5 Doença Dos Eritrócitos - Principais Alterações Morgolóficas Dos Eritrócitos

March 29, 2018 | Author: Odilon Calian | Category: Anemia, Red Blood Cell, Blood, Medical Specialties, Earth & Life Sciences


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Academia de Ciência e Tecnologia de São José do Rio Preto - SPDoença dos Eritrócitos A Autor: Prof. Dr. Paulo Cesar Naoum Principais Alterações Morfológicas Morf dos Eritrócitos Introdução ................................................................................................................................ ................................ ................................. 3 Alterações Patológicas dos Eritrócitos ................................................................ ...................................................... 5 Alterações do tamanho amanho dos eritrócitos ................................................................ ................................................. 5 Eritrócitos normocíticos – normocitose ................................................................ ................................................ 5 Anisocitose ............................................................................................................................ ................................ ............................ 6 Eritrócitos microcíticos – microcitose ................................................................ ................................................... 7 Eritrócitos macrocíticos – macrocitose ................................................................ ................................................. 7 Alterações da forma dos eritrócitos ................................................................ ...................................................... 9 Poiquilocitose ................................................................................................ ................................ ........................................................ 9 Os esferócitos ................................................................................................ ................................ ...................................................... 10 Os eliptócitos e ovalócitos ................................................................................................ .................................. 11 Os estomatócitos................................ ................................................................................................ ................................................. 13 Os equinócitos ................................................................................................ ................................ ..................................................... 15 Os acantócitos ................................................................................................ ................................ ..................................................... 17 Os codócitos ou células em alvo ......................................................................................... ......................... 18 Os esquisócitos, células fragmentadas e queratócitos ....................................................... ................................ 19 Os dacriócitos ................................................................................................ ................................ ...................................................... 22 Microesferócitos e piropoiquilócitos ................................................................ .................................................. 24 Os leptócitos................................................................................................ ................................ ........................................................ 26 Outras alterações de forma de eritrócitos ................................................................ .......................................... 27 Megalócitos e macro-ovalócitos ovalócitos ......................................................................................... ......................... 28 Cristais de Hb CC e Hb SC ................................................................................................ .................................... 29 Eritrócitos em "roleaux" e aglutinados ................................................................ ............................................... 31 Alterações do Conteúdo da Hemoglobina ................................................................ .......................................... 32 Inclusões Eritrocitárias ................................................................................................ ................................ ........................................ 35 Corpos de Howell-Jolly ................................................................................................ ................................ ........................................ 35 Anel de Cabot ................................................................................................ ................................ ...................................................... 36 Pontilhados basófilos ................................................................................................ ................................ .......................................... 37 Corpos de Pappenheimer ................................................................................................ .................................... 38 Siderócitos e sideroblastos................................................................................................ sideroblastos .................................. 39 1 Academia de Ciência e Tecnologia de São José do Rio Preto - SP Hemoglobina H – Hb H ................................................................................................ ................................ ........................................ 40 Corpos de Heinz ................................................................................................ ................................ .................................................. 41 Inclusões de parasitas em eritrócitos................................................................ .................................................. 46 2 Academia de Ciência e Tecnologia de São José do Rio Preto - SP PRINCIPAIS ALTERAÇÕES MORFOLÓGICAS DOS ERITRÓCITOS Introdução As alterações morfológicas dos eritrócitos decorrem de três situações distintas: envelhecimento da célula, artefato técnico, patologias intra ou extra eritrocitárias. O envelhecimento dos eritrócitos está relacionado com suas atividades ao longo do seu período médio de vida (± 120 dias), onde os impactos físicos das células e os compostos químicos consumidos gradativamente durante o seu ciclo vital, provocam deformações na sua estrutura e, consequentemente, alterações morfológicas (figuras ( 1 e 2). ). Assim, numa análise de sangue normall é possível observar a presença de eritrócitos discretamente alterados em seu contorno, ou em sua forma. Geralmente a presença dessas células envelhecidas não excedem 4%. Figura 1. Microscopia eletrônica (ME) de varredura de eritrócitos normais. 