65328078 O Seminario Livro 19a O Saber Do a

March 17, 2018 | Author: Ferdnand Viejo | Category: Psychoanalysis, Discourse, Truth, Sigmund Freud, Nicolaus Copernicus


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JACQUES LACAN"Da análise, há uma coisa que deve prevalecer, é que há um saber que se retira do próprio sujeito... É do tropeço, da ação fracassada, do sonho, do trabalho do analisante que esse saber resulta. Esse saber que não é suposto, ele é saber, saber caduco, migalhas de saber, sobremigalhas de saber. É isso o inconsciente." Jaques Lacan O Saber do Psicanalista O Saber do Psicanalista Seminário 1971-1972 PUBLICAÇÃO PARA CIRCULAÇÃO INTERNA í o l . '. n ou dii l'sydi:m;ilyste i «M i n i . m.i < | . i A;,;.(H i.ii^ão Freudiana Internacional JACQUES LACAN < i i M i : ; ; i A ( ) l í l )IT( > R I A L - 2000/2001 Aiip-l.i Nnpii Ma de Fátima Belo i i i n l i . i l .i|>;i l ' In 1.1 r. Fonseca* M.in ilnie Dória Ma Lúcia Santos MônicaVieira Telma Queiroz O Saber doPsicanalista SEMINÁRIO 1971-1972 REVISÃO DE REDAÇÃO: Denise Coutinho TRADUÇÃO: Ana Izabel Corrêa - PE Letícia P. Fonseca - PE Nanette Zmery Frej - PE REVISÃO DA TRADUÇÃO: Denise Coutinho - BA ILUSTRAÇÃO DA CAPA: lídipa interrogado pela Esfinge Psicanalista, tradutora e doutoranda em Letras pela UFB A. Responsável pela coordenação do projeto de tradução e editoração. Nota Liminar da Edição Francesa s conferências aqui reunidas sob o título O Saber do psicanalista foram proferidas na capela do Hospital Sainte-Anne paralelamente ao seminário ... oupire. Tratava-se de retomar contato mais diretamente com os jovens psiquiatras, uma preocupação que nunca o abandonou. Ainda que se imponha, de modo geral, reservar para seu seminário os elementos novos que ele pensa poder trazer, estas lições apresentam muitos desenvolvimentos que não se encontrarão alhures e cuja importância não deve ser subestimada. C.D. A aos revisores e a todos aqueles que colaboraram conosco. realizada a partir de texto estabelecido pela Associação Freudiana Internacional. tornando possível esta edição. não tendo qualquer finalidade comercial.Nota da Comissão Editorial O presente texto é um documento de trabalho desenvolvido por um Grupo de Projeto e Tradução mobilizado pelo Centro de Estudos Freudianos do Recife. dando testemunho da continuidade do processo de formação do psicanalista suportado e efetivado no CEF-Recife. . Ao ser passado agora ao público. advém de questionamentos e constante interlocução. Agradecemos a cada um dos tradutores. viabiliza-se mais um recurso que pode dar lugar a novas reflexões e elaborações. ao se fazer circular suas ideias. dedica-se ao uso exclusivo dos participantes do Centro de Estudos Freudianos do Recife. tem como objctivo principal fornecer aos participantes da Instituição subsídios para o estudo. Fruto portanto de uma transferência de trabalho. a partir da leitura textual da obra de Jacqucs Lacan. Esta tradução. E. de 6 de janeiro de 1972 Lição IV.l Sumário Lição I. de 2 de dezembro de 1971 Lição III. de l de junho de 1972 77 . de 3 de março de 1972 Lição VI. de 4 de maio de 1972 Lição VII. de 3 de fevereiro de 1972 Lição V. de 4 de novembro de 1971 Lição II. 27 42 57 73 93 77.? .. eles eram o máx i 11 n > ' M .não falo do que eles são agora . ali. não há tanta necessidade de vocês se cansarem. como são chamados. isso era sem dúvida um efeito de gn i | » > mas quanto a man ter-se na ignorância. pois não esqueçamos que. alguns já supõem por terem assistido ao que chamam de meu seminário. é o saber que lhes prometo. porque trabalho muito. A partir daí .e na medida em que eu possa manter esse fôlego . quanto daquilo que chamavam asilos.c iss< i deveria estar inscrito em algum lugar. mas foram improvisadas nessa manhã. enfim. Um ponto sobre o qual insisti foi sobre a distância que existe entre o trabalho e o saber. Para voltar ao saber. Trata-se de uma experiência marcante que ti vê 11. justamente na sala dos plantonistas. mas como nosso forte não é a meditação. o que eu esperaria é que aqui estivessem os residentes. são suficientes para mim. É esse público ao qual eu visava ao voltar a Sainte-Anne. parece-me que. como eram chamados no meu tempo.me dariam o prazer de levantar a mão? É uma minoria esmagadora. mas.os residentes tanto dos hospilaií. Porque faz um bom tempo que frequento essas muralhas . "residentes dos asilos". só podemos conheciIa através de uma experiência. o que não quer dizer que não tenha algumas notinhas. É evidente que essas palavras. Entretanto não é preciso que vocês sintam-se obrigados a fazer o mesmo.vou tentar dizer a vocês algumas palavras. Vocês vão ver o por quê. agora são "hospitais psiquiátricos". mostrei há bastante tempo que o fato de a ignorância poder ser considerada no budismo como uma paixão. esta noite. Será que se houver alguns aqui falo dos residentes em exercício .1 muito tempo. justifica-se com um pon co de meditação.não especialmente as daquela época . sem contar o resto. logo. em torno de 25-26. como sempre. e os residentes dai 11 u • Ia época . Tinha a esperança de que alguns deles faltassem ao trabalho para vir. eu as faço de improviso.Lição I -o 4 de novembro de 1971 V oltando a falar em Sainte-Anne. as psicoses.T grau de ironiano que acabo de dizer. mas está amplamente demonstrado n< > livro que se chama História da loucura.u 1. entre a psiquiatria e apsiquiatraria.. enfim. n | •« p sição sobre algo que já é uma oposição. quando alguém queria ser médico i u i ma determinada época. bem. enfim. É claro que isso não leva a lugar algum. a ignorância está ligada ao saber. . para dizer a verdade. faz a continuidade delas com as mais recentes. Nessa mesma sala < It >s plantonistas chegaram ao mesmo tempo quatro pessoas cujos nomes não p< tsso deixar de relembrar. distinguir. no tempo em que esse título não era um atestado de ignorância. Enfim. isso tem um lado precioso.\o ftb "lm < mente fabuloso. sejam quais l o rem as ilusões que algumas empresas locais mantenham sobre a questão. não é culpa da ignorância. "iiM. afinal de contas. Naquela época. i l n me que existe numa certa zona do dito ambiente.Iruii que esle loi um momento da medicina. mas desde que entreguei alguns de meus Escritos pãrapublixação1. o grau de ignorância passional que reinava na sala dos plantonistas do Sainte-Anne. uma vez que sou um deles. A queslat > < l< >:. a psicanálise não melhorou abs< >l 111 a mente nada.u 11 muito que eu me posicionasse a esse respeito. Aquela que nós atravessamos não está perto de aliviar esse fardo. Dito isto. O psicanalr. algumas observações inspi i . no ano < K67-68.i meus olhos. o valor lógico do artigo definido. O outro./. enfim. . depois do que acabo de lhes dizer sobre a ignorância. o não • i. (. um serviço social. voltarei talvez daqui a pouco. É outra « « u s a . e uma questão absolutamente não resolvida pela antipsiquiatria. esta é uma indicação introdutória. É verdade que eram pessoas que tinham vocação e. assim. O futuro a Deus pertence. somente para lembrá-lo.n hriu'. Mas. se posso dizer.i não parece ter mudado nada num determinado assentamento do saber... se ousi > me expressar assim. se a ignorância. era Henri Ey. doentes mentais. para melhor dizer. como observou Freud. manifestar uma ignorância. \(\. porta o saber em seu nível mais baixo. não é para mim uma menos-valia. que me agradana l a/cr ressurgir esta noite. se houver tempo. onde introduzira a noção "do psicanalista". todo mundo sabe minha idade. passemos. naturalmente. porque não podo n l mugi H " HtjU era o ambiente dos asilos antes que Ey pusesse os pés a l i . é o quanto. mostrar. De sorte que a correlação da ignorância com o saber é algo de onde essencialmente temos que partir e ver que afinal. Mas vocês só podem se enganar. para indicar algo dessa experiência. coi n< > . Sobre o sentido dessa palavra. de fato. • 1 i ri i"i inicia-não esqueçam que falo da ignorância-acabo de dizer que é m 11.. IKK i sei II conviria fazer algumas observações sobre isso. esse momento devia fon osumente sei seguido pela vacilação atual. Não são coisas que acontecem de um dia para o < mi i n mudar o assentamento do saber. Se vocês pensam que devia l i ivei ai i|iial(|in. a ignorância não é mais tão douta para que a medicina não sobreviva de outra coisa senão de superstições. não esquecer quanto ao que chamamos as revoluções: é que essa palavra é admiravelmente bem escolhida por querer dizer retorno ao ponto de partida. como se pudéssemos i .. toda via. É a criação de uma certa virada histórica. num certo setor. Unbehagen. .. na medicina. um certo cardeal chamava "douta ignorância" o saber mais elevado. que dessa ignorância Ey foi o civilizador. E devo t h/.i. Agora a história avançou e acabo de receber uma circular assinalai u Io n . A antipsiquiatria é um movimento cujo sentido é a liberação do psiquiatra. aquela que precisamente acabo de evocai c . vocês não se surpreenderão que eu sublinhe que a "douta ignorância". I. no sentido em que coloquei a questão.. há todavia algo de surpreendente que. Mas eu queria destacar que. ( > círculo de tudo isso já era conhecido.não é para me vangloriar disso. .11 \ 10. 111. da qual não quero perder o fio da meada após quase 45 anos frequentando essas muralhas . É uma maneira de estabelecê-la. de Michel Foucault. de l. estão redondamente l ! enganados. ter vocação para os asilos era algo bem particular. também não é um déficit. no tempo em que tentei lembrar. Enfim.com o espaço de tempo percorrido. ou daquilo que chamamos. Já faz algum tempo que. O psicanalista. e i u ninai que tenha querido beneficiar-se. é um dos inconvenientes! -naquele momento. No ftlfl do./ . que. 11 / pertCfl 13 . a respeito desse nu > v 111 n ntO promotor de todo tipo de centelhas do que se chama a antipsiquiali ia. Era Nicolau de Cusa.não é? . A civilização.1:. no que diz respeito às salas dos plantonistas.' l. Não leva a lugar algum porque há uma característica que seria preciso.)i UM i . . 11 É o mínimo que se pode dizer. Pode-se dizer . e precisamente no que concerne oportunamente à medicina.ei que louvo seu trabalho. Pois. no que diz respeito ao viés que os saberes tomam. precedido pelo arti <?. M l'"il. .i/. a partir de um certo momento. era o fim de uma época. nem de reduzir seu 111 \. bem ao contrário. na minha velha experiência. o psiquiatra Ia/.< > < lê 1 1 1 1 1 do. Por exemplo. . como se expressava um certo cardeal. devo dizer que é incvocável. não nos desembaraça de i u • 11111111111 ia l -estar. naquele momento. nessa ocasião. tudo isso é normal. consolidada. é antes o contrário.ei t Ir l a um saber estabelecido. De sorte que isso deixa as questões da antipsiquiatria um pouco fora do prumo. diante de um auditório bem grai ide i iaqi K-lê momento. > m . mas. o furo está aí. Eu não disse o inconsciente é estruturado como alíngua. Eu não sei por que.Vocês querem fazer a correção? Não é um "d". enfim. mas é estruturado como uma linguagem e voltarei a isso daqui a pouco. é porque é o não-saber. Vocês vêem o lapso? Enfim isso vale o Lalande. se a verdade não é o saber.. mas que entretanto uma parte importante já sabe. com a vertente inteiramente contrária àquilo para que serve um dicionário. Vejam como eles são cultos! . assim. E. uma conferência sobre o não-saber. E justificarei por quê. um bicho literário. tínhamos feito um outro achado que também não era rui m. qualquer que seja. Não é uma má bandeira. < > que chamei essa fronteira sensível entre verdade e saber. repito. mesmo assim.não é? . Enfim. Há entre eles . por exemplo. Enfim. o caminho é fácil para proferir. com a repetição. escreverei doravante numa só palavra. é precisamente aí que o discurso analítico se sustenta. Mas há outras coisas. Não há necessidade de datar. Que foi que eu disse? Vocabulário da Psicanálise.não sei que bicho o mordeu. não se faz melhor. a boa sorte daqueles que tiveram a boa inspiração de me seguir. Devo dizer que George Bataille fez.o que eu disse sobre o saber como fato correlato da ignorância.. para levantar a bandeira do não-saber. como sublinhei em algum lugar. Isso também existe. isto é. o inconsciente tem a ver de início com a gramática. a preguiça. a gente se entrega a toda uma mímica. A gramática e a repetição são uma vertente completamente diferente daquela que fixei há pouco sobre a invenção. é mesmo entre eles que isso tem um sentido. Isso é bastante. É mesmo deles que isso vem.O Saber do Psicanalista 4 de novembro de 1í>71 ce à boa sorte. O dicionário tem a ver com a dicção. é cada vez mais raro. É isso que chamo a boa sorte. não é? Vai da invenção à persuasão. há vertentes. é evidentemente porque eu tinha posto na ordem do dia esse termo saussuriano alíngua que. assim como a persuasão. aquele que é precisamente o ponto em questão na psicanál isc. por exemplo. Eles entenderam suficientemente bem . há o não-saber. Sublinhei. Para introduzir uma confusão definitiva sobre um assun- to delicado. para aqueles que lidam coi 11 < > inconsciente. Eu o tinha iniciado dizendo que o inconsciente era estruturado como uma linguagem. justamente. Mas quando foram lançados os "responsivos" dos quais eu falava há pouco sobre o Vocabulário da Psicanálise. tecer esse fio. além disso. muito a ver. e então isso os atormentou um pouco. como podem . é assim que a escreverei doravante. isto é. não é esse lado que tem a ver com o inconsciente. Senhora Verdade.. tudo o que não é preto é não-preto. por exemplo. vejam. Enfim. é um "g". ele não deu uma palavra. Então. sabe-se que insisti sobre a diferença entre saber e verdade. Isso subsiste . não é? É seu lugar". colocá-los numa outra direção. onde essas coisas são bem acolhidas. a respeito do que devo chamar meu discurso. Apenas.. Deus sabe que ele não ridicularizava isso e que especialmente no dia de sua conferência. Enfim. de campos de concentração do Bom Deus.em quase todos os místicos. que não é pouco. boa ou má. De sorte que era uma maneira muito boa fazer como aqueles que teriam podido ajudar-me naquele momento a fazer minha marca. há algumas formas de institucionalização. na sala de Geografia em Saint-Germain de Prés. O que eu queria esta noite era evitar que se estabelecesse um mal-entendido para aqueles a quem eles possam se dedicar. porque é chique. penso que isso não lhes ocorreria. tudo a ver.Não se escuta nada! É a acústica! . que vocês conhecem bem por que é um lugar de cultura. tínhamos dado a eles um trabalho muito bonito: Vocabulário da Filosofia. como se dizia outrora. bem. em nome de algo que é o efeito da boa vontade de alguns que me seguem. Algo sairá deles. Pode servir justamente de ajuntamento do que não é. é muito importante. lá.enfim. Lalangue. não é: "Passe primeiro. no interior da Universidade. porque agora o não-saber é chique. há 10 anos. enfim. Tínhamos encontrado um troço formidável: os dois melhores caras que puderam trabalhar nessa trilha. naturalmente troços que subsistem nos escritos de George Bataille. é certo. articulei que essa fronteira sensível entre a verdade e o saber. é a lógica. 14 15 . e isso permanece talvez em dois ou três lugares de seus escritos. o que é inteiramente o contrário da sorte. contrariamente ao que é ainda muito difundido. Para os outros não é uma questão de boa sorte. Lógica aristotélica. aqueles cuja psicanálise que usam não deixa nenhuma chance. da qual falei há muito tempo. Em suma. alíngua não tem nada a ver com o dicionário. Contrariamente ao que penso. tem também um pouco a ver. com a poesia e com a retórica. porque de outro modo. Zombaram dele e sem razão. O negócio deles será regulado pelo automatismo. um dia. O que não era uma má forma de fazer a ostentação do não-saber. Bem. a vertente útil na f unciu > da alíngua. Então. não tenho o quadro-negro. escrevam alíngua [lalangue] numa só palavra. ao que a massa dos ouvintes pensa. como escrevo agora. já sabe se escutou alguns termos nos quais tentei dar passagem àquilo que digo sobre o inconsciente. é um achado esse não-saber. sem dúvida. se os porquinhos não os devorarem3. a vertente útil para nós psicanalistas. por exemplo. excessivamente raro para recrutar como clientela: a ignorância crassa. o saber? E isto que vou precisar demonstrar para vocês. É aí. fora o incómodo que isso provoca em alguns doutores da igreja. que o animal saiba do que precisa. De sorte que. não tenho dúvida. Num caso como no outro. mas é certo que há uma delas na qual. antecipada por Freud.ele o retomará depois no Mal-estar na civilização . o entusiasmo. Ele confunde com fazer aquilo que é rotulado como revolução no saber. grosso modo. que foi traduzido e publicado no primeiro número do International Journal ofPsychanalysis. esse famoso termo resistência.quem colocara o Sol no centro e a Terra a girar em torno. Ele pensa que contra a resistência só há uma coisa a ser feita: é a revolução. pois está aí o osso duro de roer. animal precisamente. e não fiquem batendo na mesma tecla. Freud o explica como pode. isto c. se minha lembrança é boa e. Deixemos o que ele evoca a esse respeito. Freud cai num erro. mas. Em suma. é assim que se intitula. é realmente um fato que passamos do geo ao heliocentrismo e que isso é considerado um golpe. enfim. apesar do esquema que mostra bem isso. é esse saber do qual nós temos uma ideia. estruturado como uma linguagem. o avanço impulsionado pelo não-saber! Será que há necessidade de demonstrar que há na psicanálise. que aquele que sabe que sabe sou [é] eu. a saber. revolução ou não. de fato. E é isso que não passa porque. ele sabe que isso não lhe faz bem. ao qual nunca dei margem a que se cometa erro. E então. é que esse algo que não passa. a revolução cosmológica. num artigo de 1917 na Imago. onde eu creio ter chegado pelo menos numa certa zona. é de uma apreensão permanente. isto é. que nós todos temos os nossos deslizes. a garatuja5 em forma de Eu [Mói] que é feita ali ao redor. não há doutrina que eleve mais a produção humana do que o evolucionismo. para deixar passar aquilo de que se trata. fundamental e primeiro. É exatamente a mesma coisa quanto ao darwinismo. devo dizer. naquilo que eu disse. facilmente. é essa consislén cia do saber que faz com que. o que ele acrescenta. a saber. Copérnico não tinha estritamente nenhum preconceito.no dn Hl. todas essas revoluri >rs não deixam de colocar o homem no lugar da flor da criação.pobre Copérnico! . não se pode dizer verdadeiramente. se é um animal de vida terrestre. na verdade. Era um barco do saber universitário da época. o que é que haveria aí de novo. que seja algo que de alguma maneira seja de natureza tal que o homem se sinta de algum modo humilhado. as pessoas levaram um certo 16 tem pó para se recobrar da novidade. etc. desde sempre. em todo caso. Está bem claro que. isto é. pois o próprio fato de que tenha havido revolução sobre esse ponto é bastante exaltante. para falar propriamente. tende a mascarar aquilo de que se trata. e a novidade é que o que a psicanálise revela é um saber nãosabido por si mesmo. é que o saber de que se trata não passa assim. aqui. Descobrir-se-á daqui a pouco. Está claro que essa referência ao Eu [Mói] é secundária em relação a que um saber se sabe. a primazia desse saber na psicanálise. e sobretudo as resistências que favorecem os deslizes. cosmológico ou biológico.O Saber do Psicanalista 4 de noveiiH. e é assim mesmo que se presta ao mal-entendido. na estrutura do saber. evidentemente. É preciso di/ri. E então. aliás tão pouco fundada desde sempre. Foi ele dizem os manuais . A esse respeito.'l Este é um pequeno parêntese relacionado ao que há de risco de perda neste avanço absolutamente improvisado e ético. posto que não é à toa que se evocou a inspiração. por que não ousar dizer?. quando sabemos alguma coisa. O segundo blow. exatamente. onde? Na função. Agarremos por uma ponta esse caráter primeiro. Talvez sej a l c i l a j 11 si a mente para mascarar. Mas eu lhes pergunto. assim como para o que é da terra. que é biológico. a dificuldade bem específica que há para fazer entrar em jogo uma certa função do saber. é uma subversão que se produz. É por isso que sr pode di zer que essa referência é realmente mal inspirada. É por isso que o emprego do termo revolução é tão pouco convincente. É preciso vocês lembrarem que quando Freud tenta dar conta das dificuldades que há nessa trilha4 da psicanáli se. inclusive de modo a provocar a resistência. sempre floresce esse famoso termo resistência que. e ninguém jamais se preocupou em criar problema. acontece que ele mascara completamente aquilo de que se trata. Freud nô-lo evoca em Darwin sob o pretexto de que. onde ninguém pensa em se surpreender. um blow como se exprime o texto inglês. não é tão certo. que o saber não-sabido de que se trata na psicanálise é um saber que se articula. não vai mergulhar na água além de um tempo limitado. nesse pequeno artigo . Mas. Copérnico . aquela que colocava o homem cm ré l ac ao de parentesco com os primaras modernos. em De revolutionnibus. isto é. Se o inconsciente é algo que surpreende é porque esse saber é outra coisa. se esse saber fosse da natureza de todo um mundo. a revolução. para ele. E Freud explica a resistência à psica nálise através disso que é alcançado. como se diz. não é por acaso. qur rssr . "Uma dificuldade da Psicanálise". maciço. se posso dizer. no que diz respeito ao narcisismo. em não sei que pretenso narcisismo cosmológico. enfim.tinha feito a revol ução.que se encontra a primeira grande parte sobre a revolução copernicana. o mínimo que sr pode dizer é que sabemos que sabemos. a bipolaridade princípio do prazer . não imediatamente. se de um lado nossa interpretação só tem o sentido de mostrar o que o sujeito encontra. É por isso que. Mas. até um certo ponto. ou seja. não i tnporta o que se faça. é que instância ressoa igualmente no âmbito da jurisdição. é algo que se repete.não a metade . É isso que tentei marcar com o S maiúsculo. inocentemente. inocente ou não. não há lugar para a fala. Quarto ponto: onde é que reside o gozo? O que lhe é preciso? Uni rói pó Para gozar. entre outras coisas. de algum modo. é claro que um dia o que o surpreendeu foi que. são exatamente os mesmos. Era uma apreciação. O inconsciente é estruturado como uma linguagem. enfim. É preciso dizer que esse esboço é insustentável e apenas feito para que os ouvidos contemporâneos engulam quanto puderem esses enunciados primeiros. se falo de linguagem. o prazer. a quê? Ao laço do que se manifesta de fala. um toque.princípio da realidade. O processo primário se explica inicialmente por essa aproximação que é a oposição. uma vez que é o próprio princípio daquilo que vocês fazem no momento em que interpretam. É o único caso em que se tem certeza de que ela não mente.como tive o tempo. o que quer q i ir : . é preciso dizer. da realidade? De qualquer forma .. o que se formula. mesmo que seja como quebra-galho. uma nola. Fala-se mesmo de linguagem. disse. ainda nem começou. É o pri meiro ponto do inconsciente estruturado como uma linguagem. no âmbito da biologia. Sem esla distinção mínima. Mas. sobretudo porque. há algum tempo. que são não quero abusar do termo .o que resulta da insistência com a qual o inconsciente nos entrega aquilo que formula é que. desde seu aparecimento. Fala-se de linguagem a torto e a direito. Fala-se de linguagem-objeto na lógica. emprego instância. é o caso de dizer. esse novo estatuto do saber é o que deve acarretar um tipo de discurso totalmente novo. de Outro modo7.. Do mesmo modo.é o terceiro ponto .clinicamente. isto é. Fala-se de metalinguagem. É nessa repetição que Freud descobre o além do princípio do prazer. Mas qual? E por que eu disse uma linguagem? Porque. otium cum dignitate. ser porco. O princípio do prazer é uma referência à moral antiga. uma interpretação analítica é sempre isso. em todo caso. vocês que me seguem não podem dizer que não é. não é sem razão. Mesmo aqueles que fazem pronu : . o laço com o gozo. Mas. e aqueles que estão além do princípio do prazer. aliás. enfim. que não têm absolutamente a menor ideia do que é o princípio do prazer. para a linguagem é o campo. O que destaco. isto é de Outro modo com maiúscula. S(X) precisamente e barrado.em uma situação: quando diz "eu minto". é uma ascese sobre a qual podemos dizer que coincide com a dos porcos.cr dela. A fala define o lugar do que se chama a verdade. é preciso um corpo. Tudo isso é claramente para ser revisto.r laça. ressoa também no âmbito da insistência.falo aos psicanalistas . Apenas vejam. a alíngua. sem nunca se darem conta de que não há uma interpretação que não queira dizer outra coisa. porque ela é suposta sabê-lo. A instância. Pode ocorrer que vocês o façam. assim como para Iodos os empregos que faço das palavras. A palavra porco não significava. isto é. onde faz surgir esse módulo que eu defini como o instante. Não há uma interpretação que não diga respeito. o qual não é fácil de apreender e. há o l 4 de novembro do princípio do prazer. E é inteiramente claro que a coisa emergiu sob a pena de Freud. não há duas classes de seres falantes. na Antiguidade. não é mais um princípio. sendo ela própria sujeita a uma variedade muito grande.O Saber do Psicanalista saber. um saber. intitulo-os Função e campo dafala -para afala 6 é a função. aqueles que se governam segundo o princípio do prazer e o princípio de realidade. a verdade só diz a verdade .ouvidos burgueses. de linguagem começamos a conhecer um pouquinho. que não esteja aí aqui Io que se deve levar em conta como guia. dada do exterior por pessoas que não compreendiam de que se tratava. porque um princípio onde há um além. o benefício é de gozo. como se diz . Na verdade. Isso. matemática ou não. Quer o benefício seja primário ou secundário.é a linguagem na qual se pode distinguir o código da mensagem.vocês não me esperaram para saber. e também deixemos de lado o princípio de realidade. é porque se trata de traços comuns a encontrar na alíngua. também de mentira. no âmbito de uma certa lógica. e a linguagem. tem todavia constantes. no que vocês escutam. o que é < |i uele encontra aí? Nada que não se deva catalogar no registro do gozo. que consiste precisamente em fazer o mínimo possível. o último refinamento da moral do Mestre. da letra-e se. o trabalho e a paciência de articular. É o tercei ro ponto. é sua estrutura de ficção. pois há uma etapa. mas não é absolutamente no sentido esperado. para o uso que quero fa/. A linguagem de que se trata . é igualmente possível que ela diga a verdade sem o saber. ao menos isso. Para começar eu digo que. O que é que isso tem a ver com a ideia que o burguês tem do prazer e.é o caso de dizer . de fato. quando inlrodu/o esses termos.. restringia-se à sabedoria do animal. O segundo . parêntese A maiúsculo.i < l < 18 . o cuidado. isto e. na moral antiga. se há um além não falemos mais do princípio. mais do que qualquer um de nós. Aliás é l >i ivisamenlc nisso que o princípio do prazer. com suas latas de gasolina-pois eles estão na moda não sabemos nada sobre isso. O gozo que •o está verdadeiramente no âmbito da erotologia está ao alcance cl< ' i l h m<|u. i . o conjunto da instituição psicanalíI ira i nternacional. o gozo. para benefício seu ou dos outros. eoi i u > falava no ano passado. Por quê? Porque a dimen•. nem discurso. é justamente o que os sábios que ele engendrou sob o nome de psicanalistas não podem absolutamente engolir. É um lindo texto. final mente. i ( • m | >o M 111. muito além da repressão dita social. não apen. eu paro". só que dizê-lo assim. é a única o tilfl que não demonstra absolutamente nada de semelhante.se podemos dizer. i talvez tivéssemos podido ler isso no instinto de morte de Freud. às claras.u > que o princípio do prazer não tem nada a ver com o hedonismo. completamente fracassado do ponto de vi si a (l( > gozo. "eles tiveram relações". "só sigo até aí". deve haver uma repressão . emFreud. mas é preciso escrevê-la. Freud derrapa. e que se enuncia assim: não há relação sexual. soubesse li K li MI . que parece escolhido para dar a ilusão de que. num casi > como no outro não existe. na verdade.entendam bem que eu falo. i/i l " . reaparecendo na agressividade e i ia 1111.isso então seria. É exatamente aí que o suicídio merece uma objcça( >. algo foi descoberto que podemos dizer análogo àquilo que em li >)'.iv. o texto de Freud. nesse campo. do Além do princípio do prazer. de tem que estar ali.enfim. em algum lugar em meus Escritos. dessa maneira tão sábia. É preciso um corpo.-i < i • pensá-la. provavelmente. enfim. É o que Freud nos diz. o suicídio. essa ruminação em torno do instinto de morte. Se esse não é o princípio mesmo de tudo que tem o nome de gozo. é surpreendente que Freud. H que não temos necessidade que permaneça como uma tentativa para que seja de qualquer modo fracassado. o que dizia. como podemos dizer agora que a doutrina já abriu um pouquinho sua via e que sabemos que não há ato senão fracassado. admite. o que é que ele nos enuncia no Mal-estar na civilização senão que. em que consiste? Em baixar a tensão. pois eles não voltam para dar testemunho.ica chamamos paradoxo. seguramente. vindo do exterior ou do interior. é o ponto em que.m. de um discurso que não seria do semblante*. não admite?. desde aquele momento. ao enunciálo. é mais estranho ver que Freud. ou o dos animais que o rodeiam. Ele é. para com isso fazer surgir. Sim. não é exatamcnle isso. e que é exatamente a única condição (Ir um semblante ter êxito.()/o para o corpo é a dimensão da descida em direção à morte. não lenha acreditado dever pura e simplesmente apontá-lo.é exatamente por isso que acreditei devei . um pouco disparatado10. senão produzindo uma tensão? É exatamente nisso que. porque a noção de iehi cão não coincide absolutamente com o uso metafórico que se faz. enquanto Freud está no caminho do Jenseits dês Lustprinzips. ele fareja que é aí que há algo a aprofundar.iln n . o que chamamos. a todo instante. esses intermináveis dédalos ao redor do termo. mesmo (11 K.n | L n. nesse nível.nos tenha sido legado pela tradição mais antiga. Não é à toa que nos leva ao soma c ã o germe. Seguramente é mais estranho do que os percursos que acabo de sublinhar. no meu seminário.9 É claro.M 111 K lês (.orgânica? É curioso. p i . se mesmo ao proceder assim penso que ainda ha uma n ••}»> \ não é forçoso que ele. Baslan. 1111 < • •. glorio. o que lia a aprofundar é o quinto ponto que enunciei esse ano. i qui seja-é verdade que naquela época as publicações do marquês di Sudi ei ufl menos difundidas . "aí.ele o escreve textualmente . O prazer. Seria talvez muito importante se vcri ficasse i n< >•. se fosse possível. se c que existe um que seja um ato cumprido . nos diz ele. por onde lhe é permitido operar sobre o ou os corpos.i ' « i / i .il. não apenas quando um discurso a e s l a l » . Infelizmente. i < I. ' i (Ai . Pode se falar seriamente de relação. simplesi i in H< dessa palavra "relação". Ele não nos diz assim cruamente. 1 1 CfCVl ' • não há relação. Se vocês não estão nem . de que gozar. ou retornando do exterior sobre o min mi c engendrando-o posteriormente. pois se vocês lerem com cuidado. quer seja o seu ou o de seus semelhantes. é pena que ele tenha se dado tanto trabalho com coisas ditas com tamanha evidência e para mostrar que a dimensão na qual o ser falante se distingue do animal é. assim parece um pouco maluco. Talvez os budistas. dizia. com o caminho que já . wi . mas a relação é muito mais duvidosa. i 'l . mg que datando. lissa longa cogitação. Ele sente.\ mas quando enuncia-se a relação. essa maneira que ela tem de clivar-se.io ( | ( )«'. nem o tal ato .( M M 1 1 ia< >. n uma boa trepada para me demonstrar o contrário. < 11 n nós o pensemos.. de se desmembrar. que nele existe essa hiância por onde ele se perde. de M i q>aiiir. Ele é o princípio do desprazer. anuncia que ele sabia l irin. Mas ao invés de repetir tolices em torno do instinto de morie pi 1111111 \.-lenias só podem fazê-las supondo que o corpo veicule isso. aqueles que vão dessa descrição sofisticada do princípio do prazer ao reconhecimento aberto do que é o gozo fundamental. Não que seja falso. que é o ([iie caracteriza. crê dever recorrer a algo que designa como instinto de morte. para falar propriamente. Porque é verdade que o rca l esl a a i . o princípio do desprazer. a relação de K anl c( >i 1 1 ' • >• i< Entretanto. Uido isso. podemos confiar neles para sustentar seus termos e vê-los. Mas. de fato.n ora \a Ca criancinhas. Só que isso não tem absolutamente nada a ver com a relação sexual.isso mudará . Não que eu tente substituí-la por ou 11 a. só qm. cinco anos.O Saber do Psicanalista l .-«>•.|n< falo. aquilo a que o gozo conduz não tem estritamente nada a ver com a cópula. como o guia daquilo que concerne à função de reprodução. e que. todos os problemas que precisamente vão consistir naquilo que se. enfim. o que a psicanálise nos mostra c precisamente que é impossível. de triagens. que a interpretação demanda. Sem nenhuma dúvida.Ia/cr para l ralar convenientemente um corpo. O natural. o próprio gozo sexual. no âmbito do gene. não vai demorar muito. um leque realmente admi nível cm sua exposição e que duas coisas foram. estamos apenas começando a poder dizer essas coisas.e Deus sabe que isso não falta! . essa rclacai >. c sexuada.o saber. . pelo fato de falarem. há uma tese: não há relação sexual c c l o : . chegam a ter toda espécie de problema de consciência. . mesmo por um instante. enfim. ele SC perde. até um certo grau. simplesmente. a sexualidade está no centro de tudo o que se passa no inconsciente. Quanto à síntese. cm qualquer grau. se o go/o é considerado. exceto o discurso u-h. Há uma antítese que é a reprodução da vida. Mas ela está no centro posto que c i ima falta.que é impossível escrever o que seria a relação sexual. IH l| ente para começar a ser um pouco elucidado . o< |u« « h.nu.i • indemonstrável. E é tão verdade que. KM absolutamente certo que isso tenha a menor consequência. até seu próprio corpo. 11. Só que. como vocês queiram a verdade . ou. O natural é tudo o qm. o saber . quando vocês querem pegá-lo. |dn i a bandeira atual da Igreja Católica.e um discursi > que é feito unicamente para que o saber faça uniforme é o discurso universi tári <». que é realmente o que designa um certo signi l içado. para scrrccdmla. no âmbito de um certo número de escolhas. por todos c >s problemas de segregação que serão intitulados ou fustigados com o termc > racil mo. exatamente. Quero dizer tudo o que se pode. Li um leniu U-im < > n l i . por outro lado. não é mais absolutamente sexual. na medida em que é bem certo que há. Em outros termos. ( . o modo usual . Expulsem o natural . está votado a essas diferentes formas de fracasso que constituem a castração. chamem como quiserem. não é? . que no lugar do que quer que se pudesse escrever da relação sexual como tal. o controle do que se passa no nível da reprodução da vida tu >:. Vamos estai suh mergidos. da noção de sexualidade. seres que. na medida em que esta é. digamos. posi as cm evidência.a verdade.88 veste com o uniforme do saber. Conviria entretanto dar o verdadeiro sentido a essa velha fórmula provcrbia l. da psiquiatria e de um monte de outros problemas. não há síntese.d. da medicina. O que há de absolutamente incrível é que ainda não se lenha | >< i • > bido que os problemas de consciência são problemas de gozo. que são aqueles que a função do gozo precisamente sexual engendra. antes de uns quatro. enquanto fundada sobre o gozo. i quem isso não seja letra morta. especialmente. > 143 22 23 . ao redor dessa relação. N.e ele retoma a galope. pelo que é preciso sauda i MI. participa do gozo sexual. empurrando muito longe um monte de coisinhas que se situam no âmbito do gamcta. c i i . É uma afirmação que é realmente sustentável. do qual em algum lugar o próprio Frcud dá a nota como sendo o gozo absoluto. Não pensem que sou daqueles que opõem a cultura à natureza. Não o é em nenhum sentido. com a resalva de que não há um único psicanal i st a | >. Encontramo-nos aí diante do despedaçamento. Nenhum discurso pode mante-la. • na medida em que define a separação estrita que há entre a verdacIo e O sabi < E.por onde se faz a reprodução na espécie do ser falante. nada indica. se posso me expressar assim. pois quando se trata dr definir O que concerne ao homem ou à mulher. A coisa tem importância justamente porque. para o gozo masculino. Primeiramci ilr. Tais são os pontos de verdade e de saber que importam escandir tratai u l< > SC do saber do psicanalista. precisamente. digamos. a divisão para o que concerne ao gozo feminino. a menos que vocês chamem de SÍHU-M observação de que não há gozo senão ao morrer. isto é.qur ibi mós. E é aí que entra em jogo tudo o que se cdi liça com o termo falo. num lugar completamente d i Ir 11 • 111 • • do instinto de morte. é toda a gamado gozo. como tal. por exemplo. e que. na medida em que aparece como essa espécie de ponto de miragem. porque a natureza é precisamente um fruto da cultura. primeiro porque. pelo progresso daquilo que se chama ciência. no ser falante. Ela não cst a prestes a desaparecer da frente da cena. i i . e que parecem elucidar bastante algo que se passa no âmbito de que a reprodução. um significado de um certo significante perfeitamente evanescente. Mas.como se diz. uma viv. falamos dele. que seja ao parceiro do outro sexo que deva se dirigir o gozo. ao menos num certo setor da vida. É totalmente claro que a veste de que se trata é a ideia da natureza. é mesmo disso que se trata. se substituem os impasses.. por Freud e pelo discurso anã l Mico.d iai i u. meiose ou outra. ele não é absoluto. . m i . em terceiro lugar. é algo ao qual não começamos ainda a ter nem um comecinho de adesão. falharam no golpe. a questão é saber em que lugar é preciso estar para sustentá-lo. Evidentemente é a esse respeito que tentarei indicar algo sobre o qual não sei se conseguirei dar uma formulação que seja transmissível. denunciam. que provém d( > (ermo real. as Luzes tinham por finalidade enunciar um saber que não prestou homenagem a nenhum poder. ou seja. Está claro. O saber. Não há nenhum Iraco de polência no mundo antes da aparição da linguagem. que as Luzes levaram um certo tempo para serem elucidadas. vocês vêem. é da ordem do gozo.