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March 22, 2018 | Author: thiago23fla | Category: Pronoun, Adverb, Word, Grammatical Tense, Noun


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LÍNGUA PORTUGUESATRIBUNAL DE JUSTIÇA DO RIO DE JANEIRO Cargo: Técnico de Atividade Judiciária LÍNGUA PORTUGUESA LOJA DO CONCURSEIRO - 2 PROGRAMA: Gêneros textuais: descrição, narração, dissertação expositiva e argumentativa. Tipos textuais: informativo, publicitário, didático, instrucional e preditivo. Marcas de textualidade: coesão, coerência e intertextualidade. Morfologia, sintaxe e semântica: conceitos e funções textuais. Linguagem figurada. Norma culta. Ortografia. Acentuação gráfica. Formação de palavras. Reescritura de frases. TIPOS TEXTUAIS Basicamente existem três tipos de texto: Texto narrativo; Texto descritivo; Texto dissertativo. Cada um desses textos possui características próprias de construção. DESCRIÇÃO Descrever é explicar com palavras o que se viu e se observou. A descrição é estática, sem movimento, desprovida de ação. Na descrição o ser, o objeto ou ambiente são importantes, ocupando lugar de destaque na frase o substantivo e o adjetivo. O emissor capta e transmite a realidade através de seus sentidos, fazendo uso de recursos linguísticos, tal que o receptor a identifique. A caracterização é indispensável, por isso existe uma grande quantidade de adjetivos no texto. Há duas descrições: Descrição denotativa Descrição conotativa. DESCRIÇÃO DENOTATIVA Quando a linguagem representativa do objeto é objetiva, direta sem metáforas ou outras figuras literárias, chamamos de descrição denotativa. Na descrição denotativa as palavras são utilizadas no seu sentido real, único de acordo com a definição do dicionário. Exemplo: Saímos do campus universitário às 14 horas com destino ao agreste pernambucano. À esquerda fica a reitoria e alguns pontos comerciais. À direita o término da construção de um novo centro tecnológico. Seguiremos pela BR-232 onde encontraremos várias formas de relevo e vegetação. No início da viagem observamos uma típica agricultura de subsistência bem à margem da BR-232. Isso provavelmente facilitará o transporte desse cultivo a um grande centro de distribuição de alimentos a CEAGEPE. DESCRIÇÃO CONOTATIVA Em tal descrição as palavras são tomadas em sentido figurado, ricas em polivalência. Exemplo: João estava tão gordo que as pernas da cadeira estavam bambas do peso que carregava. Era notório o sofrimento daquele pobre objeto. Hoje o sol amanheceu sorridente; brilhava incansável, no céu alegre, leve e repleto de nuvens brancas. Os pássaros felizes cantarolavam pelo ar. NARRAÇÃO Narrar é falar sobre os fatos. É contar. Consiste na elaboração de um texto inserindo episódios, acontecimentos. A narração difere da descrição. A primeira é totalmente dinâmica, enquanto a segunda é estática e sem movimento. Os verbos são predominantes num texto narrativo. O indispensável da ficção é a narrativa, respondendo os seus elementos a uma série de perguntas: Quem participa nos acontecimentos? (personagens); O que acontece? (enredo); Onde e como acontece? (ambiente e situação dos fatos). LÍNGUA PORTUGUESA TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO RIO DE JANEIRO Cargo: Técnico de Atividade Judiciária LÍNGUA PORTUGUESA LOJA DO CONCURSEIRO - 3 Fazemos um texto narrativo com base em alguns elementos: O quê? - Fato narrado; Quem? – personagem principal e o anti- herói; Como? – o modo que os fatos aconteceram; Quando? – o tempo dos acontecimentos; Onde? – local onde se desenrolou o acontecimento; Por quê? – a razão, motivo do fato; Por isso: - a consequência dos fatos. No texto narrativo, o fato é o ponto central da ação, sendo o verbo o elemento principal. É importante só uma ação centralizadora para envolver as personagens. Deve haver um centro de conflito, um núcleo do enredo. A seguir um exemplo de texto narrativo: Toda a gente tinha achado estranha a maneira como o Capitão Rodrigo Camborá entrara na vida de Santa Fé. Um dia chegou a cavalo, vindo ninguém sabia de onde, com o chapéu de barbicacho puxado para a nuca, a bela cabeça de macho altivamente erguida e aquele seu olhar de gavião que irritava e ao mesmo tempo fascinava as pessoas. Devia andar lá pelo meio da casa dos trinta, montava num alazão, trazia bombachas claras, botas com chilenas de prata e o busto musculoso apertado num dólmã militar azul, com gola vermelha e botões de metal. (Um certo capitão Rodrigo – Érico Veríssimo) A relação verbal emissor – receptor efetiva- se por intermédio do que chamamos discurso. A narrativa se vale de tal recurso, efetivando o ponto de vista ou foco narrativo. Quando o narrador participa dos acontecimentos diz-se que é narrador-personagem. Isto constitui o foco narrativo da 1ª pessoa. Exemplo: Parei para conversar com o meu compadre que há muito não falava. Eu notei uma tristeza no seu olhar e perguntei: - Compadre por que tanta tristeza? Ele me respondeu: - Compadre minha senhora morreu há pouco tempo. Por isso, estou tão triste. Há tanto tempo sem nos falarmos e justamente num momento tão triste nos encontramos. Terá sido o destino? Já o narrador-observador é aquele que serve de intermediário entre o fato e o leitor. É o foco narrativo de 3ª pessoa. Exemplo: O jogo estava empatado e os torcedores pulavam e torciam sem parar. Os minutos finais eram decisivos, ambos precisavam da vitória, quando de repente o juiz apitou uma penalidade máxima. O técnico chamou Neco para bater o pênalti, já que ele era considerado o melhor batedor do time. Neco dirigiu-se até a marca do pênalti e bateu com grande perfeição. O goleiro não teve chance. O estádio quase veio abaixo de tanta alegria da torcida. Aos quarenta e sete minutos do segundo tempo o juiz finalmente apontou para o centro do campo e encerrou a partida. Há ainda outros tipos de textos:  O Texto Injuntivo, também chamado prescritivo, não é só uma ordem. Pode ser também uma sugestão, conselho, alerta, pedido, convite, instrução, súplica, dependendo do contexto e do tom, mas sempre objetivará que o receptor/leitor/ouvinte, realize ou não o que o emissor/falante está "prescrevendo", indicando. Veja alguns exemplos: - Cuidado com o cão! Afaste-se! - Se preferir, acrescente coco ralado à mistura. - Dobre a primeira à direita e depois siga em frente até o final da rua. - Venha para a minha festa de aniversário. Estou aguardando. - Pode esfriar à noite. Leve mais este casaco. - Certifique-se de que a peça foi colocada TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO RIO DE JANEIRO Cargo: Técnico de Atividade Judiciária LÍNGUA PORTUGUESA LOJA DO CONCURSEIRO - 4  O Texto expositivo apresenta informações sobre um objeto ou fato específico, sua descrição, a enumeração de suas características. Esse deve permitir que o leitor identifique, claramente, o tema central do texto. Um fato importante é a apresentação de bastante informação, caso se trate de algo novo esse se faz imprescindível. Quando se trata de temas polêmicos a apresentação de argumentos se faz necessário para que o autor informe aos leitores sobre as possibilidades de análise do assunto. O texto expositivo deve ser abrangente, deve permitir que seja compreendido por diferentes tipos de pessoas.  A fábula é uma narrativa figurada, na qual as personagens são geralmente animais que possuem características humanas. Pode ser escrita em prosa ou em verso e é sustentada sempre por uma lição de moral, constatada na conclusão da história. A fábula está presente em nosso meio há muito tempo e, desde então, é utilizada com fins educacionais. Muitos provérbios populares vieram da moral contida nesta narrativa alegórica, como por exemplo: “A pressa é inimiga da perfeição” em “A lebre e a tartaruga” e “Um amigo na hora da necessidade é um amigo de verdade” em “A cigarra e as formigas”. Portanto, sempre que redigir uma fábula lembre-se de ter um ensinamento em mente. Além disso, o diálogo deve estar presente, uma vez que trata-se de uma narrativa. Por ser exposta também oralmente, a fábula apresenta diversas versões de uma mesma história e, por este motivo, dá-se ênfase em um princípio ou outro, dependendo da intenção do escritor ou interlocutor. É um gênero textual muito versátil, pois permite diversas situações e maneiras de se explorar um assunto. É interessante, principalmente para as crianças, pois permite que elas sejam instruídas dentro de preceitos morais sem que percebam. E outra motivação que o escritor pode ter ao escolher a fábula na aula, no vestibular ou em um concurso que tenha essa modalidade de escrita como opção é que é divertida de se escrever. Pode-se utilizar da ironia, da sátira, da emoção, etc. Lembrando- se sempre de escolher personagens inanimados e/ou animais e uma moral que norteará todo o enredo.  A Crônica é uma reflexão sobre o acontecido. A crônica é um gênero que tem relação com a ideia de tempo e consiste no registro de fatos do cotidiano em linguagem literária, conotativa. A origem da palavra crônica é grega, vem de chronos (tempo), é por isso que uma das características desse tipo de texto é o caráter contemporâneo. A crônica difere da notícia, e da reportagem porque, embora utilizando o jornal ou a revista como meio de comunicação, não tem por finalidade principal informar o destinatário, mas refletir sobre o acontecido. Desta finalidade resulta que, neste tipo de texto, podemos ler a visão subjetiva do cronista sobre o universo narrado. Assim, o foco narrativo situa-se invariavelmente na 1ª pessoa. Poeta do quotidiano, como alguém chamou ao cronista dos nossos dias, apresenta um discurso que se move entre a reportagem e a literatura, entre o oral e o literário, entre a narração impessoal dos acontecimentos e a força da imaginação. Diálogo e monólogo; diálogo com o leitor, monólogo com o sujeito da enunciação. A subjetividade percorre todo o discurso. A crônica não morre depressa, como acontece com a notícia, mas morre, e aqui se afasta irremediavelmente do texto literário, embora se vista, por vezes, das suas roupagens, como a metáfora, a ambiguidade, a antítese, a conotação, etc. A sua estrutura assemelha-se à de um conto, apresentando uma introdução, um desenvolvimento e uma conclusão. TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO RIO DE JANEIRO Cargo: Técnico de Atividade Judiciária LÍNGUA PORTUGUESA LOJA DO CONCURSEIRO - 5 Discurso Os personagens que participam da história evidentemente falam. É o que se conhece como discurso, que pode ser: 1) Direto O narrador apresenta a fala do personagem, integra, palavra por palavra. Geralmente se usam dois pontos e travessão. Ex.: o funcionário disse ao patrão: - Espero voltar no final do expediente. Rui perguntou ao amigo: - Posso chegar mais tarde? 2) Indireto O narrador incorpora à sua fala a fala do personagem. O sentido é o mesmo do discurso direto, porém é utilizada uma conjunção integrante (que ou se) para fazer a ligação. Ex.: O funcionário disse ao patrão que esperava voltar no final do expediente. Rui perguntou ao amigo se poderia chegar mais tarde. Obs.: O conhecimento desse assunto é muito importante para as questões que envolvem as paráfrases. Cuidado, pois, com o sentido. Procure ver se está sendo respeitada a correlação entre os tempos verbais e entre determinados pronomes. Abaixo, outro exemplo, bem elucidativo. Minha colega me afirmou: - Estarei aqui, se você precisar de mim. Minha colega me afirmou que estaria lá se eu precisasse dela. O sentido é, rigorosamente, o mesmo. Foi necessário fazer inúmeras adaptações. 3) Indireto livre É praticamente uma fusão dos dois anteriores. Percebe-se a fala do personagem, porém sem os recursos do discurso direto (dois pontos e travessão) nem do discurso indireto (conjunções que ou se). Ex.: Ele caminhava preocupado pela avenida deserta. Será que vai chover, logo hoje, com todos esses compromissos!? GÊNEROS TEXTUAIS Os Gêneros textuais são as estruturas com que se compõem os textos, sejam eles orais ou escritos. Essas estruturas são socialmente reconhecidas, pois se mantêm sempre muito parecidas, com características comuns, procuram atingir intenções comunicativas semelhantes e ocorrem em situações específicas. Pode- se dizer que se tratam das variadas formas de linguagem que circulam em nossa sociedade, sejam eles formais ou informais. Cada gênero textual tem seu estilo próprio, podendo então, ser identificado e diferenciado dos demais através de suas características. Exemplos: Carta: quando se trata de "carta aberta" ou "carta ao leitor", tende a ser do tipo dissertativo-argumentativo com uma linguagem formal, em que se escreve à sociedade ou a leitores. Quando se trata de "carta pessoal", a presença de aspectos narrativos ou descritivos e uma linguagem pessoal é mais comum. Propaganda: é um gênero textual dissertativo- expositivo onde há a o intuito de propagar informações sobre algo, buscando sempre atingir e influenciar o leitor apresentando, na maioria das vezes, mensagens que despertam as emoções e a sensibilidade do mesmo. Bula de remédio: é um gênero textual descritivo, dissertativo-expositivo e injuntivo que tem por obrigação fornecer as informações necessárias para o correto uso do medicamento. Receita: é um gênero textual descritivo e injuntivo que tem por objetivo informar a fórmula para preparar tal comida, descrevendo os ingredientes e o preparo destes, além disso, com verbos no imperativo, dado o sentido de ordem, para que o leitor siga corretamente as instruções. TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO RIO DE JANEIRO Cargo: Técnico de Atividade Judiciária LÍNGUA PORTUGUESA LOJA DO CONCURSEIRO - 6 Tutorial: é um gênero injuntivo que consiste num guia que tem por finalidade explicar ao leitor, passo a passo e de maneira simplificada, como fazer algo. Editorial: é um gênero textual dissertativo- argumentativo que expressa o posicionamento da empresa sobre determinado assunto, sem a obrigação da presença da objetividade. Notícia: podemos perfeitamente identificar características narrativas, o fato ocorrido que se deu em um determinado momento e em um determinado lugar, envolvendo determinadas personagens. Características do lugar, bem como dos personagens envolvidos são, muitas vezes, minuciosamente descritos. Reportagem: é um gênero textual jornalístico de caráter dissertativo-expositivo. A reportagem tem, por objetivo, informar e levar os fatos ao leitor de uma maneira clara, com linguagem direta. Entrevista: é um gênero textual fundamentalmente dialogal, representado pela conversação de duas ou mais pessoas, o entrevistador e o(s) entrevistado(s), para obter informações sobre ou do entrevistado, ou de algum outro assunto. Geralmente envolve também aspectos dissertativo-expositivos, especialmente quando se trata de entrevista a imprensa ou entrevista jornalística. Mas pode também envolver aspectos narrativos, como na entrevista de emprego, ou aspectos descritivos, como na entrevista médica. História em quadrinhos: é um gênero narrativo que consiste em enredos contados em pequenos quadros através de diálogos diretos entre seus personagens, gerando uma espécie de conversação. Charge: é um gênero textual narrativo onde se faz uma espécie de ilustração cômica, através de caricaturas, com o objetivo de realizar uma sátira, crítica ou comentário sobre algum acontecimento atual, em sua grande maioria. Poema: trabalho elaborado e estruturado em versos. Além dos versos, pode ser estruturado em estrofes. Rimas e métrica também podem fazer parte de sua composição. Pode ou não ser poético. Dependendo de sua estrutura, pode receber classificações específicas, como haicai, soneto, epopeia, poema figurado, dramático, etc. Em geral, a presença de aspectos narrativos e descritivos são mais frequentes neste gênero. Poesia: é o conteúdo capaz de transmitir emoções por meio de uma linguagem, ou seja, tudo o que toca e comove pode ser considerado como poético (até mesmo uma peça ou um filme podem ser assim considerados). Um subgênero é a prosa poética, marcada pela tipologia dialogal. COESÃO E COERÊNCIA. CONECTORES Coesão e coerência O texto é um conjunto harmônico de elementos, associados entre si por processos de coordenação ou subordinação. Os fonemas (sons da fala), representados graficamente pelas letras, se unem constituindo as palavras. Estas, por sua vez, ligam-se para formar as orações, que passam a se agrupar constituindo os períodos. A reunião de períodos dá origem aos parágrafos. Estes também se unem, e temos então o conjunto final, que é o texto. No meio de tudo isso, há certos elementos que permitem que o texto seja inteligível, com suas partes devidamente relacionadas. Se a ligação entre as partes do texto não for bem feita, o sentido lógico será prejudicado. Observe atentamente o trecho seguinte. Levantamos muito cedo. Fazia frio e a água havia congelado nas torneiras. Até os animais, acostumados com baixas temperaturas, permaneciam, preguiçosamente, em suas tocas. Apesar disso, deixamos de fazer nossa caminhada matinal com as crianças. O trecho é composto por vários períodos, agrupados em dois segmentos distintos. No primeiro, fala-se do frio intenso e suas consequências; no segundo, a decisão de não fazer a caminhada matinal. O que aparece para fazer a ligação entre esses dois segmentos? A locução apesar disso. Ora, esse termo tem valor concessivo, liga duas coisas contraditórias, opostas; mas o que segue a ele é uma consequência do frio que fazia naquela manhã. Dessa forma, no lugar de apesar disso, deveríamos usar por isso, por causa disso, em virtude disso etc. Conclui-se o seguinte: as partes do texto não estavam devidamente ligadas. Diz-se então que faltou coesão textual. TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO RIO DE JANEIRO Cargo: Técnico de Atividade Judiciária LÍNGUA PORTUGUESA LOJA DO CONCURSEIRO - 7 Consequentemente, o trecho ficou sem coerência, isto é, sem sentido lógico. Resumindo, podemos dizer que a coesão é a ligação, a união entre partes de um texto; coerência é o sentido lógico, o nexo. Elementos conectores Qualquer vínculo estabelecido entre as palavras, as orações, os períodos ou os parágrafos podemos chamar de coesão. Toda palavra ou expressão que se refere a coisas passadas no texto, ou mesmo às que ainda virão, são elementos conectores. Os termos a que eles se referem podem ser chamados de referentes. Eis os conectores mais importantes: 1) Pronomes pessoais, retos ou oblíquos Ex.: Meu filho está na escola. Ele tem uma prova hoje. Ele = meu filho (referente) Carlos trouxe o memorando e o entregou ao chefe. o = memorando (referente) 2) Pronomes possessivos Ex.: Pedro, chegou a sua maior oportunidade. Sua = Pedro (de Pedro) 3) Pronomes demonstrativos Os demonstrativos estão entre os mais importantes conectores da língua portuguesa. Frequentemente se criam questões de interpretação ou compreensão com base em seu emprego. Veja os casos seguintes. a) O filho está demorando, e isso preocupa a mãe. Isso = O filho está demorando. b) Isto preocupa a mãe: o filho está demorando. Isto = o filho está demorando. Isso (esse, esses, essa, essas) é usado para fazer referência a coisas ou fatos já citados no texto. Isto (este, estes, esta, estas) refere-se a coisas ou fatos que ainda serão citados no texto. c) O homem e a mulher estavam sorrindo. Aquele porque foi promovido; esta por ter recebido um presente. Aquele = homem esta = mulher Temos aqui uma situação especial de coesão: evitar a repetição de termos por meio do emprego de este (estes, esta, estas) e aquele (aqueles, aquela, aquelas). Não se usa, aqui, o pronome esse (esses, essa, essas). Com relação ao exemplo, a palavra aquele refere-se ao termo mais afastado (homem), enquanto esta, ao mais próximo (mulher). 4) Pronomes indefinidos Ex.: Naquela época, os homens, as mulheres, as crianças, todos acreditavam na vitória. todos = homens, mulheres, crianças 5) Pronomes relativos Ex.: Havia ali pessoas que me ajudavam. (que= as quais) que = pessoas No caso do pronome relativo, o seu referente costuma ser chamado de antecedente. 