3 Academia de Ciência e Tecnologia de São José do Rio Preto - SP Figura 2. ME de varredura de um eritrócito na fase inicial de envelhecimento, mostrando-se mostrando discretamente "inchado", perda da capacidade de se manter na forma discóide e bicôncava, e discretas lesões na sua membrana. O artefato técnico se deve a vários fatores, com destaques para: qualidade do esfregaço, qualidade da coloração, e sangue estocado, principalmente. A qualidade do esfregaço inclui a sua espessura, a homogenização do sangue coletado com anticoagulante, o volume da gota de sangue extraído diretamente da da seringa ou do tubo coletor. A qualidade da coloração se deve ao perfeito equilíbrio do uso dos corantes básico e ácido e da água tamponada. Entretanto, há situações patológicas como são os casos do mieloma múltiplo onde há alta concentração de imunoglobulina lina que promove a captação do componente básico do corante, tornando o esfregaço com coloração azul-escura azul e a formação do "roleaux". Outra situação, também patológica, e que influi na qualidade do esfregaço se deve ao alto nível de crioglobulinas que causam sam aglutinações dos eritrócitos e do esfregaço, à temperatura ambiente. Nesses casos, o sangue deve ser aquecido a 37ºC para realizar não só o esfregaço como as outras avaliações: contagens de células, dosagem de hemoglobina e hematócrito. O sangue estocado do produz artefatos caracterizados por crenações em toda a extensão do esfregaço, bem como eritrócitos picnóticos, ou seja, muito corados e pequenos. Uma outra causa de crenação dos eritrócitos se deve ao excesso de anticoagulante, notadamente quando se usa us o EDTA. Entretanto, em sangue estocado, com a morte natural dos eritrócitos ao longo dos dias, o EDTA é o principal fator das alterações artefatuais dos eritrócitos. A figura 3 mostra o artefato caracterizado por eritrócitos alongados, simulando células falcizadas ou eliptóides, observadas nas margens de um esfregaço normal. Os artefatos devem ser muito bem distinguidos das células normais, e para isto é fundamental a experiência do profissional. As patologias intra ou extra-eritrocitárias eritrocitárias que deformam os eritrócitos serão descritas detalhadamente no próximo item deste capítulo, porém as causas das alterações morfológicas dos eritrócitos doentes de devem a: a. eritropoiese anormal: deficiências de ferro, vit. B12 e folatos, hemólises, aplasias; b. formação inadequada quada de hemoglobina: deficiência de ferro e talassemias; c. lesões dos eritrócitos ao deixarem a medula óssea: oxidações por deficiência de G-6PD, G drogas e metahemoglobinemias, esferocitoses, eliptocitoses, estomatocitoses, fragmentações, hemoglobinopatias (Hb ( S, Hb C, Hb instáveis); d. eritropoiese aumentada: anemias hemolíticas, hemorragias, etc. 4 SP Figura 3. queimaduras) resultam em anormalidades do tamanho. há casos em que os valores de VCM estão normais em pessoas com anemia normocítica. Entretanto.3 e 2. anisocitose 5 . Esfregaço de sangue periférico mostrando eritrócitos deformados por artefato técnico. anormais.1.4 Alterações do tamanho dos eritrócitos Eritrócitos normocíticos – normocitose A normocitose é um termo que se usa quando o Valor Corpuscular Corpuscular Médio (VCM) se apresenta dentro dos padrões de normalidade. forma. quer sejam provenientes da sua estrutura (membrana. pois foram observadas apenas na na extremidade do esfregaço. caracterizando a anisocitose.1 2.5 mm. Alterações Patológicas dos Eritrócitos Os principais processos patológicos dos eritrócitos. As células alongadas não sãoanormais. conteúdo de hemoglobina e inclusões.0 e 8. oxigenações. enzimas ou hemoglobina) hemoglobina) ou adquiridas (malária. 2. provavelmente devido à lâmina que fez o deslizamento do sangue.. É portanto de se esperar que a análise morfológica do esfregaço sangüíneo se apresente com eritrócitos com tamanhos normais entre 6. 2.que serão apresentadas nos ítens 2. e nesses casos é comum encontrar eritrócitos com tamanhos diferentes um dos outros.2.Academia de Ciência e Tecnologia de São José do Rio Preto . de microcíticos com macrocíticos. Classificação dos eritrócitos por uso de RDW e VCM. Figura 4. moderada ou acentuada. o uso do termo rmo anisocitose se aplica quando na análise do esfregaço se observam eritrócitos com tamanhos diferentes (figura ( 4). microcíticos e macrocíticos. mas que há um mês estava sob tratamento. Tabela 1. Desta forma. Anisocitose eritrocitária em sangue de paciente que tinha ferropenia. Essa avaliação é conhecida por RDW (red (red cell distribution width ou distribuição das superfícies perfícies dos eritrócitos). Se a variação é causada principalmente por micrócitos ou macrócitos. Os índices RDW e VCM atualmente são utilizados para a classificação das alterações do tamanho dos eritrócitos. não há dúvida que a avaliação microscópica ainda é fundamental. mesmo contando com esses recursos. A anisocitose pode ser devido à presença de eritrócitos normais com microcíticos.Academia de Ciência e Tecnologia de São José do Rio Preto . Alguns contadores automáticos de células do sangue identificam a anisocitose através da avaliação computadorizada das superfícies dos eritrócitos contados. Observa-se Observa se eritrócitos microcíticos e hipocrômicos oriundos da fase anêmica.SP Anisocitose A palavra aniso é de origem grega e significa desigual. acentuada. Assim. e de alguns macrócitos que provavelmente sejam reticulócitos lançados ao sangue periférico também devido devido ao tratamento. de normais com macrocíticos. VCM Baixo VCM Normal VCM Alto RDW normal microcitose homogênea normocitose homogênea macrocitose homogênea RDW alto microcitose heterogênea normocitose heterogênea macrocitose tose heterogênea Apesar da facilidade da classificação dos eritrócitos fornecida por contadores de células avançados tecnologicamente. ). ou ambos. macrocíticos. estes fatos devem ser ser relatados. ou de normais. de eritrócitos normais devido ao tratamento. 6 . conforme mostra a tabela 1. a anisocitose expressa alterações que podem ser estimadas em: discreta. leucemia. A foto mostra a presença presença predominante de micrócitos hipocrômicos. Os micrócitos geralmente têm reduzido conteúdo de hemoglobina (hipocromia). Em geral. Talassemias Figura 5. Os micrócitos podem ser discóides ou fragmentados. ). Outras patologias como o alcoolismo. As causas mais comuns da macrocitose se devem aos níveis diminuídos de vitamina B12 e ácido fólico fóli (figura 7). ocorre a diminuição do VCM e conseqüentemente a microcitose (figura 5). anemia hemolítica crônica com reticulocitose. "). ). Quando o número de micrócitos é representativo no sangue periférico. caracteriza-se caracteriza a macrocitose (figura 6). Há também eritrócitos com formas alteradas: dacriócitos. carcinoma metastático. esquisócitos e leptócitos. ao lado de poucos eritrócitos normais. Nas talassemias alfa e beta. e por essa sa razão há deformações nos eritrócitos que são parcialmente fagocitados por macrófagos do SRE.Academia de Ciência e Tecnologia de São José do Rio Preto . e globinas alfa na talassemia beta). Nas anemias hemolíticas. hipotiroidismo e doença hemolítica do recém-nascido recém nascido também causam a macrocitose. e nesses casos casos os micrócitos geralmente são discóides. Eritrócitos macrocíticos – macrocitose Os eritrócitos cujos diâmetros excedem 9. Quando há muitos macrócitos no sangue capazes de elevar o valor de VCM acima de 100 fl.SP Eritrócitos microcíticos – microcitose Os eritrócitos com diâmetro diminuído (< 6 mm) são caracterizados como micrócitos. Eritrócitos muito grandes podem ser visualizados ocasionalmente em doenças que atingem as 7 . a microcitose resulta da presença de micro-esferócitos esferócitos ou de fragmentações (ver capítulo sobre "Anemias "Anemias" e "Alterações Eritrocitárias nas Talassemias"). mas há casos de micrócitos normocrômicos.0 mm são denominados por macrocíticos. Microcitose na talassemia beta menor. o desequilíbrio entre as sínteses de globinas produz a precipitação da globina sintetizada (precipitam globinas beta na talassemia alfa. na deficiência de ferro há alterações no processo de maturação da eritropoiese. produzindo micrócitos fragmentados (ver capítulo "Fisiologia " da Destruição dos Eritrócitos"). mieloma.. o número de macrócitos é maior. A presença desses macrócitos eleva o VCM..Academia de Ciência e Tecnologia de São José do Rio Preto . No presente caso. Na gestação há deficiência também de ferro. caracterizando a macrocitose (consultar tabela 1). gestante. fato que causa um dimorfismo eritrocitário com micrócitos e macrócitos conjuntamente.SP células tronco: anemia aplástica. 