2015 Extensivo Tour Dermatologia

March 21, 2018 | Author: Happy | Category: Tuberculosis, Immunology, Medical Specialties, Biology, Earth & Life Sciences


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Atualização 2015 Alexandre Evaristo Zeni Rodrigues . Especialista em Clínica Médica e em Dermatologia pela Faculdade de Medicina de Jundiaí (FMJ).AUTORIA E COLABORAÇÃO Alexandre Evaristo Zeni Rodrigues Graduado pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP). Professor assistente do Serviço de Dermatologia da Faculdade de Medicina da Universidade de Taubaté (UNITAU). sua preparação para residência médica também. ao passo que os casos clínicos e as questões são comentados a fim de oferecer a interpretação mais segura possível de cada resposta. depois de anos submetido a aulas teóricas e plantões em diversos blocos deve enfrentar uma maratona ainda maior: a escolha de uma especialização. Mas isso só é possível com o auxílio de um material didático prático. Os capítulos baseiam-se nos temas exigidos nas provas dos principais concursos do Brasil. pela área escolhida considerado um apai- xonado por desafios. Bons estudos! Direção Medcel A medicina evoluiu. seguida da conquista do ingresso em um centro e programa de Residência Médica de renome. bem estruturado e preparado por quem é especialista no assunto.APRESENTAÇÃO O estudante de Medicina. da qual fazem parte os 31 volumes da Coleção SIC Extensivo. foi desenvolvida nesse contexto. . e a Coleção SIC Principais Temas para Provas de Residência Médica 2015. . Da anatomia à fisiologia...................... 53 3........ Eczema seborreico ................... 36 9................................................................................... 60 4........................... 37 Capítulo 8 .......................................................................................................................................................................................... 89 Capítulo 10 ............................ 40 6............................. 27 3.......................................................... Resumo ........................ 65 4... 82 3...................................................... Eritemas figurados .......... Resumo ............... 66 5.................................... 79 1....................... Miíase ........ 67 6............... carbúnculos e abscessos ............................................................................................ Resumo ................................ Eritrodermias .... 41 Capítulo 4 ............... 32 7.............................. 84 4......... 73 5.... Eczema atópico ................ Esporotricose ........ Escabiose........ Manifestações cutâneas na dengue ..................... 31 6............... 79 2..................... Resumo .......................................... 39 5.................... Resumo .................. 43 2.......................................... 69 2.................... 93 ..................................... Cromomicose .. 74 6..................................................................................................... 37 2...................................... Hanseníase ......... Resumo ........... 27 1..................... Dermatofitoses .Doenças infectocontagiosas bacterianas agudas ..Doenças eczematosas................................ Eczema de contato ......................................................................................... Introdução... 71 4................... 62 Capítulo 2 ... 43 1........... 76 8.. 19 1........................................................ Sífilis congênita .................................................. Molusco contagioso ................................... 78 Capítulo 9 .......... 69 3.. Pitiríase rósea de Gilbert .......................reserial são e se do de................................................................... Pitiríase rubra pilar .................................... Introdução................................ 19 2........................ 59 3............. 51 Capítulo 5 .............. 24 4..................................... Introdução.......................................................................... 36 Capítulo 7 ............Doenças infectocontagiosas – protozoárias e parasitárias ................................................................. Introdução.............. Verrugas .....................Doenças inflamatórias .................. Doença mão–pé–boca ....................... 68 7................................................................................... Psoríase .............................................................................. 