A Capitania de Paranaguá Síntese Histórica Rolando de Serigi

March 29, 2018 | Author: Juarez Anjos | Category: Portugal, Rio De Janeiro, Brazil


Comments



Description

Trabalho apresentado ao CONGRESSOREGIONAL DE HISTÓRIA E GEOGRAFIA, comemorativo do TRICENTENÁRIO DO MUNICÍPIO DE PARANAGUÁ, em julho de 1948. Digitalizado por 316FF 2909-02-28 0 presente Boletim foi publicado sob os aus_ pícios da Prefeitura de Paranaguá na gestão do Interventor, General João da Silva Rebe_ lo. PREÂMBULO Iniciaremos esta m o d e s t a d i g r e s s ã o , des_ p r e t e n c i o s ü subsídio ã História Regional do Paraná, a ser laborada e publicada sob o alto e esclarecido patrocínio egrégio I n s t i t u t o H i s t ó r i c o , G e o g r á f i c o e E t n o g r á f i c o e_ do Para- n a e n s e , por ocasião das magnas solenidades comemorativas do t r a n s c u r s o , em 1 9 5 3 , do P r i m e i r a Centenário da P r o v í n c i a , dis_ c o r r e n d o , preliminar e ligeiramente sobre a Capitania de nfiaem, p r e c e d i d a de rápida nota sobre São V i c e n t e , no Ita atual Estado de Sao P a u l o . A história da Capitania de Itanhaem c a r a c t e r i z a pela íntima relação com a história da de Paranaguá. Uma e outra se completam. D a í , a razão se Capitania de ser da inevitável necessidade de nos r e f e r i r m o s , a n t e s , ã p r i m e i r a , como complemento indispensável da s e g u n d a , nosso pal objetivo. princi- A C A P I T A N I A DE P A R A N A G U Á (síntese histórica) Subsídio à Historia Regional do Paraná, patriSti_ co cometimento a ser levado a efeito sob o alto e esclarecido patrocínio do egrégio Instituto Histórico, Geográfico e Etnográfico Paranaense , por ocasião das solenidades comemorativas do transcurso, em 1953, do Primeiro Centenário da Província. Por O r l a n d o Á l v a r e s de C a r v a l h o de C o n t r e i r a s e D a m a s o e n o . (Rolando de S e r i g i ) . Laureado pelo DEPARTAMENTO MUNICIPAL DE CULTURA DE SÃO PAULQ e TITULAR DD INSTITUTO HISTÓRICO E GEOGRÁFICO DE S E R G I P E . 1951. . . . filha do todo-poderoso Tibiriçá. já encontrou um português que. em 22 de janeiro de 1502. que. casado com a formosa Paraguaçu. seu genro.I T A N H A E M Parte I a) Nota sobre São Vicente b) Ligeiro histórico de Itanhaem. a Gaspar de Lemos. o) Fundação de Itanhaem d) Primeiros moradores e) A Capitania f) Aldeias e indígenas. a maneira daquele célebre Caramuru. Mas foi a expedição de 1501 a 1502. em 1531. coube. •k * * NOTA SOBRE SAO VICENTE. regressando a Lisboa. quando. levou a El-Rei a notícia do auspicioso descobrimento do BRASIL. A primeira exploração da costa brasileira. na Bahia.a linda e es_ belta princesa. indubitavelmente. dono e se nhor acatado de toda a região de Sao Vicente. na qual veio o famoso Américo Vespúcio. a rogo de João Ramalho. também se casara com Potiva (Flor) . chamou-o de Sao Vicente. aqui. Tibiriçá. Quando Martim Afonso de Sousa aí aportou com as suas naus. prestou auxílio inestimável e eficaz a Martim Afonso de Sousa . Pág 13 . atingindo a um porto natural e bem agrigado ao sul da Baía de Guanabara. através de quatro séculos. chão de prata. preciosa jóia engastada no maravilhoso coiar do pitoresco litoral paulista. de serras resplandescen tes que reluziam como espelhos coruscantes. a beleza virginal de tantas praias maravilhosas do mar.A beleza originai das selvas. Ah! se os olhos de Pedro Taques contemplassem esses formosos e maravilhosos recantos onde. Sao Vicente. Sao Vicente nos parece. Sao Vicente é um índice estupendo do querer e poder do povo bandeirante. talvez a mae das es_ meraldas ? Agora. olhamos. de pedra em pedra. paredes de esmeraldas. agora. de lapa em lapa. de uma imponência e de magnificence beleza que Deus lhe deu. e. Ao alto. Tudo agora novo e belo ! Tudo resplandecendo ao sol de um progresso vertiginosos. tão férteis e cheias de uma fascinadora beleza..fazendo causa com ele na grandiosa obra da civilização. Onde estaria o ouro e onde. e a sabarabuçu. assombroso. com as suas praias. singular. em que poço. Quantos também poderosos chefes nativos se opondo aos portugueses moviam guerra acesa e feroz ao branco que vinha se assenhorear daquelas terras. Ah! Se a visse agora Frei Gaspar da Madre de Deus! Neste deslumbrante acervo de progresso que se acumulou. todo um conjunto de magníficos esplendores que o progresso vertiginoso arrancou ao bojo das selvas vetustas dos primeiros tempos. para além dos elevados plncaros. ficara na imagi nação dos homens aventureiros como a visão de uma obstinação inesquecível. ha quatrocentos anos. que se efetiva em largas messes de fartura e de beleza incon- Pag 14 . um como que mistério insondãvel. no arabesco caprichoso das serras alta neiras. o aicantilado das serras na ânsia íncontida ede encontrar o ouro ambicionado. o branco galgou. ainda. a grande pedra brilhante. como que desafiava o indomito conquistador diante dos desfiladeiros e das gro : tas profundas. Onde estaria o Eldorado e aquela Manoa de casas de telhado de ouro. a prata e as esmeraldas tao cobiçadas ? estariam E um suceder de lendas. tao ricas. fechando os hori zontes. talvez. célula mater da nacionalidade. pela emara nhada mataria a dentro. Para cita-los. foi fundada por Martim Afonso de Sousa. no âmbito impressionante de seus panoramas sugestivos. seus fundadores. Na opinião daquele notável pintor e erudito historiografo. Convento ou Colégio. Itanhaem. ao coração da Pátria nas_ cente. Teriam sido. Sao Vicente. um patrimônio de riqueza. Divergem os historiadores. hoje Aldeia Velha ou Ponta da Aldeia. ocupa lugar ímpar. em ritmo acelerado. os frutos ubertosos dos seus sacrifícios m d e s c n t í veis. E. Benedito Calixto de Jesus afirma que Itanhaem. Píndamonhangaba e Guaratinguetá. sem favor algum. quanto a data de sua fundação. os bravos conquistadores. todo o vasto território compreendido entre Cabo Frio e Paranaguá. aparecem na imprensa do país .das lutas.construído pelos Jesuítas no afã* da catequese. se erguessem. de escritores de renome. criado pelas mãos laboriosas das gentes de Sao Paulo. nao bastariam as paginas deste nosso trabalhí nho. Taubaté.pertencendo. deri tro das maravilhas de sua paisagem romântica e privilegiada. a cada canto. na história da pátria. das suas próprias cinzas. onde até hoje existem as ruínas da primitiva Igre ja. elevou-a ã categoria de Vila. nesta vitoria de todos os dias. Muito se escreveu sobre a vila histórica. Ah! Se neste alarde de progresso incessante. Em 1624. limítrofe a Sao Vicente.Crônicas brilhantes. o castelhano João Rodriguez e o português Cristóvão Gonçalves. cognominada a pérola do litoral sul do atual Estado de Sao Paulo. a. assim como todas Pág 15 . e a imagem que se afigura ao visitante é a dos séculos passados. para levar. como a atestar que as gerações de hoje sao como as que desbravaram a terra virgem nesse anseio maravilhoso que constrói. a cuja autoridade estavam subordinadas as Vilas de Sao José dos Campos . das conquistas e dos seus primitivos colonizadores. a sua jurisdição. Em 1561 o Capitao-Mor Francisco de Morais. na conquista de um progresso m c o n t e s te que é o apanágio da terra de Martim Afonso de Sousa. sua terra natal. a Vila foi denominada Capitania de Nossa Senhora da Conceição de Ita nhaem. a Vila situava-se na Praia de Peruíbe. tudo e primitivo. no ano de 1532. ergue se como um dos mais vivos atestados de perseverança do ti_ po étnico brasileiro.fundivel. por provisão. e Itanhaem. Nela. que rasgaram os caminhos através da selva inóspita. apenas Ê servida pelas Estradas de Ferro Sorocabana e Santos-Juquiã. Seu patrimônio histórico e de valor incomparavel. como que condena da pelos poderes competentes. dista da capital paulista 128 quilômetros e da cidade de Santos. antigamente. as lindas e formosas praias de Itanhaem su plantarão por certo as mais belas praias do Estado. a procuram. destas.000 almas. Prainha.021. ligação com Sao Paulo. de cerca de 2. quando as marés o permitem. em lamentável decadência. onde a gente se et\ contra a vontade. Sua população e. com muita pro priedade. como cidade.quando demandava ao planalto. Até o ano de 1700. possivelmente pelo completo estado de abandono em que se acha. partindo de Sao Vicente. gozou Nossa Senhora da Conceição de Itanhaem dos to ros de Capitania. Itapecerica da Serra e Santo Amaro. alias. Itanhaem. por Itapecerica da Serra Santo Amaro. A histórica Nossa Senhora da Conceição de Itanhaem "Pérola do litoral Sui". mas nao pas_ saram do terreno dos projetos. como I denominada. ihe prodigalizasse um pouco de ajuda. Nossa Senhora da Conceição de Itanhaem passou a ser chamada simplesmente Itanhaem. Possuía. de 6 de novembro de 1906. Vários e interessantes projetos de construção de uma rodovia foram mandados executar pelo Estado. 56 quilômetros. atrativos e encantos vários. sendo que. 1200 radicadas na sede. Também tem acesso pela orla da praia. A superfície do Município é de apenas 1. A ermida data de 1534 e serviu de matriz ate 1639. atingindo então desenvolvimento notável. oferece aos turistas que. Itanhaem é procurada por aqueles que tem necessidade de repouse para o espírito e descanso para os nervos abalados pelas agi_ taçoes da vida moderna e o ensurdecedor barulho das grandes Pág 16 . Sao limítrofes os municípios de Iguape .386 quilômetros quadrados. dos quais tanto necessita. pela Lei n? 1. papel deveras preponderante na epopéia de c o l o m zaçao. Recanto maravilhoso e tranqüilo.Itanhaem poderia ser uma das mais procuradas estações balnearias.em numerosos e alegres grupos. encontra -se presentemente. quando teve na época. que era o caminho palmilhado por Anchieta. livre da etiquetas e de convenções. sendo rde elevada a Município. se o Estado lhe votasse um pouco de interesse. de vida singela.as povoaçoes situadas nas lavras de Minas Gerais. No dia em que essas promessas se executarem. As rendas do Município sao deficientes para prove-la de me lhoramentos. Mira<_atu. atualmente. uma forma viva e insuspeita para identificar a humanidade do homem. em 1947. discursando no ato da solene inauguração. passamos a abordar o capítulo da fundação de Itanhaem. falariam também a mesma linguagem de poema de Varela. ve-lo. fundador da Cidade de Pi^ ratininga. desse modo. como nos versos impecáveis de Machado de Assis . este mar belo e selvagem.metrópoles. que ele pode. atravessando o •pátio singelo e tran quilo. " Caminhando daqui para acolá. a multidão verifica que o Padre An_ chieta está em seu meio. fundador das letras pátrias. uma linguagem comum para as aflições humanas. estava certo de que a poesia. professor da Faculdade de Direito da Universidade de Sao Paulo e membro proeminente da Academia Paulista de Letras.ao invés disso.caminho que nos conduzirá ao nosso objetivo: A capitania de Paranaguá. Anchieta. Apos esta síntese histórica. graças a generosidade de um seu grande amigo. que "o nome de Anchieta resplandece no vivo nome do Brasil unido. Foi assim que o escultor o concebeu. que teve sua vida li gada tão estreitamente a Itanhaem. teve sua dívida de honra resgatada pelos seus munícípes.Anchieta lutou para que do solo da América jamais fossem arrancadas as raízes da formação moral que nos legou. com felicidade. Esta paisagem esplendida. sentindo-se os forasteiros atraídos pelas pai sagens maravilhosas que se descortinam e sao. deveria a multidão que o circunda erguer a cabeça para. E quando traçava na areia da praia de Peruíbe os seus lindos e tocantes poemas. Estaria. Pág 17 . na glória de seus apóstolos. o preclaro brasileiro Embaixador Jo_ sé Carlos de Macedo Soares que. estas montanhas tranqüilas e taciturnas. na maioria . se falassem . Cândido Mota Filho. era . quando Interventor Federal no Estado de.is to é. dominando a cida_ de Mas. seus grandes propagandistas.E foi. para confirmar. idealizou e tornou realidade a concepção de uma artística estatua. inaugurada ha cinco anos. um veiculo da compreensão pelo sentimen_ to. da altura de um pedestal suntuoso. em plena brutalidade da conquista. assim se referiu: "4c? ser entregue este monumento do Padre Anchieta.por mais que procurasse outra concepção. como expressão dos enlevos do espirito. deixando Itanhaem que tanto amava para embrenhar-se no sertão. A beleza de seus panoramas assoberba a todos os que a visitam. o admira vel mestre do Brasil. reviver. Sao Paulo. refor. mas. arrancando do olvido tantos sucessos que contri buíram para dilatar extraordinariamente o domínio português ao sul e ao oeste da. nesses arquivos de Itanhaem. reuniu os ele mentos esparsos que deparou. Pag 18 . Duas correntes de opiniões dividem os nossos h i s toriógrafos e cronistas sobre a fundação de Itanhaem. como o mais ilustre e amoroso filho daquelas tranqüilas e evocativas paragens da nossa Pátria. o ílus tre intelectual e emérito patrício. Entretanto. pois. os dados es_ parsos que colegi nas minhas repetidas pesquisas por carto rios e arquivos. principalmente. insignificante auxílio a tao meritoria empresa. çando dados esparsos que Frei Gaspar da Madre de Deus.A crônica da Capitania de Nossa Senhora da Concei çao de Itanhaem é um brilhante capítulo da hístóiia pátria . A Benedito Calixto de Jesus cabe. a prodigiosa memória de Benedito Calixto de Jesus. assim. que ainda nao encontrou quem o traçasse. salvando. que foi sede de governo de uma das mais importantes Capitanias do Brasil. seu be_r ço natal. muitos dados curiosos e importantes pa ra a história da sua terra natal.? o mais importante repositório dos fatos da famosa Vila de N o s sa Senhora da Conceição de Itanhaem. a missão de. 0 que ha sobre a velha e histórica povoaçao. no arquivo de Itanhaem. aqui reúno. Como materiais para este edifício. Pedro Taques. de saudosa memória e a quem tivemos a honra de conhecer pessoalmente. Nao pôde ele deparar. Uns . consiste somente na obra. devendo o mais abundante das notícias ao infatígãvel autor das "Memórias Históricas de Paranaguá" o ilustrado Antônio Vieira dos Santos. nao só como um beneditino culto daquela ciência que Cícero definia como a mestra da vida. João Mendes de Almeida. Antônio Vieira dos Santos e outros doutos pesquisadores do passado nos transmitiram. em que a dedicação e a paciência beneditinas de Benedito Calixto de Jesus. escrever a crônica de Itanhaem. linha divisória fixada pelo famigerado Tratado de Tordesi lhas. em tcdos os seus contornos. elementos precisos e completos para reconstruir-lhe. do olvido. r e f u n d m d o o seu belo trabalho e reunindo os novos e preciosos subsídios. com o rigor que seria de desejar. a cronologia e a narrativa dos sucessos desse longo período de cerca de quatro séculos da data de seu povoamento. deveria a multidão que o circunda erguer a cabeça para.metrópoles. A beleza de seus panoramas assoberba a todos os que a visitam. quando Interventor Federal no Estado de Sao Paulo. Foi assim que o escultor o concebeu. estas montanhas tranqüilas e taciturnas. deixando Itanhaem que tanto amava para embrenhar-se no sertão.E foi. uma forma viva e insuspeita para identificar a humanidade do homem.is_ to é. Estaria. desse modo. inaugurada há cinco anos. na maioria . se falassem . estava certo de que a poesia. o preclaro brasileiro Embaixador Jo sé Carlos de Macedo Soares que. idealizou e tornou realidade a concepção de uma artística estátua. teve sua dívida de honra resgatada pelos seus munícípes. seritindo-se os forasteiros atraídos pelas pai sagens maravilhosas que se descortinam e sao. Pag 17 . com felicidade. o admira vel mestre do Brasil. dominando a oi da de Mas. um veiculo da compreensão pelo sentimen_ to. este mar belo e selvagem. Apos esta síntese histórica. seus grandes propagandistas. atravessando o pátio singelo e tran_ jqttilo. para confirmar.por mais que procurasse outra concepção. da altura de um pedestal suntuoso. que "o nome de Anchieta resplandece no vivo nome do Brasil unido. falariam também a mesma linguagem de poema de Varela. que teve sua vida li gada tao estreitamente a Itanhaem. era . graças a generosidade de um seu grande amigo.ao invés disso. uma linguagem comum para as aflições humanas. em plena brutalidade da conquista. Cândido Mota Filho. professor da Faculdade de Direito da Universidade de Sao Paulo e membro proeminente da Academia Paulista de Letras. que ele pode. Esta paisagem esplendida. E quando traçava na areia da praia de Peruíbe os seus lindos e tocantes poemas. como nos Versos impecáveis de Machado de Assis .Anchieta lutou para que do solo da América jamais fossem arrancadas as raízes da formação moral que nos legou. discursando no ato da solene inauguração. Anchieta. fundador das letras pátrias. na glória de seus apóstolos. reviver. " Caminhando daqui para acolá. passamos a abordar o capítulo da fundação de Itanhaem.caminho que nos conduzirá ao nosso objetivo: A capitania de Paranaguá. como expressão dos enlevos do espirito. a multidão verifica que o Padre An_ ahieta está em seu meio. em 1947. ve-lo. assim se referiu: "Ao ser entregue este monumento do Padre Anchieta. fundador da Cidade de Pi_ r a t m i n g a . . Machado de Oliveira . con quanto nos pareçam muito procedentes as alegações do provecto Frei Gaspar da Madre de Deus sobre o erigir da vila. pois. tra tasse de povoar as imensas e formosas praias de Itanhaem. bem ponderando so bre o caso. a explorar o interior da sua vastíssima Capitania. Francisco de Morais. em 1532 ou 1533. Simao de Vasconcelos. incontestavelmente» a maior autoridade. Milliet de Saint Adolphe. que consistiu no erigir da vila. seduzido pela miragem das minas de ouro que lhe fora sugerida pelo castelhano Francisco Chavez. durante a sua permanência em Sao Vicente. portanto. da ocupação portuguesa. De outro lado. como seus fundadores. baseados em docu mentos valiosos. Martim Afonso de Sousa ha via deixado em Cananea. e t c . do fenômeno histórico conseqüente do próprio povoamento. Cândido Mendes até Benedito Calixto. Nada mais natural que Martim Afonso de Sousa. Natural. o castelhano João Rodriguez e o português Cristóvão Gonçalves. Frei Gas_ par da Madre de Deus. todavia. o glorioso primeiro do_ natário de Sao Vicente . uma vez que se queira atribuir a Martim Afonso de Sousa a fundação da vila. fa zendo concessões especiais de sesmarias ou delineando os pn meiros tentamens de catequese pelo aldeamento dos indígenas que ali habitavam. estabelecido naquele porto. e n t a o n o assunto. opinam que a Vila de Itanhaem foi fundada pelo Capitao-Mor de Sao Vicente. A primeira corrente apresenta um luzido corpo de defensores a partir de Gabriel Soares.enquanto que outros. postos ou destacamentos avançados com a incumbência de transmitir-lhe novas dos expedicionários. Assim. ao sul de Sao Vicente. mais propriamente. e até o precioso trabalho do ilustre historio grafo paranaense Rocha Pombo depõem contrariamente. dao. achamos perfeitamente conciliaveis as duas categorizadas afirmativas desde que se dístíngam os fundamentos os inícios da colonização de Itanhaem. as duas opiniões antagônicas se conci^ liam: a Martim Afonso de Sousa deve Itanhaem o início do po_ voamento ou. que procurasse estabelecer. outros. Pag 19 . uma expedição comandada por Pero Lopes e Rui Pinto.atribuem-na a Martim Afonso de Sousa. Como é sabido. nao atri buindo a Martim Afonso de Sousa a fundação de Itanhaenu } Qual a tese mais verossímil ? Confessamos que a nossa opinião propende para a se gunda versão. Entretanto. constituindo desde logo as três ou quatro vilas que disputam a honra de tê~lo como fundador. Cronistas e^historiadores narram que pouco de pois da fundação de Sao Vicente. com as suas distintas qualidades de estadista. provando. nas praias de Itanhaem. fundado. genro do poderoso cacique Piquerobi e êmulo de João Ramalho. a Pág 20 .como ou vidor ou juiz ordinário de Sao Vicente. Povoando o país.vultos que se destacam na história com certo relevo. Cinco anos mais tarde. como Antônio Ro drigues. o fundador de Itanhaem. Tao rápidos foram os progressos do povoado que. mas nao da sua vila. contando com a presença do Capitao-Mor governador Jorge Ferreira. figurando entre os seus povoadores. um aldeamento em Peruibe. mesmo. concedendo sesmarias no território de Itanhaem ou aldeiando os índios aliados aí . e precursor de Heleodoro Ébano Pe_ reira. como abaixo descrevemos.Povoado o terreno. ou melhor. Martim Afonso de Sousa éj de fato. Pedro Martins Namorado. o ínclito fundador de Santos. e coube a Brás Cubas. Brás Cubas demarcou uma quadra. que mais tarde se salientou na expulsão dos franceses da baía de Guanabara.des_ tinando-a a futura vila. enlarguecer e limpar o ca minho de comunicação entre aquele e o povoado de Itanhaem. isto é. o litoral itanhaense foi colonizado. os vereadores vicentinos elegeram a Cristóvão Gonça_l ves primeiro juiz pedaneo do povoado. as conseqüências desses atos se foram sucedendo naturalmente. A 22 de abril de 1555. sob a ação direta do primeiro donatário de Sao Vicente. mártir da conquista do PARANÁ.re_ solveu mandar abrir. 0 crescente desenvolvimento da colonização fez surgir a necessidade da ereçao de um povoado nas praias de Itanhaem. como meio de impedir as incursões dos temíveis Carijõs até Sao Vicente.a 16 de agosto de 1556. a 13 de janeiro de 1561. isto é. com o auxílio dos numerosíssimos índios aliados ao mando de influentes chefes como Piquerobi ou Caiubi. quando já havia destacado em Cananea os 40 besteiros e 40 espíngardeiros da malograda expedição ãs terras dos bravios Carijõs. a Câmara de Sao Vicente. o patriarca. assim. o convertido Pedro Corrêa. a incumbência de escolher a sede do projetado núcleo. 