6) Pronomes interrogativos Ex.: Quem será responsabilizado? O rapaz do almoxarifado, por não ter conferido os materiais. Quem = rapaz do almoxarifado 7) Substantivos Ex.: José e Helena chegaram de férias. Crianças ainda, não entendem o que aconteceu com o professor. Crianças = José e Helena 8) Advérbios Ex.: A faculdade ensinou-o a viver. Lá se tornou um homem. Lá = faculdade TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO RIO DE JANEIRO Cargo: Técnico de Atividade Judiciária LÍNGUA PORTUGUESA LOJA DO CONCURSEIRO - 8 9) Preposições: ligam palavras dentro de uma mesma oração. Em casos excepcionais, ligam duas orações. Elas não possuem referentes no texto, simplesmente estabelecem vínculos. Ex.: Preciso de ajuda. Morreu de frio. Nas duas frases, a preposição liga um verbo a um substantivo. Na primeira, em que introduz um objeto indireto (complemento verbal com preposição exigida pelo verbo), ela é destituída de significado. Diz-se que tem apenas valor relacional. Na segunda, em que introduz adjunto adverbial, ela possui valor semântico ou nocional, uma vez que a expressão que ela inicia tem um valor de causa. Veja, a seguir, os principais valores semânticos das preposições. • De causa :Perdemos tudo com a seca. • De matéria: Trouxe copos de papel. • De assunto: Falavam de política. • De fim ou finalidade: Vivia para o estudo. • De meio: Falaram por telefone. • De instrumento: Feriu-se com a tesoura. • De condição: Ele não vive sem feijão. • De posse: Achei o livro de André. • De modo: Agiu com tranquilidade. • De tempo: Retomaram de manhã. • De companhia: Passeou com a irmã. • De afirmação: Irei com certeza. • De lugar : Ele veio de casa MORFOLOGIA DEFINIÇÃO Em linguística, Morfologia é o estudo da estrutura, da formação e da classificação das palavras. A peculiaridade da morfologia é estudar as palavras olhando para elas isoladamente e não dentro da sua participação na frase ou período. A morfologia está agrupada em dez classes, denominadas classes de palavras ou classes gramaticais. São elas: Substantivo, Artigo, Adjetivo, Numeral, Pronome, Verbo, Advérbio, Preposição, Conjunção e Interjeição. SUBSTANTIVO Tudo o que existe é ser e cada ser tem um nome. Substantivo é a classe gramatical de palavras variáveis, as quais denominam os seres. Além de objetos, pessoas e fenômenos, os substantivos também nomeiam: -lugares: Alemanha, Porto Alegre... -sentimentos: raiva, amor... -estados: alegria, tristeza... -qualidades: honestidade, sinceridade... -ações: corrida, pescaria... Morfossintaxe do substantivo Nas orações de língua portuguesa, o substantivo em geral exerce funções diretamente relacionadas com o verbo: atua como núcleo do sujeito, dos complementos verbais (objeto direto ou indireto) e do agente da passiva. Pode ainda funcionar como núcleo do complemento nominal ou do aposto, como núcleo do predicativo do sujeito ou do objeto ou como núcleo do vocativo. Também encontramos substantivos como núcleos de adjuntos adnominais e de adjuntos adverbiais - quando essas funções são desempenhadas por grupos de palavras. Você sabia que a palavra substantivo também pode ser um adjetivo? Reproduzimos a seguir o verbete substantivo, do Dicionário de usos do português do Brasil, de Francisco S. Borba. Observe que as quatro primeiras acepções se referem à palavra em sua atuação como adjetivo. Substantivo Adj [Qualificador de nome não animado] 1- que tem substância ou essência: destacava-se entre os homens hábeis daquele país o hábito de fazer uma conversa prosseguir horas a fio, sem que a proposta substantiva ganhasse clara configuração (REP); se olham as coisas não pelos resultados substantivos(VEJ); 2- essencial; profundo: eu te amo por você mesma, de um modo substantivo e positivo(LC) 3- fundamental; essencial: o submarino foi um elemento adjetivo na I Guerra Mundial e substantivo na II Guerra (VEJ) 4- que equivale a um substantivo, ou que o traz implícito: onde é que está a ideia substantiva no meio desses adjetivos?(CNT) . Nm 5- palavra que por si só designa a substância, ou seja, um ser real ou metafísico; palavra com que se nomeiam os seres, atos ou conceitos; nome: Há-kodesh é na TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO RIO DE JANEIRO Cargo: Técnico de Atividade Judiciária LÍNGUA PORTUGUESA LOJA DO CONCURSEIRO - 9 origem um substantivo feminino (VEJ); Planctus era um particípio passado e não um substantivo (ACM) ARTIGO Artigo é a palavra que, vindo antes de um substantivo, indica se ele está sendo empregado de maneira definida ou indefinida. Além disso, o artigo indica, ao mesmo tempo, o gênero e o número dos substantivos. Classificação dos Artigos Artigos Definidos: determinam os substantivos de maneira precisa: o, a, os, as. Por exemplo: Eu matei o animal. Artigos Indefinidos: determinam os substantivos de maneira vaga: um, uma, uns, umas. Por exemplo: Eu matei um animal. Combinação dos Artigos É muito presente a combinação dos artigos definidos e indefinidos com preposições. Este quadro apresenta a forma assumida por essas combinações: Preposições Artigos o, os a, as um, uns uma, umas a ao, aos à, às - - de do, dos da, das dum, duns duma, dumas em no, nos na, nas num, nuns numa, numas por (per) pelo, pelos pela, pelas - As formas pelo(s)/pela(s) resultam da combinação dos artigos definidos com a forma per, equivalente a por. Artigos, leitura e produção de textos O uso apropriado dos artigos definidos e indefinidos permite não apenas evitar problemas com o gênero e o número de determinados substantivos, mas principalmente explorar detalhes de significação bastante expressivos. Em geral, informações novas, nos textos, são introduzidas por pronomes indefinidos e, posteriormente, retomadas pelos definidos. Assim, o referente determinado pelo artigo definido passa a fazer parte de um conjunto argumentativo que mantém a coesão dos textos. Além disso, a sutileza de muitas modificações de significados transmitidas pelos artigos faz com que sejam frequentemente usados pelos escritores em seus textos literários. ADJETIVO Adjetivo é a palavra que expressa uma qualidade ou característica do ser e se "encaixa" diretamente ao lado de um substantivo. Ao analisarmos a palavra bondoso, por exemplo, percebemos que além de expressar uma qualidade, ela pode ser "encaixada diretamente" ao lado de um substantivo: homem bondoso, moça bondosa, pessoa bondosa. Já com a palavra bondade, embora expresse uma qualidade, não acontece o mesmo; não faz sentido dizer: homem bondade, moça bondade, pessoa bondade. Bondade, portanto, não é adjetivo, mas substantivo. Morfossintaxe do Adjetivo: O adjetivo exerce sempre funções sintáticas relativas aos substantivos, atuando como adjunto adnominal ou como predicativo (do sujeito ou do objeto). Classificação do Adjetivo Explicativo: exprime qualidade própria do ser. Por exemplo: neve fria. Restritivo: exprime qualidade que não é própria do ser. Por exemplo: fruta madura. Formação do Adjetivo Quanto à formação, o adjetivo pode ser: ADJETIVO SIMPLES Formado por um só radical. Por exemplo: brasileiro, escuro, magro, cômico. ADJETIVO COMPOSTO Formado por mais de um radical. Por exemplo: luso- brasileiro, castanho- escuro, amarelo- canário. ADJETIVO PRIMITIVO É aquele que dá origem a outros adjetivos. Por exemplo: belo, bom, feliz, puro. ADJETIVO DERIVADO É aquele que deriva de substantivos ou verbos. TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO RIO DE JANEIRO Cargo: Técnico de Atividade Judiciária LÍNGUA PORTUGUESA LOJA DO CONCURSEIRO - 10 NUMERAL Numeral é a palavra que indica os seres em termos numéricos, isto é, que atribui quantidade aos seres ou os situa em determinada sequência. Exemplos: Os quatro últimos ingressos foram vendidos há pouco. [quatro: numeral = atributo numérico de "ingresso"] Eu quero café duplo, e você? ...[duplo: numeral = atributo numérico de "café"] A primeira pessoa da fila pode entrar, por favor! ...[primeira: numeral = situa o ser "pessoa" na sequência de "fila"] Note bem: os numerais traduzem, em palavras, o que os números indicam em relação aos seres. Assim, quando a expressão é colocada em números (1, 1°, 1/3, etc.) não se trata de numerais, mas sim de algarismos. Além dos numerais mais conhecidos, já que refletem a ideia expressa pelos números, existem mais algumas palavras consideradas numerais porque denotam quantidade, proporção ou ordenação. São alguns exemplos: década, dúzia, par, ambos(as), novena. Classificação dos Numerais Cardinais: indicam contagem, medida. É o número básico. Por exemplo: um, dois, cem mil, etc. Ordinais: indicam a ordem ou lugar do ser numa série dada. Por exemplo: primeiro, segundo, centésimo, etc. Fracionários: indicam parte de um inteiro, ou seja, a divisão dos seres. Por exemplo: meio, terço, dois quintos, etc. Multiplicativos: expressam ideia de multiplicação dos seres, indicando quantas vezes a quantidade foi aumentada. Por exemplo: dobro, triplo, quíntuplo, etc. Leitura dos Numerais Separando os números em centenas, de trás para frente, obtêm-se conjuntos numéricos, em forma de centenas e, no início, também de dezenas ou unidades. Entre esses conjuntos usa-se vírgula; as unidades ligam-se pela conjunção e. Por exemplo: 1.203.726 = um milhão, duzentos e três mil, setecentos e vinte e seis. 45.520 = quarenta e cinco mil, quinhentos e vinte. FLEXÃO DOS NUMERAIS Os numerais cardinais que variam em gênero são um/uma, dois/duas e os que indicam centenas de duzentos/duzentas em diante: trezentos/trezentas; quatrocentos/quatrocentas, etc. Cardinais como milhão, bilhão, trilhão, etc. variam em número: milhões, bilhões, trilhões, etc. Os demais cardinais são invariáveis. Os numerais ordinais variam em gênero e número: primeiro segundo milésimo primeira segunda milésima primeiros segundos milésimos primeiras segundas milésimas PRONOME Pronome é a palavra que se usa em lugar do nome, ou a ele se refere, ou ainda, que acompanha o nome qualificando-o de alguma forma. Exemplos: A moça era mesmo bonita. Ela morava nos meus sonhos! [substituição do nome] A moça que morava nos meus sonhos era mesmo bonita! [referência ao nome] Essa moça morava nos meus sonhos! [qualificação do nome] Grande parte dos pronomes não possuem significados fixos, isto é, essas palavras só adquirem significação dentro de um contexto, o qual nos permite recuperar a referência exata daquilo que está sendo colocado por meio dos pronomes no ato da comunicação. Com exceção dos pronomes interrogativos e indefinidos, os demais pronomes têm por função principal apontar para as pessoas do discurso ou a elas se relacionar, indicando-lhes sua situação no tempo ou no espaço. Em virtude dessa característica, os pronomes apresentam uma forma específica para cada pessoa do discurso. TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO RIO DE JANEIRO Cargo: Técnico de Atividade Judiciária LÍNGUA PORTUGUESA LOJA DO CONCURSEIRO - 11 Exemplos: Minha carteira estava vazia quando eu fui assaltada. [minha/eu: pronomes de 1ª pessoa = aquele que fala] Tua carteira estava vazia quando tu foste assaltada? [tua/tu: pronomes de 2ª pessoa = aquele a quem se fala] A carteira dela estava vazia quando ela foi assaltada. [dela/ela: pronomes de 3ª pessoa = aquele de quem se fala] Em termos morfológicos, os pronomes são palavras variáveis em gênero (masculino ou feminino) e em número (singular ou plural). Assim, espera-se que a referência através do pronome seja coerente em termos de gênero e número (fenômeno da concordância) com o seu objeto, mesmo quando este se apresenta ausente no enunciado. Exemplos: [Fala-se de Roberta] Ele quer participar do desfile da nossa escola neste ano. [nossa: pronome que qualifica "escola" = concordância adequada] [neste: pronome que determina "ano" = concordância adequada] [ele: pronome que faz referência à "Roberta" = concordância inadequada] Existem seis tipos de pronomes: pessoais, possessivos, demonstrativos, indefinidos, relativos e interrogativos. VERBO Verbo é a classe de palavras que se flexiona em pessoa, número, tempo, modo e voz. Pode indicar, entre outros processos: ação (correr); estado (ficar); fenômeno (chover); ocorrência (nascer); desejo (querer). O que caracteriza o verbo são as suas flexões, e não os seus possíveis significados. Observe que palavras como corrida, chuva e nascimento têm conteúdo muito próximo ao de alguns verbos mencionados acima; não apresentam, porém, todas as possibilidades de flexão que esses verbos possuem. Estrutura das Formas Verbais Do ponto de vista estrutural, uma forma verbal pode apresentar os seguintes elementos: a) Radical: é a parte invariável, que expressa o significado essencial do verbo. Por exemplo: fal-ei; fal-ava; fal-am. (radical fal-) b) Tema: é o radical seguido da vogal temática que indica a conjugação a que pertence o verbo. Por exemplo: fala-r São três as conjugações: 1ª - Vogal Temática - A - (falar) 2ª - Vogal Temática - E - (vender) 3ª - Vogal Temática - I - (partir) c) Desinência modo-temporal: é o elemento que designa o tempo e o modo do verbo. Por exemplo: falávamos ( indica o pretérito imperfeito do indicativo.) falasse ( indica o pretérito imperfeito do subjuntivo.) d) Desinência número-pessoal: é o elemento que designa a pessoa do discurso ( 1ª, 2ª ou 3ª) e o número (singular ou plural). Por exemplo: falamos (indica a 1ª pessoa do plural.) falavam (indica a 3ª pessoa do plural.) TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO RIO DE JANEIRO Cargo: Técnico de Atividade Judiciária LÍNGUA PORTUGUESA LOJA DO CONCURSEIRO - 12 Observação: o verbo pôr, assim como seus derivados ( compor, repor, depor, etc.), pertencem à 2ª conjugação, pois a forma arcaica do verbo pôr era poer. A vogal "e", apesar de haver desaparecido do infinitivo, revela-se em algumas formas do verbo: põe, pões, põem, etc. Formas Rizotônicas e Arrizotônicas Ao combinarmos os conhecimentos sobre a estrutura dos verbos com o conceito de acentuação tônica, percebemos com facilidade que nas formas rizotônicas, o acento tônico cai no radical do verbo: opino, aprendam, nutro, por exemplo. Nas formas arrizotônicas, o acento tônico não cai no radical, mas sim na terminação verbal: opinei, aprenderão, nutriríamos. ADVÉRBIO Compare estes exemplos: O ônibus chegou. O ônibus chegou ontem. A palavra ontem acrescentou ao verbo chegou uma circunstância de tempo: ontem é um advérbio. Marcos jogou bem. Marcos jogou muito bem. A palavra muito intensificou o sentido do advérbio bem: muito, aqui, é um advérbio. A criança é linda. A criança é muito linda. A palavra muito intensificou a qualidade contida no adjetivo linda: muito, nessa frase, é um advérbio. Advérbio é uma palavra invariável que modifica o sentido do verbo, do adjetivo e do próprio advérbio. Às vezes, um advérbio pode se referir a uma oração inteira; nessa situação, normalmente transmitem a avaliação de quem fala ou escreve sobre o conteúdo da oração. Por exemplo: As providências tomadas foram infrutíferas, lamentavelmente. Quando modifica um verbo, o advérbio pode acrescentar várias ideias, tais como: Tempo: Ela chegou tarde. Lugar: Ele mora aqui. Modo: Eles agiram mal. Negação: Ela não saiu de casa. Dúvida: Talvez ele volte. Observações: - Os advérbios que se relacionam ao verbo são palavras que expressam circunstâncias do processo verbal, podendo assim, ser classificados como determinantes. Por exemplo: Ninguém manda aqui! mandar: verbo aqui: advérbio de lugar = determinante do verbo - Quando modifica um adjetivo, o advérbio acrescenta a ideia de intensidade. Por exemplo: O filme era muito bom. - Na linguagem jornalística e publicitária atuais, têm sido frequentes os advérbios associados a substantivos: Por exemplo: " Isso é simplesmente futebol" - disse o jogador. "Orgulhosamente Brasil" é o que diz a nova campanha publicitária ufanista. Flexão do Advérbio Outra característica dos advérbios se refere a sua organização morfológica. Os advérbios são palavras invariáveis, isto é, não apresentam variação em gênero e número. Alguns advérbios, porém, admitem a variação em grau. Observe: TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO RIO DE JANEIRO Cargo: Técnico de Atividade Judiciária LÍNGUA PORTUGUESA LOJA DO CONCURSEIRO - 13 Grau Comparativo Forma-se o comparativo do advérbio do mesmo modo que o comparativo do adjetivo: de igualdade: tão + advérbio + quanto (como) Por exemplo: Renato fala tão alto quanto João. de inferioridade: menos + advérbio + que (do que) Por exemplo: Renato fala menos alto do que João. de superioridade: Analítico: mais + advérbio + que (do que) Por exemplo: Renato fala mais alto do que João. Sintético: melhor ou pior que (do que) Por exemplo: Renato fala melhor que João. Grau Superlativo O superlativo pode ser analítico ou sintético: Analítico: acompanhado de outro advérbio. Por exemplo: Renato fala muito alto. muito = advérbio de intensidade alto = advérbio de modo Sintético: formado com sufixos. Por exemplo: Renato fala altíssimo. Obs.: as formas diminutivas (cedinho, pertinho, etc.) são comuns na língua popular. Observe: Maria mora pertinho daqui. (muito perto) A criança levantou cedinho. (muito cedo) PREPOSIÇÃO Preposição é a palavra que estabelece uma relação entre dois ou mais termos da oração. Essa relação é do tipo subordinativa, ou seja, entre os elementos ligados pela preposição não há sentido dissociado, separado, individualizado; ao contrário, o sentido da expressão é dependente da união de todos os elementos que a preposição vincula. Exemplos: Os amigos de João estranharam o seu modo de vestir. amigos de João / modo de vestir: elementos ligados por preposição de: preposição Ela esperou com entusiasmo aquele breve passeio. esperou com entusiasmo: elementos ligados por preposição com: preposição Esse tipo de relação é considerada uma conexão, em que os conectivos cumprem a função de ligar elementos. A preposição é um desses conectivos e se presta a ligar palavras entre si num processo de subordinação denominado regência. Diz-se regência devido ao fato de que, na relação estabelecida pelas preposições, o primeiro elemento – chamado antecedente – é o termo que rege, que impõe um regime; o segundo elemento, por sua vez – chamado consequente – é o termo regido, aquele que cumpre o regime estabelecido pelo antecedente. Exemplos: A hora das refeições é sagrada. hora das refeições: elementos ligados por preposição de + as = das: preposição hora: termo antecedente = rege a construção "das refeições" refeições: termo consequente = é regido pela construção "hora da" TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO RIO DE JANEIRO Cargo: Técnico de Atividade Judiciária LÍNGUA PORTUGUESA LOJA DO CONCURSEIRO - 14 Alguém passou por aqui. passou por aqui: elementos ligados por preposição por: preposição passou: termo antecedente = rege a construção "por aqui" aqui: termo consequente = é regido pela construção "passou por" As preposições são palavras invariáveis, pois não sofrem flexão de gênero, número ou variação em grau como os nomes, nem de pessoa, número, tempo, modo, aspecto e voz como os verbos. No entanto, em diversas situações as preposições se combinam a outras palavras da língua (fenômeno da contração) e, assim, estabelecem uma relação de concordância em gênero e número com essas palavras às quais se ligam. Mesmo assim, não se trata de uma variação própria da preposição, mas sim da palavra com a qual ela se funde. Por exemplo: de + o = do por + a = pela em + um = num As preposições podem introduzir: a) Complementos Verbais Por exemplo: Eu obedeço "aos meus pais". b) Complementos Nominais Por exemplo: Continuo obediente "aos meus pais". c) Locuções Adjetivas Por exemplo: É uma pessoa "de valor". d) Locuções Adverbiais Por exemplo: Tive de agir "com cautela". e) Orações Reduzidas Por exemplo: "Ao chegar", comentou sobre o fato ocorrido. CONJUNÇÃO Além da preposição, há outra palavra que, na frase, é usada como elemento de ligação: a conjunção. Por exemplo: A menina segurou a boneca e mostrou quando viu as amiguinhas. Deste exemplo podem ser retiradas três informações: segurou a boneca a menina mostrou viu as amiguinhas Cada informação está estruturada em torno de um verbo: segurou, mostrou, viu. Assim, há nessa frase três orações: 1ª oração: A menina segurou a boneca 2ª oração: e mostrou 3ª oração: quando viu as amiguinhas. A segunda oração liga-se à primeira por meio do "e", e a terceira oração liga-se à segunda por meio do "quando". As palavras "e" e "quando" ligam, portanto, orações. Observe: Gosto de natação e de futebol. Nessa frase as expressões de natação, de futebol são partes ou termos de uma mesma oração. Logo, a palavra "e" está ligando termos de uma mesma oração. Conjunção é a palavra invariável que liga duas orações ou dois termos semelhantes de uma mesma oração. TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO RIO DE JANEIRO Cargo: Técnico de Atividade Judiciária LÍNGUA PORTUGUESA LOJA DO CONCURSEIRO - 15 Morfossintaxe da Conjunção As conjunções, a exemplo das preposições, não exercem propriamente uma função sintática: são conectivos. INTERJEIÇÃO Interjeição é a palavra invariável que exprime emoções, sensações, estados de espírito, ou que procura agir sobre o interlocutor, levando-o a adotar certo comportamento sem que, para isso, seja necessário fazer uso de estruturas linguísticas mais elaboradas. Observe o exemplo: Droga! Preste atenção quando eu estou falando! No exemplo acima, o interlocutor está muito bravo. Toda sua raiva se traduz numa palavra: Droga! Ele poderia ter dito: - Estou com muita raiva de você! Mas usou simplesmente uma palavra. Ele empregou a interjeição Droga! As sentenças da língua costumam se organizar de forma lógica: há uma sintaxe que estrutura seus elementos e os distribui em posições