A Fada Que Nâo Tinha Idéias

March 29, 2018 | Author: José Ricardo Carvalho | Category: Writing, Sociology, Musical Notation, Drawing, Semiotics


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FADA QUE NÃO TINHA IDÉIASRicardo Carvalho Era uma vez uma fada ue !"o #i!ha id$ia%&&& Ela #i!ha um 'ra!de (ro)lema&&& E!co!#rar uma ma!eira de fazer com ue #oda% a% cria!*a% a(re!de%%em a ler a% hi%#+ria% de fada% e e%creve%%em ou#ra% #a!#a% ue lhe% de%%em vo!#ade& A fadi!ha ue %e chamava Aurora (e!%ou, (e!%ou, ma% !"o achou %olu*"o& -erce)e!do.%e co!fu%a e %em %a)er (or o!de come*ar, re%olveu (er'u!#ar a %ua m"e ue cami!ho #omar& A m"e, mai% do ue de(re%%a, (e'ou o %eu a!#i'o livro de f+rmula% m/'ica% e di%%e (ara filha0 − Aui e%#/ 1 2E!ca!#ame!#o (ara fazer cria!*a a(re!der a ler e e%crever em um a!o3& Aui !o livro diz0 (rimeirame!#e coloue #oda% a% cria!*a% em uma %ala )em fechada, em fre!#e a um uadro de 'iz, faze!do.a% e%crever e re(e#ir oralme!#e 456 veze%0 2 a . e . i . o . u 2 De(oi% de )em memorizado, (a%%e (ara a 78 e#a(a a(re%e!#a!do a% co!%oa!#e% uma (or uma o)%erva!do o !9vel de dificuldade, de(oi% v/ (ara a 58 e de(oi% (ara a :8 e#a(a& E !o fi!al de um a!o #oda% a% cria!*a% e%#ar"o le!do e e%creve!do (alavra%, fra%e% e #oda% a% hi%#+ria% de e!ca!#ame!#o (o%%9vei% e im(o%%9vei% de ima'i!ar& O% olho% da (eue!a fada )rilharam de #a!#a felicidade ue !"o %e %a)ia o!de colocar #a!#o )rilho& Afi!al de co!#a%, e%%a %eria a %ua (rimeira m/'ica de fada madri!ha& Aurora (e'ou %ua vari!ha de co!d"o e de%ceu imedia#ame!#e (ara a Terra, em um (a9% chamado ;ra%il& A%%im ue a#erri%%ou, e!co!#rou v/ria% cria!*a% )ri!ca!do !um rio, %ol#a!do (i(a e )ri!ca!do de roda& Aurora achou auela% cria!*a% )a%#a!#e i!#eli'e!#e% e (er'u!#ou0 . <oc=% 'o%#ariam de a(re!der a ler e e%crever hi%#+ria% de fada> Co!he*o uma% de dei?ar )ru?a de ca)elo em ($ 1 &&& A% cria!*a% ficaram curio%a% e com #a!#a vo!#ade de co!hecer a% hi%#+ria% ue a fada havia lhe% (rome#ido co!#ar !o fi!al do a!o, ue lo'o ui%eram i!iciar o cur%o& Aurora arra!@ou uma %ala com um uadro de 'iz !o al#o de uma favela, e come*ou a e?ecu#ar o% (rimeiro% (a%%o% do livro de e!ca!#ame!#o& De(oi% de al'um #em(o, Aurora (erce)eu ue !em #oda% a% cria!*a% a(re!diam a% le#ra% e a% (alavra% m/'ica% ue #a!#o %ole#ravam& A% cria!*a% #or!aram.%e a'i#ada%, i!uie#a% e (erderam a vo!#ade de co!hecer a% #"o %o!hada% hi%#+ria% de fada%& O fi!al do a!o che'ou&&& e o e!ca!#ame!#o !"o fu!cio!ou&&& mui#a% cria!*a% haviam de%i%#idoA ou#ra% co!%e'uiram ler a(e!a% al'uma% (alavra%&&& e ou#ra%, liam fra%e% e #e?#o% (eue!o% %em dar.lhe% %e!#ido, (oi% a(e!a% decodificavam& Aurora (e!%ou0 . -or ue %er/ ue a f+rmula m/'ica !"o deu cer#o> Ser/ ue a% cria!*a% e%#"o e!fei#i*ada% (or al'uma )ru?a> -or ue %er/ ue !"o falam a mi!ha li!'ua'em> Ser/ ue u%ei a f+rmula cer#a> Aurora (a%%ou mai% al'u!% a!o% !a Terra, e?(erime!#a!do !ova% f+rmula% m/'ica% (ara 'ara!#ir o efei#o de%e@ado, ma% ao #$rmi!o de cada a!o #udo %e re(e#iaA mui#o% de%i%#iram, ou#ro% ficavam !o meio do cami!ho e ou#ro% come*avam a de%a)rochar& . N"o (o%%o dei?ar ue #a!#o% %e (ercam (elo meio do cami!ho& Ba% o ue fazer> C/ #e!#ei #oda% a% m/'ica% (o%%9vei% e ima'i!/vei% 1 Ser/ ue a l+'ica do% livro% da% fada% $ difere!#e da l+'ica de%%a% cria!*a%> -or ue a(re!dem a falar #"o de(re%%a e !"o co!%e'uem domi!ar o c+di'o e%cri#o> -or ue al'uma% cria!*a% decodificam, ma% !"o co!%e'uem ler e e!#e!der %o)re o mu!do da% fada%> -or ue> &&& -or ue> &&& O!de e%#/ o (oder de%#e e!ca!#ame!#o> Aurora #i!ha f+rmula% cer#9%%ima% (ara fazer ime!%a% #or#a% de mora!'o, ca%#elo% em (ico% de mo!