Romantismo O Romantismo, como movimento literário e cultural, designa uma tendência artística com começo e fim no século XIXe que predominou durante a primeira metade do século XIX. O Romantismo teve sua origem na Alemanha e na Inglaterra. Já nos meados do século XVII, sentia-se a falência do racionalismo clássico, o surgimento de tendências que manifestavam o predomínio da emoção sobre a razão. Contexto Histórico O século XIX foi um período caracterizado por grandes transformações econômicas, por conflitos entre tendências políticas e pelo surgimento de novas classes sociais, todos esses elementos se refletem na produção da cultura e da arte de então. O período romântico é fruto de dois grandes acontecimentos na história da humanidade: a Revolução Francesa e a Revolução Industrial. Iniciada na Inglaterra, a Revolução Industrial foi um processo que envolve múltiplas inovações. Com base em eventos tecnológicos que possibilitaram agilizar a produção, levou, a partir da segunda metade do século XIX, à substituição das oficinas dos artesãos por grandes manufaturas e depois por grandes indústrias e fez surgir uma nova classe social – a operária – que, ao longo do tempo, foi substituída por máquinas. Foi, porém, a Revolução Francesa, ocorrida em 1789, que deu o impulso fundamental para que tantas transformações se consolidassem, ao unir a burguesia e os camponeses na luta contra o privilégio da aristocracia. Seu lema – Liberdade, Igualdade e Fraternidade – pode ser visto como expressão de novos valores para a burguesia europeia. Características da literatura romântica A crise política, econômica e social atravessada pela Europa, entre o final do século XVIII e o início do século XIX, fez ruírem vários referências importantes que norteavam a sociedade até então. A falta de perspectiva e de parâmetros fez com que os românticos buscassem nos sentimentos individuais, no próprio eu as referências para viver. A natureza como expressão do eu – o Romantismo está centrado nas emoções e nos estado de alma do artista. Um elemento revelador desse estado é a natureza. Religiosidade, a postura espiritualista – para fugir às angústias e incertezas de uma realidade marcada por conflitos e desequilíbrios, o ser romântico volta-se para o plano espiritual na tentativa de integrar-se a outras esferas, tidas como perfeitas. A valorização da espiritualidade, a religiosidade cristã, o gosto pelo sobrenatural são decorrentes nessa estética. A idealização do amor – o amor tema nuclear no Romantismo. Em torno dele gravitam personagens e o eu lírico. Em várias obras, esse sentimento funciona como uma espécie de regenerador de caráter: o individuo adquire ou recupera sua dignidade a partir dele. A idealização da mulher – existem basicamente dois tipos de figuras femininas no Romantismo: a “mulher demônio”, que arrasta o homem à perdição, despertando-lhe um desejo isento de amor; e a “mulher anjo”, dotada de virtudes que a aproximam do divino. No Romantismo a amada não existe, paira; não respira, pulsa; não anda, flutua; tem a prodigiosa propriedade de irradiar 26 luz pelos poros; e à parte disso é dotada de virtudes tão maravilhosa que fazem dela uma heroína praticamente inatingível. O herói romântico –, o herói romântico apresenta virtudes, perfeição de espírito e caráter, propósitos elevados, mas que se mostram incompatíveis com a lama da realidade – em geral é um ser solitário que não encontra compreensão para os anseios e atitudes. Esse tipo de herói é representado muitas vezes por personagens históricos ou por figuras idealizadas por seus feitos, como o cavaleiro medieval. O mal do século - é a expressão que designa um estado de espírito depressivo que dominou alguns românticos, levando-os ao tédio, à melancolia, ao pessimismo e ao desejo de morte. Esse estado de espírito expressa a maximização da incompatibilidade do eu com o mundo. As imagens sombrias, conflituosas, satânicas e mórbidas são próprias do mal do século Atitudes escapistas – a fuga da realidade opressora foi uma atitude constante no Romantismo. O escritor desse período valeu-se de vários recursos escapistas, dentre eles: Fuga na morte – a morte não era o fim, mas um começo, a libertação da vida material. Fuga no tempo – o passado exerceu grande fascínio no escritor romântico, quer o passado histórico de seu país, quer o passado individual. Fuga no espaço – evadir-se para espaços novos, distantes e misteriosos faz parte da atitude escapistas de autores e de personagens românticos. Fuga no sonho e na imaginação – como a realidade não era impossível vivenciar a liberdade, a igualdade e a fraternidade, preconizada pela Revolução Francesa, muitas vezes o romântico refugia-se no sonho, na imaginação para concretizar os ideais de uma sociedade livre, sem corrupção, sem preconceito. Fuga na loucura – em geral, a loucura manifesta-se nas obras românticas como uma forma de romper com as normas impostas pela sociedade e voltar-se para uma realidade pessoal e subjetiva. Frequentemente encontramos personagens que enlouquece em decorrência de sua incompatibilidade com o mundo. A liberdade Criação Para expressar tanta subjetividade e individualismo os românticos preconizaram a liberdade de criação tanto quanto à forma como quanto à temática rebelando-se contra quaisquer modelos ou imposições deitas à expressão artística. Na poesia, por exemplo, o verso livre aparece incidentalmente como representação da liberdade formal; a linguagem se atém mais à expressividade do que propriamente à sintaxe. Romantismo no Brasil O Romantismo brasileiro, considerado por vários historiadores o verdadeiro início de uma literatura nacional, está intimamente ligado a todo o processo de independência política. Em 1822, D. Pedro I concretiza um movimento que se fazia sentir desde 1808: a Independência do Brasil. A partir desse momento, o novo país necessita inserir-se no modelo moderno, acompanhando as nações independentes da Europa e da América. A publicação em um só volume de Suspiros Poéticos e Saudades, em 1836 de Gonçalves de Magalhães é considerado o marco inicial do Romantismo no Brasil. Nesse mesmo ano, em Minha terra tem palmeiras, / Onde canta o sabiá; / As aves que aqui gorjeiam, /Não gorjeiam como lá. Nosso céu tem mais estrelas, / Nossas várzeas têm mais flores, / Nossos têm mais vidas, / Nossas vidas mais amores. (...) Não permita Deus que eu morra, / Sem que eu volte para lá; / Sem que desfrute os primores, / Que eu não encontro por cá, / Sem qu’ inda aviste as palmeiras / Onde canta o sabiá . (Gonçalves Dias ) Segunda Geração Os anos de 1830 a 1840 foram de implantação do Romantismo brasileiro, sobretudo na poesia. Na década seguinte, o movimento já consolidado, tomou novos rumos, com o surgimento das tendências denominadas ultrarromânticas adotadas pela segunda geração de poetas românticos. O ultrarromântico, também conhecido de satanismo, mal-doséculo, byronismo, caracterizou-se pelo aprofundamento de alguns traços românticos, como o subjetivismo, que se transforma em egocentrismo; o sentimentalismo que descamba em pessimismo e melancolia; o escapismo que regenera a vida e procura a morte como refúgio ideal. Foram ultrarromânticos Álvares de Azevedo, Junqueira Freire, Casimiro de Abreu e Fagundes Varela. Álvares de Azevedo – anjo satânico Chamado pela critica de lacrimoso perene, é o mais fiel herdeiro de Lorde Byron e de Musset em nosso Romantismo. Morto ainda adolescente, o autor configurou-se como um talento que nem sempre soube viabilizar literalmente seu gênio. A dualidade é um dos traços mais fundamentais da personalidade poética do autor. Ele se debate entre a postura imponente de ser esmagado pela vida e a ânsia de absoluto; de atingir algo maior que ele pressente, mas não consegue precisar; entre o vigor jovial e o cansaço senil; entre o concreto e o abstrato; o consciente e o inconsciente; o apego à vida e a ânsia de morte; a idealização neoplatônica do amor e o desejo de posse física. A Lira dos Vinte anos reúne os poemas mais característicos de Álvares de Azevedo. Texto Soneto Pálida à luz da lâmpada sombria, / Sobre o leito de flores reclinado / Como a lua por noite embalsamada, fria! / Entre as nuvens do amor ela dormia. / Era virgem do mar, na escuma / Pela maré das águas embaladas! / Era um anjo entre nuvens d’alvorada/ Que em sonhos se banhava e se esquecia! / Era bela! O seio palpitando... / Negros olhos as pálpebras abrindo.. / Formas nuas / no leito resvalando. / Não te rias de mim, meu anjo amigo / Por ti – as noites velei chorando / Por ti – nos sonhos morrerei sorrindo. Álvares de Azevedo Casimiro de Abreu – saudade, amor e medo. És bela – eu moço; tens amor – eu medo. A pureza e a sinceridade dos versos de Casimiro de Abreu renderam-lhe admiradores e popularidade ainda em vida. Foi um artista ingênuo, de grande sensibilidade, dotado de um talento Paris aconteceu o lançamento de Niterói – Revista Brasiliense, por influencia de Gonçalves de Magalhães, Araújo Porto Alegre e outros publicações que constitui uma espécie de primeiro manifesto romântico no Brasil. Na retomada das raízes brasileira, o índio ocupa papel de destaque, servindo como substituto nacional para o cavaleiro medieval português. É interessante destacar que o nativo brasileiro apesar de andar seminu, habitar a floresta, respeitar os rituais indígenas, possui a ética do branco civilizado formação europeia dos autores. Gerações Românticas Primeira geração Os poemas da primeira geração tem como temas preferenciais o saudosismo, principalmente em relação a pátria distante, o nacionalismo e o indianismo.ao lado desses, apresentam-se poemas com as demais características românticas, explorando o sentimentalismo e a religiosidade Principais representantes da primeira geração: Gonçalves de Magalhães Gonçalves Dias, Casimiro de Abreu entre outras. Gonçalves de Magalhães - em Suspiros Poéticos e Saudades prega em seu prefácio uma mudança completa no temário e na linguagem poética, proclamando os tópicos fundamentais do Romantismo Texto “O poeta sem religião e sem moral é como veneno derramado na fonte, onde morrem quantos ais procuram aplacar a sede. Ora, nossa religião, nossa moral, é aquela que nos ensinou o Filho de Deus, aquela que civilizou o mundo moderno, aquela que ilumina a Europa, e a América: e só este bálsamo sagrado deve verter os cânticos dos poetas brasileiros”. Gonçalves Dias Foi um poeta romântico que jamais abandonou certo rigor clássico. Suas obras impressionam, não apenas pela excelência de seu conteúdo, mas também pelo apuro formal que ele soube trabalhar incorrer sem artificialismo. Destacou-se na poesia líricoamorosa, indianista e nacionalista. Alguns críticos afirmam que a obra de estreia de Gonçalves Dias, Primeiros Cantos, teria sido a que realmente impulsionou o Romantismo brasileiro. O poema de abertura, Canção de Exílio de temática nacionalista, escrito quando o poeta encontrava-se em Portugal, tornou-se um dos mais populares de nossa literatura. O Indianismo – característica marcante da poesia de Gonçalves Dias – significou uma busca de raízes nacionais. O índio presente nos Primeiros cantos comparece ainda mais nos Últimos Cantos e em Os Timbira. Visto como um primitivo integrado a natureza, um “bom selvagem”, nos moldes concebidos pelo filosofo JeanJacques Rousseau: “o homem nasce bom. A sociedade o corrompe”.o índio é , na visão de Gonçalves Dias, a memória não registrada pela História, por isso, o poeta o enxerga pela ótica do lirismo e da pesquisa. Daí o índio ser visto como o cavaleiro medieval que o Brasil não teve – ele o substitui. Texto - Canção de Exílio na sua primeira fase: religião, patriotismo, individualismo, liberdade de expressão. 27 . pouco a pouco Augusto vai-se encantando por Carolina. Elaborou versos melancólicos num estilo doce e simples. amplidão. Augusto.(. poesia. cultivou os temas do amor e do medo.E tudo embalde! . exatamente como ocorre hoje com as novelas de televisão. violento.) Fagundes Varella Terceira Geração A geração condoreira: poesia e política Os poetas do terceiro momento romântico voltaram-se. Os escritores desse período faziam da poesia um instrumento de reforma social e usavam-na em duelos poéticos em festas e praças. Esta é compreendida em quatro categorias: a prosa social-urbana. Tornaram-se sinônimo de diversão. Castro Alves – O Borbulhar de um gênio Castro Alves foi um poeta arrebatado. suspendendo ás tetas/ /Negras crianças. / Negras mulheres. Sua obra apresenta três vertentes básicas: a do gosto pela natureza.) Não velei.. a Moreninha. sendo a maior parte compostas de traduções de grandes nomes da literatura mundial.Era pequeno / E brincava na praia. cujas bocas pretas / Rega o sangue das mães: / Outras moças. mas nuas. defendendo os ideais abolicionistas e republicanos. publicado pela primeira vez em 1859. repletas de imagens surpreendentes e grandiosas que. o mar bramia. / Legiões de homens negros como a noite. Os folhetins eram histórias de ficção com enredos complicados e desenrolar lento. Texto Deus Eu me lembro! Eu me lembro! . / A branca espuma para o céu sereno. um colega. da infância. o que lhe valeu o epíteto de Poeta da Saudade. Leopoldo e Fabrício. Os enredos de seus romances são simples. ambientada nas cidades. / No turbilhão de espectros arrastadas.. que caracteriza a segunda geração. num dinamismo transbordante de força e de beleza. firmamento.regular que pode não ter aflorado completamente em função de sua morte precoce. intitulado As Primaveras. pomposo... biografia.. interjeições e metáforas.. teatro. se conseguir amar alguma mulher. A luneta mágica. Na ilha.. a prosa histórica. um devaneio. 28 / Que o mundo abate ao galopar / Agarrara-se ao meu ser!.(.. que marca a geração do condor. são passar o dia de Sant’Ana em uma ilha de propriedade da avó de Felipe.estalar o açoite. por ele pintada em cores fortes.. cujo tempo é necessariamente pretérito perfeito ao vivido pelo autor. que inicia a carreira literária de Macedo. mas repletos de peripécias de fácil resolução. exclamativo. a prosa indianista. como em todos os poetas da época. São recorrentes em sua obra a nostalgia da casa paterna. sobretudo para as questões sociais. ou condoreira.O navio negreiro Era um sonho dantesco. por volta de 1830. dono de um temperamento poético hiperbólico. / Horrendos a dançar. infinito. teria de escrever um romance contando essa paixão.. aparece como misto de idealização e sensualidade. Felipe aposta com ele que. irmã de Felipe. Que sobre um mar de angustia conduzia / O ramo inverno cintilava / Apontando o caminho ao pegureiro. A figura da mulher. é um romance de enredo bem folhetinesco. A Prosa Romântica O aparecimento e o desenvolvimento do romance no Brasil decorrem de uma serie de fatores dentre eles a publicação. céu. à literatura propiciar uma forma de compensação das frustrações e insatisfações da vida cotidiana... Construía versos alicerçados em metáforas sofisticadas. Foi um mestre do ritmo e da sonoridade poética. Representante Joaquim Manuel de Macedo – escritor popular fez todo tipo de concessão ao público em suas obras. As mulheres de mantilha. Linguagem simples. Castro Alves dizia: a praça é do povo como o céu é do condor. A obra poética de Casimiro de Abreu foi reunida num único volume. constituíam um distanciamento da realidade incomoda. Os versos corriam em estilo grandiloquente e panfletário.. A Moreninha Essa obra. o leitor ficava ansioso para saber a continuação da historia. apontavam para espaços abertos: mar. Mas o moço mantém um juramento infrene / Do selvagem corcel!?. de romance de folhetins – encartes especiais que continham fragmentos de romances publicados em jornais ou revistas. virgem pura que desperta um desejo que não se concretiza.. e as lutas sociais. oceanos. A classificação em três gerações a que a nossa poesia romântica está submetida não é valida para a prosa. espantadas. / E.E tu tão Texto .. / Tinir de ferros. entre as sombras espreitando do / gênio horrendo parecia ardente e douda jovem. O tombadilho / Que das luzentes avermelha o brilho. jovens estudantes de Medicina.Cântico do calvário À memória de meu filho morto da esperança. cujo protagonista é o índio focalizado numa perspectiva heroica semelhante à dada pelos poetas. Moço Loiro. e a prosa regionalista que se desenvolveu em decorrência da necessidade de valorizar todos os espaços do Brasil. Eras a estrela / “Eras na vida a pomba / Que entre as / nevoas do / A passagem veloz / A vida predileta”. erguendo o dorso altivo. crônicas e relatos de viagens nela se destacam: Romances: A Moreninha. e um poeta com preocupação social. O Condoreirismo caracterizou-se por um estilo dramático. fazendo sempre o uso de um tom ameno e moralizador. muitas vezes.. Como Augusto se dizia incapaz de ficar apaixonado por alguém por mais de quinze dias. / Em ânsia e mágoas vãs.. o lirismo amoroso. A vasta obra de Macedo inclui romance. / Em sangue a se banhar. Fagundes Varella Representa duas faces da poesia romântica: foi um poeta filiado ao mal – do – século. Coube. portanto. Texto . ao sabor da moda da época. É a chamada poesia social. leveza narrativa e tramas de amor e mistério traduzem um trabalho que agradou ao leitor de seu tempo. Além desses. do Brasil. recheado de vocativos. sacudia. cenários internos e externos são ricamente descrito. emplumam das penas do guará as flechas de seu arco: concerta com o sabiá da mata. (. filha da floresta. Encarnação. a tomada de consciência do presente. da grande nação Tabajara. O pé grácil e nu. a morena virgem corria o sertão e as matas do