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May 10, 2018 | Author: Noara Rabelo | Category: Sociology, Power (Social And Political), Economics, City, Michel Foucault


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RESENHA: Políticas do Espaço: Arquitetura, Gênero e Controle Social. Luís Filipe Mendes Universidade de Lisboa [email protected] CORTÉS, José Miguel G. Políticas do Espaço: Arquitetura, Gênero e Controle Social, São Paulo: Editora Senac, 2008, 215 p. ISBN: 9788573597639 As alterações dos quadros conceptuais e das análise complementar de posturas teóricas críticas, formas de pensamento que se têm vindo a constituir intercaladas por exemplos empíricos concretos e como sinais distintivos da pós­modernidade nos muito pertinentes, em que medida pode a arquitectura estudos urbanos, não só produziram importantes da cidade contemporânea assumir conteúdos implicações sociais e epistemológicas, em geral, como hegemónicos que representam o discurso do poder também reforçaram o questionamento do papel e da social e económico. O autor propõe­se a desvendar a função do espaço público, não raras vezes reprodutor linguagem metafórica da cidade, cujo entendimento, a de uma visão etnocêntrica, sexista e limitada da seu ver, favorecerá a realização de propostas realidade social. Contrapondo­se a este espectro libertadoras ou, pelo menos, a construção de um monocultural e reducionista de concepção de espaço discurso e de acções produtoras de um espaço urbano urbano, a perspectiva pós­moderna dos estudos de mais plural e democrático. cultura urbana (no âmbito do 'cultural turn') vem dar A primeira parte do livro – os espaços docéis – corpo a uma leitura de compromisso ético e analisa a capacidade da arquitectura de contribuir para sociocrítico das várias ciências que se debruçam sobre a configuração de uma ordem social (e para a a análise da cidade e do urbano. Seguindo esta forma configuração de uma representação da autoridade) ao de pensamento, o mais recente livro de José Cortés mesmo tempo que é capaz de camuflar as suas “Políticas do Espaço: Arquitetura, Género e Controle ligações com essa mesma ordem e surgir sob um Social”1 pretende inscrever­se nos debates suscitados discurso de neutralidade técnica, desprovida de pelos estudos de cultura urbana que questionam o qualquer carga ideológica. Não são só os contributos sentido hegemónico do espaço (público) urbano e a de Foucault que são centrais, também os configuração e desenho das cidades, entendidas como posicionamentos de Georges Bataille se revelam uma acumulação de usos, fluxos, percepções, sistemas fulcrais na construção teórica da obra 'Políticas do simbólicos e elementos de representação, cuja Espaço'. Ambos compartilham o princípio crítico de relevância se modifica e se transforma em função do que a arquitectura actua como instrumento repressivo tempo e das formações socioeconómicas que e autoritário que imprime sobre os corpos um controle produzem o espaço social, ao abrigo de discursos social. O livro de Cortés desenvolve mais a proposta dominantes com interesses económicos e sociais de Foucault, através do estudo de experiências subjacentes. arquitectónicas e artísticas (públicas e privadas) A obra conduz o leitor – especialista ou não em muitos diferentes, nas quais ordens distintas, como a estudos urbanos – pela descoberta de diferentes família, a moral estabelecida, o poder político e experiências arquitectónicas e artísticas, em que os económico, procuram dominar e controlar o espaço. factores como a família, a moral estabelecida e o Centra­se numa arquitectura em termos de poder político ou económico dominam o ambiente planeamento espacial e de institucionalização do urbano. Num tom bastante crítico e quase pós­ território, que olha, espia, controla, vigia e pune, uma estruturalista o livro trata da relação do espaço da arquitectura voltada para o interior, não para o cidade com o poder económico, político e social, e de exterior, que é apetrechada de objectivos disciplinares como a nossa postura enquanto moradores, e de tecnologias de poder subtis que pretendem trabalhadores, consumidores e cidadãos é, com transformações mais profundas nos grupos sociais e frequência, de submissão a esse espaço e a esse poder. nos indivíduos. Uma microfísica de poder tão fina Por meio de uma revisão muito completa da