12 Fertilidade Do Solo Cultura Do Milho

March 18, 2018 | Author: Ricardo Tracienski | Category: Maize, Soil, Nitrogen, Soybean, Agriculture


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Tecnologia e Produção: Soja e Milho 2008/200912 Fertilidade do Solo, Adubação e Nutrição da Cultura do Milho Dirceu Luiz Broch1 Sidnei Kuster Ranno2 12.1. Amostragem de solo A amostragem de solo com objetivo de orientar a utilização de corretivos e fertilizantes na cultura do milho segue o procedimento, época de amostragem, freqüência de amostragem, número de amostras e equipamentos utilizados para a cultura da soja. 12.2. Interpretação da análise do solo 12.2.1. Acidez da camada superficial e subsuperficial do solo Para a correção da acidez na camada superficial e subsuperficial podese utilizar as informações contidas no capítulo “Fertilidade do Solo, Adubação e Nutrição da Cultura da Soja”, apresentadas anteriormente. 12.2.2. Adubação nitrogenada O nitrogênio (N) é o nutriente absorvido em maior quantidade pela cultura do milho e o nutriente que mais limita a produtividade desta cultura. É um nutriente facilmente perdido por lixiviação, volatização e desnitrificação no solo e, como conseqüência, a sua eficiência de utilização pelas plantas dificilmente ultrapassa os 60%. O fornecimento deste nutriente para a cultura do milho se dá através da mineralização da matéria orgânica (M.O.), da reciclagem dos resíduos de culturas anteriores e dos fertilizantes nitrogenados minerais ou orgânicos. Dessa forma, é possível reduzir a quantidade de nitrogênio utilizada se for possível contar, pelo menos em parte, com o suprimento natural deste nutriente pelo solo. O suprimento natural apenas será possível com a manutenção do teor de matéria orgânica do solo. Então, é fundamental a adoção de sistemas que possibilitem manter ou até aumentar o teor de matéria orgânica como: rotação de culturas, integração agricultura-pecuária, utilização de plantas de cobertura de solo, etc. Com um manejo adequado do solo é possível contar com contribuições de N mineralizado e utilizado pelas culturas de até 180 kg ha-1 (Sousa & Lobato, 2004). Na Figura 12.1 estão apresentadas algumas opções de culturas de outono-inverno que favorecem a nutrição do milho subseqüente, em função da sua capacidade de exploração do solo e reciclagem de nutrientes. Com a semeadura do milho sobre a palhada destas culturas é possível que se tenha uma economia na adubação nitrogenada, pois as respostas à adubação nitrogenada esperadas são menores, possibilitando uma redução nas doses de N em cobertura. Figura 12.1. Culturas de outono-inverno que favorecem o fornecimento de nitrogênio e demais nutrientes, em função do seu potencial de ciclagem de nutrientes. Maracaju/MS. FUNDAÇÃO MS, 2008. 1 2 Engº Agrº M. Sc. (CREA 80130/D-RS - Visto 8018/MS) Pesquisador da FUNDAÇÃO MS. Engº Agrº M. Sc. (CREA 130898/D - Visto 12.776 /MS) Pesquisador da FUNDAÇÃO MS. 133 Tabela 12. 134 .0 > 2.0 1.5 < 1.1 estão apresentados níveis de matéria orgânica para interpretação dos resultados de análise de solo.O.2.0 < 1. trigo.O. Nas situações em que a semeadura do milho é feita sobre a palhada de milho safrinha. FUNDAÇÃO MS.O. Argila (%) Teor de matéria orgânica (%) Baixo < 0. com teor médio a baixo de M.6 a 2. Na Tabela 12. 2008. OBS: Tabela obtida com base em dados de pesquisa e em função da experiência no acompanhamento de propriedades rurais no MS.6 a 4. 