169). 1998. no âmbito político. o que se nota é o desmonte das Políticas Sociais. econômico e social. Os direitos sociais são minimizados. com foco no estágio supervisionado.3 Sendo assim. devido à ofensiva neoliberal. que ocasionaram em mudanças no mundo trabalho e com isto uma conseqüente alteração no exercício profissional do assistente social. conforme aponta (IAMAMOTO. O desafio é fazer com que formação do assistente social nos temor atuais dê um “salto de qualidade”. II – DESENVOLVIMENTO 2. de forma direta é no processo de formação profissional. Em 1993 foi aprovado o Código de Ética do Assistente Social. trouxeram ao Serviço Social desafios e conquistas. Atualmente. no qual se realiza a observação.4 responsabilidade à sociedade civil. p. se faz necessário voltar-se para o estágio supervisionado. análise e acompanhamento da atuação do(a) estagiário(a) no campo de estágio. 2010. Configura-se em um processo coletivo de ensino-aprendizagem. contemplando duas dimensões: a avaliação do processo de estágio e a avaliação do desempenho discente. na maioria das vezes. “O estágio é o lócus onde a identidade profissional do aluno é gerada. registro. será influenciado pelos mesmos. Esta avaliação deve ser realizada continuamente. 15) Evidencia-se o estágio como uma estratégia reflexiva da formação profissional que complementa o processo de ensino/aprendizagem. visando a construção de conhecimentos e competências para o exercício da profissão. No momento do estágio é que o aluno passa a ter contato real com o campo de atuação do assistente social e experiências vividas na práxis atreladas à teoria adquirida academicamente. Diante de tal contexto. Devido a isto. Este é um momento importante na construção do perfil profissional do aluno e para isto deve ser realizado de forma que venha a acrescentar na formação do mesmo. volta-se para o . que o Serviço Social tem a tarefa de decifrar as novas demandas da realidade. contribuindo de forma positiva no processo de ensino-aprendizagem do ponto de vista prático. Para tanto. Buriolla (2001) comenta que a importância do professor. com discussões direcionadas e com criticidade acerca do estágio. espera-se que estes profissionais tenham uma postura ética e compromissada com o desenvolvimento e cidadania dos usuários. construída e referida. teórico e reflexivo. buscando a emancipação dos mesmos e o resgate de sua cidadania enquanto sujeitos. busca-se repensar a profissão do assistente social sob um olhar mais crítico. um novo posicionamento que vise dar respostas às demandas sociais impostas decorrentes da ofensiva neoliberal e do capitalismo operante. supervisor de campo e supervisor acadêmico é ímpar. assegurando a participação dos diferentes segmentos envolvidos (supervisores acadêmicos e de campo e estagiários(as). pois a figura deles contribuirá para “direcionar” um novo profissional que. (PNE. dando ênfase à prática. sendo esse exigência fundamental para graduação. bem como a avaliação do processo de aprendizagem discente. É no contexto das mudanças ocorridas nas relações sociais. rompendo com àquela visão do assistente social burocrático e assistencialista. sob responsabilidade do professorsupervisor no contexto do curso. (BURRIOLLA. Oliveira (2004): A supervisão no ensino de Serviço Social envolve duas dimensões distintas. Lewgoy (2009) contempla que não há para o Serviço Social um método próprio de atuação. desmotivante e até decepcionante o primeiro contato do acadêmico com a realidade prática profissional. reflexiva e crítica e. dos campos de estágio.13). e a supervisão de campo. uma reflexão sobre a ação profissional.5 desenvolvimento de uma ação vivenciada. da realização do exercício profissional. mas não excludentes de acompanhamento e orientação profissional: uma supervisão acadêmica. questionamentos e incertezas aos estagiários. Ribeiro (2010) ressalta que outra preocupação eminente da formação prática está no descompromisso das instituições. a supervisão é inerente ao exercício profissional. via de regra. deve ser planejado gradativamente e sistematicamente”. por isso. Conforme destaca. a participação do supervisor. ou seja. Buriolla (2001) é concreta ao contribuir afirmando que o estágio é essencial à formação do acadêmico. portanto. (OLIVEIRA. Mas. Buriolla (2001) atenta ainda para o fato de que. tida como prática docente e. 2001. que seria o ponto chave para que o acadêmico compreenda bem a prática profissional e seus entornos. 