A DESCONSTRUÇÃO DO EGO

March 27, 2018 | Author: Rayom Ra | Category: Solar System, Earth, Mind, Life, Science


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ADESCONSTRUÇÃO DO EGO RAYOM RA DIREITOS RESERVADOS http://arcadeouro.blogspot.com Os prezados amigos leitores entendam essa exposição como um estudo. Não inventamos nada, trabalhamos sobre conhecimentos esotéricos objetivos e subjetivos, procurando algumas vezes a visão mais ampliada possível para um melhor implemento de ideias e criticismos. PARTE I A Desconstrução do Ego pode também significar perfeitamente a sua “demolição”, ou algo semelhante nesse mesmo sentido. É um processo paciente e doloroso de desmontagem das estruturas internas do eu menor, edificadas e fortalecidas por milhões de anos, que tendo chegado ao seu nadir, não servem mais como antes. O processo já era latente na Alma com sua visão cristificada e adere ao lado mais sensível do ego. Aprofundados esotéricos, ocultistas e gnósticos de todas as filosofias e linhas do conhecimento, com notórios serviços à humanidade, passam com a consciência desperta por esses momentos e estágios de transformações. Esse inevitável processo perdura não unicamente por uma vida, e nem por uma só das iniciações a que o peregrino voluntariamente se submeta. É uma ação gradual e permanente, vai de encarnação a encarnação, vida após vida, em que as estruturas mais interiores do ego terreno começam a ser movidas, fendidas, tiradas de suas condições espirituais insatisfatórias para a plenitude do Eu Superior. Uma a uma essas fortalezas serão, ao término de tudo, desconstruídas integralmente de suas antiquíssimas bases, para novas e superiores funções. Já dizia Jesus: “Ferirei o pastor e as ovelhas se dispersarão”. Esse processo é basicamente atraído pelo Antakarana, a infraestrutura psicológica do ego humano mobilizadora das energias através dos fios, tubos ou nadis por todos os corpos do homem. Todo e qualquer avanço acontecido na lenta evolução espiritual das vidas humanas encarnadas na Terra, desde as primeiras civilizações lemurianas, decorre sob esse complexo sistema de intrínseca rede que se expande pelos três principais níveis da fisiologia espiritual do homem. Até mesmo o sistema de chackras, considerado modernamente por muitos como o principal mecanismo funcional coletor das energias que permeiam os corpos sutís do ego, devem a continuidade deste seu processo energético transpositor à rede mais interior e de finíssima tessitura do Antakarana. Pois é justamente a partir do Antakarana que o programa de avanço psicológico das vidas humanas desenvolve a principal parte de seu plano, ao permitir aos egos alongar suas experiências desde longínquas civilizações já desaparecidas, deixando para trás suas limitações. UMA VIAGEM ÀS ORIGENS GENÉTICAS Tendo emergido do reino animal para a individualização, as vidas saídas das “almas grupos” iniciam uma nova escalada como seres humanos. Sabe-se que seres humanos não foram animais na acepção comum do termo. O processo experiencial das vidas compreende suas Mônadas e suas descidas vibratórias de um mundo glorioso de energias e forças em que o Deus Criador – o Logos – veio manifestar-se através do sistema solar a que pertencemos. Hoje isso implica em múltiplas e pregressas experiências de milhões de anos terrenos, pelos reinos sutís e superiores, e também em suas cíclicas passagens pelos reinos inferiores, o mineral, o vegetal e o animal e depois pelo quarto reino, o humano, esses quatro, neste período evolutivo, em dimensão última, condensados na matéria física planetária. Essa ideação, evidentemente estribada nas experiências passadas em dimensões diversas de nossa cadeia planetária, conclama a que esclareçamos um pouco mais a maneira em como o homem em formação veio absorvendo suas experiências desde acima até os reinos inferiores da Terra, não tendo sido no mundo físico denso uma rocha, uma árvore, ou um dinossauro, como tantos espiritualistas imaginam. Um pouco mais de abrangências e indicações de fontes sobre o assunto o leitor poderá encontrar em nossas obras “O Monoteísmo Bíblico e os Deuses da Criação – segunda parte”, e “No Arco das Iniciações”, nos respectivos links. https://pt.scribd.com/doc/22571089/O-MONOTEISMO-BIBLICO-E-OSDEUSES-DA-CRIACAO https://pt.scribd.com/doc/32499769/NO-ARCO-DAS-INICIACOES Cabe-nos, entretanto, tentar explicar neste pequeno espaço, como nossas vidas sutís, no alvorecer de nossas existências no sistema solar, desde quando as Mônadas – nossas vidas maiores no Plano de Deus – fizeram-se descer em projeções como imagens de si mesmas pelos ainda inóspitos planos, respondiam sem a consciência propriamente formada, muito menos individualizada. Pois como pequenas vidas ligadas às nossas particulares Mônadas, sem nada conhecermos e através de estruturas em nossos corpos energéticos, auferíamos experiências no arco de descida pelos planos ou dimensões de Deus. Os inteligentes átomos – pequenos espelhos do Criador – denominados átomos permanentes, conformavam Tríades nas manifestações das Mônadas. Aqueles átomos permanentes, pelos seus poderes magnéticos superiores aos demais átomos de suas próprias dimensões, os atraíam aos bilhões, agregando-os para as conformações de corpos – que ainda nessa fase seriam mais envoltórios do que propriamente corpos – segundo a ideação Divina e leis cósmicas. Mais adiante, as Mônadas se manifestariam com seus poderes por essas nossas pequenas vidas quando seus devidos tempos tivessem chegado. Fomos então constituídos, cada um de nós original e estruturalmente, por duas Tríades: uma que abrangeria nosso embrionário Eu Superior e seus corpos, não necessariamente só três corpos, mas também uns intermediários, outros transitórios e conformadores de pontes – entrando nesse fantástico diagrama energético o Antakarana e nossa mais alta expressão abaixo da Mônada, a Alma Espiritual – e também o ego inferior, ou eu-personalidade formado pela Tríade inferior. Essa segunda Tríade deteria uma pequena modificação: fora formada somente por dois átomos permanentes, pois o terceiro elemento seria uma unidade mental e não um átomo permanente. A unidade mental, tendo também poderes, porém menores que de um átomo permanente, de constituição diferente em relação aos dois átomos, é a base de todos os elementos intelectuais do homem. Assim, nessa perspectiva, as primeiras experiências sensoriais do ego viriam ser coletadas pelas Tríades inferiores operando nas almas-grupos constituídas por vidas de reinos. As Tríades vibravam respectivamente em conjuntos de sete, segundo cada raio de Mônada. Todo esse mecanismo foi possível pelo mergulho das vidas em turbilhões coordenados de energias e forças denominados Rondas, a partir das quais, em seus propósitos e circunstâncias, as Tríades se situariam em esquemas criativos, e essas Rondas, assim existindo, criavam e povoavam os mundos criados. Dessa maneira, as Tríades superiores em seus mundos absorveriam as experiências dos mundos abaixo através das Tríades inferiores. Estas últimas, já pairando sobre os reinos materializados que conhecemos, mergulhadas no interior de almasgrupos dos reinos, que eram como grandes células energéticas num espaço dimensional muito próximo das formas físicas, mantinham-se ligadas vibratoriamente àquelas vidas dos reinos animando-as. Assim foi com as Tríades absorvendo experiências processadas por almas-grupos nos reinos mineral, vegetal e animal, através de muitos milhões de anos, segundo características e objetivos de cada reino e a natureza de sua matéria física. As duas primeiras Rondas não desceram até a matéria física sólida porquanto não havia ainda orbes físico-densos em nossa cadeia naqueles períodos. Esse processo completo somente aconteceu a partir da terceira Ronda. Até então, os reinos eram primitivamente constituídos de matéria dos planos mais acima ao físico, com formas e formatos gerais numa condição ainda de gestação. Ademais, por esta síntese, podemos aduzir que nos encontramos na quarta Ronda de uma cadeia de sete planetas, dos quais a Terra é um deles neste sistema solar em que vivemos. Essa quarta Ronda é a mais material de todas, onde os quatro reinos alcançam mais densamente a Terra e nesse nosso planeta abrangem a quase totalidade das vidas da cadeia. Não iremos tirar ilações de outro sistema solar anterior ao nosso, onde esse mesmo processo aconteceu e os objetivos seriam outros para as vidas humanas lá encarnadas. Aqui, nesta cadeia, provavelmente bilhões de almas provindas daquele primeiro sistema solar continuam ainda reaprendendo suas lições. Fiquemos nesta citação, pois muitos de nós somos Mônadas mais jovens que passamos por essas experiências da criação somente no atual sistema solar. As Tríades, portanto, foram lançadas para grandes células, chamadas genericamente de almas-grupos, cuja matéria formada de essência elemental e também atômica em três respectivos anéis ou capas protetoras, recebiam--nas em seu interior. Como dissemos, essas Tríades juntas, e muito próximas vibratoriamente dos reinos, absorviam suas necessárias experiências energéticas repassando-as às Tríades Superiores para seguir em frente no processo evolucionário. Logicamente, todo esse processo maravilhoso, incrivelmente engendrado, bem mais complexo e detalhado do que aqui apresentado, não poderia ser espontâneo sem um mecanismo preestabelecido pela Vontade e Inteligência de um Criador. Aquilo que os materialistas chamam de gerações espontâneas não existem nem nas formas sutis superiores, que eles desconhecem, e nem nas formas densificadas do mundo físico. Tudo obedece a uma cronologia divina que ao seu devido tempo virá gerar as transformações e os resultados almejados. Desse modo, houve o trabalho em prováveis bilhões de anos terrenos, considerando-se que no espaço-tempo dos planos ou dimensões acima do esquema físico, (1) os parâmetros de uma computação terrena não existem, vivendo-se lá o chamado “não tempo”. Pelo que sabemos, o passado, o presente e o futuro no não-tempo se somam em ciclos sempre atuais e essa interação é somente entendida pela consciência em um estado muitíssimo exaltado e abarcante. Assim, torna-se impossível calcularmos com aproximação, muito menos com exatidão, a extensão temporal desses acontecimentos através de nossos parcos instrumentos físicos aferidores do tempo terreno segundo nossas convenções. (1) Esotericamente, o esquema físico de nossos mundos é formado pelas dimensões conhecidas mais comumente como planos: físico denso, físico etérico, astral e mental concreto, onde o ego ou eupersonalidade se desenvolve e evolui. [Rayom Ra] As formulações de grupamentos de vidas e abrangências foram então colocadas em execução pelas chamadas Hierarquias Criadoras a mando e auxílio do Grande Plano de Deus. Ao individualizarem-se, passando do reino animal ao quarto reino, através de outro processo de aproveitamento das energias elementais animais daquele reino, as mesmas vidas estruturadas em Tríades, sendo agora animais-homens, não conseguiam ainda se estabelecer sem caminhar unidas e constituir famílias ligadas por mesmos instintos, qualidades energéticas e veiculadas memórias. Seguiram-se então milhões de anos desde que as vidas monádicas individualizadas entraram no mundo físico no continente da Lemúria e mais tarde no continente de Atlântida. Vamos desmembrar um pouco mais esta síntese do processo evolutivo, a partir desse ponto. Os animais-homens alcançaram com o tempo o status de homens-animais, finalmente chegando a homens. Pouco a pouco, afastando-se cada vez mais das reações totalmente instintivas, foram trabalhando seus corpos sutis, ou melhor, os descortinando daquelas energias que os envolviam e os retinham, e com essas ações inconscientes acentuavam seus pré-formatos ou modelos preexistentes. Contudo, essa mesma grande massa de seres humanos que hoje constitui as diversas camadas sociais inferiores da população planetária, na verdade não pode ainda, tecnicamente falando, na sua quase totalidade, ser definida como egos. São vidas atrasadas em nosso contexto evolutivo comparadas a outras vidas mais experientes com egos já formados. Em cadeia anterior, a terceira, o planeta Lua representou, em seu ciclo temporal, o que a Terra hoje representa nessa nossa quarta cadeia planetária. Ou seja, a Lua era o centro e foco principal da evolução de quase todas as vidas e reinos da cadeia, e seu aspecto físico era o mais material da terceira cadeia naquele período. Os egos adiantados, os atrasados, os homens-animais e animais-homens atrasados e adiantados, todos os demais animais bem como uma gama imensa de vidas dos reinos mineral e vegetal foram então transferidos para a cadeia da Terra, para a continuidade de suas etapas evolucionárias em nossa quarta Ronda. Dessa maneira, milhões de egos já formados na Lua, que lá constituíam elites, prosseguiram em suas evoluções na Terra. Alguns chegaram ao mestrado da Grande Fraternidade Branca e, portanto, foram vidas que avançaram para além de seus egos. Bilhões de outras vidas humanas chegaram aqui a construir definitivamente egos, enquanto bilhões de vidas animais lunares que se adiantavam na Lua formam hoje camadas humanas mais atrasadas que ainda não são egos propriamente, pois individualizaram no período lêmure-atlante. Animais hoje existentes na Terra são uns do período lunar quando eram muito atrasados e outros que são produtos de nosso próprio período terrestre. Os números de vidas humanas viventes na Terra não detém um censo exato para estudantes do ocultismo. Segundo revelações que nos chegam de outros planos, há um total de 22 a 25 bilhões de almas inclusas no processo evolutivo atualmente em curso no planeta Terra somando-se nisso almas encarnadas e não encarnadas. Dentre essas, parece existir dentre 10 bilhões de almas mais avançadas, as almas missionárias não pertencentes ao processo evolutivo da Terra ou a sua cadeia planetária. A questão de vidas atrasadas e adiantadas nos três reinos inferiores sob o enfoque da evolução, conforme abordamos esotericamente, dizem respeito às qualidades energéticas incorporadas às formas de vidas dos reinos, que avançam em direção a novas experiências em seus campos primitivos de manifestação. Se as Tríades inferiores não respondem adequadamente às experiências que estão obtendo de um coletivo de vidas do reino, não estando a acontecer o sinergismo aproveitável entre as almas-grupos de reinos e as Tríades, então há algo errado no processo. A grosso modo, as vidas de que tratamos compreendem as unidades dos reinos, por exemplo, pedras, plantas, animais em suas vastas categorias e diversidades de espécies que estão animadas pelas essências chamadas elementais e atômicas das almas-grupos. Portanto, são essências energéticas que acumulam experiências através das formas e vão se qualificando, ao mesmo tempo em que cumprem seus papéis nos reinos e nunca, em futuro, serão exatamente seres humanos, pois jamais deixarão de ser aquilo para o que foram temporariamente criadas. Cada tipo básico de alma-grupo está envolto por uma capa respectiva a um dos três reinos: mineral, vegetal ou animal. Temos, nesse sentido, da mais interior para a periferia, a presença inicial da essência mental elemental que conduzirá as reações do reino animal; em seguida, da essência elemental astral que conduzirá as reações do reino vegetal; por último, da matéria atômica etérica, responsável pela condução dos impactos vibratórios sofridos pelo reino mineral. Assim, em todo o processo, as Tríades inferiores são lançadas do interior de suas três capas protetoras que possuem formatos – por exemplo, de anéis concêntricos – para dentro das gigantescas células dos grupamentos dos reinos, e dali absorvem das experiências das espécies, conectando-as com as Tríades Superiores. Findas suas passagens pelo reino mineral, dissolve-se a capa de matéria-essência daquele reino, de cada respectivo grupamento de Tríades, indo elas para o reino vegetal e depois ao reino animal, perdendo consecutivamente em cada um desses reinos as outras capas em processo idêntico ao descrito. Em regra geral, quando essas essências que se adiantam passam de um reino para outro, independentemente das Tríades que fazem o papel de hóspedes das almas-grupos das espécies, elas deixam atrás de si as formas que continuarão animadas pelo quantum elemental que permaneça atrasado no mesmo reino. E o reino, numa nova encarnação da cadeia com novas outras sete Rondas estará, dali para frente, somado em maior quantidade de essência elemental provinda do reino anterior. As diversificadas qualidades daquelas essências que são transferidas para outro reino dependem daquilo que conseguiram adicionar nos reinos em que anteriormente se manifestaram e assim avançam para novas experiências noutro reino. Esse é um processo padrão levado a efeito após as passagens das sete Rondas, que representam uma encarnação da cadeia de sete planetas, e vem deter