2008 (dados não publicados).5 2.ha-1 de N.). Quanto maiores os teores de matéria orgânica. em função dos níveis de matéria orgânica e da expectativa de produtividade.0 < 2. em função dos níveis de matéria orgânica (M.5% M.) e da expectativa de produtividade.Tecnologia e Produção: Soja e Milho 2008/2009 Figura 12.0 > 2. maior será a capacidade do solo em suprir nitrogênio e menor será a necessidade de investimento neste nutriente.5 < 2.0 > 4. 2008. 2008 (dados não publicados).). com (à esquerda) e sem (à direita) a aplicação de nitrogênio em cobertura no estádio V3 (3 folhas) em solo arenoso (20% argila) com teor médio a baixo de matéria orgânica (1.2 ilustra a resposta do milho a aplicação de nitrogênio em cobertura no estádio V3 em solo arenoso (20% argila). Definição da dose A determinação da quantidade de N a aplicar para o milho é baseada principalmente no teor de matéria orgânica do solo e na expectativa de produtividade.5 > 3. FUNDAÇÃO MS. Tabela 12. OBS: Tabela obtida com base em dados de pesquisa e em função da experiência no acompanhamento de propriedades rurais no MS. dentro da mesma classe de teores de argila. FUNDAÇÃO MS.6 a 1.0 1. em função do teor de argila.2 estão apresentadas as doses de nitrogênio a aplicar na cultura do milho. 2008. Naviraí/MS.O.0 Bom > 1.O.5 Médio 0. em função do teor de argila do solo. Tomada de decisão Na Tabela 12. A Figura 12.. Baixo Médio Bom Expectativa de produtividade (sc. em kg.0 ≤ 15 16 a 30 31 a 45 46 a 60 > 60 Fonte: Broch & Ranno.0 2. Nível de M.1 a 2.2.1 a 3. em Naviraí/MS.1.ha-1) ≤ 80 60 50 40 100 90 80 70 120 120 110 100 140 150 140 130 160 180 170 160 ≥ 180 210 200 190 Fonte: Broch & Ranno. safra 2007/08. Indicação de adubação nitrogenada. Aspecto visual do milho. gramíneas para a cobertura do solo ou em área sob pousio de inverno espera-se alta resposta ao nitrogênio. Interpretação da análise de solo para o teor de matéria orgânica (M. híbrido 2B710. com 4% de M. a fertilidade do solo na camada superficial (0-20cm) e subsuperficial (20-40 cm).32 espaçamento de 20 cm e profundidade de 3-4 cm) + R =1 160 adubação de base com aproximadamente 30 kg..O. e teores adequados de macro e Figura 12. Na Figura 12. ou antes. cujo objetivo foi avaliar a resposta do milho à utilização de doses crescentes de N em 200 cobertura (0. Produtividade (sc. Época e Modo de aplicação Em função do potencial de perdas por lixiviação. Santa Bárbara . 50.ha-1) 2 2 -1 -1 -1 -1 135 . 100 e 150 kg ha-1 de N) em V2-V3 (2 a 3 190 folhas) na forma nitrato de amônio.ha ) argiloso de boa fertilidade. É interessante salientar que o 150 solo da área onde foi conduzido o experimento é um solo 0 50 100 150 N em cobertura (kg. em regiões de maior altitude e com menor risco de estiagem. FUNDAÇÃO MS. Seria interessante que o N em cobertura de Figura 12.3. Moreira/MS. têm proporcionado as mais altas produtividades (Kluthcouski et al. ou solos mal drenados indica-se parcelar a dose de N recomendada da seguinte forma: adubação de base durante a semeadura (até 30 kg ha-1 de N) + adubação de cobertura no estádio V2-V4 (milho com 2-4 folhas). A região (Aral Moreira/MS) apresenta nitrato de amônio. 