8 Blocos e Intertravados de Concreto

March 18, 2018 | Author: Renato Silva | Category: Cement, Humidity, Concrete, Sand, Matter


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PROJETO SHS Solução Habitacional Simples Simple Housing SolutionLEANDRO TORRES DI GREGORIO ORIENTAÇÕES PARA FABRICAÇÃO DE BLOCOS DE CONCRETO E PISOS INTERTRAVADOS Rio de Janeiro / Cachoeira Paulista 2012 PATROCÍNIO APOIO Sumário 1 2 3 4 INTRODUÇÃO .................................................................................................................. 3 OBJETIVOS ....................................................................................................................... 4 METODOLOGIA............................................................................................................... 5 DESENVOLVIMENTO..................................................................................................... 5 4.1 BLOCOS DE CONCRETO ......................................................................................... 5 4.2 PISOS INTERTRAVADOS ........................................................................................ 6 4.2.1 Sistema em Descanso ........................................................................................... 7 4.2.2 Sistema Batido ou Virado ..................................................................................... 8 4.2.3 Sistema Prensado .................................................................................................. 9 4.3 INSUMOS UTILIZADOS ........................................................................................... 9 4.3.1 Pedrisco .............................................................................................................. 10 4.3.2 Areia e outros finos inertes ................................................................................. 10 4.3.3 Cimento .............................................................................................................. 10 4.3.4 Armazenagem dos insumos ................................................................................ 11 4.4 ENSAIOS DE LABORATÓRIO............................................................................... 11 4.4.1 Densidade aparente ............................................................................................. 11 4.4.2 Densidade dos grãos (densidade real) ................................................................ 12 4.4.3 Composição granulométrica ............................................................................... 13 4.4.4 Índice de vazios .................................................................................................. 16 4.4.5 Teor de materiais pulverulentos ......................................................................... 16 4.4.6 Teor de matéria orgânica .................................................................................... 17 4.4.7 Ensaio de umidade da areia ................................................................................ 18 4.5 DETERMINAÇÃO DO TRAÇO MAIS ADEQUADO ........................................... 18 4.5.1 Curva de finos ..................................................................................................... 21 4.5.2 Curva de umidade ............................................................................................... 21 4.5.3 Curva de consumo de cimento............................................................................ 23 4.5.4 Verificações simplificadas de compactação da mistura ..................................... 24 4.6 PRODUÇÃO DE BLOCOS E PISOS INTERTRAVADOS .................................... 24 4.6.1 Dosagem ............................................................................................................. 24 4.6.2 Mistura ................................................................................................................ 27 4.6.3 Prensagem ........................................................................................................... 28 4.6.4 Primeira cura....................................................................................................... 29 4.6.5 Armazenagem e segunda cura ............................................................................ 30 4.7 CONTROLE DE QUALIDADE ATRAVÉS DE TESTES SIMPLES E PRÁTICOS 31 4.7.1 Relação entre massa e resistência ....................................................................... 31 4.7.2 Permeabilidade à água ........................................................................................ 32 4.7.3 Cor das peças ...................................................................................................... 32 4.7.4 Verificação das arestas ....................................................................................... 33 4.7.5 Verificação da ressonância ................................................................................. 33 4.7.6 Presença de trincas.............................................................................................. 33 4.7.7 Quebra das peças ................................................................................................ 33 4.7.8 Teste das bolhas .................................................................................................. 33 PROJETO SHS – Solução Habitacional Simples / Simple Housing Solution Contato: [email protected] / [email protected] 1 Ensaio de densidade aparente da peça após fabricação ...................................... 34 4.7.9 4.8 CONTROLE DE QUALIDADE ATRAVÉS DE ENSAIOS EM LABORATÓRIO 34 4.8.1 Análise dimensional ........................................................................................... 34 4.8.2 Retração .............................................................................................................. 36 4.8.3 Absorção ............................................................................................................. 36 4.8.4 Ensaio de resistência à compressão para blocos ................................................. 37 4.8.5 Ensaio de resistência à compressão para pisos intertravados ............................. 40 4.9 PROBLEMAS MAIS COMUNS E SOLUÇÕES ..................................................... 42 4.9.1 Eflorescência ...................................................................................................... 42 4.9.2 Falta de intertravamento no piso ........................................................................ 42 4.9.3 Quebra do bloco na base..................................................................................... 42 4.9.4 Curvatura para dentro ......................................................................................... 43 4.9.5 Curvatura na superfície superior......................................................................... 43 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................................... 43 6 BIBLIOGRAFIA .............................................................................................................. 45 7 ANEXOS .......................................................................................................................... 46 7.1 Substâncias nocivas ................................................................................................... 46 7.2 Formulário para análise granulométrica por peneiramento. ...................................... 53 7.3 Formulário para caracterização granulométrica do agregado – exemplo. ................. 54 7.4 Verificação de Cálculo das Cargas Incidentes Sobre a Base da Alvenaria. .............. 55 PROJETO SHS – Solução Habitacional Simples / Simple Housing Solution Contato: [email protected] / [email protected] 2 1 INTRODUÇÃO A tecnologia de construção assume importante aspecto no desempenho de qualquer empreendimento de construção civil. Fatores como facilidade construtiva, redução no consumo de materiais e energia, agilidade da aplicação, redução de custos, durabilidade, minimização no impacto ambiental, dentre outros, são características com viés de sustentabilidade desejáveis em qualquer tecnologia construtiva. Em se tratando de empreendimentos em regime de mutirão em situações críticas como as do Projeto SHS, a tecnologia construtiva adotada deve ser compatível com as características da mão de obra e com os escassos recursos disponíveis. Neste contexto, a tecnologia de alvenaria em blocos de concreto e pavimentação / calçamento com bloquetes de concreto intertravados merece destaque. A fabricação e utilização destes artefatos é uma operação viável para produção de unidades habitacionais nas situações onde o Projeto SHS – Solução Habitacional Simples / Simple Housing Solution se aplica. Este trabalho visa fornecer os conhecimentos básicos necessários para a montagem de mini-fábricas destes produtos em situações de relocação de áreas de risco, reconstrução nas fases pós-desastre ou pós-guerra, onde os recursos sejam escassos. Espera-se que, com este manual, os atingidos por este tipo de circunstância tenham condições de produzir blocos e concreto e pisos intertravados, em sistema de mutirão, mediante orientação técnica de profissionais competentes. O processo de fabricação de blocos de concreto não estruturais e pisos intertravados é relativamente simples, e pode ser feito com moldes ou prensas manuais, sem uso de equipamentos elétricos, o que se mostra útil caso haja escassez de energia. Os pisos intertravados são peças pré-moldadas de concreto que possuem a finalidade de servirem como superfície de calçamento ou pavimentação, ou seja, serem aplicados em calçadas e ruas, com os devidos cuidados. Tal material de construção mostra-se útil à medida que permite aos mutirantes construírem por sua conta as vias de acesso às moradias, a título de infraestrutura provisória, até que a infraestrutura definitiva do poder público seja implementada, se for o caso. PROJETO SHS – Solução Habitacional Simples / Simple Housing Solution Contato: [email protected] / [email protected] 3 Figura 1: Tipos de blocos de concreto e pisos intertravados. Fonte: http://blumenau.olx.com.br/maquinas-de-fabricar-blocos-de-concreto-pavimento-iid-48708979. Ressalta-se a necessidade de conhecer e tratar de forma adequada os materiais envolvidos na fabricação destes produtos, devendo-se, para isto, realizar uma série de estudos de laboratório. Justifica-se, portanto, a estruturação do conhecimento sobre a fabricação de blocos de concreto e pisos intertravados, objeto deste trabalho. Em virtude dos conhecimentos técnicos exigidos, recomenda-se que todo o processo seja acompanhado de perto por um engenheiro civil, arquiteto com experiência de campo, ou técnico de edificações experiente. 