0 que nos parece crível é que Martim Afonso de Sousa cometesse o erro de dispersar o pequeno núcleo de co lonos. As duas versões se conciliam. em conseqüência. Assim. mantendo. um pequeno núcleo em Santa Catarina. nao via com agrado os progressos da nova povoaçao. fundando. os espanhóis. visitando Itanhaem. de Itanhaem^ partiram os primeiros povoadores portugueses de Iguape. Assim é que. Francisco de Morais desatendeu o pedido da Cama ra. Outros destinos lhe estavam reservados. como demonstraremos mais adiante. que fora povoado durante o governo de Martim Afonso de Sousa. pois. como consta do termo de vereança de 19 de abril de 1561. protestando contra a criação da vila . A Câmara de Sao Vicente. embora de grande relevância. PARANAGUÁ e CURITIBA.. loco-tenente do mesmo ilustre donatã rio de Sao Vicente. ~ Contudo esta obra anônima de expansão do domínio português em domínios de Castela. Itanhaem. tentou opor-se ao ato do Capitao-Mor. Com a poderosa expansão do movimento colonizador vicentino. veio. tiveram de retirar-se mais para o Sul. o Capitao-Mor Francisco de Morais. entretanto. Ca nanes. * * * Pag 21 . que se mantinham aferrados ao esta belecimento de Iguape. mais tarde. por sua ordem. o seu ato. nao daria a Itanhaem o justo renome de histórica. pois.existência de mais de 20 fogos ou famílias portuguesas ali estabelecidas. alegando ter provisão do donatário para erigir a vila . con quistar os foros de município durante o governo do fidalgo Francisco de Morais. portanto. que goza^entre os diversos e progressistas núcleos de população de Sao Paulo. Ao mesmo tempo. erigia o pelourinho e dava-lhe o predicamento de vila. última descendente de Pero Lopes de Sousa. célebre e prolongado litígio que se sustentou indefinidamente por to do o transcorrer do século XVII. Martim de Sa exerceu os cargos de Capitao-Mor governador de Sao Vicente e Santo Ama ro. Isabel de Li_ ma de Sousa e Miranda. sendo descendente no mesmo grau que Lopo de Sousa. com o fundamento de que. o Conde de Monsanto.PARTE II a) O litígio entre os herdeiros dos donatários Vi neiros e Monsantos ' 3 b) Doação da Capitania de Itanhaem o) Seus donatários Em 1610. A 20 de maio de 1615. instituiu seu herdeiro a Lopo de Sousa. os poderes necessários para tomar posse das 80 léguas de costa das terras doadas a Pero Lopes de Sousa. como herdeiro. e. intentou. Quando Manoel Rodrigues de Morais veio ao Brasil > para dar execução ao mandado. também neto de Pe_ ro Lopes de Sousa. era contudo mais velho. Entretanto. somente a 10 de abril de 1617 foi lavrada a confirmação da mesma sentença passada por D. o Conde de Monsanto obteve sentença favorável. do primeiro donatário. e depois de tomar posse da Pag 22 . uma ação para haver. enquanto durasse o disputado pleito. lhe competia o morgadio. o Conde de Monsanto delegou. de pronto. Falecendo D.a Manoel Rodrigues de Morais. como tal. surgiu entre os herdeiros de Martim Afori so de Sousa e de seu irmão Pero Lopes de Sousa. e. sem deixar filhos. m a s . A momentosa questão seguiu os seus trâmites durante 5 longos anos. Feli_ p e . donatário de Sao Vicente e descendente de Martim Afonso de Sousa. nesse período. a Capitania de Santo Amaro-Itamaracã. por provisão real. Em junho de 1620. foi substituído por D. Da mesma forma. pois. Santos. como loco-tenente da verdadeira donatária. Sancho de Faro. Mogi das Cruzes e ou_ tras aldeias integrantes da extensa Capitania de Martim A fonso de Sousa. apresentou-se â Câmara de Sao Vicente. dotou sua irma. D. Francisco Luís <-• Carneiro. ordenando. a instituidora e primeira donatária da Capitania de Itanhaem. onde conseguiu de D. com a Capitania de Itanhaem. filho e sucessor de D. Condessa de Vimieiro. Francisco Pag 23 .Capitania de Itamaracá. Sucedeu-lhe o seu filho D. que se achando ausente no Ducado de Flandres. Manoel Rodrigues de Morais assenhoreou-se de Sao Paulo. com autorização expressa da Coroa. que empregou baldados esforços no sentido de defender os legítimos interesses e direitos da sua constituinte. Governava. Diogo Faro e Sousa. Nesse ultimo a. que dessem posse da terra ao Conde de Monsanto. 0 sexto donatário foi D. D. A Condessa de Vimieiro. dirigiu-se a Bahia. Mariana de Sousa da Guerra. seu irmão mais moço. Mariana de Sousa da Guerra. a que regeu no período compreendido entre 1624 a 1645. Diogo Faro e Sousa. D. cumprindo a provisão do governador geral. Sao Vicente. foi. e o que mais concorreu para o desenvolvimento de Itanhaem. uma provi_ sao. esbulhada da posse das suas vilas. Luís de Sousa. Afon so de Faro. sem dúvida. Mariana de Sousa.ã câmara de Sao Vicente e as demais autoridades da Capitania. então. pois. no. ou prima. 0 sétimo donatário. exibindo os poderes de que se achava investido e requerendo a posse da Capitania. quinto donatário que regeu a Capitania a partir de 1648 a 1653. tra tou de arear a Capitania de Nossa Senhora da Conceição de Itanhaem. por intermédio do seu loco-tenente. D. Manoel Rodrigues de Morais. Foi. quando só disputava o morgadio das Capitanias de Itamaracá -Santo Amaro. Sancho de Faro. o Capitão Mor João de Moura Fogaça. governador geral do Brasil. A 21 de janeiro de 1621. o Conde de Monsanto empossado da Capitania de Sao Vicente . irma e sucessora de Lopo de Sousa e quarta donatária de Sao Vicente. somente no dia seguinte a Câmara deferiu o pedi^ do. D. Tornou-se. na ocasião em que esta contratou ca samento com D. Conde da Ilha do Príncipe. embora precariamente. o representante da Condessa continuou a usar as respectivas in sígnias do comando e a exercitar. Moura Fogaça embargou a intimaçao. favorecem essa versão. que abrangeram todas as principais vilas de Sao Vicente. que tendo prestado preito e homenagem pela Capitania de Sao Vicente. Ãlvaro Pires de Castro e Sousa. Os fatos. Contudo.Dionísio da Costa Diogo Vaz de Eseobar Consoante o por nós esclarecido anteriormente. João de Moura Fogaça-tra Pag 25 . Apesar de tao procedentes alegações. a Capitania de Itanhaem. zona onde nao era contestada a sua autoridade. elementos esclarecedo res para assegurar que fosse João de Moura Fogaça ou outro loco-tenente que o substituísse. de sorte que Fo_ gaça. em nome da Condessa. alegando que a provisão do Conde nao estava confirmada pela Coroa. se apoderou da Capitania de Sao Vicente. fi nalmente. Nao existem. nao constava haver provisão alguma que levantasse essa homenagem. E natural que depois da medição e conseqliente demarcação das 10 léguas de Santo Amaro. infelizmente. na completa au sencia de documentos. na própria vila de Sao Vicen te. até 1624. nao teve outro recurso senão o de transferir-se para Itanhaem. que a me diçao das 50 léguas de costa nao tinha sido julgada. quem instituiu. para saber os interesses de sua constituinte.P A R T E III a) Os Capitães-Moves governadores b) João de Moura Fogaça . e. quando D. Nesse ano.João de Moura Fogaça era o loco-tenente da Condessa de Vimieiro . as funções de seu cargo. a Condessa foi des apossada das vilas que lhe pertenciam. a Câmara vicentina intimou a João de Moura F£ gaça que desistisse dos cargos de que se achava investido. então Conde de Mon santo. A situação da Capitania de Itanhaem era precária. interromper o douto histo riador. no litoral. firmando o termo de doação feita pela Irmandade de Nossa Senhora da Conceição aos Religiosos de Santo Antônio. sob o impulso que as lavras de ouro Vhe vieram dar. sendo o segundo signatário do auto de posse lavra do na mesma data.um dos documentos cons_ tantes da excelente memória de autoria de Benedito Calixto de Jesus menciona Dionísio da Costa como capitão. nomeado a 20 de novembro de 1648 e que pensamos só exercesse o governo até 1650. até Cabo Frio. Duarte Corrêa Vasquea nes. Diogo Vaz de Escobar. Diogo de Faro e Sousa fe-lo seu loco-tenente. já um importante núcleo de população. -Diogo Vaz de Esco_ bar levou a efeito esta árdua empresa. agora. Hermelino de Leão. iniciou. ao norte. como parte do histórico da Vila de PARANAGUÁ no período em que a mesma esteve anexada á jurisdi^ çao da Capitania de Itanhaem. Deste governador nao há referencia na crônica de Antônio Vieira dos Santos. " Permitimo-nos . a 2 de janeiro de 1654. Senão vejamos: "Paranaguá florescia. no Já que atingimos este ponto da nossa modesta dis sertaçao. a política de expansão territorial. recorremos. Dr. governo de Itanhaem. que muito aon_ viria a Itanhaem submeter a sua Capitania. então. na parte compreendida entre Sao Vicente e Cananea . ás "Memórias Históricas da Capitania de Itanhaem e Paranaguá" de autoria do Dr. um dos mais notáveis governa dores da Capitania de Itanhaem. Ereta em vila por autoriza çao do governador do Rio de Janeiro. uma vez que temos que nos referir ao governo de Diogo Vaz de Escobar. Hermelino de Leão. ao sul. e. para esclarecer que nao sabemos se Diogo Vaz de Escobar já residia no Brasil quando D. numerosos povoadores de Pág 26 . 0 seu sucessor.tasse de estabelecer o seu governo na zona que nao lhe era contestada. ou na zona de Sao Sebastião. pois. Diogo Vaz de Escobar. Um dos sucessores de João de Moura Fogaça no gover_ no de Itanhaem foi Dionísio da Costa. nesta oportunidade. conforme o citado historiógrafo. a fim de colhermos as informações complementares necessárias a este capítulo. com a descoberta das minas de PARANAGUÁ e CURITIBA. isto é. foi. era. nessa época. o iniciador da "política d'expansao territorial do sul". entretanto. suas terras emigraram para as novas conquistas. ao que supomos. onde. quando D. Diogo de Faro doou a Capitania de Nossa Senhora da Conceição a sua irma ou prima D. H e r m e H "Acumulando os cargos de Capitao-Mor. procurou Diogo Vaz Jle Escobar levar a efeito os seus desígnios de administração. corregedor e provedor das minas. sesmeiro. solenidades essas que tiveram lugar a 15 de fevereiro. a 12 de outubro de 1653. Escobar já se achava empos_ sado no cargo de governador de Itanhaem. ainda celebrou uma vereança geral com a presença de 25 "republicanos". tratou de valorizá-lo e incumbiu a Escobar de to_ mar posse das 50 léguas de costa que governava. "Escobar teve a habilidade de desempenhar-se da co_ missão. com Pig 27 . "Segundo um apontamento que temos. as mesmas vilas. o Capitao-Mor Escobar percorreu as vilas do Sul. com os amplos e ilimitados poderes de que se achava armado o seu constituinte. como novo donatário. depois primeiro Marques de Cascais. atraindo a simpatia do povo para a causa do seu cons_ t ituinte. então. organizando-as e dando-lhes provimento. A 2 de janeiro de 1654 demarcou o rocio de Paranaguá. voltou novamente em aorreiçao. " 0 Conde da Ilha do Príncipe. que. tratou logo de captar a boa vontade de Gabriel de Lara. "Já. em seu nome. Quando o Capitao-Mor recebeu em Itanhaem a notícia de ter sido Gabriel de Lara nomeado loco-tenente do Conde de Monsanto. "No ano seguinte. dando posse da terra ao seu senhor. tomando delas posse em nome do Conde da Ilha do Príncipe. ao receber o dote de sua esposa. em Iguape. Escobar estava orientado dos desígnios do Conde de Monsanto. ouvidor. Mariana de Faro. a 8 de março. e a 25 do mesmo mes e ano em Paranaguá. fora ereta em território pertencente a extinta Capitania de Santo Amaro. depois de seu regresso dos campos de Curitiba. com o mais louvável zelo e probidade. de fato. a quem passou patente de Capitao-Mor. de sorte que s e fazia mister chamar para o seu governo as novas povoaçoes que se estabeleciam no Sul do Brasil. Capitão-fundador da vila. "Em 1655. que tratava de criar a Capitania de Nossa Senhora do Rosário. com sede em Paranaguá. governador . Em Paranaguá. Retornemos à brilhante no de Leão: descrição do Dr. em nome do Conde da Ilha do Príncipe. tratou de partir. pode mais a enfermidade do que a dedica_ çao de Escobar. "Todavia. zelando dos in teresses do Conde da Ilha do Príncipe e impedindo. com a sua presença. voltou a Paranaguá. e a 12 de dezembro desse mesmo ano de 1655. "Escobar resistiu ainda por algum tempo a tenaz moléstia que o acometera. das seguintes armas d'ElRei: 77 mosquetes. esteve em Paranaguá. em 1656. a fim de evitar a desmembvaçao da Capitania. " Pag 28 . 12 bandoleiras. 5 arrobas de morrao e 1 marrao de chumbo. para Paranaguá. desprovido de recursos. a Câmara. abandonou Paranaguá. que Lara constituísse governo. que a 20 de fevereiro desse ano tomou posse de Paranaguá como governador de Itanhaem e loco-tenente do Conde donatário. sem demova.preendendo o dloanae desse ato. fez entrega. Embora enfermo. Somente quando em perigo de vida. faleceu em Itanhaem. tomando posse da vila. sendo substituído no governo por Simão Dias de Moura. "A diligencia com que Escobar exercitava as fun_ çoes dos seus cargos foi-lhe fatal: os seus males se agrava ram até que. Os seus padecimentos agravaram-se. com os seus homens de guerra se apressou a ir a Paranaguá. "A Câmara nao deferiu o pedido. a partir de Sao Sebastião. Na zona norte. indo a 1° de março a sua Câmara reunida a casa de Lara dar posse da terra ao Conde de Monsantoj e confirmando a 15 de maio em vereança esse ato de adesão a causa que Gabriel de Lara representava. "Entretanto. com grande aparato. "Este ato do reconhecimento de Lara. Pag 30 . para essa resolução dos pa_ ranaguaenses. alegando que ali nao tinha outra missão a nao ser o serviço d'El . cujo governo ficou circunscrito. sabendo da posse de Lara.Gua_ ratinguetã. Ao contrario. na conquista do Rio Grande. Chegando aí. visando atemorizar aos partidários de Lara e reconquistar a vila. conservou sempre as insígnias de Capi tao-Mor e sua escolta em armas. no dizer de Pe_ dro Toques. a oposição que Lara fez â retirada das compa nhias de índios carijós para a conquista do Rio Grande. declarando que quem exercia este cargo. Soto Maior respondeu que era Capitao-Mor de Itanhaem e que se achava na vila em serviço real. como governador da Capitania de Paranaguá. Soto Maior. Taubaté. em Paranaguá . Pediu que lhe fosse permitido usar das instgnias e da força para ser respeitado. que a 7 de junho o intimaram a compare cer perante a Câmara. como pelos brancos. Ubatuba. Paraná guã já se havia separado de Itanhaem. tanto pelos ín_ dios."Quando. os governadores de Itanhaem exerciam jurisdição ainda sobre Pindamonhangaba. mas a 30 ãe junho intimou ao governador de Itanhaem para que nao usasse mais as insígnias de Capitão Mor. Parati e Angra dos Reis. nada resolvendo nessa vereança. tomou posse da Capitania. "Concorreu muitíssimo. que pouco depois iria praticar notáveis atos de bravura e heroísmo. apesar dessa capitulação sem protesto. En tretanto. digno dos heróis americanos.Rei. na zona do sul. Iguape e Cananec. Soto Maior teve a fraqueza de reconhe_ cer a autoridade de Lara. exigindo a exibição dos seus títulos e a exposição dos motivos por que estava na vila. Caraguatatuba. foi o último praticado pelas autoridades de Itanhaem. era um militar brioso. era Gabriel de Lara. em 1660. Soto Maior. as tres vilas de Itanhaem. supondo que bastaria a sua presença para submeter a vila ao domínio de Itanhaem. a fim de embarcar os índios para a conquista do Rio Grande. a ostentação de força irritou sobremodo aos homens da governança. es_ tando nessa vila a 30 de novembro. jamais se olvidou. entretanto. mesmo ano de 1660. Salvador Corrêa de Sa e Benevides. tornando-se alguns dos patriarcas dessa população que. Pinas. sem que reconhecessem nenhum donatário. hoje. ao Sul do Brasil. Luís. " Pag 31 . nos atos públicos." Hermelino de Leão refere-se ainda a outros governadores de Itanhaem e a fatos que se relacionam com esta vi_ la. determinou que.ela doou o vinculo de sangue. "Esta resolução consolidou a autoridade de Gabriel de Lara que. funcionando como delegados da Coroa. mais do que o lustro de governo. já tinha cumprido a sua missão histórica de desalojar os espanhóis de Iguape e de dilatar o domínio português. e. ao terminar a sua interessante e erudita "Memória" . porém. das duvidas existentes entre os herdeiros dos primitivos do natários. as autoridades em exercício se mantivessem er: seus respectivos cargos."Corroborando este acontecimento. Foram os itanhaenses Rodrigues Sid. Antunes. depois Marques de Cascais. diz: "Itanhaem. no fim do. Dias de Moura . da sua qualidade de loco-tenente do Conde de Monsanto. se estende do Itararé ao Uruguai e do Atlântico ao Rio Paraná. Ao Paraná. governador do Rio de Janeiro e administrador das minas de Paranaguá. dos primeiros povoadores e conquistadores dos com pos de Curitiba. à visto. depois da posse conferida a Luís Lopes de Carvalho. e também Alcaide-Mor de todas. ra Sao Vicente. fabricas. porque desde então faltam os subsídios que as "Memórias Históricas da Capitania de Itanhaem e Paranaguá" até então nos forneciam. como Capitao-Mor de Itanhaem. uma lista completa dos governadores de Itanhaem.Itanhaem continuou como Capitania com governo distinto do da Capitania de Sao Vicente e Sao Paulo. segundo consta da procuração por que o mesmo Conde mandou tomar pos_ se das terras. (Vide "Memórias Históricas do Rio de Janeiro"] .tomou posse de Sao Vicente a 28 de abril de 16 79.PARTE V a) Os sucessores de Antônio Barbosa Soto Maior b) A contribuição de Itanhaem no povoamento do PA • HANÁ Nao existe. foi Capitao-Mor e governador perpétuo da vila de Ita nhaem. por Patente datada de 167?'. Em sua Patente constava que ele descobrira as minas de prata e de ferro na vila de Nossa Senhora da Conceição de Itanhaem. criado pelo Conde. Pa.í 32 . Benedito Calixto de Jesus. da Capitania de Sao Vicente. descobrira também as de Ouro na vila de Cananea. e sendo administrador delas. Sobre Luís Lopes de Carvalho escreve ra dos Santos: Antônio Viei^ "Luís Lopes de Carvalho. engenhos. e suas anexas. Entretanto. refere-se a Luís Lopes de Carvalho. e deduz desse fato que a sede da Capitania se transferisse pa. que parece os tinha com pletos. na qualidade de Procurador do Conde da Ilha do Príncipe. e essa falta se torna mais sen sivel para o autor destes modestos apontamentos. etc. como loco-tenente do Conde da Ilha do Príncipe. apesar da posse de Sao Vicente. ao que saibamos. que. Pouco depois. em 1692. Pag 33 . foi nomeado Capitão-Mor de "Tinhaem". por sua majestade que Deus Guarde. os Capitaes-Mores Itanhaem eram providos pela Coroa e nao pelos donatários. que. a 8 de outubro de 1720. de sorte que os Capitaes-Mores perderam o dilatado mando que exercitavam. ve mo-lo baixar um edital em Iguape. Tome Monteiro de Faria. declarando-se "governador e Capitão-Mor sesmeiro em toda a Capitania de Nossa Senhora da Conceição. exercia o alto cargo de Provedor dos Quintos Reais. tendo sido promovido por paten te regia de 7 de abril de 1720. A Capitania foi. Rafael Pires Pardinho. mas. Aires Saldanha de Albuquer que Coutinho Matos de Noronha. tornando-se meros comandantes das ordenanças das vilas. incorporada ao governo de Sao Paulo. dava. e prestou preito e homenagem a 18 de janeiro de 1695. 0 último governador de Itanhaem. nova organização mais liberal. que a 24 de maio prestou o compromisso legal do cargo. foi Carlos Pedroso da Silveira reconduzi^ do ao cargo. Carlos Pedroso da Silveira. nao nos constando qual o seu sucessor no governo de Itanhaem. ouvidor de Sao Paulo. Carlos Pedroso da Silveira. então. ao que sabemos: Martim Garcia Lumbria. perdeu a antiga preponderância que exercia no tempo dos donatários. as vilas do sul da Capitania. tão-Mor de Itanhaem o notável paulista Carlos Pedroso da Silveira. de Tome Monteiro de Faria. A 21 de maio de 1699 foi provido no posto de Capi. prestou preito e homenagem pela Capitania de Nossa Senhora da Conceição de "Tinhaen" perante o governador e o Ca pitao-General do Rio de Janeiro. Findo o seu triênio. seu sucessor. os seus sucessores no de Itanhaem. foi Francisco Cordeiro de Carvalho. e com as novas descobertas das Minas Gerais e de Cuiabá. governo Nao sabemos em que data foi provido Martim Garcia Lumbria no posto de Capitao-Mor de Itanhaem.Foram os seguintes." A partir desse governador. de que temos notícia. Francisco Cordeiro de Carvalho. de Parati. Em 1704. por Patente de 19 de agosto de 1701. por carta-patente de 12 de março de 1694. Itanhaem. porem. ela doou o vínculo de sangue e. mais do que o lustro de governo. Luís. se estende do Itararé ao Uruguai e do A tlântíco ao rio Paraná. Pinas. Dias de Mou ra. dos primeiros povoadores e conquistadores do. "foram os itanhaenses Rodrigues Síd." 3V Pág 34 !% & . ao Sul do Brasil.hoje. tornando-se alguns dos patriarcas dessa população que. já tinha cumprido a sua missão his_ tõrica de desalojar os espanhóis de Iguape e de dilatar o domínio português. Ao PARANÃ. repetimos. campos de Curitiba.. Antunes. nem tao pouco o donatário que pas_ sou a competente "provisão" para tal predícamento. a que nos da o opusculo do provecto homem de letras Sr. ao passo que os cronistas Pedro Taques e Monsenhor Pizarro declaram que a Vila de PARANAGUÁ foi fundada por Heleodoro Ébanu Pe reira. incontestavelmente. f) Projeto de uma nova fortaleza nesse porto: g) Uma nau de piratas h) Os quintos reais i) A linha divisória entre as duas donatárias j) Outras notas Diversos e ilustrados historiografos e cronistas se tem ocupado do histórico da fundação desta importante povoaçao do extremo litoral do sul. em 1647.conforme os docu Pág 35 . em 1648.VILA DE PARANAGUÁ a) A data de sua fundação b) Os marcos e padrões de Cananea e PARANAGUÁ c) Confusões dos historiógrafos sobre esses pontos d) A planta topográfica do porto de PARANAGUÁ no século XVIII e) Um luminoso relatório dessa recuada época. A data mais digna de fé é. diz que a povoaçao foi fundada por Heleodoro _É bano Pereira e o Capitao-Mor Gabriel de Lara. Quanto a data em que PARANAGUÁ foi elevada a vila . nos "Apontamentos". os historiógrafos nao estão de acordo» Azevedo Marques. Nenhum destes ilustrados historiógrafos nos dizem . Roma rio Martins. entretanto. da Capitania de Sao Vicente. de pois Capitania de Itanhaem."Sobre a fundação de Paranaguá". o dia e o mes em que teve lugar esse auspicioso evento da "ereçao de vila". "Memórias Históricas da Capitania de Itanhaem e Paraná guã. o que constituía uma ano malia. mandou tocar caixa. pois que "esse ato" da ereçao do Pelourinho. até en tao sob a chefia discricionária dos prepostos reais. a eleição dos oficiais da Gamara e mais autorida des. s Um dos homens mais notáveis dessa época e que tanto contribuiu com os seus esforços e influência para que a Vi la de PARANAGUÁ saísse desse estado anormal e tivesse Câmara e mais autoridades administrativas foi o Capitao-fundador Gabriel de Lara que. junto ao serviço das minas de ouro . assim reconhecendo a necessidade da organiza çao da Justiça e da administração publica. mas antes requeriao a elle Lara como Capitão deste povo. do Rio de Janeiro." Diz Romário Martins que "em 1640 o governador. aos 26 de dezembro de 1 6 4 8 . "símbolo da Jurisdição e da Justiça".mentos extraídos da importantíssima obra de Antônio Vieira dos Santos. no arraial." "Os documentos que comprovam os nossos assercos" diz Romário Martins.pe_ la leitura dos documentos transcritos nas "Memórias Históricas da Capitania de Itanhaem e Paranaguá". precedeu sempre o "ato do predícamento de Vila". a fim de fazer um ajuntamento da população na sua casa. na magistral obra inédita sobre a história de PARANAGUÁ." Parece que. Pãg 36 . uma vez levantado o Pelourinho." . Entretanto . "erpbom desapareoiehs nos originais. se sua Alguns desses documentos vao transcritos no fim des_ te capítulo. Duar te Corrêa Vasqueanes. estaria realizado o ato de pr£ dícamento de Vila.