A formação de uma sociedade domedo através da influência da mídia A formação de uma sociedade do medo através da influência da mídia QUA, 31/12/2014 - 15:00 ATUALIZADO EM 31/12/2014 - 15:00 Por Raquel do Rosário e Diego Augusto Bayer A televisão se tornou um eletrodoméstico indispensável em qualquer lar e, hoje, informar é fazer assistir Do Justificando A Mídia tem um papel importante no campo político, social e econômico de toda sociedade. Através desse mecanismo essa instituição incute na população uma consciência, uma cultura, uma forma de agir e de pensar. O crime desperta curiosidade na população por apresentar uma ameaça. A mídia atua explorando essa fragilidade humana estimulando a sensação de insegurança. A televisão tornou-se um fenômeno em massa, assim como, a alta taxa de criminalidade e, com isto, também cresce a sensação de medo e insegurança em toda população. Por nos encontrarmos em uma crise de credibilidade política, os telejornais procuram outras categorias informativas para traduzir o interesse da sociedade — geralmente notícias violentas. Assim, a curiosidade pela narração do crime e suas possíveis consequências acabam por ser uma das causas de uma nova cultura de violência, em que essa aparece como um fato normal, corriqueiro, que faz parte do cotidiano. Não há com um grau de certeza a confirmação de que os meios de comunicação influenciem na opinião pública, o fato é que existe uma influência mútua entre o discurso sobre o crime — atos violentos — e o imaginário que a sociedade tem dele e entre as notícias e o medo do delito. Com isso, pode-se sustentar que existe uma relação sólida entre as ondas de informação e a sensação de insegurança. A televisão se tornou um eletrodoméstico indispensável em qualquer lar e, hoje, informar é fazer assistir. Quando a transmissão é ao vivo, as imagens passam uma veracidade ainda maior aos telespectadores que deixam de lado as possíveis consequências do fato noticiado. Em uma sociedade como o Brasil, com altos índices de criminalidade, acabam por encontrar um mecanismo de escape na tela da televisão. Conforme relatam Cristiano Luis Moraes e Marlene Inês Spaniol, os medos passam a ser dramatizados em histórias de vingança e de criminosos que são levados aos tribunais e posteriormente à prisão. Isso leva a sociedade a reagir contra o crime como se ele fosse um drama humano, levando-nos a crer que os delinquentes são em maior número e praticam mais delitos do que realmente o são. de água ou ar poluído. p. em nossos próprios lares. Ou seja. Temos medo da velhice e de ficarmos doentes. de perder o emprego. À medida que nos tornamos maiores – criança. de ameaças que quase nunca se configuram reais. Assim. Temos medo da bolsa de valores e da crise econômica. ainda que sem garantia de sucesso. medo é o nome que damos a nossa incerteza: nossa ignorância da ameaça e do que deve ser feito. adultos e idosos – o medo passa a ser um de nossos principais inimigos e será ele que. de inundações. jovens.96) assinala Tema central do século XXI. da seca. puro e invisível aos olhos. No início de nossa existência tudo é seguro. O medo passa a ser parte de nossa vida e em tudo que fazemos sempre estará presente de alguma forma e por algum motivo. de pessoas desconhecidas que encontramos na rua. são o que há de mais próximo da certeza. aprendemos a temer o medo. de utilizar transporte público. o medo se tornou base de aceitação popular de medidas repressivas penais inconstitucionais. São tantos os nossos medos que não caberia aqui relatarmos todos. inclusive. de parar no semáforo. Boldt (2013. de entrar na própria casa e de sair dela. Para Bauman (2008. talvez. adolescentes. de pessoas conhecidas também. Segundo Bauman (2008. de crimes violentos. Mas. em muitos momentos. em situações que estamos longe de nossos genitores e nos sentimos ameaçados. um mundo de aparência absoluta. Vivemos numa era onde o medo é sentimento conhecido de toda criatura viva. em uma visita ao médico ou dentista. deve prever e tentar evitar oferecendo a si mesmo um grau de confiança e segurança. . A sociedade deixou de imaginar os contos para viver na realidade concreta as situações que são transmitidas através dos telejornais e programas de entretenimento. desde que mitiguem as causas do próprio medo. nunca se chegue a enfrentá-la. de terremotos. p. 8). O mundo líquido mostrado por Bauman é uma espécie de irrealidade dentro da qual estamos mergulhados. de