5 Pecados Que Ameaçam Os Calvinistas - Solano Portela

March 29, 2018 | Author: Davi Marau | Category: Calvinism, Paul The Apostle, Pentecostalism, Jesus, Faith


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5 Pecados que Ameaçam os Calvinistas Solano Portela Editado e publicado por: Books & Gospel ÍNDICE INTRODUÇÃO ......................................................................................... 4 1. O PECADO DO ORGULHO ESPIRITUAL .......................................... 6 2. O PECADO DA INTOLERÂNCIA FRATERNAL ............................. 13 3. O PECADO DA ACOMODAÇÃO NO APRENDIZADO ................... 21 4. O PECADO DA FALTA DE AÇÃO ................................................... 25 5. O PECADO DO ISOLAMENTO ......................................................... 28 BIBLIOGRAFIA ..................................................................................... 32 procedente da Bíblia. vale esclarecer. quero esclarecer que não estaremos tratando dos ―Pecados do Calvinismo‖ nem iremos escrever contra o calvinismo. a de que os calvinistas não se considerem imunes a esses perigos pois os pecados que vamos mencionar também representam séria ameaça ao seu testemunho como cristãos eficazes na Igreja de Deus. Esses. Nos escritos de Calvino temos não novas doutrinas. estamos falando daquela compreensão da mensagem das Escrituras Sagradas que conclui que Deus é soberano sobre todas as coisas. entre os quais nos incluímos. que o nosso tema não é ―Os Cinco Pecados que Ameaçam os Calvinistas‖. seguindo as pegadas de Agostinho e do apóstolo Paulo. em adição. Nossa preocupação é. Nossa preocupação é com os pecados que ameaçam os calvinistas. e é encontrada nas históricas confissões do período. Aqueles que aceitam que a Bíblia apresenta com essa perspectiva a pessoa de Deus. não são pecados que caracterizam os calvinistas. Esclarecimentos Sobre o Tema Alguns podem pensar que vamos lidar com ―Os Cinco Pecados do Calvinismo‖. (2) Ela esteve presente nos escritos e ensinamentos dos grandes expoentes da Reforma do Século XVI. e as limitações consequentes do homem. de várias doutrinas da fé cristã que refletem essa soberania de Deus em todos os aspectos da nossa vida. nesse sentido. Apesar dessa ideia possivelmente trazer entusiástica reação de aprovação da parte de certos setores da igreja. Eles podem ser encontrados em muitos campos de persuasão cristã e.INTRODUÇÃO O Que é Calvinismo? Quando nós nos referimos a calvinismo. É importante ressaltar. têm sido chamados de calvinistas. o alerta é generalizado. mas o ensino cristalino. com a graça de Deus. Esta compreensão tem sido às vezes rotulada de As Doutrinas da Graça e resumida nos conhecidos Cinco Pontos do Calvinismo. adotada pela Igreja Presbiteriana do Brasil. inclusive na Confissão de Fé de Westminster. mas. (1) A Palavra de Deus foi habilmente estudada e assim exposta por João Calvino. vamos abordar . entretanto. Infelizmente existem mais de cinco pecados que nos ameaçam. um artigo na revista Banner of Truth no qual W. nada menos. como: avareza. Geralmente estes pecados ocorrem a partir de distorções de nossas próprias e corretas persuasões. As pessoas que compartilham uma apreciação pelo calvinismo representam um solo fértil a esse estudo. Seaton diz: Nosso sistema educacional está próximo de educar pessoas acima de sua inteligência e nossa igrejas reformadas devem ter cuidado para não produzir novas gerações educadas teologicamente acima do nível de sua espiritualidade… Podemos ter uma geração que abraça o status da fé reformada mas que nunca se acha confrontada com o estigma de ser merecedora das chamas do inferno. Pecados que Não Abordaremos O Intelectualismo Estéril A nossa tentativa é a de dar um passo além de alertar aos perigos do intelectualismo estéril. Que Deus nos preserve de retirar a vida de sua mensagem e ensinamentos. como calvinistas. como exemplo. tratar de pecados ou atitudes pessoais.(3) Esse é o alerta contra o intelectualismo estéril que.apenas cinco destes e não todos eles. tão claramente expostas pelo calvinismo. em algumas ocasiões. objetivando levar a ruína. Registro. em adição. de uma forma toda especial. a fé reformada que tanto desejamos propagar e vê-la aceita. É Satanás. das quais oramos para que Deus nos livre sempre. portanto. sejamos conhecidos tanto pelas nossas firmes convicções como pela ampla demonstração do Fruto do Espírito em nossas vidas. é a de examinar alguns pecados adicionais que. podem estar rondando os calvinistas e que podem prejudicar tanto a nossa vida espiritual. do que heterodoxia viva. utilizando a alavancagem dessas convicções. . Pecados relacionados com caráter pessoal Não vamos. encontramos em nosso meio. o qual procede de um intenso desejo de que. maledicência e outras situações pecaminosas. pois ela é nada mais. egoísmo. quanto a de outros. salva apenas pelo exercício da livre graça de Deus. procurando confundir os nossos corações. Parece-nos que muitos avisos já foram soados a este respeito. Devemos ter pleno convencimento que não existe aquilo que é chamado de ortodoxia morta. corporativamente. Nossa proposição. J. Ocorrências ao Longo da História da Igreja O renitente orgulho espiritual tem gerado muitos movimentos dentro da Igreja que acrescentam uma terceira categoria de pessoas. Seria o desenvolvimento de uma atitude de rejeição do aprendizado. em ondas intermitentes. na divisão das pessoas. a Igreja experimentou uma ―cristianização‖ da heresia secular gnóstica. O PECADO DO ORGULHO ESPIRITUAL Definindo Orgulho Espiritual O primeiro pecado que procuraremos examinar é o pecado do orgulho espiritual. contrária à humildade que Deus requer dos seus servos. no que diz respeito ao status espiritual dos homens perante Deus: os sobrenaturalmente agraciados com um fenômeno fora do comum. Uma tendência sempre latente na Igreja através da história foi a de subdividir a dicotomia estabelecida pela Bíblia. Seria abrigar a sensação de se achar possuidor de uma visão superior. Os Gnósticos e o Orgulho Espiritual na Igreja Neotestamentária Mesmo no início de sua história neotestamentária. que difere e está além do ato soberano de Deus da salvação. que afirmava certos patamares de conhecimento serem misteriosamente propriedade de uns . veremos que estamos confrontando uma das mais sérias demonstrações da natureza humana caída e que Satanás sutilmente traz. crentes ou descrentes. A Tendência de se Criar uma Hierarquia dos Salvos A natureza humana pecadora carrega para o seio da comunidade cristã o orgulho espiritual sob diversas formas. Se fizermos uma rápida viagem ao longo da história da igreja. Com relação ao posicionamento perante o criador. ao seio da igreja para perturbar o relacionamento dos fiéis. Seria achar que se é conhecedor de uma faceta de compreensão que os demais irmãos ainda não alcançaram. todos estão subdivididos em salvos ou perdidos. Poderíamos definir o orgulho espiritual como sendo uma atitude de desprezo aos outros irmãos.1. os que receberam a fé por dom de Deus ou aqueles sem fé que se encontram no caminho da perdição. histórico—inteligível aos de mente simples. Orígenes. e (3) o sentido perfeito—que representava um sentido espiritual mais profundo. foi gerada uma nova e superior categoria de crentes–o crente espiritual. até dentro do campo evangélico conservador fundamentalista. mas um dos proponentes do alegorismo. Os Alegoristas e o Orgulho Espiritual No terceiro século os alegoristas dividiram os crentes entre aqueles que entendiam o sentido mais espiritual e profundo das passagens e aqueles que não conseguiam penetrar além do significado literal do texto. grande expoente da Escola de Alexandria. possível de ser expresso somente por meio de alegorias. Esses protognósticos ―cristãos‖ do primeiro século cresceram e tornaram-se uma força destrutiva dentro das igrejas.