171357_Monografia_teciteca

March 16, 2018 | Author: Tânia Kravcenko Salles | Category: Textile Industry, Fashion & Beauty, Clothing, Libraries, Flax


Comments



Description

FACULDADE ESTÁCIO DE SÁ DE SANTA CATARINAGRAZIELA BRUNHARI KAULING IMPLANTAÇÃO DA TECITECA NO SENAI RIO DO SUL FLORIANÓPOLIS, 2008 GRAZIELA BRUNHARI KAULING IMPLANTAÇÃO DE UMA TECITECA NO SENAI RIO DO SUL Monografia apresentada para a obtenção do grau de especialista em Gestão do Projeto de Moda e Vestuário. FLORIANÓPOLIS, 2008 2 GRAZIELA BRUNHARI KAULING IMPLANTAÇÃO DE UMA TECITECA NO SENAI RIO DO SUL Este Trabalho de Conclusão de Curso foi julgado adequado e aprovado em sua forma final pela Coordenação de Pós-Graduação da Faculdade Estácio de Sá de Santa Catarina, em 7 de dezembro de 2007. Prof. Icléia da Silveira Coordenador do Curso de Especialização Projeto de Gestão de Moda e Vestuário. _____________________________________________ Icléia da Silveira ______________________________________________ Professora Orientadora Maria Izabel Costa 3 Cláudio e Regina. aos meus irmãos Cláudia e Augusto. ao meu amor Rimenez e ao SENAI de Rio do Sul. 4 . aos meus pais.Dedico este trabalho à Deus. apoiando e incentivando meus passos e decisões. dentro do meu coração. pelo companheirismo. Às minhas amigas Raquel Will Janke e Rose Gaertner. por todo apoio e incentivo a esse projeto e também por ter me oportunizado a experiência de coordenação que foi fundamental para meu crescimento profissional. por me incentivarem em todos os momentos. que me incentivou a trabalhar neste projeto. Ao meu amor. por sua ajuda e boa vontade de registrar as bandeiras no sistema pergamum.AGRADECIMENTOS Meus sinceros agradecimentos: Ao Diretor do SENAI Rio do Sul. que estão sempre ao meu lado torcendo pelo meu sucesso e incentivando minhas realizações. Por ser o amor da minha vida. Obrigada por tudo sempre! Aos meus irmãos Cláudia e Augusto. Sr. amor e paciência. Laércio Lueders. À Deus por estar sempre comigo. À minha orientadora Maria Izabel Costa. Aos meus queridos pais Cláudio e Regina. Ao meu cunhado Cláudio e minha irmã Cláudia. A todos os meus amigos e colegas de trabalho do SENAI de Rio do Sul. 5 . pela linda amizade e por completarem a minha vida. À colaboradora Andréia. Rimenez que está sempre ao meu lado em todos os momentos da minha vida. por me acolherem sempre com carinho e atenção nos finais de semana da pós. bem como a importância. Trata-se de um projeto de extensão que auxilia a pesquisa específica da matéria-prima de forma prática. o tecido. Além de uma pesquisa sobre as principais tecitecas do país e como funcionam. A implantação de tecitecas nas Faculdades de Moda. as modatecas. existem os museus de tecidos. Além das tecitecas. Implantação 6 . o projeto de implantação de uma teciteca no SENAI Rio do Sul foi aprovado e realizado com sucesso. aviotecas. No decorrer deste trabalho foram abordados subsídios importantes no que tange os tecidos. tipologia e história. Design e Vestuário são hoje um grande diferencial que vem agregando valor e conhecimento para alunos e comunidade.RESUMO A indústria têxtil se destaca no cenário nacional. classificação. Este conhecimento torna-se plausível quando há uma teciteca na instituição de ensino. portanto é necessário investir idéias em projetos neste segmento. entre outros. Tecidos. Desta forma. O processo de implantação foi relatado passo a passo para enriquecimento deste trabalho e terá por objetivo aumentar as fontes de pesquisa para a região do Alto Vale no que diz respeito aos substratos têxteis e também contribuir para desenvolvimento da região através de projetos relacionados à área têxtil Palavras-Chave: Teciteca. Para alunos da área de moda e têxtil é essencial conhecer sobre a principal matéria-prima utilizada na indústria de confecção. PROBLEMA ______________________________________________________________ 11 1.2.6.5 O CADASTRO DAS BANDEIRAS E AS INFORMAÇÕES TÉCNICAS _______________ 49 5.7 COMO AS BANDEIRAS ESTÃO ORGANIZADAS NA ARARA _____________________ 55 5.6.2 A AQUISIÇÃO DE MATERIAIS E ORÇAMENTO ________________________________ 45 5.1 Como funciona o sistema Pergamum _________________________________________________ 50 5.1 O LOCAL MAIS ADEQUADO PARA MONTAR A TECITECA _____________________ 44 5.SUMÁRIO RESUMO_________________________________________________________________ 6 LISTA DE FIGURAS_______________________________________________________ 9 LISTA DE TABELAS ______________________________________________________ 9 LISTA DE ANEXOS E APÊNDICES _________________________________________ 9 1 INTRODUÇÃO ________________________________________________________ 10 1.2 Recomendações _____________________________________________________________ 59 É importante ressaltar ____________________________________________________________ 59 7 .2 O cadastro das bandeiras no Sistema Pergamum ________________________________________ 51 5.1 Síntese Conclusiva ___________________________________________________________ 58 6.OBJETIVOS_______________________________________________________________ 12 1.2 A Teciteca do Senai em Jaraguá Do Sul ________________________________________________ 21 3 A EVOLUÇÃO DOS TECIDOS ___________________________________________ 23 3.2 .9 RESULTADO DO PROJETO __________________________________________________ 56 6 CONSIDERAÇÕES FINAIS ______________________________________________ 58 6.1 .1.4 A CRIAÇÃO DOS SUPORTES ________________________________________________ 47 5.4 .CONTEXTUALIZAÇÃO DA EMPRESA _______________________________________ 13 1.2 TECIDOS PREDOMINANTES NA TRAJETÓRIA DO SÉCULO XX__________________ 30 4 TECIDOS: CLASSIFICAÇÃO E TIPOLOGIA ______________________________ 40 5 IMPLANTAÇÃO DA TECITECA NO SENAI RIO DO SUL ___________________ 43 5.2 Objetivos Específicos _____________________________________________________________ 12 1.3 – JUSTIFICATIVA __________________________________________________________ 12 1.1 ESTUDO DE CASO DAS TECITECAS EXISTENTES EM SANTA CATARINA ________ 18 2.1 Objetivo Geral __________________________________________________________________ 12 1.2.5 .1 A teciteca da UDESC _____________________________________________________________ 18 2.3 A AQUISIÇÃO DAS BANDEIRAS TÊXTEIS ____________________________________ 46 5.PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS _______________________________________ 13 2 A IMPORTÂNCIA DA MATÉRIA-PRIMA PARA OS ALUNOS DOS CURSOS DE MODA E VESTUÁRIO ____________________________________________________ 15 2.8 A PRODUÇÃO DO CD COM INFORMAÇÕES COMPLEMENTARES________________ 55 5.1 OS TECIDOS E SUAS CIVILIZAÇÕES AO LONGO DA HISTÓRIA _________________ 24 3.6 O REGISTRO DAS BANDEIRAS PELO SISTEMA PERGAMUM ____________________ 50 5. Relação de Empresas Fornecedoras ______________________________ 66 APÊNDICE 02 – Tecidos Registrados__________________________________________ 67 APÊNDICE 03 – CD com informações complementares que deve ficar na biblioteca_____ 72 8 .7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ______________________________________ 60 ANEXO 01 – Imagens de tecitecas implantadas no Brasil que serviram como exemplo na montagem da Teciteca do SENAI Rio do Sul ____________________________________ 64 APÊNDICE 01 . 4 APÊNDICE 01 – Relação de Empresas Fornecedoras______ Erro! Indicador não definido.7 APÊNDICE 03 – CD com informações complementares que deve ficar na biblioteca_____ 72 9 .LISTA DE FIGURAS Figura 01: Modelo de suporte padrão aprovado na Gráfica__________________________ 48 Figura 02: Suportes finalizados________________________________________________49 Figura 03: O suporte com a etiqueta técnica e o Registro no Pergamum________________ 50 Figura 04: Site do SENAI e Biblioteca Online – Como acessar o acervo________________52 Figura 05: Registro da bandeira na biblioteca Online _______________________________53 Figura 06: Informações específicas da bandeira no Sistema Pergamum_________________54 Figura 07: Distribuição das bandeiras de acordo com a formação do tecido______________55 Figura 08: Teciteca instalada na biblioteca do SENAI Rio do Sul_____________________ 57 Figura 09: Teciteca instalada na biblioteca do SENAI Rio do Sul_____________________ 57 LISTA DE TABELAS Tabela 01: Relação das bandeiras têxteis na teciteca do SENAI Rio do Sul______________43 Tabela 02: Tabela inicial de orçamento de materiais________________________________46 Tabela 03: Exemplo de etiqueta técnica das bandeiras______________________________ 50 LISTA DE ANEXOS E APÊNDICES ANEXO 01 – Imagens de tecitecas implantadas no Brasil que serviram como exemplo na montagem da Teciteca do SENAI Rio do Sul ____________ Erro! Indicador não definido.6 APÊNDICE 02 – Tecidos Registrados__________________ Erro! Indicador não definido. recipiente (como discoteca. Porém a origem desta palavra é de fato muito interessante “A hipótese mais provável vem do latim TEXERE. uso medicinal como faixas e curativos. entre outros2. limpeza. bem como no setor 1 2 http://www. que compostos de diversas formas tornamse coberturas de diversos tipos formando roupas e outras vestimentas e coberturas de diversos usos. caixa.br/qualimalhas. Apesar de sua grandiosidade este setor é muitas vezes carente de recursos e acima de tudo de informações. Urdido. como cobertura para o frio dos humanos e animais (roupas). 2000). 2005). e nem sequer consta no dicionário talvez por ser uma palavra recente ou de uso específico e não utilizada com muita freqüência. neste contexto destaca-se a importância de instituições como SENAI (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial) que investem na qualificação profissional dos trabalhadores. mais especificamente na unidade de Rio do Sul. a indústria têxtil tem-se mostrado de grande importância em inúmeras regiões do país. o principal objeto de estudo é o tecido. este projeto visará atender as necessidades de profissionais na área da indústria têxtil e de confecção que atuem na cadeia produtiva têxtil. colocar”. etc. de acordo com dados do IPEA (Instituto de pesquisa econômica aplicada)1.dll/ipeadata?180783234 http://www. O termo teciteca é conhecido popularmente.br/ipeaweb. pretende ampliar os recursos disponíveis para pesquisa com foco na tecnologia têxtil. com a implantação de uma biblioteca de tecidos. Segundo o dicionário da língua portuguesa define-se tecido por “1. estrutura. pois a cada ano aumenta o número de pessoas empregadas neste setor. A teciteca é o conjunto organizado e catalogado de amostras de tecidos que podem ser classificadas quanto à composição. Além disso. tecer. a produção da indústria têxtil brasileira cresceu mais de 13% entre os anos de 2002 e 2006.com. e agora. (XINENEZ. Na teciteca. Produto artesanal ou industrial obtido por tecelagem e usado na confecção de vestes. biblioteca) que por sua vez deriva do verbo TITHENAI. CARMO (apud COSTA. artigos decorativos. tramado 3.califas. Que se teceu 2. este é reconhecido como um material à base de fios de fibra natural ou sintética. junto com o sufixo grego TECA que vem de THÉKE. que gerou tecido.1 INTRODUÇÃO Apesar do aumento da concorrência interna em virtude da entrada dos produtos chineses.htm 10 .gov. cobertura de mesa. Sendo assim. aplicação ou mesmo quanto ao nome comercialmente conhecido.ipeadata. . 2005. não são muitos cursos que aderem a este projeto. Nesta mesma idéia.vestuário como um todo.PROBLEMA Como minimizar a falta de recursos para pesquisa de substrato têxtil em Rio do Sul e Região? 3 Matéria publicada pelo site Terra. (COSTA. 1. os tecidos não fazem parte somente da indústria do vestuário. Foi criada com o objetivo de aumentar o conhecimento no setor de tecnologia têxtil tanto para os acadêmicos como para empresas e comunidades em geral. p. mulher e cia “características dos diferentes tecidos”. somente 15 responderam ao questionário onde apenas cinco confirmaram possuírem teciteca”. a tipologia dos tecidos e classificações para a ampliação do conhecimento específico da tecnologia têxtil. Avioteca (acervo de aviamentos). Atualmente. Para a implantação de uma teciteca é fundamental que o coordenador do projeto tenha domínio sobre tecidos e fibras têxteis. algumas instituições investem em projetos como este.132) Infelizmente. bem como para os acadêmicos que fazem qualquer curso na área do vestuário. “Cerca de 50% das decorações dos lares se baseiam em têxteis3”.] verifica-se que são poucos os cursos superiores que têm tecitecas funcionando em fase de criação: de 55 cursos pesquisados. São idéias como esta que agregam qualidade às informações teóricas e dão mais sentido ao conhecimento adquirido. como a Modateca (preservação da memória de moda e do vestuário). na arquitetura. outros projetos também são realizados. isso confirma a importância do tecido nas mais diversificadas áreas e essencialidade deste produto. decorativos. 11 . Será um diferencial para as empresas da região do alto vale. Para isso. 132) afirma: “[. Videoteca (acervo de vídeos) dentre outros. de vestuário. que enriquecem o cotidiano acadêmico. Possivelmente é pela falta de bibliografia específica que contém informações técnicas e necessárias para a implantação de novas tecitecas. no design entre outros.. p. abordaremos teoricamente a história do tecido. mas também estão presentes nos setores automobilísticos. confecção e moda. COSTA (2005. moveleiros.1 . A teciteca é um projeto inovador que geralmente acontece nas faculdades das quais oferecem cursos específicos na área do vestuário/moda. Com a expansão e oportunidades nas áreas do setor têxtil. Trata de um projeto riquíssimo que pode ajudar e muito a visualização prática e necessária do substrato têxtil nas instituições de ensino. Analisar historicamente os tecidos predominantes da pré-história aos dias atuais. Descriminar passo a passo à implantação da teciteca no SENAI Rio do Sul. ou seja. O trabalho de parceria entre SENAI e empresas é muito satisfatório. Este projeto também torna-se relevante ao conscientizar alunos. Apresentar o conceito e a aplicabilidade de uma teciteca.2 Objetivos Específicos Estudar a importância. 1.2 .2.2. é de grande importância a realização de projetos de extensão para que o aluno possa sempre agregar teoria à prática. os empresários e a comunidade as tendências através das amostras cedidas por fornecedores. saber identificar os diversos tipos de tecidos bem como incentivar novas pesquisas de transformações têxteis. 1.1 Objetivo Geral Implantar uma teciteca no SENAI de Rio do Sul. Conhecida como a capital do Jeans. Elemento constituído de matérias-prima têxteis que podem sofrer transformações no decorrer do ciclo industrial. Apresentar os cases das principais tecitecas implantadas no estado de Santa Catarina. comunidade e empresas sobre a importância do substrato têxtil4 para a região. a cidade de Rio do Sul vem se destacando na representação de grandes marcas neste setor. tanto para alunos quanto para empresas e comunidade. é na matéria-prima que o produto toma forma e se materializa.3 – JUSTIFICATIVA Atualmente o alto vale do Itajaí é bastante conhecido no desenvolvimento das indústrias de confecção. aumentando os recursos disponíveis para pesquisa na área de tecnologia têxtil. os tipos e classificações dos tecidos mais relevantes.1. A implantação da teciteca tem como objetivo informar os alunos. 12 4 . avaliando como funcionam as já existentes. Sendo assim.OBJETIVOS 1. será apresentada a evolução dos tecidos da pré-história aos dias atuais e os tecidos predominantes de cada período. 