2008. sob plantio direto bem conduzido. o qual já havia altitude acima de 500 m e não se registrou a ocorrência de recebido 45 kg ha de N antecipadamente + 30 kg ha de N na base. Aspecto visual do milho no estádio V4 (4 folhas verdadeiras).Aral Moreira/MS. A adubação nitrogenada em cobertura deverá ser realizada no máximo até o estádio V4 (4 folhas).ha-1 de N -1 (400 kg ha de 08-20-20). momento todos os talhões com milho estivesse aplicado até o estádio em que o milho define o potencial produtivo e limite para o V4 (4 folhas verdadeiras).4 estão apresentados os dados de um experimento conduzido na safra 2005/2006. trabalhos de pesquisa recentes tem mostrado que doses maiores de nitrogênio na semeadura. A aplicação precoce é importante já que a definição do potencial produtivo da cultura se dá nesta fase e são necessárias condições adequadas de fornecimento de nitrogênio para o estabelecimento de altos potenciais produtivos. o modo de aplicação do fertilizante nitrogenado preferencial é o parcelamento da dose indicada. FUNDAÇÃO MS. que está ilustrado na Figura 12. é possível parcelar a dose de N da seguinte forma: adubação antecipada (até 45 kg ha-1 de N) + adubação de base durante a semeadura (até 30 kg ha-1 de N) + adubação de cobertura em uma aplicação no estádio V2-V4 (milho com 2-4 folhas). 2006). doses de N acima de 150 kg ha-1 apenas se viabilizam com a semeadura de híbridos de alto potencial produtivo em solos férteis. em profundidade de aproximadamente 4 cm. quando se utilizou 180 adubação nitrogenada em pré-plantio (antecipada) de 45 kg ha-1 de N (na forma de uréia plantada com a TD no 170 y = -0. Produtividade do milho na safra 2005/06. Trabalhos de pesquisa da FUNDAÇÃO MS também têm evidenciado os bons resultados da antecipação de parte da dose de N recomendada em solos com baixo potencial de perdas de N por lixiviação e assim.O. em operação distinta da semeadura. entre outros. Maracaju/MS. sem alumínio na camada de 0-40 cm.2174x + 166. solos arenosos e pobres em M.. em V2-V3. é necessário adequar a tecnologia às condições edafoclimáticas disponíveis. fornecido através do micronutrientes. na Faz. A adubação nitrogenada antecipada deverá ser realizada em período próximo à semeadura do milho. em solo argiloso com 4% de M.Tecnologia e Produção: Soja e Milho 2008/2009 Para que tenhamos rentabilidade e não apenas produtividade.3.O. Em solos com baixa fertilidade. de preferência no mesmo dia da semeadura para evitar perdas por lixiviação.4. Normalmente. encerramento da aplicação de nitrogênio em cobertura. onde os potencias de perdas de N por lixiviação ou desnitrificação são menores. Aral restrição hídrica durante a safra. Esta operação pode ser realizada com a semeadora de soja no espaçamento de 45 cm ou com a semeadora de culturas de inverno no espaçamento de 17 a 20 cm.0005x + 0. a altitude da área. o risco de ocorrência de estiagem. 2008. Então. Híbrido Penta. o potencial produtivo do híbrido a ser utilizado. Nas demais condições. é fundamental que a meta de produtividade seja estabelecida considerando fatores como: o histórico da área. em função das doses de N em cobertura (kg ha ). No entanto.1391x + 151. Produtividade (sc.5. com rotação de culturas e manutenção de plantas cobrindo o solo durante o ano todo e da ausência de restrição hídrica durante a safra. no entanto. Aspecto visual do milho na safra 2006/07. as quais ficaram abaixo de R = 0.75 -1 140 135 sc ha ..ha ) em V4 (fornecido principalmente com a semeadura sobre através do nitrato de amônio). FUNDAÇÃO MS.0004x + 0.O.8 kg ha-1 de N.0015x + 0. quando se utilizou diferentes doses de adubação nitrogenada antecipada (0.O não podemos contar com grandes contribuições da M. percebe-se que foi possível atingir altas produtividades (acima de 165 sc ha-1 e acima de 90% do rendimento potencial).O.ha de N na base. da área. os solos geralmente são pobres em M. sendo 45 kg ha-1 de N antecipadamente + 30 kg ha-1 de N na base. atendendo deste modo às necessidades da cultura do milho.0002x + 0. 