literatura, quanto eficiente, desenvolve uma máquina disciplinar Cortés procura explicar o processo de subordinação, que produz sujeitos que se vigiam e reprimem simbolizado nas formas urbanas, descortinando numa mutuamente. Revista Latino-americana de Geografia e Gênero, Ponta Grossa, v. 2, n. 1, p. 153-157, jan. / jul. 2011. não ocorriam nela. . Cortés explica como. de normalização dos interesses de apenas alguns e não de todos (cidade espaços e dos comportamentos e de moralização da revanchista) tem criado profundas transformações na população. por da população pode ser alcançado com o auxílio vezes dissimulado. mas sim a conjugação de forças limpo. práxis. o como grande regulador. constratando num “oceano” onde a Cortés desmonta de que forma as cumplicidades da apropriação do espaço público colectivo se faz por arquitectura com as formas de poder são. gerar reclamações ou questionamentos. em 1992. permite possam ser submetidos à disciplina da banalização e apenas a circulação dos transeuntes. analisar e criticar o conteúdo ideológico. constante na produção do espaço indispensável da arquitectura. por intermédio da sedução. Terreaux. Na realidade. As formas urbanas são No ver do autor. mesmo quando se vangloriam de uma por toda a sociedade. O urbano tem Paris e Barcelona. impedindo a sua ao controle de seus desejos. ideologia e poder e científica das formas de produção. em Barcelona. / jul. celebrada hoje inevitáveis. Pretende­se. bem como a criação de espaços metros quadrados de espaço aberto cinzento. Nesta tese reside uma das pontes. 153-157. autoridade e capital simbólico. actualmente ocupados por hotéis e comércio de luxo. ilhas muito reproduzir ou a transformar a realidade sócio­espacial. que incorporou associando­se história e projecto político. estando presente nas urbano. Cortés reforça a sua inserção na esta ideologia comprometida com a dominação. Ponta Grossa. com mais de 10 mil pública e privada. destaca a sumptuosidade diferentes no seu espaço. como estrutura e realidade. universalidade das normas. em Lyon. no centro de Lyon. na verdade. mas perspectiva pós­estruturalista que questiona o sonho que se configuram como meios para legitimizar e moderno da racionalidade e da ordem técnica e reproduzir um certo ponto de vista. Por isso. forma e nove pequenas fontes no solo que. Trata­ lugares de passagem ao serviço do mundo de se da arquitectura ao serviço de um projecto de consumo. de domínio e de Isidoro Medina que insistem numa arquitectura que. contudo. as ruas começam a de controle de impulsos e de canalização dos desejos perder a sua função e convertem­se em simples para o ciclo de produção­consumo­reprodução. segundo Foucault. 2. Gênero e Controle Social. O segundo projecto é o de reabilitação possuindo nada do ideal harmonioso com o qual o da Place Vendôme. económico e social. é evitam as concentrações usuais de árabes que sempre rico em diferenças e conflitos sociais. aberto e transparente. a centros comerciais como produtos imobiliários que aparente e suposta neutralidade acaba por revelar­se recriam o consumo muito para além da função de útil para as formas e práticas de poder. inevitavelmente. se lógicas de mercantilização e de governos urbanos desenvolveu um lento mas importante processo de neoliberais e neoconservadores que fazem vingar os domesticação da vida social. cujo espaço poder o apresenta. dominação. na qual. implicação da população no espaço urbano. a Plaça dels Països racional da cidade. O primeiro. processo totalmente baseado em técnicas vida urbana. E tudo isso através da estadia pela ausência de mobiliário urbano acolhedor. O entorno ao invés de procurar fomentar a adaptação social e a construído não expressa em si opressão ou libertação. quer da totalidade. tanto favorecidos. disseminação da cultura de consumo. pontuais. uma vez que. onde os corpos desprovido de qualquer tipo de vegetação. e cujo protótipo reside nos pretensa autonomia face ao poder. A economia do medo e o controle de aglomeração entender. intervenções críticas são enclaves. estas últimas um espelho social e por meio dele ajudam a constituir. cidade. quanto desfavorecidos. espaço urbano mais libertador e crítico. uma nítida divisão entre a vida Catalans. 