é preciso tempo para que isso passe . vou deixá-lo assim pai . tentarei. Não vemos absolutamente por que ele mudaria de leito. Mas temos o desprazer de ter que constatar que aqueles que se dedicaram a esse ofício estavam um pouco demasiadamente em posições de servos em relação a um certo tipo . Quem além de mim poderia fazê-lo? Dá para reconhecer meu estilo. chegar a uma coisa diferente dessa famosa Revolução francesa.. o Imaginário e o Real.i a meditação de vocês.devo dizer bastante feliz e próspero . c aqui l< > r um U. o que a ciência pode alcançar. e não está mal escrito de jeito nenhum! Eu invoco as Luzes. sim. Contrariamente a tudo o que se pôde dizer./.O Saber do Psicanalista i. Elas sabem. Ou l'i ir: . não é absolutamente suficiente compreender algo para que esse algo mude.por que não confessá-lo? . Quem sabe no mundo alguma coisa . com o título de intelectualização. Este Ou é o ou que chamamos vel ou autem latim. Umsaberquenãoseaguenta. É exatamentc a isso que o saber está associado. Contudo. de fato. a instauração de uma raça de mestres mais fi IIKJUI 11 u Io o que se vira operar até então.. ciso que-o p:. começar. Fonseca 24 .< m •. tanto hoje quanto no tempo deFreud. A questão é saber em que medida o que a ciência. 11 «umas pessoas que se empenharam em preservá-lo para nós. Oque há de siiipnriulriilc 1 i K x i i i i . estavam cheias de boas intenções.de mestre. E. o saber da impotência. pela experiência. É bastante claro que a potência do Simbólico n. vocês colocam o que quiserem.ih i i numa certa perspectiva.i<> (em que ser demonstrada. como o Inferno.fiquem com água na boca v< >i 1 1 1 1 « •. a primazia . o trabalho. O Simbólico.« este ano. a qual a psicanálise.. Num primeiro tempo.m. de algum modo. quer dizer simplesmente que estão habituadas. inicialmente. antes de pronunciá-lo. isso é um O. O que as pessoas esperam. Nesse lembrete que está no dorso do grosso pac< >lc di >s meus Escritos. li verdadeiramente uma ilusão absolutamente fabulosa! Sc há algo que o levou a inspirar-se nas esferas eternas. É a própria potência. não pode Ia/cr nada mais do que cortejar. graças l . a perceber que não é absolutamente necessário..1 Tcud esboça daquilo que é anterior a Copérnico. A questão do saber do psicanalista não é absolutamente que isso se articule ou não. Mas enfim. foi precisamente porque ali estava a n li ima palavra do saber. vou lhes dar o título. os nobres da época.u . uma perspectiva que não qualificarei de pix >< [ressista que a psicanálise poderia veicular.OU PIOR. TRADUÇÃO: Letícia P.são as esferas etéreas. à ideia de poder. é que ele imagina que o homem era inteiramente feliz por estar no centro do universo c que ele se acreditava rei. Escreve-se assim. para lhes dar a tonalidade do traço no qual espero prosseguir mm tli:. Três pontos.. dar o título do seminário que vou dar no mesmo lugar do ano passado. para que tivessem podido. desde a origem.porque fui eu que escrevi essa notinha. que teve o resultado que vocês conhecem. n i o c 11 amo "meu". a meu ver. mas afinal de contas.T.inálise. pei doo facilmente por ter colocado meu nome. Vejam que não me esqui vo. meu discurso. Que i n i p o i l a ' < > essencial dessa questão estava naquilo que ela traz.R. como sou eu quem Ia l. corresponderia à expressão "Deus não dá asa a cobra". o que se explicaposto que estava diante' < Ic mitn. que tem. não é evidentemente . ' Todos sabem que raramente isso acontece comigo. [N. tem o sentido de rosto. certamente.T. "fazer como se". em português. vaporoso. a ocasião me pareceu propícia para uma questão que me foi posta oníet n à noite por alguém de minha Escola. eu me aproximo com pass< >s prudentes.e para essa entrevista de hoje. sou eu quem está aqui na posição do analisante. em um seulido. fisionomia.a insistência que faço j unto aos que me pedem conselho. > .acan seria um sintoma? Repito-a. pintura com a ideia de maquiagem exagerada ou mal feita. e o seu sentido 6 "tapear".R. forma pouco precisa. A expressão /</(/<• xfiiihlaiit de não encontra correspondência em nosso idioma.T. é também sinónimo de razão matemática. O sentido. Veremos logo se este "meu" merece ser mantido.não mais do que foi da última vez . então.] 1 2 No original: lepas-bon aise. que n 26 27 . [N.eu teria podido tomar outros vieses. sem entrevistas preliminares. pode dizer que algo que tem uma certa relação com meu disanso. A questão que me foi colocada é a seguinte: a incompreensão cie l .T. como na última vez. [N. Cada um de vocês conhece . [N. uma conversa1. na circunstância.T. [N. c piu vocês a chamem de uma maneira ou de outra. Optamos por seguir o que a grande maioria dos tradutores/leitores de Lacan no Brasil parece ter consagrado pelo uso. a vantagem de me fazer entrar imediatamente no cerne do assunto. No entanto. Então. i. se incompreensão. Emportugês. [N.aquilo que me propus a dar como passo seguinte de nu-ii seminário. é um sintoma.T. [N. de contorno pouco nítido. considerando que. Em francês.] que eu faço com vocês.] 8 9 Rapport: este é o termo que Lacan utiliza para dizer relação. mas cuja probabilidade de êxito enfatiza a fraqueza dos sujeitos referidos: os psicanalistas. sobre as entrevistas preliminares em psicanálise.] 6 7 O No original: Autrement. este ano.) Semblant é um termo cujo significado não coincide com o nosso semblante. textualmente.muitos o ignoram . Não penso assim. comporta ironia e alude a algo de muito improvável. isto é.] Lição II 3 A expressão si lespetits cochons ne lês mangentpas. LN. Não penso assim. grafamos o termo em todas as suas ocorrências cm itálico. Mas há algo que aproxima a relação entre estas entrevistas e o que vou dizer a vocês este ano.] Parole -preferimos optar por /<//</ u-mlo cm visla a tradução mais divulgada do título desse texto. borrão. É uma pessoa a quem. C Vti. no lugar que convinha. primeiro porque. | áfrayage: 2 de dezembro de 1971 termo com o qual Freud constrói a imcao de trilhamento no Projeto. originariamente do registro infantil. é sempre de última hora que sei o que escolhi dizer . Será.R.R] 5 peinturlure : sentido familiar. Não há entrada possível et 11 . elas têm uma função essencial para a análise.O Saber do Psicanalista poubellication : neologismo que reúne as palavras lixeira [poubelle] e publicação \publication}. para indicar ao leitor o caráter problemático desta tradução. esta noite. com a ressalva de que não pode ser absolutamente a mesma coisa. [N. i mente.i. isto é. aspecto.] 10 éffloupi'. "fingir". o que ia dizer a vocês . É uma das pessoas que se interessa seria mente por sua posição e que me colocou a seguinte questão. n. neologismo que implica fiou. [N. não importa o que se pense dele.estão a t a i ponto que se diz. m . E l que. de Lapalisse2.1 incompreensão em psicanálise é considerada como um sintoma. . denunciado. o ensino do discurso. de todo modo. sujeitos. que estão ligados a isto: afinal de contas. Se a questão pôde ser colocada para mim dessa maneira é em função de que . digamos.haja. Distingo então. afinal de contas. quero dizer. pelo menos.digamos que há muito poucos . o que estaria.O Saber do Psicanalista confunde. não vejo bem o que. rapidamente . o que se chama incompreensão. Destacarei. Se minha fala fosse incompreensível. lomei a mesma resolução. i um nli significativo. que o número dos presentes é a prova disso.ti-n.( < / um signo é. digamos. ido pelo mini • 28 ai . este número é feito em grande parte por pessoas que retornam e além disso que. mas interditado de virem escutá-lo.. l i não sou o único. Sustento-a aqui em função de elementos memoráveis. como diria o Sr. Qm i 1 1 • dirige a quê? Está igualmente escrito nessa Scilicet. que é o que se poderia chamar minha fala. Longe disso. do ato psicanalítico. este interdito tenha vindo de u m a i i i s l i t m c . É o que nos vai permitir distinguir esta incompreensão de um certo número de outras. Para retomar. K i mais sobre isso.há algo que determina o modo da consciência comum . não mais do que vocês. que passou para a consciência comum. nós vamos tratar de ver em quê .isto é. A coisa chega a tal ponto. da maneira como cada um o exprime. deveu ios aq 111 constatar. no nível de uma amostragem que me chega. I H I < l i > uma grande diferença entre a relação significante-significado e a signifli ui Ru \o faz . propriamente falando. a esclarecer-se sobre um certo número de pontos. que isso ajudasse a pessoa em questão a enconirar-se com suas próprias ideias. ao menos no que diz respeito à minha fala. ele foi. Falei como se me dirigisse a pessoas muito atrasadas. se posso d i /c i | » • n posto. meu ensino. recentemente. à época. uma vez mais. É aceito na psiea nálise. Quando estive na Sociedade de Filosofia la/cndo uma comunicação sobre o que eu chamava. durante muito tempo. É baslanle curioso. pois obtive respostas da mesma ordem no mesmo lugar. suas intenções são. para traduzir o sintoma em um valor de verdade. sintoma. 1 1 1 analisante o fato de que seu analista saibamuito. Quando digo que é geralmente admitido. por esse viés. passou-me um artigo sobre o fundamento das matemáticas no qual lhe fiz observar que seu artigo possuía um nível de/. o que supõe o saber ao analista faz com que sejá ol >n • •. um dos últimos testemunhos que recebi a esse respeito. uma escolha menos arbitrária do que a que sustento aqui. em todo um setor. diziam-me no último testemunho. Ressaltei sempre que não implica em nenhuma ccrle/a i n > . tem este correspondente histórico que demonstra que este sentido da palavra sintoma foi descoberto. e talvez pelo que disse na última vez. então. muitos psicanalistas . acontece que pessoas que se exprimem desta maneira nem sempre compreendem bem ou.eu exponho isso num canto em algum lugar no último número da . i tório que ele interprete através do seu saber. mas. que nesse nível. tendo em vista as respostas que obtivera.que evidentemente se distingue do discurso. precisamente. quando o que 7 Quando a pessoa que o diz considera que a sua conduta. mas é uma escolha. não têm o sentimento de compreender. As coisas numa determinada consciência . mas este signo de interdição vinha certamente de vcrdadciio:. de sujeitos que obedecem. e além da psicanálise. É totalmente arbitrário. Como sublinho frequentemente. ao alcance de muitos. em termos de número. Sublinho imediatamente que esla fala c uma 1'ala de ensino. l i exalamente o que também me foi demonstrado. não se pode dizer que seja totalmente incompreendida. esta equivalência. Há. como a experiência demonstrou. sintoma tem o senlidí > de valor de verdade.. interditado. antes que apsicanah se entrasse em jogo. Não posso agora me c:.isto não está na trilha do que espero fazer vocês seguirem dCYO assinalar. ou vinte vezes mais elevado do que o que falara na Sociedade de Filosofia. que se escuta dizer "Vá se analisar" quando. se podemos dizer. sempre o signo de um sujeito. Significativo quer dizer o quê? Eu não disse. absolutamente. M j ' . a equivalência de sintoma com valor de verdade. não de ser escutado. Não se pode dizer que. chamado elementar. possam sentiroqnc isso significa para mini. infelizmente!. i h h . foi exatamente o que me tranquilizou por ter articulado certas coisas que vocês podem encontrar nos meus Escritos. se em um determinado nível meu discurso é ainda incompreendido é porque. Como falo aqui em Sainte-Anne.. por outro lado. é. Escolhi tomar as coisas no nível. Um dos meus melhores amigos que fez uma comunicação. é o passo essencial dado pelo pensamento marxista. i o . É nisso que o que se passou na consciência comum é mais exalo que a ideia que chegam a ter. porém é mais a ideia que tenho da filosofia que pretende que assim seja. em todos os sentidos da palavra. assim. Mas e |>« i (• H > te compatível com o fato de que o saber do analista seja consii lei.. no mesmo nível. apesar desse sentimento de estar por fora não i mpede. entretanto. em lodo i aio Que seja um signo vindo de uma instituição analítica é feito exatamente para c |i ie demos o passo seguinte. em certos contextos. Fie me disse que eu não devia me espantar. assinalo no entanto que este saber é do analista. Valor de verdade. realmente. pode-se dizer.Y<•//. nesta ocasião. para sei mais preciso. Havia o interdito. na Sociedade de Filosofia. O que ressaltei do Sujeito suposto saber como fundando os renome m ildl transferência. enfim. geralmente admitido. E para fazer aqui um paivnic . vocês fariam aqui. m l i < . Tanto mais que. digamos. sem me preocupar com o f ato de que os termos que vou desenvolver já sejam usuais no ponto mais avançado da filosofia. verdadeira ou falsa. o que aliás . com o sintoma. não falei que isso seja de maneira nenhuma um cot iin u In em nome de que o chamaríamos por esse termo.é preciso acrescentar . temos o se 111 i mento. Isso Ia/. para as quais esta dimensão da incompreensão matemática existe. da mesma forma i ia di. não inteiramente a torto e a direito.do sintoma a um valor de verdade. não sem ra/< >< • •. é relativa. Razão a mais para que eu insista que. ela não se confunde. pode-se di/.i. pode-se dizer que existe uma cci 1. O sintoma não se cura. até um certo ponto. eles chamam isso o homem de tempos em tempos. • . Isso não muda absolutamente nada no fato de que o saber é pressuposto à função do analista e que é aí que os fenómenos da transferência repousam.que o sintoma se articula onco da boca dos analistas . posto que não se pode dizer de que se trata? Uma veidade u. em torno da qual fiz. colocarei uma terceira.. que desde o tempo em que a filosofia dá voltas sobre um determinado número de pontos. enfim. porque isso só interessa aos jovens. os analistas estavam numa tal ohimhihição que o sintoma-e apesar de tudo possivelmente deve-se a meu ensino que isso não se exponha mais tão facilmente . II . bastante difundida ainda em nosso tempo. seria ela um sintoma? É certo que quando nos interessamos por esses sujeitos que manifestam a incompreensão matemática. que giraram os primeiros tempos de meu ensino. isso coloca em cena o ser de um ente. Bestaríamos enganados em ironizar.iici M i h ' n n temente. da noção de sintoma. Pois. Que isto suscite o que é sentido. briguei durante toda uma etapa. Não tem nenhuma relação com esta equivalência a um único sentido . em resumo.que ele vem a sê-lo. que ele tem esse sentimento. de algo que é como uma insatisfação. há pessoas. lintre as questões "a incompreensão psicanalítica seria um sintoma?" e "a incompreensão de Lacan seria um sintoma?". uma defasagem. a cifra.a recíproca não é verdadeira. o sintoma é valor de vcrdail. pelo a n a l i s l u . do que eles chamam resistência. Não falemos mais disso.. a escrita de seu valor. aberta de uma só vê/. o que se poderia chamar portanto o ser desse bendito ente do qual falam. É muito bom observar esse ponto porque a verdade não é nada cuja função eu pretenda isolável. Parece-lhes faltar algo nas articulações ditas demonstrativas. para aqu i l < > que os analistas fizeram resistência. este ser não tem tropismo especial 30 em direção ao lugar da verdade.O Saber do Psicanalista .acabo de insistir. é por procedimentos bem dilerenli-:. eu digo o ser porque se trata do ser falante.como a recusa do dito valor de verdade. empreguei a palavra sentimento exatamente como há pouco. é que eles incidem sobre o sistema de todo mundo e o que se designa nesta denúncia por parte dos analistas. entrar emjogo o que chamarei . dos quais vocês pmlei am \ ou escutar que. seguramente e." c/fi i/fi/n/ii/iii' i/i lU ' como muito duvidoso. uma vez que contendi > n. A cifra não c outra coisa senão o escrito. É em torno deste ponto. Naturalmente ele não chega. temos o sentimento de que ela provém. o que eles faziam ao fazer entrar. o valor de verdade não é sintoma. . algo experimentado precisamente no manejo do vá lorde verdade. deixa-os desorientados e. diz respeito a algo que é a l r a d n i . É por ser falante . Sua função. algo que está precisamente no nível de uma exigência de verdade.o que chamarei assim porque estamos entre nós e que eu disse que era uma conversa-o que chamarei simplesmente. posto que. em outros regisli < is precisamente aquele que evoquei há pouco. dos filósofos pelo menos. O sintoma é valor de verdade e . Digo o ser porque me parece claro. "a i i icompreensão matemática". em todo caso. e mesmo pessoas jovens. |n< i di/er nada. há pouco.i segundo os casos. Que a bivalência se exprim. que o sintoma deve ceder. chamam cada vez menos desde que sou daqueles que manifestam algumas reservas a esse respeito. l islã bivalência. de valores dedutivos. mesmo reduzindo-a ao valor.mostro-o rapidamente . na ocasião.o que c exigido ou parece exigível em certos sujeitos. igualmente. parece j á estabelecido. no sujeito atormentado pela incompreensão matemática. na ocasião.er que durante um tempão. Fecho o parêntese. num determinado tempo históricoquccu il. ao menos nos primeiros passi >s da matemática.por razões objetivas é frequentemente o caso. incidiu sobre o sistema3. I lá portanto dois sentidos do sintoma. Eis então o sintoma com sua tradução como valor de verdade. Mas essa dimensão do ser. < nfuni IU) que resulta da introdução. Isso não tem nenhuma relação. porque se incidiu sobre o sistema dos filósofos. o resultado é o mesmo em virtude de alj'. Na psicanálise.1 distanciada verdade àquilo que podemos chamar. em nenhum caso. por O e l ou por V e F. Os sujeitos atormentados pela incompreensão matemática esperam mais da ver (lade do que a redução a esses valores chamados. ele falha.i i i palavras de seu valor de verdade. aí evidentemente onde ela toma lugar na fala. . nesse ponto. É algo que se designa. n n . durante toda uma etapa deste ensino do qual meus Escritos trazem a marca. foi realmente para interrogá-los sobre o que eles sabiam. Eu não estou dando preferência a nenhum desses pr< i ccdimentos e tanto menos que o que eu quero que vocês entendam é que há uma (lialética diferente daquela que se imputa à história. não permite de maneira alguma decidir se esse sentimento merece de algum modo ser retido. do que é o sintoma. os analistas nem sempre sabem tanto quanto deveriam pela simples razão de que muitas vezes eles não fazem porra nenhuma. c< >mo um ser de recusa. Ela não é separável de outras funções da fala. il< n< i marxista e na psicanálise.desculpem-me pelo primeiro ser .. de suas existências independentemente da lógica.emsuma. que se post ule nessa mesma lógica que ela não poderia engendrar senão uma outra proposição verdadeira. 1. Mm lodo caso. \(\\\\\. nesse nível.n > « lê maneira alguma poderia bastar para fundar a verdade. a dor que engendraram. os termos e as funçoe.1 siluar. que nos dizem ser sem i e i < ii i K >./Èí de verdade. que aliás teve o cuidado de dizer com seus I >i o| >rios termos.1 .n l )• . Que a implicação. i i l .aincompreensãomatemática./. i desejável. dados como perfeitamente localizáveis só depois | í//»/v. nesta via. seja definida por esta estranha genealogia da qual resultaria que o verdadeiro uma vez alcançado não poderia de maneira alguma.engendre uma proposiç. distinção • l" i. u r" Q di/. a logicização dos mesmos termos e dos mês mós métodos. Masque seja suficiente. da qual o mínimo que se pode dizer é que parece estranho que a verdade. ou mais exatamente se afirma. 1 1 1 i.|m Q sintoma. por nada do que ele implique.éoamordaverdade. não conseguiu.siin i HM i(e.ii. BI nho este ano proponho fazer vocês trilharem. i .i v c i com a oposição do verdadeiro e do falso. no momento de sua ex-cogitação. retornar ao falso. Bertrand Russell em qualquer ponto de seus textos. pelos procedimentos d i t os de exaustão. do que devemos realmente. nem por isso está menos apresentada de maneira manejável^. e tampouco se significam o que quer que seja. • l i uai i :. seja sem dúvida por um certo vazio sentido sobre o que concerne ao verídico daquilo que é articulado. É curioso que no ponto onde se manifesta a incompreensão matemática nos jovens. esta noite. É exatamente no curso de inúmeros debates. i l n . c i \.n. K M pemiitam-me dizer.n. c singular. de aproximar o que adveio no momento da descoberta do cálculo infinitesimal. i partir do cálculo infinitesimal ou. por si mesma. :'.li lllllllllilll DlUi iiJ. n n i • M dciimaconversaintrodutóriaparaummanejoqueéprecisamciiiee:. u i verdadeira. que semelhante e i n 11 ie i ac k > possa ser sustentado. corrente e sem outra introdução lógica. a questão se coloca em saber se verdade ou semblante. cada vê/. É absolutan u-11 lê claro que. sobre esse ponto não é certamente a elaboração lógica4 que se l ivdas matemáticas o que aqui se vai opor. se falei de Leibniz e de Newlon i m p h e i l .i. e até mesmo mais l arde. Só que isso se passa no nível de uma i cila maneira de expor as matemáticas.1 v e i d a d e q u e se di/ uma. de uma maneira simples e elementar onde a e vide n cia. essa investigação procedeu do sentimento de que anão-conn . para ilustrar que eu o fiz com o esforce»< li < lógico. i i r i n . resulta. i» i . emtodoi OS seus ponios. é mesmo o contrário.o que em contrapartida é inteiramente admitido . É exatamente uma maneira um pouco forçada de dizer que precisamente lodo o cuidado que ele dispensou ao rigor da formalização da dedução I1 lak-mática é algo que seguramente se dirige a algo totalmente diferente da verdade-. que. não idêntica ao que concerne à matemática. que o condiciona. Há. desde o tempo em que propõem.' i/rj m ni IH i" i M as não avancemos mais longe sobre o assunto. classificar. mais elaborado. eu a retomarei mais sabiamente em outro contexton.sY'//. e de onde procede a incompreensão i i i . 1 1 1 1 ia con fusão que. • nii n.er./. chamar materna e pai a saber que seguramente os ditos maternas não comportam de maneira alguma uma genealogia retrógrada. pois se é sem/ ' / < < / / / . tudo. é estranho. se afirma em nossa época nessa lógica preposicional. no entanto. a matemática é precisamente aquilo que se ocupa de enunciados < K >s quais é impossível dizer se têm uma verdade. a regularização. em algum lugar por .l. . I M I ião pouco tranquilos sobre o assunto. a lógica.. todavia. permite escamotear muitos passos. c Io cálculo infinitesimal para simplesmente nos determos nisso. i< 1 1 1 1 . que se esforça l >i cci samente em justificar a articulação matemática com relação à verdade. por menores que sejam as possibilidades de que uma proposição l a l sã . como se diz. melhor dizendo. há muito não deveria haver senão proposições verdadeiras! Na verdade. pai . por. e faz com que tudo o que estimulou e l e i i v a m e n l e essa investigação lógica concernente às matemáticas. certo que. para resumir. qi ic o M 11 • • i In em cada tempo da história-e. a validação. só é suportável por causa da existência das maternal iças. e até a introdução de um número cada vez mais elevado. e até mesmo exigível.Indo mil. que se produzem os fenómenos de incompreensão e estaríamos totalmente enganadt >s em pensar que a matemática é algo que de fato teve êxito em esvaziar tudo aqui Io que concerne à relação da verdade com seu patético. mas só depois [après coup].<•]. é verdade ou então é semblante. pois se lerem o Sr. faz com que os próprios matemáticos esteI . o que eram ao mesmo lempo pi o cedimentos de demonstração da matemática grega e também impasses que e:. seguramente. o que não quer ' i < • i ' p i . É diferente dessa recusa da qual eu falava há pouco. . se po escamotear completamente o patético. não deixa de ter relação com ela. n. m as com uma face que. não comportam nenhuma demonstração possível pela qua l seria necessário empregar o termo histórico. sem isso não haveria necessidade de separá-las de uma maneira tão fundamentada! l : . i vam à dianteira.imci)lc. de sua redução perlei l a. incompreensão matemática é de natureza a conduzir-nos à ideia de que . Porque não há apenas a 11 latemática elementar e conhecemos bastante de história para saber o sofrimenl 1>. (l 33 . mesmo por um instante. se é come H Io . Essa confusão em h n n . posta como valor que faz a denotação de uma proposição dada. mesmo ali onde ela tinha a sorte.KM. a matemática grega mostra m u i t o bem os pontos onde.v < •< •»/ > \o assi algo que de algum modo seria destacado da exigência verídica./<7/. não abriu caminho e que. debates de palavras. U | I M Q sintoma. os termos e as funções do cálculo infinitesimal para simplesmente nos determos nisso. do que devemos realmente. 11 u > l tropismo. de um vazio formal. não comportam nenhuma demonstração possível pclaqual seria necessário empregar o termo histórico. itffl em cada tempo da história-e. positivo pela verdade num ponto no qual seconse. A verdade em questão na psicanálise é aquilo que. de aproximar o que adveio no momento da descoberta do cáleulo i n li nitesimal. A incompreensão matemática deve então ser algo diferente daquilo que chamei esta existência que resultaria. dando a chave da incompreensão enquanto tal. pela função da palavra. ainda não se sabe disso na hora em que se faz a metáfora. é precisamente o que nos permite excluir dele qualquer psicologia. 31 . emsuma. mesmo ali onde ela tinha a sorte.. de qualquer forma.ainda que sejaomais elementar--com uma dimensão de verdade que a incompreensão se engendre. a matemática grega mostra m u i t o bem os pontos onde. mas numa abordagem que não é de maneira nenhuma de conhecimento. se posso dizer. que t > • . cada vê/ mais elaborado. éoamordaverdade « | ili/er. é mesmo o conl i . mas. o mesmo efeito que o encontro com o torpedo.1 escamotear completamente o patético. no entanto. a validação. i i . foram precedidos por um Isaac Barro w. Este campo assim considerado. que. Os campos dos quais se trata são constituídos de Real. e até a introdução de um número cada vez mais elevado. das oposições. sefaleideLeibnizcdcNewlon i m p l u i i . ( . a logicização dos mesmos termos e dos mês mós métodos. pelos procedimentos di tos (lê exaustão. de noção disso. Porque não há apenas a i natemática elementar e conhecemos bastante de história para saber o sofrimei i Io. isso os entorpece. chamar materna e pai . i maneira de expor as matemáticas. Nós não temos o hábito de encontrar a loucura motivada por perseguições objetivas . campo tomado aqui no sentido próprio de campo magnél iço. E diferente dessa recusa da qual eu falava há pouco.1 saber que seguramente os ditos maternas não comportam de maneira alguma uma i genealogia retrógrada. Farei vocês notarem igualmente que tudo o que acabamos de abordar. a alíngua [Mangue]. classificar. o campo c constituído pelo que chamei. a qual não creio tampouco que seja suficiente dizer-nos que foi decorrente das decepções de carreira. debates de palavras. pai a siluar. por exemplo. por si mesma. . é evidentemente o encontro de dois campos não afinados entre si. . a julgar pelo que se passa na história das matemáticas. como se diz. dados como perfeitamente localizáveis só depois | apri-s < <'///< |. e até mesmo mais tarde. não conseguiu. i. não abriu caminho e que.u i • • 111 >. no sentido que esse 34 • . e que levou à palavra campo. Só que isso se passa no nível de uma cei l. ti vam à dianteira. de sua redução perfeita. nesse nível. a regularização. no âmbito dos diálogos .do que nos resta deles. foi a palavra que usei quando disse: Fonction et champ de Ia parole etdu langage. a dor que engendraram. que o condiciona. evidentemente. Essa confusão em turno M u-011 ipreensão matemática é de natureza a conduzir-nos a ideia de que . o que eram ao mesmo temp< > pi o eedimentos de demonstração da matemática grega e também impasses q u e . num lapso. para fazer surgir um sentido que ultrapassa em muito os meios. do que podemos presumir a esse respeito dos diálogos socráticos. e até das injúrias que o dito Cantor recebia dos professores universitários que reinavam em sua época. Enfim. na própria melai ora da contribuição sem dúvida confusa.seguramente tudo é feito para que nos interroguemos sobre a função do materna. Não é porque abordamos o materna pelas vias do Simbólico que não se trata do Real. e foi renovado numa época muita próxima à nossa com a efração cantoriana onde nada certamente é feito para reduzir o que chamei há pouco a dimensão do patético. n . pi u:. se é cômoc Io a partir do cálculo infinitesimal ou. direi. que se produzem os fenómenos de incompreensão e estaríamos totalmente enganados em pensar que a matemática é algo que de fato teve êxito em esvaziar tudo aqui Io que concerne à relação da verdade com seu patético. o torpedo. É exatamente no curso de inúmeros debates.quero dizer. há pessoas para as quais talvez o encontro com a verdade desempenhe justamente esse papel que os ditos gregos davam a uma metáfora. por intermédio da linguagem. seja sem dúvida por um eerto vazio sentido sobre o que concerne ao verídico daquilo que é articulado. aincompreensãomaternática. de algo como indução. esta n o i t e . tão real quanto o torpedo e o dedo de um inocente que acaba de tocá-lo. tanto assim que vemos que não é absolutamente verdadeiro falar do materna eumu algo que de algum modo seria destacado da exigência verídica. São talvez os mais sensíveis que compreendem menos. no momento de sua ex-cogitação. mas só depois [après coup]. quero dizer. permite escamotear muitos passos. Já temos uma espécie de indicação. e depois aquele que o toca e que cai duro é. outro dia. que pôde ir em Cantor até a ameaça da loucura. aborda. Bem longe disso! Não é seguro. mas é para isso mesmo que serve a metáfora. Hu Ilies mostrarei que esta ideia que procede .O Saber do Psicanalista mesmo daqueles que com uma incrível audácia em não sei que elemento de encontro ou de aventura a propósito do qual o termo proeza ou golpe de sorte é evocado. . de uma maneira simples e elementar onde a ev i de 11 eia. Mas não avancemos mais longe sobre o assunto. para ilustrar que eu o fiz com o eslbrçi > do lógico. É curioso que no ponto OIH lê se manifesta a incompreensão matemática nos jovens. i . de uma conversa introdutória para um manejo que é precisamente esse .u i " < ulio este ano proponho fazer vocês trilharem. melhor dizendo. que não seja de alguma relação do materna . nem por isso está menos apresentada de maneira manejáveL corrente t sem outra introdução lógica. a saber. por causa do discurso I >sicanalítico. a constituição devido ao fato de que o ente. ainda não se sabe disso na hora em que se faz a metáfora. não há relação sexual l )oi que a palavra funciona nesse nível em que se encontra. a importância.O Saber do Psicanalista 2 de de/i>nil>it> itt> / • < i mesmo daqueles que com uma incrível audácia em não sei que elemento de encontro ou de aventura a propósito do qual o termo proeza ou golpe de sorte é evocado. 34 35 . Não é porque abordamos o materna pelas vias do Simbólico que não se trata do Real. este ente fala. foi a palavra que usei quando disse: Fonction et champ de Ia parole etdu langage. quero dizer. não estou dando primazia a nada. Do que é que eu falo? Ora. certamente. isso os entorpece. Se a psicanálise não i los ensina isso. A psicanálise nos confronta ao l a i o cie que tudo depende desse ponto de sustentação chamado gozo sexual e que ao uilece . pois é disso que se trata. e até das injúrias que o dito Cantor recebia dos professores universitários que reinavam em sua época. São talvez os mais sensíveis que compreendem menos. de algo como indução. Não há aí sequer uma sombra de psicologia. e depois aquele que o toca e que cai duro é. p. pela função da palavra. como palavra. realmente. indução de alguma coisa c|iir c mlcii a incute real.do que nos resta deles. não somos capazes de articular a menor coisa na alíngua que tenha a menor relação com esse Real. mas o que é que ela diz?. não digo que a palavra existe porque não há relação sexual. depende. ainda que disso não possamos falar senão como signilicank-. posto que é interditado a essa relação sexual.com uma dimensão de verdade que a incompreensão se engendre. no seu nível. pois ela não faz outra coisa senão repetilo insistentemente! l sso é o que enuncio quando digo que não há relação sexual para os seres que lalam. chamado castração. Nesta correlação. outro dia. é evidentemente o encontro de dois campos não afinados entre si. como se dizia depois da última guerra. há pessoas para as quais talvez o encontro com a verdade desempenhe justamente esse papel que os ditos gregos davam a uma metáfora.dos diálogos socráticos. a primazia em tudo o que vai fazer. Enfim. de um vazio formal. precisamente. a alíngua [Mangue]. Já temos uma espécie de indicação. campo tomado aqui no sentido próprio de campo magnético. da emergência historicamente recente do discurso psicanalílico. por intermédio da linguagem. Trata-se. Os campos dos quais se trata são constituídos de Real. o mesmo efeito que o encontro com o torpedo.i'. o campo é constituído pelo que chamei. aborda. A opacidade desse núcleo chamado gozo sexual e do qual farei vocês observa i ci 11 que a articulação nesse registro a explorar. Farei vocês notarem igualmente que tudo o que acabamos de abordar.ainda que seja o mais elementar. do sexo. tão real quanto o torpedo e o dedo de um inocente que acaba de tocá-lo. o torpedo. assim. Mas. dando a chave da incompreensão enquanto tal. no ente i Io c |ual falo.da contribuição sem dúvida confusa. Não é exatamente assim I1 ue falarei porque não sou existencialista. A verdade em questão na psicanálise é aquilo que. a julgar pelo que se passa na história das matemáticas. o gozo que chamamos sexual e que sozinho determina. Mas. Não digo tampouco que não há relação sexual porque a palavra existe. mas numa abordagem que não é de maneira nenhuma de conhecimento. para fazer surgir um sentido que ultrapassa em muito os meios. Este campo assim considerado. o fato de que é apenas da fala que procede esse l x >i ilo essencial. está condicionada como palavra. ) u < . na ocasião. que não seja de alguma relação do materna . a cópula. num lapso. Bem longe disso! Não é seguro. seria completamente absurdo. o semblante. Porque a palavra deles. o que se trata de obter.quero dizer. direi. Eu lhes mostrarei que esta ideia que procede . Não sabemos nada de real sobre estes homens e c-s(as mulheres como tais. funcionar aí de algum modo que permita dar conta disso. das oposições. tal como funciona. a respeito deles. no âmbito dos diálogos . a qual não creio tampouco que seja suficiente dizer-nos que foi decorrente das decepções de carreira. mas. descoberto como especificando o ser falante. e até mesmo efémera ao exigir encontrar aquilo que não leni dimensão senão de alíngua e que chamamos castração. Homens e mulheres . de nada além daquilo que chamamos. que se chama o gozo. l )c qualquer forma. e foi renovado numa época muita próxima à nossa com a efração cantoriana onde nada certamente é feito para reduzir o que chamei há pouco a dimensão do patético.n > (li/cr que não têm outra existência a não ser de significante. Nós não temos o hábito de encontrar a loucura motivada por perseguições objetivas . do qual falávamos há pouco. e que levou à palavra campo. é precisamente o que nos permite excluir dele qualquer psicologia.são apenas as proposições que recolhemos na experiência psicanal í l i rã que nos permitem afirmá-lo . na própria metáfora . do que podemos presumir a esse respeito . no sentido que esse UTMIO tem na constituição de um campo.isso é real. não se trata de cães e ckcadelas. em linguajou i corrente. As 111 u l lieres boazinhas não eram chamadas de outro modo. evidentemente. < . dala aprn.somente podendo se articular numa cópula um pouco contínua. A incompreensão matemática deve então ser algo diferente daquilo que chamei esta exigência que resultaria. por exemplo. daqueles que pertencem a cada um dos sexos a partir do ser falante. semblante cie homenzinhos e de mulherzinhas. de qualquer forma. isto é. de noção disso. mas é para isso mesmo que serve a metáfora. homens e mulheres. deve ser inteiramente distinto da relação sexual.seguramente tudo é feito para que nos interroguemos sobre a função do materna. foram precedidos por um Isaac Barrow. que pôde ir em Cantor até a ameaça da loucura. < . o sujeito em questão.i 111 K . vocês são mais engabelados! De qualquer modo. é claro. pois o discurso universitário se constitui fazendo do saber um semblante .|u i .11. a dimensão inteira do gozo. e tampouco do neolítico. em nome daquilo que é a descoberta da psicanálise. menos desprovido de saída. não os discursos históricos. escrevi na primeira linha de algo que estou ex-cogitando deixar para vocês c 111 algum tempo. Não existe uma interpretação analítica que não seja para dar a qualquer proposição que encontramos sua relação a um gozo. dos gozos qualificados de perversos. para o descanso de vorr < l < . i . muito precisamente o que chamamos . o que está dito é de fato. l i > < i . na espécie animal. Vivemos durante séculos com uma mitologia sexual e. Isto parece suficiente para tornar infantil tudo o que está neste leque. deveria chamar-se a Hacoisa \la Hachose].i espécie de materna porque o discurso analítico surgiu. quer dizer. Se existe uma coisa certa é que só pude articular esses três discursos iimn. há mu i U > l c \> que se teria podido perceber que o discurso do conhecimento é uma metáfor. É muito importante conhecê-lo para fa/ei pi-i |iic n< • prognósticos. 36 . o ponto de articulação. a não ser no nível dos saberes que não querem dizer mais nada a ninguém. como dizia Picasso: "Eu não procuro: eu encontro". goza de seu corpo e como? Certamente temos traços disso nos nossos primos. está tudo aí. se o sujeito e o que chamo sij>. discurso científico mesmo. u Assim como para o discurso universitário.11 e extrair sua consequência. penso. ao que. em resumo. H ii. é necessário que uma determinada operação. Isso não diminui em nada os méritos do discurso científico.. porque. lista faz. dessa relação do conhecimento. .sem poder dizer grande coisa sobre isso justamente. Quem é que. é curioso que não é nunca antes de um. só podemos semi-dizer esta relação. sai tudo daí.mli. Só que há o obstáculo. Bem entendid»). isso se mantém sempre. a operação da fala. não fosse mais que a som bra de uma sombra.trata-se dos discursos que constituem. • N/l l / l me. E depois? Em que é que se sustenta essa ideia de que no ser falante seja muito mais elaborada essa relação do gozo chamado. isto é. sobre o tipo . ' . um reflexo perfeitamente evanescente.enogiroqtKM>(li:. faz-se algo. quatro pontos de um tetraedro que é o que. eu decido". e forjar-lhe o semblante. os meses de Maio6! Não falemos do discurso hisin u « . analítico. curto sem dúvida. não quero dizer uma tentativa. o que teria podido fazer se meaj-. n o i n l r i i u i i l < > . uma grande parte dos analistas não querem outra coisa senão deleitar-se com essas cai. algo de real. / . vocês estão de vento em pç >| >.1 cadeia significante não ocupassem os demais. O que está dito csla dito. os chimpanzés. O objeto a só c um objeto no sentido de que está aí para afirmar que nada da ordem do saber cx islisem produzi-lo. que se desparasitam5 uns com os outros com todos os sinais do mais vivo interesse. O objeto a é certamente um objeto. e o que designo como corpo do saber não estivessem d i s l i i l m K l t .. É muito curioso.. só que com uma cara mellmi.. mas precisamente não deveria colocá-lo. antes que eu tenha decidido que o ponto-chave. m. quaiu l< > a estudamos em detalhe. 