#a!ha%, a#$ me%mo ve%#ido% de )aile ue %omem ao )adalar da meia !oi#e& Ba% !"o #i!ha a f+rmula cer#a (ara fazer #oda% a% cria!*a% a(re!derem a% me%ma% coi%a%, ao me%mo #em(o& -or ue %er/> Aurora (e!%ou, (e!%ou e che'ou D %e'ui!#e co!clu%"o0 . -reci%o co!hecer um (ouco mai% e%%e% %ere% da Terra 1 Foi e!#"o ue a fada re%olveu ler al'u!% livro% e%cri#o% (or #err/ueo% e co!hecer um (ouco mai% a vida %ocial do (ovoado ue ha)i#ava !e%#e (la!e#a& Aurora ficou e%(a!#ad9%%ima ao (erce)er #a!#a% difere!*a% cul#urai%, %ociai% e eco!Emica% e!#re o% home!%& -erce)er ue cada cria!*a #i!ha um ri#mo de a(re!diza'em difere!#e do ou#ro, e ue cada (e%%oa #em %ua ma!eira (r+(ria de com(ree!der a% coi%a% do mu!do& Foi e!#"o ue a fada %e (er'u!#ou0 . Com #a!#a% difere!*a% como (ude u#ilizar uma F!ica f+rmula m/'ica> Ser/ ue (ara cada cria!*a (reci%o i!ve!#ar uma !ova f+rmula de e!ca!#ame!#o> Qua!#o mai% (er'u!#a% Aurora fazia, mai% i!#erro'a*Ge% a(areciam0 >>> Ba% Aurora !"o de%i%#ia, co!#i!uava a %ua #ra@e#+ria em )u%ca de !ova% re%(o%#a%& E foi em um do% %eu% (a%%eio% (ela cidade, ue a fada de%co)riu ue havia mui#o% cha(euzi!ho% vermelho% ue liam em)ala'e!% de doce% e (rodu#o% ue com(ravam (ara a% %ua% mam"e% e vovozi!ha% uerida%& De%co)riu #am)$m ue havia mui#o% (eue!o% (ole'are% ue ve!diam doce%, faziam #roco, liam a!F!cio% do% car#aze% e?(o%#o% em #oda a cidade& E!fim, cha(euzi!ho% vermelho%, (eue!o% (ole'are%, Co"ozi!ho% e Baria% @/ faziam lei#ura de mu!do a!#e% de che'arem !a% e%cola%, (oi% e%#e% a(re!dem com a vida, com a !ece%%idade de re%olver %eu% co!fli#o% e (ro)lema% im(o%#o% !o dia a dia& Foi !e%%e mome!#o ue a fada come*ou a e!#e!der um (ouco mai%&&& -erce)eu ue !"o #i!ha em %i #oda a o!i(o#=!cia ue a hi%#+ria #a!#o ueria& Com(ree!deu ue Co"ozi!ho%, Baria%, (eue!o% (ole'are% e cha(euzi!ho% #am)$m #i!ham o (oder de e!ca!#ar e de %erem e!ca!#ado%, )a%#a!do a(e!a% haver o e%(a*o de #roca, (ara ue o mome!#o m/'ico aco!#ece%%e e fru#ifica%%e& Ho@e em dia, Aurora !"o e%(era che'ar o fi!al do a!o (ara co!#ar %ua% hi%#+ria%A co!#a %em(re ue (ode, e e%cu#a ou#ra% #a!#a% ue #am)$m !"o co!hecia& Dei?ou de u#ilizar a% f+rmula% m/'ica% e?a#a% (ara a %olu*"o do% (ro)lema%&&& E, D% veze%, faz a#$ al'uma% mi%#ura% @u!#ame!#e com %eu% a(re!dize% (ara dar mai% %a)or ao% e!ca!#ame!#o%& Ba% ela %a)e ue cada mome!#o $ um mome!#o F!ico&&& come*o de era uma ou#ra vez&&& 5 CULTURA E LINGUAGEM: A QUESTÃO DA ESCRITA OBJETIVOS • Identificar a escrita como um sistema de notação organizado por signos que visam atuar sobre a realidade através de mediações simbólicas. • Estabelecer diferenças entre as representações realizadas através do desenho e as representações através da escrita no processo de produção de sentido dos fenômenos ocorridos no espaço social. !econhecer que a criação de um sistema de notação é resultado de processo de muitos elaborações organizadas no campo da vida sócio"histórico"cultural. DESENHO E ESCRITA0 DIFERENTES FORBAS DE RE-RESENTAHÃO SIB;IJICA “O ato de ler não se reduz à leitura da palavra. Muito antes disso, a criança lê o mundo que a rodeia. É através da leitura de indícios, da representação simblica que a criança !escreve", re#istra o que ela $% lê no mundo, que ela buscar con&ecer. É da leitura de símbolos que mais tarde ela c&e#a à leitura de si#no social. '#norar esse processo anterior à leitura da palavra é conceber o processo de al(abetização como al#o mec)nico * produto de e(icientes técnicas e métodos+ ,-aulo .reire/ Ma(alda, p# 01 2m dos maiores ob$etivos da escola na contemporaneidade é o ensino da leitura e o da escrita. -ara desenvolver o domínio dessas duas competências, torna*se necess%rio re(letir sobre as mediaç3es que estão presentes nessas atividades. O movimento de ler e o de escrever envolvem atos de representar e interpretar sinais, símbolos e si#nos construídos através de re#ras estabelecidas por um con$unto de convenç3es sociais. 