adequadas a cada um deles. As interjeições, por outro lado, são uma espécie de "palavra-frase", ou seja, há uma ideia expressa por uma palavra (ou um conjunto de palavras - locução interjetiva) que poderia ser colocada em termos de uma sentença. Veja os exemplos: Bravo! Bis! bravo e bis: interjeição sentença (sugestão): "Foi muito bom! Repitam!" Ai! Ai! Ai! Machuquei meu pé... ai: interjeição sentença (sugestão): "Isso está doendo!" ou "Estou com dor!" A interjeição é um recurso da linguagem afetiva, em que não há uma ideia organizada de maneira lógica, como são as sentenças da língua, mas sim a manifestação de um suspiro, um estado da alma decorrente de uma situação particular, um momento ou um contexto específico. Exemplos: Ah, como eu queria voltar a ser criança! ah: expressão de um estado emotivo = interjeição Hum! Esse pudim estava maravilhoso! hum: expressão de um pensamento súbito = interjeição O significado das interjeições está vinculado à maneira como elas são proferidas. Desse modo, o tom da fala é que dita o sentido que a expressão vai adquirir em cada contexto de enunciação. Exemplos: Psiu! contexto: alguém pronunciando essa expressão na rua significado da interjeição (sugestão): "Estou te chamando! Ei, espere!" Psiu! contexto: alguém pronunciando essa expressão em um hospital significado da interjeição (sugestão): "Por favor, faça silêncio!" Puxa! Ganhei o maior prêmio do sorteio! puxa: interjeição tom da fala: euforia Puxa! Hoje não foi meu dia de sorte! puxa: interjeição tom da fala: decepção TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO RIO DE JANEIRO Cargo: Técnico de Atividade Judiciária LÍNGUA PORTUGUESA LOJA DO CONCURSEIRO - 16 As interjeições cumprem, normalmente, duas funções: a) Sintetizar uma frase exclamativa, exprimindo alegria, tristeza, dor, etc. Por exemplo: - Você faz o que no Brasil? -Eu? Eu negocio com madeiras. -Ah, deve ser muito interessante. b) Sintetizar uma frase apelativa Por exemplo: Cuidado! Saia da minha frente. As interjeições podem ser formadas por: a) simples sons vocálicos: Oh!, Ah!, Ó, Ô b) palavras: Oba!, Olá!, Claro! c) grupos de palavras (locuções interjetivas): Meu Deus!, Ora bolas! A ideia expressa pela interjeição depende muitas vezes da entonação com que é pronunciada; por isso, pode ocorrer que uma interjeição tenha mais de um sentido. Por exemplo: Oh! Que surpresa desagradável! (ideia de contrariedade) Oh! Que bom te encontrar. (ideia de alegria) Classificação das Interjeições Comumente, as interjeições expressam sentido de: Advertência: Cuidado!, Devagar!, Calma!, Sentido!, Atenção!, Olha!, Alerta! Afugentamento: Fora!, Passa!, Rua!, Xô! Alegria ou Satisfação: Oh!, Ah!,Eh!, Oba!, Viva! Alívio: Arre!, Uf!, Ufa! Ah! Animação ou Estímulo: Vamos!, Força!, Coragem!, Eia!, Ânimo!, Adiante!, Firme!, Toca! Aplauso ou Aprovação: Bravo!, Bis!, Apoiado!, Viva!, Boa! Concordância: Claro!, Sim!, Pois não!, Tá!, Hã-hã! Repulsa ou Desaprovação: Credo!, Irra!, Ih!, Livra!, Safa!, Fora!, Abaixo!, Francamente!, Xi!, Chega!, Basta!, Ora! Desejo ou Intenção: Oh!, Pudera!, Tomara!, Oxalá! Desculpa: Perdão! Dor ou Tristeza: Ai!, Ui!, Ai de mim!, Que pena!, Ah!, Oh!, Eh! Dúvida ou Incredulidade: Qual!, Qual o quê!, Hum!, Epa!, Ora! Espanto ou Admiração: Oh!, Ah!, Uai!, Puxa!, Céus!, Quê!, Caramba!, Opa!, Virgem!, Vixe!, Nossa!, Hem?!, Hein?, Cruz!, Putz! Impaciência ou Contrariedade: Hum!, Hem!, Irra!, Raios!, Diabo!, Puxa!, Pô!, Ora! Pedido de Auxílio: Socorro!, Aqui!, Piedade! Saudação, Chamamento ou Invocação: Salve!, Viva!, Adeus!, Olá!, Alô!, Ei!, Tchau!, Ô, Ó, Psiu!, Socorro!, Valha-me, Deus! Silêncio: Psiu!, Bico!, Silêncio! Terror ou Medo: Credo!, Cruzes!, Uh!, Ui!, Oh! Saiba que: As interjeições são palavras invariáveis, isto é, não sofrem variação em gênero, número e grau como os nomes, nem de número, pessoa, tempo, modo, aspecto e voz como os verbos. No entanto, em uso específico, algumas interjeições sofrem variação em grau. Deve-se ter claro, neste caso, que não se trata de um processo natural dessa classe de palavra, mas tão só uma variação que a linguagem afetiva permite. Exemplos: oizinho, bravíssimo, até loguinho. TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO RIO DE JANEIRO Cargo: Técnico de Atividade Judiciária LÍNGUA PORTUGUESA LOJA DO CONCURSEIRO - 17 V A R I Á V E I S N Ã O - E X P R E S S O SINTAXE TERMOS DA ORAÇÃO  SUJEITO É o termo ao qual o verbo se refere e com que deve concordar. TIPOS DE SUJEITO 1. INEXISTENTE: com verbos impessoais. 2. SIMPLES: um único núcleo. Núcleo: palavra fundamental Uma grande mesa de mármore sumiu. 3. COMPOSTO: mais de um núcleo. O pai da noiva e o noivo choravam. 4. OCULTO/ELÍPTICO/DESINENCIAL Fomos à feira. (nós) Desce daí. (tu) 5. INDETERMINADO:  Verbo na 3ª pessoa do plural, sem sujeito expresso ou subentendido. (Tocaram a campainha)  Verbo na 3ª pessoa do singular (menos o VTD/VTDI) com o índice de indeterminação do sujeito SE. (Vive-se pouco. Aqui se trabalha.) PREDICAÇÃO DO VERBO OS VERBOS PODEM SER: NÃO-NOCIONAIS Verbo auxiliar (só tem função sintática) Verbo de ligação NOCIONAIS (DE AÇÃO) Verbo intransitivo Verbo transitivo direto Verbo transitivo indireto Verbo transitivo direto e indireto DE LIGAÇÃO: liga sujeito a predicativo (característica do sujeito). Ser, estar, ficar e sinônimos. Predicativo: exprime estado ou qualidade. Eu fiquei triste. Mauro anda cansado. Ela continua séria. INTRANSITIVO: não pede complemento substantivo (mas pode pedir complemento adverbial). A menina cresceu. A cidade dormia. Moro em Belém. TRANSITIVO: pede complemento substantivo. Conhecia Paris. O livro pertence a mim.  DIRETO: não exige preposição. Complemento: O.D. Carlos encontrou um troféu. Descobri a fórmula.  INDIRETO: exige preposição. Complemento: O.I. Preposições: a, ante, após, até, com, contra, de, desde, em, entre, para, per, perante, por, sem, sob, sobre e trás. Acredita em nós. A vitória dependia de sorte.  DIRETO e INDIRETO: complementos: O.D. e O.I. Devo favores a papai. Ofereci comida ao mendigo. E X P R E S S O TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO RIO DE JANEIRO Cargo: Técnico de Atividade Judiciária LÍNGUA PORTUGUESA LOJA DO CONCURSEIRO - 18 T E R M O S Q U E S E R E F E R E M A N O M E T E R M O S Q U E S E R E F E R E M A V E R B O SINTAXE DA ORAÇÃO 1. SUJEITO(substantivo) termo essencial 2. OBJETO DIRETO  (substantivo) completa sentido de VTD sem preposição, não ocorre na voz passiva. (O.D. se transforma em sujeito na VOZ PASSIVA) 3. OBJETO INDIRETO  (substantivo) completa VTI c/ preposição. 4. AGENTE DA PASSIVA  (substantivo) completa locução verbal, pratica a ação na voz passiva, é introduzido por preposição por ou de. 5. ADJUNTO ADVERBIAL  (advérbio – sem preposição - ou locução adverbial – com preposição) indica circunstância de tempo, modo, lugar, instrumento... 6. ADJUNTO ADNOMINAL  artigo, numeral, pronome, adjetivo ou locução adjetiva, juntos do nome. Indicam característica própria. (=É) 7. PREDICATIVO  (adjetivo) DO SUJEITO é separado do nome por verbo ou vírgula, indica uma característica não- própria. (=ESTAVA) DO OBJETO fica junto do nome, mas fica implícita a expressão “como sendo” e indica característica atribuída ao objeto pelo sujeito. 8. APOSTO  substantivo  esclarece um termo anteriormente citado, geralmente com pontuação. 9. COMPLEMENTO NOMINAL  (substantivo) completa o sentido de um nome incompleto que exige esse complemento preposicionado (regência nominal). 10. VOCATIVO  (substantivo) chamamento, indica com quem se fala, vem separado por vírgula. TERMOS QUE SE REFEREM A VERBO 1. OBJETO DIRETO: complemento verbal sem preposição. Poucas pessoas já leram esse livro. VTD OD O objeto direto caracteriza-se pelo seguinte:  Frase com OD pode ser transposta para a voz passiva. Eu aplaudi o cantor. (voz ativa) VTD OD = O cantor foi aplaudido por mim. (v. passiva) SUJEITO O OD da voz ativa torna-se o sujeito da voz passiva. Objeto direto preposicionado: a preposição, no entanto, não é exigida pelo verbo e pode até ser eliminada. A notícia surpreendeu a todos. SUJEITO VTD OD PREP. 2. OBJETO INDIRETO: é o complemento verbal que, obrigatoriamente, vem iniciado por uma preposição. Muitos já desconfiavam de você. V.T.I. OBJ. IND. 3. AGENTE DA PASSIVA: pratica a ação verbal na voz passiva, corresponde ao sujeito da ativa e sempre se inicia pela preposição POR/PELO e DE. Muitas árvores foram destruídas pelo vento. suj paciente ag. da passiva 4. ADJUNTO ADVERBIAL: termo que se relaciona ao verbo para acrescentar uma circunstância qualquer (tempo, modo, negação, causa, lugar, dúvida etc.). Talvez ele não vá à cidade hoje. adj. adv. adj. adv. adj. adv. adj. adv. de dúvida de negação de lugar de tempo TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO RIO DE JANEIRO Cargo: Técnico de Atividade Judiciária LÍNGUA PORTUGUESA LOJA DO CONCURSEIRO - 19 TERMOS QUE SE REFEREM A NOME 1. ADJUNTO ADNOMINAL: se relaciona a um nome (substantivo) para detalhar melhor esse nome. Pode ser artigo, numeral, pronome ou adjetivo. Pequenos flocos de espuma boiavam. adj. adn. nome adj, adn. 2. PREDICATIVO: (adjetivo) termo que expressa uma característica, um estado, um modo de ser do nome. O predicativo relaciona-se ao nome sempre através de um verbo de ligação (expresso ou subtendido). O predicativo pode ser: Predicativo do sujeito: quando a característica é atribuída ao sujeito da oração. Os jogadores estavam nervosos. suj. v. lig. predicat. do suj. Predicativo do objeto: quando a característica é atribuída ao objeto da oração. Ninguém considerou certa sua atitude. suj. v.t.d. predicat. do obj. obj. dir. Observe que o verbo de ligação está subtendido: Ninguém considerou (como sendo) certa sua atitude. 3. COMPLEMENTO NOMINAL: relaciona-se a nomes de sentido incompleto a fim de completá-los. Assemelha-se ao objeto indireto, mas o objeto indireto inicia-se por uma preposição e completa o sentido de verbos, enquanto o complemento nominal completa o sentido de nomes. A população ficou revoltada com as mudanças. nome incomp. (adjetivo) compl. nom. 4. APOSTO: explica melhor um termo anteriormente citado, esclarecendo-lhe o sentido. Explicativo: O veículo, um caminhão velho e torto, desapareceu. Denominativo A professora Genoveva chegou.  VOCATIVO O vocativo é um termo usado para chamar a atenção da pessoa com quem se fala. O vocativo não pertence nem ao sujeito, nem ao predicado da oração. A vida, meu pai, está triste agora. suj. vocativo predicado CLASSIFICAÇÃO DO PREDICADO A classificação do predicado depende do tipo de verbo que ele contém. 1. VERBAL: sem predicativo. Núcleo: verbo (de ação) O homem partiu cedo. 2. NOMINAL: com verbo de ligação. Núcleo: predicativo do sujeito. O homem estava furioso. 3. VERBO-NOMINAL: com verbo intransitivo ou transitivo + predicativo. Núcleos: verbo e predicativo. O homem partiu furioso. Achei minha cidade diferente TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO RIO DE JANEIRO Cargo: Técnico de Atividade Judiciária LÍNGUA PORTUGUESA LOJA DO CONCURSEIRO - 20 DICAS PRONOMES OBLÍQUOS COMO OBJETOS O, A, OS, AS  sempre OD. Todos O criticaram. OD VTD LHE, LHESsempre OI. Sempre LHE obedeço. OI VTI ME, TE, SE, NOS, VOS a classificação depende do verbo. Eu TE conheço. OD VTD Eu TE obedeço. OI VTI Os pronomes átonos me, te, nos, vos e lhe que assumem valor possessivo (=meu, teu, nosso, vosso, seu), classificam-se, em tais situações, como adjuntos adnominais. Corte-me o cabelo (=meu) Analisei-lhe a questão (=sua) Termo preposicionado referindo-se a nome pode ser: ADJUNTO ADNOMINAL ou COMPLEMENTO NOMINAL Para distinguir um do outro: Analise o nome ao qual o termo preposicionado se refere:  Se o nome for substantivo concreto, o termo preposicionado é Adjunto Adnominal. Ruas de terra  Se o nome for adjetivo ou advérbio, o termo preposicionado é Complemento Nominal. Ele é rico de coceira Moro perto da igreja  Se o nome for um substantivo abstrato que indicar uma ação, se o termo preposicionado PRATICAR a ação expressa pelo nome, é Adjunto Adnominal; se RECEBER a ação, é Complemento Nominal A conquista do atleta Adjunto adnominal – pratica a ação do nome “conquista” A conquista da medalha Complemento nominal – recebe a ação do nome “conquista” TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO RIO DE JANEIRO Cargo: Técnico de Atividade Judiciária LÍNGUA PORTUGUESA LOJA DO CONCURSEIRO - 21 SEMÂNTICA SIGNIFICAÇÃO DAS PALAVRAS DENOTAÇÃO: o sentido literal, real das palavras. CONOTAÇÃO: sentido figurado das palavras. Fenômenos Semânticos 1. POLISSEMIA (Polys, do grego, significa “muito”) é a capacidade que uma palavra tem de assumir diferentes significações ou sentido. a) O sol é uma estrela de quinta grandeza. b) Clarissa é a estrela de sua turma. c) Fernanda Montenegro é uma estrela nacional. d) Não desanime, meu filho, confie em sua estrela. 2. SINÔNIMOS São palavras que apresentam, entre si, o mesmo significado. triste = melancólico. resgatar = recuperar maciço = compacto ratificar = confirmar retificar = corrigir aguentar = aturar afastado = distante alegre = divertido 3. ANTÔNIMOS São palavras que apresentam, entre si, sentidos contrários. bom x mau bem x mal condenar x absolver feio x bonito subir x descer amigo x inimigo vida x morte 4. HOMÔNIMOS São palavras iguais na forma e diferentes na significação. Há três tipos de homônimos: 4.1. HOMÔNIMOS HOMÓFONOS Têm o mesmo som e grafias diferentes. sessão (reunião), seção (repartição) e cessão (ato de ceder); cela (cubículo) e sela (arreio) concerto (harmonia) e conserto (remendo). 4.2. HOMÔNIMOS HOMÓGRAFOS Têm a mesma grafia e sons diferentes. almoço (refeição) e almoço (verbo almoçar); sede (vontade de beber) e sede (residência). 4.3. HOMÔNIMOS PERFEITOS Têm a mesma grafia e o mesmo som. cedo (advérbio) e cedo (verbo ceder); meio (numeral), meio (adjetivo) e meio (substantivo). 5. PARÔNIMOS São palavras de significação diferente, mas de forma parecida. retificar e ratificar; TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO RIO DE JANEIRO Cargo: Técnico de Atividade Judiciária LÍNGUA PORTUGUESA LOJA DO CONCURSEIRO - 22 emergir e imergir. comprimento e cumprimento cavaleiro e cavalheiro 6. AMBIGUIDADE Ocorre a ambiguidade quando o leitor vacila diante de mais de uma possibilidade de entendimento do que foi expresso. Uma série de causas estruturais pode causar ambiguidade. a) Pedro e Paulo vão desquitar-se. (Mau uso da coordenação) b) O aluno enjoado saiu da sala. (Má colocação de palavra) c) João encontrou Maria e lhe disse que sua prima estava doente. (Mau uso de possessivos) Eis uma lista com alguns homônimos e parônimos: acender = atear fogo ascender = subir amoral = indiferente à moral imoral = contra a moral, libertino, devasso apreçar = marcar o preço apressar = acelerar arrear = pôr arreios arriar = abaixar bucho = estômago de ruminantes buxo = arbusto ornamental caçar = abater a caça cassar = anular cela = aposento sela = arreio censo = recenseamento senso = juízo cessão = ato de doar seção ou secção = corte, divisão sessão = reunião chá = bebida xá = título de soberano no Oriente chalé = casa campestre xale = cobertura para os ombros cheque = ordem de pagamento xeque = lance do jogo de xadrez, contratempo comprimento = extensão cumprimento = saudação concertar = harmonizar, combinar consertar = remendar, reparar conjetura = suposição, hipótese conjuntura = situação, circunstância coser = costurar cozer = cozinhar deferir = conceder diferir = adiar descrição = representação discrição = ato de ser discreto descriminar = inocentar discriminar = diferençar, distinguir despensa = compartimento dispensa = desobrigação despercebido = sem atenção, desatento desapercebido = desprevenido discente = relativo a alunos docente = relativo a professores emergir = vir à tona imergir = mergulhar eminente = nobre, alto, excelente iminente = prestes a acontecer esperto = ativo, inteligente, vivo experto = perito, entendido espiar = olhar sorrateiramente TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO RIO DE JANEIRO Cargo: Técnico de Atividade Judiciária LÍNGUA PORTUGUESA LOJA DO CONCURSEIRO - 23 expiar = sofrer pena ou castigo estada = permanência de pessoa estadia = permanência de veículo flagrante = evidente fragrante = aromático fuzil = carabina fusível = resistência de fusibilidade calibrada incerto = duvidoso inserto = inserido, incluso incipiente = iniciante insipiente = ignorante indefesso = incansável indefeso = sem defesa infligir = aplicar pena ou castigo infringir = transgredir, violar, desrespeitar intemerato = puro, íntegro, incorrupto intimorato = destemido, valente, corajoso intercessão = súplica, rogo interse(c)ção= ponto de encontro de duas linhas laço = laçada lasso = cansado, frouxo ratificar = confirmar retificar = corrigir soar = produzir som suar = transpirar sortir = abastecer surtir = originar sustar = suspender suster = sustentar tacha = brocha, pequeno prego taxa = tributo tachar = censurar, notar defeito em taxar = estabelecer o preço vultoso = volumoso vultuoso = atacado de vultuosidade (congestão na face) NORMA CULTA Norma culta nada mais é do que a modalidade lingüística escolhida pela elite de uma sociedade como modelo de comunicação verbal. É a língua das pessoas escolarizadas. Ela comporta dois padrões: o formal e o coloquial: · Padrão formal - É o modelo culto utilizado na escrita, que segue rigidamente as regras gramaticais. Essa linguagem é mais elaborada, tanto porque o falante tem mais tempo para se pronunciar de forma refletida como porque a escrita é supervalorizada na nossa cultura. É a história do "vale o que está escrito". · Padrão coloquial - É a versão oral da língua culta e, por ser mais livre e espontânea, tem um pouco mais de liberdade e está menos presa à rigidez das regras gramaticais. Entretanto, a margem de afastamento dessas regras é estreita e, embora exista, a permissividade com relação às "transgressões" é pequena. Assim, na linguagem coloquial, admitem-se, sem grandes traumas, construções como "Ainda não vi ele", "Me passe o arroz" e "Não te falei que você iria conseguir?", inadmissíveis na língua escrita. O falante culto, de modo geral, tem consciência dessa distinção e ao mesmo tempo em que usa naturalmente as construções acima na comunicação oral, evita-as na escrita. Contudo, como se disse, não são muitos os desvios admitidos, e muitas formas peculiares da norma popular são condenadas mesmo na linguagem oral. Construções como "Nóis foi na fazenda" (o "na" ainda seria tolerado) e "Ele pagou dois milhão pelos boi" são impensáveis na boca de um falante culto em ambiente culto, pois passam a quem ouve a impressão de total falta de escolaridade de parte de seu autor. Já em ambiente inculto seriam apropriadas: é a história de "Em Roma, como (fazem) os romanos". (Veja também a pág. Você sabia? n.º 25.) Por outro lado, usos próprios do padrão formal empregados na língua oral costumam parecer forçados ou artificiais no falar despreocupado do dia-a-dia e configuram o que se chama de preciosismo. É o caso de, num bate-papo, ouvirem-se certos empregos do pronome oblíquo - "Ainda não o vimos por aqui" -, flexões do mais-que-perfeito do indicativo - "Eu ainda não entrara no Banco quando aquilo aconteceu - e, o que é pior, o uso da mesóclise, como em "Você ver-se-ia em maus lençóis se continuasse a insistir naquilo". Moral da história: assim como se usa traje apropriado para cada situação social, TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO RIO DE JANEIRO Cargo: Técnico de Atividade Judiciária LÍNGUA PORTUGUESA LOJA DO CONCURSEIRO - 24 também se use o padrão lingüístico adequado para as diferentes situações de comunicação social. Linguagem Coloquial e Culta O “CERTO” E O “ERRADO” NO USO DA LÍNGUA “Ta na cara que eles não teve peito de encará os ladrão.”(1) “Obviamente faltou-lhes coragem para enfrentar os ladrões”.