8 . aplasia pura da série vermelha. Figura 6.. mielofibrose e anemia sideroblástica. também conseqüência da deficiência de folatos. além da hipersegmentação do neutrófilo. ). Macrocitose em sangue de recém-nascido recém nascido com anemia hemolítica (anemia hemolítica do RN). embora haja o dimorfismo. Figura 7. Juntamente com esferócitos observam-se observam se grandes eritrócitos que certamente se devem à reticulocitose. Macrocitose na deficiência de folatos em gestante. Anormalidades da Membrana Secundário a Traumas* Secundário à Mcrocitose Secundário à Hb Normal esferócitos fragmentados macroovalócitos célula falciforme eliptócitos esquisócitos megalócitos cristais de Hb 9 . anormalidades no micro-ambiente mi ambiente das células. Origens dos eritrócitos com alterações de forma. Megalócitos em sangue periférico de paciente com anemia megaloblástica. caracterizando a anemia megaloblástica (ver (ver capítulo sobre "As Anemias"). Tabela 2. envelhecimento do eritrócito. A tabela 2resume resume as principais origens da poiquilocitose relacionadas às alterações da forma. fragmentados. Os principais exemplos de poiquilócitos que caracterizam certas anemias são os seguintes: eliptócitos.SP A presença de macrócitos ovais (figura ( 8)) sugere defeito de maturação nuclear por deficiência de vitamina B12 ou ácido fólico. O reconhecimento de várias formas ou poiquilócitos no esfregaço é util na diferenciação das anemias. Os poiquilócitos podem originar por alterações bioquímicas nas membranas dos eritrócitos. anormalidades da molécula de hemoglobina. alterações metabólicas das enzimas. falciforme. Figura 8. Alterações da forma dos eritrócitos Poiquilocitose O termo usado para variações nas formas dos eritrócitos eri é poiquilocitose. esferócitos.Academia de Ciência e Tecnologia de São José do Rio Preto .. etc. dacriócitos e codócitos. 2 a 3.0 mm.SP CC estomatócitos queratócitos equinócitos dacriócitos acantócitos microesferócitos cristais de Hb SC piropoiquilócitos codócitos semilunar leptócitos célula em bolha** célula mordida * queimaduras.4 mm. O diâmetro do esferócito é de aproximadamente 6. Figura 9. e quando observadas por microscopia óptica. A célula perde a sua biconcavidade e se torna esférica.Academia de Ciência e Tecnologia de São José do Rio Preto . hemoglobinúria da marcha. e sua espessura varia entre 2. ). malária ** Blister cell Os esferócitos Os esferócitos são células redondas visíveis em microscopia eletrônica de varredura (figura ( 9). microangiopatias hemolíticas.2 a 7. 10 . Microscopia eletrônica de varredura de um esferócito. apresentam-se apresentam se circulares e intensamente coradas (figura 10). válvulas cardíacas. caracterizando a hipercromia (figura 10)) e geralmente com elevação da concentração da hemoglobina corpuscular média mé (CHCM). Os esferócitos mostram aumento da fragilidade celular frente a soluções salina hipotônicas – teste da fragilidade (ou resistência) osmótica (ver capítulo "Técnicas Laboratoriais"). Os eliptócitos e ovalócitos Os eliptócitos são eritrócitos alongados e delgados. Eritrócitos transfundidos também são freqüentemente esféricos (microesferócitos). Os esferócitos não são facilmente deformáveis e perdem parte de constituintes da membrana por fragmentação durante suas passagens pela microcirculação no SRE. com concentração elevada de hemoglobina produzindo discreta hipercromia em várias várias células. Essas células tornam-se tornam se densas e pequenas com aumento do conteúdo de hemoglobina. fato que abrevia seu ciclo de vida e causa hemólise. Os esferócitos podem ser causados por condições hereditárias ou adquiridas. a hemólise diminui. onde os maiores (macro-esferócitos) esferócitos) são são devido à presença de reticulócitos. Esferocitose hereditária em aumento 1000x. Vários defeitos moleculares nas proteínas de membrana podem ser identificados identificados naesferocitose na hereditária (ver capítulo sobre "Alterações Eritrocitárias nos Defeitos de Membrana"). Há anisocitose entre os esferócitos.SP Figura 10. Coloração de May-GrunwaldMay Giemsa (corante de rotina hematológica). As causas mais ais freqüentes de esferocitose adquirida se devem a anemia imuno-hemolítica imuno por anticorpos autoimune ou insoimune.Academia de Ciência e Tecnologia de São José do Rio Preto . Uma das formas terapêuticas de diminuir a anemia hemolítica na esferocitose hereditária é a retirada do baço (esplenectomia). Também são denominados 11 . por anemia hemolítica com corpos de Heinz (ver item "Corpos de Heinz" neste capítulo). anemia hemolítica micro-angiopática micro angiopática e hemólise por diluição dil aquosa. mas os esferócitos persistem indicando que a anormalidade se deve mais ao defeito da membrana celular do que das lesões causadas pelos macrófagos do SRE do baço. 1 (ver capítulo sobre "Alterações Eritrocitárias nos Defeitos de Membrana"). excetuando alguns casos raros da doença. Microscopia eletrônica de varredura na esferocitose hereditária. porém sua atividade funcional não é afetada. fato que justifica por vezes a região central menos condensada de hemoglobina. 12 . Há eliptócitos com concavidade central e outros quase sem a concavidade. ). Essa disposição anormal da estrutura da membrana celular. Considera-se se eliptose hereditária quando 25 a 90% dos eritrócitos são elípticos (figura 12). cracterizado anisocromia. O teste de fragilidade osmótica é variável conforme o tipo de eliptócitos (ver capítulo "Alterações Eritrocitárias nos Defeitos de Membrana"). Os eliptócitos podem ter origem hereditária ou adquirida. O período de vida média dos eliptócitos é diminuído. reflete na distribuição do conteúdo de hemoglobina entre os eliptócitos. com diminuição do conteúdo da proteína banda 4. os eritroblastos precursores precursores dos eliptócitos geralmente têm a morfologia normal. Figura 11. Nos casos de eliptocitose hereditária.SP por ovalócitos quando o eixo longitudinal do eritrócito é menos delgado.Academia de Ciência e Tecnologia de São José do Rio Preto . Por meio da microscopia eletrônica de varredura observa-se observa discreta concavidade no centro centr de algumas células eliptóides (figura 11). e o principal defeito ocorre no citoesqueleto da célula. Observar acentuada poiquilocitose (>70%) caracterizada pela presença predominante de eliptócitos. A eliptocitose adquirida ocorre na deficiência de ferro. Sangue periférico de portador da eliptocitose hereditária. e na anemia mielotísica. O termo stomasignifica significa boca.SP Figura 12. Eliptócitos também podem ser vistos nas talassemias e anemia falciforme. onde menos de 10% das células são elípticas ou ovais. Os estomatócitos Os estomatócitos se caracterizam no sangue periférico como células com áreas estreitas e alongadas na região central dos eritrócitos (figura ( 13). 13 . anemia megaloblástica. em aumento 400x. Figura 13. Observa-se Observa que quase todas as células são estomatócitos. Sangue periférico de estomatocitose hereditária em aumento aumento 1000x.Academia de Ciência e Tecnologia de São José do Rio Preto . doença hepática obstrutiva e doença de Rh nulo. 14 . e sua transformação em estomatócito. Figura 15. O quadro clínico dos portadores da estomatocitose hereditária é heterogêneo.Academia de Ciência e Tecnologia de São José do Rio Preto . 15. Microscopia de varredura de estomatócitos. também pode ocorrer a presença de estomatócito. A estomatocitose é comum entre australianos de origem mediterrânea. e se deve ao grau de anormalidade no transporte de sódio-potássio sódio potássio de célula. admite-se admite se que o mesmo seja retirado precocemente da circulação (ver capítulo "Alterações es Eritrocitárias nos Defeitos de Membrana"). Em situações ituações artefatuais. 