Êbano Pereira e Gabriel de Lara. fizesse Eleição. encontram transcritos por Antônio Vieira dos Santos. depreende-se que a organização a d m m i s t r a t i va. por quanto nao podiao estar sem justiça e pereciam ã falta de_l la. cujos provímen tos administrativos sucediam logo ao provimento da ereçao de Pelourinho e Vila. onde se tratou de fazer a eleição. ordenava. a criação do Pelourinho em PARANAGUÁ. o que fui teito a 6 de janeiro des se ano de 1 6 4 0 . só foi efetuada a 26 de dezembro de 1 6 4 8 oito anos após a data em que foi ereto o Pelourinho. E todos a "hua voz dícerao que nao tinhao algu sobre o que lhes hera proposto. isto é. do já referido Antônio Vieira dos Santos. entre as criações das vilas dessa época. o historiógrafo Francisco Adolfo de V a m h a g e n . em uma nota . estando em PARANAGUÁ Afonso Botelho de Sousa. segundo os antigos documentos. Aires de Casal. João III afim de determinar os limites das doações de Martim Affonso e seu irmão Pedro Lopes. nesses arredores. descobriu. e pelo Astronomo-Real. portanto. o qual padrão fora mandado collocar alli gor ordem de D. Essa Planta foi levanta. na diligência da fundação de uma nova fortaleza. foram colocados na barra de PARANAGUÁ. . estavam orna dos com armas e datas esculpidas. na parte meridional eram reguladas por um ou mais marcos de pedra. que "Afonso Botelho. em 1531. por ordem de D. ao tratar dessas divisas diz que. João III. em fins do século XVIII.As divisas da antiga Capitania de Sao Vicente e da então "Capitania de Itanhaem". com certeza) . um equívoco. ou confusão entre esses padrões ? Isto e. que também examinou esses marcas (os de Cananea) verificou que "eram de finíssimo mármore branco^e que nao estavam neles esculpidos nem esferas nem da- Nao haverá. mandada levantar por Sua Alteza Real. entretanto. na sua "História da Capitania de Sao Vicente". por Martim Afonso. que. na diligência da fundação de uma nova fortaleza. João da Costa Ferreira. como já ficou trans_ crito. vamos nos servir de um documento assaz importante e bem pouco conhecido no Brasil: É a "Planta Topographica do Porto e Fortaleza de Paranaguá". tao importante quão va go. referente ao local em que foi colocado esse marco ou _p_a~ drao. existindo» hoje. ao tratarmos da Vila de Cananea. uma reprodução fotográfica desse curioso mapa no arquivo do Instituto Histórico e Geográfico de Sao PauloDiz o historiógrafo Pedro Taques. nesses arre dores. e nelles esculpindas as ar_ mas-reaes Portuguezas. diz que esses marcos (os de Paranaguá. Pág 37 . um padrão e uma pedra. na sua "Chorographia Brazileira". um "padrão" e uma pedra com as armas reais portuguesas. e fazia parte do Arquivo Militar de Lisboa. Francisco de Olivei^ ra Barbosa. que alguns historiógrafos tem confundido com o padrão mandado colocar por Martim Afonso de Sousa em Cananea. conforme já ficou demonstrado. entre esses padrões postos em Cananea e em outros pontos do litoral sul. da pelo coronel-graduado do Real Corpo de Engenheiros.. no fim do século XVIII.no ano de 1 5 3 1 . Para bem elucidar este ponto. em outra opo£ tunjdade. descobriu. etc. estando em Paranaguá. Pedro Taques. E. os quais fo ram mais tarde encontrados por Afonso Botelho de Sousa. do estudo cartográfico que nos orientará na verdadeira posição "desse ponto". Airesde Casal. mandou ate levantar um auto no respectivo local. pois só por uma confusão ou possível equivoco se poderá explicar essa controvérsia e xistente entre os historiógrafos Aires de Casal e Francis co Adolfo de Varnhagen. entre os dois primeiros donatários ?" Parece-nos que sim. na entrada do mesmo Porto. por conseguinte. em sua íntegra. por ordem do mesmo D. conforme escreve Pedro Taques. vamos fazer a transcrição. Francisco Adolfo de Varnhagen. Antes. o local . pois sÓ assim poderíamos. João III. onde se pretendeu fundar uma nova fortaleza. o qual Rela tório 0 redigido nestes termos: Pãg 38 . isto é. do "Relatório ou legenda explicativa" que acompanha a referida Planta. nao tivesse a mesma lembran ça. Procuremos. e onde. eit nome de B João III. levantada por ordem r e g i a no fim do século XVIII. fora descoberto esse dito Padrão ou marco de pedra . verificar. em fins do século XVIII. E é lastimável que o outro historiógrafo. encontrados por Casal. para bem autenti car o seu exame. nao sao os de Cananea. sem entretanto afirmar.com o fim especial de tomar posse da costa. os de PARANAGUÁ. o respectivo local em que ele fez essa interessante descoberta. no qual o Tenente Coronel Afon so Botelho de Sampaio e Sousa "fez deligência para fundação de uma nova fortaleza". em Cananea. hoje. que esses marcos com as armas reais e datas. porém. Supomos. mandados colocar mais tarde em PARANAGUÁ. segundo a ^afirmação de Pedro Taques. com clareza. com as armas reais. identificar. com o au xílio da "Planta Topográfica do Porto de Paranaguá". mas sim. e esses outros marcos. para melhor orientação. no exame e descrição que fazem desses célebres marcos. precisamos fazer ainda algumas considerações sobre o motivo que levou o Governo Português a mandar levantar esses mapas e plantas topográficas das vilas do litoral sul paulista. " a fim de determinarem os limites das doações. e creio que ao ter-se construído nes_ ta paragem foi para evitar a despesa e por ser feita a custa de particulares. com o respectivo canhão assestado sobre o •• baluarte Ve~se que essa fortaleza. em 1769. Capítao-General D„ Luís Ari tonio Botelho Mourao. se nao defendem as suas partes mutuamente por f lanços ou Re duetos. pois podem entrar e sahir embarca çoens sem receber maior damrco da Fortaleza.mostra. a semelhantes lados se nao podem dirigir algum ataque por terra. O ponto .Além destas desvantagens tem a de ser o Canal muito largo na parte onde se acha construída. na PLANTA. onde o Canal lhe fica mais próximo e sem morro que a domine: Ré certo que será muito maior. pvr que." Esta curiosa planta do Porto de PARANAGUÁ. E 'sta Fortaleza acha-se hoje com os seus quartéis de_ molidos e sem nem huma peça de Artilharia por lhas mandar tirar o Exmo. o que tudo se supprirã fazendo esta Fortaleza na ponta mais interior da mesma Ilha.e bem delineada e foi construída por Ordem do Governador de Sao Paulo. um desenho muito detalhado dessa fortaleza com todos os seus redutos e alojamentos interiores. de destes. O LUGAR ONDE SE DEVE CONSTRUIR A NOVA FORTALEZA. entram Corvètas e podem entrar Fragatas que medem menos de 30 palmos de água. ainda. traz. levantada com a máxima exatidão. o que so se pratica quando. bem como um desenho de perfil mostrando um corte no taludamento das muralhas dos flanços. por ser composta de huns Lances de muralha em figura de Polígono irre_ guiar. pouco ou nem hum damno lhe podem fazer. e continuamente se a_ cham batidos e lavados do mar. até a barra e delle fazer hum total destroço nos defensores com quaesquer artifícios de guerra e athé com pedras."Planta Topographica. Conde de Sarzedas e recolher a Fortaleza da Barra Grande. como mostra a Planta.A . do Porto e Fortaleza de Paranaguá: Neste Porto. Tem esta Fortaleza outro defei_ to que hé estar unida a hum morro mui accessivel ao inimigo que fizer hum desembarque na Inceada que se segue da Fortaleza. seguindo a direção do Canal que hé infiado a ponta das Conchas. seus baluartes e canhoneiras. notado por esse engenheiro militar. pôr que os tiroé que lhes fizer hao de ser com elevação. Pag 39 . podendo ser atacada pela praia das Conchas. A Fortaleza da Barra deste porto foi construída por desenho de pessoa que ignorava a arte de fortificar. com a fonte da Ilha das Peças. de Santos em 1790. era uma construção solida. apesar do defeito no seu plano estratégico. cada vez m a i s . conforme afirma o historiógrafo Pedro Taques. Referia-se. como ele mesmo o declara. achavam-se. voltavam de novo suas vistas ávidas para as jazidas auríferas de PARANAGUÁ. já o Rei D. Os governadores de Sao Paulo. no tempo dos primeiros Capitaes-Generais de Sao Paulo. Nessa época. as quais. os ataques dos piratas. no afa de aumentarem. que "foi encarregado da construção da obra. notado pelo engertieiro militar. sem quartéis ou alojamentos. na Ilha do M e l . fosse o mesmo Tenente Coronel Afonso Botelho de Sampaio e Sousa.. João V. os "rendimentos dos QUINTOS REAIS". temendo. ¥ Desde o começo até meados desse século. em deplorável estado de aban dono. para irem servir na praça de Santos. ordenava que "nao se re tirasse gente das vilas do litoral do sul. foi dar a costa em Paranaguá". fins do século XVIII. mandava então levantar o mapa do litoral da Capita nia Paulista. que. ameaçadas pelos piratas. ao invés de ser feita por via marítima. ainda. em virtude das noticias das minas de Ouro. vendo o abandono e a ruína a que estavam reduzidas essas povoaçoes do litoral sul de Sao Paulo. sem guarniçao e sem arti lharia!. na Carta Regia de 8 de julho de 1726. por nao ter fortalezas que defendessem esses portos". correndo as despesas por conta de subscrição forçada lançada aos moradores da vila de Paranaguá™"^ Essa Fortaleza. sem fortalezas e sem guarniçoes militares que pudessem garantir e defender o transito do "rendimento de seus quintos reais". Apiai e Paranapanema. a uma nau de piratas que havia entrado na barra de Cananea e que. de Jacinto Ribeiro. Cananea . e que as Câmaras de Paranaguá. os governadores de Sao Paulo. (Arquivo Publico de Sao P a u l o ) . como se ve. 0 que há de estranhãvel em tudo isto é que o encarregado da mudança. ali appareciam. "por me^r ce de Nossa Senhorado Rosário. ji se achava desguarnecida no fim do século XVIII. com o plano topográfico de suas vilas e fortifi caçoes.Diz a "Chronologia Paulista". essa Carta Regia . ordenavam que a remessa dos quintos reais. 0 governo da Metrópole.. como essa de PARANAGUÁ que "havia sido cons truída por particulares" na segunda época das minerações auríferas . pois. Pág 40 . dessa mesma fortaleza para o referido ponto A. o Tenente Coronel A fonso Botelho de Sampaio e Sousa. mandado em comissão pelo Governo da Metrópole. devido ao defeito apresentado por seu plano estratégico. fosse remetida pela estrada da marinha. cujas entradas se faziam pelo Ribeira e pela estrada de Curitiba. sobre tudo de Cananea e Iguape. ou por outra. entre si. e as arcas do Tesouro. ate a cidade do Rio de Janei Tudo isso era feito. em defesa dessa dadivosa região. a que nos referimos . nada determinou e nada fez. de_ veriam seguir. nesse trajeto. essa remes_ sa dos quintos. descreve um angulo obtuso. consoante demonstração feita no mapa por nos estudado. como se está vendo. a parte setentrional da Ilha Rasa e Cotinga. Pág 41 . conforme indica a "Planta". no rumo de sul. tao ameaçada dos navios piratas que li_ vremente cruzavam os mares do sul da então "importante Capita nía de S. o governo colonial.Iguape. Paulo. Embora o rendimento desses quintos fosse assim tao _a vultado.com pessoal pago a custa das mesmas Câmaras. Nao obstante as precárias condições defensivas em que se achavam os portos da antiga Capitania de Itanhaem. Itanhaem e Sao Vicente fizessem. e as medidas tao ardentemente reclamadas e apontadas nesse relatório do engenheiro militar em. as sobredítas Câmaras . o "regimen de economia" adotado pela real Fazenda e_ ra o mais severo e rigoroso. sem que a Fazenda real despetidesse um centil e sem correr o menor risco nessas cons_ tantes e avultadissimas remessas de ouro. de positivo e aproveitável. sob as mesmas condições. na Metrópole lusitana. flanqueandp. que lembrava a idéia de se construir uma nova fortaleza no Porto de PARANAGUÁ. na frase justa e sincera de um dos seus governadores. comissão. é a ponta mais setentrional da Ilha do M e l . quando se tratava de despesas com as obras públicas. de onde. na C a i x a — forte da vila de Santos. ate a entrega final desses valores. esti vessem sempre " abarrotadas com o ouro há tantíssímos anos ex traído das minas das antigas Capitanias de Sao Vicente e Itanhaem. por economia. sempre por terra.as sumindo. em seguida. com pequenas variantes." Diz o citado relatório do engenheiro militar que: "o ponto A mostra o local onde se deve construir a nova Fortaleza. dirigindo-se. essa Princesa sem dote". Agora que já demonstramos a posição e o estado da vetusta fortaleza de PARANAGUÁ e a razão que levou o governo português a pensar "na fundação" de uma nova fortifícaçao na parte mais austral da Ilha do M e l . para o porto de Antonina. toda e qualquer res ponsabilídade. esse local. ja se v e . Ora. ainda. vamos ver se ^poderemos de_ terminar com exatidão o ponto em que o Tenente Coronel Afonso Botelho de Sampaio e Sousa descobriu os célebres marcos ou pja droes que "determinavam os limitesdas doações de Martim Afonso de Sousa e seu irmão Pero Lopes de Sousa. onde o "canal do norte" faz uma curva. segundo nos parece.. conforme as detalhadas indicações existentes no aludido mapa. em nome de El-Rei de Portugal. fazendo novos estudos. de 1790 em diante. faz uma grande curva ao passar entre a Ilha do Mel e a Ilha Rara e Cotinga.com o outro canal que vem da Barra do sul. que o encarre gado desse trabalho. na baía de PARANAGUÁ. na embocadura do Lagamar. partindo desse ponto . t£ da a parte setentrional e oriental da referida baía. e a Capitania de Santo Amaro. como os pai mos que tem de profundidade. em cuja margem estava situada a importante "Fazenda dos Jesuítas". Esses nomes. Portanto. Cumpre-nos esclarecer que a nomenclatura das ilhas e braços de mar. estava . os quais já haviam sido descobertos. pelo historiógrafo Aires de Ca sal. ficando. em traços gerais. e bem possível que estejam hoje alterados ou desconhecidos pela geração atual. anteriormente. como já fi zemos ver. inclusive a grande Ilha das Peças e a Baía dos Pinheiros. - Pag 42 . o Tenente Coronel Âfonto Botelho de Sam paio e Sousa. quando se promoveu a sua fundação. segundo essa divisa. ao passo que o de PARANAGUÁ marcava. cor tando a baía de PARANAGUÁ até a Ilha Grande da Camela e o ca nal que fica entre esta Ilha e a Ponta Calva. nao so a diretriz. Une-se. com suas ilhas e rios. e a mesma que vem designada na dita planta. a topografia das entradas do "Porto de Paranaguá" e da "Ilha do Mel". bem como dos respectivos rios que cortavam es ta região da Capitania de Itanhaem. indicado na mencionada planta.O canal navegável que vai ter ao porto e ancoradouro de PARANAGUÁ. determinavam a posse e domínio do território. conforme se verifica da mesma planta. bem como o canal e a barra do Superaguí. logo após os estudos e indicações procedidas pelo aludido engenheiro. os de Cananea. Estes. feitas aos primeiros donatários A Vila de PARANAGUÁ. aí.por tanto. simplesmente. dentro da Capitania de Itanhaem. muito legalmente fazendo parte da Capitania de Santo Amaro. A linha divisória entre a Capitania de Sao Vicente . que tinha então o nome de Capitania de Itanhaem. portanto. esse padrão ou marco de PARANAGUÁ nada tem de comum com os de Cananea.A -. lhe marca. nos arredores desse p o n t o A . Foi ai. na qual se preten deu. por conseguinte. levantar uma nova fortaleza indicada pelo engenheiro militar João da Costa Ferreira. encontrou os tais marcos dos quais nos fala Pedro Taques. em 1640. seguia em rumo do sertão (a o e s t e ) . a divisa entre as duas doações. entre a parte meridio nal do continente e a ponta ou promontõrio da Ilha do MelEis. elucidou. Vicente". então pertencente à dita Capitania de Itanhaem. entre Cananea e PARANAGUÁ. As 45 léguas que constituíam a parte meridional da Capitania de Itanhaem. o Varadouro e os braços de mar onde desaguavam esses cursos de água do ce. cujo procedímeti to está . com clareza . e á prepotência irritante dos governadores gerais. bem claras..se achava em condições muito precárias.já a Capitania de Itanhaem . como se está vendo eram. .Os rios mais notáveis nessa parte do estuário de PARA NAGUÁ. eram contadas da margem direita da ultima barra de Sao Vicente.: y. mesmo de pois do mencionado litígio. João Mendes de Almeida. bem definido no seguinte •. isto ê. entretanto. nessa época.e com a embrulhada que houve de parte a parte. eram : ao Norte..Capitania de Santo Amaro. período da obra do erudito Dr. talvez pelo motivo de ignorar-se.ora na posse dos Condes de Vimíeiro e da Ilha do . ou Sao Vicente .. em prol do^ direito dos Condes da Ilha do Príncipe. se haviam. Quando. foram postos de lado. Pedro Taques. após o litígio entre os herdeiros dos donatários Martim Afonso de Sousa e seu irmão Pero Lopes de Sousa. como já o dissemos e mais adiante se verá. Príncipe . a existência desses padrões. tao fáceis de discriminar.antiga de Sao Vicente. vergonhosamente . o Piraguira. em 1772. As divisas da Capitania de Martim Afonso de Sousa -Ca pítania de Itanhaem . e mesmo da Coroa. determinada pelo marco da Ilha do M e l . alguns desses pontos. as quais espichavam-se. entretanto. a Ilha do Mel. submetido aos seqüestres injustos. e os seus governadores. elásticas. Vicente. hoje. loco~tenen_ tes dos Condes da Ilha do Príncipe. devido a má e falsa interpretação. o rio Borrachudo e os demais que desaguavam nesse braço do Lagamar. a mais austral. ate dez léguas ao sul da Ilha de Cananea. na baía de PARANAGUÁ. De 1624 em diante.eram. que só mais tarde foram descober tos. quanto as outras dez léguas que se con tavam da foz do Juqueri-Quere ã barra de Bertioga.nessas u i v i s a s . para Pág 43 . Assim é que a posse da região da baía de PARANAGUÁ es_ teve ora em poder dos Condes de Monsanto . ou barra do norte de S.. o rio Guaraquíçava. ou encolhiamse . exaustorados e espoliados em suas respectivas jurisdições. esse ponto e a linha divisória. na sua "História da Ca pitanía de S. conforme as manobras mais ou menos hábeis das partes e as criteriosas sentenças dos magistrados daquela recuada época.Capitania de Itanhaem-. Essas dez léguas. "Ê licito suspeitar que o Governo de Portugal cogitava de peiorar as condições dos donatários de Itanhaem. capítulo SextoCapitania de S. já em 1640. ou executor dessa façanha foi.diminuí? a indenização a que eles vinham direito. depois Capitania de PARANAGUÁ. " ("Algumas NotasGenealógicas" . Diogo Vaz de Escobar * Pag 44 * * . tomar posse da Vila de PARANAGUÁ. 0 autor. os Condes de Monsanto pretendiam estender a jurisdição da Vila. em 6 de janeiro de 1653. de fato. devido a essas "chicanas do tempo " que. Foram.S Paulo). e foram. «.£ foi ainda devido a essas "chicanas" que os donatários da Capitania de Itanhaem. até Cananea. Chiaanas áo tempo L. em represália. ultrapassaram as di^ visas legais da Ilha do M e l . como já se disse p Capitão -Mor e Ouvidor de Itanhaem. Vicente . e os caminhos sem termo. por noites tormentosas. com. ate perde-los no seio pré_ Pag 45 . que fechavam o viandante num labirinto de trilhos. e que tao bem quadravam com a alma fantasista do emigrado português. p a r t e integrante d a C a p i t a n i a d e Itanhaem b ) A ç ã o d o s governadores d e I t a n h a e m e m P A R A N A G U Á (1) Diogo Vaz de Escobar (2) Simão Dias "de Moura (3) Antônio Barbosa de Soto Maior c ) Instalação d a C A P I T A N I A D E P A R A N A G U Á d) Salvador de Sá e Benevides Transcrevemos.ele. do outro lado da serra. e. "Alem da serra jazia o desconhecido. para lã. ap_ ~tà por temperamento para receber a influencia do mistério e do deslumbramento. as terras que se quedavam ao ocidente da cordilheira marítima.parte da "Historia de Paraná guá e sua fundação". a fim de completar esta nossa ligeira e despretenciosa digressão: "0 desconhecimento do interior do país. impediu por muito tempo que os colonos localizados no litoral fossem ganhando.a ) P a r a n a g u á . as legendas terríveis de uma raça que havia. de gigantes ferozes. agravado pe_ Ias fantasiosas noções provindas dos índios. se narravam os nossos ancestrais. as perturbadoras legendas sabidas dos índios aliados. para a conquista portuguesa. "As lareiras dos primeiros vindos. a seguijr. de autoria do saudoso e ilustrado inte lectual Romário Martins. no Sul do Brasil. desde as batas in_ terminas e maravilhosas. em breve. "Passavam-se os anos e os primeiros hãbitadores da costa. "A derrota infringida pelos índios ã coluna de 80 portugueses. embora as primeiras notícias de jazidas auríferas lhes trouxessem jã aos ouvidos o tilintar do atraente metal sonante. mas que se lhes antolhava aos olhos pãvidos e maravilhados. "Mas o tempo resolvia. "Gandavo e outros cronistas ainda repetem alguns desses boatos terroristas. e os rios que torvelirihavam em torno do batei.e. ou_ tros. e que foi trucidada nos campos de Curitiba.en fim.guardadora de régios colossos vegetais. mal se aventuravam a transpor a Ser_ ra do Mar. surgia mestiçada entre europeus e americanos.jã nascida sob o influxo das auras meridionais brasileiras. até . e de uma fauna em pleno fast~v_ gio de br avia pujança. Uma geração. nasvizinhanças.pois que se formara no cadinho das mais agitadas fantasias dos conquistadores . "A descoberta e o povoamento de Paranaguá tiveram origem numa destas aventuras marítimas que vamos. nesse sertão misterioso. mais cautelosos. principalmente.sago da floresta e da morte. embora nesse pretexto ocultando o Pag 46 . e.. que punham no sertão brasileiro os mais extravagantes receios dos conquistadores. numa região onde realmente tudo era um motivo de assombro para o europeu. por primei_ ro' . desassombrando-o até aos paramos mais ocidentais "Enquanto isso se dava no interior do território. procurar assinalar ã luz dos fatos históricos. esmiuçavam a costa em seus recantos . igualmente. de jazidas auríferas e onde mais fácil se lhes antolhava o cativeiro dos índios. uma mocidade impulsivamente ousada e sedenta de lu ta . e nela iam arriscando a formação de novos núcleos de população. o problema do sertão. única que se arriscara a descer a Serra do Mar. àbrigadora de jazidas auríferas inigualáveis no mundo. impenetrável abrigo de raças inãomi tas de invencíveis guerreiros. inexpugnável e bravio. afinal. e. deslembrados de que tudo. de uma estupenda e estra_ nha natureza. essa floresta que mal percebiam ainda os habitantes da costa. do imprevisto. por fim. sossobrando-os. se reduzia ao receio prudente do desconhecido. tanto impressionara os ânimos em S. Vicente e Santos. as mil e uma coisas que havia. que em 1585 ainda es_ ses povos pediam vingança. em rajadas de espuma. invadia resolutamente o sertão .e principalmente -. Padre Sebastião de Paiva. sem a condicional.interesse que tinha na escravizaçao dos indigenas. porquanto nao nos podemos sustentar sem es_ cravaria. "foram mortos pelos naturais do país. com suas pessoas e armas e man_ timentos e escravos". agora. " "Habituados a se fazerem servir por indígenas que es_ cravizavam. capitaio . vigário de S. trazer. que fizesse "guerra campal aos índios nomeados Carijós. Manoel Fernandes. um esclarecimento complementar interessante: A Baía de Paranaguá já era conhecida dos portugueses e castelhanos. Paulo. para aqui. autorizou a guerra contra os Caríjós. a carnificina dos 80."