(2) Qual delas é gramaticalmente correta? Não há dúvidas que é a frase 2. Mas, se tanto a frase 2 quanto a frase 1 dizem a mesma coisa, se qualquer pessoa que seja falante do nosso idioma pode entende-las perfeitamente, por que então se considera correta a frase 2 e errada a frase 1? Ou seja, que critérios são usados para determinar o que é certo e o que é errado dentro de um mesmo idioma? De modo geral, os falantes são levados a aceitar como “correto” o modo de falar do segmento social que, em conseqüência de sua privilegiada situação econômica e cultural, tem maior prestigio dentro da sociedade. Assim, o modo de falar desse grupo social passa a servir de padrão, enquanto as demais variedades lingüísticas, faladas por grupos sociais menos prestigiados, passam a ser consideradas “erradas”. É importante entender que, a principio, não existe uma forma melhor (“mais cera”) ou pior (“mais errada”) de se falar. Trata-se apenas de uma diferenciação que se dá baseada em critérios sociais e também em situação de uso efetivo da língua. Uma das funções da escola é, através do ensino de língua portuguesa, oferecer a você condições de dominar a norma-padrão, a fim de que, nas circunstâncias sociais convenientes, seja falando, seja escrevendo, você possa utiliza-la adequadamente. LÍNGUA CULTA E LÍNGUA COLOQUIAL Já vimos que, convencionalmente, considera-se como “correta” a língua utilizada pelo grupo de maior prestigio social. Essa é a chamada língua culta, falada escrita, em situações formais, pelas pessoas de maior instrução. A língua culta é nivelada, padronizada, principalmente pela escola e obedece à gramática da língua-padrão. A língua coloquial, por outro lado, é uma variante espontânea, utilizada, mas relações informais entre dois ou mais falantes. É a língua do cotidiano, sem muita preocupação com as normas. O Falante, ao utiliza-la, comete deslizes gramaticais com freqüência considerável. Outra característica da língua coloquial é o uso de constantes de expressões populares, frases feitas, gírias etc. Fazendo uma comparação entre a língua culta e a língua coloquial, é possível constatar que, em certos aspectos, as diferenças entre as duas são bastante evidentes, mas, em outros, os limites não são tão claros, ficando difícil, nesses casos, definir uma “fronteira” entre o que é culto e oi que é coloquial. No quadro que segue, estão as diferenças que mais facilmente podem ser observadas: |USO COLOQUIAL/POPULAR |USO CULTO | |Pronuncia mais descuidada de certas palavras e |Maior cuidado com a pronúncia: nóis, vocês, está bom, não vou, não | |expressões: nóis, oceis, tá bão, num vô, num quê |quer. | |Não utilização das marcas de concordânci.a Ex: Os meninos|Uso regular da forma nós. | |vai/vão bem. | |Uso constante de a gente no lugar de nós. |Raro uso dessas expressões. | |Mistura de pessoas gramaticais. Ex: Você sabe que te |Uniformidade no uso das pessoas gramaticais.Ex: Você sabe que o | |enganam. |enganam. Tu sabes que te enganam. | |Uso “livre” da flexão dos verbos. Ex: Se ele fazer; |Utilização da flexão verbal conforme as normas gramaticais. Ex: Se | |enganam. |ele fizer, se ele puser. | |Uso de gírias. |Não utilização de gírias. | Se utilizássemos numa conversa com homens medievais a expressão Idade Média, eles não teriam idéia do que isso poderia significar. Eles, como todos os homens de todos períodos históricos, se viam vivendo na época contemporânea. De fato, falarmos em Idade Média representa uma rotulação a posteriori, uma satisfação da necessidade de dar nome aos momentos passados. No caso do que chamamos de Idade Média, foi o século XVI que elaborou tal conceito. Ou melhor, tal TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO RIO DE JANEIRO Cargo: Técnico de Atividade Judiciária LÍNGUA PORTUGUESA LOJA DO CONCURSEIRO - 25 preconceito, pois o termo expressava um desespero indisfarçado pelos séculos localizados entre a Antiguidade Clássica e o próprio século XVI. VAMOS ACABAR COM ESSA FOLGA O Negócio aconteceu num café. Tinha uma porção de sujeitos, sentados nesse café, tomando umas e outras. Havia brasileiros, portugueses, franceses, argelinos, alemães, o diabo. De repente , um alemão forte pra cachorro levantou e gritou que não via homem pra ele ali dentro. Houve a surpresa inicial, motivada pela provocação, e logo um turco, tão forte como o alemão, levantou-se de lá e perguntou: - Isso é comigo? - Pode ser com você também – respondeu o alemão. Ai então o turco avançou para o alemão e levou uma traulitada tão segura que caiu no chão. Vai daí o alemão repetiu que não havia homem ali dentro pra ele. Queimou-se então um português que era maior ainda do que o turco. Queimou-se e não conversou. Partiu para cima do alemão e não teve outra sorte. Levou um murro debaixo dos queixos e caiu sem sentidos. O alemão limpou as mãos, deu mais um golpe no chope e fez ver aos presentes que o dizia era certo. Não havia homem para ele naquele café. Levantou- se então um inglês troncudo pra cachorro e também entrou bem. E depois do inglês foi a vez de um francês, depois um norueguês etc.etc. Até que, lá do canto do café, levantou-se um brasileiro magrinho, cheio de picardia, para perguntar, como os outros: - Isso é comigo? O alemão voltou a dizer que podia ser. Então o brasileiro deu um sorriso cheio de bossa e veio vindo gingando assim pro lado do alemão. Parou perto, balançou o corpo e ... pimba! O alemão deu- lhe uma porrada na cabeça com tanta força que quase desmonta o brasileiro. Como, minha senhora? Qual é o fim da história? Pois a história termina aí, madame. Termina ai que é pros brasileiros perderem essa mania de pisar macio e pensar que são mais malandros do que os outros. ORTOGRAFIA Ortografia é o sistema correto de representar na escrita os fonemas e as formas da língua. Ela trata da representação escrita dos sons que formam os vocábulos, por meio dos símbolos denominados letras. Uso do S 1. Nas palavras derivadas de uma primitiva em que já existe S: pesquisa  pesquisador, pesquisado casa  casinha, casebre, casarão camisa  camisinha, camisola, camisolão análise  analisar, analista, analisando 2. Nos sufixos:  -ês, -esa (na indicação de título de nobreza, origem, nacionalidade) marquês  marquesa; burguês  burguesa; camponês  camponesa; milanês  milanesa  -ense (indicador de procedência, origem) santanense, manuaense, paranaense  -isa (indicador feminino de profissão, ocupação) diaconisa, sacerdotisa, papisa, profetisa  -oso, -osa (indicadores de adjetivos, formadores de estado pleno, abundância) manhoso, carinhoso, horrorosa, suntuosa 3. Após ditongos: Cleusa, causa, náusea, maisena 4. Na conjugação dos verbos pôr (e derivados) e querer: repus, repusera, repusesse, pus, pusera, pusesse, quis, quisera, quisesse, quiséssemos TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO RIO DE JANEIRO Cargo: Técnico de Atividade Judiciária LÍNGUA PORTUGUESA LOJA DO CONCURSEIRO - 26 Uso do Z 1. Nas palavras derivadas de uma primitiva em que já existe Z : raiz  enraizar baliza  abalizado, balizador, balizado rapaz  rapazola, rapazinho, rapazote 2. Nas terminações –ez, -eza, formadores de substantivos abstratos derivados de adjetivos: real  realeza grande  grandeza cru  crueza certo  certeza 3. Nas terminações –izar (formador de verbos) e – ização (formador de substantivos) canal  canalizar  canalização humano  humanizar  humanização atual  atualizar  atualização global  globalizar  globalização Uso do X 1. Depois de ditongo: ameixa, baixo, caixa, feixe, paixão 2. Depois da sílaba inicial en-: enxaqueca, enxadrista, enxame, enxuto Fazem exceção: encher e derivados; enchova; e palavras iniciadas com ch que ganharam prefixo em-, como enchouriçar (em + chouriço + ar). 3. Depois da sílaba inicial me -: mexerica, mexicano, mexilhão, mexer Exceção: mecha (substantivo) e derivados escrevem-se com ch. 4. Em palavras de origem africana e indígena: abacaxi, capixaba, macaxeira, morubixaba, pixaim, xará, xinxim, xique-xique 5. Palavras aportuguesadas do inglês trocam o sh original por x: xampu (de shampoo), xerife (de sheriff) Escrevem-se com x: almoxarife, bexiga, bruxa, capixaba, caxemira, caxumba, coaxar, coxo, elixir, enxada, engraxate, enxurrada, esdrúxulo, faxina, lagartixa, laxante, lixa, luxo, maxixe, mexer, mexerico, morubixaba, muxoxo, orixá, Oxalá, praxe, pixaim, puxar, relaxar, rixa, taxa (impostos, tributo), vexame, xale, xampu, xarope, xavante, xaxim, xereta, xerife, xícara, xingar. Escrevem-se com ch : apetrecho, archote, bochecha, boliche, crochê, cachaça, cachimbo, chá, chamariz, chamego, chafariz, cartucheira, charco, cheque, chimarrão, chimpanzé, chuchu, chucrute, chumaço, chutar, cacho, cochicho, cocho, colcha, colchão, comichão, coqueluche, fachada, ficha, flecha, galocha, inchar, macho, machado, machucar, mancha, nicho, pachorra, pichar, pechincha, piche, rachar, recheio, salsicha, sanduíche, tacha (prego), tacheiro, tacho, tocha. Uso do E e do I 1. Todos os verbos terminados em –uir, -air, -oer escrevem-se com a letra i na segunda e terceira pessoas do singular do presente do indicativo. contribuir  contribuis, contribui cair  cais, cai doer  dói influir  influis, influi sair  sais, sai roer  róis, rói TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO RIO DE JANEIRO Cargo: Técnico de Atividade Judiciária LÍNGUA PORTUGUESA LOJA DO CONCURSEIRO - 27 2. Todos os verbos terminados em –ir escrevem-se com a letra e na segunda e terceira pessoas do presente do indicativo. acudir  acodes, acode fugir  foges, foge decidir  decides, decide 3. Todos os verbos terminados em –uar ou em –oar escrevem-se com a letra e na primeira, segunda e terceira pessoas do presente do subjuntivo. perdoar  perdoe, perdoes, perdoe atuar  atue, atues, atue caçoar  caçoe, caçoes, caçoe jejuar  jejue, jejues, jejue 4. Prefixos ante- e anti-  ante – (prefixo) significa “antes” (indica posição anterior) antecâmara, antemão, antepasto, anteontem, antebraço antediluviano, antever  anti - (prefixo) significa “contra” (indica posição contrária) antiacadêmico, antialcoólico, anticoncepcional, anticlerical antídoto, antiaéreo, anticonjugal, antifascista 5. Prefixos em /en e im/in: emporcalhar engraxar empossar entorpecer imputar incomodar impugnar infalível 6. Prefixos des e dis: desgarrar discernir desinfetar dispensar desmedido dislexia Escrevem-se com e: Abaeté, acareação, acreano, aldeola, alheado, antecipar, antedatar, anteprojeto, área (medida de uma superfície), barbárie, cadeado, candeeiro, caranguejo, cardeal, cereal, cumeada, cumeeira, decreto, deferido, deferir, descortino, descrição (exposição), descriminar (absolver de crime), despensa (lugar para guardar mantimentos), destilação, emergir, emigrar, eminência, eminente, empecilho, encabular, enteado, engolir, enxada, estropear, falsear, geada, grandessíssimo, himeneu, inquerição, lêndea, lenimento, meada, memoridade, mestiço, mexerica, murmúreo, níveo, óleo, parêntese, passeata, peão, petróleo, quase, quepe, recheado, reencanar, revalidar, róseo, senão, sequer, seringa, subentender, terráqueo, vadear, violáceo, vítreo. Escrevem-se com i: aborígine, adiantar, adiante, adivinho, amiúde, anticristo, ária (cantiga), azuis, camoniano, casimira, corrimão, crânio, crioulo, dentifrício, diante, diferido, discente (que aprende), discrição (que é discreto), disparate, dispêndio, dispensa (licença), imbuia, imigração, iminente, invés (contrário), miúdo, pardieiro, pátio, pião, privilegiado, privilegiar, recriação, (ato de recriar), réstia, siar, vadiar, vadiação Uso do O e do U Às vezes se confundem usos do u e do o na grafia de algumas palavras. Compare as listas abaixo: com O com U Abolir acudir Boteco bueiro botequim burburinho comprido cumprido (de cumprir) comprimento (extensão) cumprimento (saudação) TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO RIO DE JANEIRO Cargo: Técnico de Atividade Judiciária LÍNGUA PORTUGUESA LOJA DO CONCURSEIRO - 28 Cortiça cúpula Cobrir curtume Engolir embutir explodir entupir Focinho escapulir Goela jabuti lombriga jabuticaba mágoa lóbulo mochila mucama moleque pirulito Névoa rebuliço Nódoa suar (transpirar) Poleiro supetão Polenta tábua sortir (abastecer) tabuleiro Sotaque tabuleta Zoeira trégua Uso de C, Ç, S, SS, SC, XC 1. Nos vocábulos de origem árabe, tupi e africana, usam-se c e ç : açaí, araçá, araçoia, caiçara, caçula, cacimba, canguçu, criciúma, Ceci. Iguaçu, Juçara, miçanga, Moçoró, muçum, muçurana, paçoca, Paraguaçu, Turiaçu 2. Depois de ditongos, grafam-se c e ç : beiço, caução, coice, feição, foice, louça, refeição, traição 3. Nos substantivos e adjetivos derivados de verbos terminados em –nder e –ndir usa-se s: pretender  pretensão pender  pensão, pênsil tender  tensão, tenso ascender  ascensão, ascensor expandir  expansão, expansivo fundir  fusão difundir  difusão confundir  confusão, confuso suspender  suspensão, suspensório 4. Nos substantivos derivados de verbos terminados em –der, -dir, -tir e –mir usa-se s (depois de n ou r) ou ss : aceder  acesso regredir  regressão, regresso repercutir  repercussão descomprimir  descompressão ascender  ascensão interceder  intercessão agredir  agressão admitir  admissão reprimir  repressão compreender  compreensão 5. Por razões etimológicas usa-se entre vogais sc e xc: apascentar, ascender (subir), convalescer, crescer, descente (que desce), discernir, efervescente, enrubescer, fascínio, florescer, incandescer, intumescer, lascivo, miscelânea, nascer, néscio, obsceno, oscilar, piscina, prescindir, recrudescer, rescindir, suscitar, tumescer, vísceras, excelência, excêntrico, exceto, excesso, exceder OBSERVE AS SEGUINTES GRAFIAS Escrevem-se com s : aliás, alisar, análise, após, asa, atrás, atraso, através, aviso, bisar, brasa, casulo, catalisar, cisão, colisão, cós, crase, crise, despesa, detrás, deusa, diálise, empresa, fase, fusão, gás, gasolina, gasômetro, groselha, hesitante, hidrólise, ileso, inclusive, infusão, invés, jus, lapiseira, lisonjeiro, lisura, mariposa, marselhês, mês, mosaico, nasal, obséquio, obus, paisagem, pêsames, rasura, revés, síntese, sinusite, surpresa, tosar, três, uso, usina, visar. TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO RIO DE JANEIRO Cargo: Técnico de Atividade Judiciária LÍNGUA PORTUGUESA LOJA DO CONCURSEIRO - 29 Escrevem-se com z : abalizar, aduzir, ajuizar, alcaçuz, alcoolizar, algoz, amizade, anarquizar, apaziguar, aprazível, aprendiz, arborizar, arroz, assaz, atriz, atroz, audaz, azar, azia, baliza, bazar, bizarro, buzina, cafuzo, capaz, capuz, capuz, carbonizar, cartaz, chafariz, coriza, cruz, cuscuz, delicadeza, deslize, desprezo, eficaz, enfezado, esvaziar, falaz, feroz, fertilizar, fugaz, gaze, giz, gentileza, horizonte, impureza, jaez, jazigo, lambuzar, lazer, lhaneza, luz, magazine, meretriz, morbidez, nariz, nudez, obstetriz, ozônio, palidez, perspicaz, petiz, pobreza, prazer, prazo, profetizar, rapaz, rezar, rodízio, sagaz, sazonal, talvez, tenaz, tez, trapézio, trezentos, vazio, veloz, verniz, voraz, xadrez Uso do G 1. Nas palavras terminadas em –ágio, -égio, -ígio, - ógio, -úgio. adágio, colégio, litígio, relógio, refúgio 2. Nas palavras terminadas em –gem. ferrugem, selvagem, massagem, mixagem 3. Nas palavras derivadas de outras, já grafadas com g. tingir  tingido  tingimento fingir  fingido  fingimento Escrevem-se com g : abordagem, algibeira, algemar, angélico, aterragem, auge, cingir, constrangir, doge, estrangeiro, falange, ferrugem, gengibre, gengiva, gergelim, geringonça, giba, gibi, gíria, herege, impingem, logístico, margear, megera, monge, mugido, ogiva, pungente, rabugento, regurgitar, tangerina, tigela, vagem, vertigem, viagem (subst.) Uso do J 1. Nas palavras de origem tupi (indígena) e africana: biju (variante de beiju), canjarana, canjica, jabuticaba, jacaré, jenipapo, jerimum, jiboia, jirau, pajé. (Exceção: Sergipe.) 2. Nos verbos terminados em –jar ou –jear: arranjar, despejar, sujar, viajar, ultrajar, granjear, gorjear, lisonjear 3. Nas palavras derivadas de outras já grafadas com j: granja  granjeiro lisonja  lisonjeiro laje  lajeado majestade  majestoso Escrevem-se com j : ajeitar, alforje, berinjela, cafajeste, canjerê, canjica, cerejeira, desajeitar, enjeitar, gorjear, gorjeta, granjear, hoje, intrujice, jeca, jeito, jejum, jenipapo, jérsei, jiboia, jiló, jiu-jítsu, laje, laranjeira, lisonjeiro, majestade, majestoso, manjedoura, manjericão, ojeriza, pajé, pajem, pegajoso, sarjeta, sabujice, traje, trejeito, ultraje, varejo, varejista, viaje, viagem (do verbo viajar) ALGUNS USOS ORTOGRÁFICOS ESPECIAIS Por que / por quê / porque / porquê POR QUE (separado e sem acento) É usado:  em interrogações diretas, onde o que equivale a qual motivo. Por que regressamos? (Por qual motivo regressamos ?) Por que não vieram os computadores ? (Por qual motivo não vieram ?) TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO RIO DE JANEIRO Cargo: Técnico de Atividade Judiciária LÍNGUA PORTUGUESA LOJA DO CONCURSEIRO - 30  em interrogações indiretas, onde o que equivale a qual razão ou qual motivo. Perguntei-lhe por que faltara à aula. (por qual motivo). Não sabemos por que ele faleceu. (por qual razão).  Como um equivalente a pelo qual / pela qual / pelos quais / pelas quais. Ignoro o motivo por que ele se demitiu. (pelo qual). Eis as causas por que não venceremos. (pelas quais). Estranhei a forma por que o estudante reagiu. (pela qual).  Como um equivalente a motivo pelo qual ou razão pela qual. Não há por que chorar. (motivo pelo qual). Viajamos sem roteiro: eis por que nos atrasamos. (a razão pela qual). PORQUE É usado introduzindo: - Explicação. Ex.: Não reclames, porque é pior. - Causa. Ex.: Faltou à aula porque estava doente. POR QUÊ É usado ao final da frase interrogativa ou quando estiver sozinho. Ex.: Você fez isso, por quê? Por quê? PORQUÊ É usado como substantivo; é sinônimo de motivo, razão. Ex.: Não sei o porquê disso. ONDE E AONDE A tendência no português atual é considerar a seguinte distinção: aonde indica a ideia de movimento ou aproximação (com verbos que exigem a preposição “A”), opondo-se a donde que exprime afastamento (com verbos eu exigem a preposição “DE”). Costuma referir-se a verbos de movimento. Aonde você vai? Aonde querem chegar com essas atitudes? Aonde devo dirigir-me para obter esclarecimentos? Não sei aonde ir. Donde você veio? Onde indica o lugar em que se está ou em que se passa algum fato. Normalmente refere-se a verbos que exprimem estado ou permanência, ou seja, verbos que exigem a preposição “EM”. Onde você está? Onde você vai ficar nas próximas férias? Não sei onde começar a procurar. MAIS e MAS Mas é uma conjunção adversativa, equivalendo a porém, contudo, entretanto. Não conseguiu, mas tentou. Mais é pronome ou advérbio de intensidade, opondo-se normalmente a menos. Ele foi quem mais tentou, ainda assim não conseguiu. É um dos países mais miseráveis do planeta. TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO RIO DE JANEIRO Cargo: Técnico de Atividade Judiciária LÍNGUA PORTUGUESA LOJA DO CONCURSEIRO - 31 NA MEDIDA EM QUE E À MEDIDA QUE Na medida em que exprime relação de causa e equivale a “porque”, “já que”, “uma vez que”. Na medida em que os projetos foram abandonados, a população carente ficou entregue à própria sorte. À medida que indica proporção, desenvolvimento simultâneo e gradual. Equivale a “à proporção que”. A ansiedade aumentava à medida que o prazo ia chegando ao fim. MAL E MAU Mal pode ser advérbio ou substantivo. Como advérbio significa “irregularmente”, “erradamente”, “de forma inconveniente ou desagradável”. Opõe-se a bem. Era previsível que ele se comportaria mal. Era evidente que ele estava mal-intencionado porque suas opiniões haviam repercutido mal na reunião anterior. Como substantivo, mal pode significar “doença”, “moléstia”, em alguns casos significa “aquilo que é prejudicial ou nocivo”. A febre amarela é um mal que atormenta as populações pobres. O mal é que não se toma nenhuma atitude definitiva. O substantivo mal também pode designar um conceito moral, ligado à ideia de maldade, nesse sentido a palavra também opõe-se a bem. Há uma frase de que a visão da realidade nos faz muitas vezes duvidar: “O mal não compensa” Mau é adjetivo. Significa “ruim”, “de má índole”, “de má qualidade”. Opõe-se a bom e apresenta a forma feminina má. Não é mau sujeito. Trata-se de um mau administrador. Tem um coração mau. A PAR e AO PAR A par tem o sentido de “bem-informado”, “ciente”. Mantenha-me a par de tudo o que acontecer. É importante manter-se a par das decisões parlamentares. Ao par é uma expressão usada para indicar relação de equivalência ou igualdade entre valores financeiros (geralmente em operações cambiais): As moedas fortes mantém o câmbio praticamente ao par. AO ENCONTRO DE E DE ENCONTRO A Ao encontro de indica “ser favorável a”, aproximar- se de”. Ainda bem que sua posição vai ao encontro da minha. Quando a viu foi ao seu encontro e abraçou-a. De encontro a indica oposição, choque, colisão. Veja. Suas opiniões sempre vieram de encontro às minhas, pertencemos a mundos diferentes. O caminhão foi de encontro ao muro, derrubando- o. A E HÁ NA EXPRESSÃO DE TEMPO O verbo haver é usado em expressões que indicam tempo já transcorrido: Tais fatos aconteceram há dez anos. Nesse sentido, equivale ao verbo fazer: Tudo aconteceu faz dez anos. A preposição a surge em expressões em que a substituição pelo verbo fazer é impossível: O lançamento do satélite ocorrerá daqui a duas semanas. Eles partirão daqui a duas horas. TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO RIO DE JANEIRO Cargo: Técnico de Atividade Judiciária LÍNGUA PORTUGUESA LOJA DO CONCURSEIRO - 32 ACERCA DE E HÁ CERCA DE Acerca de significa “sobre”, “a respeito de”: Haverá uma palestra acerca das consequências das queimadas. Há cerca de indica um período aproximado de tempo já transcorrido ou equivale ao verbo existir + aproximadamente: Os primeiros colonizadores surgiram há cerca de quinhentos anos. Há cerca de dez pessoas te procurando AFIM E A FIM Afim é um adjetivo que significa “igual”, “semelhante”. Relaciona-se com a ideia de afinidade: Tiveram ideias afins durante o trabalho. São espíritos afins. A fim surge na locução a fim de, que significa “para” e indica ideia de finalidade: Trouxe algumas flores a fim de nos agradar. DEMAIS E DE MAIS Demais pode ser advérbio de intensidade, com o sentido de “muito”, aparece intensificando verbos, adjetivos ou outros advérbios: Aborreceram-nos demais: isso nos deixou indignados demais. Estou até bem demais. Demais também pode ser pronome indefinido, equivalendo a “outros”, “restantes”: Não coma todo o pudim. Deixe um pouco para os demais. De mais opõe-se a de menos. Refere-se sempre a um substantivo ou pronome: Não vejo nada de mais em sua atitude. O concurso foi suspenso porque surgiram candidatos de mais. SENÃO E SE NÃO Senão equivale a “caso contrário” ou “a não ser”: É bom que colabore, senão não haverá como ajuda-lo. Se não surge em orações condicionais. Equivale a “caso não”: Se não houver aula, iremos ao cinema. ACENTUAÇÃO GRÁFICA 1. Acentuam-se monossílabos tônicos terminados em: A(S), E(S), O(S) Pá, fé, só, três, trás, nós, vês... 2. Acentuam-se oxítonas terminadas em: A(S), E(S), O(S), EM(ENS) Vatapá, café, cipó, alguém, parabéns, cajás, marajás, Bené, chulé, mantém, refém... 