Ipu. mal roçando. senhores das aldeias. as agulhas da juçara com que tece a renda. personagem de Memoriais de um Sargento de Milícias. oito peças de teatro. o que lhe gerou muitas críticas. Memórias de um Sargento de Milícias enquadra-se na estética romântica embora a obra apresente linguagem bastante coloquial. Os ramos da acácia silvestre esparziam flores sobre os últimos cabelos.. o podre devasso. Memórias de um Sargento de Milícias foi editado em 1855.Quem te ensinou guerreiro branco. especialmente dos portugueses. o romance mantém como eixo central a vida de Leonardinho – filho de Leonardo Pataca e Maria da Hortaliça. Lucíola.Quebras comigo a flecha da paz? . ela repousa em um claro da floresta. O ermitão da Gloria e A alma • Romances Indianistas – O Guarani. especialmente Honoré de Balzac. que vence é Carolina e. apesar do grande sucesso de público. não foi bem acolhido pela crítica. Venho das terras que teus irmãos já possuíram. • Romances sertanejo. e à cabana de Araquém. o aljôfar d’água ainda a roreja. os moleques de rua. apenas assinado por Um Brasileiro. Ubirajara. Sua obra é composta de vinte romances. Senhora. • Poesia – Os filhos de tupã. usou abundantemente o recurso da descrição: personagens. onde campeava sua guerreira tribo. . muito bem humorado. dois imigrantes portugueses que se conheceram no navio em que vinham para o Brasil. Depois Iracema quebrou a flecha homicida. Um dia ao pino do sol. a fofoqueira. a parteira. roupas. no final. mas o povo: o soldado. Diva. nem a baunilha recendia no bosque como seu hálito perfumado. os pássaros ameigavam o canto. O favo do jati não era mais doce como seu sorriso. o canto agreste. Sonhos d’ouro. A critica não sobreviveu o romance sim. Publicado primeiramente em folhetim anônimo. O guerreiro falou: . para a articulação do futuro. por influencias deles. Leonardo. alisava apenas verde pelúcia que vestia a terra com as primeiras águas. Iracema saiu do banho. A viuvinha. No entanto. João VI. Alencar expressou-se numa linguagem muito rica. reverso. É o único romance urbano do período a focalizar não a burguesia. e propositadamente mais próxima do falar brasileiro. Ele mesmo dividiu seus romances: repousa. A flecha embebida no arco partiu. A guerra dos mascates. Enquanto . não sei eu. guardando consigo a ponta farpada. Essa busca consciente de um caráter nacional estava ligada à ideia de que um país livre requeria uma cultura própria. paisagens e tipos populares. e correu para o guerreiro sentido da magoa que causara. que tinha os cabelos mais negros que a asa da graúna e mais longo que seu talhe de palmeira. deu a haste ao desconhecido. com quem trabalhou. Iracema. sua companheira e amiga. a linguagem de meus irmãos. O autor colheu informações desse período com um senhor português. O demônio familiar. O livro. O troco de ipê.literário e escritor político. Mais rápida que a ema selvagem. que nunca viram outro guerreiro como tu? . que apontou certo mau gosto em relação aos temas e à linguagem. também não 29 • Romances de Lázaro) Históricos – As minas de prata. Manuel Antonio de Almeida produziu uma única obra: Memórias de um Sargento de Milícias – publicado inicialmente em folhetins no suplemento dominical do Correio Mercantil. o barbeiro. – A noite de São João. Foi rápido. José de Alencar – busca da identidade nacional José de Alencar foi um dos autores que mais contribuiu para a criação de uma identidade cultural para o Brasil.feito a uma menina que conhecera aos treze anos. As asas de um anjo. A mão que rápida ferira.Venho de bem longe. O Rio de Janeiro – verso e • Teatro jesuíta. brincam junto dela.) O sentimento que ele pós nos olhos e no rosto. nasceu Iracema. Texto Memórias de um Sargento de Milícias Ambientado no Rio de Janeiro de D. eles descobrem que a menina do passado era a própria Moreninha. onde traz a selvagem seus perfumes. Alfarrábios ( O garatuja. pai de Iracema. outras remexe o uru de palha matizada.. Donde vieste a estas matas. como o olhar. Regionalistas – O gaúcho. alguns ensaios critico . pousando no galho próximo. Escondidos na folhagem. José de Alencar Manuel Antonio de Almeida – prosa de transição Como escritor. O Trecho (Iracema ) Além. Às vezes sobe aos ramos da arvore e de lá chama a virgem pelo nome. cansado da incompreensão da crueldade do mundo. O escritor era franco admirador dos realistas franceses que já começavam a publicar suas obras e. Banhava-lhe o corpo a sombra da ioticica. a revisão e o resgate de seus processos passados. como doce mangaba que corou em manha de chuva. o gesto de Iracema. formando um painel do Rio de Janeiro do inicio do século XIX. mais fresca do que o orvalho da noite. senso de humor desconcertante. Gotas de sangue borbulham na face do desconhecido. O • Romances Urbanos – Cinco minutos. os alvos fios do crautá. às vezes até em prejuízo ao ritmo da narrativa. assinado pelo pseudônimo de “um brasileiro”. Porém a virgem lançou de si o arco e a uiraçaba. A graciosa ara. não é um herói romântico pálido que ruma para a morte.Bem-vindo seja o estrangeiro aos campos dos Tabajaras. A pata da gazela. Mãe. e hoje têm os meus. a virgem dos lábios de mel. que ainda azula no horizonte. estancou mais rápida e compassiva o sangue que gotejava. Iracema. as tintas de que matiza o algodão. muito além daquela serra. Leôncio. sua obra mais importante. homem honrado e rude como ele. momento e raça (esta. a criara como filha. Apaixonam-se. e a moça. Leôncio se mata. daí se falar em cientificismo nas obras desse período. Inocência. foi traduzida. passa a assediar a moça. dessa forma. que vive numa fazenda em Campos. Nega-se a encarar a literatura apenas como uma forma de entretenimento e fazem dela um instrumento de denúncia dos vícios e da corrupção da sociedade burguesa. Inocência é criada pelo pai. em narrativas pitorescas. Focalizou os uso e costumes do interior do país. na França do romance Madame Bovary. sobretudo das historias do sul de Goiás e do oeste de Minas Gerais. segundo o qual a obra de arte seria determinada por três fatores: meio. a postura do Positivismo de Augusto Conte. definindo o materialismo histórico e defendendo a luta de classes. um pícaro – travesso e malandro. de Gustave Flaubert. Pereira – mineiro afetuoso. preocupado com a realidade sensível. O ermitão de Muquém. Quando percebe a paixão do marido. Tudo vai bem. a exploração dos operários. os escritores realistas propõem uma representação mais objetiva e fiel da vida social. chamada de Isaura. Visconde de Taunay Visconde de Taunay tinha um agudo senso de observação e análise. foi fundada primeira companhia teatral brasileira a companhia Dramática nacional. A Dramaturgia no Romantismo O projeto nacional do Romantismo incluiu a criação de um teatro brasileiro. e publicada em folhetins em diversos países europeus e no Japão. O materialismo leva a negação do sentimentalismo e da metafísica. O Realismo só se preocupa com o presente. Assim é que objetivismo aparece como negação ao subjetivismo romântico e nos mostras o homem voltado para aquilo que está diante e fora dele. No entanto. negando a origem divina defendida pelo cristianismo. que Foi um autor não as dominado pelo sentimentalismo. Quando a fazenda passa para as mãos de Leôncio. O movimento tem como marco inicial a publicação em 1857. do evolucionismo de Charles Darwin e sua teoria da origem das espécies. Suas obras mais lidas foram O Seminarista e A escrava Isaura. com os padrões de beleza do europeu branco. A esses fatores somaram-se ainda grandes crescimentos demográficos. até Inocência se apaixonar por Cirino. a influência perniciosa da religião e das praticas supersticiosas que ela apoia a hipocrisia do relacionamento humano no casamento. Bernardo Guimarães Bernardo Guimarães foi um contador de histórias. Depois de dois meses. pois é o que exprime . o personalismo cede terreno ao universalismo. pelo surgimento das formas de organização capitalista de produção e por grandes avanços técnicos e científicos. Denunciam as péssimas condições de vida do povo. não abre mão de seu amor. o contemporâneo. inda durante a vida do autor. fundamentais da estética romântica com grande acuidade na construção de tipos e na descrição das paisagens brasileiras. 30 Realismo Realismo foi um movimento artístico que se manifestou na segunda metade do século XIX. Contesto histórico Período marcado pela segunda fase da Revolução Industrial. como podemos observar nas sua obras O seminarista. respectivamente o celibato clerical e a escravidão. referindo-se a hereditariedade). refletindo. A mãe de seu dono. Bernardo Guimarães foi efetivamente um contador de casos. Miguel. um rapaz rico defensor da Republica. Abandonando o idealismo romântico. mas consegue comover leitores que se enredam emotivamente nas peripécias da técnica folhetinesca. Rio de Janeiro. soube conjugar características Isaura fica em situação embaraçosa. para Recife. O romance termina em tragédia: Cirino é morto por Manecão. são adeptos do determinismo de Hipólito Taine. por João Caetano. Lá conhece Álvaro. Características As características do Realismo estão intimamente ligadas ao momento histórico. herdeira de sua teimosia. que poderia ser demolidor.é um herói forte e bonito apto a ousadias. um médico curandeiro que foi trazido à fazenda para tratar a maleita que havia acometido a menina. Álvaro vai para Campos a fim de resgatar a amada: compra todos os bens de Leôncio. O avanço das ciências influencia sobremaneira os autores da nova estética. e inocência morre de amor. A denúncia da escravidão perde seu impacto. construídas com temas básicos de romances de ênfase social de sua época. O gênero cresceu e se consolidou em todos os países. o não-eu. Texto Inocência O romance é ambientado na confluência dos Estados de Mato Grosso. Malvina o abandona e retira-se para a corte. valendo-se das técnicas de folhetins. Órfã de mãe desde o nascimento. Instala-se o conflito: o pai não quer ceder. É um anti-herói. Minas Gerais e São Paulo. principalmente os naturalistas. em particular. que decide casá-la sua filha com Manecão Doca. aliado a uma vivencia riquíssima da paisagem e da História do Brasil. o garimpeiro e o índio Afonso. urbanização crescente e polarização da sociedade em duas classes sociais: a burguesia industrial e o proletariado. até que um dia resolve fugir com sue pai. mesmo casado com Malvina. dando-lhe educação aprimorada de moça branca. O Realismo é o período de apogeu do romance. Taunay foi um dos primeiros autores brasileiros a elaborar diálogos com o coloquial graciosa e natural do nosso sertanejo. para vários idiomas. a demolir obstáculos em função da causa que defende. Em 1833. Leôncio vai a procura de Isaura e a recupera. este. A escrava Isaura revela uma ausência de visão critica mais profunda. Os autores naturalistas. o socialismo cientifico de Marx e Engels. o primeiro de nossa literatura. mas turrão. Tornou artísticos os casos da literatura oral. Texto A escrava Isaura O romance foi publicado em 1875 e trata da história de uma bela escrava. incluindo a escrava. A escrava possui dotes físicos e psicológicos das cândidas heroínas românticas. Os naturalistas retratam preferencialmente o coletivo. O inverno foi rigoroso. as crianças. Não pode frequentar a escola 31 e o descontentamento da classe burguesa em ascensão na época. no qual seria possível a demonstração das diversas teorias certificas. foi o responsável por divulgar as ideias filosóficas e cientificas em nosso país.nasceu no morro do livramento. apegavam em tom muito arrastado e melancólico: fígado. assim como não há personagens surpreendentes: os perfis podem ser explicados de maneira lógica e as ações como consequências dos fatores sociais. uma açoriana. todas as manhas cobertas de geada e a luz que se coava alvacenta como se atravessassem vidros foscos. ano mudava. e o sino continuava pousadamente. o termo realista e naturalista foi atribuído à produção em prosa. que se perdia nos campos. Os escritores realistas propõem-se a fazer o “romance de revolução”. assim como sua evolução fora do meio social definido. de aspecto em todo o dia. em seu lugar surge o anti-herói. Limites do Realismo/Naturalismo É muito comum o emprego associado dos termos Realismo e Naturalismo. No Brasil. ouvia-se os armadores enferrujados de uma rede e uma voz tísica e aflautada de mulher. a obra Memória Póstuma de Brás Cubas. O Realismo/Naturalismo no Brasil nasce em consequência da crise criada com a economia açucareira. formada por um grupo de intelectuais e liderada por Tobias Barreto. No entanto. pudessem transformarse. mas. cinco ou seis homens. os ventrezinhos amarelentos e crescidos. Alguns gatos. as personagens são determinadas por uma rigorosa lógica de causa e efeito. caminhavam pousadamente arquejando o lombo sob os frouxos raios do sol.de modo profundo e compreensível o conflito entre o individuo e o mundo. a partir de uma autoanalise. envolvendo as personagens em espaços miseráveis. os critérios que se usa para a construção do mundo ficcional também estão subordinados a esse cientificismo. cheio de sangue e coberto por uma nuvem de mosca. são termos sinônimos. Sendo a ciências então consideradas o único meio legitimo de conhecimento. As mulheres com sapatos engraxados. as batidas doidas do sino. Às quatro horas da tarde já era necessário ascender o candeeiro. existe uma fronteira entre elas: é possível perceber diferenças entre a prosa realista e a naturalista. o que lhe confere maior densidade psicológica. com as perninhas tortas pelo costume de cavalgar as ilhargas maternas. por vezes. O país em crise foi vivamente registrado. Os Naturalistas veem com olhos biológicos o mundo reduzindo o homem à condição de animal. . Pretende reformar a sociedade por meio da literatura critica. sujo. cantar em falsete a “gentil Carolina era bela” doutro lado da praça. de Aluisio de Azevedo do Naturalismo. uma preta velha. as cabeças avermelhadas pelo sol. aos 10 perde sua mãe. e o Mulato . Já os naturalistas estavam comprometidos com a ótica cientifica da época. suprida aos poucos com a chegada de imigrantes A prosa realista/naturalista no Brasil O Realismo /Naturalismo brasileiro apresenta os mesmos objetivos da literatura europeia. O romance social. a abolição era iminente. permaneciam a jogar algum de seus jogos. pulando diante deles: todos voltavam para suas casas. entre os sonhos e a realidade. A escola de Recife. às vezes. sua mãe. o povo ia saindo da igreja. uma a uma. (As personagens realistas são diferentes das românticas. E até a noite. aos domingos. de porta a janela. o sue badalar monótono. ladrar um cão. De um casebre miserável. pintor de paredes. criação do Realismo. apresentando as correntes positivistas e deterministas como parâmetro para analisar e retratar a realidade brasileira.) aquelas são explicadas também por suas motivações interiores. havia uma escassez de mão de obra. Trecho Que tristeza a sua quando. numa languidez atenta. corajosas. Aluisio de Azevedo – O Mulato Realismo/Naturalismo no Brasil No Brasil. O tráfico negreiro tinha sido extinto. nos telhados. Não há atos gratuitos. O vento. outras vezes. apesar do grande número de pontos em comum. personagem degradado pela ordem social burguesa. corriam e guinchavam. de Machado de Assis.Madame Bovary) Trecho A praça da alegria apresentava um ar fúnebre. No realismo brasileiro destacam-se os romancistas: Machado de Assis. o crescimento do prestigio dos estados do Sul. As crianças nuas. marca o inicio do Realismo. Seu pai era um homem simples. (Gustave Flaubert . todos os condicionamentos do momento histórico em que foi produzido. Teve uma infância humilde e triste. Algumas vezes. aos seis anos perde sua irmã e a madrinha. a pele crestada. Ao longe se ouvia. com variações em decorrência das particularidades de nosso contexto sociopolítico. ambas publicadas em 1881. de cabeças cobertas. Há os que preferem ver o Naturalismo como uma espécie de prolongamento mais forte do Realismo. Desse modo. enquanto estas são conhecidas pela maneira de agir boas. seboso. Esperam que os leitores se identifiquem com as personagens e as situações retratadas e. Rio de Janeiro. As vidraças apareciam. empinando papagaios de papel. objetivavam desenvolver o “romance de tese”. sempre os mesmos. mulato. O romance realista revela. sempre vencedor. etc. Entretanto. aparecem como estéticas literárias muito próximas uma das outras. na forma e no conteúdo. vergada por imenso tabuleiro de madeira. Preferem trabalhar com um pequeno elenco de personagens e analisá-las psicologicamente. na estrada levantava nuvens de pó. A Prosa Realista Machado de Assis Joaquim Maria Machado de Assis (1839-1908). tocavam as vésperas! Ficavam ouvindo. a poesia seguiu a tendência parnasiana. os campônios de blusas novas. covardes. tinha como pressuposto a ideia de que é impossível caracterizar uma personagem sem vinculá-la à sociedade. rins coração! Era uma vendedora de fatos de boi. Desaparece a figura do herói romântico. soaram. Aluisio de Azevedo e Raul Pompéia. e não pelo o que são. em 1881. que deu inicio ao movimento quando publicou. “Não tive filhos. É no conto e no romance que residem seu mais alto grau de competência literária. A obra de Machado de Assis traz aventura. que escreve a própria biografia a partir do túmulo (sendo. Enquanto outros renomados escritores limitaram-se á escrever extremamente as atitudes e ações de seus personagens. a critica a burguesia estão presente nos romances realistas de Machado de Assis. Os protagonistas machadianos anulam a própria existência: Brás Cubas nada contribuiu ou influenciou. Machado utilizou. publicou Luzia Homem que trata da condição Memórias . analisou-as pelo avesso. conduzindo o leitor a refletir sobre a condição humana. mas também da personalidade humana. Bentinho morreu só e casmurro. de baixa inteligência de baixa inteligência e de objetivos superficiais. originalmente. narrativa que tematiza um caso de histeria patológica. trespassada por uma fina ironia. Memórias Póstumas de Brás Cubas foi publicado. egoístas. outros que nem isso. que se perguntava se o livro tratava-se de fato de um romance: a obra era extremamente ousada do ponto de vista formal. de um estilo elegantíssimo. encontramos seu talento cristalizado e mais afinado com a estética realista. perdeu sua fortuna e morreu na sarjeta como mendigo. solteiro e sem filhos. Adolfo Caminha. Na primeira chamada de fase imatura. 