35 8................................. Parapsoríases .. Paracoccidioidomicose ............................................................................ Queloides .......... Lesões elementares ......................................................................... Eczema numular ....................................................................Doenças eritematodescamativas ............................... Resumo ........................................Dermatologia normal ...................................................................................... 91 2... 85 5................................ 21 3................................................................................... 49 4.... Síndrome estafilocócica da pele escaldada .............................. 63 Capítulo 3 ............................................................. Furúnculos...br ÍNDICE Capítulo 1 ............. 38 4........................................................................................................................... 63 2.......................................................................... 92 3............. Doenças papulopruriginosas .................... 68 1.............. 55 4. 87 7................... Pitiríase liquenoide ................................................. Doenças exantemáticas ...Doenças infectocontagiosas virais ........................................................................................................................ Micoses por leveduras ...................... Impetigo e ectima .......... Cicatrização normal ................ 27 2................................................................ 37 3..................... 75 7...................... 28 4................. Celulite ..... 25 5.. 46 3.... Sífilis ......Doenças infectocontagiosas bacterianas crônicas ................. 61 5...... Prurigo................. Fotoeczemas .................................................................. Resumo ......... Leishmaniose ...................... Herpes ..... 86 6.......................................... 26 Capítulo 6 ......................................... 53 2......... Introdução................ 31 5............Doenças infectocontagiosas fúngicas – micoses profundas .............. Resumo .......................... Introdução...................................... 63 3.............................................................. ça! egre m......... 91 1................ Eczema disidrótico ........... 53 1.. 69 1................. 40 7............ Nódulo dos ordenhadores .................... Erisipela ................................................Doenças infectocontagiosas fúngicas – micoses superficiais ........................... Pediculose .............. 57 1............................. Tungíase ................................................ 59 2................................................................ 59 1................ 141 Cap......... 8 ............................... Pré-malignos........ 165 ............... 202 Cap.. 3 ............................................................Doenças inflamatórias....Medicina interna ............ 134 3.................................................................. Penfigoides....................................Doenças eritematodescamativas...Tumores malignos.................... 109 2........... Eritema multiforme................... 143 QUESTÕES Cap.............. Doenças bolhosas................................ 224 Referências bibliográficas... Síndrome de Stevens-Johnson/NET............ 139 6. 7 ............ 161 Cap......... 11 ...................................Doenças infectocontagiosas fúngicas – micoses profundas................ 205 Cap..Tumores malignos............................... 201 Cap........................ 111 3............. 130 Capítulo 13 ....................Dermatologia normal.............................. 3 ............. Farmacodermias.. 122 7........Dermatologia normal.. 206 Cap.....Doenças infectocontagiosas fúngicas – micoses profundas......................... 113 5... Porfirias.............................. 221 Outros temas............. 12 ........... 170 Cap....................................................................... 1 .. 131 1............................................................... 5 ....Doenças infectocontagiosas bacterianas crônicas....................................................... Reações alérgicas e farmacodermias – lato sensu..Reações alérgicas e farmacodermias – lato sensu.......... 10 .................................... 189 Outros temas......... 115 2............Doenças infectocontagiosas bacterianas crônicas.. 203 Cap.............. 2 ....................................... 98 6............... 