2008. quando obtivemos produtividades superiores a 180 sc ha-1 também houve uma alta exportação de N. em solo argiloso com 4% de M. altitude e clima definir a dose de N que permita o maior retorno econômico do investimento. Assim. em solo argiloso com 4% de M. 100.ha-1) por N nas fases iniciais.Aral Moreira/MS.71 satisfatórias. coincidindo com a fase reprodutiva do milho. Em áreas com plantio direto mal conduzido. de tal forma que se tenha rentabilidade. 136 .6. 2008. mesmo sem a utilização de N em cobertura. semeado sobre palhada de trigo com nitrogênio em pré-plantio (à esquerda) e sem nitrogênio em préplantio (à direita) no momento em que foi realizada a aplicação de nitrogênio em cobertura (estádio V4).O. assim como R = 0. em função das doses de N em prépotencial produtivo da cultura. FUNDAÇÃO MS.876 pré-plantio. 150 e 200 kg ha-1 de N) em V4 (4 folhas) na forma nitrato de amônio. As doses de N contidas na Tabela 12. superior a 170 kg ha-1 de N.5 estão apresentados os dados de um experimento conduzido na safra 2006/2007.9442 nos tratamentos sem aplicação de N em y(0 Pré) = -0. os gastos com este nutriente serão maiores. em que se define o Figura 12..29 135 R = 0. Híbrido Penta. Além disso. Aral Moreira/MS.6. 120 160 com a utilização de N somente na base (30 60 155 kg ha-1 de N na base via 400 kg ha-1 de 0820-20) não se atingiu produtividades 150 y(120 Pré) = -0. que kg.O. o qual recebeu em torno de 30 kg.ha-1) 2 2 2 2 2 2 -1 -1 Com N Pré Sem N Pré Figura 12. híbrido.3789x + 136. estabelecer metas de produtividade conhecendo-se os riscos. e não apenas produtividade. Neste trabalho verificou-se resposta técnica até as maiores doses de N aplicadas (antecipado + base + cobertura = 225 kg ha-1 N). nesta safra (2006/2007) houve restrição hídrica durante o mês de novembro. 60 e 120 kg ha-1 de N) na forma de uréia plantada com a TD no espaçamento de 20 cm e profundidade de 3-4 cm + adubação de base com aproximadamente 30 kg ha-1 de N (400 kg ha-1 de 08-20-20). exaurir o solo. antecedeu o milho neste trabalho. Santa Bárbara .3155) 145 0 80% do rendimento potencial. demonstrando a alta demanda N em cobertura (kg.Tecnologia e Produção: Soja e Milho 2008/2009 Com base nos resultados obtidos.5 (mesma fazenda. Sabe-se que para cada tonelada de grãos de milho produzida são exportados aproximadamente 15. 50. associado ou não à monocultura da soja no verão. nas condições em que foi conduzido o experimento.. Neste tratamento.2. conseqüentemente. 170 Com base nos resultados 165 obtidos percebe-se que na testemunha. como mostra a 0 50 100 150 200 Figura 12.0732x + 158. Híbrido Penta. Já na Figura 12. sem. o qual recebeu em torno de 30 palhada de gramíneas como o trigo. com a utilização de 75 kg ha-1 de N .O para o fornecimento natural de N e. cujo objetivo foi avaliar a resposta do milho à utilização de doses crescentes de N em cobertura (0. que é resultado do plantio direto bem conduzido. porém glebas distintas).ha-1 de N na base. Este resultado só foi possível em função do alto teor de M. plantio (fornecido através da uréia) e das doses de N em cobertura (kg. As condições de solo são idênticas às existentes no local da instalação do trabalho que consta na Figura 12. é necessário para cada situação específica. também na Faz. visam complementar as quantidades de N fornecidas naturalmente pela M. de acordo com as condições de solo. Produtividade do milho na safra 2006/07. Aral Moreira/MS. em torno de y(60 Pré) = -0. observou-se uma intensa 130 deficiência inicial de N. No entanto. sob plantio direto bem feito. no entanto. de preferência no mesmo dia do