1. o conceito e a aplicabilidade de uma teciteca.5 anos forma profissionais com denominação de Tecnólogo. dentre outros. A começar pelos cursos de qualificação profissional. nomeado Tecnologia em Produção do Vestuário. como é o caso dos alunos do SENAI Rio do Sul. sendo que. Este se trata da Faculdade de Tecnologia SENAI.PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS O presente trabalho pode ser considerado de pesquisa aplicada uma vez que os conhecimentos gerados serão empregados na implantação da teciteca do SENAI de Rio do Sul. No terceiro capítulo. estes elementos serão mostrados no quarto capítulo de forma simples e objetiva. O Curso Superior é a última categoria na área do vestuário.5 . O quinto capítulo será descriminar passo a passo a implantação da teciteca no SENAI de Rio do Sul. 1.4 . Risco e Corte. englobando todos os processos dentro da empresa (criação/ produção/ mercado) com uma duração de 3. geralmente de curta duração que possa atender uma demanda para o mercado de trabalho com profissionais altamente qualificados. Corel Draw. O SENAI tem como missão contribuir para o fortalecimento da indústria e o desenvolvimento pleno e sustentável da região. É impossível trabalhar com um objeto de pesquisa sem mostrar sua classificação e tipologia.CONTEXTUALIZAÇÃO DA EMPRESA O SENAI de Rio do Sul oferece vários cursos na área do vestuário.portanto é preciso conhecê-lo muito bem. principalmente profissionais que estão em formação e que logo estarão no mercado. 13 . Também são oferecidos cursos de nível técnico. Costura industrial. Modelagem Básica e Avançada. o primeiro passo foi fazer um levantamento de dados sobre as tecitecas do país e Santa Catarina que será apresentado no segundo capítulo onde abordar-se-á a importância da matéria-prima para os alunos dos cursos de moda e vestuário bem como. que visam o aprendizado completo focando a prática e em funções operacionais como o Técnico em Vestuário e Técnico em Estilismo. Para que esse projeto se tornasse real. neste capítulo será feito um relatório de tudo que aconteceu no processo e na prática da implantação. a pesquisa deve mostrar como funcionam as já existentes no Estado de Santa Catarina. baseado em referências eletrônicas e bibliográficas. Desenho de moda. por meio de educação profissional e tecnologia. Alguns exemplos desses cursos oferecidos são o CAD (Audaces). 14 . constituídos principalmente de livros e artigos científico”. Gil (1996. mostrará a síntese conclusiva do trabalho. Também serão utilizadas matérias eletrônicas que possuam relação com o tema. o sexto capítulo. pág. 44) afirma que “a pesquisa bibliográfica é desenvolvida com base em material já elaborado.Para finalizar. devido a falta de bibliografia específica sobre “tecitecas”. ressalta a coordenadora do Curso de moda da FURB. cores. Nele consta uma grande variedade de bandeiras de tecidos usados ao longo do século. podemos perceber que as instituições de ensino com formação técnica e superior no ramo da moda e vestuário devem incentivar projetos que auxiliam o conhecimento técnico na área de Tecnologia Têxtil.br 15 . É através dos tecidos que as idéias do designer serão transformadas em produtos do vestuário”. As tecitecas e museus de tecidos já presentes em muitas instituições são bons exemplos.noticenter. Portanto. porém pecam no momento da escolha dos tecidos.115): os tecidos não apenas expressam o sonho de um designer. Lucinéia Sanches. muitas vezes por não escolher o tecido certo. aviamentos. No processo de desenvolvimento de coleção.2 A IMPORTÂNCIA DA MATÉRIA-PRIMA PARA OS ALUNOS DOS CURSOS DE MODA E VESTUÁRIO Todos os cursos na área de moda e vestuário seja ele técnico ou superior. Sendo assim. o caimento e classificação dos tecidos. Dependendo do tipo de tecido e da composição ele pode encolher de acordo com a lavação. Segundo Treptow (2003 pág. Muitos dos meus vestidos nasceram a partir (da inspiração) do tecido Com isto. muitas informações são relevantes e necessárias. ou até mesmo a frustração de não atingir o produto desejado. 115) “tecidos são a matéria-prima do designer de moda. dentre elas.com. ceder ou trabalhar de um dia para o outro. a matéria-prima. Eles podem ser uma fonte de inspiração. mas também estimulam suas idéias. é difícil quando o responsável pelo desenvolvimento não conhece os tecidos que vai trabalhar sendo provável a existência de futuros problemas na confecção das peças. há profissionais que desenham e criam modelos perfeitos. deformar de acordo com a temperatura. Hoje no mercado. têm seu foco no desenvolvimento de produto. é fundamental que o profissional do setor de criação conheça as características. Na FURB5 (Universidade Regional de Blumenau) o museu do tecido é um diferencial do curso. As amostras mais atuais vão para a teciteca e as antigas compõem o acervo do museu de tecidos. danificar dependendo do tipo de agulha e linha. É fundamental conhecer a matéria prima para desempenhar um bom trabalho de criação. 5 Fontes secundárias: Material produzido pela Assessoria de Comunicação da Universidade de Blumenau www. as propriedades. Segundo Christian Dior (apud Treptow 2003 pág. Na UNAMA (Universidade da Amazônia) a produção do conhecimento técnico é incentivada pela criação de linhas de pesquisa e extensão. além de aviamentos.faap. O acervo já conta com mais de 1800 amostras diferentes de tecidos. auxiliando no processo criativo. (Site UNAMA8) 6 7 Fonte secundária: www. catálogos de moda. pois a matéria-prima ainda é um grande entrave para a precificação de nossos produtos e capacidade de competição no mercado interno e externo. birôs de estilo e estamparia. Sabemos que nossa região tem um grande potencial ainda não explorado. contendo mais de duas mil bandeiras de tecidos. (COSTURA PERFEITA). cartelas de cores.html 16 . mostruários de aviamentos e um tear manual para treinamento técnico dos alunos do curso FAAP moda. catálogos e bandeiras expostas com as tendências das próximas estações apresentadas pelo mercado.htm?infoid=79865&sid=4763 8 Fonte Secundária: http://www.br/publique/cgi/cgilua. tornando-se acessível a toda a comunidade. Os materiais estão disponíveis em meio físico para consultas e pesquisas e também de forma digital. com uma fonte abundante de materiais naturais que. o atendimento é feito por profissionais especializados na área de moda para facilitar a pesquisa. sendo que as bandeiras e materiais não podem ser retirados. O acervo é aberto ao público para fins de pesquisa e para consultas no local. da Universidade Anhembi Morumbi existe há treze anos e se tornou uma grande referência para os Cursos de Moda de todo o país. A FAAP (Fundação Armando Álvares Penteado) reúne bandeiras de tecidos nacionais. alunos e demais interessados.Outra instituição que possui a teciteca é o SENAC SP.exe/sys/start. como por exemplo. Este é um outro projeto de catalogação de fibras amazônicas conciliado com a teciteca.unama. sendo que a atualização e aquisição do acervo são feitas através de doações de empresas têxteis. Segundo informações obtidas no site da Universidade7. As amostras de tecidos geralmente são adquiridas por fabricantes e fornecedores que utilizam a parceria como forma de divulgação e possível comercialização de seus produtos.anhembi. corretamente utilizados e beneficiados. cujos materiais são cadastrados no catálogo online pelo mesmo sistema da biblioteca. A teciteca deverá estar localizada juntamente à biblioteca.br Fonte Secundária: http://www2. o projeto “teciteca” que tem por objetivo fornecer material de pesquisa para os alunos. possibilitarão um grande desenvolvimento econômico para o setor.br/graduacao/cursos/Moda/projpesquisaextensao. É ressaltada a importância de parceria com cursos de Engenharia Química para o desenvolvimento de tecidos com fibras naturais e pesquisa com novos materiais. (FAAP6) A teciteca Dener Pamplona de Abreu. fios tecidos e aviamentos. Centro Universitário Metodista IPA. informativos.fasm.Centro Integrado de Moda (BH). como exemplo. podemos citar a EBA (Escola de belas Artes) em parceria com a UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) que trabalharam em um projeto isolado de pesquisa. uma mesa em “l”. Há também projetos de pesquisa de tecitecas que não tem seu foco na moda.br/moda/s007/viewAluno06. vinte mesas acadêmicas. acabamentos e tecidos. tules) e materiais como aviamentos. sendo tal projeto desenvolvido pelo Núcleo de Estudo e Pesquisa de Artes cênicas. catálogos. Assim funciona também a teciteca da FASM10 (Faculdade Santa Marcelina) que possui a sala têxtil que funciona como sala de aula e também como acervo têxtil: teciteca e acervo de aviamentos.asp Fonte Secundária http://www. três cadeiras giratórias.pdf 17 . três microcomputadores. uma mesa alta. três cadeiras fixas tecido. sendo que um é exclusivo para o serviço de catalogação da teciteca. Faculdade Católica do Ceará. bem como organizar um acervo com diversos materiais utilizados na cadeia têxtil como aviamentos.55 metros quadrados. cenografia e indumentária. um condicionador de ar. Alguns equipamentos necessários para a criação deste laboratório: dez armários criados exclusivamente para armazenar o acervo de fibras. Sendo assim. e também podendo ser ampliada para utilização de alunos de outros cursos da Escola de Belas Artes. vinte cadeiras fixas fórmica.Na FEEVALE9 há a teciteca com área de 35. duas araras expositoras. possui um acervo com mais de 600 bandeiras têxteis (tecido plano. rendas. Os equipamentos necessários para a instalação da mesma foram: um armário com duas portas um balcão fixo quatro portas.feevale. Acrescentando algumas Faculdades no Brasil que já possuem teciteca: UNERJ. cujo objetivo é integrar linhas de comunicação. um microcomputador. podemos observar que projetar uma teciteca em ambiente separado da biblioteca pode ser mais caro e tornar a realização menos viável dependendo da estrutura da Instituição. sintéticos.edu. A teciteca deverá possibilitar aos alunos do Curso de Artes Cênicas para trabalhos em sala de aula. FIAM (Faculdades Integradas Alcântara Machado). Cimo .br/condicoes/infra. cartela de cores. revistas. sistema de figuração. (BASE DE DADOS-PROSSIGA) 9 10 Fonte Secundária: http://aplicweb. malha. UNIVAP. IESB – Instituto de Educação Superior de Brasília. sendo assim este case de sucesso servirá como exemplo de procedimentos e processos que devem ser necessariamente efetuados quando uma teciteca é implantada.Por indicação do fornecedor/empresa. Desta forma foram feitas as devidas mudanças e a teciteca passou a catalogar os tecidos e classificá-los de forma metódica.De acordo com a classificação no processo de formação do tecido.Pela composição do tecido (porcentual +classificação das fibras + Pura/mista). quando são devidamente registrados com números de registros precedidos da sigla REG que significa Registro Geral. . Ex: indústria fabricante ou pessoa física. (COSTA 2005. Tecido Especial e Tecido de Criação Têxtil.Pelo tipo de ligamento (armação empregada) .Pela indicação da gramatura. A etapa seguinte foi a fase de estruturação física. em 1996. tecido de malha. Ex: REG 0135 .1. 2005. A primeira etapa foi a aprovação do projeto de extensão. nas empresas e principalmente estudantes da área. tecido de laçada. Ex: g/m2 . localizada no Centro de Artes é hoje uma das maiores referências para instituições de todo o país na implantação de novas tecitecas. Ex: tecido plano. 134) Esta foi a primeira iniciativa de criação de teciteca no Estado. embora as empresas não dessem retorno ou raramente participassem com a doação de materiais. 18 . cujo objetivo era disponibilizar informações técnico/científicas e atualizações sobre o substrato têxtil focando na comunidade. 11 Esta sessão baseia-se em COSTA.Por ordem de chegada.1 ESTUDO DE CASO DAS TECITECAS EXISTENTES EM SANTA CATARINA 2. Esta catalogação passa a ser: . .2.1 A teciteca da UDESC11 A teciteca da UDESC. Ex: 100% algodão Puro.Pelo nome do artigo que significa o nome comercial do tecido ou como é popularmente conhecido. busca de informações e solicitação de bandeiras têxteis para empresas do ramo. A implantação da teciteca do Centro de Artes da UDESC originou-se juntamente com a criação do curso de Bacharelado em Moda. . pág. Organizar e catalogar os materiais que chegavam também fazia parte deste processo. por isso maiores orientações foram obtidas na teciteca do SENAI/CETIQT no Rio de Janeiro. Tecido NãoTecido. na barra do meio e os tecidos de fibras sintéticas na barra de baixo. artigo. por exemplo. número do registro geral. será exposto na primeira arara. cartelas de tecido e cores dentre outros. Isto é. não são colocadas em exposição nas araras e podem ser disponibilizadas nestas prateleiras. Em araras de ferro paralelas e fixas encontram-se os tecidos de fibras naturais. as amostras são emprestadas como livros e recolocadas após a devolução. artigos. COSTA (2005) Geralmente ficam em araras móveis os tecidos mais novos. Outro elemento importante é o suporte que deverá conter informações relevantes como: número da bandeira. scanner e instrumentos específicos de uma teciteca como. e expandida de acordo com quantidade de material recebido/doado. se ele for formado de 70% de fibra de algodão e 30% de fibra de poliéster. empresa. mesa de estudo. na barra de cima. as lupas. É possível fazer empréstimo das bandeiras. novos periódicos e inclusive novas 19 . seja para uma aula prática ou ilustração em trabalhos acadêmicos. revistas. gramatura. A estrutura do espaço disponibilizado para a teciteca deve ser inicialmente pequena. Geralmente o suporte é de papelão e personalizado com logomarca própria da Instituição de ensino e as informações citadas acima são impressas em etiquetas e coladas no suporte. Nas prateleiras são encontrados materiais como catálogos. são indicados recursos físicos como computador. todos classificados como tecidos planos. recebidos por último e que ainda não foram catalogados bem como os tecidos exclusivos oriundos de projetos de pesquisa e trabalhos de pós-graduação. compondo os tecidos de fibra natural. catalogados pela composição das fibras e demais critérios de identificação acima mencionados. Os tecidos cuja composição das fibras é mista estão dispostos a seguir a orientação de sua maior porcentagem. A atualização e a manutenção do acervo está relacionada com ações de estudo e cadastramento de novas bandeiras. books de tendência. Para completar a parte de estrutura. doador e data. novos catálogos. As amostras recebidas que não atingem a metragem necessária. materiais científicos. composição. Também em arara fixa ficam os tecidos de malha. os de laçada (renda). periódicos. os tecidos especiais e os nãotecidos. as amostras devem ser padronizadas em tamanho 50 por 40 centímetros. os tecidos de fibras artificiais. tesouras somente para tecidos (tesoura de picote faz o acabamento nas bandeiras) que servem de auxílio ao público freqüentador.Concluindo o processo de catalogação. aconselha-se o uso de araras de ferro fixas e móveis onde devem ficar expostas as bandeiras devidamente catalogadas por ordem de classificação. Para que a pesquisa in loco possa ser realizada. tecidos. A partir da implantação do projeto. um glossário de Tecido Comercial. assim o projeto se dissipa e consegue atingir seus objetivos. em 2005. Esses novos projetos podem ser acompanhados no capítulo seguinte de forma mais detalhada. criações de novos produtos e orientar também os empresários do que será usado na próxima estação. Coordenado pela Professora Maria Izabel Costa. existem outros projetos que difundem as informações de forma diferenciada com objetivos específicos. materiais atualizados em segmentos diversos. as tecitecas se expandem rapidamente. conta com a participação dos professores do departamento de moda e dois bolsistas de extensão. esses números estão mais elevados. Se não fosse o interesse e participação das empresas este projeto não sairia do papel. 