[1766]suporte_basico_da_vida

March 30, 2018 | Author: César de Oliveira | Category: Paramedic, Infection, Public Health, Sterilization (Microbiology), Life


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Universidade do Sul de Santa CatarinaSuporte Básico da Vida Disciplina na modalidade a distância 2ª edição revista e atualizada Palhoça UnisulVirtual 2010 Créditos Unisul – Universidade do Sul de Santa Catarina UnisulVirtual – Educação Superior a Distância Reitor Unisul Ailton Nazareno Soares Vice-Reitor Sebastião Salésio Heerdt Chefe de Gabinete da Reitoria Willian Máximo Pró-Reitora Acadêmica Miriam de Fátima Bora Rosa Pró-Reitor de Administração Fabian Martins de Castro Pró-Reitor de Ensino Mauri Luiz Heerdt Campus Universitário de Tubarão Diretora: Milene Pacheco Kindermann Campus Universitário da Grande Florianópolis Diretor: Hércules Nunes de Araújo Campus Universitário UnisulVirtual Diretora: Jucimara Roesler Diretora Adjunta: Patrícia Alberton Equipe UnisulVirtual Campus UnisulVirtual Avenida dos Lagos, 41 | Cidade Universitária Pedra Branca | Palhoça – SC | 88137-100 Fone/fax: (48) 3279-1242 e 3279-1271 | E-mail: [email protected] Site: www.unisul.br/unisulvirtual Desenho Educacional Carolina Hoeller da Silva Boeing (Coord.) Design Instrucional Ana Cláudia Taú Carmen Maria Cipriani Pandini Cristina Klipp de Oliveira Daniela Erani Monteiro Will Flávia Lumi Matuzawa Lucésia Pereira Luiz Henrique Milani Queriquelli Márcia Loch Marina Cabeda Egger Moellwald Michele Correa Nagila Cristina Hinckel Silvana Souza da Cruz Viviane Bastos Acessibilidade Vanessa de Andrade Manoel Avaliação da Aprendizagem Márcia Loch (Coord.) Eloísa Machado Seemann Gabriella Araújo Souza Esteves Lis Airê Fogolari Simone Soares Haas Carminatti Núcleo Web Aula Célio Alves Tibes Júnior Design Visual Pedro Paulo Alves Teixeira (Coord.) Adriana Ferreira dos Santos Alex Sandro Xavier Alice Demaria Silva Anne Cristyne Pereira Diogo Rafael da Silva Edison Rodrigo Valim Frederico Trilha Higor Ghisi Luciano Jordana Schulka Nelson Rosa Patrícia Fragnani de Moraes Vilson Martins Filho Multimídia Sérgio Giron (Coord.) Célio Alves Tibes Júnior Cristiano Neri Gonçalves Ribeiro Dandara Lemos Reynaldo Fernando Gustav Soares Lima Sérgio Freitas Flores Portal Rafael Pessi Luiz Felipe Buchmann Figueiredo Disciplinas a Distância Enzo de Oliveira Moreira (Coord.) Franciele Arruda Rampelotti (auxiliar) Luiz Fernando Meneghel Gestão Documental Lamuniê Souza (Coord.) Clair Maria Cardoso Janaina Stuart da Costa Josiane Leal Marília Locks Fernandes Ricardo Mello Platt Logística de Encontros Presenciais Graciele Marinês Lindenmayr (Coord.) Ana Paula de Andrade Aracelli Araldi Hackbarth Cristilaine Santana Medeiros Daiana Cristina Bortolotti Edesio Medeiros Martins Filho Fabiana Pereira Fernando Oliveira Santos Fernando Steimbach Marcelo Jair Ramos Formatura e Eventos Jackson Schuelter Wiggers Monitoria e Suporte Rafael da Cunha Lara (Coord.) Andréia Drewes Anderson da Silveira Angélica Cristina Gollo Bruno Augusto Zunino Claudia Noemi Nascimento Cristiano Dalazen Débora Cristina Silveira Ednéia Araujo Alberto Karla Fernanda Wisniewski Desengrini Maria Eugênia Ferreira Celeghin Maria Lina Moratelli Prado Mayara de Oliveira Bastos Patrícia de Souza Amorim Poliana Morgana Simão Priscila Machado Produção Industrial Francisco Asp (Coord.) Ana Paula Pereira Marcelo Bittencourt Relacionamento com o Mercado Walter Félix Cardoso Júnior Secretaria de Ensino a Distância Karine Augusta Zanoni (Secretária de ensino) Andréa Luci Mandira Andrei Rodrigues Bruno De Faria Vaz Sampaio Daiany Elizabete da Silva Djeime Sammer Bortolotti Douglas Silveira Giane dos Passos Luana Borges Da Silva Luana Tarsila Hellmann Marcelo José Soares Miguel Rodrigues Da Silveira Junior Patricia Nunes Martins Rafael Back Rosângela Mara Siegel Silvana Henrique Silva Vanilda Liordina Heerdt Vilmar Isaurino Vidal Secretária Executiva Viviane Schalata Martins Tenille Nunes Catarina (Recepção) Tecnologia Osmar de Oliveira Braz Júnior (Coord.) André Luis Leal Cardoso Júnior Felipe Jacson de Freitas Je erson Amorin Oliveira José Olímpio Schmidt Marcelo Neri da Silva Phelipe Luiz Winter da Silva Rodrigo Battistotti Pimpão Juliana Cardoso da Silva Maria Isabel Aragon Maurício dos Santos Augusto Maycon de Sousa Candido Micheli Maria Lino de Medeiros Nidia de Jesus Moraes Priscilla Geovana Pagani Rychard de Oliveira Pires Sabrina Mari Kawano Gonçalves Taize Muller Tatiane Crestani Trentin Vanessa Trindade Avaliação Institucional Dênia Falcão de Bittencourt (Coord.) Rafael Bavaresco Bongiolo Biblioteca Soraya Arruda Waltrick (Coord.) Paula Sanhudo da Silva Renan Cascaes Rodrigo Martins da Silva Capacitação e Assessoria ao Docente Angelita Marçal Flores (Coord.) Adriana Silveira Caroline Batista Cláudia Behr Valente Elaine Surian Patrícia Meneghel Simone Perroni da Silva Zigunovas Coordenação dos Cursos Adriana Ramme Adriano Sérgio da Cunha Aloísio José Rodrigues Ana Luisa Mülbert Ana Paula Reusing Pacheco Bernardino José da Silva Carmen Maria Cipriani Pandini Charles Cesconetto Diva Marília Flemming Eduardo Aquino Hübler Eliza Bianchini Dallanhol Locks Fabiana Lange Patrício (Auxiliar) Itamar Pedro Bevilaqua Jairo Afonso Henkes Janete Elza Felisbino Jorge Alexandre Nogared Cardoso José Carlos Noronha de Oliveira Jucimara Roesler Karla Leonora Dahse Nunes Luiz Guilherme Buchmann Figueiredo Luiz Otávio Botelho Lento Marciel Evangelista Catâneo Maria Cristina Schweitzer Veit Maria da Graça Poyer Maria de Fátima Martins (Auxiliar) Mauro Faccioni Filho Moacir Fogaça Nazareno Marcineiro Nélio Herzmann Onei Tadeu Dutra Raulino Jacó Brüning Roberto Iunskovski Rose Clér Estivalete Beche Rodrigo Nunes Lunardelli Tania Regina Goularte Waltemann (auxiliar) Criação e Reconhecimento de Cursos Diane Dal Mago Vanderlei Brasil Gerência Acadêmica Márcia Luz de Oliveira (Gerente) Fernanda Farias Gerência Administrativa Renato André Luz (Gerente) Marcelo Fraiberg Machado Naiara Jeremias da Rocha Valmir Venício Inácio Gerência de Ensino, Pesquisa e Extensão Moacir Heerdt (Gerente) Clarissa Carneiro Mussi Letícia Cristina Barbosa (Auxiliar) Gerência Financeira Fabiano Ceretta (Gerente) Alex Fabiano Wehrle Sheyla Fabiana Batista Guerrer Gerência de Logística Jeferson Cassiano Almeida da Costa (Gerente) Abraão do Nascimento Germano Carlos Eduardo Damiani da Silva Fylippy Margino dos Santos Geanluca Uliana Guilherme Lentz Pablo Darela da Silveira Rubens Amorim Gerência de Produção e Logística Arthur Emmanuel F. Silveira (Gerente) Francini Ferreira Dias Gerência Serviço de Atenção Integral ao Acadêmico James Marcel Silva Ribeiro (Gerente) Adriana da Costa Andiara Clara Ferreira André Luiz Portes Bruno Ataide Martins Emanuel Karl Feihrmann Galafassi Gisele Terezinha Cardoso Ferreira Holdrin Milet Brandão Jenni er Camargo Jonatas Collaço de Souza Júlio César Marchi Nazaré O. Nazário Suporte Básico da Vida Livro Didático Design Instrucional Carmen Maria Cipriani Pandini 2ª edição revista e atualizada Palhoça UnisulVirtual 2010 e atual. Nazaré Otilia. Rocha. : il.) Revisão Ortográfica B2B 614. 2. Nazaré Otilia Nazário . II. 2010.88 M26 Marchi. III. IV. Edição – Livro Didático Professor Conteudista Júlio César Marchi Nazaré O. I. – Palhoça : UnisulVirtual. Título. 28 cm. Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca Universitária da Unisul . Parada cardiorespiratória. 1. design instrucional Carmen Maria Cipriani Pandini . 98 p. Nazário Design Instrucional Carmen Maria Cipriani Pandini Assistente Acadêmico Leandro Rocha (2ª edição revista e atualizada) Projeto Gráfico e Capa Equipe UnisulVirtual Diagramação Fernando Zimmermann Pedro Teixeira Frederico Trilha (2ª ed. Carmen Maria Cipriani. Leandro. Júlio César Suporte básico da vida : livro didático / Júlio César Marchi. Nazário. [assistente acadêmico Leandro Rocha]. Pandini. . rev. Inclui bibliografia.Copyright © UnisulVirtual 2010 Nenhuma parte desta publicação pode ser reproduzida por qualquer meio sem a prévia autorização desta instituição. Primeiros socorros. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11 UNIDADE 1 – Noções básicas de suporte da vida: sinais vitais e princípios de biossegurança . . . . . . . . . . . . acidente com animais peçonhentos. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Sobre os professores conteudistas . . . . . . . . 15 UNIDADE 2 – Parada cardiorrespiratória e reanimação. . . 61 Para concluir o estudo . . . . . . . . . . . . .7 Palavras dos professores . . . . .Sumário Apresentação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Referências . Respostas e comentários das atividades de autoavaliação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . intoxicações. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 93 95 97 99 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .9 Plano de estudo . . . . . . . . . . . . . . . 41 UNIDADE 3 – Abordagem inicial à vítima: trauma. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Nossa equipe terá o maior prazer em atendê-lo.Apresentação Este livro didático corresponde à disciplina Suporte Básico da Vida. por telefone. O material foi elaborado visando a uma aprendizagem autônoma. Bom estudo e sucesso! . Por falar em distância. e-mail ou Espaço Virtual de Aprendizagem EVA. isso não significa que você estará sozinho. abordando conteúdos especialmente selecionados e adotando uma linguagem que facilite seu estudo a distância. Entre em contato sempre que sentir necessidade. Não esqueça que sua caminhada nesta disciplina também será acompanhada constantemente pelo Sistema Tutorial da UnisulVirtual. pois sua aprendizagem é nosso principal objetivo. . O objetivo do material é orientar você a prestar o primeiro atendimento às vítimas de quaisquer acidentes ou mal súbito. pois como todos sabemos a vida é o nosso bem mais precioso! Professor Júlio César Marchi Professora Nazaré Otilia Nazario . portanto.Palavras dos Professores Este é o livro de Suporte Básico da Vida. por meio dos conhecimentos advindos do estudo dos procedimentos ligados ao Suporte Básico de Vida. Será. Este livro adquire. São noções importantes e que farão a diferença quando você se deparar em uma situação de perigo e de atendimento de emergência. um material importante para acrescentar aos conhecimentos construídos até aqui no seu Curso Superior em Segurança Publica. uma importância fundamental na medida em que for entendido como mais um instrumento que poderá auxiliar os profissionais ou os leigos a salvarem vida. certamente. . „ „ „ Ementa Avaliação da gravidade da doença ou situação de emergência. Suporte básico da parada respiratória e cardíaca. o Espaço UnisulVirtual de Aprendizagem . as atividades de avaliação (complementares. Treinamento em suporte básico da vida e socorro nas situações de emergência. e o Sistema Tutorial. a construção de competências se dá sobre a articulação de metodologias e por meio das diversas formas de ação/mediação. O processo de ensino e aprendizagem na UnisulVirtual leva em conta instrumentos que se articulam e se complementam.Plano de estudo O plano de estudo visa orientar você no desenvolvimento da disciplina. Transporte de doentes graves. Ele possui elementos que o ajudarão a conhecer o contexto da disciplina e a organizar o seu tempo de estudos. São elementos desse processo: „ o livro didático. Acidentes por animais peçonhentos. Carga Horária 60 horas-aula. Intoxicações agudas. Reconhecimento da parada respiratória e parada cardíaca.EVA. . a distância e presenciais). portanto. as unidades que compõem o livro didático desta disciplina e os seus respectivos objetivos.Universidade do Sul de Santa Catarina Objetivos Geral: Orientar você a prestar o primeiro atendimento às vítimas de quaisquer acidentes ou mal súbito. Prestar atendimento inicial às vítimas de intoxicações exógenas. Observar princípios de biossegurança. Realizar manobras de suporte básico de vida na reanimação cardiorrespiratória no adulto e na pediatria. Verificar sinais vitais e sinais diagnósticos na avaliação da vítima. „ „ „ „ „ „ „ Conteúdo programático/objetivos Veja. a seguir. Identificar os sinais clínicos de parada cardiorrespiratória no adulto e na pediatria. Específicos: „ Realizar avaliação primária e secundária em vítimas portadoras de intercorrência de urgência/emergência. Prestar atendimento inicial às vítimas de acidentes com animais peçonhentos. Esses se referem aos resultados que você deverá alcançar ao final de uma etapa de 12 . por meio dos conhecimentos advindos do estudo dos procedimentos ligados às técnicas do Suporte Básico de Vida. Realizar o atendimento pré-hospitalar às vítimas de trauma providenciando o transporte imediato. Suporte Básico da Vida estudo. 13 . Unidade 3 – Abordagem inicial à vítima: trauma. Unidade 2 – Parada cardiorrespiratória e reanimação O objetivo desta unidade é identificar os sinais clínicos de parada cardiorrespiratória (PCR) e realizar manobras de suporte básico de vida. Unidades de estudo: 3 Unidade 1 – Noções Básicas de Suporte da Vida: sinais vitais e princípios de biossegurança O objetivo desta unidade é realizar avaliação primária e secundária em vítimas portadoras de intercorrências de urgência/ emergência. Os objetivos de cada unidade definem o conjunto de conhecimentos que você deverá possuir para o desenvolvimento de habilidades e competências necessárias à sua formação. realizar o atendimento préhospitalar às vítimas de trauma providenciando o transporte imediato. prestar atendimento inicial às vítimas de intoxicações exógenas e proceder o atendimento inicial às vítimas de acidentes com animais peçonhentos. observar princípios de biossegurança no atendimento de suporte básico de vida e verificar sinais vitais e sinais diagnósticos na avaliação da vítima. intoxicações e acidente com animais peçonhentos O objetivo desta unidade é verificar sinais vitais e sinais diagnósticos na avaliação da vítima. organize-se para acessar periodicamente o espaço da disciplina. da realização de análises e sínteses do conteúdo e da interação com os seus colegas e tutor. Não perca os prazos das atividades. O sucesso nos seus estudos depende da priorização do tempo para a leitura. Registre no espaço a seguir as datas com base no cronograma da disciplina disponibilizado no EVA. „ „ Atividades Demais atividades (registro pessoal) 14 . Use o quadro para agendar e programar as atividades relativas ao desenvolvimento da disciplina.Universidade do Sul de Santa Catarina Agenda de atividades/ Cronograma „ Verifique com atenção o EVA. Observar princípios de biossegurança no atendimento de suporte básico de vida.UNIDADe 1 Noções básicas de Suporte da vida: sinais vitais e princípios de biossegurança Objetivos de aprendizagem „ 1 Realizar avaliação primária e secundária em vítimas portadoras de intercorrência de urgência/emergência. „ „ Seções de estudo Seção 1 Suporte básico da vida: avaliação inicial da Seção 2 vítima Noções de Biossegurança Seção 3 Sinais Vitais (SV) e Sinais Diagnósticos . Verificar sinais vitais e sinais diagnósticos na avaliação da vítima. Uma possibilidade de reverter esse quadro é a educação voltada para este tema. conhecimentos que podem contribuir para SALVAR VIDAS! Sabe-se que os traumas em geral e/ou qualquer outra situação que leve ao mal estar súbito. no local e. Em seguida. parâmetros que servem para a avaliação da condição orgânica da vítima. discutiremos os sinais vitais e os sinais diagnósticos. Populares leigos.Suporte básico da vida: avaliação inicial da vítima As potencialidades de recuperação das vítimas portadoras de um mal estar súbito crescem em relação à rapidez com que as situações de urgências/emergências são reconhecidas e adequadamente tratadas. a abordagem deve iniciar. quando necessário. que tem o objetivo de compartilhar. será abordado o tema biossegurança que tratará de ações voltadas para a prevenção de riscos inerentes à prestação de atendimento às vítimas no ambiente pré-hospitalar. na Seção 3. como é o caso da disciplina de Suporte Básico da Vida. ao tentarem prestar socorro à vítima. por exemplo. podem causar a morte da vítima antes que a mesma tenha acesso a uma unidade de urgência-emergência. Por isso. podem contribuir para o agravamento da situação. na Seção 1 você terá noções gerais sobre o suporte básico de vida para que você comece a se familiarizar com o tema e com definições de termos importantes que serão utilizadas no desenvolvimento da disciplina. inclusive com danos irreversíveis. Posteriormente. ter continuidade durante o transporte até o hospital para o atendimento de suporte avançado de vida realizado por profissionais preparados para tal assistência. SEÇÃO 1 . na ânsia de ajudar e também por falta de conhecimento específico. 