1 uno do i > r . o que quer dizer a psicanálise? Que nesta relação ao gozo é a palavra que assegura a dimensão de verdade. para que haja chaiuv t Ir analista. ele nlo poderia absolutamente ocupar este lugar se os outros elementos rednl ívcis MUI 11. cheguei à via que tento traçar ao articular os quatro discursos. isto é.pois não há outra definição possível do gozo .iail. para q Io li itlm necessidade de indicar. da mitologia. o objeto a. não estou falando de algo da ordem do conhecimento. a que algo se demonstre de outro modo que não sofrido.ninguém parece ter-se dado conta de que é nesse nível que está a questão. há mais ou menos dois anos. o que merece realmente que nos dediquemos a formular seu materna. Esta não é a relação dita do conhecimento. sofrido numa espécie de segredo vergonhoso que. Como eu me exprimo.coloquei um H na frente para que vocês vej am que há um apósl K t fo. E quando falo do dismi • . que não se poderia de nenhuma maneira engajar-se nesta via na qual a fala se sustenta. u i < • < 11 (ando causar comoção. ver que termináramos fazendo com que um dos leu i n > . mas não sem variedade. do fato de dizê-lo. mas apenas no sentido de substituir definitivamente toda noção do objeto enquanto suporl ac l< > por um sujeito.O Saber do Psicanalista ' . i se x 11. o discurso do Mestre. i conhecimento. . lembranças de uma época inconsistente. quadro s o b a forma de coisinhas q u e s e cruzam assim. era alingua e.o semblante daquilo que se chama um homem ou uma mulher. O que chamo a Hacoisa [l 'Hachose] . i:. não se torna igualmente menos vergonhoso. que o gozo sexual emerge mais cedo que a maturidade do mesmo nome. parece. vocês nci 11 M. aí. uma vez que não há relação sexual. E tampouco é menos garantido que ela possa de alguma maneira dizê-la completamente. são coisas que só interessam ao discurso universitário. / . a relação desse ser falante com seu corpo . tenha trazido o objeto a ao lugar do semblante. mestre. tampotiu > 11. Mas não se trata disso. "eu não tento. de um modo tangível. nós vivemos aí. Éexatamente omesmo troço. esse discurso nunca está tão bem. no campo de alingua. Que isto esteja em estreita relação com esse curioso enigma que faz com que não se possa agir com o que parece diretamente ligado à operação à qual o gozo sexual é supostamente visado. Esta relação de fronteira entre o Simbólico e o Real. iv:« i lHiscasseapopularidade. mas não se pode dizer muito. Se.1. e mais! Vocês podem constatá-lo suficientemente. sem que se articule em castração. da nostalgia de Rousseau. hm melhor.mostraravocêsopequ. é o caso de dizer. É completamente diferente de conhecê-lo. i . É. O discurso psicai ia 1111 co só pode ser articulado ao mostrar que este objeto a. por ter sido publicado pela psicanálise. chamada experiêiu ia | >M canalítica. E o mais interessante . é secundário. de preferência . digo que é o que determina para a abordagem falante. os analistas. leniam di/er a vocês em que pode consistir esse interesse..é a rei açaí > que esse discurso tem com o gozo. É uma relaçãi > l< >l. a saber. que mantém todo esse discurso. isto é. |U) l 38 . foi Hegel.uma operação de gerador. que < > condiciona. o que o opõe à fala. posso jogá-la para eles. e até mesmo de guia. e isto em conformidade com tudo o que é recebido na análise. E o que define um discurso. E que o objeto a não é um ponto que localiza cm algum lugar os outros quatro ou os quatro que eles formam juntos. para que d. é o materna? Existem todas as razões. Afinal. O Real ao qual me refiro. seriam formalistas. para nomeá-lo. mas que levou mais longe o discurso do Mestre antes que eu trouxesse o objeto a ao mundo. l intão. e certamente não é menos importai i lê articulá-lo em sua relação com a verdade. Seguramente não falamos dos professores universitários! Ninj-. o que determina o Real. a finalidade do gozo sexual. do qual lhes falei há pouco. o que especifica esta espécie animal. cada um ciclos à sua maneira . aquele que fez. que podemos ver de onde está assegurado o Real. j1. mesmo aqueles que fizeram. pela simples razão de que é precisamente o poul< > . E claro que seria igualmente muito difícil sustentar que a histérica. simplcsi i ici iie.u 0 que resulta dessas inconcebíveis elucubrações teóricas que são as que enclici n as revistas do mundo psicanalítico.. É absolutamente nccessai io esgotá-lo em todos os seus aspectos.er. em nome > l . seriam os mais tomados pela incompreensão de meu discurso? É verdade que a questão pode ser colocada. quer dizer no nível do semblante. Mas o que é certo mesmo é que.. biologicai i lente m lamente sem que isso condicione absolutamente nada no scmhli ////<•. abordar assim. Eles não pmi i K >\ iam o mínimo progresso. 11 mente anómala e estranha com seu gozo. porque não há Mestre. num lugar que não este. > mal o onde um gozo. u | i n l i > . seria excessivo dizer que é consistente.. e ale hermenêuticos. de longe e passo a passo porque não se deve esperar demais. ao contrário. esteja na melhoi siiu. encontrou biólogos para. | n . não podem ver. a própria castração parece no homem i< i H M I . desdobramentos do lado da biologia. que o sustenta.1 p | < olojl! < < i < I Icgcl é exata. é um achado . Não gostaria de terminar dando a vocês a ideia de que sei o que é o homem t 'ertamente existem pessoas que têm necessidade de que eu lhes jogue esta pç qnena isca. como referência para o fato de que não há outra via senão esse discurso último vindo dos quatro. é o que permite tetraedrar esses quatro discursos. Que seja um sintoma ou não. por que não? Trata-se do que chamam em matemática. nesta ocasião. que evidentemente se deu mal porque não conhecia o objeto a. mas isso virá...i" pari compreender seu discurso. c que os analistas não promoveram o mínimo progresso quanto à r e l c i c m 1. É neste senlido que . pelas centelhas que poderiam ser produ/idas..e é evidentemente o que não podem ver. no h n MI • m que é colocada. por que os analistas teriam o privilégio de estarem acessíveis ao qnc. por que não? O que constato.ui. i i |iic possam ser feitas num dia.i acreditou que eles tivessem o atrevimento de sustentar um álibi tão pi odin< mu mente manifesto quanto o é todo o discurso universitário. sem dúvida. realmente. afinal de contas. Isso não favorece absolutumi n mpii ensão do discurso do Mestre pelo Mestre.r . é evidente que não haveria absolutamente discurso. em uma estrutura comparável àquel a de u 11 ia lógica e que chamamos a castração. E justamente porque é o discurso analítico. e propriamente aquela que se exprime pela temática da castração. os a encarnados que somos todos. Não é isso que é importante. Enão me façam falar de isomorlismo.O Saber do Psicanalista onde falta um lado. é a construção. O importante é interessar-se e. I cci Ia relação à cópula. porque isso não conota nenhuma cs| >c cie de promessa de progresso. Isso pode acarretar alguns pequeno. por uma hiância. é o materna tetraédrico desses discursos. há o significante- mestre e o Mestre segue corno pode. Por isso. i. ele permanece na psicologia. o/o claudicante e tão amputado. que o justifica precisamente pelo fato de o gozo sexual. quem? ('oisa curiosa.ucin m n u . Éprecisamente nisso que o esforço lógico deve nos servir de modelo.coisa curiosa. nada está garantido pelo que parece o fim.. u i nslalem numa espécie de estatuto cujo interesse justamente-mas não sno i «li:.. aquele que defini como o discurso analítico. prudentemente. acópula sem estes passos tão confusamente percebidos. digo. Posso dizer a eles que é muito provável 11 lente isso. . Iiquehajaemalgumlugar um espertinho da Universidade que acha que meus ei u 11 ici. aquilo que. porque é isso o materna. muito pelo contrário. Afinal. Possivelmente não é privilégio do discurso analítico. naturalmente. . teoricamente. mas nunca realçados. coisa inacreditável. A questão então é esta: por onde os seres acôisicos [achosiques]. Tentaremos esle ano. é um dos únicos sentidos que se pode dar à palavra interesse . é no âmbito do psicanalista que deve dominar a incompreensão de meu discurso.1 1 )iologizante da análise.é o cas< > de I1 i /.. ou pior. à conjunção portanto. e eu o sublinho muito frequentemente. e que permite de um modo. o semblante. cm sen discurso. exceto por uma via matemática. não é um objcto.cujo interesse realmente poderia ser dcmousi i . E o Real do qual eu falo é absolutamente inabordável.i. Ele sempre nos disse que se havia alguém que não compreendia nada do discurso do Mestre era o Mestre. o gozo. o gozo e o mais-gozar. a saber. O objeto a. isso. ich >s sobre a verdade. Não haveria necessidade da virada tia ai ml r. por razões diversas. que levou mais longe. Acabo de dar a indicação do que pode sei o estatuto do analista no âmbito do semblante. tem o sentido de se exasperar. foi o único que ficou doente com ele! Ficou demonstrado de mi l manei rãs tratar-se de alguém não muito forte. algo que chamo alíngua. são estas as questões que possivelmente abordarei este ano. as coisas. ics.v. [N. < c < « que catam as pulgas nos outros macacos. essa famosa ciência possivelmente é feita com quase nada.ci correlativo desta disjunção do gozo sexual. a aparência tão condicionada por um déficit quanto a alingua pode seguir adiante. mas como também encontramos os débeis mentais no Instituto.a perversão nas espécies animais.fizeram um livrão sobre isso. eu me diferencio nisso de minha querida amiga Maucl Mannoni. [N.. l ( o. há volumes inteiros a esse respeito para explicar que há os que fazem isso com ganchos. que recebeu imediatamente o honroso patrocínio de meu amigo Henri Ey.] Não existe correspondente em português. seria voluptuoso! E com isso que acreditam que se constróem coisas corretas.] : conforme uma lógica.T.npalisse: personagem da opereta de Offenbach (1904): pessoa que ili/ \ nl. tentarei fazer o melhor. Afinal.O Saber do Psicanalista homem então resulta na conjunção dos sexos. tem uma relação com algo do real.tentem fa/er isso só uma vê/.] " llomofonia entre faire 1'émoi [causar comoção] e lês móis de Mai [os meses de Maio| referência a maio de 1968.. discussão. \> enervar. não tenho nenhuma espécie de paixão pelos débeis mentais. mas o que é que nos prova que seja em nome de um gozo qualquer. Eis aí. [N.. Houve então biólogos para estender essa relação perfeitamente problemática às espécies animais e estender para nós .] ' /xirter sur lê système: refere-se ao sistema nervoso. é saber como algo que podemos. a queslao muito interessante. Havia um pobre coitado. não vejo porque eu me emocionaria.. coniu os MM. seguindo uma lógica própria.T.. reunião.T. evidentemente. e então ficamos maravilhados. Oupiorl TRADUÇÃO: Nanette Frej 1 Kntretien é a palavra que Lacan utilizará todo o tempo. Embora a primeira coisa a demonstrar seja precisamente a dissociação. A Ciência e a Verdade. di/. como eles devem gozar com umas coisas dessas! Se nós fizéssemos i sso com uma seringa no peritônio. banalidades. e é evidente que a questão. uma vez. Sc olhássemos um pouco mais de perto como é essa porcaria de ciência. em nome de quê? Que as espécies animais copulam. [N. Neste caso. Enfim. audiência. [N. EnfimA Ciência e a Verdade tentava acercar um pouquinho algo assim.. Enfim..R.] ' l . mas daí que isso possa conduzir aos maternas que nos permitem edificar a ciência.] 40 "l .i. uma aproximaçãozinha.m variai ai • \l i onversa. e também há os que enviam os troços. a única questão. e afinal é bem aí que se vê que meu discurso é compreendido. de quem eu era o convidado naquele momento.T. momentaneamente. os espermas ao interior da cavidade central como no percevejo. [N. esta é verdadeiramente a questão. Desparasiter: tirar os parasitas. explicar-se-ia melhor como as coisas.T. creio. que ficou doente escutando-me sobre isso. com suas patinhas. perverso ou não? É verdadeiramente necessário ser um homem para acreditar que copular faz gozar! Então.l. de quem lhes falei com a simpatia que puderam perceber da última vez . é uma questão que jamais foi colocada. Somente com o um. e que incitei vivamente todo mundo I tara ir ver. demoraram para perceber isso.l. Contudo. aquilo que em outro lugar se. Efetivamente. há um certo tempo. que c t M |in . houve duas.K l u-i dever sublinhar com o termo de Nachtrag. porque se não tivesse havido segunda vez. falo de algo que eles conheçam. Quero dizer que a partir dela. representados estritamente na I1 ic. eram l rês a se. por exemplo. para acompanhar o que digo num outro lugar. claro.m l < | u .r do psicanalista não estão de forma nenhuma forçosamente ausentes daqui. q i ucie pode crer em si mesmo. E como há pessoas que se dão ao trabalho de vir. não é somente para nós que ele adquire imp< >i i. a figura de um personagem bastante nobre e barbudo. não pode haver repetição. sob este nome de seminário. o que se chama meu seminário. que acontece ser então aquela que inaugura a repetição. O interesse disso é lembrar algo que introduzi. Contudo. do ponto de visla d o « | i n n& interessa.u qnm cristã. não seria correto. Quanto ao terceiro. Àqueles que estão realmente aqui. trata se de saber o que faro aqui./. pelo fato de que se não houvesse segunda. Parece que foi isso que perceberam a propósito de Deus. de modo que.cmpi. nu-. não se pode dizer que isto possa se fazer de uma única vez. qnr ru saiba: será que Deus crê em si mesmo? Seria contudo um bom exemplo pai a s nós. é para o próprio Deus. coloquei rapidamente e depois na< i . mas estão um pouco perdidos. algumas ve/csde muito longe. há evidentemente um mundo. eles são incorreligioníveis'. o que é que pode começar exatamcnlr a Ires para o próprio Deus? É uma velha questão que coloquei bem rapidamcn i > no tempo em que comecei o meu ensino. n l. E realmente surpreendente que essa questão que coloquei tão cede > c qi n • não creio vã. o Filho e o Espírito Santo. É a história do zero e do um. não haveria primeira. sabia sedcsdc:. e a propósito de uma certa tapeçaria que estava exposta no Museu de Artes Decorativas. 10 evidentemente coisas que só retomarei .não aqui . i a fazer. Eu compreendo que não tenha riu x . Então.|u. Irularei retomá-las este ano. mas para esses. . afinal. não sei se fazendo alusão a este seminário. quero dizer.sina figura. pelo menos entre os meus correligionários.. mu n • il vscrvado porque. ci ii ré o que a psicanálise traz e o que trouxe uma certa tradição fi losófica qi ir.K l" os outros. que acontece. É importante porque é nisso que há um mundo. Eu o abri. o segundo tempo. começa a produzir um certo efeito. não tem nada a ver com o Nachtrag analítico. não se pode jurar nada ncsle senlido.em meu seminai m.1 i movei. Porque é bastante curioso. Num tempo.. ou então. ele não começa.entreolhar. é necessário que haja uma terceira. continuar aqui. tudo dcgri MJ «o l a < ) que degringola ele devia saber. não haveria primeira. não para que isto seja aberto. cuja n u l x >rlância acabo de sublinhar. encontro-me diante dessa questão que se propõe ao que evidentemente não posso aqui continuar. A questão que se coloca é saber se é porque eles eslãodrnlio M . eu tinha ali algumas figuras notórias da chamada l uri . a propósito do que se chama a repetição. < 1 1 1 • aro amigo Kojève insistia muito sobre essa questão da Trindade«tiltl Lição III 06 de janeiro de 1972 ão se sabe se a série é o princípio do serio. (Vilo a esta afluência que faz com que aqueles que de fato convoquei para algo que si. A repetição só pode evidentemente começar na segunda vez. . pelo menos aparentemente. justamente. direi a vocês de imediato por quê: é somente a partir de três.. não é negligenciável. que eles levem em conta que. sr in dúvida.e o que nos interessa é analítico . Seja como for. De nosso ponto de vista de sujeitos. Não l ia 11. quero dizer. para que haja repetição. sobretudo quando se trata de Platão que MI l >l i nhou bastante o valor da díade. mas não disse. l í preciso. desde a ú l t i m a vê/. o q u e é m u i l o mais piov. 42 N Seja como for. aqueles que encontro estão aqui.chamava O suhc. muito bonita. realmente. também. aqueles qi u-1 o ram instruídos à sombra da Trindade. nenhuma lurhn lência.dd í ne como meu ensino. o só depois \apivs i •<'/// • l S. o que impressiona mais do que ver alguém diante de sua imarci i1 A partir de três. E certo que não é exatamente o que eu esperava. se se é um pouco atento e rigoroso. E é por isso que posso dizer que o abri. vê-se o Pai. não tenha suscitado. Não seria senão pelo falo de que nem todo mundo está advertido de que tenho uma pequena conversa 1 por mês aqui.entre a segunda vê/. em suma. porque eu abri esse seminário. 111 r i a. me custa crer-que não entendem nada ou. isto é. vocês contam no negócio. isso não e i ia< 1. é que c um alo l a l l i o l i un ato falho que. o que n u l< l alar como se eu falasse de vocês e-quem sabe?-isso leva a falai t ' > m . De tempos em tempos.. como diziam .. foi por falar de meu seminário que fui levado ao l u n < l < > < [fifl > i vocês talvez sejam os mesmos. nem com a sinologia. poderiam dar a volta ao mundo. porque estar totalmente só. não e que seja formidável. eu não falo onde espe i. c claro. Elas são treinadas no contexto de certos rilos sociais. eu me deixei estender um pouco. muros. pois esperava falar no anfiteatro Magnan e estou falando na capela. Ia/em ami/adc com uma amiga até que tenham. É por isso que eu perguntava há pouco quem falava. por que i iac > acreditar nele? Na prática. as moças do mundo nunca pensaram nisso. as moças e os rapazes opunham-se em igual número. ainda que eu me esforce. 1 . para falar do fundo das coisas. Aqui. quem me fala aí? É agora que vou poder comentar isso. As moças. arrancado um cara do regi mento dele. pela razão que lhes expus há pouco. qualquei esforço que faça para sair disso. nem com a etnologia. por causa de Granet e desta história admirável do que se alterna nos poemas do Che King. tanto mais que se não o fizessem. por exemplo. Estou falando na capela. naturalmente abandonam a amiga. é demasiadamente arriscado. naquilo que conhecemos atualmcnle. enfim. estão fundados na minha experiência de analista. ele era incontestavelmente etnólogo. isto é. assi m pela mão.. Não se pode dizer que seja o que chamei há pouco uma garantia de sério pois isso só pode ser um ateísmo.. elas se agrupam duas a duas. pessoas.mii< Anne. i capelacom a disposição esperada. Para as moças. entretanto.o que não é exatamentc a mesma coisa . isso foi escrito por um tal (!i anel. porque. voltei com um pequeno título de conferência sobre o que ensino. etc.sobrenadam graças ao fato de que se dão as mãos. sempre falei aos muros. 11 m ros. uma coisa chama a outra.não chocante . Eu me veria quase com seres humanos 44 ou até de primeira qualidade! É assim. ele era incontestavelmente sinólogo.1 Direi mais. Mas onde é que penso que estou para falar. do ponto de vista arquitetônico. é claro.. LACAN .ele fala também deles . uma capela com sua guarnição de capelães. nas minhas intenções N . !• é isso. seria necessário que cada um afrontasse a moça sozinho e disto eles não gostam. da qual dei umflash. Sim.. > • • " falasse para vocês. faz um tempão. i r nu " . l í o:. Todos se dão as mãos. eles sobrenadam . mas en f i m e 111 n. que tinha uma espécie de aptidão que não tem absolutamente nada a ver. na ( Muna antiga. tudo isso. Então. há um poema de Paul Fort nesse género: Se todas as moças do inundo . Deixei-me levar assim falando de minha experiência analítica. evidentemente. a qual é bastante difundida. aos muros4! Cada vez mais exitoso o ato falho! Sei agora a quei 11 vim falar. o arquiteto existe para fazer muros.Quem. esta capela parece-me um lugar extremamente bem feito pai a < \e saibamos do que se trata quando falo dos muros.e m S. É certo que t >:. nem todos vocês sai i e vi dcntemente psiquiatras. ao contrário . Como saber a qnei 11 falo? Sobretudo que. é outro negócio. um poi H o c l< 111.é Che King. c. além da dezena. o cristianismo.. puxa vida. mas isso não é o fundo das questões. é chique. foi para falar aos psiquiatras e. que falar aos muros interessa a algu i n. i •. O que não estava... LACAN . ta. H M i i vá de forma nenhuma nas minhas intenções.É contudo muito impressionante que após aqui Io < l t . Quando cias tiraram um cara do regimento dele. ist < > e. conferir as danças e lendas da China antiga. senhor! Seja lá o que pensem e até por mais superficial que lhes pareçam esses assuntos. eles não tem a menor ideia da dimensão do ambiente no qual têm que nadar. se vim f a l a i . a quem sempre falei em Sainte-Anne. aos muros! Não tenho nccessi dade de voltar a isso.os rapa/es se entendem em relação a isso. Omite-se demasiadamente que. no final das contas. um asilo.os muros. a todo instante corre o risco de ter êxi to. Sim! Enfim. isto é. é contudo assi inque medmi" .. eu lhes expliquei. vocês contam pelo menos para isso. falei como se falasse àqueles. incline-se tal vc/. esse coro de rapazes oposto ao coro das moças. portanto. O tal Granet.Quem tem algo a dizer? X . Essa espécie de concessa» > < Io laicato aos internos. mas os rapazes. Noutros termos. que aliás não se sai tão mal assim. É preciso que eles se dêem as mãos. não vou fazer a lista. cada um por si face a sua cada uma. afirmava que. no que chamam-no que chamavam no tempo em que havia gente In M u -.es estão sempre em certo número.se dessem as mãos. por isso.<| falava há pouco. é outra coisa. o que há de certo. Onde é que penso que estou? Veio assim. l » • 111 que poderia acontecer que eu falasse assim com alguém. Todos se dão as mãos. hein. Como não estamos mais no tempo do Che King. Que história! Vocês entenderam? Vocês entenderam? Estou falando na capela! É a resposta. na realidade.começa assim . o asilo clínico. em suma.. É uma ideia doida. Então. mesmo Che King . porque. e depois alguns outros. i \ i falar. É a solução pela qual me inclino. Não é aqui que exponho o fundo das coisas. contudo.O Saber do Psicanalista são de um ateísmo tão integral que esta questão não produz efeito algum neles.Nós todos deveríamos sair se você fala aos muros. de qualquer forma uma sonolência. os rapa/. inesi i u u |i H fosse apenas vir aqui e cumprir minha função e. Porque é evidente que.O Saber do Psicanalista direção do hegelianismo. é claro. Mas isso é minha questão pessoal. casos. . minha própria voz pregando no deserto . É evidente que os muros me luzem gozar! E é nisto que vocês todos gozam. a lesma5 em questão dera esse p i l o l < H ijlli pensava que ele era impotente!" Eu conto a história. é preciso evidentemente que se conceda sua voz para enviá-la aos n u m >s. < > (|i ie evidentemente não lhes acontece em qualquer esquina. e que os B e os P brotam melhor na entrada. I. e cada um. enfim. e tudo aquilo passando por um buraquinho mostrava todas as sombras. E. é aí que teríamos talvez um pequeno fio. mas é feito para envolver um vazio. aprender. "encontraram o chamado Céfalo". rcflilain. em relação ao vazio. há muito tempo o homem choraminga como qualquer um dos animaizinhos piam para ter o leite materno.i< > é. claro. por participação. porque há os Anais. das quais conservamos os nomes assim como eram. Contava u i i i c l i a . é claro. um pedacinho de rastro.. porque tudo que nos foi legado por uma tradição chamada filosófica concede um grande lugar ao vazio. isto é. exceto a alguns psicanalistas. É curioso. i l i c .mas para escolher. enfim. Como imaginar o que preenchia os muros do Partenon e de algumas outras bobagens dessa espécie. 1 . • t|iiemquer que seja. e que não era o seu. n. muita prudência na coimimeacaoi I o . contava algumas historietas aos estagiários. Há apenas ela. ele teria percebido o que c a caverna. \«<\e me critica sensacional. li cm torno disto mesmo que vai girar o que vou tentar talvc/. reconhecem-na de imediato! Só podia sereia. l. paca apicm (ler o que podiam. seguramente. Há mesmo um chamado Platão que fez girar em torno disso toda sua ideia do mundo. a lógica." etc. .io lei u Io p< M l i < l . ele teve que perceber que os K ressoam melhor do fundo da caverna. desde então. falando depois. Isso me inspira. i < l < um. É manifestamente uma teoria que nos faz compreender o que c o objcto a. é muito difícil saber. pai a meu discurso. Suponham que sejam os muros a caverna de Platão onde se faz ouvir minha voz. dez pessoas min o havia estagiários. é claro.-. na gagueira. outra forma ao vê-la chegar. Aprendi 11 n i i to cedo que a lógica podia tornar o mundo odioso. paciente. a condição de terem orelhas apropriadas! Para resumir e prestar-lhe homenagem por alguma coisa na qual ela não esl. de doentes. . lálaiul< > i k-pois com algumas pessoas que estavam lá para me acompanhar. Mas. Antes de falar em Sainte-Anne. quando eu era chefe de clínica. essa apresentação que consiste em escutá-los. que datavam as coisas assim: "Foi nas grandes Panatenéias que Adimante e Glauco. suponham que Platão tenha sido estruturalista. O que acontecia ali? É absolutamente incrível que não tenhamos a menor ideia sobre o assunto! Ao contrário. é em torno desta doente. < l . Temos o sentimento de que durante todo o período que rotulamos com esta etiqueta moderna de paganismo. que foi sem dúvida ali que nasceu a linguagem. Houve alguns outros antes e depois ainda há muitos a < 11 lem cedo a palavra. só cheguei a falar muito tarde. para mim. a saber. porque ape. .m. i.. isto é.n de i m l c . é ainda uma pequena digressão. foi ali mesmo que aprendi a ter 46 prudência com as histórias que conto. foi aí que ele ouviu a ressonância. havia coisas que se passavam em diversas festas que chamamos. É necessário revirar a coisa. foi ele quem inventou a caverna. Quero dizer que as pessoas que aqui estão a título de estar entre as paredes [murs] são perfeitamente capazes de se fazerem ou vi r. Eu me deixo levar essa noite. natural 11 iu n. retomemos o fio. pois falo às paredes [murs]. c. comecei a fazer isso tarde.é uma resposta à pessoa . do último muro. i t m .de 111 K < halo.v|.m u i t o antes disso ouvi coisas que foram. enfim. tudo parte daí.. Ver-me falando às paredes [murs] é algo que não pode deixá-los indiferentes. em suma. ouve há muito tempo. mas para se aperceber de que ele é capaz de fazer algo que.. O que é certo é que não temos absolutamente nenhum testemunho. Fez dela uma câmara escura.porque na tagarelice.Ia i map i uui 11 o que é uma pessoa comum? Isso provocou uma confusão. que fui aspi rad< > cm direção à psicanálise. porque não c. Deus sabe atraído por não sei c 11 ie 1 1 n • 11 <> < l* mosca! Não posso dizer quealógica me tenha tornado absolulameiileodi. . como todos sã bem. acontece-me. é o caso de dizer. das quais nos restam alguns muros desmoronados. antes de ouvir o que elas me reenviam. Havia algo que acontecia no exterior. questionar: a relação de algo a que dou muito importância. pessoalmente sem motivo. um charmoso homossexual que analisei. vocês sabem a sequência. É nisso que consiste o que chamam minhas aprescntaec KV. a quem dei o nome de Aimée. quero dizer que não me veio à cabeça. enfim. i. tudo se produz . Acontece-me depois de falar com algumas pessoas que assistiram a essa espécie de exercício. Acontece que. realmente. 1 . Não se deve crer que o que lhes digo queira dizer que não tirei nada de diferente do Sainte-Anne. fiz muitas outras coisas. se falo às paredes |///»/-. uesle . totalmente decisivas para mim. porque. No Sainte-Anne. Era num lempi > ei n (|i ie eu (requentava um certo Abelardo. temos uma grande ideia. pelo menos para realizar uns trabalhinhos. no âmbito dos matemáticos.< i aparentado ao capitalismo deixa de lado o que chamaremos. simplesn iei iie. esses muros pelos quais o laicalo reali/i >i i . por não crer absolutamente no senso6 comum.pi >n< . esse muros aqui.E. no qual se tornou.a< > ile um ínfimo deslizamento que passou desapercebido aos próprios interessa < los. • . A questão na ordem do dia é o que a razão tem a ver com o fato de.i exclusão da loucura e do que isto quer dizer. I l. de sorte que vocês devem fazer sua parle. Isso não tem nada a ver nem com o sentido. ligado a um certo discurso. hein. •1» • O que posso dizer é que. contudo.N. | >ara í. isto é. não se deve. mas não há comum. em ra/. Na verdade. convém saber que o que situae define o psiquiatra.S. os muros ili > a. levantava-me ali contra toda definição da d< > cuca mental que se abrigasse nessa construção feita de um semblante que.1 poisa. todo diseui '. algo visual . Escrevam R. eu me esforço para que o acesso a esse senlido não seja demasiadamente fácil. 11 >crcebeu que todas as metonímias saíam dela. multiplicou sua mei. porque consigo tamponar o sentido seriamente. que pude. H eoisas do amor.teríamos podido vê-la chegar há um certo tempo. É uma ortografia de Francis Ponge.8 Será que aquilo que ressoa é a origem da rés9. fazer o que? l >. a menoi discordância que atingisse a posição do psiquiatra. e do qual não teríamos a menor ideia se Marx não se houvesse dedicado a complela Io.O. por que não?. num percurso. Pois quem quer que habite nesses muros. enfim. Escrevam! Concedam-me este prazer. Secretem o sentido com vigor e verão o quanto a vida se torna mais fácil!! Foi por isso que me dei conta da existência do objeto a do qual cada um de vocês tem o germe em potencial. sob o título dos quatro discursos. uri )irer àquilo de que se trata. o proletário. mas. ai i uai. sendo poeta e. miuicertaatualidade. a rejeição. que vou poder abordar a coisa. nem com a razão. quer para dar um esboço de articulação. sob o título de "Sobre a causalidade psíquica". Ele não é o único. meus bons amigos. É uma questão muito grave. Todo mundo sabe que ela não basta e que lhe foi preciso há algum tempo .não quero dizer como intuitivo. o Real. Naturalmente.N. enquanto (ai. razão aos muros. aquele que rotulo como discurso do Mestre. o que a razão . Não há provavelmente um só dentre vocês que I1 ie entendam no mesmo sentido. Chego a isso tão facilmente. Não é nesta noite.sobre a qual nos contentaremos no momento em apreender que parte do aparelho gramatical . Aliás. 0 que distingue o discurso do capitalista é a Verwerfung. isto é.O. até um certo desvio. isto é. O sentido é uma garatujazinha acrescentada neste objeto a.e o 1 1 1 \ M l. A 11 i stória também mostra que esse discurso viveu durante séculos de um modo proveitoso para todo mundo. com o qual cada um de vocês tem sua ligação particular. R.mas como algo justamente ressonante. por parte dos psicanalistas. daquilo de que a realidade é feita? É uma questão que toca.n.1. a análise foi tão pouco feita antes de mi m que e verdade dizer que nunca houve. a lhe dar seu sujeito. Isto só se aborda pela via cie m i u análise do discurso. a qual só vi seriamente formulada.E. por este caminho.e rotular como organo-dinamismo. a título da lógica. um grande poeta.ili >i . a rejei vão fora de todos os campos do simbólico com aquilo que eu já disse que lei 11 « • n no consequência a rejeição de quê? Da castração. enunciar. certamente. desde Platão. ignorar o que ele nos conta. precisamente . desde antes de 1950. E que. aquilo que o especifica desde então como o discurso do capitalista. o que é uma secreção salubre e mesmo terapêutica. em tudo aquilo que se pode extrair da linguagem. não t.O Saber do Psicanalista lal ve/. para o qual eon vei j'. ao qual finalmente só l'a/e m prestar homenagem todas as referências intuitivas. o discurso analítico ainda não leve peiio •. enfim. i . sendo o que ele é. as quais se acreditou poder purificar esta matemática e que busca além por que réson. algo que c di lê i enic.. O que faz sua força e ao mesmo tempo a força de cada um de vocês em particular é que o objeto a é inteiramente estranho à questão do sentido. isto é.. por um certo viés que r o de uma lop. Graças a quem o discurso do capital i si a l loresceu em todo lugar onde reina a forma de Estado marxista.i sentido. pois seria cair novamente na vertente da intuição. Toda ordem.i l. partindo de minha doente Aimee. no meu peiiuliin • lê seminário. em meus i'si-rltos. i | > u . 1 í pi >r isso que dois séculos depois desse deslizamento. Vocês vêem isso. devo dizer que muitos tendem a reduzi-la à réson1. este ponto de junção lógico-matemático. vê-se retomado algo que expus. falando muito propriamente.1 • . > elínico. pelo nu nos. chamemi)-1 o e a l v i 11 i si 11. além deste poeta. . é IU( M l nação em relação a esses muros. não deixava menos inteiramente de laili > aqui Io de que se trata na segregação da doença mental. que há algo além.colocar em jogo a matemática.S..tem a ver com algo que se imporia . E c aí que a questão se coloca: onde centrar esse real ao qual a interrogação lógica nos faz recorrer e que está no nível matemático? Há matemáticos para dizer que não se pode de forma nenhuma centralizar-se nesta junção dita formalista. a castração fez enfim sua entrada irrupti vá sob a lon i u < !• > discurso analítico. nesta questão. o proletário. desde Platão. de sorte que vocês devem fazer sua parle. enquanto lal. ligado a um certo discurso. pois seria cair novamente na vertente da intuição. isto é. o que a razão .u n i a análise do discurso. arejeição. sob o título dos quatro discursos. os muros di l uilo clínico. E que. •l» O que posso dizer é que. ignorar o que ele nos conta. a castração fez enfim sua entrada irrupti vá sol > a l on 11. e do ( j i i a l não teríamos a menor ideia se Marx não se houvesse dedicado a complrla Io. vê-se retomado algo que expus. É uma questão muito grave. / .sobre a qual nos contentaremos no momento em apreender que parte do aparelho gramatical . por que não?. a lhe dar seu sujeito. aquele que rotulo como discurso do Mcsli r A 11 i stória também mostra que esse discurso viveu durante séculos de um mo< Io proveitoso para todo mundo. multiplicou sua i n r i a l . algo que c di Ir irnle. o Real. nem com a razão. enfim.a<» ile um ínfimo deslizamento que passou desapercebido aos próprios interessa dos. porque consigo tamponar o sentido seriamente.n o i discordância que atingisse a posição do psiquiatra. as quais se acreditou poder purificar esta matemática e que busca além por que réson.não quero dizer como intuitivo.( > aparentado ao capitalismo deixa de lado o que chamaremos. esse muros aqui. que há algo além. desde antes de 1950.. Pois quem quer que habite nesses muros. Graças a quem o discurso do capitalista l loresceu em todo lugar onde reina a forma de Estado marxista.mas como algo justamente ressonante. Naturalmente. i . a título da lógica. por não crer absolutamente no senso6 comum. 1 (por isso que dois séculos depois desse deslizamento. falando muito propriamente. Isto só se aborda pela via ck. n . este ponto de junção lógico-matemático.S. todo disci n •.O. Escrevam R. Isso não tem nada a ver nem com o sentido. ( 'licvt > a isso tão facilmente. enfim. -i n ili 11 »lê seminário. a iv|ci vão fora de todos os campos do simbólico com aquilo que eu já disse que tem como consequência a rejeição de quê? Da castração. Secretem o sentido com vigor e verão o quanto a vida se torna mais fácil!! Foi por isso que me dei conta da existência do objeto a do qual cada um de vocês tem o germe em potencial. razão aos muros.N.1 i «isa. O que faz sua força e ao mesmo tempo a força de cada um de vocês em particular é que o objeto a é inteiramente estranho à questão do sentido. ixrorrer àquilo de que se trata. isto é. Toda ordem. que pude. contudo. ao qual finalmente só ['a/cm prestar homenagem todas as referências intuitivas.N. certamente. partindo de minha doente Ainicr. não deixava menos inteiramente de lad< > aquilo de que se trata na segregação da doença mental. c IUI situação em relação a esses muros. sendo poeta e.teríamos podido vê-la chegar há um certo tempo. Escrevam! Concedam-me este prazer. mas não há comum. Todo mundo sabe que ela não basta e que lhe foi preciso há algum tempo . não e poin . no âmbito dos matemáticos. a qual só vi seriamente formulada. nesta questão. por parte dos psicanalistas. Na verdade. aquilo que o especifica desde então como o discurso do capitalista. fazer o quê V l >ai prlo nu nos. por este caminho. sendo o que ele é.E. O sentido é uma garatujazinha acrescentada neste objeto a.8 Será que aquilo que ressoa é a origem da rés9. Não é nesta noite. o discurso analítico ainda não teve prid > li qnrr para dar um esboço de articulação. além deste poeta. por um certo viés que r o t Ir a Irtgli i |iui1 enunciar. isto é. 0 que distingue o discurso do capitalista é a Verwerfung. para o qual con vn jv vodl nmacertaatualidade. o que é uma secreção salubre e mesmo terapêutica. a análise foi tão pouco feita antes de mini qnr c verdade dizer que nunca houve. 16 a] >ercebeu que todas as metonímias saíam dela. E é aí que a questão se coloca: onde centrar esse real ao qual a interrogação lógica nos faz recorrer e que está no nível matemático? Há matemáticos para dizer que não se pode de forma nenhuma centralizar-se nesta junção dita formalista. eu me esforço para que o acesso a esse sentido não seja demasiadamente fácil. Vocês vêem isso. mas. levantava-me ali contra toda definição da (K > ença mental que se abrigasse nessa construção feita de um semblante que. que vou poder abordar a coisa. isto é. chamemo-lo cal vinisln. sob o título (Ir "Sobre a causalidade psíquica".v< -ritos. n li nal. Aliás.tem a ver com algo que se imporia . simplcsn irnii as coisas do amor. 49 . devo dizer que muitos tendem a reduzi-la à réson1. R. algo visual .O.O Saber do Psicanalista lalvc/. cm mm:. Ele não é o único.E. meus bons amigos.S.colocar em jogo a matemática. cm ra/. para se rotular como organo-dinamismo. com o qual cada um de vocês tem sua ligação particular. convém saber que o que situa e define o psiquiatra. não se deve. daquilo de que a realidade é feita? É uma questão que toca. a n u . até um certo desvio. esses muros pelos quais o laicato ivah/oii a exclusão da loucura e do que isto quer dizer. l i a sentido. 