3. Acentuam-se paroxítonas terminadas em: I(S), U(S), R, X, N, L, PS, UM(UNS), Ã(S), DITONGO Júri, lápis, ônus, vírus, cadáver, tórax, hífen, móvel, bíceps, álbum, álbuns, órfã(s), história, móveis, órgão...  NOVO ACORDO ORTOGRÁFICO: ôo perde o acento, fica oo Antes ---------------------------------agora Vôo Voo Enjôo Enjoo TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO RIO DE JANEIRO Cargo: Técnico de Atividade Judiciária LÍNGUA PORTUGUESA LOJA DO CONCURSEIRO - 33 Obs.: paroxítonas com a mesma terminação das oxítonas (a, e, o, em, ens) não são acentuadas. Mala, vara, pente, mestre, item, homem, hifens, homens, nuvens, jovens... 4. Acentuam-se todas as proparoxítonas Mágico, fósforo, paralelepípedo, antítese... REGRAS ESPECIAIS 5. Acentuam-se I e U na 2ª vogal do hiato, quando  sozinhas (ou + S) na sílaba;  não seguidas de NH. Graúdo, saída, açaí, Itaú, saúde, constituído, Janaína, juízes, Luíza...  NOVO ACORDO ORTOGRÁFICO: I e U perdem o acento se paroxítonas, depois de ditongo: Antes ---------------------------------agora Baiúca baiuca Bocaiúva bocaiuva boiúna boiuna feiúra feiura 6. Acentuam-se ditongos abertos ÉI, ÉU e ÓI se vierem no final da palavra (seguido ou não de S): Coronéis, chapéu, corrói, dói, anéis, fiéis, troféu, herói (o ditongo vem no final, mantêm o acento)  NOVO ACORDO ORTOGRÁFICO: éi, éu, ói perdem o acento se forem paroxítonas: Todos os eia(s) e oia(s) perderam o acento Antes ---------------------------------agora Idéia ideia Estréia estreia assembléia assembleia jibóia jiboia Tróia Troia Jóia Joia 7. Grupos QUE, QUI, GUE, GUI, O U recebia: Trema se fosse pronunciado de forma átona: freqüentes. Acento agudo se pronunciado de forma tônica: apazigúe.  NOVO ACORDO ORTOGRÁFICO: Hoje o U pronunciado desses grupos perdeu o trema e o acento agudo, mas a pronúncia continua a mesma: Antes ---------------------------------agora freqüentes frequentes cinqüenta cinquenta tranqüilo tranquilo averigúe averigue apazigúe apazigue 8. Acento diferencial: era usado para diferenciar a classe das palavras: PÁRA (v.) ≠ PARA (prep.) PÔR (v.) ≠ POR (prep.)  NOVO ACORDO ORTOGRÁFICO: hoje caíram os acentos diferenciais, só permaneceram os acentos de pôr(verbo) e de pôde (passado). Antes ---------------------------------agora Pára (verbo) para (verbo) Pêra (subst.) pera (subst.) Pelo (subst.) pelo (subst.) Pólo (subst.) polo (subst.) 9. Os verbos crer, dar, ler, ver (e verbos derivados) dobram o “E” no plural: Na 3ª pessoa do sing. Na 3ª pessoa do plural Ê EE Ele lê/vê – eles leem/veem TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO RIO DE JANEIRO Cargo: Técnico de Atividade Judiciária LÍNGUA PORTUGUESA LOJA DO CONCURSEIRO - 34  NOVO ACORDO ORTOGRÁFICO: êem perde o acento, fica eem: Antes ---------------------------------agora lêem leem vêem veem dêem deem crêem creem 10. Acentuam-se os verbos ter e vir ( e todos os verbos derivados) na 3ª pessoa do plural. Na 3ª pessoa do sing. Na 3ª pessoa do plural E Ê Ele vem/tem – eles vêm/têm Ele retém – eles retêm Muitos verbos produzem formas oxítonas ou monossilábicas que devem ser acentuadas. Observe: Cortar + a = cortá-la Pôs + os = pô-los Fazer + o = fazê-lo Fez + o = fê-lo Sinais diacríticos: sinais gráficos com os quais se distingue a modulação das vogais ou a pronúncia de certas palavras, para evitar confusões com outras. transito – trânsito ate – até veiculo – veículo secretaria – secretária sabia – sábia – sabiá... REESCRITURA DE TEXTOS Reescrituração de textos Figuras de estilo, figuras ou Desvios de linguagem são nomes dados a alguns processos que priorizam a palavra ou o todo para tornar o texto mais rico e expressivo ou buscar um novo significado, possibilitando uma reescritura correta de textos. Podem ser: Figuras de palavras As figuras de palavra consistem no emprego de um termo com sentido diferente daquele convencionalmente empregado, a fim de se conseguir um efeito mais expressivo na comunicação. São figuras de palavras: Comparação: Ocorre comparação quando se estabelece aproximação entre dois elementos que se identificam, ligados por conectivos comparativos explícitos – feito, assim como, tal, como, tal qual, tal como, qual, que nem – e alguns verbos – parecer, assemelhar-se e outros. Exemplos: “Amou daquela vez como se fosse máquina. / Beijou sua mulher como se fosse lógico.” (Chico Buarque); “As solteironas, os longos vestidos negros fechados no pescoço, negros xales nos ombros, pareciam aves noturnas paradas…” (Jorge Amado). Metáfora: Ocorre metáfora quando um termo substitui outro através de uma relação de semelhança resultante da subjetividade de quem a cria. A metáfora também pode ser entendida como uma comparação abreviada, em que o conectivo não está expresso, mas subentendido. Exemplo: “Supondo o espírito humano uma vasta concha, o meu fim, Sr. Soares, é ver se posso extrair pérolas, que é a razão.” (Machado de Assis). Metonímia: Ocorre metonímia quando há substituição de uma palavra por outra, havendo entre ambas algum grau de semelhança, relação, proximidade de sentido ou implicação mútua. Tal substituição fundamenta-se numa relação objetiva, real, realizando-se de inúmeros modos: TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO RIO DE JANEIRO Cargo: Técnico de Atividade Judiciária LÍNGUA PORTUGUESA LOJA DO CONCURSEIRO - 35 - o continente pelo conteúdo e vice-versa: Antes de sair, tomamos um cálice (o conteúdo de um cálice) de licor. - a causa pelo efeito e vice-versa: “E assim o operário ia / Com suor e com cimento (com trabalho) / Erguendo uma casa aqui / Adiante um apartamento.” (Vinicius de Moraes). - o lugar de origem ou de produção pelo produto: Comprei uma garrafa do legítimo porto (o vinho da cidade do Porto). - o autor pela obra: Ela parecia ler Jorge Amado (a obra de Jorge Amado). - o abstrato pelo concreto e vice-versa: Não devemos contar com o seu coração (sentimento, sensibilidade). - o símbolo pela coisa simbolizada: A coroa (o poder) foi disputada pelos revolucionários. - a matéria pelo produto e vice-versa: Lento, o bronze (o sino) soa. - o inventor pelo invento: Edson (a energia elétrica) ilumina o mundo. - a coisa pelo lugar: Vou à Prefeitura (ao edifício da Prefeitura). - o instrumento pela pessoa que o utiliza: Ele é um bom garfo (guloso, glutão). Sinédoque: Ocorre sinédoque quando há substituição de um termo por outro, havendo ampliação ou redução do sentido usual da palavra numa relação quantitativa. Encontramos sinédoque nos seguintes casos: - o todo pela parte e vice-versa: “A cidade inteira (o povo) viu assombrada, de queixo caído, o pistoleiro sumir de ladrão, fugindo nos cascos (parte das patas) de seu cavalo.” (J. Cândido de Carvalho) - o singular pelo plural e vice-versa: O paulista (todos os paulistas) é tímido; o carioca (todos os cariocas), atrevido. - o indivíduo pela espécie (nome próprio pelo nome comum): Para os artistas ele foi um mecenas (protetor). Catacrese: A catacrese é um tipo de especial de metáfora, “é uma espécie de metáfora desgastada, em que já não se sente nenhum vestígio de inovação, de criação individual e pitoresca. É a metáfora tornada hábito lingüístico, já fora do âmbito estilístico.” (Othon M. Garcia). São exemplos de catacrese: folhas de livro / pele de tomate / dente de alho / montar em burro / céu da boca / cabeça de prego / mão de direção / ventre da terra / asa da xícara / sacar dinheiro no banco. Sinestesia: A sinestesia consiste na fusão de sensações diferentes numa mesma expressão. Essas sensações podem ser físicas (gustação, audição, visão, olfato e tato) ou psicológicas (subjetivas). Exemplo: “A minha primeira recordação é um muro velho, no quintal de uma casa indefinível. Tinha várias feridas no reboco e veludo de musgo. Milagrosa aquela mancha verde [sensação visual] e úmida, macia [sensações táteis], quase irreal.” (Augusto Meyer) Antonomásia: Ocorre antonomásia quando designamos uma pessoa por uma qualidade, característica ou fato que a distingue. Na linguagem coloquial, antonomásia é o mesmo que apelido, alcunha ou cognome, cuja origem é um aposto (descritivo, especificativo etc.) do nome próprio. Exemplos: “E ao rabi simples (Cristo), que a igualdade prega, / Rasga e enlameia a túnica inconsútil; (Raimundo Correia). / Pelé (= Edson Arantes do Nascimento) / O Cisne de Mântua (= Virgílio) / O poeta dos escravos (= Castro Alves) / O Dante Negro (= Cruz e Souza) / O Corso (= Napoleão) Alegoria: A alegoria é uma acumulação de metáforas referindo-se ao mesmo objeto; é uma figura poética que consiste em expressar uma situação global por meio de outra que a evoque e intensifique o seu significado. Na alegoria, todas as palavras estão transladadas para um plano que não lhes é comum e oferecem dois sentidos completos e perfeitos – um referencial e outro metafórico. Exemplo: “A vida é uma ópera, é uma grande ópera. O tenor e o barítono lutam pelo soprano, em presença do baixo e dos comprimários, quando não são o soprano e o contralto que lutam pelo tenor, em presença do mesmo baixo e dos mesmos comprimários. Há coros numerosos, muitos bailados, e a orquestra é excelente…” (Machado de Assis). TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO RIO DE JANEIRO Cargo: Técnico de Atividade Judiciária LÍNGUA PORTUGUESA LOJA DO CONCURSEIRO - 36 Figuras de sintaxe ou de construção: As figuras de sintaxe ou de construção dizem respeito a desvios em relação à concordância entre os termos da oração, sua ordem, possíveis repetições ou omissões. Elas podem ser construídas por: a) omissão: assíndeto, elipse e zeugma; b) repetição: anáfora, pleonasmo e polissíndeto; c) inversão: anástrofe, hipérbato, sínquise e hipálage; d) ruptura: anacoluto; e) concordância ideológica: silepse. Portanto, são figuras de construção ou sintaxe: Assíndeto: Ocorre assíndeto quando orações ou palavras deveriam vir ligadas por conjunções coordenativas, aparecem justapostas ou separadas por vírgulas. Exigem do leitor atenção maior no exame de cada fato, por exigência das pausas rítmicas (vírgulas). Exemplo: “Não nos movemos, as mãos é que se estenderam pouco a pouco, todas quatro, pegando- se, apertando-se, fundindo-se.” (Machado de Assis). Elipse: Ocorre elipse quando omitimos um termo ou oração que facilmente podemos identificar ou subentender no contexto. Pode ocorrer na supressão de pronomes, conjunções, preposições ou verbos. É um poderoso recurso de concisão e dinamismo. Exemplo: “Veio sem pinturas, em vestido leve, sandálias coloridas.” (elipse do pronome ela (Ela veio) e da preposição de (de sandálias…). Zeugma: Ocorre zeugma quando um termo já expresso na frase é suprimido, ficando subentendida sua repetição. Exemplo: “Foi saqueada a vida, e assassinados os partidários dos Felipes.” (Zeugma do verbo: “e foram assassinados…”) (Camilo Castelo Branco). Anáfora: Ocorre anáfora quando há repetição intencional de palavras no início de um período, frase ou verso. Exemplo: “Depois o areal extenso… / Depois o oceano de pó… / Depois no horizonte imenso / Desertos… desertos só…” (Castro Alves). Pleonasmo: Ocorre pleonasmo quando há repetição da mesma ideia, isto é, redundância de significado. a) Pleonasmo literário: É o uso de palavras redundantes para reforçar uma idéia, tanto do ponto de vista semântico quanto do ponto de vista sintático. Usado como um recurso estilístico, enriquece a expressão, dando ênfase à mensagem. Exemplo: “Iam vinte anos desde aquele dia / Quando com os olhos eu quis ver de perto / Quando em visão com os da saudade via.” (Alberto de Oliveira). “Morrerás morte vil na mão de um forte.” (Gonçalves Dias) “Ó mar salgado, quando do teu sal / São lágrimas de Portugal” (Fernando Pessoa). b) Pleonasmo vicioso: É o desdobramento de idéias que já estavam implícitas em palavras anteriormente expressas. Pleonasmos viciosos devem ser evitados, pois não têm valor de reforço de uma idéia, sendo apenas fruto do descobrimento do sentido real das palavras. Exemplos: subir para cima / entrar para dentro / repetir de novo / ouvir com os ouvidos / hemorragia de sangue / monopólio exclusivo / breve alocução / principal protagonista. Polissíndeto: Ocorre polissíndeto quando há repetição enfática de uma conjunção coordenativa mais vezes do que exige a norma gramatical (geralmente a conjunção e). É um recurso que sugere movimentos ininterruptos ou vertiginosos. Exemplo: “Vão chegando as burguesinhas pobres, / e as criadas das burguesinhas ricas / e as mulheres do povo, e as lavadeiras da redondeza.” (Manuel Bandeira). Anástrofe: Ocorre anástrofe quando há uma simples inversão de palavras vizinhas (determinante/determinado). Exemplo: “Tão leve estou (estou tão leve) que nem sombra tenho.” (Mário Quintana). TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO RIO DE JANEIRO Cargo: Técnico de Atividade Judiciária LÍNGUA PORTUGUESA LOJA DO CONCURSEIRO - 37 Hipérbato: Ocorre hipérbato quando há uma inversão completa de membros da frase. Exemplo: “Passeiam à tarde, as belas na Avenida. ” (As belas passeiam na Avenida à tarde.) (Carlos Drummond de Andrade). Sínquise: Ocorre sínquise quando há uma inversão violenta de distantes partes da frase. É um hipérbato exagerado. Exemplo: “A grita se alevanta ao Céu, da gente. ” (A grita da gente se alevanta ao Céu ) (Camões). Hipálage: Ocorre hipálage quando há inversão da posição do adjetivo: uma qualidade que pertence a um objeto é atribuída a outro, na mesma frase. Exemplo: “… as lojas loquazes dos barbeiros.” (as lojas dos barbeiros loquazes.) (Eça de Queiros). Anacoluto: Ocorre anacoluto quando há interrupção do plano sintático com que se inicia a frase, alterando-lhe a sequência lógica. A construção do período deixa um ou mais termos – que não apresentam função sintática definida – desprendidos dos demais, geralmente depois de uma pausa sensível. Exemplo: “Essas empregadas de hoje, não se pode confiar nelas.” (Alcântara Machado). Silepse: Ocorre silepse quando a concordância não é feita com as palavras, mas com a idéia a elas associada. a) Silepse de gênero: Ocorre quando há discordância entre os gêneros gramaticais (feminino ou masculino). Exemplo: “Quando a gente é novo, gosta de fazer bonito.” (Guimarães Rosa). b) Silepse de número: Ocorre quando há discordância envolvendo o número gramatical (singular ou plural). Exemplo: Corria gente de todos lados, e gritavam.” (Mário Barreto). c) Silepse de pessoa: Ocorre quando há discordância entre o sujeito expresso e a pessoa verbal: o sujeito que fala ou escreve se inclui no sujeito enunciado. Exemplo: “Na noite seguinte estávamos reunidas algumas pessoas.” (Machado de Assis). Figuras de pensamento: As figuras de pensamento são recursos de linguagem que se referem ao significado das palavras, ao seu aspecto semântico. São figuras de pensamento: Antítese: Ocorre antítese quando há aproximação de palavras ou expressões de sentidos opostos. Exemplo: “Amigos ou inimigos estão, amiúde, em posições trocadas. Uns nos querem mal, e fazem-nos bem. Outros nos almejam o bem, e nos trazem o mal.” (Rui Barbosa). Apóstrofe: Ocorre apóstrofe quando há invocação de uma pessoa ou algo, real ou imaginário, que pode estar presente ou ausente. Corresponde ao vocativo na análise sintática e é utilizada para dar ênfase à expressão. Exemplo: “Deus! ó Deus! onde estás, que não respondes?” (Castro Alves). Paradoxo: Ocorre paradoxo não apenas na aproximação de palavras de sentido oposto, mas também na de ideias que se contradizem referindo-se ao mesmo termo. É uma verdade enunciada com aparência de mentira. Oxímoro (ou oximoron) é outra designação para paradoxo. Exemplo: “Amor é fogo que arde sem se ver; / É ferida que dói e não se sente; / É um contentamento descontente; / É dor que desatina sem doer;” (Camões) Eufemismo: Ocorre eufemismo quando uma palavra ou expressão é empregada para atenuar uma verdade tida como penosa, desagradável ou chocante. Exemplo: “E pela paz derradeira (morte) que enfim vai nos redimir Deus lhe pague”. (Chico Buarque). Gradação: Ocorre gradação quando há uma seqüência de palavras que intensificam uma mesma idéia. TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO RIO DE JANEIRO Cargo: Técnico de Atividade Judiciária LÍNGUA PORTUGUESA LOJA DO CONCURSEIRO - 38 Exemplo: “Aqui… além… mais longe por onde eu movo o passo.” (Castro Alves). Hipérbole: Ocorre hipérbole quando há exagero de uma idéia, a fim de proporcionar uma imagem emocionante e de impacto. Exemplo: “Rios te correrão dos olhos, se chorares!” (Olavo Bilac). Ironia: Ocorre ironia quando, pelo contexto, pela entonação, pela contradição de termos, sugere-se o contrário do que as palavras ou orações parecem exprimir. A intenção é depreciativa ou sarcástica. Exemplo: “Moça linda, bem tratada, / três séculos de família, / burra como uma porta: / um amor.” (Mário de Andrade). Prosopopéia: Ocorre prosopopéia (ou animização ou personificação) quando se atribui movimento, ação, fala, sentimento, enfim, caracteres próprios de seres animados a seres inanimados ou imaginários. Também a atribuição de características humanas a seres animados constitui prosopopéia o que é comum nas fábulas e nos apólogos, como este exemplo de Mário de Quintana: “O peixinho (…) silencioso e levemente melancólico…” Exemplos: “… os rios vão carregando as queixas do caminho.” (Raul Bopp) Um frio inteligente (…) percorria o jardim…” (Clarice Lispector) Perífrase: Ocorre perífrase quando se cria um torneio de palavras para expressar algum objeto, acidente geográfico ou situação que não se quer nomear. Exemplo: “Cidade maravilhosa / Cheia de encantos mil / Cidade maravilhosa / Coração do meu Brasil.” (André Filho). Até este ponto retirei informações do site PCI cursos Vícios de Linguagem Ambiguidade Ambiguidade é a possibilidade de uma mensagem ter dois sentidos. Ela geralmente é provocada pela má organização das palavras na frase. A ambiguidade é um caso especial de polissemia, a possibilidade de uma palavra apresentar vários sentidos em um contexto. Ex: “Onde está a vaca da sua avó?” (Que vaca? A avó ou a vaca criada pela avó?) “Onde está a cachorra da sua mãe?” (Que cachorra? A mãe ou a cadela criada pela mãe?) “Este líder dirigiu bem sua nação”(“Sua”? Nação da 2ª ou 3ª pessoa (o líder)?). Obs 1: O pronome possessivo “seu(ua)(s)” gera muita confusão por ser geralmente associado ao receptor da mensagem. Obs 2: A preposição “como” também gera confusão com o verbo “comer” na 1ª pessoa do singular. A ambiguidade normalmente é indesejável na comunicação unidirecional, em particular na escrita, pois nem sempre é possível contactar o emissor da mensagem para questioná-lo sobre sua intenção comunicativa original e assim obter a interpretação correta da mensagem. Barbarismo Barbarismo, peregrinismo, idiotismo ou estrangeirismo (para os latinos qualquer estrangeiro era bárbaro) é o uso de palavra, expressão ou construção estrangeira no lugar de equivalente vernácula. De acordo com a língua de origem, os estrangeirismos recebem diferentes nomes: galicismo ou francesismo, quando provenientes do francês (de Gália, antigo nome da França); anglicismo, quando do inglês; castelhanismo, quando vindos do espanhol; Ex: Mais penso, mais fico inteligente (galicismo; o mais adequado seria “quanto mais penso, (tanto) mais fico inteligente”); Comeu um roast-beef (anglicismo; o mais adequado seria “comeu um rosbife“); TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO RIO DE JANEIRO Cargo: Técnico de Atividade Judiciária LÍNGUA PORTUGUESA LOJA DO CONCURSEIRO - 39 Havia links para sua página (anglicismo; o mais adequado seria “Havia ligações (ou vínculos) para sua