é o que requeremos ao Sr. assim. Diogo Teixeira_ de Carvalho." "O Capitão Jeronimo Leitão. o próprio Jeronimo Leitão. Salvador Pires e Afonso Dias. muito antes da chegada de IJfartím Afonso de Pág 47 . Antônio de Proença. "A 1 de setembro de 1585 a expedição tudo tinha apres_ tado para a partida." " E como a guerra pelo sertão daria "grande opressão" aqueles povos ainda doidos das refregas do Iguaçu e Iguape . incluindo se. e nao o querendo fazer. pois que assinaram o auto de compromisso.000 índios até então ali haviam sucumbido de epidemias. escrivão da Câmara de S. que as suas fazendas pereciam a míngua de servi cais. por intermédio dos oficiaisjdas respectivas Câmaras: . E. Dela faziam parte. Afonso Sardinha. nesse do_ aumento. os povos de S. Sebastião Le_ me. do cativeiro e da submissão absoluta E assim termina a petição dos povos de S. Vicente e Santos .Vicente alegavam ainda. mais de 150 homens brancos.' " Permitimo -nos. "de quarenta anos a esta parte". diz um doaumenio daquela data. preposto do donatário da Capitania. Vicente . requereram que ela se fizesse cautelosamente pelo mar. Manoel Ribeiro. Paulo. entre portugueses e espanhóis. promettemos de largar a terra e nos iremos viver onde tenhamos remédio de vida. pediam ao Capitão Jeronimo Leivao . Paulo Rodrigues. Livro do Tombo)' "Foi esta expedição naval que descobriu Paranaguá. acedendo as exigências dos seus súditos. Diogo de Unhate.Domingos Dias. pois que mais de 2. nesse computo de desastres. sem tréguas ao gentio e nao lhe aceitando acordos nem pazes. única. (Arquivo Municipal de S. e que em 1614. 29 anos depois." Pag 48 . Desde 1549 a 1556. pois.ali seguramente. se afoitaram os portugueses a substituir pela exploração da terra firme. "jã se ve. e de seu companheiro de missão.deu-se em 1556. "alegando os encontros e batalhas" que com os índios tivera muitas vezes. ã "Historia de Paranaguá e sua fun daçao": Um outro documento. É a petição de Diogo de Unhate. "Assim se explicam também os retrocedimentos da flotilha expedicionária. que o descobrimento de Paranaguá nao se deve ao excesso da população de Sao Vicente que para ali transbordasse (como nos mesmos supúnhamos) mas. cs valorosos Missionários Jesui tas ja haviam percorrido os ínvios sertões de Iguape. . e em 1609 obtinha uma sesmaria como recompensa. cujo ponto estratégico só depois de decisivas vitórias contra as tribos. "na parte que se chama Paranaguá". esteve na descoberta e fundação de Sao Sebastião.Sousa (1531 . quando eles voltavam do perigoso sertão dos Carijõs. nas fraldas da mesma Serra do Mar. agora.de poe a favor da nossa afirmativa. que em tempos demos 5 estampa. (Livro do Registro de Sesmarias. Cartório da Delegacia do Tesouro em Sao P a u l o ) . apos o descobrimento de Paranaguá.1532). 0 Marti rio e morte. "Diogo de Unhate. ate os planaltos da Serra do Mar.em 1585. do continente para a ILHA DA CUTINGÁ . ali habitadores em 1585. do jesuíta Pedro Corria. Voltemos . as guerras para a escravizaçao dos índios Carijõs. requeria uma data de terras de sesmaria. como tes_ temunham os documentos que vimos citando. com João de Abreu. o escrivão da Câmara de S„ Paulo que . Cana nea e Paranaguá. lavrara o auto de compromisso da expedição de Jeronimo Leitão. Pág 49 . os expedicionários naturalmente investigaram algo do continente paranaguaense. outros esperançados investigadores da terra brasileira. deixam crer que bem logo depois do seu descobrimento e exploração pelos expedicionários da frota do Capitão Jeronimo Leitão. Henrique. pela fama de que gozava. bem rápido. e animando. "Em 15 de agosto de 1603 o governo português regulameri tava o serviço da extração do ouro das minas do Brasil.da nossa costa marítima. "Em 1681 o Capitão Diogo de Paula Caria. regu lamento primeiramente posto em execução em Paranaguá e depois em Espírito Santo. enviava de Paranaguá a Fazenda real 6»038 oitavas de ouro. do rendimento dos quin tos. e afastados os receios dos conquistadores com o atropela mento dos índios. (Historia da Capitania de Sao Vicente. "0 ouro foi. "Em 1668 era Provedor das minas de ouro de Paranaguá Tomás Fernandes de Oliveira. aliás. genro do fale cído Provedor Gaspar Teixeira de Azevedo. a 12 79 oitavas. o rendimento desses quintos se elevou. (1585)começou o povoamento de Paraná guá. sendo dali as amostras levadas a El-Reí D. o melhor fator do povoamento. "Esse trabalho das minas durou ali muito mais de um s£ culo.O POVOAMENTO "Uma vez descobertos aqueles remansos e magníficos sí_ tios. em uma sõ remessa conhecida e englobadamente com o de Cananea. sempre remunerativo. "Este e o fato referido de em 1614 há haver moradores na costa paranaguaense. de Pedro Ta ques País L e m e ) . em busca de jazidas auríferas "Conta Pizarro (que afasta para 1578 a mineração de Pa_ ranaguá) e confirma-o Saínt Hilaire. que aquela região prece deu a qualquer outra da colônia no fornecimento do ouro aos prí meiros pesquisadores. seguramente. e em 1690. Idem de 1789 . mas se conhece a remessa de 221 oitavas.(0 ouro em Sao Paulo. " . de Paula Oliveira).. desde 7 de janeiro até 6 4.Idem de 1 1790 julho de s de .. . da F. atraíra. ai a do quinto de ouro da Casa de Fundição de Paranaguá.. em Paranaguá. . que é uma fonte bem í. 2. devidos a Fazenda real.Lrsta do ouro guiado na intendênaia de Paranaguá. .. "isto e o que se tem podido apurar do registro dos quintos. "De 1711 a 1720 escasseiam os dados sobre o rendimento dos quintos.. fe chada em 1730. 3 " .12 de abril de 1735.alha de."Isto o que se sabe dos trabalhos auríferos.Idem de 17'89 . 6'6'S oitavas - " . *. de "Ao todo 15. para "Um tal Paranaguá e Pág 50 trabalho tao compensador. .978 oi tavas. E mais. no seguinte. sem suas cercanias. informações. de janeiro de 17 Y 3 a dezembro do mesmo ano 2-.727 oitavas de ouro.. mas que ainda assim demonstra. . por ausência dos livros de registro. uma verdadeira corrente dúvida. do pagamento dos quintos. "Além disso hã a referir que. "E mais: " . no pouco que se apura.2478 oitovas . uma farta messe de proventos retirados das .. no dizer que em 1772 a mineração de ouro se fazia em Paranaguá" com utilidade do real erário". e que foi a terceira fundada no Brasil.. notemos o testemunho de Pedro Taques ..janeiro até 31 de julho 1. " . em 1697.Importar.. nao foi menos remunerador esse serviço. 2926 oitavas » "Ouro remetido em 1740 ao Rio de Janeiro proveniente da captação das minas de Paranaguá ". no século XVII. • entranhas da terra paranaguense por portugueses e mamelucos. 320 oitavas - de 8 de julho até 29 de dezembro . se estabelecia em Paranaguá a Real Casa de Fundição dos Quintos de Ouro..24Í ottavas . assegurar naquela região a defesa das conquistas lusitanas na América. para um outro esclarecimento que se faz mister: Cumpre notarmos que esse "avanço da conquista lusitana ao sul e ao oeste. Feito este esclarecimento. que tao distintamente honrou. "Interposta entre o ' governo geral da colônia portuguesa e os seus grandes interesses no extremo Sul do continen te. interessados no recebimento dos quintos reais. pela sua posição geográfica e pelo reduto forte que a constituía o posto* avançado dos interesses portugueses no sul da co_ lonia. conseguindo o recuo das linhas fronteiriças da America espanhola. os informes que nos vem prestando Romário Martins. em proveito da nossa atual grandeza territorial* "Paranaguá era. RomárioJíartins: "A mineração do ouro em Paranaguá e a destruição das republicas teocrãtícas do Guaíra constituem os dois fatos his tõrícos determinantesda atual configuração geográfica política do Sul do Brasil. r "Assim^ se povoou toda a costa.sul e ao oeste. mais uma vez. o atto destino histórico de fazer avançar a conquista lusitana ao. Paranaguá assumiu bem cedo a invéstídura. de . " Interrompemos. como vimos. . toda a região ao sul áe Cana nea. bem depressa conduziram a Paranaguá uma população ambulante de a_ ventureiros e de pessoas da governança da Capitania. até a foz do rio da Prata. foi motivo da fixação desses colo nos. conseguindo o recuo das linhas fronteiriças da America espanhola em proveito da nossa atual grandeza territorial" foi levado a efeito com o auxílio eficaz e d£ veras ponderável dos goverfladores de Itanhaem. então. cabendo a Paranaguá .imigrantista: e a continuação. Pág 51 . da mine_ ração em alta escala a il. retornemos as preciosas ín formações que nos vem fornecendo o Sr. origem da primitiva população regular. por mais de um ^século." A VILA "Os trabalhos da mineração do ouro. indivíduos que vieram a ocupar. de cujo produto aíí se supriam as praças da Colônia (Uruguai). a incumbência de promover as eleições e criar a vila de Paranaguá. o que foi feito a 6 de janeiro." ô Dr. que foi precisamente em meado do século XVII. sim. que viera ao Brasil em. "Em dezembro de 1 6 4 8 . antes que o gover_ no da metropoie autorizasse a elevaça£'do arraial a vila.Vide "Um Ponto de Historia". e. figuravam ja na população paranaguaense como principais. todos eles. os cargos da. Lopes. Gonçalves.ordenava do Rio de Janeiro a ôíeçao do pelourinho em Paranaguá . trouxe. além da sua missão."Essa população de portugueses e espanhóis. o se gundo.e Lara. Coelho. se fizeram no dia 26 de dezembro de 1 6 4 8 . : "Um núcleo de população assim composta de tao' sÓiídos elementos de prosperidade e já tao avantajado em número. Miranda. Moreira.(cumpre -nos esclarecer ainda. de Santos. ate então sob a chefia discricionária dos prepostos reais junto ao serviço das minas auríferas: Ebano Pereira e Gabriel de Lara. que o primeiro Heleodcto foi predeceíssor de Lara. Sanches. sucedeu ao pai no posto de Ca pitao de canoas dos mares do sul e administrador das minas descobertas por seu pai . nota de Estevão de -Leão) . "Em 1640 o governador. Penedo. ha via completado a sua fase preparatória e chegado aquele perío do em que as massas anônimas se constituem por força da evolução natural. Morales . etc-. em corpo social e político. a "A par dos trabalhos de mineiaçao iam progredindo a agricultura e as pequenas indústrias que lhe sao correlatas. Duarte Corrêa Vasqueanes. do Rio de Janeiro e até da Bahia. foi a fazendo as delicias da terra. Lemos. Veloso. •vconseqüentemente. Cortes. toi contemporâneo e. os Escobar. representação municipal da vi la.Pin_ to. como refere o ouvidor Rafaei Pág 52 . enfim. "Ao tempo de Eieodoro . Nobrega.. Ribeiro. "Oito anos se passaram. "Essas eleições . Fontes. de oficiais da Câmara e de Juizes 0r_ dínários. Duarte. com o cor rer dos tempos se. Rodrigues e Rodrigues da Cunha. Manoel Pereira Franco. sendo a vila instalada no ano seguinte. e ali definitivamente se fixando. especialmente a fabricação de farinhas. Uzeda. entretanto. Brito. assim reconhecendo a necessidade da organização da Justiça e da administração pública no arraial. a sua organização administrativa. sindicância do governo da me tropole portuguesa. Maciel. mas a autor i_ zaçao legal para que ela se efetivasse. ao qual requerem os procuradores das Câmaras das vilas desta capitania. "Os documentos que comprovam o nosso asserto.de cujas interessantes MEMÓRIAS. e no dia 9. e outrossim."Conclui-se. dai. o fazendo. porem. embora desaparecidos nos originais. (Arquivo Municipal de Pa ranaguá . "Nesse sentido procederam-se as eleições de 25 de de_ zembro de 1648. que a data.Pires Pardinho em seus Provimentos.por a ele lhe pertencer acudir a isto. dos mandatários do povo que haviam de servir no ano de 1649. OS C A R I J Õ S [Antigos documentos compulsados e transcritos por Antônio Vieira dos Santos. por ele ser cabeça desta dita capitania e nao termos neste caso a quem nos socorrer senão a sua mercê. na sua magistral obra sobre a histo ria de Paranaguá". a qual é que es Pag 53 . por sua majestade.) Requerimento e prestação que os oficiais das Câmaras das vilas desta capitania de S. os trasladamos. lhe requeremos da parte de Deus e de sua majestade que. Alonso Pelais procurador do povo da vila de Santos. se encontram transcritos por An tónio Vieira dos Santos. capitão Jeronimo Leitão que. nao e a da instalação da autonomia municipal de Paranaguá. hoje comemorada em seu aniversário.. em nome do povo desta. ouvida a grande necessidade em que esta terra esta. Antônio Afonso. Vicente fazem ao Sr. isto e. Vicente. na 0£ tografia simplificada. governador desta capitania de Sao Vicente. procurador desta vila de S. como a pessoa que esta em lugar do governador Pero Lopes de Sousa. data do juramento dos oficiais da Câmara. e dos próprios termos da Carta Regia. como a capitão que e.Livro de Provisões). primeiramente requeremos ao Sr. . capitão Jeronimo Leitão. que o governo da nova vila começou a se exercitar em janeiro de 1649. "Segue-se dai. somente tudo para os roubar e comer carne humana. que lhe fizessem guerra. de quarenta anos a esta parte. quanto mais fazer canaviais. por lhe matarem 80 homens juntos. com a gente desta dita capi^ tania. e para dita guerra dei^ xou por capitães a Rui Pinto e que a Pero de Gois . que assim fizeram. de seis anos a esta parte.e isto tudo por causa de os moradores nao terem escravaria com que plantar e beneficiar suas fazendas. quando se desta terra foi.. pouco depois que mataram os 80 homens primeiros. e matarão cada dia por serem mui atraiçoa dos e inimigos de homens brancos e sao inimigos desses m dios Tupiniquins. pela qual matança. Martim Afonso de Sousa. o que agora nao hã morador que tao somente possa fazer roças para se sustentar. de que pagavam dizimas a Deus e a sua majestade. e os moradores se sustentavam e faziam suas fazendas. como tiveram. como é de câmaras de sangue e outras doenças. e fazem cada dia. por terem mortos. e si se então nao se fez foi por a gente desta capitania ir â guerra aos de Iguape. nossos amigos. que haja em glória. tem dado a morte a tantos homens. homens fi dalgos. e isto por razão de muitas doenças e enfermidades. mais de 150 homens brancos. mataram depois disso. e longe sempre se servirem. e eles nos pedem os socorramos contra eles. e se sustentavam honradamente. e se fazia muito. faça guerra campal aos índios nomeados Carijõs os quais a tem há muitos anos merecido. como capitao_ Pag 54 . sem lh'o merecerem. de que sao mortos nes ta capitania. como soiam fazer . o que nunca houve até agora. os quais deixam todos perder ã mingua da es cravaria. hã muito tempo pelo Sr.do qual tudo está tirado um instrumento de tes_ temunhas. a descobrir. em nome dei rei.ta terra parece e esta em muito risco de se despovoar mais do que nunca esteve e se despovoa por causa dos moradores e povoadores desta nao terem escravaria do gentio desta terra.assim portugueses como espanhóis. mais de duas mil peças de escravos. por onde se prova largamente serem feitas todas as coisas declaradas e por ele prova estar a dita guerra mandada fazer pelo senhor da terra. com as quais esta terra era enobrecida. que foram os doutrinar e ensinar a nossa santa fé católica. que sua mercê. capitão da parte de Deus e de sua majestade.que man dou pela terra a dentro. das quais ma tanças que tem feitas a cristãos. por vezes outros tantos. pela qual razão requeremos ao Sr. e por lã matarem muita gente e desfez à dita guerra e ate agora nao houve oporturii dade para se poder fazer. aos quais cada dia dao guej: ra. até mataram padres da'Companhia de Jesus. está mandado.e a terra vai em tanta diminuição que já" se nao acha mantimento a comprar. que na terra havia. como agora. Alonso Pelais e João Francisco. porque para irem aventurar suas vidas e fazendas e po-los em sua liberdade serã melhor nao i-la. nenhum proveito alcançam os moradores desta terra. dar disso conta a quem o caso com direito pertencer. porque pelo sertão e dar grande opressão a todos por se nao poder levar o ne cessãrio para ela por terra. com a mais brevidade que se puder. em suas terras. 10 de abril de 1585. 0 qual aqui assinamos os oficiais das Câmaras desta capitania e se fará. para por ele o Sr. lhe requeremos a sua mercê que lh'a nao dê senão com condições que sejam resgatadas pelos moradores desta capitania e nao em aldeias. Pero Co laço. capitão. sobre si. (aa) Pero Leme. a do senhor da terra. para o senhor da terra. requeremos ao Sr. se a dar nao quiser. e de tirarmos de sua mercê um instrumento. capitão. e disso se fazer um assento nos li vros das ditas Câmaras. a qual guerra lhe requeremos que a faça por mar. e nao o querendo fazer. ou sem ela. Paulo de Veres. pelo qual e pelas razoes jã nomeadas tor_ namos a requerer ao Sr. comendo carne humana. e de como as_ sim lh'o requeremos. assento e declaração e ira aqui acostado o instrumento de que fazemos menção. e se caso for que o dito gentio se queira dar de pazes. e a faça com tomar o parecer das Câmaras e para nelas se declarar as condições com que se ha de fazer a dita guerra. com a gente desta capitania. e estando cã se faraó cristãos e viverão em ser viço de Deus. e lhe requeremos que sua mercê nos guarde o foral e forais dei rei. Diogo Rodri gues. ou perante quem o caso pertencer. com a resposta do Sr. capitão Jeronimo Leitão faça a dita guerra ao dito gentio. porque. por assim perceberem a todo o povo. e trazendo-os e repartindo-os pelos moradores como dito é. ca pitao ver a razão. com sua resposta. porquanto todos estamos prestes para seguir a sua mercê. capitão. capitão que nao consinta que os do Rio de Janeiro nos entrem no nosso sertão desta capitania a levarem o gentio dele para o dito Rio.mor. Pãg 55 . Pero da Luz. que por nós temos. Hoje. e isto e o que requeremos ao Sr. Sr. que aquele era. Simao Machado. estando o dito gentio sobre si. e ele. porquanto. protestamos de largar a terra e nos iremos viver onde tenhamos remédio de vida. ou os que necessários forem.co_ mo agora levaram ha pouco tempo. a santos e cristãos. nós nao podemos sus_ tentar sem escravaria. e nós. será muito servi_ ço de Deus e da sua majestade e bem desta terra. nosso senhor. nao gozamos de outro tanto. que sustentamos a ter ra com nossas pessoas e fazendas . E outrossim. porquanto o dito gentio vive em sua gentilidade. estou prestes para tudo o que se assentar e virmos que é mais serviço de nosso senhor e bem da terra. e em se assentando me avise e seja com a brevidade possível. sobre a mesmo fim. oficiais das Câmaras destas vilas. de que é capitão e governador. capitão Jeronimo Leitão e o Revmo. quinta-feira. conforme a ele. da fazenda-engenho dos Esquetes.DESPACHO Resposta que dou a este requerimento. digo que é necessário que suas mercês se ajuntem em um dos lugares aonde é" costume. nesta dita ermida de Sao Jorge. no capitulo que diz da maneira que os capitães hao de ordenar as guerras. conforme ao regimento dei rei. ronimo Leitão. que eles requerem. porque o tempo é pouco. Hoje. nho de S. e por que parte será melhor ir e ha ver mais aparelho e o necessário para isso. na igreja e ermida do bemaventurado Sao Jorge. e eu. Vicente na "Ermída do E n g e - Vicente. termo da vila de Sao Vicente. e Santos. padre vigário da vila Pag 56 . Ano do nascimento de Nosso Senhor Jesus Cristo de 1585 anos. onde foram juntos o Sr. nosso senhor. 25 de abril de 1585 anos. de que se hão de fazer autos por todos assinados . costa do Brasil . Jorge" em S. que me ora fa zem os Srs. Pero Lopes de Sousa. (a) Je AUTO Lavrado pelos oficiais das Câmaras de S. que dele tem traslado em suas câmaras. por sua majestade. aos dez dias do mês de junho do dito ano. para se praticar e tratarmos sobre as cousas dasta guerra. e esta declaração mandará ele dito Sr. se resolveram e con formaram os ditos oficiais e pessoas da governança das ditas vilas. e se ajudarem deles em seu serviço no que for licito. capitão fazer ao dito gentio pelas línguas que consigo levar.de S. para se trazer para esta capitania. Pedro Colaço . com os que em sua compa nhia forem. os vereadores e oficiais das ditas câmaras e eleitos os porão com os moradores para eles os doutrinarem e lhes da_ rem bom tratamento.e escravos. e Antônio Afon so. não havendo. oficiais da Câmara das vilas de Santos e da vila de Sao Vicejj te. sendo a! presentes os Srs. procurador do conselho da vila do porto de Santos. ao diante assinados. nesta entra da. e sendo aí juntos o dito capitão. em tal caso o dito capitão. que ora quer fazer. 