4 .....................Doenças infectocontagiosas fúngicas – micoses superficiais....... Pelagra.......................................................... 213 Cap.............................. 181 Cap.................................... Doenças de vasos e lesões ulceradas.............Medicina interna.................... 6 .... 164 Cap............................. ...............................Doenças inflamatórias.... 118 5............ 211 Cap........ Introdução......................Doenças infectocontagiosas – protozoárias e parasitárias.................. Reações alérgicas e farmacodermias – lato sensu..................Doenças infectocontagiosas virais.....227 Casos clínicos................................ 219 Cap............................... 10 .................... 216 Cap.......... 208 Cap..............Doenças eczematosas.......... Sarcoidose................... Resumo........ 115 3............................................................. Resumo....................... 121 6..................................................................Tumores malignos......................... Carcinoma basocelular..................................... 12 ......Medicina interna............................ 151 Cap... 152 Cap................................................................ 5 ................................................ 9 ........................................... Linfomas e leucemias.................................................... 112 4........................ .........................................Doenças infectocontagiosas virais............................................ 13 .................... 208 Cap............................. 94 5............ Doenças do colágeno...................................... 155 Cap... Amiloidoses.......... 158 Cap........ ..... 187 Cap..Doenças infectocontagiosas – protozoárias e parasitárias..................... 137 5..................................................................... 1 .............................. Resumo.......................... 115 1....................................................................................... 108 Capítulo 11 .............................................................. Carcinoma espinocelular............................... ..................... 171 Cap..... Melanoma cutâneo.....Doenças infectocontagiosas fúngicas – micoses superficiais.... 211 Cap.. 13 ...... 114 Capítulo 12 ................................ 6 .................... 7 ......................... 196 COMENTÁRIOS Cap.....Doenças eczematosas.................................4........... 4 .......................................................... 174 Cap..............................................Doenças infectocontagiosas bacterianas agudas............................ 131 2.......... 135 4.................................................................. 11 ....... 8 . 116 4.......... 100 7....... Urticárias............................................................Doenças eritematodescamativas....Doenças infectocontagiosas bacterianas agudas..... Resumo....... 9 ............................................................ 109 1. ... 2 ............. CAPÍTULO 1 DERMATOLOGIA Dermatologia normal Alexandre Evaristo Zeni Rodrigues 1.Espinhosa (logo acima da basal).Basal (mais profunda). . como a psoríase. é de 15 a 30 dias. gerando. por sua vez.Principais estruturas da pele a) Epiderme A epiderme é um epitélio escamoso pluriestratificado. as 4 camadas que a compõem. e são chamadas desmossomos (Figura 2). sendo o turnover celular epidérmico. por meio de divisões mitóticas. e a derme e o subcutâneo de origem mesodérmica (notar que o sistema nervoso central também tem origem ectodérmica. O tempo que uma célula leva a partir da formação na camada basal. Tabela 1 . . As células da camada basal ficam aderidas à derme por hemidesmossomos (Figura 2). ancoram os fila- 19 . Figura 1 .Camada basal: composta por células colunares ancoradas à membrana basal.Córnea (a mais externa/superficial). Em algumas doenças. B . daí a provável relação dos quadros dermatológicos com aspectos emocionais). formado basicamente por ceratinócitos que vão se maturando e diferenciando. esse turnover fica reduzido para 4 a 5 dias (doença hiperproliferativa).Histologia e fisiologia A pele divide-se em 3 camadas distintas. Estes.Introdução Longe de ser um tratado para esses 2 temas.Granulosa (penúltima). assim. sendo a epiderme de origem embrionária ectodérmica. Integrinas é o nome geral que se dá às moléculas de adesão entre os ceratinócitos que compõem os desmossomos. neste capítulo são consideradas informações relevantes que aparecem com maior frequência em questões de provas para Residência. responsáveis pela adesão entre