20 . como cita COSTA (2005) abaixo: “Em 2005. é notável o desenvolvimento contínuo graças a participação e valorização por parte de pequenas e médias e grandes empresas. como. Todas as novidades provenientes da tecnologia têxtil são bem vindas na a atualização do acervo da teciteca. 159 catálogos. 181 periódicos. Outro objetivo ainda não alcançado é a atualização antecipada com tendências atuais. No caso da Teciteca da UDESC. COSTA (2005) afirma: “são realizadas reposições de bandeiras danificadas e complementação de dados técnicos nas etiquetas incompletas. Dentro do Programa Teciteca.137). A partir de Agosto do ano de 2007. Atualmente. já existia um acervo bastante rico de substratos têxteis bem como outros materiais complementares. 202 amostras têxteis exclusivas do projeto criação/transformação têxtil. Como citado anteriormente. COSTA (2005 pág. que possam ajudar no desenvolvimento de coleções. o estudo de padronagens e gramaturas”. Este case de sucesso é realmente uma grande referência para as escolas de moda e vestuário em todo o país. 31 bandeiras com técnicas de estamparia industrial e várias bandeiras confeccionadas e teares manuais. E para lançar tendências de tecidos seria necessário receber as doações têxteis com seis meses de antecedência. 3 book de amostras têxteis (estamparia artesanal). sendo que novas amostras já devem compor o acervo da Teciteca. Quanto à manutenção. o acervo contava com 1410 bandeiras (amostras têxteis 50x40 cm). 742 cartelas (amostras de 20x15 cm) perfazendo um total de 2152 substratos têxteis. A teciteca da UDESC vem aumentando consideravelmente e o maior problema atualmente é decorrente da falta de espaço. A atualização é feita a partir da solicitação tanto por e-mail quanto por telefone para recebimento de informações. a teciteca da UDESC passou por modificações e deixou de ser um laboratório independente para fazer parte da Biblioteca Universitária.parcerias. por exemplo. que vem crescendo cada vez mais. A teciteca da Udesc passou a ser uma referência nacional por não se resumir somente em amostras têxteis. A teciteca do SENAI Jaraguá está localizada no espaço da biblioteca.797 bandeiras têxteis. 2. A divulgação desses novos têxteis abre espaço para que empresários da indústria têxtil catarinense e demais estados do Brasil tenham livre acesso aos novos produtos que poderão.Atualmente são 1. assim como se pretende divulgá-los por meio do site da Teciteca. dentro do programa Teciteca. Segundo COSTA (2007): A Teciteca do Ceart caracteriza-se também por apresentar e desenvolver pesquisas têxteis.2 A Teciteca do Senai em Jaraguá Do Sul12 O SENAI de Jaraguá do Sul também se tornou um exemplo a ser seguido quando o assunto é a implantação de um projeto de teciteca. tornar-se fonte de inspiração na produção industrial. 2005 21 12 . 312 periódicos. Fundada a não mais que dois anos. não há uma Esta sessão baseia-se em FAZZIONI. O horário de funcionamento para consulta destes materiais é o mesmo que o da biblioteca. cuja catalogação está totalmente informatizada. identificar as características e informações técnicas dos tecidos visando aprimorar o desenvolvimento das coleções realizadas nos cursos de moda e confecção. Manutenção e Atualização do Acervo da Teciteca e Teciteca Virtual. futuramente. A sistematização é considerada uma característica diferenciada. desta forma o empréstimo torna-se prático e fácil. não necessitando de bolsistas ou monitores. existem dois outros projetos concomitantes: Novas Tendências Têxteis. abriu espaço e oportunidade para novos designers divulgarem suas criações no espaço físico da Teciteca. Quem coordena o projeto são os colaboradores do núcleo de Confecção e moda. está aumentando consideravelmente com as doações de amostras têxteis recebidas a cada dia. Ivonei. Como se pode observar na citação abaixo. A organização do trabalho de criação e transformação têxtil. Ainda com divulgação limitada. 793 cartelas e 214 catálogos (fonte: teciteca). De acordo com FAZZIONI (2005) o objetivo da implantação do projeto permite aos alunos pesquisar. que conta com bandeiras exclusivas. Teciteca do SENAI Jaraguá do Sul tem 650 exemplares e sistema informatizado. sendo que a catalogação é feita da mesma maneira. A bibliotecária empresta as bandeiras da mesma forma que se faz com os livros. principalmente as de Criação/Transformação de tecidos. está se tornando conhecida através de pequenas matérias publicadas na Internet. FAZZIONI (2005) conclui dizendo que os registros da base de dados podem ser recuperados on-line de forma rápida e eficiente. tem o formato de 40x40 cm. composição. Sendo assim. de maior foco nos acadêmicos. pois cada instituição define o que é melhor ou mais conveniente. nomes técnico e comercial. no sistema Pergamun. FAZZIONI (2005) Os profissionais que coordenam a teciteca juntamente com a bibliotecária selecionam e classificam os tecidos recebidos de acordo com o tipo de fibra. esta é a metodologia que a teciteca do SENAI Jaraguá utiliza para dissipar as informações de substratos têxteis recebidos dos fornecedores e/ou empresas para agregar conhecimento neste caso. O projeto está exposto no Congresso Brasileiro de Biblioteconomia. chamado de bandeira. “Cada exemplar. informando a freqüência das consultas a cada peça. que ocorre em Curitiba (PR) até o dia 22 de julho”. pesquisa e consulta. 22 . construção do tecido. Documentação e Ciência da Informação (CBBD).padronização do tamanho das bandeiras. O banco de dados. software especializado para bibliotecas. possibilita a catalogação e a gestão do acervo. contendo as informações técnicas básicas sobre a bandeira e contribuir para o desenvolvimento de coleções. bem como a catalogação das bandeiras que também é feita de outra forma. 3 A EVOLUÇÃO DOS TECIDOS O tecido é um símbolo, um elemento essencial que serve para adornar o corpo, cobrilo, escondê-lo ou evidenciá-lo. Está junto ao corpo servindo como segunda pele e tornando-se desta forma um meio de comunicação. É remoto e moderno ao mesmo tempo. Da pré-história aos tempos atuais sempre fez parte da evolução da humanidade. “Na verdade, a extensa variedade de tecidos, muitos dos quais fabricados artesanalmente por nossos ancestrais, revelam origens, técnicas ou histórias curiosas”, afirma COSTA (2001). Os tecidos podem representar uma civilização, arquitetura, língua, religião, país, até mesmo cultura. Durante a história, as cores foram elementos importantíssimos nos tecidos que distinguiam classes sociais e mostravam os poderes da corte. No século IV da civilização romana, apenas o Imperador tinha o privilégio de usar púrpura em sua roupa e qualquer tentativa de imitação dessa cor, era classificado como crime capital. A procura pela cor era equivalente à procura por ouro. No período medieval, Aristóteles escreveu o livro “On Colours”, que tentava desvendar os mistérios da cor. Na mesma época, alquimistas dedicavam-se intensamente a experiências relacionadas à cor. Segundo a ABIQUIM (Associação Brasileira da Indústria Química), as formas de colorir são usadas há mais de 20 mil anos. A primeira coloração natural foi o carbon black. Os caçadores do Período Glacial pintavam as paredes das cavernas reservadas ao culto com fuligem e ocre, resultando em pinturas que existem há milhares de anos. Com o tempo, outros tipos de corantes naturais foram descobertos. Por exemplo, o índigo natural muito utilizado pelos egípcios era extraído da planta Isatis tinctoria. O vermelho, muito utilizado na civilização romana era retirado de um molusco chamado Murex, um caramujo marinho. No Brasil desde o descobrimento o principal corante utilizado, era a tinta extraída do pau Brasil, que foi explorado e utilizado para tingir tecidos na cor vermelha. Rita Andrade, professora especialista em História da Moda da Universidade Anhembi Morumbi (JORNAL DA USP ano XXI no.762) afirma que “as roupas têm a sua própria biografia, uma vida social, cultural e política e mantêm relações com outros objetos e pessoas.” Um bom exemplo citado por Rita é a respeito de uma crença popular que se passava de geração para geração que dizia: “não se deve torcer as roupinhas dos bebês recém-nascidos antes de pendurá-las no varal para secar, sob o risco de o bebê ter cólicas gástricas”, 23 comprovando que a roupa é uma fonte histórica que está relacionada com mitos, pessoas, costumes e crença, reforçando a representação da roupa e do tecido ao longo da história. Kathia Castilho (JORNAL DA USP, ano XXI no.762) conclui que “É no diálogo do tecido e da pele que se apresenta uma nova possibilidade de análise do corpo revestido pela contemporaneidade, onde os fios respondem mais adequadamente às constantes exigências de beleza, conforto e bem-estar”. Para Káthia Castilho, o tecido conta a história da industrialização, da tecnologia de manufatura e da experimentação no uso de matéria-prima. Determina e influencia a estética e se especializa em produtos para diferentes fins. “É no diálogo do tecido e da pele que se apresenta uma nova possibilidade de análise do corpo revestido pela contemporaneidade, onde os fios respondem mais adequadamente às constantes exigências de beleza, conforto e bem-estar”. (JORNAL DA USP ano XXI no.762) Atualmente, existem duas realidades acontecendo com a evolução do tecido. Na década de 90 tivemos o grande “boom” dos tecidos tecnológicos dos quais continuam evoluindo consideravelmente com características cada vez mais desenvolvidas. Por outro lado, pode-se perceber que os investimentos de muitas pesquisas têxteis estão focando nas questões ambientais, comprovando a volta das fibras naturais com efeitos biodegradáveis. Imaginava-se que no século XXI as roupas seriam de fibras minerais como o amianto, em roupas com aspecto futurístico e metalizado. Isso não aconteceu, as tendências mudaram de foco de acordo com a realidade global. Para entender esses avanços tecnológicos, a história retrata essa trajetória. 3.1 OS TECIDOS E SUAS CIVILIZAÇÕES AO LONGO DA HISTÓRIA O surgimento do tecido e todo o seu desenvolvimento estão sempre ligados às condições geográficas, ao nível de necessidade, ao conhecimento tecnológico, social e cultural do homem em determinado tempo, afirma COSTA (2001). Na pré-história a primeira forma de vestir foi a pele do animal, sendo que as condições climáticas eram desfavoráveis, utilizavam a pele como proteção, poder e como mágica protetora, essas peles restringiam os movimentos e passaram por processos e técnicas de amaciamento ao longo do tempo. (BRAGA, 2005). Na idade do bronze as civilizações seminômades, passaram a se fixar no solo e cultivavam o linho proporcionando a técnica da feltragem, sendo que deste processo mais 24 tarde originou-se e tecelagem. Segundo BRAGA (2005, p. 04), “com o fabrico do tecido, mesmo de maneira primitiva e artesanal, houve um grande avanço em técnica e aprimoramento”. Sendo assim, os povos nômades pouco usaram as fibras vegetais como linho, cânhamo e algodão por estas exigirem cultivo. Outra fibra bastante utilizada pelos seminômades na época pastoril, era a fibra animal, a lã, pelo fato de que esses povos se instalavam e logo migravam a outras regiões e os rebanhos os acompanhavam, não precisando de cultivo. A tecelagem requer abrigo fixo, devido ao peso e tamanho dos teares. Segundo a Enciclopédia Delta Universal (1980,7566) apud COSTA (2001) afirma que: a evidência mais antiga de tecido de lã data de cerca de 6000 a.C, pedaços de linho do Egito indicam que o povo tecia linho por volta de 5000 a.C, arqueólogos encontraram múmias egípcias de 2500 a.C. enroladas em linho tão bem tecido como o produzido atualmente; o algodão por volta de 3.000 a.C, era cultivado no vale do rio Indo. Os chineses começaram a cultivar o bicho-da-seda por volta de 2.700 a.C e desenvolveram teares especiais para filamentos de seda. Os sumérios, antes mesmo da invenção da tecelagem, usavam saias feitas de tufo de lã, sendo que a transição do uso de peles para o tecido não aconteceu de uma hora para outra. Baseado nas bibliografias mais conceituadas a respeito da história da indumentária foi realizado uma pesquisa dos principais tecidos utilizados em cada civilização, século e década, da pré-história ao dias atuais, lembrando que o foco é extremamente nos tipos de tecido. − Egito: Usavam linho fino tecido ou tricotado (elasticidade nas vestes justas) sendo que as fibras vegetais eram mais fáceis de lavar, uma característica muito importante, pois os egípcios eram muito higiênicos. Não utilizavam a lã de carneiro por considerar as fibras animais impuras. Usavam faixas de linho, couro ou fibras entrelaçadas. O chanti13 egípcio era feito de linho ou cânhamo (BRAGA, 2005). Após a conquista de Alexandrina, a utilização da lã pelos egípcios passou a ser usada em roupas comuns, porém continuava proibida nos trajes dos sacerdotes e nos funerais, onde deveria-se usar o linho mais fino. (LAVER, 2002); − Cretas: Utilizavam o linho, a lã e o couro para costurar as tangas; 13 Tecido usado como tanga, preso por um cinto. Para reis era pregueado, engomado e bordado. 25 2002). O couro era empregado nas botas masculinas. A lã. O feltro era aplicado na produção de chapéus e o couro para os sapatos. exceto para os pobres.− Persas: Além da lã e do linho tinham também acesso à seda trazida da China pela longa rota das caravanas. − Gregos: Usavam lã. muito utilizada no início do império foi 26 . A toga. (COSTA. elemento fundamental da indumentária romana era feita primeiramente de lã. 2002). O linho era utilizado mais especificamente na confecção do quíton14. (RIGUERAL. tecidos finos e transparentes. − Bárbaros: Cânhamo. A pênula era uma veste em formato de sino fechada por alfinete feita de lã. seguidamente utilizou-se o linho ou algodão e finalmente o uso da seda. (RIGUERAL. a seda. 2001). (coanos) e Seda (raramente). As Classes inferiores tingiam suas roupas com extratos naturais tentando chegar ao efeito dos nobres. linho fino. (COSTA. 2001). camisa de linho com abertura frontal. usada no inverno rigoroso. peça predominante da indumentária grega. foram usados tecidos mais grosseiros como o cânhamo. Segundo COSTA (2001 pág. usada por viajantes. amarelo e roxo. Da lã. O feltro era o material utilizado na elaboração de chapéus. sendo que o quíton dório era feito de lã e o quíton jônio era feito de linho (LAVER. chamados de braies. era feita a interala (roupa íntima). couro e pele. O linho foi empregado na Gonolle – túnica na altura dos joelhos. linho. A clâmide era uma capa curta feita de lã grossa. porém conseguiam somente o tom de marrom avermelhado e verde musgo enquanto as classes superiores vestiam-se de vermelho. os coanos e couro. militares e atletas de uso masculino. − Império bizantino: Os tecidos eram brocados enriquecidos com bordados de prata e pedras preciosas. 2002). − Romanos: Os tecidos utilizados pelos romanos era a lã. Usavam também um manto por cima. Outro fator de diferenciação social era a quantidade de tecido utilizada nas roupas dos nobres. o algodão. feita de linho fino (era merovíngia) e nos calções. Primeiramente. As roupas eram coloridas e estampadas. As mulheres usavam xale sobre a túnica preso por fivela e por baixo da túnica. 