deslizamento de terras. de sermos ameaçados. nos impedirá de seguir nossos sonhos. mas que nos são mostradas cotidianamente. em um sonho. de arriscar uma tentativa ou de fazer uma mudança radical.18). Temos medo de voar de avião. para ser um aglomerado de imagens e informações que a televisão transmite todos os dias dentro de cada lar e para todas as famílias. pois o medo deixou de relacionar-se a estórias de contos e mitos. furtados ou roubados. o futuro é nebuloso e as pessoas não deveriam se preocupar em vencer ou não qualquer situação de risco porque. da imaginação durante reuniões de família. de furacões. O medo pode surgir das mais variadas maneiras e nascer de qualquer canto de onde vivemos. de agressões sexuais. Uma vez definidos dessa maneira. concepções imaginárias que nos assombram em um quarto escuro. Temos medo de atrocidades terroristas. riscos são perigos calculáveis. p. Temos medo de comida envenenada. uma vez que a sensação do medo possibilita a justificação de práticas contrárias aos direitos e liberdades individuais. A mídia pode ser considerada aqui uma causadora da proliferação do medo na sociedade.A origem do Medo Desde muito pequeninos aprendemos a temer o medo e a confiar em celestiais criaturas e muitos passam a serem nossos monstros. ele expõe o medo como uma forma inconstante. da exclusão. a mídia desempenha um papel garantidor da manutenção do sistema capitalista. de alguma forma. ditando regras e modas e agindo sobre interesses comerciais. Nessa situação difunde-se uma ignorância de que a ameaça paira sobre as pessoas comuns e do que deve ser feito diante da incerteza ou do medo. Diante disso. A influência da mídia e sua relação com o medo A mídia tem por objetivo atender as expectativas imediatas dos indivíduos. numa era de temores. . a seu serviço. viver em alerta constante. da falta de clareza dos fatos. E. gerando uma desconfiança de uns com os outros.principalmente pela mídia. o mal pode estar em qualquer lugar e que todos podem estar. em uma realidade complexa como a nossa. mas. num cemitério de esperanças frustradas. A consequência mais importante é uma crise de confiança na vida. passamos a construir inimigos e fantasmas. medo do terrorismo. Podemos ter medo de perder o emprego. assim. nos deixando levar por todo tipo de informação que nos é imposta sem nem ao menos questionar a real veracidade dos fatos. excluindo pessoas e julgando indivíduos sem nem ao menos conhecer por medo do perigo que esse indivíduo possa lhe trazer. Porém. uma vez que. mas o problema não está na prevenção de possíveis ameaças. O sentimento de insegurança não deriva tanto da carência de proteção. fomentando o consumo. Ela pode ser definida como o conjunto de meios ou ferramentas utilizados para a transmissão de informações ao público assumindo um papel muito importante na formação de uma sociedade menos conflituosa. Ou seja. sobretudo. O homem vive numa ansiedade constante. mas em considerar que tudo e todos possam ser ameaçadores. com altos índices de barbáries. É inegável que vivemos em uma sociedade violenta. A mídia exerce influência sobre a representação do crime e também do delinquente em razão do constante destaque que se dá aos crimes violentos. A mídia incute na sociedade uma política de higienização e rotulação dos desiguais que devem ser banidos da convivência social. Esse poder simbólico procura reproduzir uma ordem homogeneizada do tempo e do pensamento. a dominação de uns sobre os outros. ofertando ao sistema penal uma legitimação para uma intervenção cada vez mais repressiva. a mídia vai colaborando o processo de construção de “imagem do inimigo” – no Brasil quase sempre como dos setores de baixa renda – mas também auxilia na tarefa de eliminá-los. Schecaira (apud BAYER. vivemos em constante situação de emergência e deixamos de perguntar pelo simples fato de estar provada a barbaridade dos outros. aumentando as intolerâncias e os preconceitos. criando um verdadeiro Estado Penal. desconsiderando da ética e justificando a opressão punitiva. os meios de comunicação aprofundam as desigualdades e exclusão dessa parcela da sociedade. quando tomou corpo de mercadoria. propagando o medo do criminoso (identificado como pobre). são totalmente verdadeiras. 