16 . com mais uma parcela da população. relacionado ao suporte básico de vida.Universidade do Sul de Santa Catarina Para início de estudo Nesta Unidade. Medidas intempestivas no atendimento de suporte básico de vida podem resultar em aumento dos índices de morbimortalidade. na seção 2. Suporte Básico da Vida Ao aproximar-se da vítima o socorrista. fazendo uso dos sentidos (visão. Sinais: o que são? São alterações orgânicas que o socorrista. Exemplos: desmaio. com conhecimento e/ou treinamento de suporte básico de vida. ao organismo. afogamento. pode perceber durante a avaliação da vítima. embora não imediatamente. internas ou externas. Definições preliminares A seguir. avaliação e atendimento. de modo abrangente. Também pode ser definida como a situação que resulta em drástico transtorno à saúde ou em súbita ameaça à vida. O que é urgência? É uma situação em que a vítima apresenta disfunções sérias que necessitam de intervenção. O que é emergência? Implica sempre em situação crítica que pode ser definida. tato. Exemplos: hemorragia arterial. fratura simples fechada. Nessa seção procuraremos situar você sobre a importância do conhecimento que estaremos compartilhando na disciplina de Suporte Básico da Vida e por isso a seguir apresentaremos algumas definições básicas que o ajudarão na compreensão da temática. preparando-a para o transporte seguro até um serviço de emergência. que exige intervenção imediata para evitar complicações graves ou mesmo a morte da vítima. parada cardiorrespiratória. hipertemia – Unidade 1 17 . fará uma avaliação inicial e poderá realizar procedimentos. A situação de urgência coloca em perigo a saúde da vítima e pode evoluir para uma emergência. crise hipertensiva entre outras. audição e olfato). descrevemos alguns termos para contextualizarmos o conteúdo a ser tratado e entender melhor os tópicos abordados. por enfrentar agressões. como aquela em que a vítima entra em desequilíbrio de suas funções vitais. como por exemplo: a palidez. permitindo o controle de lesões de modo adequado a fim de proceder ao tratamento definitivo. temperatura e pressão arterial -.Universidade do Sul de Santa Catarina elevação da temperatura. Polícia Militar/Corpo de Bombeiros. Esse atendimento consiste de estabilização da vítima e de providencias para o transporte à emergência hospitalar onde a mesma receberá o atendimento de suporte avançado de vida. Então. socorrista pode ser definido como o indivíduo treinado para ter acesso à vítima. apresentaremos a definição de socorrista e as suas características que consistem de atribuições e responsabilidades relacionadas à segurança pessoal. evitando o agravamento de lesões. através da realização de avaliação primária e secundária. Na seqüência. pulsação. fora do ambiente hospitalar. tontura ou sensação de mal estar. é necessário considerar habilidades e aspectos legais no atendimento. identificar o que há de errado. O que significa Suporte Básico de Vida – SBV ? São medidas iniciais e imediatas aplicadas à vítima. calor. deveres no local da cena e os aspectos importantes a serem observados na prestação de suporte básico de vida à vítima em situação de urgência/emergência. onde são realizadas ações por pessoal treinado na tentativa de manter os sinais vitais – respiração. O atendimento e o transporte poderão ser realizados pelo Serviço de Atenção Móvel de Urgência SAMU. por exemplo: dor. O que são sintomas e como identificá-los? São sensações que a vítima experimenta e é capaz de descrever. Polícia Rodoviária 18 . e providenciar o atendimento adequado na cena. através do emprego de técnicas. entre outros. edema – inchaço. circulatório e neurológico. sangramento. O que significa Suporte Avançado de Vida – SAV? É um conjunto de medidas que visam. sudorese – suor excessivo. Além destas características. aparelhos e medicamentos a estabilizar a vítima do ponto de vista respiratório. frio. fraqueza. odor alcoólico. utilizar de informações obtidas no local e da avaliação da cena.para evitar contato com sangue e outros fluídos corpóreos). providenciando atendimento imediato para a manutenção dos sinais vitais. auxiliar na transferência da vítima e prestar informações pertinentes à quem assumir a continuidade do atendimento. Segurança relacionada a proteção contra doenças infecciosas (uso de Equipamentos de Proteção Individual – EPIs . Ele precisa. a vítima e prevenindo outros acidentes. Na seção 2 estará sendo compartilhado com você este conteúdo. realizar a avaliação primária e secundária da vítima. para identificar o que está acontecendo com a vítima. primário e secundário. sempre: „ realizar o acesso à vítima com segurança utilizando-se de EPIs. no caso de acidentes. Quais devem ser as características do socorrista? Segurança Pessoal „ Segurança na aproximação da vítima e durante o atendimento. mobilizar a vítima somente quando necessário para a realização de algum procedimento com a garantia de não ocasionar lesões adicionais. „ Deveres e Responsabilidades do Socorrista na Cena Existem alguns deveres e responsabilidades que um socorrista deve ter em conta.Suporte Básico da Vida Estadual/Federal ou outros serviços privados de atendimento pré-hospitalar. além dos exames. Unidade 1 „ „ „ „ „ 19 . controlar o local protegendo a si. 20 . nome ou número da rodovia. c) número de vítimas e idade aproximada das mesmas. dificuldade respiratória. e e) número de telefone para contato. o socorrista deve. b) tipo e gravidade da ocorrência – se há fratura. fornecer as seguintes informações: a) localização exata da ocorrência. Ter discernimento quanto aos limites do que pode ser comunicado à vítima. e providenciar o serviço móvel para a transferência da vítima e prestar as informações pertinentes e necessárias para a continuidade da assistência. sempre que possível. Controlar seus sentimentos no local da emergência.Universidade do Sul de Santa Catarina „ decidir quando os requisitos de segurança ou o atendimento exigirem a mobilização da vítima. minimizando as possibilidades de lesões adicionais. sangramento. Aprender a lidar com o público. se houver. Ser disciplinado – evitar comentários desnecessários concentrar-se em suas atividades. obter ajuda do pessoal presente na cena e controlar suas atividades. „ „ Quais os aspectos mais importantes a serem considerados pelo Socorrista? „ Agir com rapidez e sem precipitação. „ „ „ „ Ao chamar o serviço móvel de atendimento às emergências. d) detalhe importante da situação. por exemplo se as vítimas estão presas a ferragens ou se há combustível inflamável no local. ponto de referência. NEGLIGÊNCIA É a não observação de padrões de assistência no atendimento à vítima. conforme procedimentos operacionais de seus serviços. „ „ Aspectos legais no atendimento às urgências/emergências existem alguns aspectos legais que devem ser levados em conta no atendimento às urgências: DEVER AGIR Os socorristas. Exemplo: mobilização de vítima com membro inferior fraturado sem a realização de imobilização do local. equipes do SAMU. que poderá ocasionar agravos adicionais com abrangência física ou emocional.Suporte Básico da Vida No caso de encontrar a vítima inconsciente: „ procurar documentos junto à vítima e tentar fazer contato com familiares ou amigos da mesma. evitar passar impressão de gravidade da situação. na realização de contatos. e fornecer com clareza dados que identifiquem o local da intercorrência e para onde a vítima está sendo encaminhada. devem proporcionar um atendimento imediato. Unidade 1 21 . da polícia ou do corpo de bombeiros. ABANDONO Uma vez iniciado o atendimento à vítima. o socorrista não pode mais sair do local antes da chegada de pessoal mais qualificado ou de ter providenciado a transferência do mesmo para o suporte avançado. ao serem solicitados. por exemplo. Como fazer a avaliação da vítima? A avaliação da vítima é um meio de obter informações sobre os problemas apresentados por ela decorrentes. bem como menores feridos. desacompanhados dos pais ou responsáveis. desejariam receber cuidados de emergência/ urgência. depõem contra a privacidade da mesma e dizem respeito a falta de sigilo. de um mal estar súbito. levando em conta: Inicialmente utilize o AVDN para avaliar o nível de consciência da vítima A: está Alerta? V: responde a estímulos Verbais? D: responde a estímulos Dolorosos? 22 . após ter sido informado sobre o preparo do socorrista. Aplica-se também à vítima desacompanhada e com distúrbios mentais. SIGILO Os comentários desnecessários sobre o atendimento à vítima.Universidade do Sul de Santa Catarina CONSENTIMENTO INFORMADO É a autorização dada por um adulto consciente. Os riscos e as opções de atendimento podem ser discutidos. de um trauma ou de uma parada cardiorrespiratória. CONSENTIMENTO IMPLÍCITO Presume-se que a vítima inconsciente ou gravemente ferida. A avaliação primária ou inicial tem a finalidade de identificar e corrigir situações em que a vítima apresenta risco de morte. para prestar o atendimento necessário à vítima. Unidade 1 23 . de modo sucinto. para que você comece a memorizar os passos da reanimação cardiorrespiratória. sudorese. realizar a hiperextensão da cabeça com elevação do mento.2). Neste momento o apresentaremos.Respiração: está presente ou ausente? A ventilação é adequada . Na ausência de trauma para abrir as vias aéreas. da Unidade 2. na avaliação primária o socorrista avalia o nível de consciência. Este tema será abordado nas Seções 1 e 2. Na etapa A (Airway) deve ser realizada a abertura de vias aéreas superiores. intervindo sempre que necessário. utilizando o ABC da reanimação. pele fria e pegajosa? Figura 1.ou carotídea – na lateral do pescoço (Figura 1. o socorrista deve avaliar a partir dos seguintes questionamentos: A – Vias Aéreas: estão permeáveis (livres) ou obstruídas? A vítima respira sozinha ou necessita de ajuda para continuar respirando? B . a presença de respiração e a qualidade da ventilação.1) .tem ritmo e elevação do tóraxou é arrítmica e superficial? C – Circulação: o pulso está presente nas grandes artérias: femoral -na virilha (Figura 1.2 – Pulso carotídeofemoral Então. a presença de pulso palpável (indicativo da presença ou ausência de circulação) e sinais de hemorragia externa ou interna. A vítima apresenta hemorragia externa e/ou sinais de sangramento interno: respiração e pulso acelerados. Na realização do ABC.1 – Pulso femoral Figura 1. o socorrista comprova a inconsciência da vítima. palidez na pele e mucosa.Suporte Básico da Vida N: quando a resposta a esses 3 (três) questionamentos é negativa. vamos apresentar a avaliação secundária (etapa E). muitas vezes. Então precisamos afastar a possibilidade de traumas de um modo geral. comparando um lado do corpo com o outro. Após a abertura das vias aéreas. não sabemos o que aconteceu. que não deve demorar mais que 10 segundos e na ausência deste iniciar compressão torácica que deve ser sincronizada com os movimentos ventilatórios. por isso o exame físico deve ser realizado de maneira cuidadosa. você encontrará um roteiro que serve de guia para a realização da avaliação secundária. ouvir e sentir os ruídos respiratórios. O que você achou da avaliação primária? Fácil ou Difícil? Se você achou difícil e ficou muito curioso dê uma chegada nas Seções 1 e 2 da Unidade 2. pois vamos retornar a esse tema nas Seções específicas sobre reanimação cardiorrespiratória no adulto e na criança. Na ausência de respiração. Na etapa B (Breathe) o socorrista realiza o ver/ouvir/sentir. Na etapa C (Circulation) deve ser realizada a palpação do pulso carotídeo. examinar a cavidade oral para detectar a presença de corpos estranhos. ou não se preocupe com isso agora. o exame que é realizado começando na cabeça e terminando na região dorsal . Esta avaliação é realizada após a avaliação primária e as correções das situações que colocam a vítima em risco de morte: ausência de respiração. que consiste na Exposição (retirada das vestimentas) da vítima para a realização do exame físico.Universidade do Sul de Santa Catarina Na situação de evidencia ou na suspeita de trauma cervical. Na Seção 1 da Unidade 3. Agora que você já tem noção de como realizar a avaliação primária. e comprova a presença ou ausência de respiração. que corresponde à verificação de elevação torácica. 24 . que trata da abordagem inicial à vítima de trauma. imobilizar a coluna cervical e elevar os ângulos da mandíbula.usando as duas mãos. ausência de pulso e grandes hemorragias. No dia-a-dia é comum nos depararmos com vítimas inconscientes e. no sentido céfalo-caudal – ou seja. realizar duas ventilações de resgate e a seguir passa para a terceira etapa. Se não acertar. No exame da vítima. encaminhamento ao hospital para realização do suporte avançado de vida. No atendimento de uma vítima inconsciente a medida fundamental no Suporte Básico da Vida . lesão da coluna cervical. reveja o conteúdo. Procurar a realização de uma Tomografia Computadorizada. 1. a vítima que precisa ser transferida. Ligar para o Centro de Informações Toxicológicas e solicitar orientações. c. a etapa e consiste de: a. exposição da vítima para avaliação primária. lesões ocultas da cabeça. e. d. 2. Abrir vias aéreas permitindo que a vítima respire efetivamente. d. as alternativas a e b estão corretas. e. c.SBV consiste: a. e. nenhuma das anteriores. Buscar a causa da inconsciência. 