(4) Os gnósticos dividiam os crentes entre os que possuíam conhecimento espiritual apenas rudimentar e aqueles que possuíam o verdadeiro conhecimento (gnosis). Os Quakers e o Orgulho Espiritual Na época dos puritanos tivemos o surgimento dos Quakers que declaravam-se possuidores de uma experiência fora do normal com o Espírito Santo. A ideia do Crente Carnal e o Orgulho Espiritual Pulando para época mais recente. (2) os crentes rudimentares e (3) os crentes iluminados. (2) o sentido espiritual—que se constituía na alma das Escrituras. Uma constante. Mais uma vez uma subdivisão estranha ao conceito bíblico do estado espiritual das pessoas. mesmo quando este ainda não havia se tornado quase todo pentecostal. evidência de orgulho espiritual. era a procura pela ―inner light‖ – luz interior. em suas pregações. velado aos demais. Este seria aquele que deu o segundo passo de . na realidade. No segundo século da era cristã o movimento gnóstico já havia atingido ―grandes proporções‖.poucos. Com sua diferenciação dos ―crentes comuns‖ eles representaram um novo surgimento da tão prejudicial divisão tríplice. Encontramos presente a tríplice divisão: (1) os descrentes. é introduzida no ensinamento das igrejas. que declararia a perfeita vontade do Espírito a cada um na qual brilhasse. que a Palavra de Deus possuía três sentidos: (1) o sentido comum. refletindo o desenvolvimento de orgulho espiritual. ensinava. ou. aqueles cuja fé é insuficiente ao recebimento destas bênçãos. mas. Essa aceitação do senhorio de Cristo faz com que ele se dissocie do crente carnal. os ―ainda-carentes-de-uma-segunda-bênção‖. O Perigo do “gnosticismo reformado” Com tantas recaídas. os não-batizados pelo Espírito Santo. Era necessário se atingir um patamar superior. de segmentos diversos da igreja cristã. Via de regra. Gerou-se assim uma hierarquia de crentes: os batizados vs. Temos. mas postulando uma hierarquia dos salvos estranha à Palavra de Deus. Os ensinamentos do pentecostalismo deixaram a expectativa de que sem estas experiências algo estaria a faltar na vida do cristão. qualificando o seu cristianismo. em função da sua fé.aceitação. fazendo uma divisão entre os que já atingiram um patamar de fé que é suficiente a torná-los recebedores de curas milagrosas vs. obter-se uma segunda bênção. Ele trouxe à cena evangélica o inusitado e o extraordinário como sendo não apenas parte da realidade existencial. trazida pelo pentecostalismo. dando-lhe novos rótulos. o aceita como Senhor. elevar-se acima do nível do crente comum. segue linhas paralelas semelhantes. As Experiências Pentecostais e o Orgulho Espiritual O pentecostalismo. em um segundo passo e em uma segunda experiência. A questão da Cura Divina e o Orgulho Espiritual A questão da cura divina. histórica e religiosa da Igreja. no mesmo problema. Crentes carnais seriam aqueles que permanecem em um estágio inferior e primitivo de espiritualidade mantendo um comportamento virtualmente similar ao do descrente. utilizando uma outra terminologia: os recebedores vs. Tais experiências estariam reservadas aos mais aquinhoados espiritualmente. os crentes carnais e os crentes espirituais. formamos uma casta de orgulhosos espirituais que vivem a propagar as graças ―alcançadas‖. novamente. o ensinamento da existência de três categorias de pessoas: os descrentes. Ela coloca os crentes em uma escala hierárquica. abrigou e renovou esta tendência dentro da igreja. o meu ponto é que nós calvinistas precisamos nos guardar para . Já havia aceito a Cristo como Salvador. mas como objeto de anelo e desejo na vida individual de cada crente. Um Exemplo de Como o Orgulho Pode Tomar Conta de Nós Vou citar o que me disse um grande amigo meu. e não gostaria que entendesse que eu o estou acusando de orgulho espiritual. dentro da perspectiva bíblica/reformada. Não podemos nunca cair no engano de que a ignorância espiritual é algo que será arraigado pela visão que temos da soberania de Deus. mas estou fazendo uma distinção entre saber o que é. mas quero chamar atenção para o fato de que essa apreensão doutrinária. meu irmão. prejudicando o testemunho da fé reformada. como calvinistas. e até essa apreciação das doutrinas da graça. passando a demonstrar o mais evidente orgulho espiritual. Não podemos nunca menosprezar a . estamos nos colocando. disse: ―o nosso povo não tem a mínima ideia do que significa ser justificado. únicos entendedores das verdades divinas que se encontram veladas à grande parte dos crentes comuns. Após haver lido extensivamente vários trabalhos sobre justificação e de ter ouvido uma brilhante exposição desta doutrina. elas sabem sim. Minha resposta.não seguirmos esta trilha tão repisada na história da igreja. sistemática e detalhada de uma doutrina. a não ser que recebam a explicação lógica e incontestável de nossa parte. Faço a citação apenas como exemplo de como devemos nos guardar. traz em si a semente latente e destruidora que pode germinar. ele me disse: ―Estou impressionado e chegando à conclusão de que ninguém sabe na realidade o que é a justificação…‖ Continuando. na ocasião. Se uma pessoa foi realmente resgatada pelo precioso sangue de Cristo ela sabe experimentalmente o que é justificação‖. porque às vezes imperceptivelmente. Muitos calvinistas têm se deixado levar pela síndrome da descoberta da pólvora. cujo resultado será o desenvolvimento desse tão perigoso orgulho espiritual do qual devemos fugir. no relacionamento com os irmãos. e saber realizar uma exposição lógica. em orgulho espiritual. foi: ―Sabem. numa casta especial de iluminados. Não podemos nos considerar imunes ao desenvolvimento de uma atitude de que ―nós reformados‖ somos os iluminados. A Experiência da Graça de Deus Não estou colocando experiência acima da revelação escriturada.‖ Notem que essas palavras foram ditas não com orgulho. sem muito esforço. mas com humildade e profunda admiração pelo trabalho de Cristo. 