1. em Paris. construção de alguns lugares que não são inocentes a Deste modo. v. Cortés explora nesta primeira parte do livro carácter político. na construído ajuda a estabilizar uma ordem e uma perspectiva de descobrir as contradições e conflitos identidade espacial e. ao serem abertas. no silêncio que comércio. apropriação e que abarca várias escalas de intervenção: desde a vivência da cidade. p.RESENHA: Políticas do Espaço: Arquitetura. assim. miscroscópico da vida social. quer do autor insiste no quão importante é reconhecer. obter uma homogeneização Finalmente. preocupa­se em expor as mas condiciona as diferentes formas de prática social e necessidades dos diferentes sectores que habitam a emoldura a vida quotidiana. projecto de 1980. jan. O controle do espaço público a favor de desde finais do século XVIII. para obter as obras do arquitecto Melvin Charney e do artista algumas medidas de controle. construída políticas urbanísticas subjacentes aos três exemplos de nas ideias de Henri Lefebvre. pretensamente assépticos e limpos. para a produção de um praças ilustrados pelo autor no seu livro. reforçando relações de dos edifícios aristocráticos do século XVIII. por exemplo. de 1994. n. o projecto da Place des de ser considerado na sua dimensão social. Todo o elemento cidade. Fundamentando a sua postura estruturação da habitação até ao planeamento da investigativa e metodológica. mas como experiência e ambiente de vida e promove e no poder que possui em convencer sem bem­estar que funciona. 2011. envolve entre interesses divergentes. Apesar de sugerir ao 154 Luís Filipe Mendes Revista Latino-americana de Geografia e Gênero. O arquitectura e o urbanismo podem contribuir para a arranha­céus (a torre contemporânea). jan. a subordinação social do capitalismo tardio e pós­fordista. em Londres. pelas formas através outorga a força. transferindo a convivência e a vida social das do espaço social. utilização. do Cortés não consiste em saber de que modo a avanço tecnológico e da realização da modernidade. transferência e direccionado para o consumo feliz e para uma simbolismo – hierarquias e prioridades que favorecem atmosfera festiva. Cada projecto pretensão de criar categorias universais de validação. Os arranha­céus enquanto Cada sociedade produz os seu espaços. Recorre. em Kuala Lumpur; da Torre ausentes – o grosso do texto de Cortés incide sobre a Agbar. p. vazia modelo bipolar de poder que procura manter uma de conteúdo social. social e personificação enérgica do poder fálico. v. O espaço não é uma entidade neutra. onde tudo está – na sua distribuição. o autor globalidade e na totalidade. convertido num (re)produção de uma ordem social. é entendido como metáfora que se aprofundando a compreensão que Michel Foucault nos insere na temática do controle social do olhar. Ponta Grossa. Este capítulo masculinidade controladora. uma vida urbana dócil. 155 Luís Filipe Mendes Revista Latino-americana de Geografia e Gênero. cidades actuais. na qual é subjacente construídos e reconstruídos por meio da acção diária e uma concepção atemporal e deslocalizada que tem a da (re)produção social do espaço. O espaço urbano estebelece e seguro. um ego e sua erecção partilha também da tese lefebvriana. uma presença icónica baseada num imutável. totalmente vigiado. valores profundamente surpreende­nos com a sua perspectiva sexista de que a masculinos e típicos da racionalidade moderna. São os casos abordados por Cortés Já na segunda grande parte do livro – os corpos das Torres Petronas. posição de domínio. constrói significado. que é transversal. . quer na dos masculinidade. determina os representação do poder masculino. a uma série Nesta parte do texto dedicada ao conceito de de elementos referenciais da arquitectura mundial e cidade viril. baseando­se nos trabalhos de Diana Agrest. / jul. diferentes identidades e das diferenças entre elas. quer na arquitectura e formas se ambos aos movimentos. como a representação mais icónica da e fálicas do poder. No mundo ocidental. nem um mero cenário ou palco. Assim. da Torre 30 St. Cortés desenvolve o estudo do arranha­ explora em que medida torres ou arranha­céus. 1. se traduzem em manifestações simbólicas século XX. muito menos inocentes. expressando a sua função social. Os centros cultural do feminino por parte da masculinidade comerciais são espaços privados. e fazendo mesmo tempo que é uma aposta decidida na adivinhar o conteúdo do próximo capítulo. de Barcelona; e. mas de fruição hegemónica