3. c. Nenhuma das anteriores. O objetivo do exame primário é identificar: a. b. a causa do choque. b. exposição da vítima para a avaliação secundária. aprofunde a leitura. Unidade 1 25 .Suporte Básico da Vida Atividades de autoavaliação Responda às questões e consulte o final do livro para verificar as respostas. b. condições que ameaçam a vida. d. providenciar a transferência/informações necessárias à continuidade da assistência. Vamos lá? 26 . III – VI – V – II – IV . correlacione as colunas a seguir e assinale a alternativa correta: ( I ) – Emergência ( II ) – Urgência ( ) Condições apresentadas pela vítima. IV – III – VI – II – IV .Feito o exercício. estabilizar a vítima. Nenhuma das anteriores. d. as vezes é necessário o questionamento. na tentativa de manter os sinais vitais e evitar o agravamento de lesões.II. Nenhuma das anteriores. fora do ( ) ambiente hospitalar. b. existem responsabilidades que são inerentes ao socorrista ao prestar qualquer atendimento de Suporte Básico de Vida à vítima. ( ) Drástico transtorno à saúde ou em súbita ameaça à vida. e. Com relação à definições básicas de no Suporte da Vida. você pode passar à leitura da à Seção 2. ( ) Sensações que a vítima apresenta. c. IV – III – V – I – IV . III – VI – V – I – IV . é capaz de descrever. Conjunto de medidas que visa. d. Assinale a alternativa correta. .SBV ( VI ) – SAV a. decidir quando os requisitos de segurança ou de assistência exigirem a mobilização da vítima.I. ( ) Alterações orgânicas importantes que não necessitam de intervenção imediata. a. minimizando as possibilidades de lesões adicionais. obter ajuda do pessoal presente no local da emergência e controlar suas atividades. e. permitindo o diagnóstico de lesões de modo adequado a fim de proceder ao tratamento definitivo. exigindo intervenção imediata. Medidas iniciais e imediatas (não-invasivas) aplicadas à vítima.Universidade do Sul de Santa Catarina 4.II. Todas as afirmativas acima são consideradas responsabilidades do Socorrista. 5. devendo ser executada por pessoa treinada. b. c. através do emprego de técnicas. observadas através dos sentidos do socorrista. aparelhos e ( ) medicamentos. ( III ) – Sinais ( IV ) – Sintomas ( V ) .I. Suporte Básico da Vida SEÇÃO 2 . meningite. A experiência tem demonstrado que o socorrista freqüentemente se expõe a situações que podem colocar em risco a sua vida. tuberculose. e oriundas da tosse. hepatite. como coriza e saliva. Estas normas devem ser seguidas. HIV . produção. chamado de patógeno. a obediência às normas sanitárias – normas de precaução padrão para reduzir a exposição às doenças infecciosas – e a utilização dos Equipamentos de Proteção Individual (EPIs): luva de látex ou de vinil. independente de estado infeccioso ou não. que pode comprometer a saúde do homem. para a diminuição dos riscos que o socorrista está exposto. é necessário o bom senso. máscara de fluxo unidirecional e aventais. secreções orais e de vias aéreas superiores. Precauções padrões são medidas a serem tomadas com as substâncias corpóreas de todos os indivíduos.e/ou bactérias – amigdalites. que causam infecção.Noções de Biossegurança O que é biossegurança? É o conjunto de ações voltadas para a prevenção. óculos protetor. relacionadas aos modos de transmissibilidade das doenças. do meio ambiente ou a qualidade dos trabalhos desenvolvidos. Unidade 1 27 . ensino. minimização ou eliminação de riscos inerentes às atividades de pesquisa. como por exemplo: sangue. do espirro e da respiração da vítima. Por isso. As infecções podem ser causadas por vírus – resfriados. são chamados de patogênicos e podem ser encontrados nos fluídos corporais. dos animais. máscara facial. Os microorganismos. Para o processo de contaminação são necessários três componentes: 1) Agente: microrganismo capaz de causar infecção. desenvolvimento tecnológico e prestação de serviços. rigorosamente. 3) Meio de Transmissão: é o modo como o agente é transmitido ao hospedeiro. A transmissão pode ser direta e indireta. Troque de luva ao assistir cada vítima e despreze-a em local adequado. As principais doenças de risco para o socorrista são: a.Universidade do Sul de Santa Catarina 2) Hospedeiro: é o indivíduo que se encontra infectado pelo agente. LUVA: látex. Tuberculose e Meningite – transmitidas através do contato com secreções respiratórias e salivares. d. São eles: luva. As luvas não devem ser reutilizadas. Quando o atendimento à vítima durar mais do que 30 minutos. independente de estado infeccioso ou não. Deve ser usada quando há possibilidade de contato com fluídos corpóreos. b. O uso de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs). secreções. c. Hepatite C – transmitida por contato com sangue. máscara/protetor facial. Hepatite B . indica-se a troca da luva. entre outros). observe a presença de lesões e se necessário proteja-as antes de colocar as luvas. 28 . pele com solução de continuidade. presentes em fluídos corporais da vítima. não sejam transmitidos para o socorrista. vinil ou outro material sintético e impermeável. membranas mucosas. São muitos os fatores que determinam a maior ou a menor susceptibilidade para a contaminação (estado nutricional. tendo ou não a doença. Verifique suas mãos. máscara de fluxo unidirecional. óculos de proteção ocular e avental. Não manusear telefone e outros materiais com as mãos enluvadas.transmitida por contato com sangue e pode levar ao desenvolvimento de enfermidades graves. tecidos e órgãos. fornece proteção para que os microorganismos. HIV/AIDS – transmitida por contato do sangue e de outras secreções corporais com membranas mucosas ou ferimentos cutâneos.3 – Par de luvas. Figura 1. uso de medicamentos. Lave as mãos antes e após a colocação das mesmas. ÓCULOS PARA PROTEÇÃO OCULAR: este equipamento impede o contato de secreções e outros fluídos corporais. impede a passagem de partículas menores. espirrar e falar enquanto você está com a mesma. Figura 1.6 – Óculos de proteção ocular Figura 1.5). nos casos de atendimento a vítimas com hemorragia. Figura 1. MÁSCARA DE FLUXO UNIDIRECIONAL: é uma máscara que deve ser adaptada à boca/nariz da vítima quando a mesma está em apnéia – com ausência de respiração – para que o socorrista possa fazer as ventilações de socorro.4 – Máscara cirúrgica Figura 1.superior e inferior devem ficar bem ajustadas a face. com mangas longas e punhos estreitos (Figura 1. inclusive nas laterais dos olhos. enquanto que a máscara com filtro de alta eficiência (Figura 1. enquanto que a máscara com filtro de alta eficiência pode ser reutilizada (ver orientações na embalagem). as bordas . A máscara cirúrgica deve ser trocada a cada procedimento e não deve ser reutilizada.4). evitar manipular o avental na sua parte externa. Ao usar a máscara não esqueça: a mesma deve abranger boca e nariz.7) e trocado sempre que contaminado por fluídos corporais. o mesmo deve ficar perfeitamente ajustado à face. AVENTAL: protegem roupas e pele descoberta.Suporte Básico da Vida MÁSCARA/PROTETOR FACIAL: a máscara cirúrgica (Figura 1. oriundas de tosse e espirros da vítima. Deve ser longo. com a membrana mucosa dos olhos do socorrista (Figura 1.6). para manter a sua eficácia. Após o uso. impede o contato direto com o sangue e fluído. desinfetálo com álcool 70%. múltiplos ferimentos com presença de sangramento e nos trabalhos de parto. Os óculos comuns não oferecem proteção adequada. agentes mecânicos ou químicos.5 – Máscara facial com filtro de alta eficiência. Ao usar os óculos observar sua adaptação. Evitar tossir. Este dispositivo impede que o ar eliminado pela vítima na expiração entre em contato com o socorrista.7 – Avental Unidade 1 29 . a lavagem das mãos (Figura 1.lavar as mãos . 30 . Figura 1. apresentamos atividades para que você possa exercitar o que aprendeu e verificar o que ainda não está muito claro e compreendido. A limpeza consiste na remoção de sujidades visíveis através da ação mecânica. primeiramente. Também a prevenção e o controle das infecções deve se fazer a partir do cuidado com os equipamentos utilizados no atendimento a vítima: limpeza. deve ser praticada regularmente. desinfecção e esterilização.8). A seguir. máscara e avental. antes e após o atendimento a cada vítima. Os equipamentos de proteção individual devem ser descartados ou desinfetados. Existem estudos que comprovam que a presença de sujidades diminui a atividade dos desinfetantes. as luvas .seguir retirando: óculos. A desinfecção consiste na destruição de microorganismos através de meios físicos (calor) e químicos (soluções desinfetantes como o álcool 70%).8 – lavagem das mãos. Associada ao uso de EPI. A antissepsia das mãos também pode ser realizada e é feita com a utilização de álcool glicerinado a 70% e impede a proliferação de germes na pele. é essencial na prevenção e controle de doenças. utilizando água. sabão ou detergente. A esterilização consiste na completa eliminação de todas as formas de vida microbiana e também pode ser realizada através de meios físicos e químicos.Universidade do Sul de Santa Catarina Após uso dos EPIs retirar. 4. 3. 5. Para proteção o socorrista deve manusear telefone/outros materiais com luvas. A lavagem das mãos é dispensada com o uso de luvas. presentes em fluídos corporais da vítima. As luvas devem ser trocadas quando o atendimento à vítima durar mais que 3 horas. tecidos e órgãos. O uso de ePI fornece proteção para que microorganismos. Cite os equipamentos de Proteção Individual que devem ser utilizados pelo socorrista no atendimento à vítima e quais as principais Doenças de Risco para o socorrista. Unidade 1 31 .Suporte Básico da Vida Atividades de autoavaliação 1. a. não sejam transmitidos para o socorrista. membranas mucosas. Equipamentos de Proteção Individual 1. b. 2. d. 2. As luvas podem ser reutilizadas quando não há contato com sangue. independente de estado infeccioso ou não. secreções. A luva deve ser usadas no contato com fluídos. pele/solução de continuidade. assinale a alternativa correta. e. c. As alternativas b e d estão corretas. Cuidado para não umedecer a máscara facial. Pulso (P). Veja se acertou. d. b. Temperatura (T) e Pressão Arterial (PA). 3. Nos últimos anos. 3. 4. SEÇÃO 3 . Fazer bochecho com cepacol. 5. Uso de gel ou cremes antissépticos na pele.Universidade do Sul de Santa Catarina Doenças de Risco para o Socorrista 1. c. Tradicionalmente os sinais vitais que são parâmetros de avaliação da condição orgânica do indivíduo são: Respiração (R). A verificação de sinais e sintomas pode contribuir para a avaliação das vítimas.Sinais Vitais (SV) e Sinais Diagnósticos As urgências ou emergências têm formas peculiares de se manifestar. entre os principais cuidados na contaminação do socorrista. . volte ao conteúdo e estude mais um pouco. caso não tenha acertado. Lavar as mãos mesmo sem dispor de solução antisséptica. vem sendo considerada numa avaliação mais abrangente dos sinais e sintomas. 32 . estão: a. e.Veja no final do livro didático as respostas às questões apresentadas. 2. a presença de Dor e Tamanhoreatividade das pupilas. A respiração com ritmo deve ser verificada durante 30 segundos e multiplicada por 2. ou seja. lhe forneceu orientação de como realizar a verificação do Pulso e da Respiração na vítima em situação emergencial! Se você ainda tem dúvidas. Nas crianças o pulso varia conforme a idade (Tabela 1. profunda. Os profissionais de saúde utilizam também a ausculta torácica com o estetoscópio. enquanto que para os recém-nascidos e crianças. a ansiedade e o medo podem produzir aumento da freqüência cardíaca. rápida e uso de musculatura acessória em demasia.1). Os fatores que influenciam nos valores do pulso são: idade e condicionamento físico.Suporte Básico da Vida Numa situação de urgência/emergência com perda de consciência. retorne a seção 1 e reveja este item. A verificação do pulso pode ser realizada Unidade 1 33 . Respiração O valor normal da freqüência respiratória – movimentos respiratórios por minuto – mrm – para indivíduos adultos. a realização do ABC. Achados respiratórios anormais que pode ser facilmente identificados no ambiente pré-hospitalar incluem: respiração superficial. o socorrista deve iniciar a avaliação dos SV com a verificação da Respiração e do Pulso. lenta. O ritmo e a profundidade são verificados através da visualização e da ausculta torácica. A freqüência respiratória pode ser obtida através da visualização da elevação torácica e/ou da palpação do tórax com percepção dos movimentos.1). variam conforme a idade (Tabela 1. Você lembra deste detalhe? A seção 1 quando trata da avaliação primária da vítima. Fatores como a gravidez. está entre o intervalo de 12 a 20 movimentos. Pulso O valor normal do pulso do indivíduo adulto em repouso varia entre 60 e 80 batimentos por minuto. Nos atletas este valor fica em torno de 50 a 60 batimentos/minuto. Além da regularidade e da freqüência do pulso também deve ser avaliado quanto ao ritmo e força.5° a 37 ° Celsius. quente/seca na exposição excessiva ao calor e fria/seca quando da exposição ao frio. para determinar a freqüência em um minuto. Respiração e Pressão Arterial conforme a Idade Idade Recém nascido 1 ano 3 anos 5 anos 7 anos 10 anos 15 anos Adulto Pulso 120 – 160 80 – 140 80 – 120 70 – 115 70 – 115 10 – 115 70 – 90 60 – 80 Respiração 40 – 60 30 – 40 25 – 30 20 – 25 20 – 25 15 – 20 15 – 20 15 – 20 Pressão Arterial 80/40 82/44 86/50 90/52 94/54 100/60 110/64 120/80 Fonte: Sanders. modificado. Tabela 1. podendo verificar também a umidade e coloração da pele que variam conforme as alterações dos órgãos e sistemas. Para a obtenção do valor do pulso realizar a contagem durante 15 segundos e multiplicar por 4. Mick J. A ausência de pulso pode significar lesão de uma artéria ou parada cardíaca.ou em outro local onde o curso arterial é mais superficial. o socorrista fará uma avaliação com o dorso da mão. 34 .1 – Variação do Pulso. A constatação de um pulso taquicárdico (valor aumentado) e fraco pode ser um sinal de perda sangüínea. a exemplo de artéria radial – no punho. Na ausência de termômetro ou em situações de urgências/emergências. Temperatura-Pele A pele é responsável em grande parte pela regulação da temperatura corporal.Universidade do Sul de Santa Catarina na artéria carótida ou femoral – artérias de grande calibre nos casos de perda de consciência . que normalmente situa-se na faixa de 36. Poderemos encontrar uma pele fria e úmida em vítima com traumatismo e perda sangüínea. 