3. CONTRASTE IODADO(1)

March 20, 2018 | Author: Roni Rodrigues | Category: Osmosis, Salt (Chemistry), Solution, Chemistry, Clinical Medicine


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CONTRASTEIODADO HISTÓRIA  Início em meados de1900 com a descoberta de que o iodeto de sódio IV era excretado pela urina. O iodo puro é muito tóxico, mas descobriu-se que ligando-o a um anel de piridina, sua toxicidade diminuía muito. Em 1929 surgiu o Uroselectan, um meio de contraste iodado hidrossolúvel, obtendo-se o primeiro urograma bem sucedido. Em 1931 ligou-se o iodo a piridina, criando dois novos meios de contraste melhorados (Dione e Neoiopax, com dois átomos de iodo na molécula e mais solúveis em água, pois acrescentou-se cadeias laterais ao anel central). Após anos, substituiu-se o anel de piridina por um anel de benzeno, criando meios de contraste que serviram como base para os atuais.     CARACTERÍSTICAS  Os meios de contraste iodados são substâncias radiodensas capazes de melhorar a especificidade das imagens obtidas em exames radiológicos, pois permitem a diferenciação de estruturas e patologias vascularizadas das demais, contrastando-as ou causando defeito de enchimento. A estrutura básica dos meios de contraste iodados atuais é formada por um anel benzênico ao qual foram agregados átomos de iodo e grupamentos complementares, onde estão ácidos e substitutos orgânicos, que influenciam diretamente na sua toxicidade e excreção.  Pouco lipossolúveis.PROPRIEDADES  Hidrofílicos.     . Não possuem ação farmacológica importante. Podem ser administrados por várias vias. Não tem muita afinidade com proteínas e receptores celulares. CONCENTRAÇÃO DO MEIO DE CONTRASTE  Indica a quantidade de iodo no produto. Solução de meio de contraste a 60% contém 60g de sal tri-iodado em 100ml de solução.  .   Meio de contraste mais denso tem mais iodo e contrasta mais. Contraste com 282mg/ml tem em cada ml de solução 282mg de iodo.DENSIDADE  Nº de átomos de iodo por mililitro de solução.  . O iodo é a parte contrastante do meio de contraste. Sais de sódio muito concentrados são agressivos. Quanto mais viscoso. A viscosidade é menor quanto maior for a temperatura (por isso que se deve aquecer gradativamente os meios de contraste não iônicos à temperatura corporal antes de sua administração: 37°C). é melhor um menos viscoso para fluir melhor). maior é a força necessária para injetar a substância através da agulha (menos viscoso pode usar agulha mais fina) e menor a velocidade de diluição pelo sangue (nos maiores vasos é melhor ser mais viscoso. mas os de meglumina muito concentrados são muito viscosos (a solução foi misturar para criar meio de contraste com altas concentrações de iodo e viscosidade aceitáveis). Sais de meglumina são mais viscosos que o de sódio.VISCOSIDADE  Relativa à fluidez do líquido. Maior concentração de iodo (densidade) leva a maior viscosidade.     . para demorar mais para diluir no sangue. e nos vasos menores. logo não aumentam a osmolaridade do plasma. Se houver desequilíbrio. como quando o meio de contraste é injetado e aumenta a concentração do líquido extracelular. Meios de contraste de baixa osmolalidade: Iônicos novos e Não iônicos (não dissociam-se em íons. O número de partículas em solução (concentração) no líquido intracelular e no extracelular deve ser igual. por isso são mais seguros em relação às reações alérgicas). Meios de contraste de alta osmolalidade: Iônicos (dissociam-se em íons. Pressão osmótica normal nos líquidos intra e extra-celular é 300mOsm/l. o     . aumentando a osmolalidade do plasma).OSMOLALIDADE o Osmolalidade: concentração molecular de todas as partículas sólidas por quilo de água. para restabelecer o equilíbrio. Osmolaridade: concentração de partículas dissolvidas por litro de solução. há uma pressão osmótica que força a passagem de água intracelular para o extracelular. Uma solução hipertônica em relação ao plasma tem osmolalidade (concentração) maior que 300mOsm/l.CONCLUSÃO  Uma solução isotônica em relação ao plasma tem osmolalidade (concentração) igual a 300mOsm/l.   . Uma solução hipotônica em relação ao plasma tem osmolalidade (concentração) menor que 300mOsm/l. resultantes da reação entre um ácido com anel benzênico e uma base que pode conter sódio ou meglumina. Foi substituído o sódio pela meglumina para dar mais conforto ao paciente em exames mais dolorosos e seguros. mas são muito agressivos.   . separam-se os íons negativos e positivos. Os sais com sódio foram os primeiros. São compostos muito solúveis em água que podem ser utilizados via IV. sendo constituídos uma parte eletricamente negativa (ânion – anel benzênico tri-iodado) e outra eletricamente positiva (cátion – sódio ou meglumina).1) MEIOS DE CONTRASTE IODADOS IÔNICOS DE ALTA OSMOLALIDADE  São sais tri-iodados. Quando dissolvidos em água. opacificando muito bem o sistema urinário.   Estes sais têm caráter iônico. COMPOSIÇÃO DOS MEIOS DE CONTRASTE IÔNICOS DE ALTA OSMOLALIDADE  Sal de sódio (alta concentração de iodo) Sal de meglumina (conforto)   Ambos os sais (alta concentração de iodo com conforto) . 2) MEIOS DE CONTRASTE IÔNICOS E NÃO IÔNICOS DE BAIXA OSMOLALIDADE   SÃO MAIS SEGUROS E MAIS CAROS. e os não iônicos são todos de baixa osmolalidade.   . quanto mais próxima a osmolalidade de um meio de contraste estiver do plasma. aumenta a possibilidade de reações adversas. Quanto maior a diferença de osmolalidade. pois leva a água a se deslocar através das membranas celulares de dentro para fora das células para restabelecer o equilíbrio. Quando um agente aumenta a osmolalidade dos fluidos do corpo humano (300mOsm). maior será a pressão. portanto. menor será a pressão osmótica resultante e mais seguro será o meio de contraste. Os meios de contraste iônicos podem ser de alta ou baixa osmolalidade. Os meios de contraste não iônicos não se dissociam em íons quando dissolvidos em água. a metrizamida. Também foram desenvolvidos meios de contraste com dois anéis de benzeno.   .MEIOS DE CONTRASTE NÃO IÔNICOS  Em 1970 foi introduzida no meio de contraste iodado uma molécula não iônica. .RESUMO  Meios de contraste de alta osmolalidade tem maior número de partículas em solução e os de alta osmolalidade tem menor. mieloma múltiplo. retal. Não é administrado se a creatinina for maior que 1. devendo haver uma excelente função renal. desidratação e creatinina >1. utilizar Mucomyst 600mg VO 24h antes do exame até 72h depois e grande hidratação.5mg/dl são fatores de risco. Podem ser administrados por via oral.5. endovenosa e intratecal. O contraste também é nefrotóxico (nefropatia auto-limitada em até 2 semanas e permanente em 0. sem falência declarada. 95% ou mais do meio de contraste iodado injetado é eliminado pela urina.15%).       . O contraste endovenoso pode ser administrado em bolo (grandes doses em tempo curto) ou infusão por gotejamento. salvo casos especiais (diálise) e urgências Em casos de insufciência renal. salvo alergias. para proteção renal. Diabetes.CONSIDERAÇÕES  É importante lembrar que qualquer contraste é uma substância química. podendo causar complicações. Estabelecer procedimentos de informação do paciente. Ter previamente determinada a política no caso de complicações. Avaliar as alternativas de métodos de imagem que possam oferecer o mesmo diagnóstico ou ainda sejam superiores.CUIDADOS  Identificar os fatores de risco e benefício potencial de seu uso.     . Certificar-se da indicação precisa do meio de contraste. Via oral: ácidos iocetâmico. tiropanóico e iopanóico.  . cirúrgica. transhepática percutânea. diatrizoato.  Via IV: ioglicamato de meglumina e Iodipamida de meglumina. ametriodinato. ioxitalamato. ipodóico.VIAS DE ADMINISTRAÇÃO  Uro-angiográficos. iotalamato. metrizoato. endoscópica retrógrada: acetrizoato. Arteriografia.QUESTIONÁRIO 01.Como foi esta reação ao contraste iodado ? .Apresentou alguma reação (problema)? ( ) SIM ( ) NÃO 03 . Colangiografia Venosa ) ( ) SIM ( ) NÃO 02. Cateterismo Cardíaco. Tomografia Computadorizada com Contraste Venoso.Você já utilizou contraste iodado na veia? (Urografia Excretora. peixe ou outros frutos do mar? ( ) SIM ( ) NÃO 06.04.Você tem ou já teve chieira de peito (Bronquite asmática.Você tem alergia a alimentos como camarão.Você já