2 OBJETIVOS Objetivo geral O objetivo geral deste trabalho é contribuir para o conhecimento técnico necessário para a fabricação de blocos de concreto e pisos intertravados de concreto, visando sua aplicação nas situações onde o Projeto SHS seja implementado, se julgado conveniente. Objetivos específicos Mais especificamente, este trabalho objetiva orientar os seguintes procedimentos para a fabricação de blocos e pisos intertravados: PROJETO SHS – Solução Habitacional Simples / Simple Housing Solution Contato: [email protected] / [email protected] 4 Caracterizar os insumos que devem ser utilizados. onde foram vivenciados os processos de fabricação e construção com blocos de concreto e pisos intertravados.. Quanto à experiência de construção com blocos de concreto e pisos intertravados de concreto. seguida de observação participante. e não como PROJETO SHS – Solução Habitacional Simples / Simple Housing Solution Contato: leandro. onde esta tecnologia foi aplicada.gov.br 5 . o que faz com que seja recomendada sua utilização como alvenaria de vedação. no Estado do Rio de Janeiro. destaca-se a participação do coordenador do Projeto SHS em obras da empresa Interpro Gerência de Projetos Ltda.torres@cemaden. 3 METODOLOGIA A metodologia para elaboração deste trabalho consistiu de pesquisa bibliográfica. Ensaios de laboratório. Determinação do traço mais adequado . Controle de qualidade através de ensaios em laboratório Identificação dos problemas mais comuns e soluções.com. Idário Fernandes e de normas técnicas da ABNT.br / leandrogregorio@ig. Produção de blocos de concreto e pisos intertravados. 4 DESENVOLVIMENTO 4. A pesquisa bibliográfica foi realizada com base nos trabalhos do Prof. Controle de qualidade através de testes simples e práticos.1 BLOCOS DE CONCRETO Os blocos de concreto produzidos manualmente possuem um padrão de qualidade significativamente inferior aos blocos prensados por máquinas hidráulicas ou pneumáticas. 2 PISOS INTERTRAVADOS Os pisos intertravados podem ser usados em calçamentos e pavimentações.com. O bloco deve ser vazado.product_details&flypage=flypage. 4. com consistência tal que permita a desforma após a prensagem ou moldagem. com dois furos.torres@cemaden. Este sistema é levemente permeável.br/portal/index. recomenda-se trabalhar com o tamanho 14x19x39. e 9 ou 14cm de largura.0MPa.br / leandrogregorio@ig. pedrisco (brita zero) e água. e o lote de produção deve atender a resistência média de no mínimo 2. Fonte: http://imperialblocos. 29 ou 39cm de comprimento. O bloco de concreto normalmente possui os tamanhos de 19cm de altura. para fins de construção de residências até dois pavimentos.php?page=shop. areia (ou pó de pedra).tpl&product _id=7&category_id=4&option=com_virtuemart&Itemid=1. para que haja atrito lateral. Entretanto. Para os fins de construção de residências de até dois pavimentos. permitindo a passagem de parte da água da chuva por entre as juntas. serão mencionadas as técnicas de fabricação manual e mecânica. devendo ser simplesmente assentados sobre uma camada de areia ou pó de pedra. PROJETO SHS – Solução Habitacional Simples / Simple Housing Solution Contato: leandro. O concreto que compõe o bloco é composto de cimento. Figura 2: Bloco de concreto de 14cm x 19cm x 39cm. a produção manual é tecnicamente viável. com as peças encaixadas umas às outras.5MPa. Para efeito de abordagem neste documento.br 6 .alvenaria estrutural. com valor mínimo não inferior a 2.com.gov. como alvenaria de vedação. Fonte: http://www.zap.1 Sistema em Descanso Neste processo o concreto permanece nos moldes de plástico. batido ou prensado.com.Figura 3: Perfil do assentamento de pisos intertravados.br/revista/imoveis/ultimas-noticias/moradores-de-ruas-treinados-paraassentar-pisos-20070113/. Fonte: http://www. 4.br 7 . O processo de fabricação do piso intertravado pode ser realizado de três formas: em descanso.br/eso/content/?p=936. Figura 4: Assentamento de piso intertravado. de um dia para o outro. PROJETO SHS – Solução Habitacional Simples / Simple Housing Solution Contato: [email protected]. aço ou fibra.2.br / [email protected]. uma mesa vibratória (desejável. pode-se aumentar o número de formas e pessoas. que fica prejudicado.br 8 . e formato cônico das peças. para evitar que o concreto grude sobre ela.2 Sistema Batido ou Virado É o sistema manual mais prático e rápido. PROJETO SHS – Solução Habitacional Simples / Simple Housing Solution Contato: leandro. onde a maior área da peça permite menor concentração de carga no solo. consistindo em uma betoneira para misturar o concreto.gov. reduzindo o consumo de cimento.2. a necessidade de muitos moldes.torres@cemaden. pois a peça é deformada ainda no estado fresco. mas não essencial). especialmente pelo baixo investimento em equipamentos requerido e produção relativamente rápida (estima-se que seis pessoas com prática produzam cerca de 50m2/dia). Como desvantagens citam-se a baixa produtividade. Não se recomenda este sistema para emprego nas situações de reconstrução pósdesastre. reduzindo as tensões solicitantes sobre o pavimento e diminuindo os efeitos de deformação sobre este. o que normalmente não é problema em um mutirão. As formas devem ser cheias e imediatamente desformadas apenas virando o molde de boca para baixo sobre uma superfície plana. com bastante agregado graúdo.com. O sistema “virado” é recomendado para emprego nas situações de reconstrução objeto deste trabalho. A principal desvantagem desse sistema é o acabamento.Permite a produção de uma mesma peça em duas camadas: uma fina e outra grossa. Se desejado aumento da produção. Como o método também permite a produção de peças em duas camadas (uma fina e outra grossa. o consumo de cimento é reduzido.br / leandrogregorio@ig. 4. Este método se aplica ao piso sextavado. com bastante agregado graúdo). e um jogo de 4 a 6 formas metálicas ou de fibra. forrada com plástico ou untada com óleo. a necessidade de uma base bem executada (pois as peças são lisas e não possuem intertravamento). blogspot. maior produtividade (cerca de 400m2/dia).800 mm > 2.Figura 5: Fabricação de bloquetes pelo processo “virado”.com. Fonte: http://portaltrairense.050 mm > 4.br 9 .br / [email protected] mm < 0. o tamanho das partículas é classificado em função dos tamanhos das partículas a seguir: • • • • • Pedregulho Grosso Pedregulho fino Areia Grossa Areia fina Silte ≤ 76.050 mm > 0.3 Sistema Prensado É o processo que oferece mais qualidade no produto acabado.html. Também pode ser empregado o seixo rolado (pedregulho).420 mm > 0. que forma o cascalho em conjunto com a areia (neste caso.005 mm • Argila < 0.00 mm < 4. Também requer um maior investimento em equipamentos. porém maior consumo de cimento. melhor acabamento.gov. 4.br/2012/05/desenvolvimentofabrica-de-bloquetes-da.com.2. pois em geral não é feito em duas camadas.3 INSUMOS UTILIZADOS Os insumos utilizados na produção de blocos de concreto e pisos intertravados são basicamente cimento.005 mm PROJETO SHS – Solução Habitacional Simples / Simple Housing Solution Contato: leandro. o material deve ser lavado para eliminação de partículas de argila e silte).000 mm < 0. 4. De acordo com o HRB Highway Research Board.000 mm > 0. areia (ou pó de pedra) e pedrisco (brita 0).800 mm < 2.torres@cemaden. Os agregados (areia e pedrisco) devem estar livres de sais. Os pedriscos mais finos permitem chegar a 50% de adição nos blocos e 30% nos intertravados.3mm para os pisos intertravados e para os blocos que ficarão aparentes.5mm. Normalmente a proporção de agregados usados em blocos é de 25 a 50% de agregado graúdo e 75 a 55% de miúdo. torrões de argila. aconselhando-se o tamanho máximo de 6. diminuindo as quebras. com dimensão passando na peneira 0. Quando ele possui material muito fino. o pó acaba absorvendo a umidade da mistura e prejudicando a hidratação do cimento. 4.3 Cimento Cimentos do tipo V (ARI) e cimentos da classe 40 (40MPa) são os mais indicados para a produção de blocos e pisos intertravados.br / leandrogregorio@ig. aumentando o índice de quebra de blocos.torres@cemaden. Pedriscos de diâmetro máximo superior a 9.5mm limitam o percentual de adição em 25% da mistura para blocos e 20% para pisos intertravados. a adição de 10-30% de pó de pedra pode ajudar a aumentar a coesão da mistura. que prejudicam as reações de hidratação do cimento. matéria orgânica. Resumindo. que atua bem com o pedrisco ou com a areia grossa. pois proporcionam maior resistência. PROJETO SHS – Solução Habitacional Simples / Simple Housing Solution Contato: leandro.3. ele funciona como uma areia artificial.3. 4.074mm.3.1 Pedrisco O pedrisco deverá possuir diâmetro máximo de 9. desde que com cautela.com. Caso se trabalhe com o sistema de duas camadas na fabricação de pisos intertravados. como pó. menor o consumo de cimento para se obter uma mesma resistência. quando o pó de pedra possui uma quantidade balanceada de finos.4. gravetos. O pó de pedra pode ser usado como agregado miúdo.br 10 .2 Areia e outros finos inertes A areia deve ser limpa e isenta de impurezas. poderá ser utilizado o diâmetro máximo de 12.7mm na camada grossa. caso a areia utilizada seja grossa.gov. Quanto maior o teor de pedrisco. deve-se fazer a opção por areia média ou a mistura de uma areia fina com uma grossa. Sempre que possível. o que reduzirá o consumo de cimento. Entretanto. reduzindo a resistência do concreto. De preferência deve possuir uma boa distribuição granulométrica (grãos de tamanhos diferentes). etc. A areia lavada tende a proporcionar pouca coesão à mistura. colocado em um recipiente de volume conhecido até encher. A densidade aparente deve ser determinada para o agregado miúdo e graúdo.torres@cemaden. afastados do chão (sobre estrado de madeira) e das paredes. em se tratando de concreto “farofa” (que é compactado). O agregado deve ser seco em estufa por 12h.1 Densidade aparente A densidade aparente mede o quanto o agregado pesa dentro de um determinado volume conhecido e pode ser empregada nas transformações de quantidades de material de massa para volume ou vice-versa. descontando-se o peso do recipiente. 4. deve-se realizar os cálculos com o valor de densidade aparente do material compactado no recipiente. Os sacos devem ser organizados em pilhas com no máximo 10 unidades. Os agregados devem ser armazenados preferencialmente em silos ou baias. para que a água da chuva que escorre pelo solo não umedeça a base da pilha. e podem ser cobertos com lona.4.4 ENSAIOS DE LABORATÓRIO Antes de iniciar a fabricação dos blocos e pisos intertravados. dificultando a operação de dosagem.br / [email protected] Armazenagem dos insumos O cimento deve permanecer livre da umidade até o momento de sua utilização. 4. que vão ajudar na identificação das características dos agregados e na determinação da melhora mistura para o traço. devendo ser descartado. Caso sejam armazenados em pilhas livres. e então pesado.br 11 . organizados de forma a utilizar primeiro os que perderão a validade mais cedo. pois senão irá empedrar.com.3. Para o emprego na conversão de traços em massa para traços em volume. PROJETO SHS – Solução Habitacional Simples / Simple Housing Solution Contato: leandro. para evitar a exposição direta à água da chuva.4. A densidade aparente pode ser calculada pela fórmula Em que Ps – peso do agregado seco (g). é necessário que se faça alguns testes laboratoriais.gov. deve-se procurar fazer ao redor um sistema de drenagem. até que o material fique submerso. L1 – leitura inicial na proveta apenas com água (ml).br 12 . com um pouco de água. Com a densidade aparente pode-se transformar. e agitar manualmente. pesa-se 10g e coloca-se com o auxílio de um funil dentro do picnômetro. Esta operação expulsa o ar entre as partículas. pesa-se o picnômetro cheio de água. L2 – leitura final na proveta com água. por exemplo). e com a densidade real pode-se transformar este peso em volume que o material realmente ocupa no concreto. 