14). Microscopia eletrônica de varredura mostrando que a deficiência de acetil transferase de lecitina provoca dobradura na membrana do eritrócito. cirrose. A estomatocitose hereditária se deve basicamente à hidratação aumentada com influxo de sódio para o interior da célula (figura figura 14). provocando a mudança de discóide para discodisco estomatócito. Membrana Figura 14. e à deficiência de acetiltransferase lecitina (ATLC) conforme mostra a figura 15. porém sua presença é comum no alcoolismo. em esfregaços de sangue normal é muito difícil a presença de estomatócitos.SP Em geral. Devido ao grau de deformidade do estomatócito. em que há hidratação aumentada pelo acentuado influxo de sódio para o interior da célula. pois as células crenadas é uma situação quase sempre relacionada a artefatos artefatos técnicos. Figura 17. ).Academia de Ciência e Tecnologia de São José do Rio Preto . como em sangue estocadoo que promove a perda de ATP.SP Os equinócitos Equinócito é um nome de origem grega referente ao ouriço do mar. Os equinócitos também estão presentes em pacientes com carcinoma de estômago e em hemorragias causadas c por úlceras peptídicas. bem como alterações bioquímicas do plasma. enquanto que as células de Burr apresentam espículas heterogêneas e são freqüentes em pacientes com uremia. Termos antigos como células crenadas ou células de Burr (Burr cells)) não são mais utilizados. diminuição do potássio intramembrana (figura 18)) e aumento da concentração de fosfatidil colina na membrana (figura ( 19). Os eritrócitos com espículas uniformemente distribuídas têm esta denominação. ME de varredura do equinócito de sangue de paciente com deficiência de piruvato-quinase. A presença de equinócitos se deve também a situações artefatuais que interferem mudanças do pH do corante. todos bem demonstrados por microscopia eletrônica de varredura. ). piruvato 15 . Três situações patológicas dos eritrócitos são responsáveis pela formação dos equinócitos: a deficiência da enzima eritrocitária piruvato-quinase piruvato (figura 17). Figura 19.Academia de Ciência e Tecnologia de São José do Rio Preto . 16 . ME de varredura de de equinócitos com aumento da concentração de fosfatidilcolina na membrana. ME de varredura de equinócitos com alterações de potássio intra-eritrocitário. intra eritrocitário.SP Figura 18. facilmente identificáveis na rotina hematológica (figura ( 20). A situação herdada herdada mais comum da acantocitose decorre da alteração na composição da membrana motivada pela deficiência de colesterol entre a dupla camada lipoprotéica ou abeta lipo-proteinemia. Acantócitos no sangue periférico de paciente com beta lipoproteinemia. ). A acantocitose pode ser herdada ou adquirida. e as células acantocíticas geralmente são menores que os eritrócitos normais. e na microscopia eletrônica rônica de varredura (figura 21). lipo proteinemia. nas póspós esplenectomia e nas síndromes de mal absorção. Figura 21.SP Os acantócitos Os acantócitos são eritrócitos com espículas desproporcionais e heterogêneas. Outras patologias que podem produzir acantocitose são alcoolismo crônico com comprometimento do fígado. As projeções ou espículas. lipoproteinemi 17 . Figura 20. ME de varredura de acantócito de sangue de paciente com abeta lipoproteinemia. ou crenações são irregulares no tamanho e no espaçamento.Academia de Ciência e Tecnologia de São José do Rio Preto . tem a forma de um capuz. Os codócitos ou células em alvo são característicos nas talassemias. nas hemoglobinopatias SS. Figura 22.Academia de Ciência e Tecnologia de São José do Rio Preto . resultante do acúmulo de colesterol e fosfolipídeos. beta. ). doenças obstrutivas do fígado e pós-esplenectomia. Essa alteração na forma do eritrócito é sempre adquirida pelo aumento da superfície da membrana. notadamente notadamente na beta menor. DD. O aumento da superfície da membrana torna-a torna mais resistente quando submetida ao teste de fragilidade (ou resistência osmótica) (ver capítulo "Técnicas Laboratoriais"). CC. com acentuada presença de células em alvo 18 . Sangue periférico de paciente com Hb CC (doença da Hb C). EE e na doença falciforme do genótipo S/tal. Por microscopia eletrônica.SP Os codócitos ou células em alvo Codócitos ou células em alvo são eritrócitos com a área central corada intensamente pela condensação de hemoglobina. ). caracterizando a célula em alvo (figura ( 22). ou de um chapéu (figura ( 23). o codócito. Também podem ser observadas na anemia por deficiência de ferro. ou célula em alvo. circundada por um anel claro e um anel periférico também corado. D. coagulação intravascular disseminada (C.. o termo esquisócito tem origem grega e que significa fragmento. queimaduras graves e no câncer metastático que atinge a medula óssea. As formas dos esquisócitos são muito variadas como. Observar a condensação de hemoglobina no centro do eritrócito. que tem a forma de capacete (figura ( 26)) e ocorre principalmente em pacientes com om anemia hemolítica microangiopática. Assim. 19 . ou de fragmentação ou pedaços de eritrócitos (figura figura 25) 25 causados em conseqüência de diversas patologias: válvulas cardíacas artificiais.) na púrpura trombocitopênica trombótica (P. ou o queratócito. células fragmentadas e queratócitos O surgimento de eritrócitos deformados e que adquirem morfologias fora dos padrões de classificação deve-se se à tentativa dessas células em passar passar pelos filamentos de fibrina. nas talassemias (figura 24).T. por exemplo.I. e outras anemias hemolíticas adquiridas. na anemia hemolítica urêmica. bem como o aumento da superfície do eritrócito causado causado pelo acúmulo de colesterol e fosfolipídeos na membrana.SP Figura 23. ).T.V. vasos alterados. ou pela retirada de "pedaços" dos eritrócitos pelos macrófagos do SRE.).Academia de Ciência e Tecnologia de São José do Rio Preto . por impacto físico em próteses (válvulas cardíacas). ME de varredura de codócito ou célula em alvo. Os esquisócitos. 20 . e produzindo células "mordidas". A precipitação de globina alfa (na talassemia beta) ou de globina beta (na talassemia alfa) deforma o eritrócito. e que desenvolveu anemia hemolítica. Figura 25. que ao passar pelo SRE sofre ação dos macrófagos.Academia de Ciência e Tecnologia de São José do Rio Preto . Esquisócitos em sangue de portador de talassemia beta menor. Os macrófagos retiram partes dos eritrócitos deformados pela precipitação da globina. Eritrócitos fragmentados em em sangue de paciente com prótese cardíaca. Observam-se Observam se vários eritrócitos fragmentados e também micromicro esferócitos.SP Figura 24. descaracterizando a forma discóide. Figura 27. Há outras células deformadas: esquisócitos e ovalócitos. 21 . ncompatível. Queratócitos (setas) em sangue de paciente com anemia hemolítica por transfusão de sangue incompatível.Academia de Ciência e Tecnologia de São José do Rio Preto .SP Figura 26. A célula em bolha b pode ser observada na circulação periférica. Eritrócito em bolha. A formação do queratócito é muito interessante pois passa por uma fase intermediária conhecida por célula em bolha (figura figura 27). e ao romper a fina estrutura de membrana que caracteriza a bolha. 27). se forma o queratócito. e se deve à fase inicial da sua deformação. obtido de sangue de paciente com anemia hemolítica microangiopática. . aplasias de um tipo celular. e o nome também tem origem grega (dacry significa lágrima). No presente caso há vários dacriócitos. e tumor metastático na medula óssea. devido à atividade fagocitária dos macrófagos do SRE do baço. e pode ser normocrômico ou hipocrômico. mielofibrose. talassemia beta (figura ( 5). 