os ceratinócitos.Camada espinhosa: recebe esse nome porque é nela que ficam mais evidentes as pontes intercelulares (como se fossem espinhos). .Camadas que compõem a epiderme . Da anatomia à fisiologia A . até chegar ao desprendimento final na camada córnea. A maturação das células epidérmicas consiste na transformação das células colunares da camada basal em células achatadas e ceratinizadas na córnea. que se encontram na zona da membrana basal (lâmina lúcida). . . de Pacini e de Ruffini . ocorrem bolhas como no pênfigo e na epidermólise bolhosa. nenhuma produção. e os de Krause. diferentes pares de ceratina são produzidos conforme as células se diferenciam em direção à superfície: ceratinas 5 e 14 são expressas na camada basal. Todos os Melanócitos humanos têm o mesmo número de melanócitos. pela pressão. são ceratinócitos modificados que assumem atividades neurossensoriais táteis.Padrão estrutural “em tijolos e cimento” da epiderme . fibras musculares do folículo piloso e neurônios que interagem com receptores sensoriais (os de Meissner.Camada córnea: nesta. onde produzem a melanina e a distribuem para cerca de 30 ceratinócitos. sendo apresentadoras de antígenos para os linfócitos T.Mecanismos de adesão dos ceratinócitos . grânulos lipídicos cobrem as membranas celulares. composto sobretudo de colágeno (maior parte tipo I). além disso. elastina e glicosaminoglicanos. que suporta a última camada da epiderme. Figura 2 . pelo tecido conectivo amorfo (colágeno e fibras elásticas). e tudo isso confere uma capacidade de 98% de retenção de água. desenvolvendo importante papel em quadros alérgicos e na imunidade celular. a corneificação.Partes da derme Papilar É a porção mais superficial. e 1 e 10. responsáveis por parte do manto lipídico da pele (Figura 3). que se apresenta como “dedos” (papilas) que invadem a epiderme.Receptores sensoriais na pele: destacam-se os de Meissner. Reticular Possui poucas células e é composta. Células de Merkel Residem na camada basal. uma importante função cutânea. figuras celulares (mastócitos. O substrato para a elaboração da melanina é a tirosina. Figura 3 . Quando essas aderências são quebradas. que são estruturas proteicas (ceratinas). Essas fibras colágenas e elásticas oferecem proteção mecânica de barreira e mantêm a coesão da epiderme.Camada granulosa: a granulosa é denominada dessa forma porque nela são mais visíveis os grânulos de cerato-hialina que serão liberados envolvendo as células epidérmicas e gerando. na epiderme. basicamente.Figuras celulares importantes na epiderme Derivadas da crista neural e residentes na camada basal. ao passo que os albinos. Tabela 3 . Também se encontram no citoplasma dessas células os grânulos lamelares. os de Pacini. assim. responsáveis pelo tato. Observações: ainda fazem parte da derme as estruturas vasculares (capilares que formam o plexo profundo junto à hipoderme e o superficial na derme papilar). b) Derme A derme é um tecido conectivo denso. Outra destacada função que acontece na epiderme é a conversão da vitamina D pela luz solar. as células ficam fortemente ligadas por pontes de sulfeto e cerato-hialina. pelo frio – Figura 4). Tabela 2 .mentos intermediários. os de Ruffini. 20 Figura 4 . na camada espinhosa. porém os afrodescendentes têm maior produção de melanina. Nela estão a lâmina basal. pela sensação térmica de calor. Células de Langerhans Derivam de monócitos oriundos da medula óssea que residem na camada espinhosa. macrófagos e fibroblastos) e estruturas sensoriais. que fazem uma parede celular estável de quitina e são capazes de se reproduzirem sexuada e assexuadamente. métodos diagnósticos e tratamento Classicamente. portanto.Introdução O grupo de fungos conhecidos como dermatófitos é formado por elementos hialinos micelianos que têm grande afinidade pela ceratina e. 2.Tinha de corpo. As faixas etárias de acometimento dependem da apresentação clínica. face e barba: caracterizadas por placas eritematodescamativas com bordas elevadas e bem delimitadas e clareamento central.Trichophyton rubrum. que podem ser por meio de fungos antropofílicos (inter-humano). Geofílicos Microsporum gypseum Zoofílicos . Tabela 1 . HIV e transplantados. zoofílicos (animais domésticos) e geofílicos (solo contaminado).Microsporum gallinae. uma área frequentemente acometida é a região inguinal. as infecções por dermatófitos são denominadas “tinhas”. D .CAPÍTULO 5 DERMATOLOGIA Doenças infectocontagiosas fúngicas – micoses superficiais Alexandre Evaristo Zeni Rodrigues 1.. . Epidermophyton sp.Microsporum canis. Estados de imunossupressão. elas são capazes de propagar a infecção na epiderme e em seus anexos. causam aumento da incidência. devido à umidade e maceração