4.4. registrando-se a leitura no menisco. Toma-se a amostra separada e seca em estufa. o que não se consegue totalmente com agitação manual. com o gargalo. na dosagem do concreto. Em que Ps – peso do agregado seco (g).com. Outra forma de determinar a densidade dos grãos é o processo do picnômetro. Coloca-se o picnômetro sem a tampa em banho maria (um recipiente com cerca de 3cm de água) fervendo por 5min.2 Densidade dos grãos (densidade real) A determinação da densidade real dos grãos é importante para determinar a contribuição de volume que cada material fornece à mistura.gov.V – volume do recipiente (ml). A variação entre as leituras final e inicial fornecerá o volume dos grãos (volume de sólidos). Mede-se o peso seco do agregado. No processo do picnômetro.br / leandrogregorio@ig. A forma mais simples é tomar uma proveta finamente graduada (ou Frasco de Chapman). e registra-se novamente a leitura no menisco. de volume para peso a quantidade de material contido num recipiente de volume definido (uma padiola. insere-se o agregado na proveta graduada. Em seguida resfria-se o picnômetro em outro recipiente com água na temperatura ambiente (trabalhar com 2 picnômetros para tirar a média dos resultados). depois de inserido o agregado (ml).torres@cemaden. Colocar água destilada até a altura do picnômetro. PROJETO SHS – Solução Habitacional Simples / Simple Housing Solution Contato: leandro. 2 – peso em gramas do picnômetro com solo submerso. que fará a água sair devagar por um furo em [email protected] / [email protected] o picnômetro até o topo com água e introduz-se o gargalo. com gargalo. dividida por 100.4. A dimensão máxima característica corresponde à abertura da peneira.com. A granulometria fornece dois parâmetros importantes: o módulo de finura (MF) e o Ømax (diâmetro máximo característico) do agregado. o recipiente ficará cheio de água. – densidade da água (1g/ml). Outro ponto importante do ensaio é traçar a curva granulométrica do agregado e verificar o enquadramento entre as curvas granulométricas limites recomendadas para fabricação de blocos e pisos intertravados. cuja porcentagem retira acumulada seja igual ou imediatamente inferior a 5%. O módulo de finura corresponde à soma das porcentagens retidas acumuladas das peneiras da série normal. Ppic. em milímetros. ou seja. sem ar. 4. A massa específica real do solo (g/cm3 ou kg/l) é dada pela equação: Em que Ps – peso em gramas do solo seco (no caso. PROJETO SHS – Solução Habitacional Simples / Simple Housing Solution Contato: leandro.gov.3 Composição granulométrica O ensaio de granulometria do agregado é normatizado pela NBR 7217. com gargalo. Ppic. Pesa-se o picnômetro novamente.br 13 .1 – peso em gramas do picnômetro com água. 10g). 0 15 33 51 66 78 90 97 100 0 19 37 54 68 80 90 100 0 19 37 54 72 85 95 100 0 20 40 61 78 92 100 100 FAIXA GRANULOMÉTRICA INDICADA PARA BLOCOS DE CONCRETO E PAVER 100 Limites para Blocos RETIDO ACUMULADO (%) 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0 Fundo Limites para Pavers curva em estudo 0.com.15 0.3 0.8 6.0 Lim I Lim.075 Fundo TOTAL % 0.3 9.2 0. Dimensão máxima característica do agregado (mm) < 4.0 1 8 75 11 5 0 0 0 0 0 0 100.5 ABERTURA DAS PENEIRAS (mm) Figura 6: Faixa granulométrica indicada para blocos e pavers.com.0 Pedrisco % Retida Ind. 0 6 71 95 99 99 99 99 99 99 100 100 0 21 62 15 1 0 0 0 0 0 1 100.4 1.6 0.075 Fundo TOTAL 3 17 32 14 17 13 5 0 100.0 [email protected] Massa mínima de amostra de ensaio (Kg) 0.2 58.3 4. Quanto mais fina for a composição. 0 0 1 Acum. GRANULOMETRI A PONDERADA DOS AGREGADOS Bloco Paver 12.40 a 4.3 0.3 0.0 0 6 65 24 4 0 0 0 0 0 1 100.4 4.br / [email protected] < 3. 0 0 0 Acum.0 Pó de pedra % Retida Ind.8 70.80 FAIXAS GRANULOMÉTRICAS RECOMENDADAS DISTRIBUIÇÃO GRANULOMÉTRICA DOS MATERIAIS Peneira (mm) Areia % Retida Ind.075 0. Fonte: Treino Consultoria (http://www.15 0.00 % Retida Ind.0 Acum. 0 0 1 3 29 47 62 76 89 95 100 100.15 0.br 14 .00 % Retida Ind.8 2. Inf.0 100. 0 0 0 3 20 52 66 83 96 100 100 100.00 Paver 50 Mpa de 3. 0 21 83 98 99 99 99 99 99 99 100 100.40 Bloco até 10 Mpa Bloco acima de 10 Mpa de 3.6 0.8 6. Lim.br/noticia_setor. Sup.3 100.20 a 3.3 4.6 93.IDENTIFICAÇÃO DOS MATERIAIS Somente os campos em verde podem ser alterados Proporção dos agregados na mistura Areia Pó de pedra Pedrisco 30% 50% 20% 0% 0% Total 100% Deve ser 100% <== Módulo de finura da mistura de agregados 3.0 2 26 18 15 14 13 6 5 100. 0.4 1.php).66 Sugestão de MF da mistura Bloco aparente < 3.0 Acum.5 3 PROJETO SHS – Solução Habitacional Simples / Simple Housing Solution Contato: leandro.5 82. Sup.2 0.5 9.0 Acum.6 1. Lim. porém menor a resistência para um mesmo consumo de cimento.5 6.5 6.0 # 12. 0.5 12.gov.2 2.5 9.4 40.0 97.2 14. melhor será o acabamento das peças.8 2.doutorbloco.7 21. 1 9 84 95 100 100 100 100 100 100 100 100. 8mm/ 2mm.5mm/ 9. Peneira ABNT 9. o material retido na peneira n.br / [email protected] mm 4.> 9.4 mm 1.075mm.2 mm 0 0a3 0 a 5(A) 0 a 5(A) 0 a 10(A) Zona 1 (muito fina) 0 0a7 0 a 10 0 a 15(A) 0 a 25(A) Zona 2 (fina) 0 0a7 0 a 11 0 a 25(A) 10(A) a 45(A) Zona 3 (média) 0 0a7 0 a 12 5(A) a 40 30(A) a 70 Zona 4 (grossa) PROJETO SHS – Solução Habitacional Simples / Simple Housing Solution Contato: leandro.42mm/ 0.gov. sendo que as mais importantes são as 9. com o auxílio do fundo. Peneiramento do agregado graúdo MATERIAIS: Peneiras 50mm / 38mm/ 25mm/ 19mm/ 12.5mm/ 4. A classificação do agregado.30mm/ 0.5 < 25 32 e 38 50 64 e 76 5 10 20 30 Quadro 1: Massa mínima por amostra de agregados para ensaio granulométrico.com. ou indicação das zonas/graduações entre as quais se situa. O material retido no fundo vai então ser peneirado na peneira imediatamente mais fina. 10 (2mm) deve ser lavado na peneira 2mm com água corrente e levado à estufa por 12h para secagem. Fonte: NBR 7217. conforme a NBR 7211. Deve-se trabalhar com uma peneira de cada vez.5 mm 6.8 mm 2. Esta operação visa eliminar os materiais pulverulentos aderidos ao agregado. Peneiramento do agregado miúdo MATERIAL: Peneiras 1.br 15 .15mm/ 0. prosseguindo-se com o peneiramento do agregado graúdo.5mm/ 4.torres@cemaden. Após 12h de repouso em água.8mm/ 2mm.2mm/ 0. Deve-se pesar o material retido em cada peneira.6mm/ 0. silte.5 Teor de materiais pulverulentos Materiais pulverulentos são partículas muito finas. Estas partículas se aderem à superfície do agregado. passando na peneira 0.6 mm 0. O índice de vazios pode ser escrito percentualmente em função dos parâmetros densidades real e aparente do agregado. (A) Pode haver uma tolerância de até um máximo de 5% em um só dos limites marcados com a letra A ou distribuídos em vários deles.4. retida acumulada na peneira ABNT. menor será o consumo de cimento.15 mm 0 a 20 50 a 85(A) 85(B) a 100 21 a 40 60(A) a 88(A) 90(B) a 100 41 a 65 70(A) a 92(A) 90(B) a 100 66 a 85 80(A) a 95 90(B) a 100 Quadro 2: Porcentagem.br / [email protected]@cemaden.gov.4 Índice de vazios O índice de vazios é a relação entre o volume de vazios e o volume total.com. por meio da equação: 4. argila ou outro fino. Ressalta-se que a areia muito fina também passa por esta peneira. Fonte: NBR 7211. em peso. presentes nos agregados sob a forma de pó do material triturado. prejudicando a aderência com a pasta de cimento e reduzindo a PROJETO SHS – Solução Habitacional Simples / Simple Housing Solution Contato: leandro. uma vez que o bom arranjo entre os grãos reduzirá a quantidade de finos necessária para o preenchimento dos vazios.3 mm 0.4. OBS: O composição de agregados miúdos à serem utilizados para a produção de blocos de concreto deve estar situada na zona 3 de graduação granulométrica.075mm. de um recipiente cheio de agregado. 4. (B) Para agregado miúdo resultante de britamento. principalmente em relação à granulometria. para diferentes tipos de areia. Ele serve para ajudar a definir a qualidade da areia ou pedrisco para a fabricação de blocos e pisos intertravados. Quanto menor o índice de vazios de um agregado. este limite pode ser 80.br 16 . Caso o agregado seja proveniente de britagem de rocha (pedrisco). os teores sobem para 10% e 12% respectivamente. Deve-se observar que a quantidade de água de amassamento e a quantidade de cimento totais dos traços deverá ser a mesma. chamada solução padrão. sendo o material passante expresso em porcentagem do material retido. Mesmo caso reprovada no critério do teor de matéria orgânica. adicionada à solução. e é normatizado pela NBR NM49. moldados conforme a NBR 7215.torres@cemaden. Caso haja diferença nas resistências num percentual superior a 5%. O ensaio de impureza orgânica consiste em se fazer a comparação. 4. tem a matéria orgânica simulada por uma solução de ácido tânico a 2%. e metade feito com areia limpa (lavada com solução de hidróxido de sódio a 3%).4.resistência do concreto. sendo que metade deles feito com areia contaminada. Quando a solução do agregado em estudo apresenta coloração mais escura do que a solução padrão. PROJETO SHS – Solução Habitacional Simples / Simple Housing Solution Contato: leandro. 