22 . Dacriócitos em sangue periférico de paciente com mielofibrose (mielodisplasia). Os dacriócitos são observados na mielofibrose com metaplasia mielóide.Academia de Ciência e Tecnologia de São José do Rio Preto .: doenças pós-leucêmicas. como são os casos de anemia mielotísica. Ver outros dacriócitos na figura 5. ). em oxidações da hemoglobina com formação de corpos de Heinz (figura ( 30).SP Os dacriócitos Os dacriócitos são células com forma de lágrima ou gôta. O tamanho dos dacriócitos é variável. Mielodisplasia é o nome que se dá a um grupo de doenças que afeta a hematopoiese medular. Em outras doenças. anemia perniciosa. que nesta doença apresenta-se apresenta se aumentado. ). conforme mostram as figuras 28 e 29. Figura 28. etc. além de outras alterações de forma (poiquilocitose). ex. leucêmicas. Microscopia eletrônica de varredura de um dacriócito de paciente com talassemia beta menor.Academia de Ciência e Tecnologia de São José do Rio Preto . obtido de paciente com hemoglobina instável. A forma é tipicamente de gota de lágrima e há concavidade celular. aumento 1600x de dacriócito com corpos de Heinz após coloração color com azul de crezil brilhante a 1%. 23 . Microscopia óptica.SP Figura 29. Figura 30. Esses pedaços de eritrócitos deformados têm formas esféricas de diferentes tamanhos e são retirados da circulação do SRE do baço.Academia de Ciência e Tecnologia de São José do Rio Preto . com presença de microesferócitos de diferentes tamanhos. Essas células são são pequenas. A foto mostra a presença predominante de micrócitos hipocrômicos.SP Figura 5. Figura 31. além de células fragmentadas. 24 . ao lado de poucos eritrócitos normais. Sangue ngue periférico de paciente que sofreu queimaduras graves. Microesferócitos e piropoiquilócitos Os microesferócitos são resultantes de lesões térmicas que afetam a membrana dos eritrócitos. 31). Há também eritrócitos eritr com formas alteradas: dacriócitos. às vezes do tamanho de plaquetas. Os eritrócitos apresentam aniso-poiquilocitose poiquilocitose acentuada. fígado e medula óssea (figura 32). esquisócitos e leptócitos. Microcitose na talassemia beta menor. e hipercrômicas (figura figura 31). tal como ocorre em queimaduras graves. A fragmentação dos eritrócitos nesta doença pode ser induzida "in vitro". Figura 32a. micrócitos. A hipercromia é comum entre os eritrócitos alterados. Sangue periférico de paciente com piropoiquilocitose hereditária. com destaque para microesferócitos. etc. células bizarras. a maioria microcítica. leptócitos.SP Figura 32. (figura ( 32a). incubando o sangue a 45oC por alguns minutos (ver capítulo "Alterações eritrocitárias nos defeitos defeito de membrana"). dacriócitos. 25 . Microscopia eletrônica de varredura de microesferócitos com dificuldades de se locomoverem nos sinusóides do baço. O destaque morfológico dos eritrócitos é suas múltiplas formas de deformações. e a anormalidade anormalidade se deve provavelmente à alteração da espectrina da membrana do eritrócito. Se deve a uma rara doença hemolítica hereditária. etc. microeliptócitos. Essas células são facilmente fagocitadas pelos macrófagos.Academia de Ciência e Tecnologia de São José do Rio Preto . e têm seu tempo de vida reduzido. fragmentos de eritrócitos. com esquisócitos. Os piropoiquilócitos são eritrócitos extremamente deformados que incluem num mesmo campo cam visual do microscópio óptico grande diversidade de células. esquisócitos e hipocromia. Figura 33. Morfologicamente se parecem com os eliptócitos. 26 . porém se diferenciam dessess devido à hipocromia associada. Tem-se Tem se relacionado à anormalidade morfológica do eritrócito leptócito devido ao excesso de colesterol na membrana da célula. Figura 34. Microscopia eletrônica de varredura de eritrócitos de paciente com anemia anemia hemolítica. No mesmo esfregaço é possível destacar os eritrócitos em alvo ou codócitos. eritrócitos hipocrômicos e um leptócito. Essas células também são comuns nas doenças crônicas do fígado. Leptócitos em sangue periférico de paciente com anemia por deficiência de ferro. micro esferócitos. micrócitos.Academia de Ciência e Tecnologia de São José do Rio Preto . Observar micro-esferócitos.SP Os leptócitos Os leptócitos são células alongadas e delgadas (figuras ( 33 e 34)) que aparecem em deficiência grave de ferro e nas talassemias. metahemoglobinemias. Célula mordida: ocorre nos eritrócitos que têm corpos de Heinz induzidos por oxidações medicamentosas (ex. anemia falciforme e na deficiência de G-6-PD. ao voltarem para a circulação circu do sangue periférico. Figura 36. ). e uma região circular vazia (figura 35). Os eritrócitos com corpos de Heinz. Figura 35. G PD. Célula mordida em sangue periférico de paciente com corpos de Heinz causado pela deficiência de G-6-PD. em sangue de paciente com malária. são "atacados" por macrófagos que retiram parte do eritrócito em que estavam os corpos de Heinz.: sulfas e derivados). Hb instáveis.Academia de Ciência e Tecnologia de São José do Rio Preto . Células semilunar. As células semilunares ocorrem em situações patológicas adquiridas. Esses eritrócitos. principalmente nas pessoas com malária. oxidações por poluentes. São pouco coradas e possuem p um grande círculo vazio tomando 2/3 da estrutura celular do eritrócito.SP Outras alterações de forma de eritrócitos Célula semilunar: também conhecida por célula em meia-lua meia lua ou célula crescente. ao passarem pelo SRE. 27 . lobinemias. São eritrócitos que possuem uma palidez rosada numa extremidade. apresentam-se apresentam como se fossem "mordidos" (figura 36). e geralmente com policromatofilia (figuras ( 8 e 38). Howell Jolly. A patologia mais comum que induz a presença de megalócitos galócitos ou de macro-ovalócitos macro ovalócitos é a anemia megaloblástica. É comum. fato que altera o processo de maturação dos eritroblastos (figura ( 39). observar pontilhados basófilos. portanto. especialmente em neutrófilos. Figura 8. eritroblastos.Academia de Ciência e Tecnologia de São José do Rio Preto . decorrente de de anemia hemolítica adquirida em que os eritrócitos aderem a fagócitos. corpos de Howell-Jolly. conforme mostra a figura 37. em sangue periférico de anemia hemolítica por transfusão de sangue de subgrupo incompatível. que na ocorrência dessas células. Eritrócitos em forma de roseta. plaquetas grandes (macroplaquetas) e hipersegmentação dos neutrófilos. ). Figura 37. Anemia megaloblástica é uma situação patológica provocada por deficiência de vitamina B12 ou folatos. causada pela anemia megaloblástica. Megalócitos em sangue periférico de paciente com anemia megaloblástica 28 .SP Células em roseta: é uma situação muito rara. i Megalócitos e macro-ovalócitos ovalócitos Essas células são facilmente diferenciadas os eritrócitos macrocíticos pelas suas formas enormes e ovaladas. ). Figura 39. Cristais de Hb CC e Hb SC As hemoglobinas S e C tendem a se cristalizarem devido às suas mutações ocorridas por substituições do mesmo aminoácido da globina beta. Os cristais da Hb CC se condensam numa determinada região do eritrócito. com macrócitos e megalócitos. o ácido glutâmico (Glu) na posição nº 6 (Hb S: Glu à Valina e Hb C= Glu à Lisina). 29 . Esfregaço de sangue periférico em paciente com anemia megaloblástica. Esfregaço de sangue de medula medula óssea de um paciente com anemia megaloblástica. além de um neutrófilo hipersegmentado. A célula central é um megaloblasto policromático com dois núcleos. deixando o restante da célula totalmente desglobinizada.SP Figura 38. Observar anisoaniso poiquicitose.Academia de Ciência e Tecnologia de São José do Rio Preto . os cristais de Hb S são visíveis por microscopia de interferência de fase (figura ( 41). A cristalizações da Hb CC e da Hb SC não são observadas em todos os pacientes com esses genótipos.Academia de Ciência e Tecnologia de São José do Rio Preto . 30 . e em alguns após exaustiva pesquisa citológica. Cristais de Hb S. com deformações alongadas e condensação de Hb C para uma área da célula. Dois eritrócitos iniciam o processo de cristalização da Hb C. Os heterozigotos AC e AS não têm cristalizações de hemoglobinas. Figura 41. 