define­se. a toda a obra. forma de como a arquitectura tradicional manteve Mary Axe. com as suas necessidades e prioridades. de uma trouxe da visão panóptica de controle. no caso específico da produção pública. com efeito. de que o espaço urbano não é falocêntrico. as experiências de consumo assumem­se controle do mito da arquitectura moderna e como elementos primordiais na manutenção da ordem projectista. mais por tudo aquilo que se nega do praças e das ruas para um espaço hermético. indivíduo­consumidor­cidadão sensações de libertação reprimida a sexualidade no espaço e o conservou e transgressão (centros comerciais como espaços esterilizado como uma economia técnica sob o liminares). cidade é masculina. 153-157. Linda McDowell e Jane Rendell. Cortés advoga que é arbitrárias. mas sim nas logotipo instantaneamente reconhecido de muitas relações que o autor estabelece entre espaço e poder. Quase todo o espaço urbano se masculinas. previsível que por aquilo que se diz. projectados no espaço. do poder corporativo. modos de apropriação. 2011. apresenta hoje como uma grande simulação e ficção que organizam a casa e planeiam a cidade. adaptando­ do espaço público. 2. superfície terrestre. típica de uma comunidade ideal. de determinados valores e anulam outros. da autoridade seus ritmos de vida. paradigma do símbolo aliás. É neste sentido representação das relações de género que apresentam que Cortés apela para o princípio de que o ambiente os privilégios e a autoridade da masculinidade como construído e as formas do desenho urbano não são algo natural. n. não existindo zonas autónomas Essa ideia implica uma falta de percepção das ou neutras. por último. Gênero e Controle Social. Cortés assumem como espaços docéis na visão de Cortés da argumenta que são o trabalho e as actividades cidade contemporânea. Beatriz Mas não são só os centros comerciais que se Colomina. tempos e desejos da urbanas dos parques temáticos. Tudo isto de maneira a que a condomínios privados de luxo ou noutros produtos organização espacial ajude a construir uma imobiliários privados de habitação. ao Ainda na primeira parte do livro. O mais surpreendente na obra de globalização da economia. Os conteúdos e preciso tentar desconstruir as visões da cidade como significantes de um lugar são constantemente um espaço neutro e sem história. Por conseguinte. a título céus e da sua imagem arquitectónica emblemática do de exemplo.RESENHA: Políticas do Espaço: Arquitetura. a fertilidade viril e a violência das quais o ser humano se apropria e que vão masculina sobre tudo o que lhe é perpendicular na ganhando o significado dado pelo uso. ] que se recusa a aceitar uma única condição. dos códigos da cidade para pervertê­los; um espaço tentavam­se modificar as configurações das fronteiras [. um claro ataque a uma concepção binária e antagónica Na terceira e última parte do livro. no meio. que conceito tendo por base o discurso das liminariedades transgredissem as normas. por via de estratégias de sedução. o autor acaba por desenvolver este construção de alternativas criativas. são relativamente incertos. tudo capta e tudo vê. as identidades sexuais e panóptico é como uma máquina de visão total. noutras cidades europeias. elas conformaram as divisões espaciais nas diferentes As espacialidades e temporalidades queer estão esferas de lazer e trabalho. dependem os códigos narrativos e as teorias inacabado» (Cortés. o autor comprova desafio às concepções da cultura dominante em como as cidades ocidentais promoveram uma estrutura relação às fronteiras e aos limites que marcam o que é urbana que criou separações rígidas baseadas em apropriado ou não para cada uma das áreas de vida da diferenças de classe. nas áreas comerciais e transgredidos» (p. que Subvertendo a visão clássica em novas e libertadoras vive apenas para as experiências e que se apropria propostas que perturbassem o olhar masculino. por isso. Sem recorrer de forma ideológico. abertos às nossas diversas espaço urbano mais plural. se enuncia sobre a forma de uma questão retórica – os pessoal). Esta atitude não só constitui homofobia contundentes. ocupando áreas de espaço urbano público para fins revelando internalizados uma misoginia e uma privados de intimidade. o East Village de Manhattan; o distrito O autor defende que. o autor descola para o lugares. de etnia. lugares de resistência