4oda escrita é um sistema de notação constituído de caracteres capazes de reproduzir de (orma simblica (en5menos visuais, t%teis e auditivos presentes em nossa realidade. 4emos diversos tipos de escrita em nossa sociedade que assumem di(erentes (unç3es no espaço social. 6e dese$armos in(ormar a um ami#o turista a localização de um determinado ponto que ele dese$a visitar em nossa cidade, podemos (azer um mapa que represente o camin&o que deve percorrer. 6e quisermos saber o din&eiro que sobrar% do nosso sal%rio no (inal do mês, (aremos uma conta, re#istrando todos os nossos #astos com al#arismos numéricos. 6e alme$armos convidar uma pessoa para um casamento, podemos (azer um convite re#istrando, através do cdi#o escrito, o dia, o local e a &ora. 7m cada uma dessas situaç3es utilizamos um sistema de notação escrita di(erente para realizar um determinado tipo de ação na sociedade. 7sses di(erentes tipos de notação (uncionam como instrumentos que possibilitam a operacionalização de uma in(ormação por quem tem domínio desse cdi#o. 8l#umas (ormas de representação podem ter um valor secreto que somente o seu produtor tem acesso às in(ormaç3es retratadas. É o caso da menina que com o seu di%rio secreto, inventa símbolos e cdi#os para que nin#uém consi#a desvendar os seus se#redos. Outras (ormas de representação são or#anizadas por coletividades que estabelecem valores e si#ni(icados para os sinais reproduzidos. 9onstituem, assim, convenç3es, combinaç3es que podem ser deci(rados e interpretados pelo #rupo que compartil&a do mesmo con$unto de saberes de notação escrita. 'denti(icamos uma variedade de sistema de notação em nossa sociedade, passando pelo :raile que atende as necessidades de leitura do de(iciente visual até a or#anização dos so(t;ares e<postos nas telas do computador que se utilizam dos variados tipos de re#istros. =esse sentido, o ato de al(abetizar vem #an&ando uma conotação mais ampla que não se restrin#e somente o domínio dos rudimentos do sistema de notação al(abética, mas a capacidade de recon&ecer e saber utilizar os mecanismo de e<pressão de uma determinada lin#ua#em em seu #rupo social. É nesse panorama que &o$e em dia, $% (alamos em al(abetização carto#r%(ica, matem%tica, etc. 7mbora consideremos os diversos tipos de notação citados importantíssimos para ampliação do con&ecimento e aprimoramento das interaç3es. 4rataremos nesse capítulo, especi(icamente das &ipteses realizadas por pesquisadores de como se constituiu sistema de re#istro de notação da escrita al(abética. É possível perceber que al#uns passos que a &umanidade deu para construir o seu sistema de escrita, de al#uma (orma, coincidem com uma #ama de percursos que aprendiz do sistema de uma lín#ua escrita al(abética tem que tril&ar para domin%*lo. 7ntendo um pouco da &istoria da escrita, o pro(essor pode compreender um pouco mel&or uma série de con(litos e desa(ios que a criança vivencia quando est% construindo mecanismos para compreender o (uncionamento da lin#ua#em escrita. 