11011 ici 1 1 >. um grande poeta. Não há provavelmente um só dentre vocês que 11 ic entendam no mesmo sentido. num percurso. no qual se tornou. em tudo aquilo que se pode extrair da linguagem. hein. u l< > discurso analítico. precisamente . É uma ortografia de Francis Ponge. A questão na ordem do dia é o que a razão tem a ver com o fato de. u m i nu i u Io. aí. que se tratava da linguagem e que era um novo discurso. é necessário dizer. (olando-a depois de uma meia volta. Porque o "entre" é muito ambíguo. isto é. quer dizer que. fui levado a introduzir o que havia de evidente na novidade psicanalítica. hum.a i . então não vou dizer o quê.1. basta para justificar que estes seis vcrsmho:. na época em que se produziu esse turbilhão entre as bolas. Somente aí vira tubo..uso pai . (Lacan bate as mãos).i|>. da coisa. no início: "entre o homem r . porque ronrona: i.. que terminam por cair no buraco. que vocês conhecem bem. é por isso que propus o seu estudo. enfim. Como é que aconteceu de eu ter acolhido assim. eles chegam como as bolas de certos jogos de trictmc™.. .. mm i • rito lugar. Não quero dizer-lhe que esta seja a definição u>|ml. uma vez que estão ali.. e do qual jáfiz bastante.1 mulher. A questão que trago é: como é que um analisante pode um dia ter vontade de se tornar psicanalista? É impensável. e há contudo.. i | i n . entre todas as espécies de outras coisas sensatas. é um troço que tinha encontrado no almanaque. Vocês vêem. não dá em nada.. basta vocês olharem na parte quatro.. ele é conduzido por seu analisante. Entre o homem e o amor . Não é desprovido de talento! Não é desprovido de talento. em meu seminário. Enfim. É poesia proverbial. eu previra o que lhes diria esta noite: eu falo aos muros.mas é claro!. naquele momento. • estão informados informar-se-ão. flutua. uma espécie de epígrafe do género ritornelo. é ummodo de imaginá-la. Como aqui falo aos muros. . |.. aí então vocês compreenderam que "entre" quer dizer "interposição".. > Amor Bom! O que acabo de esboçar para vocês aí no quadro.sou honesto . nesse quadro qmj' i rã. é um tubo que-. em 50 Jakobson. isto cola. essa posição sobre a qual sequer se pode dizer que o psicanalista conduz.. ou seja. se me lembro bem. ele está aí. Há um mundo. só há isso mesmo Entre o homem e o amor. l . isso parece muito com uma fai xá de M< >cl >i 11 • isloé. é uma maneira como outra de representar a garrafa de Klein. ainda que nunca se tenha ouvido falar do cara. Há um muro.vocês nunca observaram. isso quci di/n "vocês nunca chegarão ali!". não é! Mas com: "Há um muro". algo que desperta. que vem aí nesta história de função e campo como um cabelo na sopa. cujo nome eu cito . não dá para dizer com que alegria escrevi "Função e campo da fala e da linguagem". "há um mundo". falaremos da mesologia.. Entre o homem e a mulher Há o amor . poesia.1 .. l .e que conta esta coisa que não tem. Seja como for.. Entre o homem e o mundo. aquiloque se faz torcendo uma pequena faixa de |>. o objeto a em pessoa. começa desse jeito: Entre o homem e a mulher. este troço aí. "há ummundo" assim.O Saber do Psicanalista rfiA Eis aí! Eis aí em nome de que... não dou um curso. Razão\m razão! (do quadro) amor.. > . Há o amor. pequeno cíivul.iu. há o amor". Verão que não tem nenhuma relação com o capítulo seguinte. simplesmente..• • „ . Como lhes disse. Eles chegam sem ter a menor ideia do que lhes acontece. vale a pena. Noutn > 11 ij -. o que é que tem a função de "entre"? Mas aí estamos na ambiguidade poética e. . não é. se revira. É uma supri 1'ície que tem certas propriedades topológicas sobre as quais aqueles qm. É sempre o que se diz... levado por uma espécie de zum-zum-zum que se produzira em algum lugar do lado dos psicanalistas. que vocês encontrarão em. |i i. enfim.. Mas não pude resistir. eles compreendem.. chamava-se "Paris no ano 2000". em seu negócio Há um mundo. o que quer que façam. a mulher. Tentemos ver topologicamente o que me agradou nestes seis pequenos versos de Antoine Tudal. não mais que < i i eslo. u .O Saber do Psicanalista parte das pessoas que estão aqui saibam do que falo. poderia ter feito ao contrário. à esquerda. VOI são senão o suposto. Esse personagem. a castração está em todo canto. se quiserem. como dizia o caro Lcon 1'aul l-ai r. mas não é o muro. i . pois aí eu o representei por um círculo . Bom! Então o amor está aí." esse mundo substituído pela volati l i/ação do parceiro sexual . aparte direita do esquema.de tal modo que em eai Ia i u 11 cios pontos da superfície o reviramento esteja sempre ali. Aí. assi m. na ocasião. volatilizá-la instantaneamente.mio Po!H l n l|lli define esta superfície. íoi apenas para lhes dizer que ele era do sexo masculino. a respeito de algo diferente. > i > . Enlrc o li< >mcm e o amor. de forma nenhuma. Então vejam como. a oblatividade..Masvocêsdãoumcorpoaessesignificanlcquco-. i . então coloquei o homem à esquerda.'< mo • • círculo. i • • é uma superfície que a gente concebe. isso deveria fazer. é que. E o que passa pelo desfila (lei ro da castração é algo que tentaremos abordar por vias que sejam rigoix >sa:. no sentido bíblico. i| u m m.m u •< 11. fosse preciso pari i i < lê que quando se joga. quero dizer "sii| u >. vejam. isto é. istoé. marcado com o F da mulher. por exemplo. c tudo o qi ie resulta disso em relação a cada um dos parceiros. que irrompa. ffl sulicientemente. para se ter uma ideia saudável do que é o amor.chamemo-las. quando defini esses quatro discursos.uc. isso conla um bocado! ' l ai vez. é que. suporte intuitivo. à direita. o pequeno círculo que eslá aí cm todo lugar. O que nos permite ver topologicamente. vocês veri a m < 11 K 11. Vocês não lhe dão sentido. H > Coisa curiosa.i>. elas não podem ser senão lógicas. ele ocupa todo o espaço. entre um homem e uma mulher. de todo modo. é simplesmente o lugar da castração. basta colocar enire pá n n leses o a para reencontrar o que demonstramos todos os dias. 52 '. e aos amurosos1'1 l im outro lugar.m 11 «l. e muilo! Mas pci maneçamos no primeiro tempo. ali onde escrevi F na parte direita. salvo que há um lugar onde ele vai revirar-se.hpi. ó scmpi <• eom a aposta da castração. isto é. M • > . mas algo que se define por cerlas C001 denadas . opouetadePouásio12. que flua. É isso que é castrante. em seguida. que é. aquilo de que se trata. porque. Mas o que é preciso ver é que este muro está em lodo « .•. e mesmo topológicas. claro.bem. há um mundo. Trata-se de ver o que vai acontecer ai a «'.. c que são tão essenciais para observar que.ora. há o amor". de quem eu disse chamai se Antoine.!»•. o influxo e tudo o que se acrescenta quando se é obsessivo. Vocês nem mesmo « i . isto é. ele. de forma que vê as coisas de seu lado. isto é. o que é o amor. é um poeta de Papua13 quem diz que é um muro. tle forma nenhuma. e até aos (a)muros. quanto à relação entre o homem e a mulher. ali nesse pequeno esquema. De sorte que. Se eu lhes mostrasse c k. o que é que há entre ele e o amor? Será que vou ser forçado a voltar ao quadro? Vocês viram há pouco que era um exercício um pouco vacilante. perfeitamente. "Entre o homem e a mulher. i espécie de corte que basta para volatilizar essa superfície. Isso comunica incrivelmente''. sua posição como lambem seu saber. o que há entre ele e o amor é justamente o que está do outro lado. para nomeá-lo. Aqui. opoweta \pouele]. vetoriais . recobre o território antes ocupado pela mulher. ele "conhece" o mundo. dos quais fala vá ha p< >u co. v» iC0l são sempre de qualquer forma os sujeitos. É por isso que aquele que chamaremos o homem. É mesmo o que faz com que vocês se enganassem cm coiuvl ><• l. pensa que conhece o mundo. e sujeitos. entre o homem.. é claro que os muros não podem ter. o bem que a mãe tem por seu filho. essa espécie de sonho de saber que vem ali no lugar do que estava. mais seriamente. e aos a-muros. esta sensacional invenção do obsessivo. é que o círculo ou o ponto de reviramenli > di. O amor. mesmo com toda a arte do arquiteto no fim da opei. a relação que a mãe tem com a castração. entre o homem e a mulher. ora! ( ) amor. como dizia Paul Fort há pouco. o fluxo. o lugar onde se produz este reviramento que introduzi um dia como significando a junção entre verdade e saber. pura convenção. a mulher à direita. para não dizer o Oulro. M i postos ao que se passa de um significante. E qualquer que sej a o uso dos mu n >s pá i a manter a voz em forma. isso circula! São postos em comum. quando nos dizem: "entre o homem e o mundo. um círculo. o (a)muro. há o amor: é o pequeno círculo.como é que aconteceu é o que veremos depois . o mestre do I O / M M vocês não são. mesmo enl ré a mãe e o filho.i < OlflU uma superfície intuitivamente representável. não pensem de forma nenhuma que eu diga uma pala v rã a mais. como se pode escrever o que vai acontecer entre o homem. tento dar conta disso.é homogêi ice > c. apesar disso. à esquerda. Hom! ()ra. simplesmente. que o amor comunique. enquai 1l< > cs| >e> 1 1 1 < > topologicamente definida. falo aos muros. isto é. "há um muro". Portanto. em cada um de BOUI pontos. a hipótese é que. O que faz com que o saber deixe intacto o campo da verdade. i n i » i fície. Eu não disse que estava cortado. é aí logicamente que eu reconstruo esse $. mei i S .para chamar as coisas por seu nome e ir rápido. no qual se assenta a ordem social. precisamente. não para delirar mas.> justa do que é o objeto a. e num lugar como o nosso. Ele é o supremo de uma curva à qual dá o sentido. nos limites desses muros. não pen:. com o tempo. Fonseca 54 *jjjjjjjm> JÊ . J. uma viv. afinal. dar-se conta de que os muros aos quais está ligado por uma definição de discurso. Comuniquei-lhes. disso que acreditamos que sabemos o que quer dizer. não se pode dizer que eles se privem de refletir sobre si mesmos. inclusive a ter m i ia u li >.n d • « l . Quando vejo aumentarem. ter conseguido edificar com meu $. que não tem nada a ver na questão. meus alunos. i de abrir U» | > •' hospital psiquiátrico numlugar onde o discurso capitalista r | > r i l r i i . TRADUÇÃO: Ana habel Corrêa Letícia P. enfim.os asilos na URSS. meu S. e "perigosos para os outros". Sp S2 e o a. que é exatamente esse objeto que corre. lalviv.< gpi i liça como psiquiatras. de escutar algo di In i . Entretanto.. "alguém perigoso para si mesmo e para os outros". afinal. nada mais até nova ordem. Como não ver o que há de semelhante nessa invocação substancial e nesse incrível mito. entre as pessoas que me escutam de vtv. mas que ninguém é capaz de enunciar o estatuto senão como o estatuto supremo. no final das contas.. entre a m a n u i . O que ela demonstra justamente é que o gozo que se poderia chamar sexual. qi ir. Deus sabe por quê!. O que é que separa. para proteger. digamos. a sociedade vive disso. isto é. ao qual o supremo escapa. do qual o próprio Freud concebeu o reflexo do gozo sexual. os protestos contra o uso que se faz .de sempre que vocês se atribuem seja outra coisa que não esse gozo do qual vocês são cortados. esta noite. onde ele ainda está bttll do? A primeira coisa que os psiquiatras. pois está tarde . detesto nos outros. pois aquilo de que ele tem que se ocupar é o quê? Não é outra doença senão aquela que se define pela lei de 30 de junho de 1838. exatamente. É isto que i na i:.. a réson11 de ser. algumas reflexões e. cm ([Liando e que são chamados. que não seria do semblante sexual. o gozo e o mais-gozar. pelo menos. os opositores. m.i reflexão de minha voz sobre esses muros. se há alguns aqui. esse aí é marcado com o índice. daqueles que estão internados ali. é no entanto o muro atrás do qual. Paia Talar propriamente. durante meses. sai > reflexões às quais minha pessoa como tal não pode ser estranha. Deus sabe que toda liberdade é dada a cada um nesse sentido.' ' o signiflcante-mestre! lk-in! O que vocês são lá dentro. i minha voz. não importa como vocês o escrevam. não digo de minha fala. seria primeiro saber o qur < > . por exemplo. que distância.rm que a substância do sonho. A voz. em relação a esses termos que tampouco têm necessidade de muros para se escrever. e precisamente. m rente consigo mesmo. vocês não tenham tomado a reflexão da minha voz nesses muros como 111 na simples reflexão pessoal. como quatro pontos cardeais em relação aos quais vocês têm que situar o que vocês são. vocês podem colocar o sentido do que nos concerne. Porque. mas é bem evidente que eles são perigosos para a ordem social na qual se inserem. Se posso. o psiquiatra poderia afinal de contas.. naturalmente. com o qual brinquei. isso pode conduzir a algum lugar. Os muros. guardo desses muros al"i > no coração. (alvr/. também. do que só se enuncia pelo índice da castração. como no jogo do anel15. antes de adquirir estatuto. E é por poder articular o leque dos gozos sexuais que a psicanálise dá seu passo decisivo. em nossos dias. Isso não os impede. sombras de sombra literalmente. O muro pode sempre fazer muroir. naturalmente. a verdade e o semblante. pi n l receber.r. em suma. É muito curiosa essa introdução do perigo no discurso. que corre..16 Foi sem dúvida por isso que eu voltei a contar coisas em Sainte-Annc. e o objeto a. ou algo que deve ter um nome mais pretensioso. O que é esse perigo? "Perigosos para si mesmos". de tomar forma. | Aqui Lacan faz um jogo de palavras. [N. [N. a realidade..1 metáfora.divertimento. llcará justificado. Não se trata. como 'falar sem ser escutado'.ic. [N. animal que entra no buraco para caçar o coelho. de fato.] Neologismo que alude à junção de correligionários e incorrigíveis. brincando com a homofonia.T. geralmente com uma mola que. i i . Entretanto optamos.T. Furet é o furão. Disse11 K-S que foi aqui que eu aceitara. com uni neologismo que alude por um lado à poesia. papuásia é a nacionalidade dos que nascem em Papua.] Jogo de palavra amour [amor]. diz-se também de "uma pessoa muito lenta" .] 5 Lição 4 3 de fevereiro de 1972 tortue: tartaruga. l >isse-lhes.i.T.R. [N. Há uma canção francesa infantil cujo refrão alude à busca desse animal.T.] Termo comumente traduzido por só depois. espero. propriedade.] 17 Cf. retomado da garrafa de Klein.abjeto. i i u -i rã i mbecil ou abjeta. evidentemenic. V a letra.T. senão de i i i .] Ver nota acima.Lê Robert. sobre esse assunto. O fato de eu l . mas que se possa escrever sobre.que não se possa falar de amor. ] 11 12 13 14 15 Jeu de furet. [N. o mesmo para rfson c raison. o objeto a. Faço-o aqui apenas dentro do parêntese que já abri nas duas primeiras vezes. a pedido de um dos meus alunos. que não é absolutamente M 111.R. [N.n a vocês assim.Papua. mas do Saber do Psicanalista.T.T. uma viv. ndonadu. impulsiona umas bolinhas que caem em cavilhas. |N.] Papouasie . partindo da palavra mur [muro]. na maioria das vezes.T. 11111 certo esqueminha. indiretamente. direi que.T. [N. [||01 h-vcria surpreender. [N. A letra1 de (a)muro. para dar sequência a essa peque57 V 56 .T. [N. Não encontramos correspondência no português. sugerir uma dimensão para alC. [N. fiz um comentário. cada uma deslas valendo pontos. que não se possa falar de amor. alude também a miroir [espelho]. [N.il. que não seja em meu seminário que eu o l .] 6 7 Sem em francês recobre os vocábulos scnno c sentido. passou a exprimir o que existe. algo que se articulava em harmonia com o que nos t viva: "falo aos muros!" É verdade que. a coisa ou o fato. falando de saber. Optamos pelo sentido equivalente em português: "lesma".i 11 is. Dizemos 'falar às paredes'.R. o que é um agravamento . traduzir por muro devido ao jogo de palavras que será feito com a-muros. parede e muro. da última vez.] No original: ca communique à plein Inhc. nota 7. como se diz. certamente não é para ofender ninguém.R. o que se envia aos muros tem como propriedade repercutir. afinal..] ou continuar um pouco no tema do Saber do Psicanalista.] esquerda direita 9 Do latim rés: bens. l 'i i >nlo! Para introduzir um pouco as coisas.] Observar a homofonia entre résonncr | ressoar] e raisonner [raciocinar]. [N. é como falamos na l ' •. que devia tranquilizar aqueles i |i ic podiam sentir-se excluídos com essa fórmula. de qualquer um. a propósito desse muro. [N. pela primeira vez desde 1963.0 Saber do Psicanalista 1 2 3 Ver nota l da lição anterior. que permite a Lacan o jogo de palavras. como expliquei há muito tempo. [N.T. pode-se dizer que esse não é um privilégio de meu discurso! l íu queria hoje esclarecer. que. 11 KI 11 se .Nova Guiné.] 4 je parle aux murs: em português temos duas palavras para mur. por outro aos habitantes das ilhas Pupua . voltar a falar 6Bse ano.] 16 Aqui Lacan faz um jogo de palavras. (N.] 10 Tipo de jogo. aux a-murs-sements: trata-se de um jogo com a palavra amusement . Pois. [N. esclarecer o que posso dizerem outro lugar.R.T. como lhes apresento. meio gregos. no sentido de ser matematizável. Théquel.u i i |in li/ar um pouco as pessoas. porque não quadrípodo ou tetrápodol Teria a vantagem de não ser bastardo. que ninguém sabe o que é. entre o homem e o muro. Todavia. de fato. de sorte que nem a percebem mais.1 | > i . que acabo de lembrar. de seus sucessos de amor. Mas. u . Todavia.0 que há de melhor nesse curioso arrebatamento que chamamos o amor. como a palavra sociologia ou quadrípode. não lia muitos casos na história em que isso aconteceu. l >« >si lo de que isolei quatro discursos que resultam da emergência ih > < 11 n • \ |Q l n >r último. vértices. Observem bem que colocar quatro pontos a igual distância. nem um. esses tracinhos que vocês vêem que una 11 o 111 \ • h.una.. nem outro. l í f< u . eu reservava as diversões cómicas. Eu os dispus segundo o que se chama mn. se não c coun > . i a hipótese que propus no meu antepenúltimo seminário. . Mas. que estava certamente no auge do sucesso. Phares. há justamente. O que explicara da ú l t i m a vê/. de um elemento latino e de um elemento grego? Imploro a quem souber que se pronuncie!. Mené. pois eu estava na 11 n d i .u |i n-le ali. pá i . da última vez. Tenho ccileza de que sabia como os puristas denominam e depois esqueci. por exemplo. isso está rela i u inado aesse mesmo triângulo aritmético que tracei em meu último seminário11. para aqui. sua parliculai n l. nada animador! Porque desde ontem. Ora. na minha infância. está aí para I . são os casos raros. e que começa entre o homem. • 111 n 1111 d< -sés vértices será privilegiado. onde o número dos ângulos seja igual ao das superfícies. í l/u ífJKJ(M/IU I/D / " ' na balada de seis versos que comentei aqui.. chamei-os assim para dar a vocês u Id Ilidi i |i ie a gente não dá amínima7. mantive-o não sei por quê. continua. f eli/menle chegam tarde demais. o que. i s i o < \ n es marcam um sentido. Jamais colocarão cinco pontos a igual i lr.. é o máx i 11 n > i|iu. na realidade. Há um tipo assim. uma ordem pela qual se esclarecem outix >s di M 111 li is que emergiram bem mais cedo. mas que não deixa de ser uma U ipologia. como expliquei algumas vezes. articula-se Mane. seria forçosamente um privilegio i m u . o discurso do analista. esses termos bastardos. r » H ie. indaguei a mim mesmo escrevendo-o. em geometria. i . era história. comecei a procurá-lo e como nunca encontrava.i Ia não é mais confortável. há três mil anos. uma vez passado pelo bom caminho. .i/er com que sintam de que se trata: se os quadrípodes são. não é absolutamente seguro. nada tem de muito divertido. e o é da maneira mais rudimentar. o amor. tomou o nome de (jiiadrípode. c pn >| >u . n Io sobre a ponta.i rei]" Htti bem. imaginem-se sentados sobre um tetraedro colo • . Não sei se. c que as diversões sérias se passariam em outro lugar. na verdade. é a letra. ( 'umo vocês vêem. não vou retomá-loMené. habitualmente.4 Quando a carta5 de amor nos chega. uma topologia das mais simples.a igual distância só está aí para lembrar a vocês as pr< >| n n • l. deixa prá lá! 11« u n Meus quadrípodes em questão. não levarei a coisa mais longe. correndo o risco de retomá-la. Téquel. O tetraedro. não vou recomeçar hoje.tância um do outro. i i liamá-lo pelo seu aspecto atual. nos quais os encontros não são fracassados. Todavia. para sentar-se [s'asseoir]. isto é.vocês podem fazer em nosso espaço. como vocês sabem. poubellique6.u li-s do número quatro em relação ao espaço— se ele é qualquer uni. é a letra que pode tomar formas estranhas. i >i i M-|a. desde ontem telefonei a uma dezena de pessoas que me pareciam as mais propícias para me dai . 58 l . Será que há aqui alguém que sabe como se designam os termos feitos. min i certo • • . | >. as cartas chegam sempre a seu destino. devido talvez a essa entrada sobre acarta de a(muro). Pois esse (a)muro.n lê nosso mundo que não há outro fundamento para o espaço em que vivimos. O discurso do analista traz. essa noite. pois. \o não se parece com nada. mas ii-iradc. a letra de amor3. acontece também de chegarem a tempo. não sei porquê. está tão fortemente inscrito na cstrul 11 i .i inpologia. como a esse Nabucodonosor. Fora eu quem escolhera esse nome e vocês poderão indagar por que lhe dei um nome tão estranho. Essa forma miúda.. Oupharsim. i • 1111. diversão séria ou cómica.1 ado atual do pensamento. Ora. mas a « l . entre o homem e o amor há a mulher e depois. regular. basta que estabeleçam como pri nc ípi o q i n • 11. tentarei. isto é. eu explico no iiilmoi . não tetraedro. anteontem. que se di/ia. tem curiosas propriedades. que viu aparecer sobre o muro algo que já comentei. num lugar onde me abrigam c que. se seus lados. ela repousa sobre o agrupamento de não mais que quatro ponlos qm• liam a remos manada. é claro que precisaria fazer um círculo vicioso2.. A posição da esquerda (ver o esquema no início da lição).O Saber do Psicanalista .nl. eu não posso me sustentar de outra maneira senão divertindo. ii i u-iite impossível para vocês definir uma simetria. estarei inteiramente à altura. Há dois anos expliquei algo que. \ H és estão habituados com ela. É contudo daí que é preciso partir para o que constitui esse I1 pó de assento social que repousa sobre o que chamamos um discurso. além do que são raras. 1 1 1 . Para iniciar. se vocês vetorizam esses tracinhos. fiquei pensando como chamavam. e deveria terminar no fim. meio latinos. no fim há o muro. se detém niss( >. m i |i ie aí está. a divergência. é justamente < • < |i n 11 ie i ece que nos detenhamos. parece que se pode ler .i tio simbolismo usado na Sagrada Escritura. ninguém. vocês têm esse trajeto triangular.sujeito tanto quanto um outro. Efct i vá i ne 11 t e.e.todos os sentidos que quisermos. mas sem nenhum vetor que chegue para alimentar o discurso. a esse respeito. ser suporte quer dizer simplesmente. porque (> | n t >| n i« > . penso. teriam podido se exaltar cei l< > i lê 11 uiis. haveria pelo menos dois que não poderiam ser beneficiados . há algum tempo. não tenho que evocar mais uma vez. a que se deve compreendermos o que quer que •.1 . de nunca. na verdade. em certos setores. e fazer vocês retornarem à lama cotidiana. nem de loi i. no:. por um caractere absolutamente especial. l in me servi disso porque era realmente necessário para introduzir o que 1 1 n u-eme ao discurso analítico. fazer alusão à origem da linguagem.ihalhos cujo autor. entre outras. Era. não é ao seu sentido que n»:. quero dizer. entre linguistas. A questão. Mas que esse discurso possa tomar sentido da própria vo/tle aipi. é certamente saber de onde vem o sentido. uma questão que o discurso do analista é feito exatamente para fazer surgir a questão: qual é a função da palavra.e não é surprec i K lê n te. i é rapaz.se. eu lembrei que não se a 111 11 ioi i coisa alguma digna desse título linguístico como ciência. em oposição.m 11 > i . e em nenhum lugar divergência de três vetores do mesmo vértice. de fato.é o meu caso .1 n ia is -porque não fizemos outra coisa durante séculos. ter como eco a eterna repetição daquilo que. não se ali n 11011 i ( > i s a alguma que pareça ter a língua. Função e campo da fala e da linguagem. portanto. i i /i ' ' que. num . os ditos tetraedros serão estritamente equivalentes e em todos os casos vocês podem. a fim de saber de onde se toma esse sen 1111< > Ao escutar o que acabo de elaborar. n u ma certa garatuj a analítica. -. se isso acontecesse. | u > > i n li [iiartos de século. inversamente. natural mente.nunca mais.. como objelo. Reportem-se. é à combinatória dos mitemas. sob formas das quais é preciso dizer que só sua superposição faz sentido.< . instalado. É. de recusar o que digo. cada um sabe que aí está uma espécie de i lesl i/amento dos mais enganadores. para acalmar os ânimos que. . na hora em que lhes f alo. do fundo das eras. Não certamente qui > • dl o lej a o meu.n p n \ni>t>sto. por supressão de um dos lados. Isso não é uma razão. Gozo e Mais-gozar. na< • •. obter a fórmula pela qual esquematizei meus quatro discursos: Discurso dito do Mestre Discurso do Universitário Discurso do Analista Discurso da Histérica segundo isso: semblante verdade que é a propriedade de um dos vértices. foi assim que introduzi o que devia nos levar até esse 60 ponto atual da definição de um novo discurso. que cif não e »upi" '• (lesse discurso e. ao:. Basta para permitir distinguir em todos os casos. ao meu redor. qualquer que seja. parece que o discurso do analista fu I )aslante apelo à interpretação para que a questão não se coloque. < . vocês estabelecem que em nenhum lugar pode haver convergência de três vetores. referimos. Ouando digo que era para evitar à minha audiência o retorno a mm < rtollpl) . nem mesmo a fala. uma das pá l a \ i lê ordem que eu dera a essa forma de introdução que se articulou eoi u a i un il in 11 n mula o inconsciente é estruturado como uma linguagem. I1 .O Saber do Psicanalista . Essa é a topologia fundamental de onde sai toda função da palavra e merece ser comentada. | ><><lê parecer-lhes sem problema. Pois. por exemplo? Aproxima Ia a u n i a mitologia. i |i lei o dizer. servi-me sem escrúpulo das trilhas ditas linguisl iças |. a questão do sentido. \o sob o termo de sentido. 11111 nou senão na condição de jurarem entre si. mas. até o mais a r e a i * « > . esse discurso realmente eitá h i . portanto.Miando estudamos de uma forma séria as mitologias. obterão necessariamente a repartição: 2 chegando 2chegando l chegando l chegando l partindo 1 partindo 2 partindo 2 partindo isto é. Semblante. esses quatro pólos que enuncio com os termos Verdade.e |. vocês vão ver por quê . imaginamos de forma puramente gratui ta q ue 11 a j a.amaiorpartedotempoelasupreaqiiil(><|iif . lá. vocês falam e até isso fala. não somente eu falo.. bem como a mulher. isso quer dizer dar-lhe a função de x. quando emite um voto. quadrípode. Eu disse que se trata de formular a função da fala. na medida em que é obstáculo à relação sexual. é que os pólos sejam definidos. Na ordem da brincadeira cómica. garanto-lhes.digo isso para aqueles que são um pouco esclarecidos . se lhes agrada La Vie stj. duas coisas. o do semblante e o do gozo. l íntão. a fala. é o que revela esse discurso a cada um. pelo menos paia nôl parece dar certo. e rola ou não. Não é pouca coisa o falo! Já lhes expliquei.. i H. o falo. tal vê/. Soube-se. < • ! < • U h f a mais de perto o que existe da tradição escrita chinesa.. temos numerosos tcstemnnhi II. é por isso que em meu pequeno. explícita e justamente a propósito dos arquétipos ditos junguianos .O Saber do Psicanalista de equívoco lamacento . ) r rações inteiras se vangloriaram disso e. quando comanda. v< u • i I n . permanecendo na dita ponta. certamente. c Nse pólo que eu designo como semblante. são brincadeiras cómicas. pelo menos quando se trata da função da fala. . em todo caso! Ficar de pau duro . é preciso entretanto chamá-lo por seu nome. que é o que lhes explicava Jakobson pela manhã . entre os sexos. denotamos fatos. i |i K. para retirar agora esse interdito.m . é chocante que o homem. quer dizer toma-la como falo. Parlamos dessa hipótese. r tudonqui da pode fazer.ceu excelente. mas enfim aqui se pode adiai' graça. dois vetores que divergem. I11 k-1 i zmente puramente esotéricos. . é de ser a única forma de ação que se coloca como verdade. Quer dizer que o falo. como se faz todos os dias. Ao passo que fora disso.o falo é a significação. é preciso dizer que eu não disse quando éfalada.. a verdade que se começou a entrever somente com o discurso analítico. a fala é assim ou banda. ruins./ < hm. O que será.o/o. porque a verdade. fazem semblante. vocês vêem no m vf 1 < Ia verdade. n ao com o outro. ni 11 gozo especificado da polaridade sexual.. > . como ern meu último seminário. é um fato. expliquei o que isso faz.•. nem tampouco m m i < > < . hoje. como eu disse. a verdadeira. faz como todo muiu l< i . espero que no próxi mo. o que não é muito extenso. é isso pelo qual a linguagem significa: não 11.. Não se trata. Sc houvesse no homem.é que. ela não funda nenhum fato. enfim. afirmei há muito tempo. aqueles que são tomados pela fala. nós saberíamos. não é por nada que. quando reza. lá onde é sério. não que a fala. no outro lugar onde felizmente digo coisas mais sérias.não sou eu que me sirvo desse termo. afinal. haja menos gente porque não era engraçado.por uma mulher. questão supérflua. nos desenhos animados. não são coisas que eu iria produzir lá.estamos aqui entre muros . 1 1 l ai iça é. parece perfeito. se ousamos. Direi mesmo que está na origem de todos os fatos porque qualquer coisa só toma a posição de fato quando é dita. Houve um Van Genncp eu j< > l í vi t • 11 n l >aix. que belisca aqui e ali. É também claro para um paivcn i > f 111 i m. mas < |i unão se pode dizer gozo sexual e que.f\nal. quando inj uria. mas a fala funciona mesmo quando não funda nenhum fato. i \ i verdadeiramente saber como alcançá-lo. a verdadeira verdade. . 62 . isso acontece por si. é que ficar de pau duro10 não tem nenhuma relação com o sexo. é que desculpem-me retomar esse termo. l H. A função da fala. cada um nesse pá pi-1 < . pois nem sempre ela é aplicada para denotar l a l i >. Semblante Verdade Gozo Mais-gozar I1 ias o importante. de que houve tempos em que se at • 11 •< 111. não o abandono . enfim.!9 Não é por nada que isso instaura a dimensão da verdade. aqui. mas i i i l c i i .1 senão uma única Bedeutung. eu chamo F de x. acaso.. Uma fala que funda o fato é um dizer. é o próprio Freud.não é. do! Mas. o que exprime que o j-. que simplesmente se engaja de uma maneira axial como analisante. isso nos explicará bem amplammlc m onjlllllml > l unção da fala. aqui. porque está implicado nesse sério que eu desenvolva sempre algo de ponta c. mas uma vez que comecei... vê-se as letras numas bandeirolas. na Praça do Panteon. justamente o que faz com que só haja no homem relações. não denotamos coisas. observem. é preciso que haja esse polo ci >iTclativo ao pólo do gozo. cujo assunto é O subi i :. de especular sobre qualquer origem da linguagem. absolutamente. há algo de distinto entre falar e dizer.Mlando é só isso que acontece. disse-lhes que a significação do falo é o único caso de genitivo plenamente equi librado..está bem na ponta do ramo da direita é um gozo certamente fálico.. Podemos.\n<'ll<' </<//rs /.devezemquando. para que se mantenha qualquer desses lolos animais. fixá-los em seu sexo. é triste dizer..n i n 11 nome grego raríssimo! l >e todo modo. Fala-se do analista. mas é curioso.l a m i • ai naval. Todos os pacientes. como sublinhei frequentemente. uma extensão semelhante. ouviu falar um pouco disso. pelo menos. até imbei M < i ( . Se a noção de normal não tivesse tomado. há pouco. como encontramos correntemente naexploração analítica. 1 i u virá suavemente.. se dá conla de qm eneontra a ôo^oc em qualquer esquina. e assim por diante-nosso Gide. Desafio vocês a tirar daí algo que possa lhes servir no que eu chamava. mas quem sabe?. mas está bem claro ao lê-lo que é uma condição para entrar em análise. vocêâ sabem. por causa disso. Isso deforma tudo! l \ m | i i r < | i u i n l i « I 'lalao.1 roisa. Fomos nós que inventamos. há algumas verdadeiras. há um certo tempo. ele não sai do nada. | . o estado atual do pensamento! O interesse disso que aponto não é dizer que desde sempre as coisas são iguais a hoje em dia. O discurso e o desejo. eu penso . e naturalmente indo lnr. emHegel. • i n no todos os meus discursos. e não com o outro. mas ainda assim. graças à ambiguidade do latim ou do grego. enfim. há homo e homo. vocês não podem nem imaginar. i opinião. Isso nos introduz ao que segue. Para que algo tenha sentido. é quem mata a sede do discurso analítico. O discurso do analista c a me:. Por outro lado. não se deve acreditar que André Gide era um homo. a tal ponto que teremos novos clientes em psicanálise que virão nos dizer: "Vim lhe ver porque não pedalo14 normalmente!" Vai ser um engarrafamento! E a análise partiu daí. .. posto que é a do semblante. Isso os força a I a / e u . « > 11 ao facilita. mas enfim é. Era preciso que estivéssemos no último estágio de exi ivn u M I : yncia para que isso surgisse. por um termo que cai tão bem. a Sojcot.< . l . treinando minha voz. têm a relação mais estreita.n Io. é sempre em lugares onde é mesmo preciso seriamente mostrar a senha11 para entrar. longe disso! Seu negóem e sei desejado. é ele o objeto a. e I neciso todavia separar bem as coisas.m o acme da epopeia filosófica. É muito comum. ele. o qual para uma pessoa que. .. o discurso do Mesl i e loma o sentido do genitivo objetivo. o mínimo.i enfileirada em algum lugar num ensino universitário! N . por 01 il i < > l. no estado atual do pensamento. um fato. se forem capazes. talvez ainda haja em algum lugar. na sequência dos acidentes da história. l \< >i > n I1 lesmo que cheguei a isolar. ficam de pau duro12 bem melhor e mais frequentemente. de vo < 11 . Não percamos o fio. tão fútil. como talvez vocês podem ouvir ecos disso.. é o discurso sobre o Mestre. mas u n i 1'iu-m duvida que elas sejam verdadeiras porque a verdade se impõe. > «\\> o discurso. i r \ r n i | i l . Mas não se enganem. não apenas os que Freud teve. depois o deixai ci • K • l >oi s nós o retomaremos juntos. absolutamei MC . Mas. filósofo. i o l i . jamais teria vindo à tona.é totalmente certo que os homos. < 11 n . i -Ic nãoécapaz de dizer por quê. Ma:. lugares onde ocorre entre o homem e a mulher essa conjunção harmoniosa que os levaria ao sétimo céu. hein! Não falo de André Gide. vimos bem M . É claro. tão capenga. não dei xá dúvida.. n « > m» 11 u-i iio cm que é marcada. Devo sublinhá-lo porque o discurso universitário do qual falei muito mal. apreender bem qual é sua posição. i M i mente não há uma Ôo%cc.ic|. a célebre 6ox<X d» quul < i > i Monon. fala de ôo%cc como algo com o qual ele não sabe literal menle t » < | i i e lazer. • u ma no discurso antigo.i oo^oc não fosse normalizada. masnão!. porc | ne de e mesmo exemplar. todavia. > .enfim. mas é entretanto muito curioso que só se escute falar de fora.. ale.O Saber do Psicanalista ancieenne [A vida sexual na China antiga].. ela é garantida. Natural i uri M e . trata-se do sentido. e. 64 intiga. que procura fundar uma ciência. • . para continuar a trama-tomo o Gide. está bem claro que através de uma das maneiras que defini. no início. por ser ensinada. ali. . naturalmente.i 11. Nosso Gide. É para fazê-los imaginar algo. Não há traço da palavra norma em parle a l. Não é dessas palavras que saem de qualquer jeito quando si. não! Havia a ôo%a que não era i i m v e i M i .a lime: K > < l< > < il >|< i. manca.m eoisas para que isso aconteça para eles mais tarde. isso vai cair sob a égide do normal. mas é preciso que isso se coloque como normal. os quatro que já nomeei. uma vez que é um discurso do anal islã. isso se toma plenamente confirmado se olhamos o que se chama. e pelas melhores razões. o que é curioso. < • i l i n m ponto-chave do qual não se tirou ainda muito part i do. Num piscar de olhos13. como eu digo.e:. onde a ôo%a. Foi por isso mesmo que André Gide queria que a homossexualidade fosse normal. então. não mais do que qualquer filósofo. Não é sem relação. é preciso partir daí para ver que o discurso do analista não MM j'.iu por acaso. i n . Está dito em Freud claramente. há uma multidão. por mais estúpida que seja. i ii n. Vocês compreendem. vocês nem podem imaginar o que era uma zona do tempo que se chama. Aqui Io I1 K n uiva um contexto. nesse sentido. I Ia pesii > ns para as quais faltou na tenra infância ser desejado. e mais firme. era ter uma boa formação universitária. que não esteja mareada. que se chama homos . mas inteiramente diferente do que se chama fi losoli: i . assim. Talvez tenha havido.ecce homo. que é antes com o grande O que cada um tem relação. aí. 11. Ali onde o a toma forma. enfim. se vocês acreditam em Leonardo.. o prazer desse Outro cia desarrumar o de todos os pequenos!. em André Gide. prcsniln iii 11 :.v. cartas de amor HM . ele é dividido como sujeito. como vocês sabem. t ( > m « > saldem.ainda que in i Hileçam.. uma aula nos chamados meus seminários . o que c o senlido' 1 l ti m . enfi m. Acreditamos que na natureza é preciso que tudo tenha uma causa. que é daí que tomamos a ideia da causa. só e único. is quais todo mundo deveria se lembrar sempre. há uma obra de luxo.n (|iic c preciso considerar atentamente o muro. ele é a presa do desejo.