local.Dermatófitos classificados quanto ao modo de transmissão Antropofílicos . têm-se as seguintes variantes clínicas: . Dermatofitoses A . e Microsporum sp. B . saprófitas. No corpo. Alguns fatores no sangue do hospedeiro protegem contra a infecção: transferrina e alfa-2-macroglobulina.Quadro clínico. Introdução Os fungos são seres anaeróbios. Não são capazes de levar a quadros sistêmicos por disseminação. em alguns casos de tinha da barba. devido à presença de enzimas que digerem a ceratina. Das micoses superficiais. como diabetes mellitus. Os gêneros englobados nesse grupo são Trichophyton sp. os achados podem simular foliculite. C . A imunidade celular Th1 é muito importante no controle dos fungos.Trichophyton sp. . com aspecto de lesão anular. as mais importantes e que serão abordadas neste capítulo são as dermatofitoses e as micoses por leveduras (candidíase e pitiríase versicolor). formando colônias. nesse caso.Epidemiologia A transmissão ocorre por contato com fontes contaminadas. o diagnósti- 53 .Fisiopatologia Não é necessária a porta de entrada para haver contágio por esses fungos. Os fungos patogênicos podem levar a quadros infecciosos que podem ser classificados em superficiais e profundos. sendo as manifestações clínicas dependentes da localização em questão. Assim. infectam a epiderme e seus anexos (unhas e pelos). Para o diagnóstico. como M. o exame micológico direto (raspagem da lesão para análise em microscopia após a clarificação com hidróxido de potássio) é rápido e tem boa acurácia. Desses. A tinha favosa é a mais grave de todas.Tinha do couro cabeludo: forma Kerion com placa de alopecia apresentando intensa inflamação e crostas por infecção . audoinii. canis e M. pode ter manifestações mais brandas. Os adultos podem ser tratados com itraconazol e terbinafina por 2 a 4 semanas. • Tinha favosa: T. canis e T.Tinha do couro cabeludo (Tinea capitis): muito frequente em crianças e rara em adultos e idosos.co diferencial é com o eritrasma. Antifúngicos orais são indicados na maioria dos casos. O T. O exame micológico direto em hidróxido de potássio dos pelos pode dar o diagnóstico. O . dependendo da melhora clínica. 54 Figura 4 . ou uma variante mais inflamatória e exuberante. e é causada pelo T. rubrum e o T. O diagnóstico diferencial em crianças é feito com a psoríase e a pseudotinha amiantácea (placas descamativas presentes em atópicos). Figura 1 . schoenleinii. com placas descamativas com alopecia e cotos pilosos. A lâmpada de Wood (luz negra) provoca fluorescência verde-azulada em infecções por M. a griseofulvina é o padrão-ouro para crianças.Tinha dos pés: popularmente chamada de frieira. O diagnóstico diferencial é feito com eczemas e psoríase. isoconazol etc. mentagrophytes são os agentes mais envolvidos. audoinii. ou com espessamento e fissuras plantares. com progressão para a região dorsal do pé (padrão “mocassim”) ou com quadros vesicobolhosos agudos e pruriginosos. tem diferentes apresentações: pode manifestar-se apenas com descamação e maceração interdigitais. tonsurans e M. pois pode cursar com alopecia cicatricial irreversível.Tinha do corpo: placas eritematosas e descamativas com bordas elevadas e tendência de cura no centro . O acometimento de 2 pés e 1 mão é altamente sugestivo (síndrome dos 2 pés e 1 mão). denominada tinha tonsurante.) nos casos mais localizados e com medicações sistêmicas (terbinafina ou itraconazol) nos disseminados. e a cultura leva ao agente causador: • Tinha tonsurante: T. causado por uma corinebactéria. • Kerion celsi: M. Nos adultos. chamada Kerion celsi.Tinha do couro cabeludo: forma tonsurante com placa de alopecia apresentando descamação simples Figura 2 . violaceum. e o tratamento pode ser feito apenas com cremes de imidazólicos (cetoconazol. schoenleinii. deve-se diferenciar da psoríase e da dermatite seborreica. canis). com altas taxas de cura e menos efeitos colaterais.Tinha da face: placas eritematosas e descamativas com aspecto anular na região mentoniana Figura 3 . normalmente associada a fungos zoofílicos e geofílicos (menos adaptados à pele humana. CASOS CLÍNICOS . Apresentou. Ao exame dermatológico. branca. N. natural de Minas Gerais e procedente de Rondônia há 30 anos. a) Quais são o provável diagnóstico e o agente envolvido? b) Cite 1 exame ambulatorial inicial para confirmação do quadro. divorciada. trabalhadora au- tônoma (vendas). 