antes de nova encarnação da cadeia, um descanso de todas as vidas de reinos, no que é chamado de “Pralaya da Cadeia’’. Os avanços de vidas de reinos – as essências elementais e atômicas – podem acontecer excepcionalmente antes de se completarem as sete Rondas ou aquela encarnação da cadeia. Esse quanta de vidas que se adiantam nos seus respectivos reinos antecipando seus tempos naturais de progresso, ao adentrarem no reino seguinte numa Ronda, ocuparão as últimas posições nas escalas de aproveitamentos daquele reino, iniciando ali novas e diferentes experiências. Do mesmo modo, ao início de nova encarnação da cadeia, consistindo de outras sete Rondas, todos os produtos de uma encarnação anterior da cadeia que foram bem sucedidos nos seus respectivos reinos que deixaram para trás, começarão nas últimas posições de um novo reino, na sequência mineralvegetal-animal, atrás daquelas vidas que permaneceram atrasadas nesse mesmo reino, evidentemente por não terem cumprido seus tempos com bom aproveitamento. Assim se cumpre a perene fórmula: os mais adiantados de um reino iniciarão no reino seguinte como os mais atrasados. Quando os conjuntos de essências elementais e atômicas (2) de vidas dos reinos não conseguiram avançar em seus campos de manifestação que animam as diversidades de formas – pedras, plantas, animais – diz-se que se atrasaram naquela espécie ou família e irão sempre incorporar formas iguais ou semelhantes até conseguirem se desprender desse “carma”. Nesses casos é provável que retenham aprisionadas também as Tríades durante pelo menos um tempo em que decorra as necessidades básicas delas na captação daquelas experiências, atrasando-as. E não sabemos se os operários da natureza conseguirão deslocar as Tríades dali retidas para novas situações de avanços, sem prejuízos das anteriores experiências não completadas. (2) A essência-matéria dos três reinos não humanos evidentemente possui átomos. Ao dizer-se essência atômica nessa narrativa é para ressaltar o imanente poder da matéria atômica do reino mineral. Portanto, tenha o leitor em mente que a essência-matéria do reino mineral é atômica, relativa ao plano etérico. As outras duas essências elementais dos reinos vegetal e animal vibram respectivamente com seus átomos nos planos astral e mental. (Rayom Ra). Em relação aos animais, nem sempre suas energias-almas se dissolverão no caudal das respectivas almas-grupos como costuma acontecer com as vidas dos reinos anteriores findas suas experiências momentâneas. Há animais que se tornam muito inteligentes, afeiçoados aos donos, ou mesmo adestrados por profissionais. E no plano astral continuam a viver e acompanhar os donos e amigos em suas atividades pós-encarnações. Então, simplificando: todas as vidas de Mônadas chegam ao reino humano por Tríades inferiores, mas são as essências elementais e atômicas de todos os reinos operando nas suas respectivas formas densas, desde acima em dimensões etérica, astral e mental, que contribuirão na formação dos corpos de futuros egos no momento das individualizações animais. Essas etapas de individualizações não delinearemos aqui nessa síntese bastante modesta por serem muito detalhadas e complexas. O leitor interessado poderá consultar as obras: “O Corpo Causal e o Ego” e “O Sistema Solar”, por A.E. Powell de onde obterá uma visão bem mais ampliada desses processos. Voltando para as vidas humanas, eis a questão: mas que seria um ego? No conceito esotérico, bem diferente da psicologia acadêmica, um ego é uma vida humana que tem os seus quatro veículos, o físico, o etérico, o astral e o mental pelo menos em razoável funcionamento embora nem sempre em harmonia. Todas as Mônadas que chegaram ao reino humano possuem esses corpos, porém nem todas, ou seja, bilhões dessas moradoras de nosso globo, não os têm ainda satisfatoriamente desenvolvidos. Devido a isso, muitos corpos formadores do ego estão em estado interior latente, mostrando somente estrias matizadas com pouco brilho. Esses humanos atrasados, e os de muitas etnias tribais selvícolas, aborígenes e outras – povos primitivos, enfim – possuem seus corpos sutís igualmente sem brilho ou com luzes opacas. Numerosas vidas de muitos grupamentos étnicos os possuem sem definição, deixando ali entrever não terem ainda alcançado valores maiores que os impulsionassem para uma consciência mais apurada. Criminosos os têm também sem definições claras, borrados com energia em cores escuras e pegajosas, estando neles agregadas outras formas horrendas, como horrendos são os seus pensamentos e ações. Esse quadrado, físico-etérico-astral-mental, denominado personalidade pela terminologia esotérica moderna, é também de muitas maneiras chamado de alma. Porém, se entendermos que Alma é infinitamente mais do que esse pequeno eu-personalidade, entenderemos também que haverá dois egos, um maior e outro menor. Mas em verdade, não há duas almas, porém uma só em níveis diferentes para servir as necessidades da evolução humana. E o ego inferior pode ser também considerado um símbolo, uma sombra do Eu-Alma. O eu-personalidade, em seu íntimo, via de regra, sentirá ainda ecoar por centenas de encarnações o forte instinto animal e trará sempre a essência elemental astral dos desejos imperfeitos. Da mesma maneira, a substância de manas, formadora da mente intelectual, que em diversos níveis é egoísta e separadora, se fará também presente em seus pensamentos objetivos e subjetivos, até que o eu-personalidade complete seu ciclo de libertação. A Alma verdadeiramente pura e imaculada está vibratoriamente mais acima, em sua própria morada, interligada ao Eu Sou do Deus Criador, e traz com ela outros atributos que nada têm a ver com a personalidade humana. A personalidade conduz a essência atômica e a elemental e as modela segundo suas inclinações, entretanto essas essências são parte de Anima Mundi, a Alma Universal que a todas as almas contém. A personalidade poderá incorporar os atributos que a alma manifestada na Terra potencialmente possui, e ao purificar-se de suas impurezas até um determinado grau avançará no caminho de sua emancipação. Definir a Alma é como tentar definir um oceano e o que ele guarda nas profundezas, quando conhecemos somente uma porção superficial de suas águas. Vamos ilustrar esse trabalho com a citação de três definições de alma das muitas encontradas no livro de A.A. Bailey, as melhores que conhecemos, em que é dito: “A palavra alma emprega-se também para designar a soma total psíquica – o corpo vital, a natureza emocional e a substância mental, mas é também mais do que isso, uma vez que se chegou à etapa humana; constitui uma entidade espiritual, um ser psíquico consciente, um filho de Deus que possui vida, qualidade e aparência, uma manifestação única; em tempo e espaço, das três expressões da alma que acabamos de definir:” 1. “A alma de todos os átomos que compõem a aparência tangível.” – portanto o corpo físico biológico [Rayom Ra]. 2. “A alma pessoal ou a soma total sutil e coerente, a que chamamos Personalidade, composta dos corpos sutis etérico ou vital, astral ou emocional e o mecanismo mental inferior. Esses três veículos têm semelhanças com os do reino animal no que respeita à vitalidade, sensibilidade e mental potencial; com o reino vegetal no que se refere à vitalidade e à sensibilidade e com o reino mineral no que respeita à vitalidade e sensibilidade potencial.” – portanto o ego inferior [Rayom Ra]. 3. “A alma é também o ser espiritual ou união da vida e da qualidade.” – portanto o ego superior [Rayom Ra]. E, “Quando se estabelece a união das três almas, assim chamadas, temos um ser humano.” - portanto, a perspectiva do Homem Total [Rayom Ra]. (Tratado Sobre os Sete Raios, por A.A. Bailey). Temos a considerar que a inclusão de o corpo físico biológico nessa composição tríplice da alma, é devido ao fato de que a matéria possui qualidade de energia intrínseca à sua própria condição e natureza. Temos dito que a personalidade é composta de quatro corpos básicos, o físico, o etérico, o emocional e o mental, o que tem sido comumente admitido, uma vez que nessa acepção a forma física biológica é um veículo considerável e importante, sem o quê a alma em seus diferentes aspectos não atuaria na Terra como ego potencializado na forma. No entanto, sabemos que o corpo físico, composto basicamente de elementos sólidos, líquidos e gases, não tem volição alguma e não se manifesta a não ser ao comando da mente atuante sobre as diversas áreas do cérebro. Recordamos aqui uma das definições de anima mundi ou alma universal, extraída da página 84 de nossa obra, O Monoteísmo Bíblico e os Deuses da Criação: “Há, necessariamente, uma ação inteligente e seletora agindo em todas as espécies, identificada pelo inato impulso do Logos ou Deus de nosso Sistema Solar vivente na alma universal. Essa alma universal, anima mundi, responsável por continuamente imprimir em todos os átomos de todas as células dos seres viventes, a mensagem da vida qualificada do segundo aspecto do Logos, é o véu ou manto que se estende e se entremeia no oceano etérico do universo, e que vem também coexistir e sustentar, nas formas organizadas, a mensagem evolucionária. Na realidade, anima mundi já nasceu com o Logos, mantendo-se em permanente sintonia com a cronologia planetária reguladora dos avanços cíclicos das múltiplas vidas de todos os mundos.” PARTE II E antes de prosseguirmos, entrando agora com poucas pinceladas no tema de iniciados e iniciações, destacamos que muito do assunto já foi incrivelmente revelado e desmembrado pelas elucidações de Mestre D.K., através da pena de A.A.Bailey em suas extraordinárias obras. Estaríamos sendo inúteis se estivéssemos unicamente a transcrever ipsis litteris ou a repetir com nossas próprias palavras o que já foi dito com toda a propriedade da sabedoria iniciática que Mestre D.K. representa. O tema até agora tratado com menor abrangência, como não podia deixar de ser pela natureza e limitações desse trabalho, detém ensinamentos tanto de Mestre D.K., como divulgados pela Teosofia. Continuemos nessa mesma linha, porém contaremos com outras abordagens do conhecimento esotérico, buscando descrever ou analisar fatos que possam levar a novas reflexões antes não despertas. Nos sentiremos úteis se assim conseguirmos segundo nosso conhecimento. Nesta segunda parte vamos então tratar de alguns momentos importantes da alma, em que bilhões delas de diversos escalões mais adiantados do que as grandes e infindáveis multidões planetárias, se veem aproximando de significativos marcos em suas caminhadas. Esses momentos, é bom esclarecer, são aqueles em que as Mônadas, tendo trabalhado persistentemente sobre seus veículos, encarnação após encarnação, precisam agora orientar a fim de que uma vida de melhor qualidade espiritual não sofra solução de continuidade. É necessário que as almas ultrapassem átrios conducentes a vias cada vez mais significativas, em que as novas e consistentes situações estimulem dinâmicas mentais e espirituais até então desconhecidas às suas consciências. Porém, as dificuldades são maiores e há abismos e abrolhos pelos caminhos. Vale ressaltar que mais de um bilhão de vidas, ao longo das décadas, vêm cruzando um primeiro átrio, por conta dos avanços mentais e polarizações emocionais que alcançaram através de profissões como: educação, pesquisas científicas, medicina, política, filosofias, artes; atividades filantrópicas e muitas outras, não sendo necessariamente, neste estágio, conscientes de seus avanços e nem das provas a que são submetidas. Outras dessas vidas que se prepararam conscientemente através dos caminhos das ciências espirituais têm sabido que esse momento representa a continuidade de um passado nessa mesma trilha, segundo seus adiantamentos na senda. Outro, provável, bilhão de vidas, vem mais atrás se aproximando desse primeiro coletivo, havendo unicamente perspectivas de alcançá-lo. Mais distante, vem caminhando enorme onda da população comum mundial, contando bilhões de pessoas, sem chances de alcançar nessa época outro degrau planejado para suas evoluções. Desses, um número reduzido permanecerá na vida planetária, após a limpeza do orbe. Consideremos sob um olhar honesto e sem sentimentos discriminatórios que as religiões do passado proporcionaram passos necessários às Mônadas jovens, e novos despertares para as mais velhas. Essas últimas, cujas almas recalcitrantes de infinitos ciclos têm se mantido nesse caminho e tendo falhado seguidamente, não alcançaram ainda a libertação da roda reencarnatória na Terra. Entrementes, elas se misturam com almas de Mônadas mais jovens e de muitos modos suas almas ajudam as mais jovens com suas experiências, enquanto elas, as mais velhas, resgatam suas dívidas contraídas com as leis da natureza de que são transgressoras. Não obstante, os passos mais conscientes em direção ao autoconhecimento não conduzem diretamente aos templos religiosos sob todos os tipos de unções, dogmas, credos, liturgias ou sacramentos. Essas vivências, no âmbito religioso, serviram e ainda servem nesses tempos para bilhões de pessoas que delas necessitam, e para esse fim as religiões trabalham seus derradeiros momentos cíclicos em adestramentos evangélicos, em disciplinas, em proteção às investidas dos poderes malignos, no reconhecimento e respeito ao Todo-Poderoso e à sua portentosa obra. Hoje, encarnam-se nas religiões em números simultâneos, almas-diretoras obreiras mais avançadas espiritualmente nessas lides, a fim de, através dos diversos cultos e lições, auxiliar religiosos nas ações cármicas o mais depuradoras, rápidas e conscientizadoras possíveis, apesar das crises e escândalos dessas entidades em momentos realmente conflituosos. Sem entrarmos nos méritos e deméritos dos arautos e seguidores da Nova Era e nas análises das ações nefastas da Nova Ordem Mundial, vamos nos reportar aos egos que tenham cruzado o átrio, resultado de seus estudos, disciplinas e práticas ocultistas ou esotéricas mais comuns, e também por conta de suas visões e experiências sistemáticas dos planos internos. Ressaltemos, no entanto, que do grande leque de praticantes do ocultismo em ordens, fraternidades, associações, escolas de mistérios e do esoterismo geral e virtual, aqueles que fazem de suas vivências nestas áreas os seus sagrados rituais, práticas e estudos, um percentual pequeno pode agora representar a categoria de iniciados realmente incorporada de forças assistenciais de curas e de aprofundados conhecimentos da magia oculta. Pois isso requer alguma bagagem pregressa de significativas obras e um vínculo com certas forças iniciatórias que representam Shamballa no mundo, sob os olhares da Confraria Branca. E nunca é demais lembrar que um percentual ainda mínimo, representado por pouquíssimas vidas obreiras em cada continente é, verdadeiramente, de discípulos da Grande Fraternidade Branca Universal. Esse status é por demais difícil alcançar, requerendo muitas encarnações sacrificiais com reais aprendizados, severas purificações e constantes e frutuosos serviços em favor da humanidade. Portanto, que se descartem as ilusões – muitas vezes colocadas nas mentes dos irmãos de ideais nobres pelos iniciados da via da mão esquerda – de estarem entrando para as cadeiras do Grande Conselho da Fraternidade Branca Universal como membros consagrados, e continuem seus trabalhos com inteira humildade ao comando de orientação maior. Lembremos, também, que a passagem pelo átrio do plano etérico dessa grande onda mundial de almas orientada pela Fraternidade Branca, apesar de serem eventualmente captadas vidências, impressões mentais ou sonhos, envolvendo rituais de consagrações, num outro sentido evidencia decididamente um simbolismo. Nessa mesma perspectiva, sob as normativas das diversas religiões mundiais, há rituais iniciatórios sacerdotais, como também na Umbanda, nos grupamentos Xamânicos e semelhantes, e naqueles de tradições muito antigas de povos atlantes e sumério-atlantes, onde se incluem tribos indígenas remanescentes de subraças e ramos daquelas longínquas culturas, espalhadas por todos os continentes. São rituais de tradições milenares ainda mantidos e observados pelos Mestres da Magia. Grupos espíritas de várias denominações pouco ou nada realizam destas consagrações, e quando acontecem são no plano etérico sob a condução de um Mestre ou iniciado de grau elevado. Haverá outros nesse mesmo diapasão. Os mistérios da alma estão diretamente conectados com o Ego Superior e com o ego inferior em suas dimensões respectivas. As etapas das desconstruções de ambos os egos não acontecem simultaneamente em mesmos níveis, porém próximas no tempo de suas realizações, pois na medida em que o ego inferior passa por uma das etapas de suas transformações e de fato a realiza com sucesso, há a morte de alguns de seus ideais na matéria e a liberação de um quantum da Luz do Espírito para outro nível mais elevado. Essa libertação parcial da Luz do