40 Figura 40. Sangue periférico de paciente com hemoglobina hemoglobina CC.SP Entretanto. na anemia anemia falciforme por microscopia de interferência de fase. Na anemia falciforme (Hb SS). a forma orma mais comum de identificar a cristalização da Hb CC é por meio da análise do esfregaço onde a condensação da Hb C deforma o eritrócito e se concentra gradativamente numa parte da cédula (figura figura 40). provocando maciça aglutinações eritrocitárias. Figura 43. 31 .Academia de Ciência e Tecnologia de São José do Rio Preto . destacando no centro da foto um plasmócito. Figura 42.SP Eritrócitos em "roleaux" e aglutinados Geralmente ocorrem dúvidas relacionadas à distinção entre eritrócitos em "roleaux" (figura ( 42) e aglutinados (figura 43). Sangue periférico de paciente com anemia hemolítica auto-imune. e a disposição dos eritrócitos em "roleaux". Sangue periférico de paciente paciente com a doença mieloma múltiplo. auto imune. o halo claro central aumenta de intensidade e de tamanho. Alterações do Conteúdo da Hemoglobina Hemoglo Eritrócitos com conteúdo normal de hemoglobina têm um centro claro que ocupa 1/3 do diâmetro da célula. fato que induz a atividade dos anticorpos. anemia sideroblástica e talassemias (ver capítulos "Anemias" e "Talassemias"). Os eritrócitos em "roleaux".Academia de Ciência e Tecnologia de São José do Rio Preto . Na aglutinação dos eritrócitos ocorre a agregação de grupos de células ao acaso. porém há casos em que está associada à normocitose normocito como ocorrem na artrite reumatóide.SP Para considerar ambos os casos. quando distribuídos uniformemente ao longo da lâmina indicam a presença de uma paraproteína com concentração elevada. na presença de vários anticorpos eritrocitários. Essas células são denominadas por normocrômicas. que variam entre as diferentes partes de um esfregaço. caracterizando ahipocromia a (figura 44). com micrócitos. observando que há discreta variação na intensidade no seu halo claro central.8 g/dl). A auto-aglutinação auto aglutinação ocorre quando os eritrócitos de uma pessoa aglutina na presença de seu próprio plasma plasma ou soro que contém aglutininas específicas não conhecidas pelos receptores eritrocitários. Nota-se Nota anisopoiquilocitose acentuadas. 32 . pneumonias atípicas. infecções por estafilococos e tripanosomas. A hipocromia freqüentemente está associada à microcitose. Figura 44. Sangue periférico de paciente com anemia ferropriva grave (Hb: 5. infecções crônicas e processo inflamatório. pois se estiver em apenas uma parte dele é indicativo de artefato técnico. dacriócitos e esquisócitos.. porém sua presença é mais freqüente na vigência de certas anemias hemolíticas. Denomina-se Denomina se por paraproteínas uma proteína plasmática (beta ou gama globulina anormal) produzida por um clone neoplásico de células plasmáticas. associadas associadas a intenso grau de hipocromia. Algumas vezes a auto-aglutinação auto aglutinação é vista em sangue de pessoas aparentemente normais. s. Outra situação que pode ocorrer a autoaglutinação é na presença de aglutininas estimuladas a frio (10 a 20oC). A hipocromia é causada por diminuição da síntese da hemoglobina devido devido a duas principais situações patológicas: deficiência de ferro grave. as anormalidades devem estar presentes em toda a extensão do esfregaço. Quando há diminuição da concentração de hemoglobina. como são freqüentes nos casos de mieloma múltiplo e macroglobulinemia. ). Exemplo de anisocromia é a anemia sideroblástica. Figura 31. Outras situações em que ocorre a anisocromia são os casos em que pacientes com anemia hipocrômica recebem transfusões de eritrócitos trócitos normais (figura ( 45). Presença de aniso-poiquilocitose aniso poiquilocitose com eritrócitos normais.SP A anisocromia é a designação que se dá para descrever a variação do conteúdo de hemoglobina quando eritrócitos normocrômicos e hipocrômicos estão presentes conjuntamente. Assim. além de células fragmentadas. quer seja hereditária ou adquirida (anemias hemolíticas causadas por queimaduras graves (figuras ( 31 e 46). Sangue periférico de paciente que sofreu queimaduras graves. após receber transfusão de eritrócitos. Figura 45. A hipercromia ocorre quando a concentração da hemoglobina corpuscular médica (CHCM) está acima da normalidade. associadas ass à anisocromia.Academia de Ciência e Tecnologia de São José do Rio Preto . indicando que a medula óssea está produzindo duas populações de células. esquisócitos. onde células hipocrômicas e normocrômicas são vistas. sideroblástica. A hipercromia está quase sempre sempre relacionada à esferocitose. é possível visualizar os eritrócitos bem corados. Sangue periférico de paciente com Hb C/associada a talassemia beta. sem o halo claro no centro da célula. codócitos e células mordidas. com presença de microesferócitos de diferentes tamanhos. 33 . Os eritrócitos apresentam aniso-poiquilocitose tose acentuada. A contagem de reticulócitos na ocasião da análise era de 17%. Figura 47.SP Figura 46. Se deve a remanescentes de material terial ribossômico devido à reticulocitose e atividade eritropoiética elevada. com tendência à cor cinza (nos corantes de rotina hematológica). Sangue periférico de paciente com anemia hemolítica. conforme mostra a figura 47.Academia de Ciência e Tecnologia de São José do Rio Preto . micro associada a hipercromia (CHCM: 36 g/dl). Sangue periférico de paciente com anemia esferocítica hereditária (esferocitose). 34 . com presença de policromasia (células centrais). A policromasia ocorre quando os eritrócitos são maiores e há excesso de coloração. com anisocitose pela presença de normocitose e micro-esferócitos. Howel Jolly. Outras anemias podem apresentar corpos de Howell-Jolly: Howell anemias hemolíticas em geral. Figura 48. e diagonalmente a esta célula há dois eritrócitos com corpos de Howell-Jolly Jolly bem visíveis. Corpos de Howell-Jolly Os corpos de Howell-Jolly Jolly são fragmentos nucleares arredondados. pontilhado basófilo.SP Inclusões Eritrocitárias Normalmente os eritrócitos não contêm inclusões. Sangue periférico de paciente com esteatorréia e atrofia do baço.Academia de Ciência e Tecnologia de São José do Rio Preto . Por outro lado. presume-se se que os corpos de Howell-Jolly Howe Jolly contenham DNA. devido a certos tipos de anemias. siderócitos. há as inclusões adquiridas como o Plasmodium e Bartonella. inclusões de Hb H e corpos de Heinz são visualizados com corantes específicos. Os acantócitos acantócitos se devem à esteatorréia. resultantes da desintegração do núcleo dos eritrblastos ortocromáticos (figura 48). isto porque essas inclusões são retiradas dos eritrócitos ao passarem pelo SRE do baço. Coram-se Coram se pelos corantes da rotina hematológica em cor púrpurapúrpura escura.. Na anemia falciforme. Pelo fato de reagirem positivamente à reação de Feulgen (teste usado para DNA em cromatina nuclear). de tamanho pequeno ou médio. em numerosos casos de estearrotéia com atrofia esplênica. A presença de corpos de Howell-Jolly Howell Jolly é comum em pacientes esplenectomizados com anemia hemolítica. anel de Cabot. com tamanho próximo de 1 mm. 35 . podem ser ser visíveis por corantes da rotina hematológica como são os casos de corpos de Howel-Jolly. podem ser vistos após a ocorrência de fibrose esplênica (ver capítulo "Células Falciformes"). Inclusões que se desenvolvem nos eritrócitos. sideroblastos. No centro da foto há um eritroblasto ortocromático. Corpos de Pappenheimer. ). anemia megaloblástica. entretanto muitas inclusões diferentes podem ser vistas em várias doenças hematológicas. um um mesmo eritrócito com anel de Cabot pode incluir também pontilhados basófilos ou corpos de Howell-Jolly. Por vezes. Os anéis de Cabot podem aparecer em eritrócitos de pacientes com anemia megaloblástica. Sangue de paciente com anemia megaloblástica tratada mostrando um eritrócito com anel de Cabot dobrado na forma de oito. Sua origem se deve a material remanescente dos microtúbulos do citoplasma dos eritroblastos. especialmente de RNA ribossômico.Academia de Ciência e Tecnologia de São José do Rio Preto . talassemia maior).SP Anel de Cabot O anel de Cabot aparece no eritrócito como estrutura anelada. intoxicação por chumbo. outras anemias graves (falciforme. 