32 O pensamento final de Memórias Póstumas de Brás Cubas resume seu pessimismo. o romance.” O micro-realismo A primeira preocupação do leitor machadiano deve ser a advertência feita por Machado de Assis numa crônica: “Eu gosto de catar o mínimo detalhe e o escondido. dissimuladas. não transmiti a nenhuma criatura o legado da nossa miséria” Ironia e humor Para exteriorizas o desencanto e o desalento ante a condição humana. Conselheiro Aires. mas de maneira singular. mas o primeiro defuntoautor da história). No romance. Sua obra. É narrada pelo defunto Brás Cubas. romance que focaliza a decadência da sociedade de Fortaleza. na Revista Brasileira. Essa fixação pelo pormenor é que se denomina micro-realismo. Mas do que pessimista ou negativa. Foi um autodidata. guardam uma chave com a qual o leitor poderá desvendar o universo machadiano. relatando sem seus diários os que aconteciam na vida de seus conhecidos mais próximos. Eis o primeiro desafio: a sutileza. tais como o condicionamento do homem ao meio social. com curiosidade estreita e aguda que descobre o encoberto”. Machado de Assis foi além: ocupou-se principalmente das classes altas e media urbana do Rio de Janeiro. e penetrou-lhe na consciência. pois o menor detalhe ou gesto são significantes na composição do perfil psicológico das personagens. A nenhum deles Machado concede o poder de conduzir e transformar a própria vida ou a alheia. foi trapaceado. acentuando-o ou atribuindo leveza a coisas serias. trazem em si o veneno da sedução. Quincas Borba morreu semi-demente. Começa suas memórias com uma dedicatória que antecipa o humor e a ironia presente em todo o livro: Ao verme que primeiro roeu as frias carnes do meu cadáver dedico com saudosa lembrança estas Póstumas. as personagens masculinas são medíocres. A Carne. devido à originalidade de seu estilo. que não se deixa levar pela aparente casualidade com que o autor a apresenta os fatos. Estilo Machadiano Machado de Assis foi um gênio. O essencial em Machado de Assis reside nos detalhes. revelando nítida influencia da literatura inglesa. O principal deles foi Aluísio de Azevedo. apresentando um conhecimento profundo da complexidade e das contradições não só dessas personagens. Por mínimos que sejam. Na segunda fase.em capítulos. o humor. Entretanto esses temas estão presentes de forma singular e imparcial. a postura do escritor é niilista – uma descrença absoluta. é amplamente traduzida e estudada. revestidos ora por um humor reflexivo ora amargo diante dos tormentos humanos. Onde ninguém mete o nariz. Pedro Paulo. Em 1881 saiu em livro causando espanto à crítica da época. sondou-lhe o mundo interior. Memórias Póstumas de Brás Cubas Uma das mais populares obras do autor. o autor ainda sob certa influencia romântica. em 1880. os gêmeos de Esaú e Jacó. O Naturalismo chega ao Brasil No Brasil. sobretudo. surpreendendo o público até então acostumado à tradicional fórmula romântica. a lei do mais forte. O pessimismo Machado de Assis revela sempre uma visão pessimista em relação à vida e ao ser humano. Alguns biógrafos afirmam que ele cursou apenas até a metade do segundo ano primário. portanto. revelando uma sociedade em que as pessoas valem pelo que têm. vira uma espécie voyeur da vida alheia. O humor machadiano dá um tom grave e ridículo. e aguda percepção da natureza humana e da vida. briga até o fim. fúteis. Podemos dividir sua produção literária em duas fases. em 1888. mas tudo diluído em duas prioridades: a análise psicológica e a especulação filosófica acerca da condição humana As personagens machadianas Machado de Assis não nutre grandes esperanças sobre a condição humana. a personagem Lenita é dominada por instintos de natureza sexual. não um autor defunto. Observe como o narrador indica o tempo de duração do relacionamento amoroso de Marcela e Brás Cubas. emoção e [suspense. viúvo sem filho. Domingos Olímpio. segundo o próprio. romance O Mulato. como folhetim.regular. que publicou A Normalista. o Naturalismo conquistou vários seguidores. são salvos pelo status. “Marcela amou-me durante quinze meses e onze contos de réis. sem chegar a nenhuma conclusão. Também tem destaque Júlio Ribeiro. As femininas não são melhores. também sem filhos. Rubião. As características essenciais da estética realista/naturalista. ai entra o meu. que Publicou. vaidosas. exigindo uma leitura minuciosa. extremamente refinado e marcado por cortantes ironias. Teatro: A mulher. alguns estudantes mais velhos tomam guarda de outros mais novos. ressaltando. Enquanto esses movimentos se propunham a analisar e compreender a realidade social e humana. com exceção de D. . Casa de pensão. Alma no prego. Como resposta a essa necessidade. viver de idealizações. Memórias de um condenado ou a condessa Vésper. Personagens e situações do colégio são 33 apresentadas. Defendendo o princípio da “arte pela arte”. incluindo um assassinato provocado pela criada Ângela. como a busca de uma poesia mais acessível. que é pessoa de uma boa índole e vem a ser objeto de uma paixão platônica do menino Sergio. A história fala da formação sexual e intelectual do adolescente como o reflexo da sociedade e focaliza. uma parte da critica a classifica como naturalista e outra como realista. as habilidades. na década de 80 do século XIX. muitas vezes. um adolescente em formação. e não no mundo exterior. Sua obra não apresenta uma preocupação excessiva com a patologia humana. Aluisio de Azevedo é considerado o mais importante dos naturalistas brasileiro. o contexto sociopolítico europeu mudou profundamente. O mundo agitava-se e a literatura não podia mais. um mundo de hipocrisia e falsidades em que até os amigos se tornam delatores. Embora essa dupla classificação seja justificada. Depois da revolução romântica. é importante ressaltar que a obra tem como eixo fundamental um estudo psicológico do adolescente. desprezada pelos românticos. Romances Naturalistas: O Mulato. imagens. passou a escrever em alguns jornais locais. ao mesmo tempo. contamina a todos. à busca do equilíbrio e da perfeição formal. Os sonhadores. novas ideias políticas. revestido de uma linguagem diferente. o Parnasianismo difere profundamente do Realismo e do Naturalismo. publicou um romance romântico “Uma Lagrima de Mulher” e colaborou muito na fundação do jornal “O Pensador”. Inglês de Sousa com O Missionário. a corrupção. forjada pelo diretor Aristarco. Aluisio de Azevedo retomou a São Luis para tomar conta da família. a obra apresenta-se como um painel de registro de acontecimentos ora caricaturesco ora lírico. constantemente em conflito com os valores impostos pela direção do internato.O homem. O homem está sempre rompendo com aquilo que considera ultrapassado e propondo algo novo. A atmosfera saturada e falsa. que se entrelaçam e se influenciam mutuamente: o Realismo. nascem quase ao mesmo tempo três tendências anti-românticas na literatura. que impôs novos parâmetros e valores artísticos. tentativas e revolução. uma poesia objetiva. Diferentemente do Realismo e do Naturalismo. que criticava o clero e a sociedade maranhense. Se examinarmos a sequencia histórica da arte e da literatura verá que elas se constroem a partir de ciclos. A “arte pela arte” Apesar de contemporâneos. Folhetins Românticos: Uma lagrima de mulher. Pegadas. racionalista. a influência que o meio exerce sobre o homem. o Naturalismo e o Parnasianismo. Aluisio prefere a observação direta da realidade. vocabulário seleto. O sistema esconde todo tipo de baixaria. do culto do eu e da fuga à realidade. tratando-se de uma obra complexa. desvendando-se. Em seu lugar propõem. como ocorre com alguns escritores. Parnasianismo Na segunda metade do século XIX. dos sentimentos. Era necessária uma arte mais objetiva. Lutas sociais. é escrito em torno das experiências do menino Sergio no internato dirigido pela mão de ferro de Aristarco Argolo Ramos. compreender. ao princípio do belo na arte. O touro negro. sobretudo. equilíbrio. Raul Pompéia A obra literária de Raul Pompéia tem como ponto alto: O Ateneu. que procura expor os aspectos morais de um sacerdote e Raul Pompéia com a publicação de o Ateneu. esse novo. na Bahia. métrica. Após cursar as primeiras letras no Liceu maranhense. mas alcançar a “perfeição” em sua construção: rimas. atraído pelo jornalismo. constituindo-se em um misto de obra de ficção e de memórias. Tratase de uma justaposição de quadros narrativos que vão sendo expostos ao leitor. Por causa da morte de seu pai em 1878. em sua perfeição.humana e social do sertanejo. perfeita do ponto de vista formal e voltada a temas universais. de uma língua brasileira. então. surgiu em nosso país um grupo de poetas parnasianos que desejava restaurar a poesia clássica. como no tempo do Romantismo. Contos: Demônio. o Parnasianismo representou na poesia o retorno à orientação clássica. Contudo. No internato existe um sistema de proteção. assim. da paisagem nacional. Nesse período. Os parnasianos acreditavam que o sentido maior da arte reside nela mesmo. Aluísio Azevedo (1857-1913) Nasceu a 14 de abril de 1857 em são Luis do Maranhão. a decadência do regime monárquico-escravocrata brasileiro. Texto O Ateneu O Ateneu tem o subtítulo Crônico de Saudades. os parnasianos achavam que o objetivo maior da arte não é tratar dos problemas humanos e sociais. Assim. criticar e transformar a realidade. etc. Ema. O romance O Ateneu é de cunho memorialista e. controle das emoções. tudo isso teria feito perder as verdadeiras qualidades da poesia. Assim foi o Parnasianismo no Brasil. de elevado nível vocabular. O livro de uma sogra. O foco narrativo é centrado em Sergio. segundo a teoria do determinismo de Hipólito Taine. as revoltas. o Parnasianismo se distancia da realidade e se volta para si mesmo. O livro. que se voltava para o exame da realidade. Após conhecer o cotidiano e a vida política carioca. Enfocando o homossexualismo. esposa do diretor. Fluxo e refluxo. recriação sua experiência como aluno interno do liceu dirigido por Abílio César Borges. que atendesse ao desejo do momento: o de analisar. O cortiço. emergem no romance os problemas criados pela educação convencional. científicas. foi para o Rio de Janeiro pra estudar arte na Academia de Belas Artes. não passa de algo ainda mais velho. As Crônicas de saudades terminam com um incêndio provocado pelo estudante Américo. oscilando entre um diário e um romance. passou a trabalhar como chargista em alguns jornais da cidade. Os parnasianos achavam que certos princípios românticos. A linguagem da poesia parnasiana A poesia parnasiana pretende ser universal. como o titulo sugere. Contudo foi no final dessa década que se travou no jornal Diário do Rio de Janeiro uma polêmica literária que reuniu. floresceu como poeta parnasiano. o segundo publicado. assim Alberto de Oliveira ficou conhecido. Raimundo Correia. os adeptos do Romantismo e. principalmente. desfere várias críticas aos poetas parnasianos.. / Como voam as pombas dos pombais. a chamada “chave de ouro”. de Teófilo Dias. aos pombais de novo elas. os adeptos do Realismo e do Parnasianismo. Olavo Bilac.. segundo a lenda. Por isso utiliza uma linguagem objetiva. / Voltam todas em bando e em revoada.. E ao vir do sol. reflexões de ordem moral e social e temas greco-romanos. Em Meridionais. por Olavo Bilac. de outro. quadros. com menos frequência.. que busca a contenção dos sentimentos e a perfeição formal.A produção de Raimundo Correia é marcada por considerações sobre a transitoriedade da vida. como um palia aberto. na Grécia central.. céleres voam. / Inda as procuro pelo céu deserto. assim. serenas. ironicamente: “Só não me inventou uma máquina de fazer versos – já havia o poeta parnasiano”. objetos de arte e. obra nitidamente romântica com influencias de Casimiro de Abreu e Fagundes Varela. um monte da Fócida. bem como definir melhor os contornos de seu projeto estético. de Teófilo Dias. Apesar do culto a forma parnasiana. / No azul da adolescência as asas soltam. de Luis de Camões. (Raimundo Correia ) Alberto de Oliveira O velho mestre parnasiano. Seus temas são... ou seja. saudoso em pranto. pálido de espanto. muitas vezes desperto / E abro a janela. trata da própria poesia como tema.. quando a rígida nortada / Sopra./ Direis agora: “tresloucado amigo”! conversas com elas?Que sentido estão contigo?” entender estrelas. • Certo gosto pelo decadentismo da vida e das coisas. / Ruflando as asas. Principais escritores: Olavo Bilac Olavo Bilac foi um dos mais louvados poeta de seu tempo. garantindo o equilíbrio desejado. Texto As pombas Vai-se a primeira pomba despertada. Foi um artífice da palavra. dentre as quais a rigidez formal excessiva e a falta de liberdade no ato da criação poética. Seus temas mais frequentes •O • amor sensual – erotismo que oscila entre o sensual e o requintado.. enquanto / A Vista Láctea. apenas/Raia sanguínea e fresca a madrugada. A “Batalha do Parnaso” As ideias parnasianas já vinham sendo difundidas no Brasil desde os anos 70 do século XIX. mais outra. obtendo efeitos de imagem e de ritmo interessante – sempre colocando no último terceto de seus sonetos a síntese de suas ideias. o chefe do Parnasianismo brasileiro Alberto de Oliveira se dedicou inteiramente ao culto à forma.. / E à tarde. sabendo conjugar com rigor formal parnasiano com grande expressividade. estariam combatendo os exageros de emoção e fantasia do Romantismo e. Término: 1893 inícios do Simbolismo no Brasil. A primeira publicação considerada parnasiana propriamente dita é a obra Fanfarras (1882). em que predomina uma combinação entre a perfeição da forma e a descrição.enfim dezenas / De pombas vão-se dos pombais. Vicente de Carvalho e Francisca Júlia o papel de implantar e solidificar o movimento entre nós. Observação: a máquina de fazer versos O poeta modernista Oswald de Andrade. e ainda hoje mantém grande prestigio. Já no segundo livro. Sinfonias.. a própria poesia. sacudindo as penas. um por um. de um lado.tema no qual o autor trata de episódios e personagens históricos. desenvolveu./ E conversamos toda a noite. Texto Vaso grego 34 / Que / Tem o que dizem quando / Capaz de ouvir e de E eu vos direi:: “Amai para entendê-las”! / Pois só quem ama pode ter ouvido . O livro de estreia foi “Canções Românticas”. foi o mais romântico que parnasiano. Entretanto caberia a Alberto de Oliveira... (Olavo Bilac) Raimundo Correia Raimundo Correia estreou com Primeiros Sonhos ( 1879). Diz ele. O saldo da polêmica. emerge a poesia que a critica reconhece como tipicamente parnasiana de nossas letras. O nacionalismo . / Vai-se outra mais. / Também dos corações onde abotoam. que ficou conhecida como Batalha do Parnaso. Teve influência de Bocage e. universais: a natureza. mas aos pombais as pombas voltam. ao mesmo tempo. entre os autores do período. consagrado a Apolo e às musas. Ele é. o tempo. • A presença de elementos da mitologia grega. / Cintila. o amor. Considerado. foi a ampla divulgação das ideias do Realismo e do Parnasianismo nos meios artísticos e intelectuais do país. / Os sonhos. / Que. para ouvi-las. A escolha do nome já comprova o interesse dos que acreditavam que. no entanto. temas ao gosto romântico. igualmente. /E eles aos corações não voltam mais. Cronologia Início: 1882 publicações do livro Fanfarras. em seu Manifesto da Poesia Pau-Brasil. Contudo a presença de elementos clássicos na poesia parnasiana não ia além de algumas referências a personagens da mitologia e de um enorme esforço de equilíbrio formal. por se apoiarem nos modelos clássicos. cenas. muitas vezes. /Fogem. um mestre na arte de compor poeticamente retratados. Texto Via Láctea Ora (direis) ouvir estrelas! Certo / Perdeste o senso! E eu vos direi.A influência clássica A origem da palavra Parnasianismo associa-se ao Parnaso grego. • A metalinguagem.. Duvidavam 35 positivismo. um dia. canora e doce. Tal qual o Romantismo. tudo com a finalidade de exprimir o mundo interior.. que acabaram por dar as origens dessa escola. o mistério. Por isso. já surgia um grupo de artistas e pensadores que punha em dúvida a capacidade absoluta da ciência de explicar todos os fenômenos relacionados ao homem.Estas de áureos relevos. No final do século passado. sugeri-la. * Interesse pelo noturno. Há quem veja nele resquícios românticos ou antecipação do Simbolismo. (Alberto de Oliveira ) Vicente de Carvalho – o poeta do mar Vicente de Carvalho é o mais subjetivo dos nossos poetas parnasiano. No final do século XIX. e não retratá-la objetivamente. metáforas. mais nada. na França. comparações. também das explicações “positivas” da ciência. * Anti-materialismo. imagens. / Toda arreada de dourados pomos / Porque está sempre apenas onde pomos / E nunca a pomos onde nós estamos. como queriam os realistas. de