2004. e o choque com essa realidade torna na maioria das vezes frustrante. A formação em Serviço Social ganha elementos próprios. no contexto do campo de estágio. a própria formação dos profissionais estará “falha e comprometida”. p. enquanto a categoria e os cursos de Serviço Social não a considerar significativa e não refletir e a incorporar dentro das preocupações do Serviço Social. enquanto este lhe proporcione momentos específicos de aprendizagem. e. tendo em vista sempre possibilitar a elaboração de novos conhecimentos. 68). é aí que surge um outro questionamento no desenvolvimento do estágio. p. estes dependem de variáveis. os quais fazem do estágio momentos de dúvidas. pois é ele quem guiará o acadêmico para o conhecimento e uso dos instrumentos e realização das ações técnico-operativas. o que reflete diretamente na realização do estágio. uma visão crítica da dinâmica das relações existentes na instituição campo apoiados na supervisão como processo dinâmico e criativo. É neste momento que se torna indispensável à presença do supervisor de campo. que compreende o acompanhamento das atividades práticas do aluno pelo assistente social. . que não oferecem condições mínimas para o estudo da prática profissional. Constitui um espaço de extrema importância para capacitar os discente na intervenção social.6 desarticulando na maioria das vezes. consequência da ofensiva neoliberal.662/1993. O estágio tem como referência a Lei 8. os diferentes sujeitos e a construção de uma nova lógica curricular. na década de 80. devido às mudanças ocorridas nas relações do trabalho. estimulando-os à criticidade. o Código de Ética Profissional de 1993. é importante ressaltar quatro elementos fundamentais para problematizar o estágio supervisionado. O estágio supervisionado é um espaço que capacita o acadêmico a uma postura crítica e reflexiva. sendo eles: a legalidade. De acordo com Oliveira (2009). Em cada período histórico na trajetória do Serviço Social. Neste contexto. preparando-os para uma formação profissional baseada nos princípios éticos da profissão com qualidade. Ele proporciona ao estudante a inserção na prática profissional. sendo um elo entre instituição. a legitimidade. que modificou o mundo do trabalho e as relações sociais. com redução dos direitos. assim como os conhecimentos a serem buscados. causando desestímulo ao discente. . autonomia e competência. possibilitando entrar em contato com uma realidade concreta e contraditória. a Resolução CFESS/CRESS nº 533/2008. os assistentes sociais se adequavam ao atendimento das novas demandas sociais que emergiam. sendo um complemento do outro. o verdadeiro sentido do estágio para a formação profissional. quando os profissionais firmaram compromisso com a classe trabalhadora. surgindo às novas expressões da questão social. mais precisamente. constituindo um momento único para a formação profissional. com seu onze princípios indicando o rumo ético-político a serem seguidos pela categoria profissional. que regulamenta a Supervisão Direta de Estágio em Serviço Social e a PNE – Política Nacional de Estágio instituída pela ABEPSS no ano de 2010. com o intuito de que tanto supervisor de campo quanto o acadêmico possam dar respostas às demandas sociais e inquietações trazidas pelos alunos. que regulamenta a profissão. o presente estudo possui como desafio maior fazer a relação entre a teoria e a prática a partir do estágio supervisionado. sendo estes também pontos a serem discutidos na pesquisa em ora. estagiário e supervisor. a aprendizagem. o Serviço Social precisa adequar a formação acadêmica para a realidade atual. segundo Lewgoy (2010). que afetam de forma contundente e direta a trajetória da profissão. Foi elaborada uma nova Lei . que propunha alternativas para a formação profissional dotado de um referencial teórico modernizante. sociologia. se eram apropriados com a realidade da época. ao mesmo tempo permitir que as instituições avaliassem seus métodos de ensino. tendo destaque o Método BH que ocorreu por intermédio da Escola de Serviço Social da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais. Com o currículo mínimo de 1982. Verifica-se que desde a criação das primeiras escolas de Serviço Social nas décadas de 30 e 40. envolvendo a reflexão sobre a teoria e a prática. Vale ressaltar que as primeiras publicações relacionadas ao estágio e supervisão aconteceram em 1947. biologia e da moral. a teoria e a prática. o Serviço Social no Brasil tem uma aproximação com a corrente marxista. que neste momento dava prioridade aos alunos. exigiram mudanças na formação do campo educacional. Na ocasião. o