2001. Paramedic TextBook. levando em conta a situação prévia da vítima. no trajeto das artérias braquial e radial. atropina e anfetaminas. utilizando-se do esfigmomanômetro e estetoscópio.9 – Pupilas midriáticas Unidade 1 35 . Está presente em diferentes distúrbios do organismo. sendo que nas urgências/emergências é um dos sintomas mais relatados pela vítima. posição do paciente e lado da verificação. Assim. excluindo-se o uso de medicações oculares e lesões prévias. órgão afetado. são: Midríase (pupilas dilatadas – Figura 1. idade. estresse. Os valores normais nos adultos. podendo variar com atividade física. Normalmente as pupilas são iguais. patologias prévias e estado de consciência. entre outras.9) e não responsivas a luz podem estar associadas a arritmia cardíaca. As alterações a serem consideradas nas situações de urgência/emergência. orientando no exame secundário além do estabelecimento de prioridade na abordagem. variando conforme a intensidade e periodicidade. para a maioria dos autores variam de 100 a 145 para sistólica e 60 a 85 para diastólica. é importante realizar a verificação no membro superior direito. Figura 1.Suporte Básico da Vida Pressão Arterial – PA Verificada nos parâmetros sistólico (PA máxima) e diastólico (PA mínima). Tamanho e Reatividade das Pupilas O exame das pupilas fornece informação quanto ao estado neurológico da vítima. o tipo de injúria (trauma). sexo. redondas e reagem à luz. Presença de Dor A dor é uma sensação aguda ou crônica de desconforto individual resultante da resposta do sistema nervoso central a um estímulo externo ou interno no organismo. idade. ingesta de substâncias bioativas como a nicotina. Contribui para dimensionar as condições vividas pela vítima. em posição sentada ou deitada. injúria do SNC com diminuição ou ausência de oxigenação cerebral-hipóxia ou anóxia. ou uso de drogas – cocaína. A regularidade e a freqüência do pulso são dados importantes na avaliação. Figura 1. sendo sua análise mais significativa. Atividades de autoavaliação 1.11) e não responsivas a luz o que pode ser associada a acidente vascular cerebral . quando tomada em série e analisados à luz de uma situação conhecida. c. assinale a alternativa incorreta: a. Na avaliação da vítima. d. b. 36 .11 – Pupilas anisocóricas. d. e. Os sinais vitais são: Pressão Arterial (PA). são essenciais para avaliação da vítima. uso de drogas narcóticas. Anisocoria (pupilas desiguais – Figura 1. A freqüência determina o modo de contagem do pulso.Universidade do Sul de Santa Catarina Figura 1. Assinale a alternativa correta.10) e que não respondem à luz podem ser causadas por doenças ou traumas do sistema nervoso central.10 – Pupilas mióticas Miose (pupilas contraídas – Figura 1. Nenhuma das anteriores. A ausência de pulso significa lesão de uma artéria. Pulso (P). A constatação de um pulso taquicárdico pode ser um sinal de perda sangüínea. trauma de crânio e trauma ocular. Temperatura (T). b. avaliação pupilar e dor. tipo heroína e morfina. a. S. Com relação aos Sinais Vitais. 2.V.derrame. Respiração (R). As alternativas a e b estão corretas. Sinais Vitais são indicadores das funções vitais do corpo e podem orientar o diagnóstico inicial e acompanhar a evolução do quadro clínico apresentado pela vítima. o Pulso é um dado importante a ser considerado. A freqüência respiratória pode ser obtida através da visualização da elevação torácica e/ou da palpação do tórax com percepção dos movimentos e. servem para avaliar a situação de gravidade da vítima. c. Nenhuma das anteriores. c. sinal de sintoma. Assim. Também nesta seção lhes foi apresentada de modo sucinto a forma de realizar a avaliação primária e a importância da avaliação secundária que consiste da abordagem inicial às vítimas portadoras de um comprometimento de suas funções vitais. A respiração arrítmica deve ser verificada durante 30 segundos e multiplicada por 4. as características. Agora você já pode pensar Unidade 1 37 . as atribuições e as responsabilidades do socorrista bem como os aspectos legais no atendimento às vítimas em ambiente pré-hospitalar. b. valores de normalidade e técnicas para a verificação dos mesmos. d. a. você teve oportunidade de estudar definições básicas que o ajudarão na prevenção dos riscos inerentes à prestação de atendimento às vítimas. suporte básico de suporte avançado de vida e também conhecer a definição. você estudou as definições dos sinais vitais e dos sinais diagnósticos. O objetivo é torná-lo capaz de diferenciar emergência de urgência. Visualização da elevação torácica. portadoras de um desequilíbrio orgânico. você está apto para o atendimento às vítimas sem o risco de possíveis contaminações. Palpação do tórax com percepção dos movimentos. Ritmo e a profundidade são verificados através da visualização e da ausculta torácica. e. as doenças de risco para o socorrista e as formas de proteção com a utilização dos EPIs. Agora você já conhece os componentes básicos para o processo de contaminação. bem como as características e perfil de um socorrista. que são questões preliminares importantes para o reconhecimento dos sinais da vítima. Na seção 2.Suporte Básico da Vida 3. Síntese Na seção 1. Na avaliação da vítima a Freqüência Respiratória pode ser verificada de diversas maneiras. Assinale a alternativa incorreta. Devemos evitar comparar o ritmo de nossa respiração com a da vítima. você teve a oportunidade de verificar as definições chaves. Na seção 3. no âmbito pré-hospitalar. Saiba mais Para aprofundar seus conhecimentos sobre esta Unidade.saude.INTO.gov. do Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia .into.br/ 38 . o que permitirá que você avalie a situação da vítima e decida os próximos passos a serem realizados durante o atendimento de suporte básico da vida. consulte os textos disponíveis na Biblioteca Virtual em Saúde. disponível no site http://www.Universidade do Sul de Santa Catarina em correlacionar os sinais apresentados pela vítima com os parâmetros da normalidade. UNIDADe 2 Parada cardiorrespiratória e reanimação Objetivos de aprendizagem „ Identificar os sinais clínicos de parada cardiorrespiratória no adulto e na pediatria. 2 „ Seções de estudo Seção 1 Parada cardiorrespiratória (PCR) e reanimação cardiorrespiratória (RCR) no adulto Seção 2 Parada cardiorrespiratória e reanimação cardiorrespiratória na pediatria . Realizar manobras de suporte básico de vida na reanimação cardiorrespiratória no adulto e na pediatria. mantendo artificialmente a oferta de oxigênio aos tecidos. apresentaremos a forma de fazer o diagnóstico da parada cardiorrespiratória. Muitos destes indivíduos poderiam ser salvos se o Suporte Básico de Vida lhes fosse implementado imediatamente por pessoal treinado. Estudos têm demonstrado a importância da uniformização de condutas. Será apresentada a você a forma de realizar o ABC da reanimação que consiste da substituição das funções pulmonares e cardíacas até que o suporte avançado de vida possa ser alcançado para a continuidade do atendimento. Vamos à Seção 1? 40 . obstrução de vias aéreas. bem como a realização do suporte básico de vida no ambiente préhospitalar. doenças respiratórias. e a vítima progrida deste nível de atendimento para o Suporte Avançado de Vida. crianças menores de 1 ano – síndrome da morte súbita infantil. sem sofrer interrupções do modo como vinha sendo reanimada. O número de pessoas que morrem anualmente de PCR é elevado. Nesta Unidade. as possibilidades de sobrevivência da vítima são maiores. acidentes por submersão. nas Seções 1 e 2. As estatísticas comprovam que se em quatro minutos a partir da PCR forem iniciadas medidas que passem a substituir as funções cardiorrespiratórias. A Parada Cardiorrespiratória (PCR) em pediatria ocorre mais freqüentemente nos extremos de idade. até que se alcance o Suporte Avançado de Vida. sepsis (infecção generalizada) e doenças neurológicas – e nos adolescentes o trauma é a principal causa de PCR pré-hospitalar. para que se realize o Suporte Básico de Vida adequadamente.Universidade do Sul de Santa Catarina Para início de estudo O advento da compressão torácica possibilitou a esperança de redução da mortalidade pré-hospitalar uma vez que 60 a 70% das mortes súbitas causadas por PCR ocorrem antes que a vítima de entrada em um Serviço de Emergência Hospitalar. 1) “o que você está sentindo?” Na ausência de resposta ao estímulo verbal faça um estímulo doloroso apertando o músculo trapézio – localizado na região superior das costas. „ Manobras de Ressuscitação (ABC) Estabelecer Inconsciência e Chame Resgate „ Aproxime-se da vítima e realize o AVDN: está alerta? pergunte a ela tocando-a suavemente (Figura 2. Unidade 2 41 . 193 ou específico de sua região. ausência de respiração.Suporte Básico da Vida SEÇÃO 1 .Parada cardiorrespiratória (PCR) e reanimação cardiorrespiratória (RCR) no adulto No Suporte Básico de Vida é necessário que o socorrista esteja apto para diagnosticar a parada cardiorrespiratória e aplicar corretamente o ABC da reanimação. a ausência de alguma reação por parte da vítima. O reconhecimento da PCR adulto consiste na confirmação de: „ inconsciência.1 – estímulo tátil. Na seqüência ative o Serviço de Emergência ligando gratuitamente para um dos números 192. e ausência de pulso carotídeo/femoral . 190. „ „ Suporte Básico de Vida (SBV) Inclui avaliações seqüenciais e habilidades motoras para manter e restaurar a ventilação e a circulação efetiva no adulto em parada respiratória ou cardiorrespiratória. Figura 2. leva o socorrista a comprovar a inconsciência. Deixe-a sobre superfície rígida. Incline a cabeça/eleve o mento (Figura 2. tenha cuidado ao movimentá-la. Muitas vezes a vítima não respira porque as vias aéreas estão obstruídas com a queda de base da língua sobre a parede posterior da faringe ou garganta (esta obstrução é a causa mais freqüente quando a vítima está inconsciente).Universidade do Sul de Santa Catarina Abrir Via Aérea Faça a Abertura de Vias Aéreas conforme procedimentos a seguir: Posicione corretamente a vítima em decúbito dorsal (de barriga para cima).2): estas duas manobras combinadas aliviam a obstrução das vias aéreas superiores. na observação inicial.2 – Manobra de abertura de via aérea na ausência de trauma. pois 42 . Figura 2. Para realizá-las coloque uma das suas mãos sobre a região frontal da vítima e force para trás e com a outra mão (dedo indicador e dedo médio) eleve o maxilar inferior. A manobra descrita acima é desaconselhada quando o socorrista desconhece a história da vítima ou quando. foi verificada a possibilidade de lesão em coluna cervical. o que corresponde a sua expiração (Figura 2. aproxime o seu ouvido da boca e do nariz da vítima. A não comprovação destes eventos leva a conclusão de que a vítima está em parada respiratória (Apnéia). Após a realização da abertura das vias aéreas.4).3 – Manobra de abertura de via aérea na suspeita ou presença de trauma. verifique a presença de corpo estranho na cavidade oral (boca) e. Unidade 2 43 .3. e realize a anteriorização da mandíbula conforme Figura 2.Suporte Básico da Vida o comprometimento da medula poderá resultar em paralisia definitiva. faça retirada do mesmo com pinçamento utilizando os dedos indicador e médio com visualização direta do corpo estranho. B – Checar Respiração Depois de haver desobstruído corretamente as vias aéreas. com a cabeça posicionada de modo que você possa observar o tórax da vítima e realize o Ver/Ouvir/Sentir: Ver: Observe a elevação do tórax. se for o caso. Neste caso. faça a imobilização cervical com as mãos em garra. Figura 2. Ouvir e Sentir: Ouça e Sinta a saída de ar através da boca/nariz da vítima. 44 . de modo que não escape ar para a realização das ventilações de resgate.Universidade do Sul de Santa Catarina Figura 2. Inspire profundamente e ajuste sua boca com firmeza no dispositivo da máscara e sopre com força. Figura 2. Comprovada a ausência de respiração. o suficiente para fazer o tórax elevar-se (Figura 2.5).4 – Realização do Ver/Ouvir/Sentir. mantenha a vítima com vias aéreas pérvias (livres) e coloque a máscara de fluxo unidirecional sobre a boca e narina da mesma. durante aproximadamente 1 segundo.5 – Ventilação boca-máscara. com a vítima de pé. Figura 2.7). coloque as mãos sobre o osso esterno – centro do tórax anterior.Suporte Básico da Vida Em seguida. afaste as suas pernas e ajoelhe-se junto aos membros inferiores da vítima.7 – Manobra de Heimlich com vítima consciente Unidade 2 45 . sobre a região epigástrica. Figura 2. é aplicar. acima do umbigo e abaixo do apêndice xifóide. coloque a região hipotenar de uma das mãos na linha média do abdome. Pressione rápida e vigorosamente para baixo e para cima. No caso de obesidade excessiva ou gestação. procure por corpo estranho na boca da vítima ou reveja a abertura das vias aéreas.6). retire sua boca do dispositivo para que o ar dos pulmões da vítima possa ser exalado. Se a obstrução persistir. e se a vítima continuar em apnéia. entrecruzeas. e exerça pressão para baixo lembrando que o ritmo de compressão deve ser adaptado à finalidade a que se destina e não confundir com o ritmo empregado para a compressão torácica. Atenção Se não houve elevação do tórax durante as ventilações de resgate. uma forte pressão anterior abaixo das costelas.6 – Manobra de retirada de corpo estranho com vítima inconsciente. técnica conhecida como Manobra de Heimlich (Figura 2. Outra possibilidade para a desobstrução de vias aéreas no adulto e adolescente. prossiga com as ventilações artificiais intercaladas com as compressões torácicas. Repita a manobra uma segunda vez. contribuindo para expulsão do corpo estranho. sobreponha a outra mão. use com prudência o peso do seu corpo (Figura 2. que se encontram conscientes. Universidade do Sul de Santa Catarina Também poderá ser feita pressão no dorso posterior, com a vítima de pé (Figura 2.8) ou com a vítima deitada (Figura 2.9), com um “tapa” com a mão em concha na região entre as escápulas. Figuras 2.8 e 2.9 – Manobra para expulsão de copo estranho C – Sinais de Circulação Palpar Pulso Carotídeo (não ultrapassar 10 segundos). Para localizar a artéria carótida, palpe com o dedo indicador e o médio a cartilagem cricóide (pomo de adão), deslize os dedos na lateral mantendo o contato com a cartilagem, a presença de pulso indica presença de circulação continue apenas ventilando (Figura 2.10). Figura 2.10 – Localizando a artéria carótida. O contrário, a ausência de pulso palpável, indica que o coração está parado ou contraindo-se de forma tão desorganizada que não há circulação do sangue. Para a vítima que está em parada cardíaca, as compressões torácicas são indicadas. 46 Suporte Básico da Vida Compressão Torácica Localize a área correta para a sua realização. Posicione-se lateralmente à vítima, coloque a região hipotenar -base da mão - esquerda (Figura 2.11) e sobreponha a mão direita com os dedos entrecruzados, no centro do tórax, sobre o esterno, entre os mamilos (Figura 2.12). Os dedos não devem tocar e pressionar a parede torácica. Figura 2.11 – Região hipotenar Figura 2.12 – Realização de compressão torácica. Inicie a manobra propriamente dita comprimindo o esterno para baixo, utilizando o peso do seu corpo, de modo que deprima o tórax em +/- 4 a 5 cm. Após cada compressão a pressão deve ser aliviada completamente para que o esterno volte a posição anterior e o coração relaxe (Figura 2.13). Figura 2.13 – Compressão (A) e Descompressão Torácica(B) Unidade 2 47 Universidade do Sul de Santa Catarina O tempo de compressão e descompressão devem ser os mesmos. As compressões devem ser ritmadas. Freqüência: 100 CT/min. Relação compressão torácica/ventilação: 30/2 (com 1 ou 2 socorristas), ou seja, 30 compressões torácicas para cada duas ventilações boca-máscara de fluxo unidirecional. A eficiência da ventilação deve ser comprovada com a elevação do Tórax da vítima durante a realização da manobra. A eficiência da compressão torácica deve ser comprovada com a palpação e presença de pulso carotídeo ou femoral durante a realização da manobra. SEÇÃO 2 - Parada cardiorrespiratória e reanimação cardiorrespiratória na pediatria A Parada Cardiorrespiratória (PCR) em pediatria, ocorre mais freqüentemente nos extremos de idade, crianças menores de 1 ano – síndrome da morte súbita infantil, doenças respiratórias, obstrução de vias aéreas, acidentes por submersão, sepsis (infecção generalizada) e doenças neurológicas – e nos adolescentes o trauma é a principal causa de PCR pré-hospitalar. Suporte Básico de Vida (SBV) em pediatria O SBV inclui avaliações seqüenciais e habilidades motoras para manter ou restaurar a ventilação e a circulação eficazes da criança em parada respiratória ou cardiorrespiratória. Na evidência da PCR o socorrista deve avaliar o nível de consciência, tocando na criança e falando alto para provocar uma resposta. A criança não deve ser movimentada desnecessariamente, na suspeita de lesão medular, pois poderá ter sua situação agravada. 