integração cósmica. O fato é que sua poesia teve o apuro formal dos parnasianos. Contexto histórico O movimento simbolista surge no último quarto do século XIX. assonâncias. faz uso de símbolos. * Desejo de transcendência. da mercadoria e do objeto. poeta de Teos que a suspendia roxas pétalas calmada. antológico e antirracional. Acredita-se que. Para isso. cansada. qual se da antiga lira / Fosse a encantada musica das cordas. / Essa felicidade que supomos / Árvores milagrosa que sonhamos. admira. o belo. sinestesias. Os simbolistas não acreditavam na possibilidade de a arte e a literatura poderem fazer um retrato total da realidade. / Nem é mais a existência. trabalhada Brilhante copa. * Presença abundante de metáforas. Pode-se. * Pessimismo. A origem dessa tendência espiritualista e até mística situa-se nas camadas ou grupos da sociedade que ficaram à margem do processo de avanço tecnológico e científico do capitalismo do século XIX e da solidificação da burguesia no poder. a u novo deus servia. do misticismo contra o materialismo. não vivendo a euforia do progresso material. Características da linguagem simbolista As características da linguagem simbolista podem ser assim esquematizadas: * Linguagem vaga. a literatura que representou essa nova forma de ver o mundo foi o Simbolismo. deixando a matéria e libertando o espírito. fluida. / Sonho que a traz ansiosa embevecida / E uma hora. cair na afetação sentimental romântica. pode-se dizer que em certas épocas há uma ideologia predominante. / Disfarça a pena de viver. . resumida. * Misticismo. o desejo de transcendência e de integração com o universo. pelo mistério e pela morte. vagos e imprecisos. / De divas mãos!. intuitivo. sempre adiada / E que não chega nunca em toda a vida. tais como o espiritualismo. (Vicente de Carvalho) Simbolismo Nenhum movimento cultural é globalizaste. o bem. além de recursos sonoros e cromáticos. que levaria a humanidade para um estágio evoluído. representam a reação da intuição contra a lógica. o nada. e do ouvido aproximando-a. esvaziada. São setores da aristocracia decadente e da classe média que. / Era o / A taça amiga aos dedos seus tinia. igualmente a linguagem não pode pretender representar a realidade dentro como ela de fato é. e. efêmeros. da sugestão sensorial contra a explicação racional. ignorados ou desprezados por ela: o espírito. valorização do espiritual para se chegar à paz interior. a dor existencial (sem. antirracionalismo em oposição ao / Já de aos deuses servir como / Então. ao mesmo tempo em que ainda vigorava a onda de cientificismo e materialismo que deu origem ao Realismo e ao Naturalismo. / Depois. porém não globalizaste. * Interesse pela exploração das zonas desconhecidas da mente humana. o sagrado dentre outros. religiosidade. o sonho. aliterações. que prefere sugerir a nomear. a transcendência cósmica. os simbolistas representam um grupo social que ficou à margem do cientificismo do século XIX e que procurou resgatar certos valores românticos varridos pelo Realismo. por exemplo. que reagiria contra o racionalismo burguês do século XVIII (o Iluminismo). / Ignota voz. empíricas e mecânicas trazidas pela ciência da época e busca valores ou ideais de outra ordem. dor de existir. o Simbolismo buscou uma linguagem que fosse capaz de sugerir a realidade. no máximo. o misticismo. Assim. em toda a vida. Propõem a volta da supremacia do sujeito sobre o . insatisfeitos com a onda de cientificismo e materialismo a que esteve submetida a sociedade industrial europeia na segunda metade do século passado. reagem contra ela./ Que uma grande esperança malograda / Existe. contudo. Já não se crê mais no conhecimento “positivo”. essa voz de Anacreonte fosse.. sinestesias. ás bordas / / Qual se Finas hás de lhe ouvir. mas o louvor da taça / Toca-a. a morte. que julgava poder explicar todos os fenômenos que envolvem o homem e conduzi-lo a um caminho de progresso e fartura material. * Subjetivismo e teorias que se voltam ao mundo interior. sim: nós não alcançamos / O eterno sonho da alma desterrada. e representa a reação artística à onda de materialismo e cientificismo que envolvia Europa desde a metade do século. Utilização de substantivos abstratos. Não se pode imaginar que todos os setores e pessoas da sociedade viveram da mesma forma em determinado momento. Podem ser encontrados esses traços em poetas e pensadores pré-simbolistas. assim como a ciência é limitada. ora repleta era / Toda de / Vinda do Olímpio. Simbolismo: A linguagem da música. do subjetivismo contra a objetividade científica.) Características da Poesia Simbolista Como movimento antimaterialista e antirracionalista. o Simbolismo rejeita as soluções racionalistas. o absoluto. Os Simbolistas. Texto Velho tema Só a leve esperança. Daí advém a tentativa de produzir textos tão melodiosos e ritmados. o vasto campo da literatura gótica ou macabra dos escritores ultrarromânticos. /soluços ao luar. filho de escravos foi amparado por uma família aristocrática. que marcaram o final do século passado. teve uma grande decepção amorosa ao apaixonar por uma artista branca.. / Violões que choram. A exploração do tema da morte abre ao poeta. em sua obra. Em 1893. contudo. vizinha de Ouro Preto. tardes.”). que já morreste. remotas. A forma encontrada pelos Simbolistas de suspender a dor seria a música. natureza. encontram-se: aaspectos noturnos do Simbolismo. preparando terreno para as grandes inovações que iriam ocorrer no século XX. ainda. herdados do Romantismo: o culto da noite. / noites de solidão. De quatro filhos que o casal teve apenas dois sobreviveram. sobreviveu trabalhando em pequenos empregos e sempre foi alvo do preconceito racial. que aconteceu apenas dois dias antes de seu casamento. Suas únicas obras publicadas em vida foram “Missal e Broqueis”. Observam-se algumas dessas características nesses versos do poema “Inexorável”: Ó meu Amor. estudou Direito em São Paulo e foi durante muitos anos juiz em Mariana. o sagrado. recuperada por alguns simbolistas. vítima de tuberculose. Formas claras / De luares. Seu valor.a quem amava e contava apenas 17 anos -.. certo satanismo. Apesar disso. os mais vagos contornos. Alphonsus de Guimaraens (1870 . a escravidão e uma verdadeira obsessão por brilhos e pela cor branca (“Ó Formas alvas. em versos de cárceres da alma. mornos. Texto . a sonoridade das palavras. deve-se ficar atento à musicalidade das palavras e construções. noites remotas que nos azuis das Fantasias bordo. /bocas murmurejastes de lamento. Além disso. onde o Simbolismo se sobrepôs ao Parnasianismo. uma negra. o verbalismo requintado. mas também pelo drama racial e pessoal que vivia. o mistério. choros ao vento. Acabou casando-se com Gravita. O drama da existência. que o aproxima da poesia realista portuguesa. as imagens surpreendentes.. em busca da transcendência. que morta estás! Lá nessa cova a que desceste b/ Ó meu Amor. Ao contrário do que aconteceu na Europa.. dentre outros. em Broqueis. funéreo! As características mais importantes da obra de Cruz e Sousa são: No plano temático: a morte. no domínio da poesia. Ao lê-la. /vou constelando de visões ignotas. há certa preocupação formal que o aproxima dos parnasianos: a forma lapidar.de outro. Ao transferirse para o Rio. que o ajudou nos estudos. quanto à investigação filosófica e à angústia metafísica./ Tristes perfis. morte. a integração cósmica. a predominância de substantivos e utilização de maiúsculas. destacam-se. A trajetória de sua obra parte da consciência e da dor de ser negro. Juntamente com o poeta realista português Antero de Quental e o pré-modernista brasileiro Augusto dos Anjos. a força das imagens. cidade histórica. c. Texto Ah! Toda alma num cárcere anda presa trevas entre as grades / Do / Soluçando nas olhando calabouço imensidades / Mares. Além de Cruz e Sousa.. que eu recordo. Sua obra apresenta diversidade e riqueza. que já morreste. só foi reconhecido postumamente. de nosso maior simbolista: Cruz e Souza. Cruz e Sousa: O Cavador do Infinito. mudas e fechadas / Nas prisões colossais e abandonadas.. Na juventude. etc. O Simbolismo no Brasil. por outro 36 de outro lado. arte e religião. a inclinação à poesia meditativa e filosófica... depois que o sociólogo francês Roger Bastide colocou-o entre os maiores poetas do Simbolismo universal. tradicionalmente se tem apontado como marco introdutório do movimento simbolista brasileiro a publicação. obras póstumas. o conflito entre a matéria e espírito. certas posturas de sua poesia . no Brasil o Simbolismo foi quase inteiramente abafado pelo movimento parnasiano.1921) nasceu em Ouro Preto. cristalinas. Hoje Cruz e Souza é considerado o mais importante poeta simbolista brasileiro e um dos maiores poetas nacionais de todos os tempos. o gosto pelo soneto. / Noites de além. As primeiras manifestações simbolistas já eram sentidas desde o final da década de 80 do século XIX. / Ó almas presas. Apesar disso.1898). / Ó meu Amor. a produção simbolista deixou contribuições significativas. pessimismo. rejeitando desse modo o desmedido valor dado às coisas materiais. por um lado. por exemplo. com a finalidade de dar um valor. estão de alguma forma relacionada àquele. Marcado pela morte da prima Constança . Um exemplo claro é um dos mais belos textos de Cruz e Sousa. de transcender a matéria e integrar-se espiritualmente no cosmo parecem originar-se não apenas do sentimento de opressão e mal-estar trazido pelo capitalismo. Cruz e Sousa (1862 . De um lado. estrelas. principalmente de Antero de Quintal. / Da Dor no calabouço atroz. Alphonsus de Guimaraens e Pedro Kilkerry (recentemente descoberto pela crítica). a transcendência espiritual. brancas. Todos os outros temas que explorou como natureza. sua poesia é quase toda voltada ao tema da morte da mulher amada. /Ah! plangentes violões dormentes. que gozou de amplo prestígio entre as camadas cultas até as primeiras décadas do século XX. No plano formal: destacam-se as sinestesias (cruzamento de campos sensoriais diferentes: tato e visão como em “noites de veludo ou visão e olfato como “cheiro das cores”“. em Faróis e Últimos sonetos. revela uma provável influência das ideias pessimistas do filósofo alemão Shopenhauer.o desejo de fugir da realidade. à dor de ser homem. que mais tarde ficaria louca. das obras Missal (prosa) e Broqueis (poesia). Alphonsus de Guimaraens. fluídas.objeto. Observa-se a dor existencial. Cruz e Souza morreu com 36 anos. a angústia e a sublimação sexual. de neves. Cruz e Sousa apresenta uma das poéticas de maior profundidade em língua portuguesa.). e . cair ao formalismo parnasiano. em que abundam referências ao corpo morto. de longa tradição popular. 04 .a dispersão do eu-lírico. Fontes Filosóficas seguidas pelo Simbolismo Como já foi dito. / Pairando no ar. eu sofro tanto! / Nunca virás iluminar meu peito / Com um raio de luz desses teus olhos? Os versos acima integram a obra Lira dos Vinte Anos.Órfã de mãe desde o nascimento. as cores roxa e negra. a gente rústica do sertão de Mato Grosso vive seus conflitos. ao sepultamento. / Mas pranteia uma eterna monodia. às orações.manifesta o desejo de amar e a realização amorosa se dá concretamente em imagens de sonho. isto porque a universalidade. / Fantástico alemão. presa ao ambiente místico da cidade de Mariana e ao drama sentimental vivido na adolescência. Fibra de amor e Deus que um sopro agita: / Se desmaia de amor a Deus se volta. d.) 37 .. / Tem na lira do gênio uma só corda.ilustra a dificuldade de conciliar a ideia de amor com a de posse física. (Álvares de Azevedo.. e. d. ao esquife. Contudo. Inocência é criada pelo pai. / Parece-me que vou perdendo o gosto. os aspectos estéticos e os históricos ligaram-se de modo especialmente estreito e original: entre nós.(UFS-SE) No período romântico brasileiro. à afirmação de uma nova Nação e à busca das raízes históricas e míticas de nossa cultura — características que se encontram amplamente: a) na poesia de Gonçalves de Magalhães influenciada pela de Gonçalves Dias. nele: a. /Perfumada visão romper a nuvem. (FUVEST) Ossian o bardo é triste como a sombra / Que seus cantos povoa. inda a procuro. mineiro afetuoso mas turrão.. de Álvares de Azevedo. d. exprime-se na métrica irregular dos versos. Da leitura deles podemos depreender que o poema: a. Que delírios! / Acordo palpitante.Numa atmosfera agreste e idílica. e suspiro e gemo. medieval e romântica.o eu-lírico manifesta tanto seu apreço quanto sua insatisfação em relação aos escritores que evoca. própria da ironia romântica. embalde as minhas lágrimas / Banham meus olhos. nas minhas pálpebras O alento fresco e leve como a vida / Passar delicioso. aquelas mãos de neve / De tons marfíneos. Alphonsus chegou a explorar outras métricas. (PUC-SP) Oh! ter vinte anos sem gozar de leve / A ventura de uma alma de donzela! / E sem na vida ter sentido nunca / Na suave atração de um róseo corpo / Meus olhos turvos se fechar de gozo! / Oh! nos meus sonhos. O Lamartine / É monótono e belo como a noite. / Bate meu coração com tanto fogo! / Um doce nome os lábios meus suspiram. pelas noites minhas / Passam tantas visões sobre /meu peito! / Palor de febre meu semblante cobre. d) na lírica confidencial de Álvares de Azevedo e de Casimiro de Abreu. abatida. c) nos romances de costumes de Joaquim Manuel de Macedo. Embora preferisse o verso decassílabo. 03. d . o Simbolismo representou uma negação do materialismo. contudo.. do Positivismo e do Determinismo. consolidando uma de nossas poéticas mais místicas e espiritualistas. / Basta de Shakespeare.. Um nome de mulher. O crítico Alfredo Bosi considera que “de Cruz e Sousa para Alphonsus de Guimaraens sentimos uma descida de tom”.Pereira decide casar a filha com Manecão. das atitudes científico-religiosas dos estilos Naturalistas e Realistas.espiritualiza a mulher e a apresenta em recatado pudor sob “véu suave de amorosas sombras”. e vejo lânguida /No véu suave de amorosas sombras / Seminua. e) na ficção regionalista e indianista de José de Alencar. / Imploro uma ilusão.O autor desenvolve toda a história em cenário e meio tipicamente sertanejo. muito respeitados pela segunda geração romântica. O conjunto da poesia de Alphonsus de Guimaraens é uniforme e equilibrado. c . b) nos romances urbanos da primeira fase de Machado de Assis. ou seja. b. a mão no seio. Vem tu agora... o Romantismo deu expressão à consolidação da independência..o eu-lírico rejeita a literatura e os demais poetas porque se identifica inteiramente com a natureza. poeta ardente / Que ilumina o clarão das gotas pálidas / Do nobre Johannisberg! Nos teus romances / Meu coração deleita-se. conforme exemplifica a estrofe a seguir: Mãos de finada. / Como a lua no mar e o som das ondas. / Se pranteia por Deus de amor suspira. Pereira. / Sentar-se junto a mim. c. possibilitam à criação de uma atmosfera mística e litúrgica. tudo é silêncio! / Só o leito deserto. Formalmente o poeta revela influências árcades e renascentistas. é correto afirmar que... mulher dos sonhos.lado. homem honrado e rude tal como o pai de Inocência. todas as afirmativas abaixo são procedentes.(UNICENTRO) Relativamente ao romance Inocência. particularmente a redondilha maior. mas que suplica. a sala muda! / Amorosa visão.Lamartine é criticado por sua irreverência para com Deus e a religião. (.revela sentimento de frustração provocado pelo medo de amar e pela recusa doentia e deliberada à entrega amorosa. de Taunay. a dor da existência e as sensações de voo e vertigem que caracterizam a linguagem simbolista de Cruz e Sousa ganham limites mais estreitos na poesia de Alphonsus de Guimaraens.. 02. Lira dos vinte anos) Considerando-se este excerto no contexto do poema a que pertence (Ideias íntimas). b. no decorrer de quase trinta anos de produção literária.concilia sonho e realidade e ambos se alimentam da presença sensual da mulher amada. de ossatura rica.a recusa dos autores estrangeiros manifesta o projeto nacionalista típico da segunda geração romântica brasileira. É também uma volta à atitude conflitual e tensa do Barroco e ao espiritualismo da Idade Média. sem.. num gesto brando e leve / Que parece ordenar.. Temas e formas se repetem e se aprofundam. / Embalde a chamo. / Eu sou tão infeliz. c. Caderno de Atividade Romantismo 1... EXCETO a.. o curioso estudante recém-chegado examinava o lindo quadro que os seus olhos tinham e de que. Não: pouca.Os rapazes são estudantes de medicina. Muita gente.” III . todos representam. segunda geração. Lucíola. Li os anúncios dos jornais. No entanto. De tudo isto se conclui que a avó de Filipe tem no lado direito de sua casa um pomar e no esquerdo um jardim.“Quebre-se o cetro do papa. Assim me aconteceu.Castro Alves pode ser considerado um poeta mais ligado à estética realista do que ao Romantismo. 4 4 . que vivia. 38 .. assinale como VERDADEIRAS as afirmações que estão corretas e como FALSAS as que não o são. “Lembrar-se é viver outra vez”. sempre brilhantes e viçosas. Uma bela manhã.Identifiquem as gerações românticas a que pertencem os textos abaixo I .Na obra da segunda geração de poetas românticos brasileiros.Lucíola é um romance em que aparecem os reais valores morais da sociedade burguesa durante o Segundo Reinado.O sorriso irônico atribuído à protagonista.“Adeus. Reuniões. e o atordoam e preocupam tanto.. a tese da valorização do primeiro amor.O verdadeiro nome da protagonista é Maria da Glória. 