plantio. da área e da ausência de restrição hídrica durante a safra. que o antecedeu. para garantir o suprimento adequado de N em todo o ciclo da cultura. na Faz. totalizando 150 kg ha-1 N no ciclo da cultura. exige a operação de aplicação de N em cobertura. existem diferentes estratégias disponíveis para o fornecimento de N para a cultura do milho e obtenção de altos potenciais produtivos. Esta opção exige uma operação adicional no momento do plantio.Tecnologia e Produção: Soja e Milho 2008/2009 Houve respostas expressivas à adubação nitrogenada em pré-plantio (antecipada).7 estão apresentados os dados de um experimento conduzido na safra 2007/2008.O. no espaçamento de 17-20 cm. independente da utilização ou não de N em pré-plantio.Aral Moreira/MS. em pré-plantio. antecipadamente. Esta opção exige uma operação adicional no momento do plantio. dispensar a operação de aplicação de N em cobertura. Este resultado só foi possível em função do alto teor de M. sem. é preferível trabalhar com N na base + N em cobertura até em V4. Sugere-se incorporar este N em pré-plantio a 3-4 cm de profundidade. 100 e 150 kg ha-1 de N) em V3 (3 folhas). As respostas à adubação nitrogenada em cobertura também foram expressivas e ocorreram de forma mais intensa na ausência de N em pré-plantio. Nesta opção não se observou deficiência inicial de N e espera-se satisfazer a exigência da cultura em N somando-se as doses de pré-plantio. dentre elas: a) Dose Alta de N em pré-plantio (120 kg ha-1 N) na forma de uréia plantada com a TD no espaçamento de 20 cm e profundidade de 3-4 cm + adubação de base com aproximadamente 30 kg ha-1 de N (400 kg ha-1 de 08-20-20) sem a aplicação de N em cobertura. c) Ausência de N em pré-plantio (0 kg ha-1 N) + adubação de base com aproximadamente 30 kg ha-1 de N (400 kg ha-1 de 08-20-20) + 120 kg N em cobertura no estádio V4 com Nitrato de amônio. São altos os riscos de deficiência inicial de N por atrasos que possam ocorrer na aplicação de N em cobertura (problemas operacionais relacionados à falta de pessoal e máquinas. percebe-se que foi possível atingir altas produtividades na testemunha (próximas a 150 sc ha-1 e 90% do rendimento potencial). Considerando uma meta de produtividade de 160 sc ha-1. ou 95% do rendimento potencial. Desta maneira. totalizando 150 kg ha-1 N no ciclo da cultura. São Cristóvão . Com base nos resultados obtidos. 50. evitam-se os riscos de deficiência inicial de N por atrasos que possam ocorrer na operação de aplicação de N em cobertura (problemas operacionais ou condições climáticas desfavoráveis como a falta de umidade e altas temperaturas). mas. simplesmente com a utilização de 30 kg ha-1 de N via adubação de base. evitando-se riscos ao potencial produtivo por deficiência inicial de N. cujo objetivo foi avaliar a resposta do milho à utilização de doses crescentes de N em cobertura (0. em função dos riscos de lixiviação de nitrogênio. Em solos argilosos (cujos riscos de perdas de N por lixiviação são menores). Contudo. b) Dose Média de N em pré-plantio (60 kg ha-1 N) na forma de uréia plantada com a TD no espaçamento de 20 cm e profundidade de 3-4 cm + adubação de base com aproximadamente 30 kg ha-1 de N (400 kg ha-1 de 08-20-20) + 60 kg N em cobertura no estádio V4 com Nitrato de amônio. Na Figura 12. Sabe-se que 137 . Estas expressivas respostas estão relacionadas à alta demanda do milho e à imobilização temporária do N no processo de decomposição da palhada de trigo. Fontes A FUNDAÇÃO MS vêm testando diversas fontes de nitrogênio na cultura do milho. que foi maior