48 Unidade 2 49 .14 – Abertura de via aérea com inclinação da cabeça e elevação do queixo. em forma de pinça enquanto que na presença de vômitos. Inclinação da cabeça e elevação do queixo . sangue ou outras secreções faça a limpeza da cavidade oral. e nos lactentes. Observação: Ao realizar a abertura das vias aéreas e observar a presença de corpo estranho tente removê-lo através de visualização direta. o socorrista deve acionar o resgate somente após aplicar 05 ciclos de RCP e no caso de colapso súbito testemunhado. „ Coloque uma mão na região frontal (testa) da criança e incline a cabeça suavemente para trás. utilizando o dedo indicador e o dedo médio.14). Na criança. pois o relaxamento dos músculos e o deslocamento posterior da língua podem levar a obstrução das mesmas. „ Figura 2.na ausência de trauma (Figura 2. A – Abertura de Vias Aéreas A abertura das vias aéreas pode ser realizada de duas maneiras: 1. Posicione a outra mão no queixo e eleve a mandíbula para fora e para cima.Suporte Básico da Vida Uma vez determinada a inconsciência as vias aéreas devem ser abertas. acionar o resgate após verificar que a criança não responde aos estímulos. menores de 1 ano de idade. com idade entre 1 e 8 anos. para isso. Sentir o fluxo do ar exalado pela boca/nariz da criança.16). na ausência de trauma. manter permeabilidade de vias aéreas e realizar duas ventilações de resgate.Respiração Após a abertura das vias aéreas o socorrista deve verificar se a criança está respirando e.Universidade do Sul de Santa Catarina 2. a criança deve ser colocada em posição de recuperação (Figura 2.15 – Abertura de via aérea com inclinação da cabeça e elevação do queixo. Na presença de movimentos respiratórios a via aérea deve ser mantida permeável e por isso. utiliza o ver/ouvir/sentir: Ver a elevação torácica e abdominal. Na evidência de apnéia ou respiração agônica. Mantenha a coluna cervical imobilizada. „ Utilize as 2 mãos coloque 2 ou 3 dedos abaixo do ângulo da mandíbula elevando-a para fora e para cima. utilizando-se de máscara de fluxo unidirecional. 50 . B . „ Figura 2. Elevação da mandíbula – na possibilidade ou evidência de trauma (Figura 2.15). Ouvir o ruído do ar exalado. Após realização de abertura de vias aéreas e realização de ventilação de resgate. por isso o socorrista deve tentar abrir novamente e ventilar a criança mais uma vez. caso não tenha havido elevação torácica.Suporte Básico da Vida As ventilações devem ser eficazes. devem ser realizadas 12 a 20 ventilações por minuto. Depois de realizada a ventilação de resgate e a criança voltar a ter respiração espontânea. é a obstrução de vias aéreas. o socorrista deve determinar a necessidade de compressão torácica. na falha da ventilação de resgate. No caso de ventilação sem compressão torácica. coloque-a em posição de recuperação (na ausência de trauma). Outra probabilidade. . com aproximadamente um segundo cada. O volume correto para cada ventilação é o que causa elevação do tórax. Figura 2.Veja orientação posterior no caso de obstrução por corpos estranhos.16 – Posição lateral de segurança. Unidade 2 51 . A abertura inadequada da via aérea é a causa mais comum de obstrução. 52 . Pressione suavemente com os dedos indicador e médio até comprovar a presença ou ausência do pulso (Figura 2.19). Para palpar a artéria carótida. localizada na lateral do pescoço.Universidade do Sul de Santa Catarina C – Circulação A verificação de pulso é realizada de acordo com a faixa etária.17). Lactentes (até um ano de idade): A rápida verificação de pulso na artéria carótida é de difícil realização e pode comprometer a permeabilidade das vias aéreas. localize a cartilagem cricóide (pomo de adão) com 2 ou 3 dedos de uma das mãos enquanto mantém a cabeça inclinada.17). entre o cotovelo e o ombro do lactente (Figura 2.17 – Palpação de pulso braquial no lactente. Crianças (1 a 8 anos de idade): Nesta faixa etária a artéria carótida. localizada na virilha. é a artéria central mais acessível à palpação. deslize os dedos até o sulco lateral do pescoço e palpe a artéria suavemente (Figuras 2.18 e 2. Também pode ser palpada a artéria femoral. Figura 2. por isso deve ser utilizada a artéria braquial. palpável na face interna do braço. Suporte Básico da Vida Figuras 2.19 – Palpação de pulso carotídeo na criança. Veja orientação a seguir (Quadro 2. 02 socorristas: envolver o tórax do lactente com as 2 mãos e colocar os 2 polegares sobrepostos logo abaixo dos mamilos sobre o esterno.1) quanto ao local de compressão. Unidade 2 53 . 02 socorristas: 15 CT/2 Ventilações. 100 bpm. 02 socorristas: 15 CT/2 Ventilações. Local de compressão Profundidade Freqüência Relação massagem e ventilação 1/3 a 1/2 da profundidade do tórax. freqüência e relação compressão ventilação. Na presença de pulso. Criança Região hipotenar de uma ou duas mãos. Na ausência de pulso ou freqüência cardíaca menor de 60 batimentos por minuto. continue ventilando com uma freqüência de 20 respirações/minuto – 1 a cada 3 segundos. profundidade. posicionar a criança adequadamente (decúbito dorsal em superfície rígida) e iniciar as compressões torácicas que devem ser acompanhadas por ventilações. 100 bpm.1 – Manobras de SBV utilizadas no lactente e na criança Manobras SBV Lactente 01 socorrista: 2 dedos abaixo da linha dos mamilos sobre o esterno.18 e 2. 01 socorrista: 30 CT/2 Ventilações. Quadro 2. em ambos os casos (lactente e criança) e respiração ausente. 01 socorrista: 30 CT/2 Ventilações. 1/3 a 1/2 da profundidade do tórax. no centro do peito sobre o esterno entre os mamilos. As infecções podem causar edema de vias aéreas superiores.20 e 2. As tentativas de liberar vias aéreas devem ser consideradas quando a aspiração de um corpo estranho pela criança. ou quando as vias aéreas permanecem obstruídas durante a tentativa de realizar as ventilações de resgate. sialorréia (aumento da produção de saliva).Universidade do Sul de Santa Catarina No caso de crianças com idade acima de 8 anos. Obstrução por corpo estranho: A obstrução de vias aéreas por corpo estranho deve ser suspeitada nas crianças com dificuldade respiratória de início súbito associado à tosse. Inicialmente a criança deve ser estimulada a tossir vigorosamente. náusea (enjôo). conforme demonstração a seguir (Figuras 2. é recomendada uma combinação de golpes no dorso e compressões torácicas. No lactente. A tentativa de desobstrução deve ser iniciada na evidência de obstrução completa: tosse sem som. realizar a RCP como no adulto. 54 . para a desobstrução de vias aéreas. A infecção pode ser suspeita de obstrução quando a criança apresenta febre. letargia (relaxamento muscular) e fraqueza. rouquidão. é presenciada ou fortemente suspeitada. estridor (ruído barulhento) ou chiado no peito.21). congestão nasal. aumento da dificuldade respiratória e cianose (pele arroxeada). 21 – Desobstrução de vias aéreas no lactente.22 – Manobra de Heimlich com criança consciente. uma vez que poderá ser empurrado para dentro das vias aéreas aumentando a obstrução.23).20 e 2.Suporte Básico da Vida Figuras 2. Na criança (entre 1 e 8 anos) que está consciente a Manobra de Heimlich é realizada através de compressões abdominais com a vítima de pé (Figura 2. é realizada com a com a criança deitada (Figura 2. Atenção! Não realizar remoção manual de corpos estranhos sem a visualização deste.22). Unidade 2 55 . Figura 2.23 – Manobra de Heimlich com criança inconsciente. Na criança inconsciente a manobra que também consiste de compressões abdominais. Figura 2. com exceção de: a. no centro do peito sobre o esterno entre os mamilos. as especificidades do suporte básico de vida na parada cardiorrespiratória. que consiste da substituição das funções pulmonares e cardíacas até que o suporte avançado de vida possa ser alcançado para a continuidade do atendimento. e. b. Lembre do ABC da reanimação. d. No lactente a relação de massagem/ventilação é = 15/2 com dois socorristas. 56 . c. Todas as afirmativas abaixo estão corretas. No lactente para a realização da massagem cardíaca deve-se envolver o tórax com as mãos e sobrepor os dois polegares sobre a metade inferior do esterno. No lactente os sinais de circulação são verificados na artéria braquial.Universidade do Sul de Santa Catarina Atividades de autoavaliação 1. No lactente os sinais de circulação são verificados na artéria carótida. e sabe como programar o processo de reanimação cardiorrespiratória e como agir na presença de corpos estranhos na cavidade oral e/ou nas vias aéreas superiores. na criança e no lactente. ausência de respiração e ausência de pulso) e sabe como realizar as manobras de suporte básico de vida no ambiente pré-hospitalar. Síntese Agora você conhece as técnicas para realizar o diagnóstico da parada cardiorrespiratória no adulto (inconsciência. estudou também. Nesta unidade. Na criança a compressão torácica é realizada com a região hipotenar de uma ou duas mãos. 2005. Ligas do Trauma: Suporte básico e avançado de vida no trauma. Unidade 2 57 . o novo BLS: Suporte Básico de Vida e o novo ACLS: Suporte Avançado de Vida em Cardiologia. São Paulo: Atheneu. Localize na internet este Guideline e aprofunde os seus conhecimentos! Leia mais sobre o suporte básico de vida no livro: MANTOVANI. foi publicado na revista Circulation um novo Guidelines para o atendimento à parada cardíaca.Suporte Básico da Vida Saiba mais Para aprofundar seus conhecimentos: Em novembro de 2005. Mário. ou seja. . Identificar como prestar atendimento inicial às vítimas de acidentes com animais peçonhentos. Identificar como prestar atendimento inicial às vítimas de intoxicações exógenas. „ „ „ Seções de estudo Seção 1 Abordagem inicial à vítima de trauma Seção 2 Abordagem inicial às vítimas de intoxicações exógenas Seção 3 Abordagem inicial às vítimas de acidentes com animais peçonhentos . acidente com animais peçonhentos Objetivos de aprendizagem „ 3 Verificar sinais vitais e sinais diagnósticos na avaliação da vítima. intoxicações. Realizar o atendimento pré-hospitalar às vítimas de trauma providenciando o transporte imediato.UNIDADe 3 Abordagem inicial à vítima: trauma. Para o traumatizado. antes do início da avaliação individual das vítimas. e por fim o preparo e transporte rápido e seguro da vítima para o centro de referência hospitalar. bem como para outras vítimas de emergência. sendo que a primeira delas consiste no estabelecimento da segurança e da natureza da situação. Determinar as condições em que a vítima se encontra é fundamental para o estabelecimento de prioridades e decisões no atendimento pré-hospitalar. circulatórias e neurológicas. a avaliação é a base para todas as decisões para o atendimento pré-hospitalar e transporte. na seção 2. a saber: a avaliação da cena sob o ponto de vista da segurança e da situação propriamente dita. na Seção 3. será discutida a abordagem inicial às vítimas de intoxicação exógena e finalmente. a partir da utilização das etapas ABCDE. com destaque para os aspectos preventivos. Após o início desta. Seção 1– Abordagem inicial à vítima de trauma O conteúdo desenvolvido nesta seção tem como suporte teórico o que preconiza o PHTLS – Pre Hospital Trauma Life Support (2004) e discute de forma sucinta aspectos importantes do atendimento inicial à vítima de trauma.Universidade do Sul de Santa Catarina Para início de estudo Nesta Unidade. na Seção 1 apresentaremos a você como realizar a abordagem inicial à vítima de trauma no ambiente pré-hospitalar. a realização do exame da vítima obedecendo as etapas ABCDE. por isso a rapidez e a eficiência são imprescindíveis. Vítima grave só pode permanecer no local do trauma enquanto é estabilizada para a remoção. enfatizando os princípios que fazem a diferença no atendimento pré-hospitalar. os sinais e sintomas e o que poderá ser feito no ambiente pré-hospitalar às vítimas de acidentes com animais peçonhentos. no 60 . O socorrista deve ter em mente as prioridades na chegada no ambiente do acidente. serão apresentadas as características. A primeira meta na avaliação é determinar a condição atual da vítima. verificando as condições respiratórias. Em seguida. desenvolvendo uma impressão geral do estado da mesma. explosivos.Suporte Básico da Vida atendimento da(s) vítima(s) que sejam consideradas mais graves. Na avaliação/dimensionamento da cena o socorrista inicia o processo de coleta de informações avaliando o local. (b) condições que possam resultar em perda de membros. enfatizar a seqüência: (a) condições que possam resultar em perda da vida. materiais contaminantes incluindo sangue ou fluidos corporais. linhas elétricas caídas. tráfego de veículos. o socorrista deve manterse afastado até que equipes apropriadas tenham garantido a segurança da equipe e da(s) vítima(s). observando familiares e testemunhas. Devem ser avaliados todos os perigos/riscos possíveis como: fogo. Dois componentes estão incluídos nesta avaliação: (1) Segurança Quando a cena está oferecendo riscos. (2) Situação O socorrista deve fazer várias perguntas para ajudar nesta abordagem: „ „ „ O que realmente aconteceu aqui? Por que a ajuda foi solicitada? Qual foi o mecanismo de trauma (biomecânica) e quais forças e energias provocaram as lesões nas vítimas? Quantas pessoas estão envolvidas e suas idades estimadas? 61 „ Unidade 3 . facas) ou condições ambientais inadequadas. O socorrista deve retirar qualquer vítima em situação perigosa para uma área segura antes de iniciar a avaliação e o tratamento. armas (revólveres. obtendo uma impressão geral antes de se aproximar da(s) vítima(s). e (c) condições que não ameacem a vida ou os membros. Impressão Geral: O exame primário começa com uma visão simultânea ou global do estado respiratório. qualidade e freqüência da atividade circulatória. bombeiros. Na vítima traumatizada. começando a reanimação e o transporte ao hospital o mais rápido possível. Mais de 90% das vítimas traumatizados têm somente ferimentos simples que envolvem apenas um sistema (por exemplo. uma fratura isolada de um membro). 62 . O socorrista pode sentir simultaneamente a temperatura e umidade da pele e perguntar à vítima “o que aconteceu?”