estágio é considerado parte integrante para a formação profissional. Somente a partir da década de 1980. revelando a história da formação e o exercício profissional. era entendida como apreensão do “como fazer” em relação aos diferentes campos de atuação: psicologia. focado no desenvolvimento do processo de renovação da profissão. A prática profissional neste período.7 No âmbito dessas mudanças. entre os quais a educação. houve alterações significativas no âmbito da formação profissional e um desmonte das estruturas tradicionais da divisão caso. Ainda na década de 1970. sustentados pela idéia de que o aluno aprende fazendo. grupo e comunidade. que o estágio passou a ser considerado uma disciplina vinculada a prática profissional. possibilitando a aplicação dos conhecimentos teóricos das disciplinas do currículo e. passando o estágio a ser pensado e visualizado numa perspectiva de totalidade. o Brasil sofre influências da Escola Nova. No decorrer das décadas de 50 e 60. Nos anos 90. tendo como coneirto o ensino. foi elaborado um currículo muito expressivo para a época. em diferentes momentos históricos. mudanças ocorridas nos diversos campos da vida social. O estágio na década de 1970 tinha como objetivo aproximar o discente da realidade profissional. atentando-se para as mudanças ocorridas em relação ao mundo do trabalho. no sentido de se adequar às exigências contemporâneas. com vistas às mudanças capitalistas da sociedade. inativos. (CFESS. pois se configura como elemento síntese na relação teoria-prática. que regulamenta a supervisão direta de estágio em Serviço Social. o estágio. Sendo assim. profissionais recém-formados.2 Sujeitos envolvidos no processo de estágio: atribuições. Em 2008 o CFESS – Conselho Federal de Serviço Social instituiu a Resolução nº 533/2008. problematização teórico-metodológica. visando a ampliação e garantia dos direitos. mediante a inserção do aluno nos diferentes espaços ocupacionais das esferas públicas e privadas. justiça e equidade. discentes. Entende-se: [. as práticas e a metodologia dos cursos de Serviço Social foram alvo de críticas e recusa. p. limites e possibilidades. com vistas à formação profissional.8 de Diretrizes e Bases para a Educação de nº 9394 de 1996. supervisão acadêmica e supervisão de campo. 02). 2008. foi a elaboração da PNE – Política Nacional de Estágio. É seu objetivo ainda. também em 1996. no contexto atual. docentes. 2. Com isso. que com seu doze princípios firma a integração entre estágio. vincular e fortalecer o projeto profissional a um projeto societário. a ABEPSS viu a necessidade de fazer uma revisão do Currículo Mínimo para o curso de Serviço Social. a partir das Diretrizes Curriculares de 1996. envolvendo toda a categoria profissional.. composta por profissionais em exercício. na articulação entre pesquisa e intervenção profissional e que se consubstancia como exercício teórico-prático. por volta da década de 1965. passou a ser parte integrante do processo de formação profissional.. direcionar e qualificar o processo de formação do assistente social. que rebatem sobre a profissão. conhecimento da realidade institucional. Essa política é uma conquista da categoria. O Serviço Social precisa ter um direcionamento ético-político comprometido com a classe trabalhadora. cujo objetivo é fundamentar. Outra conquista importante para o Serviço Social. em 2010 pela ABEPSS – Associação Brasileira de Ensino e Pesquisa em Serviço Social. No Brasil. uma vez que a mesma vem materializar o espaço de estágio com grandes avanços. .] que a atividade de supervisão direta do estágio em Serviço Social constitui momento ímpar no processo ensino-aprendizagem. . obrigatório e não obrigatório. grupo e comunidade foi substituída pela disciplina fundamentos teóricos e metodológicos do Serviço Social. que pouco demonstrou e pronunciou sobre a necessidade e pertinência da integração do processo de estágio na formação acadêmica.]” (Lewgoy. respaldadas no que fora instituído pelo Decreto – Lei 87. ABEPSS e ENESSO. Quanto a inserção e encaminhamento do aluno ao campo de estágio. Segundo afirmativa de Lewgoy (2010). conforme estabelece a Resolução 533/2008 em seu artigo 1º: As Unidades de Ensino. coordenadores de estágio e/ou outro profissional de serviço social responsável nas respectivas instituições pela abertura de campo de estágio. para encaminhar aos Conselhos Regionais de Serviço Social de sua jurisdição. o que culminou no ano de 1982 na revisão do currículo mínimo onde a tríade metodológica Serviço Social de caso. o