11 e 27). Além do lodo com o qual havia sido untado. Não sabia a procedência ou o destino do soberano que o curara (Vs. vamos dizer. Razões Para Nossa Ampla Comunhão Por que podemos ter comunhão genuína com aqueles que não são calvinistas? Porque se verdadeiramente salvos. 12 e 25). A maioria de nós. predestinados desde a fundação do século. separados para a glória do Deus todo poderoso. Uma coisa porém ele sabia e isso lhe era suficiente naquela ocasião: ―uma cousa sei. não sabia. em João 9. quando se põem de joelhos e oram. mesmo que nunca tenham ouvido falar de Lutero e Calvino. nunca pensaria esquecer o nosso culto dominical para nos envolvermos em. resgatados que foram por Cristo Jesus. a um Deus que é tudo e oram a ele reconhecendo que nada são. . a razão da sua cura. Entretanto muitos de nós torcemos bastante por este ou aquele clube de futebol. do domingo. aqui. lógica ou inteligência do escolhido. por mais que digam que a salvação foi fruto do pretenso ―livre arbítrio‖ do homem. explicar como fora curado (vs. Temos a convicção que neste dia devemos nos reunir e adorarmos o nosso Deus. por isso fez o que ele mandou e o classificou como ―profeta‖ (v. O Exemplo do Cego de Jericó Temos que nos mirar no exemplo do cego curado por Jesus. venham a inferir uma subordinação das ações de Deus a este ―livre arbítrio‖. o faz soberanamente. Havia discernido autoridade.simplicidade dos crentes comuns. Eles sabem o que é justificação. não dependendo da perspicácia. nas palavras de Jesus. Querem um exemplo? Sabemos da importância do Dia do Senhor. mesmo que não consigam explicar o que é justificação. oram a um Deus soberano que tudo pode. Porque apesar das inconsistências verificadas nas suas formulações teológicas. como seres humanos falíveis. por mais que. Ele não sabia muitas coisas. entretanto. Incoerências Humanas Temos que reconhecer que nós mesmos. pelo Deus soberano que todos amamos. mesmo que não consigam dizer os cinco pontos do calvinismo. filhos do mesmo Deus soberano. somos irmãos. eu era cego e agora vejo‖. Não sabia. uma partida de futebol. nunca somos totalmente coerentes com nossas premissas. O Deus poderoso que salva. obviamente. em seus discursos. 17). para aqueles por quem nós torcemos. o Rev. ou pelo menos fechamos os olhos e estabelecemos um duplo padrão de comportamento: um para nós e para os nossos filhos e outro. amai-vos de coração uns aos outros. que sacramentaliza. da Escócia. escrevendo em sua primeira carta (1. cristianiza e justifica a atividade no domingo. Ian Hamilton. . para sermos bem gentis.Secretamente apoiamos tanto o divertimento quanto o ganha-pão naquele dia. mediante a palavra de Deus. a qual vive e é permanente. mesmo quando o discurso externo estiver um pouco incoerente com a nossa fé reformada. pela vossa obediência à verdade. pois no verso 17 lemos que ele julga ―sem acepção de pessoas‖. com equidade de tratamento. e Deus nos aguenta! Por acaso achamos que poderemos encontrar total coerência entre o discurso e a prática nos demais cristãos? Digo isso apenas para reforçar que é bastante provável que venhamos a encontrar a fé genuína reformada em pessoas. Existe um grande perigo de absolutizar a nossa forma de fazer as coisas. Isto é: peça a nossa opinião e condenaremos o esporte dominical.22 e 23) nos fala do amor cristão que aniquila o orgulho. tendo em vista o amor fraternal não fingido. A base deste amor é a regeneração comum (v. Devemos nos apegar àqueles que se apegam a Cristo‖. desculpável. isto é. Nunca devemos ser orgulhosos e menosprezadores daqueles que constituem a verdadeira igreja de Cristo. pois fostes regenerados. Ele é também o nossos exemplo. ―os atletas de Cristo‖. O que é isso? Incoerência humana. mas de incorruptível. ardentemente. Neste trecho lemos: Tendo purificado as vossas almas. pela qual ele deu o seu sangue. (5) O Amor que Aniquila o Orgulho O apóstolo Pedro. Observe a nossa prática e condescendência e verificará uma aceitação tácita dos esportes praticados no Dia do Senhor. disse: ―A graça de Deus deveria adoçar nossas discordâncias. Conclamando calvinistas a ter um comportamento cordato e humilde. não de semente corruptível. O amor comissionado no versículo 22 possui três características: · É questão de obediência (―obediência à verdade‖). Chegamos até a inventar uma categoria de cristãos. 23) que todos os cristãos têm em Cristo Jesus. Que Ele nos livre do pecado do orgulho espiritual. pois só dele procede a iluminação para o entendimento das verdades espirituais e ele deseja que sejamos caridosos e pacientes na instrução da Sua Palavra. nem mesmo da nossa compreensão de Deus e de Sua majestade.· Tem que ser sincero (―não fingido‖) e · Tem que ser intenso (―ardentemente‖) Tendo sido regenerados pelo Deus vivo e pela Palavra viva. de nada podemos nos orgulhar. . O PECADO DA INTOLERÂNCIA FRATERNAL O Pós-modernismo e a Tolerância Uma das características do pós-modernismo é a excessiva tolerância impingida a todas as opiniões. como se fosse uma marca necessária às nossas convicções teológicas. intolerância fraternal. simultaneamente. Héber Carlos de Campos. objetiva. Devemos fazer uma diferenciação. Essa verdade é proposicional. não em uma verdade sujeita à compreensão subjetiva de cada um. representada pelas inerrantes Escrituras Sagradas . consequentemente. é: .a Bíblia. mantendo. ou o que poderíamos chamar de relativização das verdades. Como brilhantemente já expôs o Dr. Em muitas ocasiões somos intolerantes e chegamos a nos orgulhar disso. com todos os pontos de vista. gostaria de propor que diferenciássemos as duas situações distintas. por uma questão de clareza. a intransigência (intolerância externa). consideradas e verificadas a aceitação de certas verdades bíblicas. exigindo a nossa intolerância. chamando a intolerância externa de intransigência. que estejamos classificando intolerância como pecado. quando nossa própria compreensão das verdades bíblicas nos impele em direção contrária ao pós-modernismo. não-contraditória e inquestionável pois procede de revelação da parte de Deus ao homem. Nesse sentido. o próprio Heber Campos declara: ―Devemos ser politicamente corretos quando a verdade não está em jogo‖.2. ou fraternal (entre irmãos da mesma fé). Como calvinistas acreditamos estarmos firmados na verdade. entretanto. devemos ser tolerantes. Assim. Pode parecer estranho. Definindo mais detalhadamente. Um dos grandes problemas que confrontamos é o de confundir intolerância com intransigência. o pecado que deveríamos evitar. a atitude que não deveríamos ter. ou politicamente corretos.(6) o pós-modernismo caracteriza-se pelo pluralismo de ideias e pela premissa que nenhuma verdade é a ―verdade verdadeira‖ e que temos que ser tolerantes. básicas e comuns. Intransigência Nesse sentido. entre tolerância externa e a tolerância na fé. (7) Intolerância vs. 16. O sentimento que deve ser notado pelos circunstantes. A orientação de Paulo é precisa e inquestionável. Notem que. intransigência seria. Diz-nos o texto: 12. como eleitos de Deus. é o amor. longanimidade. do que é mais importante em nossa fé cristã. em toda a sabedoria. gerando harmonia e ações de graças. 