12) “a roupa dos imperadores passa a ser de tecido dourado com muitos bordados”. de couro ou pele. colocado no corpo. fustão de seda (linho com seda). supõe-se que tais tecidos eram trazidos do Oriente Médio.substituída por linhos finos do Egito e algodão e é claro pela seda da China. desenvolveu a indústria de seda na Itália. posteriormente recolhiam o trabalho e basicamente pagaram-no por peça”. Neste período foi confirmada a existência de tecidos diversificados e luxuosos cujos não existiam na Roma Antiga. p. preso sobre os ombros e embaixo dos braços. Há rumores de que monges eram mandados à china para efetuar o contrabando de ovos do bicho-daseda. 13) “sob esse sistema. 20) afirma que “o corpo era praticamente o suporte de muitos volumes têxteis”. COSTA (2001. COSTA (2001). o que realmente diferenciava era a qualidade da fiação. Sendo que o corpo ficava pouco em evidência. Na Idade Média. botões e armarinhos. Os nobres chegavam a usar a seda (BRAGA. fustão de lã (linho com lã). predominava nas classes menos favorecidas. tanto para homens quanto para as mulheres. o excessivo uso de tecidos na indumentária feminina devido aos vestidos longos e mangas presunto. incluindo o tipo de fibra utilizada na túnicas sendo lã ou linho. visto que a invenção da máquina para desenvolver a seda dos casulos. A roda de fiar. Segundo COSTA (2001. Neste período. No século X. também chamada de roca. 2005). pág. Para complementar. preso por broches ou alfinetes. fustão de algodão (linho com algodão). a forma de produzir a maior parte dos tecidos foi a artesanal. Os cortes eram muito parecidos para as diferentes classes. BRAGA (2005. (LAVER) 27 14 . na cintura amarrada por cinto ou corda. − Europa feudal: Os calçados eram feitos de couro. As cruzadas também foram fundamentais na modificação das roupas na Europa Ocidental através das influências orientais bem como novidades em termos de tecidos como gaze. na Sicília surgiam os primeiros tecidos de seda. sendo que o que diferenciava ricos e pobres em relação aos materiais eram os tecidos e ornamentos. as matérias-primas eram entregues pelos comerciantes aos trabalhadores em suas casas nas zonas rurais. e desta forma. seda adamascada. deixando uma das laterais aberta e outra fechada. tornaram-se capaz de fiar e tecer sua própria seda. 13). − Europa gótica: Os homens passaram a usar meias feitas de lã ou linha. A técnica mais aprimorada era uma visível característica dos nobres e os tecidos feitos em casa com aspecto mais bruto e desfiado. sendo assim. chamalote (lã de camelo com seda). foi uma grande invenção neste período e passou a ser usada no século Retângulo de tecido. COSTA (2001). na Itália. Gênova e Luca. − Século XVIII – Período Rococó: O que marcou este período foi a Revolução Industrial que proporcionou grande desenvolvimento no setor têxtil. adornada com rendas e diferentes proporções. cujo material era pele de castor. não necessitando de banho. uma identificação e também um estilo que as destacam na sociedade. engomada. (COSTA. Foi em 1589. musselina ou seda que era enrolado em volta do pescoço. além do famoso chapéu. branco. com o significado muito próximo ao de hoje. − Renascimento: Nos trajes femininos utilizavam tecidos grossos recobertos com tafetá. que regulamentavam a produção têxtil na Europa. cetins. Invenções como a fiandeira. Os homens mais jovens usavam o stock no pescoço. entre outras. Além da gola rufo – gola em tecido fino. trocar de camisa todos os dias para manter-se limpo. o fichu era um lenço quadrado grande de linho. no final do século XIV. É neste período que a renda aparece causando impacto na indumentária masculina. o requinte cada vez maior em torno da preparação dos tecidos e o desejo de ascensão social propiciaram o conseqüente nascimento da moda. portanto. Ciências e Humanidades (EACH) da USP 28 . CASTILHO15 (2006). O aparecimento de técnicas de confecção cada vez mais elaboradas. Surgiram associações de tecelagem.XIII. inventou a máquina de tricotar meias. através das roupas. No que diz respeito aos tecidos. sendo que a pele de coelho era mais barata. Bastaria. Em relação à indumentária feminina. (LAVER. − Século XVII – Período Barroco: O tecido também estava relacionado às questões de higiene e acreditava-se no poder purificador da roupa sendo que o tecido "absorvia" a sujeira do corpo. A indústria têxtil se aprimorou e se desenvolveu com a confecção de tecidos finos de primeira qualidade como veludos. 2002). 2001). em que as pessoas buscam. isso até a Revolução Francesa. sedas. a máquina de fiar (muito utilizada para a fiação da musselina) e o jacquard. que William Lee. depois a simplicidade do campo predominou com 15 Professora da Escola de Artes. eram ricos e suntuosos. brocados produzidos principalmente em Veneza. feito de um pedaço de linho ou cambraia. a lançadeira voadora o tear automático. aumentando consideravelmente a produção de tecidos e fios. tais como brocados e rendas. era moda fazer o corpete de cor diferente da saia e cortar o tecido em dois vestidos diferentes. tarlatana. Neste século. Segundo LAVER. feitos de couro ou tecido canelado. Os alfaiates ingleses foram os primeiros a aperfeiçoar as novas técnicas de costura para tais tecidos. fular. As mulheres usavam sapatilhas. p. Vem dai a tradição de alfaiataria como corte inglês para traje masculino. − Século XIX: O primeiro fio sintético de acetato de celulose foi criado na Alemanha em 1869. na corte era de cetim branco bordado em fio de ouro. somente em 1920 o acetato voltou a ser produzido comercialmente. Da metade do século em diante. leves e lisos. (LAVER. O xadrez popular era muito visado no inverno e o brim branco no verão. a gola bem na altura da nuca. p.152) “às vezes o tecido era umedecido para cola-se ao corpo imitando as pregas das roupas gregas representadas em estátuas antigas”. (2002. feito de musselina. cambraia ou morim. lã de merino. e na Corte eram confeccionados em tecido branco marfim. o homem vestia um sobretudo popular que era feito de lã penteada. 29 . de cintura alta. e cheviote. era comum usar pantalonas de linho com rendas na barra. isso para quem não pudesse comprar as pantalonas compridas. organdi. geralmente feitas de seda ou crepe. outro liso”. tão transparente que às vezes era preciso colocar malhas brancas ou cor-de-rosa por baixo. os calções eram usados no campo. Além dos xales de caxemira muito usados no começo do século e no período romântico. milton. o estilo dandi tornou-se possível pelo uso da lã e do algodão em vez das sedas finas e cetins da velha aristocracia e a casimira (tecido diferente da seda e de outros materiais finos podia ser esticado e bem moldado). pois era um vestido branco. O vestido império que passou a ser usado pelas mulheres após a Revolução parecia uma peça de baixo. No final do Século. No estilo dandi. Os vestidos para noite eram feitos de veludo ou seda furta cor. As pantalettes eram simples tubos de linho branco que terminavam logo acima do joelho. 167-168) No romantismo. continuou-se o desenvolvimento dessas fibras sendo bruscamente interrompidas com a chegada da Primeira Guerra Mundial.tecidos finos. um estampado. (2002. 2002 p. costumava ser de veludo e o colete. quando o acetato era utilizado na fabricação de encerados para revestir aviões. Embaixo da crinolina do período vitoriano. Segundo LAVER. Os tecidos prediletos usados em vestidos para o dia eram a casimira.190) “em 1870. o tecido mais usado nos vestidos era o brocado de seda. 3. o cetim fazia o acabamento de tecidos finos. Para esclarecer a importância de cada tecido. p. Os ternos podiam ser de sarja azul ou de tweeds com padrões. em 1891. Yanturni foi uns dos dois sapateiros que se destacaram nesta época por seus sapatos de cetim rebordados com rendas. Em meados de 1904. Os tecidos inteligentes também marcaram este século. Inicia-se a produção da seda artificial na França.Geralmente possuía lapela em seda preta e às vezes eram adornados com peles. com acabamentos de fitas e rendas. estavam entre os tecidos preferidos: crepe da China. o que acontece ainda com mais força no século XX. As meias eram geralmente pretas em fio de algodão para o dia e em seda para a noite. 211). veremos de que forma estes contribuíram com a história como um todo. segundo O’HARA (1992). Nos vestidos para noite. (SEELING. veludo e lã trabalhada. era comum o uso de muitas anáguas internas de seda ou de tafetá. LAVER (2002. Na Belle Époque. a indústria têxtil se desenvolveu de forma gradativa e crescente. o tecido foi um dos elementos influenciados por este movimento. − Ano 1900: Ainda por influência da Art Noveau surgida no final do século XIX. considerados verdadeiras jóias. seda. o chiffon. Porém alguns modelos bem elaborados eram confeccionados em cetim e deste mesmo material se produzia sapatos para atrizes de teatro. brocados suntuosos. Mas pode-se observar que muitos métodos antigos foram aperfeiçoados através da tecnologia e da industrialização. a descoberta de novas fibras e até mesmo os tipos de acabamentos dados aos tecidos já existentes. como a musselina sendo que as rendas eram utilizadas nas blusas golas e peitilhos. 1999) 30 . o veludo era comercializado na confecção de chapéus. mas mantiveram a idéia principal dos nossos ancestrais. Durante o dia usavam-se tecidos como o linho. a mousseline de soie (musselina de seda) e também o tule.2 TECIDOS PREDOMINANTES NA TRAJETÓRIA DO SÉCULO XX A busca por novos materiais foi intensa no século XX. Assim como a história mostrou. Devido à rigorosidade da vestimenta feminina nesta época. As roupas esportivas femininas eram pesadas e confeccionadas em tecidos rústicos ou tweeds. surge uma nova versão para da blusa cintada. várias camadas de organdi. tecido consideravelmente pesado para climas tropicais. que não amassavam e usados com cardigãs17. 31 . A princípio (1913) restringiu-se às roupas de baixo passando a ser base de conjuntos práticos. (SEELING. o linho. A estilista Madaleine Vionnet a qual criou o corte em viés revelou seus tecidos prediletos. No pós-guerra. dentre eles estava o crepe da china e cetim. usava-se a flanela no inverno e no verão. como o shantung natural e o tussor. Poiret fabricou mantôs de estilo árabe em lã clara. As bolsas de noite geralmente eram feitas de tecidos bordados antigos16 ou malhas metálicas. fibra sintética de celulose derivada da polpa de madeira passou a ser produzida em 1905. o feltro era usado para fabricação de chapéus e os ternos eram de casimira que significa lã encorpada. as indústrias de tecidos tiveram grande aumento na produção devido a diminuição de produtos exportados vindos dos países europeus e norte-americanos. onde Coco Chanel introduziu na moda o jérsei. tecido de seda leve. Jeanne Lanvin utilizava para seus vestidos de baile. tule e crepe georgette. elástico. em tecidos mais leves como a seda e o crepe. caracterizado por um tecido macio. 1999) − Década de 10: Em 1910. 16 17 Utilizavam coletes e roupas dos séculos passados na fabricação. (SEELING. Nos trajes de banho os tecidos eram encorpados. os tecidos passaram a ser mais fluidos como o cetim mais fino. baseada no Cubismo e logo depois continuou sua pesquisa por tecidos mais maleáveis próprios para a moda esportiva. de preço mais acessível. o pique (fustão) e popeline. para vestidos de noite. de malha. 1999) − Década de 20: Ao iniciar os anos 20.A viscose. geralmente de lã e algodão e para completar da lona eram feitos sapatos de banho. Casacos de lã sem gola de mangas compridas e abotoadas. as revistas de moda mostravam croquis de trajes sedutores que estavam em voga. O couro era utilizado em bolsas grandes de viagem e das peles eram feitas estolas e regalos. Já Jean Patou ficou famoso no campo do sportwear. Com a primeira guerra mundial. Depois da revolução de Paul Poiret em 1907. Durante a guerra no Brasil. Para roupas de esportes e viagens. Na indumentária masculina. houve a escassez de matéria prima e suprimentos. lançando uma coleção de malhas totalmente original. No Brasil. eram feitos de seda com brocados. cujos tecidos eram o tule e musselina de seda com características transparentes e para o dia. (SENAC. continuam os tecidos grossos. No final da década. os vestidos encurtaram e aumentou a produção de meias de seda. o 32 . (KAULING. ou fio de escócia. Os casacos de pele. Os tecidos continuavam naturais. de lontras e raposas eram muito estimados na época. cetins e veludos. As luvasesporte eram de suede. com gravata do mesmo tecido da saia. um tipo de couro fino. veludo. Na mesma época. vestidos práticos e elegantes de malha. 2004) − Década de 30: O culto às formas femininas voltaram e os vestidos de noite passam a ser requintados e confeccionados de cetim. o smoking com lapelas cobertas de seda e foulard. os vestidos de tarde eram feitos de crepe da china ou chiffon e os de noite. lamés. mas a invenção do rayon. talvez por motivos de economia. lingerie de seda pura. as luvas eram de cetim preto. para a noite eram feitas de seda ou jérsei. algumas transformações ocorreram e os maiôs passaram a ser de malha de lã.Os mantôs de gala eram confeccionados em tecidos como o veludo de seda e o lamé. lamé. a roupa de trabalho feminina compunha-se de uma saia de cor sóbria e blusa de jérsei. assim conseguiram rapidamente recuperar o mercado. Madeleine Vionnet desenvolveu modelos de crepe e musselina de seda. musselina. Já para ocasiões especiais. os vestidos de dia eram feitos de jérsei de seda e de lã. sendo que as mais informais eram de camurça com punho de cambraia ou de pelica. tafetá. de astracã. Chanel criou uma linha “simples” para noite. Nas roupas íntimas. a mulher vestia combinações de crepe ou jérsei. de castor. Os sapatos deveriam ser forrados com o mesmo tecido do vestido. echarpe de seda. Nesta década. chapéu de feltro e luvas de pelica. seda artificial à base de celulose criou novas perspectivas ara a moda da época. Nos trajes de banho. As luvas eram de estilos variados. conjuntos de sutiã e anágua de cambraia e linho. muitas rendas. em compensação os fabricantes de tecido sentiram-se prejudicados e propuseram uma solução de que as saias seriam curtas na frente e compridas atrás e caldas laterais. laise) e alguns em lã. Em Nova York. 2003). freqüentemente de malha e sarja. Em 1935. mas também existiam os feitos de algodão (organdi. Já em 1929. Os homens assam a utilizar os ternos feitos com tecido de Gales. As primeiras meias finas de nylon foram lançadas na década de 40. Os fios sintéticos passaram a ser utilizado na fabricação de tecidos. eram gastos de seis a nove metros de tecido. SENAC (2003. Assim como as roupas que passaram a ser feita com tecidos de cortina. termo genérico para uma fibra sintética. 2004) Surge o nylon. por exemplo: a lã que era usada para confeccionar uniforme e cobertores. 2003). os bolsos deveriam ser falsos e a modelagem ajustou-se. a câmera de comércio britânica considerou essa moda frívola”. Em 1941. pelas aplicações das quais se utilizavam. usada para substituir a lã. da seda eram produzidos os pára-quedas e na impressão de mapas com maior resistência. só foi produzida em 33 . o couro era utilizado nas botas do qual cada homem usava um par por mês. os tecidos ficaram mais leves. surge uma criação pós-guerra que revolucionou os padrões ridos da guerra. A nova fase dos sintéticos teve início em 1938. o New Look. (KAULING. lastex e algodão e finalizando a década. onde o racionamento de tecidos durou até março de 1949. O primeiro biquíni foi lançado nesta década feito de algodão com estampas que pareciam ser recortes de jornais.vestido de verão feito de voile de seda ou algodão entrou na moda acompanhado por boinas de pelúcia. inteiriços e colados ao corpo. Não eram permitidas pregas. aconteceu a lei de racionamento de tecidos na Europa. muitos tecidos desapareceram. com o lançamento do nylon. Jacques Heim também atribuiu o maior uso do algodão nas roupas de banho. 