é nu u Io 1111| >< tilante perceber que há uma porção de coisas nos muros que se prestam a I1 j • 111 acão. • li i \plicaparavoces: "Olhem bemomuro.. vocês sabem.Igualdade . deitar e rolar no prazer divino". Eu já disse há pouco sobre a carta de (a)muro. Há até os epicuristas. ele disse: "Olhcmonuiio > eu. havia mesmo uma noção inteiramente especificada. mas pifou. o que acompanha o desenrolar. é que não se deve acreditar que seja absolutamente necessário. m M I .pelochamado Leonardo da VIIK i . deram-me dua\ . quando um não quer. vocês estão todos bem confortáveis. hein! Foi mesmo aí que se fundou o processo primário.. Havia outros chamados estóicos e que disseram. como se diz. Isso parece acontecer no mesmo lugar das palavras subversivas. i 11 n 1110 assim serve porque se nunca tivessem escrito nada sobre ui 11 m u i o . tanto mais que todo mundo fuma. Sim! Há todos os traços. Seria mesmo preciso retirar o < |i ic |. é assim mesmo que sempre começa . buracos . Mas. no qual é determinado como sujeito. se determina. era para nunca mais falar disso. é justamente aquele que atrapalha o prazer dos outros.O Saber do Psicanalista O objeto a é isso pelo qual o ser falante.mas do discurso. Eu começara. é preciso saber a relação que há entre isso e outra coisa que pode estar no muro. sob o pretexto de que somos causados por nosso próprio blá-blá-blá. do gozo de Deus. Sc melhor conservado. Ele não sabe absolutamente o que o determina. isto é. muros. o objeto metonímico. é claro. dois não brigam. Mas isso não quer dizer que não seja legível. de que as coisas sejam realmente como eu lhes disse. enfim. n l ' i ci Io.111 povoou os museus. se é da mesma ordem. I. "mas é preciso. esse objeto a enquanto causa do dito desejo. 11.i e:.. que se desenrola como discurso. Não é forçosamente uma objeção. quando é tomado nos discursos. de qualquer modo.i sso. é o objeto a. Só isso conta. . Como se isso pudesse in i n ilecer! Queria simplesmente lhes mostrar que teria sido muito melhor que MI mea tivesse havido nada escrito nos muros. i 'i. Todas essas implicâncias com Deus eram. as fissuras. místico. é uma bela »< . Mas o que h . É em primeiro lugar sua relação com o Outro supremo. seria exagerado dí zê-lo. desde aquele tempo. não se teria dado um p. que não havia incidência do grande Outro. "Liberdade .i l i M ido daquilo que talvez deva ser olhado além do muro. 1 1 1 1 c melhor ainda porque.ip» -. algo de fortemente compensatório para alguém que tinha começado tão mal. É ainda aquilo que chamei. m. se há uma mancha de mofo. no mofo. Vocês não gozam. . Dilo de i mi i o modo.u nanios assim mesmo. I i ' tomar o nível do desejo. líulao." como aqui. mas disse profundas verdades. Enfim. a arte [/ 'art\ coi 11 .nolo l . isso de vi-n a miiTessar a um certo número de pessoas aqui que. Também não é menos verdadeiro. é realmente regular. i l q i i ' i que seja.. outrora . É certo que. aquele ali ou os outros. r. é uma produção. não faz muito tcmp< > u velhice está chegando . uma hora c meia. o mofo no muro ou na escrita. Mediante o que ele sacava muilo bem que havia ali um ponto de inquietação que o salvava evidentemente do abandono de sua infância. Com isso. que deixou alguns manuscritos e outras coisinhas. haveria manchas de umidade e talvez mesmo n H >l o I '•' m. O prazer que o outro lhes proporciona < comum > h. isso produz. desde que há apenas um Deus. e mdc 1 1 nic! "Proibido fumar!" não é possível.iá escrito. é um fato. que fizeram tudo para ensinar o método de não se deixar atrapalhar por alguém. Mas isso também falha.. até que esbarra e vai por água abaixo. isto é.u i n 11 erro de tática. Não c um privilégio dele.porexemplo.i . Entretanto. discurso mais ou menos coerente. apesar de tudo que ele pôde di/. Se eu disse que era um gracejo. comecei pelo próprio pai.er. é perigoso demais. 66 isso nos remete ao pé do muro. e é esse o interesse. é o caso de dizer. tudi > o 111 n u ||l ievc reforça o muro. .algo sobre o Nome do Pai. q i i .só fi/. disse profundas v n « l . o Deus que fez emergir uma certa era histórica. produz matematicamente.se ocuparam em escrever coisas. não lanla:.éum pouco sujo. A mancha em questão aqui é o próprio 11 "MI ali vo.Fraternidade" por exemplo. não se pode dizer que vocês não tenham prazer. não apenas da fala . tornou-se o Leonardo das famílias. É o aborrecimento que conta. bom. Naturalmente. ao contrário. à criação da arte. eu a tenho. h. enfim. Era um tempo danado de bom! Há os que nunca se consolaram t l ê » i' 111110 em que se podia escrever nos muros e onde por causa de um falo em /W'//<'/. numa zona mais nobre. não se deve crer absolutamente. porque lia n i n a /mu . isto é. i ao para transformá-la em Madona ou então em atleta musculoso . penso. há sempre sombras.\« • iiii<lobemesclarecida. tanto mais que. deduzia-se que os muros tinham a palavra. falei durante uma hora..c seus manuscritos. mas não é absolutamente semelhante.se dão conta. e. e que é por um outro lado que isso trabalha. Retornarei a isso. senão esse real que se assinala justamente pelo impossível. Nada menos que o real.. enfim. apenas para ressoar na lira do desejo. é bem certo que nós não podemos imaginar qualquer outra coisa. Mas é no sentido de que é intransponível. a sombra de um sentido. i uo dei xá dúvida. parece-lhe poder dar conta. podc-sc transpô-lo quando se é lógico. é certo que a linguagem serviu um bocado. Mas.do significante e do significado.que vai pagar a conta. como é que o Um faz sua entrada. algo que. qualquer que li |. naturalmente. scj M n. dar conta de tudo isso que acontece no campo da vida. ii i ver um sentido. isto é. não sem motivo. não como se 68 • li/. n . há alguma coisa à qual serei levado a lhes falar um pouco esse ano. i . trata-se das relações da lógica com a matemática. Que a ciência repouse. quando o discurso analítico se introduziu. ik i escravo. acontecem outras coisas. .nada além do que a própria vida. a função». o impossível de atingir além do muro.K k > « P ii-ni nos permite distinguir o que há de específico no significante. 11 •.i o lugar que ocupe.i . começa aí o mofo15. dá dois. ele está aqui para que a lógica. primeiro passo da matemática.i há pouco. como se diz. É o que já exprimi há três anos com símbolos . coisa aliás que ele herck >i i. do mesl ir. que esse fato o empurra até essa extrapolação de pensar que a topologia pode fornecer uma tipologia das línguas naturais. como já indiquei ao me referir a Frege.inlc do muro. c o significado de um significante. . vocês não deixaram de notar. u l a mais do que converge naqueles ali. como laço social. Foi exatamente isso que subiu à cabeça de lodo n u m . O que posso dizer é que. para lhes dizer logo.n n i i . não é que o significante e o significado se unam e que seja o signi l u . isto é. Eu abordei a coisa no último seminário.o S1 e o S2. que são os quatro que nos restam. nada mais. permitiu-nos destacar algo para nossa relerá i M. eles são ao menos dois para que um só surja: zero e um. que é matemático. É claro que alguém de quem vocês já ou vi ram falar. René Thom. 1111: i s. dos estóicos. Mas. do produto ou daquilo que suporta todo o negócio. É mesmo por isso que tento fazer essa pequena ponte da qual vocês puderam ver em meus últimos seminários o começo. t li. não apenas do que se traça sobre o muro .->t ruir atrás do muro. Isso serve. isto é. isso vem sempre do lugar que o mesmo signi ficai ile < >eiipa i in i n outro discurso. de quem há pouco eu lhes disse a posição l u-111 pmlicular nessas espécies de manipulações. desajeitada sem dúvida. Só que acredito dever nitidamente í o i i i m l . Não sei se a questão pode atualmente ser resolvida. graças a meus cuidados. • • "ii. i>|iirles que se articulam pelo giro do pequeno a. ao deslocar-se segundo esses < |i ia! ro vértices um de cada vez. ( > . para chamai' as ' K i:.e que esse giro. bem ao < < m 11 ai 10. de todas as maneiras. por dever fazer vocês perceberem imediatamente que se especificam como i. O importante não está aí. as funções.«J .as pelos nomes. l .O Saber do Psicanalista Vejam. talvez matematicamente. mas sobre o número. como vocês sabem . Um discurso que se chama Ciência encontrou o nu i < > . a clivagem do muro. o próprio traço dessas curvas que faz o primeiro mofo antes de se elevar até o homem. se comprazem com as manchas de mofo tão propícias a sc-i ri 11 11 a ns formadas em Madona ou em costas de atleta. além desses meus quatro. Além do muro.1 io|iolo"i.que havia talvez mais do que um passinho. no erotismo. seja algo que baste para dar conta do número.dar conta pelo número. É claro que houve outros dos quais não conhece 11 u >s i i . que Saussure fez . a 111 u l de d >ntas. Há sentido para aqueles que. que era franqueado com um passo ligeiro e que eu lhes indicava naquele momento -retornarei a isso . l l.u 11 h u l< • ( 01 lados! Felizmente. a topologia. i k . Por outro lado. Como é que se pôde fazer para imaginar isso. i . mostrando-lhes que. alguns sem dúvida pela primeira vez essa manhã. e é o que chamo discursos. o que articulo com as letrinhas qnr II K . porque é preciso primeiro que eles sejam dois para que exista o S j. Pareciaque eles coni| m vi u h. Mas é evidente que nos não l M K k-1 nos nos contentar. não há. • . o discurso que se sustenta no muro. O que há de importante. que saibamos. Tentarei dar a vocês uma ideia de qual é sua incidência atual. o significado de um significante.i outros. sendo apenas quatro. em tal função matemática. Entretanto. não se entende necas. se I niula pelo discurso.como lembrava hoje de I1 lanha Jakobson . i «|i it • e estritamente impossível dar ao que quer que se articule em lermos alj-t l » < ros ou topológicos. em todo caso. ali agarramos algo que potk 11. Explicar-lhes-ei que o fato de que ele encontre. do saber. se não houvesse S2? É um problema. Mas será que haveria aí S.. na frente do muro. enfim. sobre a quantidade. l >e onde surgiu o sentido? É por isso que é muito importante ter feito essa t 11 vagem.i l i algo que nos mostra o estado atual daquilo que. do S t e do S2 e mesmo do Mi|i-ilo . que enumerei e que só se especificam. não é o caso de voees Sc \-i f. com esses sentidos confusos. que chamei fala e linguagem. não importa o lugar que ocupe. t m i 11-K) estar de acordo com tudo o que há de mais sério naconslrncaoi n . i n it-nie. a álgebra. Designei o primeiro assim para que vocês entendam um pouquinho do significantemestre e o segundo. o fato de que haja algo de instalado na frente.. ser publicado. não é? Não é um idealismo dizer que os pensamentos são Ião esl nla 1 1 initc determinados quanto o último gadget. no ponto em que estamos do estado atual do pensamento. 1 1 1 . é claro que isso não parece incomodar ninguém. 1 1 i sla: é que nesse lugar aí que eu chamei tetrápode ou quadrípede. em algum lugar. e o que se fomenta da fala. se. um artefato de discurso. no estado aluai < Io pensamento. Que esse i 1 1 M -urso. ele c forçado a explicar a vocês. sim. é apenas icntido parcial. está aí o nó. tão sábio para completar os outros. mas é verdade. esse saber que não é suposto. afinal. a tal ponto que tenha sido preciso todavia que renunciássemos a isso c que digamos que. o que é que quer dizer esse sentido que nós trazemos? l issc sentido. pelo discurso analítico. É do tropeço. seguramente. apesar de lud< >. Há uma coisa bem certa. [o que] defino. Esse saber é o que assumo. É mesmo por isso que vocês não vão acreditar no que ouvem. também. de aperfeiçoamento. r roniudo verdade. o discurso analítico ainda não fisgou vocês. algo como um desenho. O que é que. < Ir c saber. "um oceano de falsa ciên• ia". A gente nunca tem tanta certeza e aconselho a vocês que partam daí.O Saber do Psicanalista 3 de fevarolm do 1972 compreendem o que eu conto em outro lugar. ela terá 1 1 1 1 1 certo número de bonitas ruínas sujas a engolir antes que isso aconteça! Mas. vocês não acreditarão no que ouvem. e a fazer com isso um LISO verdadeiramente cativante. quando se quer escutá-lo exala 1 1 irnte pelo que ele é. quer dizer que. como somente pi n In i • l' 1 1 olocar-se .traço novo na emergência . ser sempre coloca( K » CMII questão. na grande maioria. é preciso escolher! São os números que sabem porque l 'i/eram com que se comovesse essa matéria organizada em um ponto imemorial. com a condição de que vocês não extrapolem. temos o discurso analítico que. Em compensação. o discurso analítico « i >li iça $ no lugar pólo do gozo. mantêm-se à distância. é enigma. a linguagem comum e a gramática em lorru>. Chama-se isso seleção natural.c i. Eu queria ao menos dizer algo sobre o saber do analista. uma prega. nada podemos dizer a mais. em outros termos. pois ele ganha cada vez mais importância. Que. se pode t r a n s m i t i r de um saber? Enfim. o lado embaraçoso que tem o falo. lá onde sou sério. na realidade. da ação fracassada. no homem. a castraçac > c' o meio de adaptação para a sobrevivência. então. Se só se pode semi-dizer a verdade. o essencial do saber do . e. da análise. isto é. A vida sexual da China antiga talvez floresça novamente. vocês compreendem mas. há uma coisa que deve prevalepei c que há um saber que se retira do próprio sujeito. os que puderam passar. justamente. todavia valeria que 70 retornássemos ao estado atual do pensamento.c verdade essa história de castração. infelizmente. que só se sustenta de um outro. se mantenha. por enquanto. existe um x que satisfaz à função F de x. migalhas de saber. certa época. mas que um sentido de discurso. é talvez um caso particular de evidenciar. saber caduco.apenas por sua perspectiva que se decanta que a ciência não tem sentido. restará aí uma zona que eu chamo zona do discurso e que é aquela sobre a qual o analítico dos discursos lança uma boa luz. Tem assim um pequeno sentido tomado de empréstimo a um discurso de pirata. Eu trabalhei muito tempo na fórmuI. c. E. precisamente. há um pequeno acrés• 1 1 1 u > que se chama "A metáfora do sujeito". que toda ideia cie evolução. talvez seja o saber do analista. por não ter dado razão de maneira exaustiva àquilo com o qual. l udo isso não pode ser senão um artifício. enfim. na segunda edição de um volume. que se chama Escritos. É impensável. mostra-se ligado a uma curiosa adaptação. aí. uma vez que. portanto. enquanto na cadeia animal suposta não vemos absolutamente nada que ateste entretanto essa adaptação supostamente contínua. entre tal fatia de uma coisa que não existe senão para que se possa escrever. o saber. porque enli m. I l a . E é bem compreensível. por que não? Por que não. algo que ele chama também uma ponta. do i|iir eu tenho na cabeça quando me divirto justamente! "Um oceano de falsa i icncia". aqueles que passam são. enfi m. porque é sentido. Acontecerá. se. c que é cia maneira mais abusiva que colocamos aí um sentido. i K • 1 1 abalho do analisante que esse saber resulta. no final das contas. Que haja um correlato entre isso. por que não este aí ou um outro? A coisa mais clara que nos parece é que um ser vivo nem sempre sabe muito bem o que fazer de um de seus órgãos. no lugar da \ dade tem-se S2. daquele volume que i k-i xei . e continuam a saber o que fazem. /l . É um saber que deve. eu faço um móvel. finalmente. se ele o faz com tanta facilidade. é isso o 1 1 IM n iscicnte. Em todo caso. zebrado. TRADUÇÃO: Letícia /'. Porque.pelo gozo do sujeito. é a sexta vez que emprego essa fórmula. do sonho. não é menos verdade que. Sc meu amigo René Thom chega tão facilmente a encontrar pelos cortes de superfícies matemáticas complicadas. como sublinhei no início desse discurso. •. Isso não quer dizer estritamente nada. é talvez apenas uma l ase histórica. u x )in a qual se deleitava meu caro amigo Perelman. uma escama. sobremigalhas de saber. Trata-se de uma questão concernente ao que é a condição do < ! I M m 10 do inconsciente. u i i i .R. esta noite. Queiram desculpar-me. [N. e tal que desatando um dos anéis dessa cadeia os outros d< >r. 25 a 28) [N. de repenie essa situação mudar.[N.A CA/V-O que é uma topologia? Como estapessoa c gentil! Umulupi e uma coisa que tem uma definição matemática. A l o p < > l < > " i . [N.] 6 poubellique: jogo de palavras que alude npoubelle [lixeira]. uma autorização especial para entrar em algum lugar. dividido (Bíblia. a intenção de lhes dizer.] LI C Ã O V 4 Medido.R.| M iam. não estou seguro <le i p i .'. falei dessa coisa que resumi no nó borromeu. pesado.] nota 9. Em português. é a primeira vez que chego atrasado.] Jogo de palavras pela homofonia de moisissure [mofo] com mói scission [ego cisão]. Não é absolutamente forçoso < | i u isso permaneça sempre no mesmo tom. mas trata-se de uma expressão idiomática cujo sentido seria 'não dor importância'. Livro de Daniel.R.T.n L em sua gramática e. trata-se de uma questão posta ao que é a l i n g u a i .] 12 Cf. esta é uma questão que não está resolvida. Õi l til l 72 . não podem mais um instante sequer permanecer j unto s. Se alguns que estão aqui . aqui onde eu disse que me divirto. Ia chèvre et lê chevreau. [N. V. quero di/. De onde provem isto? Sou forçado a explicá-lo a vocês pois. ncsk. por i vlac. estar no nível do que vocês e:. [N.T. evidentemente.e m l •• lato. Vou tentar então. quando o lobo quer se fazer passar por outro animal. bom para vocês. 13 en moins de deux: em dois tempos.notal.T.T. seja suficiente para todos.] que ca se morde Ia queue.R. nota acima.] 3 de março de 1972 5 Cf. [N. esta noite. 3 Cf. [N. espero que aqueles que me ouvem há muito (empo explicarão aos novos que é a primeira vez que isso me acontece. i eadeia de três. de sorte que. Lacan brinca com a palavra bandcirola. i lebrezinha e de alguns remédios. Vocês estão aqui. cerlameii te não é devido a meu estado anormal. assim. é certo.T. A linguagem deve sei ai >on l.er.R. [N.. HHIK/IT (• ficar de pau duro e role é papel a desempenhar.O que é uma topologia? /.lembram do que falei na última vê/. r a horda antes de tudo por relações não-métricas. ela depende de uma lopolo.] 7 S'asseoir dessus: ao pé da letra. dado simplesmente. neste caso. Lacan retomará outras vezes o verbo í 'asseoir [sentai sc|. Ouem < l i/cr com isto que sinto-me anormalmente bem sob a influência de u i n .[N. Em um outro lugar. Trata-se de uma alusão ao conlo infantil de La Fontaine Lê loup. Seguirá alinhado que tenho.0 Saber do Psicanalista 1 lettre é letra e também carta.'i i X . a liniiinlonia pci inile recuperar o sentido sexual com rola.percebo alguns .] 19 de janeiro de 1972.T. afinal. não poupo muito o meu auditório.] P 8 9 10 Cf. portanto. eu também. 'não ligar'. Avisei a v o e « estou doente.] 14pedale: 15 eço desculpas.Notal. em suma.o de palavras. epublique [público]. Tem o sentido em linguagem familiar de "não fazer algo com tanta facilidade". [N.T.] duplo sentido de pedalar e de pederasta. termo vulgar que designa o pênis. rapidamente. semburilamento. ( ) (ermo Ixmdcr será retomado em seguida. [N. pede [bicha]. se por acaso.jo.T.] 11 montrerpatte blanche: mostrar uni sinal. [N. signi fica sentar-se em cima. em razão de não sei qual orientação pois. o caso destas espécies de círculos flexíveis que constituíam o meu: EU TE PEÇO . seriam tomadas num mesmo parêntese de onde resultariam as diversas funções gramaticais.QUE RECUSES . eu o conhecera logo antes a saber René Thom. i. é que não há secundo sexo. afinal. ainda que por experiência . flexível e que só se sustenta encadeado nos outros. é claro. > . i m .. deduzidas destas curvas. i l > t f i i h o de decidir. muito precisamente desde o ano passado. O fundamento do que estou.de pura significância. pelo menos -é o mínimo. acrescentarei. isto é. por exemplo. acrescentaria. Há outro modo de abordar a linguagem e. verbo.cinco ou seis meses para que eu destrinchasse a questão. . e esse alguém tenta. Como Ihf Ir/ observar que seria necessário. onde se inscrevem os e IV11 os . n i . nesta posição. algo como o eco dos fenómenos físicos. isto é. M .O Saber do Psicanalista É. tipos de ação bem diferentes. como acontece. está pireis. não sem recorrer lambem à matemática. vemos que pela presença do terceiro uma relação se estabelece entre os outros dois. isto é. Nada se sustenta sozinho. daquilo que é pura e simplesmente comunicação de fenómenos de ressonância que seriam elaboradas curvas que.i a r enquanto ser e é precisamente este vazio que ele oferece . é que se é forçado a colocar sob o mesmo termo. mesmo se esta realidade só é abordável polo v li I imcionalização matemática. em suma. Quanto a mim. é claro.n l M mós . l . i . i i i l . direi. Ela me telefonou para dr/ei que seguramente tinha necessidade de meus conselhos para esclarece l. < l c \ • < > i li /. pois falo ha v m l e anos e não é por acaso . É isto que quer dizer o nó borromeu. l . concernindo ao qu< < chama a heterossexualidade. para valer num certo número de relações fundamentais. eu ainda não tinha começado a ensinar . p i . a questão permanece em suspenso. pelo fato de sua inserção matemática. ao encontrar em certas curvas. secundariamente se juntariam. ela me mostrou que não havia a menor condição. Essa topologia.i sobre o que devia ser o afluente psicanalítico em sua obra. é um negócio sobre o q u a l nu . na medida em que estes três termos são três. É a partir. está ligada a relações -justamente é o que servia para demonstrar meu último seminário . É certo que haveria algo de infinitamente satisfatório em considerar que a linguagem está de alguma forma modelada sobre as funções supostas da 74 i ca l idade física. não obstante o que pensa uma autora célebre q i i f . se podemos dizer. a coisa é atual pelo fato de que alguém que nomeei . se homogeneizariam. abordai a questão da linguagem sob o viés semântico. m • MT falante. em verdade. mas que. enquanto s.O QUE TE OFEREÇO Cada um é uma coisa fechada. as leis tia |>n • diição literária eram tais que lhe parecia impossível ter comigo m a i s que I1 e s ou quatro encontros. em seu tempo. Não há segundo sexo a partir do momento em que entra em fuiu.sabemos contudo um pouco. O ser falante é falante por causa deste algo que aconh < • n m sexualidade porque ele é o ser falante. para dizer as coisas de outra forma. vou tentar avançar pai a vi» < um pouco mais.que 01 sexos são dois. tentando prodii/n pai a vocês. . não sem ter já aberto certos caminhos. isto é. pela relação que no ser falante se chama sexual. nos a l i . já há algum tempo. é que a dita função sexualidade é definida. mas sob o ângulo semântico. falando propriamente. Bo i linguagem. Parece-me que já há um obstáculo em conceber as coisas assim.1 i . mentalmente está ligado à origem puramente topológica da ImjMiafe poder dar conta dessa origem topológica a partir do l a t o dr que elu ' i < ligada essencialmente a algo que acontece sob o viés da se x u a l h l . r. chamo o lugar do Outro. algo que nos permitisse conceber a linguagem como. i . Por que a linguagem teria de algum modo reunido numa mesma categoria funções que só podem ser concebidas originariamente sob modos de emergência muito diferentes? No entanto.cr. não pela combinação significanlc na medida em que a matemática pura pode ajudar-nos a concebê-la como tal. de que um livro que já estava em execução esperasse tanto tempo.dever f a l a i comigo antes de produzir O Segundo Sexo. i . i .acontece que o nomeei justamente depois que Jakobson o fez. acreditara. deixando para vocês esta tarefa. é precisamente nisso que o termo i CBpOl que é o termo que serve para dizer outro em grego. Ou. o que estou procurando propor a v o o . certas formas. de /. h i . antes que ela tivesse produzido esse livro que se i In ma O Segundo Sexo. certamente.il-oque l m. esta noite. O esquema fundamental e que. Foi então que declinei daquela honra. liu não vou alimentar o que digo-porque. creiam. que se chama diversamente. de forma nenhuma simplesmente a relação animal. como este exepoÇ se liga a ôeutepoÇ e precisamente marca que esse deuteroz.é o que vocês vêem no quadro . Se não tivéssemos este modelo animal. mesmo se a escolha é de encontro. afinal.reconheçam nesse condicional algo a que faz eco meu Discurso que não seria do semblante . está. Para isso. aptidão de cada um de um lado de valer para todos os outros do outro. deverá justamente repetir-se enquanto único. 3x. deveria ser enunciada . se ouso dizer. ou por não importa t/nem . o que é que temos? Isso a que nos referimos . se vocês seguem o que acabo de propor. VJc. no ponto em que estamos. que se fomenta o modelo anímico. Os chineses há muito tempo apelam a duas essências fundamentais que são respectivamente a essência feminina que eles chamam o Yin para opô-la ao Yang. no que eu disse. em todo caso. se produz dr única é que ele se repete. cada um por qualquer que seja. No ponto em que estamos de nossos enunciados concernentes à dita sexualidade. chamemo-lo o encontro de alma a alma. Desde sempre a relação do vouÇ com algo que sofreria a impressão passiva.pois bem. como é evidente que há muito tempo uma tal fórmula .por acaso sem dúvida .e não creiam que seja e vi dente-é o modelo suposlamenle animal.embaixo. se houvesse uma relação articulável no ser falante. o que não é evidentemente . Afirmo conludo e sustento para vocês . não da heterossexualidade . vocês estariam realmente nessa indeterminação do que é escolhido em cada todos para responder a todos os outros. isto é. daí somente. que há dois animais que copulam juntos. ( i n interesse no campo analítico.que está aí o que Ira/ a experiência psicanalítica. o acoplamento biunívoco é o que nos parece. precisamente de que o encontro «• ímico. se surpreender de que o encontro. longe disso. Não tenho necessidade de lembrar o que quer dizer conhecer no sentido bíblico do termo.aí está a questão . um fantasma que está aí para dizer a linguagem não existe.pois eu não sabia que houvesse uma referência de um tempo em que ela teria sido formulada . Ao substituir. Yin 76 Yang Se houvesse uma relação articulável no plano sexual. Não há necessidade de fazer entrar em jogo nenhuma di11 u-iisão de virtude. ao mesmo tempo. Vocês vêem então que o enunciado se promulga segundo a forma semântica significativa da Universal. pois bem.pois ela é em suma muito bem nomeada.nós estaríamos inteiramente na ordem do que sugere o que se chamaria . mas cuja denominação grega mais usual seguramente é a da UÀT). a relação efetiva não existe sem evocar o horizonte do um a um. lembremos sobre o que repousa o que podemos conceber. desde sempre o modo da relação que se engendra do espírito foi considerado como modelando.não importa quem de um desses lados . o que sempre foi. A própria necessidade do que. que aconteceu de eu escrever . do a cada um sua cada uma. o que é sexual é considerado como necessidade. a referência ao que chamei o modelo animal. Observemos que não podemos desde o início eliminar a existência i lestas duas dimensões e que podemos mesmo dizer que o modelo animal é justamente o que sugere o fantasma anímico. Esta correspondência biunívoca faz eco ao que sabemos que é essencial para presentificar o numero. se posso dizer. O "cada um" que empreguei antes tem contudo este efeito de lhes lembrar que. substituindo cada um por qualquer que seja. neste momento . É evidentemente a ideia que nos sugere. Há então uma relação entre os sexos e a imagem animal da cópula que nos parece um modelo suficiente daquilo que é da relação | rdpport] e.mas da bissexualidade. Aquele que conhece a condição do ser falante não deve. Não é por acaso se digo que é daí. a partir deste fundamento. como exepoÇ se diz em certo dialeto grego. Não é. no ser falante.com todos aqueles de um mesmo sexo a todos aqueles do outro. 3x. oxTepoÇ. É claro que pode parecer surpreendente. elidido. que pouparei até de nomear para vocês. isto é. É por isso que apenas no modelo animal se Misienta e se fomenta o fantasma que chamei anímico.O Saber do Psicanalista 3 de março de 1972 com algumas referências etimológicas.uma tal fórmula é precisamente o que é ignorado. mas o modo fundamental de ser o que se acreditava ser o mundo. nos não teríamos essa dimensão essencial. na ocasião. ( ) que nos dá a ilusão da relação sexual no ser falante é tudo o que inale i i a l i / a o Universal num comportamento que é efetivamen l e de Impa nil . n • | lonto em que jaz a questão que estamos levantando. Não teríamos que fazer entrar em jogo o l Inivcrsal. [que] se lanço a hipótese .e caracteriza ao menos um dos dois termos. l ampouco haveria questão. mais terra a terra. ser chamado para acentuar o sentido velado. torna o Outro absolutamente estranho ao que poderia ser.bem. ao propor esse termo. temos a relação de |Uas manifestações de ordem cataléptica.ao política.ia chinesa. é justamente aquilo que só e órgSo •<> . simplesmente. aquilo que acabo de rotular com esse nome vulgar. como se a norma macho . líssa relação. os meninos se encorajam e que.vou chamar logo isso cruamente. uma vez que. quero dizer. para dizer as coisas cruamente. isto é. 11 se liga essa palavra. é precisamente por ter feito vir. No nível em que o coloco. dois Universais definidos então somente pelo estabelecimento da possibilidade de uma relação de um ao outro ou do outro ao um. E. é exatamente não sei que perfil de outra presença para o qual o termo vulgar de suruba não está absolutamente excluído. um modo de • h'.. afinal. pois é claro que não podemos reconstruí-lo senão pela observação . é o que l n l vê/. pura e simplesmente secundário. o Houtro que não seria uma maneira tão má de fazer escutar a dimensão do Hum que pode entrar cm |ogo aqui. esse algo pelo qual não é pela relação sexual i|iie :. presentificava o Hautre como tal. lembrarei a vocês que o imaginário que é aquilo que reconstituímos no modelo animal .K.mas. me forçará a acentuar o A com que eu marco esse Outro | . Acabo de lhes mostrar que não há absolutamente lugar para exigir a cquinumericidade dos indivíduos e acrescentarei que acreditei sustentar o que eu tinha para desenvolver. mas simplesmente a dimensão pura tio despertar. É simplesmente uma dimensão de indicação concernente . elas adoram realçar-se [7]1 de tanto que isso as favorece. mas sim aquele que • crevi sob uma repartição quadrípode como sendo o discurso analítico. isto é. isto é.\niiv] como vazio. É porque a experiência. é cruel o que é preciso dizer . Como o Universal Homem se relaciona ao Universal Mulher? l '. o sujeito. isto é. Temos um monte de relações para essas relações. Essa referência. essa pessoa era sua mulher »|iie se afaminava3 a tal ponto que ele precisou. afinal. do termo órgão. na termitu 11.O Saber do Psicanalista 3 de março de 1972 relações entre os sexos. e precisamente aquele ao • l M. e i|iie o que ressalta desse discurso é a dimensão jamais evocada.de acordo com nossa ideia.ou seja. da biunivocidade da cópula. no caso das meninas. e em i i . o Hum [l'Hun]. se há algo que a psicanálise permite supor.i urso que não é absolutamente aquele da histeria. por exemplo. trata-se de fundar essas relações nos l iinversais. Enfim. até o preheme.em duas palavras2 . temos também algumas pequenas relações.. mas que a psicanálise nos permitiu estender e. não é certam c i i l e na maior inocência. porque basta refletir para ver ali um giro bastante equivocado para que possa se sustentar muito tempo. São o que seria. Se o chamado Sócrates pôde . "i . É certo que. esse ódio pui sua mulher. isso ocupa nossa vida 78 !•nesirc. a essência do Yang. algo de suplementar. mas que não resolve nada. (cmos do imaginário uma experiência que não é fácil. como queiram.i i edutível a esse algo chamado pelo termo macho . Se não houvesse linguagem. ao contrário. para nos darmos conta de que. Para ser mais insistente e deter-me no âmbito da experiência analítica mais rasa. l » • li i -lhe polidamente que se retirasse para dar à dita morte toda sua signiI K . não me será difícil fazer-me entender que. o qual não é por nada que está na origem do discurM u Ia ciência. não aquela que pode aqui ecoar Eros. da função fálica. que lhes dê pelo menos essa dimensão. como eu o defini.'. naturalmente. se poderia fazer um ar sério e di/. aqui. Eu já sublinhei que na busca ou na caça sexual. clinicamente.estivesse situada em algum lugar. Não que sua posição de Hum |{ |. o enunciado pelo qual os objetos deveriam se repartir em dois todos de equivalência oposta. meu Deus.ei que aí eslá exatamente o estigma da anomalia. I n disse que. essa noite. um H. para chamá-la por seu nome.i. se podemos dizer que não há relação sexual. porque ele •01 vem de longe. E ele pôde fazê-lo precisamente em razão dessa dimensão que. sobre essas relações. para ele.. É uma observação etológica que fiz. ao lugar do \<'iiihlante.ia c íi questão que se nos impõe pelo fato de a linguagem exigir precisaM K i i i e que seja por aí que ela seja fundada. A dita relação não tem absolutamente nada a ver com o que se chama usualmente relações sexuais. em si mesma não tem nada de decisivo. Certamente não estou aqui para diverti-los nessa linha! Tratemos agora de entrar no que é do parentesco do Universal com nosso assunto.. se fosse possível. quero dizer.. não procurei certamente fazer vibrar em vocês a lira erótica e simplesmente se isso leni algum valor de despertar. i mente histérico. que em todo encontro sexual. no momento de sua morte.u>dc. tudo o que i' 11 ios de elucubrações filosóficas não saíra por acaso de um Sócrates manii' i . >.u :ientar um discurso. Precisamente pelo contrário. para sermos precisos. na medida em que ela se substitui às primeiras formas . que também eu escrevi. respectivamente a negação.há outros . isto é. isto é. o que tomo emprestado oportunamente à inscrição matemática. isto é. o nível superior opondo-se ao 111 vê l inferior. uma topologia matemática. lembrarei que.é o sentido que tem o termo de função que é verdade que o que se relaciona ao exercício. que não tenham pelo menos uma ideiazinha .c|. " > -n iniciado da função.K'a das proposições.1 liça. É precisamente pelo fato de que a função é única. e que não se poderia conceber sem a prévia emergência do discurso da Ciência como inserção da linguagem sobre o real matemático. não toma sua forma senão de uma escritura bem especificada. F de x afirma que é verdade . mas numa dimensão que me parece ser de miragem). Porque vocês podem ver ijue qualquer que seja o nível. o nível inferior e o nível supci n > i . Quero dizer que o modo sob o qual a variável. quero dizer. Esta é uma novidade. precisamente. pelo fato de dominar igualmente os dois parceiros. É precisamente enquanto se trata da função 1. Eu disse que o que estigmatiza essa relação de ser na linguagem profundamente subvertida é precisamente que não há mais meio (como se fez.as quatro relau-s fundamentais que de todo modo são o fundamento da lógica das pro. a vertente 11. que responde à emergência de um discurso que seguramente nunca tinha vindo à luz. de um lado ou deou1111. Há outras. é algo que . Todavia essa escritura não se aulori/a. :. que me sirvo dela inteiramente da mesma maneira.l a aqui totalmente especificado pela forma quádrupla sob a qual a relação do . o que é que isso quer dizer. precisamente isso é aqui insustentável.1 esquerda opondo-se à vertente da direita.que. que ela é fálica. essa inscrição sob o termo função argumento poderá. i ca proposicional. que não pode mais se escrever em termos de essência macho e fêmea.11 Hu adianto que a maneira como se acham escritas nossas posições de m (Mimcnto e de função é tal que a relação dita de negação pela qual o que • • ( i locado como verdade não poderia ser negado senão pela palavra ftil ora. o que permitiu introduzir na lógica a irrupção precisamente daquilo que me indagavam há pouco.a dificuldade e a complicação.é o que acabo de mostrar uma vez mais no quadro .é algo que pretende ser suportado por uma escritura de que tipo? A rede do negócio [affaire] sexual.como não é possível. o nc se chama a variável. contudo. o que dá lugar ao argumento. merecem ser interrogadas nas duas vertentes. a disjunção e a impli• . É ao redor do utensílio que a experiência analítica nos incita a ver girar tudo o que se enuncia da relação sexual. quero dizer. temos em primeiro plano . a conjunção. às formas esboçadas por Aristóteles num estilo logístico . como vocês sabem . ser interrogado. O que seria preciso? Bastaria que as funções respectivas do macho e da fêmea se distinguissem precisamente como o Ying e o Yang. a 1111 icão fálica não os faz diferentes. está colocado. oferecer-nos um termo fácil para especificar a oposição sexual. isto é.critas no quadro.' 111 ncnto à função é colocada. istoé. direi inicialmente em que elas podem il. de qualquer lado que a olhemos. apenas pelo fato de que vocês estejam aqui. parece-me. • i u isso dizer. Que é o não poder se escrever. I Si. afinal. iir. sobrevem da função fálica. não é menos verdade que é de início num mil i-o lugar que devemos buscar a diferença. quero dizer. . vocês poderiam fazer-me uma ohjeção muito mais válida.>siçõcs. de fato. que se engendra. E minhas primeiras observações vão consistir em mostrar que.não digo formalizações.u a como a utilizo é tal que não é de modo algum traduzível em termos de i)'. já está escrito? Se eu relanço essa antiga escritura em nome do discurso analítico. Simplesmente para introduzir aquilo de que se trata.n. a ma. que se trata sempre de F de x. quero mostrar a vocês que. Não é senão a parti r da existência da formulação desta topologia que pudemos imaginar que de toda proposição fizéssemos função proposicional. <|ue algo nos solicita indagar então em que os dois parceiros diferem e ' • p i ccisamente o que inscrevem as fórmulas que coloquei no quadro. ao registro do ato sexu80 nl. posto que igualmente -. E é nisso que essas fórmulas. l! claro que não é porque fiz uso de uma formulação feita da irrupção das 11 u i temáticas na lógica.n provas de um certo abuso. algo que se especifica pelo lugar va/io que deixamos e em função do qual se determina o argumento. Aqui. em r.n o Ml .verificamos que. como utensílio. isto é.O Saber do Psicanalista 3 de março de 1972 para acentuar as coisas. mas essas são as primeiras e todas as outras são estabelecidas 11.u>. O que isso quer dizer? O que quer dizer merece ser auscultado. então. uma vez que. O estranho. FJC. a relação de Um a Zero. Todo x. nos dois casos. não há qualquer identidade e que precisamente aí onde se trata do que está colocado como verdadeiro. que a conjunção está fundada precisamente no fato de somente adquirir valor quando as duas proposições podem ser ambas verdadeiras. nós temos que repartir. naturalmente.i 82 . da direita à esquerda. entretanto. no nível em que a disjunção teria chance l i . que a disjunção torne válido que uma proposição M-|a verdadeira.