1 Pág 5 7 . e mandaram fazer este auto em que to dos assinaram. vereadores. por mandado dos ditos oficiais. no qual assinaram os procuradores das ditas vilas e assim o dito vigário. vereadores. para ser acostado ao dito requerimento. por qualquer via licita que seja. conforme a ca da uma delas. guardando sempre o serviço de nossa senhor e o bem e prol da terra. que ele dito Sr. Vicente. João Francis_ co. porque com esta declaração foram to_ dos de parecer e acordo. juizes ordinários. Sebastião de Paiva. perante eles li um: instrúmen to que os ditos oficiais das ditas vilas lhe tinham feito so bre a guerra do gentio Carijó e do outro gentio Tupa. que eles ditos moradores são contentes. e Alonso Pelais. e estão prestes e aparelhados. juiz ordinário. e nao querendo vir o dito gentio com estas condições. e depois de lido e praticado sobre o que dito é. com suas pessoas e armas e mantimentos. Eu. e bem assim alguns Srs. que levasse para seus_serviços. a quantidade de que couber a cada uma das ditas vilas. ao tempo que com eles tratar e tiver comer cio de pazes. tomará determinação de como se há de haver com o gentio que nao quiser vir de paz e no que lá se assentar se fará auto assinado por todos. nem fazendo cousa para isso. e bem as sim Diogo Rodrigues e Simão Machado. es_ crivao da vila do Porto de Santos. procurador do conselho da vila de Sao Vicente. da parte do dito gentio. e Pero Lemos e Pero da Luz. (aa) Jeronimo Leitão. a que se reportam. com tal condição que todo o gentio que de lã adquirir. de seguirem e a acompanharem a ele dito Sr. convém a saber: Per-o Colaço e Paulo de Veres. como o gentio forro. e isso se determinará e fará com o dito gentio. que no mais ao dito requerimento se» reportavam com declaração. capitão. aqueles que forem necessitados. "rancisco Nunes Cubas. que tudo aquilo que no dito requerimento lhe tinham ji pontado e requerido tirado dar-lhe guerra. que este escrevi. da governança de cada uma das ditas vilas. capitão repartira o dito gentio pelas vilas da dita capitania. procurador do con selho desta. Lom ele ficou tudo concluído e assentado tudo da manei_ ra que dito é. com o Sr. Jeronimo Leitão. escrivão da câmara da vila. Francisco Casado Paris. capitão da dita capitania. nesta dita vila. vereador do ano passado.Paulo de Veres. que aí foi cha mado. por sua majestade. Paulo. Diogo Rodrigues.de que e capitão e governador. Jorge Ferreira. Afonso Sardinha. Tristao de Oliveira. se ajuntaram na dita câmara outras pessoas. e ouvido e compreendido tudo pelos oficiais e pessoal. Sebastião de Paiva. disseram que aprovam e haviam por bons os ditos assentos e capítulos e os ratificavam e eram contentes que houvessem efeito inteira e cumpridamente. Pero Lopes de Sousa. Simao Machado. Domingos Afonso. Diogo Teixeira de Carvalho. homens bons da câmara e do governo da terra. Pero da Luz . pelos oficiais da sobre o mesmo f i m de se f a z e r a g u e r r a ao g e n t i o C a r i j ó - 1585. Cari jós e Tupás e outro qualquer que licitamente se puder tra zer. que o escrevi. Câmara. Antônio . e sendo todos juntos foram lidos e vistos o assento e capítulos feitos pelas vilas de Santos e Sao Vicente. e outrossím. Ano do nascimento de Nosso Senhor Jesus Cristo de 1585 anos. e Diogo Teixeira. vereador deste presente ano. AUTO Lavrado na vila de S. Eu. ao primeiro dia do mês de setembro do dito ano. Antônio Afonso e Alonso Pe lais. Manoel de Siqueira. nesta vila de Sao Paulo. em as pousadas de Sebastião Leme se apresentaram em câmara as pessoas seguintes. isto é: Se_ bastião Leme. da capitania de Sao Vicente do Brasil. Però Leme. João de Paliz. e assim Afonso Dias .e sen do presente na dita caiara o dito Sr. Antônio de Oliveira. e Antônio de Proença. Diogo de Onhate . capitão. juiz or dinãrio em dita vila. Ma noel Luís. sobre a entrada qqe ora quer fazer ao gentio dô sertão da dita capitania. Diogo Dias. Vasco Pi res da Mota. • João Barriga. Pascoal Leite. (aa) Jeronimo Lej_ tão. João Batista Malio. conforme ao dito assento. Antônio de Proença. João Francisco. João de Abrei Francisco Martins. e todos assinaram aqui. fazer esta Eleição. e t c . indo primeiro assinada e passada pela minha Chancelaria. Paulo Rodrigues. o que visto por mim com o dito meu Ouvidor geral do Estado mandei que se passasse Carta como pedia. Afonso Dias* Documento antigo da Câmara de Paranaguá "1648. Comércio da Etiópia. Juizes e mais Justiças. a mim e ao meu Ouvidor geral com alçada do Estado do Brasil vinha a dizer por sua petição Gabriel de La ra. d'aquem e d'além Mar em Ãfrica. e a dístânPág 59 . Proved£ res. Domingos Dias.. Sebastião Leme.. bárbara e consusamente. na Câmara que os governassem. Procurador e Almotaçéis para que go_ vernassem a terra. a quem esta minha Carta for a_ apresentada. e dos moradores.de Proença. Sebastião de Paiva. e as mais que pelo tempo em diante por bem do que. Descobri nos arquivos da Câmara em um fragmen to de um livro carunchoso e carcomido. Capitão e Provedor da Vila de Paranaguá. me pedia em seu nome. se passou a presente. Vos mando que visto as cou sas alegadas pelo dito Capitão Gabriel de Lara.. e t c . e o conhecimento dela com direito deva e haja de pertencer. os moradores dela fizessem Eleição dos oficiais da Câmara e Justiça que nela haviam de servir. Manoel Fernandes. e nem oficiais da Câmara que a governassem e por assim . o mais precioso documento de Paranaguá que e o seguinte: Registro da primeira E_ leiçao que se fez nesta Vila no ano de 1648. como se fazia nas mais Vilas.Faço saber que.para se. Navegação. administrassem a Justiça. que nela havendo os moradores. A todos os Corregedores. Saúde.. que dista 14 léguas e era necessário que lhe acudissem com o remédio competente. "Dom João por Graça de Deus Rei de Portugal e Algarves. e era que lhe fizesse Justiça. a Vila que mais perto ficava era a de Cananea . e. e seu cumprimento se pedir e requerer. Senhor de Guiné. Manoel Ribeiro. da Conquista. Pérsia e da índia. Ouvidores. sem tençao a quem re correr. Arábia. para os ofici ais que hão de servir no ano de 1649 e mandado que se fez. Salva dor Pires. Vereadores. lhe mandasse passar Carta para que na dita Vila. para que se faça na dita Vila a Eleição de Juizes. com suas casas e famílias e nela nao ha via Justiças. João Gonçalves Silveira. onde to dos a uma voz disseram que nao. Domingos Fernandes. Dada nesta Vila de Sao Paulo. o moço. mandou o Capitão Gabriel de Lara tocar caixa na sua porta. João Gonçalves Penedo. e visto o requerimento do povo. Antônio Raposo da Silveira. e Sindicante das Capitanias do Sul. e depois de lida perguntou geralmente a todos.Termo de Eleição que o Capitão Gabriel de Lara com o povo junto em 26 de dezembro de 1648 anos por ser preciso. se obedeçam a estes tais não encontrareís sua Jurisdição nem vos íntrometereis nelas. com Ordens Ge rais.ElReí Nosso Senhor o mandou pelo Doutor Manoel Pereira Franco de seu desembargo. Selo 600 reis. Auditor dos exerci tos dele. Francisco de Uzeda. sob pena de vos mandar proceder contra vps. Gabriel de GÔís. para bom governo dela. o qual assim feito na forma de minhas Leis e os oficiais que forem Eleitos. e Desembargador da Casa do Porto. Manoel Coelho. e pereciam ã falta deia. aonde. Eu. Estevão de Fontes.cia e o lugar a se nao saber com certeza os limites deles e distrito em que ficavam deixeis o dito Capitão e moradores da dita Vila fazer eleição em Catnaraj e os Juizes. Manoel Coelho da Gama a fez por Antônio Raposo da Silveira. Antônio Leam. Aos 26 dias do mes de dezembro na era de 1 6 4 8 . ordenou logo como ao diante se ve e mandou a mim Escrivão. Escrivão da Correiçao e Ouvidoria Geral do Estado. João Gonçal_ ves Martins. aos 29 do mes de julho. Manoel Pereira Franco. porquanto nao podiam es_ tar sem Justiça. Ari tónio de Lara.Es crivao da Ouvidoria Geral do Estado e Correiçao nestas Capitanias do Sul a fez escrever e subscrevi. e especiais para o Real serviço. Pauta da Eleição . "Termo de Ajuntamento que o Capitão Gabriel de Lara fez e o mais povo. e Procurador do Conselho e Aimotaçéis que naquela Republica for necessário para administrarem Justiça e. Francisco Pires. Pedro da Silva Dias. Vereado res. Ouvidor Geral com Alçada do Estado do Brasil. Pãg 60 . se ti_ nham alguns embargos que alegar sobre o provimento. mas antes me requeriam como Capitão deste povo fizesse Eleição. fizesse este termo onde todos assinarão com este junto comigo Escrivão. Domingos Fernandes Pinto. (aa) Gabriel de Lara. mas lhe deixareís exercitar seus cargos quanto a dita Vila e seu distrito. Sem selo ex-causa valerá. e logo mandou buscar uma Provisão do Sindicante em que manda se faça justiça nesta povoa çao onde mais largamente consta na cópia que. acudiram todos. ano do Nascimento de Nosso Senhor Jesus Cristo de 1648 anos. nesta vai ao to do. Procurador Diogo de Braga e Escrivão da Câmara Antônio de Lara . "João Gonçalves Martins."Ano do Nascimento de Nosso Senhor Jesus Cristo o qual fiz eu Antônio Viana„Escrivao do Publico para onde fui mandado. Estevão de Fontes. com 5 votos. "Estevão de Fontes . "Outro escrito .Escrivão Antônio de Lara. pe_ los fins desta era fizemos os oficiais aqui nomeados na forma costumada. comigo Escrivão Gabriel de Lara. com 17 votos. com 15 votos. e João Gonçalves Martins . "Pedro André.16 votos. e logo o dito Capitão as notar por haver Eleitos como abaixo se ve aonde se assinou. "0 Capitão João Gonçalves Penedo .e Eu Cri sós tomo Alves dou meu voto para Juiz a Pedro de Uzeda e João Gonçalves Penedo e Vereadores Domingos Pereira . "0 Capitão João Maciel Bazam. "Pedro de Uzeda.Vereadores Manoel Coelho . "Escritos para Eleitores . e para assim ser feito nos assinamos aos 26 dias do mes de dezembro de 1648. Crisóstomo Alves. comi? votos.Domingos Pereira. e Leis de Sua Majestade pela sa de nossas consciências. "Saíram por Eleitor como parece o Capitão Crisóstomo Alves.nos Eleitos damos nossos votos para os oficiais deste ano de 1649 em João Gonçalves Penedo. "Domingos Pereira. nomeou por seu Juramento. Procurador Diogo de Braga . com 2 votos. com 15 votos» "0 Capitão João Crisóstomo Alves. e para escrivão da Câmara em Antônio de Lara.André Migalhaz. dou meu voto para Juiz em Pedro de Uzeda. Pedro de Uzeda» Este vao de Fontes. "Outro escrito João Gonçalves Penedo Eleito com Cri^ sostomo Alves . lhaz.Estevão de Fontes Eleito com Pedro de Uzeda saímos aos 26 do mes de dezembro de 1648. e para outro em Domingos Pereira. o Capitão João Maciel Bazam. e pelos juramentos que recebemos fizemos para juizes a João Gonçalves Penedo e a Estevão de Fontes .Domingos Pinto deu voto para Eleitor a quem o dito capitão deu o Ju ramento dos Santos Evangelhos que bem e verdadeiramente desse voto.Manoel Coelho .dei para o outro Juiz a Francisco Louzada e para Vereadores demos em André Maga.André Migalhaz . João Gonçalves Penedo. com 14 votos. Pedro de Uzeda e o Capitão João Gonçalves Penedo.0 Capitão João Maciel Bazam com Domin gos Pereira nos Eleitos damos nossos votos para Juiz deste ano Pag 61 . em seis homens que lhe parecesse de sua consciência para Eleitor.Domingos Pereira . deu o Ca pitao Gabriel de Lara o Juramento dos Santos Evangelhos. ao Pag 62 .e André Migalhaz para outro vereador com 13 votos. JxLão____jMa ciei Bazam .Domingos Pereira.de 1649 . Crisóstomo Alves.e para vereadores Domin gos Pereira. (aa ) Gabriel de Lara. sem afeição alguma e nela achei sair por Juiz a João Gonçalves Penedo com dois votos. Termo de Juramento que se deu a João Gonçalves Penedo. e para Procurador em Diogo de Braga. e Antônio de La ra para escrivão com 3 votos. (a) Gabriel de Lara. e comigo Escrivão. Termo de Juramento que o Capitão Gabriel de Lara deu aos Eleitos para fazer os Oficiais que hão de servir no ano de 1 6 4 9 . João Maciel Bazam.a Manoel Coelho para outro Vereador com 13 votos. Ao primeiro dia do mês de janeiro da era de 1649 anos. Es tevao de Fontes e João Gonçalves Penedo.Eu o Capitão João Maciel Bazam dou para Juiz a João Gonçalves Penedo e Pedro de Uzeda. Para outro Juiz Pedro de Uzeda com dois votos e Domingos Pereira para vereador com dois votos . e para Vereadores em Manoel Coelho. e para o outro dou voto em Pedro de Uzeda. a saber dois juizes. Manoel Coelho e André Migalhaz e para Procurador Diogo de Braga. para Juiz em João Gonçalves Penedo. e Escrivão da Câmara. e a todos eles lhes deu Juramento de cada um de per si no livro dos Santos Evange lhos para que bem. e Escrivão da Câmara Antônio de Lara . e vis_ to por mim. Termo. Gabriel de Lara Capitão desta Vila a limpou conformando-se com o provimento do Ouvidor Geral e Sindicante destas capitanias aos 27 do mês de dezembro da era acima declarada. nomeassem 7 homens em sa consciência servirem nos Cargos da República deste ano de seiscentos e quarenta e nove anos. os quais podem servir seus cargos dando-lhe primeiro o Juramento. e em Escrivão da Câmara dou em Antônio de Lara. 3 ve readores e um Procurador do Conselho. e verdadeiramente. como é uso e costume. Aos 27 dias do mes de dezembro de 1648 anos feita a Eleição dos Oficiais que hao de servir este ano de 1649 me veio âs mãos esta pauta para a limpar e apurar. Aonde se assinaram com o dito Capitão. Pedro de Uzeda. e para outro em André Migalhaz. "Aos 26 dias do mes de dezembro de 1648 anos apura dos os "Eleitos na Eleição mandou o Capitão Gabriel de Lara chamar os Eleitos que saíram por votos. e todos assim o prometeram fazer. e para outro em Francisco de Uzeda. conformando-me com os escritos dos Eleitos apurei na verdade.e Eu Domingos Pereira dou voto. e Diogo de Braga por Procurador do Conselho com 3 votos. Antônio Viana.. do Desembarga dor e Ouvidor Geral o Dr. que ainda se achou avul sa no Arquivo do Conselho. Pedro de Uzeda. "0 Escrivão da Câmara traslada por registro neste livro de Eleições a primeira que se fez nesta Vila no ano de 1648 .fi_ ca no Arquivo do Conselho no maço das Leis e vai na verdade sem cousa que duvida faça aos 29 dias do mes de maio de 1721 anos e Eu Manoel Pereira de 0. dos Capitaes**mores e Sargentos-mores rubricado pelo mesmo em niOfjjáo que hoje sô restam fragmentos. Manoel Coelho." (Todas estas transcri çoes procedem das "Memórias" de Antônio Vieira dos Santos). NB. Pag 63 . de que se conserve memória daque les homens bons que então solicitaram haver Justiça nesta V i la e se ver também a ordem por que se levantou em Vila que es ta junto a mesma Eleição . 9v. e verdadeiramente. para os novos Juizes e Oficiais da Câmara que nela principiarão a haver e servir no ano de 1649. se de seu cargo como Sua sim o prometeu fazer. e Ouvidor Geral Rafael Pires Pardinho no livro que de via servir para as Eleições de Juizes e Oficiais da Câmara . Provimento que pôs o Dr. 011 de se assinaram com o dito Juiz e Eu Antônio de Lara Escrivão que o Escrevi.Pardinho.»(aa) João Gonçalves Penedo. Domingos Pereira .Juiz João Gonçalves Penedo. Escrivão da Câmara que regis trei e assinei. para que bem e verdadeiramente servissem seus Cargos co mo lhes davam a entender. aonde migo Escrivão desta Eleição ra e João Gonçalves Penedo. "A qual Elei çao em cumprimento do despacho atrás a f. para bem. e ele as se assinou com o dito Capitão co Antônio Viana. Rafael Pires Pardinho.'Aos nove dias do mes de janeiro de 1649 anos deu o Juiz mais velho Juramento : dos Santos Evangelhos a todos os Oficiais por nao estarem dia de ano bom todos aqui. estes assim o prometeram fazer.«(aa) Gabriel de La ''Termo de Juramento . usasMajestade lhe encomenda. Diogo de Braga. Manoel Pereira de 0. registrei neste livro de Eleições bem e fielmente ao qual me reporto. quanto aos benefícios que re sultaram dessa "entrada" nos sertões de PARANAGUÁ e Cananea. da época. assim da sua vinda como os requer tornar a mandar. um homem branco. Governador Geral desse projeto. promovida em 1585 . e por quanto o Capitão Jeronimo Leitão. sem disso dar conta a esta Cama ra. nesse protesto . Majestade e bem comum Pag 64 . Nas "Atas da Câmara de S. que o dito Afonso Sardinha daria conta a Sua Majestade e ao Sr.AINDA OS CARIJÕS a) Documento da Câmara de Sao Paulo. Por conseguinte: "ele protestava contra a entrada de Afonso Sardinha. Majestade. e que esse homem nao havia voltado".Pedro Nogueira de Pazes. Lopes de Sousa. sobre resgate que es te sertanista pretendia fazer nos referidos Sertões de Paraná § > juntamente com homens brancos e com escravos seus. por tanto. pois poderia suceder-lhe o mesmo que havia aconte cido ao outro homem mandado pelo Capitão Jeronimo Leitão". pois nem uma leve referência se encontra nos Anais das respectivas Câmaras. dizendo que queriam ser vassalos do Sr. sobre os Cangos b) Afonso Sardinha vretende novo resgate aos sertões de PARANAGUÁ c) Os Carijõs vem pedir paz d) Outros documentos ilustrativos e) Uma carta ao donatário da Capitania Nao sabemos qual teria sido o resultado da guerra con tra os Carijõs. Paulo" relativas ao ano de 1606 encontramos "um protesto do Procurador do Conselho . de 1606. e muito serviço de Deus e de S. pelo povo da Capitania de Sao Vicente. nem ao Capitão da terra e o dito Afonso Sardinha os agasalhou. sem a devida autorização do povo de S. e. u a Diz ainda o Procurador do Conselho. propor-lhes as pazes. os quais índios ate ho ie nao apareceram perante nos. tinha ja mandado„ anos passados . contra Afonso Sardinha. "por quanto eram vindos certos principais Carijõs a esta vila a pedir pazes. (aa) Álvaro Neto. do Serviço de Sua Majestade. Antônio Rodrigues. A 8 de março de 1609..Luís Fernandes. o que fiz que e o acima e atrás. e mandaram os oficiais da Câmara saber ao certo da vinda. Pedro Nogueira de Pazes". Luís Fernandes. na mesma vila de Sao Paulo . e recebera a terra muita perda. em 19 de dezembro de 1607. como da pobreza que a terra em si tem.(aa) Álvaro Neto. ele os manda sem ordem." Pag 65 . desta vila se queria ir Belchior Rodrigues. etc. perante eles. diziam os oficiais da Câmara "que lhes era vindo a sua noticia que.Do mingos Rodrigues. para fazermos serias diligencias. representava a Câmara de Sao Paulo ao Governador Geral. quanto a es cravaria e pedia licença para uma nova "entrada " no sertão..Pedro Nogueira de Pazes. com forja de ferreiro . e que . a donde desembarcavam os Carijõs . o que visto por eles oficiais mandaram a mim es^ crivao lhe tomasse o protesto neste livro por eles assinados.desta terra assim do beneficio das minas. e que os mesmos vinham maltratados e faltos de mantimentos.que o escrevi. Em uma vereaçao efetuada na mesma vila de Sao Pavi lo. deste mes de setembro (de 1606). oficiais. e si se poria cobro a isso.Eu Simao Borges. com pena de seis mil reis. diziam em uma ve ' reança. e que haviam logo por condena do. nas partes que me lhor parecer. Antônio Rodrigues. o Procurador do Conselho Antônio Camacho. ACÓRDÃO "Acordaram logo os oficiais da Câmara acima assina dos que se pusesse mandado para ser notificado Afonso Sardi_ nha.com eles.Escrivão que o escrevi. para Piassava das Canoas. poderia levar ferro e fazer resgate. porquanto. que sao 10.de modo que parecia bem socorre-los. expondo ainda o estado de po breza em que se achavam as respectivas vilas da Capitania .etc. que para esta vila vem de resgate. as nove horas. Pelo que requeria. E o assinaram eu Simao Bor_ ges. o que era em prejuízo des_ ta terra. os primeiros Carijõs de Paranapa nema.que "lhe constava a vinda do gentio Carijõ para esta vila. ate amanha. Domingos Rodrigues. de Birapoeira. e como por nao virem de p a z . que logo mandasse ou trouxesse. Escrivão das execuções que sirvo nas ausências dos Tabeliães deles." Em 6 de julho de 1603.disso se desse conta ao Capj^ tao da terra. lhe tomasse seu protesto e mandasse chamar os ditos índios . já catequizados pelos incansáveis padres Jesuítas e bem adestrados nos manejos das armas pelo intrépido governador de Itanhaem. a esta vila eram chegados certos índios aarijós. era. ao mando desse mesmo capitão Soto Maior. na época da conquista pelos bandeirantes. o Capitão Antônio Barbosa de Soto Maior. àquela vila. Vamos dar na íntegra esse documento. "os pés largos' . em 1660. e sendo juntos os abaixos assinados a saber: Baltazar de Godói. logo por ele foi dito e requerido aos ditos oficiais que. hao de conquistar. vereador e seu parceiro Sebastião de Frei_ tas e o juiz Antônio Camacho. como lhes apelidavam os bandeiran tes paulistas. a requerimento de Antônio Camacho. do riquíssimo Estado do Rio Grande do Sul. jã bem abati^ da e dispersa. a requerimento do dito Procurador do Conselho. Antônio Camacho. e um índio dos mesmos. vao formar as companhias'"de guerra que. de nome André. e achava-se nesta época. hoje . da chegada.nessas "entradas". conforme escreve Pedro Taques e nos confirmam os brilhantes historiadores de Paranaguá: Antônio Vieira dos Santos e Hermelino de Leão. Eis o referido documento: "Aos três dias do mes de abril de 1609 anos. Essa tribo. de um índio Carijõ. por ser im portante e oportuna sua transcrição neste capítulo da historia de PARANAGUÁ e dos habitantes desse sertão. acossados pela fome e pelas epíde mias. cinqüenta anos de_ pois.dos Carijõs. pedir "abrigo e p a z " às autoridades da vila de Sao Pau lo! Sao esses mesmos Carijõs que. se ajuntaram os oficiais da Câmara na Casa do Conselho. A guerra constante que lhe moveram os conquistadores da primitiva Capitania de Sao Vicente. ou essa nação até então indomíta. da Aldeia do Forte (?) . obrigava-os agora a virem humildemente. por nome André.da Aldeia do Fortes. por estes mesmos avaliada "em duzentos mil homens de arco" (vide outro documento transcrito no fim deste capítulo). e as lutas nao menos encarniçadas que tiveram de sustentar contra os espanhóis do Rio da Prata. seus antigos aliados contra os portugueses. toda a imensa região que faz parte. 