2013) entende que a mídia é uma fábrica ideológica condicionadora.A mídia notoriamente tem papel importante na conjuntura social atual. de forma que seja legitimo as demandas de pedidos por segurança. Assim. mas não há muros que separam os que têm medo dos que não têm (COUTO. através de informações que. que é um poder simbólico. Hoje. era disponibilizada somente para as famílias mais abastadas. os meios de comunicação desvirtuam o senso comum através da dominação e manipulação popular. Com isto. Através de uma seleção de conteúdos a mídia tem o poder da construção da realidade. 2011). muros são construídos para separar a sociedade. pois não hesitam em alterar a realidade dos fatos criando um processo permanente de indução criminalizante. porém. da televisão. o Direito Penal passa a ser apenas um confronto aos medos sociais. na política e na economia. a torná-los submissos e dominados. nem sempre. ao invés de atuar como instrumento garantidor dos bens juridicamente protegidos. Utiliza-se do medo como estratégia de controle. Criam-se normas penais para a solução do problema. com um único objetivo. Com isso. incutindo na população uma forma de agir e pensar importante para a manutenção da ordem. principalmente. criam sujeitos incapazes de contestar o que se lhes é apresentado de forma a garantir a ordem. reforçando uma falsidade à política criminal e promovendo a criminalização e repressão. criminalização e brutalização dos pobres. Diante da propagação . Assim. seja na família. A manipulação das notícias através dos meios de comunicação aumentam os medos e induzem ao pânico. tudo em virtude do espetáculo penal criado pela imprensa. Há muros que separam nações entre pobres e ricos. A partir daí. Aos poucos esse público foi sendo ampliado e o acesso a esse tipo de informação chegou também à população menos favorecida ocasionando o que temos hoje. pois exerce influência em todos os campos. A mídia. um público em massa dos meios de informação através. ainda lançam mão de outros recursos . disseminando um sentimento de insegurança no seio social. sem qualquer fundamento racional. Ou seja. para dar sustentação ao ciclo que por diversas formas fomenta o consumo e acarreta o lucro. nos seus grupos sociais. nem tudo que vimos nos telejornais são de extrema veracidade. Para chamar a atenção do público. A realidade entre medo e verdade A frequente exposição da crescente criminalidade através da mídia cria um sentimento de insegurança irreal. De acordo com Silveira (2013). do constrangimento de vítimas desoladas e da violação da privacidade de algumas pessoas. a mídia passa a utilizar expedientes sensacionalistas com fatos negativos como crimes e catástrofes.dessa política. é agravado pela sensação de vulnerabilidade e de impossibilidade de defesa. cada vez mais os cidadãos são colocados diante de questões criminais que parecem nunca se resolver provocando uma sensação de intranquilidade e medo. ocasionando o surgimento da cultura do medo e formando uma “Sociedade do Medo”. Na realidade. essa intenção. o principal objetivo da mídia é chamar a atenção do público e obter lucro. grande parte desta informação tem uma intenção do porque ser transmitida e. Há mais medo do que medo propriamente dito. Esse último. visto que consegue se adaptar perfeitamente às mais diversas classes. idades e tipos de pessoas. estará sempre relacionada a um fim lucrativo e dominador social. Assim. por sua vez. os telejornais propagam informações sensacionalistas através da exploração da dor alheia. a mídia. A televisão tenta retratar os fatos de forma a tornar a informação o mais real possível aproximando os acontecimentos do cotidiano das pessoas e fazendo-as crer que aquela situação de risco poderá acontecer a qualquer momento dentro de suas próprias casas. buscando uma relação com o público médio. interage com o público receptador das informações de uma forma muito particular. Assim. seguindo os ditames da indústria cultural. Nossa vida está longe de ser livre do medo. sem decidir por si o que as pessoas devem pensar e a forma como elas devem agir em relação ao que foi noticiado. libertando os indivíduos desse sentimento para que vivam em segurança. até mesmo. como a incitação de brigas entre vizinhos nos bairros populares e os crimes de violências sexuais cometidos por membros de uma mesma família. Isso se dá através do que Silveira (2013) chama de “cultura do medo”. inseguras e apaixonadas por tudo aquilo que se refira à segurança e à proteção. que se perca o direito de informar e de ser informado. tristeza e dá noção de fragilidade. nos proteger do perigo. Julga-se importante estabelecer os limites éticos da atuação da mídia. traz à tona uma imagem duvidosa. 