2008). e a outra. após filtragem. O teor de material pulverulento pode ser determinado através da lavagem de uma parte do material em uma peneira de malha 0. Também interferem na cor do concreto e no consumo de água do mesmo. A NBR 7211 limita a 3% o teor de materiais pulverulentos para agregados usados em pisos intertravados e 5% para agregados empregados na fabricação de blocos. Uma das soluções permanece 24 horas em contato com o material contaminado. seguido de secagem em estufa. da tonalidade de cor de duas soluções de hidróxido de sódio a 3%.gov. granulometria irregular. diz-se que o agregado possui uma contaminação maior que 300 partes por milhão (FERNANDES.6 Teor de matéria orgânica A presença de matéria orgânica no agregado prejudica as reações de hidratação do cimento.br / leandrogregorio@ig. Entretanto. os prejuízos causados pela matéria orgânica costumam ser inferiores aos provocados por fatores como umidade inadequada.br 17 . a areia contaminada não é aceitável para a produção.com. Pode-se comparar a resistência de 6 corpos de prova de argamassa.075mm. pode-se utilizar a areia. desde que atenda às condições descritas a seguir. Uma areia que possui muito material pulverulento produz poeira quando está seca e água suja quando é molhada. deficiências de compactação e cura inadequada. O pH pode ser avaliado de forma relativamente simples.torres@cemaden. no fogo. A umidade é dada pela equação: Em que Mh – massa da areia úmida. Após este período. insere-se uma tira de teste (pode ser adquirida em lojas de produtos para piscina) e faz-se a leitura da cor indicada na fita. pois as condições de mistura. com cuidado (repetir a operação pelo menos uma vez). balança 210g. agitando-se e deixando em repouso por 24h. Outra opção é tomar-se uma frigideira. alimentação e prensagem são dificilmente reproduzidas e testadas em laboratório.gov. através da imersão de uma fração de cerca de 10g do solo em cerca de 90ml de água destilada (que possui pH neutro). Quando a massa não variar. Ms – massa da areia seca. colocar-se um pouco de areia. Solos com pH abaixo de 7 (ácidos) apontam para a presença de matéria orgânica. estufa com capacidade de manter temperaturas entre 105 e 110°C.Outro indicador de matéria orgânica é o pH. 4.7 Ensaio de umidade da areia MATERIAIS: Cápsulas de alumínio. atingiu-se a massa seca.br 18 . Caso não haja estufa no local. O traço depende tanto das características físicas e da qualidade dos agregados e dos blocos que se deseja obter. o pH maior ou igual a 7 (neutro ou básico) não oferece problemas para as reações de hidratação do cimento. deve-se levar a amostra em estufa por cerca de 12h (antes deve-se medir a massa do agregado com a umidade que se quer encontrar). comparando com uma escala padrão fornecida pelo fabricante.com. 4. Para obtenção da massa seca do agregado.br / [email protected] DETERMINAÇÃO DO TRAÇO MAIS ADEQUADO No caso de artefatos que utilizam concreto “farofa” é aconselhável que se faça a dosagem no próprio local de fabricação. A princípio. até secar.4. e colocar a cápsula com a amostra de agregado sobre ela. como PROJETO SHS – Solução Habitacional Simples / Simple Housing Solution Contato: leandro. pode-se embeber o agregado com álcool e atear fogo. 0 50 450 150 1:12 500l 50 300 100 1:8 350l 8. Por esse motivo infere-se que a dosagem racional aplicada ao concreto plástico não pode ser aplicada com segurança da dosagem do concreto seco ou “farofa” e a indicação do traço acaba sendo em grande parte empírica. a resistência do cimento varia.br / [email protected] 50 525 175 1:15 550l 50 375 125 1:10 450l 50 225 75 1:6 270l (MPa) 6. bem como ocorrem flutuações na umidade.br 19 . RESISTÊNCIA DOS BLOCOS EQUIPAMENTO MATERIAIS 2.com. As tabelas abaixo contém as sugestões de traços aproximados em massa para a fabricação de blocos e pisos intertravados.gov. buscando-se obter as resistências necessá[email protected] Cimento Areia ou pó de pedra HIDRÁULICO Pedrisco Traço Volume aproximado Cimento Areia ou pó de pedra PNEUMÁTICO Pedrisco Traço Volume aproximado Cimento Areia ou pó de pedra MANUAL Pedrisco Traço Volume aproximado 50 600 200 1:18 650l 50 450 150 1:12 500l 50 375 125 1:10 450l 4.0 50 300 100 1:8 400l PROJETO SHS – Solução Habitacional Simples / Simple Housing Solution Contato: leandro.0 50 375 125 1:10 450l 50 225 75 1:6 270l 10.também dos recursos humanos e mecânicos envolvidos no processo de fabricação de blocos e pisos intertravados. Além disso. Quando não se dispõe do desvio padrão ou de valores que possibilitem sua obtenção. A medição correta das quantidades de materiais estabelecidas na dosagem é um dos fatores principais para garantir a homogeneidade do concreto e possibilitar a produção de peças com baixo desvio padrão. para diferentes equipamentos e traços.0 50 225 75 1:6 200l 50.br / leandrogregorio@ig. Fonte: FERNANDES (2008). Ou seja.torres@cemaden. pode-se adotar para as situações objeto desse trabalho o valor Sd = 7.br 20 . Fonte: FERNANDES (2008). Caso se deseje blocos com a superfície mais lisa.0 MPa. será necessário empregar mais cimento na mistura. para aplicação aparente (sem revestimento). A resistência de dosagem deve ser tal que 95% das amostras possuam uma resistência maior ou igual à resistência especificada em projeto (fck).gov. tem-se que a resistência de dosagem (fcj) pode ser escrita pela expressão: Em que Sd é o desvio padrão.com. EQUIPAMENTO MATERIAIS Cimento Areia ou pó de pedra RESISTÊNCIA DOS PAVERS (MPa) 35.0 50 185 65 1:5 180l HIDRÁULICO Pedrisco Traço Volume aproximado Quadro 4: Consumo sugerido de materiais para a fabricação de pavers. deve-se partir da resistência definida em projeto e dosar a mistura de tal forma que esta resistência seja atendida em 95% dos corpos de prova. Como a distribuição de resistências segue o modelo “normal” da estatística. PROJETO SHS – Solução Habitacional Simples / Simple Housing Solution Contato: leandro.Quadro 3: Consumo estimado de materiais para a fabricação de blocos de concreto. para diferentes traços. Os valores de finos para blocos e pisos serão diferentes. manilhas. postes e pisos intertravados. 4. pode-se adotar os procedimentos abaixo.2 Curva de umidade No concreto “farofa”. a maioria das falhas do produto está relacionada à utilização de uma quantidade de água insuficiente para proporcionar o adensamento adequado PROJETO SHS – Solução Habitacional Simples / Simple Housing Solution Contato: leandro. transporte e armazenamento. Realizar diversas misturas. 4. placas prémoldadas. os traços são da ordem de 1:5 (cerca de 20% de cimento) a 1:10 (cerca de 10% de cimento). variando o percentual em massa de agregado graúdo (começando com 10% e aumentando 5% a cada nova mistura). 1:10). utilizado para produzir blocos.br / [email protected] Curva de finos A curva de finos pode ser aplicada quando não se tem a granulometria dos materiais.5. mantendo um traço fixo (por exemplo.br 21 . O objetivo é descobrir a quantidade de finos mínima para a qual o bloco ou o piso intertravado conservam acabamento aceitável (a quantidade de finos melhora o acabamento e piora a resistência). até obter a mistura com o maior percentual de agregado graúdo cujo acabamento da peça ainda é satisfatório. Para os blocos das classes A e B.5. Os produtos fabricados com concreto “farofa” (com pouca água) precisam ser suficientemente coesos para manterem-se íntegros na desforma. Não há necessidade de romper os blocos pois o que se está analisando é o acabamento e não a resistência. Essa coesão é obtida pelo emprego de quantidades certas de cada material. Para montar a curva de finos devem-se tomar amostras de agregados miúdo (areia ou pó de pedra) e graúdo (pedrisco).com. onde os finos da pasta proporcionam liga na mistura. Para determinar as proporções adequadas dos componentes do concreto seco para fabricação de blocos e pisos intertravados. A umidade ótima da mistura e um bom processo de mistura e adensamento também são responsáveis pelo aumento da coesão. é desejável a desforma imediata para reutilização dos moldes em outras peças. é indispensável a presença de finos no agregado. até seu endurecimento. Para os blocos das classes C e D os traços são da ordem de 1:15 a 1:20 (pouco mais de 5% de cimento).Caso o sistema de fabricação faça uso de [email protected]. sem sofrer nenhum tipo de dano. mourões. Nestes últimos casos. para aumentar a coesão na mistura. peso e cor das peças. Esta quantidade de água é chamada umidade ótima e de preferência deve ser determinada com testes que utilizem a quantidade de finos estabelecida no item anterior.das peças. Ocorre que. Supondo que a quantidade de cimento seja de 25kg.torres@cemaden. menor deve ser a quantidade de água para obter a compacidade do concreto. serão necessários apenas 8. Uma mistura com pouca água enche o molde rapidamente. Sabe-se que quanto mais água na pasta. 7% e 8% de umidade. pode-se traçar uma curva que correlaciona umidade e resistência. enquanto uma certa quantidade de água adicionada à mistura prejudica a pasta num determinado valor de resistência. podendo-se visualizar qual umidade corresponde à máxima resistência. a quantidade de material úmido deverá ser 250 x 1. Assim.05 = 13. A umidade ótima deve ser definida com base me diversos fatores. segundo FERNANDES (2008). no traço 1:10 a quantidade de agregado será 250kg. Para o teor de umidade de 5%. de forma que haja um acabamento satisfatório das peças.br 22 . Para determinar a curva de umidade. mais pobre ela fica (e consequentemente menos resistente). e testa-se diferentes quantidades controladas de água. Por exemplo. mas prejudica a compactação. podendo perder até 60% da resistência. aumentando a resistência da peça. no caso de equipamentos que permitam maior compactação. Assim. como resistência. a curva de umidade visa identificar de forma empírica a umidade ótima para produção de blocos e pisos intertravados.gov. 6%. pois permite melhor compactação da mistura. supondo que o traço escolhido tenha sido 1:10 em massa.75 litros de água. tempo de alimentação dos moldes.com. que permita o desmolde imediato). pode-se fazer misturas com 5%. desde que se mantenha a condição de trabalhabilidade adequada (aspecto “farofa”. será necessário utilizar (250+25) x 0. Se o agregado tem 2% de umidade média. Descontando os 5kg de água presente na areia úmida. toma-se o traço da curva de finos que conduziu ao melhor resultado (este traço será fixo).br / leandrogregorio@ig. o ideal é trabalhar com a maior quantidade de água na mistura.02 = 255kg (250kg de agregado + 5kg de água). tempo de acomodação da mistura. PROJETO SHS – Solução Habitacional Simples / Simple Housing Solution Contato: leandro. Assim. Repetindo-se as operações para os demais teores de umidade.75kg de água na mistura. ela beneficia o concreto farofa com ganho de três vezes o valor perdido. 5. 1:10) e umidade obtida pela curva de umidade (suponhamos que tenha sido 7%). Para tanto. obtendo diferentes resistências e traçando uma curva. Para determinar a nova umidade ótima.gov. Fernando Teixeira.3 Curva de consumo de cimento Até agora os testes não foram feitos visando um valor específico de resistência do traço. será a quantidade do traço. Para uma curva de blocos de vedação. uma vez que a quantidade de cimento variou na mistura.br / leandrogregorio@ig. o ideal de uma curva de consumo para blocos estruturais é que ela possa abranger resistências de 4.0 a 14MPa. 4. o intervalo deve estar entre 1:18 e 1:12. mas apenas foram identificadas as melhores condições de umidade e proporção entre agregados. Ressalta-se que. toma-se como ponto de partida a mistura com a proporção de agregados obtida pela curva de finos (no caso do exemplo. A quantidade de cimento que levar à resistência maior ou igual à desejada. portanto.br 23 .torres@cemaden. obter a quantidade de cimento que mais se aproxima da resistência desejada para o concreto. Deve-se fazer a variação de cimento no traço.com.Resistência Máxima Figura 7: Diagrama RESISTÊNCIA X UMIDADE. Torna-se necessário. a umidade ótima não é mais a mesma que a mistura original. Segundo FERNANDES (2008). PROJETO SHS – Solução Habitacional Simples / Simple Housing Solution Contato: leandro. o que equivale a traços de 1:14 a 1:8 aproximadamente (os blocos da categoria C não entram na curva pois possuem paredes finas). Fonte: Acervo Prof. 4 Verificações simplificadas de compactação da mistura Pode-se conferir de forma simples o grau de compactação e a permeabilidade. Nesse caso.com. padiolas de madeira. cuja densidade pode variar sensivelmente (de 800kg/m3 a 1400kg/m3). acaba-se fazendo a dosagem de forma simplificada. causando distorções na mistura. Deve-se dar preferência para medições em peso. multiplica-se as quantidades do traço pela densidade do cimento. o que possivelmente acarretará um ligeiro aumento de resistência no traço. Ao final. No teste da permeabilidade.1 Dosagem A dosagem pode ser feita de diversas formas. em razão da necessidade de manuseio no prazo de 24h. por apresentarem maiores resistências nas primeiras idades. 