é liilvcz uma falsa.u lescentando-se ao que chamei o uma verdadeira. E •. é precisamente no que ao Todo se opõe o Não todo que há a chance de uma repartição da esquerda à direita do que se fundará como macho e como fêmea. que. é que a disjunção não funciona mais. não poderia ser castrada.o que terei a oportunidade de articular de uma maneira que lhe dê vida. Longe portaulo de que a relação de negação nos force a escolher. pelo menos três casos < ombinatórios em que a disjunção se sustenta. que a mulher. Para fazer o balanço de contas sobre a conjunção. senão esse í> de x com o signo da negação acima. do homem e da mulher.it l" . quero dizer no n í v e l dos Universais.'•não o enunciado nenhum*. precisamente. lílo e. o que vocês vêem se repartir. ou seja. isto é. Ora. que não se sustentam pela inconsistência de um deles. precisarei apenas fazer uma observação. a outra falsa .(•«•. o que aqui só pode se escrever sob a forma que contesta a função fálica: "Não é verdade que a função fálica seja o que funda a relação sexual". é um Todo de um lado. a outra falsa. . longe de que um se oponha ao outro como sua negação. mas não há justamente •. não encontramos mais eomn pi esença. do outro temos a expressa formulação de que nenhum x. pelo contrário. não absolutam e n t e de ser realizada. de um o obstáculo ao outro.il. Ora. iM|iie se passaria ali onde afastamos a própria função é que. a outra verdadeira . mas. diremos. l 'i eeisamente. temos aqui duas funções que estão colocadas como não sendo disse-lhes há pouco . mais além da uholiçãopelo afastamento da função fálica.O Saber do Psicanalista 3 de março de 1972 verdade.a verdade verdadeira. senão ao fato de que não há Universal articulável. do lado direito. é o nível do que justamente nos é barrado na relação sexual. enquanto a função fálica não funciona. observem o que está escrito que • . eu ousaria dizer. há chance «lê relação sexual. é justamente nesse nível que os Universais não podem se conjugar. não encontramos de um lado senão Um . se de um lado t* suposto existir um x que satisfaça a F de x negada. e a diferença da posição do argumento na função fálica é precisamente que é Não toda mulher quem aí se inscreve.11 ramente a relação. esperando que haja aqui muitas pessoas que já terão vagamente folheado um livro de lógica para que eu não tenha necessidade de insistir. de sua subsistência. e veremos o que. e. é na medida em que. uma vez que é preciso um mínimo para que haja disjunção. é. E um certo nível.se produzir. só está situada aí. É justamente isso que de maneira nenhuma nos permite o que está inscrito no quadro. isto é. o domínio do que está aí. se vocês se lembram que a disjunção só adquire valor pelo fato de < | i i e ó impossível que as duas proposições sejamfalsas ao mesmo (empo. e do outro lado não há pela simples razão de que uma mulher não poderia ser castrada pelas melhores ra/. uma vez que afinal a verdadeira verdade seria justamente o que não se escreve. de um lado. É evidentemente isso que pi eeisamos aproximar da experiência tal como vocês estão aeoslum. t4 que não há. < >ra. pelas melhores razões. o que ilustrei ao dizer que a mulher. no âmbito da função fálica. ao contrário. se num certo nível há a discórdia. em contrapartida. do outro lado. o que se define pela função fálica. isto é. mais forte ou mais fraca. o Universal do lado esquerdo não se opondo do outro lado. sobre a conjunção. a respeito da função fálica. a saber O de x. onde não se trata absolutamente de fazer de um a negação do outro.6cs. ou seja. precisamente enquanto negada. vocês vêem realmente que. é justamente um Existe e um Não existe. mas simplesmente de ser esperada. por isso colocamos que é preciso que exista um x para lanlo. sujeitada como não toda. em breve.í. que temos? Que não existe outro.há então.ou pelo menos o |iie avancei do ao-menos-um . enquanto que. posto que vocês vêem que. no ser falanle. ou precisamente a descartar. quero dizer com isso. nesses dois níveis que são como tais independentes. é seguramente a mais forte por ser ela a mais resistente. isto é. ambas sejam verdadeiras.e do outro precisamente a não-existência.ilio parecem sustentar algo que dá esperança de que pelo menos teríamos nrliculado uma verdadeira disjunção.que os dois lados se opõem legitimamente um ao outro. longe de ter que escolher. Eu falei. no nível onde a relação sexual teria chance. senão um dos sexos. A única coisa que ela não l K >de admitir é que ambas sejam falsas. essa chance que temos de que haja isso é que. que há um x que pode se sustentar nesse mais além da função fálica. depois da negação. de sorte que l >< u lemos dizer que a sorte do que seria um modo sob o qual se sustentaria a cli fcrenciação do macho e da fêmea. aquelas que estão no . não estaria aí o que é essa raiz do não toda. não se está na mesma posição. faz dois no plano simbólico. o que é que não é o que é? Apenas esse ser i. ele não l i n h a ou l rã mulher senão aquela que para ele não deveriajustamenle lercxislido. 1 Evidentemente./c /.1 mulher énão-toda. que ela esconde um gozo diferente do gozo fálico. ou M'l a. a partir do momento em i|ne se trata da relação sexual. 6 que seu gozo é dual e foi exatamente o que revelou Tirésias quando reloniou. que ela imponha tal serviço. mas no âmbito do mito.10 existe nenhum outro. São dificuldade. que esse euepoÇ enquanto ausenie. a existir. É claro que um ser quando > he!>a a não ser4 [nascer] senão através do símbolo. que.i-ni ser do qual. é algo que tem mesmo uma certa dignidade./. a metáfora paterna principalmente. a relação fundada sobre o desapai * • ' i mento. ou seja. a função fálica. Por que este não dcrcriti /cr. que 11. apenas pelo fato de falarem.. em que ela prestasse esse serviço a ele. para se suportar. Rtoé absolutamente. o Outro..dida em que existir não é ser. na MI. Naturalmente. num certo nível. por que a teoria do incesto tornaria necessário enfim que eu me enj-. o privilégio do sexo feminino. Apenas para que haja fundamento do sexo. que de um l . E ele é tanto mais inapreensível que é obrir.. vocês todos participam.digo isso porque teve 11111 certo destino .é o caso de dizer — para Édipo. pela graça de Zeus.O Saber do Psicanalista . Nunca mais o farei porque. justamente ele. ali. é depender do outro.. isso seguramente faz dois. o Outro está ausente. naquele momento. eu a reli. Mas isto precisamente não a universaliza. havia tudo o que era preciso para que. Se eu a publicar. para mostrar-lhe o que o aguardava por ter existido. 84 0 que cu quero dizer a vocês é que esse 3 de x barrado. isso se relê. por demais cotidiana para não encobrir a estrutura . há algo que é i n In i a mente surpreendente. posso me contentar em formular as coisas no nível da estrutura lógica que. evidentemente manifestando.ido. i/c ii/. aí está algo que é totalmente original na primeira emergência da lógica. no nível superior. M1 . uma relação contingente porque . além daquele para o qual haveria r l i a n e c de que haja a relação sexual. é a dificuldade e a hesitação que Aristóteles m a m l < Ia a propósito do estatuto da proposição particular. eu disse que não me engajaria mais nunca? Foi porque aconteceu de eu reler. Mas nunca mais o farei. É o que define o ser falante. porque alguém me pediu. do outro lado.. forçosamente.porque sua parceira não lhe pedira que recusasse o que cia lhe oferecia. mas por outro lado é realmente certo que o que se suporta é a existência.em Sainte-Anne. ó simplesmente a indicação do que está em meu grafo . visível . é o caso de dizer.mas já falei há cinco anos sobre um certo número de registros.a jasse nessa via dos Nomes do Pai na qual. é justamente esse ser . na medida em que nós concordemos que a existência se enraíza no símbolo. de sorte que a publicarei se é que ainda publico. Na primeira emergência da lógica. isso se lê. essa primeira conferência do ano de 1963 . é l M i viso que eles sejam dois. seja extasiar o homem.n ia com a função fálica e. para o caso. com a Bíblia. não viriam buscar segurança em tantos esforços psicanalíticos. afinal. como se diz. tem também seus direitos. como homem nessa posse suprema que resultava do engano em que sua parceira o mantinha da verdadeira nalure/a do que ela oferecia para seu gozo ou melhor.digamos de outro modo. precisamente.. seja. mas para o que é do ser de vocês. Zero e Um.vocês se Icmhram . « l i .. ou pior. de ter sido Teresa por um tempo. talvez. para e x i s t i r como homem num nível que escapasse à função fálica. verão com que cuidado eu destaquei então .er. não está nesse nível o privilégio de n e n h u m lado. como vocês sabem — isso é a experiência. o que não depende de mim! Precisaria que outros publicassem um pouco comigo.onde quer que o tome.iiro . 3x.mas ela só participa disso ao querer. afinal. dessem um sentido a essa elucubração mítica de meus dizeres. > | n . há Minplcsmente essa discórdia que acabo de lembrar.do que escrevi do significante de /^.' vê-la ser enunciada sob essa forma que a mulher suscita: de que o universal para ela não faça surgir senão a função fálica. o nome próprio. Vocês estão i \atamente aí. Seguramente é algo.. Sublinho então que. o gozo propriamente dito feminino que não depende absolutamente daquele? Se a mulher é não toda. meu Deus. não importa de que lado. Eis aí. naturalmente com a consequência que conhecemos e que estava lá enfim exibida. isso me encorajaria. se posso di/.absolutamente inapreensível. foi exatamente por isso que voltei. que de um lado tem-se o Universal fundado sobre uma relação neces. quer dizer. isto é. que fazer!. isloe. o apagamento da existência de um dos parceiros que deixa o I l i b a r vazio para a inscrição da fala. não estão tão tranquilos! De outro modo. a passar pelo símbolo. na qual ela participa. ou seja. i t l o c do outro. isto é. no nível daquilo que funciona. aquilo que se torna difícil nessa jTiiese lógica. daquilo que somente na discórdia se funda a oposição cnl ré i is sexos. o único domínio em que pode ser formulada uma impossibilidade simbólica. e se existe algo que.se vocês me permitem. que haja na passagem. asseguraria facilmente seu reflexo na elaboração feita por Frege de sua génese lógica dos números. Que já aquilo que pode intervir não esteja aí •. ao contrário. causa dificuldade é precisamente a relação entre as mulheres e os homens e nada poderia se assemelhar a não sei o quê de espontâneo. isto é. l ai disse a vocês. O mito do Pai primitivo não quer d i/cr outra coisa.ica que é aquela que lhes lembro com o que está inscrito no quadro. de não fazer senão um. ao contrário. O fato de que a relação acessível à linguagem. É claro que. O Um. único a poder estar mais além da linguagem. eis o essencial a relembrar em razão de algo bem mais perigoso a Mibsistir na análise do que as aventuras míticas de Édipo. Não é nada disso. Isso está suficientemente expresso para que possamos laci Imente utilizá-lo. r prn isu i n r n i e numa oposição que consiste na anulação. pois está um pouco improvisado . no esvaziamento de nm. isto é. fundado sobre não sei que mito animal e que de alguma maneira o l . que eu não descobri. o que concernia ao mais e ao algum era da ordem da quantidade. não possa portanto afrontar o Zero e o Um. para falar propriamente. um romancista de pouco bom gosto e um místico certamente entusiasta e que se chamava Apuleio. como vocês sabem. Mas.ros seja uma tendência para o Um. por causa do número. seria para isso que irndcria uma das tensões fundamentais do mundo. lim contrapartida. que não é absolutamente suficiente para sustentá-la. hiância que redobra sua oposição de afrontamento. para falar propriamente. introduziu que. esse mito que é verdadeiramente algo que não pode funcionar senão num horizonte de delírio e que não tem. que em si mesmas não trazem nenhum inconveniente. compreende-se que as pessoas escorreguem e que. meu Deus. imaginem. nessa função que toda articulação precisa do que concerne aos dois níveis. ainda que disso dê a ilusão graças ao emprego da palavra algum.O Saber do Psicanalista 3 de março de 1972 foram sublinhadas alhures. entre esse Zero e esse Um. É que ele seguramente percebe que a existência de nenhuma maneira poderia se estabelecer senão fora da Universal. mas apenas por ser capaz de enganchar o Zero e o Um. ou seja. o que resulta da formalização dita dos quantificadores . em Aristóteles. porquanto estruturam admiravelmente a necessidade de que haja em alguma parte pelo menos Um que transcenda o que concerne à captura da função fálica. pelo contrário. isto é. não é?. o número em toda sua realidade à qual a linguagem dá acesso. mas r ícila para fazer jogar em todos os sentidos. na qual os dois tenderiam a fazer Um e que. Através disso seria feita a entrada desse real. segundo um velho 11 n (o que seguramente não é mesmo de boa mística. encontraria. além do que nós o encontramos confirmado pela estruturação l« >!• . justamente a hiância que sublinhei para vocês do trif i n g u l o matemático. na medida em que não poderiam de nenhuma maneira se i nsl i lui r pui um Universal. pelo fato de que alguém chamado Apuleio. e para aqueles que querem se reportar a elas. Eles verão aí perfeitamente indicada a dificuldade que Aristóteles tem com a Particular. senão no âmbito da existência. que não possa ser senão um terceiro e que a hiância como tal seja sempre deixada pelo dois. a libido seria desse tipo de essência. é exatamente onde ele situa a existência no nível da Particular.. isto é.dita dos quantificadores em razão de um vestígio deixado na história filosófica. um dia. Bem longe disso! l í nessa medida. é frequentemente evocado por Freud como significando o que é uma essência do Eros que seria feita justamente da fusão. sob pretexto de que o que se pressente ser este além da linguagem não pode ser senão matemático.a encarnação do símbolo. no 11 ni i lê. indiquei pelo menos. aconselho o caderno n° 10 dos Cahierspour 1'analyse onde um primeiro artigo de alguém chamado Jacques Brunschwig "La proposition particulière et lês preuves de non-concluance chez Aristote" sobre o assunto é excelente. Naturalmente.mão pelo fato de que aí esteja a essência do primeiro par. são simplesmente dois modos diferentes do que eu poderia chamar . que se trata da quantidade. fora precisamente esse horizonte do qual eu falava há pouco como sendo.< ihre o que concerne ao Um. como as línguas são profundamente diferentes em sua estrutura.i . seguramente nada de mais perigoso que as confusões •. na via corrente todos e alguns em todas as línguas. eu lhes disse. na relarao. é preciso sem dúvida que seja em relação a algo que não é a linguagem. talvez justamente. eis aí o que seguramente nos obriga a colocar que a linguagem de todo modo deve ter uma raiz comum e que. Se há algo bem palente nas relações entre os sexos e que a análise não apenas articula. fez O Asno de ouro [L'Ânc d'or\ c esse Apuleio que. se está fundada justamente pela não-relação sexual. nada u ver com o que quer que encontrássemos na experiência. K i será essa ideia senão o correlato do que chamei há pouco "o v n / i n < l < > outro"? II') 88 .ni!'. eu pedi a um de meus caros amigos para me lembrar o que evidentemente não i |iiase guardei senão como traço e que foi preciso que eu me fizesse confirmai' por alguém de quem o chinês é a língua materna. nada do que é disjunção implica.O Saber do Psicanalista 3 de março de 1972 das funções como sendo aquela do outro. funcionar de uma maneira mais distinta.idro porque estou cansado. se posso me exprimir assim. \. Mas isso não os faz "todos". reciprocamente.. Em contrapartida. o que resulta daí no que concerne à Universal barrada . há pouco. em contrapartida. que é aquela que parece emitida no nível desse feminino que se. no nível da insuficiência da especificação universal. naturalmente. não se diz nunca [?] nem [?] senão ao pensar a totalidade da qual |C 11 ata como conteúdo.ii l i m. É nesse sentido que nfu > é por acaso que toda essa dialética. e então. mas. Onde funciona enfim esse B*. na existência da exceção. É exatamente o momento no qual o que diz. naturalmente. em chinês.é preciso ainda que ela seja representada —de que algo funcione' sobre a outra vertente. o que descobrimos 111. A exigência que exista an-im-nos mu homem. não levei até o fim o que era a implicação. que quer dizer? Direi que é a exceção. em todo caso. M i n fundado por todo uso tornado comum pela tradição filosófica do cli Io l I n i versai. do qual se suporta o Nome do Pai. que eu não escrevo no i |ii.cspeci fica por ser um não-toda.o provérbio "a exceção confirma a regra" . Vocês me dirão sem exceção. por uma dualidade. outras coisas. com que seguramente possamos. Esse ao-menosum funcionando para escapar disso. nas formas aristotélicas. é seguramente muito e:. ou da articulação mais antiga que se diz lia. no nível inl crior. que se trate da articulação de Dou. senão a chance única . e se vocês duvidam o numeral Go mostra que se pode contá-los. por uma formação antiga.e é nisso que esse ao inenos-um. mais separada. se posso dizer. não há aí senão um reqmsilo. de que maneira? Por identificação. o único ponto no q u a l a dualidade tem a chance de ser representada. nada exige que seja se e somente se. Na língua i 'h mesa.encontra-se para nós sustentado. esse existe ao-menos-um que não seja servo da função fálica? Não é senão de um requisito. i o se diz: Soldados sem exceção caput. distinguir o Universal i . o que quer dizer sem exceção. se isso diverte vocês. posso dizerIhcs que Todos os soldados pereceram..enao na inclusão.[?]5 Mc'í insiste sobre o fato de que ele está aí mesmo. < ) lodo. Não há aí senão uma necessidade lógica que não se impõe senão no nível da aposta. que a síncope da existência. É . Observem que. Mas observem. à noção da espécie ou da classe. o que vemos c. mas como um ponto ideal. é isso que me parece essencialmente dever ser colocado em evidência. Mas. precisamente. a denominação do todo homem. Nada impõe esse ao-menos-um.10 estatuto do universal. ia Será que vocês imaginam que se pode dizer por exemplo: "Todos os homens comem". l íu poderia citar para vocês. uma vez mais. toma a figura de uma exceção. que a possibilidade da articulação da linguagem encerra. que a discórdia do nível inferior seja exigível c. gratuito. do tipo desesperado.ular que não seja senão com o discurso analítico que um Universal posII encontrar. o que Ia/. o nome do Pai mil iço. não ignoro inteiramente o chinês. É claro que aqui também a implicação não poderia funcionar senão entre os dois níveis.. seu fundamente verdadeiro. aquele da função fálica e aquele que a afasta. é indispensável -é aqui que adianto uma primeira ideia que é aqui Io que falta à função. todo macho é servo da função fálica.. a relação do nível superior ao nível inferior.Ojt.. em chinês.•. isso se diz:. tendo-lhes falado sucessivamente da negação. e porque. da conjunção e da disjunção. cfctivamente se produza. i g u a l m c u i e n. iicrescenta-se então [?]. por outro lado. a respeito da Universal marcada Vx. sem saber o que diz . Mas. foi falha. Dou.() que articulo para vocês aqui como relação da existência única relativa . como possibilidade para Iodos os homens de atingi-lo. observem que. eu diria. do ponto de vista de algo que nem mesmo resiste a uma definição universal. que vemos estender-se do interior e não encontrar seu limite •. Ora. Mas é uma coisa singular que encontro pela via da pesquisa. é tomado em conjuntos cada vez mais vastos. vou de todo modo escrevê-la. que se produz no nível superior..i ranho que. estão todos mortos. Só que isso tampouco teve . o fato de que não haja exceção. isso não compromete contudo a fragilidade. aqui. Apenas aí. ou seja. que indica a não existência de x na parte direita do quadro. Nós nos indagamos muito sobre o que concerne à mentalidade animal que não nos serve afinal. antes que eu o aborde. uma vez mais. é que no final das contas o universal masculino pode repousar na garantia de que não existe mulher que tenha que ser castrada. a tentar abrir caminho e é exatamente por isso que. como há pouco. não há exceção e que aí está algo que não tem mais nenhum paralelismo. mas isso vai terminar logo. naturalmente dá ainda menos ao que se define como não-todo. c uma exigência outra e que repousa sobre isso. e por razões que lhe parecem evidentes. o que é o cúmulo do real. eu lhes garanto . É isso aí! Espero que isso fique em vocês como ponto de articulação necessário ao que poderemos tentar ulteriormente como atalho. mas quando o conjunto se esvazia. se denega pura e simplesmente. há muito tempo. isto é. a função do Um. que o que lembrei há pouco do comportamento da mulher mostra bastante que sua relação à função fálica c inteiramente ativa. bem longe de dar a algum todo uma consistência.uma vez que continuamos a nos entreter. A diferença entre a classe e o conjunto é que. Fonseca 90 . nenhuma si mctria com a exigência que chamei há pouco desesperada do ao-menofi-iiin. se seguramente somos levados pela via onde é preciso severamente interrogar a irrupção dessa coisa mais estranha. em outro lugar. se a suposição fundada de alguma forma sobre a garantia de que se trata mesmo de um i m possível. ou seja. E é aqui que poderemos . não há mais classe. O si-in exceção. se posso dizer.O Saber do Psicanalista 3 de março de 1972 Progredimos na lógica das classes porque criamos a lógica dos conjuntos. como essencialmente dual. isto é. l lá algo que poderíamos perguntar. há o Um para o animal'? O aspecto exorbitante da emergência desse Um é aquilo sobre o q u a l seremos levados. pela simples razão que o contrário do limite. Esse sem exceção. É exatamente nisso que. convidei-os a reler. da conjuntura porque em todo caso a mulher não está mais garantida em sua essência universal. que aqui não haja exceção.ver então onde retomar a unilateralidade da função existencial para o que concerne ao outro parceiro enquanto sem exceção. há ainda esse elemento do conjunto vazio. tampouco garante o universal j á tão mal estabelecido em razão do que é discordante. como diante de todos os espelhos. tampouco garante o universal da mulher. a matemática leva um progresso à lógica. TRADUÇÃO: Letícia P. o l 'armênides de Platão. quando a classe se esvazia.vocês sabem . um espelho diante do qual. senão como referência em espelho.qualquer alcance pela razão de que c uma garantia inteiramente gratuita. mas enfim. [N. quero di/erquc vocês não acreditem 111 le estão compreendendo. Eu escrevera isso qi lê.T. é portanto . na chave.para vocês. como está escrilo. seguramente.] .T. Daí. Naturalmente. subli>. acontece-me escrevei. uma vez que a menção de seu .] Lição VI 3 4 de maio de 1972 4àn'être 5 Supomos que esta interrogação entre colchetes e as seguintes dizem respeito à pronuncia de palavra em chinês. maternal ( m u l e n a l ) Dois horizontes do significante matemático E l íntão. Escrevo porque sei que durante a semana nós nos veremos. Ao destacar as duas palavras. é de horizonte. também.1 li 111 do horizonte não se sustenta senão por sua posição .quero dizer. é preciso que vocês prestem atenção. ávida]. o que alude ao jogo de palavras entre o 'não ser' e o 'nascer'. Affameur é também aquele que inflama o povo: ou seja. tive todo o tempo de esquecer essa escritura e acabo de relê-la durante o jantar apressado que faço para chegar a tempo. Ali. laço uma chave. Ai l iculá-los . há o maternal. e depois está escrito i»matemático. por que não? Durante o fim de semana. não escrevi isto N I lenlá-los em cada um desses dois horizontes. escrito.] um passatempo engraçado. eu tenha que retomar essa distinção que. [N. Talvez na sequência. mas pode ser que vocês l» tinem notas.] [naítre]. escrevi para vocês. eu escrevi l n (icedcr segundo esses próprios horizontes. E. direi coisas que pensei desde então.R. [N. Vou começar por aí. jamais entregarei \yMnpublixacao1 -não vejo por que aumentaria o conteúdo das bibliotecas l ia dois horizontes do significantc. Enfim. Naturalmente. ao pensar mais especialmente em vocês. faço um parêntese.quando ficar aborre- 93 .isso. É uma maneira de falar.] Há um jogo entrefemme [mulher] e affammée [faminta. t-1 mi pouco difícil.T. como tais. faz alusão à homofonía entre norme mâle [norma masculina] snormale [normal]. que é também o material. [N. Não posso começar imediatamente a falar. o que Sócrates fazia. no fim de semana passado.R. no intervalo. [N. sem isso jamais lerei o 111 ie escrevi.0 Saber do Psicanalista 1 A interrogação está no texto. o neologismo affemmait [afaminada]. de um corpo que ele trata por tu | tiilt >i. A psicanálise é o que reproduz . Énamedida em < | n < < l i (ou verge para um significante que emerge daí. Não há um psicanalista que não tenha percebido isso l i . É na medida em que o si s' ( i ul K . Quando vocês conhecem imperfeitamente uma língua e lêem um texto. que o designem com meu nome. daí resulta que o texto pode contradizer-se.m l n. Foi um achado de uma pessoa que tempos atrás me deu filhos. é engraçado! É verdade. em suma.1 neurose que se atribui. me digam e eu contarei as coisas que tenho para lhes contar essa i K >ile . como cada um de vocês sabe. vu< ÔN i n i h i n i i n esse elemento essencial que é aquele de um significante que loi'ii. é o que <•.\\ que o digam ser meu de fato [de monfait]2. 1 a questão do quanto se trai dos limites da potência. i i h . . Todo pai 011111. daquilo que se obscurece em compreensão. a a-voz [a-voix] que.l. vocês se sobressaltam. acontece necessitar de algumas aberturas às quais me dedico.i/M//. os meios à disposição [du bord]3 desse hord-homem. na mesma linha. Em suma. à ação dos pais. O q uc. O que é a psicanálise? É a localização daquilo que se compreende comu ul >•. Todo muin 1< > i •:. .i i NI "i. porque continuam a ler: "Não creiam que é porque continua sempre assim que é infinito" Como acabamos de lhes explicar que é por isso que ele o c. i < i< ncordo sobre isso.6 isto é. porque eles sabem que essa série dos mimei o:.i inedidaemqueaaçãodospaissearticulajustamente-éotermu pelo qi u l • n comecei a terceira linha . em um discurso de fato. o que goza de um corpo que ele vive como o que já cminuei cio tu-ablé1. esse de f ato [defait] me implica bastante nesses efeitos [effets] \r.vocês vão encontrar os trilhos habituais . Eu queria. A d i l e i e i K . I I iie nflu os detém que vocês compreendem.-\y i lê um corpo a quem ele diz. repercute diversamente com os meios c Io que chamamos. n .uma produção da neurose. pelo feito de um signi lic.1 nálise nos ensina é que todo saber ingénuo .ihi'i ili i /'Mr. eu o escrevi assim: brrom-brrom oiHip-ouap. . que de tempos em tempos faz grafito5 de intenções sobretudo injuriosas. em suma. i . O a-muro. só c alçam. i i< M . esse algo c |i ir imaginamos preposto. a borda. E a astúcia que faz a astúcia. i . fazer-lhes uma observação: é que essa posição do significante se delineia por uma experiência que está ao alcance de cada um de vocês realizar. O bord-homem inspirou-me. não sem razão. vocês sabem o que se diz ali. islor.. compreender é estar scmpiv M >i i > i >i > eiidido a si mesmo nos efeitos do discurso.à posição do psicanalista.por sua posição.-| eido para vocês.i posHÍVi l • > mudança de nível graças aqual vocês tiveram. É uma indicação concernente à voz. encontram o termo que designa que se trata de dêem. ladra [aboie]4. então agora falemos desse discurso e do fato de que aí é essencial a posição como tal do significante. nas páginas jornalísticas em meu nome. c i < > l < » . para que vocês se dêem conta do que se trata e do quanto é essencial.\> . Na linha seguinte. | /ci i i-na inocentemente.ira vocês -está associado a um velamento do gozo que aí se real i/a. escrevo. É do discurso analítico que. vocês compreenderam rápido demais. que é de um discurso que não é o meu próprio que faço a dimensão necessária. poruminslanlc. reproduz a neurose e os pais l i . e o a-olhar [a-regard] também. Como diz uma pessoa que agora se diverte. /nclos comoinglês. Desde que falamos..n ile que marcou um ponto do corpo. Esses efeitos não têm nada a ver com a dimensão que se mede pelo conjunto dos meus fatos [monfait]. que não aolha [aregarde] tão de perto. isto que designei assim aqui. explica-se o que constitui o conjunto infinito dos números inteiros.está escrito e é por isso que leu > l >. Quando vocês lêem por exemplo um texto sobre a teoria dos conjuntos. que não é sobre isso que vocês devem <M julgar. Naturalmente. n n n . que a neurose v. no estado atual de nossos cunhe c i mentos. quer não esle-jai 11 l > . isto é. Ora. De sorte q i K.< v/a < lê si como corpo.u i i n u nii «l. dizem algo que vocês compreendem. e com razão. Nunca devemos pular um significante. i . qualquer que seja. que se pode perceber que o que fala.. isto quer dizer o quê V l )< > Iraçado imposto ao gozo. discurso esse que ordena os c l < 1 1 « > • .\ < » • INI >i i i>" e porque. u ma contradição. E o a-merda também. ci irecido. m i . de antemão. por não estar ainda. Isso de veria colocá-los um pouco alertas. e não é porque ela é indefinida. o M . . 1 1 >. por sua posição. isto é. vocês compreendem. do saber. Mas quando olham de perto. p " psicanalista. quer vocês tenham pulado dêem.s-/. como tutoyable. Com relação ao diíCUTSO analítico. Compreendem no sentido que. j á precipitados pelo mero formalismo do significante. mi< iiusnili e infinita. de todo modo. compreendem sempre. na mesma posição que o psicanalista. a partir de quê? Apenas pelo fato de minha posição ser determinada por ele. u LrUUttld licoestá. Bom. I1HI segundo o discurso cujos efeitos produziram o sujeito. justamente.O . E apenas pelo fato de falar que se relaciona. visto o público que vocês constituem. é a-vida. propriamente instituído. bem. que te mates [tue-toié^. ainda que seja certo que só o suponhamos rd roa 11 \i mente. é um fato que supomos algo ao que se fala. não se sabe aliás por quê. 111:. É a introdução do modelo que essa repetição vazia realiza. 11 nente o que chamamos. ou pior. visar num discurso ao que nele faz função do Um. em suma. o que produz um saber que. É particu1. isto é. está ligado às normas do mais-gozar. ao sair do último encontro no Panteon . por seus efeitos. Anles que um significante seja verdadeiramente colocado em seu lugar. uma vez que ele é seguramente o significante-mestre. Com o que articulo. Toda reduplicação o mata.. pelo efeito puro e simples da linguagem. provém de um outro discurso. qualquer um pode fazer uma ontologia a l >arl ir do que supõe. nesse escrito. Por quê? Na medida em que ele aí subtrai a dose de gozo. em um ponto arbitrário. se l >i t vi pila um laço social. é que. sobre cada um de seus termos. que aliás deve ser. i M |iic é que eu faço no momento? Se vocês me permitem esse neologismo. Sc o discurso universitário se define pelo saber colocado em posição de semhhuile. o que é que vocês vêem? Uma falsa ordenação do que pode ser rlrncada 11 . de tcmIH >•. eu l . em linguagem corrente. é isso que se controla. De sorte que essa questão é iniciativa dele. numa outra ordem. Mas isso não quer dizer que não esteja pronto a lhe fazer pessoalmente algumas confidências a esse respeito. Ainda é preciso saber de que se trata. algumas questões enganchem em vocês. não se ensina senão o Um. eu o interrogo. Seu rimo. supondo nele. de colocar S2 onde? No lugar do semblante. É sempre. Eu não disse não teria sentido. como estou sempre muito fatigado. A causa das mudanças da filosofia. o valor supremo. bastante lentamente e que é um pouco difícil. onde. E é por isso que agora vou falar a vocês mais livremente. como acabo de dizer nesse escrito »11 ie se deve proceder. não sei que essência que se tornaria. sempre a mesma. se ordena. se posso dizer. e está simplesmente demonstrado. fazendo alusão. A maneira com a qual um discurso se ordena de maneira tal que precipita um l.. isto é.o enologia10. O l >u >prio do sentido é de ser sempre confusional. isto é. por minha i'( instrução. é o que se confirma pela própria natureza do n IM no. ao reconhecimento tk. a operação do discurso analítico. sobre o qual eu me encontro em posição de abrir caminho. É r \ l. nada do que posso articular teria efeitos que eu pudesse esperar. É assim que entendo o que articulo para vocês do discurso da l 'Mranálise. nu tempos. um dia desses. seguramente. ideologia. ali onde foi deixado aos seus talentos. Uma repetição realizada dissolve o modelo por ela ser uma repetição simplificada. não tendo como escolha senão isso. afasteime dele.veio interpelar-me para saber se eu acreditava na liberdade. isto é.larcm definidos como horizontes do significante. depois. 1 1 >i 110 se a filosofia não tivesse. serve de modelo. Esta referência matemática. é preciso aproximá-lo. sua origem n.talvez esteja aqui também . de crer l a/cr a ponte entre um discurso. segundo o diagrama que desenhei. É um fato que raramente comento. 0 chato é que quando vocês procedem. Alguém. no curso dos séculos. para colocá-lo ao pé do muro. assim chamada porque é a ordem onde reina o materna. isto é. como c sufiam . ao mensurável. 1 '< >demos nos colocar no discurso universitário para retomar o que. isto é.iço social comporta inversamente que tudo o que nele se articula. Eis o que torna útil como incidência o ponto a que cheguei este ano. pelo menos potencialmente. Fazer um modelo da neurose é. aventuras e desventuras do discurso do Mestre. se não houvesse prática psicanalítica. além justamente desses dois horizontes que marquei por • ••. penso. em seus efeitos. Não levarei mais longe minha leitura. para que. A significação precede. Isto foi percebido sem necessidade da psicanálise. 111 ncnte propício ao que se oferece no discurso universitário no qual se trata. isto é. que soletrei bem. O gozo exige de fato o privilégio. Um matemaé aquilo que propriamente e unicamente se ensina. ele tem sempre ef eiii IMlê circulação. enquanto aí se precipita um laço social. do significante que eu falo quando falo do Há o um [Y a d'1'un}. O que eu gostaria então de dizer mais livremente é que. i a i nente localizado pela ideologia pela qual é produzido.O Saber do Psicanalista 4 de maio de 1972 Trata-se de reproduzir esse significante a partir do que foi sua eflorescência. das ontologias diversas. Para estender esse dTun na medida de seu império. ao discurso analítico. E é por isso que este ano. E. com o «|i u.1. Eu lhe disse que era insólito..seu lugarinstituinte. por não ser senão produzido9. essa espécie de estrutura que designo com o termo discurso. de fazer a ponte. não há duas maneiras de lidar para cada um. Não lamentarei saber porque ele me perguntou aquilo. renovado. é evidentemente na medida em que o considero como constituindo. lida. Ele apenas sobrevive enquanto a repetição for vã. aquilo pelo qual. seu culmen12 é o que é chamado gloriosamente a história da filosofia.r.K. ele o toma pelo que ele é.\. enfim. nesta noite. não há senão dois.falamos dele na análise. Guardadas todas as proporções. era um desafio. em toda a história da filosofia. mesmo quando se prefere o mesmo. Um dia em que eu estiver inspirado e em que me arriscar a dar uma de La Bruyère. sobretudo se não está ainda localizado. como real. É a relação de tudo isso que estou reenunciando. Seguramente merece ser articulado.e. Porque é que o psicanalista i ma}>. ao contrário. trata-se de saber a função do sexo na psicanálise. a esse respeito. a psicanálise crê que há relação sexual. ele o toma pelo que ele é. a causa de que se trata não repousasse em outro lugar. se vocês permitem que me exprima nssim. nem mesmo o bispo Berkeley ousou enunciar que era uma ideiazinha que cada um tinha na cabeça. mas que. as mulheres. nós vimos o que era o sexo no microscópio. portanto. Que o parceiro em questão seja do outro sexo e o que está em jogo seja a Igo que tenha relação com seu gozo . Isso de que se trata quando se trata de sexo. que não há i dação sexual. estou quase certo! Recebi alguém. Falemos então do analista e do amor. de uma certa maneira. falo dos gametas. como sujeito. fala-se muito disso. não conheço nenhum exemplo. que o sexo se encontra em duas pequenas células que não se parecem.de que era preciso a qualquer preço. Não é porque eu disse há l x )uco que quanto ao êxito de um amor a ajuda da psicanálise é precária. não falamos dele mais do que em outros lugares. c-in iii u i ic disso. que é preciso crer que o psicanalista não dá bolas para isso. é devido à posição do analista .iro. graças a Deus. Quanto ao que concerne ao sexo. isto é. e é isso que é analisável. l X. em análise. logo. A esse respeito. o que está em questão. é claro. o número ilai. portanto.i na que o que faz o âmago daquilo a que ele se refere é o sexo? Que o sexo soja real. que eu lhes diga coisas mais divertidas. uma vez que. de todo modo. é para isso que serve o amor. o sujeito. se posso me exprimir nssim. E i • l tem instrutivo que. qual é o papel do analista aí? Será que uma análise pode verdadeiramente fazer um amor ter êxito? Quanto a mim. a saber. Nós não estamos aqui. O que há. E sua própria estrutura é o dual. E contudo tentei! Para mim.o psicanalista IKIO poderia mostrar-se indiferente. é que o sexo. quero dizer dual. não há Auvergnats. o [?]