Espírito até então prisioneira das correntes da matéria virá também se adicionar para o início ou prosseguimento da desconstrução de certo modus operandi também do Ego Superior, em função daquilo que o ego inferior vem realizando para sua libertação da Terra. Embora desejemos abordar algumas transformações do ego em seus momentos de morte, não podemos deixar de anotar informações e pistas deixadas sobre as também agonias nele refletidas, do processo acontecido nas alturas do Eu Superior ou Alma, onde nas etapas das iniciações maiores ele vai cada vez mais desconstruindo seus veículos. Essas mortes causam agonias na personalidade, como Jesus bem descrevia. E quando antes dizia que seu momento não havia ainda chegado, referindo-se ao momento de sua crucificação, simbolizava também a crucificação espiritual mais elevada. O que Jesus ensinou aos seus seguidores de modo simbólico e fez ouvir aos desafetos e ateus, permanece a desafiar as mentes religiosas, ocultistas ou esotéricas para que atentem ao verdadeiro significado: “Lembraram-se os seus discípulos do que está escrito: o zelo da tua casa me consumirá. Perguntaram-lhe, pois, os judeus: que sinal nos mostra, para fazeres estas coisas? Jesus lhes respondeu: Destruí este santuário, e em três dias o reconstruirei (...) – João 2:17,19. Evidente que Jesus falava da via interna que todos nós precisamos percorrer – o templo interno conforme religiosos e esotéricos assim entendem. Porém, os três dias são três iniciações em dois significados distintos: um menor e outro maior. O menor diz respeito às duas primeiras iniciações de um seguidor ou discípulo, diferentemente daquelas iniciações menores em ordens e fraternidades da Terra. A primeira dessas iniciações para aqueles que vêm cruzando o primeiro átrio e passam agora a recolher em suas almas nova vivência interior mercê de seus esforços no mundo das atividades físicas, e, principalmente, da realidade espiritual, significa uma expansão de consciência, conforme já mencionamos. O mundo mudou muito da metade do século XX em diante e hoje no século XXI estamos a presenciar coisas aterradoras lado a lado com eventos magníficos. A Terra está passando por uma metamorfose que a vira de cabeça para baixo. No entanto, as almas amadurecidas que perseveram firmes não ficam tontas por essa virada de horizonte e se mantém no caminho do equilíbrio e do bem. Porém, daí em diante todo esse enorme coletivo de almas que vem atravessando esse primeiro átrio continuará a dividir-se em várias linhas de ação na vida objetiva, e em futuras encarnações se polarizará a novas aspirações a fim de alcançar outros resultados mais significativos para suas vidas interiores. Reportemo-nos uma vez mais ao que já dissemos aqui e noutros trabalhos acerca de nossos tempos atuais sem desconsiderar as tradições iniciáticas: “Sabem os esotéricos que sob o longínquo período Lêmure-Atlante o grande enviado Vyasa comandaria a individualização animal – o renascimento do animal evoluído para a condição de animal-homem. Hércules abriria o caminho para o discipulado, demonstrando isso nas alegorias de os Doze Trabalhos que conduzem à primeira iniciação; Krishna mostraria os caminhos para a segunda iniciação, Buda ensinaria o caminho da Iluminação e Cristo abriria as portas para a terceira iniciação. Nesse aspecto, tanto no passado quanto no presente o mestre sempre encontrou o discípulo em qualquer latitude planetária e o discípulo veio conscientemente ao encontro do mestre. Essas iniciações representam sucessivas expansões de consciência por renascimentos simbólicos em direção ao Homem Total, embora com reais sofrimentos, e os iniciados a partir desses momentos galgam posições acima da roda da humanidade comum. Com a vinda de Sanat Kumara de Vênus, os períodos de grandes Eras Astrológicas desde a Fundação da Hierarquia Planetária continuariam a influenciar as etapas previstas para o Grande Plano da Criação em nosso planeta como centralizador de sua cadeia, mas tomariam um novo e revolucionário impulso instado por S.K. e seus budas. Adiantamo-nos consideravelmente e hoje entramos numa era preciosa em relação aos destinos da humanidade, pois a média evolucionária de bilhões de almas começa sobremodo a avançar sob o ângulo de seu desenvolvimento astral, psíquico e principalmente mental-intuicional. A potência das vibrações da era aquariana atrairá as almas que acabam de ultrapassar os umbrais da Era de Peixes e os retardatários da Era de Áries em todas as atividades humanas e do saber que conseguiram despertar e avançar habilitam-se a intentar um impulso maior em suas atividades mentais e de percepção consciente de outra realidade, anelada a uma Nova Era. Esse grande número de almas que ao longo dos anos esteve passando por um estreito portal, contudo não terá ainda noção clara do que representa o processo iniciático, mas simplesmente seguirá inconsciente de ter sido trazido para uma polarização do quarto e quinto planos de nossa escala vibratória planetária e humana, principalmente do quinto que revelará a construção final em coletivos da ponte do pensamento concreto para a percepção intuitiva. O processo já demanda milhões de anos desde suas bases inferiores relativas aos corpos astrais e mentais das raças. Já os aspirantes conscientes dos métodos iniciáticos, embora sem saber como exatamente venha acontecer a iniciação, continuarão obrando sistematicamente junto a humanidade em seus grupos de trabalhos, e através de seus estudos, dedicação e passos reais estarão em permanente contato direto com os núcleos (ou ashrams) comandados por seus mestres ou mantidos em atividades por discípulos graduados. Sobre os ombros desses conscientes trabalhadores repousa a sabedoria das eras em crescentes transmutações para o presente”. Pois bem, chegamos agora ao momento em que observamos a grande crise planetária quando esse nosso globo se prepara para outra de suas iniciações. Aliás, todo o sistema solar purga nesse instante suas dores ao crepúsculo de nova iniciação. O Logos Solar vê aproximar-se o conúbio com seu complemento físico e espiritual na figura de outro Sol de outro sistema solar. Essa aflição do astro maior não é comparável a nenhuma outra de qualquer planeta de nossa cadeia, nem das demais 9 cadeias que fazem parte de seu campo de manifestação, notadamente 7 dessas 10. E não poderia ser diferente. Os próximos tempos futuros testemunharão essa mega efeméride e os astrônomos materialistas ficarão atônitos para entender e explicar o porquê desse processo, tal a profusão de energias e forças que o conúbio provocará para o sistema solar. Isso afetará a outros sistemas solares, pois sabemos que o nosso é parte de um esquema de sete outros sistemas. Isso comprova que o universo mantém uma razão análoga com todas as suas forças e expressões de vidas em qualquer plano ou dimensão. Seria como uma magna sinfonia em que nenhum acorde pode destoar a fim de não provocar a desafinação de um pequeno trecho da ordem melódica. O Sol é a maior e mais poderosa Entidade do sistema solar. Nosso sistema solar é a entidade maior na concepção e ordenamento de leis cósmicas que aqui o Logos materializou e tende sempre a reconstruir. Uma cadeia planetária composta de sete planetas na concepção oculta e esotérica é a entidade maior no seu significado funcional e abrangente. Um planeta é a entidade maior dentre todas as entidades, ou pequenas vidas que habitam a cadeia. E o homem é a entidade coletiva maior dentre todas as entidades criadas e viventes nos reinos da natureza. Remetendo-nos à vida planetária, sabemos que esse astro que nos concede morada, por ser exatamente uma entidade, também evolui física e espiritualmente e sofre as vicissitudes da existência em processo análogo tanto acima como abaixo onde operam as vidas de reinos. Desse modo, ao navegarmos com o sistema solar e com a via láctea em viagem temporal pelos ciclos sem fim e nem começo do universo, atravessamos as malhas do espaço-tempo e as abstrações do não tempo como uma nave arremetida, cuja tripulação e passageiros anseiam por novas situações e novos conhecimentos. Esses conhecimentos, entretanto, vêm de fora e de dentro, e são duais como todas as coisas viventes nos círculos sistemáticos das dimensões ainda imaturas, sendo campos vulneráveis às incursões de elementos simultaneamente estranhos à sua projetada história ainda não cumprida, mas dela fazendo parte indissociada. Um ego que avança para o seu momento de esplendor é um micro universo em evolução, um modelo planetário diminuto a quem foi concedida a verdadeira herança. Um ego que despreza a perspectiva desse momento é exatamente como aquele outro em sua total concepção, porém, ante as leis da evolução se torna um corpo estranho dentro do corpo de seu preceptor. Assim como o planeta, o sistema solar e o Logos Criador, portadores de suas cruzes que os envolvem construídas pela natureza cósmica em seus espaços de movimentos e progressões, os egos que avançam sob as cruzes de suas vidas físicas, emocionais e mentais se veem entre vivas e presentes oposições, gemendo ante o peso de demolições e cruciantes dores que vergastam. PARTE III O PRIMEIRO DESPERTAR LEVA A OUTRAS BUSCAS A grande massa humana que simbolicamente cruza o primeiro portal de iniciação, não estando consciente desse seu estado ou condição espiritual alcançada, não sabe do processo interior pelo qual passa o ego. Mesmo céticos e materialistas, cujos aprendizados e formações profissionais seguem unicamente as metodologias curriculares das instituições oficiais e as praticidades tecnológicas, estão a disciplinar ou dirigir o ser pensante a fim de construir seus caminhos de concentração. Nestes aspectos, há também métodos da psicologia a ensinar exercícios que auxiliam trazer a atenção para pontos de concentração, a fim de ajudar a conter as tempestuosas ondas do ser instintivo mentalemocional. Mas os exercícios não são novidades para iniciados no ocultismo e a bem da verdade foram copiados da sabedoria antiga, sendo aplicados com outra técnica sem o mesmo conhecimento conceitual e efetividade dos investigadores de outrora. Aqueles que trazem tendências às coisas místicas ou esotéricas, mas que não desejam se aprofundar no conhecimento, buscam somente pelos benéficos resultados de dedicados grupos espiritualistas e de academias particulares, onde praticam os exercícios físicos, mentais ou espirituais a seus níveis e capacidades. Nesses ambientes são também dados cursos rápidos da medicina alternativa e ensinadas suas respectivas aplicações. A maior parte dessa medicina é proveniente, principalmente, da ciência milenar do Oriente. Há muitos benefícios nesses aprendizados, porém comprova-se que em meio a esses existem os que perigosamente prejudicam os interessados pela falta de conhecimento como também existem os farsantes, não menos perigosos e não menos prejudiciais, que enganam a clientela com suas preconcebidas intenções unicamente mercenárias. Felizmente, esses lamentáveis casos não anulam os esforços honestos dos bons e dedicados profissionais. A busca cada vez mais frequente dos povos no mundo inteiro por essas soluções terapêuticas – físicas e espirituais – revela a inaptidão de uma ciência tradicional em entender as reais necessidades do ego humano por outro sistema de práticas, outra ciência mais abrangente e efetiva, bem menos materialista e em níveis mais elevados. E essa incompetência aponta também diretamente aos doutos de vocabulários empolados nos segmentos da psicologia teórica e improdutiva que dão voltas e mais voltas em suas vaidosas premissas não conduzindo para os caminhos da alma. Assim, tergiversam ao incisivo de uma ciência esotérica espiritual imensamente maior que há milênios vem acenando para a libertação humana em todos os sentidos, sendo idealmente mais profunda e mais vibrante do que a ciência desse nosso mundo científico material. Aos sistemáticos da fisicalidade psicológica e suas ramificações, cabe também o alerta de Jesus: “Ai de vós, pois vós não entrais, nem deixais entrar os que estão entrando”. Mateus 23.13. Essa contramão sabem esotéricos e ocultistas da linha branca não ter começo e nem aninhar-se somente nas obstruções mentais do homem moderno. Na verdade, são ainda as persistentes sombras que buscaram sempre emperrar a evolução da alma humana desde há milhões de anos, quando para aqui viemos com o propósito divino de aprender e avançar no conhecimento da ciência do Criador. Para a desgraça da raça humana, a via negativa foi a que mais cativou e ainda cativa, por isso enorme massa humana vive na ignorância e vícios, e os sábios da ciência física não sabem para onde nos levarão as descobertas das potencialidades da matéria. Esperamos e oramos sempre para que não conduzam mais ainda aos negros abismos da destruição, e a ciência do bem vença a ciência do mal. O EGO HUMANO É SEMPRE AMBICIOSO No rápido interregno ocorrido entre o fim de um grande ciclo astrológico e o início de outro, e quando a colheita já quase termina, ainda podemos fazer uma só separação entre as diversas tendências dos egos, constituindo duas classes. Essa separação de modo algum é discriminatória, mas revela, como almas experienciais, o que cada um sintoniza e ao que se polariza com seus valores íntimos. O ego é o eupersonalidade normalmente imerso e envolto na matéria e que palpita em direção as coisas que o rodeiam. É o ser inferior que, sobretudo, ambiciona conquistas e realizações. Primeiramente, as próprias necessidades familiares o levam desde logo a buscar sempre provisões a trazer segurança. Com esse objetivo, e para muitos outros no desenrolar de sua vida, ele vai seguindo. Necessita acumular conhecimentos, experimentar-se, adquirir confiança; precisa avançar nas atividades, realizar-se no que ambiciona segundo sua competência, ou o melhor possível adaptar-se no que se ache circunscrito. Normalmente, o ego nunca está satisfeito, deseja sempre mais e mais, embora nem sempre alcance a realização de seus desejos, e isto não mudou desde os primórdios da história universal. Há diversidades imensas nas vontades de egos, mas a tônica maior é a das ambições às conquistas que determinem possuir, e se possível manter para sempre. Não importa qual seja a sua sensibilidade, o talento inato ou desenvolvido ao longo da vida. Esteja o ego no mundo esportivo, artístico, literário, científico, político – em qualquer outro cenário; seja ele um ego refinado, aplicado ou não a uma atividade profissional de carreira, mesmo incorporado com a independência dos gênios – ainda assim será o ego rondando como um lobo buscador, desejando sempre alcançar com sua elasticidade. O eu-mente e o eu-emoção estão juntos e associados, são o epicentro dessas convulsões egocêntricas, as principais partes que sediam a torrente de instintivos desejos e ambições que este ser externa ao mundo. Ele quer a conquista que lhe reserva o sabor, o sexo, o prazer, o orgulho estrondoso ou mal contido, arde-lhe a vaidade do reconhecimento por sua arte ou capacidade, e claro, quer os ganhos que possa acumular para que nunca lhe falte, aspirando saborear suas vitórias ao meio-dia ou à meia-noite. Esse ego é maciçamente o mais comum dentre nós, pobres e iludidos mortais nascidos em qualquer nível social, desde a mais rudimentar classe até a mais incrementada e sofisticada elite. Onde haja famílias, grupos, etnias, raças ou nações inteiras, será o ego que virá respirar das convenções ou da liberdade, da modernidade ou da tradição, dos contrários ou dos harmônicos, da família ou da solidão, do silencio ou da ruidosidade, do ateísmo ou da religiosidade. Tantas outras vias e modos o levam a ser e a viver esse ser – seja essa vivência simples, ou ornada de gloríolas ou coroada de esplêndidos louros deste mundo terreno. Um crescente e assustador percentual de egos nesses tempos perdeu-se no controle mínimo de seus desejos e fanatismos, deixando-se dominar perigosamente, vindo facilmente cometer toda a sorte de crimes para satisfazer-se da ambição que nunca termina. Retrocedem aos níveis inconsequentes e até brutais da mais atrasada classe “não-ego”. Vemos isso diariamente em jornais, revistas e TVs. A outra classe de egos é mais disciplinada nos seus objetivos de conquistas em seu mundo particular. E, principalmente, realça-lhe um fator maior ou menor, porém acima do comum e corriqueiro; um fatorqualidade diferente e inexplicável, impossível mensurar por qualquer método conhecido, que veio emergir numa fase de sua vida a causar ao ego um despertar diferente. Não se trata necessariamente de religião, embora possa a religião fazer parte de seus anseios, nem se trata diretamente de misticismos, magias ou qualquer outra adição no gênero, ou de um internamento espiritual vivido pelo ego, mas sim.... da CONSCIÊNCIA. Possa ser esse ego agnóstico, voltado para as suas ocupações exclusivamente domésticas ou profissionais, ou a ambas simultaneamente – seja dedicado a quaisquer outras