4 4 . um dos temas marcantes da época. embora se trate de um romance romântico. e por fim ainda me achei com uma sobra de tempo que embaraçava-me realmente. o tema da saudade da Pátria. E fizemos muito bem em concluir depressa. Augusto ergueu-se. passeios aos arrabaldes.. fechada do lado do mar por uma longa fila de rochedos e no interior da ilha por negras grades de ferro está adornada de mil flores. Leopoldo e Filipe. em seus poemas. 05 . A casa da avó de Filipe ocupa exatamente o centro dela. apaixonada pelo prático Cirino. diz o poeta. para não sermos prolixos. está simetricamente coberta de belos arvoredos... visitas de cerimônia e jantares obrigados.e. segunda geração. teatros. daremos ideia em duas palavras. embora seu enredo se desenvolva de acordo com o idealismo e sentimentalismo românticos. A que fica à mão direita é mais notável ainda. 3 3 . 4 4 . conquistei os foros de cortesão e o direito de aborrecer-me à vontade.Considere o texto abaixo para responder a questão: Soprava vento fresco e. num cenário que é uma ilha.Segunda geração . Não sabes o que tens perdido. 1 1 . especialmente no que se refere à valorização da natureza brasileira. despediu o seu bateleiro. muito antes do que supunha. graças à eterna primavera desta nossa boa Terra de Santa Cruz. Augusto pagou. meus sonhos.O excerto acentua a superficialidade das relações pessoais na corte do Rio de Janeiro e a futilidade de seus frequentadores na época em que se passa o romance. A avenida por aonde iam os estudantes a divide em duas metades. escrevi à minha família. boêmios e alegres. que se foi remando e cantando com os seus companheiros. e ao través da fumaça azulada. estava na crítica posição de um homem que não sabe o que fazer. que lhes ficava a trinta braças do mar. Bem-vindo seja Augusto.Se eu morresse amanhã é um poema em que predomina a função emotiva da linguagem. primeira geração.) 06. (José de Alencar. 0 0 .” II . orlada de coqueiros. 1 1 . porque Augusto se apaixona por Carolina. desde menina. Então. terceira geração. quando esta morre. ouvindo a voz de Leopoldo que o esperava na praia.. no romance em questão.“Ó guerreiros da Tribo Tupi. Depois desse tributo pago à novidade. 2 2 .A respeito da poesia romântica.A presença de Augusto. 0 0 . 1 1 . Ó guerreiros. 2 2. 1 1 . 0 0 .” A sequencia conseguida foi: 0 0 .. em função do exílio que sofreu em Portugal. encontram-se o tédio da vida e o cultivo da ideia da morte. Leopoldo? .Gonçalves Dias foi um dos primeiros poetas românticos brasileiros e sua obra está marcada pelo indianismo. Assinale como VERDADEIRAS as afirmações corretas e como FALSAS as que não o são. de Joaquim Manuel de Macedo. terceira geração. apresentações às notabilidades políticas. cuja recordação um camafeu garantia. pela linguagem contundente com que analisa os problemas sociais da época.Casimiro de Abreu cultivou. 3 3 . refere-se ao fato de ser Lúcia uma prostituta. meus cantos ouvi. 3 3 . participei a minha chegada aos amigos. porque Filipe acaba de receber Augusto com todas as demonstrações de sincero prazer e o faz entrar imediatamente para a sala. ou pelo aspecto curioso que oferecem. a sociedade burguesa da época. A ilha de. enquanto por uma bela avenida. estimáveis. ou pelos frutos de que se carregam.A obra em questão contraria. seguido do comentário. lancei uma vista pelos dias decorridos. substituído pelo de uma amiga. 2 2 . terceira geração. acentuando o individualismo e o subjetivismo exacerbados.A narrativa é feita em 3ª pessoa por um narrador onisciente. mas escolhida.. indica tratar-se de um excerto de A moreninha. 2 2 . de forma precursora.Inocência.A linguagem tem função estética e contém traços acentuados da estética romântica.Nesse trecho. eu pranteio e morro! Não levo da existência uma saudade. esquecendo-se de um juramento anterior. 07 . as moças são fúteis e seu objetivo é casar 08 . literárias e financeiras de um e outro sexo. Acendi o charuto. unem-se narrativa e aspectos descritivos do ambiente em que se vai desenvolver a trama. Texto A corte tem mil seduções que arrebatam um provinciano aos seus hábitos. tudo isto encheu o primeiro mês de minha estada no Rio de Janeiro. Leopoldo deulhe o braço e. se dirigiam à elegante casa. das quais a que fica à esquerda de quem desembarca.Primeira geração. pois. é tão pitoresca como pequena. que só ao cabo de algum tempo o restituem à posse de si mesmo e ao livre uso de sua pessoa. ao lado do lirismo amoroso. na Corte. Faça-se dele uma cruz! A púrpura sirva ao povo p’ra cobrir os ombros nus.Primeira geração. deixa de aceitar o noivado imposto pelo pai. escapismo. 1 1. ( ) Conflito entre o mundo interior (sonho) e o exterior (realidade) levando à insatisfação e a inadaptação. primeira geração.Assinale a(s) incorreta(s): ( ) O Romantismo reflete a ideologia da Revolução Francesa. 11. 0 0. ( ) Assim como se lutava pela liberdade política (liberalismo) e econômica. marcando a vinculação da arte à expressão do gosto da burguesia. coincidindo coma independência política. já se não destacavam vozes dispersas. (UFV-MG) Leia o texto abaixo. numa atitude individualista e profundamente pessoal marcou os autores do movimento romântico. dos operários das pedreiras. o heroísmo místico e lendário. quando os descreve em seu vaivém pelo cortiço.Sobre o romance romântico. e. um mesquinho dote de trinta contos! [ . transformando-se quase numa religião (panteísta).Segunda geração. d. Um acordar alegre e farto de quem dormiu de uma assentada. sete horas de chumbo. marcado pela morbidez. b – Posição contraria ao rigor formal clássico. segunda geração. acaba prostituindo-se por força daquele meio sórdido e animalesco. ( ) O Romantismo apresenta os ideais da Revolução Francesa como reflexo da ideologia de classe em que a burguesia assume a condição dominante daí o liberalismo e o individualismo serem características dessa estética. mas a sua infinidade de portas e janelas alinhadas.3 3. típicas do gosto romântico-burguês de sua época. tédio. d) Os personagens de O Cortiço constituem-se.. defendendo uma língua ) Podem-se identificar três atitudes fundamentais: o libertada. ( ) O sentimento da natureza traduziu-se de maneira exaltada. visto que o objetivo mais alto era a expressão de ideias e emoções. o que evidencia a preferência do escritor naturalista pelas camadas mais baixas da sociedade. se antes era “pura” e de boa conduta moral.” O excerto é do romance Senhora. não os olhos. b) O narrador de O Cortiço acentua o lado instintivo do ser humano através de um processo de zoomorfização. […]. 12 .O gosto pela expressão dos sentimentos.Conciliação do acervo de normas clássicas d expressão com a universalidade dos temas. já se não falava. declamatório pelo espírito libertário e progressista. expressas de acordo com os cânones próprios do Arcadismo. retirado de O Cortiço. os germes do Liberalismo e do Romantismo nos demais países da Europa. eis o seu crime.Utilização de uma linguagem denotativa.Um dos traços caracterizadores da produção poética do romantismo é a : a. Aluísio Azevedo exprime um conceito naturalista da vida e. 09. ensarilhavam-se discussões e rezingas. o zunzum de todos os dias acentuava-se.Memórias de um sargento de milícias é um romance que. condensando-se. o egocentrismo. 3 3. cujas personagens principais são Aurélia e Fernando.Terceira geração.José de Alencar jamais tentou o abrasileiramento de nossa literatura e de nossa linguagem. e faça o que se pede: Eram cinco horas da manhã e o cortiço acordava.Os romances de Joaquim Manuel de Macedo narram histórias fáceis. terceira geração. O rumor crescia. assinale aquela que NÃO corresponde às propostas da escola naturalista: a) Em O Cortiço. c. dos sonhos e das emoções que agitam seu mundo interior. nacionalismo.Atitude rebelde em face de convenções. ascendente à condição de classe dominante.“A moça agitou então a fronte com uma vibração altiva:/ Mas o senhor não me abandonou pelo amor de Adelaide e sim pelo seu dote. ( ) Tendo surgido na Alemanha e na Inglaterra. gritava-se. rica. 4 4. ouviam-se gargalhadas e pragas. das lavadeiras e de outros miseráveis que ali vivem de forma degradante. abrindo. em especial para com a negra Bertoleza. O poeta faz da natureza seu refúgio. (UFV-MG) Em O Cortiço. ( ) No Brasil. e atirou-o no pó. pugnava-se pela libertação da arte dos padrões clássicos. o senhor abateu-o de seu pedestal. que. foi a força de Napoleão que inoculou. e a poesia social ou condoreira. Essa degradação do homem a quem eu adorava. 14. Começavam a fazer compras na venda. 2 2. identificando seus personagens a diferentes animais. e) O caráter determinista da obra tem como símbolo a personagem Pombinha. ] Desprezasse-me embora. sobretudo a insetos e vermes.Ao enfatizar as atitudes inescrupulosas de João Romão para com os habitantes do cortiço. Por isso o Romantismo é levado ao escapismo (fuga) ou à rebeldia. Eu tinha um ídolo. naquela gula viçosa de plantas rasteiras que mergulham os pés vigorosos na lama preta e 39 . primeira geração. Examine os textos a seguir assinale V (se forem Verdadeiras) e F (se forem Falsas). o Romantismo representa a libertação de modelos portugueses. mas não descesse da altura em que o havia colocado dentro da minha alma. Dentre as afirmativas abaixo. 4 4 . o autor confirma as preocupações sociais do Naturalismo em sua inclinação reformadora. c) . caracterizada pelo tom inflamado. por focalizar uma época próxima e por ter um anti-herói como personagem central. valorizando o passado histórico.. antecipa características do Realismo. ( ( ) Reagiu contra a tirania gramatical. com tendência coloquial. mas um só ruído compacto que enchia todo o cortiço. mais adequada à analise da realidade objetiva. Aluísio Azevedo reafirma a ideologia do Naturalismo e cumpre à risca alguns princípios cientificistas vigentes na segunda metade do século XIX. integra-os a elementos de uma natureza convencional. ( ) O Romantismo aproxima-se do Modernismo pela valorização de uma temática nacional e pela aproximação da literatura ao “falar brasileiro”. Sentia-se naquela fermentação sanguínea. Realismo 13. ao idealizar seus personagens.Preferência por uma linguagem seca e despojada. que procura exprimir antes ideias do que sentimentos 10. com as invasões. em sua maioria. (UNOPAR-PR) Tristeza Por favor. uma preocupação em apresentar elementos descritivos que comprovem a sua tese determinista.observa-se o predomínio da razão e da observação sobre o sentimento e a imaginação.tem um narrador em 1ª pessoa. o narrador enfatiza a força do coletivo. III. mas também a sua vitalidade e energia naturais. mas procura alcançar um tom coloquial. a triunfante satisfação de respirar sobre a terra. 15.. e. onde convivem crianças. (UFRS-RS) Leia as afirmações abaixo. I. p. c) O discurso naturalista de Aluísio Azevedo enfatiza nos personagens de O Cortiço o aspecto animalesco. I. adolescentes. b) Há em Machado de Assis uma identificação com as ideias do autor português sobre o poder da arte realista. (UFU-MG) Considere a obra Dom Casmurro. 1984. os elementos introspectivos dos personagens. procurando criar correspondências entre o mundo físico e o a.em função de uma narrativa mais dinâmico.a ação desse romance transcorre no ambiente fechado de um internato. e. aos poucos. c) o romantismo e o cientifico-literário. Nos conhecidos versos da canção popular. da maioria das personagens do romance é apresentado de forma caricatural. vai embora / (…) /Já é demais o meu penar /Quero voltar àquela vida de alegria / Quero de novo cantar.I e II d.II e III d.” (Eça de Queirós) “… porque a nova poética (…) só chegará à perfeição no dia em que nos disser o número exato dos fios que compõem um lenço de cambraia ou um esfregão de cozinha. professores e empregados. V. de Machado de Assis.(MACK/SP) Indique a alternativa incorreta a respeito do Ateneu. o narrador apresenta metafísico.nutriente da vida. a) Machado de Assis expressa uma visão irônica quanto aos propósitos do realismo assumidos por Eça de Queirós. Da Glória tentava impedir o casamento de Bentinho com Capitu. “rasteiro” do ser humano. A cena descrita no velório de Escobar (homens e mulheres chorando) é uma característica do Romantismo presente em todo o Dom Casmurro — obra que tem como tema os infelizes amores de Bentinho e Capitu. e) culto à razão. Assinale: a) Se apenas IV é correta. Todo o cortiço é apresentado como um personagem que. e) A visão do escritor brasileiro deixa clara sua convicção quanto à impossibilidade de se representar totalmente a realidade.a prosa finissecular e a renovação da época. tanto para a carreira de Machado de Assis como para o desenvolvimento da prosa no Brasil. “O realismo é a anatomia do caráter. O cortiço. realçando seus aspectos negativos. o eu lírico situa-se em oposição a uma das características do Romantismo: a) ênfase no aproveitamento poético da paisagem local. II. II são corretas c)Se apenas III e V são corretas. o autor abre mão da analise psicológica das personagens. ed. (FCC /Chagas/BA) –identifique a alternativa onde estão indicados os textos que analisam corretamente alguns aspectos do romance realista. a. III b. 40 . Tornou-se um divisor entre: a) a prosa romântica e a realista-naturalista. Machado de Assis põe em dúvida o ideal queirosiano de realizar uma anatomia do caráter. Apesar da suspeita de adultério. nas partes narrativas e descritivas. b)Se apenas I. ao enfatizar os elementos visuais. 16. o amor consegue superar a desconfiança fazendo com que Bentinho se reconcilie com a família de Capitu. oriundas do prazer de existir. Aluísio. b) o remanescentes clássicos e a necessidade de modernização. com traços de oralidade. III. d) Eça de Queirós deixa entrever um grande entusiasmo pelo papel a ser desempenhado pela arte realista. que relata fatos ocorridos com ele no passado. II – a linguagem é poeticamente elaborada nos diálogos. Assinale a alternativa que NÃO corresponde a uma possível leitura do fragmento citado: a) No texto. É a crítica do homem.devido a apresentar uma estrutura bastante eclética. b) O texto apresenta um dinamismo descritivo. olfativos e auditivos. reagindo cada um de acordo com sua própria vontade e temperamento.as personagens independem do julgamento do narrador. 28-29. d) Através da descrição do despertar do cortiço. e as afirmativas que se seguem. 18. não se trata de um romance que tem uma classificação rigorosa como representante de uma ou outra tendência literária. Sergio. pois desejava que ele se unisse a Sancha.II 19. pois era seu melhor amigo.I e II c. d) evasão do poeta num passado histórico. 17. e) Observa-se. c. por ocasião de seu enterro. 15. o prazer animal de existir. IV. acorda como uma colmeia humana.I.I e III e . b) não-conformismo aos valores estabelecidos. (PUC /RS) – O romance Memórias Póstumas de Brás Cubas publicou-se num momento significativo da literatura brasileira. 20. no discurso de Aluísio Azevedo. tal qual as vagas do mar. É a arte que nos pinta aos nossos olhos para condenar o que há de mau na sociedade. AZEVEDO. c) gosto pela melancolia e pelo sofrimento. pela constante utilização de metáforas e sinestesias. d)Se apenas V é correta.” (Machado de Assis) Assinale a alternativa INCORRETA em relação às afirmações de Eça de Queirós e de Machado de Assis. “Olhos de ressaca” — referência dada a Capitu — evidencia o seu poder de envolvimento e o grande fascínio que ela exerce sobre Bentinho. em detrimento das emoções. b. c) Ao questionar a perfeição da “nova poética”. Bento Santiago não teve problemas em homenagear o amigo Escobar. São Paulo: Ática. d) o espírito conservador e o espírito revolucionário. II. criou Galo e o Protocolo.O texto I refere-se ao Realismo. Assis. o autor retrata perfis de mulheres que. temperamento) ou culturais (meio e educação.21. as batatas. Senhora 3 3 São algumas das características do Realismo: observação. pode-se dizer que trata-se de característica do Naturalismo.A doutrina Positivista influenciou os autores realistas brasileiros.. as tentativas de submeter o homem a leis determinadas são consequências da aplicação. depois de morto.“A primeira que se pós a lavar foi a Leandra. temos um narrador personagem.O gosto pela expressão dos sentimentos. 3 3 Dom Casmurro é um retorno de Machado de Assis à narração em primeira pessoa. conta suas aventuras em vida e as observações que lhe despertaram. Em três romances. 2 2 . o cinismo e o desencanto de existir. em Memórias Póstumas de Brás Cubas. 1 2 3 4 1 A ironia machadiana surge com frequência em: Missa do 2 Traz para seus contos e romances todo o ambiente da 3 O pessimismo. da segunda metade do século XIX..“Desnudam-se as mazelas da vida pública e os contrastes da vida íntima. 2 – Os representantes do naturalismo fazem aparecer na sua obra dimensões metafísicas do homem. Ainda com relação a Machado de Assis: 0 0 Em memórias póstumas de Brás Cubas. 3 3 . 3 3.“[A obra] gira em torno do seguinte núcleo dramático: o narrador. preocupada apenas com a ostentação e o status que só o dinheiro confere. Nele temos Sofia e Escobar como personagens principais.” (Aluísio Azevedo) III . dos experimentalismo que caracterizou as tendências das ciências.Os naturalista acreditavam que o individuo e mero produto da hereditariedade e seu comportamento fruto do meio em que vive e sobre o qual age. 2 2 Em Quincas Borba. no final. 25 .” Fruto de um sistema filosófico chamado Humanitismo. gasta pequena fortuna e o melhor de sua mocidade. encontramos a seguinte frase: “Ao vencedor.As primeiras obras de Machado de Assis são consideradas as mais realistas deste autor. os naturalistas demonstraram especial aversão pelo o anormal e pelo patológico. vão se sucedendo as cenas tendo como figuras centrais Marcela e Vigília. Quincas Borba e Dom Casmurro.O romance (texto III) é de autoria de Machado de Assis. A mão e a luva.O realismo brasileiro seguiu os moldes do pensamento europeu da época. 