4.6 PRODUÇÃO DE BLOCOS E PISOS INTERTRAVADOS 4. coloca-se um pouco de água na superfície da peça prensada.gov. Em último caso. Para a produção de blocos e pisos intertravados. para colocar o traço em função de 1 unidade de volume do cimento. Caso não a superfície não se deforme.5. Se a água penetrar em menos de 5 segundos. pelo menos no caso do cimento. desde sistemas simplificados com latas ou carrinhos de mão. pois irá minimizar a proporção de agregados em relação ao cimento.6. tudo indica que a mistura possui a compactação adequada. com o auxílio de dispositivos dosadores como padiolas ou baldes (alguns graduados).br / leandrogregorio@ig. carrinhos ou baldes. há falta de compactação. são mais indicados os cimentos CP V – ARI (cerca de 20% mais caro) e CP II (composto). o traço acaba sendo medido em volume. PROJETO SHS – Solução Habitacional Simples / Simple Housing Solution Contato: leandro. a conversão dos traços em massa (mencionados nas tabelas apresentadas até então) para traços em volume pode ser feita dividindo-se a quantidade em massa de cada agregado por sua respectiva densidade aparente.deve-se refazer a curva de umidade. 4. que pode estar associada com a falta de finos na mistura. Após a prensagem. a favor da segurança.torres@cemaden. adotar a menor densidade. Na obra.br 24 . recomendando-se o uso de padiolas de madeira. até o emprego de usinas dosadoras. Em situações de emergência ou calamidade. pressiona-se a superfície superior da peça com o dedão. a tabela recomenda um traço de 1:10 (cimento + agregados).92m3 de pedrisco. Supondo-se adição de água em torno de 5% do peso total da mistura. ou seja. ter-se-iam 1. tem-se que o peso da areia representa 7.96kg por parte.com. Quantidades finais para um milheiro de blocos fabricados no traço 1:10: 20. Dosagem quando as umidades da areia e do pedrisco são diferentes (para um traço de 1 saco de cimento) Supondo um traço 1:8:3. [email protected] = 2597. admitindo-se a areia com 6% de umidade e o pedrisco com 1%.55 partes. ou 1:7.40kg.Quando há opção de betoneira com carregador. Quantidade de materiais para fabricação de bloco de vedação 14cm (por milheiro) Massa média do bloco 14x19x39cm = 12kg. dividese este valor pela densidade da areia úmida (pois a areia acaba sendo fornecida úmida). tem-se que o peso do pedrisco é 2.5 (cimento + areia ou pó de pedra + pedrisco).05 x 11 = 11. 6. Para obter o volume de areia equivalente a 7792.55 partes = 1038.23m3 de areia.br / leandrogregorio@ig. resultando em cerca de 6.92m3. O peso do pedrisco é dado aproximadamente por 2597.23m3 de areia.96kg = 7792.5 vezes o peso do cimento. 1.5:2.40kg / 1350kg/m3 (densidade aparente do pedrisco) = 1.78. tem-se para o traço de 1 saco (50kg): PROJETO SHS – Solução Habitacional Simples / Simple Housing Solution Contato: leandro. O número de sacos de cimento será 1038. para a resistência mínima de 2.br 25 .96 kg / 50kg = 20.gov.0MPa. ter-se-á o peso do cimento: 12000 kg / 11. o proporcionamento poderá ser feito por meio de gericas ou carrinhos de mão com bordas adaptadas para completar o volume necessário. tendo-se ao todo 11 partes. Do traço. Em um milheiro. da ordem de 1250kg/m3.5 x 1038.5 x 1038.20kg. Tomando-se o peso do milheiro e dividindo pelo número de partes. Assumindo que o processo de produção é feito através de prensas manuais.78 sacos de cimento. Fazendo o mesmo para o pedrisco.20kg. temos 12000kg. 08m3.01 x 50kg = 151.029m3 de pedrisco. 0. arbitrou-se adotar o traço correspondente a 50MPa.06 x 50kg = 424kg / 1250kg/m3 = 0.029m3. As quantidades finais para 1m2 de piso intertravado de 8cm são: 0.com. O volume de areia será 110.7 = 110.60 saco. teremos o peso do cimento para 1m2 de piso: 188kg / 6.088m3 de areia. Dividindo-se o peso de 1m2 de piso pelo somatório de partes do traço. Para obter a quantidade de areia por m2 de piso.0 x 1.11m3.0 x 1.05 x 6 partes = 6.60 saco de cimento.3 partes = 29.gov.41kg. assumindo que sua resistência atingirá 35MPa nas condições de fabricação no processo virado.br / [email protected] partes.41kg / 1250kg/m3 (densidade aparente da areia úmida) = 0.3 = 38.84kg x 1. tem-se 1.3 – cimento.br 26 .08m = 0. Volume de concreto em 1m2. Areia: 8.7:1. A quantidade de pedrisco por m2 de piso é dada por: 29.torres@cemaden. PROJETO SHS – Solução Habitacional Simples / Simple Housing Solution Contato: leandro. Como a fabricação deve acabar sendo manual. Peso do concreto correspondente a 1m2: 0. Quantidade de materiais para fabricação de piso intertravado de 35MPa.7: 29. Pedrisco: 3.Cimento: 50kg. deve-se multiplicar a quantidade de cimento por 3.84kg x 3.5kg / 1350kg/m3 = 0. areia ou pó de pedra e pedrisco) e adicionando-se 5% de água.08m3 x 2350kg/m3 (densidade do concreto) = 188kg. desprezando as juntas (processo de intertravamento): 1m2 x 0. Adotando um traço 1:5 (1:3.34m3.088m3. 0. com 8cm de altura (por m2) A tabela recomenda os traços apenas para fabricação com utilização de equipamento hidráulico.79kg / 1350kg/m3 (densidade aparente do pedrisco) = 0.84kg cimento / 50kg = 0. com. As umidades do pedrisco e da brita costumam ser desprezadas. pois os agregados trazem certa umidade. O misturador de eixo vertical. também recomendado para uso em misturas de solo cimento. o que na prática não ocorre. Correções na dosagem devido à umidade dos agregados Sempre que um traço cita uma quantidade de agregado ele faz referência ao material no estado seco. 0. os materiais necessários também serão reduzidos a esta proporção.6.066m3 de areia.br / leandrogregorio@ig. Assim. com destaque para a betoneira pela simplicidade (desvantagem de empelotar a mistura). 4. O concreto para produtos vibro-prensados (prensagem conciliada com vibração sincronizada) é do tipo “farofa”. resultando em: 0.torres@cemaden. 0. a água em excesso fará com que a resistência do bloco se reduza drasticamente. podendo chegar até 12%. com qualidade e produtividade inferiores. girando em torno de 1 a 2%. com 6cm de altura (por m2) A quantidade de materiais para um piso de 6cm pode ser obtida através de simples proporção com a quantidade necessária para um piso de 8cm. A correção da massa seca para a massa úmida que se quer pesar é dada pela equação Em que “h” é o teor de umidade da areia. PROJETO SHS – Solução Habitacional Simples / Simple Housing Solution Contato: leandro. A mistura também pode ser feita manualmente com o auxílio de pás e enxadas.gov. com pouca água.br 27 . tendo normalmente entre 3 e 8% de umidade.2 Mistura Existem diversos equipamentos aptos a realizar a mistura dos componentes do concreto. Como 6cm representa 75% de 8cm.Quantidade de materiais para fabricação de piso intertravado de 35MPa. se não for feita correção (sobre o traço em peso). A água deve ser adicionada somente quando a mistura encontra-se totalmente homogeneizada.45 saco de cimento. No caso da areia a umidade é bem mais significativa.022m3 de pedrisco. possui resultados superiores aos da betoneira (recomendado). ou seja. o cimento provoca irritações.torres@cemaden. a prensagem é conciliada com a vibração sincronizada. cabendo orientação médica.3 Prensagem Caso seja utilizado o sistema prensado. uma vez que a energia de compactação é baixa.Cada misturador deve trabalhar com no máximo 70% da capacidade do tambor. Nas vibro-prensas.com. pois em contato com a pele. Nos PROJETO SHS – Solução Habitacional Simples / Simple Housing Solution Contato: leandro. com equipamento manual. Segundo FERNANDES (2008). para que não haja retenção de materiais.com. batendo por cerca de 1 a 6 minutos.6.br 28 .evisos.gov. Figura 8: Misturador de eixo vertical. OBS: Os trabalhadores que trabalhem no manuseio do cimento ou do concreto devem trabalhar de luvas e botas.br / leandrogregorio@ig. o teor de cimento pode cair até o valor de 7%. Recomenda-se ao início dos trabalhos. Ao fim da jornada de trabalho deve-se lavar o tambor do equipamento.br/fotos-del-anuncio/maquinas-para-a-fabricaao-de-blocos-de-concretoid-110564. Os produtos produzidos de forma correta com o auxílio desses equipamentos são adequados para aplicação em construções simples (muros e habitações até 2 pavimentos). 4. tem-se um consumo de cimento da ordem de 12% do peso do bloco para uma resistência de 4. passar um pouco de óleo ou graxa nas pás do misturador. e uma produtividade cerca de seis vezes maior. para equipamentos pneumáticos ou hidráulicos (mais eficientes). Fonte: http://saopaulo.0 MPa. dureza dos moldes. cobrindo os blocos com lona para evitar a evaporação da água.br/maquinas-para-fabricar-blocos-de-concreto-iid-140507802.olx.com. para que os blocos não desmanchem durante a molhagem. o consumo de cimento é da ordem de 20% superior ao equipamento pneumático de 40% superior ao dispositivo hidráulico. Deve ser feita 3 a 4 vezes ao dia. com cuidado.casos de prensas manuais. deve-se atentar para a produtividade permitida. energia de compactação e qualidade da assistência técnica do fabricante. 4.4 Primeira cura Denomina-se primeira cura o processo de endurecimento e secagem dos blocos e pisos intertravados.6. nas primeiras 24h. Fonte: http://suzano. Figura 9: Prensa automática pra blocos de [email protected] 29 .br / leandrogregorio@ig. A cura pode ser feita por processos convencionais de molhagem com mangueira ou regador com “chuveirinho”. Ao escolher um equipamento de prensagem. A cura também pode ser realizada através da colocação de bandejas com água sob as lonas (de preferência pretas.com. que proporcionará um PROJETO SHS – Solução Habitacional Simples / Simple Housing Solution Contato: leandro. para absorverem mais calor).gov. para produções simplificadas. Outro sistema de cura (ideal) consiste no emprego de bicos aspersores (sprinklers). e realizar o empilhamento dos blocos em área separada para armazenagem e 2ª cura. Entretanto. Entretanto. 2008). não necessitando de molhagem propriamente dita. permitindo o manuseio com mais facilidade e o empilhamento. 