página”. Eles têm serviço de delivery. (anglicismo; o mais adequado seria “Eles têm serviço de entrega”). Premiê apresenta prioridades da Presidência lusa da UE (galicismo, o mais adequado seria Primeiro- ministro) Nesta receita gastronômica usaremos Blueberries e Grapefruits. (anglicismo, o mais adequado seria Mirtilo e Toranja) Convocamos para a Reunião do Conselho de DA’s (plural da sigla de Diretório Acadêmico). (anglicismo, e mesmo nesta língua não se usa apóstrofo ‘s’ para pluralizar; o mais adequado seria DD.AA. ou DAs.) Há quem considere barbarismo também divergências de pronúncia, grafia, morfologia, etc., tais como “adevogado” ou “eu sabo“, pois seriam atitudes típicas de estrangeiros, por eles dificilmente atingirem alta fluência no dialeto padrão da língua. Em nível pragmático, o barbarismo normalmente é indesejável porque os receptores da mensagem frequentemente conhecem o termo em questão na língua nativa de sua comunidade linguística, mas nem sempre conhecem o termo correspondente na língua ou dialeto estrangeiro à comunidade com a qual ele está familiarizado. Em nível político, um barbarismo também pode ser interpretado como uma ofensa cultural por alguns receptores que se encontram ideologicamente inclinados a repudiar certos tipos de influência sobre suas culturas. Pode- se assim concluir que o conceito de barbarismo é relativo ao receptor da mensagem. Em alguns contextos, até mesmo uma palavra da própria língua do receptor poderia ser considerada como um barbarismo. Tal é o caso de um cultismo (ex: “abdômen”) quando presente em uma mensagem a um receptor que não o entende (por exemplo, um indivíduo não escolarizado, que poderia compreender melhor os sinônimos “barriga”, “pança” ou “bucho”). Cacofonia A cacofonia é um som desagradável ou obsceno formado pela união das sílabas de palavras contíguas. Por isso temos que cuidar quando falamos sobre algo para não ofendermos a pessoa que ouve. São exemplos desse fato: “Ele beijou a boca dela.” “Bata com um mamão para mim, por favor.” “Deixe ir-me já, pois estou atrasado.” “Não tem nada de errado a cerca dela“ “Vou-me já que está pingando. Vai chover!” “Instrumento para socar alho.” “Daqui vai, se for dai.” Não são cacofonia: “Eu amo ela demais !!!” “Eu vi ela.” “você veja” Como cacofonias são muitas vezes cômicas, elas são algumas vezes usadas de propósito em certas piadas, trocadilhos e “pegadinhas”. Plebeísmo O plebeísmo normalmente utiliza palavras de baixo calão, gírias e termos considerados informais. Exemplos: “Ele era um tremendo mané!” “Tô ferrado!” “Tá ligado nas quebradas, meu chapa?” “Esse bagulho é ‘radicaaaal’!!! Tá ligado mano?” ‘Vô piálá’mais tarde ‘ !!! Se ligou maluko ? Por questões de etiqueta, convém evitar o uso de plebeísmos em contextos sociais que requeiram maior formalismo no tratamento comunicativo. Prolixidade É a exposição fastidiosa e inútil de palavras ou argumentos e à sua superabundância. É o excesso de palavras para exprimir poucas idéias. Ao texto prolixo falta objetividade, o qual quase sempre compromete a clareza e cansa o leitor. A prevenção à prolixidade requer que se tenha atenção à concisão e precisão da mensagem. Concisão é a qualidade de dizer o máximo possível com o mínimo de palavras. Precisão é a qualidade de utilizar a palavra certa para dizer exatamente o que se quer. TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO RIO DE JANEIRO Cargo: Técnico de Atividade Judiciária LÍNGUA PORTUGUESA LOJA DO CONCURSEIRO - 40 Pleonasmo vicioso O pleonasmo é uma figura de linguagem. Quando consiste numa redundância inútil e desnecessária de significado em uma sentença, é considerado um vício de linguagem. A esse tipo de pleonasmo chamamos pleonasmo vicioso. Ex: Ele vai ser o protagonista principal da peça”. (Um protagonista é, necessariamente, a personagem principal) “Meninos, entrem já para dentro!” (O verbo “entrar” já exprime ideia de ir para dentro) “Estou subindo para cima.” (O verbo “subir” já exprime ideia de ir para cima) “Não deixe de comparecer pessoalmente.” (É impossível comparecer a algum lugar de outra forma que não pessoalmente) “Meio-ambiente” – o meio em que vivemos = o ambiente em que vivemos. Não é pleonasmo: “As palavras são de baixo calão“. Palavras podem ser de baixo ou de alto calão. O pleonasmo nem sempre é um vício de linguagem, mesmo para os exemplos supra citados, a depender do contexto. Em certos contextos, ele é um recurso que pode ser útil para se fornecer ênfase a determinado aspecto da mensagem. Especialmente em contextos literários, musicais e retóricos, um pleonasmo bem colocado pode causar uma reação notável nos receptores (como a geração de uma frase de efeito ou mesmo o humor proposital). A maestria no uso do pleonasmo para que ele atinja o efeito desejado no receptor depende fortemente do desenvolvimento da capacidade de interpretação textual do emissor. Na dúvida, é melhor que seja evitado para não se incorrer acidentalmente em um uso vicioso. Solecismo Solecismo é uma inadequação na estrutura sintática da frase com relação à gramática normativa do idioma. Há três tipos de solecismo: De concordância: “Fazem três anos que não vou ao médico.” (Faz três anos que não vou ao médico.) “Aluga-se salas nesse edifício.” (Alugam-se salas nesse edifício.) De regência: “Ontem eu assisti um filme de época.” (Ontem eu assisti a um filme de época.) De colocação: “Me empresta um lápis, por favor.” (Empresta-me um lápis, por favor.) “Me parece que ela ficou contente.” (Parece-me que ela ficou contente.) “Eu não respondi-lhe nada do que perguntou.” (Eu não lhe respondi nada do que perguntou.) Eco O Eco vem a ser a própria rima que ocorre quando há na frase terminações iguais ou semelhantes, provocando dissonância. “Falar em desenvolvimento é pensar em alimento, saúde e educação.” “O aluno repetente mente alegremente.” O presidente tinha dor de dente constantemente. Colisão O uso de uma mesma vogal ou consoante em várias palavras é denominado aliteração. Aliterações são preciosos recursos estilísticos quando usados com a intenção de se atingir efeito literário ou para atrair a atenção do receptor. Entretanto, quando seus usos não são intencionais ou quando causam um efeito estilístico ruim ao receptor da mensagem, a aliteração torna-se um vício de linguagem e recebe nesse contexto o nome de colisão. Exemplos: “Eram comunidades camponesas com cultivos coletivos.” “O papa Paulo VI pediu a paz.” Uma colisão pode ser remediada com a reestruturação sintática da frase que a contém ou com a substituição de alguns termos ou expressões por outras similares ou sinônimas. TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO RIO DE JANEIRO Cargo: Técnico de Atividade Judiciária LÍNGUA PORTUGUESA LOJA DO CONCURSEIRO - 41 EXERCÍCIOS COMPREENSÃO E INTERPRETAÇÃO DE TEXTO 01. (VUNESP - 2014 - PC-SP - Médico legista) Leia a manchete (Texto I), a faixa dos manifestantes (Texto II) e a tirinha (Texto III). TEXTO I Projeto de Campos está parado há 2 anos Obra de presídio anunciada pelo governador de PE como modelo de parceria público-privada já tem problemas estruturais. (Folha de S.Paulo, 10 jan. de 2014) De acordo com a norma-padrão da língua portuguesa, analise as afirmações e assinale a alternativa correta. a) O texto I está incorreto. Com a correção, seria: Projeto de Campos está parado a dois anos. b) O texto III merece três correções: haverá momentos…, em que você terá… e de que o mundo… . c) O texto II está correto: ... obra paralisada a quase 2 anos. d) Os textos I e II estão corretos; os empregos de há e a apresentam, respectivamente, tempo decorrido e tempo futuro. e) Os textos I e III possuem incorreções. 02. (VUNESP - 2007 - UNIFESP - Vestibular ) Considere o texto e analise as três afirmações seguintes. I. A frase Toda criança deve ser assistida quanto ao seu direito à atenção e ao carinho dos adultos está correta quanto aos sentidos propostos no texto e também quanto à regência. II. Deve-se interpretar a referência do pronome você como criança, conforme sugerido pelo título do texto. III. As duas orações que compõem as perguntas estabelecem entre si relação de adversidade. Está correto apenas o que se afirma em a) I. b) II. c) III. d) I e II. e) II e III. TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO RIO DE JANEIRO Cargo: Técnico de Atividade Judiciária LÍNGUA PORTUGUESA LOJA DO CONCURSEIRO - 42 03. (VUNESP - 2014 - SAAE-SP - Auxiliar de Manutenção Geral) Cidadania, essa raridade. Todos deveríamos ser cidadãos. Desde o início dos tempos. Mas, ainda hoje, se fosse possível contar individualmente as pessoas deste planeta que vivem na plenitude de seus direitos (civis, sociais, políticos), descobriríamos, estarrecidos, que o ser humano ainda não faz justiça à qualificação de “animal racional”. Definitivamente, a cidadania não está ao alcance de todos, nem de quase todos. O que é preciso para termos um mundo habitado só por cidadãos? Antes de mais nada, educação, um bem público, um dever do Estado. É a educação que vai libertar o indivíduo da pré-história, tirando-o do atraso e da ignorância. Educado, o ser humano terá pela frente um horizonte de conhecimentos que lhe permitirá adquirir consciência de seus direitos fundamentais (e lutar por eles, para si e para os outros) É preciso que o ser humano desperte para seus direitos, faça valer o que está nas constituições, porque é nelas que estão expressos esses direitos humanos que não chegam a todos os cidadãos. Nem tudo está perdido, porém. Bem ou mal, aos trancos ou barrancos, o que se percebe no mundo é que a tal consciência da cidadania se expande por todos os cantos, ampliando o território dos direitos e garantias, seja através de ações isoladas, de ONGs e movimentos sociais e até mesmo de participações governamentais. Algum dia, cada indivíduo deste planeta terá se tornado um cidadão. Resta saber quando será esse dia no calendário da desigualdade social. (Carlos Eduardo Novaes. Cidadania para Principiantes. 2012. Adaptado) Assinale a alternativa em que a palavra destacada expressa sentido de tempo a) Mas, ainda hoje, se fosse possível contar... b) ... se fosse possível contar individualmente as pessoas... c) ... porque é nelas que estão expressos esses direitos... d) Nem tudo está perdido, porém e) Resta saber quando será esse dia... 04. (VUNESP - 2014 - SAAE-SP - Auxiliar de Manutenção Geral) O sistema educativo tem por missão preparar as pessoas para um papel social. É de fato no dia a dia, na sua atividade profissional, cultural, de consumidor, que cada membro da coletividade deve assumir as suas responsabilidades em relação aos outros. Há, pois, que preparar cada pessoa para esta participação, mostrando-lhe os seus direitos e deveres, mas também desenvolvendo as suas competências sociais. (new.netica.org.br – Acesso em 04.04.2014 – Adaptado) De acordo com o texto, as pessoas devem mostrar sua responsabilidade em relação aos outros por meio a) da Constituição do país b) do apelo aos governantes. c) de comportamentos raros. d) de ações cotidianas. e) de reações imprevistas. ACENTUAÇÃO GRÁFICA 05. (VUNESP - 2013 - Prefeitura de São Paulo - SP - Guarda Civil Metropolitano) Na questão seguinte, assinale a alternativa com ortografia e acentuação corretas. a) Descobri o fascínio do facebook, por meio de compartilhamentos de opiniões. Vi-me submissa à tela. É uma relação inescapável. b) Descobri o facínio do facebook, por meio de compartilhamentos de opiniões. Vi-me subimissa à tela. É uma relação inescapavel. c) Descobri o facínio do facebook, por meio de compartilhiamentos de opiniões. Vi-me submiça à tela. É uma relação inescapavel. d) Descobri o fascinio do facebook, por meio de compartilhiamentos de opiniões. Vi-me submissa à tela. É uma relação inescapavel. e) Descobri o facinio do facebook, por meio de compartilhamentos de opiniões. Vi-me submisa à tela. É uma relação inescapável. TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO RIO DE JANEIRO Cargo: Técnico de Atividade Judiciária LÍNGUA PORTUGUESA LOJA DO CONCURSEIRO - 43 06. (VUNESP - 2013 - Prefeitura de São Paulo - SP - Guarda Civil Metropolitano) Na questão seguinte, assinale a alternativa com ortografia e acentuação corretas. a) Os cientistas são unanimes: fazem uma advertênsia aos voluntários quanto aos impactos causados pelo uso ininterrupto das plataformas digitais. b) Os cientistas são unânimes: fazem uma advertência aos voluntários quanto aos impactos causados pelo uso ininterrupto das plataformas digitais c) Os cientistas são unânemes: fazem uma advertencia aos voluntários quanto aos impactos causados pelo uso ininterrupito das plataformas digitais. d) Os cientistas são unânimes: fazem uma advertencia aos voluntários quanto aos impactos causados pelo uso inenterrupto das plataformas digitais e) Os cientistas são unânimes: fazem uma advertencia aos voluntários quanto aos impactos causados pelo uso ininterrupto das plataformas digitais. 07. (VUNESP - 2013 - TJ-SP - Escrevente Técnico Judiciário) Assinale a alternativa com as palavras acentuadas segundo as regras de acentuação, respectivamente, de intercâmbio e antropológico. a) Distúrbio e acórdão. b) Máquina e jiló. c) Alvará e Vândalo. d) Consciência e características. e) Órgão e órfãs. 08. (VUNESP - 2012 - TJ-SP - Assistente Social) Observe as palavras acentuadas, em destaque no seguinte texto: A Itália empreende atualmente uma revolução em sua indústria vinícola, apresentando modernos e dinâmicos vinhos, não abandonando seu inigualável caráter gastronômico. Assinale a alternativa cujas palavras são acentuadas, respectivamente, segundo as regras que determinam a acentuação das palavras destacadas no texto. a) Saída; mostrará; hífen. b) Comprá-la; político; nível. c) Ócio; fenômeno; inútil. d) Dá-lo; anônima; estéril. e) Eólica; órfã; ninguém. ORTOGRAFIA OFICIAL 09. (VUNESP - 2013 - TJ-SP – Advogado) A Polícia Militar prendeu, nesta semana, um homem de 37 anos, acusado de _______ de drogas e ________ à avó de 74 anos de idade. Ele foi preso em _______ com uma pequena quantidade de drogas no bairro Irapuá II, em Floriano, após várias denúncias de vizinhos. De acordo com o Comandante do 3.º BPM, o acusado era conhecido na região pela atuação no crime. De acordo com a norma-padrão da língua portuguesa, as lacunas do texto devem ser preenchidas, respectivamente, com: a) tráfico … mal-tratos … flagrante b) tráfego … maltratos … fragrante c) tráfego … maus-trato … flagrante d) tráfico … maus-tratos … flagrante e) tráfico … mau-trato … fragrante 10. (VUNESP - 2013 - TJ-SP - Escrevente Técnico Judiciário) Assinale a alternativa com as palavras acentuadas segundo as regras de acentuação, respectivamente, de intercâmbio e antropológico. a) Distúrbio e acórdão. b) Máquina e jiló. c) Alvará e Vândalo. d) Consciência e características. e) Órgão e órfãs. 11. (VUNESP - 2013 - TJ-SP - Escrevente Técnico Judiciário) Assinale a alternativa que preenche, correta e respectivamente, as lacunas do trecho a seguir, de acordo com a norma-padrão. Além disso, _______ certamente __________ entre nós __________ do fenômeno da corrupção e das fraudes. a) a … concenso … acerca b) há … consenso … acerca c) a … concenso … a cerca d) a … consenso … há cerca e) há … consenço … a cerca TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO RIO DE JANEIRO Cargo: Técnico de Atividade Judiciária LÍNGUA PORTUGUESA LOJA DO CONCURSEIRO - 44 12 . (VUNESP - 2013 - TJ-SP - Médico clínico geral) Assinale a alternativa que completa, respectivamente, as lacunas das frases, com sentido coerente e atendendo às regras do português padrão. Muitos temem que as radiações eletromagnéticas possam___________ doenças a quem mora nas proximidades das antenas de celulares. Pacientes com câncer começam a se sentir mal quando entram na sala da quimioterapia, porque eles ______________a expectativa de sentir náusea após a sessão. A bula dos remédios alerta para os riscos que o tratamento_____________ traria aos pacientes. a) infringir … têm … possívelmente b) infligir … têm … possivelmente c) infligir … tem … possívelmente d) infringir … tem … possivelmente e) infringir … têm … possivelmente PONTUAÇÃO 13. (VUNESP - 2014 - SAAE-SP - Técnico em Informática) Segundo a norma-padrão da língua portuguesa, a pontuação está correta em: a) Hagar disse, que não iria. b) Naquela noite os Stevensens prometeram servir, bifes e lagostas, aos vizinhos. c) Chegou, o convite dos Stevensens, bife e lagostas: para Hagar e Helga d) “Eles são chatos e, nunca param de falar”, disse, Hagar à Helga. e) Helga chegou com o recado: fomos convidados, pelos Stevensens, para jantar bifes e lagostas. 14. (VUNESP - 2014 - SAAE-SP - Procurador Jurídico) Leia o texto para responder à questão. Novos tempos Não dá para afirmar que seja despropositada a decisão do Supremo Tribunal Federal de dar aos réus todas as possibilidades recursais previstas em lei. O que dá, sim, para discutir é se nosso marco legislativo não é absurdamente pródigo em recursos. Minha impressão é que, a exemplo do que aconteceu coma medicina, o direito foi atropelado pelos novos tempos e nem percebeu. Se, até algumas décadas atrás, ainda dava para insistirem modelos que procuravam máxima segurança, com médicos conduzindo pessoalmente cada etapa dos processos diagnóstico e terapêutico e com advogados podendo apelar, agravar e embargar nas mais variadas fases do julgamento, isso está deixando de ser viável num contexto em que se pretende oferecer medicina e justiça para uma sociedade de massas. Aqui, seria preciso redesenhar os sistemas, fazendo com que o cidadão só fosse para a Justiça ou para o hospital quando alternativas que dessem conta dos casos mais simples tivessem se esgotado. Não há razão, por exemplo, para que médicos prescrevam óculos para crianças ou para que divórcios e heranças não litigiosos passem por juízes e advogados. É perfeitamente possível e desejável utilizar outros profissionais, como enfermeiros, tabeliães, notários e mediadores, para ajudar na difícil tarefa de levar saúde e justiça para todos. A dificuldade aqui é que, como ambos os sistemas são controlados muito de perto por entidades de classe com fortes poderes, que resistem naturalmente a mudanças, reformas, quando ocorrem, vêm a conta-gotas. É preciso, entretanto, racionalizar os modelos, retirando seus exageros, como a generosidade recursal e a centralização no médico, mesmo sob o risco de reduzir um pouco a segurança. Nada, afinal, é pior do que a justiça que nunca chega ou a fila da cirurgia que não anda. (Hélio Schwartsman. http://www1.folha.uol.com.br. 28.09.2013. Adaptado) TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO RIO DE JANEIRO Cargo: Técnico de Atividade Judiciária LÍNGUA PORTUGUESA LOJA DO CONCURSEIRO - 45 Releia o seguinte trecho do texto: É perfeitamente possível e desejável utilizar outros profissionais (...), para ajudar na difícil tarefa de levar saúde e justiça para todos. Considerando--se as regras de concordância e de colocação pronominal, segundo a norma -padrão da língua portuguesa, o trecho apresenta sua reescrita correta em: a) É perfeitamente possível e desejável que sejam desig-nado outros profissionais (...), para que se dediquem à difícil tarefa de levar saúde e justiça para todos. b) É perfeitamente possível e desejável que sejam desig-nado outros profissionais (...), para que dediquem--se à difícil tarefa de levar saúde e justiça para todos. c) É perfeitamente possível e desejável que seja designado outros profissionais (...), para que se dediquem à difícil tarefa de levar saúde e justiça para todos. d) É perfeitamente possível e desejável que seja designados outros profissionais (...), para que dediquem--se à difícil tarefa de levar saúde e justiça para todos. e) É perfeitamente possível e desejável que sejam desig-nados outros profissionais (...), para que se dediquem à difícil tarefa de levar saúde e justiça para todos. 15. (VUNESP - 2014 - SAAE-SP - Auxiliar de Manutenção Eletromecânica) A pontuação está de acordo com a norma-padrão da língua portuguesa em: a) Há pessoas que, mesmo conhecendo seus direitos, não lutam por eles. b) Todos, deveriam ter consciência, do que é cidadania. c) Ser, cidadão, é ter direitos garantidos. d) A educação deve conscientizar, sobre direitos, e deveres. e) Muitas ONGs, ajudam sempre que podem, os mais necessitados. 