atividades honestas desempenhadas nesse oceano de unidades físicas chamadas vidas humanas. O despertar em níveis menores ou maiores, inconscientes, semiconscientes ou conscientes, puxará esse ego para um padrão de aspirações e necessidades acima e diferente dos egos comuns do mundo terreno, com os quais é ainda parte. Mas se for ego religioso, não condicionado aos enganos dessa vivência espiritual, ou sendo místico jamais arrebatado por visões quixotescas ou animicamente exaltadas, ou sendo esotérico esclarecido e comedido, será melhor para ele, pois terá aprendido a não se deixar drenar de suas melhores energias. Porém, não sendo nada disso, e como sabem os egos de outras formações espirituais, precisará aprender a ouvir de suas fontes superiores as quais lhe são desconhecidas. Esse será seu constante desafio e diária luta, pois mergulhado até o pescoço num mundo de matéria X espírito, objetivo X subjetivo, e sem o auxílio de um intelecto esotericamente preparado, esse despertar lhe custará maiores esforços que jamais imaginou despender, exigindo-lhe mais exercícios de virtudes e disciplinas pessoais com eles não acostumados e ainda severos cuidados com suas energias físicas, emocionais e mentais. Não seguindo pelo menos cinquenta por cento dessas atitudes, exercícios e cuidados que lhe virão à mente de modo intuitivo, estará sempre face a doenças e sujeito a muitas e diversas depressões. Um despertar maior é um re-despertar, pois vem novamente revelar uma vida tipificada com êxitos, de quem colhe os frutos de um árduo trabalho longo, persistente e silencioso nas suas entradas terrenas de tantas encarnações passadas. Sendo de um ego debutante, o despertar será menor, mas virá invariavelmente revelar mais um dentre bilhões na Terra que finalmente alcança essa primeira condição, mediante o centralizar de sua mente e vontade em direção aos seus objetivos justos e corretos. Outros egos podem vir despertos e balizados por diferentes indicadores desse mesmo curso ascensional. Na natureza todas as coisas têm um começo, um meio e um fim, embora as leis regentes preservem, justamente, a existência cíclica sem um fim e sem um começo, como é dito pela Lei de Lavoisier ao tratar da natura naturata: "Na Natureza nada se cria e nada se perde, tudo se transforma". Os puristas filosóficos explicam as diferenças entre o mundo do Criador, natura naturans, e o mundo criado, natura naturata. Porém, Spinoza dá formas definitivas na discussão sobre Criador e coisa criada ao tratar da substância. Assim, a ideia de um mundo de causas e efeitos cíclicos permanece indelével na coisa criada por Deus, independente das esgrimagens filosóficas. Desta maneira, o começo, o meio e o fim de um processo rotativo da criação – gigantesco e multifacetado – se repetem incessantemente em nossas vidas prisioneiras, sem sabermos, exatamente, quando tudo começou, em que exato ponto nos encontramos em relação ao universo, e quando será o derradeiro fim de todos os acontecimentos sobre essa curvatura no tempo. Nesse prisma, a ideia de alma imortal, como certas correntes religiosas ou mesmo esotéricas comentam e ensinam, pode ser verdadeira enquanto a alma existir no espaço-tempo. Entretanto, como toda a natureza é cíclica no mundo das causas relativas, e nessas causas relativas estamos aprisionados há milhões de anos, devemos nos mover e delas sair, sem esperarmos nunca que um salvador como Krishna, Buda ou Jesus, unicamente por nossas devoções às suas presenças missionárias na Terra, venham tirar-nos daquilo que a nós pertence ou de que estejamos devedores. Nessa consecução, o carma criado pelas leis naturais da evolução que em nós atuam e o carma devedor gerado por nossos pensamentos e atos contrários à lei da evolução, acham-se em posições antagônicas. E em meio a esses campos de forças que se entrelaçam, onde nos encontramos ora num ora noutro, vem anunciar-se a salvadora presença que devemos encarecidamente tomá-la em blocos de ações para chegarmos ao que é chamado “A Desconstrução do Ego”. O que decorre nesse momento planetário está ligado ao que podemos concluir de “uma revolução cósmica cíclica” em nossa galáxia que vem produzindo consequências diretas em todos os bilhões, trilhões, quatrilhões ou mais ainda de sistemas solares nela contidos. Mas de onde começa essa revolução? Certamente de um movimento rotacional de um Mega Universo onde todos os demais universos, galáxias e sistema solares estão também contidos, ligados e subordinados num processo único sem fim. Esses universos são todos quânticos, são dimensionais de outras variantes e números, e alguns têm os nomes de seus quadrantes conhecidos através de revelações por Seres Galácticos aos esotéricos Nova Era. Os universos e suas galáxias não são todos iguais, mas diferenciados por “personalidades” próprias que caracterizam as gerações de vidas de seus sistemas solares. Por outro lado, seria muita presunção admitir-se que a criação do cosmos fosse avaliada e explicada segundo a descoberta científica do bóson de higgs com o pressuposto de que essa tal “partícula de Deus” seja a única fonte da criação, e nossos sábios físicos ao estudarem afanosamente essa partícula, através de seus atuais e gigantescos instrumentos tecnológicos, pudessem com suas premissas oníricas antecipar com precisão as dimensões físicas e quânticas de outros universos e os seus tempos de vida, ou entender e classificar as leis cósmicas que os regem. Então, voltemos ao nosso mundo onde a natureza criada subordina-se aos conjuntos de leis cíclicas temporais, e, no entanto, nesse ciclo cósmico e planetário nos é oferecida a oportunidade – através de nossas vontades inflamadas de desconstruir as formas obstrutoras e viciadas do ego – de escaparmos parcial ou completamente da inflexibilidade operativa dessas leis naturais de captura e preservação das vidas, mantidas pelos elos do nascer-crescer-viver(o auge)-decair-morrer. Que devemos deixar morrer o ego não há dúvida. Devemos decretar-lhe não a morte por aniquilação, assassinato frio e calculista, sufocação ou leva-lo ao suicídio se assim fosse concebível. O ego é mortal por criação. Ele morre, mas renasce sempre sob outras condições temporais. Porém, em essência, é o mesmo ego que reagrupa suas principais tendências e ambições. O ego terreno cumpre na Terra, nos elementos e forças naturais, aquilo que a Mônada não pode cumprir para ela aqui diretamente. A ambição da Mônada a fez conceber a proto-ideia do ego e as Hierarquias Solares o projetaram tecnicamente desde os primórdios da criação, antes que o sistema solar fosse concluído. Todas as construções da natureza se deram por absoluta necessidade da lei da evolução. Uma indescritível força num determinado e inadiável instante move o íntimo de todas as vidas, venham elas ser microscópicas e invisíveis a olho nu, ou imensas e grandiosas como um Logos. Deste incontido e incriado “Fiat” decorre o nascedouro de um sol, de um sistema solar, de uma galáxia ou universo em várias dimensões simultâneas. A mesma Lei Maior da explosão e movimento universal da Vida em formas diversas de energia e força, da qual resultam as ações mecânicas de outras leis principais e de leis subsidiárias, é a mesma lei da “implosão” ou empuxo inverso que obriga as leis principais e as leis subsidiárias a ciclicamente trazerem de volta até um ponto calculado o mesmo “quantum” da Vida Original que se manifestara em pluralidades menores. As vidas manifestadas nunca voltam exatamente como antes porque estarão acrescidas de novas condições. E essas condições, tendo mais ainda potencializado as vidas, as levam, antes delas se terem tornado de novo uma só Vida – ou, alternativamente, sendo o caso de um “quanta” da Vida – a desconstruírem os seus sistemas menores e os sistemas maiores, construídos em modelos diversos unicamente para suas sobrevivências e acréscimos, enquanto aconteciam as suas manifestações de consciência. Esse é o mesmo princípio da construção e desconstrução do ego. Não há como definir exatamente o que seja uma Mônada por duas razões principais, primeira: por sermos nós criaturas e almas criadas, não conseguirmos definir o criador. O menor não pode definir o maior. E, também, mesmo que nos esforçássemos com toda a genialidade que o intelecto pudesse assumir e transportar ou a visão superior conseguisse alcançar, nos faltariam vocábulos em qualquer idioma terreno para expressar o não sensório no perfeitamente compreensível. Então fiquemos com o propósito e a intenção. Algumas das definições ou ideias clássicas de Mônadas nos dizem: - As Mônadas são unidades de consciência ou centelhas divinas. Suas criações antecedem à própria criação do sistema solar. Elas são provenientes do seio do Logos. Antes mesmo da ação criadora do Terceiro Logos as Mônadas já se posicionavam no plano Anupadaka e aguardavam a construção dos cinco planos inferiores; Atma, Buddhi, Manas, Astral e Físico (Etérico-Denso). - As Mônadas, centelhas divinas, provém do Primeiro Logos. Elas são conscientes e oniscientes como o próprio Pai de tudo o que seja a Vida na mais alta expressão a partir de seu próprio plano de existência – Anupadaka – de onde não podem descer e são poderosas nas ações de cada um de seus próprios e respectivos Raios. - As Mônadas formam por suas inatas condições uma Hierarquia Criadora e contribuíram para a construção do sistema solar ao início de sua manifestação. - As Mônadas saídas do seio do Logos são consideradas o próprio Logos, portanto ao dizer-se que uma Mônada é o Pai nos céus, essa elocução esotérica abrange Mônada e Logos como uma só entidade. O que desejamos repassar é a idéia de que todo o modelo da construção do ego, nessa segunda encarnação de nosso sistema solar, podendo até somar esse ato de Criação pelos cálculos terrenos, em bilhões de anos, seja uma estrutura simbólica, uma expressão idealizada pelo Pai Criador, uma imagem material de Si mesmo, como uma projeção aos mais obscuros abismos que Ele haja criado. Digamos assim: nós vidas humanas, personalidades que suportamos pressões de energias superiores e inferiores em seus arcos de descida e subida, construímos um mundo de sonhos divinos, por nossa imaginação mais elevada, porém também construímos um submundo fantasmagórico por nossas mentes inferiores – inconscientes ou subconscientes – e esse submundo se torna também uma realidade dentro de nossas concepções anímicas. Criamos ali toda a sorte de monstros, seres horrendos e demônios desde tempos imemoriais e os sufocamos dentro desses mundos interiores de nosso ser. Isso é uma realidade de nosso ego, embora anímica. Uma vez sabedores da existência desse submundo que nos aterroriza em sonhos, visões, pensamentos e reflexões do medo pretendemos nos libertar dele. Mas para tanto, teremos então de descer àquelas profundezas abissais por processos esotéricos, e o que então fazemos? Revestimos nossa vontade e pensamento com uma expressão ou imagem humana que escolhamos, que de todas as formas será uma imagem de nós próprios, e com este símbolo criado temporariamente, mergulharemos naquele mundo inferior construído por nós mesmos. Por conseguinte, caminharemos para as profundezas de nós próprios nessa incursão consciente e ao mesmo tempo com a consciência diretora desperta no comando daquela experiência. Como diz o salmo 23.4: “Ainda que eu ande pelo vale da sombra da morte, não temerei mal nenhum, porque tu estás comigo: a tua vara e o teu cajado me consolam.” Esse salmo, num plano simboliza as incursões aos mundos inferiores onde se busca desarticular as sombras nefastas criadas pela psique desregrada, e noutro plano simboliza uma ação nesse mesmo mundo inferior em nós, no sentido de libertar a energia do kundalini daquele vale da sombra da morte alquímica no íntimo do próprio ser. A vara e o cajado são simbolismos da coluna espinhal por onde subirá a energia do kundalini. Essa é uma citação atípica, mas podendo acontecer de muitos e diferentes modos com equivalentes resultados para as almas desejosas de se libertar conscientemente dos cativeiros de suas próprias criações, utilizando de seu conhecimento oculto e se lançando às lutas por suas próprias e destemidas ações. Há métodos, no entanto, bastante seguros sob a orientação de mestres e mentores da ciência esotérica de que teremos um dia necessidade de empregar para a dissolução das sombras que nos aterrorizam. Com as Mônadas e o Logos o processo toma conotações evidentemente de outra magnitude, mas não pelo fato de o Logos ter criado seu mundo infernal como assim conjeturado para uma unidade humana, ou seja, nós egos. Vejamos como conseguir usar dessa analogia. O LOGOS TAMBÉM CRIOU MUNDOS INFERIORES O Logos é um Ser de estupenda luz, energia e força. É o Deus Criador por cujas obras pensamos conhece-lo objetivamente. Mas é impossível nesse momento aquilatarmos com nossas consciências polarizadas em estados de ego inferior qual seja o real, o verdadeiro e o insofismável propósito da criação em todas as suas menores e maiores escalas. Na verdade, neste mundo de personalidades em que vivemos quase nada sabemos das nossas origens, senão por informações sumarizadas, por escritas em códigos de traduções nem sempre fiéis, por simbolismos múltiplos e complicados ou por extraordinárias revelações de grandes seres que aprenderam do legado de uma Hierarquia que nos precedeu em milhões de anos. O legado, durante incalculável tempo, ficou guardado a salvo em locais indevassáveis do plano etérico, até que pudesse aos poucos ser trazido para a Terra. Ainda lá, está guardada a história de um inteiro percurso das raças terrenas – do já realizado e daquilo que a humanidade deverá ainda realizar até o final dessa quarta ronda. Esse é o mais confiável recurso que temos para sabermos nossa história verdadeira até aqui. Muitos pesquisadores espirituais desenvolvem em seus leques de variantes e graus de sensibilidade, a vidência com auxílio de exercícios do ocultismo ou do mediunismo, e assim conseguem penetrar por mecanismos psíquicos naquelas áreas etéricas onde encontram tais memórias. São os registros akásicos. Essas leituras são feitas em vários níveis e vão depender da capacidade psíquica do leitor para contê-las. As informações dos acontecimentos ali gravados registram em diversas profundidades não somente a história de nossas raças e do planeta como também do cosmos, porém muitas vezes a percepção e a qualidade das leituras não são confiáveis. Isso pode acontecer com relativa frequência porque nesses casos o psiquismo inferior do ego, através dos seus corpos etérico e mental não consegue tomar para si senão imagens nubladas e distorcidas, e ao externa-las revela visões inteiramente falsas. Outros se respaldam no processo intuitivo, porém também existem interferências e distorções. A intuição perfeita, sabemos, não é atributo do ego, mas paira sobre ele. Há um risco de interferência nesse processo no qual os intuitivos podem facilmente incorrer se o ser instintivo do ego sediado no mental inferior, não estiver obediente aos comandos do Eu Superior. Além do mais, pode o ego também arrogar-se de vidências maiores quando somente chega às enganadoras imagens de um nebuloso astral achando que chegou a um cerne etérico verdadeiro. E nos perguntamos: por que a Mente Universal – o Terceiro Logos – teria construído esse mundo material onde estamos aprisionados sem que até hoje o conheçamos numa satisfatória verdade? Respostas não faltam de estudiosos do ocultismo e de cientistas, mas não nos satisfazem inteiramente e, com certeza, nem a eles mesmos. Se aceitarmos, como é crível aceitar, a afirmação bíblica de que fomos criados à imagem do Criador, atentaremos ao fato de que o Logos é a mega imagem de outra Vida fantástica conhecida por Logos Cósmico, onde se alojam e de onde partem todos os demais Logos que criam seus sistemas solares. E para mais uma criação de mundos ou sistema solar, nosso Logos se concentrou, meditou e imaginou segundo aquela necessidade maior da existência, e ao produzir suas ferramentas com a imaginação, desdobrouse em forças, energias, qualidades e em unidades de consciência, e assim num esforço supremo como Pai e Mãe do mundo terminou de gestar e concebeu. O mundo criado pelo Logos Pai-Mãe não se resume unicamente ao mundo material conforme sabemos, mas que assim amam afirmar os cientistas, os matemáticos e físicos com bússolas espirituais inativas. A vida de um Logos Solar é imanente e transcendente, infinitamente mais ampla e monumental do que suspeitamos, e do que suspeitam hoje os físicos quânticos despertos. Não importa se nossas manifestações obtiveram num determinado ciclo de nossas descidas neste sistema solar, o auxílio das Hierarquias Criadoras como os Elohim, mesmo que numa ultérrima condição livre e liberta sejamos essências, chamas, unidades de consciência, vidas monádicas, algo de uma herança também monumental da Sua Vontade e Inteligência. Hoje temos a considerar que estamos almas