4 4 – Na seleção de”casos” a serem enfocados. ou seja. O escritor tomará a sério as suas personagens e se sentirá no dever de descobrir-lhes a verdade. 1 1 . Observe os textos: I . graças a uma suposta traição de Capitu. pela acentuação de caracteres biológicos e raciais. há uma análise: da desagregação psicológica e financeira de Rubião. entretém com a segunda uma relação que termina no adultério. portuguesa feroz.. 0 0 Revela-se. cujo personagem é: Brás Cubas antes de morrer. 27 . 4 4 – Os romances do Realismo levaram ao leitor da época uma visão idealizada com a qual eles se identificaram.As primeiras obras de Machado de Assis são consideradas as mais realistas do autor. marcou os autores do movimento romântico 1 1 obra considerada o marco inicial do Romantismo no Brasil: Suspiros poéticos e saudades 2 2 José de Alencar faz críticas às relações humanas na sociedade carioca da sua época. e buscam-se para ambas as causas naturais (raça. Já na idade madura. 41 . no sentido positivista de dissecar os móveis do seu comportamento.“ O cortiço” de Aluísio de Azevedo retrata uma parte da sociedade brasileira de então.” (Alfredo Bosi) II .No Naturalismo. 23. 26. dos sonhos e das emoções que agitam seu mundo interior. 0 0 . romance narrado em terceira pessoa.. 24 . numa atitude individualista e profundamente pessoal. objetividade. berradora. clima. 1 1 Em Quincas Borba. por alcunha a Machona. a obra é narrada em primeira pessoa. psicológica que são: fase romântica e fase realista Ressurreição. são. 1 1.” 0 0 . 4 4. 22. à literatura. 3 3 . uma das características de Machado de 4 Arguto e quase ferino na análise da alma humana. 2 2. 4 4 Em Dom Casmurro há um perfil psicológico e análises de comportamento. pecadora inconsequente. Assinale as afirmativas verdadeiras e as falsas. Memórias póstumas de Brás Cubas..Sobre o Romantismo e o Realismo 0 0 .(UFPE) Assinale as afirmativas verdadeiras as falsas. Com a primeira. perfeito e um gênio na análise psicológica das personagens.O narrador a que o texto III se refere é Brás Cubas. (FESP) Questão referente a Machado de Assis. Trata-se de: Diva. que lhes reduzem de muito a área de liberdade. pulsos cabeludos e grossos. uma obra extremamente inovadora. 1 2 1– O Realismo busca o perene humano no drama da existência. Por entre capítulos em que se misturam a realidade concreta e a fantasia. 4 4 O Realismo e o Naturalismo são introduzidos em 1881 com as obras Memórias póstumas de Brás Cuba e O Mulato.No texto II pela descrição de personagens. embora se defrontem com os homens em plano de igualdade.Assinale as afirmativas verdadeiras as falsas. Sobre Machado de Assis 0 1 2 3 4 0 Maior representante do Realismo brasileiro: Machado de 1 A maior preocupação do romance realista é a análise 2 A obra de Machado de Assis está dividida em duas fases 3 São romances da primeira fase de Machado de Assis: 4 São romances da segunda fase de Machado de Assis: Assis. Helena e Iaiá Garcia. 0 0 .. está claro em Memórias Póstumas de Brás Cubas. redimidas ou dominadas pelo amor. Lucíola. crítica às instituições sociais. passando a encará-lo como um complexo social examinando à luz da psicologia. sociedade urbana do Rio de Janeiro. proprietário do cortiço . contado em confiança? Não quis ler nada. E certo orgulho que lhe notou ao repetir-lhe o nome? “O nosso amigo. entrelinhada. no texto transcrito observa-se insistência na aparência física de Rubião. na sua obra de ficção narrativa investigou com profundidade o homem universal. fê-la imprimir nos a pedidos do Jornal do Comércio. e algumas notícias. vestiu-se. crítica às instituições sociais. Nenhuma outra transcreveu a notícia. apontando a merecida homenagem prestada por Camacho a seu amigo Rubião. na primeira coluna. nomes de personagens de O Cortiço. Rubião recordou a sua entrada no escritório de Camacho. ( ) João Romão 5. era.Comercante português b) 4 3 2 1 7 6 5 d) 4 2 7 1 5 6 3 e) 6 2 3 4 51 7 3 – Cavouqueiro português c) 6 3 5 4 7 1 2 -Que é isto? Era o seu próprio nome impresso. Depois do sobressalto.. Leia De manhã. Que narração!que viveza de estilo! Alguns pontos estavam acrescentados. meteorologia. de Aluísio Azevedo. deitou a folha ao chão.28 . mas uma censura mole. 3 3 – Em Quincas Borba recupera-se a narração em terceira pessoa para melhor objetivar o nascimento a paixão e as morte de um provinciano. sem esquecer a bisbilhotice da folha. é correto afirmar que: ( ) O ser é retratado como produto do meio. Esta escola interessava-se. sem entender ao próprio risco. um assassinato em Garanhuns. especialmente. O diabo do homem parecia ter assistido à cena.. A demora da contemplação creio que lhe deu outra idéia do meu intento. em seus romances. indo além da crítica à sociedade. 4 4. Este movimento chamou-se de Realismo.No texto.. a tematização do patológico e a aplicação do método experimental. deu com o seu nome. 42 1 – Amante de João Romão a) 1 2 5 6 3 4 7 2. perdera a serenidade. A prova é que os pais e a vizinhança. ( ) É um tipo de realismo que tenta explicar romanticamente a conduta e o modo de ser dos personagens.RJ) Estão relacionados. Eu não sabia o que era oblíqua.. o menino. pois seu intuito é expor e analisar cientificamente a realidade.. como se tratasse de dizer bem ou mal de política. de realidades patológicas de degenerações morais e físicas. 2 2.O que sobressai na atividade criadora de Machado de Assis é a minuciosa busca de soluções aperfeiçoadas. e na segunda enunciados que podem caracterizá-las. embaixo dos animais.. E podia ficar ali. 29 .Este movimento surgiu com a publicação de O romance experimental.) deixou-se fitar e examinar. Quem me mandou ser linguarudo? Passou ao banho. constantes. o romance naturalista exalta o homem metafísico.Machado de Assis. (. ( ) No Brasil. e ainda mais pelo encarecimento que lhe dera o escritor. O excerto faz parte do romance Dom Casmurro cuja personagem feminina é Vigília. eu nada achei extraordinário. Infelizmente.)”. penteou-se. o modo por que falou: e daí tornou atrás. e queria ver se podiam chamar assim. Naturalmente é o que foi. o determinismo biológico. ( ) O escritor evita julgar ações e personagens de um ponto de vista ético e moral.MS) A propósito do Naturalismo. cego e surdo. temas constantes na obra de Machado de Assis. ele. Ao café. Leu o artigo editorial.o romance narra a vida de Rubião. nada menos que uma notícia do caso da rua da Ajuda. Só me perguntara o que era. objetividade. para o comportamento psicológico das personagens. não entendia outras. Estirado no gabinete. para ler outras coisas.. Trechos havia que releu com muita satisfação. multiplicado.. a conselho do Freitas.. o que só se conseguiu após inúmeros e continuados exercícios.Lutador de capoeira 4 – A flor do cortiço 6. Numere de forma a indicar a que personagem o narrador atribui qual característica: ( ) Rita Baiana ( ) Firmo ( ) Jerônimo ( ) Pombinha ( ) Bertoleza ( ) Miranda 31. ‘olho de cigana oblíqua e dissimulada’. confusão de memória. 4 4. Dali foi comprar uns tantos exemplares da folha para os amigos de Barbacena. acanhado com a publicação de um negócio.Amante de Jerônimo 7. ao canto da boca. teve um sobressalto. 30. 1 1 . com os meus olhos longos. esmagado pelas rodas. pela exploração de casos anormais. nas personagens cotidianas. O primeiro jornal que abriu foi a Atalaia.Assinale com V ou F 0 0 . morto ou ferido: ferido que fosse. (Machado de Assis. de Émile Zola. o nosso valente amigo. imaginou que era um pretexto para mirá-los mais de perto. o carro..O texto remete a uma visão desencantada da alma humana e à hipocrisia social. pulava algumas linhas. evocou a cena. multiplicado. enfiados neles (. rutilante. uma correspondência. ( ) Tem como características... 3 3. Que era bem escrita. joguete de hereditariedade implacável. entre outras. Quincas Borba) 0 0 .. Rubião interrompeu as reflexões para ler a notícia. pegou novamente na folha. e pegou em outra.. aborrecimento. a cor e a doçura eram minhas conhecidas.São algumas das características do Realismo: observação.” Rubião foi agradecer a notícia ao Camacho. ou dava por si no fim de uma coluna sem saber como viera escorregando até ali. (PUC . que ele reputava mínimo. na cama. Foi bem feito! disse em voz alta. O homem era tratado como um escravo dos instintos e das paixões. contida no seu próprio nome impresso. se nunca os vira. mas o acréscimo não ficava mal. o nosso distintíssimo amigo. os cavalos. 2 2 Embora Machado de Assis se volte. lia por alto. Que diacho de ideia aquela de imprimir um fato particular. o autor defende a ideia de que é possível haver grandeza nas ações humanas. em oposição ao homem animal cujas ações e intenções o escritor condena.. rutilante. ao próprio ato.(UFMS . um pacato professor que se torna rico da noite para o dia ao receber uma fortuna deixada pelo filosofo Quincas Borba. não sem alguma censura pelo abuso de confiança.. . De repente.“Tinha-me lembrado a definição que José Dias dera deles. nomeações do governo. Podia ou não podia? Era impossível negar que a situação foi grave. até que ficou do fato: tal foi ela que lhe não permitiu ser mais sóbrio. desde que percebeu o que era. 1 1. mas dissimulada sabia. ( ) Aproximação aos ideais das artes plásticas. em sua caracterização. / Já de aos deuses servir como cansada.caracteriza-se pelo pessimismo. b) I e II. sem as quais não se enraíza culturalmente. O Vaso chinês. saia da oficina /“Sem um defeito. e temas ligados à mitologia e a histórias greco-romanas. Musa impassível é sua característica 35 “Quero que a estrofe cristalina. 4 4. e pelas rimas ricas.é o mais ortodoxo dos parnasianos. 37. “cinzelada”. história e mitologia clássica.Se pudesse. ( ) Raimundo Correia . apenas. ( ) Caracteriza-se pela quebra do ritmo e pela estrofe irregular. / Dobrada ao jeito /Do ourives./// O autor desse quarteto foi poeta de grande cultura. por causas das violentas inversões sintáticas por causa do vocabulário incomum. ou seja: escrever poesia assemelha-se à perfeita lapidação de uma matéria preciosa.. Com tensão emocional. com respeito ao Parnasianismo: ( ( ) Estética da “arte pela arte”. d) Devem ser rejeitados os valores do antigo classicismo. Está correto o que se afirma em: a) II. Poemas e canções foi obra de grande popularidade.” Bilac Bilac O texto acima: ( ) Põe em relevo uma das características mais marcantes do Parnasianismo: a preocupação com a forma. tentativa de superar o sentimento romântico.São características da estética parnasiana: predomínio da forma sobre o conteúdo./ Vinda do Olímpio. b) A forma literária não pode afastar-se das tradições e das crenças populares.autora de Mármores e Esfinges é poetisa do parnasianismo. ( ) Tem como temas predominantes. especialmente o soneto Velho Tema.tem como temas prediletos: o amor. como o soneto. ( ) Está filiado ao simbolismo. apenas. Olavo Bilac comparou-o ao de um joalheiro. O poeta chama-se Olavo Bilac. ( ) Vicente de Carvalho .“Esta de áureos relevos. enquadrando-se na estética modernista. o patriotismo. desfazer-se de qualquer compromisso não estético. II e III. O e Cantigas praianas. valendo-se da temática relacionada a objetos de arte (O Vaso grego.Assinale V (para verdadeiro) e F (para falso) ( ) Alberto de Oliveira . ( ) Olavo Bilac . imitação da natureza). visual. ansioso por te ver: Corria. para a ) Impassibilidade. III. distanciamento da vida. numa sintaxe elaborada. Pelas convicções que lhe são próprias. brilhante copa. e) A arte pela arte e o retorno à natureza.santista. d) II e III. . c) I e III. A poesia deve ser “lapidada”. II. predileção pelos gêneros fixos. esse movimento se distancia da espontaneidade e do sentimentalismo que muitos românticos valorizavam. ( ) Recuperação dos ideais clássicos (belo. / Quanta gente. cenas da natureza.Assinale V (para verdadeiro) ou F (para falso). hora espiritual.“Sonhei que me esperavas. b) Amor galante e temas pastoris. como em Cavalgada. Plenilúnio e Anoitecer. O Leque. de Alberto de Oliveira. fundamentada nos princípios dos clássicos. Valorizam-se as sensações. cuja matéria-prima é um vocabulário raro. correta linguagem. em função do cuidado do autor na escolha do léxico. de Raimundo Correia. “Mal secreto”) O que exprime a oposição fundamental desse texto é essência do ser versus aparência. A poesia que se concentra na reprodução de objetos decorativos. bem. (UFPE) O Arcadismo (no século XVIII) e o Parnasianismo (em fins do século XIX) apresentam. sonhando. c) A poesia deve sustentar-se enquanto forma bem lapidada. exemplificam Descritivismo. (UEL-PR) Olavo Bilac e Alberto de Oliveira representam um estilo de época de acordo com o qual: a) O valor estético deve resultar da linguagem subjetiva e espontânea que brota diretamente das emoções. ( ) Poesia descritiva. E. trabalhada/ De divas mãos. apenas. 38. e) I. 33 . objeto de arte. A Estátua). assinala a tônica da arte pela arte./ Soube logo o lugar para onde eu ia. a natureza. em nome da busca de formas renovadas de expressão. 36.Sobre a poesia parnasiana: 0 0 ./ E tudo ao ver-me tão depressa andando./ Saí. o espírito que chora. é comum que os poetas mais representativos desse estilo aludam aos mitos daquela época. talvez que inveja agora/ Nos causa. 43 composição mais conhecida. 34. sob influência de Schoppenhauer em poemas antológicos como As pombas e Mal secreto. lirismos amoroso contido. para melhor atender ao ímpeto da inspiração. como exemplifica a estrofe de Alberto de Oliveira. Foi também um poema de grande sensibilidade para a “pintura” de cenas da natureza. verdade. a um novo deus servia”. 3 3.Parnasianismo 32 .Poemas como “Anoitecer” e “A cavalgada”. Para bem definir como entendia o trabalho de um poeta. fez do mar seu assunto predileto em composições sensibilíssimas como: Palavras do mar uma feição típica do Parnasianismo. Por se identificarem com os ideais da antiguidade clássica. plástica. ou “Vaso chinês” e “Vaso grego”. 2 2. “burilada”. d) Preferência pelas formas poéticas fixas. São eles: a) Bucolismo e busca da simplicidade de expressão. ( ) Francisca Júlia . c) Ausência de subjetividade e presença da temática e da mitologia greco-latina. hora carnal. e) Os versos devem fluir segundo o ritmo irregular das impressões./ Ver através da máscara da face. ( ) É arcádico: o racionalismo do autor tende a sufocar qualquer excesso sentimental. perfeição. apenas. voltada para o belo. 1 1. e sua obra manifesta patente dualidade românticoparnasiana. ( ) É marcadamente barroco. pontos em comum. Sua poesia é eminentemente descritiva. então piedade nos causasse!” (Raimundo Correia. e as cenas da natureza. (Ufal) As afirmações seguintes referem-se ao Parnasianismo no Brasil: I. um dia.. a arte busca perfeição formal. ed. e) A métrica é perfeita — versos decassílabos. é correto afirmar que pombas. (IBMEC/SP) Vaso Chinês “Estranho mimo. liberdade na expressão dos sentimentos e recorrência às imagens. sobretudo com o vocabulário carregado de termos científicos. podem-se depreender as seguintes características desse movimento literário: a) Soneto em versos decassílabos. b) Uma mentalidade conformista em relação ao amor e às desilusões vividas na juventude. social e literária. sobretudo. numa tentativa de conciliar pólos antagônicos.. vida e morte. de uma linguagem simples. aos pombais de novo elas. d) O envelhecimento.” 42.. (F. com descrição e presença da mitologia. / Na tinta ardente. d) Exploração de ecos. d) Um relativo menosprezo para com os sentimentos humanos vividos na juventude. serenas. que faz do homem primitivo e sua civilização um símbolo de independência espiritual. e) As inúmeras descrições da natureza são feitas dentro do mito da objetividade absoluta. e) A disciplina do artista e o trabalho artesanal com a linguagem. b) Os sonhos.. e) Uma visão pessimista da condição humana em relação à vida e ao tempo. d) A natureza despe-se da exagerada carga emocional com que foi explorada em outros períodos literários. razão pela qual buscavam os temas bucólicos e uma linguagem próxima da fala rústica dos camponeses. porém nobre. Fogem. p. 5. não é correto afirmar que: a) É um soneto descritivo. / No azul da adolescência as asas soltam. c) Os corações. aquele vaso! Vi-o / Casualmente. portanto. o que revela a objetividade do poeta. 44. uma vez. é correto afirmar que: . que opõe elementos como amor e sofrimento. de um calor sombrio. característico da produção literária parnasiana. b) Versos livres.” Alberto de Oliveira TUFANO. quando a rígida nortada / Sopra. metaforicamente./ Mas aos pombais as pombas voltam. é a base para as questões de números 15 a 17. talvez por contraste à desventura /Quem sabe? — de um velho mandarim / Também lá estava a singular figura: /Que arte em pintá-la! A gente acaso vendo-a / Sentia um não-sei-quê com aquele chim / De olhos cortados à feição de amêndoa. céleres voam. política. Simbolismo 45. com predominância de descrição e vocabulário seleto./ Vai-se outra mais.. de um perfumado / Contador sobre o mármor luzidio. enfim dezenas / De pombas vão-se dos pombais. d) Soneto com versos livres. c) A valorização dos elementos naturais torna-se mais importante que a valorização da forma do poema.. / Nele pusera o coração doentio / Em rubras flores de um sutil lavrado. b) A disposição dos elementos naturais (árvores. assonâncias. (Unifesp/SP) Os dois últimos versos do poema revelam a) Um enobrecimento da velhice após a realização dos sonhos de juventude. a) Culto do contraste. b) O poeta assume uma postura impessoal diante do objeto descrito.. / Como voam as pombas dos pombais. aproximando-a da música. b) Busca do equilíbrio e da simplicidade dos modelos grecoromanos. Estudos de Literatura Brasileira. sacudindo as penas. Assim. (Unesp) Assinale a alternativa em que se caracteriza a estética simbolista. e) A desilusão.. d) A linguagem e as rimas são ricas e bem trabalhadas.. a) A adolescência. na Literatura Brasileira. Instrução: (Unifesp/SP) O poema a seguir. as condições para o posterior surgimento dos poemas em verso livre do Modernismo. 