documento revisado datado de 1982 supera essa debilidade ao atribuir “às instituições de ensino o compromisso. professor (supervisor acadêmico).Nome e número de registro no CRESS dos profissionais responsáveis pela supervisão acadêmica e de campo. foi elaborada e sugerida uma nova proposta curricular para os cursos de Serviço Social.. P.9 coordenação. O processo de estágio supervisionado constitui-se pelos seguintes sujeitos: alunoestagiário.497.. supervisor de campo (assistente social). é de responsabilidade das instituições de ensino e seus respectivos representantes. comunicação formal e escrita. diferentemente do currículo mínimo de 1970. (CFESS. em conformidade com a exigência determinada pelo artigo 14 da Lei 8662/1993.Nome do estagiário e semestre em que está matriculado. instituições de campo e demais profissionais envolvidos no lócus de realização do estágio. dentre outros profissionais de áreas afins. a partir do início de cada semestre letivo. CRESS. que dispõe sobre o estágio de estudantes de ensino superior [. III. 2008. após vários debates e seminários realizados por entidades representativas da categoria como o CFESS. bem como seus respectivos endereços e contatos. 1º). que também reivindicavam respostas que de fato respaldassem as conflituosas expressões da questão social emergentes da conjuntura ditatorial instaurada no país naquele momento. Já no anos de 1970 e início da década de 1980.Campos credenciados.100). II. a tarefa de se pronunciarem. 2010. instituições de ensino. Art. terão prazo de 30 (trinta) dias. por meio dos coordenadores de curso. indicando: I. enquanto alguém que aprende. exigência ou atividade desenvolvida no estágio. para que haja trocas de experiências. 2 Informar ao supervisor acadêmico. será inserido no espaço onde ocorrerá o estágio. 2003. A PNE elenca as principais atribuições dos estagiários. ao supervisor de campo e/ou ao coordenador de estágios. entre elas: 1 Observar e zelar pelo cumprimento dos preceitos ético-legais da profissão e as normas da instituição campo de estágio. mas. devendo ainda. Envolvidos nesse processo de aprendizagem e de produção de conhecimentos em Serviço Social destacam-se os alunos (as) estagiários (as). conforme o caso. ser contratado e acrescido ao documento um seguro de proteção de acidentes individuais. A Resolução nº 533/2008 ressalta também a importância das instituições de campo assegurarem as condições mínimas para o desenvolvimento do estágio como: espaço adequado.10 Quanto à supervisão dos estagiários a instituição de ensino é responsável pela indicação de um profissional capacitado e habilitado na área específica de estudo do aluno. portanto. cujos valores estejam compatíveis com os valores atuais do mercado. “o aluno é o principal agente do processo ensino-aprendizagem. É importante que nessa relação os conhecimentos e saberes individuais e singulares de cada estagiário (a) sejam compartilhados coletivamente. sigilo profissional. alicerçados . 95). É a partir das vivências. também ensina” (Buriolla. qualquer atitude individual. 2008). equipamentos necessários dentre outros (CFESS. As instituições concedentes deverão firmar termo de compromisso entre as instituições de ensino e o estagiário se responsabilizará para o seu cumprimento. p. Nessa etapa de aprendizagem. e. que deverá ser compromissado com a qualidade dos serviços prestados e a consolidação dos direitos dos cidadãos. O discente deve valorizar e estar ciente da importância da disciplina de estágio supervisionado na formação profissional. que infrinja os princípios e preceitos da profissão. reflexões e debates que facilitarão as construções e buscas de compreensão acerca da realidade social. O estagiário (a) é o discente que já cumpriu os requisitos básicos exigidos e estipulados em conformidade com a instituição de ensino. presenciando e acompanhando cada atitude profissional que ocorrerá a formação da identidade do futuro profissional. conforme ressalta a Resolução nº 533/2008 em seu artigo 5º: Cabe ao profissional citado no caput e ao supervisor de campo averiguar se o campo de estágio está dentro da área do Serviço Social. compromissado e comprometido com o ensino. proposições e pedido de recursos que venham a contribuir para a qualidade de sua formação profissional ou. de acordo com Lewgoy (2010). que se capacite continuamente. obrigações cabíveis aos (as) estagiários (as) o cumprimento da jornada de atividade de estágio de acordo com os horários e datas que forem estipulados entre eles (as). ou seja. se garante as condições necessárias para que o posterior exercício profissional seja desempenhado com qualidade e competência técnica e ética e se as atividades desenvolvidas no campo de estágio correspondem às atribuições e competências específicas previstas nos artigos 4 º e 5 º da Lei 8662/1993. Art. (CFESS.11 no projeto ético-político. 