16). e sede agradecidos. situação em que é própria e cabível o ensino e a admoestação (v. ele nos comissiona. Detalhando o Conceito de Intransigência Não obstante. que é o vínculo da perfeição. 15. com salmos.12-16 temos ensinamento do apóstolo Paulo sobre a necessidade de demonstração de tolerância fraternal. resultando em amplo louvor ao nome de Deus. · Falta de discernimento das questões prioritárias. ensinai-vos e admoestai-vos uns aos outros. assim fazei vós também. 13). louvando a Deus com gratidão em vossos corações. seguindo o Seu exemplo. por nosso Senhor Jesus Cristo. então: . que deve habitar em nossos corações. hinos e cânticos espirituais. O ensino de Paulo Sobre Tolerância Fraternal Em Colossenses 3. Dentro da definição que propusemos. assim como o Senhor vos perdoou. mansidão. revestí-vos do amor. Revestí-vos. 13. para a qual também fostes chamados em um corpo. 15). devemos desenvolver semelhante atitude e testemunho para com os nossos irmãos (v. Da mesma forma com que fomos perdoados e recebidos em extrema graça e tolerância. pois. sobre tudo isto. as advertências acima. A palavra de Cristo habite em vós ricamente. 14. humildade. E a paz de Cristo. se alguém tiver queixa contra outro. E. realisticamente. domine em vossos corações. suportando-vos e perdoando-vos uns aos outros. santos e amados. Esse estilo de vida é compatível e conduz à paz de Cristo (v. de coração compassivo. o qual. assim também. 14). Paulo constata a possibilidade de diferenças de opiniões. Tais diferenças devem ser tratadas com a palavra de Cristo. existe campo para a intransigência que não é pecado.· Falta de amor no trato com os nosso irmãos. deve ser nossa vestimenta (―revesti-vos‖ – v. de benignidade. ou seja ultrapassar os limites. A reação de Paulo é bastante diferente daquela expressa na carta aos Filipenses 1. Os dez primeiros versos da carta aos Gálatas dizem o seguinte: 1. Graça a vós. para outro evangelho. onde foi bastante benevolente e tolerante. apóstolo (não da parte dos homens. de cada crente convicto das verdades bíblicas. 2. e por Deus Pai. 5. a quem seja a glória para todo o sempre. e do Senhor Jesus Cristo. O Ensino de Paulo sobre Intransigência Um exemplo dessa atitude. segundo a vontade de nosso Deus e Pai. indo de igreja em igreja.12-18. em Gálatas (1. Nesse trecho Paulo fala de crentes ―não tão quentes‖ que estão desenvolvendo um ministério paralelo ao seu. Nesse sentido. pregando. declaradas na Palavra de Deus. conforme sua inspirada declaração. quebrar as regras recebidas. e todos os irmãos que estão comigo. mas sim por Jesus Cristo. Ele não pode ultrapassar os limites traçados por Deus.6-10). o qual se deu a si mesmo por nossos pecados. Mas. é encontrado na pessoa de Paulo. para nos livrar do presente século mau. nem por intermédio de homem algum. ainda que nós mesmos ou um anjo do céu vos pregasse outro evangelho além do que já vos pregamos. que o ressuscitou dentre os mortos). 6. seja anátema. que é correta e própria. Estou admirado de que tão depressa estejais desertando daquele que vos chamou na graça de Cristo. intransigência deve ser característica de cada calvinista. . Ele não pode abrir mão das doutrinas claras. 4.· zelo pela verdade · compreensão das doutrinas prioritárias da Palavra de Deus Intransigência é o contrário de transigir. às igrejas da Galácia: 3. 7. 8. senão que há alguns que vos perturbam e querem perverter o evangelho de Cristo. Amém. e paz da parte de Deus nosso Pai. Paulo. o qual não é outro. Quem sabe eles diziam que era apenas uma questão de método? Talvez fosse muito mais atraente. Paulo mantém a designação "evangelho" porque era apresentado como tal. 6 ele mostra uma profunda perturbação interna – "estou assombrado".distinção com o outro. Paulo dá glória a Deus e indica que Jesus Cristo se deu por nós para nos livrar das maldades desta era. mais emoção ao evangelho. 10. ou talvez até. aos judaizantes que pretendiam adicionar algumas coisas "palpáveis. passando a tratar de um problema que estava surgindo naquela igreja: a aceitação de um evangelho adulterado. 7) que perturbavam e queriam perverter o evangelho de Cristo. ele próprio. doutrina diferente)! No v. diz. heteros = ouk allo. indicando a sua autoridade apostólica. assim agora novamente o digo: Se alguém vos pregar outro evangelho além do que já recebestes. ―não outro‖). visíveis". ou até um anjo do céu—se vier trazer um evangelho que vá além (note que não era necessariamente diferente na aparência. Independentemente de quem quer que seja: estas pessoas. desse mais substância. mas com algumas coisas adicionadas) daquele que eles tinham previamente ouvido da parte dele.9. 8. mas na realidade. mensagem diferente. Porventura procuro eu agora o favor de homens. seja anátema. Paulo fez a sua apresentação. à simples pregação do evangelho. que é allos. Paulo referia-se. No v. diz ele. Aqui. Estas . A carta foi primariamente dirigida à Igreja da Galácia. tal pessoa deveria ser considerada anátema (isto é: amaldiçoado). mas teve ampla circulação entre as demais igrejas. Nos versículos 1 a 5. demonstrando grande admiração que os membros daquela igreja estivessem mudando rapidamente de convicções. A afeição e a lealdade estava sendo colocada em outra doutrina. não seria servo de Cristo. Como antes temos dito. não é evangelho nenhum (sistema diferente. sem dúvida. ou seja diferente. do verso seguinte. Pregavam um outro evangelho (grego: heteros-. demonstrando que ela vem de Deus e não de homens. pois estavam dando ouvidos a "alguns" (v. Estas pessoas se apresentavam com autoridade e se propunham a declarar o método de salvação. Paulo dirige-se ao fundo do seu extenso vocabulário grego para classificar estas pessoas e lança uma fortíssima condenação. ou o de Deus? Ou procuro agradar a homens? Se agradasse ainda a homens. saber. de que houvesse distorção no conteúdo da . mas ele é surpreendentemente tolerante. no versículo 9. no versículo 11. temos que analisar o que está acontecendo no campo chamado "evangélico". na Vida de Paulo Na epístola aos Filipenses (1. não temos mais judaizantes em nosso meio! Muitos de nós chegam a fazer. ele repete mais uma vez as mesmas palavras. os desejos e as motivações carnais do homem. em sua soberania. Afinal. No entanto. com suas adições e condições anexadas à Graça salvadora de Cristo.palavras contêm uma terrível responsabilidade a nós que fomos comissionados a pregar e a transmitir as verdades de Deus. Isto não basta. porém. Paulo mostrou-se bastante tolerante com relação àqueles que pregavam a Cristo até com o motivo errado. Não quer ser mal-entendido. deixar a colocação de forma genérica. Tristemente iremos. Temos que ter a coragem de "remar contra a maré" e proclamar o puro Evangelho de Cristo. Ele contraria a perspicácia. Nesse sentido. mas sem adulterar o conteúdo da mensagem. no trecho.