. circulação. A resposta indica se a vítima pode localizar a dor e identificar os pontos mais prováveis de lesão. “Aonde foi?” é a pergunta de seguimento que o socorrista deve fazer enquanto verifica a cor da pele e o enchimento capilar. Como obter a impressão geral? O socorrista. circulatório e neurológico da vítima. respiração e estado neurológico. A resposta verbal indica o estado geral: vias aéreas. Uma verificação rápida do pulso permitirá avaliar a presença. hemorragia ou deformidades flagrantes. a prioridade máxima é a identificação e o conhecimento rápido de condições com risco de morte. com respeito à oxigenação. Para vítimas traumatizadas graves. se consegue se sustentar e se apresenta movimentação corporal espontânea. como polícia. o socorrista precisa direcionar-se para avaliação rápida. realizar a Avaliação Inicial. se está acordada ou sem resposta. companhia elétrica? Será usado equipamento especial para salvamento ou retirada de ferragens? A vítima necessitará de transporte aéreo? „ „ Depois da avaliação da cena. para identificar quaisquer problemas externos significativos óbvios. ao abordar a vítima. observará se ela está respirando adequadamente.Universidade do Sul de Santa Catarina „ „ É necessária outra ambulância para o SBV ou SAV? São necessários outros recursos ou pessoal. Para estas vítimas há tempo para fazer tanto o exame primário quanto o secundário. Se as vias aéreas estiverem obstruídas. B . deve-se realizar um rápido exame cefálo-caudal (da cabeça a coluna vertebral). D . com as duas mãos. . secreções ou corpos estranhos se necessário conforme discutido nas Seções 1 e 2 da Unidade 2. C . Tenha em conta que numa vítima com trauma do tórax. terão que ser abertas usando métodos manuais – imobilização da coluna cervical e levantamento do queixo ou tração da mandíbula e retirada de sangue. Se você ainda tem dúvidas. visite estas Seções. Unidade 3 63 . para assegurar que estão abertas e limpas (permeáveis) e que não existe perigo de obstrução. procurando por sinais de sangramento e deformidades. Num período que varia de quinze a trinta segundos.Agora iremos apresentar a você.circulação e sangramento. O Exame Primário e Secundário bem como a ordem de prioridades para um atendimento ideal a vítima de trauma deve seguir o ABCDE: A .Suporte Básico da Vida Na seqüência. o ABCDE do trauma. a menos que haja uma complicação que exija mais cuidado ou avaliação. Uma vez que a impressão geral foi determinada.avaliação neurológica e E – exposição para exame físico e proteção do ambiente. a realização de manobras de compressão para retirada de corpos estanhos deve ser realizada com cautela após a impressão geral.atendimento das vias aéreas e imobilização da coluna cervical.respiração (ventilação). os exames primário e secundário devem ser realizados. Etapa A As vias aéreas devem ser rapidamente verificadas. o socorrista terá uma impressão geral da condição global da vítima. Pulso. Etapa B Na presença de via aérea está pérvia. Na ausência de respiração inicie a RCP imediatamente.Universidade do Sul de Santa Catarina Quando realizar a abertura das vias aéreas. observe a elevação do tórax e. A avaliação geral do estado circulatório da vítima é realizada verificando-se: 1. 64 . já que o movimento excessivo pode tanto causar quanto agravar lesões neurológicas. se a vítima estiver consciente. observe se é capaz de falar uma frase inteira sem dificuldade. deverá então imobilizar toda a coluna da vítima alinhando todo o corpo. temperatura e a umidade da pele. a qualidade e profundidade da ventilação da vítima devem ser avaliadas. 2. Uma vez que o socorrista tenha imobilizado o pescoço da vítima manualmente ou com colar. Tempo de enchimento capilar: é realizado pressionando-se o leito ungueal (Figura 3. Tempo de enchimento capilar maior de 2 segundos indica que os leitos capilares não estão recebendo sangue de modo adequado. Este procedimento será mais efetivo com o uso de uma prancha rígida. É uma ferramenta útil para estimar o fluxo sanguíneo através desta parte mais distal da circulação. 3. Na presença de respiração. Etapa C Realizamos a avaliação do comprometimento ou falência do sistema circulatório. tenha cuidado com a coluna cervical. Coloração.1). Isto remove o sangue do leito dos capilares visíveis e a taxa de retorno do sangue aos mesmos. Sangramento arterial é causado por lesão Figura 3. Em geral o sangramento capilar terá diminuído ou mesmo cessado antes da chegada da equipe pré-hospitalar no local do acidente. Sangramento capilar: causado por lesão de pequenos vasos sangüíneos. 3. Há três tipos de hemorragia externa: 1.1 – Verificação do tempo de enchimento capilar. Sangramento venoso: provém de camadas mais profundas do tecido. Unidade 3 65 . o sangue é vermelho escuro. localizados imediatamente abaixo da superfície da pele. e em geral é controlado mediante uma pressão direta moderada no local.Suporte Básico da Vida Figura 3. Esse é o sangramento mais importante e também o mais difícil de ser controlado. 2. É caracterizado por um sangue vermelho vivo que jorra da ferida.2 – Tipos de sangramentos a uma artéria. Mesmo uma ferida perfurante pequena que atinja uma artéria. pode produzir uma hemorragia que ameace a vida. Geralmente não ameaça a vida a não ser que a lesão seja grave ou o sangramento não seja controlado. O controle rápido da perda de sangue é um dos objetivos mais importantes no tratamento de uma vítima traumatizada.falta de circulação mínima nos tecidos do membro. Durante o exame. utilizadas em ordem seqüencial: 1. a partir do histórico. 2. Uma vítima agressiva. Etapa D Nesta etapa realizar a avaliação da função cerebral. com o objetivo de determinar o nível de consciência da vítima e inferir a presença de hipóxia – se há pouca oxigenação no cérebro. A diminuição da consciência deve alertar o socorrista para quatro possibilidades: 66 . o socorrista deve determinar.Universidade do Sul de Santa Catarina A hemorragia externa pode ser controlada de acordo com as seguintes etapas. Deve-se ter cuidado ao elevar uma extremidade com suspeita de fratura. A realização de um curativo. Pressão direta: consiste em aplicar pressão no local do sangramento. O exame primário não pode seguir adiante se o sangramento não estiver controlado. Pontos de pressão: aplicar pressão profunda sobre uma artéria próxima à lesão. se existem substâncias tóxicas envolvidas. com gases ou compressas. O controle de hemorragia é uma prioridade. bem como condições pré-existentes que possam ter produzido a diminuição do nível de consciência ou o comportamento anormal. em que momento a vítima perdeu a consciência. É recurso mais utilizado. Exige noções básicas de anatomia e cuidados especiais para não causar isquemia . Torniquete: utilizado somente quando as três etapas anteriores falharem no controle do sangramento. diretamente sobre a lesão e aplicação de pressão manual pode ser utilizado. 4. Elevação da extremidade lesada: o sangue terá algum retardo na chegada ao local do sangramento. 3. poderá estar com hipóxia ou intoxicada. combativa ou não cooperativa. 3. intoxicação por drogas ou álcool. e 4. oxigenação cerebral diminuída.1). A escala de coma de Glasgow é uma ferramenta utilizada para determinar o nível de consciência. Tabela 3.Suporte Básico da Vida 1. distúrbio metabólico (como na diabetes e convulsão). lesão do sistema nervoso central – SNC. 2. abertura ocular e resposta motora (Tabela 3. É dividida em três níveis: resposta verbal.1 Escala de Coma de Glasgow Parâmetros Melhor resposta verbal Nenhuma Sons incompreensíveis Palavras inadequadas Confusa Orientada Abertura dos Olhos Nenhuma Resposta à dor Resposta à fala Espontânia Melhor resposta motora Nenhuma Descerebração (extensão anormal dos menbros) Decorticação (flexão anormal dos membros superiores) Retirada Localiza o estímulo doloroso Obedece ao comando verbal TOTAL Tabela 3.1 – escala de Coma de Glasgow Escore 1 2 3 4 5 1 2 3 4 1 2 3 4 5 6 15 Unidade 3 67 . Observar a simetria (igualdade) dos movimentos respiratórios e a elevação torácica. enquanto dor à palpação sugere a presença de lesões. Tal palpação deve ser realizada. pavilhão auricular e nariz. pois a hipotermia – temperaturas abaixo de 36-36. pequenas áreas com lesões que podem indicar ferimentos internos. Etapa E Realizar a Exposição da vítima. para relembrar.Universidade do Sul de Santa Catarina O nível de consciência da vítima pode também ser avaliado aplicando-se o AVDN. Identificar a presença de sangramento ou a drenagem de líquor – líquido transparente com brilho-. procedimento fundamental para identificar todas as possíveis lesões. tendo certeza de que o pescoço permanece em posição anatômica – com uma leve curvatura. o tamanho e a simetria. Tórax: procure identificar deformidades menores. Volte a Seção 1 da Unidade 2. A ausência de dor na coluna cervical pode ajudar a descartar fraturas cervicais. hemorragia. além de observar boca e mandíbula.5 ºC . com as duas mãos simultaneamente.é um problema grave no traumatizado.presença de ar no tecido subcutâneo. conservando o calor corporal. Observar as pupilas para verificar a reatividade à luz. e/ou outros sinais de lesões/ fraturas com deformidades e edemas. com cuidado. Pescoço: procure identificar ferimentos e deformidades que alertarão sobre a possibilidade de lesões subjacentes. pálpebras. 68 . A seguir apresentaremos um roteiro que serve de guia para a realização da avaliação secundária: Cabeça: O exame visual da cabeça e face revelará lesões. A palpação pode revelar enfisema subcutâneo . que trata da avaliação da vítima. a vítima deve ser protegida. defeitos ósseos da face e do couro cabeludo e/ou anormalidades nos olhos. Com a retirada das vestimentas. verificar pulsos. Ferimentos na pele podem ser indicativos para a possibilidade de lesões próximas. A palpação é realizada com pressão suave ântero-posterior (de cima para baixo) na sínfise púbica e então pressão medial nas cristas ilíacas bilateralmente. realizar imobilização e. A pelve deve ser palpada uma só vez. avaliando-se a dor e o movimento anormal. sendo que esta etapa do exame não deve ser repetida. Deve-se suspeitar de hemorragia se for encontrada alguma evidência de instabilidade circulatória.ruído característico na presença de fratura. A área abdominal junto à cicatriz umbilical deve ser examinada cuidadosamente à procura de uma contusão resultante do posicionamento incorreto do cinto de segurança. O exame do abdome também inclui palpação de cada quadrante. Dorso: realizar o exame quando a vítima é colocada de lado durante o rolamento para a prancha rígida. Atenção! No caso de instabilidade circulatória. através da palpação para identificar sensibilidade e deformidades. sensibilidade e coloração nas extremidades. Pelve: procurar lesões e sinais de fraturas. equimoses pontos arroxeados.saída das vísceras para o meio externo. e realizar palpação para determinar se crepitação óssea . Unidade 3 69 . neste caso geralmente a dor e a sensibilidade estão presentes. para verificar se há dor ou posição de defesa do músculo abdominal. após. Fraturas pélvicas podem produzir hemorragia interna. Observar presença de deformidade. à procura de instabilidade. Extremidades (membros superiores e inferiores): iniciar da clavícula na extremidade superior e na pelve na extremidade inferior e prosseguir em direção à porção mais distal de cada membro. hemorragias ou equimose. maciça. Na suspeita de fratura. a etapa e pode ser realizada durante o Transporte da vítima para a emergência Hospitalar. resultando em deterioração da condição da vítima.Suporte Básico da Vida Abdome: procure observar feridas penetrantes. durante o exame secundário. Esta pode agravar a hemorragia.e eviscerações . temperatura. 70 . apesar deste. d) Exposição da vítima para a realização da avaliação primária.Universidade do Sul de Santa Catarina Atividades de autoavaliação Na vítima de trauma a etapa E (Exposition) consiste de: a) Exposição completa da vítima para a realização do encaminhamento para o SAV. o que não significa que as intoxicações sejam sempre benignas. c) Encaminhamento da vítima para o SAV. b) Exposição da vítima para a realização da avaliação secundária.Abordagem inicial às vítimas de intoxicações exógenas As intoxicações exógenas são causas freqüentes de procura pelo serviço de emergência em todo o mundo. O número de notificações é grande e. Apresente de forma sucinta o ABCDE do trauma. 2. Seção 2 . e) NRA. a taxa de letalidade é baixa. a história pode ser mascarada pela vítima – fique atento. os aditivos alimentares e as plantas tóxicas. justificado pelo fácil acesso nos próprios lares e além destes estão: os pesticidas. o estabelecimento de uma abordagem sistematizada também é de grande importância. Esta fase do atendimento é denominada avaliação inicial ou fase de ressuscitação.baixa de oxigênio no cérebro intoxicações ou a hipoglicemia-baixos níveis de açúcar no sangue. Para o atendimento inicial à vítima intoxicada. Há um crescimento contínuo da exposição dos seres humanos as substancias químicas com potencial tóxico. que apresenta a RCP no adulto e na pediatria. é o de produtos domiciliares de limpeza. a prioridade do atendimento está associada às situações que ameaçam a vida. Um grupo também representativo. Unidade 3 71 . para orientações dos casos de envenenamento. conforme Seções 1 e 2 da Unidade 2. em regime de plantão. quantidade aproximada ingerida. o exame físico pormenorizado deve ser efetuado. funciona 24 horas diariamente com pessoal treinado. tempo de ingesta bem como sinais e sintomas que a vítima estiver apresentando. localizado no Hospital Universitário. incluindo coleta de informações com familiares ou acompanhantes. em Florianópolis. principalmente junto às crianças. contribui para diminuir a taxa de letalidade. Ao solicitar orientações. No caso de tentativa de suicídio. com a realização de palpação de pulso. A agitação psicomotora deve a princípio ser encarada como decorrente da hipóxia . nas situações em que a vítima corre risco de vida. o socorrista deve prosseguir na avaliação primária. No Estado de Santa Catarina o CIT – Centro de Informações Toxicológicas. Nas vítimas críticas. A prioridade é a manutenção das vias aéreas permeáveis. As intoxicações mais comuns são as provocadas por medicamentos.Suporte Básico da Vida O atendimento precoce e eficaz. os derivados do petróleo. dados importantes devem ser fornecidos tais como: nome comercial e composição química do produto. Após a avaliação primária. os animais peçonhentos. Uma vez realizadas as manobras para a manutenção de via aérea permeável. O contato pode ser feito através do telefone: 0800-6435252. até no máximo 2 horas após a ingestão.como a soda cáustica -. deve ser feita através de vômito. plantas. diminui o potencial tóxico da substância ingerida. plantas. alimentos industrializados sem o preparo adequado. Além disto. presença de medicamentos. frascos de pesticidas. náuseas e vômito. Geralmente as manifestações são: dor abdominal severa. cartelas ou frascos de medicamentos. O que fazer? A descontaminação gástrica é um tema controverso. hábitos. pesticidas. Vias de introdução do veneno no organismo 1. também é importante conhecer o que havia no local onde a vítima foi encontrada: restos alimentares. porém simples e. produtos de limpeza. atividades domésticas. De modo geral. 