2004) Em 1947.147) afirma: “Em Londres. bem como o lançamento do maiô drapeado. Nos Estados Unidos também houve racionamento de tecidos. fibra sintética muito resistente de secagem rápida e resistente ao calor. Para um vestido médio. As bainhas das saias chegavam a ter oito metros de circunferência. − Década de 40: Durante a Segunda Guerra Mundial. As bolsas de couro eram raras. onde a metragem e qualidade seguiam regras rígidas bem como a largura e o comprimento das saias. Os maiôs eram feitos de Jersey de lã. (KAULING. Lançada em 1947. roupões de banho e capas masculinas. p. e passaram a ser produzida em tecidos simples e de tapeçaria. com fibras de propriedades secantes tornaram o maiô dos anos 30 semelhante ao que conhecemos hoje. (SENAC. Poucos anos depois surgiu a fibra sintética acrílica. No final da década os vestidos passaram a ser confeccionados em seda estampada artificial ou verdadeira. conseguia-se grande variedade de texturas e cores. a faille e o cetim. Os vestidos de passeio eram em faille marinho ou vestido em musselina de seda pura. As roupas de coquetel tinham como acompanhamento os turbantes de tafetá e cetim. gorgurão. o poliéster foi usado com sucesso na fabricação de todos os tipos de roupa por ter como características o fato de não amarrotar. O veludo era utilizado nos chapéus. o organdi. As mulheres mais elegantes utilizavam durante o dia. Segundo Moutinho (2000 apud SENAC 2003). os vestidos de flanela xadrez se destacavam. o filó de náilon. Eis os tecidos mais utilizados na confecção de roupas femininas: o tweed. muito utilizado era composto de saia bem rodada em lã sarjada e casaco e poderia ser de tweed. Madame Grès conquistou a fama com seus vestidos drapeados em jérsei. Na moda meia estação.escala comercial na década de 50 quando. com pequeno casaco liso em tecido sintético. p. surgiu no mercado a fibra de poliéster. Na indumentária masculina. o fustão. − Década de 50: Em 1952. o shantung. shantung. nos ombros usava-se xales de organza. seda e lã. 34 . o luxo imperava nesta década principalmente nas peles. o diferencial estava no conjunto de calça comprida listrada ou xadrez.173-174) Na moda esportiva. bermuda em algodão e blusas com punhos grandes. casaquinho de cashemere e saias de lã espinha de peixe. estampada e plissada. Com os fios sintéticos já fabricados no Brasil. botões forrados. xadrez escocês ou pied de poule. o cetim. cashmeres e mohairs18 O tailleur. sendo o casaquinho de cardigã e blusa simples de crepe e saia. 18 Lã felpuda de pêlo de cabra. não deformar e secar rapidamente. o tafetá e a renda. Para ocasião de gala. Continuando os trajes esportivos. saia comprida em shantung. (SENAC 2003. as luvas eram de pelica ou de cetim e os sapatos eram recapados com tecidos rebordados. No inverno. 2003). Inicialmente foi utilizada na fabricação de tecidos para decoração. No lançamento da linha H. vários modelos de gravatas eram produzidos em seda pura (SENAC. A sarja de algodão era utilizada em saídas de praias como shorts e túnicas. vestidos de seda e lã e os vestidos de noite eram de tafetá. era comum o uso de conjuntos de suéter. Estolas de tecido e peles eram usadas como agasalho. Dior criou uma moda com três peças essenciais. os casacos eram brancos de cambraia. o drap. o gorgorão. a alpaca. tecido de textura crespa. Criou também. lançou roupas elegantes como japonas de lã azul marinho. Mary Quant foi uma das estilistas mais reconhecidas da época. blusinha de algodão e sapatilhas de balé. da Clark. Camisa Lacoste de malha virou referência. o jeans foi decretado como a roupa oficial. criou meias coloridas e blusas caneladas.169) − Década de 60: Nesta década. o estilista pioneiro que criou o chemisier de crepom. vai ao cinema e se veste esportivamente: calças compridas de helanca. Os maiôs eram escuros e feitos de helanca. Sua coleção de roupas de PVC. Na mesma onda de rebeldia. bordados e o algodão para calças boca de sino e camisas. SENAC (2003 p. Os tecidos mais utilizados foram o jeans com aplicações. Nas festinhas de sábado à noite. alguns listrados e estampados com enchimentos de espuma no busto.. Para as jovens. Yves Saint Laurent. era impossível distinguir a classe social dos participantes: todos os jovens se vestiam da mesma maneira”. As roupas são confeccionadas com tecidos que não amassam como o tergal e o nycron. ela usa um vestidinho de tafetá marinho com poá branco e bem decotados. blusas justas de malha (jérsei bem fino) minissaia de gabardina. A britânica Laura Ashley criou vestidos românticos de algodão fino em estampas florais e rendas.Os jovens na década de 50 vestiam cardigãs de cashemira e lambswool. conhecida como wet (molhada). “Quando houve os movimentos estudantis de protesto. a inglesa Zandra Rhodes seguia a mesma linha. 35 . (KAULING. com criações feitas de chiffon estampado e anáguas rendadas (estilo vovó) e os tecidos poderiam ser aplicados tanto para roupas como para estofamentos. tornou popular a minissaia. 2003 p. inspirado nas camisas para homem. 2004) À tarde. faz compra nos magazines. foi um sucesso estrondoso de vendas. os jovens passam a usar jaquetas de couro e camisetas T-shirts de malha. seda e cetim. em 1968. tipo de lã para malhas produzida na Inglaterra. As saias eram feitas de feltro e usadas com anáguas (geralmente de tarlatana – um tipo de tecido transparente) e para mostrar rebeldia usavam o jeans com a bainha enrolada. 192-193). (SENAC.. batas de jérsei. ao som de Waldir Calmon e Ray Conniff.dedicou-se a criar malhas para a indústria japonesa. espécie de tecido maleável feito de cloreto de polivilina. Jean Cacharel. suéteres shetland19. do poliéster. O puro linho Braspérola ganha fama e desejo de consumo e aparece com novas tramas. textura ligeiramente rústica. 19 Feitos de lã de cores vivas. blusas listradas de seda e roupas de veludo. O crepom. as malhas e moletons. SENAC (2003) − Década de 80: Na década de 80. tweed ou gabardina em suas criações. o linho evidenciou-se ao algodão e era preferida a seda jacquard ao crepe da china. nesta década. tecidos de estilo cashemere das roupas indianas. Era comum o uso do chiffon. adotou-se os pijamas de malha e cuecas tipo sungas. 36 . 2004) − Década de 70: Os tecidos rústicos foram grande característica desta década. Alguns estilistas americanos usavam a cambraia. cardines (tecido sintético criado por Cardin). As fibras naturais permanecem com intensidade. Azzedine Alaia apresentou modelos de napa macia. (KAULING. As camisetas tinham aplicações eram de batik (tecido de algodão impresso a mão). algodão. como o linho. cujos eram mais leves e confortáveis. Kenzo. jérsei e seda e malha de lã. rayon. confeccionou roupas de veludo estampado em estilo japonês e modelos de malha considerados clássicos do prêt-à-porter. No final dos anos 70 e início dos anos 80 era normal no ocidente o homem trabalhar com calças de veludo colete ou denim (tecido de jeans). o puro algodão. a lã de cashemere substitui a lã comum. Para os homens. os materiais utilizados eram a malha de algodão misturada com fio sintético e Jérsei. SENAC (2003) Era a década dos tecidos colantes. Alice Tapajós destaca-se com suas criações no linho braspérola. ganhavam força. (COSTA. lurex. além da helanca. levando à popularidade os tecidos tricotados. Na roupa íntima masculina. a lã e a seda pura. também chamado de anarruga era o tecido básico. Gianni Versace usava em suas coleções materiais como a camurça e o couro e também malhas adornadas com couro.Iniciou-se a fabricação de tricô duplo com fios de poliéster texturizados. batiks e camisetas em malha de algodão e atoalhadas e blusinhas de malha sanfonada. Calvin Klein atingiu a fama por criar casacos (estilo camisa) de crepe da china. era normal o uso do veludo cotelê ou denim (tecido de jeans) nas calças de trabalho e jaquetas de couro. Na moda esportiva. 2001) Na moda praia. rosa. as microfibra. pioneiros em estudos e experimentos de fibras sintéticas. Mesmo a tecnologia estando a favor do aperfeiçoamento das fibras sintéticas. Tecidos mais ricos valorizaram-se novamente para a noite. desenvolveu blusas de linho. criaram roupas mais justas de cotton. buscando a substituição destes materiais por produtos sintéticos. os anos 80 foram marcados por períodos de não aceitação dos tecidos sintéticos. O algodão mistura-se à lycra. leveza. Praticamente um século após o aparecimento da primeira fibra sintética. tactel e neoprene. Além disso. praticidade. verde. manchado. Jeans e lycra eram compostos no mesmo look. inspirou-se nos pioneiros do Oeste americano. No final dos anos 80. em vermelho. A grande revolução da moda nos anos 90 deve-se à produção em massa de fibras sintéticas e semi-sintéticas. avanços técnicos significativos mudaram as propriedades estéticas e práticas dessas fibras. afirma Moutinho (2000 apud SENAC 2003 p. camisas xadrez. Já as calças legging e jogging de moletom e roupas de lycra se tornaram cada vez mais populares. 287). Resistentes. são politicamente corretas. “As inovações tecnológicas facilitaram a produção em massa de boa qualidade e preços acessíveis”. Usou-se o délavé. houve campanhas de preservação ecológica e proteção aos animais e o combate ao uso de pele e couro de animais. p. Ralph Lauren.As roupas esportivas eram de moletom. − Década de 90: Esta década deu início a uma nova fase para a indústria têxtil: a era high tech. e durante o dia a preferência era para as malhas. conjuntos com casacos em malha. Nos estados Unidos. Outro produto que se destacou foram blusinhas e calças de liganete bem como o jeans colorido. que viraram referência para todos. jérsei. (SENAC 2003. Os tecidos feitos de microfibra tornaram-se importantes devido a maciez. a população mundial descobriu inúmeras desvantagens dos tecidos produzidos dessa forma. lycra e stretch e novas fibras sintéticas. 300) Cuecas samba canção estampadas de seda voltam a moda com força total. lycra. Neste período. homens usavam tênis e jeans. No meio artístico. linho e crepes. escovado e aveludado. náilon. versáteis e baratas elas têm ainda outra vantagem. A primeira vez a ser utilizada a 37 . variedades de cor e por não amassar. p. No final da década.microfibra foi no final dos anos 80 por Calvin Klein. 38 . O Trevina Multisoft (provindo do poliéster) é aplicado em tecidos nobres como o crepe georgette e musselina. O jeans continua no seu ápice. SENAC (2003) Na indumentária masculina os ternos passam a ser de linho e algodão. fácil reprodução de cores e solidez de corantes sem mencionar o preço completamente acessível. Outra grande invenção foi o Supplex (microfibra de náilon juntamente com a lycra) utilizado na confecção de malhas para ginástica. o algodão e a helanca dão lugar a tecidos elaborados com tecnologia. ganhando cada vez mais mercado e substituindo tecidos mais antigos até mesmo em ocasiões especiais ou formais. Esta fibra destacou-se por ser facilmente lavável. em uma espécie de parka e em seqüência estilistas começaram a trabalhar com novas fibras. meias finas. Mas podemos observar a predominância dos tecidos novos que viraram modinha. feita com popeline. o Meryl (microfibra de náilon) geralmente usado na produção de lingerie. que se compõe de microfibra com gabardine e o multicotton tela. pelo caimento. modernizando e diferenciando as coleções. outras fibras que ganharam novos tratamentos e misturados com outras fibras foram o linho e o tecido. Já Donna Karan desenvolveu capas de chuva coloridas compostas de 55% de microfibra e 45% de seda. é alvo da moda a viscolycra. os tecidos inteligentes. Na moda praia. com aspecto e toque de algodão. Atualmente. que respiram. Como cita Moutinho (2000 apud SENAC 2003. transportam a umidade e protegem contra os raios ultravioletas. Outra grande novidade deste século é a nanotecnologia. sem necessidade de passar. durável. leggings e bodies. As camisas esporte de tecidos eram produzidas principalmente em xadrez. os fios sintéticos produzidos na década de 90 são mais finos que a seda. Outros fios aparecem e além de importados passam a ser produzido no Brasil como o multicotton sarja. uma malha de textura agradável e toque macio e confortável. como por exemplo. o jeans stretch eram bem ajustados e ganharam mercado consideravelmente. muito utilizados pelos estilistas. Norma Kamali criou roupas misturando microfibra e lycra resultando em roupas com grande elasticidade.300) “A microfibra nasce de um novo tratamento dado a poliamida e ao poliéster e é 60 vezes mais fina que um fio de cabelo”. 2004) − Século XXI: Ainda é recente para falarmos do ano 2000 como referência. (KAULING. Sendo que. Os tecidos predominantes em cada período da história como já dito anteriormente tem relação com a cultura e costumes de cada civilização. Porém o mercado aderiu as duas diretrizes. 39 . Talvez não se esperava uma sensibilização tão grande em relação ao meio ambiente no século XXI. Além dos tecidos nanotecnológicos que vem ganhando espaço a cada dia no mercado da inovação têxtil. sendo que atualmente é pouco usado. o cânhamo que dividem espaço com as fibras químicas e tecnológicos. o linho. O mais interessante é poder concluir que as fibras naturais se mantêm até hoje. mas tudo mudou com as estatísticas do aquecimento global. Imaginava-se para o século XXI somente tecidos tecnológicos com aspecto cibernético. como o algodão. o linho tão utilizado pelos povos da idade antiga. como por exemplo. o ecologicamente correto e a tecnologia. e que voltou na década de 80. Pode-se observar que cada tecido teve seu momento. são divididos da seguinte forma: − Tecidos planos: São resultantes do entrelaçamento de dois conjuntos de fios que se cruzam em ângulo reto. os tecidos se classificam primeiramente como: − Naturais: Os tecidos naturais. como em vários assuntos acadêmico possuem tipologia e classificação devido ao fato destes serem muitos e muito diversificados e para entender como funcionam tais ramificações é necessário saber onde se inserem cada um deles. cânhamo. podem ter três origens. Os fios dispostos no sentido horizontal são chamados de fios de "trama" e os fios dispostos no sentido vertical de fios de "teia". por não absorverem umidade. (ERHARDT. Os tecidos artificiais devem ser usados com muita precaução para evitar conseqüências negativas. polivinílicos. amarrotam facilmente bem como liberam facilmente a sujeira durante a lavagem. tais como acetatos e viscose. 1975) − Sintéticos: Os tecidos sintéticos possuem a grande vantagem de não depender da oscilação das colheitas (como as fibras naturais). e a origem vegetal (algodão. 