16. (VUNESP - 2014 - DESENVOLVESP – Advogado) A ciência do humor Na média, nós rimos entre 15 e 20 vezes por dia. Mas a variação entre indivíduos é grande. E não só entre indivíduos. Mulheres riem mais do que homens, mas são piores contadoras de piadas. E, à medida que envelhecem, elas tendem a rir menos, o que não acontece com eles. Também preferimos (todos) rir à tarde e no início da noite. Um bom estoque de informações como essas, além daquela que foi considerada a piada mais engraçada do mundo, está em Ha!: The Science of When We Laugh and Why (Ha!: a ciência de quando rimos e por quê), do neurocientista Scott Weems. O livro é interessante sob vários aspectos. Além das já referidas trivialidades, cujo valor é intrínseco, Weems faz um bom apanhado de como andam os estudos do humor, campo que apenas engatinhava 30 anos atrás e hoje conta com sociedades e artigos dedicados ao tema. O que me chamou a atenção, entretanto, é que o autor propõe um modelo um pouco diferente para compreender o humor, que seria um subproduto da forma como nosso cérebro processa as dezenas de informações conflitantes que recebe a cada instante. Embora nós gostemos de imaginar que usamos a lógica para avaliar as evidências e tirar uma conclusão, trabalhos neurocientíficos sugerem que a mente é o resultado de uma cacofonia de módulos e sistemas atuando em rede. Vence aquele módulo que grita mais alto. Frequentemente, o cérebro aproveita essa confusão para, a partir da complexidade, produzir ideias novas e criativas. Quando essas ideias atendem a certos requisitos como provocar surpresa e apresentar algo que pareça, ainda que vagamente, uma solução para o conflito, achamos graça e sentimos prazer, que vem na forma de uma descarga de dopamina, o mesmo neurotransmissor envolvido no vício em drogas e no aprendizado. Basicamente, o humor é o resultado inopinado de nosso modo de lidar com ambiguidades e complexidades. (Hélio Schwartsman, Folha de S.Paulo, 13.04.2014. Adaptado) Assinale a alternativa em que a frase – Frequentemente, o cérebro aproveita essa confusão para, a partir da complexidade, produzir ideias novas e criativas. – permanece pontuada corretamente, de TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO RIO DE JANEIRO Cargo: Técnico de Atividade Judiciária LÍNGUA PORTUGUESA LOJA DO CONCURSEIRO - 46 acordo com a norma-padrão da língua portuguesa, após o deslocamento das expressões em destaque. a) O cérebro, frequentemente, aproveita essa confusão para produzir ideias novas e criativas a partir da complexidade. b) O cérebro frequentemente, aproveita essa confusão para, produzir ideias novas e criativas, a partir da complexidade. c) O cérebro, frequentemente aproveita essa confusão para produzir, a partir da complexidade ideias novas e criativas. d) O cérebro aproveita frequentemente, essa confusão para produzir a partir da complexidade, ideias novas e criativas. e) O cérebro aproveita, frequentemente essa confusão para produzir, a partir da complexidade, ideias novas e criativas. CLASSES DE PALAVRAS 17. (VUNESP - 2014 - PM-SP - Aluno Oficial) Leia a tira para responder às questões No último quadrinho, a forma como se grafa o advérbio muito (muuuito) indica que a personagem pretende a) atenuar a graça contida na palavra. b) aduzir sentido pejorativo à palavra. c) marcar a ambiguidade na palavra. d) ironizar o sentido da palavra. e) intensificar o sentido da palavra. 18. (VUNESP - 2012 - TJ-SP - Analista de Sistemas) Justiça absolve frentista acusado de participação em furto O juiz Luiz Fernando Migliori Prestes, da 22.ª Vara Criminal Central da Capital, julgou improcedente ação penal proposta contra frentista acusado de furto em seu local de trabalho. Segundo consta da denúncia, A. L. A. R. teria permitido que W. F. O., cliente do posto de gasolina, usasse a máquina de cartões de crédito do local para fazer saques, mesmo sabendo que o cartão era roubado. Ele afirmou que desconhecia a origem ilícita do cartão. Ao ser interrogado, W. F. O. caiu em contradição quando perguntado sobre a quantia paga ao funcionário para permitir as operações, fato que, no entendimento do magistrado, tornou o conjunto probatório frágil para embasar uma condenação. “Daí, insuficientes as provas produzidas para um decreto condenatório ante a falta de demonstração suficiente de que A. L. A. R. agiu com dolo, no que a improcedência da ação penal se impõe.” Com base nessa fundamentação, absolveu o frentista da acusação de furto qualificado. O substantivo “frentista”, do título, está substituído na sequência do texto por a) W. F. O; pelo substantivo “cliente”; pelo pronome “ele” b) A. L. A. R.; pelo pronome “ele”; pelo substantivo “funcionário”. c) A. L. A. R.; pelo substantivo “cliente”; pelo pronome “ele”. d) A. L. A. R.; pelo pronome “ele”; pelo substantivo “cliente”. e) W. F. O; pelo pronome “ele”; pelo substantivo “cliente” TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO RIO DE JANEIRO Cargo: Técnico de Atividade Judiciária LÍNGUA PORTUGUESA LOJA DO CONCURSEIRO - 47 19. (VUNESP - 2011 - CODESP-SP - Guarda Portuário) Teatro das ruas Há talentos dramáticos pelas ruas. Mais precisamente pelas esquinas. Os intérpretes têm variados estilos, encarnam numerosos papéis. O público-alvo é o dos automóveis que param nos sinais vermelhos do trânsito. Os próprios artistas desenvolvem a maquiagem e o vestuário para as personagens que interpretam. Além de figurinistas e maquiadores, são diretores, criadores das falas e gestos. De uns anos para cá, artistas circenses têm feito concorrência aos de teatro. Apresentam números com toscos malabares ou bolinhas, acreditando oferecer certa compensação pelos trocados que esperam receber. Dos programas sociais brasileiros, o mais antigo, o mais amplo, o mais visível não é um daqueles criados pelos governos. Seus beneficiários recebem a pensão pingada de mão em mão, direto do contribuinte. É o Bolsa Esquina. (Ivan Ângelo, Veja, ago.2009. Adaptado) No trecho - Apresentam números com toscos malabares... - o adjetivo destacado pode ser substituído, sem alteração de sentido, por a) rápidos. b) grosseiros. c) impressionantes. d) vagarosos. e) difíceis. 20. (VUNESP - 2014 - PRODEST-ES - Analista Organizacional - Ciências Jurídicas) O bonito, o sublime, o gostoso de Brasil X Espanha foi a angústia. Nós sabemos que o martírio é que dá a um jogo, seja ele um clássico ou uma pelada, um charme desesperador. Ora, a batalha com os espanhóis teve todos os matadouros emocionais. Eis uma partida que pôs em cada coração uma fluorescente coroa de espinhos. Fomos, até o primeiro gol, 75 milhões de cristos. Começou a batalha e cada brasileiro estava abraçado, atra-cado a seu radiozinho de pilha. Entre nós e a peleja erguiam-se os Andes, hieráticos e tristíssimos. Havia, por aqui, um certo pavor da Espanha - velha pátria, constelada de feridas. O Brasil entrou mal, o Brasil entrou péssimo. Ou por outra: - o Brasil, no primeiro tempo, não era o Brasil, era o anti-Brasil, a negação do Brasil. O sujeito procurava o escrete e não encon-trava o escrete. A Espanha triturava a seleção de ouro, que não era mais de ouro, era de lata, era de zinco, sei lá. E só um homem, entre os brasileiros, continuava a ser o mesmo, eternamente o mes-mo: - Garrincha. Sim, do primeiro ao último minuto, o Mané foi o Mané. Passou como quis pelo García. Caçaram-no a patadas, como uma ratazana. Mas ele ia passando, dir--se-ia um maravi-lhoso ser incorpóreo, os espanhóis o massacravam e Garrincha sobrevivia ao próprio assassinato. Fora Garrincha, ninguém mais. Os negros ornamentais, fol-clóricos, divinos, deixavam-se bater, miseravelmente. E todos sentimos que a ausência de Pelé estava cravada no coração do Brasil. Faltava Pelé e o escrete murchava como um balão japo-nês apagado. Amigos, durante os 45 minutos o fracasso do Brasil doeu mais, aqui, do que a humilhação de Canudos. Cada um de nós sentiu--se direta e pessoalmente degradado. Assinale a alternativa em que a colocação do pronome destacado, na frase reescrita, está de acordo com a norma padrão. a) … os espanhóis massacravam-no e Garrincha sobrevivia ao próprio assassinato. b) Entre nós e a peleja ainda não erguiam--se os Andes. c) O caçaram a patadas, como uma ratazana. d) Mas ele ia passando, diria-se um maravilhoso ser incorpóreo. e) Ninguém sentiu-se direta e pessoalmente degradado. TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO RIO DE JANEIRO Cargo: Técnico de Atividade Judiciária LÍNGUA PORTUGUESA LOJA DO CONCURSEIRO - 48 PREPOSIÇÃO E CONJUNÇÃO 21. (VUNESP - 2013 - PC-SP - Atendente de Necrotério Policial) Praia Limpa Tecnologia alemã chega para ajudar a combater a poluição nas praias brasileiras Beach Tech 2000, ideal para praias do tamanho de São Conrado, no Rio de Janeiro. A sujeira nas praias brasileiras é um problema que parece sem solução. Mesmo com as campanhas de conscientização feitas pelas prefeituras, a maioria das praias continua recebendo diariamente todo o tipo de detrito deixado por turistas. Sem contar os recentes acidentes com vazamentos de óleo, como o que ocorreu na Baía de Guanabara. O recolhimento do lixo é feito em algumas praias por garis, o que, além de demorado e caro, é ineficiente, pois atinge apenas a superfície, deixando para trás enormes quantidades de dejetos “escondidos” na areia. Esses dejetos enterrados vão contaminando continuamente a areia, causando várias doenças. Além dos aspectos ambientais e de saúde, praias limpas atraem mais turistas, mais empregos e mais renda para a cidade. Empresa alemã traz para o Brasil os equipamentos Beach Tech, os únicos realmente capazes de limpar a areia com rapidez, baixo custo e confiabilidade. São capazes de limpar de 3.600 m2 (mais que um campo de futebol) a 30.000 m2 (mais que toda a área ocupada pelo Maracanã) de praia por hora, atingindo qualquer substância a até 20 cm de profundidade. Com apenas uma pessoa operando, os equipamentos Beach Tech deixam a areia plana e limpa. Voltados principalmente à limpeza noturna, para que a praia esteja limpa pela manhã, os equipamentos operam com baixo nível de ruído. Na primeira frase do texto – A sujeira nas praias brasileiras é um problema que parece sem solução. – a preposição em destaque estabelece, entre as palavras, relação de: a) ausência b) meio. c) direção. d) causa e) finalidade 22. (VUNESP - 2011 - CODESP-SP - Guarda Portuário) ... não se trata de miseráveis que não encontram outra forma de sobreviver. A preposição destacada estabelece relação de a) lugar. b) origem. c) matéria. d) posse. e) finalidade. 23. (FJG - RIO - 2014 - Câmara Municipal do Rio de Janeiro - Assistente Técnico Legislativo) Detector de mentira por e-mail Cientistas da Universidade de Cornell, nos Estados Unidos, anunciaram no fim de fevereiro, início de março, ser capazes de identificar uma mentira contada por e-mail. Analisando cinco características de textos falaciosos, identificaram “pistas” que mentirosos deixam em textos escritos. Segundo os cientistas, a margem de acerto nos testes é de cerca de 70%. Os conhecimentos podem ser condensados em um programa de computador disponível já a partir do próximo ano. Textos falsos têm, por exemplo, 28% mais palavras que textos verdadeiros, descobriram os cientistas. Mas a ocorrência de frases casuais, que possam despertar ambiguidade, é bem menor nos verdadeiros que nos mentirosos. Mais detalhadas que as verdades, mentiras são contadas por meio daquilo que os pesquisadores chamaram de “expressões de sentido”, como “sentir”, “ver”, e “tocar” - usadas para criar um cenário que nunca existiu. In: Revista Língua Portuguesa. Ano II, Número 18, 2007,página 9. Fragmento A preposição existente em “identificar uma mentira contada por e-mail” relaciona dois termos e estabelece entre eles determinada relação de sentido. Essa mesma ideia está presente em: a) As histórias que nascem por mãos humanas são muitas vezes pura falsidade. b) A pesquisa reforçou o que já se sabia: na internet, frequentemente, se vende gato por lebre. c) Consumiu-o por semanas a curiosidade de estar cara a cara com sua amiga virtual. d) Alguns deveriam ser severamente penalizados, por inventarem indignidades na rede. TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO RIO DE JANEIRO Cargo: Técnico de Atividade Judiciária LÍNGUA PORTUGUESA LOJA DO CONCURSEIRO - 49 24. (FUNDAÇÃO DOM CINTRA - 2014 - IF-SE - Técnico de Tecnologia da Informação) Mentira e verdade Alguns estudiosos afirmam que a mercadoria mais importante do mundo moderno é a informação. Pensando bem, foi sempre mais ou menos assim. Quem detinha a informação era poderoso - daí que a mídia foi elevada a quarto poder, tese contra a qual sempre me manifestei, achando que a mídia é uma força, mas não o poder. Com a chegada da internet, suas imensas e inesperadas oportunidades, o monopólio da informação pulverizou-se. Os jornais, creio eu, foram os primeiros a sentir o golpe, os livros logo em seguida, havendo até a previsão de que ele acabará na medida em que se limitar ao seu atual desenho gráfico, que vem de Gutenberg. Acontece que, mais cedo ou mais tarde, a mídia impressa ficará dependente não dos seus quadros profissionais, de sua estrutura de captação das informações. Qualquer pessoa, a qualquer hora do dia ou da noite, acessando blogs e sites individualizados, ficará por dentro do que acontece ou acontecerá. Na atual crise que o país atravessa, a imprensa em muitas ocasiões foi caudatária do que os blogs informavam duas, três vezes ao dia. Em termos de amplidão, eles sempre ganharão de goleada da imprensa escrita e falada. O gigantismo da internet tem, porém, pés de barro. Se ganha no alcance, perde no poder de concentração e análise. Qualquer pessoa, medianamente informada ou sem informação alguma, pode manter uma fonte de notícias ou comentários com responsabilidade zero, credibilidade zero, coerência zero. O mercado da informação, que formaria o poder no mundo moderno, em breve estará tão poluído, que dificilmente saberemos o que ainda não sabemos: o que é mentira e o que é verdade. “...tese contra a qual sempre me manifestei...”; esse segmento do texto mostra uma oração adjetiva que é introduzida por uma preposição (contra), exigida pelo verbo “manifestar-se”. A alternativa a seguir em que foi empregada uma preposição inadequada é: a) Os resultados a que visavam os projetos foram alcançados. b) Os temas de que todos falavam não eram os mais importantes. c) As ferramentas com que se utilizavam os operários desapareceram d) As crônicas a que se referiam os políticos tinham sido esquecidas. VOZES VERBAIS 25. (FUNDAÇÃO DOM CINTRA - 2014 - IF-SE - Técnico de Tecnologia da Informação) Mentira e verdade Alguns estudiosos afirmam que a mercadoria mais importante do mundo moderno é a informação. Pensando bem, foi sempre mais ou menos assim. Quem detinha a informação era poderoso - daí que a mídia foi elevada a quarto poder, tese contra a qual sempre me manifestei, achando que a mídia é uma força, mas não o poder. Com a chegada da internet, suas imensas e inesperadas oportunidades, o monopólio da informação pulverizou- se. Os jornais, creio eu, foram os primeiros a sentir o golpe, os livros logo em seguida, havendo até a previsão de que ele acabará na medida em que se limitar ao seu atual desenho gráfico, que vem de Gutenberg. Acontece que, mais cedo ou mais tarde, a mídia impressa ficará dependente não dos seus quadros profissionais, de sua estrutura de captação das informações. Qualquer pessoa, a qualquer hora do dia ou da noite, acessando blogs e sites individualizados, ficará por dentro do que acontece ou acontecerá. Na atual crise que o país atravessa, a imprensa em muitas ocasiões foi caudatária do que os blogs informavam duas, três vezes ao dia. Em termos de amplidão, eles sempre ganharão de goleada da imprensa escrita e falada. O gigantismo da internet tem, porém, pés de barro. Se ganha no alcance, perde no poder de concentração e análise. Qualquer pessoa, medianamente informada ou sem informação alguma, pode manter uma fonte de notícias ou comentários com responsabilidade zero, credibilidade zero, coerência zero. O mercado da informação, que formaria o poder no mundo moderno, em breve estará tão poluído, que dificilmente saberemos o que ainda não sabemos: o que é mentira e o que é verdade. TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO RIO DE JANEIRO Cargo: Técnico de Atividade Judiciária LÍNGUA PORTUGUESA LOJA DO CONCURSEIRO - 50 O segmento que exemplifica uma forma verbal da voz passiva é: a) “Quem detinha a informação era poderoso — daí que a mídia foi elevada a quarto poder...” b) “Alguns estudiosos afirmam que a mercadoria mais importante do mundo moderno é a informação”. c) “... tese contra a qual sempre me manifestei, achando que a mídia é uma força, mas não o poder”. d) “Pensando bem, foi sempre mais ou menos assim”. 26. (FCC - 2014 - TRT - 16ª REGIÃO (MA) - Analista Judiciário – Contabilidade) Da utilidade dos prefácios Li outro dia em algum lugar que os prefácios são textos inúteis, já que em 100% dos casos o prefaciador é convocado com o compromisso exclusivo de falar bem do autor e da obra em questão. Garantido o tom elogioso, o prefácio ainda aponta características evidentes do texto que virá, que o leitor poderia ter muito prazer em descobrir sozinho. Nos casos mais graves, o prefácio adianta elementos da história a ser narrada (quando se trata de ficção), ou antecipa estrofes inteiras (quando poesia), ou elenca os argumentos de base a serem desenvolvidos (quando estudos ou ensaios). Quer dizer: mais do que inútil, o prefácio seria um estraga-prazeres. Pois vou na contramão dessa crítica mal- humorada aos prefácios e prefaciadores, embora concorde que muitas vezes ela proceda - o que não justifica a generalização devastadora. Meu argumento é simples e pessoal: em muitos livros que li, a melhor coisa era o prefácio - fosse pelo estilo do prefaciador, muito melhor do que o do autor da obra, fosse pela consistência das ideias defendidas, muito mais sólidas do que as expostas no texto principal. Há casos célebres de bibliografias que indicam apenas o prefácio de uma obra, ficando claro que o restante é desnecessário. E ninguém controla a possibilidade, por exemplo, de o prefaciador ser muito mais espirituoso e inteligente do que o amigo cujo texto ele apresenta. Mas como argumento final vou glosar uma observação de Machado de Assis: quando o prefácio e o texto principal são ruins, o primeiro sempre terá sobre o segundo a vantagem de ser bem mais curto. Há muito tempo me deparei com o prefácio que um grande poeta, dos maiores do Brasil, escreveu para um livrinho de poemas bem fraquinhos de uma jovem, linda e famosa modelo. Pois o velho poeta tratava a moça como se fosse uma Cecília Meireles (que, aliás, além de grande escritora era também linda). Não havia dúvida: o poeta, embevecido, estava mesmo era prefaciando o poder de sedução da jovem, linda e nada talentosa poetisa. Mas ele conseguiu inventar tantas qualidades para os poemas da moça que o prefácio acabou sendo, sozinho, mais uma prova da imaginação de um grande gênio poético. (Aderbal Siqueira Justo, inédito) Transpondo-se para a voz passiva a frase vou glosar uma observação de Machado de Assis, a forma verbal resultante deverá ser: a) terei glosado b) seria glosada c) haverá de ser glosada d) será glosada e) terá sido glosada TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO RIO DE JANEIRO Cargo: Técnico de Atividade Judiciária LÍNGUA PORTUGUESA LOJA DO CONCURSEIRO - 51 27. (VUNESP - 2014 - SEDUC-SP - Analista de Tecnologia da Informação) Leia os quadrinhos para responder Na voz passiva, a frase do primeiro quadrinho assume a seguinte redação: a) Um download ilegal de Jéssica jamais o havia feito. b) Jamais se fez um download ilegal por Jéssica c) Um download ilegal jamais foi feito por Jéssica. d) Jamais um download ilegal tinha sido feito com Jéssica. e) Um download ilegal a Jéssica jamais se faria 28. (FCC - 2014 - TRT - 2ª REGIÃO (SP) - Analista Judiciário - Área Administrativa) Questão de gosto A expressão parece ter sido criada para encerrar uma discussão. Quando alguém apela para a tal da “questão de gosto”, é como se dissesse: “chega de conversa, inútil discutir”. A partir daí nenhuma polêmica parece necessária, ou mesmo possível. “Você gosta de Beethoven? Eu prefiro ouvir fanfarra de colégio.” Questão de gosto. Levada a sério, radicalizada, a “questão de gosto” dispensa razões e argumentos, estanca o discurso crítico, desiste da reflexão, afirmando despoticamente a instância definitiva da mais rasa subjetividade. Gosto disso, e pronto, estamos conversados. Ao interlocutor, para sempre desarmado, resta engolir em seco o gosto próprio, impedido de argumentar. Afinal, gosto não se discute. Mas se tudo é questão de gosto, a vida vale a morte, o silêncio vale a palavra, a ausência vale a presença - tudo se relativiza ao infinito. Num mundo sem valores a definir, em que tudo dependa do gosto, não há lugar para uma razão ética, uma definição de princípios, uma preocupação moral, um empenho numa análise estética. O autoritarismo do gosto, tomado em sentido absoluto, apaga as diferenças reais e proclama a servidão ao capricho. Mas há quem goste das fórmulas ditatoriais, em vez de enfrentar o desafio de ponderar as nossas contradições. (Emiliano Barreira, inédito) Na passagem da voz ativa para a passiva, NÃO houve a devida correspondência quanto ao tempo verbal na seguinte construção: a) Será que ele apreciará tais formas ditatoriais? = Será que tais fórmulas ditatoriais serão apreciadas por ele? b) Haveremos de enfrentar esse e outros desafios = Esse e outros desafios haverão de ser enfrentados por nós. c) A questão de gosto dispensaria as razões = As razões teriam sido dispensadas pela questão de gosto. d) O autoritarismo apagava as diferenças reais = As diferenças reais eram apagadas pelo autoritarismo. e) Os acomodados têm proclamado a servidão ao capricho = A servidão ao capricho tem sido proclamada pelos acomodados. TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO RIO DE JANEIRO Cargo: Técnico de Atividade Judiciária LÍNGUA PORTUGUESA LOJA DO CONCURSEIRO - 52 COLOCAÇÃO PRONOMINAL 29. (FUNCAB - 2014 - PRODAM-AM - Auxiliar de Motorista) A outra noite Outro dia fui a São Paulo e resolvi voltar à noite, uma noite de vento sul e chuva, tanto lá como aqui. Quando vinha para casa de táxi, encontrei um amigo e o trouxe até Copacabana; e contei a ele que lá em cima, além das nuvens, estava um luar lindo, de lua cheia; e que as nuvens feias que cobriam a cidade eram, vistas de cima, enluaradas, colchões de sonho, alvas, uma paisagem irreal. Depois que o meu amigo desceu do carro, o chofer aproveitou um sinal fechado para voltar-se para mim: - O senhor vai desculpar, eu estava aqui a ouvir sua conversa. Mas, tem mesmo luar lá em cima? Confirmei: sim, acima da nossa noite preta e enlamaçada e torpe havia uma outra - pura, perfeita e linda. -Mas que coisa... Ele chegou a pôr a cabeça fora do carro para olhar o céu fechado de chuva. Depois continuou guiando mais lentamente. Não sei se sonhava em ser aviador ou pensava em outra coisa. -Ora, sim senhor... E, quando saltei e paguei a corrida, ele me disse um“boa noite” e um“muito obrigado ao senhor” tão sinceros, tão veementes, como se eu lhe tivesse feito um presente de rei. (BRAGA, Rubem. Para gostar de ler, vol. 2, crônicas. São Paulo, Ática.) Para gostar de le Assinale a opção em que o pronome oblíquo foi corretamente colocado. a) Ninguém avisou-me sobre isso. b) Quem contou-te o que aconteceu? c) A pessoa que ajudou-me era muito simpática. d) Quando nos viu, deu uma freada e parou. e) Não aproxime-se do alambrado. 