146 c) Qual é a principal complicação que pode surgir? d) Qual é o tratamento indicado? . algumas confluentes em base eritematosa que acompanha um dermátomo na região toracodorsal no hemicorpo à esquerda. refratária a analgesia. no local da dor. Observam-se algumas lesões com superfície coberta por crostas melicéricas. Nega demais alterações sistêmicas. episódios de febre não aferida. observaram-se lesões vesiculares múltiplas. nesse período.CASOS CLÍNICOS MEDCEL 2.C. surgiu vermelhidão e que há 1 dia apareceram “bolinhas” nessa mesma área (Figura). vem ao consultório com queixa de fraqueza generalizada há 1 semana. Relata que há 3 dias.. 57 anos.A. com presença de dor localizada na região toracodorsal esquerda de intensidade 7 em 10. Para verificar a histologia das lesões cutâneas é realizado o esfregaço de Tzanck. devemos pesquisar BAAR no escarro. b) O diagnóstico é basicamente clínico. celulite. Mas o diagnóstico definitivo só é obtido pelo isolamento do vírus em cultura de células inoculadas com o líquido de vesícula. na realidade. d) Micoses profundas (paracoccidioidomicose. e) Pesquisa de Bacilo Álcool-Ácido-Resistente (BAAR) e fungos no escarro. o que indica a possibilidade de reinfecção em paciente previamente imunizado. As micoses profundas devem sempre fazer parte do diagnóstico diferencial da tuberculose. infecta o homem na infância. causando a varicela. A infecção é mais comum em adultos e idosos. neste. principalmente nos casos com essa pesquisa no escarro negativa e história clínica sugestiva. O tratamento deve ser orientado para tuberculose com rifampicina 600mg/d nos primeiros 6 meses. e. tecido infectado ou por identificação direta dos antígenos ou do ácido nucleico do VZV. Entretanto. que é o caso dessa paciente. que podem produzir impetigo. temos vesículas sobre base eritematosa. .Proteína purificada derivada. sarcoidose. Em virtude da possibilidade de micoses profundas no diagnóstico diferencial. que é. sendo importante achar o fungo no exame direto. Cerca de 30% dos pacientes com tuberculose podem cursar com eritema nodoso. o mais provável é que seja herpes-zóster (sendo o agente o vírus varicela herpes-zóster – VZV ou HHV-3). Como características. suspeita-se de eritema nodoso como manifestação de doença sistêmica (tuberculose. profundos. No caso de suspeita clínica importante.DERMATOLOGIA Caso 1 a) Nódulos eritematosos contusiformes. geralmente por Staphylococcus ou Streptococcus. A maioria dos casos não tem etiologia definida. nos quais se deve sempre investigar imunossupressão. pela maior prevalência de tuberculose pulmonar. lavado broncoalveolar com pesquisa de fungos e micobactéria. mas também é encontrada em adolescentes e adultos jovens. devemos sempre questionar sobre o uso de medicações e infecções estreptocócicas prévias. Em nosso meio. seguindo um nervo (distribuição dermatômica). 147 CASOS CLÍNICOS RESPOSTAS . também pode surgir após o contato com doentes de varicela ou até mesmo com outro doente de zóster. c) A complicação mais frequente é a infecção secundária bacteriana das vesículas. A inflamação da pele desencadeia sinais nociceptivos. Entretanto. Cerca de 50% dos casos são idiopáticos. é comum eritema nodoso pós-infecção estreptocócica. furúnculo. como no Brasil há alta prevalência dessa micobactéria. isoniazida e pirazinamida por 2 meses + rifampicina e isoniazida por 4 meses. b) Sindromicamente. a anamnese descarta as 2 possibilidades. Cerca de 53% dos casos acometem a região toracodorsal. O VZV. Mas muitas pessoas confundem como sendo a mais frequente (anterior) com a neuralgia pós-herpética. acometendo 8 a 15% dos casos de herpes-zóster. Caso 2 a) Nesse caso clínico. porém. assim que descartamos as demais possibilidades em um paciente com adenomegalia hilar bilateral tipicamente associada a sintomatologia pulmonar. onde poderá ficar em latência por toda a vida. associados a exames direcionados para a suspeita. a complicação mais severa.Biópsia da lesão cutânea. . Sendo este o meio mais frequente de desenvolvimento da doença. erupção unilateral que raramente ultrapassa a linha mediana. O eritema nodoso é o diagnóstico etiológico. em geral. nos membros inferiores. Após a fase de disseminação hematogênica. A sarcoidose constitui diagnóstico de exclusão. O diagnóstico da causa do eritema nodoso depende da história clínica e do exame físico. líquido espinal. temos síndrome de paniculite. Outro exame complementar importante é o lavado broncoalveolar com pesquisa de BAAR. erisipela e até gangrena. a partir da análise da história clínica e das lesões. c) . micose profunda). que amplificam a dor cutânea.Raio x de tórax. em que o dano ao nervo periférico e aos neurônios do gânglio dispara sinais aferentes de dor. a tuberculose pode afetar qualquer órgão. pois a paciente apresenta quadro típico dessa patologia (dores nevrálgicas antecedendo as lesões cutâneas). até que diversos estímulos imunossupressores façam que o vírus seja reativado e desenvolva quadro patológico de herpes-zóster. bem como pelo uso de