fez uso de algum medicamento que "empolou" o corpo ou inchou os seus olhos (reação a medicamento / Edema de Quincke)? ( ) SIM ( ) NÃO .Você já apresentou placas vermelhas e elevadas na pele? Essas placas coçavam (Urticárias) ? ( ) SIM ( ) NÃO 07. Asma ) ? ( ) SIM TENHO ( ) SIM JÁ TIVE ( ) NÃO 05 . e em todas elas apresentou vômitos.Você tem alguém na família com alergia a algum tipo de medicamento (História familiar)? ( ) SIM ( ) NÃO 10. diarréia ou urticárias no corpo ? ( ) SIM ( ) NÃO Qual alimento ? .Você já comeu algum tipo de alimento. entupimento ou coceira no nariz ou.Você apresenta. repetidas vezes.Você tem feridas que são difíceis de sarar na parte de trás dos joelhos ou cotovelos (eczema ) ? ( ) SIM ( ) NÃO 09. então. com freqüência. crises de espirros (Rinite alérgica) ? ( ) SIM ( ) NÃO 11.08. Você tem alguma doença no coração.Você é portador de Mieloma Múltiplo ou Miastenia Gravis ? ( ) SIM ( ) NÃO 15. fígado ou rins ? ( ) SIM ( ) NÃO Qual ? . Glifage ou Metformina? ( ) SIM ( ) NÃO 14 .Você é diabético ? ( ) SIM ( ) NÃO Se for diabético.Você usa algum medicamento com o nome de Glucophage.12.Você tem "pressão alta"? ( ) SIM ( ) NÃO 16. Glucoformin. qual o medicamento usado ? 13 . Você usa regularmente algum medicamento? ( ) SIM ( ) NÃO Qual ? 18 .17.Você tem algum comentário ou informação que julga importante ? ( ) SIM ( ) NÃO Qual ? . que piora com o contraste. Diabético em uso de metformina pode resultar em acidose lática fatal (suspender 3 dias antes). asma.  Mieloma múltiplo: hiperproteinemia e excesso de cálcio.  . diabetes.CASOS ESPECIAIS  Alergias. tendem a causar insuficiência renal. doenças cardíacas. aconselha-se utilizar corticóides e anti-histamínicos como profilaxia e administrar contraste não iônico. reação prévia ao contraste. dentre outros. REAÇÕES ADVERSAS .   .CAUSAS  Efeitos fisiológicos: estão relacionados à osmolaridade. Reações anafilactóides: alérgicas. Reações vagais: podem resultar do medo e da ansiedade do paciente. quimiotaxidade e dose utilizada. 1% para contrastes iônicos e 0.REAÇÕES ADVERSAS . Incidência de 0. Incidência de 5 a 30%. pois apresenta maior morbiletalidade. edema pulmonar. Incidência 0.000.02% para não iônicos. e requer hospitalização.    . Fatais: As causas mais comuns de óbitos incluem colapso cardiorespiratório.5 a 2% com iônicos e ¼ disto para não iônicos. Severa (grave): necessita atendimento imediato. Óbito tem incidência 1/40. coma. Moderada: clinicamente mais evidente do que a reação leve requer observação cuidadosa e freqüentemente tratamento medicamentoso. broncoespasmo intratável e obstrução da via aérea (edema de glote). sendo necessária apenas observação.000 a 1/100.GRAVIDADE  Leve: geralmente não requer tratamento medicamentoso (autolimitada). Pode ter como precursoras reações leves/ moderadas. Reações adversas leves: Náusea/vômito Calor Alteração do paladar Prurido Sudorese/leve palidez Exantema Cefaléia discreta Tontura Ansiedade Rubor Calafrios Tremores Congestão nasal Espirros Inchaços em olhos e boca . Reações adversas moderadas Vômitos intensos  Edema facial Hipertensão Hipotensão Laringoespasmo Rigidez Dispnéia – sibilos Cefaléia intensa : Dor tórax e abdome Urticária intensa Broncoespasmo Mudança na freqüência Cardíaca . Reações adversas graves: Inconsciência Arritmias com repercussão clínica Convulsão Parada cardiorespiratória Edema agudo de pulmão Colapso vascular severo . quadro clínico semelhante ao resfriado comum por iodo ou mesmo problemas cardíacos como insuficiência e arritmias. A grande maioria delas é imediata ou ocorre nos primeiros 5 a 20 minutos após a administração do agente.REAÇÕES ADVERSAS . Reações tardias: ocorrem após o paciente deixar o serviço de radiologia. de modo que sintomas e sinais variados podem se manifestar. tais como trombose venosa e necrose de pele.TEMPO  Reações adversas agudas: são aquelas que ocorrem no período que o paciente está em observação no serviço de radiologia.  . . sialografia. uretrocistografia. etc. angiografia.EXAMES  Urografia.TC. dacriocistografia. histerossalpingografia.
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