36 . e na disseritropoiese em que os eritrócitos são destruídos antes de serem liberados da medula óssea. ). ou dobrada em forma de oito (figura 49). Howell Jolly. Figura 49. Academia de Ciência e Tecnologia de São José do Rio Preto . sem tempo adequado para maturação dos eritrócitos. alcoolismo e drogas citotóxicas. com dois eritrócitos com pontilhados basófilos grosseiros. talassemias. Observa-se Observa se a presença de dois megaloblastos anormais. 37 . de cor azul. Sangue periférico de paciente com anemia megaloblástica. A presença de pontilhados basófilos é indicativa de eritropoiese acentuada. Figura 51. ou grosseiros e em menor número próximo à membrana dos eritrócitos (figuras figuras 50 e 51). Sangue periférico de portador de talassemia beta heterozigota. A ocorrência está associada notadamente às anemias causadas as por defeitos na síntese de hemoglobina. Figura 50. com m núcleo em forma de roseta e com pontilhados basófilos no citoplasma.SP Pontilhados basófilos São grânulos pequenos e irregulares. às vezes muito escuros. ou esféricos. intoxicações por chumbo. Podem ser finos e amplamente distribuídos nos eritrócitos. 53 Com coloração específica de azul da Prússia. Figura 52. ou com baixa ação esplênica (hipoesplenismo). dacriócitos. O SRE do baço geralmente ralmente removem os corpos de Pappenheimer. O esfregaço apresenta anisopoiquilocitose. esquisócitos. A ocorrência desses corpúsculos é freqüente na anemia sideroblástica. 38 . compostos por grânulos sideróticos. fato que indica presença de ferro. com grande diversidade de formas for de inclusões. Há presença de corpos de Pappenheimer em todos os eritrócitos. por isso é mais fácil visualizá-los visualizá em pacientes esplectomizados. com anemia sideroblástica adquirida. presença de micrócitos. irregulares e escuros. Normalmente o número de inclusões por eritrócitos não supera a três. anemias refratárias e nas anemias diseritropoiéticas. esses corpúsculos se coram positivamente. com deficiência de piruvato quinase. identificados por corantes co da rotina hematológica (figuras 52 e 53). e um eritrócito com corpos de Pappenheimer.Academia de Ciência e Tecnologia de São José do Rio Preto . Sangue periférico de paciente esplenectomizado. Sangue periférico de paciente esplenectomizado.SP Corpos de Pappenheimer São pequenos corpúsculos arredondados. ocorre também na talassemia beta be maior. Figura 53. hipocromia acentuada. É possível observar um macrócito típico de alcoolismo. Entretanto. proteínas e carboidratos. Sangue de medula óssea corado com azul de Prússia. num caso de anemia sideroblástica hereditária. porém nas análises de sangue medular a identificação dos sideroblastos e mais sensível. lipídeos.SP Siderócitos e sideroblastos Siderócitos são eritrócitos contendo grânulos de ferro não-heme não (figura 54). Há vários eritrócitos com siderócitos corados com azul de Prússia. Sangue periférico de paciente com anemia sideroblástica adquirida por alcoolismo. Figura 55. 55 A presença de siderócitos nos eritrócitos de sangue periférico ocorre nos vários tipos de anemias sideroblásticas (hereditária e adquirida). Em pessoas saudáveis é possível sível visualizar grânulos sideróticos em preparação com corantes azul da Prússia (corante de Perl) dentro de alguns poucos eritroblastos obtidos por punção medular. formados por um complexo de ferro-férrico férrico (Fe+++). mostrando dois seroblastos com vários grânulos.Academia de Ciência e Tecnologia de São José do Rio Preto . nas anemias sideroblásticas há muitos eritroblastos com vários grânulos caracterizando os sideroblastos (figura figura 55). 39 . na proporção 1 ou 2 grânulos por célula. ). insolúvel em água. Figura 54. 40 .Academia de Ciência e Tecnologia de São José do Rio Preto . Figura 56. mas que por microscopia eletrônica letrônica de varredura é possível avaliar a deformação do eritrócito com Hb H (figura ( 57).SP Hemoglobina H – Hb H A precipitação intra-eritrocitária eritrocitária de corpúsculos de Hb H se deve deve ao desequilíbrio da síntese de globinas alfa (que estão diminuídas) e de globinas beta (que estão normais). Assim. que se parecem com bolas de golfe. A forma de precipitação de Hb H se caracteriza por múltiplos corpúsculos homogeneamente distribuídos nos eritrócitos (figura ( 56). com três genes alfa afetados). a presença de Hb H é indicativo de talassemia alfa (ver capítulo "Alterações Eritrocitárias nas Talassemias"). Sangue periférico de paciente com talassemia alfa (doença de Hb H. Nesta patologia há profusão de eritrócitos com precipitados precipitados de Hb H. As globinas beta se tetramerizam em complexos de globina b4. formando moléculas instáveis de hemoglobinas conhecidas por Hb H. sugiro a leitura do capítulo "Alterações Eritrocitárias nas Talassemias". há grande diversidade de alterações clínicas e hematológicas. Corpos de Heinz Os corpos de Heinz se caracterizam por precipitados de um ou mais corpúsculos esféricos e escuros. A ocorrência de precipitados de Hb H está associada a talassemias alfa hereditária e adquirida. A identificação dos corpos de Heinz somente é possível com coloração supravital de azul de crezil brilhante brilhant a 1% e violeta de metil a 1% (ver capítulo "Técnicas Laboratoriais").Academia de Ciência e Tecnologia de São José do Rio Preto .SP Figura 57. pois está na dependência do número de genes alfa afetados no processo de síntese da globina alfa. A deformação do eritrócito é muito intensa. de tamanhos variados. geralmente agregados à membrana (figuras (figuras 58 e 59). provocando sua retirada precoce pelos macrófagos do SRE. linfomas e leucemias. Para entender melhor esta diversidade. os corpos de Heinz são grandes e visíveis. 41 . Em pacientes esplenectomizados. a presença de Hb H está relacionada às drogas quimioterápicas usada no tratamento de cânceres. Na forma hereditária. Microscopia eletrônica de varredura de eritrócito com precipitado de Hb H. A coloração específica para identificar a Hb H intra-eritrocitária intra eritrocitária é o azul de crezil brilhante a 1% (ver capítulo "Técnicas Laboratoriais). Na forma adquirida.. A oxidação da oxi-Hb oxi transforma-aa em metahemoglobina que se degrada em subcompostos subcomposto – os hemicromos (sulfa(sulfa hemoglobina). a 37oC. A precipitação de corpos de Heinz é decorrente de processos oxidativos induzidos ou espontâneos que afetam a molécula de hemoglobina oxigenada (oxi-Hb). Todos os eritrócitos têm precipitados da Hb Koln que é instável aos corantes redox Figura 59. alterando-lhe alterando a forma e facilitando a fagocitose por macrófagos do SRE.Academia de Ciência e Tecnologia de São José do Rio Preto . Microscopia eletrônica de um eritrócito com vários corpos de Heinz agregados à membrana. 60). A agregação desses precipitados causa a oxidação das lipoproteínas. culminando com a desagregação das globinas alfa e beta. corado com azul de crezil brilhante a 1% por 40 minutos. 