dotadas de faculdades que nos tornam vidas psíquicas menores. Assim, nessa condição pequena em que estamos mergulhados, impossível fazermos uma leitura pelo menos aproximada da genética do Logos, a não ser pela via da abstração meditativa. E através dessa abstração meditativa somente seres que alcançaram a estatura de um Cristo, um Budha, um Senhor do Mundo podem com maiores valores se elevar e acercar-se desse enigma da criação. Contentemo-nos então com nossas flexões mentais e intuicionais estribados numa parcela do conhecimento oculto do que é ensinado pelos nossos Mestres, sabendo que todas as coisas na criação são análogas em seus sistemas montados. Assim, podemos inferir e deduzir, pelo que foi dito antes, que em sendo o Logos Solar criado à imagem e semelhança do Logos Cósmico somos nós também criados à imagem e semelhança do Logos Solar, de suas indissociadas vidas – as Mônadas. E isso para nós vem soar como verdade inalienável. Ao nos referirmos ao psiquismo e animismo é bem verdade que se trata da mesma substância cósmica exarada do Logos em todo o sistema solar como Anima Mundi. No nosso mundo de vidas humanas a substância é modelada por pensamentos e desejos segundo nossas tendências emocionais e mentais. Se bem considerarmos, até animais têm vidas psíquicas diferenciadas, e em maiores proporções os mansos e domesticáveis. Nessa categoria de animais domesticados é mais fácil observarmos neles algo como sonhos enquanto dormem e a maneira como eles amam, buscam carinhos, amizades, sentem ciúmes, procuram realizar atos que agradem aos seus mestres – nós os seres humanos – ou simplesmente nos odeiam. Esses e tantos outros atos notáveis de animais não podem ser atribuídos unicamente ao fator natural de suas proximidades com os seres humanos e por conta de adestramentos de seus instintos, porém podemos entender que seja por uma condição psíquica expandida em seus níveis de reino, que mais tarde, ao individualizarem, se ampliará através dos consequentes egos. A substância psíquica do Logos seria incompreensível, comparativamente às nossas concepções de vida, mente e emoções. Poderíamos chamar a isso de muitos outros nomes, mas seriam somente palavras. Então, ficamos mesmo com o significado humano de “substância psíquica do Logos” que melhor nos traz uma ideia de imaginação, de energia mental, de desejos e necessidades de novas e evolucionárias experienciações para uma macro e espantosa Vida. E levantamos a questão: se as Mônadas sendo veículos psíquicos de Seu próprio Ser, detêm a possibilidade inata para criar condições de o Logos conseguir mergulhar nos mundos inferiores por Ele próprio criados, nós egos, sendo veículos das Mônadas, não usaríamos dos mesmos princípios, criando do mesmo modo veículos psíquicos, para penetrarmos ainda mais nos submundos inferiores de nossas criações mentais-emocionais? Evidentemente sim e é o que fazemos. Mas disso extraímos outra conclusão de que as nossas criações psíquicas negativas mais profundas como egos que somos também se encontram ligadas a mundos inferiores, dos quais elas precisam com certa urgência serem dissolvidas nesses tempos de “viração cíclica”. A crença religiosa em Deus não ajudou a que viéssemos entender que o Supremo Ser, com tantas glórias de luzes e bem aventuranças, tivesse criado mundos inferiores como residências de forças infernais. Mas os criou. Os mundos manifestados partiram, como tudo que foi criado, de mais um rebatimento da matriz negra: o éter imantado Nele próprio. Mas as trevas não se dissipam no nada. Na natureza nada se dissipa no nada, nem mesmo a mais tênue névoa. As trevas tomaram então formas de energias sutís, se constituindo na contraparte da luz, e nesse rebatimento espetacular, foram sedimentar-se nos confins inferiores dos mundos criados formando mundos infernais. E muito embora nos mundos de luzes não haja trevas, as suas contrapartes inferiores mencionadas estão a eles ligadas tornando-se suas indissociadas âncoras, e são trevas. Diríamos que os mundos inferiores – não os abissais ainda mais abaixo, produto de um terceiro rebatimento – ao começarem no mental concreto foram de início trevas sobre trevas em que as Mônadas viriam trabalhar duramente em sistemas de corpos, a fim de abrir raios de luzes, túneis, portais, céus. A matéria mais refinada dos planos da personalidade somada à matéria concreta do mundo denso se constituiriam ambas num divisor comum entre as águas etéricas. E na medida em que os ciclos temporais se vão sucedendo a ação libertadora amplia-se em todos os planetas onde o Espírito de Deus circula e cujas vidas ali manifestadas se desenvolvem dentro de posições dualistas, e o Espírito de Deus começa a aclarar sua própria criação, se preparando para elevar-se mais nessa segunda manifestação como sistema solar. Para corroborar com essas asserções, chamamos o testemunho da Sephiroth ou Árvore da Vida, cujas ramificações abarcam a ideia da concepção dos mundos superiores, dos mundos do meio e dos mundos inferiores, configurando três rebatimentos. E os princípios da criação mostrados na Árvore da Vida se transferem às nossas vidas, às nossas morfologias, a nós seres humanos criados à imagem das Mônadas. É sempre aproveitável lembrar que os mundos do terceiro rebatimento constituídos de dimensões por onde transita a personalidade, possui também um corpo sólido denso – a matéria física – produto do rebatimento dos mundos do meio sendo também um corpo físico dos mundos sombrios invertidos infra terrenais: os abissais. A matéria é globalmente negativa. Rebatimentos de Mundos Com a Manifestação do Logos 1. Primeiro: Kether-Binah-Chokmah = Atziluth. Mundos: Véu-AdiAnupadaka. Esse mundo também chamado de arquétipo pode ser considerado o primeiro rebatimento provindo da matriz forjada pelo Logos no Éter (Aeter – Mulaprakriti ou simplesmente Prakriti dos orientais). Mundo das polaridades cósmicas estáveis. 2. Segundo: Geburah-Chesed-Tiphereth = Briah: Atma-Buddhi-Manas Superior (Corpo Causal). Esse mundo é produto do segundo rebatimento, ou seja, do rebatimento do mundo o Atziluth. Mundo da polaridade (+) positiva 3. Terceiro: Hod-Netzach-Yesod = Yetzirah: Mental Concreto-AstralEtérico. Esse mundo resulta do terceiro rebatimento vindo de Briah. Mundo da polaridade negativa (-) 4. Assiah: Malkuth = Físico Denso. Mundo resultante ainda do terceiro rebatimento. Mundo de polaridade negativa (-) O que representa um quarto mundo abissal da consciência vem de Malkuth como vivência, pois Assiah decorre de um só elemento do terceiro mundo, não sendo propriamente um rebatimento ou posição invertida de uma matriz imediatamente acima, como estamos expondo para os anteriores mundos. Isso porque a matriz da matéria físico-densa é etérica, portanto, são concentrações dos éteres planetários que preenchem as matrizes formadoras da matéria sólida que conhecemos em Assiah. Porém, esse mundo muito embora tenha dimensão física, pois os abismos infrafísicos planetários que abrigam seres densos infraterrestres e seres psíquicos densificados não significam pertencer a um mundo completamente destacado das características do terceiro mundo Yetzirah. Fica, assim, ainda adstrito ao mundo Yetzirah pelo éter e ao mesmo tempo é Malkuth da vida planetária superior e inferior pelos elementos psíquicos criados pela mente através de suas camadas subconscientes, inconscientes e infraconscientes. Na verdade, para se atingir espiritualmente essas infra regiões não se faz por mergulhos em cavernas profundas da crosta, porém mergulha-se nas subdimensões dos planos classificados como mental concreto e astral. Entretanto, os seres que vivem nas cavernas intra-físicas planetárias, são ao mesmo tempo uns físico-denso materializados e outros físico-etéricos praticamente materializados. Por tudo aqui narrado confirmam-se os mais conhecidos axiomas do ocultismo: “como é em cima é embaixo” e “Demon est Deus inversus”. E se a criação do universo não teve um começo e não terá um fim, como diz o axioma genérico ocultista sobre o giro eterno da roda da vida, então se reconfirma a ideia de que um Logos cria também céus e infernos na sua reencarnação – o que para nossa dimensão humana o inferno é uma realidade palpável, assustadora e dolorosa. PARTE IV A DESCONTINUIDADE DO ANTIGO EGO A noção de ego, de eu-personalidade, e de Eu Superior sofre muitas vezes conotações separatistas como se essas estruturas fossem independentes a vivenciar experiências isoladas em seus próprios mundos sem a menor conexão entre si e sem proveitos para a totalidade do ser encarnado. A citação de que somos vidas multidimensionais, vivenciando várias experiências simultâneas em planos e mundos diversos, se não bem entendida leva a inverter o verdadeiro sentido da unicidade de uma manifestação. Parafraseando São Francisco de Assis com “morrendo cada dia um pouco” lembramos que esse é o lema dos cristãos, dos esotéricos, dos espiritualistas. São Francisco de Assis foi um cristão independente da religiosidade da Igreja, que de alma iniciada em Ordens no passado, galgou os degraus da Grande Fraternidade Branca Universal e hoje, com a vestidura de Mestre Kuthumi, encarna o Cristo nesse início de Era de Aquário. Quando chegamos a construir um ego houvéramos de fortalecer todas as suas estruturas. O processo físico na Terra, nesta quarta ronda, iniciou na Lemúria a individualização do reino animal com a vinda dos produtos animais e humanos da Lua. Esse longo ciclo daquele continente desaparecido, que passou por algumas fases, veio desenvolver e sedimentar os corpos físicos do homem lemuriano a par de as Hierarquias os ensinarem como organizar suas vidas em famílias, comunidades e civilizações. Mais tarde, a ênfase seria dada ao período atlante onde o aspecto emocional foi a tônica. Nesse ciclo, o homem atlante, por seu envolvimento com a magia negra, adquiriu um carma muito profundo que nos dias de hoje ainda purga em grande escala através de doenças. Não obstante, sensibilizou seu corpo astral a um ponto que lhe permitiu viver voltado tanto para o plano astral quanto para o plano físico, mas depois foi perdendo aos poucos a consciência de estar no astral. Muitos chegaram à polarização do intelecto e logo obstruíram a consciência astral. Com a vinda da raça ariana, essa consciência de plano astral ficou mais ainda distante e apagada para a maior parte da humanidade, permanecendo, ativa e exponencial nos povos primitivos como é ainda nesse nosso milênio. O papel principal da raça ariana é o desenvolvimento do mental concreto, do intelecto, e é o que vem acontecendo. Porém, dá-se, também, o desenvolvimento da semente do mental abstrato e a abertura do Intuicional, num percentual cada vez mais frequente. O desenvolvimento intelectual da humanidade tem sido o grande problema que o mundo enfrenta. O fato se acentua por atravessarmos esse ciclo racial da mente objetiva coincidentemente com a idade do ferro de que falam os orientais, conjuntamente à entrada da Era de Aquário e com uma mudança cósmica sem precedentes em nossa galáxia e no Universo. Vivemos agora, nesse período ariano, numa faca de dois gumes em que as ações da ciência concreta avançam mais profundamente para descobertas de maiores potencialidades da energia-matéria, levando em sua pesada aura bilhões de mentes polarizadas na tecnologia. Ao mesmo tempo, energias cada vez mais poderosas se lançam ao planeta desde dimensões mais elevadas afetando a Terra em todos os seus elementos. Essas energias fazem varreduras daquilo que se encontra inútil e cristalizado; desmontam campos vibratórios nefastos na aura planetária em todos os planos, ou reativam outros para suas maiores potencialidades. Isto, sem dúvida, provoca perturbações físicas e espirituais no orbe, conturbando mais ainda o Espírito Planetário e as almas aqui viventes. Entretanto, nem toda a humanidade se vê uniformemente ligada com os intensos circuitos da matéria; uma parte dela, inversamente, busca novos conceitos de vida porquanto essa vivência material e decadência dos valores ciosos, de forma alguma satisfazem. São exatamente almas mais sensíveis e experimentadas em tantas vidas, em tantos ciclos de existências terrenas neste planeta ou fora dele, que agora, conscientes ou inconscientemente começam a despertar deste sono hipnotizador terreno, sentindo a necessidade de escapar das angústias, dores e sofrimentos causados por esse modelo de vida humana, cujos objetivos são confusamente horizontais. Essa massa que lentamente incorpora esta ideia veio somar-se a outro contingente de almas que antes já havia iniciado a mesma escalada e vinha se preparando para cruzar o átrio da primeira iniciação em âmbito planetário. Para tanto, conforme já dissemos, não importa onde se encontrem, ou naquilo que creem ou ao que se devotem espiritualmente e que respeitosamente escolheram por ideais renovadores, ou estejam ao desempenho de múltiplas atividades materiais com propósitos limpos. Importa sim, a vida íntima que pede socorro e deseja conhecer uma razão maior, um sentido mais elevado da vida. O homem da vida comum em populações imensas por todos os países, e na maioria das cidades, parece, com grandes incidências, não ser afetado com tanta rapidez pelo retorno negativo de seus atos. Um percentual significativo de cidadãos e cidadãs que mancham as reputações de comunidades honestas e trabalhadoras comete insensivelmente ignominiosos crimes de morte, difama, rouba, profana, estupra, pratica pedofilia e faz tantas outras coisas condenáveis e passiveis de punições por nossas leis humanas ou pelas divinas. No entanto, uns parecem escapar de punições maiores enquanto outros continuam a viver na completa impunidade até o fim de seus dias. Esses fatos também se passam no íntimo de cidadãos de vivências externas de todas as camadas sociais que se diferenciam por diversas condições e situações. No entanto, numa camada social melhor estruturada econômica e culturalmente, este tipo de cidadão tem ao seu alcance melhores instrumentos válidos para se autodisciplinar e corrigir-se, o que na grande maioria não faz. Já o homem verdadeiramente do espírito, em qualquer camada social onde viva, sofre rápidos retornos de seus atos, sejam esses atos corretos ou incorretos, bons ou maus. Há aqui duas vertentes que nos levam a analisar dois fatores: Primeira, o carma de tais pessoas do espírito é muito mais vulnerável e menos intenso nas linhas do mau procedimento e assim o ato que volta, acontece sem maiores acúmulos, sem entrar numa fila mais longa. Da mesma forma, em breve tempo, ele recebe o retorno de seus bons atos em tipos de bênçãos e elevações quando é o caso, ou em solução justa e compatível de um problema que o perturbe, ou em um atendimento parcial ou por inteiro de um pedido. Segunda, sua consciência não o deixa em paz no caso de culpas e isso o desarmoniza, o faz baixar seus escudos, permitindo desse modo aos ímpios espirituais ler e perceber os motivos de suas aflições e assim provocam-lhe dificuldades e trabalham a fim de que o retorno das energias contrárias logo o alcance. Com essa ação trevosa continuada, sua mente afetada permanecerá então sintonizada com as situações negativas e desse modo ele apressará a volta cármica do ato aos seus campos de vida mental e emocional. Não há uma regra específica para casos assim, mas em linhas gerais isso de fato acontece. No caso do homem comum do mundo, sua situação cármica em muitas vidas estará ainda maturando para depois entrar numa linha de resgates bastante intensa e prolongada que lhe trará, de muitas maneiras, o necessário sofrimento depurador. O brutal assassino e de frequentes crimes, sendo pego pela polícia, irá pagar ou precisará pagar pelos seus atos perante nossa justiça. Porém, independentemente de tudo o que ocorra no mundo das convenções sociais, o depurador de sua consciência somente entrará em embates com seu ego quando ele incorporar valores positivos que o permitam conflitos. Isto não significa, entretanto, que muitos aspectos do carma não estejam ainda assim conduzindo sua insensata inconsciência de primitiva letargia para certos e necessários resgates automáticos. Portanto, a sensibilidade do ego é o ponto de apoio em torno do qual circulam todas as demais situações significativas para sua vida objetiva ou subjetiva. A consciência menor estará adstrita ao seu mundo díspar de ego, enquanto a consciência maior – a Alma – isenta do mundo do ego, o estará observando de seu mundo mais acima e lançando desafios em sua mente. Isso se dará através de intuições, lembranças súbitas, sonhos, estímulos, desejos de conquistas, e outras coisas que possam fazê-lo despertar interesses ou a cumprir as etapas do carma a que veio naquela encarnação. Essas situações em suas amplitudes e profundidades dependerão sempre das condições do meio social onde o ego vive, porquanto o homem é por tendências naturais um ser gregário. Avancemos mais. As depurações do ego somente terminarão quando