é um pensamento depurado e destilado sob o fogo do zelo e sob o direcionamento sobrenatural do Espírito Santo. especificado quem ele combatia. não quer deixar "passar em branco". ele coloca: ―Faço-vos. Eis a razão de Paulo para ter esta convicção: o evangelho não é doutrina de homens. mas mediante revelação de Jesus Cristo‖. Não é que ele recomende a falta de sinceridade ou os motivos errados dos que se aproveitavam de suas cadeias para pregar. de tal modo que o princípio fosse enfatizado — não podemos mexer com o cerne do evangelho. Uma Demonstração de Tolerância. não quer parecer precipitado . porque eu não o recebi. devemos ser intransigentes porque. não há nenhuma menção. irmãos. mas sim revelação de Jesus Cristo. que o evangelho por mim anunciado não é segundo o homem. Para que não pairasse qualquer dúvida sobre o seu zelo. corretamente. Paulo poderia ter particularizado a questão. encontrar a proclamação de "outro" evangelho. em muitas ocasiões.12-18). Podemos negligenciar o aviso contido e pensar que Paulo se referia somente à sua situação específica. a aplicação destas palavras à pregação da Igreja Católica Romana. nem o aprendi de homem algum. sendo intransigentes nisso. sobre sua posição. mas quis o Espírito Santo. Não seria inusitado. mas sim contra o que se merecia ser contra. que não é possível questioná-las ou negá-las‖. entretanto.(8) Owen continua. consciente de que o Senhor era o legítimo proprietário das consciências. estão tão claramente estabelecidas nas escrituras e tão bem determinadas. defendendo um tratamento meramente eclesiástico das questões religiosas. entretanto.mensagem. quando declara: ―Algumas coisas. viveu em uma era retratada por muitos como uma época de intolerância. Owen. e se posiciona em defesa da tolerância. quando o cerne do evangelho estava sendo adulterado. proferiu vários sermões e escritos defendendo a tolerância e o tratamento amoroso da falta de entendimento de muitos. derramando-se sobre todos aqueles que foram resgatados pelo preciosos sangue de Cristo. A tolerância tem que ser uma atitude sempre presente em nossa vida para com aqueles irmãos com os quais temos algumas diferenças. Em um de seus sermões ele retrata bem a intransigência de Paulo. Ele não temia ser conhecido e caracterizado por sua intransigência. mas. Muitos assim o fizeram. se este perigo estava ausente. Naquela ocasião ele era conselheiro de governantes e respeitado por esses. na realidade. valerse de sua posição de influência para promover expurgos e perseguições religiosas. ele não queria ser classificado de intolerante. deve ser refletido em nossas atitudes. Poderíamos dizer que Owen teve esta coragem de ―remar contra a maré‖ da sua época. Paulo sabia analisar os detalhes. Ele não queria ser ―do contra‖ contra tudo. Owen era realmente intransigente. para a época. ele era extremamente tolerante com aqueles que não compartilhavam a sua interpretação da Palavra de Deus. refletindo uma atitude que. a quem os homens haveriam de prestar contas por suas persuasões e convicções. surpreendentemente. o puritano John Owen (1616-1683). o amor de Cristo. comparada com a nossa intolerância . John Owen e Tolerância Um dos maiores teólogos e expositores da Palavra de Deus que já existiu. com relação às doutrinas cardeais do evangelho. A nossa intransigência deve se conter àquelas coisas que estão perturbando os pontos fundamentais do evangelho. Entretanto. discernir as prioridades e se concentrar nas questões cruciais da fé cristã. mas a caridade cristã. mas essa falha não era só dela. ouvindo os Seus ensinamentos. na Câmara dos Comuns. erros ocorrem em coisas de difícil compreensão. ―considerar os outros maiores do que a si mesmo‖. porque os outros dez. intitulado ―Sobre Tolerância‖. para que seus filhos (Tiago e João) tivessem lugar de proeminência no reino que Ele havia acabado de anunciar. encontrando-se em erro. Com essa atitude. geralmente. ―não sabem o que pedem‖.contumaz. tamanha é a sua sensibilidade. ou seja. Em sua resposta. pensando: ―Por que eles.(9) Em 1648 Owen pregou um extenso sermão no Parlamento Britânico. e não nós?‖ . deveria operar em nós uma opinião caridosa para com as pobres criaturas que. Possivelmente possuída de um conceito errado sobre a natureza desse reino e pleiteando cargos de importância política. é muito difícil classificá-las de heresias. ela funda a instituição do ―lobby governamental‖. conscientes de que deveriam. com postura semelhante aos que estão com a verdade. com relação àquele pedido inoportuno. cada um. como é que eles erraram o alvo dessa maneira? Como é possível que não se aperceberam da natureza espiritual do reino e da postura de servos que deveriam ter? Mas a situação é mais grave ainda. Jesus diz que eles estão ―por fora‖. nos é fornecido pelo próprio Cristo. podemos até pensar. falhas. eles estavam. ela demonstra uma ampla falta de percepção espiritual. que não são tão claras e evidentes… Com relação a tais. A sensibilidade de nossos próprios males. Se eles estivessem imbuídos da atitude de servos. no qual defendeu. Em Mateus 20. Mas não. Seus filhos parecem apoiá-la e participar ativamente do pedido.(10) A Tolerância de Cristo O grande exemplo de tolerância. passaram a demonstrar igual atitude de inveja e ira. escuridão e o nosso conhecimento parcial. certamente teriam dito a Jesus – ―realmente. assim estão com os corações sinceros e retos. incompreensões. com certeza. Escreve ele: …mas. mais uma vez a demonstração do amor cristão e a não-intervenção dos poderes governamentais nas diferenças de opiniões eclesiásticas.20-28 lemos sobre o incidente onde Jesus recebe o pedido da mulher de Zebedeu. Depois de estarem por tanto tempo tão próximos a Jesus. eles parecem ser bem qualificados para terem um lugar de importância no reino! Não nos importamos se eles forem nomeados‖. deveria nos envergonhar. envolvidos em uma disputa rasteira sobre cargos e influência pessoal… Como Ele deve ter se entristecido. a natureza do Seu reinado espiritual. Que exemplo de paciência. . pacientemente. para nós. Que Deus nos livre do pecado da intolerância. Qual foi sua reação? Registra o texto que Jesus. os homens com os quais deixaria a Sua igreja. mais uma vez.Repentinamente. depois de tantos ensinamentos. chamou a todos ao lado e passou a ensinar-lhes. e que incentivo para que sejamos mais tolerantes e caridosos com os nossos irmãos. Jesus viu todos os Seus auxiliares imediatos. a verdadeira missão que lhes seria confiada. Que demonstração de amor e de tolerância com a falta de entendimento daqueles irmãos. o grande teólogo norte-americano. pela acomodação no aprendizado. que já dominaram tudo o que se pode saber. de pessoas .1911. sobre a parte devocional da vida de cada estudante. Com frequência encontramos a ocorrência desse pecado nos jovens que foram expostos e convencidos das realidades das Doutrinas da Graça. O Jovem – Presa Fácil desse Pecado. dedicando-se a grandes e extensas discussões. após aprenderem a formular e a discutir os ―cinco pontos‖. Dois versos parecem retratar a nossa observação. Os Alertas de Provérbios O livro de Provérbios apresenta inúmeras exortações com relação à importância da sabedoria e. Continua ele: ―…existe alguma coisa fundamentalmente errada na vida do estudante de teologia que não estuda‖. Acham. ou seus aspectos principais. Em sua correta visão ela é evidenciada pelo desprezo ao estudo. Ficamos repisando as mesmas verdades desprezando a riqueza de conhecimento que nos espera na Palavra de Deus. é quando atingimos um ponto no qual achamos que já dominamos todas as verdades. inicialmente. Benjamin Breckinridge Warfield. mas o mais grave erro é colocar estas coisas em contradição‖. Disse ele: ―…antes de ser erudito o ministro deve ser devotado a Deus. ele falou pouco. consequentemente.