na ausência de N em cobertura. plantio e cobertura. Em solos argilosos (> 40% argila) seria possível aplicar pelo menos 50% e até 100% da dose de N planejada para cobertura no milho. Estes resultados concordam com trabalhos recentes que têm evidenciado uma boa eficiência de aproveitamento do N aplicado antecipadamente. mas. evita os riscos de deficiência inicial de N por atrasos que possam ocorrrer na aplicação de N em cobertura em função de problemas operacionais na fazenda ou condições climáticas desfavoráveis que não permitam a aplicação (falta de umidade e altas temperaturas). os potenciais de produtividade ficaram limitados à dose de N em pré-plantio utilizada. que nesta fase estão voltados para a semeadura da soja ou condições climáticas desfavoráveis como a falta de umidade e altas temperaturas). Nesta opção não se observou deficiência inicial de N e espera-se satisfazer a exigência da cultura em N somando-se as doses de pré-plantio e plantio. Em solos arenosos (< 40% argila). Merecem destaque as opções que fornecem pelo menos 50% do total de N previsto para a cultura até o plantio. Nitrato de Amônio e Sulfato de Amônio). em período próximo ao plantio do milho. foram observadas respostas à adubação nitrogenada em cobertura apenas até as doses de 100-150 kg ha-1 de N em cobertura. fornecido através de diferentes fontes (Uréia. percebe-se que foi possível atingir esta média de maneiras diferentes. De um modo geral. Nesta opção observou-se deficiência inicial de N e espera-se satisfazer a exigência da cultura em N somando-se as doses de plantio e cobertura. totalizando 150 kg ha-1 N no ciclo da cultura. Esta opção dispensa uma operação adicional no momento do plantio. 80 60 em torno de 160 kg ha-1 de N. que 0 0 50 100 150 juntamente com as reservas do solo irão suprir a planta.5% de M.8 kg ha de N. Produtividade do milho na safra 2007/08.O.. (1. FUNDAÇÃO MS.6 sc ha-1 em relação à testemunha (sem N em cobertura) e se destacou perante as demais fontes. o qual recebeu em torno de 30 kg ha de N na base. Híbrido 2 B 710. nas condições em 140 Nitrato que foi conduzido o experimento. 100 e 150 kg ha-1 de N) em V3 (3 folhas). Na média das fontes a dose econômica para adubação nitrogenada em cobertura deve ficar entre 100 e 120 kg ha-1 N. FUNDAÇÃO MS. Adubação e Nutrição da Cultura da Soja”. em solo arenoso 0 0 50 100 150 (20% argila) e com baixo teor de M. proporcionando um incremento de 15 a 20 sc 120 ha -1 na produtividade em relação à Uréia 100 testemunha (sem N cobertura).Tecnologia e Produção: Soja e Milho 2008/2009 para cada tonelada de grãos de milho 180 produzida são exportados aproximadamente 160 -1 Uréia 15.8.ha-1) -1 12.ha-1) cujo objetivo de avaliar a resposta do milho à Figura 12. que chegou a incrementar a produtividade em 27.4. Dose de N (kg. Dose de N (kg. Assim. principalmente para o sulfato de amônio. independente da fonte utilizada. apresentadas anteriormente.O. 138 . produtividades. quando 120 Sulfato obtivemos produtividades próximas a 170 sc 100 ha-1 também houve uma alta exportação de N.8). 2008. mostrandoNitrato 80 se opções interessantes no fornecimento de Sulfato N para a cultura do milho. Aral Moreira/MS. 50. o qual recebeu em torno de 30 kg ha N já foi possível obter as máximas kg ha de N na base.5%).. (baixas reservas de N) e a presença de restrição hídrica durante a safra. Produtividade (sc. 2008. Nitrato de Amônio e Sulfato de Amônio). Adubação com enxofre Para a adubação com enxofre pode-se utilizar as informações contidas no capítulo “Fertilidade do Solo. As três fontes testadas apresentaram um desempenho equivalente. em função das fontes e doses de N utilização de doses crescentes de N em em cobertura no estádio V3. Naviraí/MS. houve respostas técnicas expressivas à utilização de N em cobertura que foram até as maiores doses de N aplicadas. 