4.br/2011/12/aprenda-um-pouco-sobre-os-tracos-de.gov. Fonte: http://usimak. servindo também para local de armazenagem e 2ª cura. preferencialmente forrada com plástico ou untada com óleo. o corpo de prova já terá adquirido certo grau de rigidez.5 Armazenagem e segunda cura Durante a 2ª cura. Figura 10: Blocos de concreto no processo de 1ª cura. onde os blocos não encostem uns nos outros.microclima de vapor de água sob a lona.br 30 . Pode-se utilizar um sistema de empilhamento com prateleiras.blogspot.com. pode-se realizar a 1ª cura apoiando os produtos fabricados sobre uma superfície regularizada.com.br / leandrogregorio@ig. que pulverizarão a água (FERNANDES.html. o processo de cura deve continuar até completar 7 dias da fabricação (molhando uma vez ao dia).6. PROJETO SHS – Solução Habitacional Simples / Simple Housing Solution Contato: leandro.torres@cemaden. br/fabrica-de-blocos-de-concreto-r-1-000-000-00-iid-89155943. Fonte: http://www.br/municipios/trairao/governo-de-trairao-realiza-obras-com-recursosproprios/. [email protected] CONTROLE DE QUALIDADE ATRAVÉS DE TESTES SIMPLES E PRÁTICOS 4. PROJETO SHS – Solução Habitacional Simples / Simple Housing Solution Contato: leandro. pode-se considerar que as mais resistentes serão as que apresentarem maior massa.br / [email protected]. Fonte: http://rioverde.Figura 11: Armazenagem e 2ª cura de blocos.1 Relação entre massa e resistência Para peças de mesmas dimensões executadas com o mesmo traço.br 31 .7. Figura 12: Armazenagem e 2ª cura de pisos intertravados.com. e portanto. Também pode-se observar os blocos depois da chuva.Isto se deve ao fato que as peças mais pesadas apresentam maior grau de compactação.br 32 . 4. 4.com. pode ocorrer de alguns blocos não atingirem a umidade ótima. mas escolher aleatoriamente uma amostra de 5 blocos por lote de 10000 blocos e testar.com. PROJETO SHS – Solução Habitacional Simples / Simple Housing Solution Contato: leandro. a causa mais provável é a diferença de umidade na mistura no ato da moldagem ou prensagem. pode haver aumentos de resistência de até 70% (FERNANDES. que não deve ser inferior a 5 segundos. estando numa umidade mais próxima da umidade ótima.gov.olx. Figura 13: Diferença de absorção de água entre os blocos mais claros e os [email protected]/paralelepipedos-concregrama-piso-intertravado-iid-38691349.7. Os que apresentarem coloração mais escura indicam que absorveram água em razão da alta porosidade. ou depois de molhados.2 Permeabilidade à água Consiste em se derramar água na superfície da peça e observar o tempo de infiltração.3 Cor das peças Caso as peças apresentem variações na tonalidade de cor. Não é necessário pesar todos os blocos. Como há flutuação de umidade entre os agregados. Fonte: http://cidadesaopaulo. Para aumentos da ordem de 10% do peso da peça.7. 2008).br / leandrogregorio@ig. estarem menos compactados e mais leves. e possivelmente apresentarão baixa resistência à abrasão e à compressão. a cor das peças deve ser avaliada em lotes que possuem o mesmo traço e a mesma marca e tipo de cimento). situação na qual as afirmativas acima não são válidas (ou seja. Esta diferença de tonalidade reflete uma possível discrepância nas resistências.7.8 Teste das bolhas Peças muito porosas produzem bolhas quando mergulhadas na água. PROJETO SHS – Solução Habitacional Simples / Simple Housing Solution Contato: leandro. logo que houve um bom controle do processo.7.com. alta porosidade e grande absorção de água. 4. ou seja. A diferença de cores também pode ser provocada pelo emprego de cimentos diferentes. o som do concreto mais compacto é mais estridente.Quando estão secas.7. Lotes que apresentem coloração homogênea apontam de forma simplificada que o desvio padrão foi baixo.5 Verificação da ressonância Consiste em bater um bloco no outro. Em peças moldadas ou prensadas com umidade próxima da ótima e concreto bem dosado.6 Presença de trincas A presença de trincas nas peças indica falta de coesão na mistura.br 33 .7. mais pobre). Segundo FERNANDES (2008). as peças que foram prensadas dentro da umidade ótima se apresentarão mais claras que as demais.br / leandrogregorio@ig. maior desvio padrão nas resistências. 4. em virtude do afloramento da pasta de cimento. as arestas serão bem acabadas. 4. enquanto que o som emitido pelo concreto mais fraco é mais xôxo (mais opaco. avaliando o som emitido pelo choque.gov. Caso contrário.7 Quebra das peças Alto índice de quebra das peças ainda na esteira também indicam baixa resistência. apresentarão aspecto irregular e ficarão quebradiças. [email protected] Verificação das arestas O acabamento das arestas também fornece uma ideia da coesão da mistura. 4. comprimento.1 Análise dimensional Consiste na determinação das medidas da peça (largura.2kg/litro para pisos intertravados (FERNANDES.4. a granulometria do material ou com o desempenho do equipamento. em kg.8. em litros) não deve ser inferior a 1. Os blocos de concreto sem função estrutural possuem as dimensões especificadas na tabela: Dimensões (cm) Designação Largura Altura 19 M-20 (Blocos de 20cm nominais) 19 Comprimento 39 29 19 9 9 19 54 M-15 (Blocos de 15cm nominais) 44 14 19 39 34 PROJETO SHS – Solução Habitacional Simples / Simple Housing Solution Contato: leandro.8 CONTROLE DE QUALIDADE ATRAVÉS DE ENSAIOS EM LABORATÓRIO 4.br 34 . 4.com. Caso estas densidades mínimas não sejam atingidas.9kg/litro para os blocos das classes C e D.br / [email protected]/litro para os blocos das classes A e B e 2. 2. Para cada dimensão devem ser tomadas 3 leituras em pontos diferentes.7. com precisão de 1mm.9 Ensaio de densidade aparente da peça após fabricação A densidade aparente da peça pronta (peso. ocasionados possivelmente pela umidade deficiente. o concreto tem sérios problemas de adensamento.torres@cemaden. espessura das paredes e dimensão dos furos dos blocos).gov. 2008). altura. dividido pelo volume da peça. 19 Por sua vez os blocos estruturais deverão possuir as dimensões especificadas na tabela seguinte: Dimensões nominais 20x20x40 20x20x20 15x20x40 15x20x20 Quadro 6: Dimensões reais dos blocos estruturais.br 35 . As espessuras das paredes dos blocos também são alvo de padronização e devem obedecer as dimensões definidas na tabela abaixo: PROJETO SHS – Solução Habitacional Simples / Simple Housing Solution Contato: leandro. Fonte: NBR 7137/82.gov.br / [email protected] 19 14 39 M-10 (Blocos de 10cm nominais) 9 19 29 19 14 9 9 Quadro 5: Dimensões reais dos blocos sem função estrutural. faz-se também necessária a determinação das medidas das espessuras de paredes e dimensões dos furos. Fonte: NBR 6136/[email protected]. Designação Largura M-20 19 Dimensões (cm) Altura 19 Comprimento 39 19 M-15 14 19 39 19 Completando a análise. br 36 . O limite para absorção de blocos de concreto é de 10%. enxugar rapidamente e medir a massa saturada.8.065% de retração para o bloco de concreto.2 Retração As medidas da peça variam em função das condições de umidade e temperatura. 4. 4. Fonte: NBR 6136/94. mascarando os resultados.br / leandrogregorio@ig. após resfriado. A seguir.3 Absorção A NBR 12118 especifica que o bloco deve ser seco em estufa por 24h e. Com relação aos blocos sem função estrutural suas paredes devem possuir espessura mínima de 15mm. agora na peça saturada.com. toma-se a distância entre dois pontos fixos da peça seca. Neste caso. Isto se deve ao fato que os poros de um bloco ruim podem ser tão grandes que não consigam reter a água.Designação Paredes Longitudinais (mm) 25 32 Paredes transversais Espessura equivalente (mm/m) 188 188 Paredes mm 25 25 M-20 M-15 Quadro 7: Espessura mínima das paredes de blocos estruturais. o teste mais eficaz pode ser o teste simples de permeabilidade da água. deve ser medida sua massa seca. PROJETO SHS – Solução Habitacional Simples / Simple Housing Solution Contato: leandro. Coloca-se a peça em imersão por 24h e mede-se a distância entre os mesmos dois pontos.gov. colocar mergulhado em água por 24h.torres@cemaden. retirar da água. descrito anteriormente. Atenção deve ser dada ao fato de que blocos muito ruins costumam apresentar bons resultados de absorção. A retração pode ser calculada pela equação A NBR 6136 especifica o limite de 0. Para medir a retração da peça.8. que escorre. Para isto torna-se necessário o capeamento das superfícies inferior e superior. Os ensaios de laboratório devem ser conduzidos no maior rigor técnico possível.0 MPa.br / leandrogregorio@ig. basta calcular a área total do bloco e subtrair as áreas dos furos. Como a área efetiva de concreto é cerca de metade da área do bloco. O gesso de boa qualidade também pode ser usado para capear blocos de até 8MPa. e dividir pela altura do bloco.br 37 . incluindo a área dos furos. a resistência do concreto acaba sendo aproximadamente o dobro da resistência calculada para o bloco.4 Ensaio de resistência à compressão para blocos No bloco.torres@cemaden. O material do capeamento pode ser uma mistura de enxofre (70%) + areia moída fina ou pozolana (30%). Outra forma é subtrair do peso seco o peso submerso. deve-se trabalhar com a área líquida do bloco. a resistência é obtida da relação entre a carga aplicada na peça e a sua área total. 2008). que é derretida a 130 graus e oferece um endurecimento rápido. Por outro lado.8.gov. As resistências mecânicas dos blocos sem função estrutural devem apresentar valores médios superiores à 2.o bloco é colocado sobre a argamassa fresca (FERNANDES. Caso deseje-se obter a resistência à compressão no concreto do bloco. a resistência individual não deverá ser inferior a 2. É importante que a superfície sobre a qual está sendo aplicada a carga fique toda plana para que as tensões de compressão sejam distribuídas por igual na peça.5 MPa. assim como uma argamassa de cimento + areia fina no traço 1:2 colocada sobre uma superfície plana como placa de vidro ou granito untada com óleo ou forrada com jornal . para retratar de fato o produto analisado.A absorção é dada pela seguinte expressão: Em que M1 – massa do bloco seco em estufa M2 – massa do bloco saturado A – absorção de água. Dentre os erros mais comuns cometidos está o PROJETO SHS – Solução Habitacional Simples / Simple Housing Solution Contato: leandro.com. em porcentagem 4. Para isto. pode-se esfregar as peças em uma superfície áspera como um piso cimentado.05MPa/s. e incremento de carga com velocidade fora do especificado.br 38 .br / [email protected] do bloco em estado úmido. Dispositivos de ruptura de blocos.gov.com. com capacidade mínima para 100ton. Centralizar o bloco no dispositivo inferior e baixar o superior até encostar no bloco. Iniciar o carregamento e ajustar a velocidade para 0. Retificar s superfície superior dos blocos removendo as saliências. Efetuar o capeamento das peças. Certificar-se que o capeamento não esteja solto ou trincado. caneta e ficha de ensaio. c) Procedimentos Secar os blocos ao ar. prancheta. sem trincas nem cantos quebrados ou quaisquer defeitos. em gramas.torres@cemaden. PROJETO SHS – Solução Habitacional Simples / Simple Housing Solution Contato: leandro. provenientes do mesmo lote e devidamente identificadas. com dimensões de 200mm x 400mm x 50mm e recursos que possibilitem a sua fixação de forma centralizada nos pórticos da prensa. sem capeamento. Paquímetro ou régua milimetrada de 50cm. Para tanto. Pesar cada peça e anotar a massa. A NBR 12118 especifica o seguinte roteiro para execução do ensaio de resistência à compressão: a) Materiais. Cronômetro. em milímetros. Balança com capacidade mínima para 20kg e precisão de 10g. Adaptar os dispositivos de ruptura e zerar a prensa com o pistão subindo. mal centralizado no pórtico. Medir e anotar as dimensões dos corpos de prova. b) Amostras para ensaio Mínimo de 6 peças íntegras. equipamentos e acessórios