8nalisando como diversas civilizaç3es (oram construindo os seus sistemas de representação #r%(ica até c&e#ar à escrita al(abética que con&ecemos &o$e, podemos perceber uma série de processos de mediaç3es simblicas que o &omem teve de elaborar para construir seu sistema de notação. Observamos que con&ecimento que temos &o$e sobre a escrita al(abética decorre de re(le<3es e elaboraç3es desenvolvidas por distintos povos que viveram em di(erentes lu#ares e em di(erentes épocas. 6endo assim, tomaremos como ei<o de discussão a e<posição dos três sistemas de representação #r%(ica, que #eralmente são apresentados para demonstrar como se deu a evolução da escrita. a/ as escritas picto#r%(icas> b/ as escritas ideo#r%(icas ,ou lo#o#r%(icas/ c/ as escritas (ono#r%(icas ,sil%bicas e al(abética/ 6er% deste prisma que iremos pensar sobre o modo de como se deu a constituição o sistema de notação da escrita al(abética utilizada para al(abetizar nossos alunos a ler os te<tos que encontramos em nossa sociedade. 1 DO CABINHO DOS DESENHOS AOS -ICTOKRABAS 8pesar do desen&o e a escrita apresentarem a mesma raiz vinculada a capacidade de simbolizar, elas conduzem a atitudes distintas em termos do que pro$etam #ra(icamente. O desen&o é uma (orma de representação semitica que pode nos #erar sensaç3es estéticas e impress3es sobre um determinado ob$eto. -odemos re(letir mel&or sobre a natureza dos desen&os se nos debruçarmos sobre re#istros de nossos antepassados 8nalisando desen&os de mais de 1?.OOO anos no interior da caverna de @ascau< ,.rança/, arquelo#os a(irmam que as impress3es não tin&am, prioritariamente,a (inalidade estética e nem mnem5nica, visto que eram produzidas nas zonas mais escondidas e escuras das cavernas. 4ais re#istros eram (eitos em %reas subter)neas de di(ícil acesso e de visibilidade restrita. 6uspeita*se que as pinturas deste período estavam li#adas à rituais m%#icos que tin&am o ob$etivo de dar sorte aos eventos de caça e prosperidade diante das intempéries. Imagem de desenho pré-histórico no interior de uma caverna. Ae#istros mais recentes do período pré*&istrico, também, (oram encontrados em %reas mais e<ternas das cavernas. 7sses por sua vez, tin&am (unç3es distintas dos produzidos nas zonas mais sombrias das cavernas. 9om intuito de re#istrar (atos e acontecimentos, o &omem passa a desen&ar com a (inalidade descritiva e mnem5nica. Beralmente, esses desen&os retratam situaç3es de caça de animais, re#istro de indicação de camin&o, (i#uras abstratas 1 Observamos que a história da escrita em muitos momentos é narrada com uma visão linear e evolucionista, fazendo parecer que um determinado tipo de registro é mais complexo e eficiente que outro. Entretanto, nota-se que cada sistema de escrita guarda suas peculiaridades e só pode ser compreendido, em termos de sua importncia, no interior do contexto social que est! inserido. "nalisaremos esse aspecto com mais profundidade no cap#tulo seguinte. etc,. O desen&o, nesse conte<to, #an&a estatuto de interlocução com seus pares, mas apesar desta (unção, não podemos emparel&%*lo com os mesmos princípios que re#em a escrita. -ara (azermos a distinção entre desen&o e escrita, e<aminaremos, inicialmente, uma pintura rupestre do período re(erido. 7<perimente descrever a ima#em se#uinte, escrevendo, lo#o abai<o, al#umas possibilidades de interpretação sobre o que o seu produtor quis declarar. Cesen&o ,pré*&istrico/ de um &omem caçando uma corsa. a/DDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDD b/DDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDD c/DDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDD 9ertamente, iremos encontrar muitas (ormas de darmos si#ni(icação para esse desen&o. 4al ima#em pode nos suscitar a idéia de que seu produtor quis dizerE a/ 7u vou caçar uma corsa. b/Meu irmão caçou uma corsa. c/ 7u corri atr%s da corsa. 