12. em solo argiloso com 1.O.ha-1) -1 Produtividade (sc.2. em função dos baixos teores de M. Os potenciais produtivos foram menores aos obtidos em Aral Moreira/MS. cobertura (0. em função das fontes e doses de N -1 em cobertura no estádio V3.ha-1) Com a utilização da dose de 100 Figura 12.2.7% de M. No entanto. Adubação e Nutrição da Cultura da Soja”. 60 Trabalho semelhante foi 40 conduzido na safra 2007/2008. na Unidade 20 Demonstrativa e Experimental COPASUL Naviraí/MS (Figura 12.7. Adubação fosfatada e potássica Para a adubação fosfatada e potássica pode-se utilizar as informações contidas no capítulo “Fertilidade do Solo. Produtividade do milho na safra 2007/08. o que indica a 40 necessidade de fornecimento de doses altas -1 20 de N. Híbrido AG 8088. entre 100 e 150 kg ha N. em solo argiloso com 3.3. fornecido através de diferentes fontes (Uréia. apresentadas anteriormente.O. coletando-se o terço central ( 20 cm) da folha abaixo e oposta da espiga. Procedimento de coleta de folhas em milho. 2008.5. representativa de uma gleba homogênea ( 50 ha). a freqüência de resposta à utilização deste nutriente na cultura do milho é menor do que aquela observada na cultura da soja. Adubação e Nutrição da Cultura da Soja”. No entanto. Em regiões de alto potencial para o cultivo de milho e com a utilização de híbridos altamente produtivos. manganês. uma por planta. Adubação com micronutrientes 12. cobre e boro pode-se utilizar as informações contidas no capítulo “Fertilidade do Solo.5. FUNDAÇÃO MS. abaixo.2. como mostra a Figura 12.9.3. Figura 12. Cada amostra.9. Deve-se coletar o terço central (20 cm) da folha abaixo e oposta da espiga. Manganês (Mn). Zinco (Zn).5. Amostragem de folhas As folhas devem ser coletadas no aparecimento da inflorescência feminina (“cabelo”). apresentadas anteriormente. é constituída de 30 folhas.1. Molibdênio (Mo) Em alguns trabalhos conduzidos pela FUNDAÇÃO MS tem-se observado resposta técnica e econômica à utilização de molibdênio na cultura do milho. pode-se aplicar entre 10 e 20 g de Mo via foliar no estádio V5-V6 (5 a 6 folhas verdadeiras). 12. no aparecimento da inflorescência feminina (“cabelo”).2.2.Tecnologia e Produção: Soja e Milho 2008/2009 12. 12. 139 . Esta aplicação pode ser realizada em conjunto com os inseticidas para o controle de lagartas do cartucho e existem diversas opções de fontes no mercado eficientes para o fornecimento de Mo. Cobre (Cu) e Boro (B) Para a adubação com zinco.2. a dose de fósforo e potássio de manutenção a ser aplicada será de 90 kg ha-1 P2O5 e 60 kg ha-1 K2O.0 3.0 . em vários municípios do estado do Mato Grosso do Sul.0 .3. OBS: Amostragem de folhas realizada no aparecimento da inflorescência feminina (“cabelo”).dm-3 -------------135 . FUNDAÇÃO MS.4.12 1 Dados de 15 anos de pesquisa e de acompanhamento de propriedades rurais pela FUNDAÇÃO MS em vários municípios do estado do Mato Grosso do Sul.2 ---------------. assim como auxiliar no planejamento da adubação.30 8 . que conta na Tabela 12.4.5 0. representativa de uma gleba homogênea.3 está apresentada a amplitude de teores foliares de nutrientes na cultura do milho em experimentos e lavouras de alta produtividade.mg.0.8. uma exportação de 63 kg ha-1 de P2O5 e 42 kg ha-1 de K2O neste nível de produtividade e. é uma estratégia viável nas áreas corrigidas.5 . especialmente fósforo e potássio estejam em níveis adequados. Tabela 12.3.2.142 50 .0 .4. coletando-se o terço central da folha abaixo e oposta da espiga.37 2. em condições de alta produtividade de milho.5 1. 