Prensa aferida. prensa não aferida. Os blocos são ensaiados à resistência à compressão. que é ψ x fb1. tomando-se por fb1 o menor valor obtido. Blocos ψ 6 0.Manter o carregamento na velocidade indicada até a ruptura da peça.98 13 0. de média dos resultados fbj e desvio padrão Sd. sendo que o valor de ψ varia de acordo com o número de blocos ensaiados. no estoque ou na obra.gov. Calcular a resistência média (fbj) como sendo a somatória dos valores encontrados dividida pelo número de corpos de prova ensaiados d) Cálculo da resistência do bloco (fbk) O fbk é a resistência característica do bloco. Anotar o valor.94 10 0.99 14 1. Os valores encontrados são colocados em ordem numérica crescente.97 12 0.02 18 1.00 15 1.04 Outra forma possível de calcular fbk é através da distribuição “normal” de um ensaio realizado com no mínimo 30 corpos de prova. conforme descrito anteriormente. em N. Calcular as resistências individuais (fbi) dividindo cada carga.br 39 . em MPa. através da expressão: PROJETO SHS – Solução Habitacional Simples / Simple Housing Solution Contato: leandro.br / leandrogregorio@ig. De um lote de blocos. em Newton. fb2 o segundo menor valor e assim por diante. pela respectiva área do bloco. e i=n/2. Calcula-se o valor do fbk pela equação Verificar se fbk é inferior ao valor estabelecido como limite. na ficha de ensaio. em mm2.com. ou [email protected] 11 0.93 9 0. é um valor líquido de resistência onde são levados os possíveis erros do processo de produção (logo. conforme a tabela abaixo: Quant. são coletados corpos de prova de acordo com o tamanho do lote amostrado.91 8 0.89 7 0.01 16 1. é um valor menor que fbj). Toma-se por “n” o número de peças ensaiadas. torres@cemaden. em milímetros. caneta e ficha de ensaio. Cronômetro.com. Paquímetro ou régua milimetrada de 30cm. em gramas. equipamentos e acessórios Prensa aferida. adaptar os dispositivos de ruptura da prensa e zerar o equipamento.gov.5 Ensaio de resistência à compressão para pisos intertravados A NBR 9780 estabelece uma sequencia de operações para determinar a resistência de pisos intertravados: a) Materiais. As peças devem estar íntegras. Pesar cada corpo de prova e anotar a massa. Balança com capacidade mínima de 20kg e precisão de 10g.4. sem trincas nem cantos quebrados ou quaisquer defeitos. PROJETO SHS – Solução Habitacional Simples / Simple Housing Solution Contato: leandro.br 40 . largura e comprimento.8. c) Procedimentos Secar os corpos de prova ao ar. serem provenientes do mesmo lote e estarem devidamente identificadas. Dispositivo de ruptura de pavimento. com capacidade mínima para 100 toneladas. Efetuar o capeamento das peças e submergir por 24h. Medir e anotar as dimensões. até um máximo de 32 peças por lote (o lote máximo para ensaio é de 1600m2).br / leandrogregorio@ig. No dia seguinte. b) Amostras para ensaio Tomar no mínimo 6 peças para lotes até 50m2 e uma peça adicional para cada 50m2. prancheta. intertravado composto de dois discos de diâmetro de 90mm munidos de prolongamentos que possibilitem sua fixação de forma centralizada na prensa. altura. conforme tabela.00 100 1. conforme tabela abaixo: Nº de peças ensaiadas “t” 6 0. Calcular as resistências individuais (fpi) dividindo cada carga. na ficha de ensaio.86 24 0. abaixo: Altura da peça (mm) Fator “h/d” 60 0.05 120 1. em Newton. se necessário.torres@cemaden. Corrigir. Iniciar o carregamento e ajustar a velocidade para 0.br / [email protected] MPa / seg (3500 N/seg).88 14 0. em Newton. cada valor de resistência multiplicando o resultado encontrado pelo fator h/d que é a função da altura da peça. Manter o carregamento indicado até a ruptura da peça.85 32 0. Anotar o valor.gov.92 8 0.br 41 . pela respectiva área da peça.90 10 0.Centralizar a peça no dispositivo inferior e baixar o superior até encostar na peça. Certificar-se de que o capeamento não esteja solto ou trincado.84 Calcular o desvio padrão Sd através da expressão Em que N – número de resultados disponíveis X – média aritmética dos N resultados (fpj) PROJETO SHS – Solução Habitacional Simples / Simple Housing Solution Contato: leandro.87 20 0. em mm2.10 Calcular a resistência média (fpj). d) Determinação da resistência característica do piso intertravado (fpk) Obter o coeficiente “t” da distribuição de Student.55 ± 0.95 80 1.com. br / [email protected]. ou adicionar aditivos específicos. deve-se reduzir o tempo de alimentação. consiste na formação de manchas brancas na superfície da peça. é sinal que ao fim da extrusão. basta evitar o contato das peças com umidade intensa após a cura ou utilizar cimentos tipos III ou IV.9. Se a peça não estiver compacta. causada pela formação de carbonato de cálcio. Para limpar as manchas. ainda havia carga sobre o bloco. pode-se empregar solução de ácido muriático diluído em água na razão de 1:4 (FERNANDES. No processo de fabricação “em descanso” este fator é agravado pela forma cônica da altura da peça. 4.Xi – valor individual de cada resultado Calcular a resistência característica pela expressão 4. 4. Se a peça estiver compacta. que faz com que o contato das superfícies laterais não ocorra de forma satisfatória.gov. Para evitar a eflorescência. não provoca danos à resistência do concreto.1 Eflorescência Também chamada de carbonatação. Em pequena escala.torres@cemaden. PROJETO SHS – Solução Habitacional Simples / Simple Housing Solution Contato: leandro. Quando a peça quebra na base. compactação e vibração.com.br 42 .3 Quebra do bloco na base A máquina para vibro-prensagem trabalha com 3 tempos: alimentação do molde.9 PROBLEMAS MAIS COMUNS E SOLUÇÕES 4. 2008).2 Falta de intertravamento no piso Provocado quando a base não está bem compactada e quando as superfícies laterais das peças possuem acabamento liso. pode-se aumentar o tempo de alimentação e ao mesmo tempo os tempos de compactação e alívio. deve-se reduzir a umidade. fabricação e análises pós-fabricação de blocos e pisos intertravados de concreto e também uma breve análise das patologias que devem ser evitadas. a tecnologia apresenta vantagens do ponto de vista ambiental e econômico. havendo necessidade de pesquisas mais aprofundadas. de modo a garantir a qualidade do produto para aplicação.4 Curvatura para dentro Se o bloco fica com uma curvatura para dentro. enfim.5 Curvatura na superfície superior Quando isso [email protected]. Neste trabalho. economizar materiais e minimizar resíduos.gov. Há também possibilidade de fabricação dos blocos com agregado de demolição. uma vez que permite suprimir etapas da obra. por apresentar características de facilidade de execução. Com certa quantidade de cimento e com a correta utilização de certos tipos de agregado. Apesar da simplicidade de execução.com.9. envolvendo testes laboratoriais pré e pós fabricação. A solução é reduzir o tempo de vibração. itens fundamentais no processo de reconstrução. Desta forma. 4. Além disso. é possível a fabricação de blocos de concreto e pisos intertravados. espera-se que este trabalho contribua para capacitação e provisão de conhecimentos necessários à adequada utilização da tecnologia de blocos de concreto e pisos PROJETO SHS – Solução Habitacional Simples / Simple Housing Solution Contato: leandro. Neste caso. 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS A tecnologia de fabricação de blocos de concreto e pisos intertravados é muito útil para aplicação em sistemas de mutirão.br / [email protected] 43 . foram explorados e detalhados os processos empíricos e laboratoriais necessários nas etapas de análises pré-fabricação. a mistura dentro do molde foi insuficiente ou a vibração foi demasiada. porém a abordagem técnica é sensivelmente diferente. é sinal que a mistura está muito úmida e não permitiu a entrada de ar para a saída das canecas. para efeito de fabricação do material torna-se necessário um estudo criterioso dos materiais empregados. provocando um vácuo que estufa o bloco para dentro.4. com. dando maior autonomia às comunidades em risco ou atingidas por desastres para solução dos problemas habitacionais que enfrentam e agilizando o fornecimento das moradias.intertravados. PROJETO SHS – Solução Habitacional Simples / Simple Housing Solution Contato: leandro.gov.br / [email protected] 44 .torres@cemaden. possibilitando seu emprego nas situações críticas onde o Projeto SHS se propõe a atuar. Foz do Iguaçu.usp. ABIKO. B. Barreiras e Facilitadores da Inovação Tecnológica na Produção de Habitações Populares. Blocos e Pavers – Produção e Controle de Qualidade. Idário Domingues. NBR 12118 – Blocos Vazados de Concreto Simples para Alvenaria – Métodos de Ensaio . São Paulo. Ribeirão Preto: Treino Assessoria e Treinamentos Empresariais Ltda. REZENDE. 2007.torres@cemaden. 1982. 2011. IX Encontro Nacional de Tecnologia do Ambiente Construído (ENTAC): Anais. de.pdf>. _____________.Versão Corrigida: 2011. Acesso em 15/09/2010.br / [email protected]. de. S. São Paulo. NBR 6136 – Bloco Vazado de Concreto Simples para Alvenaria Requisitos.gov.pcc. São Paulo. P. Disponível em: < http://alkabiko. NBR 5712 – Bloco Vazado Modular de Concreto. 2002. FERNANDES.br/artigos/ENTAC2002_0895_904. 2008. _____________. Alex K.br 45 . Marco A.6 BIBLIOGRAFIA ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. BARROS. Mércia M. PROJETO SHS – Solução Habitacional Simples / Simple Housing Solution Contato: leandro. poderão causar patologias como manchas aparentes e queda da resistência mecânica. b) Recipientes Devem ser inoxidáveis. grãos de materiais carbonosos ou outros grãos friáveis não são desejáveis.br 46 . este materiais quando presentes no agregado que constituirá o concreto.1% da massa da amostra de ensaio. d) Estufa Deve prover livre circulação de ar e ser capaz de manter a temperatura no intervalo de 100°C ± 5°C. Aparelhagem a) Balança Deve ter precisão de 0. com dimensões e forma que permitam espalhar a amostra em uma camada delgada em seu fundo.7 7.br / [email protected]ção do teor de argila em torrões nos agregados: A presença de argila em torrões.com.torres@cemaden. permitindo pesar qualquer carga dentro de seus limites de utilização. c) Peneiras Devem cumprir com o que especifica a NBR-NM-ISO 3310-1:97 ou NBR 7217_1987.1 ANEXOS Substâncias nocivas Fonte: ABNT 7211 – 1983 – Agregado para concreto – especificação As quantidades de substâncias nocivas não devem exceder os limites máximos em porcentagem da massa do material: a) NM 44 1996 . Amostras PROJETO SHS – Solução Habitacional Simples / Simple Housing Solution Contato: leandro. Objetivo Este método de ensaio tem por objetivo a determinação do teor de argila e partículas friáveis nos agregados. 0 19. 19. 