6endo assim, uma ima#em pode #erar diversos enquadres, na medida que orientam para diversas aspectos da circunst)ncia retratada. O de%e!ho $ #i(o de re'i%#ro ue e?(re%%a id$ia% e !"o (alavra%, dessa (orma ele nos transmite uma visão sintética da realidade com in(initas possibilidades de interpretação. 8 construção de re#istros mais precisos diante das e<i#ências sociais, (ez o &omem pensar em (ormas de dar um si#ni(icado para os desen&os a partir de uma convenção. 8lém de re#istrar as idéias, o &omem passa, também, a re#istrar a lin#ua#em verbal. 6e quisesse evocar a mensa#emE + =s caçamos três alces+, estabelecia símbolos que representassem os seres, os ob$etos e as aç3es na ordem que aparecem na (ala, como no re#istro que demonstraremos a se#uirE a/ 'ma#em de dois &omens b/ 'ma#em de uma (le<a c/ Cois traços representando o nFmero di d/ 'ma#em de um c&i(re representando um alce. 4rabal&ando sobre essa perspectiva, muitas sociedades ,sumérios, e#ípcios, c&ineses, maias, etc./ (oram criando seus símbolos, dando a cada desen&o um valor de desi#nativo estabelecido por sua cultura. 7ssas escritas recebem o nome de picto#r%(icas, na medida em que são compostas de desen&os capazes de reproduzirem um (ato ou uma mensa#em que pode se relembrada pela comunidade que as produziu. Os picto#ramas são e<press3es #r%(icas capazes desi#nar voc%bulos presentes em nossa (ala, tais como (oram apresentados no quadro acimaE -odemos dizer que vivemos em uma sociedade onde a todo instante a lin#ua#em picto#r%(ica se encontra presente. Ce acordo com 9a#liari, um desen&o pode se tornar uma escrita quando pressupomos um con$unto de convenç3es sociais que estabelece uma (orma de comunicação. A% (laca% de #rL!%i#o% !a% rua% e o% de%e!ho% im(re%%o% !a (or#a do )a!heiro masculino e (eminino indicam in(ormaç3es, que são compreendidos em uma relação de si#ni(icante e si#ni(icados. Centro desses conte<tos, os desen&os se tornam enunciados que realizam um ato lin#Gístico. 6e encontrarmos uma plaqueta onde &% um desen&o de ci#arro com uma tar$a vermel&a em cima, saberemos, imediatamente, que naquele local é proibido (umar. 6e na mesma placa não &ouver a tar$a, é transmitida a mensa#em de %rea reservada para (umantes. Na e%cri#a, e!co!#ramo% uma %i!#a?e ue de#ermi!a o valor de cada %i!al a#rav$% de uma com)i!a*"o e%#a)elecida (or uma comu!idade de i!#er(re#a!#e%, é nesse sentido que podemos dizer que os picto#ramas não correspondem à cate#oria de desen&os, mas sim a de escrita. RESUMO Apresentamos nesta a!a "ons#$era%&es so're o pro"esso $e "onst#t#%(o $o s#stema $e nota%(o $a es"r#ta) toman$o "omo e#*o a "onstr%(o $e m "on+nto $e "on,en%&es -e tornaram poss.,e! a #n,en%(o $a es"r#ta "omo s#stema est/,e! $e s#0n#1"a%(o por me#o $e s.m'o!os e s#na#s2 Ta#s me$#a%&es t3m 4orte re!a%(o "om o $esen5o -e "orrespon$e ma 4orma s#nt6t#"a $e retratar s#m'o!#"amente a rea!#$a$e e a 's"a #n"essante $o 5omem tra$7#r a !#n0a0em ,er'a! em s#na#s e*pressos atra,6s $e ma !#n0a0em ,#sa!2 AUTO8AVALIA9ÃO • Ce(ina três palavras*c&ave que e<pressem o conteFdo desta aulaE sistema de notação, desen&o, picto#rama. • -reenc&a o quadro abai<o, apresentando di(erenças entre a escrita e o desen&o C767=HO 769A'48 -esquise, em $ornais e revistas, e cole abai<o e<emplos de escrita picto#r%(ica, (azendo coment%rio sobre o seu modo de si#ni(icação. 4e<to com escrita picto#r%(ica 9oment%rios BIBLIOGRA:IA DA AULA ; I846, @ia. 8ventura da escritaE &istria do desen&o que virou escrita. 6ão -aulo. Moderna, 1JJ1.
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