1609 . nos sertões do Paraná. acompanhado de mais dois parlamentares da mesma nação. com notáveis atos de bravura. exclusivamente.Em 3 de abril desse mesmo ano de 1609 efetuou-se uma outra vereança na Gamara de Sao Paulo.dais Carijõs e Pag 66 . procura dor do Conselho. dos quais estavam presentes. onde se tratou. nes_ ta vila de Sao Paulo. fora em companhia de um índio principal Carijõ. E pelos ditos oficiais lhe foi dito que fizesse perguntas aos ditos índios. E logo foi chamado Pedro Colaço. que presente es_ tava. sobre o que queriam e que novas traziam dos seus. e que requeria que os ditos oficiais da Câmara mandassem fazer perguntas aos ditos índios que declarassem o que queriam e se haviam mister de alguma cousa. por nome Anrique da Costa. filho de domingos Rodrigues. os quais traziam muita fome e doenças. perto de sua aldeia. em uma paragem chamada Atuaí. a sua terra. e assim mais disse o dito Carijõ..o dito índio. lhe • dissera ao dito índio André.. aqui morador e língua da terra. aonde entrava uma índia casada.. " Pag 6 7 . e dois anos de degredo para Mgçangano. e perto de onde vivia Baltazar Gonçalves e outros moradores. etc. o que ele fizera... que: com pena de quinhentos cru zados. E eles disseram que vinham mo_ rar entre os portugueses. a saber: um filho de Baltazar Gonçalves por nome Baltazar e outro. situados em aldeias para servir sua majestade. com seus filhos.per_ to de Piassaba. e que chegando la. sabendo o dito principal a tal nova. dos quais moradores saí ram duas canoas. lhe viera recado. para vir em sua companhia ele e sua gente para aqui. porque os espanhóis lhe nao fizessem algum mal e agravo. ao dito principal. os quais chegando a eles disseram o que vinham fazer. mandasse vir os ditos indios que seu filho e vizinhos tinham tomado aos vndios que presentes estavam. E que ele trouxesse consigo alguma pouca de gente que escapara dos espanhóis. aplicados para os fortes da Bahia de Sao Salvador. que se lá estão. nas quais viram dois brancos. e cativos. como os espanhóis tinham levado a maior parte de sua gente. assentaram que fosse notificado Baltazar como Pai que e do dito moço. chamado Tapien que ele se vinha para esta terra aonde estavam alguns parentes seus. e que os ou tros que no caminho achara. . e. se vieram com eles para esta vila. em lhe toma rem sua mulher e seus filhos . cujo marido estava presente e se queixava do agravo que os portugueses lhe tinham feito. que se tornasse. O que visto por eles oficiais da Cornara. e ouvindo isto lhe tomaram por for ça toda a gente que traziam. nesta Capitania. e vindo pelo rio acima. e que aqui nao queriam o capitão nem ninguém que de la viesse e que lhes largasse a gente que traziam. como os demais índios. que vinha pe_ dir remédio para lhe darem sua mulher e demais parentes que lhe haviam tomado contra sua vontade. E logo pela dita língua lhes foi feito per_ guntas e declararam: que o dito índio André. .por no_ me Jaguarajuba. por outro caminho. E que vindo se encontrou com muita gente que se vinha para cá. alguns homens da terra suficientes para isso. Quanto ã guerra ao gentio." "Que se descermos (esse gentio) será causa de grande proveito principalmente o gentio Carijó. a seu caminho. na qual os paulistas dessa época. mercê o ano pas_ sado. e do Sr. requereu. pois era tao importante o serviço de Deus. sao quase todos acaba dos. por eugo respeito morriam muitos a min_ gua. ã qual nos referimos. dizem os camaristas que: " os primeiros índios cristãos vizinhos . mais um importante documento da CâmaPaulo. por mar e por terra. antes e depois do lití os donatários. dirigida ao donatário da Capitania . é a que se segue: Capitania gio entre referente ra de Sao CARTA AO DONATÁRIO DA CAPITANIA "Com o Capitão João Pereira de Sousa. Lopo de Sousa".etc. com socorro. em Portugal. a servir S. Majesta de e o Sr. e se afirma que podem ser duzentos mil homens de arco". na qual nos manda que lhe escrevamos miudamente tudo o que parecer. já batiam e devastavam os sertões em todos os sentidos. que está a oitenta léguas daqui.E outrossim. recebemos nesta Câmara uma carta dê V. Que lhes requeria a eles di_ tos oficiais pusessem oohro nisso. dao conta do estado da terra e da maneira por que eram explorados pelos governadores e mais autoridades. vamos transcrever. mas no sertão ha infinidade deles e muitas nações. mais o dito procurador do Conselho que por dito destes Índios estava informado que des_ oiam muitos Carijós para esta Capitania. Lopo de Sousa. E se acordaram que tratariam disso com o povo. neste capítulo aos Carijos. Alguns traslados de cartas se acham aqui das que escrevemos a Vme. que Deus le_ vou. para serviço de Deus e de sua Majestade. É uma carta. que mandassem lá. nessa época em que os paulistas.. com o desemfc>£ raço e a altivez que lhes era característica. e havia muito tempo que haviam partido e nao chegavam por lhes faltar o que dito tem. A carta. 3 A fim de se fazer um juízo bem claro do estado da de Sao Vicente nesta época. ou fossem eles em pessoa para que viessem mais seguros. e o que acordassem se faria. nos parece que nao lhe foram dadas„ Pag 68 . apesar das proibições. e que vinham muito faltos de manti_ mentos e ferramentas. Pode Vme. Diogo de Quadros é ainda provedor das minas. ha grande número e trato para Angola. Vai isto com tal maneira e razão. e have_ rã metal de ferro. e como se perdeu no Cabo Frio. porque sao tao várias e de tanta altura as oousas que diariamente sucedem. tem pouca posse e vai de vagar. serã de muito gran_ de importância por estar perto daqui com tres léguas. de Nossa Senhora do Monte Serrote. em terra mais larga. ou cousa muito sua. nem aumentar a terraque o Sr. mas acabá-lo. senão como nos hao de es fqlar. mas faltam mineiros e fundidores destros. que toda leva ouro. pois hã muito algodão. pois que estão as cousas desta terra com a candeia na mão e cedo se despovoará. Majestade deu "com tao avantajadas mercês e favores. e outros. nao hã outra cousa senão pedir e apanhar.. como os que cada quinze^ — dias nos metem os governadores gerais. muitas madeiras e outros achegos. e desde ali ao Norte haverá 60 léguas de cordi Theira de terra alta. tudo é seu e . nao hã outro recurso senão baixar a servir e sofrer o mal que nos põem. que pelo e_ clesiástico e pelo secular. e valia. Eles nao vem nos^governar e reger. até agora tem procedido bem: anda fazendo um engenho de ferro a tres léguas daqui desta Vila. a de Vo_ turuna. não acudir com brevidade. que nos mandem o que for justo e nos favoreçam no bem e castiguem o mal quando o merecermos. muito ferro e açúcar e esperamos que haja prata pe_ los muitos indícios que hã. e afrontar. desta Capitania. . fazer aqui um grande reino a S. muitas águas e lenhos. principalmente a serra de Jaraguã. e nisto gastam o seu tempo. e S.M. acuda. podem-se fazer muitos navios que só o bem se pode trazer de lã. em outra cousa nao en_ t endem. que nao falta matéria de es crever e avisar e . mas hã na serra de Biraçoiaba 25 léguas daqui para o sertão. tem ouro. porque assim os Capitaes e Ouvidores que Vme. ordene e mande o que lhe pa recer. que como somos po bres e temos remédio tao longe. Sá fazemos lembrança a Vme. prendem e ex_ comungam-nos e fazem de nós o que querem. pode entender que não terá cã nada. muito papel e tempo seria necessário. veja. nem estudam.ainda lhes ficamos devendo. Assim. grandes campos e pastos. manda. é grande. que muito tem a terra que dar. e perto dali com tres léguas está a Caatiba de onde se tirou o primeiro ouro. Peru e outras partes . Quanto a conservação do gentio que não convém termos a L Pag 69 . destruir. de pessoa que te_ nha consciência e temor de Deus. que se sua pessoa.' e um que nos pede e outro que nos toma. se falamos. E. e abasta. que tudo é necessário.O que ãe presente se poderá avisar. Martim Afonso de Sousa ganhou. fértil de~ mantimentos.se poderá dizer ãe chorar. E o bom governo é o que nos falta. Senhor. com or dem para serem cristãos serã cousa de grande proveito principalmente o gtntio Carijõ. Luís Fer nandes. e os cristãos. comendo-se uns aos outros. acuda Vme. Nosso Senhor guarde a pessoa de Vme. (aa) Domingos Rodrigues^ Juiz. serã sabedor como Roque Barreto. o que lhe parecer. lhe levam o gentio do sertão e distrito. creia Vme. porque os portugueses. que vivem a lei de brutos animais. Tornamos a lembrar. por mar e por terra.São Paulo. com a Cananea. e por ser contra uma lei de El-Rei que os padres da Companhia trouxeram. o governador Diogo Botelho man_ dou provisão para tomarem o terço para ele. lhe concedesse. o que pelo tempo adiante pode abundar nesta Capitania. . assim aorac nos fazem a nós o faremos a eles. " Pag 70 . porque de Pernambuco e da Bahia.000 homens de arco. Se lã for alguma informação de que a gente desta terra ê inâomita. nao tendo ela mais de 190 moradores.Es_ ta e uma grande empresa e Vme.M. que são mais de mil e quinhentos. ou cousa muito sua lhe está bem que S. com o resguardo que deve aos seus. Manoel Antó nio Francisco de Siqueira. Pedro Muniz.vexar-nos. principalmente fora do seu natural. vereador. Sobre isto houve aqui muito trabalho e grandes devassas e ficaram muitos homens encravados. e depois veio or_ dem para o quinto. procurador do conselho. que sao homens de pouco trabalho. Jã Vme. mas no sertão hã infinidade deles e muitas nações. mandou ao sertão trezentos homens bran cos a descer gentio e gastou dois anos na viagem. pode por emi campo para-os CarijÕs mais de trezentos homens portugueses.000 cruzados. gente usada ao trabalho do sertão. que das cinco vilas a_ue cã tem. que -há quem sofra tantos desaforos. e lhe importaria mais de 100. sendo capitão. que se os descermos. vizinhos sao quase acabados. e isto não é fábula. e muito cedo ficará tudo ermo com as arvores e as hervas_ do campo semente. que está a oitenta léguas daqui por mar e por terra e se afirma que são 200. 13 de janeiro de 1606. fora os seus índios e~s_ cravos. afora os de seus vassalos. além do particular dô^jnesmo gen_ tio vindo ao grêmio da Santa Madre Igreja. bem sabe Vme. que com bom caudilho passam ao Peru por terra. cã tao pouca posse. com muitos gastos e mortes. Nao tem Vme. que talvez hã nesta Vila hoje mais de 65 homisiados. vereador. E SEREM ELES OS FUNDADORES DESTA P0V0AÇA0 E M SEUS PRINCÍPIOS. quintais e mosteiro. Em fins do século XVII e mesmo antes. Paulo".. para os Reverendos Padres da Companhia fazerem suas casas. na Qapitanía de Sao Vicente. habitado pela nação dos indomitos Cari jós. a qual terra se chama Tapera Tar. o qual foi transcrito por Benedito Calixto de Jesus. do venerável Pa_ dre José de Anchieta7~o incansável apóstolo do gentio.. por mais de uma vez. Diz o referido documento que nessa data. no exercício do seu piedoso e fecundo a_ postõlado. etc. A ação da catequese . já haviam penetrado. GUARATUBA e LAGUNA no FIM DO SÉCULO XVIII. na parte do seu precioso trabalho que se refere a "Vila de Cananea". que tem a data de 31 de outubro de 1601. " Pela leitura deste trecho '• se verifica que foram os beneméritos missionários filhos de Inácio de Lciola que desbra varam todo esse imenso e rico sertão de Cananea e Paranaguá . As quais terras os ditos oficiais. 31 de outubro de 1606. . feita pelos devotados jesuítas u Pág 71 . nesse ser tao imenso do Paraná.>.•. começando das ate o penedo maior. durante a vida e a permanência.a) A CATEQUESE NOS SERTÕES HABITADOS PELOS CARIJÕS b) O PADRE FERNÃO CARDIM ENVIA NOVOS MISSIONÁRIOS EM 1605 a) A EXPULSÃO TUMULTUOSA DOS JESUÍTAS EM 1654 d) A DECADÊNCIA DAS MISSÕES NO LITORAL e) A FUNDAÇÃO DO COLÉGIO E CASA DA MISSÃO EM PARANAGUÁ f) AS VILAS DE ANTONINA. antes de se fundarem regularmente essas povoaçoes. pelo muito respeito e pelos Padres fazerem muito ser viço a Deus e a nossas almas. No documento copiado do "Cartório da Fazenda da Vila de S. com um seu companheiro. vem ím portantes referências do estabelecimento definitivo das "mis soes dos Jesuítas" nessa parte do litoral. Capitão e mais povo houveram por bem conceder. e t c . estando presen te em Cananea o Capitão Díogo Medina e o Revmo Padre Agostinho de Matos. se deu posse de umas ter_ ras. os M i s sionários Jesuítas . os valorosos missionários Jesuítas já estavam estabelecidos em Cananea. a extraordinária missão do seu glorioso apostolado na Capitania de Sao Vicente. Em 1605. e só foi reencetada depois que os Padres José de Anchíe ta e Manoel da Nobrega estabeleceram armistício e paz com os Tamoios de Ubatuba. dos Carijõs. junto às minas de Ouro". a grande. de 1566 em diante. na parte meridional. aliás . Em a "Vila de Cananea". esta discriminado o local em que se extraiu "o primeiro ouro no Brasil"." Di zem as "Memórias Históricas das Capitanias de Itanhaem e Para naguã" que antes do Governador Duarte Corrêa Vasqueanes ordenar a ereçao do Pelourinho em Paranaguá. em 1640. até então sob a chefia dit>cncionã ria dos prepostos reais. agora. da qual faziam parte os padres João Lobato e Jeronímo Rodrigues. que no mapa topográfico da baía de Paranaguá. Esses dignos e destemidos sacerdotes " iam em substituição a outros missionários. como é.pelo menos na parte que conhecemos . no tempo do Padre Leonardo Nunes. nesse mesmo sertão de Paranaguá. escrita pelo ilustrado Dr. t com maís ardor evangélico. em que teve início esse arraial. empreende. Diogo Jacome e Pedro Corrêa. quando José de Anchieta.nao nos dao notícia da aata ou época. Estes dois últimos Irmãos foram massacrados pelos terríveis Carijõs em 1556. Esse local fica situado precisamente na Ponta dfc Itapema. quando se ergueu o dito Pelourinho. Desde meados do século X V I . a nossa primitiva dissertação: Esses "prepostos" eram Heleodoro Ébano Pereira e o Capitão fundador Gabriel de Lara. no ano da graça de 1549 ou 1550. antes da sua partida. teve início. Hermeiíno de Leão. As "Memórias de Paranaguá" . até o século XVII (1601) como se verifica pelo documento que vimos de transcrever. na parte que se refere á mes_ ma Vila. de novo. a "Missão Evangélica do litoral" ficou paralízada por algum tem p o . Cumpre. o Padre superior Fernao Cardim enviava uma nova missão aos ínvios sertões de Paranaguá. quatro anos maís tarde. onde tinham Casa e pretendiam fundar mosteiro. já ordenado sacerdote. como já ficou esclarecido em capítulos anterioresApôs a morte trágica dessas heróicos missionários. para as demais Capitanias do Norte. isto é. bem conhecido. que já se achava bastante povoado em 1640. já havia nesse lugar "um arraial. nesta oportunidade. da serra do mesmo nome.nos esclarecer.no referido sertão dos Carijõs. subordinado ao título "A Expansão dos Cananeenses em Terras Para Pag 72 . próximo a cidade de ANTONLNARetomemos. que ali haviam estado anteriormente no árduo mister da catequese. Dentro desse dilatado período que medeia entre 1606 a 1640. cujo Pelourinho foi ereto em 1640. que "Explica a origem do povoamento de Paranaguá. bem conhecido. Essa primeira expulsão dos Jesuítas perdurou até o ano de 1654. em grande parte. Esses dois bravos missionários mandados pelo Padre Fernao Cardim. Dessa época em diante. o autor refere-se a um importante período das "MemÕ rias Históricas das Capitanias de Itanhaem e Paranaguá" de An tonio Vieira dos Santos. tanto esforço haviam em pregado na catequese do gentio Caríjõ. para as suas contínuas excursões ao vasto e inóspito sertão habitado e dominado por essa valorosa tribo. ao cativeiro. com o fim de doutrinarem os Carijõs . em grandes grupos. existente em Londres. como ja ficou descrito e deu-se começo a um outro núcleo em Paranaguá. em 1606. a missão apostólica do sertão bravío e do litoral foi de novo interrompida: nao pelas hosti lidades dos Carijõs contra os missionários. para on de mais tarde transferiu sua família e. em torno dessa "casa da missão" provisória. tomarem posse de suas Casas e Colégios. os outros.naenses". . depois de incurso em processo. fundou-se. com relação ao assunto de que estamos nos ocupando. vinham pedir a paz e entregarse voluntariamente. r e g u l a m e n t e o núcleo da Missão em Cananea. conforme dizem as crônicas da Comp£ nhia de Jesus. nos sertões de Paranaguá. acossados pelos espanhóis do Uruguai e pelos sertanistas paulistas. época de sua chegada a Sao Vicente. escolhendo aí mesmo.mas is_ to o faziam pela falta absoluta de missionários que haviam s_í do tumultuosamente expulsos de Sao Paulo e de toda a Capita nia. aliás." Os incansáveis missionários Jesuítas que._„ s—— Pag 73 . um ponto. Foi. em 1640. desde 1549. que mais tarde se aglomerou a povoaçao. essa abnegação tao louva veis pela catequese destes infelizes íncolas do sertão do Paraná foram ainda sustentados pelos estõicos missionários Je suítas ate o ano de 1640. seguramente. iam em substituição a outros nao menos abnegados e bravos padres que ali haviam estado anteriormente. que foi quando os missionários volveram para. ou estação de parada. pois esses índios. outras pessoas de suas relações. de nome Caneda ou Penedo. esse ardor. nas embocaduras da baía. de novo. nao podiam deixar de dar preferencia a essa extensa região sertaneja de Paranaguá. atribuindo-o ã circunstância de ter um indivíduo. como é. >. já estavam sob a tutela e proteção dos padres da Companhia. bem como a um outro preciosíssimo documento quase que contemporâneo. se refugiado na Ilha da Cotínga. Esse esforço. com ela. Padre Provincial. tinha arrefecido e a sua in fluencia em prol da liberdade relativa dessa raça infeliz era quase nula. caindo o resto em abandono e ruínas. para virem estabele cer um mosteiro e um colégio nessa vila. das campanhas subterrâneas e as intrigas que entre os po tentados da terra e grande parte do povo se moviam contra os jesuítas. em Paranaguá. existe nos maços de papéis do "Cartório da Tesouraria da Fazenda". o ardor e decisão dos missionários pela catequese do gentio do sertão. e passou. aos grandes feitos dos sacerdotes Jesuítas. a 25 de maio de 1755. não só nas Capitanias do Sul co mo nas do Norte. a data verdadeira.do edifício próprio . quando. conquistadores do sertão. que foi quando os missionários chegaram a Paranaguá e deram início ao Colégio ou a "Casa de Missão estável" no mesmo local onde existia a "Casa de Missão volante". e é assim concebido: Pãg 74 . é a de 14 de maio de 1708. Esse edifício. em virtude da LEI POMBALINA. resolveram chamar de novo esses dignos missionários. a fazer parte do patrimônio real. sob o título "Pró prios Nacionais". autorizando a fundação desse Colégio de Paranaguá. nesse sertão do Paraná. então.Nó ahó de 1 6 8 7 . 0 Alvará Regio. Foi nesse doloroso período de decadência das mis soes Jesuíticas. quando a Vila de Paranaguá ja tinha um século de existência. porém. Já. foi levada a efeito a 24 de setembro de 1741. talvez como reconhecimento.teve lugar a 24 do mesmo mês do ano de 1741. ou recompensa. Padre Inácio Antunes. que os habitantes de Paranaguá. bem lacônico e pouco elucidativo. A Memória da fundação desse Colégio foi escrita pe_ lo Revmo.esteve. como é fácil de se compreender em vista da luta . de 1759 em diante. foi expedido a 25 de setembro de 1738 e a respectiva inauguração . na qualidade de preposto do Revmo. apesar da boa vontade do povo em cooperar para a dita obra. como visitador. aliás. nao chegou a ser concluído. do edifício. e bem assim em todo o Continente Sul America no. inegavelmente grandes e eficientes centros irradiadores da civilização. 0 original desse documento. em i Sao Paulo. Necessário se torna esclarecer que o Alvará Régio autorizando oficialmente a fundação do Colégio dos Jesuítas em Paranaguá. exata de sua fundação. tem a data de 25 dã setembro de 1738 e a res pectíva inauguração solene. porem. Foi depois instalada a Alfândega em uma parte do edifício. os paulistas tentaram ainda expulsar os Jesuítas da Capitania. "E para que esta felicidade se perpetuasse de filhos a netos. licença para a fundação do seu colégio e seminário. o que tudo consta do termo que no livro de verean ças desta Vila. para o tempo futuro. dai tomava cada ano dois companheiros com os quais saia sempre a demandar almas pa_ ra o ceu. padres Antônio Cruz por superior e Tomás de Aquino por companheiro. os quais entraram nesta Vila a 14 de maio do di_ to ano de 1708 e foram recebidos por todo o povo com muita ale gria e debaixo de palio conduzidos até a Igreja matriz. está lançado em 2 de maio de 1707. 85. onde se cantou Te-Deum Laudamus. ga do vacum e cavalar. en quanto o Senado desta Câmara.emprego foi o padre Antônio da Cruz. que padecia toda a costa. padre provincial João Antônio Andrioni. assim em dinheiro. aqueles bens que tan ta emoção faziam a suas almas. e assim o concedeu o Revmo. entraram na pretensão de solicitar do Reverendo padre provincial CASA DE MISSÃO ESTÁVEL NESTA VILA DE PARANAGUÁ . patenteasse a estes povos as portas do Ceu. "0 primeiro nomeado para este feliz. fls. determinaram no ano de 1704 enviar missionários da mesma Companhia para que instruindo-as dos negócios importantes da sua salvação. para saber cpm quanto queriam contri buir cada um para a dita fundação. padre Ângelo Tamborini. em nome de todo o povo. sendo propósito geral o Revmo. Para este fim convocou várias vezes o Senado a todo o povo. que desejaram eles mesmos lograr em seu próprio país. onde pudessem os moradores criar seus filhos com a dou_ trina da mesma Companhia. no ano de 1708. por meio da pregação e vangelica e freqüência dos Sacramentos. compadecendo-se os superiores da Companhia de Jesus do estado miserável de •-." Pãg 75 . "Assim o pretendeu o Senado. o qual residindo pji ra este fim no colégio da Vila de Santos."Memória da origem e quando teve principio a casa da Mis_ são da Vila de Paranaguá".algumas cousas que tinham prometido para esta fundação. "Suposta a necessidade espiritual. tantas almas. congrua e sustentação dos religiosos. e de 5 escrituras de obrigações. que em nome de todo o povo fize ram os oficiais da Câmara. "Aos 27 do dito mes receberam os padres. Apóstolo de toda a costa. na falta de operários na vinha do Senhor. desde a Ilha Grande até a Laguna. alcançava de Sua Majestade. e enviado os Revmos. "Com estas MISSÕES-VOLANTES continuou alguns anos e de tal arte afeiçoou os moradores as práticas espirituais e minis_ terios santos da Companhia. com algumas sortes de terras. pois os missionários. caíram em mãos estranhas. Foi com esses índios descidos do sertão. E foi assim que quase todas as memórias escritas pelos Jesuítas. tiveram ainda efêmero desenvolvimento na terceira fase das missões. para tanto. iam esmorecendo cada dia. foi com esse mesmo pessoal. desde Itanhaem até Cananea. sendo consumidas. esses "pés largos". Ninguém. em 1738 ou 1740. os relatórios dos Padres JesuítaB. já se vê.'