40 . por isso são muito apreciados na tapeçaria e complementos decorativos. Assim. o volume da produção pode ser aumentado quando necessário e o preços dos artigos podem ser mantidos de forma sustentável. os tecidos também têm sua tipologia de acordo com a trama. porém são sensíveis a chamas e não resistentes ao fogo. não absorvem a umidade do corpo. não têm elasticidade natural. e incluem tecidos como o náilon. Imitam perfeitamente a seda e o cetim. Costumam ser tecidos fortes e não rugosos.4 TECIDOS: CLASSIFICAÇÃO E TIPOLOGIA Os tecidos. Este tipo de tecido oferece a vantagem de não enrugar e são laváveis. linho e sisal). a origem animal (lã e seda). e fibras proteínicas. − Artificiais: Os tecidos artificiais são provenientes das fibras celulósicas. considerados básicos e clássicos. a origem mineral (amianto). qual sua devida função bem como sua aplicabilidade. poliéster) não mantêm a temperatura do corpo. procedentes de matérias como o milho e óleos vegetais. Divide-se em subclasses: a) Simples – tecidos formados por um conjunto de fios de urdume e um conjunto de fios de trama. segundo Erhardt (1975). afinal é importante que profissionais na área da moda e do vestuário conheçam muito bem os substratos têxteis. e. juta. Além da classificação. Estes tecidos (poliacrílicos. − Mistos: São tecidos de malha por urdume ou trama com inserção (lay-in) periódica de um fio de trama. São aqueles obtidos por processos dos quais resulta uma estrutura mista de tecido plano. objetivando dar melhor estabilidade dimensional ao tecido. − Tramados: São produzidos em máquinas de malharia por urdume. chamadas tramadeiras. colocados lado a lado. e também com outros fios de urdimento. e são muito similares ao tecido plano. b) Malimo: estes tecidos levam o nome da máquina onde são produzidos. que apresentam grandes desenhos obtidos pela diferença de ligamentos usados e/ou pelo uso de fios coloridos.b) Compostos – mais de um conjunto de fios de urdume e um ou mais conjuntos de trama. Divide-se em: a) Por trama – são tecidos de malha obtidos a partir do entrelaçamento de um único fio. sem entrelaçamento. Tecidos jacquard: São tecidos simples ou compostos. malha e não-tecido Podem ser: a) Laminados: são estruturas obtidas pela colagem de dois tecidos diferentes ou pela simples aplicação de um impermeabilizante químico a um tecido qualquer. − Não-tecido (Non-woven): São tecidos obtidos através do entrelaçamento de camadas de fibras que se prendem umas nas outras por meios físicos e/ou químicos. formada pela interpenetração de laçadas ou malhas que se apoiam lateral e verticalmente. b) Por urdume – são tecidos de malha obtidos a partir de um ou mais conjuntos de fios. inteiras ou cortadas. Malha: É uma superfície têxtil. cuja superfície apresenta felpas salientes. É também conhecido como malha laid-in. à semelhança dos fios de urdume da tecelagem plana. provenientes de um ou mais fios. 41 . podendo resultar num tecido aberto ou circular. com a diferença que os fios de urdume são substituídos por colunas de malha. − − − − Tecidos felpudos: São tecidos compostos. − Tecidos especiais: são resultantes de soluções de polímeros de fibras aplicadas aos tecidos. formando uma manta contínua. de camada de urdimento sobre a camada de trama e cuja amarração é obtida por uma cadeia de pontos de malha. Leno ou giro-inglês: São tecidos em geral muito porosos e cujos fios de urdimento se entrelaçam com as tramas. Com este tecido ganha-se em produção. É uma estrutura obtida pela sobreposição. pois a velocidade da tramadeira é muito superior ao do tear plano. a indústria têxtil está consolidada e. alvejados. “Cabe à universidade brasileira promover uma metodologia de análise dos têxteis. Quanto à coloração.− Filmes: Não são estruturas têxteis. evidenciando a pesquisa para o reconhecimento do que já produzimos. Hoje. listrados e estampados. p. o mais importante.” CASTILHO (2006) 42 . os tecidos podem ser crus. mesclados. tintos. Existe a classificação dos tecidos quanto à aplicação têxtil segundo COSTA (2001. fins de vestuário e para fins agroindustriais. os tecidos podem ser utilizados para fins domésticos. 19). nos últimos anos começou a surgir um número significativo de instituições de ensino que oferecem cursos superiores para a formação de profissionais da moda. sua conservação e possibilidades futuras. buscando a sistematização do conhecimento com rigor acadêmico. no Brasil. mais freqüentemente de náilon. aproximando-se mais da textura do papel. São produzidos a partir de soluções de fibras têxteis. Podem aparecer isolados ou laminados com outro tecido. 43 . Tecido Plano: é formado por um ângulo de 90 graus. museu de tecido. Sendo assim. Confira no apêndice 03. ou estão implantando a teciteca. filó. Existe a malha por trama e a malha por urdume. consolidado por processo mecânico (fricção) ou químico (adesão). flexível e porosa. constituída do véu ou manta de fibras. COSTA. são inúmeras as vantagens de realizar um projeto como este e as etapas da implantação serão relatadas neste capítulo. contendo fios de urdume (vertical) e trama (horizontal). as bandeiras do acervo da Teciteca do SENAI Rio do Sul. Ex: lycra. Porém é necessário explicar o significado de cada um desses tipos de formação de tecido. bem como a modateca.5 IMPLANTAÇÃO DA TECITECA NO SENAI RIO DO SUL De acordo com as pesquisas. fios ou filamentos orientados direcionalmente ou ao acaso. Por esta razão. sendo: Formação Tecido Não Tecido Tecidos de Malha Tecido Plano Tecido de Transformação Tecido Especial Tecido de Laçada TOTAL Quantidade de bandeiras 01 09 36 13 02 04 80 Tabela 01: relação das bandeiras têxteis na Teciteca SENAI Rio do Sul Todas essas bandeiras estão registradas e possuem as informações técnicas na etiqueta técnica e no CD de informações complementares. 2001 define: • Tecido Não Tecido: é uma estrutura plana. que é mais difícil de desmanchar. avioteca dentre outros acervos que auxiliam os alunos a identificar a matéria-prima e recursos para as criações realizadas. tornando os trabalhos desenvolvidos pelos alunos mais condizentes com a realidade principalmente das empresas. • • Tecido de Malha: é formado por laçadas. muitas instituições já possuem. A teciteca de Rio do Sul conta hoje com um acervo de 84 bandeiras têxteis. as tecitecas têm uma função muito importante na formação dos novos profissionais de moda e vestuário. Essas iniciativas conciliam a prática em relação à teoria. tule. atua como instrumento de comunicação. por se reaproveitar mesas. torna-se mais barato. primeiramente. como por exemplo. algumas tecitecas são instaladas em salas e ambientes próprios que muitas vezes funcionam como laboratório ou sala de aula sendo assim um espaço independente. e o cadastramento das bandeiras é feito através de programas comuns. 5. na sua tarefa de atender às necessidades de seus diversos públicos. assim como de conscientizar e maximizar a efetiva participação do povo em sua comunidade. 97) No processo de desenvolvimento social. seria mais acessível.1 O LOCAL MAIS ADEQUADO PARA MONTAR A TECITECA Para se tornar possível a implantação de uma teciteca no SENAI de Rio do Sul. dinamizando a relação entre informação e usuário.• • • Tecido de transformação: São tecidos criados e desenvolvidos com objetivo de agregar valor ao produto envolvendo criatividade. malha e não tecido). Oliveira. é mais prático. citadas acima. Outras são localizadas na biblioteca do curso e não tem sala própria sendo que os registros das bandeiras têxteis são efetuados no mesmo sistema dos livros (geralmente pergamum). ou ainda recebe soluções de polímeros de fibras aplicadas aos tecidos. pois os registros das bandeiras são feitos diretamente no sistema da biblioteca. Ex: falso couro. a biblioteca. Cabelhe utilizar mecanismos ativos no sentido de transferir essa informação. A primeira opção foi rapidamente descartada. facilitando a consulta online para os alunos. Ainda que a biblioteca é o melhor local para qualquer fonte de pesquisa. Ex: rendas Tecidos Especiais: é formado por estruturas mistas de tecido (plano. como afirma Dias (apud Soares. p. O primeiro passo para a implantação da Teciteca do SENAI de Rio do Sul foi justamente analisar quais das duas opções. Tecido de Laçada: é formado por laçadas completas formando nós. 1985. foi necessário realizar um levantamento de dados e pesquisar como as tecitecas já existentes funcionam no Brasil. laminados (aplicação de um impermeabilizante ou colagem de dois tecidos distintos). Como vimos no capítulo 2. cadeiras e espaço físico. pois todos os alunos da instituição têm acesso. Também ficou evidente que implantar a teciteca na biblioteca é mais acessível. Outro fator agravante seria a necessidade de bolsista ou monitor para atendimento 44 . Microsoft Word ou Excel. mesmo sendo de outros cursos. pois não havia uma sala independente para disponibilizar ao projeto. Como por exemplo. Sabe-se que. Inicialmente esta função deve ser realizada pela coordenadora do projeto. três períodos (manhã. a teciteca se instalar na biblioteca.ao público no horário determinado. Eis uma desvantagem de o projeto situar-se na biblioteca. além da estrutura como mesas. já existirem. foi a 45 . sendo que o processo de registro no pergamum será feito pela bibliotecária e auxiliar de biblioteca. Portanto. Segundo Dias (1998) “A Biblioteca pode ser vista como um sistema de comunicação/informação. Sendo assim. conclui-se que a teciteca do SENAI Rio do Sul está sendo aplicada com o melhor planejamento e no local mais adequado. O horário de atendimento deve ser o mesmo da biblioteca.2 A AQUISIÇÃO DE MATERIAIS E ORÇAMENTO Ao iniciar este projeto foi realizado um orçamento sobre tudo que seria necessário adquirir. que tem como uma de suas finalidades orientar o usuário na utilização dos diversos tipos de documentos como um recurso na busca de informações”. Outra vantagem é que não haverá necessidade de monitores e/ou estagiários. é de fato necessário um profissional especializado e competente na área para a orientação e esclarecimento de dúvidas da parte técnica. Outro aspecto positivo é a disseminação mais abrangente do projeto que ficará permanentemente instalado na biblioteca. tarde noite) inclusive aos sábados de manhã. recentemente mudou a estrutura e organização partindo de uma sala independente para a biblioteca. Desta forma. quando a teciteca fica numa sala independente. inclusive financeiramente falando. o atendimento aos alunos e comunidade é realizado por um bolsista que consegue repassar informações técnicas a respeito das bandeiras de tecido. uma das pioneiras na implantação da teciteca. cadeiras e ar condicionado. Podemos observar alguns pontos positivos desta escolha. 5. ficou consensado que na biblioteca seria o local mais apropriado. tornado assim ainda mais prático e acessível o acesso e a pesquisa. Não foi programada nenhuma verba no orçamento anual da Instituição para a realização do mesmo. Isso representa uma total diminuição de custos e muita restrição nos gastos. Outra alternativa é a construção de um CD com informações técnicas e mais precisas sobre os tecidos disponíveis no acervo da teciteca. o que seria impossível de manter por ser um custo fixo mensal. Porém. ou seja. o horário de funcionamento. Como pode-se observar a UDESC. viabilizando o projeto.melhor opção. Confira no apêndice 01. site (e-mail). Durante a implantação da teciteca do SENAI. Sendo que. professora que orientou a implantação da teciteca da Universidade do Estado de Santa Catarina. afirma Maria Izabel da Costa. Seguidamente. Muitas responderam dizendo que não estão mais fazendo doações. 46 .00 5.00 R$ 475. uma página desta lista como exemplo. Entretanto. Primeiramente.3 A AQUISIÇÃO DAS BANDEIRAS TÊXTEIS As tecitecas existentes hoje sobrevivem e conseguem se atualizar através das doações feitas pelas empresas fornecedoras de tecido. colaboraram com amostras enriquecendo o acervo da Teciteca do SENAI Rio do Sul tornando-se parceiras deste projeto. na Unidade de Rio do Sul.00 R$ 30. foram mandados e-mails para estas empresas. com telefones. os materiais colocados na tabela de orçamento foram adquiridos através do grande incentivo por parte da Direção da Unidade. Canatiba. pedindo a parceria no projeto através de doações das bandeiras têxteis. foi criada uma lista com nomes de empresas fornecedoras de tecidos (tecelagens e malharias). endereço e cidade. Malharia Belinha. formando um banco de dados para um contato futuro. esta foi uma etapa difícil.00 R$ 50. Outra opção é pedir para que os alunos das fases iniciais dos cursos referentes à área colaborem trazendo amostras de qualquer tipo ou classificação. Isso enriquece e diversifica o acervo. As doações são muito importantes na manutenção da teciteca.00 R$ 100. algumas empresas como Santana têxtil.00 R$ 215. Quantidade 01 200 200 01 01 01 Materiais a serem adquiridos Arara expositora como três andares Cabides brancos de lingerie Peças de papelão retangular com a estampa do SENAI Tesoura de Picote Tesoura de Tecido Grampeador Grande TOTAL Tabela 02: Tabela Inicial de Orçamento de Materiais Custo R$ 60.00 R$ 30. 4 A CRIAÇÃO DOS SUPORTES O suporte (que fica na parte superior da amostra têxtil) é um elemento que possibilita a organização do material têxtil nas araras. A segunda opção atendeu satisfatoriamente em relação à função e ao preço cujo custo total foi de R$ 315. pois era esperado iniciar o acervo com as doações das empresas. Outra sugestão é manter o suporte de papelão. formando uma espécie de cabide. é preciso que as empresas se conscientizem da importância em apoiar projetos que auxiliem o conhecimento dos futuros profissionais da área. Tudo deve ser testado e 47 . Reforçamos a importância das parcerias nestes projetos e enfatizamos que as doações feitas pelos fabricantes de tecido são a única forma de continuidade deste trabalho. fazer um orifício bem no centro e inserir um cabide de lingerie. mostrando técnicas de estamparia manual. A base geralmente é feita de papelão com impressão personalizada da logomarca da instituição de ensino. uma das alternativas é através de um corte no próprio suporte de papelão.00 dos suportes de papelão impressos com a logomarca (200 unidades). Cada instituição pode e deve personalizar seus suportes. nenhuma aquisição de amostra foi orçada. A primeira idéia tornou-se inviável devido ao preço elevado e quantidade mínima exigida de mil peças. sendo que. Há várias formas de pendurar o suporte na arara. inicialmente os tecidos que vierem com o suporte da empresa devem permanecer no mesmo. divulgando a marca e seus produtos bem como a exposição de banners e materiais promocionais em eventos promovidos pelo SENAI Rio do Sul. através de um orçamento. foi necessário comprar algumas amostras. mas dos empresários e principalmente da comunidade. a maioria deles realizados na disciplina de tecnologia têxtil e feitos com juta. Neste processo. o que não aconteceu inicialmente. isso dependerá da quantidade de verba disponível a também da criatividade do designer gráfico. Através de uma ordem de compra foram adquiridos todos os materiais necessários. é preciso apoio empresarial em projetos educacionais para aprimorar o conhecimento. Contudo. Além dessas vantagens.Como se pode observar na etapa do orçamento. principalmente nos tecidos de transformação. Em sumo.00 sendo R$ 100. houve também a colaboração de alguns alunos.00 dos cabides brancos de lingerie (200 unidades) e R$ 215. 5. Lembrando também que há vantagens para a empresa que contribui. mesmo que haja verba suficiente para comprar as amostras. não só dos alunos. As duas opções foram analisadas. Além de pintura em seda. que logo podem vir a ser seus próprios funcionários. Figura 01: Modelo de Suporte Padrão aprovado na gráfica Fonte: Arquivo da autora Os cabides brancos para lingerie que foram adquiridos após o teste de aprovação do suporte. foi realizado o protótipo final e assim produzido na quantidade certa. O desenvolvimento da arte foi realizado no Programa Corel Draw 12. 