ele render-se à Alma. O ego edificou-se basicamente sobre seu mundo emocional e mental concreto. Seus corpos físico e etérico se reorganizam a cada reencarnação, obedientes ao que o carma exigirá. As cotas de energia pura ou de formas doentias que eclodirão no corpo físico, virão acumular-se no corpo etérico pelos canais astrais e mentais naquilo que será determinado por sua Alma, seu verdadeiro Mestre. Em tempos calculados os bens e os males emergirão para sua sensibilidade. Quando o ego adentra um caminho de cultura religiosa ou de conhecimento esotérico, obediente ao comando de sua Alma, ele iniciará, pelas etapas de seu trabalho interior, a desconexão daquelas formas inferiores de energias que seus pensamentos insanamente radicaram e seus atos jogam ao mundo. São formas profundamente psíquicas, anímicas, mas tão interagentes com sua consciência menor, que se assemelham – e alguns chegam a ser – seres corpóreos viventes em um mundo abismal – e são o seu mundo anímico invertido, seu inferno! São, na verdade, filhos do ego, nascidos de suas energias mentais e emocionais, de suas emanações sexuais ilícitas ou desregradas, de seus desejos impuros e de atos condenáveis que, vida após vida, sempre ressurgem de um modo ou de outro. E o perseguem, chegando alguns a ter densidade. Mas precisam começar a morrer para que o ego agora respire novos ares e vislumbre cada vez mais um caminho de um bem maior, do conhecimento isento de apegos, de obras e constantes purificações, e assim venha ativar intimamente porções de luzes que o farão espantar as primeiras trevas. A desconexão paulatina dessas formas de energias inferiores começará a desnudar o ego inicialmente em seus níveis mais externos. Esse é somente um começo da lenta morte do velho ego para o surgimento de um novo ego, agora sendo aos poucos modelado pela Alma. SENÃO EM CRISTO OS PODERES DO EGO SERÃO EFÊMEROS Façamos uma breve pausa sobre o que se impõe ao ego em seu processo inicial de descontinuação de sua vida anímica fantasmagórica, estabelecendo outro parâmetro para comentar um pouco da operosidade do ego no mundo. A natureza é indomável. Suas forças são excessivamente poderosas para que o ego possa domá-las por processos mágicos ou tecnológicos. O iniciado maior por outorgação da iniciação naturalmente já é mago. As iniciações maiores conferem à Alma níveis cada vez mais elevados da verdadeira magia. Quem se gradua em ordens praticando as suas ritualísticas também obtém o epíteto de mago. A dominação de uma plateia pelas sugestões do hipnotizador o eleva a um status de admiração como um ser humano especial com poderes sobrenaturais. Podemos também chamar a esses poderes de magia? Cremos que sim. Dizemos que hipnose se confunde com magia. As sugestões ao psiquismo e consequentes curas de certos males – nem sempre permanentes – evocam algo que sugere poderes mágicos. A força da sugestão de um hipnotizador e os encantos do mago estão diretamente ligados às energias psíquicas comuns a todas as pessoas por esse que descobriu como manipulá-las com o magnetismo. A evocação e presenças de espíritos elementais da natureza – ar, terra, fogo, água – ou práticas necromânticas são também acontecimentos considerados magia, porém são de todas as formas práticas psíquicas. Entendamos aqui a necromancia não somente como o exercício da adivinhação pelas consultas aos mortos, mas também no significado de um contato por via psíquica com as almas do outro lado, possuidoras de diversos conhecimentos e sabedorias a fim de obterem-se revelações, proteções, incorporações mediúnicas, intermediações de energias, forças e outras possibilidades. E vamos além ao dizermos que no plano da Mente Universal nada existe fora da mente muito menos a substância psíquica. Quando tratamos do universo manifestado criado pela engenharia do Terceiro Logos – a Mente Universal – temos exatamente esse quadro na sua espontânea magnitude. A presença de Cristo se dá na vivificação dessa espontânea criação, nas suas formas atômicas concentradas e nas suas energias coordenadas. Então, quando a mente está absorvida na força do Cristo Cósmico o magnetismo universal adquire novas virtudes e novos poderes. Pois existe o psiquismo inferior onde o ego se acha limitado à quarta dimensão como existe esse psiquismo superior no qual se incluem os altos iniciado ou mestres chamados ascensos. Esse mesmo psiquismo superior utilizaram-no Orpheu na Grécia e no Egito Hermes - que antes fora o próprio Orpheu - idem Moisés no Egito e no deserto, e Jesus no Oriente Médio, além de outros grandes mestres-magos no passado quando aqui estiveram encarnados. Porém, suas presenças foram conotadas com algo superior, por um trabalho desenvolvido numa visão grandiosa, mais ampla e geral onde Cristo era o regente. O ego praticante de magia obtêm seus recursos da fonte inferior do psiquismo, daquele que se impregna por toda a natureza como substância única, porém diferenciada em cada reino. Portanto, a substância é uma só: ela é universal, porém permanecerá setorizada segundo a mensagem evolutiva respectiva aos reinos, notadamente em maior flexibilização no reino vegetal, mais ainda no reino animal e na sua maior amplitude no reino hominal. Consideremos também que a natureza fornece elementos em todas as atividades humanas onde possamos atuar como magos pela ação da vontade, com nossos próprios esforços, no sentido de aprender e conquistar. A vontade é o determinante que faz prevalecer esta força que nos leva a conquistas literárias, artísticas, discursivas, matemáticas, astronômicas, astrológicas, administrativas, políticas, judiciárias, econômicas e tantas outras. Todos os dias podemos observar verdadeiros magos – e magas – da palavra, da física, da astronomia, das leis, das finanças, das escolaridades, externando com o mais perfeito desembaraço o domínio do conhecimento obtido, realizando com sucesso ao que se propõem ou ao que sua profissão assim requeira. Estas realizações acontecem pela frequência com que o ego vem se lançando em várias encarnações, segundo, naturalmente, as convenções das épocas. Há pessoas que ganham dinheiro em tudo o que põe a mão e acumulam riquezas com um fluxo impressionante. Assim, podemos admitir que a mente concreta sendo ferramenta decisiva dessas incursões de sucesso, somada à parcela da necessária emoção, caracteristicamente imantada pela vontade, e esta mantendo o desejo incessante da conquista, atuem ambas, sob os mesmos princípios quando o mago coloca em prática e exterioriza os poderes latentes no ego. Se além desse fator pessoal preponderante nas suas formas de sucesso uma pessoa seja desonesta, ela evidentemente continuará a obter o que desejou, porém terá também obtido um carma. E noutras vidas ganhará e perderá ou estará impedida pelas leis de causa e efeito de administrar na sua maior amplitude esses poderes mentais que traz. Mas sua magia pessoal estará ainda no ego e noutra futura vida continuará a se constituir numa de suas tendências inatas. Essas manobras do ego no mundo percorrem ciclos e mais ciclos de encarnações, girando sempre num mesmo eixo, sedimentando cada vez mais as estruturas do ego com os poderes da matéria. Seja esse processo levado a efeito por um agnóstico, um religioso, um ocultista, um acadêmico ou pessoa de qualquer outra atividade humana, ou de sabedoria extra-humana, esse ser nunca estará isento do sofrimento. E quando o sofrimento físico ou moral adentra os níveis sensíveis de seu ego ele passa a perceber o quão frágil é. Vejamos então mais claramente: um mago na Terra opera com poderes ocultos baseado no magnetismo universal. O magnetismo possui três características básicas, segundo os cabalistas: a atração, a repulsão e a polarização e esta conceituação é também assimilada pelos homens do mundo, inconscientemente, fazendo com que criem mecanismos mentais de absorções, neutralizações e ataques. É evidente que aqui interagem os elementos antiquíssimos residentes em sua psique através do instinto e por todo o seu grande leque de fatores naturais, bem como a emoção, o sinergismo, a empatia e outras forças que todos podemos desenvolver em nosso próprio mundo. Queira então o ego libertar-se do sofrimento quando já venha tentando isso desde outras vidas, ou comece esta vida com essa intenção. Tenha sido numa vida um religioso, noutra vida manipulasse com a política, com fortunas, com ciências ou filantropias. Seja hoje um mago da invocação ritualística, um hipnotizador, um encantador de animais ferozes ou de espíritos da natureza. Possua dons de levitar, de materializar e desmaterializar, seja ilusionista ou tantas coisas mais do mundo dos ocultistas, dos gurus e iogues. Se seu desejo de libertação for sem a necessária energia e justificável determinação e não estiver caminhando em suas atividades físicas e espirituais interiorizado, buscando diariamente imantar-se com seu Cristo Interno, manter-se-á ao sabor único das aprisionantes leis da natureza a fortalecer as estruturas do ego terreno. E enquanto esperar pela aclamação de suas obras, e não lutar contra isso, terá perdido seu tempo. O desejo de libertação consciente para homens de atividades espirituais deve trazer simplesmente a conotação da universalização do pensamento conforme Cristo ensinou aqui na Terra, e isso inclui estimular uma vitalização diária na vontade de procurar auxiliar a outrem em suas aflições e necessidades. E esse auxílio não deve unicamente se limitar a orações, rituais e teorias se nas atividades práticas profissionais ou no cotidiano mais pode ser feito. Em consonância com esse tema, colocamos a seguir um trecho de nossa obra, A Face Negra da Terra, editada no Scribd. “Principalmente porque, ao nível evolutivo em que nos encontramos nesse momento cíclico planetário e do próprio sistema solar, a vida aqui embaixo para nossos egos é mais rica em oposições. A todo o momento nossas estruturas ego-alma se veem provadas. A vontade e a determinação de cada um já devem estar muito bem alicerçadas, do contrário o edifício ruirá: não há como escapar disto. Paralelamente, as obras realizadas na Terra precisarão crescer a fim de proporcionar ao semeador a boa e abundante colheita, justificando em si as verdades contidas em sua própria mente. É necessário pôr em movimento as forças descendentes, condensá-las, apropriá-las e distribuí-las. Nesse caminho, no curso dessas orientações, o obreiro terá os seus experimentos, dando o seu toque pessoal, fazendo-se às vezes artesão para retirar a canga e lapidar a forma densa. Conquanto no labor, atestará que as forças não sublimáveis – das asas do sentido inverso, que antes mesmo dos primórdios da criação de nossa humanidade já se organizavam em permanente redemoinho, tragando o que nelas se precipitava, lançando tudo nas profundidades de sua larga e negra dimensão – são forças muitas vezes chamadas satânicas. Em realidade, nada são senão um ponto referencial do cosmos na sua polaridade negativa, onde o Criador teve de ancorar-se para Sua explosão criativa e não mais além. Essa imensa faixa negra envolvendo o círculo da grande e permeável capa de todas as coisas criadas, como o exemplo de nosso sistema solar, resiste à pressão para fora criando campos de forças e esferas chamadas planetas, ali sedimentando base operativa, fazendo surgir condições ambíguas. Em outras palavras: as mesmas leis permeantes da grande expansão do universo, que provocam o aparecimento de abismos monumentais e campos de forças de altíssimas e inimagináveis voltagens, podendo dizimar qualquer matéria condensada ou mesmo vir a destruir tudo o que anteriormente fora construído, se materializam parcialmente em torno de um campo magnético de energia condensada na forma de planeta e ali permanecem atuando. Essas forças satânicas das religiões, por atração simples e pura, abrangem unidades afins, as personalizam segundo o próprio alento ou Fiat Criador – mas, inversamente à Sua Imagem – expandem-se e se propagam. Dessa maneira, por meio da afinidade direta embora inversa, surgem os espíritos naturais revestidos de inteligências na polaridade negativa. - Pelo que você me diz, concluo que terei de me defrontar, sempre, com o Grande Negativo? - inferiu Sorman, aproveitando-se de pausa feita por Bruno. - O Grande Negativo! – repetiu seu anfitrião, exalando ar como a suspirar – na verdade, todas as coisas deste mundo estão voltadas para ele, tendo em si metade de sua essência. O enigma está em como detê-lo na sua integral ação, mantendo-o à distância, e ainda assim conservar o equilíbrio das polaridades. A esse equilíbrio, o reverendíssimo Buda se referia como ao trilhar mentalmente o “caminho do meio”. Entretanto, a cada um o seu destino, a sua missão. Se pouco ou nada exigirmos de nossos opositores, teremos certa tranquilidade na caminhada e essa será relativamente improdutiva e mais longa. Não obstante, se os aborrecermos com incursões aos seus domínios, e ainda ajudarmos a libertar de seu jugo escravizadas mentes, então despertaremos sua perene ira e eles decretarão contra nós incansável guerra, sem tréguas, que somente terminará quando nos jogar por terra, se assim conseguirem. Mas convenhamos, na maioria das vezes eles vencem. Por isso, o procedente alerta do iluminado pregador: “cingi vossos rins com a verdade!”, por que perenemente ali, nesses sensíveis centros, em torno dos quais se enfeixam plexos condutores de energias de ambas as polaridades, eles nos golpearão. As palavras daquele inteligente homem eram verdadeiras, Sorman olhava o negro rosto com atenção; ele continuou: - Muitos tentam tomadas de posição investindo contra os poderes luciféricos. Mas não tendo arregimentado suficiente força de imprescindível qualidade, invariavelmente veem-se arrastados por “suas” artimanhas nas lutas contra os apegos e ilusões do mundo. É necessário saber-se como lutar contra esses ferrenhos adversários, quais armas brandir, como escudar-se. Muitas seitas imaginam vencer batalhas, entretanto, o que se comprova, em realidade, é justamente estar sedimentando cada vez mais elementos negativos, assim fortalecendoos. A mente é díspar, dual; é vida e morte. Alguém pode decretar-lhe a morte espiritual, mas, em contrapartida, nela viver realizando obras para o mundo, ainda que infrutíferas e áridas para o espírito. E o negativo estará se deleitando com estes enganos: ele mesmo induz mentes para isto realizar! É preciso, pois, saber discernir a mente terrena como instrumento de vida condicionante ou como forma de vida redentora. É espírito x matéria, positivo x negativo. Mesmo grandes filósofos, segundo o mundo, ou homens dotados de conhecimentos mágicos, poderão estar inflexivelmente dominados pela ilusão, pensando realizar obras de libertação. O deleite do conhecimento por loquazes retóricos, ou o encantamento de espíritos elementais por magistas e magos, exemplificando, os estarão induzindo para mais próximo de serem manietados e aprisionados do que libertos. E por quê? Volto, pois, a Buda, e da necessidade de se libertar dos apegos, quaisquer que sejam. Acaso todo o teórico intelectualmente preparado, terá humildade diante daquilo que ensina? Viverá os ensinamentos em si com a mesma determinação que utiliza para esquadrinhar os parágrafos das obras pesquisadas, a fim de estar se equipando com argumentos com que esgrimirá elegantemente em seus filosóficos debates? E desprezará intimamente as homenagens feitas à sua personalidade por admiradores ou seguidores? Diga alguém a um homem desses que aquilo por ele ensinado não tem valor algum, e por sua imediata reação, ou mesmo através do seu silêncio, saber-se-á de sua ira ou benevolência, de sua compreensão ou autoestima, a menos que esconda as reações por algum código ético. Por outro lado, o praticante de artes mágicas, profundo conhecedor de rituais ou causador de fenômenos de encantamentos naturais – a par de saber também manipular com as diversas tendências da magia – será, este, senhor e dono de seus atos? Saberá, exatamente, a consequência do que realiza? Terá aprendido a desapegar-se, a viver perfeitamente alheio aos resultados de seu trabalho, sem orgulho? Muitos trazem suas contexturas espirituais amplamente mergulhadas em átomos saturados da energia elemental. Estruturalmente respondem a todo instante aos estímulos das paixões astrais. Envolvidos estão por correntes diversas de teor mágico, vivendo e respirando minuto a minuto do que construíram ou atraíram para suas personalidades. Porém, quem consegue difíceis vitórias sobre si próprio é o grande vencedor – de novo cito outra máxima do venerável Buda – por que o vencedor a quem Ele se referiu, este, na realidade, foi quem viveu, deslindou e venceu aos enigmas da verdadeira vida. Mas essas vitórias arrancam lágrimas, às vezes sangue de seu postulante. Há ocasiões em que um sábio das ciências ocultas precisa vir ao mundo despojado de sua sabedoria, adaptando-se a humildes situações a fim de trabalhar uma única qualidade