300) que “O homem enfrenta grandes dificuldades em conseguir ver o outro como um semelhante e não como um concorrente a ser eliminado”. mesmo assim. Por isso. mas procurar sim evitar situações que possam nos colocar em risco e. o que tem levado as pessoas a intensificarem suas próprias medidas visando uma suposta diminuição de vulnerabilidade. territórios completamente negligenciados pelo Estado. p. altera relações de formas e espaços. mesmo que estejamos mais seguros do que em toda história da humanidade. evitando sair a eventos e espaços públicos por medo da violência. Toda essa realidade que se forma na “cultura do medo” acaba por contribuir para o reforço dos preconceitos na esteira da ignorância e da insegurança. além de cruel e preconceituosa. Não devemos nos preocupar com o que ainda não aconteceu. livre de ser livre de perigos e ameaças. de forma que. Saber que este mundo é assustador não significa viver com medo. é claro. cria-se a “Sociedade do Medo” aqui abordada que. respeitem a ordem legal. a ponto de guardarmos sonhos que gostaríamos de realizar ou de nos impedir de promover uma mudança. César Vinícius Kogut e Wânia Rezende Silva expõe que o medo é fenômeno de paralisação do senso normal da vida. . porém. algo que beira a paranoia. uma das missões fundamentais do Estado deveria ser realizar ações para minimizar problemas e reduzir o medo proporcionando à população uma melhor qualidade de vida. Esta forma de isolamento dos conflitos ocasiona uma espécie de divisão social. É preciso que a mídia banalize menos e instrua mais. Com isso. onde as pessoas economicamente privilegiadas passam a ocupar bairros considerados “nobres” e condomínios vigiados continuamente.semelhantes. discipline as atividades e defina suas responsabilidades em relação às pessoas atingidas pela informação que se divulga. assim como. Tudo. as pessoas continuam a se sentir ameaçadas. diz Silveira (2013). assim como a se isolarem dentro de suas próprias casas. porém. o que configura uma mudança radical de comportamento. sem permitir que o medo e a insegurança tome conta de nosso ser e do que somos. não podemos permitir que o que vimos na TV influencie nossa vida a ponto de pararmos de viver. restando para a camada mais pobre da população. ou seja. passa a ser ignorante e submissa a tudo que lhe é apresentado como verdade absoluta. reflete insegurança. E complementa ainda Silveira (2013. Desta forma. locais em que a “elite” busca o distanciamento. como a construção de muros e barreiras. sem. Medo Líquido. 2013. Raphael. Nilo Batista. Rio de Janeiro: Revan. KOGUT. MORAES. 01/01/2015 . Criminologia midiática: Do discurso punitivo à corrosão simbólica do Garantismo. 2º Congresso Internacional de Direito e Contemporaneidade. Controvérsias Criminais: Estudos de Direito Penal. César Vinícius & SILVA. Afinal. BOLDT.br/noticia/a-formacao-de-uma-sociedade-do-medo-atraves-da- influencia-da-midia Quem for mais ágil que sobreviva! qui. Vinicius de Toledo Pisa. Ed. Até lá.Por vivermos em uma sociedade complexa. 2013. https://jornalggn. Mestre em Ciências da Educação pela Universidade Católica Portuguesa (UCP) – Lisboa / Portugal. Letras e Conceitos. onde o Estado já não mais é capaz de cumprir com seu papel de proporcionar segurança à população. Curitiba: Juruá.com Diego Bayer é Advogado criminalista. Especialista em Inglês como segunda língua pela Central Piedmont Community College (CPCC) – Carolina do Norte / USA. Assim. Santa Maria / RS UFSM – Universidade Federal de Santa Maria. 2003. Email:raquelteacher@hotmail. Revista da Escola Paulista da Magistratura. você pode ter legitimado tudo isso. Tradução. a reprodução do medo e a influência da política criminal. Rio de Janeiro: Jorge Zahar. Punição e mídia: análise de alguns aspectos que influenciam na violência e na criminalidade. Cristiano Luis de Oliveira & SPANIO. SILVEIRA. Felipe Lazzari da. só lhe restará sentar no meio fio e chorar. Carlos Alberto Medeiros. Diego Augusto. Sociedade. 2013. Doutorando em Direito Penal. PELUZO. Raquel do Rosário é Formada em Letras pela Universidade da Região de Joinville (UNIVILLE). afinal. A cultura do medo e sua contribuição para a proliferação da criminalidade. mass media e Direito Penal: uma reflexão. A Mídia. E me detive no seguinte parágrafo: "Como expõe Loïc Wacquant: “tranque-os e jogue fora a chave’ torna-se o leitmotiv dos políticos de última moda. dos criminólogos da corte e das mídias prontas a . 