(11) É interessante notar como Warfield identifica a vida cristã espiritualmente rasa. e paramos de nos empenhar no estudo da palavra. à dedicação ao estudo e ao aprendizado.3. foi comissionado a apresentar uma palestra no Princeton Theological Seminary sobre o tema: ―A Vida Religiosa do Estudante de Teologia‖. O PECADO DA ACOMODAÇÃO NO APRENDIZADO Definindo a Acomodação Acomodação no aprendizado. como se mestres fossem. estacionam por aí. entretanto. Para surpresa de alguns.10. Após devorarem alguns livros. O Alerta aos Seminaristas Em 04. mas colocou extrema ênfase na necessidade do estudo. Com certeza. a fraternidade. nem infrutuosos no pleno conhecimento de nosso Senhor Jesus Cristo. estas coisas. pelo conhecimento completo daquele que nos chamou para a sua própria glória e virtude. livrando-vos da corrupção. O segundo verso é Provérbios 19. O primeiro é Provérbios 18. pressupõe que o conhecimento foi apreendido e existe na vida do leitor (―filho meu‖). com a fraternidade. com a piedade. Por isso mesmo vós. . a piedade. 6. associai com a vossa fé. desviar-te-ás das palavras do conhecimento‖. existindo em vós e em vós aumentando. 4. Se estivermos com grande vontade de externarmos o nosso interior. o domínio próprio. fazem com que não sejais nem inativos. com a virtude. Visto como pelo seu divino poder nos têm sido doadas todas as coisas que conduzem à vida e à piedade. pelas quais nos têm sido doadas as suas preciosas e mui grandes promessas. vamos parar um pouco para meditação: muitas vezes. para que por elas vos torneis co-participantes da natureza divina. o amor. 7. com o conhecimento. não podemos nunca deixar que este pecado encontre guarida em nossa vida e nem que venhamos a nos acomodar sem meditação e sem estudo e conhecimento das verdades de Deus. o conhecimento. com o domínio próprio. Porque.27. 5. que diz: ―O insensato não tem prazer no entendimento. reunindo toda vossa diligência.3-11) Pedro traz uma palavra de grande importância aos calvinistas. Pedro Fala aos Calvinistas Em sua segunda carta (2 Pedro 1. estamos mesmo é precisando de continuado aprendizado e instrução. onde lemos: ―Filho meu. a virtude. mas ele soa um alerta para que não haja acomodação no aprendizado. O trecho diz: 3. O escritor inspirado do provérbio. 8.que se esmeram nas discussões com pouca profundidade de conhecimento. O ouvir a instrução é uma ação contínua que nos preservará dos desvios do conhecimento. das paixões que há no mundo. com a perseverança. a perseverança. se deixas de ouvir a instrução.12. senão em externar o seu interior‖. que devem merecer a nossa concentração (vv. perseverança. 5). amor). procurai. Pois. temos que procurar com diligência o conhecimento de Deus e a aplicação desse conhecimento em nossas vidas. Não é que ele esteja apenas afirmando que Deus é a fonte. domínio próprio. A demonstração dessas virtudes. conhecimento. mas ele está ensinando que de Deus recebemos tudo. 11. representando. Estamos afirmando que a palavra é pertinente para os calvinistas. procedendo assim. Isso significa que não existe lugar para acomodação no aprendizado. nem infrutíferos. 5 a 7). Passa então a detalhar as áreas importantes da vida. não nos deixará ociosos. é que vos será amplamente suprida a entrada no reino eterno de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. vendo só o que está perto. Pedro enfatiza: ―…reunindo toda a vossa diligência‖ (v. sendo interdependentes (fé. Mesmo que tudo isso esteja sob a abrangência da soberana vontade de Deus e intrinsecamente fazendo parte de Seus decretos. tudo que é necessário e relacionado com o amor. bem como com o pleno conhecimento do próprio Deus. 4). 8 a 9). A seguir. 10. com diligência cada vez maior confirmar a vossa vocação e eleição. mas nos trará ao pleno conhecimento de Cristo e não deixará que venhamos a nos esquecer do milagre da salvação – daquilo que Cristo fez para a purificação dos nossos pecados (vv.9. em sua divina providência. piedade. Com essa proposição ele reafirma a plena soberania de Deus até na aplicação do conhecimento. fraternidade. virtude. nem com a visão obscurecida. cada uma sendo construída no alicerce previamente construído. desta maneira. Pedro enraíza no ―divino poder‖ de Deus (v. 3) todas as questões pertinentes à nossa existência. em plenitude. Pois aquele a quem estas coisas não estão presentes é cego. irmãos. Pedro nos indica que tudo isso representa o cumprimento das promessas de Deus para nós. Devemos nos esforçar e esperar que Deus. um grande contraste com as corruções deste mundo (v. porquanto. esquecido da purificação dos seus pecados de outrora. Essas áreas são apresentadas num ―crescendo‖ no qual a interligação de uma com a o utra é demonstrada. em nossas vidas. igualmente. porque ao iniciar com o detalhamento dessas virtudes que procedem do poder de Deus e que por Sua agência são derramadas sobre nós. nos conceda o . Por isso. não tropeçareis em tempo algum. . sob a divina inspiração do Espírito Santo. repete a admoestação. no verso 10. Que Deus nos livre do pecado da acomodação no aprendizado de Suas verdades. que vem pela dedicação ao continuado aprendizado e pela consequente vida santa. Essa questão é tão importante para Pedro que ele.conhecimento do qual tanto necessitamos e as vidas santas que devem se seguir ao conhecimento da Sua pessoa e dos Seus caminhos. quando indica que devemos procurar. que Ele requer de cada um de nós. ―com diligência cada vez maior‖ a confirmação da nossa vocação e eleição através da prática do conhecimento de Deus. Mesmo assim. A “História” de um Casal Puritano Lembro-me de uma ilustração que ouvi sobre um casal. É aquele pecado que faz com que a gloriosa doutrina da predestinação. Entendemos e nos convencemos das verdades que dizem respeito à soberania de Deus. precisamente pela sua completa compreensão da soberania divina e da responsabilidade humana. Certo dia teve que sair de sua cabana para ir ao vilarejo. atravessando aquela floresta infestada de ursos