23-24). atualize para que possa acompanhar o desenvolvimento intelectual e de formação profissional de seus estagiários (as). Em relação à supervisão de campo. a supervisão direta em Serviço Social deve ser salientado que essa é uma atribuição privativa do assistente social. 2008. é importante que os alunos conheçam a instituição n qual irá realizar seu trabalho. (ABEPSS. 5º). São ainda. o melhor desenvolvimento de suas atividades. e outras. . 3 Apresentar sugestões. de campo e acadêmico. prima-se por um profissional responsável. as instituições acadêmicas e as partes concedentes do estágio. no projeto pedagógico do curso e/ ou nas normas institucionais do campo de estágio. que desempenha o papel mais amplo de passar os conhecimentos práticos da realidade social da instituição na qual está inserido. Portanto. aos estagiários no sentido de fazer estabelecer a relação entre a teoria e prática. 2010. p. o assistente social funcionário da instituição campo de estágio se configura como o supervisor de campo. especificamente. sendo necessário que o profissional esteja devidamente inscrito no CRESS de sua região. Desta forma. os usuários demandantes dos serviços prestados. 4 Agir com competência técnica e política nas atividades desenvolvidas no processo de realização do estágio supervisionado. conhecer a realidade e entender como funciona o trabalho no local. estando em dias com suas atribuições. requisitando apoio aos supervisores. No processo de estágio. frente a um processo decisório ou atuação que transcenda suas possibilidades. 662/1993. previstas nos artigos 4º e 5º da Lei 8. e no local de desenvolvimento do estágio. em conformidade com a legislação vigente. Há que se destacar também as atribuições do terceiro sujeito envolvido nesse processo de estágio que seriam as competências do supervisor acadêmico. conjuntamente com os(as) supervisores de campo. Sendo estas: 1 Comunicar à coordenação de estágio da UFA o número de vagas por semestre definir. contribuindo na efetivação da supervisão direta e de qualidade. 4 Auxiliar o(a) estagiário(a) no processo de sistematização do conhecimento. 4 Oportunizar condições institucionais para o desenvolvimento das competências e habilidades do(a) estagiário(a). de acordo com os objetivos acadêmicos.12 Ainda referenciando a PNE. objetivando a garantia das condições necessárias para o que exercícioprofissional seja desempenhado com qualidade e competência técnica e ética. 3 Supervisionar as atividades desenvolvidas pelos estagiários na UFA por meio de encontros sistemáticos. em consonância com o projeto pedagógico e com as demandas específicas do campo de estágio. com horários previamente estabelecidos. de acordo com o projeto pedagógico do curso. quando da realização das visitas sistemáticas aos campos de estágio. requisitos fundamentais ao processo de formação do estagiário. e manter cópia do referido documento no local de estágio. destacamos algumas funções e atribuições a serem desempenhadas pelo (a) supervisor de campo. para algumas delas: 1 Orientar os(as) supervisores(as) de campo e estagiários(as) sobre a política de estágio da UFA. a inserção do estudante no campo de estágio e o número de estagiários por supervisor de campo. O estágio curricular supervisionado ao materializar-se deverá estar em consonância com os princípios éticos-políticos constantes no Código de Ética do assistente social de 1993. juntamente com o supervisor de campo. inserindo o debate atual do estágio supervisionado e seus desdobramentos no processo de formação profissional. assumindo a responsabilidade direta das ações desenvolvidas pelo Serviço Social na instituição conveniada. dentre outros. 3 Certificar se o campo de estágio está na área do Serviço Social. orientando e revisando suas produções teóricas. como também contribuindo no . 2 Orientar os(as) estagiários(as) na elaboração do Plano de Estágio. 5 Disponibilizar ao(à) estagiário(a) a documentação institucional e de temáticas específicas referentes ao campo de estagio. em consonância com o calendário acadêmico e conjuntamente com a coordenação de estágio. o início das atividades de estágio do respectivo período. em parceria com o(a) supervisor(a) acadêmico(a). 