2008.com. A Mídia e seus Efeitos sobre o Medo Social. a vida segue com uma completa divisão social. SESP– UEM. Professor de Penal e Processo Penal da Católica de Santa Catarina e autor de obras jurídicas. Marlene Inês. Loïc. é esta política que ultimamente tem ganho voto e feito os políticos se elegerem. Agora. Como expõe Loïc Wacquant: “tranque-os e jogue fora a chave’ torna-se o leitmotiv dos políticos de última moda. BAUMAN. Trad. na medida em que a elite escolhe seus inimigos nas camadas mais pobres da população e continuam condenando aqueles que menos recursos têm: os já predestinados ao fracasso no sistema. com menos violência e crimes hediondos. muito cuidado. Jaraguá do Sul. Processo Penal e Criminologia. quando os seus direitos e suas garantias fundamentais forem tiradas. facilita ainda mais a instalação do medo inconsciente das pessoas. Wânia Rezende. WACQUANT. Punir os pobres: a nova gestão da miséria nos Estados Unidos. resta à sociedade acreditar naquilo que é transmitido pela mídia e esperar por um futuro melhor. Graduanda do Curso de Direito pelo Centro Universitário – Católica de Santa Catarina / Brasil. Zygmunt. Cuidado.09:55 Li esta matéria pela segunda vez. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BAYER. 2001. dos criminólogos da corte e das mídias prontas a explorar o medo do crime violento (e a maldição do criminoso) a fim de alargar seus mercados”. In. e na minha opinião acho que a mídia nem tem essa influência toda na construcão do medo . Vários deles são vereadores e deputados estaduais. pelo direito do cidadão andar armado ou pelo menos ter uma arma em casa. eles vão lutar contra a violência. na literatura . . O que os apresentadores estão a nos dizer é que para acabar com a violência é preciso que todos os brasileiros adquiram o direito de se tornarem violentos.A televisão não é mais eletrodoméstico fundamental .Há quarenta anos.é a pobreza intelectual decorrente do monopóio da mídia em nossa vida cultural. 01/01/2015 .explorar o medo do crime violento (e a maldição do criminoso) a fim de alargar seus mercados”. pedagógico. Aqui na minha cidade quem se elege com muita frequência são os próprios radialistas e tele-locutores que apresentam os programas policiais. 01/01/2015 . Afinal. penso que a vivência pessoal diária é mais confirmadora desse medo do que a mídia .Vivemos uma crise política : e como vivemos ! Ao menos desde que eu nasci eu escuto que vivemos uma crise política . E ironicamente eu vou mais longe ao perguntar: por que não acabar com as forças de segurança (a polícia) e entregar a cada "cidadão" uma arma carregada? Quem for mais ágil que sobreviva! Péssimo texto qui. Na música . a ser relido. .Pior do que a construcão de um estado imaginário de medo constante incutido pela mídia . E as promessas de campanha são as mesmas: se eleitos. na dramaturgia . gracas à Rede Globo. tanto no argumento quanto na gramatica. Papagaio de autores que são adotados como gurus . Um ou outro consegue se eleger deputado federal. pois vemos essa violência toda ocorrer em nossas portas . vivemos uma indigência que já dura trinta anos. Reflete bem o nivel e a qualidade daquelas teses de mestrado e doutorado que são produzidas em nossas universidades.00:29 . Esse tipo de promessa faz o maior sucesso entre os trabalhadores dos bairros periféricos do município onde moro.09:07 Texto sofrivel .foi substituida pela conexão com internet . um qui. Nada de novo ou relevante é produzido na área cultural do nosso país há trinta anos . é esta política que ultimamente tem ganho voto e feito os políticos se elegerem". pedagógico. portões eletronicos e essa parafernália que transmite na verdade uma falsa segurança como pobre não consome esses produtos. principalmente na área de segurança. . é fácil criminalizá-lo. é a casa gande versus a senzala. embora a criminalização seja por questões evidentes de classse social. daí os condomínios fechados. e ainda dá pra desdobrar em vários aspectos. por exemplo: dá a impressão que a grande mídia mete medo para vender produtos. isso é de uma obviedade tão grande que os os direitistas em geral já reagem detonando esse argumento como se fosse absurdo. um dos melhores textos que já li sobre o asssunto. por isso a sua importancia ainda maior. a ser relido.
Report "A Formação de Uma Sociedade Do Medo Através Da Influência Da Mídia"