72 .Universidade do Sul de Santa Catarina Na coleta de informações verificar: profissão. uso de drogas. alteração do nível de consciência e convulsões. quando realizada em tempo hábil. respiração e pulso com freqüência e características irregulares. ambiente de trabalho. pupilas dilatadas ou contraídas. dor na boca e orofaringe com deglutição dolorosa. doenças prévias. com exceção de substâncias que retardam o esvaziamento gástrico. A indução de vômito não pode ser realizada em vítimas que ingeriram substâncias cáusticas . A exposição gastrintestinal é responsável pela maioria das intoxicações graves. Via Oral (ingestão) Medicamentos em geral. dor epigástrica e abdominal. instrumentos para uso de drogas. passado de alergia. salivação excessiva. náuseas. odores incomuns na respiração e roupas da vítima. Sinais e Sintomas: queimaduras na boca. antecedentes de tentativa de suicídio. vômito e diarréia. garrafas de bebidas alcoólicas. insetos. venenos para roedores. cloro.Suporte Básico da Vida derivados de petróleo. é interessante o uso de medidas para descontaminação gastrointestinal. monóxido de carbono. principalmente no caso dos agentes de absorção rápida. Confirmar a realização de qualquer procedimento com o CIT! 2. depressores do SNC. Ainda podem ser utilizados os antídotos. Assim. Geralmente as manifestações são: reações alérgicas e dificuldade respiratória. A maioria das vítimas de intoxicação exógena chega aos serviços de emergência com tempo considerável de evolução. amônia. no último trimestre de gravidez. O que fazer? Manter a vítima longe da fonte que causou a intoxicação. o que torna as medidas de descontaminação pouco eficazes. Observar que a dosagem pode causar intoxicação cardíaca. O xapore de ipeca é um agente extremamente eficaz para a indução de vômito. no caso de substâncias de liberação lenta. O pulso pode apresentar-se com freqüência rápida ou lenta e olhos irritados. Via Respiratória (inalação) e ocular Em decorrência do contato com gases. na inconsciência e nas vítimas em convulsão. se necessário. em local bem ventilado com vias aéreas livres e administração de oxigênio. Unidade 3 73 . solventes industriais e sprays para insetos. agentes convulsivantes. Sinais e sintomas: respiração rápida e tosse são indicativos característicos de envenenamento por inalação. que são substâncias com a capacidade de inibir ou atenuar a ação dos tóxicos ou aumentar a velocidade de eliminação dos mesmos. No caso de substâncias oleosas. são capazes de injetar veneno no corpo. Exceção: Não usar água no caso de lesão por ácido clorosulfônico. Sinais e Sintomas: irritação moderada dos locais queimados com a substância química. as manifestações estão relacionadas ao tipo de veneno. fazer lavagem do olho acometido. aranhas. por um período de 20 a 30 minutos.dor de cabeça. serpentes. prurido . temperatura da pele elevada. no sentido do canto do olho para fora. As dores locais podem ser as manifestações iniciais. seguidas de absorção. 4. 3. O que fazer? Na exposição cutânea. A transferência de vítimas intoxicadas necessita de cuidado especial. utilizar sabão. Não utilizar colírios ou substâncias neutralizantes frente ao risco de aumentar a gravidade da lesão. com a cabeça lateralizada para evitar comprometimento do outro olho.coceira. As plantas causam reações alérgicas na pele. Circulação Sangüínea (injeção) Insetos. As substâncias químicas corrosivas podem danificar a pele e serem absorvidas. cefaléia . com água limpa ou soro fisiológico. Os agrotóxicos podem ser absorvidos com a pele íntegra. óxido de cálcio e tetracloreto de titânio. ou a injeção pode ocorrer por auto-indução (através do uso de agulhas e seringas). realizar a retirada de vestes contaminadas e seguir com a realização de limpeza com água corrente em abundância. A vítima aparentemente estável pode evoluir rapidamente com insuficiência respiratória.Universidade do Sul de Santa Catarina No caso de exposição ocular. Pele (absorção) Alguns venenos podem lesar a pele ou não. convulsão 74 . o quadro clínico de intoxicação é extremamente delicado. alterações do coração e pulso. d) Não há relação da sintomatologia com a via de introdução do veneno. Atividades de autoavaliação 1. c) Salivação excessiva. dor epigástrica. assistir a ventilação e transportar a vítima ao hospital levando junto consigo o frasco da substância. prurido e cefaléia. naúseas e vômitos. b) Irritação moderada nos olhos. Segundo o relato do pai o volume ingerido foi da ordem de 100ml. Ao seu lado encontra-se e um frasco de inseticida da classe organofosforado. No envenenamento por ingestão a vítima apresenta principalmente: a) Respiração rápida e olhos irritados. e) Utilizar terapia combinada de atropina e anticolinesterásicos até a estabilização do quadro. d) Iniciar a infusão de atropina por tratar-se de intoxicação grave por organofosforado.Suporte Básico da Vida e aspiração pulmonar. c) Realizar lavagem gástrica administrando na seqüência carvão ativado. realizar avaliação primária . Um jovem de aproximadamente 18 anos é encontrado desacordado na garagem da casa de seus pais 4 horas após um desentendimento familiar. 2. abdominal. e) NRA Unidade 3 75 .ABC com freqüência. durante o transporte da vítima. Por isso. b) Induzir vômitos ou estímulo retrofaríngeo para eliminação do veneno. A conduta mais adequada no atendimento imediato a vítima nesta situação é: a) Desobstruir as vias aéreas. composição química. Com relação às vias de introdução do veneno no organismo assinale a alternativa correta. composição química e quantidade ingerida. basta dizer como a vítima está. d) Nome comercial do produto. b e c estão corretas. diferem de uma para outra. e) Não há necessidade de todas estas informações. a) Via oral (ingestão) e via respiratória (inalação). b) Pele (absorção) c) Circulação sangüínea (injeção) d) As alternativas a. Veneno é qualquer substancia que causa dano ao organismo. quantidade ingerida. o socorrista deve informar: a) Nome comercial do produto.UFSC. composição química. c) Nome comercial do produto. tempo de ingesta e quantidade ingerida. Os sinais e sintomas apresentados pela vítima. e) Somente as alternativas a e b estão corretas.Universidade do Sul de Santa Catarina 3. não se pode perder muito tempo. composição química e tempo de ingestão. 76 . tempo de ingesta e sinais e sintomas apresentados pela vítima. Ao solicitar informações ao CIT do HU . sobre o atendimento à vítima com intoxicação exógena. 4. b) Nome comercial do produto. após contato com substâncias desta natureza. Suporte Básico da Vida Seção 3 . Responsável por 90% dos envenenamentos por serpentes no sul do país.1). Após a picada. obter informações sobre o tipo e/ou características básicas. além da atenção imediata. a vítima refere dor e se observa edema . A seguir.inchaço (de instalação precoce e caráter progressivo). A fosseta loreal. seus dentes inoculadores são poucos desenvolvidos e localizam-se na região média lateral da boca. de preferência encaminhando o animal junto com a vítima a um serviço de emergência. Também a identificação das serpentes pode ser feita pelo tipo de cauda: gênero bothops apresenta cauda lisa. conhecidas popularmente como: jararaca jararacuçú. Isto ajuda na escolha do medicamento ou na aplicação de soro.Abordagem inicial às vítimas de acidentes com animais peçonhentos Antes de tudo. órgão sensorial termorreceptor. Habitam zonas rurais e periferia de grandes cidades. Acidente Botrópico: Compreendem cerca de 30 espécies. abordaremos os principais grupos de animais peçonhentos em nossa região e as ações necessárias no caso de acidentes. OFIDISMO A identificação das serpentes peçonhentas causadoras dos acidentes é importante. Também podem ocorrer manifestações Unidade 3 77 . é bom lembrar que na abordagem de uma vítima que foi picada ou teve contato com algum animal peçonhento. preferencialmente ambientes úmidos com matas e áreas cultivadas e locais onde haja facilidade para a proliferação de roedores. A necrose (morte tecidual) pode instalar-se tardiamente. é muito importante. gênero crotalus tem um guizo ou chocalho na cauda. urutú e surucucurana. tem hábitos noturnos ou crepusculares (Figura 3. A única exceção é a serpente do gênero Micrurus. equimose e sangramento no local da picada. é um orifício localizado entre o olho e a narina da serpente e indica com segurança que a mesma é peçonhenta. enquanto no gênero lachesis a cauda tem escamas eriçadas e arrepiadas. não tem fosseta loreal. porque possibilita a indicação precisa do tratamento. sudorese.sangramento nasal. O tratamento consiste de administração Soro Antibotrópico em nível hospitalar.Universidade do Sul de Santa Catarina sistêmicas: hemorragia (gengivorragia: sangramento nas gengivas. hematêmese . O transporte imediato também se faz necessário. edema e eritema (vermelhidão) discretos. presença de reações locais: perda de sensibilidade local/regional. necrose muscular e alterações da coagulação com sangramento das gengivas. vômitos. Por isso. sudorese (suor excessivo).presença de sangue na urina).1 – Serpente do gênero Bothrops Acidente Crotálico: acontece com serpentes popularmente conhecidas como cascavel (Figura 3.vômito com sangue e hematúria . Podem ocorrer manifestações gerais: mal estar. a vítima deve ser encaminhada o mais rapidamente possível para um hospital.2). hidratação e controle da quantidade urinária. epistaxe . o coeficiente de letalidade é alto. prostração (cansaço). Figura 3. O tratamento consiste de administração de Soro Anticrotálico. 78 . Neste acidente. A incidência é baixa em nossa região. sinais de sangramento e tratamento de complicações. Em nível sistêmico. vômito. hipotensão e pode evoluir para choque. teremos alterações do sistema neurológico. náuseas. hidratação. sonolência ou inquietação e boca seca. devido à freqüência com que evolui para insuficiência renal aguda em 48 horas. Observa-se ausência de dor ou quando presente é de pequena intensidade. controle diurese (urina). náuseas. Todas as vítimas que apresentem manifestações clínicas devem ser consideradas como potencialmente graves – encaminhar ao serviço hospitalar o mais rápido possível. apresentam anéis coloridos . A paralisia muscular compromete a ventilação e a vítima pode evoluir com insuficiência respiratória e parada respiratória. As manifestações locais são dor e parestesia (dormência no local da picada) e as sistêmicas são vômitos. embora haja relato de aparecimento tardio dos sinais e dos sintomas. Os sintomas podem aparecer em menos de 1 hora após picada. diferenciando-se pela ausência de dente inoculador. dor muscular e dificuldade para deglutir.4% dos acidentes por serpentes peçonhentas. fraqueza muscular. Correspondem a 0.3).2 – Serpente do gênero Crotálico Acidente Elapídico/Micrurus: Serpentes popularmente conhecida por coral.Suporte Básico da Vida Figura 3. As falsas corais podem apresentar o mesmo padrão de coloração das verdadeiras.pretos. Figura 3. brancos e vermelhos (Figura 3. ptose (queda) palpebral.3 – Serpente do gênero Elapídico/Micrurus Unidade 3 79 . Os escorpiões têm hábitos noturnos. náuseas. escondem-se durante o dia sob pedras. „ „ „ „ ESCORPIONISMO Os escorpiões que ocasionalmente se encontram em nossa região são os da espécie Tityus Bahiensis. podem sobreviver meses sem alimento e sem água. Sua picada não produz reações tão graves como outras espécies. NÃO oferecer bebidas alcoólicas. onde encontram abrigo. NÃO cortar ou perfurar o local da picada. querosene ou outros tóxicos quaisquer para a vítima ingerir. taquipnéia e hipotensão arterial. telhas e tijolos. dentro e próximo das casas. vômitos incoercíveis. A vítima pode apresentar dor leve à moderada no local da picada e parestesia. vômitos ocasionais. diminuição da freqüência cardíaca. entulhos. Nos casos graves: além dos sinais mencionados.Universidade do Sul de Santa Catarina Primeiros Socorros no ofidismo: o que fazer? „ „ „ lavar o local da picada apenas com água e sabão. NÃO fazer torniquete ou garrotes na extremidade afetada. ofereça líquidos. troncos. O tratamento consiste na administração de Soro Antiescorpiônico ou Antiaracnídeo. manter a vítima deitada. podendo evoluir para sudorese. salivação excessiva. insuficiência cardíaca congestiva e choque. agitação. prostração. encontramos sudorese profusa. taquicardia. patas com manchas escuras. medindo 6 a 7 cm. manter a vítima hidratada: na ausência de vômitos. NÃO colocar folhas. Muitas espécies vivem em áreas urbanas. com tronco marrom escuro. alívio da dor com analgésicos ou realização de infiltração anestésica local e tratamento de 80 . pó de café ou outras substancias no local da picada. 4 – Aranha do gênero Phoneutria Unidade 3 81 . eritema. parestesia. assume comportamento de defesa para picar – se apóia nas pernas traseiras. expõe os ferrões e ataca.4). entulhos. sudorese no local da picada. para alívio da dor.duas perfurações na pele . ergue as dianteiras. onde se visualizam as marcas .por onde ocorreu a inoculação do veneno. Os acidentes acontecem dentro das residências ou em suas proximidades. ARANEÍSMO Acidente por Phoneutria: Conhecida como aranha armadeira (Figura 3. e usar compressas de água morna. Por isso o encaminhamento deve ser realizado com a máxima brevidade. Figura 3. edema. Primeiros Socorros no acidente com escorpiões: o que fazer? „ „ lavar o local da picada. ao serem manuseados materiais de construção. O tratamento consiste de infiltração com anestesia local e até uso de analgésico e soroterapia para as formas graves e nas crianças. no local.Suporte Básico da Vida outras manifestações clínicas. Os sinais e sintomas são: dor imediata (de intensidade variada). lenha e também ao calçar sapatos. a alterações cardíacas. encefalite e choque anafilático pela alergia. vespas e formigas. antissepsia local e antibiticoterapia sistêmica. cantos de parede. podendo ser necessária a administração de analgésicos. para alívio da dor. HIMENÓPTEROS São insetos que possuem ferrões e são capazes de provocar lesões no homem: abelhas. podendo levar nos casos graves. hemorragia e necrose. compressas locais.5). refugiam-se nas roupas. O tratamento inicial vai de aplicação de compressas frias. analgesia. Tratamento consiste de soroterapia dependendo da gravidade do acidente. e usar compressas de água morna no local. móveis. passando por inchaço. telhas. Produzem leve irritação ou coceira no local. constroem teias sob cascas de árvores. O veneno age causando processo inflamatório no local com obstrução de pequenos vasos sangüíneos. dependendo da idade e constituição da vítima. picam quando comprimidas contra o corpo.Universidade do Sul de Santa Catarina Acidente por Loxoceles: conhecidas como aranha marrom (Figura 3. tijolos. Não são agressivas. 