o tempo todo, até detê-la e dominá-la perfeitamente. É desalentador, alguns acharão, por que após tantos séculos adquirindo maestria naquelas ciências, não poderá uma alma, numa determinada vida, ou noutras vidas mais, dispor delas. Porém, este fato não é visto assim negativamente pelo espírito, ao contrário, sendo sempre para si alentador. É a senda da libertação, a partir desse ponto, nesse hipotético caso, começando ou continuando a ser trilhada. E o homem não deve ter perturbada sua atenção ao objetivo. Pois uma vida decorrente na Terra por algumas dezenas de anos, sob os olhos do espírito, representa somente uma página a mais do seu Livro do Destino. Eis porque, caro irmão, não podemos aceitar em nossa organização qualquer pessoa. Mesmo aos irmãos já iniciados no passado é necessário submetê-los a muitos testes. Os mais determinados galgam rapidamente postos: assumem novas posições. O mundo tem inúmeras seduções e pode um irmão graduado não se ter ainda moldado completamente ao sofrimento ou não haver desprezado nesta vida, tanto quanto necessário, aos apelos da ilusão. “Assim não poderá ocupar ainda cargo de maior responsabilidade”. – A Face Negra da Terra, Parte I, por Rayom Ra. https://pt.scribd.com/doc/22992492/A-FACE-NEGRA-DA-TERRA-PARTE-I A noção que nos transmite esse trecho de um mestre de uma fraternidade falando a um aspirante é a de que as lutas do ego para libertar-se do jugo terreno são plenas dificuldades. Faz-se necessária disciplina intensa e um determinismo constante para o banimento de toda ilusão quanto ao ego colher o benefício de suas vaidades. Entretanto, embora isso seja a verdade quanto às aspirações nas primeiras etapas do banimento das ilusões, a iniciação conforme vem obtendo-a uma grande e seletiva parte da humanidade a que nos referimos anteriormente, ainda não é recorrente a essa fase aguda da desconstrução a que o ego é ou será submetido, por orientação de sua Alma. Assim, não se assustem, pois a cada um a sua hora. Muito se fala, se escreve e se estimula da magia sexual. Essa é uma via impreterivelmente de mão dupla – mão e contramão – e não deve ser percorrida por qualquer pessoa, muito menos da forma ritualística que evoque forças desconhecidas pelos praticantes e que os envolvem. Essa prática realmente existe, no entanto não é o barco que levará todos os praticantes para a outra margem. Às práticas da magia sexual concorrem de modo indissociado às duas polaridades e com elas vêm atraídas as energias que envolvem o ser. Estas práticas isoladas sem um ritual convergente e um sentido espiritual plenamente justificável entre um casal ocasional, caem para o patamar de relações comuns da paixão. Do mesmo modo, num ritual coletivo deste tipo preparado com intenções ocultistas onde também não exista a intenção maior da espiritualidade e nem um preparo interior dos praticantes, é grande o perigo de as forças negras manipularem desde o início. A magia sexual é mais uma ferramenta de que lançam mão aqueles que pretendem “tomar o céu de assalto”, mas se coroada de êxito, ao cabo de anos ou de períodos extensos de práticas disciplinadas, não levará os praticantes para além da primeira iniciação – essa mesma iniciação que agora bilhões de almas já alcançam da forma natural como anteriormente estamos abordando. O planejamento da Hierarquia Branca a fim de fazer avançar a humanidade, nunca pôde se restringir unicamente à magia sexual. Se no passado houve intensas práticas de reis, faraós, súditos ou de iniciados em várias formas da magia sexual, também existiram muitas orgias com essas mesmas alegações que revelaram tão somente as manobras das forças negras a fim de se alimentarem com as emanações das energias liberadas por essas práticas, e de nenhum benefício para as almas. A magia sexual, como tantas outras formas de magia ritualística, necessita dos praticantes a verdadeira intenção em elevar-se para chegar a um ápice. Para tal empreitada, os participantes devem praticar intensa espiritualidade, passar por períodos de purificações e, tanto quanto possível, de serviços ao próximo. Sem isso, não haverá a orientação dos Mestres de planos superiores que auxiliam com segurança na elevação da serpente. E devemos notar que a elevação da energia sexual pela coluna não se verificará numa única vez como que subindo definitivamente do inferno para o céu. Tal elevação do kundalini se dará moderadamente, pouco a pouco, em diversos ciclos, e mesmo em encarnações, segundo os avanços da consciência nas vidas que os praticantes venham tendo. E tal elevação não se dará única e exclusivamente pelas vias ritualísticas da magia sexual elaborada. A mesma prática comum e normal no lar com casais esotéricos ou leigos pode também conduzir a momentos da elevação dessa energia ígnea pela coluna. PARTE V O EU-ALMA É QUEM DESCONSTRÓI O EGO Nesta parte vamos tratar do que vem acontecer nos sistemas interiores do ego quando o Eu-Alma estabelece que as experiências do ego necessitam avançar para patamares superiores, e começa então um processo de desconexão das estruturas viciadas e condicionadas unicamente à matéria. Esta ação está diretamente ligada aos princípios do Antakarana e não conhecemos outro trabalho que melhor exemplifique algumas das etapas desse processo, senão o que nos diz o Mestre Djwal Kuhl a quem continuaremos a nos reportar em alguns momentos. A estrutura da alma tem muitos significados e muitas nuances que as religiões e filosofias desconhecem. A abrangência da Alma provoca uma série de definições nos estudos esotéricos e ocultistas e unicamente a visão de seres mais adiantados dos planos superiores pode realmente analisar, entender e ensinar com maiores propriedades. As iniciações maiores são sempre centralizadas na Alma. A Alma é o verdadeiro iniciado e não o ego. O ego é terreno, formado por corpos de matéria sujeita a mudanças segundo as leis que nela atuam. A matéria para nós condicionados a este mundo tridimensional parece representar unicamente corpos e formas densas – praticamente tudo o que detenha dimensão tangível e peso segundo nossas leis da física. No entanto, a definição antiga de matéria no esoterismo sempre foi diferente e agora a física moderna já começa a aproximar-se do estabelecido pelos estudiosos esotéricos, vindo a matéria ganhar outro status mais importante. A matéria é energia concentrada, mas as formas de energia que hoje a física moderna percebe conduzem a definições mais largas no aspecto energia e energia-matéria. Desse modo, a personalidade humana, o ego, reparte suas ações e vidas em três dimensões básicas que lhe dão parcelas de sua consciência através de corpos de manifestação não perceptíveis à visão normal tridimensional. Um deles formado de matéria chamada manas no ocultismo oriental é responsável pelos pensamentos intelectivos e razão objetiva que vão desde as mais simples considerações diárias até os mais refinados ou complexos raciocínios que o homem consegue alcançar. Esse corpo que reage através do intelecto e dos aparelhos psíquicos consciente, subconsciente e inconsciente é chamado de mental inferior, ou manas inferior, por justamente emitir suas vibrações através dessa matéria em quatro subplanos inferiores de um número de sete subplanos do mundo mental. O outro corpo dessa conjuntura encarnada como ego, cheio de elementos psíquicos numa existência humana, vem a ser o corpo astral. O corpo astral sedia uma gama imensa de desejos e emoções. Daí redundarem formas de energias que se expandem pela aura do ego. Um desejo comum pode parecer provir de uma vontade trabalhada intimamente ou se organizar através de uma veleidade do emocional, todavia sua semente estará nos arquivos inconscientes ou subconscientes do mental concreto que o ego descobre e que em seguida se manifestará revestido com a matéria astral. Em seguida, temos o corpo etérico, o mediador entre os planos superiores e o plano físico. Esse corpo detém na sua fisiologia os quatro éteres terrestres que influenciam diretamente o campo psíquico do ego e provocam a formação dos elementos que originam os cinco sentidos humanos. É por esse corpo que se processa a expansão do carma do ego antes de plasmarem-se as energias que produzirão as mudanças na sua vida biológica. Há outras funções importantes e também vitais transcorrentes nesse corpo em relação a todo o conjunto da manifestação ego. Finalmente, nesta sequência, vem o corpo físico denso constituído de matéria sólida, líquida e gasosa que mais precisa ser reconhecido como a réplica do corpo etérico do que a sua matriz, sendo também o depositário de destinações cármicas a serem vividas pelo ego numa encarnação e a cujos processos concorrem os seus corpos superiores desde o corpo causal. Esta, portanto, é a estrutura mestra e objetiva do ego ou eupersonalidade que se reorganiza numa encarnação. As vidas de egos reencarnantes neste nosso ciclo ariano vêm passando por diversos processos que os conduziram a uma sensibilidade maior, por vezes bastante sutilizada. Os processos do Antakarana que vêm promover a desconstrução das formas de energias viciadas daqueles egos cujas vidas atingem esse ponto vulnerável às transformações, serão mais intensas e de resultados realmente mais profundos naqueles que têm a percepção consciente das energias que neles se instalam. Neste ponto se dá o segmento das pressões de energias que fazem o ego gemer as dores de uma vida de extraordinários acontecimentos interiores. O Antakarana flui de uma situação para outra enquanto se dá a construção de uma ponte chamada Ponte do Antakarana ou Ponte ArcoÍris, porquanto este trabalho requer estágios na sua construção que muito dependem de resultados positivos às peregrinações do ego, às suas sublimações e elevações das energias a que ele é submetido. As iniciações maiores começam realmente a se desenhar ao tempo da construção da Ponte Arco-Íris. A primeira delas é essa que vimos tratando em que convergem os esotéricos de todas as denominações, com alguma vantagem sobre os homens de vidas comuns e religiosas, mas não esotéricas, que também chegam em grande onda a esse átrio. Daí em diante, a percepção do homem do espírito tende a continuar com maior visão e consistência e por isso com maior responsabilidade no seu trato com energias sistêmicas e com forças da magia em todas as suas modalidades. Então, precisamos admitir que sua caminhada será bem mais rápida que a do homem do mundo que ainda não é conscientemente desperto dessas manobras. Entretanto, revela-nos Mestre D.K. que na realidade esta primeira iniciação e a segunda que virá mais tarde, tecnicamente ainda não representam iniciações maiores, e somente a partir da terceira iniciação da Alma, levada a efeito ainda e como sempre por Shamballa, pode o aspirante ser considerado como iniciado maior. A terceira dessas iniciações representará, na verdade, a primeira iniciação maior. Daí, definitivamente, decorrerá as demais iniciações maiores que têm lugar em nosso planeta e cujos mais significativos efeitos se darão nos níveis mais elevados das estruturas superiores do Eu Superior e Alma-Espiritual. Sobre esse ponto diz-nos Mestre Djwal Kuhl na Obra, Tratado Sobre os Sete Raios: “A construção do Antakarana se leva a cabo definitivamente no caso de todos os estudantes consagrados. Quando o trabalho se realiza inteligentemente e com plena percepção do propósito desejado, e quando o aspirante não só é consciente do processo senão que está alerta e ativo em seu cumprimento prossegue o trabalho rapidamente e a ponte se vai construindo”. “Esse trabalho de construção da ponte tem sido realizado em parte. A humanidade toda vem eliminando a brecha entre a natureza emocionalastral e o homem físico. Deveria ser observado aqui que a construção da ponte deve ser feita no aspecto consciência e concerne á continuidade da percepção que tem o homem da vida em todos os seus variados aspectos”. Em nossa obra “O Antakarana” trouxemos alguns indicações importantes da construção da Ponte Arco-Íris e não haverá a necessidade de novamente repetirmos. O que desejamos focalizar sob um determinado ângulo é que os caminhos do Antakarana, desde os primórdios do ego, quando o homem começou a construir os seus três fios de vias energéticas conectados com o plexo solar, com a cabeça e com o coração, ele passou por etapas de construção de seu ego. Sua mente ainda não respondia a uma consciência mais rica em valores intelectuais. Após centenas de encarnações o ego chega finalmente a um momento em que a Alma usa o processador Antakarana para desconstruir certas formas de energia de seus corpos mental e astral, a fim de permitir que a transformação de um ego para outro comece pela passagem de suas energias pela Ponte do Antakarana. Essa transformação que estamos chamando de desconstrução é a via dolorosa porque passam aqueles egos que mais adiante, noutras encarnações, se transformaram em grandes almas. O sentimento da troca de energias residentes no ego para outra situação ainda desconhecida ao candidato à iniciação é de sensação de uma morte interna. A Alma manobra nas suas gestões em tempos previsíveis, e já durante a construção da Ponte que ligará o ego ao mental superior, quando este estiver a sutilizar cada vez mais seus pensamentos e emoções, sentirá brotar um sentimento de amor que jamais conheceu como agora e que o tomará, por vezes, e intensamente, em meio às fases da desconstruçãoconstrução. Dizer-se que a Alma fará isso somente por ela própria é tirar da vontade imanente no próprio ego a sua memorável ação de um redirecionamento acima das atrações e convenções mundanas, pois o ego fica cego por um tempo diante da luz arrojada pela Alma, para depois, aos poucos, ir-se apercebendo da magnitude daquela luz em si e desconectando de suas vivências as energias e pensamentos ligados ao inferior que não o cativam mais. E uma vez desconectando aquelas formas inferiores de energias-pensamentos ou emoções ali plasmadas e não mais a elas recorrer como outrora, elas perdem as forças da coesão, não se reorganizam e vêm morrer de inanição. E assim se diz que o ego precisa e deve morrer, para o novo ego nascer criança e ser conduzido pelas mãos da Alma. Há aqui todo o simbolismo do nascimento de Jesus, sua vida em preparo para a grande missão e o batismo no Jordão quando o Espírito Santo o ungiu para aquela vida idealizada de ensinamentos na Terra e Cristo o tomou para si. Vejamos o que nos passa Mestre Djwal Kuhl/A.A.Bailey de um dos momentos grandiosos da vida do Mestre da Galileia onde ao mesmo tempo em que ao solidificar a um pensamento e situação real de um peregrino na Senda, já mostrava o caminho para a era vindoura, hoje de Aquário: “Mestre Jesus crucificado ali, sentiu a agonia da necessidade humana e renunciou à Sua própria vida; deu tudo de si (falando também simbolicamente) para satisfazer essa necessidade. Nesse momento Cristo influenciou seu grande discípulo e também passou simultaneamente por uma grande experiência iniciática. Sua agonia e a necessidade de receber a revelação e uma acrescentada iluminação (a fim de ampliar suas faculdades como Salvador do mundo) revelaram-lhe as novas possibilidades, pelas quais – quando as enfrentou confusamente no Horto do Getsemani e mais tarde na cruz – toda Sua natureza se coibiu. Esse é um grande mistério e compreende-lo é tão impossível como saber do que estou falando; é conveniente estabelecer o fato na consciência de que na iniciação da Crucificação, Mestre Jesus recebeu a quarta e Cristo a sexta iniciação. Mestre Jesus alcançou a experiência culminante do Caminho Iluminado, enquanto Cristo, mediante esse esforço final, se permitiu completar e atravessar o “arco íris” e, portanto, “ir ao Pai” (como é dito a Seus discípulos), avançando até a primeira etapa do Caminho de Evolução Superior”. Os grandes emissários de Deus foram todos iniciados pela Alma e passaram – já como iniciados – por períodos de indizíveis êxtases para angústias extremas em que desejaram logo morrer de todo. O ego não é um mecanismo robótico, ele tem vida emergente subjetiva e vida consciente objetiva. A consciência do ego pode estar inspirada pela Alma em certas ocasiões quando ele faz uso de um equipamento intelectual sedimentado por profundas considerações e por técnicas diversas acumuladas em suas vivências físicas. Mas o intelecto é um equipamento acumulador de dados que giram com maior velocidade em torno da vontade objetiva do ego e nesses trânsitos os elementos intelectuais se aderem e se comunicam perenemente com lógica e razão humanas, tradicionalmente através dos sons convencionais da fala e simbolismos da escrita. Outras vias da comunicação oral e expressão objetiva de um ser humano para outro foram desenvolvidas com técnicas especiais. A questão de uma definição da consciência do ser humano será sempre parcial, pois os filósofos e psicólogos normalmente se detêm aos valores do mundo terreno onde forças duais se impõem e cortinam a visão mais