9. formando uma camada delgada. As amostras de agregado miúdo devem consistir nas partículas retidas na peneira 1.75 mm.000 3.5 Superior a 37.com. O agregado deve ser seco até massa constante à temperatura de 110°C ± 5°C.gov.5 mm.075 mm. A amostra de ensaio não deve ter massa inferior à definida no Quadro 1. pode ser necessário combinar o material proveniente de mais de uma determinação. o material deve ser separado pela peneira de 4.75 A 9. PROJETO SHS – Solução Habitacional Simples / Simple Housing Solution Contato: leandro. As amostras de agregado graúdo devem ser separadas em frações. de acordo com a NM 46:95 do “Comite Mercosur de Normalizacion”.18 mm e não devem ter massa inferior a 25 g. Quadro 1 Massa mínima da amostra de ensaio de agregado graúdo DIMENSÃO DAS PARTÍCULAS DA AMOSTRA (ABERTURA DE MALHA DE PENEIRA) (mm) 4.0 a 37. Para obter as quantidades indicadas na seqüência. Cobri-la com água destilada e deixá-la em repouso durante 24 h ± 4 h.5 9.000 No caso de misturas de agregados miúdos e graú[email protected] / leandrogregorio@ig. Execução do Ensaio Pesar a amostra de ensaio com a precisão definida na alínea “a” do item 4 e colocá-la no fundo do recipiente.br 47 .000 5.5 A 19.O agregado ensaiado por este método consiste no material retido na peneira 0.0 mm e 37.75 mm e as amostras de agregados miúdos e graúdos devem ser preparadas de acordo com o que foi definido. utilizando as peneiras: 4.000 2.5 MASSA MÍNIMA DA AMOSTRA DE ENSAIO (g) 1. realizada de acordo com a NM 46:95.5 mm. 5 TAMANHO DA AMOSTRA DE ENSAIO (g) 850 1.000 O peneiramento úmido deve ser realizado vertendo um jarro de água sobre a amostra. tornando-se material fino removível através de peneiramento por via úmida.000 3.000 5. conforme procedimento anteriormente mencionado.0 19.1% da massa da amostra de ensaio. e secá-las até massa constante à temperatura de 110°C ± 5°C.com.0 a 37.br 48 . Quadro 2 Peneira a utilizar para separar o resíduo DIMENSÃO DAS PARTÍCULAS DA AMOSTRA (mm) Agregado miúdo (retido na peneira 1. Todas as partículas que possam ser rompidas com os dedos.Posteriormente. Após o resfriamento.18 mm) 4.75 a 9.5 Superior a 37. separar os detritos do restante da amostra por meio de peneiramento úmido utilizando a peneira prescrita no Quadro 2. enquanto se agita a peneira manualmente. Não utilizar as unhas para romper as partículas e nem pressioná-las contra uma superfície dura. romper as partículas com a finalidade de desfazê-las.000 2. Cálculos PROJETO SHS – Solução Habitacional Simples / Simple Housing Solution Contato: leandro.torres@cemaden. pesar esse material com precisão de 0.gov. Remover cuidadosamente da peneira as partículas retidas.5 a 19.5 9. Após terem sido rompidos todos os torrões de argila e partículas friáveis perceptíveis. pressionando-as entre os dedos polegar e indicador.br / leandrogregorio@ig. até que todo o material de menor dimensão tenha sido separado. devem ser classificadas como torrões de argila ou partículas friáveis. mr = massa das partículas retidas na peneira correspondente. a utilização do agregado miúdo pode ficar condicionada ao resultado do ensaio previsto na NBR 7221.br 49 .Calcular a porcentagem de torrões de argila e materiais friáveis contidos no agregado miúdo e nas frações de agregado graúdo de acordo com a fórmula seguinte: P = [(m – mr)/m] x 100 Onde: P = quantidade de torrões de argila e materiais friáveis. que é uma norma técnica. pesada de acordo com a classificação da amostra original antes da separação ou.com. Prescreve a aparelhagem.gov. fixa o procedimento para a estimativa da presença de compostos orgânicos nocivos em areias a serem usadas em argamassa e concreto de cimento. de preferência. a porcentagem de torrões de argila e materiais friáveis é a média das porcentagens obtidas para cada fração do agregado. essa fração não deve ser ensaiada.18 mm). Se o agregado contém menos de 5% de material correspondente a alguma das frações especificadas na Tabela 2. Quando a coloração for mais escura. em gramas. com a classificação média da parte apresentada pela amostra.Avaliação das impurezas orgânicas. se deve considerar que essa fração contém a mesma porcentagem de torrões de argila e materiais friáveis que a fração de menor ou maior dimensão de partículas mais próximas. Objetivo PROJETO SHS – Solução Habitacional Simples / Simple Housing Solution Contato: leandro.Avaliação das impurezas orgânicas: A amostra não deve apresentar uma solução mais escura do que a solução padrão. m = massa da amostra de ensaio (para agregados miúdos.torres@cemaden. em porcentagem. ME 055/95 . porém. e condições para interpretações dos resultados por colorimetria. b) ME 055/95 .br / leandrogregorio@ig. Para os agregados graúdos. com a finalidade de calcular a média ponderada. Este documento. é a massa da parte que fica retida na peneira 1. preparo de soluções para ensaio. em gramas. por peneiramento úmido. pela colorimetria.br 50 . da presença de compostos orgânicos nocivos em areias para argamassa e concreto de cimento. Preparo das soluções Preparar as soluções com antecedência e em quantidade suficiente para os ensaios. f) papel de filtro qualitativo. com capacidade de 100 ml.br / leandrogregorio@ig. b) álcool a 95%. graxas.1 Esta Norma fixa o procedimento para estimativa.. c) balão columétrico. de 500 ml.a.gov.01 g e capacidade mínima de 1 kg. a) ácido tânico p. com capacidade de 1000 ml.com. glucose e outras. Aparelhagem a) balança com reolução de 0. mais completos.torres@cemaden. e) funil de vidro de haste longa. h) colorímetro.3 Este método não determina substância orgânicas como óleos. 1. de vidro.2 O principal objetivo do ensaio é fornecer uma advertência para a necessidade da realização de outros exames posteriores da areia.1. g) tubos nessler de 100 ml. parafinas. d) balão volumétrico. antes de sua aprovação para uso. Reagentes e Preparo das soluções Reagentes Na aplicação desta Norma são usados os seguintes reagentes: hidróxido de sódio com 90% a 95% de pureza. b) frasco tipo erlenmeyer com rolha esmerilhada. PROJETO SHS – Solução Habitacional Simples / Simple Housing Solution Contato: leandro. de vidro. 1. Solução de ácido tânico a 2% .gov.1. Resultado A apresentação do resultado deve incluir a identificação da amostra e a avaliação da cor. em lugar de água destilada. contidas nos tubos Nessler. Amostragem Colher amostra.br / [email protected] 2 g de ácido tânico em 10 ml de álcool a 95% e completar o volume de 100 ml com água destilada. Esta solução deve ser preparada no momento do ensaio.3. em balão volumétrico.dissolver 30g de hidróxido de sódio em água destilada e completar o volume de 1000 ml. conforme item 4.Solução de hidróxido de sódio a 3% .torres@cemaden. Ensaio Colocar em frasco erlenmeyer 200 g de areia seca ao ar. filtrar cada uma das duas soluções em papel de filtro qualitativo. da areia para ensaio. em balão volumétrico. Nota: Permitida também o uso de água deionizada no preparo das soluções. Em outro frasco erlenmeyer. obtida conforme disposto no Capítulo 5.2.com. mais clara ou igual à da solução padrão. PROJETO SHS – Solução Habitacional Simples / Simple Housing Solution Contato: leandro. Agitar e deixar também em repouso durante 24 horas. colocar 100 ml da solução padrão (recém-preparada). Solução padrão – adicionar 3 ml da solução de ácido tânico a 2% com 97 mo da solução de hidróxido de sódio a 3%. Avaliação do índice de cor Avaliar a quantidade de matéria orgânica comparando a cor da solução obtida pela aplicação de hidróxido de sódio à areia com a cor da solução padrão. A seguir. adicionar 100 ml da solução de hidróxido de sódio e agitar rigorosamente o frasco até completa remoção do ar existente no conteúdo. Anotar se a cor é mais escura. de cerca de 200 g. em conformidade com a DNER-PRO 120/94 (ver 2. deixar o frasco em repouso durante 24 horas.br 51 . Findos os prazos indicados.b) – Coleta de amostras de agregados.1. recolhendo cada uma delas em tubo Nessler. indica a possibilidade de a areia ser portadora de compostos orgânicos nocivos.br 52 . ensaios posteriores devem ser realizados visando a aprovação ou rejeição do material.Interpretação do resultado Cor mais escura que a da solução padrão. para uso em argamassa de cimento e em concreto.com. identificada no ensaio.br / [email protected]@cemaden. PROJETO SHS – Solução Habitacional Simples / Simple Housing Solution Contato: leandro.gov. 8 2.5 4.15 0. PREPARAÇÃO DO MATERIAL DETERMINAÇÃO DA UMIDADE CÁPSULA N0 PESO BRUTO ÚMIDO PESO BRUTO SECO PESO DA CÁPSULA PESO DA ÁGUA PESO DO AGREGADO SECO TEOR DE UMIDADE TEOR MÉDIO DE UMIDADE % DETERMINAÇÃO DA DENSIDADE DOS GRÃOS PICNÔMETRO N0 PAS TEMPERATURA Pc Ps MASSA ESPECIFICA ABSOLUTA MASSA MÉDIA PENEIRAMENTO DE AGREGADO GRAÚDO PENEIRA 50 38 25 19 9.7.2 Formulário para análise granulométrica por peneiramento.6 0.2 0.075 .42 0.0 PESO RETIDO PESO QUE PASSA % QUE PASSA DA AMOSTRA TOTAL AMOSTRA TOTAL PESO BRUTO ÚMIDO TARA PESO ÚMIDO PESO DO AGREGADO GRAÚDO PESO DO AGREGADO MIÚDO ÚMIDO PESO DO AGREGADO MIÚDO SECO PESO DA AMOSTRA SECA PENEIRAMENTO DE AGREGADO MIÚDO PENEIRA PESO RETIDO PESO QUE PASSA % QUE PASSA DA AMOSTRA PARCIAL % QUE PASSA DA AMOSTRA TOTAL 1.30 0. Fonte: Acervo Prof. Fernando Teixeira. 7.gov. Fernando Teixeira.com.3 Formulário para caracterização granulométrica do agregado – [email protected] / leandrogregorio@ig. PROJETO SHS – Solução Habitacional Simples / Simple Housing Solution Contato: leandro. Fonte: Acervo Prof.br 54 . imaginando uma edificação com 2 pavimentos e pé-direito de 3.torres@cemaden. Suponha-se uma alvenaria que receba a contribuição de 2 lajes pré-fabricadas (uma de cada lado) de cerca de 5m de vão livre (normalmente as lajes de residências não chegam a este vão). Peso próprio da laje: pp laje := 8cm⋅ γ conc pp laje = 2 × 10 Pa 3 pp laje = 203. Peso específico do concreto: γ conc := 25 kN m 3 Fonte: Acervo pessoal.4 Verificação de Cálculo das Cargas Incidentes Sobre a Base da Alvenaria.943 ⋅ kgf m 2 Revestimento: g rev := 100 kgf m 2 Alvenarias sobre a laje: g alv := 100 kgf m 2 Sobrecarga de lajes de piso (ocupação residencial): qacid1 := 150 kgf m 2 Sobrecargas de lajes de cobertura: qacid2 := 100 kgf m 2 Considerando ainda a possibilidade de duas caixas d água de 1000l sobre a laje de cobertura: gagua := 2 tonf PROJETO 2 SHS – Solução Habitacional Simples / Simple Housing Solution 25m Contato: leandro.gov.br 55 .7.com.0m.br / leandrogregorio@ig. Deseja-se saber as tensões nos tijolos da base. 478 ⋅ kgf m 2 Largura de influência da alvenaria de apoio: larg inf := 5m Pé direito: pe dir := 3m Carga por metro. PROJETO SHS – Solução Habitacional Simples / norma Simplepara Housing Solution Contato: leandro.707⋅ m Tensão atuante na alvenaria (considerando área "cheia").br 56 .4⋅ σ alv σ calc = 0. na base da alvenaria: Carga base := pp laje + g rev + g alv + q acid1 + q acid2 + g agua ⋅ larg inf + pp alv ⋅ 2⋅ pe dir ( ) tonf Cargabase = 5.com. em serviço: σalv := Cargabase 14cm σ alv = 0.363⋅ MPa Tensão de cálculo na alvenaria: σ calc := 1.br / [email protected]⋅ MPa Ou seja. a tensão de cálculo na base de uma alvenaria de uma edificação de 2 pavimentos ainda é inferior a 30% da resistência mínima recomendada por alvenarias de vedação.gov.gagua = 72. com revestimento em ambos os lados): γ bloco := [ ( 14cm⋅ 3 + 40cm⋅ 2) ⋅ 2cm⋅ 20cm + 4cm⋅ 20cm⋅ 40cm] ⋅ 25 pp alv := 14cm⋅ γ bloco kN  1  3  ⋅ 14cm⋅ 20cm⋅ 40cm m  pp alv = [email protected] ⋅ kgf m 2 Peso de alvenaria de bloco de concreto (14cm de largura.
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