82 . edema. Figura 3. atrás de quadro.5 – Aranha do gênero Loxoceles Primeiros Socorros no areneísmo: o que fazer? „ „ lavar o local da picada. LEPIDÓPTEROS – LAGARTAS Figura 3. compressas frias. mal estar. mialgia (dor muscular). O tratamento inicial consiste na lavagem com água fria. aparecem cefaléia. náuseas. podendo evoluir para formação de vesículas. não retirá-los através de pinçamento. atingindo em geral os trabalhadores rurais. Os sinais.6) que provoca dor intensa. ansiedade. Num período de até 48 Unidade 3 83 . porque resulta na inoculação de mais veneno e agravamento dos sinais e sintomas.6 . O encaminhamento ao pronto socorro nestes casos deve ser feito rapidamente.Suporte Básico da Vida antialérgicos ou até o uso de medicamentos mais potentes em caso de dificuldade respiratória ou choque. vem a inflamação leve da pele e prurido. com exceção do contato com o gênero Lonomia (Figura 3. além da dermatite urticante. e remover os ferrões com auxílio de uma lâmina. eritema. bolhas e necrose. edema. dor abdominal. prurido eventual. vômito. hipotensão. elevação do local afetado e infiltração anestésica ou de analgésicos para o alívio da dor. Primeiros Socorros no acidente com himenópteros (Abelhas e Vespas): o que fazer? „ „ levar a vítima rapidamente ao hospital. A síndrome hemorrágica ocorre em alguns casos por contato com Lonomia. hipotermia.Taturana Do contato com lagartas de vários gêneros. tijolos. apresentamos orientações gerais para a prevenção de acidentes com animais peçonhentos.se possível. fechando buracos de muros e frestas de portas. por isso cuidado ao mexer em pilhas de lenha.Universidade do Sul de Santa Catarina horas. por isso usar luvas ao manipular folhas secas. estes atraem e abrigam pequenos animais que servem de alimento às serpentes. Primeiros Socorros no acidente com Lepidópteros (Lagarta): o que fazer? „ „ „ lavar a área afetada com água e sabão. e encaminhar a vítima ao hospital . madeiras. levar o animal. cerca de 15% das picadas atingem mãos ou antebraço. lixo. escuros e úmidos. botinas e sapatos evita cerca de 80% dos acidentes. e no manuseio de cupinzeiros. perneira de couro. pode evoluir para alterações sanguíneas com hemorragias em diferentes partes do organismo e até insuficiência renal. bem como mato alto ao redor das casas. onde há rato há cobra. não deixando amontoados de lixo. cobras gostam de se abrigar em locais quentes. „ „ „ „ 84 . por isso limpar paióis e terreiros. milho ou cana. evitar acúmulo de lixo ou entulhos. lenha e não colocar as mãos em buracos suspeitos. Como se prevenir dos acidentes com serpentes? „ uso de botas de cano alto. O soro antilonômico é administrado conforme a gravidade em ambiente hospitalar. palhas de feijão. usar compressas de gelo ou água gelada. pedras. telhas. A seguir. usar telas em ralos do chão. bananeiras e outras) junto das paredes e muros de casa. moscas. lixo doméstico. „ „ „ „ „ „ „ „ „ „ Unidade 3 85 . vãos entre forros e paredes. pias e tanques. vedar frestas e buracos em paredes. assoalhos. afastar camas das paredes. sacudir roupas e sapatos antes de usá-los. evitando o acúmulo de entulhos. como muitos deste animais apresentam hábitos noturnos. sapos. o uso de calçados e de luvas de couro pode evitar acidentes. manter a grama aparada. arbustos. realizar consertos de rodapés despregados. combater a proliferação de insetos para evitar aparecimento das aranhas que deles se alimentam. preservar inimigos naturais dos escorpiões: aves de hábito noturno. lagartos. trepadeiras. folhas secas. acondicionar lixo em saco plástico para evitar baratas. insetos que alimentam os escorpiões.Suporte Básico da Vida Como se prevenir dos acidentes com aranhas e escorpiões? „ manter jardins e quintais limpos. a entrada nas casas pode ser evitada vedando-se as soleiras das portas e janelas ao anoitecer. evitar que roupas de cama encostem no chão. galinhas e gansos. evitar folhagens densas (plantas ornamentais. pois as aranhas e escorpiões podem se esconder neles e picam ao serem comprimidos contra o corpo. colocar saco de areia nas portas e telas de janelas. material de construção nas proximidades de casa. agrupamento de larvas e a noite elas dirigem-se para a copa das árvores para se alimentar das folhas. „ „ 86 . usar luvas de borracha no contato com árvores e plantas. fezes da lagarta no solo. perfumes e suor intenso desencadeiam o comportamento agressivo e o ataque das abelhas/vespas. deve ser realizado por profissionais treinados e equipados. a remoção de colônias de abelhas/vespas situadas em locais públicos e residências. casulos. ruídos. „ „ „ Como se prevenir dos acidentes com lagartas? „ não manipular troncos de árvores frutíferas e jardinagens.Universidade do Sul de Santa Catarina Como se prevenir dos acidentes com abelhas e vespas? „ não aproximar-se de colônias sem equipamentos adequados. verificar previamente presença de folhas roídas. observar nos troncos de árvores: durante o dia. evitar caminhar ou correr na rota de vôo de abelhas/vespas. destacando-se as serpentes do gênero bothrops. Você conheceu nesta última Seção. Atividades de autoavaliação 1. é a prevenção destes acidentes nos nossos locais de trabalho. Nos acidentes ofídicos a medida mais efetiva na redução das graves complicações constitui-se de: a. os principais acidentes com animais peçonhentos de nossa região. O transporte deve iniciar tão logo a vítima se encontre na ambulância já estabilizada (imobilizada). moradia e lazer. b. por isso a estabilização da coluna deve ser providenciada imediatamente. e. Avaliação continuada. bem como os riscos da picada dos aracnídeos. É importante considerar nas vítimas de trauma a presença de lesão de coluna. repetição do exame primário e reanimação devem ser realizadas a caminho do hospital ou no local do trauma enquanto o transporte é aguardado. sendo a mais conhecida a jararaca.Suporte Básico da Vida Síntese O tratamento definitivo à vítima de trauma é realizado em uma unidade hospitalar de referência. Mais importante que os conhecimentos básicos para a abordagem da vítima e encaminhamentos aos centros de referência. A avaliação e o atendimento realizado na cena têm o objetivo de manter a vítima com vida até que o tratamento definitivo seja realizado. com destaque para a aranha marrom e a lagarta taturana. elevar o membro envolvido acima do nível do corpo. Unidade 3 87 . c. Aplicar garrote de modo precoce ao membro lesado. Amputar a parte do membro afetada no acidente. Realizar incisão no ferimento para sangria e retirada do veneno. d. Transportar a vítima à uma unidade de saúde para soroterapia específica e precoce. verificação de Sinais vitais. d. Assinale a alternativa que corresponde ao quadro clínico de uma vítima de acidente com esta serpente. Síndrome Compartimental d. respectivamente. b. No acidente ofídico. c. 4. A transferência da vítima ao hospital deve ser acompanhada. e. Todas as alternativas estão corretas. a. b e c estão corretas. Somente as alternativas a e c estão corretas. quando possível. o socorrista avalia a vítima e observa os sinais e sintomas apresentados pela mesma. O TQ e perfurações são as primeiras medidas que devem ser utilizadas impedem a que o veneno ganhe a circulação geral e auxiliam na remoção do veneno. dor discreta. a. Necrose c. Com relação aos primeiros socorros. assinale a alternativa correta. Abcesso b. mantendo a vítima deitada. equimose e sangramento no local da picada. Lavar o local da picada com água e sabão. serpente do gênero Bothrops. Choque e. 3. e. assinale a alternativa correta: a. no acidente ofídico. dor. As alternativas b e c estão corretas. 88 . Nenhuma das alternativas está correta. da serpente para a identificação d. edema.Universidade do Sul de Santa Catarina 2. b. parestesia regional. Com relação complicações locais do Acidente Botrópico. dor discreta com parestesia local. c. edema e eritema. As alternativas a. edema. tornam os ferrões visíveis e atacam b. Ac. d. Somente as alternativas a e b estão corretas.Suporte Básico da Vida 5. a. Ac. Ofídico b. Aracnídeo d. 7. equimose. Você se depara com uma vítima picada em membro inferior por um animal não identificado e apresenta os seguintes sinais e sintomas: dor. discreto sangramento no local da picada. Com relação ao Acidente Aracnídio assinale a alternativa correta. mas destituídos de maior importância clínica. b. com abelhas e. c. gengivorragia e epistaxe. c. Nenhuma das anteriores. Todas as alternativas acima estão corretas. tem o abdome globular e possui hábitos domiciliares e peridomiciliares. e. a. para picar apoiam-se nas pernas traseiras. d. Os acidentes por loxoceles e caranguejeiras são os mais temidos. erguem as dianteiras. Nenhuma das alternativas anteriores está correta. Ac. As aranhas marrom assumem comportamento de defesa. entulhos. e. Ter cuidado no manuseio de cupinzeiros e amontoados de lenha. não são agressivas e só picam quando comprimidas contra o corpo. Unidade 3 89 . 6. A aranha viúva negra é pequena. Com relação a prevenção de acidentes ofídicos. Ac. pedras. tijolos e telhas próximo das casas. escorpiônico c. assinale a alternativa correta. evitar acúmulo de lixo. As aranhas armadeiras refugiam-se nas roupas. Que tipo de acidente apresenta a vítima? a. Uso de luvas e botas de cano alto ao andar ou manipular locais suspeitos. Atendimento Pré-Hospitalar ao Traumatizado: Básico e Avançado. Rio de Janeiro: Elsevier.gov. Identifique o provável animal peçonhento que causou o acidente em uma vítima que apresenta: dor. Aranha Lycosa c. no bairro Trindade em Florianópolis. dor em queimação e lesão hemorrágica com placa marmórea.br e busque por: “Manual de diagnóstico e tratamento de acidentes por animais peçonhentos”. lesão em mão direita com presença de edema. Visite o site do Ministério da Saúde www. Aranha Viúva Negra Saiba mais PHTLS. de 1998 atualizado. 2004. 90 .Universidade do Sul de Santa Catarina 8. localizado no térreo do Hospital Universitário da UFSC. Aranha Phoneutra d. Faça também uma visita ao Centro de Informações Toxicológicas de SC – CIT. a.saude. eritema que acentuou-se após 24 horas da picada. seguido de formação de bolhas. Aranha Lactodrectus b. Aranha Loxoceles e. Obteve também. Estudou como realizar avaliação primária e secundária em vítimas portadoras de intercorrência de urgência/ emergência. você aprendeu ou aprimorou conhecimentos importantes com relação às noções e competências necessárias à abordagem inicial e atendimento à vitima. Certamente. Foi colocado diante das noções básicas de como prestar atendimento inicial às vítimas de intoxicações exógenas e atendimento inicial às vítimas de acidentes com animais peçonhentos. Os professores. Note que essas são informações importantes. assim como realizar manobras de suporte básico de vida na reanimação cardiorrespiratória no adulto e na pediatria e o atendimento pré-hospitalar às vítimas de trauma. teve a oportunidade de observar os princípios de biossegurança no atendimento de suporte básico de vida e entender melhor como verificar sinais vitais e sinais diagnósticos na avaliação da vítima. tiver responsabilidade e todo o cuidado também discutido neste livro. realizar o atendimento pré-hospitalar às vítimas de trauma. . reconhecendo a importância de manter também a segurança do socorrista. Esperamos que tenha sido relevante para a sua formação profissional.Para concluir o estudo Caro (a) aluno(a): Você chegou ao final desta disciplina. mas perceba que não basta ter este tipo de conhecimento se o socorrista também não for alguém com perfil adequado. Estudou sobre o transporte e como proceder na verificação de sinais vitais e sinais diagnósticos na avaliação da vítima. noções básicas para identificar os sinais clínicos de parada cardiorrespiratória no adulto e na pediatria. . Porto Alegre. Texas.. et cols. Rio de Janeiro: elsevier. Fundamentos do socorro pré-hospitalar.J. BeRGeRON.. OLIVeIRA. Segredos em enfermagem de emergência. 2004. LIMA. ANDRADe FILHO. 1999. PHTLS. 2005.10. Porto Alegre: Artes Médicas. Suporte Avançado de Vida em Pediatria. Organização Assistencial de emergência. Primeiros Socorros.1 – 9. Porto Alegre: Artmed. M. Jose Paulo. Trauma e anestesiologia. 2005.9. p. Manual de diagnóstico e tratamento de acidentes por animais peçonhentos. Belo Horizonte: Folium. editora Rocca Ltda. Walter Celso & DRUMMOND. p. J. Aderbal et al. 368p.R. Rio de Janeiro: Medsi. J. 2a ed. Brasília: MS.. Florianópolis: editograf. Toxicologia na prática clínica.M. Secretaria de Assistência à Saúde. DUNCAM.gov. SCHMITD. 1997/99. BRASIL. BRASIL. MCLAIN. Ministério da Saúde. 1996. 131 p. L.Referências AMeRICAN HeART ASSOCIATON. Manual Merck: diagnóstico e tratamento. M. K. 4a edição.S. 2003. B. Site www. Evidência Clínica: Conciso.. Texas – eUA: AHA.181-214. ASSOCIAÇÃO AMeRICANA DO CORAÇÃO. 2002. 156 p. São Paulo.I. OLIVeIRA. 1 – 18.br/2004. Glória. Trauma: Atendimento Pré-Hospitalar. p. Artmed. 1992. e. São Paulo: Atheneu. BRASIL.saude.B. Medicina Ambulatorial: condutas clínicas em atenção primária. Brasília/ FNS. 2001.J. Atendimento Pré-Hospitalar ao Traumatizado: Básico e Avançado. 2001. 2001. José Paulo.F. OMAN. Regulamento Técnico dos Sistemas Estaduais de Urgência e Emergência: Portaria GM/MS 2048. 1998. BRITISH MeDICAL JOURNAL. David & BIZJAK. São Paulo: Atheneu. 2004. Ministério da Saúde. SCHeeTZ. GIUGLIANI. Currents in Emergency Cardiovascular. Ministério da Saúde. In: DRUMMOND. . B. PORTeS, Luis Carlos et al. Assistência pré hospitalar. In: DRUMMOND, Jose Paulo. Trauma e anestesiologia. Rio de Janeiro:Medsi, 1992. p. 19 – 49. ROGeRS, Jean H., OSBORN, Harold H. & POUSADA, Lidia. Enfermagem de Emergência – um manual prático. Porto Alegre:Artes Médicas, 1992. 446 p. SANTOS, Raimundo Rodrigues. Manual de socorro de emergência. São Paulo: Livraria Atheneu, 2003. SIATe. Atendimento pré hospitalar no trauma e suporte básico de vida. Curitiba: Imprensa Oficial, 1998. 305 p. SOBeCC – Sociedade Brasileira de enfermagem de Centro Cirúrgico. Práticas Recomendadas. 1a edição. 1999 – 2001. Sociedade Brasileira de Alergia e Imunologia, Sociedade Brasileira de Pediatria, Sociedade Brasileira de Pnemologia e Tisiologia. III Consenso Brasileiro de Manejo da Asma. J Pneumol 2002; 28:S4 - 28. Sobre os professores conteudistas Nazaré O. Nazário – enfermeira e professora da Unisul. Especialista em docência em nível de terceiro grau - UFSC e Mestre em Assistência de Enfermagem - UFSC; Doutora em Filosofia Saúde e Sociedade UFSC. Atividades profissionais: professora da UNISUL na graduação nas disciplinas Suporte Básico de Vida, Atendimento Pré-Hospitalar I e II, Suporte da Vida I e Enfermagem Pediátrica. Atua junto aos Cursos Pós Graduação em Prática Assistencial em Saúde da Família e Emergência e Terapia Intensiva na Unisul. Professora Conteudista da Unisul Virtual na Disciplina Emergências Clínicas e Cirúrgicas, Suporte Básico de Vida e Primeiros Socorros. Atuou como enfermeira de Emergência Hospitalar durante 15 anos. Atualmente trabalha em Núcleo de Pesquisa Clínica no Hospital UniversitárioUFSC, como enfermeira pesquisadora. Júlio César Marchi – médico especializado em Saúde Pública e Medicina do Trabalho; Mestre em Saúde Pública pela UFSC. Atividades profissionais: médico da Emergência dos Hospitais Cruzeiro - Rio do Sul (198889); HF – Florianópolis (1992-94); Professor da – Unisul (2002-2003). Professor conteudista da Unisul Virtual nas Disciplinas: Emergências Clínicas e Cirúrgicas, Suporte Básico de Vida e Primeiros Socorros. Professor Convidado da Disciplina de Suporte Básico de Vida e Primeiros Socorros do Curso de Especialização da OSPEAP-ABO (2004). Assessor da Secretaria Municipal de Saúde de Itajaí-SC. 3. D 2. B 2. Os equipamentos de Proteção Individual (ePIs) são: luva. Tuberculose e Meningite. Hepatite C. óculos de proteção ocular e avental. B 3. e Seção 3 1. Hepatite B. e 3. D Seção 2 1. A 2. máscara de fluxo unidirecional. C . B 5. Doenças de risco para o socorrista são: HIV/AIDS.Respostas e comentários das atividades de autoavaliação Unidade 1 Seção 1 1. C 4. máscara/protetor facial. D 7. As intoxicações exógenas são causas freqüentes de procura pelo serviço de emergência em todo o mundo. nas situações em que a vítima corre risco de vida. D 4. C 8. Seção 2 1. apesar deste. contribui para diminuir a taxa de letalidade. D 5. D Seção 3 1. a taxa de letalidade é baixa o que não significa que as intoxicações sejam sempre benignas. A Unidade 3 Seção 1 1. D . A 3. B 2. O número de notificações é grande e. B 2. C 3.Unidade 2 Seção 2 1. O atendimento precoce e eficaz. e 4. e 6. A 2.
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