ferozes. da época dos puritanos. Muitas vezes seguimos adquirindo conhecimento e profundidade na nossa fé. em vez de ser alvo de admiração e humildade. Conta-se que um puritano. chegando a perder o sono. escolhido para isso pelo Espírito Santo de Deus. distante de tudo e de todos. em clareiras abertas no meio da floresta. É o pecado que evidencia a falta de compreensão do que é o ensinamento bíblico sobre a responsabilidade humana. mas ficamos inativos e não temos colocado a nossa fé em prática – não temos a ação que deveríamos ter. que atacavam animais e pessoas. escrevendo cartas. vemos Paulo trabalhando. com o propósito de executar o serviço de Deus. . lutando. na Nova Inglaterra. Temos que nos mirar no exemplo de Paulo. achando que Deus vai atuar de qualquer forma. mas indolentemente ficamos aguardando o cumprimento dos Seus decretos. habitava com sua família em uma cabana no meio da floresta. ele estimula o nosso pensamento sobre a atitude de pessoas com relação à questão da responsabilidade humana.4. cuidando apenas dos campos plantados. Ao chegar perto da porta de saída. ou melhor. Por mais duvidoso que seja o relato. O PECADO DA FALTA DE AÇÃO Uma Grave Distorção Esse pecado tem muita relação com o pecado anteriormente mencionado e representa uma grave distorção da doutrina da soberania de Deus. O puritano colocou a sua melhor roupa preta e começou a se preparar para a jornada. Esse pecado é aquele que leva calvinistas a cruzarem os braços. Ele foi o magistral expositor das doutrinas da graça. seja utilizada como uma desculpa. Falta de Compreensão da Responsabilidade Humana. quando deveriam estar agindo. sofrendo. Nesse momento sua esposa exclamou! – Não entendo essa sua preocupação com a espingarda. Ninguém iria se perder. da soberania divina e da responsabilidade humana. Assim. da forma como Ele quer que venhamos a agir. Temos que nos conscientizar que vivemos sob a égide da vontade decretiva de Deus. conforme expressa nas Escrituras. Nela. temos tudo o que precisamos saber para agirmos responsavelmente. e com toda longanimidade que lhe era habitual. com uma determinação tão clara. assim chegará! Deixe essa arma aí! O puritano voltou-se à esposa. mas muitas vezes estamos. requerendo. como é que eu vou fazer? Podemos rir com a história. pois Deus tinha outros propósitos. Uma das dramáticas declarações de Paulo. retratando aquela atitude da mulher daquele puritano. que todos aqueles no navio seriam preservados. no meio da tempestade que precedeu o naufrágio. Com frequência. as vidas seriam poupadas. Paulo era possuidor. de nós. nesse evento. no relato do naufrágio que sofreu. Um exemplo prático de Paulo Talvez a maior confirmação prática. No auge da época apostólica ele recebe esta revelação. de um conhecimento específico. será devorado por ele.ele estendeu a mão e pegou sua espingarda. respondeu: – Ó mulher! E se eu encontrar um urso que esteja predestinado a levar um tiro da minha espingarda e eu estiver sem ela. porque se você estiver predestinado a ser devorado por um urso. de como Paulo conjugava esses dois lados da moeda. alguma ação. Paulo transmite com toda segurança a informação recebida – apesar de todos estarem temerosos. verificando se estava carregada. . é encontrado em Atos 27. mas no conhecimento e sob a diretriz clara de sua vontade prescritiva. quando Ele está colocando as coisas na nossa frente. em nossas vidas. Principalmente os versículos 22 a 44. mas se estiver predestinado a chegar ao vilarejo em segurança. por revelação. a caminho de Roma. no meio da feroz tempestade. é que nenhuma vida iria se perder! Ele afirma esse prognóstico com tanta segurança porque o anjo de Deus lhe dissera isso. passamos a descansar indevidamente na soberania de Deus. sob a vontade prescritiva do Senhor. Diz-nos o verso 44 que ―foi assim que todos se salvaram em terra‖. passaram a fazer o que estava à frente para ser feito: aliviaram o navio. . revelada nas Sagradas Escrituras. na Sua obra e na Sua palavra. lançando a carga ao mar. mesmo em jejum. que Paulo não fica de braços cruzados. apesar de saber que Deus iria salvar a todos. Paulo manda que se alimentem. estejamos andando passo a passo debaixo da vontade prescritiva de Deus. Que este pecado nunca esteja presente em nossas vidas. Ele estava ali cumprindo as suas responsabilidades. como Paulo. mas que. aquelas que foram colocadas por Deus perante ele. dormindo. Pelo contrário – encontramos Paulo ativo. Paulo andava passo a passo. esperando a milagrosa preservação de todos. mas também que estejamos engajados nas Suas verdades. ser confiantes na soberania de Deus. para ficarem fortes. na vida de Paulo. como calvinistas. entretanto. Depois que todas as 270 pessoas que se encontravam a bordo se alimentaram. A plena consciência e convicção da soberania de Deus. Que possamos. nunca o levou a ser vítima do pecado da falta de ação.Notemos. voltassem ao navio. dialogando e persuadindo ao centurião que era necessário que aqueles que procuravam safar-se do barco. e dizeis: Se tivéssemos vivido nos dias de nossos pais. em função dessa abordagem do antiquário. a medida de vossos pais.(12) A forma errada. seria estudar o passado por motivos meramente históricos. não teríamos sido cúmplices no derramar o sangue dos profetas. O trecho diz: Ai de vós. escribas e fariseus. vós testemunhais contra vós mesmos que sois filhos daqueles que mataram os profetas. ele nos confronta com uma forma errada e uma forma certa de relembrar o passado. O seu apreço pela história e pelos reformadores não procede de um interesse meramente ―arqueológico‖. Por exemplo. Registrado por Mateus Em Mateus 23. Assim. O Alerta de Jesus.5. A Abordagem do Antiquário Martin Lloyd-Jones nos alerta para um perigo que existe dentro do interesse pelos acontecimentos que marcaram a Reforma e nossa herança puritana. Enchei vós. principalmente. O PECADO DO ISOLAMENTO Viver no Passado ou Estudá-lo? O isolamento é um pecado que está sempre a nos rondar. O estudo errado da história ocorre. o seu estudo é motivado por esta visão. Basicamente a preocupação se resume à sua idade. Esse estudo seria semelhante à abordagem que um antiquário dedica a um objeto. do ponto de vista religioso. pois. . quando ele examina uma cadeira. O calvinista verdadeiro não é aquele que vive no passado mas o que procura aplicar as doutrinas bíblicas reveladas à sua situação. a quem pertenceu. se dá para se sentar bem nela. Isto determinará o valor daquele objeto para ele e.29-35 teríamos um exemplo desse apreço errado pelo passado. ele não está interessado se ela é confortável. ao seu contexto. ao seu estado de conservação e. muitas vezes. se ela cumpre adequadamente a função de cadeira. consequentemente. Na realidade. hipócritas! porque edificais os sepulcros dos profetas e adornais os monumentos dos justos. desde o sangue de Abel. se vivêssemos naquela época. e a outros os perseguireis de cidade em cidade. Jesus diz que aquelas pessoas pagavam tributo à memória dos profetas e líderes religiosos do passado. e eternamente.7-8. Diziam eles: ―se estivéssemos lá. ontem. que cuidavam e enfeitavam os sepulcros. e hoje. O Nosso Teste Esse é também o nosso teste: uma coisa é olhar para trás e louvar homens famosos. raça de víboras! como escapareis da condenação do inferno? Portanto. aqueles que pregam a mensagem de Lutero e de Calvino. considerando atentamente o fim da sua vida. com esse tipo de visão da história? A forma correta de relembrar o passado Mas existe uma forma correta de relembrar o passado.