48 . Foi utilizada somente uma cor. visto que. bem simples e discreto. Para finalizar este processo. foi levado em consideração o preço unitário por suporte e a quantidade mínima de produção exigida pela gráfica. finalizando este processo. foram inseridos nos orifícios de papelão e grampeados nos tecidos. as bandeiras de tecido foram grampeadas no suporte. Após a escolha do modelo. O modelo aprovado consta na reprodução da logomarca SENAI/SC Rio do Sul – a indústria do conhecimento repetidas vezes lado a lado com o efeito de marca d’água. Nos suportes de papelão foi criada uma arte gráfica com a logomarca do SENAI Rio do Sul e impressa depois de aprovada. Na teciteca do SENAI Rio do Sul para a escolha do modelo. onde foram criados vários modelos com efeitos diferentes para então selecionar o definitivo. quanto mais cores mais cara se torna a impressão. A cor escolhida para logomarca foi o azul e o fundo branco. por serem estas as cores oficiais da instituição. Confira o resultado na figura abaixo. O resultado ficou excelente contemplando as expectativas iniciais tanto funcionalmente quanto esteticamente.aprovado pelo coordenador do projeto. sendo possível observar a harmonia dos elementos contidos no suporte. A figura abaixo mostra os primeiros suportes finalizados e dispostos numa pequena arara. ficando prontas para exposição. É importante ressaltar que estas informações esclarecem. sendo que este deve ficar registrado no sistema para nível de consulta. Tentou-se manter um nível mínimo de informações como. o registro por ordem de chegada. 49 . resumindo–se somente ao nome comercial e à composição. a composição e siglas. bem como a composição. no varejo. ou não tem a cor ou largura. o nome comercial. se necessário.Figura 02: Suportes finalizados Fonte: Arquivo da autora 5. por exemplo. levando em consideração o fato de que algumas lojas de tecido não informam o fornecedor. muitas bandeiras foram compradas individualmente. o quadro 01 mostra como ficaram as etiquetas técnicas na teciteca do SENAI Rio do Sul e a figura 02 ilustra como ficou o resultado final com as duas etiquetas. e não são todas que possuem as informações técnicas por completo. a formação do tecido. A etiqueta deverá permanecer no suporte para informar ao aluno o tipo de produto e sua classificação. A seguir.5 O CADASTRO DAS BANDEIRAS E AS INFORMAÇÕES TÉCNICAS Como já dito anteriormente. o fornecedor e a largura. por isso a importância de produzir o CD com informações complementares. em partes as dúvidas dos alunos. Ao lado da etiqueta técnica deverá estar a etiqueta de registro no sistema pergamum. O Sistema Pergamum permite acesso à base de dados via browser Internet. trabalha com arquitetura cliente / servidor para acesso e atualização de dados em rede local e remotamente.20 Tabela 03: Exemplo de etiqueta técnica das bandeiras Deve-se observar que esta tabela servirá de apoio para o cadastro no sistema Pergamum.6.1 Como funciona o sistema Pergamum O Pergamum20 é um software que realiza as principais funções na biblioteca e auxilia na gestão dos processos de mais de 700 bibliotecas em todo Brasil. segundo nível.pucpr. entrada e atualização de dados on-line. Figura 03: O suporte com a etiqueta técnica e registro do Pergamum 5.br/sistemas_s/pergamum 50 . e deverá estar anexada no suporte da bandeira. trabalha com formato 20 www. Apresenta compatibilidade com o código biblioteconômico de catalogação AACR2.REG 01 Formação do tecido: Tecido Plano Nome Comercial: Estampado de Algodão Composição: 100% Algodão (CO) Puro Fornecedor: Mascarenha Largura: 2. para todo tipo de documento.6 O REGISTRO DAS BANDEIRAS PELO SISTEMA PERGAMUM 5. A informática foi o elemento principal que possibilitou a existência deste sistema de informação automatizada. multas. pesquisa. o título principal será a classificação.. funcionando de forma integrada desde a aquisição ao empréstimo. aulas práticas. 1998) Desta forma pode-se observar como se torna prático para os alunos o uso deste sistema. agilizando processos técnicos como catalogação. emissão de diversos tipos de relatórios em conformidade com critérios recomendados pelo MEC /CAPES. negociações e suspensões.MARC 21 nos registros bibliográficos internos. outros títulos serão representados pelo nome comercial. processamento técnico etc. entre outros. controle de empréstimo para qualquer tipo de documento. Apresenta. controle de periódicos com Kardex e indexação de artigos. cobrança personalizada com prazos diferenciados por tipos de materiais e usuários. sendo elas. seleção.6. renovações. divulgação. ou seja.2 O cadastro das bandeiras no Sistema Pergamum As bandeiras foram cadastradas na mesma forma de livro. as bandeiras de tecidos poderão ser identificadas na biblioteca online. geração de etiquetas de código de barras para empréstimo dos documentos. reserva e retirada de livros. aquisição. há o mesmo controle de registro que os livros e outros materiais da biblioteca. tecidos não tecidos e tecidos de criação. O cadastro foi realizado da seguinte forma: o autor é representado pelo fornecedor do tecido. tecidos de laçadas. devolução. via formato ISO-2709. (PORTAL MACKENZIE). para exportação e importação e possibilita importação de dados de centros de catalogação cooperativa on-line ou CD-Rom. imagem e som. tecido plano.(PORTAL MACKENZIE) Este sistema foi desenvolvido pela Divisão de Processamento de Dados da Pontifícia Universidade Católica do Paraná e exerce as principais funções de uma Biblioteca. composição. renovação. Exatamente como a renovação. a publicação equivale ao local e ao fornecedor e ano. reserva. atrasos. dentre outros. classificação. As amostras podem sair da biblioteca para apresentação de trabalho. As bandeiras terão um prazo de devolução de uma semana. indexação. tecido de malha. A renovação pode ser feita em qualquer lugar basta ser usuário e ter a senha. 5. 51 . os assuntos serão identificados por palavras técnicas relevantes. devoluções. contabilização de estatísticas de uso. O Pergamum possui sistema de gerenciamento de texto. exposições. largura e quantidade de bandeiras. e exportação de dados para intercâmbio de registros bibliográficos. (DIAS. renovável por mais uma e deverá ser dado baixa assim que devolvidas. ainda. complementando tecnicamente com a descrição física através da cor. empréstimo. A procura pode ser feita selecionando a opção: título e na caixa de texto deve ser escrito: tecido plano. partindo para a pesquisa básica. é possível selecionar a opção: autor e na caixa de texto colocar o nome do fornecedor. que passa a ser cobrado o valor de R$ 1. clicar no link biblioteca seguidamente clicar em biblioteca online. a pesquisa é fácil e acessível a todos. inclusive deverão aparecer as bandeiras da Teciteca do SENAI de Jaraguá do Sul. Ou seja. Não esquecendo que. Este processo só funciona se os interessados freqüentarem a teciteca assiduamente a ponto de saber o nome dos fornecedores ou tenham anotado o nome.br). já descritos anteriormente.sc. Mas para que isso não aconteça tem que selecionar a biblioteca de Rio do Sul. Mesmo quem não é aluno.00 (um real) por cada dia de atraso. as bandeiras ficam mais seguras e sob o controle do sistema. por estarem cadastradas. que não devolvidos no prazo (geralmente uma semana) fica constado no sistema o débito de material. tem acesso a essas informações. Em suma. a cobrança de multas também é válida para estes materiais. Empresários e comunidade podem e devem fazer uso do sistema bem como das bandeiras. Todas as bandeiras são cadastradas desta forma. Para restringir ainda mais a pesquisa. do qual abrirá instantaneamente o sistema Pergamum (Sistema Integrado de Bibliotecas). Figura 04: Site do SENAI e Biblioteca Online – como acessar o acervo Fonte: Site SENAI 52 .senai. Confira abaixo o acesso às bandeiras na biblioteca on-line.Para acessar é só entrar no site do SENAI SC (www. agilidade e atualidade. Poder-se-ia citar que um dos recursos tecnológicos mais importantes para agilizar o processo de uma biblioteca é a informática. surgiram propostas para o uso de equipamentos computacionais e programas desenvolvidos para se desempenhar as funções de uma biblioteca. localizar e viabilizar com maior especificidade e rapidez as informações existentes nos acervos e os serviços prestados pelas bibliotecas. devido a aspectos referentes à qualidade. como também divulgando informações que são importantes para a rotina da sua comunidade de usuários. Levando em consideração a biblioteca como um sistema de comunicação que deve servir de intermediador entre a informação e seus usuários. 53 . não limitando-se a atender os pedidos feito por parte destes usuários.Figura 05: Registro da bandeira na biblioteca online Fonte: Site SENAI Em relação à informatização dos recursos das bibliotecas através do Sistema Pergamum DIAS (1998) afirma que: é desejável que sejam desenvolvidos instrumentos capazes de preparar. Lembrando que este processo é trabalhoso e deve levar tempo.Figura 06: Informações específicas da bandeira no sistema Pergamum Fonte: Site SENAI Para concluir esta etapa. Portanto aos poucos. as bandeiras estão sendo registradas para que tão logo possam ser consultadas e emprestadas. a bibliotecária da Unidade deverá cadastrar todas as bandeiras no sistema. 54 . 5. não houve necessidade de ter uma segunda arara.5. pois a arara foi divida e classificada baseado no tipo de formação do tecido. Porém. Figura 07: Distribuição das bandeiras Fonte: do arquivo da autora A distribuição das bandeiras ficou organizada e coerente de acordo com a classificação.8 A PRODUÇÃO DO CD COM INFORMAÇÕES COMPLEMENTARES O objetivo deste CD é trazer informações complementares para os interessados em consultar o acervo da teciteca bem como esclarecer possíveis dúvidas na consulta. 55 . sendo que muitas vezes o coordenador do projeto pode não estar presente para responder determinadas dúvidas.7 COMO AS BANDEIRAS ESTÃO ORGANIZADAS NA ARARA Conforme as amostras iam sendo adquiridas. Pelo fato do projeto estar no início. era preciso organizá-las e classificá-las adequadamente. Este item foi elaborado para suprir a falta de um bolsista permanente na biblioteca. O número da amostra foi feito por ordem de chegada. Cada bandeira deve conter este número na etiqueta do suporte. a ordem das bandeiras na arara nada tem a ver com o número de registro geral. e como a teciteca ficou disposta na biblioteca com as oitenta bandeiras adquiridas inicialmente. possibilitando a pesquisa teórica. os tecidos. Tecelagem. tipologia. coordenadores de curso. é um processo de renovação constante. Além disso. esta última muito importante quando o assunto da pesquisa são os tecidos. É possível concluir que a teciteca do SENAI de Rio do Sul ficou organizada. 56 . classificação. a cada bandeira que chega é um crescimento para o projeto. tecelagem. Confira no apêndice 03. seja ela livros. Além da divulgação que deverá ser feita nas turmas informando aos alunos do novo projeto bem como incentivar a contribuição e doação de amostras têxteis pelos acadêmicos. simbologia. empresários e comunidade. Comprovando que. 5.9 RESULTADO DO PROJETO O projeto foi considerado implantado no momento em que as bandeiras passaram a ser expostas na arara da biblioteca e devidamente identificadas com a etiqueta técnica bem como registrada no sistema Pergamum. A escolha de desenvolver o projeto através da biblioteca facilitou processos e tornou-se acessível a todos. É evidente que um projeto como a teciteca nunca tem fim. representante do SINFIATEC (Sindicato das Indústrias de Fiação. representantes de discentes e docentes. com boa aparência e localizada em local privilegiado. qualquer nova fonte de pesquisa adquirida é bem vinda. o retorno foi excelente e muito bem aceito. esta reação positiva também foi observada nos participantes das reuniões acima citadas. entre outras informações relevantes. vídeos.O CD deve conter a característica das fibras. novas idéias e novos projetos são sempre bem vindos. Será uma apostila que complementará todo o assunto de forma bem minuciosa. Este foi um passo importante do projeto no nível de informação para os colaboradores. visual e de toque. atingir o planejamento e a meta esperados. As figuras abaixo mostram o resultado final da implantação. Obteve-se a experiência de ouvir alguns alunos após estes terem contato com o novo material. O processo deve ser contínuo para que possa a médio e longo prazo. documentários ou neste caso. ou seja. alunos. por isso a colaboração de todos é tão importante. após a implantação o projeto foi divulgado nas reuniões de CPA e Conselho Superior da Faculdade para o Diretor da Instituição. Confecção e do Vestuário do Alto Vale do Itajaí) e representante da Direção Regional de Santa Catarina. Vale ressaltar que. Figura 08: Teciteca instalada na biblioteca do SENAI Rio do Sul Figura 09: Teciteca instalada na biblioteca do SENAI Rio do Sul 57 . tendências. 58 . Sendo assim. Esta nova tecnologia virou alvo de pesquisa científica no Brasil e no mundo. a implantação das tecitecas têm sido comum em instituições que oferecem cursos nesta área. nas roupas. bem como cursos técnicos de vestuário e estilismo e assessorias na área de confecção. à tração e facilidade para limpar e passar a ferro. no sofá nos tapetes fazendo parte da nossa história. O século XX destacou-se pela velocidade de produção. Representam costumes. na mesa. a parte histórica revela os avanços tecnológicos obtidos neste setor. os empresários e a comunidade em geral. por isso foi realizada uma pesquisa das tecitecas existentes no país e também em Santa Catarina. p. que beneficiam a saúde e protegem de danos causados pelo fogo. Muitas vezes retratam o que foi e o que está por vir. na cama. Os tecidos sempre estiveram em alta. como absorção e secagem rápida de transpiração. Como cita COSTA (2001. cores. que são os tecidos com incorporação de nanotecnologia e propriedades funcionais. mais do que nunca se destaca o estudo de fibras tecnológicas e tecidos biodegradáveis. etc. Desta forma. comprova-se que é de suma importância desenvolver idéias e projetos nesta área. Este processo foi fundamental para o bom andamento do projeto. A indústria têxtil como podemos observar na história evoluiu consideravelmente através dos tempos. muitos casos serviram como exemplo. o propósito deste trabalho foi implantar uma teciteca no SENAI Rio do Sul. visto que. resistências à manchas. O público alvo deste projeto são os alunos.1 Síntese Conclusiva Os tecidos estão presentes em todos os lugares. Muitas faculdades de Moda e Design têm feito do tecido objeto de estudo e pesquisa. Portanto.01) “O tecido é um elemento marcante”. Já o século XXI está revolucionando através dos tecidos nanotecnológicos. conforto. tornando-se fundamental. Principalmente os novos profissionais deste setor devem conhecê-lo mais do que ninguém. bem como o desenvolvimento dos tecidos inteligentes com efeitos especiais. principalmente após a Revolução Industrial através da mecanização dos processos. além do processo de automatização na indústria.6 CONSIDERAÇÕES FINAIS 6. Sendo assim. com o objetivo de enriquecer as fontes de pesquisa para os alunos do curso superior de Tecnologia em Produção do Vestuário. O grande desafio foi iniciar a implantação sem grande conhecimento específico na área. pelos raios ultravioletas. e agora. isso é fato. mesmo que pequena. Sendo assim. É possível investir em projetos como esses com pequena verba. o local de permanência da teciteca na biblioteca. que o fez de forma completa e planejada. o museu da indumentária. a avioteca. os alunos. entre outras opções. Alguns pontos positivos podem ser observados. notícias sobre novos tecidos. A princípio. prejudicando as especificações. 