anticoncepcionais orais. f) Esquema I: rifampicina. O quadro cutâneo melhora conforme o controle do quadro infeccioso. surgindo gradualmente entre 2 e 4 dias. . É também possível uma criança adquirir varicela por contato de doente com zóster. devemos sempre pensar nessa possibilidade diagnóstica. Ambas cursam com comprometimento do estado geral e sintomatologia pulmonar semelhante. atinge a pele e caminha pelos nervos periféricos até os gânglios nervosos. histoplasmose) e sarcoidose.Hemograma com contagem de plaquetas. associada a isoniazida 400mg/d por 6 meses e pirazinamida 2g/d nos 2 primeiros meses. sangue. Entretanto. a pesquisa de fungos tanto no escarro como no lavado broncoalveolar também se faz necessária. QUESTÕES . com vesículas de 1 a 2mm com conteúdo claro. IV. com 15 dias de evolução 176 IV . III. II. medicações ou exposição a produtos químicos. III. pruriginosa.UFSC . com 5 dias de evolução II . protoparasitologia. localizadas predominantemente no dorso dos pés e das mãos e na face extensora dos membros. IV. II. pruriginosa. V b) II. Correlacione as descrições de pele às respectivas doenças e enumere a 1ª coluna de acordo com a sua correspondência: I . localizada no cotovelo esquerdo.UFRN 151. I. achatadas. com 2cm. I c) III. no membro superior esquerdo. com 1 a 5mm de tamanho. localizada no canto direito da boca com 3 dias de evolução ( ) Tinea corporis ( ) Herpes-simples ( ) Psoríase vulgar ( ) Líquen plano ( ) Dermatite de contato aguda Assinale a numeração correta: a) IV.UNICAMP . em lateral do pescoço à esquerda. I e) I. caracterizado por lesões eritematopapulobolhosas simétricas. de 5cm. com estrias brancas de entremeio.CLÍNICA MÉDICA 150. com crosta prateada e sinal de Koebner.Placa eritematosa. com cerca de 6mm. complemento sérico C3/C4 e hemograma  Tenho domínio do assunto  Refazer essa questão  Reler o comentário  Encontrei dificuldade para responder 2013 . eritematodescamativa. Qual é o diagnóstico clínico e quais exames devem obrigatoriamente ser solicitados? a) dermatite atópica. Não há relação com consumo de determinados alimentos. drenagem de secreção serosa. III. em virtude do alto risco de infecção secundária.Pápulas eritematovioláceas. sendo iniciado tratamento empírico  Tenho domínio do assunto  Refazer essa questão  Reler o comentário  Encontrei dificuldade para responder 2013 . IgE. IgE total e hemograma b) urticária aguda. observamos acometimento mucocutâneo no pênfigo vulgar. Refere que o prurido é muito intenso e que responde parcialmente à hidroxizina. pruriginosas.Placa eritematosa com vesículas pequenas agrupadas em cacho no interior. V  Tenho domínio do assunto  Refazer essa questão  Reler o comentário  Encontrei dificuldade para responder 2013 . II. polimorfas. TSH e T4 livre d) urticária crônica. pruriginosas. localizadas na face flexora dos punhos. hemograma e IgE c) urticária crônica. I. V. Assinale a alternativa correta com relação às doenças bolhosas da pele: a) o descolamento da camada mais superficial da epiderme após a fricção (sinal de Nikolsky) é o achado patognomônico de pênfigo vulgar b) habitualmente. de 30 anos. presente há 2 semanas V . assintomática. com bordos circinados. II. é uma das características do penfigoide bolhoso d) o pênfigo vulgar habitualmente é uma manifestação paraneoplásica e) a biópsia das lesões bolhosas. Uma mulher. III.Placa anular. V. IV d) IV. enquanto no pênfigo foliáceo as mucosas são menos acometidas c) a acantólise (perda de coesão entre as células da epiderme).CLÍNICA MÉDICA 149. Esse quadro é sugestivo de: a) eritema multiforme b) eritema anular centrífugo c) urticária policíclica d) eritema migratório necrolítico  Tenho domínio do assunto  Refazer essa questão  Reler o comentário  Encontrei dificuldade para responder . hemograma.Placa ovalada. V. quando da suspeita de pênfigo.CLÍNICA MÉDICA 148. não está indicada na fase aguda.UFPR . de 1cm de tamanho.QUESTÕES Quais são o diagnóstico e a conduta adotada nesse caso? a) paroníquia aguda – cantoplastia b) paroníquia crônica – prescrever antibiótico c) paroníquia aguda – drenagem e curativo d) unha encravada – cantoplastia e) unha encravada – prescrever antibiótico e calor local  Tenho domínio do assunto  Refazer essa questão  Reler o comentário  Encontrei dificuldade para responder 2013 . Uma mulher de 36 anos tem lesões papulares e placas pruriginosas e migratórias que acometem o tronco e os membros e que se iniciaram há 3 meses. queixa de ardência local. apresenta quadro cutâneo de início abrupto. que leva à formação de bolhas superficiais. eritematodescamativas. IgE. com 3 anos de evolução III . COMENTÁRIOS . teremos poucas lesões (não ocorre disseminação) e poucos bacilos (baciloscopia