. para nos alongarmos com essas bobagens. É claro. verdades de experiência. Bem sei que tudo isso não é fácil e que é preciso ao menos. Então. é que. ' l. tudo isso era o sexo. como efeito de discurso. que é falando que fazemos amor. isto é. para ele. posto que ele não lhe pode fazer nada. o gozo i laqueie que não está ali em análise. porque não nasci ontem. tratarei a questão das relações do amor com o semblante. os homens. seguramenir da ordem do real.todo modo. claro. nesse século. do «>ulro sexo. está determinado por um discurso do qual provem há muito tempo. Mas é difícil que todo processo de articulação de um discurso. que houvesse conjugo com a dona do seu coração. Não é o que há de mais regozijante. a natureza. E os abutres fêmeas faziam amor com o M • i iio! O fato de sabermos. é do outro. que de antemão eu sabia necessitar de uma psicanálise. não tem a menor dúvida. O amor . e nos i >l v. mas sobre a base dessa demanda .O Saber do Psicanalista 4 de maio de 1972 temente afirmado a partir dos pontos de onde justamente surgiu a noção de ideologia. até em l .vocês se dão conta do que posso fazer de sujeira para verificar minhas afirmações . Mas enfim. Não falo dos órgãos sexuais. disso e sob o pretexto do sexo. uma representação. toda essa bagunça. não é absolutamente nominalista. com o enunciado que merece ser comentado. do terceiro. esse que não está em análise. faz para ele função de real. é exatamenteoreal.i 11 íamos a acrescentar aí os Auvergnats!13 É um erro. especifico. penso. Espero que a pessoa de quem se trata não esteja aí. jamais ninguém. Peco-lhes que < >l iservem que ele não o subjetiva. porque são anedotas. quer ilí/. Abreviemos. Naturalmente. claro. graças a Deus. Trata-se de saber sobre isso a que retorno porque parecia-me ter aberto a coisa. afinal de contas. sobretudo a partir de um determinado tempo. diz-se.cr que haja dois.euwenhoek e Swammerdam. () que acabo de definir. . dê pretexto a um certo número de sopros prematuros de novos seres. mas tem que intervir em seu discurso. devo dizer-lhes. porque aquele que não está ali. estava-se re• li i/ido a pensar que o sexo estava por toda parte: vocês. e na boa tradição do que faço aqui. isto é. Para o que de não tem ao seu alcance. l isse gozo. suas pequenas ideias. É realmente prodigioso que continuemos a falar disso porque. No âmbito do real. 1 lá uma coisa surpreendente. isso fracassou. Ele não pensa nas i rpresentações de seu sujeito. que lhes lembro com um breve toque. É uma outra história. É isso que chamamos interpretação. logo. muito antes que se tenha sabido que há duas espécies de gametas. Não quer dizer que seja tudo. 0 analista. como se. ter atingido as orelhas. há muito se teria podido perceber que nem por isso o sucesso é maior. vocês se dão conta de que faltava isso. ninguém nunca tenha sido nvisado para estender até ali o idealismo. mesmo as mais surdas. isto é. a propósito cio qual é enunciado essafalação [parlage]l4 em torno do amor . dando-lhe 111 n suplemento de significante.eu falo do outro. mas eu não vejo por que não me serviria da I íngua francesa. Mas não se precipitem assim! Por que não.de satisfazer a função dita / fálica. o Eros de doutrina. à audição de um significante. As coisinhas que já escrevi no quadro para vocês. como se pudesse haver aí o que quer que seja que se refira àquilo que entra em jogo nas relações ditas do amor. seguramente. entre fundação e fusão . não é por acaso. E é exatamente aí que a evolução das formas do discurso para nós é bem mais indicativa naquilo de que se trata: efeitos do discurso. na literatura. é preciso uma bruta evacuação chamada meiose. numa séria de hiâncias que se encontram . permanece totalmente em suspenso. à relação sexual. sim ou não. sobre o tema do Um. encontrar aí o modelo de não sei que temível efração. é isso. no mesmo nível.a ideia que o Eros se funde . isto é. sob a pluma de Freud . e por outro lado de um todo x é conforme à Junção 3?x e de não todo . do espermato como se diz. a força fundadora da vida. mesmo se é seguro que os sexos sejam dois.por que não?.'< > há alguns anos por esses apelos que faço aqui.eu não direi pedaços de cada um deles. os homens e as mulheres estão juntos I 1 'iisemble]15 também. para que possamos desde já ficar atentos. E o que é um. mas o caro Thanatos também. a esse respeito.na coluna da direita .&X a oposição de um 3x e de um 3x. um conjunto. Quando os gametas se conjugam. Porque há uma coisa que devem ao menos atentar. se o que esse discurso é capaz de articular compreende..que o Eros se funde ao fazer o um com c >s dois. aquele de não é verdade que &x. não todo é suscetível . como ele se exprime. e bem no início. é evidentemente uma ideia estranha a partir da qual. sobre esse há o Um [Ya dTUri]. claro. em um domínio que não se pode dizer que seja muito filtrado. e zóide também. isto é: 3X. novo. Não é apenas por razões didáticas que eu queria produzir diante de vocês. Já introduzi. também? Porque também podemos gracejar um pouco. não quero ir longe demais . muitas palavras [paroles}. contudo. E. aqui e aqui os quatro pontos enunciados acima . aquilo que pode ser dito para contrapor essa mitologia grosseira. freudiana. é ao redor disso que. cada um permanece um. I sso nos mostra suficientemente a que ponto a linguagem traça em sua própria gramática os efeitos ditos de sujeito. com o qual nos i-liateiam há bastante tempo. O que não os impede de estarem cada um do seu lado. que jamais foi feito 101 . senão a mais grosseira metáfora. e também em muitas outras coisas.e nada mais . que ele nos entrega da maneira i iiais clara em O Futuro de uma ilusão. ' l i ata-se de saber se.e meu Deus. Está exatamente aí toda a questão. e por uma razão evidente. alhures. estará inteiramente nesse Eros que seria princípio de união. que nos sirvamos de algo cujo aparecimento. nos envoltórios do óvulo. não apenas exorcizar o Eros. de um existe e de um não existe. E não é em vão. como tratarei de explicar nos seminários que vão se seguir. mais ou menos comrazão. sua repugnância a essa ideia do amor universal. a relação sexual. onde esse termo sentido seja justificado para o enunciar: há o um [Ya d'l'Un].•!/)(!/ i/o Psicanalista 4 de maio de 1972 ' l em-se visto psicanalistas. O incrível é que os psicanalistas. da li l li ma vez. é isso que merece ser apontado para dar seu estatuto ao que concerne. pois é o único caso. o que resulta disso não é a fusão dos dois. como |'ÍK. que contudo o caro Freud repugna com todo seu ser. além de que ela nos permitirá talvez. nem sempre as mesmas. bem mais indicativa do que toda referência ao que. com isso de que se trata na copulação. encontrar na intrusão do gameta macho. Encontrar. faz-se com o que podemos chamar justamente . isso recobre muito daquilo que só foi descoberto a princípio pela lógica.i ' '. do instinto de vida. É isso que é digno de ser questionado. Antes que isso se realize. isto é.que é uma fórmula nova. do qual se trata.no subjuntivo. é engraçado que justamente aquela que se deixa de denunciar seja a que está mais ao alcance da mão. Como se houvesse a menor relação entre esta referência que não tem a menor relação. em todos os pontos por presumir em função desses termos. nós não l»>dcríamos do conjunto [ensemble]. em muitos outros lugares. no âmbito do sujeito. há algum tempo. isto é. isto é. isto é. uma consideração sobre o que se marca como a teoria dos conjuntos | < -iisembles]. mas enfim. vejam o equívoco. procede essa ideia absolutamente exorbitante que se encarna na pregação. é que se não há relação é porque dos dois. 100 para que eu possa tentar dar-lhe um sentido. cuja mitologia. denuncia-se.mas hiâncias diversas. como eu disse. no Mal-estar da civilização. cada um deles que largou um certo número de pedaços. Já faz um bom tempo que nós nos demos conta de que o Um coloca outros problemas. in (Icnada. Como já o lia via observado Galileu. pode servir.nido-se a ele o conjunto vazio. aí dentro. e que é notável que o conjunto se defina de uma maneira tal que o primeiro aspecto sob o qual aparece seja o do conjunto vazio e que. Aristóteles ficava surpreso com esses seres que se reproduzem sempre os mesmos. Trata-se de dar conta do que é o número inteiro. Trata-se do que o significante tem a ver com o Um. embora apenas um pouco. e um único sucessor. falo àqueles que não estavam no Panteon. comei i uma falta. Em compensação. Pela correspondência biunívoca n i o ilustrei na última vez . que. De lulo. a consideração dos conjuntos permite algo que. Retirem isso que não afirmei absolutamente. trata-se propriamente da série cardinal enquanto começando em zero. de todo modo. extrair alguma luz. claro. O outro. é claro. de falar por exemplo de uma série como se ela fosse. que é proMI K > àquilo que se exerce no raciocínio propriamente matemático. isto é. mas simplesmente que rada número cardinalmente corresponde ao cardinal que o precede. O que aparece muito claramente é que a questão está colocada de uma forma bem diferente do que concerne ao Um. faz observar que. no i ai iocínio que se serve dele. do que se manifesta de diferença entre a altura de uma estaca e a altura de sua sombra.no de ser mencionado e que eu queria valorizar. primeiramente. um parceiro. de algo que não tinha absolutamente qualquer relação. na última vez. Mas surgiu. creio. Quero simplesmente indicar que. a maneira com a qual o Um se ilustra.. de uma maneira geral. que a noção do Um surge. como sendo sua propriedade maior. quer seja do indivíduo ou de um certo uso prático da geometria. por outro lado. não foi ontem que o Um surgiu. mas o que a distingue é ser ela simplesmente aquilo que reconhecemos num certo número de indivíduos que se assemelham. O indivíduo é Aristóteles. 102 L 03 .é no momento em que falta. Era preciso que ele ilustrasse. dois 111 x >s: o conjunto finito e admitir o conjunto infinito. nas duas séries comparadas. da função do indivíduo. A indução é concebívcl quaiu li > Um conjunto é finito. a forma é muito bonita. acresceni. doravante. que ele chegou a enunciar que a forma é real. na ordem do que concerne ao conjunto. se realiza da ordem do número. não há nenhuma razão para considerar que um desses quadrados seria C i ande demais para estar na série dos inteiros. trata-se de uma coisa bem diferente. i • (11 .u colocado como equivalente a qualquer de seus subconjuntos. Porque. isso constitua um conjunto. a série de todos os quadrai li »s está em correspondência biunívoca com cada um dos números inteiros. [que] há um que falta. chamado Platão.O Saber do Psicanalista 4 de maio de 1972 para isso. isto c. é que se o Um surge M U I u) por efeito da falta. para mostrar que a dita teoria dos 01 >njuntos não tem outro objeto direto senão fazer aparecer como se pode enI •( • i idrar a noção própria de número cardinal. essa noite. aquele do qual o dito conjunto vazio é o único elemento. uma vez que aqui faço balões de ensaio. o que caracteriza o conjunto infinito é propriamente poder •. l in unciando-lhes assim. em nenhum grau. é claro. Já surpreendera um outro. se. Eis-nos sobre vertentes metafísicas diversas. a concepção do número como definido por uma sequência. o cálculo diferencial. enunciar-lhes a teoria dos conjuntos. que o fundamento do Um. por esse fato. que não esperara Cantor. Neste enunciado. no cardinal. isto é. quaisquer que sejam os aperfeiçoamentos que vocês possam acrescentar à dita geometria pela consideração das proporções. a referência ao que a teoria dos conjuntos permitiu distinguir. porque uma sequência se caracteriza por ser feita como a série dos números inteiros. na medida r 11 ique aquilo que. chamado indução. isto é. de uma maneira improvisada em meu enunciado. penso que é porque não tinha nada de melhor a oferecer para nos dar a ideia da forma. quani» :K i conjunto finito afirma-se. foi há menos de cem anos que se tentou dar conta da função do Um. \í que partimos e. Isso faz um conjunto de um só elemento. ( ) i mportante do que queria lhes fazer sentir. onde comecei a abordar esse assunto16 escorregadio. de todo modo. as séries trigonométricas e. sua ideia da ideia. Não nos interessa. como pudesse. na verdade.cr entender da dita teoria dos conjuntos. ' Tudo o que foi dito do número cardinal partiu disso: se a sequência dos númeii >s comporta sempre necessariamente um. verifica-se propriamente como constituído pelo lugar de Uma ta17 11 ustrei-o grosseiramente com o uso pedagógico naquilo de que se trata de l . proponho-me simplesmente tratar de ver com vocês o que. e vai até o número que l n cccde imediatamente o sucessor. ao mesmo tempo. e pelo simples fato de que a matemática progrediu. Não vou voltar ao que enunciei da última vez. a propósito de duas coisas inteiramente diferentes: de um certo uso dos instrumentos de medida e. não direi de ilustração. Eu não vou. É isso que constitui o conjunto 1111111 i (o por meio do qual se diz que pode ser reflexivo.i/. o fim do último século [século 19]. Então. precisou-se esperar bastante. i 11 unto dos inteiros. E vocês podem. é necessário que. 4 10 Vocês verão que há dez. Exatamente dez. é (|iie há algum artifício. A observação que faço sobre o que disso resulta. escreve-se assim: O que é que resulta que nós definimos como parte do conjunto? O conjunto vazio está aí. d. não se poderia aplicar sobre um conjunto.como pude ver em alguns lugares . l 5 Em seguida. que scgura11 icnte. Depois. sem ser elemento do conjunto. Eu o contesto. O interesse é 11 seguinte: para substituir a noção das partes pela de partição. a soma de suas partes definida tal como acaba de sê-lo.. fazendo faltar cada uma dessas letras. Não se trata aqui.eu interrogo . correspondendo a e. ay. t Ia i ncsma maneira que admitimos que as partes do conjunto infinito seria 2 NO . eu :. haja vista a hora e depois o fato de que. de algo que abala a teoria dos conjuntos. Entretanto. fazem ouvido de mercador porque c preciso dizer a vocês que eles se aferram a essa enumerabilidade das partes tio conjunto como carrapato em cachorro. a contribuição que é feita pela não-enumerabilidade. vocês os tomam a três.< ti icito. verão que têm uma tétrada. etc. é a(3. devo dizer como faço habitualmente. d. Depois vocês os tomam a quatro: haverá cinco. no final. se substituirem por uma partição. um conjunto Imito. quer dizer. c. são sempre os ruins -já solicitei a numerosos matemáticos que me I1 • . aqui vocês têm a^yô. bastaria que eu completasse esse enunciado por um conjunto de cardinal 5 pela sequência que se poderia colocar ao lado. em todo caso. Ao que convém acrescentar o conjunto vazio que. quatro faces.. O que vem em 4 5 seguida.O Saber do Psicanalista 4 de maio de 1972 O que eu queria lhes fazer observar. a. e dos grupos que formam dois desses elementos sobre cinco.eu tinha uma razão I ia i a afrancesar as letras gregas que escrevi no quadro . c. ali presente.eu o sublinho l x.eu solicito gramáticos de tempos em tempos para me darem uma dica. que é aquela que se refere a um conjunto de quatro elementos. proponho isso que tem a l j '. b. E chegarão. por exemplo. e em todo caso. n sendo precisamente o número cardinal dos elementos do conjunto. liu não posso aqui. vocês têm seis arestas. permi[c escrever contudo . . Eu o contesto a partir do momento em i|i ic a propriedade de reflexividade tal como é afetada no conjunto infinito e que comporta que lhe falte aindutividade característica dos conjuntos finitos. por exemplo. e.que a nãoruumerabilidade das partes do conjunto finito deduzir-se-ia. 104 . o cardinal do i (. O que daí se ordena. aí vou direto a um alvo que vai deixar de lado um ponto sobre o (|iial gostaria de terminar. vocês vêm que o número das partes. correspondendo a c. É muito fácil. na teoria dos conjuntos. mas eu gostaria a esse respeito. estão aí. obter o número necessário de cinco para o reagrupamento como partes dos elementos. por exemplo. b. onde falta e. na observação de que nada muda na categoria de infinito de um conjunto se for i ri i rada dela uma sequência qualquer enumerável. os cinco elementos a l l b g d e.i i m interesse. na verdade. de uma maneira desesperada . ('ontudo. se vocês partem disso. mas verão porque ela me interessa: r que o número é 2""1. por cinco elementos. Pois as partes não são o elemento. é aquele que depende do que se chama a não-enumerabilidade das partes .a melhor maneira de introduzir a não-enumerabilidade de um conjunto Infinito? Trata-se de uma introdução didática. Fiz alusão ao outro caso para mostrar que nos dois casos a soma das partes é igual a 2". imaginem um tetraedro. é manifestável como uma de suas partes. ao. para tomar o número cardinal: vocês têm um conjunto composto. quando se trata das partes do conjunto. quanto a partir de y. constituído pelo conjunto. considero problemático.e. o menor dos transfinitos. O que é enunciado a esse respeito sobre a enumerabilidade tem toda aplicação. em lugar de ter dois potência alpha zero. a. e. Vocês podem fazê6 10 lo tanto a partir de (3. Através do que encontram o que é certo. isso não interessa absolutamente a todo o mundo. mas vou direto a um alvo que interessa. quatro vértices. Mas é claro que se vocês têm de um lado a. b.de forma que possam se definir a partir de um conjunto.pondessem a esse respeito e. e como faço para contestá-lo? Eu o contesto a partir disso.-1 a seguinte indução: essas partes se escreveriam como se escreve o conjunto i n l i nito dos números inteiros: 2N0. haverá ainda dez. há um ponto que. afinal. nós temos 2* '. de minha parte. c. de modo algum. que compreende cinco elementos. é que. Dito de outro modo.entendam dos subconjuntos . Se chamam subconjunto a reunião em um conjunto de cada um desses cinco elementos. em toma-las em Mia escala cuja adição dá de fato o 2". d. e têm também o conjunto vazio (coluna da esquerda). eles ma enviam. se vocês trazem aí o que lhes responde. ii 10'. ae. ao conjunto enquanto não há senão um. será. é fácil calcular quanto dará de subconjuntos. et >nduz a urna fórmula que é muito diferente. o nada [nade . no que concerne à partição do conjunto. o que se chama conjunto das partes chega a uma fórmula que contém o número 2 elevado à potência das partes. daquilo que concerne ao cardinal das mônadas. isto é. no que diz respeito aos elementos do conjunto.monade]20 na medida oin que está no princípio do surgimento do Um numérico. é portanto algo que se coloca como sendo. índice que não é tomado ao acaso. a um. na pertinência a um conjunto como elemento. por que recusá-lo. E por se reproduzir que o Um saído do conjunto vazio constitui o que da última vez dei como estando. a partição do conjunto transfinito chega ao seguinte: se nós igualamos o aleph zero. É pois enquanto distinto que subsiste qualquer elemento de um conjunto. o Um se sugere como estando no princípio da repetição e que então aqui se trata justamente da rspécie de Um que se acha marcado por não ser nunca. para esse zero. para nós. a partir do momento em que introduzi essa função da partição. será que.e de fato. quanto à teoria dos números. originalmente. pela simples razão de que um número potência menos um é seu inverso. como se diz. no conjunto cujo número cardinal o 106 . que ele é a reiteração da falta. um conjunto vazio. isso que. o que parece de fato bem concebível. pois há toda a série dos outros admitidos em princípio. e forjado para designar. a partir do momento em que se trata da função da potência. isto é. Sublinho precisamente que o Um de que se trata é muito propriamente aquele ao qual a teoria dos conjuntos não substitui como reiteração senão o conjunto vazio. que a sequência dos números inteiros não é suportada por nada além da reiteração do Um. um número qualquer potência um é ele mesmo. no princípio. Eis o que enuncio. iguala qualquer número a Um? Sublinho. o expoente zero. e quanto ao conjunto vazio é afirmado no princípio da teoria dos conjuntos que cie não poderia ser senão um. quer dizer que se trata de algo tão diverso quanto se <|ucira. isso não quer dizer nada mais que algo Ião eterno quanto se queira—é inteiramente claro que a partir do momento em que se mistura a intuição com o pensamento. o que a pluma de Cantor afirma é que. O que está de fato afirmado. uma outra função. neste caso. tenho o suficiente para mostrar a vocês onde incide 11 ICLI ponto de interrogação. como está marcado na própria fórmula. Essa noção é importante porque se interrogamos essa estrutura é na medida em que. b. naturalmente. toda a série dos números inteiros pode servir de índice ao que concerne ao conjunto enquanto funda o transfinito. no que concerne à potência. o um na medida em que sai do conjunto vazio. é que um elemento qualquer seja repetido como tal. d. certamente. manifestado no triângulo de Pascal. e que por trás dos apoios o que chamei .O Saber do Psicanalista 4 de maio de 1972 Suspeito que qualquer um pode sentir o que há de abusivo em supor a bipartição de um conjunto infinito. Mas o que é dito é propriamente que o que é excluído portanto. senão uma falta. no que a teoria dos conjuntos manifesta a verdadeira natureza do nada [nade]19. do Um do qual é feito 0 número inteiro. e sobretudo a partir do momento em que questionamos a indução quando se trata do conjunto infinito. ao olhar de perto. A partir desse momento. sob a pluma de Cantor. Entretanto. Com as duas colunas que acabo de fazer. aquela que ele tem na potência exponencial. Mas há. Sei que alpha potência zero.monade]ls.falo aos surdos que se questionaram sobre o que eu tinha dito . o que é inteiramente concebível. é assim que ele se exprime . no princípio do conjunto. Esse Um. isto é. como é concebível que aceitemos uma fórmula que manifesta tão claramente que se trata não das partes do conjunto. o próprio conjunto vazio. um 1 tonto do triângulo de Pascal que vocês me permitem interrogar. Mas um número potência zero é sempre um. e parece que abusamos da indução permitindonos encontrar aí prova da não-enumerabilidade das partes do conjunto infinito. o nada [nade . l 4 6 4 l l 5 10 10 5 l l 1 1 1 2 1 1 3 3 1 1 4 6 4 1 1 5 10 10 5 1 Triângulo de Pascal Sc é verdade que temos como número de partições que o número que pm > (Ic-ntcmente era afetado no conjunto n -1. apenas com essa condição: que coloquemos cada uma dessas coisas que c • Ic chega a ponto de chamar objeto da intuição ou do pensamento. temos. ingénua no momento em que ultrapassou essa via verda- i leiramente sensacional. não é senão um índice. mas de sua partição? Acrescentarei aí algo que realmente tem algum interesse. no discurso analítico. é manifestado pelo fato de que tudo isso se escreve a. c. trata-se do significante. É portanto um que serve aqui de elemento-pivô. Se. é claro. não encontraríamos aqui. Mas não é menos verdadeiro que. Y. Mas não faço com que o conjunto vazio esteja de modo nenhum forçosamenle no centro. de acordo com o primeiro enunciado. l i justamente por isto que é dito que o conceito de distinto e de definido u< > caso representa que distinto não quer dizer senão diferença radical. todo rlcmcnto é equivalente. como elemento. uma vez que já lemos a. quando se tratar de fazer o conjunto Ictrádico. a cada vez. as partes que vão compor . onde não teríamos senão três subconjuntos. é unicamente devido ao fato de ter. trata-se de número . inferior. virá no rol das mônadas do precedente. que chamaremos. por ser mais simples. Como podemos fazer nossa conta. E é exatamente assim que pode ser engendrada a unida (Ir. nós o temos aí simplesmente para representá-lo. isto é. temos.elas se encontrarão numa bipartição . não são conjuntos mas. ò" como não tomados em um conjunto. tomemos aqui três mônadas e não mais quatro. isto é. como o triângulo de Pascal já nos ensinou. senão nesse mesmo nível. digamos. isto é. nesses quatro triângulos. do número cardinal do conjunto. obtemos o número cardinal das mônadas dos elementos do conjunto superior. O que é que isso nos permite ver? É que no nível do elemento antepenúltimo dos subconjuntos.que vão compor como parte. iremos poder fazer três suhtrações diferentes.ií também nós temos que tomar o quê? Os quatro triângulos do tetraedro. Enquanto o quê? Enquanto que. que podemos colocar em evidência em. por um vício de ofício. 108 . para obter aqui o algarismo dez. o das mônadas do conjunto. na medida em que. teremos o conjunto vazio.ic|ui. ver o que resulta num esquema. observem como. (3. E tomemos. subconjunto no caso. para permanecer na intuição. acrescentando aí apenas os elementos do conjunto. dos cinco quadrângulos. mas não tomados em um conjunto. o conjunto vazio exista sempre. isolados do que os 11 ic l ui no conjunto.se está designado pelas letras gregas a. Representamos o conjunto com esse círculo. adicionando o conjunto vazio a cada uma das quatro mônadas da coluna precedente. um poliedro de cinco vértices. definidos como elementos. mais abreviadamente. o conjunto superior. para encontrar. piucisamos fazer intervir os elementos em número de quatro como simplesmente justapostos. a. sendo aí adicionado o que o constitui como conjunto. Que dizer senão que obter o primeiro algarismo. l l l 10 10 5 l 2—^ 3 lX3 l Tentemos agora simplesmente. inferior a um. eu direi. para designar este .naturalmente não se trata de tetraedro. para representá-lo por um tetraedro . P. ou mais exatamente como subconjunto. digamos também. na teoria dos conjuntos. que fazer a adição do que corresponde na coluna da esquerda aos dois números que estão situados imediatamente à esquerda e acima do primeiro. aqui o algarismo quatro e o algarismo seis. devem ser contados para que tenhamos nossa conta de qua11 o. ou seja. P. como quarto elemento um elemento na ordem desses subconjuntos. para engendrar a partir desse número que corresponde às presumidas partes do conjunto. para tornar a coisa figurável para vocês. fornecendo a parte do algarismo 5 no nível do conjunto de 5 elementos. colocado o conjunto vazio no rol dos elementos monádicos. dos elementos. isto i|iicr dizer o quê? Nos darmos conta de que. e que é no nível desse novo conjunto que nós chamaremos de outro modo o que acaba de ser extraído do conjunto vazio e. Dissemos que esse conjunto vazio. ainda a coluna anterior. isto é. . nós o chamaremos ô. y nós teremos aqui.O Saber do Psicanalista 4 de maio de 1972 inferior em uma unidade ao cardinal de um conjunto. uma vi-/. no nível desse novo conjunto. y. O Saber do Psicanalista 4 de maio de 1972 que nada pode assemelhar-se. Não há espécies. Tudo o que se distingue da mesma maneira é o mesmo elemento. É o que isso quer dizer. Mas o que é que nós vemos? Vemos que, somente ao tomar o elemento como pura diferença, nós podemos vê-lo também como mesmidade dessa diferença, quero dizer, para ilustrar, que um elemento na teoria dos conjuntos, como já estava demonstrado na segunda linha, é inteiramente equivalente a um conjunto vazio, uma vez que o conjunto vazio pode também funcionar como elemento. Tudo o que se define como elemento é equivalente do conjunto vazio. Mas ao tomar esta equivalência, esta mesmidade da diferença absoluta, ao toma-la como isolável, e isso não tomado nessa inclusão conjuntista [ensembliste], se posso dizê-lo, que a faria subconjunto, quer dizer que a mesmidade como tal é, em um ponto, contada. Isso me parece de uma extrema importância, e precisamente, por exemplo, no nível do jogo platónico que faz da similitude uma ideia de subsistência, na perspectiva realista, um universal enquanto que este universal é a realidade. O que vemos é que não é no mesmo nível - e é a isso que faço alusão em meu último discurso do Panteon - que a ideia de semelhante se introduz. A mesmidade dos elementos do conjunto enquanto tal é contada como desempenhando seu papel nas partes do conjunto. A coisa tem certamente importância para nós, uma vez que, de que se trata no âmbito da teoria analítica? A teoria analítica vê indicar o Um em dois de seus níveis. O Um é o Um que se repete; ele está no fundamento dessa incidência maior no falar do analisante que ele denuncia com uma certa repetição, em relação a quê? A uma estrutura significante. O que é, por outro lado, que se produz com o estabelecimento do sujeito no nível do gozo de falar, considerando o esquema que dei do discurso analítico? O que se produz é o que designo no plano dito do mais-de-gozar, é S13 isto é, uma produção significante que proponho, arriscando-me dever fazer com que vocês sintam sua incidência, proponho reconhecer o que diz respeito a quê? O que é a mesmidade da diferença? O que quer dizer que coisas que designamos no significante com letras diversas, sejam as mesmas? O que pode querer dizer as mesmas, senão justamente que é único, a partir mesmo da hipótese de onde parte, na teoria dos conjuntos, a função do elemento? O Um de que se trata, aquele que produz o sujeito, digamos ponto ideal na análise, c precisamente o contrário do que ocorre na repetição, o Um como um apenas, o uni enquanto qualquer que seja a diferença que exista, todas as diferenças que exisI 10 Iam, todas as diferenças se equivalem, não há senão uma, é a diferença. i nesse ponto que queria essa noite concluir esse discurso, pressionado incidentemente entre a hora e a fadiga; a ilustração dessa função St tal como a coloquei na fórmula instituinte do discurso analítico, eu a darei nas sessões que virão. y TRADUÇÃO: LetíciaP. Fonseca <T.aulal,notal.[N.R.] " tlc monfait - expressão idiomática dire sonfait à quelqu 'un: falar francamente a alguém, dizer sem rodeios. Lefait de alguém é "o conjunto de seu comportamento, atos e seus resultados, tal como é percebido por alguém" (Lê Robert). Há na frase todo um jogo entre fulo e efeito, difícil de transpor para o português, já que na nossa língua, fato e feito são vocábulos distintos. No francês e no espanhol, fato efeito coincidem. [N.R.] Lcs moyens du bord : aquilo que se tem à disposição imediata numa dada situação. DM hord equivale a a bordo. [N.R.] ' lo«',o fonético entrea-voá [a-voz] eaboie [ladra]. [N.R.] < ii ;il ito: inscrição ou desenho de épocas antigas, toscamente riscado a ponta ou a carvão, f i n rochas ou paredes, vasos etc.; frase ou desenho geralmente de caráter jocoso, < -i 'iitestatório ou obsceno, feito em muro ou parede de local público. [N.T.] ' / ) , - < • / / / : julgar, considerar, supor, crer; tomar uma resolução.(The New Michaelis) [N.T.] l l 0 Saber do Psicanalista 1 Preferimos manter a palavra no original para evidenciar melhor o jogo que é feito nesse trecho. Tue-able tem o sentido do que é matável [tuer], como também de tratavel por tu [tutoyer]. Tutear: tratar alguém por tu. [N.T.] Jogo homofônico entre tu (segunda pessoa do singular) e tue (do verbo tuer - matar). [N.R.] Produif. é tanto produzido quanto produto. [N.R.] Enologia [énologie]: estudo dos vinhos. No original Vénologie. Poder-se-ia pensar também que o neologismo mencionado alude ao estudo do Um (unologia) Lacan utiliza um neologismo s'éventaillcr, do substantivo éventail: leque, rol, lista, elenco. Por esta razão, optamos por um vocábulo também não dicionarizado, mas que é frequentemente usado no português. [N.R.| [N.R.] 8 Lição VII o l de j u n h o de 1972 9 10 11 12 Cume em Latim. 13 Auvergnats: nascidos em Alvergne - região do maciço central da França. Os Auvergnats são considerados pessoas teimosas, cabeça dura. [N.T.] 14 parlage: neologismo que parece condensarparler [falar] epartage [partição]. [N.R.] 15 Teoria dos conjuntos [théorie dês ensembles] e homens e mulheres juntos [ensemble]. [N.R.] sujet: remete tanto a sujeito quanto a assunto. [N.T.] d'Un manque. ocês sabem, aqui eu digo o que penso. É uma posição feminina, porque afinal de contas pensar é algo muito particular. Então, como escrevo para vocês de vez em quando, eu havia inscrito, durante uma pequena viagem que acabo de fazer, um certo número de proposições cuja primeira é que é preciso reconhecer que o psicanalista está colocado, pelo discurso - é um termo meu - pelo discurso que o condiciona - que se chama, depois de mim, o discurso do psicanalista - numa posição, digamos, difícil. Freud dizia impossível, unmõglich, é talvez um pouco forçado, ele falava por si. Bom! Por outro lado, segunda proposição: ele sabe - por experiência, o que quer dizer que, por pouco que tenha praticado a psicanálise, ele sabe bastante para o que vou dizer - em todos os casos ter uma medida comum com o que eu digo. É inteiramente independente do fato de que esteja informado do que eu digo, posto que o que digo leva, como demonstrei este ano, me parece, a situar seu saber. Esta é a história do saber sobre a verdade. Semblante Gozo V 16 a 17 $ Verdade 18 Mais-gozar Ia nade. Refere-se à partição da palavra mônada. Como na língua portuguesa nada é uma palavra com forte carga semântica, observar que na língua francesa não há qualquer possibilidade de confundir este termo com o nada [rien]. [N.R.] L9 Ver nota anterior. [N.R.] 2(1 Cf.notal8.[N.R.] Este é o lugar da verdade, para aqueles que vêm aqui pela primeira vez. Este, o do semblante; este, o do gozo e este do mais-gozar, o que escrevo abreviado ;issim + gozar. Para o gozo nós colocamos um J \jouissance]. ^ E sua relação ao saber que é difícil, não, é claro, pelo que eu digo, uma vc/ que no conjunto do no man's /aní/psicanalítico, não se sabe que eu o d i j M > N.n • l l ! 112 O Saber do Psicanalista 1 de junho de 1972 quer dizer que do que eu digo não se saiba nada, porque isso vem da experiência. Mas que se tem, sobre o que se sabe sobre isso, horror, o que eu posso dizer assim, verdadeiramente, simplesmente, que eu os compreendo - eu posso dizer, isso quer dizer eu posso dizer, se isso importa realmente - mas eu os compreendo, coloco-me no lugar deles tanto mais facilmente quanto aqui estou. Mas eu compreendo tanto mais facilmente quanto, como todo mundo, eu ouço o que digo. Entretanto, isso não me acontece todos os dias, porque não é todos os dias que eu falo. Na realidade, eu compreendo, isto é, escuto o que digo, os poucos dias - coloquemos um ou dois - que precedem imediatamente meu seminário, porque naquele momento eu começo a lhes escrever. Nos outros dias, o pensamento daqueles com quem me ocupei, invade-me. Devo confessar isso a vocês, porque, neste momento, a impaciência do que chamei meu fracasso - e portanto que ainda posso chamar, porque é raro que eu retorne - em Scilicet meu fracasso me domina. Pronto. Sim. Eles sabem, lembro isso porque o título do que tenho a tratar aqui é O Saber do psicanalista. Do, neste caso, evoca o o, artigo definido, em francês, enfim é o que se chama definido. Sim! Por que não dos psicanalistas, depois do que acabo de dizer? Estaria mais de acordo com meu tema desse ano, isto é, Há o um1. Há quem se diga assim. Estou tanto menos a discutir o dizer deles que aí não há outros. Eu digo do, por quê? É porque é a eles que eu falo apesar da presença de um número muito grande de pessoas aqui que não são psicanalistas. O psicanalista então sabe o que eu digo. Eles sabem, eu lhes disse, por experiência, por pouco que a tenham, mesmo se isso se reduz à didática que é a exigência mínima para que se digam psicanalistas. Pois, mesmo se o que eu chamei o passe é falho, bem, isso se reduzirá ao fato de que eles terão tido uma psicanálise didática, mas no final das contas, basta para que eles saibam o que eu digo. O passe - é sempre em Scilicet que tudo isso se encontra, é sobretudo o lugar indicado - quando digo que o passe é falho, não quer dizer que eles não se ofereçam à experiência do passe. Como marquei frequentemente, essa experiência do passe é simplesmente o que eu proponho àqueles que são bastante devotados para se exporem somente aos fins de informação sobre um ponto muito delicado e que consiste, em suma, no que se afirma da maneira mais segura, é que é inteiramente a-normal - objeto a normal - que alguém que faz uma psicanálise queira ser psicanalista. É preciso verdadeiramente uma espécie de aberração que vale, valia a pena ser oferecida l II a tudo quanto pudéssemos recolher de testemunho. É exatamente nisso que instituí provisoriamente esse esboço de artigos para saber porque alguém que sabe o que é a psicanálise, por sua didática, pode ainda querer ser analista. Então, eu não direi mais sobre o que concerne à posição deles, simplesmente porque escolhi, esse ano, O saber do psicanalista como sendo o que eu propunha para meu retorno a Sainte-Anne. Não é absolutamente para poupar os psicanalistas, eles não têm necessidade de mim para sentir a vertigem de sua posição, eu não a aumentarei dizendo-o. Sim! O que poderia ser feito - e o faria talvez um outro momento - o que poderia ser feito de uma maneira picante, numa certa referência que não chamarei histórica senão entre aspas - enfim, vocês verão quando isso acontecer, se eu subsisto - para aqueles que são bem astuciosos, falarei sobre a palavra tentação. Aqui, não falo senão do saber e observo que não se trata da verdade sobre o saber, mas do saber sobre a verdade, e que o saber sobre a verdade se articula da ponta do que desenvolvo esse ano sobre o Há o um. Há o um Q nada mais, mas é um Um muito particular, aquele que separa o Um do Dois, e que é um abismo. Repito, a verdade -já disse isso - só pode se semi-dizer quando o i ntervalo for passado, o que fará com que eu possa respeitar a alternância, falarei da outra face, do semi-verdadeiro; é preciso sempre separar o bom grão e 0 semi-verdadeiro\ Como já lhes disse há pouco talvez, volto da Itália onde só tenho que me orgulhar pela acolhida, mesmo de meus colegas psicanalistas! Graças a um deles, encontrei um terceiro que está inteiramente na moda, enfim, na minha, bem entendido. Ele opera com Dedekind, e encontrou aquilo inteiramente sem mim, não posso dizer que, no momento em que ele começou a se meter nisso eu não eslava, mas, enfim, é um fato que só falei sobre o assunto depois dele, uma vez que eu só o faço agora e que eleja tinha escrito a esse respeito toda uma pequena obra. Ele se deu conta, em suma, do valor dos elementos matemáticos para fazer emergir algo que concerne, verdadeiramente, à nossa experiência de ana1 ista. Bem, como é absolutamente bem visto - ele fez tudo para isso - conseguiu se fazer escutar nos lugares muito bem conceituados do que se chama a IPA- a l nstituição Psicanalítica Arrependida3 [avouée], traduzirei - então ele conseguiu se fazer escutar, mas o que há de muito curioso, é que ele não é publicado. Não o publicam, dizendo: "Você compreende, ninguém compreenderá!" Devo dizer (11ic fico surpreso porque, em suma, do Lacan, entre aspas, claro, enfim, coisas do tipo que sou suposto representar junto aos incompetentes de uma certa lin- 115 para mim. Eles foram espertos nisso. Quanto mais trecos há na cesta de lixo. porque por que?. E por que não? A quem é que isso poderia surpreender? À psicanálise. pois realmente percebi que a partida estava perdida.se essa noite eu testemunho .