6. Outra forma de abastecer a teciteca com tecidos de criação. que é contínuo e deve sempre ser abastecido com novas amostras. como a modateca. Poucas delas estão colaborando com doações e parcerias. a solução para tal realidade foi comprar algumas amostras iniciais nas lojas de tecido. Foi possível comprovar que qualquer idéia pertinente deve ser incentivada e se possível executada. todos os objetivos do trabalho foram atingidos satisfatoriamente e hoje o SENAI de Rio do Sul pode contar com uma teciteca. já é possível pensar em um projeto de teciteca virtual. em pleno funcionamento. através de doações e recuperação de objetos e pertences. os empresários. é possível também implantar outras fontes de pesquisa como já explicado anteriormente. Após a implantação da teciteca. dentre outros. Além da teciteca. porém há uma perda de informações técnicas quando comprado no varejo. Além do cadastramento das bandeiras no sistema pergamum realizado pela bibliotecária do SENAI Rio do Sul. todos ganham. com participantes da comunidade em geral e estudantes.Outro fator importante deste trabalho foi a falta de incentivo das empresas na etapa de aquisição das bandeiras. que ficou excelente e muito prático. 59 . É preciso maior participação das empresas fornecedoras de tecido para alimentar este projeto. sendo este um site com informações completas sobre o acervo. pois a cada vez que um projeto como este consegue ser implantado. como por exemplo. É da mesma forma necessário. a comunidade e a região também se desenvolve. um coordenador para o projeto.2 Recomendações É importante ressaltar que sempre que se inicia uma teciteca é necessária manutenção e atualização do acervo. é a elaboração de oficinas têxteis e criação de novas bandeiras. artigos acadêmicos que envolvam este assunto. EPU. ed. Maria Izabel. SP. Artigo: Pergamum – Sistema informatizado da biblioteca da PUC/PR Ci. Apostila da disciplina de Tecnologia têxtil para pós-graduação. Apostila da disciplina de Tecnologia têxtil para graduação. Como Elaborar Projetos de Pesquisa. 2008 LAVER. Antonio Carlos. 1975-1976. 2006. Tradução port. 2007 DIAS. 1998 DORFLES. 3. vol. 4. fibras têxteis. 2005. Florianópolis. A Moda da Moda. Rio de Janeiro: SENAC. 86 p. 2004 KUASNE. Maria Izabel. Curso Técnico Têxtil: física e química aplicada. São Paulo. 1984. Florianópolis. ERHARDT.ed. História dos tecidos. Materiais e Processo Têxtil apostila CEFET. 132-139. Theodor. 1. A evolução da indumentária : subsídios para criação de figurino. Graziela. Modapalavra: Reflexões em Moda. James. 108p. Edições 70. Inf. GIL. Teciteca: perspectivas de expansão e reconceituação para cursos de moda. 4. Maria Izabel. São Paulo: Atlas. da moda: uma narrativa. 2004. v. Maria Izabel. 2005. COSTA. Relatório Final Programa Teciteca do Centro de Artes. Gillo. 303p 60 . tecnologia. nov. 23 p.27 n. Desenvolvimento de coleção e elaboração de um book para a marca Planeta Praia. Período: agosto de 2006 a julho de 2007. A Roupa e a Moda. 2001. 1996. História Morumbi.7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BRAGA. João. São Paulo: Anhembi COSTA. Tânia Mara. KAULING. Araranguá. uma história concisa. COSTA.3 Brasília Sept. Ângela. COSTA. 1990. ilust. Florianópolis. Companhia das Letras. NERY. 3v. Florianópolis. Marie Louise.ed. Tecnologia têxtil. p. 2008 ANHEMBI MORUMBI. Rio de Janeiro: SENAC. 2007.br/corantes/cor_historia. Inventando Moda: planejamento de coleção. Disponível em: <http://www2. ano XXI no. Disponível em: <http://www. Universidade de moda. Moda : o século dos estilistas : 1900-1999.anhembi. Disponível em: 61 . Brusque: Ed do autor. Disponível em: Acesso em: 05 mai. Mini Dicionário da Língua Portuguesa.br/publique/cgi/cgilua. A moda no século XX. Disponível em: <http://www.htm> CASTILHO. DIAS. teciteca SENAC SP. Flávio. Disponível em: <http://www. 655p. Design & Moda: como agregar valor e diferenciar sua confecção. Doris.asp> Acesso em: 18 jan.com. Alemanha: Könemann. 2. Disponível em: < http://www.htm?infoid=38822&sid=2083> Acesso em: 06 mai.pucpr.exe/sys/start. 320p.asp?id=9> Acesso em: FAAP. SITES: ABIQUIM.org. Histórico do tecido. Sistema Pergamum. Khatia – Jornal da USP.762. Fundação Armando Álvares Penteado: teciteca. SEELING.califas. 1998. 2003.costuraperfeita. TREPTOW. tecidos.br/jorusp/arquivo/2006/jusp762/pag0809. 2007 CALIFAS.abiquim. 2000.br/qualimalhas.usp.br/secoes/mostrar_noticia_print.estofadosmag.com. 2007 COSTURA PERFEITA.p df> Acesso em: 27 jan 2008 ESTOFADOS MAG. Sérgio.RIGUERAL. São Paulo: Ediouro. São Paulo: IPT.htm> acesso em: 03/05/07 <http://www. Disponível em: <https://wwws. XIMENES. Associação Brasileira da Indústria Química: História dos corantes.php?id=270> Acesso em: 20 out.br/noticia.br/sistemas_s/pergamum/pergamum/php/trabs/UsabilidadePergamum. 2002 SENAC. Chalotte.com. 1999. 2003. OI674898-EI4787.br/anexos_secoes/s1_pergamum.br/~teciteca/demo/mostra_noticia.faap.asp?codigo=212> Acesso em: 15 jan. Pergamum. Instituto de pesquisa econômica aplicada. Disponível em: <http://www.htm> Acesso em: 06 jan. Teciteca do SENAI Jaraguá do Sul tem 650 exemplares e sistema informatizado. 2007 PORTAL MACKENZIE. Disponível em: <http://biblioteca.ipeadata.html> Acesso em: 14 jan.asp?cod=27&id=port TERRA.php?codigo=239> Acesso em: 03 set.mackenzie.pdf> Acesso em: 12 dez. Disponível em: http://www5.santamoda.senai.html> Acesso em: 22 jun. 2007 FEEVALE.br/basesdedados/asp/SaidaCat. 2008 UDESC.00. Ivonei. prossiga. 2005.sc.br/ipeaweb.br/moda/s007/viewAluno06.br/criadores.terra.senai. 2008 PUC PR. 2007 FASM.br/br/home/noticiadetalhe. Disponível em: <http://mulher. Disponível em: <http://aplicweb. 2007 FAZZIONI. Disponível em: <http://www.php> Acesso em: 07 jan.aspx?id=649> Acesso em: 16 set. Disponível em: < pages.com.feevale.com.br/biblioteca/php/opcoes.br/condicoes/infra.com. Disponível em: <http://www. 2007 SENAI. Teciteca.ibict. Disponível em: <www.noticenter.edu.br/faculdades/artes_plasticas_novo/moda/apresentacao.gov. Disponível em: <http://www4.br> Acesso em: 14 ago.com. 2007 IPEA. Disponível em: <http://www.prossiga. Disponível em: <http://www. MULHER E CIA “características dos diferentes tecidos”. 2007 62 . 2008 SANTAMODA. Site. Faculdade Santa Marcelina: Teciteca. site de moda.fasm.br/informacoes_gerais. 2007 PROJETO DE PESQUISA.udesc.dll/ipeadata?180783234> Acesso em 06 mai 2007 NOTICENTER. teciteca.<http://www.br/interna/0..asp> Acesso em: 27 nov.asp> Acesso em: 21 nov. 2004 <http://pt. 2007 WIKIPEDIA. Disponível em: <http://pt.org/wiki/T%C3%AAxtil#Naturais> Acesso em: 15 out.org/wiki/T%C3%AAxtil> Acesso em: 13 dez. Universidade da Amazônia.UNAMA.wikipedia. 2007 63 . Disponível em: <http://www.unama.br/graduacao/cursos/Moda/projpesquisaextensao.wikipedia.html> Acesso em: 04 dez. Enciclopédia Online. udesc.ANEXO 01 – Imagens de tecitecas implantadas no Brasil que serviram como exemplo na montagem da Teciteca do SENAI Rio do Sul Figura 01: Teciteca da UDESC Fonte: pages.udesc.br/~teciteca/demo/mostra_noticia.php?codigo=239 64 .br/~teciteca/demo/mostra_noticia.php?codigo=239 Figura 02: Suportes da Teciteca da UDESC Fonte: pages. br/index.edu.php?page=grad_detalhe&cd_curso=4 65 .anhembi.Figura 03: Teciteca da Universidade Anhembi Morumbi Fonte: ://www2.asp Figura 05: Teciteca da Faculdade Católica do Ceará Fonte: www.htm?infoid=38822&sid=2083 Figura 04: Teciteca da Feevale Fonte: http://aplicweb.br/publique/cgi/cgilua.feevale.catolicaceara.exe /sys/start.br/moda/s007/viewAluno06. CEP 89026-900 CIDADE B lu me na u .br [email protected] Saliba Têxtil (11) 5084-2498 Rua José de Magalhães.br/index.SC Blumenau . Interdistrital Comendador Emílio Romi.coteminas.html São Paulo -SP http://www. 2930 Rua Bingen.canatiba. 215 88351-020 .br http://www.br Belo Horizonte . 350 Sta Bárbara d’Oeste Douat Werner Fábrica de Tecidos S.br www.saliba.SP (24) 2291-9500 [email protected]. Testo Salto CEP 89074-700 Têxtil Renaux Fone: 47 3255-1000 Fax: 47 3255-1001 Rua: Centenário.br [email protected] São Paulo .com.SC ENDEREÇO Rua Progresso.Bingen Joinvile .br http://www.Relação de Empresas Fornecedoras EMPRESA Coteminas S.ind.cedro.A TELEFONE 0800 470202 ( 4 7 ) 3 3 2 4 -1 8 3 3 Karsten (47) 3331-4000 R.br [email protected] Av. 260. postal 15 Brusque .CX. 646 Vila Mariana Cedro Santana Têxtil (31) 3235-5000 (85) 4009.RJ ezequias@douattextil. Bernardo Vasconcelos.br/ atendimento. Presidente Castelo Branco 2015 .Ceará http://www.com.APÊNDICE 01 .horizontetextil. Rui Barbosa.br http://www.br 66 . Johann Karsten.br [email protected]. 1737 .com.com.com.br http://www.br [email protected] Horizonte Têxtil (31) 2221 7000 Av. 638 Cachoeirinha Canatiba (11)6886 3734 Av.BR 116 Km 37 Horizonte .S C SITE/E-MAIL [email protected]. 150 .SC Petrópolis .br http://www.MG http://www.com.com.com. 000 Composição: 100% Poliéster (PES) Fornecedor: Vanilla REG 07 Formação do tecido: Tecido Plano Nome Comercial: Voil Composição: 100% Poliéster (PES) Fibra Sintética Fornecedor: Corttex REG 08 Formação do tecido: Tecido Plano Nome Comercial: High Chiffon Composição: 100% poliéster (PES) Fibra Sintética Fornecedor: Metropanu´s REG 09 Formação do tecido: Tecido Plano Nome Comercial: Cetim Composição: 100% Poliéster (PES) Fibra Sintética Fornecedor: Corttex Largura: 3.00 67 .20 REG 03 Formação do tecido: Tecido Plano Nome Comercial: Rioleen Composição: 67% Poliéster (PES) 33% Algodão (CO) Tecido Misto Fornecedor: Coteminas Largura: 2.20 REG 04 Formação do tecido: Tecido Plano Nome Comercial: Xadrez Composição: 100% Poliéster (PES) Fornecedor: Antoniolli REG 05 Formação do tecido: Tecido Plano Nome Comercial: Cedrotop Composição: 100% Algodão (CO) Puro Fornecedor: Cedro Cachoeira Largura:1.20 REG 02 Formação do tecido: Tecido Plano Nome Comercial: Floral Composição: 50% Poliéster (PES) 50% Algodão (CO) Tecido Misto Fornecedor: Raner Largura: 2.APÊNDICE 02 – Tecidos Registrados REG 01 Formação do tecido: Tecido Plano Nome Comercial: Estampado de Algodão Composição: 100% Algodão (CO) Puro Fornecedor: Mascarenha Largura: 2.40 REG 06 Formação do tecido: Tecido Plano Nome Comercial: Forro 3. água e sal grosso Estamparia Manual Técnica utilizada: Aquarela com água Materiais: aquarela silk e água Estamparia Manual Técnica utilizada: Tye Die Falso com amarrações e sal Materiais: aquarela Silk.40 REG 11 Formação do tecido: Tecido Plano Nome Comercial: Crepe Anarruga Composição: 60% Poliéster (PES) 40% Viscose (CV) Fornecedor: Aviatec Largura: 1.40 REG 12 Formação do tecido: Tecido de Laçada Nome Comercial: Volta ao Mundo Composição: 100% Poliamida (PA) Fornecedor: Branyl REG 13 REG 14 REG 15 Formação do tecido: Tecido de Criação Formação do tecido: Tecido de Criação Formação do tecido: Tecido de Criação Estamparia Manual Técnica utilizada: Tye Die falso com objeto e sal Estamparia Manual Técnica utilizada: Aquarela com Maizena Estamparia Manual Técnica utilizada: Aquarela com sal grosso Materiais:aquarela silk e sal grosso Materiais: aquarela silk. sal grosso.REG 10 Formação do tecido: Tecido Plano Nome Comercial: Sarja Plus Composição: 100% Algodão (CO) Pura Fornecedor: São Joanense Largura: 1. Materiais: Aquarela silk e maizena objetos e barbante REG 16 REG 17 REG 18 Formação do tecido: Tecido de Criação Formação do tecido: Tecido de Criação Formação do tecido: Tecido de Criação Estamparia Manual Técnica utilizada: Listras com sal grosso Materiais: Aquarela Silk. barbante e sal 68 . REG 19 Formação do tecido: Tecido de Malha Nome Comercial: Helanca com Brilho Composição: 100% Poliéster (PES) Fibra sintética Fornecedor: Malharia Belinha REG 20 Formação do tecido: Tecido de Malha Nome Comercial: Helanca Extra Light Composição: 100% Poliéster (PES) Fibra sintética Fornecedor: Malharia Belinha REG 21 Formação do tecido: Tecido de Malha Nome Comercial: Malha PV Composição: 67% Poliéster 33% Viscose Fornecedor: Malharia Belinha REG 22 Formação do tecido: Tecido de Malha Nome Comercial: Malha Composição: 100 % Algodão (CO) Puro Fornecedor: Malharia Belinha REG 23 REG 24 Formação do tecido: Tecido de Criação Formação do tecido: Tecido de Criação Nome Comercial: juta Técnica: Trama modificada Fornecedor: Aluno SENAI Rio do Sul Nome Comercial: juta Técnica: Trama com nós Fornecedor: Aluno SENAI Rio do Sul REG 25 Formação do tecido: Tecido de Malha Nome Comercial: Helanca Plissada Composição: 100% Poliéster (PES) Fibra sintética Fornecedor: Malharia Belinha REG 26 Formação do tecido: Tecido Plano Nome Comercial: Camisaria PA Composição: 53% algodão (CO) 47% Poliéster (PES) Fibra sintética Fornecedor: Têxtil Leitão Ltda REG 27 Formação do tecido: Tecido Plano Nome Comercial: Listrado Composição: 100% Poliéster (PES) Fibra sintética Fornecedor: Hudtelfa Textile technology Ldta 69 . 45 REG 30 Formação do tecido: Tecido de Malha Nome Comercial: Lyocell Composição: 100% Lyocell (CLY) Fibra artificial Fornecedor: Rio Malhas Fibra Sintética Fornecedor: Rio Malhas Largura: 1.45 REG 31 Formação do tecido: Tecido de Malha Nome Comercial: Cotton Listrado Composição: 92% Algodão (CO) 8% Elastano (PUE) Fibra Mista Fornecedor: Rio Malhas REG 32 REG 33 Formação do tecido: Tecido de Criação Formação do tecido: Tecido de Criação Nome Comercial: juta Técnica: Trama com fio de lã Fornecedor: Aluno SENAI Rio do Sul Nome Comercial: juta Técnica: Trama com fio de lã e objetos Fornecedor: Aluno SENAI Rio do Sul REG 34 REG 35 REG 36 Formação do tecido: Tecido de Criação Formação do tecido: Tecido de Criação Formação do tecido: Tecido de Criação Nome Comercial: juta Nome Comercial: juta Nome Comercial: juta Técnica: Trama modificada II Fornecedor: Aluno SENAI Rio do Sul Técnica: Trama com fio de linha meada Técnica: Juta cortada vazada (laços) Fornecedor: Aluno SENAI Rio do Sul (corações) Fornecedor: Aluno SENAI Rio do Sul 70 .REG 28 Formação do tecido: Tecido de Malha Nome Comercial: Lycrinha Composição: 92% Poliéster (PES) 8% Elastano (PUE) REG 29 Formação do tecido: Tecido de Malha Nome Comercial: Liganete Composição: 100% Poliamida (PA) Fibra sintética Fornecedor: Rio Malhas Largura: 1. 40 Fornecedor: Santa Fé Largura: 1.40 REG 44 Formação do tecido: Tecido Especial Nome Comercial: Napa Courosoft Composição: Fibra Sintética Fornecedor: Vulcan Largura: 1.40 REG 43 Formação do tecido: Tecido Plano Nome Comercial: Tafetá Estampado Composição: 48% Poliamida (PA) 52% Poliéster (PES) Fibra Sintética Fornecedor: RP Tecidos Largura: 1.40 Obs: As demais amostras já vieram com as respectivas etiquetas técnicas e foram mantidas 71 .REG 37 Formação do tecido: Tecido de Laçada Nome Comercial: Renda renascença Composição: 54% Algodão (CO) 46% Poliamida (PA)Mista Fornecedor: Aviatec REG 38 Formação do tecido: Tecido de Laçada Nome Comercial: Renda 110 Composição: 100% Poliamida (PA) Fibra sintética Fornecedor: Bordado Cury REG 39 Formação do tecido: Tecido de Laçada Nome Comercial: Paetê Composição: 75% Poliéster (PES) 25% Poliamida (PA) Fibra sintética Fornecedor: Silva Santos REG 40 REG 41 REG 42 Formação do tecido: Tecido Plano Nome Comercial: Jacquard tiffani Composição: 55% Poliéster (PES) 42% Algodão (CO) 03% Elastano (PUE) Fibra sintética Fornecedor: Aviatec Formação do tecido: Tecidos Especiais Formação do tecido: Não Tecido Nome Comercial: Feltycril Composição: 25% Acrílico (PAC) 15% Polipropileno (PP) Nome Comercial: TNT Fibra sintética Fornecedor:LG Pegaza 60% Poliéster (PES)Fibra Sintética Largura: 1. APÊNDICE 03 – CD com informações complementares que deve ficar na biblioteca 72 .
Copyright © 2024 DOKUMEN.SITE Inc.