30. (FUNCAB - 2014 - PRODAM-AM - Auxiliar de Motorista) A outra noite Outro dia fui a São Paulo e resolvi voltar à noite, uma noite de vento sul e chuva, tanto lá como aqui. Quando vinha para casa de táxi, encontrei um amigo e o trouxe até Copacabana; e contei a ele que lá em cima, além das nuvens, estava um luar lindo, de lua cheia; e que as nuvens feias que cobriam a cidade eram, vistas de cima, enluaradas, colchões de sonho, alvas, uma paisagem irreal. Depois que o meu amigo desceu do carro, o chofer aproveitou um sinal fechado para voltar-se para mim: - O senhor vai desculpar, eu estava aqui a ouvir sua conversa. Mas, tem mesmo luar lá em cima? Confirmei: sim, acima da nossa noite preta e enlamaçada e torpe havia uma outra - pura, perfeita e linda. -Mas que coisa... Ele chegou a pôr a cabeça fora do carro para olhar o céu fechado de chuva. Depois continuou guiando mais lentamente. Não sei se sonhava em ser aviador ou pensava em outra coisa. -Ora, sim senhor... E, quando saltei e paguei a corrida, ele me disse um“boa noite” e um“muito obrigado ao senhor” tão sinceros, tão veementes, como se eu lhe tivesse feito um presente de rei. (BRAGA, Rubem. Para gostar de ler, vol. 2, crônicas. São Paulo, Ática.) Para gostar de ler. Assinale a opção em que o pronome LHE foi corretamente empregado. a) O dono da oficina recebeu-lhe com educação. b) A atividade ilegal levara-lhe à prisão. c) O cheiro de tinta contaminou-lhe. d) Saiu do carro e abandonou-lhe na rua. e) O passageiro pagou-lhe a corrida. TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO RIO DE JANEIRO Cargo: Técnico de Atividade Judiciária LÍNGUA PORTUGUESA LOJA DO CONCURSEIRO - 53 31. (VUNESP - 2014 - SEDUC-SP - Analista de Tecnologia da Informação) Calor verbal Diferentemente do que ocorre nos Estados Unidos, onde é notória a agressividade da oposição parlamentar ao governo de Barack Obama, o debate ideológico brasileiro tem se destacado por uma singular dualidade de estilos. No reino virtual da internet, blogueiros e comentaristas amiúde adotam uma linguagem de extrema virulência. No mundo político real, entretanto, o ambiente vinha se caracterizando há tempos por um relativo marasmo. As semanas sufocantes deste verão acumulam, todavia – não tanto pela impaciência com as condições meteorológicas, e bem mais pelo avançar do calendário eleitoral –, claros sinais de que se passa a apostar em novos tons de beligerância política. (Folha de S.Paulo, 13.02.2013. Adaptado) Assinale a alternativa correta quanto ao emprego de pronomes e à colocação pronominal. a) Se vê uma dualidade de estilos no debate ideológico brasileiro, cujo pode se diferenciar em alguns aspectos do americano. b) Os Estados Unidos são um país que não poupa-se o governo de Barack Obama da agressividade da oposição parlamentar c) Blogueiros e comentaristas brasileiros se valem de uma linguagem virulenta onde querem criticar o governo. d) Tem-se a oposição no mundo virtual e no mundo real: aquela, há tempos, se vinha caracterizando por um relativo marasmo. e) Nas semanas sufocantes deste verão, reservam- se claros sinais de que a política terá novos tons que a transformarão. CONCORDÂNCIA VERBAL E NOMINAL 32. (FUNCAB - 2014 - PRODAM-AM - Auxiliar de Motorista) A outra noite Outro dia fui a São Paulo e resolvi voltar à noite, uma noite de vento sul e chuva, tanto lá como aqui. Quando vinha para casa de táxi, encontrei um amigo e o trouxe até Copacabana; e contei a ele que lá em cima, além das nuvens, estava um luar lindo, de lua cheia; e que as nuvens feias que cobriam a cidade eram, vistas de cima, enluaradas, colchões de sonho, alvas, uma paisagem irreal. Depois que o meu amigo desceu do carro, o chofer aproveitou um sinal fechado para voltar-se para mim: - O senhor vai desculpar, eu estava aqui a ouvir sua conversa. Mas, tem mesmo luar lá em cima? Confirmei: sim, acima da nossa noite preta e enlamaçada e torpe havia uma outra - pura, perfeita e linda. -Mas que coisa... Ele chegou a pôr a cabeça fora do carro para olhar o céu fechado de chuva. Depois continuou guiando mais lentamente. Não sei se sonhava em ser aviador ou pensava em outra coisa. -Ora, sim senhor... E, quando saltei e paguei a corrida, ele me disse um“boa noite” e um“muito obrigado ao senhor” tão sinceros, tão veementes, como se eu lhe tivesse feito um presente de rei. (BRAGA, Rubem. Para gostar de ler, vol. 2, crônicas. São Paulo, Ática.) Para gostar de le Qual das frases abaixo está correta quanto à concordância verbal? a) Agora sou eu que escolhe o trajeto. b) Restaura-se pneus. c) Haviam garrafas vazias ao lado do poste. d) Faz cinco dias que ele não aparece por aqui. e) Falta cinco minutos para as dez. TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO RIO DE JANEIRO Cargo: Técnico de Atividade Judiciária LÍNGUA PORTUGUESA LOJA DO CONCURSEIRO - 54 33. (VUNESP - 2014 - PM-SP - Aluno Oficial) Leia a tira para responder às questões Considerando os sentidos expressos nas falas das personagens, assinale a alternativa correta quanto à concordância. a) Ela é meia humana e meia zebra, diferente dele. b) Humano e cavalo são duas metade que me compõe. c) Existe muitas diferenças entre nós. d) O meu amor e o seu sofre com nossas diferenças. e) É impossível os nossos sentimentos de amor. 34. (VUNESP - 2014 - Fundacentro - Assistente em Ciência e Tecnologia) Assinale a alternativa correta quanto à concordância nominal, segundo a norma- padrão. a) Os gritos de dona Irene ecoaram alto e deixaram as pessoas atentas b) Com o acontecido, dona Irene voltou para casa meia amedrontada c) Devido à violência, há menas pessoas andando nas ruas d) Dona Irene deu bastante gritos para chamar a atenção das pessoas e) Os ladrões, meio assustado, podem fazer coisas inimagináveis REGÊNCIA VERBAL E NOMINAL 35. (CESGRANRIO - 2007 - TCE-RO - Analista de Sistemas) É preciso voltar a gostar do Brasil Muitos motivos se somaram, ao longo da nossa história, para dificultar a tarefa de decifrar, mesmo imperfeitamente, o enigma brasileiro. Já independentes, continuamos a ser um animal muito estranho no zoológico das nações: sociedade recente, produto da expansão europeia, concebida desde o início para servir ao mercado mundial, organizada em torno de um escravismo prolongado e tardio, única monarquia em um continente republicano, assentada em uma extensa base territorial situada nos trópicos, com um povo em processo de formação, sem um passado profundo onde pudesse ancorar sua identidade. Que futuro estaria reservado para uma nação assim? Durante muito tempo, as tentativas feitas para compreender esse enigma e constituir uma teoria do Brasil foram, em larga medida, infrutíferas. Não sabíamos fazer outra coisa senão copiar saberes da Europa (...) Enquanto o Brasil se olhou no espelho europeu só pôde construir uma imagem negativa e pessimista de si mesmo, ao constatar sua óbvia condição não-europeia. Houve muitos esforços meritórios para superar esse impasse. Porém, só na década de 1930, depois de mais de cem anos de vida independente, começamos a puxar consistentemente o fio da nossa própria meada. Devemos ao conservador Gilberto Freyre, em 1934, com Casa-grande & Senzala, uma revolucionária releitura do Brasil, visto a partir do complexo do açúcar e à luz da moderna antropologia cultural, disciplina que então apenas engatinhava. (...) Freyre revirou tudo de ponta-cabeça, realizando um tremendo resgate do papel civilizatório de negros e índios dentro da formação social brasileira. (...) A colonização do Brasil, ele diz, não foi obra do Estado ou das demais instituições formais, todas aqui muito fracas. Foi obra da família patriarcal, em torno da qual se constituiu um modo de vida completo e específico. (...) Nada escapa ao abrangente olhar investigativo do antropólogo: comidas, lendas, roupas, cores, odores, festas, canções, arquitetura, sexualidade, superstições, costumes, ferramentas e técnicas, palavras e expressões de linguagem. (...) Ela (a singularidade da TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO RIO DE JANEIRO Cargo: Técnico de Atividade Judiciária LÍNGUA PORTUGUESA LOJA DO CONCURSEIRO - 55 experiência brasileira) não se encontrava na política nem na economia, muito menos nos feitos dos grandes homens. Encontrava-se na cultura, obra coletiva de gerações anônimas. (...) Devemos a Sérgio Buarque, apenas dois anos depois, com Raízes do Brasil, um instigante ensaio - "clássico de nascença", nas palavras de Antônio Cândido - que tentava compreender como uma sociedade rural, de raízes ibéricas, experimentaria o inevitável trânsito para a modernidade urbana e "americana" do século 20. Ao contrário do pernambucano Gilberto Freyre, o paulista Sérgio Buarque não sentia nostalgia pelo Brasil agrário que estava se desfazendo, mas tampouco acreditava na eficácia das vias autoritárias, em voga na década de 1930, que prometiam acelerar a modernização pelo alto. Observa o tempo secular da história. Considera a modernização um processo. Também busca a singularidade do processo brasileiro, mas com olhar sociológico: somos uma sociedade transplantada, mas nacional, com características próprias. (...) Anuncia que "a nossa revolução" está em marcha, com a dissolução do complexo ibérico de base rural e a emergência de um novo ator decisivo, as massas urbanas. Crescentemente numerosas, libertadas da tutela dos senhores locais, elas não mais seriam demandantes de favores, mas de direitos. No lugar da comunidade doméstica, patriarcal e privada, seríamos enfim levados a fundar a comunidade política, de modo a transformar, ao nosso modo, o homem cordial em cidadão. O esforço desses pensadores deixou pontos de partida muito valiosos, mesmo que tenham descrito um país que, em parte, deixou de existir. O Brasil de Gilberto Freyre girava em torno da família extensa da casa-grande, um espaço integrador dentro da monumental desigualdade; o de Sérgio Buarque apenas iniciava a aventura de uma urbanização que prometia associar-se a modernidade e cidadania. BENJAMIN, César. Revista Caros Amigos. Ano X, no 111. jun. 2006. (adaptado) Assinale a opção em que há uso INADEQUADO da regência verbal, segundo a norma culta da língua. a) É interessante a obra de Freyre com a qual a de Sérgio Buarque compõe uma dupla magistral. b) É necessário ler estes livros nos quais nos vemos caracterizados. c) Chico Buarque, por quem os brasileiros têm grande admiração, é filho de Sérgio Buarque. d) É tão bom escritor que não vejo alguém de quem ele possa se comparar. e) Valoriza-se, sobretudo, aquele livro sob cujas leis as pessoas traçam suas vidas. 36. (FUMARC - 2010 - CEMIG-TELECOM - Advogado Júnior) A mudança na regência verbal NÃO implica mudança de sentido em: a) O nome do funcionário não constou do relatório de atividades. O nome do funcionário não constou no relatório de atividades. b) Segundo o chefe do cerimonial, poucos convidados beberam o vinho. Segundo o chefe do cerimonial, poucos convidados beberam do vinho. c) Conforme se comprovou posteriormente, os dois rapazes visavam os cheques. Conforme se comprovou posteriormente, os dois rapazes visavam aos cheques. d) Durante a mesa-redonda, falou com colegas do curso de Engenharia. Durante a mesa-redonda, falou a colegas do curso de Engenharia. 37. (CAIP-IMES - 2013 - UNIFESP - Assistente em Administração)A regência verbal não está correta somente na alternativa: a) Não me custa lutar por uma boa causa. b) O Código de Trânsito, que poucos motoristas obedecem, deveria ser mais divulgado. c) Houve muitos debates entre os concorrentes, antes de tomarem uma decisão. d) O advogado do casal, primeiramente, inteirou-se dos fatos. TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO RIO DE JANEIRO Cargo: Técnico de Atividade Judiciária LÍNGUA PORTUGUESA LOJA DO CONCURSEIRO - 56 38. (IBFC - 2013 - SEAP-DF - Professor – Sociologia) Leia as sentenças abaixo: I. Obedeça os seus avós, menino! II. Amélia, aspire ao pó direito! III. Estudo implica em concentração. As afirmativas que apresentam erro quanto à regência verbal são: a) I e II, apenas. b) II e III, apenas. c) I e III, apenas. d) I, II e III. CRASE 39. (FCC - 2014 - TRF - 4ª REGIÃO - Técnico Judiciário - Área Administrativa) Atenção: Para responder a questão considere o texto abaixo. No campo da técnica e da ciência, nossa época produz milagres todos os dias. Mas o progresso moderno tem amiúde um custo destrutivo, por exemplo, em danos irreparáveis à natureza, e nem sempre contribui para reduzir a pobreza. A pós-modernidade destruiu o mito de que as humanidades humanizam. Não é indubitável aquilo em que acreditam os filósofos otimistas, ou seja, que uma educação liberal, ao alcance de todos, garantiria um futuro de liberdade e igualdade de oportunidades nas democracias modernas. George Steiner, por exemplo, afirma que “bibliotecas, museus, universidades, centros de investigação por meio dos quais se transmitem as humanidades e as ciências podem prosperar nas proximidades dos campos de concentração”. “O que o elevado humanismo fez de bom para as massas oprimidas da comunidade? Que utilidade teve a cultura quando chegou a barbárie?” Numerosos trabalhos procuraram definir as características da cultura no contexto da globalização e da extraordinária revolução tecnológica. Um deles é o de Gilles Lipovetski e Jean Serroy, A cultura-mundo. Nele, defende-se a ideia de uma cultura global - a cultura-mundo - que vem criando, pela primeira vez na história, denominadores culturais dos quais participam indivíduos dos cinco continentes, aproximando-os e igualando-os apesar das diferentes tradições e línguas que lhes são próprias. Essa “cultura de massas” nasce com o predomínio da imagem e do som sobre a palavra, ou seja, com a tela. A indústria cinematográfica, sobretudo a partir de Hollywood, “globaliza” os filmes, levando-os a todos os países, a todas as camadas sociais. Esse processo se acelerou com a criação das redes sociais e a universalização da internet. Tal cultura planetária teria, ainda, desenvolvido um individualismo extremo em todo o globo. Contudo, a publicidade e as modas que lançam e impõem os produtos culturais em nossos tempos são um obstáculo a indivíduos independentes. O que não está claro é se essa cultura-mundo é cultura em sentido estrito, ou se nos referimos a coisas completamente diferentes quando falamos, por um lado, de uma ópera de Wagner e, por outro, dos filmes de Hitchcock e de John Ford. A meu ver, a diferença essencial entre a cultura do passado e o entretenimento de hoje é que os produtos daquela pretendiam transcender o tempo presente, continuar vivos nas gerações futuras, ao passo que os produtos deste são fabricados para serem consumidos no momento e desaparecer. Cultura é diversão, e o que não é divertido não é cultura. (Adaptado de: VARGAS LLOSA, M. A civilização do espetáculo. Rio de Janeiro, Objetiva, 2013, formato ebook) Substituindo-se o elemento grifado pelo que se encontra entre parênteses, o sinal indicativo de crase deverá ser acrescentado em: a) ... que uma educação liberal, ao alcance de todos... (dispor de todos) (2º parágrafo) b) ... por meio dos quais se transmitem as humanidades... - (ciências humanas) (2º parágrafo) c) ... a todas as camadas sociais. - (qualquer classe social) (4º parágrafo) d) ... se nos referimos a coisas completamente diferentes... - (uma coisa completamente diferente) (6º parágrafo) e) ... são um obstáculo a indivíduos independentes. (criação de indivíduos independentes) (5º parágrafo) TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO RIO DE JANEIRO Cargo: Técnico de Atividade Judiciária LÍNGUA PORTUGUESA LOJA DO CONCURSEIRO - 57 40. (FUNCAB - 2014 - PRODAM-AM - Auxiliar de Motorista) A outra noite Outro dia fui a São Paulo e resolvi voltar à noite, uma noite de vento sul e chuva, tanto lá como aqui. Quando vinha para casa de táxi, encontrei um amigo e o trouxe até Copacabana; e contei a ele que lá em cima, além das nuvens, estava um luar lindo, de lua cheia; e que as nuvens feias que cobriam a cidade eram, vistas de cima, enluaradas, colchões de sonho, alvas, uma paisagem irreal. Depois que o meu amigo desceu do carro, o chofer aproveitou um sinal fechado para voltar-se para mim: - O senhor vai desculpar, eu estava aqui a ouvir sua conversa. Mas, tem mesmo luar lá em cima? Confirmei: sim, acima da nossa noite preta e enlamaçada e torpe havia uma outra - pura, perfeita e linda. -Mas que coisa... Ele chegou a pôr a cabeça fora do carro para olhar o céu fechado de chuva. Depois continuou guiando mais lentamente. Não sei se sonhava em ser aviador ou pensava em outra coisa. -Ora, sim senhor... E, quando saltei e paguei a corrida, ele me disse um “boa noite” e um“ muito obrigado ao senhor” tão sinceros, tão veementes, como se eu lhe tivesse feito um presente de rei. (BRAGA, Rubem. Para gostar de ler, vol. 2, crônicas. São Paulo, Ática.) Para gostar de ler. Apenas uma das frases abaixo está correta quanto à colocação do acento indicativo de crase. Assinale-a. a) O rapaz foi levado à presença do diretor. b) Ele preferiu voltar para casa à pé. c) Os dois motoristas infratores ficaram frente à frente. d) Chegamos à um cruzamento e paramos o veículo. e) Ele começou à perceber que não tinha razão. 41. (VUNESP - 2014 - SAAE-SP – Biólogo) Leia o texto para responder à questão. O Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente, ligado ___________ Presidência da República, aprovou resolução que, na prática, proíbe propaganda voltada ____________ menores de idade no Brasil. O texto, que o órgão considera ter força de lei, torna abusivo o direcionamento de publicidade ________________ esse público, com ________ intenção de persuadi-­lo “para o consumo de qualquer produto ou serviço”. (http://www1.folha.uol.com.br. Acesso em 24.03.2014. Adaptado) Considerando--se o uso do acento indicativo de crase, de acordo com a norma--padrão da língua portuguesa, as lacunas do texto devem ser preenchidas, respectivamente, com: a) a ... à ... à ... à b) à ... a ... a ... a c) a ... à ... a ... à d) à ... a ... à ... a e) à ... a ... à ... à 42. (VUNESP - 2014 - DESENVOLVESP – Auditor) Assinale a alternativa em que o acento indicativo de crase está empregado corretamente. a) Prefiro a solidão à ideia de ficar aqui contigo. b) Prefiro os perigos do mar à essa embarcação. c) Prefiro a morte à uma vida do teu lado. d) Prefiro o silêncio à qualquer conversa contigo e) Prefiro os tubarões à você GABARITO 01-B 02-D 03-E 04-D 05-A 06-B 07-D 08-C 09-D 10-D 11-B 12-B 13-E 14-E 15-A 16-A 17-E 18-B 19-B 20-A 21-A 22-E 23-A 24-C 25-A 26-D 27-C 28-C 29-D 30-E 31-E 32-D 33-A 34-A 35-D 36-A 37-B 38-D 39-E 40-A 41-B 42-A
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