é perfeitamente localizável. hein! O único aborrecimento .s. não sei quando. passemos! Os santos .e não o faço por acaso em Sainte-Anne uma vez que disse a vocês que é aqui que eu digo o que eu penso se declaro que é precisamente em nome de saber muito bem. parece que ele deseja muito para que eu o ajude de bom grado. é óbvio. como disse no início. no meu caso. há algo aí que não agrada. finalmente. e isso não termina pior do que qualquer outro empreendimento. como se diz. graças a esta conjuração que pôde ser produzida pouco depois da guerra.mas apenas para mim . exceto os santos. l lá poucas coisas tão abjetas a serem folheadas quanto a história da medicina. t.e por razões que se prendiam àquilo que sua plataforma com o discurso da ciência tornava-se mais exí)'. é preferível. Quero realmente marcar esse ponto da história que é. por sua posição. A prova. Simplesmente. afinal. i. Psicanalistas. confessado [avoué] ? Foi dessa questão que Freud tomou em suma a Verwerfung.sim. Não é necessário que todos os artigos do International Journal sejam compreendidos. enfim. acreditei talvez que era preciso ir fundo e que eu detonaria a Internationale Psichanalytique Avouée5 [Associação Psicanalítica Confessada |. uma outra declaração < H le. ele a chama "um julgamento que na escolha rejeita". vejam vocês. que não reina sobre o mundo como um poder racionalmente justificado.é que nunca entreguei nenhuma das pessoas que eu sabia que deviam me deixar antes que se l l/ . então o que há de tão simples. sobretudo têm muita pressa pressa em entupir o International Journal. Não impede que o médico se arranje . s .iia . . eles próprios preferem. na medida t'in que ela tenha importância. é secundário. porque vocês ignoram profundamente seu nome. inteiramente um ponto-chave. ele ainda não conseguiu publicar nada . dá no mesmo. lhes falarei disso um pouco mais! Voltemos no tempo. por que o saber seria. É mesmo um dos fundamentos da condição humana. eles só demandam isso.e sobretudo se se sabe que eu não o nomeei. há um monte de partidas que se iniciam nestas condições. Se não acontecer. aqui. n. reprime. Não são os únicos. quer seja o do sujeito ou o suposto na transferência. poslo que. na época. como aquele que acabo . para empregar o termo com o qual em inglês se traduz o recalque. ou ainda será a transferência. uma vez que. ter I K-rdido aquela partida que eu a empreendi. falam a vocês tanto dos outros que é necessário que eu esclareça. graças a essa conjuração contra a qual é dirigido um artigo expresso de Freud sobre a Uienanalyse.O Saber do Psicanalista guística. na diferença com o. vocês sabem. parece-me que é um obstáculo e que o fato de dizerem que os leitores não compreenderão. será que nesse caso acreditaram ter que fazer obstáculo. esta então. estava bem I1 lai s disposto a receber conselhos da experiência. Eu respondo ao que pode surgir desse/Zoor.é que isso não os deixa muito livres. digo isso de passagem para a pessoa que me interrogou. eslando bastante embaraçado. eu já havia perdido a partida antes de tê-la começado. será o saber que cura. quando se produz no inconsciente. Verdadeiramente. que ela não reina.não de nomear.que os médicos se arranjassem para colocar a psicanálise no compasso deles. naturalmente. é realmente comprovada -. menos se discerne! Então por que. tal qual se produz numa análise dada? Porque o saber. t. Para :. n. mas eu o condenso. n )ino diz o outro. Ele acrescenta "que condena". Portanto. estes não são santos. e até acontece de ele nada querer saber. Os santos . é minha tendência essa noite. eu não perco a esperança.al>cr que o saber nada tem a ver com a verdade. eu o direi . Quanto a se preferir. e então! Escuto daqui o bla-bla-blá de quem não tem da psicanálise a menor ideia. l sso pode ser prescrito como vomitivo ou como purgativo. aquele sobre o qual eu digo que todo psicanalista tem a dimensão. O psicanalista tem então uma relação complexa com aquilo que ele sabe. como eu dizia há pouco. 116 1 de junho de 1972 l 'j i fim.. nunca se fez melhor.eles também preferem-se a si mesmos. c ali ninguém pode dizer o contrário do que vou dizer . os psicanalistas. sei lá. a. i. Isso não tem nada de heróico. há dois seminários atrás. eu não era tão astucioso. vocês vão ver. consomem-se em encontrar a melhor maneira de preferirem-se. na sequência do que filtrará minhas ideias hoje . a Verdrãngung. sobre o fato de eu acreditar ou I1 ao na liberdade. vão publicálo. não há nada de mais convincente. Há uma tradição a esse respeito. Uma outra declaração que quero fazer e que afinal tem toda importância. Sequer se pode dizer que isso chega a fazer do médico uma espécie de I >i o vocador. naturalmente tanto quanto o psicanalista. a tradição médica. a mesma e pelo mesmo nome de onde Freud a toma emprestado. peco-lhes que acreditem em I11 i m.s. s. porque os outros. como o mostram os médi-santos4 [méde-saints] também. Não é porque a Verwerfung torna louco um sujeito. vocês me dirão. Mas é evidente que. eu queria que acreditassem em mim a esse respeito.. Ele o renega. a. diabo. meus bons amigos. ao menos nos casos em que eu os psicanalisara. quem quer que me o tenha enviado. porque bem sabia que elas se haviam tornado inteiramente idiotas. Era no entanto um bom ofício. Suponham um psicanalista que perI1 laneça canalha. está ultrapassada! Vocês vêem a que serve o livre-pensamento. Falo do desejo. É uma y pessoa a quem agradeço. eu vou também. ele coloca as funções zero c um que sã» > « » • . nem sempre do desejo dos pais. não podem I . portanto creio termos chegado a um l >onto que me permite tratá-lo brevemente. Mas não se sabe. é sempre verdadeiramente did. eles passam dos limites. afinal. há pouco. que r aí. melhor. mesmo quando é alguém idiota que a pratica e direi até. sem inconveniente. Há pessoas que gostam de mim um pouco. pode ser o dos avós. Apenas lá . quero dizer que. e é por isso mesmo que sempre fui tão terno com as pessoas que eu sabia que iam me abandonar. uma vcx. comprido e gracioso. Eu gostaria de saber quem é para agradecer a essa pessoa. Nesses casos.. Quanto a mim. deve-se fazer um pouco melhor! Digo isso contudo para alertar as pessoas que estão engajadas e. a ideia daqui Io que poderia ter sido para a psicanálise francesa se eu tivesse podido ensinar ali onde. diriam a ele: "nada de psicanálise para você. Eu tento fazê-los voltar ao batente.O Saber do Psicanalista 1 de junho de 1972 fossem por conta própria. Nos dias em que a ideia de dever perseguir o dito ensino não me habita. também. no qual colocarei uma rosa. a canalhice estando sempre presente. mas eu estava disposto a perseverar durante anos para as pessoas. não encontrei nada melhor que o que eu chamo 11 latcma para abordar algo concernente ao saber sobre a verdade. Eles dizem não deu certo.il íca. por que não. Se vocês soubessem qual é a liberdade deles. particularmente. eles sabem o que dizem. dá palavra e da linguagem. no ponto em que estamos. porque. hein? Há pessoas muito legais.. passemos. E um maravilhoso copinho vermelho. ali. porque Deus sabe em que daria. Há uma pessoa que me enviou um copo para bochechar. porque de todo modo. Se a psicanálise não é didática. aquelas que me seguem. Digo isso para aqueles que estavam no Panteon da última vez. l P) . perdida para a França. Quando dizem que está ultrapassado. mesmo nos corredores do Vaticano. em todos os lugares. pela razão que acabo de dizer. apesar de tudo.. É necessário quando uma psicanálise é levada até o fim. porque há muita gente que gosta de mim. não hereditária. que facilidade! Ah! Compreende-se que a Revolução francesa tenha sido veiculada pelos padres.irio. em suma. como lhes disse. porque é bem possível que do jeito que as coisas vão. é evidente que tenho. Mas é. não há nada a fazer. E é verdade.no sentido em que cataloguei quatro discursos. será um canalha infalivelmente.e rendamoI he homenagem . ninguém teria perdido. Mas para a psicanálise didática. isso assombra o pensamento de todo mundo.•. na psicanálise. a psicanálise.isso para a pessoa que me interroga sobre a liberdade apenas lá no Vaticano eu conheço livres-pensadores. hein? Tinha seu lado bom. Bom! Então. é neces. claro. A psicanálise. seja uma queda e tanto.. para eles. sou forçado a sustentar aquilo que digo. Enfim. o que é a menor das coisas para a psicanálise didática. meu caro! Você se tornaria um bobão". quanto mais. eu não estava absolutamente disposto a abandonar ninguém. em suma.. isto é. aquela à qual fiz alusão. não sou um livre-pensador. aconselho prudência unicamente àqueles que têm de engajar sua descendência. vocês devem deixar para o cara bastante canalhice para que ele se safe daí por diante convenientemente. vocês sentiriam um frio na barriga.cr. desejo do Outro de onde o interessado surgiu. e patati. É propriamente terapêutico. é o único que é tal que a canalhice leva necessariamente à imbecilidade. isso é cuidadosamente dissimulado. liu já falei do que se passa na psicanálise. por mais escandalosas que fossem minhas proposições sobre Função e Campo. v( >cês devem deixá-lo sobrenadar. é que é o único discurso . então é uma questão de tato. como acabo de di/. devo dizer. 118 l Mim. Por que não. mesmo as mais surdas que uma porta e. Eis aí! Pode-se ser idiota de i irigcm também. contrariamente ao que se crê. deve-se de todo modo precisar realmente certos pontos que já abordei. aquele zum-zum-zum numa conjuração médico-psicanalista de onde surgiu em 53 o início de meu ensino. É uma distinção muito importante. a propósito. quanto a mim. entre os psicanalistas. Não posso dizer que eu o tivesse feito de propósito. Fiquem tranquilos. como todos os imbecis. há alguém que me enviou um copo para bochechar. mas lá. não é da hereditariedade que se trata. Se se soubesse de I1 ncdiato que alguém que vem pedir a vocês uma psicanálise didática é um cana11 ia. É muito mellu >i quando é Peirce que se ocupa disso. no momento em que a partida estava. o maior risco é ter psicanalistas idiotas. Enfim. um certo número.i/er isso. Mas recebi somente um. que é preciso olhar duas vezes antes de engajar seus descendentes nisso.. o objeto a no lugar do \t-mblante é uma posição que pode sustentar-se. eles vêem claro. Eu disse a vocês que fizera uma pequena viagem a Itália. e patatá. Eu nunca vi cxceções. trata-se do desejo. ainda mais porque não é um copo para bochechar. sabe-se de todo modo.. ao fim de um certo tempo. mas se o desejo do qual ele nasce é o desejo de um canalha. que se conseguiu dar-lhe um alcance funcional. mas sobretudo que eu constatasse que nenhum filósofo nunca se interessou por isso. pelo menos como o Telêmaco descrito por Paul-Jean Toulet. Trata-se de saber o que existe. Eu já indiquei isso em algumas frases.toda a história das matemáticas liem antes de Cantor demonstrou que não há lugar onde seja demonstrável. bastaria que tentassem levantar o dedo para se darem conta de que. basta para que se o defenda. Não existe senão o Um . Ele não imagina que. não sou o único.a teoria dos conjuntos é a interrogação: por que "há o um" ? Não encontramos o Um em qualquer esquina. eles sabem o que é . uma vez que só tardiamente. isto é. e por intermédio de uma interrogação lógica. que o número. que pensam como Telêmaa >. que toma a verdade como simples função. Entretanto. E é justamente naquilo que. e não é porque isso nos chegou pelo Teeteto que deve-se acreditar que as matemáticas da época não estavam à altura e fossem incapazes de responder. Se sugiro a vocês . que comporta um real que não tem nada a ver com a verdade . mais se demonstra que é justamente do impossível que cm matemática se engendra o real. ao se darem conta justamente de que o i ncomensurável existia. não são coisas que saltam aos olhos. prescindia de qualquer questionamento a esse respeito. porque não sei quanto tempo vou poder continuar . apenas pelo fato de q ue o que desenvolveu produziu uma inumerável descendência na matemática. inumeráveis cada um por si. para que a questão de um tal saber. por outro lado. e^-toiavoo. Vocês são um. durante séculos. é justai ncnte pela razão de que há algo a extrair daí. naquilo que é. é Cantor que está no caminho certo do que se trata. Já fiz algumas observações a esse respeito. é aí que começa algo que pode nos interessar. porque agora as obras sobre a teoria dos conjuntos pululam. i sto é. que em torno do Há o um. Vou tratar de explicar-lhes brevemente algo que começa a abrir-lhes caminhos sobre esse assunto. sobretudo quando não se sabe o que quer dizer.digo isso rapidamente. sei lá o que vocês pensam.que se atualizem um pouco. porque também não é preciso considerá-los bebés. Eu não vou refazer toda essa história para vocês. Mesmo se Cantor errou do ponto de vista daqueles que decretam.O Saber do Psicanalista í de junho de 1972 dois valores de verdade. há um certo negócio de V-1 que se chamou depois. uma das coisas mais úteis e mais fecundas criadas nas matemáticas. ora! Trata-se de saber se vocês. é certo que. que vocês sejam. Há alguém bastante gentil que espero ver daqui a pouco para me desculpar por não ter trazido para ele essa noite um livro que ele me passou da ultima vez. num certo ponto de vista. evidentemente. claro.finitos. ilspenscnt à Ia dcpense [eles pensam na despesa]. o Parmênides e em seguida foi preciso chegar à teoria dos conjuntos.é o real. um dia. começavam a questionar o que era o número. não se sabe por que. isto é. Não há nada menos i maginário que V-1 como ficou comprovado depois. pudera ser engendrado algo que não é nada menos do que toda a obra de Russell.entretanto. pelo número inteiro. o lei 11| >< > l. quanto mais se faz obj ecoes ao que concerne a esta entrada pelo Um. de que a existência nunca foi abordada como tal antes de uma certa época e que se levou muito tempo para extraí-la da essência. por Cantor. finitos.que vocês também sejam um. não que eu ignorasse e^-icrrr||ii.aí está claro . ela deu um passo nessa questão que é central quanto à verdade. Quanto às mulheres.'l 120 . i' jiqueles que vocês conduzem. Inumeráveis até no que ensinaram a vocês. gastam [dépensent] ou não. sou forçado aqui também a me apressar . e que está longe de contentar-se com isso. inteiramente finitos .com essa pressa ao nosso redor. mas ele incontestavelmente tem razão. Falei do fato de que não houvera em grego propriamente algo de habitual que quisesse dizer existir. já indiquei no Panteon. finito e enumerávell Mas se vocês seguem um pouco minhas indicações. que fiz tudo para encontrar e que está esgotado.não impede que a gente insista . É evidente que Cantor está errado. uma vez que foi daí que saiu (> que se pode chamar número complexo. Em suma. é preciso crer que a matemática.são as matemáticas . seguramente. imaginário. que l XMisam. porque eles não podem fazer diferente. pode-se escrever V maiúsculo ou F maiúsculo para designar a verdade e o falso. e trata-se somente disso: o que faz a matemática avançar. vocês lerão qualquer coisa. Digo isso porque vocês se relacionam com seres que pensam. posto que. não se sabe por quê. não apenas vocês não são um.falo aos psicanalistas . e até mesmo infinitamente outros pontos que foram extremamente fecundos na teoria tias funções. há duas etapas.no que concerne aos homens . não há lugar onde seja mais verdadeiro que o impossível . que a A/2 não era comensurável. o que pode ser um dos bons resultados do afluente psicanalítico. Foi retomado por filósofos. inclusive essa certeza inteiramente ilusória. caiu sobre eles o que deviam saber. anã l i si as. ao redor desse Um gira a questão da existência. Vocês me desculparão. o fraco de vocês. isto é. finitos. em vão. como e por que há o um. Isso começou com os Pitagóricos. Há o um. infelizmente! inumeráveis. e que se chama Cantor a tort \r está errado]. mas que são. segundo o caso. e ilusória há muito tempo . a respeito do real. É um bom livro. enumeráveis. até para contradizer. algo de humano. por outro lado.por que não?. devíamos escrever a função do não-todo como sendo essencial a um certo tipo de relação com a função fálica na medida cm que ela funda arelação sexual. É claro que o que quer dizer o 3x Oz. libido. negação de Qx. há muito tempo. é exatamente o que implica algo que escapa.que num nível complementar desses três termos. função oposta.O Saber do Psicanalista 1 de junho de 1972 Está claro que. por um lado. que não sustenta nem por um instante.u > I. Deixa-o só. há ao menos-Um que diz que não. é a culpa do homem. . na verdade. E isso tem ainda um interesse maior. o mito de Édipo. para aqueles que crêem nisso. É. é precisamente o ponto sob o qual é preciso que coloquemos tudo o que foi dito até o presente do Édipo. afinal. muitas coisas que coincidem na tradição. E o que quer que escape. a função fálica . é impossível orientar-se corretamente no que concerne à prática da análise na medida em que tem a ver com algo que habitualmente é definido como sendo o homem. Tudo aquilo que pudemos dizer antes. isto é. É um "dizer não". posto que não se trata de génese. um erro que tem todo o valor de referência.e bem desde a origem. Isso é capital. existe um x tal que o que há de sujeito determinável por uma função que é o que domina a relação sexual. essas quatro funções na medida em que as diversifica seu acoplamento quantificado [guante].quer vocês creiam ou não. vocês dizem exatamente que. Trata-se de estrutura. Mas culpa ou não. para nossa formação de analista. não por culpa [faute] do correspondente. nem é ensinável. para que se possa dizer que nos confunde absolutamente que Freud tenha ignorado 3x <í>jt. está aí evidentemente o que faz dessas quatro inscrições um conjunto. que Deus existe. é um negócio que não temos que resolver imediatamente. como se enuncia na doutrina freudiana. É absolutamente inevitável.devo acentuá-lo porque há pessoas que me tomam por um grande pensador . devíamos . Sem esse conjunto. o que importa no momento é interrogar o sentido do que podem ter a ver essas quatro funções que não são senão duas. principalmente religioso. a função da castração é necessitada. esse Um sozinho que se determina por ser o efeito do dizer-que-não à função fálica. isto é. esse ao-menos-Um. a 11 adição de onde entretanto é preciso dizer que a psicanálise surge: da l nu In. o quantificador dito universal. que de maneira nenhuma ensina. mas quem liga para isso?.eu não creio.existe um x que se determina por ter dito não à função. que o deixa só. o que enuncia a teoria dos conjuntos. por exemplo. nem de nada semelhante. é preciso contar. uma. em todos os casos. mesmo se não for .é por isso que escrevo Fx . vocês vêem de agora em diante a questão da existência ligada a algo que não podemos desconhecer que seja um dizer. isto é. senão masculina. Que as outras três fórmulas. e. a esse respeito. é algo que. negação da função da outra. Vocês vêem que daí de onde falo. é algo que deve fazê-los refletir sobre noções como a existência. barrado. VjcOjc. É por isso que reescrevo no quadro aquilo em torno do qual tentei articular algo sobre o que concerne à pretensa relação sexual.OJC Eu recomeço. isto é. guardem dentro do ouvidinho .quer vocês creiam ou não em Deus. É um ponto de referência. creiam ou não creiam. Não há acontecimento senão o que se conota em algo que se enuncia. eu o assinalo de passagem. quer dizer. que não há desejo. Será necessário retornar às funções matemáticas para enunciar um fato lógico que é o seguinte: se é verdade que o inconsciente é estruturado como uma linguagem. por uma espécie de pressentimento. o ponto de onde pode ser dito. é a mesma coisa . se não o conjugamos a esta inscrição quantificadora dos quatro termos.não digo que pudéssemos escrever . como parece em certos momentos em Freud que um acontecimento tivesse podido ser enunciado por ele. isto é. Não poderia se tratar de acontecimento aquilo que nos é representado como estando antes de toda a história. ainda que não deva ser breve demais. para que o Édipo seja outra coisa que não um mito. é justamente o que nos indica o ponto justo onde deve ser tomado. da 11 >i ma mais patente. pois t-slá no mito . VJt. mas por que não ver o pai do assassi nalo primitivo como um orangotango. é para isso que foi feito. só tem sentido estritamente ao acentuar.' 5 122 . por outro. Que se possa falar de todo-homem como sendo sujeito à castração. quer dizer negação de Ox. que a existência ganhou sentido. opathos de pensamento que para vocês pode resultar de uma curta iniciação na teoria dos conjuntos. não existe esse x. nem de história. seguramente. direi mais até. é a mesma coisa.. o correspondente geralmente qualificado por mulher. é um "dizer que não". É claro que foi somente a partir de uma certa reflexão sobre as matemáticas. para dizer que não é verdade que a função fálica seja o que domina a relação sexual e que. com Deus. Essa exceção é a função inclusiva: o que enunciar do universal. como pude enunciar. que possa alinhar-se. Um círculo vicioso. mais coladas ao real do número que já foram inventadas. e não apenas nos dias de hoje! Portanto. É estritamente impossível construir esse enumerável. por outro lado.O Saber do Psicanalista 1 de junho de 1972 judaica. que se possa dizer ao redor 124 dessa função do [vir ?]6 essa função do vir7 tão surpreendente nisso.eu lhes explicarei em detalhes por quê . a universalidade dos homens está sujeita à castração. Há. pelo menos que não se coloque senão como ser e principalmente a título de homem. o que é exatamente o mínimo. meu Deus. senão que o universal seja cercado precisamente pela possibilidade negativa? Exatamente.io haja nunca senão uma mulher..é preciso que lhes diga imediatamente . É precisamente o que faz com que seja na outra coluna. de sorte que vou indicar brevemente. é a única a crer nisso.suponham que isso seja enumerável.que é por isso . como foi comprovado depois. pelo menos aí. mais divertido. é uma cifra enorme. da função da caça no homem. é sobretudo uma cifra enorme para virgens. enfim que importa? O importante não é isso. o viril está do lado da mulher. e com um tipo de relação que é fundamental. para quem souber pensar com esses símbolos. que é exatamente uma das coisas mais eminentes. o qual não é senão um cordeiro. no outro dia. claro. eu não lhes disse muito. porque o enumerável se define por corresponder à scqiiência dos números inteiros. .servimo-nos de decimais no sistema do mesmo nome. algo como esse coelhinho que se chama o não-enumerável. vir à bombordo. mas por que não?! Quanto mais um círculo é vicioso. o método dito da diagonal pode permitir forjar sempre uma nova sequência decimal tal que ela não esteja certamenIc inscrita no que tem sido enumerado. E é isso que inclui o seguinte. tive de todo modo tempo de acentuar que no sacrifício de Abraão. como os filhos. vir o que você quiser. sua descendência mítica é animal. Somente ao articulá-lo assim sentimos que há algo de notório para vocês. como aqueles cujos traços vocês vêem nas grutas de Lascaux. como se diz naLégende dorée. contrariamente ao Um que está do lado do pai. de um cara que o seja. como se faz no livro Cantora tort. dessa não-toda. demonstra-se na teoria de Cantor. mais astuciosas. pelo menos hoje em dia. a existência aqui desempenha o papel do complemento ou. do ponto de onde falamos. Eu lhes explicarei daqui a pouco . no enunciado que não é verdade que a função fálica domine o que concerne à relação sexual. sobretudo se se pode tirar algo de dentro dele. de ter simplesmente forjado um círculo vicioso. Vjc. de uma maneira que acho absolutamente maravilhosa. no ano em que não quis fazer mais do que meu primeiro seminário sobre Lês Noms du Père. o depois é triste. que digam que ela seja viril. bastava ao menos um grande sacerdote ou um pequeno senhor. da borda. c disso que se trata. para falar mais matematicamente. Como em toda a linhagem humana que se respeita. preparar para virar [?]. me mosl reni. eles o mataram. vocês compreendem. Enfim. alguns que sabem de que falo. é à virgem. e outras histórias loucamente folclóricas em torno desse negócio e o fato de que outrora as virgens eram comidas por qualquer um. afinal. o ponln l. Ela pensa! É exatamente o que a caracteriza. que há em algum lugar um todo x que se torna exatamente um pequeno a . e sobre isso acusarão facilmente Cantor. De sorte que. se o homem é tudo aquilo que vocês querem no género virtuoso. O importante é. o que é sacrificado c efetivamente o pai. decimal. não a chamaremos. eu direi. é a maneira de exprimir o não-enumerável. direi o que concerne ao não existe x que se determine como sujeito no enunciado do dizer-que-não à f unção fálica: para falar propriamente.. eu teria podido dizer-lhes mais sobre o fato de o caçador amar sua caça. porque ela se situa. se inscreva em falso. claro.o c |i ir daí advém. meu Deus. É portanto pura e simplesmente de um suposto. que n. por menor que seja. Porque as onze mil. tratemos agora de compreendei. de escaloná-lo. uma vez que falei há pouco do pai. cada vez que ele se encarna naquilo que se pode chamar Um ser. É inteiramente demonstrável que o que está entre o Um e o Zero isso se demonstra graças aos decimais . Que haja aí uma exceção. que possa se articular algo no que se alinha. nós apontamos esses fatos. no final das contas. Sc vocês já escutaram falar. meus bons amigos. A de cabeça para baixo.é preciso supôlo . que é verdadeiramente o ponto central.que a virgo não é enumerável. Na tradição judaica. E para permitir que vocês se localizem por meio de referências que lhes são um pouquinho mais familiares. mítica. que o que se enuncia é que não há uma que. O que está entre o Um e o Zero é muito conhecido e isso se demonstra mesmo quando se está errado. e é muito fácil mostrar que. de fato. ela se situa entre o Um e o Zero. no acontecimento dito primordial na mitologia freudiana.quero dizer um A invertido em Vá. dar-lhe sequer uma maneira. Vocês sabem que Freud dá conta do tabu da virgindade etc. O depois c precisamente que todos os homens. porque o amavam.". suponham . eles mataram o pai. o que eu lhes disse. isso me interessará! Aí. deixemos isso! As onze mil Virgens8. a título de mulher. O que não quer dizer que. eu forço para vocês no fim do ano.sublinho comum. de qualquer tipo .c. do mesmo modo é por ausentar-se e mesmo é por ser essejouiscentre. dito de outro modo. pensa e só pensa por meio do Um. O que faz com que o não-todo. em meu grafo. no lugar em que ele situa a palavra [parole]. não que nada o limite. inversamente é enquanto há o vazio.C. desenvolvida a função do não-toda como tal. vocês têm paciência. Resta-me . subvertido pela falta da relação sexual. aquela que conoto com S barrado.E. é entre uma particular positiva em relação a uma universal negativa que ele i nstitui a contradição. afinal de contas. se posso dizer. sob qualquer incidência. O modo do pensamento. não apenas o grande Outro não está aí. como o lugar da verdade. num giro da história. não é ela.S. porque precisamente o modo sob o qual ela não existe nessa função de negá-la. não há muito o que comentar. de algo que não tem nada a ver com a linguagem. O Universal é esse algo que resulta do envolvimento de um certo campo por algo que é da ordem do Um. s É claro que entre o existe um que não e o não há Um que não seja. a inscrição do parêntese que designa o conjunto tendo como elemento o conjunto vazio [{0}] é algo sem o qual é absolutamente impensável qualquer manejo dessa função que .uma vez que. na medida em que é. mas o limite está situado de outro modo. que. interrogar com a linguagem tudo o que concerne à incidência do número. a ausência do que quer que sej a que denegue a função fálica no âmbito da mulher. de continuar a me escutar . isto é. que é uma determinada definição. mas uma dé-sence . não-toda. o sujeito enquanto não é nada mais do que o efeito de significante. seja isso: é que contrariamente à inclusão no Bx O. é a particular que é negativa c a UM i versai que é positiva. o que é precisamente esse modo. mas está completamente alhures. inversamente.é precisamente o que resulta disso. foi estabelecida.repito para vocês. inscreve-se precisamcnlc como não sendo o Outro na função que dou ao A maiúsculo.'/ . na própria linguagem. ela o negue. se inscreve com esse significante: que o Outro é barrado. se podemos dizer.é feita precisamente num certo giro para interrogar no âmbito da linguagem comum . é que ela é aquilo que. não há nada mais do que esse algo que o não-todo formula na posição da mulher a respeito da função fálica.9 essejouiscentre que é conjugado àquilo que não chamarei uma ausência. afinal. ai de mim!. Pois em parte alguma. é o contrário. Ela é. necessitadas. A mulher não é o lugar do Outro e. mais ainda.10 . sendo que já são onze horas. de algo que é mais real do que qualquer outra coisa. E claro que entre o Bx. isto é. E o que se inscreve na não-existência do que poderia negai" a função fálica. Aqui. O conjunto não é nada mais que o sujeito. aí se acharam. não deixo de ter a ver. É exatamente por isso que não se poderia sequer manejá-lo sem a adição do conjunto vazio [0].interrogar do ponto de vista lógico. direi que o conjunto vazio se delimita em sua necessidade por poder ser tomado como um elemento do conjunto.E.indicar o que é capital no que. como o manifestou suficientemente o discurso da ciência.que a mulher se impõe por esse fato significante. as pessoas menos capacitadas para esclarecer o que concerne ao sujeito. [S($)]. isto é. na lógica. Até certo ponto. há a existência.faltava a barra . promovida. um certo número de temas que são temas cristalizantes: denotar a hi anciã que separa cada um desses termos na medida em que são enunciados. a falta. e o não existe. Não-todo . 126 l. $. para si.O Saber do Psicanalista 1 de junho de 1972 original do que inscrevi no quadro. efetivamente. o que eu represento: um significante para um outro significante. existe. O conjunto é a maneira com a qual. até o presente. salvo que é a verdadeira significação da noção do conjunto é precisamente que o conjunto é a notação matemática desse algo ao qual. penso tê-lo indicado suficientemente . porque aqui absolutamente nenhuma metalinguagem reina.N. existe o Pai cujo dizer-não o situa em relação à função fálica. que do mesmo modo eu aqui traduzira pela função do conjunto vazio da existência do dizer-que-não. se posso dizer e direi para ir rápido. Eu não direi que seja outra. há a contradição: contradição Quando Aristóteles estabelece proposições particulares para opor às universais. isso pensa. é absolutamente necessário . isto é. é literalmente o necessário. pensa mesmo de tempos em tempos logo sou. A castração. Mas. enfim.. nós o chamaremos falha. Nada mais. Se o pai não surpreende [épate] mais a família. ela se engana. isso quer dizer o quê? Quer dizer que tudo deixa a desejar. Outros a surpreenderão I1 'pateront]. é um rebanho de escravos. mas é absolutamente necessário. falta falha desejo objeto a Então. Bem. Já lhes expliquei da última vez. Enfim. no meio de tudo isso . daria o presidente Schreber como filho. é preciso que nos interroguemos sobre o modo como estão colocados esses quatro termos. homens. do que não se poderia dizer absolutamente nada que se assemelhe ao que quer que seja que possa fazer função de verdade se não se admitisse esse necessário: há ao menos Um que diz não. é preciso que haja um para quem nada deixe a desejar. para sermos mais rigorosos. naturalmente. mas se encontrará melhor! Não é obrigado que seja o pai carnal.é o indecidível: EU.<í>x objeto a indecidível O Bx. É a única função verdadeiramente decisiva do pai. eu vou deixá-la sair assim mesmo.. Eu insisto porque não pude. EU. bastante.na experiência que se instaura no discurso analítico. trata-se de quê? Nós o chamaremos falta. nós o chamaremos.. é absolutamente necessário colocar que existe Um para quem a castração.X existência falta EU. é um fato. Se vocês perdem isso.. claro. qi cinto ao necessário. no que. Mas eu tinha uma bem boa e. nada mais. nós o chamaremos objeto a. não vejo absolutamente o que pode permitir que vocês se orientem consigo de uma maneira qualquer.O Saber do Psicanalista 1 de junho de 1972 Aqui. É a história do mito de Édipo. Então. Deboul [De pé]11 é absolutamente necessário pensar o que quer que seja nas relações chamadas humanas.funciona algo que poderia parecer uma circulação. essa história de carência paterna..u Muito se interrogou sobre a função do pater famílias.aqui só faço indicar-lhes. se quiserem. escrevi ali há pouco. uma vez que me provocam.c. não é absolutamente falso.. Seria preciso centrar melhor o que podemos exigir da função do pai. do indecidível..O. Nada é pensávcl. Não importa em que plano. é absolutamente necessário. Já lhes disse que é necessário a partir de quê? A partir justamente do que.contar-lhes todas as gentilezas que quisera dizer a vocês sobre esse assunto. IKK > c I unção nossa pensar. Insisto um pouco. todos sabem. justificarei a seguir . É muito importante orientar-se. quanto deleite! Há uma crise. que a situação não é simples. o que nós temos . que se o pai fosse um legislador. não se sabe por quê . acho.espero que ao menos alguns tenham tomado nota . há sempre um que surpreende [épate] a família que. a partir da mulher. nós. eis aí EU. Para isso. eu começara com um troço assim: fundi r <>u 128 L29 . trata-se de saber como.e é isso que nos oferece Freud com essa história para dormir de pé [dormir debout]. <í>x Indecidível Entre os dois V. de Totem e. é a função do é-pater. nesta noite fomos um pouco molestados . com certeza. o pai é aquele que deve surpreender [épater] a família. no alto à esquerda. uma mulher. contradição falha desejo Vx. o épater não nos surpreende [épate]13 mais. Eu já marquei que não foi o Édipo que se dava mal. Vocês vêem como a língua francesa pode servir para muitas coi sãs. cuidado. que toda nossa experiência nos mostra. eis aí! Para pensar isso. desejo e. <fcc. o que nós temos entre o"3Jc. que é a negação de qualquer universalidade.. isto é. troços absolutamente sensacionais. que fez seu pai escrever como se dizia todos em yoruba. encontrarão um monte de troços. mas a questão. Sim! Vou terminar.Hein? Necessário. a direção das flechas é igualmente indicada. E depois. Que outra definição eu poderia dar! A semântica é isso graças ao que um homem e uma mulher não se compreendem senão quando não falam a mesma língua. Se vocês se interrogam sobre o todos buscando como é expresso em cada língua. mas bem sei que encontrarei. Fonseca 130 131 ..O Saber do Psicanalista 1 do junho c/o 1972 fundar deles um Um. aonde chega? Chega ao objeto a. em todas as línguas um meio para dizer todos. E depois. É com isso que temos relação. é do impossível que se trata. do real. Pessoalmente. como já o assinalei anteriormente. eu procurei conhecer bastante o chinês porque não posso fazer um catálogo das línguas do mundo inteiro. chega onde? Chega onde a Mulher se distingue por não ser unificante. porque ele nos servirá a seguir. é o mesmo troço: para fundar é preciso fundir. vocês encontrarão sempre isso expresso.x. A quê? Ao fato de que todos os homens estão em potência de castração. Depois disso. Enfim. aqui o [. Sim. é do que nos servimos em cada língua e a única coisa que interessa do significante são os equívocos que podem sair dele. N l idecidível ) não-toda contingente necessário Pronto! Acho que foi bastante para essa noite. Não desejo terminar numa peroração sensacional. Para mim o que interessa é o significante. para lhes abrir um pouquinho a compreensão14 sobre o uso que faço da linguística. se interrogo vocês sobre o todos. está muito bem escrito. quer dizer que todos os homens possíveis podem sê-lo. como Um. pois o universal nunca é nada além disso. impossível. Mas é uma loucura. sigam bem esse pequeno caminho. isto é. Chega ao possível. Necessário. por outro lado. Porque são os equívocos que fundam nos dois sentidos da palavra.] 3. sim. uma vez que as línguas justamente não são não-todas. partimos justamente desse ponto que inscrevi há pouco. em suma.. Compreendem? E. chega-se à existência. digo tudo isso para passar exercícios para vocês e porque estou aqui para isso e também. Então. é sua definição. Então. Porque no dia 14 farei meu próximo seminário no Panteon. porque para nós o que concerne ao todos. Vocês verão algo. enfim a semântica. chega. compreendem! Faço isso pelo amor à arte. Só o fato de dizer que eu gostaria de interrogar todas as línguas resolve a questão. só há isso. nada além do que a expressão da contingência.Não estou nem aí! Pronto! É uma abertura. vocês compreendem. impossível. X .Não se escuta nada! Lacan . X-Não se escuta! Lacan . algo da ordem do fundir deles um Um. o todos é forçosamente semântico. TRADUÇÃO: Letícia P. É a única coisa interessante. do contingente.. no que concerne ao que necessita a existência. entre o não-todo e o não-uma. Quando vocês dizem que todos os homens são mamíferos. de todo modo. é justamente por isso que há o inconsciente. Há coisas que não podem se exprimir senão na língua francesa. que a alternância da necessidade. Aí está! Seria preciso indicar os quatro triângulos nos cantos assim. a hiância do indecidível. E depois disso. no final das contas. que não é. Não estou seguro de que não seja o último.. Vocês vêem aqui. e outras idiotices desse tipo. Eis aí! Só resta completar aqui para chegar à contradição c voltai' ao um > todas. Também interroguei alguém. retorna-se à tradutibilidade. no subjuntivo. talvez. graças à charmosa tesoureira de nossa escola. possível e contingente. do possível e do impossível não está na ordem que Aristóteles dá. Vocês compreenderão a sequência dentro de uns quinze dias. aqui. isto é. pois. R.é-pater [pater: pai]. romance erótico de Appolinaire.gíria que tem o sentido de 'fazer vocês entenderem um pouquinho'.Totem et Debout. [N. [N.T.] Vir: varão em latim.] a instituição.0 Saber do Psicanalista 1 YadTun.] nota acima. onde se faz o jogo entre verge [vara] evierge [virgem]. privação. Épater. [N. [confessada].R.] 7 8 Lês 9 Neologismo que unejouissance [gozo] com centre [centro]: centro de gozo. [N. [N.] Totem et Tabou . ironizando com as iniciais da sigla.T. sugere vfalta de sentido1 [dé-sens]. [N. [N.T.R. Jogo de palavras: l'a-mi-vrai homofonicamente pode ser a meio-verdadeiro e o amigo verdadeiro.R.] 2 3 Lacan rebatiza 4 Pela homofonia remete tanto a médicos como a santos. [N. do registro familiar (Robert) [surpreender]. [N. [N. 5 N.T. como a terceira letra é um A.T. Sugere ainda um jogo de palavras pela homofonia de épater com .R. Ainda como adjetivo.] 132 . Ver também. O prefixo dê que indica falta de. 24/30 "II faut séparer lê bon grain de 1'ivraie". épaté significa achatado. Ver 6 A interrogação está no texto.] nota 3. a palavra escolhida foi Avouée. 10 11 12 13 Ver 14 comprenoire . na Bíblia.] Dé-sence (que Lacan prefere a absence) é homófono a décence [decência].] onze mil verges.R. Mateus 13.
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