40. Dele. c) Uma irritação com a dificuldade de se realizarem os sonhos. através. com predominância de narração e ênfase nos aspectos sonoros. exploração do plano imagético e sonoro. Carlos Chagas-SP) Os poetas representativos da escola parnasiana defendiam: a) O engajamento político nas causas históricas da época. 46. / Ruflando as asas./ E à tarde. c) Versos sem rima. (Unifesp/SP) O poema de Raimundo Correia ilustra o Parnasianismo brasileiro. criando. c) A simplicidade da arte primitiva. São Paulo: Moderna. / Fino artista chinês. Douglas. c) A perfeição da linguagem é superada pelo enriquecimento no plano do conteúdo. (PUC-Campinas-SP) É incorreto afirmar que no Parnasianismo: a) A natureza é apresentada objetivamente.. mais outra. c) Culto do sentimento nativista. rios) é importante por obedecer a uma ordenação lógica. 43. / Entre um leque e o começo de um bordado.. / Voltam todas em bando e em revoada. apenas 44 Raia sanguínea e fresca a madrugada. 1997. céu../ Também dos corações onde abotoam. (Unifesp/SP) Há uma equivalência entre os dois quartetos e os dois tercetos do poema. / Mas. estrelas. e) Preocupação com a perfeição formal. representa. fazendo delas matéria para uma poesia inflamada e eloquente. E eles aos corações não voltam mais.. e) Soneto com rimas raras. d) O abandono das formas fixas. enamorado. b) A ideia de que a livre inspiração é a garantia maior de que o poema corresponde à expressão direta das emoções mais profundas. aliterações. As pombas “Vai-se a primeira pomba despertada.. razão e fé. de Raimundo Correia..(UFMA) Sobre o Parnasianismo e o Simbolismo. numa tentativa de valorizar a sonoridade da linguagem.39. um por um. Os sonhos. 177 Considerando o texto. de modo a resultar uma obra adequada aos padrões de uma estética clássica. porém os melhores textos estão permeados de conotações subjetivas 41. a) Os estilos são absolutamente distintos quanto à técnica da versificação. a preponderância do símbolo entre as figuras e o cultivo de um vocabulário ligado às sensações. simbolismo. c) A espontaneidade coloquial. religiosidade. c) À metafísica do primeiro. b) Valoriza a expressão da subjetividade. Avaliando atentamente os recursos poéticos utilizados em cada uma delas podemos dizer que os movimentos literários a que pertencem I. brancas. d) Os dois estilos se aproximam quanto à técnica da versificação. uso de maiúsculas. 47. (Fuvest-SP) I.se do _____________. arcadismo. EXCETO: a) A vinculação do poeta ao Parnasianismo justifica a incidência do uso de figuras de linguagem. / Que ouviste já no acento agudo e grave.(Uni seguinte. /Que lucro à alma descrida?" Cada estrofe. c) Propõe o rigorismo formal." Todas as alternativas que seguem estão associadas ao poema. Formas claras”. / gelado no Nirvana impenitente. e) Parnasianismo. de Cruz e Sousa. e) O jogo dos sentimentos exacerbados. /Deixei sem atender o que deixava. me comunica este saudoso / Influxo a dor veemente. célebre autor de Broquéis. de um amor almejado e passado perdido.. romantismo. em ___________. c) Musicalidade marcada por aliterações e assonâncias. (PUC-SP) Cruz e Sousa e Alphonsus de Guimaraens são poetas identificados com um movimento artístico cujas características são: a) O jogo de contrastes. "Se a flauta mal cadente / Entoa agora o verso harmonioso.. O Simbolismo se opõe ao ____________. (PUC-PR) Rebelado "Ri tua face um riso acerbo e doente. de Eduardo Guimaraens.]" Na estrofe do poema Rebelado. e) O texto sugere um movimento subjetivo de reflexão acerca das experiências vividas. paradoxos. 52. vagueza dos adjetivos. humor e sentimentos de exclusão. (PUC-RS) O Simbolismo. conforme se pode observar em versos tais como: “vozes veladas. Assinale a alternativa que as identifica: a) Musicalidade marcada por aliterações e assonâncias. se aceitei o destino. assim como pela _______. estética que surgiu também no final do século XIX. trabalha o tema de um bem. romantismo. b) As oposições constituem-se num dos recursos predominantes do poema. / Ardente orvalho de febris pranteios. exotismo. “ó formas alvas. assonâncias e ritmo binário. se amei ou se odiei. respectivamente. c) O último verso reforça a idéia de nascimento e de morte. d) Musicalidade marcada por aliterações. é possível identificar características do Simbolismo. / Se gozei ou sofri. 53.. como ignorante.. o bem que tinha. (PUC-RS) Para responder à questão. o alargamento da subjetividade e a ênfase na adjetivação. parnasianismo. a seu modo. tendência a que se associa Eduardo Guimaraens. / Sonhos em que afoguei o ardor da vida. EXCETO a de que a) Contraria o pragmatismo de tendência parnasiana. que alcança _______. no que diz respeito à presença do subjetivismo e da emoção. falsa religiosidade.] / Riso de ateu e riso de budista. veludosas vozes”. na ordem apresentada. evocação de sentimentos atrozes. ao mesmo tempo que contrista [. 50. / Sou uma sombra a mais no caminho divino [. ler o poema que segue. e) Não há proximidade entre os dois. b) Barroco. imprecisa. d) O perfeccionismo formalista. 45 / E como apareci. exotismo. por exemplo. d) O cientificismo o irracionalismo musicalidade.." III. II e III são respectivamente: a) Barroco. antíteses. / Se fiz mal. / Sabei. "Porque não merecia o que lograva. 49. reage contra _______ da época. d) O poema constrói-se a partir da metáfora da “viagem”. modernismo. se fiz bem. d) Romantismo. b) Musicalidade marcada por ritmo binário. uso de maiúsculas. modernismo. / Vim sem considerar aonde vinha. falsa religiosidade. a) (1) Realismo b) (1) Naturalismo c) (1) Arcadismo d) (1) Romantismo e) (1) Naturalismo (2) Romantismo (2) Modernismo (2) Romantismo (2) Barroco / (2) Modernismo (3) Cruz e Sousa (3) Gonçalves Dias (3) Castro Alves (3) Manuel Bandeira (3) Olavo Bilac FEI-SP) Escolha a alternativa que preencha corretamente. parnasianismo. "Da delirante embriaguez de bardo. b) O impressionismo a percepção aliteração. segundo observa. 51. Não o gênio suave.. d) Retrata a realidade de maneira vaga. aproximando. 48. a recuperação dos ideais clássicos e o vocabulário precioso. [. /Deixei. expresso de diferentes formas. simbolismo. c) O romantismo a percepção aliteração. (PUC-RS) Todas as afirmativas que seguem podem ser relacionadas ao Simbolismo. e) A espiritualização o irracionalismo clareza. / que fere. a) O racionalismo o pragmatismo musicalidade. c) Romantismo. o tema da fugacidade da vida e fortes inversões sintáticas. e) Expressa-se por imagens e não por conceitos. Tal motivação justifica o subjetivismo profundo. os temas do cotidiano e o verso livre. religiosidade. juntou-se o realismo do segundo. simbolismo.] desapareci. vagueza dos adjetivos. as lacunas da frase "Que vos importa ouvir a voz de um peregrino? / Pouco vale saber se cantei ou chorei. b) A busca da transcendência. e) Paradoxos. Fim de Viagem . b) Os dois estilos se aproximam pelas preferências temáticas." II. uso de reticências. exotismo. / Vasta campina. antes que faça / O estrago de roubar ao corpo as forcas. / Graças à minha estrela! Eu vi o meu semblante numa fonte: / dos nãos inda não está cortado. um composto / De mais formosa união”. / quando na sesta / co vento ondeia. Marília bela? / Que vão passando os florescentes dias? / As glórias que vêm tarde.O “Pathos . / mal chega a longa idade. / dá / me vinho. 3 3 . / verás então que os sábios.o poeta manifesta-se satisfeito com o próprio destino. / Não verás enrolar negros pacotes / das secas folhas do cheiroso fumo. 1 1 .o poeta revela sua vertente mais convencional: a aproximação com estilo Rococó. Texto V Com os anos. melódicos que emolduram a suavidade quadro descrito. São estes os sítios? / São estes. Texto VIII “Os teus olhos espelham a luz divina.Sobre os temas e formas de Marília de Dirceu: Marque V ou F. Graças./ que o cinamomo / quando matiza / Côa folha a flor. de expressões grosseiros. avulta um romantismo descrito.Ao lado de Basílio da Gama. o velho cordeiro está deitado. No texto I é possível identificarmos algumas constantes. azeite. bem sabes: Um coração. Marília bela. nos versos 13/14. 2 2 . o poeta exalta a sensibilidade artística. / Têm a cor da negra noite. a ao semblante a graça! Texto VI “Porém se os justos céus. nos versos 15/16. e basta/ cabes. / dos frios gelos e dos sóis queimados. Texto I Eu Marília.Na primeira estrofe do texto V o poeta expressa a consciência de fugacidade do tempo e na seguinte propõe á Marília a fruição dos prazeres da vida. / Marília . sempre alegre.Nos versos 3 e 4 .” Texto VII “Os seus compridos cabelos. / e com o branco do rosto / Fazem. Texto IV Tu não verás. enfim.Gonzaga é desequilibrado. contido sem o “descabelamento” sentimental dos românticos. / e o leve filho. Marília.Observa-se o predomínio da ordem indireta da frase.romântico (melancolia. de que me visto. / A mesma formosura / é dote que só goza a 46 mocidade: / regam-se as faces. Marília bela. / ao seu cabelo. / Graças à minha estrela! Texto II A minha amada / é mais formosa / que branco lírio. 1 1.É da conversão arcádica que o poeta identifique-se “artisticamente” como poeta a sua musa como pastora./ num canto letra que não seja minha. antes que o tempo faça o Onde tu mesma . / Com tal destreza toco a sanfoninha / que inveja até me tem o próprio Alceste: / ao som dela concerto a voz celestes. minha Marília. / ou dos cercos dos rios caudalosos. não apolíneo.um do mais belos das Liras. /bem como vivem. / a quem a luz do sol em vão se atreve. que eu vou. 0 0 . Não verás separarão hábil negro / do passado esmeril a grossa areia.pela prisão e pela frustração amorosa . Gonzaga foi o poeta mais equilibradamente neoclássico da nossa poesia. cem cativos / tiraram o cascalho e a rica terra. / dobrada rosa. que são cor da neve. o gosto falta. / e pode. 2 2 . / e se entorpece o corpo já cansado: / triste. faz alusão a sua virilidade. / servir de adubos à terra e fértil cinza. o “carpe Diem”(aproveite o dia). mudar-se a nossa estrela. 56 . 4 4 . manifesta-se a atitude clássica./ que vivi de guardar alheio gado. / de tosco trato. com muitas figuras de linguagem. / à esquerda se erguia / um bosque fechado. já vêm frias. próximo do ritmo da prosa. 1 1. / mas quando vai! Texto III Aqui um regato / corria sereno / por margens cobertas / de flores e feno. / que sobre as costas ondeiam. Graças. 4 4 . Marília. a clareza das expressões. mas eu / o mesmo não sou. legumes.Ainda sobre os versos anteriores há um narcisismo ( propósito de auto . formosa. tu chamas / espera. / queimar as capoeiras inda novas. 4 4 . lançar os grãos nas covas. 55 . / de trigo cheia. / nem espremer entre as dentadas rodas da doce cena o sumo. / Aproveite-se o tempo. 3 3. / das brancas ovelhinhas tiro o leite / e mais as finas lãs. salta. morrem / Eu tenho um coração maior que o mundo./ Vênus / não chega / ao meu amor.No pastorismo e bucolismo exaltando a vida campestre no entendimento de que a felicidade e beleza decorrem da vida n campo. não sou algum vaqueiro.em alguns momentos. / não é igual. / ou da minada serra. / Tu. / quando flutua. / e já brilharem os granetes de oiro / no fundo da bateia. e não a natureza reproduzida do bucolismo greco-romano e o lirismo de seu de ser e pensar. / Que havemos de esperar. 0 0 . / mas de oura cor não são. / tem a cor negra. Não verás derrubar os virgens matos. o cabelo alveja.valorização) é encontrado nos versos 11/12 afirmação de sua juventude. captando a rusticidade da paisagem e da vida da colônia. / papoila ou rosa delicada e fina / te cobre as faces. Marília.Ao expressar o “eu” desesperado . Marília bela/ graças a minha estrela” no estribilho . 3 3 . 57.( Marília de Dirceu –Tomás Antonio Gonzaga) 54 – (Eugenia/Rosa) Marque V ou F sobre Tomás Antonio Gonzaga e suas obras.o poeta exalta a figura do vaqueiro que vivia ” a guardar alheio gado”.Nos versos “Graças. Marília.Os versos têm metros curtos.Nos texto I e II .Ainda no texto I: 0 0 .Gonzaga infunde dois elementos não convencionais à sua lira: a imitação direta da natureza de Minas. / teu lindo corpo bálsamos vapora.No texto V . saudades) é expressão num estilo clássico.A vertente “subjetiva” do poeta é mais visível na primeira parte das liras (escritas no Cáceres). / os pastores que habitam este monte / respeitam o poder do meu cajado. por fins ocultos. / Os teus cabelos são uns fios d’ouro. / são que os de Apolo mais belos. / Tenho próprio casal e nele assisto. 2 2 . / e o tempo apressado / que nada respeita / já tudo mudou.Marque Verdadeiro ou Falso: 0 0. frutas. / em tão tirano mal me não socorrem. / Ah! não. / Julgou o justo Céu. é que eu queria / De mor rebanho ainda ser o dono.Não há nesse texto elementos que nos permita afirmar ser essa Lira um poema pastoril.. / Vestia finas lãs. . e mata./ em tão tirano mal me não socorrem. e provo. a expressão de suas dores é contida. os teus cabelos / Ainda muito mais que um grande Trono.Marque V ou F 0 0 – A terceira e quarta estrofe a ilusão do poeta é tão intensa que ele imagina sentir as mãos da amada enxugar-lhe o pranto.estrago de “roubar ao corpo (do poeta) as forças a ao semblante (de Marília) a graça 1 1 . ou morto / Enternece-se amor de estrago tanto. 0 0 . um só cajado.“ Porém se os justos céus.Texto XV Lira Eu. 3 3 .carece de unidade de enfoque. / Nem tenho. por exemplo. / Fui honrado Pastor da tua aldeia. / Agora que te oferte já não vejo /Além de um puro amor. . Esta imprecisão da pastora: a . / Por essas brancas mãos. nem tenho gosto/ de ver-te ao menos compassivo o rosto” . 1 1 – Vê das lembranças de Marília a força capaz de fazê-lo suportar tanto sofrimento. na 2ª e 3ª estrofes .É suficiente para seu ator ser apontado com pré./tem a cor negra da noite”. 4 4 .“Eu tenho um coração maior que o mundo”. 2 2 .texto VIII./ Foge-me a vista. porque isso só aumenta suas penas de amor. / Busca extremoso.me no peito. / Romper a nuvem. / Novo os membros.É fundamental para situar o leitor dentro do drama amoroso do autor. Ele se vê como um semivivo “corpo e a masmorra é sua sepultura.texto VII “Os teus cabelos são uns fios d’ ouro./ verás então que os sábios bem como vivem. / Escrever teus louvores nos olmeiros. Ah! minha Bela.lírico expresso seu estado de espírito.O poeta imagina sua pastora está com ele na cela. / Ergo a cabeça que inda mal sustento.mostra a intenção do autor em não revelar o objeto do seu amor. ora magistrado. adoro / A tua formosura / Amor na minha ideia te retrata./ Amar no Céu a Jove.Na segunda estrofe Gonzaga confessa que a saudade de Marília levo. b .”Os teus compridos cabelos. e a ti na terra.Ele percebe que a morte está próxima e sente um certo alivio.o vivo. e com mão terna / Me limpa os olhos do salgado pranto. evitando seus beijos e abraços.Nestas liras nota-se que ainda quando nem os céus acudiam o poeta em suas atribulações. 0 0.As contradições também ocorrem: ora Dirceu se faz de pastor.Já nos primeiros versos o eu . / A violência da magoa não suporto. confortando-o ternamente. aqui refere-se á dor da separação por causa da Inconfidência Mineira. / Eu alegre ficava apenas via / Na tua breve boca um ar de riso. Marília. 1 1 . Marília. e . Para ter que te dar.Sente que Marília foge dele. / Toucar-te de papoulas na floresta. / Eu beijo a tíbia. / Levando a sementeira. “Quando em meu mal pondero. por fins ocultos. 2 2 . do modernismo na integra.Marque V ou F Lira XIX Nesta triste masmorra / De um semivivo corpo sepultura. / Se o rio levantado me causava. 3 3 . Na última estrofe. que me cerca. de um são desejo. mantendo. e caio. porque sabe que a dor arrastará com ele. Tudo agora perdi. 4 4 .o a meditar no mal que fez.observando o espoco temporal. e na 4ª e 5ª parte o poeta sonha com o futuro junto a sua amada.resta apenas o amor. Marília é muitas vezes PRETEXTO para o exercício poético de Gonzaga e seus traços variam../ tem um lindo corpo bálsamo vapora” . por isso é muito difícil precisar. por essas faces Te juro renascer um homem novo. seu tipo físico. 2 2.A pastora Marília. morrem”. o eu .Há nas Liras escritas no Cáceres. a 1ª estrofe temos a situação privilegiada do poeta. que já perdi. c . a que me encoste. 60 . / E onde estou pergunto. /Inda. predomínio absoluto de uma linguagem denotativa.este verso foi copiado por um poeta brasileiro.É responsável pelo atmosfera de mistério. suspiros. cuja consequência foi o exílio do poeta em Portugal.ele se sentirá mal.romântico. 4 4 . que eu assim resista / À dor imensa. 58. / Novo ligeiro para o vulto os passos. / E com doente zoa assim lhe digo. alcanço. Reclina . e escuto / A tua voz. nem tenho o gosto / De ver-te aos menos compassivo o rosto. 3 3 . 4 4 . e o manso gado.o eu -lírico.Reflete o caráter genérico e impessoal que neoclássica deveria assumir d . 59 .Ele se sentirá mal. e riso. 62. a poesia 1 1. que os meus olhos cerra./ Depois que represento / Por largo espaço a imagem de um defunto. / Conheço então que amor me tem consigo.revela que sente tanta saudade de Marília que parece vê-la nitidamente .