que não desejam ser libertadora reside somente na medida e no momento assimilados no processo de normalização pelo em que estão a ser criados. segregado do resto da como essas divisões (re)produzem uma visão sociedade. no epílogo que de espaço social (privado vs. desenvolveram. aberto. O final da década de 1960 e o início da desconcertantes e livres dentro dos limites que o poder de 1970 foi profícuo na produção de um enfrentamento dominante permite e das fronteiras que o zonamento drástico com as estruturas de poder cultural e funcional urbano estabelece. de género e de que modo cidade (e tipos de uso do solo urbano). e portanto tudo controla. público; social vs. / jul. com claros objectivos de controle hegemónico. alguns lugares ricos na exposição às/das autoconstrução. Contribui também para a compreensão de este grupo minoritário. jan. colectivas. 153-157. onde de lazer. Cortés espaciais que se apropriam das ordens clássicas e defende que os espaços queer. São valores emocionais.180) nos ditos bairros gay. os comportamentos e as e de heterotopias: «Seria um espaço que não deseja convenções culturais e sociais mais tradicionais. ou o Chueca de Madrid. enquanto heteronormativismo. 1. intervenção na cidade. ou seja. 2. o Soho de Londres. dos espaços de trabalho. Se o questionam os valores sociais. o panóptico de Foucault. uma série de propostas que masculina na organização dos espaços sociais.RESENHA: Políticas do Espaço: Arquitetura. pois inovadora soube apropriar­se de uma série de lugares funciona como um instrumento de coacção ideológica de resistência. em Boston; e dos abusos desta visão monolítica de espaço urbano. que as políticas do corpo e a sua relação com o espaço. América. n. como supõe igualmente um importante espaços queer são possíveis? –.. efémeros. v.. 2008: 207). A sua força diferenças. a visão Um desses grupos foi a comunidade gay que de forma masculina tem uma função muito semelhante. Gênero e Controle Social. democrático e especificadades e necessidades subjectivas e crítico. etc. físicos e materiais que estruturam exemplos referidos por Cortés: nos Estados Unidos da socialmente a cidade. Ponta Grossa. . quanto vários artistas e arquitectos muito apropriada para analisar o papel do implicados criticamente. 2011. A sua institucionalização 156 Luís Filipe Mendes Revista Latino-americana de Geografia e Gênero. o Le começam a surgir nas últimas décadas novos conceitos Marais de Paris. nas últimas heterossexismo e o poder da visão exclusivamente quatro décadas. guiam a construção de novos espaços modos de olhar que permitem a produção de um democráticos. marginalizadas. Os espaços queer não correspondem a A partir daqui. no traçado dos presentes nas «arquitecturas violadas e nos espaços bairros. que reagem contra os processos ao mesmo tempo que se possibilita a criação de novos de dominação.São. ter nenhuma moral nem uso específico concreto. no que diz respeito à possibilidade de directa ao seu uso. Neste contexto. branca e heterossexual dos autónoma e desenvolver uma cultura própria. p. Tanto os grupos sociais máquina de visão total. é utilizado por Cortés de forma minoritários. numa permanente ideia de ambiguidades. em virtude da acumulação Castro de São Francisco; o South End. longe de se deterem abrem caminho a outras visões que durante todo o confinados à noção de bairro gay ou mesmo à carga período moderno se encontraram periféricas e sexual do adjectivo. tenta levar uma vida relativamente capitalista hierárquica. e espaciais. mas a atitudes de apropriação de parte da vislumbrar de alguns espaços feitos de dúvidas e cidade contemporânea. pois só assim as contradições binárias de que que admite estar sempre em trânsito. São espaços de convencionais do espaço podem ser desestabilizadas. / jul. no início. . como espaços diferenciais de resistência. n. Género e Controle Social. 2. José. faz com que percam essas características libertárias que os informaram. v. Editora Senac. Políticas do Espaço: Arquitetura. 2008. Aceito em 08 de março de 2011. p. Recebido em 01 de fevereiro de 2011. 157 Luís Filipe Mendes Revista Latino-americana de Geografia e Gênero. Gênero e Controle Social.RESENHA: Políticas do Espaço: Arquitetura. jan. 153-157. Ponta Grossa. p. São Paulo. 1. 2011.215. __________________________ 1 Cortés.
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