2008. Concentração foliar de nutrientes na cultura do milho em experimentos e lavouras de alta produtividade no MS.2.0 .g. Em geral.14 20 .8 0.0 .18 .0. mais as perdas do sistema. Cada amostra.mg. uma por planta. que visa repor a exportação de nutrientes. Na Tabela 12.5 0.55 11 .12 -1 -----------------.8 . um aproveitamento de 70% do fósforo e potássio aplicados (30% perdas).22 -------------. o acréscimo devido às perdas varia de 20 a 30% da exportação.0. Interpretação da análise de folhas A análise foliar pode fornecer informações complementares àquelas geradas pela análise de solo e auxiliar na solução de algum problema nutricional.25 0. Se tomarmos como exemplo na Tabela 12.14 20 .0 5. acima do nível crítico (90% rendimento potencial).35.% -----------------3. Na adubação de manutenção adicionam-se as quantidades de nutrientes exportadas em função da expectativa de produtividade.0 . os quais podem ser considerados como teores adequados.30 .2.142 50 . uma expectativa de produtividade de 120 sc ha-1 de milho.7 20. constituiu-se de 30 folhas. respectivamente.kg-1 ---------------135 .30 8 .55 11 . 12. cujos teores de nutrientes no solo.3. 140 .0. Extração e exportação de nutrientes A adubação de manutenção.25.kg -----------------30.Tecnologia e Produção: Soja e Milho 2008/2009 12. Elemento Concentração Foliar Adequada1 N P K Ca Mg S Fe Mn Cu Zn B -----------------.0 .0 2.5. mas ainda não estejam em níveis altos.20 . ha-1) pela cultura do milho em função da produtividade atingida ou da expectativa de produtividade. D.2 166 19. D. 113) PAULETTI.g.6 --------------------------------------------------------------------------------------.2 84 44 8.ha-1 ou 140 sc. OLIVEIRA. Adubação com nitrogênio.8 Adaptado de Pauletti (2004).6 42 14.ha-1 ou 160 sc.1 232 27 5.ha-1 Extraído Exportado 7. (POTAFOS..2 25 6. E.25-27. AIDAR.G. Piracicaba: POTAFOS.4 9. p. E. Produtividade atingida / Expectativa de produtividade Nutriente 6.S..ha-1 Extraído Exportado 1 8.6 199 23 4.2 t. J.M. 24p. In: SOUSA.ed.ha-1 Extraído Exportado 9.ha-1) e micronutrientes (g.).de A. F.0 t.6.8 37 12. Encarte do Informações Agronômicas. 12. M.6 11. SOUSA.2 4.4 51. 2004. Extração e exportação de macronutrientes (kg.6 111 58. LOBATO.6 4. V.4. Referências bibliográficas KLUTHCOUSKI.0 70 37 7.0 2263 411 96 465 173 9.2 3. 2006. de. Manejo antecipado do nitrogênio nas principais culturas anuais. p. Nutrientes: Teores e interpretações.. Brasília: EMBRAPA.M.8 26 32 10.Tecnologia e Produção: Soja e Milho 2008/2009 Tabela 12.0 3. LOBATO.ha-1 ou 100 sc. de.5 265 30. 2004.0 10. 141 . H.9 22 9.129-144. THUNG.6 1697 308 72 348 130 7. FUNDAÇÃO MS. (Ed.kg.2 10. Cerrado: Correção do solo e adubação.6 15 19 7. 2.R.ha-1 Extraído Exportado N P2O5 K2O Ca Mg S Fe Mn Cu Zn B Mo -------------------------------------------------------------------------------------. 2.7 5.4 97.6 t. 2008.4 t. Castro: FUNDAÇÃO ABC.ha-1 ou 120 sc.ha --------------------------------------------------------------------------------------149 95 179 114 209 133 239 152 59 52 71 63 82 73 94 84 131 157 183 209 35 42 49 56 23 28 33 37 3.ha-1 --------------------------------------------------------------------------------------- 1414 257 60 290 108 6.3 1980 360 84 407 151 8.ed.
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