2 Elaborar e encaminhar à coordenação de estágios do Curso de Serviço Social da UFA o Plano de trabalho do Serviço Social com sua proposta de supervisão e o respectivo cronograma de realização desta atividade. Voltamos novamente a PNE. 6 Participar efetivamente na elaboração do plano de estágio dos supervisionados. em conformidade às competências e atribuições específicas. discentes e docentes. pois através do envolvimento desses sujeitos no processo de estágio. Almeja-se ainda. seminários e outras atividades que se fizerem necessárias. com os supervisores de campo na UFA para atualizações acerca de demandas à profissão. encontros. III . manter sigilo e observar criticamente as sínteses profissionais construídas pelos(as) estagiários(as). conduzindo a supervisão embasada em pressupostos teóricos. identificar as principais contribuições que o estágio supervisionado traz para os discentes. Entre outros aspectos. quando o horizonte está voltado para a práxis social. a questão social. pretende-se com a mesma. Entende-se ser de fundamental importância pesquisar o estágio supervisionado no processo de formação do . técnico-operativos que contribuam com ma formação integral. em parceira com os supervisores acadêmicos e de campo. torna-se perceptível a relevância do trabalho coletivo e integrado da tríade: supervisor de campo. qualificação do processo de formação e exercício profissional e o aprofundamento teórico sobre temáticas pertinentes à efetivação da supervisão direta. no sentido de superação das condições de desigualdade e injustiça social. 6 Organizar e participar de reuniões. possibilitando ao estagiário a superação da dicotomia entre a teoria e a prática profissional do assistente social. políticos. definindo as atribuições dos supervisores de campo. e outras. ler. 5 Receber. ético. verificar se o estágio supervisionado contribui de forma positiva para que o acadêmico possa estabelecer a relação teoria com a atuação prática. deve-se ressaltar a importância desse trabalho conjunto na graduação em Serviço Social. poder-se-á contribuir para uma formação integrada. ou seja. supervisor acadêmico e estagiário. tão presente na nossa matéria prima de intervenção profissional. mas. se a Resolução 533/2008 (CFESS/CRESS) e a PNE /2010 (ABEPSS) vieram contribuir de forma significativa para sistematização da prática e regulamentação do estágio em Serviço Social. numa perspectiva afirmativa de desenvolvimento do processo de estágio e formação profissional do aluno. Dessa forma. acadêmico. bem como qualificar a formação profissional dos mesmos.CONSIDERAÇÕES FINAIS A pesquisa encontra-se ainda em desenvolvimento.13 processo pedagógico de análise do trabalho profissional. possibilitando uma real interlocução à discussão e elaboração de conceitos no discente em processo de formação profissional e. e de a visão da unidade teoria-prática. levando à deficiência da formação profissional. materializada no processo de estágio supervisionado. Pretende-se ainda. suas relações e seus papéis. na ação supervisora. o que mercantiliza a profissão. publicar os resultados a fim de oferecer subsídios teóricometodológicos para uma formação de qualidade e competente. onde há a torça. 2003. onde o supervisor e o supervisionado aprendem em conjunto.14 assistente social. 64) Há que se discutir também se a busca acirrada pelo capital rebate de forma contundente no processo de formação do assistente social. p. (BURIOLLA. A supervisão é um “processo educativo”. o debate. . Existe a preocupação de a prática profissional estar respaldada em uma teoria. . _______. Regulamenta a supervisão direta de estágio no Serviço Social. IAMAMOTO. São Paulo: Cortez. Supervisão em serviço social: o supervisor. Alzira Maria Baptista. _____. O Serviço Social na contemporaneidade: trabalho e formação profissional..15 REFERÊNCIAS ABEPSS – Associação Brasileira de Ensino e Pesquisa em Serviço Social. Oficina descentralizada de ABEPSS “10 Anos de diretrizes curriculares – um balanço necessário”. Saber Profissional e Poder Institucional. V. Luciano. Na prática a teoria é outra? In: Serviço Social: Temas. 6ª. 2010. Rio de Janeiro: Cortez. R. 3. Regina. Valéria & GUERRA. Resolução 533/2008. LEWGOY. Vicente de Paula. 2001. 2009. Marta Alice Feiten. GUERRA. Roberta. Marlene. 2006. Texto mimeo. _____.196) In: MOTA. São Paulo: Cortez. Yolanda. BURIOLLA. Edição. Serviço Social em tempo de capital fetiche. M. IAMAMOTO. O ensino da prática no novo currículo: elementos para o debate. . 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