-'praticar notáveis atos de bravura. ja mal vistos pelos potentados. na época das entradas « das grandes descobertas auríferas. Esse renasci mento teve. Iguape. As reduções ou aldeamentos fundados pelos Jesuítas em Itanhaem. Pág 77 . e que ainda se faz em nossos dias. escrevendo o histórico das missões do litoral em Pa ranaguá. já convenientemente adestrado nesses misteres. bem pouca duração. eram . nao nos de notícias claras e pormenorizadas dos h«róicos missionários que com tanta abnegação e zelo apostólico haviam desbravado os sertões do Paraná. grande parte do gentio Carijó. arriscando. Cananea e Paranaguá. e procurando outras regiões onde pudessem agir com > mais li berdade ou desembaraço. o mistério de nossas florestas e brenhas. remanescentes da aguerrida e valorosa nação Carijó. (Vide Hermelino de Leão . entretanto.Capitania de Ita n h a e m e Paranaguá). Nao admira. que. e desprestigiados pela maior parte da população. que se fizeram as explora' Coes auríferas. s u a p ^ i d a s e trazendo. Benedito Calixto de Jesus. sob a vigilância e guarda dos padres da segunda fase das missões. já catequizados pelos incansáveis Jesuítas. a melhor presa para as ávidos exploradores dos nos_ sos sertões. dignos dos heróis americanos. no dizer de Pedro Taques". para suas reduções e aldeias . principalmente o Capitão Antônio Barbosa de Soto Maior.As memórias. melhor do que os sacerdotes Jesuítas. o Padre Inácio Antunes. em 1660. pelo menos. que os governadores da Ca pitania de Itanhaem. na conquista do Rio Grande do Sul. sabia o segredo. que se iniciaram as entradas nos sertões de Minas Gerais e é ainda com esses antigos aldeados das missões. como o demonstrou cabalmente o Sr. antes e depois da Lei do banimento completo da Com panhia. a opinião que se fazia dos jesuítas nessa ep£ ca de aventuras. Era esta. o qual. ia de novo povoar as aldeias de Sao Paulo e do litoral. formam as "companhias de guerra" que vão. pois. em virtude das intrigas : é dás idéias sediciosas que então se formavam e espalhavam contra a benemérita Companhia de Jesus. ao qual te mos nos referido. Na importante "Memória Histórica" de Antônio Vieira Santos. antes da doação oficial. no tempo da supressão da Compa' nhia. Antônio Ma_ noel de Castro e Mendonça.nte a Ilha das Pacas . ainda em estado florescente. foi. apesar da boa vontade demonstrada pelo p o v c 0 estabelecimento agrícola que esses padres possuíam próximo a barra do Suparogui. foi. Sao Vicente. Pag 78 . em nosso litoral.na baía de Paranaguá. parte do município de Paraná guá. VILA DE ANTONINA A Vila de Antonina. Em 29 de agosto de 1797 foi esse "arraial do Pilar" des_ membrado do município de Paranaguá e elevado ã categoria de Vila. Itanhaem e Cananea estavam ja em condições bem precárias. em frt.. cuja ermida recebeu a invocação de Nossa Senhora do Pilar e fez. 0 ultimo re duto. nos tempos primitivos da catequese. era a "Casa da Missão" e o Co légio fundado em Paranaguá em 1708. as suas casas de missões.quando o governo de D.Os seus estabelecimentos agrícolas. AntônioANTONINA acha-se na latitude aust ral de 25 e 31" e na longitude de 3290°30'30" da Ilha do Ferro. em 1759. o qual vem mencionado no mapa de que nos temos ocupado. uma redução ou aldeia for mada pelos antigos missionários. que nao chegou a ser con cluído. sem duvLda. ou abandonadas. depois. Julgamos necessário esclarecer que. no mapa "Planta Topográfica do Porto e Fortaleza de Paranaguá". que vem designada no mesmo mapa da baía de Paranaguá. José I os expulsou de uma v e 2 . por ordem do Capitão General de Sao Paulo. ura arraial. constara. A denominação de "ANTONINA" foi dada a essa Vila em atenção ao nome do então príncipe real D. que os Jesuítas possuíam nessa época. sem duvida. em Santos. Essa "Planta Topográfica da Vila de Paranaguá" se acha na meama plancha onde vem a "Planca Topográfica da Vila de Santos". alguma coisa sobre essa impoctan te propriedade da Companhia de Jesus. Nao sabemos em que condições se achava essa fazenda dos Jesuítas em Paranaguá. em 1707. da qual possuímos apenas alguns Ü g e i r o s apontamen tos. feita pela Câmara e povo. durante a catequese dos Ca rijos. nao vem a "Planta Topográfica da mesma V i la". no litoral. nessa época tao notável. 0 sistema hidrográfico desta pequena baía é bem notável pela quantidade de rios que nela desembocam. colocada ã margem direita de uma baía ou laguna do mesmo nome. razão pela qual o governo português manda. desciam por esse rio até a costa. que tem por padroeiro Sao Luís. a que vimos nos referindo. tao minuciosamente. mais ou menos. também abundante em MINAS DE OURO. A planta topográfica da vila consta apenas de uma praça. mostrando que toda essa região do litoral era muito rica desse minério. segundo a indicação do aludido mapa. determinada com o numero de palmos e braças. o edifício da Câmara e o Pelourinho. com cinco saídas. no mesmo mapa . va explorar e demarcar. o que obrigou o governo a estabelecer nesse local um posto de Registro. Pag 79 . tendo ambos as suas nascentes na Serra da Prata. ao sul de Paranaguá. A Vila de GUARATUBA. por dois afluentes. cercada de casas.vie Ias ou becos. sob as vistas ávidas do governo da metrópole . a fim de facilitar a navegação. em que essa zona do litoral do Sul estava. tendo ao fundo a Igreja Matriz e. em toda a extensão. e todos . em virtude das minas de ouro.do lado do "Porto da Vila". um com o nome de Rio Doce e outro de Rio das Minas. que tem suas vertentes na serra do mar.a fim de evitar o descaminho dos quintos reais. e a Vila de GUARATUBA. e o rio Cubatao a noroeste. que vem mencionada no mapa da Capitania. um sinal com este título: Registro . a fim de escaparem aos rigores do fisco. bastante ampla. Os rios mais importantes sao: o Sao João . esta. Na barra do rio Saí está marcado.ao sul. o que quer dizer que os mineiros dessa recuada época.VILA DE GUARATUBA A ultima vila. Ao sul dessa barra de GUARATUBA existem ainda dois pequenos rios que desaguam na costa do mar: o Saí e o Saí-Mirim . o seu plano topográfico. povoados em suas margens. Nesse curioso mapa vem diversas indicações de MINAS DE OURO. A profundidade da barra e do leito da baía de GUARÁ TUBA. na entrada. Foi elevada a Vila em março de 1770 e instalada. Esta . se nao ja esti_ vesse criada a comarca. criada pelas Cartas Regias de 24 de maio de 1694 . porém. Por alvará de 4 de janeiro de 1724 foi es sa Vila desligada da Capitania de Sao Paulo e incorporada a do Rio de Janeiro. do feita a nomeação de ouvidor geral para a Vila de Paranaguá e semelhante nomeação nao estaria então feita. na Cronologia Paulista. diz Azevedo Marques. Pág 80 . a embarcações de pequeno calado. nao é. 0 seu padroeiro e Santo Antônio dos Anjos da Laguna. no vizinho Estado de Santa Catarina. Esse predicamento tem a data de 27 de janeiro de 1720. isto e. da Capitania de Paranaguá.foi fundada em 1768 pelo Capitao-General de Sao Paulo D. Foi fundada pelos paulistas Domingos de Brito Peíxo to.diz Azevedo Marques . Está situada a margem direita do rio que lhe empresta o nome. Conde de Assumar. VILA DE LAGUNA Esta Vila. Sua barra só da ingresso a pequenos navios. passou essa vila a fazer parte da mes_ ma. pagina 666. hoje cidade de igual nome. a 25°32'25" de latitude austral e 329 30' da Ilha do Fer ro. a data exata da criação da referida comarca. igualmente. fazia parte. conr•> forme foi denominada pelos seus próprios fundadores. com a criação da "Capita nía de Santa Catarina". e J. Ribeiro.do Capitao-General de Sao Paulo.J. Rafael Pires Pardinho . dizem ter sido criada a comarca de Paranaguá em 17 de junho de 1723. por ordem .e 1? de setembro de 1699. Da Carta Regia de 26 de abril de 1723 consta ter si. seu filho Francisco de Brito Peixoto e Sebastião de Brito da Guerra. Em 1720 é elevada ã categoria de Vila por provisão do Ouvidor e Corregedor de Paranaguá. Maís tarde.uma das oito que se desmembraram da comarca de Sao Paulo. porem. Luís Antônio de Sousa Botelho Mourao. volume I. ' OUVIDORIA DE PARANAGUÁ Azevedo M a r q u e e m sua Cronologia publicada e m apêndice aos seus Apontamentos Históricos. a 30 de abril de 1771. a fez lí_ mitar.com a separação deste e do de Santa Catarina deixou de existir a comarca de Paranaguá. e o Alvará de 12 de fevereiro de 1821 alterou em parte as divisas. criada por Alvará de 1811 e em erro quando disse extinta a comarca de Paranaguá pela criação da comarca de Santa Catarina. pelo sul. e. nesta data. em explicável equívoco ao fazer a comarca de Paranaguá e Curitiba. sen do. como em virtude de Alvará de 1812 era denominada a co marca de Santa Catarina. porém. ate que a Carta Regia de 20 de novembro de 1749. ou com as resultantes quer da cria çao da comarca de Santa Catarina. datada de 4 de outubro de 1722. cingiu-se apenas em participar que o lugar de ouvidor de Paranaguá jã estava provido e criado. e.A Carta Regia de 17 de junho de 1723 nao criou. a comarca de Paranaguá. quando foi recebida a carta de Rodrigo César de Meneses. Com as divisas. nao deixou de existir senão quando o Código do Processo Criminal Brasileiro entrou em vigor.que em 1812 passou a ser denominada comarca de Paranaguá e Curitiba. o fato e que a ouvidoria de Paranaguá. reformando seu parecer constante da carta de 13 de setembro de 1721. certo que. que compreendia as povoaçoes limítrofes de Santa Catarina. que desmembrou a comarca estabelecendo a ouvidoria de Santa Catarina. e explica semelhante criação. A comarca de Paranaguá nao foi de novo*criada por al_ vara de 19 de fevereiro de 1811. de exatamente um ano depois. data Pag 81 . foi de novo criada a comarca de Paranaguá e Curitiba". Negro e Iguaçu. por isto. Sao Francisco do Sul e os territórios do Rio Grande do Sul. no entanto. de fato. passando a Vila de Lages para a co marca da Ilha de Santa Catarina. no ano de 1833. tirada de Iguape e as divisas sul-nacionais. quer da desanexaçao da Vila de Lages. a comarca de Paranaguá ficou compreendendo todas as pavoaçoes e todo o território situados entre uma linha geográfica de les te a oeste. visto que em tal data nao foi expedido pelo governo nenhum alvará com força de lei. então criada com a divisão . Criada em 26 de abril de 1723. Laguna .Aze_ vedo Marques escreve que por Alvará de 19 de fevereiro de 1811 foi criada a comarca de Paranaguá e Curitiba. dizendo que "A Carta Regia de 17 de junho de 1723 havia criado a comarca de Paranaguá. e em que es_ te. da comarca de Sao Pedro do Rio Grande e Santa Catari na. escrevia nao ser preciso juiz de fora em Paranaguá. criada em 1749. 0 indefesso historiador paulista laborou. com a nova comarca pelos rios Sao Francisco. em virtude de representação do ouvidor de Sao Paulo. ou pouco antes. no entanto. Ra_ fael Pires Pardinho. em duas. porém. comarcas distintas entre si. ficando a comarca de Paranaguá constituída das povoaçoes e territórios situados entre as divisas da co marca de Sao Paulo e os rios mencionados. Rodrigo César de Meneses. que então deu. em instruções que deu ao Dr. que fez tal separação. relativo ã comarca de Pa ranaguá. naguã. Antônio Alves Lanhas Peixoto. nao tendo ela deixado de existir em virtude da separação do Rio Grande do Sul e Santa Catarina. anteriormente.a comarca de Santa Catarina. no regime judiciário dos tempos coloniais. aos 23 de agosto de 1732. e m . Como Azevedo Marques. até então.o Alvará de 19 de fevereiro de 1812. considerados nulos nas partes em que contrariavam os do ouvidor Rafael Pires Par^ dinho. ja então existente desde quase 90 anos. mas nao criou a comarca. com os territórios e povoaçoes ao sul. como consta da representação feita pela Câmara de Para. Ribeiro. Pág 82 . conforme ficou dito. em 8 de janeiro. cujo exercício fez correiçao na sede da comarca. AN TÓNIO ALVES LANHAS PEIXOTO. foi nomeado seu ouvidor o Dr. com o qual se explica o equivoco. ordenou diversas diligencias que por este deviam ser levadas a efeito logo que passasse para sua comarca. porém. também laborou em equívoco o o peroso cronologísta J.J. mas cuja nomeação ja antes tinha sido levada ao conhecimento do governador de Sao Paulo pela Carta Regia de 14 de março e a quem. Na realidade. nem as vilas de Curitiba e Paranaguá foram. apenas dividiu a comarca de Paranaguá pelos rios Sao Francisco. a cujo favor foi expedida a respec tiva provisão aos 21 de agosto de 1724. porque a Carta Regia de 20 de novembro de 1749. a existência da comarca de Paranaguá já vinha sem solução de continuidade desde que foi a ouvidoria instalada pelo Dr. apenas mudou o nome da comarca de Paranaguá pelo de Paranaguá e Curitiba. em 1811 ou 1812. de onde se infere que. transferindo ao mesmo tempo a sede da comarca e a residência cbs ouvidores da primeira para a segunda das vilas nomeadas. sendo por o_r dem regia os provimentos. a pagina 222 do volume 19 de seu trabalho citado. I) Criada a comarca. pois nem existe semelhante alvará. Em 12 de novembro de 1725 o governador e Capítao-Gene ral da Capitania de Sao Paulo. nao tinha Lanhas Peixoto assumido o lugar. o governo central mandara adiantar ajuda de custo na importância de seiscentos mil réis. Negro e Iguaçu para cons_ títuir. afirmou que por Alvará de 19 de fevereiro de 1811 foram criadas as comarcas de Paranaguá e Curitiba. ~~ Este alvará. quando. Antônio Alves Lanhas Peixoto no primeiro quartel do século XVIII. Chegando a Cuiabá.Pouco tempo exerceu ele as funções de seu cargo. a pretexto de pertencer Cuiabá a ouvidoria de S. Paulo. o Capitao-General. durante sua permanência naquele povoado. nele houvesse ouvidor e encarregou das funções desse cargo a Lanhas Peixoto. o governador se apegou a. E de notar-se que a ouvidoria de Cuiabá nao tinha sido. ordem que tinha para a elevação de Cuiabá a categoria de vila. que deduziu da ordem da criação da vila. ate então. por carta de 22 de novembro de 1726 . aos 26 de março de 1726 . afirmava que a ordem recebida era pa. p o i s . que se supunha chegado ja da m e t r £ pole para assumir o cargo para que fora despachado. que ele e nao Lanhas Peixoto ê que devia acompanhar o Capitao-General a Cuiabá e ja presentava. Certo. Francisco da Cunha Lobo. que então era o Dr. que nao tinha competência para cria-la. apesar da falsa noção que tinha de sua autoridade. e. de que seu a to nao se achava plenamente justificado com a faculdade. Para contestar seu ato. nao permitindo que fosse levada a efeito. em prol de sua afirmativa. A Rodrigo César de Meneses foi ordenado. por sua alta recreação. que ao seguir para Cuiabá le vasse. 0 ouvidor de Sao Paulo. seguir viagem p-%a aquela povoaçao no caráter de ouvi dor. argumentava ele. de onde nao mais voltou para sua comarca. que foram todos rejeitados pelo Capitao-Gene ral. se dela constava que a vila devia ser criada na forma da Ordenação. que. em 6 de julho do mesmo ano acompanhou o Capitao-Ge^ neral em sua viagem a Cuiabá. estava Rodrigo César de Meneses. que.ouvidor geral e provedor dos defuntos e ausentes. em sua companhia. afirmava. se no caráter de ouvidor de Paranaguá foi a Laguna e. a seu turno. o ouvidor Lanhas Peixoto. por isso. ra levar Lanhas Peixoto. porquanto. encarregou Lanhas Peixoto de exer cer os cargos de superintendente. Francis_ co da Cunha Lobo. erigiu a vila do Desterro. para auxilia-lo no estabelecimento do regime administrativo das minas e no que fosse necessário. deliberou. porem. Nao conseguindo ir em lugar deste com a ajuda de custo fornecida para a viagem. ela também lhe concedia a faculdade de fazer tudo o mais que lhe parecesse conve niente ao real serviço. resolveu o Dr. criada. em 19 de Pág83 . ao voltar daquela povoaçao fundada pelo paulista Domingos de Brito Peixoto. diversos e categori cos argumentos. mas o governador. porém. mas a esta resolução opos embargos o Capitao-General . pela Carta Regia de 6 de agosto de 1725. pelo menos aparente. ele. e. dois ouvidores na mesma Capitania. isto é. quando jã pela provisão regia de 15 de fevereiro desse mesmo ano tinha mandado revalidar todos os processos e sentenças.es_ crevia que ele era dotado de capacidade." Em 16 de abril. nao o sendo no de superintendente. como ainda que reconhecia. a seu pedido . que fo ra detido por ser encontrado com arma proibida. pelo juiz ordiná rio Rodrigo Bicudo Chassim. 0 Capitao-General. neste mesmo dia. e so em 19 de março de 1728. porém. e. Pãg 84 . Tendo Lanhas Peixoto mandado soltar um negro. quando pediu e obteve sua exoneração. entre Rodrigo César de Meneses e o ouvidor. Oito dias mais tarde. em 16 de abril. pediu fosse ele aprovado. dizia nao só que a experiência lhe ti_ nha mostrado o quanto acertada foi a eleição de Lanhas Peíxo to para acompanha-lo a Cuiabá. no cargo de ouvidor geral. que antes da chegada do governador era quem o exercia. Incumbido Lanhas Peixoto de exercer os cargos supra mencionados. só foram renovadas com o fim de o • . por nao poder haver. letras e prudência. que era credor de "toda a honra que sua Majestade costuma fazer aos que com tanto zelo o servem. já entre os dois enviados da metrópole nao reinava a mesma harmonia que caracterizou os primeiros tempos de suas relações. foi o Dr. elas. os exerceu ate 8 de abril de 1727. então. Rodrigo Ce sar de Meneses censurou seu proceder e lhe ordenou que man ~ dasse prender novamente o negro e depois o castigasse na for^ ma da lei. "todas aquelas circunstancias díg nas de ocupar os maiores empregos". exercido. de fato. no de provedor. o Capitao-General deu a entender que considerou a excusa anterio£ mente apresentada por Lanhas Peixoto como ato hostil a sua pessoa e o advertiu em relação as custas judiciais cobradas das partes litigantes. e. vigário da vara. depois de terem sido le_ vadas ao conhecimento de quem as podia decidir. endereçada ao soberano português . ao incumbir Lanhas Peixoto dos cargos jã referidos. Antônio Alves Lanhas Peixoto reintegrado. maís. Até princípios de abril de 1727 tinha reinado comple_ to acordo. a seu ver. que em carta desta data. Em 8 de março de 1727 ainda o mesmo em relação a La nhas Peixoto era o conceito externado pelo Capitao-General . As contendas entre Peixoto e o Revmo. sem no va criação.março. que continuou confiado ao Capitão Gaj^ par de Godói Moreira.na p e s s o a do mesmo ouvidor. amofinar. o governador as lastimou dizendo que o perturbavam e de_ sassocegavam e que. dando conta desse ato seu. 0 Antônio Barros jogava com a cavilaçao de receber o que ganhasse e nao pagar o que perdesse e o governador ordenou a Lanhas Peixoto que o mandasse prender. aos 11 de outubro de 1727. que nenhuma ju rísdiçao tem sobre eles. o que o agravavam. de que estava investido. porem. Pãg 85 . nao satisfeito de fazer diversas censuras ao ouvidor e de por maís de uma vez lhe estranhar o procedimento. nao se conformou com as exigências de Rodrigo César de Meneses. todavia. sem prova e sem despacho de pronuncia. branco e livre o . por isso.." Em relação a esta segunda devassa acrescentava o go vernador que suposto fosse peão. os ouvidores nao tem que dar conta aos governadores. importava em nao cumprimento do dever por parte do ouvidor. partici pando-lhe que a continuação do exercício dos cargos. como tais. A desistência foi aceita. como depois a Carta Regia de 26 de maio de 1732 estabeleceu que. escreveu. governador. ele. ao que este replicou não lhe permitirem as leis a prisão de quem quer que fosse sem culpa formada. q de autoridade tinha Rodrigo César d e Meneses. a junta se fez e um negro homicida foi levado a forca. em vista de seu regimento. nao era o modo de pensar de Rodrigo Ce sar de Meneses. superiores a todas as maís justiças. porque a Carta Regia de 13 de março de 1712 jã tinha estatuído que a administração da justiça era ín dependente dos governadores. Estranhou Rodrigo César de Meneses o proceder de Lanhas Peixoto. depois de inutilmente ponderar que nao se podíâ fazer a junta de justiça. fazia magna questão de que Lanhas Peixoto lhe remetesse. Lanhas Peixoto. e. entendia que o caso pedia maior pena pela qualidade do crime e pelas círcunstan cias de que se revestiram. Lanhas Peixoto. ele. primeiro pelo mestre de campo Antao Leme da Silva. a de vassa por dois crimes de morte praticados por escravos. Este. foi achado que bem obrara Lanhas Peixoto "em lhe parecer que a junta só devia ser feita em Sao Paulo e com a formalidade ordenada no regimento dos ouvidores. e. era falsa. implicava com sua consciência e lhe pedindo a mercê de aceitar a desistência que dos mesmos fazia ele. por provisão regia de 29 de julho de 1732. u e s u a A noção. ao governador." Deixando o cargo de ouvidor. em matéria de justiça. e. delinqüente e o ouvidor. para serem julgadas em junta de justiça. a que Rodrigo César de Meneses chamava a "devassa do ho mem da folheta. assim. a inobservância do que pelo governador lhe era ordena do. dizendo que os governadores eram loco-tenentes do Príncipe e. e uma outra. mas. foi Lanhas Peixoto nele substituído. o pudesse sentenciar a te cinco anos de degredo. por hordas enfurecidas de índios Paíaguás. pois que nao lhe era dado abandonar a comarca de Paranaguá. mais de 60 arrobas de ouro dos quintos reais que estavam a seu cargo. em 19 de maio de 1718. uma carta em que pela terceira vez lembrava a este a obrigação que lhe corria de acompanhá-lo. A esta expedição seguiram-se outras. por este. que. ANTÔNIO DOS SANTOS