‖ . filho de Baraquias. e. Deduzimos esta não apenas por exclusão e inferência do texto anterior mas por que temos um trecho na Palavra de Deus—Hebreus 13. no presente. Estamos promovendo e encorajando o pecado do isolamento. eis que eu vos envio profetas. Jesus Cristo é o mesmo. como é que estão contra aqueles que representam os profetas e proclamam a mesma mensagem que eles proclamaram? Ele testa a sinceridade deles pondo a descoberto a atitude no presente para com aqueles que hoje pregam a mensagem de Deus e mostra que eles próprios seriam perseguidores e assassinos dos proclamadores da mensagem dos profetas. até o sangue de Zacarias. os quais vos pregaram a palavra de Deus. Somos mesmo admiradores da Reforma. para que sobre vós caia todo o sangue justo. mas isso pode ser pura hipocrisia se não aceitamos. o justo. daqueles grandes profetas de Deus? Se não aplicamos na vida prática as doutrinas reformadas o nosso interesse é apenas o de antiquários. que mataste entre o santuário e o altar. não teríamos feito isso!‖ Mas Jesus não se impressiona e os chama de hipócritas! A argumentação de Jesus é a seguinte: Se vocês se dizem admiradores dos profetas. Proclamavam a todos que os profetas eram homens bons e nobres e atacavam quem havia rejeitado os profetas. imitai a fé que tiveram. Eles prezavam tanto a história. que foi derramado sobre a terra. sábios e escribas: e a uns deles matareis e crucificareis.Serpentes. que diz: ―Lembrai-vos dos vossos guias. para os fracos. para os judeus. O cerne da mensagem não muda. e gentio. Ele e os seus ensinamentos. judeu. em características de homem. demonstrando falta de aproximação com a nossa igreja. hoje. que durante muitos anos estudiosos bíblicos postulavam que era um tipo de ―grego sagrado‖. A maneira correta de relembrar a Reforma é. e isso não apenas por um interesse histórico de ―antiquário‖ mas para que possamos imitar aquela fé demonstrada. objetivando a melhor comunicação. para os gentios (1 Co 9). como foi falada. a palavra de Deus. com os nossos irmãos. Deus é Sempre Contemporâneo em Seu Falar Não podemos. Entretanto. com a nossa realidade. porque pensamos que devemos fazer os crentes chegar até estilos e formas que não são mais nossas? Porque prejudicamos a eficácia da nossa comunicação? Porque cristianizamos estilos e formas que não fluem da Bíblia. para que possamos aprender deles. falado pelo povo que diferia tanto do grego clássico. com o nosso povo. Nos nossos dias. Isso é um exemplo de como Deus condescende em chegar até o homem. verificando a mensagem. mas pertenceram a uma época? Porque nos tornamos antiquários em vez de usuários e aplicadores práticos das verdades de Deus? Lembremo-nos que Deus tem a palavra certa. e eternamente.1-4 mostra que Deus fala de forma diferente a tempos diferentes. reconhecemos que Deus sempre demonstrou querer falar com o homem nos seus termos.As doutrinas são de Cristo. Na Palavra de Deus temos os muitos antropomorfismos – descrições figurativas da pessoa de Deus. indicando que fez-se fraco. nas suas limitações e circunstâncias. da literatura. portanto. A linguagem das escrituras era o grego comum. Vamos verificar como eles aplicaram as doutrinas eternas aos seus dias e vamos seguir os seus exemplos discernindo a essência da sua mensagem e aplicando-a aos nossos dias. portanto. Hebreus 1. são os mesmos ontem. a revelação escriturada está completa e não estamos defendendo a existência de novas revelações. Se Deus chega-se até ao homem. Devemos observar aqueles eventos e aqueles homens. na . viver num mundo isolado. Paulo enfatiza a necessidade da comunicação eficaz. Que não apliquemos esses alertas aos nossos conhecidos ou vizinhos. segura. ou mais pecados. sadia. intransigente. calvinistas. com sinceridade. mas que possamos realmente. para a ocasião certa. Minha oração é que nós.certeza de sua palavra. possamos ser conhecidos tanto por nossa doutrina firme. Supliquemos a Ele que nos livre do pecado do isolamento. por nossa dedicação no estudo e por nossa aplicação veraz e eficaz das sãs doutrinas. na hora certa. caindo nesses cinco. ao nosso tempo. . por nossa gentileza. buscar a presença de Deus e verificar se não estamos sendo alvo das ciladas de Satanás. quanto por nosso amor fraternal. 6-13 de junho de 1997. 60. palestra realizada no VI Simpósio do Projeto Os Puritanos. Are We Outgrowing the Five Points of Calvinism? Em Banner of Truth (166/167. (2) (1) A depravação ou corrução total da natureza humana. Águas de Lindóia. 1997). (8) John Owen. 1967) Vol. dos que constituirão a Igreja de Cristo. Seaton. do nosso Senhor Jesus Cristo. (7) Campos. O Pluralismo do Pós-Modernismo. 123. Águas de Lindóia. 124. ―Of Toleration‖. (6) Heber Carlos de Campos. 114. mui especialmente entre Ele e as criaturas caídas em pecado‖ – Calvin and Augustine (Philadelphia: Presbyterian and Reformed Publishing Company. (4) a graça irresistível do Espírito Santo. VIII. 1953. (4) Kenneth Scott Latourette. (3)W. July/August 1977). São Paulo. Works. 61. 1956/1971) 288. (5) a perseverança dos santos até a glorificação. palestra: ―O Propósito que Governa o Culto Reformado‖. VIII. inevitável e precisa. 26. chamando os eleitos à salvação. (3) a expiação limitada. Works. acompanhada da constatação. Sermão: ―A Prática do Governo da Igreja‖ em The Works of John Owen (Londres: The Banner of Truth Trust. preservados pelo poder e pelas promessas de Deus. 163-206. VIII. no VI Simpósio do Projeto Os Puritanos. (5) Ian Hamilton. A History of Christianity (N. 6-13 de junho de 1997. (9) Owen. 5-28.BIBLIOGRAFIA (1) Benjamin Breckinridge Warfield indica que o princípio fundamental do calvinismo é ―uma profunda compreensão de Deus e de Sua majestade. (2) a eleição incondicional. York: Harper & Row. (10) Owen. caída em pecado. que deu o Seu sangue por Sua igreja. 2/1. . J. Fides Reformata (São Paulo: Seminário Presbiteriano José Manoel da Conceição. 1975) pp. da natureza exata do relacionamento mantido entre Ele e Suas criaturas. ―The Religious Life of Theological Students‖. ed.. 2-5. (Philadelphia: Presbyterian and Reformed Publishing Co. Warfield. Lloyd-Jones. B. Rememorando a Reforma (S. (12) D. em Selected Short Writings of B. 1994) pp.(11) Benjamin Breckinridge Warfield. Paulo: PES. 411425. M. John E. 1970) I. Meeter. .
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