interior de uma Consciência mais ampla nas suas origens e sem sombras. A Consciência maior – a Alma – quando interage com mentes mais voláteis provoca nelas visões e inserções que excedem aos conceitos intelectuais vigentes. Daí, conceitos e princípios básicos humanos da consciência menor não poderem nunca traduzir a Consciência mais elevada senão muito pobremente por analogias e blocos intelectivos. Aproveitamos para mais uma vez ilustrar com outra passagem do aspirante a iniciação numa fraternidade que reencontra na Terra, quando discorre dos momentos vividos por sua alma antes de se apresentar no templo onde receberia a iniciação. Seu íntimo já vinha passando por momentos de tensões e perturbações com etapas da desconstrução de seu velho ego, que para ele representava o grande enigma de sua vida, ainda que não se tratasse de uma iniciação ministrada fisicamente na cidade de Shamballa, porém, ainda assim, Nela conectada. Perguntado pelo seu iniciador o que passara em seu íntimo naqueles instantes pré-iniciatórios, disse-lhe Sorman, o personagem principal: - A cada tempo novas surpresas – ele riu sem mesmo saber por que – sempre que venho a esta região, acabo descobrindo outros valores. Pareço estar em constante cheque por aqui, sob a cuidadosa mira de muitas mentes. Os acontecimentos, em suas decorrências, por si só seriam fascinantes, mas sendo eu coparticipe de todos, se tornam mais extraordinários ainda, até inverossímeis sob certo julgamento. O que teria acontecido e minha avaliação sobre tudo, você pergunta-me – seus olhos transmitiram excedente brilho; ele foi se aprumando suavemente da postura um pouco relaxada, até ficar completamente empertigado. Um ar dogmático tomou-o quando desviou o rosto para a Casa Rosa; algo misterioso passou-se em si. Logo assumiu outro ar de interessante nobreza, evidenciado mais ainda nos gestos a seguir realizados, como estudada coreografia que animava as palavras. Levando antes a mão à cabeça, alisou os negros cabelos, trazendo-a após ao queixo, fixando o olhar na verde relva. Depois continuou: - “como” e “porque”, seriam as duas proposições a me bastar. “Como”, parece-me aparentemente mais fácil explicar por ser eu participativo em associado, mas deveras não é, embora assim mesmo deva tentar. Sendo eu uma consciência, guardo em minha memória física e espiritual, se assim posso me referir, a natureza. Entenda-se por natureza, o somatório de todas as formas e a energia-vida que a tudo permeia, que nos seus registros é anterior ainda aos próprios arquétipos que dão conformação aos mundos. Mas sua quantificação, concernente a mim, é correlata exclusivamente aos fatores perceptíveis, objetivos e subjetivos, que habitam ao meu ego, visto e analisado na totalidade pela soma das experiências aquilatadas com a sequência de personalidades por ele encarnadas. Sucessos e insucessos, em sua relatividade, acham-se assim arquivados no ego, estando não obstante, em valores, separados por uma tênue e simbólica linha que poderá ser transposta a qualquer instante por uma ação causal. Ação causal, diria, é também o fator instinto, onde o inconsciente vem encontrar o ego, sendo o inconsciente o móvel propulsor em diversos níveis. Porém, os registros de todas as vidas jamais se apagam no ego, por menores e insignificantes que possam parecer, e o censor, ou Guardião do Umbral dessa linha divisória, sendo a personificação representada pelos valores do eu maior consciência, por um lado, adicionados, mas não amalgamados aos valores do eu menor desta mesma consciência, por outro lado, faz ele, numa só figura, o duplo papel de anjo e demônio, juiz e carrasco, bem e mal, etc. Quem ganha ou quem perde, dependerá sempre da escolha do ego personal ao manifestar suas tendências pela menor resistência. Isso em tese, não convoca ordinariamente os valores especiais, psicológicos e idiossincráticos do ego na sua profundidade, porque são vastos, complexos, impossíveis tabular, a não ser por um processo endógeno no ego, num extraordinário momento de manipulação por mentes superiores e habilitadas – significando dizer, quando em provas iniciáticas. Assim, afora essa especial condição no dia a dia, as reações comuns da personalidade se darão superficialmente aos registros evos, com leves incursões para ambos os lados da linha divisória, ou em muitas ocasiões, instintivamente, através dos reflexos condicionados. “Porque”, é mais difícil sobre ela discorrer, devido à condição exógeno, ou seja, considerada a partir de uma conjetura consensual regente, adstrita a um corpo hierárquico fora e independente, que ali está para aferir do desempenho do ego nas incursões aos seus profundos labirintos. A hierarquia não interfere na qualidade dos valores acumulados no ego, porém chama-os à superfície, manipula-os, faz com eles interessante jogo, criando situações e personagens a partir do formulador de imagens do próprio ego. Essa encenação tem regras não impostas, mas aceitas de acordo com a cultura, sensibilidade e inteligência reveladas pelo próprio ego, passando-se os dramáticos momentos num campo versatilizado de provas adrede preparado. Há, por assim dizer, formas e personagens exteriores aparentando existências reais, na medida em que o real exista, que contracenam com as criações daquilo que para o ego é verdadeiro. Por exemplo: o crocodilo existe? Sim, no campo de provas ele existe como existem todos os outros personagens. Poderá comer ao candidato? Verdadeiramente, não, mas lhe causará a sensação da dor de estar sendo comido. Eu sei disto agora, com a mente desligada das turbulências emocionais que no momento das provas envolvem ao candidato. Naquele exato instante é quase impossível ao candidato abstrair-se desse fato, e deixar-se morder e sofrer a dor, somente para provar que o crocodilo não o comerá. O instinto de sobrevivência estará com ele; como candidato, é seu dever utilizar-se de todos os recursos, conhecimentos e sabedoria ao seu alcance para vencer – isto inclui a fé e o auto sacrifício, caso se requeiram. A regra básica, na qual pode e deve o ego estribar-se em momentos conflituosos, superpõe-se a todas as demais como fator único, fundamental, irrecorrível de qualquer argumento, traduzido por sua própria e original vida, que é a investidura de uma unidade imortal, uma consciência monádica indissociada da Consciência Cósmica ou Princípio Superior Único. Essa condição, imutável e perfeita, não pode ser dele subtraída por ninguém. Assim, se estiver atento e desperto, tornar-se-á invencível em qualquer situação de prova, aleatoriamente aos valores culturais, morais ou até mesmo emocionais de que seja portador. Mas há que se preparar convenientemente para este salto. Voltando a mim, obtive hoje aqui a reafirmação, em termos objetivos, daquilo que longe do campo físico já obtivera. Concluo ser isto necessário porque uma coisa óbvia é estarmos presentes, num dado momento vibratório, com todas as nossas limitações físicas, emocionais e mentais, sob o jugo constante de nossas fraquezas e mazelas. Outra coisa é estarmos libertos, em parte e temporariamente, da carne e daquilo que a cada minuto a ela seduz. Assim, é justo e lógico ser submetido aos testes nestes dois lados de uma mesma vida. Entretanto, do que já discorri do candidato ao passar por provas, poderia ainda ser perguntado se temi, se já teria desvendado este enigma. Temi, de fato, mas quem como eu não temeria? Conforme expliquei antes ao abordar a existência do crocodilo, não é o bastante conhecer tecnicamente alguns mecanismos estruturais do ego, e falar deles doutoralmente. Esse conhecimento é teórico e o momento das provas é completamente outro por que a Hierarquia conhece a fundo os labirintos da mente do candidato. Ela o confundirá, o colocará frente a frente com a pessoal realidade, sem dele conseguir subtrair, como disse alhures, a consciência de sua própria e inalienável divindade. Mas ali ele estará despido de qualquer artifício mental no qual socorrer-se, exceto de ingressar nas pistas propositalmente deixadas. Sobrar-lhe-á, pois, um mínimo de lucidez, manifestada num único e rápido instante, às vezes como num flash e o ego, então submerso e envolto por formas ilusórias e sensações diversas, precisará não vacilar, tomando decididamente para si este instante. Então, ancorado, será puxado para fora do poço onde lhe mostrarão a verdade que com ele sempre estivera. Em simples e repetidas palavras: fizeram-me repassar trechos importantes de minhas pregressas provas, obrigando-me a reconfirmar objetivamente a intenção de prosseguir no caminho. Se não fui brilhante, pelo menos acredito não ter de todo decepcionado. – A Face Negra da Terra, Parte I, por Rayom Ra. https://pt.scribd.com/doc/22992492/A-FACE-NEGRA-DA-TERRA-PARTE-I A desconstrução do ego é um caminho de sofrimento. É um caminho unicamente interno onde colidem entre si elementos filosóficos objetivos e subjetivos, tradições e culturas. O ego inquiridor vai de convenção a convenção, de conceito a conceito, de sistema a sistema, sem nunca chegar a uma verdade imponderável. Tomam-no outras forças que o permeiam e o convertem num ser conflitivo e injusto consigo próprio; assim, o desenrolar pregresso da lei de causa e efeito volta a ficar mais vivo em seu íntimo, o faz navegar de cá para lá, a deslizar a consciência para adiante e para trás: viver a sensação de estancar, sofrer, buscar compensar-se, a rir e a chorar. Quando em provações espirituais, o ego por vezes se odeia, deseja morrer, libertar-se das recordações, da sua impiedade com a vida e com seus amados a quem eventualmente julga têlos ferido imensamente. Durante uns tempos se torna insensível para determinadas coisas e sensível demais para outras. Depois inverte o sentido desses valores e depois se desorganiza conceitualmente. As forças da natureza se impõem sobre tudo o que ele pense em mudar e ele não consegue ignorá-las ou dobrá-las pelos meios comuns. E nessa roda do nascer, morrer e renascer que busca entende-la, julga-se um servidor ad infinitum não merecedor, e de novo odeia-se por não obter um final às suas pessoais comiserações. O caminho da espiritualidade seria um caminho totalmente seguro não fosse a inclinação congênita do homem em interferir naquilo que não entende e tergiversar das verdades absolutas não plenamente justificáveis à sua própria vontade. A sabedoria dos grandes que já partiram desse mundo estará simplesmente contestada, improdutiva e improvável pelas corrupções íntimas do ego. Então, para a grande massa ansiosa por um sinalizador seguro, a entrada no caminho espiritual se dará por entre atalhos de enganos e falsificações. Esse foi o pecado das religiões que desusaram de suas verdadeiras origens enunciadoras. Coube então aos missionários vir tentar consertar as inverdades e enganos cometidos pelo ego, por isso foram alguns missionários sacrificados e muito de seus trabalhos soterrados. Muitas vezes o mal triunfou, e suas vitórias, enquanto temporárias, causaram milhões de vítimas pelo afastamento definitivo daqueles egos de um caminho de amparo. A lei do carma não perdoa porquanto ela não é propriedade da Alma e nem dos iluminados, embora possa ser administrada; é lei cósmica, porém muitas vezes é inflexível e torna-se impossível arrefecer o sofrimento, a dor implícita nos ajustes de caminhos em evolução. O que se guardou do conhecimento e da sabedoria de Shamballa permaneceu, por garantia, ao alcance somente dos iniciados até que, de novo, um ciclo de cegueira se cumprisse e a humanidade pudesse novamente vir conhecer ou reconhecer as verdades a ela destinadas. A toda essa saga viveram os egos de conhecimentos conscientes e os de conhecimentos inconscientes, mas uma grande soma do carma da humanidade foi sendo resgatada por vários caminhos. Os homens lideres das massas se incumbiram de consecutar revoluções e guerras, levando muitos milhões a insuportáveis sacrifícios e mortes. Não houve como evitar as forças negras continuar com suas sagas destrutivas e nem foi possível o carma ser postergado, pois os ciclos astronômicos e suas efemérides astrológicas se evidenciariam de todas as formas, jogando a humanidade aos seus próprios estertores. A decorrência de muitas dores trouxe outras dores e novas limitações a posteriores gerações pelas heranças adquiridas; assim, os egos passaram a simultâneos expurgos físicos e morais, e desses para novas aflições e dores com revoluções, guerrilhas e promessas de outras guerras; as perseguições ideológicas e as manobras da economia girando de um lado a outro do mundo trouxeram catástrofes financeiras. Vieram os consequentes desastres ecológicos, a ciência assoberbandose do conhecimento, a tecnologia substituindo Deus, a revolução completa nos costumes; o fútil, o incoerente, o bizarro sobrepondo-se; a libertinagem sexual atingindo níveis somente conhecidos nas civilizações antigas que por isso se autodestruíram. Essa enorme avalanche de acontecimentos atinge a todos os egos do planeta, quer estejam nos epicentros dos acontecimentos mais explosivos ou noutra ponta. A globalização criada pelos homens atende a uns, mas não atende a outros e os interesses das nações se entrechocam, as profissões se concorrem, o consumo exige sempre mais, os ambientes familiares mais conflitam. A violência e os crimes hediondos exacerbam, não se impõe um mecanismo coibidor contra esses horrores, e aumenta a revolta dos egos cegos ante a luz, mas coiotes na escuridão. E não há mais paz no mundo, poucos são os países que ainda se mantêm sob governos controladores. Todo esse quadro de aparências negativas mantém a massa humana no caminho das provações e sacudimentos devido às suas escolhas feitas no passado por esta via cármica, e ninguém escapa dos eclodimentos. E esses fatos atraem novas formas de aglutinações, de reivindicações, de tentativas e fugas, de um novo despertar de energias e forças que antes, num passado mais distante, foram postas a dormitar numa grande escala humana, mas que novamente clamam por vida exterior aos egos inconformados e por sublimações aos egos mais cautelosos. Esse processo veio tomando maior vulto a partir dos anos pós-revolução francesa, atravessando os ciclos da revolução industrial e das duas guerras mundiais. Hoje a revolução tecnológica e a superpopulação mundial cada dia mais redesenham dois longos vetores. Um deles, o da anarquia geral dos hábitos, ascendido e estimulado pelo incontido crescimento das ideologias materialistas de produção e consumo, levado à massificante propaganda dos prazeres fáceis dos sentidos. O outro, o da incapacidade das grandes religiões de não conseguirem responder racionalmente às crescentes questões sobre as verdades da alma e das profecias, conservando-se num prisma catequista controlado e obsoleto. E ambos os vetores não podem alimentar e nem verdadeiramente conduzir as inquirições e anseios tanto das massas quanto de elites intelectualizadas a um caminho iluminado com certezas. Não há como escaparmos a toda essa ebulição. E por paradoxal que possa parecer, essa vivência mais intensifica e apressa à redenção dos egos em amadurecimentos ou já prontos para os processos de suas trocas energéticas e mudanças de parâmetros conscencionais. Exatamente isso veio acontecendo cada vez mais nessas últimas décadas. A incoerência, o apego à futilidade, o incrivelmente bizarro, a falsa e afundada arte, a esdrúxula moda, o fanatismo de todas as espécies, o embrutecimento do homem, a insensibilidade caótica, a religião manipulada, a política rapinadora, os esportes esdrúxulos e os radicais, os excêntricos prazeres da mesa, as excessivas distrações pela internet e TV, os jogos de encontros, e tudo mais julgado da maior importância e sendo de acessibilidade às massas, não causam ao inadaptado outra coisa senão o tédio e a tentativa de fuga desse mundo ruidoso e incompreensível. Toda essa bateria de valores mundanos soalhe incongruente na sua totalidade e fica a segundo e terceiro planos - ou a nenhum - para aquele que “procura e acha, bate e entra!”. É o processo cármico mundial ligado a todos, e paradoxalmente como dissemos, ajudando muitos a se desligar do opressor temporal externo para a busca norteadora do real permanente interno e sua paz. Desconstruir para reconstruir. Largar a prepotência do ego em favor da vibrante e restauradora Alma. Ir-se de um status de consciência para outro, de um pequeno eu impotente e arrogante para o encontro com um Super Eu conhecedor do mundo e sábio, comandado na Terra e nos Planos Superiores pelas potencialidades da Alma Cristificada. Este é o esclarecedor e sereno caminho do agora e sempre ao alcance de todos os egos de qualquer cultura e intelectualidade, partícipes de uma vida comum e responsável. Assim Seja! Assim Seja! Assim Seja! Direitos Reservados Rayom Ra http://arcadeouro.blogspot.com.br Esse texto pode ser copiado e reproduzido, mas pedimos colocar nossos créditos.
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