“Tudo agora perdi. / Se o bem.Ainda sobre o texto. luz em vez de face.O texto é composto de cinco sextilhas com rimas interpoladas.lírico pede ao amor que conte a Marília o seu sofrimento. 1 1 . e tinha sempre /A minha choça do preciso cheia. Propunha-me dormir no teu regaço / As quentes horas da comprida sesta.A dor da desilusão amorosa por Marília causa uma violenta magoa no eu . / Conheço a ilusão minha. que não convinha / Que a tanto grau subisse a glória minha.texto IV .No excerto . se a Fortuna volta. se ela chorar: 0 0.Ocorre a personificação do amor. essencial para a poesia neoclássica.lírico. / Então mais vivamente te diviso / Vejo o teu rosto. 47 . 2 2 . / E aperto sobre o peito em vão os braços. / Tiraram-me o casal. / Prezava o teu semblante. 3 3 . que ampara e conforta.A Lira XV é um poema amoroso porque o poeta lastima a perda da amada e sonha recuperar o bem perdido. 61 . não fui nenhum Vaqueiro. / Não sei se vivo. conforme nos é apresentada nas liras de Tomás Antonio Gonzaga. prejuízo. desaconselhava a relação da autoria. constituindo um poema truncado e inacabado (13 cartas) na qual um morador de Vila Rica atacava a corrupção do governador Luis da Cunha Menezes apontando as irregularidades do seu governo.Sobre Cartas Chilenas 0 0. 3 3 .Sobre as Cartas Chilenas: 0 0. nem sempre honesto. Critílio reflete sobre sua condição e compara-a à de um homem rico..Marque V ou F . 65 . este vive estado de penúria. é semelhante/ aos corvos e ao abutres.De acordo com o ultimo trecho da segunda carta a relação mantida entre povo e governante é uma política populista onde seu principio fundamental é ganhar apoio por meio de algumas concessões de interesse popular . 1 1 . 64 . 1 1 . 69. onde sente/ o derramar do mel. onde fede a carne podre’.Olhinhos de Gato era mimada por Dentinho de Arroz que fazia para ela vestidos com babados.Sobre as Cartas Chilenas: 0 0 .pseudônimo que ocultavam a identidade do autor e das pessoas citadas. aplicar o castigo do açoite.Analise as afirmativas referentes ao romance Olhinho de gato: 0 0. 1 1 .As cartas é um conjunto de poemas escritos em versos decassílabos e brancos.” O povo Doroteu. mas a pessoa do governador e outros mandatários. como mostra a simplicidade da casa e a falta de alimentos. escrevendo de Santiago para um certo Doroteu.O nome do autor é substituído pelo pseudônimo Fanfarrão Minésio. Boquinha doce sua ama. Dentinho de Arroz sua avó. pouco condizente com a moral da época.Marque as Afirmativas V ou F: 0 0.A adjetivação farta contribui para produzir um clima poético e subjetivo uma das características da obra de Cecília Meireles. Gonzaga satiriza pessoas e não instituições.o suposto autor . é o detalhismo dos fatos narrados.Alem do valor literário as cartas têm sobretudo valor histórico.aplicar indevidamente o castigo do açoite nas escravos e puni-los por delitos caseiros.Ainda sobre o romance Olhinhos de Gato julgue os itens a seguir.. fitas e rendas.Quem as assina é Doroteu.Critilo . antes de passar ao relato critico e político.obra de Tomás Antonio Gonzaga circularam por Vila Rica entre 1788 a 1789 é uma das mais curiosas e perspicazes da sátira da literatura Brasileira. 66.Olhinhos de gato é uma obra na qual existem várias descrições sobre os moradores do bairro onde mora Olhinhos de gato e das brincadeiras da época. 1 1. 2 2 .2 2.A omissão da autoria nas Cartas Chilenas decorre do risco resultante de seu conteúdo: elas satirizavam os desmandos de João Andrade Sousa.Os originais. 0 0.usa de subterfúgio para despistar a autoria das cartas: localiza a se mesmo no Chile. são julgados / pelo benigno chefe a em açoite” A figura de linguagem presente no fragmento é a ironia. que governou a Capitania de Pernambuco de 1783 a 1788. 1 1 . 4 4 . Maria Maluca e Có. 2 2.A obra satírica Cartas Chilenas só foi publicada em Vila Rica anos depois da morte do autor Tomás Antonio Gonzaga..de estilo colorido. “ . 4 4. 3 3 . A louca gente/ de toda parte corre a ver se encontra/ algum pequeno alivio à sombra dele”. com a metrificação parecida com a da epopeia. o que mais chama atenção nas cartas. 3 3 . tornava perigosa a divulgação do nome de seu autor.‘Estes triste.O romance é narrado em primeira pessoa o que permite ao narrador realizar uma auto-análise de sua infância.Contendo severas criticas ao governador da província. satirizando o poder de Portugal. só se preocupa com a herança.aplicar o castigo do açoite nos senhores de escravos e tratálos como se fossem réus de morte.As Cartas Chilenas em nº de 13 . indireto e rebuscado.As cartas eram textos que circulavam livremente em Vila Rica na época da Inconfidência. 1 1. 1 1 . de Santiago (Chile) as endereças ao amigo Critílio . 67. 3 3 . 3 3 . o poeta prefere ser pobre porque este. 48 Olhinhos de gato 68. seria imprudente a divulgação do nome de seu autor. 1937 e 1945.Uma das características da poética de Cecília Meireles é a consciência da transitoriedade da vida e isso se identifica claramente no romance. é como a mosca/ que corre ao lugar. uma vez que retrata momentos da infância da protagonista. 4 4 .O eu lírico acuso o governo de duas faltas graves. Cartas Chilenas 63 . assinados pelo autor perderam-se em um terremoto no Chile. que só era permitido aos senhores de escravos. que. 2 2. que se ajuntam/ nos ermos.na primeira estrofe do poema. 2 2 . Daí as Cartas Chilenas terem sidos por muito tempo objeto de estudo.É uma obra satírica. que os críticos ainda não conseguiram identificar.O poeta finge sentir a dor para ser absorvido de seus crimes políticos.O povo também não escapa as criticas do poeta como podemos observar no fragmento transcrito.Ele sentirá alivio de seus males. 4 4 . 3 3 . 4 4 .O apresenta como principais personagens: Olhinhos de Gato. mal chegam.A ditadura que dominou o Brasil. 3 3 . porque saberá que ela o ama e sofre com sua ausência.Seu conteúdo pornográfico. 2 2 .As cartas não constituem um ataque frontal ao regime português.aplicar indevidamente o castigo do açoite e açoitar os réus como se fossem escravos. agregados da família de sua tia Totinha.O romance Olhinhos de gato apresenta um caráter memorialista. 4 4 . e a açoitar os réus nas espátulas.As chamadas Cartas Chilenas são obras anônimas por que: 0 0 . .Comparando sua condição social com a de um rico.Ele ficará aliviado porque será uma prova de que ela está arrependida de tê-lo feito sofrer. 2 2 .aumentando suas regalias no poder. 4 4 . Em Olhinhos de Gato encontramos vários momentos em se discute o nacionalismo infantil.Olhinhos de gato é a única obra em prosa da autora. o primeiro é a morte da mãe.. 1 1 .O romance apresenta como espaço a cidade do Rio de Janeiro mais especificamente a casa de Boquinha Doce e a rua em que morava Olhinhos de Gato. 4 4 . Sobre Olhinhos de Gato.O abundante uso das reticências abrem espaço para a intensifica a presença da morte. oh! como dói o coração. Ossinhos. fora tratada com mimos pela avó.pessoas que conviveram com a autora. Marque V ou F sobre Olhinhos de Gato. ritmo.O romance foi publicado .Olhinhos de Gato é uma reflexão poética sobre a perda. 161) 0 0 . a dor. 71 . 1 1 . de imagens sugestivas como constantes sensoriais. 0 1 0 .em capítulos.As personagens principais da obra são: Olhinhos de Gato. 70. passando a morar com a avó. a solidão.0 1 A ama.. o que faz concluir que o romance é autobiográfico.A repetição de sons cria um clima de abandono e solidão e a adjetivação abundante. embalada pelas histórias encantadas da ama. a morte. é uma narrativa poética na qual as personagens principais se assemelham as 3 3 .0 A autora é representante da poesia modernista da 1 .. 3 3 . 74 – Sobre Olhinhos de Gato. 3 3 A musicalidade encontrada nessa obra associa-se a influência do simbolismo tão presente nas poesias da autora. de solidão e do sentimento sempre presente da morte. ali morreu seu avô. 4 4 . . rima. portanto sua biografia... 75.O romance instiga uma reflexão sobre a perda.. 1 1 . Dentinho de Arroz e Boquinha de Doce. juntamente com Murilo Mendes e Jorge de Lima. apesar de ser prosa. anos.quando o levantaram..Olhinhos de Gato é um livro de memórias da infância da autora. a própria autora. dona Jacinta. 4 4 . uma das marcas do lirismo de Cecília Meireles é a musicalidade. por dentro da terra.. 0 0 .Cecília Meireles foi participante da poesia neo-simbolista segunda fase. com começo meio e fim muito bem demarcados. cria um clima subjetivo e poético na obra..Olhinhos de Gato.Dentro da narrativa observam-se vários acontecimentos que se assemelham com os da vida da autora. 2 2 . Marque V ou F sobre os elementos estilísticos presentes em Olhinhos de Gato. Dentinho de Arroz..Todos os nomes dos personagens não são próprios e apresentam-se no diminutivo que é peculiaridade do universo infantil. o luto.Um dos aspectos fundamentais da poética de Cecília 3 .A repetição de palavras. a solidão e a morte através das recordações nele contidas. na revista ocidente em Lisboa . corresponde a avó de Cecília Meireles. 2 2 .Os parênteses inserem um outro tempo no diálogo com o leitor e a presença das onomatopéias. 2 2 . quando era ainda uma garotinha e o segundo. Olhinhos de Gato ficou órfã e por isso foi criada pela avó que era viúva. 0 0 . a perda da infância.O registro da morte da mãe ocorre quando alguém pede que ela beije-a.. que vai de 1930 até 1945.O recorte acima revela um momento da morte do avô de Olhinhos de gato e Có.A descrição minuciosa do encontro do corpo propicia no texto uma atmosfera poética em meio a um acontecimento que deveria ser considerado um momento dramático no enredo.A exemplo de Cecília Meireles. uma das características e da literatura de Cecília Meireles. 76. escolhida com muita sensibilidade. 4 4 .Ainda sobre Olhinhos de Gato julgue: 0 0 . marque V ou F. marque V ou F 0 0 ..O romance é repleto de musicalidade e nostalgia revelando emoções da infância da protagonista. castanhas e verdes.Apesar de ser uma obra em prosa. entre 1939/1949.Na capa do livro há dois olhinhos de criança.” (Olhinhos de Gato p. era alguém que sempre Olhinhos de Gato teve uma infância povoada de maltratava e batia em Olhinhos de Gato. 4 4 .O fragmento acima retrata a tristeza da personagem Dentinho de Arroz por perder seu marido.A linguagem da obra é marcada por parênteses e muitas reticências que proporcionam a divagação característica própria do neoclássico 49 73 – Sobre Cecília Meireles marque V ou F.Olhinhos de Gato vive dois conflitos na obra. Meireles é sua consciência da transitoriedade das coisas. podemos encontrar alguns elementos poéticos como musicalidade. 77.2 2 . na obra. perto da terra! por cima da terra.As expressões no diminutivo são elementos próprios do linguagem das crianças e que reconstroem o universo infantil. 72 . 3 3 . O romance apresenta um enredo linear.. 4 4 . rubras. inclusive as brincadeiras de roda tão comuns as crianças da época 2 2 . ecoam os ruídos de outras épocas.Boquinha de Doce.A autora ficou órfã de pai e mãe antes de completar cinco 2 . 3 3 . 2 3 2. 3 3 . 1 1 . na obra.Olhinhos de Gato consiste em memórias sobre a vida da protagonista. quando criança.as folhas ovais do cajueiro superpunham-se como pequenas ventarolas douradas. lembranças. Como tinha chovido uns dias antes.Olhinhos de Gato era uma criança órfã de mãe por isso foi criada pelo pai e pela madrasta.Pra responder as questões considere o texto a seguir: “Tão bom.Essa e as demais mortes retratadas no romance evidenciam uma característica da obra de Cecília que é a efemeridade da vida . tudo ossinhos. o molde de seu corpo ficou aberto no chão. a mãe da autora e Olhinhos de Gato.. em muitas passagens 3 .A linguagem da obra é sofisticada.Portugal. 4 4 -Além dos símbolos.. 0 1 2 3 0 . 2 2 . assemelhando-se com a própria autora. 4 4 . a menina beija um rosto duro e frio e nunca mais esqueceu esse momento. 1 1 . divagação e a memória e o emprego do diminutivo reconstrói o universo infantil. . Dentinho de Arroz. 1 1 ..Julgue os itens a seguir: 0 0. (MACK) A respeito de Fernando Pessoa. 2 2 . 2 2 . de Camões. 2006 [p.“Mensagem” de Fernando Pessoa integra 44 poesias breves. a frase Tudo vale a pena quando a alma não é pequena remete a: a) Se o objetivo é a grandeza da pátria. / E também as memórias gloriosas / Daqueles Reis que foram dilatando / A Fé [e] o Império.25] TEXTO II – MAR PORTUGUÊS Ó mar salgado. assinale como VERDADEIRAS as frases que fazem uma afirmação correta.Em Fernando Pessoa “Mensagem”. d) Tudo vale a pena quando temos o que almejamos e isso não implique enfrentamento de perigos. e as terras viciosas / De África e de Ásia andaram devastando. assim sendo. do começo do século. Mar Português e O Encoberto. dobrados o medo e o assombro do desconhecido. c) Ricardo Reis simboliza uma forma humanística de ver o mundo através do espírito da Antiguidade Clássica. Percebe-se também esses mesmos elementos em “Mensagem”. 0 0 . a mulher é a que fica esperando. Fernando. 4 4 . datadas de várias épocas e arrumadas em três partes principais: Brasão.Em Fernando Pessoa. In Os Lusíadas.Com a morte da mãe. significa pois a transcendência da pequenez humana conseguida mediante a superação e sublimação da dor. imóvel. no Canto primeiro. / Em perigos e guerras esforçados Mais do que prometia a força humana. / Deus ao mar o perigo e o abismo deu.com relação a expansão ultramarina e que foi a vitória alcançada sobre “O Mostrengo”. 79 . / Quem / quer passar além do Bojador /Tem que passar além da dor.Analisando o verso “Quem quer passar além do Bojador / Tem que passar além da dor” (Mar Português). In: Mensagem e outros poemas afins seguidos de Fernando Pessoa e idéia de Portugal. Fonte: PESSOA. c) Todas as pessoas têm valores próprios.quando ela os leva e os entrega a avó e recebe de presente uma cadeirinha de vime. por isso a guerra é defendida pelos governantes. 1 1 .Ainda com base nos textos I e II. Com base no texto e nos conhecimentos sobre o tema. a aventura. o risco. transcrita abaixo. 81.Na segunda parte de Mensagem. (UEL) A questão refere-se a uma estrofe. Olhinhos de Gato passou a morar com o pai.Tanto em Camões como em Pessoa o assunto de seus textos não são os portugueses ou eventos concretos. os textos que compõem distribuem-se em grupos e subgrupos. Mensagem e outros poemas afins seguidos de Fernando Pessoa e idéia de Portugal. b) Os heterônimos são meios de conhecer a complexidade cósmica impossível para uma só pessoa. a réplica a “Os Lusíadas”. embora o defina. 50 . a comédia dos deuses e a História de Portugal e assim também o é o texto de Fernando Pessoa. assinale como VERDADEIRAS as frases que fazem uma afirmação correta. ou seja. / Por mares nunca de antes navegados. e como FALSAS aquelas em que isso não ocorre. quanto do teu sal / São lágrimas de Portugal! / Por te cruzarmos. Pessoa dá. Luís.revela-se numa história que não esgota um povo. / Mas nele é que espelhou o céu. é uma epopeia clássica onde narra-se a viagem de Vasco da Gama. 4 4 .O texto de Luís de Camões destaca-s pela forma e também pela substância. c) O sacrifício é compensador mesmo que fiquemos insensíveis diante do bem comum. na felicidade e no sonho do regresso. “Mar Português” é a parte. os meios justificam a finalidade almejada. é incorreto afirmar que: a) Não só assimilou o passado lírico de seu povo.“Possessio maris” -. Mem Martins: Europa-América [19-]. do poema de Fernando Pessoa.Canto Primeiro As armas e os barões assinalados / Que. “Mensagem”. já a obra “Mensagem” de Fernando Pessoa. Fonte: PESSOA. cachinhos.Com base nos textos I e II. d) Junto com Mário de Sá-Carneiro. ó mar! / Valeu a pena? Tudo vale a pena / Se a alma não é pequena. ó mar! / Valeu a pena? Tudo vale a pena / Se a alma não é pequena. e como FALSAS aquelas em que isso não ocorre. avulta como uma das principais epopeias clássicas. / Deus ao mar o perigo e o abismo deu. não importam os sacrifícios impostos a todos.a viagem.Ed. quantas mães choraram. quantas mães choraram. 1 1 . a avó e a madrasta. de Pessoa.2 2 - A morte da infância está associada ao corte dos 4 4 . Martin Claret:São Paulo. / Mas nele é que espelhou o céu. aos três anos. obedecendo a um plano cuidadosamente estabelecido à luz de séculos. / Se a tanto me ajudar o engenho e arte. da Ocidental praia Lusitana. sons. 3 3 . que tanto sublimaram. / E aqueles que por obras valerosas / Se vão da lei da Morte libertando: / Cantando espalharei por toda parte. quanto do teu sal / São lágrimas de Portugal! / Por te cruzarmos. sensações visuais e táteis. exalta-se o esforço heroico dos portugueses no domínio dos mares. dirige a publicação do segundo número de “Orpheu" em 1916. sabores. / Quantos filhos em vão rezaram! / Quantas noivas ficaram por casar / Para que fosses nosso. Mem Martins:Europa-América 78 . b) Quando o resultado leva à paz. 3 3 . como refletiu em si as grandes inquietações humanas. O que de magistral se acha na quimera dos Descobrimentos.No Camões épico predomina o elemento viril . / Passaram ainda além da Taprobana. perpassa um sopro épico.O “Mar Português” . 3 3 .A excelente obra “Os Lusíadas“ de Luís de Camões. Mensagem TEXTO I . Fonte:CAMÕES.No texto podemos encontrar vários elementos sensoriais como os que nos remete aos cheiros. por vezes. F. 80 80. / Quantos filhos em vão rezaram! Quantas noivas ficaram por casar / Para que fosses nosso. mas a essência de Portugal e a sua missão por cumprir. como diz a epígrafe . / Quem quer passar além do Bojador / Tem que passar além da dor. 0 0 . “Mar Português”. MAR PORTUGUÊS Ó mar salgado. / E entre gente remota edificaram / Novo Reino. ao domínio dos mares. Mensagem. 51 .e) A Tabacaria de Alberto Caeiro. mostra seu desejo de deixar o grande centro em busca da simplicidade do campo.