42 . Informações detalhadas sobre esse processo pode ser encontrada nos capítulos "Radicais Livres e Danos Eritrocitários" Eritrocitários" e "Células Falciformes". Sangue periférico de paciente com Hb instável (Hb Koln).SP Figura 58. que se precipitam e deformam o eritrócito (figura figura 60). (oxi Hb). conseqüentemente.SP Figura 60. Destaque especial deve ser dada à formação de corpos de Heinz nas Hb instáveis. instáveis As hemoglobinas instáveis foram descritas pela primeira vez por Dacie em 1960. causadas geralmente nte por mutações recentes que atingem determinado membro de uma família e sem que um dos pais apresentassem a alteração. após processos indutores que facilitam a oxidação da hemoglobina variante. icterícia. b) causas hereditárias por Hb instáveis. GPx). Microscopia eletrônica de varredura de um eritrócito com corpos de Heinz se projetando e deformando o eritrócito. ). metahemoglobinemias hereditárias. As mutações das hemoglobinas instáveis acontecem na região ou superfície interna da molécula de hemoglobina. fato que permite a entrada da água e a oxidação do ferro e.0 g/dl) a grave (Hb: 4 g/dl). que pode ser originada por uma ou mais mutações na globina alfa ou beta. hidrazinas). conseqüentemente da hemoglobina. crianças. Os portadores de Hb instáveis apresentam as manifestações clínicas da doença. desagregando o tetrâmero a2b2 com precipitação da globina que contém a mutação. infecções por vírus (provavelmente relacionadas com febres altas).Academia de Ciência e Tecnologia de São José do Rio Preto . medicações oxidantes. hepatomegalia em crianças. ). ou por contaminação ambiental (poluentes oxidantes). tais como: febre alta. envolvendo quase sempre aminoácidos hidrofóbicos e com ponto isoelétrico neutro. e necessidade de reposição de sangue. O desencadeamento fisiopatológico da doença se deve à oxidação da Hb instável. deixando-os os deformados em esquisócitos e células mordidas (figura ( 36). Por essa razão são conhecidos por "fresh mutation". cianose (devido à elevação da metahemoglobina). esplenomegalia em 80% dos casos. A deformação dos eritrócitos com corpos de Heinz inicia-se se com a alteração da proteína banda 3 da membrana eritrocitária. e a partir desta data mais de 300 tipos diferentes foram descritos em todo o mundo. com maior grau de anemia. SOD. As principais formas da indução de corpos de Heinz se devem a: a) causas adquiridas por medicações icações oxidantes (ex.: sulfas. 43 . bem como omo as alterações laboratoriais. liza. e com a sobrevida diminuída – principal causa da hemólise e anemia. A macrofagocitose retira partes parte dos eritrócitos. deficiências de enzimas (G6PD. São hemoglobinas variantes. ). ao passar pelo SRE do baço se tornam alvos preferenciais dos macrófagos (figura ( 61). catalase. A mudança de um aminoácido por outro diferente afrouxa a proteção que realiza ao grupo heme. Essa oxidação causa excessiva formação de metahemoglobina da Hb instável que se instabiliza. que induz a reação com o complemento e. o portador padece de anemia hemolítica crônica de graus variáveis entre discreto (Hb 10. A globina precipitada é que forma os corpos de Heinz visíveis nas microscopias ópticas (figura 58)) e eletrônica (figuras ( 59 e 60). A partir do processo que desencadeia a oxidação da Hb instável. As mutações que ocorrem na globina beta causam lesões oxidativas oxidativas mais intensas. Figura 61.SP Figura 36. 44 .Academia de Ciência e Tecnologia de São José do Rio Preto . Célula mordida em sangue periférico de paciente com corpos de Heinz causado pela deficiência de G-6-PD. Microscopia eletrônica de varredura mostrando a fagocitose de eritrócitos com corpos de Heinz no SRE do baço. em sangue de pessoa com Hb instável (Hb Koln). é possível observar nos casos de mutações de globina beta a presença de globinas alfa livres (figura 62). além da disposição difusa da globina alfa livre (seta). policromasia e hipocromia de intensidades des variáveis. Eletroforeticamente a Hb instável geralmente apresenta a mesma mobilidade da Hb A (devido à mutação entre os aminoácidos não envolver diferença de carga elétrica). Figura 62. Porém. precipitação da Hb instável ao calor (37oC a 50oC). As alterações morfológicas se caracterizam por aniso-poiquilocitose. Eletroforese de hemoglobina em acetato de celulose mostrando a Hb Koln como um rastro entre a Hb S e Hb A2 (asterisco). 45 . A pesquisa de corpos de Heinz com azul de crezil brilhante é sempre positiva.SP Laboratorialmente as hemoglobinas instáveis apresentam-se apresentam se com reticulocitose aumentada (alguns casos os chegam a 70%). aniso poiquilocitose.Academia de Ciência e Tecnologia de São José do Rio Preto . além da anemia que pode ser geralmente normocítica (VCM normal) e hipocrômica. após obter sangue humano por meio da picada. Quando a célula hepática se rompe. os gametócitos têm a forma de banana ou elíptica. vivax. falciparum..SP Inclusões de parasitas em eritrócitos Três importantes inclusões de parasitas em eritrócitos são causas de anemias hemolíticas. e suas presenças são possíveis de serem identificadas pela forma anelada (figuras ( 63 e 64). 46 . A evolução do ciclo vital do plasmódio no eritrócito produz transformações (merozoito) até se tornar maduro (esquizonte). falciparum se caracteriza por parasitemia maciça com pequenas formas aneladas com duplos grânulos de cromatina. P. produzindo merozoitos nessa fase pré-eritrocítica. Na análise laboratorial. falciparum é o responsável pela maior parte dos indivíduos afetados por malária em todo o mundo.Academia de Ciência e Tecnologia de São José do Rio Preto . os parasitas penetram penetram nos eritrócitos. babesiose e bartolenose. Nas infecções por P. As figuras 65 e 66 mostram essa fase madura do plasmódio. incluindo o Brasil. vivax causa infecções capazes de causarem a morte morte do portador. O P. Os esporozoitos passam para as células do parênquima hepático onde se multiplicam e dividem. oportunidade em que as formas sexuadas (gametócitos) evolui para as formas infecciosas (esporozoitos). o P. falciparum (figura 63)) e P. malariae e P. Sangue periférico de paciente com malária causada por P. A infecção é transmitida pelo mosquito que serve como vetor de quatro espécies do gênero Plasmodium: P. ). O P. P. falciparum A foto mostra a forma anelada com co duplo grânulo de cromatina. os eritrócitos são grandes (reticulócitos). pré eritrocítica. vivax (figura 64) são as mais comuns. ovale. vivax. As infecções infecç devido ao P. Figura 63. tratam-se da malária. notadamente nas regiões tropicais e temperadas. São as formas infecciosas que são injetadas em outros indivíduos através da picada do inseto. O ciclo vital da malária tem início na fêmea do mosquito. Malária: é uma protozoose com ampla distribuição mundial. falciparum. com grânulos de Schuffner oriundos de microtúbulos degradados. O eritrócito parasitado mostra a fase madura do plasmódio (esquisonte) com distribuição de merozoitos.SP Figura 64. os reticulócitos estão em quantidade elevada no sangue periférico e são alvos preferenciais da parasitose. com grânulos de Schuffner. vivax. Devido à anemia hemolítica grave. Figura 65.Academia de Ciência e Tecnologia de São José do Rio Preto . 47 . A figura mostra um grande eritrócito (reticulócito) com forma anelada. falciparum. Sangue periférico de paciente com malária causada por P. Sangue periférico de paciente com malária causada por P. A Bartonella bacilliformis é uma bactéria cocobacilar encontrada no interior dos eritrócitos de pessoas oas infectadas. Microscopia eletrônica de varredura de sangue infectado por P. Babesiose: doença transmitida por carrapatos e causada por parasitas do gênero Babesia. É comum em numerosas espécies animais.Academia de Ciência e Tecnologia de São José do Rio Preto . A foto mostra a fase madura (esquisonte) com vários merozoitos no interior. A doença é conhecida como febre de Oroya ou doença de Carrión. Os pacientes são afetados por febre.SP Figura 66. esplenomegalia. Pessoas esplenectomizadas podem padecer de infecção grave da babesiose. hepato-esplenomegalia. e discreto grau de anemia hemolítica. e é transmitida pelo mosquito Phlebotomus. Colômbia e Equador. falciparum. Bartonelose: é uma doença caracterizada caracterizada por anemia hemolítica febril de grau acentuado. e raríssima no Brasil. mal mialgia. e ocasionalmente é transmitida ao homem. em dois eritrócitos que estão se rompendo (hemólise). mal-estar. da mesma forma como se procede na malária. e ocorre com maior freqüência entre os habitantes da cordilheira dos Antes: Peru. 48 . O diagnóstico laboratorial laboratorial é feito no sangue periférico. pela presença de formas aneladas semelhantes a halteres nos eritrócitos. Esta infecção é freqüente no continente africano. muitas vezes letal.
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