negativa) e o teste de Mitsuda. Gabarito = B Questão 24. Gabarito = B Questão 31. e pode acelerar o tempo de cicatrização se começado nas primeiras 24 horas. Pleurodinia. Gabarito = D Questão 28. A síndrome mão– pé–boca tem aumento de incidência no fim do verão e da primavera. e como mostra polimorfismo. mais comum nos idosos. o S. Outra complicação é a neuralgia pós-herpética.). Para mononucleose. O penfigoide bolhoso raramente acomete as mucosas. já que sua linhagem Th1 é mais predominante. Sarampo cursa com quadros gripais catarrais. Não é ceratose seborreica. Gabarito = A Questão 22. em que houve evolução para partes mais profundas com formação de abscessos. O zóster tem um acometimento em dermátomo. causado por um poxvírus. Sempre os agentes mais frequentes são os cocos Gram positivos (estafilococo e estreptococo). sendo frequente nas mucosas oral e ocular. como o paciente é diabético e tem algum grau de imunossupressão. envoplaquinas. chamada também doença de Bornholm. Gabarito = B DOENÇAS INFECTOCONTAGIOSAS BACTERIANAS AGUDAS Questão 30. e os antígenos envolvidos são o BP-180 e BP-230. nos imunossuprimidos. A varicela é causada pelo herpes tipo III (o tipo I causa o herpes-simples). A forma clássica manifesta-se com verrugas planas e tem herança autossômica recessiva. Ambos são mais frequentes nos idosos. mas não sendo recorrente num mesmo dermátomo. que mostra uma boa imunidade celular. entre eles coxsackie A16 ou enterovírus 71. dermatite atópica cursa com placas eczematosas. exceto a recorrência periódica numa mesma área (“d”). e pode estar associada a diversos vírus. tal quadro caracterizado por pápulas umbilicadas assintomáticas é altamente sugestivo de molusco contagioso. Gabarito = E Questão 27. Gabarito = A Questão 25. A correta é a alternativa “a”. é uma infecção relacionada ao vírus do coxsackie que causa espasmos dolorosos nos músculos da caixa torácica e do abdome superior e pode fazer diferencial com o zóster sine herpete (neuralgia pelo herpes-zóster). pois o molusco contagioso. com lesões papulovesiculosas altamente pruriginosas. Consequentemente. Todo paciente tuberculoide é capaz de montar uma boa resposta contra o bacilo. iniciando-se no seguimento de cabeça e pescoço com disseminação centrípeta e adenomegalia retroauricular. Roseola infantum tem um exantema mais fugaz e menos disseminado. Melanose pustulosa é um quadro de hiperpigmentação (manchas). porém as manchas puntiformes na mucosa oral dão sinais de sarampo (manchas de Köplik). faltaram as hepato e esplenomegalias. uma borreliose. mas não tem vesículas. A doença de Lyme. Numa criança hígida. notalgia parestésica percorre com prurido e disestesia. O teste de Tzanck dá o diagnóstico de infecção pelo herpes-vírus. fanciclovir e outros. Gabarito = B 203 COMENTÁRIOS Questão 20. não é herdada (é adquirida). O herpes-simples faz diferencial com o zóster na forma localizada (este último se diferencia. mas não diferencia os subtipos. e neurite e celulite seriam uma associação pouco provável. está a favor de rubéola. Nesse caso. A vacina é eficaz nos adultos e pode prevenir complicações como pneumonia viral e encefalite herpética. impetigo se apresenta com lesões crostosas melicéricas. será positivo. Todas as demais são aproveitáveis para o seu aprendizado. O herpes-vírus 3 é exclusivo de humanos. filamentos intermediários etc. Sua primoinfecção é a varicela. A doença exantemática em adolescente. Já o penfigoide paraneoplásico é bem mais dramático. O enunciado descreve um quadro de celulite que evoluiu com abscesso de partes moles. e a recorrência é o zóster (lesões vesiculosas em distribuição de dermátomo).DERMATOLOGIA Questão 21. Gabarito = B Questão 26. e estrófulo. Todas as características relacionadas nas alternativas de “a” a “e” são comuns às infecções herpéticas. aureus torna-se mais provável. Impetigo e dermatite venenata não cursam com dor importante. pois raramente é recorrente). que é uma peculiaridade das infecções pelos herpes-vírus 1 e 2 (herpes-simples). Gabarito = A Questão 23. o que é raro na prática. O quadro é típico de herpes-zóster cursando com neuralgia. descobriu-se que pode estar associado a diversos antígenos proteicos da pele (desmogleínas. na forma aguda cursa com o eritema figurado localizado e artrite. febre alta e manchas de Köplik. Gabarito = D Questão 29. Também pela própria agressividade do quadro. A criança apresenta um quadro infeccioso agudo que lembra IVAS. não está associada a HPV 6 e 11 e. Gabarito = A . com a quebra da barreira cutânea devido à xerose do inverno acaba tendo maior facilidade de penetração na pele. O tratamento é feito com antivirais como aciclovir.
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