SOARES. Conhecida em Sao Paulo. por um bando datado de 4 de setembro de 1730. seu irmão Antó nio Antunes Maciel e Antônio Pires de Campos. que se compunha de remeiros e cem homens armados. a Lanhas Peixoto. sem que se conseguisse o resultado almejado. aos 4 de abril de 1728. permitiu o saque desenfreado das referidas aldeias e a escravizaçao intensiva e impiedosa dos mesmos índios. Antônio Alves Lanhas Peixoto. o Capitao-General Antônio da Silva Caldeira Pimentel determinou. uma vez terminada a comissão que lhe fora dada de acompanhar o governador a Cuiabá. declarada extinta. nao sem escrever. quando ainda nao era conhecida a mor_ te de seu malogrado antecessor. nos pantanais da embocadura do rio Jaguari. uma sentença j inteiro teor se pode ler a pagina 102 dos Arestos publicados por Feliciano da Cunha França. em Paranaguá. para onde devia seguir viagem e onde devia residir. em 1730. que fossem imediatamente destruídas e queimadas as aldeias dos índios que infestavam o caminho de Cuiabá. depois. nomeado pela resolução tomada em 20 de maio de 1730. nesse mesmo dia. sendo a primeira sob o comando ge_ r al de Manoel Rodrigues de Carvalho e composta de três divís soes sob os comandos de Gabriel Antunes Maciel. deixando-se ficar em Cuiabá por quase dois anos mais e só de lá partindo para Sao Paulo. perdeii do. sendo ela. Nenhuma importância ligou Lanhas Peixoto as cartas de Rodrigo César. Dr« Antônio dos Santos Soares foi. no respectivo lugar. com quase toda a sua gen te.juiz de fora de Olivença e proferiu. por Diogo de Lara e Morais. sucedeu-o.e. nomeando chefe da expedição o Capitao-Mor Gabriel Antunes Maciel. a tremenda hecatombe. em que tombou vítima do gentio o primeiro ouvidor de Paranaguá. como ficou explicado. Em 5 de junho de 1728 partiu de Cuiabá. precisamente em maio de 1730. que deixou a jurisdição por ordem do governador. através dos que chegaram com vida. o Dr. anteriormente. em cujo mês de maio foi atacado em caminho. dando por finda a diligenciacce qua estava incumbido. de cujo total geral apenas escaparam 17. sucumbiu nas mãos dos selvagens. e perecendo ele. então. neste caráter. o governador Rodrigo Cê sar de Meneses. II) Ao Dr. como c Pag 86 u Q . Nova carta lhe escreveu o referido governador em 23 de julho do mesmo ano. A Câmara de Paranaguá. a respectiva carta de ouvidor de Paranaguá. em 15 do mês ultimo referido.tendo o ouvidor provido por tres meses a um escrivão do Rio de Sao Francisco . teve ordem de assumir a vara de ouvidor por ter o desembargador sindicante Antônio de Sousa de Abreu Grade se retirado de Sao Paulo. sendo ele em 13 de julho nomeado provedor das fazen das dos defuntos e ausentes. em 25 de junho de 1722. quando foi nomeado ouvidor de Paranaguá. Em 6 de julho de 1730 foi expedida. capelas e resíduos. pediu licença para presta-lo por procu rador ou perante o governo de Sao Paulo. e. juiz de fora de Santos . passada em virtu de de resolução de 3 desse m e s . ajuda de custo na importância de duzentos mil reis. anteriormente. aos 23 de agosto de 1725. dizia esperar do talento e prudência do ouvidor geral Dr. prestar. por isso. Dr. edição de 1765.fazia ver que os provimentos dos escrivães eram da competência exclusiva do governo e nao dos corregedores de comarca. Antônio dos Santos Soares. mas.Emmanuelís Mendes de Castro. lhe sendo . em cujo exercício despachou. Lisboa. pessoalmente. fixado o ordenado de quatrocentos mil reis anuais com mais quarenta mil reis de "aposentado^ ria para casas" e lhe sendo concedida. na Chancelaria. A Carta Pág 87 . desta feita. escreveu a este ouvidor uma carta em que nao so acusava o recebimento da que lhe fora escrita em 25 do mes anterior. An tónio dos Santos Soares. uma petí_ ção do Sargento-Mor Manoel Manso de Avelar e. deixando a cidade sem ministro.apêndice às suas Additiones Aureoe que Illustrationes ad quinque libros Primoe Partis Bracticoe Lusitanae . como ainda . se achava no Brasil. em vista da resolução referida de 20 de maio do mes_ mo ano. a favor do Dr. por provisão de 20 de novembro do mesmo ano de 1730. na representação que fez em 23 de agosto de 1732 ao governo da Metrópole. governa dor de Sao Paulo. Foi. Em julho de 1733 o ouvidor geral aumentou o ordenado do escrivão da Câmara de Paranaguá e proveu em correiçao que as pessoas que achassem em abandono catas e fãisqueiras velhas podiam nelas mínerar sem a obrigação de as comprar. "boa creaçao e aumento do bem comum. para lhe remeter a lei de 29 de novembro de 1732 e lhe ordenar diversas providen cias para a execução da mesma lei. o juramento regulamentar do cargo. também. onde tinha acabado de servir o lugar de juiz de fora de Santos. e esta lhe foi concedida por provisão de 17 de agosto de 1730. Antônio dos Santos Soares. nao podendo." Aos 19 de maio de 1733 o Conde de Sarzedas. levou ao conhecimento do governo da Metrópole que. dentre outras. interpusesse seu parecer a respeito das aludidas determinações do ouvidor Antóníodos Santos Soares 0 Conde de Sarzedas. de fato. o seguinte:-"0 ouvidor de Paranaguá. se lhe fazendo mercê da serventia do referido oficio por provisão de 27 de setembro de 1734. Jaime. pela Carta Regia de 21 de fevereiro de 1738. existia u'a cata geralmente conhe cida por cata de "D. A este ouvidor. que so_ bre a cata geralmente conhecida pelo nome de D. foi o Dr. nomeado pela resolução de 19 de outubro de 1733 e a cujo favor foi expedida a res pectíva carta em 4 de maio de 1734 e fixado o ordenado. MANOEL DOS SANTOS LOBATO. que tinha sido juiz de fora da Vila de Torrão. foi mandado informasse com seu parecer a conta. Manoel dos Santos Lobato. o que nao podia fazer o dito Ministro por estar quase sempre enfermo'. o governador de Sao Paulo. Estando o . Maj . capelas e resíduos . a quem. foi. que era igual atí de seu antecessor. disse. dirigiu. Dr. e que ele. Manoel dos Santos LobatoEste ministro. nomeado provedor das fazendas dos defuntos e ausentes. Antônio dos Santos Soares. Antônio dos Santos Soares.ao qual Sarzedas se referiu em sua carta de 9 de maio de 1735 . por carta de 28 de março de 1737. Manoel dos Santos Lobato no exercício do cargo de ouvidor de Paranaguá. dando-lhe diversas instruções para a arrecadação dos quintos reais pelo novo sistema de capitaçao. como os ministros que o precederam na comarca. no sítio denominado Santa Fe. visto se dizer tèr sido ela aberta ã custa da Fazenda Real. um decreto de 28 de janeiro de 1736 criou quatro intendências de minas na Capitania Pãg 88 . nao permi tíu aos que pretendiam explora-la o fizessem. ouvidor. uma carta. e naquele lugar com reta intenção e limpeza de mãos e bom acolhimento as partes.0 sucessor do Dr.m o r das minas e a Câmara de Paranaguá. dera o ouvidor Dr. escrevendo ao monarca português em 23 de março de 1734.' III . em 15 de agosto de 1735. e na carta escrita a 9 de maio do ano seguinte informou ao soberano português de que "0 Ouvidor Geral da Co_ marca de Paranaguá tem servido a V. ouvido : o respectivo guarda .Regia de 16 de novembro de 1734 ordenou que o governador de Sao Paulo. 0 Dr. por provisão de 12 de novembro do mesmo ano. Jaime". porem. distante da sede da comarca pouco menos de um dia de viagem. carregado de achaques e como na dita frota lhe vem su cessor se administrará melhor justiça ás partes. serviu de Juiz de Fora de Santos e se acha na sua comarca doente depois que foi para ela e por esta razão nao tem feito ainda correiçao". de Sao Paulo, e, nomeando, para a de Goiás, o Dr, Sebastião Mendes de Carvalho, e, para a de Cuiabã, o Dr. Manoel Rodrigues To£ res, autorizou o respectivo governador nomear, interinamente, pa. ra a de Paranapanema, a João Coelho Duarte, e, para a de Paranaguá , o ouvidor da comarca. 0 saudoso historiógrafo Romário Martins, em artigo publicado a 8 de janeiro de 1906, n'A Republica, orgao da imprensa diária de Curitiba, escreveu que o Dr. Manoel dos Santos Lobato "fiasou com a distinta paranaguara Da. Antônia da Cruz França e, por motivo desse ato, perdeu o cargo." Na verdade, a Carta Regia de 27 de março de 1734 proibia o casamento dos magistrados nas conquistas sem especial li cença regia , sob pena de serem suspensos, riscados do serviço real e remetidos para o reino. IV - 0 Dr. GASPAR DA ROCHA PEREIRA,que em 1739 era juiz de fora de Santos, foi, segundo o citado historiógrafo para naense, ouvidor de Paranaguá depois de Manoel dos Santos Lobato. 0 Dr. Gaspar da Rocha Pereira, em 1751, era intendente da real casa dos quintos de Minas Gerais na comarca do Rio das Mortes, e a morte o encontrou no exercício desse cargo. V - 0 Dr. MANOEL TAVARES DE SIQUEIRA E SÁ, que, tendo sido antes juiz de fora da Vila do Redondo, da província de Alem tejo, sucedeu na ouvidoria de Paranaguá ao Dr. Gaspar da Rocha Pereira, foi o secretário da Academia dos Seletos, que por ini ciativa de Feliciano Joaquim de Sousa Nunes, e tendo por presí dente o Padre-mestre Francisco de Faria, foi celebrada no Rio, aos 30 de janeiro de 1752, em obséquio e aplauso de Gomes Freire de Andrade. Os trabalhos da Academia dos Seletos foram colecionados sob o título - "Júbilos da America na gloriosa exaltação e promoção do limo, e Exmo. Sr. Gomes Freire de Andrade" e publica dos em um volume ín 49 de 80-362 paginas, na tipografia do Dr.. Manoel Alvares Solano, Lisboa, 1754. De vinte e cinco foi o numero de membros da academia^ se contando entre eles a poetisa fluminense Da. Angela do Amaral Rangel, uma das heroínas das Brasileiras Célebres de Joaquim N o £ berto de Sousa e Silva, que afirma terem os seus versos belos e simples, fáceis e fluentes, primado sobre as composições dos de mais acadêmicos, entorpecidos pela calculada afetação do estilo e repletos de antíteses, conceitos e trocadilhos, Para fazer parte da Academia foi também convidado o Dr. Gaspar Gonçalves de Araújo, nascido em Santos aos 4 de maio de 1661, mas ele se excusou, alegando seus achaques e seus 90 anos de idade, por carta a que o referido secretario deu publicidade Pag 89 nos "Júbilos da America" , aí chamando o ilustre paulista "Nestor Brasilico e o mais célebre Jurisconsulto Americano". Entre os trabalhos do secretario Dr, Manoel Tavares de Siqueira e Sa, reunidos no mencionado livro com os dos mais acadêmicos, se lêem alguns sonetos, dos quais, ao acaso se transcreve o seguinte: A experiência confirma assás notória, Ser a vida do homem sobre a terra, U'a dura, cruel, continua guerra, Na esperança final de u'a vitória. A Coroa, a que aspira, e toda Glória Num certame legítimo se encerra, Contra os vícios vestindo, se nao erra, As Virtudes por Armas, sem vangloria. As premissas bem pode confessar-mas Todo aquele, que vir o m a l , que segue Na formal heresia de negar-mas E, por texto a razão, basta que alegue, Provando, que somente por tais Armas, A verdadeira Glória se consegue. VI - 0 Dr. Antônio Pires da Silva e Melo Porto Carrei^ ro era ouvidor de Paranaguá, quando, em 19 de junho de 1750, o Dr. Manoel José de Faria tomou posse do cargo de ouvidor de Santa Catarina e instalou assim a nova comarca, criada pe_ la Carta Regia de 20 de novembro do ano antecedente. 0 Dr. Antônio Pires da Silva e Melo Porto Carreiro,ca sou-se em Sao Paulo, aos 11 de abril de 1751, com Da. Maria Joaquina da Silva Lustosa, natural da Vila de Santos e filha legítima do Sargento-Mor Antônio Ferreira Lustosa e Da. Cata rina da Silva Almeida, e neta materna de Manoel Mendes de Al_ meida e Da, Maria Gomes de Sa. VII -Em 1755 ainda exercia o Dr. Antônio Pires da Sil_ va e Melo Porto Carreiro o cargo de ouvidor, pois que, con forme o refere Romário Martins, há, em Curitiba, ato seu datado daquele ano, mas em 1757, na afirmação do mesmo ilustra do historíógrafo, nao mais era ele o ouvidor da comarca e sim o Dr. JERÔNIMO RIBEIRO DE MAGALHÃES, Entre este ouvidor e o que se lhe seguiu medeou longo Pág 90 espaço de tempo, durante o qual a comarca esteve sem ouvidor efetivo, sendo o cargo exercido, na forma da lei, pelo vere_a dor mais velho da sede da comarca. 0 fato de ter estado acéfala a comarca por largo tempo se acha afirmado pelo Morgado de Mateus, D. Luís Antó nio de Sousa, governador e Capitão- General de Sao Paulo,que, em carta de 23 de dezembro de 1767, levando ao conhecimento do vice-rei o roubo do cofre de ausentes, em Paranaguá, e consultando como devia agir para precaver os descaminhos de dinheiros públicos, uma vez que nao podia, no entender da Re lação, mandar conhecer do ocorrido por ministro de outra comarca, escreveu:"A Comarca de Paranaguá esta ha muitos a^ nos sem ouvidor letrado, o que já fiz presente a S. Majestade," VIII - 0 governador Martim Lopes Lobo de Saldanha, em oficio dirigido, em 21 de abril de 1778, a Martinho de Melo e Castro, escreveu: "0 Bacharel ANTÔNIO BARBOSA DE MATOS COU TINHO, ouvidor da comarca de Paranaguá, se faz digno de toda a mercê, que sua Majestade for servida conferir-lhe pelo zelo, atividade, prontidão e acerto com que tem executado as minhas ordens e as dos Marques Vice-Rei, em tudo o que pertence ao Real serviço, distinguindo-se muito nas prontas pro videncias que deu em toda a campanha do ano antecedente, com excessivo trabalho pessoal, e ainda com despesa sua". Estando em correiçao na Vila de Iguape, que pertencia a comarca de Paranaguá, aí deixou este ouvidor, em 20 de a_ bril de 1779, um provimento pelo qual autorizava a Câmara a assistir com o mantimento preciso os que fizessem o valo pro jetado para comunicar o rio da Ribeira com o mar, provimento esse que, segundo participação feita por Antônio Rodrigues da Cunha, em carta de 26 de outubro, foi aprovado pelo gover nador da Capitania. IX - Depois do Dr. Antônio Barbosa de Matos Coutinho foi ouvidor da comarca o Dr, FRANCISCO LEANDRO DE TOLEDO RENDON, nomeado em 2 de abril de 1783. Este ouvidor era natural de Sao Paulo, onde foi batizado a 29 de março de 1750, e filho de Agostinho Delgado A rouche e Da, Maria Teresa de Araújo e Lara, irmão dos Drs. Tenente-General José Arouche de Toledo Rendon, primeiro dire tor do Curso Jurídico de Sao Paulo, e Diogo de Toledo Laras Ordonhes, desembargador do paço, conselheiro de Fazenda, sócio correspondente da Academia Real de Ciências de Lisboa e alcaide-mor da Vila de Paranaguá, por despacho de 22 de janeiro de 1820. 0 Dr. Francisco Leandro de Toledo Rendon fez em Sao Pag 91 Paulo seus estudos de gramática latina, filosofia e teologia, e, em 1774, partiu para Coimbra, em cuja tradicional Universi dade formou-se em leis, no ano de 1779. Convolou núpcias em Sao Paulo, aos 16 de julho de 1790, com Da, Joaquina Josefâ Pinto da Silva, e, tendo-se enviuvado, contraiu segundas nupcias com Da. Ana Leonissa de Abelho For tes, aos 29 de maio de 1796, uma e outra filhas do Dr. Antó nio Fortes • de Bustamente e Sa Leme, e faleceu em 1810. Em Iguape, deixou o Dr. Francisco Leandro de Toledo Rendon, em 8 de agosto de 1787, na qualidade de ouvidor, um provimento pelo qual mandava se prosseguisse na canalização da água da fonte denominada do Senhor, para o abastecimento da Vila. Em 20 de janeiro de 1789 fez o mesmo ouvidor, em obser vancia de uma portaria datada de 24 de setembro do ano ante rior, a ereçao da freguezía do Iapõ, em vila ccom a denominação de Vila Nova de Castro, em honra de Martinho de Melo e Castro, secretário de Estado dos Negócios Ultramarinos. X - 0 Dr. MANOEL LOPES BRANCO E SILVA, que sucedeu ao Dr- Francisco Leandro de Toledo Rendon, na ouvidoria, foi n o meado a 12 de outubro de 1789, tomou posse em 9 de outubro do ano seguinte, lhe foi, por provisão de 9 de novembro e resolu çao de 20 de outubro de 1796, concedida licença para se casai; com Da. Gertrudes Solidonia de Melo, viuva do Dr. Antônio José de Sousa, e erigiu em vila, com o nome de ANTONINA, aos 6 de novembro de 1797, a freguezia de Nossa Senhora do Pilar da Graciosa. Em 15 de novembro de 1798, ao tempo deste ouvidor se gundo o asseverou o governador Antônio Manoel de Melo Castro e Mendonça, em carta ao Tribunal do Conselho Ultramarino, nao havia em toda a comarca de Paranaguá "um só letrado com carta de ' Bacharel e Formatura". XI - 0 Dr. JOÃO BATISTA DOS GUIMARÃES PEIXOTQ,na quali dade de ouvidor de Paranaguá, remeteu a Câmara de Lages, para aí ser publicado, seu edital de 23 de abril de 1800, acerca do perdão a criminosos concedido pela Carta Regia de 28 de agosto de 17 79De um ofício dirigido pelo governador Antônio Manoel de Melo Castro e Mendonça, em 20 de maio de 1802, ao Visconde de Anadia, consta que o ouvidor João Batista dos Guimarães Peixoto foi suspenso do cargo pelo dito governador, cuja or dem, ao depois expedida, para que se recolhesse o ouvidor a Sao Paulo, nao mais o encontrou em Paranaguá, tendo ele parti_ do em uma sumaca para Pernambuco, de onde era natural. Pag 92 dando execução ao Alvará de 19 do mes anterior. escreve ele em relação ao Dr.foi nomeado ouvidor da comarca o Dr. ouvidor e corregedor da comarca. JOÃO DE MEDEIROS GOMES. e asseverar a V.Foi o Dr. por despacho publicado no dia da sagração e coroaçao de D. João de Medeiros Gomes foi o segundo ouvidor da comarca de Itu. alem da criação de um lugar de juiz de fora. em que foram juradas as bases da Constituição decretadas pelas Cortes Gerais de Lis_ boa. devo justamente concluir. termina:"Finalmente nao se nega a aceitação de ofertas avultadas." XIII . que e n e nhum o seu desinteresse e Limpeza de Mãos. contra o qual represen tou o Governo Provisório de Sao Paulo ao Príncipe Regente. 0 referido Alvará de 19 de fevereiro de 1812 nao criou a comarca ou as comarcas de Paranaguá e Curitiba. onde a 15 de julho de 1821 presidiu a sessão extraordinária da Gamara Municipal..Na Vila de Iguape. posteriormente. Cavaleiro da Ordem Imperial do Cruzeiro. que a 19 de março de 1812. provimento para limpeza e asseio do rego em que vinha a água para o abastecimento da localidadeXIV . João de Medeiros Gomes substituído na comarca jã então denominada de Paranaguá e Curitiba pelo DrJOSÉ CARLOS PEREIRA DE ALMEIDA TORRES.Por decreto de 6 de fevereiro de 1810. mas. deputado suplente a Assembléia Geral na primeira legislatura . Antônio de Carvalho Fontes Henríques Pereira: "0 ouvidor de Paranaguá me tem dado decisivas provas de sua ignorância e insuficiência para o importante cargo que exerce".1826 . ao refe Pãg 93 . A. o Dr. participou sua posse a Câmara de Lages em oficio de 7 de março seguinte e. depois de especifl car os fatos com que procura fundamentar o conceito externado. transferiu a sede da comarca para Curitiba. tomou parte na vereança geral a que se procedeu na Vila de Iguape para se deliberar sobre o refazímento da respectiva Igreja Matriz Em informação que aos 6 de maio de 1805. aos 26 de agosto de 1809. e pelos fatos que me tem sido presentes a este respeito.fa zendo desta Vila cabeça de comarca e residência dos ouvidores 0 Dr. aos 19 de agosto.que mandou participar. deixou. ANTÔNIO DE CARVALHO FONTES HENR1QUES PEREI_ RA tomou posse do cargo de ouvidor em 9 de fevereiro de 1804. por ofício de 15 de abril de 1822. desembargador da Casa de Suplicaçao do Rio de Janeiro.XII . Pedro I e Cavaleiro professo na Ordem de Cristo. e . e. XV .1829 -. foi ouvidor da comarca de Sao Paulo em 1823.O Dr. pelo governa d o r Franca e Horta foi prestada em obediência ao Aviso de 19 de dezembro de 1803. ANTÔNIO RIBEIRO DE CARVALHO. so mudou a denomina çao da comarca de Paranaguá para a de Paranaguá e Curítiba. e casou-se em Curitiba com Da. sendo a segunda pessoa que ocupou o lugar de presidente do Conselho. já pelo Alvará de 9 de setembro de 1820. a quinta legislatura geral. filha do Coronel Inácio de Sã Soto Maior. a primeira em 1829 e a segunda em 1842 a 1843. Ana de Sa Soto Maior. juiz de fora da Vila de São Salva dor dos Campos de Goitacás. as águas que abasteciam a referida localidade. ouvidor da comarca do Rio das Mortes. nomeado por carta imperial de 13 de ou tubro de 1830. do gabinete de 2 de fevereiro de 1844. que passaram para o domínio da História. extinguido as ouvidorias. que tinha por sede a Vila de Sao João D'E1-Rei. da qual foi desanexa da a Vila de Lages por Alvará de 12 de fevereiro de 1821. JOSÉ VERNEQUE RIBEIRO DE AGUILAR foi empossado do cargo de ouvidor da comarca aos 26 de julho de 1824. que nenhuma pessoa distraísse. José Carlos Pereira de Almeida Torres. como o pretendeu fazer Inácio Moreno.0 Dr. . foi. de 20 de julho de 1847. Dr. aos 3 de se tembro de 1823. presidente do Conselho de Ministros. XVI . JOSÉ DE AZEVEDO CABRAL. do g_a binete de 8 de março de 1848.rido Governo. presidente da província do Rio Grande do Sul . Sendo ouvidor José Carlos Pereira de Almeida Torres. foi duas ve zes presidente da província de São Paulo. que ora relembra. como se vê da carta de sentença por ele assinada a favor do Padre Pedro Gomes de Camargo contra o alferes Joaquim Januário Pinto F e r r a z ) . a qual vila e seu termo. de 29 de novembro de 1832. Dr. o Dr. mais tarde < -desembargador da Relação da Bahia e. depois. Foi este o último ouvidor da comarca de Paranaguá e Curitiba.. foi eleito deputado pela província de São Paulo. para serventia particular. que devia tomar este: as medidas de segurança que julgasse úteis. tendo o artigo 89 do Código do Processo Criminal. em 1824. em 1806. criado pelo decre_ to n9 523. JOSÉ VERNEQUE( assim escrevia ele seu nome. tendo sí_ do escolhido senador em 14 de janeiro de 1843. foram alteradas as divisas da comarca. proveu em Iguape. mais tarde agraciado com o titulo de Visconde de Macaé. n e s tas páginas.0 ouvidor da comarca.. que fora.como algumas datas necessárias para o estudo da marcha que se guiu a mesma terra para o progresso e para a civilização. ministro do Império. da Casa de Suplicaçao do Rio de Janeiro. tinham sido incorporados á capitania de Santa Catarina. e faleceu aos 25 de a_ bril de 1850. XVII . repre sentou a província da Bahia no Senado do Império. nao só os nomes dos que no largo período ^ de mais de um século foram os encarregados da distribuição da justiça em uma porção apreciável da terra brasileira.
Copyright © 2024 DOKUMEN.SITE Inc.